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Curso de Direito
Pará de Minas – MG
2017
Ana Caroline Moreira
Pará de Minas – MG
2017
Ana Caroline Moreira
Aprovada em ______/______/______
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Orientador: Prof. Me. Giovane Lopes Cançado Mendonça
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Prof. Me. Alexandre Machado Maromba
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Prof. Me. José Janou Vieira Saldanha
À minha família por todo o incentivo e
dedicação, em especial aos meus pais,
Sérgio e Márcia, meu irmão Júnior, minha
amada vovó “Fia” e a querida Virgínia
Primeiramente a Deus, por me permitir
alcançar meus objetivos.
Ao meu orientador, Prof. Me. Giovane
Lopes Cançado Mendonça, por todo o
empenho e apoio junto a elaboração
deste trabalho.
Aos amigos, especialmente Luana,
Bárbara e Beatriz pelo companheirismo
durante toda a jornada.
A todos os meus mestres, pelo
ensinamento transmitido ao longo do
curso.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo de, sob a forma de revisão bibliográfica sobre o
tema “Aposentadoria por invalidez e o contrato de trabalho: uma análise crítica dos
efeitos da concessão do benefício previdenciário”, sopesar os efeitos perversos
quando da concessão do benefício previdenciário, sob ótica da relação triangular, e,
mais especificamente, os efeitos causados no contrato de trabalho. Para tanto, um
estudo aprofundado sobre o tema far-se-á necessário, passando a uma explanação
sobre a evolução histórica da seguridade social, das quais são suas espécies: a
saúde, a assistência social e a previdência social. Por conseguinte, o estudo do
benefício em xeque, e posterior entendimento da legislação e posicionamento
juslaboral, para ao final apresentar as razões finais. Atingidos esses objetivos, foi
possível constatar que a concessão do benefício da aposentadoria por invalidez, à
luz do Direito Previdenciário, em que pese “total e definitiva”, não se prospera, pois o
trabalhador pode recuperar sua capacidade considerando as técnicas avançadas de
medicina atual. Sob a ótica contratual, verifica-se que após o décimo sexto dia de
afastamento do segurado ocorrerá a suspensão do contrato de trabalho, gerando
para o empregador obrigações secundárias. Ademais, apresenta-se as dificuldades
enfrentadas pelo patronal nos casos de empregado afastado em razão da
incapacidade de exercer sua atividade laboral.
This paper aims, in the form of a bibliographical review, to research the theme
"Retirement due to disability and the work contract: a critical analysis of the effects of
the granting of social security benefit", to weigh the perverse effects when granting
the social security benefit under of the triangular relationship, and, more specifically,
the effects caused in the contract of employment. To do so, a detailed study on the
subject, making an explanation about the historical evolution of social security, being
species of the genus: health, social assistance and social security. Therefore, the
study of the benefit under review, and subsequent understanding of the legislation in
force, in order to present the conclusions originally raised. Once these objectives
were reached, it was possible to verify that the granting of the disability benefit, in
light of the "total and definitive" Social Security Law, does not prosper because the
worker can recover his / her work capacity, considering the advanced techniques of
Current medicine. From the contractual perspective, it is verified that after the
sixteenth day of retirement of the insured the suspension of the employment contract
will occur, generating for the employer secondary obligations. In addition, it presents
the difficulties faced by the employers in cases of employees away because of the
inability to perform their work activity.
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................8
2 A SEGURIDADE SOCIAL.......................................................................................10
6 CONCLUSÃO..........................................................................................................36
REFERÊNCIAS...........................................................................................................38
8
1 INTRODUÇÃO
2 A SEGURIDADE SOCIAL
Conforme dito alhures, para que seja possível considerar determinado sujeito
como segurado da previdência social, faz-se necessário a observância de dois
elementos basilares: a prévia contribuição e filiação obrigatória. Uma vez filiado ter-
se-á o direito de usufruir dos benefícios oferecidos pela previdência, dentre os quais
é destacada a aposentadoria.
A aposentadoria, em sentido lato sensu, consiste em uma prestação por
excelência da previdência social, cujo objetivo é assegurar a subsistência do
trabalhador, ou a daqueles que dele dependam, ou seja, visa substituir a renda que
o trabalhador percebia enquanto exercia o contrato de trabalho.
Uma vez concedido tal benefício ocorre a inversão na relação jurídica do
segurado para com o Estado, pois ele deixa de ser um contribuinte e passa para
sujeito ativo de uma relação de benefício previdenciário, ou seja, ele está diante da
retribuição pelas contribuições despendidas no decurso do tempo.
Desta forma, enquanto um benefício assegurado ao trabalhador-segurado,
será prestada pelo órgão da Seguridade Social, conforme dispõe o artigo 194 da
Constituição Federal (BRASIL, 1988):
3.1 Evolução
dispositivo que concedia tal aposentação era o artigo 75, e com a peculiaridade de
que fosse por acidente de trabalho, restrita aos funcionários públicos.
Datou-se de 1923, quando da edição da Lei Eloy Chaves (Lei nº 4.682), em
que previu no bojo do seu artigo 13 a sua concessão ao empregado que, com 10
(dez) anos ou mais de serviço fosse declarado físico ou intelectualmente
impossibilitado de continuar no exercício de emprego, ou outro compatível com sua
atividade habitual ou preparo intelectual. Ainda, o artigo 15 do mesmo diploma,
previa que em casos de acidente que lhe acarretasse a invalidez total permanente
seria irrelevante a observância do tempo de serviço.
Na Constituição de 1934, no artigo 121, § 1º, alínea “h” previu-se a proteção
da previdência em casos de invalidez.
Já na Constituição de 1937, no artigo 137, alínea “m”, foram assegurados os
chamados seguros de invalidez.
Em 1960, a LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social (Lei nº 3.807/60),
disserta em seu artigo 24 (BRASIL, 2017), que “A aposentadoria por invalidez será
concedida ao segurado que, após haver percebido auxílio-doença pelo prazo de 24
(vinte e quatro) meses, continuar, incapaz para o seu trabalho e não estiver
habilitado para o exercício de outro, compatível com as suas aptidões.”
Por fim, a Constituição de 1988 prevê em seu artigo 201, inciso I, a invalidez
como risco social passível de proteção. Ademais, tal proteção também encontra-se
normatizada na Lei 8.213/1991, nos artigos 42 a 47, bem como no Decreto
3.048/1999, nos artigos 43 a 50.
Art. 42 A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso,
a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo
de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á
paga enquanto permanecer nesta condição.
§ 1A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da
Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se
acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2 A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao
Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à
aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (BRASIL,
1991).
Ainda, elucida Pereira (2013, p. 4) que “o termo permanente, neste caso não
deve ser exigido sob o prisma da absoluta certeza da impossibilidade de
recuperação, mas de indícios veementes de tal situação”, tendo em vista que não se
pode desprezar a constante evolução das pesquisas e da ciência médica na cura
das diversas moléstias, outrora ditas “insuscetíveis de reabilitação”, entrementes,
deve haver no mínimo a imprevisibilidade de seu término. E é por esse motivo que,
uma vez concedido o benefício da aposentadoria por invalidez, deve o beneficiário
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Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao
da cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º
deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade
total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida:
a) ao segurado empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da
atividade ou a partir da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a
entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias;
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte
individual, especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade
ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem
mais de trinta dias.
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por
motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o
salário.
§ 5º O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer
momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a
aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o
disposto no art. 101. (BRASIL, 1991)
invalidez será de 25% (vinte e cinco por cento) em razão da necessidade de auxílio
permanente de terceiro.
No mesmo sentido, Ibrahim (2012) dispõe em comento que:
voltaria a ter ampla liberdade na condução dos negócios e atividades, bem como o
desfazimento de qualquer vínculo com o empregado aposentado, podendo assim
reestruturar o seu quadro de funcionários. (PEREIRA, 2013, p. 7).
Entrementes, com a sua edição, instala-se uma insegurança jurídica perante
a relação triangular – empregado aposentado, empregador e terceiro substituto, pois
essa súmula possibilita o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) a faculdade
de revogar o benefício mesmo após o prazo de 05 (cinco) anos, tendo como
finalidade evitar fraudes contra o sistema previdenciário e a desoneração dos cofres
públicos. Quanto a Súmula 217 do STF, embora não tenha sido revogada, nem
substituída, com a edição da Súmula 160 do TST deixou de ser aceitável.
(PEREIRA, 2013, p.7-8).
Isto posto, com a suspensão do contrato de trabalho, surge um efeito
importantíssimo da suspensão, qual seja a impossibilidade de dispensa sem justa
causa.
Nesse sentido, Godinho (2016) alerta sobre a vedação à resilição unilateral:
na estrutura jurídica da empresa não pode haver afetação quanto aos contratos de
trabalho já estabelecidos.
Além disso, uma das características do princípio da continuidade é que
propõe como regra geral, o contrato por tempo indeterminado. Sendo assim, os
contratos por tempo determinado são exceções e somente nas hipóteses previstas
em lei.
O princípio da continuidade também é chamado princípio da permanência do
vínculo empregatício e tem como principal objetivo dar segurança econômica ao
trabalhador e sua integração à estrutura e à dinâmica empresarial.
Para Maurício Godinho Delgado (2013), somente mantendo esse vínculo
seria possível garantir melhores condições de trabalho aos empregados.
Ainda para Delgado (2013), a continuidade do vínculo empregatício apresenta
três correntes favoráveis ao empregado.
A primeira reside na elevação dos direitos trabalhistas, seja pelo avanço da
legislação ou da negociação coletiva, seja pelas conquistas especificamente
contratuais alcançadas pelo trabalhador, em vista de promoções recebidas ou
vantagens agregadas ao desenvolvimento de seu tempo de serviço no contrato. A
segunda corrente está demonstrada no investimento educacional e profissional que
se inclina o empregador a realizar nos trabalhadores vinculados a longos contratos.
Quanto mais elevado o montante pago à força de trabalho (e essa elevação tende a
resultar, ao lado de outros aspectos, da duração do contrato e conquistas
trabalhistas dela decorrentes), mais o empresário ver-se-á estimulado a investir na
educação e aperfeiçoamento profissional do obreiro, como fórmula para elevar sua
produtividade e compensar o custo trabalhista ocorrido. Esse investimento na
formação do indivíduo cumpre a fundamental faceta do papel social da propriedade
e da função educativa dos vínculos de labor, potenciando, individual e socialmente, o
ser humano que trabalha. A terceira corrente da longa continuidade da relação de
emprego situa-se na afirmação social do indivíduo favorecido por esse longo
contrato. Aquele que vive apenas de seu próprio trabalho tem neste, e na renda dele
decorrente, um decisivo instrumento de sua afirmação no plano da sociedade. Se
está submetido a contrato precário, provisório, de curta duração (ou se está
desempregado), fica sem o lastro econômico e jurídico necessário para se impor no
plano de suas demais relações econômicas na comunidade. (DELGADO, 2013, p.
200-201).
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Ainda citando De Angelis (2015) que relembra que, em virtude do art. 471 da
CLT, não é possível dissolver o contrato de trabalho durante o gozo da
aposentadoria por invalidez, salvo nos casos de: a) justa causa no curso da
suspensão; b) extinção da empresa; c) pedido de demissão.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
COSTA, Valéria de Fátima Izar Domingues da. Aposentadoria por invalidez. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, IX, n. 31, jul 2006. Disponível em: <http://www. ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura &artigo_ id=1210>.
Acesso em maio 2017.
______. Curso de direito do trabalho. 15 ed. rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2016.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. 26. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 14. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Impetus, 2012.