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Universidade Estadual de Maringá

26 e 27/05/2011

SANTO AGOSTINHO E EDUCAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES

SOUZA, Mariana Rossetto de (UEM/Bolsista CAPES)


PEREIRA MELO, José Joaquim (Orientador/UEM)

O presente trabalho tem como objetivo discutir a concepção de educação


apresentada por Santo Agostinho. Para tanto, pretende-se partir de uma perspectiva
metodológica que identifique o período histórico no qual Santo Agostinho está inserido
e a influência dos acontecimentos desse momento em seu pensamento e em suas
propostas.
Com isso, ao estudar o contexto histórico, é possível chegar à motivação
agostiniana em apontar caminhos para o homem de seu tempo. É importante considerar
que esse homem é histórico, sendo entendido a partir de sua inserção na sociedade e das
relações que estabelece:

O homem, tomado historicamente, expressa uma época. Os conceitos,


as definições, as concepções substancialmente interessadas em
entender o homem não extrapolam a materialidade das condições nas
quais as idéias se gestam. O pensamento é filho do tempo [...]
(NAGEL, 2002, p. 35).

Nesse sentido, baseando-se no que Marx e Engels apresentam em “A Ideologia


Alemã”, as relações sociais devem ser contempladas como um todo, entendendo-se que
a materialidade do período favorece a constituição da consciência humana e, por
extensão, o modo como o homem explica e organiza a sociedade. Assim, parte-se do
pressuposto de que o homem deve ser entendido a partir dos diversos fatores sociais que
o envolve, acreditando-se que abandonar esse entendimento coloca em risco a relação
existente entre o desenvolvimento histórico e a sociedade.

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Santo Agostinho e a consolidação do cristianismo

Santo Agostinho nasceu em 354 d.C., em Tagaste, na África, e faleceu em 430


d.C., em Hipona, onde era bispo desde o ano de 395. Viveu, portanto, entre os séculos
IV e V, momento de profundas transformações no Ocidente Europeu: paralelamente à
decadência do Império Romano, que passava por uma crise de ordem econômica,
política e social, o cristianismo ia se consolidando.
Tal situação culminou no fim do Império Romano, que foi decretado por
Odoacro – oficial bárbaro que viveu aproximadamente entre os anos de 434 e 493 – em
agosto de 476. Apesar disso, é importante considerar que “[...] há muito que a idéia do
Império Romano deixara de existir no espírito de alguns. Já não se apoiava em nada de
concreto” (GRIMAL, 1999).
Nesse contexto de enfraquecimento do Império Romano, a unidade política
romana foi sendo substituída gradativamente pela unidade religiosa cristã (BARK,
1979). Fundamental para que isso acontecesse foi a conversão do Imperador
Constantino (306-337): ao se tornar cristão, ele deu início ao processo que levaria a
sociedade à mudança que aconteceu no governo de Teodósio (378-395), quando o
cristianismo tornou-se a religião oficial do Império.
A doutrina cristã indicava uma nova fonte de felicidade para os homens, que
seria encontrada não mais em sua materialidade, mas após a morte. Esta proposta foi de
encontro às necessidades dos homens daquele período, que estavam inseguros em
decorrência da instabilidade social e, por extensão, de suas vidas:

Os que se recusaram à rendição buscaram refúgio na religião.


Procuraram livrar-se da mesquinhez da vida real com a contemplação
de Deus e na comunhão com o mundo invisível. Incapazes de
trabalhar para outros ou de lutar pela vitória de qualquer grande causa,
retiraram-se inteiramente para dentro de si mesmos, adotando a
autoperfeição como ideal, o desenvolvimento constante de seu próprio
ser moral e espiritual (ROSTOVTZEFF, 1967, p. 297).

A Igreja Cristã, dessa maneira, tornou-se a grande pedagoga daquele momento,


passando a direcionar os homens de acordo com seus ideais e concepções, tendo em
vista a formação de uma sociedade cristã:

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Havia a preocupação de integrar o homem numa nova ordem social


que, em rigor, não era política, mas religiosa. Tratava-se, portanto, de
definir um conjunto de ações, construídas a partir da fé e da crença na
salvação, capazes de formar um novo modelo de homem e de
comunidade, a Igreja. Os convertidos, para serem aceitos e integrados
na comunidade, precisavam ser instruídos nos preceitos que
orientariam sua vida [...] (BORDIN, 2007).

O que se pretendia era a formação de um homem cuja conduta de vida fosse


pautada nos preceitos do cristianismo, já que, para o entendimento cristão, somente ao
buscar a santificação esse homem teria condições de sair do estado de miserabilidade
que lhe era atribuído e chegar ao ideal formativo.
Papel fundamental para a consolidação do pensamento cristão tiveram os Padres
da Igreja e, dentre eles, Santo Agostinho, que sistematizou o pensamento da Patrística e
auxiliou na fundamentação filosófico-teológica e educacional do cristianismo, indo
além, ao produzir “um autêntico ideário pedagógico” (NUNES, 1978, p. 205).
Como nos outros Padres da Igreja, o que se verifica em Santo Agostinho é uma
preocupação com os problemas do homem de seu tempo e da Igreja Cristã (MARROU,
1957). Em suas propostas, apresentava um direcionamento formativo, que, segundo ele,
levaria o homem à regeneração e lhe daria condições de alcançar a santificação. Nessa
preocupação em atender aos interesses do cristianismo, Santo Agostinho organizou um
projeto formativo cujo resultado deveria refletir na condição da vida humana e na
organização da sociedade naquele momento.

O homem e a caminhada educativa na busca por Deus

Santo Agostinho pôs em relevo a sua concepção de homem, que para ele tratava-
se de um mistério que deveria ser desvendado:

O homem é realmente um grande mistério; mas tu, Senhor, conheces


até o número de seus cabelos, sem que se perca um só! E, no entanto,
os cabelos são muito mais facilmente enumeráveis do que as afeições
e sentimentos do coração (AGOSTINHO, 2010, IV, 14, 22, p.
106,107).
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“Quem, dentre os homens, conhece o que é do homem, senão o


espírito do homem que nele está”? Existe, porém, algo no homem que
nem sequer seu espírito conhece (AGOSTINHO, 2010, X, 5, 7, p.
274).

Além disso, o homem, para Santo Agostinho, era um ser em estado de


miserabilidade, que estava infeliz por buscar a tranquilidade nos bens materiais,
satisfazendo-se com o corpo, elemento inferior na constituição humana:

Querem descansar nos bens instáveis – e não nos permanentes: são-


lhes aqueles arrancados pelo tempo e passam... e os atormentam com
temores e dores e os não deixam tranqüilos (AGOSTINHO, 2005, 16,
24, p. 79).
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Por certo, um homem não se considerará muito infeliz se vier a perder
sua boa reputação, riquezas consideráveis ou bens corporais de toda
espécie? Mas não o julgarás, antes, muito mais infeliz, caso tendo em
abundância todos esses bens, venha ele a se apegar demasiadamente a
tudo isso, coisas essas que podem ser perdidas bem facilmente e que
não são conquistadas quando se quer? (AGOSTINHO, 1995, 12, 26,
p. 54).

Essa falsa identificação do ser que o homem realizava, esperando encontrar a


felicidade nos bens inferiores e limitados, segundo Santo Agostinho, levava-o ao
fracasso e o desviava do projeto santificador do cristianismo (PEREIRA MELO, 2010).
De acordo com o entendimento agostiniano, era a alma que garantia a
superioridade do homem em relação aos outros animais. Isso se devia ao fato de a alma
possuir a razão e estar ligada a Deus:

É evidente que nem a tudo o que dentre as criaturas é semelhante a


Deus pode-se denominar sua imagem, apenas o é a alma, à qual
unicamente Deus lhe é superior. Só a alma é a expressão de Deus, pois
natureza alguma se interpõe entre ela e ele (AGOSTINHO, 1994, XI,
5, 8, p. 349).

O homem também era apresentado pelo pensador como um pecador, sendo o


pecado o responsável pela sua miséria e infelicidade: era por meio do pecado que o
homem se afastava de sua alma – superior – e, consequentemente, de Deus:

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Se a vida tende ao nada foi por se ter desviado – por uma defecção
voluntária – de quem a criou, e de cujo ser desfrutava. Foi por querer
– contra a lei divina – gozar dos seres corpóreos aos quais Deus a
tinha colocado superior. Essa é a perversão (AGOSTINHO, 1992, 11,
21, p. 54).
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Quando se indaga da causa de um crime, nela ordinariamente não
acreditamos, enquanto não descobrimos que pode ter sido o desejo de
obter algum dos bens que chamamos de inferiores, ou o medo de
perdê-lo; são, de fato, belos e atraentes esses bens, embora sejam
desprezíveis e baixos quando comparados aos bens superiores e
beatíficos (AGOSTINHO, 2010, II, 5, 10, p. 56).

Era necessário, diante disso, que o homem se voltasse para sua alma, onde se
encontrava o verdadeiro conhecimento. Ao tratar disso, Santo Agostinho apresentou
uma proposta formativa que pode ser considerada autoeducativa: era uma busca interior
dirigida pelo indivíduo, que deveria lutar contra o pecado, conduzido por sua razão
(CAMBI, 1999).
Essa configuração da educação agostiniana demonstra forte influência platônica,
e foi entendida, em um primeiro momento, como uma caminhada de purificação moral e
exercitação intelectual, pela qual o homem ia identificando-se com a Sabedoria,
Bondade, Beleza e Felicidade supremas (PEREIRA MELO, 2002).
Deus era apresentado pelo pensador como a própria Verdade e como fonte da
verdadeira felicidade, ou seja, como resultado final da busca empreendida pelo homem,
de modo que somente ao contemplá-Lo seria possível alcançar a tranquilidade:

E quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação; o homem


carregado com sua condição mortal, carregado com o testemunho de
seu pecado e com o testemunho de que resistes aos soberbos; e mesmo
assim, quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação. Tu o
incitas para que sinta prazer em louvar-te; fizeste-nos para ti, e
inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti
(AGOSTINHO, 2010, I, 1, 1, p. 19).

Ao amar e buscar a Deus durante sua vida, o homem poderia gozar da felicidade
completa após a sua morte: “Adorai juntos e amai a Deus – por amor. Todo o nosso
prêmio será Ele mesmo, e na vida eterna gozaremos de sua bondade e de sua beleza”
(AGOSTINHO, 2005, 27, 55, p. 120).

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Portanto, a perfeição moral, a felicidade e, consequentemente, a sabedoria


completa estavam relacionadas à ação do homem, que deveria conhecer e amar a Deus
(PEREIRA MELO, 2010). Com isso, o homem ia assumindo a vivência cristã e se
aproximando do processo de santificação.
Em sua Teoria da Iluminação Divina, Santo Agostinho explicou a presença do
verdadeiro conhecimento na alma humana como a ação direta de Deus na mente do
homem: “[...] uma luz mediante a qual Deus irradia na mente humana as verdades
absolutas, imutáveis” (MONDIN, 1981, p. 139). De acordo com ele, era essa luz divina
que possibilitava aos homens chegarem à compreensão das coisas:

Pois a terra é visível, como também o é a luz; mas a terra não pode ser
vista se não for iluminada pela luz. Por isso, as coisas que alguém
entende, que são ensinadas nas ciências, sem dúvida alguma ele as
admite como verdadeiras, mas deve-se crer que elas não podem ser
entendidas se não forem esclarecidas por outro, como que por um sol.
Como no sol podem-se [sic] notar três coisas: que existe, que brilha e
que ilumina, assim também no secretíssimo Deus, a quem tu desejas
compreender, devem-se considerar três coisas: que existe, que é
conhecido e que faz com que as demais coisas sejam entendidas
(AGOSTINHO, 1998, I, 8, 15, p. 34).

O homem deveria voltar-se para dentro de si mesmo e para sua inteligência e


ultrapassá-la para encontrar a ‘luz imutável‘, que é divina (PÉPIN, 2004), como o
próprio Santo Agostinho afirmou:

Não saias de ti, mas volta para dentro de ti mesmo, a Verdade habita
no coração do homem. E se não encontras senão a tua natureza sujeita
a mudanças, vai além de ti mesmo. Em te ultrapassando, porém, não te
esqueças que transcendes tua alma que raciocina. Portanto, dirige-te à
fonte da própria luz da razão (AGOSTINHO, 1992, 39, 72, p. 106,
107).

Contudo, nem toda alma estava apta para que pudesse visualizar as verdades ali
presentes e chegar à contemplação de Deus. Era necessário, segundo Santo Agostinho,
que o homem passasse por uma caminhada formativa santificadora:

É próprio de todos os homens quererem ser felizes, mas nem todos


possuem a fé para chegar à felicidade pela purificação do coração.

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Acontece, entretanto, que esse caminho que nem todos desejam é o


verdadeiro caminho para a felicidade, a qual ninguém pode alcançar se
não o quiser (AGOSTINHO, 1994, XIII, 20, 25, p. 433).

Por meio dessa caminhada é que o homem iria se afastando do que o levava a
vida de pecados, já que o apego à materialidade aparecia como um impedimento na
realização da autoeducação:

Faze, Pai, que eu te procure, mas livra-me do erro. Nenhuma outra


coisa, além de ti, se apresente a mim, que te estou procurando. Se
nada mais desejo senão a ti, Pai, então eu te encontro logo. Mas se
houver em mim desejo de algo supérfluo, limpa-me e torna-me apto a
ver-te (AGOSTINHO, 1998, I, 1, 6, p. 20).
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Se durante a etapa de sua vida humana, a alma vence as cobiças com
que se nutriu pelo gozo das coisas perecedoras, se ela crê que, para as
vencer [sic], Deus a ajuda com o socorro de sua graça, e se submete a
ele, em espírito e de boa vontade, então, sem dúvida alguma, ela será
regenerada. Da dissipação de tantas coisas transitórias, voltará ao Uno
imutável (AGOSTINHO, 1992, 12, 24, p. 56).

A partir daí, conforme Pereira Melo (2010), Santo Agostinho apresentou uma
nova definição de educação, influenciado pela leitura de Paulo de Tarso, em que ela era
caracterizada como uma peregrinação do homem, na qual o ‘homem exterior’, voltado
aos bens materiais, mutáveis e mortais, deveria ceder lugar ao ‘homem interior’, ligado
aos bens espirituais, imutáveis e imortais:

Eis a vida do homem que vive conforme o corpo e deixa-se prender


pela cobiça das coisas temporais. É o chamado homem velho e
exterior, o homem terreno. [...] Outros, porém, tendo necessariamente
começado por aí, renascem interiormente, mortificam-se, eliminam
por seu crescimento na sabedoria, tudo o que resta do homem velho.
Apegando-se estreitamente às leis divinas, esperam para depois da
morte visível a renovação integral. Esse é o chamado homem novo,
interior e celestial (AGOSTINHO, 1992, 26, 48,49, p. 81, 82).

Ao superar o obstáculo de se voltar para os apelos exteriores do mundo, o


homem daria o primeiro passo da caminhada educativa cristã. Entretanto, era preciso
cuidar para que a alma não ficasse presa na contemplação de sua grandiosidade, sem se
voltar para aquele que lhe deu origem, ou seja, o próprio Deus (PEREIRA MELO,

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2010). Por isso, o homem deveria transcender as criaturas corpóreas e incorpóreas e se


voltar para Deus, chegando assim ao objetivo final da educação cristã:

Pois a alma vê algumas coisas intrinsecamente belas numa natureza


superior, que é Deus. E quando deveria estar permanecendo no gozo
desse Bem, ao querer atribuí-lo a si mesma não quer fazer-se
semelhante a Deus, com o auxílio de Deus, mas ser o que ela é por si
própria, afastando-se dEle e resvalando. Firma-se cada vez menos,
porque se ilude, pensando subir cada vez mais alto. Não se basta a si
mesma, e nem lhe basta bem algum, ao se afastar daquele que
unicamente se basta (AGOSTINHO, 1994, X, 5, 7, p.320).
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É grande e bem raro esforço transcender com o poder da razão todas
as criaturas corpóreas e incorpóreas, que se apresentam mutáveis, e
chegar à substância imutável de Deus e dele próprio aprender que toda
natureza que não é Ele não tem outro autor senão Ele. [...] Fala pela
verdade mesma, se alguém há idôneo para ouvir com a mente, não
com o corpo. Fala desse modo à parte do homem que no homem é
mais perfeita que as demais de que consta e à qual apenas Deus é
superior (AGOSTINHO, 1961, p. 104).

Entende-se, assim, que a proposta de Santo Agostinho objetivava a


transformação do homem, que, para ter acesso ao verdadeiro conhecimento, deveria
realizar um progresso na fé, o que lhe possibilitaria distinguir os bens que deveriam ser
amados para que pudesse chegar à felicidade completa.
Há uma estreita relação existente entre o entendimento acerca do homem e a
proposta educativa de Santo Agostinho: é a partir da concepção de homem como ser em
estado de miserabilidade e pecador que Santo Agostinho propõe uma caminhada
educativa de purificação e de aproximação de Deus.
Destaca-se que esse processo educativo assume um importante papel, pois ele
apareceu no momento de transformação pelo qual passava a Europa Ocidental e trouxe
consigo com um novo ideal de sociedade e de homem para aquele momento histórico
em que se situava:

Nesse sentido, a concepção de homem, que sempre permite desvelar


um ideal de hominidade, nem que seja por negação da essência
constatada ou admitida, jamais está separada do itinerário educativo
que esta mesma sociedade está propondo (NAGEL, 2002 p.37).

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Nesse sentido, o pensamento agostiniano busca atender às necessidades dos


homens, que estavam em crise e inseguros e, principalmente, fundamentar a doutrina
cristã, auxiliando na consolidação do cristianismo, já que o momento dava
possibilidades para que a igreja assumisse a direção da sociedade e formasse os homens
de acordo com seus conceitos.
Importa também destacar a relação entre a proposta educativa de Santo
Agostinho e sua concepção de corpo como responsável pela fraqueza do homem: é a
partir desse entendimento que ele direciona o homem para uma caminhada de busca
interior. Por fim, destaca-se o entendimento que o pensador tinha de Deus como fonte
de Verdade e felicidade, de tal maneira que é Ele o fim para o qual o processo educativo
se direciona.
Além de possibilitar uma melhor compreensão do modo como o processo
formativo cristão se desenvolveu e se consolidou no período em que o pensador viveu e
de como suas concepções e propostas iam de encontro às necessidades de seu tempo e
dos interesses cristãos, esse estudo possibilita uma compreensão do fenômeno educativo
em suas dimensões ética, histórica e social, já que Santo Agostinho trata de valores
universais e, segundo o pensador, das inquietudes humanas, o que se constitui tema de
uma atualidade incontestável.

REFERÊNCIAS

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MARROU, H. Santo Agostinho e o agostinismo. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1957.

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MONDIN, B. Agostinho de Hipona. In: ______. Curso de Filosofia: os filósofos do


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