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Curitiba
01/2018
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Curitiba
01/2018
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
____________________________
André Baptista Barcaui
Coordenador do MBA em Gestão de Projetos
__________________________
Henrique Rocha
Professor Orientador
TERMO DE COMPROMISSO
____________________________________
Agradeço a todos os mestres que ensinaram durante todos esses anos, cada
ensinamento auxiliou na colocação de tijolos que permitiram a construção de todo o
conhecimento que detenho hoje. Como um mestre nos falava: “podem nos tirar tudo
menos o conhecimento adquirido”.
RESUMO
Hydropower plants need to provide high availability rates, in the face of this
maintenance management cannot fail to have a current and effective management
tool. The process of implementing a maintenance management system in
hydroelectric power plants involves several areas of knowledge, so only the
integration of knowledge in these different areas will allow the elaboration of
adequate planning for its implementation. This system will be essential for the
professionals involved to collect information to efficiently plan, control and perform
maintenance activities. For so, it is not enough to implant a certain system and wait
that it’ll provide all the desired information, it is necessary to firstly identify what that it
is desired to then search in the market systems that meets the expectations of the
team. It is preponderant to understand that the expected performance of the
maintenance management system includes the correct implementation and initial
adjustments made in the same, since from the insertion of the information it will be
possible to collect the data necessary for the maintenance management teams to
perform the actions necessary for the best maintenance performance. Data collected
from the system will allow improving maintenance performance in the following
aspects: decrease of costs, either of the interventions or better inventory
management, improvement of maintenance performance indicators, identification of
future improvement needs and verification of improvement points of the maintenance
teams, managing and controlling the risks related to work safety and making the
communication interface between operation and maintenance.
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................10
1.1 Justificativa.............................................................................................10
1.2 Problematização....................................................................................11
1.3 Objetivo geral.........................................................................................12
1.4 Objetivo especifico.................................................................................12
1.5 Delimitação do estudo...........................................................................12
2. REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................14
2.1 Usinas Hidrelétricas....................................................................................14
2.2 Gerenciamento da manutenção.................................................................16
2.3 Gestão de projetos.....................................................................................19
2.4 Sistema de Gerenciamento da Manutenção..............................................22
3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA.................................................24
4. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO..................................................................25
4.1 Gestão de projetos para implantação........................................................25
4.1.1 Fase de
definições..................................................................................26
4.1.2 Fase de
planejamento............................................................................26
4.1.3 Fase de
execução...................................................................................27
4.1.4Fase de monitoramento e
controle..........................................................27
4.1.5Fase de
encerramento............................................................................27
4.2 Características do sistema de gerenciamento...........................................28
4.2.1 Levantamento das necessidades........................................................28
4.2.2 Seleção do sistema de gerenciamento...............................................29
4.2.3 Parametrização e cadastro...................................................................32
4.2.4 Operacionalização do sistema.............................................................34
4.3 Sistema de gestão e melhoria continua.....................................................34
4.4 Resultados esperados................................................................................37
CONCLUSÃO...................................................................................................40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................42
1. INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
11
Atualmente pela grande quantidade é comum interpretarmos erroneamente
determinadas informações coletadas dos equipamentos, mas logicamente este
excesso é ótimo principalmente quando os responsáveis pela gestão têm
conhecimento e experiência suficiente para filtrar os dados disponíveis e transformá-
los em informações que permitam as lideranças tomar a decisão financeira e técnica
ou vice-versa mais adequada para a usina hidrelétrica.
Apesar do pessoal da área técnica (engenheiros e técnicos de manutenção)
muitas vezes olhar de uma forma mais lógica (até pela formação dos mesmos), a
manutenção é bastante subjetiva. Pois precisamos ter o equilíbrio entre a solução
técnica e financeira, sendo que nenhuma, nem outra (olhando do presente para o
passado) é a mais adequada as vezes. São comuns as rixas entre os
departamentos com acusações mutuas de obtusidade, mas é essencial o
entendimento de ambas as partes pois o todo é muito mais eficiente.
Logicamente que para termos uma conversa de alto nível entre ambas as
partes é preciso que os mesmos possuam as ferramentas adequadas (informações
detalhadas dentro de uma linguagem entendível para a outra parte), informações
essas que podem ser obtidas por ambos em um sistema de gerenciamento da
manutenção. Com o referido sistema é possível levantar dados, seja por meio de
relatórios, planilhas, índices, gráficos dos mais variados tipos e cores, bem como
números que permitam aos envolvidos analisar e acordar sobre o melhor caminho a
ser seguido.
1.2 Problematização
13
As propostas que serão apresentadas visam embasar profissionais da área
de geração de usinas hidrelétricas, mais propriamente os profissionais envolvidos
diretamente com a manutenção, sobre a contratação, implementação e gestão de
um sistema de gerenciamento da manutenção.
Apesar de recomendável e salutar o envolvimento de outras áreas
(suprimentos, operação, segurança e meio ambiente) o foco principal é manutenção,
pois é a área que mais fará uso da ferramenta.
14
2. REFERENCIAL TEÓRICO
16
O avanço tecnológico aumentou a automação dos sistemas, como exemplo
podemos citar a questão dos sistemas supervisórios que permitem a operação
remota de centrais hidrelétricas, ou seja, a partir de grandes centros, ficando a
mesma totalmente desassistida no período noturno, finais de semana e feriados.
Outro exemplo é o aumento da instalação de equipamentos que permitem a
manutenção preditiva (trabalho de acompanhamento e monitoração das condições
da máquina/equipamento, de seus parâmetros operacionais e sua eventual
degradação (BRANCO FILHO, 2008), podemos citar: análise de vibração, análise de
óleo isolante, análise de óleo lubrificante, termovisão, entre outros. Toda essa gama
de informações são para diminuir as intervenções e aumentar a vida útil do
equipamento, apesar de onerosos inicialmente se pagam no longo prazo pelas
informações fornecidas.
O avanço da conscientização ambiental e consequente legislação ambiental
advinda, as centrais hidrelétricas passaram a incluir a questão ambiental como uma
premissa importante, pois as multas são um fator relevante. Portanto é
imprescindível que antes de gerar, não agrida o meio ambiente: contaminação da
água com óleo, não dificulte a procriação e/ou cause a morte de peixes. Quando
falamos de legislação não podemos deixar de citar os avanços em termos de
segurança do trabalho com seus ônus e bônus e associado a isso a complexidade
da legislação trabalhista.
Esses avanços tecnológicos, mudanças de legislação tornam o
gerenciamento de manutenção a cada dia mais complexo, exigindo dos profissionais
envolvidos com manutenção de usinas hidrelétricas ferramentas capazes balizá-los,
mantê-los organizados de forma tomar as decisões mais assertivas no tocante à
manutenção.
17
pelo esforço conjunto em todas as áreas coordenadas pela sistemática da Gestão
de Ativos (KARDEC, 2015)
A gestão de ativos compreende que os ativos devem produzir sua capacidade
máxima, sem falhas imprevistas, de forma a obter o melhor retorno sobre os
investimentos (KARDEC, 2015). O objetivo da empresa é obter lucro para os
investidores, portanto a ação coordenada de todas as áreas é imprescindível para o
alcance do mesmo. Em termos de manutenção a quinta geração apresenta:
aumento da manutenção preditiva, participação efetiva em todas as etapas
(implantação, operação e manutenção), monitoramento de performance, constante
implementação de melhorias, aumento do relacionamento entre todas as áreas da
empresa, excelência em engenharia, consolidação da boa pratica gerencial e
contratação por resultados (KARDEC, 2015).
O planejamento da manutenção quando feito da forma adequada,
proporcionará um aumento da disponibilidade dos equipamentos, maior vida útil e
menor custo especifico (BRANCO FILHO, 2008), que vai de encontro com o objetivo
da empresa que é gerar lucro para os investidores.
A manutenção passa a ter papel estratégico, portanto precisa estar voltada
para os resultados empresariais, ser eficaz, ou seja, manter a função do
equipamento disponível para a operação, reduzindo a probabilidade de uma parada
não planejada (KARDEC, 2015). Neste cenário o gerenciamento da manutenção é
primordial para o aprimoramento contínuo do processo da manutenção, envolve o
que comumente chamamos de planejamento e controle da manutenção, que nada
mais é que um conjunto de ações para preparar, programar, verificar o resultado da
execução da manutenção (BRANCO FILHO, 2008). A manutenção realizada nas
gerações anteriores já não tem espaço mediante os desafios de competitividade das
empresas, reparar sem descobrir a causa fundamental é inadmissível, evolução
contínua não apenas em termos de equipamentos, mas também evolução dos
recursos humanos da manutenção e demais departamentos.
Muito é falado sobre a questão de clientes, clientes internos, clientes
externos. O cliente da manutenção é a operação e o produto que a mesma entrega
é a disponibilidade (KARDEC, 2015), equipamento em condições de operar sem
apresentar restrições em termos operacionais. Quando tratamos disso em termos de
energia torna-se ainda mais relevante para o caso de usinas hidrelétricas operadas
18
centralizadamente pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), pois no caso o que
conta em termos de remuneração para a empresa detentora da concessão não é a
energia efetivamente produzida, mas a disponibilidade da central hidrelétrica. Como
exemplo, uma usina hipotética com capacidade de produzir 100MW de energia por
hora, sendo que o Operador Nacional do Sistema autorize apenas a produção de
metade deste valor (50MW/h), pois o sistema não tem necessidade de mais energia
naquele momento, entretanto a usina irá ser remunerada pelo montante de
100MW/h pois era o que estava disponível.
A entrega produto disponibilidade envolve diversas áreas e processos de uma
usina hidrelétrica, tais como: recursos humanos, suprimentos, transporte, meio
ambiente, segurança do trabalho, operação, entre outros. Para harmonizar todos os
processos que interagem com a manutenção é fundamental a existência de um
sistema de controle da manutenção, que permitirá identificar os serviços que serão
feitos e suas datas, os recursos necessários, custos entre outros (KARDEC, 2015),
pois com base nessas informações será possível verificar as ações futuras para
aperfeiçoamento contínuo da manutenção.
Quando olhamos para uma concessão de usina hidrelétrica a longo prazo,
podemos prever uma troca normal das equipes de manutenção, o que gera uma
perda de capital intelectual, que nem sempre é possível de ser reposta de forma
adequada. Essa perda de capital intelectual pode ser minimizada com a implantação
de um sistema adequado de gerenciamento de manutenção, pois todos os históricos
de intervenções ficam armazenados de forma organizada e segura e, portanto, de
fácil consulta. Outro fator relevante na questão de um sistema de gestão da
manutenção é no que concerne ao controle e centralização da informação, pois
deixa-se de trabalhar com planilhas obsoletas e passa-se a trabalhar com um
sistema que se comunica com diversas outras bases de dados, agilizando os
processos e facilitando o controle. O sistema deve ter disponível uma integração
com sistemas de áreas, como materiais, financeiros e recursos humanos (PEREIRA,
2009), há também atualmente no mercado softwares que congregam praticamente
todas as áreas da empresa.
Com o aumento da automação e equipamentos de monitoramento do
desempenho dos equipamentos essenciais um grande volume de dados precisa ser
manuseado, sendo o uso de software a ferramenta adequada que permitirá a
19
agilidade e eficiência no uso dos recursos humanos, financeiros e materiais da
empresa (BRANCO FILHO, 2008).
O sistema de gestão é uma ferramenta imprescindível e permite aos
profissionais de manutenção manterem o foco nas suas atividades, sem ter que lidar
com uma quantidade enorme de documentos e planilhas, ao mesmo tempo que dará
condições ao gestor o acesso a informação confiável e rápida da atuação da
manutenção, pois terá a mesma diretamente do sistema sem a necessidade de
exigir relatórios específicos. A partir de um sistema informatizado devidamente
implementado é fácil produzir relatórios padrões adequados a necessidade dos
profissionais de manutenção, sem necessidade de trabalhar os dados para geração
de dados estatísticos (PEREIRA, 2009).
A grande maioria dos softwares comerciais atuais tem incorporados como
funcionalidade a emissão de dados estatísticos específicos para uso da
manutenção, entre os mesmos podemos citar: taxas de falhas, distribuição
hiperexponencial, distribuição exponencial negativa, distribuição de Poisson,
distribuição normal, distribuição de Weibull (PEREIRA, 2009). Ficando a critério da
empresa o uso daqueles que lhe interessam para definir as ações a serem
implementadas quanto a melhoria da manutenção.
Quando consideramos que uma usina hidrelétrica normalmente tem um
tempo de concessão de 30 anos, mas que a sua vida útil pode ser estendida por
muitos anos mediante a reforma de alguns equipamentos, faz sentido a implantação
adequada de um sistema de gerenciamento de manutenção capaz de atender
durante todo o período. Portanto deve ser devidamente planejado e cuidadosamente
parametrizado para atender a demanda de todas as pessoas e áreas da usina
hidrelétrica, nada melhor que a aplicação da gestão de projetos na implementação
do software de gerenciamento da manutenção.
20
parâmetro da implantação de sistema de gerenciamento de manutenção. O
gerenciamento de projetos é feito através da aplicação integração de 47 processos,
agrupados em cinco grupos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e
controle (PMI, 2015), de forma a que um projeto tenha maiores chances de sucesso,
ou seja, sejam atingidos seus objetivos com qualidade, custos e prazos adequados.
O grupo de processo de iniciação abrange a definição do projeto, onde são
definidos o escopo, os recursos financeiros que deverão ser alocados, as partes
interessadas que vão interagir no projeto e definição do gerente do gerente do
projeto, sendo que estas informações irão constar no termo de abertura do projeto
(PMI, 2015). O processo de iniciação basicamente vai definir o que queremos
alcançar de uma forma geral com aquele projeto.
O Grupo de processos de planejamento incorpora todos os processos que
são realizados para estabelecer o escopo total do esforço, definir e refinar os
objetivos e estabelecer a ação necessária (PMI, 2015). O fato de estabelecer o
escopo não necessariamente significa que isso é imutável, pelo contrário é um
processo que deverá ser alterado à medida que novas informações surgirem. O
processo de planejamento tem como principal benefício é delinear a estratégia e a
tática, e também o caminho para alcançar os objetivos do projeto (PMI, 2015).
O plano de gerenciamento do projeto e demais documentos de saídas do
grupo de processos de planejamento irão explorar escopo, tempo, qualidade,
comunicações, recursos humanos, riscos, aquisições e gerenciamento das partes
interessadas (PMI, 2015). O plano de gerenciamento de projeto nada mais é do que
a definição, preparação, coordenação dos planos auxiliares e sua integração,
tornando-se o documento central e base de todo o trabalho a ser executado. Sendo
as entradas: termo de abertura do projeto, saídas de outros processos, fatores
ambientais e ativos de processos organizacionais (PMI, 2015).
A base de todo o gerenciamento do projeto compõe-se da linha base do
escopo, linha base do cronograma e linha base dos custos. Sendo que os planos
auxiliares principais são: plano de gerenciamento do escopo, plano de
gerenciamento dos requisitos, plano de gerenciamento do cronograma, plano de
gerenciamento dos custos, plano de gerenciamento da qualidade, plano de
melhorias do processo, plano de gerenciamento dos recursos humanos, plano de
gerenciamento das comunicações, plano de gerenciamento dos riscos, plano de
21
gerenciamento das aquisições, plano de gerenciamento das partes interessadas,
entre outros (PMI, 2015).
Todos os planos de gerenciamento estão intimamente ligados, tomemos como
exemplo o plano de gerenciamento do cronograma, que é onde são definidas as
atividades a serem executadas, as pessoas que irão executar, os recursos materiais
necessários, o tempo necessário para cada atividade, verificação da interligação ou
não dessas atividades. A partir destes dados é criado o cronograma, onde supõem-
se que o projeto será executado no menor tempo possível otimizando os recursos
materiais, humanos e financeiros
A abrangência do plano de gerenciamento deve ser completa e irrestrita, pois
irá delinear as fases seguintes de implantação do sistema de gerenciamento da
manutenção fornecendo todo o embasamento para os envolvidos na execução.
Tomemos por exemplo o plano de gerenciamento do cronograma da implantação do
sistema, o atraso de alguns dias no cumprimento da entrega do mesmo poderá
impactar negativamente ou negativamente no projeto.
Tendo estabelecido a forma de atuação, no caso como será delineado a
implementação do sistema de gerenciamento de manutenção de uma usina
hidrelétrica, a partir da efetiva execução o planejamento poderá e será alterado de
acordo com os problemas e/ou novas ideias de otimização do projeto forem
surgindo, essas alterações somente são possíveis mediante a interação constante
de todas as partes interessadas.
O grupo de processos de execução consiste das ações para efetivamente
realizar o que foi definido no plano de gerenciamento do projeto, de forma a cumprir
o que foi especificado no projeto (PMI, 2015). Nesta fase como observado acima
poderão surgir alterações no plano inicial, bem como ajustes nos valores orçados
para o projeto.
O grupo de processos de monitoramento e controle consiste dos processos
para acompanhar, analisar e organizar o progresso e o desempenho do projeto
(PMI, 2015). É o acompanhamento do projeto em todas as suas etapas de execução
de forma a ter uma visão do todo, o que permitirá efetuar ações corretivas de forma
antecipada buscando evitar ou minimizar problemas de qualidade, custos e prazo do
projeto. No próprio plano de gerenciamento do projeto deverá ser estabelecida a
forma como o projeto será monitorado e controlado, inclusive a periodicidade do
22
monitoramento, pois o quanto mais cedo for detectado um desvio no andamento do
projeto, mais efetivas serão as ações preventivas e corretivas para o projeto em
questão.
O Grupo de processos de encerramento abrange os processos executados
para concluir as atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento do
projeto (PMI, 2015). Basicamente é a formalização do encerramento, independente
do sucesso ou não do projeto. Podem ocorrer as seguintes atividades: documento
de aceite do cliente (interno ou externo), revisão pós projeto, registro de impactos,
registro de lições aprendidas, aplicação de atualizações, arquivamento do histórico,
encerrar as aquisições, avaliação da equipe participante (PMI, 2015). Os dados
históricos são extremamente importantes como forma aprimoramento na execução
de outros projetos, de forma a evitar a repetição de erros. O aceite do cliente é a
formalização de que o projeto foi entregue, podendo não ser da forma que o cliente
gostaria (inclusão de ressalvas), mas que foi efetivamente concluído e repassado
para o mesmo.
24
3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA
25
4. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO
27
personalizações e parametrizações, o mesmo colaborador seria posteriormente o
suporte de nível um na usina.
O planejamento de cadastro, período de testes e início da operacionalização
deve contemplar os prazos, os recursos humanos necessários bem como suas
responsabilidades quanto aos prazos, delimitações sobre o que fazer e qualidade
dos cadastros realizados.
28
Engloba a verificação das obrigações contratuais do fornecedor e se as
mesmas foram completamente atendidas em relação a entrega do sistema, ficando
ainda uma relação contratual no que tange ao fornecimento de assistência técnica
do mesmo (atendimentos em virtude de falhas, ajustes, atualizações, entre outras
atividades que venham a constar em contrato.
Quanto a entrega das atividades internas, em primeiro momento o
encerramento poderia ser considerado algo simples, mas em virtude do
relacionamento mais próximo entre os colaboradores por vezes podem ficar
pendências em aberto por longo tempo (até porque os colaboradores entendem que
haverá um prosseguimento natural do sistema de gerenciamento e que os cadastros
mesmo que esporádicos irão ser necessários), o que não é desejável. Quando ainda
constarem pendências por ocasião do início do processo de operacionalização, as
mesmas devem ser listadas, com prazos determinados e o registro dos
responsáveis.
29
Apesar de muitas vezes determinados usuários não terem muita noção das
suas necessidades, por outro lado há vários que poderão acrescentar sugestões
pertinentes em decorrência de suas experiências ou informações que obtiveram em
artigos, livros e até mesmo conversa com colegas.
31
- Cadastro de planos de manutenção á serem executados de acordo com a
periodicidade previamente estabelecida;
- Cadastro de bloqueios e manobras que precisam ser executados antes da
intervenção no equipamento e ou sistemas próximos para que seja possível garantir
a segurança e saúde dos envolvidos na atividade;
- Cadastro de equipamentos de segurança, ferramentas e materiais que
deverão ser aprisionados antes da execução da atividade;
- Cadastro de todos os equipamentos existentes na usina hidrelétrica, sendo
que para cada um deverá ser gerado uma codificação única. No cadastro do
equipamento deverá constar as principais características, tais como: modelo,
número de série, fabricante e/ou fornecedor, data da instalação, proprietário, centro
de custo, origem (nacional ou internacional), localização, custo de compra, data de
garantia, tempo operacional médio, número de patrimônio e necessidade de
calibração. Além destes deverá ser possível a inserção de fotos, observações
(quando necessário) e manuais e projetos do equipamento;
- Cadastro de todos os materiais existentes no almoxarifado e/ou outro local
da usina, sendo que cada material deverá ter um código único associado. No
cadastro do material deverá constar fornecedor(es), custo da última aquisição,
quantidade em estoque, forma de armazenamento (ambiente desumidificado,
embalagem plástica, local coberto, etc.), localização (especificado por exemplo o
vão da prateleira onde pode ser encontrado), unidade, estoque mínimo, estoque
máximo, procedência (nacional ou internacional), validade (quando for o caso), tipo
de material (consumo, sobressalente, sobressalente imobilizado, uso geral),
possibilidade de inserção de fotos e desenhos do material, fabricante, entre outros
dados;
- Cadastro/inserção de projetos dos equipamentos e instalações,
preferencialmente sendo possível associar aos respectivos cadastros de
equipamentos;
- Cadastro de ocorrências e causas de forma a balizar e padronizar os
serviços executados pela equipe de manutenção;
- Possibilidade de programação de atividades;
- Possibilidade de reserva de materiais, equipamentos, ferramentas,
instrumentos e mão de obra;
32
- Possibilidade de cada material em estoque possuir um código de barras
associado ao mesmo, de forma que com um simples leitor de código de barras se
faça a atualização do estoque;
- Emissão de alertas relativos a atraso de manutenções periódicas, atraso no
fechamento de ordens de serviço, alerta de vencimento de calibração, alertas de
alocação de materiais, equipamentos e mão de obra;
- Emissão de aviso de compra para materiais que atingiram o estoque mínimo
e aviso prazos de validade de materiais;
- Emissão de relatórios diversos, tais como: tipos de manutenção executadas,
situação das ordens de serviço, relação de estoque, custo de execução da
manutenção por atividade, bem como gráficos que permitam uma fácil visualização
das informações;
- Calculo e emissão de índices de manutenção (os principais utilizados) e/ou
possibilidade de parametrização de índices de acordo com a necessidade da usina
hidrelétrica.
Logicamente que todas as funcionalidades acima citadas devem ser passiveis
de integração, ou seja os diversos cadastros se comunicarem instantaneamente, por
exemplo, um determinado material que tenha sido reservado para alguma atividade
ficará imediatamente indisponível no cadastro de materiais.
35
- Gerenciar e acompanhar as demandas solicitadas ao suporte técnico da
empresa fornecedora do sistema e quando necessário intervir para que sejam
cumpridas as obrigações contratuais;
- Ser o responsável por aprovar e validar eventuais modificações e/ou novas
personalizações a serem inseridas no sistema;
- Aprovar a modificação de planos de manutenção bem como inclusão de
novos;
- Zelar pela segurança dos dados contidos no sistema, verificando
periodicamente a execução e integridade dos backups.
O sistema de gerenciamento da manutenção além de auxiliar na gestão da
equipe, gestão de almoxarifado, gestão de custos da manutenção e análise de
falhas, com o decorrer do tempo se torna um imenso banco de dados de
informações históricas dos equipamentos. Entretanto para isso acontecer ele precisa
ser abastecido com informações, não informações vagas como: o serviço foi
executado de forma satisfatória, os testes realizados comprovaram a eficácia da
intervenção. Convenhamos, que para efeito de histórico futuro pouco interessam
essas informações, pois as respostas aos seguintes questionamentos não foram
inseridas: Qual serviço? Em qual equipamento? Qual a situação do equipamento?
Quem executou? Em quanto tempo? Quais as ferramentas e instrumentos que
foram utilizados? Quais os materiais utilizados? Qual a quantidade desses
materiais? Quais as dificuldades encontradas? Quais ajustes foram efetuados?
Quais testes foram realizados? Quais os valores encontrados e quais foram
deixados após a intervenção? Houve registro em vídeo e/ou fotográfico? Qual o
custo do serviço? Outras perguntas mais poderiam ser feitas de forma a clarificar e
embasar futuramente uma nova intervenção, pois informações vagas não possuem
valor algum e apenas ocupam espaço no banco de dados, por isso a importância
das informações inseridas sejam relevantes e entendíveis aos usuários futuros
daquela informação.
Os planos de manutenção periódicas são um exemplo claro de necessidade
de melhoria contínua. Os planos inicialmente inseridos no sistema normalmente têm
como base os desenhos construtivos, desenhos de montagem, manuais de
operação e manutenção dos equipamentos e experiência do responsável por
elaborar o plano. Pressupõe-se que um bom plano de manutenção conste as
atividades a serem executadas no equipamento, bloqueios e manobras necessárias,
36
equipamentos de proteção necessários, instrumentos, ferramentas e materiais
necessários, quantidade de pessoas e suas respectivas qualificações, informações a
serem coletadas, quantidade de horas prevista para execução, inspeções e ensaios
a serem efetuados, valores de referência, ajustes necessários entre outros.
Entretanto sempre alguns detalhes podem escapar e é muito comum, mesmo com
toda essa gama de informações os responsáveis pela execução se depararem com
informações imprecisas ou incorretas. Da mesma forma com o decorrer das
inspeções os executores dos planos verificam a necessidade de alterações e
melhorias, tais como:
- Correção de erros relativos à implementação do plano de manutenção
periódico;
- Modificação da periodicidade de intervenção, pois eventualmente devido a
problemas é necessário fazer a intervenção em intervalos mais regulares que os
estabelecidos, ou em virtude de sucessivas intervenções não se identificar
problemas, levando a fazer a intervenção em intervalos mais longos;
- Inclusão de novas técnicas de manutenção e/ou novos procedimentos;
- Exclusão de determinados ensaios em virtude de obsolescência ou inclusão
de novos;
- Alterações no equipamento podem necessitar a revisão completa do plano,
com mudanças de procedimentos e/ou materiais e ferramentas.
Resumidamente é um esforço para melhorar continuamente os planos de
manutenção, que por um lado demanda que os envolvidos com a manutenção se
mantenham ativamente atualizados, quer por meio de artigos técnicos, livros,
informações de fabricantes e/ou informações coletadas de outras equipes de
manutenção de usinas hidrelétricas, mas tem um reflexo considerável no tempo de
execução e qualidade das atividades executadas.
Não apenas os planos de manutenção, mas a melhoria contínua vale também
para os cadastros, pois essa retroalimentação ajuda a refinar o sistema. A evolução
constante, tanto da qualidade das informações coletadas, como melhorias efetuadas
através de personalizações é essencial para a maximização de resultados da
manutenção, principalmente no que tange ao planejamento da manutenção.
37
Quando partimos de um modelo teórico para o um prático é comum
esbarrarmos em dificuldades não citadas por autores, ou não comentadas por
outrem. Isso deriva de que nenhum projeto é similar ao outro, seja por questões
culturais, pessoas envolvidas e temporalidade, portanto situações novas são
corriqueiras e até mesmo salutares, fazendo parte do processo de aprendizagem e
amadurecimento profissional.
É improvável, até diria impossível que se consiga implementar um sistema de
gerenciamento isento de defeitos, inclusive é muito comum após algum tempo
verificarmos que determinadas questões poderiam ser aprimoradas, mas mesmo
que possamos fazer em outro projeto novas possibilidades de melhoria surgirão e
assim sucessivamente.
Se o sistema não for bem planejado e não houver um treinamento adequado
poderão surgir dificuldades na implantação de rotinas e até rejeição ao uso do
mesmo (BRANCO FILHO, 2008). A rejeição dos usuários pode inclusive inviabilizar o
sistema, pois sem as informações das equipes que executam a manutenção não
haverá dados a serem utilizados.
Para os usuários e gestores do sistema, independente dos defeitos que
possam ter sido cometidos, é preciso olhar para frente e utilizar a ferramenta
disponível da melhor forma possível. Tendo-se escolhido um sistema de
gerenciamento dentro das premissas estabelecidas pela empresa (colaboradores
e/ou consultores) e implantado o mesmo de forma adequada, espera-se que o
mesmo possa fornecer as seguintes informações primordiais para a gestão da
manutenção:
- Gestão de atividades executadas: independentemente do tipo de
manutenção, corretiva, preventiva, preditiva ou novos serviços é essencial que as
ordens de serviço tenham sido preenchidas de forma adequada, para permitir a
qualquer tempo acessar os dados históricos, ou seja uma forma de coletar
informações para no futuro tomar ações no sentido de otimizar manutenções
semelhantes, buscar informações sobre ajustes e/ou implantação de melhorias.
- Gestão manutenções periódicas: possibilitar controlar e gerenciar as
manutenções por meio de intervalo de tempo, deixando de usar planilhas obsoletas
para fazer uso de um sistema integrado e fácil visualização das próximas
manutenções a serem efetuadas.
38
- Gestão de materiais: por meio do uso integrado com ordens de serviço
controlar a entrada e saída de materiais do almoxarifado, estabelecer estoques
mínimos e máximos de materiais, emitir avisos de compra de materiais, controle de
validade de materiais perecíveis, histórico de uso de materiais e controle de
equipamento em que o material deve ser aplicado.
- Gestão de custos: mostrar os custos com manutenção, seja total, individual
ou tipo de manutenção, custo de mão de obra, custos de manutenção por
equipamento, custo dos materiais em estoque, sejam materiais de consumo ou
sobressalentes e custo das ferramentas utilizadas na usina.
- Gestão de fornecedores e fabricantes: acompanhamento da garantia dos
equipamentos, cadastro e seleção de fornecedores e fabricantes, tempo médio de
reparo e/ou fabricação de materiais e equipamentos e identificação de materiais
críticos (custo alto e/ou prazo de entrega longo).
- Gestão dos projetos: controle e identificação dos projetos, controle de
alterações dos projetos e controle de impressões dos projetos.
- Gestão de calibração: controle da situação e periodicidade de calibração dos
instrumentos, identificação dos instrumentos calibráveis e não passíveis de
calibração.
- Gestão da segurança do trabalho: identificação de atividades de risco,
inserção de procedimentos específicos de acordo com o risco, inserção de bloqueios
e manobras, apoio no programa de lacre e etiquetagem e identificação de
colaborador não apto para executar determinada atividade.
O uso de um sistema informatizado de gestão da manutenção possibilita ao
grupo técnico-administrativo analisar os dados, e junto com os gestores definir
estratégias para tratamento dos itens estatísticos fora dos padrões (PEREIRA,
2009). Portanto a gestão integrada de um sistema de gerenciamento de manutenção
de uma usina hidrelétrica permite um controle amplo das atividades de manutenções
bem como a emissão de uma série de relatórios estratégicos para a gestão da
operação e manutenção.
Quando olhamos sob o ponto de vista do planejamento da manutenção
supõe-se ganhos imensuráveis, tais como:
- Definir em conjunto com a operação o momento mais adequado para intervir
em equipamentos críticos que ocasionam a perda de geração, pois com as
informações sobre periodicidade de manutenção preventiva, aliadas ao histórico de
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manutenção a equipe de gestão da manutenção poderá ajustar a data da
intervenção (muitas vezes adiando uma determinada manutenção), sem incorrer em
falhas intempestivas do equipamento (algo não desejado em virtude dos custos de
manutenção e lucro cessante);
- Otimizar o estoque e compra de materiais e equipamentos, seja pela
confiabilidade histórica, seja pela previsão de troca dos mesmos;
- Possibilidade de verificar através de análise técnica financeira o ponto ideal
de substituição do equipamento, e principalmente em um tempo adequado para
provisionar o desembolso financeiro no orçamento da usina.
- Otimização da equipe de manutenção, pois a tendência futura é diminuir as
manutenções corretivas e aumentar as manutenções preventivas (periódicas e
programadas), se bem que podemos entrar em uma discussão de filosofia de
manutenção adotada por cada empresa.
O uso das melhores práticas de manutenção, práticas que tem se mostrado
superiores em resultados, dentre estas podemos citar o processo de benchmarking
e uso de indicadores de manutenção (KARDEC, 2015), permite verificar e otimizar
os processos de manutenção continuamente.
Como elencado acima, um sistema de gerenciamento de manutenção de
usinas hidrelétricas implementado de forma ponderada e planejada permite uma
série de ganhos, não somente para a manutenção e seus colaboradores, mas para
toda a empresa no sentido de otimização da operação da planta de geração.
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CONCLUSÃO
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sua casa, mediante o uso de vídeo e assim orientar a execução da manutenção ou
solução de problemas. Robôs autônomos poderão ser capazes de executar as mais
variadas atividades de manutenção e armazenar automaticamente todas as
informações coletadas, porém isso ainda não é uma realidade em virtude da
necessidade de superar questões técnicas e financeiras.
Entretanto em qualquer destes cenários futuristas será necessário um sistema
de gerenciamento de manutenção de usinas hidrelétricas robusto e eficiente a partir
do qual as informações coletadas serão refinadas e transformadas em ações para a
melhoria da confiabilidade e consequentemente incremento da disponibilidade dos
equipamentos de geração de energia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VILLARDI, Raquel. Metodologia Científica para Construção do TCC. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2016.
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