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RESPOSTA TÉCNICA

Título

Beneficiamento e utilização de argila

Resumo

Apresentam-se informações sobre a argila, suas propriedades e métodos de extração,


formas de beneficiamento e utilização em olarias.

Palavras-chave

Argila; beneficiamento; extração de argila; olaria

Assunto

Extração de argila

Demanda

Solicito informações sobre métodos de extração de argila, seu beneficiamento e tratamento


para utilização em olarias.

Solução apresentada

1 Introdução

Dentre muitas definições para argila destaca-se a que considera a argila como silicato de
alumina que, pela absorção de uma certa quantidade de água, adquire um certo grau de
plasticidade suficiente para poder ser moldado, que é temporariamente perdido pela
secagem e permanentemente perdido pelo cozimento ao fogo.

2 Origem e transformação

A argila se origina da desagregação de rochas que comumente contem feldspato, por


ataque químico (por exemplo, pelo ácido carbônico) ou fisico (erosão, vulcanismo), que
produz a sua fragmentação em partículas muito pequenas.

Normalmente as jazidas são formadas pelo processo de depósito aluvial, ou seja: as


particulas menores (e portanto mais leves) são levadas por correntes de água e depositadas
no lugar onde a força hidrodinâmica já não é suficiente para mantê-las em suspensão.
As argilas assim geradas são chamadas de secundárias, já que a argila primária permanece
no local onde se originou, sendo este o caso da formação das jazidas de caulino.

Num processo inverso, de litificação, a argila pode se transformar em rocha sedimentar se


um depósito de argila for desidratado e submetido à compactação (normalmente pela
pressão de camadas superiores). Dá origem a rochas clásticas mais finas (lutitos ou pelitos)
dentre as quias podemos citar: os folhelhos, que se apresentam bem estratificados, e os
argilitos, que possuem pouca ou nenhuma estratificação.

3 Tipos de argila

Caulinos, bentonitas, argilas refratárias, terra fuler são tipos especiais de argilas que têm

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definições particulares decorrentes de aplicações tecnológicas, composição
química/mineralógica ou origem geológica.

4 Emprego da argila

As argilas possuem inúmeros usos inclusive medicinais. Por sua plasticidade enquanto
úmida e extrema dureza depois de cozida a mais de 800 oC, a argila é largamente
empregada na cerâmica para produzir vários artefatos que vão desde os tijolos até
semicondutores utilizados em computadores.

5 Características e propriedades

5.1 Características

A base fundamental de todas as argilas é a caolinita (silicato hidratado de alumina), que


nunca é encontrada em estado quimicamente puro na natureza e que se compõe de 47% Si
(silício), 39% Al (alumínio) e 14% água.

As rochas graníticas de onde se derivam as argilas formam a maior parte do maciço


montanhoso do globo terrestre, vindo em seguida o gneiss e o pórfiro. Os elementos destas
rochas, conhecidos pelo nome de feldspatos, podem ser considerados como os principais,
que com o quartzo e a mica concorrem para a formação das argilas.

Os caolins contêm comumente proporções importantes de feldspatos não desagregados,


quartzo, mica e outros elementos minerais, acusando, portanto, a mesma estrutura que as
rochas de onde provém.

Quando as argilas são transportadas do local de sua formação e depositadas em outros


pontos, formam as argilas ditas secundárias ou de sedimentação. Durante esse transporte
passam por uma levignação que as desembaraça da areia e do feldspato não desagregado,
que mais pesados, são depositados antes da argila. Esta qualidade de argila geralmente
refratária.

A argila pura tem uma cor branca; não quer isso dizer, entretanto, que todas as argilas puras
sejam brancas. É vermelha, por causa do óxido de ferro, amarela pelo hidrato de óxido de
ferro e azul pelo protóxido de ferro e sulfureto de ferro.

5.2 Propriedades

Plasticidade
No estado seco as argilas são friáveis, absorvem água com avidez, tem fraca coesão e
aderem na língua. Têm cheiro particular, análogo ao que se desprende da terra molhada
depois de uma grande chuva. Desfazem-se facilmente na água. Brilham ao ser alisadas. A
adição de água transforma-as em pasta plástica, recebendo todas as formas que se lhes der
e consevando-as permanentemente.

As argilas naturalmente plásticas, ricas em substâncias argilosas, são chamadas “gordas” e


as arenosas e ásperas ao tato, são chamadas “magras”.
As argilas utilizadas para a fabricação de telhas e tijolos são “gordas”, quando contém 80%
de argila e “magras”, quando contêm 60% de areia.
A argila pode absorver até 70% de seu peso de água.

Liga
A liga das argilas varia consideravelmente segundo sua plasticidade e teor de areia. Quanto
mais se adiciona areia a uma argila, mais diminui sua liga.

Se for traduzida a força de ligação de argila pela resistência à tração de argila secada ao ar,
veremos que ela varia de 1 a 20kg/cm2.

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É mais fraca para o caulim e xistos argilosos (1 a 3kg) e mais alta para os barros que
quando cozidos tornam-se mais vermelhos, atingindo até 20kg/cm2, quando estes contêm
areia.

A presença de CaCO3 produz o mesmo efeito que a areia, isto é, diminui a liga da argila em
proporção a quantidade que ela representa no todo.

Contração
A argila com água diminui mais ou menos de volume quando ela é secada ao ar ou ao fogo.
Esta diminuição chama-se “contração”. Varia segundo a natureza das argilas e chega a
atingir 20%.

Uma mesma argila pode contrair, mais ou menos, segundo se lhe incorpora maior ou menor
volume de água, e se é submetida a uma temperatura mais elevada.

Por conseguinte, para diminuir tanto quanto possível a contração, reduz-se a adição de
água ao mínimo necessário à moldagem. Se a evaporação da água for muito rápida e
desigual sobre as diferentes partes do objeto moldado, este racha ou se deforma.

As argilas em geral não se encontram na natureza em estado de serem utilizadas tal qual
são escavadas das jazidas. Há necessidade de se retirar da matéria-prima sua estrutura
natural, desenvolver sua plasticidade, corrigi-la por meio de adição de modificadores,
eliminar as impurezas nocivas, hidratá-las no caso de usar processo úmido ou secá-las no
caso contrário.

6 Métodos de extração

6.1 No Brasil

O método de extração de argilas no Brasil é de extração a céu aberto. O plano de extração


deve prever a remoção e disposição de estéreis, a formação de bancos de extração que
assegurem a economia de transporte, a evacuação de água, a segurança no trabalho e o
aproveitamento completo da jazida. Os estéreis (vegetação, solo arável, e outros materiais
que não interessam devem ser removidos e dispostos em locais que não prejudiquem
pastagens, agricultura, cursos de água, estradas, etc.)
Depois de esgotadas as jazidas, esses locais devem ser recuperados para o ressurgimento
da vegetação e isso é mais facilmente conseguido com a redeposição dos solos aráveis
antes retirados.

6.2 No Exterior

Na Inglaterra usa-se, devido à natureza da argila, extração por meio de explosivos. Com os
mesmos utensílios da sondagem perfura-se o solo, fazendo os furos de acordo com a altura
dos degraus, que não devem exceder a 4m. A distância da fila de perfurações à parede do
banco deve regular metade da profundidade da perfuração, e o talude da parede do banco
uma quarta parte. No caso da parede ter inclinação maior, a distância deverá ser reduzida.

A extração mais interessante não só pelo lado prático, como econômico, é a que se faz por
meio de escavadoras mecânicas.

Este método só é aplicável onde as jazidas são uniformes e de boa espessura de camada.
Pode-se entretanto, com o auxílio de escavadoras menores, utilizá-las para extrair a capa e
depois trabalhar em degraus, extraindo, dessa forma, por camadas, de acordo com a
natureza do barreiro.

Uma das maiores vantagens da escavadora, não é somente a facilidade do manejo e sim a
mistura perfeita da argila, fato este que vem beneficiar de muitos modos a fabricação e
preparo da massa.
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Tratando-se então de casos onde é necessária uma secagem prévia à desintegração e
moagem, uma instalação adequada é de grande utilidade porque serve ao desaterro, com
aproveitamento de terrenos baixos, e inaproveitáveis, bem como para misturar os barros.
Neste caso pode-se conseguir uma seca mais fácil devido à forma em que o barro é
apanhado pelas canecas da escavadora.

Os equipamentos mais comuns para extração de argilas dos solos retro-escavadeiras ou


escavadeiras. Frequentemente a extração de folhelhos exige o uso de explosivos e de
tratores de esteira para vencer a dureza natural deste tipo de argila. Pás carregadeiras
enchem os caminhões de caçamba basculante que transportam a argila extraída para os
pátios das fábricas onde normalmente há grandes depósitos para homogeneização e
sazonamento da argila.

7 Beneficiamento

Lavagem
O beneficiamento da argila se entende somente por lavá-las com água corrente para retirar
impurezas maiores, pedregulhos, areia, dentre outros, e passa-las por um filtro prensa para
retirar o excesso de água existente, que fará com que a argila possua uma determinada
porcentagem de umidade. A argila pode ser comercializada dessa forma já que existe uso
da argila assim.
Depois de secá-las ao ar livre, a argila estará com um alto grau de purificação, e o uso será
em fabricação de peças técnicas de laboratório (cadinhos, cubas, etc.), pois não existirão
substâncias que possam reagir com produtos ou reagentes.

Para a fabricação de produtos cerâmicos vermelhos (tijolos, blocos, telhas, etc.), a argila
utilizada será simplesmente retirada da jazida, sem nenhum beneficiamento.

Levignação
Quando as impurezas contidas nas argilas se apresentam sob forma de grãos muito finos,
de tal modo que a separação manual torna-se impossível, ou quando uma argila refratária
de boa qualidade se encontra muito magra por causa da presença de areia ou pedregulho, o
melhor processo de separação é a levignação.

A levignação nada mais é do que a separação dos elementos que constituem a argila bruta
por suspensão na água.

Os elementos mais pesados depositam-se no fundo, segundo sua grossura ou densidade, e


a seguir, se deposita a substância argilosa, que constitui o elemento mais fino da argila.

Usa-se para este processo lavadores rotativos verticais ou horizontais, fazendo depois o
líquido passar por uma espécie de labirinto, onde vai depositando a areia no percurso, para
depois estagiar em grandes tanques onde a água é evaporada.

É na passagem por este labirinto que se coloca, às vezes, eletro-ímãs para retirar o ferro, no
caso das argilas, que serão destinadas à fabricação de louças ou ladrilhos de grés branco.

Levignação por ar ou a seco


Ao passo que o processo acima requer água, este processo requer ar em movimento, a fim
de separar os elementos de acordo com a grossura dos grãos.

Neste processo é necessário britar ou desintegrar a argila como no processo por via úmida
de modo a separar os grãos de areia. Depois desta preparação preliminar, a argila é levada
em contato com um ventilador aspirante, que aspira a argila finamente dividida e mais leve,
e a conduz para um grande depósito, ao passo que os grãos mais pesados, de quartzo, por
exemplo, decaem no solo. São vários os compartimentos nesse depósito de modo que,
conforme diminui a velocidade do ar, as partes mais finas e mais puras se depositam nos
últimos compartimentos.
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Vantagens: pouco espaço, grande produção, grãos finíssimos, funcionamento sem poeira e
pouca força motriz.

Peneiras
A fim de adaptar as argilas de maneira a poderem ser utilizadas em vários processos de
fabricação, é necessário peneirá-las. Para esta fase do processamento são utilizados vários
tipos de peneiras: as que operam por gravidade, apenas inclinadas, peneiras rotativas e as
peneiras vibratórias.

Atmosferização
Certas argilas, tais como são extraídas, são tão duras, que se tornam difíceis de ser
trabalhadas imediatamente, sendo possível modificar-se completamente essa propriedade
desvantajosa, deixando-as em repouso ao relento.

Quando as argilas contêm pírites sulfurosas ou um pequeno excesso de cal, a exposição ao


ar dá bom resultado.

O carbonato de cal fica transformado pelo calor do forno em cal viva, e pelo fato de sua
afinidade pela água atmosférica, aumenta de volume e arrebenta o produto.

Em todo caso, este fato só se dá com os materiais cozidos a baixas temperaturas, porque
em temperaturas mais elevadas a cal é queimada completamente.

A exposição ao relento faz com que as píritas se oxidem, transformando-se em sulfuretos


ferrosos que podem ser, portanto, eliminados por lavagens (chuvas), porque uma parte do
ferro se precipita e libera ácido carbônico livre e sulfato de cal, elemento muito menos
nocivo do que o carbonato.

Apodrecimento
As argilas logo depois de retiradas dos barreiros são colocadas em fossas ou sobre
plataformas e constantemente regadas. Este processo é usado hoje em dia, quase que
somente nas pequenas olarias e fábricas de material cerâmico ordinário. Os resultados não
compensam o trabalho, podendo por meio de máquinas modernas, conseguir-se mais
economicamente e mais prontamente resultados idênticos e melhores produtos.

Secagem da argila
Secar um material é remover a água que ele contém. No caso de produto de argila o nome
“secagem” é bem aplicado, porque representa somente a remoção física da umidade de
combinação, sem ocorrência de mudanças químicas ou bioquímicas. A secagem da argila é,
portanto, um simples processo físico.

Para remover a água, é necessário aplicar calor. Mas o problema não se resolve com “mais
calor- maior secagem”. Cada material possui certas características físicos e químicas, que
limitam o tempo da secagem e a maneira de secar.

A secagem natural, nos terreiros ao sol, faz com que a umidade da região da periferia
evapore depressa, mas, aquela do interior demora, e ao evaporar-se racha o material.

A secagem só é completa quando a água do interior for aquecida até evaporar-se.

Um método, portanto, tem que ser delineado, de modo a evaporar a água do interior sem
evaporar aquela da periferia. É necessário controlar a umidade do ar e da temperatura. Para
uso do processo de fabricação a seco, quer que trate de argila lavada, ou não, para o
fabrico de ladrilhos, como de argila sem lavar para o fabrico de telhas ou refratários, a argila
tem que ser secada antes da moagem.

8 Utilização da argila em olarias

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A argila utilizada em olarias, localizadas em sítios, para uso artesanal, é aquela extraída de
jazidas, feito uma mistura, homogeneização, e umidecida, plastificada, conforme o seu uso.
Nestas olarias não se utiliza argila beneficiada.

As olarias são “mini-fábricas” que produzem normalmente tijolos, telhas e ladrilhos. Estas
não utilizam máquinas, portanto, todo trabalho é manual.

A argila é homogeneizada braçalmente com o auxílio de pás, e logo é adicionada a água


para sua plastificação. Em seguida é colocada em moldes feitos de madeira, ou até mesmo
moldada à mão, colocada em fornos rústicos que queimam com madeira. Ao final a
secagem da peça, depois de pronta, é feita em local protegido de vento e chuva.

Conclusões e recomendações

Recomenda-se a leitura do Manual “Técnica e arte em cerâmica: artesão” Disponível em:


LEITE, Edson R. et al. Técnica e arte em cerâmica: artesão. Disponível em:
<http://www.cmdmc.com.br/apceramica2004.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2007.

Sugere-se a leitura da Resposta Técnica registrada no banco de dados do SBRT, que trata
das características e aplicação das argilas, que pode ser acessada em:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Características e aplicação das


argilas. SENAI/RS, 2007. Disponível em: <http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt5067.pdf>.
Acesso em: 21 jan. 2007.

Fontes consultadas

Resposta Técnica elaborada a partir do conteúdo do banco de dados SOLICITA do


SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

WANDECK, Renato. Bê-à-bá da cerâmica. Disponível em:


<http://www.ceramicanorio.com/beaba.html>. Acesso em: 21 jan. 2007.

WIKIPEDIA. Argila. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Argila>. Acesso em: 21 jan.


2007.

Elaborado por

Nelma Camêlo de Araujo

Nome da Instituição respondente

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC

Data de finalização

21 jan. 2007

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