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ISSN 1983-4209 - Volume 01 – Numero 01 – 2007.

PLANTIO DE UMA HORTA DE PLANTAS MEDICINAIS NA ESCOLA ESTADUAL Dr.


JOSÉ DE GRISOLIA
NUNES, J.D - Acadêmica do 8º período de Ciências Biológicas
DANTAS MOURA, M.Z - Professora das Disciplinas de Botânica da Funcesi
Funcesi - Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
Rodovia MG-03 - Córrego Seco – Areão
CEP 35900-021 - Caixa Postal 255 | Itabira/MG - Brasil
RESUMO
Muitos estudos científicos suportam e confirmam a eficácia e a segurança do uso terapêutico
de determinadas plantas medicinais. Por outro lado, todas as plantas devem ser consideradas, em
princípio, como perigosas, mesmo aquelas com que o homem parece particularmente familiarizado.
De acordo com a proposta de interação escola-comunidade, foi desenvolvido o Projeto de Horta de
Plantas Medicinais na Escola Estadual Dr. José de Grisolia integrado com alunos do Curso de
Ciências Biológicas da Funcesi (Fundação de Ensino Superior de Itabira) que teve como objetivo
resgatar o conhecimento e o uso correto das plantas medicinais através de um encontro formador
entre alunos, família, professores e comunidade. O levantamento dos dados foi feito com a
aplicação de um questionário e realização de palestras. A montagem da horta ocorreu com a
participação dos alunos que auxiliaram no preparo da terra, na escolha e no plantio das espécies
medicinais, tais como Cymbopogon citratus, Melissa officinalis, Plantago mayor, Mikania
glomerata dentre outras. A maioria dos alunos possui 11 anos e acredita que o uso de plantas
medicinais no tratamento de doenças não faz mal. Durante os meses de aplicação do projeto houve
um grande envolvimento dos alunos e seus familiares. A integração entre a universidade e as
comunidades carentes tornam possível associar o conhecimento empírico ao científico, e assim, não
só despertar cuidados com a saúde, mas também o interesse em usar e preservar a flora.
Posteriormente poderá ser implantado um local para secagem e armazenagem das plantas
medicinais colhidas, para distribuição aos alunos e demais funcionários da escola.

Palavras-chave: escola, comunidade, plantas medicinais, fitoterapia

ABSTRACT
Many scientific studies support and confirm the effectiveness and the security of the
therapeutical use of determined medicinal plants. On the other hand, all the plants must be
considered, in principle, as dangerous, exactly those to that the man particularly seems made
familiar. In accordance with the interaction proposal school-community, was developed the Project
of Horta de Medicinal Plantas in the State School Dr. Jose de Grisolia integrated with pupils of the
Course of Biological Sciences of the Funcesi (Foundation of Superior Education of Itabira) that it
had as objective to rescue the knowledge and the correct use of the medicinal plants through a
formador meeting between pupils, family, professors and community. The survey of the data was
made with the application of a questionnaire and accomplishment of lectures. The assembly of
horta occurred with the participation of the pupils who had assisted in the preparation of the land,
the choice and the plantation of the medicinal species, such as Cymbopogon citratus, Melissa
officinalis, Plantago mayor, Mikania glomerata amongst others. The majority of the pupils
possesss 11 years and believes that the use of medicinal plants in the treatment of illnesses does not
make badly. During the months of application of the project it had a great envolvement of the
pupils and its familiar ones. The integration between the devoid university and communities
becomes possible to associate the empirical knowledge to the scientific one, and, not to thus only
awake well-taken care of with the health, but also the interest in using and preserving the flora.
Later it could be implanted a place for drying and storage of the medicinal, for distribution to pupils
and excessively employee harvested plants of the school.

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INTRODUÇÃO
A origem da fitoterapia é impossível de ser determinada, esta é tão antiga como o Homo
sapiens, caracterizando seu uso como o traço mais característico da espécie humana ao longo dos
tempos e também de todas as civilizações que se tem conhecimento. A fitoterapia praticada no
Brasil é fruto de várias tradições diferentes, sendo estas as seguintes: européia, africana, indígena,
oriental, amazônica, nordestina e a científica alienígena (Botsaris & Machado, 1999).
A medicina natural com toda sua tradição milenar é também agora um novo conceito de
mercado. A necessidade exige e a ciência busca a unificação do progresso com aquilo que a
natureza oferece, respeitando a cultura do povo em torno do uso de produtos ou ervas medicinais
para curar os males. Nos dias atuais, cientistas pesquisam as plantas com poder de curar à luz da
fitoterapia que confirma cientificamente os conhecimentos populares sobre estas plantas (Accorsi,
2000).
A busca por novos fitoterápicos também acabou retro-alimentando a pesquisa botânica no
Brasil, que vislumbrou na prospecção de produtos naturais de uso farmacológico uma ótima
justificativa para intensificar seus trabalhos. Como já ocorrera nos primórdios das duas ciências, a
fitoterapia e a botânica voltaram a ser vistas como aliadas e cooperar para a melhoria da qualidade
de vida do povo brasileiro (Lorenzi, 2002).
Muitos estudos científicos suportam e confirmam a eficácia e a segurança do uso terapêutico
de determinadas plantas medicinais (Yunes & Filho, 2001). Por outro lado, todas as plantas devem
ser consideradas, em princípio, como perigosas, mesmo aquelas com que o homem parece
particularmente familiarizado (Sarl, 1983).
O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos
tempos desde as formas mais simples de tratamento local, provavelmente utilizada pelo homem das
cavernas até as formas tecnologicamente sofisticadas da fabricação industrial utilizada pelo homem
moderno (Lorenzi, 2002). O uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito
significativo nos últimos tempos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que
cerca de 80% da população mundial fez uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma
sintomatologia dolorosa ou desagradável. Por essas razões é que trabalhos de difusão e resgate do
conhecimento de plantas vêm-se difundindo cada vez mais, principalmente nas áreas mais carentes
(Martins et al, 1994).
O Professor Francisco Matos (2005) relata que o projeto como o “Farmácias Vivas”, tem como
objetivo principal produzir as plantas que já foram estudadas, com eficácia comprovada, e não
tóxicas, e ensinar o povo a usar. Estas informações são importantes para que eles não façam um
autodiagnóstico e automedicação.
O presente trabalho foi desenvolvido durante o estágio na Escola Estadual Dr. José Grisólia,
uma escola de periferia que recebe alunos com baixo poder aquisitivo e teve como objetivos
incentivar e resgatar o conhecimento e o uso correto de plantas medicinais através de um encontro
entre alunos, a família, professores e toda a comunidade próxima ou ligada à escola.

MATERIAL E MÈTODOS

O estágio foi realizado entre os meses de fevereiro e novembro de 2004 na Escola Estadual
Dr. José de Grisolia, na turma de 6ª série do ensino fundamental. Inicialmente foi realizado um
levantamento dos dados com a aplicação de um questionário nos 30 alunos, conforme o modelo
abaixo.
Modelo do QUESTIONÁRIO - Plantas Medicinais
1) Idade: Sexo:
2) Qual série está fazendo? __________________________________________________
3) Quais as plantas medicinais que você conhece? ____________________________
4) Você já viu resultado no tratamento com plantas?

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( ) sempre
( ) nunca
( ) às vezes
5) Usa plantas medicinais?
( ) sim ( ) não
6) Utiliza mais de uma planta por vez?
( ) sim ( ) não
7) Quantas plantas você conhece?
( )0-5
( ) 5 - 10
( ) mais de 10
8) Através de quem (ou como) aprendeu a usar plantas medicinais?
( ) pais; ( ) avós; ( ) vizinhos ; ( ) televisão
( ) profissionais de saúde; ( ) livros; ( ) rádio; ( )
9) Usa as plantas como remédio por quê ?
( ) é mais barato
( ) não faz mal à saúde
( ) outro
10) Quando precisa de alguma planta para fazer remédio, onde consegue?
( ) no próprio quintal
( ) no quintal de vizinhos ou parentes
( ) no mato
11) Você acharia válido que se criasse em sua escola uma horta para o cultivo de plantas
medicinais?
( ) sim ( ) não

Palestras foram ministradas aos alunos, pais e demais interessados da comunidade,


utilizando como material didático, slides com as espécies mais utilizadas de plantas medicinais,
CD-Rom mostrando como deve ser a preparação dos canteiros, plantio das mudas, como evitar as
pragas e correção de solo e folhetos educativos, mostrando o nome científico, os nomes populares,
os princípios ativos e suas utilizações na medicina popular.
A montagem da horta de plantas medicinais na Escola Estadual Dr. José de Grisolia, ocorreu
com a participação dos alunos que auxiliaram no preparo da terra, na escolha e plantio das espécies
a serem cultivadas e demais cuidados com as mesmas.

RESULTADOS

Os resultados dos questionários mostraram que 47% dos alunos conhecem mais de 10
plantas, 78% aprenderam a usar com os pais ou avós, 10% a utilizam por serem mais barata, 61%
acreditam não fazer mal a saúde e 98% acreditam ser importante uma horta de plantas medicinais na
Escola.
Os alunos amostrados possuem entre 8 e 12 anos, sendo a maioria (46 %) com 11 anos de
idade. As plantas mais conhecidas são Cymbopogon citratus, Melissa officinalis, Plantago mayor e
Mikania glomerata.
O gráfico abaixo foi sobre a pergunta n.º 9 ( fig. 01) e diagnosticou o porquê do uso da
plantas medicinais, mostrando que a maioria dos alunos acredita que o uso de plantas medicianis no
tratamento de doenças não faz mal.

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1%
Não faz mal
10%
Outro motivo
28% É mais barato
N.D.A .
61%

Fig. 1 – Principais motivos apontados pelos 30 alunos do porque do uso de plantas medicinais

DISCUSSÃO
As plantas medicinais, que tem avaliadas a sua eficiência terapêutica e a toxicologia ou
segurança do uso, dentre outros aspectos, estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela
população nas suas necessidades básicas de saúde, em função da facilidade de acesso, do baixo
custo e da compatibilidade cultural com as tradições populares (Martins et al, 1994) entretanto deve
haver uma maior preocupação no sentido de auxiliar quanto ao modo correto de uso e alertar
quanto à toxidez de algumas espécies.
Os resultados dos questionários mostraram que a crença de que as plantas não fazem mal,
supera o baixo custo monetário, sendo o principal motivo de utilização de plantas medicinais
apontado pelos alunos. Entretanto, muitas espécies produzem substâncias capazes de exercer ação
tóxica sobre organismos vivos (Schenkel, et al. 2001), deste modo, foi enfatizado nas palestras, o
perigo das plantas tóxicas, os problemas devido ao excesso das dosagens e outras precauções
também importantes. A possibilidade de confundir diversas espécies do reino vegetal e também,
infelizmente, a ignorância e o descuido de muitos podem estar na origem de intoxicações letais
(Sarl, 1983).
Um estudo realizado em Belo Horizonte por Santos et al. (1995) mostrou que a medicina
popular é conhecida e utilizada pela população proporcionalmente ao conhecimento desses
indivíduos em relação a medicina alternativa. Sendo assim é necessário desenvolver e ampliar as
possibilidades existentes da discussão crítica e construtiva, dentro da escola, no programa de
educação em saúde.
Os dados obtidos confirmaram o interesse dos alunos na criação de uma horta de plantas
medicinais na Escola. Durante a preparação da horta e plantio das mudas de Cymbopogon citratus,
Melissa officinalis, Plantago mayor, Mikania glomerata entre outras, foi observado um grande
envolvimento dos mesmos, que começaram a se interessar e aprender os nomes científicos, levando
esse conhecimento até os seus familiares e responsabilidade a todos.
Conforme verificado a maioria dos alunos amostrados estava com 11 anos, deste modo,
procurou-se utilizar materiais adequados para esta idade, como folhetos com desenhos que aguçam
a curiosidade para conhecer melhor a planta.
Nos meses de desenvolvimento desse projeto houve uma maior aproximação entre o aluno,
sua família e o meio onde vivem, criando um maior respeito pelo meio ambiente e uma

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aproximação entre o conhecimento empírico e o científico que desta forma projeta a sua
importância como um resultado da integração da universidade com as comunidades carentes.
Embora os níveis cultural, social e financeiro da comunidade estudada reflitam um estado de
pobreza, houve um grande interesse em participar do projeto, fato este comprovado pela presença,
dos pais nas palestras, respostas aos questionários aplicados e a adesão voluntária dos pais com seus
filhos para realização de hortas tanto na escola como em suas residências.
É importante relatar, também, o despertar, pelos cuidados com a saúde, e o despertar do
interesse da comunidade em usar e preservar a flora, pois diante de resultados incontestáveis e de
orientações para o uso seguro das plantas, observa-se uma quebra da resistência quanto ao uso da
medicina alternativa (Rodrigues et al. 2004).
Por acreditar na educação como única forma de gerar transformações na sociedade, este
projeto possibilitou aos alunos conhecer melhor as propriedades e formas corretas de usar as plantas
medicinais, que muitas vezes são usadas por seus avós e pais. Atualmente, em um País como o
nosso, com um grande número de pessoas carentes e sem condições de ter acesso a medicamentos,
um trabalho como este ajuda a difundir a utilização da plantas medicinais, como uma forma de
diminuir gastos e até, evitar o agravamento de algumas doenças.

AGRADECIMENTOS
A MSc. Bianca Pelucci Barreto, coordenadora do curso de Ciências Biológicas, grande
incentivadora e particular amiga.
A MSc. Maria Zabelê Dantas Moura, pela paciência e dedicação à minha “crença” nas plantas
medicinais.
Ao médico fitoterapêuta Dr. Cici que me mostrou o “caminho da cura pelas plantas”.
A Professora da Escola Estadual Dr. José de Grisolia Maria Kleire, um exemplo de educadora a ser
seguido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCORSI, W. R. Medicina natural: Um novo conceito. n°4, 2000. Vol. 2. p.5.

BOTSARIS, A. S.; MACHADO, P.V. Introdução à fitoterapia: Memento Terapêutico


Fitoterápicos, n° 1. Rio de Janeiro: Flora Medicinal, 1999. p.8-11.

LORENZI, H.; ABREU M. F. J. Plantas Medicinais No Brasil - Nativas e Exóticas. São Paulo:
Instituto Plantarum, 2002. p.512

MARTINS, E. R. ; CASTRO, D. M. ; CASTELLANI, D. C. ; DIAS, J. E. Plantas Medicinais.


Viçosa: Ed. Imprensa Universitária, 1994. p. 220

MATOS, F.J.A. Entrevista ao Jornal O POVO. Jornalista Ana Cecília Mesquita


da Redação. Fortaleza/CE. 26/ Jan/ 2004

RODRIGUES, O. G. ; ATHAYDE, Ana C. R. ; ARAÚJO ,G. T. ; XAVIER , V. M. S. C.;


MORAIS, K. L. Difusão do Uso de plantas Medicinais com Ação Antiparasitária em Escolas
Públicas do Município de Patos, PB. Belo Horizonte: 2º Congresso Brasileiro de Extensão
Universitária – Set/2004. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG.

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SANTOS, M.G.; DIAS, A.G.P.; MARTINS, M.M. Conhecimento e uso da medicina alternativa
entre alunos e professores de 1ª grau. Revista Saúde Pública. nº 3, 1995. Vol. 29, p.221-227

SELEÇÕES do Reader’s Digest (SARL). Segredos e virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa
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SCHENKEL, E. P. Plantas Tóxicas. In: SIMÕES, C. M. O., SCHENKEL, E. P., GOSMANN, G.,
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YUNES, R. A. & FILHO, V. C. Plantas Medicinais sob a ótica da química medicinal moderna.
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