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fé, ficará depositado nos arquivos da Organização das 18 de Junho, relativo à criação de um certificado com-
Nações Unidas. plementar de protecção para os medicamentos e o Regu-
2 — O Secretário-Geral da Organização das Nações lamento n.o 1610/96/CE, de 23 de Julho, relativo à cria-
Unidas enviará cópias autenticadas do presente Pro- ção de um certificado complementar de protecção para
tocolo a todos os Estados Partes na Convenção e a todos os produtos fitofarmacêuticos, sem esquecer o alinha-
os Estados que a tenham assinado. mento com as mais recentes propostas da comissão sobre
modelos de utilidade.
Trata-se, ainda, de um Código que corrige termino-
logia, erros e imperfeições imputáveis ao Código de
MINISTÉRIO DA ECONOMIA 1995. Disso são exemplo a consagração de uma pro-
tecção provisória para todos os direitos privativos e a
equiparação de certificados de propriedade industrial,
Decreto-Lei n.o 36/2003 conferidos por organizações internacionais, aos títulos
conferidos a nível nacional; a inclusão da figura do res-
de 5 de Março
tabelecimento de direitos; a previsão expressa da pos-
É conhecida a importância do sistema da propriedade sibilidade de transformação de um pedido ou registo
industrial para o processo de desenvolvimento económico, de marca comunitária em pedido de registo de marca
nomeadamente quando associado ao desenvolvimento nacional; a integração do regime jurídico das topografias
científico e tecnológico e ao crescimento sustentado e de produtos semicondutores; a simplificação de pedidos
sustentável da economia, inspirando e protegendo os de licenças obrigatórias; o aperfeiçoamento dos proce-
resultados das actividades criativas e inventivas. dimentos cautelares; o reforço das garantias dos par-
Constituindo um dos factores competitivos mais rele- ticulares e empresas; a extinção do regime das marcas
vantes de uma economia orientada pelo conhecimento, de base; o abandono da exigência de redacção dos dize-
dirigida à inovação e assente em estratégias de marketing res das marcas e dos nomes de estabelecimento em lín-
diferenciadoras, a propriedade industrial assume-se, gua portuguesa; ou ainda a previsão do recurso a ins-
igualmente, como mecanismo regulador da concorrência trumentos extrajudiciais de resolução de conflitos.
e garante da protecção do consumidor. Importa ainda salientar que o presente Código veicula
O sistema da propriedade industrial está, assim, o compromisso de uma nova dinâmica administrativa,
ligado, mais do que nunca, aos vectores essenciais de consagrada numa redução dos prazos de intervenção
políticas macroeconómicas ou de estratégias empresa- do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, em ter-
riais, modernas e competitivas, condicionadas por uma mos que não ponham em causa a certeza e a segurança
sociedade de informação e por uma economia glo- do sistema; tal opção não exclui, porém, que se con-
balizada. tinuem a ponderar, nomeadamente, através da análise
Neste contexto, é imperioso assegurar um código da dos resultados de experiências estrangeiras a nível do
propriedade industrial moderno, no que diz respeito abandono do estudo oficioso dos motivos relativos de
tanto à ordem jurídica internacional como aos impe- recusa, outras modalidades de tramitação dos processos
rativos de eficiência administrativa nacional, e associado de registos que permitam reduzir ainda mais os res-
ao reforço da cidadania e à eficácia das estratégias pectivos prazos de concessão.
empresariais, o que não é compatível com a manutenção Finalmente, refira-se que a nova dinâmica adminis-
da vigência do actual Código. trativa que este Código veicula é garantida não só pelo
Urge, na verdade, aprovar o novo Código da Pro- esforço de simplificação de circuitos internos, como tam-
priedade Industrial que permita clarificar, corrigir, sim- bém pelo recurso às novas tecnologias da informação,
plificar e aperfeiçoar o aprovado pelo Decreto-Lei no que se refere à modernização informática, incluindo
n.o 16/95, de 24 de Janeiro, em muitos aspectos desac- a digitalização das bases de dados, ao uso de correio
tualizado; assim o impõe a mutação vertiginosa dos pro- electrónico, de telecópia e de redes telemáticas de comu-
cessos tecnológicos de criação de produtos e serviços nicação como via universal, nomeadamente para con-
e a evolução do direito internacional sobre esta matéria. sulta a bases de dados, depósitos de pedidos, acom-
O novo Código resulta de um longo processo de matu- panhamento de processos e gestão de direitos.
ração que, iniciado com a publicação do Código de 1995, Assim:
prosseguiu com os trabalhos de uma comissão de espe- No uso da autorização legislativa concedida pela Lei
cialistas, criada pelo despacho n.o 12 519/98, de 7 de n.o 17/2002, de 15 de Julho, e nos termos das alíneas a)
Julho, e culminou com um debate público alargado. e b) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo
Surge, pois, um novo código, actualizado, moderno decreta o seguinte:
e ágil, fruto da inadiável transposição para a ordem Artigo 1.o
jurídica interna de instrumentos de direito comunitário,
v. g., a Directiva n.o 98/44/CE, de 6 de Julho, relativa Aprovação
à protecção das invenções biotecnológicas e a Direc- É aprovado o Código da Propriedade Industrial, que
tiva n.o 98/71/CE, de 13 de Outubro, relativa à protecção se publica em anexo ao presente diploma e dele faz
legal de desenhos e modelos. Sublinhe-se, ainda, a inte- parte integrante.
gração de regras decorrentes do Acordo sobre Aspectos
dos Direitos de Propriedade Industrial relacionados com Artigo 2.o
o Comércio (ADPIC), celebrado no âmbito da Orga- Âmbito de aplicação
nização Mundial do Comércio, da qual Portugal é
Estado membro, de pleno direito, desde Janeiro de 1996. Sem prejuízo do que se dispõe nos artigos seguintes,
É, também, um Código aperfeiçoado, pois incorpora as normas deste Código aplicam-se aos pedidos de
o Decreto-Lei n.o 106/99, de 31 de Março, que regu- patentes, de modelos de utilidade e de registo de mode-
lamenta e disciplina o Regulamento n.o 1768/92/CE, de los e desenhos industriais, efectuados antes da sua
1502 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
entrada em vigor e que ainda não tenham sido objecto Janeiro, mantêm a duração de 15 anos a contar da data
de despacho definitivo. do respectivo pedido.
Artigo 8.o
o
Artigo 3.
Duração dos registos de modelos e desenhos industriais
Pedidos de patente
1 — Os modelos e desenhos industriais concedidos
Os pedidos de patente referidos no artigo anterior, antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.o 16/95,
cuja menção de concessão não tenha sido publicada à de 24 de Janeiro, caducam 25 anos após o vencimento
data de entrada em vigor deste Código, são objecto de da primeira anuidade que tiver ocorrido depois de 1 de
publicação que contenha os dados bibliográficos do pro- Junho de 1995.
cesso, para efeitos de oposição, seguindo-se os demais 2 — Os pedidos de modelos e desenhos industriais
trâmites previstos naquele Código. efectuados antes da entrada em vigor do Decreto-Lei
n.o 16/95, de 24 de Janeiro, e concedidos posteriormente,
Artigo 4.o mantêm a duração de 25 anos a contar da data da sua
concessão.
Pedidos de modelos de utilidade
3 — Os restantes modelos e desenhos industriais,
1 — Os pedidos de modelos de utilidade, a que se pedidos e concedidos na vigência do Decreto-Lei
refere o artigo 2.o são submetidos a exame. n.o 16/95, de 24 de Janeiro, mantêm a duração de 25 anos
2 — Os pedidos de modelos de utilidade, cuja menção a contar da data do respectivo pedido.
de concessão não tenha sido publicada à data de entrada 4 — O pagamento das taxas periódicas relativas aos
em vigor deste Código, são objecto de procedimento registos referidos nos números anteriores passa a ser
idêntico ao que se prevê, para pedidos de patente, no efectuado por períodos de cinco anos até ao limite de
artigo 3.o deste diploma. vigência dos respectivos direitos.
5 — O primeiro pagamento, referido no número ante-
Artigo 5.o rior, efectuado nos termos do Decreto-Lei n.o 16/95,
de 24 de Janeiro, que ocorra depois da entrada em vigor
Pedidos de registo de modelos e desenhos industriais deste Código, deve perfazer o quinquénio respectivo.
1 — Os pedidos de registo de modelos e desenhos
industriais a que se refere o artigo 2.o, mantendo embora Artigo 9.o
o seu objecto, passam a ser designados por pedidos de Patentes, modelos de utilidade e registos de modelos e desenhos
registo de desenho ou modelo. industriais pertencentes ao Estado
2 — Os pedidos referidos no número anterior são sub-
metidos a exame. 1 — As patentes, os modelos de utilidade e os registos
3 — A sua publicação e, bem assim, a dos que já de modelos e desenhos industriais pertencentes ao
tiverem sido objecto de exame, deve ocorrer até ao limite Estado e que tenham sido concedidos na vigência do
de seis meses após a data de entrada em vigor deste Decreto n.o 30 679, de 24 de Agosto de 1940, caducam
Código. no aniversário da data da sua vigência que ocorra após
Artigo 6.o 20, 10 e 25 anos, respectivamente, a contar da data de
entrada em vigor deste Código.
Duração das patentes 2 — A manutenção dos direitos referidos no número
1 — As patentes cujos pedidos foram efectuados antes anterior, desde que explorados ou usados por empresas
da entrada em vigor do Decreto-Lei n.o 16/95, de 24 de qualquer natureza, fica sujeita aos encargos previstos
de Janeiro, mantêm a duração de 15 anos a contar da neste Código.
data da respectiva concessão, ou de 20 anos a contar Artigo 10.o
da data do pedido, aplicando-se o prazo mais longo, Extensão do âmbito de aplicação
nos termos em que o Decreto-Lei n.o 141/96, de 23 de
Agosto, o dispunha. As disposições deste Código aplicam-se aos pedidos
2 — Aos pedidos de patente efectuados antes da de registo de marcas, de nomes e de insígnias de esta-
entrada em vigor do Decreto-Lei n.o 16/95, de 24 de belecimento, de logótipos, de recompensas, de deno-
Janeiro, e que ainda não tenham sido objecto de des- minações de origem e de indicações geográficas, efec-
pacho definitivo aplica-se o que se dispõe no número tuados antes da sua entrada em vigor e que ainda não
anterior. tenham sido objecto de despacho definitivo.
Artigo 7.o
Duração dos modelos de utilidade Artigo 11.o
Duração dos registos de nomes, insígnias de estabelecimento
1 — Os modelos de utilidade concedidos antes da e logótipos
entrada em vigor do Decreto-Lei n.o 16/95, de 24 de
Janeiro, caducam 15 anos após o vencimento da primeira 1 — Os registos de nomes e insígnias de estabele-
anuidade que tiver ocorrido depois de 1 de Junho de cimento concedidos antes da entrada em vigor do Decre-
1995. to-Lei n.o 16/95, de 24 de Janeiro, mantêm a validade
2 — Os pedidos de modelos de utilidade efectuados que lhes foi atribuída pelo Decreto n.o 30 679, de 24 de
antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.o 16/95, Agosto de 1940, até à primeira renovação que ocorrer
de 24 de Janeiro, e concedidos posteriormente, mantêm depois daquela data, passando as futuras renovações
a duração de 15 anos a contar da data da sua concessão. a ser feitas por períodos de 10 anos.
3 — Os restantes modelos de utilidade pedidos e con- 2 — Os registos de nomes e insígnias de estabele-
cedidos na vigência do Decreto-Lei n.o 16/95, de 24 de cimento e logótipos, concedidos na vigência do Decre-
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1503
direitos privativos sobre os diversos processos técnicos buída pela concessão do direito, para ser considerada
de produção e desenvolvimento da riqueza. no cálculo de eventual indemnização.
2 — A protecção provisória a que se refere o número
Artigo 2.o anterior é oponível, ainda antes da publicação, a quem
tenha sido notificado da apresentação do pedido e rece-
Âmbito da propriedade industrial bido os elementos necessários constantes do processo.
Cabem no âmbito da propriedade industrial a indús- 3 — As sentenças relativas a acções propostas com
tria e o comércio propriamente ditos, as indústrias das base na protecção provisória não podem ser proferidas
pescas, agrícolas, florestais, pecuárias e extractivas, bem antes da concessão ou da recusa definitiva da patente,
como todos os produtos naturais ou fabricados e os do modelo de utilidade ou do registo.
serviços.
Artigo 3.o Artigo 6.o
Âmbito pessoal de aplicação Direitos de garantia
priedade industrial, estiver pendente algum processo de 3 — No caso de dois pedidos relativos ao mesmo
declaração de caducidade. direito serem simultâneos ou terem idêntica prioridade,
5 — O requerente ou o titular de um direito que seja não lhes é dado seguimento sem que os interessados
restabelecido nos seus direitos não poderá invocá-los resolvam previamente a questão da prioridade, por
perante um terceiro que, de boa fé, durante o período acordo ou no tribunal competente.
compreendido entre a perda dos direitos conferidos e 4 — Se o pedido for remetido por interessado não
a publicação da menção do restabelecimento desses domiciliado nem estabelecido em Portugal, este será
direitos, tenha iniciado a exploração ou a comerciali- notificado para, no prazo de um mês, constituir man-
zação do objecto do direito ou feito preparativos efec- datário, se ainda o não tiver feito, nos termos das alí-
tivos e sérios para a sua exploração e comercialização. neas b) ou c) do n.o 1 do artigo anterior.
6 — Quando se tratar de pedidos de registo ou de 5 — O não cumprimento da notificação referida no
registos, o terceiro que possa prevalecer-se do disposto número anterior determina o indeferimento do pedido.
no número anterior pode, no prazo de dois meses a 6 — Se o pedido não for, desde logo, acompanhado
contar da data da publicação da menção do restabe- a partir de todos os elementos exigíveis, a prioridade
lecimento do direito, deduzir oposição contra a decisão conta-se a partir do dia e hora em que o último em
que restabelece o requerente ou o titular dos seus falta for apresentado.
direitos. 7 — Se a invenção, desenho ou modelo, marca, nome
ou insígnia de estabelecimento, logótipo, recompensa,
CAPÍTULO II denominação de origem ou indicação geográfica for
Tramitação administrativa objecto de alterações relativamente à publicação inicial,
publica-se novo aviso no Boletim da Propriedade Indus-
Artigo 9.o trial, contando-se a prioridade da alteração a partir da
data em que foi requerida.
Legitimidade para praticar actos
8 — Sem prejuízo do que se dispõe no n.o 4 do
Tem legitimidade para praticar actos jurídicos perante artigo 51.o e no n.o 3 do artigo 117.o, se, do exame
o Instituto Nacional da Propriedade Industrial quem realizado, se entender que o pedido de patente, de
neles tiver interesse. modelo de utilidade ou de registo não foi correctamente
formulado, o requerente é notificado para o apresentar
dentro da modalidade que lhe for indicada.
Artigo 10.o
9 — Antes de ser proferido despacho, o requerente
Legitimidade para promover actos pode, por sua iniciativa, reformular o pedido em moda-
lidade diferente da que foi inicialmente apresentada.
1 — Os actos e termos do processo só podem ser
10 — Proferido despacho, o requerente, no decurso
promovidos:
do prazo de recurso ou, interposto este, até ao trânsito
a) Pelo próprio interessado ou titular do direito, em julgado da respectiva decisão, pode transmitir os
se for estabelecido ou domiciliado em Portugal; direitos decorrentes do pedido, limitar o seu objecto
b) Por agente oficial da propriedade industrial; ou juntar ao processo quaisquer documentos ou decla-
c) Por advogado constituído. rações.
11 — No caso previsto no número anterior e com vista
2 — As entidades referidas no número anterior a um eventual recurso, qualquer outro interessado pode
podem sempre ter vista do processo e obter fotocópias juntar ao processo documentos ou declarações.
dos documentos que interessem, as quais são devida- 12 — Nos casos previstos nos n.os 8 e 9, o pedido
mente autenticadas, mediante requerimento. é novamente publicado no Boletim da Propriedade
3 — Quando as partes forem representadas por man- Industrial, ressalvando-se ao requerente as prioridades
datário, as notificações devem ser-lhe directamente a que tinha direito.
dirigidas. 13 — Até ao momento da decisão podem ser auto-
4 — Salvo indicação em contrário do requerente ou rizadas outras rectificações formais, desde que reque-
titular do direito, as notificações são dirigidas ao último ridas fundamentadamente, as quais são objecto de
mandatário que teve intervenção no processo, indepen- publicação.
dentemente daquele que proceder ao pagamento das Artigo 12.o
taxas de manutenção.
5 — Ocorrendo irregularidades ou omissões na pro- Reivindicação do direito de prioridade
moção de um determinado acto, a parte é directamente 1 — Quem tiver apresentado regularmente pedido de
notificada para cumprir os preceitos legais aplicáveis patente, de modelo de utilidade, de certificado de uti-
no prazo improrrogável de um mês, sob pena de ine- lidade, de certificado de autor de invenção, de registo
ficácia daquele acto, mas sem perda das prioridades a de desenho ou modelo, ou de marca, em qualquer dos
que tenha direito. países da União ou da OMC ou em qualquer organismo
Artigo 11.o intergovernamental com competência para conceder
Prioridade
direitos que produzam efeitos em Portugal, goza, tal
como o seu sucessor, para apresentar o pedido em Por-
1 — Salvo as excepções previstas no presente diploma, tugal, do direito de prioridade estabelecido no artigo 4.o
a patente, o modelo de utilidade ou o registo é concedido da Convenção da União de Paris para a Protecção da
a quem primeiro apresentar regularmente o pedido com Propriedade Industrial.
os elementos exigíveis. 2 — Qualquer pedido formulado com o valor de
2 — Se os pedidos forem remetidos pelo correio, a pedido nacional regular, nos termos da lei interna de
precedência afere-se pela data do registo ou do carimbo cada Estado membro da União ou da OMC ou de tra-
de expedição. tados bilaterais ou multilaterais celebrados entre países
1506 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
7 — O estudo pode, ainda, ser suspenso, oficiosa- 6 — A recusa de cooperação, solicitada pelo Instituto
mente ou a requerimento do interessado, pelo período Nacional da Propriedade Industrial aos intervenientes
em que se verifique uma causa prejudicial susceptível em qualquer processo, para esclarecimento da situação,
de afectar a decisão sobre o mesmo. é livremente apreciada aquando da decisão, sem prejuízo
da inversão do ónus da prova quando o contra-inte-
Artigo 18.o ressado a tiver, culposamente, tornado impossível.
Duplicado dos articulados
Artigo 22.o
1 — As reclamações e demais peças processuais são
acompanhadas de duplicado, o qual deve conter repro- Formalidades subsequentes
dução de todos os documentos juntos ao original.
2 — O duplicado a que se refere o número anterior Expirados os prazos previstos no artigo 17.o proce-
é remetido à parte contrária pelo Instituto Nacional de-se ao exame e à apreciação do que foi alegado pelas
da Propriedade Industrial. partes, posto o que o processo será informado, para
despacho.
Artigo 19.o Artigo 23.o
Junção e devolução de documentos
Modificação oficiosa da decisão
1 — Os documentos são juntos com a peça em que
se alegue os factos a que se referem. 1 — Se, antes da publicação de um despacho, se reco-
2 — Quando se demonstre ter havido impossibilidade nhecer que este deve ser modificado, o processo é sub-
de os obter oportunamente, podem ainda ser juntos nos metido a despacho superior, com informação dos factos
termos do artigo seguinte. de que tenha havido conhecimento e que aconselhem
3 — É recusada a junção de documentos impertinen- a revogação da decisão proferida.
tes ou desnecessários, ainda que juntos em devido 2 — Entende-se por despacho superior aquele que
tempo, assim como de quaisquer escritos redigidos em é proferido por superior hierárquico de quem, efecti-
termos desrespeitosos ou inconvenientes, ou quando vamente, assinou a decisão a modificar.
neles se verificar a repetição inútil de alegações já
produzidas.
Artigo 24.o
4 — Os documentos a que se refere o número anterior
são restituídos às partes, que são notificadas, por ofício Fundamentos gerais de recusa
e através do seu mandatário, para os receber em prazo
certo, sem o que serão arquivados fora do processo. 1 — São fundamentos gerais de recusa:
5 — As notificações referidas no número anterior são
igualmente dirigidas às partes. a) A falta de pagamento de taxas;
b) A não apresentação dos elementos necessários
Artigo 20.o para uma completa instrução do processo;
c) A inobservância de formalidades ou procedi-
Reclamações fora de prazo mentos imprescindíveis para a concessão do
As reclamações e documentos análogos apresentados direito;
fora do respectivo prazo, bem como os documentos a d) O reconhecimento de que o requerente pre-
que se refere o n.o 2 do artigo anterior, só podem ser tende fazer concorrência desleal, ou de que esta
juntos ao processo mediante despacho de autorização, é possível independentemente da sua intenção;
sendo, neste caso, notificada a parte contrária. e) A violação de regras de ordem pública.
6 — A transmissão por acto inter vivos deve ser pro- 2 — Nos casos previstos na alínea b) do número ante-
vada por documento escrito, mas se o averbamento da rior, o interessado pode, em vez da anulação e se reunir
transmissão for requerido pelo cedente, o cessionário as condições legais, pedir a reversão total ou parcial
deve, também, assinar o documento que a comprova do título a seu favor.
ou fazer declaração de que aceita a transmissão.
Artigo 35.o
Processos de declaração de nulidade e de anulação
Artigo 32.o
Licenças contratuais 1 — A declaração de nulidade ou a anulação só
podem resultar de decisão judicial.
1 — Os direitos referidos no n.o 1 do artigo anterior 2 — Têm legitimidade para intentar a acção referida
podem ser objecto de licença de exploração, total ou no número anterior o Ministério Público ou qualquer
parcial, a título gratuito ou oneroso, em certa zona ou interessado, devendo ser citados, para além do titular
em todo o território nacional, por todo o tempo da do direito registado contra quem a acção é proposta,
sua duração ou por prazo inferior. todos os que, à data da publicação do averbamento pre-
2 — O disposto no número anterior é aplicável aos visto na alínea d) do n.o 1 do artigo 30.o, tenham reque-
direitos emergentes dos respectivos pedidos, mas a rido o averbamento de direitos derivados no Instituto
recusa implica a caducidade da licença. Nacional da Propriedade Industrial.
3 — O contrato de licença está sujeito a forma escrita. 3 — Quando a decisão definitiva transitar em julgado,
4 — Salvo estipulação em contrário, o licenciado goza, a secretaria do tribunal remete cópia dactilografada, ou
para todos os efeitos legais, das faculdades conferidas em suporte considerado adequado, ao Instituto Nacional
ao titular do direito objecto da licença, com ressalva da Propriedade Industrial, para efeito de publicação do
do disposto nos números seguintes. respectivo texto e correspondente aviso no Boletim da
5 — A licença presume-se não exclusiva. Propriedade Industrial, bem como do respectivo aver-
6 — Entende-se por licença exclusiva aquela em que bamento.
o titular do direito renuncia à faculdade de conceder
outras licenças para os direitos objecto de licença, Artigo 36.o
enquanto esta se mantiver em vigor. Efeitos da declaração de nulidade ou da anulação
7 — A concessão de licença de exploração exclusiva
não obsta a que o titular possa, também, explorar direc- A eficácia retroactiva da declaração de nulidade ou
tamente o direito objecto de licença, salvo estipulação da anulação não prejudica os efeitos produzidos em
em contrário. cumprimento de obrigação, de sentença transitada em
8 — Salvo estipulação em contrário, o direito obtido julgado, de transacção, ainda que não homologada, ou
por meio de licença de exploração não pode ser alienado em consequência de actos de natureza análoga.
sem consentimento escrito do titular do direito.
9 — Se a concessão de sublicenças não estiver prevista
no contrato de licença, só pode ser feita com autorização Artigo 37.o
escrita do titular do direito. Caducidade
e) A empresa pode exercer o seu direito de opção, 3 — Para efeito do que se dispõe no n.o 1 do
no prazo de três meses a contar da recepção artigo 11.o, é concedida prioridade ao pedido de patente
da notificação do inventor. que primeiro apresentar, para além dos elementos exi-
gidos na alínea a) do n.o 1, uma síntese da descrição
4 — Se nos termos do disposto na alínea e) do número do objecto da invenção ou, em sua substituição e quando
anterior, a remuneração devida ao inventor não for inte- for reivindicada a prioridade de um pedido anterior,
gralmente paga no prazo estabelecido, a empresa perde, a indicação do número e data do pedido anterior e do
a favor daquele, o direito à patente referida nos números organismo onde o mesmo foi efectuado.
anteriores.
5 — As invenções cuja patente tenha sido pedida Artigo 62.o
durante o ano seguinte à data em que o inventor deixar
Documentos a apresentar
a empresa consideram-se feitas durante a execução do
contrato de trabalho. 1 — Ao requerimento devem juntar-se, redigidos em
6 — Se, nas hipóteses previstas nos n.os 2 e 3, as partes língua portuguesa e em duplicado, os seguintes ele-
não chegarem a acordo, a questão é resolvida por mentos:
arbitragem.
7 — Salvo convenção em contrário, é aplicável às a) Reivindicações do que é considerado novo e
invenções feitas por encomenda, com as necessárias que caracteriza a invenção;
adaptações, o disposto nos n.os 1, 2, 4 e 5. b) Descrição do objecto da invenção;
8 — Salvo disposição em contrário, os preceitos ante- c) Desenhos necessários à perfeita compreensão
riores são aplicáveis ao Estado e corpos administrativos da descrição;
e, bem assim, aos seus funcionários e servidores a qual- d) Resumo da invenção.
quer título.
9 — Os direitos reconhecidos ao inventor não podem 2 — Os elementos referidos no n.o 1 devem respeitar
os requisitos formais fixados por despacho do presidente
ser objecto de renúncia antecipada.
do conselho de administração do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial.
Artigo 60.o 3 — As reivindicações definem o objecto da protecção
requerida, devendo ser claras, concisas, correctamente
Direitos do inventor
redigidas, baseando-se na descrição e contendo, quando
1 — Se a patente não for pedida em nome do inventor, apropriado:
este tem o direito de ser mencionado, como tal, no a) Um preâmbulo que mencione o objecto da
requerimento e no título da patente. invenção e as características técnicas necessárias
2 — Se assim o solicitar por escrito, o inventor pode à definição dos elementos reivindicados, mas
não ser mencionado, como tal, nas publicações a que que, combinados entre si, fazem parte do estado
o pedido der lugar. da técnica;
b) Uma parte caracterizante, precedida da expres-
SECÇÃO II são «caracterizado por» e expondo as caracte-
Processo de patente rísticas técnicas que, em ligação com as carac-
terísticas indicadas na alínea anterior, definem
SUBSECÇÃO I a extensão da protecção solicitada.
Via nacional 4 — A descrição deve indicar, de maneira breve e
clara, sem reservas nem omissões, tudo o que constitui
Artigo 61.o o objecto da invenção, contendo uma explicação por-
Forma do pedido
menorizada de, pelo menos, um modo de realização
da invenção, de maneira que qualquer pessoa compe-
1 — O pedido de patente é apresentado em reque- tente na matéria a possa executar.
rimento redigido em língua portuguesa que indique ou 5 — Os desenhos devem ser constituídos por figuras
contenha: em número estritamente necessário à compreensão da
invenção.
a) O nome, firma ou denominação social do reque- 6 — O resumo da invenção, a publicar no Boletim
rente, a sua nacionalidade e o seu domicílio ou da Propriedade Industrial:
o lugar em que está estabelecido;
b) A epígrafe ou título que sintetize o objecto da a) Consiste numa breve exposição do que é refe-
invenção; rido na descrição, reivindicações e desenhos e
c) O nome e país de residência do inventor; não deve conter, de preferência, mais de
d) O país onde se tenha apresentado o primeiro 150 palavras;
pedido, a data e o número dessa apresentação, b) Serve, exclusivamente, para fins de informação
no caso do requerente pretender reivindicar o técnica e não será tomado em consideração para
direito de prioridade; qualquer outra finalidade, designadamente para
e) Menção de que requereu modelo de utilidade determinar a extensão da protecção requerida.
para a mesma invenção, se foi o caso, nos termos
do n.o 5 do artigo 51.o; Artigo 63.o
f) Assinatura do requerente ou do seu mandatário. Invenções biotecnológicas
2 — As expressões de fantasia utilizadas para designar 1 — No caso em que uma invenção diga respeito a
a invenção não constituem objecto de reivindicação. matéria biológica não acessível ao público e não possa
1514 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
1 — Nos casos previstos no artigo anterior, o pedido 1 — Os pedidos internacionais formulados por pes-
de patente europeia pode ser transformado em pedido soas singulares ou colectivas que tenham domicílio ou
de modelo de utilidade português. sede em Portugal devem ser apresentados no Instituto
2 — Um pedido de patente europeia que tenha sido Nacional da Propriedade Industrial, no Instituto Euro-
recusado pelo Instituto Europeu de Patentes, ou que peu de Patentes ou na Organização Mundial da Pro-
tenha sido retirado, ou considerado retirado, pode ser priedade Intelectual.
transformado em pedido de modelo de utilidade por- 2 — Sempre que não seja reivindicada prioridade de
tuguês. um pedido anterior feito em Portugal, o pedido inter-
3 — O disposto no artigo anterior é aplicável ao nacional deve ser apresentado no Instituto Nacional da
pedido de transformação de um pedido de patente euro- Propriedade Industrial, sob pena de não poder produzir
peia em pedido de modelo de utilidade. efeitos em Portugal.
3 — Aos pedidos de patentes a que se refere o número
anterior aplica-se o disposto no Decreto-Lei n.o 42 201,
Artigo 88.o de 2 de Abril de 1959.
Proibição de dupla protecção 4 — Nas condições previstas no n.o 1, o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial actua na qualidade
1 — Uma patente nacional que tenha por objecto uma de administração receptora, nos termos do Tratado de
invenção para a qual tenha sido concedida uma patente Cooperação.
europeia ao mesmo inventor, ou com o seu consen- 5 — Qualquer pedido internacional apresentado
timento, com a mesma data de pedido ou de prioridade, junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial,
deixa de produzir efeitos a partir do momento em que: actuando na qualidade de administração receptora, está
a) O prazo previsto para apresentar oposição à sujeito ao pagamento, para além das taxas previstas no
patente europeia tenha expirado, sem que qual- Tratado de Cooperação, da taxa de transmissão cor-
quer oposição tenha sido formulada; respondente a 50 % da taxa do pedido nacional.
b) O processo de oposição tenha terminado, man- 6 — O pagamento da taxa de transmissão deve ser
tendo-se a patente europeia. satisfeito no prazo de um mês a contar da data da recep-
ção do pedido internacional.
2 — No caso de a patente nacional ter sido concedida 7 — Os pedidos internacionais apresentados no Ins-
posteriormente a qualquer das datas indicadas nas alí- tituto Nacional da Propriedade Industrial, actuando na
neas a) e b) do número anterior, esta patente não pro- qualidade de administração receptora, podem ser redi-
duzirá efeitos, publicando-se o correspondente aviso no gidos em língua portuguesa, francesa, inglesa ou alemã.
Boletim da Propriedade Industrial. 8 — Os requerentes dos pedidos internacionais redi-
3 — A extinção ou a anulação posteriores da patente gidos em língua portuguesa devem, no prazo de um
europeia não afectam as disposições dos números mês a contar da data de recepção do pedido interna-
anteriores. cional pela administração receptora, entregar nesta
1518 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
administração uma tradução do pedido internacional trial, de um aviso com as indicações necessárias à iden-
numa das outras línguas previstas no número anterior. tificação do pedido internacional.
9 — Se o requerente não tiver satisfeito as exigências 3 — A partir da data da publicação do aviso, qualquer
previstas no número anterior, no prazo nele indicado, pessoa pode tomar conhecimento do texto da tradução
pode fazê-lo, nos termos previstos no Tratado de Coo- e obter reproduções da mesma.
peração para pedidos internacionais, mediante o paga-
mento, à administração receptora, da sobretaxa de 50 % Artigo 96.o
da taxa de base.
10 — Os pedidos internacionais devem ser acompa- Pedido internacional contendo invenções independentes
nhados de uma tradução em português da descrição, 1 — Quando uma parte de um pedido internacional
das reivindicações, do resumo e de uma cópia dos dese- não tenha sido objecto de uma pesquisa internacional,
nhos, ainda que estes não tenham expressões a traduzir, ou de um exame preliminar internacional, por se ter
salvo se o pedido internacional reivindicar a prioridade verificado que o pedido continha invenções indepen-
de um pedido anterior feito em Portugal para a mesma dentes e que o requerente não tinha pago, no prazo
invenção. prescrito, a taxa adicional prevista no Tratado de Coo-
Artigo 92.o peração, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial
Administração designada e eleita
reexamina os fundamentos da decisão de não execução
da pesquisa ou do exame do referido pedido.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial actua 2 — Quando o Instituto Nacional da Propriedade
na qualidade de administração designada e eleita nos Industrial concluir que a decisão não foi bem funda-
termos do Tratado de Cooperação para os pedidos inter- mentada, aplicam-se a esse pedido as disposições cor-
nacionais que visem proteger a invenção em Portugal, respondentes do presente Código.
sempre que estes não tenham o efeito de um pedido 3 — Se o Instituto Nacional da Propriedade Industrial
de patente europeia. entender que a decisão está bem fundamentada, a parte
Artigo 93.o do pedido que não foi objecto de pesquisa, ou de exame,
será considerada sem efeito, a menos que o requerente
Efeitos dos pedidos internacionais solicite a divisão do pedido no prazo de dois meses
Os pedidos internacionais para os quais o Instituto a contar da notificação que lhe for feita, nos termos
Nacional da Propriedade Industrial actua como admi- das disposições do presente Código relativas aos pedidos
nistração designada e eleita nos termos do artigo ante- divisionários.
rior produzem, em Portugal, os mesmos efeitos que um 4 — Relativamente a cada um dos pedidos divisio-
pedido de patente portuguesa apresentado na mesma nários são devidas as taxas correspondentes aos pedidos
data. de patentes nacionais, nas condições previstas no pre-
sente Código.
Artigo 94.o
SECÇÃO III
Prazo para a apresentação da tradução do pedido internacional
Efeitos da patente
1 — Sempre que um requerente desejar que o pro-
cesso relativo a um pedido internacional prossiga em Artigo 97.o
Portugal, deve apresentar, junto do Instituto Nacional
da Propriedade Industrial, uma tradução, em português, Âmbito da protecção
do pedido internacional, no prazo estabelecido no Tra- 1 — O âmbito da protecção conferida pela patente
tado de Cooperação, e satisfazer, no mesmo prazo, o é determinado pelo conteúdo das reivindicações, ser-
pagamento da taxa correspondente ao pedido nacional. vindo a descrição e os desenhos para as interpretar.
2 — O requerente deve satisfazer, no mesmo prazo, 2 — Se o objecto da patente disser respeito a um
o pagamento da taxa anual devida pela 3.a anuidade, processo, os direitos conferidos por essa patente abran-
quando esta for exigível mais cedo. gem os produtos obtidos directamente pelo processo
3 — Se o requerente não tiver satisfeito as exigências patenteado.
previstas no n.o 1, no prazo nele indicado, pode fazê-lo, 3 — A protecção conferida por uma patente relativa
ainda, no prazo de dois meses a contar do seu termo, a uma matéria biológica dotada, em virtude da invenção,
mediante o pagamento da sobretaxa de 50 % da taxa de determinadas propriedades abrange qualquer maté-
do pedido de patente nacional, quer estejam em falta ria biológica obtida a partir da referida matéria biológica
um ou dois actos. por reprodução ou multiplicação, sob forma idêntica
Artigo 95.o ou diferenciada e dotada dessas mesmas propriedades.
Direitos conferidos pelos pedidos internacionais publicados 4 — A protecção conferida por uma patente relativa
a um processo que permita produzir uma matéria bio-
1 — Depois de publicados, nos termos do Tratado lógica dotada, em virtude da invenção, de determinadas
de Cooperação, os pedidos internacionais gozam, em propriedades abrange a matéria biológica directamente
Portugal, de uma protecção provisória equivalente à que obtida por esse processo e qualquer outra matéria bio-
é conferida aos pedidos de patentes nacionais publicados lógica obtida a partir da matéria biológica obtida direc-
a partir da data em que seja acessível ao público, no tamente, por reprodução ou multiplicação, sob forma
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, uma tra- idêntica ou diferenciada e dotada dessas mesmas pro-
dução em português das reivindicações, acompanhada priedades.
de uma cópia dos desenhos, ainda que estes não con- 5 — A protecção conferida por uma patente relativa
tenham expressões a traduzir. a um produto que contenha uma informação genética
2 — O Instituto Nacional da Propriedade Industrial ou que consista numa informação genética abrange, sob
procede à publicação, no Boletim da Propriedade Indus- reserva do disposto na alínea a) do n.o 3 do artigo 53.o,
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1519
qualquer matéria em que o produto esteja incorporado pagamento de uma taxa, a limitação do âmbito da pro-
na qual esteja contido e exerça a sua função. tecção da invenção pela modificação das reivindicações.
6 — Em derrogação do disposto nos n.os 3 a 5 do 6 — Se, do exame, se concluir que o pedido de limi-
presente artigo: tação está em condições de ser deferido, o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial promove a publi-
a) A venda, ou outra forma de comercialização,
cação do aviso da menção da modificação das reivin-
pelo titular da patente, ou com o seu consen-
dicações, sendo, em caso contrário, o pedido indeferido
timento, de material de reprodução vegetal a
e a decisão comunicada ao requerente.
um agricultor, para fins de exploração agrícola,
implica a permissão de o agricultor utilizar o
produto da sua colheita para proceder, ele pró- Artigo 102.o
prio, à reprodução ou multiplicação na sua Limitação aos direitos conferidos pela patente
exploração;
b) A venda, ou outra forma de comercialização, Os direitos conferidos pela patente não abrangem:
pelo titular da patente, ou com o seu consen- a) Os actos realizados num âmbito privado e sem
timento, de animais de criação ou de outro fins comerciais;
material de reprodução animal a um agricultor b) A preparação de medicamentos feita no momento
implica a permissão deste utilizar os animais e para casos individuais, mediante receita
protegidos para fins agrícolas, incluindo tal per- médica nos laboratórios de farmácia, nem os
missão a disponibilização do animal, ou de outro actos relativos aos medicamentos assim pre-
material de reprodução animal, para a prosse- parados;
cução da sua actividade agrícola, mas não a c) Os actos realizados exclusivamente para fins de
venda, tendo em vista uma actividade de repro- ensaio ou experimentais, incluindo experiências
dução com fins comerciais ou no âmbito da para preparação dos processos administrativos
mesma. necessários à aprovação de produtos pelos orga-
Artigo 98.o nismos oficiais competentes, não podendo, con-
Inversão do ónus da prova
tudo, iniciar-se a exploração industrial ou
comercial desses produtos antes de se verificar
Se uma patente tiver por objecto um processo de a caducidade da patente que os protege;
fabrico de um produto novo, o mesmo produto fabricado d) A utilização a bordo de navios dos outros países
por um terceiro será, salvo prova em contrário, con- membros da União ou da OMC do objecto da
siderado como fabricado pelo processo patenteado. invenção patenteada no corpo do navio, nas
máquinas, na mastreação, em aprestos e outros
acessórios, quando entrarem, temporária ou aci-
Artigo 99.o
dentalmente, nas águas do País, desde que a
Duração referida invenção seja exclusivamente utilizada
para as necessidades do navio;
A duração da patente é de 20 anos contados da data
e) A utilização do objecto da invenção patenteada
do respectivo pedido.
na construção ou no funcionamento de veículos
de locomoção aérea, ou terrestre, dos outros
Artigo 100.o países membros da União ou da OMC, ou de
Indicação da patente acessórios desses veículos, quando entrarem,
temporária ou acidentalmente, em território
Durante a vigência da patente, o seu titular pode nacional;
usar nos produtos a palavra «patenteado», «patente n.o» f) Os actos previstos no artigo 27.o da Convenção
ou ainda «Pat n.o». de 7 de Dezembro de 1944 relativa à aviação
Artigo 101.o civil internacional se disserem respeito a aero-
naves de outro Estado, ao qual, porém, se apli-
Direitos conferidos pela patente cam as disposições do referido artigo.
1 — A patente confere o direito exclusivo de explorar
a invenção em qualquer parte do território português. Artigo 103.o
2 — A patente confere ainda ao seu titular o direito Esgotamento do direito
de impedir a terceiros, sem o seu consentimento, o
fabrico, a oferta, a armazenagem, a introdução no 1 — Os direitos conferidos pela patente não permitem
comércio ou a utilização de um produto objecto de ao seu titular proibir os actos relativos aos produtos
patente, ou a importação ou posse do mesmo, para por ela protegidos, após a sua comercialização, pelo
algum dos fins mencionados. próprio ou com o seu consentimento, no espaço eco-
3 — O titular da patente pode opor-se a todos os nómico europeu.
actos que constituam violação da sua patente, mesmo 2 — A protecção referida nos n.os 3 a 5 do artigo 97.o
que se fundem noutra patente com data de prioridade não abrange a matéria biológica obtida por reprodução,
posterior, sem necessidade de impugnar os títulos, ou ou multiplicação, de uma matéria biológica comercia-
de pedir a anulação das patentes em que esse direito lizada pelo titular da patente, ou com o seu consen-
se funde. timento, no espaço económico europeu, se a reprodução
4 — Os direitos conferidos pela patente não podem ou multiplicação resultar, necessariamente, da utilização
exceder o âmbito definido pelas reivindicações. para a qual a matéria biológica foi colocada no mercado,
5 — O titular de uma patente pode solicitar ao Ins- desde que a matéria obtida não seja, em seguida, uti-
tituto Nacional da Propriedade Industrial, mediante o lizada para outras reproduções ou multiplicações.
1520 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
1 — Os direitos conferidos pela patente não são opo- 2 — As licenças obrigatórias serão não exclusivas e
níveis, no território nacional e antes da data do pedido, só podem ser transmitidas com a parte da empresa ou
ou da data da prioridade quando esta é reivindicada, do estabelecimento que as explore.
a quem, de boa fé, tenha chegado pelos seus próprios 3 — As licenças obrigatórias só podem ser concedidas
meios ao conhecimento da invenção e a utilizava ou quando o potencial licenciado tiver desenvolvido esfor-
fazia preparativos efectivos e sérios com vista a tal ços no sentido de obter do titular da patente uma licença
utilização.
2 — O previsto no número anterior não se aplica contratual em condições comerciais aceitáveis e tais
quando o conhecimento resulta de actos ilícitos, ou con- esforços não tenham êxito dentro de um prazo razoável.
tra os bons costumes, praticados contra o titular da 4 — A licença obrigatória pode ser revogada, sem pre-
patente. juízo de protecção adequada dos legítimos interesses
3 — O ónus da prova cabe a quem invocar as situações dos licenciados, se e quando as circunstâncias que lhe
previstas no n.o 1. deram origem deixarem de existir e não sejam suscep-
4 — A utilização anterior, ou os preparativos desta, tíveis de se repetir, podendo a autoridade competente
baseados nas informações referidas na alínea a) do n.o 1 reexaminar, mediante pedido fundamentado, a conti-
do artigo 57.o, não prejudicam a boa fé. nuação das referidas circunstâncias.
5 — Nos casos previstos no n.o 1, o beneficiário tem 5 — Quando uma patente tiver por objecto tecnologia
o direito de prosseguir, ou iniciar, a utilização da inven- de semicondutores, apenas podem ser concedidas licen-
ção, na medida do conhecimento anterior, para os fins ças obrigatórias com finalidade pública não comercial.
da própria empresa, mas só pode transmiti-lo conjun- 6 — O titular da patente receberá uma remuneração
tamente com o estabelecimento comercial em que se adequada a cada caso concreto, tendo em conta o valor
procede à referida utilização. económico da licença.
7 — A decisão que conceda ou denegue a remune-
SECÇÃO IV ração é susceptível de recurso judicial.
Condições de utilização
Artigo 108.o
Artigo 105.o
Licença por falta de exploração da invenção
Perda e expropriação da patente
1 — Expirados os prazos que se referem no n.o 2 do
1 — Pode ser privado da patente, nos termos da lei, artigo 106.o, o titular que, sem justo motivo ou base
quem tiver que responder por obrigações contraídas
para com outrem ou que dela seja expropriado por uti- legal, não explorar a invenção, directamente ou por
lidade pública. licença, ou não o fizer de modo a ocorrer às necessidades
2 — Qualquer patente pode ser expropriada por uti- nacionais, pode ser obrigado a conceder licença de
lidade pública mediante o pagamento de justa indem- exploração da mesma.
nização, se a necessidade de vulgarização da invenção, 2 — Pode, também, ser obrigado a conceder licença
ou da sua utilização pelas entidades públicas, o exigir. de exploração da invenção o titular que, durante três
3 — É aplicável, com as devidas adaptações, o pre- anos consecutivos e sem justo motivo ou base legal,
ceituado no Código das Expropriações. deixar de fazer a sua exploração.
3 — São considerados justos motivos as dificuldades
Artigo 106.o objectivas de natureza técnica ou jurídica, independen-
tes da vontade e da situação do titular da patente, que
Obrigatoriedade de exploração
tornem impossível ou insuficiente a exploração da inven-
1 — O titular da patente é obrigado a explorar a ção, mas não as dificuldades económicas ou financeiras.
invenção patenteada, directamente ou por intermédio 4 — Enquanto uma licença obrigatória se mantiver
de pessoa por ele autorizada, e a comercializar os resul- em vigor, o titular da patente não pode ser obrigado
tados obtidos por forma a satisfazer as necessidades do a conceder outra antes daquela ter sido cancelada.
mercado nacional. 5 — A licença obrigatória pode ser cancelada se o
2 — A exploração deve ter início no prazo de quatro licenciado não explorar a invenção por forma a ocorrer
anos a contar da data do pedido de patente, ou no às necessidades nacionais.
prazo de três anos a contar da data da concessão, apli-
cando-se o prazo mais longo.
3 — É possível gozar de direitos de patente sem dis- Artigo 109.o
criminação quanto ao local da invenção, ao domínio
Licenças dependentes
tecnológico e ao facto de os produtos serem importados
de qualquer país membro da União Europeia, ou da 1 — Quando não seja possível a exploração de uma
OMC, ou produzidos localmente. invenção, protegida por uma patente, sem prejuízo dos
direitos conferidos por uma patente anterior e ambas
Artigo 107.o as invenções sirvam para fins industriais distintos, a
Licenças obrigatórias licença só pode ser concedida se se verificar o carácter
indispensável da primeira invenção para a exploração
1 — Podem ser concedidas licenças obrigatórias sobre da segunda e, apenas, na parte necessária à realização
uma determinada patente, quando ocorrer algum dos desta, tendo o titular da primeira patente direito a justa
seguintes casos: indemnização.
a) Falta ou insuficiência de exploração da invenção 2 — Quando as invenções, protegidas por patentes
patenteada; dependentes, servirem para os mesmos fins industriais
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1521
e tiver lugar a concessão de uma licença obrigatória, 4 — A concessão da licença por motivo de interesse
o titular da patente anterior também pode exigir a con- público é da competência do Governo.
cessão de licença obrigatória sobre a patente posterior.
3 — Quando uma invenção tiver por objecto um pro- Artigo 111.o
cesso de preparação de um produto químico, farma- Pedidos de licenças obrigatórias
cêutico ou alimentar protegido por uma patente em
vigor, e sempre que essa patente de processo representar 1 — As licenças obrigatórias devem ser requeridas
um progresso técnico notável em relação à patente ante- junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial,
rior, tanto o titular da patente de processo como o titular apresentando o requerente os elementos de prova que
da patente de produto têm o direito de exigir uma licença possam fundamentar o seu pedido.
obrigatória sobre a patente do outro titular. 2 — Os pedidos de licenças obrigatórias são exami-
4 — Quando um obtentor de uma variedade vegetal nados pela ordem em que forem requeridos junto do
não puder obter ou explorar um direito de obtenção Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
vegetal sem infringir uma patente anterior, pode reque- 3 — Recebido o pedido de licença obrigatória, o Ins-
rer uma licença obrigatória para a exploração não exclu- tituto Nacional da Propriedade Industrial notifica o titu-
siva da invenção protegida pela patente, na medida em lar da patente para, no prazo de dois meses, dizer o
que essa licença seja necessária para explorar a mesma que tiver por conveniente, apresentando as provas
variedade vegetal, contra o pagamento de remuneração respectivas.
adequada. 4 — O Instituto Nacional da Propriedade Industrial
5 — Sempre que seja concedida uma licença do tipo aprecia as alegações das partes e as garantias da explo-
previsto no número anterior, o titular da patente tem ração da invenção oferecidas pelo requerente da licença
direito a uma licença recíproca, em condições razoáveis, obrigatória, decidindo, no prazo de dois meses, se esta
para utilizar essa variedade protegida. deve ou não ser concedida.
6 — Quando o titular de uma patente, relativa a uma 5 — Em caso afirmativo, notifica ambas as partes
invenção biotecnológica, não puder explorá-la sem para, no prazo de um mês, nomearem um perito que,
infringir um direito de obtenção vegetal anterior sobre juntamente com o perito nomeado pelo Instituto Nacio-
uma variedade, pode requerer uma licença obrigatória nal da Propriedade Industrial, acorda, no prazo de dois
para a exploração não exclusiva da variedade protegida meses, as condições da licença obrigatória e a indem-
por esse direito de obtenção, contra o pagamento de nização a pagar ao titular da patente.
remuneração adequada.
7 — Sempre que seja concedida uma licença do tipo Artigo 112.o
previsto no número anterior, o titular do direito de
obtenção tem direito a uma licença recíproca, em con- Notificação e recurso da concessão ou recusa da licença
dições razoáveis, para utilizar a invenção protegida. 1 — A concessão ou recusa da licença e respectivas
8 — Os requerentes das licenças referidas nos n.os 4 condições de exploração é notificada a ambas as partes
e 6, devem provar que: pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
a) Se dirigiram, em vão, ao titular da patente ou 2 — Da decisão do Instituto Nacional da Propriedade
de direito de obtenção vegetal, para obter uma Industrial que concedeu ou recusou a licença, ou apenas
licença contratual; das condições em que a mesma tenha sido concedida,
b) A variedade vegetal, ou invenção, representa cabe recurso para o tribunal competente, nos termos
um progresso técnico importante, de interesse dos artigos 39.o e seguintes, no prazo de três meses
económico considerável, relativamente à inven- a contar da data da notificação a que se refere o número
ção reivindicada na patente ou à variedade vege- anterior.
tal a proteger. 3 — A decisão favorável à concessão só produz efeitos
depois de transitada em julgado e averbada no Instituto
9 — O disposto no presente artigo aplica-se, igual- Nacional da Propriedade Industrial, onde são pagas as
mente, sempre que uma das invenções esteja protegida respectivas taxas, como se de uma licença ordinária se
por patente e a outra por modelo de utilidade. tratasse.
4 — Um extracto do registo referido no número ante-
rior é publicado no Boletim da Propriedade Industrial.
Artigo 110.o
Interesse público
SECÇÃO V
1 — O titular de uma patente pode ser obrigado a Invalidade da patente
conceder licença para a exploração da respectiva inven-
ção por motivo de interesse público.
Artigo 113.o
2 — Considera-se que existem motivos de interesse
público quando o início, o aumento ou a generalização Nulidade
da exploração da invenção, ou a melhoria das condições
Para além do que se dispõe no artigo 33.o, as patentes
em que tal exploração se realizar, sejam de primordial
são nulas nos seguintes casos:
importância para a saúde pública ou para a defesa
nacional. a) Quando o seu objecto não satisfizer os requisitos
3 — Considera-se, igualmente, que existem motivos de novidade, actividade inventiva e aplicação
de interesse público quando a falta de exploração ou industrial;
a insuficiência em qualidade ou em quantidade da explo- b) Quando o seu objecto não for susceptível de
ração realizada implicar grave prejuízo para o desen- protecção, nos termos dos artigos 51.o, 52.o e
volvimento económico ou tecnológico do País. 53.o;
1522 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
c) Quando se reconheça que o título ou epígrafe 18 de Junho, relativo à criação de um certificado com-
dado à invenção abrange objecto diferente; plementar de protecção para os medicamentos e no
d) Quando o seu objecto não tenha sido descrito Regulamento (CE) n.o 1610/96, do Parlamento Europeu
por forma a permitir a sua execução por qual- e do Conselho, de 23 de Julho, relativo à criação de
quer pessoa competente na matéria. um certificado complementar de protecção para os pro-
dutos fitofarmacêuticos, e as estabelecidas no presente
Artigo 114.o Código, em tudo o que não prejudicar os primeiros,
o Instituto Nacional da Propriedade Industrial concede
Declaração de nulidade ou anulação parcial
o certificado e promove a publicação do pedido e do
1 — Podem ser declaradas nulas, ou anuladas, uma aviso de concessão no Boletim da Propriedade Industrial.
ou mais reivindicações, mas não pode declarar-se a nuli- 3 — Se o pedido de certificado não preencher as con-
dade parcial, ou anular-se parcialmente uma reivin- dições referidas no número anterior, o Instituto Nacio-
dicação. nal da Propriedade Industrial notifica o requerente para
2 — Havendo declaração de nulidade ou anulação de proceder, no prazo de dois meses, à correcção das irre-
uma ou mais reivindicações, a patente continua em vigor gularidades verificadas.
relativamente às restantes, sempre que esta puder cons- 4 — Quando, da resposta do requerente, o Instituto
tituir objecto de uma patente independente. Nacional da Propriedade Industrial verificar que o
pedido de certificado preenche as condições exigidas,
promove a publicação do pedido de certificado e o aviso
SECÇÃO VI
da sua concessão no Boletim da Propriedade Industrial.
Certificado complementar de protecção para medicamentos 5 — O pedido é recusado se o requerente não cumprir
e produtos fitofarmacêuticos a notificação, publicando-se o pedido e o aviso de recusa
no Boletim da Propriedade Industrial.
Artigo 115.o 6 — Sem prejuízo do disposto no n.o 3, o certificado
Pedido de certificado é recusado se o pedido ou o produto a que se refere
não satisfizerem as condições previstas no respectivo
1 — O pedido de certificado complementar de pro- Regulamento, nem preencherem as condições estabe-
tecção para os medicamentos e para os produtos fito- lecidas no presente Código, publicando-se o pedido e
farmacêuticos, apresentado junto do Instituto Nacional o aviso de recusa no Boletim da Propriedade Industrial.
da Propriedade Industrial, deve incluir um requeri- 7 — A publicação deve compreender, pelo menos, as
mento, redigido em língua portuguesa, que indique: seguintes indicações:
a) O nome, a firma ou a denominação social do
requerente, a sua nacionalidade e o domicílio a) Nome e endereço do requerente;
ou lugar em que está estabelecido; b) Número da patente;
b) O número da patente, bem como o título da c) Título da invenção;
invenção protegida por essa patente; d) Número e data da autorização de colocação do
c) O número e a data da primeira autorização de produto no mercado em Portugal, bem como
colocação do produto no mercado em Portugal identificação do produto objecto da autorização;
e, caso esta não seja a primeira autorização de e) Número e data da primeira autorização de colo-
colocação no espaço económico europeu, o cação do produto no mercado do espaço eco-
número e a data dessa autorização. nómico europeu, se for caso disso;
f) Aviso de concessão e prazo de validade do cer-
2 — Ao requerimento deve juntar-se cópia da pri- tificado ou aviso de recusa, conforme os casos.
meira autorização de colocação no mercado em Portugal
que permita identificar o produto, compreendendo, SUBCAPÍTULO II
nomeadamente, o número e a data da autorização, bem
como o resumo das características do produto. Modelos de utilidade
3 — Deve indicar-se a denominação do produto auto-
rizado e a disposição legal ao abrigo da qual correu SECÇÃO I
o processo de autorização, bem como juntar-se cópia
da publicação dessa autorização no boletim oficial, se Disposições gerais
a autorização referida no número anterior não for a
primeira para colocação do produto no mercado do Artigo 117.o
espaço económico europeu como medicamento ou pro-
duto fitofarmacêutico. Objecto
1 — Sendo apresentado de forma regular ou regu- a) A contar da data em que o exame foi requerido;
larizado nos termos do n.o 2 do artigo anterior, o pedido b) Ou após a publicação do pedido no Boletim da
de modelo de utilidade é publicado no Boletim da Pro- Propriedade Industrial, se o exame tiver sido
priedade Industrial, com a transcrição do resumo e da requerido em fase de pedido.
Classificação Internacional nos termos do Acordo de
Estrasburgo. 3 — Havendo oposição, o exame é feito no prazo de
2 — A publicação a que se refere o número anterior três meses a contar da apresentação da última peça pro-
faz-se até seis meses a contar da data do pedido, cessual a que se refere o artigo 17.o
podendo, no entanto, ser antecipada a pedido expresso 4 — Se do exame se concluir que o modelo de uti-
do requerente. lidade pode ser concedido, publica-se aviso de concessão
3 — A publicação pode igualmente ser adiada, a no Boletim da Propriedade Industrial.
pedido do requerente, por um período não superior a 5 — Se, pelo contrário, se concluir que o mesmo não
18 meses a contar da data do pedido de modelo de pode ser concedido, o relatório é enviado ao requerente,
utilidade ou da prioridade reivindicada. acompanhado de cópia de todos os documentos nele
4 — O adiamento cessa a partir do momento em que citados, com notificação para, no prazo de dois meses,
seja requerido exame por terceiros ou pelo próprio responder às observações feitas.
requerente. 6 — Se, após resposta do requerente, subsistirem
5 — Efectuada a publicação, qualquer pessoa pode objecções à concessão do modelo de utilidade, faz-se
requerer cópia dos elementos constantes do processo. outra notificação para, no prazo de um mês, serem escla-
6 — Aplica-se aos modelos de utilidade o disposto recidos os pontos ainda em dúvida.
no n.o 5 do artigo 66.o 7 — Quando da resposta se concluir que o modelo
de utilidade pode ser concedido, publica-se aviso de
Artigo 129.o concessão no Boletim da Propriedade Industrial.
8 — Se a resposta às notificações for considerada
Oposição insuficiente, publica-se aviso de recusa ou de concessão
É aplicável aos modelos de utilidade o disposto no parcial, de harmonia com o relatório do exame.
artigo 67.o 9 — Se o requerente não responder à notificação, o
modelo de utilidade é recusado, publicando-se aviso de
Artigo 130.o recusa no Boletim da Propriedade Industrial.
Concessão provisória
a descrição e desenhos e os respectivos dupli- 4 — A duração do modelo de utilidade não pode exce-
cados; der 10 anos a contar da data da apresentação do res-
d) O seu objecto não for descrito de maneira a pectivo pedido.
permitir a execução da invenção por qualquer
pessoa competente na matéria; Artigo 143.o
e) For considerado desenho ou modelo, pela sua Indicação de modelo de utilidade
descrição e reivindicações;
f) Houver infracção ao disposto nos artigos 58.o Durante a vigência do modelo de utilidade, o seu
ou 59.o titular pode usar, nos produtos, a expressão «Modelo
de utilidade n.o» ou «MU n.o».
2 — No caso previsto na alínea f) o número anterior,
em vez da recusa do modelo de utilidade, pode ser con- Artigo 144.o
cedida a transmissão total ou parcial a favor do inte-
ressado, se este a tiver pedido. Direitos conferidos pelo modelo de utilidade
a) As características da aparência de um produto 1 — Para efeito dos artigos 177.o e 178.o, considera-se
determinadas, exclusivamente, pela sua função que um desenho ou modelo foi divulgado ao público
técnica; se tiver sido publicado na sequência do registo, ou em
b) As características da aparência de um produto qualquer outra circunstância, apresentado numa expo-
que devam ser, necessariamente, reproduzidas sição, utilizado no comércio, ou tornado conhecido de
na sua forma e dimensões exactas, para permitir qualquer outro modo, excepto se estes factos não pude-
que o produto em que o desenho ou modelo rem razoavelmente ter chegado ao conhecimento dos
é incorporado, ou em que é aplicado, seja ligado círculos especializados do sector em questão que operam
mecanicamente a outro produto, quer seja colo- na Comunidade Europeia, no decurso da sua actividade
cado no seu interior, em torno ou contra esse corrente, antes da data do pedido de registo ou da prio-
outro produto, de modo que ambos possam ridade reivindicada.
desempenhar a sua função. 2 — Não se considera, no entanto, que o desenho
ou modelo foi divulgado ao público pelo simples facto
de ter sido dado a conhecer a um terceiro em condições
7 — O registo do desenho ou modelo é possível nas explícitas, ou implícitas, de confidencialidade.
condições definidas nos artigos 177.o e 178.o desde que
a sua finalidade seja permitir uma montagem múltipla
de produtos intermutáveis, ou a sua ligação num sistema Artigo 180.o
modular, sem prejuízo do disposto na alínea b) do
número anterior. Divulgações não oponíveis
8 — Se o registo tiver sido recusado, nos termos das
alíneas b) e e) a g) do n.o 1 do artigo 197.o, ou declarado 1 — Não se considera divulgação, para efeito dos arti-
nulo ou anulado nos termos da alínea b) do n.o 1 do gos 177.o e 178.o, sempre que, cumulativamente, o dese-
artigo 208.o e dos artigos 209.o e 210.o, o desenho ou nho ou modelo que se pretende registar tiver sido divul-
modelo pode ser registado, ou o respectivo direito man- gado ao público:
tido sob forma alterada, desde que, cumulativamente: a) Pelo criador, pelo seu sucessor ou por um ter-
a) Seja mantida a sua identidade; ceiro, na sequência de informações fornecidas,
b) Sejam introduzidas as alterações necessárias, ou de medidas tomadas, pelo criador ou pelo
por forma a preencher os requisitos de pro- seu sucessor;
tecção. b) Durante o período de 12 meses que antecede
a data de apresentação do pedido de registo
ou, caso seja reivindicada uma prioridade, a data
9 — O registo ou a sua manutenção sob forma alte- de prioridade.
rada, referidos no número anterior, podem ser acom-
panhados de uma declaração de renúncia parcial do
2 — O n.o 1 é igualmente aplicável se o desenho ou
seu titular, ou da decisão judicial pela qual tiver sido
modelo tiver sido divulgado ao público em resultado
declarada a nulidade parcial ou anulado parcialmente
de um abuso relativamente ao criador ou ao seu
o registo.
sucessor.
Artigo 177.o 3 — O requerente do registo de um desenho ou
modelo que tenha exposto produtos em que o desenho
Novidade ou modelo foi incorporado, ou a que foi aplicado, numa
exposição internacional oficial, ou oficialmente reconhe-
1 — O desenho ou modelo é novo se, antes do res- cida, que se integre no âmbito do disposto na Convenção
pectivo pedido de registo ou da prioridade reivindicada, sobre Exposições Internacionais, assinada em Paris em
nenhum desenho ou modelo idêntico foi divulgado ao 22 de Novembro de 1928 e revista em 30 de Novembro
público dentro ou fora do País. de 1972, pode, se apresentar o pedido no prazo de seis
2 — Consideram-se idênticos os desenhos ou modelos meses a contar da data da primeira exposição desses
cujas características específicas apenas difiram em por- produtos, reivindicar um direito de prioridade a partir
menores sem importância. dessa data, nos termos do artigo 12.o
4 — O requerente que pretenda beneficiar do dis-
posto nos n.os 1 e 2, ou reivindicar uma prioridade nos
Artigo 178.o
termos do disposto no número anterior, deve apresentar
Carácter singular documento comprovativo da referida divulgação, ou
prova da exposição dos produtos em que o desenho
1 — Considera-se que um desenho ou modelo possui ou modelo foi incorporado, ou a que foi aplicado, no
carácter singular se a impressão global que suscita no prazo de três meses a contar da data do pedido de
utilizador informado diferir da impressão global causada registo.
a esse utilizador por qualquer desenho ou modelo divul- Artigo 181.o
gado ao público antes da data do pedido de registo
ou da prioridade reivindicada. Regra geral sobre o direito ao registo
2 — Na apreciação do carácter singular é tomado em
consideração o grau de liberdade de que o criador dispôs É aplicável aos desenhos ou modelos o disposto no
para a realização do desenho ou modelo. artigo 58.o
1530 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
3 — Se se entender que alguns dos objectos incluídos mento, se tiverem sido cumpridas todas as formalidades
num pedido múltiplo não constituem um desenho ou legais exigidas.
modelo nos termos dos artigos 173.o e 174.o, o reque- 6 — O adiamento da publicação fica sem efeito a par-
rente é notificado para proceder à respectiva reformu- tir do momento em que seja requerido exame por ter-
lação para modelo de utilidade, conservando-se como ceiros ou pelo próprio requerente.
data do pedido a data do pedido inicial.
Artigo 191.o
Artigo 188.o
Oposição
Exame quanto à forma
A publicação do pedido no Boletim da Propriedade
1 — Apresentado o pedido de registo no Instituto Industrial abre prazo para a apresentação de reclama-
Nacional da Propriedade Industrial, são examinados, no ções de quem se julgar prejudicado pela concessão do
prazo de um mês, os requisitos estabelecidos nos artigos registo.
184.o a 187.o
2 — Caso o Instituto Nacional da Propriedade Indus- Artigo 192.o
trial verifique que existem no pedido irregularidades Registo provisório
de carácter formal, o requerente é notificado para cor-
rigi-las no prazo de um mês. 1 — Não tendo sido requerido exame e não havendo
3 — Se o não fizer no prazo estabelecido, o pedido oposição, o registo é concedido provisoriamente e o
é recusado e publicado o respectivo aviso no Boletim requerente notificado para proceder ao pagamento da
da Propriedade Industrial, com reprodução do desenho taxa relativa ao registo provisório.
ou modelo e transcrição da descrição a que se refere 2 — O título de registo provisório é entregue ao
a alínea a) do n.o 1 do artigo 185.o requerente no prazo de um mês a contar da data em
que foi efectuado o pagamento a que se refere o número
Artigo 189.o anterior.
3 — A validade do título de registo provisório cessa
Publicação logo que tenha sido requerido exame.
1 — Sendo apresentado de forma regular, ou regu-
larizado nos termos do n.o 2 do artigo anterior, o pedido Artigo 193.o
de registo é publicado no Boletim da Propriedade Indus-
trial, com reprodução do desenho ou modelo e trans- Pedido de exame
crição da descrição a que se refere a alínea a) do n.o 1 1 — O exame pode ser requerido na fase de pedido
do artigo 185.o ou enquanto o registo provisório se mantiver válido.
2 — A publicação a que se refere o número anterior 2 — A taxa relativa ao exame deve ser paga por quem
é feita no prazo de seis meses a contar da data do pedido o requerer, no prazo de um mês a contar da data em
de registo, salvo se tiver sido requerido adiamento ou que o mesmo foi requerido.
antecipação da publicação. 3 — Se o titular do registo provisório pretender inten-
3 — Efectuada a publicação, qualquer pessoa pode tar acções judiciais para defesa dos direitos que o mesmo
requerer cópia dos elementos constantes do processo. confere, deve requerer, obrigatoriamente, junto do Ins-
4 — É aplicável ao registo dos desenhos ou modelos tituto Nacional da Propriedade Industrial, o exame a
o disposto no n.o 5 do artigo 66.o que se refere o artigo seguinte, aplicando-se o disposto
no artigo 5.o
Artigo 190.o
Artigo 194.o
Adiamento da publicação
Exame
1 — Ao apresentar o pedido de registo de um desenho
ou modelo, o requerente pode solicitar que a sua publi- 1 — O Instituto Nacional da Propriedade Industrial
cação seja adiada por um período que não exceda 30 promove o exame do desenho ou modelo, a pedido do
meses a contar da data de apresentação do pedido ou requerente ou de qualquer interessado.
da prioridade reivindicada. 2 — Desse exame, não havendo oposição, é sempre
2 — Os pedidos de adiamento de publicação que elaborado um relatório, no prazo de três meses a contar
sejam apresentados após a data do pedido de registo da data em que foi requerido, ou após a publicação
são objecto de apreciação e decisão por parte do Ins- do pedido no Boletim da Propriedade Industrial, se o
tituto Nacional da Propriedade Industrial. exame tiver sido requerido em fase de pedido.
3 — Se a publicação for adiada, o desenho ou modelo 3 — Havendo oposição, o relatório é feito no prazo
é inscrito nos registos do Instituto Nacional da Pro- de três meses a contar da apresentação da última peça
priedade Industrial, mas o processo do pedido não terá processual a que se refere o artigo 17.o
qualquer divulgação. 4 — Se, do exame, se concluir que o registo pode
4 — Sempre que o requerente solicitar o adiamento ser concedido, publica-se aviso de concessão no Boletim
da publicação, o Instituto Nacional da Propriedade da Propriedade Industrial.
Industrial publica, quatro meses após a data de apre- 5 — Se, pelo contrário, se concluir que o mesmo não
sentação do pedido, um aviso desse adiamento, o qual pode ser concedido, o relatório é enviado ao requerente,
inclui indicações que, pelo menos, identifiquem o reque- acompanhado de cópia de todos os documentos nele
rente, a data de apresentação do pedido e o período citados, com notificação para, no prazo de dois meses,
de adiamento solicitado. responder às observações feitas.
5 — A pedido do requerente, a publicação do pedido 6 — Se, após resposta do requerente, subsistirem
pode fazer-se antes de terminado o período de adia- objecções à concessão do registo, faz-se nova notificação
1532 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
para, no prazo de um mês, serem esclarecidos os pontos g) O desenho ou modelo constituir uma utilização
ainda em dúvida. indevida de qualquer dos elementos enumera-
7 — Quando da resposta se concluir que o registo dos no artigo 6.o ter. da Convenção de Paris
pode ser concedido, publica-se aviso de concessão no para a Protecção da Propriedade Industrial, ou
Boletim da Propriedade Industrial. de outros distintivos, emblemas e sinetes não
8 — Se a resposta às notificações for considerada abrangidos pelo artigo 6.o ter. da referida Con-
insuficiente, publica-se aviso de recusa ou de concessão venção, que se revistam de particular interesse
parcial, de harmonia com o relatório do exame. público em Portugal.
9 — Se o requerente não responder à notificação, o
registo é recusado, publicando-se aviso de recusa no 2 — O fundamento previsto na alínea c) do número
Boletim da Propriedade Industrial. anterior apenas será analisado se invocado pelo titular
do direito sobre o desenho ou modelo.
Artigo 195.o 3 — Os fundamentos previstos nas alíneas d) a f) do
n.o 1 apenas serão analisados se invocados pelo reque-
Concessão parcial rente ou titular do direito controverso.
1 — Tratando-se apenas de delimitar a matéria pro- 4 — O fundamento previsto na alínea g) apenas será
tegida, eliminar frases da descrição, alterar o título ou analisado se invocado pela pessoa ou entidade afectada
epígrafe, ou suprimir alguns objectos incluídos no pela utilização em causa.
mesmo pedido múltiplo, de harmonia com a notificação
e se o requerente não proceder voluntariamente a essas Artigo 198.o
modificações, o Instituto Nacional da Propriedade Notificação do despacho definitivo
Industrial poderá fazê-las e publicar, assim, o aviso de
concessão parcial do respectivo pedido de registo. Do despacho definitivo é efectuada notificação, nos
2 — A publicação do aviso mencionado no número termos do n.o 1 do artigo 16.o, com indicação do Boletim
anterior deve conter a indicação de eventuais alterações, da Propriedade Industrial em que o respectivo aviso será
no mesmo referidas. publicado.
3 — A concessão parcial deverá ser proferida de
forma que a parte recusada não exceda os limites cons- SECÇÃO III
tantes do relatório do exame. Efeitos do registo
2 — A falta do seu pagamento implica a não aceitação pacho de concessão, quais os elementos constitutivos
do pedido de protecção prévia. da marca que não ficam de uso exclusivo do requerente.
Uma marca de associação é um sinal determinado 1 — O pedido de registo de marca é feito em reque-
pertencente a uma associação de pessoas singulares ou rimento, redigido em língua portuguesa, que indique
colectivas, cujos membros o usam, ou têm intenção de ou contenha:
usar, para produtos ou serviços relacionados com o a) O nome, a firma ou a denominação social do
objecto da associação. requerente, a sua nacionalidade e o seu domi-
cílio ou o lugar em que está estabelecido;
Artigo 230.o b) Os produtos ou serviços a que a marca se des-
tina, agrupados pela ordem das classes da clas-
Marca de certificação sificação internacional dos produtos e serviços
e designados em termos precisos, de preferência
1 — Uma marca de certificação é um sinal determi- pelos termos da lista alfabética da referida
nado pertencente a uma pessoa colectiva que controla classificação;
os produtos ou os serviços ou estabelece normas a que c) A indicação expressa de que a marca é de asso-
estes devem obedecer. ciação, ou de certificação, caso o requerente
2 — Este sinal serve para ser utilizado nos produtos pretenda registar uma marca colectiva;
ou serviços submetidos àquele controlo ou para os quais d) A indicação expressa de que a marca é tridi-
as normas foram estabelecidas. mensional ou sonora;
e) O número do registo da recompensa figurada
ou referida na marca;
Artigo 231.o f) As cores em que a marca é usada, se forem
reivindicadas como elemento distintivo;
Direito ao registo g) O país onde tenha sido apresentado o primeiro
pedido de registo da marca, a data e o número
1 — O direito ao registo das marcas colectivas com- dessa apresentação, no caso de o requerente
pete: pretender reivindicar o direito de prioridade;
h) A indicação da data a partir da qual usa a marca,
a) Às pessoas colectivas a que seja legalmente atri- no caso previsto no artigo 227.o;
buída ou reconhecida uma marca de garantia i) A assinatura do requerente ou do respectivo
ou de certificação e possam aplicá-la a certas mandatário.
e determinadas qualidades dos produtos ou
serviços; 2 — Para efeitos do que se dispõe no n.o 1 do
b) Às pessoas colectivas que tutelam, controlam artigo 11.o, é concedida prioridade ao pedido de registo
ou certificam actividades económicas, para assi- que primeiro apresentar, para além dos elementos exi-
nalar os produtos dessas actividades, ou que gidos no número anterior, uma representação da marca
sejam provenientes de certas regiões, conforme pretendida.
os seus fins e nos termos dos respectivos esta- Artigo 234.o
tutos ou diplomas orgânicos.
Instrução do pedido
b) Autorização de pessoa cujo nome, firma, deno- 3 — O registo é concedido quando, efectuado o
minação social, logótipo, nome ou insígnia de exame, não tiver sido detectado fundamento de recusa
estabelecimento, ou retrato, figure na marca e e a reclamação, se a houver, for considerada impro-
não seja o requerente; cedente.
c) Indicação das disposições legais e estatutárias 4 — O registo é, desde logo, recusado quando a recla-
ou dos regulamentos internos que disciplinam mação for considerada procedente.
o seu uso, quando se trate de marcas colectivas; 5 — O registo é recusado provisoriamente quando o
d) Autorização para incluir na marca quaisquer exame revelar fundamento de recusa e a reclamação,
bandeiras, armas, escudos, símbolos, brasões ou se a houver, não tiver sido considerada procedente.
emblemas do Estado, municípios ou outras enti- 6 — Da recusa provisória é feita a correspondente
dades públicas ou particulares, nacionais ou
notificação, devendo o requerente responder, no prazo
estrangeiras, distintivos, selos e sinetes oficiais,
de fiscalização e garantia, emblemas privativos de dois meses, sob cominação de a recusa se tornar
ou denominação da Cruz Vermelha ou outros definitiva, podendo este prazo ser prorrogado, pelo
organismos de natureza semelhante; mesmo período, a requerimento do interessado.
e) Diploma de condecoração ou outras distinções 7 — Só podem ser concedidas novas prorrogações do
referidas ou reproduzidas na marca que não prazo a que se refere o número anterior se não houver
devam considerar-se recompensas segundo o prejuízo de direitos de terceiros e forem justificadas
conceito expresso no capítulo seguinte; por motivos atendíveis.
f) Certidão do registo competente comprovativo 8 — Se, perante a resposta do requerente, se concluir
do direito a incluir na marca o nome ou qualquer que a recusa não tem fundamento, ou que as objecções
referência a determinada propriedade rústica ou levantadas foram sanadas, o despacho é proferido no
urbana e autorização do proprietário para esse prazo de dois meses a contar da apresentação da referida
efeito se este não for o requerente; resposta, sem prejuízo do disposto no n.o 7 do artigo 11.o
g) Autorização do titular de registo anterior e do 9 — Se, perante a resposta do requerente, não houver
possuidor de licença exclusiva, se a houver, e, alteração de avaliação, a recusa provisória é objecto
salvo disposição em contrário no contrato, para de despacho definitivo.
os efeitos do disposto no artigo 243.o 10 — Os prazos previstos nos n.os 2 e 9 do presente
artigo só podem ser prorrogados por despacho do mem-
3 — A falta dos requisitos referidos no n.o 2 não obsta bro competente do conselho de administração do Ins-
à relevância do requerimento para efeito de prioridade. tituto Nacional da Propriedade Industrial.
4 — Quando a marca contenha inscrições em carac- 11 — Do despacho definitivo é efectuada notificação,
teres pouco conhecidos, o requerente deve apresentar
transliteração e, se possível, tradução dessas inscrições. nos termos do n.o 1 do artigo 16.o, com indicação do
Boletim da Propriedade Industrial em que o respectivo
aviso será publicado.
Artigo 235.o
Unicidade do registo Artigo 238.o
Fundamentos de recusa do registo
A mesma marca, destinada ao mesmo produto ou
serviço, só pode ter um registo. 1 — Para além do que se dispõe no artigo 24.o, o
registo de uma marca é recusado quando esta:
Artigo 236.o a) Seja constituída por sinais insusceptíveis de
Publicação do pedido representação gráfica;
b) Seja constituída por sinais desprovidos de qual-
1 — Da apresentação do pedido publica-se aviso no quer carácter distintivo;
Boletim da Propriedade Industrial, para efeito de recla-
c) Seja constituída, exclusivamente, por sinais ou
mação de quem se julgar prejudicado pela eventual con-
cessão do registo. indicações referidos nas alíneas b) a e) do n.o 1
2 — A publicação a que se refere o número anterior do artigo 223.o;
deve conter a reprodução da marca, a classificação dos d) Houver infracção ao disposto no artigo 26.o
produtos e serviços nas respectivas classes, nos termos
do Acordo de Nice, e mencionar as indicações a que 2 — No caso previsto na alínea d) do número anterior,
se refere o n.o 1 do artigo 233.o em vez da recusa do registo pode ser concedida a sua
3 — Compete ao Instituto Nacional da Propriedade transmissão, total ou parcial, a favor do titular, se este
Industrial verificar a classificação a que se refere o a tiver pedido.
número anterior, corrigindo-a, se for caso disso. 3 — Não é recusado o registo de uma marca cons-
tituída, exclusivamente, por sinais ou indicações refe-
Artigo 237.o ridos nas alíneas a), c) e d) do n.o 1 do artigo 223.o
se esta tiver adquirido carácter distintivo.
Formalidades subsequentes
públicas, nacionais ou estrangeiras, sem auto- pectivo processo depois de terem efectuado o pedido
rização competente e abrangidos, ou não, pelo de registo da sua marca com os elementos do aspecto
artigo 6.o-ter. da Convenção da União de Paris exterior referidos no número anterior.
para Protecção da Propriedade Industrial, de
20 de Março de 1883; Artigo 241.o
b) Distintivos, selos e sinetes oficiais, de fiscali-
zação e garantia, quanto a marcas destinadas Marcas notórias
a produtos ou serviços idênticos ou afins daque- 1 — É recusado o registo de marca que, no todo ou
les em que os mesmos têm de ser aplicados, em parte essencial, constitua reprodução, imitação ou
salvo autorização; tradução de outra notoriamente conhecida em Portugal,
c) Brasões ou insígnias heráldicas, medalhas, con- se for aplicada a produtos ou serviços idênticos ou afins
decorações, apelidos, títulos e distinções hono- e com ela possa confundir-se ou se, dessa aplicação,
ríficas a que o requerente não tenha direito ou, for possível estabelecer uma associação com o titular
quando o tenha, se daí resultar o desrespeito da marca notória.
e o desprestígio de semelhante sinal; 2 — Os interessados na recusa dos registos das marcas
d) O emblema ou denominação da Cruz Vermelha, a que se refere o número anterior só podem intervir
ou de organismos a que o Governo tenha con- no respectivo processo depois de terem efectuado o
cedido direito exclusivo ao seu uso, salvo auto- pedido de registo da marca que dá origem e fundamenta
rização especial; o seu interesse.
e) Medalhas de fantasia ou desenhos susceptíveis
de confusão com as condecorações oficiais ou Artigo 242.o
com as medalhas e recompensas concedidas em Marcas de prestígio
concursos e exposições oficiais;
f) A firma, denominação social, logótipo, nome 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o
e insígnia de estabelecimento, ou apenas parte pedido de registo será igualmente recusado se a marca,
característica dos mesmos, que não pertençam ainda que destinada a produtos ou serviços sem iden-
ao requerente, ou que o mesmo não esteja auto- tidade ou afinidade, constituir tradução, ou for igual
rizado a usar, se for susceptível de induzir o ou semelhante, a uma marca anterior que goze de pres-
consumidor em erro ou confusão; tígio em Portugal ou na Comunidade Europeia, se for
g) Nomes, retratos ou quaisquer expressões ou comunitária, e sempre que o uso da marca posterior
figurações sem que tenha sido obtida autori- procure tirar partido indevido do carácter distintivo ou
zação das pessoas a que respeitem e, sendo já do prestígio da marca, ou possa prejudicá-los.
falecidos, dos seus herdeiros ou parentes até 2 — Aplica-se ao n.o 1 o disposto no n.o 2 do
ao 4.o grau ou, ainda que obtida, se produzir artigo anterior, entendendo-se que, neste caso, o registo
o desrespeito ou desprestígio daquelas pessoas; da marca deverá ser requerido para os produtos ou ser-
h) Sinais que constituam infracção de direitos de viços que lhe deram prestígio.
autor ou de direitos de propriedade industrial;
i) Sinais com elevado valor simbólico, nomeada- Artigo 243.o
mente símbolos religiosos, salvo autorização; Declaração de consentimento
j) Expressões, ou figuras, contrárias à moral ou
aos bons costumes, bem como ofensivas da legis- O registo de marca susceptível de confusão com mar-
lação nacional ou comunitária ou da ordem cas ou outros direitos de propriedade industrial ante-
pública; riormente registados exige declaração de consentimento
l) Sinais que sejam susceptíveis de induzir em erro dos titulares desses direitos e dos possuidores de licenças
o público, nomeadamente sobre a natureza, qua- exclusivas, se os houver e os contratos não dispuserem
lidades, utilidade ou proveniência geográfica do de forma diferente.
produto ou serviço a que a marca se destina; Artigo 244.o
m) Reprodução ou imitação, no todo ou em parte,
de marca anteriormente registada por outrem Recusa parcial
para produtos ou serviços idênticos ou afins que Quando existam motivos para recusa do registo de
possa induzir em erro ou confusão o consumidor uma marca apenas no que respeita a alguns dos produtos
ou que compreenda o risco de associação com ou serviços para que este foi pedido, a recusa abrange,
a marca registada. apenas, esses produtos ou serviços.
Artigo 240.o
Artigo 245.o
Imitação de embalagens ou rótulos não registados
Conceito de imitação ou de usurpação
1 — É ainda recusado o registo das marcas que, nos
1 — A marca registada considera-se imitada ou usur-
termos das alíneas b) e c) do n.o 1 do artigo 245.o,
pada por outra, no todo ou em parte, quando, cumu-
constituam reprodução ou imitação de determinado
lativamente:
aspecto exterior, nomeadamente de embalagem, ou
rótulo, com as respectivas forma, cor e disposição de a) A marca registada tiver prioridade;
dizeres, medalhas, recompensas e demais elementos, b) Sejam ambas destinadas a assinalar produtos
comprovadamente usado por outrem nas suas marcas ou serviços idênticos ou afins;
registadas. c) Tenham tal semelhança gráfica, figurativa, foné-
2 — Os interessados na recusa dos registos das marcas tica ou outra que induza facilmente o consu-
a que se refere este artigo só podem intervir no res- midor em erro ou confusão, ou que compreenda
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1539
da marca posterior, ou a opor-se ao seu uso, em relação b) Se essa pessoa colectiva consentir que a marca
aos produtos ou serviços nos quais a marca posterior seja usada de modo contrário aos seus fins gerais
tenha sido usada, salvo se o registo da marca posterior ou às prescrições estatutárias.
tiver sido efectuado de má fé.
2 — O prazo de cinco anos, previsto no número ante- 4 — O registo não caduca se, antes de requerida a
rior, conta-se a partir do momento em que o titular declaração de caducidade, já tiver sido iniciado ou rea-
teve conhecimento do facto. tado o uso sério da marca, sem prejuízo do que se dispõe
3 — O titular do registo de marca posterior não pode no n.o 4 do artigo anterior.
opor-se ao direito anterior, mesmo que este já não possa 5 — O prazo referido no n.o 1 inicia-se com o registo
ser invocado contra a marca posterior. da marca, que, para as marcas internacionais, é a data
do registo na Secretaria Internacional.
Artigo 268.o 6 — Quando existam motivos para a caducidade do
Uso da marca registo de uma marca, apenas no que respeita a alguns
dos produtos ou serviços para que este foi efectuado,
1 — Considera-se uso sério da marca: a caducidade abrange apenas esses produtos ou serviços.
a) O uso da marca tal como está registada ou que
dela não difira senão em elementos que não Artigo 270.o
alterem o seu carácter distintivo, de harmonia
com o disposto no artigo 261.o, feito pelo titular Pedidos de declaração de caducidade
do registo, ou por seu licenciado, com licença 1 — Os pedidos de declaração de caducidade são
devidamente averbada; apresentados no Instituto Nacional da Propriedade
b) O uso da marca, tal como definida na alínea Industrial.
anterior, para produtos ou serviços destinados 2 — Estes pedidos podem fundamentar-se em qual-
apenas a exportação; quer dos motivos estabelecidos nos n.os 1 a 3 do
c) A utilização da marca por um terceiro, desde artigo anterior, ou que indiciem a falta de uso de marca
que o seja sob controlo do titular e para efeitos
e a sua não oponibilidade em relação a terceiros.
da manutenção do registo.
3 — Sem prejuízo do que se dispõe no n.o 5, o titular
2 — Considera-se uso da marca colectiva o que é feito do registo é sempre notificado do pedido de declaração
com o consentimento do titular. de caducidade para responder, querendo, no prazo de
3 — Considera-se uso da marca de garantia ou cer- dois meses.
tificação o que é feito por pessoa habilitada. 4 — A requerimento do interessado, apresentado em
4 — O início ou o reatamento do uso sério nos três devido tempo, o prazo a que se refere o número anterior
meses imediatamente anteriores à apresentação de um pode ser prorrogado por mais um mês.
pedido de declaração de caducidade, contados a partir 5 — Só podem ser concedidas novas prorrogações,
do fim do período ininterrupto de cinco anos de não por iguais períodos, se ocorrer motivo atendível e não
uso, não é, contudo, tomado em consideração se as dili- houver oposição da parte contrária.
gências para o início ou reatamento do uso só ocorrerem 6 — Cumpre ao titular do registo ou a seu licenciado,
depois de o titular tomar conhecimento de que pode se o houver, provar o uso da marca, sem o que esta
vir a ser efectuado esse pedido de declaração de se presume não usada.
caducidade. 7 — Decorrido o prazo de resposta, o Instituto Nacio-
nal da Propriedade Industrial decide, no prazo de dois
Artigo 269.o
meses, sobre a declaração de caducidade do registo.
Caducidade 8 — O processo de caducidade extingue-se se, antes
1 — Para além do que se dispõe no artigo 37.o, a da decisão, ocorrer a desistência do respectivo pedido.
caducidade do registo deve ser declarada se a marca 9 — A caducidade só produz efeitos depois de decla-
não tiver sido objecto de uso sério durante cinco anos rada em processo que corre os seus termos no Instituto
consecutivos, salvo justo motivo e sem prejuízo do dis- Nacional da Propriedade Industrial.
posto no n.o 4 e no artigo 268.o 10 — A caducidade é averbada e dela se publicará
2 — Deve ainda ser declarada a caducidade do registo aviso no Boletim da Propriedade Industrial.
se, após a data em que o mesmo foi efectuado:
a) A marca se tiver transformado na designação CAPÍTULO V
usual no comércio do produto ou serviço para
que foi registada, como consequência da acti- Recompensas
vidade, ou inactividade, do titular; SECÇÃO I
b) A marca se tornar susceptível de induzir o
público em erro, nomeadamente acerca da natu- Disposições gerais
reza, qualidade e origem geográfica desses pro-
dutos ou serviços, no seguimento do uso feito Artigo 271.o
pelo titular da marca, ou por terceiro com o Objecto
seu consentimento, para os produtos ou serviços
para que foi registada. Consideram-se recompensas:
a) As condecorações de mérito conferidas pelo
3 — A caducidade do registo da marca colectiva deve Estado Português ou por Estados estrangeiros;
ser declarada: b) As medalhas, diplomas e prémios pecuniários
a) Se deixar de existir a pessoa colectiva a favor ou de qualquer outra natureza obtidos em expo-
da qual foi registada; sições, feiras e concursos, oficiais ou oficial-
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1543
Ao registo dos nomes e das insígnias de estabele- 1 — Para além do que se dispõe no artigo 33.o, o
cimento são aplicáveis, com as necessárias adaptações, registo do nome ou da insígnia de estabelecimento é
as formalidades processuais a que se refere o nulo quando a sua concessão contrarie o disposto nos
artigo 237.o, relativo às marcas. artigos 283.o a 285.o
1546 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
Caducidade
a) Originário dessa região, desse local determi-
nado ou desse país;
1 — Para além do que se dispõe no artigo 37.o, o b) Cuja qualidade ou características se devem,
registo caduca: essencial ou exclusivamente, ao meio geográ-
fico, incluindo os factores naturais e humanos,
a) Por motivo de encerramento e liquidação do e cuja produção, transformação e elaboração
estabelecimento respectivo; ocorrem na área geográfica delimitada.
b) Por falta de uso do nome ou da insígnia durante
cinco anos consecutivos, salvo justo motivo; 2 — São igualmente consideradas denominações de
c) Quando ocorrer a situação prevista no n.o 3 do origem certas denominações tradicionais, geográficas ou
artigo 289.o não, que designem um produto originário de uma região,
ou local determinado, e que satisfaçam as condições
2 — No caso a que se refere a alínea c) do número previstas na alínea b) do número anterior.
anterior, a caducidade não é declarada sem prévia noti- 3 — Entende-se por indicação geográfica o nome de
ficação ao titular dos registos, que pode, no prazo de uma região, de um local determinado ou, em casos
dois meses, optar por um nome, ou uma insígnia, decla- excepcionais, de um país que serve para designar ou
rando-se, então, a caducidade dos restantes. identificar um produto:
a) Originário dessa região, desse local determi-
CAPÍTULO VII nado ou desse país;
b) Cuja reputação, determinada qualidade ou
Logótipos outra característica podem ser atribuídas a essa
origem geográfica e cuja produção, transforma-
Artigo 301.o ção ou elaboração ocorrem na área geográfica
delimitada.
Constituição dos logótipos
O logótipo pode ser constituído por um sinal ou con- 4 — As denominações de origem e as indicações geo-
junto de sinais susceptíveis de representação gráfica, que gráficas, quando registadas, constituem propriedade
possam servir para referenciar qualquer entidade que comum dos residentes ou estabelecidos na localidade,
preste serviços ou comercialize produtos. região ou território, de modo efectivo e sério e podem
ser usadas indistintamente por aqueles que, na respec-
tiva área, exploram qualquer ramo de produção carac-
Artigo 302.o terística, quando autorizados pelo titular do registo.
Direito ao logótipo 5 — O exercício deste direito não depende da impor-
tância da exploração nem da natureza dos produtos,
Tem legitimidade para requerer o registo de um logó- podendo, consequentemente, a denominação de origem
tipo qualquer entidade individual ou colectiva, de carác- ou a indicação geográfica aplicar-se a quaisquer pro-
ter público ou privado, que nele tenha interesse legítimo. dutos característicos e originários da localidade, região
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1547
b) Tenham valor comercial pelo facto de serem lidade ou da topografia de produtos semicon-
secretas; dutores;
c) Tenham sido objecto de diligências considerá- c) Importar ou distribuir produtos obtidos por
veis, atendendo às circunstâncias, por parte da qualquer dos referidos modos.
pessoa que detém legalmente o controlo das
informações, no sentido de as manter secretas. Artigo 322.o
Violação dos direitos exclusivos relativos a desenhos ou modelos
Artigo 319.o
É punido com pena de prisão até 3 anos ou com
Apreensão pelas alfândegas pena de multa até 360 dias quem, sem consentimento
1 — São apreendidos pelas alfândegas, no acto da do titular do direito:
importação ou da exportação, todos os produtos ou mer- a) Reproduzir ou imitar, totalmente ou em alguma
cadorias que trouxerem, por qualquer forma directa ou das suas partes características, um desenho ou
indirecta, falsas indicações de proveniência ou deno- modelo registado;
minações de origem, marcas ou nomes ilicitamente usa- b) Explorar um desenho ou modelo registado, mas
dos ou aplicados ou em que se manifestem indícios de pertencente a outrem;
uma infracção prevista neste Código. c) Importar ou distribuir desenhos ou modelos
2 — Quando a violação for manifesta, a apreensão obtidos por qualquer dos modos referidos nas
é realizada por iniciativa das próprias autoridades adua- alíneas anteriores.
neiras, as quais notificam imediatamente o interessado,
permitindo-lhe a regularização do objecto da apreensão Artigo 323.o
realizada preventivamente, sem prejuízo, todavia, das Contrafacção, imitação e uso ilegal de marca
responsabilidades em que já tiver incorrido.
3 — A apreensão pode igualmente ser realizada a É punido com pena de prisão até três anos ou com
pedido de quem nela tiver interesse. pena de multa até 360 dias quem, sem consentimento
4 — A apreensão caduca se, no prazo de 10 dias úteis do titular do direito:
a contar da respectiva notificação ao titular dos direitos, a) Contrafizer, total ou parcialmente, ou, por qual-
a sua confirmação não for pedida, em juízo, pelo Minis- quer meio, reproduzir uma marca registada;
tério Público ou pela parte lesada. b) Imitar, no todo ou em alguma das suas partes
5 — O prazo previsto no número anterior pode ser características, uma marca registada;
prorrogado, por igual período, em casos devidamente c) Usar as marcas contrafeitas ou imitadas;
justificados. d) Usar, contrafizer ou imitar marcas notórias
cujos registos já tenham sido requeridos em
CAPÍTULO II Portugal;
Ilícitos criminais e contra-ordenacionais e) Usar, ainda que em produtos ou serviços sem
identidade ou afinidade, marcas que constituam
SECÇÃO I tradução ou sejam iguais ou semelhantes a mar-
cas anteriores cujo registo tenha sido requerido
Disposição geral e que gozem de prestígio em Portugal, ou na
Comunidade Europeia se forem comunitárias,
Artigo 320.o sempre que o uso da marca posterior procure,
Direito subsidiário sem justo motivo, tirar partido indevido do
carácter distintivo ou do prestígio das anteriores
Aplicam-se subsidiariamente as normas do Decreto- ou possa prejudicá-las;
-Lei n.o 28/84, de 20 de Janeiro, designadamente no f) Usar, nos seus produtos, serviços, estabeleci-
que respeita à responsabilidade criminal e contra-or- mento ou empresa, uma marca registada per-
denacional das pessoas colectivas e à responsabilidade tencente a outrem.
por actuação em nome de outrem, sempre que o con-
trário não resulte das disposições deste Código. Artigo 324.o
Venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos
SECÇÃO II
É punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena
Ilícitos criminais de multa até 120 dias quem vender, puser em circulação
ou ocultar produtos contrafeitos, por qualquer dos
Artigo 321.o modos e nas condições referidas nos artigos 321.o a 323.o,
com conhecimento dessa situação.
Violação do exclusivo da patente, do modelo de utilidade
ou da topografia de produtos semicondutores
Artigo 325.o
É punido com pena de prisão até 3 anos ou com
pena de multa até 360 dias quem, sem consentimento Violação e uso ilegal de denominação de origem
ou de indicação geográfica
do titular do direito:
a) Fabricar os artefactos ou produtos que forem É punido com pena de prisão até 3 anos ou com
objecto da patente, do modelo de utilidade ou pena de multa até 360 dias quem:
da topografia de produtos semicondutores; a) Reproduzir ou imitar, total ou parcialmente,
b) Empregar ou aplicar os meios ou processos que uma denominação de origem ou uma indicação
forem objecto da patente, do modelo de uti- geográfica registada;
1550 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 54 — 5 de Março de 2003
b) Não tendo direito ao uso de uma denominação tica desse crime, excepto se o titular do direito ofendido
de origem, ou de uma indicação geográfica, uti- der o seu consentimento expresso para que tais objectos
lizar nos seus produtos sinais que constituam voltem a ser introduzidos nos circuitos comerciais ou
reprodução, imitação ou tradução das mesmas, para que lhes seja dada outra finalidade.
mesmo que seja indicada a verdadeira origem 2 — Os objectos declarados perdidos a que se refere
dos produtos ou que a denominação ou indi- o número anterior são total ou parcialmente destruídos
cação seja acompanhada de expressões como sempre que, nomeadamente, não seja possível eliminar
«Género», «Tipo», «Qualidade», «Maneira», a parte dos mesmos ou o sinal distintivo nele aposto
«Imitação», «Rival de», «Superior a» ou outras que constitua violação do direito.
semelhantes.
SECÇÃO III
Artigo 326.o
Ilícitos contra-ordenacionais
Patentes, modelos de utilidade e registos de desenhos
ou modelos obtidos de má fé
Artigo 331.o
1 — É punido com pena de prisão até 1 ano ou com Concorrência desleal
pena de multa até 120 dias quem, de má fé, conseguir
que lhe seja concedida patente, modelo de utilidade É punido com coima de E 3000 a E 30 000, caso se
ou registo de desenho ou modelo que legitimamente trate de pessoa colectiva, e de E 750 euros a E 7500,
lhe não pertença, nos termos dos artigos 58.o, 59.o, 121.o, caso se trate de pessoa singular, quem praticar qualquer
122.o, 156.o, 157.o, 181.o e 182.o dos actos de concorrência desleal definidos nos arti-
2 — Na decisão condenatória, o tribunal anula, ofi- gos 317.o e 318.o
ciosamente, a patente, o modelo de utilidade ou o registo Artigo 332.o
ou, a pedido do interessado, transmiti-los-á a favor do
Invocação ou uso ilegal de recompensa
inventor ou do criador.
3 — O pedido de transmissão da patente, do modelo É punido com coima de E 3000 a E 30 000, caso se
de utilidade ou do registo, referido no número anterior, trate de pessoa colectiva, e de E 750 a E 7500, caso
pode ser intentado judicialmente, independentemente se trate de pessoa singular, quem, sem consentimento
do procedimento criminal a que este crime dê origem. do titular do direito:
a) Invocar ou fizer menção de uma recompensa
Artigo 327.o registada em nome de outrem;
Registo obtido ou mantido com abuso de direito b) Usar ou, falsamente, se intitular possuidor de
uma recompensa que não lhe foi concedida ou
É punido com pena de prisão até 3 anos ou com que nunca existiu;
pena de multa até 360 dias quem requerer, obtiver ou c) Usar desenhos ou quaisquer indicações que
mantiver em vigor, em seu nome ou no de terceiro, constituam imitação de recompensas a que não
registo de marca, de nome, de insígnia ou de logótipo tiver direito na correspondência ou publicidade,
que constitua reprodução ou imitação de marca ou nome nas tabuletas, fachadas ou vitrinas do estabe-
comercial pertencentes a nacional de qualquer país da lecimento ou por qualquer outro modo.
União, independentemente de, no nosso país, gozar da
prioridade estabelecida no artigo 12.o, com a finalidade
comprovada de constranger essa pessoa a uma dispo- Artigo 333.o
sição patrimonial que acarrete para ela um prejuízo ou Violação de direitos de nome e de insígnia
para dela obter uma ilegítima vantagem económica.
É punido com coima de E 3000 a E 30 000, caso se
trate de pessoa colectiva, e de E 750 a E 7500, caso
Artigo 328.o se trate de pessoa singular, quem, sem consentimento
Registo de acto inexistente ou realizado com ocultação da verdade do titular do direito, usar no seu estabelecimento, em
anúncios, correspondência, produtos ou serviços ou por
É punido com pena de prisão até 3 anos ou com qualquer outra forma, nome ou insígnia que constitua
pena de multa até 360 dias quem, independentemente reprodução, ou que seja imitação, de nome ou de insíg-
da violação de direitos de terceiros, fizer registar um nia já registados por outrem.
acto juridicamente inexistente ou com manifesta ocul-
tação da verdade.
Artigo 334.o
o
Artigo 329. Violação do exclusivo do logótipo
Queixa
É punido com coima de E 3000 a E 30 000, caso se
O procedimento por crimes previstos neste Código trate de pessoa colectiva, e de E 750 a E 7500, caso
depende de queixa. se trate de pessoa singular, quem, sem consentimento
do titular do direito:
Artigo 330.o
Destinos dos objectos apreendidos
a) Alegar, falsamente, a existência de uma enti-
dade, nos termos previstos no artigo 302.o, para
1 — São declarados perdidos a favor do Estado os obter o registo de um logótipo ou com fins mera-
objectos em que se manifeste um crime previsto neste mente especulativos ou de concorrência desleal;
Código, bem como os materiais ou instrumentos que b) Usar em impressos, no seu estabelecimento, em
tenham sido predominantemente utilizados para a prá- produtos ou por qualquer outra forma, sinal que
N.o 54 — 5 de Março de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1551
de que não auferem rendimentos que lhes permitam lidações quando explorados ou usados por empresas de
custear as despesas relativas aos pedidos e manutenção qualquer natureza.
desses direitos são isentos do pagamento de 80 % de
todas as taxas, até à 7.a anuidade, se assim o requererem
antes da apresentação do respectivo pedido. TÍTULO V
2 — Compete ao conselho de administração do Ins-
tituto Nacional da Propriedade Industrial a apreciação Boletim da Propriedade Industrial
da prova mencionada no número anterior e a decisão
do requerimento, por despacho. Artigo 355.o
Boletim da Propriedade Industrial
Artigo 352.o O Boletim da Propriedade Industrial é publicado men-
Restituição salmente pelo Instituto Nacional da Propriedade Indus-
trial.
1 — A requerimento do interessado e mediante deli-
beração do conselho de administração do Instituto Artigo 356.o
Nacional da Propriedade Industrial ou decisão do mem-
Conteúdo
bro competente desse conselho de administração em
que tal competência seja delegada, são restituídas aos 1 — São publicados no Boletim da Propriedade Indus-
interessados as taxas sempre que se reconhecer terem trial:
sido pagas indevidamente, de acordo com os critérios
fixados por aquele órgão. a) Os avisos de pedidos de patentes, de modelos
2 — As quantias depositadas para custeio de despesas de utilidade e de registo;
de vistorias que não tenham sido autorizadas, ou de b) As alterações ao pedido inicial;
que se desistiu oportunamente, são restituídas a reque- c) Os avisos de declaração de caducidade;
rimento de quem as depositou. d) As concessões e as recusas;
e) As renovações e revalidações;
f) As declarações de intenção de uso e de provas
Artigo 353.o de uso;
g) As declarações de renúncia e as desistências;
Suspensão do pagamento h) As transmissões, concessões de licenças de
exploração e alteração de identidade, de sede
1 — Enquanto pender acção em juízo sobre algum ou residência dos titulares;
direito de propriedade industrial, ou não for levantado i) As decisões finais de processos judiciais sobre
o arresto ou a penhora que sobre o mesmo possa recair, propriedade industrial;
não é declarada a caducidade da respectiva patente, j) Outros actos e assuntos que devam ser levados
do modelo de utilidade ou do registo por falta de paga- ao conhecimento do público.
mento de taxas periódicas que se forem vencendo.
2 — Transitada em julgado qualquer das decisões 2 — O Boletim da Propriedade Industrial deve inserir,
referidas no número anterior, do facto se publica aviso além de anúncios relacionados com a matéria de que
no Boletim da Propriedade Industrial. trata, os endereços dos agentes oficiais em exercício.
3 — Todas as taxas em dívida devem ser pagas, sem
qualquer sobretaxa, no prazo de um ano a contar da
data de publicação do aviso a que se refere o número Artigo 357.o
anterior no Boletim da Propriedade Industrial. Índice
4 — Decorrido o prazo previsto no número anterior
sem que tenham sido pagas as taxas em dívida, é decla- Aos serviços compete elaborar, no início de cada ano
rada a caducidade do respectivo direito de propriedade civil, o índice de todas as matérias insertas nos números
industrial. do Boletim da Propriedade Industrial respeitantes ao ano
5 — A parte interessada deve requerer em juízo que anterior.
seja feita a comunicação oficial ao Instituto Nacional Artigo 358.o
da Propriedade Industrial.
6 — Finda a acção, ou levantado o arresto ou a Distribuição
penhora, o juiz deve comunicá-lo, oficiosamente ou a 1 — O Boletim da Propriedade Industrial pode ser dis-
requerimento da parte, ao Instituto Nacional da Pro- tribuído a estabelecimentos de ensino e a serviços nacio-
priedade Industrial. nais a que interesse, à Organização Mundial da Pro-
Artigo 354.o priedade Intelectual, aos serviços estrangeiros da pro-
priedade industrial e a outras entidades nacionais e
Direitos pertencentes ao Estado estrangeiras, a título de permuta.
2 — O Boletim da Propriedade Industrial pode também
Os direitos de propriedade industrial pertencentes ao ser adquirido por quem nisso tiver interesse mediante
Estado estão sujeitos às formalidades e encargos rela- o pagamento da respectiva assinatura ou o preço avulso
tivos ao pedido, à concessão e suas renovações e reva- nele afixado.