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por meio da discussão argumentativa, qual a 2008) sobre a questão das cotas para negros
regulamentação mais adequada ao interesse em universidades públicas, no contexto da
equânime de todos os interessados (sobre o aprovação do Estatuto da Igualdade Racial,
que é bom em igual medida para todos). nos permite avaliar como a reflexão coletiva
Para que todos tenham chance de parti- sobre normas morais e seu processo de vali-
cipar desse processo de discussão, devem ser dação demandam não só a valorização do re-
capazes de exercer sua autonomia política, conhecimento da paridade entre os interlo-
isto é, de formular razões próprias e passíveis cutores, mas também a busca de um acordo
de serem compreendidas e aceitas; de iniciar racionalmente motivado no espaço público
ampliado.
Neste texto, pretendo revelar que ques-
tões ético-morais podem ser melhor enten-
A reflexão coletiva sobre
didas a partir de uma análise que leve em
normas morais e seu conta os princípios da ética do discurso e a
processo de validação estruturação de um discurso prático no âm-
demandam a busca de bito da mídia, aqui entendida como espaço
um acordo racional- de trocas argumentativas, posicionamentos e
mente motivado no demandas por reconhecimento social. Essas
dimensões privilegiam a comunicação in-
espaço público ampliado
tersubjetiva como aspecto central da elabo-
ração e constante transformação dos prin-
cípios ético-morais que regem os conflitos
debates e interpretar suas necessidades de sobre normas e as negociações agonísticas
maneira reflexiva e de serem reconhecidos nas sociedades contemporâneas.
como moralmente responsáveis por seus jul- Ao analisar matérias do Jornal Nacional e
gamentos e ações, sendo capazes de explicá- da Folha de S.Paulo, entre 11/2008 e 09/2009,
los aos outros se houver necessidade (Cohen, estabeleci algumas variáveis/categorias que
1997 e Rostboll, 2009). Sob esse aspecto, a nos permitem ver, na estrutura dialógica das
autonomia política (ou pública), abrange a matérias, como se delineiam enquadramen-
“habilidade de assumir papéis dialógicos, tos e, dentro de cada um deles, como (e se)
de se engajar reciprocamente na prática de os interlocutores: a) definem a questão em
assumir o lugar do outro, de alcançar a re- pauta, expressam e trocam argumentos; b)
flexividade diante desses papéis e articular constróem seus discursos em torno de posi-
suas próprias necessidades, interesses e va- ções polarizadas, conhecendo ou desconhe-
lores a fim de determinar sua universalidade cendo a posição de seus interlocutores; e c)
e chegar a um acordo comum sobre normas como o debate se estende ao longo do tempo,
gerais” (Cohen e Arato, 1992:398). Assim, os dando a ver uma conexão entre argumentos
atores são tidos como responsáveis e autôno- e contra-argumentos.
mos se possuem a habilidade de justificar as O texto se divide em três partes. Na pri-
demandas de validade atreladas a seus profe- meira parte, busco apontar as principais ca-
rimentos por meio de razões próprias. racterísticas da ética do discurso. Na segunda
Mas o princípio normativo e moral da éti- parte, exploro a noção de discurso prático e
ca do discurso só pode ser concretizado em como ele pode ser uma promissora fonte de
situações práticas de deliberação e discussão, produção de soluções para a discussão das
nas quais é testada a validade das normas que cotas raciais. Por fim, na terceira parte, evi-
estão sendo propostas e consideradas para dencio como a mídia pode ser concebida
adoção (Habermas, 1997). Nesse sentido, a como espaço de conversação e debate polí-
deliberação mediada (Wessler, 2008 e Maia, tico, tomando como exemplo as trocas entre
uma das principais polarizações do debate Os embates travados na Câmara dos De-
na mídia ocorreu quando os atores nele en- putados acerca da lei de cotas (também obje-
volvidos se manifestaram favoravelmente a to de uma audiência pública conduzida pela
cotas para pobres e contra cotas para negros Comissão de Constituição e Justiça, CCJ) e
(que privilegiam a raça e não a classe social). do Estatudo da Igualdade Racial serão aqui
Concomitantemente à discussão das cotas, analisados tomando como ponto de partida
pode-se observar neste período a retomada dos a idéia de que o debate mediado e as diferen-
debates sobre o Estatuto da Igualdade Racial, tes demandas de validade dos participantes
que estava parado na Câmara dos Deputados de um debate mediado são produzidas e or-
ganizadas “dentro” de diferentes enquadra-
mentos (frames), que competem entre si no
A publicização de uma espaço de visibilidade mediada.
questão no espaço de
visibilidade mediada A mídia como espaço deliberativo:
promove um fluxo de questões metodológicas
discursos que se inter- Os agentes mediáticos apresentam a
pelam e chamam por capacidade de reunir as “vozes” de atores
esclarecimentos recíprocos diferenciados, articulando argumentos e
questões em focos temáticos de modo co-
erente. Como acentua Habermas (2006), o
sistema dos media captura e relaciona opi-
desde 2005 (projeto de lei n.6.264). Ele estabe- niões produzidas por vários tipos de atores,
lece um sistema de cotas raciais para diferentes desde políticos até os cidadãos comuns. O
setores (como universidade, serviço público, entrecruzamento de diferentes perspectivas
mercado de trabalho, atores de cinema, publi- no espaço discursivo de visibilidade media-
cidade e TV).4 A proposta inicial, feita pelo de- da nos oferece a oportunidade de avaliá-lo
putado Paulo Paim (PT-RS) teve o texto modi- também como arena discursiva de conflitos
ficado, após mesmes de embate na Câmara dos pontuais e/ou disputas de pontos de vista a
Deputados, de modo a extrair pontos conside- longo prazo.6
rados polêmicos (como, por exemplo, a criação Nesse sentido, a publicização de uma de-
de cotas para negros em filmes e programas de terminada questão no espaço de visibilidade
TV; a prioridade para empresas com ações de mediada não só permite sua generalização a
igualdade racial; e os princípios para a demar- um público múltiplo, ampliado e capaz de
cação de terras quilombolas.5 interpretar criticamente as mensagens, de
expressar suas opiniões e contestar aquelas
4
Ver: Scolese, Eduardo; Cariello, Rafael. “FHC e Lula coloca- que já foram expressas, mas, também, pro-
ram tema na agenda”, Folha de S.Paulo, Especial, 23/11/08. move um intenso fluxo de discursos que se
5
O Estatudo da Igualdade Racial, com o texto alterado, foi apro-
vado pela Câmara dos Deputados no dia 09/09/09. As alterações interpelam e chamam por esclarecimentos
foram sugeridas pelo DEM e tiveram como principal articulador recíprocos. Acredito ser possível, então, per-
o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O texto aprovado e mo-
dificado contempla, entre seus principais ítens: a possibilidade de
ceber e avaliar o espaço de visibilidade me-
o governo criar incentivos fiscais para empresas com mais de 20
empregados e pelo menos 20% de negros; adoção (sem obriga-
ção) de ações afirmativas, pelo poder público, em instituições pú- 6
Considerar o espaço mediático como um âmbito de circula-
blicas federais de ensino (sem prever cotas); o governo promoverá ção de perspectivas e pontos de vista variados implica também
a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. Foi tam- reconhecer que os media, ao praticarem uma seleção de certas
bém aprovada uma cota de 10% para negros nas candidaturas a fontes e proposições, e ao conferirem visibilidade e destaque a
vagas da Câmara de Deputados, Assembléias Estaduais e Câmara apenas certos aspectos dos acontecimentos, privilegia apenas
de Veradores. (Ver: Nublat, Johanna. “Câmara aprova Estatuto da alguns segmentos sociais em detrimento de outros (Habermas,
Igualdade Racial”, Folha de S.Paulo, Cotidiano, 10/09/09). 1997:351).
sobre a questão das cotas. Cada enquadra- consistiu em adaptar os critérios e princípios
mento identificado era associado a um mo- da ética do discurso à análise empírica desse
mento específico do debate mediado, ou seja: debate mediado, adaptando-os às necessi-
a) a definição da questão; b) a polarização e dades da pesquisa. Assim, para o estudo das
o grau de conhecimento da posição alheia; discussões sobre a questão das cotas raciais,
a busca por um ponto de vista moral: reco- foram estabelecidas as seguintes categorias
nhecimento e autonomia. O segundo passo analíticas:
Nas seções que se seguem, serão feitas de base à construção de argumentos e po-
análises qualitativas do debate mediado so- sições. As matérias coletadas na Folha de
bre a questão das cotas raciais consideran- S.Paulo e no Jornal Nacional apontam que
do-se as três categorias acima evidenciadas: uma primeira tentativa de contextualização
perspectivas discursivas; estruturas discursi- das questões referentes às cotas se deram em
vas e processos discursivos. torno de dois eixos discursivos, ou enqua-
dramentos, principais. Tais enquadramentos
a) Perspectivas discursivas: a delimitação
articulam argumentos e contra-argumentos
do contexto e das principais linhas
que podem ser encontrados em uma mesma
argumentativas do debate.
matéria jornalística e/ou podem ser retoma-
O grande objetivo da ética do discurso é dos em matérias subsequentes. Nesse senti-
alcançar o mútuo entendimento. Para isso, o do, é importante notar a constante tentativa
primeiro passo a ser dado é definir coletiva- dos atores de definir e redefinir os quadros
mente a situação de ação, na qual se instau- contextuais mais amplos nos quais se inse-
ra, entre o “eu” e o “outro” um espaço que rem a questão das cotas.
é ocupado por certezas e intuições que são Os argumentos e contra-argumentos aqui
pré-reflexivas. Quando desejam se referir a reunidos revelam como, diante de uma ques-
algo no mundo (objetos ou estados de coi- tão que afeta a coletividade, diferentes atores
sas) os parceiros comunicativos se servem tentam estabelecer parâmetros de definição
dessas certezas e intuições (conhecimento de das principais linhas do conflito. Para essa
fundo) para que possam ser entendidos reci- dinâmica colaboram tanto o mundo da vida
procamente. quanto os enquadramentos, enquanto fontes
No âmbito da discussão mediada das co- comuns de recursos interpretativos para que
tas, é possível perceber como os atores ten- os atores possam tornar claros seus proferi-
tam definir e recortar o contexto que serve mentos acerca de problemas morais.
ponto de vista alheio, procurando conhecer mas uma tentativa de convencimento e uma
os argumentos e premissas de cada um dos disputa que não visa compreender as razões e
interlocutores do debate. premissas que sustentam os argumentos dos
Mas, na maior parte das vezes, o debate oponentes. Nesse sentido, identifiquei dois
mediado nos oferece posições e contra-posi- enquadramentos que, ao polarizar os pontos
ções fechadas em si mesmas. O embate entre de vista sobre a questão das cotas, mais difi-
elas não revela um esforço de aproximação, cultam do que facilitam a intercompreensão.
A polarização sem a busca pelo conheci- ordem particular fosse egoisticamente ruim e
mento da posição defendida pelos parceiros só o que remete ao coletivo fosse bom), mas
de interlocução inviabiliza uma troca mútua sim requer o exercício de “não olhar para nos-
de perspectivas na qual todos devem ser es- so próprio entendimento de nós mesmos e
timulados a adotar a perspectiva de seus in-
terlocutores “a fim de que possam examinar a 16
“Projeto de cotas nas universidades federais é discutido no
aceitabilidade de uma solução de acordo com Senado”, Jornal Nacional, 18/03/09.
17
Santos, Edson. “Multilateralismo e ações afirmativas”, Folha
o modo como todos os outros entendem a si de S.Paulo, Tendências/Debates, 10/05/09.
mesmos e o mundo” (Habermas, 1990:98). 18
“Projeto de cotas universitárias é discutido em Brasília”, Jor-
nal Nacional, 05/05/09.
Sob esse aspecto, o ponto de vista moral 19
“Projeto de criação de cotas para negros será votado na Câ-
constituído pela ética do discurso não deman- mara”, Jornal Nacional, 19/05/09.
da um anulamento de necessidades, interesses
20
Semana do leitor, Folha de S.Paulo, 03/05/09.
21
“Projeto de criação de cotas para negros será votado na Câ-
e desejos subjetivos (como se o que fosse da mara”, Jornal Nacional, 19/05/09.
do mundo como o padrão por meio do qual cedimento que, ao mesmo tempo, leva em
podemos universalizar um modo de ação” consideração os entendimentos individuais
(Habermas, 1990:112). Se os sujeitos avaliam da situação em causa (geralmente expres-
determinados problemas coletivos unicamen- sos na discussão sob a forma de narrativas
te à luz de sua própria experiência particular, biográficas e testemunhos) e estimula “os
correm o risco de se tornarem moralistas, de participantes a perceberem que pertencem a
querer impor seu próprio ponto de vista aos uma comunidade ilimitada de comunicação”
outros desconsiderando condições de comu- (Habermas, 1990:98). Tal comunidade asse-
nicação capazes de proporcionar o exame pú-
blico e coletivo das perspectivas de cada um.
Nossa habilidade de sermos capazes de Os discursos são
criar empatia com os problemas de nossos essenciais para a ética:
depende não só da análise cuidadosa de ar- por meio deles e de
gumentos e contra-argumentos, mas tam-
suas componentes de
bém de recursos emocionais compartilhados
que não se restringem a problemas do dis- razoabilidade e emoção
curso racional. aprendemos a adotar o
Certamente, os sujeitos não alcançam sua ponto de vista moral
auto-realização somente por meio do desen-
volvimento de suas capacidades dialógicas
para que possam trocar razões com os outros.
A realização ético-moral dos sujeitos e das so- guraria redes de reconhecimento recíproco de-
ciedades nas quais se inserem também depen- rivadas do esforço de perceber os problemas
dem “de nossa habilidade para experimentar a pelo olhar dos outros. O igual tratamento
dor dos outros” (Stevenson, 1997:81). exigido nessa relação tende a procurar for-
mas de inclusão no debate que não sejam
c) A busca por um ponto de vista moral:
niveladoras de diferenças, permitindo que o
reconhecimento, reciprocidade e
“outro” seja respeitado em sua alteridade.
autonomia política
As questões de justiça só podem ser res-
O tipo de respeito mútuo exigido pela ética pondidas sob uma igual consideração das
do discurso envolve, ao mesmo tempo, a sin- perspectivas de interpretação do mundo
gularidade e a igualdade de todos os interlocu- ou de si mesmos de todos os envolvidos.
tores. Sob esse aspecto, o ponto de vista moral (...) Essas condutas comunicativas estão
(perspectiva intersubjetivamente ampliada) a entrelaçadas à reciprocidade e à relações
de reconhecimento mútuo (Habermas,
ser alcançado por meio do discurso privilegia 2004:56 e 314).
o respeito indistinto e a responsabilidade soli-
dária de todos os participantes do diálogo pelo O reconhecimento social recíproco re-
entendimento e solução de problemas coleti- flete o momento partilhado da experiência
vos (Habermas, 2004). Os discursos são essen- moral, na qual os indivíduos se colocam
ciais para a ética, pois é por meio deles, e de como portadores de necessidades e buscam
suas componentes de razoabilidade, emoção compreensão e aprovação junto aos outros.
e empatia, que aprendemos a adotar o ponto A auto-realização dos sujeitos e a evolução
de vista dos outros, ou seja, que aprendemos a moral da sociedade se entrelaçam de modo
adotar o ponto de vista moral. a evidenciar que, de um lado, a realização de
Para que, em uma situação de troca de si não pode se restringir à interpretação de
argumentos, todos sejam vistos como iguais certos ideais de vida particulares e, de outro
e considerados como parceiros do diálogo, o lado, que a sociedade deve alimentar padrões
discurso prático se configura como um pro- simbólicos de julgamento que, ao invés de
se acham representados nos discursos pú- das, trazendo questões morais de interesse
blicos; a necessidade de se conectar a ex- coletivo para um amplo debate público.
periência particular de um indivíduo ou Sob este aspecto, a política de cotas só
grupo a um princípio ou ponto mais geral; pode ser vista como norma legitimamente
e a centralidade da consideração da expe- aceita se resultar da participação, da argu-
riência alheia. Esses princípios da ética do mentação e da negociação entre todos os pos-
discurso foram aqui adaptados à uma pro- síveis afetados por seu conteúdo e efeitos de
posta metodológica que pretendia explorar sua aplicação. E, para que todos os interesses
as principais características da deliberação particulares em competição sejam igualmen-
mediada sobre a questão das cotas raciais te considerados, os participantes precisam se
nas universidades. colocar no lugar dos outros, procurando en-
Em sociedades plurais, vários grupos e in- tender seus pontos de vista e demandas.
divíduos lutam pelo reconhecimento de seu A concepção do espaço de visibilidade
status enquanto sujeitos capazes de formular mediática como espaço de debate e deli-
um ponto de vista e de defendê-lo na esfera beração pode ser uma forma relevante de
pública. Nesse sentido, o espaço discursivo mostrar que a renovação do vínculo social e
que se constitui e se desdobra nos discur- normativo que mantemos uns com os outros
sos mediático reúne e coloca em confronto nas práticas comunicativas cotidianas requer
perspectivas diversas, elaboradas com base o fortalecimento dos mecanismos de valida-
nas experiências subjetivas, dando origem ção e legitimação de regras, em um processo
a um processo de esclarecimento recíproco. no qual os interlocutores se percebam mu-
Tal processo é fundamental para que as re- tuamente como parceiros dialógicos capazes
presentações simbólicas culturalmente ins- de apresentar e justificar racionalmente suas
titucionalizadas que norteiam as interações ações, suas necessidades e seus desejos.
comunicativas sejam revistas e reformula- (artigo recebido mai.2010/aprovado jun.2010)
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