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SOBRE BELTING

Belting: uma visão otorrinolaringológica de Luís Henrique Chechinato Costa e André de Campos Duprat.
O belting é um padrão musical caracterizado pela qualidade da sua projeção, clara e de alta energia
INTRODUÇÃO

O belting é um padrão musical caracterizado pela qualidade


da sua projeção, clara e de alta energia. Podemos observar traços
do belting em diferentes estilos: muitas das músicas étnicas ao redor
do mundo, spirituals, blues, rock, gospel, jazz, teatro musical e mesmo no samba.

Mas é no teatro musical onde o estilo foi realmente consagrado


e ganhou algumas características próprias, fruto da demanda dos musicais,
tornando-se popular em diferentes partes do mundo.

É de conhecimento geral que a música não clássica surgiu como extensão da fala, na qual há um domínio maior
do registro de peito. Se assumirmos que os escravos cantavam sons, provavelmente de sua terra natal, em
campo aberto, e a qualidade vocal deveria ser tal que fosse ouvida a uma determinada distância
teríamos a origem mais provável do belting (1 Robert T. Sataloff, M.D., D.M.A., F.A.C.S.-
comunicação pessoal, 2006)

O primeiro nome descritivo foi o termo coon-shouting ou em português algo como grito do guaxinim. Nos anos
20 por não existir amplificação adequada, era necessário que o canto fosse forte o bastante para encher o
teatro, houve então uma popularização desta técnica de canto(1 Robert T. Sataloff, M.D., D.M.A., F.A.C.S.-
comunicação pessoal, 2006)

No dicionário Cambrige um dos significados do termo BELT é Hit Hard ou bater forte com violência, que é o que
o cantor faz durante o canto com a técnica de belting, onde a laringe é submetida a uma grande pressão
subglótica. Como o termo se adequava bem à forma do canto, pegou e acabou ficando1.

Esta técnica de canto produz um som de alta energia. Mesmo no canto lírico, alguns tenores utilizam esta
técnica na emissão de notas altas(.2- Estill, J " Belting and classic voice quality)
A sonoridade por ser muito forte, é pouco tolerada em locais pequenos, ficando restrita sua utilização em
grandes teatros.

O Belting é uma técnica descrita como uma extensão do registro de peito,


a agudização é atingida às custas de ajustes do trato vocal e da laringe sem utilizar a mudança de registro. Não é
sobre fazer tons bonitos, a qualidade do som produzido é forte, metálica e algumas vezes anasalada. Soa como
grito, porém modelado pela organização de suas frequências e pelo seu andamento em forma de música.

Um belting eficaz significa usar um fluxo consistente de ar, ressonância e uma forte voz falada que sustente os
sons cantados. Se o fluxo de ar não for rápido o suficiente, o som pode parecer espremido ou tenso.

posição da língua é alta e larga. O som metálico é obtido pela constrição do esfíncter ariepiglótico e o
encurtamento do trato vocal, o que resulta em uma supraglote mais estreita.

Possivelmente a diferença do belting e outros tipos de canto reside nas forças longitudinais sobre a laringe. Em
teoria quanto mais longo o tubo mais escuro é o som, e quanto mais curto o tubo mais claro é o som(4-
Sundberg J, Grammming P, Lovetri J "Comparisons of pharynx, source, formant and pressure characteristics in
operatic and musical theatre singing" J Voice, 1993;6(4): 301-10.)
. O Som claro do belting seria devido a contração dos músculos infrahi-óideos, usados para estabilizar a
cartilagem tireóidea em posição vertical e permitir que a cartilagem cricóidea incline dorso-cranialmente.

Há um predominínio do funcionamento do músculo tireoaritenóideo, as pregas vocais ganham massa


aumentando o ciclo fechado da fonação em quase 70% e conseqüente aumento da pressão subglótica((.2- Estill,
J " Belting and classic voice quality)

As características acústicas e fonatórias dos estilos de canto dependem da fonte sonora e da frequência
característica dos formantes. São controladas pela pressão subglótica, ajustes laríngeos e formato da faringe. (4-
Sundberg J, Grammming P, Lovetri J "Comparisons of pharynx, source, formant and pressure characteristics in
operatic and musical theatre singing" J Voice, 1993;6(4): 301-10.)

Quando a laringe é elevada e a faringe estreitada, o resultado acústico é o aumento das frequências de todas os
formantes(.6- Titze, I. R. "Principle of voice production".National Center for voice and speech, Iowa City, 2000.)
Na voz de belting o primeiro formante é elevado a frequência do segundo harmônico, somando as ondas e
aumentando a intensidade (3- Lawrence, V "Laryngological observations on belting")

Em ordem para evitar a sobrecarga das pregas vocais, a parte da boca do trato vocal deve ser gradualmente
alargada conforme o pitch aumenta.
É importante enfatizar que o belting não é puramente voz de peito. A voz de peito é vista com a laringe baixa,
faringe ampla, posição alongada da boca, e vibração de peito harmoniosa(4- Sundberg J, Grammming P, Lovetri J
"Comparisons of pharynx, source, formant and pressure characteristics in operatic and musical theatre singing" J Voice,
1993;6(4): 301-10.)

No exame endoscópico é visto somente a região posterior das aritenóideas e a região superior da cricóidea, as
pregas vocais estão completamente escondidas. A aparência disto é devida a cartilagem cricóidea inclinar
anteriormente(3- Lawrence, V "Laryngological observations on belting"J. Res in Singing 1969;2; 26-8.)
Para mulher o belting é mais uma voz mista, peito e médio, que só peito.
A sensação não deve ser de tensão, mas o som pode ser intenso devido ao aumento das vibrações ao redor da
face pela ressonância nasal. Quando está correto os cantores de belting dizem que a sensação é como de
registro médio, mas soa como peito (5- Philips, P S "Singing for dummies". Wiley Publishing, New York, 2003.)

Para os homens é mais simples, para criar um som de belting deve-se procurar um som com ressonância
anterior e tom cheio, este tom pode ser atingido com o aumento da ressonância nasal. A ressonância nasal é um
excelente caminho para agudizar sem levar o registro para a cabeça, a voz é tirada da máscara. Esta seria outra
diferenças do lírico. O problema é que a ressonância nasal tira a projeção, que precisa ser compensada com a
abertura da boca (5- Philips, P S "Singing for dummies". Wiley Publishing, New York, 2003.)

Todos os ressonadores são usados para o canto, mas para o belting o ressonador proeminente é a cavidade
nasal. Quando o som muda para ressonância posterior é chamado cobertura, isto é, usa mais ressonância
posterior.

A voz com ressonância nasal é mais leve para o agudo. O misto de ressonância posterior com nariz suaviza os
efeitos caricatos da ressonância puramente nasal, dando um som mais agradável para a voz ((5- Philips, P S
"Singing for dummies". Wiley Publishing, New York, 2003.)

É postulado que o belting utiliza o uso o modo de fala da laringe com


ambos o pitch e o loudness aumentados e nos extremos de esforço. As doenças encontradas nestes
profissionais são pouco diferentes das vistas em indivíduos não profissionais, que apresentam hiperfunção vocal
no seu comportamento vocal ( 3- Lawrence, V "Laryngological observations on belting")

O belting é controverso entre cantores e professores de canto, pois se tem a idéia que é uma técnica que pode
arruinar a voz, mas na verdade qualquer tipo de técnica mal feita pode arruinar a voz , incluindo uma técnica
ruim para o belting. Quando bem feito o resultado é um som claro e forte, o bastante não somente para ouvir,
mas para sentir e nunca mais esquecer.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Robert T. Sataloff, M.D., D.M.A., F.A.C.S.-


comunicação pessoal, 2006.

2- Estill, J " Belting and classic voice quality:


some physiological differences". In Medical problems of performing artists, Hanley & Belfus, Philadelphia,
1998,3(1): 36-43

3- Lawrence, V "Laryngological observations on belting"


J. Res in Singing 1969;2; 26-8.

4- Sundberg J, Grammming P, Lovetri J "


Comparisons of pharynx, source, formant and pressure
characteristics in operatic and musical theatre singing" J Voice, 1993;6(4): 301-10.

5- Philips, P S "Singing for dummies". Wiley Publishing, New York, 2003.

6- Titze, I. R. "Principle of voice production".


National Center for voice and speech, Iowa City, 2000.

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