Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Da hipermodernidade
ao consumo retrô:
as dualidades do consumo jovem no século XXI
De la hipermodernidad al consumo retro: Las dualidades del O mercado de consumo dos jovens vem
consuno joven en el siglo XXI
Resumen: Vivimos un momento en que una nueva generaci- abrigando, atualmente, as tendências mais
ón, ya totalmente formada a partir de la inserción tecnológica, variadas. Assim como se configuram diversas
comienza a tener espacio. Llamada generación Z, constituida
por niños y adolescentes de hasta 17 años, es una generaci- tribos unidas pelo interesse em estilos musi-
ón que incorpora, desde temprano, las nuevas tecnologías, y cais, tendências de moda, esporte ou games,
también las discusiones que permean la sociedad, consumen
productos con aspecto vintage, como aquellos inspirados en
essas mesmas tribos são responsáveis por in-
la pin-up Betty Boop y se identifican con el ideal romántico fluenciar o gosto e os hábitos de consumo.
de los libros y las películas como los de la saga Crepúsculo. Vivemos o momento em que uma gera-
¿Por qué su comportamiento indica gustos y hábitos tan pa-
radójicos? ção de consumidores, já totalmente forma-
Palabras clave: consumo, tecnología, comportamiento, juventud. da a partir da inserção tecnológica, começa
From hypermodernity to retro consumption: the dualites youth a participar do mercado. A chamada Gera-
consumption of XXI Century ção Z. Enquanto a geração Y é configurada
Abstract: The moment we live, shows us a generation that
grew up inside an environment of technological integration:
por jovens de 20 a 30 anos, a Z constitui-se
the Z generation. They are children and teenagers that adopt por crianças e adolescentes de até 17 anos. A
new technologies in a easy way and stay in contact with the semelhança entre as duas gerações reside no
most recent ones. They buy vintage products, as that ones that
are inspired by Betty Boop pin-up and have the romantic ideal fato de que a Geração Z também é inquieta,
of Twilight books and movies, but also think about social pro- menos fiel às marcas e acostumada a fazer
blems. Why does their behavior indicate so paradoxical choices
and habits? tarefas múltiplas. A diferença, no entanto, é
Keywords: consumption, technology, behavior, youth. que a nova geração tem todas as característi-
cas de forma mais acentuada, pois se desen- ideal romântico dos livros e filmes que movi-
volveu junto com os avanços tecnológicos mentam bilhões ao redor do mundo na saga
mais recentes. De acordo com Paulo Carra- Crepúsculo, por exemplo.
menha, diretor presidente da GFK CR Brasil Nossa proposta de trabalho é entender
“A geração Z já nasceu com o joystick, o con- quem são os jovens que compõem a geração
trole remoto e o celular no berço, enquanto Z, que espelha comportamentos, gostos e há-
a Y viu isso acontecer. Se a Y quer as coisas bitos paradoxais. Assim, nos propomos a dis-
rápidas, a Z muito mais, ela não sabe o que é cutir a influência da mídia no comportamen-
o mundo sem tecnologia” (www.mundodo- to social, tendo como foco as transformações
marketing.com.br, 14/09/2010). no consumo, a constituição do universo da
adolescência e como essa nova geração de
consumidores recebe sua influência e é, ao
Além disso, mesmo tempo, criadora de novos hábitos
como fruto do de consumo. Entender essas questões é es-
tar preparado para as demandas de um novo
capitalismo, a mídia
público, cada vez mais seletivo, exigente e, de
se transforma no certa forma, desencantado com a atmosfera
canal ideal para do hiperconsumo em nossa sociedade.
a divulgação de
novos produtos Um olhar sobre a sociedade do consumo
partindo da ótica da comunicação
riência cotidiana dos sujeitos, não podendo apreensão teórica de determinado objeto de
separar-se dela. A experiência nos remete ao investigação implica, necessariamente, mais
outro, nos impulsiona ao encontro. Se a ex- do que simplesmente a adoção de uma pers-
periência é a marca do mundo em mim, essa pectiva teórico-metodológica. Ao partirmos
marca é, ainda que subjetiva e individual, de determinado conjunto de ideias estamos,
presença dos outros em mim. A comunica- simultaneamente, nos comprometendo com
ção tece uma rede entre nossa experiência e uma forma de “visão de mundo”, que vai tor-
nossa relação com os outros. nar nossas ações cotidianas sobre o objeto e
As transformações culturais e tecnológi- nossa análise dele impregnadas do ponto de
cas ocorridas na sociedade são rapidamente vista adotado. Nossa premissa é entender o
percebidas pelo mercado e refletidas na ótica processo comunicacional como uma intera-
comunicacional. A comunicação apresenta ção entre produtores da informação e con-
as características da pluralidade, do dina- sumidores. Assim, caminhamos no sentido
mismo e das mudanças sociais. “O sujeito do que é possível uma comunicação eficaz entre
pensamento quase não se distingue mais de quem produz a informação e aqueles que a
um coletivo cosmopolita, composto por do- recebem, desde que os instrumentos que via-
bras e voltas do qual cada parte é, por sua vez, bilizem tal processo sejam claros e voltados
misturada, marmoreada ou matizada” (Lévy, para o público que se pretende atingir.
2000:65). É o coletivo cosmopolita (homens, Nossa visão, portanto, privilegia este du-
técnicas e ambiente) que nos integra, numa plo enfoque: não perder a dimensão de mú-
configuração fractal. tua revitalização entre teoria e prática, que
Este coletivo de que nos fala Lévy impõe não devem ser analisadas como realidades
desafios. Por este motivo, partimos de uma antagônicas, e preservar a multiplicidade das
concepção de que o processo comunicacio- abordagens que tratam das variadas proble-
nal não separa a prática da teoria e entende máticas comunicacionais.
os dois processos como partes da construção Além disso, a concepção de comunicação
do saber, que tanto pode servir à reflexão, que orienta nossa discussão apóia-se na ideia
mas também à construção de mecanismos de que ela se constitui como espaço simbóli-
de comunicação mais eficazes com o público co de trocas e disputas de sentidos do social,
consumidor. A comunicação torna essa rela- elaborado de modo permanente e inédito
ção mais imbricada ainda, já que seu objeto pelos sujeitos em interação. A comunicação,
refere-se tanto à análise das práticas culturais de um modo geral, e o jornalismo, a publici-
como à análise e ao domínio das tecnologias dade, as relações públicas e o cinema e vídeo,
que intermediam as inúmeras formas de tro- cada vez mais amparados pelo design, de
cas simbólicas, além das técnicas produtivas modo mais específico, instituem as relações
acionadas no momento em que notícias, sociais e são por elas instituídos, participan-
anúncios publicitários, planejamentos ins- do de forma reflexiva da construção social.
titucionais, produções editoriais, vídeos, fil- O papel da comunicação e do design não se
mes e outros produtos se materializam. restringe às possibilidades do encontro para
A indissociabilidade entre teoria e práti- produção de sentidos, mas significa também
ca – no sentido de que ambas participam do um espaço para que esses sentidos sejam
mesmo movimento em que o homem cons- conferidos, discutidos, reformulados e vol-
trói as suas mais variadas formas de apreen- tem para a sociedade de forma transforma-
são e construção do mundo – é, assim, o que dora, já que tecnologias mudam a sociedade.
nos orienta na formulação deste artigo. Ou- Os meios de comunicação são em gran-
tro elemento que nos diz sobre essa indisso- de parte responsáveis pela maneira como o
ciabilidade é o fato de que qualquer forma de consumo extrapolou apenas as necessidades
organizam em seus laços sociais cotidiana- pela publicidade proporcionam uma sagra-
mente construídos que nascem em diversos ção dos rituais do dia-a-dia e das representa-
momentos de um estímulo criado a partir ções que constituem o imaginário desenvol-
dos produtos que a mídia veicula, sejam eles vido no cotidiano do homem.
produtos tangíveis ou intangíveis. Seja nas As imagens e estereótipos presentes na
manifestações da moda, ditadas pela mídia publicidade definem modelos capazes de
e que conformam e distinguem as mais di- criar comportamentos, atitudes e até mesmo
versas tribos urbanas, seja pelo status que o expressões idiomáticas que se incorporam ao
produto apresentado confere a seu possui- cotidiano das pessoas, possibilitando novas
dor, que o diferencia e o coloca em outra interações e conformando sua experiência
categoria de consumo. Se cabe ao designer do mundo. A publicidade aliada aos produ-
criar os produtos, caberá à publicidade criar tos midiáticos como a TV, o cinema, as revis-
a atmosfera mítica que confere a eles valores tas e a internet propiciam uma recriação do
simbólicos que os tornam objetos de desejo. ideal de homem e mulher vendendo mode-
A publicidade enquanto forma simbólica los de comportamento e produtos das mais
propicia a idealização de personagens e situ- variadas espécies.
ações traduzidas nos anúncios, assim como
nos contos ou nas lendas populares, e produz
uma eufemização, no sentido dado por Ma- Afinal, quem você pensa que é?
ffesoli (2002) como idealização, que passam De acordo com Iwancow (2005):
despercebidos na vida cotidiana. Essa eufe-
mização pode ser traduzida, dentre outras O Estatuto da Criança e do Adolescen-
maneiras, pelos diversos estereótipos por ela te, aprovado pela ONU (Organização
veiculados. das Nações Unidas), em 1989, considera
criança, para os efeitos da Lei, o menor
Essa relação “totêmica”, que pode assumir de 12 anos, e adolescente aquele com ida-
múltiplas formas, encontra-se na fascina- de compreendida entre 12-18 anos, não
ção que exercem o chefe, a vedete, o herói, fazendo qualquer referência à chamada
o criminoso etc., onde a força dessa relação juventude. Para as Nações Unidas, são jo-
reside no fato de encontrarmos nesse totem, vens os indivíduos com idade entre 15 e
nesse ícone, um pedaço de nós mesmos, de 24 anos, mas salvaguarda que, de acordo
nossa vida. Existe uma familiaridade ime- com a realidade, cada país pode estabele-
diata que alimenta sonhos e fantasmas e cer sua “faixa jovem”.
que, através da dupla relação com o objeto
da fascinação, assegura um valor adicional à
vida banal. Essa duplicidade é assim como Para a CNPD – Comissão Nacional de Po-
dissemos, uma maneira de se viver a imor- pulação e Desenvolvimento –, a estratifica-
talidade (Maffesoli, 2002:71-2). ção do grupo jovem (15-24 anos) é dividi-
da em faixas de idades que correspondem
Para Maffesoli, as imagens (de toda or- a público-alvo, subdividindo os seguintes
dem, e em seus vários suportes) são forma- recortes etários: 15 a 17 anos - jovens ado-
lescentes; 18 a 20 anos - jovens; e 21 a 24
doras de todo o corpo social, consumidas anos, jovens adultos.
coletivamente, aqui e agora, servindo como
um fator de agregação que permite perceber
o mundo e não apenas representá-lo. Elas Assim, o adolescente no Brasil é todo indi-
víduo com idade entre 12 anos completos e
forneceriam, então, vínculos que relacionam
18 anos incompletos. E os jovens, segundo
todos os elementos do dado mundano entre os institutos de pesquisa (Ibope e Ipsos/
si, proporcionando um reconhecimento de Marplan) são identificados na larga faixa
si através do outro, seja este outro pessoa, etária dos 15 aos 24 anos (IWANCOW,
ideias ou produtos. As imagens produzidas 2005:6).
esse filão, provendo-o de itens “essenciais” seu início os sentimentos paradoxais convi-
como roupas, cosméticos, fast food, carros vem e conflitam-se na cultura juvenil. Esses
– e música. Os adolescentes demonstraram
conflitos muitas vezes são incorporados pelo
ser um grupo de consumo extremamente
maleável, gastando seu dinheiro de forma sistema capitalista e retornam na forma dos
previsível. A indústria fonográfica, entre- mais variados produtos, sejam eles bandas de
tanto, produziu uma “Parada de Sucessos” rock, livros ou filmes. “Assim, pode-se dizer
que era banal e leve, carente de qualquer esquematicamente que esta cultura é criada
referência identificável com o dia-a-dia
pela adolescência, mas que ela é produzida
deste novo grupo consumidor (Friedlan-
der, 2006:38). pelo sistema. A criação modifica a produção
e a produção modifica a criação.” (Morin,
A incorporação dos estilos musicais vin- 1999:140).
dos dos guetos, a crescente indústria de con-
sumo de massa cada vez mais voltada para
o público jovem e o desenvolvimento acele- A industrialização,
rado dos veículos de comunicação tendo em o American Way of
primeiro lugar o rádio e posteriormente a Life e a valorização
televisão, possibilitam a difusão dos gêneros intensa do consumo
musicais e sua assimilação por camadas cada
vez maiores de jovens, ávidos pela identifi-
de tecnologia
cação com os novos ídolos que começam a trouxeram uma
surgir. nova ordem cultural
A novidade da década de 1950 foi que os
jovens das classes alta e média, pelo menos
no mundo anglo-saxônico, que cada vez
mais dava a tônica global, começaram a Nesse sentido, podemos entender os dis-
aceitar a música, as roupas e até a lingua- tintos modismos criados pelos adolescentes
gem das classes baixas urbanas, ou o que que rapidamente são incorporados pela in-
tomavam por tais como modelo. O rock foi
dústria virando os mais diversos produtos ao
o exemplo mais espantoso. Em meados da
década de 1950, subitamente irrompeu do longo dos últimos anos do século XX. Um
gueto de catálogos de “Raça” ou “Rhythm caso recente, que ainda vem gerando uma
and blues” das gravadoras americanas, di- série de frutos é o fenômeno desencadeado
rigidos aos negros pobres dos EUA, para pelo livro Eclipse, de Stephenie Meyer. Foca-
tornar-se o idioma universal dos jovens, e
do num romance entre a adolescente Bella e
notadamente dos jovens brancos (Hobsba-
wm, 1999:324). um vampiro e lançado em 2005, o livro rapi-
damente percorreu o mundo, virou filme e
O rock passa a ditar comportamentos que conseguiu uma legião de fãs ardorosos. Ime-
rapidamente são incorporados pela indústria diatamente surgiram no mercado editorial
do entretenimento, que aliada à indústria da dezenas de títulos com histórias similares e
cosmética e da moda, desenvolvem produtos séries de televisão abordando o tema. O livro
voltados especificamente para esse segmento ainda vem gerando outros produtos agrega-
até então inexistente na sociedade de con- dos como cadernos, camisetas, bonecos e ar-
sumo. A cultura adolescente que se forma tefatos voltados para o seu público-alvo.
já está atrelada a valores paradoxais. “Esta Eclipse é um fenômeno interessante de
cultura juvenil é ambivalente. Ela participa ser analisado, pois reúne as principais con-
da cultura de massas que é a do conjunto da venções que vêm povoando o universo dos
sociedade, e ao mesmo tempo procura dife- adolescentes do século XXI. Assim, os vam-
rençar-se” (Morin, 1999:139). Assim, desde piros que na mitologia alimentam-se de san-
gue humano, no livro são “vegan”, se ali- preço por grande parte dos internautas e
mentam apenas de sangue de animais, mas não para nenhum tipo de avaliação dos
respeitando a natureza. O amor em Bella e produtos.
o vampiro é casto, o ato sexual apenas se Enquanto no discurso percebe-se a pre-
configura após o casamento, já no quarto ocupação com questões sociais, os jovens
livro da série. O vampiro se revela como o entrevistados também não demonstram
novo príncipe encantado do milênio, mas iniciativa – contra ou a favor – em relação
trazendo em sua simbologia os elementos às marcas. A maioria (96%) nunca partici-
do consumo: ele é rico, poderoso e sempre pou de um boicote a um produto ou uma
jovem. Valores esses que constituem os de- empresa. Oitenta e um por cento disseram
sejos da maior parte dos adolescentes. nunca ter comprado um produto com a in-
No século XXI, a cultura juvenil cons- tenção de premiar uma empresa que julga
titui-se, de maneira irrevogável, a partir virtuosa do ponto de vista ambiental ou
de suas interações e influência dos produ- em relação à qualidade, por exemplo.
tos midiáticos e da internet. Em recente Consumidores ávidos de tecnologia, os
pesquisa publicada pelo Centro de Altos adolescentes elegem o celular como seu
Estudos da ESPM, durante o 5º Encon- principal objeto de desejo e consumo. Em
tro Nacional de Estudos do Consumo, no recente levantamento pela pesquisa “Teens
Rio de Janeiro, publicado no site Mundo and Technology” (Jovens e Tecnologia) da
do Marketing em 23/09/2010, os jovens Consumer Electronics Association (CEA)
se apresentam como consumidores cada nos Estados Unidos e publicada na revista
vez mais paradoxais. Enquanto, de acor- Época Negócios (2009), 92% dos pesquisa-
do com a pesquisa, sessenta por cento dos dos sentem-se à vontade com tecnologia, e
jovens acreditam que o consumidor pode 77% afirmam que ela é a forma preferen-
influenciar a sociedade mudando produ- cial para socializar-se com os amigos.
tos e empresas que não estão preocupados Uma conclusão apresentada no mesmo
com questões ambientais, éticas e sociais, artigo, em que entidades como a CEA e as
apenas 6% deles se interessam por política agências de publicidade Y&R e JWT, em
e outros 5% por questões ligadas ao meio- Londres apontam é o caráter paradoxal do
-ambiente. consumo desse segmento. A busca dos jo-
Apesar de se considerarem bem infor- vens por objetos do passado é um dado que
mados, os assuntos sobre os quais reve- pode ser comprovado pelo recente interes-
lam maior domínio são o esporte (42%), se em discos de vinil e câmeras fotográficas
seguido por música (31%), moda (18%) e manuais. Na matéria “Os novos velhos”,
cinema (12%). As maiores fontes de infor- publicada no jornal Folha de S.Paulo em
mação ainda são constituídas em primeiro 04/04/2011, jovens que optaram por câme-
lugar pela TV aberta, seguida pela internet ras manuais e discos de vinil revelam seu
e por influência de amigos. O baixo nível fascínio por esses “objetos retrô”. Apesar
de interesse desses consumidores pela po- de afirmarem não se desvincular das novas
lítica também se manifesta no consumo, tecnologias, fazem questão de ressaltar o
mostrando-se pouco engajados quando diferencial dos artefatos mais antigos.
o assunto é aprofundar-se em relação aos Outro exemplo que serve para ilustrar a
produtos. A maioria dos jovens, represen- questão, diz respeito ao caráter retrô com-
tados por 76% dos entrevistados, ainda de binado à alta tecnologia. Mesmo nos obje-
acordo com o site, interage frequentemen- tos de ponta como os IPhone, o apelo retrô
te com o que a internet oferece. A web, no está presente, basta olhar os modelos das
entanto, ainda é usada para pesquisa de capas que começam a ser comercializadas:
Ilustração 1: capa para iPhone rádio te, agora têm se tornado verdadeiros eventos
transistor.1 sociais entre as meninas. Na moda, a tendên-
cia retrô se afirma, principalmente nas tribos
ligadas à cultura do rock e da pop music. A
figura da pin-up Betty Boop, ícone dos anos
30, estampa desde cadernos a camisetas.
o consumo, mais que tudo é a marca dessa rede, percebemos que os maiores focos de
geração. influência ainda continuam na grande mí-
A grande transição que observamos na dia, mas o estabelecimento das comunidades
constituição da geração adolescente, a partir constituídas pelo Orkut e Facebook, entre
dos babyboomers dos anos 50 até esta segun- outras, promove novas formas de relaciona-
da década do século XXI é justamente a afir- mento e interação social.
mação das identidades não mais pelo atrela- As tecnologias, nesse sentido, serviram
mento a determinados movimentos, como o para modificar os processos de interação,
movimento hippie, os movimentos estudan- que são cada vez mais mediados, seja pelos
tis, mas a partir dos diversos consumos. celulares ou pelas redes sociais. Se mudam os
Num primeiro momento, tais consumos processos de interação social, certamente ou-
se revelam pela influência direta dos meios tras mudanças serão sentidas a partir do mo-
de comunicação de massa, tendo o cinema mento em que esses adolescentes migrarem
em primeiro lugar, seguido pelo rádio e, a para a idade adulta. Como serão suas novas
partir dos anos 60, pela imensa influência da relações? Aí somente o tempo dirá.
televisão. Com o advento da sociedade em (artigo recebido dez.2011/ aprovado out.2012)
Referências
BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de LUCKMANN, Thomas; BERGER, Peter L. A construção social
Gutenberg à internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. da realidade. Petrópolis: Vozes, 2006.
CANCLINI, Néstor. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Petrópolis:
Editora UFRJ, 2010. Vozes, 2001.
CASTRO, Maria Ceres S. Na tessitura da cena, a vida, comuni- MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: necrose. Rio
cação sociabilidade e política. Belo Horizonte: UFMG, 1997. de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
FRANÇA, Vera Regina Veiga. Jornalismo e vida social. Belo PORTO, Edson. “O mapa do consumo adolescente”. Época Ne-
Horizonte: UFMG, 1998. gócios. São Paulo, n. 31, setembro 2009.
FRIEDLANDER, Paul. Rock and roll: uma história social. Rio ROCHA, Everardo; PEREIRA, Cláudia. Juventude e consumo:
de Janeiro: Record, 2006. um estudo sobre a comunicação na cultura contemporânea.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX – Rio de Janeiro: Mauad, 2009.
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. ROCHA, Everardo. Magia e capitalismo. São Paulo: Brasilien-
IWANCOW, A. E. “A cultura do consumo e o adultescente”. se, 2001.
Texto apresentado no XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade. Petrópolis:
da Comunicação (Intercom). Rio de Janeiro, 2005. Vozes, 2001.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. São Paulo: Paz e Terra, THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna. Petrópo-
1995. lis: Vozes, 2009.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Edi- TOTI, Thaís. “Os novos velhos”. Folha de S.Paulo, Folhateen,
tora 34, 2000. 04 de abril de 2011.