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Oralidade (pág. 4)
Excerto 2
1. V. 2. F: Nenhuma das empregadas tinha a certeza de ter visto Diana. 3. V. 4. F: Angel
ofereceu alguma resistência ao pedido, apresentando dificuldades como
confidencialidade ou atualização das listas. Sobre os motivos do amigo nada
questionou. Limitou-se a ouvir as explicações que ele lhe deu. 5. V. 6. F: Segundo
Daniel era um nome pouco vulgar em Espanha.
Excerto 3
1. V. 2. F: Apenas lhe dera as moradas. 3. V. 4. F: Daniel decidiu fazer-se passar por
funcionário de uma empresa de sondagens. 5. V. 6. V. 7. F: Daniel acabou as buscas
casa a casa sem qualquer pista. 8. V.
Excerto 4
1. a.; 2. b.; 3. a.; 4. c.
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feliz. Daí a sua persistência em encontrá-la, os seus
momentos de depressão, a sua enorme desilusão pela busca infrutífera.
Diana é uma solitária, que alia o gosta da aventura a uma grande imaginação.
Preenche a sua vida procurando conhecer o espírito das cidades por onde viaja como
se de um ser humano se tratasse. Por isso este ritual de abandonar oito fotografias ao
acaso. É um pouco da sua memória que fica na cidade. Mas a sua fantasia vai mais
longe. Gostava de imaginar vidas para as pessoas que via ocasionalmente. Deixar as
suas fotografias ao acaso pela cidade dava-lhe a ilusão de que alguém, em qualquer
sítio, em qualquer momento, poderia estar a fazer o mesmo. A sonhar uma vida para a
Diana da fotografia. Tudo isto está de acordo com uma imaginação delirante e uma
vontade imensa de fugir à rotina.
Este guião de leitura, bem como os de A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho,
Saga, O gato Malhado e a andorinha Sinhá, O mundo em que vivi, pressupõe a leitura
prévia da respetiva obra, na íntegra.
1. Tinha de ir para longe porque na sua terra ninguém lhe dava nada. Por um lado, os
seus conterrâneos também viveriam com dificuldades e portanto pouco teriam para dar.
Por outro lado, o velho Garrinchas não precisava, ocasionalmente, de uma esmola.
Precisava de auxílio diário, precisava de qualquer coisa que lhe permitisse comer todos
os dias. E isso em Lourosa não lhe davam, porque não estavam dispostos a sustentar
mais uma boca ou simplesmente não tinham como o fazer.
2. Não ficou em Loivos porque era véspera de Natal e ele queria passar a consoada na
sua terra. Embora não tivesse família, tinha o forno do povo, onde outros mendigos
como ele iriam dormir. As telhas, o borralho de estevas e giestas, o perfume de pão
fresco, tudo lhe era familiar, era da sua terra e por isso era aí que queria passar a
consoada.
3. Sem forças para continuar a percorrer os caminhos da serra, sem forças para
enfrentar a neve e o frio, que cada vez eram mais intensos, quando chegou ao adro da
ermida decidiu que era mesmo ali que ia ficar.
4. Garrinchas, sozinho, na noite de consoada, sentiu-se próximo da santa. Também ela,
com o seu menino nos braços, estava sozinha no altar e parecia sorrir-lhe, parecia
satisfeita, tal como o menino, por ele estar ali. Então o velho Garrinchas resolveu meio a
sério, meio a brincar, recriar a verdadeira consoada – a estátua representava, como
sempre, a Virgem Maria e o Menino Jesus, ele fazia de S. José.
5.1 e 5.2 O 1.º momento corresponde ao primeiro parágrafo. (Título possível: Profissão
– pedinte)
O 2.º momento corresponde ao terceiro e quarto parágrafos. (Regresso impossível)
O 3.º momento começa em «E caía algodão em rama!» e termina em «que mais
faltava?». (A solução)
O 4.º momento é constituído pelos últimos parágrafos, a partir de «Enxuto e quente». (A
verdadeira consoada)
Nota: Os títulos (entre parênteses) são apenas sugestões.
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6.1 Os emissores são as pessoas a quem Garrinchas pedia
(«Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser») e o próprio Garrinchas («beba
um desgraçado água dos ribeiros e coma pedras!»).
6.2 O facto de as suas palavras estarem separadas por um travessão.
7. Para ele, ser um bom cristão era praticar boas ações. Não eram as rezas ou
ladainhas que abriam as portas do paraíso, mas os atos cometidos.
8.1 O forno do povo, em Lourosa, a sua aldeia.
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e trata-os como amigos, consciente, contudo, da sua
pequenez humana: «eu, embora indigno, faço de S. José.»
Garrinchas, além de inteligente, tem a simplicidade dos puros.
1.1 Clio, a musa da História, enfadada com a sua tarefa de tecer, adormeceu, mas os
dedos continuaram a entrelaçar os fios. Dois fios enlaçaram-se, e fez-se um nó que
misturou duas datas históricas.
1.2 Como Clio tinha a incumbência de fazer a tapeçaria da história dos humanos, ao
enlaçar, involuntariamente, os dois fios, misturou duas épocas – século XII e século XX.
1.3 Súbito encontro entre dois grupos opositores: começa em «Os automobilistas»
(l. 12) e termina em «… por hordas de nazarenos odiosos» (l. 22). Consequência
imediata desse encontro: começa em «Viu-se de repente…» (l. 23) e termina em «e
bradado que Alá era grande» (l. 30). Estratégia da tropa de Ibn-el-Muftar: começa em
«De que Alá era grande…» (l. 31) e termina em «… partida de jinns encabriolados?» (l.
41). Reação da polícia: começa em «Enquanto o árabe refletia» (l. 42) e termina em
«… com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicolores» (l. 67). Reações dos
grupos frente a frente no terreno: começa em «Entretanto, Ibn-el-Muftar via pela
frente…» (l. 68) e termina em «… a canalha a desafiar a polícia» (ll. 101-102). Atuação
da Polícia de Intervenção: começa em «– Toca a varrer…» (l. 103) e termina em
«placa central da praça do Areeiro» (l. 129). Atuação da tropa Ralis: começa em «Por
essa altura…» (l. 130) e termina em «… engarrafamento com camiões TIR» (l. 136).
Atuação da Companhia de Intendentes: começa em «Mais sorte teve o capitão…» (l.
137) e termina em «… aproximaram-se da mourama» (ll. 153-154). Predisposição
para conversações: começa em «Nessa ocasião, Ibn-el-Muftar e o seu estado-
maior…» (l. 155) e termina em «– Aleikum salam» (l. 170). Desaparecimento súbito do
grupo invasor: começa em «De maneira que…» (l. 174) e termina em «… a coçar a
cabeça, abismados» (l. 176). Ibn-el-Muftar desiste da invasão da cidade de Lisboa:
começa em «Ibn-el-Muftar, por seu lado…» (l. 177) e termina em «… e desistiu da
cidade» (l. 188). Esquecimento do episódio: começa em «A musa Clio não teve
poderes…» (l. 189) e termina em «… se enfaixasse num camião TIR.» (l. 199).
Consequências desta «inaudita guerra»: três últimos parágrafos.
1.4 ● Essa interferência dá-se quando Clio acorda e repara que havia trocado os fios da
tapeçaria.
● As tropas árabes desapareceram, os homens que se encontravam na Avenida Gago
Coutinho ficaram incrédulos.
1.5 As consequências recaem sobre homens e deuses porque os árabes acharam que
aqueles acontecimentos todos eram um mau agoiro e desistiram de atacar a cidade de
Lisboa. Preferiram conquistar as terras de Chantarim, da margem do Tejo. Para as
autoridades de Lisboa, as consequências foram mais gravosas porque tiveram bastante
dificuldade em explicar aos seus superiores porque haviam colocado tantos seguranças
na Avenida; e alguns foram mesmo alvo de processo marcial. Quanto à deusa Clio,
ficou proibida de tomar ambrósia durante quatrocentos anos.
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1.6 A imagem ilustra o essencial da ação do conto pois
mostra alguém, que parece adormecida, a tecer uma tapeçaria. Ao longo desses fios
vê-se por um lado as tropas árabes e, por outro, um carro de polícia de uma época
recente.
2.1 Esta realidade manifesta-se desde logo pela quantidade de homens que entraram
na Avenida Gago Coutinho, mais de dez mil combatentes, quase todos montados a
cavalo. Na perspetiva do PSP Manuel Reis Tobias, era «uma multidão de indivíduos do
sexo masculino, a maior parte dos quais portadores de armas brancas e objetos
contundentes, cortantes e perfurantes, com bandeiras e trajes de carnaval». Muitos
destes homens eram archeiros pois, a determinada altura, lançaram as suas setas
contra o grupo de tropas.
Sabe-se que o chefe Ibn-el-Muftar era um homem de barbicha afilada que vestia um
manto e «a cota de malha», tinha um barbante e trazia na mão um pendão verde e um
alfange.
Por último, a referência à crença em Alá – o próprio adjunto de Ibn-el-Muftar diante de
tal confusão queria apear-se do cavalo para orar a Alá.
2.2 Quem comandava as tropas mouras era Ibn-el-Muftar, cujo objetivo era cercar e
invadir a cidade de Lisboa.
2.3.1 1.ª O chefe mouro, quando chegou à Avenida e avistou toda aquela confusão
diante do seu adjunto que queria orar a Alá, mandou-o ficar quieto assim como toda a
tropa que estava atrás de si. 2.ª Assim que viu todos os automobilistas saírem dos seus
veículos, decidiu formar esquadrões para que pudessem atuar a qualquer momento. 3.ª
Após um camionista ter atirado um «calhau» e acertado num dos seus homens,
resolveu dar uma ordem e vinte archeiros atiraram uma «saraivada de setas». 4.ª
Quando vislumbrou a Polícia de Intervenção a «varrer» tudo à bastonada e a aproximar-
se, decidiu dar ordem aos seus homens para atacar. 5.* Por último, diante de um grupo
restrito de homens que se aproximavam, decidiu que poderiam conversar.
2.3.1 As decisões foram adequadas e sensatas, uma vez que diante de uma situação
tão insólita, o chefe mouro teve o discernimento de aguardar e só ameaçar atacar
quando se sentia atacado.
2.4 Diante daquele pandemónio que ultrapassava a compreensão humana de um
mouro do século XII, o chefe acreditou que alguém tivesse feito mal a Alá. Seria aquilo o
«inferno corânico», uma «uma feitiçaria cristã» ou seria «uma partida de jinns
encabriolados»?
3.1 Os invadidos são todos os transeuntes e automobilistas do século XX que se
encontravam na Avenida Gago Coutinho.
3.2 Os invadidos acham que tudo aquilo é um cenário montado para uma campanha
publicitária ou para a cena de um filme.
3.3 Sim. Nunca ninguém pensaria que pudessem estar ali presentes tropas mouras do
século XII, portanto os automobilistas limitaram-se a fazer o que muitos fazem nas
estradas quando não se consegue andar – saem dos carros, apitam, gritam e os mais
bem-humorados brincam com a situação.
4.1 O invasor não investiu logo contra o inimigo porque ficou perplexo com tamanha
confusão de carros, que não conhecia, de prédios onde esperava encontrar campos.
Aliás, os homens e os seus cavalos assustaram-se com o ruído ensurdecedor que se
ouvia na avenida.
4.2 O grupo invasor ficou tão estupefacto com o que presenciou que não soube como
reagir. Aqueles não eram os homens nem as muralhas de Lixbuna que eles conheciam
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bem. Aqueles não eram os inimigos que vinham preparados
para abater.
5.1 Quem tomou a primeira iniciativa necessária e adequada foi o agente da PSP
Manuel Reis Tobias que transmitiu ao posto de comando o que estava a acontecer na
Avenida Gago Coutinho.
● Não foi um ato heroico porque o agente estava atrás de umas colunas de um prédio,
meio escondido, e estava tão amedrontado que a sua mensagem para o posto de
comando não foi muito clara.
5.2.1 O comissário Nunes achou que se tratava de uma manifestação da «canalha» que
desafiava, uma vez mais, a polícia.
5.2.2 O comissário resolveu colocar os pelotões da Polícia da Intervenção a bater à
bastonada em todas as pessoas que encontravam.
5.2.3 O chefe mouro achou que aquele grupo era a guarda de Ibn-Arrik, senhor de
Lixbuna, e mandou as suas tropas lançarem-se contra eles.
5.2.4 Diante das tropas mouras, os pelotões da Polícia da Intervenção desataram a
fugir.
5.3 O corpo de Ralis não chegou a intervir porque os seus blindados não conseguiram
passar no imenso caos de trânsito.
5.4 O capitão já vinha com indicações para avaliar a situação, mas agir sempre com
moderação. Depressa percebeu que à sua frente estavam tropas mouras, afastou os
civis e seguiu com sete homens armados. O chefe mouro percebeu que se tratava de
militares mas não os achou particularmente perigosos e, por isso, estava disposto a
«parlamentar». Começou o diálogo entre os invasores e os invadidos, pois o capitão
Soares havia aprendido alguma daquela linguagem com os muçulmanos, quando havia
estado na guerra na Guiné.
5.5 O maior responsável pelos feridos existentes foi o comissário Nunes, que resolveu
mandar a Polícia de Intervenção atuar à bastonada o que, para além de dois agentes
feridos, provocou muitas cabeças partidas.
6. Esta guerra é inaudita porque nunca se ouviu falar de uma guerra entre pessoas de
séculos diferentes.
6.1 Esta «inaudita guerra» desenrolou-se a 29 de setembro de 1984.
7. À intenção lúdica poderá acrescentar-se a intenção crítica da «guerra do trânsito»,
por exemplo. Será curioso ouvir as sugestões dos alunos.
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