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TADI– –Tratamento

TADI Tratamentoe eAnálise


Análisede
deDados/Informações
Dados/Informações
Prof.Camilo
Prof. CamiloRodrigues
RodriguesNeto,
Neto,Sala
Sala322-O,
322-O,Prédio
PrédioI1I1(“Titanic”)
(“Titanic”)
www.each.usp.br/camiloneto

Aula 6. Lógica: dedução e indução

Ao final dessa aula, você deve ser capaz de diferenciar um raciocínio


dedutivo de um raciocínio indutivo; as falácias informais (premissas
inaceitáveis; premissas irrelevantes; premissas insuficientes;); a lógica
formal e a lógica simbólica; os tipos de Argumentos indutivos (indução
enumerativa; indução analógica; indução hipotética); e “outras lógicas”
(lógicas paraconsistentes, lógica informal e lógica fuzzy).

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo


Vimos nas aulas passadas ...
... o método científico.

• Ciência é a tentativa sistemática para contornar essas


limitações.

• É um conjunto de procedimentos para nos auxiliar na tarefa de


não nos enganarmos a nós mesmos.

• A ciência procura usar medidas objetivas e que sejam


confirmadas independentemente.

• Demanda evidências abertas, sujeitas escrutínio público.

• Na ciência, testemunhos pessoais são de pouco valor.


Ler para a prova

Leitura complementar, disponível online em:


www.each.usp.br/camiloneto

• Raízes da resistência científica


• A lógica do engodo
• Lógica indutiva versus lógica dedutiva

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo


Veremos nessa aula
Dedução e Indução. Falácias lógicas
• O que é um argumento?
• O que é uma falácia?
• Falácias informais:
– premissas inaceitáveis;
– premissas irrelevantes;
– premissas insuficientes;
– premissas e argumentos refutáveis.
• Lógica formal e lógica simbólica
• Tipos de raciocínio: dedução e indução
• Argumentos indutivos:
– Indução enumerativa;
– Indução analógica;
– Indução hipotética.
• Outras lógicas: lógicas paraconsistentes, lógica informal e lógica fuzzy.
Qual a lógica desse texto?

Aranha, p. 96
Lógica: origens

• A lógica divide-se em:


– Lógica formal, ou clássica: sistematizada pela primeira
vez por Aristóteles, séc. V a.C., para se contrapor aos
sofistas, “filósofos de aluguel”, contratados para
defender por meio da retórica, arte que dominavam
com maestria, os interesses de quem os pagasse;

– Lógica matemática, ou simbólica: desenvolvida a partir


do séc. XIX, contém a lógica formal como caso
particular.
Tipos de raciocínio: dedução e indução

• Raciocínio dedutivo: inferências imediatas, silogismos ou


argumentos condicionais
Todo animal é mortal
Todo homem é animal
Logo, todo homem é mortal

• Raciocínio indutivo: particular para o geral


O cobre é condutor de eletricidade
O ferro é condutor de eletricidade
A prata é condutor de eletricidade
O ouro é condutor de eletricidade
O cobre, o ferro, a prata e o ouro são metais
Os metais são condutores de eletricidade
Condutividade de alguns materiais
Características do raciocínio
Dedutivo x Indutivo

• raciocínio dedutivo válido:


– do geral para o particular;
– premissas verdadeiras garantem uma conclusão
verdadeira;
– não ampliam o conhecimento.

• raciocínio indutivo:
– do particular para o geral;
– premissas verdadeiras não garantem uma conclusão
verdadeira;
– ampliam o conhecimento.
Características do raciocínio
Dedutivo x Indutivo

• O raciocínio dedutivo tem sua validade


determinada pela forma lógica do argumento, e
não pelo conteúdo dos enunciados

• O raciocínio indutivo nem sempre é verdadeiro, e


mesmo quando o é, pode ser questionado.
Costuma-se dizer que uma inferência é plausível
se a afirmação é verdadeira com “boa”
probabilidade.
Tipos de raciocínio indutivo

• Apesar dos argumentos indutivos não serem válidos,


eles são muito utilizados e, sob certas condições,
eles podem fornecer forte evidência de que estão
corretos.

• Argumentos indutivos podem ser dos seguintes tipos:


– Indução enumerativa;
– Indução analógica;
– Indução hipotética.
Indução enumerativa

• Indução enumerativa é o tipo de raciocínio que se usa


quando se chega a uma generalização sobre um grupo
de coisas, após observar apenas alguns dos membros
desse grupo, e.g.:

• 54 % de seus colegas de classe são mulheres,


então, 54 % de todos os estudantes da USP são mulheres.

• O argumento será forte se a amostra for


suficientemente grande e representativa de toda a
USP.
Indução analógica

• Quando se argumenta que duas coisas que são similares sob certos
aspectos são também similares sob outros aspectos, utiliza-se indução
analógica, e.g.:

– A Terra tem ar, água e vida. Marte tem ar e água, logo deve ter vida.

• A conclusão tem apenas certa probabilidade de estar correta; quanto


maiores as similaridades, maior a probabilidade.
• A água de Marte está congelada nos pólos e a atmosfera é muito menos
densa do que a da Terra.
• Mas no passado Marte foi mais semelhante à Terra hoje, então é mais
provável que Marte tenha tido vida no passado.
• Outros exemplos: teste de remédios em animais, sistema de precedente
legal americano.
Indução hipotética

• Também conhecida por abdução ou inferência pela melhor explicação.


• Nem todas as explicações para os fenômenos observados são
igualmente boas, assim, devesse preferir a melhor explicação:

– O motor pode falhar devido ao uso de combustível adulterado,


velas velhas ou problemas com a injeção eletrônica. O carro é novo
e ontem abasteci num posto “meia boca”, então é provável que seja
devido ao combustível adulterado.

• É a forma de raciocínio usada por médicos, mecânicos, detetives e pela


maioria de nós no dia a dia.
• Deve-se preferir a hipótese que for mais simples, trouxer melhor
compreensão do fenômeno e que mais previsões corretas for capaz de
fazer.
Dedução x indução

• Sherlock Holmes é uma personagem criado pelo médico e


escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle . Holmes é um
investigador do final do Sec. XIX que aparece pela primeira
vez no romance “Um estudo em Vermelho”, em novembro de
1887.
• As aventuras de Holmes:
– publicada em cinco livros compostos por 56 contos e quatro novelas;
– a venda total ultrapassou a casa dos 100 milhões de exemplares;
– herói de filmes e peças de teatro.
– traduzidas para 45 línguas;
• Sherlock Holmes ficou famoso por utilizar, na resolução dos
seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva.
"Evidente meu caro Watson!“
Leonor, Lisboa, Portugal (consultado em 23/2/2008)
http://leonoretta.blogspot.com/2007/04/evidente-meu-caro-watson.html

Para explicar o raciocínio indutivo, aquele que parte dos


factos particulares para as causas gerais, servindo-se de
algo como “indícios” que são elementos que ligam umas
coisas às outras, nada melhor que um exemplo à Sherlock
Holmes.

Vamos imaginá-lo, o fantástico detective, de cachimbo na


boca e de chapelinho verde aos quadradinhos, em pé na
sua sala de estar, na frente do amigo.
"Evidente meu caro Watson!“
Leonor, Lisboa, Portugal (consultado em 23/2/2008)
http://leonoretta.blogspot.com/2007/04/evidente-meu-caro-watson.html

- Watson!
- Sim Holmes.
- Você foi aos correios enviar um telegrama.
- Meus Deus!!! Estou perplexo! Como adivinhou? – perguntou Watson com um ar deveras
espantado.
- Evidente meu caro Watson! Você tem uma mancha de lama na ponta do sapato.
- E isso significa o quê? – Watson continuava pendurado no seu espanto.
- Meu caro Watson. – Holmes dignou-se a explicar. Afinal estava mortinho por isso
mesmo. Neste momento, o único sitio que está em obras é a zona dos Correios. Portanto
foi aí que sujou os sapatos de lama.
- Notável Holmes! (que em inglês seria “remarkable Holmes). Mas diga-me, como sabe
que fui enviar um telegrama?
- Evidente caro Watson! - e lá exibe ele os galões novamente - Tem na sua secretária
envelopes, folhas e selos. Você esteve toda a manhã comigo e não o vi escrever.
- Holmes! Estou espantado. (que em inglês seria “Holmes! I am amazed”)
"Evidente meu caro Watson!“
Leonor, Lisboa, Portugal (consultado em 23/2/2008)
http://leonoretta.blogspot.com/2007/04/evidente-meu-caro-watson.html

Gostava de ter um raciocínio indutivo apurado como este do Holmes.


Contudo fico-me por uns erros de dedução, que é aquele raciocínio que ao
contrário do indutivo, parte dos factos gerais para os particulares. Como
mais ou menos isto:

Olho pela janela, vejo o chão molhado e digo:


- Olha! Choveu!
Mas depois vejo que o céu está de um azul lindo e que o sol brilha. Volto atrás na minha
consideração:
- Não! A chover com um sol assim não pode ser.
Olho melhor o chão. Afinal alguém esteve a lavar o carro.

Ou seja, se eu interpelasse o Watson logo à primeira fisgada havia logo


uma daquelas discussões que fariam tremer a ilha britânica por
indagações supostamente falsas e o resto não consigo supor.
Raciocínio dedutivo:
Proposição condicional e Argumento condicional

o Proposição condicional: enunciado complexo composto de duas


partes.
Ex.: Se hoje é quarta-feira, então amanhã é quinta-feira

antecedente conseqüente
“Se uma ação externa é exercida sobre um sistema em
equilíbrio, então o equilíbrio se desloca no sentido de
neutralizar ação aplicada”
(Princípio de Le Chatelie)
Raciocínio dedutivo:
Proposição condicional e Argumento condicional

Argumento condicional válido (parte de duas premissas, a


primeira sendo condicional, e chega a uma conclusão).
Afirmação do antecedente
a. Se o aluno chegar atrasado, então deverá justificar-se
b. O aluno chegou atrasado
c. O aluno deverá justificar-se

Negação do conseqüente
a. Se José fosse ambicioso, então teria aceito a herança
b. José não aceitou a herança
c. José não era ambicioso

As duas formas acima são válidas, isto é, premissas verdadeiras


produzirão conclusões verdadeiras
Raciocínio dedutivo:
Proposição condicional e Argumento condicional

Argumento condicional não-válido (falácia):

Falácia da negação do antecedente


a. Se o aluno chegar atrasado, então deverá justificar-se.
b. O aluno não chegou atrasado.
c. O aluno não deverá justificar-se.

Falácia da afirmação do conseqüente


a. Se José fosse ambicioso, então teria aceito a herança.
b. José aceitou a herança.
c. José era ambicioso.
Contradiction x Argument

A lógica e as falácias podem servir como mecanismos para criar situações


engraçadas. Por exemplo, em Monty Python’s Argument Clinic um cliente
compra um “argumento de cinco minutos” com Mr Barnard, mas Mr Barnard
argumenta que ainda não foi pago:

Mr Barnard: “Eu lhe disse, não posso argumentar a menos que me pague.”
Cliente: “Mas acabei de pagar!”
Mr Barnard: “não, você não pagou.”
Cliente: “Olhe, eu não quero argumentar sobre isso!”
Mr Barnard: “Bem, você não pagou!”
Cliente: “Aha! Se eu não paguei, porque você está argumentando? Eu te paguei!”
Mr Barnard: “Não, você não pegou.”
Cliente: “Sim, eu pqguei. Se você está argumentando, é porque eu lhe paguei!”
Mr Barnard: “Não necessariamente. Eu posso estar argumentando em meu tempo
livre.”

– http://www.youtube.com/watch?v=teMlv3ripSM
– http://www.youtube.com/watch?v=lL9oA1LFoMw
Lógica Formal: revendo conceitos

A lógica formal:
– trata da relação entre as premissas e a conclusão;
– procura as regras do pensamento correto;
– não se preocupa com a verdade das premissas.
A correção ou incorreção lógica de um argumento (isto é, sua
validade ou não) independe da verdade de suas premissas.
A tarefa da lógica sempre foi o de classificar e organizar as
inferências válidas, separando-as daquelas que não são válidas
(as falácias formais).
Será a lógica suficiente?

• Várias vezes, a lógica é insuficiente para garantir


algumas conclusões úteis para nossa vida diária.

• Algumas discordâncias ocorrem por falha de raciocínio


(lógica), mas outras ocorrem porque os debatedores
têm premissas diferentes.

• Premissas diferentes podem ser devido a percepções


particulares.

• Como podemos contornar isso?


Diferentes Lógicas

Vimos que a lógica divide-se em:


– Lógica formal, ou clássica: sistematizada pela primeira vez por
Aristóteles, séc. V a.C., para se contrapor aos sofistas, “filósofos de
aluguel”, contratados para defender por meio da retórica, arte que
dominavam com maestria, os interesses de quem os pagasse;
– Lógica matemática, ou simbólica: desenvolvida a partir do séc. XIX,
contém a lógica formal como caso particular.
– Lógicas paraconsistentes: onde os axiomas fundamentais são
relaxados.
• Mas podemos estender o conceito, envolvendo outras lógicas:
– Lógica informal: é o estudo dos argumentos em linguagem natural;
também gera o estudo das falácias informais; nós a estudamos na aula
passada;
– Lógica fuzzy ou Lógica nebulosa: não utiliza apenas verdadeiro e falso
para avaliar proposições (verdadeiro, mais ou menos e falso).
Dedutivo x Indutivo

• A lógica dedutiva necessita de premissas além de qualquer dúvida,


caso raro no dia a dia, em religião, política, arte, leis e ciência.
Aplicação limitada.
• Os argumentos indutivos são todos os que não provam suas
conclusões necessariamente.
• A gama de argumentos que são ditos indutivos é muito ampla.
• Avaliar argumentos que apresentam bases razoáveis para sua
conclusão é bem diferente de avaliar a validade de argumentos
dedutivos.
• Na avaliação dos argumentos do dia a dia, a avaliação formal é em
geral enganadora, complica desnecessariamente e, às vezes, é
impossível.
• Usando o modelo informal na avaliação de argumentos indutivos (ou
informais), nos força a focar em premissas aceitáveis, relevantes,
suficientes e em argumentos refutáveis.
Componentes de um argumento

• Um argumento tem as seguintes partes:


– uma afirmação;
– evidências ou justificativas;
– um fundamento;
– ressalvas.

Fundamento

Afirmação Evidência

Ressalvas

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Apresentando evidências confiáveis

• Como vimos, a afirmação é o centro de seu relatório, mas a maior parte


dele será dedicado às evidências que o sustentam.

• Os leitores podem rejeitar suas evidências porque elas podem ser:


– fracas: inexatas, imprecisas, insuficientes, não representativas, não
autorizadas ou incompreensíveis;
– irrelevantes;
– inadequadas.

• Afirmações com evidências fracas, irrelevantes e inadequadas são, em


nossa antiga classificação, respectivamente, falácias com premissas
insuficientes, irrelevantes e inaceitáveis.

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O que é uma falácia?

• Freqüentemente, consiste em um raciocínio verossímil,


porém falso.

• Um argumento falacioso é um argumento defeituoso


ou fraco:
– se falhar na estrutura, será uma falácia formal;
– se suas premissas falharem em fornecer uma boa razão para
ser aceito, será um a falácia informal.

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Falácias informais

• Para evitar ser enganado ou para aprimorar o


conhecimento, é importante reconhecer argumentos
falaciosos.

• A seguir, nos concentraremos nas falácias informais.

• Um argumento é falacioso se contiver:

• premissas inaceitáveis
• premissas irrelevantes
• premissas insuficientes

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Argumentos falaciosos

• Premissas inaceitáveis são tão incertas e duvidosas quanto


a conclusão que elas apóiam. Nesse caso o argumento é
inconclusivo.
• Note que uma premissa aceitável não é a mesma coisa que
uma premissa verdadeira.
Tudo que comemos, ou mata ou engorda.
Comer agrião não mata.
Portanto, comer agrião engorda.

• Premissas irrelevantes
• Premissas insuficientes

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Premissas inaceitáveis

• Falso dilema:
– Ou a ciência pode explicar como Érica foi curada ou sua
cura foi um milagre. A ciência não tem explicação para a
cura de Érica. Então foi um milagre.

• Um argumento é um falso dilema se presume somente


duas alternativas, quando de fato existem mais
alternativas.
• No caso, Érica pode ter se curado por causas naturais.

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Premissas inaceitáveis

• Falso dilema:
– Ou você consulta um astrólogo, ou continua dando
cabeçadas na vida. Você não quer dar cabeçadas. Você
deve consultar um astrólogo.

• Nesse caso, existem outras maneiras de organizar sua


vida.

– Você está comigo ou contra mim.


– Brasil: ame-o ou deixe-o.
– Uma pessoa ou é boa ou é má.

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Premissas inaceitáveis

• Implorando a questão:

• Paulo está falando a verdade,


pois Paulo não mente quando fala.

• Paulo está falando a verdade,


pois Paulo está falando a verdade.

• Um argumento implora a questão, ou argumenta em


círculo, quando sua conclusão é utilizada como uma de
suas premissas.

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Premissas inaceitáveis

• Implorando a questão (argumento circular):

– Adriana é capaz de telepatia, pois é capaz de ler minha mente.


– Adriana é capaz de ler minha mente, pois é capaz de ler minha
mente.

– Qualquer objeto menos denso que a água flutuará, pois tal


objeto não afunda na água.
– Qualquer objeto que não afunda na água flutuará, pois tal
objeto não afunda na água.

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Argumentos falaciosos

• Premissas inaceitáveis

• Premissas irrelevantes não têm relação com a verdade da


conclusão. Podem até serem verdadeiras, mas não têm
implicação direta com a conclusão.

O filme “O Sexto Sentido” teve ótima direção.


Os atores atuaram de forma brilhante.
Portanto, o filme trata de caso verídico.

• Premissas insuficientes

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Premissas irrelevantes

• Equívoco:
– Somente Homens são racionais.
– Mulheres não são homens.
– Mulheres são irracionais.

• No Equivoco, utiliza-se uma dada palavra com significados


diferentes.
• Neste exemplo, trata-se de um equivoco pois Homem refere-se
à espécie humana, enquanto homem refere-se gênero masculino.

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Premissas irrelevantes

• Equívoco:
– É obrigação da imprensa publicar notícias de interesse
público. O público está interessado por OVNIs. Logo, é
obrigação da impressa publicar artigos sobre OVNIs.

• Aqui, interesse público significa bem estar e interesse do


público significa curiosidade.
• A mudança de significado invalida o argumento.

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Premissas irrelevantes

• Composição:
– Partículas subatômicas não têm vida. Dessa maneira, tudo que
é feito a partir delas também não tem vida.

– Os jogadores são excelentes. O time tem vários jogadores.


Logo, o time é excelente.

• Esta falácia afirma que o que é verdadeiro para as partes é


também verdadeiro para o todo.
• Este argumento é falacioso porque o todo pode ser maior
que a soma das partes. Estas são ditas propriedades
emergentes.
• Entretanto, algumas vezes, propriedades das partes valem
para o todo, mas não sempre.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 65


Premissas irrelevantes

• Divisão:
– Somos seres vivos constituídos de partículas subatômicas.
Dessa maneira, as partículas subatômicas devem ter vida
também.

– Vacas são numerosas. Gatos brancos são raros. Logo, gatos


brancos não são vacas.

• Esta falácia é o contrário da falácia da composição. Ela


afirma que o que é verdadeiro para o todo é também
verdadeiro para as partes.

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Premissas irrelevantes

• Argumento contra a pessoa (ad hominem):

– É natural que o ministro diga que essa política fiscal é boa porque
ele não será atingido por ela.
– Podemos desconsiderar as afirmações de Fulano porque ele é
patrocinado pela indústria da madeira.
– Não acredite em nada que os outros candidatos dizem a meu
respeito. Eles agem assim só porque estão atrás de mim nas
pesquisas.

• Esta falácia procura denegrir o interlocutor, em vez dos


argumentos apresentados.

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Premissas irrelevantes

• Falácia genética (envenenando o poço):

– Esta idéia tem origem em experiências místicas, por isso deve


ser falsa (verdadeira).

• Esta falácia tenta refutar o argumento com base em sua


origem.
• O argumento deve sustentar-se por seu próprio mérito,
independente de sua origem:
– A descoberta do benzeno foi feita por A. Kekulé enquanto
contemplava o fogo, onde viu a imagem de uma serpente mordendo o
próprio rabo.
– O princípio de Arquimedes teria sido descoberto durante um banho.

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Premissas irrelevantes

• Apelo ao Povo: defende-se que uma proposição é


verdadeira porque segundo a maioria ela é verdadeira.

– As sondagens sugerem que os liberais vão ter a maioria


no parlamento, a maioria tem sempre razão, assim,
também devemos votar neles.

– Todo mundo sabe que a Terra é plana. Então porque você


insiste em suas excêntricas teorias?

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Premissas irrelevantes

• Apelo (irrelevante) à Autoridade:

– O famoso jogador, Ronaldão recomenda-lhe que abra uma conta


no Banco Santos.
– O economista Definhando Neto defende que uma apertada
política econômica é a melhor cura para a recessão. (Apesar dele
ser um perito, nem todos os economistas estão de acordo nesta
questão)
– A modelo e apresentadora Ana Riquinho faz grande sucesso. Ela
recomenda as Universidades XYZ. Então esta universidade
garante sucesso.

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Premissas irrelevantes

• Apelo (irrelevante) à Autoridade:

– É comum apoiar-se na opinião de especialistas para suportar


nossa opinião. Essa atitude é recorrente em ciência.
– Bertrand Roussel propunha as seguintes regras para não se
enganar:
• quando os especialistas concordam, não se deve ter como certa a
opinião oposta;
• quando eles não concordam, nenhuma opinião deve ser tomada como
certa;
• quando eles afirmam que não existe base suficiente para formar
uma opinião, o melhor a fazer é não tomar posição.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 71


Falácias (Premissas irrelevantes):
Apelo á autoridade
Bermuda Anticelulite - Biocerâmica® Invel®

Nessa campanha publicitária das


Bermuda Anticelulite - Biocerâmica® Invel® , o
ex-jogador Pelé, considerado o “Rei do
Futebol”, é o garoto propaganda da marca, não
só no Brasil como no Japão.
Assinando o slogan: "Eu fico tão feliz
por que a Invel é uma empresa que trabalha e
faz o possível para melhorar a saúde das
pessoas. Então, eu não poderia estar longe
dela", o astro publicitário, usa sua imagem de
esportista aposentado internacional, de um
esporte tradicionalmente masculino, para
vender um produto feminino, que tem um
apelo estético muito maior do que para a
saúde, tal como mencionado por ele.
Não demonstrando autoridade científico
e idéia, de que usa o produto, a figura de Pelé
demonstra o apelo promocional que a marca
utilizou nessa campanha. Fomentando uma
premissa irrelevante de alto apelo á
autoridade.
Videos da campanha:
http://www.youtube.com/watch?
v=WFgk94ssx58&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=auPAVvmfKng
Fonte: www.invel.com.br

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Premissas irrelevantes

• Apelo à tradição:

– As mães têm sempre utilizado canja para combater


resfriados, por isso deve ser bom para você.

• Não faltam exemplos em que a tradição mostrou-se


equivocada. A proibição do voto feminino e a prática da
escravidão são exemplos de práticas comuns no passado
e inaceitáveis hoje.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 73


Premissas irrelevantes

• Apelo à ignorância:

– Não existem provas de que todos os experimentos de


parapsicologia são fraudulentos (ou precariamente planejados e
executados), portanto, devem haver casos verdadeiros.
– Já que você não pode provar que fantasmas não existem, eles
existem sim.

• Aqui o argumento é que se não há provas de que o argumento


é falso (verdadeiro), então deve ser verdadeiro (falso). Em
outras palavras, falta de evidência para algo não é boa
evidência para nada.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 74


Premissas irrelevantes

• Apelo à força (medo):

– Se vocês não condenarem este criminoso, um de vocês


pode ser a próxima vítima.

• O que alguém pode fazer no futuro não pode servir de


premissa no presente.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 75


Premissas irrelevantes

• Red Herring: Falácia cometida quando material


irrelevante é introduzido no assunto discutido para
desviar a atenção e chegar a uma conclusão
diferente.

– Será que o palhaço é o assassino? No ano passado um


palhaço matou uma criança.
– Você me acusa de improbidade na gestão dos
recursos do condomínio enquanto eu era o tesoureiro.
Mas o que me diz do sumiço de dinheiro durante sua
presidência na gestão passada?

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Argumentos falaciosos

• Premissas inaceitáveis
• Premissas irrelevantes
• Premissas insuficientes não estabelecem a conclusão além
de uma dúvida razoável.

Comida com muito sal não é saudável.


Governos devem zelar pelo bem-estar das pessoas.
Portanto, o Governo deve controlar a venda de sal.

• Premissas aceitáveis e relevantes são ótimas, mas pode


ocorrer delas não darem suporte suficiente à conclusão.
Neste caso, deve-se trocar as premissas ou acrescentar
novas.

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Premissas insuficientes

• Generalização Precipitada: a amostra é demasiado


pequena para apoiar uma generalização indutiva sobre o
domínio em questão

– João, o paulista, roubou a minha carteira. Portanto, todos os


paulistas são ladrões. (Claro que não devemos julgar os paulistas
na base de um exemplo)

– Perguntei a seis dos meus amigos o que eles pensavam das novas
restrições ao consumo de cigarro e eles concordaram em que se
trata de uma boa idéia. Portanto as novas restrições são
populares.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 78


Premissas insuficientes

• Falsa Analogia: desprezam-se diferenças relevantes


entre os objetos ou acontecimentos comparados.

– Os empregados são como pregos. Temos de martelar a cabeça


dos pregos para estes desempenharem a sua função. O mesmo
acontece com os empregados.

– O Governo é como uma família. Assim, como a família não deve


gastar mais do que ganha, também o governo não deve
endividar-se. (Mas os objetivos do governo e das famílias são
completamente diferentes; assim, provavelmente devem seguir
critérios diferentes)

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 79


Premissas insuficientes

• Falsa causa: consiste em considerar eventos que


ocorreram próximos no tempo como tendo uma
relação causal.

– Todos os anos o consumo de picolé de limão aumenta no verão. O


número de afogamentos também. Logo, picolé de limão é uma das
causas de afogamento.

• Mas, pesquisa recentemente publicada aponta o


consumo de álcool como um fatores relacionados
com afogamentos já que 40 % dos afogados
estavam sob efeito do álcool.

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Premissas insuficientes

• Declive Escorregadio: conseqüências cada vez


mais inaceitáveis são derivadas em série

– Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não


demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e
então começaremos a restringir todos os nossos direitos.
Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto, não
devemos banir as armas automáticas.

– Se eu abrir uma exceção para você, terei de abrir exceções


para todos

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Premissas insuficientes

• Homem de palha: atribuir ao interlocutor posições que não


foram as que ele assumiu para facilitar a crítica.
– Especialista em energia: A menos que construamos uma usina nuclear de
Angra 3, em 10 anos não seremos capazes de atender a demanda de
energia.
Ativista ambiental: O que você está dizendo é que não dá a mínima para
a vida selvagem e para os efeitos da radiação sobre a população local !?

– Mulher: Não existe base moral, lógica ou legal para a discriminação de


uma pessoa com base em seu sexo.
Homem: Se você deseja fazer o serviço bruto das construções, vá em
frente. A mim me parece que vocês mulheres não querem é fazer mais o
serviço doméstico.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 82


Vimos até aqui: argumentos falaciosos

• Premissas inaceitáveis são tão incertas e duvidosas quanto


a conclusão que elas apóiam. Nesse caso o argumento é
inconclusivo.

• Premissas irrelevantes não têm relação com a verdade da


conclusão. Podem até serem verdadeiras, mas não têm
implicação direta com a conclusão.

• Premissas insuficientes não estabelecem a conclusão além


de uma dúvida razoável.

• Alguns autores acrescentam um quarto critério, que


aproxima a lógica do mundo real: premissas e argumentos
refutáveis.

Tratamento e análise de dados/informações / Prof. Camilo 83

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