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Nota Pública Sobre a Perseguição de Lula

A atual realidade do Brasil ganha contornos de Estado de exceção, quando


resumimos os acontecimentos dos últimos dois anos.
O ataque à democracia iniciou-se com o golpe de 2016, fomentado por uma
mídia empresarial, por parlamentares que transformaram seus mandatos em balcão de
negócios e por uma parcela do Poder Judiciário partidarizado. Golpe que violou e feriu
profundamente a Constituição de 1988, já que a presidenta Dilma Roussseff foi retirada
do cargo sem cometer crime algum.
A partir deste momento, a sociedade brasileira passou a ser duramente atacada
em seus direitos fundamentais. As forças de segurança foram colocadas para reprimir
os movimentos sociais, que se manifestavam contra o desmonte do Estado, com a
supressão de direitos sociais há décadas conquistados e com o ataque à soberania
nacional. Desta feita, a população brasileira passou a ser alijada das decisões políticas
do país em duro ataque à cidadania.
Diante do pleito de 2018, sabedores que o projeto ultraliberal não vencerá nas
urnas se as eleições forem democráticas, os perpetradores do golpe acirraram a
perseguição ao campo democrático.
Os ataques à caravana do presidente Lula nos primeiros meses de 2018 já
demonstravam uma política de estímulo às forças autoritárias no país, inclusive com
apoio de congressistas. A execução da vereadora carioca Marielle Franco do Partido
Socialismo e Liberdade agudizou essa perseguição aos direitos, já que ela representava
uma importante parcela de excluídos: mulher, negra, lésbica e representante dos
habitantes da periferia.
Mas eis que a perseguição chega aos limites do fascismo com a violação do
direito de defesa do presidente Luís Inácio Lula da Silva. O processo montado pela
Justiça Federal de Curitiba, ao longos dos últimos anos, já demonstrava proximidade ao
absurdo: falta de provas, delações conseguidas através de coação, manobras jurídicas
e uma tentativa de condução coercitiva sem base legal. Sua condenação é resultado da
politização do poder judiciário. Mas em abril de 2018, esta perseguição não deixa
dúvidas do arbítrio instalado em algumas instituições brasileiras. Sua prisão, ao arrepio
da lei e confirmada por uma votação vergonhosa na mais alta Corte de Justiça do país,
traduz uma política de violação dos Direitos Humanos.
E, como se não bastasse, a violação persiste, ao se negar ao presidente Lula de
visitas na prisão não só de amigos e de parlamentares que iriam lhe prestar
solidariedade, mas também a inspeção requerida pelo Prêmio Nobel da Paz, Adolfo
Pérez Esquivel, que embasou seu requerimento nas Regras Mínimas das Nações
Unidas para o Tratamento de Presos (Regras de Mandela), já incorporadas ao Direito
brasileiro. Assim, mais uma violação aos direitos do presidente Lula foi avalizada pelo
sistema judiciário nacional.
Este fato demonstra, sem sombra de dúvida, que o legado do presidente Lula
incomoda e amedronta as forças neoliberais e demonstra, também, que Lula é um
preso político.
Diante disto, não vamos nos calar e seremos a sua voz:

Lula Livre!

Núcleo do Partido dos Trabalhadores em Lisboa.

Lisboa, 22 de abril 2018.

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