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HISTÓRIA DO CHORO

O choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero de música


popular e instrumental brasileira surgido no Rio de Janeiro em meados do
século XIX. Conheça aqui os principais fatos da História do Choro.

O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente


brasileira e ao longo dos anos se transformou em um dos gêneros mais
prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte.

História do Choro: Introdução


Tem como origens estilísticas o lundu, ritmo de inspiração africana à base de
percussão, com gêneros europeus. A composição instrumental dos primeiros
grupos de choro era baseada na trinca flauta, violão e cavaquinho – a esse
núcleo inicial do choro também se chamava pau e corda, por serem de ébano
as flautas usadas, mas com o desenvolvimento do gênero, outros instrumentos
de corda e sopro foram incorporados.
Ernesto Nazareth (1863-1934)

O choro é visto como o recurso do qual se utilizou o músico popular para


executar, ao seu estilo, a música importada e consumida nos salões e bailes da
alta sociedade do Império a partir da metade do século XIX.

Sob o impulso criador e improvisado dos chorões, logo a música resultante


perdeu as características dos seus países originários e adquiriu feições
genuinamente brasileiras.

A improvisação é condição básica do bom chorão, termo ao qual passou a ser


conhecido ao músico integrante do choro, bem como requer uma alta
virtuosidade de seus intérpretes, cuja técnica de composição não deve
dispensar o uso de modulações imprevistas e armadas com o propósito de
desafiar e a capacidade ou o senso polifônico dos acompanhantes. Além disso,
admite uma grande variedade na composição instrumental de cada conjunto e
comporta a participação de um grande número de participantes, sem prefixar
seu número.

História do Choro: Origem

Chiquinha Gonzaga, em 1877 compôs


“atraente”

Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta da década de 1870,


nascidos nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios
cariocas. O flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, os pianistas
Ernesto Nazaré e Chiquinha Gonzaga, e o maestro Anacleto de Medeiros
compuseram quadrilhas, polcas, tangos, maxixes, xotes e marchas,
estabelecendo os pilares do choro e da música popular carioca da virada do
século XIX para o século XX, que com a difusão de bandas de música e do rádio
foi ganhando todo o território nacional. Herdeiro de toda essa tradição musical,
Pixinguinha consolidou o choro como gênero musical, levando o virtuosismo na
flauta e aperfeiçoando a linguagem do contraponto com seu saxofone e
organizou inúmeros grupos musicais, tornando-se o maior compositor de choro.

Como ocorre com outros gêneros musicais, existem inúmeras discussões entre
os pesquisadores sobre a gênese da palavra “choro”. Dentre as versões
conhecidas, uma diz respeito que o termo surgiu de uma fusão entre “choro”,
do verbo chorar, e “chorus”, que em latim significa “coro”. Para Lúcio Rangel e
José Ramos Tinhorão, a expressão choro pode derivar da maneira chorosa de
se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e os que a apreciavam
passaram a chamá-la de música de fazer chorar. Por extensão, próprio conjunto
de choro passou a ser denominado pelo termo, por exemplo, “Choro do
Calado”. Já Ari Vasconcelos vê a palavra choro seria uma corruptela de
choromeleiros, corporações de músicos que tiveram atuação importante no
período colonial brasileiro. Os choromeleiros não executavam apenas acharam
ela, mas outros instrumentos de sopro. O termo passou a designar,
popularmente qualquer conjunto instrumental. Câmara Cascudo arrisca que o
termo pode também derivar de “xolo”, um tipo de baile que reunia os escravos
das fazendas, expressão que, por confusão com a parônima portuguesa,
passou a ser conhecida como “xoro” e finalmente, na cidade, a expressão
começou a ser grafada com “ch”.

No princípio, a palavra designava o conjunto musical e as festas onde esses


conjuntos se apresentavam, mas já na década de 1910 se usava o termo para
denominar um gênero musical consolidado. Atualmente, o termo “choro” tanto
pode ser usado nessa acepção como para nomear um repertório de músicas
que inclui vários ritmos. A despeito de algumas opiniões depreciativas sobre a
palavra “chorinho”, essa também se popularizou como referência ao gênero,
designando um tipo de choro em duas partes, ligeiro, brejeiro, muito
comunicativo.
Jacob do Bandolim, um grande virtuoso

Tido como a primeira música popular urbana típica do Brasil, a História do


Choro está ligada com a chegada, em 1808, da Família Real portuguesa ao
Brasil. Promulgada capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em
1815, o Rio de Janeiro passou, então, por uma reforma urbana e cultural,
quando foram criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram
instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, flauta,
bandolim e cavaquinho, bem como seus instrumentistas. Com esses viajantes,
chegou ao Brasil a música de dança de salão européia, como a valsa, a
quadrilha, amazurca, a modinha, a schottish e principalmente a polca, que
viraram moda nos bailes daquela época.

A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com


a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, foram condições históricas
para o surgimento do choro, já que possibilitou a emergência de novos ofícios
para as camadas populares. Nesse contexto, tendo como origens estilísticas o
lundu, ritmo de inspiração africana à base de percussão, com gêneros
europeus, nasceu o choro no Rio de Janeiro, por volta de 1870. Esses grupos
de instrumentistas populares, a quem se daria mais tarde o nome de chorões,
eram oriundos de segmentos da classe média baixa da sociedade carioca,
sendo em sua grande maioria modestos funcionários de repartições públicas –
como da Alfândega, dos Correios e Telégrafos e da Estrada de Ferro Central do
Brasil – cujo trabalho lhes permitiam uma boemia regular, e geralmente
moradores da Cidade Nova. Sem muito compromisso e sem precisar tocar por
dinheiro, essas pessoas passaram a formar conjuntos para tocar de “ouvido”
essas músicas, que juntamente com alguns ritmos africanos já enraizados na
cultura brasileira, como o batuque e o lundu, passaram a ser tocadas de
maneira abrasileirada pelos músicos que foram então batizados de chorões.
Inicialmente, se reuniam aos domingos nos chamados pagodes no fundo dos
quintais dos subúrbios cariocas ou nas residências da Cidade Nova. Com isso,
se tornaram os principais canais de divulgação do estilo para o povo. Um dos
preceitos desses pagodes ou tocatas domingueiras era uma mesa farta em
alimentos e bebidas.
As formações pioneiras adotavam como terno de instrumentos a flauta, o violão
e o cavaquinho. A flauta como “solista”, o violão na “baixaria” e o cavaquinho
como “centro”. Aos poucos, os chorões passaram a se apresentar
constantemente em saraus da elite imperial, executando os gêneros europeus
mais em voga imprimindo uma genuína cultura afro-carioca, sempre com
improvisações e desafios entre os instrumentistas solistas e de
acompanhamento, que foram consolidando o estilo.

História do Choro: Calado, o “pai” dos chorões

Joaquim Calado (1848-1880), um dos


criadores do Choro.

As mais antigas referências a esses grupos de músicos mencionam o flautista


Calado como o iniciador e organizador desses primeiros conjuntos. Como era
professor da cadeira de flauta do Conservatório Imperial, Calado teve grande
conhecimento musical e reuniu em torno de si os melhores músicos da época,
que tocavam por simples prazer e descompromisso de fazer música. O conjunto
instrumental “O Choro de Calado” costumava se reunir sem ideia prévia quanto
a composição instrumental ou quanto ao número de figurantes de cada grupo.
Foi também ele o pioneiro em grafar a palavra choro no local destinado ao
gênero em uma de suas partituras – a da polca “Flor Amorosa” -, até então, os
compositores se limitavam a indicar, como gênero, os ritmos tradicionais. A
polca “Flor Amorosa”, composta por Calado em 1867 é considerada a primeira
composição do gênero. Desse conjunto fez parte Viriato Figueira, seu aluno e
amigo e também sua amiga, a maestrina Chiquinha Gonzaga, uma pioneira
como a primeira chorona, compositora e pianista do gênero.

Em 1877, Chiquinha Gonzaga (mais em História das Marchinhas de Carnaval)


compôs “Atraente”, e em 1897, “Gaúcho” ou “Corta-Jaca”, grandes
contribuições ao repertório do gênero, entre outras composições, como “Lua
Branca”. O choro era considerado apenas uma maneira mais sincopada (pela
influência do lundu e do batuque) de se interpretar aquelas músicas, portanto
recebeu fortes influências, porém aos poucos a música gerada sob o improviso
dos chorões foi perdendo as características dos seus países de origem e os
conjuntos de choro proliferaram na cidade, estendendo-se ao Brasil.

História do Choro: Século XX

A partir dos primeiros anos da República, há menção de outros conjuntos de


chorões incorporando outros instrumentos de cordas, bem como a utilização de
instrumentos de banda com a função de solistas ou concertante dentro dos
grupos. Eram os casos do bandolim, da bandola, da bandurra, do bombardino,
do bombardão, da clarineta, do flautim, do oficlide, do pistom, do saxofone e
do trombone. Era a participação ocasional ou improvisada desses instrumentos
que determinava a função de cada um no conjunto musical, que era
determinada de acordo com a capacidade do executante, tanto se incumbindo
do solo como do contracanto ou mesmo as duas coisas alternadamente.
Constituídos de polcas, xotes, tangos e valsas, o repertório era assinado por
autores brasileiros, em sua maioria, os próprios conjuntos. Essas primeiras
composições de choro com características próprias foram compostas por
Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Ernesto Nazareth,
dentre outros.

Durante as primeiras décadas do século XX, as havaneiras, as polcas, os


tangos, os xotes eram já designadas simplesmente como choros, termo que
passou não apenas a denominar um gênero musical genuinamente popular e
brasileiro, como também rotular a produção dos músicos chorões. Os conjuntos
de choro foram muito requisitados nas gravações fonográficas que, no Brasil,
tiveram início em 1902. O compositor Anacleto de Medeiros, regente da banca
do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, foi um dos primeiros ao participar
das primeiras gravações do gênero. Misturou a xote e a polca com as
sonoridades brasileiras. Como grande orquestrador, adaptou a linguagem das
rodas de choro para as bandas.

Patápio (1880-1907)

O virtuoso da flauta Patápio Silva, considerado o sucessor de Joaquim Calado,


ficou famoso por ser o primeiro flautista a fazer um registro fonográfico. Autor
de “Sons de Carrilhões”, o violonista João Pernambuco trouxe do sertão sua
forma típica de canção e enriqueceu o gênero com elementos regionais,
colaborando para que o violão deixasse de ser um mero acompanhante na
música popular. Músico de trajetória erudita e ligado à escola européia de
interpretação, Ernesto Nazareth compôs “Brejeiro” (1893), “Odeon” (1910) e
“Apanhei-te Cavaquinho” (1914), que romperam a fronteira entre a música
popular e a música erudita, sendo vitais para a formação da linguagem do
gênero.

Em 1932, Carmen e Aurora Miranda (sentadas) e segurando a flauta, Pixinguinha.

Um dos maiores compositores da música popular brasileira, Pixinguinha


contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical
definitiva. Também tenor, arranjador, saxofonista e flautista, ele formou em
1919 o conjunto Oito Batutas, formado por Pixinguinha na flauta, João
Pernambuco e Dongano violão, dentre outros músicos. Fez sucesso entre a elite
carioca, tocando maxixes e outros choros. Quando compôs “Carinhoso”, entre
1916 e 1917 e “Lamentos” em 1928, que são considerados dois dos choros
mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram
consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz. Outras
composições de Pixinguinha, entre centenas, são “Rosa”, “Vou vivendo”,
“Lamentos”, “1 a 0”, “Naquele tempo” e “Sofres porque Queres”.

Na década de 1920, o maestro Heitor Villa-Lobos compôs uma série de 16


composições dedicadas ao Choro, mostrando a riqueza musical do gênero e
fazendo-o presente na música erudita. A série é composta de 14 choros para
diversas formações, um Choro Bis e uma Introdução aos Choros. Se a série tem
o título “Choros”, individualmente o nome de cada composição vem sempre no
singular. O Choro nº 1 foi composto para violão solo.

Existem também choros para conjuntos de câmara e orquestra. A peça Choro


nº 13, de Heitor Villa-Lobos, foi composta para duas orquestras e banda. Já o
Choro nº 14 é para orquestra, coro e banda. Uma das composição mais
conhecida e executada dentre os choros orquestrais de Villa-Lobos é o Choro nº
10, para coro e orquestra, que inclui o tema “Rasga o Coração” de Catulo da
Paixão Cearense. Devido à grande complexidade e à abrangência dos temas
regionais utilizados pelo compositor, a série é considerada por muitos como
uma das suas obras mais significativas.

Também a partir da década de 1920, impulsionado pelas gravadoras de discos


e pelo advento do rádio, o choro fez sucesso nacional com o surgimento de
músicos como Luperce Miranda e do pianista Zequinha de Abreu, autor de Tico-
Tico no Fubá, além de grupos instrumentais que, por dedicar-se à música
regional, foram chamados de regionais, como o Regional de Benedito Lacerda,
que tiveram como integrantes Pixinguinha e Altamiro Carrilho, e Regional do
Canhoto, que tiveram como integrantes Altamiro e Carlos Poyares.

Ocorreu uma revitalização do gênero na década de 1970. Em 1973, uniram-se o


Conjunto Época de Ouro e Paulinho da Viola no show Sarau. Foram criados os
Clubes do Choro em Brasília, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia e São
Paulo, dentre outras cidades. Surgiram grupos jovens dedicados ao gênero,
como Galo Preto e Os Carioquinhas. O novo público e o novo interesse pelo
gênero propiciou também a redescoberta de veteranos chorões, como Altamiro
Carrilho, Copinha e Abel Ferreira, além de revelar novos talentos, como os
bandolinistas Joel Nascimento e Déo Rian e o violonista Rafael Rabello.

Grupo de chorinho na Feira do Largo da


Ordem, Curitiba. foto: Marcus M. Bezerra

Festivais do gênero ocorreram no ano de 1977. A TV Bandeirantes de São Paulo


promoveu duas edições do Festival Nacional do Choro e a Secretaria de Cultura
do Rio de Janeiro promoveu o Concurso de Conjuntos de Choro.

Em 1979 com o LP “Clássicos em Choro”, o flautista Altamiro Carrilho fez


sucesso tocando músicas eruditas em ritmo de choro. Também naquele ano,
por ocasião do evento intitulado “Tributo a Jacob do Bandolim”, em
homenagem aos dez anos do falecimento do bandolinista, é criado o grupo
Camerata Carioca, formado por Radamés Gnatalli, Joel Nascimento e Raphael
Rabello, dentre outros músicos.

A década de 1980 foi marcada por inúmeras oficinas e seminários de choro.


Importantes instrumentistas se reuniram para discutir e ensinar o gênero às
novas gerações. Em 1986, realizou-se o primeiro Seminário Brasileiro de Música
Instrumental, em Ouro Preto, uma proposta ampla que ocasionou uma
redescoberta do choro.

A partir de 1995 o gênero foi reforçado por grupos que se dedicaram à sua
divulgação e modernização e pelo lançamento de CDs.

História do Choro: Século XXI

O choro entra no terceiro século da sua existência, com uma bagagem de mais
de 130 anos, completamente firmado como um dos principais gêneros musicais
do Brasil. São milhares de discos gravados e centenas de chorões que
marcaram presença. O choro além de ser um gênero musical rico e complexo, é
também um fenômeno artístico, histórico e social.

Em 4 de setembro de 2000, foi sancionada lei que criava o dia nacional do


choro, a ser comemorado no dia 23 de abril, em homenagem ao nascimento de
Pixinguinha. No Estado de São Paulo, existe o Dia Estadual do choro,
comemorado no dia 28 de junho, dia em que nasceu Garoto, um dos principais
expoentes paulistas do choro.

Link relacionado: • Casa do Choro – o ICC – Instituto Casa do Choro atua nas
áreas de educação musical e preservação da História do Choro.

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