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INTRODUÇÃO
A área clínica se distingue das demais pela maneira de pensar e atuar, para além
dos problemas que trata. Isso porque seus diferentes objetos de estudo, como o
comportamento, a personalidade, as normas de ação e seus desvios, além das
relações interpessoais, os processos grupais e de aprendizagem, estão presentes
em muitos campos da psicologia e também das ciências humanas em geral
(MACEDO, 1984 apud TEIXEIRA, 1997).
Assim, a prática clínica pressupõe uma abordagem específica, que utiliza o método
da fala e da escuta, em um espaço previamente preparado e adequado para isso.
Nesse contexto, questões singulares do indivíduo, como inquietações, medos,
conflitos e sofrimentos, são trazidas aos psicólogos clínicos, que a partir de seu
conhecimento específico pretendem levar alívio emocional e psicológico a seus
clientes por meio de psicoterapias.
O auge da clínica médica data do final do século XVIII e início do século XIX,
momento de descobertas importantes na área da biologia, que possibilitaram a
instrumentalização médica, e consequentemente o avanço nos recursos técnicos
utilizados nos diagnósticos.
Com Freud (1905) há um novo olhar sobre a prática clínica. Na psicanálise ocorre
um deslocamento do saber: não mais o médico o detém, mas o cliente, de forma
inconsciente. Nessa perspectiva, o analista conduz um tratamento baseado na
mobilização do paciente na busca de sua própria verdade. Assim, diferentemente da
clínica médica, que se ocupa de métodos diagnósticos com tecnologias complexas
que sustentam múltiplas possibilidades de intervenção, a clínica psicanalítica
enfatiza a escuta do sofrimento para além do fenômeno, atribuindo significados aos
sintomas trazidos pelo sujeito e as forças psíquicas implicadas no processo de
adoecimento. A clínica psicológica, então, desvencilha-se da patologia (modelo
médico) e vincula-se a uma demanda do sujeito (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES,
2007).
3. A PRÁTICA
A psicologia clínica pode ser considerada uma atividade prática e, ao mesmo tempo,
um conjunto de teorias e métodos. Tem por objetivo o estudo, a avaliação, o
diagnóstico, a ajuda e o tratamento do sofrimento psíquico. Nessa perspectiva, o
conceito de clínica relaciona-se à observação singular e concreta do individual
(BRITO, 2008).