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Universidade Estadual de Maringá
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Santo Agostinho pôs em relevo a sua concepção de homem, que para ele tratava-
se de um mistério que deveria ser desvendado:
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Se a vida tende ao nada foi por se ter desviado – por uma defecção
voluntária – de quem a criou, e de cujo ser desfrutava. Foi por querer
– contra a lei divina – gozar dos seres corpóreos aos quais Deus a
tinha colocado superior. Essa é a perversão (AGOSTINHO, 1992, 11,
21, p. 54).
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Quando se indaga da causa de um crime, nela ordinariamente não
acreditamos, enquanto não descobrimos que pode ter sido o desejo de
obter algum dos bens que chamamos de inferiores, ou o medo de
perdê-lo; são, de fato, belos e atraentes esses bens, embora sejam
desprezíveis e baixos quando comparados aos bens superiores e
beatíficos (AGOSTINHO, 2010, II, 5, 10, p. 56).
Era necessário, diante disso, que o homem se voltasse para sua alma, onde se
encontrava o verdadeiro conhecimento. Ao tratar disso, Santo Agostinho apresentou
uma proposta formativa que pode ser considerada autoeducativa: era uma busca interior
dirigida pelo indivíduo, que deveria lutar contra o pecado, conduzido por sua razão
(CAMBI, 1999).
Essa configuração da educação agostiniana demonstra forte influência platônica,
e foi entendida, em um primeiro momento, como uma caminhada de purificação moral e
exercitação intelectual, pela qual o homem ia identificando-se com a Sabedoria,
Bondade, Beleza e Felicidade supremas (PEREIRA MELO, 2002).
Deus era apresentado pelo pensador como a própria Verdade e como fonte da
verdadeira felicidade, ou seja, como resultado final da busca empreendida pelo homem,
de modo que somente ao contemplá-Lo seria possível alcançar a tranquilidade:
Ao amar e buscar a Deus durante sua vida, o homem poderia gozar da felicidade
completa após a sua morte: “Adorai juntos e amai a Deus – por amor. Todo o nosso
prêmio será Ele mesmo, e na vida eterna gozaremos de sua bondade e de sua beleza”
(AGOSTINHO, 2005, 27, 55, p. 120).
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Pois a terra é visível, como também o é a luz; mas a terra não pode ser
vista se não for iluminada pela luz. Por isso, as coisas que alguém
entende, que são ensinadas nas ciências, sem dúvida alguma ele as
admite como verdadeiras, mas deve-se crer que elas não podem ser
entendidas se não forem esclarecidas por outro, como que por um sol.
Como no sol podem-se [sic] notar três coisas: que existe, que brilha e
que ilumina, assim também no secretíssimo Deus, a quem tu desejas
compreender, devem-se considerar três coisas: que existe, que é
conhecido e que faz com que as demais coisas sejam entendidas
(AGOSTINHO, 1998, I, 8, 15, p. 34).
Não saias de ti, mas volta para dentro de ti mesmo, a Verdade habita
no coração do homem. E se não encontras senão a tua natureza sujeita
a mudanças, vai além de ti mesmo. Em te ultrapassando, porém, não te
esqueças que transcendes tua alma que raciocina. Portanto, dirige-te à
fonte da própria luz da razão (AGOSTINHO, 1992, 39, 72, p. 106,
107).
Contudo, nem toda alma estava apta para que pudesse visualizar as verdades ali
presentes e chegar à contemplação de Deus. Era necessário, segundo Santo Agostinho,
que o homem passasse por uma caminhada formativa santificadora:
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Por meio dessa caminhada é que o homem iria se afastando do que o levava a
vida de pecados, já que o apego à materialidade aparecia como um impedimento na
realização da autoeducação:
A partir daí, conforme Pereira Melo (2010), Santo Agostinho apresentou uma
nova definição de educação, influenciado pela leitura de Paulo de Tarso, em que ela era
caracterizada como uma peregrinação do homem, na qual o ‘homem exterior’, voltado
aos bens materiais, mutáveis e mortais, deveria ceder lugar ao ‘homem interior’, ligado
aos bens espirituais, imutáveis e imortais:
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REFERÊNCIAS
AGOSTINHO. A Cidade de Deus. Volume II. São Paulo: Editora das Américas, 1961.
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BARK, W. Carrol. Origens da Idade Média. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1979.
GRIMAL, P. O fim do Império. In: O Império Romano. Lisboa: Edições 70, 1999.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. 10.ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
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