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Contextualização sociocultural
Nas últimas décadas do século XIX, instala-se na Europa um clima de tensão que nasceu de
rivalidades económicas, político-militares e coloniais. A Grã-Bretanha destacava-se pelo seu vasto
império, pelo domínio do comércio mundial, pelos empreendimentos coloniais que financiava e
pelo número de ingleses que por todo o continente espalhavam a sua língua. A França e a
Alemanha afirmavam-se como suas grandes rivais.
Eram de conhecimento público os acordos firmados secretamente entre a Inglaterra e a Alemanha
(1898,1912,1914), para partilharem as colónias portuguesas. Mas, se o despoletar da Primeira
Guerra desvia as atenções da Inglaterra das possessões portuguesas, o mesmo não sucede com a
Alemanha, que ataca as fronteiras de Moçambique e de Angola. A defesa dos territórios
ultramarinos obrigou os portugueses a um grande esforço de mobilização.
Os tratados de paz estabelecidos em Paris traçavam uma nova carta política da Europa e do
Mundo, que refletia as transformações levadas a cabo durante a guerra. Novos estados e novas
fronteiras são marcados no mapa europeu.
O governo e os direitos dos cidadãos sofrem grandes transformações. As monarquias chegam ao fim
e a democracia triunfa; os processos eleitorais foram revistos, passando a haver um maior número
de cidadãos com direito a voto.
Portugal empenhou-se em dar efetividade ao mapa cor-de-rosa, marcando a sua presença nas
áreas compreendidas entre Angola e Moçambique. A este plano opõe-se a Inglaterra, empenhada
em alargar a sua influência no interior do território africano a partir da África do Sul.
O mapa cor-de-rosa apresenta uma zona da África Austral, situada entre Angola e Moçambique,
como pertencente a Portugal. A Inglaterra opõe-se frontalmente à ideia de se construir em África
um novo Brasil. Tendo o governo português organizado as expedições ao território em litígio, a
Inglaterra (partindo do princípio de que só havia direitos históricos onde houvesse ocupação
efetiva) impôs a Portugal o Ultimato de 1890.
ANTECEDENTES
Simbolismo - escola literária do fim do século XIX, que se originou em França, como reacção
contra o Parnasianismo, e que se caracterizou por uma visão subjectiva, simbólica e espiritual do
mundo. Adotou novas formas de expressão, nomeadamente os símbolos, traduzindo as impressões
por uma linguagem onde dominavam as preocupações estéticas.
MODERNISMO
Modernismo - movimento estético de vanguarda, iniciado e impulsionado pela geração do Orpheu
(segunda década do século XX), no qual a literatura aparece associada às artes plásticas e é por
elas Influenciada. Tal movimento surgiu como imperativo de levar a poesia a trilhar no nosso país
os caminhos ousados e originais por onde seguia já no resto da Europa.
Decadentismo - surge como uma atitude estética que exprime o tédio, o cansaço e a necessidade
de novas sensações. Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à
monotonia. Característica visível em Álvaro de Campos, na sua 3ª fase literária, quando, perante a
incapacidade das realizações futuristas, o poeta ressente-se sob a forma de abatimento.
Cubismo - surge inicialmente na pintura com Matisse e designa um modo de expressão que recria
através de planos geométricos elementos da realidade. O Cubismo terá de apresentar os objectos
tal como a mente os concebe.
Interseccionismo - espécie de Cubismo na poesia que se caracteriza pelas sobreposições ou
cruzamentos de diferentes realidades ou planos. Sucede o estilo sensacionista, sobrepondo ao
intimismo lírico romântico de cariz emotivo a expressão sensacional pura, transmitida em
malabarismos apalhaçados com fins espetaculares. (poema Chuva Oblíqua)