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ES05167394414
Noções de Economia para Agente da Polícia Federal
Aula 04 – Inflação e Crescimento
Prof. César de Oliveira Frade
Olá pessoal,
Como vocês verão, a parte ligada a Inflação não é nada complicada. Entretanto, a
parte de Crescimento não é muito simples. Optei em mostrar o modelo mais simples
para vocês.
Vamos parar de enrolação e começar. Qualquer dúvida, por favor, poste no fórum.
Críticas e sugestões serão sempre bem-vindas, favor enviar para o mail
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br.
Sumário
19. INFLAÇÃO ................................................................................................................................................ 2
19.1. Índices de Inflação ....................................................................................................................... 3
19.2. Tipos de Inflação ........................................................................................................................... 5
20. Modelos de Crescimento .................................................................................................................... 9
21. Modelo de SOLOW .............................................................................................................................. 11
QUESTÕES PROPOSTAS ........................................................................................................................... 30
QUESTÕES RESOLVIDAS ......................................................................................................................... 38
Bibliografia..................................................................................................................................................... 60
19. INFLAÇÃO
A inflação é definida como sendo uma alta no nível geral de preços. Tal fato reduzirá o
poder aquisitivo, o poder de compra das pessoas. Por outro lado, se houver uma
redução no nível de compras, no poder aquisitivo das pessoas por causa de uma
redução generalizada nos níveis de preço, teremos uma deflação.
Ao contrário do que a grande maioria das pessoas pensa, uma deflação pode ser um
processo muito mais doloroso do que a inflação.
Segundo Mankiw:
“No século XIX, houve longos períodos nos quais os preços caíram – um
fenômeno chamado de deflação. Em 1896, o nível médio de preços, nos
Estados Unidos, era 23% menor do quem 1880, e esta deflação foi um dos
temas relevantes na eleição presidencial de 1896. Os agricultores, que
haviam acumulado grandes dívidas, sofreram quando a queda nos preços
das lavouras reduziu sua renda e, portanto, sua capacidade de pagar as
dívidas. Eles defenderam políticas destinadas a reverter a deflação.”
Muitas vezes escutamos falar nos noticiários que a inflação teve uma alta de um mês
para o outro. Observe que o fato de os preços subirem já estaria configurando uma
inflação. No entanto, quando é dito que a inflação está subindo, isto mostra que está
ocorrendo uma inflação mais alta que a inflação do período anterior, ou seja, os preços
estão cada vez subindo mais.
Segundo Mankiw:
Nos anos 80, vários países da América Latina, em especial, da América do Sul
passaram por processos semelhantes em que não se conseguia controlar a inflação em
patamares razoáveis.
Seu cálculo é efetuado após a coleta de informações acerca das cestas de consumos
dos mais diferentes agentes. Portanto, há a formação de uma cesta base e, em
seguida, o cálculo período de um número índice para determinar o valor da variação de
preços.
Cabe salientar que existem vários índices de inflação1 e cada um deles captura um tipo
diferente de grupo de consumidores.
1
Até recentemente, eu não acreditava que esse tipo de informação seria importante para uma aula de macroeconomia
para concurso. Entretanto, em um concurso realizado em 2011, o examinador cobrou sobre as metodologias de cálculo de
alguns índices. A partir daí, achei melhor colocar essas informações na aula.
O IPCA é o índice utilizado pelo BANCO CENTRAL para perseguir a meta de inflação e
tem como base assalariados que recebem entre 1 e 40 salários-mínimos mensais.
Segundo o IBGE:
O Índice Geral de Preços é calculado pela Fundação Getúlio Vargas e consiste na média
aritmética ponderada de três outros índices de preços. Enquanto a coleta do IGP-M
ocorre entre os dias 21 de um mês e 20 do mês subseqüente, o IGP-DI obedece o
calendário mensal, ou seja, sua coleta é organizada entre os dias 1 e 30 do mesmo
mês. Ambos são ponderados da seguinte forma:
2
Tomem cuidado com esse índice, pois algumas fontes confiáveis na internet colocam que o INPC representa a coleta de
preços de famílias que recebem entre 1 e 8 salários-mínimos.
O Índice Nacional da Construção Civil – INCC tem como objetivo medir a evolução dos
cursos de construções habitacionais e é formado pelos preços coletados, atualmente,
em 7 capitais, quais sejam: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador,
Recife, Porto Alegre e Brasília.
O Índice de Preços ao Consumidor – FIPE é um dos índices mais antigos do País, tendo
começado a ser calculado em 1939. No entanto, ele mede o Índice de Preços ao
Consumidor do Município de São Paulo.
volume efetivamente produzido e aquele que poderia ser produzido está pequeno, o
produtor poderá sem muitos ajustes aumentar a produção como medida de resposta
ao aumento da demanda.
Por outro lado, a alternativa ocorreria no caso de a capacidade instalada estar sendo
plenamente utilizada. Com isso, um aumento na demanda não poderia ser respondido
com um aumento na produção e, portanto, a solução seria o aumento dos preços até
que houvesse um reequilíbrio entre quantidade ofertada e demandada.
Segundo Vasconcellos3:
(...)
A inflação de custos ocorre quando há uma elevação nos preços dos insumos. Essa
elevação nos preços dos insumos faz com que os produtores tenham uma intenção de
reduzir a oferta agregada, ofertando uma quantidade menor de produto. Além disso,
haverá um aumento do nível de preços. Também chamada de inflação de oferta.
3
O pleno emprego de recursos ocorre quando os recursos disponíveis na economia estiverem totalmente empregados,
não havendo capacidade ociosa nem trabalhadores desempregados.
Segundo Vasconcellos:
(...)
(...)
Outro fator também deve ser discutido nesse tema. Esse tipo de inflação acaba
proporcionando um fator extremamente complicado que é a estagflação. A estagflação
consiste em inflação sem crescimento ou com recessão. O maior problema ocorre
porque boa parte das medidas com o intuito de retomar o crescimento podem
ocasionar inflação.
Segundo Vasconcellos:
Outra forma importante de inflação que existiu no Brasil por um longo tempo é aquela
advinda do processo de senhoriagem. Ou seja, o Banco Central emitia moeda para que
o Governo pagasse suas contas. Com isso, havia um excesso de moeda e isso gerava
um aumento no nível geral de preços.
Segundo Froyen:
“A taxa de senhoriagem, porém, também tem seus custos, uma vez que,
quanto mais rápida for a taxa de crescimento da oferta de moeda, mais alta
será a taxa de inflação.”
Esse tipo de inflação ocasionada pela emissão de moeda acaba gerando o que
chamamos de imposto inflacionário. O imposto inflacionário é a perda do poder de
compra dos recursos que estão em posse das pessoas.
Imagine que nesta economia exista apenas um bem e que esse bem custe R$1,00. Se
você tem R$100,00 no bolso poderá adquirir 100 unidades deste produto. Entretanto,
se o governo aumenta em 25% a oferta de moeda, devemos esperar uma inflação
25% e que o preço deste produto passe para R$1,25. Com isso, você passaria a ter
condição de adquirir apenas 80 unidades do produto com R$100,00.
Observe que o Governo, com a sua emissão, reduziu o seu poder de compra. O
resultado é semelhante à cobrança de um imposto. Na verdade, podemos considerar
que o Governo acabou cobrando o imposto quando colocou mais moeda em circulação
e provocou a inflação. Essa perda do poder de compra é chamada de imposto
inflacionário.
Segundo Vasconcellos:
O Blanchard mostra uma Tabela em seu livro que ilustra bem o que o crescimento
econômico pode proporcionar ao longo dos anos junto ao Produto per capita, ou seja,
na riqueza das pessoas.
Inicialmente, ele mostra uma taxa média de crescimento de cinco importantes países
entre os anos de 1950 e 1992, dividindo esse período em duas fases. A primeira vai
até 1973. Observe a Tabela abaixo retirada do livro do Blanchard:
Observe que o crescimento médio do Japão entre os anos de 1950 e 1973 foi muito
superior àquela obtida pelos Estados Unidos e Reino Unido. É claro que isso, com o
passar do tempo será revertido a favor do Japão, com o crescimento da renda das
pessoas.
Sempre, em sala de aula, falo para meus alunos pensarem em uma criança e um
adolescente quando for fazer uma comparação entre os mais diversos países,
principalmente, quando possuem uma alta variação de crescimento. Muitos querem
saber porque a China cresce 10% ao ano, enquanto que o Brasil cresce menos de 5%.
A ideia é simples.
Se você medir uma criança de 2 anos e verificar qual o tamanho dela hoje e daqui 3
meses, verá que houve um crescimento. Se fizer exatamente o mesmo procedimento
para um adolescente de 15 anos, também será notada uma diferença na medição.
Entretanto, exatamente pelo fato de a criança de 2 anos ter um enorme potencial de
crescimento, a variação percentual encontrada nela será substancialmente maior do
que aquela encontrada na medição de um adolescente.
Após mostrar essa Tabela de taxa de crescimento anual do produto per capita, o livro
do Blanchard mostra o valor do Produto real per capita ao longo dos anos. Vou
transcrever essa tabela:
Observe que a renda per capita da França em 1950 era quase 3 vezes maior que a
renda do Japão. Entretanto, o alto crescimento médio anual japonês ao longo dos anos
fez com que a renda desses dois países 23 anos depois se apresentasse praticamente
igual e 42 anos após essa amostra inicial, o Japão já havia ultrapassado em 10% a
renda da França.
A ideia é a mesma que diferencia os juros simples dos juros compostos. O crescimento
da renda de um País ocorre em cima do produto do ano anterior e assim
sucessivamente. Logo, a lógica é a mesma de um capital remunerado a juros
compostos.
Segundo Mankiw:
Segundo Mankiw:
,
Sendo:
Y – Nível do produto;
K – Estoque de capital; e
L – Mão-de-obra
Não entenderam a equação? Vamos lá. A quantidade que será produzida é função de
dois itens: capital e trabalho. Ou seja, essa quantidade irá depender do número das
Segundo Blanchard:
“Pense no produto agregado como sendo produzido por dois insumos, capital
e trabalho:
,
Vou lhe dar uma dica. Na verdade, estamos falando de máquinas, equipamentos e
trabalho disponíveis em um determinado país. Entretanto, para facilitar nossa vida,
vamos imaginar que esse país seja extremamente pequeno e assim, podemos pensar
em uma empresa. O resultado final é bem semelhante, basta estendermos os conceitos
para um País.
Acho que esse é o momento exato de fazermos uma pausa no modelo de SOLOW e
descrever essa importante característica do modelo. Na verdade, fazer uma descrição
das implicações de uma economia com rendimento constante de escala.
Esse é o resultado normal, pois se uma empresa sabe a forma como deve atuar para
produzir, caso ela opte por duplicar todos os seus fatores, é esperado que sua
produção também seja duplicada.
Segundo Pindyck:
Suponha que seja o fator pelo qual iremos multiplicar cada um dos insumos. Se a
empresa tiver rendimento constante de escala, a seguinte equação deverá ser
obedecida:
∙ , ∙ ∙
,
x2
4 8
4
, ∙ 4
, 4 8
, ∙ 8
, 8
4 8
x2
Observe que quando multiplicamos por dois todos os fatores de produção, o produto
também foi multiplicado por dois. Exatamente por esse motivo, dizemos que esse
processo de produção tem rendimento constante de escala.
,
Sempre que tivermos que representar uma grandeza per capita, representaremos pela
letra minúscula. Isso significa que, ao dividirmos, o capital (o número de máquinas)
pelo número de trabalhadores, teremos o número de máquinas por trabalhador e será
representado por k. Da seguinte forma:
, 1
A função acima diz que a produção per capita é função do número de máquinas
disponíveis por trabalhador.
Acho que já foi possível entender a lógica. Mas é importante que tentemos traduzir tal
fato para a Economia e suas implicações. Observe o desenho abaixo:
Esse desenho mostra a função de produção per capita no espaço produto per capita x
capital per capita.
Observe que à medida que vamos aumentando o capital per capita, a produção per
capita também vai aumentando. Isso significa que se um determinado trabalhador tem
certa produção com uma quantidade inicial de máquinas que são colocadas à sua
disposição, quanto mais máquinas por trabalhador a empresa adquirir maior será a sua
produção. Ou seja, um aumento do número de máquinas por trabalhador SEMPRE irá
provocar um aumento da produção per capita. Entretanto, quanto mais máquinas por
trabalhador a empresa adquirir menor será a magnitude desse aumento per capita.
Vamos voltar ao gráfico para tentar compreender exatamente o que está sendo
mostrado. Imagine uma situação em que uma quantidade k de máquinas é colocada à
disposição de um trabalhador. Essa pessoa terá um nível de produção y1, por exemplo.
Se a empresa adquirir uma máquina adicional para esse trabalhador e ele passar a ter
k+1 máquinas, a produção será aumentada. Esse aumento de produção proporcionado
por essa máquina é chamado de produtividade marginal do capital e, no gráfico, está
representado por PMgK(k,k+1). A diferença produzida no momento inicial e no momento
final é a produtividade marginal do capital. Ou seja, a produtividade marginal do
capital será igual à diferença entre y2 e y1.
Observe que como a , !" & 0, isso significa que se a empresa aumentar o
número de máquinas, a produção irá aumentar e a produtividade marginal do capital é
uma função crescente. Entretanto, um aumento adicional de capital gera
produtividades marginais positivas mas decrescentes por causa dos aumentos cada vez
menores na produção. Isso pode ser representado pelo fato de !", !# &
, !" & 0.
Segundo Mankiw:
()
Sabemos que a quantidade que não é consumida pelo trabalhador vai para a
poupança. O percentual da renda que é destinado para a poupança, chamamos de taxa
de poupança e representamos por s. A parcela da renda que é consumida pode ser
representada por (1 – s). Dessa forma, o valor do consumo per capita é dado por:
( 1 $ * ∙
1 $ * ∙ )
$ * )
* )
Observe que o produto da taxa de poupança pela renda é igual a *, e isso significa o
valor anual poupado por cada trabalhador. Portanto, o valor que cada trabalhador
destina ao investimento é o valor que ele poupa anualmente.
Vimos que um aumento no capital irá gerar aumentos sucessivos, apesar de cada vez
menores, no produto per capita. O investimento provoca aumentos no estoque de
capital e, dessa forma, no produto. A partir de agora vamos examinar como aumentos
no estoque de capital podem levar ao crescimento econômico.
4
Entenda como taxa de consumo, o percentual da renda que é consumido pelo trabalhador.
máquina, certo? Lembre-se que no ano anterior uma máquina foi adquirida e,
portanto, o valor de incremento de capital é a diferença entre o valor da máquina
comprada e o valor da depreciação da máquina anterior.
Supondo que a máquina custa R$1.000,00, que sua depreciação ocorre em cinco anos
e uma máquina é adquirida a cada ano, vou tentar montar um quadro para simplificar
a análise:
Observe que a variação do capital é dada pelo valor do investimento menos o produto
da taxa de depreciação pelo estoque de capital. Sabemos que o investimento é
) * ∙ * ∙
. Se o capital se desgasta a uma taxa anual +, o valor da depreciação
anual será igual ao produto desta taxa pelo estoque k de capital.
Segundo Mankiw:
Interessante notar que a quantidade de capital que irá estabilizar a economia no longo
prazo, não depende do capital inicial. Enquanto, a depreciação anual for inferior ao
nível de investimento, haverá um aumento no estoque de capital até atingir o estado
estacionário. Importante ressaltar que uma economia que se inicia com um capital
baixo levará mais tempo para atingir o estado estacionário do que aquela economia
com alto nível inicial de capital.
Sabemos que para que um País tenha um maior nível de poupança, ele deverá reduzir
a quantidade de consumo atual e, com isso, aumentar o estoque de capital atual e
consumo futuro.
Segundo Mankiw:
Vamos fazer um exemplo com o intuito de mostrar como uma economia tende ao
estado estacionário.
Inicialmente, vamos supor que o estoque de capital de uma economia seja menor do
que o estado estacionário. Dessa forma, a depreciação do estoque de capital existente
é menor do que o nível de investimento e, assim, o investimento continuará
provocando um aumento no nível de capital e crescimento no País.
Se, por outro lado, o estoque de capital estiver acima do estado estacionário, isso
significa que o valor da depreciação anual supera o investimento e, portanto, o estoque
de capital do ano seguinte será inferior ao estoque de capital utilizado no ano anterior.
Com isso, haverá uma redução desse estoque até o ponto do estado estacionário.
Acredito que a melhor forma é partir para um exemplo acerca do estado estacionário.
Como vimos anteriormente, devemos ter uma função de produção com retornos
constantes de escala. Supondo que a função de produção é dada por:
∙
Essa função terá retorno constante de escala apenas se a soma de mais for igual a
1. Para simplificar, vamos supor que 0,5. Dessa forma, temos:
, ∙ ,
Dividindo cada um dos termos por L para que passemos a exprimir a função per capita,
teremos:
,
,
∙
,
Vamos imaginar um nível de capital igual a 16, uma taxa de poupança de 20% e uma
depreciação de 5%.
Se isso ocorrer, como a produção per capita é a raiz quadrada do capital, ela será igual
a 4 unidades de produto por trabalhador. Como o trabalhador opta por poupar 40% da
produção e consumir os outros 60%, o consumo será igual a 2,4 ( 0,6 ∙ 4 e o valor a
ser investido da ordem de 1,6 ) 0,4 ∙ 4.
∆ * ∙
$ + ∙
∆ 0,4 ∙ 4 $ 0,05 ∙ 16
∆ 1,6 $ 0,8
∆ 0,8
Dessa forma, o segundo ano irá iniciar com 16,8 unidades de capital por trabalhador e
assim sucessivamente. Ou seja, no segundo ano haverá um nível de produto
√16,8 ≅ 4,10. Dessa forma, o investimento será igual a:
) * ∙
) 0,4 ∙ 4,0988
) 1,6395
∆ * ∙
$ + ∙
∆ 1,6395 $ 0,05 ∙ 16,8
∆ 1,6395 $ 0,84
∆ 0,7995
Portanto, o estado estacionário irá ocorrer quando a variação do estoque de capital for
igual a zero. Ou seja:
∆ 0 ⇒ H*5-81 H*5-()13á.)1
∆ 0
0 * ∙
∗ $ + ∙ ∗
* ∙
∗ + ∙ ∗
∗ *
+
∗
Sendo:
Dessa forma, podemos ver que a economia estará em um equilíbrio de longo prazo, ou
seja, no estado estacionário quando a equação abaixo estiver satisfeita:
K∗ M
LK N
∗
Para o exemplo construído, o equilíbrio de longo prazo irá acontecer quando o capital
empregado for igual a:
∗ *
+
∗
0,4
, 0,05
, 8
64
Isso significa que essa economia em questão estará em equilíbrio de longo prazo
quando o nível de capital per capita empregado for igual a 64. Para testar a veracidade
dessa informação, iremos supor uma economia com um capital superior ao valor
encontrado. Se a variação de estoque de capital for negativa, isso indicará que a
depreciação do capital está ocorrendo em nível mais acelerado que o investimento e,
portanto, teremos um excesso de capital que irá sendo consumido ao longo dos anos.
Vamos supor que o capital empregado seja de k=256 unidades por trabalhador. Dessa
forma, o produto per capita será de √256 16.
∆ * ∙
$ + ∙
∆ 0,4 ∙ 16 $ 0,05 ∙ 256
∆ 6,4 $ 12,8
∆ $6,4
Tal fato significa que no período seguinte a economia iria operar com um quantitativo
menor de capital, ou seja, com 256 $ 6,4 249,6.
Dessa forma, haverá uma redução do estoque de capital até que seja encontrado o
nível de estado estacionário.
Segundo Mankiw:
Essa é exatamente o raciocínio dos muquiranas. Rsrs... Mas veja, não estou dizendo
que você seja um e se raciocinou dessa forma, provavelmente, foi porque eu te induzi
a pensar desse jeito.
Imagine que você tem uma grana. Parte dela você deve consumir e outra parte você
irá poupar. Porque há a necessidade de poupar? No meu ponto de vista, poupar é
necessário, mas desde que seja para um consumo futuro. De outra forma, você poupa
hoje para que nada lhe falta amanhã ou para que, caso tenha algum tipo de problema,
seja possível pagar alguns prováveis gastos. Concluindo, só faz sentido poupar hoje se
for para gastar amanhã, e nunca faz sentido poupar para morrer e deixar tudo para
trás.
Pronto. É exatamente dessa forma que devemos pensar no modelo de SOLOW. Sempre
ganhamos satisfação consumindo. No entanto, aceitamos deixar de consumir hoje para
que amanhã tenhamos uma quantidade maior de bens para consumir.
A regra de ouro tenta encontrar qual seria o ponto ótimo de consumo e poupança na
data zero para que seja proporcionado à população o máximo de bem-estar possível
que é dado com o máximo de consumo.
Segundo Mankiw:
()
( $)
Substituindo os valores na equação acima por aqueles que são encontrados no estado
estacionário, teríamos:
( ∗
∗ $ + ∙ ∗
Para encontrarmos o ponto ótimo de capital devemos verificar o que poderia ocorrer
com o produto a partir do momento em que uma unidade adicional de capital fosse
somada à quantidade inicial.
∆( ∗ P
∗ 1 $
∗ Q $ RS+ ∙ ∗ 1T $ + ∙ ∗ U
O ponto ótimo ocorre quando não há variação no nível de consumo. Logo, a regra de
ouro irá ocorrer quando:
VWXY N
Segundo Mankiw:
Observe que o modelo de Solow mostra que a acumulação de capital apenas não é
capaz de explicar o continuado crescimento da economia mundial, pois o capital
crescerá rapidamente e atingirá o ponto do estado estacionário. Portanto, para explicar
esse contínuo crescimento, devemos ampliar o modelo incluindo o crescimento
demográfico e o progresso tecnológico.
Até o presente momento estávamos supondo que a população era fixa, mas a partir de
agora colocaremos no modelo a hipótese de que a população cresce a uma taxa n
constante. É fácil notarmos que com o crescimento populacional o capital por
trabalhador será reduzido. Dessa forma, temos:
∆k = i − δ ⋅ k − n ⋅ k
Como i = s ⋅ f (k ), temos :
∆k = s ⋅ f (k ) − (δ + n ) ⋅ k
( )
s ⋅ f k * = (δ + n ) ⋅ k *
Outro efeito do crescimento populacional é que se compararmos dois países com taxas
diferentes de crescimento demográfico, o país com a maior taxa terá nível mais baixo
de produto per capita.
Outra situação passa a ocorrer quando começamos a supor que existe avanço
tecnológico5, a terceira causa do crescimento econômico.
Sendo assim, a nova função de produção nos informará a quantidade a ser produzida
como função do capital e da mão de obra medida em unidades de eficiência. Ao longo
do tempo, consideramos, no modelo, que a produção cresce conforme o ganho de
eficiência do trabalho per capita que deverá ser designado pela constante g.
Segundo Mankiw:
5
Entende-se como avanço tecnológico um incremento exógeno na capacidade de produzir da sociedade.
( )
c * = f k * − (δ + n + g )k *
PMgK = δ + n + g
QUESTÕES PROPOSTAS
Crise faz PIB da Rússia diminuir quase 8% - A economia da Rússia, duramente afetada
pela crise mundial, sofreu em 2009 uma contração de 7,9%, depois de ter registrado
um crescimento de 5,6% em 2008, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela
agência russa Rosstat.
Internet: www.r7.com (com adaptações).
Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.
Questão 49
Questão 50
Questão 51
Questão 52
Questão 53
Questão 54
Questão 55
Questão 56
Questão 57
Questão 58
Questão 59
(CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL – 2004) – Quando ocorre, simultaneamente,
aumento dos impostos e das importações, o multiplicador keynesiano se eleva,
contribuindo, assim, para a expansão do nível de equilíbrio do produto.
Questão 60
Questão 61
Questão 62
Questão 63
Questão 64
Julgue as opções com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.
Questão 65
Questão 66
Questão 67
Questão 68
(FGV – FISCAL ICMS RJ – 2008) – A inflação no país B está acelerando. Caso esse país
queira reduzi-la sem ter grande impacto no produto, a combinação de políticas adotada
deve ser:
Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema
monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado
fiscal.
Questão 69
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Efeito Fischer é o ajuste da taxa de juros real à
taxa de inflação.
Questão 70
Questão 71
Questão 72
(AFRF – ESAF – 2002–2) – Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele definido pela denominada
“regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque de capital por trabalhador e,
portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.
c) quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da sociedade.
d) o estado estacionário pode ser considerado como um equilíbrio de longo prazo.
e) somente o progresso tecnológico explica o crescimento de longo prazo.
Questão 73
Questão 74
Questão 75
QUESTÕES RESOLVIDAS
Crise faz PIB da Rússia diminuir quase 8% - A economia da Rússia, duramente afetada
pela crise mundial, sofreu em 2009 uma contração de 7,9%, depois de ter registrado
um crescimento de 5,6% em 2008, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela
agência russa Rosstat.
Internet: www.r7.com (com adaptações).
Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.
Questão 49
Resolução:
Como a função poupança é igual a Z $10 0,2, podemos afirmar que a propensão
marginal a poupar é igual a 0,2.
1 1 1
5
1 $ ( 1 $ 0,8 0,2
; 10
10 $10 0,2
Z $10 0,2
0,2 20
20
100 [):\õ4*
0,2
Portanto, a renda inicial era de R$ 100 bilhões e a renda final provocou um aumento de
R$ 5 bilhões na inicial. Logo, o aumento foi da ordem de 5%.
Gabarito: C
Questão 50
Resolução:
Essa é uma questão simples. Podemos verificar isso pela fórmula. Entretanto,
inicialmente, nós vamos discutir isso de forma teórica para ver se vocês estão
entendendo a matéria.
Quanto mais as pessoas pouparem de seus recursos, maior será a propensão marginal
a poupar. O simples fato de elas optarem por poupar ao invés de gastar, reduz a
multiplicação dos gastos, uma vez que esse conceito representa os gastos contínuos
existentes por causa de um gasto inicial.
1 1
1$( *
Gabarito: E
Questão 51
Resolução:
∙ ^ ; _ ` $
∆ ∙ ∆^ ∙ ∆; ∙ ∆_ ∙ ∆` $ ∙ ∆
∆^ ∆; ∆_ ∆ 0 e ∆` 200
∆ ∙ ∆`
1000 ∙ 200
1000
5
200
1 1 1
⇒ 5 ⇒ * 0,2
1$( * *
A propensão marginal a poupar é igual a 0,2. Observe que a questão afirma que “é
incompatível com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20”. No entanto, vemos
que os resultados são compatíveis com uma propensão marginal a poupar de 0,2.
Gabarito: E
Questão 52
Resolução:
^;
80 0,8 120
$ 0,8 80 120
0,2 200
200
1000
0,2
Calculemos agora o valor do consumo, dado que sabemos que a renda é igual a 2000.
^ 80 0,8
^ 80 0,8 ∙ 1000
^ 80 800 880
Como o valor do consumo é igual a 880, temos que a propensão média a consumir é
igual a:
880
a ^ 0,88
1000
Gabarito: C
Questão 53
Resolução:
Já sabemos que a renda de equilíbrio é igual a 1.000. Dado que o investimento, nesse
caso, é de 120, um incremento de 50% seria aumentar o investimento para 180.
1
5
0,2
∆ ∙ ∆;
∆ 5 ∙ 180 $ 120
∆ 5 ∙ 60 300
^;
80 0,8 180
$ 0,8 80 180
0,2 260
260
1300
0,2
Gabarito: E
Questão 54
Resolução:
Observe que a propensão marginal a consumir é fixa e igual a 0,8. Logo, a propensão
marginal a poupar também é fixa e, nesse caso, igual a 0,2.
Gabarito: E
Questão 55
Resolução:
Gabarito: E
Questão 56
Resolução:
^;
150 0,75 50
1 1 1
4
1 $ ( 1 $ 0,75 0,25
Observe que o item já está ERRADO, pois o multiplicador keynesiano encontrado já foi
diferente. Vamos calcular a renda:
$ 0,75 150 50
0,25 200
1
∙ 200 800
0,25
Gabarito: E
Questão 57
Resolução:
^;
d Z ; $ ^
Z;
Z $^
Z $ 150 0,75
Z $ 0,75 $ 150
Z $150 0,25
Gabarito: C
Questão 58
Resolução:
Na primeira forma, nós vamos refazer as contas, mas com uma mudança no valor do
consumo autônomo.
^;
100 0,75 50
$ 0,75 100 50
0,25 150
1
∙ 150 4 ∙ 150 600
0,25
∆ ∙ ∆^
∆ ∙ S^
´ $ ^
T
∆ ∙ 100 $ 150
∆ 4 ∙ $50
∆ $200
´ 800 $ 200 600
Gabarito: C
Questão 59
(CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL – 2004) – Quando ocorre, simultaneamente,
aumento dos impostos e das importações, o multiplicador keynesiano se eleva,
contribuindo, assim, para a expansão do nível de equilíbrio do produto.
Resolução:
Temos que colocar a fórmula para que possamos fazer a análise. Entretanto,
intuitivamente, podemos pensar o seguinte:
No entanto, temos que esclarecer uma coisa simples. Quando o examinador fala em
aumento dos impostos ou das importações, ele pode tanto estar falando da parte
autônoma ou das propensões. Se mudar a parte autônoma, não há qualquer variação
no multiplicador, apesar de ocorrer mudanças na renda.
Gabarito: E
Questão 60
Resolução:
1 1 1
2,5
1 $ ( 1 $ 0,6 0,4
Gabarito: C
Questão 61
Resolução:
Gabarito: C
Questão 62
Resolução:
Gabarito: C
Questão 63
Resolução:
Gabarito: C
Questão 64
Resolução:
A taxa de juros real mostra quanto os recursos financeiros estão sendo remunerados
acima da inflação. A partir do momento em que as pessoas estão recebendo mais
recursos pelas suas poupanças, elas tendem a poupar mais.
Entretanto, quando falamos da propensão média a poupar, não há uma relação direta
tão simples.
Gabarito: E
Julgue as opções com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.
Questão 65
Resolução:
Quando os recursos são entregues para as famílias, via Bolsa Família, parte dos
recursos são gastos e impactam o multiplicador. Entretanto, por maior que seja a
propensão marginal a consumir, ela não valerá 1, portanto, o impacto na renda via
multiplicador, será menor do que aquele resultante de um Gasto Governamental.
É claro que se a propensão marginal a consumir for igual a 1, o resultado será igual.
Entretanto, essa é uma exceção e devemos falar nas regras.
Gabarito: E
Questão 66
Resolução:
Sendo assim, é compatível com uma propensão marginal a poupar de 0,20 e o item
está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 67
Resolução:
Gabarito: C
Questão 68
(FGV – FISCAL ICMS RJ – 2008) – A inflação no país B está acelerando. Caso esse país
queira reduzi-la sem ter grande impacto no produto, a combinação de políticas adotada
deve ser:
Resolução:
Com isso, vemos que as duas únicas respostas possíveis são as letras C e D.
Entretanto, para que possamos reduzir a taxa de inflação, devemos reduzir a
quantidade de moeda em circulação e, portanto, praticar uma política monetária
contracionista.
Gabarito: C
Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema
monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado
fiscal.
Questão 69
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Efeito Fischer é o ajuste da taxa de juros real à
taxa de inflação.
Resolução:
A taxa de juros que conseguimos receber dos bancos ou nos fundos de investimento
quando aplicamos nossos recursos é a taxa de juros nominal. Nominal porque os
nossos recursos aumentam na proporção em que foram aplicados mas nosso poder
aquisitivo não aumenta na mesma proporção dado que uma parcela dos recursos é
consumida pela inflação.
Para que possamos ter o ganho real no poder aquisitivo devemos tirar da taxa nominal
recebida a inflação.
Em geral, livros estrangeiros, traduzidos no Brasil, trazem o Efeito Fischer como uma
operação de soma ou subtração, como mostrado abaixo:
i=r+Π
sendo:
Essa forma acaba tendo um resultado próximo do verdadeiro e funciona, nesse caso,
como uma boa “proxy” se as taxas de juros e inflação forem relativamente baixas.
Esse fato é muito comum nos Estados Unidos, por exemplo.
Por outro lado, a equação correta (e que já foi cobrada em prova uma vez, pela ESAF)
é a divisão. Portanto, o EFEITO FISCHER pode ser também representado da seguinte
forma:
1 + i = (1 + r ) ⋅ (1 + π )
Gabarito: E
Questão 70
Resolução:
Quando um país opta por ter um regime de metas de inflação, ele está fazendo a
escolha de perder alguns graus de liberdade na condução da política monetária com o
objetivo final de controlar a taxa de inflação.
Dessa forma, fica muito complicado a tentativa de fazer um controle adicional direto,
exigindo-se outras metas para outras variáveis macroeconômicas como o câmbio e o
crescimento econômico.
Gabarito: Anulada
Questão 71
Resolução:
Seja y = f (k )
Parte dos recursos auferidos pelo trabalhador será destinado a consumo e uma outra
parte para investimento, de tal forma que : y = c + i
Dessa forma, y = y − sy + i ⇒ sy = i ⇒ i = sf (k )
No ponto em que a variação do capital for igual a zero, nos encontramos no equilíbrio
de longo prazo ou “steady state” (estado estacionário). Dada uma taxa e poupança
constante da economia s que é idêntica ao investimento, o capital é depreciado a uma
taxa constante δ, sendo o montante da depreciação igual a δ.k. O estado estacionário
da economia é aquele em que o investimento se iguala à depreciação do capital. Em
um ponto onde o investimento é maior do que a depreciação, o estoque de capital
cresce.
Sendo assim, quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque de capital por
trabalhador.
Enquanto isto, uma maior depreciação induzirá a um menor estoque de capital por
trabalhador. Uma maior taxa de poupança induzirá a um menor consumo e quanto
maior for o crescimento populacional, menor será estoque de capital por trabalhador.
Gabarito: E
Questão 72
(AFRF – ESAF – 2002–2) – Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele definido pela denominada
“regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque de capital por trabalhador e,
portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.
Resolução:
Gabarito: C
Questão 73
Resolução:
Como
∆k = s ⋅ f (k ) − δ ⋅ k , temos que no “steady state” ∆k = 0 . Dessa forma, temos :
s ⋅ f (k ) = δ ⋅ k
1
k s k 0,4 1−
= ⇒ = ⇒k 2 =4
f (k ) δ k 0,1
1
k 2 = 4 ⇒ k = 16
1 1
2 2
y = k = 16 = 4
Gabarito: A
Questão 74
Resolução:
A regra de ouro mostra exatamente esse ponto. Veja o que falamos na parte teórica da
aula.
A regra de ouro tenta encontrar qual seria o ponto ótimo de consumo e poupança na
data zero para que seja proporcionado à população o máximo de bem-estar possível
que é dado com o máximo de consumo.
Segundo Mankiw:
Gabarito: C
Questão 75
Resolução:
A parte final da assertiva está correta. No longo prazo, a renda de todos os países
convergem para um mesmo valor.
Gabarito: Anulada
Bibliografia
Blanchard, Olivier – Macroeconomia: Teoria e Política Econômica, Editora Campus,
1999.
Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995.
Musgrave & Musgrave. Finanças Públicas – Teoria e Prática. Editora Campus, 1980.
Simonsen, M.H. & Cysne R.P. – Macroeconomia, Editora Atlas – 2a Edição, 1995.