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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA

Processo N° 0032717-35.2016.4.01.3300 - 16ª VARA FEDERAL


Nº de registro e-CVD 00455.2017.00163300.1.00206/00128

AUTOR: SINDICATO DOS POLICIAIS FEDERAIS NO ESTADO DA BAHIA SINDIPOL BA


RÉU: UNIAO FEDERAL

– SENTENÇA –
TIPO A1

Trata-se de ação submetida ao procedimento comum, ajuizada pelo


SINDICATO DOS POLICIAIS FEDERAIS NO ESTADO DA BAHIA – SINDIPOL/BA em
face da UNIÃO FEDERAL, objetivando o reconhecimento do direito dos seus substituídos “à
isenção das taxas previstas nos arts. 11, § 2º, e 6º, II, da Lei 10.826/2003, bem como
condenar a União Federal (Fazenda Nacional) a se abster da cobrança das já referidas taxas,
para todos os servidores da Polícia Federal do Estado da Bahia, ativos e inativos, assim como
condená-la ao pagamento da restituição dos valores porventura já pagos a tal título, tudo com
a incidência de juros legais e correção monetária” (sic fls. 17).
Alega, em síntese, que a Lei 10.826/2003 (estatuto do desarmamento), prevê a
possibilidade do porte de arma de fogo aos integrantes da Polícia Federal (art. 6º, II,
Lei 10.826/2003 c/c art. 144, I, da CF/88) concedendo-lhes isenção quanto ao pagamento
das taxas referentes aos serviços relativos ao registro, renovação e expedição de segunda
via de registro arma de fogo e expedição, renovação e segunda via de porte federal de arma
de fogo (art. 11, da Lei 10.826/2003).
Não obstante, prossegue, as aludidas taxas vêm sendo cobradas dos policiais
federais aposentados, em total desrespeito ao Estatuto do Desarmamento e à Constituição.
Isto porque, sustenta, a isenção concedida pelo art. 11, § 2º, da Lei 10.826/2003 contempla
todos os integrantes dos órgãos previstos no art. 144, CF/88, não fazendo distinção quanto à
condição de ativo ou inativo. Isto porque, conclui o autor, a inatividade do Policial Federal não
faz romper seu vínculo com o órgão.
Por fim, sustenta o sindicato autor, que por qualquer ótica que se interprete o
Estatuto do Desarmamento, é de se concluir pela isenção de taxas independente da atividade
do agente policial, haja vista que o risco ao qual se submeteram os policiais federais
diuturnamente durante sua vida laboral, não cessa automaticamente com sua
aposentadoria, razão pela qual é de se lhes garantir que tenham também isenção quanto às
suas armas particulares, sendo, ademais, assegurado aos policiais federais inativos o porte de
arma registrado em sua carteira funcional. Assim, a cobrança das aludidas taxas quanto aos
policiais inativos viola a isonomia, gerando discriminação injusta e inconstitucional.
Procuração e documentos acostados às fls. 19/75.
Citada, a União apresentou contestação às fls. 80/98. Preliminarmente, suscitou
a ocorrência da prescrição quinquenal no tocante ao pedido condenatório. No mérito,
sustentou que o policial federal é um servidor público civil da União, cujo órgão de lotação --
Departamento da Polícia Federal – é um dos responsáveis pela Segurança Pública. Assim é

1 RESOLUÇÃO CJF 535/2006 E PORTARIA COGER 30/2007


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que, o Policial Federal, ao se aposentar, embora permaneça vinculado ao serviço público


federal, o faz na qualidade de integrante do Plano de Seguridade do Servidor Público.
Prossegue para apontar diferenças entre direitos e deveres concernentes
ao Policial Federal ativo e o inativo. Enquanto o ativo recebe salário, tem o direito ao porte
de arma da corporação em serviço e está impedido de prestar outros serviços desvinculados da
Polícia Federal, o aposentado recebe proventos, não tem mais direito ao porte de arma da
corporação e pode exercer serviços particulares análogos.
Assim é que, afirma a União, o servidor público aposentado que antes ocupara o
cargo de policial federal, não possui porte funcional de arma de fogo, mas, tão somente, um
porte particular, que é uma faculdade, a qual, inclusive, não é dada ao servidor em atividade.
Neste diapasão, conclui, apenas o policial federal, assim entendido, aquele que
está em atividade, é que possui direito à isenção da taxa prevista no art. 11, § 2º, da lei
10.826/2003, por ser integrante da corporação. O uso de arma particular, nestes casos,
também se destina ao exercício de suas funções, em cumprimento à defesa da segurança
pública. O servidor público federal aposentado, por sua vez, não mais exerce a defesa da
segurança pública, não mais exerce qualquer múnus, apenas lhe é facultado que porte arma
pessoal, para defesa pessoal ou uso em segurança privada.
Réplica às fls. 101/106.
É o relatório. DECIDO.
DA PRESCRIÇÃO
Conforme orientação firmada pelo STJ, quando da confecção da súmula 85,
entendo que tratando-se de “relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública
figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição
atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação.”
Assim é que, na hipótese de procedência do pedido, a prescrição não atingirá o fundo
do direito, mas, tão somente, as prestações anteriores a cinco anos contados da data
da propositura da ação.
DO MÉRITO
O presente feito comporta o instituto do julgamento antecipado da lide, visto
que a matéria em debate nos autos é preponderantemente de direito, consoante o
estabelecido no art. 355, I, do CPC/2015.
A pretensão autoral objetiva o reconhecimento de que a isenção das taxas
previstas no art. 11, § 2º, da Lei 10.826/2003 – concernentes ao registro, renovação e
expedição de segunda via de registro arma de fogo e expedição, renovação e segunda via de
porte federal de arma de fogo – alcançam os policiais federais aposentados
De imediato, observo que, a despeito de toda a argumentação constante da
inicial (causa de pedir) ter se referido aos policiais federais aposentados, a pretensão
deduzida, ao final, pelo sindicado autor (pedido) voltou-se ao reconhecimento do benefício
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“para todos os servidores da Polícia Federal do Estado da Bahia, ativos e inativos”.


Trata-se, portanto, quanto aos demais servidores da Polícia Federal, que
não os policiais federais aposentados, de hipótese de inépcia, insuscetível de
aditamento nesta quadra processual, nos termos da regra extraída do texto do art.
329, II, CPC.
Neste diapasão, o processo seguirá, tão somente, para analisar os
pedidos formulados em favor dos policiais federais aposentados, e, quanto a estes,
indeferido. Explico:
Aponta o autor, em síntese, que a isenção constante do art. 11, § 2º, da Lei
10.826/2003 contempla também os policiais federais inativos, haja vista a ausência de
qualquer distinção na lei. Deste modo, a melhor interpretação, sustenta, é aquela que
reconhece isenção também quanto aos inativos, ao argumento de que a aposentadoria não faz
romper o vínculo com a corporação e nem cessar o risco que permeia o dia a dia do policial em
atividade.
De imediato, há que se observar que as taxas em relação às quais o sindicato
autor pleiteia isenção são espécies de tributos, e, em matéria tributária, as normas que
outorgam isenção deverão ser interpretadas literal e, portanto, restritiva, sendo, desta forma,
vedada a ampliação do alcance da norma. Neste sentido, o art. 111, II, do CTN, in verbis:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - (...)
II - outorga de isenção;
Neste diapasão, a norma jurídica prevista no art. 11 da Lei 10.826/03 é expressa
ao estabelecer o pagamento de taxas relacionadas ao registro, renovação e expedição de
segunda via de registro arma de fogo e expedição, renovação e segunda via de porte federal
de arma de fogo, isentando, tão somente, nos termos do §2º do art. 11, as pessoas e as
instituições elencadas nos incisos I a VII do artigo 6º da Lei 10.826/03.
Sem embargo, a isenção está relacionada à obrigatoriedade do uso da arma de
fogo na atividade profissional. Logo não alcança o aposentado, que não está exercendo a
atividade profissional referida. Aliás, nesse caso, o porte de arma não decorre de obrigação
legal ou autorização legislativa expressa, mas de faculdade conferida ao policial aposentado
autorizando-lhe o porte particular de arma de fogo – não o porte funcional.
Para efeitos tributários, não verifico na norma qualquer discriminação entre
aqueles que estão na ativa e aqueles que não estão exercendo a atividade profissional
(inativos), razão pela qual a isenção, dada àqueles que estão na ativa exercendo as funções
ligadas a segurança pública não deverá alcançar aos inativos por extensão. O grau de
exposição da atividade cotidiana já não é o mesmo, ainda que haja risco residual,
eventualmente suficiente ao deferimento do porte, já não pelo inciso II, do art. 6º, da Lei
10.826/04, mas pelo art. 10 da mesma lei, levando em conta as atribuições até ali
desempenhadas.
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É de se observar que, neste sentido, reforçou sempre o legislador que ao de


invés de referir-se à categoria profissional, utilizou-se das expressões “integrantes de órgão”,
“agentes operacionais”, “quadro efetivo”, etc.
Diante de todo o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO resolvendo,
assim, o mérito (art. 487, I, CPC/2015).
Condeno a parte autora em custas e honorários advocatícios, que Condeno-a,
todavia, ao pagamento de honorários advocatícios, que arbitro em 10% sobre o valor da
causa, nos termos do art. 85, 4º, III, CPC, condicionada sua execução à prova da superação
do estado de necessidade ensejador da justiça gratuita que ora defiro e à limitação temporal
prevista no art. 98, § 3º, do CPC/2015.
Na hipótese de interposição voluntária de recurso de apelação, fica de logo
determinada a intimação do apelado para, querendo, contrarrazoar, no prazo de quinze dias,
nos termos do art. 1.010, § 1º, do CPC/15. Ante eventual interposição de recurso adesivo,
retornem os autos ao o apelante, nos termos do art. 1.010, § 2º, CPC/15.
Caso tenham sido suscitadas, em preliminar de contrarrazões, questões
resolvidas na fase de conhecimento e insuscetíveis de impugnação via agravo de instrumento,
fica, ainda, determinada a intimação da parte adversa para, querendo, manifestar-se a seu
respeito em quinze dias (art. 1.009, § 2º, CPC/15).
Cumpridas as formalidades legais, os autos deverão ser imediatamente
remetidos ao Tribunal ad quem.
Não havendo recurso voluntário, ou não se enquadrando a hipótese aos casos
que exigem o duplo grau de jurisdição obrigatório (art. 496, CPC/15), após o trânsito em
julgado, arquivem-se com baixa na distribuição e anotações de estilo.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Salvador, 11 de julho de 2017.

Iran Esmeraldo Leite


Juiz Federal da 16ª Vara

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