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O SURFISTA

PRATEADO
E A TERCEIRA ONDA
Por: Jayro Luna
& J.J. Gallahade

São Paulo
2003
Epsilon Volantis
(1.ª edição: 1989 – edição do autor)
1. The Silver Surfer in the Ipanema Beach

A ONDA ainda aonde?


Uma mulher ao sol – vinda do sal do mar, nua, a
pele a fulgurar...
Lá na onda, o surfista prateado vem com sua prancha
mágica... Dragão tatuado no braço... Corpo aberto no
espaço... As ondas dos mares...o Sol, lençol de seda
dourada envolvendo a madrugada... Surfin safari, Luau,
Catch a wave, warmth of the sun…
A nova garota de ipanema tomava uma cuba-libre
esperando surgir pela calçada da praia um novo poeta do
sol e do mar, mas naquela tarde não veio ninguém que se
enquadrasse no padrão, exceto um chato poeta marginal
que lhe teimava em vender um exemplar de sua última
plaquete que contava a história fantástica do Surfista
Prateado nas ondas da pororoca...
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Como uma onda no mar sentia-se a brisa quente


naquela tarde ensolarada na praia de Ipanema... Jorge Bem
tocava no rádio de uma barraca da praia. Rio de Janeiro,
cidade que desafia os limites dos postais!
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2.Diálogos Fragmentários ouvidos por um passante no


calçadão da praia
-Titia! Titia! Ele ainda quer poesia. Acha que é pouco
chamarem-no de maluco – portanto haver ensinado, ora
lendo, ora falando, ora escritando...
-A quem deverei eu graças dar – por se – ir restabelecendo
o meu crédito? – Talvez ao demônio por ser
ordinariamente quem governa!
-Helena, meu bem, não tenho ninguém que goste de mim...
Eu sou condutor, mas não há doutor que te ame tanto
assim!
-Meu belo condutor de Cascadura, bancaste muitas vezes
caradura; por ti fujo de casa de meu pai, eu vou casar
contigo no Uruguai!
-Eu também sou traidor, Bárbara. Desde pequenino, sabe?
-Pobre Sebastião, tu não sabes o que é trair. Você não passa
de um delator. Um alcagüete...
=Se o jornal de amanhã estampar a notícia, logo o Surfista
Prateado deixará o paraíso tropical do Rio e rumará para a
o meio da floresta...
=Achas mesmo, grande Galactus?!
=Como ousas duvidar da perfeição de meu plano, Thanos?
=Ó perdoe-me, grande mestre, mas é que o herói não é lá
muito afeito aos matos...
=Mas esse mato é cortado por um mar, use o tutano!
=Oh sim! O Amazonas! O Mar Dulce!
=Sim, e lá o destino fatal que o expulse e o jogue à lona!
=Será o fim do surfista prateado!
=Será o fim do falso herói aburguesado!
3. Manchetes Sensacionalistas

Alcoólatra Suicida se atira na Lagoa


João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
morro da babilônia num barracão sem número.M.B.
Este Homem Vive de Gasolina Há 7 Anos Bebe
2 Litros Por dia- W.S.

Eh-lá! Grosso normando das


manchettes em sensação!
Itálico afilado das crônicas
diárias! Corpo 12 romano,
instalado, burguês e
confortável! Góticos, cursivos,
rondas, inglesas,
CAPITAIS! Tipo miudinho
dos pequenos anúncios! Meu
elzevir de curvas
pederastas!...M.S-C.

Caderno de Esportes!
7x2
3x1
A injustiça de 7.
4x0
2x1
2x0
3x1
Meia dúzia a zero! O.A.
C.T.
O marido está matando a mulher. A Mulher
ensangüentada grita. Ladrões arrombam o
cofre. A polícia dissolve o meeting. – C.D.A.
Privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis
tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal,
vestida de organdi azul. – M.B.
Adoradores do Diabo Realizam Culto

-Gloire et louange à toi, Satan, dans lês


hauteurs di ciel, où tu régnas, et dans lês
profondeurs de l’enfer, où, vaincu, tu
rêves em silence! C.B.
-No espelho encantando do
destino mais de uma vez me vi
transfigurado! E.R.
-Punge-o a saudade, a nostalgia, a
funda mágoa de estar (satã já tem
os olhos rasos d’água!) longe da
luz, longe do azul, longe de Deus!
W.Q.
-Olhei. Brilhava-lhe a fronte, a
estrela d’oiro da manhã, como
num límpido horizonte: -Eu serei
teu irmão,Satan! E.P.

Shalla-bal é seqüestrada por super-malfeitores às


margens do Amazonas!
A heroína Shalla-bal, estrela dos comics, foi seqüestrada por
uma trouppe de bandidos terríveis, entre eles: Galactus,
Thanos, Holandês Voador, Frankenstein e Ego. Os
facínoras ameaçam derreter as jazidas de ferro da serra dos
Carajás e já se apoderaram do garimpo de Serra Pelada,
escravizando centenas de garimpeiros.
4. O Herói Chora Pela Ausência da Amada

Distante de mim, longe, que faz agora


O meu amor? Se busco na memória
A lembrança de seu rosto, ignora
Meu esforço a concretude da história!

Meu coração compõe triste balada


Se ao menos um Chopin...mas a harmonia
Se decompõe em mim, e sopra alada
Em minh’alma a vil dodecafonia!

O mar ondula irado em desafios,


Um rosiclér sangrado incrimina
O azul, cúmplice, sim, do desvario!...

O Sol busca ocultar-se entre as nuvens...


E anjos caídos riem de minha sina,
Pois o dia abraça a noite e tu não vens!
5. Surfin’Pororoca

A Iara iludia marinheiros na entrada do Mar Dulce,


O Boto enganava o coração de lindas cunhas,
O poeta na pele de cobra buscava a filha da rainha luzia,
Quando encontrou-se com o herói Surfista Prateado
Que também procurava sua amada, Shalla-bal...
O barulho das águas do encontro do grande rio com o
imenso mar ressoava rasgando o céu e a terra, murmurando
palavras rudes de sonoridades ricas aos ouvidos dos seres...
O Surfista Prateado tentava se equilibra na crista da onda,
Babau! Indo na alamoana, o herói tinha esquecido sua capa
de estrelas e seu cinto de cometas...
Pouco antes de pegar um túnel, Silver Surfer percebeu que
atrás de si vinham na perseguição os piratas do Holandês
Voador em suas pranchas longboard. Silver Surfer usando a
sua fish parafinada com energia galáctica entrou no tubo e
fez manobras indescritíveis. O Capitão Hendrick Van Der
Decken – o Holandês Voador – amaldiçoava o herói:
-Não conseguirás resgatar Shalla-Bal... Eu a escolhi com a
musa que vai me tirar de minha maldição!
Passando por umas merrecas com grande velocidade, Silver
Surfer comunica-se telepaticamente com os botos, que
vindo em auxílio do herói passam por baixo das pranchas
dos piratas e com as nadadeiras as desequilibram e os
piratas naufragam...
6. A Cratera de Serra Pelada
I.
No barro a barra dos bronzeados garimpeiros esbraseia-se
em broncas e borradas palavras de lama... Como um
meteoro que tivesse extinto o conceito de humanidade
abre-se na floresta uma cratera cravada de cruzes e cargas
de terra... O verde desaparece trocado por uma tonalidade
incomum de cor de terra que domina tudo à volta, até o
fundo da alma, tudo é barro, tudo é argila... Espíritos
errantes buscam uma ponta de esperança concretizada em
pedra dourada, mas tudo é ilusão que como a argila
desmorona ao contato com a água... Nesse mar de lama a
alma esquece o que é amar... Bacias, sacos, sacolas, cestos
afundam-se entre braços, pernas, lodo, e tudo parece um
enorme museu vivo de cera e cerâmica tosca. Olaria de
corpos atijolados equipada com um forno de queimar
sonhos...

Foto de Sebastião Salgado


II.
Ego Planet e Thanos observam do alto da cratera do
garimpo os escravizados garimpeiros entregarem os sacos
de terra para a lavagem... Já contabilizavam naqueles dias
trinta quilos de ouro...
-Meu caro Thanos, veja o que é a espécie humana, são
como formigas afundadas na lama!
=Sim, ó sábio Ego, nesse planeta os mortais são facilmente
dominados e escravizados! Não há nesse isolamento em
que estamos alguém que possa nos oferecer resistência! Ah!
Ah! Ah!
-Mas Galactus nos avisou para esperarmos pela chegada dp
Surfista Prateado, ele deve vir por aqui em busca de pistas
de sua amada Shala-bal.
=Mas o que ele vai encontrar aqui é o lugar ideal para atolar
sua prancha! Ah-ah-ah-ah-ah!
III.
Eis que surge no horizonte enlameado,
Vindo num vôo razante e veloz
O habilidoso Surfista Prateado
Singrando a lama a vários nós!
Surpresos com a ágil chegada
Do herói, os vilões poderosos
Disparam raios de energia compactada
Que causam estrondos danosos
Às paredes da imensa cratera, qual uma boca de vulcão
E desviando deles, o paladino
Dispara os seus das estendidas mãos
E acerta o lugar em que se escondiam os ladinos...
Diante da eminente ruína
E entre explosões de lama e ouro
Fogem para o espaço numa nave de cem turbinas
Os malvados vilões proferindo ofensas em tom de choro!
IV
Os homens, porém, absortos,
Depois de algumas pálidas vivas
Ao desenlace heróico da contenda,
Retomam o trabalho insano
Como se continuassem escravos,
Pois que não era propriamente
Aos vilões intergalácticos sua vassalagem
Mas, sim, e penosamente ao vício
Da alma humana de buscar a riqueza
Das entranhas da terra, abrindo um precipício
Para brotar a fúria, a injustiça e a avareza...
The Silver Surfer, um tanto quanto desapontado,
Percebendo a inutilidade dessa vitória,
Já que não viu o rosto de Shala-Bal
E mais essa vitória provisória sobre o mal
Demonstraram que ali não era lugar de glória
Para uma prancha de surf...Imagem contraditória!
7. O Encontro Com Galactus Na Serra Dos Carajás
I. O Encontro:
(Nosso herói, The Silver Surfer, voando em sua incrível
prancha chega à Serra dos Carajás... Galactus havia
dominado a região com seu incrível poder de energia vital e
escravizava a todos... Sua nave pousada sobre uma
montanha de ferro e ouro brilhava de forma intensa e
ofuscante. Lá ele havia aprisionado Shalla-Bal e esperava o
encontro com o Surfista Prateado):

Galactus observa com hórrida paixão,


De ferro as torres, de safira os muros,
Sua grandiosa deleitosa nave!
E nela firme por cadeia de ouro
Descobre logo dominada a Terra,
Então recheado de vingança eterna,
O vilão maldito voa sobre o Mundo:
-Meu prazer consiste em guerra aberta!
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(Shalla-Bal angustiada e triste):
-Um monstro flui nesse trágico poema
feito de úmido sal-gema...
montado num cavalo todo feito em chamas
alastrado de insânias de lava e lama!

(Ri-se Galactus):
-Tu, linda bonequinha, pensas em vão
que teu herói te tirará desta prisão?
Pois possuirei a ti sobre o corpo vencido
De teu amado imprudente e tão querido!
E quem verdar-mo nesse mundo pode?
(Chega voando The Silver Surfer):
-Eis aqui quem a musa acode,
Eu, sim, eu que fui por amor só nomeado
E que por isso não serei jamais derrotado!

II. A Luta:
Galactus e Silver Surfer, medonhos, urrando,
Sangue e pó suja os elmos e as armas,
Reforçado e rijo o Surfista Prateado
De Galactus nas mãos rebenta o pique
E a couraça invencível se desprende,
Quedo e estúpido o vilão se entorpece,
Trespassa-o pelas costas o herói ingente,
Se derribar-se; e, assim que extrai a lança de raios
Mete-se em fuga com sua amada, pois não se atreve
Encarar a dor de Galactus, bem que inerme.
Cresce o pavor, os corações retremem!
Pregoam justa a pena ao temerário!
Prenhe de armas, sobe a máquina fatal
E o vilão amaldiçoando a derrota,
Levanta vôo em direção ao espaço infindo,
Prometendo aos céus traçar nova rota
Mas que um dia termine em novo embate
Do qual supõe que sairá então rindo...
8. The Silver Surfer nas Praias Tropicais
(depois da luta terrível e já refeito do cansaço, o herói e sua
amada, Shalla-Bal participam de uma das etapas do circuito
nacional do campeonato de Surf):

Gritos de almo prazer soltaram todos,


E as praias ressoaram de alegria.
Correndo em confusão receber foram
Os do Surfista Prateado tão caros companheiros...
E chega o herói pela águas:

Um pássaro v
o
a
n
d
o rente às ondas...
E diz o herói:
O amor me conduziu até a música
Por uma O D
N A de água, sol e sonho
E neste paraíso tropical
O amor é a ponta principal dessa rosa dos ventos
Em que se transforma o coração!

***The End***

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