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sustentabilidade e responsabilidade
RESUMO
Trata-se de um estudo que tem o propósito de apresentar os principais aspectos teórico-conceituais
sobre responsabilidade socioambiental, sustentatibilidade e comunicação estratégica no contexto
das organizações sociais. No âmbito das ações de caráter prático, procurou-se identificar, selecionar
e destacar organizações que têm investido em ações sustentáveis e que desenvolvem a prática da
responsabilidade socioambiental. Priorizou-se, também, dar ênfase às pesquisas realizadas pelo Ibope,
cujo foco central foi o meio ambiente e a sustentabilidade. Os resultados possibilitaram refletir sobre
o tema, seja nos aspectos teóricos, seja nas questões práticas e também sobre a necessidade e a
importância da utilização dos pressupostos da comunicação estratégica no cotidiano das organizações.
1 Trabalho apresentado no NP Relações Públicas e Comunicação Organizacional, no VIII Encontro dos Núcleos de
Pesquisas em Comunicação (Nupecom), evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,
realizado de 2 a 6 de setembro de 2008 em Natal/RN.
2 Relações Públicas e Doutora em Educação pela Unesp/Marília. Docente no Curso de Graduação em Relações
Públicas da Universidade do Sagrado Coração. Ministra as disciplinas Teoria e Pesquisa de Opinião Pública I e II e
Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação I e II. Na Pós-Graduação trabalha com o Curso de Comunicação
nas Organizações, sendo responsável pelas disciplinas Cultura Organizacional, Planejamento de Comunicação e
Metodologia Científica. E-mail: scabestre@uol.com.br
3 Relações Públicas e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. Coordena o Curso de Relações Públicas.
Docente nos Cursos de Relações Públicas, Turismo e Gastronomia da Universidade do Sagrado Coração. Trabalha
com as disciplinas Introdução às Relações Públicas e Comunicação Empresarial, Organização de Eventos, Agência
Experimental e Assessoria em Relações Públicas. Na Pós-Graduação trabalha com o Curso Formação de Educadores
para o Turismo. E-mail: tgraziadei@usc.br
4 Relações Públicas e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp/Bauru. Docente nos Cursos de Graduação em
Relações Públicas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Na Pós-Graduação trabalha com o Curso de Comunicação
nas Organizações, ministrando a disciplina Teoria da Comunicação. E-mail: pfilho@usc.br
Palavras-chave: Comunicação estratégica. Organizações. Sustentabilidade. Responsabilidade socio-
"
ambiental.
Cabestré. Sonia Aparecida - Graziadei. Tânia Maria- Polesel Filho, Pedro. Comunicação estratégica, sustentabilidade...
ABSTRACT
The purpose of this study is to present the most important theoretical and conceptual aspects about
corporate social responsibility, corporate sustainability and strategic communication conceptions for
the organizations. In the practical issue it identifies, selects and highlights organizations which invest
in sustainable development and corporate social responsibility. It also emphasizes IBOPE researches
about environment and sustainability. The results lead to a reflection about the theme both in the
theoretical and practical field as well as about the necessity and importance of the strategic
communication principles and techniques usage in the organization routines.
Keywords: Strategic communication. Organizations. Corporate sustainability. Corporate social respon-
sibility.
Introdução
O
século XXI impulsionou, no âmbito das organizações sociais brasileiras, o
investimento em projetos sociais direcionados a ações caracterizadas como
de responsabilidade social e trouxe à tona discussões abordando o papel
social das organizações, especificamente no que concerne às questões ambientais.
De modo geral, as iniciativas são sempre louváveis; no entanto, sem o devido acom-
panhamento e utilizando adequados processos e estratégias de comunicação, as
ações desenvolvidas pelas organizações deixam, muitas vezes, de apresentar
visibilidade, e a sociedade não tem parâmetros para conhecer e/ou avaliar a efeti-
vidade e os benefícios dos projetos sociais.
No que diz respeito à área de comunicação, pode-se inferir que existem espaços a serem
ocupados por profissionais que possuam habilidades específicas no processo de rela-
cionamento com os públicos e que tenham condições de estar à frente de projetos que
vislumbrem a prática de responsabilidade social, especificamente a socioambiental.
"
mentos da sociedade.
se mostra como resposta natural das organizações ao novo cliente, que Tachizawa
(2002) chama de consumidor verde e ecologicamente correto, tornando-se sinônimo de
bons negócios e aponta para um futuro que será a única opção para aqueles que
pretendem empreender negócios de forma duradoura e lucrativa. (Apud SILVA FILHO;
OLIVEIRA, 2008, p. 7).6
5 Daniel Vieira de Souza é autor do texto O conceito do impacto ambiental no quadro do conceito de sustentabilidade.
Publicado em Caminhos de Geografia, v. 7 (18) 179 - 182, jun/2006. Disponível em <www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/
include/getdoc.php?id=451&article=190&mode=pdf>. Acesso em: 18 maio de 2008.
6 Francisco F.D. da Silva Filho e Francisco Correia de Oliveira são autores do texto Responsabilidade socioambiental
um novo conceito em busca de novas definições. Disponível em <www.ebape.fgv.br/radma/doc/GEM/GEM-036.pdf
>. Acesso em: 18 maio de 2008.
sustentabilidade e comunicação estratégica e, ao mesmo tempo, dar destaque às
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organizações brasileiras que têm direcionado ações para proteção do meio am-
biente, bem como às pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa
Cabestré. Sonia Aparecida - Graziadei. Tânia Maria- Polesel Filho, Pedro. Comunicação estratégica, sustentabilidade...
Desenvolvimento
Pressupostos conceituais e teóricos
Responsabilidade socioambiental
A responsabilidade social caracteriza-se por atitudes e atividades baseadas em va-
lores éticos e morais com o intuito de minimizar os impactos negativos que as orga-
nizações causam ao ambiente em que estão inseridas.
Dessa maneira, as organizações passam, portanto, a adotar posturas que são acei-
tas coletivamente e que afetam todos os públicos envolvidos. Com isso, passam a
ter um maior envolvimento nas comunidades em que estão inseridas, contribuindo
para o desenvolvimento econômico, cultural, ambiental e social. De modo geral, as
ações podem ser realizadas exclusivamente pela organização ou podem contar com
o apoio e a parceria de governos e/ou de outras instituições.
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sas. Esse referencial serve como benchmarking para reconhecer as empresas que
possuem os melhores resultados em determinados segmentos. O benchmarking é
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balidade à vida humana, à cultura e ao meio ambiente, enfim a tudo que está em
torno do indivíduo e da sociedade.
Desde os anos 80, tem havido um interesse crescente nos padrões éticos dos
negócios. (SWARBROOKE, 2000, p. 9). Para o autor, por intermédio de pressões
públicas e ações políticas, a sociedade tem cobrado das organizações uma postura
mais ética e efetiva, relacionada às questões ambientais.
O conceito de desenvolvimento sustentável ajusta-se de imediato a essa tendência,
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e as organizações passam a ser estimuladas e a se responsabilizarem com mais
seriedade sobre as relações com o meio ambiente, pois
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se elas destruírem os recursos do meio ambiente dos quais seus negócios dependem, o
futuro desses negócios estará em risco; se elas não agirem voluntariamente, os
governos podem precisar regulamentar suas atividades; elas têm responsabilidades
muito mais amplas com a sociedade e não apenas a de serem “bons vizinhos”.
(SWARBROOKE, 2000, p. 10).
O autor complementa ainda com o seguinte: as empresas, cada vez mais, estão
tornando suas atividades mais sustentáveis com a utilização de medidas para redu-
ção da poluição, e dos refugos; conservação de energia; uso de materiais recicláveis
e aperfeiçoamento de procedimentos de recrutamento e capacitação profissional.
O atual cenário mundial requer ações imediatas dos diferentes setores da socie-
dade. Entre as atividades desenvolvidas para debater as questões do meio ambien-
te e do desenvolvimento sustentável, merece destaque o Instituto Ethos, que rea-
lizou, em São Paulo, entre os dias 12 e 15 de junho de 2007, uma Conferência
Internacional que contou com a participação de mais de 1.300 pessoas, vindas de
diferentes regiões do Brasil e do mundo. Temas como aquecimento global, Ama-
zônia e agronegócios estiveram na pauta de discussões.
Para Mello Neto e Fróes (2001) uma empresa socialmente responsável, no campo
da preservação ambiental, destaca-se
pela sua excelência em política e gestão ambiental, pela sua atuação como agente de
fomento do desenvolvimento sustentável local e regional, e de preservação da saúde, da
segurança e da qualidade de vida de seus empregados e da comunidade situada ao
redor, e pela inserção da questão ambiental como valor de sua gestão e como
compromisso, sob a forma de missão e visão do seu desempenho empresarial. (p. 150).
nos últimos anos, vemos que, à medida que o poderio econômico das organizações
privadas cresce, a pressão para que respondam por questões socioambientais também
se intensifica; é a cobrança pelos princípios fundamentais de coerência, justiça e
respeito aos direitos humanos e ao ambiente. A vigilância sobre as atitudes das
empresas, realizada principalmente pelas organizações da sociedade civil, órgãos de
defesa de direitos e também pela mídia, aumenta significativamente e, em boa parte,
devido às novas tecnologias de comunicação, a transparência deixa de ser uma opção e
passa a ser um fato inevitável a ser encarado pelas organizações. (p. 1).
Dessa maneira, com o intuito de também intensificar o fator competitividade no
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mercado, muitas organizações passaram a adotar atitudes mais amplas com o
propósito de serem vistas como éticas, priorizando ações com foco nos conceitos
7 Celestina Crocetta Biazin e Amália Maria G. Godoy são autoras do texto O selo verde: uma nova exigência
internacional para as organizações. (2008). Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/
ENEGEP2000_E0131.PDF >. Acesso em: 24 abr. 2008.
8 Informação disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG82700-6010-515,00-
A+COMPETICAO+DAS+EMPRESAS+PELA+CONSCIENCIA+VERDE.html>. Acesso em: 22 abr. 2008. Matéria veiculada
na Revista Época, 29 mar. 2008 Edição n. 515.
Comunicação estratégica
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Levando-se em conta esse contexto, destaca-se que a comunicação deve ser trabalhada
de forma bastante simples: como um processo pelo qual idéias e sentimentos são trans-
mitidos de indivíduo para indivíduo, dentro de um mesmo ambiente de trabalho.
A informação, além de vital, tornou-se o maior valor estratégico, porque traz o co-
nhecimento, e esse se tornou símbolo de diferencial das organizações competitivas
quem tem conhecimento está sempre à frente. Trata-se de um processo perti-
nente aos gestores das modernas organizações que desenvolvem no seu cotidia-
no a prática de transformar o conhecimento individual em conhecimento coletivo.
Isso significa mudança de atitude e de mentalidade.
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valores extremamente importantes às organizações.
9 O Dr. Fábio França, renomado nome da área de comunicação, especificamente de Relações Públicas, proferiu
palestra na Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru, por ocasião da Semana de Comunicação, Secretariado
e Turismo, ocorrida de 13 a 16/05/2008 no Campus da USC.
Assim como as demais práticas das modernas organizações, a comunicação organi-
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zacional deve ser percebida e administrada como um conjunto de ações que pos-
sam ser configuradas como vantagem competitiva às empresas. Dessa maneira, a
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um processo que integra todas as funções que se relacionam com públicos ou que
fazem algum tipo de comunicação. Em outras palavras, marketing, vendas, recursos
humanos, relações públicas, advogados, ombudsman, serviço de atendimento ao
consumidor, telemarketing, lobista, agência de publicidade, relações com a impren-
sa, relações com a comunidade devem operar debaixo do mesmo processo de
comunicação. (p. 32).
a empresa que deseja a sua sustentabilidade a longo prazo precisa ter competência
para ser excelente gestora de redes de relacionamentos entre diversos grupos de atores
sociais, também conhecidos por stakeholders. (ASHLEY, 2002, p. 5, grifo nosso).
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2006, p. 8).
Para tanto, escolheram-se dez empresas, de diferentes áreas de atuação, que estão
cadastradas no Instituto Ethos e que também disponibilizam informações na internet.
Na área de cosméticos, foi selecionada a empresa Natura, que possui uma política
de apoio e patrocínios. Entre os setores apoiados está o desenvolvimento susten-
tável, sendo os projetos encaminhados por intermédio do site para avaliação.
Especificamente para o público universitário, existe um programa em que a empre-
sa oferece parcerias e prêmios aos projetos direcionados ao meio ambiente. Entre
as diretrizes para o meio ambiente, destaca-se a responsabilidade para com as
gerações futuras e a educação ambiental.
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ambiental.
A temática ambiental tem sido objeto de estudo desse instituto de pesquisa, que
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A pesquisa revelou que 79% dos executivos e 55% dos cidadãos já ouviram falar de
sustentabilidade empresarial, sendo que os dois grupos têm conceitos diferentes
sobre a questão. Para os executivos, sustentabilidade empresarial está atrelada aos
conceitos de responsabilidade social (59%) e preservação do meio ambiente (58%).
Já para os cidadãos, o conceito está atrelado ao desenvolvimento de produtos
(33%) e à solidez das instituições (23%).
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vistas telefônicas em todas as regiões do País, entre os dias 20 e 23 de março de
2007. Os resultados revelam que 91% dos brasileiros entrevistados já ouviram falar
Considerações finais
O estudo realizado possibilitou aos autores uma proximidade com os diferentes
aspectos ligados ao meio ambiente e sustentabilidade, seja com aqueles referentes
às questões teóricas e conceituais, seja pela oportunidade de planejar, identificar,
selecionar e ter acesso às informações disponibilizadas pelas empresas que inves-
tem nas questões, objeto deste estudo.
Referências
ASHLEY, Patrícia Almeida (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo:
Saraiva, 2002.
ASHLEY, Patrícia Almeida (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo:
Saraiva, 2005.
BIAZIN, Celestina Crocetta; GODOY, Amália Maria G. O selo verde: uma nova exigência
internacional para as organizações. Disponível em: <
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/
ENEGEP2000_E0131.PDF >. Acesso em: 24 abr. 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
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TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias
de negócios focadas na realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 1999.
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Sites consultados:
Responsabilidade Social. Disponível em: <http://www.responsabilidadesocial.com> Acesso
em: 15 maio 2008.
Instituto Ethos. Disponível em: < http://www.ethos.org.br > Acesso em: 15 maio 2008.