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JHONATAS RODRIGUES SIM?

ES05167394414
Noções de Economia para Agente da Polícia Federal
Aula 04 – Inflação e Crescimento
Prof. César de Oliveira Frade

Aula 04 – Inflação e Crescimento

Olá pessoal,

Na aula de hoje, nós estudaremos a sobre os temas Inflação e Crescimento.

Como vocês verão, a parte ligada a Inflação não é nada complicada. Entretanto, a
parte de Crescimento não é muito simples. Optei em mostrar o modelo mais simples
para vocês.

Algumas questões serão respondidas apenas na próxima aula.

Vamos parar de enrolação e começar. Qualquer dúvida, por favor, poste no fórum.
Críticas e sugestões serão sempre bem-vindas, favor enviar para o mail
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br.

Sumário
19. INFLAÇÃO ................................................................................................................................................ 2
19.1. Índices de Inflação ....................................................................................................................... 3
19.2. Tipos de Inflação ........................................................................................................................... 5
20. Modelos de Crescimento .................................................................................................................... 9
21. Modelo de SOLOW .............................................................................................................................. 11
QUESTÕES PROPOSTAS ........................................................................................................................... 30
QUESTÕES RESOLVIDAS ......................................................................................................................... 38
Bibliografia..................................................................................................................................................... 60

Um grande abraço e bom estudo.


Prof. César Frade
JUNHO/2014

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19. INFLAÇÃO

A inflação é definida como sendo uma alta no nível geral de preços. Tal fato reduzirá o
poder aquisitivo, o poder de compra das pessoas. Por outro lado, se houver uma
redução no nível de compras, no poder aquisitivo das pessoas por causa de uma
redução generalizada nos níveis de preço, teremos uma deflação.

O dicionário de Finanças da BMF&BOVESPA define inflação como sendo:

“1) Processo de elevação generalizada e persistente de preços.


2) movimento de preços para cima, irreversível e que se sustenta a si
mesmo.
3) descontrole no sistema de preços, que pode ser reprimido pelo
racionamento de mercadorias, pelo tabelamento de preços ou subsídios a
produtores ou consumidores.
4) descontrole no sistema de preços, que pode ser reprimido ou alimentado
por instrumentos fiscais, cambiais, políticas salariais, administração de taxa
de juros ou instrumentos monetários, e emissão de moeda sem lastro, entre
outros.”

Ao contrário do que a grande maioria das pessoas pensa, uma deflação pode ser um
processo muito mais doloroso do que a inflação.

Segundo Mankiw:

“No século XIX, houve longos períodos nos quais os preços caíram – um
fenômeno chamado de deflação. Em 1896, o nível médio de preços, nos
Estados Unidos, era 23% menor do quem 1880, e esta deflação foi um dos
temas relevantes na eleição presidencial de 1896. Os agricultores, que
haviam acumulado grandes dívidas, sofreram quando a queda nos preços
das lavouras reduziu sua renda e, portanto, sua capacidade de pagar as
dívidas. Eles defenderam políticas destinadas a reverter a deflação.”

Muitas vezes escutamos falar nos noticiários que a inflação teve uma alta de um mês
para o outro. Observe que o fato de os preços subirem já estaria configurando uma
inflação. No entanto, quando é dito que a inflação está subindo, isto mostra que está
ocorrendo uma inflação mais alta que a inflação do período anterior, ou seja, os preços
estão cada vez subindo mais.

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Segundo Mankiw:

“Os dados internacionais registram uma série de experiências inflacionárias


ainda maiores. A Alemanha experimentou, logo após a Primeira Guerra
Mundial, uma inflação espetacular. O preço de um jornal aumentou de 0,3
marco, em janeiro de 1921, para 70 milhões marcos em menos de dois
anos. Outros preços aumentaram na mesma proporção. Uma taxa de
inflação dessa ordem é chamada de hiperinflação. A hiperinflação alemã teve
um efeito tão adverso sobre a economia que muitos a consideram uma das
causas do nazismo e, em conseqüência, da Segunda Guerra Mundial.”

Nos anos 80, vários países da América Latina, em especial, da América do Sul
passaram por processos semelhantes em que não se conseguia controlar a inflação em
patamares razoáveis.

19.1. Índices de Inflação

Entretanto, antes de começarmos a discutir os tipos de inflação, acredito que seja


interessante mostrar alguns aspectos acerca de sua construção. A inflação é a medida
da variação dos preços conjuntos dos bens que são consumidos pelas famílias,
empresas, Governo.

Seu cálculo é efetuado após a coleta de informações acerca das cestas de consumos
dos mais diferentes agentes. Portanto, há a formação de uma cesta base e, em
seguida, o cálculo período de um número índice para determinar o valor da variação de
preços.

Cabe salientar que existem vários índices de inflação1 e cada um deles captura um tipo
diferente de grupo de consumidores.

Entre os índices de inflação mais utilizados no País, podemos citar:

• Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA;


• Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC;
• Índice Geral de Preços de Mercado – IGPM;

1
Até recentemente, eu não acreditava que esse tipo de informação seria importante para uma aula de macroeconomia
para concurso. Entretanto, em um concurso realizado em 2011, o examinador cobrou sobre as metodologias de cálculo de
alguns índices. A partir daí, achei melhor colocar essas informações na aula.

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• Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI;


• Índice de Preços ao Consumidor – IPC;
• Índice Nacional da Construção Civil – INCC, entre outros.

Os índices IPCA e INPC são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística – IBGE e os preços utilizados são coletados nas regiões metropolitanas de
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba
e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia. Essa coleta ocorre, em ambos os casos,
geralmente, do dia 01 a 30 do mês de referência.

O IPCA é o índice utilizado pelo BANCO CENTRAL para perseguir a meta de inflação e
tem como base assalariados que recebem entre 1 e 40 salários-mínimos mensais.

O INPC2 tem como base assalariados que recebem entre 1 e 6 salários-mínimos


mensais.

Segundo o IBGE:

“O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor – SNIPC efetua a produção


contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como
unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços,
concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de
aluguel e condomínio). O período de coleta do INPC e do IPCA estende-se,
em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. A população-objetivo do INPC
abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1(hum)
e 6(seis) salários mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação
principal e residente nas áreas urbanas das regiões; a do IPCA abrange as
famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1(hum) e
40(quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e
residentes nas áreas urbanas das regiões.”

O Índice Geral de Preços é calculado pela Fundação Getúlio Vargas e consiste na média
aritmética ponderada de três outros índices de preços. Enquanto a coleta do IGP-M
ocorre entre os dias 21 de um mês e 20 do mês subseqüente, o IGP-DI obedece o
calendário mensal, ou seja, sua coleta é organizada entre os dias 1 e 30 do mesmo
mês. Ambos são ponderados da seguinte forma:

• 60 % para o Índice de Preços ao Produtor Amplo – IPA;

2
Tomem cuidado com esse índice, pois algumas fontes confiáveis na internet colocam que o INPC representa a coleta de
preços de famílias que recebem entre 1 e 8 salários-mínimos.

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• 30% para o Índice de Preços ao Consumidor – IPC; e


• 10% para o Índice Nacional da Construção Civil – INCC.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo tem como objetivo registrar as variações de


preços de produtos agropecuários e industriais nas transações entre as empresas, ou
seja, nos estágios anteriores ao consumo final.

O índice de Preços ao Consumidor – IPC mede a variação de preços de um conjunto


fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias que possuam
um nível de renda entre 1 e 33 salários mínimos mensais. Essa pesquisa é feita
diariamente em sete capitais brasileiras, quais sejam: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília. Seu cálculo é feito com base nas
despesas de consumo obtidas através de uma pesquisa realizada no biênio 2002/2003.
Abrange setores de alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais,
educação, leitura e recreação, transportes e despesas diversas.

O Índice Nacional da Construção Civil – INCC tem como objetivo medir a evolução dos
cursos de construções habitacionais e é formado pelos preços coletados, atualmente,
em 7 capitais, quais sejam: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador,
Recife, Porto Alegre e Brasília.

O Índice de Preços ao Consumidor – FIPE é um dos índices mais antigos do País, tendo
começado a ser calculado em 1939. No entanto, ele mede o Índice de Preços ao
Consumidor do Município de São Paulo.

19.2. Tipos de Inflação

Podemos distribuir as inflações em alguns tipos, conforme a sua origem, ou seja,


conforme o motivo que está ocasionando a inflação. A inflação pode ser: Inflação de
Demanda, Inflação de Custos, Inflação Inercial e Inflação Monetária.

A inflação de demanda ocorre quando houver um excesso de demanda sobre a


quantidade ofertada. Imaginemos uma situação em que o mercado esteja equilibrado e
por um determinado motivo as pessoas começaram a demandar mais produtos. Temos
duas alternativas.

A primeira delas é uma resposta dos produtores com um aumento da quantidade


ofertada dos bens sem que seja necessário aumentar os preços. Se o nível de
utilização da capacidade instalada estiver baixo, isso significa que a relação entre o

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volume efetivamente produzido e aquele que poderia ser produzido está pequeno, o
produtor poderá sem muitos ajustes aumentar a produção como medida de resposta
ao aumento da demanda.

Por outro lado, a alternativa ocorreria no caso de a capacidade instalada estar sendo
plenamente utilizada. Com isso, um aumento na demanda não poderia ser respondido
com um aumento na produção e, portanto, a solução seria o aumento dos preços até
que houvesse um reequilíbrio entre quantidade ofertada e demandada.

Segundo Vasconcellos3:

“A inflação de demanda, considerada o tipo mais “clássico” de inflação, diz


respeito ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível
de bens e serviços.

Parece claro que a probabilidade de inflação de demanda aumenta, quanto


mais a economia estiver próxima do pleno emprego de recursos. Afinal, se
houver desemprego em larga escala na economia, é de se esperar que um
aumento de demanda agregada deve corresponder a um aumento na
produção de bens e serviços, pela maior utilização de recursos antes
desempregados, sem que necessariamente ocorra aumento generalizado de
preços.

(...)

Como esse tipo de inflação está associado ao excesso de demanda agregada


(...) a política preconizada para combatê-la assenta-se em instrumentos que
provocam redução da procura agregada por bens e serviços.”

A inflação de custos ocorre quando há uma elevação nos preços dos insumos. Essa
elevação nos preços dos insumos faz com que os produtores tenham uma intenção de
reduzir a oferta agregada, ofertando uma quantidade menor de produto. Além disso,
haverá um aumento do nível de preços. Também chamada de inflação de oferta.

Um insumo que, em geral, provoca aumento no preço do bem é o trabalho. Ou seja,


aumentos de salários tendem a impactar o preço final do produto e, portanto, gerar
inflação. Entretanto, nesse caso específico, se o aumento de salário vier seguido de um

3
O pleno emprego de recursos ocorre quando os recursos disponíveis na economia estiverem totalmente empregados,
não havendo capacidade ociosa nem trabalhadores desempregados.

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aumento de produtividade, não há a necessidade de se repassar esse aumento de


custo para o preço.

Imagine a situação em que um empregado ganha R$1.000,00 e consegue produzir


mensalmente 100 unidades de um produto final no mês. Logo, cada unidade de
produto terá como custo o valor de R$10,00 de trabalho. Entretanto, se o funcionário
conseguir um aumento real de 10%, ou seja, um aumento de 10% acima da inflação,
seu salário passará para R$1.100,00 e o valor de trabalho gasto em cada unidade de
produto passará a ser R$11,00. Entretanto, se esse funcionário aprender a ser mais
produtivo e conseguir um aumento de produtividade da ordem de 10%, ele passará a
produzir 1.100 unidades e, portanto, não haverá inflação pois cada bem estará tendo
R$10,00 de custo de trabalho.

Segundo Vasconcellos:

“A inflação de custos pode ser associada a uma inflação tipicamente de


oferta. O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos
insumos importantes aumentam e eles são repassados aos preços dos
produtos.

(...)

Sua natureza geral é a seguinte: o preço de um bem ou serviço tende a ser


bastante relacionado a seus custos de produção. Se o último aumento, mais
cedo ou mais tarde o preço do bem provavelmente aumentará. Uma razão
freqüente para um aumento dos custos seriam os aumentos salariais. Um
aumento das taxas de salários, entretanto, não necessariamente significa
que os custos de produzir um bem aumentaram. Se a produtividade da mão-
de-obra empregada aumenta na mesma proporção dos salários reais médios,
os custos unitários de produto não são afetados.

(...)

A inflação de custos também está associada ao fato de que algumas


empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, têm condições de
elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção.”

Outro fator também deve ser discutido nesse tema. Esse tipo de inflação acaba
proporcionando um fator extremamente complicado que é a estagflação. A estagflação
consiste em inflação sem crescimento ou com recessão. O maior problema ocorre

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porque boa parte das medidas com o intuito de retomar o crescimento podem
ocasionar inflação.

Segundo Dornbusch & Fischer:

“A estagflação ocorre quando a inflação aumenta enquanto a


produção está ou caindo ou no mínimo não aumentando.”

A inflação inercial ocorre quando o movimento de preços apresenta certa inércia.


Este fato deriva de algum tipo de indexação da economia.

Segundo Vasconcellos:

“Inflação inercial: inflação decorrente dos reajustes de preços e salários


provocada pelo mecanismo de indexação ou de correção monetária.”

Na década de 1980, era bastante comum os empresários reajustarem seus preços


baseados na inflação passada. Ou seja, quando chegava o dia primeiro de cada mês,
eles costumavam olhar para a inflação do mês anterior e reajustar seus preços no
mesmo patamar dessa inflação ou um pouco acima. Este fato, de saída, provocava no
mês vigente uma inflação idêntica ao mês anterior e, dessa forma, essa inflação nunca
poderia ser paralisada pois se movimentava de maneira inercial.

Outra forma importante de inflação que existiu no Brasil por um longo tempo é aquela
advinda do processo de senhoriagem. Ou seja, o Banco Central emitia moeda para que
o Governo pagasse suas contas. Com isso, havia um excesso de moeda e isso gerava
um aumento no nível geral de preços.

Segundo Froyen:

“Os Bancos Centrais monopolizam o direito de emissão da moeda nacional de


seus países. Essa posição privilegiada lhes permite fabricar um produto
bastante peculiar, a moeda, cujo valor de face é, usualmente, extremamente
superior a seu custo de fabricação. As renda auferidas em decorrência desse
monopólio na cunhagem de moedas e cédulas são denominadas receitas de
seinhoriagem ou seignorage.”

Em outra parte do livro Froyen diz que:

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“A taxa de senhoriagem, porém, também tem seus custos, uma vez que,
quanto mais rápida for a taxa de crescimento da oferta de moeda, mais alta
será a taxa de inflação.”

Esse tipo de inflação ocasionada pela emissão de moeda acaba gerando o que
chamamos de imposto inflacionário. O imposto inflacionário é a perda do poder de
compra dos recursos que estão em posse das pessoas.

Imagine que nesta economia exista apenas um bem e que esse bem custe R$1,00. Se
você tem R$100,00 no bolso poderá adquirir 100 unidades deste produto. Entretanto,
se o governo aumenta em 25% a oferta de moeda, devemos esperar uma inflação
25% e que o preço deste produto passe para R$1,25. Com isso, você passaria a ter
condição de adquirir apenas 80 unidades do produto com R$100,00.

Observe que o Governo, com a sua emissão, reduziu o seu poder de compra. O
resultado é semelhante à cobrança de um imposto. Na verdade, podemos considerar
que o Governo acabou cobrando o imposto quando colocou mais moeda em circulação
e provocou a inflação. Essa perda do poder de compra é chamada de imposto
inflacionário.

Segundo Vasconcellos:

“O imposto inflacionário representa uma receita para o governo, devido ao


monopólio que possui sobre as emissões. O governo praticamente não é
afetado pela perda do valor do estoque de moeda, pois, para pagar seus
compromissos, basta emitir mais moeda. O imposto inflacionário é
justamente a receita que o Banco Central obtém ao emitir moeda a custo
zero.”

20. Modelos de Crescimento

O crescimento econômico é um elemento de estudo pelos mais diversos acadêmicos.


Vários itens precisam ser explicados, mas entre eles está a diferença de produto entre
os mais diversos países ao longo do tempo.

O Blanchard mostra uma Tabela em seu livro que ilustra bem o que o crescimento
econômico pode proporcionar ao longo dos anos junto ao Produto per capita, ou seja,
na riqueza das pessoas.

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Inicialmente, ele mostra uma taxa média de crescimento de cinco importantes países
entre os anos de 1950 e 1992, dividindo esse período em duas fases. A primeira vai
até 1973. Observe a Tabela abaixo retirada do livro do Blanchard:

Taxa Anual de Crescimento


Produto per Capita (%)
1950 – 1973 1973 – 1992
França 4,2 1,6
Alemanha 4,9 1,9
Japão 8,1 3,0
Reino Unido 2,5 1,5
Estados Unidos 2,2 1,2

Observe que o crescimento médio do Japão entre os anos de 1950 e 1973 foi muito
superior àquela obtida pelos Estados Unidos e Reino Unido. É claro que isso, com o
passar do tempo será revertido a favor do Japão, com o crescimento da renda das
pessoas.

Sempre, em sala de aula, falo para meus alunos pensarem em uma criança e um
adolescente quando for fazer uma comparação entre os mais diversos países,
principalmente, quando possuem uma alta variação de crescimento. Muitos querem
saber porque a China cresce 10% ao ano, enquanto que o Brasil cresce menos de 5%.
A ideia é simples.

Se você medir uma criança de 2 anos e verificar qual o tamanho dela hoje e daqui 3
meses, verá que houve um crescimento. Se fizer exatamente o mesmo procedimento
para um adolescente de 15 anos, também será notada uma diferença na medição.
Entretanto, exatamente pelo fato de a criança de 2 anos ter um enorme potencial de
crescimento, a variação percentual encontrada nela será substancialmente maior do
que aquela encontrada na medição de um adolescente.

É exatamente essa a diferença existente entre o Brasil e a China ou os Estados Unidos


e a China. O produto da China, apesar de alto, ainda está bastante aquém do seu
potencial per capita. Essa é uma das explicações para que seja possível o alto índice de
crescimento ao longo de tanto tempo.

Após mostrar essa Tabela de taxa de crescimento anual do produto per capita, o livro
do Blanchard mostra o valor do Produto real per capita ao longo dos anos. Vou
transcrever essa tabela:

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Produto Real per Capita (US$ 1985)


1950 1973 1992
França 4.045 10.316 13.918
Alemanha 3.421 10.315 14.709
Japão 1.430 8.539 15.105
Reino Unido 5.395 9.609 12.724
Estados Unidos 8.772 14.379 17.945

Observe que a renda per capita da França em 1950 era quase 3 vezes maior que a
renda do Japão. Entretanto, o alto crescimento médio anual japonês ao longo dos anos
fez com que a renda desses dois países 23 anos depois se apresentasse praticamente
igual e 42 anos após essa amostra inicial, o Japão já havia ultrapassado em 10% a
renda da França.

A ideia é a mesma que diferencia os juros simples dos juros compostos. O crescimento
da renda de um País ocorre em cima do produto do ano anterior e assim
sucessivamente. Logo, a lógica é a mesma de um capital remunerado a juros
compostos.

Tenho certeza que todos vocês já conseguiram compreender a importância do


crescimento de cada ano no longo prazo. É exatamente por isso que os políticos ficam
tão interessados nesse assunto.

No entanto, precisamos estudar um modelo de crescimento para verificar o


comportamento do produto. Existem vários modelos. Mas, inicialmente, estaremos
estudando o modelo de SOLOW.

21. Modelo de SOLOW

Mostrei com os dados descritos no livro do Blanchard que o crescimento é um fator


primordial para fornecer às famílias um nível maior de consumo e, portanto, um
aumento do bem-estar ao longo dos anos. Existem várias modelos de crescimento,
mas um dos mais importantes é o modelo de crescimento de longo prazo é o modelo
de SOLOW.

Segundo Mankiw:

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“No último século, a maioria dos países experimentou um considerável


crescimento econômico. Cada geração tem podido desfrutar de rendas mais
altas do que seus pais, e isso lhes tem permitido consumir maiores
quantidades de bens e serviços. A ampliação do consumo tem resultado na
melhoria do padrão de vida.”

Com o objetivo de explicar as variações dos padrões de vida, é necessário explicar


como essas alterações ocorrem ao longo dos anos. Entretanto, não podemos apenas
retirar fotografias momentâneas, há a necessidade de se acompanhar esse crescimento
ao longo do tempo para objetivar decisões políticas. Aspectos como poupança e
investimento, crescimento populacional e tecnológico são de fundamental importância
para explicar as flutuações de longo prazo do produto.

Segundo Mankiw:

“O modelo de crescimento de Solow explica como a poupança, o crescimento


demográfico e o progresso tecnológico afetam o aumento do produto com o
correr do tempo. O modelo também identifica algumas razões da grande
diversidade de padrões de vida encontrada entre países.

(...) O modelo fornece elementos para a formulação de uma das mais


importantes questões da economia: que parcela do produto deveria ser
consumida hoje e que parcela deveria ser poupada para consumo futuro?
Uma vez que a poupança de uma economia iguala seu investimento, ela
também determina a quantidade de capital de que poderá dispor uma
economia para produzir no futuro.”

Para desenvolvermos o modelo de Solow iremos supor, em um primeiro


momento, que a força de trabalho e a tecnologia são constantes. No modelo de
Solow, a oferta de bens é dada pela função de produção:

  , 

Sendo:
Y – Nível do produto;
K – Estoque de capital; e
L – Mão-de-obra

Não entenderam a equação? Vamos lá. A quantidade que será produzida é função de
dois itens: capital e trabalho. Ou seja, essa quantidade irá depender do número das

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máquinas que serão utilizadas na produção e da quantidade de trabalhadores que


estão disponíveis para produzir. Observe que, apesar de as pessoas possuírem
capacidade produtiva diversa, nesse momento inicial, o modelo de SOLOW admite que
todas as pessoas possuem exatamente a mesma produtividade.

Segundo Blanchard:

“Pense no produto agregado como sendo produzido por dois insumos, capital
e trabalho:

  , 

Como antes, Y é o produto agregado, K é o capital – a soma de todas as


máquinas, fábricas, edifícios de escritórios e instalações de armazenamento
da economia. N é o trabalho – o número de trabalhadores na economia. A
função F, que nos diz a quantidade produzida para determinada quantidade
de capital e trabalho, é chamada de função de produção agregada.”

Vou lhe dar uma dica. Na verdade, estamos falando de máquinas, equipamentos e
trabalho disponíveis em um determinado país. Entretanto, para facilitar nossa vida,
vamos imaginar que esse país seja extremamente pequeno e assim, podemos pensar
em uma empresa. O resultado final é bem semelhante, basta estendermos os conceitos
para um País.

Uma característica básica do modelo é admitir que a função de produção descrita


tem retorno constante de escala. Não sabe o que é isso? Vou te explicar e colocar
um exemplo.

Uma empresa tem retorno constante de escala se ao dobrar capital e trabalho, o


produto agregado também duplicar. A lógica é que se as pessoas conhecem a forma de
trabalho de uma determinada empresa, é possível construir outra empresa que seja
exatamente igual à primeira e que tenha a mesma produção final. Ou seja, é possível
“clonar” a empresa inicial.

Acho que esse é o momento exato de fazermos uma pausa no modelo de SOLOW e
descrever essa importante característica do modelo. Na verdade, fazer uma descrição
das implicações de uma economia com rendimento constante de escala.

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Imagine que iremos multiplicar por um valor a quantidade de todos os insumos e


verificaremos o que irá ocorrer com a quantidade produzida. Vamos utilizar o dobro do
fator 1 e o dobro do fator 2, por exemplo.

Imagine uma função de produção 


, . Se a empresa optar por dobrar a
quantidade de capital e dobrar a quantidade de trabalho e o resultado for o dobro de
produção, temos um rendimento constante de escala.

Esse é o resultado normal, pois se uma empresa sabe a forma como deve atuar para
produzir, caso ela opte por duplicar todos os seus fatores, é esperado que sua
produção também seja duplicada.

Segundo Pindyck:

“Uma (...) possibilidade relacionada à escala de produção é a de que a


produção possa dobrar quando ocorrer a duplicação dos insumos. Nesse
caso, dizemos que há rendimentos constantes de escala. Havendo
rendimentos constantes de escala, o tamanho da empresa não influencia a
produtividade de seus insumos. A produtividade média e marginal dos
insumos da empresa permanecem constantes, sejam suas instalações
pequenas ou grandes. Com rendimentos constantes de escala, uma fábrica
utilizando um determinado processo produtivo poderia ser facilmente
copiada, de modo que as duas fábricas juntas pudessem produzir o dobro.”

Suponha que seja o fator pelo qual iremos multiplicar cada um dos insumos. Se a
empresa tiver rendimento constante de escala, a seguinte equação deverá ser
obedecida:


 ∙ , ∙   ∙
, 

Ou seja, se a empresa tiver tanto o seu capital quanto o número de trabalhadores


dobrado, supondo igual a 2 (
 ∙ , ∙ ), ela irá produzir exatamente a mesma
quantidade da que seria produzida se fossem feitas duas empresas com a mesma
quantidade de capital e trabalho da inicial ( ∙
, ).

Vamos a um exemplo. Suponha que a função de produção seja    , ∙  , . Se o valor


inicial do trabalho for igual a 4 e o valor inicial de capital for igual a 4, teremos:

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x2
4 8
  4 , ∙ 4 ,  4   8 , ∙ 8 ,  8
4 8

x2

Observe que quando multiplicamos por dois todos os fatores de produção, o produto
também foi multiplicado por dois. Exatamente por esse motivo, dizemos que esse
processo de produção tem rendimento constante de escala.

Inicialmente, quando a empresa contava com 4 unidades de capital e 4 unidades de


trabalho, o produto final produzido era igual a 4. A partir do momento em que a
quantidade de trabalho e de capital foi duplicada e passou para 8, o resultado final
também foi multiplicado pelo mesmo fator. Todas as vezes que isso ocorrer, estaremos
diante de um rendimento constante de escala.

E guardem, função de produção com rendimento constante de escala é um pressuposto


básico do modelo de SOLOW. E isso ocorre quando os expoentes do capital e do
trabalho somarem 1. Ou seja, se imaginarmos uma função de produção do tipo
   ∙   ∙  , ela terá rendimento constante de escala se, e somente se,     1.

Vamos voltar ao modelo de SOLOW propriamente dito.

Para simplificar a notação, iremos começar a expressar a função de produção de forma


per capita. Ou seja, vamos dividir todos os membros pelo número de trabalhadores e,
dessa forma, passaremos a ter:

  
  , 
  

Observe que ao dividirmos a quantidade produzida pelo número de trabalhadores


passaremos a ter a quantidade produzida por pessoa, por trabalhador. Essa produção
per capita será representada pela letra y minúscula.

Sempre que tivermos que representar uma grandeza per capita, representaremos pela
letra minúscula. Isso significa que, ao dividirmos, o capital (o número de máquinas)
pelo número de trabalhadores, teremos o número de máquinas por trabalhador e será
representado por k. Da seguinte forma:

 
, 1
 


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A função acima diz que a produção per capita é função do número de máquinas
disponíveis por trabalhador.

Imagine que um trabalhador tenha à sua disposição um número de máquinas. Se a


empresa entregar a esse trabalhador uma máquina adicional, essa máquina fará com
que esse trabalhador aumente a sua produção. No entanto, se for dado a esse
trabalhador uma segunda máquina, ele aumentará novamente a sua produção.
Entretanto, esse segundo aumento será menor do que o aumento verificado quando foi
fornecida a primeira máquina adicional.

Acho que já foi possível entender a lógica. Mas é importante que tentemos traduzir tal
fato para a Economia e suas implicações. Observe o desenho abaixo:

Esse desenho mostra a função de produção per capita no espaço produto per capita x
capital per capita.

Observe que à medida que vamos aumentando o capital per capita, a produção per
capita também vai aumentando. Isso significa que se um determinado trabalhador tem
certa produção com uma quantidade inicial de máquinas que são colocadas à sua
disposição, quanto mais máquinas por trabalhador a empresa adquirir maior será a sua
produção. Ou seja, um aumento do número de máquinas por trabalhador SEMPRE irá

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provocar um aumento da produção per capita. Entretanto, quanto mais máquinas por
trabalhador a empresa adquirir menor será a magnitude desse aumento per capita.

Vamos voltar ao gráfico para tentar compreender exatamente o que está sendo
mostrado. Imagine uma situação em que uma quantidade k de máquinas é colocada à
disposição de um trabalhador. Essa pessoa terá um nível de produção y1, por exemplo.

Se a empresa adquirir uma máquina adicional para esse trabalhador e ele passar a ter
k+1 máquinas, a produção será aumentada. Esse aumento de produção proporcionado
por essa máquina é chamado de produtividade marginal do capital e, no gráfico, está
representado por PMgK(k,k+1). A diferença produzida no momento inicial e no momento
final é a produtividade marginal do capital. Ou seja, a produtividade marginal do
capital será igual à diferença entre y2 e y1.

 , !"  # $ "

Se a empresa adquirir uma máquina adicional, a produção será novamente


aumentada, mas em uma quantidade inferior ao aumento inicial. Teremos novamente
uma produtividade marginal do capital.

 !", !#  % $ #

Observe que como a  , !" & 0, isso significa que se a empresa aumentar o
número de máquinas, a produção irá aumentar e a produtividade marginal do capital é
uma função crescente. Entretanto, um aumento adicional de capital gera
produtividades marginais positivas mas decrescentes por causa dos aumentos cada vez
menores na produção. Isso pode ser representado pelo fato de  !", !# &
 , !" & 0.

Segundo Mankiw:

“À medida que cresce a quantidade de capital, a função de produção tende a


achatar-se – isto é, a diminuir sua inclinação. A função de produção exibe
uma produtividade marginal decrescente do capital: cada unidade a mais de
capital gera menos produto do que a unidade anterior. Quando o capital é
muito pequeno, qualquer unidade adicional é útil, criando uma quantidade
maior de produto adicional; mas, quando o capital é grande, o acréscimo de
uma unidade é menos útil e gera menor quantidade de produto adicional.”

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O produto per capita, no modelo de SOLOW, divide-se em consumo per capita e


investimento per capita. Imagine que o trabalhador receberá uma determinada
quantia, mas uma parte dela irá para o consumo e o restante para o investimento.

 ()

Sabemos que a quantidade que não é consumida pelo trabalhador vai para a
poupança. O percentual da renda que é destinado para a poupança, chamamos de taxa
de poupança e representamos por s. A parcela da renda que é consumida pode ser
representada por (1 – s). Dessa forma, o valor do consumo per capita é dado por:

(  1 $ * ∙ 

Observe que na equação acima, o valor de c é a quantidade de recursos que o


trabalhador individual gasta com consumo. Isto é fácil de ser notado porque c é o
produto entre a taxa de consumo4 1 $ * e a renda per capita do trabalhador. Logo, o
resultado será um valor e não um percentual.

A cada ano uma fração 1 $ * da renda é consumida e uma fração s é poupada.


Substituindo na fórmula inicial, temos:

  1 $ * ∙   )
   $ *  )
*  )

Observe que o produto da taxa de poupança pela renda é igual a *, e isso significa o
valor anual poupado por cada trabalhador. Portanto, o valor que cada trabalhador
destina ao investimento é o valor que ele poupa anualmente.

Vimos que um aumento no capital irá gerar aumentos sucessivos, apesar de cada vez
menores, no produto per capita. O investimento provoca aumentos no estoque de
capital e, dessa forma, no produto. A partir de agora vamos examinar como aumentos
no estoque de capital podem levar ao crescimento econômico.

É importante lembrar que uma variação no estoque de capital provoca de um lado um


investimento e do outro uma depreciação. Ou seja, se compramos uma máquina hoje,
estamos fazendo um investimento. Se no ano seguinte optamos por comprar mais uma
máquina estaremos incrementando o estoque de capital não do valor da nova máquina
adquirida. Já sei que devem estar se perguntando o porque de não ser o valor da nova

4
Entenda como taxa de consumo, o percentual da renda que é consumido pelo trabalhador.

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máquina, certo? Lembre-se que no ano anterior uma máquina foi adquirida e,
portanto, o valor de incremento de capital é a diferença entre o valor da máquina
comprada e o valor da depreciação da máquina anterior.

Se no terceiro ano houver a aquisição de uma nova máquina, o incremento de capital


será o investimento da nova máquina menos a depreciação das duas máquinas
adquiridas anteriormente.

Supondo que a máquina custa R$1.000,00, que sua depreciação ocorre em cinco anos
e uma máquina é adquirida a cada ano, vou tentar montar um quadro para simplificar
a análise:

Ano Estoque Inicial Investimento Depreciação Estoque Final


1 0,00 1.000,00 - 1.000,00
2 1.000,00 1.000,00 200,00 1.800,00
3 1.800,00 1.000,00 400,00 2.400,00
4 2.400,00 1.000,00 600,00 2.800,00
5 2.800,00 1.000,00 800,00 3.000,00
6 3.000,00 1.000,00 1.000,00 3.000,00

Observe que a partir de um determinado momento, o investimento servirá apenas para


a reposição da depreciação do investimento e, nesse momento, para que ocorra um
novo aumento no estoque final de capital será necessário que seja aumentada a
capacidade de poupança e, consequentemente, do investimento.

Observe que a variação do capital é dada pelo valor do investimento menos o produto
da taxa de depreciação pelo estoque de capital. Sabemos que o investimento é
)  * ∙   * ∙
. Se o capital se desgasta a uma taxa anual +, o valor da depreciação
anual será igual ao produto desta taxa pelo estoque k de capital.

No quadro acima, supomos que a depreciação ocorria em cinco anos e, portanto,


+=0,20.

Portanto, temos a seguinte equação:

,-.)-çã1 31 4*51674 84 (-9)5-:  ;3<4*5)=4351 $ >49.4()-çã1


∆  ) $ +
ou
∆  * ∙
 $ +

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Segundo Mankiw:

“Há um único nível de estoque de capital no qual a quantidade do


investimento iguala o montante da depreciação. Se tal estoque existe na
economia, o capital não será alterado com o tempo, pois as duas forças que
atuam para modificá-lo – investimento e depreciação – se equilibram no
nível de estoques ∆  0. Denominamos este nível de estado estacionário
(steady-state) do capital e o designamos por k*.”

Interessante notar que a quantidade de capital que irá estabilizar a economia no longo
prazo, não depende do capital inicial. Enquanto, a depreciação anual for inferior ao
nível de investimento, haverá um aumento no estoque de capital até atingir o estado
estacionário. Importante ressaltar que uma economia que se inicia com um capital
baixo levará mais tempo para atingir o estado estacionário do que aquela economia
com alto nível inicial de capital.

Nesses casos, o nível de investimento anual é que é fundamental para determinar o


estoque de capital de equilíbrio. Imagine um País cujas pessoas tenham uma
capacidade de poupança alta e, portanto, um bom nível de investimento anual.
Partindo de um mesmo estoque inicial de capital, um País como esse chegará mais
rapidamente ao estado estacionário se comparado a outro com menor nível de
poupança.

Sabemos que para que um País tenha um maior nível de poupança, ele deverá reduzir
a quantidade de consumo atual e, com isso, aumentar o estoque de capital atual e
consumo futuro.

Segundo Mankiw:

“O estado estacionário representa um equilíbrio de longo prazo da economia.


Independentemente do nível de capital inicial da economia, no longo prazo
ela sempre vai dar no estado estacionário.”

Vamos fazer um exemplo com o intuito de mostrar como uma economia tende ao
estado estacionário.

Inicialmente, vamos supor que o estoque de capital de uma economia seja menor do
que o estado estacionário. Dessa forma, a depreciação do estoque de capital existente
é menor do que o nível de investimento e, assim, o investimento continuará
provocando um aumento no nível de capital e crescimento no País.

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Se, por outro lado, o estoque de capital estiver acima do estado estacionário, isso
significa que o valor da depreciação anual supera o investimento e, portanto, o estoque
de capital do ano seguinte será inferior ao estoque de capital utilizado no ano anterior.
Com isso, haverá uma redução desse estoque até o ponto do estado estacionário.

Acredito que a melhor forma é partir para um exemplo acerca do estado estacionário.
Como vimos anteriormente, devemos ter uma função de produção com retornos
constantes de escala. Supondo que a função de produção é dada por:

    ∙ 

Essa função terá retorno constante de escala apenas se a soma de  mais  for igual a
1. Para simplificar, vamos supor que     0,5. Dessa forma, temos:

   , ∙  ,

Dividindo cada um dos termos por L para que passemos a exprimir a função per capita,
teremos:

  ,  ,
  ∙ 
  

Tratando os termos per capita por letras minúsculas, temos:

   ,

Vamos imaginar um nível de capital igual a 16, uma taxa de poupança de 20% e uma
depreciação de 5%.

Se isso ocorrer, como a produção per capita é a raiz quadrada do capital, ela será igual
a 4 unidades de produto por trabalhador. Como o trabalhador opta por poupar 40% da
produção e consumir os outros 60%, o consumo será igual a 2,4 (  0,6 ∙ 4 e o valor a
ser investido da ordem de 1,6 )  0,4 ∙ 4.

Além disso, sabemos que há uma depreciação da ordem de 5% do estoque de capital


existente. Como o estoque de capital é igual a 16, o valor a ser depreciado por período
é + ∙   0,05 ∙ 16  0,8.

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Como o investimento é da ordem de 1,6 e a depreciação do estoque de capital é igual


a 0,8, haverá, no período inicial, um aumento do estoque de capital da ordem de 0,8.
Ou seja,

∆  * ∙
 $ + ∙ 
∆  0,4 ∙ 4 $ 0,05 ∙ 16
∆  1,6 $ 0,8
∆  0,8

Dessa forma, o segundo ano irá iniciar com 16,8 unidades de capital por trabalhador e
assim sucessivamente. Ou seja, no segundo ano haverá um nível de produto  
√16,8 ≅ 4,10. Dessa forma, o investimento será igual a:

)  * ∙

)  0,4 ∙ 4,0988
)  1,6395

A variação do estoque de capital para o terceiro ano será:

∆  * ∙
 $ + ∙ 
∆  1,6395 $ 0,05 ∙ 16,8
∆  1,6395 $ 0,84
∆  0,7995

Observe que uma característica dessa situação é que há um aumento no estoque de


capital tendo em vista o valor positivo de ∆. Entretanto, apesar de ocorrer o aumento,
ele é cada vez menor e isso indica que, em algum momento, futuro o investimento irá
igualar a depreciação do capital. Quando isso ocorrer, a economia entrará em um
equilíbrio de longo prazo e será estabelecido o estado estacionário.

Portanto, o estado estacionário irá ocorrer quando a variação do estoque de capital for
igual a zero. Ou seja:

∆  0 ⇒ H*5-81 H*5-()13á.)1

Sendo assim, teremos:

∆  0
0  * ∙
 ∗  $ + ∙  ∗
* ∙
 ∗   + ∙  ∗

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∗ *


  +

Sendo:

 ∗ - o nível de capital no estado estacionário

Dessa forma, podemos ver que a economia estará em um equilíbrio de longo prazo, ou
seja, no estado estacionário quando a equação abaixo estiver satisfeita:

K∗ M

LK  N

Para o exemplo construído, o equilíbrio de longo prazo irá acontecer quando o capital
empregado for igual a:

∗ *


  +

 0,4

 , 0,05
 ,  8
  64

Isso significa que essa economia em questão estará em equilíbrio de longo prazo
quando o nível de capital per capita empregado for igual a 64. Para testar a veracidade
dessa informação, iremos supor uma economia com um capital superior ao valor
encontrado. Se a variação de estoque de capital for negativa, isso indicará que a
depreciação do capital está ocorrendo em nível mais acelerado que o investimento e,
portanto, teremos um excesso de capital que irá sendo consumido ao longo dos anos.

Vamos supor que o capital empregado seja de k=256 unidades por trabalhador. Dessa
forma, o produto per capita será de   √256  16.

Em seguida, calculamos o valor da variação de capital.

∆  * ∙
 $ + ∙ 
∆  0,4 ∙ 16 $ 0,05 ∙ 256
∆  6,4 $ 12,8
∆  $6,4

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Tal fato significa que no período seguinte a economia iria operar com um quantitativo
menor de capital, ou seja, com   256 $ 6,4  249,6.

Dessa forma, haverá uma redução do estoque de capital até que seja encontrado o
nível de estado estacionário.

Se fizermos os mesmo cálculos utilizando 64 unidades de capital por trabalhador,


chegaremos à conclusão de que a variação do estoque de capital será igual a zero e a
economia chegou no steady-state.

Segundo Mankiw:

“O modelo de Solow mostra que a taxa de poupança é o principal


determinante do estoque de capital no estado estacionário. Quando a
poupança é alta, a economia tem um amplo estoque de capital e uma
volumosa produção. Quando a poupança é baixa, a economia tem um
estoque de capital reduzido e uma pequena produção.”

Sabemos que diferentes taxas de poupança podem levar a estados estacionários


distintos. Acredito que vocês devem estar pensando que quanto maior a taxa de
poupança melhor, pois assim a economia poderá acumular mais capital e a produção
per capita poderá ser maior.

Essa é exatamente o raciocínio dos muquiranas. Rsrs... Mas veja, não estou dizendo
que você seja um e se raciocinou dessa forma, provavelmente, foi porque eu te induzi
a pensar desse jeito.

Imagine que você tem uma grana. Parte dela você deve consumir e outra parte você
irá poupar. Porque há a necessidade de poupar? No meu ponto de vista, poupar é
necessário, mas desde que seja para um consumo futuro. De outra forma, você poupa
hoje para que nada lhe falta amanhã ou para que, caso tenha algum tipo de problema,
seja possível pagar alguns prováveis gastos. Concluindo, só faz sentido poupar hoje se
for para gastar amanhã, e nunca faz sentido poupar para morrer e deixar tudo para
trás.

Pronto. É exatamente dessa forma que devemos pensar no modelo de SOLOW. Sempre
ganhamos satisfação consumindo. No entanto, aceitamos deixar de consumir hoje para
que amanhã tenhamos uma quantidade maior de bens para consumir.

Segundo Lopes & Vasconcellos:

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“Podemos verificar que um aumento da poupança eleva os investimentos. A


curto prazo, tanto o estoque de capital por trabalhador como a depreciação
do capital permanecem constantes. Ao longo do tempo, no entanto, o
estoque de capital aumentará, já que os investimentos excedem a
depreciação. Um novo estado estacionário é atingido. Assim, uma elevação
na taxa de poupança resulta num crescimento de um estado estacionário
para outro.

Concluindo, se a economia apresenta elevado nível de poupança, ela


possuirá grande estoque de capital e, consequentemente, alto nível de
produção per capita. Isso, no entanto, não significa que ela manterá um
crescimento sustentado em y ao longo do tempo. Esse crescimento ocorrerá
apenas na passagem de um estado estacionário para outro.”

A regra de ouro tenta encontrar qual seria o ponto ótimo de consumo e poupança na
data zero para que seja proporcionado à população o máximo de bem-estar possível
que é dado com o máximo de consumo.

Segundo Mankiw:

“Um administrador público interessado no bem-estar da população vai


procurar escolher um estado de equilíbrio de longo prazo que contenha o
máximo de consumo possível. Esse equilíbrio é chamado de nível ótimo da
acumulação de capital definido pela Regra de Ouro, e é expresso por
k**.”

Para determinarmos o nível ótimo, vamos encontrar o consumo do trabalhador no


estado estacionário:

 ()
( $)

Substituindo os valores na equação acima por aqueles que são encontrados no estado
estacionário, teríamos:

( ∗ 
 ∗  $ + ∙  ∗

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A equação mostra que o consumo no estado estacionário é a diferença entre o produto


e a depreciação e tal fato ocorre porque, nesse ponto, a depreciação do capital iguala o
investimento.

Para encontrarmos o ponto ótimo de capital devemos verificar o que poderia ocorrer
com o produto a partir do momento em que uma unidade adicional de capital fosse
somada à quantidade inicial.

Ao somarmos uma unidade de capital per capita ao estoque já existente, a produção


per capita irá crescer. O crescimento dessa produção será igual À produtividade
marginal do capital. Essa é exatamente a definição desse termo, ou seja, ao
acrescermos uma máquina na produção, o produto crescerá exatamente o valor
marginal produzido por aquela máquina. Entretanto, como uma máquina per capita foi
adicionada, haverá também um aumento da depreciação. A depreciação será
aumentada pelo produto entre a variação do número de máquinas e a taxa de
depreciação+ ∙ 1  +. Sendo assim, o efeito líquido sobre o consumo será igual à
diferença entre a produtividade marginal do capital e a taxa de depreciação $ +.

Não compreenderam o motivo? Observe que o consumo no estado estacionário é dado


por:

( ∗ 
 ∗  $ + ∙  ∗

Portanto, ao aumentarmos o nível de capital em uma unidade, a produção irá crescer


de PMgK e a depreciação total aumentará em +. Sendo assim, a variação do consumo
será:

∆( ∗  P
 ∗  1 $
 ∗ Q $ RS+ ∙  ∗  1T $ + ∙  ∗ U

O ponto ótimo ocorre quando não há variação no nível de consumo. Logo, a regra de
ouro irá ocorrer quando:

VWXY  N

Segundo Mankiw:

“No nível ótimo de capital, sua produtividade marginal iguala a taxa de


depreciação. Em outras palavras, no nível ótimo, a produtividade marginal,
deduzida a depreciação  $ +, é igual a zero.

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Observe que a economia não gravita automaticamente em torno da posição


de estado estacionário definido pela Regra de Ouro. A escolha de uma
determinada acumulação de capital correspondente a esse estado é
resultado da escolha de uma taxa de poupança específica.”

Observe que o modelo de Solow mostra que a acumulação de capital apenas não é
capaz de explicar o continuado crescimento da economia mundial, pois o capital
crescerá rapidamente e atingirá o ponto do estado estacionário. Portanto, para explicar
esse contínuo crescimento, devemos ampliar o modelo incluindo o crescimento
demográfico e o progresso tecnológico.

Até o presente momento estávamos supondo que a população era fixa, mas a partir de
agora colocaremos no modelo a hipótese de que a população cresce a uma taxa n
constante. É fácil notarmos que com o crescimento populacional o capital por
trabalhador será reduzido. Dessa forma, temos:

∆k = i − δ ⋅ k − n ⋅ k
Como i = s ⋅ f (k ), temos :
∆k = s ⋅ f (k ) − (δ + n ) ⋅ k

Na verdade, há uma redução na variação do capital per capita quando há crescimento


populacional, pois cada pessoa recebe uma quantia menor de capital. No estado
estacionário, a variação do capital é igual a zero. Dessa forma, temos:

( )
s ⋅ f k * = (δ + n ) ⋅ k *

Se a economia estiver em estado estacionário, o investimento possui duas finalidades:


uma parcela substitui o capital depreciado e o restante provê os novos trabalhadores
com o volume de capital em estado estacionário.

Com o efeito do crescimento populacional, não tem como explicar o aumento


persistente dos padrões de vida, pois o produto por trabalhador continua o mesmo no
estado estacionário, mas haverá o crescimento do produto total.

Outro efeito do crescimento populacional é que se compararmos dois países com taxas
diferentes de crescimento demográfico, o país com a maior taxa terá nível mais baixo
de produto per capita.

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O nível ótimo de acumulação de capital ocorre quando:


PMgK = δ + n .

Outra situação passa a ocorrer quando começamos a supor que existe avanço
tecnológico5, a terceira causa do crescimento econômico.

Até o presente momento, definimos que a função de produção dependia apenas do


capital e do trabalho envolvidos, de forma que a função poderia ser representada da
seguinte forma: Y = F (K , L ) . Entretanto, com a introdução do avanço tecnológico, a
função de produção em questão passa a ser a seguinte: Y = F (K , L × E ) , sendo E uma
variável denominada eficiência do trabalho.

Sendo assim, a nova função de produção nos informará a quantidade a ser produzida
como função do capital e da mão de obra medida em unidades de eficiência. Ao longo
do tempo, consideramos, no modelo, que a produção cresce conforme o ganho de
eficiência do trabalho per capita que deverá ser designado pela constante g.

De forma análoga ao crescimento populacional, o aumento da eficiência do trabalho


fará com que seja necessária uma compensação de investimento para que o produto
por unidade de eficiência do trabalho continue o mesmo. No estado estacionário, o
capital por unidade de eficiência e o produto por unidade de eficiência deverá se
manter constante. Entretanto, o produto por trabalhador crescerá a uma taxa g e o
produto total crescerá a uma taxa n + g.

Segundo Mankiw:

“com a inclusão do progresso tecnológico, o modelo pode, finalmente,


explicar os persistentes aumentos nos padrões de vida que observamos.
Mostramos que o progresso tecnológico pode levar a um crescimento
constante do produto por trabalhador. Por outro lado, uma alta taxa de
poupança leva a uma alta taxa de crescimento somente até o ponto em que
se atinge o estado estacionário. Uma vez alcançado o estado estacionário, a
taxa de crescimento do produto por trabalhador depende apenas da taxa de
progresso tecnológico. O modelo de Solow mostra que apenas o progresso
tecnológico pode explicar o contínuo crescimento dos padrões de vida”.

Na regra de ouro e neste caso devemos compreender como sendo o estado


estacionário que maximiza o nível de consumo por unidade de eficiência do trabalho.

5
Entende-se como avanço tecnológico um incremento exógeno na capacidade de produzir da sociedade.

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Sendo assim, temos:

( )
c * = f k * − (δ + n + g )k *
PMgK = δ + n + g

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QUESTÕES PROPOSTAS

Enunciado para as questões 49 a 51

Crise faz PIB da Rússia diminuir quase 8% - A economia da Rússia, duramente afetada
pela crise mundial, sofreu em 2009 uma contração de 7,9%, depois de ter registrado
um crescimento de 5,6% em 2008, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela
agência russa Rosstat.
Internet: www.r7.com (com adaptações).

Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.

Questão 49

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2010) – Considere que o estado do Acre tenha um


nível de investimento de 10 bilhões de reais, de acordo com função poupança S = -10
+ 0,2y, em que y é a renda do estado, e que o Banco da Amazônia resolva emprestar
1 bilhão de reais para os empresários que desejarem investir naquele estado. Nesse
caso, a renda y desse estado aumentará em 5%.

Questão 50

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2010) – Quanto maior for a propensão marginal a


poupar maior será o multiplicador keynesiano.

Questão 51

(CESPE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – 2008) – O fato de um


aumento de R$ 200,00 nas exportações autônomas elevar o PIB em R$ 1.000,00 é
incompatível com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20.

Enunciado para as questões 52 a 55

Considerando uma economia fechada e sem governo, descrita pelas seguintes


relações: Y = C + I; C = 80 + 0,8Y; I = 120, em que Y é a renda interna bruta, C
representa o consumo das famílias e I corresponde ao investimento autônomo, julgue
os itens:

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Questão 52

(CESPE – UEPA – 2008) – A propensão média a consumir é superior à propensão


marginal, e o nível de consumo é igual a 880.

Questão 53

(CESPE – UEPA – 2008) – Um aumento de 50% nos investimentos autônomos expande


a renda de equilíbrio de 6%.

Questão 54

(CESPE – UEPA – 2008) – A propensão marginal a poupar dessa economia aumenta


com o nível de renda.

Questão 55

(CESPE – UEPA – 2008) – A renda de equilíbrio é igual a 1.000 e o multiplicador


keynesiano do consumo eleva-se a 1,25.

Enunciado para as questões 56 a 58

Considere que, em uma economia fechada, sem governo, os gastos autônomos de


consumo correspondam a R$ 150 bilhões, o investimento planejado seja igual a R$ 50
bilhões e a propensão marginal a consumir seja de 0,75. Com base nessas relações,
julgue os itens a seguir

Questão 56

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – O multiplicador keynesiano do consumo é


igual a 1,333 e o PIB de equilíbrio dessa economia é igual R$ 800 bilhões.

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Questão 57

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – A função de poupança (S) dessa economia


é dada pela expressão S =-150+0,25Y, em que Y é o PIB.

Questão 58

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – Se o consumo autônomo cair para R$ 100


bilhões, então a renda disponível dessa economia será igual a R$ 600 bilhões.

Enunciado para a questão 59

A questão da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as


interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são
temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Questão 59
(CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL – 2004) – Quando ocorre, simultaneamente,
aumento dos impostos e das importações, o multiplicador keynesiano se eleva,
contribuindo, assim, para a expansão do nível de equilíbrio do produto.

Enunciado para as questões 60 e 61

A análise de questões macroeconômicas básicas, tais como o comportamento de seus


principais agregados e a atuação do governo na economia, mediante o uso de políticas
fiscais e monetárias, é crucial para se entender os fenômenos econômicos. Com
relação a esse assunto, julgue os itens subseqüentes.

Questão 60

(CESPE – ECONOMISTA – FUNCAP – 2004) – No modelo keynesiano básico, no qual a


demanda agregada é composta unicamente pelas demandas de consumo e
investimento, se a propensão marginal a consumir for igual a 0,6, então o valor do
multiplicador keynesiano será igual a 2,5.

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Questão 61

(CESPE – ECONOMISTA – FUNCAP – 2004) – A teoria q do investimento, de Tobin,


afirma que as empresas fundamentam suas decisões de investimento na relação entre
o valor de mercado do capital instalado e o custo de substituição desse capital.

Enunciado para a questão 62

A análise das decisões de consumo, de poupança e de investimento é importante na


determinação da renda e do produto de equilíbrio.

Questão 62

(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – A volatilidade, que


caracteriza o investimento tornando-o o componente mais instável do PIB, explica-se,
em parte, pela irregularidade da inovação tecnológica e pela durabilidade dos bens de
capital.

Enunciado para as questões 63 e 64

Em relação aos conceitos básicos de macroeconomia, julgue os itens a seguir.

Questão 63

(CESPE – Especialista em Regulação ANTAQ – 2009) – Se o grupo responsável pela


reforma tributária que ainda se encontra em discussão no Congresso Nacional optasse
pelo aumento dos impostos indiretos no Brasil, permanecendo constantes os demais
impostos, deveriam ser observadas alterações nas propensões médias a consumir da
população, embora a propensão marginal a consumir não fosse afetada.

Questão 64

(CESPE – Especialista em Regulação ANTAQ – 2009) – A relação entre o nível de taxa


real de juros e a propensão a poupar das famílias é sempre diretamente proporcional.

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Enunciado para as questões 65 e 66

Julgue as opções com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.

Questão 65

(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – Do ponto de vista do


impacto sobre o PIB, um aumento de R$ 1.000.000,00 nos gastos públicos com
investimentos em infra-estrutura é equivalente à expansão, da mesma magnitude, dos
gastos no âmbito do programa Bolsa Família.

Questão 66

(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – O fato de um aumento de


R$ 200,00 nas exportações autônomas elevar o PIB em R$ 1.000,00 é incompatível
com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20.

Enunciado para a questão 67

A respeito das políticas fiscais e monetárias, que influenciam, significativamente, o


desempenho da economia, julgue os itens subseqüentes.

Questão 67

(CESPE – Analista de Meio Ambiente – IEMA – SEAMA – 2007) – Estabilizadores


automáticos, como o seguro-desemprego e o imposto de renda progressivo, embora
não eliminem as flutuações econômicas, concorrem para atenuá-las, reduzindo, assim,
a necessidade de se recorrer a políticas fiscais discricionárias.

Questão 68

(FGV – FISCAL ICMS RJ – 2008) – A inflação no país B está acelerando. Caso esse país
queira reduzi-la sem ter grande impacto no produto, a combinação de políticas adotada
deve ser:

A) política monetária e fiscal contracionista.


B) política monetária e fiscal expansionistas.

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C) política monetária contracionista e fiscal expansionista.


D) política monetária expansionista e fiscal contracionista.
E) somente uma política fiscal contracionista.

Enunciado para a questão 69

Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema
monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado
fiscal.

Questão 69

(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Efeito Fischer é o ajuste da taxa de juros real à
taxa de inflação.

Enunciado para a questão 70

Julgue os próximos itens, a respeito da inflação, sua meta, déficit público e


senhoriagem.

Questão 70

(CESPE – SEFAZ – ES – Economista – 2010) – No regime de metas de inflação, não se


pode atribuir à política monetária metas adicionais, como câmbio e crescimento
econômico.

Questão 71

(ESAF – AFRF – 2002) – Com relação ao modelo de crescimento de Solow, é correto


afirmar que, no equilíbrio de longo prazo:
a) quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o estoque de capital por
trabalhador.
b) a taxa de crescimento do produto por trabalhador é igual à taxa de depreciação.
c) quanto maior for a taxa de poupança, maior será o consumo por trabalhador.
d) quanto maior for a taxa de crescimento populacional, maior será o estoque de
capital por trabalhador.
e) quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque de capital por trabalhador.

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Questão 72

(AFRF – ESAF – 2002–2) – Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele definido pela denominada
“regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque de capital por trabalhador e,
portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.
c) quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da sociedade.
d) o estado estacionário pode ser considerado como um equilíbrio de longo prazo.
e) somente o progresso tecnológico explica o crescimento de longo prazo.

Questão 73

(AFRF – ESAF – 2002–2) – Considere os seguintes dados para o modelo de


crescimento de Solow:
k = estoque de capital por trabalhador
δ = taxa de depreciação
y = produto por trabalhador
s = taxa de poupança
Sabendo-se que y = (k)0,5 , δ = 0,1 e s = 0,4, os níveis de k e y no estado
estacionário serão, respectivamente:
a) 16 e 4
b) 16 e 8
c) 4 e 16
d) 4 e 8
e) 4 e 12

Questão 74

(CESPE – Economista – Ministério da Justiça – 2013) – De acordo com o modelo de


Solow, o nível ótimo da acumulação de capital proposto pela regra de ouro corresponde
ao consumo per capita máximo.

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Questão 75

(CESPE – Especialista em Regulação – ANAC – 2012) – No modelo de crescimento de


Solow, a convergência consiste na hipótese de que a economia se relaciona de forma
inversa com a renda e, no longo prazo, a renda de todos os países converge para o
mesmo valor.

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QUESTÕES RESOLVIDAS

Enunciado para as questões 49 a 51

Crise faz PIB da Rússia diminuir quase 8% - A economia da Rússia, duramente afetada
pela crise mundial, sofreu em 2009 uma contração de 7,9%, depois de ter registrado
um crescimento de 5,6% em 2008, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela
agência russa Rosstat.
Internet: www.r7.com (com adaptações).

Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.

Questão 49

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2010) – Considere que o estado do Acre tenha um


nível de investimento de 10 bilhões de reais, de acordo com função poupança S = -10
+ 0,2y, em que y é a renda do estado, e que o Banco da Amazônia resolva emprestar
1 bilhão de reais para os empresários que desejarem investir naquele estado. Nesse
caso, a renda y desse estado aumentará em 5%.

Resolução:

Como a função poupança é igual a Z  $10  0,2, podemos afirmar que a propensão
marginal a poupar é igual a 0,2.

Sabe-se que a soma da propensão marginal a poupar com a propensão marginal a


consumir é igual a 1. Logo, a propensão marginal a consumir é igual a 0,8.

Podemos agora calcular o multiplicador.

1 1 1
   5
1 $ ( 1 $ 0,8 0,2

Já sabemos que um aumento de R$ 1 bilhão irá provocar um aumento da renda da


ordem de R$ 5 bilhões. Entretanto, para sabermos o aumento percentual da renda, há
a necessidade de calcular a renda inicial.

Sabemos que Poupança é igual a Investimento, certo? Logo, temos:

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;  10
 10  $10  0,2
Z  $10  0,2

0,2  20
20
  100 [):\õ4*
0,2

Portanto, a renda inicial era de R$ 100 bilhões e a renda final provocou um aumento de
R$ 5 bilhões na inicial. Logo, o aumento foi da ordem de 5%.

Sendo assim, o gabarito está CERTO.

Gabarito: C

Questão 50

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2010) – Quanto maior for a propensão marginal a


poupar maior será o multiplicador keynesiano.

Resolução:

Essa é uma questão simples. Podemos verificar isso pela fórmula. Entretanto,
inicialmente, nós vamos discutir isso de forma teórica para ver se vocês estão
entendendo a matéria.

Quanto mais as pessoas pouparem de seus recursos, maior será a propensão marginal
a poupar. O simples fato de elas optarem por poupar ao invés de gastar, reduz a
multiplicação dos gastos, uma vez que esse conceito representa os gastos contínuos
existentes por causa de um gasto inicial.

Pela fórmula, temos:

1 1
 
1$( *

Um aumento na propensão marginal a poupar significa um aumento em s, portanto,


haverá uma majoração do denominador e, assim, uma redução do resultado que é o
multiplicador. Assim, quanto maior a propensão marginal a poupar menor tende a ser
o multiplicador keynesiano.

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Assim sendo, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Questão 51

(CESPE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – 2008) – O fato de um


aumento de R$ 200,00 nas exportações autônomas elevar o PIB em R$ 1.000,00 é
incompatível com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20.

Resolução:

Sabemos que a equação geral é a seguinte:

   ∙ ^  ;  _  ` $  

Essa é a equação geral. Entretanto, como estamos falando de variação nas


exportações gerando uma mudança no PIB, nós devemos considerar apenas as
mudanças. Veja como pode ser pensado:

∆   ∙ ∆^   ∙ ∆;   ∙ ∆_   ∙ ∆` $  ∙ ∆

Apenas, a variação das exportações autônomas é diferente de zero. Podemos igualar


todas as outras variações a zero. Logo, temos:

∆^  ∆;  ∆_  ∆  0 e ∆`  200

∆   ∙ ∆`
1000   ∙ 200
1000
 5
200

Já conseguimos determinar o valor do multiplicador. E ele é igual a 5. Precisamos


agora determinar o valor da propensão marginal a poupar.

1 1 1
  ⇒ 5  ⇒ *  0,2
1$( * *

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A propensão marginal a poupar é igual a 0,2. Observe que a questão afirma que “é
incompatível com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20”. No entanto, vemos
que os resultados são compatíveis com uma propensão marginal a poupar de 0,2.

Sendo assim, a questão está ERRADA.

Gabarito: E

Enunciado para as questões 52 a 55

Considerando uma economia fechada e sem governo, descrita pelas seguintes


relações: Y = C + I; C = 80 + 0,8Y; I = 120, em que Y é a renda interna bruta, C
representa o consumo das famílias e I corresponde ao investimento autônomo, julgue
os itens:

Questão 52

(CESPE – UEPA – 2008) – A propensão média a consumir é superior à propensão


marginal, e o nível de consumo é igual a 880.

Resolução:

Apenas olhando o valor do Consumo, nós conseguimos verificar que a propensão


marginal a consumir é igual a 0,8.

Para calcular a propensão média a consumir, basta dividirmos o resultado do consumo


pela renda. Nesse caso, teremos, em média, quanto da renda está sendo consumida.

 ^;
  80  0,8  120
 $ 0,8  80  120
0,2  200
200
  1000
0,2

Calculemos agora o valor do consumo, dado que sabemos que a renda é igual a 2000.

^  80  0,8
^  80  0,8 ∙ 1000

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^  80  800  880

Como o valor do consumo é igual a 880, temos que a propensão média a consumir é
igual a:

880
a ^   0,88
1000

Como a propensão média a consumir é igual a 0,88 e a propensão marginal a consumir


é igual a 0,8, temos que a ^ & b ^.

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Questão 53

(CESPE – UEPA – 2008) – Um aumento de 50% nos investimentos autônomos expande


a renda de equilíbrio de 6%.

Resolução:

Já sabemos que a renda de equilíbrio é igual a 1.000. Dado que o investimento, nesse
caso, é de 120, um incremento de 50% seria aumentar o investimento para 180.

Temos duas formas. A primeira forma seria calcular o multiplicador keynesiano e


verificar a variação da renda quando houver um incremento no investimento.

1
 5
0,2
∆   ∙ ∆;
∆  5 ∙ 180 $ 120
∆  5 ∙ 60  300

A outra forma é substituir na equação inicial o valor do novo investimento.

 ^;
  80  0,8  180
 $ 0,8  80  180
0,2  260

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260
  1300
0,2

Portanto, o aumento da renda foi da ordem de 30%.

∆ 1300 $ 1000 300


   0,3  30%
 1000 1000

Sendo assim, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Questão 54

(CESPE – UEPA – 2008) – A propensão marginal a poupar dessa economia aumenta


com o nível de renda.

Resolução:

Observe que a propensão marginal a consumir é fixa e igual a 0,8. Logo, a propensão
marginal a poupar também é fixa e, nesse caso, igual a 0,2.

Sendo assim, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Questão 55

(CESPE – UEPA – 2008) – A renda de equilíbrio é igual a 1.000 e o multiplicador


keynesiano do consumo eleva-se a 1,25.

Resolução:

Já mostramos anteriormente que a renda de equilíbrio é igual a 1000 e o multiplicador


keynesiano é igual a 5.

Sendo assim, o item está ERRADO.

Gabarito: E

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Enunciado para as questões 56 a 58

Considere que, em uma economia fechada, sem governo, os gastos autônomos de


consumo correspondam a R$ 150 bilhões, o investimento planejado seja igual a R$ 50
bilhões e a propensão marginal a consumir seja de 0,75. Com base nessas relações,
julgue os itens a seguir

Questão 56

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – O multiplicador keynesiano do consumo é


igual a 1,333 e o PIB de equilíbrio dessa economia é igual R$ 800 bilhões.

Resolução:

Vamos aos dados e à equação inicial:

 ^;
  150  0,75  50

Para calcularmos o multiplicador keynesiano devemos proceder da seguinte forma:

1 1 1
   4
1 $ ( 1 $ 0,75 0,25

Observe que o item já está ERRADO, pois o multiplicador keynesiano encontrado já foi
diferente. Vamos calcular a renda:

 $ 0,75  150  50
0,25  200
1
 ∙ 200  800
0,25

Observe que o PIB está correto. Entretanto, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Questão 57

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(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – A função de poupança (S) dessa economia


é dada pela expressão S =-150+0,25Y, em que Y é o PIB.

Resolução:

Sabemos que a poupança é igual ao investimento. Logo, temos:

 ^;
d Z  ;   $ ^
Z;
Z  $^
Z   $ 150  0,75
Z   $ 0,75 $ 150
Z  $150  0,25

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Questão 58

(CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA – 2007) – Se o consumo autônomo cair para R$ 100


bilhões, então a renda disponível dessa economia será igual a R$ 600 bilhões.

Resolução:

Nessa questão, nós temos duas formas de fazê-la.

Na primeira forma, nós vamos refazer as contas, mas com uma mudança no valor do
consumo autônomo.

 ^;
  100  0,75  50
 $ 0,75  100  50
0,25  150
1
 ∙ 150  4 ∙ 150  600
0,25

A outra forma é avaliarmos pela variação.

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∆   ∙ ∆^
∆   ∙ S^ ´ $ ^ T
∆   ∙ 100 $ 150
∆  4 ∙ $50
∆  $200
 ´  800 $ 200  600

Portanto, o item está CERTO.

Gabarito: C

Enunciado para a questão 59

A questão da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as


interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são
temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Questão 59
(CESPE – AGENTE POLÍCIA FEDERAL – 2004) – Quando ocorre, simultaneamente,
aumento dos impostos e das importações, o multiplicador keynesiano se eleva,
contribuindo, assim, para a expansão do nível de equilíbrio do produto.

Resolução:

Temos que colocar a fórmula para que possamos fazer a análise. Entretanto,
intuitivamente, podemos pensar o seguinte:

• os impostos reduzem a quantidade de recursos que a população tem disponível.


Logo, um aumento nos impostos (na propensão marginal a tributar) reduz o
multiplicador;
• um aumento nas importações provoca uma redução no multiplicador.

No entanto, temos que esclarecer uma coisa simples. Quando o examinador fala em
aumento dos impostos ou das importações, ele pode tanto estar falando da parte
autônoma ou das propensões. Se mudar a parte autônoma, não há qualquer variação
no multiplicador, apesar de ocorrer mudanças na renda.

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Entretanto, se a propensão marginal for alterada, haverá uma mudança no


multiplicador. As duas mudanças provocam uma redução no multiplicador.

Sendo assim, a questão está ERRADA.

Gabarito: E

Enunciado para as questões 60 e 61

A análise de questões macroeconômicas básicas, tais como o comportamento de seus


principais agregados e a atuação do governo na economia, mediante o uso de políticas
fiscais e monetárias, é crucial para se entender os fenômenos econômicos. Com
relação a esse assunto, julgue os itens subseqüentes.

Questão 60

(CESPE – ECONOMISTA – FUNCAP – 2004) – No modelo keynesiano básico, no qual a


demanda agregada é composta unicamente pelas demandas de consumo e
investimento, se a propensão marginal a consumir for igual a 0,6, então o valor do
multiplicador keynesiano será igual a 2,5.

Resolução:

A questão pergunta apenas qual é o valor do multiplicador dado que a propensão


marginal a consumir é igual a 0,6.

1 1 1
    2,5
1 $ ( 1 $ 0,6 0,4

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Questão 61

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(CESPE – ECONOMISTA – FUNCAP – 2004) – A teoria q do investimento, de Tobin,


afirma que as empresas fundamentam suas decisões de investimento na relação entre
o valor de mercado do capital instalado e o custo de substituição desse capital.

Resolução:

Essa é exatamente a definição da Teoria q de Tobin.

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Enunciado para a questão 62

A análise das decisões de consumo, de poupança e de investimento é importante na


determinação da renda e do produto de equilíbrio.

Questão 62

(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – A volatilidade, que


caracteriza o investimento tornando-o o componente mais instável do PIB, explica-se,
em parte, pela irregularidade da inovação tecnológica e pela durabilidade dos bens de
capital.

Resolução:

O investimento é dado por bens duráveis. Em determinados períodos, os investidores


efetuam a compra de máquinas e equipamentos, fator esse que irá provocar um
aumento da produção em período seguinte e, portanto, da renda. Entretanto, como
esses bens são duráveis, se a compra ocorre em um ano, pode não ocorrer no
seguinte, dado que ainda estarão em bom estável.

Portanto, as variações da Economia Mundial acabam afetando fortemente o


investimento, fator esse que provoca uma grande volatilidade nesse item da renda.

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

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Enunciado para as questões 63 e 64

Em relação aos conceitos básicos de macroeconomia, julgue os itens a seguir.

Questão 63

(CESPE – Especialista em Regulação ANTAQ – 2009) – Se o grupo responsável pela


reforma tributária que ainda se encontra em discussão no Congresso Nacional optasse
pelo aumento dos impostos indiretos no Brasil, permanecendo constantes os demais
impostos, deveriam ser observadas alterações nas propensões médias a consumir da
população, embora a propensão marginal a consumir não fosse afetada.

Resolução:

A propensão marginal a consumir mostra quanto da renda disponível adicional estará


sendo consumida. Lembre-se que a propensão marginal a consumir é uma unção
linear. Enquanto que a propensão média a consumir mostra quanto, em média, da
renda disponível está sendo consumida.

Ao aumentar os impostos indiretos, há um aumento dos impostos que incidem sobre


produtos e não naqueles que incidem sobre a renda. Com isso, a renda disponível
continua a mesma. As pessoas continuam com a mesma predisposição de gastar,
portanto, não há mudança sobre a propensão marginal a consumir.

No entanto, os produtos estarão mais caros e as pessoas acabam comprando menos. A


propensão média é reduzida.

Assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Questão 64

(CESPE – Especialista em Regulação ANTAQ – 2009) – A relação entre o nível de taxa


real de juros e a propensão a poupar das famílias é sempre diretamente proporcional.

Resolução:

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A taxa de juros real mostra quanto os recursos financeiros estão sendo remunerados
acima da inflação. A partir do momento em que as pessoas estão recebendo mais
recursos pelas suas poupanças, elas tendem a poupar mais.

Entretanto, quando falamos da propensão média a poupar, não há uma relação direta
tão simples.

Sendo assim, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Enunciado para as questões 65 e 66

Julgue as opções com relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.

Questão 65

(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – Do ponto de vista do


impacto sobre o PIB, um aumento de R$ 1.000.000,00 nos gastos públicos com
investimentos em infra-estrutura é equivalente à expansão, da mesma magnitude, dos
gastos no âmbito do programa Bolsa Família.

Resolução:

Quando os recursos são entregues para as famílias, via Bolsa Família, parte dos
recursos são gastos e impactam o multiplicador. Entretanto, por maior que seja a
propensão marginal a consumir, ela não valerá 1, portanto, o impacto na renda via
multiplicador, será menor do que aquele resultante de um Gasto Governamental.

É claro que se a propensão marginal a consumir for igual a 1, o resultado será igual.
Entretanto, essa é uma exceção e devemos falar nas regras.

Sendo assim, o item está ERRADO.

Gabarito: E

Questão 66

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(CESPE – Analista de Controle Externo – TCE-AC – 2009) – O fato de um aumento de


R$ 200,00 nas exportações autônomas elevar o PIB em R$ 1.000,00 é incompatível
com uma propensão marginal a poupar igual a 0,20.

Resolução:

Se a propensão marginal a poupar é igual a 0,2, então a propensão marginal a


consumir é igual a 0,8. E, portanto, o multiplicador keynesiano é igual a 5.

Sendo assim, é compatível com uma propensão marginal a poupar de 0,20 e o item
está ERRADO.

Gabarito: E

Enunciado para a questão 67

A respeito das políticas fiscais e monetárias, que influenciam, significativamente, o


desempenho da economia, julgue os itens subseqüentes.

Questão 67

(CESPE – Analista de Meio Ambiente – IEMA – SEAMA – 2007) – Estabilizadores


automáticos, como o seguro-desemprego e o imposto de renda progressivo, embora
não eliminem as flutuações econômicas, concorrem para atenuá-las, reduzindo, assim,
a necessidade de se recorrer a políticas fiscais discricionárias.

Resolução:

Essa questão está perfeita, dado que tanto o seguro-desemprego quanto o IR


progressivo são chamados de estabilizadores automáticos. Assim, eles servem para
reduzir as flutuações econômicas.

Observe que o seguro-desemprego tende a atenuar o nível de desemprego enquanto


que o IR progressivo tende a redistribuir renda e atenuar o crescimento econômico.
Dessa forma, a necessidade de intervenção do Governo é reduzida.

Assim sendo, o item está CERTO.

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Gabarito: C

Questão 68

(FGV – FISCAL ICMS RJ – 2008) – A inflação no país B está acelerando. Caso esse país
queira reduzi-la sem ter grande impacto no produto, a combinação de políticas adotada
deve ser:

A) política monetária e fiscal contracionista.


B) política monetária e fiscal expansionistas.
C) política monetária contracionista e fiscal expansionista.
D) política monetária expansionista e fiscal contracionista.
E) somente uma política fiscal contracionista.

Resolução:

Se a inflação acelera, o Governo deverá tomar medidas antagônicas nas políticas


monetária e fiscal, pois somente dessa forma, ele conseguirá deslocar a demanda
agregada em uma direção e fazer ela retornar.

Observe que políticas contracionistas deslocam a demanda agregada para a esquerda,


enquanto que políticas expansionistas deslocam a curva para a direita.

Com isso, vemos que as duas únicas respostas possíveis são as letras C e D.
Entretanto, para que possamos reduzir a taxa de inflação, devemos reduzir a
quantidade de moeda em circulação e, portanto, praticar uma política monetária
contracionista.

Sendo assim, o gabarito é a letra C.

Gabarito: C

Enunciado para a questão 69

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Julgue os itens subsequentes acerca dos agregados monetários, das contas do sistema
monetário, da política monetária e da relação entre taxas de juros, inflação e resultado
fiscal.

Questão 69

(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Efeito Fischer é o ajuste da taxa de juros real à
taxa de inflação.

Resolução:

A taxa de juros que conseguimos receber dos bancos ou nos fundos de investimento
quando aplicamos nossos recursos é a taxa de juros nominal. Nominal porque os
nossos recursos aumentam na proporção em que foram aplicados mas nosso poder
aquisitivo não aumenta na mesma proporção dado que uma parcela dos recursos é
consumida pela inflação.

Para que possamos ter o ganho real no poder aquisitivo devemos tirar da taxa nominal
recebida a inflação.

Esse é o EFEITO FISCHER, ou seja, o ajuste da taxa nominal à taxa de inflação.

Interessante notar que, matematicamente, ele “pode” ser representado de duas


formas, apesar de apenas uma estar correta. Explico.

Em geral, livros estrangeiros, traduzidos no Brasil, trazem o Efeito Fischer como uma
operação de soma ou subtração, como mostrado abaixo:

i=r+Π

sendo:

i – taxa de juros nominal;


r – taxa de juros real;
Π – inflação

Essa forma acaba tendo um resultado próximo do verdadeiro e funciona, nesse caso,
como uma boa “proxy” se as taxas de juros e inflação forem relativamente baixas.
Esse fato é muito comum nos Estados Unidos, por exemplo.

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Por outro lado, a equação correta (e que já foi cobrada em prova uma vez, pela ESAF)
é a divisão. Portanto, o EFEITO FISCHER pode ser também representado da seguinte
forma:

1 + i = (1 + r ) ⋅ (1 + π )

Sendo assim, o gabarito está ERRADO.

Gabarito: E

Enunciado para a questão 70

Julgue os próximos itens, a respeito da inflação, sua meta, déficit público e


senhoriagem.

Questão 70

(CESPE – SEFAZ – ES – Economista – 2010) – No regime de metas de inflação, não se


pode atribuir à política monetária metas adicionais, como câmbio e crescimento
econômico.

Resolução:

Quando um país opta por ter um regime de metas de inflação, ele está fazendo a
escolha de perder alguns graus de liberdade na condução da política monetária com o
objetivo final de controlar a taxa de inflação.

Dessa forma, fica muito complicado a tentativa de fazer um controle adicional direto,
exigindo-se outras metas para outras variáveis macroeconômicas como o câmbio e o
crescimento econômico.

Na verdade, há a possibilidade de tentar induzir essas variáveis para um determinado


patamar conforme a taxa de juros aplicada, mas não é possível se obter êxito ao optar
por valores muito diferentes dos aplicados.

O dicionário da BOVESPA diz:

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“O CMN – Conselho Monetário Nacional – fixa periodicamente a taxa básica


da meta de inflação e o intervalo de variação admitido pela estratégia
governamental

A diferença entre o topo e o fundo da meta de inflação - chamada de


intervalo de variação - é função de algumas variáveis fundamentais.

Oscilações nos mercados cambiais, nos preços de commodities agrícolas e


nas cotações internacionais de petróleo são fatores que determinam a
amplitude desse intervalo de variação.

No caso brasileiro, a autoridade monetária pode aumentar o intervalo de


variação da meta de inflação porque não expurga nenhum tipo de preço no
índice de referência (o IPCA, calculado pelo IBGE nas principais regiões
metropolitanas).

Em alguns países, é prática comum expurgar preços muito voláteis dos


indicadores de inflação.”

Em princípio, deveríamos marcar que a questão está ERRADA. No entanto, se as


metas forem bem realistas e dentro de um limite de variação conforme indicado pelo
modelo de metas de inflação, poderia ser possível admitir metas adicionais. Dessa
forma, o examinador foi levado a ANULAR a questão.

Gabarito: Anulada

Questão 71

(ESAF – AFRF – 2002) – Com relação ao modelo de crescimento de Solow, é correto


afirmar que, no equilíbrio de longo prazo:
a) quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o estoque de capital por
trabalhador.
b) a taxa de crescimento do produto por trabalhador é igual à taxa de depreciação.
c) quanto maior for a taxa de poupança, maior será o consumo por trabalhador.
d) quanto maior for a taxa de crescimento populacional, maior será o estoque de
capital por trabalhador.
e) quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque de capital por trabalhador.

Resolução:

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Seja y = f (k )

Parte dos recursos auferidos pelo trabalhador será destinado a consumo e uma outra
parte para investimento, de tal forma que : y = c + i

Neste modelo, a função consumo toma uma forma simples : c = (1 − s ) y = y − sy

Dessa forma, y = y − sy + i ⇒ sy = i ⇒ i = sf (k )

A variação no estoque de capital é o investimento menos a depreciação do capital

corrente (δ), então: ∆k = s ⋅ f (k ) − δ ⋅ k

No ponto em que a variação do capital for igual a zero, nos encontramos no equilíbrio
de longo prazo ou “steady state” (estado estacionário). Dada uma taxa e poupança
constante da economia s que é idêntica ao investimento, o capital é depreciado a uma
taxa constante δ, sendo o montante da depreciação igual a δ.k. O estado estacionário
da economia é aquele em que o investimento se iguala à depreciação do capital. Em
um ponto onde o investimento é maior do que a depreciação, o estoque de capital
cresce.

Sendo assim, quanto maior a taxa de poupança, maior será o estoque de capital por
trabalhador.

Enquanto isto, uma maior depreciação induzirá a um menor estoque de capital por
trabalhador. Uma maior taxa de poupança induzirá a um menor consumo e quanto
maior for o crescimento populacional, menor será estoque de capital por trabalhador.

Gabarito: E

Questão 72

(AFRF – ESAF – 2002–2) – Com relação ao modelo de Solow, é incorreto afirmar que
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é aquele definido pela denominada
“regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque de capital por trabalhador e,
portanto, o nível do produto por trabalhador no estado estacionário.

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c) quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar da sociedade.


d) o estado estacionário pode ser considerado como um equilíbrio de longo prazo.
e) somente o progresso tecnológico explica o crescimento de longo prazo.

Resolução:

No modelo de Solow, no longo prazo a economia estará no estado estacionário e


somente o progresso tecnológico poderá explicar o crescimento da economia. O Estado
de equilíbrio de longo prazo que maximiza o bem-estar da sociedade é chamado de
nível ótimo de acumulação de capital definido pela Regra de Ouro. Ele define o estado
de equilíbrio que contenha o máximo de consumo possível.

Sendo assim, a resposta correta é a letra C.

Gabarito: C

Questão 73

(AFRF – ESAF – 2002–2) – Considere os seguintes dados para o modelo de


crescimento de Solow:
k = estoque de capital por trabalhador
δ = taxa de depreciação
y = produto por trabalhador
s = taxa de poupança
Sabendo-se que y = (k)0,5 , δ = 0,1 e s = 0,4, os níveis de k e y no estado
estacionário serão, respectivamente:
a) 16 e 4
b) 16 e 8
c) 4 e 16
d) 4 e 8
e) 4 e 12

Resolução:

Como
∆k = s ⋅ f (k ) − δ ⋅ k , temos que no “steady state” ∆k = 0 . Dessa forma, temos :

s ⋅ f (k ) = δ ⋅ k

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1
k s k 0,4 1−
= ⇒ = ⇒k 2 =4
f (k ) δ k 0,1
1
k 2 = 4 ⇒ k = 16
1 1
2 2
y = k = 16 = 4

Gabarito: A

Questão 74

(CESPE – Economista – Ministério da Justiça – 2013) – De acordo com o modelo de


Solow, o nível ótimo da acumulação de capital proposto pela regra de ouro corresponde
ao consumo per capita máximo.

Resolução:

A regra de ouro mostra exatamente esse ponto. Veja o que falamos na parte teórica da
aula.

A regra de ouro tenta encontrar qual seria o ponto ótimo de consumo e poupança na
data zero para que seja proporcionado à população o máximo de bem-estar possível
que é dado com o máximo de consumo.

Segundo Mankiw:

“Um administrador público interessado no bem-estar da população vai


procurar escolher um estado de equilíbrio de longo prazo que contenha o
máximo de consumo possível. Esse equilíbrio é chamado de nível ótimo da
acumulação de capital definido pela Regra de Ouro, e é expresso por
k**.”

Sendo assim, o item está CERTO.

Gabarito: C

Questão 75

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(CESPE – Especialista em Regulação – ANAC – 2012) – No modelo de crescimento de


Solow, a convergência consiste na hipótese de que a economia se relaciona de forma
inversa com a renda e, no longo prazo, a renda de todos os países converge para o
mesmo valor.

Resolução:

A parte final da assertiva está correta. No longo prazo, a renda de todos os países
convergem para um mesmo valor.

Gabarito: Anulada

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Bibliografia
Blanchard, Olivier – Macroeconomia: Teoria e Política Econômica, Editora Campus,
1999.

Dornbusch, R & Fischer S. – Macroeconomia, Editora Makron Books – 5ª Edição, 1991.

Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999.

Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985.

Froyen, Richard T. – Macroeconomia, Editora Saraiva – Tradução da 5ª Edição, 2001.


Giambiagi & Além – Finanças Públicas – Teoria e Prática no Brasil, Editora Campus – 4ª
Edição, 2011.

Kupfer & Hasenclever – Economia Industrial, Editora Campus – 1ª Edição, 2002.

Lopes,L.M & Vasconcellos, M.A.S. – Manual de Macroeconomia: Básico e Intermediário,


Editora Atlas, 2a Edição, 2000.

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Sachs & Larrain – Macroeconomia, Editora Makron Books – 2000.

Simonsen, M.H. & Cysne R.P. – Macroeconomia, Editora Atlas – 2a Edição, 1995.

Stiglitz, J. Economics of Public Sector. Norton&Company, 1986.

Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição,


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Vasconcellos, M.A. Sandoval – Economia Micro e Macro, Editora Atlas – 2ª Edição,


2001.

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