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ESTUDO DOS FATORES DESENCADEANTES DO ENTORSE DO

TORNOZELO EM JOGADORES DE FUTEBOL E ELABORAÇÃO


DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA PREVENTIVA

Study of predisposed factors of ankle’s strains in soccer players and the elaboration of the
prevention phisiotherapic program

BEIRÃO, Marcelo Emilio1, MARQUES, Thiago Álvaro R.2


1
Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
(SBOT), Membro da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Traumatologia Desportiva
(SLARD), Professor dos Cursos de Fisioterapia e Medicina da Universidade do Extremo Sul Catarinense
(UNESC) e Responsável pelo Ambulatório de Traumatologia Desportiva da UNESC, Criciúma (SC),
2
Aluno de graduação em Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma (SC).

Endereço para correspondência: Rua Cel. Pedro Benedet, 190, sala 503. Bairro: Centro. CEP: 88801-520. Criciúma/SC. E-
mail: beirao@unesc.net

Resumo Abstract

O presente estudo foi realizado com 26 The present study was carried out with 26
atletas da equipe juvenil do Criciúma Esporte Clube athletes of junior team of Criciúma Esporte Clube
e teve por objetivos analisar a incidência de entorses and its objectives were to analyse the incidence of
do tornozelo e recidivas nos anos de 2005 e 2006, ankle sprain and reappearance in 2005 and 2006 and
bem como os fatores associados a essa lesão. factors associated with this lesion.
Observou-se que o movimento de inversão é o mais It was observed that the main factor that
freqüentemente envolvido no trauma e que os unleashed the sprains was the irregularity of the turf
principais fatores desencadeantes dos entorses foram and that there is not also in the club any type of
a irregularidade dos gramados e os traumas diretos, preventive physiotherapy program for these lesions.
não existindo no clube nenhum tipo de programa So it was elaborated and suggested an implementation
fisioterápico preventivo para tais ocorrências. Foi of this program aiming at a lower frequency of
então, elaborada e sugerida a implementação de um athletes in medical department with more
programa visando a alcançar uma menor freqüência improvement in their sport activities.
dos atletas ao departamento médico e um maior
aproveitamento de suas atividades esportivas.
Keywords: Sprain; Physiotherapy; Prevention;
Ankle.
Palavras-chave: Entorse. Fisioterapia. Prevenção.
Tornozelo.

1
1. Introdução lombo-sacro. De maneira geral, os músculos do
compartimento anterior são inervados pelo nervo
fibular profundo, os do compartimento lateral são
A articulação do tornozelo ou talocrural inervados pelo fibular superficial e os músculos do
apresenta-se como uma dobradiça entre a tíbia e a compartimento posterior são inervados pelo nervo
fíbula de um lado e a tróclea do tálus de outro, tibial (Tortora, 2002).
constituindo-se num exemplo de articulação O plano sagital é aquele que divide o pé em
gínglimo sinovial (Gardner & Gray, 1988; Gardner, duas metades: uma medial e outra lateral. O plano
1980; Sizínio & Xavier, 2003). O maléolo medial é o frontal divide o pé em porções anterior e posterior e
local de inserção do ligamento deltóide com sua o plano transverso, em porções superior e inferior
forma de leque, composto pelas camadas superficial (Cohen & Abdalla, 2003). A movimentação do
e profunda. Esse ligamento tem como principal tornozelo ocorre principalmente no plano sagital, com
função impedir o valgismo do tornozelo (Cohen & a flexão plantar e dorsal; no plano axial, com a rotação
Abdalla, 2003; Prentice, 2002). interna e externa; e, no plano coronal, com varo e
Na região lateral do tornozelo, temos os valgo (Lasmar, 2002). Os termos supinação e
ligamentos talofibulares anterior e posterior e o pronação do pé referem-se a movimentações
calcâneofibular, que são considerados ligamentos complexas que envolvem os três planos descritos, já
colaterais (Rasch, 1989). O talofibular anterior que a supinação consiste na combinação de adução,
funciona como o principal ligamento que resiste à inversão e flexão, enquanto a pronação resulta da
inversão do tornozelo, sendo mais freqüentemente concomitância entre abdução, eversão e extensão do
lesado durante os entorses em inversão (Lasmar et pé (Cohen & Abdalla, 2003).
al., 2002; Starkey & Ryon, 2001; Sizínio & Xavier, A função biomecânica eficiente do tornozelo
2003). O ligamento talofibular posterior ajuda a evitar depende de sua capacidade de agir como um
o deslocamento posterior do tálus em relação à adaptador, absorvedor de choque, conversor de
fíbula, sendo lesado com menor freqüência em um toque e braço rígido, durante o ciclo de marcha. A
entorse lateral do tornozelo (Starkey & Ryon, 2001; atividade biomecânica normal da marcha pode ser
Stelle, 2000). O ligamento calcâneofibular é mais explicada pela concentração das três grandes
forte que o talofibular anterior e na posição neutra articulações: talocrural, subtalar e transversa do tarso,
do tornozelo é praticamente paralelo ao eixo longo também referida como mediotársicas ou articulação
da tíbia, garantindo estabilidade lateral. de Chopart (Gould, 1993).
Três compartimentos musculares da perna A palavra “entorse” (do latim exprimere,
precisam ser destacados porque agem diretamente “pressionar para fora”) é literalmente definida como
no tornozelo e pé: anterior, lateral e posterior (Russo uma lesão articular na qual algumas fibras do
& Moreira, 2003). Os músculos que fazem parte do ligamento de sustentação são rotas, mas a
compartimento anterior da perna, ele e agem continuidade do ligamento permanece intacta, sem
diretamente na articulação do tornozelo e pé são: deslocamento ou fratura (Sacco, et al., 2004). Os
Tibial anterior, Extensor longo dos dedos, Extensor entorses são em geral causados por inversão ou
longo do hálux e Fibular terceiro (Moore, 1994); no eversão bruscas, a maioria das vezes em combinação
caso do compartimento lateral da perna, os com flexão plantar ou dorsiflexão, podendo ser
músculos que dele fazem parte são: Fibular longo, classificadas de acordo com a localização ou o
Fibular curto (Moore, 1994; Russo & Moreira, 2003); mecanismo de lesão. O entorse em inversão é o mais
quanto ao compartimento posterior da perna, ele é comum e resulta em lesões dos ligamentos laterais,
composto superficialmente pelos músculos enquanto o entorse em eversão ocorre com menor
Gastrocnêmico e Sóleo (juntos formam o tríceps freqüência em razão da anatomia óssea e ligamentar
sural) e o Plantar delgado, e é composto profunda- (Prentice 2002). O entorse do tornozelo constitui cerca
mente pelos músculos Tibial posterior, Flexor longo de 25% das lesões que ocorrem em esportes
dos dedos e Flexor longo do hálux (Gardner, 1980). envolvendo corridas e saltos e, destas, 85% são
Os músculos que movem o pé e os dedos causadas por um mecanismo de inversão (Cohen &
do pé são inervados pelos derivados do plexo Abdalla, 2003; Safran, 2002; Thacker et al., 2002). A

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lesão isolada do ligamento deltóide é rara, em torno tempo. A conduta é resumida em repouso, medicação
de 2,5% das lesões ligamentares do tornozelo. Um sintomática, aplicação de gelo (devendo ser aplicado
entorse medial do tornozelo pode ocorrer quando por 15 a 20 minutos, três a quatro vezes por dia,
o pé é evertido e rotado externamente (Peterson & durante um a cinco dias), compressão (deve ser feita
Renströn, 2002; Sizínio & Xavier, 2003). com ataduras elásticas e esparadrapo ou tornozeleira)
Alloza (2000), apud Silvestre e Lima (2003), e elevação da extremidade conforme o protocolo
cita que o entorse pode ser classificado em agudo PRICE (do inglês Protection – Rest – Ice – Compression
(quando ocorre o primeiro episódio de entorse até – Elevation) (Lasmar, 2002).
completar duas semanas) e crônico (após duas A segunda fase tem duração variável e visa à
semanas ou recidivas). Tendo em vista o tratamento recuperação funcional da musculatura e ao
a elas dispensado, as lesões agudas classificam-se em restabelecimento da propriocepção, prejudicada pela
três graus conforme a gravidade, ou seja, grau I ou lesão ligamentar. São fornecidos exercícios de
leve, grau II ou moderado e grau III ou grave (Sizínio fortalecimento dos músculos, com atenção especial
& Xavier, 2003). O diagnóstico preciso da lesão para os fibulares, e para o alongamento do tríceps
ligamentar do tornozelo depende de uma história sural, caso esteja contraturado. Essa fase se encerra
clínica detalhada, investigando-se o mecanismo de quando a mobilidade estiver restabelecida e o
trauma, a posição do pé e direção da força, a indivíduo já não sentir dor. Por fim, na terceira fase,
localização da dor, o local do edema e o tipo de ocorre o preparo para o retorno às atividades
perda funcional após o trauma. O exame clínico anteriores, sendo composta por exercícios de força,
precoce é importante para a devida avaliação dos agilidade, amplitude e propriocepção, já incluindo
pontos dolorosos e das possíveis estruturas lesadas, corrida, saltos e treinamentos específicos para o
antes que ocorra edema difuso e equimose intensa esporte, se for o caso (Sizínio & Xavier, 2003). Já nas
(Lasmar, 2002; Sizínio & Xavier, 2003). Os exames lesões de grau III, existem alguns pontos a serem
complementares são solicitados sempre que houver considerados ao optar pelo tratamento conservador
suspeitas de fratura associada, lesão osteocondral ou ou cirúrgico. Em indivíduos não atletas e sem fratura
lesão ligamentar completa (Alloza, 2000; Cailliet, 1989 associada, recomenda-se o tratamento conservador
apud Silvestre & Lima, 2003). Como exames contido no protocolo PRICE. Em atletas sem fratura
complementares, são realizadas radiografias associada, deve-se levar em consideração o esporte
convencionais do tornozelo nas incidências lateral e praticado e os potenciais déficits, caso se opte pelo
antero-posterior e incidência oblíqua interna e externa tratamento conservador (Cohen & Abdalla, 2003;
(Cohen & Abdalla, 2003). Outros métodos de Mattacola & Dwyer, 2002). No caso de fratura
imagem têm sido propostos para avaliar as lesões associada, o tratamento pode ser cirúrgico,
ligamentares do tornozelo, com graus de eficácia completado com fisioterapia posterior que vise ao
variáveis, como ultra-sonografia, tomografia axial ganho de amplitude articular, fortalecimento muscular
computadorizada, ressonância nuclear magnética e e treinamento proprioceptivo (Cohen & Abdalla,
a artrografia, sendo a ressonância magnética o exame 2003; Lasmar, 2002).
de escolha em tais situações (Lasmar, 2002). O treinamento proprioceptivo tem papel
No entorse do tornozelo, é fundamental a importante no tratamento das lesões ligamentares. A
identificação precisa da estrutura lesada e da gravidade propriocepção pode ser considerada como uma
dessa lesão. Existe uma ampla concordância de que variação especializada da sensibilidade ao tato, que
o tratamento das lesões ligamentares do tornozelo engloba a sensação de movimento articular (cinestesia)
tipo I e II seja conservador (Lasmar, 2002). O e de posição articular (Carrière, 1999). É de grande
tratamento conservador das lesões de graus I e II importância a restauração da propriocepção após
apresenta três fases: a primeira dura de uma a duas uma lesão, afirmando-se que as lesões articulares
semanas e tem o objetivo de diminuir a hemorragia, típicas ocorrem no final de um jogo esportivo
a dor, controlar o edema e evitar o aumento da lesão. quando a fadiga já se estabeleceu e o recrutamento
Dependendo da gravidade do trauma, utilizam-se de unidades motoras sofre o impacto. O aumento
muletas e goteira gessada ou órteses plásticas, e nos impulsos proprioceptivos ativa os aferentes do
mantém-se o membro elevado a maior parte do sistema nervoso central (SNC) e, conseqüentemente,

3
melhora a resposta eferente prevenindo lesões sexta-feira, no período vespertino, antes ou após o
adicionais (Carrière, 1999). O treino para melhorar treino dos atletas, para que não houvesse interferência
o feedback proprioceptivo para estabilidade do em sua rotina diária. A amostra final totalizou a
tornozelo, coordenação e resposta reflexa, população de 26 atletas. Como critérios de inclusão
geralmente começa com o uso de uma prancha de no estudo, escolheram-se os jogadores que
equilíbrio (prancha de Freeman), para a sustentação compõem a categoria juvenil do Criciúma Esporte
do peso, e progride para outras atividades mais Clube, pertencentes à faixa etária entre 15 e 17 anos,
intensas, incluindo, no final do tratamento, a marcha, do sexo masculino, independentemente da raça,
corrida no plano em linha reta e com mudança de sendo excluídos os que estivessem em teste no clube
direção, atividades de agilidade e saltos na cama e os que não se enquadrassem na faixa etária citada
elástica, variando de apoio bipodal para unipodal. acima.
Iniciando com a prancha de equilíbrio sentado, o Os atletas que aceitaram participar do estudo
atleta aprende a controlar a direção do movimento assinaram um Termo de Consentimento Livre e
da prancha, para somente, então, fazer o mesmo Esclarecido – TCLE, e cada integrante da amostra
exercício em pé (Kisner & Colby, 1992). teve que responder um questionário avaliativo sobre
Para se utilizar uma variedade de atividades entorse de tornozelo, elaborado após revisão de
que melhorem o equilíbrio, o fisioterapeuta deve literatura sobre o assunto e posteriormente validado
considerar cinco regras gerais antes de iniciar um por profissionais com conhecimento na área. A
trabalho: os exercícios devem ser seguros e aplicação do referido questionário teve como
desafiadores, devendo estressar os diversos planos objetivos investigar a incidência de entorses e suas
de movimentos, devem incorporar uma abordagem recidivas, a principal causa desse tipo de lesão, qual o
multissensorial, iniciar em superfícies estáveis com mecanismo mais comum de trauma, qual a posição
apoio bilateral e progredir para superfícies instáveis em campo mais vulnerável ao entorse, para que
com apoio unilateral, progredindo para exercícios pudesse ser elaborado um programa específico de
funcionais no esporte (Prentice, 2002). prevenção e sugerido ao clube como
Vale ressaltar que nenhum atleta deveria complementação aos treinamentos dos atletas.
retornar aos jogos sem que, antes, tenha passado por O protocolo de prevenção consta de
um período de treinamento proprioceptivo exercícios de fortalecimento para os músculos
específico (Cohen & Abdalla, 2003). O retorno à dorsiflexores, plantiflexores, inversores e eversores,
prática esportiva com algum tipo de suporte no devendo ser realizado em três séries de 15 repetições
início é comum; nesse sentido, as bandagens no para cada grupo muscular. Na propriocepção,
tornozelo oferecem um efeito estabilizador sem segundo o protocolo, estão previstos trabalhos de
comprometer o desempenho motor (Prentice, 2002). deslocamentos de frente, de costas, de lado e giros
Algumas medidas associadas podem ser com uso de cones; saltos e saltitos utilizando barras e
úteis, como prevenir o uso de calçados com solado arcos, exercícios que deverão ser realizados em dois
alto, desencorajar a marcha em terreno acidentado e tipos de pisos como areia e grama, com apoio
recomendar o uso de órtese durante a prática bipodal e unipodal, repetitiva e conscientemente, de
esportiva (Russo & Moreira, 2003). forma lenta e súbita. Além disso, os exercícios de
fortalecimento e propriocepção devem ser realizados
três vezes na semana em dias alternados.

2. Materiais e métodos

O local escolhido para a realização desta 3. Resultados


pesquisa foi a agremiação esportiva Criciúma
Esporte Clube, pertencente à cidade de Criciúma/ Após a análise do questionário aplicado junto
SC. A coleta dos dados foi realizada no período de aos atletas, constatou-se que 14 (54%) já tiveram
03 a 29 de julho de 2006, diariamente, de segunda a entorse do tornozelo e 12 (46%) não. Dos atletas
que já sofreram entorse de tornozelo, seis (43%)

4
relataram que isso ocorreu apenas uma vez; sete (50%), Em relação às causas de ocorrências dos
duas vezes, e um (7%), três vezes. Em relação às causas entorses, prevaleceu o gramado irregular, em casos
dos entorses, cinco atletas (36%) relataram a ocorrência seis (43%), como sendo o principal fator desenca-
de trauma direto no tornozelo, seis (43%) as creditaram deante do entorse do tornozelo, concordando com
à irregularidade do gramado, um (7%) alegou existirem Cohen e Abdalla (2003), que relatam que nos campos
outros obstáculos (ex: pisou na bola, no pé de outro com pisos inadequados existe maior tendência a lesões.
atleta) e dois (14%), por conseqüência de desequilíbrio Alguns autores, inclusive, correlacionam 24% dessas
corporal. Quanto ao mecanismo de lesão do primeiro lesões a pisos ruins.
entorse do tornozelo, prevaleceram significativamente Quanto ao mecanismo da lesão relativa ao
os entorses em inversão, no caso de 12 atletas (86%), primeiro entorse do tornozelo, prevaleceram os
seguido de dois atletas (14%) com entorses em eversão. entorses em inversão (12 atletas (86%)). Alencar e
Quanto à incidência dos entorses do tornozelo, Moura (2003) consideram os entorses em inversão
segundo a posição dos atletas, três (21%) destes mais freqüentes que aqueles em eversão, por conta
aconteceram em zagueiros, um (7%) em lateral da posição anatômica do maléolo lateral ser mais
esquerdo, cinco (36%) em meio-campistas e cinco distal e pelo fato de o ligamento talofibular anterior
(36%) em atacantes. Quando os atletas foram ser mais fraco que o ligamento deltóide.
questionados sobre a existência de um programa de Com relação à incidência dos entorses do
fisioterapia preventiva do entorse do tornozelo tornozelo segundo a posição dos atletas, os que mais
durante os treinamentos, todos responderam sofreram entorses foram os meio-campistas (cinco
negativamente, podendo ser esse o fator primordial (36%)) e os atacantes (cinco (36%)). Esses dados
da grande incidência de lesões encontradas neste condizem com a literatura pesquisada, pois, segundo
estudo. Gold III (1993), há uma exigência maior no que diz
respeito ao desempenho dos atletas que ocupam tais
posições em detrimento dos demais, pois eles
4. Discussão executam movimentos rotacionais em excesso e
correm maior distância na velocidade submáxima,
Na análise dos resultados do presente ficando, dessa forma, mais expostos às lesões
estudo, 14 (54%) atletas já tiveram entorse do traumato-ortopédicas.
tornozelo e 12 (46%) não, condizendo com os
estudos realizados por Sizínio e Xavier (2003), nos
quais há relatos de que os entorses do tornozelo são 5. Conclusão
as lesões ligamentares mais freqüentes e respondem
por aproximadamente 15% de todas as lesões nos O entorse do tornozelo é uma das lesões
esportes. Já Bertolini (2003) e Junge et al (2003) citam mais comuns no esporte, em especial no futebol,
que o entorse do tornozelo é a lesão mais comum sendo o movimento de inversão o mais
nos indivíduos que praticam esportes, especialmente freqüentemente envolvido como mecanismo
o futebol. desencadeante do trauma. Este estudo teve como
Em relação ao número de entorses do objetivos investigar o número de entorses do
tornozelo sofrido pelos atletas, a quantidade de tornozelo ocorrido nos anos de 2005 e 2006, no
recidivas (57%) encontrada nesta pesquisa foi bastante Criciúma Esporte Clube. Em sua realização, contatou-
significativa, demonstrando a necessidade da se a ocorrência de 14 entorses e oito recidivas, tendo
implementação de um programa preventivo voltado como fator desencadeante mais comum a
ao problema, incluindo principalmente reforço irregularidade dos gramados, e atingindo
muscular e trabalho proprioceptivo. Russo e Moreira principalmente os jogadores do meio-campo pela
(2003) referem que na prevenção dos entorses do mobilidade maior que sua posição requer. Em razão
tornozelo o trabalho proprioceptivo é de grande do grande índice de entorses detectado no local do
importância para os treinamentos dos atletas, pois estudo e da ausência de um trabalho preventivo, foi
possibilitaria uma diminuição significativa de recidivas elaborado um programa de prevenção de entorses
ou mesmo do primeiro episódio de entorses. do tornozelo, envolvendo especialmente o

5
fortalecimento muscular e o trabalho proprioceptivo, GARDNER, Weston D.; OSBURN, William A.
de modo que possa ser aplicado inclusive pelo Anatomia do Corpo Humano. 2. ed São
preparador físico, que é o profissional integrante da Paulo: Atheneu, 1980.
comissão técnica, além do fisioterapeuta, que mais
possibilidade tem de aplicar na prática o referido GOULD III, Fisioterapia na Ortopedia e na
programa. Esse protocolo de fisioterapia preventiva Medicina do Esporte. 2 ed. São Paulo: Ed.
foi proposto ao clube de futebol envolvido na Manole, 1993.
pesquisa como forma de complementar o
treinamento físico dos atletas. HEBERT, Sizínio; XAVIER, Renato. Ortopedia e
Conclui-se o presente relatório destacando Traumatologia: Princípios e Prática. 3. ed.
a importância da atuação do fisioterapeuta no meio Porto Alegre: Artmed, 2003.
esportivo, não somente no tratamento, mas
preferencialmente na prevenção das lesões, para que JUNGE A. et. al. Injuries in youth Amateur
se alcance uma menor freqüência dos atletas ao Soccer and Rugby Players-
departamento médico e, por conseqüência, seu Comparison of Incidence and Characteristics.
maior aproveitamento nos treinamentos e v.38, n.6, p.168-172. Disponível em:
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