Fichamento #8: ROUSSEAU, Jean-Jacques. “O contrato social”. Livro Primeiro;
Livro Segundo; Livro Quarto, capítulos I e II; São Paulo: Escala Educacional, 2006. Inicialmente, Jean-Jacques Rousseau afirma que a família se dá ainda por natureza, mas só em sociedade que se condiciona. Assim, a família é o primeiro modelo de sociedade política. Além disso, não existindo autoridade natural, Rousseau critica a existência de escravos e a distinção feita pelo uso da força física, onde o mais forte perpetua-se. Dessa maneira, carece-se de uma associação que proteja a todos de forma igualitária tanto em direito, como por convenção, isto é, forma-se o contrato social, onde o soberano não é uma autoridade individual, mas a vontade da coletividade (ROUSSEAU, 2006, pp. 11-13, 19, 23 e 32). Rousseau expõe que a função do Estado é representar a vontade geral e a busca pelo bem comum. Precisa-se que a vontade geral não seja alienada para vontade individual. O povo deve exercer seu papel e não simplesmente obedecer, ele necessita decidir e jamais deixar que outro decida em seu lugar. A soberania do soberano concebe-se por meio da vontade geral, onde cada cidadão expressa sua opinião. Fora isso, além do poder executivo, que executa a lei, Rousseau apresenta o poder legislativo, que faz as leis, pois aquele que comanda o homem não pode comandar a lei, tem-se de criar legisladores que representem a vontade geral (ROUSSEAU, 2006, pp. 32-38, 40, 50). Finalmente, por mais que o cidadão possa negar-se a expressar-se, esse direito jamais pode sê-lo retirado. Por mais que a vontade geral não seja a de todos, a unanimidade não exista, os corações esfriem-se para o Estado, a ilusão tome conta de tudo, ela não se anula, sobretudo por ser pura, inalterável e constante. A única unanimidade que se deve haver é a concórdia ao pacto social, e caso haja oposição ao pacto, sua soberania dá-se no território vigente. Por isso, habitar é submeter-se ao pacto, onde estabelece-se a vontade da maioria (ROUSSEAU, 2006, pp. 121-124).