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"Mulheres não querem

só sexo romântico", diz


pioneira do pornô
feminino
Sueca Erika Lust é uma referência em filmes adultos
feitos por e para mulheres
POR BÁRBARA LIBÓRIO (ESPECIAL PARA O GLOBO)
12/05/2018 4:30 / ATUALIZADO 12/05/2018 10:37

A diretora pornô feminista Erika Lust - Divulgação


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ÚLTIMAS DE CULTURA
 Com mulheres atrás das câmeras, filmes pornô
incorporam discurso e desejo feminino 12/05/2018 4:30

Cansada de assistir a filmes eróticos em

que as mulheres estão a serviço do prazer

masculino, a cineasta sueca Erika Lust

resolveu fazer diferente. Em 2004, iniciou

sua carreira na pornografia alternativa e,

desde então, é uma referência no gênero

para mulheres. Certa de que a chave para a

mudança na indústria está em quem

comanda o que acontece por trás das

câmeras, Erika é uma das grandes

incentivadoras de outras diretoras e

produtoras de pornografia alternativa. Em

2016, convocou mulheres da indústria

cinematográfica de vários países para

apresentar projetos de filmes. Até hoje, já

financiou mais de 24 curtas, com um

investimento de quase € 500 mil.

LEIA MAIS: Pornografia: o que elas vêem

e não vêem
A indústria pornô ainda é machista?

Sim. A grande maioria da pornografia

produzida hoje é violenta e sexista. Ela é

dominada por um certo tipo de olhar

masculino com o mesmo ponto de vista

sobre sexo: homens brancos obcecados por

seios, extremidades, cigarros, carros,

jovens. Só filmam sexo repetitivo, porque

muitos têm uma inteligência sexual

limitada e uma masculinidade tóxica. Eles

representam as mulheres como um objeto

de prazer e não conhecem sua sexualidade

plenamente.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/mulheres-nao-querem-so-sexo-romantico-


diz-pioneira-do-porno-feminino-22676908#ixzz5FIaJBsfW
stest

O que muda quando as mulheres estão atrás das câmeras?

Ajuda a romper com essa perspectiva masculina e heteronormativa. Na nossa empresa,


temos mostrado que há demanda por pornografia com uma sexualidade diversa e
criativa, sem deixar de lado as fantasias, sendo agradável para ambos os sexos. O que
acontece por trás da câmera é a chave nessa indústria.

Para quem a pornografia feminista é dirigida?


Acredito que qualquer adulto que esteja cansado, sobrecarregado ou mesmo repugnado
pela pornografia tradicional possa encontrar um mundo novo e maravilhoso dentro da
alternativa que outros diretores e eu estamos criando; um mundo de que mulheres e
homens desfrutam igualmente e onde não há clichês ultrapassados.

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LEIA MAIS: Pornô para mulheres cresce e aparece

Como a pornografia ajuda a construir nossa sexualidade?

Em geral, ela retrata o ato sexual como algo que a mulher faz pelo homem, tudo gira em
torno do prazer dele. A atual produção barata também é muito violenta e degradante
para as mulheres, passando a representar o sexo como uma ferramenta de coerção. É
absurdo pensar que essa mensagem e esses valores não influenciam sua perspectiva de
sexo.

A pornografia feminista é mais dramatizada, com mais roteiro, e menos explícita?

Menos explícito, de jeito nenhum! Há um equívoco generalizado de que as mulheres só


querem ver sexo romântico, delicado e gentil. Nada poderia estar mais distante da
verdade. O sexo pode permanecer forte, excêntrico, intenso... mas os valores devem ser
mantidos limpos. As pessoas podem praticar muitos tipos de sexo, e os diretores
escolhem como trazê-los para a tela. No meu cinema, você não verá simulações de
estupros, simulações de sexo com adolescentes ou qualquer tipo de coerção sexual.

Ainda há um tabu sobre a mulher a respeito de sexo explícito, masturbação e falar


abertamente sobre isso. Como vê isso?

As mulheres sofrem todos os dias as consequências de uma sociedade que não aceita
naturalmente o prazer feminino. A masturbação feminina continua tabu, desde que não
seja enquadrada para satisfazer as fantasias masculinas. No entanto, as mulheres estão
mudando sua atitude. O que uma vez nos envergonhou ou reprimiu agora nos dá força
para responder. Mais e mais mulheres ousam dizer em voz alta “Sim, eu me masturbo”
ou “Sim, eu gosto de assistir a pornografia”. Na era pós-Harvey Weinstein, de #MeToo
e #Time’s Up, nós, mulheres, decidimos não nos calar ou nos intimidar com os ditames
do patriarcado. Algo está mudando. E essa mudança também se refletiu no cinema
adulto.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/mulheres-nao-querem-so-sexo-romantico-


diz-pioneira-do-porno-feminino-22676908#ixzz5FIaPqVqO
stest
Pornô: o que elas vêem e
não vêem
A atriz Maria Flor, a escritora Renata Corrêa e as cantoras
Alice Caymmi e Iara Rennó abrem o jogo
POR O GLOBO
12/05/2018 4:30

A atriz Maria Flor - Miguel Sa / Reprodução


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ÚLTIMAS DE CULTURA
"Nunca num lugar de poder"

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inRead invented by Teads
Maria Flor, atriz

“A pornografia é criada para o público

masculino. Falta trazer o desejo da mulher

para o centro. Mas o conteúdo produzido

para mulher é sempre romântico e

estereotipado, comédias românticas para

mulheres. O homem é um príncipe, e nem

sempre o desejo da mulher vem do desejo

desse homem perfeito. Não existe “Sex and

the city” na vida real. Isso não “turn me

on”. A mulher está sempre subjugada ou é

a fofa romântica e bonita. Não está num

lugar de poder e de protagonista. O desejo

da mulher passa por questões mais

complexas.”

LEIA MAIS: Pornô para mulheres cresce e

aparece
SC - A cantora Alice Caymmi - Daryan Dornelles / Divulgação
"Mulher no comando é

revolucionário"

Alice Caymmi, cantora

“Há uma facilidade de acesso à

pornografia de baixíssima qualidade, que

coloca a mulher num lugar impotente.

Quando o protagonista é somente o

homem, é uma negação do sexo. Isso não

só é ruim para mulheres como tira a

qualidade da vida sexual dos meninos. Ter

uma mulher no comando em qualquer


lugar onde não se espera é sempre

revolucionário. Tenho esperança de que

essas mulheres vão mudar a indústria

pornográfica como um todo, que depois os

rapazes consigam também fazer o mesmo

tipo de conteúdo erótico.”

LEIA MAIS: "Mulheres não querem só

sexo romântico", diz pioneiro do pornô

feminino

A roteirista Renata Corrêa - Divulgação


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"São pesquisadoras do próprio

desejo"
Renata Corrêa, escritora e roteirista

“Mulheres que consomem pornografia são

pesquisadoras do próprio desejo, e acabam

encontrando muito mais conteúdo

estrangeiro do que nacional voltado para

elas. Muitos conteúdos que fogem do

mainstream estão em contas pessoais na

plataforma do Tumblr. São fotos,

ilustrações, gifs, vídeos curtos e amadores.

Essa curadoria tem a ver com a

subjetividade de quem procura esse

conteúdo e posta, então eu indicaria

procurar essas pequenas páginas e testar,

o que você mais gosta e o que te dá mais

tesão.”

LEIA MAIS: Sites alternativos ajudam a

fugir do pornô clichê


RG Rio de Janeiro (RJ) 05/11/2013 Cantora Iara Rennó, em Santa Teresa. Foto Simone
Marinho/Agência OGlobo - Simone Marinho / Agência O Globo
"Tem que ter bom roteiro e boa

fotografia"

Iara Rennó, cantora

“Gostaria de ser consumidora de

pornografia, mas não há bom conteúdo.

Sei que há iniciativas de produtos

melhores, mas ainda não consegui ver.

Isso acontece porque o sexo ainda é um

instrumento de dominação masculina. O

olhar feminino é mais inteligente. A

representação sexual que gostaria de ver


não é só romântica. Pode ser explícita, mas

tem que ter bom roteiro e boa fotografia. E

nas cenas é legal uma preparação melhor

até o clímax, mostrar melhor o caminho

até o sexo, não apenas sexo.”

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/porno-que-elas-veem-nao-veem-


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stest

Sites ajudam a fugir do


pornô clichê
Endereços alternativos trazem diversidade de histórias e
elenco
POR LUIZA BARROS
12/05/2018 4:30
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A vida é muito curta para se ficar restrito

ao conteúdo dos grandes sites de

pornografia. Quem quer ver mais do que

entregadores de pizza sacanas e irmãs


gêmeas ninfomaníacas deve conferir

alguns sites que investem em produções

mais autorais e diversas, mas sem

qualquer tipo de tabu. Com opções que

atendem grupos LGBTQ+, fetichistas e até

o mais normativo dos casais, a tônica em

comum em todos eles é a preocupação em

explorar a complexidade e a beleza do

prazer feminino.

LEIA MAIS: Pornô para mulheres cresce e

aparece

LEIA MAIS: Pornografia: o que elas vêem

e não vêem

LEIA MAIS: "Mulheres não querem só

sexo romântico", diz pioneiro do pornô

feminino
frames do site de erika lust, pionera do porno feminista - divulgação
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Xconfessions // o pioneiro

Liderado por Erika Lust, a diretora

pioneira do pornô feminista, o

“XConfessions” é referência em produções

eróticas de qualidade e com um toque de

humor.

xconfessions.com
home page do site lucie makes porn - Reprodução
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Lucie makes porn // com ética

Comandado pela britânica Lucie Blush, o

site por assinatura reúne diretores de

vários estilos, mas que tenham em comum

a preocupação com a ética nas produções.

luciemakesporn.com
Frames do site porno avant garde Four Chambers - Reprodução
Four chambers // vanguardista

Criado pela performer Vex Ashley, que é

formada em Belas Artes, o “Four

Chambers” reúne filmes explícitos com

apuro estético de vanguarda.

afourchamberedheart.com
frame de filme da diretora porno allie ops - Divulgação
Allie Oops // diversidade

`Presente nas redes com a conta

@cummanifesto, a americana Allie Oops

oferece vídeos picantes com uma equipe

formada por pessoas gays, trans e não-

binárias.

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allieoops.manyvids.com
home page do site porno feminista ersties - Reprodução
Ersties // tudo coletivo

Um coletivo de mulheres de Berlim, o site

bem-humorado mostra pessoas comuns

realizando as suas fantasias sexuais, de

sexo grupal a fetiches sadomasoquistas.

en.ersties.com

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/sites-ajudam-fugir-do-porno-cliche-


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stest
Com mulheres atrás das
câmeras, filmes pornô
incorporam discurso e
desejo feminino
Produtoras e diretoras inauguram nova fase em universo
tradicionalmente dominado por homens
POR BÁRBARA LIBÓRIO (ESPECIAL PRA O GLOBO)
12/05/2018 4:30

Arte de Laura Salaberry - Laura Salaberry


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A luta das mulheres por mais espaço anda

bem explícita num certo setor da indústria

cultural. Dados do site “Pornhub”

mostram que a busca pela expressão

“pornografia para mulheres” cresceu

1.400% só no ano passado. E quem vai

além das fontes óbvias está descobrindo

toda uma nova geração de produtoras e

diretoras que bota o desejo feminino em

primeiro plano.

Entre quem busca a nova pornografia e

quem a cria (e não estamos falando de “50

tons de cinza”, mas de sexo explícito

mesmo), há um ponto em comum: todas

se cansaram de ver conteúdo “para eles”.

Ou seja, mulheres entrando em cena,

tirando a roupa e fazendo de tudo para

excitar o parceiro e chegar ao clímax

(dele). The end!

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inRead invented by Teads
Uma das primeiras a questionar a fórmula

manjada e colocar a mulher numa nova


posição foi a sueca Erika Lust, 41 anos, que

há 15 começou a dirigir o hoje chamado

“pornô feminista”.

Mas o que é isso?

Erika, atualmente dona de um portal com

produções próprias e de outras diretoras, o

eroticfilms.com, enumera quatro

características a pedido do GLOBO:

1) Mostrar mulheres e homens como

parceiros sexuais, não como objetos.

2) Valorizar a qualidade cinematográfica.

É injusto pensar que quem assiste a sexo

na tela não quer algo com apuro visual.

3) Ter mais diversidade de corpos, idades

(nos filmes deles, as mulheres são

predominantemente jovens) e cores de

pele. Algo tipo... a vida como ela é entre

quatro paredes.

4) O processo de produção tem que ser

ético, com salários justos e equivalentes, e

cenas acordadas antes das filmagens, num


ambiente mais seguro para os atores. Não

são raros, afinal, os casos de atrizes que se

sentem coagidas.

LEIA MAIS: Pornografia: o que elas vêem

e não vêem

É esse tipo de atitude e olhar que pauta

filmes como “Landlocked”, lançado neste

ano pela diretora capixaba radicada em

Nova York Lívia Cheibub. A produção

conta a história de um encontro casual que

acontece em Berlim entre a argentina

Joana, interpretada pela atriz María Riot,

e o inglês Thomas, vivido pelo ator Parker

Marx. O filme foca na autonomia do prazer

feminino, mas fala também da

vulnerabilidade masculina, quebrando o

paradigma do garanhão tradicional.

— O que ouvi é que é libertador. Em que

filme pornô você vê uma mulher gozar três

vezes de forma realista? — conta Lívia.

Além do conteúdo, a discussão sobre as

condições de trabalho na indústria pornô


ficou mais dramática a partir do ano

passado, depois que cinco atrizes

internacionais morreram por diferentes

causas — de suicídios a overdoses — num

período de três meses.

— No pornô alternativo é melhor. Todo

mundo tem voz, e ninguém é obrigado a

fazer nada que não se sinta à vontade —

diz Mayanna Rodrigues, hoje diretora e

produtora, mas que trabalhou como atriz.

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LEIA MAIS: "Mulheres não querem só

sexo romântico", diz pioneiro do pornô

feminino

OH, YES! OH, YES!

O resultado aparece nas telas, com

atuações mais convincentes e diálogos

menos estereotipados. Os gemidos (Oh,

yes! Oh, yes!) estão lá, claro, mas soam

mais verdadeiros.

— Existe muita mulher fazendo coisa foda

— defende Mayanna, lembrando que a


maioria das pessoas só vê mesmo o pornô-

padrão, que parece um ensaio filmado de

revista masculina, com o close sempre no

que o homem quer ver. — Isso não excita a

gente. Bom, pelo menos não a mim,

preciso ver verdade, pele e gozo da mulher.

O que vendia nos anos 1980 ou 90 já não

satisfaz o público dos anos 2000.

Especialista em sexo e entretenimento

adulto, a socióloga americana Chauntelle

Tibbals reconhece que o caminho é longo.

— Mas as mulheres galgaram posições e já

são parte importante da indústria. E

muitas querem levar isso a um novo

patamar: mudando os filmes.

LEIA MAIS: Sites alternativos ajudam a

fugir do pornô clichê

Chauntelle destaca Bree Mills, Tasha

Reign e Joanna Angel como exemplos de

criadoras que estão reinventando o

gênero. Vale ficar de olho, ela diz.


Na TV, a apresentadora Titi Müller sempre

militou por mais espaço para a mulher

falar de sexo abertamente.

— A gente pode o que quiser. Quer assistir

a cenas explícitas? Bora lá. Mas gostaria de

ver mais filmes feitos por mulheres. Ainda

precisamos caminhar muito.

Interesse realmente não falta. Pesquisa do

canal Sexy Hot, que exibe conteúdo

explícito 24 horas, revelou que 54% dos

assinantes são mulheres. E as equipes de

produções do canal também ganharam

reforço feminino, resultando em histórias

com mulheres mais ativas na relação.

— Não há apenas o homem como fio

condutor — explica Cinthia Fajardo,

gerente de marketing da Playboy Brasil,

que engloba o Sexy Hot.

Apesar das mudanças, os homens ainda

são franca maioria por trás das câmeras,

como lembra a diretora brasileira May

Medeiros.
— Só que, mais informadas e exigentes, as

mulheres fazem a própria curadoria. E, se

há muitos conteúdos, você começa a ter

menos preconceito com outros gostos. A

nova pornografia é mérito do feminismo. É

graças a ele que a gente começa a se sentir

dona do nosso prazer.

*Colaboraram Bolívar Torres e Emiliano

Urbim

MÚLTIPLOS

1.400%

É o salto na busca pela expressão “pornô

para mulheres” entre 2016 e 2017 no

“Pornhub”, o maior site de pornografia do

mundo.

75%

Parcela de mulheres que veem pornografia

sozinhas, segundo o instituto britânico

Typeform. E 70% nunca viram com

parceiros.
PUBLICIDADE

31%

Fatia de mulheres que assistem a vídeos

pornôs ao menos uma vez por semana,

ainda segundo Typeform. E 70% veem no

celular.

54%

Volume de assinantes mulheres do canal

Sexy Hot no Brasil, segundo pesquisa feita

pela própria emissora

26%

Percentual de mulheres que acessam o

“Pornhub” no mundo. E elas crescem mais

na África do Sul, Arábia Saudita e México.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/com-mulheres-atras-das-cameras-filmes-


porno-incorporam-discurso-desejo-feminino-22676523#ixzz5FIawl9b3
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