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ECONOMIA DO TRABALHO – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO

Aula 00 - Aula Demonstrativa


Prof. Francisco Mariotti

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ECONOMIA DO TRABALHO – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO
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Aula 00 – Aula Demonstrativa

Olá!

Apresento a você o curso de Economia do Trabalho voltado exclusivamente


para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho do MTE.

Por oportuno, gostaria de fazer algumas considerações a você, pois acredito


que você deva estar surpreso pela alteração do professor responsável pelo curso
de Economia do Trabalho. O professor César teve um problema de ordem
pessoal, o que lhe impediu de dar início ao curso. Coube então a mim esta tarefa,
qual seja a de contribuir de maneira diferenciada na sua preparação.

Bem, começo fazendo a minha apresentação. Sou analista do BACEN.


Leciono em cursos preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas
em diversos cursos preparatórios presenciais e, em especial, no Ponto dos
Concursos. Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Economia do
Trabalho, Economia, Finanças Públicas e matérias afins, para concursos como
Fiscal do Trabalho, Senado Federal, BACEN, Ministério do Planejamento (Analista
de Planejamento e Orçamento e Especialista de Políticas Públicas), Fiscos
Estaduais, etc..

Comentários sobre a prova de Economia do Trabalho nos últimos


certames

Tendo como referência a última prova, aplicada pela primeira vez pelo CESPE,
posso dizer que ela apresentou um médio grau de dificuldade. Essa conclusão

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decorre do fato de que a banca procurou explorar tanto conceitos


tradicionalmente debatidos no âmbito da economia do trabalho, a exemplo das
mensurações do mercado de trabalho no Brasil, assim como aspectos pertinentes
aos modelos salariais (salário eficiência). Adicionalmente, com fins de tornar as
assertivas mais robustas, o CESPE utilizou um pouco mais de fundamentação
matemática, exigindo do candidato (a) um raciocínio “mais apurado”, mas nada
que apresentasse um alto grau de dificuldade, facilmente compreensível por meio
do estudo de nossas aulas.

As questões cobradas na prova discursiva foram bem tranquilas, bastando ao


candidato bem preparado, já aprovado nas provas objetivas, escrever
adequadamente os conceitos estudados ainda no período de preparação para a
prova objetiva.

Em assim sendo, digo a você que o curso será estruturado de forma a cobrir todo
o escopo da matéria, desde os conceitos do IBGE, até aqueles com conceituação
diversa, a exemplo das realizadas pelo DIEESE, departamento intersindical, que
também apura estatísticas sobre o mercado de trabalho. Não menos importante,
serão cobertos os entendimentos de autores que versam sobre o tema Economia
do Trabalho, além é claro da tradicional teoria econômica que fundamenta a
matéria. Muito embora seja necessário conhecer um pouco de cálculo
matemático, prometo pormenorizar em detalhes cada informação, de forma a
garantir o perfeito entendimento da matéria, ok?

O calendário proposto do curso será o seguinte:

Aula Conteúdo Programático Data


Conceitos Iniciais sobre o Mercado de Trabalho -
00
Indicadores

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Conceitos básicos e Definições. População e força de


trabalho. População economicamente ativa e sua

01 composição: empregados, subempregos e 25/05/16


desempregados. Rotatividade da Mão-de-obra.
Indicadores do mercado de trabalho.
Definições Básicas inerentes à oferta e à demanda por
trabalho. Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e
02 15/06/16
a opção renda x lazer; a curva de oferta de trabalho;
elasticidades da oferta. (Teoria do Consumidor)
Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção

03 renda x lazer; a curva de oferta de trabalho; 22/06/16


elasticidades da oferta. (Teoria do Consumidor)
O mercado de trabalho. Demanda por trabalho – parte
04 29/06/16
1
O mercado de trabalho. Demanda por trabalho – parte

05 2 - O modelo competitivo e modelos não competitivos; 06/07/16


as decisões de emprego das empresas.
Os diferenciais de salário. Diferenciação
06 13/07/16
compensatória.

07 Teoria do Capital Humano 20/07/16


Discriminação no mercado de trabalho. Segmentação
no mercado de trabalho. Desemprego. A taxa natural

08 de desemprego. Tipos de desemprego e suas causas. 27/07/16


Salário eficiência e modelos de procura de emprego –
conceitos que suportam a teoria.
Instituições e mercado de trabalho. A intervenção

09 governamental: política salarial e políticas de 03/08/16


emprego. Assistência ao desemprego. Modelos

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tradicionais sobre o papel dos sindicatos e modelo de


preferência salarial. Sindicato: monopólio bilateral e
monopsônio. O mercado de trabalho no Brasil.
Mercado de trabalho formal e informal.

Passemos então à abordagem de alguns conceitos iniciais sobre o mercado


de trabalho.

Um abraço, Mariotti

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1. Conceitos Iniciais da Economia do Trabalho

Antes de adentramos a alguns dos principais conceitos associados à


Economia do Trabalho, torna-se fundamental que conheçamos um pouco mais do
sentido da palavra Trabalho, para então contextualizarmos a sua utilização para
fins do estudo da Economia do Trabalho.

Quase todos nós associamos, ou melhor, temos a mesma conceituação das


palavras emprego e trabalho. Muito embora estejam relacionadas, possuem
significados diferentes.

Sendo mais antigo que o seu próprio conceito, o trabalho é conhecido


desde os primórdios da humanidade, sendo concebido a partir da transformação,
pelo homem, de matérias primas existentes na natureza, como a madeira e a
pedra, em ferramentas e armas de guerra. Muito mais recente, o conceito de
emprego é derivado da Revolução Industrial, em que os homens passam a
oferecer o seu trabalho em troca de uma remuneração, já naquela época, o
salário.

De fato, nos dias de hoje, todo emprego não só pode como deve estar
ligado, obrigatoriamente, ao recebimento de uma remuneração financeira em
contrapartida. O salário, principal fonte remuneratória do emprego, serve, em
todo processo econômico, como fonte balizadora de trocas entre patrões e
empregados.

No decorrer das aulas do curso veremos que o conceito de salário estará


quase sempre vinculado às relações existentes entre os dois principais agentes
econômicos, trabalhadores e empresas. Não menos importante, entretanto, é

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conceituar desde já que a palavra trabalho, na acepção econômica, significa um


fator econômico, ou também conhecido como insumo de produção,
normalmente remunerado em horas.

Ex.: Um Auditor Fiscal do Trabalho, conforme dispõe o último edital de concurso,


possui uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. Por esta jornada de
trabalho o Auditor fará jus à remuneração inicial de cerca R$ 16.000,00!

Feitas as considerações iniciais, passemos agora à explanação dos


principais conceitos subjacentes ao trabalho, conceitos estes que fazemos
questão de destacar que foram retirados, quase que integralmente, das notas
metodológicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, utilizadas
na Pesquisa Mensal sobre o Emprego – PME.

1.1 População, PIA e PINA

1.1.1 População

O conceito de população é amplo, sendo dependente do contexto em que se


busca utilizá-lo. De todo modo, para fins de entendimento nesta matéria, pode-se
afirmar que o termo população é um conceito numérico, que se refere ao
número de indivíduos, homens, mulheres e crianças ocupantes de um
determinado espaço geográfico. Vejamos a utilização do conceito de
população brasileira, a partir de informações extraídas do site do IBGE, definindo-
a em números, a qual cabe exatamente no contexto da aula:

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“A população brasileira atual é de 190.732.694 habitantes (dados do IBGE –


Censo 20101)”.

“Segundo as estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir


228 milhões de habitantes.

“A população brasileira distribui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste


(80,3 milhões), Nordeste (53,07 milhões), Sul (27,3 milhões), Norte (15,8
milhões).”

Ainda com relação à definição de População, em termos de variáveis


mensuráveis pelo IBGE, tem-se que esta é formada pela População em Idade
Ativa (PIA) e a População em Idade Não Ativa (PINA).

População = PIA + PINA

1.1.2 População em Idade Ativa - PIA e em Idade Não Ativa – PINA

A População em Idade Ativa (PIA) é a classificação etária que compreende o


conjunto de todas as pessoas aptas a exercer determinada atividade econômica.
No Brasil, e para o IBGE, a PIA é composta por toda população com 10
(mínimo) ou mais anos de idade. Por corolário, a População em Idade Não
Ativa – PINA é aquela composta pelas pessoas abaixo de 10 anos de idade.

Box de Comentário 1:
Importa considerar que no conceito de PIA ou PINA não deve ser levado
em consideração as definições quanto ao enquadramento legal de

1
O total da população brasileira hoje é superior a 200 milhões de habitantes.
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trabalho infantil. Muito embora seja proibido em nosso país, o IBGE


mantém a idade de 10 anos como parâmetro para a composição da
PIA.

A Convenção 138 da OIT definiu como idade mínima recomendada para


o trabalho, 16 anos. Tanto é por isso que alguns autores de
bibliografias internacionais utilizam este parâmetro para definição da
PIA. Não menos importante, a Constituição Federal admite em seu
texto o trabalho também a partir dos 16 anos, ressaltando que esta
idade exclui a possibilidade de trabalho noturno, perigoso ou insalubre,
reservado somente aqueles (as) com mais de 18 anos2.

A principal característica referente à PIA é o seu desmembramento nos


conceitos de População Economicamente Ativa – PEA e População Não
Economicamente Ativa – PNEA.

1.2 Força de Trabalho

O termo força de trabalho é um termo eminentemente teórico, derivado


da conceituação feita por um dos maiores estudiosos sobre o trabalho, o
economista “Karl Marx”. Para o ilustre autor, a força de trabalho é representada
pela capacidade dos trabalhadores de produzirem riqueza material a partir de
suas aptidões e habilidades, submetidas à condição de compra e venda. De outro
modo, segundo Marx, esta compra e venda da força de trabalho é a base do
capitalismo industrial, sendo o trabalho em si a mais importante das forças
produtivas (ou insumo do processo produtivo).

2 Excluímos nesta explicação a admissão feita pela CF no seu art. 227, parágrafo 3º , inciso I, referente a idade considerada para aquele enquadrado como menor aprendiz que é de 14

anos.

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Conforme vocês podem perceber, o conceito de força de trabalho pode ser


utilizado de forma bastante teórica, sendo até mesmo confuso, especialmente
para o que propomos estudar sobre o termo em nosso curso. Por tudo isso,
optamos em utilizar o conceito de Chahad3 para força de trabalho. Segundo o
autor “força de trabalho (ou População Economicamente Ativa – PME) representa
em última instância os elementos que irão constituir o mercado de trabalho, o
qual, por sua vez, abastece as firmas (empresas) no que diz respeito à
necessidade de mão-de-obra”.

Deve-se mencionar que, na esfera das Notas Metodológicas do IBGE, a


força de trabalho (também denominada pelo Instituto de População
Economicamente Ativa – PEA) é constituída pela população ocupada e pela
população desocupada. A subdivisão da força de trabalho, ora destacado, será
objeto de análise nos itens seguintes.

Concluindo, destaco a vocês que a conceituação de força de trabalho que


deve ser adotada para a prova é a descrita pelo IBGE. Muito embora seja uma
conceituação até agora vaga em nosso estudo, serve de orientação para a
resolução de questões numéricas que porventura possam apresentar dados
referentes à população ocupada e à população desocupada, exigindo de vocês
candidatos (as), por exemplo, o cálculo da própria força de trabalho.

FORÇA DE TRABALHO = POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA)

Não obstante, é importante considerar que as conceituações teóricas de


força de trabalho podem servir para a utilização tanto em questões objetivas de

3
CHAHAD. J. P. Z. Manual de Economia. Capítulo 20. 5ª edição. 7ª tiragem. Saraiva. 2009.
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natureza autoral, a exemplo do que ocorreu na prova do concurso de 2010,


quanto na realização de prova discursiva que verse sobre tal tema.

Passemos então as principais conceituações feitas pelo IBGE.

1.3 Trabalho em atividade econômica

Segundo o IBGE é considerado trabalho em atividade econômica o exercício


de:

a) ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios


(moradia, alimentação, roupas, treinamento, etc.) na produção de bens e
serviços;
b) ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação,
roupas, etc.) no serviço doméstico; ou
c) ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em ajuda na
atividade econômica de membro da unidade domiciliar.

Em regra, para o trabalho ser considerado em atividade econômica,


tanto na produção de bens e serviços quanto no serviço doméstico, ele deve ser
remunerado:

 em dinheiro; ou
 em benefícios (moradia, alimentação, educação, etc.)

Destaca-se, de todo modo, que o trabalho em atividade econômica


exercido na produção de bens e serviços pode ser remunerado também:

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 em produtos; ou
 em mercadorias.

Perceba que, segundo o conceito do IBGE, o serviço doméstico como


atividade econômica não pode ser remunerado através de produtos ou
mercadorias.

Ainda é considerado trabalho em atividade econômica, o exercício de


ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, e não no
serviço doméstico, em ajuda na atividade econômica de membro da unidade
domiciliar. O trabalhador não remunerado membro da unidade domiciliar é a
pessoa que trabalha sem remuneração durante pelo menos uma hora na semana,
em ajuda a membro de unidade familiar que é empregado na produção de bens
primários (agricultura, pecuária), por conta própria4 ou empregador5.

Observação adicional feita pelo IBGE refere-se ao não enquadramento


como trabalho quando no exercício de ocupação:

 na produção para o próprio consumo ou uso de membro(s) da


unidade domiciliar; e

 sem remuneração, desenvolvida em ajuda a instituição religiosa,


beneficente ou de cooperativismo.

4 Trabalhador por conta própria: pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de

trabalhador não remunerado.

5 Empregador: pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado.

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Ressalta-se que muito embora estas ocupações reflitam a ocupação do


trabalhador, elas não são consideradas, para fins de avaliação da Pesquisa Mensal
de Emprego - PME, como sendo um trabalho realizado em atividade econômica.

Box de Comentário 2:
Muito cuidado com os conceitos descritos acima quanto aos tipos de
ocupação consideradas como não sendo trabalho pelo IBGE:

- na produção para o próprio consumo ou uso de membro(s) da


unidade domiciliar;

- sem remuneração, desenvolvida em ajuda a instituição religiosa,


beneficente ou de cooperativismo.

Conforme será visto na abordagem referente ao conceito de População


Economicamente Ativa – PEA, muito embora a ocupação destas pessoas
não se enquadre no conceito de trabalho para o IBGE, estas mesmas
pessoas são consideradas pessoas ocupadas (pessoas componentes da
PEA).

Dando prosseguimento à aula, e respeitando a ordem dos pontos presentes


no conteúdo programático, deveríamos passar à conceituação da chamada
População Economicamente Ativa – PEA e a sua composição. De todo modo,
torna-se fundamental elucidarmos de onde provém a PEA, conceito que é
sinônimo de Força de Trabalho.

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1.4 PEA

A População Economicamente Ativa refere-se à mão-de-obra potencial, ou


seja, às pessoas que possuem trabalho remunerado tanto na condição de
assalariados em geral, como de empregados em empresas familiares. Ainda se
inclui na PEA os desocupados, os quais não estão trabalhando, mas que estão
em busca de trabalho.

Lembrança Importante: A busca por um trabalho, por parte dos desocupados,


constitui condição fundamental para a sua inclusão no cômputo da PEA.

O IBGE realiza uma conceituação pormenorizada da PEA, o que nos leva a


necessidade de destacar algumas informações preliminares que são básicas para
o completo entendimento deste indicador. Em verdade, ao realizar a Pesquisa
Mensal de Emprego – PME, o Instituto toma como base as quatro semanas que
precederam a pesquisa. Os resultados de cada mês da pesquisa retratam
situações em determinados intervalos de tempo, previamente definidos, que são
denominados períodos de referência. Vejamos os detalhes no quadro seguinte:

Semana de referência - é a semana, de domingo a sábado, que precede a semana


definida como de entrevista para a unidade domiciliar. Cada mês da pesquisa é
constituído por quatro semanas de referência.

Data de referência - é a data do último dia da semana de referência.

Período de referência de 30 dias - é o período de 30 dias que fi naliza no último


dia da semana de referência.

Período de referência de 365 dias - é o período de 365 dias que finaliza no último
dia da semana de referência.

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Mês de referência - é o mês anterior ao que contém as quatro semanas de


referência que compõem o mês da pesquisa.

Segundo as Notas Metodológicas do IBGE, as Pessoas Economicamente


Ativas na semana de referência compreendem as pessoas ocupadas e
desocupadas (desempregadas) nessa semana.

1. Pessoas Ocupadas: são classificadas como ocupadas na semana de


referência as pessoas que exerceram trabalho, remunerado ou sem
remuneração, durante pelo menos uma hora completa na semana de referência,
ou que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas
nessa semana.

De acordo com o IBGE, é considerada como pessoa ocupada, mas


temporariamente afastada de trabalho remunerado, aquela que não trabalhou
durante pelo menos uma hora completa na semana de referência por
motivo de férias, greve, suspensão temporária do contrato de trabalho,
licença remunerada pelo empregador, más condições do tempo ou outros
fatores ocasionais.

Destaca-se, ainda, segundo a pesquisa, que foi considerada a pessoa que,


na data de referência, estava afastada:

 por motivo de licença remunerada por instituto de previdência por


período não superior a 24 meses;

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 do próprio empreendimento por motivo de gestação, doença ou


acidente, sem ser licenciada por instituto de previdência, por
período não superior a três meses;

 por falta voluntária ou outro motivo, por período não superior a 30


dias.

De acordo com o IBGE as ocupações das pessoas pertencentes à PEA


podem ser as seguintes:

Empregado - Pessoa que trabalhava para um empregador (pessoa física ou


jurídica), geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e
recebendo em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias,
produtos ou benefícios (moradia, comida, roupas, etc.). Nesta categoria incluiu-se
a pessoa que prestava serviço militar obrigatório e, também, o sacerdote,
ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira e outros clérigos;

Trabalhador doméstico - Pessoa que trabalhava prestando serviço doméstico


remunerado em dinheiro ou benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares;

Conta-própria (ou autônomo) - Pessoa que Conceitos trabalhava explorando o


seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e
contando, ou não, com a ajuda de trabalhador não remunerado;

Empregador - Pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento,


com pelo menos um empregado;

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Trabalhador não remunerado membro da unidade domiciliar - Pessoa que


trabalhava sem remuneração, durante pelo menos uma hora na semana, em
ajuda a membro da unidade domiciliar que era: empregado na produção de bens
primários (que compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária,
extração vegetal ou mineral, caça, pesca e piscicultura), conta-própria ou
empregador;

Outro trabalhador não remunerado - Pessoa que trabalhava sem


remuneração, durante pelo menos uma hora na semana, como aprendiz ou
estagiário ou em ajuda a instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo;

Trabalhador na produção para o próprio consumo - Pessoa que trabalhava,


durante pelo menos uma hora na semana, na produção de bens do ramo que
compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal,
pesca e piscicultura, para a própria alimentação de pelo menos um membro da
unidade domiciliar;

Trabalhador na construção para o próprio uso - Pessoa que trabalhava,


durante pelo menos uma hora na semana, na construção de edificações,
estradas privativas, poços e outras benfeitorias (exceto as obras destinadas
unicamente à reforma) para o próprio uso de pelo menos um membro da unidade
domiciliar.

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Box de Comentário 3:
Em reanálise ao box de comentário 2, perceba que, para o IBGE, todos
os trabalhadores não remunerados que trabalharam ao menos uma
hora na semana são considerados pessoas ocupadas e,
consequentemente, componentes da PEA. De todo modo, conforme
disposto no box de comentário 1, uma vez desenvolvidas atividades
sem remuneração, relacionadas a ajuda à instituição religiosa,
beneficente ou de cooperativismo, estas não são consideradas como
trabalho.

2. Pessoas Desocupadas (desempregadas): São classificadas como


desocupadas na semana de referência as pessoas sem trabalho na semana de
referência, mas que estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana
e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de
referência de 30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do
último trabalho que tiveram nesse período.

E aí, vocês se lembram do que destacamos no item “Lembrança


Importante”? Aí vai: A busca por um trabalho, por parte dos desocupados,
constitui condição fundamental para a sua inclusão no cômputo da PEA.

1.5 Pessoas Não Economicamente Ativas - PNEA

Por definição as Pessoas Não Economicamente Ativas são aquelas não


enquadradas como ocupadas ou como desocupadas (mas na busca por trabalho,
ok?). Assim sendo, fazem parte da PNEA as pessoas incapacitadas para o
trabalho (inválidos mental e fisicamente; idosos e réus) ou que desistiram de
buscar trabalho ou que mesmo não querem trabalhar (inativos), incluindo ainda

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neste contexto, e por exclusão, aqueles que exerceram atividade não remunerada
por menos de uma hora na semana de referência.

Seguindo o conceito do IBGE, são incluídos na PNEA os desalentados,


representados por aqueles que procuraram trabalho ininterruptamente durante
pelo menos seis meses, contados até a data da última providência tomada para
conseguir trabalho no período de referência de 365 dias, tendo desistido por não
encontrar qualquer tipo de trabalho, trabalho com remuneração adequada ou
trabalho de acordo com as suas qualificações. Importante considerar que no rol
dos trabalhadores desalentados incluem-se os estudantes, pensionistas e aqueles
que se dedicam somente aos afazeres domésticos.

Merece destaque a divergência existente entre o IBGE e o DIEESE


(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos) quanto ao enquadramento
dos desalentados. Enquanto que para o primeiro aqueles fazem parte da PNEA,
para o segundo os desalentados fazem parte da PEA.

IBGE:
Desalentados fazem parte da PNEA

DIEESE:
Desalentados fazem parte da PEA

Box de conhecimento:
Conceitos do DIEESE:
Vamos entender um pouco mais os conceitos utilizados pelo DIEESE,
para a definição da PEA, na chamada Pesquisa de Emprego e
Desemprego:

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Segundo o Departamento Intersindical a PEA corresponde à parcela da


População em Idade Ativa (PIA) que está ocupada ou desempregada.

1 - São considerados ocupados:

Os indivíduos que, nos sete dias anteriores ao da entrevista realizada,


possuem trabalho remunerado exercido regularmente, com ou sem
procura de trabalho; ou que, neste período, possuem trabalho
remunerado exercido de forma irregular, desde que não tenham
procurado trabalho diferente do atual; ou possuem trabalho não-
remunerado de ajuda em negócios de parentes, ou remunerado em
espécie/beneficio, sem procura de trabalho.

Destaca-se que excluem-se da condição de ocupados as pessoas que


nos últimos sete dias realizaram algum trabalho de forma
excepcional.

2 - São considerados desempregados:

Os indivíduos que se encontram numa situação involuntária de não-


trabalho, por falta de oportunidade de trabalho, ou que exercem
trabalhos irregulares com desejo de mudança. Destaca-se que essas
pessoas são desagregadas em três tipos de desemprego:

- desemprego aberto: pessoas que procuraram trabalho de maneira


efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram
nenhum trabalho nos sete últimos dias;

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- desemprego oculto pelo trabalho precário: pessoas que realizam


trabalhos precários - algum trabalho remunerado ocasional de auto-
ocupação - ou pessoas que realizam trabalho não-remunerado em
ajuda a negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos
30 dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste
período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás;
- desemprego oculto pelo desalento (desalentados): pessoas que
não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores
ao da entrevista, por desestímulos do mercado de trabalho ou por
circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho
nos últimos 12 meses.

E mais uma vez ressalto que enquanto para o IBGE os desalentados


fazem parte da PNEA, para o DIEESE estes fazem parte da PEA.

Concluindo os conceitos iniciais propostos para esta aula demonstrativa,


passemos então à realização tanto de exercícios propostos quanto de questões
cobradas em provas anteriores para o cargo de AFT.

Por fim, ressalto a todos vocês que esta aula é apenas um “aperitivo” da
matéria. A partir da aula 1 abordaremos detalhadamente cada um dos pontos do
conteúdo programático, adicionado a estas um número significativo de questões.

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Resumo Prévio dos Conceitos do IBGE referente à População, PIA, PINA,


PEA e PNEA:

1 – A População, segundo o IBGE, é formada pela PIA e pela


PINA.

2 – A PIA é composta por toda população com 10 (mínimo) ou


mais anos de idade.

3 - A População em Idade Não Ativa – PINA é aquela composta


pelas pessoas abaixo de 10 anos de idade.

4 - A PEA é composta pelos OCUPADOS e pelos DESOCUPADOS,


mas que buscam um trabalho nos últimos trinta dias;

5 – A PNEA faz parte da População em Idade Ativa – PIA, ou


seja, pessoas que possuem mais de 10 anos de idade (segundo
conceito do IBGE), mas que se encontram incapacitadas para o
trabalho (invalidez física e/ou mental), desalentadas
(procuraram emprego nos últimos seis meses e desistiram,
estudantes, pensionistas, aposentados) e inativos, os quais não
buscam trabalho nem desejam trabalhar.

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Questões Propostas:

1 – (AFT/MTE – CESPE/2013) Determinada economia apresenta os


seguintes dados.
população total: 200 milhões de habitantes
população acima de 65 anos: 60 milhões de habitantes
população abaixo de 18 anos: 65 milhões de habitantes
população abaixo de 14 anos: 50 milhões de habitantes
população abaixo de 10 anos: 40 milhões de habitantes
população empregada: 70 milhões de habitantes
população fora do mercado de trabalho (desalentados): 20 milhões de
habitantes
Considerando que a essa economia se aplique a mesma abordagem
conceitual e metodológica adotada no Brasil, julgue os itens a seguir.

A população economicamente ativa, de acordo com a classificação do IBGE, é de


70 milhões de pessoas.

2 - (Questão Elaborada pelo Autor – Estilo CESPE) O IBGE realiza


mensalmente pesquisa sobre as condições de emprego no Brasil. Neste
sentido, o Instituto procurou definir o significado do termo trabalho
como atividade econômica. Em relação a estas definições, julgue as
assertivas a seguir

Trabalho é a ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em


ajuda na atividade econômica de membro da unidade domiciliar.

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Trabalho não é a ocupação na produção para o próprio consumo ou uso de


membro(s) da unidade domiciliar.

Trabalho é a ocupação remunerada em mercadorias no serviço doméstico.

Trabalho é a ocupação remunerada em mercadorias na produção de bens e


serviços.

Trabalho não é a ocupação sem remuneração, desenvolvida em ajuda a


instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo.

3) (Questão Elaborada pelo Autor – Estilo CESPE) O IBGE, seguindo


recomendação da Organização Internacional do Trabalho, realiza a
classificação dos indivíduos segundo as suas aptidões e sua participação
no mercado de trabalho. A esse respeito, julgue os itens abaixo relativos
à definição de População em Idade Ativa

A PIA é a população economicamente ativa.

Sua definição não abrange as crianças recém-nascidas.

A PIA abrange os aposentados.

Sua definição associa-se à população cuja idade a capacita a exercer o trabalho.

4 – (AFT/MTE – ESAF/2003) De acordo com o IBGE, os trabalhadores


desalentados são aqueles que desistem de procurar emprego porque:

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a) não encontram qualquer tipo de trabalho ou não encontram trabalho com


remuneração adequada ou de acordo com suas qualificações.
b) não pertencem a nenhum sindicato.
c) não estão dispostos a trabalhar, independentemente do salário, pois valorizam
o lazer acima de todas as coisas.
d) trabalharam efetivamente menos de 40 horas em todos os trabalhos da
semana de referência.
e) trabalharam efetivamente mais de 40 horas em todos os trabalhos da semana
de referência.

5 - (AFT/MTE – ESAF/1998) Com relação aos conceitos básicos


envolvendo o mercado de trabalho, podemos firmar que:
a) não se incluem no conceito de desemprego aquelas pessoas que, não estando
empregadas, abandonaram a busca de emprego.
b) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não
possui emprego.
c) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não
possua carteira de trabalho assinada.
d) não são computadas no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam.
e) o fato de um indivíduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendo membro
da PEA (População Economicamente Ativa).

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Gabarito Comentado:

1 – (AFT/MTE – CESPE/2013) Determinada economia apresenta os


seguintes dados.
população total: 200 milhões de habitantes
população acima de 65 anos: 60 milhões de habitantes
população abaixo de 18 anos: 65 milhões de habitantes
população abaixo de 14 anos: 50 milhões de habitantes
população abaixo de 10 anos: 40 milhões de habitantes
população empregada: 70 milhões de habitantes
população fora do mercado de trabalho (desalentados): 20 milhões de
habitantes
Considerando que a essa economia se aplique a mesma abordagem
conceitual e metodológica adotada no Brasil, julgue os itens a seguir.

A população economicamente ativa, de acordo com a classificação do IBGE, é de


70 milhões de pessoas.

Comentários:

A População total do país é formada pela população em idade ativa (PIA) +


população em idade não ativa (PNIA).

População = PIA + PINA

A PINA é formada pela população abaixo de 10 anos de idade.

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Assim sendo, temos:

200 = PIA + PINA

PIA = 160 milhões

A População em Idade Ativa (PIA) é composta pela População Economicamente


Ativa – PEA e a População Não Economicamente Ativa – PNEA.

PIA = PEA + PNEA

Neste momento temos que nos valer de um segundo e importante comentário


feito na aula:

“Seguindo o conceito do IBGE, são incluídos na PNEA os desalentados,


representados por aqueles que procuraram trabalho ininterruptamente durante
pelo menos seis meses, contados até a data da última providência tomada para
conseguir trabalho no período de referência de 365 dias, tendo desistido por não
encontrar qualquer tipo de trabalho, trabalho com remuneração adequada ou
trabalho de acordo com as suas qualificações. Importante considerar que no rol
dos trabalhadores desalentados incluem-se os estudantes, pensionistas e aqueles
que se dedicam somente aos afazeres domésticos.”

Com base neste contexto, e tendo como referência os dados da questão, a PNEA
é igual a 20 milhões. Sendo PNEA igual a 20 milhões, temos:

PIA = PEA + PNEA


160 = PEA + 20

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PEA = 140 milhões

Conclui-se assim que o gabarito da questão é ERRADO.

Gabarito: ERRADO

2) - (Questão Elaborada pelo Autor – Estilo CESPE) O IBGE realiza


mensalmente pesquisa sobre as condições de emprego no Brasil. Neste
sentido, o Instituto procurou definir o significado do termo trabalho
como atividade econômica. Em relação a estas definições, julgue as
assertivas a seguir

Trabalho é a ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em


ajuda na atividade econômica de membro da unidade domiciliar.

Trabalho não é a ocupação na produção para o próprio consumo ou uso de


membro(s) da unidade domiciliar.

Trabalho é a ocupação remunerada em mercadorias no serviço doméstico.

Trabalho é a ocupação remunerada em mercadorias na produção de bens e


serviços.

Trabalho não é a ocupação sem remuneração, desenvolvida em ajuda a


instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo.

Comentários:

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A questão trata, conforme o próprio enunciado, das definições dadas pelo IBGE
para definir o termo ou expressão trabalho como um atividade econômica. Assim
sendo, em com base nas abordagens feitas no item 1.2, são considerados
trabalho:

a) ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios


(moradia, alimentação, roupas, treinamento, etc.) na produção de bens e
serviços;
b) ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios (moradia, alimentação,
roupas, etc.) no serviço doméstico; ou
c) ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, em ajuda na
atividade econômica de membro da unidade domiciliar.

Ainda no mesmo item, têm-se os seguintes destaques:

Observação adicional feita pelo IBGE refere-se ao não enquadramento como


trabalho quando no exercício de ocupação:

 na produção para o próprio consumo ou uso de membro(s) da unidade


domiciliar; e

 sem remuneração, desenvolvida em ajuda a instituição religiosa,


beneficente ou de cooperativismo.

Importante chamar a atenção de vocês para uma possível pegadinha por parte da
banca examinadora. Perceba que a segunda e a quinta assertiva iniciam com a
expressão “não”, ou seja, para estas assertivas, não se enquadram como
trabalho em atividade produtiva, de tal forma que a negação de outra negação se

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transforme em uma afirmação, fazendo com que estas, baseadas nas definições
acima, estejam também certas.

Feito o comentário acima, pode-se constatar que somente a terceira assertiva e


ERRADA, enquanto as demais são CERTAS. Veja que a ocupação nos serviços
domésticos, para ser considerada trabalho como atividade produtiva, não
pode ser remunerada em mercadorias, mas apenas em dinheiro ou em
benefícios como alimentação, moradia, etc..

Por fim, muito cuidado para não confundir o conceito de mercadoria com
benefício. Segundo o IBGE, alimentação e roupas são consideradas benefícios e
não mercadorias.

Gabarito: C,C,E,C,C

3) (Questão Elaborada pelo Autor) O IBGE, seguindo recomendação da


Organização Internacional do Trabalho, realiza a classificação dos
indivíduos segundo as suas aptidões e sua participação no mercado de
trabalho. A esse respeito, julgue os itens abaixo relativos à definição de
População em Idade Ativa

A PIA é a população economicamente ativa.

Sua definição não abrange as crianças recém-nascidas.

A PIA abrange os aposentados.

Sua definição associa-se à população cuja idade a capacita a exercer o trabalho.

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Comentários:

A População em Idade Ativa é composta pela População Economicamente Ativa –


PEA e a População Não Economicamente Ativa – PNEA.
ERRADO

Outro conceito que define a PIA é o de que esta é composta por toda
população com 10 (mínimo) ou mais anos de idade. Consequentemente, a
População em Idade Não Ativa – PINA é aquela composta pelas pessoas
abaixo de 10 anos de idade.
CERTO

Perceba que a restrição imposta à composição da PIA é somente aquelas


relacionada à pessoas menores de 10 anos. Assim sendo, pode-se concluir que os
aposentados, muito embora não estejam trabalhando, especialmente por conta
do atingimento de tempo de serviço que lhes permitiram tal situação econômica,
fazem parte da PIA. Cabe apenas destacar que os aposentados não fazem parte
da PEA que, segundo a definição do IBGE, refere-se à mão-de-obra potencial, ou
seja, às pessoas que possuem trabalho remunerado tanto na condição de
assalariados em geral, como de empregados em empresas familiares, incluindo-
se ainda na PEA os desocupados, os quais não estão trabalhando, mas que estão
em busca de trabalho.
CERTO

Por consequência da interpretação das assertivas 2 e 3, certas, pode concluir que


esta assertiva é certa.
CERTO

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Gabarito: E,C,C,C.

4 – (AFT/MTE – ESAF/2003) De acordo com o IBGE, os trabalhadores


desalentados são aqueles que desistem de procurar emprego porque:
a) não encontram qualquer tipo de trabalho ou não encontram trabalho com
remuneração adequada ou de acordo com suas qualificações.
b) não pertencem a nenhum sindicato.
c) não estão dispostos a trabalhar, independentemente do salário, pois valorizam
o lazer acima de todas as coisas.
d) trabalharam efetivamente menos de 40 horas em todos os trabalhos da
semana de referência.
e) trabalharam efetivamente mais de 40 horas em todos os trabalhos da semana
de referência.

Comentários:

Muito embora seja uma questão elaborada pela ESAF, trata-se de uma questão
bem mais fácil de ser respondida uma vez que o enunciado da questão vai direto
ao ponto.

Reproduzimos a literalidade do conceito de desalentado definido pelo IBGE:

Os desalentados são “representados por aqueles que procuraram trabalho


ininterruptamente durante pelo menos seis meses, contados até a data da última
providência tomada para conseguir trabalho no período de referência de 365 dias,
tendo desistido por não encontrar qualquer tipo de trabalho, trabalho com
remuneração adequada ou trabalho de acordo com as suas qualificações.

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Importante considerar que no rol dos trabalhadores desalentados incluem-se os


estudantes, pensionistas e aqueles que se dedicam somente aos afazeres
domésticos.”

Não obstante o acima destacado, vale lembrar que, para o IBGE, os desalentados
fazem parte da População Não Economicamente Ativa – PNEA. Entendimento
diferente, conforme também já destacado, tem o DIEESE. Segundo o
Departamento Intersindical os desalentados são pessoas que não possuem
trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores ao da entrevista, por
desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas
apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses.

Gabarito: letra “a”.

5 - (AFT/MTE – ESAF/1998) Com relação aos conceitos básicos


envolvendo o mercado de trabalho, podemos firmar que:
a) não se incluem no conceito de desemprego aquelas pessoas que, não estando
empregadas, abandonaram a busca de emprego.
b) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não
possui emprego.
c) é considerado desempregado todo o membro da população residente que não
possua carteira de trabalho assinada.
d) não são computadas no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam.
e) o fato de um indivíduo estar em idade ativa caracteriza-o como sendo membro
da PEA (População Economicamente Ativa).

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Comentários:

Conforme verificado em aula os desempregados, assumidas determinadas


condições, são considerados como componentes da PEA segundo o IBGE.
Vejamos algumas definições a respeito, inclusive aquelas realizadas pelo DIEESE,
uma vez que enunciado da questão não se pronunciou a respeito.

De acordo com o IBGE “são classificadas como desocupadas (desempregadas” na


semana de referência as pessoas sem trabalho na semana de referência, mas que
estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana e que tomaram
alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de
30 dias, sem terem tido qualquer trabalho ou após terem saído do último trabalho
que tiveram nesse período.”

Já de acordo com o DIEESE “Os indivíduos que se encontram numa situação


involuntária de não-trabalho, por falta de oportunidade de trabalho, ou que
exercem trabalhos irregulares com desejo de mudança.” Ainda de acordo com o
Departamento os desempregados são desagregados em três tipos de
desemprego:

- desemprego aberto: pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos


30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho nos sete
últimos dias;

- desemprego oculto pelo trabalho precário: pessoas que realizam trabalhos


precários - algum trabalho remunerado ocasional de auto-ocupação - ou pessoas
que realizam trabalho não-remunerado em ajuda a negócios de parentes e que

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procuraram mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ao da entrevista ou que,


não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás;

desemprego oculto pelo desalento (desalentados): pessoas que não


possuem trabalho e nem procuraram nos últimos 30 dias anteriores ao da
entrevista, por desestímulos do mercado de trabalho ou por circunstâncias
fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses.

Perceba que vem do último conceito de desemprego do DIEESE a diferença em


relação aos desalentados para o IBGE, conforme discutido na resolução da
questão anterior.

Muito bem, apresentado novamente os conceitos, vejamos as assertivas:

a) aqueles que abandonaram a busca por emprego de fato não são incluídos
como desempregados e, consequentemente, não fazem parte da PEA.

b) a assertiva “a” contrapõe esta assertiva, uma vez que se um indivíduo não
busca emprego, mesmo estando sem emprego é não é considerado como
desempregado para fins de estatística da PEA.

c) a carteira de trabalho é um dos requisitos que define a definição de trabalho


formal, e não o conceito de desemprego.

d) são computados no desemprego aquelas pessoas que nunca trabalharam,


desde que estejam procurando emprego e atendam os demais requisitos para
fazerem parte da PIA e, consequentemente, da PEA.

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e) Conforme verificado, muito embora um indivíduo seja componente da PIA, ele


pode estar classificado naquelas pessoas pertencentes à parte da população
classificada como não economicamente ativa.

Gabarito: letra “a”.

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Gabarito:

1-E 2 – C,C,E,C,C 3 – E,C,C,C 4-a 5-a

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