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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DOUGLAS DALTON GEHLEN

DIMENSIONAMENTO E COMPARATIVO ENTRE ESTACAS


FRANKI, HÉLICE CONTÍNUA E STRAUSS:
ESTUDO DE CASO.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO
2016
DOUGLAS DALTON GEHLEN

DIMENSIONAMENTO E COMPARATIVO ENTRE ESTACAS


FRANKI, HÉLICE CONTÍNUA E STRAUSS:
ESTUDO DE CASO.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil, da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Campus
Pato Branco.

Orientador: Prof. Msc. Jairo Trombetta.

Co-orientadora: Profa. Dra. Elizângela


Marcelo Siliprandi.

PATO BRANCO
2016
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu falecido pai Ivanir Antônio Gehlen, por ter me ensinado a correr
atrás dos meus objetivos, a acreditar na minha capacidade e a ter me ensinado a ser
uma pessoa de princípios.
Agradeço a minha mãe Thania Maria Caminski Gehlen e a minha irmã Juliana Cristina
Gehlen, por terem acreditado e lutado comigo, nesse difícil trajeto.
Aos amigos Juliano da Silva Loff, Emanuel Rogério Padia e Tatiane Braz, por terem
acreditado e ajudado, cada um de sua maneira, a concretizar este sonho.
“Não creio que haja uma emoção, mais intensa para um inventor do que ver suas
criações funcionando. Essa emoção faz você esquecer de comer, de dormir,
de tudo. ”
Nikola Tesla
RESUMO

Fundações são estruturas responsáveis por receber as cargas da superestrutura e


transmiti-las ao solo. O objetivo desse trabalho é dimensionar e comparar fundações
em estacas tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss, para um edifício localizado na
cidade de Pato Branco-PR, indicando ao final, a solução mais viável técnica e
economicamente. O trabalho realizou pesquisa bibliográfica sobre fundações,
sondagens e solos, dimensionou geometricamente as estacas, promoveu o
dimensionamento dos blocos através de software, e elaborou o orçamento para as
diversas soluções. Ao final, foi realizado o comparativo analisando custos,
cronogramas executivos, processos construtivos, e mobilização de equipamentos.
Verificou-se, através do comparativo realizado que, para as condições deste projeto,
as estacas tipo Franki são a opção mais viável técnica e economicamente. Através do
trabalho realizado, foi possível estabelecer um roteiro de cálculo para fundações
profundas, bem como determinar a melhor alternativa para o edifício em estudo.

Palavras-chave: Fundações. Estacas. Comparativo entre estacas.


ABSTRACT

Foundations are structures responsible for receiving the loads of the superstructure
and transmitting them to the ground. The objective of this work is to size and compare
foundations in Franki, Continuous Propeller and Strauss stakes for a building located
in the city of Pato Branco, PR, indicating in the end the most technically and
economically viable solution. The work carried out a bibliographical research on
foundations, borings and soils, dimensioned the stakes geometrically, promoted the
sizing of the blocks through software, and elaborated the budget for the different
solutions. At the end, the comparative study was performed analyzing costs, executive
schedules, construction processes, and equipment mobilization. It was verified,
through the comparative realized that, for the conditions of this project, the cuttings
type Franki are the most viable option technically and economically. Through the work
carried out, it was possible to establish a calculation route for deep foundations, as
well as to determine the best alternative for the building under study.

Keywords: Foundations. Piles. Comparing stakes.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ilustração do ensaio SPT ......................................................................... 14


Figura 2 – Sondagem SPT e a trado ......................................................................... 14
Figura 3 – Fundações: (a) superficial; (b) profunda ................................................... 20
Figura 4 – Processo construtivo estaca Franki tipo standard .................................... 23
Figura 5 – Execução de estaca Franki ...................................................................... 23
Figura 6 – Equipamento para execução de Hélice Contínua .................................... 28
Figura 7 – Execução de estaca Hélice Contínua....................................................... 29
Figura 8 – Folha de controle de execução de estaca Hélice Contínua ..................... 32
Figura 9 – Fluxograma das etapas da pesquisa........................................................ 52
Figura 10 – Edifício Aliane Tonial .............................................................................. 53
Figura 11 – Construções vizinhas ao edifício em execução ...................................... 54
Figura 12 – Sobreposição de blocos sobre estacas Strauss. .................................... 68
Figura 13 – Comparativo de custo entre os itens e total por tipo de estaca .............. 77
Figura 14 – Cronograma blocos sobre estacas Franki .............................................. 78
Figura 15 – Cronograma blocos sobre estacas Hélice Contínua .............................. 78
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dimensões e peso mínimo dos pilões ..................................................... 24


Tabela 2 – Energia mínima de cravação ................................................................... 25
Tabela 3 – Volume das bases e energias mínimas ................................................... 25
Tabela 4 – Abatimento de concreto para estaca Hélice Contínua............................. 31
Tabela 5 – Diâmetro das estacas Strauss ................................................................. 34
Tabela 6 – Coeficientes que dependem do tipo de estaca ........................................ 38
Tabela 7 – Coeficientes que dependem do tipo de solo ............................................ 40
Tabela 8 – Escavação manual de vala – unidade m³ ................................................ 41
Tabela 9 – Fôrma de madeira para fundação – unidade m² ..................................... 42
Tabela 10 – Armadura CA-50 6,3 mm à 12,5 mm – unidade: kg .............................. 42
Tabela 11 – Armadura CA-50 16,0 mm à 25,0 mm – unidade: kg ............................ 42
Tabela 12 – Armadura CA-60 3,4 mm à 6,0 mm – unidade: kg ................................ 43
Tabela 13 – Concreto estrutural C20 – unidade: m³.................................................. 43
Tabela 14 – Lançamento e adensamento de concreto – unidade: m³....................... 43
Tabela 15 – Estaca Franki 45 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 45
Tabela 16 – Estaca Franki 52 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 45
Tabela 17 – Estaca Franki 60 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 46
Tabela 18 – Estaca Hélice Contínua 40 cm de diâmetro – unidade: m ..................... 46
Tabela 19 – Estaca Hélice Contínua 50 cm de diâmetro – unidade: m ..................... 47
Tabela 20 – Estaca Hélice Contínua 60 cm de diâmetro – unidade: m ..................... 47
Tabela 21 – Transporte de solo caminhão basculante – unidade: m³ ....................... 47
Tabela 22 – Estaca Strauss 32 cm de diâmetro – unidade: m .................................. 48
Tabela 23 – Estaca Strauss 38 cm de diâmetro – unidade: m .................................. 48
Tabela 24 – Estaca Strauss 45 cm de diâmetro – unidade: m .................................. 49
Tabela 25 – Diâmetros utilizados para o dimensionamento ...................................... 55
Tabela 26 – Resultados estaca Franki diâmetro = 45 cm, furo SP1 ......................... 59
Tabela 27 – Resistência admissível das estacas (tf)................................................. 59
Tabela 28 – Estacas adotadas .................................................................................. 59
Tabela 29 – Blocos sobre estacas Franki ................................................................. 62
Tabela 30 – Quantidade de estacas Franki ............................................................... 62
Tabela 31 – Blocos sobre estacas Hélice Contínua .................................................. 64
Tabela 32 – Quantidade de estacas Hélice Contínua ............................................... 64
Tabela 33 – Blocos sobre estacas Strauss ............................................................... 66
Tabela 34 – Quantidade de estacas Strauss ............................................................ 66
Tabela 35 – Quantidade total de estacas .................................................................. 67
Tabela 36 – Quantitativo total de materiais para execução dos blocos ..................... 68
Tabela 37 – Materiais ................................................................................................ 69
Tabela 38 – Mão-de-obra com encargos .................................................................. 69
Tabela 39 – Equipamentos........................................................................................ 70
Tabela 40 – Execução de estacas Franki ................................................................. 70
Tabela 41 – Execução de estacas Hélice Contínua .................................................. 70
Tabela 42 – Escavação manual de vala – unidade m³ .............................................. 70
Tabela 43 – Fôrma de madeira para fundação – unidade m² ................................... 70
Tabela 44 – Armadura CA-50 6,3 mm à 12,5 mm – unidade: kg .............................. 71
Tabela 45 – Armadura CA-50 16,0 mm à 25,0 mm – unidade: kg ............................ 71
Tabela 46 – Armadura CA-60 3,4 mm à 6,0 mm – unidade: kg ................................ 71
Tabela 47 – Concreto estrutural C20 – unidade: m³.................................................. 71
Tabela 48 – Lançamento e adensamento de concreto – unidade: m³....................... 72
Tabela 49 – Estaca Franki 45 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 72
Tabela 50 – Estaca Franki 52 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 72
Tabela 51 – Estaca Franki 60 cm de diâmetro – unidade: m .................................... 73
Tabela 52 – Estaca Hélice Contínua 50 cm de diâmetro – unidade: m ..................... 73
Tabela 53 – Estaca Hélice Contínua 60 cm de diâmetro – unidade: m ..................... 73
Tabela 54 – Transporte de solo caminhão basculante – unidade: m³ ....................... 74
Tabela 55 – Orçamento estacas Franki .................................................................... 74
Tabela 56 – Orçamento estacas Hélice Contínua ..................................................... 75
Tabela 57 – Custos totais .......................................................................................... 76
Tabela 58 – Tempo para execução das estacas ....................................................... 77
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 7
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 7
1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 7
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 9
2.1 O MATERIAL SOLO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................. 9
2.1.1 Histórico...... ....................................................................................................... 9
2.1.2 Características ................................................................................................. 10
2.2 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICAS E GEOTÉCNICAS ....................................... 11
2.2.1 Sondagens.. ..................................................................................................... 12
2.2.1.1 Standard Penetration Test............................................................................. 13
2.2.2 Programação de Sondagens ............................................................................ 17
2.3 FUNDAÇÕES ...................................................................................................... 19
2.3.1 Fundações Superficiais .................................................................................... 20
2.3.2 Fundações Profundas ...................................................................................... 21
2.3.2.1 Estaca Franki ................................................................................................ 21
2.3.2.2 Estaca Hélice Contínua ................................................................................. 27
2.3.2.3 Estaca Strauss .............................................................................................. 33
2.3.3 Capacidade de Carga Axial de Estacas ........................................................... 36
2.3.3.1 Métodos Semi-empíricos ............................................................................... 37
2.3.3.2 Aoki e Velloso ................................................................................................ 38
2.4 ORÇAMENTO ..................................................................................................... 40
2.4.1 Blocos sobre Estacas ....................................................................................... 41
2.4.1.1 Escavação ..................................................................................................... 41
2.4.1.2 Fôrmas...........................................................................................................41
2.4.1.3 Armaduras ..................................................................................................... 42
2.4.1.4 Concreto... ..................................................................................................... 43
2.4.1.5 Lançamento de Concreto .............................................................................. 43
2.4.2 Estacas....... ...................................................................................................... 44
2.4.2.1 Franki..............................................................................................................44
2.4.2.2 Hélice Contínua ............................................................................................. 46
2.4.2.3 Strauss........................................................................................................... 48
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 50
3.1 ETAPAS DO TRABALHO .................................................................................. 50
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 53
4.1 DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO ................................................................................ 53
4.2 ANÁLISE DE LAUDO DE SONDAGEM ............................................................. 54
4.3 DIMENSIONAMENTO DAS ETACAS ................................................................ 55
4.3.1 Diâmetros Adotados ......................................................................................... 55
4.3.2 Capacidade de Carga Axial .............................................................................. 55
4.4 ESTAQUEAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS ............................. 60
4.4.1.1 Estacas Franki ............................................................................................... 61
4.4.1.2 Estacas Hélice Contínua ............................................................................... 63
4.4.1.3 Estacas Strauss ............................................................................................ 65
4.5 ORÇAMENTO ..................................................................................................... 69
4.6.1 Estacas Franki .................................................................................................. 74
4.6.2 Estaca Hélice Contínua .................................................................................... 74
5 ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÃO ..................................................... 76
5.1 COMPARATIVO .................................................................................................. 76
5.2 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 79
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 82
7 APÊNDICES ........................................................................................................... 84
8 ANEXOS .............................................................................................................. 103
6

1 INTRODUÇÃO

O aumento da urbanização trouxe consigo necessidades nas mais diversas


áreas como transporte, saneamento e aumento na demanda de edificações
residenciais. Estruturas cada vez maiores passaram a fazer parte do cotidiano. Nesse
contexto, a engenharia civil passou a desempenhar um papel cada vez mais decisivo.
Novos materiais, novas técnicas, exigências do consumidor, limitações demográficas
e ambientais são apenas alguns dos aspectos que definem os parâmetros de
concepção de uma estrutura.
Desde o seu surgimento o homem vem utilizando o solo como material de
suporte para suas fundações e, por consequência de suas construções. (OLIVEIRA
FILHO, 1985).
A engenharia de fundações formou seus conceitos com base em sínteses de
uma vasta e multimilenar experiência construtiva. Ligada a cultura do homem desde
a pré-história esse saber empírico foi acumulando-se, e o fato de existirem, ainda hoje,
construções datadas de vários séculos, comprova-nos, sem sombra de dúvidas, o
valor e a importância dessa experiência acumulada (HACHICH, 1998).
A necessidade de apoiar as construções em terreno sólido já era observada
por várias civilizações da história antiga. Os egípcios apoiaram a pirâmide de Quéops
(2600 a.C.), em terreno previamente nivelado, recobrindo com blocos de calcário para
resistir a uma carga de aproximadamente sete milhões de toneladas, sendo que até
hoje suas fundações não apresentam sinais de recalque. Os babilônios usaram
fundações em sapatas de alvenaria de blocos monolíticos, suficientemente rígidos e
capazes de absorver as deformações, comprovando que a civilização já tinha
conhecimentos sobre recalques diferenciais. Os romanos variaram seus programas
de fundações, usavam desde blocos ciclópicos até estacas cravadas de madeira em
terrenos pouco resistentes. Os maias aplicaram com êxito, as fundações em radier,
que nada mais eram que camadas de pedras de até sessenta centímetros de
espessura, assentadas na superfície do terreno previamente nivelado. (OLIVEIRA
FILHO, 1985).
Diferentemente das demais áreas que a engenharia de estruturas atua, o
ramo das fundações tem o grande desafio de trabalhar com o solo, material natural
7

com características complexas as quais podem variar drasticamente de ponto a ponto.


Logo, faz-se necessário que o engenheiro possua conhecimentos de cálculo estrutural
e geotecnia, a mecânica dos solos e a mecânica das rochas. Munido de tais
conhecimentos, o engenheiro está apto a recolher e interpretar os dados necessários
ao projeto, dados esses referentes a topografia da área, ao subsolo e suas
propriedades, à superestrutura a ser apoiada bem como das estruturas de
construções vizinhas. (VELLOSO; LOPES, 2004).
O presente trabalho envolve as seguintes etapas: levantamento de dados
necessários ao projeto de fundações e sua análise a partir de laudo de sondagem;
dimensionamento geométrico de três soluções de fundações profundas em estacas
tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss para o caso em estudo, utilizando-se de
normativa vigente e modelos de dimensionamento que à atendam; dimensionamento
dos blocos sobre estacas para cada uma das soluções através de software de cálculo
estrutural que atenda a normativa vigente; comparativo técnico e financeiro entre as
três alternativas propostas buscando adotar a melhor solução para o problema.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Dimensionar e comparar fundações profundas em estacas do tipo Franki,


Hélice Contínua e Strauss: Estudo de caso edifício Aliane Tonial, localizado no
município de Pato Branco-PR.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Realizar revisão bibliográfica sobre fundações profundas, sondagens e solos,


bem como estudo da normativa vigente;
 Analisar e interpretar laudo de sondagem;
 Dimensionar geometricamente fundações profundas em estacas Franki,
Hélice Contínua e Strauss;
 Dimensionar blocos sobre estacas através de software de cálculo estrutural;
8

 Realizar o orçamento de cada uma das alternativas;


 Comparar as alternativas buscando escolher a solução mais viável técnica e
economicamente para o caso em estudo.

1.2 JUSTIFICATIVA

Fundações são elementos estruturais que tem como objetivo transmitir as


cargas da superestrutura para o solo onde ela se apoia (AZEREDO, 1977).
Diante de situações de implantação cada vez mais complexas e
empreendimentos nos mais diversos tipos de terreno, a engenharia de fundações
passou a necessitar de tratamento cada vez mais técnico e preciso, apresentando
soluções que muitas vezes definem a viabilidade do empreendimento (VELLOSO;
LOPES, 2004).
Perante tal cenário, o presente trabalho pretende dimensionar e comparar
fundações profundas em estacas tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss para o edifício
residencial Aliane Tonial, localizado no município de Pato Branco-PR. Este projeto
poderá servir de comparativo a profissionais da área, apresentando ao final, a solução
mais viável para o caso em estudo, o que pode ser entendido como a originalidade
deste trabalho, uma vez que para um mesmo projeto serão sugeridas três soluções
diferentes de fundações, atendendo a NBR 6122 (ABNT, 2010) e NBR 6118 (ABNT,
2014).
9

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O MATERIAL SOLO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ao se projetar estruturas de fundações, é preciso ter em mente que a solução


apresentada precisa contemplar as cargas aplicadas pela superestrutura e a resposta
do solo a estas solicitações. Porém, os solos diferem muito entre si gerando reações
muito variáveis (HACHICH, 1998).

2.1.1 Histórico

Ao longo da história, muitos pesquisadores contribuíram para o conhecimento


sobre o comportamento dos solos, sendo os trabalhos mais marcantes os
desenvolvidos por Coulomb (1773), Rankine (1856) e Darcy (1856). Porém, após
inúmeros insucessos em obras de engenharia civil ao fim do século XIX, como o
rompimento do Canal do Panamá e de grandes taludes em estradas e canais em
construção na Europa e nos Estados Unidos, ficou constatado a necessidade de se
rever os procedimentos de cálculo. Diferentemente dos demais materiais utilizados na
construção civil como o concreto e o aço, não se pode aplicar leis teóricas aos solos,
o comportamento reológico de maciços terrosos não pode ser expresso por um
simples módulo de elasticidade ou tensões de escoamento e resistência (HACHICH,
1998).
O conhecimento do comportamento do material solo, sendo este de origem
natural, disposto de maneira heterogênea e demasiadamente complexo para
quaisquer tratamentos teóricos rigorosos, se deveu, principalmente, aos trabalhos de
Karl Terzaghi, engenheiro civil com vasta experiência, preparo científico e acurado
espírito pesquisador. Seus trabalhos são reconhecidos como o marco inicial da
Mecânica dos Solos (HACHICH, 1998).
10

2.1.2 Características

Solos são o resultado do intemperismo ou meteorização das rochas, seja por


desintegração mecânica ou por decomposição química ou ambas. Suas
características são reflexo de sua rocha mãe e dos mecanismos que atuaram na
decomposição da mesma. São classificados, de acordo com a sua origem e formação,
como:
 Residuais - quando permanecem no local da rocha de origem, observando-
se uma gradual transição do solo até a rocha;
 Sedimentares - quando são transportados pela água, ventos e demais
agentes transportadores, sendo a textura desses solos função do agente
transportador e da distância de transporte;
 Orgânicos - quando formados pela decomposição de matéria orgânica tanto
vegetal quanto animal (CAPUTO, 1988).
Em termos mecânicos, o solo é formado por partículas sólidas, água e ar, o
que permite que as partículas tenham seu movimento facilitado, pois, mesmo quando
existe alguma cimentação entre as mesmas, o grau dessa ligação é muito inferior aos
demais materiais como metais e concreto. Logo, é visível que tal movimentação das
partículas resulta na complexidade da análise do comportamento deste material, o
que o distingue da análise da mecânica dos sólidos deformáveis (HACHICH, 1998).
Em relação à engenharia, os problemas ao se projetar e executar fundações
ou obras de terra se resumem em dois tipos fundamentais:
 Deformações do solo quando solicitado;
 Ruptura do solo (colapso) (CAPUTO, 1988).
O correto reconhecimento e classificação do material solo é o ponto de partida
para projetos de fundações seguros e econômicos (SCHNAID, 2000).
Quanto ao custo, em geral é negligenciável em valor, mas tal reconhecimento
é indispensável para a definição do tipo de fundação mais adequado. O insucesso na
escolha do tipo de fundação pode gerar desde pequenos transtornos e custos
elevadíssimos de recuperação da estrutura até o colapso da mesma (CAPUTO, 1988).
11

2.2 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICAS E GEOTÉCNICAS

É requisito prévio para o projeto e para a execução de qualquer obra de


fundações, a realização de um programa de investigações geotécnicas, pois, ao se
falar de solos e rochas, a heterogeneidade é a regra e os casos de homogeneidade,
a exceção. Logo, tais estudos se tornam indispensáveis quando visamos praticar a
engenharia, ou seja, alcançar a maior estabilidade visando o menor custo possível
(CAPUTO, 1988).
De acordo com a NBR 6122, item 4.1, deve-se, através de um reconhecimento
inicial, observar alguns aspectos a considerar nos projetos de fundações:
 Feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de taludes;
 Indícios da presença de aterros (bota-fora) na área;
 Indícios de contaminação do subsolo por material lançado no local ou
decorrente do tipo de ocupação anterior;
 Prática local de projeto e execução de fundações;
 Peculiaridades geológico-geotécnicas na área, como presença de
matacões, afloramentos rochosos nas imediações, áreas brejosas, minas
d’água, dentre outras (ABNT, 2010).
Ainda, conforme o item 4.2, de acordo com o vulto da obra e suas
particularidades, deve ser realizada vistoria geológica de campo por profissional
especializado, sendo este reconhecimento contemplado, eventualmente com estudos
geológicos adicionais (ABNT, 2010).
Segundo a NBR 6122, item 4.3, independente da edificação, uma
investigação geotécnica preliminar deve ser realizada, constituída no mínimo por
sondagens a percussão, com SPT, onde será determinada a estratigrafia e a
classificação dos solos, posição do nível d’agua assim como a medida do índice de
resistência à penetração (NSPT) (ABNT, 2010).
Ainda, o item 4.3 determina que, dependendo dos resultados obtidos nas
investigações preliminares, pode ser necessária a realização de investigações
complementares, através de sondagens adicionais ou até mesmo realização de outros
ensaios de campo e de laboratório. Devem ser feitas, independente de extensão ou
investigações preliminares realizadas, investigações adicionais sempre que em
12

qualquer etapa da execução da fundação, forem constatadas diferenças entre as


condições locais e as levantadas pelas investigações preliminares, buscando assim
esclarecer completamente essas divergências (ABNT, 2010).
Segundo a NBR 6122, item 4.4, caso após a realização inicial de sondagens
a percussão, ainda existam dúvidas a respeito do material impenetrável a percussão,
devem ser realizados ensaios complementares, sendo sondagens adicionais e outros
ensaios de campo programados (ABNT, 2010).

2.2.1 Sondagens

A obtenção de informações do substrato estudado, visando determinar suas


propriedades de engenharia pode ser realizada tanto através de ensaios laboratoriais
assim como por ensaios de campo. Porém, na prática, a predominância e quase que
total de ensaios in situ, ficando restrita a investigação laboratorial à alguns casos
especiais de solos coesivos (HACHICH, 1998).
Entre os ensaios de campo existentes em todo o mundo, destacam-se:
 Standard Penetration Test (SPT);
 Standard Penetration Test complementado com medidas de torque - SPT-
T;
 Ensaio de penetração de cone – CPT;
 Ensaio de penetração de cone com medida das pressões neutras, ou
piezocone – CPT-U;
 Ensaio de palheta – Vane Test;
 Pressiômetros (de Ménard e auto perfurantes);
 Dilatômetro de Marchetti;
 Ensaios de carregamento de placa – provas de carga;
 Ensaios geofísicos, em particular o ensaio de Cross-Hole (HACHICH,
1998).
O Standard Penetration Test (SPT) é sem dúvida o ensaio de campo mais
utilizado não apenas no Brasil, mas também na maioria dos países (HACHICH, 1998).
13

2.2.1.1 Standard Penetration Test

O SPT constitui-se em uma medida de resistência dinâmica associada a uma


sondagem de simples reconhecimento. A cada metro, amostras representativas do
solo são coletadas por meio de amostrador-padrão, de diâmetro de 50 mm. O
procedimento se resume na cravação do amostrador no fundo de uma escavação,
esta que pode ser revestida ou não, através de um peso de 65,0 kg (martelo), caindo
de uma altura de 750 mm. O valor NSPT é o número de golpes necessários para fazer
o amostrador penetrar 300 mm, após uma cravação inicial de 150 mm (SCHNAID,
2000).
As vantagens do SPT em relação aos demais ensaios de campo estão
relacionadas à simplicidade do seu equipamento, o que implica em baixo custo, além
da obtenção de um valor numérico que pode ser relacionado a regras empíricas e
rotineiras de projeto, especialmente no Brasil (SCHNAID, 2000).
A normatização do ensaio foi realizada em 1958 através da Americam Society
for Testing and Materials (ASTM). Porém, o que ocorre é que vários países possuem
normas nacionais com características variáveis. Um padrão internacional usado como
referência é o International Reference Test Procedure (IRTP / ISSMFE). Na América
do Sul a normatização norte-americana ASTM D 1.586-67 é utilizada com frequência,
tendo o Brasil normatização própria, a NBR -6.484/2001 (SCHNAID, 2000).
O ensaio se inicia, montando-se sobre o terreno, na posição de cada
perfuração, um cavalete, chamado de tripé. Neste, é montado um conjunto de
roldanas por onde passa uma corda, geralmente de cisal. Este conjunto de cavalete,
roldanas e cisal auxiliará no manuseio do conjunto de hastes e no manuseio do
martelo (Figuras 1 e 2) (HACHICH, 1998).
14

Figura 1 – Ilustração do ensaio SPT


Fonte: Schnaid, 2000.

Figura 2 – Sondagem SPT e a trado


Fonte: Fungeo, 2016.
15

Inicia-se o furo com o uso de um trado cavadeira, perfurando-se até um metro


de profundidade. Recolhe-se e acondiciona-se uma amostra representativa deste
solo, a qual é identificada como amostra zero. Em uma das extremidades de uma
composição de hastes, acopla-se o amostrador padrão, que posteriormente é
posicionado no fundo do furo. Com o auxílio da corda e roldanas, ergue-se o martelo
até uma altura de 75 cm acima da composição de hastes e deixa-se o mesmo cair,
em queda livre, sobre a composição. Este procedimento é repetido até que o
amostrador padrão penetre 45 cm no solo, contando-se o número de golpes
necessários para a cravação de cada segmento de 15 cm do total de 45 cm. A soma
do número de golpes necessários para a penetração dos últimos 30 cm do
amostrador, do total de 45 cm, é designada de NSPT (HACHICH, 1998).
Após alcançados os 45 cm de penetração do amostrador padrão, retira-se o
mesmo do furo e colhe-se uma amostra de solo contida em seu bico. Quando se
percebe mudanças do tipo de solo no material do corpo do amostrador, deve-se
recolher também a parte que as caracteriza para serem identificadas. Prossegue-se a
abertura de mais um metro de furo até se atingir a cota seguinte de 2 metros, porem
desta vez utilizando um trado helicoidal. A partir deste ponto, todo o processo descrito
anteriormente se repete (HACHICH, 1998).
Existem casos onde a perfuração a trado é impossibilitada pela resistência do
solo, natureza do material ou ainda, pela presença de lençol freático. Nestes casos,
prossegue-se a perfuração com o auxílio de circulação de água. Tal processo, é
realizado utilizando-se uma motobomba, uma caixa-d’água com divisória para
decantação, e um trépano de lavagem. A água então é injetada na composição de
hastes, que agora não possui em sua extremidade o amostrador padrão, mas sim o
trépano. Através de pequenos orifícios nas laterais do trépano, a água é injetada no
solo. A pressão da água combinada com movimento de rotação empregados na
composição das hastes faz com que o trépano rompa a estrutura do solo, permitindo
assim que a perfuração prossiga. O solo desagregado se mistura com a água, que é
drenada para a caixa-d’água. A água é novamente injetada no furo. Em suma, cria-se
um circuito fechado de circulação com o auxílio de tubos e hastes (HACHICH, 1998).
16

De acordo com a NBR 6484, item 6.4.3.2, o ensaio de avanço de perfuração


pela circulação de água deve ter duração de 30 min, devendo-se anotar o avanço do
trépano a cada período de 10 min (ABNT, 2001).
Em casos de instabilidade do solo nas paredes do furo, a perfuração é feita
utilizando-se tubos de revestimento, trabalhando-se internamente a estes (HACHICH,
1998).
De acordo com a NBR 6484, item 6.3.12, a cravação do amostrador padrão é
interrompida antes dos 45 cm de cravação (paralisação de sondagem), sempre que
uma das seguintes situações ocorrerem:
 Em qualquer um dos três seguimentos de 15 cm, o número de golpes seja
superior a 30;
 Um total de 50 golpes tenham sidos necessários para a cravação de todos
os 45 cm;
 Não se observar avanço do amostrador padrão em cinco golpes
sucessivos do martelo (ABNT, 2001).
Ainda, segundo a NBR 6484, item 6.4.3, nos casos onde o amostrador padrão
não mostrar avanços após cinco golpes sucessivos do martelo, deve-se, após a
retirada da composição de hastes e amostrador, executar o ensaio de avanço de
perfuração com circulação de água (ABNT, 2001).
De acordo com a NBR 6484, item 6.4.1, o processo de perfuração por
circulação de água, associado a ensaios penetrométricos, pode ser paralisado
(paralisação de sondagem) quando se obtiver uma das seguintes condições:
 Em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para a penetração dos 15 cm
iniciais do amostrador padrão;
 Em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 30 cm
iniciais do amostrador padrão;
 Em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm do
amostrador-padrão (ABNT, 2001).
É de grande importância a determinação do nível de água, seja pelo
armazenamento de água da chuva ou presença de lençol freático. Durante a
perfuração, ao se determinar a ocorrência de água, interrompe-se o trabalho e anota-
se a profundidade. Deve-se sempre aguardar a estabilização e anotar a profundidade
17

referente a superfície da água. Após terminada a perfuração, retira-se a água do furo


com o auxílio de um baldinho (peça de cano de diâmetro de 1”). Aguarda-se o
surgimento de água e anota-se novamente a profundidade da lâmina d’água. Sempre
que possível, deve-se esgotar a água dos furos de sondagem no final do expediente
e medir, na manhã do dia seguinte, a altura da lâmina d’água. Deve-se tomar cuidado
especial nos casos onde imaginar-se que poderá existir mais de um lençol freático.
Nestes casos reveste-se o furo para isolar o primeiro lençol de água encontrado e
prossegue-se a perfuração, a trado, até se encontrar o lençol seguinte (HACHICH,
1998).
As amostras coletadas durante o ensaio in situ são levadas ao laboratório para
classificação tátil-visual. Nela são definidas as camadas de solos sedimentares e suas
respectivas espessuras ou os horizontes de decomposição de solos residuais.
Eventuais dúvidas de classificação de materiais podem ser dirimidas com o auxílio de
ensaios de laboratório, como por exemplo, granulometria, Limites de Atterberg, etc
(HACHICH, 1998).
Após a classificação tátil-visual, os perfis individuais preliminares de cada
sondagem são então obtidos. Com os perfis individuais de cada sondagem, nível
d’água e da cota (elevação) do terreno no início da perfuração, desenha-se, o perfil
do subsolo de cada sondagem, ou para facilitar a visualização, seções do subsolo
abrangendo várias sondagens. O desenho final das sondagens deve mostrar todas as
camadas ou horizontes de solo encontrados, bem como as posições dos níveis d’água
e o número de golpes NSPT necessários para a cravação dos últimos 30 cm do
amostrador e demais informações úteis que forem observadas (HACHICH, 1998).

2.2.2 Programação de Sondagens

A programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos para


fundações de edifícios é normatizada pela ABNT NBR 8036. Nela, são fixadas as
condições exigíveis na programação das sondagens, bem como o número, a
localização e a profundidade das mesmas (ABNT, 1983).
18

De acordo com a NBR 8036, item 4.1.1.2, o número de sondagens e sua


locação deve fornecer o melhor quadro possível das variações do subsolo, sendo
executadas, no mínimo:
 Uma para cada 200 m² de área da projeção em planta do edifício, até 1200
m²;
 Entre 1200 m² até 2400 m², deve-se executar uma sondagem para cada
400 m² que excederem 1200 m²;
 Acima de 2400 m², o número de sondagens deve ser estabelecido de
acordo com o plano particular da construção (ABNT, 1983).
Ainda, de acordo com o item 4.1.1.2, o número mínimo de sondagens, em
quaisquer circunstâncias, deve ser:
 Dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m²;
 Três para área da projeção em planta do edifício de 200 m² até 400 m²
(ABNT, 1983).
De acordo com a NBR 8036, item 4.1.1.3, nos casos de estudos de viabilidade
ou escolha de local, onde ainda não se conhece a disposição em planta dos edifícios,
o número de sondagens a ser executado deve ser realizado de forma que a distância
máxima entra as mesmas seja de 100 m, executando no mínimo três sondagens
(ABNT, 1983).
Em relação à localização das sondagens, a NBR 8036 estabelece no item
4.1.1.4, as seguintes regras gerais:
 Nas fases de estudos preliminares e planejamento, as sondagens devem
ser igualmente distribuídas em toda área;
 Na fase de projeto, podem-se localizar as sondagens de acordo com
critérios específicos, levando em conda pormenores estruturais;
 Quando o número de sondagens for superior a três, as mesmas não
devem ser distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento (ABNT, 1983).
Quanto a profundidade das sondagens, a NBR 8036 estabelece no item 4.1.2,
que a mesma é função do tipo de edificação e de suas características estruturais, bem
como das características geotécnicas e topográficas locais. A exploração deve ser
levada até profundidades de que incluam camadas impróprias para o apoio de
19

fundações, visando que as mesmas não venham a comprometer a estabilidade, o


comportamento estrutural ou funcional do edifício (ABNT, 1983).
Seria ideal que o projetista de fundações participasse do programa de
sondagens desde a sua concepção e realizasse seu total acompanhamento. Porém,
infelizmente, na realidade do dia a dia da engenharia isso não acontece, e ao
profissional responsável pelo projeto são repassadas as informações da
superestrutura e um conjunto de sondagens que visam representar o solo onde ela
será implantada. Vale salientar aqui a importância da idoneidade e qualidade da
empresa executora das sondagens, pois muitas vezes a mesma é contratada pelo
proprietário da obra visando menor custo. Logo, o projetista deve estabelecer padrões
mínimos de qualidade, além dos que estabelecem as normas, visando obter todas as
informações necessárias e confiáveis para o projeto (VELLOSO; LOPES, 2004).

2.3 FUNDAÇÕES

As estruturas de fundações surgem da necessidade natural de se transmitir


as cargas de uma estrutura ao solo que a suporta. Seu desempenho é afetado por
muitos fatores como aqueles decorrentes do projeto propriamente dito, que envolve o
conhecimento de solos por parte do projetista, passando por processos construtivos
além de efeitos de acontecimentos pós implantação, incluindo a própria degradação
da mesma (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, 2008.
Convencionalmente, separamos as fundações em dois grupos (Figura 3):
 Fundações superficiais (diretas);
 Fundações profundas (HACHICH, 1998).
Esta separação foi adotada seguindo o critério (arbitrário) de que uma
fundação do tipo profunda é aquela em que o mecanismo de ruptura de base não
atinge a superfície do terreno. Os mecanismos de ruptura de base atingem valores
acima da mesma de até duas vezes a sua menor dimensão. Logo, a NBR 6122
estabeleceu que fundações profundas são aquelas que apresentam a cota de
assentamento de suas bases à uma profundidade duas vezes maior que a sua menor
dimensão, e a pelo menos três metros de profundidade (HACHICH, 1998).
20

Figura 3 – Fundações: (a) superficial; (b) profunda


Fonte: Velloso e Lopes, 2004.

2.3.1 Fundações Superficiais

Segundo a NBR 6122, item 3.1, fundações superficiais (rasas ou diretas), são
elementos estruturais onde a carga é transferida ao solo pelas tensões distribuídas
sob a base da fundação. A profundidade de assentamento da base em relação ao
terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a sua menor dimensão (ABNT,
2010).
Em relação aos tipos de fundações superficiais, a NBR 6122 define:
 Bloco – elemento de fundação de concreto simples, dimensionado para
que as tensões de tração do elemento sejam resistidas pelo concreto, sem
a necessidade de armadura;
 Sapata – elemento de fundação em concreto armado, dimensionado para
que as tensões de tração do elemento sejam absorvidas por armadura;
 Sapata corrida – elemento de fundação sujeito a carga distribuída
linearmente, ou ainda, de pilares ao longo de um mesmo alinhamento;
 Sapata associada – elemento de fundação comum a mais de um pilar;
 Radier – elemento de fundação que abrange parte ou todos os pilares de
uma estrutura, distribuindo seus carregamentos (ABNT, 2010).
21

2.3.2 Fundações Profundas

De acordo com a NBR 6122, item 3.7, fundações profundas são elementos
estruturais onde a carga é transmitida ao solo pela base (resistência de ponta), por
atrito lateral (resistência de fuste) ou pela combinação de ambas. Sua base deve estar
assentada a uma profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta,
e no mínimo a três metros de profundidade (ABNT, 2010).
Em relação aos tipos de fundações profundas, a NBR 6122 estabelece:
 Estaca – elemento de fundação executado por equipamentos e
ferramentas, sem que, em qualquer etapa de sua execução, haja descida
de pessoas. Os materiais empregados podem ser aço, madeira, concreto
pré-moldado ou moldado in loco, ou por suas combinações;
 Tubulão – elemento de fundação escavado no solo, onde em pelo menos
na sua etapa final, há descida de pessoas para o alargamento de sua base
ou limpeza do fundo da escavação, sendo que neste tipo de fundação as
cargas são transmitidas preponderantemente pela ponta (ABNT, 2010).

2.3.2.1 Estaca Franki

A estaca tipo Franki foi concebida a mais de 85 anos pelo engenheiro Edgar
Frankignoul na Bélgica. Dele, partiu-se a ideia de se cravar um tubo no terreno pelo
impacto de golpes de um pilão de queda livre numa bucha, de concreto seco ou seixo
rolado compactado, colocada dentro da extremidade inferior do tubo (HACHICH,
1998).
A estaca Franki foi muito bem aceita devido a sua qualidade e custo vantajoso,
pois, devido a sua base alargada, a estaca final apresenta comprimentos menores de
fuste, sendo que a concretagem da mesma ocorre apenas no comprimento necessário
(ultrapassando pouco a cota prevista de arrasamento) (VELLOSO; LOPES, 2010).
As etapas do processo original de execução de uma estaca Franki (Figuras 4
e 5), são:
 Cravação do tubo: posiciona-se o tubo verticalmente, ou segundo a
inclinação prevista para a estaca, em seguida derrama-se em seu interior
22

certa quantidade de areia e brita, que posteriormente é socada de encontro


ao solo, por um pilão de uma a quatro toneladas (função do diâmetro da
estaca), caindo de vários metros de altura. Através dos golpes impelidos
pelo pilão, a mistura de areia e brita forma uma “bucha” estanque,
energicamente comprimida contra as paredes do tubo. Em seguida, dá-se
início a cravação da composição de tubo mais bucha, onde, através dos
golpes do pilão, o tubo penetra no terreno e o comprime fortemente.
Graças à bucha, água e o solo são impedidos de penetrar no tubo,
resultando numa forma absolutamente estanque.
 Execução da base alargada: após a cravação do tubo, inicia-se a expulsão
da bucha e a execução da base alargada. O tubo é ligeiramente levantado
e mantido fixo aos cabos do bate-estacas, e por meio de golpes de grande
altura do pilão expulsa-se a bucha do tubo. Logo após a expulsão da
bucha, introduz-se concreto seco que, sob golpes de pilão, é introduzido
no terreno, formando-se a base alargada.
 Colocação da armadura: após a execução da base alargada, coloca-se no
tubo a armadura prevista. Esta colocação deve ser feita de maneira que a
ferragem fique localizada entre o tubo e o pilão, de forma que este possa
trabalhar livremente no interior da armadura.
 Concretagem do fuste: uma vez colocada a armadura, dá-se início a
concretagem do fuste, o qual se dá através do apiloamento do concreto
(fator água/cimento entre 0,40 a 0,45) de forma paulatina em conjunto com
a retirada concomitante do tubo, com cuidado de se deixar uma quantidade
mínima de concreto em seu interior, impedindo que a água e o solo
penetrem nele (VELLOSO; LOPES, 2010).
23

Figura 4 – Processo construtivo estaca Franki tipo standard


Fonte: Velloso; Lopes, 2010.

Figura 5 – Execução de estaca Franki


Fonte: Geoservice, Geotecnia e Fundação LTDA – Meksol, 2016.
24

As estacas tipo Franki são executadas a fim de e obter bitolas finais do fuste
de 300 mm, 350 mm, 400 mm, 450 mm, 520 mm, 600 mm e 700 mm (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
Conforme apresentado, a estaca Franki é implantada no solo através da
cravação do tubo de revestimento. O controle de cravação é feito através do registro
da energia mecânica despendida para isso. A energia é obtida pela expressão (1):

𝐸 = 𝑛×𝑃×ℎ (1)

Onde:
E – Energia de cravação (kN x m);
n – Número de golpes para a cravação de 50 cm do tubo;
P – Peso do pilão (kN);
h – Altura de queda do pilão (m) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Na obra obtém-se o diagrama de cravação. Esta ferramenta de controle
determina o número de golpes necessários para se cravar 50 cm do tubo para um
pilão de peso (P) caindo de uma altura (h) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Os pilões devem possuir peso e dimensões de acordo com a Tabela 1:

Tabela 1 – Dimensões e peso mínimo dos pilões


∅tubo (cm) Peso mínimo (kN) Diâmetro mínimo (cm)
300 10 180
350 15 220
400 20 250
450 25 280
520 28 310
600 30 380
700 45 450
Fonte: Joppert Junior (2007).

Para se cravar o tubo, o pilão deve ser elevado a alturas entre 5,00 e 7,00
metros, sempre se verificando a integridade da bucha durante a cravação, através de
uma marca feita no cabo, (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Conclui-se a cravação quando se obtém a energia mínima em dois trechos
consecutivos de 50 cm (JOPPERT JUNIOR, 2007).
25

A Tabela 2 define as energias mínimas de cravação de acordo com o diâmetro


do tubo cravado:

Tabela 2 – Energia mínima de cravação


∅tubo (mm) Energia mínima de cravação (kN x m)
300 1800
350 2300
400 3000
450 4000
520 4500
600 5000
700 6000
Fonte: Joppert Junior (2007).

As negas das estacas são obtidas pela cravação de 10 golpes do pilão caindo
de uma altura fixa de 1,00 metro e um único golpe do pilão caindo de uma altura de
5,00 metros (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Após a cravação deve-se sempre conferir o levantamento das estacas
próximas (JOPPERT JUNIOR, 2007).
A base alargada das estacas Franki deve ser executada de modo que se
atendam o volume e a energia mínima, obtida através da expressão (1), especificados
na Tabela 3:

Tabela 3 – Volume das bases e energias mínimas


Energia Volume final
Diâmetro da Base Base Base Base mínima para energia
estaca (mm) mínima (l) Normal (l) Usual (l) Especial (l) (kN x m) mínima (l)
300 90 90 180 270 1500 90
350 90 180 270 360 1500 90
400 180 270 360 450 1500 90
450 270 360 450 600 5000 150
520 300 450 600 750 5000 150
600 450 600 750 900 5000 150
700 600 750 900 1050 5000 150
Fonte: Joppert Junior (2007).

Deve-se sempre verificar a abertura da base através da marca do cabo, vide


figura (1), que indica se realmente o volume de concreto lançado para a execução da
base foi realmente expulso do tubo para o solo (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Após a execução da base, inicia-se a concretagem do fuste. Nesta fase devem
ser observados alguns itens:
26

 Encurtamento da Armadura: comprova a verticalidade do fuste e a


tendência de expulsão do concreto no fuste durante o apiloamento.
 Marca do cabo: mostra a altura de segurança do concreto dentro do tubo
para que não ocorra o estrangulamento do fuste (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Caso algum dos itens acima apresente valores anormais, deve-se interromper
a concretagem, refazer a bucha e executar a recravação da estaca como se a mesma
fosse nova, com nova base e etc (JOPPERT JUNIOR, 2007).
O processo executivo das estacas Franki promove uma alta capacidade de
carga na estaca, assim como um bom controle de qualidade do estaqueamento.
Porém, tal processo também é responsável por vibrações excessivas e baixa
produtividade (50 metros de estaca/dia) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
É importante salientar as características do processo executivo das estacas
Franki, que a diferem dos outros tipos de estaca, que contribuem para sua elevada
carga de trabalho:
 Cravação com a ponta fechada tornando o tubo estanque, permitindo
trabalhar na presença de lençol d’água;
 Base alargada que confere maior resistência de ponta;
 Em solos arenosos o apiloamento da base compacta o mesmo,
aumentando a resistência de ponta;
 Em solos argilosos o apiloamento da base expulsa a água da argila, que é
absorvida pelo concreto seco da base, reforçando seu entorno;
 O apiloamento do concreto do fuste compacta o solo e aumenta a
resistência lateral;
 O comprimento da estaca é facilmente ajustado durante a cravação
(HACHICH, 1998).
Devido as vibrações produzidas em seu processo original, denominado tipo
Standard, este tipo de estaca veio perdendo espaço nos grandes centros urbanos.
Logo, variantes do processo original foram desenvolvidas, sendo elas:
 Franki tubada – aplicada em pontes e obras marinhas, ou seja, quando a
estaca apresenta uma parte em água ou ar.
27

 Franki mista – trada-se de uma estaca de fuste pré-moldado ancorada na


base alargada do processo original.
 Franki com fuste vibrado – variante que apresenta mudanças apenas na
etapa da concretagem da estaca, onde após a execução do furo e
colocação da armadura, o tubo é preenchido de uma só vez, em toda sua
extensão, com concreto plástico; depois de cheio, adapta-se um vibrador
ao tubo que é arrancado de forma contínua pelo bate-estacas.
 Franki de martelo automático e fuste vibrado – variante da Franki com
fuste vibrado, onde utiliza-se um martelo automático para cravar o tubo
com a ponta fechada por uma chapa de aço até a profundidade necessária.
 Franki com ponta aberta – trata-se da cravação do tubo aberto com
escavação interna até a profundidade desejada, onde o processo original
é retomado (VELLOSO; LOPES, 2010).

2.3.2.2 Estaca Hélice Contínua

A estaca Hélice Contínua é uma estaca de concreto moldada in loco, sendo


executada através da utilização de trado contínuo para escavação e injeção de
concreto, sob pressão controlada, através da haste central do mesmo (Figura 6)
(HACHICH, 1998).
28

Figura 6 – Equipamento para execução de Hélice Contínua


Fonte: Geoservice, Geotecnia e Fundação LTDA – Meksol, 2016.

Desenvolvida nos Estados Unidos e difundida em toda Europa e Japão na


década de 1980, a estaca Hélice Contínua foi executada pela primeira vez no Brasil
em 1987 com equipamentos aqui desenvolvidos. Tais equipamentos eram montados
sob guindastes de esteiras, com torque de 35 kNm e diâmetros de 275 mm, 350 mm,
e 425 mm, os quais permitiam a execução de estacas de até 15 metros de
profundidade (HACHICH, 1998).
Na década de 1990, o mercado brasileiro foi invadido por máquinas
importadas da Europa, principalmente da Itália, desenvolvidas especialmente para a
29

execução de estacas Hélice Contínua. Estes equipamentos apresentavam torques de


90 kNm a mais de 200 kNm, assim como diâmetros de hélice de 1000 mm e
capacidade de execução de estacas de até 24 metros de profundidade (HACHICH,
1998).
As estacas são executadas nas seguintes etapas (Figura 7):
 Perfuração;
 Concretagem;
 Armação.

Figura 7 – Execução de estaca Hélice Contínua


Fonte: Velloso; Lopes, 2010.

A perfuração consiste na introdução do trado no terreno, através de movimento


rotacional transmitido por motores hidráulicos acoplados na extremidade superior do
mesmo, até a cota prevista em projeto sem que haja a retirara do trado em nenhum
momento (VELLOSO; LOPES, 2010).
O trado é composto por uma hélice espiral que se desenvolve em torno de um
tubo central, sendo o tubo tampado para impedir a entrada de solo. Quando
introduzido no terreno, o trado promove a desagregação do solo que penetra entre as
hastes da hélice (JOPPERT JUNIOR, 2007).
30

Após alcançada a profundidade desejada, inicia-se a concretagem. Bombeia-


se o concreto de maneira contínua através do tubo central do trado, o qual é retirado
concomitantemente sem girar, ou girando lentamente no mesmo sentido da
perfuração. A velocidade de extração do trado deve ser tal que a pressão no concreto
introduzida no furo seja mantida positiva (acima do valor mínimo desejado). A pressão
do concreto deve garantir que todos os espaços vazios deixados pela hélice sejam
preenchidos (VELLOSO; LOPES, 2010).
O preenchimento da estaca se dá até a superfície do terreno, pouco acima da
cota de arrasamento, sendo que, de acordo com o tipo de solo, pode-se interromper
a concretagem e sacar o trado arrasando a estaca um pouco mais abaixo (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
O concreto utilizado no enchimento das estacas é composto por areia, pedrisco
e cimento com consumo entre 380 e 450 kg/m³ e slump de 22 ± 2 cm (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
Após de executada a concretagem, deve-se limpar o solo proveniente da
escavação que fica depositado no topo da estaca. A remoção deste material
geralmente é realizada com o auxílio de escavadeira hidráulica (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Devido ao processo executivo da estaca Hélice Contínua, a armadura é
colocada após o término da concretagem. A gaiola de armadura é introduzida
manualmente por operários, ou com auxílio de um peso ou ainda, com o uso de um
vibrador (VELLOSO; LOPES, 2010).
Estacas submetidas apenas a esforços de compressão levam uma armadura
no topo com quatro metros de comprimento abaixo da cota de arrasamento. Nos casos
de estacas submetidas a esforços transversais ou de tração, é possível introduzir uma
armadura de maior comprimento, sendo que armaduras de 12 até 18 m já foram
introduzidas neste tipo de caso (VELLOSO; LOPES, 2010).
A armação deve ser composta por bitolas grossas para facilitar a introdução da
armadura ao concreto. Devem ser utilizados roletes de plástico nas laterais da gaiola
para garantir o cobrimento mínimo de concreto (JOPPERT JUNIOR, 2007).
31

Além das providências citadas anteriormente, deve-se ficar atento ao slump do


concreto utilizado pois, o mesmo é fator de grande influência na introdução das
armaduras (JOPPERT JUNIOR, 2007).
A Tabela 4 apresenta valores de abatimento do concreto a serem seguidos,
visando facilitar a introdução da gaiola na estaca.

Tabela 4 – Abatimento de concreto para estaca Hélice Contínua


L - Comprimento da armação (m) Valor mínimo slump (cm)
L < 3,00 20
3,00 < L < 6,00 22
6,00 < L < 9,00 24
9,00 < L < 12,00 26
Fonte: Joppert Junior (2007).

O controle de execução dessas estacas pode ser monitorado eletronicamente,


através de um computador ligado a sensores instalados na máquina. Como resultados
da monitoração, são obtidos os seguintes elementos:
 Comprimento das estacas;
 Inclinação;
 Torque;
 Velocidade de rotação;
 Velocidade de penetração do trado;
 Pressão no concreto;
 Velocidade de extração do trado;
 Volume de concreto (apresentado em geral como perfil da estaca);
 Sobreconsumo de concreto (percentual entre o volume consumido e o
calculado com base no diâmetro da estaca) (VELLOSO; LOPES, 2010).
A análise e interpretação dos dados apresentados (Figura 8), permite avaliar a
qualidade da estaca executada (VELLOSO; LOPES, 2010).
32

Figura 8 – Folha de controle de execução de estaca Hélice Contínua


Fonte: Velloso; Lopes, 2010.

As principais vantagens das estacas tipo Hélice Contínua são:


 Elevada produtividade, que pode variar de 150 m a 400 m por dia
dependendo do diâmetro da estaca, profundidade, tipo de solo e
equipamento;
 Adaptabilidade a maioria dos tipos de terreno (exceto na presença de
matacões e rochas);
 Processo executivo isento de vibrações e ruídos;
 Não geração de detritos poluídos por lama betonítica reduzindo os
problemas ligados a disposição final destes materiais (HACHICH, 1998).
Em relação a desvantagens deste tipo de estaca, temos:
 A área de trabalho deve ser plana devido ao porte dos equipamentos de
execução;
33

 Necessidade de central de concreto nas proximidades devido a alta


produtividade;
 Necessidade de pá-carregadeira para auxiliar na limpeza da área de
trabalho;
 É necessário um número mínimo de estacas que seja compatível a
mobilização dos equipamentos envolvidos;
 Limitações no comprimento da estaca e das armaduras (HACHICH, 1998).

2.3.2.3 Estaca Strauss

A estaca tipo Strauss é uma estaca de concreto moldada in loco que requer um
equipamento relativamente simples. A qualidade deste tipo de estaca é reflexo direto
da equipe que a executa (VELLOSO; LOPES, 2010).
São executadas com o uso de revestimento metálico recuperável, de ponta
aberta, o qual permite a escavação do solo em seu interior com o auxílio de uma
sonda, também chamada de piteira (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Os equipamentos utilizados para a execução das estacas tipo Strauss são
(figura 4):
 Tripé de madeira ou aço;
 Guincho de 1 tf acoplado a um motor a explosão ou elétrico;
 Sonda de percussão munida de válvula em sua extremidade para a
retirada de terra;
 Soquete com peso entre 150 e 300 quilos;
 Tubo de revestimento metálico com elementos de 2,00 a 3,00 metros de
comprimento, rosqueáveis entre si;
 Guincho manual para retirada da tubulação;
 Roldanas, cabos e demais ferramentas (JOPPERT JUNIOR, 2007).
O diâmetro das tubulações utilizadas para a execução das estacas, bem como
o diâmetro final das estacas (nominal), são indicados na Tabela 5:
34

Tabela 5 – Diâmetro das estacas Strauss


Diâmetro interno da
Diâmetro nominal (cm) tubulação (cm) Diâmetro da coroa (cm)
25 20
32 25 24
38 30 30
45 38 35
55 48 43
Fonte: Joppert Junior (2007).

O processo executivo das estacas tipo Strauss segue as seguintes etapas:


 Perfuração;
 Concretagem;
 Armação (JOPPERT JUNIOR, 2007).
A perfuração se inicia posicionando o tripé, buscando centralizar o soquete,
preço no cabo de aço, com o piquete de locação da futura estaca. Em seguida, é
iniciada a perfuração com o soquete até se atingir a profundidade de 1,00 a 2,00
metros. Este furo inicial servirá de guia para a introdução do primeiro tubo, dentado
na extremidade inferior, denominado coroa (vide figura 5). Antes da introdução da
coroa, deve-se verificar se ocorreram excentricidades na pré-escavação (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
Com a implantação da coroa, substitui-se o soquete pela sonda de percussão,
que através de golpes sucessivos e com o auxílio de água, vai retirando o solo do
interior da tubulação e abaixo da coroa (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Após a escavação interna da coroa, impele-se golpes de impacto no topo da
tubulação de revestimento, a qual é introduzida no solo. Quando esta estiver toda
cravada, rosqueia-se um novo segmento de tubulação, dando início novamente ao
processo de escavação pelo uso da sonda. O processo se repete até que seja atingida
uma camada de solo resistente e/ou que se tenha um comprimento de estaca
considerado suficiente para a garantia de carga de trabalho da mesma (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
Após o fim da etapa de escavação, executa-se a limpeza da água e lama
acumulada na estaca, para então iniciar-se a concretagem (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Inicia-se a concretagem, substituindo a sonda pelo soquete. Lança-se no
interior do tubo uma quantidade de concreto suficiente para se ter uma coluna de
35

aproximadamente 1,00 metro. Sem puxar a tubulação, apiloa-se o concreto com o


objetivo de se melhorar a ponta da estaca com a formação de uma pequena base. Em
seguida, executa-se o fuste, onde o concreto é lançado e apiloado de maneira
paulatina com a retirada concomitante do revestimento metálico (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Para se garantir a continuidade do fuste da estaca, mantem-se dentro da
tubulação, durante o apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que o
mesmo ocupe todo o espaço perfurado. O tubo de revestimento deve ser retirado
sempre se verificando a marca no cabo, que garante uma altura de segurança de
concreto no interior do tubo, impedindo a entrada de material indesejado (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
Utiliza-se nas estacas Strauss concreto dosado em obra com consumo mínimo
de 350 kg/m³. Sua consistência deve ser plástica, o que garante o preenchimento da
perfuração e a retirada do revestimento sem que ocorram descontinuidades no fuste
devido a aderência do concreto na parede interna dos tubos (JOPPERT JUNIOR,
2007).
A concretagem é levada até se ultrapassar um pouco a cota de arrasamento
da estaca, buscando garantir, até esta cota, que o concreto tenha boa qualidade
(VELLOSO; LOPES, 2010).
Quanto à armação, em estacas que trabalham apenas à compressão, implanta-
se no topo da estaca barras de pequeno comprimento, que ficam embutidas 50 cm no
concreto e 50 cm além do seu arrasamento. A função desta armadura é apenas
promover o ligamento das estacas ao bloco de coroamento (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Caso as estacas trabalhem à flexão, o diâmetro da estaca deve ser de no
mínimo 32 cm, devendo ser previstas emendas na armadura longitudinal a cada 6,00
metros de estaca, viabilizando assim o içamento da armadura com o tripé (JOPPERT
JUNIOR, 2007).
As estacas Strauss não provocam vibrações em seu processo executivo,
evitando danos as construções vizinhas, mesmo nos casos em que estas se
encontrem em situações precárias (ALONSO, 2010).
36

Apresentam grande vantagem pela leveza e simplicidade do equipamento


utilizado. Devido a isso, podem ser empregadas em locais confinados, terrenos
acidentados e ainda no interior de construções existentes, com pé direito reduzido
(JOPPERT JUNIOR, 2007).
A execução deste tipo de estaca requer um grande cuidado quando se
trabalha na presença de lençol d’água, sendo desaconselhável o seu uso nestes
casos. Caso ao final da perfuração exista água no fundo do furo, que não possa ser
retirada pela sonda, deve-se lançar um volume de concreto seco a fim de se obturar
o furo. Nestes casos, deve-se desconsiderar a resistência de ponta da estaca
(VELLOSO; LOPES, 2010).

2.3.3 Capacidade de Carga Axial de Estacas

A capacidade de carga contra a ruptura, de um elemento de fundação, é


aquela que quando aplicada ao mesmo provoca o colapso do solo que lhe fornece o
suporte, ou do próprio elemento de fundação. Logo, a capacidade de carga é obtida
pelo menor dos dois valores:
 Resistência estrutural do material (ou materiais) que compõe o elemento
de fundação;
 Resistência do solo que dá suporte ao elemento (ALONSO, 2010).
Geralmente o solo é o elo mais fraco desse binômio, o que explica por que
um mesmo elemento de fundação, quando instalado em diferentes profundidades de
um mesmo solo, apresenta diferentes capacidades de carga e, consequentemente,
diferentes cargas admissíveis. O mesmo ocorre quando instalamos o mesmo
elemento estrutural, de mesmo comprimento e profundidade de assentamento, em
solos diferentes. Por essa razão, não se deve prefixar a carga admissível de
elementos de fundação, o que é comum em empresas que trabalham com estacas. O
que se pode prefixar apenas é a carga máxima das estacas do ponto de vista
estrutural, sendo a carga admissível condicionada ao tipo de solo e a profundidade de
instalação das mesmas (ALONSO, 2010).
37

2.3.3.1 Métodos Semi-empíricos

Pode-se estimar a capacidade de carga de uma estaca através de correlações


de ensaios executados em campo tipo SPT e CPT (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Grande parte dos métodos utiliza a equação (2) para o cálculo da resistência
total:

𝑅𝑡 = 𝑅𝑝 + 𝑅𝑙 (2)

Onde:
Rt – resistência total (Kg ou tf ou kN);
Rl – resistência lateral (Kg ou tf ou kN);
Rp – resistência de ponta (Kg ou tf ou kN) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
A resistência lateral é calculada conforme a equação (3):

𝑅𝑙 = 𝑟𝑙×𝑈𝑙×𝐿 (3)

Onde:
rl – resistência unitária lateral (kg/cm² ou tf/m² ou kN/m²);
Ul – perímetro lateral da estaca (cm ou m);
L – profundidade da estaca (cm ou m) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Por fim, a resistência de ponta é calculada através da equação (4):

𝑅𝑝 = 𝑟𝑝×𝐴𝑝 (4)

Onde:
rp – resistência unitária de ponta (kg/cm² ou tf/m² ou kN/m²);
Ap – área da ponta da estaca (cm² ou m²) (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Percebe-se que os métodos visam estimar a resistência unitária lateral e a
resistência unitária de ponta, sendo os demais parâmetros, características
geométricas da estaca (JOPPERT JUNIOR, 2007).
38

2.3.3.2 Aoki e Velloso

Proposto pelos engenheiros Nelson Aoki e Dirceu Velloso, o método estima a


resistência unitária lateral e a resistência unitária de ponta através dos resultados do
ensaio de CPT, conforme as equações (5) e (6) (JOPPERT JUNIOR, 2007):

(𝑞𝑐×α)
𝑟𝑙 =
𝐹2
(5)

𝑞𝑐
𝑟𝑝 =
𝐹1
(6)

Onde:
qc – resultado médio da resistência de ponta do cone de ensaio de CPT da
camada de solo em análise;
α – fator de correção da resistência de ponta e resistência lateral do cone de
ensaio CPT (depende do tipo de solo);
F1 e F2 – coeficientes que dependem do tipo de estaca (JOPPERT JUNIOR,
2007).
Os valores dos coeficientes F1 e F2 são apresentados na Tabela 6 (JOPPERT
JUNIOR, 2007):

Tabela 6 – Coeficientes que dependem do tipo de estaca


Estaca F1 F2
Pré-moldada 1,75 3,50
Escavada 3,00 6,00
Franki 2,50 5,00
1
Fonte: Aoki e Velloso (1975 , p. 367-376 apud JOPPERT JUNIOR, 2007, p. 127).

1
AOKI, N.; e VELLOSO, D. A. An approximate method to estimate the bearing capacity of piles. In: PAN
AMERICAN CSMFE, 5., 1975, Buenos Aires. Proceedings ... Buenos Aires, 1975. v. 1, p. 367-376.
39

Em 1970, quando o método foi proposto, foram introduzidas as estacas tipo


raiz e ainda não executavam estacas tipo hélice. Em três trabalhos de final de curso
na UFRJ (de Rafael Francisco G. Magalhães, em 1994, Gustavo S. Raposo e Marcio
Andre D. Salem, em 1999), foram feitas avaliações do método para os novos tipos de
estacas. Os valores de F1 = 2,0 e F2 = 4,0 conduziram a bons resultados, ligeiramente
conservadores, para as estacas tipo raiz, hélice e ômega (VELLOSO; LOPES, 2010).
A resistência lateral será o somatório das resistências de cada parcela de solo,
conforme a equação (7) (JOPPERT JUNIOR, 2007):

𝑅𝑙 = ∑𝑖×(𝑟𝑙𝑖×𝑈×𝛥𝐿𝑖) (7)

Quando se utiliza o SPT para o cálculo de Rl e Rp, utiliza-se a equação (8)


(JOPPERT JUNIOR, 2007):

𝑞𝑐 = 𝐾×(𝑆𝑃𝑇) (8)

Onde:
SPT – NSPT da camada em análise (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Conforme apresentado acima, o método utiliza-se dos coeficientes K e α que
variam de acordo com o solo, seus valores são apresentados na Tabela 7 (JOPPERT
JUNIOR, 2007):
40

Tabela 7 – Coeficientes que dependem do tipo de solo


Solo K α
Areia 1000 1,4
Areia siltosa 800 2,0
Areia silto-argilosa 700 2,4
Areia argilosa 600 3,0
Areia argilo-siltosa 500 2,8
Silte 400 3,0
Silte arenoso 550 2,2
Silte arenoso argiloso 450 2,8
Silte argiloso 230 3,4
Silte argilo-arenoso 250 3,0
Argila 200 6,0
Argila arenosa 350 2,4
Argila areno-siltosa 300 2,8
Argila siltosa 220 4,0
Argila silto-arenosa 330 3,0
Fonte: Aoki e Velloso (19752, p. 367-376 apud JOPPERT JUNIOR, 2007, p. 127).

Após determinarmos a resistência total da estaca, deve-se aplicar o seguinte


fator de segurança, conforme a equação (9) (JOPPERT JUNIOR, 2007):

𝑅𝑡
𝑅𝑎𝑑𝑚 =
2,0
(9)

Vale a pena salientar que, o fator de segurança 2,0, mostrado na equação (9)
está de acordo com o estabelecido pela NBR 6122, item 6.2.1.2.1.

2.4 ORÇAMENTO

Para se montar um orçamento necessita-se conhecer quais são os


coeficientes de produtividade da mão-de-obra, o consumo de materiais e o consumo
horário dos equipamentos envolvidos no serviço (TCPO, 2003).
Segundo a Tabela de Composições de Preços para Orçamentos (TCPO):
 Composições: são serviços de obra que necessitam de insumos para
serem realizados. São mensurados por unidade de serviço.

2
AOKI, N.; e VELLOSO, D. A. An approximate method to estimate the bearing capacity of piles. In: PAN
AMERICAN CSMFE, 5., 1975, Buenos Aires. Proceedings ... Buenos Aires, 1975. v. 1, p. 367-376.
41

 Insumos: são itens como materiais, mão-de-obra e os demais


equipamentos necessários para se executar uma composição. Os insumos
apresentam uma unidade de medida e um coeficiente de consumo de
acordo com a composição que estão inseridos.

2.4.1 Blocos sobre Estacas

A Paraná Edificações, é uma entidade autárquica, vinculada à Secretaria de


Estado de Infraestrutura e Logística (SEIL). Tem por finalidade o planejamento, a
coordenação e a execução, centrada no desenvolvimento sustentável, de projetos,
obras e serviços de engenharia de edificações (PARANÁ EDIFICAÇÕES, 2016).
Para a execução dos blocos são necessários serviços de escavação, fôrmas,
armaduras e concreto, cujo composições são apresentadas abaixo.

2.4.1.1 Escavação

Escavação manual de vala em argila até 1,5 m, excluindo esgotamento e


escoramento (PARANÁ EDIFICAÇÕES, 2015). A composição adotada é apresentada
na Tabela 8.

Tabela 8 – Escavação manual de vala – unidade m³


Insumos Unidade Coeficiente
Servente h 4,800
Fonte: Paraná Edificações (2015).

2.4.1.2 Fôrmas

Fôrma de tábua para concreto em fundação sem reaproveitamento (PARANÁ


EDIFICAÇÕES, 2015). A composição adotada é apresentada na Tabela 9.
42

Tabela 9 – Fôrma de madeira para fundação – unidade m²


Insumos Unidade Coeficiente
Ajudante de carpinteiro h 0,325
Carpinteiro h 1,300
Peça de madeira nativa regional (1x4”) n/ aparelhada m 3,500
Tábua de madeira de 2ª (1x12”) n/ aparelhada m 3,487
Prego 18 x 27 kg 0,150
Fonte: Paraná Edificações (2015).

2.4.1.3 Armaduras

Armadura de aço CA-50, diâmetro de 6,3 mm à 12,5 mm, incluindo


fornecimento, corte (perda de 10%), dobra e colocação (PARANÁ EDIFICAÇÕES,
2015). A composição adotada é apresentada na Tabela 10.

Tabela 10 – Armadura CA-50 6,3 mm à 12,5 mm – unidade: kg


Insumos Unidade Coeficiente
Ajudante de armador h 0,100
Armador h 0,100
Aço CA-50 10,0 mm kg 1,100
Arame recozido kg 0,030
Fonte: Paraná Edificações (2015).

Armadura de aço CA-50, diâmetro de 16,0 mm à 25,0 mm, incluindo


fornecimento, corte (perda de 10%), dobra e colocação (PARANÁ EDIFICAÇÕES,
2015). A composição adotada é apresentada na Tabela 11.

Tabela 11 – Armadura CA-50 16,0 mm à 25,0 mm – unidade: kg


Insumos Unidade Coeficiente
Ajudante de armador h 0,070
Armador h 0,070
Aço CA-50 20,0 mm kg 1,100
Arame recozido kg 0,030
Fonte: Paraná Edificações (2015).

Armação de aço CA-60, diâmetro 3,4 mm à 6,0 mm, incluindo fornecimento,


corte (perda de 10%), dobra e colocação (PARANÁ EDIFICAÇÕES, 2015). A
composição adotada é apresentada na Tabela 12.
43

Tabela 12 – Armadura CA-60 3,4 mm à 6,0 mm – unidade: kg


Insumos Unidade Coeficiente
Servente h 0,100
Armador h 0,100
Aço CA-60 5,0 mm kg 1,100
Arame recozido kg 0,020
Fonte: Paraná Edificações (2015).

2.4.1.4 Concreto

Concreto preparado em betoneira, C203, sem lançamento (PARANÁ


EDIFICAÇÕES, 2015). A composição adotada é apresentada na Tabela 13.

Tabela 13 – Concreto estrutural C20 – unidade: m³


Insumos Unidade Coeficiente
Operador de máquinas e equipamentos h 1,834
Servente h 3,238
Betoneira 600l, capacidade de mistura 440l h 1,834
Areia média sem frete m³ 0,890
Cimento Portland composto CP-II 32 kg 320,000
Brita n° 1 sem frete m³ 0,836
Fonte: Paraná Edificações (2015).

2.4.1.5 Lançamento de Concreto

Lançamento e aplicação de concreto em fundações (PARANÁ


EDIFICAÇÕES, 2015). A composição adotada é apresentada na Tabela 14.

Tabela 14 – Lançamento e adensamento de concreto – unidade: m³


Insumos Unidade Coeficiente
Servente h 1,650
Pedreiro h 4,500
Vibrador de imersão h 0,300
Fonte: Paraná Edificações (2015).

3
Concreto com resistência característica de 20 Mpa.
44

2.4.2 Estacas

O Gerador de Preços da CYPE Ingenieros é uma base de dados interativa


que permite obter o preço para um artigo escolhido atendendo aos materiais,
equipamentos e processos construtivos selecionados (CYPE, 2016a).
Pertence a nova família de softwares do conceito Building Information Model
(BIM), sendo sua versão standard disponível gratuitamente na internet para Angola,
Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e outros (CYPE, 2016b).
A CYPE Ingenieros é uma empresa espanhola com mais de 30 anos de
experiência em arquitetura, engenharia e construção. Ocupa hoje a liderança no setor
de software aplicado à engenharia e construção graças ao êxito de seus programas:
CYPECAD, CYPE3D, Arquimedes entre outros (CYPE, 2016b).
Para o presente trabalho, serão adotadas as composições geradas através da
plataforma do Gerador de Preços da CYPE, para o orçamento das estacas.
Como o presente trabalho não promoveu o dimensionamento estrutural das
estacas, para fins de orçamento, adotou-se os valores de armadura mínima, para
estacas de concreto moldadas in loco, de 0,5 % do volume de concreto, de acordo
com a NBR 6122: 2010; item 8.6.3, tabela 4 (ABNT, 2010).

2.4.2.1 Franki

Estaca Franki de concreto armado, 45 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, rodado em obra. Aço CA-50, armadura 6,24 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 15.
45

Tabela 15 – Estaca Franki 45 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 6,864
Arame recozido kg 0,044
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 14 m³ 0,159
Execução estaca Franki diâmetro = 45 cm m 1,100
Armador h 0,048
Ajudante de armador h 0,069
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,587
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,587
Fonte: Gerador de Preços, adaptada (2016).

Estaca Franki de concreto armado, 52 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, rodado em obra. Aço CA-50, armadura 8,33 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 16.

Tabela 16 – Estaca Franki 52 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 9,163
Arame recozido kg 0,058
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,212
Execução estaca Franki diâmetro = 52 cm m 1,100
Armador h 0,065
Ajudante de armador h 0,092
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,775
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,775
Fonte: Gerador de Preços, adaptada (2016).

Estaca Franki de concreto armado, 60 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, rodado e obra. Aço CA-50, armadura 11,09 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 17.

4
Composição adaptada para o uso de concreto preparado em obra, utilizado nos blocos.
46

Tabela 17 – Estaca Franki 60 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 12,199
Arame recozido kg 0,078
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,283
Execução estaca Franki diâmetro = 60 cm m 1,100
Armador h 0,086
Ajudante de armador h 0,123
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,997
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,997
Fonte: Gerador de Preços, adaptada (2016).

2.4.2.2 Hélice Contínua

Estaca Hélice Contínua de concreto armado, 40 cm de diâmetro, executada


com concreto C20, brita 0, dosando em central. Concretagem com bomba. Aço CA-
50, armadura 4,93 kg/m, incluindo corte, dobra, montagem e colocação, considerando
desperdício de 10% (GERADOR DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é
apresentada na Tabela 18.

Tabela 18 – Estaca Hélice Contínua 40 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 5,423
Arame recozido kg 0,035
Concreto usinado bombeável C20 com brita n° 0 m³ 0,151
Execução estaca Hélice Contínua diâmetro = 40 cm m 1,005
Caminhão bomba estacionado na obra h 0,006
Armador h 0,038
Ajudante de armador h 0,055
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,498
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,498
Fonte: Gerador de Preços, adaptada (2016).

Estaca Hélice Contínua de concreto armado, 50 cm de diâmetro, executada


com concreto C20, brita 0, dosando em central. Concretagem com bomba. Aço CA-
50, armadura 7,70 kg/m, incluindo corte, dobra, montagem e colocação, considerando
desperdício de 10% (GERADOR DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é
apresentada na Tabela 19.
47

Tabela 19 – Estaca Hélice Contínua 50 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 8,470
Arame recozido kg 0,054
Concreto usinado bombeável C20 com brita n° 0 m³ 0,221
Execução estaca Hélice Contínua diâmetro = 50 cm m 1,005
Caminhão bomba estacionado na obra h 0,009
Armador h 0,060
Ajudante de armador h 0,085
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,432
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,432
Fonte: Gerador de Preços (2016).

Estaca Hélice Contínua de concreto armado, 60 cm de diâmetro, executada


com concreto C20, brita 0, dosando em central. Concretagem com bomba. Aço CA-
50, armadura 11,09 kg/m, incluindo corte, dobra, montagem e colocação,
considerando desperdício de 10% (GERADOR DE PREÇOS, 2016). A composição
adotada é apresentada na Tabela 20.

Tabela 20 – Estaca Hélice Contínua 60 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 4,000
Aço CA-50 kg 12,199
Arame recozido kg 0,078
Concreto usinado bombeável C20 com brita n° 0 m³ 0,308
Execução estaca Hélice Contínua diâmetro = 60 cm m 1,005
Caminhão bomba estacionado na obra h 0,012
Armador h 0,086
Ajudante de armador h 0,123
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,465
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,465
Fonte: Gerador de Preços (2016).

Transporte de terras em caminhão à aterro específico ou área de destinação


licenciada, distância máxima 10 km, incluindo carga e descarga (GERADOR DE
PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 21.

Tabela 21 – Transporte de solo caminhão basculante – unidade: m³


Insumos Unidade Coeficiente
Caminhão basculante 12 t de carga h 0,096
Fonte: Paraná Edificações (2015).
48

2.4.2.3 Strauss

Estaca Strauss de concreto armado, 32 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, rodado em obra. Aço CA-50, armadura 3,16 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 22.

Tabela 22 – Estaca Strauss 32 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 3,000
Aço CA-50 kg 3,476
Arame recozido kg 0,022
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 15 m³ 0,088
Execução estaca Strauss diâmetro = 32 cm m 1,005
Armador h 0,025
Ajudante de armador h 0,036
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,901
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,901
Fonte: Gerador de Preços (2016).

Estaca Strauss de concreto armado, 38 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, dosando em central. Aço CA-50, armadura 4,45 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 23.

Tabela 23 – Estaca Strauss 38 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 3,000
Aço CA-50 kg 4,895
Arame recozido kg 0,031
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,121
Execução estaca Strauss diâmetro = 38 cm m 1,005
Armador h 0,035
Ajudante de armador h 0,050
Oficial de trabalhos de concretagem h 1,082
Ajudante de trabalhos de concretagem h 1,082
Fonte: Gerador de Preços (2016).

5
Composição adaptada para o uso de concreto rodado em obra, utilizado nos blocos.
49

Estaca Strauss de concreto armado, 45 cm de diâmetro, executada com


concreto C20, brita 1, dosando em central. Aço CA-50, armadura 6,24 kg/m, incluindo
corte, dobra, montagem e colocação, considerando desperdício de 10% (GERADOR
DE PREÇOS, 2016). A composição adotada é apresentada na Tabela 24.

Tabela 24 – Estaca Strauss 45 cm de diâmetro – unidade: m


Insumos Unidade Coeficiente
Espaçador de armaduras plástico und 3,000
Aço CA-50 kg 6,864
Arame recozido kg 0,044
Concreto rodado em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,167
Execução estaca Strauss diâmetro = 45 cm m 1,005
Armador h 0,049
Ajudante de armador h 0,070
Oficial de trabalhos de concretagem h 1,420
Ajudante de trabalhos de concretagem h 1,420
Fonte: Gerador de Preços (2016).
50

3 METODOLOGIA

Com relação a classificação da pesquisa, segundo à sua abordagem, Fachin


(2001) descreve que a mesma pode ser classificada em quantitativa e qualitativa.
Segundo a autora, a quantificação científica é uma maneira de atribuir números a
propriedades, objetos, acontecimento, materiais, de forma a proporcionar informações
úteis. De maneira diversa, a pesquisa qualitativa é caracterizada pelos seus atributos
e relaciona aspectos não apenas mensuráveis, mas também definidos
descritivamente. Neste sentido, o presente trabalho é de caráter quantitativo e
qualitativo, visto que serão dimensionadas soluções de fundações profundas em
estacas do tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss para o caso em estudo, com o
objetivo de obtenção de resultados para o comparativo técnico e econômico entre as
alternativas adotadas.
Em relação aos procedimentos técnicos adotados, baseando-se na
delimitação do tema e na definição dos objetivos do presente trabalho, optou-se pela
utilização da pesquisa bibliográfica e de estudo de caso que, por sua vez, segundo Gil
(2002), consiste em um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,
permitindo seu amplo e detalhado conhecimento.
Ainda em relação aos objetivos deste trabalho, podemos classifica-lo como
uma pesquisa exploratória, que segundo Gil (2002), tem como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema, buscando torná-lo mais explícito, tendo como
objetivos principais o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições – visto
que, com este projeto, pretende-se dimensionar e comparar soluções de fundações
profundas em estacas do tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss para o caso em
estudo.

3.1 ETAPAS DO TRABALHO

Para se atingir o objetivo proposto, a primeira etapa deste trabalho


comtemplou a realização de grande revisão bibliográfica sobre solos, sondagens e
fundações profundas. Isso foi realizado através de consulta a livros, artigos, normas,
pesquisa em sites, portais da Internet e outros. A pesquisa deu ênfase às estacas do
51

tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss, visto que, na cidade de Pato Branco-PR,
verificou-se, através de conversas com empresas do ramo de fundações e
profissionais da área que, muitas são as edificações que se utilizaram de estacas
Franki e Strauss em suas fundações, porém, algumas poucas se utilizam de estacas
do tipo Hélice Contínua, o que fomentou o comparativo entre esses tipos de estaca.
Na segunda etapa, realizou-se a análise e levantamento de dados a partir do
laudo de sondagem do terreno de implantação do edifício em estudo, onde foram
obtidas informações necessárias ao projeto de fundações como, níveis d’água, tipos
de solo e profundidade dos furos.
A partir dos dados levantados no laudo de sondagem, a terceira etapa desse
trabalho contemplou o dimensionamento geométrico de estacas do tipo Franki, Hélice
Contínua e Strauss, para o edifício em estudo, utilizando-se do método proposto por
Aoki e Velloso para a determinação da capacidade de carga axial de estacas a partir
de ensaios in situ (CPT e SPT). Para se obter melhores resultados no estaqueamento,
optou-se em dimensionar as estacas, adotando-se três diâmetros comerciais para
cada uma das alternativas.
De posse da capacidade de carga axial das estacas, a quarta etapa desse
trabalho realizou o dimensionamento estrutural dos blocos sobre estacas através do
software de cálculo estrutural Eberick V96, onde foram geradas as plantas de locação
dos blocos e os quantitativos de materiais. Através do programa, realizou-se o
cadastramento das estacas dimensionadas e determinou-se condições para a
realização do estaqueamento como, distribuição de estacas buscando blocos de
menor área, espaçamento entre estacas, cobrimento mínimo dos blocos e altura
mínima dos blocos.
De posse das plantas de locação e dos quantitativos dos materiais, a quinta
etapa desse trabalho contemplou o orçamento das soluções apresentadas. O
orçamento, referente às estacas, utilizou-se de composições geradas através do
Gerador de Preços da CYPE. Quanto ao orçamento dos blocos, esse utilizou-se de
composições obtidas através da Paraná Edificações. Os custos referentes a execução
das estacas e a mobilização dos equipamentos necessários, foram levantados junto

6
Software produzido por S3ENG Tecnologia Aplicada à Engenharia S/A, Licença 77076-8 de propriedade de
Jairo Trombetta.
52

as empresas Fungeo Fundações e Geologia, localizada na cidade de Cascavel-PR e


Completa Projetos e Serviços, localizada na cidade de Pato Branco-PR. Os custos
dos materiais e mão-de-obra necessários foram levantados a partir do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI).
Por fim, na sexta etapa, foi realizado o comparativo técnico e econômico entre
as soluções apresentadas, onde se definiu qual a melhor opção para o caso em
estudo.
Para facilitar o entendimento das etapas que serão desenvolvidas no presente
trabalho, apresenta-se um fluxograma (Figura 9) que mostra o caminho seguido até a
obtenção dos objetivos:

Figura 9 – Fluxograma das etapas da pesquisa


Fonte: O autor (2016).
53

4 ESTUDO DE CASO

4.1 DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO

O edifício (Figura 10) em estudo possui 2074,55 m² de área construída, sendo


o mesmo concebido para fins residenciais (5 pavimentos), e comerciais (pavimento
térreo mais mezanino). O mesmo situa-se na rua Tocantins, lote 11, quadra 770,
bairro Vila Isabel na cidade de Pato Branco-PR, em fase de execução.
As construções vizinhas ao edifício tratam-se, de edificações térreas recentes,
tanto residenciais, quanto comerciais (Figura 11).

Figura 10 – Edifício Aliane Tonial


Fonte: Tonial e Knopf (2016).
54

Figura 11 – Construções vizinhas ao edifício em execução


Fonte: O autor (2016).

4.2 ANÁLISE DE LAUDO DE SONDAGEM

É requisito prévio para o projeto de fundações a realização de investigações


geotécnicas preliminares, constituída, no mínimo, de sondagens a percussão. Tais
investigações foram realizadas, no terreno de implantação do caso em estudo, por
empresa especializada. Os procedimentos de ensaio realizados, bem como a validade
dos dados obtidos, foram verificados através da análise do relatório de sondagem
(Anexo A).
Verificou-se, através dos perfis individuais dos furos (Anexo B), a
predominância de argila pouco siltosa em todas as camadas ensaiadas, classificadas
de acordo com a tabela de compacidade e consistência (Anexo C).
A partir da análise da locação dos furos (Anexo D), e do perfil de sondagem
(Anexo E), verificou-se grande variação da profundidade dos furos na região de
implantação da obra.
55

4.3 DIMENSIONAMENTO DAS ETACAS

4.3.1 Diâmetros Adotados

Para se ter maior flexibilidade no estaqueamento do projeto, optou-se em


dimensionar, para cada alternativa, estacas com três bitolas diferentes. Buscou-se
trabalhar com bitolas de maior uso comercial. As estacas foram dimensionadas de
acordo com as bitolas apresentadas na Tabela 25:

Tabela 25 – Diâmetros utilizados para o dimensionamento


Tipo de Estaca Diâmetros Utilizados (cm)
Franki 45 52 60
Hélice Contínua 40 50 60
Strauss 32 38 45
Fonte: O autor (2016).

4.3.2 Capacidade de Carga Axial

De posse dos dados levantados a partir da análise do laudo de sondagem,


deu-se início a determinação da capacidade de carga axial das estacas através do
método proposto por Aoki e Velloso. Porém, devido à grande variação da
profundidade dos furos, não se pode determinar uma única cota de assentamento
para o dimensionamento de todas as estacas. Logo, optou-se em dimensionar as
estacas utilizando-se, como cota de assentamento, a cota da última camada de ensaio
de cada um dos furos (SP1 à SP5), escolhendo-se ao final as que apresentaram
menor capacidade de carga, buscando a pior situação de projeto.
Conforme proposto pelo método de Aoki e Velloso, realizou-se os cálculos das
resistências laterais e de ponta das estacas camada por camada, até se atingir a cota
de assentamento desejada, definida anteriormente como a cota da última camada
ensaiada de cada furo (Anexo B).
Deu-se início ao dimensionamento a partir do furo SP1, utilizando estaca tipo
Franki de 45 cm de diâmetro.
De acordo com o Anexo B, para a primeira camada de SP1 observou-se:
56

𝐿 = 1,00 𝑚

𝑆𝑃𝑇 = 3

Observou-se também que, a cota da última camada de ensaio de SP1 era


igual a 11 metros, sendo adotado este valor para a cota de assentamento da estaca.
Visto que, o mesmo tipo de solo é encontrado em todos os furos (anexo B),
extraímos os coeficientes K e α apresentados na Tabela 7. Para argila siltosa temos:

𝐾 = 220 𝑘𝑃𝑎

α = 0,04

Com o diâmetro da estaca definido, obtivemos:

𝐴 = 0,1590 𝑚²

𝑈𝑙 = 1,41 𝑚

Optou-se em utilizar base alargada de tamanho normal para as estacas


Franki. De acordo com a Tabela 3:

𝑉𝑏 = 360 𝑙

Para se calcular a resistência de ponta das estacas Franki, utiliza-se a área


da projeção da esfera que depende do volume de sua base. Para uma base de 360 l,
obteve-se:

𝐴𝑝 = 0,6118 𝑚²

Em seguida, obteve-se os valores dos coeficientes F1 e F2, relacionados ao


tipo de estaca, apresentados na Tabela 6:
57

𝐹1 = 2,5

𝐹2 = 5,0

De pose dos dados, através da equação (8), determinamos qc:

𝑞𝑐 = 𝐾×(𝑆𝑃𝑇) (8)

𝑞𝑐 = 220×(3)

𝑞𝑐 = 660 𝑘𝑃𝑎

Em seguida, determinou-se as resistências unitárias lateral e de ponta através


das equações (5) e (6):

(𝑞𝑐×α)
𝑟𝑙 =
𝐹2
(5)
(660×0,04)
𝑟𝑙 =
5

𝑟𝑙 = 5,28 𝑘𝑃𝑎

𝑞𝑐
𝑟𝑝 =
𝐹1
(6)
660
𝑟𝑝 =
2,5

𝑟𝑝 = 264 𝑘𝑃𝑎

Obteve-se, através das equações (3) e (4), as resistências lateral e de ponta


da camada em análise:
58

𝑅𝑙 = 𝑟𝑙×𝑈𝑙×𝐿 (3)

𝑅𝑙 = 5,28×1,41×1,00

𝑅𝑙 = 7,46 𝑘𝑁

𝑅𝑝 = 𝑟𝑝×𝐴𝑝 (4)

𝑅𝑝 = 264×0,6118

𝑅𝑝 = 161,52 𝑘𝑁

Por fim, determinou-se as resistências total e admissíveis da estaca, através


das equações (2) e (9):

𝑅𝑡 = 𝑅𝑝 + 𝑅𝑙 (2)

𝑅𝑡 = 161,52 + 7,46

𝑅𝑡 = 168,98 𝑘𝑁

𝑅𝑡
𝑅𝑎𝑑𝑚 =
2,0
(9)
168,98
𝑅𝑎𝑑𝑚 =
2,0

𝑅𝑎𝑑𝑚 = 84,49 𝑘𝑁

O procedimento anterior se repetiu para todas as camadas do furo SP1 até se


atingir a cota de assentamento de 11 m, sendo as resistências laterais acumuladas
59

conforme a equação (7). A Tabela 26 mostra os resultados obtidos em cada camada,


bem como a capacidade de carga final da estaca:

Tabela 26 – Resultados estaca Franki diâmetro = 45 cm, furo SP1


Profundidade K Rp Rl Rl acumulada Rt Radm
(m) (kPa) α F1 F2 (tf) (tf) (tf) (tf) (tf)
1 220 0,04 2,5 5,0 16,15 0,75 0,75 16,90 8,45
2 220 0,04 2,5 5,0 32,30 1,49 2,24 34,54 17,27
3 220 0,04 2,5 5,0 37,69 1,74 3,98 41,67 20,84
4 220 0,04 2,5 5,0 43,07 1,99 5,97 49,04 24,52
5 220 0,04 2,5 5,0 69,99 3,24 9,21 79,20 39,60
6 220 0,04 2,5 5,0 69,99 3,24 12,45 82,44 41,22
7 220 0,04 2,5 5,0 64,61 2,99 15,44 80,05 40,03
8 220 0,04 2,5 5,0 69,99 3,24 18,68 88,67 44,34
9 220 0,04 2,5 5,0 75,38 3,48 22,16 97,54 48,77
10 220 0,04 2,5 5,0 64,61 2,99 25,15 89,76 44,88
11 220 0,04 2,5 5,0 199,21 9,21 34,36 233,57 116,79
Fonte: O autor (2016).

O roteiro de cálculo anterior se repetiu para todas as estacas, gerando os


resultados apresentados na Tabela 27:

Tabela 27 – Resistência admissível das estacas (tf)


Estaca Franki Hélice Contínua Strauss
Furo Prof. Diâmetros (cm) Diâmetros (cm) Diâmetros (cm)
(m) 45 52 60 40 50 60 32 38 45
SP1 11,00 116,79 135,42 162,91 44,65 63,80 86,15 20,01 27,47 35,88
SP2 11,00 120,71 139,98 168,35 46,72 66,61 89,78 22,12 28,76 37,50
SP3 16,00 132,20 153,25 183,48 61,79 85,23 111,86 30,23 38,32 48,74
SP4 8,00 118,97 137,97 166,03 44,79 64,19 86,88 21,09 27,53 36,05
SP5 9,00 119,93 139,05 166,92 50,45 70,84 94,34 24,26 31,17 40,17
Fonte: O autor (2016).

Verificou-se, através dos resultados apresentados na Tabela 27 que, a pior


situação de projeto ocorreu no furo SP1, onde as estacas apresentaram a menor
resistência admissível. Logo, estas foram as estacas adotadas para o estaqueamento,
conforme mostra a Tabela 28:

Tabela 28 – Estacas adotadas


Estaca Franki Hélice Contínua Strauss
Diâmetro (cm) 45 52 60 40 50 60 32 38 45
Radm (tf) 116,79 135,42 162,91 44,65 63,80 86,15 20,01 27,47 35,88
Fonte: O autor (2016).
60

4.4 ESTAQUEAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE BLOCOS

Após se determinar a capacidade de carga axial das estacas, deu-se início ao


estaqueamento e dimensionamento dos blocos através do software para projeto
estrutural Eberick V9.
O Eberick V9 é um software para projeto estrutural em concreto armado que
engloba as etapas de lançamento, análise da estrutura, dimensionamento e o
detalhamento final dos elementos. Possui sistema gráfico de entrada de dados
associado à análise da estrutura em um modelo de pórtico espacial, e a diversos
recursos de dimensionamento e detalhamento dos elementos, de acordo com a NBR
6118:2014 (ALTOQI, 2016).
O projeto da superestrutura do edifício em estudo foi concebido pela empresa
Completa Serviços e Projetos LTDA. A empresa forneceu o modelo estrutural do
edifício, elaborado a partir do Eberick V9.
Ao se realizar o dimensionamento de blocos sobre estacas, o programa calcula a
quantidade de estacas necessárias para suportar os esforços solicitantes de acordo
com as opções de estacas disponíveis em sua configuração (SOUZA, 2013).
Foram cadastradas as estacas apresentadas na Tabela 28. Em seguida,
foram definidas as configurações de estaqueamento, através da interface do
programa, considerando:
 Distribuição das estacas buscando blocos de menor área;
 Espaçamento mínimo entre eixos de estacas igual à 3 diâmetros7;
 Cobrimento mínimo dos blocos igual a 10 cm8;
 Altura útil mínima dos blocos igual a 40 cm.
Não foi considerado, no presente trabalho, o uso de estacas tracionadas.

7
Valor recomendado por Alonso, Exercícios de Fundações, 2010, p. 76.
8
Valor superior ao indicado na NBR: 6118, 2014, item 7.4, Tabela 7.2, p. 20.
61

4.4.1.1 Estacas Franki

Após o cadastramento, foram selecionadas as estacas tipo Franki e dado


início ao estaqueamento e dimensionamento, da primeira solução, via software. O
mesmo concebeu a planta de locação dos blocos (Apêndice A), bem como o
quantitativo de materiais necessários para a execução dos mesmos (Apêndice B).
As dimensões dos blocos obtidos e o número de estacas utilizadas são
apresentadas nas Tabelas 29 e 30:
62

Tabela 29 – Blocos sobre estacas Franki


Nome Lado B (cm) Lado H (cm) Altura (cm) Nº estacas Estaca
B2 65 65 65 1 FR45
B3 71 71 65 1 FR45
B5 71 71 65 1 FR45
B6 65 65 65 1 FR45
B7 65 65 65 1 FR45
B8 80 80 85 1 FR60
B10 72 72 75 1 FR52
B11 65 65 65 1 FR45
B14 239 207 135 3 FR52
B16 80 80 85 1 FR60
B17 65 65 65 1 FR45
B19 267 65 70 2 FR45
B20 65 65 65 1 FR45
B21 65 65 65 1 FR45
B22 100 100 85 1 FR60
B23 90 90 80 1 FR52
B24 72 72 75 1 FR52
B25 80 80 85 1 FR60
B26 72 72 75 1 FR52
B29 210 182 150 3 FR45
B30 210 182 150 3 FR45
B31 80 80 85 1 FR60
B35 72 72 75 1 FR52
B37 210 182 115 3 FR45
B39 72 72 75 1 FR52
B43 65 65 65 1 FR45
B44 80 80 85 1 FR60
B45 73 73 65 1 FR45
B49 65 65 65 1 FR45
B51 65 65 65 1 FR45
B52 73 73 65 1 FR45
B55 65 65 65 1 FR45
B56 65 65 65 1 FR45
B57 65 65 65 1 FR45
B58 65 65 65 1 FR45
B64 65 65 65 1 FR45
B65 65 65 65 1 FR45
B66 65 65 65 1 FR45
B68 65 65 65 1 FR45
B69 65 65 65 1 FR45
B70 80 80 85 1 FR60
B71 65 65 65 1 FR45
B72 65 65 65 1 FR45
Fonte: O autor (2016).

Tabela 30 – Quantidade de estacas Franki


Nome Diâmetro (cm) Quantidade
FR45 45 36
FR52 52 9
FR60 60 7
Fonte: O autor (2016).
63

4.4.1.2 Estacas Hélice Contínua

Em sequência, foram selecionadas as estacas tipo Hélice Contínua e dado


início ao estaqueamento e dimensionamento, da segunda solução, via software. O
mesmo concebeu a planta de locação dos blocos (Apêndice C), bem como o
quantitativo de materiais necessários para a execução dos mesmos (Apêndice D).
As dimensões dos blocos obtidos e o número de estacas utilizadas são
apresentadas nas Tabelas 31 e 32:
64

Tabela 31 – Blocos sobre estacas Hélice Contínua


Nome Lado B (cm) Lado H (cm) Altura (cm) Nº estacas Estaca
B2 70 70 70 1 HE50
B3 220 70 75 2 HE50
B5 220 70 85 2 HE50
B6 70 70 70 1 HE50
B7 80 80 85 1 HE60
B8 260 80 95 2 HE60
B10 220 70 80 2 HE50
B11 80 80 85 1 HE60
B14 260 260 120 4 HE60
B16 260 80 90 2 HE60
B17 80 80 85 1 HE60
B19 267 80 50 2 HE60
B20 220 70 85 2 HE50
B21 220 70 80 2 HE50
B22 100 100 85 1 HE60
B23 90 90 80 1 HE50
B24 220 70 95 2 HE50
B25 260 80 140 2 HE60
B26 220 70 95 2 HE50
B29 220 220 160 4 HE50
B30 220 220 160 4 HE50
B31 260 80 115 2 HE60
B35 260 80 105 2 HE60
B37 231 200 130 3 HE50
B39 260 80 115 2 HE60
B43 80 80 85 1 HE60
B44 80 80 85 1 HE60
B45 80 80 85 1 HE60
B49 80 80 85 1 HE60
B51 80 80 85 1 HE60
B52 80 80 85 1 HE60
B55 80 80 85 1 HE60
B56 80 80 85 1 HE60
B57 80 80 85 1 HE60
B58 80 80 85 1 HE60
B64 80 80 85 1 HE60
B65 80 80 85 1 HE60
B66 80 80 85 1 HE60
B68 80 80 85 1 HE60
B69 80 80 85 1 HE60
B70 80 80 85 1 HE60
B71 80 80 85 1 HE60
B72 80 80 85 1 HE60
Fonte: O autor (2016).

Tabela 32 – Quantidade de estacas Hélice Contínua


Nome Diâmetro (cm) Quantidade
HE50 50 28
HE60 60 40
Fonte: O autor (2016).
65

Como visto acima, não se fez uso estacas de 40 cm de diâmetro. Isso se deve
a capacidade de carga da mesma, que, quando utilizada, resultava em um maior
número de estacas e, consequentemente, blocos de maior área.

4.4.1.3 Estacas Strauss

Por fim, foram selecionadas as estacas do tipo Strauss e dado início ao


estaqueamento e dimensionamento, da terceira solução, via software. O mesmo
concebeu a planta de locação de blocos (Apêndice E), bem como o quantitativo de
materiais necessários para a execução dos mesmos (Apêndice F).
As dimensões dos blocos obtidos e o número de estacas utilizadas são
apresentadas nas Tabelas 33 e 34:
66

Tabela 33 – Blocos sobre estacas Strauss


Nome Lado B (cm) Lado H (cm) Altura (cm) Nº estacas Estaca
B2 148 148 65 4 ST32
B3 200 200 90 4 ST45
B5 200 200 90 4 ST45
B6 200 65 75 2 ST45
B7 172 172 80 4 ST38
B8 256 256 130 5 ST45
B10 256 256 130 5 ST45
B11 200 65 70 2 ST45
B14 470 299 240 10 ST45
B16 335 200 140 6 ST45
B17 335 65 140 3 ST45
B19 267 267 95 5 ST45
B20 200 200 95 4 ST45
B21 210 182 80 3 ST45
B22 210 182 75 3 ST45
B23 226 91 75 2 ST45
B24 200 200 95 4 ST45
B25 256 256 135 5 ST45
B26 200 200 95 4 ST45
B29 335 299 240 7 ST45
B30 470 299 420 10 ST45
B31 200 200 90 4 ST45
B35 200 200 90 4 ST45
B37 335 200 200 6 ST45
B39 256 256 130 5 ST45
B43 174 60 60 2 ST38
B44 210 182 90 3 ST45
B45 210 182 80 3 ST45
B49 210 182 80 3 ST45
B51 210 182 90 3 ST45
B52 186 72 65 2 ST38
B55 60 60 50 1 ST32
B56 210 182 90 3 ST45
B57 60 60 50 1 ST32
B58 52 52 50 1 ST32
B64 58 58 60 1 ST38
B65 172 58 60 2 ST38
B66 58 58 60 1 ST38
B68 172 58 60 2 ST38
B69 52 52 50 1 ST32
B70 172 58 60 2 ST38
B71 52 52 50 1 ST32
B72 52 52 50 1 ST32
Fonte: O autor (2016).

Tabela 34 – Quantidade de estacas Strauss


Nome Diâmetro (cm) Quantidade
ST32 32 10
ST38 38 16
ST45 45 112
Fonte: O autor (2016).
67

Diferente das soluções anteriores, o estaqueamento utilizando estacas do tipo


Strauss apresentou problemas consideráveis.
As estacas apresentaram baixa capacidade de carga, em relação as outras
soluções adotadas (Tabela 28), devido:
 Ao tipo de solo que, através de suas características, resultou em menores
capacidades de carga para todas as soluções adotadas, fator esse
considerado no método de cálculo através dos coeficientes K e α (Tabela
7), e dos valores de SPT;
 As características do processo construtivo da própria estaca que, por se
tratar de uma estaca do tipo escavada, não promove melhorias
significativas no solo (diferente das demais soluções adotadas), fator este
considerado no método de cálculo através dos coeficientes F1 e F2
(Tabela 6);
 Aos diâmetros comerciais adotados, visto que as outras soluções
trabalham com diâmetros de maior grandeza (Tabela 25).
A menor capacidade de carga resultou em um grande número de estacas para
se atender as necessidades do edifício em estudo, conforme Tabela 35:

Tabela 35 – Quantidade total de estacas


Franki Hélice Contínua Strauss
52 68 138
Fonte: O autor (2016).

A grande quantidade de estacas Strauss resultou em blocos de maiores


dimensões. Se comparados aos obtidos nas soluções anteriores, os blocos sobre
estacas Strauss apresentaram dimensões muito superiores, o que acabou gerando
sobreposições de blocos (Figura 7).
68

Figura 12 – Sobreposição de blocos sobre estacas Strauss.


Fonte: O autor (2016).

Outra consequência das grandes dimensões dos blocos, foi a grande


quantidade de materiais necessários para a execução dos mesmos, valores muito
superiores às soluções anteriores, conforme a Tabela 36:

Tabela 36 – Quantitativo total de materiais para execução dos blocos


Materiais Unidade Franki Hélice Contínua Strauss
Aço CA-50 kg 2068,7 2976,4 3085,2
Aço CA-60 kg 194,1 270,7 791,6
Área de Formas m² 163,7 256,5 359,9
Volume de Concreto m³ 32,9 68,4 168,8
Fonte: O autor (2016).

Em consequência da menor capacidade de carga das estacas, o bloco B30


apresentou tensão nas bielas maior do que a admissível, uma vez que o mesmo
atingiu o limite, imposto pela versão do software, de 10 estacas por bloco, as quais
não foram suficientes para o correto dimensionamento, não sendo o bloco
representado em planta (Apêndice E).
69

Com base nos problemas observados, considerou-se, desde já a inviabilidade


da aplicação deste tipo de estaca, uma vez que, para o caso em estudo, a mesma não
apresenta viabilidade técnica, devido as sobreposições e aos blocos não
dimensionados, e viabilidade econômica, devido ao grande número de estacas e ao
grande volume de materiais necessários para a execução dos blocos.
Em vista disto, desta etapa de estudo em diante, somente serão abordados
os tipos de estaca Franki e Hélice Contínua.

4.5 ORÇAMENTO

Para o presente trabalho, os preços unitários de cada insumo foram


levantados a partir do SINAPI, onde foi selecionada a região da cidade de Curitiba,
sendo estes compatíveis com os valores praticados no mercado da região de Pato
Branco-PR.
Os custos unitários levantados são apresentados nas tabelas abaixo:

Tabela 37 – Materiais
Materiais para a execução de estacas e blocos Und. Preço (R$)
Aço CA-50 10,0 mm kg 3,20
Aço CA-50 20,0 mm kg 2,85
Aço CA-60 5,0 mm kg 3,18
Arame recozido 18 BWG kg 7,70
Areia média sem frete m³ 56,00
Brita n° 1 sem frete m³ 42,00
Cimento Portland composto CP-II 32 kg 0,48
Concreto usinado bombeável C20 com brita n° 0 m³ 318,75
Espaçador de armaduras plástico und 0,12
Peça de madeira nativa regional (1x4”) n/ aparelhada m 1,37
Prego 18 x 27 kg 7,25
Tábua de madeira de 2ª (1x12”) n/ aparelhada m 8,07
Fonte: SINAPI (2016).

Tabela 38 – Mão-de-obra com encargos


Função Und. Preço (R$)
Ajudante de armador h 11,85
Ajudante de carpinteiro h 11,85
Ajudante oficial de concretagem h 11,85
Armador h 15,77
Carpinteiro h 15,77
Oficial de concretagem h 15,77
Operador de máquinas e equipamentos h 11,85
Pedreiro h 15,77
Servente h 11,18
Fonte: SINAPI (2016).
70

Tabela 39 – Equipamentos
Equipamentos Und. Preço (R$)
Betoneira 600l h 1,24
Caminhão basculante carga 12 t h 126,86
Caminhão bomba estacionado na obra h 384,47
Vibrador de imersão h 1,08
Fonte: SINAPI (2016).

Tabela 40 – Execução de estacas Franki


Execução e mobilização de equipamento Und. Preço (R$)
Execução estaca Franki Ø = 45 m 80,00
Execução estaca Franki Ø = 52 m 90,00
Execução estaca Franki Ø = 60 m 100,00
Mobilização gb 5.000,00
Fonte: Completa, Serviços e Projetos LTDA, Pato Branco-PR (2016).

Tabela 41 – Execução de estacas Hélice Contínua


Execução e mobilização de equipamento Und. Preço (R$)
Execução estaca Hélice Contínua Ø = 50 m 45,00
Execução estaca Hélice Contínua Ø = 60 m 55,00
Mobilização gb 13.000,00
Fonte: Fungeo, Fundações e Geologia, Cascavel - PR (2016).

A partir do levantamento de preços unitários dos insumos, chegou-se ao


preço unitário de cada uma das composições apresentadas abaixo:

Tabela 42 – Escavação manual de vala – unidade m³


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Servente h 4,800 0,00 11,18 53,66
Total 53,66
Fonte: O autor (2016).

Tabela 43 – Fôrma de madeira para fundação – unidade m²


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Ajudante de carpinteiro h 0,325 11,85 3,85
Carpinteiro h 1,300 15,77 20,50
Peça de madeira nativa regional (1x4”) m 3,500 1,37 4,80
Tábua de madeira de 2ª (1x12”) m 3,487 8,07 28,14
Prego 18 x 27 kg 0,150 7,25 1,09
Total 58,38
Fonte: O autor (2016).
71

Tabela 44 – Armadura CA-50 6,3 mm à 12,5 mm – unidade: kg


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Ajudante de armador h 0,100 11,85 1,19
Armador h 0,100 15,77 1,58
Aço CA-50 10,0 mm kg 1,100 3,20 3,52
Arame recozido 18 BWG kg 0,030 7,70 0,23
Total 6,52
Fonte: O autor (2016).

Tabela 45 – Armadura CA-50 16,0 mm à 25,0 mm – unidade: kg


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Ajudante de armador h 0,070 11,85 0,83
Armador h 0,070 15,77 1,10
Aço CA-50 20,0 mm kg 1,100 2,85 3,14
Arame recozido 18 BWG kg 0,030 7,70 0,23
Total 5,30
Fonte: O autor (2016).

Tabela 46 – Armadura CA-60 3,4 mm à 6,0 mm – unidade: kg


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Ajudante de armador h 0,100 11,85 1,19
Armador h 0,100 15,77 1,58
Aço CA-60 5,0 mm kg 1,100 3,18 3,50
Arame recozido 18 BWG kg 0,020 7,70 0,15
Total 6,42
Fonte: O autor (2016).

Tabela 47 – Concreto estrutural C20 – unidade: m³


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Operador de máquinas e equipamentos h 1,834 11,85 21,73
Servente h 3,238 11,18 36,20
Betoneira 600l h 1,834 1,24 2,27
Areia média sem frete m³ 0,890 56,0 49,84
Cimento Portland composto CP-II 32 kg 320,000 0,48 153,6
Brita n° 1 sem frete m³ 0,836 42,00 35,11
Total 298,75
Fonte: O autor (2016).
72

Tabela 48 – Lançamento e adensamento de concreto – unidade: m³


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Servente h 1,650 11,18 18,45
Pedreiro h 4,500 15,77 70,97
Vibrador de imersão h 0,300 1,08 0,32
Total 89,74
Fonte: O autor (2016).

Tabela 49 – Estaca Franki 45 cm de diâmetro – unidade: m


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Espaçador de armaduras plástico und 4,000 0,12 0,48
Aço CA-509 kg 6,864 2,85 19,56
Arame recozido 18 BWG kg 0,044 7,70 0,34
Concreto rod. em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,159 298,75 47,50
Execução estaca Franki Ø = 45 cm m 1,100 80,00 88,00
Armador h 0,048 15,77 0,76
Ajudante de armador h 0,069 11,85 0,82
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,587 15,77 9,26
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,587 11,85 6,96
Total 173,68
Fonte: O autor (2016).

Tabela 50 – Estaca Franki 52 cm de diâmetro – unidade: m


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Espaçador de armaduras plástico und 4,000 0,12 0,48
Aço CA-50 kg 9,163 2,85 26,11
Arame recozido 18 BWG kg 0,058 7,70 0,45
Concreto rod. em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,212 298,75 63,34
Execução estaca Franki Ø = 52 cm m 1,100 90,00 99,00
Armador h 0,065 15,77 1,03
Ajudante de armador h 0,092 11,85 1,09
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,775 15,77 12,22
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,775 11,85 9,18
Total 212,90
Fonte: O autor (2016).

9
Considerado para as estacas aço CA-50, bitola de 20,0 mm.
73

Tabela 51 – Estaca Franki 60 cm de diâmetro – unidade: m


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Espaçador de armaduras plástico und 4,000 0,12 0,48
Aço CA-50 kg 12,199 2,85 34,77
Arame recozido 18 BWG kg 0,078 7,70 0,60
Concreto rod. em obra C20 com brita n° 1 m³ 0,283 298,75 84,55
Execução estaca Franki Ø = 60 cm m 1,100 100,00 110,00
Armador h 0,086 15,77 1,36
Ajudante de armador h 0,123 11,85 1,46
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,997 15,77 12,72
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,997 11,85 11,81
Total 257,75
Fonte: O autor (2016).

Tabela 52 – Estaca Hélice Contínua 50 cm de diâmetro – unidade: m


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Espaçador de armaduras plástico und 4,000 0,12 0,48
Aço CA-50 kg 8,470 2,85 24,14
Arame recozido 18 BWG kg 0,054 7,70 0,42
Concreto usinado C20 com brita n° 0 m³ 0,221 318,75 70,44
Execução estaca hélice cont. Ø = 50 cm m 1,005 45,00 45,23
Caminhão bomba estacionado na obra h 0,009 384,47 3,46
Armador h 0,060 15,77 0,95
Ajudante de armador h 0,085 11,85 1,01
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,432 15,77 6,81
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,432 11,85 5,12
Total 158,06
Fonte: O autor (2016).

Tabela 53 – Estaca Hélice Contínua 60 cm de diâmetro – unidade: m


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Espaçador de armaduras plástico und 4,000 0,12 0,48
Aço CA-50 kg 12,199 2,85 34,78
Arame recozido 18 BWG kg 0,078 7,70 0,60
Concreto usinado C20 com brita n° 0 m³ 0,308 318,75 98,18
Execução estaca hélice cont. Ø = 60 cm m 1,005 55,00 55,28
Caminhão bomba estacionado na obra h 0,012 384,47 4,61
Armador h 0,086 15,77 1,36
Ajudante de armador h 0,123 11,85 1,46
Oficial de trabalhos de concretagem h 0,465 15,77 7,33
Ajudante de trabalhos de concretagem h 0,465 11,85 5,51
Total 209,59
Fonte: O autor (2016).
74

Tabela 54 – Transporte de solo caminhão basculante – unidade: m³


Preço Preço Preço
Insumos Und. Coef. Material Mão de Obra Total
(R$) (R$) (R$)
Caminhão basculante carga 12 t h 0,096 126,86 12,18
Total 12,18
Fonte: O autor (2016).

De posse do preço unitário de cada composição, deu-se início ao orçamento


das soluções apresentadas.

4.6.1 Estacas Franki

A partir do quantitativo de materiais necessários para a execução dos blocos


(Apêndice B), e do número total de estacas Franki e seus respectivos diâmetros
(Apêndice A), obteve-se os valores apresentados na Tabela 55, considerando estacas
de 11 m de comprimento:

Tabela 55 – Orçamento estacas Franki


Serviço Und. Quant. Preço Total
(R$) (R$)
Execução estaca Franki Ø = 45 cm m 396,00 173,68 68.777,28
Execução estaca Franki Ø = 52 cm m 99,00 212,90 21.077,10
Execução estaca Franki Ø = 60 cm m 77,00 257,75 19.846,75
Escavação de vala para blocos m³ 32,90 53,66 1.765,41
Armadura CA-50, 6.3 mm à 12.5 mm para blocos kg 1242,70 6,52 8.102,40
Armadura CA-50, 16 mm à 25 mm para blocos kg 826,00 5,30 4.377,80
Armadura de aço CA-60 para blocos kg 194,10 6,42 1.246,12
Fôrmas de tábua para blocos m² 163,70 58,38 9.556,81
Concreto C20 rodado em obra para blocos m³ 32,90 298,75 9.828,88
Aplicação de concreto em fundações m³ 32,90 89,74 2.952,45
Mobilização de equipamento gb 1,00 5.000,00 5.000,00
Total 152.531,00 R$
Fonte: O autor (2016).

4.6.2 Estaca Hélice Contínua

A partir do quantitativo de materiais para a execução dos blocos (Apêndice


D), e do número total de estacas tipo Hélice Contínua e seus respectivos diâmetros
(Apêndice C), obteve-se os valores apresentados na Tabela 56, considerando estacas
de 11 m de comprimento:
75

Tabela 56 – Orçamento estacas Hélice Contínua


Serviço Und. Quant. Preço Total
(R$) (R$)
Estaca Hélice Contínua, diâmetro 50 cm m 308,00 158,06 48.682,48
Estaca Hélice Contínua, diâmetro 60 cm m 440,00 209,59 92.219,6
Transporte de solo caminhão basculante10 m³ 258,83 12,18 3.152,57
Escavação de vala para blocos m³ 68,40 53,66 3.670,34
Armadura CA-50, 6.3 mm à 12.5 mm para blocos kg 1337,70 6,52 8.721,80
Armadura CA-50, 16 mm à 25 mm para blocos kg 1638,70 5,30 8.685,11
Armadura de aço CA-60 para blocos kg 270,70 6,42 1.737,89
Fôrmas de tábua para blocos m² 256,50 58,38 14.974,47
Concreto C20 rodado em obra para blocos m³ 68,40 298,75 20.434,50
Aplicação de concreto em fundações m³ 68,40 89,74 6.138,22
Mobilização e desmobilização do equipamento gb 1,00 13.000,00 13.000,00
Total 221.095,58 R$
Fonte: O autor (2016).

10
Para o cálculo do volume de solo foi considerado uma taxa de empolamento de 40%.
76

5 ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÃO

5.1 COMPARATIVO

As soluções finais apresentaram diferentes características, através dos


resultados expostos acima.
A primeira característica observada, diz respeito aos custos finais para a
execução de cada uma das soluções, apresentados na Tabela 57. Nela, estão
discriminados os valores referentes ao custo total das estacas, blocos e mobilização.

Tabela 57 – Custos totais


Custos Franki (R$) Hélice Contínua (R$)
Estacas 109.701,13 144.054,65
Blocos 37.829,87 64.040,93
Mobilização 5.000,00 13.000,00
Total 152.617,13 R$ 221.095,58 R$
Fonte: O autor (2016).

Através da Tabela 57, observa-se que, a solução em estacas do tipo Hélice


Contínua apresentou um custo final 44,87 % maior, em relação a solução em estacas
do tipo Franki. Isto ocorre, devido:
 A capacidade de carga que as estacas tipo Hélice Contínua apresentaram
(Tabela 28), o que resultou em um maior número de estacas (Tabela 35);
 Blocos de maiores dimensões (Tabela 31), função do maior número de
estacas;
 Maior custo de mobilização dos equipamentos.
Estas características podem ser observadas através do gráfico abaixo (Figura
13), que apresenta o comparativo isolado de cada item, mostrando onde se
concentram os custos de cada uma das soluções.
77

221,095.58

152,531.00
144,054.65

109,701.13

64,040.93

37,829.87

13,000.00
5,000.00

Total Estacas Blocos Mobilização

Franki Hélice Contínua

Figura 13 – Comparativo de custo entre os itens e total por tipo de estaca


Fonte: O autor (2016).

A segunda característica observada, diz respeito ao tempo de execução para


cada uma das soluções. Para se realizar o comparativo, utilizou-se as seguintes
produtividades:
 Estaca Franki = 50 m/dia (JOPPERT JUNIOR, 2007);
 Estaca Hélice Contínua = 150 m/dia11 (FUNGEO, 2016).
O tempo de execução para das estacas de cada uma das soluções é
apresentado na Tabela 58:

Tabela 58 – Tempo para execução das estacas


Estaca Produtividade (m/dia) Quantidade (m) Total (dias)
Franki 50 572 12
Hélice Contínua 150 748 5
Fonte: O autor (2016).

11
Valor médio repassado por empresa (Fungeo, Fundações e Geologia).
78

Em relação ao tempo para a execução dos blocos, foi considerada a seguinte


equipe de trabalho:
 4 serventes para a escavação;
 2 carpinteiros e 2 ajudantes para a execução das fôrmas;
 2 armadores e 2 ajudantes para a execução das armaduras;
 2 pedreiros e 2 serventes para a execução do concreto e lançamento.
Com a equipe acima, foram montados os cronogramas apresentados nas
Figuras 14 e 15, desconsiderando os finais de semana.

Figura 14 – Cronograma blocos sobre estacas Franki


Fonte: O autor (2016).

Figura 15 – Cronograma blocos sobre estacas Hélice Contínua


Fonte: O autor (2016).

De posse do tempo de execução das estacas e, do cronograma dos blocos,


obteve-se o tempo necessário para a execução de cada umas das soluções:
 Estacas Franki e blocos = 29 dias;
 Estacas hélice e blocos = 34 dias.
Observa-se, de acordo com os dados acima, que mesmo as estacas do tipo
Hélice Contínua apresentando alta produtividade, em relação as estacas tipo Franki,
a diferença de cronograma entre as duas soluções foi muito pequena. Isso se deve
ao fato dos blocos sobre estacas Hélice Contínua terem apresentado dimensões
superiores aos blocos sobre estacas Franki (função do número de estacas), o que
aumentou muito o tempo de execução dos mesmos.
79

A terceira característica observada, diz respeito ao processo executivo de cada


uma das soluções.
As estacas tipo Franki produzem vibrações excessivas devido as
características de seu processo construtivo. Em contrapartida, as estacas do tipo
Hélice Contínua são executadas sem produzir vibrações.
Visto que, o edifício em estudo está cercado por obras térreas, ambas as
soluções podem ser empregadas, não sendo as vibrações geradas pelo processo
construtivo das estacas Franki um impedimento.
Por fim, a última característica observada, diz respeito a disponibilidade e
mobilização dos equipamentos para e execução das estacas.
Para a mobilização do equipamento necessário para executar as estacas
Franki, seriam gastos R$ 5.000,00 (cinco mil reais), pois, este equipamento encontra-
se na cidade de Pato Branco-PR. Em contrapartida, para a mobilização do
equipamento necessário para a execução de estacas Hélice Contínua, seriam gastos
R$ 13.000,00 (treze mil reais), pois, o equipamento encontra-se na cidade de
Cascavel – PR.
Analisando os resultados apresentados por ambas as soluções, observa-se
que, para o caso em estudo, a solução mais viável técnica e economicamente, é o
uso de estacas tipo Franki, pois:
 Menor número de estacas (função de sua capacidade de carga);
 Blocos de menores dimensões (função do menor número de estacas);
 Menor tempo de execução (devido a dimensão dos blocos);
 Disponibilidade de equipamento na cidade de Pato Branco-PR.

5.2 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fundações são elementos estruturais responsáveis pela transmissão dos


esforços da superestrutura ao solo, sendo esse, material de origem natural, de alta
heterogeneidade e complexa análise. Perante condições de implantação cada vez
mais complexas, nos mais diversos tipos de terreno, a engenharia de fundações
passou a exercer um papel cada vez mais importante, pois, as soluções de fundação,
muitas vezes, definem a viabilidade de um empreendimento. Na cidade de Pato
80

Branco-PR, no que diz respeito a fundações profundas, muitos são os edifícios que
se utilizam de fundações em estaca tipo Franki e Strauss, enquanto, alguns poucos
se utilizam de fundações em estacas do tipo Hélice Contínua. O objetivo deste
trabalho foi dimensionar e comparar fundações em estacas do tipo Franki, Hélice
Contínua e Strauss, buscando encontrar ao final, a solução mais viável técnica e
economicamente para o caso em estudo.
O trabalho realizou revisão bibliográfica sobre fundações, solos e sondagens,
onde foi possível conhecer o material solo e sua influência nas estruturas de
fundações, métodos de sondagens para o reconhecimento do solo, os processos
executivos e as características das estacas tipo Franki, Hélice Contínua e Strauss, os
métodos de cálculo da capacidade de carga de estacas e toda a normativa envolvida
para a concepção de projetos de fundações.
A análise e interpretação do laudo de sondagens foi realizada com êxito,
levantando dados de grande importância ao projeto de fundações como níveis d’água,
tipos de solo, NSPT das camadas. A correta análise se deu devido ao conhecimento
adquirido através da revisão bibliográfica.
O dimensionamento geométrico das estacas tipo Franki, Hélice Contínua e
Strauss foi realizado sem grandes dificuldades, uma vez que os dados necessários
para se utilizar o método proposto por Aoki e Velloso, foram levantados a partir da
análise do laudo de sondagens. A única dificuldade encontrada nesta etapa, foi a falta
de critério específico para a determinação da cota de assentamento de estacas na
bibliografia, quando se utiliza mais de um único furo de sondagem, sendo então
dimensionadas as estacas para todos os furos (SP1 à SP5), até a cota da última
camada de ensaio de cada um, adotando ao final as estacas com menor capacidade
de carga axial, buscando a pior situação de projeto.
O dimensionamento dos blocos via software ocorreu sem nenhum problema,
atendendo as recomendações da bibliografia, bem como da normativa vigente, sendo
todo o aporte necessário para o compreensão e domínio do software fornecidos pelo
engenheiro civil Jairo Trombetta.
O orçamento das soluções, ocorreu utilizando-se de composições obtidas
através da Paraná Edificações e do Gerador de Preços CYPE, buscando se aproximar
ao máximo dos valores praticados no mercado. Porém, sabe-se que, empresas
81

possuem suas próprias equipes e por consequência, suas próprias composições.


Encontrou-se grande dificuldade nesta etapa devido a ausência de composições de
estacas do tipo Hélice Contínua na bibliografia.
Por fim, realizou-se o comparativo técnico e econômico entra as soluções,
onde foi considerado o custo de cada uma das alternativas, o tempo de execução, as
vibrações produzidas durante a execução e a disponibilidade e mobilização de
equipamentos.
Os resultados mostraram que, para o edifício em estudo, as estacas tipo Franki
são a solução mais viável pois, apresentou menor número de estacas, blocos de
menores dimensões, menor cronograma executivo, e menor gasto com mobilização
de equipamentos, atingido assim o objetivo estabelecido pelo presente trabalho.
82

6 REFERÊNCIAS

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2014.

ABNT. NBR 6122 – Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

ABNT. NBR 6484 – Solo- Sondagens de simples reconhecimento com SPT- Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.

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Hélice Contínua monitorada. Disponível em: <http://www.meksol.com.br/servicos/>.
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VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações:


fundações profundas. V.2. Nova Ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

.
84

7 APÊNDICES

APÊNDICE A – Locação dos Blocos Estaca Franki


85
86
87
88
89

APÊNDICE B – Quantitativo Blocos Estaca Franki

Aço Diâmetro (mm) Comp. total (m) Peso + 10%


CA – 50 6.3 78.3 21.0
8.0 32.6 14.2
10.0 399.4 270.9
12.5 883.9 936.6
16.0 261.0 453.2
20.0 137.4 372.8
CA – 60 5.0 1096.8 185.9
6.0 33.6 8.2

Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA – 50 2068.7 C20 32.9 163.71
CA – 60 194.1
90

APÊNDICE C – Locação dos Blocos Estaca Hélice Contínua


91
92
93
94
95

APÊNDICE D – Quantitativo Blocos Estaca Hélice Contínua

Aço Diâmetro (mm) Comp. total (m) Peso + 10%


CA – 50 6.3 351.7 94.7
8.0 431.6 187.3
10.0 818.5 555.1
12.5 472.4 500.6
16.0 740.1 1284.9
20.0 130.4 353.8
CA – 60 5.0 1537.8 260.7
6.0 40.8 10.0

Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA – 50 2976.4 C20 68.4 255.88
CA – 60 270.7
96

APÊNDICE E – Locação dos Blocos Estaca Strauss


97
98
99
100
101
102

APÊNDICE F – Quantitativo Blocos Estaca Strauss

Aço Diâmetro (mm) Comp. total (m) Peso + 10%


CA – 50 6.3 892.6 240.2
8.0 173.7 75.4
10.0 432.3 293.2
12.5 817.9 866.7
16.0 705.0 1224.1
20.0 142.1 385.6
CA – 60 5.0 4629.5 784.9
6.0 27.6 6.7

Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA – 50 3085.2 C20 168.8 359.94
CA – 60 791.6
103

8 ANEXOS

ANEXO A – Relatório de Sondagem


104
105

ANEXO B – Perfis Individuais dos Furos


106
107
108
109
110

ANEXO C – Tabela dos Estados de Compacidade e Consistência


111

ANEXO D – Locação dos Furos


112

ANEXO E – Perfil de Sondagem

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