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INSTITUTO DE ECONOMIA
MONOGRAFIA DE BACHARELADO
ABRIL 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ECONOMIA
MONOGRAFIA DE BACHARELADO
________________________________________________
DANIEL DO NASCIMENTO FARIA
Matrícula nº. 103078671
ABRIL 2007
2
As opiniões expressas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do autor.
3
Para minha noiva e minha família, que tanto
contribuíram para que eu pudesse chegar a esse tão
esperado momento, partilhando cada etapa desta
caminhada.
4
AGRADECIMENTOS
5
RESUMO
6
SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS
7
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................10
CAPÍTULO I. ASPECTOS TEÓRICOS APLICÁVEIS AO MERCADO BRASILEIRO DE
CONVERSÕES PARA UTILIZAÇÃO DO GNV .................................................................................12
I.1. O MERCADO DAS CONVERTEDORAS E O MODELO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA ................14
I.2. O MERCADO DAS MONTADORAS E O OLIGOPÓLIO .................................................................18
I.3. A ANÁLISE ESTRUTURAL DE INDÚSTRIAS DE PORTER (1998)................................................24
CAPÍTULO II. AS CONVERTEDORAS NO MERCADO DE CONVERSÕES BRASILEIRO.....28
II.1. A EVOLUÇÃO DO MERCADO DE CONVERSÕES ........................................................................30
II.2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS CONVERTEDORAS NO MERCADO DE CONVERSÕES ....37
II.2.1. A indústria dos cilindros para GNV .............................................................................40
II.2.2. Os produtores de kits.....................................................................................................46
II.2.3. As convertedoras ...........................................................................................................50
II.3. A FISCALIZAÇÃO DAS CONVERTEDORAS E DAS CONVERSÕES ...............................................53
CAPÍTULO III. AS MONTADORAS DE VEÍCULOS NO BRASIL .................................................59
III.1. A ESTRUTURA DO MERCADO DAS MONTADORAS ...................................................................61
III.2. EVOLUÇÃO DO MERCADO (2000-2005) ..................................................................................66
III.3. O PROCONVE E AS MONTADORAS ......................................................................................73
III.4. AS MONTADORAS NO MERCADO DE CONVERSÕES .................................................................75
CONCLUSÃO ..........................................................................................................................................80
ANEXO I – EMPRESAS FABRICANTES DE CILINDROS..............................................................84
ANEXO II – EMPRESAS MONTADORAS DE KITS DETENTORES DE CAGN .........................85
ANEXO III – EMPRESAS ENTREVISTADAS ...................................................................................87
ANEXO IV – MONTADORAS NACIONAIS FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS.......................88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................89
8
ÍNDICE DE GRÁFICOS, TABELAS E FIGURAS
9
INTRODUÇÃO
menor potencial poluidor. Da forma semelhante a que ocorreu no início do uso do álcool
utilizando o GNV como combustível. Porém, a conversão para GNV permite que o
mercado de GNV.
mercado de GNV. Este trabalho busca, portanto, identificar as barreiras à entrada das
conversões.
10
Para atingir esse objetivo, a presente monografia se dividirá em três capítulos.
O primeiro tratará dos elementos analíticos teóricos aplicáveis para a análise do mercado
analisará a indústria das montadoras e a estratégia adotada por elas no mercado de GNV.
11
Capítulo I. ASPECTOS TEÓRICOS APLICÁVEIS AO MERCADO
No Brasil, para utilizar o GNV, um veículo tem que passar por um processo de
final de 2005 havia no país mais de 600 oficinas convertedoras que se concentravam
12
As montadoras não ingressaram no mercado, com algumas, no final do período
o mercado das montadoras como um oligopólio. Estes dois modelos serão descritos
neste capítulo, sendo a estrutura dos respectivos mercados descrita nos capítulos
seguintes.
verifica em ambos os mercados. O modelo serve de referência para uso de técnicas que
13
I.1. O mercado das convertedoras e o modelo de concorrência perfeita
instalação do kit de conversão nos automóveis, porém observa-se que, em geral, uma
pelo INMETRO - órgão que fiscaliza as oficinas-, alcançando no fim de 2005 o número
de conversões no período, que tem sua evolução no período apresentada no gráfico 1.1.
250.000
206.140
192.478 183.890
200.000
156.564
147.954
Conversões
150.000
87.224
100.000
50.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
14
Há, ainda, oficinas atuando irregularmente no mercado, porém estas não serão
consideradas neste trabalho por não existirem dados consistentes a respeito destas
oficinas.
apresentaria. Isto permite que seja possível traçar um breve paralelo com a estrutura
Desta forma, como cada empresa vende uma parte pequena do total da produção que vai
15
A aceitação de preços ocorre usualmente em mercados nos quais as empresas
Desta maneira, nenhuma empresa pode elevar o preço de seu próprio produto acima do
A livre entrada e saída do mercado significam que não há custos especiais que
tornam difícil para uma nova empresa entrar num setor e produzir, ou sair dele se não
conseguir obter lucros. Para Pindyck & Rubinfeld (2002, p. 251), “em ramos com essa
efetiva, pois significa que os consumidores podem mudar facilmente para uma empresa
16
para todas as convertedoras (não se considerando aqui inovações no processo de
instalação). Quanto à terceira suposição, livre entrada e saída do mercado, esta pode ser
suposições anteriores mais três novas que também define como sendo básicas ao
1. A maximização de lucros;
O lucro é definido como a diferença entre a receita total e o custo total, logo
maximizar lucro é maximizar esta diferença. Se ambos forem iguais, isto quer dizer que
a taxa normal de lucro está sendo obtida e o mercado não atrai a entrada de novas
empresas, porém se a receita total for maior que o custo total, haverá atratividade de
A livre circulação da informação significa que esta é livre e sem custo, ou seja,
17
A perfeita mobilidade dos fatores significa que os fatores de produção são livres
implausíveis, de serem observadas, segundo Possas (1990, p.26). Hall & Hitch (apud
POSSAS, 1990, p.27) reiteram esta afirmativa inferindo que há evidências empíricas
refutando a maximização de lucros como norma de conduta das empresas pelo fato de as
firmas desconsiderarem os custos marginais, (...), já que não se maximizam lucros tanto
no curto como no longo prazo (...) e por desconhecimento das condições de demanda.
concorrência perfeita. Pindyck & Rubinfeld (2002, p. 251) referendam esta afirmativa
inferindo que, mesmo quando alguma suposição não é observada, podem-se fazer
18
automóvel, sendo que este apresenta características distintas, que variam de montadora a
montadora.
1. Produto diferenciado;
onde nesta, oligopólio é a estrutura em que algumas empresas são responsáveis pela
entrada e saída e onde cada empresa tem que considerar as possíveis escolhas das outras
dos setores oligopolistas dependem em parte do modo pelo qual as empresas interagem
entre si.
industrial. Elas são úteis para indicar os setores onde se espera que o poder de mercado
seja significativo (BOFF & RESENDE apud KUPFER & HASENCLEVER, 2002,
p.73).
19
Os índices de concentração pretendem fornecer um indicador sumário da
resultado da conduta adotada pelos agentes e contribui para conferir uma estrutura
obtidos.
dentro da indústria, sendo que esse poder representa a capacidade de uma empresa de
market share (parcela de mercado) da empresa, ou seja, a razão entre a sua oferta e a
concentração. Segundo Boff & Resende (apud KUPFER & HASENCLEVER, 2002,
i = [1, k]
impossível o acesso de novas empresas no mercado. Barreira à entrada pode ser definida
20
como qualquer condição estrutural que permita que empresas já estabelecidas em uma
indústria possam praticar preços superiores ao competitivo sem atrair novos capitais
aos custos nos quais as empresas entrantes incorrem para iniciarem suas operações,
mercado.
pode ser explicada diante dos conceitos de barreiras à entrada apresentados e, além
21
disso, pelo fato de o mercado apresentar produto diferenciado que, segundo Kupfer
(apud KUPFER & HASENCLEVER, 2002, p.123), é a fonte mais forte de barreiras à
cada produtor presume que uma variação na sua oferta não é antecipada
pelos seus rivais. Nesse regime, cada empresa tem de prever a escolha
de produção da outra.
produtor presume que alterações no seu preço não são antecipadas pelos
regime de Bertrand, cada empresa fixa seu preço tendo de prever qual
22
Outra visão aplicável à estrutura do mercado das montadoras é o de
é a busca por inovações, segundo Possas (apud KUPFER & HASENCLEVER, 2002, p.
poderosos que são “capazes de criar todo tipo de diferenciação entre concorrentes na
apud KUPFER & HASENCLEVER, 2002, p. 426). Nesse contexto, o poder de mercado
23
Concluindo, o mercado das montadoras atende em grande parte às duas visões
respeito de um mercado estruturado em oligopólio, podendo ser analisado como tal com
tendo como característica ser um enfoque estático, sendo que o enfoque schumpeteriano
é mais dinâmico. A análise do mercado pode ser feita utilizando-se ambos os enfoques
A indústria é definida por Porter (1998, p.25) como o grupo de empresas fabricantes de
produtos (ou serviços) que são substitutos bastante aproximados entre si, sendo esta a
apresentadas na Figura 1.1. O conjunto dessas forças determina o potencial de lucro final
de uma indústria, medido em termos de retorno a longo prazo sobre o capital investido
que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos.
24
Clientes, fornecedores, substitutos e entrantes potenciais são todos “concorrentes” para
Nesse sentido, Porter (1998, p.24) define que as cinco forças competitivas junto definem
CONCORRENTES
NA INDÚSTRIA
FORNECEDORES COMPRADORES
Rivalidade entre as
empresas
Ameaça de produtos
ou serviços
substitutos
SUBSTITUTOS
Fonte: Porter, 1998.
características serão expostas nas descrições de cada força competitiva, feitas a seguir.
existentes, em conjunto com a reação que o novo concorrente pode esperar da parte dos
concorrentes já existentes (Porter, 1998, p.25). Barreiras altas significam forte retaliação
25
A intensidade de rivalidade entre as empresas normalmente assume a forma de
disputa por posição. A rivalidade, segundo Porter (1998, p.34), ocorre porque uma ou
melhorar sua posição. Porter (1998, p.34) ressalta que a concorrência via preços é,
dentre as formas de concorrência, altamente instável, sendo provável que deixem toda a
em uma indústria estão sujeitas. O impacto dos produtos substitutos na indústria pode ser
como o poder de barganha dos compradores que procuram melhor qualidade fazendo
sendo que esse poder se aplica tanto a consumidores quanto a compradores industriais e
comerciais.
26
Os fornecedores, segundo Porter (1998, p.43), podem exercer poder de
reduzir a rentabilidade de uma indústria que não pode repassar os aumentos de seus
entrada é livre, as empresas existentes não têm poder de barganha tanto com os
mercados, ou seja, a dinâmica das empresas existentes nos mercados. Este modelo será
trabalho.
27
Capítulo II. AS CONVERTEDORAS NO MERCADO DE
CONVERSÕES BRASILEIRO
Pode-se considerar que a idéia do uso do GNV no Brasil teve início na década
passageiros. Foi instituído pela Resolução CNE nº. 01/1987 e visando o seu
Portaria nº. 1.283/1987, de grupos de coordenação específicos para cada área abrangida
pelo Plano.
dado em grande parte, segundo Santos (2007), pela resistência dos proprietários de frotas
eram a perda de autonomia dos veículos, a perda do valor de revenda fora das áreas
Portaria, com a autorização do DNC para a venda de GNV em posto operado por
28
distribuidora ou por terceiros, foi inaugurado no estado do Rio de Janeiro o primeiro
Após essa autorização do governo para a venda de GNV nos postos e também
veículos pudessem optar por utilizar o GNV, foi que o mercado de conversões começou
a se expandir, isto porque “a conversão se tornou bastante atrativa dado o baixo custo do
Para isso, se divide em três seções: na primeira seção será discutida a evolução do
a eficiência desta regulação bem como seus impactos sobre a indústria de conversões.
se utilizará de informações obtidas via entrevistas com agentes do setor. Esse método de
29
II.1. A evolução do mercado de conversões
1.200.000
1.052.295
1.000.000
800.000 827.398
643.507
600.000
449.435
400.000
292.871
200.000
144.917
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
economia gerada com o uso do GNV permite que em pouco tempo o consumidor tenha o
30
retorno do investimento feito na conversão do veículo. A tabela 2.1 mostra o tempo de
tempo desse retorno varia de acordo com a quantidade de quilômetros percorridos por
um veículo em um ano.
a conversão para quem percorre 10 mil km/ano tem um tempo de retorno alto (no
mínimo 01 ano). Porém, para as outras faixas, a conversão é extremamente atrativa, pois
31
A frota de veículos convertidos se concentra em sua maior parte nos estados do
Rio de Janeiro e São Paulo. Estes estados juntos detêm mais de 60% da frota nacional de
veículos convertidos, como pode ser observado na tabela 2.2. Dentre os estados, Santa
conversões nesse período. Em 2000 a região converteu 42 veículos, sendo que após
cinco anos já convertia 22473 veículos em um ano. O gráfico 2.2 mostra a evolução do
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Sudeste Nordeste Sul Centro-Oeste
32
O crescimento na região Sul pode ser explicado pelo aumento no número de
para GNV, iniciada, principalmente, por parte dos proprietários de frotas e dos taxistas.
número de postos de abastecimento. Hoje, a região conta com mais de 100 postos de
abastecimento de GNV e a demanda cresce a uma taxa média de 27,6% ao ano enquanto
A região Sudeste mais que dobrou o seu número de conversões anuais, porém a
Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo correspondem pela quase totalidade deste
crescimento, pois os estados de Minas Gerais e Espírito Santo apresentam taxas médias
de crescimento bem menores que aqueles estados. As elevadas taxas de crescimento dos
estados do Rio de Janeiro e São Paulo (em média, ambas cresceram em torno de 25%)
podem ser explicadas pelos incentivos que os governos destes estados oferecem à
anuais, pois no período houve uma crise caracterizada pelo conflito de interesses entre os
governos brasileiro e boliviano a respeito das reservas de gás natural pertencentes a este
apresenta expansão muito recente, sendo que o estado que mais cresce é o Mato-Grosso
33
do Sul. Esse crescimento pode ser explicado também pela instalação de postos de
abastecimento de GNV – o estado possui hoje onze postos de abastecimento, sendo nove
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Sudeste Nordeste Sul Centro-Oeste
anuais no período 2000-2005. Nesse gráfico pode-se observar que o elevado crescimento
igual à taxa nacional desse crescimento, tendo a participação dessa região se mantido
34
região Nordeste se traduziu na diminuição da participação desta região no total dessas
conversões no país.
convertedora utilizando-se como base o ano 2000, nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste e
2002, para a região Centro-Oeste. Observa-se que todas as regiões, exceto a região
destaca por ser um mercado recente, portanto, ainda em fase inicial de expansão (hoje a
800
700
Conversões por convertedora
600
500
400
300
200
100
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Nordeste Sul Centro-Oeste Sudeste
35
A região Nordeste, mesmo apresentando baixo crescimento no número de
convertia em média 598 veículos, em 2005 esse número era de 291 veículos). Nessa
oito vezes.
no número de convertedoras.
realizava em média 120 conversões no ano de 2002. Esse valor subiu para em média 169
36
Em todas as regiões o aumento da concorrência pode ser explicado
principalmente pela relativa facilidade para entrar e sair do mercado aliada a uma
Instalador (CRI). O CRI tem validade de 18 meses podendo ser renovado a cada 18
GNV. Todo o processo para se regularizar uma oficina convertedora ocorre em torno de
outros segmentos.
37
A conversão é a modificação realizada nos veículos rodoviários automotores
definida na Lei nº. 9.503/1997 que institui o Código de Trânsito Brasileiro (INMETRO,
GNV.
38
regulada para uma pressão estável e única para o funcionamento do
motor.
GNV.
correto para cada modelo e tipo de motor. Com isso se evita a perda de
39
1. Fabricantes de cilindros – empresas que produzem os cilindros de GNV;
cilindro de GNV e;
Cilbrás), sendo seguida pela MAT Incêndio S.A. Em 2001, essa duas empresas detinham
80% do mercado, como pode ser observado na tabela 2.3 (que mostra a parcela de
80% deste era atendido por apenas duas empresas, as empresas nacionais fabricantes de
40
cilindros para armazenamento de GNV possuíam relativa capacidade ociosa (SEAE,
devido à sua capacidade ociosa. Segundo dados da SEAE, para o ano de 2002, a
outros tipos de cilindros para o mercado de cilindros de GNV, seja pela entrada de novos
de cilindros para GNV, como pode ser observada na tabela 2.4, foi o aumento da
concorrência, seja pela entrada de novos fabricantes, seja pela expansão da capacidade
para GNV não é tão fácil porque a fabricação de um cilindro para GNV requer que o
mesmo, antes de entrar no mercado, atenda a rígidos padrões. Para atender esses
41
novos fabricantes que os estabelecidos não incorrem, se constituindo em uma forma de
barreira à entrada.
A tabela 2.4 mostra que o mercado continua dominado pela White Martins que
se uniu à empresa italiana fabricante de kits M.T.M criando uma joint-venture para
oferecer kits completos, ou seja, os componentes mais os cilindros. Além disso, a White
Martins expandiu sua capacidade produtiva instalando uma nova fábrica em Manaus
nacional.
tendo expandido sua capacidade produtiva ao instalar uma nova fábrica em Cajamar
(BA).
42
A empresa italiana Faber Industrie constituiu com o grupo brasileiro Papaiz a
Obteve êxito, absorvendo uma maior parcela do mercado se tornando o terceiro maior
fabricante atuando no país, porém sua principal região de atuação é a região nordeste do
país.
empresa argentina Inprocil S.A, cujos cilindros destes são comercializados no Brasil
Brasil, segundo fonte do setor, foi criada em 2005 com o objetivo de produzir cilindros
de menor custo e um dos seus principais clientes é a convertedora DELGÁS (que possui
representações no Rio de Janeiro) sendo que atualmente possui capacidade para produzir
10 mil cilindros ao mês, mas a produção atual atinge a marca de 03 mil cilindros ao mês.
especificações poderia causar ao usuário. Dessa forma, um cilindro para GNV deve
atender a várias especificações estabelecidas pela ABNT e pelo INMETRO (Tabela 2.5).
mesmos.
podem ser comercializados após a sua regularização, sendo que esta deve ocorrer assim
43
que o cilindro sai da fábrica. A fiscalização realizada pelo INMETRO tem se mostrado
clandestinamente no mercado.
são:
44
• Os fornecedores de kits
consumidor.
Inc., que atua em vários setores da economia. A empresa investiu, nos últimos cinco
plantas industriais existentes e criando uma nova planta para produção de kits. A
empresa MAT S.A fabrica apenas cilindros para GNV e expandiu sua capacidade, sendo
capaz de produzir 300 mil cilindros ao ano (FOLHA DO GNV, 2007). A empresa
As duas últimas empresas foram as que mais se destacaram nos últimos anos. A
MAT Incêndio S.A com a expansão da produção conseguiu aumentar em torno de 10%
MARTINS. A Faber Industrie após a fusão com a Papaiz, conseguiu aumentar em 10% a
ser explicada pelo fato de que dos investimentos para o setor de gás natural, o setor de
cilindros de GNV não contou com a expansão da capacidade de cilindros para GNV. Os
investimentos no setor de gás natural foram em sua maior parte destinados à construção
45
Os preços praticados pelas empresas no setor de cilindros no período 2000-
2005 oscilaram em torno de R$ 1000,00 (Mil Reais), com pequenas diferenças nos
produção revela a presença de economia de escala. Porém, mesmo com a presença dessa
no período 2000-2005. Essa característica do mercado pode ser explicada pelo fato de a
demanda por conversões ter mais que dobrado nesse mesmo período. Ou seja, mesmo
caráter explosivo que a demanda apresentou. Portanto a ocupação de uma maior parcela
do mercado, nesse caso, não dependeu apenas dos preços praticados e do poder de
montadores de kits;
46
completos (exceto o cilindro), submetendo-os à homologação do
criar um kit cujo conjunto seja submetido à homologação pelo IBAMA. São formados
no mercado.
47
Os kits dos montadores apresentam grande competitividade, em geral, por
serem modernos e estarem em constante atualização. São objetos de grande demanda das
apresentem melhor desempenho, atendendo à crescente demanda dos usuários por kits
mais eficientes.
de kits. O mercado de kits é apenas um segmento de uma indústria maior na qual eles
estão inseridos. Dessa forma, a conduta dessas empresas não é determinada totalmente
pelo desempenho que elas apresentam no segmento de peças para kits de conversão e
48
por Norma da ABNT e por portarias do INMETRO, sendo de responsabilidade deste
conjunto for aprovado nos ensaios de emissão de gases daquela instituição, recebe um
compostos pelos montadores de kits está diretamente ligada à regulação das conversões,
barganha que estas exercem sobre as convertedoras. Esse poder não é tão alto quanto na
indústria se caracteriza por ser moderada, sendo mais forte entre os montadores de kits
restringe à classe de volume de motor e combustível a que seu kit pertence (os CAGN
combustível).
49
II.2.3. As convertedoras
figura 2.1, que mostra a estrutura do mercado de conversões. Nesta figura pode-se
cilindros, fabricantes dos componentes dos kits e dos montadores de kits, com os
Fabricantes de
cilindros
Fabricantes de kits
Montadores de kits
Oficinas
Convertedoras
Consumidor final
50
As convertedoras são, dentro do mercado de conversões, as empresas que
possuem o menor poder de barganha, tanto com seus fornecedores quanto com seus
do ano de 2007 o país contava com mais de 700 oficinas registradas – sendo a
o custo do kit representa 40% e o dos cilindros 50%. Contudo, cabe ressaltar que as
de maior volume (o cilindro usado é o de menor volume – 7,5 m³ ou 30 l). A tabela 2.7
Vectra 2.0. O modelo foi escolhido porque nos veículos com menor número de
cilindradas têm que ser acrescentado um componente chamado variador de avanço cujo
51
Conforme informações obtidas com agentes do setor, o preço das conversões
do kit. Em verdade essa parcela, segundo fontes do setor, reduziu de algo em torno de
15% para os atuais 10%. Dentro dos custos de uma conversão, o item que apresenta a
maior variação entre o preço mínimo e máximo é o cilindro, cuja participação no total da
convertedora.
mostram diferentes..
52
II.3. A fiscalização das convertedoras e das conversões
optou por uma fiscalização descentralizada, sendo este o modelo adotado no período de
análise deste trabalho, não apresentando mudanças nos dias atuais. Essa descentralização
país.
regionais, sendo 23 (vinte e três) órgãos da estrutura dos governos estaduais (esses
convertedora atende aos requisitos legais, se os projetos de conversão dos veículos são
53
convertedoras registradas podem emitir o Atestado de Qualidade de Instalador
que no caso de ter o seu Registro do Instalador cancelado, só pode solicitar novo
pois são muitas oficinas para se verificar e relativamente pouco o número de agentes
forma, as convertedoras irregulares podem praticar preços menores, pois não incorrem
rede afirmam que essa concorrência desleal tem afetado sua demanda, enquanto as
convertedoras menores afirmam apenas que seria necessário mais rigor por parte do
INMETRO, mas que essas convertedoras não representam perdas para essas empresas.
54
A homologação do kit de conversão, segundo Resolução do Conselho Nacional
estabelece um CAGN:
constantes em cada CAGN. Cada kit deve possuir um certificado ambiental emitido pelo
tornou-se obrigatória a partir do ano de 2002, sendo que o custo para um montador de
kits certificar um determinado kit fica em torno de 30 mil reais (IBP, 2007).
conversão realizada, pois uma conversão mal-feita faz com que o veículo convertido
polua mais quando movido a GNV do que com o combustível original, contrariando o
55
que prevê a legislação. A Resolução CONAMA 291/2001 estabelece que “os níveis de
emissão de gases poluentes do veículo com Sistema de Gás Natural instalado não
Nos outros estados a referida Resolução tem que ser cumprida, porém não é o que se
CSV. Mas mesmo com esse problema na cobrança dos CAGN por alguns estados, os
Um kit com CAGN pode fazer com que o veículo polua mais o meio ambiente
com GNV do que com o combustível original, se a conversão for mal-feita. Mesmo
INMETRO (em virtude do limite de emissões para reprovação nesse teste ser muito mais
elevado que os padrões estabelecidos pelo PROCONVE) e nas vistorias realizadas pelos
56
A maior dificuldade na regulação do mercado de conversões é fiscalizar os
Portanto uma integração maior entre o INMETRO e sua rede de fiscalização, com os
forma como é executado, tem permitido a existência de agentes que atuam como
convertedoras que atuam regularmente é que elas têm que competir com convertedoras
que incorrem em menores custos e praticam preços menores retirando potenciais clientes
como um todo. Além de permitir que haja conversões mal-feitas, gerando maior
poluição ambiental.
conversões. Há ainda a região Norte cujo potencial ainda não foi explorado pelo
mercado, sendo hoje representada apenas pelo estado do Amazonas, que conta com
57
conversões iniciadas no fim de 2006 (hoje o estado apresenta, segundo o periódico Folha
previsões mais pessimistas prevêem que ultrapasse a marca dos 2000 postos (IBP, 2005).
1
Os descontos nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo são de 75%, 60% e 25%,
respectivamente.
58
Capítulo III. AS MONTADORAS DE VEÍCULOS NO BRASIL
brasileira. Seu PIB atualmente representa em torno de 11% do PIB de toda a indústria
12,5%
12,0%
12,0%
11,5%
11,5%
11,0%
10,9%
10,5%
10,5%
10,3% 10,2%
10,0%
9,5%
9,0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005
PIB montadoras/PIB industrial
59
Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos
com combustível.
com motorização 1.0 e os veículos flex fuel. Os primeiros, mais baratos e mais
econômicos que os outros veículos, constituem o segmento dos carros populares – que
últimos são veículos onde o consumidor escolhe entre utilizar álcool, gasolina ou ambos
como combustíveis para abastecer o veiculo. Essa escolha representa que o consumidor
pode optar pelo combustível mais barato, refletindo uma maior flexibilidade e
(ANFAVEA, 2006).
60
Este capítulo apresentará a estrutura do mercado das montadoras no período
evolução da estrutura do mercado de conversões para GNV pode ter exercido influência
Para isso, este capítulo se dividirá em quatro seções. A primeira seção tratará da
conduta adotado pelos agentes no mercado; na terceira seção será mostrada a adequação
das montadoras às normas ambientais e, na última seção, será tratada a evolução das
passageiros e automóveis de uso misto (em 2005, a ANFAVEA fundiu essas duas
categorias dando origem à categoria automóvel), pois estes são os veículos objeto de
de veículos automotores.
61
competitividade das empresas existentes. O mercado das montadoras produtoras de
década de 1990 resultou, no período, em grande redução no poder dessas líderes (dado
2
Cabe ressaltar que as montadoras analisadas neste capítulo são aquelas associadas à ANFAVEA,
existindo outras além destas. Porém sua representatividade no mercado em análise não afeta de maneira
significativa o market share das empresas apresentado neste capítulo.
62
A tabela 3.1 apresenta a parcela do total de vendas representado por cada
montadora em 2005, ela demonstra não haver uma líder absoluta no mercado. As
dos investimentos em inovações nos seus produtos com o objetivo de criar vantagens,
diferenciação bastante usada pelas montadoras, sendo o seu objetivo principal atrair e
fidelizar o cliente à marca. Recentemente observa-se que para atrair mais consumidores,
chegam a 72 meses).
Os preços dos veículos não apresentam grandes variações entre uma marca e
outra, sendo que, num mesmo tipo de veículo, a diferença de preços é decorrente da
consumidor escolher a relação preço x conforto que melhor atenda a suas expectativas.
Outra característica dos preços é que sua variação tende a aumentar nos
veículos mais potentes, geralmente veículos mais luxuosos. Nos veículos 1.0 e 1.4 (mais
populares com menor preço) a variação entre o maior e o menor preço oscila em torno
de 10%, nos veículos 1.6 e 1.8, a variação fica em torno de 15% e nos veículos 2.0 e
63
As montadoras de veículos e suas concessionárias se relacionam verticalmente
dependentes do fornecimento das montadoras, por força de estatuto legal (Lei 6.729, de
1979) que rege a relação entre montadoras e concessionárias, conhecido como Lei
quantidade de veículos que uma concessionária tem que adquirir durante determinado
período de tempo (um mês, por exemplo). Basicamente, o contrato é uma forma de
cada concessionária pode praticar são livres dentro dos limites estabelecidos pela
já que as empresas são em número reduzido para atender todo o mercado nacional,
64
disso, as concessionárias não agem de maneira articulada, sendo suas ações resultadas de
Fiat é mais concentrado do que os mercados das outras montadoras, pois possuindo a
comercializa mais veículos que uma concessionária Volkswagen, por exemplo. A menor
concorrência derivada dessa concentração permite um maior controle dos preços por
parte da montadora.
65
do mercado. Esse elevado número de concessionárias pode ser explicado pelo fato de
uma das maiores líderes. A Volkswagen foi a empresa que perdeu a maior parcela do
concessionárias sendo que foi a montadora, dentre as três maiores, que menos perdeu
fato pode ser explicado pelo fato de ambas as empresas serem fortes competidores nos
66
crescimento na sua participação no mercado. O gráfico 3.2 mostra a evolução do índice
mostrada pode ser explicada pelo aumento de competitividade que as novas montadoras
CR4 (2000-2005)
94,00%
91,91%
92,00%
90,26%
90,00%
87,96%
88,00%
86,00%
84,00%
83,59% 83,03%
83,67%
82,00%
80,00%
78,00%
2000 2001 2002 2003 2004 2005
CR4
líderes não puderam exercer poder de mercado em relação às estrangeiras que entravam
no mercado nacional. Isso pode ser explicado pelo fato de que essas novas montadoras
67
no mercado. Inclusive, as marcas já tinham reputação conhecida pelos consumidores
Dentre as empresas que compõem o CR4, a Ford foi a empresa que mais
semelhante aos das novas montadoras (como mostrado no gráfico 3.3), refletidos nos
sucessivos crescimentos no volume de vendas. Esse crescimento pode ter como resposta
da média do mercado, além de ser uma das pioneiras na expansão de crédito aos
market share diminuiu em torno de 7% e seu volume de vendas regrediu cerca de 2%,
sendo que os piores anos foram 2002 e 2003, em que as vendas caíram em torno de 10%
e 20%, respectivamente. A retomada do crescimento veio apenas em 2005, que pode ser
Situação semelhante também ocorreu com a empresa Fiat, que teve uma queda
de 4% no seu market share, mas teve um desempenho nas vendas melhor que sua rival,
o volume de vendas cresceu cerca de 10%, sendo que os piores anos também foram 2003
e 2004, porém com queda menor, da ordem de 10% e 2%, respectivamente. A resposta
às quedas na demanda veio com a introdução, assim como na Volkswagen, dos veículos
flex fuel, sendo este um dos responsáveis pela retomada do crescimento em 2005.
68
A empresa General Motors é, dentre as empresas que compõem o CR4, a
oscilação não apresentando pesadas quedas como as rivais Fiat e Volkswagen, sendo que
volume de vendas podem ser vistas no gráfico 3.3, que analisa as quatro maiores
200,00%
150,00%
100,00%
50,00%
0,00%
2001 2002 2003 2004 2005
-50,00%
FIAT Automóveis S.A. Volkswagen do Brasil Ltda
General Motors do Brasil Ltda Ford Motor Company Brasil
Novas montadoras
sua parcela de mercado de 8 para 17% em cinco anos, além disso, foram as empresas
69
montadoras pode ser resultado de investimentos em publicidade e promoção da marca no
país. O resultado destes investimentos pode ser considerado positivo, pois em 2000
venderam juntas 87053 (oitenta e sete mil e cinqüenta e três) automóveis, já em 2005
(ANFAVEA, 2007).
produzidos ao final de 2003 e logo passaram a representar uma parcela significativa das
vendas das montadoras produtoras desses tipos de veículos.. Para isso basta verificar que
total. Em algumas montadoras, a venda desse tipo de veículo representou mais de 70%
início de 2007. Dentro do mercado de veículos flex fuel, as empresas Volkswagen e Fiat
são as mais representativas, com praticamente todo o volume de vendas composto por
esse tipo de veículo. A resposta da demanda veio rápida, as montadoras que apostaram
neste novo tipo de veículo, principalmente para Fiat, Volkswagen e General Motors,
70
às novas condições da demanda e da concorrência, tendo a representação de veículos flex
fuel no seu total de vendas aumentado de 8% para 90% em apenas um ano (ANFAVEA,
2007).
segundo a ANP (2007), cerca de 30% mais barato que a gasolina sendo que a autonomia
participação de cada montadora na venda de veículos flex fuel e a participação destes nas
vendas de cada montadora, nos anos 2005 e 2006 (este último, mesmo estando fora do
71
A conduta adotada pelas montadoras mostra que em virtude do aumento da
das rivais). No caso dos veículos flex, por exemplo, o pioneirismo na produção destes
pela Volkswagen visava recuperar uma parte da parcela do mercado perdida em resposta
25% entre 2003 e 2004. Semelhante progresso obteve a Fiat e a General Motors, que
promoção deste, que inicialmente trouxeram àqueles que inovaram vantagens, mesmo
que temporárias.
72
III.3. O PROCONVE e as montadoras
emissão de poluentes para veículos leves (automóveis) e para veículos pesados (ônibus e
modelo e/ou configuração de veículo ou motor ou, ainda, de qualquer extensão destes,
LCVM. Sem essa licença, nenhum veículo pode ser comercializado no país.
73
O Programa é dividido em fases, que estabelece os níveis máximos de emissões
após a implantação de cada fase conforme mostra a tabela 3.4, onde CO é monóxido de
veículos leves (L-1), em 1988, foi caracterizada pela eliminação dos modelos mais
injeção eletrônica de combustível. A terceira fase (L-3) teve início em 1997 e em 2003,
teve início a quarta fase (L-4). O lançamento da quinta fase (L-5) está previsto para
2009.
redução média de emissão de cerca de 90% dos veículos leves novos, em relação ao
aperfeiçoamento destes.
eficaz, mas dificilmente uma montadora produz fora dos padrões estabelecidos, em vista
74
do dano que causaria à marca ter seu nome associado a fabricação de produtos que não
sejam considerados ambientalmente limpos. Durante todo o ano o IBAMA realiza vários
testes nos veículos produzidos pelas montadoras como forma de fiscalizá-las para ver se
primeiro veículo que o consumidor poderia adquirir já convertido para o uso do GNV e
com garantia da fábrica. Além disso, o veículo poderia também usar como combustíveis
a gasolina e o álcool.
A pioneira foi General Motors que lançou o modelo Astra Multipower no fim
de 2004. O modelo não estava disponível para pronta entrega sendo vendido apenas por
consumidor aguardar por alguns dias para ter o modelo após sua aquisição. Essa situação
deriva do fato de que a montadora não produzia os kits de conversão nem seus
componentes.
empresa Rodagás, que fornecia os kits de instalação e a empresa White Martins, que
figura 3.1.
75
A figura 3.1 descreve o processo de aquisição de um modelo de veículo
convertido de fábrica, esta então envia o pedido à montadora, que faz o traslado do
conversão, o veículo volta à montadora para então ser reenviado à concessionária e então
Concessionária Concessionária
Solicita Fornece
Montadora Montadora
General Motors. Todos os kits são homologados tanto pelo INMETRO como pelo
IBAMA.
76
Seguindo a metodologia da General Motors, a Volkswagen e a Fiat também
(em parceria com a fabricante de cilindros White Martins) nas concessionárias de forma
tetracombustível (além dos três combustíveis citados, também utiliza a gasolina pura –
porém a conversão realizada na montadora é 50% mais cara que a realizada nas
convertedoras tradicionais.
Tabela 3.4. Preço de uma conversão (Em R$) – os preços das convertedoras se referem
aos modelos disponibilizados convertidos pelas montadoras
Montadora Convertedora Convertedora/Montadora
Mínimo 4000,00 2000,00 50%
Médio 4500,00 2200,00 55%
Maximo 5000,00 3000,00 60%
Fonte: Concessionárias, Convertedoras.
77
A tabela 3.4 mostra o preço de uma conversão feita na montadora (nesse caso o
valor é obtido pela diferença entre o preço do veículo convertido e o original não
A demanda por veículos convertidos passou ser bastante atrativa como solução
veículos vendidos, demonstrando que deslocar parte dessa demanda de conversões por
explicado pelo fato de que até 2002, não havia uma legislação bem definida a respeito
no mercado face aos riscos que elas incorreriam ao produzir veículos bicombustíveis).
78
Segundo Bermudo Neto (2007), as montadoras já possuem tecnologia para
produzir um veículo movido a GNV (apenas os cilindros não seriam produzidos pelas
justifica, ou seja, não há escala para se produzir um veículo zero quilometro (os veículos
chegariam ao consumidor com um custo muito alto). Produzir um veículo novo movido
a GNV custaria, segundo Bermudo Neto (2007), cerca de 07 milhões de Reais. Esse fato
regulação das conversões após a edição de novas normas pode ter levado algumas
convertidos de fábrica o fato de que, mesmo com conversões mais caras, os veículos
qualidade.
79
CONCLUSÃO
para que fossem utilizadas como ferramentas de auxílio na análise dos mercados das
intensidade competitiva de Porter, sendo esta também uma ferramenta útil de análise
desses mercados.
80
No capítulo II, analisou-se também a regulação do mercado de conversões.
legislação que prevê o controle de emissões desses kits através da sua homologação (via
obtenção do CAGN), mas verifica-se que não há uma efetiva fiscalização dos veículos
convertidos e das oficinas convertedoras, nem a efetiva cobrança desses CAGN para
o mercado das montadoras se mostra vantajoso para as primeiras. Isso ocorre porque há
81
O mercado das convertedoras possui muitas empresas, havendo dificuldade na
aplicação ao mercado da legislação vigente, tanto quanto ao controle dos kits como ao
verifica no mercado das montadoras, onde acontece o oposto: há poucas empresas, sendo
que essas elas tem de atender a uma rigorosa fiscalização, sendo que esta, por ser mais
numa vantagem de custos para as convertedoras, que optam por competir via preços,
uma conversão realizada por uma montadora, mesmo de forma terceirizada é, em média,
conversões. Sendo que o ingresso das montadoras via terceirização pode ser explicado
pelo fato do estabelecimento de uma regulação (inexistente até 2002) bem definida para
as conversões (principalmente quanto aos kits de conversão), pois estas passaram a ter
terão de enfrentar é a adaptação à fase IV do PROCONVE, que prevê nova redução nos
de a legislação prever que o nível de emissões de um veículo convertido deve ser igual
82
particularmente difícil no Brasil porque, segundo Bermudo Neto (2007), requer a criação
de uma tecnologia nova que crie novos kits que se adaptem aos veículos flex fuel. Os
atuais kits de conversão nesses veículos não têm apresentado desempenho satisfatório,
ficando o nível de emissões do veículo após a conversão fora dos novos padrões
estabelecidos.
temas para trabalhos futuros sobre o mercado do GNV. Cabe analisar se a legislação
das novas e das atuais normas. Finalmente, é importante que seja melhor estudado quais
83
ANEXO I – Empresas fabricantes de cilindros
F1 do Brasil Ltda.
Faber-Papaiz Ltda.
Inprocil S.A
MAT S.A
Rama Cylinders
84
ANEXO II – Empresas montadoras de kits detentores de CAGN
Netgás Ltda.
85
Rodagás do Brasil Sistemas a Gás Ltda.
86
ANEXO III – Empresas entrevistadas
87
ANEXO IV – Montadoras nacionais fabricantes de automóveis
88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
89
BERMUDO NETO, A. A Regulação de Emissões Veiculares e o GNV. In: Seminário
Emissões Veiculares e o GNV, 1., 2007, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: Instituto
Brasileiro de Petróleo e Gás, 2007.
90
______. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa n. 54, de 19 de novembro de 2004.
Lex: Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 2004. Disponível em:
<https://www.ibama.gov.br/proconve/ArquivosUpload/1in-54-2004-regulamenta-
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______. Regulamenta os conjuntos para conversão de veículos para o uso do gás natural
e dá outras providências. Resolução n. 291, de 25 de outubro de 2001. Lex: Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 2001. Disponível em:
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______. Regulamenta os conjuntos para conversão de veículos para o uso do gás natural
e dá outras providências. Resolução n. 315, de 29 de outubro de 2002. Lex: Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 2002. Disponível em:
<https://www.ibama.gov.br/proconve/ArquivosUpload/6resolucao_315-02_-
_novas_etapas.pdf>. Acesso em 25 de novembro de 2007.
91
______. Rio de Janeiro, NGV group, v. 1, n. 57, dez. 2005.
92
PONDÉ, J. L.; FAGUNDES, J. Barreiras à entrada e defesa da concorrência: notas
introdutórias [S.l.; s.n.], 1999. Disponível em:
<http://www.ie.ufrj.br/grc/pdfs/barreiras_a_entrada_e_defesa_da_concorrencia.pdf>.
Acesso em 03 de maio de 2006.
93