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IMUNOLOGIA DOS TUMORES Deste modo, a imunologia dos tumores é uma área de

conhecimento que envolve o estudo de:


Um dos tópicos mais fascinantes e ainda incompreensíveis no
estudo da imunologia se refere à resistência e interação do sistema imune 1. Propriedades antigênicas de células transformadas;
com tumores. 2. Respostas do hospedeiro às células tumorais;
Há fortes evidências de que o sistema imune é um fator de 3. Conseqüência imunológicas do crescimento das células malignas e
fundamental importância na resistência aos tumores principalmente sob a 4. Os meios pelos quais o sistema imune pode ser modulado, reconhecer e
forma de vigilância imunológica". Por vigilância imune compreende-se o erradicar as células tumorais.
conjunto de mecanismos que contribuem para impedir a instalação de um
tumor ou qualquer outra patologia.
Assim, temos o conhecimento de que em condições de supressão DESENVOLVIMENTO DOS TUMORES
ou deficiência dos sistema imune, fica facilitada a instalação de um tumor
maligno . Exemplos são o aparecimento do Sarcoma de Kaposi, em A transformação de uma célula pode resultar de mutações
aidéticos, neoplasias variadas em pacientes transplantados sob regime espontâneas ou induzidas por agentes químicos, físicos ou virais.
supressor e neoplasias em pacientes com ataxia-telangiectasia A indução de tumores por agentes químicos foi inicialmente
(Imunodeficiência T/B). descrita no século 18 quando se observou que limpadores de chaminé
É bom lembrar que células transformadas ou células mutantes, apresentaram uma freqüência anormal de carcinoma de escroto. Descobriu-
são geradas constantemente e normalmente são destruídas pelas células se então que hidrocarbonatos aromáticos policíclicos presentes na fuligem e
imunocompetentes. Assim, o sistema imune é normalmente eficiente em alcatrão constituem uma das principais classes de carcinógenos químicos.
realizar a vigilância imunológica. Entretanto, para que se instale um tumor, Outra importante classe de carcinógenos são as aminas aromáticas, cuja
é suficiente que uma única célula escape ao sistema de vigilância. Assim, o atividade foi descoberta a partir das observações de que era muito freqüente
câncer pode corresponder a uma falha momentânea no sistema imunológico a incidência de câncer de bexiga em operários das fábricas que usavam
e não necessariamente um reflexo de imunodeficiência. Aparentemente este corantes à base de anilina.
é o ponto comum a maioria dos tumores malignos que afetam a população Evidências de tumores induzidos por agentes físicos evoluíram
normal. após a descoberta do Raio X, no século 19. Muitos dos primeiros
Células normais têm uma capacidade variável de proliferação e radiologistas desenvolviam radiodermatite e após longo período de latência
expressão de suas diferentes funções. O crescimento numérico de um podiam apresentar câncer de pele. A evidência mais dramática de que
determinado tipo celular em um tecido, depende do número de células que radiações ionizantes podem induzir câncer esta nos sobreviventes da bomba
morrem naturalmente ou da necessidade fisiológica de síntese aumentada de atômica lançada no Japão, que por mais de 20 anos após o holocausto
produtos específicos daquele órgão. Em algumas condições patológicas, o apresentaram tumores variados. A radiação ionizante presumivelmente
estímulo para a proliferação celular é maior do que o necessário para a provoca injurias no DNA, resultando em mutações, quebras cromossômicas
simples substituição de células mortas ou velhas, ocorrendo hipertrofia do e rearranjo anormal mas o longo período de latência requerido para o
órgão envolvido, por proliferação policlonal. Se a fonte de estímulo ou a aparecimento dos tumores sugere que a expressão de malignidade pode
causa de origem dos estímulos é removida, há interrupção do processo de requerer a presença de um promotor e eventos genéticos adicionais.
proliferação e após alguns dias o órgão retorna à sua condição original. Com relação à radiação ultravioleta, que induz câncer de pele em
Em contraste às células não transformadas com crescimento partes do corpo expostas à luz solar, os mecanismos de indução podem ser
policlonal regulado, algumas células isoladamente podem sofrer vários, incluindo a produção de radicais livres e possivelmente
transformação maligna dando origem a um clone de células com imunossupressão.
proliferação independente de fatores externos. A proliferação autônoma e A oncogênese viral é de interesse particular para a imunologia
monoclonal de células constitui a base das doenças tumorais ou câncer. dos tumores por causa da grande probabilidade de que a introdução de genes
Entre as principais características das células tumorais podemos virais no genoma da célula hospedeira resulte na expressão de novos
destacar: antígenos na superfície celular, que podem ser reconhecidos pelo sistema
imune. Os vírus oncogênicos podem ser do tipo DNA ou RNA. A maioria
1. Falha em responder aos sinais regulatórios do crescimento e reparo das células infectadas por vírus DNA permite a replicação do vírus,
tecidual resultando em lise a célula hospedeira. A infecção de células não
2. Crescimento autônomo sem necessidade de sinais exógenos de permissivas pode ocasionar a integração do DNA viral ao genoma da célula
crescimento e expressão dos chamados oncogenes virais. Exemplos de vírus tipo DNA
3. Crescimento invasivo de tecido normal subjacente que parecem ser oncogênicos são o vírus de Epstein-Barr (EBV), associado
4. Crescimento metastático em órgãos ou tecidos distantes atingidos por via ao linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaríngeo, o vírus da herpes simplex
sanguínea ou linfática. associado ao carcinoma de colo uterino, o vírus da hepatite B associada ao
5. Origem monoclonal, embora heterogeneidade genotípica e fenotípica câncer hepático primário.
possa se desenvolver após um período de crescimento da massa tumoral Os vírus oncogênicos tipo RNA possuem a transcriptase reserva
6. Diferenças no aparecimento e antigenicidade de células mesmo que que permite a síntese de DNA tendo seu RNA como molde e recebem o
originárias do mesmo tipo celular. nome de retrovírus. Um exemplo destes é o HTLV (human T leukemia
7. Atividades bioquímicas alteradas, por exemplo, o aumento da atividade viruses) associado ao HIV. Uma característica importante deste vírus é a
glicolítica, permitindo o crescimento do tumor mesmo sob baixa possibilidade de transmissão horizontal de indivíduos infectados para
concentração de oxigênio; secreção de várias enzimas que degradam a pessoas normais e a resistência à tumorigênese parece depender. em partes,
membrana basal e estroma circunjacente; produção de fatores de da capacidade de desenvolvimento de uma resposta imune eficiente.
angiogênese que induzem a formação de vasos no interior do tumor,
suprindo-o de oxigênio e nutrientes para sustentar seu crescimento. ANTÍGENOS TUMORAIS
8. Anormalidades cromossômicas. As células cancerosas geralmente exibem
aneuploidia, com maior ou menor número de cromossomos, além de Para que o organismo desenvolva uma resposta imune contra o
deleções, translocações e duplicação gênica. tumor é necessário que as células imunocompetentes interajam com
Os cânceres podem surgir a partir de qualquer tecido no estruturas reconhecidas como não-próprias na superfície das células
corpo, recebendo diferentes denominações de acordo com o tipo de célula tumorais. Células tumorais podem expressar antígenos com maior ou menor
que lhe der origem de um modo genérico. Os carcinomas são células capacidade imunogênica. Estes antígenos podem ser basicamente de dois
transformadas originárias de células epiteliais como o fígado, rim, epitélio tipos, os antígenos tumor-específicos únicos e os antígenos tumor-
gastrointestinal e constituem os tipos mais comuns de tumores. Os sarcomas associados. Os Ag tumor-específicos únicos são encontrados apenas em
surgem a partir de fibroblastos, células musculares e adiposas. Linfomas são células tumorais e portanto representam um alvo ideal para o ataque
constituídos de massas sólidas de células linfóides, enquanto as leucemias imunológico. Em contraste os Ag tumor-associados podem ser encontrados
representam a transformação maligna de linfócitos e outras células em células tumorais e também em algumas células normais, porém
hematopoiéticas de origem medular e sanguínea ( tumores em suspensão). características quantitativas e qualitativas permitem diferenciar sua presença
Desde a década de 50 existe o conceito de que o sistema imune em células tumorais ou normais.
pode combater ou prevenir o aparecimento de tumores através de
mecanismos de vigilância imunológica, embora este fenômeno nem sempre MECANISMOS MOLECULARES RESPONSÁVEIS POR Ag
pareça ser eficiente. TUMORAIS
Este aspecto poderá determinar se o tumor é imunogênico ou não
1. Biossíntese de moléculas novas (antígenos controlados por vírus) imunogênico.
2. Expressão de genes normalmente silentes (expressão aberrante ao Ag
fetais ou Ag de diferenciação)
3. Alterações na estrutura de moléculas normais (mutações e mudanças na Mecanismos de Imunidade anti-tumoral
estrutura de carboidratos)
Virtualmente os mecanismos efetores de células tumorais mas
alguns deles podem ser mais importantes do que outros, dependendo das
1. Biossíntese de moléculas novas (antígenos controlados por características do tumor. De um modo geral, os mecanismos de imunidade
vírus) celular parecem ser mais requisitados que a resposta humoral.

Uma pequena parte dos tumores conhecidos tem sua origem Células T.
associada à infecção por vírus, os chamados vírus oncogênicos, do tipo As células T são as mais importantes no combate aos tumores,
DNA e os retrovírus (RNA), como citado anteriormente. atuando tanto na destruição das células malignizadas quanto na ativação de
Após infecção os vírus expressam genes homólogos aos outros mecanismos efetores. Assim, há um grande envolvimento das
oncogenes celulares ou proto-oncogenes, os quais codificam fatores que células Thelper que atua na resposta global pela geração de linfocinas. As
controlam o crescimento e a divisão celular. Falhas no controle destes células Tc também podem secretar citocinas mas media seu efeito,
genes podem determinar transformação potencialmente maligna. Peptídios principalmente através de lise direta do tumor.
virais associados ao MHC n superfície de células tumorais comportam-se A eficiência destas células reside principalmente no fato de que
como poderosos antígenos de transplante, dando origem a linfócitos Tc há geração de um clone específico e numeroso além de citocinas como a
específicos. Todos os tumores induzidos por um determinado vírus linfotoxina que podem atuar diretamente no combate ao tumor.
geralmente expressam os mesmos antígenos de superfície, Devem ser lembrado que as células T atuam de modo MHC
independentemente de sua origem celular. Portanto, teoricamente, a restrito e que alguns tumores não expressam Ag associados ao MHC,
imunização de um indivíduo com qualquer destes tumores poderia conferir escapando à ação destas células. Nestes casos, a ação de células como NK,
proteção contra desafios subsequentes, o que infelizmente não ocorre na não-restrita pelo MHC, pode ser fundamental.
prática. Havendo a interação célula efetora:célula alvo, e prevalecendo os
sinais de ativação, forma-se, em poucos minutos, uma sinapse imunológica
2. Expressão de genes normalmente silentes (expressão estável entre as membranas celulares. No espaço intercelular dessa sinapse,
aberrante ao Ag fetais ou Ag de diferenciação) a célula NK promove a liberação do conteúdo de seus grânulos
A divisão celular descontrolada das células cancerosas cria uma citoplasmáticos, lisossomos secretórios especializados, presentes apenas nas
condição na qual produtos de genes normalmente silenciosos podem ser células citolíticas (NK e CTL). De modo semelhante ao que ocorre com as
expressos. Algumas vezes eles codificam antígenos de diferenciação CTLs, inicialmente os monômeros de perforina polimerizam-se na
normalmente associados a estágios de desenvolvimento fetal. Assim, superfície da célula alvo, formando poros na membrana celular, por onde
tumores derivados de um mesmo tipo celular geralmente expressam penetram outros componentes presentes nos grânulos da célula efetora. A
antígenos oncofetais, presentes também nas células embrionárias. Estes são perforina é uma proteína que guarda forte homologia com o componente C9
os antígenos tumor-associados melhor caracterizados e são expressos do sistema complemento e os poros formados na membrana plasmática
durante a embriogenese mas são ausentes ou difícies de serem detectados no também se assemelham aos que ocorrem após ativação do referido sistema .
tecido normal adulto. O protótipo deste antígeno é o CEA = Antígeno Entre os demais componentes presentes nos grânulos, os mais
carcinoembriônico, uma glicoproteína presente no intestino fetal e no câncer importantes são os membros da família das granzimas, serina-proteases
de cólon humano, mas não no cólon normal. altamente específicas, que no meio acídico dos grânulos se mantém inativas.
Pacientes com doenças inflamatórias envolvendo células de As granzimas A e B são as mais abundantes e parecem ser os principais
origem endodérmica como colite e pancreatite e pacientes com outros responsáveis pela destruição do alvo, especialmente a granzima B, que
tumores também apresentam níveis séricos aumentados de CEA. A despeito induz apoptose através da ativação da via das caspases. Na realidade a
das limitações, o acompanhamento dos níveis de CEA tem sido úteis na granzima B tem um amplo espectro de substratos e, dependendo do
monitoração da progressão e resposta a terapia da doença (ocorrem em 75% contexto, a enzima pode promover a morte celular por ativação das
dos casos de tumor colorretal e 90% dos tumores de pâncreas. caspases, rompimento de mitocôndrias e clivagem do BID para citocromo c,
A alfa fetoproteína é uma alfa globulina normalmente secretadas fragmentação de DNA por desrepressão da CAD ou por clivagem de
pelo fígado fetal e células do saco vitelínico e presente no soro de paciente proteínas estruturais na membrana nuclear. A granzima A, por sua vez,
com tumor hepático e pode ser utilizado como marcador do estado da induz morte celular por uma via independente das caspases, provocando
doença (70% dos tumores hepáticos, 80% dos carcinomas testicular e danos em fitas simples de DNA e rápida perda de integridade da membrana
ovariano e presente também na cirrose e hepatite B). plasmática. Essa enzima ainda provoca a destruição do envelope nuclear por
Outro antígeno descoberto mais recentemente é o MAGE-1, agir sobre a laminina e desencadeia a destruição do DNA através de sua
normalmente presente nas c ação sobre as histonas.
élulas germinativas do testículo, encontrado com frequencia considerável Além das granzimas A e B, os grânulos contém os demais
em melanomas, tumor de cabeça e pescoço, alguns tipos de câncer pulmonar membros da família dessas serina proteases (C, D, E, F, G, H, K e M), a
e carcinoma de bexiga. calrreticulina (inibidora das perforinas) e a família das catepsinas (que
Entre os antígeno de diferenciação podemos citar o CD5 um ativam as granzimas ou que protegem a célula efetora de autodestruição).
antígeno característico de linfócito T e que é comumente expresso em As granulosinas, também presentes nos grânulos, parecem ter sua ação
tumor de linfócitos B (leucemia linfocitária crônica). preferencialmente dirigida à destruição de microrganismos. Células NK
podem também expressar receptores como FasL e TRAIL (TNF-related
3. Alterações na estrutura de moléculas normais (mutações e apoptosis-inducing ligand), que induzem a apoptose da célula alvo através
mudanças na estrutura de carboidratos) da ativação de DNAse. Além da indução de morte celular programada, as
Alterações induzidas por mutações pontos podem resultar na células NK podem destruir o alvo por indução de lise osmótica, provocando
geração de moléculas modificadas ou na simples ausência das mesmas, perda de material intracelular e entrada de água através dos poros formados.
permitindo o escape das células tumorais A ação da perforina parece ser fundamental para que qualquer
Podem ser encontrados também alterações na expressão de célula citolítica exerça sua função efetora, visto que animais destituídos
carboidratos de membrana, como ocorre com os antígenos do sistema Lewis dessa proteína não conseguem destruir as células alvo in vitro e os demais
(Lea), que aparece em células de câncer gastrointestinal, mesmo em componentes dos grânulos não são suficientes, por si só, para provocar a lise
pacientes que são Le(a-,b-) ou apoptose do alvo. Assim, a essa interação entre as membranas celulares,
que pode durar de poucos minutos a horas, denomina-se “lethal hit”, pois
mesmo após o desligamento das células o alvo já está com sua morte
O papel do MHC na imunidade anti-tumoral programada.

A maior ou menor expressão de MHC para células tumorais pode Células NK


ser fundamental para seu reconhecimento e destruição pelo sistema imune, A atividade "natural killer" (NK) é desempenhada por células
uma vez que a interação das células imunes específicas é restrita pelo MHC. linfóides mononucleares não-aderentes, não T e não B, presentes no sangue
periférico e vários órgãos como o baço e pulmão. Estas células reconhecem 3.4.1 – Papel das citocinas na ação antitumoral das células
antígenos tumorais de modo não-restrito pelo MHC e sem a necessidade de NK
sensibilidade prévia. Deste modo, atuam rapidamente e parecem constituir a Os primeiros estudos direcionados à avaliação da interação entre
principal linha de vigilância imunológica. Sabe-se, hoje, que a interação da as citocinas e as células NK foram delineados para investigar o efeito de
célula NK com moléculas de histocompatibilidade ocorre através de diferentes citocinas sobre o comportamento in vitro e in vivo dessas células.
diferentes receptores presentes em sua superfície. De acordo com sua Um dos achados mais importantes nesse aspecto foi a descoberta precoce de
estrutura, os receptores das células NK humanas podem ser agrupados em 2 que a IL-2 estimula a atividade lítica CPH-independente. As células NK
categorias, os receptores Ig-símiles (KIR e LIR) e os lectina-símiles apresentam toxicidade variada contra diferentes células alvo e que a
(CD94/NKG2 e NKG2D) incubação das células com IL-2 ou interferon do tipo I (/) resulta em
A molécula NKG2D é uma proteína da família das C-type lectin- potente estimulação da atividade lítica. Esses linfócitos ativados por IL-2
like receptors, que apresenta apenas 20-30% de homologia com as outras foram denominados “LAK cells” (lymphokine-activated killer cells) por
NKG2 (A/B, C ou E). É um receptor ativador homodimérico expresso por Grimm, observando-se posteriormente que essa função é prioritariamente
células NK, CD8+ e Tγδ e que fica ligado à molécula adaptadora DAP 10, desempenhada pelas próprias células NK. Foi também amplamente
através do qual desencadeia a lise de certas células tumorais. demonstrado que a IL-2 medeia a atividade antitumoral tanto em modelos
Diferentemente dos heterodímeros CD94/NKG2, que reconhecem as experimentais quanto em estudos clínicos.
moléculas HLA-E, os receptores NKG2D interagem com as estruturas Nesse período foram realizados vários trabalhos clínicos para
homólogas às moléculas CPH-I, MICA e MICB, compostos de domínios avaliar a eficiência da imunoterapia antitumoral, observando-se que entre os
α1, α2 e α3 das moléculas de classe I, mas sem a cadeia β2-microglobulina pacientes com melanoma que receberam transferência passiva de linfócitos
nem o peptídeo associado. Essas estruturas são escassas na superfície de infiltrantes do tumor (TIL) estimulados in vitro com IL-2, 33%
células normais, porém apresentam-se em densidade elevada nos tumores de apresentaram resposta completa ou parcial ao tratamento. A infusão
células epiteliais servindo, portanto, como importante alvo para a ação contínua de altas doses de IL-2 intravenosa ou esplênica e subseqüente
citotóxica das células NK Os receptores KIR (killer cell Ig-like receptors), transferência adotiva de células LAK em 9 pacientes com melanoma que
também conhecidas como CD158, correspondem a uma série de moléculas apresentavam metástases hepáticas, também resultou em resposta completa
que interagem com estruturas CPH-I. Em geral, os receptores KIR3D ou parcial em 1/3 dos pacientes, com aumento da sobrevida estimada em 26
reconhecem alelos HLA-A e B, enquanto KIR2D reconhecem alelos HLA- – 36 meses. O mesmo grupo observou também que o tratamento de
C, havendo pequenas variações na estrutura dos receptores que os tornam pacientes com metástases hepáticas de melanoma, através de inóculo
aptos a interagirem com os diferentes alótipos codificados por cada um dos intraportal de IL-2 e LAK mostra-se mais eficaz que o tratamento
loci gênicos. Embora se acredite que a função principal dos KIRs seja sistêmico, indicando um comportamento diferenciado entre as células mais
promover uma varredura sobre a expressão normal de CPH-I, o próximas ao sítio tumoral. A mesma proporção de pacientes com tumor
reconhecimento não é totalmente independente do peptídeo ligado ao CPH, cerebral respondeu ao tratamento local com IL-2/LAK, demonstrando
como demonstrado pelo fato de que substituições de aminoácidos nas regressão total ou parcial do tumor na avaliação por tomografia e sinais
porções 7 e 8 de um nonâmero peptídico resulta em interação do conjunto clínicos.
com um receptor diferente. Além da resposta clínica ao tratamento com IL-2/LAK ser
Embora se apresentem pré ativadas no organismo, a atividade considerada relativamente baixa, muitos autores relataram efeitos adversos
destas células pode ser exacerbada pela presença de citocinas como a IL-2 e importantes como disfunções pulmonares que podiam determinar
os vários tipos de interferon. Estes produtos têm a propriedade também de insuficiência respiratória em alguns pacientes, trombocitopenia por
induzir a atividade citotóxica em células NK que ainda não tenham destruição dos progenitores de megacariócitos, alterações nos processos de
desenvolvido seu potencial efetor. Células ativadas pela IL-2 são coagulação, isquemia de cólon e diarréia severa, além de sintomas menores
denominadas LAK cells (lymphokine-activated killer cells). como alterações cutâneas. Assim, as propostas de Rosemberg de utilização
de IL-2/LAK na terapia antitumoral não redundaram em uma técnica
O fato de que as células NK respondam a estas citocinas, indica terapêutica segura, em vista da dificuldade de se estabelecer uma dose IL-
que após o desenvolvimento de resposta especifica pelas células T, os dois 2/LAK que fosse eficaz com o mínimo de reações adversas ao paciente. Um
tipos celulares podem atuar em sinergismo contra o tumor. aspecto importante a ser levado em consideração é o fato de que, em geral,
os testes clínicos para as propostas terapêuticas novas são aplicados em
Neutrófilos pacientes em estágio avançado da doença e, geralmente, resistentes aos
Em paralelo com as células NK, os neutrófilos parecem tratamentos convencionais, fato que dificulta sobremaneira a obtenção de
constituir um importante mecanismo primário de vigilância imunológica, dados conclusivos sobre a eficácia dos tratamentos propostos, bem como a
atuando efetivamente no desenvolvimento de reação inflamatória no local padronização de doses eficazes seguras.
de implante do tumor. Além de atuar diretamente na citólise das células A IL-15, uma citocina cuja estrutura apresenta alguma
tumorais pela secreção de enzimas proteolíticas e radicais de oxigênio, os homologia com a IL-2 também tem sido estudada quanto ao seu potencial
neutrófilos ainda tem a capacidade de atrair ao local outras células antitumoral. Essa citocina é um fator crucial para o desenvolvimento das
imunocompetentes como os macrófagos e linfócitos. células NK na medula óssea tanto para o homem quanto para o
camundongo, sendo produzida no estroma da medula óssea. A IL-15
Macrófagos interage com receptores triméricos (IL-15R) presentes em 99% das células
Como em outras ocasiões de desenvolvimento da resposta imune, NK, cuja cadeia α associa-se às mesmas cadeias β e γ do IL-2R, A citocina
os macrófagos atuam em 2 momentos importantes. Na apresentação de tem a capacidade de induzir a diferenciação in vitro de células
antígenos e como células efetoras da destruição do tumor. hematopoéticas progenitoras em células NK e é requerida para o
Como células apresentadoras os macrófagos são particularmente desenvolvimento e “homing” das células NK, NKT, subpopulações de
importantes nas infecções virais, apresentando antígenos virais associados linfócitos T CD8+, Tγδ e linfócitos intestinais intraepiteliais (IELs) como
aos Ag de classe II aos linfócitos T helper. demonstrado através de estudos experimentais com camundongos “knock
No caso de tumores induzidos por outros agentes, os macrófagos out” . Além disso, in vitro a IL-15 induz proliferação e sustenta a sobrevida
podem ser importantes na apresentação de antígenos solúveis secretados e funções efetoras das células NK, de modo mais intenso que a IL-2 . Além
pelas células tumorais ("Shedding" de Ag tumorais). da homologia entre os receptores IL-15R e IL-2R, a IL-15 apresenta
Como células efetoras, os macrófagos precisam ser ativados por homologia com a própria IL-2 e ambas promovem a produção de INF-γ
interferon gama produzido pelas células Th, para que desenvolvam sua pelas células NK, abrindo a possibilidade de seu uso na imunoterapia.
atividade citolítica (tumoricida) e citostática, Estes efeitos são possíveis pela O fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α) e os interferons do
produção e secreção de produtor como enzima proteolíticas, água oxigenada tipo (IFN-α e β) inibem a ocorrência de metástases hepáticas do carcinoma
(H2O2), óxido nitrico (NO) e fator de necrose tumoral (TNF). 26 de cólon em camundongos, efeito atribuído à capacidade dessas citocinas
de aumentar a atividade NK, tanto isoladamente quanto em sinergismo.
ADCC Outros autores oservaram que o IFN-α humano recombinante inibe a
O fenômeno de ADCC ou citotoxicidade celular dependente de ocorrência de metástases pulmonares desse carcinoma.
anticorpos é mediado por anticorpos específicos e células que apresentem Depois da IL-2, a citocina melhor estudada em relação à ação
receptores para a porção Fc de IgG. Assim, há uma integração entre a antitumoral é a IL-12, um potente estimulador das células NK. Lieberman et
resposta adaptativa (Ig) e a natural (NK, K e M∅) na tentativa de destruição al. observaram que linfócitos humanos do sangue periférico, a IL-12
das células malignizadas. aumenta a atividade NK e ADCC contra linhagens de células de carcinoma
de cólon humano. Essa citocina age sobre os linfócitos T e NK aumentando
a geração e atividade citotóxica dessas células, além de induzir a produção induzido por vírus em animais adultos, anteriormente infectados com o
de INF-γ e ser a maior responsável pela ativação de células TH1 e, vírus por amamentação neonatal.
conseqüentemente, células citotóxicas CD8+.
Assim, no modelo de melanoma murino B16, Kodama et al. 4. A cinética do crescimento tumoral pode permitir o estabelecimento de
observaram que a ação da IL-12 depende essencialmente da participação das tumores imunologicamente resistentes antes do desenvolvimento de uma
células NK que matam as células tumorais de modo dependente da resposta imune efetiva.
perforina. Martinolli et al. observaram que massas tumorais de células do
carcinoma C26 de cólon, transfectadas com genes de IL-12, são infiltradas - Implantação furtiva
por células NK e linfócitos CD8+. O autores observaram que o tratamento in - pequenas doses - desenvolvimento do tumor
situ com anti-CD4 aumenta a infiltração dessas células, o que, à luz dos - Doses maiores - resposta
conhecimentos atuais, pode ter sido decorrente da eliminação das células T - Doses muito grandes - tumor
reg (CD4+/CD25+)
O linfoma experimental de Burkitt também se mostra sensível à 5. Mutação e seleção de células tumorais que perderam a expressão de
ação da IL-12, com infiltração de células NK circundando pequenos vasos. proteínas imunogênicas.
Sob ativação com IL-12, as células se tornam citotóxicas para células
endoteliais, provavelmente através da liberação de INF-γ, indicando o 6. Modulação antigênica que implica em perda (shedding), inibição da
envolvimento da IL-12 e NK como supressores de neovascularização. A expressão, ou endocitose dos Ags tumorais (p. ex. após interação com Ac)
ação antiangiogênica da IL-12 não é, entretanto, dependente de NK, visto sem alterar as características de crescimento do tumor.
que a citocina inibe a angiogênese de tumores murinos ou humanos em 6.1. "Shedding" (liberação dos antígenos de superfície para o meio extra-
camundongos SCID depletados de NK. No plano das investigações clínicas, celular) com formação de imunocomplexos circulantes. Os I.C. podem
vários trabalhos também têm testado a importância da IL-12 na resposta bloquear células NK através da ocupação de seus receptores para Fc de IgG
antitumoral e alguns autores observaram que a injeção i.v. de IL-12 em ou induzir a geração de células supressoras.
pacientes com câncer resulta em aumento na atividade NK e proliferação de 6.2. Endocitose de imunoglobilinas que se ligam aos antígenos de superfície
linfócitos T. Essa observação, entretanto, não se aplica a uma série de outros e até mesmo de complexos MAC que se formam na superfície da célula
tumores clínicos, de forma que o emprego dessa citocina na terapia após ativação do sistema complemento
antitumoral também não atendeu às expectativas geradas através dos estudos
experimentais. 7. Mascaramento antigênico por moléculas de superfície como o
Descoberta mais recentemente (2000) a IL-23 é outra citocina mucopolissacáride contendo ácido siálico, produzido em maior quantidade
com significativo efeito estimulador da atividade NK. Trata-se de um pelas células tumorais que pelas células normais.
heterodímero formado pela subunidade p40 da IL-12, ligada a uma
subunidade p19, cuja estrutura apresenta alguma semelhança com a IL-6 , 8. Ativação do sistema de coagulação e formação de um “casulo” de
com o G-CSF e menor homologia com a p35 da IL-12. De acordo com os fibrina, dificultando o acesso de elementos do sistema imune
autores, essa citocina atua preferencialmente sobre linfócitos T de memória,
induzindo sua proliferação e a produção de INF-γ, deferindo, portanto, da 9. Imunossupressão por produtos do tumor. Ex. TGF β, prostaglandinas.
IL-12 que tem ação preferencial sobre linfócitos T virgens. estudo utilizando
em uma linhagem de células tumorais transfectadas com os genes da IL-23 12. “Enhancement” tumoral - A presença de anticorpos além de ineficientes
mostra que sua produção in situ reduz a tumorigenicidade e ocorrência de em combater células tumorais pode facilitar o escape das mesmas, através
metástases da célula de carcinoma de cólon 26. A citocina reduz do bloqueio dos antígenos reconhecíveis pelas células Tc ou NK. Associado
significativamente a ocorrência de metástases, mas é menos eficiente que a ao fenômeno de “shedding” os IC formados poderão estar bloqueando a
IL-12, talvez porque essa última é mais eficiente em desencadear uma ação de NK e M∅.
resposta celular específica contra os antígenos tumorais.
A IL-21, produzida por linfócitos T CD4+ ativados, também
apresenta homologia com IL-2, IL-4 e IL-15 e promove expansão e Imunoterapia
diferenciação in vitro de NK, a partir de células progenitoras da medula
óssea e aumenta a atividade lítica dessas células. O inóculo de DNA Adjuvantes imunológicos
plasmidial com os genes da IL-21 induz produção constante da citocina, Existem alguns protocolos de imunoterapia que envolvem a
mantendo seus níveis séricos elevados e esse tratamento inibe o crescimento ativação não-específica dos sistema imune para aumentar a resposta às
do melanoma B16 e do fibrosarcoma MCA-205. A depleção in vivo de células tumorais. Vários adjuvantes, cujos efeitos potencializadores foram
CD4+ ou CD8+ não afeta o efeito antitumoral da IL-21, mas a depleção de demonstrados na resposta a microrganismos têm mostrado eficiência em
NK abole completamente a resistência dos animais ao crescimento tumoral, aumentar a resposta anti-tumoral. O adjuvante mais amplamente utilizado
evidenciando a importância dessas células no combate a melanomas. na imunoterapia antitumoral é o BCG (M. bovis - bacilo de Calmette-
Guérin). O BCG ativa macrófagos e assim aumenta a produção de IL-1 e
expressão de B7 na membrana. As duas moléculas podem mediar o sinal co-
estimulatório necessários para a ativação de célula TH, resultando no
Mecanismos de Evasão aumento generalizado da resposta humoral e celular. Os efeitos do BCG são
mais claramente observados quando injetado diretamente no tumor,
Embora esteja claro que o sistema imune pode responder à promovendo imunoestimulação local (no interior da massa tumoral). Os
células tumorais, o fato de que muitos indivíduos morrem a cada ano de estudos clínicos mostraram efeitos benéficos do tratamento com BCG, como
câncer, sugere que a resposta imune ao tumor é ineficaz. Assim, o o retardamento do crescimento de metástases de tumor de mama e
estabelecimento e desenvolvimento de um tumor, pode depender de falhas melanoma maligno em uma pequena parcela dos pacientes e atualmente só é
no sistema imune do hospedeiro ou de fatores inerentes ao próprio tumor, indicada para casos de câncer superficial de bexiga. Outros agentes têm sido
permitindo que as células tumorais consigam “escapar“ ao controle do estudados como imunoestimulantes, porém com menor eficiência que o
sistema imune. BCG, entre eles, Corinebacterium parvum, uma droga anti-helmíntica
chamada levamisole, e dois mitógenos chamados azimezone e isoprinosina.

1. Alguns tumores são fracamente imunogênicos em alguns hospedeiros, por Terapia com citocinas
deficiência do próprio hospedeiro em processar e apresentar adequadamente A clonagem de genes de várias citocinas facilitou sua produção
os Antígenos tumorais. em grande escala. Vários protocolos experimentais e clínicos foram
desenvolvidos para o uso isolado ou combinado de citocinas recombinantes
2. A expressão moléculas do MHC pode estar sub-regulada nas células para estimular a resposta imune aos tumores. Entre as citocinas estudadas
tumorais, dificultando o reconhecimento dos Ag-tumorais pelas células com este propósito encontramos os interferons alfa, beta e gama, IL-1,2,4 e
imunocompetentes, especialmente CTLs. 5, GM-CSF e TNF. Apesar de alguns resultados satisfatórios, existem ainda
uma série de obstáculos a serem vencidos até as citocinas possam ser
3. Alguns animais são totalmente tolerantes a um determinado tumor seja adotadas como terapêutica. O principal obstáculo prático é justamente a
por causa de uma exposição neonatal seja por exposição às formas grande complexidade da rede de citocinas que torna difícil saber com
tolerogênicas do tumor. Ex. 1) O desenvolvimento de tumor mamário precisão como o uso de uma determinada citocina vai afetar a produção “in
vivo” de outras citocinas. Mesmo no caso de citocinas que atuem de modo uma concentração 100 vezes menor de IL-2 para sua ativação dos que as
antagônico, a prática tem demonstrado que a aplicação de um protocolo LAK. Como exemplo pode ser citado um trabalho no qual células TIL
objetivando o aumento de um dos ramos da resposta pode resultar em sua foram geradas a partir de biópsias de melanomas e de câncer renal. A
supressão (de acordo com a dose, frequencia e as características do tumor), reinjeção das células autólogas nos pacientes resultou em regressão parcial
de 29% dos carcinomas renais e 23% dos melanomas.
Interferons
A maioria dos experimentos clínicos com interferon têm sido Terapia gênica
realizados com interferon alfa. Os estudos mostram que a administração Em 1991, 50 pacientes com melanoma maligno avançado
diária deste produto induz regressão completa ou parcial do tumor em tiveram suas células TIL modificadas por engenharia genética, pela
pacientes com leucemias, linfomas e mielomas. No caso de tumores sólidos introdução de genes que codificam a produção de TNF alfa, seguindo-se sua
os estudos foram satisfatórios contra melanoma maligno, sarcoma de reintrodução nos pacientes autólogos. O principio deste tratamento está no
Kaposi, câncer renal e câncer de mama. A efetividade do IFN alfa depende, fato de que as células TIL ao atacarem as células tumorais podem liberar
em parte, do grau de malignidade do tumor. Por exemplo, entre pacientes elevadas concentrações de TNF, mediando sua destruição.
com linfoma não-Hodkins tratados com doses diárias de INF alfa, 50% Em outro trabalho desenvolvido no mesmo ano, células tumorais,
daqueles com nível de malignidade baixa ou intermediária exibiram isoladas de melanoma maligno foram modificadas geneticamente com genes
remissão completa ou parcial. Contrariamente, os pacientes que de IL-2 ou de TNF. A idéia no caso, é que estas células, quando
apresentaram tumores com alto grau de malignidade falharam reintroduzidas nos pacientes, sejam reconhecidas pelas células
completamente em responder ao tratamento. imunocompetentes, sendo ativadas pelas citocinas produzidas pelas células
Os mecanismos pelos quais o interferon atua no combate ao modificadas. Este poderia ser um modelo de vacina contra tumores.
tumor incluem a indução de expressão dos antígenos de classe I nas células De modo similar ao protocolo anterior, introduziu-se em células
tumorais, aumento da expressão de classe II nos macrófagos, inibição da de melanoma, genes responsáveis pela expressão do antígeno HLA B7
divisão celular, aumento da atividade de Tc, NK e macrófagos. (MHC de classe I), tornando-a mais imunogênica para a ação de células T
específicas.
Fator de necrose tumoral (TNF)
Tem sido demonstrado que os fatores de necrose tumoral (alfa e Anticorpos monoclonais
beta) desempenha atividade antitumoral direta, matando células tumorais e Vários anticorpos monoclonais têm sido testados
reduzindo o índice de proliferação das mesmas. Na presença destes fatores, experimentalmente como agentes terapêuticos contra o câncer, através da
o tumor sofre visível necrose hemorrágica e regressão. O TNF-alfa mostra preparação de imunotoxinas. Estes agentes consistem da cadeia inibidora de
também a capacidade de inibir a angiogênese nos tumores, através da uma toxina (p.ex. toxina diftérica), ligada a um anticorpo dirigido contra
destruição de células endoteliais ao redor da massa tumoral, diminuindo, antígenos tumorais. Estudos “in vitro”têm demonstrado que estes “projéteis
desta forma a o fluxo de sangue e de oxigênio necessários para o mágicos” podem matar células tumorais sem danificar células normais.
crescimento tumoral. Em outro modelo de estudos, têm sido utilizados anticorpos
Apesar dos resultados encorajadores, o TNF apresenta algumas dirigidos contra linfócitos T. Por exemplo, a administração de anticorpos
limitações. Seu efeito é mais eficiente se aplicado diretamente no tumor, anti-CD3 poderia induzir a ativação inespecífica dos linfócitos T. Em
embora em alguns casos mesmo esta forma de aplicação não apresente camundongos inoculados com células de fibrosarcoma, o tratamento
resultados satisfatórios. Sua meia vida muito curta requer a aplicações conseguiu proteger cerca de 60% dos animais. Quando os animais
freqüentes. Além disso, os pacientes podem apresentar efeitos adversos receberam uma segunda dose do tumor, eles mostraram-se resistentes, não
como febre, mudanças na pressão sanguínea e diminuição nas contagens de desenvolvendo câncer. Um dos problemas com relação a este método é que
leucócitos. o limite entre a estimulação e a supressão ocasionada pela presença de
anticorpos anti T, é muito sutil, o que constitui um risco muito grande para
Células LAK e TIL seu uso humano.
Trabalhos experimentais têm demonstrado que linfócitos podem Outra possibilidade de uso de anticorpos é pela produção de
ser ativados “in vitro” contra antígenos tumorais, através do cultivo de heteroconjugados , isto é, imunoglobulinas com duas especificidades.
linfócitos com células tumorais irradiadas, na presença de IL-2. Estes Assim, anticorpos podem ter um de seus sítios de ligação específico para
linfócitos apresentam-se mais efetivos em destruir o tumor que linfócitos antígenos tumorais e o outro específico para o marcador CD3. A ligação do
não-tratados, quando são reinjetados em animais portadores de tumor. anticorpo com cada um dos antígenos que reconhece resulta na aproximação
Entretanto, a obtenção de tais células “in vitro” e em quantidade suficiente e das células tumorais e os linfócitos T, aumentando sua atividade destrutiva.
com especificidades apropriadas constitui uma barreira bastante difícil de Também têm sido estudados os anticorpos contra receptores de fator de
ser transposta para o uso terapêutico destas células. Em 1980, Rosemberg, crescimento, presentes na superfície das células tumorais. Deste modo, a
trabalhando com este método de sensibilização de linfócitos observou que ligação dos anticorpos nos receptores inibiria a interação dos fatores de
na presença de grandes quantidades de IL-2 e mesmo sem a presença de crescimento específicos, impedindo sua atividade.
antígenos tumorais, era possível gerar uma grande quantidade de linfócitos
ativados, capazes de destruir células tumorais frescas. A estas células ele Vacina antitumoral
denominou LAK cells (lymphokine-activated killer cells). Em estudos Um modelo bastante animador de terapia antitumoral é
posteriores, este pesquisador observou que a infusão de células LAK representado pelo uso de células tumorais autólogas, mortas por radiação X
juntamente com IL-2 recombinante em animais portadores de tumor e reinjetadas nos pacientes conjuntamente com BCG. Trabalhos recentes
resultava em efetiva destruição das células tumorais. As células LAK, são demonstram que cerca de 25% dos pacientes com melanoma maligno
representadas por uma população heterogênea de células com características submetidos a este tipo de tratamento apresentam remissão total ou parcial do
de NK e de NC (natural cytotoxic cells), que destroem tumores sem a tumor. Um problema desse tipo de terapia é o risco de que células tumorais
necessidade de especificidades definidas. resistentes à radiação permaneçam viáveis e proliferem no paciente, gerando
Vários experimentos clínicos foram posteriormente um tumor mais resistente.
desenvolvidos, utilizando-se células LAK autólogas associadas à IL-2 Outra forma de vacina em desenvolvimento por diversos grupos
recombinante. Na triagem mais extensa realizada em 1987, foram estudados é baseada no uso de células dendríticas (DC). O princípio dessa terapia é a
222 pacientes, dos quais 16 apresentaram completa regressão do tumor. obtenção e sensibilização in vitro de DC autólogas ou alogênicas com
Entretanto, ocorrem efeitos adversos, devidos à grande quantidade de IL-2 antígenos tumorais, seguida de transferência passiva para o paciente. Os
requerida para a ativação das LAK, O mais importante destes efeitos é uma estudos envolvendo pacientes com diferentes tipos de tumor têm
síndrome vascular que envolve a migração de leucócitos e plasma do apresentado bons resultados em alguns dos indivíduos mas a otimização
sangue periférico para os tecidos, resultando em choque. depende do estágio de desenvolvimento da doença, características
Os tumores contém em seu interior, linfócitos que particulares do tumor e disponibilidade de DCs para repetições dos inóculos.
presumivelmente participando da resposta anti-tumoral. Algumas destas
células podem ser isoladas a partir de biópsias, cultivadas e expandidas “in
vitro” pelo uso de IL-2. Estes linfócitos são chamados de TIL cells (tumor-
infiltrating lymphocytes). Muitas destas células parecem ter atividade não
específica como ocorre com as NK, porém as células TIL têm atividade
citolítica específica para os tumores autólogos. O uso destas células é
interessante porque apresentam elevada atividade antitumoral e requerem

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