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Índice
Tecidos animais
Tecido conjuntivo
Tecido epitelial
Tecido muscular
Tecido nervoso
Anatomia humana
Anatomia dos vertebrados
Anatomia dos anfíbios
Anatomia das aves
Anatomia dos mamíferos
Anatomia dos peixes
Anatomia dos répteis
Anatomia dos invertebrados
Anatomia dos artrópodes
Anatomia dos moluscos
Estudo
Terminologia anatómica
Termos de localização
Planos anatómicos
Regiões anatómicas
Termos de movimento
História
Antiguidade e Idade Média
Idade Moderna
Idade contemporânea
Referências
Ver também
Ligações externas
Tecidos animais
O reino Animalia, ou metazoários, é constituído por organismos multicelulares que
são heterotróficos e móveis (embora alguns tenham evoluído para um estilo de vida
estático). O corpo da maior parte dos animais apresenta tecidos diferenciados, sendo
por isso denominados eumetazoários. Os animais deste grupo apresentam câmara
digestiva interna com uma ou duas aberturas, os gâmetas são produzidos em órgãos
sexuais multicelulares e os zigotos apresentam estágio de blástula durante o
desenvolvimento embrional. Os eumetazoários não incluem as esponjas, uma vez
que não têm células diferenciadas.[5] Ao contrário das células vegetais, as células
animais não têm parede celular nem cloroplastos. Quando estão presentes, os
Estrutura de uma célula animal.
vacúolos nas células animais são em maior número e muito mais pequenos do que
nas plantas.[6]
Os tecidos do corpo, incluindo os dos músculos, nervos e pele, são constituídos por células de vários tipos diferentes. Geralmente,
cada célula é formada por um núcleo, citoplasma e uma membrana celular constituída por fosfolípidos. Todas as diferentes células de
um animal têm origem na camada germinativa embrionária. Os animais invertebrados mais simples são formados a partir de duas
camadas germinativas – ectoderme e endoderme – e são denominados diblásticos. Nos animais mais complexos, as estruturas e os
órgãos são formados a partir de três camadas germinativas – ectoderme, endoderme e mesoderme – sendo por isso denominados
triblásticos.[6] Os tecidos animais podem ser agrupados em quatro tipos básicos: conjuntivo, epitelial, muscular e nervoso:
Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é fibrosos e constituído por células dispersas ao longo de uma
substância inorgânica denominada matriz extracelular. É o tecido conjuntivo que
forma os órgãos e que os mantém no lugar. Os principais tipos de tecido conjuntivo
são o tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo, tecido conjuntivo fibroso, cartilagem
e osso. A matriz extracelular contém proteínas, das quais a principal e mais
abundante é o colagénio. A função do colagénio é organizar e manter os tecidos. A
matriz pode formar um esqueleto, que suporta e protege o organismo. Em alguns
animais este esqueleto é externo, denominadoexosqueleto,
Tecido conjuntivo (a azul) a sustentar
o epitélio (a violeta).
Nos animais mais desenvolvidos e em alguns dos menos desenvolvidos, este esqueleto é interno e denominado endosqueleto. Nos
animais mais simples, o esqueleto é geralmente externo e denominado exosqueleto. O exosqueleto é uma cutícula rígida e espessa,
endurecida através de mineralização, como no caso dos crustáceos, ou de ligação cruzada entre proteínas, como no caso dos
insetos.[6]
Tecido epitelial
O tecido epitelial é constituído por células compactas, com pouco espaço
intercelular, e ligadas entre si por moléculas de adesão celular. As células epiteliais
podem ser escamosas, cubóides ou colunares e assentam sobre uma lâmina basal.
Esta lâmina é a camada superior da membana basal, sendo a inferior a lâmina
reticular que se encontra na proximidade do tecido conjuntivo na matriz extracelular
segregada pelas células epiteliais.[7]
Tecido muscular
O tecido ativo e contráctil do corpo é formado por miócitos, ou células musculares.
A função do tecido muscular é produzir força e movimento, tanto o movimento de
locomoção como movimentos dos órgãos internos. O músculo é formado por
miofibrilhas contractéis e divide-se em três tipos principais: músculo liso, músculo
esquelético e músculo cardíaco. O músculo liso não apresenta estrias quando
observado ao microscópio. Contrai-se lentamente, mas é capaz de manter a
contração ao longo de uma grande extensão. Pode ser observado em órgãos como os
tentáculos das anémonas e na parede do corpo dospepinos-do-mar.[10]
Tecido nervoso
O tecido nervoso é constituído por várias células nervosas que transmitem informação denominadas neurónios. Em alguns animais
marinhos de locomoção lenta e radialmente simétricos, como os ctenóforos e os cnidários, os nervos formam uma rede nervosa. No
entanto, na maior parte dos animais estão organizados em grupos longitudinais. Em animais mais simples, são os neurónios recetores
na parede do corpo que reagem diretamente aos estímulos. Em animais mais complexos existem células recetoras especializadas,
como os quimiorrecetores ou os fotorreceptores, que formam grupos e enviam mensagens ao longo de redes neurais para outras
partes do organismo. Os neurónios podem estar ligados entre si em gânglios nervosos.[11]
Nos animais mais evoluídos, os recetores especializados constituem a base dos
órgãos dos sentidos. Estes animais possuem um sistema nervoso central (cérebro e
espinal medula) e um sistema nervoso periférico. Este último consiste em nervos
sensoriais que transmitem informação a partir dos órgãos dos sentidos e nervos
motores que influenciam os órgãos de destino.[12][13] O sistema nervoso periférico
divide-se no sistema nervoso somático, que transmite as sensações e controla os
músculos voluntários, e o sistema nervoso autónomo ,que controla de forma
gãos internos.[14]
involuntária o músculo liso, algumas glândulas e os ór
Os seres humanos são animais membros da ordem dos mamíferos, subfilo dos
vertebrados e do filo dos cordados. À semelhança de todos os cordados, o corpo
humano apresenta em determinado momento do desenvolvimento simetria bilateral,
corda dorsal, fendas branquiais e e um tubo neural. Nos seres humanos, as duas
primeiras características estão presentes apenas durante a fase embrionária. À
medida que o embrião se desenvolve, a corda dorsal dá lugar à coluna vertebral
característica dos vertebrados, as fendas branquiais desaparecem completamente e o
tubo neural dá lugar à espinal medula.[15][16] À semelhança dos restantes
mamíferos, o corpo humano apresenta como características proeminentes a presença
de pelos, glândulas mamárias e sistema sensorial bastante desenvolvido. No entanto,
apresenta também algumas diferenças significativas. É o único mamífero com
postura bípede, o que modificou o plano corporal, e o cérebro é de longe o mais
desenvolvido em todo o reino animal.[16] Anatomia externa dosseres
humanos. Embora semelhantes aos
O corpo humano adulto possui mais de 75 biliões de células. Cada célula é capaz de
restantes mamíferos, apresentando
crescer, de metabolizar, de responder a estímulos e de se reproduzir, embora haja pele revestida por pelos, glândulas
algumas exceções. Existem mais de 200 tipos diferentes de células no corpo humano mamárias e sistema sensorial
que, em conjunto com a matriz extracelular, foram os quatro principais tipos de desenvolvido, são os únicos
tecido: epitelial, muscular, nervoso e conjuntivo. Por sua vez, os tecidos formam mamíferos com posturabípede e
têm de longe o cérebro mais
órgãos individuais e cada órgão pode apresentar vários tipos de tecido. O tecido
desenvolvido entre o reino animal.
epitelial reveste a superfície do corpo, os órgãos internos, cavidades e passagens. Os
tecidos musculares são contrácteis e constituem os músculos, enquanto que os
tecidos nervosos constituem o sistema nervoso. O tecido conjuntivo liga as várias estruturas anatómicas entre si e é constituído por
células bastante espaçadas.[16]
O corpo humano é constituído por nove sistemas orgânicos principais. O sistema tegumentar é constituído pela pele que reveste o
corpo e as diversas estruturas a ela associadas, como os pelos, as unhas ou as glândulas sebáceas, e tem a função de proteger os
outros órgãos. O sistema locomotor compreende os músculos esqueléticos e os ossos do esqueleto e tem função locomotora e de
proteção dos órgãos internos. O sistema respiratório é constituído pelos pulmões, músculos da respiração e respetivas passagens e
tem a função de extrair oxigénio do ar, fundamental para o metabolismo, devolvendo dióxido de carbono. O sistema circulatório ou
cardiovascular é constituído pelo coração, vasos sanguíneos e sangue. O coração impulsiona a circulação do sangue, o qual tem a
função de transportar oxigénio, nutrientes, células imunitárias, hormonas e resíduos entre as células das diversas partes do corpo. O
sistema digestivo é constituído pela boca, esófago, estômago e intestinos e tem a função de processar os alimentos em nutrientes
aproveitáveis pelo corpo, que são depois absorvidos pelo sangue ou pela linfa e os resíduos expulsos na forma de matéria fecal. O
sistema excretor é constituído pelos rins, bexiga e respetivos canais e tem a função de remover os compostos de nitrogénio tóxicos da
corrente sanguínea. O sistema endócrino é constituído pelos tecidos e glândulas que produzem hormonas, as quais atuam como uma
rede de comunicações entre os vários sistemas. O sistema reprodutor, feminino ou masculino dependendo do sexo, é constituído
pelos órgãos sexuais e permite areprodução e a continuidade da espécie.[16]
Anatomia dos vertebrados
A característica que define um vertebrado é a presença de coluna vertebral. Todos os animais vertebrados apresentam um plano
corporal muito semelhante e em determinado momento na vida, geralmente durante o período embrionário, apresentam as principais
características dos cordados: uma corda dorsal, um tubo neural, arcos faríngeos e uma cauda posterior ao ânus. A espinal medula, que
é protegida pela coluna vertebral, encontra-se acima da corda dorsal, enquanto o trato gastrointestinal se encontra por baixo.[17] A
coluna vertebral é formada pelo desenvolvimento do conjunto de vértebras segmantadas. Na maior parte dos vertebrados a corda
dorsal embrionária transforma-se nonúcleo pulposo dos discos intervertebrais. No entanto, alguns vertebrados mantêm a corda dorsal
em adultos, como é o caso do esturjão.[18] Os vertebrados com mandíbulasapresentam pares de apêndices, barbatanas ou pernas que
podem ser vestigiais. O tecido nervoso dos vertebrados tem origem na ectoderme, o tecido conjuntivo na mesoderme e o tubo
digestivo na endoderme. Na extremidade posterior encontra-se uma cauda que prolonga a medula espinal e as vértebras, mas não o
tubo digestivo. A boca encontra-se na extremidade anterior do animal e oânus na base da cauda.[19]
O coração dos anfíbios apresenta três câmaras: duas aurículas e dois ventrículos.
Possuem uma bexiga e os detritos nitrogenados são expelidos principalmente na Os anfíbios, que incluem os sapos,
forma de ureia. Os anfíbios respiram principalmente pela boca, bombeando ar para a salamandras e cecílias, são capazes
região bucofaríngea pelas narinas, que depois é forçado a circular para os pulmões de respirar pela pele, que se
contraindo a garganta.[20] Esta respiração é complementada com trocas gasosas encontra revestida porglândulas
[21]
através da pele, que necessita de estar constantemente humedecida. mucosas e necessita de estar
constantemente humedecida.
Nos sapos, a bacia é robusta e as pernas posteriores são muito mais fortes e
compridas em relação às anteriores. Os pés possuem quatro ou cinco dígitos e os dedos e muitas vezes apresentam membranas
interdigitais para nadar ou ventosas para trepar. Os sapos possuem olhos grandes e não têm cauda. A aparência das salamandras
assemelha-se à dos lagartos; as pernas curtas projetam-se para os lados, o ventre está em contacto ou muito próximo do solo e têm
uma cauda longa. A aparência das cecílias assemelha-se à das minhocas e não possuem membros. Escavam através de zonas de
[22]
contração muscular que se movem ao longo do corpo e nadam fazendo ondular lateralmente o corpo.
Os peixes ósseos apresentam maior número de traços anatómicos derivados, muitas vezes com significativas alterações
evolucionárias em relação aos peixes antigos. Possuem esqueleto ósseo, são geralmente achatados lateralmente, apresentam cinco
pares de guelras protegidas por um opérculo e uma boca na ponta ou perto do focinho. A derme encontra-se coberta por escamas
sobrepostas. Os peixes ósseos possuem uma bexiga natatória que os ajuda a manter uma profundidade constante, mas não uma
[27]
cloaca. Geralmente desovam na água uma grande quantidade de pequenos ovos pouco vitelinos.
Os tubarões e as raias são peixes cartilaginosos basais com várias características anatómicas primitivas semelhantes às dos peixes
antigos, incluindo esqueletos constituídos por cartilagem. O seu corpo tende a ser achatado ao longo do dorso e do ventre, e
geralmente apresentam cinco pares de guelras e uma boca de grande dimensão no lado inferior da cabeça. A derme encontra-se
revestida por escamas placoides separadas. Apresentam uma cloaca com função urinária e genital, embora não possuam bexiga
natatória. Os peixes cartilaginosos produzem ovos vitelinos de grande dimensão, embora em pouco número. Algumas espécies são
ovovivíparas e a cria desenvolve-se internamente, enquanto outras são ovíparas e a as larvas desenvolvem-se externamente dentro do
ovo.[27]
As tartarugas apresentam uma característica carapaça rígida que protege o tronco, inflexível, formada por placas ósseas embutidas na
derme, por sua vez revestidas por placas córneas e parcialmente fundidas com as costelas e a coluna. O pescoço é longo e flexível e a
cabeça e as pernas podem ser recolhidas para o interior da carapaça. As tartarugas são herbívoras, pelo que os dentes característicos
dos outros répteis foram substituídos por placas córneas afiadas. Nas espécies aquiáticas, as pernas da frente evoluíram para
barbatanas.[29]
Os lagartos apresentam crânios com apenas uma fenestra de cada lado, tendo perdido o osso por baixo da segunda fenestra. Isto faz
com que a ligação entre as mandíbulas seja menos rígida, o que lhes permite abrir mais a boca. Os lagartos são essencialmente
quadrúpedes. O tronco levanta-se ligeiramente do chão, apoiado em quatro pernas projetadas para os lados, embora algumas espécies
não possuam membros e se assemelhem a serpentes. Os lagartos possuem pálpebras móveis, tímpanos e algumas espécies possuem
olho parietal central.[29]
As serpentes são parentes próximas dos lagartos, tendo derivado de uma linhagem ancestral em comum durante o período Cretácico,
e partilham muitas características. O esqueleto é constituído pelo crânio, osso hioide, coluna vertebral e costelas, embora algumas
espécies apresentem vestígios de uma bacia e membros posteriores. Também perderam o osso por baixo da segunda fenetra do crânio
e as mandíbulas têm uma flexibilidade extrema, o que permite às serpentes engolir as presas inteiras. Embora as pálpebras sejam
imóveis, os olhos são cobertos por escamas transparentes. As serpentes não possuem tímpanos, mas conseguem detetar vibrações na
terra através dos ossos do crânio. A língua bifurcada é usada como órgão paladar e olfativo. Algumas espécies apresentam orifícios
[30]
sensoriais na cabeça, o que lhes permite localizar presas de sangue quente.
Os crocodilianos são répteis aquáticos de baixa estatura e grande dimensão, de focinho comprido e grande número de dentes. A
cabeça e o tronco são achatados ao longo do ventre. A cauda é comprimida lateralmente e ao nadar ondula para impulsionar o animal.
As escamas duras e queratinizadas, algumas inclusivamente fundidas no crânio, proporcionam aos crocolidos uma armadura corporal.
As narinas, olhos e ouvidos são salientes em relação à cabeça achatada, o que permite que se mantenham à superfície quando o
animal flutua. Quando submerge, as narinas e ouvidos são selados por válvulas. Ao contrário de outros répteis, os crocodilianos
possuem um coração de quatro câmaras, o que lhes permite separar completamente a circulação de sangue oxigenado e
desoxigenado.[31]
Pelo exterior, as tuataras assemelham-se aos lagartos, embora a linhagem se tenha dividido durante o período Triássico. Existe apenas
uma espécie viva, Sphenodon punctatus. O crânio tem duas fenestras em cada lado. A ligação da mandíbula ao crânio é rígida.
Apresentam uma fileira de dentes na mandíbula inferior, que encaixa entre as duas fileiras da mandíbula superior. Os dentes são
apenas projeções de material ósseo da mandíbula que se vai desgastando. O cérebro e o coração são mais primitivos do que em outros
répteis. Os pulmões apresentam uma única câmara e não possuem brônquios e a cabeça possui um olho parietal bem
desenvolvido.[29]
Os protozoários são organismos unicelulares. Embora as suas células apresentem a mesma estrutura básica dos animais
multicelulares, algumas partes da célula especializaram-se e têm função equivalente aos tecidos e órgãos. A locomoção é muitas
vezes feita por cílios, flagelos ou pseudópodes. Os nutrientes podem ser obtidos por fagocitose, as necessidades energéticas podem
ser satisfeitas por fotossíntese e a célula pode ser suportada por um endosqueleto ou exoesqueleto. Alguns protozoários podem
formar colónias multicelulares.[32]
Os insetos possuem corpos segmentados suportados por um exosqueleto rígido, constituído principalmente por quitina. Os segmentos
do corpo dividem-se em três partes distintas: uma cabeça, um tórax e um abdómen.[36] A cabeça geralmente contém um par de
antenas sensoriais, um par de olhos compostos, um a três ocelos e três conjuntos de apêndices modificados que formam as peças
bucais. O tórax apresenta três pares de pernas, uma para cada um dos três segmentos do tórax, e dois pares de asas. O abdómen é
constituído por onze segmentos, alguns dos quais podem ser unidos, e protege os
sistemas digestivo, respiratório, esxcretório e reprodutor.[37] As diferentes espécies
apresentam variações signifcativas entre si e numeras adaptações das diferentes
[38]
partes do corpo, especialmente das asas, pernas, antenas e partes bucais.
Os moluscos possuem sistema circulatório aberto.[51] As aurículas do coração fazem também parte do sistema excretório, filtrando
resíduos do sangue. A maior parte do sistema respiratório dos moluscos apresenta apenas um par de guelras.[49] Os moluscos usam
digestão intracelular e as partes bucais apresentam uma rádula, uma língua com dentes que aspira bactérias e algas das rochas. Na
boca existem glândulas que segregam muco ao qual a comida adere e possuem um complexo sistema digestivo em que cílios
microscópicos desempenham vários papéis.[51][49] Os moluscos cefálicos apresentam dois pares de cordas nevosas ventrais e os
bivalves três. Em espécies que o possuem, o cérebro envolve o esófago. A maior parte dos moluscos apresenta olhos e todas as
espécies têm sensores sensíveis a químicos, a vibrações e ao toque.[49] Os sistemas reprodutores mais simples baseiam-se na
fertilização externa, embora alguns moluscos usem fertilização interna ou sejam hermafroditas. Os moluscos co fertilização externa
põem ovos, dos quais emergem larvas trocóforas, larvas velígeras ou adultos em miniatura.[49]
Estudo
A anatomia humana é uma das ciências fundamentais da medicina.[55] A anatomia
humana, a fisiologia e a bioquímica são ciências médicas básicas complementares,
que são geralmente ensinadas aos estudantes no primeiro ano das faculdades de
medicina. As profissões médicas exigem conhecimentos aprofundados de anatomia,
sobretudo no caso dos cirurgiões e em especialidades de diagnóstico, como na
histopatologia e na radiologia.[56] A anatomia humana pode ser estudada de forma
regional ou sistémica. A anatomia regional estuda as regiões do corpo, como a
cabeça ou o tórax, enquanto que a anatomia sistémica estuda sistemas específicos,
como os sistemas nervoso ou respiratório.[3] O mais notável manual de anatomia,
Lição de Anatomia do Dr. Willem van
Gray's Anatomy, foi reorganizado de um formato sistémico para um formato
der Meer, Michiel Jansz van
[57][58]
regional, de acordo com os métodos de ensino contemporâneos. Mierevelt, 1617
Terminologia anatómica
Os termos anatómicos são compostos por uma raiz à qual acrescem prefixos e sufixos. A raiz geralmente indica determinado órgão,
tecido ou condição.[63]
Termos de localização
Os termos anatómicos usados para descrever a localização de determinada estrutura têm por base a posição anatómica de referência.
Nos seres humanos, esta posição corresponde a uma pessoa de pé, com os pés ligeiramente afastados, braços esticados e as palmas
das mãos abertas e viradas para a frente.[63]Quando os anatomistas mencionam o lado esquerdo ou o lado direito do corpo, referem-
se à esquerda e direita do indivíduo, e não do observador. Ao observar um corpo na posição anatómica de referência, o lado esquerdo
do corpo é o lado direito do observador e vice-versa. Os termos padronizados evitam confusão. Entre os termos mais usados
estão:[64]:4
Anterior e posterior descrevem a parte da frente (anterior) e de trás (posterior) de um corpo. Por exemplo, os
dedos dos pés encontram-se anteriormente em relação ao tornozelo e a coluna vertebral encontra-se
posteriormente em relação aocoração.
Superior (ou cranial) e inferior (ou caudal) descrevem uma posição em cima (superior , em direção ao crânio) ou
em baixo (inferior, em direção à cauda) relativamente a outra parte do corpo. Por exemplo, otórax situa-se
superiormente ao abdómen, enquanto apélvis situa-se inferiormente ao abdómen.
Medial e lateral descrevem uma posição que é mais próxima (medial) ou mais afastada (lateral) do plano sagital.
Por exemplo, no caso do joelho oligamento colateral medialestá situado medialmente, ou mais próximo do plano
sagital, enquanto que oligamento colateral lateralestá localizado lateralmente, ou mais afastado do plano sagital.
Ventral e dorsal descrevem estruturas derivadas da parte da frente
(ventral) ou de trás (dorsal) doembrião antes da rotação dos membros.
Proximal e distal descrevem uma posição mais próxima (proximal) ou
mais afastada (distal) em relação à raiz do membro. Por exemplo, o
braço é considerado proximal quando comparado com oantebraço
(distal), uma vez que está mais próximo da raiz.
Superficial e profundo descrevem as estruturas que estão mais
próximas (superficiais) ou mais afastadas (profundas) em relação à
superfície do corpo. Por exemplo, a pele é mais superficial do que os
ossos e o cérebro é mais profundo que o crânio.
Planos anatómicos
Os elementos anatómicos são muitas vezes descritos em relação a planos
geométricos de referência:[64] :4[63] Posição anatómica de referência
com os termos de localização
Plano sagital é o plano que divide verticalmente um corpo ou um órgão relativa.
nos lados direito e esquerdo. Quando este plano vertical passa pelo
meio do corpo denomina-seplano sagital mediano. Quando divide o
corpo em lados desiguais denomina-seplano parasagital.
Plano frontal ou plano coronal é o plano que divide um corpo ou
órgão numa parte anterior (frontal) e posterior (dorsal).
Plano transversal é o plano que divide horizontalmente um corpo ou
um órgão nas partes inferior e superior.
Regiões anatómicas
Os anatomistas dividem o corpo em regiões anatómicas. Na parte anterior do tronco
situa-se o "tórax", na região superior, e o "abdómen" na região inferior. Na parte
posterior do tronco, ou costas, situa-se o a "região dorsal", na parte superior, e a
"região lombar" na parte inferior. A região das omoplatas é denominada região
escapular e a região do esterno é denominada "região esternal". A região entre o
Os três planos anatómicos do corpo:
peito e a pelve denomina-se "região abdominal". O peito pode é também
sagital, transversal e frontal.
denominado "região mamária", a axila como "região axilar" e o umbigo como
"região umbilical". A pelve entre o abdómen e as coxas corresponde à "região
hipogástrica". As virilhas, em que a coxa se une ao tronco, são a "região inguinal".
Os glúteos correspondem à região glútea e apúbis à "região púbica".[63]
Termos de movimento
Flexão e extensão descrevem os movimentos que modificam o ângulo entre duas partes do corpo. Flexão é o
movimento de dobra quediminui o ângulo entre um segmento e o seu segmento proximal. Por exemplo, dobrar o
Eversão e inversão descrevem os movimentos que inclinam a planta do pé para fora (eversão) ou para dentro
(inversão) em relação ao plano sagital, como no caso de uma torção do tornozelo. [75]
História
No século II d.C., o médico, cirurgião e filósofo romano Cláudio Galeno, escreveu o mais influente tratado de anatomia da
antiguidade e dos séculos seguintes.[81] Influente também na Idade de Ouro Islâmica, seria redescoberto durante o Renascimento a
partir de traduções do grego feitas durante o século XV.[82] Entre 1275 e 1326, os anatomistas bolonheses Mondino de Luzzi,
Alessandro Achillini e Antonio Benivieni realizaram as primeiras dissecações humanas sistemáticas desde a Antiguidade.[83][84][85]
A obra de Mondino Anatomia, publicada em 1316, foi o primeiro manual publicado durante a redescoberta medieval da anatomia
humana. Descreve o corpo conforme a ordem seguida por Mondino durante as dissecações, começando pelo abdómen, depois o
[82]
tórax, a cabeça e por fim os membros. A publicação tornou-se o manual de anatomia padrão ao longo do século seguinte.
Idade Moderna
Andreas Vesalius, professor de anatomia na Universidade de Pádua, é considerado o fundador da anatomia moderna.[86] Proveniente
do Ducado de Brabante, Vesalius foi o autor do influente livro De humani corporis fabrica ("A Estrutura do Corpo Humano"), um
livro de grande formato publicado em sete volumes em 1543. Pensa-se que as ilustrações, muito precisas e detalhadas e muitas vezes
em poses alegóricas com fundos de paisagens italianas, tenham sido da autoria do artistaJan van Calcar, discípulo de Ticiano.[82][87]
Idade contemporânea
Antes da época dos procedimentos médicos modernos, os principais meios para o
estudo da estrutura do corpo eram a palpação e a dissecação. Foi o aparecimento da
microscopia que permitiu compreender os constituintes básicos dos tecidos vivos. A
introdução das lentes acromáticas aumentou o poder de resolução do microscópio, o
que permitiu a Matthias Jakob Schleiden e Theodor Schwann descobrir, em 1839,
que as células são a unidade fundamental de organização de todos os organismos
vivos. Dado que a investigação microscópica envolve a passagem de luz pelos
objetos a ser estudados, a invenção do micrótomo veio permitir a realização de
cortes extremamente finos. Foram também desenvolvidas técnicas de coloração com Raio X (em cima), ressonância
magnética (a meio), e tomografia
corantes artificiais que vieram permitir distinguir com maior facilidade os vários
computorizada tridimensional (em
tipos de células e que, no fim doséculo XIX , deram origem aos campos da citologia
baixo) do abdómen.
e histologia.[93]
A invenção do microscópio eletrónicoem 1931 permitiu aumentar drasticamente o poder de resolução, o que veio permitir observar a
ultraestrutura das células e das organelas e outras estruturas no seu interior. Na década de 1950, a introdução da cristalografia de raios
X para o estudo das estruturas proteicas, ácidos nucleicos e outras moléculas biológicas deu origem ao novo campo da anatomia
molecular.[93] A radiação eletromagnética de onda curta, como os raios X, é capaz de atravessar o corpo e é por isso usada em
radiografia clínica para observar estruturas anatómicas com diferentes graus de opacidade. Hoje em dias, as técnicas mais modernas
como a imagem por ressonância magnética, tomografia computorizada, fluoroscopia ou ecografia permitem aos investigadores e
[94]
profissionais de saúde examinar as estruturas anatómicas, vivas ou mortas, com detalhe sem precedentes.
Referências
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Ver também
Anatomia da cabeça e pescoço
Anatomia de superfície
Ligações externas
E-anatomy
Um dicionário online de anatomia (em inglês)
Atlas de Anatomia Humana, de Charles Mayo Gray (em inglês)
Atlas de Anatomia
Atlas de Anatomia Humana do Anatomy Atlases
Vídeo-aulas sobre Anatomia - Universidade Federal Fluminense (UFF)
Anatomia e arte
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