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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO: 5

2 - TIPOS DE CALDEIRAS: 5

2.1 - CALDEIRAS FOGOTUBULARES: 6


2.2 - CALDEIRAS AQUATUBULARES: 7
2.2.1 - FUNCIONAMENTO: 8

3 - COMPONENTES: 11

3.1 - TUBULÕES: 12
3.2 - TUBOS: 16
3.3 - COLETORES E DISTRIBUIDORES: 17
3.4 - SUPERAQUECEDORES: 18
3.5 - CHICANAS E DEFLETORES: 19
3.6 - VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO: 20
3.7 - INVÓLUCRO DA FORNALHA: 22
3.8 - CHAMINÉS: 23
3.9 - REFRATÁRIOS: 23
3.10 - EQUIPAMENTO E DISPOSITIVOS AUXILIARES: 24
3.10.1 - DUTOS DE AR E GASES: 25
3.10.2 - JUNTAS DE EXPANSÃO: 25
3.10.3 - PRÉ-AQUECEDORES DE AR. 26
3.10.4 - SOPRADORES DE FULIGEM: 29
3.10.5 - QUEIMADORES: 31
3.10.5.1 - BLOCO REFRATÁRIO: 31
3.10.5.2 - MAÇARICOS: 32
3.10.5.3 - MATERIAIS: 32
3.10.6 - ECONOMIZADOR: 33

4 - MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIAS: 34

4.1 - MECANISMOS BÁSICOS DA CORROSÃO EM CALDEIRAS: 34


4.2 - CORROSAO DAS PARTES MOLHADAS: 35
4.2.1 - CORROSÃO POR CONCENTRAÇÃO: 36
4.2.2 - "STEAM BLANKETING": 36
4.2.3 - FRAGILIZAÇÃO CÁUSTICA: 37
4.2.4 - FRAGILIZAÇÃO PELO HIDROGÊNIO: 37
4.2.5 - CORROSÃO POR AGENTE QUELANTE: 37
4.2.6 - "HIDE-OUT": 38
4.3 - CORROSÃO DAS PARTES EXPOSTAS AOS GASES: 38
4.3.1 - OXIDAÇÃO: 38
4.3.2 - CORROSÃO POR CINZAS FUNDIDAS: 38
4.3.3 - CORROSÃO POR CONDENSAÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO: 39
4.3.4 - CORROSÃO EM PERÍODOS DE INATIVIDADE: 40

4.3.5 - EROSÃO E ABRASÃO: 41


4.3.6 - FLUÊNCIA: 42

4.3.7 - FADIGA: 42
Caldeiras

4.3.8 - FADIGA TÉRMICA: 43


4.3.9 - FADIGA SOB FLUÊNCIA: 44
4.3.10 - SUPERAQUECIMENTO: 44
4.2.12 - AVARIAS EM QUEIMADORES: 44

5 - LAVAGEM E NEUTRALIZAÇÃO D E CALDEIRAS: 45

6 - HIBERNAÇÃO E DESATI VAÇÃO DE CALDEIRAS: 46

7 - LIMPEZA QUÍMICA DE CALDEIRAS: 47

7.1 - LIMPEZA QUÍMICA ALCALINA: 47


7.2 - LIMPEZA QUÍMICA ÁCIDA: 47

8 - INSPEÇÃO: 48

8.1 - INSPEÇÃO EM OPERAÇÃO: 48


8.1.1 - PREPARATIVOS: 48
8.1.2 - REQUISITOS DE SEGURANÇA: 49
8.1.3 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO: 49
8.1.4 - TESTES: 50
8.2 - INSPEÇÃO EM PARADA DE MANUTENÇÃO: 50
8.2.1 - PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO: 51
8.2.2 - REQUISITOS DE SEGURANÇA: 51
8.2.3 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO: 51
8.2.3.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS: 51
8.2.3.2 - INSPEÇÃO EXTERNA: 51
8.2.3.3 - INSPEÇÃO INTERNA INICIAL: 52
8.2.3.4 - INSPEÇÃO INTERNA FINAL: 52
8.2.4 - TESTES: 54
8.3 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO: 55
8.3.1 - TUBOS E PAREDES, PISO E TETO E DO SUPERAQUECEDOR: 55
8.3.2 - REFRATÁRIO: 55
8.3.3 - VÁLVULAS DE SEGURANÇA: 56

9 - LEGISLAÇÃO: 57

10 - RECURSOS E EQUIPAME NTOS DO TÉCNICO DE I NSPEÇÃO: 57

11 - REGISTRO DE INSPEÇÃO: 58

12. ANEXOS: 60

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12.1 - ANEXO I  NR - 13 60
12.2 - ANEXO II - LISTA DE VERIFICAÇÃO. 82

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1 - INTRODUÇÃO:

Depois da água, o vapor é o fluido mais utilizado nos processos industriais e na área de
conforto térmico. Sua utilização se dá em diferentes condições e para os mais variados fins, tais
como:

 Geração de energia elétrica;


 Transmissor de força motriz para o acionamento de turbinas, compressores e ventiladores;
 Fonte de calor;
 Controle de temperatura em reações químicas;
 Auxiliar no processo de destilação;
 Aquecimento do meio ambiente na área de confort o térmico;
 Prevenção e combate a incêndios;
 Agente de limpeza, deslocando graxas e óleos;
 Acelerador das limpezas alcalinas e ácidas;
 Limpeza de equipamentos.

A principal função de uma caldeira é receber água líquida e energia gerando vapor. Isto é
conseguindo pelo aquecimento de uma certa quantidade de água no interior da mesma. O vapor
pode ser gerado tanto eletricamente como pela queima de combustíveis em sua fornalha.
A produção de vapor por uma caldeira é, pois, uma operação necessária em quase todos
os processos industriais, além de estar presente também em muitos estabelecimentos comerciais
e hospitalares.

2 - TIPOS DE CALDEIRAS:

Basicamente são dois tipos de caldeiras, quais sejam, caldeiras elétricas e caldeiras a
combustão.
Caldeiras elétricas são equipamentos mais simples e, em média, mais baratos do que as
caldeiras a combustão de mesma capacidade e pressão de geração. Elas não requerem muito
espaço para a sua instalação, e, muitas vezes, dispensa pessoal exclusivo para o seu
acompanhamento operacional. Sua eficiência não varia significativamente com a carga. A
temperatura máxima em contato com este tipo de equipamento é a temperatura do vapor, o que
faz com que a sua taxa de deterioração e a necessidade de manutenção sejam reduzidas, uma
vez que não há grande quantidade de refratários ou internos para serem trocados. Elas não
geram vapor superaquecido, apenas vapor saturado e água quente. Também não poluem a
atmosfera e tem baixo nível de ruído.
Já as caldeiras a combustão, além de se rem mais caras, exigem normalmente, mais
espaço para sua instalação e pessoal especializado para a sua operação. Elas são submetidas a
temperaturas elevadas e, estão sujeitas a diversos tipos de deterioração em várias de suas
partes. Isso faz com que seja fundamental: o seu acompanhamento operacional, a inspeção e a
manutenção; de forma periódica. Elas também sofrem grande variação de eficiência conforme a
sua carga operacional. Além disso, elas podem ser projetadas para gerar não somente vapor
saturado, mas também vapor superaquecido em qualquer pressão e cargas variadas. Isto as
torna, praticamente, a única opção para grandes indústrias que necessitam de vapor para
aquecimento e para movimentação de equipamentos. Estes tipos de caldeiras poluem a atmosfera
e trabalham gerando grande nível de ruído.
As caldeiras a combustão se dividem, basicamente em dois tipos básicos: caldeiras
fogotubulares e caldeiras aquatubulares.

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2.1 - CALDEIRAS FOGOTUBULARES:

Também conhecidas como flamotubulares, estas calde iras caracterizam-se por serem
equipamentos simples que trabalham com pressões e taxas de vaporização limitadas, destinando -
se a pequenas produções de vapor.
O modelo mais comum é constituído de um corpo cilíndrico com dois espelhos fixos, nos
quais os tubos contidos no seu interior são mandrilados ou soldados. Estes tubos internos são um
tubo central de fogo, normalmente de diâmetro maior que os demais, que se dispõem em duas ou
mais passagens, por onde fluem os gases. A água, entrando no corpo cilíndrico e envolvendo os
tubos, é aquecida pelo fogo e pelos gases que circulam no interior dos tubos, até a sua
vaporização. Este vaso externo é o determinante da pressão de operação e, quanto maior a
espessura de sua chapa, maiores a pressão do vapor e seu custo . A sua capacidade máxima de
geração e pressão é restrita a 30 t/h e 20 Kgf/cm², respectivamente. Já a sua manutenção, como
dito anteriormente, é mais fácil, uma vez que consiste basicamente da troca de tubos, como num
permutador de calor.
As figuras a seguir mostram caldeiras do tipo flamotubular.

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2.2 - CALDEIRAS AQUATUBULARES:

Elas têm como característica: a produção de vapor, pelo aquecimento de água que circula
no interior dos tubos. Permitem a produção de grand es quantidades de vapor, em alta pressão e
temperatura. Elas trabalham em todas as faixas de pressões, variando entre muito, baixa pressão
e pressões supercríticas, conforme tabela abaixo:

MUITO BAIXA PRESSÃO Até - 100 psi ou - 7 Kgf/cm²


BAIXA PRESSÃO 100 psi - 200 psi ou 7 - 14 Kgf/cm²
MÉDIA PRESSÃO 200 psi - 700 psi ou 14 - 49 Kgf/cm²
ALTA PRESSÃO 700 psi - 1500 psi ou 49 - 105 Kgf/cm²
MUITO ALTA PRESSÃO 1500 psi - 3.209 psi ou 105 - 225,6 Kgf/cm²
SUPERCRÍTICA Acima de 3.309 psi ou acima de 225,6 Kg f/cm²

Estas caldeiras são constituídas por um tubulão superior chamado tubulão de vapor e um
ou mais tubulões inferiores denominados tubulões de lama. Interligando os tubulões têm -se
tubulações dispostas na forma de feixes tubulares e paredes de água. E ntre os tubos do feixe
tubular, ou entre este e as paredes de água se encontra a fornalha, onde é queimado o
combustível escolhido.
Em operação elas transformam a energia potencial dos combustíveis em energia calorífica,
a qual é transformada em vapor.
As superfícies dos tubos expostas ao fogo na fornalha, suportam temperaturas entre 1.200
e 1.600 ºC. Os tubos das paredes de água que também se encontram nesta região são capazes
de absorver calor radiante até 112.000 kcal/cm² hºC.cm, esfriando o refratário que envolve a
fornalha.
Os gases em combustão com temperaturas abaixo de 800 ºC são conduzidos por chicanas
para a parte anterior da fornalha, onde o calor é transferido por convecção para as superfícies de
aquecimento secundário.
Nas zonas radiantes, o calor se transfere diretamente do fogo para as superfícies de
aquecimento e, nas zonas de convecção, o calor se transfere dos gases aquecidos para a
superfície de aquecimento.
Com a finalidade de melhorar o rendimento das caldeiras, os gases quentes, exa uridos da
zona de convecção são aproveitados, primeiramente, para o aquecimento da água de alimentação
e depois para o pré-aquecimento do ar necessário à combustão.
As figuras a seguir, mostram vários tipos de caldeiras aquatubulares:

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2.2.1 - FUNCIONAMENTO:

O funcionamento básico do sistema água -vapor numa caldeira aquatubular será descrito a
seguir, tomando-se por base as figuras abaixo:

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Para entendermos este funcionamento, usare mos o modelo básico, que é composto pelos
tubulões superior e inferior, pelos tubos ascendentes e descendentes e pela fornalha. O tubulão
superior opera com água até o seu nível médio (cerca de 50%) e o tubulão inferior, afogado, ou
seja, cheio de água. Os tubos ascendentes encontram -se voltados para o lado da fonte de energia
enquanto que, os tubos descendentes, estão na posição oposta, ou seja, não recebem parcela
significativa da energia.
Observando-se a figura, podemos concluir que a transferência de calor e a formação de
vapor se darão apenas nos tubos ascendentes, na face exposta à fonte de energia. Como
conseqüência imediata, um diferencial de peso específico se estabelece entre a água dentro dos
tubos na zona radiante e a água encontrada nos tubos, na zona de convecção. A água com maior
peso específico dos tubos descendentes empurra a água com menor peso específico dos tubos
ascendentes para o tubulão de vapor, iniciando -se então uma circulação natural, a uma
velocidade adequada para a operação da c aldeira.
Ao chegar ao tubulão superior e encontrar a superfície livre, o vapor sairá do seio do
liquido, separando-se e sendo acumulado. Enquanto isso, toda a água líquida passa,
obrigatoriamente, pelo tubulão inferior. Conseqüentemente, todos os depósit os que porventura
possa se formar no interior da caldeira, se acumularão neste vaso.
Nas caldeiras trabalhando com pressões superiores a 140 Kgf/cm², o diferencial de peso
específico estabelecido é baixo, produzindo uma velocidade de fluxo imprópria para a operação.
Nestes casos, utilizam -se bombas para recirculação forçada de água.
O vapor desprendido do tubulão superior é chamado de saturado, pelo seu conteúdo, com
água. O retorno deste vapor para um feixe tubular chamado superaquecedor, na zona de calo r
radiante, permite que mais calor adicionado ao vapor saturado evapore os últimos traços de água
e o transforme em vapor seco ou superaquecido.

As razões para o superaquecimento do vapor, são:


 Remoção das gotas de água nele contidas; que em alta veloci dade, podem produzir pites e
erodir as pás das turbinas.
 Aumento na eficiência das turbinas, quando a diferença entre a temperatura de admissão e a
temperatura de exaustão do vapor aumenta.

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Caldeiras críticas e supercríticas são aquelas isentas de tubulõ es. As primeiras possuem
um separador de água, e nas segundas a água passa numa tubulação contínua, para a fase do
vapor. Obviamente, o fluxo de água é alimentado por bombas.

3 - COMPONENTES:

Devido às suas características, importância para a indústria e complexidade, serão


relacionados os principais componentes das caldeiras aquatubulares. Os principais elementos que
compõem estes tipos de caldeiras são os mostrados nas figuras abaixo:

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3.1 - TUBULÕES:

Eles estão divididos em dois gr upos, quais sejam, tubulão superior ou de vapor e tubulão
inferior ou de lama. O tubulão superior é um vaso de pressão cilíndrico cuja finalidade é separar,
acumular o vapor d'água gerado e receber a água de alimentação da caldeira. Convém ressaltar
que podem existir caldeiras com mais de um tubulão superior. Com a finalidade de melhorar a
qualidade do vapor gerado. Estes tubulões são dotados de dispositivos especialmente projetados
para reduzir a presença de umidade no vapor, conhecida como internos do tu bulão, que são
confeccionados em aço carbono, atuando sobre o fluxo água -vapor das seguintes formas:

 Força da gravidade;
 Força inercial;
 Força centrífuga;
 Filtração;
 Lavagem.

Os internos, cujo funcionamento se baseia nas três primeiras formas, são chamad os de
dispositivos primários de separação de vapor, sendo próprios para uso em pressões de gerações
médias e baixas. Neste caso, enquadram -se os ciclones, as chicanas e os labirintos.
Já os dispositivos de funcionamento baseados em filtração e lavagem, sã o dispositivos
secundários de separação de vapor que se tornam imprescindíveis quando da geração de vapor
em altas pressões. A chamada "filtração", ocorre num conjunto de placas corrugadas ou grelhas,
também conhecidas como telas. A eficiência deste proces so, depende, fundamentalmente, da
área e percurso do fluxo no acessório, do tempo de contato e da velocidade do vapor nos
elementos, que deve ser baixa.

Os principais acessórios internos dos tubulões superiores de caldeiras são telas,


separadores, ciclones, calhas, distribuidores e chicanas.
A função do tubulão inferior é acumular a água liquida e coletar depósitos para que,
posteriormente, possam ser drenados. Com raras exceções, eles não possuem acessórios
internos. Convém lembrar que podem existir cal deiras onde o tubulão inferior não está presente.
Os tubulões, tanto o superior como o inferior, são fabricados em aço carbono e soldados.
O aço geralmente empregado é um aço de médio carbono, totalmente acalmado, sendo os mais
comuns o ASTM A - 515 Gr 70 e o ASTM A - 516. No passado, era comum a construção desses
componentes usando-se chapas rebitadas.
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De uma forma geral, as bocas de visita dos tubulões têm fechamento de dentro para fora e
sede elíptica. Isto para permitira a introdução da tampa no tubul ão. É freqüentemente também
que, para compensar o aumento de tensão provocado pela furação dos tubos, a espessura da
chapa do tubulão superior na região de mandrilagem desses tubos seja maior. As figuras a seguir
mostram os diversos acessórios internos de um tubulão superior e, esquematicamente, um corte
transversal de um tubulão superior.

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Os tubulões são dispostos horizontalmente em uma caldeira sendo que, o tubulão inferior,
possui uma leve inclinação no sentido da descarga de fundo, cuja fi nalidade é facilitar a remoção
da lama.
A estes tubulões são fixados os tubos por onde escoam a água e o vapor gerado. Esta
fixação é feita através de mandrilagem, que consiste na expansão do diâmetro de um tubo através
da ação mecânica de roletes calcado s sobre a superfície interna dos tubos. A expansão do
diâmetro do tubo provoca a sua fixação no tubulão por interferência. Alguns projetos exigem que a
extremidade do tubo seja alargada. Neste caso, utiliza -se uma mandriladora com dois conjuntos
de roletes, conforme as figuras a seguir.

Quanto maior o número de roletes, melhor e mais uniforme é a dilatação do tubo. Uma
quantidade insuficiente de roletes pode provocar escamação, trincas, encruamento,
tensionamento excessivo ou irregular e vazamentos.

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A mandrilagem de um tubo deve ser controlada para evitar falhas por expansão excessiva.
Quando da troca de um tubo, devem ser verificados os diâmetros do tubo novo (interno ou
externo) e do furo do tubulão, uma vez que, após ter sofrido excessivas mandrilag ens, o tubulão
pode apresentar um alargamento de seus furos de tal monta que prejudique a fixação do tubo
novo.
A mandrilagem pode ser feita manualmente ou com ferramenta pneumática. Contudo,
quando for necessária a substituição de um tubo, é recomendável que a mandrilagem seja feita
manualmente. Isto porque a utilização de uma mandriladora pneumática, devido às vibrações e ao
excessivo esforço, pode causar o afrouxamento das mandrilagens dos tubos vizinhos.
Em caldeiras de alta pressão, após a mandrilage m, é efetuada uma solda de selagem
entre os tubos mandrilados e o tubulão.
Após um tubo ter sido removido, o técnico de inspeção deve verificar se não ocorreram
avarias no tubulão e nos ressaltos do furo (grooves). Eventuais avarias podem ser reparadas
utilizando-se um procedimento, qualificado pelo fabricante ou elaborado por profissional habilitado.

3.2 - TUBOS:

Os tubos de uma caldeira são os elementos de maior volume. Para se ter uma idéia, em
uma caldeira cuja produção de vapor seja de 100 t/h, pod emos encontrar mais de 1.800 tubos,
cada um deles com mais de 10 metros de comprimento. Esse conjunto de tubos, que neste tipo de
caldeira possui o diâmetro variando entre 50 e 75 mm, vai formar o que chamamos de fornalha da
caldeira.
Os tubos das caldeiras são construídos em aço carbono, sendo a especificação mais
comum a ASTM A - 178, que é a especificação para tubos de aço com costura. Para esta solda de
costura dos tubos só se admite o processo por resistência elétrica.
Para se impedir a passagem de gases através da parede de tubos, são soldadas as
chapas entre eles, chapas estas chamadas aletas ou chapas de selagem. Desta forma, os tubos
passam a formar um painel ao qual se dá o nome de "parede d'água". Este tipo de montagem tem
sido muito utilizado em projetos modernos, sendo todas as paredes laterais da caldeira montados
em forma de painéis. As figuras a seguir, mostram este tipo de construção.

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3.3 - COLETORES E DISTRIBUIDORES:

Os coletores são elementos tubulares onde se fixam os tub os de uma parede ou painel. Os
distribuidores interligam os coletores aos tubulões. Em geral, estes elementos estão submetidos
aos gases quentes, sendo protegidos por refratários. A figura a seguir mostra um diagrama,
mostrando a disposição de coletores e distribuidores em uma caldeira.

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A fixação dos tubos de uma parede ou painel aos coletores pode ser por solda ou por
mandrilagem. No caso de fixação por mandrilagem, é necessária a existência de uma abertura na
parede oposta do coletor para possibil itar a instalação de mandriladora. Esta abertura chama -se
"portaló" que possui sede elíptica, tal qual o tubulão. A figura a seguir exemplifica a montagem de
tubos em coletores.

3.4 - SUPERAQUECEDORES:

Como já vimos anteriormente, o vapor gerado em uma caldeira é saturado. Assim, ao


deixar o tubulão, apesar da presença dos dispositivos de separação vapor -líquido, ainda há água
líquida dispersa pelo vapor. Este vapor úmido não é apropriado para uso em maquinas movidas `a
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vapor uma vez que a presença d e umidade pode vir a provocar a erosão destas máquinas. Logo,
para que esta umidade seja retirada do vapor gerado, é necessário que este vapor seja
superaquecido, ou seja, que ele tenha a sua temperatura elevada além do seu ponto de ebulição
para uma dada pressão. Esta etapa se dá em um componente chamado de superaquecedor.
O superaquecedor nada mais é do que um conjunto de serpentinas, dentro das quais
circula o vapor saturado a ser superaquecido. Eles são, geralmente, colocados na zona de
radiação de chama, onde o fluxo de gases é mais quente.
Devido aos coeficientes de troca térmica, a temperatura da parede metálica dos tubos das
paredes d'água é praticamente igual à da água que circula no interior dos tubos. Na verdade, não
importa quão alta está a tem peratura da chama ou dos gases externos aos tubos; enquanto
houver água no interior do tubo, a temperatura da parede metálica será próxima à da água.
Nas pressões usuais de operação das caldeiras, a temperatura da água é de, no máximo,
480 ºC. Logo, esses tubos são especificados em aço carbono.
No caso dos superaquecedores, não existe água na fase líquida dentro dos tubos sendo a
temperatura da parede metálica bem superior a temperatura do vapor. Desta forma, à medida que
houve necessidade de se aumentar à temperatura do vapor, começou a aparecer os projetos de
superaquecedores onde era preciso aumentar o limite de resistência à fluência dos tubos. Com
isso, começaram a ser utilizados tubos em aços -liga, carbono-molibdênio e cromo-molibdênio. A
figura abaixo mostra um exemplo de disposição de serpentinas de um superaquecedor.

3.5 - CHICANAS E DEFLETORES:

São elementos cuja finalidade é direcionar a passagem dos gases quentes; de forma a
termos um melhor aproveitamento desses gases. Eles são normalmente construídos em alvenaria
(tijolos refratários) ou em chapas de aço carbono.
As chicanas melhoram a troca térmica, distribuindo o calor dos gases. Já os defletores
reduzem o turbilhonamento, direcionam os gases e facilitam o fluxo, eliminando as perdas de
carga. As figuras a seguir mostram, esquematicamente, o fluxo de gases em uma caldeira e o
detalhe das bocas de acesso às regiões das chicanas.

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3.6 - VÁLVULAS DE SEGURANÇA E ALÍVIO:

São válvulas que evitam que a pressão da caldeira ultrapasse a p ressão máxima de
projeto. Caldeiras de pequeno porte possuem válvulas que podem ser acionadas manualmente.
Caldeiras maiores possuem válvulas acionadas pelo painel de controle. A maioria das válvulas
não permite acionamento pelo operador e abre automaticam ente quando a pressão de operação
da caldeira ultrapassa a pressão para a qual a válvula está regulada. A figura a seguir mostra,
esquematicamente, uma válvula de segurança e alívio.

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De uma forma geral, caldeiras de grandes capacidades (da ordem de 2 00 t/h), possuem
mais de uma válvula de segurança e alívio. Uma disposição típica é aquela onde se tem uma PSV
no superaquecedor e duas outras no tubulão. Neste caso, uma vez que cada válvula abre a uma
pressão ligeiramente superior à da válvula anterior, a primeira válvula a abrir é a do
superaquecedor, o que faz com que um fluxo de vapor nas serpentinas seja garantido. Se a
pressão da caldeira continuar subindo, uma das válvulas do tubulão se abrirá. Se necessário, as
três ficarão abertas. Se a primeira válvula a abrir fosse a do tubulão, poderia ocorrer
superaquecimento dos tubos do superaquecedor, conforme mostra a figura a seguir.

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3.7 - INVÓLUCRO DA FORNALHA:

Os invólucros de caldeiras têm a finalidade de separar os gases quentes de combustão do


ar exterior. Nas caldeiras onde a pressão da fornalha é negativa, o invólucro impede a entrada do
ar externo para caldeira. Já quando a pressão da fornalha é positiva, ocorre o inverso, ou seja, o
invólucro impede a fuga dos gases quentes para o exterior. Estes invólucros são geralmente
construídos em aço carbono estrutural.
Em caldeiras mais antigas, o sistema usado era o chamado de parede fria com
refratamento interno com tijolos, conforme mostra, esquematicamente, a figura abaixo.

Nos projetos mais modernos, o refratamento interno com tijolos é substituído por um
isolante térmico (lã de rocha ou concreto refratário) e os tubos por painéis de parede d'água.
Estes painéis são mais leves e usam uma pequena quantidade de material refratário, o que faz
com que a temperatura de operação da caldeira seja atingida mais rapidamente. A figura abaixo
mostra este tipo de invólucro.

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3.8 - CHAMINÉS:

São dutos verticais destinados a garantir a circulação dos gases de combustão das
caldeiras para a atmosfera.
As chaminés podem ser construídas em tijolos, concreto armado ou aço. Quando
construídas em concreto, é necessária a utilização de um revestimento de tijolos ou concreto
refratário. Por outro lado, as chaminés de aço, devem possuir um revestimento com ref ratário
antiácido, de forma que seja evitada a corrosão por condensação de gases ácidos na chaparia da
chaminé. Outros tipos de chaminés construídas de aço usam revestimento refratário para resfriar
a chaparia e permitir a utilização a utilização de espess uras de chapas menores.

3.9 - REFRATÁRIOS:

São materiais cerâmicos, usados sob a forma de tijolos ou concreto monolítico, cuja
finalidade é proteger as partes pressurizadas das caldeiras da incidência de chama, bem como,
para evitar perdas de energia pa ra o exterior da caldeira.
Existem duas grandes classes de refratários, quais sejam, tijolos e concretos isolantes e
tijolos e concretos refratários.
Os tijolos e concretos isolantes são, em geral, leves e possuem baixa densidade e
resistência mecânica, sendo usados, basicamente, para impedir a troca térmica (isolantes
térmicos).
Os tijolos e concretos refratários são duros e possuem alta densidade e baixa
permeabilidade, sendo usados, primordialmente, para vedação de gases e proteção contra a
incidência de chama. A figura a seguir mostra a utilização de concreto refratário para vedação de
gases junto ao tubulão.

Em tubos horizontais, como nos tubos do piso de uma caldeira, são colocados refratários
para evitar que haja vaporização da água, o que viri a a impedir a circulação da mesma na parte
superior do tubo, provocando o seu superaquecimento. Este fenômeno é conhecido como "steam
blanketing" e será visto posteriormente. As figuras a seguir mostram este fenômeno.

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Refratários também são utilizados n os queimadores da caldeira como direcionadores de


chama, dando forma e impedindo que a mesma incida nas paredes do queimador. A figura a
seguir mostra, esquematicamente, a utilização de refratários em um queimador a óleo.

Os refratários usados em calde iras são do tipo sílico-aluminosos, que consistem de uma
mistura de sílica e alumina. Quanto maior a quantidade de alumina, maior a resistência à
temperatura, ao passo que, quanto maior o teor de sílica, maior é a resistência à condensação
ácida. Este é o motivo pelo qual usam -se refratários de alta alumina junto aos queimadores
(porcentagem de alumina superior a 80%) enquanto que, nas chaminés, são mais indicados
refratários com altos teores de sílica. Os refratários de alta alumina são mais caros que os d e alta
sílica.

3.10 - EQUIPAMENTO E DISPOSITIVOS AUXILIARES:

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Caldeiras

São equipamentos, como a própria definição denota, utilizados, na grande maioria das
vezes, para melhorar a performance das caldeiras. Os dispositivos mais comuns serão mostrados
a seguir.

3.10.1 - DUTOS DE AR E GASES:

Tal qual as chaminés, a sua finalidade é conduzir o ar necessário à queima do combustível


nos queimadores da caldeira e os gases de combustão para o exterior. Eles são geralmente
construídos em aço carbono estrutural. Quando a temperatura dos gases for inferior a 480 ºC, o
duto pode ser construído sem revestimento refratário interno. Com isso, o duto fica mais leve.
Entretanto, devido à dilatação, passa a ser obrigatória a instalação de juntas de expansão.

3.10.2 - JUNTAS DE EXPANSÃO:

São elementos flexíveis cuja finalidade é acomodar as dilatações de dutos e invólucros de


gases. São geralmente construídos em chapas finas de aço carbono ou aço inoxidável. Caso não
houvesse a presença da junta de expansão, o duto de gases prov ocaria danos ao se dilatar entre
a caldeira e a chaminé. A figura a seguir mostra, esquematicamente, a operação da junta de
expansão.

A junta de expansão deve possuir um isolamento térmico na sua superfície externa para
evitar o resfriamento do seu fo le. Caso isso aconteça, os gases de combustão no interior do duto
podem se condensar sobre a superfície do fole e provocar a sua corrosão. Na figura abaixo é
mostrado, em detalhe, um dos modelos de junta de expansão mais confiáveis.

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Caldeiras

Quando construídos em aço inoxidável, os foles não apresentam desempenho muito


superior aos foles de aço carbono, principalmente se ocorrer condensação dos gases.

3.10.3 - PRÉ-AQUECEDORES DE AR.

São equipamentos permutadores de calor; com a finalidade de aquecer o ar dest inado a


combustão, aproveitando, normalmente, o calor dos gases de combustão.
Os materiais mais empregados na construção dos pré -aquecedores são os aços
patináveis, que, para este tipo de serviço, apresentam desempenho superior a diversos tipos de
aço inoxidável. Estes materiais são aços carbono com pequenas adições de nióbio, cobre e outros
elementos que provocam o aparecimento de uma pátina (camada de óxido) sobre a superfície
metálica. Esta camada promove proteção em meios oxidantes.
Existem basicamente, dois tipos de pré-aquecedores de ar: os tubulares e os
regenerativos.
Os pré-aquecedores de ar tubulares são constituídos de um feixe tubular, fixado em
espelhos, inserido em um invólucro de chapa metálico. Os gases de combustão circulam pelo
interior dos tubos e o ar pelo lado externo aos mesmos. Este arranjo facilita a limpeza dos pré -
aquecedores, uma vez que se pode fazer a lavagem das cinzas depositadas no interior dos tubos
pelos espelhos dos pré-aquecedores.
As figuras a seguir mostram os diferen tes arranjos que se aplicam nas instalações com
este tipo de pré-aquecedor.

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Caldeiras

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Caldeiras

Este tipo de pré-aquecedor vem sendo substituído por unidades mais compactas: os pré -
aquecedores regenerativos.
Estes pré-aquecedores são constituídos por um mo tor que opera em baixa rotação (2 a 3
rpm), girando um rotor inteiramente metálico que contém cestos que atuam como
"transportadores" de calor.
O princípio de funcionamento consiste no fato de os gases quentes aquecerem uma massa
metálica (cestos). Conforme o rotor gira, a massa metálica aquecida é colocada em contato com o
ar frio, transferindo o calor acumulado para este ar que entra na caldeira. A operação é contínua,
ou seja, é, se aquecendo, a outra metade, aquecida anteriormente, está em contato com o ar frio,
aquecendo este e resfriando -se. O que torna o processo ininterrupto é a existência de diversos
cestos, que giram em torno de um eixo, ora passando pelo duto de gás quente, ora passando pelo
duto de ar frio. Em resumo, podemos dizer que, em cada giro completo do rotor, o conjunto recebe
calor dos gases quentes e cede calor ao ar frio. A figura a seguir ilustra esta operação.

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Caldeiras

Para se fazer à vedação entre os cestos rotativos e as paredes dos dutos existem chapas
finas flexíveis, fixas ao conjunto rotativo. Estas chapas são reguláveis, de forma a se deixar uma
folga suficiente para a rotação do conjunto sem sobrecarregar o acionamento mecânico. A
corrosão dessas chapas provoca a perda da eficiência do pré -aquecedor, devido às fugas de
gases de um duto para o outro.

3.10.4 - SOPRADORES DE FULIGEM:

Eles têm por finalidade manter as superfícies de troca térmica limpas de cinzas e fuligem.
São chamados também de ramonadores e têm, em geral, a forma tubular possuindo diversos
tubos ao longo de seu comprimento para a saída de vapor em forma de jato.

Os ramonadores são classificados em dois tipos: ramonadores fixos e ramonadores


retráteis.
Os ramonadores fixos podem ainda ser classificados em estacionários e rotativos. Estes
tipos de ramonadores estão localizados na zona de convecção das caldeiras onde, normalmente a
temperatura dos gases é relativamente baixa.

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Por estarem permanentemente em contato com os gases quentes da caldeira, os


ramonadores fixos estão sujeitos à fadiga térmica, à oxida ção e a temperaturas elevadas. Isto
porque, quando colocados em operação, à passagem de vapor durante o seu acionamento,
provoca resfriamentos bruscos e internitentes. Por esse motivo, eles são geralmente
especificados em ligas de aço inoxidável de alto cr omo e níquel, como os aços AISI 309, AISI 310
ou ligas Cr-Ni- Fe especiais.
Os ramonadores retráteis estão localizados nas zonas de altas temperaturas de caldeiras,
como na região dos superaquecedores. Eles são mantidos fora da caldeira e, portanto,
permanecem frios quando frios quando não estão operando.
O seu funcionamento se baseia em movimentos lentos de rotação em torno de seu eixo,
além de um deslocamento longitudinal para o interior da caldeira.
Estes tipos de ramonadores, quando em operação, não atingem temperaturas elevadas,
uma vez que por eles passa um grande fluxo de vapor que os refrigera. Por este motivo, podem
ser construídos em aço carbono. A figura a seguir mostra os tipos de ramonadores existentes para
caldeiras.

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3.10.5 - QUEIMADORES:

São equipamentos destinados a introduzir continuamente o combustível e o ar para dentro


da fornalha. Eles têm que suportar temperaturas que variam desde 300 ºC, que é a temperatura
do ar pré-aquecido, até cerca de 2.000 ºC, que é a temperatura da chama.
As funções dos queimadores estão relacionadas a seguir.
1) Liberar combustível e ar para a câmara de combustão;
2) Promover a mistura do combustível com o ar;
3) Permitir condições para a queima contínua do combustível (combustão e stável);
4) Pulverizar e vaporizar o combustível, no caso de combustíveis líquidos.

Os queimadores podem ser de dois tipos:


1) Simples  que queimam um único combustível, ou seja, gás ou óleo combustível;
2) Combinado ou Misto  que podem queimar óleo e/ou gás combustível.

As partes principais do queimador são: o bloco refratário e o maçarico.

3.10.5.1 - BLOCO REFRATÁRIO:

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Caldeiras

É um conjunto de tijolos refratários ou um bloco monolítico, de forma normalmente circular,


no interior do qual a chama do maçar ico se projeta para a câmara de combustão. O desenho
interno do bloco refratário influi na forma da chama. Ele possui as seguintes finalidades:

 Proporcionar uma mistura mais homogênea entre o combustível e o ar devido ao seu formato
(bocal);
 Contribuir para aumentar a eficiência da combustão, pois recebe calor da chama e o transmite
à mistura a ser queimada, ajudando na ignição do combustível e na estabilidade da
combustão. Por isso, torna -se difícil iniciar a queima, quando o bloco refratário se encontra
frio, durante a partida;
 Servir para formar o corpo da chama, impedindo ou reduzindo a incidência nos tubos.

3.10.5.2 - MAÇARICOS:

Os principais tipos de maçaricos são: os maçaricos a gás e os maçaricos a óleo. Os


maçaricos a gás são, em geral, maçarico s simples, uma vez que o combustível é introduzido
diretamente na fornalha, passando através de uma simples lança, sem necessidade de ser
atomizado, como acontece com os combustíveis líquidos.
Ao contrário dos combustíveis gasosos que, em seu estado natur al, já estão em condições
de reagir com o oxigênio, os óleos combustíveis precisam ser processados segundo os seguintes
estágios:

 Atomização: o combustível é reduzido a pequenas gotículas aumentando a área total do


óleo e facilitando a sua vaporização;
 Vaporização: as gotículas do óleo atomizado retiram calor do ambiente passando ao estado
vapor;
 Mistura: o combustível, já vaporizado, mistura -se com o oxigênio do ar formando uma
mistura inflamável;
 Combustão: a mistura ar-vapor de combustível reage quim icamente, liberando calor.

Estes tipos de maçarico podem ser de queima simples ou de queima combinada. De uma
forma geral, os queimadores de óleo possuem, além do maçarico propriamente dito, um bloco de
refratários conhecido com bloco primário ou "boca do queimador", no interior do qual o maçarico
se projeta. O maçarico é à parte do queimador onde se verifica a queima do óleo e consistem
essencialmente de duas pecas, quais sejam, o bico e o corpo do maçarico.
Os maçaricos de queima combinada são os mais em pregados em refinarias. No mesmo
queimador podem ser usados tanto os óleos como o gás. Já quando é utilizada a queima
simultânea de óleo a gás no maçarico, ou seja, em queima combinado gás -óleo, a operação não é
muito fácil, devido às dificuldades de se ma nter a queima estável.

3.10.5.3 - MATERIAIS:

A especificação dos materiais empregados em queimadores varia de acordo com as


temperaturas existentes que, como vimos anteriormente, pode variar desde 300 ºC até cerca de
2.000 ºC. Nas partes em contato c om o ar pré-aquecido, onde não há incidência de radiação da
chama, emprega-se o aço carbono. Em temperaturas superiores a 500 ºC, utilizamos aços
inoxidáveis, normalmente o AISI 310. Para temperaturas ainda maiores, onde há incidência da
radiação da chama, é utilizado refratário.
Os bicos atomizadores de óleo são especifivados em aço inoxidável ou aço ferramenta.
Uma especificação usual é o aço ferramenta ASTM A - 681 D2, que é um aço de alto carbono,
inoxidável (com 12% Cr), com molibdênio, vanádio e coba lto. Ele possui boa resistência à abrasão
e boa estabilidade dimensional durante a têmpera. A estabilidade dimensional é desejada pois
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durante o uso é possível que o bico seja submetido à têmpera. Já os bicos dos queimadores a
gás, quando sujeitos ao ataqu e por cinzas fundidas, devem ser especificados em aço inoxidável
50 Cr - 50 Ni. As figuras a seguir mostram tipos de queimadores utilizados em caldeiras.

3.10.6 -
ECONOMIZADOR:

É um feixe tubular, cuja finalidade é aquece r a água de alimentação da caldeira utilizando


os gases de combustão que deixam a mesma. Desta forma, recupera -se calor dos gases de
combustão e evita-se o choque térmico resultante da entrada de água fria no tubulão. A figura a
seguir mostra um economizad or típico.

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4 - MECANISMOS DE DESGASTE E AVARIAS:

Devido à importância das caldeiras para a operação das industrias que necessitam de
vapor, deve-se procurar evitar a possibilidade de processos corrosivos no sistema de geração de
vapor.
A corrosão no sistema de vapor, turbina e condensador, podem aparecer de forma
uniforme, e, na maior parte das vezes, na forma localizada por pites ou alvéolos. A corrosão
localizada é extremamente perigosa, porquanto mesmo os tubos novos, ou relativamente novos,
poderão furar com a conseqüente parada do equipamento para trocá -los. Esta parada, além do
prejuízo do equipamento, acarreta um prejuízo de valor incalculável, que é a parada da planta,
quando não houver caldeira reserva.

As incrustações nas tubulações das cald eiras poderão acarretar falta de refrigeração das
paredes dos tubos, ocorrendo elevação localizada de temperatura e, como conseqüência,
estufamento e rompimento do tubo. Prejuízos de grande monta são decorrentes do constante
aumento do consumo de óleo para gerar uma mesma quantidade de vapor em uma caldeira que
apresenta incrustações.

4.1 - MECANISMOS BÁSICOS DA CORROSÃO EM CALDEIRAS:

A corrosão em caldeiras é um processo eletroquímico que pode se desenvolver nos


diferentes meios: ácido, neutro e básico. Evidentemente que, em função do meio e da presença

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de oxigênio, se pode fazer uma distinção relativamente à agressividade do processo corrosivo:


meio ácido aerado é o de maior gravidade, sendo o básico não -aerado o de menor gravidade.
As reações que representam casos mais freqüentes de corrosão de caldeira são:

- Meio Ácido:

Fe  Fe 2+ + 2e
2H + 2e  H2

- Meio neutro ou básico aerado:

Fe  Fe2+ + 2e
HOH + ½ O 2 + 2e  2 OH -

Ocorrendo em seguida as reações:

Fe2 +2OH -  Fe (OH)2


3 Fe (OH) 2  Fe3O4 + 2H2O + H2

- Meio não-aerado: Na ausência do oxigênio, em temperaturas acima de 220ºC, o ferro é


termodinamicamente instável, ocorrendo à reação:

3Fe + 4H 2O  Fe3O4 + 4 H2

O aço carbono é o material normalmente usado em caldeiras. Seu comportamento é


plenamente satisfatório mesmo sabendo -se que ele é termodinamicamente instável à água, em
elevadas temperaturas. A razão do seu bom comportamento é a formação de um filme de
magnetita, Fe 3O4, altamente protetor dos aços nas condições de operação das cald eiras. Quando,
por alguma circunstância, os tubos deixam de ser totalmente protegidos, a corrosão resultante
toma a forma de ataque localizado do tipo por pites ou alveolar. Como produto de corrosão, sobre
os pites ou alvéolos, se acumula um depósito preto de forma laminar que é extremamente
espesso comparado com o filme protetor da magnetita.

4.2 - CORROSAO DAS PARTES MOLHADAS:

As substâncias mais agressivas presentes na água de alimentação das caldeiras são o


oxigênio e o CO 2. O oxigênio provoca corr osão sob forma alveolar ou por pites, geralmente
associada às frestas, depósitos ou incrustações e em zonas próximas ao nível água/vapor. A
corrosão pelo oxigênio é agravada pela presença de cobre.
A presença de cobre na água é freqüente quando se utiliza condensado de retorno na
água de alimentação. O condensado normalmente dilui o cobre de interno de válvulas, bombas e
tubos de condensadores de turbinas.
A superfície interna da caldeira estará revestida por uma fina camada de Fe 3O4. A falha
permite o surgimento de corrosão por pites.
O CO2 deve ser removido junto com o oxigênio, nos desaeradores. O CO 2 remanescente é
neutralizado com o controle de pH da água. Esta medida não é eficaz para a proteção das linhas
de condensado, pelo que são utilizadas amin as absorventes de CO 2, adicionadas à água.
Hidrazina e sulfito de sódio são também adicionados à água para remoção de oxigênio
remanescente.
Um desaerador eficiente deve reduzir a concentração de oxigênio para 0.005 cm 3/ l. A
remoção total pode ser obtida com o sulfito de sódio, segundo a reação:

2NaSO3 + O2  2 NaSO4.
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O sulfito deve ser injetado continuamente, na sucção da bomba de alimentação de água ou


no sistema de desaeração.
Em caldeiras com pressão superior a 60 bar (900 psi), a hidrazina é pre ferida, pois o sulfito
tende a se decompor em altas pressões, formando SO 2 e H2S, que causam corrosão no sistema
de condensado.
A hidrazina reage com o oxigênio obedecendo a seguinte reação:

N 2 H 4 + O 2  2 H 2 O + N 2.

4.2.1 - CORROSÃO POR CONCENTRAÇÃO:

Concentrações elevadas de hidróxido de sódio (soda cáustica acima de 5%) podem migrar
para fendas ou locais, onde a magnetita foi previamente destruída, reagindo diretamente com o
ferro, conforme a reação seguinte:

Fe + 2NaOH  Na2FeO2 + H2

Este tipo de corrosão ocorre quando a parede do tubo da caldeira recebe um fluxo de calor
muito elevado ou quando o tubo tem circulação deficiente. Nesta condição ocorre uma
concentração de hidróxido de sódio, no filme, junto à parede aquecida, que provoca alta s taxas de
corrosão, às vezes associada à espessa formação de magnetita. Este problema é maior em tubos
horizontais que recebem calor na parte superior.

4.2.2 - "STEAM BLANKETING":

É a formação de uma grande bolha de vapor que restringe ou impede a circulação de água
no tubo. Com a falha da circulação ocorre superaquecimento da parede provocando alteração
metalúrgica e corrosão interna.

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4.2.3 - FRAGILIZAÇÃO CÁUSTICA:

É uma forma de corrosão sob tensão que provoca trincas intercristalinas (entre os grãos de
estrutura cristalina do aço).
Ocorre em locais tencionados (estojos, rebites, soldas com dureza elevada, mandrilagens
e elementos calandrados ou conformados), submetidos a concentrações elevadas de soda
cáustica.
As concentrações de soda usua is em água de caldeira não são suficientes para provocar a
fragilização. Entretanto, em locais de vaporização elevada ou onde haja expansão da água
(vazamentos, por exemplo), pode ocorrer aumento localizado da concentração de soda.

4.2.4 - FRAGILIZAÇÃO PELO HIDROGÊNIO:

Ocorre em caldeiras operando a pressões elevadas (da ordem de 125 bar - 1.800 psi). A
formação do hidrogênio está associada a depósitos porosos e aderentes à superfície metálica e a
variações no pH da água da caldeira. Com pH baixo pode ha ver ataque do ferro com liberação de
hidrogênio atômico. Usualmente, o hidrogênio formaria molécula e sairia da caldeira junto com o
vapor. Entretanto, a condição de pH, a pressão elevada e alguns contaminantes no depósito
podem impedir a formação de moléc ula e o átomo de hidrogênio pode permear na estrutura
cristalina do aço. A difusão do hidrogênio nos aços e os mecanismos de fratura e fragilização são
ainda mal compreendidos. É usual explicar a fratura de elementos de caldeira por hidrogênio, pela
formação de metano, devido à reação do hidrogênio com o carbono da ferrita (fase cristalina do
aço). É aceito que o metano formado provoca pressurização localizada a ponto de provocar o
rompimento. Sabe-se, entretanto, que outros mecanismos de fragilização podem existir.
Uma das teorias supõe que o hidrogênio enfraquece a coesão entre os átomos. Outra
supõe que os átomos de hidrogênio alojam -se em locais de desalinhamento de empilhamento dos
átomos de ferro (discordâncias) e impedem a movimentação dos planos de átomos. Como a
movimentação dos planos é a responsável pelo comportamento dútil, o aço adquiriria
comportamento frágil.

4.2.5 - CORROSÃO POR AGENTE QUELANTE:

Agentes quelantes são substâncias adicionadas à água de caldeira que reagem com
impurezas (cálcio, magnésio, ferro e cobre) e formam sais solúveis e estáveis termicamente.
Desta forma, a formação de depósitos pode ser praticamente eliminada. Estes produtos, quando
usados em concentração elevada, podem provocar corrosão. O uso de tratamento com agent e
quelante exige muito cuidado no controle. Existem casos de falhas graves em caldeiras onde
ocorreu concentração alta, porque os operadores adicionavam um excesso de agente quelante
para compensar elevações ocasionais na dureza da água. A corrosão geralme nte se apresenta de

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forma uniforme, ocorrendo em locais de maior velocidade, podendo apresentar, também, forma
alveolar.

4.2.6 - "HIDE-OUT":

Pode-se considerar que haja sempre um líquido superaquecido, em contato com a


superfície metálica dos tubos das caldeiras, nas áreas de geração de vapor. A alta temperatura
nessa superfície pode originar a formação de vapor diretamente na mesma, ocasionando o
aumento da concentração de um determinado sólido dissolvido na água da caldeira. Quando a
concentração de um determinado sólido, nesta região, exceder sua solubilidade, é evidente que o
mesmo cristalizará sobre a superfície dos tubos. Esse fenômeno é conhecido com o nome de
hide-out. Tem-se, então, que a concentração desses sólidos na água aquecida circulando na
caldeira é menor do que a da região de hide -out.
O problema ocorre, principalmente, quando a caldeira está trabalhando em cargas
máximas em zonas de alta taxa de transferência de calor.

A conseqüência do hide -out é a falta de refrigeração das paredes do tubo, onde ele se
estabelece, contribuindo para que seja atingido seu ponto de amolecimento. Nestas condições o
tubo sofre estufamento e pode se romper. Há formação do chamado "joelho" ou "laranja" nos
tubos.

4.3 - CORROSÃO DAS PARTES EXPOSTAS AOS GAS ES:

4.3.1 - OXIDAÇÃO:

Exposto ao ar, o aço-carbono pode trabalhar em temperaturas de até 480 ºC, sem
apresentar oxidação acentuada. Esta temperatura é próxima das temperaturas usuais do vapor de
alta pressão gerado nas caldeiras. A combustão nos queimad ores faz com que o teor de oxigênio
nos gases que circulam na caldeira seja baixo. Esta atmosfera pouco oxidante não provoca
corrosão externa significativa dos tubos da caldeira.
A oxidação pode ser acentuada nos superaquecedores ou em tubos com deficiênc ia de
circulação ou com incidência de chama. Neste caso, forma -se um óxido negro, fortemente aderido
à superfície metálica.

4.3.2 - CORROSÃO POR CINZAS FUNDIDAS:

Durante a operação da caldeira, os resíduos de combustão (partes não queimadas do


combustível) depositam-se nas superfícies externas da caldeira. As partículas mais pesadas caem
no piso, as mais leves se depositam nos tubos e paredes ou saem junto com os gases.
A maior parte desses resíduos é fuligem - uma mistura de partículas de carbono e
hidrocarbonetos pesados. A outra parte é composta por uma grande variedade de sais.
A camada de produtos depositada sobre os tubos permanece aquecida pelos gases de
combustão e resfriada pela parede do tubo, tendendo a ter uma temperatura superior à do tubo .
Se a temperatura do depósito ultrapassar a temperatura de fusão dos componentes da cinza,
estes componentes se liquefarão. Devido à temperatura elevada e ao estado liquido, os diversos
elementos químicos presentes nas cinzas fundidas têm alta reatividade , o que torna a cinza
corrosiva. Quanto maior a temperatura, mais composta se liquefazem e maior é a corrosão. A
corrosão é maior entre 550 e 800 ºC. Os elementos mais prejudiciais são o sódio e o vanádio, que
formam vanadatos e sais com temperaturas de fu são inferiores a 600 ºC.
As regiões mais atacadas são as submetidas a temperaturas mais altas, entre as quais:
refratário do piso, serpentina do superaquecedor, suportes de tubos e elementos dos queimadores
(mais freqüente nos bicos atomizadores).
A taxa de corrosão é muita elevada sendo maiores nas partes mais baixas, onde escorrem
as cinzas, e nas partes onde incide a chama.
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Caldeiras

A temperatura de fusão das cinzas pode ser elevada a ponto de não causar problemas, se
o excesso de ar de combustão não ultrapass ar 3%.
O piso refratário sofre a ação das cinzas fundidas e do óleo derramado pelos maçaricos.
Este óleo é lançado sobre o piso em condições anormais de queima. Os resíduos de óleo e cinzas
difundem pela estrutura do refratário, formando novas fases cerâm icas. Algumas fases têm
volume maior que a fase original.

O crescimento do volume na superfície atacada do refratário provoca trincamento e


levantamento do piso, principalmente durante o resfriamento da caldeira.
Os bicos de queimadores de gás, os difu sores dos queimadores e os suportes de tubos
expostos a altas temperaturas e a corrosão por cinzas fundidas podem ser especificados em liga
de aço inoxidável 50 Cr - 50 Ni, que apresenta resistência superior às ligas 309, 310 e 312
usualmente empregadas.

4.3.3 - CORROSÃO POR CONDENSAÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO:

Uma das formas de corrosão mais conhecidas e mais graves é aquela devida à
condensação de ácido sulfúrico.
O enxofre é encontrado no combustível, principalmente, sob a forma de sulfatos, sulfetos e
mercaptans. Combustíveis contendo compostos de enxofre liberam SO 2 durante a queima. O SO 2
pode se transformar em SO 3 que, por sua vez, se transforma em H 2SO4 quando absorve água. O
SO2 se transforma em SO 3 de acordo com a reação abaixo:

SO2 + 1/2 O 2  SO 3
Fe2O3
V 2 O5

O SO2 reage com o oxigênio não usado na combustão e forma o SO 3. Esta reação não é
possível em temperaturas elevadas, da ordem de 550 ºC (temperatura para máxima conversão de
SO2 para SO 4) e auxílio de catalisadores. O s catalisadores mais indicados são o pentóxido de
vanádio (V 2O5) e o óxido de ferro (Fe 2O3). Estas condições são aquelas que existem nas fornalhas
das caldeiras. Na região do "bank" da caldeira a temperatura dos gases é bem próxima à
temperatura de 550 ºC e as cinzas que recobrem os tubos são ricas em pentóxido de vanádio e
óxido de ferro.
Para a transformação de SO 3 em ácido sulfúrico é necessário que o SO 3 reaja com a água.
Os gases de combustão são ricos em vapor d'água que reagem com o SO 3, de acordo com a
reação abaixo:

SO3 + H2O  H2SO4

O ácido formado estará sob a forma gasosa nos gases de combustão. Ao longo da caldeira
os gases vão se resfriando ao trocar calor com os tubos. Quando a temperatura cai abaixo da
temperatura de condensação do áci do, este se liquefaz e se deposita nas paredes e tubos da
caldeira. A temperatura de condensação, também chamada de temperatura de ponto de orvalho,
é geralmente próxima de 180 ºC. Esta temperatura é variável em função de teor de enxofre do
combustível e das condições de operação da caldeira.
Existem tabelas e gráficos que estima o ponto de orvalho, a partir do teor de enxofre e das
condições de queima da caldeira. Também podem ser usados instrumentos especiais que,
introduzidos nos dutos de gases medem a t emperatura de condensação.
As paredes mais sujeitas à condensação ácida são os dutos de gases, os pré -aquecedores
e a chaminé.

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A corrosão ácida é fortemente galvânica e ataca preferencialmente as soldas. A superfície


corroída fica polida e brilhante. O p roduto de corrosão é sulfato de ferro, que tem geralmente cor
branca e é muito aderente à superfície corroída. É freqüente que a cor branca do depósito de
sulfato seja encoberta pela fuligem.

As taxas de corrosão são elevadas devido à alta temperatura e concentração do ácido.


Tubos de aço-carbono são perfurados em poucas semanas de operação. Não é recomendável a
substituição por aços inoxidáveis. O ambiente corrosivo anula a passividade da camada protetora
de óxido dos aços inoxidáveis. Nesta condição, o aço inoxidável pode apresentar taxas de
corrosão superiores as do aço -carbono.
Os concretos refratários são muitos atacados, pois o ácido destrói o cimento de aluminato
de cálcio, usado na formulação do concreto. Os tijolos são mais resistentes, pois a liga não é
obtida com cimento.
Os revestimentos refratários podem ser severamente atacados mesmo quando não há
evidência de ataque nas partes metálicas. A temperatura cai ao longo da espessura do
revestimento e gases que se infiltram em trincas juntas de dilatação atingem locais de
temperaturas baixa, junto à chaparia e ancoragem do revestimento.

Em locais submetidos a ataque ácido não se deve empregar revestimento refratário de


manta cerâmica, devido à alta permeabilidade do revestim ento aos gases ácidos.

4.3.4 - CORROSÃO EM PERÍODOS DE INATIVIDADE:

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Caldeiras

Caldeiras são equipamentos projetados para operação contínua. A operação intermitente,


principalmente quando o combustível contém teores elevados de sódio, enxofre e vanádio, pode
provocar danos severos. Nestes casos, a freqüência de inspeção deve ser ampliada. Em alguns
casos, em períodos de baixa demanda de vapor, é preferível manter duas caldeiras operando a
meia carga a hibernar uma delas, ainda que com perda de eficiência do sistema .
Os maiores problemas são a corrosão interna dos tubos e tubulões e a corrosão externa
das partes pressurizadas; em contato com cinzas e refratários.
Se a caldeira for mantida com água, a corrosão interna pode provocar pites e corrosão
severa. A presença de lama, depósitos e oxigênio agravam a corrosão. Para preservar as partes
internas são geralmente utilizados dois métodos. O primeiro mantém a caldeira totalmente cheia
d'água, com 200 ppm de hidrazina, para absorver o oxigênio dissolvido na água. Os es paços
superiores (superaquecedor e topo do tubulão superior), que ficam acima do nível máximo de
água, são pressurizados com nitrogênio. O segundo método mantém a caldeira drenada e seca. A
umidade é controlada por dissecante ou por aquecimento com lâmpada s ou resistência elétrica.
As superfícies externas dos tubos e tubulões são muito corroídas pelas cinzas e refratários
sulfatados. Os sulfatos absorvem umidade do ar e, hidrolisando -se, liberam ácidos sulfúricos. A
corrosão é severa. Caldeiras hibernando por períodos prolongados podem perder todos os tubos
em contato com o refratário. A proteção para o exterior dos tubos só é possível com a remoção do
refratário e neutralização dos sulfatos.
A construção usual das caldeiras não permite o acesso aos tubos para a inspeção visual.
Uma vez constatado um processo de corrosão por pites, por exemplo, junto a refratário, perde -se
a confiabilidade da caldeira, até que seja efetuado um grande serviço de manutenção, desmonte
de painéis e remoção de tubos para inspeçã o. Tendo sido encontrado um tubo furado por
corrosão junto ao refratário, o inspetor será obrigado a considerar a possibilidade de que os
demais tubos próximos e também em contato com o refratário estejam igualmente atacados.
É um erro bastante comum pens ar que o teste hidrostático é garantia suficiente de que não
ocorrerão furos em operação. A experiência demonstra o contrário. Caldeiras atacadas por
corrosão ácida, em hibernação, podem apresentar furos com poucos dias de operação após o
teste.
A hibernação pode ser efetuada com sucesso se existir um condicionamento, incluindo
remoção do refratário, lavagem e neutralização, proteção contra intempérie e corrosão
atmosférica. Obviamente, o condicionamento só é possível quando não houver previsão de uso da
caldeira a curto/médio prazo.

4.3.5 - EROSÃO E ABRASÃO:

Os tubos podem sofrer perda de espessura localizada devido à erosão. Partículas de


cinzas, resíduos de combustão, catalisadores e outros particulados, arrastados junto com os
gases de combustão, podem provocar desgaste nos tubos, nos locais onde a velocidade for mais
elevada.

Caldeiras projetadas para queima de combustíveis contendo particulados (caldeiras a carvão e


caldeiras de CO) têm fornalhas grandes, para aumentar a área de passagem dos gases e diminuir
a velocidade. Um local propício a desgaste por erosão é formado quando dois tubos são
colocados muito próximos. Na fresta existente, a velocidade dos gases aumenta e ocorre um
desgaste acentuado. A figura abaixo mostra esse fenômeno.

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Outra forma de erosão é devida a vazamentos de vapor. As sedes de juntas de flanges e


de válvulas e as sedes de mandrilagens são erodidas quando um pequeno vazamento de vapor
condensa partículas na área do vazamento. Com a erosão, a fresta, o vazamento e a própria
erosão aumentam.
Uma causa freqüente de rompimentos catastróficos em tubos é a erosão de um deles,
provocada pela incidência de vapor vazado de um tubo vizinho. Nestes casos, é possível que o
vazamento inicial não seja percebido pelos operadores. O jato de vapor provoca a perda de
espessura do tubo vizinho, até que este não resiste à pressão interna. Usualmente estes tubos
abrem-se longitudinalmente, provocando grandes danos `a caldeira. Estes rompimentos podem
também ser provocados por posicionamento in correto dos ramonadores.
Tubos podem ser danificados pela abrasão (atrito) provocada pelo contato com tubos
vizinhos. A velocidade dos gases de combustão pode provocar oscilação dos tubos e serpentinas
do "bank" e superaquecedor. Se existirem suportes que brados ou mal projetados, um tubo pode
atritar com outro e este atrito continuado gasta as paredes dos tubos até o rompimento.

4.3.6 - FLUÊNCIA:

Fluência pode ser definida como uma deformação que ocorre com materiais tencionados a
alta temperatura, por longo período de tempo. Em caldeiras, os elementos mais sujeitos à fluência
são os tubos do superaquecedor. A fluência pode se manifestar sob a forma de aumento do
diâmetro dos tubos e por flambagem. Com o aumento do diâmetro, advém a redução de
espessura de parede e o rompimento pela pressão interna.

Podem ocorrer também trincas devido a fenômenos de deformação da estrutura cristalina


do aço.
Materiais operando em temperaturas acima de 480 ºC são projetados por critérios de
fluência. Neste caso não é c onsiderada a tensão elástica admissível. Usa -se a tensão admissível
para fluência, que depende da vida útil determinada para o equipamento.
A maioria dos projetos prevê uma vida à fluência de 100.000 horas de operação.
Com a fluência, aumenta o diâmetro do tubo. Um critério que foi muito utilizado, previa a
substituição do tubo se seu diâmetro aumentasse 5%, por fluência. Atualmente tem -se tentado
avaliar a vida residual do material, pela análise da sua microestrutura. Existem sinais
característicos de fluência, tais como os vazios intergranulares, que indicam o estágio de fluência
do material.

4.3.7 - FADIGA:

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A fadiga é uma falha bastante conhecida do engenheiro e do técnico de inspeção. Ocorre


devido à aplicação cíclica de tensões de tração na superfí cie metálica (materiais submetidos à
compressão não trincam por fadiga). A fadiga em baixa temperatura ocorre geralmente em locais
onde há concentração de tensões ou de mudança de forma. A existência de pequenas trincas ou
defeitos superficiais acelera o r ompimento. A propagação da trinca de fadiga depende do nível de
tensão aplicado e do número de ciclos. A fratura é caracterizada por apresentar uma área com
estrias (marcas de praia) brilhante e uma área irregular. A área estriada deve -se à propagação
lenta da trinca inicial.

Quando a trinca atinge um tamanho crítico, o metal rompe rapidamente, provocando a marca
irregular.
Em caldeiras, a fratura em baixa temperatura será encontrada em elementos rotativos de
bombas e sopradores. Alguns elementos de tub ulação e partes estruturais submetidos a
oscilações também poderão apresentar trincas de fadiga. Os locais mais propícios à fratura são os
cordões de solda.

4.3.8 - FADIGA TÉRMICA:

A fadiga térmica é um trincamento associado a variações de temperatura. As tensões


atuantes na fadiga térmicas são muitas elevadas (tensões térmicas são da ordem do limite de
escoamento do aço).
Os coletores de vapor superaquecidos, os coletores do economizador e os orifícios dos
tubulões são locais onde podem ocorrer grandes variações de temperatura, principalmente
durante o início de operação da caldeira. Alguns locais sofrem variações de temperatura mesmo
em campanha, como é o caso de bocas de injeção de produto e água de alimentação. Os
choques térmicos continuados podem p rovocar trincamento por fadiga térmica. Caldeiras com
mais de 20 anos de operação devem ter estes componentes inspecionados com cuidado.

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4.3.9 - FADIGA SOB FLUÊNCIA:

Na fadiga sob fluência, o material é submetido a variações de tensão em alta temperat ura.
A resistência do aço à fadiga e à fluência, diminui bastante com a elevação da temperatura. Isto
significa dizer que o número de ciclos de tensionamento necessário para a fratura é menor em
temperatura elevada. Em determinadas condições de temperatura e nível de tensão, o número de
ciclos pode ser da ordem das dezenas e coincidir com o número de variações de pressão
ocorridas na caldeira.
O trincamento assume a forma de trincas perpendiculares `a superfície, trincas estas
transgranulares e em número e levado.

4.3.10 - SUPERAQUECIMENTO:

Superaquecimento pode ter diversas causas, como por exemplo, incidência de chama,
falta ou deficiência de circulação de água, "steam blanketing" e depósitos internos.
O superaquecimento pode provocar oxidação acentuad a e diminuição da vida útil à
fluência. Alguns fenômenos metalúrgicos tais como a precipitação de fases e carbonetos, a
esferoidização, a grafitização e o crescimento de grão são promovidos pelo superaquecimento.
Estes fenômenos modificam as propriedades mecânicas do aço, alterando limites de resistência e
alongamento e provocando rompimentos na pressão de operação.
Uma avaria particularmente conhecida do pessoal de manutenção de caldeiras é a
chamada "laranja". É provocada pelo superaquecimento localizad o de um tubo. Forma-se quando
um depósito interno (óxido, graxa, óleo arrastado pela água ou sais incrustados) não permite a
refrigeração de um trecho do tubo.
A tensão de escoamento cai localizadamente e a pressão interna provoca o crescimento
de uma protuberância na parede superaquecida.
As laranjas, geralmente, ocorrem na zona de radiação da caldeira, no lado dos tubos
voltado para a chama. Quase sempre são devidas à deficiência no tratamento da água. A figura a
seguir mostra, esquematicamente, uma l aranja em tubo de caldeira.

Quando o superaquecimento ocorre de um só lado do tubo, a parede superaquecida tem


maior dilatação que a parede oposta. Esta diferença provoca o curvamento do tubo. É bastante
observado em tubos expostos à inc idência de chama. Neste caso, os tubos sofrem um
abaulamento na direção da chama.

4.2.12 - AVARIAS EM QUEIMADORES:

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Materiais como o AISI 410, quando empregado em bicos de queimadores, podem trincar
durante as operações de remoção da lança do queimador. Quando se encontra sem os fluxos de
óleo e vapor, o bico do queimador fica sem refrigeração, atingindo temperaturas superiores a 900
ºC. Ao ser removida, o bico entra em contato com o ar frio externo, resfriando -se bruscamente.
Com isso, as tensões térmica s geradas pelo resfriamento provocam o trincamento dos bicos.

5 - LAVAGEM E NEUTRALIZAÇÃO DE CALDEIRAS:

A lavagem da caldeira pode ser necessária quando a deposição de cinzas e fuligem em


volta dos tubos prejudicar a troca térmica. Pode também ser neces sária quando os depósitos são
muito ácidos e higroscópicos e provocam a corrosão dos tubos, se a caldeira ficar longo tempo
inativa.
Caldeiras operando com combustível com baixo teor de enxofre, com baixo excesso de ar,
com temperaturas de saída dos gases definitivamente acima do ponto de orvalho e com boa
eficiência de ramonagem poderão dispensar a lavagem, se o período de manutenção ou
hibernação for curto.
A corrosividade das cinzas ácidas e do refratário atacado por SO 2 depende também da
umidade relativa do ar dentro da fornalha. Se a temperatura do ar é mantida elevada de forma a
não permitir a absorção de água pela cinza ácida, não haverá corrosão e não será necessária a
lavagem.
Alguns procedimentos operacionais podem ser executados antes da parada da caldeira,
com a finalidade de facilitar a limpeza. Por exemplo, deve -se queimar combustível com baixo teor
de enxofre e sódio por um período de 12 horas. Melhores resultados podem ser obtidos com a
adição de um inibidor de corrosão ou desincrustante ad icionados ao óleo combustível, ou
pulverizando na fornalha.
O procedimento mais utilizado na lavagem e neutralização de caldeiras, compreende as
seguintes etapas:

 Lavar superaquecedor e tubos de bank durante o resfriamento da caldeira. A caldeira deve te r


atingido a temperatura de 150 ºC ou a recomendada pelo fabricante. Lançar água a 60 ºC
pelos ramonadores. A pressão de água no soprador deve ser da ordem de 12 Kgf/cm². Os
sopradores devem ser postos a girar para melhor dispersão da água. Deve -se iniciar pela
lavagem até que a água saia clara nos drenos. Os drenos devem ser dimensionados para
remover a água e eventuais detritos de refratário. Recomenda -se o uso de drenos de diâmetro
superior a 100 mm (4").
 Lavar o pré-aquecedor de ar regenerativo, durante o resfriamento da caldeira, de acordo com
as recomendações do fabricante.
 Abrir e iluminar todos os acessos à caldeira, incluindo passagens através de chicanas.

 Instalar andaimes de forma a permitir o acesso e os serviços de limpeza e inspeção.


 remover manualmente os detritos acumulados nas partes baixas da caldeira, que possam vir a
obstruir os drenos.
 remover manualmente os depósitos acumulados no superaquecedor.
 lavar a caldeira com jatos de mangueira à pressão de 10 Kgf?cm². Em locais onde o depósito
for muito aderente deve ser usado o hidrojato. Deve ser prevista a necessidade de
equipamento para hidrojatear entre os tubos do bank e superaquecedores, munidos de jatos
laterais. O jato d'água da mangueira manual não deve danificar o refratário. Quando i sto
ocorre, é porque o refratário já está com cimento ou elemento de liga deteriorado. Não existe
meio de lavar a caldeira sem molhar o refratário. Entretanto não existe prejuízo, desde que o
procedimento de partida da caldeira obedeça à curva de secagem d o refratário.
 Efetuar a neutralização da caldeira, com solução de barrilha a 10% em água a 60ºC. A solução
deverá ser lançada pelos sopradores de fuligem e pelo equipamento de lavagem manual. A
barrilha apresenta menor risco de manuseio que a soda cáustica , apesar de ser menos
reativa. As condições de trabalho dentro da caldeira não recomendam o uso da soda.

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 Remover os andaimes, fechar os acessos e efetuar secagem da caldeira, com acendimento


dos queimadores, até atingir a temperatura de operação. A secagem deve obedecer à curva
de secagem recomendada pelo fabricante (aquecimento brusco pode provocar a destruição
dos refratários). Se for necessário efetuar serviços de manutenção na caldeira, deve -se cuidar
que a mesma seja mantida seca durante a manutenção.

6 - HIBERNAÇÃO E DESATIVAÇÃO DE CALDEIRAS:

Estes procedimentos devem ser adaptados de acordo com o tipo, a construção e os


problemas particulares de cada caldeira.
São consideradas em hibernação aquelas caldeiras mantidas apagadas, cujo retorno à
operação deverá ser efetuado em horas, após sua requisição. São as caldeiras que permanecem
inativas por períodos de tempo curto.
É perigoso manter em hibernação caldeiras que queimem combustível com elevado teor
de enxofre e sódio e que tenham refratário em c ontato com partes pressurizadas. O procedimento
aqui descrito não é garantia de preservação do equipamento.
Os procedimentos de preservação de caldeiras desativadas, desde que bem aplicados têm
boa perspectiva de sucesso.
Para caldeiras desativadas, as a ções mais importantes a serem tomadas são as
mostradas a seguir:

 Remover e acondicionar todos os equipamentos auxiliares;


 Revisar todas as válvulas de drenos vents;
 Raquetear todas as saídas e entradas de água, vapor e outros químicos;
 Lavar e secar o interior dos tubos e tubulões. Remover todos os depósitos;
 Colocar material absorvedor de umidade (cal virgem, sílica -gel, alumina ativada, etc) no
interior dos tubulões. A quantidade a ser colocada deverá ser calculada em função do volume
interno dos tubos e tubulões e da capacidade de retenção de umidade do material utilizado;

 Fechar os tubulões, vents e drenos;


 Remover todo o material refratário em contato com partes metálicas pressurizadas;
 Efetuar lavagem e neutralização de todo o interior da caldeira, i ncluindo o hidrojateamento do
pré-aquecedor. Em caldeiras nas quais não seja removido o refratário, deve -se efetuar a
secagem com acendimento da caldeira;
 Fechar todas as entradas de ar para o interior da caldeira (fornalha, duto de gases, chaminé e
caixa de ar). Todas as bocas de visita, visores de chama e janelas de inspeção deverão ser
engraxados para evitar corrosão e emperramento dos fechos e dobradiças. Vedar as frestas
com massa plástica. O topo da chaminé deverá ser tamponado;
 Controlar a umidade relativa no interior da caldeira em valor inferior a 30%. A umidade relativa
pode ser controlada com o uso de material absorvedor de umidade ou com aquecimento. O
aquecimento pode ser efetuado com serpentinas de vapor, resistências elétricas ou lâmpadas
(algumas unidades injetam vapor o tubulão inferior para aquecer a caldeira);
 Revisar a pintura externa;
 Remover o isolamento térmico externo e aplicar revestimento anticorrosivo ou pintura na
chaparia exposta;
 Nas caldeiras a céu aberto deverá ser construída u ma proteção contra chuva;

Para caldeiras em hibernação, deve ser seguido o roteiro abaixo:

 Queimar combustível com baixos teores de enxofre e sódio por 12 horas antes do
apagamento da caldeira;
 Efetuar lavagem e neutralização, incluindo hidrojateamento d o pré-aquecedor;
 Secar a caldeira com acendimento dos queimadores, com combustível com baixo teor de
enxofre;
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 Conservar as paredes molhadas com solução de 200 ppm de hidrazina;


 Manter a caldeira pressurizada a 50% da pressão de operação, para a rápida veri ficação de
vazamentos. Verificar a pressão a cada turno;
 Remover as válvulas de segurança e acondicioná -las. As válvulas soldadas deverão ter o
bocal de descarga flangeado e o interior borrifado com graxa protetora;
 Remover o isolamento externo e aplicar r evestimento para proteção da chaparia. Recomenda -
se pintura com tinta para alta temperatura. Após a pintura o isolamento deve ser recolocado;
 Sempre que houver o acendimento por curto período de tempo, deve ser efetuados queima de
combustível com baixo teor de enxofre.

7 - LIMPEZA QUÍMICA DE CALDEIRAS:

Sabe-se que a excessiva incrustação nas paredes internas dos tubos de uma caldeira
submete o metal a um superaquecimento, provocando deformações plásticas localizadas,
conhecidas por laranjas, que podem le va-los até mesmo à química destes equipamentos, limpeza
esta que pode ser alcalina ou ácida.

7.1 - LIMPEZA QUÍMICA ALCALINA:

Este tipo de limpeza é utilizado, com o objetivo de remover: óleos, graxas ou vernizes,
aplicados durante a montagem das caldei ras ou após a sua manutenção. Visa também, neste
último caso, a remover depósitos pouco aderentes de óxido de ferro. Esta operação é conhecida
como boiling out.
Em caldeiras que já estão em operação, são usadas, principalmente, para facilitar a
operação de limpeza ácida posterior, condicionando os depósitos existentes, tornando -os porosos.
As substâncias mais usadas na limpeza química alcalina são as mencionadas a seguir:

 soda cáustica;
 barrilha ou carbonato de cálcio;
 fosfatos;
 dispersantes;
 tensoativos;
 etc.

7.2 - LIMPEZA QUÍMICA ÁCIDA:

Este tipo de limpeza tem como objetivo a remoção dos depósitos que não podem ser
retirados pela limpeza alcalina. Essa remoção pode ser feita por solubilização ou deslocamento do
depósito. Dependendo da natureza quími ca do depósito, são utilizados diferentes ácidos
inorgânicos ou orgânicos.
Como os ácidos podem, após remover os depósitos, corroer os vários tipos de aço
utilizados em caldeiras, costuma -se adicionar inibidores às soluções dos ácidos. Assim, no caso
do emprego do ácido clorídrico, usa -se como inibidor de corrosão a dietiltiouréia.
Evidentemente, o tempo despendido para a realização da limpeza química ácida, varia em
função da quantidade de incrustação.
Após a limpeza química ácida, é recomendável uma ne utralização. Esta operação tem o
objetivo de conseguir a passivação das superfícies metálicas limpas.
Uma lavagem química ácida compreende, em geral cinco etapas, as quais são:

 fase removedora de depósitos inorgânicos;


 fase ácida;
 complicação de cloreto férrico;
 neutralização;

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 passivação.

Dentre os fatores que fazem com que a operação de lavagem química seja eficiente, estão
os mencionados a seguir.

a) Tempo - Como mencionado anteriormente, depende do tipo e da quantidade dos


depósitos a serem removidos.

b) Temperatura - É um dos mais importantes para o sucesso da operação. Na limpeza ácida,


cada 12 ºC de aumento na temperatura, corresponde a um aumento na velocidade de reação de,
praticamente, o dobro. Entretanto, como acima de 65 ºC, o inibidor de corr osão dos ácidos
começa a decompor, esta deve ser a temperatura limite nesta etapa.

c) Concentração.

d) Circulação - Existem dois tipos de circulação usados na limpeza química das caldeiras: difusão
e correntes térmicas.
Na limpeza ácida, a caldeira deve ser acesa para o aquecimento da água a uma
temperatura de 60 ºC e, em seguida, ser apagada. Após uma hora, deve -se dosar o ácido
necessário.
Na circulação forçada, um tanque intermediário e uma bomba centrífuga são usados,
sendo a solução injetada pelo f undo da caldeira, fluindo pela pare superior, retornando, então, ao
tanque intermediário.
Durante a realização da lavagem química ácida, o técnico de inspeção deve fazer o
acompanhamento da taxa de corrosão do processo mediante a instalação de cupons de c orrosão
em locais onde há a circulação.
Ao final da lavagem, o técnico de inspeção deve solicitar a remoção de um trecho de tubo
para proceder a uma inspeção visual interna a fim de se certificar que a limpeza foi eficiente.

8 - INSPEÇÃO:

Antes de iniciar a inspeção é muito importante que o técnico de inspeção conheça bem as
características principais do equipamento a ser inspecionado. Além disso, ele também deve
familiarizar-se com os desenhos e croquis existentes e conhecer o histórico do equipamento
através dos relatórios disponíveis.

8.1 - INSPEÇÃO EM OPERAÇÃO:

É aquela realizada com o equipamento em condições normais de operação. Isto faz com
que se tenha mais tempo disponível para outras tarefas de inspeção, durante, por exemplo, uma
parada para manutenção.
Este tipo de inspeção deve ser feito diariamente e, registrados em lugar apropriado. Itens
como a carga da caldeira, tipo de combustível utilizado bem como seus teores de contaminantes
(se for possível), além de quaisquer outros dados releva ntes devem ser registrados.
De uma forma geral, o roteiro a ser seguido pelo técnico de inspeção durante a inspeção
de uma caldeira em operação deve levar em conta as etapas listadas a seguir.

8.1.1 - PREPARATIVOS:

 Separar desenhos, croquis e formulário s necessários ao acompanhamento da inspeção;


 Separar as ferramentas e equipamentos a serem utilizados;

 Ler relatório emitido pela operação, atentando para as principais variáveis de processo que
impliquem diretamente no monitoramento de deterioração;
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 Consultar o pessoal de operação acerca de relatos e ocorrência anormais que possam


subsidiar a inspeção.

8.1.2 - REQUISITOS DE SEGURANÇA:

 Informar ao operador responsável a sua presença na área e, quando da necessidade de


inspeção, solicitar a permissão de t rabalho;
 Utilizar sempre os equipamentos de proteção individual adequado;
 Certificar-se de que a área não possui restrição de acesso, em função de condições
inseguras.

8.1.3 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO:

 Emitir as recomendações contendo os reparos necessários. Caso algum item de


recomendação não possa ser realizado em campanha, o serviço deverá ser avaliado quanto à
sua criticidade, e, em caso de comprometimento da integridade, deve -se, em conjunto com a
operação, estabelecer a urgência de sua execução, de forma à não se causar maiores danos
ao equipamento. Os serviços que forem considerados de baixa criticidade, onde não haja
condição de execução em campanha, deverão ser englobados como itens de lista de serviços
da parada vindoura;
 No caso de haver parada extra ordinária para realização de pequenos serviços, deverá ser
avaliada, junto com a operação, a possibilidade de liberação para a realização de inspeção
interna;
 Registrar todos os fatos e observações relevantes, através de fotos, croqui e anotações para
consulta, estudos posteriores e confecção de relatórios;
 Caso seja necessário emitir um relatório descritivo além do formulário existente para cada
equipamento, este deve seguir a mesma disposição do formulário de condições físicas;
 Os ensaios não destrutivos devem ser realizados com base nas normas vigentes. Quando
forem realizados por firmas contratadas, estas deverão elaborar procedimentos que deverão
ser qualificados por órgão competente;
 Verificar a integridade das estruturas, escadas, plataformas de acess o e base (fundações e
alicerces);
 Inspecionar visualmente toda a chaparia quanto à corrosão, furos e deformações, inclusive
dos dutos de ar e gases, mapeando as regiões corroídas, deformadas ou queimadas para
servir como subsídio de avaliação da integridad e do revestimento refratário e evolução da sua
deterioração;
 Verificar a existência de indícios de vazamento de gases nos dutos e de gases, água e vapor
através das paredes d'água e chaminé. Os vazamentos através das paredes d'água, podem
ser identificados pela presença de jatos de vapor, visíveis através dos visores ou da chaminé.
Além disso, podem ser identificados também pela diferença entre as vazões de água de
alimentação e vapor gerado;

 Verificar a integridade da chapa de proteção de alumínio do iso lamento térmico quanto à


existência de furos e deformações que caracterizem vazamento de gases e sua fixação;
 Verificar a integridade da pintura;
 Inspecionar, por termografia, a chaparia da caldeira e chaminé. A periodicidade para esta
inspeção não deve exceder seis meses;
 Inspecionar visualmente o "buck -stay";
 Verificar a integridade das janelas de inspeção e de seus acionamentos;
 Verificar a estanqueidade de todas as PSV's e anotar a pressão indicada no manômetro local;
 Inspecionar visualmente as linhas d e óleo e gás combustível, vapor de atomização e
ramonagem e de proteção do superaquecedor;
 Verificar o estado geral do isolamento térmico e de pintura das linhas;
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 Inspecionar visualmente os suportes;


 Inspecionar os difusores de ar através dos visores dos q ueimadores quanto à integridade e
acúmulo de depósitos;
 Inspecionar a fornalha através dos visores quanto à presença de incrustações, incidência de
chamas nos tubos e acúmulo de depósitos no piso.

Outras indicações de avarias graves são o aumento da tempe ratura dos gases de combustão
(medidos na chaminé), queda na temperatura do vapor gerado e necessidade de aumento de
carga térmica para a manutenção dos níveis de geração do vapor. Todos estes sinais podem
significar vazamentos de vapor, de gases ou queda das paredes direcionais.
Sempre que estes vazamentos forem de grande porte, torna -se imperativo a parada da
caldeira, uma vez que, dessa forma, evita -se o agravamento dos problemas e o aumento tanto do
risco operacional como do custo da manutenção.

8.1.4 - TESTES:

Com a caldeira em operação, o único teste a ser realizado é o das válvulas de segurança
das caldeiras. Estes testes devem ser realizados a cada doze meses, conforme recomenda a NR -
13, nos seus itens 13.5.3 e 13.5.4, para que a caldeira possa ter sua campanha prorrogada.
Existem dois procedimentos de teste de válvula de segurança, quais sejam:

 Convencional: que é realizado com elevação de pressão até a sua abertura (o chamado
"pop"). Neste teste, o comportamento da válvula pode ser observad o durante sua abertura e
fechamento;
 Alternativo: que utiliza um cilindro hidráulico acoplado com a haste e que possui a finalidade
de indicar a pressão de abertura, dispensando o "pop", sem, no entanto, proporcionar a
possibilidade de se observar o seu co mportamento durante a abertura e fechamento.

A seqüência das válvulas a serem testadas; devem seguir a ordem decrescente de suas
pressões de abertura de projeto.

Os seguintes itens devem ser observados durante a execução do teste convencional de


PSV's:

 Caso ocorra, a pressão em que a válvula apresentar passagem de vapor antes de sua
abertura e durante a elevação de pressão;
 Pressão de abertura da válvula;
 Comportamento durante a abertura da válvula;
 Pressão de fechamento da válvula;
 Comportamento durante o fechamento da válvula;
 Pressão em que, após o fechamento, a válvula apresente estanqueidade.

O teste de PSV's é considerado aceito se a pressão de abertura encontrar -se dentro do


intervalo especificado pelo código ASME para sua pressão de projeto e a diferença relativa entre a
pressão de abertura e de fechamento for menor ou igual a 7% para as PSV's deverão apresentar
estanqueidade após a realização dos testes.

8.2 - INSPEÇÃO EM PARADA DE MANUTENÇÃO:

A inspeção em paradas pode ser dividida em duas etapas, quais são: preparação e estudo,
e execução da inspeção propriamente dita. Ela tem a finalidade principal de observar as
condições físicas do equipamento.
Logo, para se proceder a uma inspeção em parada de manutenção, deve ser seguido o
procedimento a seguir:

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8.2.1 - PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO:

 Analisar os relatórios e o registro de ocorrências de inspeção geradas ao longo de campanhas


anteriores;
 Verificar os relatórios de termografia da chaminé existentes, referentes à última campanha;
 Verificar a existência de RI's pendentes;
 Conhecer a lista de serviços da parada;
 Separar desenhos, croqui e formulários necessários ao acompanhamento da inspeção;
 Separar e verificar as condições e o funcionamento das ferramentas e equipamentos a serem
utilizados.

8.2.2 - REQUISITOS DE SEGURANÇA:

 Solicitar a permissão de trabalho;


 Utilizar sempre os equipamentos de proteção individual; adequados para cada situação de
risco;
 Fiscalizar as condições de ferramentas e equipamentos a serem utilizados por serviços
contratados de inspeção;
 Certificar-se de que a iluminação e os acessos são suficientemente adequados ao serviço a
realizar.

8.2.3 - ROTEIRO DE INSPEÇÃO:

8.2.3.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS:

 Observar se a limpeza e neutralização atendem à proteção dos tubos e e lementos de troca


térmica quanto à corrosão e se permite condições mínimas para uma boa inspeção;
 Emitir as recomendações contendo os reparos necessários e não previstos na lista de serviços
de parada, no relatório de RI's pendentes ao termino de cada insp eção;
 Registrar todos os fatos e observações relevantes, através de fotos, croqui e anotações para
consulta, estudos posteriores e confecção de relatórios;
 Em função das ocorrências observadas durante a inspeção, podem ser realizados END's além
do pré-determinado para avaliar, com maior precisão, a integridade do equipamento;
 Caso seja necessário um relatório descrito além do formulário existente para cada
equipamento, este deve seguir a mesma disposição do formulário de condições físicas;
 Quando for necessária a realização de limpeza química, esta deve ter o acompanhamento da
inspeção durante a sua execução com a finalidade de monitoramento da taxa de corrosão dos
tubos durante cada fase;
 Os END's devem ser realizados com base nas normas vigentes. Quando fo rem realizados por
firmas contratadas, estas deverão elaborar procedimentos que serão qualificados por órgão
competente.

8.2.3.2 - INSPEÇÃO EXTERNA:

 Verificar a integridade das estruturas, escadas, plataformas de acesso e base (fundações e


alicerces);
 Inspecionar toda a chaparia e revestimento de alumínio quanto à corrosão, furos e
deformações inclusive dos dutos de ar e gás;
 Verificar a integridade da pintura;
 Verificar a integridade do isolamento térmico;
 Mapear as regiões de chaparia corroídas, furadas , deformadas ou queimadas para facilitar a
inspeção do revestimento refratário quanto à localização de avarias;
 Verificar a integridade do "buck -stay";
 Inspecionar os parafusos do "buck -stay";
51
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Caldeiras

 Verificar a integridade das janelas de inspeção e de seus acion amentos;


 Verificar o estado geral do isolamento térmico das tubulações;
 Inspecionar as linhas de óleo e gás combustível, vapor de atomização e ramonagem e de
proteção do superaquecedor;
 Inspecionar suportes quanto à corrosão, avarias ou funcionamento, seja m elas estacionárias
ou de mola;
 Martelar as conexões de pequeno diâmetro (até 2") tais como: conexões de termopares,
drenos, vents, etc.;
 Realizar a medição de espessura pelo método de ultra -som das tubulações citadas
anteriormente;

 Realizar teste hidrostático de estanqueidade nas tubulações de óleo combustível e vapor de


atomização;
 Realizar teste pneumático de estanqueidade nas linhas de gás combustível.

8.2.3.3 - INSPEÇÃO INTERNA INICIAL:

 Inspecionar a fornalha, bank e superaquecedor quanto à presen ça de incrustações nos tubos


de água e geração de vapor;
 Inspecionar visualmente o piso de concreto refratário quanto à presença de trincamentos,
vitrificação e acúmulo de cinzas;
 Inspecionar os tubulões quanto à presença de incrustações e o tubulão superi or quanto
avarias de internos para a obtenção de dados para inspeção final;
 Inspecionar visualmente os dutos quanto à presença de incrustações e avarias de internos
para a obtenção de dados para inspeção final.

8.2.3.4 - INSPEÇÃO INTERNA FINAL:

a) FORNALHA:

 Realizar pré-teste hidrostático para verificar vazamentos nas mandrilagens dos tubulões e
aqueles ocasionados por possíveis furos em tubos da parede d'água e do piso;
 Inspecionar os tubos quanto à corrosão e presença de laranjas;
 Inspecionar as aletas dos tubos das paredes, do piso e teto quanto à presença de furos e
perda de espessura;
 Realizar medição de espessura pelo método de ultra -som nos tubos das paredes, do piso, teto
e coletores.

b) "BANK":

 Inspecionar os tubos quanto à corrosão e presença de laranjas;


 Realizar medição de espessura pelo método de ultra -som, onde houver acesso.

c) SUPERAQUECEDOR:

 Inspecionar os tubos quanto à corrosão e presença de laranjas;


 Inspecionar os coletores;
 Realizar medição de espessura pelo método de ultra -som;
 Verificar a integridade do tubo espaçador;
 Inspecionar os suportes das serpentinas e coletores.

d) TUBULÕES:

 Verificar a integridade de seus internos (apenas no tubulão superior);


52
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Caldeiras

 Inspecionar a superfície interna e externa;

 Inspecionar os tubos de interl igação com os coletores superiores das paredes laterais;
 Realizar medição de espessura pelo método de ultra -som;
 Inspecionar visualmente e através de medição de espessura pelo método de ultra -som os
tubos de interligação com o coletor de entrada do superaq uecedor;
 Realizar ensaio interno por partículas magnéticas em todas as soldas longitudinais e
circunferenciais e em todos os bocais de BV's, PSV's e conexões;
 Realizar ensaio por líquido penetrante nas soldas das conexões externas.

e) SERPENTINA DE PRÉ-AQUECIMENTO:

 Inspecionar visualmente os tubos e flanges da serpentina;


 Inspecionar visualmente as soldas com relação à redução de espessura localizada;
 Realizar teste hidrostático de estanqueidade.

f) QUEIMADORES:

 Inspecionar os difusores primários de ar quanto à presença de coque, trincas e corrosão a alta


temperatura;
 Inspecionar os difusores secundários de ar quanto à presença de trincas e fixação de paletas;
 Inspecionar os bicos dos queimadores de óleo e gás quanto ao aumento de diâmetro e
trincamentos em suas furações;
 Inspecionar as canetas de óleo e gás combustível quanto a empenamento e corrosão;
 Realizar teste hidrostático em todos os mangotes de óleo combustível, gás combustível e
vapor de atomização.

g) RAMONADORES:

 Verificar a integridade das lanças e suportes;


 Inspecionar visualmente a camisa dos ramonadores quanto à corrosão e trincas nas soldas
com a chaparia e chapas de proteção do refratário;
 Verificar a integridade e desobstrução das tomadas de instrumento.

h) DUTOS DE AR E GASES:

 Inspecionar a chaparia e estrutura quanto à corrosão e presença de trincas;


 Verificar a integridade do isolamento térmico;
 Inspecionar visualmente as juntas de expansão dos dutos quanto à corrosão, presença de
furos, trincas e deformações.

i) PRÉ-AQUECEDOR DE AR A VAPOR:

 Inspecionar quanto à corrosão dos tubos e aletas;


 Realizar teste hidrostático de estanqueidade.

53
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Caldeiras

J) PRÉ-AQUECEDOR DE AR A GÁS:

 Inspecionar visualmente quanto à corrosão dos tubos, presença de incrustações, furos e perda
de espessura através de martelamento;
 Verificar a integridade dos espelhos;
 Inspecionar visualmente a estrutura e chicanas quanto à corrosão e presença de trincas e de
incrustações.

k) PRÉ-AQUECEDOR DE AR REGENERATIVO:

 Inspecionar visualmente os cestos da parte fria, interm ediária e quente quanto à corrosão,
presença de incrustações, perda de espessura dos elementos de troca térmica e trincamentos
em sua estrutura;
 Inspecionar os cestos da parte fria, intermediária e quente através de pesagem;
 Inspecionar visualmente as sela gens radiais e axiais quanto à corrosão, trincas e sua fixação.

l) REVESTIMENTOS REFRATÁRIOS:

 Inspecionar o concreto e tijolos refratários atentando para rachaduras, avarias mecânicas,


decomposição por ação química, exposição e perda de ancoragem;
 Inspecionar o revestimento de fibra cerâmica quanto à impregnação de cinzas associadas à
umidade, às avarias causadas por esta impregnação e à fixação de suas ancoragens;
 Inspecionar visualmente os blocos refratários dos queimadores quanto a trincas e erosão;
 Realizar teste hidrostático final para verificar vazamentos nas mandrilagens dos tubulões e
aqueles ocasionados pro possíveis furos em tubos das paredes, do piso e teto;
 Realizar teste hidrostático e estanqueidade das BV's.

8.2.4 - TESTES:

Os códigos de projeto dividem o teste hidrostático em duas verificações: uma da


resistência e integridade estrutural e outra para a verificação de vazamentos. O teste hidrostático
para verificação da resistência e integridade estrutural da caldeira, verifica se os seus
componentes pressurizados, como tubos e tubulões, resistem à pressão sem apresentar falhas
nas soldas, rebites, mandrilagens, etc.Ele deve ser realizado com a pressão indicada na placa de
identificação do equipamento ou , na sua falta, 1.5 vezes a pressão de projeto atualizada, sempre
que o equipamento sofrer substituições de elementos soldados submetidos à pressão.
Os seguintes itens devem ser observados durante a execução do teste hidrostático:

 Verificar a pressão de teste;


 Verificar se os manômetros de teste encontram-se calibrados e ajustados e se a faixa da
escala atende a pressão de teste;

 Verificar se a mangueira de pressurização está desconectada;


 Verificar se a iluminação é adequada;
 Verificar a ocorrência de indício de vazamentos nas mandrilagen s dos tubulões e ao longo dos
tubos;
 Deixar o equipamento pressurizado no mínimo por trinta minutos;
 Verificar novamente a ocorrência ou indícios de vazamentos após trinta minutos;
 Verificar se houve queda de pressão dos manômetros durante o teste;
 Acompanhar a despressurização através dos manômetros e verificar se ao termino da
despressurização os mesmos encontram -se zerados.

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Caldeiras

Já o teste de estanqueidade tem o objetivo de verificar se não existirão vazamentos


comprometedores quanto ao retorno da caldeira à operação. Ele deve ser realizado com a
pressão de projeto. Os mesmos itens observados no teste hidrostático estrutural devem ser
observados durante a execução deste teste.
Existe ainda o teste final das válvulas de segurança. Este teste deve ser realiz ado após a
sua manutenção de reinstalação no tubulão e superaquecedor. Ele exige o acendimento da
caldeira e a elevação da sua pressão até a abertura da válvula. O teste de campo é necessário,
uma vez que o teste de bancada não simula as condições de vazão e temperatura reais. A
seqüência das válvulas a serem testadas deve seguir a ordem decrescente de suas pressões de
abertura de projeto.
Os itens mostrados abaixo, são aqueles que devem ser observados durante a execução do
teste de PSV's:

Caso ocorra, a pressão em que a válvula apresentar de vapor antes de sua abertura e durante a
elevação de pressão;
2) pressão de abertura da válvula;
3) Comportamento durante a abertura da válvula;
4) Pressão de fechamento da válvula;
5) Comportamento durante o fechament o da válvula, uma vez que a válvula deve fechar de uma
só vez, não se admitindo que a válvula fique "batendo" (fechando e abrindo até o fechamento
total);
6) Pressão em que, após o fechamento, a válvula apresente estanqueidade.

8.3 - CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃ O:

8.3.1 - TUBOS E PAREDES, PISO E TETO E DO SUPERAQUECEDOR:

 Todas as espessuras encontradas devem estar acima do valor mínimo admissível, sem risco
de atingi-lo durante a campanha seguinte, considerando que a taxa de corrosão anterior se
manteve. O critério para avaliação da espessura dos tubos adota como base a diferença entre
a espessura nominal e a sobre -espessura de corrosão de projeto. Ao se atingir este valor de
espessura, faz-se de novo o cálculo seguindo -se o código de projeto do equipamento;
 As deformações circunferenciais localizadas (laranjas), de uma forma geral, não deverão ser
aceitas;

 Teste hidrostático é considerado aceito se, durante o período mínimo de trinta minutos, não se
observar indícios de vazamento e queda de pressão nos manômet ros de teste. No caso de
teste hidrostático estrutural serão admitidos vazamentos em juntas e mandrilagens desde que,
a pressão de teste de estanqueidade, tais vazamentos não persistirem;
 A camada de incrustação no interior dos tubos das paredes d'água, va por e superaquecedor;
deve ser totalmente removida no caso da realização de uma limpeza química. Uma fina
camada em algumas regiões pode ser aceita após uma rigorosa análise, sendo então
realizado um estudo, junto com a operação, quanto ao período da próxi ma campanha e sua
severidade.

8.3.2 - REFRATÁRIO:

 Deverá ser removido o refratário que estiver friável e que, quando raspado, apresentar uma
perda de espessura superior a 1/3 da original ou ainda se a penetração do estilete for superior
a 1/3 da espessura original;
 Nas regiões onde o refratário possua trincas com abertura superior a 5 mm, deve ser
verificado o estado da chaparia externamente quanto a avarias (pintura queimada,
deformações ou furos) e realizar martelamento no refratário para verificar sua fixação. Caso
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sejam detectadas avarias na chaparia e/ou refratário solto, este deverá ser substituído
abrangendo uma região que permita sua perfeita ancoragem;
 Verificar se, quando da existência de ancoragem exposta, há ataque químico no refratário
remanescente. Em caso afirmativo, substituir toda a área. Se o refratário remanescente estiver
firme, verificar se o estado da chaparia externa no local quanto a deformações e/ou queima da
pintura. Havendo avarias na pintura, substituir o refratário;
 Havendo queda de material, se a perda de espessura não for superior a 1/3 da original e o
refratário estiver firme, o mesmo só deverá ser substituído se houver dano na chaparia
externa.

8.3.3 - VÁLVULAS DE SEGURANÇA:

O teste final de PSV's é considerado aceito se a pressão de abertura encontrar -se dentro
do intervalo especificado pelo código ASME para sua pressão de projeto e a diferença relativa
entre a pressão de abertura e de fechamento for menor ou igual a 7% para as PSV's localizadas
no tubulão e 4% para aquel as localizadas no superaquecedor. Todas as PSV's deverão
apresentar estanqueidade à pressão de operação da caldeira. Esta ocorrência é indício que a
sede da válvula pode ter sido arranhada ou danificada. A causa deste tipo de dano, pode ser a
presença de óxidos e sujeira no tubulão superior.

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Caldeiras

9 - LEGISLAÇÃO:

A maior preocupação quando do emprego de caldeiras de alta pressão é a garantia da


operação segura das mesmas do tocante a explosões. Além do risco ao pessoal envolvido na
operação e dos danos que podem sofrer as instalações, há de ser considerado o risco para as
áreas vizinhas a indústria.
A lei vigente no País sobre as caldeiras foi redigida com o espírito de preservação da
integridade física dos empregados e comunidades próximas as indústrias, p rocurando garantir as
condições mínimas de segurança destes equipamentos.
Pela legislação em vigor, a operação, a manutenção e a inspeção das caldeiras são
regidas pela Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho - NR - 13, que, dentre outros
aspectos, torna obrigatória a sua inspeção periódica.
No Anexo I desta apostila apresentamos o texto da NR -13, publicada no Diário Oficial da
União de 26/04/95.

10 - RECURSOS E EQUIPAMENTOS DO TÉCNICO DE INSPEÇÃO:

A inspeção de equipamentos requer a utiliz ação de instrumentos e ferramentas


necessárias para a execução dos trabalhos. Tais instrumentos estão relacionados abaixo:

 Equipamentos de proteção individual, tais como: luvas, capacete, óculos de segurança,


protetor auricular e mascara contra poeira;
 Bolsa para o transporte dos equipamentos e ferramentas;
 Lanterna;
 Papel de tornassol e um frasco de água destilada, usados para medir o pH dos depósitos e
materiais refratários;
 Martelo picador, para quebrar crostas e material refratário;
 Escova de aço e raspador, para limpar superfícies metálicas para a inspeção geral;
 Estopa;
 Trena;
 Marcador industrial, para a marcação de áreas para reparo;
 Medidor de espessura por ultra -som;
 Máquina fotográfica.

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11 - REGISTRO DE INSPEÇÃO:

Para cada caldeira deverá ser mantido um registro que contenha todas as informações
referentes à mesma, desde a sua documentação de projeto e montagem, até as ocorrências
desde o início da operação da caldeira.
Após cada inspeção deverá ser emitido um relatório onde deverão ser menci onadas todas
as observações acerca dessa inspeção, bem como os reparos executados e as recomendações
para os serviços a serem executados na parada seguinte. É mostrado abaixo, um exemplo de
itens a serem descritos na elaboração do relatório de inspeção.

1 - INTRODUÇÃO:
1.1 - DADOS TÉCNICOS.
1.2 - COMENTÁRIOS GERAIS.

2 - INSPEÇÃO ANTES DA LIMPEZA:


2.1 - CIRCUITO DE AR E GASES.
2.2 - CIRCUITO DE ÁGUA E VAPOR.

3 - INSPEÇÃO APÓS A LIMPEZA:


3.1 - ESTRUTURA:
3.1.1 - BASE.
3.1.2 - ELEMENTOS ESTRUTURAIS.
3.2 - CÂMARA DE COMBUSTÃO.
3.3 - SUPERAQUECEDORES:
3.3.1 - PRIMÁRIO.
3.3.2 - SECUNDÁRIO.
3.4 - CÂMARA DE CONVECÇÃO:

3.4.1 - TUBOS DO BANK.


3.4.2 - CHICANAS.
3.4.3 - TUBOS DAS PAREDES LATERAIS.
3.5 - TUBULÕES:
3.5.1 - SUPERIOR.
3.5.2 - INFERIOR.
3.6 - PROTEÇÃO TÉRMICA DA CALDEIRA:
3.6.1 - REVESTIMENTO REFRATÁRIO.
3.6.2 - ISOLAMENTO TÉRMICO.
3.7 - DISPOSITIVOS AUXILIARES.

4 - SISTEMAS ANEXOS AO GERADOR DE VAPOR:


4.1 - VENTILADOR.
4.2 - P.A.V.
4.3 - P.A.G.
4.4 - DUTOS.
4.5 - JUNTAS DE EXPANSÃO.
4.6 - CHAMINÉ.

4.7 - AR DE SELAGEM.
4.8 - CONDICIONAMENTO DE ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO:
4.8.1 - CONDENSADOR DE ÁGUA PARA DESAERAÇÃO.
4.8.2 - DESAERADOR DE ÁGUA.
4.8.3 - ACUMULADOR DE ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO.
4.8.4 - AQUECEDORES DE ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO.
4.9 - PROTEÇÃO TÉRMICA DOS SISTE MAS ANEXOS.
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Caldeiras

4.10 - TUBULAÇÃO.

5 - ENSAIO HIDROSTÁTICO DA CALDEIRA.

6 - ENSAIOS DINÂMICOS.

7 - ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS CONVENCIONAIS.

8 - PRINCIPAIS SERVIÇOS REALIZADOS.

9 - RECOMENDAÇÕES PARA A PRÓXIMA PARADA.

10 - CONCLUSÕES.

11 - EQUIPE DE INSPEÇÃO.

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12. ANEXOS:

12.1 - ANEXO I  NR - 13

NR - 13
D.O.U. de 26/04/95.

NR-13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

13.1 - CALDEIRAS A VAPOR - DISPOSIÇÕES GERAIS.

13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pres são
superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuanto -se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.

13.1.2 Para efeito desta NR, considera -se "Profissional Habilitado" aquele que tem competência
legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de
construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de
caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional
vigente no País.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho


Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a
resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros
operacionais.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a


PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em
caldeiras à combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sis tema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.

13.1.5 Toda caldeira deve ter, afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível,
placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;

d) pressão máxima de trabalho admissível;


e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área da superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.

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Caldeiras

13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local visível, a categoria da


caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou
código de identificação.

13.1.6 Toda caldeira deve possuir no estabelecimento onde estiver ins talada, a seguinte
documentação, devidamente atualizada:

a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações:


- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem;
- inspeção final e determinação da PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil
da caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira.

b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7;


c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2;
d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens: 13.4.2 e 13.4.3;
e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade como os subi tens: 13.5.11, 13.5.12 e
13.5.13.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser


reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou
de "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, sendo i mprescindível a
reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de
segurança e dos procedimentos para determinação da PMTA.

13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os


documentos mencionados nas a líneas "a", "d" e "e" do subitem 13.1.6 devem
acompanhá-la.

13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela autoridade


competente do Órgão Regional do Ministério do Trabalho, a documentação
mencionada no subitem 13.1.6.

13.1.7 O "Registro de Segurança" deve ser constituído de livro próprio, com páginas numeradas,
ou outro sistema equivalente onde serão registradas:

a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da


caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias, devendo
constar o nome legível e assinatura de "Profissional Habilitado", citado no subitem
13.1.2, e de operador de caldeira presente na ocasião da inspeção.

13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser cons iderada inadequada para uso, o "Registro de
Segurança" deve conter tal informação e receber encerramento formal.

13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para
consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de ins peção e das representações
dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação.
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Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em trê s categorias:

a) caldeira de categoria "A" são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a
1.960 kPa (19,98 Kgf/cm²);
b) caldeiras da categoria "C" são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a
588 kPa (5,99 Kgf/cm²) e o volume int erno é igual ou inferior a 100 litros;
c) caldeiras da categoria "B" são todas as caldeiras que não se enquadram nas
categorias anteriores.

13.2 - INSTALAÇÃO DE CALDEIRAS A VAPOR

13.2.1 O "Projeto de Instalação" de caldeiras a vapor, no que concerne ao a tendimento desta


NR, é de responsabilidade de "Profissional Habilitado", conforme citado no subitem
13.1.2, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos
nas Normas Regulamentares, convenções e disposições legais aplicáveis.

13.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em "Casas de Caldeiras"


ou em loca específico para tal fim, denominado "Área de Caldeiras".

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a "Área de Caldeiras" deve
satisfazer os seguintes requisitos:

a) estar afastada de, no mínimo 3 (três) metros de:


- outras instalações do estabelecimento;
- de depósitos de combustíveis, excetuando -se reservatórios para partida com até 2.000
(dois mil) litros de capacidade;

- do limite de propriedade de terceiros;


- do limite com vias públicas.

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e


dispostas em direções distintas;

c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeir a,


sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a
queda de pessoas;
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes
da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas am bientais
vigentes;
e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
f) ter sistema de iluminação de emergência caso operar a noite.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado, a "Casa de Caldeiras" deve
satisfazer os seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter


apenas uma parede adjacente à outras instalações do estabelecimento, porém com as
outras paredes afastadas de, no mínimo 3 (três) metros de outras inst alações, do limite
de propriedade de terceiros, do limite com as vias públicas e de depósitos de
combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2.000 (dois mil) litros de
capacidade;
b) dispor de pelo menos, 2 (duas) saídas amplas, permanen temente desobstruídas e
dispostas em direções distintas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;
62
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira à


combustível gasoso;
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário `a operação e à manutenção de caldeira,
sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeça a
queda de pessoa;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes
da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais
vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação de
emergência.

13.2.5 - Constitui risco grave e iminente o não atendimento aos seguintes requisitos:

a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as alíneas "b", "d" e "f" do
subitem 13.2.3 desta NR;
b) para as caldeiras da categoria "A" instaladas em ambientes conf inados, as alíneas "a",
"b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR;

c) para as caldeiras de categoria "B" e "C" instaladas em ambientes confiando, as


alíneas "b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR.

13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou 13.2.4
deverá ser elaborado "Projeto Alternativo de Instalação", com medidas complementares
de segurança que permitam a atenuação dos riscos.

13.2.6.1 O "Projeto Alternativo de Instalação" deve ser apresentado pelo proprietário da


caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da categoria
profissional predominante no estabelecimento;

13.2.6.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.2.6.1, a


intermediação do órgão regional do Mtb, poderá ser solicitada por qualquer
uma das partes e, persistindo o impasse, a decisão caberá a esse órgão.

13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria "A" deverão possuir painel de instrumentos


instalados em sala de controle, constr uída segundo o que estabelecem as Normas
Regulamentadoras Aplicáveis.

13.3 - SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE CALDEIRAS

13.3.1 Toda caldeira deve possuir "Manual de Operação" atualizado, em língua portuguesa, em
local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:

a) procedimentos de partida e parada;


b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.3.2 Os instrumentos e c ontroles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em boas


condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o emprego de
artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira.

63
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

13.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados,
quando necessários, para compatibilizar suas propriedades físico -químicas com os
parâmetros de operação da caldeira.

13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de o perador
de caldeira, sendo que o não atendimento a esta exigência caracteriza condição de
risco grave e iminente.

13.3.5 Para efeito desta NR, será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer pelo
menos uma das seguintes condições:

a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" e


comprovação de estágio prático conforme subitem 13.3.11;
b) possuir certificado de "Treinamento de Segurança para Operação de Caldeiras"
previsto no NR - 13 aprovada pela portaria 02/84 de 08/05/84;
c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa atividade,
até 8 de maio de 1984.

13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno, no "Treinamento de Segurança na


Operação de Caldeiras" é o atestado de con clusão do 1º grau.

13.3.7 O "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" deve obrigatoriamente:

a) ser supervisionado tecnicamente por "Profissional Habilitado" citado no subitem


13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para es te fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I - A desta NR.

13.3.8 Os responsáveis pela promoção do "Treinamento de Segurança na Operação de


Caldeiras" estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem como a
outras sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto no subitem
13.3.7.

13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da própria
caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração
mínima de:

a) caldeiras categoria "A": 80 (oitenta) horas;


b) caldeiras categoria "B": 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras categoria "C": 40 (quarenta) horas.

13.3.10 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado, deve informar
previamente à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento:

a) período de realização do estágio;


b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo "Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeiras";
c) relação dos participantes do estágio.

13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio de constantes informações
das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.

64
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer caldeira em


condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:

a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis envolvidas na nova


condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua nova
classificação no que se refere à instalação, operação, manutenção e inspeção.

13.4 - SEGURANÇA NA MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS

13.4.1 Todos os reparos ou alteraçõ es em caldeiras devem respeitar o respectivo código do


projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:

a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoa l.

13.4.1.1 Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser
respeitada a concepção original da caldeira, com procedimento de controle do
maior rigor prescrito nos códigos pertinentes.

13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias "A" e "B", a critério do "Profissional Habilitado",


citado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou
procedimentos mais avançados, em substituição aos previstos pelos códigos
de projeto.

13.4.2 "Projetos de Alteração ou Reparo" devem ser conc ebidos previamente nas seguintes
situações:

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;


b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.4.3 O "Projeto de Alteração ou Reparo" deve:

a) ser concebido ou aprovad o por "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2;


b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificações de pessoal.

13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que operem
sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas
pelo "Profissional Habilitado", citado do subitem 13.1.2.

13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos à manutenção


preventiva ou preditiva.

13.5 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE CALDEIRAS.

13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e


extraordinária sendo considerado condição de risco grave e iminente o não
atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR.

65
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da entrada em
funcionamento, no local de operação, devendo compreender exame interno e externo,
teste hidrostático e de acumulação.

13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame interno e externo, deve ser
executada nos seguintes prazos máximos:

a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias "A", "B" e "C";


b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;

c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras de categoria "A", desde que aos 12 (doze)
meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.

13.5.4 Estabelecimentos que possuam "Serviços Próprio de Inspeção de Equipamentos",


conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de
segurança, respeitando os seguintes prazos máximos:

a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias "B" e "C";


b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria "A".

13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das
unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou
para fins de controle ambiental, po dem ser consideradas especiais quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:

a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam "Serviços Próprio de


Inspeção de Equipamentos" citado no Anexo II;
b) tenham testado a cada 12 (doze) meses o sis tema de intertravamento e a pressão
de abertura de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do
vapor, durante a operação;
d) exista análise e controle periódico da qualidade da água;

e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais partes da


caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante;
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma das partes,
quando não houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTb quando, persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as cald eiras
devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida
remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em
condições de uso.

13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam "Serviços Próprio de Inspeção de


Equipamentos" citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser
alterado em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado
pelo referido órgão.

13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas


periodicamente conforme segue:
66
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias "B" e "C";

b) desmontando, inspecionando e testando, em bancada, as válvulas flangeadas e, no


campo, as válvulas soldadas, recalibrando -as numa freqüência compatível com a
experiência operacional da mesma, porém respeitando -se como limite máximo o
período de inspeção estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4, se aplicável, para
caldeiras de categoria "A" e "B".

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7 as válvulas de segurança


instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas
seguintes oportunidades:

a) na inspeção inicial da caldeira;


b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou variação na
PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve se r feita nas seguintes oportunidades:

a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capas de
comprometer sua segurança;

b) quando a caldeira for submetida a alteração ou reparo importante capaz de alterar


suas condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa
por mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilita do", citado no
subitem 13.1.2, ou por "Serviços Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado no
Anexo II.

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a fazer
parte de sua documentação.

13.5.12 Uma cópia do "Relató rio de Inspeção" deve ser encaminhada pelo "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar do
termino da inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante
no estabelecimento.

13.5.13 O "Relatório de Inspeção", mencionado no subitem 13.5.11, deve conter no mínimo:

a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;


b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da ins peção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providencias;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo
mencionadas;
i) conclusões;
67
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

j) recomendações e providências;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número de registro do conselho profissional do
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, e nome legível e assinatura de
técnicos que participaram da inspeção.

13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados da placa de
identificação, a mesma deve ser atualizada.

13.6 - VASOS DE PRESSÃO - DISPOSIÇÕES GERAIS.

13.6.1 Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou
externa.

13.6.1.1 O campo de aplicação desta NR, no que se refere a vasos de pressão, está
definido no Anexo III.

13.6.1.2 Os vasos de pressão abrangidos por esta NR estão classificados em


categorias de acordo com o Anexo IV.

13.6.2 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em


valor igual ou inferior a PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema que o
inclui;
b) dispositivo de segurança contra bloq ueio inadvertido da válvula quando esta não
estiver instalada diretamente no vaso;
c) instrumento que indique a pressão de operação.

13.6.3 Todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificaçã o indelével com, no mínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;
b) número de identificação;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) código de projeto e ano de edição.

13.6.3.1 Além da placa de identificação, deverão consta r em local visível, a categoria


do vaso, conforme Anexo IV, e seu número ou código de identificação.

13.6.4 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a
seguinte documentação devidamente atualizada:

a) "Prontuário do Vaso de Pressão", a ser fornecido pelo fabricante, contendo as


seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final e determinação
da PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da sua vida
útil;
- características funcionais;
68
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

- dados dos dispositivos de segurança;


- ano de fabricação;
- categoria do vaso.

b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.6.5 ;

c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.7;


d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.9.2 e
13.9.3;
e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com o subitem 13.10.8.

13.6.4.1 Quando inexistente ou ext raviado, o "Prontuário do Vaso de Pressão" deve


ser reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do
fabricante ou de "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, sendo
imprescindível a reconstituição das características funcionais , dos dados
dos dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação da
PMTA.

13.6.4.2 O proprietário de vaso de pressão deverá apresentar, quando exigido pela


autoridade competente do Órgão Regional do Ministério do Trabalho, a
documentação mencionada no subitem 13.6.4.

13.6.5 O "Registro de Segurança" deve ser constituído por livro de páginas numeradas, pastas
ou sistema informatizado ou não, com confiabilidade equivalente, onde serão
registradas:

a) todas as ocorrências importantes cap azes de influir nas condições de segurança dos
vasos;
b) as ocorrências de inspeção de segurança.

13.6.6 A documentação referida no subitem 13.6.4 deve estar sempre à disposição para
consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das
representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa
documentação, inclusive à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento, quando formalmente solicitado.

13.7 - INSTALAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO.

13.7.1 Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas
de visita e indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam
facilmente acessíveis.

13.7.2 Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes confinados, a instalação


deve satisfazer os seguintes requisitos:

a) dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentemente desobstruídas e


dispostas em direções distintas;
b) dispor de acesso fácil e seguro para atividades de manutenção, operação e
inspeção, sendo que, para guarda -corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que
impeçam a queda de pessoas;

c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser


bloqueadas;
69
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;


e) possuir sistema de iluminação de emergência.

13.7.3 Quando o vaso de pressão for instalado em ambiente aberto a instalação deve
satisfazer as alíneas "a", "b", "d" e " e" do subitem 13.7.2.

13.7.4 Constitui risco grave e iminente o não atendimento às seguintes alíneas do subitem
13.7.2:

- "a", "c" e "e" para vasos instalados em ambientes confinados;


- "a" para vasos instalados em ambientes abertos;
- "e" para vasos instalados em ambientes abertos e que operem a noite.

13.7.5 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto no subitem 13.7.2, deve ser
elaborado "Projeto Alternativo de Instalação" com medidas complementares de
segurança que permitam a atenuação dos riscos.

13.7.5.1 O "Projeto Alternativo de Instalação" deve ser apresentado pelo proprietário


do vaso de pressão para obtenção de acordo com a representação
sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento.

13.7.5.2 Quando não hou ver acordo, conforme previsto no subitem 13.7.5.1, a
intermediação do órgão regional do MTb, poderá ser solicitada por
qualquer uma das partes e, persistindo o impasse, a decisão caberá a
esse órgão.

13.7.6 A autoria do "Projeto de Instalação" de vasos d e pressão enquadrados nas categorias


"I", "II" e "III", conforme Anexo IV, no que concerne ao atendimento desta NR, é de
responsabilidade de "Profissional Habilitado", conforme citado no subitem 13.1.2, e
deve obedecer os aspectos de segurança, saúde e mei o ambiente previstos nas
Normas Regulamentadoras, convenções e disposições legais aplicáveis.

13.7.7 O "Projeto de Instalação" deve conter pelo menos a planta baixa do estabelecimento,
com o posicionamento e a categoria de cada vaso e das instalações de s egurança.

13.8 - SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO.

13.8.1 Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias "I" ou "II" deve possuir manual de
operação próprio ou instruções de operação contidas no manual de operação da
unidade onde estiver inst alado, em língua portuguesa e de fácil acesso aos
operadores, contendo no mínimo:

a) procedimentos de partidas e paradas;


b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segur ança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.8.2 Os instrumentos e controles de vasos de pressão devem ser mantidos calibrados e em


boas condições operacionais.

13.8.2.1 Constitui condição de risco grave e iminente o emprego de artifícios que


neutralizem seus sistemas de controle e segurança.

13.8.3 A operação de unidades que possuam vasos de pressão de categorias "I" ou "II" deve
ser efetuada por profissional com "Treinamento de Segurança na Operação de
70
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

Unidades de Processo", sendo que o não ate ndimento a esta exigência caracteriza
condição de risco grave e iminente.

13.8.4 Para efeito desta NR será considerado profissional com "Treinamento de Segurança na
Operação de Unidades de Processo" aquele que satisfizer uma das seguintes
condições:

a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de


Processo" expedido por instituição competente para o treinamento;
b) possuir experiência comprovada na operação de vasos de pressão das categorias
"I" ou "II" de pelo menos 2 (dois ) anos antes da vigência desta NR.

13.8.5 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno, no "Treinamento de Segurança na


Operação de Unidades de Processo" é o atestado de conclusão do 1º grau.

13.8.6 O "Treinamento de Segurança na Operação de Un idades de Processo" deve


obrigatoriamente:

a) ser supervisionado tecnicamente por "Profissional Habilitado", citado no subitem


13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I - B, desta NR.

13.8.7 Os responsáveis pela promoção do "Treinamento de Segurança na Operação de


Unidades de Processo" estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos,
bem como a outras sanções legais cabíveis no caso de inobservância do dispos to no
subitem 13.8.6.

13.8.8 Todo profissional com "Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de


Processo", deve cumprir estágio prático, supervisionado, na operação de vasos de
pressão com as seguintes durações mínimas:

a) 300 (trezentas) horas para vasos de categorias "I" e "II";


b) 100 (cem) horas para vasos de categorias "III", "IV" ou "V".

13.8.9 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado deve informar
previamente à representação sindical da categoria profissiona l predominante no
estabelecimento:

a) período de realização do estágio;


b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo "Treinamento de Segurança na
Operação de Unidades de Processo";
c) relação dos participantes do estágio.

13.8.10 A reciclagem de operadores deve ser permanente por meio de constantes informações
das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.

13.8.11 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer vaso de pressão
em condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:

a) seja reprojetado levando em consideração todas as variáveis envolvidas na nova


condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua nova
classificação no que se refere à instalação, manutenção e inspeção.
71
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

13.9 - SEGURANÇA NA MANUTENÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO.

13.9.1 Todos os reparos ou alterações em vasos de pressão devem respeitar o respectivo


código de projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:

a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

13.9.1.1 Quando não for conhec ido o código do projeto de construção, deverá ser
respeitada a concepção original do vaso, empregando -se procedimentos de
controle de maior rigor, prescritos pelos códigos pertinentes.

13.9.1.2 A critério do "Profissional Habilitado", citado no subitem 13 .1.2, podem ser


utilizadas tecnologias de cálculo ou procedimentos mais avançados, em
substituição aos previstos pelos códigos do projeto.

13.9.2 "Projetos de Alteração ou Reparo" devem ser concebidos previamente nas seguintes
situações:

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;


b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.9.3 O "Projeto de Alteração ou Reparo" deve:

a) ser concebido ou aprovado por "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2;


b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificação de pessoal;
c) ser divulgado para funcionários do estabelecimento que possam estar envolvidos
com o equipamento.

13.9.4 Todas as intervenções que exijam soldagem em p artes que operem sob pressão devem
ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas pelo "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2, levando em conta o disposto no item 13.10.

13.9.4.1 Pequenas intervenções superficiais podem te r o teste hidrostático dispensado,


a critério do "Profissional Habilitado, citado no subitem 13.1.2.

13.9.5 Os sistemas de controle e segurança dos vasos de pressão devem ser submetidos à
manutenção preventiva e preditiva.

13.10 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE VASOS DE PRESSÃO.

13.10.1 Os vasos de pressão devem ser submetidos a inspeções de segurança inicial, periódica
e extraordinária.

13.10.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em vasos novos, antes de sua entrada
em funcionamento, no local def initivo de instalação, devendo compreender exame
externo, interno e teste hidrostático, considerando as limitações mencionadas no
subitem 13.10.3.5.

72
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

10.3.10.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame externo, interno e


teste hidrostático, deve obedecer aos seguintes prazos máximos
estabelecidos a seguir:

a) para estabelecimentos que não possuem "Serviço Próprio de Inspeção


de Equipamentos", conforme citado no Anexo II:

Categoria do vaso Exame externo Exame interno Teste hidrostático


I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos

b) para estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos", conforme citado no Anexo II:

Categoria do Exame externo Exame interno Teste hidrostático


vaso
I 3 anos 6 anos 12 anos
II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10 anos A critério
IV 6 anos 12 anos A critério
V 7 anos A critério A critério

13.10.3.1 Vasos de pressão que não permitem o exame interno ou externo por
impossibilidade física devem ser alternativamente submetidos a teste
hidrostático, considerando-se as limitações previstas no subitem 13.10.3.5.

13.10.3.2 Vasos com enchimento interno ou com catalisador podem ter a periodicidade
de exame interno ou de teste hidrostático ampliada, de forma a coincidir
com a época da substituição de enchimentos ou de catalisador, desde que
esta ampliação não ultrapasse 20% do prazo estabelecido no subitem
13.10.2 desta NR.

13.10.3.3 Vasos com revesti mento interno higroscópico, devem ser testados
hidrostaticamente antes da aplicação do mesmo, sendo os testes
subseqüentes substituídos por técnicas alternativas.

13.10.3.4 Quando for tecnicamente inviável e mediante anotação no "Registro de


segurança" pelo "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, o teste
hidrostático pode ser substituído por outra técnica de ensaio não -destrutivo
ou inspeção que permita obter segurança equivalente.

13.10.3.5 Considera-se como razões técnicas que inviabilizam o teste hidrostático:


73
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

a) resistência estrutural da fundação ou da sustentação do vaso


incompatível com o peso da água que seria usada no teste;
b) efeito prejudicial do fluido de teste e elementos internos do vaso;
c) impossibilidade técnica de purga e se cagem do sistema;
d) existência de revestimento interno;
e) influência prejudicial do teste sobre efeitos sub -críticos.

13.10.3.6 Vasos com temperatura de operação inferior a 0 ºC e que operem em


condições nas quais a experiência mostra que não ocorre de terioração,
ficam dispensados do teste hidrostático periódico, sendo obrigatório exame
interno a cada 20 (vinte) anos e exame externo a cada 2 (dois) anos.

13.10.3.7 Quando não houver outra alternativa, o teste pneumático pode ser
executado, desde que supervisionado pelo "Profissional Habilitado", citado
no subitem 13.1.2, e cercado de cuidados especiais, por tratar -se de
atividade de alto risco.

13.10.4 As válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas,


inspecionadas e recalibradas por ocasião do exame interno periódico.

13.10.5 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades:

a) sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa
sua segurança;
b) quando o vaso for submeti do a reparo ou alterações importantes, capazes de alterar
sua condição de segurança;
c) antes do vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por
mais de 12 (doze) meses;
d) quando houver alteração de local de instalação do vaso.

13.10.6 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado", citado no
subitem 13.1.2, ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", conforme
citado no Anexo II.

13.10.7 Após a inspeção do vaso, deve ser emitido "Relatório de Inspe ção", que passa a fazer
parte da sua documentação.

13.10.8 O "Relatório de Inspeção" deve conter no mínimo:

a) identificação do vaso de pressão;


b) fluidos de serviço e categoria do vaso de pressão;
c) tipo do vaso de pressão;
d) data de início e término da inspeção;
e) tipo de inspeção executada;
f) descrição dos exames e testes executados;
g) resultado das inspeções e intervenções executadas;
h) conclusões;
i) recomendações e providências necessárias;
j) data prevista para a próxima inspeção;

74
Curso de Inspetor de Equipamentos
Caldeiras

k) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do


"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, e nome legível e assinatura de
técnicos que participaram da inspeção.

13.10.9 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alte rações dos dados da placa de
identificação, a mesma deve ser atualizada.

ANEXO I - A

CURRÍCULO MÍNIMO PARA "TREINAMENTO DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE


CALDEIRAS".

1 - NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES.


Carga horária: 4 horas.

1.1 - Pressão:
1.1.1 - Pressão Atmosférica.
1.1.2 - Pressão interna de um vaso.
1.1.3 - Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta.
1.1.4 - Unidade de pressão.

1.2 - Calor e Temperatura.


1.2.1 - Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura.
1.2.2 - Modos de transferência de calor.
1.2.3 - Calor específico e calor sensível.
1.2.4 - Transferência de calor a temperatura constante.
1.2.5 - Vapor saturado e vapor superaquecido.
1.2.6 - Tabela de vapor saturado.

2 - CALDEIRAS - CONSIDERAÇÕES GERAIS.


Carga horária: 08 horas.

2.1 - Tipos de caldeiras e suas utilizações.

2.2 - Partes de uma caldeira.


2.2.1 - Caldeiras flamotubulares.
2.2.2 - Caldeiras aquotubulares.
2.2.3 - Caldeiras elétricas.
2.2.4 - Caldeiras a combustíveis sólidos.
2.2.5 - Caldeiras a combustíveis líquidos.
2.2.6 - Caldeiras a gás.
2.2.7 - Queimadores.

2.3 - Instrumentos e dispositivos de controle de caldeira.


2.3.1 - Dispositivo de alimentação.
2.3.2 - Visor de nível.

2.3.3 - Sistema de controle de nível.


2.3.4 - Indicadores de pressão.
2.3.5 - Dispositivos de segurança.
2.3.6 - Dispositivos auxiliares.
2.3.7 - Válvulas e tubulações.
2.3.8 - Tiragem de fumaça.
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Caldeiras

3 - OPERAÇÃO DE CALDEIRAS.
Carga horária: 12 horas.

3.1 - Partida e parada.


3.2 - Regulagem e controle.
3.2.1 - de temperatura.
3.2.2 - de pressão.
3.2.3 - de fornecimento de energia.
3.2.4 - do nível de água.
3.2.5 - de poluentes.

3.3 - Falhas de operação, causas e providencias.

3.4 - Roteiro de vistoria diária.

3.5 - Operação de vistoria diária.

3.6 - Procedimentos em situações de emergência.

4 - TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS.


Carga horária: 8 horas.

4.1 - Impurezas de água e suas conseqüências.

4.2 - Tratamento de água.

4.3 - Manutenção de caldeiras.

5 - PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES E OU TROS RISCOS.


Carga horária: 4 horas.

5.1 - Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde.

5.2 - Riscos de explosão.

6 - LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO.
Carga horária: 4 horas.

6.1 - Normas Regulamentadoras.

6.2 - Normas Regulamentadoras 13 (NR - 13).

ANEXO I - B

CURRÍCULO MÍNIMO PARA "TREINAMENTO DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE


UNIDADES DE PROCESSO".

1 - NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES.


Carga horária: 4 horas.

1.1 - Pressão.
1.1.1 - Pressão atmosférica.
1.1.2 - Pressão interna de um vaso.
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Caldeiras

1.1.3 - Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta.


1.1.4 - Unidades de pressão.

1.2 - Calor e Temperatura.


1.2.1 - Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura.
1.2.2 - Modos de transferência de calor.
1.2.3 - Calor específico e calor sensíve l.
1.2.4 - Transferência de calor a temperatura constante.
1.2.5 - Vapor saturado e vapor superaquecido.

2 - EQUIPAMENTOS DE PROCESSO.
Carga horária: estabelecida de acordo com a complexidade da unidade, mantendo um mínimo
de 4 horas por item.

2.1 - Trocadores de calor.

2.2 - Tubulação, válvulas e turbinas.

2.3 - Bombas.

2.4 - Turbinas e ejetores.

2.5 - Compressores.

2.6 - Torres, vasos, tanques e reatores.

2.7 - Fornos.

2.8 - Caldeiras.

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Caldeiras

3 - ELETRICIDADE.
Carga horária: 4 horas.

4 - INSTRUMENTAÇÃO.
Carga horária: 8 horas.

5 - OPERAÇÃO DE UNIDADE.
Carga horária: estabelecida de acordo com a complexidade da unidade.

5.1 - Descrição do processo.

5.2 - Partida e parada.

5.3 - Procedimentos de emergência.

5.4 - Descarte de produtos quím icos e preservação do meio ambiente.

5.5 - Avaliação e controle de riscos inerentes ao processo.

5.6 - Prevenção contra deterioração, explosão e outros riscos.

6 - PRIMEIROS SOCORROS.
Carga horária: 8 horas.

7 - LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO.
Carga horária: 4 horas.

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ANEXO II

REQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO DE "SERVIÇO PRÓPRIO DE INSPEÇÃO DE


EQUIPAMENTOS".

Antes de colocar em prática os períodos especiais entre inspeções, estabelecidos nos


subitens 13.5.4 e 13.10.3 desta NR, os "Serviços Próprios de Inspe ção de Equipamentos" da
empresa; organizados na forma de: setor, seção, departamento, divisão ou equivalente, devem
ser certificados pelo Instituto Nacional de metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) diretamente ou mediante "Organismos de Certificação" por ele credenciados, que
verificarão o atendimento aos seguintes requisitos mínimos expressos na alínea "a" a "g". Esta
certificação pode ser cancelada sempre que for constatado o não atendimento a qualquer destes
requisitos:

a) existência de pessoal próprio da empresa onde estão instalados caldeira ou vaso de pressão,
com dedicação exclusiva a atividades de inspeção, avaliação de integridade e vida residual, com
formação, qualificação e treinamento compatíveis com a atividade proposta de p reservação da
segurança;

b) mão-de-obra contratada para ensaios não -destrutivos certificada segundo regulamentação


vigente e para outros serviços de caráter eventual, selecionada e avaliada segundo critérios
semelhantes ao utilizado para a mão -de-obra própria;
c) serviço de inspeção de equipamentos, proposto possuir um responsável pelo seu
gerenciamento formalmente designado para essa função;
d) existência de pelo menos um "Profissional Habilitado", conforme definido no subitem 13.1.2;
e) existência de condições para manutenção de arquivo técnico atualizado, necessário ao
atendimento desta NR, assim como mecanismos para distribuição de informações quando
requeridas;
f) existência de procedimentos escritos para as principais atividades executadas;
g) existência de aparelhagem condizente com a execução das atividades propostas.

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ANEXO III

1 - Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:

a) qualquer vaso cujo produto "P.V." seja superior a 8 (oito) onde "P" é a máxima pressão de
operação em kPa e "V" o seu volume geométrico interno em m 3, incluindo:

- permutadores de calor, evaporadores e similares;


- vasos de pressão ou partes sujeitas a chama direta que não estejam dentro do escopo de outras
NR's, nem do item 13.1 desta NR;
- vasos de pressão encamisados, incluindo refervedores e reatores;
- autoclaves e caldeiras de fluido térmico que não o vaporizem.

b) vasos que contenham fluido de classe "A", especificados no Anexo IV; independente das
dimensões e do produto "P.V".

2 - Esta NR não se aplica nos seguintes equipamentos:

a) cilindros transportáveis, vasos destinados ao transporte de produtos, reservatórios portáteis de


fluido comprimido e extintores de incêndio;
b) os destinados à ocupação humana;
c) câmara de combustão ou vasos que façam pa rte integrante de maquinas rotativas ou
alternativas, tais como bombas, compressores, turbinas, geradores, motores, cilindros
pneumáticos e hidráulicos e que não possam ser caracterizados como equipamentos
independentes;
d) dutos e tubulações para condução de fluido;
e) serpentinas para troca térmica;
f) tanques e recipientes para armazenamento e estocagem de fluidos não enquadrados em
normas e códigos de projeto relativos a vasos de pressão;
g) vaso com diâmetro interno inferior a 150 (cento e cinqüenta) m m para fluidos de classe "B", "C"
e "D", conforme especificado no anexo IV.

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ANEXO IV

CLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO

1 - Para efeito desta NR os vasos de pressão são classificados em categorias segundo o tipo de
fluido e o potencial de risco.

1.1 - Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme descrito a seguir:

CLASSE "A" :
- fluidos inflamáveis;
- combustível com temperatura superior ou igual a 200 ºC;
- fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
- hidrogênio;
- acetileno.

CLASSE "B" :
-fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 ºC;
- fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.

CLASSE "C" :
- vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

CLASSE "D" :
- água ou outros fluidos não enquadrados nas classes "A", "B" ou "C", com temperatura
superior a 50 ºC.

1.1.1 - Quando se tratar de mistura, deverá ser considerado para rins de classificação o
fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores e instalações co nsiderando-se sua
toxidade, inflamabilidade e concentração.

1.2 Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em função do


produto "P.V", onde "P"é a pressão máxima da operação em Mpa e "V" o seu volume
geométrico interno em m 3, conforme segue:

GRUPO 1 - P.V  100.


GRUPO 2 - P.V  100 e P.V  30.
GRUPO 3 - P.V  30 e P.V  2,5.
GRUPO 4 - P.V  2,5 e P.V  1.
GRUPO 5 - P.V 1.

1.2.1 - Vasos de pressão que operem sob a condição de vácuo deverão enquadrar -se
nas seguintes categorias:

- categoria I  para fluidos inflamáveis ou combustíveis;


- categoria V  para outros fluidos.

1.3 A tabela a seguir classifica os vasos de pressão em categorias de acordo com os grupos
de potencial de risco e a classe de fluido contido.

CATEGORIAS DE VASOS DE PRESSÃO.

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CLASSE DE GRUPO DE PONTECIAL DE RISCO


FLUIDO 1 2 3 4 5
P.V  P.V  100 P.V  30 P.V  2,5 P.V  1
100 P.V  30 P.V  2,5 P.V  1
CATEGORIAS
"A"
-Líquidos
inflamáveis.
- combustível com I I II III III
temperatura igual ou
superior a 200ºC.
- tóxico com limite de
tolerância  20 ppm.
- hidrogênio.
- acetileno
"B"
- combustível com
teperatura menor I II III IV IV
que 200 ºC.
- tóxico com limite de
tolerância  20 ppm.

"C"
- vapor d'água
- gases asfixiantes I II III IV V
simples.
- ar comprimido.

"D"
- água ou outros
fluidos não II III IV V V
enquadrados nas
classes "A", "B" ou
"C", com
temperatura superior
a 50 ºC.

NOTAS:

a) Considerar Volume em m 3 e Pressão em MPa.


b) Considerar 1 MPa correspondendo à 10,197 kgf/cm².

12.2 - ANEXO II - LISTA DE VERIFICAÇÃO.

SERVIÇO A EXECUTAR DATA OBSERVAÇÃO

ANALISAR OS RELATÓRIOS DE INSPEÇAO E O


LIVRO DE OCORRÊNCIAS

VERIFICAR O RELATÓRIO DE TERMOGRAFIA

VERIFICAR O RELATÓRIO DE RI'S PENDENTES


CONHECER A LISTA DE SERVIÇO DA PARADA

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SEPARAR DESENHOS, CROQUI E


FORMULÁRIOS
SEPARAR E VERIFICAR OS EQUIPAMENTOS E
FERRAMENTAS DE INSPEÇÃO.
SOLICITAR A PERMISSÃO DE TRABALHO
INSPEÇÃO EXTERNA
Verificar a integridade das e struturas, escadas,
plataformas de acesso, fundações e alicerces.
Inspecionar a chaparia e revestimento de alumínio.
Verificar a integridade do isolamento térmico.
Verificar o estado geral da pintura
Mapear as regiões da chaparia com avarias.
Verificar a integridade do "buck -stay" e "tié-bar".
Inspecionar os parafusos os "buck -stay".
Verificar a integridade das janelas de inspeção e
seus acionamentos.
Tubulação.
Verificar o estado do isolamento térmico.
Inspecionar as linhas de ó leo e gás combustível,
vapor de atomização e ramonagem e proteção do
superaquecedor
Inspecionar os suportes.
Martelar as conexões de pequeno diâmentro (até
2").
Realizar medição de espessura nas linhas do item
8.10.2
Realizar teste hidrostático de estanqueidade nas
linhas de óleo combustível e vapor de atomização.
Realizar teste penumático de estanqueidade nas
linhas de óleo combustível e vapor de atomização.
INSPEÇÃO INTERNA INICIAL
Inspecionar os tubos de geração de vapor da
fornalha, bank e superaquecedor.
Inspecionar o piso de concreto refratário.
Inspecionar os tubulões.
Inspecionar os dutos.
INSPEÇÃO INTERNA FINAL
Fornalha.
Realizar o pré-teste hidrostático.
Inspecionar os tubos do piso e das paredes do piso
e teto.
Realizar medição de espessura das paredes , piso ,
teto e coletores.
SERVIÇO A EXECUTAR DATA CONSERVAÇÃO
Bank.
Realizar medição de espessura.
Superaquecedores.
Inspecionar os tubos.
Inspecionar os coletores.
Realizar medição e espessura.
Verificar a integridade do tubo espaçador.
Inspecionar as superfícies interna e externa.
Inspecionar os tubos de interligação com os
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coletores superiores das paredes laterais.


Realizar a medição de espessura
Inspecionar visualmente e através de medição de
espessura os tubos de interligação com o coletor de
entrada do superaquecedor.
Realizar ensaio interno por partícula magnética em
todas as soldas externas de suas conexões.
Inspecionar com ensaio de liquido penetrante as
juntas soldadas externas de suas conexões.
Tubulão inferior.
Inspecionar as superfícies internas e externas.
Inspecionar os tubos de interligação com os
coletores inferiores das paredes laterais.
Realizar a medição de espessura.
Realizar ensaio interno por partícula magnética em
todas as soldas longitudinais e circunferenciais e
nos bocais de BV's e conexões.
Serpentina de pré-aquecimento
Inspecionar tubos, flanges e soldas
Inspecionar as soldas.
Realizar teste hidrostático de estanq ueidade.
Queimadores.
Inspecionar os difusores de ar primário e
secundário.
Inspecionar os bicos dos queimadores de gás e óleo
combustível.
Inspecionar as canetas de gás óleo.
Inspecionar os mangotes de óleo combustível e
vapor de atomização.
Realizar teste hidrostático nos mangotes de óleo,
gás combustível e vapor de atomização.
Ramonadores.
Verificar a integridade das lanças e suportes.
Inspecionar a camisa dos ramonadores.
Verificar a integridade e desobstrução das tomadas
de instrumento.
Dutos de ar e gases.
Inspecionar a chaparia e estrutura.
Verificar a integridade do isolamento térmico.
Inspecionar as juntas de expansão.
P.A.V.
Inspecionar tubos e aletas.
Realizar teste hidrostático de estanqueidade.
P.A. G.
Inspecionar os tubos
SERVIÇO A EXECUTAR DATA CONSERVAÇÃO
Verificar a integridade do espelho
Inspecionar as chicanas e estrutura
P. A R
Inspecionar os cestos da parte fria, intermediaria e
quente.
Inspecionar os cestos da parte fria, intermediaria e
quente através de pesagem conforme procedimento
PM - C - 004 REVISÃO 00.
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Inspecionar as selagens radiais e axiais.


Revestimentos refratários.
Inspecionar o concreto e tijolos refratários.
Inspecionar o revestimento de fib ro-cerâmica.
Inspecionar os blocos refratários dos queimadores.
Realizar teste hidrostático para verificar vazamentos
nas mandrilagens e tubos.
Realizar teste de estanqueidade das BV's dos
tubulões.

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13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

1 - THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS, ASME Boiler and Pressure


Vessels Code - Section I - Power Boilers, New York, 1989.

2 - PEREIRA, Carlos Augusto Arentz, SANTÉRIO, Edison Luis, LANGEMANN, Virgílio. Geração e
Distribuição de Vapor. Petrobrás - Petróleo Brasileiro S.A.

3 - SALLES, Marcelo. Inspeção de Caldeiras - Teoria. Petrobrás Brasileiro S.A Rio de Janeiro.

4 - DANTAS, Evandro. Tratamento de Água de Refrigeração e Caldeiras . Rio de Janeiro, José


Olympio Editora. 1988.

5 - AMERICAM PETROLEUM I NSTITUTE. API - Guide for Inspection of Refinary Equipment -


Chapter VIII - Direct-Fired Boilers and Auxiliary Equipment. 1960.

6 - GENTIL, Vicente. Corrosão. Rio de Janeiro, Guanabara Dois. 1982.

7 - INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO. Inspeção de Caldeiras. Guia número 5. 1973.

8 - LONGMANN, Virgílio. Curso de Inspeção de Caldeiras . 1996.

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