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 Inconsciente

Freud descobriu o inconsciente através da escuta das histéricas. O discurso


médico dominante, em sua época, compreendia os sintomas histéricos, desde
o ponto de vista orgânico, como a causa da histeria. O seu tratamento passava
pela tentativa de eliminar o sintoma. Este ponto de vista, no entanto, não dava
conta de explicar através da anatomia as expressões corporais das histéricas.
Ao ouvir as histéricas Freud pode perceber que os seus sintomas não eram
causados por um tipo de disfunção orgânica, mas passam a ser
compreendidos como efeito do psiquismo. Há algo do qual a paciente não tem
consciência em jogo na organização psíquica, e esta instância é determinante
na produção dos sintomas, atos falhos, lapsos, sonhos. O sintoma deixa de ser
visto como o que desvia o funcionamento orgânico e passa a ser pensado
como produto do retorno do que estava recalcado no inconsciente. Ao
sustentar esta hipótese o psicanalista dissocia psiquismo de consciente e
rompe com a idéia de uma subjetividade dominada pela razão.

O inconsciente produz efeitos que chegam à consciência. No entanto, o que


acolhemos na consciência não é o conteúdo mesmo do inconsciente. Para
chegar até a consciência os conteúdos inconscientes precisam sofrer uma
tradução, e vencer as resistências. Para dar conta de explicar o funcionamento
do aparelho psíquico centrado no inconsciente, Freud, em 1915, define a
Metapsicologia como uma exposição na qual seja possível descrever um
processo psíquico em suas relações dinâmicas, topológicas e econômicas.
A perspectiva dinâmica é relativa ao conflito psíquico e à composição das
forças de origem pulsional, a tópica é relativa à diferenciação da psique em
instâncias com diferentes funções, e a econômica é relativa à distribuição e
circulação da energia psíquica.

O aparelho psíquico é descrito por Freud, neste momento, a partir de 3


instâncias psíquicas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. As
instâncias psíquicas não são compreendidas como radicalmente separadas, há
trocas entre elas, no entanto, o inconsciente tem algumas características, leis
próprias, que permitem distingui-lo dos sistemas pré-consciente e consciente.
O inconsciente é constituído pelas pulsões que querem descarregar seu
investimento. Nele não há contradição, negação, dúvida ou graus de certeza.
Caso dois representantes pulsionais contrários sejam ativados ao mesmo
tempo, eles confluem para a formação de um objetivo intermediário. Há uma
mobilidade das intensidades de investimento libidinal. Através dos
processos de deslocamento, onde uma idéia cede à outra seu montante de
investimento, e condensação, onde uma idéia acolhe o investimento de várias
outras, a energia psíquica circula com grande desenvoltura entre os
representantes pulsionais. A atemporalidade também é uma das suas
características importantes, não há organização cronológica no inconsciente,
ele não possui relação com o tempo, não sofrem alteração com a passagem do
tempo. A sua organização se dá pelo princípio do prazer, ele não está sujeito a
realidade. Há uma substituição da realidade externa pela psíquica. Para
uma representação pulsional transitar do inconsciente para o pré-consciente é
necessário que ela sofra uma transformação fruto da censura. Caso passe pela
censura o conteúdo chega a pré-consciência e pode chegar à consciência.

O pré-cosnciente é a instância responsável por fazer a comunicação entre o


conteúdo das idéias, a ordenação temporal, a introdução de censuras, e o
princípio da realidade, que implica em desvios e adiamento na busca da
satisfação.

 Pulsão

Freud, no texto Pulsão e seus destinos, de 1915, define a pulsão como sendo o
que se situa entre o somático e o psíquico, como o representante psíquico dos
estímulos oriundos do interior do corpo que atingem a alma, como uma medida
de trabalho imposta pela psique por sua ligação com o corpo. Diferente do
instinto, a pulsão não está a serviço de nenhuma função biológica, atrelada a
uma possibilidade de satisfação através da eliminação do estado de
estimulação da fonte. Não há a possibilidade do sujeito se livrar da pulsão, a
não ser com a morte. Ela permanece sempre no inconsciente, quando vencido
o recalque, as suas representações podem chegar à consciência, ou através
dos sintomas, mas a pulsão não pode chegar a ser objeto da consciência.

No texto, Freud utiliza quatro termos em relação à pulsão. O Impulso é o


elemento motor, a soma de forças ou medida de trabalho que representa.
Diferente de um estímulo vindo de fora, que surge como uma força
momentânea que pode ser eliminada com um ato motor, a pulsão é uma força
constante, da qual é impossível fugir. Estes impulsos internos têm o caráter de
necessidade, é um imperativo, e implicam em uma satisfação para reduzir o
seu nível de tensão. A satisfação obtida, no entanto, nunca é capaz de eliminar
o estado de tensão.

A meta da pulsão sempre é a satisfação, alcançada pela supressão do estado


de estimulação na fonte da pulsão. Neste sentido ela é invariável, mas os
caminhos que a conduzem são vários, havendo inclusive alvos intermediários
que podem se combinar ou mesmo se permutar produzindo satisfações
parciais. A satisfação plena da pulsão é impossível de ser atingida, devido ao
seu caráter de força constante. A satisfação possível para a pulsão é sempre
parcial, resta sempre um excedente pulsional responsável por continuar
mantendo o sujeito em movimento. A constância da pulsão dispõe o homem
em um estado de exigência de trabalho, o induz a atividades complexas,
interdependentes, que transformam amplamente o mundo externo, produzindo
a cultura.
O objeto da pulsão é o que a dá consistência, é aquele através do qual a
pulsão pode atingir a sua meta. Ele é o componente mais variável da pulsão.
Pode ser uma parte do próprio corpo. Também pode ser muito transformado,
modificado nas vicissitudes pulsionais. Ele é o que permite acesso ao
mecanismo da pulsão.

Por fonte compreende-se o processo somático num órgão ou parte do corpo,


cujo estímulo é representado na psique pela pulsão. A diversidade das fontes
pulsionais não implica em pulsões qualitativamente diferentes, o que diferencia
as pulsões para Freud é a magnitude da excitação.

Neste momento de sua obra, Freud trabalha com a dualidade pulsional através
das pulsões do eu e das pulsões sexuais. As pulsões do eu estariam a serviço
da conservação do indivíduo, enquanto as pulsões sexuais se voltam para a
sexualidade. As vicissitudes são modalidades de defesa contra a pulsão. No
texto Freud aponta quatro destinos para as pulsões sexuais: Reversão ao
contrário; O voltar-se contra a própria pessoa; A repressão; A sublimação. Nos
concentraremos em explicar um pouco os dois primeiros destinos.

Na reversão ao seu contrário o que ocorre é uma inversão no sentido da


pulsão. Este processo de transformação pode ocorrer de duas maneiras: como
mudança de objetivo ou de conteúdo. A transformação de objetivo é o que
ocorre na inversão da atividade para a passividade. É o que ocorre nos pares
de opostos sadismo-masoquismo e voyeurismo-exibicionismo. O objetivo ativo
de causar sofrimento ou olhar é substituído pelo passivo, ser maltratado ou
olhado. Já a transformação de conteúdo ocorre no caso específico do amor e
ódio.

O destino de voltar-se contra a própria pessoa também coincide com este


mesmo processo de transformação do sadismo em masoquismo. A passagem
do sadismo para o masoquismo implica em uma mudança de objeto: a própria
pessoa assume o lugar do outro a quem era direcionado o sofrimento. Este
mudança de objeto não implica, necessariamente, na mudança da atividade
para a passividade. No caso da neurose obsessiva, por exemplo, há o retorno
para a própria pessoa sem transformação da atividade em passividade, uma
vez que é o próprio sujeito obsessivo o responsável por causar-lhe sofrimento.
Diferente do que ocorre no masoquismo, onde outro sujeito é buscado para ser
colocado no lugar do agente da ação. A transformação de sadismo em
masoquismo, deste modo, combina as duas vicissitudes da pulsão: a reversão
ao seu contrário e o voltar-se contra a própria pessoa.

 Recalque

No processo do recalque uma representação com um forte investimento


pulsional e pertencente ao sistema inconsciente procura uma expressão
consciente. Ao tentar transpor a passagem do sistema ics para o pcs ela é
barrada ou enviada de volta para o ics. O recalque consiste, desta forma, em
rechaçar algo da consciência e manter afastado dela. Mas porque um montante
pulsinal, cuja meta é o prazer, a satisfação, se tornaria inoperante? Freud
afirma que, nestes casos, o caminho até a satisfação pulsional causaria mais
desprazer do que prazer de alcançá-la. Quando o desprazer fruto da satisfação
é maior do que o prazer há a condição para o recalque. Há, portanto, um
desinvestimento Pcs/Cs e um reinvestimento Ics desta representação. O
sistema Pcs/Cs exerce uma repulsa e o Ics atrai. Ao sofrer o recalque a
representação permanece ativa no ics, se desenvolvendo e se transformando,
produzindo derivados, até que pela distorção e pela distância em relação ao
recalcado original conseguem acesso ao Pcs.

O mecanismo do recalque implica em um alto gasto energético. O recalcado


continua exercendo pressão para chegar à consciência e a força do recalque
precisa fazer uma contra-pressão para mantê-lo inconsciente. Quando o
investimento atinge um nível alto de energia o mecanismo do recalque não é
mais suficiente para manter a idéia inconsciente, ela sofre uma transformação
e acaba chegando à consciência.

Por recalque primário Freud compreende uma condição necessária a todo


recalcamento, que consiste em negar ao representante da pulsão o acesso à
consciência, neste caso o recalcado é representante da pulsão inconsciente
por excelência. O recalque secundário é o processo através do qual as idéias
derivadas do representante pulsional continuam mantidas inconscientes pelo
ato da censura exercida pelo pré-consciente. O recalcado original estabelece
com todas as suas idéias derivadas uma força de atração que as mantém
inconsciente. Quando uma idéia associada a um representante pulsional
começa a ganhar uma quantidade considerável de energia que a impele para
atingir a consciência, o mecanismo do recalque lhe puxa novamente para o
inconsciente.

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