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Universidade Federal de São Carlos

Centro de Educação e Ciências Humanas

Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e


Sociedade

Utilização do vídeo na compreensão pública

_________________________

Alice Beatriz Lopes

São Carlos

2010
Utilização do vídeo na compreensão pública

Resumo

O presente trabalho analisa a utilização vídeo como fonte de informação e também


como entretenimento. O estudo também se baseia na relação entre o vídeo e o
manuscrito e como essa relação é útil atualmente. O objetivo principal deste trabalho é
identificar qual é o suporte mais utilizado pela população e se esse suporte é o mais
eficiente no que tange a compreensão pública. Ou seja, se as conclusões que as pessoas
que tiveram acesso aos suportes realmente remetem a mensagem os responsáveis pela
obra quiseram passar.

Palavras-chave: compreensão pública, vídeo, midialogia, audiovisual, fonte de


informação, entretenimento.
1 Introdução

O vídeo é utilizado como fonte de informação há quase um século e sua


estrutura tem sofrido várias modificações para se adequar ao usuário que busca
informação por esse meio. Dentre os primeiros registros de vídeo informativo, encontra-
se “Nanook of the North” ou “Nanook – O Esquimó” de 1922, citado por Fernão Pessoa
Ramos em seu livro “Mas afinal... o que é mesmo documentário?”. Esse documentário é
o primeiro longa-metragem do gênero e possui caráter antropológico quando apresenta
o cotidiano do esquimó Inuit Nanook e sua família.

Desde essa criação, a midialogia vem evoluindo e incorporando novas


tecnologias para tornar os vídeos mais atrativos e ao mesmo tempo mais eficientes no
que diz respeito à disseminação de informação. Dessa forma, podendo atingir diferentes
públicos e informando estes para que formem opiniões.

A utilização do vídeo informativo não se resume apenas à documentários, mas


também à todo material de não-ficção, pois mesmo que o vídeo seja um docudrama[1],
que traz fatos que remetem à realidade e trazem dados históricos ou sociais, apesar de
estarem envolvidos em uma trama com produção.

Apesar do contato constante com os vídeos informativos, os vídeos de ficção


também atraem um grande público. Com o surgimento nos anos 1970 da videoarte no
Brasil, em que artistas plásticos começaram a se interessar em dar mais dinâmica para
sua arte até então presa em cavaletes (AGUIAR, 2007), o país começou a se interessar
por essa arte mais dinâmica e com foco ao entretenimento.

Os vídeos de entretenimento ou ficção também são importantes para a formação


cultural de um país além de serem os principais responsáveis pela movimentação na
indústria do cinema.

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[1] docudrama: “deve trabalhar a história afim de transformá-la em trama. A história


em si mesma não basta para o docudrama” (RAMOS, 2008)
1.1 Exemplos de utilização de vídeo como fonte de informação

Além dos documentários e docudramas citados anteriormente, o leque da


utilização de vídeo como fonte de informação se amplia ainda mais quando analisamos
outros ambientes. Um exemplo comum que sofreu um aumento notável de uso na
última década é o uso de vídeo-aulas para cursos à distância, muitas vezes, esse
conteúdo envolve não só a presença do professor ministrando a aula como também de
outras tecnologias inseridas no vídeo que tornam o vídeo mais dinâmico e mais
interessante para a distribuição do conhecimento. (BLATTMANN; BELLI, 2000).

Também são utilizados vídeos para treinamento de funcionários em empresas e


até mesmo vídeos motivacionais, que passam depoimentos de pessoas e informações de
como outras empresas de mesmo setor cresceram diante dos obstáculos encontrados.
Manuais em vídeo são cada vez mais encontrados em empresas para que os funcionários
aprendam a manusear determinado equipamento.

MEDEIROS e NUNES relatam em 2001, a experiência na utilização de vídeo


como fonte de informação em um hospital de câncer de Porto Alegre. Com esse
trabalho, é provado que as pacientes que seriam mastectomizadas[2] e assistiram a um
vídeo que explicava o procedimento e continha depoimentos dos profissionais da saúde
envolvidos ficavam mais tranquilas diante do processo de cirurgia até o pós-operatório
em relação às pacientes que não assistiram o vídeo.

1.2 Exemplos de utilização do vídeo como entretenimento

A indústria Hollywoodiana sustenta-se como o maior exemplo de vídeos como


entretenimento. A cada ano são lançados cerca de 400 filmes (CHAIA; CHAIA, 2008),
e o investimento nessas produções soma um valor milionário. Porém, todo esse
investimento é recompensado com o retorno financeiro gerado pelos frequentadores de
cinema.

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[2] mastectomia: cirurgia de retirada da mama devido algum problema de saúde, por
exemplo, câncer.
Esse tipo de filme é procurado por diversas faixas etárias, mas geralmente tem
como princípio a diversão, nem por isso, deixa de ser uma forma de estímulo ao
pensamento e portanto também gera opiniões e críticas, o que acaba por tornar também
um gênero importante para a população.

Um exemplo de vídeo como entretenimento é o filme Alice no País das


Maravilhas, um filme de ficção de gênero infantil que não possui nenhum dado
histórico, porém, que faz alusão ao mundo real e nos leva inclusive aos adultos a refletir
diante dos detalhes, trazendo assim, mensagens para o mundo físico. A idéia que os
vídeos com entretenimento possui é essa, utilizar a imaginação para trazer mensagens
para o espectador no mundo real.

1.3 A relação do documento escrito com o documento em vídeo

O documento escrito tem mais informações e costuma ser mais detalhado. Tem
por característica possuir relação mais íntima com o leitor por ser utilizado de forma
individual. O autor expõe suas idéias, porém a imagem do texto é de função da
imaginação do leitor e isso pode acarretar maiores divergências em relação à
interpretação de um leitor para outro. E inclusive divergências em relação à idéia que o
autor pretendia passar. Porém, dependendo do grau de detalhamento que o autor utiliza,
o leitor consegue visualizar melhor o ambiente da cena descrita, como também absorve
mais os dados que o autor está passado. Essa característica se refere não só a textos de
não ficção, mas também textos fictícios.

O documento em vídeo tem a vantagem da agilidade, pois várias informações


podem ser passadas em um menor período se comparado com o tempo que seria gasto
com a leitura, além de poder ter seu acesso simultâneo por várias pessoas de forma que
a disseminação é mais rápida. Porém, muitos detalhes são perdidos quando um texto é
transformado em vídeo, além das modificações que muitas vezes são feitas para que o
texto fique em um formato mais dinâmico característico de imagem em movimento.
Outra questão que desfavorece o uso do vídeo como única opção é a não exigência da
imaginação, que pode induzir a refletir menos além de afetar o poder de criação,
principalmente em crianças.
Devido às diferenças que encontradas entre arquivos escritos e de vídeo,
entende-se que não existe um meio mais eficiente que outro e sim que esses meios são
complementares. Muitas vezes, a leitura de um livro leva ao leitor ficar instigado a ver
um filme baseado neste. Da mesma forma que quando outro leitor assiste a um filme,
pode ficar interessado em ler o livro que lhe serviu de referência pra saber mais detalhes
desse filme. A relação do meio escrito com o vídeo é tão clara na realidade atual que se
pararmos para analisar, os livros que tornam filmes comerciais possuem bilheterias
muito surpreendentes em relação aos filmes que são lançados sem um referencial
comercial. Da mesma forma que muitas vezes o filme se torna um recorde de bilheteria,
pouco tempo depois o livro está à venda em todas as livrarias. Isso prova que o usuário
está cada vez mais a vontade com essa integração e quer participar dela, muitas vezes
tendo alicerce para discutir a diferença entre os formatos.

Existem vários exemplos de livros que se tornaram filmes. Alguns que relatam
de alguma forma acontecimentos da vida real, como é o caso de “A Lista de Schindler”,
“Os Sobreviventes dos Andes”, “Elite da Tropa” e “Carandiru”, outros que possuem
como gênero a fantasia, mais atraentes às crianças e jovens como é o caso de
“Crepúsculo”, “Percy Jackson” e “As Brumas de Avalon”, biografias em livros também
se tornaram filmes como aconteceu em Na Natureza Selvagem, “As vidas de Chico
Xavier” e até livros espíritas passaram a ganhar produções audiovisuais como foi o caso
de “Nosso lar”. Além de livros, outros suportes manuscritos podem servir de base para a
criação de um filme como é o caso do filme “O Homem-Elefante e outras
reminiscências" que foi gravado a partir de manuscritos feitos pelo médico cirurgião
Frederick Treves.

Essa relação acontece não somente com documentos escritos que se tornaram
filmes, mas também com imagens cientificas que se transformam em estudos e geram
publicações, como são as cirurgias de laparoscopia gravadas por câmera e depois são
analisadas como estudo de caso e se tornam artigos publicados. Outro exemplo são os
documentários políticos encomendados, no qual o câmera faz imagens de uma
determinada comunidade e edita para cunho político, em seguida essas informações em
imagem são utilizadas para criação de novos projetos ou para relatórios de
desenvolvimento.
2 Objetivos

Para a execução deste trabalho foram estabelecidos pontos que serão


desenvolvidos ao longo da pesquisa e que representam os objetivos gerais e específicos.

2.1 Objetivos Gerais

Para que sejam observados os pré-supostos desta pesquisa, foi traçado esse
objetivo que busca a compreensão por meio de leitura e em seguida a comparação entre
vídeos e manuscritos em análise sobre a visão do diretor e autor, e entender se suas
visões possuem os mesmos fins e pretendem atingir o mesmo público.

2.2 Objetivos Específicos

Atingindo o objetivo geral, a presente pesquisa tem por finalidade a busca pelo
entendimento da compreensão pública no que se refere à leitura de textos que se
tornaram vídeos, assim como o entendimento de vídeos que se tornaram informação
escrita. Ou seja, entender e comparar as opiniões das pessoas que obtiveram contato
com um e/ou outro dos dois formatos citados e por meio de estudo desses materiais,
além do estudo dos depoimentos dos autores e diretores responsáveis pelo material,
entender se há proximidade na opinião entre eles e caso não haja, o que é responsável
pela divergência na narrativa dos leitores ou espectadores.

Além disso, o presente trabalho tem por finalidade identificar qual a forma
preferida de absorção do conteúdo pelos diferentes suportes de acordo com a
amostragem de pessoas que farão parte do estudo. Assim como, a forma mais eficaz e
que se aproxima mais com a visão que o autor e o diretor tentam passar.

3 Metodologia

Para que seja feita a comparação entre as obras manuscritas e em vídeo, será
feita a leitura de ambos sendo que, primeiramente será feita a leitura do manuscrito no
qual serão feitas anotações a respeito deste, e após isso será realizada a leitura do vídeo
a que se refere o manuscrito, havendo por sua vez, anotações referentes a este. Em
seguida, serão comparadas as anotações referentes aos dois suportes.

Após esse processo, será utilizada a internet para busca das informações sobre os
depoimentos do autor do manuscrito e também as informações dos participantes do
vídeo, ou seja, diretor, roteirista, atores, etc. Essas informações serão cruzadas com as
informações anteriormente delineadas e será feita a comparação para análise se os
objetivos foram atingidos. De acordo com as divergências encontradas, serão criados
questionários para que um público alvo desses suportes responda em relação às suas
opiniões e expectativas se foram ou não atingidas. Quanto às expectativas desse
público, a divulgação pela mídia será levada em conta.

Todo esse processo deverá ser feito com três manuscritos que viraram vídeos.

Finalizando o processo, será feita a análise das opiniões dos usuários desses
suportes baseada pelas respostas nos questionários. E assim, identificar qual a forma
preferida por esses usuários para absorver conteúdo e se essa forma é a mais eficaz em
atingir os objetivos pretendidos por quem divulga.

4 Cronograma

Semestres 1º 2º 3o 4o
Levantamento
Bibliográfico
Disciplinas
obrigatórias
Leitura dos
Manuscritos

Leitura dos Filmes

Análise dos
depoimentos dos
autores e diretores
Criação de
Questionário e
Aplicação
Análise dos
Resultados e
Conclusão da
Pesquisa
Defesa da dissertação
5 Referências

AGUIAR, Diogo de Souza. A videoarte em Minas Gerais: estética da interferência e


estética da contemplação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA
COMUNICAÇÃO, 30., Santos, 2007.

BAPTISTA, Mauro; MASCARELLO, Fernando (Org.). Cinema mundial


contemporâneo. Campinas: Papirus, 2008. 352p.

BLATTMANN, Ursula; BELLI, Mauro José. As bibliotecas na educação à distância:


revisão de literatura. Rev. online Bibl. Prof. Joel Martins, Campinas, v. 2, n. 1, 1-10,
2000.

GIANNASI, Ana Maria. Reflexão sobre o cinema feito hoje no Brasil. Aurora Revista
de Arte mídia e política, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 50-67, 2002.

MALEIRO, Alessandra. Cinema no mundo: indústria, política e mercado. Líbero, São


Paulo, n.22, 157-158, 2008.

MEDEIROS, Roberto Henrique Amorim de; NUNES, Maria Lúcia Tiellet. A


influência do vídeo de informação adicional em pacientes submetidas à
mastectomia: o estudo da ansiedade. Psicologia em estudo, Maringá, v. 6, n. 2, p. 95-
100, 2001.

RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal... o que é mesmo documentário?. São Paulo:
Senac São Paulo, 2008. 448p.

ZABALA, Antonio. A prática educativa: como ensinar. Disponível em:


<http://tudosobre.com/concursos/res2803/ZABALA,%20Antoni%20-%20A%20pratica
%20Educativa,%20Como%20Ensinar.pdf>. Acessado em: 15 de setembro de 2010.

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