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OS PENSADORES , XLVH WALTER BENJAMIN MAX HORKHEIMER THEODOR W, ADORNO JURGEN HABERMAS TEXTOS ESCOLHIDOS Sogo de Zelto Lopari(Horkheiner, Adorn, Hebermas) ¢ Ola B Foch ‘Arnts (Benjamin texts de Adorno sobre Esta) (Sa EDITOR: VICTOR CIVITA ‘Titlos iia: “Testos de W. Benjsnn: Das Kuster in Zetalter seiner tecaiachor ‘Reproduleearket — Ueber einige Motives be Baudelaire — Der Ereathler Der Sarai. Testes de M. Horheimer: Tradionale ‘nd she Theorie — Pilosopie und kiisehe Theorie. — Me Horkneimere "T-Adorao: Beg er AufMacrung. Texts deT.Adormo: Ueber ‘en Fetschcharaier in Gr Musk und ie Regression des Hoerens — Rede weber rik und Geslichaft — Dee Posiismsseit in er deutschen Sornlogie: Bnleung. — Tests de 4. Habeomas: Analtsche WisseschaRslchre und Dslektk — Eekensnis und Inceresse—~ Teebi nd Wisenschaf als “deologi" 1 igo - agosto 1975 ‘© Copyright desta ego, 1975, Abril $A. Culture Industri, So Pasi, “evans pulicados com Ucengs de: Subrkamp Veg, Frankfurt ‘um Main (Das Kenstwerk in Zeal ene eonlchen Reprodcerbarkl ‘Weber ciige Motivon bel Baudelaire; Des Ercahtr, Der Surrealism; Rede ber Lyk and Gevelschafl renal wd Ieee: Tochntk und Wissenschaft as "aeologte S.Fiechec Vetlag Frankfurt am Main (ceri der Aujklerang: Tradiionlle lund rinsche Theorie; Phlophie od kritsche Teore: Hernan Lishtsmhand Verlag, Darmstadt vad Newied(Anaiteche rssenschafslare ud Dilek Binlun: Vandenhoock una Rupes, Goeting=n (Weber den Fetsehcharater in der Mn und de Regresion ir Hoeven). “Tradogto plieaa com lceng da EaitoraCiviizapio Bras, Rio de ancio (A abra de aren pocu de suas ences dereprodus). Dirstosexclurvor sobre ar demas rages constanee ese volume, 1975, Abl S.A. Culucle Insta, So Paulo Sumario WALTER BENJAMIN, [AOBRA DE ARTENA BPOCA DE SUAS TECNICAS DE REFRODUCAO SOORE ALGUNS TEMAS EM BAUDELAIRE OSURREALISMO ‘CoNcETO DE ILuRAESMO = TEORIA TRADICIONAL ETEORIACRITICA FILOSOFIA ETEORIA CRITICA CO FETICHISMO NA MUSICA A REGRESSKO DA AUDICRO CCONFFRENCIA SOBRE LIRICA F SOCIEDADE INTRODUGAO A CONTROVERSIA SOARE 0 POSITIVISMO Na SOCIOLOGIA ALENK JORGEN HAMERMAS. TTEORIA ANALITICA DACIENCIA EDIALETICA ‘CONHECINENTO F INTERESSE ‘TECNICA ECIENCIA COMO “IDEOLOGIA" 35 6 83 95 97 123 1s 163 m 173 201 215 265 267 291 303 ‘TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA* A questio — 0 que € teoria — parece nio oferecer maiores difculdades dentro do quadro atual da ciéncia. No sentido usual da pesquisa, teoria equivale uma sinopse de proposigdes de um campo especializado,ligadas de tal modo entre si que se poderiam deduzir de algumas dessas teotias tadas as demais. ‘Quanto menor for o nimero dos prinefpios mais elevados, em relacio és conclu s6es, tanto mais perfeita serd a teoria. Sua validade real reside na consonancia, das proposiedes deduzidas com 0s fatas ocorridos. Se, a0 contrari, se evidencia ccontradigSes (Widersprucche) entre a experiéneia © a tooria, uma ou outra tera que ser revista. Ou a observagio fo falha, ou ha algo diserepante nos principios teéricos. Portanto, no que conceme aos fatos, a teoris permanece sempre hipoté- ica. Deve-se estar disposto a mudécla sempre que se apresentem inconvenieates za utilizagio do material. Teoria € 0 saber acumulado de tal forma que permita ser este utlizado na caracterizagdo dos fatos tio minuciosamente quanto possivel. Poincaré compara a ciéncia com uma biblioteca que deve erescer incessante- mente. A fisica experimental desempenkia 0 papel do bibliotecdrio que realiza, as aquisigdes, isto & que enriquece o saber, trazendo o material. fsica matemi tica, teria da eiéncia natural em sentido mais estrito, tem a tarefa de catalogar. Sem o catilogo ndo se poderia fazer uso da biblioteca, apesar de toda a sua riqueza. “E este, portanto, o papel da fisica matemitica: deve dirigir a generaliza- 40 de tal forma que (...) aumente a sua efieécia”.* O sistema universal da iéncia aparece af como a meta da teoria em geral. Néo se restringe mais a uma rea particular, mas abrange todos os objetos possiveis. Ao fundar as proposigSes feferentes ramos diversos nas mesmas pressiposigdes,*elimina-ce a separago as cigncias. O mesmo aparato conceptual (begrifficher Apparat) empregado na eterminagio da natureza inerte serve também para classificar a natureza viva, ppodendo ser uilizado @ qualquer momento por toda pessoa que tenha aprendido © seu manejo, sto &, as regcas da dedugio, © material significante, 08 métodos de comparagio de proposigées deduzidas com constatagies de fatos, ete. Mas estamos longe deta situagio, Esta é,em linhas gerais, a representagdo (Vorstllung) atualmente difundida da esséncia (Wesen) da teoria. Essa representagio encontra em geval sua origem * Tradsito de ognslslemdo: “Trdalanle wn isice Thai". em Kriishe Thor, ie ‘Dolamerion Frank tam Ma, 1968, 8. Fcher Vere lp. 137191. abla pla pm ve (© Zehir Sorllerschar 00 VM 195796. 245.284 (80) quisond “prmisa. 20 ee de Aled Shit. (N. don T) 126 HORKHETMER nos primérdios da filosofia moderna. Descartes assinala na terceira maxima de seu método ciemtifico a decisio “de conduzir a ordem de acordo com os meus ppensamentos, portanto, comegando com os objetos de conhecimento mais ficil «simples, para entao subir, por assim dizer, gradualmente, até chegar a conhecer fos mais complesos, pressuponda nesses objetos uma ordem que nao sucede de uum modo natural”. A dedugéo tal como & usual na matemética deve ser estendida 4 totalidade das cigncias. A ordem do mundo abre-se para uma conexio de dedu- (q0es intelectuais (deduktiven gedanklichen Zusammenhang). "As longss cadeias formadas por motives racionais, de muito simples e ficil compreensao, habitual- mente utiizados pelo geémetra para cheyar as mais diffeels demonstragdes, me levaram s imaginar que todas as coisas que possam ser do conhecimento do ho- ‘mem se encontram na mesma relagio, e queyatendo-se apenas em nio considerar verdadeira uma coisa que nfo o seja, e mantendo-se a ordem que & necessavia para dizer uma coisa da outra, no pode haver nenhum conhecimento que, por mais distante que i. Max Wer, Kae tae af om Gobi dr kuitenchatlices Lapin Gesrnde Auten Teanga, 122 pp. tse (Neo A) ‘y Nasinnagio™ nace de A Sebi Ms) Seger vomel dea Seba doe) 130 HORKHEIMER que para o proprio cientista s6 os motives imanentessejam vilidos como determi ‘nantes, novas tess se impoem e se enquadram nas conexdes histricas coneretas. Isto nao & negado pelos epistemélogos modernos quando pensam mais em génio «© acaso do que nas zelagdes sociais, também no que se refere aos fatores extra ciemtificos decisivas. No século XVII, a0 invés de resolver as dificuldades nas ‘quais 0 procedimento gnosiol6gico de astronomia tradicional havia se envolvido tentando superi:-las por meio de construgdes ldgicas, passou-se a adotaro sistema ‘copetniciano. Este fato nio se deve apenas as quslidades Yogicas deste sistema, ‘como sua simplicidade, por exemplo. Mesmo as vantagens que estas qualidades representam conduzem a base da praxis daquele periodo historico. O modo pelo {qual o sistema de Copérnico, que era pouco mencionado durante o sécvlo XVI, tornou-se um poder revolucionério. constitui uma parte do processo social. no ‘qual o pensamento mecinico passa s ser dominante."? Contudo aio é 9 para too- Flas tio extensas, como o sistema copericiano, que @ mudanga da estrucura cientifica depende da respectiva situagao social: isto se fz presente também nos problemas especiais da pesquisa cotidiana, Nao se pode de forma alguma deduair simplesmente da situagdo légica se a descoberta de novas variedades em campos isolados da nstureza orginica ousinorginica, seja.em laboratério-quimico ou.em pesquisas paleontol6gicas, implicaré na alteraco de antigas classificagées ou no surgimento de novas. Os epistemélogos costumam neste caso reeorter a um con ccito aparentemente imanente & sus ciéncia — 0 conceito de conveniéncia (Zweckmaessigkeil). Se e como novas sio formuladas convenientemente, isto.na vverdade, ndo depende s6 da simplicidade ¢ ds coeréncia do sistema, mas também, centre outras coisas, da diresio e dos objetivos da pesquisa que no explica © io pode tomar nada inteligivel por si mesma. Tanto quanto a influéncia do mate rial sobre a teoria, aplicagio da teoria 20 material nfo & apenas tum processo intracientiico, mas também um processo social. Afinal a relagio entre hipdteses € fatos nao se realiza na cabega dos cientstas, mas na indistria. As regras como, por exemplo, a de que 0 aleatrio de hulha quando submetido « determinadas reagdes desenvolve um corante, ou a de que a nitroglicerina, o salitre e outros elementos possuem grande forca explosiva, constituem um saber acumulado que Eaplicado efetivamente aos fatos no interior das fabricas dos grandes trusts." * entre as diferentes escolas filos6ficas parecem ser particularmente os posi- tivistas e pragmaticos que tomam em consideragio o entrelagamento do trabalho te6rico com 0 processo de vida da sociedade. Eles assinalam como tarefa da cién cia a previsio e a utilidade dos resultados. Na realidade, este cardter resoluto, a crenga no valor social da sus profissio, é para o cientista, todavia, um assunto privado, Ble pode crer tanto num saber independente, “supra-social” e desligado, ‘como no significado social da sua esoecialidade; esta oposigio na interpretagao nio exerce a minima influéncia sobre a sua atividade pratica, O cientista e sua "ee proceso fi expt por 1. Gavan em seu ei “Die gelchatliches Grundlagen dr she, spi le Mu etch hr Soe He panaeot e A Sahni (N.S) ‘TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA 131 cincia esto atrlados ao apartho social, suas realizagdes constituem um mo: mento da autopreservagio e da reprodugio continua do existente,independente- mente daquilo que imaginam a respeito disso. Fles tém apenas que se enquadrar 0 seu “concsto”, on sea, fazer teoria no sentido descrito acima, Dento da div So social do trabalho, o cientsta tem que conceber e classiicar** os fates em Ordens conceitusise dispé-los de tal forma que ele mesmo ¢ todos os que devem utidlospossam dominar os fatos o mais amplamentepossivel. Deno dacién- ‘sia:o-experimanto-tem 0 sentido de constatar 0s fatos de tal modo que sea pari ularmente adequado a respectvasituagdo da tori. O material em ftos, a maté via, 6 fornecida de fora. A ciéncia proporciona uma formulagao clara, bem visivel, de modo que se possam manusear as conhecimentos como se qucira, Nao importa -se-setrata de exposigo da matéra, como na histriae partes desertivas de outras ciénciss parculares, ou de sinopse de grandes quantidades de dads e obtengo de regras gerais, como na fica; para o cientista a tarefa de registro, modifcagi ds forma ¢ racionalizagio total do saber a respeito dos fats € sua espontane dade, € a sua stividade teria, © dualismo entee pensar e se, entendienento & percepeio, he é natural. ‘Arepresentago tradicional de teoria € ebstraide do funcionamento da cién- a, tal como este ocorr a um nivel dado da divsio do trabalho. Ela correspond ‘a aividadevientes tal como & executada 20 lado de todas as demaisatvidedes sociais, em que a conexao entre as atividadesindividuais se torn imediatamente transparente. Nesta fepresentagio surge, portato, no a funglo rel da eiéncia ‘nemo que a Lcoria significa para a exstencia humana, mas apenas oque significa na esfernisolada em que & fit sob as condiges hstdricas. Na veedade, a vida da Sociedade € um resultado da totalidade do trabalho nos diferentes ramos de profissao, e mesmo que a divsao do trabalho funcione mal sob o modo de produ- lo capialisa, os seus ramos, dene cles a cnc, néo podem ser vistos como futénomos e independentes, Estes constituem apenas particularzagSes da ma neira como a sociedade se defronta com & natureza e se mantém nas formas da as. Sio, portanio, momentos da processo de produeio social, mesmo que, pr0 priamente fala, sejam pouco prodativos ou at® improdutives. Nem a etrutura a produgio industrial e agrévia nem a soparagio entre fungdes diretoras e far- ies exeoutivas, entre servigos e trabalhos, ene alividade intelectual e atvidade ‘manual, consttvem relagSes etemas ou natuais, pelo contraro, estas relagdes émergem do modo de produto em formas deverminadas de sociedad. A eparente autonomie nos provessos de trabalho. cujo devorrer se pense provr de uma essén cia interior so seu objeto, coresponde& iusio deliberdade dos sujeitos econ 03 na Sociedade burguesa. Mesmo acs célculos mais complicados, eles sio ex poentes do mecanismo social invisivel, embors creiam agi segundo suns decisdes individas ‘A autoconsciéneia ernea dos cintistas burgueses durant aera liboralista aparece nos mais diferentes sistemas flosdficas, Pade-se encontrar uma expansio 1 ana ode, Sebmit (Noe) 132 HORKHEIMER, bbem precisa disso no neokantismo do estilo da escola de Marburg, na passagem do século. Alguns tracos da atividade teérice do especialista sio transformados fem categorias universais, por assim dizer, em momentos do espirito universal, do fégos eterno. ou, antes, tragos decisivas da vida social slo reduzidos a ativi- dade teSrica do cientista. A “forga da gnose” passa a ser chamada “Torga da crigem”. Por “produzis” (Erzeugen) passa-se a entender a “soberania criadora do pensamento”, No momento em que algo aparece como dado, tem que ser possivel — pensam os referidos cientistas — constituie todas as determinagdes deste algo a partir dos sistemas (eSricas, em dltima instincia, a partir da matemé tea: todas a8 dimensées finitas podem ser deduzidas do coneeito do infinitamente Pequeno, por meio do eéleulo infinitesimal, e justamente isso € a sua “produc” Erzeugung). 0 ideal & 0 sistema unititio da cigacia que, nesse sentido, € todo-po- serosa. E porque no objeto tudo se resolve em determinagées intelectuais, o resul lado ndo representa nada consistente e material: a fungio determinante, classifica dora ¢ doadora de unidade, & # tinica que fornece a base para tudo, e a Gnica que 0 csforgo almeja. A producdo & produgdo da unidade, a propria produgio £ produto.'* Segundo esta logica 0 progresso da consciéncia de liberdade con: siste propriamente em poder expressar cada vez melhor. na forma de quaciente dlferencial,o aspecto do mundo miserivel que se apresenta aos olhos do cientsta Enquanto 2 profissao do cientista representa efetivamente um momento ni inde- ppendente no trabalho e na atividade historica do homem, ela & colocada no lugar deles. Na medida em que o entendimento deve deteratinarefetivameate os sconte- cimentos, numa sociedade futura, esta hypdstasis do Iégos como realidade efetiva também uma utopia travestida, Todavia a ciéncia natural matemética, que apa Fece como Idgos eterno, ndo & que consttui atualmente 0 autoconhecimento do homem, mas a teoria ertica da sociedade stual, teria esta impregnada do interesse por um estado racional ‘A consideragio que isola as atividades particulares e os ramos de atividade Juntamente com os seus conteidos ¢ objetos necessita, para ser verdadeira, da ‘onsciéncia concreta da sua limitagio. E preciso passar para uma concepedo que limine a parcialidade que resulta necessariamente do fato de retirar os processos parciais da totalidade da prdxis social. Na representagio da teoria, tal como ela se apresenta a0 cientsta, como resultado necessério de sus propria profissio, 8 relagao entre fato e ordem conceitual oferece um importante ponto de partida para tal eliminagio. A gnosiologia dominante reconhece também a problematica essa relagdo. Tem sido salientado constantemente que os mesmas objetos que ‘constituem problemas numa disciplina, para os quais uma solugdo é remota, si0, accitos como fatos consumados em cutras disciplinas. Nexos que na fisica so temas de pesquisa, na biologie sio considerados como pressuposicio cvidente [Na prépria biologia acontece 0 mesmo com os processos fisiolbgicos em relagio aos processos psicolégicos. As cigacias sociais tomam a totalidade da natureza humana ¢ extrachumana como dada e s@ interessam pela estrutura das selagdes CEH. Cohen Leg dr ns Erk, Btn. 19.99.29 e868. 40 A) TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA, 133 entre homem ¢ natureza e dos homens entre si. Nao & por meio dessa referéncia A relatividade da conexio entre pensamento tebrico & fatos, imanentes & ciéncia Dburguesa, que se dio desenvolvimento do conceito e teoria, mas por uma ponde~ ragiio que nao tange unicamente a0 cientsta, mas também a todos os individuos comoscentes ‘A toralidade do mundo perceptive, tal como existe para o membro da socie- dade burguese e tal como € interpretado em sua reciprocidade com ela, dentro 4a concepgio tradicional do mundo, & pars seu sujeto uma sinopse de faticida ess esse mundo existe e deve ser accito. O pensamento organizador concernente ‘cada individuo pertence as reagées sociais que tondem a se ajustar is necessca des de modo 0 mais adequade possivel. Porém, entre individuo e sociedade, existe uma diferenga essencial, O mesmo mundo que, para o individuo, € algo em si existente e que tem que captar ¢ tomar em consideracio é, por outro lado, na Figura que existe e se mantém, produto da praxis social geral. O que percebemos no nosto meio ambiente, as cidades, povoados, campos e bosques trazem em sia marea do trabalho. Os homens ndo sio apenas um resultado da historia ‘em sua indumentiria ¢ apresentagio, em sua figura e seu modo de sentir, mas lambém 2 maneira como véem ¢ ouvem é insepardvel do processo de vide social tal como este se desenvolven através dos séculos. Os fatos que as sentidos nos fornecem si pré-formados de modo duplo: pelo eater histrico do objeto perce- bido e pelo cardter historico do Srgio perceptive, Nem um nem outro so mera- mente naturais, mas enformados pela atividade humana, sendo que o individuo s© antopercebe, no momento da percep, como perceplivo e passivo. A oposi ‘io entre passividade e atividade que ns gnosiologia surge como dualismo da Sensibilidade e entendimento nao € valida para a Sociedade na mesma medida fem que é vélida para o individuo, Enquanto este se experimenta como passivo ce dependente, a sociedade, que na verdade é composta de individuos, &entretanto um sujeito ativo, ainda que inconsciente e, nessa medida, inauténtico. Esta die renga na existéncia do homem e da sociedade & uma expressio da cisio que no ‘passado e no presente tem sido propria ds formas sociais da vida social. A existén cia da sociedade se baseou sempre na oposigio direta, ou & resultado de foreas contrarias; de qualquer modo nio €0 resultado de uma espontaneidade consciente de individuos livres. Por isso altera-se o significado dos conceitos de passividade 2 de atividade, em conformidade com a sus aplicagdo 4 sociedade ou ao indivi ‘duo. No modo burgués de economia (buergerliche Wirtsschafiswelse) a stividade da sociedade & coun e concreta, ea do individuo & abstrate e conseiente ‘A produgio bumana contém também sempre algo planificado. Na medida fem que o fato surge como algo exterior que se acrescenta & teoria, & portanto necessirio que contenka em sirazdo (Vermun/t), mesiio que num sentido limitado. Com efeito, o saber aplicado e disponivel esté sempre contido na prévis socisl; em conseqiiéncia disso 0 fato perecbido antes mesmo da sua elaboracao te6rica consciente por um individuo cognosvente, ji esti codeterminado pelas representa g8es € conceitos humanos. Nao se deve pensar aqui apenas nos experimentos da ciéncia natural. A assim chamada pureza do processo efetivo que deve set 134 HORKHEIMER alcangada pelo procedimento experimental esti ligada a requisitos téenicos, cuja conexio com 0 provesso material de produgao é evidente, Todavia se confunde facilmente a questio dz mediaglo do fato pela praxis social como um todo com a questdo da influéncia exercida pelo instrumento medidor sobre o objeto obser vvado, ou seja, com um método particuler. O siltimo problema com que a prépria, Fisica se ocupa continuamente nao est4 menos ligado com o problema aqui levan- tado do que com a perceppio em geral, inclusive a percepeo catidiana. O pr6prio aparelho Fsiolégico dos sentidos do homem trabalha ja hi tempos detalhad: mente nos experimentos fisicos. A maneira pela qual as partes so separadas ou Feunidas na observagao repistradora, o modo pelo qual algumas passam desperce- bidas © outras so destacadss, €igualmente resultado do moderno modo de produ- ‘do, assim como a percepeio de um homem de uma tribo qualquer de cagadores bu pescadores primitivas & 0 resultado das suas condigdes de existéncia, e, por tanto, indubitavelmente também do objeto. Em relagdo a isso poder-se-ia inverter 1 frase: as ferramentas so prolongamentos dos Grgios humanos, na frase: 05 Srgdos slo também prolongamentos das ferramentas. Nas etapas mais elevadas da civilizagdo a prévis humana consciente determina inconscientemente no ape nas © lado subjetivo da percepeo, mas em maior medida também 0 objeto. O que 0 memibro da sociedade capitalista*? vé diariamente & sua volta: conglome- rados habitacionais, [Sbricas, algodao, gado de corte, seres humanos, ¢ nfo 36 estes objetos como também os movimentos, nos quais so percebidos, de trens subterrineos,elevadores, automéveis, avides, ete. tem este mundo sensivel os tra 508 do traballo conseiente em si; nao € mais possivel distinguir entre o que per- lence & natureza inconseiente « © que pertence & préxis social. Mesmo quando se trata da experiéncia com objetos naturais como tal, sua naturalidade & determi- nada pelo contraste com o mundo social, e nesta medida dele depende, Contudo o individuo registra a realidade efetiva sensivel como mera seqiién- cia de fatos nas ordens concetuais. Sem diivida, estas também se desenvolveram fem conexio reciproca com 0 processo vital da sociedade, Quando ocorre par isso a classiicagdo nos sistemas do entendimento, o julgamento dos objetos, 0 gue se di em geral com grande evidaacia © em apreciével concordancia entre (os membros da Sociedade dada, essa harmionia entre a percepedo eo pensamento ‘vadicional, como também entre as ménadas, isto 6, entre os sujeitas cognoscentes individuais, nfo & um fato metafisico acidental. O pader do bom senso, do com- ‘mon sense, para 0 qual nao existe segredos, mais que isto, a validade geral das intuigdes'* em campos que nao estio dirctamente relacionados com as lutas sociais, como & o caso das ciéncias naturais. € condicionada pelo fate de que (© mundo-objeto (Gegensiandswel) a ser julgado advém em grande medida de uma atividade determinada pelos mesmos pensamentos, gracas & qual o poder reconhecido € compreendido no individuo, Este fato & expresso na flosofia kan: ana de forma idealista. Segundo Kant, a doutrina da sensibilidade meramente 2 scalded i de AS (N. 6) "+ syle pr date nt oS N88) ‘TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA 135 passva e do entendimento ativo amadurece « segunte questio: donde oentendi- mento reir a previsio segura de, segundo as suas regres, se ocupar para todo o sempre do miliplo que & dado na sensibilidade? Ele combate veementemente 2 cece de uma hatmonia precstabelecida, de um “sistema de pré-formagdes da razdo pura”, na qual as tegras certamenteseriam inatas a0 pensamento, forma die 0s objeios teria que se enquadrar nefas."® Sua explicagao & a de que as aparéncias sensves do sujeito transcendental & estao portanto etormadas (ge Jorn) através da aivicade racional quando registradas pela percep oe julgadas ‘com conscifaca.?® Nos eapiulos mais importantes da Critica da Razao Pura Kant feniou fundamentar com maior precisio esa “afnidad transeendental essa determinidade (Berinmuei) subjetiva do material sensive, sobre a qual 0 individvo nada sabe. De acordo com a propria intuigio®” kantana, as partes princpeis da ded Gio € do esqueratismo dos coneeitos puros do entenciento aqui referids ta zem em si a dilfculdade e @ obscuridad, es quais podem estar ligadas ao fato de ele represeaar a alvidadesupraindividea,inconstiente 20 sujeito empitio, apenas na forma ideaisa de uma consciacia em si, de uma instncia puramente «spiritual. De acordo com a visio todrieageral, possvel em sua épocs, ele cons deta realidade nfo como produto do tabalho social, eadtico em sev todo, mas individualmenteorintado para objetivos certos. Onde Hegel ja vé a astcia de tima razio obetva, pelo menos ao nivel histrico, Kant vé “uma arte oculta nas profundidades da alma humane, cujo manejo verdadero n6sdifiilmente ar rancaremos da natureza, eolocando-a a descoberto diante dos lhos”.*? Em todo © caso ele compreendeu que ars da diserepincia entre fato teria que o cen tstaexperimenta em sua oeupapio especilizads, existe uma unidade protand 2 subjetvidede geral de que depende & copnigéo (Erkenner) individual. A tiv dade social aparece como poder transcendental, iso &, como supra sumo de fto tes espinitais, A afirmagdo de Kant de que a eccin desta atividade estéenvol vida por uma obscurdade, ou sea, apesar de ta a racionalidade iracionsl no dexa deter um fundo de verdade. O modo burgués de economia no & orien tado por nenhum planejamento nem € orientado conscentemente pera um obje- tivo gral, apesar da pespiccia dos indviduos concorrentes; a vida do todo re- sulta numa figura deformads, como que pot acaso, mesnio assim sob enormes atritos. As difeuldades inteas que acompantam 08 conesitos mais elevados da flosofia kantiana, prncipalmente o Eu da subjetividade transcendental, a aper cepgio pura ou originale & conseincia em si testemunham « profundidade & sincerdade de seu pasamento, O duplo carsterdestes concitos kanianos, que mostram por um lado 2 méxima unidade e orienta, e, por outro lado, algo "ki der ena Penn Tranerondonae Dek der rien Veruondebagfe 2! e 82. BisiiNao Ay 1 tit Zar Dedekind en Vesiandeberi, Lec 2. “Abaco, 4 Vorealige Elerng der Mongol er Kecpven se Etenissce pA O.(N. 60 A) 3 Seino ppt Kant” sed de A Scie (Neb) 2 aid Vode Schema drain Vosan dade B USL (N- do A) ANA ooo 136 HORKHEIMER, de obscuro, de inconseiente, de intransparente, define exatamente a forma contra dlitoria da atividade humana nos Gltimos tempos. A ago conjunta dos homens na sociedade & 0 modo de existéncia de sua razio; assim utilizam suas forgas ‘econfirmam sua esséncia. Ao mesmo tempo este processo, com seus resultados, E estranho a eles priprios; parece hes, com todo 0 seu desperdicio de forga de trabalho ¢ vica humana, com seus estados de guerra ¢ toda a miséria absurda, uma forga imutivel da natureza, um destino sobre-humano, Esta contradigio & ‘mantidla na filosofia tebrica de Kant, na sua anilise da gnose. A problemética rnio solucionade da relagio entre atividade e passividade, entee 0 @ priori e 0 dado sensivel, entre Hlosofiae psicologia, ndo & por isso uma insuficiéacia subje- tiva mas, ao contririo, uma insuficiéncia necessariamente condicionada.?? Hegel desyelou e desenvolveu essas contradigdes, mas por fim as concilia numa esfera spiritual mais elevada. Ao colocar o espirto absoluto como eminentemente real, Hegel se livrou do embarago, do sujeito universal, que Kant havia afirmado, mas no conseguiu caracterizilo corretamente. Segundo ele, 0 universal ja se desen- volveu adequadamente, ¢€ idéntico aquilo que ocorre. A razao nao precisa mais, ser meramente critica consigo mesma, ela se tomou afirmativa com Hegel antes mesmo de ser possivel efirmar a realidade como racional. Em vista das contradi- ‘es da cxisténcia humana, que continua efetivamente existindo, ¢ em vista da ebilidade dos incividuos diante das situagées criadas por eles prOprios, esta solu ‘glo aparece como uma afirmagdo privada, com 0 pacto de paz pessoal Jo filsofo com um mundo inumano. ‘A classticagio de fatos em sistemas conceituais ja prontos ¢a revisio destes através de simplifcagio ou eliminagio de conteadigdes & como foi exposto cima, uma parte da prévis social geral. Sendo a sociedade dividida em classes © grupos, compreende-se que as construgdes tebricas mantém relagbes diferentes ‘com esta préxis geral, conforme a sua filiagdo a um desses grupos ou clastes, Enquanto a classe burguesa ainda se encontra em formagio sob uma ordem social feudal, a teoria puramente cientifica que surgia com ela tinha em relaglo & sua Epoca uma tendéncia fortemente agressiva contra a forma antiga da praxis, No Iiberalismo ela earacterizou o tipo humano dominante. Hoje © desenvolvimento nido € determinado tanto pelas existéncias médias que na sua concorréncia sio obrigadas a methorar o aparelho material de produgdo e seus produtes, quanto pelas oposigdes em nivel nacional e internacional de camarilhas de caciques (Fuehrereliquen) nos diversos escalses da economia ¢ do Estado. Na medida em ‘que 0 pensamento tebrico aio se relaciona com fins muito especiais ligados a ‘essas Lutas, sobretudo com a guerra e sua indistria, diminui o interesse por esse Pensamenio. Nao se emprega mais tanta energia em formar e desenvolver a capa: idade de pensar, independente de seu tipo de aplicago. Contudo, estas diferen 528, as quais se poderiam juntar muitas outras, nao impedem que uma fungio social positiva seja desempenhada pela teoria na sua figura tradicional, pela ava: lingo existente ita por meio de um instrumento tradicional de conceitos ¢ ju: > “inucléca maternal) ascii” de A chi (oe) TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA 137 295, ainda atuante na consciéncia mais simples, e,além disso, pela agio reciproca que ocorre entre os fatos e as formas tebricas por motivo das tarefas profissionais cotidianas. Desta atividade intelectual passaram a fazer parte as necessidades © fins, as experiéncias e habilidades, e os costumes e tendéncias da forma atual de ser bumano. Como se fora um instrumento material de produgéo, ela repre: senta, segundo as suas possibilidades, um elemento no s6 do presente, como também de um todo mais justo, mais dferenciado e culturslmente mais harmé: nico. No momento em que 0 pensamento tebrico deixa de se adaptar consciente ‘mente a interesses exteriores, estranos ao objeto, ese atém efetivamente aos pro- blemas tal como eles aparecem diante deste pensamento, em conseqiéncia do desenvolvimento da sua especialidade, que em conexdo com iss0 langa novos pro- blemas e modifica conceitos antigos onde isso se faz necesséio, pode com direito ver as realizagdes na técnica e na indistia da Epoca burguesa como sua legitima- ‘gio e estar seguro de si mesmo. Sem divida o pensamento tebrico compreende ‘si mesmo como hipétese e mio como certeza. Mas este carter hipotético & com- pensado de algum modo. A inseguranga no é maior do que deve ser, se se leva fem conta os meios intelectuais « téonicos existentes, que tem em geral sua utili- dade comprovada, ¢ @ formulagio de tais hipéteses, por mais reduzida que seja ‘sua probabilidade, & considerada inclusive uma realizaglo socialmente necessi- ria e valiose, que de qualquer maneira no & em si hipotética. A formulagao de hhipéteses, a realizacdo teérica em geral & um trabalho para o qual existe possbili- ‘dade fundamental de aplicagio, isto €, tem uma demands sob as concigdes sociais cexistentes. Na medida em que ele & pago abaixo do seu valor, ou ndo encontra ‘demanda, a Gnica coisa que Ihe pode acontecer € comparihar o destino de outros Urabalhos concretos, possivelmente itis, que sucumbem sob estas relagdes econd- micas.?# Estes trabalhos pressupdem contudo essas mesmas relagies que fazem parte da totalidade do processo econémico, tal como ele se desenrola sob condi- ‘g6es histéricas determinadas. Isso no tem nada a ver com a questio de se os prOprios esforgos cientiticos, em sentido estrto, so produzidos ou nao. Neste sistema existe uma demanda para um sem-nimero de produtos pretensamente cientficos. Eles recebem honorérios dos modos mais diversos, isto é, uma parte dos bens provenientes do trabalho efetivamente produtivo sio gastos com les, sem que isso altere um minimo da sua prdpria produtividade. Os esforgos inétels de certs setores da atividade universitaia como também a perspicdcia v8, 9 for magio, metafsica ov nao, de ideologias, assim como outras necessidades prove: nientes da oposigdo das classes,? tém sua importancia social sem corresponder fetivamente no perfodo atual aos interesses de alguma maioria notivel da socie dade. Uma atividade que contribui para a existéncia da sociedade na sua forma «dada nfo precisa ser absolutamente produtiva, ito &, ser formadora de valor para uma empresa. Apesar disso ela nio pode pertencer a esta ordem [social] ¢, com isso, toma possivel, como é realmente o caso da citncia especializada, aye sume s00 etn econo A Ssh. 4087) 4 seseages proven Se por soit eA Sahni (69) 138 HORKHEIMER Mas existe também um comportamento humano** que tem a prdy dade como seu objeto. Fle nfo tem apenas a intenglo de remediar quaisquer in convenientes; ao contritio, estes the parecem ligados necessariamente a toda or- ganizacio estrutural da sociedade. Mesmo que este comportamento provenha de estrutura social, no é nem a sus inteng@o consciente nem a sua importa ‘bjetiva que faz com que alguma coisa funcione melhor nessa estrutura. As cate- gorias: melhor, itil, conveniente, produtivo, valioso, tais como so aceitas nesta ‘ordem [sociall, so para cle suspeitas e na sao de forma alguma premissas extra cientiticas que dispensem a sua atengio critica. Em regra geral 0 individuo aceita nnaturalmente como prcestabelecidas as detcrminagées bésicas da sua existéncia, « se esforga para preenché-la, Ademais ele encontta a sua satisfagio e sua honra ‘a0 empregar todas as suas forgas na realizagio das tarefas, apesar de toda a critica enérgica que talvez fosse parcialmente apropriada, cumprindo com aff ‘a sua parte. Ao eontrisio, o pensamento eritico nfo conta de forma alguma nesta dicetriz, tal como & posta & mio de cada um pela vida social. A separagdo entre individao © sociedade, em virtude da qual os individuos aceitam como naturais as barrciras que séo impostas a sus stividade, ¢ eliminada®? na teoria eritica, ‘na medida em que ela considera ser 0 contexto condicionado pela cegs atuagio conjunta das atividades isoladas, isto &, pela divisio dada do trabalho e pelas diferengas de classe, como uma fungio que advém da ago humana e que poderia, estar possivelmente subordinada & decisio planificada ¢ a objetivos racionais Para 0s sujeites do comportamento critco, © carter discrepante cindido do todo social, em sua figura atual, passa a ser contradi¢ao consciente. Ao reco nhecer © modo de economia vigente¢ o todo cultural nele bascado como produto do trabalho humano, © como a organizagdo de que a humanidade foi capaz ¢ ‘que impés a si mesma na época atual, aqueles sujeitos se identiticam, eles mes ‘mos, com esse todo ¢ 0 comprcencdem como vontade ¢ razBo: ele &0 seu proprio ‘mundo. Por outro lado. descobrem que a sociedade € comparével com processos: naturais extr-humanos, meros mecanismos, porque as formas culturais baseadas fem Iuta e opressio ndo € a prova de uma vontade autoconsciente e unitiria. Em ‘outtas palavras: este mundo no & o deles, mas sim 0 mundo do capital. Al historia ndo péde até agora ser compreendida a rigor. pois compreensiveis sio apenas 0s individuos e grupos isolados, © mesmo esta compreensio nao se dé de uma forma exaustiva, uma vez que eles, por forga da dependéncia intema de uma sociedade desumana, sdo ainda fungées meramente mecinicas, inclusive na ago consciente. Aquela identiticagio é portaato contraditéris, pois encerra em si uma contradigao que caracteriza todos os conceitos da maneira de pensar eri fica, Assim as categorias econdmicas tais como trabalho, valor e produtividade sio para ela exatamente o que sio nesta ordem [social], e qualquer outra interpre {ago ndo passa de mau idealism. Por outro lado, aceltar Isso simplesmente apa. 2+ ke comport srk doomiata aes de compart eric” Mak & era” atta no senigo dn flee elit dt fan pra coma no seni Jo toe Galen eos pla eterno nces une prepedade senile ia ln de secede (8.00 A) WS elacademn teen eran oe A Sehe doe) ‘TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA, 139 rece como uma inverdade torpe: o reconhecimento critica das eategorias domi nantes na vida social contém ao mesmo tempo a sua condenagao. O caréter ialétco desta autocancepeao do homem contemporineo condiciona em Gltima instancia também a obscuridade de critica Kantiana da razlo. A rezio nio pode ‘tomar-se, ela mesma, transparente enquanto os homens agem como membros de tum organismo irracional. Como uma unidade naturalmentecresoente ¢ decadente, ‘0 otganismo néo é para a sociedade uma espécie de modelo, mas sim uma forma apatica do ser, da qual tem que se emancipar. Um comportamento que esteja ‘orientado para essa emancipacdo, que tenha por meta a transformagao do todo, pode servir-se sem divida do trabalho tebrico, tal como ocorre dentro da ordem desta realidad existente. Contudo ele dispensa 0 eariter pragmatico que advém do pensamento tradicional como um trabalho profissional socialmenté it (© pensamento te6rico no sentido tradicional considera, como ‘cima, tanto a génese dos fatos concretos determinados como a aplicago pr dos sistemas de conceitos, pelos quais estes fatos so apreendides, e por conse guinte seu papel na préxis como algo exterior. A alienagio que se expressa na los6fica a0 separar valor de ciéncia,?® saber de agir, como também utras oposigées, preservam o cientista dss contradigSes mencionadas « empresta so seu trabelho limites bem demarcados. Um pensamento que nfo reconega es ses limites parece perder suas bases. Que outra coisa poderia ser um método te rico, que em iitima instincia nfo coincide com a determinagao dos fatos dentro de sistemas conccituais diferenciados e bastante simplifieados, além de um diver- timento intelectual desorientado, em parte poesia racional, e em parte expressdo impotente de estados de espirito? A investigagao do condicionamento de fatos sociais assim como de teoria podem muito bem constituir um problema da pes quisa, inclusive um campo proprio do trabalho teérico, mas nso se vé por que este tipo de estudo deveria ser fundamentalmente diferente dos outros esforgos tebricos. A analise da ideologia ou a soviedade do saber, rtiradas da teotia dda sociedade e estabelecidas como ramos particulares de pesquisa, ndo se encon lam em oposigao ao funcionameata normal da cigncia ordenadors, nem quanto A sus esséncia nem em relagio a sus ambigdo. Nisso a autognose do pensamento & reduzida a revelagio das relagies enteeintuigSes?* e posigSes sociais. A estru ‘tara do comportamente critico, eujas intongSes ultrapassaram as da prévis social Gominante, nfo esta certamente mais préxima destus discipinas soviais do que das cigncias naturais. Sua oposigao a0 conceito tradicional de teoria nio surge nem da diversidade dos objetos nem da diversidade dos sueitos. Para os represen- {antes deste comportamento, os fats, tais como surgem na sociedae, frutos do ‘wabalho, nfo sio exteriores no mesmo sentido em que © sa0 para o pesquisador ‘ou profissional de outros ramos, que se imagina a si mesmo como pequeno cien- tista, Para os primciras 6 importante uma nova organizagao do trabalho. Os fatos concretos que esto dados na pereeppio devem despojar-se do cariter de mers faticidade aa medida em que, forem compreendidos como produtos que, como a asic vate de peagea" ode A. Shite (- fox) rages nr poe inicea poses ii na ede AS. (N, 8) c POR a

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