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A narrativa literária costuma se apresentar em forma de prosa, mas pode ser também
em versos(Epopéia, Romanceiros). Se tivermos de definir o texto narrativo de forma
sucinta, citando Carlos Reis diremos que o texto narrativo é um processo de
exteriorização, uma atitude objetiva e baseada na sucessividade. No século XX, a partir
do estruturalismo, surge uma espécie de teoria semiótica da narrativa (ou narratologia)
que propõe-se estudar a narratividade em geral
(romances, contos, filmes,espetáculos, mitos, anedotas, canções, músicas, vídeos).
Encabeçados por Roland Barthes, estes estudos pretendem encontrar uma "gramática"
da narrativa. É a partir daí que surgem as fichas de leitura e os estudos sobre o narrador,
os actuantes, as estratégias narrativas de determinada escola, entre outros. Roland
Barthes, mestre no estudo da narrativa, afirma que "a narrativa está presente em todos
os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades, começa com a própria história
da humanidade. (...) é fruto do génio do narrador ou possui em comum com outras
narrativas uma estrutura acessível à análise".

Claude Bremond, ao definir narrativa, acrescentará a ~ ~~ e a   como


essenciais para a narratividade: "Toda narrativa consiste em um discurso integrando
uma sucessão de acontecimento de interesse humano na unidade de uma mesma ação.
Onde não há sucessão não há narrativa, mas, por exemplo, descrição, dedução, efusão
lírica, etc. Onde não há integração na unidade de uma ação, não há narrativa, mas
somente cronologia, enunciação de uma sucessão de fatos não relacionados".

A  


~   é apontada por Greimas como outro elemento
fundamental da narrativa. Ainda que aparentemente o leitor não entenda um texto, há de
ter nele uma significação para que se configure como história, como narração.
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  ~

A narratologia é uma teoria da narrativa. Ela examina não apenas o que as narrativas, e
somente as narrativas, têm em comum, mas também o que as diferencia umas das outras
enquanto narrativas; e procura descrever os sistemas específicos de regras que presidem
a produção e o processamento narrativos. O termo ³narratologia´ é uma tradução do
termo francês narratologie ± introduzido por Tzvetan Todorov em Grammaire du
Décaméron (1969) ± e a teoria insere-se historicamente na tradição do Formalismo
Russo e do Estruturalismo Francês. A narratologia exemplifica a tendência estruturalista
para considerar os textos (no sentido amplo do termo) como maneiras regro-governadas
com que os seres humanos (re)modelam seus universos. Ela exemplifica, portanto, a
ambição estruturalista de isolar as necessárias e opcionais componentes de tipos textuais
e caracterizar o modo de suas articulações. Como tal, ela constitui um subconjunto da
semiótica, o estudo dos fatores operativos nos sistemas e práticas significativas.
Um importante ponto de partida no desenvolvimento da narratologia é a observação de
que existem narrativas e estórias contadas numa variedade de meios: linguagens oral e
escrita (em prosa ou em verso), evidentemente, mas também linguagens imagéticas,
figuras estáticas ou animadas (como em narrativas pictóricas, vitrais icônicos ou
filmes), música (programada), ou uma combinação de veículos (como nas estórias em
quadrinhos). Além disso, uma narrativa oral pode ser transposta para um balé, uma
estória em quadrinhos, convertida numa pantomima, e um romance, reproduzido na tela,
e vice-versa. Tudo isso significa que a narrativa ou, mais especificamente, a
componente narrativa de uma narrativa,
pode ou deveria ser estudada sem referência ao meio através do
qual ela se apresenta.
Agora, com a ajuda de determinado meio ± suponhamos, o do idioma escrito ± um dado
conjunto de eventos pode ser apresentado de diferentes modos, na ordem de sua
(suposta) ocorrência, por exemplo, ou numa ordem diferente. O narratologista deve
poderentão examinar o narrado, a estória apresentada, independentemente não só do
meio usado mas também da narração, do discurso, do
modo pelo qual o meio é usado para apresentar o quê. Na
Grammaire du Décaméron, Todorov não elimina explicitamente o
estudo da narração da "ciência da narrativa" por ele visada; mas o seu exame dos contos
de Giovanni Boccaccio focaliza o narrado, e a sua meta é desenvolver uma gramática
para dar conta disso. Similarmente, a maior parte da influente "Introdução à Análise
Estrutural de Narrativa", de Roland Barthes, é devotada antes à estória que à estrutura
discursiva.
Concentrando em o que, em vez de em como, Barthes e Todorov estavam seguindo um
caminho tomado por Claude Lévi-Strauss eVladimir Propp. Lévi-Strauss havia
caracterizado a lógica do mito focalizando a estrutura semântica: em Antropologia
Estrutural, ele afirmou que o mito sempre envolve a transformação de um conjunto de
oposições semânticas num outro conjunto, menos radical, através de uma mediação ou
umas séries de mediações. Em
A Morfologia do Conto Folclórico, que tem mostrado ser a
possivelmente mais fértil contribuição moderna sobre a estrutura da fábula (³story´),
Propp desconsiderou a narração nos contos de fadas russos e os descreveu nos termos
das partes componentes do narrado. Propp desenvolveu a noção de função ou categoria
de ações consideradas do ponto de vista de seus significados básicos no conto em que
eles aparecem; isolou 31 funções, que constituem os elementos fundamentais dos contos
(russos) de fadas; e sustentou que nenhuma função exclui qualquer outra e que muitas
delas, no entanto, ao aparecerem num mesmo conto, aparecem sempre na mesma
ordem; e argumentou que os contos ± e talvez todas as estórias ± sempre contêm a
função de uma falta ou vilania da qual decorre sempre uma outra função usada como
desnudamento (por exemplo, liquidação da falta ou vilania, salvamento, ou
casamento).Propp isolou também sete papéis básicos assumidos por personagens nos
contos (de fadas), sete dramatis personae.
Correspondendo cada uma delas a uma esfera particular de ação ou conjunto de
funções: o herói (perseguidor ou vítima), o vilão, a princesa (objeto da busca) e o pai
dela; o mensageiro, o doador, o aliado (ou ajudante) e o falso herói. O mesmo
personagem pode desempenhar mais de um papel, e o mesmo papel pode ser
desempenhado por mais de um personagem.
Muitos narratoligistas, além de Barthes e Todorov, na tentativa de dar conta da
especificidade da narrativa focalizando o narrado, inspiraram-se em Propp (e, em menor
grau, em Lévi-Strauss). Em Logique du récit, Claude Bremond definiu a seqüência
narrativa elementar como uma série de três funções, que correspondem às três fases básicas
no desdobramento de qualquer processo: virtualidade (uma situação que abre uma
possibilidade); atualização ou não-atualização da possibilidade; realização ou não-realização.
Além disso, Bremond desenvolveu uma tipologia complicada de papéis, baseados em uma
distinção fundamental entre pacientes (afetados pelo processo e constituindo vítimas ou
beneficiários) e agentes (iniciando o processo e influenciando os pacientes, modificando suas
situações ou mantendo-as). Similarmente, Algirdas Julien Greimas refinou a noção de Propp de
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 e chegou a um modelo "actantial", compreendendo originalmente seis
"actantes", que têm sido muito influenciáveis: o Sujeito (em busca do Objeto), o Objeto
(buscado pelo Sujeito), o Remetente (do Sujeito em busca do Objeto), o Receptor (do Objeto
ser a ser resgatado pelo Sujeito), o Auxiliar (do sujeito), e o Oponente (do Sujeito). De acordo
com Greimas, a narrativa é um todo significativo porque pode ser apreendido nos termos da
estrutura de relações entre os actantes. De um modo geral, com base em Propp e Lévi-Strauss,
Greimas afirma que (canonicamente) a narrativa é organizada em conformidade com um
esquema em relação ao qual, depois que uma dada ordem de coisas é perturbada, um
contrato é estabelecido entre o Emissor e o Sujeito, para fazer surgir uma nova ordem ou
restabelecer a antiga ordem; o sujeito, que se tornou competente ao longo dos eixos do
desejo, da obrigação, do conhecimento e da habilidade, realiza uma busca e, como resultado
de (três) provas básicas, cumpre ou não cumpre a sua parte no contrato e é (justamente)
recompensado ou(injustamente) castigado.
Embora muitos dos antigos trabalhos sobre narratologia tenham sido centrados no
narrado e caracterizado a narrativa nestes termos, alguns narratoligistas consideraram a
narrativa como sendo essencialmente um modo (verbal) de representação ± o reconto
dos eventos por um narrador, em vez do encadeamento deles numa cena ± e definiram o
estudo dos discursos narrativos como o seu objetivo, em vez de o estudo da estória. Eles
tiveram ao lado a tradição. Ademais, poderiam argumentar que, focalizando na estrutura
do narrado, a consideração de que um mesmo conjunto de eventos pode ser recontado
de vários e diferentes modos, resultaria em fracasso. Finalmente, na busca de seus
objetivos, eles poderiam tirar proveito do trabalho extenso em narração literária e em
tópicoscomo distância ou ponto de vista, que os críticos anglo-saxônicos(de Henry
James a Wayne C. Booth), academicistas germânicos(como Eberhard Lämmert,
Günther Müler, Franz Stanzel) e o formalismo russo tinham executado. Gérard Genette
é talvez o representante mais eminente desta tendência narratológica.
Em Discurso de Narrativa e Discurso Narrativo Revisitado, ele analisou as relações
temporais que se podem obter entre o texto narrativo e a história que ele reconta, os
fatores regulando a informação narrativa e a instância narrativa (o ato narrativo
produzindo-se e se inscrevendo no texto e a situação em que ele ocorre).
Definindo a narrativa por seu modo de apresentação (e insistindo no papel de um
narrador), em vez de defini-la por seu objeto (eventos),conduz-se a uma negligência das
estórias sem narradores. Além disso, desconsidera o fato de que a estória também
assinala a existência da narrativa qualquer que ela seja ± sem uma estória não pode
haver nenhuma narrativa. Diversos narratoligistas consideram ambos o aspectos
considerados e suas apresentações como pertinentes à exploração de suas
possibilidades. Mieke Bal,Seymour Chatman, Michel Mathieu-Colas e Gerald Prince,
porexemplo, têm tentado integrar o estudo de o quê e de como; e o mais recente modelo
narrativo de Greimas abre espaço tanto para a estória quanto para o discurso. Esta
narratologia "generalizada" ou³ misturada´ pode ser vista como correspondente à
³ciência´ que Roland Barthes evocou em sua ³Introdução´ e à prática manifestada em
outros artigos, destacando o bem-conhecido número de Comunicações de 1966,
devotados à narrativa. Também pode ser dito que conforma presente escopo da
atividade de narratológica. É talvez a área do discurso narrativo que os narratoligistas
exploraram mais exaustivamente. Genette, Todorov (emInt rodução à Poética), Bal,
Chatman, Dorrit Cohn, Shlomith Rimmon-Kenan, e outros, descreveram os tipos de
ordem que um texto narrativo pode seguir, as várias velocidades podem adotar (elipse,
sumário, cena, retardamento, pausa), os tipos de focalização e detalhando de eventos
que pode caracterizar, as relações que podem obter entre a duração do tempo em que um
evento suceder e a duração do tempo em que ele é narrado (elíptico, singulativo,
iterativo, ou repetitivo),os modos básicos de descrever os pensamentos e as expressões
vocais dos personagens, e as possíveis ligações entre narradores, atos de narração, os
narratários e eventos narrados.
A investigação da estrutura da estória rendeu também resultados notáveis. Os
narratoligistas examinaram as componentes mínimas do narrado (ações e
acontecimentos, situações e processos) e, e seguindo a perspicácia dos Formalistas
russos, distinguiram aquelas componentes que são essenciais à coerência causal-
cronológica da estória daquelas componentes que não o são. Estudaram as
ligações(temporal, espacial, lógica, funcional, transformacional) entre as componentes
mínimas, e chamaram a atenção para a falácia post hoc, ergo prpptor hoc, como um
poderoso motor da narratividade.
Demonstraram também que as seqüências narrativas podem ser consideradas como
constituídas de uma série de constituintes mínimas, das quais a última, na cadeia
temporal, é uma (parcial) repetição ou transformação da primeira; e já provaram que
sempre as seqüências mais complexas podem ser vistas como resultado da conjunção de
duas seqüências simples, a partir da alternância de unidades numa sucessão com
unidades numa outra, ou de uma ordenada destes modos de combinação Por outro lado,
além de mostrar que as ações e os processos podem agrupar-se em determinadas classes
(funcionais) e que nelas os participantes podem ser categorizados de acordo com papéis
fundamentais, eles exploraram as técnicas através das quais os caracteres são
estabelecidos e descritos (Chatman, Hamon).Finalmente, eles analisaram como uma
estória pode ser caracterizada semanticamente como um mundo constituindo-se de
domínios (conjuntos de movimentos ou ações pertencentes a um dado personagem,
chamado de um problema, e representando um esforço em busca de uma solução), cada
um dos quais é governado por um constrangimento modal (ético, epistêmico, axiológico
oude) que determina o que ³acontece´ (Pavel). Como para a integração do estudo da
estória e o estudo de discurso, seguem geralmente a direção indicada pelos trabalhos dos
Formalistas Russos no tocante às relações entre fabula ("basic story material") e enredo
("plot") e, ao mesmo tempo, adotam uma forma gramatical (Príncipe, Narratology): se
os lingüistas almejavam instituir gramática da língua, os narratologistas desejam
instituir uma gramática da narrativa.
Por último, uma tal gramática poderia consistir nas seguinte quatro partes inter-
relacionadas: uma componente sintática, por meio da qual um número finito de regras
geram as macro e microestruturas de todas as estórias, e somente delas; uma
componente semântica interpretando estas estruturas, caracterizando tanto
caracterizando o conteúdo narrativo tanto da macroestrutura global quanto das
microestruturas parciais; uma componente "discursiva" por meio da qual um número
finito de regras opera sobre as estruturas interpretadas e responde pelo discurso
narrativo (ordem de apresentação, aceleração, mediação narratológica etc.); e uma
componente pragmática especificando os fatores cognitivos e comunicativos básicos
afetando a manifestação, o processamento a narratividade do que se passa nas três
primeiras partes. Estas componentes, que constituem a própria gramática narrativa,
articular-se com uma componente permitindo a tradução dos dados gramaticais
provindos de um determinado médio (digamos, o inglês escrito).
Das críticas dirigidas contra a narratologia e suas posições, reivindicações e ambições,
pelo menos quatro merecem a atenção. Discute-se, às vezes, que os modelos
narratológicos são redutores e que não podem capturar muitos aspectos (importantes)
dos textos narrativos. Mas talvez esta carga excessivamente geral de reducionismo não
toma em consideração o fato de a narratologia esforça-se para explicar todas as
narrativas, e somente as narrativas, até onde elas sejam narrativas: os narratologistas
sempre deixaram claro o fato de há muitos elementos que não são narrativos num texto
narrativo (por exemplo, atos patéticos, forças filosóficas, penetrações psicológicas).
Argumenta-se mais incisivamente que modelos narratológicos são também estáticos e
incapazes de caracterizar o próprio motor que conduz uma narrativa à frente rumo ao
seu desenlace, com a mesma dinâmica que dita a sua forma. É de fato verdade que as
análises domito de Lévi-Strauss ignoraram completamente a dimensão sintática, que o
seminal modelo propiano, com sua ordem fixa defunções, era estático, e que as
gramáticas da narrativa freqüentemente concentraram-se no isolamento das unidades
mínimas da estória em vez de capturar o dinamismo de sua configuração. Por outro
lado, deve ser notado que o Lévi-Strauss nunca foi, nem já reivindicou ser, um
narratologista, que Bremond criticou anteriormente os aspectos estáticos da Morfologia
dePropp, e que seu próprio modelo do narrado enfatizou a lógica progressiva das
estórias. Além disso, tentativas recentes de descrever a estrutura da estória estiveram
explicitamente preocupadas com sua dimensão dinâmica. A gramática do enredo de
Thomas Pavel, por exemplo, sublinha a primazia da ação e da transformação e
esquematiza o sistema de forças, tensões e resistências de que enredo se constitui.
Similarmente, Marie-Laure Ryan desenvolveu um modelo inspirado na inteligência
artificial que obtém seus potenciais devido aos momentos de suspense e surpresas,
avanços e retardamentos, obscuridade e iluminação ± para o movimento emblemático de
complicação do enredo.
Argumenta-se também que a narratologia negligencia o contexto em que as narrativas
acontecem, a situação que determina parcialmente sua forma e contribui para os seus
objetivos, os fatores pragmáticos que governam parcialmente seu funcionamento.
Esta crítica não é injustificada. A submissão da narratologia às estratégias importadas da
lingüística estrutural ou transformacional,a preocupação em capturar a especificidade da
narrativa (um poema lírico, um silogismo ou um ensaio pode, afinal de contas, ocorrer
no mesmo contexto como um conto); a dificuldade de incorporação de fatores
contextuais num descrição sistemática, e as ambições"científicas" da disciplina (seu
desejo de caracterizar universais de narrativa) resultou na relutância dos narratologistas
em deixar a pragmática tomar parte em seus domínios investigativos.
Entretanto, nos anos mais recentes do desenvolvimento da narratologia, nem mesmo as
noções pragmaticamente fundamentadas deixaram de ser levadas em conta. Mais
recentemente, talvez por causa da insistência das repetidas referências da sócio-
lingüística acerta da importância dos contextos comunicativos, do crescente interesse
em relação às práticas decodificativas e do aumento da consciência de que narrativa não
deve ser vista apenas como um produto, mas também como um processo, os
narratologistas começaram a formular questões mais explicitamente pertinentes à
pragmática. Assim, Susan Lanser esboçou as fundações para um narratology
socialmente sensível, feminista; Ryan argumentou que algumas configurações de
eventos constroem a estória melhor do que outros; e foram feitas propostas no sentido
de considerar o contexto narrativo como parte texto narrativo (Prince, "Narrative
Pragmatics").
Finalmente, a própria possibilidade de um narratology coerente, que sucedidamente
integra o estudo de o quê e de como, foi posto em questão pelos teóricos pós-
estruturalistas e pelos críticos, evocando a chamada dupla lógica da narrativa. Esta
dupla lógica compreende dois princípios organizacionais em relação aos quais toda
narrativa presumivelmente opera-se. Um dos princípios enfatiza a primazia do evento
sobre o significado, quer dizer, insiste sobre o evento como a origem do significador; o
outro salienta a primazia do significado e de sua requisição, quer dizer, insiste sobre o
evento
como o efeito de um desejo de significar. O primeiro princípio enfatiza a prioridade
lógica da estória em relação ao discurso; o segundo acentua o reverso, e faz da estória
um produto do discurso. Cada princípio funciona no sentido da exclusão do outro; mas,
paradoxalmente, ambos são válidos e necessários ao desenvolvimento da narrativa, seu
impacto, sua força. Isto significa que a narratologia, embora bastante desenvolvida e
refinada, será sempre deficiente: nenhum princípio pode conduzir por si só a uma
consideração satisfatória da narrativa, e os dois princípios não podem ser sintetizados. O
argumento é interessante, mas não inteiramente persuasivo, porque combina problemas
que não deveriam ser talvez combinados: o da avaliação da veracidade narrativa, por
exemplo (Entre a narrativa historiográfica e a fictícia há uma diferença? A narrativa é
umaconseqüência dos eventos que apresenta, ou vice-versa?); o das práticas
hermenêuticas (de texto para evento e de evento para texto); e o da dinâmica da
narrativa.
Quaisquer que sejam as deficiências da narratologia, sua influência tem sido
considerável, tanto assim que trabalhos críticos e teóricos compartilhado o corpus
narrativo são frequentemente chamados de narratológicos, ainda que não focalizem nos
traços especificamente narrativos, e ainda que não tenham quase que nenhuma ligação
com os métodos dos narratologistas.
A narratologia pode ajudar a considerar a distintividade de qualquer narrativa, a
comparar qualquer número de narrativas e instituir as classes narrativas de acordo com
características narrativamente pertinentes, explicar certas reações a determinados textos
(seMadame Bovary é esteticamente agradável é talvez, particularmente, porque Gustave
Flaubert usa cena no meio de sumário e sumário no meio de cena), apoiar certas
conclusões interpretativas (o privilegiar a narração iterativa no romance Em Busca dos
Tempos Perdidos, de Proust), e até mesmo ± provendo certos pontos de partida ±
inventar (novas) interpretações (a chamada crítica narratológica começa com ± e é
baseada em ± descrição narratológica).
Contudo, través de sua preocupação com os princípios condutores da narrativa e de sua
tentativa de caracterizar não só os seus significados particulares, mas também o que faz
com que ela tenha significados, a narratologia tem provado ser um importante
participante na contenta contra a visão dos estudos literários como devotados
unicamente à interpretação de textos. A narratologia tem também desempenhado um
significante papel numa outra batalha, afetando a forma dos estudos literários. Através
da investigação dos fatores que operam em todas as possíveis narrativas (e não de
pequena dimensão, ficcionais ou reais), ajudou pôr em questionamento a própria
natureza dos cânones, mostrando aquele muitas narrativas não-canônicas são,
narrativamente falando, justamente como as como as canônicas.
De modo mais geral, as ferramentas narratológicas e os argumentos têm sido usados em
domínios que excedem os domínios dos ³estudos propriamente literários´: em análise
cultural, por exemplo, traçar os modos pelos quais várias formas de conhecimento
legitimam a si mesmos através da narrativa; em filosofia, analisar a estrutura da ação;
em psicologia, estudar a memória e a compreensão. Então, narratology tem importantes
implicações para a nossa compreensão dos seres humanos. Explorar a natureza de todas
e possíveis narrativas, responder pela infinidade de formas que elas podem
assumir, considerar como nós as construímos, as paráfrases, sumariza-las ou expandi-
las, é explorar uma das maneiras e singularmente humanas fundamentais nós
adquirimos sentido.

http://www.scribd.com/doc/19242793/NARRATOLOGIA

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