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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE FILOSOFIA

PARA ALÉM DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA: ENSINO COMO


EXERCÍCIO DO CONCEITO.

Metodologia e Prática no ensino de Filosofia I


Elizabeth Bezerra Furtado
Katarina Albuquerque de Lima

FORTALEZA
2017
PARA ALÉM DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA: ENSINO COMO EXERCÍCIO DO
CONCEITO

Katarina Albuquerque de Lima

RESUMO

O presente artigo tem o propósito de pensar o ensino de filosofia no ensino médio como um
espaço mediado pelo docente de filosofia. Com o compromisso de oportunizar a experiência
do conceito de modo que seja possível aos alunos de forma autônoma e crítica, apropriarem-
se dos conceitos filosóficos já desenvolvidos no decorrer da história, utilizando-os como
ferramentas na construção de seus próprios conceitos, na medida em que aos discentes é
necessária uma formulação conceitual que contemple o contemporâneo, portanto, o tempo em
que estão inseridos, e possam dar conta de problemas fundamentais à compreensão do mundo,
e deles mesmos enquanto sujeitos inseridos no mundo. E enquanto sujeitos históricos e
inacabados se apropriem de uma posição ativa, portanto, como sujeitos, responsáveis pela
construção de si e da sociedade, bem como a formulação de problemas próprios. Pretende-se,
portanto, demonstrar que a experiência do conceito é propriamente o exercício filosófico, e
como será exposto, o pressuposto fundamental desta perspectiva é a plausibilidade de um
ensino do filosofar. É fundamental para a efetivação de um ensino que vise à formação de
sujeitos pensantes, ter em vista o “como”, logo, os meios didáticos para alcançar tal
objetivo em si ambicioso, e que traz problemas consigo de ordem profundamente filosóficos,
serão expostos caminhos que visam a construção de uma aula efetiva no compromisso de
mediar o discente pelo caminho da reflexão, até que ele ascenda à autonomia.

Palavras-chave: Experiência, conceito, construção, sujeito, autonomia, formulação.


1. INTRODUÇÃO A PROBLEMÁTICA

A academia não prepara seus alunos para o exercício da docência, pois ela mesma
compartilha de uma estrutura que mais tem a ver com o ensino tradicional enciclopédico. O
compromisso mais evidente do ensino dentro das universidades é com a transmissão da
história da filosofia, formando através deste método, no máximo, especialistas que por sua
vez sem a devida orientação, irão para as suas salas de aula sem se questionarem a respeito de
uma metodologia adequada ao ensino de filosofia. Assim, ficam os professores a mercê de
documentos pensados pelos Departamentos de Educação ou a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação. Estes documentos possuem uma perspectiva instrumentalista do ensino de
filosofia, pensam o ensino de filosofia como um meio para o fim de formar cidadãos.
Na medida em que o sistema educacional é pensado dentro de um determinado sistema
capitalista liberal, onde tudo funciona tendo em vista um determinado fim, estes fins
comumente são pensados num sentido de corroborar com o modo de funcionamento da
sociedade, com o intuito de mantê-los, e não de dar as condições de possibilidade para o
pensamento autônomo e o questionamento. Fica evidente, deste modo, que uma das
dificuldades a ser enfrentadas no ensino de filosofia é propriamente toda a estrutura do ensino,
pois a filosofia não deve ser instrumentalizada, porque no imediato instante em que isto
acontece, a “filosofia já não é mais filosofia”. Explicando: na medida em que filosofia é o
exercício do pensamento e Aristóteles em 322 a. C já havia compreendido algo, que hoje
dentro da nossa configuração de organização social, sem a orientação correta, se apresenta
como uma difícil tarefa, “a filosofia se define como um fim em si mesmo, e não como um
meio para atingir um objetivo determinado”1, como trás Silvio Gallo no seu livro Metodologia
do ensino de filosofia. Tendo em vista esta dificuldade, a única opção plausível para o ensino
de filosofia, é o ensino como forma de resistência ao status quo. 2

1.1 DAS DIFICULDADES DE UMA EDUCAÇÃO EMANCIPADORA.

A relação entre a filosofia e a escola não é fácil. Quando uma escola insere em seu
currículo a disciplina de filosofia, compreende-se que, o que se espera da filosofia não é ela

1
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. Campinas, SP,
Papirus, 2012. P. 21.
2
Segundo Gramsci, a educação que visa a reprodução do staus quos, esta formação em massa padroniza os
indivíduos intelectual e psicologicamente. Dentre os muitos fenômenos que ocorrem nesse processo, um deles é
a concorrência, desemprego, superprodução escolar, emigração, etc. GRAMSCI. Antonio. Os Intelectuais e a
Organização da Cultura. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 8 ed. 1968. P. 12.
mesma, mas na maioria das vezes é uma ideia equivocada de filosofia, que tem em vista a
formação de eruditos ou aquilo que nosso sistema compreende como “cidadão”. Assim, a
filosofia mesmo, não é pretendida dentro da escola. O problema que deve ser enfrentando é
precisamente, a questão do lugar da filosofia dentro desta conjuntura, logo, o que deve ser
levado em consideração é: o modo de inserir a filosofia nas escolas para além de uma
formação puramente erudita ou “cidadã”. O objetivo que um professor de filosofia deve ter
em mente no seu exercício, é fundamentalmente o compromisso com uma educação que vise
à formação de indivíduos críticos, para além de uma educação enciclopédica, que trás
respostas sem colocar o problema e não permite que o discente pense e conceitue.
É importante, que se levante uma questão essencial antes de discorrer sobre uma
metodologia do ensino de filosofia. Esta questão é propriamente o problema sobre “o que é
filosofia”. Para que seja possível falar sobre uma metodologia para o ensino de filosofia, é
sensato que em primeiro lugar se pense o que é isso que será ensinado. Deste modo, a tarefa
de pensar uma metodologia para este ensino será muito mais eficaz e preciso. Em mais de
dois mil e quinhentos anos de filosofia, produziu-se as mais diversas respostas a essa
pergunta, e não há solução ainda para este problema, mas algo é consenso geral em certa
medida, as produções no tocante a esta pergunta nos fornecem diversas perspectivas, e a
perspectiva que é mais plausível no ponto de vista do ensino, deve servir de norte para esta
questão, portanto, a que mais se aproxima da realidade contemporânea dos discentes, que
possa ser aplicada na sala de aula.
A escolha desta perspectiva plausível apresenta perigos que devem ser levados em
consideração, o primeiro perigo é o dogmatismo, não se deve a partir de uma escolha de
perspectiva, adotá-la como verdade absoluta e incontestável. O segundo perigo é o
relativismo, deste modo o professor pode deixar-se levar dentro das perspectivas e não
facilitar a compreensão do aluno sobre o que é filosofia e propriamente as questões que serão
levantadas pelo professor no seu exercício. O que Silvio Gallo recomenda é:
“Penso que o professor deva, de forma sincera e leal, afirmar aos alunos a
perspectiva da filosofia que ele adota, deixando claro que se trata de uma
perspectiva e não da perspectiva. Além disso, é mais que salutar, chamar sempre a
atenção para a diversidade de filosofias”3.

Tendo em vista que são muitas as perspectivas filosóficas, cabe ao professor apropria-
se de uma perspectiva, e nisto não há dogmatismo, na medida em que a perspectiva que será
tomada, terá como o único objetivo tornar as aulas claras ao aluno, pois, compreendendo o

3
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 38.
posicionamento adotado pelo professor, ele poderá se situar dentro das questões levantadas
com melhor desenvoltura. É evidente, que um professor que se colocou verdadeiramente
numa posição de mediador entre o discente e os conceitos, não pode atuar como detentor da
única perspectiva possível para o exercício da filosofia, naturalmente este professor apontará
as outras perspectivas que a filosofia oferece, para que o aluno por si mesmo, possa também
tomar uma posição.
O problema do ensino de filosofia nos coloca duas outras questões. A pergunta a
respeito da possibilidade do ensino de filosofia, e a pergunta sobre a possibilidade de
aprendizagem da filosofia. Para a primeira pergunta, Sílvio Gallo se utiliza do pensamento de
um filósofo espanhol, chamado Fernando Savater, que defende o ensino de filosofia como um
dever da escola, na medida em que, “a educação se pretende humanizadora”4, logo, ela não
pode se abster da filosofia, pois é ela o exercício próprio do homem. No que diz respeito à
aprendizagem, não é possível ter certeza que o ensinado foi apreendido, mesmo dentro das
condições mais favoráveis em questão de planejamento e execução, há sempre um fator que
foge de qualquer possibilidade de controle possível pelo professor.

4
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 42.
2. SOBRE METODOLOGIA E APRENDIZAGEM

A metodologia é útil ao processo de ensino, mas não há uma metodologia que auxilie
o processo de aprendizagem. Com o auxílio de Deleuze, Sílvio Gallo nos ajuda a
compreender que a filosofia não é um exercício que nos leva diretamente à contemplação da
verdade. Como podemos ver:

“Das palavras de Deleuze, podemos inferir que o processo do filosofar é análogo ao


processo de aprendizagem: o hiato entre o saber e o não saber; phylo – sophia,
movimento de não saber à sabedoria, sem nunca atingir esta última, mas jamais
retornando ao primeiro”. 5

Neste sentido, a filosofia não tem o compromisso com a aprendizagem como é


compreendida a aprendizagem no tocante as ciências ou a matemática, mas é ela mesma a
aprendizagem. A filosofia é o próprio aprendizado, o exercício do filosofar. Por isso, a
metodologia adotada tradicionalmente pelas demais disciplinas não pode dar conta da tarefa
fundamental à filosofia, a criação de conceitos. Não pode dar conta, uma vez que o processo
de aprendizagem de filosofia está distante de ser realizado através de um método. As demais
disciplinas gozam de regras e leis, que dentro de sua perspectiva são incontestáveis, o ensino
destas pode se dar através de uma aula expositiva, mas a filosofia em contra partida é
possuidora de um distintivo que foge a qualquer tentativa de controle. Sílvio Gallo elenca três
características principais da filosofia.

A primeira:

“trata-se de um pensamento conceitual: enquanto saber, ela é sempre produto de


pensamento, é uma experiência de pensamento. Mas o que caracteriza a filosofia,
como veremos a seguir, é que ela é uma experiência de pensamento que procede de
conceitos, que cria conceitos, à diferença da ciência e da arte”;6

A segunda:

“apresenta um caráter dialógico: ela não se caracteriza como um saber fechado em si


mesmo, uma verdade dogmática, mas como um saber que se experimenta, que se o
confronta, consigo mesmo e com os outros, que se abre ao diálogo com outros
saberes, um saber aberto e em construção coletiva”; 7

5
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 47.
6
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 54.
7
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 54.
A terceira:

“Possibilita uma postura de crítica radical: a atitude filosófica é a da não


conformação. Do questionamento constante, da busca das raízes das coisas, não se
contentando com respostas prontas e sempre em xeque as posturas dogmáticas e as
certezas apressadas”8

As características dialógicas e a crítica radical também estão presentes em outras


ciências, o que é fundamentalmente filosófico é o conceito, isto foi apontado por Deleuze e
Guattari e é reiterado por Sílvio Gallo. O conceito aqui é compreendido como a forma de
pensamento dos gregos antigos, trata-se de um pensamento direcionado, que parte de um
problema, ou de um conjunto destes. De modo resumido, o conceito é uma formulação
pensada sobre um problema, ou um conjunto deles, que visa expressar uma percepção do real.
O conceito é sempre uma criação. Uma criação que não é absoluta, o conceito é: “Graça e
desgraça da filosofia, que faz dela uma atividade perpétua, quem sabe infinita, de criação de
conceitos para lançar luz sobre problemas que sempre reaparecem, num eterno jogo de
claro/escuro que faz da vida o que ela é”. 9
Uma aula de filosofia nesta perspectiva necessita ser trabalhada para ir ao encontro do
conceito. A história da filosofia deve ser apresentada aos discentes para uma apropriação dos
conceitos já formulados, para que por meio desta apropriação seja possível ao discente o
desenvolvimento de seus próprios conceitos. Assim, a filosofia terá seu lugar como processo,
não instrumento.

2.1.O PROBLEMA COM AGENTE NO ATO CRIATIVO

O problema não é fruto puramente racional, num primeiro momento ele se põe através
da experiência sensível, e , então após o refinamento pelo processo racional concebe-se o que
chamamos de “problema”. No processo de ensino é fundamental a apresentação de algum
recurso, a saber: textos, poemas, filmes, vídeos, etc. Que possam funcionar como
sensibilização dos discentes, tendo em vista a experiência sensível, para que seja efetivo
posteriormente o levantamento do problema. Considerando que na experiência acontecem
encontros de diversos elementos e assim “gera o problemático”10. Uma vez que é o problema
que possibilita o pensamento, é forçoso aceitar que o fundamento de toda formulação que

8
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.P. 54.
9
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. P. 56.
10
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.P. 72.
tenha passado pelo processo de reflexão, tenha partido da experiência sensível. Deste modo,
há uma contraposição que Deleuze faz a Platão e que Sílvio Gallo nos lembra que é, (dentro
desta perspectiva)absolutamente plausível: “Pensar não é reconhecer, não é recuperar algo já
presente na alma. Pensar é experimentar o incômodo do desconhecido, do ainda-não pensado
e construir algo que nos possibilite enfrentar o problema que nos fez pensar”. 11
O problema opera como uma necessidade que está por trás do ato criativo. Por trás de
todo pensamento há um grande incômodo, que por sua vez foi causado por um problema
identificado pelo pensante. A esse respeito Deleuze nos esclarece: “não se criam conceitos, a
não ser em função de problemas que se consideram malvistos ou malcolocados.”12 Assim,
para pensar uma “pedagogia do conceito”, se faz evidente a necessidade de um problema bem
posto, tendo em vista uma conceituação. A pedagogia do conceito, é detentora do mérito de
por meio dela, o desvelamento do desenvolvimento de um conceito. Posto que, não há um
método que possibilita a criação do conceito, este método é de suma importância no que diz
respeito à compreensão dos caminhos que o conceito percorre.

11
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.P. 72.
12
GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.P. 80.
3. O “COMO”

O ensino de filosofia é o exercício do poder de recomeçar. No desenvolvimento de


uma aula de filosofia o discente pode se apropriar da tradição de modo que a partir dele seja
possível a ele o desenvolvimento de seus próprios problemas e consequentemente sua
conceituação. Há quatro pontos que devem ser desenvolvidos se o que se busca é a construção
de uma aula que possibilite o discente a experiência do exercício filosófico e que deste modo
ele possa desenvolver o pensamento crítico. São eles: a sensibilização, a problematização, a
investigação e a conceituação.
A sensibilização se dá no primeiro momento, é a fase onde o discente terá a
experiência empírica seja através de um jornal, vídeo, pintura, texto, poesia, cordel, entre
outros. O importante nesta primeira fase é que não seja propriamente filosófico e que faça
parte do universo do adolescente. A problematização, dá-se a partir de uma tema que deverá
se apresentar como problema. É fundamental que este problema seja posto de modo que seja
relevante aos alunos, ou seja, os problemas deverão ser pensados tendo em vista as
inquietações dos discentes. Essa fase depende de uma sensibilização efetiva, pois é a partir
dela que o aluno poderá se dar conta da relevância da questão que será levantada. O problema
aparecerá no processo de sensibilização, onde os alunos se manifestarão a respeito do tema
tratado, e a partir das questões levantadas pelos discentes, o professor deve fazer com que a
questão tome contornos filosóficos e deve ser formulado de forma que todos se sintam
contemplados dentro da situação problema.
A fase da investigação é onde se dará o processo de investigação em torno do
problema, para que a partir dele se possível pensar o conceito. É dentro desta fase que serão
trabalhados os textos filosóficos onde o professor atuará como mediar para que se alcance
uma compreensão racional do problema. É o momento de visita a história da filosofia,
construção e aprendizagem de uma leitura filosófica. A conceituação é o momento de
efetivação do exercício filosófico, neste momento os discentes já se apropriaram do que a
tradição tinha a oferecer no que tange o problema tratado, e irão, portanto, recriar o conceito.
Recriar aqui é compreendido deste modo, pois as concepções serão apropriadas e neste
sentido, o discente colocará dentro do seu movimento de pensamento estas concepções. Pode
acontecer de não ser possível encontrar conceitos que digam respeito ao problema trabalhado,
mas alguns dirão respeito parcialmente. E uma outra opção a este problema é não encontrar
sequer parcialmente, mas é possível dentro da história da filosofia identificar elementos que
auxiliem na conceituação do problema.
3.1 POR UMA EDUCAÇÃO FILOSÓFICA

Para finalizar, o método pensado por Sílvio Gallo, o método do conceito, foi
desenvolvido tendo em vista, uma educação filosófica. O professor deve funcionar como
mediador dentro de todo o processo auxiliando o discente na sua passagem do senso comum
ao pensamento filosófico, visando à autonomia do indivíduo. Para tal o método foi
completamente estruturado tendo em vista os melhores caminhos para alcançar o objetivo. A
filosofia é exercício, portanto, nada mais justo que o ensino dela acontecer visando que o
discente possa exercer o autonomamente o pensamento crítico. O parâmetro dado ao professor
para o exercício de sua função é a preparação do aluno ao exercício da cidadania, mas isto
como todas as coisas, assim nos mostra a filosofia, pode ser questionado, e é saudável que se
faça diante de como está organizado o ensino. Assim, a filosofia não atua como um meio para
a formação de cidadãos que se enquadrem na forma do sistema, mas vai além, cumpre o
compromisso que lhe é fundamental, elevar o pensamento dos indivíduos ao exercício crítico.
Rubem Alves nos alerta:

“Quem inventou a grade curricular foi um agente carcerário desempregado. Quem


inventou 75% de presença obrigatória foram os professores incompetentes que não
queriam dar suas aulas ruins para uma sala vazia. Vestibular é uma crueldade com a
inteligência. Eu nunca vi alguém se tornar escritor por saber análise sintática. Uma
professora mandava os alunos lerem meus livros e grifar os dígrafos – eu não sei o
que é dígrafo. Fui um péssimo aluno, só aprendi a gostar de literatura quando um
professor chegou na sala, deu 10 para todo mundo e 100% de presença e disse:
‘Agora, eliminadas essas burocracias, vamos aprender literatura’. Todos eles não
batem muito bem. Para aprendermos algo temos que nos libertar de coisas inúteis.” 13

13
Rubem Alves critica sistema engessado de ensino. Disponível em
< https://www.correiodoestado.com.br/noticias/rubem-alves-critica-sistema-engessado-de-
ensino/111545/>.
REFERÊNCIAS

GALLO. Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP, Papirus, 2012.

GRAMSCI. Antonio. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Trad. Carlos Nelson


Coutinho. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 8 ed. 1968.

Rubem Alves critica sistema engessado de ensino. Disponível


em<https://www.correiodoestado.com.br/noticias/rubem-alves-critica-sistema-engessado-de-
ensino/111545/>.

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