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Texto I começa da lama;

onde o homem,
O cão sem plumas (fragmento) onde a pele
começa da lama;
(...) Aquele rio
era como um cão sem plumas. onde começa o homem
Nada sabia da chuva azul, naquele homem.
da fonte cor de rosa,
da água do copo de água, João Cabral de Melo Neto
da água do cântaro,
dos peixes de água, A) Baseado no fragmento do poema O cão sem Plumas,
da brisa na água. julgue os itens.
Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem. 1. O rio Capibaribe, que corta a cidade de Recife, rio-detrito,
Sabia da lama com sua sujeira, seus detritos com a população miserável
como de uma mucosa. (...) que lhe habita as margens, trágico espelho do
Aquele rio subdesenvolvimento.
jamais se abre aos peixes,
ao brilho, 2. O poema se constrói em duas instâncias geográficas: a
à inquietação de faca geografia física, que reflete sobre as questões regionais
que há nos peixes.
propriamente ditas (a descrição do rio, sua desembocadura,
(...) seus mangues e o processo de seu desaguamento no mar),
Abre-se em flores e a da geografia humana, que nos faz pensar não só sobre
pobres e negras as condições sociais e econômicas do homem que habita
como negros. suas margens, mas também sobre o que faz de um homem
Abre-se numa flora um homem, ou seja, o poema parte de uma reflexão sobre
suja e mais mendiga
a região e se completa com outra de caráter mais universal.
como são os mendigos negros.
(...) 3. Infere-se dos versos “... Abre-se em flores pobres e
Na paisagem do rio
negras como os negros...” um certo preconceito racial do
difícil é saber
onde começa o rio; poeta João Cabral de Melo Neto.
onde a lama
4. Ao mesmo tempo em que o poeta sofre ao constatar que
começa no rio; a água do rio Capibaribe é lodosa, de ferrugem e lama,
também, ao se referir ao habitante das margens do rio, o
onde a terra autor reflete sobre o que um homem devia ser (sonho e
começa da lama;
pluma) e se revolta diante da dificuldade de achar, naquele
onde o homem,
onde a pele ser, um homem.
começa da lama;
5. O cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto,
onde começa o homem
naquele homem tematiza o rio Capibaribe e seus afluentes que corta a
cidade do Recife.
(....)
6. O lirismo de João Cabral de Melo Neto está para a poesia
Como o rio de Cecília Meireles, assim como Ferreira Gullar está para a
aqueles homens poesia político social.
são como cães sem plumas
(um cão sem plumas 7. Constata-se que na poesia cabralina predomina o
é mais elemento plástico-visual sobre o discursivo como se pode
que um cão saqueado; notar no fragmento do poema Cão sem plumas.
é mais
8. O poema Cão sem plumas e a peça morte e Vida Severina
que um cão assassinado.
se inserem numa perspectiva ecológica porque focaliza a
Na paisagem do rio
relação entre o rio Capibaribe e os moradores ribeirinhos.
difícil é saber
onde começa o rio; 9. A poesia de João Cabral de Melo Neto tem como
onde a lama característica a concisão, a economia verbal. A “visão de
começa do rio; engenheiro” possibilita ao poeta construir seus textos com
onde a terra
extrema precisão, através de uma linguagem objetiva e 6.Guimarães Rosa destacou-se por escrever histórias
exata. ambientadas no sertão de Minas Gerais, utilizando uma
linguagem completamente inovadora, repleta de
10. João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar se aproximam, neologismos, arcaísmos e associações raras.
primeiro, por serem artistas preocupados com a questão política e
social do Brasil; segundo, por pertencerem à poesia de vanguarda
D) Sobre Clarice Lispector todos os itens estão corretos,
denominada Concretismo.
exceto:
B) Dentre os autores da geração literária de Cecília
Meireles, marque a alternativa correta. 1. Clarice Lispector incluiu-se entre os autores do romance
introspectivo, da literatura intimista, que se caracteriza, na
1. Jorge Amado, autor de Menino de engenho, obra que,
literatura brasileira moderna, por um questionamento do
denunciando a exploração da mão-de-obra infantil, deu
início ao regionalismo crítico brasileiro. ser.

2. Vinicius de Moraes, poeta de inspiração parnasiana, que 2. Em A Hora da Estrela o narrador questiona-se quanto ao
incorporou nos sonetos o experimentalismo estético da modo e, até, à possibilidade de narrar a história, fato de ser
segunda geração modernista. ele um narrador autocrítico, que percebe a inadequação de
um estilo sofisticado para narrar uma vida tão simples com
3. Carlos Drummond de Andrade, poeta emotivo e
confessional, que se manteve distante das conquistas a de Macabéia.
estéticas da geração modernista de 22.
3. Seus contos e romances tratam-se de uma literatura
4. Graciliano Ramos, que escreveu romance de temática introspectiva, que mergulha fundo no interior do ser
regionalista, denunciando a trágica condição de humano para revelar suas dúvidas e inquietações.
sobrevivência dos retirantes nordestinos.
4. Aprofunda a sondagem psicológica, apresentando o fluxo
5. José Américo de Almeida, escritor de ficção intimista, da consciência. Este fluxo cruza vários planos narrativos,
que, utilizando-se do fluxo de consciência, promoveu a
sem haver preocupação com a lógica ou com a ordem
ruptura da estrutura narrativa linear.
narrativa.
Considere as afirmações sobre a Geração de 45.
5. Explora até as últimas conseqüências, utilizando embora
C) Sobre Guimarães Rosa assinale a única alternativa a temática urbana, a linha de romance neonaturalista da
incorreta geração de 30.

1. Ele recria, inventa palavras, mescla arcaísmos com 6. Sob a lente realista e cruel, Macabéia e Olímpico de
vocábulos eruditos, populares, modernos, combina
Jesus, ambos nordestinos, fazem parte de uma multidão de
palavras/prefixos/sufixos, constrói sintaxes, explora as
possibilidades sonoras da linguagem através da aliteração, pessoas que, como eles, resistem à indigência, ao
assonância, onomatopéias, ecos, homofonias etc – os sofrimento de apenas existir.
neologismos;
Observe, a seguir, a caracterização do personagem Coronel
2. As histórias de Guimarães Rosa podem ser classificadas Tibério Vacariano, em duas passagens do romance
em cinco categorias: loucura, infância, violência e destino, Incidente em Antares, de Érico Veríssimo:
misticismo e amor. Há, no entanto, verdadeiras migrações
de um tema para outro sem prejuízo do tema central. “- Nada de pânico! – repreendeu-a o marido, cujas narinas
palpitavam na excitante expectativa de um entrevero. –Eo
3. Por ser literatura brasileira, O grau de universalismo que senhor, vigário, também não se alarme. Acho melhor não
Guimarães Rosa atribuiu ao sertão, em sua produção descer do carro. Fique com as damas.
literária, é reduzido ao espaço sertão – Minas Gerais. - Ora essa, coronel, não sou nenhum covarde.
- Desculpe. Como o senhor ainda usa ‘saia’ eu me enganei.
4. O estilo substantivado, seco, objetivo, e geométrico é Então venha.”
uma constante nas obras de João Cabral de Melo Neto, (...)
Graciliano Ramos, Ferreira Gullar e no romance e contos - Calma, coronel. Tenha paciência. Não perca as estribeiras.
roseanos, revelando apenas o que é sumariamente Pense no seu coração.
importante para a narrativa. - Nesta hora, o único órgão que funciona no meu corpo são
os testículos.”
5. A produção literária de Guimarães Rosa e João Cabral de
Melo Neto apresenta as mesmas características estilísticas – VERÍSSIMO, Érico. Incidente em Antares. Porto Alegre: Globo,
1971. p. 215 e 217-8
construção rigorosa da narrativa e dos versos- e temáticas
voltadas para o homem sertanejo. E) O machismo, evidentemente denunciado na passagem,
está relacionado aos papéis sociais assumidos em um tipo
de organização social, muito comum no Brasil rural, que é 9. As personagens esquerdistas, taxadas de comunistas
analisada em diversas obras da Literatura Brasileira, entre naquela sociedade conservadora, defendem o socialismo e
as quais, Incidente em Antares. Este tipo de organização lutam por uma ordem social mais justa e um mundo
social, na qual o Coronel Tibério Vacariano representa uma
melhor. Evidentemente, esses progressistas são apoiados
liderança, é conhecido como:
pela aristocracia dominante que também aspiravam ao
a) socialista. melhor para Antares. Entre outros, destacam-se aqui o
b) patriarcal. Padre Pedro-Paulo, o Prof. Martim, Joãozinho Paz com sua
c) indianista. mulher (Ritinha), Geminiano Ramos, Barcelona, o anarco-
d) machista. sindicalista, e mesmo Xisto, neto do Coronel Tibério.
e) imperial.
10. Entre os humildes, constituindo a ralé da sociedade
F) julgue os itens. antarense, está o submundo da favela Babilônia. Nessa
linha, incluem-se a prostituta Erotildes e o bêbado Pudim
1.O fato de os mortos se levantarem dos caixões e
da Cachaça.
caminharem até a cidade serve como alegoria para mostrar
que a sociedade não aceita nada que não se enquadre nas
11. A bem dizer, Antares é uma cidadezinha real perdida no
regras, nada que seja realmente novo; por isso, muitos
antarenses procuraram ocultar e esquecer o episódio. mapa do Rio Grande do Sul, às margens do rio Uruguai, "na
fronteira do Brasil com a Argentina".
2. Escrito alguns anos após a instalação do regime militar
em 1964, esse romance, além de fazer um painel histórico 12. A origem de Antares remonta há muitos anos atrás,
do Brasil, é um protesto contra a censura e a falta de conforme consta no relato do naturalista francês Gaston
liberdade no País. Gontran, em seu livro Voyage Pittoresque au Sud du Brésil
(1830-1831). Deslumbrado com a beleza do lugar, o
3. Apesar das arbitrariedades, do machismo e da extremada naturalista mostra a seu hospedeiro, Francisco Vacariano a
violência, depreende-se que o sistema patriarcal gaúcho,
estrela Antares
centrado na figura de um chefe, como o coronel Tibério
Vacariano, foi importante para o desenvolvimento da
13. Os antareses acompanham os acontecimentos políticos
região, em virtude de manter as famílias agregadas.
do cenário nacional pelo jornal A Verdade, de Xisto
4. Uma das mensagens do livro é que os homens, para Vacariano ( a eleição de JK e a posse tumultuada, o seu
viverem harmoniosamente em sociedade, precisam usar governo de prosperidade e progresso, a construção de
máscaras, que são, portanto, instrumentos úteis ao Brasília e a industrialização do país.
progresso e à civilização.
14. Sepultados os mortos, um vento forte sopra sobre
5. De sentido claramente político, este romance tece, de um Antares e carrega o mau cheiro que empestava a cidade:
lado, o panorama sócio-político do Brasil contemporâneo; aos poucos tudo vai voltado à normalidade e as pessoas vão
de outro, alguns mortos insepultos faz um fantástico retomando as suas máscaras.
julgamento dos vivos, numa Sexta-feira, 13 de dezembro de
1963. 15 .A inclusão de personagens e fatos históricos nessa obra
de Érico Veríssimo é um recurso que anula o caráter
6. Assim, pois, combinando com a mordacidade que ficcional, o que torna o romance mais próximo de um
perpassa a obra, o autor ironiza e caricaturiza máscara da documentário histórico político e mais distante da arte
sociedade antarense na sua fala gongórica e vazia, na sua literária.
postura fingida e hipócrita. Só os humildes e sinceros
16. O elemento imaginético presente na segunda parte do ‘
escapam da "pena da galhofa" de Érico Veríssimo.
O Incidente’ evidenciado pela atuação dos mortos na
narrativa, é recurso literário que, pela extrapolação do real,
7. As personagens femininas, com exceção de D. Quitéria, a
torna visível o mecanismo das estruturas políticos sociais.
matriarca dos Campolargos, vivem à sombra dos seus
maridos, submissas e alienadas, aceitando passivamente a 17. A estória termina apresentando Antares em franco
desenvolvimento, parece até que a cidade está em paz e a
ordem estabelecida. Uma exceção a essa passividade e burguesia vivendo em corrupção sócio-política não menor
alienação é Valentina, mulher do Dr. Quintiliano. daquela em que vivia antes do juízo final em 13 de
dezembro de 1971.
8. Representando a ordem social tradicional,
marcadamente conservadora e aristocrática, os dois clãs G) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito do enredo
rivais (Vacarianos e Campolargos) dominam a cidade. É em do romance Incidente em Antares:
torno dessa aristocracia, em que predomina o sistema
patriarcal, que se organizam as pessoas gradas de Antares. I. A mulher de Egom Sturm, temendo ser perseguida,
atravessa a fronteira pelo rio Uruguai, indo se exilar em
Buenos Aires.
I) A partir das idéias e das estruturas presentes no poema
todas as alternativas estão corretas, exceto:
II. Em conseqüência de uma greve dos trabalhadores de
Antares, à qual aderiram os coveiros, sete mortos não 1. Nesta poesia o povo e o poema se fundem em um só, o
puderam ser sepultados e foram deixados do lado de fora poema necessita do povo para ser escrito, além de ser
dos muros do cemitério. escrito para ele.
2. A poesia deve estar vinculada às questões sociais,
III. Para honrar a memória de Pudim de Cachaça, o seu colaborar nas denúncias e contribuir para as
amigo Alambique revela aos jornalistas de Porto Alegre o transformações da sociedade.
2. Empregando muitas vezes ritmos e temas da literatura de
que de fato acontecera e, por isso, veio a ser assassinado na
cordel, Gullar põe a nu as tensões sociais, fazendo uso de
calada da noite. uma poesia voltada para a denúncia e a crítica.
3. Suas poesias expõem forte conteúdo ideológico, como é
IV. A primeira parte do romance traça um painel histórico exemplo o poema acima.
da cidade de Antares, mostrando a formação dos clãs que a 3. O poeta, ao devolver ao povo o que brotou do povo, faz
dominariam e disputariam o poder sem quaisquer isso mais como quem planta, do que como quem canta.
escrúpulos. 4. O sentimento coletivo, nele expresso, impõe que o
poema seja devolvido ao povo, como quem canta.
Estão corretas: 5. No poema o povo simboliza a vontade do poeta de
tornar-se popular.
a) apenas II e III
6. Cantar e plantar simbolizam um movimento de
b) I, II e III submissão à vontade do povo.
c) I, III e IV
d) apenas II e IV
e) apenas I e IV. Profª. Sulene Cunha e Ricardo Lobato

H) Os personagens centrais _ os mortos _ da segunda parte


de Incidente em Antares sintetizam:

a) sujeitos irrelevantes da cidade de Antares.


b) grevistas e perturbadores da ordem social.
c) várias classes e grupos sociais brasileiros.
d) pessoas influentes na vida do país.
e) indivíduos pertencentes à oligarquia rural.

Meu povo, meu poema

Meu povo e meu poema crescem juntos


como cresce no fruto
a árvore nova

No povo meu poema vai nascendo


como no canavial
nasce verde o açúcar

No povo meu poema está maduro


como o sol
na garganta do futuro

Meu povo em meu poema


se reflete
como a espiga se funde em terra fértil

Ao povo seu poema aqui devolvo


menos como quem canta
do que planta.

(Ferreira Gullar.In - Toda poesia. 5ªed.Rio de Janeiro: José Olympio,


2000, p. 155.Adaptação).

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