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IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NO DESENVOLVIMENTO DO


EDUCANDO

Patrícia Gomes Vieira Xavier

RESUMO
O estudo apresentou a importância do psicopedagogo no desenvolvimento do educando, a
partir das possibilidades de intervenção do Psicopedagogo diante das dificuldades
específicas que os alunos apresentam. Assim, com o estudo feito, pode-se concluir que o
Psicopedagogo pode fazer muita diferença no desenvolvimento do educando, com uma
escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e famílias.
Assim, a Psicopedagoga tem um importante papel na vida da criança que apresenta
necessidades e demanda cuidados, pois, enquanto aprende na escola, compreendendo que o
desenvolvimento cognitivo de uma criança é uma longa fileira de transformações, de
transgressões de uma atividade dominante para outra, é um diálogo que ela estabelece com
o seu futuro, com o caminho que vai trilhar e com os recursos e possibilidades que o meio
lhe oferece.

Palavras-chave:; ensino; educando e psicopedagogo.

1­ Graduada em Pedagogia pela Universidade Norte Paraná, é aluna do curso de pós graduação na Estácio  
atua como professora da rede particular Colégio Cecília Meireles em Cataguases ­MG.
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1 INTRODUÇÃO

No processo educativo um olhar pedagógico se ocupa das relações sociais, dos


mecanismos das interações entre aluno e professor, das ações do processo ensino-
aprendizagem e das implicações sociais desse processo, que representa muito mais do que
uma relação formal e superficial em que o aluno deve memorizar conhecimentos e adquirir
habilidades, tornando-se disciplinado e obediente, “adestrado”.

A psicopedagogia está profundamente comprometida com a apreciação do aluno


como um indivíduo único, cuja personalidade é construída através da vivência social e
cultural mas, sobretudo, a partir das internalizações que faz acerca da prática social, das
demandas ambientais e de suas próprias necessidades.

O processo educativo implica no reconhecimento da existência das funções


psicológicas superiores, as quais caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente
humano e que, para que a verdadeira aprendizagem ocorra, é necessário que todas as
funções intelectuais sejam vivenciadas (atenção deliberada, memória lógica, abstração e
capacidade para comparar e diferenciar). O trabalho em sala de aula deve oferecer à criança
oportunidades e situações que a levem a vivenciar ativamente essa importante fase do
desenvolvimento da personalidade e a aprender com o outro.

Diante dessas considerações, o presente estudo objetiva apresentar a importância do


psicopedagogo no desenvolvimento do educando, a partir das possibilidades de intervenção
do Psicopedagogo diante das dificuldades específicas que os alunos apresentam.
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2 OS PRESSUPOSTOS DA PSICOPEDAGOGIA

A psicopedagogia através da interdisciplinaridade , recorre a aspectos específicos da


psicologia e da pedagogia, dentre outras áreas, para permitir uma apreensão mais efetiva da
aprendizagem e de suas peculiaridades (BOSSA, 2000).

Atualmente, adota-se uma concepção de aprendizagem em que o sujeito influencia e


é influenciado pelo meio, aspecto no qual reside a especificidade do objeto de estudo da
psicopedagogia: o processo de aprendizagens e seus problemas.

O diagnóstico psicopedagógico é um processo de trabalho no qual, segundo


Bassedas et al. (1996, p. 46), “é analisada a situação do aluno com dificuldades dentro dos
limites da escola e da sala de aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de
trabalho aos professores, que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido”.

Todo diagnóstico psicopedagógico é uma investigação, uma pesquisa sobre o que


não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Visto que a idéia básica de
aprendizagem é a de um processo de construção que se dá na interação permanente do
sujeito com o meio que o cerca (família – escola – sociedade), o não-aprender, o aprender
com dificuldade ou lentamente, o não-revelar o que aprendeu, o fugir de possíveis situações
de aprendizagem são analisados, segundo Weiss (1997) buscando uma compreensão global
da sua forma de aprender e os desvios que estão ocorrendo nesse processo. Quando essa
compreensão é buscada recorrendo-se a conhecimentos teóricos e práticos, dentro de uma
determinada perspectiva metateórica, o diagnóstico psicopedagógico subordina-se ao
método clinico, ao estudo de cada caso em particular. Nesse sentido, busca a unidade, a
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coerência, a integração que evitariam transformar a investigação diagnóstica numa ‘colcha


de retalhos’ com a simples justaposição de dados ou com mera soma de resultados de testes
e provas.

O trabalho preventivo é realizado em diversos níveis de prevenção, dependendo se o


seu objetivo é diminuir a freqüência dos problemas de aprendizagem ou tratar dos
problemas já instalados. Desta forma, é possível afirmar, a respeito do trabalho preventivo,
que existem diferentes níveis de prevenção. De acordo com Bossa (2000, p. 22):

No primeiro nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo


de diminuir a ‘freqüência dos problemas de aprendizagem’. Seu trabalho incide
nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e orientação de
professores, além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível, o objetivo
é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para tanto, cria-
se um plano diagnóstico da realidade institucional e elaboram-se planos e
intervenção baseados nesse diagnóstico, a partir do qual procura-se avaliar os
currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No
terceiro nível, o objetivo é eliminar os transtornos já instalados, num
procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo
permanece aí, uma vez que, ao eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o
aparecimento de outros.

A psicopedagogia tem um profundo compromisso com o caráter preventivo,


podendo não somente sanar os problemas de aprendizagens como também melhorar o
desempenho das crianças.

O psicopedagogo compreende o porquê do sujeito não aprender através de um


diagnóstico de investigação e de intervenção. Também são consultados outros profissionais
quando necessário, para complementação do diagnóstico.

Dentro desses pressupostos, torna-se o trabalho do psicopedagogo fundamental


quando as dificuldades de aprendizagem são evidentes, pela capacidade em oferecer
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respostas que, à luz de teorias pedagógicas, psicológicas, biológicas, psicanalíticas,


neurológicas, esclarecem com maior amplitude e seguranças as causas dessas dificuldades.

Segundo Bossa (2000, p. 29):

Atualmente, a Psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber-fazer, às


condições subjetivas e relacionais – em especial familiares e escolares, às
inibições, atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado. O
conhecimento psicopedagógico não se cristaliza numa delimitação fixa, nem nos
déficits e alterações subjetivas do aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito,
a disponibilidade afetiva de saber e de fazer, reconhecendo que o saber é próprio
do sujeito.

Um olhar psicopedagógico no processo educativo se ocupa das relações sociais, dos


mecanismos das interações entre aluno e professor, das ações do processo ensino-
aprendizagem e das implicações sociais desse processo, que representa muito mais do que
uma relação formal e superficial em que o aluno deve memorizar conhecimentos e adquirir
habilidades, tornando-se disciplinado e obediente, “adestrado”.

Tomando o processo de ensino como algo vivo, a psicopedagogia está


profundamente comprometida com a apreciação do aluno como um indivíduo único, cuja
personalidade é construída através da vivência social e cultural mas, sobretudo, a partir das
internalizações que faz acerca da prática social, das demandas ambientais e de suas próprias
necessidades.

Desta forma, compreender o processo educativo implica no reconhecimento da


existência das funções psicológicas superiores, as quais caracterizam o funcionamento
psicológico tipicamente humano e que, para que a verdadeira aprendizagem ocorra, é
necessário que todas as funções intelectuais sejam vivenciadas (atenção deliberada,
memória lógica, abstração e capacidade para comparar e diferenciar).
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O trabalho em sala de aula deve oferecer à criança oportunidades e situações que a


levem a vivenciar ativamente essa importante fase do desenvolvimento da personalidade e a
aprender com o outro.

Tanto na família como na escola, a criança é considerada como parte do social como
um todo, mas também apresenta a característica de sujeito da relação social. O ambiente
social somente se transforma em estímulo ao desenvolvimento psíquico da criança quando
ela interioriza suas vivências a partir da troca de emoções e afetos que deve se dar, a
princípio, entre a mãe e a criança e, mais tarde, entre o professor e o aluno.

O desenvolvimento cognitivo de uma criança é uma longa fileira de transformações,


de transgressões de uma atividade dominante para outra, é um diálogo que ela estabelece
com o seu futuro, com o caminho que vai trilhar e com os recursos e possibilidades que o
meio lhe oferece. Portanto, o desenvolvimento das funções psíquicas superiores depende
diretamente da vontade e da consciência do indivíduo, despertadas (ou não) pelas relações
sociais estabelecidas.

3A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO MEIO ESCOLAR

A atuação do Psicopedagogo na instituição escolar parte da premissa de que as


escolas têm deficiências em saber as causas das dificuldades de aprendizagens apresentadas
pelas crianças, pois a falta de preparação dos professores frente a essas dificuldades leva-os
a encarar tais questões apenas como não-aprendizagens.

Assim, a intervenção psicopedagógica reconhece que as dificuldades de


aprendizagens (DAs) evidenciam-se quando há presença de problemas emocionais e
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comportamentais no desenvolvimento de uma criança. Na infância podem ser notadas


dificuldades comportamentais quando a criança apresenta comportamentos inadequados à
sua faixa etária e contrários aos comportamentos das crianças que não possuem
dificuldades.

O comportamento das crianças com DA’s pode ser marcado pelo isolamento, a
inibição e a inquietação. As queixas referentes às dificuldades de aprendizagens estão
ligadas a conflitos emocionais que são manifestados internamente, através de fugas e
inibições.

O não-saber, muitas vezes, está implicado a aspectos dolorosos que marcaram, em


algum momento, a vida da criança. As dificuldades mais comuns são concernentes às
atividades intelectuais, pois a criança apresenta problemas em lidar tanto com suas
vivências quanto com suas ansiedades. Nesse sentido, as escolas têm deficiências em saber
as causas das dificuldades de aprendizagens apresentadas pelas crianças, pois a falta de
preparação dos professores frente a essas dificuldades leva-os a encarar tais questões
apenas como não-aprendizagens.

Uma das formas pelas quais o Psicopedagogo atua diante das dificuldades de
aprendizagem é através da avaliação psicopedagógica, sobre a qual manifestam Dalmau et
al, apud Monero et al (2000, p. 72):
Avaliação psicopedagógica é um processo de apoio às decisões tomadas a
respeito da situação escolar dos alunos. É um processo contínuo, que tem a
função de melhorar a atenção educativa de cada aluno, norteando as decisões a
serem tomadas no processo ensino-aprendizagem e complementa a avaliação
escolar. Ao mesmo tempo em que ajuda a tomar decisões pedagógicas promove a
adequação da ação educativa, utilizando informações que vão surgindo no
decorrer do processo e introduzindo progressivamente as mudanças necessárias.

Existem seis fases bastante definidas no processo, as quais podem ser assim
definidas, de acordo com Ferreira (2002):
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1 Aproveitamento da informação que a escola já possui sobre o aluno: É o


ponto de partida da avaliação psicopedagógica, baseada no primeiro contato com a família,
na qual as informações que foram passadas à sua ficha pessoal são ampliadas através de
entrevistas com os pais, comparando-as com novas informações do professor ou da família,
em cada etapa da escolarização:

- Na Educação Infantil, são pontuados os hábitos, atitudes (em relação aos


familiares mais próximos, às outras crianças, aos adultos, animais, objetos, etc.), normas
(dependência e independência nas relações, atitudes diante da frustração, aceitação e
resolução de conflitos, etc.) e pautas educativas familiares, capacidades relativas à
comunicação, expressão e compreensão da linguagem, desenvolvimento motor, memória,
atenção, dentre outros.

- No Ensino Fundamental, considera-se a autonomia e organização pessoal e hábitos


de higiene, capacidades de linguagem e habilidades motoras, tarefas escolares, atividades
extra-escola; atitude pessoal em relação à família, amigos, outros adultos, dependência ou
independência nas relações (aceitação de normas, resolução de conflitos pessoais e
coletivos, etc.).

- No Ensino Médio, além das informações acima, são consideradas informações


expontâneas sobre a família e a vida escolar, amigos, interesses, problemas, etc.; atitudes
em casa, pedido de ajuda, aceitação e cumprimento de normas familiares, autonomia,
reação de pais e familiares em caso de conflitos, responsabilidades pessoais relativas ao
trabalho escolar, solicitação de ajuda para entendimento ou controle, acompanhamento da
agenda, acompanhamento e entrevistas por professores, reações familiares ao desempenho
escolar, tempo dedicado à leitura de livros não escolares, familiares que se encontram em
casa ao término da jornada escolar.
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2 Avaliação da situação inicial: realiza-se após a solicitação de intervenção e se


orienta pelas informações já obtidas sobre a situação inicial do aluno e os motivos da
solicitação da avaliação psicopedagógica. É realizada através de um documento-guia que
facilita a atualização das informações, a revisão de trabalhos escolares, a análise de
materiais curriculares utilizados e a dinâmica da aula, a eficácia das ações já tomadas. É
registrado por escrito o que o aluno é capaz de fazer em relação às áreas instrumentais, para
comparação da visão inicial do orientador com a obtida através da avaliação
psicopedagógica.

3 Análise da evolução da situação inicial com profundidade, para efetivamente


facilitar a intervenção em decisões de ajuda pedagógica ao aluno, gerando mudanças. É
realizada em três etapas:

1ª - Observação em sala de aula, para obter informação de como se desenvolve a


dinâmica da aula em seu conjunto, qual é a prática educativa do professor, considerando
uma descrição do que ocorre na sala de aula. Observa-se a ligação e seqüência entre as
atividades, orais ou escritas, as normas para a apresentação, o material e o tempo utilizados;
a ordem para início da atividade e explicações do professor, o acompanhamento, a
coerência e a forma pela qual se assegura a compreensão; o desenvolvimento da atividade,
sua diferenciação dentro desses aspectos e o tipo de atividade; a atitude do grupo,
relativamente ao interesse, acompanhamento, grau de envolvimento, bem como dispersão,
recondução da atividade e eficácia das intervenções do professor; o número de alunos que a
acompanham as atividades, dificuldades, tempo médio de execução, apreciação da
elaboração das tarefas, intervenções disciplinares, de esclarecimento, organização,
correções gerais, ajudas solicitadas, propostas de reflexão e outras alheias; e, ao final da
atividade, a intervenção do professor, a forma de correção e de registro do trabalho,
proposta de trabalho de consolidação do conteúdo e avanço para a próxima sessão.
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2ª - Análise do trabalho dos alunos: Possibilita conhecer com detalhes a dinâmica


que foi observada, o tipo de material utilizado, as normas de trabalho (obediência às normas
estabelecidas), o nível de elaboração do trabalho e a qualidade da escrita, a freqüência de
determinados tipos de atividade, os erros mais habituais, a avaliação do professor
(correções, anotações, comentários escritos). Numa análise comparativa entre os alunos e o
professor, é acompanhada a evolução da aprendizagem ao longo do curso, para introduzir
mudanças que sejam necessárias.

3ª - Provas psicopedagógicas: Completadas as etapas anteriores, passa-se à buscar a


informação sobre a capacidade do aluno nas diferentes áreas do currículo e em relação a
diferentes capacidades no próprio aluno. Através das provas psicopedagógicas essas
informações são facilitadas e é possível observar o estilo de aprendizagem e dificuldades
em progredir na escolaridade de cada aluno em particular. Além da vida escolar, essas
provas observam o relacionamento familiar e social, os interesses e motivações e as
maiores dificuldades que o aluno possa manifestar em relação a esses aspectos.

4 Devolução da informação aos professores, iniciando com uma avaliação


positiva do aluno, salientando suas capacidades. Através dessa primeira postura, projeta-se
e planeja-se as ações educativas necessárias, enfatizando a explicação da situação do aluno
no contexto escolar.

É apresentado um resumo escrito da avaliação e são realizadas orientações sobre o


trabalho que deve iniciar, bem como a função de cada um dos envolvidos nessas ações.
Devem ser programadas reuniões de acompanhamento posterior.

5 Informação aos pais ou responsáveis legais sobre as conclusões da avaliação


psicopedagógica e quais as decisões que serão tomadas pelo professor com relação aos
alunos. Essas entrevistas familiares devem ser realizadas preferencialmente pelo professor,
evitando-se que um número maior de pessoas a acompanhem. O psicopedagogo somente
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participará em casos especiais. Nesse momento, se comunica os resultados, as ações


educativas a serem realizadas, esclarecendo-se aspectos relativos à situação familiar, para
que possam ser acompanhados e complementados na família.

6 Acompanhamento: Formas de revisão do processo educativo, apresentação de


sugestões sobre as adaptações a serem feitas no currículo para ações posteriores, tomada de
decisões ao final do período para a continuidade do processo caracterizam o
acompanhamento, que deve ser contínuo e envolver toda a comunidade escolar e familiar.

É imprescindível a avaliação pedagógica na tomada de decisões sobre os aspectos


mais relevantes que se inserem nas dificuldades de aprendizagem. Para que a avaliação
psicopedagógica favoreça a realização de ajustes pertinentes, para que se aprenda a
“aprender e ensinar melhor”, respeitando diferenças individuais e promovendo
aprendizagens mais significativas, deve situar-se em um contexto de colaboração que
envolva também os professores e toda a estrutura da escola.

A função principal da intervenção psicopedagógica é colaborar com as equipes de


professores para efetivar a melhoria da qualidade da educação garantir o acesso a todos os
alunos.

3.2.1 A atuação do Psicopedagogo quanto ao desempenho escolar

A expressão do conhecimento construído pelo aluno não pode ser observada através
de instrumentos de avaliação classificatórios e critérios padronizados e quantificáveis que
não consideram a visão de conjunto.
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É preciso analisar as manifestações dos alunos absorvendo duas dimensões: a


interpretação de seus entendimentos e da forma de expressão de tais entendimentos,
direcionando o trabalho pedagógico nas duas direções. É preciso intervir para promover
maior entendimento das noções em estudo e, ao mesmo tempo, a melhor expressão do
conteúdo construído.

Práticas de auto-avaliação somente são eficientes quando objetivam a evolução do


aluno em termos de uma postura reflexiva sobre o que aprende, as estratégias de que se
utiliza e sobre sua interação com os outros. Baseia-se numa relação de confiança entre
professor e aluno, no diálogo, no enfrentamento conjunto de obstáculos e de dúvidas, em
sentimentos e descobertas partilhados.

Para que se possa compreender os conflitos e as hipóteses que a criança vivencia


nas distintas etapas da aprendizagem, os quais representam os meios através dos quais
organiza a sua própria aprendizagem, necessariamente deve ser invocada a questão de como
são vistos os erros pelos educadores, bem como estes estão sendo trabalhados em sala de
aula.

A verificação de dificuldades no processo de aquisição do conhecimento, nos


diversos níveis de escolarização, deve ser realizada de acordo com os níveis pelos quais a
criança passa na tarefa de buscar a compreensão daquilo que lhe é ensinado, a fim de criar
hipóteses que a auxiliem na compreensão dos conteúdos.

Mariante (1999), voltando-se para a alfabetização, enfatiza que as dificuldades


passam por diversos níveis. O erro torna-se construtivo quando a criança está fazendo
tentativas e, auxiliada pelo educador, busca a superação desses erros, sentindo-se
estimulada, e não excluída, através desse auxílio que lhe é dispensado.
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A respeito dos erros no aprendizado, Morais (2001) esclarece que aprender é um


processo complexo, cujo resultado depende de vários fatores, muitos deles que extrapolam
o universo escolar. As oportunidades de convívio com a escrita impressa (no lar e na escola)
influem fortemente sobre o rendimento ortográfico dos indivíduos de diferentes grupos
sociais, porque as características das correspondências que cada criança faz entre letra e
som e a freqüência do uso das palavras influenciam seu rendimento na escola.

O trabalho de avaliação do certo e do errado passa necessariamente pelo


reconhecimento de que os erros são essenciais, porque constituem pré-requisitos para a
sistematização da forma correta. Ao fazer a distinção entre “o certo e o errado”, a escola faz
uma discriminação ideológica entre “bons” e “maus”, discrimina e rotula os alunos.

Somente quando admite a consciência prévia que a criança traz de suas próprias
experiências no meio em que vive, aceitando-a, a escola é capaz de proporcionar uma
verdadeira aprendizagem – porque parte da construção do conhecimento pela criança e não
através de métodos quase sempre ultrapassados ou que negam a importância e a qualidade
do ensino.

Evitando-se a rotulação e a exclusão da criança através de formas de avaliação


equivocada, a escola ajusta-se às diferenças individuais e culturais de seus alunos. Assim, a
Psicopedagogia, ao propor o uso de métodos e materiais variados e adequados a cada aluno
para servirem de apoio, considerando as diferenças existentes entre as crianças, busca
romper com os moldes de comportamentos e dinâmicas de aprendizagem individuais que
consideram possível padronizar as formas pelas quais se aprende.

CONCLUSAO
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O psicopedagogo hoje é um profissional qualificado para trabalhar com a


prevencao e deteccao de dificuldades e ou problemas de desenvolvimento pessoal e de
aprendizagem que os alunos possam apresentar, inclusive , assessorar às instituições que
precisam lidar com as novas demandas sócio-culturais.

Lidar com o insucesso escolar é uma tarefa complexa e desafiadora para a qual não
se tem uma resposta acabada e pronta, o que aponta para a necessidade de buscar
alternativas que possam minimizar tal situação, mas temos no Psicopedagogo um
profissional do conhecimento trans/inter/multidisciplinar, que aplica conhecimentos
considerando as realidades tanto internas como externas da aprendizagem.

Por isso, concluiu-se que o Psicopedagogo e necessario ao desenvolvimento do


educando, com uma escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores,
alunos e famílias. A intervencaao do psicopedagogo nao termina na escla, tao pouco na sala
de aula, ela estende-se a familia .

Assim, a Psicopedagogia tem um importante papel na vida da criança que apresenta


necessidades e demanda cuidados, pois, enquanto aprende na escola, compreendendo que o
desenvolvimento cognitivo de uma criança é uma longa fileira de transformações, de
transgressões de uma atividade dominante para outra, é um diálogo que ela estabelece com
o seu futuro, com o caminho que vai trilhar e com os recursos e possibilidades que o meio
lhe oferece.
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REFERENCIAS

BASSEDAS, E. et al. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. 3 ed. Porto


Alegre: ARTMED, 1996.

BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil. 2 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000.


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FERREIRA, Renata T. da S. A importância da psicopedagogia no ensino fundamental – 1ª a


4ªséries. Psicopedagogia online. Disponível em HYPERLINK
"http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=348"
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=348> Acesso em 15 abr.
2010.
MARIANTE, Maria Alvina Pereira. Sistema fonológico português: sua relação com a
ortografia e implicações na alfabetização. Lageado: FATES, 1999.

MONERO, Carlos; SOLÉ, Isabel et al. O assessoramento psicopedagógico: uma


perspectiva profissional e construtivista. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

MORAIS, Arthur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 4 ed. São Paulo: Ática, 2000.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de


aprendizagem escolar. 4 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
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