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TRADUÇÃO
NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO
O N o v o T e s t a m e n t o apresenta-se sob a forma de início as condições em que os primeiros cristãos
uma coletânea de vinte e sete livros, todos escritos foram levados a elaborar uma nova compilação
em grego e de dimensões muito desiguais. Por das Sagradas Escrituras. A seguir, deve estudar
volta do se'culo II criou-se o costume de designar como esses textos, constantemente copiados e
esta coletânea pela expressão de “ Novo Testamen­ recopiados. conseguiram vencer os quase quatorze
to". Com efeito, os escritos que a compõem ha­ se'culos de movimentada história entre sua reda­
viam pouco a pouco adquirido tamanha autorida­ ção e sua fixação de forma quase imutável, quan­
de que eram tidos praticamente em pe' de igualda­ do da invenção da imprensa; e deve, ao mesmo
de com os textos do Antigo Testamento, por muito tempo, dar conta da maneira pela qual se podem
tempo considerados pelos cristãos sua única B í­ remediar as diversas alterações sofridas pelo texto
blia, por eles nomeada “ a Lei e os Profetas” , se­ no decorrer de sua transmissão manuscrita. Final­
gundo o costume judeu da época. Se os escritos mente, a I n t r o d u ç ã o tenta fazer uma apresentação
cristãos acabaram sendo chamados dc “ Novo Tes­ tão exata quanto possível do ambiente histórico,
tamento” , isto se deve essencialmente a terem os religioso e cultural em que o Novo Testamento
primeiros teólogos cristãos, depois de Paulo (2Cor nasceu e se difundiu.
3.14 ), julgado que esses textos encerravam as dis­ Esses três principais aspectos da I n t r o d u ç ã o são
posições de uma nova aliança, cujos termos de­ comumente denominados de p r o b l e m a d o c â n o n ,
viam reger as relações entre Deus e seu povo p r o b l e m a d o t e x t o e p r o b l e m a d o a m b i e n t e de
durante a última fase da história da salvação. A origem do Novo Testamento.
palavra “ Testamento” traduz o termo empregado
em hebraico para designar a aliança concluída entre O cânon do Novo Testamento. Assim como a
Deus e Israel. O fato de falarem numa nova alian­ palavra portuguesa “ regra” , a palavra grega k a n õ n
ça levou os cristãos a designarem, conseqüente­ admite um sentido figurado, o de regra de conduta
mente, a coletânea dantes denominada “ a Lei e os ou regra dc fé. Em português, a palavra “ cânon”
Profetas” , com o nome de Antigo Testamento, conservou este segundo sentido; designa, em cer­
indicando com isso que viam nela sobretudo a tos casos, uma lista oficial. Neste sentido éque se
codificação da antiga Aliança mosaica, que a seu fala de um cânon dos livros sagrados para desig­
ver, fora simultaneamente renovada e superada por nar a lista oficialmente reconhecida dos livros
Jesus. considerados normativos para a vida e a fé da
A redação desses vinte e sete livros e sua com­ Igreja. Com este sentido, o termo só entrou efeti­
pilação numa coletânea ünica decorreram de um vamente em curso, na literatura cristã, a partir do
processo demorado e complexo. Por outra parte, a século IV.
transmissão dessas obras, desde a antigüidade ate' Cabe perguntar como os primeiros cristãos fo­
nossos dias. implicou certo numero de contingên­ ram induzidos a pensar e concretizar a constitui­
cias. que não isentaram o texto de alterações. Fi­ ção de uma nova coletânea dc livros sagrados e a
nalmente. a distância, tanto histórica como geo­ realizá-la, complementando a coletânea denomina­
gráfica e cultural, que nos separa do universo do da “ a Lei e os Profetas” . Sumariamente, esta evo­
Novo Testamento constitui uma dificuldade es­ lução pode ser esquematizada da seguinte forma:
sencial para uma boa compreensão desta literatu­ Para os cristãos da primeira geração, a autorida­
ra. Toma-se, pois, indispensável, hoje, situá-la no de suprema em matéria religiosa assentava-se em
ambiente que assistiu ao seu nascimento e difusão duas instâncias. A primeira era o Antigo Testa­
inicial. mento, citado pelos primeiros autores cristãos em
Qualquer introdução ao Novo Testamento, por todas as suas partes, ou quase, como revelação de
sumária que seja. vê-se obrigada a examinar dc Deus. A segunda instância, que logo adquiriu pree-
minência, era comumente denominada “ o Senhor” . dos evangelhos ou de alusões aos mesmos, mas
Esta expressão designava, dc uma só feita, o en­ quase sempre é difícil definir se as citações são
sinamento outrora ministrado por Jesus ( lCor 9,14) feitas segundo textos escritos que esses autores
e a autoridade do Ressuscitado, expressa por in­ tivessem ante os olhos ou se eles se contentavam
termédio dos apóstolos (2Cor 10,8.18). Dessas duas com evocar fragmentos da tradição oral. De qual­
instâncias que tinham força dc critério, só o An­ quer forma, antes de 140 não existe testemunho
tigo Testamento constava de textos escritos. Em algum de que se tenha conhecido uma coletânea
contrapartida, as palavras do Senhor e a pregação de escritos evangélicos. Nem se aduz qualquer ca­
dos apóstolos foram conservadas oralmente du­ ráter normativo ligado a uma dessas obras. Só na
rante muitos anos, e só com o desaparecimento segunda metade do século II é que surgem teste­
dos últimos apóstolos sc tomou consciência da munhos cada vez mais claros da existência de uma
necessidade, quer dc fixar por escrito o essencial coletânea dc evangelhos e da autoridade que, pro­
do seu ensinamento, quer dc assegurar a conser­ gressivamente, lhe foi atribuída.
vação do que eles haviam redigido. A questão da Por volta de 150. inicia-se um período decisivo
autoridade de que se revestiam essas novas obras para a formação do cânon do Novo Testamento.
devia necessariamente surgir um dia, mesmo que, Justino Mártir foi o primeiro a indicar que os cris­
num primeiro tempo, a autoridade da tradição oral tãos liam os quatro evangelhos, por ocasião das
tenha prevalecido amplamente em face dos docu­ assembléias dominicais, considerando-os como
mentos escritos. obras dos apóstolos (ou, quando menos, de perso­
Até cerca do ano 150, parece que os cristãos se nagens diretamente ligadas aos apóstolos) e atri­
deixaram conduzir quase inconscientemente ao buindo-lhes uma autoridade análoga à da Bíblia.
esboço dc uma nova coletânea das Sagradas E s­ Se esses escritos foram investidos de tamanha
crituras. Há grandes probabilidades de que eles autoridade, não foi tanto por causa de sua origem
primeiramente tenham reunido e utilizado em sua apostólica, mas antes pelo fato de retraçarcm a his­
vida eclesiástica um compêndio das epístolas de tória do “ Senhor", de acordo com a tradição rece­
Paulo. Ao agir assim, seu objetivo não era cons­ bida. Muito cedo, entretanto, ressaltou-se a aposto-
tituir um suplemento da Bíblia. Eles simplesmen­ licidade dessas obras, cm particular quando foi pre­
te se deixaram levar pelas circunstâncias: de fato, ciso defendc-las contra a proliferação de escritos
os documentos paulinos já estavam escritos numa do mesmo gênero, mas cujo conteúdo dependia, o
época em que, em ampla escala, a tradição evan­ mais das vezes, dc uma imitação grosseira, ou
gélica ainda se conservava só oralmente; ademais, mesmo da mais pura fantasia.
o próprio Paulo preconizara a leitura pública de Dc fato. pouco depois dc 150, mal se fez sentir
suas cartas, bem como sua circulação pelas igrejas na Igreja a necessidade de uma norma aceita uni­
circunvizinhas (IT s 5,27; Cl 4,16). versalmente, os cristãos voltaram-se para a coletâ­
Em todo caso, desde o início do século II, nume­ nea dos quatro evangelhos, que então se haviam
rosos autores cristãos dão a perceber claramente imposto à atenção dc todos, em virtude de suas
que conhecem um avultado número de epístolas qualidades internas e da autenticidade do testemu­
paulinas. D aí poder concluir-se que uma compila­ nho que davam do “ Senhor” . De muitos pontos de
ção dessas epístolas foi constituída muito cedo e vista era tão esmagadora a superioridade dos qua­
logo teve vasta difusão, devida, sem dúvida, à gran­ tro que, bem depressa, eles eclipsaram o conjunto
de notoriedade do apóstolo. A despeito da autori­ da literatura paralela, de tal sorte que se pode
dade que se atribuía a esses escritos, não existe considerar que, por volta de 170, os quatro evan­
todavia, antes do início do século II (cf. 2Pd 3,16 ), gelhos já haviam adquirido o estatuto de literatura
testemunho de que os tenham considerado como canônica, muito embora esta palavra ainda não
Escritura Sagrada e como detentores de uma auto­ houvesse sido pronunciada.
ridade comparável à da Bíblia. Quanto às epístolas de Paulo, há quase certeza
Durante todo este período, a posição dos evan­ dc que não entraram uma após outra no cânon: foi
gelhos não sc manifesta tão elaramente quanto a o conjunto da coletânea que nele foi acolhido a
das epístolas de Paulo. Sem dúvida, as obras dos partir do momento em que a idéia de possuir um
antigos autores cristãos não carecem de citações cânon do Novo Testamento começou a se impor
na Igreja. É provável que a noção de apostolicida- lhos conquistaram uma posição inexpugnável, que
de, já invocada cm favor da autoridade dos escri­ nunca mais lhes seria contestada. Desde este pe­
tos evangélicos, tenha atuado mais amplamente ríodo, pode-se considerar concluído o cânon dos
em favor da literatura paulina, que. pouco a pouco evangelhos. Quanto ao que diz respeito à segunda
e de maneira fortuita, assumira o aspecto de uma parte do cânon (os Apóstolos), deparam-se por toda
compilação cuja autoridade era amplamente acei­ a parte citados como Sagrada Escritura treze epís­
ta nas igrejas do século II. tolas de Paulo, o livro dos Atos e a primeira epís­
Percebe-se que assim nasceu o princípio de um tola de Pedro. Certa unanimidade formou-se acer­
novo cânon das Sagradas Escrituras, mas este ca da primeira epístola de João. Assim, o cânon
princípio, no fundo, jamais foi verdadeiramente definitivo já está mais do que esboçado. Subsis­
discutido. A existência do cânon é antes uma si­ tem, todavia, zonas de incerteza. Ao lado de obras
tuação de fato, que se generalizou rapidamente na que se impuseram universalmente à Igreja por uma
Igreja. A reflexão teológica só interveio a espécie de evidência interna, encontra-se um nu­
p a s t e r i o r i ante a necessidade de definir pormeno­ mero importante de obras "flutuantes” , menciona­
rizadamente o conteiído do cânon. Muito prova­ das como canônicas por alguns Padres, mas tidas
velmente este movimento foi acelerado pela inter­ só como leitura proveitosa por outros. A epístola
venção do herege Marcião ( t 160) que. por rejei­ aos Hebreus, a segunda de Pedro, a de Tiago e a
tar integralmente a autoridade do Antigo Testa­ de Judas entram neste caso. Paralelamente, obras
mento, tinha urgente necessidade de dotar a sua que nesta época são habitualmente citadas como
igreja de novas Escrituras Sagradas e, por conse­ Escritura Sagrada, e por conseguinte incluídas no
guinte. de um novo cânon. Desta forma, os cânon, não se manteriam muito tempo nesta situa­
marcionitas contribuíram até certo ponto para ção e se veriam por fim expulsas dele. Foi o que
vulgarizar o princípio do novo cânon. o qual se sucedeu com a obra de Hermes intitulada “ o Pas­
admite ser composto de duas partes, o Evangelho tor” , com a Didaqué, com a primeira epístola dc
e os Apóstolos, exatamente como o antigo tam­ Clemente, a epístola de Bamabé e o apocalipse de
bém se compunha de duas partes, a Lei e os Pro­ Pedro.
fetas. Desde o fim do século II, a idéia dc uma Nesta fase do processo, o critério de apostolici-
nova norma escriturística implantou-se solidamente dade parece ter atuado de forma bastante geral, e
na Igreja, mas faltava definir o conteüdo do novo vêem-se pouco a pouco cair em desgraça todas as
cânon. A lista definitiva das obras pertencentes ao obras que era impossível vincular a um apóstolo.
cânon só se fixaria progressivamente, à medida Os livros que ainda seriam contestados durante o
que se estabelecesse um acordo em prol da cres­ séc. III foram precisamente aqueles cuja apostoli-
cente consciência da unidade da Igreja, graças ao cidade era discutida neste ou naquele setor da
desenvolvimento das relações entre as diversas Igreja. Os casos mais controversos foram os da
comunidades de cristãos. Entre 150 e 200, assiste- epístola aos Hebreus e o do Apocalipse. A canoni-
-se à definição progressiva do livro dos Atos como cidade da primeira foi por longo tempo energica­
obra canônica. No fim do séc. II. Irineu de Lião mente negada no Ocidente e a do segundo, no
considera esta obra como Escritura Sagrada e a Oriente. Por outro lado, a segunda e a terceira epís­
cita como o testemunho de Lucas a respeito dos tolas de João, a segunda epístola de Pedro e a epís­
Apóstolos. De fato, o livro dos Atos foi acolhido tola de Judas só se impuseram lentamente. Não é
no cânon especialmente por seu parentesco com o necessário acompanhar pormenorizadamente todas
terceiro evangelho, do qual era continuação. A evo­ as fases desta evolução, que resultará, no decorrer
lução da noção de autoridade apostólica, no de­ do séc. IV, na constituição de um cânon cujo con­
curso do séc. II, foi igualmente um fator impor­ junto é idêntico ao que nós conhecemos hoje, só
tante para a inclusão no cânon desta obra, que persistindo incerteza quanto à ordem dos livros.
bem cedo foi considerada como introdução neces­ A preocupação com a unidade, numa Igreja na
sária ao conjunto das epístolas. qual se impunha sempre mais a precedência roma­
Quando se tenta, no limiar do séc. III. fazer um na, contribuiu consideravelmente para atenuar as
balanço desta evolução, chega-se às seguintes divergências que se haviam manifestado em algu­
constatações: em toda a parte, os quatro evange­ ma fase do processo da formação do cânon.
Os apócrifos do Novo Testamento. Os livros Os evangelhos dos Nazarenos, dos Hebrcus c
reconhecidos como canônicos tomaram-se. por isso dos Egípcios só chegaram até nós através de cita­
mesmo, textos sagrados e passaram a desfrutar, a ções feitas pelos Padres da Igreja. Pelo que se
partir da data de sua agregação ao cânon. uma pode julgar, tratava-se de escritos bastante pareci­
cspc'cie de imunidade que lhes valeu chegar ate' a dos com os evangelhos canônicos. O evangelho
era da imprensa em bom estado de conservação. dc Pedro, do qual se descobriu um fragmento no
O mesmo não sucedeu com as obras que não Egito nos fins do século passado, já contém traços
lograram implantar-se no cânon. Se algumas delas de um gnosticismo que sc manifesta em toda a sua
(como a Didaque' ou a epístola de Bamabe') des­ extensão em obras mais bem conhecidas por nós,
frutavam de estima geral e. por este motivo, fo­ desde a recente descoberta, sempre no Egito, de
ram bem conservadas a despeito da sua exclusão livros como o evangelho da Verdade, o evangelho
do cânon, outras, em compensação, por não terem de Filipe e o evangelho dc Tomé, este último
os mesmos ti'tulos. foram descartadas de forma contendo muitos pontos comuns com os evange­
bem mais brutal da pra'tica eclesiástica; tomaram- lhos sinóticos. Essas obras diferenciam-se clara­
-se assim muito vulneráveis, o que explica que mente, porém, dos evangelhos canônicos, pelo fato
ainda só existam em forma de vestígios. dc não comportarem praticamente nenhum elemen­
Reservou-se a denominação dc "apócrifos” , ou to narrativo. O livro conhecido com o nome de
seja. “ escondidos", para um certo numero de obras Proto-cvangclho dc Tiago apresenta uma narrati­
que. apesar dc certa semelhança com os escritos va ampliada dos evangelhos da infância, interes-
canônicos do Novo Testamento, eram considera­ sando-se mais particularmente pela história de
das como transmissoras dc idéias estranhas às da Maria e pelos fatos que cercaram o nascimento de
Igreja e. em geral, secretas ou latentes, isto é, Jesus.
reservadas para um ambiente “ sectário” , único a Quanto aos atos apócrifos, são em geral escritos
poder dispor delas para nelas haurir um "verda­ de edificação popular, inspirados longinquamente
deiro conhecimento", ou gnose. Mais tarde, con- no livro canônico dos Atos. Comprazem-se em
sideraram-se apócrifas as obras sobre as quais a desenvolver o elemento maravilhoso na vida dos
Igreja recusava fundamentar a doutrina e fé e cuja apóstolos que pretendem glorificar. De qualquer
leitura pública nas funções dominicais não autori­ forma, esta é a impressão deixada pelos atos dc
zava. Esses livros, embora fossem em certos ca­ João, Paulo, Andrc'.
sos recomendados à leitura individual por seu Excetuando-se o caso da E p í s t o l a A p o s t o l o r u m ,
caráter edificante, deviam permanecer ocultos no escrita por volta de 150, e que se prende mais ao
decorrer da prática litúrgica pública. E nesta últi­ gênero apocalíptico, pouco há a dizer das epísto­
ma acepção que a palavra seria ordinariamente las apócrifas. Na verdade, estes escritos não se
compreendida antes de, no momento da conclusão podem comparar com as epístolas canônicas: as-
do cânon. vir a designar escritos falsamente atri- scmelham-se menos a cartas do que a pequenos
buídos a apóstolos. A partir desta data, uma cono­ tratados de teologia, além de serem bastante me­
tação nitidamente pejorativa prende-se ao termo díocres. Quanto aos apocalipses apócrifos, podem
“ apócrifo". A s obras apócrifas serão então consi­ ser citados, além do “ Pastor” de Hermas o apoca­
deradas como veículos de erro. lipse de Pedro (uma especulação sobre a vida
Seja qual for o seu valor literário, os apócrifos futura, o paraíso c o inferno) e o apocalipse de
do Novo Testamento não deixam de ser obras Paulo, que pretende pormenorizar a famosa visão
extremamente preciosas para o estudo da evolu­ relatada por 2Cor 12, durante a qual o apóstolo
ção das idéias religiosas nos séculos II c III. fora arrebatado ao terceiro céu.
Podem-se distinguir, g r o s s o m o d o , no conjunto Todos estes livros são posteriores aos escritos
da literatura apócrifa, quatro categorias de escri­ canônicos, dos quais são muitas vezes imitações.
tos, que correspondem às diversas classes de es­ Em geral, não incorporam em si nenhuma tradi­
critos canônicos. Vale dizer que existem evange­ ção histórica antiga e, por isso, não são de grande
lhos, atos dos apóstolos, epístolas e apocalipses valia para o estudo do Novo Testamento, seja qual
apócrifos. Só algumas destas obras serão aqui for o interesse que apresentem para a história do
mencionadas. pensamento cristão mais tardio.
O texto do Novo Testamento. Conhecemos o tex­ A origem dessas divergências é bastante fácil de
to dos vinte e sete livros do Novo Testamento descobrir. Dc fato, o texto do Novo Testamento
através de um número muito grande de manuscri­ foi, durante muitos séculos, copiado e recopiado
tos, redigidos em línguas bem diversas e conser­ por escribas mais ou menos competentes, nenhum
vadas atualmente em bibliotecas espalhadas pelo deles, porém, isento das deficiências de toda a sorte
mundo. Nenhum desses manuscritos e' autógrafo: que fazem com que cópia alguma, por fiel que
todos eles são cópias, ou cópias de cópias dos seja, se conforme plenamente a seu modelo. A
manuscritos outrora redigidos pela mão do pró­ isto deve-se acrescentar que certo número de es­
prio autor ou por ele ditados. Todos os livros do cribas, animados das melhores intenções, tenta­
Novo Testamento, sem cxceção, foram escritos em ram por vezes corrigir passagens de seu modelo,
grego, e existem nesta língua mais de 5.000 ma­ que lhes pareciam eivadas quer de erros caracte­
nuscritos, sendo que os mais antigos estão redigi­ rizados. quer dc alguma falta de precisão teológi­
dos em papiro e os demais em pergaminho. Em ca. Ao agirem assim, introduziram no texto vari­
papiro, só se possuem partes, por vezes pequenas, antes inéditas, quase sempre errôneas. Pode-se
do Novo Testamento. Os mais antigos manuscri­ finalmente acrescentar que o uso cultuai que sc
tos gregos contendo a maior parte ou a íntegra do fez de não poucas perícopes do Novo Testamento
Novo Testamento são duas Bíblias em pergami­ provocou freqüentes deslizes do texto, no sentido
nho que datam do sc'culo IV. A mais venerável e' de embelezamentos litúrgicos ou de harmonizações
o C o d c x V a t i c a n u s , assim chamado por ser con­ favorecidas pela recitação oral.
servado na Biblioteca do Vaticano; este manuscri­ Inevitavelmente, no decorrer dos séculos, as
to, de origem desconhecida, infelizmente mutila­ transformações introduzidas pelos escribas se so­
do, atesta o Novo Testamento, salvo a Epístola maram umas às outras, donde o texto ter final­
aos Hebreus 9 . 1 4 - 1 3 2 5 . a primeira e segunda epís­ mente chegado à época da imprensa carregado de
tolas a Timóteo, as epístolas a Tito e a Filêmon, corrupções várias, que sc traduzem pela presença
o Apocalipse. No segundo manuscrito, denomina­ de um número assaz considerável de variantes.
do C o d e x S i n a i t i c u s , por ter sido descoberto no O objetivo ideal visado pela "crítica textual” é
mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai, o reconstituir, com base em todos esses documentos
Novo Testamento esta' completo; acrescenta-se-lhc divergentes, um texto que com a maior probabili­
ate' a epístola de Barnabe' e parte do "Pastor” de dade se aproxime do original. De qualquer forma,
Hermas. livros que não seriam conservados pelo não há como esperar uma recuperação do próprio
cânon definitivo do Novo Testamento. Hoje. o texto original.
Sinaítico se conserva no British Museum, de Lon­ O primeiro trabalho da crítica textual consiste
dres. Esses dois manuscritos estão redigidos em em levar em consideração todos “ os testemunhos"
bela caligrafia chamada maiúscula ou uncial bíbli­ existentes do texto. Em outras palavras, é-lhe ne­
ca. Nada mais são do que os mais celebres dentre cessário arrolar e classificar todos os documentos
cerca de 250 outros pergaminhos dc escrita idên­ que reproduzem, no todo ou em parte, o texto do
tica ou mais ou menos ana'loga. datados do scculo Novo Testamento. Aqui levam-se em conta não só
III ate' o seculo X ou XI; aliás cm sua maioria, máxi- os manuscritos redigidos em grego, mas também
mc os mais antigos, só conservam uma fração, por todos os que incluem traduções do Novo Testamen­
vezes bem pequena, do texto do Novo Testamento. to nas línguas correntes entre os cristãos dos pri­
Nem todas as cópias do Novo Testamento que meiros séculos (essencialmente o latim, o siríaco e
chegaram até nós são idênticas. Muito pelo con­ o copta). Em certo número de casos, essas tradu­
trário, podem discernir-se entre elas diferenças, ções se fizeram com base em originais gregos an­
cuja importância varia, mas cujo número e', em teriores ao V a t i c a n u s ou ao S i n a i t i c u s , podendo tes­
todo caso, bem considerável. Algumas destas di­ temunhar um estado do texto anterior ao que se
ferenças só concernem a pormenores gramati­ pode alcançar por intermédio dos mais antigos
cais, ao vocabulário, ou à ordem das palavras; ou­ manuscritos gregos. A medida que o seu substrato
tras vezes, porém, verificam-sc entre os manuscri­ grego pode ser reconstituído com precisão, as tra­
tos divergências que afetam o sentido de passa­ duções antigas desempenham um papel importante
gens inteiras. no estabelecimento do texto do Novo Testamento.
Além dos manuscritos gregos e das versões an­ — motivo pelo qual se chama também "bizan­
tigas, a crítica textual tenta valer-se das inúmeras tino” ou k o i n è é k d o s i s (edição comum). Ele re­
citações do Novo Testamento que se encontram vela uma preocupação característica com a ele­
nas obras dos primeiros Padres da Igreja. A incon­ gância e clareza; facilmente harmoniza entre si
testável vantagem dessas citações é, em particu­ passagens mais ou menos paralelas e amalgama as
lar, a de remontar muitas vezes a um estado do variantes de um mesmo trecho. Sua qualidade
texto anterior ao que transmitem as versões mais crítica é medíocre. Apesar de tudo isso, foi a par­
antigas (e, por conseguinte, além do que permiti­ tir de variedades tardias deste texto que se efetu­
riam conhecer os mais antigos manuscritos gre­ aram as primeiras edições impressas no Novo
gos). De outra parte, pode-se determinar a data e Testamento, cujo texto sc imporia durante mais de
origem geográfica dessas citações com relativa fa­ três séculos como l e . x t u s r e c e p t u s ou texto recebi­
cilidade e, assim, tem-se à mão um meio para for­ do por todos.
mar uma idéia do texto do Novo Testamento cm — Um texto chamado “ alexandrino" ou “ egíp­
uso numa época exata, neste ou naquele setor da cio” : tudo indica, dc fato, ser a sua pa'tria o Egito
Igreja. Em contrapartida, estas citações apresen­ e mais exatamente, Alexandria. Suas principais tes­
tam um duplo inconveniente. Não só cada uma temunhas são o V a t i c a n u s e, em grau inferior, o
delas reproduz unicamente um fragmento do tex­ S i n a i l i c u s . Ele existia, ao mais tardar, por volta dc
to, mas sobretudo, infelizmente para nós, os Pa­ 300, e certas descobertas recentes fazem pensar
dres citavam o mais das vezes dc cor e sem muito que, ao menos quanto aos evangelhos, teria exis­
rigor, de modo que nem sempre é possível confiar tido numa data sensivelmente anterior. Chamam-
totalmente nas informações que transmitem. -no amiúde de texto "neutro", pois parece não re­
Uma vez arrolada c analisada a profusão dc do­ sultar de uma revisão realmente sistemática e ten­
cumentos constituída pelos manuscritos gregos, as denciosa. Todos os especialistas, ou quase, con­
antigas traduções e as citações patrísticas, a crítica cordam em reconhecer-lhe, no conjunto, um valor
textual, esforçamo-nos por ordenar tudo isso, a crítico elevado, quer este provenha de uma tradi­
fim dc utilizá-lo da melhor forma, com vistas a ção manuscrita especialmente fiel, quer de uma
remontar o mais longe possível rumo ao texto ori­ restauração textual, cuja qualidade não seria de
ginal. surpreender no mundo alexandrino. Por isso, des­
Nessa perspectiva, um exame atento levou os de a segunda metade do séc. X IX , as edições do
especialistas a constatar que o elenco das testemu­ Novo Testamento seguem de boa mente, e com
nhas conhecidas se repartia em um número bas­ razão, esse tipo dc texto que, entretanto, não deve
tante limitado de grupos capitais. Destarte, foi pos­ ser considerado como testemunha sempre e em
sível constituir três ou quatro grandes famílias dc tudo infalível.
testemunhas, cujos representantes revelam ser — Um texto chamado “ ocidental". Este apelati­
cópias dc um mesmo modelo. vo, que data do séc. X VIII, verificou-se parcial­
Como conseqüência deste trabalho, ainda ina­ mente inexato. Com efeito, as antigas versões la­
cabado, mas ja' considera'vel, a crítica hodiema tinas do Novo Testamento e certos manuscritos
pode basear-se, cm escala bastante ampla, não mais greco-latinos, como o C o d e x B e z a e (século IV?)
na massa de testemunhos individuais, mas em para os Evangelhos e os Atos, atestam deveras a
grupos de testemunhas, cada uma das quais repre­ ampla difusão desse tipo dc texto no Ocidente;
sentando um tipo de texto cuja origem pode ser agora, porém, é evidente que ele existiu também
datada e localizada com maior ou menor certeza. no Oriente, como o demonstram certas versões
Os principais tipos de textos identificados pela orientais, muitas citações e fragmentos dc antigos
crítica são os seguintes: manuscritos gregos. Em muitos casos, esse texto
— Um texto chamado “ antioqueno” ou “ sírio” , “ ocidental” , cuja origem e unidade ainda perma­
por causa de sua origem, geralmente situada em necem problemáticas, apresenta-se como sendo a
Antioquia, por volta de 300. Ele é atestado pela forma mais antiga e universalmente atestada do
imensa maioria dos manuscritos gregos, sobre­ Novo Testamento. Ele se distingue por uma ten­
tudo os mais recentes, pois tomou-se bastante ra­ dência pronunciada às explicações, às precisões,
pidamente o texto mais usado no mundo bizantino às paráfrases, às harmonizações, que muito geral­
mente o afastam do texto primitivo; em mais de cerca de 150 anos pela crítica textual do Novo
um caso. porém, suas antigas variantes, sobretudo Testamento são notáveis. Atualmente, o texto do
quando breves, são dignas de consideração. Novo Testamento pode ser considerado como bem
Essas grandes famílias de manuscritos não são estabelecido. Só poderia ser novamente posto em
as únicas que se podem identificar. Existem tam- dúvida seriamente devido à descoberta de novos
be'm formas intermediárias entre os tipos mais documentos.
definidos que acabamos de mencionar. Contudo, Esses resultados tomaram possíveis os progres­
não é necessário adentrar nesses pormenores para sos enormes que se podem verificar entre as edi­
dar a entender todo o interesse deste método, que ções modernas do Novo Testamento e as que
consiste em isolar certos tipos de textos e situa'-los haviam sido efetuadas entre 1520 e 1850, mais ou
no tempo e no espaço, graças aos dados cronoló­ menos, antes da aplicação rigorosa das regras da
gicos e geográficos que as versões, as citações e, crítica textual. A edição mais difundida em nossos
em dadas circunstâncias, a palcografia oferecem. dias é a da Nestlc-Aland, que se baseia no texto
Com isso, toma-se possível esboçar, para cada das três grandes edições científicas realizadas na
variante, para cada livro, para o Novo Testamento segunda metade do séc. X IX por Tischendorf,
inteiro, pelo menos uma história do texto que Wescott e Hort, e Weiss. O G r e e k N e w T e s t a m e n t .
permita ver quais são as formas mais antigas, as editado pelas Sociedades Bíblicas e levado a cabo
mais amplamente atestadas e, por conseguinte, as por K. Aland, M. Black, B.-M . Metzger e A. Wik-
que, em paridade de outras condições, têm maior gren, esmerou-se em aprimorar-lhe o texto. Nesta
probabilidade de corresponder ao texto original. última edição é que, com algumas exceções, se
Este primeiro trabalho crítico, que se chama baseia a presente tradução.
“ crítica externa” , ainda não é suficiente. Não raro,
por exemplo, ele resulta na constatação da exis­ O ambiente do Novo Testamento. O cristianis­
tência. no séc. II ou III. de duas variantes do mo nasceu no seio de um povo que passara por
mesmo trecho bastante difundidas e entre as quais uma história tormentosa. Após o doloroso exílio
a escolha é difícil. Neste caso, só resta recorrer babilônico, que marcara definitivamente a cons­
aos préstimos da “ crítica interna". ciência judaica, Israel tomara a instalar-se preca­
Esta já não considera essencialmente as varian­ riamente na Palestina; mas, quando reintegraram
tes como tipos diferentes do texto do Novo Tes­ a Terra Prometida, os judeus tiveram de se dar
tamento. Pelo contrário, parte do princípio que o conta de que os tempos haviam mudado e já não
teor de cada variante deve ser examinado como se podia pensar em viver lá como nos tempos
um caso individual, resultante de uma intervenção anteriores. De fato, a Palestina se tomara, mais do
intempestiva, consciente ou não, de um copista. O que outrora. objeto da cobiça de interesses que a
objetivo da crítica interna é, antes de mais nada, ultrapassavam e também, mais do que outrora, via-
reconstituir dc maneira precisa a espécie de inter­ -se exposta às influências insidiosas e persistentes
ferência que foi feita pelo copista responsável pela de idéias estrangeiras e, portanto, pagãs. que, de
eclosão da variante e quais foram as motivações forma sempre mais aguda, entravam em conflito
dessa intervenção. Estabelecido isto, e' relativamen­ com as tradições judaicas ancestrais que eles se
te fácil, a seguir, reter como leitura primitiva a que esforçavam por manter intactas, apesar de todos
se revelou como sendo origem de todas as leituras os obstáculos. Com o passar dos anos, o confronto
corrompidas. Este método, contudo, dá margem a entre o judaísmo e o mundo circunvizinho evoluiu
uma ampla intervenção do juízo subjetivo do críti­ para formas cada vez mais violentas.
co, que deve explorar simultaneamente sua opi­ Desde a morte de Alexandre Magno, em 3 2 3 , a
nião pessoal sobre o texto e seu conhecimento, Palestina caíra sob a dependência dos reis helê-
não só do modo costumeiro de proceder dos escri­ nicos. Estes tiveram para com os judeus atitudes
bas. mas também dos erros que eles cometem com muito diversas, desde uma grande tolerância até
maior freqüência. Este caráter subjetivo do méto­ as mais furiosas tentativas de absorção cultural. O
do explica em grande parte por que só é emprega­ nome de Antíoco IV Epífanes (17 5 -16 4 ) ficou li­
do como complemento da crítica externa. gado ao mais cruel destes esforços para subjugar
Seja como for, os resultados conseguidos desde a pulso o particularismo judeu, impondo-lhe a
conversão ao hclenismo. O ponto culminante foi a ja nascente (At 12 ,1-23). Este intermédio (39-44)
consagração do templo de Jerusalém a Zeus Olím­ não viu melhorar a situação da Palestina. Sob os
pico. Esses acontecimentos, relatados no livro dos últimos procuradores, as perturbações políticas
Macabeus, tiveram como efeito obrigar todos os nada mais fizeram do que ampliar-se e, em 66.
judeus piedosos (os h a s i d i m ) quer à resistência acabaram degenerando numa verdadeira revolta.
passiva, quer à revolta. A insurreição militar, sob A repressão energicamente aplicada pelos roma­
a chefia dos irmãos Macabeus, resultou na recon­ nos levou, cm 70, à destruição de Jerusalém e do
quista de uma relativa independência política e seu Templo. Uma vez destruído o Templo, os
religiosa, que durou cerca de um século. A dinas­ judeus viram-se impossibilitados de celebrar o seu
tia dos hasmoneus, que tomou este nome de um culto. Era todo o sistema político, religioso e na­
antepassado de Judas Macabcu, governou de fato cional do judaísmo que naufragava na pior catás­
a Palestina até lhe ser imposto o regime romano. trofe de sua história.
Intervindo para pôr fim às disputas internas que Ao que parece, antes que se produzissem esses
dividiam os últimos hasmoneus, Pompeu apode­ funestos eventos, a pequena comunidade cristã
rou-se de Jerusalém no ano 63 a.C. saíra de Jerusalém, para refugiar-se em Pela, na
O período romano da história da Palestina foi Decápole.
dominado, em seus primórdios pela dinastia dc A partir de 70. a história do judaísmo reduz-se
Herodes. Herodes Magno (Mt 2 ,1) reinou de 40 a praticamente à história dos milhões de judeus que,
4 a.C., não raro graças ao terror. A sua origem havia séculos, se tinham dispersado por toda a
iduméia e, portanto, não-davídica, juntamente com bacia do Mediterrâneo, na Mesopotâmia e até na
a sua crueldade, atraíram sobre ele um ódio im­ Pérsia, ao sabor de todas as tormentas políticas
placável por parte do povo judeu. À sua morte, os que tinham sacudido o Oriente Médio. As comu­
três filhos repartiram o reino entre si. A Herodes nidades mais numerosas desta dispersão ou
Antipas coube como herança a Galiléia (Lc 3 ,1) e “ Diáspora” residiam em Alexandria, em Antioquia
a Pcréia, onde reinou de 4 a.C. até 39 d.C. Ele c' e cm Roma. Ali, os judeus gozavam de um esta­
conhecido por ter mandado matar João Batista (Mc tuto jurídico particular que lhes permitia manter
6 ,17-29 ) e por ter desempenhado um papel no uma administração religiosa c civil baseada na Lei
processo de Jesus (Lc 23,6-16). Dc Arquelau (Mt mosaica. Um anti-semitismo popular latente con­
2,22), que recebera a Judéia e a Samaria, e de tribuía para isolar essas comunidades de seu am­
Filipe, que recebera os territórios situados ao nor­ biente social, mas só raramente os hostilizava de
te da Pcréia (Lc 3,1), os evangelhos citam apenas forma deliberadamente violenta. A vida religiosa
os nomes. e cultural dos judeus da Diáspora centrava-se na
Contudo, o poder político predominante estava Sinagoga, instituição que funcionava ao mesmo
na mão dos funciona'rios romanos, prefeitos ou tempo como escola, núcleo cultural e lugar de
procuradores. O Novo Testamento conservou a culto. Este consistia essencialmente na oração, na
lembrança de vários deles. Pôncio Pilatos. o quin­ leitura da Torá e na sua explicação.
to da série, exerceu suas funções brutalmente, en­ Na época de Jesus, o judaísmo representava um
tre os anos 2 7 e 37 ; Félix. homem cruel e viciado sistema sociorreligioso homogêneo, fundado na fé
(se acreditarmos em Tácito), procurador de 52 a no Senhor, o Todo-poderoso e Único, e no respei­
60, contribuiu amplamente para fazer eclodir a to a uma norma absoluta, a Torá ou Lei. A partir
guerra civil nos territórios sob sua jurisdição. desses dois elementos fundamentais, o pensamen­
Perante ele é que compareceu Paulo em Cesa- to judaico podia evoluir com muita liberdade,
réia (At 2 3,2 3-2 4 .2 6 ); seu sucessor foi Festo (At gozando, notadamente. de larga tolerância por parte
2 5 -2 6 ), diante de quem Paulo apelou para o tribu­ das instâncias religiosas.
nal de César (At 2 5 ,1 1 - 1 2 ) . Toda a vida judaica desenrolava-se à luz divina
O governo dos procuradores fora interrompido da Lei. Sendo de origem divina, esta Lei é perfei­
por uma breve restauração do poder dos Herodes ta. Contudo, ela precisa ser explicada e interpreta­
em benefício de Agripa I, neto de Herodes Mag­ da, para poder aplicar-se aos problemas concretos
no, e que se salientou, segundo o Novo Testamen­ e individuais. Protraindo-se por longos séculos,
to. como um dos primeiros perseguidores da Igre­ este esforço de explicitação teve como resultado
desenvolver, em torno da Torá escrita, uma Tora' mente suspeitos de colaboração, senão mesmo de
oral, constituída pelo que chamavam de Tradição conluio com a potência pagã de ocupação. Em
dos Antigos e tida como remontando ate' Moise's, todo o caso, tinham perdido toda a influência so­
atrave's de uma cadeia ininterrupta dc rabinos. O bre o povo. Este preferia, aos saduceus, seus ad­
Novo Testamento da' o nome de escribas a esses versários fariseus, nos quais via, ao contrário,
letrados judeus, inte'rpretes da Tora'. Na e'poca de patriotas fiéis ao Senhor e à Lei, até mesmo des­
Jesus, eles desfrutavam de uma autoridade consi­ cendentes dos famosos h a s i d i m que se tinham as­
derável no seio da população c, em particular, nas sociado à revolta contra Antíoco Epífanes na épo­
suas camadas me'dias. Exercendo na sociedade as ca dos Macabeus. Em 70. a ruína do Templo de­
funções dc teólogos e juristas, ocupavam lugar de via acarretar a dos saduceus. que dele dependiam
destaque na vida judaica. A partir do séc. III da inteiramente. A partir desta data, o judaísmo ofi­
nossa era, os rabinos empreenderam pôr por escri­ cial é representado unicamente pela tendência
to o conjunto da tradição dos escribas, que até farisaica.
então conservara-se oral. Este trabalho enorme A margem desses dois grandes “ partidos", exis­
resultou na constituição da Mishná (repetição da tiam. no tempo de Jesus, diversas seitas, algumas
Lei, comentário) que. por sua vez, entrou na com­ das quais são de grande interesse para o conheci­
posição do Talmud (ensinamento). mento do ambiente de origem do cristianismo.
O outro pólo da vida judaica era incontestavel- A respeito da seita dos zelotes, só possuímos
mente, no séc. 1, o Templo de Jerusalém, para o informações parciais e difíceis de interpretar. Pa­
qual convergiam os sentimentos religiosos e na­ rece que formavam uma ala extremista do partido
cionais de todo o povo. De fato. o Templo era dos fariseus. Seus membros estavam dispostos a
concebido como centro do mundo, lugar onde Deus fazer respeitar as prescrições da Lei por todos os
devia manifestar-se no último dia. Todos os ju­ meios, inclusive violentos. Apresentados por ve­
deus maiores de idade e dc sexo masculino con­ zes como vulgares assaltantes de estrada, eram
sideravam uma obrigação, para não dizer um pra­ antes fanáticos religiosos, irredutível mente opos­
zer, pagar o imposto do didracma, que se destina­ tos a qualquer forma de autoridade que não pro­
va a prover às necessidade do santuário. As fun­ viesse diretamente da Lei. Por isso, não hesitavam
ções cultuais e liturgicas eram assumidas por sa­ em punir de morte os que, a seu ver, se tinham
cerdotes que se escolhiam entre os descendentes tomado culpados de graves faltas contra a Lei e.
da família de Aarão. Em suas tarefas, eram eles mais particularmente, os que colaboravam com o
assistidos por levitas. Toda uma classe sacerdotal poder pagão de ocupação. É possível que certos
gravitava assim em torno do santuário dc Jerusa­ discípulos de Jesus, ou até Paulo, tenham tido
lém; ela se hierarquizava rigorosamente sob a relações com a seita dos zelotes. antes de se tor­
autoridade suprema de um Sumo Sacerdote, que narem cristãos.
também presidia ao Sinédrio, assembléia de 70 Ainda mais periféricos do que os zelotes, porém
membros, sacerdotes e leigos, que tinham compe­ mais bcm-conhecidos depois da descoberta dos ma­
tência em assuntos civis e religiosos. nuscritos do mar Morto em Qumran, os essênios
Ao mesmo tempo, um crescente antagonismo eram na maioria monges, mas alguns podiam re­
opunha os escribas a esses representantes da clas­ sidir fora do mosteiro central de Qumran e exer­
se sacerdotal. Este antagonismo era um dos aspec­ cer notável influência sobre os habitantes da Pa­
tos da oposição que reinava entre o Templo c a lestina. Eram os essênios, muito hostis às autori­
Sinagoga, ou entre saduceus e fariseus. Essas duas dades judaicas que estavam no poder e principal­
grandes tendências formavam o que ordinariamente mente ao Sumo Sacerdócio. Apesar de judeus
se denomina judaísmo oficial. muito rigorosos, os essênios acolheram muitas
Na época de Jesus, os saduceus já viam a sua idéias estrangeiras, as quais adaptaram à sua teo­
autoridade fortemente contestada. De fato, eles logia. Assim é que, sem dúvida por influências
eram, sob todos os pontos de vista, conservadores iranianas, eles foram induzidos a desenvolver uma
e partidários da ordem, embora esta fosse romana, doutrina claramente dualista. fundada na oposição
o que lhes garantia, aliás, o essencial de suas radical de dois espíritos ou duas forças, uma do
prebendas. Por isso, eles eram para o povo seria­ Bem, outra do Mal, que lutam num combate sem
trcguas até o dia derradeiro, em que se assistira' ao radicalizaram muito claramente, pelo menos em
triunfo definitivo do Príncipe da Luz sobre o Anjo certos meios. As desventuras de Israel eram então
das Trevas. profundas demais para que fosse razoável esperar
O Novo Testamento nunca sc refere aos essênios; por mais tempo que um messias humano e histó­
não contem nenhum indício de uma influência rico pudesse restaurá-lo um dia cm sua dignidade
direta do essenismo sobre o cristianismo. Pode-se dc povo eleito. Doravante, só de Deus é que, cada
afirmar, entretanto, que personagens como João vez mais, se esperava uma mudança da situação:
Batista, Jesus c os primeiros discípulos estão mais e somente em virtude de uma subversão cósmica
próximos dos meios “ secta'rios” judeus do século e pela irrupção de um mundo totalmente novo se
1 do que do judaísmo oficial. Ora, enquanto se vislumbrava a realização da tão suspirada trans­
saiba, esses meios todos simpatizavam mais ou formação. Neste cenário apocalíptico, o papel do
menos com as idéias essênias. Por isso. não é im­ messias nem sempre é muito importante. Ao se
possível que o cristianismo das origens tenha ad­ referirem a ele, os autores apocalípticos já não
mitido até certo ponto essas idéias e que uma men­ parecem considerá-lo, como outrora, um messias
talidade c um procedimento de natureza essênia terrestre, um ungido de Jave'. em outras palavras,
tenham predominado no seio da primeira comuni­ um rei descendente da família dc David que assu­
dade cristã de Jerusalem, ao menos durante algum miria funções essencialmente políticas e militares
tempo. para garantir, com a ajuda de Deus. a libertação e
Os essênios devem ter participado ativamente na a prosperidade do povo. O messias tende cada vez
rebelião contra os romanos. Eles desaparecem da mais a assumir o aspecto de um ser sobrenatural,
cena da história na tormenta de 70. associado a Deus niais do que aos homens. Em
Os acontecimentos que levaram à destruição de certo numero de apocalipses, ele rcccbc o nome
Jerusalém dão testemunho do grau de exasperação dc Filho do Homem — que designa, na realidade,
atingido pelas massas judaicas submetidas à arbi­ uma figura essencialmente celeste, sem ponto de
trariedade dos procuradores romanos. Esta exas­ contato real com a humanidade c inacessível ao
peração, amplamente explorada pelos elementos sofrimento. O conjunto das concepções messiânicas
zelotes, alimentava-se, outrossim. no manancial de c apocalípticas desta época fornece certo numero
todas as crenças apocalípticas que muito sc tinham de materiais a partir dos quais se elaborou a cris-
desenvolvido na Palestina desde o século II a.C. tologia dos cristãos. Contudo, a consideração do
Cada vez mais, arraigara-se na consciência judai­ destino sofredor de Jesus impôs aos cristãos con­
ca a convicção dc que Deus não tardaria a afrontar ferir um conteúdo inteiramente novo ao quadro
o desafio da presença paga na Terra Santa e iria que lhes era fornecido pelo messianismo c a apo­
restabelecer a sua justiça, ao mesmo tempo que os calíptica dos seus contemporâneos.
privilégios dos seus eleitos, implantando de ma­
neira espetacular o seu Reino na terra. Alguns traços do mundo grcco-romano. No iní­
Esta intervenção divina devia marcar o fim das cio da era cristã, o mundo romano é o herdeiro
atuais tribulaçõcs. ao mesmo tempo que o início direto do império grego construído por Alexandre
de uma nova era, da qual seriam banidos o Mal e Magno. Por sob um verniz romano, deparam-se a
a impiedade. Finalmente, tal advento devia ser mesma administração provincial, as mesmas con­
anunciado por um recrudescimento das catástro­ dições de vida coletiva c individual, numa pala­
fes e calamidades, acompanhadas pela subversão vra, a mesma civilização helenista, e a língua
definitiva c total dos inimigos de Deus. Este con­ comum ainda c o grego.
junto dc crenças constitui as concepções Um olhar sobre o mapa do império romano, mais
escatológicas do judaísmo antigo. que uma simples enumeração, mostra-nos sua
No século I da nossa era, as esperanças escato­ extensão. Tem as dimensões de um mundo e a
lógicas estavam longe dc constituir uma unidade cada ano assenta melhor sua autoridade, reduzin­
coerente. O que havia era um pulular de idéias do os particularismos e opondo-se às investidas
bastante confusas, difíceis de serem ordenadas. dos bárbaros (germanos, partos...).
Contudo, o que se pode afirmar é que. nas proxi­ Resultado de numerosas conquistas, o império
midades da era cristã, essas concepções se agrupa territórios de estatutos diferentes: o Egito,
propriedade pessoal do imperador, que para lá vez que a religião estava estreitamente imbricada
delega um prefeito vice-rei; os protetorados. anti­ na administração.
gos reinos que conservam suas instituições tradi­ Esta situação criaria para os primeiros cristãos
cionais; e as províncias. Entre estas devem-se dis­ um terrível problema: como continuar sendo bom
tinguir as províncias senatoriais (Ásia = Ásia cidadão sem aceitar deixar-se induzir à adoração
Menor) e as províncias imperiais, onde ainda es­ do imperador? Muitos trechos do apóstolo Paulo
tacionavam as tropas romanas e a autoridade era se esclarecem quando lidos a esta luz: tratava-se
exercida pelos governadores responsáveis unica­ nada menos que de rejeitar toda uma concepção
mente perante o imperador (Síria). Os procurado­ do mundo. As visões do Apocalipse repisam amiú-
res administram regiões que se assinalam por ca­ de este problema candente.
racterísticas particulares (Jude'ia). As massas do povo prendem-se mais particular­
Este sistema autoritário, que não reserva às re­ mente ao culto prestado aos deuses familiares
giões mais do que uma aparência dc autonomia protetores, muito próximos dos cuidados cotidia­
(assemble'ias provinciais), garante a todos uma paz nos. mas os cultos cívicos são os que, junto com
relativa, mas real, de que se aproveitam particu­ o culto imperial, manifestam melhor o caráter
larmente os territórios da Ásia, graças aos inter­ essencial da religião da época: toda a vida cotidia­
câmbios que a ordem favorece. De resto, as cida­ na acha-se impregnada de religião e dc uma reli­
des fruem de certa liberdade: são geridas pela gião que, além do mais, é oficial. A s fases da vida
asscmblc'ia ( e k k l ê s í a ) , cujos membros são todos do homem, quer como indivíduo quer como mem­
os cidadãos, e sobretudo pelo conselho (b o t i l é ) dos bro de uma sociedade, seja ela qual for (família,
notáveis. As corporações desempenham igualmente tribo, corporação, cidade), são por ela profunda­
função importante na vida local. mente marcadas. Assim, qualquer cargo público
Ale'm dc ser cidadão da sua cidade natal, uma implica necessariamente uma participação ativa no
pessoa pode gozar da cidadania romana: este pri­ culto.
vilegio pode provir de direito hereditário (e' o caso Trata-se de uma religião muito diversificada (os
de Paulo), ser adquirido a preço de ouro ou con­ deuses são legião), mas o culto deles é sempre
ferido a título de recompensa. O cidadão romano meramente ritual. Convém honrar os deuses e
e' isento das penas corporais e ignominiosas (At oferecer-lhes sacrifícios de acordo com as regras;
22.25-29) e pode recorrer ao direiro de apelar para nisto consiste a piedade.
o imperador (At 25,10ss.). As cerimônias abrangem orações litúrgicas (in­
Pouco antes da era cristã, os imperadores come­ vocação, convite ao deus para o sacrifício, pe­
çam a ser considerados como seres divinos, filhos didos de benefícios) e sacrifícios, concebidos como
de deus, deuses eles mesmos. Este processo, que presentes ofertados ao deus, geralmente ali­
sofre ampla influência das crenças orientais (Egi­ mentos. Uma parte do sacrifício é queimada; o
to, Pérsia), corresponde perfeitamente à lógica dos resto e. quer consumido pelo clero local ou pe­
fatos: sendo um o império, o culto deve manifes­ los fiéis, quer posto à venda no mercado. Daí
tar o seu único fundamento. Tibério, Cláudio, surgem os problemas para os cristãos que com­
Vespasiano preferiram limitar-se a incentivar o pram essas carnes ou são convidados para tais
culto do imperador falecido, mas Calígula, Nero e refeições (ICor 8).
Dominiciano se fizeram adorar. Na realidade, esta A gratidão do homem para com o deus que o
religião não foi imposta por Roma; bastou que o atendeu exprime-se não raro por meio de ofertas
imperador desse livre curso ao entusiasmo, à gra­ votivas como as que foram encontradas nas esca­
tidão... ou à obsequiosidade das províncias, cida­ vações da piscina Probática em Jerusalém (havia
des ou corporações. Isto explica a impressionante ali um santuário pagão dedicado a um deus curan­
floração deste culto (Éfeso dedicava-lhe vários deiro).
templos), que coexistia perfeitamente com as de­ O amálgama das idéias e das pessoas favorecia
mais formas religiosas. Os sumos sacerdotes eram evidentemente a difusão de cultos de origem orien­
escolhidos dentre os magistrados locais. Tratava- tal e de cunho menos terra-a-terra. Citemos os
-sc de um encargo dispendioso, mas que garantia cultos isíacos, segundo os quais provações suces­
ao seu titular uma real influência política, uma sivas de iniciação conduzem o homem à assimila­
ção com Osíris, o deus morto, que os sortilégios mistérios dionisíacos (Dionísio = Baco), nos quais
dc ísis devolveram à vida. Neles pressagiava-se se exprimem com selvageria a necessidade de eva­
uma certeza da imortalidade. são pelo êxtase e o delírio sagrado por ocasião de
Os “ mistérios” ficam mais estreitamente ligados corridas desatinadas e da manducação de carnes
ao culto cívico e conservam seus liames locais, ainda palpitantes. Um deus que assim ensejava
mesmo quando a sua fama se propaga por todo o furtar-se momentaneamente às condições terrenas
impc'rio. Trata-se de ritos sagrados, antecedidos não podia desamparar seus fiéis depois da morte.
por uma longa preparação numa atmosfera em que Eis alguns dos traços característicos do mundo
a noção de segredo assume por vezes grande im­ onde os primeiros cristãos iriam viver professan­
portância. O mais das vezes, não passam de ritos do a sua fé: só Cristo é o Senhor, e não o impe­
ligados às estações e destinados a garantir a fe- rador. Portanto, a ele é que se deve obedecer,
cundidade. Sucede tambe'm que pretendam confe­ arriscando-se a ir frontalmente de encontro ao
rir aos fiéis segurança quanto à vida de além- quadro religioso dc qualquer vida. Só ele pode ser
tumulo (sempre e unicamente em virtudo do rito; adorado numa vida de consagração, numa condu­
o ensinamento, o dogma quase não desempenham ta inspirada pelo amor do qual Cristo é testemu­
papel algum). Assim, os mistérios de Elêusis e os nha e que traz consigo o penhor da vida eterna.
EVANGELHOS SINOTICOS
INTRODUÇÃO
O Evangelho c os evangelhos. Antes de mais com que deparamos nos evangelhos. Aliás, é ve­
nada. o Evangelho e', de acordo com o sentido rossímil que, no decorrer da história, alguns des­
grego da palavra, a B o a N o v a da Salvação (cf. Mc ses materiais já tivessem recebido uma forma es­
1,1), a pregação desta Boa Nova. Assim o entende crita: por exemplo, certas formulações litúrgicas
o apóstolo Paulo ao falar do s e u evangelho: trata- como as profissões de fé, coletâneas de palavras
se do anúncio da salvação na pessoa de Jesus, o de Jesus ou o relato da Paixão dc Jesus que, sem
Cristo. De sorte que, na origem, o Evangelho não dúvida, bem cedo constituiu um ciclo de narra­
foi um livro1, obra literária ou histórica; e se o ções claramente estruturado.
título evangelho foi dado aos quatro livros atribuí­ Os evangelistas trabalharam a partir desses da­
dos a Mateus, Marcos, Lucas e João, é porque dos tradicionais que, na vida movediça das pri­
cada um desses autores proclama esta Boa Nova meiras comunidades, já tinham adquirido formas
no relato que faz das palavras e obras de Jesus, diversas, à medida que a Boa Nova, antes de pas­
bem como na narrativa que traz de sua morte e sar a texto estabelecido, era uma palavra viva, que,
Ressurreição. simultaneamente, nutria a fé dos cristãos, ensina­
O leitor moderno, cioso de exatidão e sempre à va os fiéis, adaptava-se aos diversos ambientes,
cata de fatos estabelecidos e verificados, fica des­ respondia às necessidades das Igrejas, animava sua
concertado à vista dessa literatura, que lhe parece liturgia, exprimia uma reflexão sobre a Escritura,
desconexa, cujo plano carece de continuidade, cu­ corrigia os erros e, ocasionalmente, replicava aos
jas contradições parecem insuperáveis e que não argumentos dos adversários.
logra responder a todas as perguntas que se lhe Destarte, os evangelistas recolheram e puseram
fazem. Tal reação será vantajosa para o leitor, se por escrito, cada um segundo sua perspectiva, o
o levar a suscitar os verdadeiros problemas, pri­ que lhes era fornecido pelas tradições orais. Mas
meiramente o do gênero literário dos evangelhos. não se contentaram com isto. Tinham também
Os seus redatores não são literatos que, instalados consciência de estarem anunciando a Boa Nova
numa escrivaninha, a manusear documentos devi­ para os homens de seu tempo, com a preocupação
damente classificados, se teriam abalançado a es­ de ensinar e responder aos problemas das comu­
crever uma vida de Jesus de Nazaré desde o nas­ nidades para as quais escreviam2. Mais adiante se
cimento até a morte. Totalmente diversa é a ma­ verá qual foi a perspectiva peculiar dc cada evan­
neira como se deve encarar a composição dos gelista. Ressaltemos, por enquanto, um fato capi­
evangelhos. Jesus falou, anunciou a Boa Nova do tal, que agora quase não é mais contestado, depois
Reino, convocou discípulos, curou doentes, reali­ das pesquisas das últimas gerações sobre a histó­
zou atos significativos. Após sua morte e à luz da ria da tradição e da formação dos evangelhos: os
fé pascal, os discípulos e, depois deles, os prega­ evangelhos nos remetem, por numerosos porme­
dores anunciaram a sua Ressurreição, repetiram nores característicos, à fé e à vida das primeiras
suas palavras e referiram seus atos de acordo com comunidades cristãs. Dentre muitas ilustrações
as necessidades da vida das Igrejas. Durante cerca possíveis, os textos que nos contam a última ceia
de quarenta anos, formaram-se tradições orais, que de Jesus são um exemplo disso. Deles, possuímos
conservaram e transmitiram, por meio da prega­ quatro versões (Mt, Mc, L c, ICor), que na reali­
ção, da liturgia e da catequese, todos os materiais dade reduzem a dois tipos: por um lado, um tes-

1. Foi Justino q u em . por volla de 150. usou prim eiro esta palavra para desig n a r o evangelho com o livro ( / Apologia. 6 6 3 ) .
2. T entou-se indicar nas notas da tradução as tendências que caracterizam cada evangelista, toda vez q u e isto foi possível, e
sempre com pm d èn cia. A s indicações que foram encontradas, p. ex . na anotação às parábolas, só intentam assinalar um a tendência
dc imerpretaçSo. O s títulos das pcrícopes esforçam -se lam bem por salientar o sentido dom inante d o texto. A ssim . p. e x „ a parábola
tradicionalm ente intitulada O Filho pródigo é aqui intitulada O Filho reencontrado.
temunhado por Mateus e Marcos, por outro, o que lhos? Qual o crédito que se lhes pode conceder?
nos c fornecido por Lucas e Paulo. Ora, esses dois Qual a sua relação com a realidade da história de
tipos, que diferem em vários pontos3,apresentam- Jesus? A essas perguntas pode-se responder que,
se ambos como textos que reproduzem fórmulas sendo os nossos documentos testemunhos da fé
tradicionais já fixadas pelo uso litúrgico. Paulo em Jesus, o Cristo, é este Cristo reconhecido pela
t r a n s m i t e o que r e c e b e u . Ao invés de narrar a fé que eles nos querem fazer encontrar. Contudo,
última ceia de Jesus em todos os seus pormenores, afirmar que os evangelhos são uma pregação, que
os evangelistas centram sua narrativa nos gestos c seus autores — mesmo Lucas, cioso da história4
palavras do Mestre, que se repetem na celebração — pretenderam antes dc mais nada ser testemu­
eucarística. Assim, a fórmula l e n d o a b e n ç o a d o , nhas da Boa Nova, não significa serem eles indi­
que é a de Mateus c Marcos, denota provavelmen­ ferentes à realidade (histórica) dos fatos que refe­
te um uso palestino (conforme à bênção judaica), rem; mas o seu interesse maior é fazer sobressair
ao passo que o uso por Lucas e Paulo do termo o seu sentido, mais do que reproduzir exatamente
d a r g r a ç a s (em grego e u k h a r i s t é ô ) evoca dc pre­ o teor literal das palavras de Jesus (cf. as diferen­
ferência um ambiente helcnico. Outros exemplos tes formas das bem-aventuranças, do pai-nosso,
dc duas versões diferentes dc uma mesma tradi­ da fórmula eucarística) ou as circunstâncias e por­
ção, como o pai-nosso (Mt 6 ,9 -15; Lc 1 1 ,2-4), ou menores dos seus atos. Apresentam uma tradição
as bem-aventuranças (Mt 5 ,3 -1 2 ; Lc 6 2 0 -26 ). nos que já é uma interpretação. É pelo estudo minu­
permitem acercar-nos tanto da natureza das tradi­ cioso dos textos que tais palavras5 ou tais relatos6
ções recolhidas como do pensamento particular de hão de surgir como sólidos pontos dc referência
cada evangelista. para a história do ministério dc Jesus; não poucos
A passagem pela tradição oral também explica métodos acham-se ao alcance dos historiadores
por que numerosas pcrícopes se apresentam como para tentar estabelecê-los.
pequenas unidades literárias centradas numa pala­ Aqui, dois pontos há que devem ser especificados:
vra ou num ato de Jesus, sem enquadramento cro­ — É certo que, através da tradição, e apesar de
nológico ou geográfico preciso; indicam-no as não sc poder verificar historicamente todo o con­
fórmulas introdutórias, vagas por si sós: n a q u e l e s teúdo do evangelho, numerosos indícios — que,
d i a s (Mt 3 ,1 ; Mc 8.1), n a q u e l e t e m p o (Mt 11,2 5), aliás, esclarecem os demais textos — nos permi­
d e p o i s d i s s o (Lc 10,1), o r a (Lc 8.22; 9 ,18 .2 7.51; tem saber que a fé em Cristo ressuscitado se en-
11,2 7 ). Cada uma dessas narrativas teve de início raíza na vida e nas ações de Jesus.
uma existência independente das outras, e sua — Só temos acesso às palavras e ações de Jesus
acomodação é muitas vezes obra dos evangelistas. através das “ traduções” que delas nos fornecem as
No emprego que as primeiras gerações fizeram tradições antigas e as redações dos evangelistas.
dessas traduções, as recordações narradas foram A transcrição em grego daquilo que primordial­
vazadas em certas formas literárias de relativa fi- mente foi vivenciado em aramaico é apenas o as­
xidez; é o que sucede em relatos, episódios que pecto mais aparente desse fenômeno de transmis­
enquadram e situam um dito de Jesus, cenas de são. Pode-sc tentar reconstituir o que Jesus falou
controvérsia, de cura ou de milagre. Uma estrutu­ cm sua língua materna, bem como se pode tentar
ra peculiar a cada um destes gêneros é muitas vezes reconstituir as circunstâncias exatas em que pro­
fácil dc descobrir. nunciou tal parábola ou operou tal cura. Todavia,
Então, como se devem considerar essas tradi­ essas tentativas ficam afetadas em seus pormeno­
ções, sc estão a tal ponto marcadas pelo uso que res por uma probabilidade maior ou menor. Essas
sc fez delas antes de serem fixadas nos evange­ limitações da verificação histórica decorrem da

3. A bençoar/dar graças — meu corpo/m eu corpo que é dado por vós — meu sangue d a A liança/a nova A liança em m eu sangue
— ausência em Mt e M c da ordem : “ Fazei isto em m inha m cm ória,\
4 . C f. Lc 1,1-4.
5. P or ex. M c 1.15: o anúncio da proxim idade do Reino não é reflexo da pregação dos cristãos; pois estes, depois da Páscoa,
anunciavam , não o Reino, inas a Ressurreição. Cf. tam bém Mc 13.32. a palavra referente ao dia e à hora.
6. P or e x . M c 6.8-9: o envio dos D oze sem nenhum recurso m aterial supõe decerto um a m issão m uito lim itada n o tem po e no
esp aço , não as m issões longínquas que a prim eira geração cristã presenciaria.
própria natureza dos evangelhos. A fe' em Cristo a) O f a l o s i n ó t i c o . As semelhanças e diferenças
vivo iluminava as recordações referentes a Jesus c entre os sinóticos referem-se: ao material empre­
se exprimia por um testemunho vivo, com tudo o gado, à disposição em que se apresenta e à sua
que este comporta de relatos fragmentários, repe­ formulação.
tições, ajustes, intervenções da testemunha ou do — Quanto ao m a t e r i a l , eis um levantamento
narrador. A função e a virtude própria desses tex­ aproximativo do número de versículos comuns a
tos são, todavia, atrair o leitor à fe'. dois ou três evangelhos:
O estudo critico dos evangelhos permite assim
ultrapassar uma leitura ingênua c inserir-se na Mt Mc Lc
perspectiva própria do Novo Testamento. Por mais comuns aos três 330 330 330
longe que sc possa remontar na pesquisa, a per­ comuns a Mt-Mc 178 178
gunta fica de pe': quem é Jesus? Ao invés de se comuns a Mc-Lc 100 100
sentir desprovido e incerto, o leitor que se dispu­ comuns a Mt-Lc 230 230
ser a ler os evangelhos nesta perspectiva, notada- peculiares a cada um 330 53 500
mente, fazendo um estudo comparado dos textos7,
sempre encontrará mais do que dc inicio suspeita­ Ao lado das partes comuns, existem fontes pró­
va. Pois, com seus múltiplos elementos de respos­ prias para cada evangelho.
ta e seu modo de compreender os dados da tradi­ — Quanto à disposição, as perícopcs agrupam-
ção, cada um dos evangelhos fomccer-lhe-á o meio se em quatro grandes partes:
de verificar e enriquecer seu conhecimento dc A . A preparação do ministério de Jesus.
Jesus, fazendo-o participar do movimento que, sem B. O ministério da Galiléia.
cessar, vai do passado de Jesus à fé atual da co­ C . A subida para Jerusalém.
munidade cristã e da convicção das testemunhas, D. Ministério em Jerusalém. Paixão e Ressur­
àquele que é sua fonte. reição.
Dentro dessas quatro partes, Mateus distribui as
Os evangelhos e suas relações mútuas. O evan­ suas perícopes numa ordem que lhe é peculiar até
gelho chegou até nós sob a forma de quatro livretes. o cap. 14; a partir daí, apresenta perícopcs co­
À primeira leitura, percebe-se que o quarto evan­ muns a ele e a Marcos, na mesma ordem que este.
gelho possui características que o situam à parte, Lucas intercala as perícopcs que lhe são próprias
embora não deixe de ter ligações com os três pri­ no meio de um quadro geral que é idêntico ao de
meiros (cf. Introdução ao Evangelho de São João). Marcos (assim. Lc 6,20-8,3 ou 9 ,5 1 -1 8 ,1 4 ) . Deve-
Estes três são testemunhos cuja redação é anterior -se, contudo, notar que, no interior desta concor­
à do evangelho de João. O evangelho segundo dância dc conjunto, há discrcpâncias. por vezes,
Marcos, cuja origem é, com toda a verossimilhan­ no próprio seio de passagens comuns (assim, em
ça. romana, pode ser datado dos anos 65-70. Os Lucas, o chamamento dos discípulos ou a visita a
evangelhos segundo Mateus e Lucas, redigidos Nazaré).
quinze a vinte anos mais tarde, não refletem os — Quanto à formulação, verifica-se igualmente
mesmos ambientes e têm destinatários bem dife­ um estreito parentesco entre os textos: assim, um
rentes. Contudo, suas características são tão seme­ mesmo termo raro ( a f t e n t a i ) encontra-se em Mt
lhantes que puderam ser denominados “ sinóticos", 9,6 = Mc 2 ,10 = Lc 5,24; ou ainda, somente duas
nome proveniente dc uma obra publicada no fim palavras diferem, entre 63, em Mt 3.7 b -10 = Lc
do século XVIII com o título de S i n o p s i s (ou seja: 3.7b-9. Por outro lado, uma discordância surge
visão simultânea), que trazia os textos de Mateus, bruscamente em passagens que no conjunto são
Mancos, Lucas em três colunas paralelas, de for­ parecidas: numa estrutura fixa, as palavras são
ma a facilitar a comparação entre eles. Esse fato diferentes, ou então com palavras idênticas, a es­
cria um problema particular. trutura é diferente.

7. O s iríidutores esforçaram -se. às vezes à custa d e certas asperezas de estilo, por salientar as sem elhanças e diferenças entre os
textos paralelos dos evangelhos. D essa form a, o leitor poderá fazer com parações por si m esm o, em b o ra nenhum a nota lhe cham e
a atenção a respeito.
b) I n t e r p r e t a ç ã o d o f a t o s i n ó t i c o . O problema 1. Certos críticos, mais sensíveis às diferenças
criado pelo fato sinótico estará resolvido quando do que às concordâncias, preferem renunciar à
se tiverem explicado juntamente as semelhanças e interdependência imediata dos sinóticos.
as divergências. a) Uns evocam uma documentação múltipla: os
Reina um acordo entre os críticos a respeito de evangelistas teriam utilizado coleções mais ou
certos pontos. P r i m e i r o , q u a n t o à o r i g e m d o s e v a n ­ menos extensas, agrupando desde o início (prova­
g e l h o s . Dois fatores determinaram o estado atual velmente com vistas à pregação missiona'ria da
dos textos: a função da comunidade que criou a Igreja) pequenas compilações de fatos e sentenças
tradição, quer oral quer escrita, c a função do (agrupamentos dc milagres, reunião de senten­
escritor que manejou as diversas tradições. As ças...); assim se explicariam as concordâncias
variações nas hipóteses dependem essencialmente menores entre Mateus e Lucas contra Marcos, que
da importância relativa atribuída pelos críticos a contradizem a sua dependência deste; assim se
estes dois fatores: poderiam as discordâncias ex- justificariam tambe'm as variantes que dificilmen­
plicarcm-se todas pela atividade redatorial do es­ te podem ser atribuídas ao trabalho redatorial ou
critor ou exigiriam o recurso a contatos havidos a perspectivas teológicas diferentes.
em nível pré-sinótico? b) Outros críticos, embora se mantenham fiéis à
Q u a n t o a o m é t o d o a s e g u i r , reina certo acordo. flexibilidade da hipótese precedente, estimam des­
As omissões ou acréscimos de matérias e as mo­ cobrir na origem da tradição sinótica dois docu­
dificações na formulação podem ser explicadas mentos principais, ale'm das tradições singulares.
mais ou menos adequadamente pelas “ intenções" Impõe-se uma constatação: a disposição difere,
dos diversos redatores; mas por causa da arbitra­ conforme se trate da parte central (pregação na
riedade que ameaça as interpretações que se po­ Galiléia: Mt 4 .1 3 - 1 3 ,5 8 par.) ou das duas seções
dem dar das mesmas, a solução do problema não que a enquadram (Mt 3 .1 - 4 ,1 2 par.; Mt 14 ,1-2 4 ,51
pode ser fornecida no nível dos materiais ou da par.). A estreita concordância que domina essas
formulação. Só o exame da disposição autoriza duas seções envolventes sugere a existência de
uma resposta firme. Para explicar as concordânci­ um documento de base idêntico para os três evan­
as entre longas seqüências de textos, impõe-se a gelhos; pelo contrário, a discordância que caracte­
hipótese dc uma dependência literaria (e não so­ riza a parte central (ministe'rio na Galiléia) revela
mente oral), quer imediata (interdependência), quer um estado menos adiantado da organização das
mediata (dependência de uma fonte comum). Para tradições. Destarte, na origem dos três sinóticos.
explicar as discordâncias, uns acentuam a influên­ haveria, além das tradições singulares, dois docu­
cia da comunidade durante a fase pré-sinótica, mentos principais: um, já fortemente estruturado,
outros, a dos redatores. Mais exatamente, os críti­ outro em estado ainda fluido, no momento em que
cos concordam geralmente em afirmar dois prin­ foram empregados pelos evangelistas, embora seu
cípios: Marcos depende de Mateus e de Lucas, estado de fusão estivesse então mais ou menos
Mateus e Lucas são entre si independentes; com adiantado.
efeito, estes últimos entram em desacordo quando 2. Todavia, a maioria dos críticos aderem à hi­
um deles deixa de concordar com a ordem de pótese das Duas Fontes. Conforme esta. Mateus e
Marcos, e ambos têm passagens comuns com Lucas dependem imediatamente dc Marcos, bem
Marcos que o outro não repetiu (Mt: 178 w .; Lc: como de uma fonte comum independente deste
l(X) w .). (muitas vezes chamada Q, do alemão Q u e l l e ) .
O desacordo entre os críticos subsiste quanto à Marcos e esta documentação seriam as duas fon­
interpretação da relação de Marcos com os outros tes principais de Mateus e Lucas. O esquema se­
dois sinóticos. Teria havido contatos, entre Mateus guinte resume esta hipótese.
e Marcos c entre Lucas e Marcos, sob a forma de
dependência imediata do evangelho de Marcos ou
sob a forma dc dependência relativamente a um Mc Doc. comum
texto pré-sinótico comum? Eis, em resumo, as duas
modalidades de hipóteses que hoje são sustenta­
das: Mt próprio — ► MiLc <— Lc próprio
Hoje cm dia esta hipótese é apresentada com balho minucioso permite determinara natureza das
muito mais nuanças do que inicialmente. Ela tem perspectivas de cada evangelista. Acrescente-se que
a grande vantagem de facilitar o estudo do traba­ o exame das fontes literárias não é nem o único,
lho redacional de Mateus e Lucas. Assim explicar- nem talvez o mais importante para compreender
-se-iam pelo trabalho de redação literária as adi­ melhor os evangelhos sinóticos. Fontes documen­
ções, omissões e transposições verificadas no fato tais, tradição oral, influência do ambiente de ori­
sinótico. Convém observar que, em nossos dias, não gem e utilização de material diverso pelos redatores
se ousa mais resolver categoricamente a questão de finais são elementos que se devem levar simulta­
saber sc o documento comum a Mateus e Lucas é neamente em consideração, ao se querer dar conta
um documento escrito ou uma fonte oral*, nem de do fenômeno original que é a literatura evangélica.
saber se o texto de Marcos usado por Mateus e Este rápido apanhado da questão sinótica talvez
Lucas é o que nós possuímos ou algum outro. ajude o leitor a melhor penetrar as perspectivas de
No entanto, seja qual for a hipótese crítica ado­ cada um dos evangelistas que serão indicadas nas
tada para abordar o problema sinótico, só um tra­ introduções particulares a Mateus, Marcos e Lucas.

Uma “sinopse evangélica”

A presente tradução visualiza as semelhanças e diferenças no vocabulário


dos evangelhos nas “ matérias paralelas” , que constituem a maior parte do
texto dos três primeiros evangelhos (Mt, Mc e Lc). O uso criterioso das
referencias dos "paralelos sinóticos” acrescentados entre ( ) ao título de cada
perícope permite portanto usar esta tradução para fins de estudo comparativo
dos três primeiros evangelhos.

8. Para este docum ento, sò 50% do vocabulário e' com um » M l c Lc. De 23 perícope!.. apenas 13 se encontram na m esm a ordem
em Mt e Lc.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
INTRODUÇÃO
O prólogo e o final. Em vez de antepor, como Belém; mas Jesus se lhe furta e se refugia na
Lucas, um prefácio ao seu evangelho, Mateus Galiléia, símbolo da terra dos gentios. Morte e
indica o senlido da sua ohra no prólogo que abre ressurreição vêm assim prefiguradas nesta histó­
a narrativa da vida pública de Jesus (1-2) e no ria trágica, que finalmente desemboca na procla­
final que encerra o evangelho (28,16-20), por mação do Evangelho aos próprios pagãos.
ocasião da única aparição do Ressuscitado: "Toda Com isto, Jesus, o Messias, dá o remate à his­
a autoridade me fo i dada no céu e sobre a terra. tória de Israel. Outra maneira de Mateus ma­
Ide, pois: de todas as nações fazei discípulos, ba­ nifestá-lo é a demonstração escriturística. Ele
tizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espí­ salpica o seu texto com citações, na intenção de
rito Santo, ensinando-as a guardar tudo o que vos mostrar que o modo de agir de Jesus se ilumina
ordenei. Quanto a mim, eis que eu estou convosco constantemente pela Escritura: “Assim devia cum­
todos os dias, até a consumação dos tempos!" prir-se o oráculo do profeta" (1,22 nota). Portan­
Neste “manifesto” do Ressuscitado, dois pontos to, os que rejeitaram Jesus enganaram-se quanto
mais salientes são sublinhados: a autoridade de à sua pessoa: Jesus é verdadeiramente o Messias
Cristo e a função de seus discípulos. esperado pelos judeus.
I. Como os outros evangelhos, o de Mateus re­ 2. Com autoridade, este Jesus deu aos Onze o
lata a vida e o ensinamento de Jesus; e, a seu encargo de anunciar a Boa Nova e de fazer de
modo, porém mais do que eles, explicita a cristo- todas as nações discípulos seus. Este anúncio é
logia primitiva. O Emanuel anunciado a José primeiro o do “Reino dos céus", conforme a ex­
(1,23), isto é, ''Deus conosco", ficará presente pressão que caracteriza o primeiro evangelho e
aos que crêem até o fim dos tempos (28,20), como que, aliás, se situa dentro da tradição judaica so­
o "mestre e docente" (didata) que ele fo i na terra bre o Reino de Deus. Deus é, de fato, o soberano
e continua sendo, por intermédio de seus discípu­ que permanece presente a seu povo e que, em
los, com uma autoridade plena que recebeu de momentos oportunos, intervém com autoridade no
Deus — e não de Satanás (4,8-10) —, já que o curso da história. Tal modo de falar provém de­
Pai tudo lhe entregou ( I I ,27). É isto que confere certo, em parte, do regime político de Israel no
ao evangelho de Mateus a perspectiva ética que o decorrer dos séculos; a ocupação romana só con­
caracteriza. segue acirrar o sonho de uma intervenção sobe­
Em conformidade com as Escrituras, este Jesus rana de D eus: sim , só D eus é nosso Rei,
fo i rejeitado pelos judeus, de sorte que a Boa Nova compraziam-se em dizer os judeus da época. Mas,
possa ser comunicada aos pagãos. Eis o que mos­ se Jesus mantém a expressão “Reino dos céus",
tra. em resumo, o prólogo. De fato, este tem a não o faz. no sentido de uma libertação política;
função, mais que de narrar os acontecimentos da ainda menos no sentir de Mateus, pois ele refere
infância de Jesus, de exprimir, a partir de antigas estas palavras depois da morte de Jesus e, por
tradições, o sentido da vida terrena daquele que isso, não poíle contar com a realização por Jesus
ressurgiu dos mortos. Ao passo que, em nome de de tal sonho.
Israel e da linhagem de David, José acolhe o Em Mateus, a expressão tornou-se técnica, para
Menino concebido do Espírito e nascido da Vir­ designar a soberania de Deus sobre o seu povo;
gem Maria, eis que, em decorrência da visita dos ela é mesmo empregada em sentido absoluto, quan­
magos — prefigurações dos pagãos que a Boa do Jesus anuncia “os mistérios do Reino” (13,11).
Nova convida à salvação —, Jerusalém, os sumos Alhures — em Lucas ou em João — ela fo i comu-
sacerdotes, o rei Herodes, todos o ignoram, o re­ mente reinterpretada e significa: vida eterna, céu.
jeitam e perseguem. Em vez de adorá-lo, Herodes Eis por que, em Mateus, a expressão permanece
chega a tentar matá-lo junto com as crianças de ambígua. Assume tanto o significado de “reina­
d o ” como, às vezes, o de “reino”, quando vem sentença dentro da repetição de uma mesma pa­
introduzida por um verbo que signifique “entrar lavra. procedendo assim a uma “inclusão” (6,19
no" (3,2 nota). Ela não visa simplesmente ao f u ­ e 6,21: 7,16 e 7,20; 16,6 e 16,12); emprega o
turo, mas igualmente ao presente. A.v parábolas paralelismo sinonímico ou antitético, por exem­
do Reino (13) indicam as suas características: plo, sob a forma de quiasmo (16,25); não receia
inaugurado pelo gesto do semeador, deve frutifi­ repetir as mesmas fórmulas (8,12: 22,13; 25,30),
car até a messe final, de maneira misteriosa e a o mesmo fraseado para designar igual realidade
despeito dos fracassos ocasionais. Em razão des­ (8,2 e 9,18; 9,4 e 12,25) ou a mesma palavra na
ta perspectiva escatológica, o Reino de Deus nâo boca de locutores diferentes (3,2; 4,17; 10,7). Suas
pode, pois, identificar-se com a Igreja, mesmo se narrações se caracterizam comumente pela brevi­
o termo “Igreja ” ( 16,18; 18,18) designa a comu­ dade: o anedótico de Marcos desaparece para dar
nidade dos discípulos que anunciam o Reino e lhe lugar a uma apresentação catequética, que é só­
produzem os sinais. Esta comunidade tem por lei bria e até hierática (comparem-se as narrativas
o serviço mútuo (18,12-14) e detém, com Pedro, de cura da sogra de Pedro em Mt 8,14-15 e Mc
as chaves do Reino ( 16,16; 18,19). Embora saiba 1,29-31).
que o Reino já está inaugurado, ela ora, ainda Mateus gosta de compor conjuntos por agrupa­
hoje e sempre: “Faze com que venha o teu rei­ mentos numéricos (assim são privilegiados os
no!” (6,10). números 7, 3 ou 2) ou por meio de encadeamen-
tos (assim 18,4-6). Ao passo que Marcos e Lucas
Composição literária. Mateus trabalhou basea­ se contentam com justapor as suas fontes, Mateus
do em fontes que lhe são comuns com Marcos ou colige palavras e narrativas (assim 85-13 com­
Lucas; mas, dentro do quadro desta semelhança parado com Lc 7,1-10 e 13,28-29), visando a um
geral, oferece uma narração bem diferente da sentido mais profundo. Gosta de combinar ensi­
de Marcos, quer pelo número e amplidão dos namentos análogos: assim, insere o "Paí-nosso"
elementos que lhe são próprios (p. ex. 1-2; 5-7: num conjunto que já formava uma composição
I I . 1-30; 13,24-30.36-52; 18,10-35: 28,9-20). quer acabada (6,7-15 em 6,1-18) e compõe “discur­
pela liberdade com que utiliza certas matérias que s o s ” conferindo-lhes caráter exaustivo (assim
lhe são comuns com Marcos (compare-se, p. ex., 10,17-42; 13,35-53; 25). Ao conjunto de milagres
Mt 4,1-11 com Mc 1,12-13; Mt 8,23-27 com Mc que constitui 8,1-17, Mateus acrescenta outras
4,35-41; Mt 9,9-13; com Mc 2,13-17; Mt 14, séries de milagres (8,23-9,8 e 9,18-34); aos três
13-21 com Mc 6. 32-44; Mt 16,13-20 com Mc anúncios do destino do Filho do Homem, acres­
8,27-30; Mt 21.18-19 com Mc 11,12-14; Mt 21, centa desenvolvimentos que amplificam o ensina­
3-46 com Mc 12,2-12: Mt 24,1-36 com Mc 13, mento de Jesus (assim 18,5-35; 19,1-20,16).
1-37), quer finalmente por um conjunto de ele­ Finalmente e sobretudo, sempre na ordem da
mentos que ele hauríu com toda a verossimilhan­ composição literária, são de notar os cinco gru­
ça de uma coletânea de palavras de Jesus que pos que se denominam, por falta de termo melhor,
também Lucas deve ter empregado (p. ex. 3,7-10; os “discursos” de Jesus. São conglomerados de
7.7-11; 11,4-6; 12,43-45). É difícil precisar até palavras de Jesus que constituem a trama do evan­
que ponto essas fontes já foram anteriormente gelho e sâo pontuados pela cláusula aposta a ca­
inseridas em agrupamentos mais amplos, mas da um deles: "Ora, tendo Jesus concluído essas
pode-se, pelo confronto com Marcos e Lucas, instruções" (cf. 7,28 nota). Esses “discursos"
constatar o modo de Mateus compor. apresentam sucessivamente a “justiça do Reino”
I. Aí suturas cronológicas, exceto em 4,17 e (5-7), os arautos do Reino (10), os mistérios do
16,21, normalmente carecem de valor (cf. 3,1 Reino (13), os filhos do Reino (18), a vigilância e
nota). As indicações topográficas costumam ser fidelidade requeridas na espera da manifestação
bastante vagas e não autorizam a composição de final do Reino (24-25).
um itinerário minucioso; graças a elas, entretan­ 2. A partir dessas evidentes características de
to, o leitor se vê colocado ante uma trajetória estilo, o leitor tenta realizar agrupamentos mais
histórica e não ante uma mera sucessão de cenas. vastos. Mas então, já não é Mateus que o exige;
Mateus gosta de engastar uma narrativa ou uma é o leitor que o pro/>õe. Por isso, a presente tra­
dução não quis impor grandes divisões ao texto cípulos a anunciarem a Boa Nova (9,35-10,42):
do evangelho. Aqui, todavia, julgamos lítil assina­ efetua-se então a opção pro ou contra Jesus: os
lar três tipos de divisão, três '‘planos" de Mateus ouvintes são convidados a discernir o evento que se
propostos pelos criticas. realiza, nos milagres anteriormente narrados ( I I -
a) O mais simples, aparentemente, e‘ o plano 12) ou no novo ensinamento em parábolas (13).
geográfico, analogo ao que se julga descobrir em No fim , Jesus e' rejeitado pelos seus (13,53-58).
Marcos: ministério de Jesus na Galiléia (4,12- Na segunda parte (14-28), Jesus percorre o ca­
13,58); atividade de Jesus nas regiões limítrofes minho que o leva pela cruz à glo'ria da Ressurrei­
da Galiléia, seguida da viagem a Jerusalem (14,1- ção. Dois movimentos animam esta narrativa: um,
20,34); finalmente, ensinamento, padecimentos, com base geográfica (14,1-16,20), depois com
morte e ressurreição de Jesus em Jerusalem (21.1- base doutrinai (16,21-20,34), permite que Jesus
29,20). A dificuldade provem do fato de ninguém ministre á sua comunidade um ensinamento par­
conseguir mostrar que Mateus tinha alguma in­ ticular. O outro sucede em Jerusalem, onde Jesus
tenção teologica especifica ao mencionar esses fa z uma entrada majestosa e toma posse do Tem­
vários lugares; assim, a divisão geográfica talvez plo (21,1-22); depois disto, ele enfrenta seus ini­
não passe de uma moldura dentro da qual foram migos: manifesta em trés parábolas o desígnio de
agrupadas as diversas matérias. Deus (21,18-22,14), sai vitorioso das controvér­
b) Outros autores estabelecem o plano de acor­ sias e ciladas que lhe armam (22,15-46) e denun­
do com os “cinco discursos” destacados por cia a hipocrisia dos escribas e fariseus (23). De­
Mateus graças às cláusulas anteriormente indica­ pois, Jesus anuncia o julgamento do mundo intei­
das. De fato, h á ai’ cinco conjuntos em que se ro (24—25): deixa-se julgar e condenar pelos ho­
encontra compendiado o ensino de Jesus; mas sera' mens (26-27). Finalmente, Deus o ressuscita (28).
que eles permitem distribuir os assuntos dentro De sorte que Mateus relata um drama. Jesus
de uma alternância narração-discurso? Tal cor­ exigia do povo judeu uma adesão incondicional à
respondência so' e'fácil de mostrar para 11-12 e sua pessoa; proclamava a admissão dos pagãos
13; mas, nesta hipótese, sera' realmente possível no Reino dos ceus. Este encontro deveria ter sido
qualificar 11-12 de narrativa, j á que estes capí­ o arremate do destino do povo de Deus; mas em
tulos formam uma serie de pequenos discursos conseqüência da recusa de Israel, tornou-se sepa­
apenas situados no espaço e no tempo? Quanto ração, arrancamento. Desde então, a comunidade
aos outros conjuntos, nâo se pode estabelecer uma dos discípulos, fiel ao ensinamento de Jesus res­
relação estreita entre 3—4 e 5-7, nem entre 14-17 suscitado, e'o verdadeiro povo de Deus que, sub­
e 18; e unir 8-9 com 10 ou 19-23 com 24-25 e' traído á prepotência dos arrendatários rebeldes,
forçar o texto. O Evangelho de Mateus não e'um deve produzir os fru to s esperados por Deus
catecismo ilustrado com exemplos: narra uma (21,43).
existência histórica que tem alcance doutrinai.
c) Outros pensaram que Mateus quis reproduzir, A comunidade de Mateus. Pela escolha do seu
sobre uma trama histórica, o drama da existência material, bem como peta ordenação do mesmo, o
de Jesus. Tendo-se em conta os “sumários" (4, Evangelho de Mateus desvenda as preocupações
12-17; 12,15-21...), os encadeamentos (12, 15-21 do ambiente em que fo i dado ü luz. Indiquemos
e 3,13-17; 11,1-12,50 e 8,1-9,34), as anotações três aspectos do mesmo.
topográficas dominantes (8,1-9,34; 14,1-16,20; 1. Mateus e 'o evangelista que mais insiste na
20,29-28,20) ou recessivas ( 11,1-12,50; 16, lei, na Escritura, nos costumes judaicos; por exem­
21-20,28), a variedade dos auditorios — predo­ plo, introduz por conta própria referências às três
minância da multidão (8,1-9,34), dos inimigos grandes práticas de piedade judaicas (esmola,
( U ,1-12.50: 21.23-23,29). dos discípulos (14. oração, jejum): á diferença de Marcos (7,3-4),
1-20.34; 24,1-25,46) —, pode-se distribuir o con­ não sente necessidade de explicar tais usos; final­
junto em duas grandes partes. mente, Jesus se dirige com prioridade ao seu povo
Na primeira (3,1-1358), Jesus se apresenta, mas (10,6; 15,24). Mas esta insistência na lei e'corri­
o povo judeu se recusa a crer nele. Todo-poderoso gida por outra, sobre a plenificaçáo que a lei deve
em obras e palavras (4,12-9,34), envia seus dis­ receber e que a Escritura aponta na própria pes­
soa de Jesus; e, por fim , sobre os abusos gerados Destinatários, data, autor. Para os antigos Pa­
pelas tradições farisaicas. Tudo é submetido a uma dres da Igreja, a coisa era simples: o primeiro
reinterpretação radical, como mostram as "antí­ evangelho fora escrito pelo apóstolo Mateus “para
teses” do Sermão da Montanha, no cap. 5. Mateus os fiéis provenientes do judaísm o” (Orígenes).
insiste na passagem da Boa Nova aos pagãos; o Muita gente ainda pensa assim, embora a crítica
que lhe interessa é, portanto, a explosão do evan­ moderna atente mais à complexidade do proble­
gelho no âmbito do mundo inteiro; todos os ho­ ma. Diversos fatores permitem localizar o primei­
mens serão chamados a juízo pelo Filho do Ho­ ro evangelho. Parece evidente que o texto atual
mem (25,31-46), todas as nações serão convida­ reflete tradições aramaicas ou hebraicas: voca­
das a receber o ensinamento de Jesus (28,19). bulário tipicamente palestino (ligar e desligar:
2. Em Mateus, diversamente de Marcos, os dis­ 16,19; jugo a carregar, reino dos céus...), expres­
cípulos ocupam um lugar único na economia da sões estas que Mateus julga inútil, explicar a seus
Revelação; são profetas, sábios e escribas da nova leitores, diversos usos judaicos (5,23; 12,5;
lei (13^2; cf. 23,34), mas, ao atenuar seus traços 23,5.15.23). Por outra parte, parece evidente que
fisionômicos históricos, Mateus aplicou-se em fa ­ este evangelho não é uma simples tradução de um
zer deles tipos duradouros: assim, eles prefiguram original aramaico, mas revela uma redação gre­
o comportamento de qualquer discípulo do por­ ga. Embora tipicamente impregnado de tradições
vir, até mesmo quando se mostram homens de judaicas, não se pode afirmar que sua proveniên-
pouca fé <8,26; 14,31; 16,8; 17,20). cia seja palestina. Comumente, estima-se que te­
3. Finalmente, o retrato de Cristo é influenciado nha sido escrito em Antioquia (Inácio refere-se a
pela comunidade cristã de Mateus. Já indicamos ele pelos inícios do século 11) ou na Fenícia, pois
como Jesus cumpre as Escrituras, justificando com nestas regiões vivia um grande número de judeus.
isto o desígnio de Deus e fundam entando a Finalmente, pode-se entrever uma polêmica con­
apologética cristã. Além disto, Mateus, com uma tra o judaísmo sinagoga! ortodoxo dos fariseus,
insistência que lhe ê peculiar, apresenta Jesus tal como se manifesta na assembléia sinagoga! de
como Mestre, o Docente por excelência (5,2.19; Jâmnia pelos anos 80. Em tais condições, nume­
7,29; 21,23; 22,16; 4,23; 9,35; etc.). Em Marcos, rosos são os autores que datam o primeiro evan­
este termo tem o sentido geral que lhe é comum gelho dos anos 80-90. quiçá um pouco mais cedo;
no mundo antigo; em Lucas, vê-se Jesus a ensinar não se pode obter total certeza a tal respeito.
os seus discípulos a rezar (Lc 11,1); em Joâo, o Do seu autor, nada diz o evangelho. A mais
seu ensinamento refere-se sobretudo à sua pró­ antiga tradição eclesiástica (Pápias, bispo de
pria pessoa (Jo 8,20.28). Em Mateus, o Mestre Hierápolis, primeira metade do século II) o atri­
ensina principalmente a nova “justiça", ou seja, bui ao apóstolo Mateus-Levi. Grande número de
uma fidelidade nova à lei de Deus (5,19-20; 7,29; Padres (Orígenes, Jerônimo. Epifünio) seguem-
15.9; 28.20); dela é o intérprete “escatológico", -Ihe a opinião, e certos autores quiseram deduzir
revestido da “autoridade” suprenm de Deus. a daí que se pode atribuir ao apóstolo uma primei­
fim de apartar seus ouvintes das “tradições hu­ ra forma, aramaica ou hebraica, do nosso Mateus
manas” cujos guardiães são os escribas (15,9) e grego. Mas o estudo do evangelho não confirma
ensinar-lhes uma nova perfeição (5,48; 19,21). essas hipóteses, sem todavia invalidá-las radical­
Desde o início do evangelho, Jesus é Cristo, f i ­ mente. Por isso, na falta de conhecer com preci­
lho de David. Filho do próprio Deus. Na sua qua­ são o nome do autor, convém contentar-se com
lidade de Filho de Deus e Cristo, Jesus é o alguns traços delineados no evangelho mesmo: o
“didata", o intérprete decisivo da vontade de Deus. autor se reconhece na sua obra. Versado nas Es­
D aí se compreende como o discípulo já o chame, crituras e tradições judaicas, conhecendo, respei­
da mesma forma que um cristão, “Senhor”, e que tando, mas interpelando rudemente os chefes re­
Mateus omita os traços que em Marcos descre­ ligiosos do seu povo, perito nu arte de ensinar e
vem a cólera de Jesus, sua irritação ou ternura; fazer “compreender" Jesus a seus ouvintes, insis­
Cristo ostenta uma dignidade muito mais consis­ tindo sempre nas conseqüências práticas do seu
tente do que em Marcos (compare-se Mt 13,35 e ensinamento, ele corresponderia bastante aos tra­
Mc 6,3; Mt 15,33 e Mc 8,4...). ços característicos de um letrado judeu feito cris­
tão, um “dono de casa que tira do seu tesouro sua tradição original. A Igreja não é um “novo
coisas novas e velhas" {13,52). Israel", mas o “verdadeiro Israel"; ela não suce­
de a Israel, mas indica a direção em que o Israel
Atualidade do primeiro evangelho. Desde o sé­ não convertido a Jesus deve avançar para alcan­
culo II, o Evangelho dc Mateus fo i considerado çar sua culminação e, em sentido oposto, ela deve
como “o evangelho da Igreja", talvez devido às descobrir neste Israel as suas próprias raízes.
tradições que refere acerca da “Igreja" (16,18 e Ao omitir a identificação da Igreja com o Reino
18,18) ou, mais provavelmente, devido à riqueza dos céus, Mateus recorda à Igreja de hoje sua
e ordenação de sua documentação. Ainda hoje verdadeira fisionomia. Sem dúvida, a instituição é
pode sê-lo, soh condição de não se lhe pedir o necessária para que a comunidade de Jesus so­
que não quer nem nos pode dar. Ao interpelar a breviva, mas ela é provisória: o Reino de Deus é,
sua Igreja, Mateus pouco se importa com repro­ por si só, o que dá sentido à Igreja, situando-a no
duzir ao pé da letra a linguagem do tempo de seu lugar próprio com referência a Deus e a Je­
Jesus; identifica-se tão bem com a voz de sua sus Cristo, que agem na história dos homens.
Igreja, da qual é intérprete, que dificilmente se O cristão hodierno é convidado por Mateus a
consegue ouvir a “testemunha ocular". Por isso, assumir a atitude dos discípulos do tempo de Je­
em vez de recorrer a ele primeiramente para re­ sus. Com eles, pode reconhecer o seu Senhor todo-
constituir uma história do tempo de outrora, é -poderoso, e ouvir que se lhe lance em rosto a
mister ler nele o evangelho da atual comunidade própria incredulidade, mas também receber a
de Mateus. A melhor maneira de escutá-lo será missão de anunciar a Boa Nova até os confins do
assumir a atitude do crente tal como Mateus o mundo. Assim, atualiza-se a relação do crente com
descreve. Outrossim, o leitor não se deve incomo­ o seu Senhor Jesus.
dar com o caráter semitizante do seu estilo, por Num mundo em devir, o Ressuscitado manifesta
exemplo lastimarulo que ete se ache jungido a um a sua presença e convida os crentes a voltarem
pesado aparato de citações escriturísticas. Toma­ incessantemente aos ensinamentos que ele minis­
das essas precauções, Mateus fala muito adequa­ trou durante sua vida terrestre: a identidade en­
damente ao cristão de hoje. tre o Cristo ressuscitado e Jesus de Nazaré torna­
Evangelho da plenificação de Israel por Jesus, do presente pelo evangelho, tal é o núcleo do tes­
Mateus manifesta o enraizamento da Igreja em temunho de Mateus.
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
1 Genealogia dc Jesus Cristo. (Lc Manasse's gerou Amon.
3,23-38). ' "Livro das origens dc Je­ Amon gerou Josias,
sus Cristob, filho de David, filho de "Josias gerou Jeconias e seus irmãos;
Gn 22.18 Abraão, sucedeu então a deportação para Babi­ 2Rs 24.
12*16:
Gn 2 1,3-12 ; Abraão gerou' Isaac, lônia. 2Cr 36.10;
25,26:2935;
ICr 1.34 Isaac gerou Jacó, l2Depois da deportação para Babilônia. Jr 27.20
Jacó gerou Judá e seus irmãos, Jeconias gerou Salaticl, ICr 3 .17 .19 :
E *1 3.2
Gn 38,29-30; JJuda' gerou Farés e Zara, de Tamar, Salatiel gerou Zorobabel,
ICr 2.4.S.9;
R( 4. Farés gerou Esrom, l3Zorobabcl gerou Abiud,
I2.1K -I9 Esrom gerou Arâm, Abiud gerou Eliaquim,
4Arâm gerou Aminadab, Eliaquim gerou Azor,
Aminadab gerou Naasson, l4Azor gerou Sadoc,
Naasson gerou Salmon, Sadoc gerou Aquim,
Rt 4. 5Salmon gerou Booz, de Raab, Aquim gerou Eliud,
13.17-22;
ICr 2,10-12 Booz gerou Jobed, de Rute, l5Eliud gerou Eleazar,
Jobed gerou Jessé, Eleazar gerou Matan,
Rt 4,17.22 ‘Jessé gerou o rei David, Matan gerou Jacó,
ICr 2 .13 -15
David gerou Salomão, da mulher de “Jacó gerou José, esposo de Maria
2Sm 12.24
Urias, de que nasceu Jesus, a quem chamam 27.17.22

ICr 3.10 -14 7Salomão gerou Roboão, de Cristo.


Roboão gerou Abias, 170 numero total das gcraçõesdé, pois:
Abias gerou Asa. quatorze de Abraão a David, quatorze de
"Asa gerou Josafat, David à deportação para Babilônia, qua­
Josafat gerou Jorão, torze da deportação para Babilônia até
Jorão gerou Ozias, Cristo.
’Ozias gerou Joatão,
Joatão gerou Acaz, O anúncio a José. '“Eis qual foi a ori­
Acaz gerou Ezequias, gem de Jesus Cristo'. Maria, sua mãe,
‘•Ezequias gerou Manasses, estava prometida em casamento a José.
a. O prólogo ao evangelho compreende, depois da genealogia estrangeiras (lição de universalismo) e as condições irregulares
de Jesus (1.1-17). cinco cenas, em que se alternam os sonhos dc em que conceberam (lição de graça).
José (1.18-25; 2.13-15; 2,19-23) e as intervenções de Herodes d. Várias explicações são propostas para este numero quatorze,
(2,1-12.16-18). Duas tradições. uma referente a Herodes e a outra repetido três vezes: I) eie seria a soma do valor numérico das
a José. parecem mutuamente independentes quanto ao estilo, à três consoantes que. em hebraico, formam o nome dc David (D
estrutura e ao conteúdo. = 4, V = 6). donde 4 + 6 + 4 = 14; mas qual era a ortografia
b. Lit. Livro da gênese de Jesus Cristo. Decalcando este título deste nome. e Mt não atribui aqui igual importância a Abraão?
sobre o que inicia a narrativa da descendência do primeiro ho­ 2) Conforme os cômputos apocalípticos da época. Jesus surge ao
mem {Eis a lista da família de Adão, Gn 5.1). Mt sugere que termo da sexta semana (3 x 14 = 6 x 7) da história sagrada que
Jesus, iniciando o livro de uma nova gênese, toma o lugar de começa com Abraão, ou seja. na plenitude dos tempos. Mas esta
Adào (cf. Lc 338). Contudo, aqui a história relatada nâo é a da explicação estribu-se artificialmente no algarismo 7. que não é
sua descendência, mas a da sua ascendência: em Jesus a história mencionado por Mt. 3) Mais simplesmente. Mt verificou que a
passada encontra o seu sentido. Quanto à relação da genealogia genealogia transmitida por Rt 4.18-22 (repetida em ICr 2.10-13)
de Mt com a de Lc. cf. Lc 3.23 nota. fornecia dez nomes, desde Farcs até David; acrescentando-lhe o
c. Gerar alguém é transmitir-lhe a própria imagem, a imagem pai de Farés e os três patriarcas, dava quatorze desde Abraão até
dc Deus (Gn 5.1-3). pelo sangue (genealogias lineares clássicas: David. Ao reproduzir este número básico para os outros dois
Gn 11; ICr 5,27-29) ou pela adoção (cf. Gn 10). Para apresentar períodos, sob condição de omitir os nomes dos três reis entre
a origem do homem que sabe ressuscitado e presente à sua Igre­ Jorão e Ozias, Mt teria com isto encontrado um quadro bftlico
ja até o fím dos tempos (Mt 28.16-20), Mt recorre primeiro ao para sua genealogia.
gênero literário bíblico das genealogias: Jesus tem suas raízes no e. Lit. Ora. de Jesus Cristo tal fo i a gênese (cf. 1,1). O fato
povo eieito. Ao mencionar os nomes das quatro mulheres. Tamar, do nascimento legal, afirmado peia genealogia, torna-se agora
Raab. Rute. a mulher de Urias, Mt realça a presença de três tema de uma namiiiva: José. filho de David. recebe Jesus em sua
Ora, antes de terem coabitado, achou-se "Deus conosaf " .24Ao despertar, Jose' fez Dt 2.7
ela grávida por obra do Espírito Santo. o que o Anjo do Senhor lhe prescrevera:
'*Josc, seu esposo', que era um homem acolheu em sua casa a sua esposa,“ mas
justo6 c não queria difamá-la publicamen­ nâo a conheceu até quando ela deu à luz
te, resolveu rcpudiá-la secretamenteh. um filho™, ao qual ele deu o nome de
“ Tal era o projeto que concebera, mas Jesus- ü u i:
eis que o Anjo do Senhor1lhe apareceu 2.21

em sonho e disse: “Jose', filho dc David, n A visita dos magos. 'Tendo Jesus l*- 2.4-7
nâo temas receber em tua casa Maria, nascido, em Belém da Judéia, no tem­
tua esposa: o que foi gerado nela pro­ po do rei Herodes", eis que magos° vin- lc i a 3.1
vém do Espírito Santo, 2,e ela dará à luz dos do Oriente chegaram a Jerusalém 2e
i.25: um filho a quem porás o nome de Jesus, perguntaram: “Onde está o rei dos ju­
U 'íVi P°'s e ele que salvará o seu povo dos deus que acaba de nascer? Vimos o seu
ai 4,i2 seus pecadosJ”. 22Tudo isso aconteceu astro no orientepe viemos prestar-lhe ho- N m 24.17
para se cumprir o que o Senhor dissera menagem”. JA esta notícia, o rei Herodes
pelo profeta1*:13Eis que a virgem concebe­ ficou perturbado, e toda Jerusalém com
rá e dará à luz um filho, ao qual darão ele. 4Rcuniu todos os sumos sacerdotes e
N «.K.iogr. o nome de Emanuel, o que se traduz: os escribas do povo’, e inquiriu deles o

linhagem. Sem duvida, essa narrativa é resultado de longa ela­ para que se cumprisse o que fo i dito pelo profeta. Acerca do
boração literária. Repetindo provavelmente uma narração verbo cumprir, cf. 5.17 nota.
apologética anterior (um sonho: cf. 2.13.19). na qual Deus evo­ I. A citação é feita conforme o texto grego de Is 7.14, exceto
ca. através das objeções de José. as calúnias concernentes ao quanto a darás o nome. que é traduzido por Mt darão o nome.
nascimento virginal. Ml a orienta teologicamente, graças à cita­ sem dúvida para adaptar a citação ao contexto: de fato. Jesus
ção de Is 7.14. que traduz a fé da Igreja na concepção virginal não foi chamado Emanuel por José. Outra explicação: Mt segui­
(cf. Ix: 1.26*38). Assim fazendo, dá-se resposta à questão levan­ ria uma tradição textual dc Is 7.14 atestada em Qumran (IQ Is")
tada pela genealogia: eis o modo pelo qual Jesus, embora sendo quc traz: chamarão.
filho de uma virgem, foi filho de David. m. Um filho. Na linguagem bíblica, o verbo conhecer pode de­
f. Antes mesmo dc levarem vida comum, os jovens que sc signar as relações sexuais (Gn 4.1.17: cf. Lc 13 4 nota). A inten­
comprometeram ao casamento sâo considerados esposos: só o ção de Mt é frisar que Maria era virgem quando Jesus nasceu.
repúdio legal podia desligá-los do seu vínculo. Pode-se pensar na maneira como. no AT. Deus protegeu a gra­
g. Será quc José se mostra justo por observar a lei que autoriza videz de Sara e a de Rebeca até o nascimento de Isaac e de Jacó.
o divórcio em caso de adultério? ou por mostrar-se indulgente? pai do povo eleito (Gn 20; 26). Será que Maria leve. ulteriormcnte.
ou por motivo da justiça de que devia usar com uma inocente? relações conjugais com José? Nada se pode concluir deste texlo.
ou por não querer ser tido como pai do divino Infante? A res­ n. Herodes Magno nasceu por volta de 73 a.C. Filho de
posta a essas perguntas continua controvertida. Antípater. mordomo dc João Hircano II (63-40). em 47 foi no­
h. Nenhum texto do AT pode justificar o carátcr secreto desse meado estratego da Galiléia. depois da Cclessíria. cm 41. tetrarca
repudio: pelo contrário, para ser legal, ele deve ser autenticado da Judéia. e cm 40, rei da judéia. pelo senado romano. Conquis­
por um certificado oficial (Dt 24.1). Donde a pergunta dc S. tou Jerusalém em 37. exterminou os hasmoneus e recebeu de
Jerônimo: “Como é quc José pode ser qualificado de justo, quando Augusto a Traconítidc. a Batanéia e a Auraníiide. Hábil político,
esconde o crime dc sua esposa?** A resposta para esta questão grande construtor de cidades helenísticas. apoiou-se no partido
depende da tradução e da interpretação dos vv. 18 e 21; para dos fariseus: morreu em 4 a.C., sendo que o nascimento de Jesus
poder agir justamente. José deve ter formado uma opinião a pode ser fixado dois anos antes. Ao pôr o rei Herodes em con­
respeito da origem da criança: Filho divino ou filho adultcrino. tato com Jesus. Mt prenuncia o conflito quc vai opor às autori­
i. Apelativo que. como no AT. designa a intervenção do pró­ dades oficiais o verdadeiro rei e salvador do seu povo (121;
prio Deus (Gn 16.7.13; Ex 3.2). É mister não confundir Anjo Jo 2.2). Outro tema próprio de Mateus: aquele que as autoridades
Senhor com os anjos. do povo rejeitaram é adorado pelas nações pagãs, representadas
j. Segundo sua etimologia, a palavra Jesus significa “O Se­ pelos magos.
nhor salva**. Duas interpretações da mensagem angélica são pos­ o. A palavra grega magos assumia significados diversos: sa­
síveis: 1) O anjo revela a José a concepção virginal de Maria e cerdotes persas, mágicos, propagandistas religiosos.charlatàes...
lhe confia, além disso, a missão de dar à criança o nome dc O grego bíblico só o emprega em Dn 22.10. Aqui. poderia
Jesus, 2) O anjo revela que. embora Maria esteja grávida por designar astrólogos babilônios, talvez postos em contato com o
obra do Espírito Santo, cabe entretanto a José um papel capital messianismo judaico; nada indica quc sejam reis.
a desempenhar: conferir a esta criança a filiação davídica, dan­ p. No orieníe. Outra tradução possível: ao surgir; a mesma
do-lhe o nome. coisa em 2,9.
k. Primeira das citações de cumprimento das Escrituras, me­ q. Herodes convoca os responsáveis oficiais pela vida religio­
diante as quais Mt interpreta os acontecimentos mais marcantes sa do povo; os sumos sacerdotes são os membros das grandes
da vida dc Jesus (1,22; 2.15.7.23; 4.14; 8.17; 13.35; 21.4; 27.9). famílias sacerdotais de Jerusalém; os escribas são os intérpretes
Todas elas apresentam uma forma substancialmente idêntica: oficiais da lei. Esses dois grupos encontram-se reunidos contra
jo 7.42 lugar onde o Messias devia nascer. 5“Em ta-te, toma contigo o menino e sua mãe,
Belém da Judéia, disseram-lhe eles, pois e foge para o Egito; fica ali até nova
é isto o que foi escrito pelo profeta: ‘£ ordem, pois Herodes vai procurar o me­
tu, B e lé m , t e r r a d e J u d ú , n ã o é s d e c e r t o nino para fazê-lo perecer”. uJosé levan-
a m e n o s im p o r t a n t e d a s s e d e s d is t r it a is tou-se, tomou consigo o menino e sua
ICr 11 .2 d e J u d á : p o is é d e ti q u e s a ir á o c h e fe mãe, de noite, e retirou-se para o Egito’.
q u e a p a s c e n t a r á I s r a e l, m e u p o v i f ' . ' ’ En­ l!Ali ficou ate a morte de Herodes, para
tão Herodes mandou chamar secretamen­ que se cumprisse o que dissera o Senhor
te os magos, inquiriu deles a época exata pelo profeta: D o E g it o c h a m e i m e u f i l h o " .
em que aparecera o astro, “c os enviou a
Belém dizendo: “Ide informar-vos com Massacre dos meninos de Belém. “En­
exatidão acerca do menino; e, quando o tão Herodes. vendo-se iludido pelos
tiverdes encontrado, avisai-me para que magos, foi acometido de grande furia e
também eu va' prestar-lhe homenagem”. mandou matar, em Belém e todo o seu
9 A estas palavras do rei, eles se puseram território, todos os meninos dc até dois
2.2 a caminho, e eis que o astro que tinham anos, segundo o tempo de que ele sc
visto no oriente' avançava à sua frente havia certificado com os magos”. l7Então
até parar em cima do lugar onde estava cumpriu-se o que fora dito pelo profeta
o menino. I0À vista do astro, sentiram Jeremias.
uma alegria muito grande. "Entrando na {*U m a v o z f e z - s e o u v ir em R a m á ,
Lc 2 .16 casa, viram o menino com Maria, sua p r a n t o s e lo n g o la m e n t o :
si 72.10. mãe, e prostrando-sc, prestaram-lhe ho- é R a q u e l q u e c h o ra seu s filh o s
lu5 menagem; abrindo seus escrínios, ofere­ e n ã o q u e r s e r c o n s o la d a ,
ceram-lhe por presente ouro, incenso e p o r q u e e l e s j á n ã o e x is t e n f .
mirra1. ,2Depois. divinamente avisados em
2.22 sonho de que não tomassem a ir ter com Volta do Egito. Fixação cm Nazaré.
Herodes, retiraram-se para sua pa'tria por l9Dcpois da morte de Herodes, o Anjo
outro caminho. do Senhor apareceu a José, no Egito, “ e 1 .20:
lhe diz: “Levanta-te. toma contigo o 2,1213
A fuga para o Egito. '-'Depois da parti- menino e sua mãe. e põe-te a caminho Ex 4.19
1.20: da deles, eis que o Anjo do Senhor apa- para a terra dc Israel; pois estão mortos
21(1 rece em sonho a José“ e lhe diz: “Levan- os que haviam tramado contra a vida do
Jesus em 21.15; Mt associa com mais freqüência os sumos sa­ nota). Km sonho são recebidas as diretrizes de Deus que conduz
cerdotes aos anciãos do povo {263.47; 27,1 etc.). O sentido em o seu povo. Mesmo conceito que em At (16.9; 1 8 ,9 :2 3 .11). mas
ambos os casos é o mesmo: os verdadeiros responsáveis pelo sem a nota de encorajamento como nos sonhos dc Paulo.
drama são os chefes do povo. v. Construção semelhante à das narrações da fuga de Jacó (Gn
r. Esta citação de Mq 5.1 esta combinada com 2Sm 5.2 dc 27.43-45). de Lot (Gn 19.15) ou de MoÍse's (Ex 2,15); leia-se
modo muito original: ela não corresponde exatamente ao texto sobretudo a narrativa de Jeroboào que foge para o Kgito. lugar
do AT. nem hebraico nem grego. Põe na boca dos conselheiros tradicional dc refugio, conforme a Bíblia (1 Rs 11.40).
de Herodes uma profecia sobre Belem. cuja importância é assim w . Tradução do texto hebraico de Os 11.1. cujo sentido local
ressaltada por Mt. Ml acertadamente conserva (cf. Os 12.14). O que Ml quer nâo
s. Acerca da expressão no oriente, cf. 2.2 nota. Este astro não é justificar o objetivo do deslocamento, mas fundar na profecia
corresponde aos astros que conforme o modo de pensar antigo, o exílio dc Jesus evocando o Êxodo.
nào raro. determinavam o destino dos heróis. Dc preferência, i x. Relato provavelmente pre-mateano. de feitura semelhante a
o astro que. da pane de Deus. designa Jcsus à adoração dos Mt 22,7. talvez modificado pelo evangelista, cm vista da citação
magos como rei messiânico (cf. lambem Nm 24.17). (2.18), com a especificação em Belém e todo o seu território: o
I. Incenso e m in a . Riquezas e perfumes tradicionais da Ar;íbia conjunto foi adaptado ao contexto pela menção aos magos.
A expectativa messiânica judaica contava, para o rei esperado, Quanto ao fundo, a história condiz perfeitamente com os ha*bitos
com a homenagem e as oferendas de todas as nações (cf. ls dc Herodes.
60.6). y. Tradução livre do texto hebraico dc Jr 31.l5.com algumas
u. Relato litemríamente aparentado com os relatos “eloislas" reminiscéncias do texto grego. Raquel, mâe dos israelitas do
dos sonhos de Abimelec (Gn 2 0 3 -7 ). dc Laban (31.24) e. mais Norte, chora por seus filhos exilados. Belém: lugar tradicional
particularmente, de Jacó na noite de sua partida para o Egito do tumulo de Raquel; Ramá: lugar de reunião dos deportados
(46.2-4): n{ se encontra o esquema comando-cxecução (cf. 1.18 que partiam para o exílio (Jr 40.1).
menino”. 2lJosc' levantou-se. tomou con­ -se Joâo, o Batista. proclamandod no dc- Mt us
sigo o menino c sua mãe. e entrou na serto da Judéia1': J"Convcrtei-vosr: o Rei­
terra de Israel'. “ Mas ao saber que nado dos céus* aproximou-scT -'Dele é
Arquelau“ reinava na Judéia em lugar do que falara o profeta Isaías ao dizer: “ U m a k 40.3
seu pai Herodes, teve medo de ir para la'; vo z c la m a n o d e s e r t o : 'P r e p a r a i o c a m i­
2.12 c, avisado divinamente em sonho, reti- n h o d o S e n h o r , e n d ir e it a i s u a s v e r e ­
Mc i.w rou-se para a região da Galiléia. 2'E veio ''João usava um traje de pêlo de
da s1 ’ " .
u' morar numa cidadc chamada Nazaré, para camelo, com um cinto dc couro à volta
que se cumprisse o quc fora dito pelos dos rins; alimentava-se de gafanhotos e
profetas: e le s e r á c h a m a d o n a z o r e u ''. de mel silvestre'.-'Então Jerusalém, toda
a Judéia c toda a região do Jordão iam
o João Batista ( M c 1 ,2-6; L c 3 , 1 - 6 ; J o ter com ele; 6faziam-se batizar1 por ele
1 , 1 9 - 2 3 ) . 'Naqueles diasc, apresenta- no Jordão, confessando os pecados1.

z. Esta narrativa é certamente influenciada pela do exílio de táncia (3,2; 4.17; 1120-21; 12.41). De preferência ao sentido
Moisés em Midian (Ex 4.19-23). inculcado pela etimologia grega (mudança dc mentalidade), é
a. 4rquelau: Etnarca da Judéia. Sumaria e Iduméia. dc 4 a.C. preciso reconhecer nele o tema. capital no AT. sobretudo desde
até 6 d.C. Destituído pelo imperador Augusto a pedido dc uma Jeremias, da mudança de orientação, da volta incondicional ao
delegação de judeus e samaritanos. foi exilado em Viena, nus Deus da aliança. Ml equipara as pregações do Batista e de Jesus
Gaitas. Seu domínio foi entregue a um governador romano. (32; 4.17). embora distinga seus ministérios quanto à finalidade
b. Nazoreu. Jesus é chamado assim nos Atos (cf. At 2.22 do balismo (3.11): conversão comprovada por atos (3.8 nota) ou
noia). Difícil é determinar o texto ao qual Mt quer referir-se. O recusa dos judeus de se converterem ( 1 1.2021; 12.41; cf. l-c
icrmo mio eqüivale ncm a nazareno, cidadão de Nazaré, nem a 532; 15,7).
um membro da seila dos nazorenianos. Como em 26.71. Mt vé g. Em conformidade com o uso judaico que evita pronunciar
nesta palavra um equivalente de galileu (26.69). sendo que ali se o nome dc Deus. Mt diz Reinado dos céus preferivelmente a
pode compreender: aquele de Nazaré (21.11; cf. Jo 1.45; Al Reinado de Deus (só Mt 12.28; 19.24; 2131.43). As palavras
1038). Nâo é impossível que Mt lenha querido evocar o Sumo dos céus não designam um reino celeste, mas que Aquele que está
de Deus f)or excelência, o nazir (Jz 13.5; cf. 16.17; Mc 1.24). nos céus (5.48: 6.9; 7 2 1 ) reina sobre o mundo. Instruído pelo
c. Naqueles dias. No grego, esta expressão introduz habitual' AT. Mi sabe que o reino sempre pertenceu ao Senhor (SI 22.29;
mente, como aqui. um novo episddio sem ligação cronológica 103.19; 145.11-13 etc.); mas ele entende anunciar que este Rei­
com o que precede. — A narração da vida publica de Jesus é nado de sempre se aproximou dos homens na pessoa de Jesus.
introduzida, bem como cm Mc e Lc. por um tríptico: pregação A rigor, só se deveria traduzir por reino quando se quer designar
de João (3,1-12). balismo de Jesus (3.13-17). tentação de Jesus o âmbito (p. cx., entrar no...: 5.20; 7.21; 183; 19,23). Nos
(4.1-11). outros casos, convém traduzir por reinado. Cf. Lc 4.43 nota.
d. Proclamando. Em grego, kéryssein. donde deriva kèrygma h. Ou tornou-se próximo. Mesma expressão em 4.17 e 10.7
(querfgma). Do uso profano (proclamação do arauto em nome (mesmo verbo, traduzido também por chegar, em 21.1.34; 26.45-
do rei: cf. Gn 41.43), o verbo passou para o domínio religioso 46). Hoje cm dia. ela sc interpreta: l ) O Reinado está próximo,
(proclamação em nome de Deus: cf. JI 2,1). Usado aqui paru a ou muito próximo (Jesus anuncia a vinda ou imipçào iminente
pregação de João Batista, ainda o sera para a de Jesus (4,17). dos c universal desie reino); 2) o Reinado está presente (cf. 12.28.
seus discípulos (10,7.27). da Igreja primitiva (At 8,5). Em Ml com um outro verbo: já chegou até w s), sendo que esta presen­
(exceto cm 11.1). o conteúdo da proclam;tção é brevemente lem­ ça se pode compreender de modos diversos: ou o Reinado já está
brado (3.2-3; 4.17; 10.7) ou condensado nas expressões o Evan- plenamente realizado, ou eslá secretamente inaugurado na pes­
gelhodo Reino (4.23; 935; 24.14) ou o Evangelho (26.13); noie- soa e atividade de Jesus, mas cm breve será manifestado a todos.
-sc que os verbos proclamar e evangelizar (= anunciar uma boa De qualquer forma, a vinda do Reinado exige a conversão.
nova) podiam ser inais ou menos sinônimos no grego da i. Ao citarem Is 4 0 3 . os sinóticos seguem o grego, que põe no
Scptuaginta (cf. 2Sm 1.20; Is 40.9). deserto em conexão com vy>c e não com p re fw a i, como fa/ o
c. Judéia. Expressão peculiar de Ml. que sd aparece aqui. lexto hebraico. Substituem uma estrada para nosso Deus <=
Região maldcfinida. situada entre a cadeia de montanhas que YHWHi por suas veredas, tomando com isso possível a aplicação
corre de Jerusalém a Hebron. e o Mar Morto ou o Jordão inferior do lexto ao próprio Jesus, proclamado pelos cristãos como
(cf. 3.6. onde a atividade de Joào é localizada de modo mais *‘Senhor“.
preciso). Conforme mosira o v. 3. Mt se interessa menos pela j. João usa os trajes clássicos dos profetas (Zc 13.4). em par­
exatidão topográfica do que pelo significado bíblico do deserto ticular de Elias (2Rs 1.8). que regressara na pessoa de João
(cf. 4,1; 11,7: 14.13: 24.26). Nesta região, então pouco povoada, Batista (cf. Mi 17,9-13: Ml 323).
mas nâo desértica no sentido moderno da palavra, é que foram k. Batizar. Por ser oferecido a todos, conferido por Joào e re­
descobertos, a panir de 1947. os veslígios das instalações e dos cebido uma só vez, este balismo difere profundamente das ablu-
escritos chamados “do mar Morto". Cf. ja /M c 2.29: “Muitos ções rituais dos essénios (quc eram cotidianas) e do batismo dos
homens que buscavam a justiça e o direito desceram ao deserto prosélitos (quc os ‘purificava" para permitir-lhes entrar cm conta­
para aí sc estabelecerem’*. to com os judeus): cf. Mc 1.4 nota. Graças à conversão à qual
f. Convertebvos. Este verbo e o substantivo correspondente está ligado, eie prepara para o batismo trazido por Jesus (Mt 3.1 f ).
aparecem, em Mt. em contextos que lhe conferem grande impor- I. Cf. Mc 15 nota.
Apelo de João à conversão (Lc 3.7-9). batizará no Espírito Santo e no fogo1. J» U 3:
7Com o visse muitos fariseus e saduceus'" l2Traz na mão a pá, vai joeirar sua cira e ,^5'
que vinham ao seu batismo, disse-lhes: recolher o trigo no celeiro; mas o refugo,
12.34; 23,33 “ C rias de víboras, quem vos ensinou ele o queim ará 110 fo go que não se
u 21.23: com o fugir da ira" que está para vir? extingue"” .
"Produzi, pois, fruto que testemunhe da
cr 5.6: ci 3.6; vossa conversão”: ’ e não concebais dizer Batismo de Jesus (Mc 1.9-11; Lc 3.21-
A p 6.6.17 , . - ,
8 a vos mesmos: Tem os por pai Abraao22;. cf. Jo 1,29-34). '-'Então chega Jesu s,
33.37.39; p0js cu vos digo. destas pedras aqui Deus vindo da Galiléia ao Jordão, junto a João,
R m 4.12
pode suscitar filhos a Abraão. 10O ma­ para fazer-se batizar' por ele. ‘■'João quis
chado já está pronto para cortar’’ a raiz opor-se a isto: “ Eu é que preciso ser
7,i9; das árvores: toda árvore que não der bom batizado por ti, dizia, e és tu que vens a
' í / i s i *™ t0 serí' cortí*da e lançada ao fogo. m im *?” ,5M as Jesus replicou-lhe: “ D ei­
xa, agora é assim que nos convém cum ­
Batismo de água e batismo de fogo (Mc prir toda a justiça*” . Então, ele 0 deixa
Jo 1.26. 1,7-8; Lc 3.15-18; cf. Jo 1.24-28). " “ Eu fazer. “ Logo que foi batizado, Jesus saiu
ai i j ; 3|'if|36 V0!i batizo na1* água, em vista da con- da água. E is que os céus se abriram ', e
Al 13|’q44 vcrs5° ; mas aquele que vem depois de ele viu o Espírito de Deus descer como
11 .3 : mim é mais forte do que eur: eu não sou uma pomba2 c pairar sobre ele, 17c eis
Jo i.i5; digno tirar-lhe as sandálias*; ele vos que uma voz vinda dos céus dizia: “ Este G n 22,2;
Al 13.25 c M l 12,18;
17.5

m. Aqui, Mt aproxima fariseus e saduceus como cm 16.1.6. parece preferível admitir que o fo g o não muda dc sentido do v.
11.12 e, em outro sentido. 22,34. Em outro lugar, aproxima os 11 para o v. 12, onde sc trata realmente de um castigo; o fogo
fariseus dos escribas (c. 23). Lc. no relato paralelo (3,7-9) só se representa pois. de preferência, a cólera (cf. 3,7 nota), correlativo
refere às multidões. Tais diferenças explicam-se pelos ambientes necessário (cf. Rm 1,16-18) da participação na santidade de Deus
difcFentes aos quais os evangelistas sc dirigem. (a conjunção e acrescentaria então um matiz especial).
n. Neste anúncio do julgamento que se aproxima, a cólera u. No AT e no NT. a messe é a imagem do juízo final, da
designa a reação do Deus santo diante do pecado (cf. Is 30, consumação dos tempos, por ser a ocasião em que o hom grào
27-33). Joào anuncia a chegada iminente do juiz escatológico. (ou a parte sadia do trigo) é separado do ruim (Jl 4.12-13; Is
mas Jesus apresenta-se como servo manso e humilde (12.18-21). 27.12-13; Ap 14,14-16; cf. Mt 13,30 nola).
aquele que. segundo Paulo, salva da ira (ITs 1.10). v. Para fazer aceitar que Jesus tenha sido balizado no meio dos
o. Lit. um fruto "digno" da vossa conversão; o mesmo adje­ pecadores, a tradição evangélica evoca uma palavra profética
tivo em Mt 10,10.11.13.37.38; 22,8. A palavra fruio, no singu­ (3,17): Jcsus. que se assimila aos pecadores, é de falo o Filho dc
lar. designa aqui todo o comportamento do homem, não uma Deus.
particular manifestação dc piedade, ou de moral. A conversão w. O pmtesio de João Batista pretende ressaltar a superiorida­
requerida nâo é frulo da pregação do Batista. Ou João exige que de de Jesus, como anteriormente sua pregação mostrava a supe­
a conversão real se manifeste no comportamento, ou denuncia a rioridade do batismo vindouro com relação ao batismo da água
conversão dc seus ouvintes como ilusória, já que destituída de (cf. Jo 3,23-30).
alcance real. A segunda interpretação é recomendada por 3,9.10. x. Em Ml. a palavra justiça designa a fidelidade nova e radical
p, Lit. está posto contra a raiz. à voniade de Deus (5.6.10.20; 6.133; 21,32). João Batista e Jesus
q. O 1/ hebraico subjacente â preposição em não tem necessa­ sujeitam-se juntamente a um desígnio de Deus cujo significado
riamente sentido locativo. mas pode ter um valor insirumental há de ser revelado por todo o evangelho, quer Jesus se solidarize
(cf. Ap 6.8; 19.21; compare Mc 5.25 e Mt 9.20); aqui pela água. aqui com os pccadorcs para salvá-los, quer o batismo represente
pelo Espirito. o primeiro protesto público de Jesus contra o sonho judaico de
r . Ao contrário do que sucede habitualmente nos cortejos ofi­ um Messias triunfante (cf. 4,1-11. 11.2-6; 16,13-23).
ciais. a personagem mais importante vem aqui em segundo lu­ y. Expressão que significa a união entre a terra e o céu (cf. Al
gar. Só aqui e em 12.29, Jcsus e designado como o Forte, qua­ 7.56; 10.11-16: Jo 1.51) e uma revelarão celeste (Is 63.19; Ez
lificativo que. no AT (Dn 9.4; Jr 32.18). caracteriza Deus e, por l.l; Ap 4.1; 19,11). — Alguns mss. acrescentam: para ele.
volta dos tempos de Jcsus. o Messias esperado (cf. Salinos de z. Nenhuma interpretação segura pôde scr dada deste símbolo.
Sahm ãoi. Ao termo força Mt prefere autoridade 0 2 9 ', 9.6; Provavelmente não sc trata dc uma alusão à pomba que voltou
28.18). à arca de Noé (Gn 8,8-12). Alguns, estribados em tradiçòes
s. Não calçar suas sandálias, mas /iVar-lhas: gesto caracterís­ judaicas, identificaram a pomba com Israel. Para outros, ela sugere
tico do cscravo. o amor de Deus (cf. Ct 2,14; 5.2) que desce à terra. Finalmente,
t. De forma menos externa que a água. o fo g o simboliza a de acordo com as outras tradições judaicas que viam uma pomba
ação de Deus que purifica, depura (Ml 3 2 : Zc 13,9; cf. IPd no Espírito de Deus adejando sobre as águas (Gn 1,2). alguns
1.7). Por isso. poder-se-ia compreender: “O Espírito Santo que estimam que ela evoca a nova criação que se efetua no batismo
depura como o fogo” (a conjunção e seria explicativa). Mas de Jesus.
é o meu Filho bem-amado*. aquele que a te u r e s p e ito o r d e m a s e u s a n jo s e e le s
me aprouve escolher11". te c a r r e g a r ã o n a s m ã o s . p a r a e v ita r q u e

c o n tu n d a s o p e 'e m a l g u m a p e d r a 1” . '' Je­


a A tentação dc Jesus1 { M c 1 , 1 2 - 1 3 ; sus lhe diz: “ Também esta' escrito: N â o icor 10.9
L c 4 . 1 - 1 3 ) . 'Então Jesus foi conduzi­ p o r i í s à p r o v a o S e n h o r t e u D e u s *".*O
do pelo Espírito ao deserto, para scr ten- diabo o leva ainda a uma montanha mui­
21
Hb . »; tado pelo diabo. 2Depois de ter jejuado to alta; mostra-lhe todos os reinos do
4,15 quarenta dias e quarenta noitesd, acabou mundo e seu esplendor ve lhe diz: “ Tudo
sentindo fome. -'O tentador' aproximou- isso te darei, se, prostrando-te, me
46
.; se e lhe disse: “ Se e's o Filho de Deus', adoraresk” . '“Então Jesus lhe diz: “ Reti­
27'40 ordena que estas pedras se transformem ra-te, Satanás'! Pois está escrito: A o S e -
em pães” . *Mas ele respondeu: “ Esta' mi . Í:
n h o r te u D e u s a d o r a r a s e s o 'a e le p r e s - 21
escrito: N ã o s o ' d e p ã o v i v e r a o h o m e m , "Então o diabo o deixou, ] ^ ;l425.
ta r e /s c u lt o " '” .
m a s d e to d a a p a la v r a q u e s a i d a b o c a e eis que se aproximaram anjos, e o Ap4.io-.
de D eu
.
serviam".

16
5 .i4 ;7 .ii:
n. :
JEntão o diabo o leva à Cidade Santa, 19.4.10:22.»

52
^ j- coloca-o sobre a cumeeira do Templo* Jesus rctira-se para a Galiléia ( M c
m i 2 7 J 3 *e d i z ; “ Se és o Filho de Deus, atira- 1 , 1 4 - 1 5 ; L c 4 , 1 4 - 1 5 ) . ,2Depois que sou- 14 .3 :
Ap 11.2:
21.2.10: -te para baixo, pois esta' escrito: E l e d a r t í be que João fora entregue", Jesus retirou- j ’Cj6j],7'
22.19
4.3: 27.40
a. Estas palavras associam a terminologia de Sl 2.7. que repete f. Ou seja: J d que e's o Filho de Deus. A argumentação repete
a antiga profecia de Natan em 2Sm 7.14 (tu es meu filh o ...) à dc a palavra celeste pronunciada no batismo (3.17).
ls 42.1 (meu bem-amado que me aprouve escolher), lista ultima g. Mateus cita Dt 8 3 segundo o grego; o texto hebraico
passagem ainda nào apresenta o servo sofredor de Is 53. mas não tem tanta precisão: “...de tudo o que sai da boca do
aquele que não levanta a voz (42,2; cf. Mt 12,18-21). nâo vaci­ Senhor".
la, nem e'quebrantado (Is 42.4). Graças à fusão desses textos h. A cumeeira. em grego diminutivo de uma palavra signifi­
escriturísticos. Mt une em Jesus as duas figuras proféticas do cando a ala de um edifício, poderia também referir-se à cornija
filhô de estirpe real e do Servo. superior de uma das grandes portas, donde Jesus teria precisado
b. Lit. em quem pus o meu beneplácito. Nâo se trata de uma atirar-se para manifestar a sua “messianidade" às multidões que
complacência arbitrária, mas de uma eleição visando a uma geralmente se apinhavam neste lugar.
missão: daí; escolher. i. Cf. Sl 91.11-12. citado conforme o grego. Como em Dt 8 3 .
c. Esta narração deriva dc uma tradição que remonta, quanto essas palavras do Sl 91 nâo visam exatamente ao Messias, mas
ao essencial, a Jesus (cf. Mc 1.12-13): de fato. a recusa do a qualquer israelita fiel que espera o socorro so de Deus. A
messianismo terreno, que é sua afirmação central, data do tempo Satanás, que cita as Escrituras ao pé da letra, Jesus responde
pré-pascal. e o combate com Satanás sd chegou a termo com a evidenciando o seu significado fundamental.
morte e a ressurreição de Jesus. Esta recordação foi reassumida J. Dt 6.16. Lit. “Não tentaras o Senhor, teu Deus". Tentar a
por Mt e Lc num estilo de controvérsia, mostrando a superiori­ Deus é um tema corriqueiro no AT (Ex 17,2-7; Nm 14,22; Sl
dade dc Jesus sobre seu adversário. Af Jcsus aparece como o 78.18 etc.). em dois sentidos complementares: desobedecer-lh
novo Israel tentado no deserto, como indicam as citações ex­ para ver uté onde chega sua paciência ou. como aqui. recorrer à
pressas do Dcutcronômio (83; 6.16; 6.13). Jesus recusa, não sò sua bondade com objetivo interesseiro.
recorrer a forças espirituais para fins terrenos, como também k. Lit. se. caindo (a m eus p e s), m e adorares. Aqui. o
intimar Deus a salvá-lo magicamente por um milagre e subme- verbo adorar designa um ato de submissão total, dc conseqüên­
ter-se a Satanás para dominar politicamente o mundo. Ao contrá­ cias concretas e imediatas (cf. 2.2: 8.2; 9.18; Gn 37.7-10). Igual
rio de Israel. Jesus sai vencedor do combate: nào se deixou apartar sentido em 28,17.
dc Deus. Mt frisa o aspecto messiânico da Tentação, graças à I. Retira-te: a mesma injunção será feita a Pedro em 16.23.
dupla tipologia de Jesus, novo Israel e novo Moisés. Associada acrescida de uin apelo a segui-lo (retomado aqui por alguns
ao batismo, a cena pode fornecer tambem o sentido da existência manuscritos, que acrescentam: atriís).
cristi: em princípio, todo filho de Deus triunfou do demônio. m. Dt 6.13; cf. Ex 34.14; Dt 3239; Is 43,10.
d. O numero quarenta (= os anos de uma geração) designa um n. O verbo servir significa aqui servir à mesa. dar de comer
período bastante longo, cuja duração exata não se conhece (Gn (cf. 8.15). Jesus recebe dos anjos, isto é. de Deus por seus
7.4; Ex 24.18). Aqui. este prazo talvez evoque o tempo que mensageiros, o alimento que recusou providenciar para si, obe­
Moisés passou no alto do monte <Ex 34.28: Dt 9.9.18); prova­ decendo à sugestão de Satanás. Ele ensinará seus discípulos a
velmente simboliza os 40 anos passados por Israel no deserto pedi-lo e a recebê-lo igualmente ao Pai (6.11).
(Nm 14.34), aos quais já se referiam os 40 dias de caminhada de o. Isto é. preso, aprisionado (cf. Lc 3,20). como é dito igual­
Elias (I Rs 19.8). mente de Jesus (17,22; 26.2; 27.2.18.26). A escolha do termo e
e. Numerosos sào os tentadores que se apresentaram a Jesus a forma do verbo no passivo sugerem que. embora os atores do
durante sua vida (16.1; 193; 22.18.35); a narrativa atual quer drama sejam os homens, quem o dirige segundo seus próprios
fornecer o sentido dessas diversas tentações. desígnios é Deus (cf. At 428).
-scppara a Galiléia.,JA seguir, abando- do logo as redes, seguiram-no*. 2llndo
jo 2.12 nando Nazara'q, veio morar em Cafar­ daí adiante, ele viu mais dois irmãos:
naum, à beira-mar', nos territórios de Tiago, filho de Zebedeu, c João, seu ir­
Zabulon e dc Neftali, Mpara que se cum­ mão, no barco com Zebedeu. seu pai,
prisse o quc diz o profeta Isaías': consertando as redes. Ele os chamou.
15 T e r r a d e Z a b u l o n , t e r r a d e N e f t a l i , “ Deixando logo seu barco e seu pai,
c a m in h o d o m a r, seguiram-no.
A lé m -J o r d ã o ,
Lc i.79 G a lilé ia d a s N a ç õ e s ! Jesus c as multidões ( M c 1 , 3 9 ; L c 6 , 1 7 -
16 O p o v o q u e ja z ia n a s tre v a s 1 8 ) . “ A seguir, percorrendo toda a Ga- 9.35:

v iu u m a g r a n d e lu z ; liléia, ele ensinava cm suas sinagogas, Ml 1,9


p a ra o s q u e ja z ia m n a r e g iã o s o m b r ia proclamava a Boa Nova do Reino5 e
d a m o r te curava toda doença e enfermidade entre
le v a n to u -s e u m a lu z . o povo”. “ Sua fama espalhou-se por toda
I7A partir de então, Jesus começou1 a a Síria, c trouxeram-lhe todos os quc m c 6.55-56
proclamar: “ Convertei-vos: o Reinado padeciam de toda a espécie dc doenças e
dos céus aproximou-se” “. tormentos: endemoninhados, lunáticos,
paralíticos; ele os curou. “ E grandes mul­
Chamamento dos primeiros discípulos tidões o seguiram, vindas da Galiléia e m c 3.7-x
( M c 1 , 1 6 - 2 0 ; L c 5 , 1 - 1 1 ) . '"Andando ao da Deca'pole, de Jerusalém c da Judéia. e
Jo 1.40.4! longo do mar da Galiléia, viu dois ir­ de além do Jordão.
mãos, Simão, chamado Pedro, e André,
seu irmão, que lançavam a rede ao mar: m O Sermão da Montanha ( M c 3 , 1 3 ;
eram pescadores. '*Disse-lhes: "Vinde em ^ Lc 6 , 1 2 - 1 3 . 2 0 ) . ‘Ao ver as multi­

meu seguimento*, e farei de vós pesca­ dões, Jesus subiu à montanha. Sentou-
dores de homens"".“ Eles então, deixan­ -se, c seus discípulos aproximaram-se

p. Este verbo cosiuma scr usado por Mt para indicar recuo w. A respeito da expressão pescadores dc homens, cf. Mc 1.17
diante de um perigo (2.12.13.14.22; 12.15; 14.13; 15.21: cf. 14.13 nota.
nota). x. No judaísmo do séc. 1. o verbo seguir designava habitual­
q. Forma rara. melhor atestada aqui do que Nazaré. Esta indi­ mente o respeito, a obediência c os numerosos serviços quc os
cação supõe que a família de Jesus se instalara neste lugar (2.23). discípulos dos rabinos deviam prestar a seus mestres. Ao aplicar
O profeta de Nazaré (cf. 21.11) abandona sua pátria, como este termo a Jesus e a seus discípulos. Mt lhe modifica o sentido
abandona seus inimigos (16,4) ou Jerusalém (21.17). em vários pontos: l ) já não é o discípulo que escolhe seu mestre:
r. Trata-sc do lago de Genesaié (cf. Lc 5,1; 8.22). O lugar o chamamento vem de Jesus e é geralmente atendido por uma
onde se erguia Cafarnaum é localizado comumentc a NO do obediência imediata (4.22; 9.9); 2) os discípulos seguem Jesus
lago. hoje Tell Hum. nào só como ouvintes, mas como colaboradores, testemunhas do
s. Para precisar não somente o lugar, mas o significado profé­ Reino dc Deus. obreiros da sua messe (10.1-27). da mesma forma
tico do ministério de Jesus desde o inicio. Mt é o unico que cita como entre os zelotes os discípulos não se ligam só ao ensino do
Is 8,23-9.1. modificando-lhe. aliás, profundamente o texto. Es­ mestre, mas à sua pessoa: 3) Mt revela amiude quc as multidões
sas palavras caracterizam o conjunto do evangelho de Mateus: seguem Jesus, indicando com isto que elas procuram vagamente
na Galiléia. Jesus dirige-se às tribos do povo mais ameaçadas nele o mestre que não encontraram nos rabinos oficiais da sina­
pela noite pagã. como fora Israel por parte dos assírios. Por isso goga (425; 8.1; 12.15; 14,13 etc.): 4) num segundo período.
mesmo, este ministério entra em contato com todas as nações Jesus procede a uma crítica deste seguimento, mostrando que ele
(28.19). Ao passo que outros sc retiram ao deserto (por exem­ significa muito mais do que a princípio os discípulos ou as
plo. os homens de Qumran ou João Batista) ou concentram sua multidões tinham imaginado; seguir Jesus é nada menos quc
atividade em Jerusalém. Jesus, o Emanuel anunciado pelo profe­ tomar sobre si a sua cruz (1624).
ta (ls 7.14; 8.8,10). escolhe a Galiléia das nações, quc Mt evoca y. Lit. o Evangelho do Reino, expressão peculiar a Mt (935;
no decurso do seu evangelho (cf. 2,22; 3.13; 4,23.25; 28.16). 24.14). Ela designa, quer o anuncio da chegada deste reino ou
t. A formula A partir d e... que. além daqui. s<$ sc depara em reinado de Deus (cf. 3 2 nota), quer este anúncio com todas as
16.21. quer ressaltar, não só. num sentido mitigado, que Jesus instruções práticas de Jesus que o evangelista nele inclui, isto é.
pôs-se a..., mas que solenemente inaugura o ministério da sua todo o evangelho mateano.
pregação; Jesus vai aprt*\entar-se em palavras (5.1-7.29) e em z. Além do anuncio do Evangelho, as curas significam quc o
atos (8.1-9,34). Reino dc Deus está em açào (cf. 10.1-7.8; 11.5 nota). Por meio
u. Cf. 3.2 nota. da palavra ioda. Mt frisa o alcance universal do compodamenio
v. Lit. Vinde ap*is mim. Expressão análoga: 16.23-24. de Jesus: talvez aluda a ls 53.4, citado cm Mt 8.17.
dele". 2E , tom ando a p a la v r a \ ele os * Felizes os que agem em prol da paz; IR-* 5.26:
Lc 1.79:
ensinava': eles serão chamados filhos de Deus. Hb 12.14;
10Felizes os perseguidos por causa da Tg 3.IH
IPü 3.14
As bem-aventuranças ( L c 6 , 2 0 - 2 6 ) . justiça: deles e' o Reino dos ceus.
' “Felizes'1 os pobres de coração': deles "Felizes sois vós quando vos insultam,
e' o Reino dos ce'us. vos perseguem e mentindo dizem contra 10.22:
IPd 4.14
si 37. ii 4 Felizes os mansos': seu quinhão será a vós toda a especie de mal por minha
161X3“ . causa. l2Alegrai-vos e regozijai-vos, por­
s Felizes os que choram*1: eles serão que grande é a vossa recompensa nos 2Cr 36.16

consolados, ce'us: foi assim, com efeito, que perse­


si 42,3 6 Felizes os que têm fome e sede da guiram os profetas que vos precederam*. At 7 3 2 :
Hb It .32-38:
justiça1: eles serão saciados. Tg 5.10
7 Felizes os misericordiosos: eles O sal e a luz ( M c 9 5 0 ; 4,21; L c 14,
13 alcançarão misericórdia, 34-35; H ,1 6 ; 18,33). l3“ Vós sois o sal da
si 24.2: * Felizes os corações puros1: eles verão a terra1.Se o sal perde seu sabor, como tor­
5U2 Deus. nara' a ser sal? Não serve mais para nada;
a. Como Lc (6.20-49) e valendo-se de um material muitas Esses pobres pertencem à grande família dos que as provações
vezes semelhante. Ml reuniu sentenças de Jesus num discurso materiais e espirituais acostumaram a sd contar com o socorro
inaugural que expõe a nova justiça cristã. Depois das Bem- de Deus: Sou pobre e miserável, o Senhor pensa em m im ... (Sl
-aventuranças. que servem dc exórdio (53-12): (I) a justiça per­ 40.18). Juntamente com os milagres, a evangelização dos pobres
feita (enunciado geral: 5.13-20, seguido de cinco ilustrações: é o sinal dado por Jesus aos emissários de João Batista para
5.21-48). (II) as boas obras (enunciado geral: 6.1. seguido de reconhecerem nele o Messias esperado (Mt 113).
três ilustrações: 6.2-18). (!!!) três admoestações. cada qua! se­ f. Assim como os pobres, os mansos o são menos por tempe­
guida de uma ilustração (7.1-12: 7.13-20; 7*21-27). Situado no ramento do quc pela dura necessidade da sua condição social e
conjunto do Evangelho, o Sermão da Montanha não se apresenta religiosa. Jesus se apresenta como um deles (Mt 11.29; 213): o
como a caria magna do cristianismo: faltam-lhe. entre outras discípulo dc Cristo deve asscmelhar-sc a ele (2Cor 10.1; Gl
coisas, a Cruz. a Eucaristia, a Igreja, o Espírito. É um apelo 5.23: Tt 3.2; IPd 3.!6). — Alguns manuscritos invertem os
dirigido por Jesus a quem o queira seguir. versículos 4 e 5.
b. Lit. abrindo a boca. g. Vale dizer a Terra Prometida, outra expressão do Reino dos
c. Ensinava. O Sermão da Montanha é apresentado por Mt céus: Os humildes possuirão a terra (Sl 37,! I).
como uma didakhê, ensino que supõe a proclamação anterior do h. Lit. os que estão de luto. Não os melancólicos, nem as
Reino. vítimas da opressão social quc. em virtude da !ei de compensa­
d. Feliz.es. Exprimindo-se conforme uma fórmula clássica da ção. terão na outra vida uma contrapartida, recebendo o Messias
Bíblia, usada para felicitar alguém por um dom concedido (Mt (Lc), mas os que ainda esperam a Consolação definitiva (Ix
13.16: 16.17) ou pam anunciar a felicidade a determinada cate­ 2.25). a unica que libertará os homens dc sua aflição (cf. Is
goria dc pessoas (Mt 11.6: Lc 1! .28; cf. Lc 6.20 nota). Jesus 61.2).
vem declarar quem são os que se encontram na situação mais Í. Justiça. Com toda a verossimilhança, não sc trata da justiça
propfcia para receber o Reino de Deus. — Dois tipos de bem- de Deus (isto é. da salvação escatológica. pois Jesus nunca acon­
-aventuranças foram aqui agrupadas por Mt e Lc. O primeiro selhou mais do que a espera vigilante), nem da justiça social
(Mt 53-9) gira em torno da pobreza e do comportamento do sobre a terra, mas da justiça da prática, da vida cristã sempre
homem: o segundo <5.10-12). que concerne à perseguição, pode mais perfeita, quc é a fonte da justiça entre os homens (cf. 5.20
ter sido pronunciado em circunstâncias diferentes, provavelmen­ nota).
te durante a segunda parte da vida dc Jesus. — As duas formu­ j. Lil. os puros quanto ao coração. Como a pobreza do v. 3.
lações das bem-aventuranças. por Mt e por Lc. poderiam ajudar esta pureza é a do cerne mesmo da pessoa, designado pela pa­
a remontar ao estádio profético, o de seu pronunciamento por lavra espírito (traduzido por coração) no v. 3. Não se trata de
Jesus em pessoa. Neste estádio. Jesus não diz quais são as vir­ uma perfeição moral, mas de uma retidão pessoal que os evan­
tudes necessárias para entrar no Reino; apresenta-se como Mes­ gelhos designam também com o termo simplicidade (cf. 6.22
sias enviado para os pobres, os preferidos de Deus (cf. Mt 11.15). nota e 15.11 nota. Quanto ao sentido bíblico da palavra coração,
aqueles que. cá na terra, não são avantajados c dependem só de cf. Lc 1,66 nota).
Deus. Ao passo que Lc contrapõe os pobres aos ricos como se k. Depois da bem-aventurança referente aos perseguidos em
contrapõe o céu vindouro à tenra presente. Mt mostra que a geral (v. 10: “Felizes" sem verbo), vêm a aplicação aos discí­
pobreza interior é a condição necessária para entrar no Reino. pulos (v. II: “Felizes sois vós"; v. 12 “alegrai-ww") e a recor­
Todavia, essas duas interpretações só assumem seu verdadeiro dação dos perseguidos dc outrora, os profetas, de quem são os
sentido se marcarem uma relação com Jesus que enuncia a pa­ continuadores (cf. Mt 10.41; 13.17; 23,24).
lavra e que se doa. I. O sal torna os alimentos saborosos (Jó 6:6); por ter a pro­
e. Lit. pobres peto espírito ou em espírito. Este espírito não é priedade de conservá-los (Br 6 2 7 ). acaba significando o valor
o Espírito Santo, ncm a inteligência, mas. como o coração do v. duradouro de um contrato, ta! como uma aliança de sal (Nm
8. o centro e a totalidade da pessoa: O Senhor está próximo dos 18.19). pacto perpétuo (2Cr 133). Mateus interpreta a palavra
corações quebrantados e .«f/m os espíritos abatidos (Sl 34,19). de Jesus (Lc 1434; Mc 930). afirmando que o crente deve
jogam-no fora c é calcado aos pés pelos em pratica e os ensinar, no Reino dos
homens. céus sera declarado grander. “ Pois eu vos
Jo K.12: l4“ Vós sois a luz do mundo. Não se digo: sc a vossa justiça" não ultrapassar
9.5:
PI 2.15
pode esconder uma cidade situada num a dos escribas e dos fariseus, de modo
Mc 4 ,21: monte. l5Quando se acende uma lâmpa­ algum entrareis no Reino dos céus.
U «.16;
11.3 3
da. não é para pô-la debaixo do alqueire,
mas sobre a luminária, e ela brilha para Homicídio e reconciliação ( M c 1 1 , 2 5 ;
todos os que estão na casa™. “ Assim tam­ 2l“ Ouvistes que foi dito aos
L c 1 2 5 7 -5 9 ).
ET 5.K.9: bém brilhe a vossa luz aos olhos dos antigos1: N ã o c o m e t e r á s h o m i c í d i o aquele Ml l9.IXp;
IPd 2.12 Rm 13.9:
homens, a fim de que, vendo as vossas que cometer um homicídio respondera' Tg 2 . 1 1
boas obras", eles glorifiquem o vosso Pai por ele no tribunal*. “ Pois eu vos digo:
que esta' nos céus. todo aquele que se encolerizar contra seu u o 3.15
irmão respondera por isso no tribunal;
Jesus e a lei. l7,‘Não penseis que vim ab- aquele que disser a seu irmão: ‘ Imbecil"'
3.15:-rogar a Lei ou os Profetas: não vim estará sujeito ao julgamento do Sinédrio';
Rm 3,31ab-rogar, mas cumprir". l8Pois em verda- aquele que disser: ‘ Louco5’ sera' passível
1617
u - . : de eu vos declaro, antes que passem o da geena de fogo*. “ Portanto, quando
2L3J céu e a terra, não passarão da lei um i fores apresentar a tua oferenda ao altar,
nem um ponto do P , sem que tudo haja se ali te lembrares de que teu irmão tem
sido cumprido11. '"Portanto, no Reino dos algo contra ti, Mdeixa a tua oferenda ali,
2
Tg .io céus. aquele que transgredir um só des­ diante do altar, e vai primeiro reconci-
ses mínimos mandamentos e ensinar os liar-te com o teu irmão; depois, vem apre­
homens a fazer o mesmo será declarado sentar a tua oferenda. 2SPõe-te logo de
o mínimo; pelo contrario, quem os puser acordo com teu adversário*, enquanto es-

conservar e (ornar saboroso o mundo dos homens em sua aliança t. antigos. No plural, a palavra aqui empregada por Mt
com Deus: senão, já nào serve para nada, c os discípulos mere­ {arkhuioi) designa os que nos precederam, os antepassados, que
cem ser jogados fora (cf. Lc 1435). se encontram na origem da tradição (cf. Lc 9.8.19); nào se deve
m. No Oriente, a casa das pessoas humildes consta de uma peça. confundi-la com presbvteroi (cf. Mt 16,21; 21,23 etc.), que de­
n. A saber, aquelas de que o Sermão da Montanha apresenta signa os anciãos no sentido de notáveis.
alguns exemplos. u. O que o Decálogo proíbe é o homicídio deliberado, p. ex.
o. Cumprir. O verbo grego plèroun pode significar realizar (p. a vingança pessoal (cf. Ex 20,13; Dt 5,17).
ex.. uma profecia: 1.22 nota) ou encher (uma rede: 13.48: uma v. Tribunal. Jesus resume as punições enunciadas na lei, sem
medida: 2332). O contexto do Sermão da Montanha convida a ater-se à sua formulação literal (Ex 21.12; Lv 24.17; Nm 35.16-
ler aqui o segundo sentido. Jesus não sò se propõe a cumprir a 18; Dt 17.8-13). Mais exatamente. Jesus nâo diz que tal homem
profecia, mas quer levá-la à perfeição, e com isso dar o verda­ é passível de morte; proclama que ele está sujeito a um julga­
deiro sentido ao código de vida religiosa em que a lei então se mento de condenação, que é o juízo de Deus (cf. Rm 132).
transformara; com isso. faz-lhe alcançar uma perfeição radical e w. Lit. raká, provável transcrição da injuria talmúdica reiqà
recobrar sua simplicidadc original (cf. 5.20). (imbecil, insensato...): cabeça oca. desmiolado.
p. Lit. nem um iota, nem o mínimo traço. No alfabeto, o iod x. O grande Sinédrio de setenta e um membros, sediado em
é a menor letra; o traço talvez designe a ponta ou barra que Jerusalem. cm oposição aos simples tribunais (cf. 5.21-22). de
distinguem duas letras entre si (um pouco como o G do C). De vinte e três membros, espalhados pelo país (cf. 10,17 nota).
qualquer forma, o sentido é que nenhum pormenor da lei deve y. Louco. Injuria de per si bastante banal, mas que. ao que
ser menosprezado. parece, podia assumir entre os judeus um sentido muito mais
q. Expressão difícil: provavelmente nâo signifique até que eu grave e visar a uma rebelião contra Deus (cf. Dt 32,6; (Cor
lenha cumprido tudo na cruz. nem até que todos os mandamen­ 4.10).
tos tenham sido cumpridos por meus discípulos, mas até o fim z. A geena, vale de Jerusalém onde sc praticaram em honra dc
do mundo. A lei. revalidada por Jesus, guarda toda a sua auto­ Moloc holocaustos de crianças (2Cr 283: 33,6); profanada por
ridade. Josias (2Rs 23,10), talvez tenha sido transformada em lixo pu­
r. As expressões o m ínim o... grande nào exprimem uma idéia blico. Em todo caso. tomou-se símbolo de maldição (Jr 731;
de hierarquia no Reino. Com estas expressões, os rabinos res­ 19,6), e até de maldição eterna, na literatura apocalíptica. É neste
pectivamente desaprovavam ou aprovavam os diversos compor­ ultimo sentido que o NT a ela se refere (10 vezes em Mt).
tamentos dos homens. a. Aplicação catequética feita por Mt de uma parábola
s. Como em 5,6.10. esta justiça é a fidelidade dos discípulos escatológica (Lc 12,57-59). Esta mostrava a necessidade de
à lei de Deus. fidelidade nova, tomada possível e urgente pela converter-se antes que fosse tarde; Mt quer dar a entender que
interpretação autorizada (7.29) que Jesus dá desta lei. A mesma é mister nào estar irado com um homem ao comparecer diante
palavra, com o mesmo sentido: 3.15; 5.6.10; 6.1.33; 2132. do Deus-juiz. sob pena de condenação eterna.
tás ainda a cam inho com e le ; não aco n ­ um c e r t i f i c a d o d e r e p ú d i < f i . } *E u . porém ,
teça que esse ad versário te entregue ao v o s d ig o : quem qu er que repu die sua
ju iz , e o ju iz , ao p o lic ia l, e sejas lançado m ulher — e xc eto em caso de união ilíc i­
iK.34-35 na cad eia. “ E m verd ade, eu te digo ; de ta1* — exp õ e-n a ao ad ultério ; e se alguém
lá não sairás enquanto não tiveres pago sc c a sa co m um a repu diada, é adúltero.
o últim o tostãoh.
O ju r a m e n t o . •'•'"O uvistes ainda que foi
A d u lté r io c e s c â n d a lo (M t 1 8 ,8 -9 ; M c dito aos an tigos: N ã o ju ra r á s , m as cum -
9 ,4 3 .4 7 - 4 8 ) . ^ “ O uvistes que foi dito: Não p r ir á s os te u s ju r a m e n to s para com o
Ml l9.1Xp: ' .
' . “ P o is eu vos d igo:
c o m e te r á s a d u lté r io S e n h o r J. wE ii. porém , v o s d ig o que não Tg 5 .12
qu alqu er um que olha para um a mulher0 ju re is, em hipótese algum a: nem p e lo c é u ,
Rm 13.9; cob içan d o -a, j á com eteu adulte'rio com que é o tr o n o d e D e u s , 3Snem p e la te r r a , is 66 . 1 :
Te2,u e la , em seu coração . que é o e s c a h e lo d e s e u s p é s , nem por 2^;22:
“ “ S e o teu olho direito te lev a à q u ed a', J e r u s a lé m , que é a C id a d e do grande si 4x 3
arranca-o e atira-o longe de tir: pois é pre­ R e i. -“ N ão ju re s tam pouco po r tua c ab e­
ferível para ti que um só m em bro teu ç a , pois não podes fazer um só cab elo
pereça a que se ja lançado na geen a teu fic a r branco ou preto. 37Q uan do fa lard es,
corpo inteiro. “ E se tua m ão direita te dizei ‘ S im ’ ou ‘ N ã o ,J: todo o resto vem 2 Cof
ih.k-9; lev a à queda, corta-a e lança-a longe de do M alig n o . u 7 '20
Mc 9.43-47 tj. e- preferi'vel para ti que um só

m em bro teu pereça a que v á parar na O ta liã o ( L c 6 ,2 9 -3 0 ). “ “ O u v istes que


geen a teu corp o inteiro. fo i dito: O lh o /w r o l h o e d e n t e p o r d e n t e *.
-"E u , porém , v o s digo : N ão resistais ao
O r e p ú d io (M t 1 9 ,7 -9 ; M c 1 0 ,4 -5 .1 0 - m au'. P e lo con trário, sc algu ém te esb o- jo m.22
1 2 ; L c 1 6 ,1 8 ). JI“ Por outra parte foi dito: feteia na face direita, vira-lh e tam bém a
19.7; S e a l g u é m r e p u d ia r s u a m u lh e r , d ê -lh e outra. '"'A quem quer con du zir-te ante o iC or6 ,7
Mc 10.4

b. Lil. quadrante, isto é. a quarta parte de um asse. moeda aqui não especificados. 2) O adultério. ou seja, a infidelidade da
romana que permitiu comprar dois pardais (cf. Mt 10.29). mulher a seu esposo. Neste caso. o inciso autorizaria o repúdio
c .E x 20.14; Dt 5,18. da mulher adúltera. 3) A união conjugaI ilegal, especialmente
d. O olhar fixado numa mulher — casada ou noiva — intenta conforme a legislação de Lv 18.6-18. sentido que reaparece pro­
arrebatá-la a outrem. Esta palavra reveste o mesmo valor em Mt vavelmente em At 15.28-29. Neste caso. Jcsus proibiria qual­
i ,20;24 (trad.: esposa)', 531; 143. Jesus nâo condena o desejo quer repúdio, exceto somente nos casos de uniões ilegais previs­
que ò homem tem pela mulher, mus a avidez ativa que. de per tas por Lv 18. Esta famosa "exceção mateana*’ talvez seja uma
si, jsl se apropria da mulher alheia. aplicação, pelo evangelista, de uma palavra de Jesus, que ex­
e. Lil. le escandaliza. Conforme a Bíblia, o “escândalo** nào cluía lodo o repúdio, a uma nova situação análoga à que ICor
6 um mau exemplo, nem um fato revoltante, mas. etimologica- 7 permite supor. Sejam quais forem estas hipóteses, a originali­
mente, um obstáculo, uma armadilha (Sl 124,7), uma {>edra de dade da sentença está em recordar a indissolubiiidade funda­
tropeço que faz cair (Is 8.14-15: Rm 9 33: IPd 2.8). Numerosas mental da união conjugal. A tradição ortodoxa vê no inciso uma
são as causas ou ocasiões de queda: primeiro. Jesus (Mt 11.6: base para constatar que. em caso de adultério, existe divorcio,
13.57: 15.12; 17,27; 2631-33). mas tambe'm. em outro sentido, i. Cf. Lv 19.12; Nm 303: Dt 23.22.
os homens (5-29; 16.23; 18.6-9), o mundo (13,41; 18.7). a per­ j. De acordo com outra tradição, conservada em Tg 5,12: Seja
seguição (13,21: 24.10). o vosso sim. sim. e o vosso nào. não: assim não caireis sob o
f. Sem düvida. é no coração (Mt 12 3 4 ) isto é. no mais intimo golpe do julgam ento", o sentido seria que a boca deve proferir
do homem, que residem o bem e o mal. e nâo nos seus ins­ o que ha* no coração. Mas. segundo certas fórmulas orientais, o
trumentos que são os membros visíveis; mus Jesus fala sentido dc Mt é. preferivelmente: Seja o teu falar tão verdadeiro
hiperbolicamente do caso-limite em que estes serviriam s6 como que não precises recorrer a juramentos. Jesus crítica aqui a
instrumentos do pecado. linguagem não abusiva ou falsa, e o recurso ao juramento em
g. Aqui. como em 19,9. nâo se trata de divórcio no sentido determinadas circunstâncias,
moderno da palavra, mas do direito que assistia ao esposo de k. Ex 21,24 (ver nota); Lv 24.20; Dt 1921.
repudiar sua mulher. Citação de Dt 24.1. I. Aqui não se trata de não-resistência ao mal em geral. O
h. Lit. exceto ent caso de im pudickia. Aqui e em 19,9. a verbo aqui usado significa resistir no sentido de revidar, de­
palavra traduzida por união ilícita é interpretada em três senti­ volver um golpe com outro, quer imediata e pessoalmente,
dos principais: I) Algo vergonhoso (cf. Dt 24,1 grego, e as dis­ quer por um contra-ataque no tribunal. Mesmo verbo com o
cussões rabínicas que sc lhe referem). Neste caso, o inciso mesmo sentido: Lc 21.15; At 13.8: Rm 13.2: Gl 2.11: Tg 4.7:
parentético autorizaria o repúdio da esposa por diversos motivos IPd 5.9.
juiz para tomar a tua túnica, cede-lhe para atrair os seus olhares; do contrário,
tambem o teu manto” . 41Se alguém te não haverá nenhuma recompensa para
força a andar mil passos", anda com ele vós da parte do vosso Pai que está nos
dois mil. '“ Da' a quem te pede; a quem céus. 2Por isso, quando deres esmola, não
quer pedir-te emprestado, não vires as faças tocar trombeta diante de ti, como
costas. fazem os hipócritas1' nas sinagogas e nas
ruas. tendo em vista a glória que vem
Amor aos inimigos (L c 6 ,2 7 -2 X 3 2 -3 6 ). dos homens. Em verdade, eu vos decla­
4,“ Ouvistes que foi dito: A m a r á s o t e u ro: eles já receberam sua recompensa.
mi 19.19; p r ó x i m o e odiarás o teu inimigo”.'“ Eu, •'Quanto a ti. ao dares esmola, ignore a
3
Rm2Í ?: porcm, vos digo: Amai vossos inimigos tua mão esquerda o quc faz a tua mão
°T g e o r a ' p e l o s que vos perseguem, " a fim direita, ■'a fim de que tua esmola fique
Ex 23,4-5: de serdes verdadeiramente11 filhos do no segredo; e teu Pai, que vê no segredo,
RmYi^n vosso Pa' que está nos céus, pois ele faz te retribuirá.
Lc 23.34: nascer o seu sol sobre os maus e os bons,
At 7.W. . .
Rm 12.14: e cair a chuva sobre os justos e os injus- A oração. 5“ E quando rezardes. não se­
5
IC°F.f 2| tos- “ Pois se amais aqueles que vos jais como os hipócritas que gostam de
amam. quc recompensa*1 tereis por isso? fazer suas orações de pé nas sinagogas e
Não agem da mesma forma até os cole­ nas esquinas", a fim de serem vistos pe­
tores de impostos'?4^ se saudais somen­ los homens. Em verdade, eu vos digo: já
te vossos irmãos, que fazeis de extraor- receberam a sua recompensa.‘ Quanto a
dina'rio? Não fazem os pagãos a mesma ti, quando quiseres orar. entra em teu is . ; 2620
L v 19.2 coisa? “ Vós, portanto, s e r e i s p e r f e i t o s * . quarto mais retirado*, tranca a tua porta. 2Rs 4J3
como é perfeito o vosso Pai celeste1. c dirige a tua oração ao teu Pai que está
ali, no segredo. E teu Pai, que vê no se­
£» A esm ola. ‘“ Guardai-vos de praticar gredo, te retribuirá. 7Quando orardes, não
23.5 vossa religião” diante dos homens multipliqueis palavras* como fazem os

m. A túnica, roupa dc baixo, é indispensável; só se arrancava Deus é soberana e só deriva dc sua bondade (cf. 20,15).
a quem vai scr vendido como escravo (cf. Gn 37.23). Portanto, r. Os coletores de impostos (em tradução freqüente e inexata.
a exigência da parte adversa é exorbitante: entretanto, diz Jesus, publicanos, cf. Lc 3.12 nota) eram objeto de desprezo geral, por
é preciso permitir que ela chegue ate o extremo e ceder também estarem a serviço dos romanos e. não raro. exercerem a rapina
o manto, traje superior, que serve para agasalhar-se à noite e que em sua profissão (cf. Lc 19.8). Muitas vezes eram assimilados
a lei. por este motivo, so autoriza reter por um dia (Ex 22.25: Dt aos pecadores (9.10.11; 11.19).
24,12). s. Dt 18.13 gr.
n. Isto é. mil passos (duplos), medida romana equivalente a t. A perfeição dos discípulos deve corresponder à dc Deus.
l.478.50m. Provável alusão às requisições praticadas peios mi­ cuja generosidade se estende aos bons e aos maus. conforme Lc
litares ou funcionários romanos. 6 3 6 tão bem traduziu com a palavra misericordioso. A única
o. Cf. Lv 19.18.0 ódio aos inimigos não é prescrito no AT. Na vez que Mt torna a empregar este termo é em 19.21.
comunidade de Qumran. todo aquele que não pertencesse ao gru­ u. Lit. justiça. A palavra (cf. 5,20 nota) designa aqui a espe­
po dos filhos da luz era votado ao ódio que entrega o filho das cial fidelidade às três práticas judaicas fundamentais: a esmola
trevas ã vingança divina. Aqui trata-se provavelmente do inimi­ (6,2-4). a oração (6,5-6) e o jejum (6,16-18).
go da comunidade religiosa (cf. Sl 31.7; 139,21; Rm 5.10; 2Ts v. O termo hipfkrita faz mais que designar o homem cujos
3.15 e as alusões às perseguições em Mt 5,10.44). Este ódio atos não condizem com seu pensamento (Mt 6.2.5.16: 15.7; 22.18;
violento, no domínio religioso, designa portanto antes uma opo­ 23.13); impregna-o um sentido quc. sem düvida, provém do
sição coletiva do quc uma paixão individual (cf. 6,24; 10.22; correspondente aramaico hanefà quc. no AT. costuma significar
24.9-10). perverso. ímpio; o hipócrita está em vias de sc tornar um ímpio
p. Lit. vos tornardes. Trata-se da passagem a um novo estado (24.51) e. por vezes, sc torna cego (7.5): seu juízo se falseia, se
afetando a pessoa integralmente, até cm sua manifestação (a fim perverte (cf. Lc 6.42; 12,56; 13,15). Só o contexto permite de­
de a\>arecerdes, de vos mostrardes). finir a acepção do termo.
q. O termo traduzido por recompensa é freqüente cm Mt w. Como as preces deviam ser feiuis em horas fixas, os hipit-
(5.12.46; 6.1.2.5.16); em 10,41-42; 20.8. tem o sentido literal dc critas encontravam oportunidade favorável de sc fazerem notar.
salário, aquilo que é devido. Nos caps. 5 e 6. o acento é posto x. Em teu quarto mais retirado: a palavra designa um lugar
no contraste: recompensa dos homens — recompensa de Deus. secreto, provavelmente o celeiro.
Jesus nos põe de sobreaviso contra uma interpretação literal desta y. O verbo grego battalogein presta-se a diversas interpreta­
linguagem antropomórfica, quando mostra que a recompensa dc ções. Alguns traduzem: dizer coisas vãs; outros evocam os pa-
pagãos; eles imaginam que pelo muito tanto, orai assim:
falar* se farão atender. "Não vos asseme- Pai nosso, que estás nos céusb,
6.32: lheis, pois, a eles. porque vosso Pai sabe da' a conhecer a todos quem tu ésc, tu 36.23
u IJ-J0 do que precisais, antes que lho peçais. '* faze com que venha o teu Reinadod,
faze com que se realize a tua vontade',
O “ Pai-nosso” (L c / / . 2 - 4 J. , *‘'V ó s , por- na terra, à imagem do céur.

piros mágicos que multiplicam fórmulas abracadábricus para celeste, ou seja. por vosso pai, o celeste (5,48; 6.14.2632; 23.9)
aplacar a divindade; finalmente há quem especifique: Não digais: ou por meu pai. o celeste (15,13; 1835).
batia... (palavra sem sentido), mas: Pai Nosso. c. Lit. que o teu Nome seja santificado. O Nome de Deus é um
z. O erro de tal oração (pagã: cf. IRs 18.27; mas por vezes termo bíblico tradicional para designar respeitosamente o seu
também judaica; cf. Is 1.15; Sr 7.14) nào consiste tanto em scr ser, máxime nos textos cultuais. Santificar a Deus ou o seu
tonga. quanto em pretender, por sua extensão, pressionar a di­ Nome é uma expressão clássica na Bíblia e no judaísmo. Já que
vindade. Deus é o Santo por excelência, ela não pode significar que se
a. A oração dos discípulos de Jesus assemelha-se. tanto pelo acrescente seja lá o que for à sua santidade; mas indica que se
conteúdo como pela forma, às orações judaicas e particularmen­ reconhece, que se proclama o que ele é, que se lhe presta glória
te à “oraçào das Dezoito Preces'*, que os judeus rezam ainda (como em Jo 1228. que deve ser um equivalente deste pedido).
hoje. Distingue-se dela. em primeiro lugar, por sua grande sim­ A Bíblia e o judaísmo conhecem dois modos de santificar a
plicidade e pela liberdade com que Deus é nela invocado. Tam­ Deus ou o seu nome. Os legislas e rabinos, em suas exortações,
bém a ordem das petições é original e característica do ensina­ convidam os fiéis a santificar a Deus pela obediência a seus
mento de Jesus. Ela principia por uma tríplice prece que é um mandamentos e. com isso. a reconhecer sua autoridade sobre
apelo à intervenção de Deus para o advento do seu Reino; qual­ eles (Lv 2232; Nm 27.14; Dt 32.51; ls 8.13; 29.13). Os profe­
quer preocupação de triunfo político ou religioso fica excluída. tas. em seus oráculos acerca da salvação vindoura, anunciam
A seguir, vem a série de petições que exprimem as necessidades que Deus vai santificar-se. manifestando-se aos olhos de todas
essenciais dos discípulos. Nesta segunda parte, bem como na as nações como justo Juiz e Salvador (ls 5.16 e sobretudo Ez
invocação, a primeira pessoa do plural congrega os fiéis indivi­ 20.41; 2822.25; 3623; 38.16.23; 3927).
duais numa comunidade de oração. Na oraçào em apreço, ao lado do pedido da vinda do Reino de
Esta oração foi-nos transmitida por Mateus e por Lucas em Deus. que só nos pode ser assegurada por ele mesmo, trata-se
duas formas diferentes. A versào de Lucas é mais breve: 5 pe­ desta intervenção salutar (a forma passiva que seja santificado
didos cm vez de 7. e nas partes comuns há 2 ou 3 divergências é dc uso corrente na literatura judaica para indicar discretamente
de pormenores. É impossível dizer com certeza qual seja a for­ a ação de Deus. sem nomeá-lo: cf. Mt 5,6.7.9; 7.1.2.7.8...). Só
ma mais antiga. De uma e de outra parte, percebem-se indícios Deus pode manifestar-se tal como é em seu poder e na sua
de adaptação ao uso de um ambiente peculiar. As comunidades glória, justiça e graça. Para Jesus, como para Ezequiel (cf. aci­
serviam-se. pois. de formas diferentes desta oração. ma), tal manifestação visa aos homens todos.
A tradução desta prece numa língua moderna oferece espe­ d. Lit. que o teu Reinado venha (cf. 3 2 noias). Este Reinado.
ciais dificuldades. O texto grego traz a marca do original semítico. chegado com Jesus ou por ele inaugurado, o Pai-nosso pede que
Certas expressões exigem um bom conhecimento do AT e do ele se manifeste em breve e seja definitivamente reconhecido
judaísmo antigo para serem interpretadas como convém. Os por toda a terra.
próprios especialistas discordam acerca do sentido que se deve e. Lit. que tua vontade se realize. Assim como a oraçào de
dar a tal termo (cf. v. 11) ou fórmula (cf. v. 13). Comprcende- Jesus no Getsêmani (Mt 26.42; Lc 22,42). tampouco este pedido
-se perfeitamente que. nessas condições, as antigas traduções é uma prece de resignação, mas um apelo a Deus. para que faça
preferiram, geralmente, ater-se a reproduzir o texto grego pala­ de tal sorte que sua vontade se cumpra: daí a tradução proposta,
vra por palavra. Contudo, esta solução, que se esquiva a assu­ que põe a Deus como sujeito da frase. A forma do verbo implica
mir certos riscos, deixa de fato o usuário exposto a obscurida­ uma realização global levada a termo, o que só pode ser obra de
des ou ambigUidades que nem sempre derivam do texto original. Deus. A ligação entre este pedido e os dois anteriores indica
Foi por isso que se julgou necessário propor uqui uma tradução tratar-se antes de tudo da realização por Deus da sua vontade de
que. livre de qualquer pretensão litúrgica, tente, com o auxilio fazer com que seu reino chegue (cf. is 4428; 46.10-11; 48,14;
de notas, renovar a compreensão de um texto de capital impor­ Ef 13.9). Mas esta vontade concerne aos homens e não se po­
tância. deria cumprir sem a sua adesão, tanto no fim dos tempos, por
b. Lit. Pai nosso, aquele nos céus. Os discípulos dirigem-se uma concordância perfeita entre suas vontades e a dele (cf. Jr
ao seu Pai comum, que é ünico (23.9). A expressão nos céus não 3131-33; Ez 3 627). como agora, pelo cumprimento dos manda­
pretende localizar o Pai; ela corresponde a um modo de expres­ mentos. cuja necessidade é tantas vezes acentuada em Ml (5,17*
são semítico que afirma simultaneamente que Deus domina a 20; 6 33; 7 2 124-27; 1230; 2 1 3 0 ...)
terra inteira (nos céus) e que Deus. por seu amor paterno, está f. Lit. Como no céu, assim na terra. A tradução habitual assim
bem perto dos homens (Pai m>sso) (a riqueza desta expressão na terra como no céu tem o incoveniente de insinuar que se trata
refletir-se-ia bem na tradução: Pai celeste, nosso Pai). Algumas de uma adição: na terra e também no céu; ao passo que o sentido
vezes Mateus traduziu a exprevsão literalmente: meu Pai, aquele é pedir que se realize na terra o que já existe no céu. da mesma
nos céus (721: 103233; 12.50; 16,17; 18.10.19) e vosso Pai. forma que no esquema apocalíptico (cf. Dn 432; IMc 3,60). O
aquele nos céus (S.I6.4S; 6.1.9; 7.11; 18.14). A presença desta céu é concebido como o Reino de Deus totalmente realizado: a
última fórmula em Mc 11 25 (cf. Lc 11.13) inclina numerosos terra deve necessariamente ser imagem dele. Poder-se-ia para­
críticos a atribuí-la a Jesus em pessoa (apesar do texto paralelo frasear: para que a terra seja o que tu queres que ela seja, o que
dc Lc 112. que a ignora). Outras vezes. Mt a exprimiu por ela deve ser. Aliás, é bem possível que esta frase não se refira
sus disse ao centurião: “ Volta para casa! Seguir Jesus (Lc 9,57-60). '"Vendo gran­
9.29: Como acreditaste, assim te seja feito” . E des multidões* ao redor de si, Jesus deu Mc 4,35:
Lc 8,22
jo 45051 ° servo f'cou curado naquela hora. ordem de partirem para a outra margem1’.
,9Um escriba aproximou-se dele e lhe
C u ra da sogra de Pedro (Mc 1,29-31; disse: “ Mestre, seguir-te-ei para onde
Lc 4.3H-39). MAo entrar na casa dc quer que vás” . “ Jesus lhe disse: “ A s ra­
Pedro“ , Jesus viu a sogra dele acama- posas têm tocas e os pássaros do ce'u,
ic o r 9.5 da. com febre. lsTocou-lhe a mão, e a ninhos; o Filho do Homemc,porcm. não
febre a deixou*; ela se levantou e pôs-se tem onde recostar a cabeça” . 21Outro dos 2Cor K.9

a servi-lo". seus discípulos disse: "Senhor, permite-


-mc que vá primeiro enterrar o meu pai” . IRs 19.20

Cu ras c exorcismos (Mc 1,32-34; Lc 22Mas Jesus lhe disse: “ Segue-me e dei­ 9.9:
Jo 1.43:
4.40-41). “ Ao anoitecer, trouxeram-lhe xa os mortos enterrarem os seus mortosd". 2 1.19
numerosos endemoninhados*. Ele ex­
pulsou os espíritos pela palavra* c cu­ A tempestade acalmada (Mc 4.31-41;
rou todos os doentes, ,7para que se cum­ Lc 8.23-25). “ Ele subiu ao barco, e seus
prisse o que fora dito pelo profeta discípulos o seguiram'. WEis que houve
Isaías': Foi ele quem levou as nossas en­ no mar uma grande tempestader. a ponto
fermidades e carregou sobre si as nos­ de o barco ser coberto pelas ondas*. Ele,
sas doenças. contudo, dormia. 25Eles se aproximaram

à vista da felicidade dos justos (cf. Jó 16.9; Sl 35.16; 37.12; b. Cf. Lc 8.22 noia; na outra margem.
112.10; Lm 1.2; Mi 13.42-43.50; 22.13; 24,51: 2530). c. Com exceção de At 736; Ap 1,13: 14.14, a designação I
u. Cf. Mc 1.29. Filho do Homem, decalque de uma expressão semítica, só sc |
v. A febre, ou “fogo dos ossos”, segundo os rabinos, era fa­ encontra, nos evangelhos, na boca de Jesus. Nisto a comunidade !
cilmente atribuída a uma origem não-natural (cf. Lv 26.16; Dt 28. primitiva reconheceu uma das expressões típicas de Jesus de
22): a oraçào pode fazer com que desapareça (Jo 4.52: At 28.8). Nazaré, de preferência aos demais títulos que outorgou a Jesus
w. Mt simplifica a cena, nào mencionando a presença dos (Senhor. Cristo, Filho de Deus). Em certos casos, Jesus parece
discípulos (Mc 1.29): atualiza-a. dando a Simão o nome de Pedro; não se identificar com o Pilho do Homem (16,27; 2430): em
conforme ele. Jesus toma a iniciativa da cura e é o unico a quem outros, o faz claramente (8,20: i 1.19; 16,13). Alguns estudio­
a mulher serve (à diferença de Mc e Lc). Na opinião de Mt. este sos se inclinariam a identificar a expressão com o dito de
milagre simboliza a obra do Servo (8.17); é o que sugere um Ezequiel: o homem que sou (Ez 2,1.3...); a maioria a relaciona
vocabulário que. para os primeiros cristãos, evocava a fé na com a tradição apocalíptica (Dn 7.13 e o livro de Henoc; ver
Ressurreição: ao pôr a doente de pé. Jesus a ressuscita (Mt 9.25: nota sobre Dn 7): segundo esta tradição, o Filho do Homem vi­
16,21; 17.23:20.19: 2632; 28.6; Mc 9,27; At 3,15; 13.37: ICor rá no ultimo dia julgar os pecadores e salvar os justos. Ao de­
15.4). signá-lo assim, a comunidade primitiva manifesta uma origi­
x. Assim como o judaísmo do seu tempo. tambe'm os evange­ nalidade que sc pode atribuir a Jesus. Ela mostra em Jesus
lhos conhecem qualro expressões: tndemoninhados (lit. o.v que aquele que antecipa o julgamento com autoridade, salvando os
suo presa dos demônios). demônios, espíritos e espíritos impu­ pecadores (Mt 9.6) e inaugurando a era messiânica (12,8). Liga­
ros. Nos exorcismos efetuados por Jesus, note-se sobretudo, como do à descrição profética do Servo dc Deus (Mc 83 1 : Mt
aqui. o papel da sua palavra soberana, em contraste com as 17.9.22.23; 20,18: 26.224.25). este título assume um significa­
manipulações não raro complicadas dos exorcistas do seu tem­ do inédito com relação ao judaísmo, pois une paradoxalmente a
po. bem como o vínculo explícito com o AT. que apresenta as glória à cruz.
curas de Jesus como sinais da intervenção decisiva dc Deus para d . Seguir a Cristo faz passar para um plano secundário as
a cura e salvação dos homens. obrigações c cerimônias fúnebres (cf. 1037). Os mortos são os
y. Lit. mediante a palavra. Assim como a Palavra de Deus é que não encontraram a vida do Reino (1038; 16.25-26).
aliva e eficaz (ITs 2.13; Hb 4.12). assim também a palavra de e. Com a palavra-chave seguir (8.22-23) c com a inserção do
Jesus realiza o que diz (cf. Mt 8.8; Mc 2,10; Lc 4 3 6 ). episódio precedente onde se trata de discípulos (8.21) e de partir
z. Conforme Is 53.4 (LXX). sâo os nossos jyecados que elv (8.18-19.21), Mt mostra que o episddio é narrado em vista dos
carrega sobre si. as nossas dores que eie sofre. Substituindo cristãos que devem aprofundar seu compromisso no seguimento
carrega por leva (tomou), pecados por enfermidades. Mateus dc Jesus.
mostra que Jesus não sd é o Servo de Deus adoentado, sofrendo f. Lit. um grande sismo. Este fenômeno acompanha as teofanias
e expiando os pecados dos homens (cf. I Pd 2,24). mas ainda no Sinai (Ex 19,18; IRs 19,11), a aparição a Jó (Jó 38,1; 40.6).
aquele que. curando os doentes, revela-se o Salvador destinado a morte e ressurreição de Jesus (Mt 2731.54; 28,2.4); é um traço
a resgatar os pecadores. clássico das descrições apocalípticas do fim dos tempos (24,7).
a. Alguns manuscritos truzem o singular a multidão. Como Mt Quanto à tempestade, cf. Mc 4 3 7 nota.
também emprega o singular, a correção do plural num singular g. Ao contrário de Mc. a narrativa parece escrita segundo o
não é impossível. testemunho de um espectador que teria estado fora do barco.
e o despertaram, dizendo: “ Senhor, so­ taram tudo, bem como o episódio dos
corro! Estamos perecendo". “ Ele lhes endemoninhadosp. “ Então, toda a cidade
disse: “ Por que estais amedrontados, saiu ao encontro de Jesus; apenas o avis­
homens de pouca fé11?" Então, pondo-se taram, suplicaram-lhe que abandonasse
de pe', ele ameaçou1 os ventos e o mar, e o seu território.
fez-se uma grande bonança. nOs homens1
maravilharam-se e diziam: “ De que qua­ q C u ra dc um paralítico ( M c 2 , 1 - 1 2 :
lidade é este. para que ate os ventos c o Lc 5 , 1 7 - 2 5 ) . ‘Jesus, pois, subiu ao
mar lhe obedeçam?!" barco, tomou a atravessar o mar e veio
para sua cidade’1. :Eis que lhe traziam um
Os dois endemoninhados gadarenos paralítico estendido numa padiola. Ven-
( M c 5 , 1 - 2 0 ; L c 8 , 2 6 - 3 9 ) . ^Tendo ele do-lhes a fér, Jesus disse ao paralítico: Al 9,33
chegado ao outro lado, na região dos “ Confiança, meu filho', os teus pecados
gadarenos11, vieram ao seu encontro dois estão perdoados” . -'Ora, alguns escribas u- 7.4»
endemoninhados que saiam dos túmulos1, disseram a si mesmos: “ Este homem
tão perigosos que ningue'm podia passar blasfema1!" 4Sabendo o que eles pensa- 12.25
por aquele caminho. ” Eis que se pusc- vam, Jcsus disse: "Por que ter maus pen­
ir s 17,1»: ram a gritar: “ Que ha' entre nds e tim, samentos em vossos corações? !Que é
u 4.34 püho de Deus? Sera' que vieste cá para mais fácil? Dizer: ‘Teus pecados estão
atormentar-nos antes do tempo"?" “ Ora, perdoados’ ou dizer: ‘ Levanta-te e anda’ ? a i 9.33-35
havia a certa distância uma grande vara ‘ Pois bem! para que saibais que o Filho
de porcos0que pastavam. JIOs demônios do Homem" tem autoridade na terra para
suplicavam a Jesus, dizendo: "S e nos perdoar os pecados' — diz então ao pa­
expulsas, manda-nos para o rebanho de ralítico: ‘ Levanta-te. toma tua padiola e
porcos". 32Ele lhes disse: “ Ide!” Eles vai para casa'” . tO homem levantou-se.
saíram e foram para os porcos; e todo o e foi para casa. "Vendo isto. as multi­
rebanho se precipitou, do alto da escarpa, dões foram tomadas de temor e deram
no mar, e morreram na água. ,3Os guar­ glória a Deus que dá tamanha autoridade
das fugiram, foram para a cidade e con- aos homens".

h. Recorrendo a uma expressão provinda da mais antiga tra­ Jesus antecipa essas curas derradeiras. A palavra aqui acentua
dição (Lc 12.28 = Ml 6 3 0 ). Mateus quer mostrar quanto os que Jesus age em território pagão, anunciando igualmente a li­
discípulos que seguiam Jesus estavam expostos à incredulidade, bertação de todas as nações. Essas duas palavras poderiam,
deixando-se dominar pela preocupação ou o medo (Mt 14.31: outrossim. evocar os cristãos de origem pagã na Igreja à qual Mt
16.8; 17.20). O discípulo de jwuca f é nào vive dc acordo com se dirige.
a luz que sua fé lhe proporciona. 0. Cf. Mc 5,11 nota.
i. Agindo como um cxorcista (Mc 1.25: 9,25; cf. Lc 4.39). p. Lit. bem a m o as coisas dos endemoninhados. Esta expres­
mas visando aqui às forças da natureza. Jcsus ordena como Senhor são frisa o curater secundário do episódio dos porcos: o essen­
(Jd 9). O mar era considerado como o antro das forças maléficas cial é o triunfo de Jesus sobre o demônio.
(cf. Is 51.10; Dn 7.2-7; Sl 65,8; 89.10; 93.3-4). q. Conforme Mc 2.1. trata-se de Cafamaum. aqui nomeadu a
j . Com a expressão os homens (= as pessoas em geral). Mateus sua cidade provavelmente porque ali era que Jesus pagava o
costuma designar os não*crentcs (5,13; 10,1732-33), os que imposto (cf. 1724-27).
precisam da Boa Nova (4.19; 5.16.19: 6.12 etc.). os que falam r. A fé parece ser consistente nas diligências exercidas para com
dc Jesus como de fora (16.13), ou mesmo os que nada compre­ Jesus pelo doente c seus carregadores (cf. Mc 2,4; Lc 5.18*19).
endem das coisas de Deus. s. Lit. menino.
k.G adaretw s.Gadara.cidade helenistadaTrartsjordânia. lOkm 1. A respeito da blasfêmia, cf. 26,65 nota.
a sudeste do lago de Genesaré. na Decápole. Conforme este v., u. Cf. 8 2 0 nota.
parece que o território desta cidade se estendia até o lago de v. Ao fazer andar um homem paralisado. Jesus quer mostrar
Genesaré. mas o fato é discutível. Mc 5,1 e Lc 8 2 6 trazem aqui que tem autoridade para /wrdoar os pecados, que a acusação dc
o termo gerasenos ou gergesênios; mas nem Gerasa. nem Gergesa blasfêmia — em sentido vulgar, mas quiça' interpretada pelos
parecem convir a este relato. cristãos em sentido próprio (93; 26,65) — carece de fundamento
I. Cf. Mc 5 2 nota. e. portanto, que uma questão foi levantada acerca da sua pessoa.
m .C f. Mc 124 nola. w. Este final surpreendente (o plural em vez do singular) tal­
n. As palavras cá e antes do tempo são peculiares a Mt. nesta vez evoque o ambiente eclesial onde foi composto o evangelho
narrativa. Decerto, aludem ao tempo do juízo final, em que os dc Mt: o poder de perdoar os pecados fica avsim ligado à própria
demônios serão todos reduzidos à impotência; o exorcismo dc autoridade de Jesus (cf. 16,19; 18,18).
Jesus chama Mateus (Mc 2,13-17: Lc jejuarãoh. l',Ninguc'm põe remendo de
5,27-32). 9Ao passar. Jesus viu sentado pano novo numa roupa velha; pois o
na colctoria de impostos um homem pedaço acrescentado repuxa a roupa e o
que sc chamava Mateus\ Disse-lhe: “ Se- rasgão aumenta. ,7Não se põe vinho novo
joM -3 gue-me” . Ele se levantou e o seguiu. em odres velhos: senão, os odres estou­
2i.i9 '"Ora, estando à mesa em sua casa’ . ram. o vinho se derrama e os odres se
11 19. sucedeu que muitos coletores de impos- perdem. Pelo contrario, põe-se o vinho
u 7.34: tos e pecadores1 tinham tomado lugar novo em odres novos, e ambos se
2
ií.i. . 19,7 com j esus e seus discípulos. " A o verem conservam1".
isto. os fariseus diziam a seus discípu­
los: "Por quc c que o vosso mestre come C u ra dc uma mulher e ressurreição
com os coletores de impostos e os peca­ da filha de um dos notáveis (Mc 5,21-
dores*?" l2Mas Jesus, quc os ouvira, dis­ 43; Lc 8,40-56). '"Enquanto Jesus lhes
se: “ Não são os que têm saudehque pre­ dizia isto, eis quc um dos nota'veis se
cisam de me'dico, mas os doentes. I5ldc aproximou e, prostrado, dizia-lhe: “ Mi­
pois aprender o quc significa: É a mise­ nha filha morreu agora mesmo; mas vem
ricórdia que eu quero, não o sacrifício*. impor-lhe a mão^e ela viverá". iyLcvan- mc' 6. : 5
Pois eu vim chamar, não os justos, mas tando-se, Jesus o seguia com seus discí- *.23.25:
os pecadores". pulos. “ Ora. uma mulher que padecia de
hemorragias havia doze anos aproximou- l» is.25
Sobre o jejum . O velho e o novo ( Mc -se por trás e tocou na franja11 da sua ves­
2,18-22: Lc 5,33-39). 1'‘Então os discípu­ te. 2lEla dizia consigo: "S e cu conseguir
los de Joãod o abordam e lhe dizem: “ Por somente tocar em sua veste, serei salva'".
ii.m: que. enquanto nós e os fariseus jejua- “ Mas Jesus, voltando-se e vendo-a. dis­
2
u ix.i mos< os tcus discípulos não jejuam?" ,!Je- se: "Confiança, minha filha! A tua fe' te A1 3 .I 6
sus lhes disse: “ Podem os convidados salvou". E desde aquela hora, a mulher
às núpcias' estar de luto enquanto esta' ficou salva. a Ao chegar à casa do notá­
com eles o esposor? Mas virão dias em vel. vendo os tocadores dc flauta e a
que o esposo lhes sera' tirado8, c então agitação da turba. Jesus disse: 24"Retirai-

x. Mateus. Chamado por Mc de Levi. filho òe Alfeu. c por Lc 61.10; 62.4-5; Jr 2.2: 31.3; Ez 16: Os 1-3 e Ct em sua interpre­
de l-evi; seu nome consta das listas de apóstolos (Ml 103; Mc tação judaica alegórica), por vezes o Rei-Messias vindouro (Sl
3.18; Lc 6,15; At 1.13): nada se sabe acerca de sua vida. Desde 45,7-8; cf. Hb 1.8). e aqui o próprio Jesus (Ml 25.1.5.10; Jo
a Antiguidade. levantaram-se duvidas a respeito da identidade 3.29; Ap 18.23; cf. 2Cor 11.12).
entrc Mateus e Levi. ou Levi. filho de Alfcu. e ainda mais quan­ g. Provável alusão à morte de Jesus.
to à atribuição do primeiro evangelho a este Mateus. h. Jejuarão: cf. 6.16 nota.
y. A casa de Mateus, nâo a de Jesus (cf. Lc 5.29). L Lit. tanto um como o outro sâo conservados. O novo é
z. Coletores de impostos e pecadores: cf. 5,46 nota. incompatível com o velho. Não se deve tentar adaptar o Evan­
a. No mundo oriental, em particular no palestino, a refeição gelho ao antigo sistema judaico.
era o momento por excelência da comunhão entrc os homens. j. Esta expressão, no singular (a mão), só aparece, no NT, aqui
Ao aceitar o convite de um pecador, isto é. de um impuro, cer­ e em Mc 7.32; talvez se traie de um carisma pessoal de Jesus.
cado por grande numero de pecadores. Jesus infringia prescri­ Em Mc 5,23. tratar-se-ia do gesto ritual da imposição das mãos
ções rabínicas fundamentais. (cf. Lv 9.22; 16.21: At 9.17 nota).
b. Lil. os fortes. O termo aramaico herVã, subjacente ao gre­ k. Como qualquer judeu piedoso. Jesus usava uma franja em
go. significa igualmente os sâos; assim o traduziu Lc 5.31. sua veste (cf. Nm 1538-41; Dt 22,12); os fariseus, por vaidade
c. Esta citação de Os 6.6 repete-se em 12,7. Em ambos os religiosa (Mt 23.5). ampliavam-lhe a largura. Ela era guarnecida
casos, ela não condena, em principio, os sacrifícios rituais, e sim dc um filetc roxo. símbolo do céu. c devia recordar os manda­
um tal apego aos ritos tradicionais da vida religiosa, que leve a mentos de Deus; daí a veneração de que era objeto (cf. 1436;
desatender o mandamento capitai da misericórdia. Mc 6.56; Lc 8.44).
d . João. Em tomo a João Batista formara-se uma comunidade I. O verbo sõzein tem habitualmente o sentido dc salvar (1022;
de crentes que sobreviveu à morte dele (11.2; 14.2: Lc ll . l ; 24,13; At 2.47:4,12:1630). mostrando a relação íntima que liga
Jo3.25: 4,1: At 18.25: 19.1). sem duvida ate o século II (cf. Jo salvação a saúde. A fórmula é freqüente nos evangelhos (Mc
3,25). 10.52; Lc 7.50: 17,19; 18.42). Pode ser interpretada: 1) a tua fé te
e. Lil. os filhos da sala das núpcias. dispôs a ser salva: 2) a tua fé te salvou porque te pôs em contato
f. O símbolo do esposo costuma designar Deus (ls 54,4-8; comigo, autor da salvação: 3) a tua fé é operadora dc salvação.
-vos: a menina não está morta, ela dor­ fariseus diziam: “ É pelo chefe dos de- 12.24;
me"1” . E zombavam dele. “ Depois de te­ mônios que ele expulsa os demônios".
rem posto a multidão para fora, ele en-
Mc i 3 i :trou. tomou a mão da menina, e ela Jcsus c as multidões sem pastor ( M c 6 ,
9,27 despertou” . “ A notícia disto se difundiu 1 0 , 2 ) . “ Jcsus percorria todas as
6 34; Lc ■<-»:
por toda aquela região". cidades e aldeias, c ali ensinava em suas Mc IJ9
sinagogas, proclamando a Boa Nova do
C u ra de dois cegos. 27Enquanto Jesus reino c curando toda doença e toda enfermi- 101
.:
se retirava, dois cegos o seguiram gri­ dadc". “ Vendo as multidões, tomou-se de uN .21’
tando: "Tem piedade de nós. Filho de compaixão por elas. porque estavam
David!p" “ Quando ele entrou na casa. exaustas e prostradas como ovelhas sem Nm 27. 17 :
os cegos adiantaram-se ao encontro de­ pastor1.37Então diz aos seus discípulos: “ A ^•j’ :
le, e Jesus lhes disse: “ Credes que eu mcsse“e' abundante, mas os operários, pou- e* 34j:
posso fazer isto?” — “ Sim, Senhor” , co numerosos; "pedi. i- j
pois. ao dono j
da mes- j, 1
z>-- l0-J:

20.34 disseram.^Então, ele tocou-lhes os olhos, se que mande operários para a sua messe” . Mc 6"v*
s. 13: dizendo: “ Suceda-vos conforme a vossa
!5jn fe— 3<i£ os olhos se lhes abriram. Então M issão dos Doze (M c 3,16-19;
Jesus lhes disse severamente: “ Cuidado! Lc 6, 14-16). ‘Tendo chamado seus Mc 6.7:
Mc 7.36 Q u g n j n g UC' m 0 saiba’ !” ' ‘Eles, porém, doze discípulos. Jesus lhes deu autorida- u 9,1
mal saindo, falaram dele cm toda a re­ de sobre os espíritos impuros, para que
dondeza. os expulsassem e curassem toda doença
e toda enfermidade*. «5:
Cu ra de um possesso mudo ( L c ! I , 1 4 - 2Eis os nomes dos doze apóstolos” . O
1 5 ) . ,JAo saírem, eis que lhe trouxeram primeiro. Simão, a quem chamam Pedro, Jo 1.40-41
Mo 7.32.35: um possesso mudor. MExpulso o demô- e André, seu irmão*; Tiago, filho de Ze­
i l X\ n i n' ° ’ ° mudo pôs-se a falar. E as multi- bedeu, e Joâo. seu irmão; 'Filipe c Barto- Jo 1.43

22
mc .i dões maravilharam-se e disseram: “ Nun­ lomeu; Tomé c Mateus, o coletor de
ca se viu algo assim em Israel ! " MMas os impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu’ ;

m. Cf. Lc 8.52 nota. está. aqui. atualizada no tempo mesmo de Jesus (cf. Mt 4.29: Jo
n. Cf. Lc 7.14 noia. 4.35-37): o julgamento se efetua pelo ministério de Jesus e de
o. Divergindo de Mc e Lc. Mt nào assinala a proibição de seus discípulos (cf. Ml 10.15). pois o Reino de Deus já chegou
divulgar a notícia. (Mt 3,2; 4.17; 10.7).
p. Filho de David. Primeira aplicação a Jesus de.sse título po­ v. Exorcismos e curas dependem do mesmo poder. A doença
pular do Messias (cf. 15.22; 20.30-31: 21.9.15; cf. Ix 3.23 nota). é sinal do reino de Satanás e do pecado; curar é sinal de vitória
q. Kmbora aparentado com a narração da cura dos cegos de sobre Satanás (cf. Mt 17.18).
Jerico (Mt 20.29.34). a origem deste relato c pré-mateana: de w. Os doze apóstolos: esta expressão, quase ünica no NT (cf.
fato. ao contrário da tendência peculiar de Ml. Jesus impòc se­ AT 1,26: Ap 21.(4), está na confluência de dois modos de de­
veramente o segredo aos miraculados. O motivo desta proibição signar os primeiros discípulos de Jesus: sâo os Doze (cf. Mt
é sem düvida o fato de os cegos de Jericò aclamarem Jcsus 26.14), são também os Apóstolos (cf. Lc 6.13 nota; Mc 630).
como Filho de David (v. 27). Apóstolo significa enviado. e mais precisamente, segundo o
r. Para concluir a apresentação do Messias em palavras e atos substrato semítico. frienipotenckíria (veja 10.40 nota). O numero
(4.25-9.34). Mt traz uma narrativa que novamente reproduz em 12 corresponde ao das doze tribos de Israel (cf. Mt 19.28).
12,22-24. Sem düvida seu intento é anunciar a cisão causada x. As quatro listas de nomes de apóstolos diferem sobretudo
pela atividade dc Jesus (cf. Jo 7.40-43). na ordem dos três nomes que seguem o de Pedro. Mt e Lc 6.14
s. Com este sumário das atividades dc Jesus, que lembra 4.23- referem, sem düvida. a ordem primitiva; Mc 3,17 antepõe a
25. Mt introduz uma nova seção: as instruções missionárias dadas André os filhos dc Zebedeu. que formam com Pedro um trio
aos apóstolos (103* 15). às quais acrescenta recomendações pro- privilegiado (Mt 17.1: 26.37: Mc 537). At 1.13 faz João passar
vindas de outros contextos (10.16-42). à frente de Tiago, imediatamente depois de Pedro, decerto por
t. lRs 22.17. Mt evoca a atitude de Jcsus. que se considerou causa da sua posição importante na Igreja primitiva.
enviado às ovelhas perdidas de Israel (Mt 15,26; 10.6. Lc 19.10). y. Tadeu. Há muita divergência entre as testemunhas do texto:
A mesma evocação depara-se em Mc 6.34. por ocasião do epi­ algumas testemunhas antigas lêem Tadeu, como a grande massa
sódio da multiplicação dos pães. Aqui. ela confere sentido à dos manuscritos de Mc: grande numero traz l*beu ou l^b ê ,
mivsão dos discípulos: a misericórdia do bom Pastor. Jesus pre­ cognominada Tadeu: outros. Judas, filho de Tiago (como Lc
enche a expectativa do AT (Ez 34.23; Zc 13.7). 6,16) ou Judas, o Zelote. A solução mais simples é que cada um
ii. Imagem comum do juízo fina! (veja Ml 3,12 nota), a messe dos sinóticos teve um nome diferente para o undécimo apóstolo:
26.25:27.3: 4Simão, o zclote\ c Judas Iscariotes*. paz. l4Caso não vos acolham c não cscu- u 10.10-12
664
Mc 14.43:
jo . : aquele mesmo que o entregou. tem as vossas palavras, abandonando esta
12.4: 13.11: casa ou esta cidade, sacudi a poeira dos
IS 2 5
'' (M c 6 .7 -1 1 : Lc 9 ,2 -5 ; c f. L c 1 0 ,3 -1 2 ). vossos pes11. 15Em verdade, vos digo: no
5Estes doze, Jesus os enviou em missão 1 dia do juízo, a terra de Sodoma e Go- n.24:
com as seguintes instruções: “ Não tomeis morra será tratada com menos rigor do
o caminho dos pagãos c não entreis numa que essa cidade. i9JK:
2Pü 2.6:
cidade de samaritanos'; 6de preferência, Jd 7
jr 50,6: ide às ovelhas perdidas da casa de Israel. Anúncio dc perseguições ( M c 1 3 , 9 - 1 3 ;
7
mi 15.24 ^ caminho, proclamai que o Reinado Lc 2 1 , 1 2 - 1 9 ) . “ “ Eis quc eu vos envio u- ioj
u- .109.11 dos ce'us se aproximoud. "Curai os doen­ como ovelhas para o meio de lobos; sede, 1012
Jo . :
At 20 29
tes, ressuscitai os mortos, purificai os le­ pois, astutos como as serpentes e sim­
prosos, expulsai os demônios. De graça ples como as pombas. Rm l6-19
recebcstes. de graça dai. l7"Acautclai-vos com os homens: eles
*"Não providencieis ouro, nem prata, vos entregarão aos tribunais1e vos flage- Mc i .v j ;
nem dinheiro para guardar em vossos larão em suas sinagogas.'"Por minha u 211213
u 10.4
cintos, lonem alforje para o caminho, ncm causa, sereis levados perante os governa­
duas túnicas, nem sandálias, nem bor­ dores e reis: com isso terão um testemu­
dão; pois o operário tem direito ao seu nho1, tanto eles como os pagãos. ,9Quan-
Nm in.3i alimento'. "E m qualquer cidade ou al­
, .
do vos entregarem, nao vos preocupeis
. Lc 12.11-12
deia cm que entrardes, informai-vos para cm saber como falar ou o que dizer: o
saber quem e' digno de vos acolherf e que tiverdes de dizer vos será concedido
permanecei ali ate' vossa partida. l2Ao naquela hora, “'pois não sereis vós a fa­
entrardes na casa, saudai-a*; ‘-'se esta casa lar, e' o Espírito do vosso Pai que falará
for digna, desça a vossa paz sobre ela; em vós. 2lO irmão entregará à morte o
mas se não for digna, volte a vós a vossa seu irmão, e o pai, o seu filho; os filhos Mq 7.6

Ml. Lebcu; Mc.Tadeu; Ix . Judas, filho de Tiago. Aliás, é pouco tribuíam amplamente. Conforme o texto. Jesus parece ter toma­
provável que esses nome.s diferentes hajam pertencido a uma só do em consideração esta separ.ição profunda. Alhures parece pô-
peSsSoa. pois os três nomes são igualmente semíticos (naquele -la em questão (Lc 1030-37; Jo 4,4-48): depois de ressuscitado,
tempo, quando uma pessoa tinha vários nomes, um era geral­ suprime-a (Mt 28.19; At 1.8).
mente judeu e o outro, grego ou romano). A tradição, que foi tão d. Cf. 3,2 nota.
firme em manter o numero dos doze apóstolos, só hesita quanto e. Lit. digno da sua alimentação. Mt refere-se ao direito que
ao nome dc um deles. os rabinos, cm ccrtas condições, tinham de viver ã custa dos
z. Lit. o carwneu. transcrição de um termo aramaico que sig­ donativos de seus discípulos (cf. ICor 9.14; ITm 5.18). Em Lc
nifica o zeloso e designava os zelotes, cujo nacionalismo religio­ 10.7. o operário c digno do seu salário.
so opunha-se com violência ã ocupação romana. Talvez Simão f. Lit. procurai quem seja digno: isto é. se há alguém digno.
tenha participado de um desses grupos, antes dc ser encontrado r . A saudação judaica consiste cm desejar a paz (shalom).
por Jesus. como acrescentam, por imitação de Lc 103. diversos manuscri­
a. Iscariotes. Diversas interpretações foram propostas. Origi­ tos quc trazem: Paz a esta casa, e como o supõe o versículo
nário de Keriot. aldeia situada ao sul da Palestina (cf. Js 15,25; seguinte.
Am 2.2); mentiroso (segundo uma raiz aramaica). epúeto inju­ h. Gesto de ruptura (cf. At 13.51) conhecido no mundo antigo.
rioso aplicado ao traidor depois de sua façanha; transcrição Não se quer levar nada consigo de uma cidade ou bairro lidos,
sctnúica de sicarius, equivalente latino dc zelote (qualificativo aqui. por indignos de receber o Evangelho.
de Simão. quc forma um par com Judas); esta ultima interpre­ i. Lil. sinédrios. Único texto do NT onde a palavra sinédrio (=
tação ajudaria a compreender por que Judas atraiçoou Jesus, que sanhedrin) aparece no plural; alusão aos pequenos sinédrios locais
repudiou a ideologia dos zelotes (cf. 17.24-27). formados de vinte c três pessoas categorizadas da sinagoga;
b. Lil. os enviou. A este mesmo verbo corresponde a palavra funcionavam como cortes de justiça para os casos que não eram
apóstolo — enviado, encarregado de missão (cf. sobretudo: da alçada do grande sinédrio dc Jerusalém (cf. 5.22 nota; 2639).
10.16.40; 15.24). A sinagoga judaica valia-se de enviados ofi­ Estas cenas de violência aconteciam nas sinagogas, as quais con­
ciais. para os quais vigorava o principio: o enviado equipara-se tinham um loca) para este fim. Depois da queda de Jerusalém,
a quem o envia. Em Mt 15,24, mas sobretudo em Jo. Jesus em 70, esses sinédrios locais adquiriram grande importância;
apresenta-se como o enviado do Pai (Jo 3.17.34; 5.36-37; 17.3.18 talvez Mt se refira a esta época.
etc.). j . O fato de permanecer firmes até o fim (cf. 24,13), publica
c. Os samaritanos, miscigenados desde a queda da Samaria c oficialmente, atesta à fa c e de todos os povos (24,14) que.
em 721 a.C., tinham o seu próprio templo no monte Garizim (Jo através das provações dos ültimos tempos, o juízo de Deus já
4.20). Eram objeto de desprezo por parte dos judeus, e lho re­ começou.
sc insurgirão contra o s seu s pais e os •'“Q u a n to a v ó s, até vossos c ab e lo s e stão ism m.«:
249 farão c o n d en ar à m orte. 22S ereis odiados todos co n tad o s. -''N ão ten h ais m edo. por- Al 27 J4
por todos por causa d o m eu N om e. M as tanto: vaieis m ais d o q u e to d o s os par- 6.26:
24.13 quem p crseverar a té o fim , este será sa l­ dais. 3iT odo aquele que se d e clara r por 1212
vo. “ Q u an d o vos perseg u irem num a c i­ m im 1*d iante dos hom ens, tam bem eu m e
d a d e, fugi para outra; em v erdade, cu vos declararei por ele d ian te d o m eu Pai que Ap 3.5
d e claro , não a c a b are is d e p e rco rre r as e stá nos céus; Mm as todo aq u ele que me
16.27-28: cidades de Israel antes que chegue o Filho tiv e r renegado diante dos h om ens, tam - u su6:
do H om em k. 240 d isc íp u lo não esta' aci- bem eu o renegarei diante d o m eu Pai 2Tm 2,12
m ma d o seu m estre, nem o serv o acim a do que esta' nos céus.
14,62: seu senhor. “ A o d isc íp u lo , basta-lhe ser
U | 7.3ft com o 0 seu m estre; e ao se rv o , com o o N ão a p a z, m as a esp ad a ( L c 1 2 ,5 1 - 5 3 ) .
iK.K: 2i.27 seu senhor. Ja' q u e trataram d c B eclzcbul1 ^"‘N ão vos ponhais a im ag in ar q u e eu
Lo 6.40: 0 dono d a c asa, com q u a n to m aio r razão vim traz er a paz à terra; eu não vim tra ­
Jo 13.16: ,. . j j ,
i5 2 o d irao o m esm o dos de sua casa! z e r a paz, e sim a espada. J5S im . cu vim
sep arar o hom em d o s e u p a i , a f i l l i a d a
N ã o tem a is! ( M c 8 , 3 8 ; L c 9 , 2 6 ; 1 2 , 2 - 9 ) . s u a m ã e , a n o r a d a s u a s o g r a ; 36o s i n i ­
Mc 4,22: “ " P o rta n to , n ã o te n h a is m ed o d e le s! m ig o s de a lg u é m serã o as p esso a s da
u IU7 N ada ha' d e e n co b e rto que não venha a p r ó p r ia c a s a '.
ser descoberto, nada dc secreto que não
venha a scr c o n h ec id o . J70 que eu vos R e n u n c ia r a si m esm o p a r a s e g u ir J e ­
d igo na e scu rid ão , d ize i-o à luz d o dia; o su s ( M c 8 , 3 4 - 3 5 ; L c 1 4 , 2 6 - 2 7 ; 9 , 2 3 - 2 4 ) .
que ouvis ao pe' d o o u v id o , proclam ai-o ,7Q uem ama" seu pai ou sua m ãe m ais do ot 33.9
sobre o s telhados™. “ N ão tem ais os que que a m im não é digno dc m im ; quem
m atam o co rp o , m as não podem m atar a am a seu filho ou sua filha m ais do que a
alm a"; tem ei m uito m ais aquele q u e pode m im não é digno de m im . -'"Quem não 16.24
Tg 4.12 fazer pcrcccr a a lm a e o c o rp o na geena. tom a sobre si a sua cruz e não m e segue
wN ão se vendem do is pardais por um não é digno de m im . -"Quem tiver a pró­
tostão”? C o n tu d o , n enh um d eles cai por pria vida assegurada1 perdê-la-a' e quem u- n_vv
terra sem o a ssen tim en to do vosso Paip. perder a vida por m inha causa vai acha'-la. j0 12-25

k. Lil. não tereis acabado as cidades de Israel... Alusão quer 0. Lit. por um asse. uma das menores moedas romanas (cf.
à atividade missionária dos discípulos em Israel, cuja duração ou 5,26).
brevidade sào profetizadas, quer à fuga dos discípulos dc cidade p. Lit. sem vosso Pai. Neste contexto, a expressão significa ou
em cidade, por causa da perseguição. Quanto à vinda do Filho que Deus não estará ausente à morte dos discípulos (morte esta
do Homem, nào se trata, provavelmente, da sua vinda na destrui­ cuja causa ou autor nào estariam especificados), ou que os dis­
ção de Jerusalém, em 70. nem da sua vinda gloriosa na Trans* cípulos não morrerão pelo Evangelho sem que Deus o queira;
figuração ou na Ressurreição, mas do seu advento glorioso no sua morte não será fortuita, terá um significado.
fim dos tempos. À maneira dos profetas do AT. Jcsus anuncia q. Lit. me confessará. Trata-se do testemunho que chegue ao
para um presente iminente acontecimentos futuros (cf. Mc 9,1 derramamento do sangue (10.26-31; cf. Lc 12.8-9). consistindo
nota). em unir o próprio destino ao de Cristo. Renegar (1033) Jesus é
I. Beelzebul. Cf. 12.24 nota. dizer: Não conheço este homem (2634.74); aos que o renegam.
m. Jesus talvez recorra a um dito popular iTudo acaba apa• Jcsus dirá por sua vez: Eu nào vos conheço <723; 25.12); e. não
recendo à luz do dia), mas modificando-o: chegou a hora (do obstante, ele perdoou a Pedro (Jo 2 1,15 -19). Pelo contrário, aque­
Reino: 10.7) de proclamar a todos o que Jesus revelou a seus les que se houverem declarado por ele. isto é . se houverem
discípulos. Os seus primeiros destinatários são os da casa de proclamado solidários com ele. publicamente e por atos. Jesus
Israel (10,6). mas aqui a formulação já não é restritiva, ela visa os reconhecerá como seus diante do Pai.
aos homens todos. r. Cf. Mq 7.6.
n. Alma. Ao passo que a palavra psykhê eqüivale muitas s. O termo gregofilein (amar) nào é o que. nos evangelhos si­
vezes a vida (Mt 1039; 16.25-26). Mt distingue aqui o corpo nóticos. designa o amor a Deus e ao próximo (agapan: 5.43: 19,
da alma (Lc 12.4-5 s<5 fala do corpo). Ele nào identifica alma 19; 2237-39); costuma terem Mt um sentido pejorativo (6,5; 23,
e vida. pois deveria distinguir duas espécies de vida. o que 6). Esta sentença, à qual i x 14.26 atribuiu um sentido ainda mais
não faz em parte alguma. O corpo é aquilo pelo qual o ho­ pesado, mostra que os laços de família, embora legítimos, podem
mem se exprime, a alma é o princípio que o mantém em tornar-se empecilhos no caminho de quem quer seguir Jesus.
relação com o Deus da vida. 1. Lit. aquele que mvr achado (cf. 16.25).
Quem vos recebe a mim recebe (M c so s c e g o s r e c o b r a m a v is ta e os coxos i* 42.18

9 ,3 7 -4 1 ; L c 9 ,4 8 ; 1 0 ,1 6 ; Jo 1 3 ,2 0 ). andam d ir e ito , os leprosos são purifica­


ix.5 4e"Qucm vos recebe é a mim que rccebe. dos e o s s u r d o s o u v e m , os mortos res­
io 12.44: e quem me recebe recebe Aquele que suscitam c a B o a N o v a é a n u n c i a d a a o s
d 4.14 me envjou« •"Quem rcccbc um profeta, p o b r e s ' , ‘ e feliz de quem não cair por
na qualidade dc profeta, receberá uma causa de mim“!” 13.57:
2Rs 4.8-37 recompensa de
IR í 17 .9 24 : n r .
protela; e quem recebe 7Como eles se afastassem. Jesus pôs-se 26,31
um justo, na qualidade de justo, receberá a falar de João às multidões: "Quc fostes 3.5
uma recompensa de justo'."Todo aquele ver no deserto? Um caniço agitado pelo
quc der dc beber, nem quc seja um copo vento? "Então, que fostes ver? Um ho­
de água fresca, a um desses pequenos", mem trajando roupas elegantes? Mas os
por ser ele um discípulo, em verdade vos que usam roupas elegantes estão nas mo­
digo, não perderá a sua recompensa." radas dos reis.‘'Então, que fostes ver? Um
7.28:13.53; -t -t ‘Ora, quando Jesus terminou as ins- profeta? Sim, eu vo-lo digo, c mais que ua
i9.i: 26.i X X truções a seus doze discípulos, par­ um profeta. l0Delc é que está escrito: E i s u- 1.76
tiu dali para ensinar e pregar nas suas q u e e u e n v io m e u m e n s a g e ir o d ia n te d e Ex 23.20:

cidades*. t i . "E m verdade eu vos digo, dentre os


quc nasceram de mulher, não surgiu nin- u 1.76:
Pergunta dc João e declaração dc Je - guém maior que João. o Batista; e toda- Jo 7'271
3.28
1
Mt 4.3: sus ( L c 7 , 1 8 - 3 5 ) . JOra. João, na prisão. via, o menor no Reino dos céus é maior
,0 3'24 ouvira falar das obras de Cristo. Man­ do que ele11. ,JDesdc os dias de João, o
dou-lhe perguntar por seus discípulos: Batista, o Reino dos ce'us e' assaltado com
m i 3.1: J” És tu 'Aquele que vem5' ou devemos violência; são violentos os quc o arreba­
At 194 esperar outro?
Jo 1.15 :6 .14 :
.:
...
'‘Jesus lhes respondeu:
., .
tam'. ‘-'De fato, todos os profetas, bem co­
Hb 10.37: “ (de referir a João o que ouvis e vedes: mo a lei, profetizaram até Joãod. u Sc qui-
Ap 1.4.8

u. Expressão análoga cm 18.5. A idéia de que o enviado é feita é plausível, mesmo que ela pretenda convidar a Jesus a
igual aquele que o envia era muito conhecida pelo judaísmo. Sc passar ã ação.
o apóstolo (afrístolos) é. cm certo sentido, igual àquele que o z. A resposta de Jesus é um centão de textos de Isaías: 26.19
envia (apostéllein). não o é por causa dc sua personalidade, mas (mortos). 29.18-19 (surdos). 35.5-6 (cegos, surdos, coxos, po­
em virtude dc uma missão, dc uma função, de uma palavra que bres). 61.1 (Boa Nova para os pobres). Mt 5.1 -9 3 4 moslracomo
lhe foram confiadas por Jesus e. por intermédio dele. pelo pró­ Jesus cumpre a profecia: a salvação de Deus é concedida (cf. Lc
prio Deus. For isso. a acolhida tem um alcance mais amplo do 4.18-19).
quc o simples gesto de hospitalidade: é acatamento e sujeição à a. Lit. vier a ser escandulizado por mim (cf. 5.29 nota). E pela
Palavra dos enviados dc Jesus. tomada de posição pró ou contra Jesus que o julgamento se
v. Os termos profeta e justo ainda aparecem associados em opera (cf. 1032*33). Aqui. o Reino c Jesus são quase identifi­
13.17 e 23,19; eles pertencem ao vocabulário do AT c do judaís­ cados.
mo do tempo de Jesus. Podem scr compreendidos, ou como uma b. O Reino é inaugurado em Jesus; João lhe ficou no limiar.
alusão a profetas e justos designados como tais nas comunida­ Entre ele e Jesus com seus discípulos ha uma ruptura, uma
des cristãs do séc. I. ou antes como aposições ao w s (v. 40) novidade radical.
designando os apóstolos; desta maneira, estes seriam equipara­ c . Duas interpretações mais dignas de consideração: I) De
dos aos profetas e justos do AT. acordo com \ jc 13.24. em que o discípulo é convidado a esfor­
w. Podem-se ver nesses pequenos, quer os apóstolos (sentido çar-se por entrar pela porta estreita, e com Lc 16.16. em que
sugerido por Mc 9.4Í). quer todos os discípulos, como testemu­ todo homem emprega a sua força para entrar no Reino, tratar-
nhas do reino de Deus (sentido sugerido pela especificação: por -se-ia da violência dos justos, ou ainda, do Reino dos céus que
ser ele um disiipulo), ou. antes, no seio da comunidade dos rompe seu caminho com violência. Esta interpretação de Lucas
discípulos, os mais humildes, os mais deserdados e. talvez, os só encontra respaldo aqui na primeira parte do versículo, pois o
mais desprovidos por causa da perseguição (sentido dominante termo os violentos sempre designa os inimigos, os atacantes.
em 18.5-10. mas num contexto de vida comunitária. não de per­ 2) Outrossim, mais provavelmente. Jesus visa aos adversários
seguição). quc impedem os homens de entrar no Reino. De fato. sucede quc
x.Conclusão de 9 .3 5 -10.42 c introdução à seção quc descreve o Reino de Deus. com sua vinda, suscita a violência. Alguns ato
as reações de João (11,2-19). dos galileus (11.20-24) e dos pensam poder especificar quais sejam esses adversários: os
fariseus (12.1-45) perante Jesus, que se apresenta como Messias zclotes, que querem estabelecer este reino pelas armas, ou as
por palavras (5.1-7.29) c por atos (8,1-9.34). potências demoníacas, que pretendem manter o domínio sobre o
y. Aquele que deve vir. Titulo messiânico (cf. 3.11; Jo 1.27). mundo c. assim, o anebatam aos justos.
Entre o modo dc agir do juiz anunciado pelo Precursor (3,11-12) d . Joâo, o Precursor, veio encerrar o tempo da antiga Aliança:
c o dc Jesus (caps. 8-9 ) existe tal desproporção que a pergunta torna-se sucessor do ultimo dos profetas. Malaquias.e realiza a
Mc 9,1 i-i3; serdes comprecnder-me, ele é o Elias que J3E tu, Cafarnaum,
l^ '|'27|; deve voltar*. 15Quem tiver ouvidos, ouça! a c a s o s e rá s e le v a d a a te o céu? i* 14.13.15
il.9.43: l6A quem compararei esta geração? É A t é a m o ra d a d o s m o r to s d e sc e rá s!

N,t uh * comParavel a crianças sentadas nas pra- Pois se os milagres que se realizaram
14.35: ças, que interpelam outras. l7‘ Dizem: em ti se tivessem realizado em Sodoma, G n 19,24.2».
27
Ap . :13.9 Tocamos flauta para vds, e não ela ainda hoje subsistiria. 24Por isso. cu
dançastes! vos digo, no dia do Juízo, a terra de 10.15
Entoamos um canto fúnebre, e nâo Sodoma sera' tratada com menos rigor do u 10,12
batestes no peito!’ que tu.”
l8De fato, veio João; não come nem
3.4;9.14; bebe, e dizem: ‘ Ele perdeu o juízof’ . O Pai e o Filho ( L c 1 0 , 2 1 - 2 2 ) . 25Naque-
19Veio o Filho do Homem, ele comc e la ocasião, Jesus tomou a palavra e dis­
bcbc, e dizem: ‘ Eis um glutão e um se: “ Eu te louvo. Pai, Senhor do céu e da n> n j :

9.ii: beberrão. amigo dos coletores de impos- terra, por teres ocultado isso aos sábios e Áu7.24
u i5,,97 tos e dos pecadores!" Mas a Sabedoria aos inteligentes e por tê-lo revelado aos
foi reconhecida justa por suas obras1” . pequeninos*.“ Sim, Pai, foi assim que dis-
puseste na tua bencvolcnciak. 27Tudo mc 2k .ix :

Lam entação sobre as cidades da foi entregue por meu Pai. Ninguém conhe- !°} ;j;3* 2.
Galiléia ( M t 1 0 , 1 5 ; L c 1 0 , 1 2 - 1 5 ) . “ En- ce o Filho, a não ser o Pai. c ninguém fi 2.9
tão. ele comcçou a invcctivar as cidades conhece o Pai, a não scr o Filho, e aque-
onde se realizara a maioria de seus mila­ le a quem o Filho quiser revela'-lo'.
gres, porque elas não se converteram.
2l“ Ai de ti, Corazin! Ai de ti. Betsaidah! Tomai o meu jugo. 28“ Vinde a mim.
Pois se os milagres que se realizaram todos vós que estais cansados sob o peso Jr 31.25
is 2 3 .1-k; c n t r e vós sc tivessem realizado em Tiro do fardo, e eu vos darei descanso.^Tomai
Ez 2&-2X;
ji 4.4-8: e Sídon, ha' muito que, cobertas de saco sobre vós o meu jugo e sede discípulos
AZí .I92? c cinza".elas se teriam convertido. 22Sim, meus, porque eu sou manso c humilde
e.m4.i eu vos digo, no dia do Juízo, Tiro e Sídon de coração, e encontrareis descanso para jr 6.16
serão tratadas com menos rigor do que vossas almas. “ Sim. o meu jugo é fácil
vós. de carregar e o meu fardo é leve"1” . uo 5.3

sua última prcdiçào: Eis que cu vou enviar- vos o profeta Elias... o sonho de Nabucodonosor (Dn 2,3-13). o mistério c revelado
(Ml 3,23; cf. Mt I I.I4). a Daniel, que implorou o Deus do céu (2.18-19.28) e louva a
c. Çf. Ml 3,23 (= 4.4). A mesma profecia é lembrada em Mt Deus por lhe ler concedido a sabedoria (223): trata-se do reino
17.11-13. Cf. 17.3 nota. fundado pelo próprio Deus (2,44). Em Mt. os pequeninos são os
f. Lil, Ele tem um demônio: como em Jo 7.20. esta expressão discípulos (Mt 10.42), a quem são reveladas estas coisas (Dn
é figurativa e não sc refere a possessão diabólica. 2.29), isto e', o misteno do Reino dos céus (cf. Mt 13,11).
g. Trata-se, quer. em sentido irônico, da sabedoria desta ge­ k. Lil. hiíbenevolência diante de ti. A expressão lembra a voz
ração. cujas obras consistiram em rejeitar João Batista e. depois, do Pai no batismo (3.17) e a citação dc Is 42.1 cm Mt 12.18.
Jesus, quer do próprio Jesus. Sabedoria de Deus (cf. 12,42; ICor 1. Em prosseguimento ao versículo precedente, tudo designa o
1,24). ou então do desígnio salvífico de Deus que é justificado. Reino e seus segredos. Esta palavra situa-se melhor na tradição
isto é. reconhecido e proclamado com base nas obras dc João apocalíptica (Dn 2.22.28-29; 7.10-27) do que na sapiencial (Sr 24:
Batista e de Jesus, apesar da oposição desta geração (v. 16). 51) ou helenista. É uma das três passagens, com 2137 e 2436.
h. Corazin. nome desconhecido ate' o período do NT. onde sò nas quais Jesus exprime, dc maneira indireta, ter uma relação
aparece aqui e em Lc 10,13: cidade nomeada trés vezes no unica com Deus. seu Pai (cf. Mc 1436; 1x2.49; 24.46; Jo 20.17).
Talniud e cm Euscbio (265-340).que a situa a 3km dc Cafamaum; m. A imagem do jugo. já conhecida no AT (Jr 2.20: 5 3 : Os
Detsnida, na embocadura do Jordão a norte do lago de Tiberíades. 10.11). costumava designar, no judaísmo, a Lei de Deus. escrita
na Gaulanítide: reconstruída no início de nossa era por Herodes ou oral (Sr6.24-30: 5 1.26-27): este jugo nem sempre era sentido
Filipe com o nome de Julias. Sobre o A i de ti. cf. 23.13 nota. como algo pesado ou ofensivo: a “alegria do jugo" era experi­
i. Espécie de confissão publica encenada, por meio da qual as mentada no judaísmo (S r5 l ,26-27). Aqui. na mesma perspecti­
pessoas se reconheciam pecadoras (cf. Jr 6*26; Jn 3,5-8). va que a do Sermão da Montanha (caps. 5-7). iniciado com o
j. Dc preferência a ver neste trecho uma linguagem sapiencial anúncio da felicidade do Reino de Deus. Jesus contrapõe sua
relacionada com Sr 51 ou Pr 8; S r 24; Sb 6 -8 . parece preferível interpretação libertadora da lei ao legalismo judaico, pois. si­
reconhecer nele uma linguagem apocalíptica, como a do livro de multaneamente com uma lei renovada. Jesus transmite aos ho­
Daniel. Ao passo que os sábios não foram capuzes de interpretar mens a alegria do Reino.
A s espigas arrancadas ( M c 2 , 2 3 - -lo. "M as ele lhes disse: “ Quem dentre Lc 14.5
2 8 ; L c 6 , 1 - 5 ) . 'Naquele tempo su­ vós, se só tem uma ovelha e esta cai num
cedeu de Jesus passar, num dia de sá­ buraco num dia de sábado, não vai
bado", atrave's de um campo de trigo. apanhá-la e tirá-la dali°?” '2Ora. o homem
6.26; 10.31:
Seus discípulos sentiram fome e puse- vale mais do que uma ovelha! Logo é Lc 12.7.24
Dt 23.25-26 ram-se a arrancar espigas e a comê-las. permitido praticar o bem no dia de sába­
U 13,16:
2Vendo isto, os fariseus lhe disseram: do” . '•'Então ele disse ao homem: "Esten­ Jo 5.9: 7.23;
Ex 20.10: “ Olha teus discípulos, que fazem o que de a mão” . Ele a estendeu e ela ficou em 9,14
Dt 5.14
não é permitido fazer durante o sábado"". perfeitas condições, tão sadia quanto a
•’Ele lhes respondeu: “ Não lestes o que outra. l4Depois dc saírem, os fariseus
David fez, quando teve fome, ele e seus deliberaram contra ele, acerca dos meios 27.1;
Mc 11.18 :
companheiros, 4como entrou na casa de de fazê-lo perecer'. U 19.47:
Deus e como comeram os pães de pro­ Jo 5,16.18
posição, que nem a ele ncm a seus com­ Jesus, o servo dc Deus. l5Tendo-o sabi­
Mc 3.7-10;
panheiros era permitido comer, senão aos do, Jesus retirou-se dc lá". Muitos o se­ Lc 6.17-19
sacerdotesp? 5Ou não lestes na lei que, no guiram; ele os curou a todos. “ E com
8.4: 9.30:
dia de sábado, no Templo, os sacerdotes severidade ordenou que não o dessem a Mc 3.12:
violam o sábado sem cometer falta conhecer*, ,7a fim de que se cumprisse a 5.43: 7.36
i2.4i.42: algum a^O ra, eu vos digo, há aqui algo palavra do profeta Isaías':
u n j 1.32 m a jo r do que o Templo. 7Se tive'ssseis "* E i s o m e u s e r v o a q u e m e u e l e g i , Is 42.1-4
os 6.6 compreendido o que significa: É a m is e ­ m eu B em -a m a d o , q u e m e a p ro u v e
r ic ó r d i a q u e e u q u e r o , n ã o o s a c r i f íc i o ', e s c o lh e r
não teríeis condenado esses homens, que s o h r e e le p o r e i o m e u E s p ír ito ,
não cometeram falta. "Pois o Filho do e e le a n u n c ia r á o d ir e ito ' à s n a ç õ e s .
Homem é senhor do sábado". 19 N ão se e n v o lv e r á e m d is p u ta s ,

n ã o s o lta r á g r ito s ,
O homem da mão paralisada ( M c 3 , 1 - su a v o z n ã o s e r á o u v id a n a s p r a ç a s .
6: L c 6 , 6 - 1 1 ) . ''Ele foi embora dali e 20 E l e n ã o q u e b r a r á o c a n iç o r a c h a d o ,
entrou na sinagoga deles. luA í se encon­ n ã o a p a g a r á a m e c h a q u e a in d a
trava um homem que tinha u'a mão pa­ fu m e g a ,
ralisada*. Fizeram-lhe a seguinte pergun- a té te r c o n d u z id o à v itó r ia o d ir e ito .
lc 14.3 ta: "Será permitido fazer uma cura1 em 21 E m s e u n o m e a s n a ç õ e s /x ir ã o s u a
dia dc sábado?” , com o intento de acusá- esperança.

n. Mais controvérsias a respeilo do sábado: 12.9-14: Lc 13,10- hesitam em derrogar ao ensinamento dos mestres. Quanto mais
17: 14.1-6; Jo 5,1-18; 7,19-24. Nelas. Jesus mostra a autoridade poderiam compreender que ele cure um homem a despeito da
que tem sobre a lei. em particular sobre a legislação sabática, doutrina oficial.
enraizando-a no AT. mais especialmente cm Os 6,6 (cf. Mt 9.13); v. Acerca dos meios de ou a fim de fazê-lo perecer. Trata-se,
este é o sentido do v. 8. decerto, de um conciiiábulo para tramar uma ação. não de uma
o. A exprobração não &e funda no roubo, nem no fato de assembléia oficia].
comer, mas no trabalho proibido; pois. para os casufsias. arran­ w. Em virtude da pressão exercida por seus inimigos, Jesus
car espiga eqüivalia a uma ceifa (cf. Ex 34.21). “bate em retirada’* (cf. 14,13 nota). É o que Mt justifica com a
p. Quanto a este episódio, cf. ISm 21.2-7. Quanto ã prescri­ profecia do Servo, aplicada a Jesus.
ção. cf. Lv 24,5-9. x. Lit. que nõo tornassem púMica a sua identidade, o que
q. Quanto ã maior atividade dos ministros do culto durante o representa mais do que manifestar que ele é o autor dessas curas.
sabado, cf. Lv 24.8; Nm 28.9. y. Esta citação dc Is 42,1-4 não corresponde, exatamente, nem
r. Cf. 9,13 noia. ao texto hebraico, nem à tradução grega da Septuaginla; talvez
s. Lil. ressequida (cf. IRs 13,4; Mc 3,1 nota), Mt use outro texto ou uma adaptação já tradicional em seu meio.
t. Lit. aplicar um tratamento, atividade proibida durante o Ainda não se trata, aqui. do Servo Sofredor de ls 53, mas. poder-
sabado. se-ia dizer, do Servo “discreto** (o v. 19 corresponde à ordem do
u. No tempo de Jesus, a casuística dos rabinos permitia infrin­ silêncio do v. 16). Por ouiro lado. aqui exprime-se a nota. capital
gir a lei do sábado para prestar socorro a um homem cm perigo em Mt. do ministério de Jesus para as nações (vv. 18-21).
de mone; mas não tolerava ato algum medicinal, menos ainda 2. 0 direito. Este termo (grego krisis, hebraico mishpat) desig­
salvar uma rés. Jesus tira. aqui. um argumento da prática concre­ na as prescrições pelas quais o Deus de justiça funda suas rela­
ta dos camponeses a quem fala: para salvar uma ovelha, eles não ções de aliança com os homens (Gn 18.25: Dt 4,6-8).
Je su s e Beelzebul ( M c 3 , 2 2 - 3 0 ; L c homens, mas a blasfêmia contra o Espí­
1 1 , 1 4 - 2 3 ; 1 2 , 1 0 ) . 22Então trouxeram-lhe rito não será perdoada. J2E se algue'm
um possesso cego c mudo; ele o curou, profere uma palavra contra o Filho do
dc tal sorte quc o mudo falava e enxer­ Homem, isto lhe será perdoado; mas se
gava*. “ Espantadas, todas as multidões falar contra o Espírito Santo, isto não lhe
diziam: "Não c este o Filho de Davidb?” será perdoado, nem neste mundo, nem
MMas os fariseus, ao ouvirem isto, disse­ no vindouro1.
ram: “ Este só expulsa os demônios por
Beelzebul, o chefe dos demônios'". A s palavras e o coração ( M t 7 , 1 6 - 1 7 ;
“ Percebendo suas reações, ele lhes dis­ L c 6 ,4 4 -4 5 ) . 11
■'■'“ Suponde quc uma árvo­
se: “ Todo reino dividido contra si mes­ re seja boa: seu fruto será bom; suponde-
mo precipita-se para a ruína: nenhuma -a doente: seu fruto será doente; é pelo
cidade, nenhuma famfliad, dividida con­ 1
fruto que se reconhece a árvore. '4Crias
tra si mesma, subsistirá. “ Se. pois. Sata­ de víboras, como poderíeis dizer coisas u ' 37
nás expulsa Satanás, ele está dividido boas, quando sois maus? Pois o que a
contra si mesmo: como é, então, que seu boca fala é o que transborda do coração, is.i»-.
reino subsistirá? 27E se é por Beelzebul “ O homem bom, do seu bom tesouro tira Mc 121
que eu expulso os demônios, os vossos coisas boas; o homem mau, do seu mau
discípulos' por quem os expulsam? Eles 4
tesouro tira coisas más. •' Ora, eu vo-lo
mesmos, pois, serão vossos juizes'. “ Mas, digo: os homens prestarão contas, no dia
At io.38 se é pelo Espírito de Deus que eu expul­ do juízo, de qualquer palavra inconsi­
so os demônios, então o Reinado de Deus "1
derada que tiverem proferido. 37Porque
já vos alcançou*. ” Ou ainda, como e que é segundo tuas palavras quc serás justi­
algue'm pode entrar na casa do homem ficado e é segundo tuas palavras quc serás
forte e apoderar-se de seus bens. sem condenado.
primeiro ter amarrado o homem forteh?
Então ele saqueará sua casa. “ Quem não O sinal de Jonas ( M t 1 6 ,1 -4 ; M c 8 ,1 1 -

Mc 9.40. está comigo está contra mim, e quem não 12; L c “ Então alguns es­
1 1 ,1 6 .2 9 3 2 ) .

u 9é5<i ajunta comigo, dispersa1. cribas e fariseus tomaram a palavra:


3l“ Eis por que eu vos declaro: todo "Mestre, queremos que nos faças ver um jo .» 6
iTm i.i3 pecado, toda blasfêmia será perdoada aos sinal"” . "E le lhes respondeu: “ Geração

a.C om o em 932: mas aqui o possesso também é cego; será h. O homem forre cf. ls 49.24-25: 53.12.
para resumir os dois milagres indicados cm 9.27-33? I. A expressão evoca o comportamento do pastor (cf. 2 6 3 1; Jo
b. 10,12; 11.52; 1632). que figura o proceder do próprio Deus para
Filho de David. Sobre esta expressão, cf. 9.27. A atividade
de Jesus provoca divisão entre os judeus (cf. Jo 7.11-13: 10,19- com seu povo (ls 40.11: 49.18; Ez 34.13.16). Pode-se também
21 ). traduzir: Quem não acumula comigo dissipa, o que evoca o
c . Beelzebul ou Beelzebub (Mc 3.22). o príncipe dos demônios ceifador em sua labuta (cf. 3.12; 1330; 25.24).
(934). A origem deste nome é discutida: Beelzebub. deus dc j. Não uma condenação sem apelação, mas uma advertência
Eqron (cf. 2Rs 1.2) ou senhor (Báal) do esterco (palavra esta quc para não ser condenado. O homem pode nào apreciar em seu
designa o culto aos ídolos), ou. então. Baal das moscas. Seja jusio valor o mistério do Filho do Homem, mas não tem descul­
como for. Jesus é acusado de só ter poder sobre os demônios em pa ao interpretar mal o sinal constituído pelo exorcismo efetua­
virtude do chefe destes, donde a sua resposta nos vv. 25-37. do por Jesus, no Espírito. Note-se a voz passiva para exprimir a
d. A palavra grega designa tanto uma fam ília ou clã. como um ação divina. Finalmente, este texto lembra que Deus sempre é
edifício (cf. 2Sm 7.5-16: mesmo duplo sentido em hebr.). dono do seu perdão.
e. Lil. os vossos filhos, isto é. os discípulos dos fariseus. k. Lit. Fazei. Também se traduz, erroneamente: Tom ai a ár­
f. Os discípulos dos fariseus, que lambém praticavam os exor­ vore boa. O grego autoriza a interpretação aqui proposta.
cismos. terão o direito de condenar seus próprios mestres, into­ I. Fruto: cf. 7.16 nota.
lerantes para com Jesus. m. Lit. sem eficácia (cf. 203-6). Outros traduzem sem funda­
g. Lit. chegou a vós de surpresa. Inversão do argumenlo. não mento, ou vã (cf. Tg 2.20; 2Pd 1.8).
mais a pari, mas a contrario. Expulsando os demônios. Jesus da n. Este pedido de um sinal é feito de conformidade com a
a entender que com o Reino de Deus começou uma nova cra: tradição judaica, segundo a qual o Messias devia operar sinais
não uma nova instituição, mas o irromper de uma ação. a ação que o acreditassem aos olhos do seu povo (cf. ICor 1.22; Mt
me>mu de Jesus, pondo fim à dominação de Satanás (cf. Lc 16.1; 2 4 3 3 0 ). mas com indubitável ma' intenção, e assimilando
10.18). sinal e prodígio.
má e adúltera que reclama um sinal! Em A verdadeira família dc Jc sa s ( M c 3 J I -
matéria de sinal, não lhe será dado ne­ '“ Ainda falava às mul­
3 5 ; L c 8 ,1 9 -2 1 ) .
nhum. senão o sinal do profeta Jonas. tidões, e eis que a sua mãe e os seus 13.55;
■"Pois assim c o m o J o n a s e s t e v e n o v e n t r e irmãosr estavam do lado de fora. pro-
' Jn 2.1 d o m o n s tr o m a r in h o tr ê s d ia s e trê s n o i­ curando falar-lhe. [47Alguém lhe disse; ai i.u
assim o Filho do Homem estará no
te s . "E is que tua mãe e teus irmãos estão lá
seio da terra três dias c três noites". 4lPor fora, procurando falar contigo’".)
jn 3.5.x ocasião do juízo, os homens dc Nínive ■“ Aquele que lhe falou, Jesus respon­
levantar-se-ão com esta geração e a conde­ deu: "Quem é minha mãe e quem são os
narão. pois eles sc converteram à prega- meus irmãos?” 4,Mostrando com a mão
2.6
' ção de Jonas; pois bem! aqui está mais que seus discípulos, disse: “ Eis minha mãe e
2 Cr >u-i2 Jonas.42Por ocasião do juízo, a rainha do meus irmãos. !“Pois todo aquele que faz
Sul se levantará com esta geração e a con­ a vontade do meu Pai. que está nos céus.
denará, pois ela veio dos confins do mun­ este é meu irmão, minha irmã, minha
do para escutar a sabedoria de Salomão’’; mãe1".
pois bem! aqui está mais que Salomão.
10 A s parábolas do reino ( M c 4 , 1 ;
Volta ofensiva do espírito impuro ( L c Lc8 , 4 ) . 'Naquele dia", Jcsus saiu
1 1 , 2 4 - 2 6 ) . '■‘“ Quando o espírito impuro dc casa e sentou-se à beira do mar. Kíran- u- 5.1-3
sai de um homem, ele percorre as re­ des multidões reuniram-se junto dele,
giões áridas em busca de descanso, mas tanto que ele entrou num barco, onde sc
não o encontra. '“ Então, diz consigo sentou; toda a multidão quedava-se na
mesmo; ‘ Vou tornar à minha morada de margem.
onde sa f. Ao chegar, encontra-a desocu­
pada. varrida e arrumada. '“ Então, vai O semeador ( M c 4 , 2 - 9 ; L c 8 , 5 - 8 ) . -'Ele
tomar consigo mais sete espíritos piores lhes disse muitas coisas em parábo­
do que ele, lá entram c sc instalam. E o las'. “ Eis que o semeador" saiu* para
último estado deste homem toma-se pior semear. 4Enquanto semeava, algumas
2PU 2.20 . . i - • i
que o primeiro. Assim sucedera igual­ sementes caíram à beira do caminho*; e
mente a esta geração má11.'’ os pássaros do céu vieram e comeram
o. O sinal correspondente ao dc Jonas pode ser a morte dc cotidiana com vistas a ilustrar um ensinamento. São narrativas
Jcsus ou a ressurreição de Jesus, que Mt evoca pela menção dos cuja composição e cujos termos evocam a própria vida de Jesus:
três dias e trôs noites, ou antes, a pregação de Jesus, correspon­ neste sentido, podem ser qualificadas de alegorizantes. Mateus
dendo ã pregação de Jonas em Nínive (cf. 12.41 = l x 1132). as distribui cm três seções, estruturadas segundo o esquema:
p. Cf. IRs 10.1-10. parábola/pergunta/explicação: isto sucede nas duas primeiras
q. Neste contexto (cf. Lc 11.24-26. bem diferente), esta pe­ seções: semeador (133*9.10-17.18-23). joio (13,24-303637-43);
quena parabola provavelmente não alude à beleza da alma puri­ a ultima seção (44-50) conclui-se com uma pergunta de Jesus:
ficada por Cristo e recaída no pecado, nem à alma humana ‘es­ Comprtenüestes tudo isso? ( 5 1) c sua conclusão (52). Por sobre
vaziada’* de Deus pelo pecado e, por isso, "bela" aos olhos dos essa trama foram acrescentadas outras parábolas (1331*33) c
demônios, mas ã condição final desta geração má (v. 45); mo­ uma conclusão antiga (34-35).
mentaneamente “curada” por Jesus (v. 15). ela estará em breve w. Não tanto o contraste entre o princípio e o fim (cf. 1331-33).
(no juízo final? no momento da redação do evangelho?) em pior mas o rendimento da semente conforme o terreno é o cerne desta
estado do que antes de sua intervenção. parábola: três terrenos estéreis, um terreno bom com três rendi­
r. Na Bíblia, como ainda hoje no Oriente, a palavra irmãos mentos. Jesus anuncia um acontecimento escatológico: os últi­
pode designar tanto os filhos da mesma mãe, como os parentes mos tempos foram inaugurados, já se deu o encontro entre o
próximos (cf. Gn 13,8: 14.16; 29,15; Lv 10.4; ICr 23,22). germe e a terra (Zc 6.12-13). Duas interpretações prevalecem:
s. Este versículo falta em várias testemunhas, uma insiste na confiança acerca da frutificação final, a despeito
t. Posto em Mt em seguimento à controvérsia com os fariseus dos aluais fracassos, a outra, no apelo para ser uma terra boa.
(12.22-45). este episódio serve de contrapartida positiva; Jesus que teve a semente espar/.ida a produzir fruto,
constitui, com seus discípulos, uma família espiritual, cuja ori­ x. Talvez Mt haja estabelecido um paralelo com 13,1: Jesus saiu.
gem única é o Pai celeste (cf. 7,21). y . Bm época de sementeira, nos campos da Palestina, os ca­
u. Notação de valor didático. destituída, porém. de valor cro­ minhos dificilmente se distinguiam das terras cultivadas; era
nológico. natural que parte das sementes, caída à beira do caminho, isto é.
v. Mateus agrupou neste capítulo as parábolas referentes ao ainda sobre o caminho, fossem descoberta pelos pássaros e de­
Reino dos céus. Não são meras comparações extraídas da vida vorada.
tudo. 5Outras caíram em sítios pedrego­ 15 P o i s o c o r a ç ã o d e s te p o v o s e to rn o u

sos, onde não havia muita terra; logo bro­ in s e n s ív e l,

taram. porque a terra era pouco profun­ to r n a r a m -s e d u r o s d e o u v id o ,


da; ‘ mas, quando o sol se levantou, fica­ ta p a r a m o s s e u s o lh o s,

ram queimadas c, por lhes faltarem raí­ p ara não ver com s e u s o lh o s,
zes, secaram. 7Outras caíram entre os es­ n ã o o u v ir c o m s e u s o u v id o s ,

pinhos; os espinhos cresceram e as sufo­ nem com preender com seu co ra çã o ,


caram. "Outras caíram na terra boa e e p u r a n ã o s e c o n v e r te r.
deram fruto, uma cem, outra sessenta, E e u o s te r ia c u r a d o !

outra trinta por um*. ’ Quem tiver ouvi- l6"Quanto a vós, felizes os vossos olhos u 10.2j .24
11.15:13.43; dos, OUÇa*!” porque veem. e vossos ouvidos porque
Mc 4.23:
Lc 14.35; ouvem’1. l7Em verdade, eu vos digo: mui­
Ap 2.7; 13.9 Por quc Jesus fala em parábolas ( M c tos profetas e muitos justos desejaram
L c 1 0 , 9 - 1 0 ) . '“Os discípulos
4 ,1 0 -1 2 ; ver o que vedes e nâo viram, ouvir o que
aproximaram-se e lhe disseram: “ Porque ouvis e nâo ouviram.
lhes falas em parábolas?” "E le respon­
deu: "Porque a vds e' dadobconhecer os Interpretação do semeador ( M c 4 , 1 3 -
ICor 4.1:
e i" u a miste'riosc do Reino dos ce'us. ao passo 2 0 ; L c 8 , 1 1 - 1 5 ) . "*"Vós. portanto, ouvi a

a 2/43 Q116 a cles não é dado. l2Pois àquele que parábola do semeador*. ''Aquele que ouve
Mc 4.25: tem, será dado, e estará na superabun- a palavra do Reino e nâo compreende,
U-K.W: . . . . 1
19.26 dancia; mas aquele que nao tem, mesmo porque o Maligno vem e se apodera do
o quc tem ser-lhe-á tirado1*. l3Eis por quc que foi semeado no seu coração1, e' o quc
lhes falo cm parábolas: porque eles olham recebeu a semente1 à beira do caminho.
sem ver e ouvem sem o u vir, ncm “ Aquele que recebeu a semente em lu­
compreender*; l4e para eles sc cumpre a gar pedregoso e' o que. ouvindo a Pala­
profecia de Isaías que di//: vra, logo a acolhe com alegria; 2,mas não
Jo 12.40: P o r m u ito q u e o u ç a ix , n ã o tem raízes em si, é homem de momento:
Al 2K.26.27
c o m p r e e n d e re is ; mal chega a tribulação ou a perseguição
p o r m u ito q u e o lh e is , n ã o v e re is . por causa da Palavra, ele caik. “ Aquele

z. Trinta, segundo uns. é um rendimento excepcional; segundo de Mc e fazer recair a responsabilidade da cegueira nos homens
outros, um rendimento excelente, mus nào descomunal. Note-se c não em Deus. Mas a citação dc Is 6,9-10 por Mt mostra que
a ordem decrescente dos números e. nu mesma linha, certa au­ o seu texto tem o mesmo sentido fundamental quc o de Mc: não
sência de interesse quanto ao crescimento da semente. discernir em Jesus o .segredo do Reino aumenta ainda mais a
a. Ouvidos: cf. Mc 4.9 (Dt 293; SI 115.6). cegueira para com este Reino; o acesso ao Reino ou a exclusão
b. Em vez do passado composto fo i dado, a tradução interpre­ do mesmo são determinados pelo acolhimento ou rejeição da
ta com o indicativo presente o pretérito perfeito grego (resultado pessoa e do ensino parabólico dc Jesus; não ha neutralidade
presente de uma ação passada); este presente significa quc o possível.
dom não se tornou coisa possuída, mas exprime uma relação que f. Is 6.9-10. Apesar das diferenças de tradução que possam
o une ao doador. aparecer entre Mt 13.14-15 e At 28,26-27. é mister ter presente
c . A expressão mistérios do Reino era familiar à apocalíptica que ambos citam exatamente o texto grego de Is.
do tempo de Jesus, cm quc designava os desígnios ocultos dc g. Lit. Mas vós sois felizes por verdes com vossos olhos e
Deus relativamente ao fim dos tempos. Nos evangelhos, ela só ouvirdes com vossos ouvidos.
aparece aqui. e refere-se quer ao próprio Reino (aos discípulos h. Antes quc proporcionar uma aplicação moral (Mc. Lc). Mt
é dado o conhecimento do Reino), quer ao mistério ou segredo reitera, sob forma de interpretação, a proclamação do aconteci­
de Jesus como instaumdor do Reino. quer. enfim, conforme o mento que a paraboia anuncia em linguagem simbólica e que os
contexto imediato, aos segredos que se referem ao caníter ini­ discípulos estão vivendo (13.16*17): reieitura teológica e ética
cialmente secreto e contestado do Reino, de acordo com as do texto.
paribotas deste capítulo. I. Lit. De qualquer um que escuta...o Maligno vem e arranca.
d. Fórmula idêntica em 25.29. onde ela condiz mais com o Este versículo não descreve duas atividades sucessivas, mas
contexto. No presente passo, aquele que tem possui, na fé em explica a primeira (ouvir e não compreender) pela segunda (a do
Jesus, o conhecimento do Reino; ser-lhe-a concedido um conheci­ Maligno).
mento ainda mais completo. Km 25.29. aquele que tem é o servo j. A forma verbal autoriza ambas as traduções: aquele que
fiel que pode entregar a seu patrão o resultado do seu trabalho. semeou, e aquele que fo i semeado: este ultimo sentido parece
e. Divergindo de Mc 4.12; para que, embora olhem.... Mt diz ser conhecido na apocalíptica judaica (4 Esdras 8.41).
ptirque eles olham sem olhar, parecendo abrandar a formulação k. Lit. ele fica escandalizado.
que recebeu a semente entre os espinhos parábolap: “ O Reino dos céus é compará­
é o que ouve a Palavra, mas o cuidado vel a um grão de mostarda que um ho- . »; 172
121621
u - . - ; do mundo e a sedução das riquezas sufo- mem toma e semeia no seu campo. ,2E a u l7-6
i7 cam 3 Palavra- e e'e fica 86,11 fruto1. “ O menor dc todas as sementes11; mas, quan­
que recebeu a semente na terra boa é o do cresce, é a maior das hortaliças; tor­
que ouve a Palavra e compreende: então, na-se uma árvore, de sorte que os pássa- si 104.12:
ele dá fruto c produz, um cem, outro ses­ ros do céu vêm fazer ninhos em seus j ^ 7'23:
senta. outro trinta por um." ramos'” . Dn -w.ix

O joio. MEle lhes propôs outra parabola1": () ferm ento (Lc 13,20-21). -''Disse-lhes
“ Sucede com o Reino dos céus o mesmo outra parábola: ‘‘O Reino dos céus é com­
que a um homem que semeou boa semen­ parável ao fermento que uma mulher põe icor 5.6;
te em seu campo. Enquanto as pessoas em três medidas de farinha, de tal forma 01 5,9
dormiam, veio o seu inimigo; semeou que a massa toda fica fcrmentadas".
joio” por cima, bem no meio do trigo, e
foi embora. “ Quando a erva cresceu e Por que Jcsus fala cm parábolas (Mc
deu espigas, então apareceu também o 4,33-34). -'4Tudo isso, Jesus o disse às
joio. nOs servos do dono da casa vieram multidões em parábolas, c nada lhes di­
dizer-lhe: ‘ Senhor, não foi boa semente zia a não ser em parábolas, '-'a fim de
que semeaste no teu campo? Donde vem que se cumprisse o que fora dito pelo
então que haja nele joio?’ a Ele lhes dis­ profeta: “Abrirei a boca para proferir si
se: ‘Foi um inimigo que fez isso'. Os parábolas', proclamarei coisas escondi­
servos lhe disseram: ‘Então, queres que das desde a fundação do mundo”.
nós vamos tirá-lo?' w‘ Não, disse ele, não
aconteça que. tirando o joio, arranqueis Explicação do joio. •'‘ Então, deixando
o trigo com ele. "Deixai que ambos cres­ as multidões, Jesus foi para casa, e seus
çam até a ceifa0,e na época da ceifa direi discípulos aproximaram-se dele e lhe
aos ceifeiros: ‘ Apanhai primeiro o joio e disseram: “ Explica-nos a parábola do joio IMS:
amarrai-o cm molhos para queimá-lo; no campo” . 37Ele lhes respondeu: “ O que ^ 74j ^ x9
mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” '. semeia a boa semente é o Filho do Ho­
mem: -wo campo é o mundo: a boa se­
O grão de mostarda (Mc 4,30-32; Lc mente são os süditos" do Reino; o joio
13,18-19 ) . -” Jesus lhes propôs outra são os süditos do Maligno; Mo inimigo

I. Ou então: ela (a Palavra) torna-se infrutífera. q. A mostardeira c uma hortaliça que pode atingir cerlo tama­
m. F-Ma parabola sò fala da (erra boa c dilata o tempo até a nho. Há exagero cm dizer que sua semente é a menor de todas
ceifa. Talvez seja uma resposta a todos os impacientes, como as sementes, embora a expressão pequeno como um grão de
João Batista (comparar 1330 com 3.12). Ela afirma a existência mostarda tenha virado provérbio: hiperbólica é também a men­
de um tempo intermediário, ao longo do qual é preciso ter pa­ ção da árvore, onde os pássaros vem fazer ninhos.
ciência. esperando o julgamento e a vitória dc Deus. r. À diferença de Lc 13.19, Mt nào afirma, mas pressupõe a
n. Nome coletivo que designa as plantas nocivas à agricultura: expectativa comum de Israel expressa cm Ez 17,23 e Dn 4.9.IS,
sarças.espinbeiros etc. (ls 34.13; Os 9.6): aqui. provavelmente, a saber, que o fim será esplêndido, mesmo para as nações, quan­
o joio embriagame, lolium temulentum. As ervas daninhas eram do vier o Senhor.
secadas, depois queimadas como combustível. s. (Mesma construção gramatical que cm 1.25. cf. nota). Ao
o. A ceifa é a imagem bíblica tradicional que simboliza o contraste ensinado pelo grão de mostarda, acrescenta-se a mis­
julgamento no fim dos tempos (veja Mt 3.12 nota; 1337 nota; tura do levedo e a transformação da massa. O final não autoriza
Is 17,5; Jr 13.24; Ap 14.14-20). que se fixe o interesse na paciência exigida pelo tempo interme­
p. A força da parábola esta' no contraste entre a pequenez do diário; põe cm relevo o contraste entre a quantidade módica de
início c o esplendor do fim. O crescimento sò vem mencionado levedo e o crescimento da massa.
num inciso (1332). A paníbola inspira-.se em Ez 17,23 (ramo t. Lit. Abrirei a boca fxira parábolas. Diferindo do primeiro mo­
cortado que se torna cedro magnífico) e em Dn 4.9.1$ (pássaros tivo dado às parábolas (13.10-15), a segunda explicação relacio­
do céu). Sua lição é uma visão de fé: reconhecer, através dos na como a maneira necessária da revelação dos mistérios divinos.
modestos inícios de Jesus — muito mais modestos que os de u. Lit. os filhos do Reino. os filhos do Maligno: semitismo (cf.
outros reformadores em Israel —. o esplendor do fim Mi 12.27).
que o semeou c' o diabo; a ceifa é o fim tos o que é bom e jogam fora o que não
do mundo; os ceifeiros são os anjos. '“ As­ presta. '"A ssim acontecerá no fim do
3.10: 7.19: sim como se junta o joio para queimá-lo mundo’ : os anjos sobrevirão e separarão
Jo 15.6
ao fogo, assim acontecerá no fim do os maus dentre os justos “ c os lançarão
24.31: mundo; 4lo Filho do Homem enviará seus na fornalha de fogo; lá haverá choro e Dn 3.6:
Mc 13.27 Ml 8.12:
anjos; eles apanharão, a fim de jogar para ranger de dentes.” 13.42:
fora do seu Reino, todas as causas de 22.13: 24.51:
25,30:
queda1 c todos os que cometem a iniqüi­ Conclusão. 5l"Com prcendestes tudo Lc 13.28
Dn 3.6: dade, <2e eles os lançarão na fornalha de isso'?" — "Sim ", responderam-lhe. “ E
Ml 13.50
8.12; 13,50: fogo; ali haverá choro e ranger de den­ Jesus lhes disse: "A ssim , pois, todo
22.13:24.51:
25,30: tes. ''•'Então os justos resplandecerão escriba instruído accrca do Reino dos
U 13.28 como o sol, no Reino do seu Pai. Quem céus é comparável a um dono de casa
Dn 12.3
Ml 11.15; tiver ouvidos ouça! que tira do seu tesouro coisas novas c
13.9: antigas*".
Mc 4.23:
Lc 14,35: O tesouro c a pcrola". “ "O Reino dos
Ap 2.7: 13,9
céus é comparável a um tesouro que Jesus rejeitado em N azarc ( M c 6 , 1 - 6 ;
Pr 2.4 estava escondido num campo e que um L c 4 , 1 6 - 2 4 ) . 5,Ora. quando Jesus termi­ 7.28: l l.l :
19,1: 26.1:
homem descobriu: ele o esconde nova­ nou essas parábolas, partiu dali. !4Tendo Lc 7.1
mente. c, cm sua alegria, vai, põe à ven­ vindo à sua pátria1’, ensinava os habitan­
da tudo o que tem e compra aquele cam­ tes em sua sinagoga, dc sorte que, im- Jo 7.15
po. " O Reino dos ce'us ainda e compará­ pressionados, diziam: "Donde lhe vêm
vel a um comerciante que procurava essa sabedoria e os milagres? 55Não é ele Lc 3.23:
Jo 6.42
pe'rolas finas. '“ Tendo encontrado uma o filho do carpinteiro? Não se chama a
pe'rola de grande valor, foi vender tudo o sua mãe Maria, e seus irmãos', Tiago,
que tinha e comprou-a. José, Simão c Judas? “ E suas irmãs não
estão todas entre nós? Então, de onde
A rede. 47" 0 Reino dos céus é compará­ lhe vem tudo isso?” 57E cra para eles uma
II.6: 26.31
vel ainda a uma rede que se lança ao mar ocasião dc queda*1. Jesus lhes disse: “ Um
e que reune peixes’1 de toda espécie. profeta stí é desprezado em sua pátria e
■“ Quando está cheia, puxam-na para a sua casa'” . ® ^ ali. não fez muitos mila­
praia, depois, sentados, juntam em ces- gres, porque eles não tinham fé'.

v. Lil. T oths o s escândalos. dos, versados nas Escrituras), como o próprio evangelista (o que
w. Consideradas fora do seu contexto, essas duas parabolas insinuaria que o autor de Mt fosse um escriba convertido ao
dão ensejo a varios sentidos possíveis: valor do tesouro e da cristianismo). O tesouro designa quer o ensinamento tradicional
pérola, alegria da descoberta, obrigação dc vender tudo. O tema dos escribas judeus, renovado pela fé em Cristo, quer o pensa­
escondido/revelado é primordial e traduz-se pela alegria. Enqua­ mento do AT apresentado como “cumprido** pelo escriba cris­
dradas entre duas ameaças terríveis (13,42.50). que contrastam tão. quer o ensinamento ja' antigo de Jesus, apresentado aqui
violentamente com a alegria, estas parabolas passam a ser uma pelo evangelista como fonte das coisas antigas e novas que anseia
exortação a vender tudo para possuir esta alegria. sejam compreendidas por sua comunidade.
x. Esta paraboia (13.47-48). bem como a do joio, acentua a b. Pátria. Em grego, este termo pode designar a terra dos an­
coexistência dc maus c bons ate o fim dos tempos; cm compen­ tepassados em seu conjunto (2Mc 8.21; Jo 4,44) ou. como aqui.
sação. ela insiste, não na paciência (nada de intervenção dos o lugar de origem, a cidade ou aldeia onde a família se instalou.
discípulos), mas na ameaça que pesa sobre o que nâo presta. Lc 4.16-24 pôs este relato no inicio dc sua narrativa para que
y. Esta explicação alegoriza a paraboia com termos iguais aos servisse de narração-tipo. Acerca de Nazaré, cf. 2.23 nota.
da explicação do joio (13,40-43); ao mencionar sd o destino dos c. Irmãos: cf. 12.46 nota.
maus. ela frisa o apecto cominatório da paraboia. assim como d. Lit. eles estavam escandalizados por ele (ou a respeito
7.24-27 convidava a levar a sério o ensinamento de Jesus. Dan­ dele): cf. 5,29 nota.
do o ultimo remate ao ensinamento das parábolas do tesouro e e. Jesus parece citar um ditado ou algum trecho das Escrituras
da pérola, exorta a optar pela alegria c não pelas lamentações. (cf. Lc 4,24 c Jo 4,44); destas hipóteses, nem uma nem a outra
z. Quanto à importância da compreensão em Mt. cf. 15.10 foram verificadas. Se for um ditado, isto implica ser Jesus a tal
nota. ponto homem quc não foge à lei psicológica confirmada pela
a. Este escriba instruído acerca do Reino tanto pode ser um experiência: "Ninguém é profeta na própria terra".
ouvinte qualquer que compreendeu o ensinamento de Jesus (isto f. A ausência de fé inibe somente em parte (diferente de Mc
pressuporia que Mt sc dirigisse especialmente a ouvintes letra­ 6.5) o poder milagroso de Jesus (cf. 14,2).
■* a A morte de João Batista ( M c 6 , m ar o c a d á v e r e o sep u ltaram ; a se g u ir,
1 4 1 4 - 2 9 ; L c 9 , 7 - 9 ; 3 , 1 9 - 2 0 ) . 'N a q u e ­ foram inform ar Jesus"1.
le tem p o , H erodes, o tetrarca*. tev e n o ­
tícia da fam a d e Je su s 2e disse a seus Jesus alimenta cinco mil homens ( M c
fam iliares: "E ste hom em é Jo ã o , o B a­ 6 , 3 0 - 4 4 ; L c 9 , 1 0 - 1 7 ; J o 6 , 1 - 1 5 ) . I5A esta
tista! E e le , re ssu scitad o dos m ortos; eis notícia", Jc su s retirou-se dali, de barco,
por que o p o d e r dc fazer m ilag res atua para um lugar deserto, à parte. A o sabê-
1 1 .2: n eleh” . 'D e fa to , H erodes m an d ara pren- -lo, as m ultidões o seguiram a pé d c suas
joj.24 ,je r e a c o rre n ta r Jo ã o . e o lan çara no cidades0. l4A o d esem barcar^.ele viu um a 9.36:
ca'rcere, por cau sa dc H e ro d íad e s, m u- grande m ultidão; foi tom ado de com pai- 15,32
Lv ik.16 lher d o seu irm ão F ilipe1; ‘‘porque João xão por eles e curou seus doentes*1. lsC aí-
lhe dizia: “ N ão te e' perm itido tc-la com o da a ta r d e ',o s d iscípulos aproxim aram -
m u lh c rJ” . 5E m b o ra o q u is e s s e m a ta r, -sc dele e lhe disseram : "O lugar e' d e ­
H erodes tev e m edo da m u ltid ão , que serto e j á passou da hora; despede, pois, 15.32:
ii.y: tinha Jo ã o na c o n ta de p ro feta* .‘O ra . no as m u ltid õ es; q u e e las vão às a ld e ias Mc M
l m 76- a n iv e rsá rio d e H ero d es, a filha de He- com prar víveres para si” . '‘M as Jesus lhes
7.26 ro d íad es e x ec u to u um a dan ça p eran te a disse: “ E las não precisam ir; dai-lhes vós
p latéia c ag rad o u a H ero d es. 7P o r isso m esm os dc c o m e r” . l7E ntão eles lhe d i­
ele se ob rig o u sob ju ra m e n to a d ar-lh e zem : “ N ós só tem os aqui cinco pães e 15.34:
tudo o q u e ped isse. "Incitada por sua d ois peixes” . '"“ T razei-m o s", disse ele. Mc 8-5
m ãe, ela lhe disse: "D á -m e a q u i, num l9E . tendo o rd en ad o às m ultidões que se
p ra to , a cab e ça d e Jo â o . o B a tista ". 90 instalassem * sobre a relva, tom ou o s c in ­
re i'c o n tristo u -se ; m as. por causa do seu c o pães e o s dois peixes e . erguendo o s 15 .35 -3*
ju ra m e n to e d o s c o n v iv a s, ord en o u que olhos para o céu . pronunciou a bênção; e Nk x'6' 10
lha d e sse m loe m andou d e c a p ita r João partindo os pães, deu-os aos discípulos,
no c árc ere . " S u a cab eça foi trazid a num e os discípulos, às m ultidões1. ^T odos eles 2Rs 4,43.44

prato e d a d a à m oça. q u e a levou à sua com eram e ficaram saciados0; c recolhe­


m ãe. I20 s d isc íp u lo s de Jo ã o vieram to ­ ram o s p e d a ç o s q u e so b ra v a m ': d o z e

g. Herodes Antijuis, filho de Herodes Magno c de Maltace. c p. Lit. Saindo dali.


irmào de Arquelau. Depois d;i morte do pai. recebeu em partilha q. .Segundo Mt, Jesus nem ensina muitas coisas (Mc 6.34).
a Galiléia e a Peréia (cf. Lc 23.7.Í2). nem fula do Reino (Lc 9.11). Mais claramente do que em Lc e
h. Lil. os milagres atuam nele. Com :i narrativa da mone de especialmente cm Mc (Mc 8 3 4 = l x 9*23; Mc 10.1), Jesus
João (14.3-12) e a referência a Jcsus. que seria João ressuscitado doravante sc dedica à formação dos que o seguem (14,13-16.20).
dos mortos (14.2). talvez queira Mt anunciar a segunda parte do r. Cf. Mc 6 3 5 nota.
evangelho, concernente à morte e à ressurreição de Jesus <14.1- s. Lit. estender-se (para a refeição),
28.20); esta segunda parte só começara', de falo. cm 16.21. t. Menos do que Joâo. porém mais do que Ix e sobretudo Mc.
I. Herodíades, filha de Aristóbulo e Berenice, mulher de Mt decalca a sua narrativa sobre a instituição eucarística (Ml
Herodes Filipe (nào confundir com o tetrarca); posteriormente, 26.26).
eladcsposou ilegalmente Herodes Antipas; sua filha Salomé veio Mt 14 Ml 26
a casar com o tetrarca Herodes hlipe. Ele tomou os cinco pães Jesus tomou pão
j. A lei proibia os casamentos consangüíneos (Ix 20.21). Para e ...e ... e.
casar com a sobrinha. Herodes Antipas repudiaria sua primeira proniuiciou depois de ter pronunciado
mulher, filha do rei nabateu Aretas. a bênção a bênção
k. Cf. Mc 6.15. Quanto ao medo que os chefes têm do povo. a seguir. a seguir
cf. Mt 21.26.46. partindo os pães. partiu
I. Na realidade. Herodes não passava de tetrarca (14.1). ele os deu aos discípulos dando-os aos discípulos.
m. Estas ultimas palavras sào próprias da narração de Mateus; Ademais, Mt concentra a alenção nos pães que. sò eles. são
indicam a ligação com a narração subseqüente (cf. 14.13). partidos, distribuídos, recolhidos.
n. Assim como ele se retirara à noticia dc que João Batista u. Talvez se deva perceber, na associação binária comer/ficar
fora preso (Mt 4.12). Jesus se retirou ao saber da morte do farto (Ex 16,12). uma alusão ao maná (cf. Sl 78.29; Jo 6), ou­
Precursor, presságio da sua: não chegara a hora dc afrontar a torgado a Israel no deserto (Ex 16.4; cf. 16.13).
Paixão (cf. Mt 15.21; 16.4; Jo 8.59; 1154). v. Este pormenor depara-se no milagre de Eliseu (2Rs 4.42-
o. Isto c. costeando a borda do lago c acompanhando, com o 44). cm que. aliás, o criado do profeta desempenha papel aná­
olhar, o barco que Jesus tomara. logo ao dos discípulos.
cestos" cheios! 2lOra, os que tinham co­ çando a afundar, exclamou: "Senhor,
mido eram cerca de cinco mil homens, salva-me!" ''Lo go Jesus, estendendo a
sem contar as mulheres e as crianças. mão, o pegou, dizendo-lhe: "Homem de x .26
pouca fé, por que duvidaste?" J2E quan­
Jesus caminha sobre as águas ( M c 6 , 4 5 - do subiram no barco, o vento amainou. Mc4j»
“ Logo em seguida, Je­
5 2 ; J o 6 ,1 6 -2 1 ) . “ Os que estavam no barco prostraram-se
sus obrigou' os discípulos a entrarem no diante dele e lhe disseram: “ Verdadeira- i6.i6; 26.63:
barco e preccdc-lo rumo à outra margem, mente, tu és o Filho de Deusc!” J?-5* ,
Mc 14.61:
enquanto ele despedia as multidões. 23E, 15,39:
depois de ter despedido as multidões, Curas em Gencsarc (Mc 6 , 5 3 - 5 6 ) . uDe-
612
u . : subiu ao monte para orar, à parte. Che- pois da travessia, eles aportaram em
gada a noite, ele estava ali, sozinho. “ O Gcnesaréd. ,sO povo desta localidade o
barco ja' se encontrava a várias centenas reconheceu, mandaram aviso a toda a
de metros da ten-ay; era açoitado pelas região e trouxeram-lhe todos os doentes.
ondas — pois o vento lhes era contrário. “ Suplicavam-lhe que os deixasse apenas
“ Por volta do fim da noite”, Jesus foi ao tocar na franja de sua veste'; e todos os
encontro dos discípulos caminhando so­ quc nela tocaram ficaram curadosr.
bre o mar. “ Vendo-o caminhar sobre o
mar. os discípulos ficaram apavorados: C ontrovérsia sobre a tradição
u 2437 “ É um fantasma", diziam, c. com medo. 15 ( M c 7 , 1 - 1 3 ) . 'Então fariseus e es­

puseram-se a gritar. "L o g o , porém, Je­ cribas de Jerusalém' adiantam-se para


sus lhes falou: "Confiança, sou cu, não Jesus c lhe dizem: 2“ Por que teus discí­
tenhais medo!” “ Dirigindo-se a ele. pulos transgridem a tradição dos anti-
Pedro* disse: “ Senhor, se és mesmo tu, gosh?D c fato, eles não lavam as mãos ao u ux 1
ordena-me que vá ao teu encontro sobre tomar as refeições1". Jesus lhes replicou:
io 2i.7 as águas” . ^ ‘Vem ". disse ele. E Pedro, •'"E vós. por que transgredis o manda­
saindo do barco, caminhou sobre as águas mento de Deus em nome de vossa tradi­
e foi rumo a Jesus. “ Mas, à vista da ção? '"De fato. Deus disse: H o n r a t e u p a i |9.
violência do ventob, teve medo c, come­ e t u a m ã e , e ainda: A q u e l e q u e a n u t l d i - Lc ik. :
El' 6,2
20
w. Observação quc pode evocar o numero dos discípulos que calidade situava-se na margem direita do lago. entre Mágdala e
Jesus escolheu e a quem ensina a dar o pão às multidões esfai- Cafarnaum (Mc 6.53: Ijc 5,1).
madas (10.1-2.5: 11,1: 19.28; 20.17: 26,20). Quanto aos cestos. e. A respeito & a franja, cf. 9.20 nota.
cf. Mc 6.43 nota. f. A salvação e a cura são. muitas vezes, designadas pelo
x. Observação surpreendente: Jesus parece querer sustar brus­ mesmo termo nos evangelhos (cf. 9.22 nota).
camente o entusiasmo dos discípulos, assinalado por Jo 6.15. g. Fariseus e escribas. Mt associa muitas vezes essas duas
y. Lit. a vários estádios. O estádio eqüivale a 185 metros. categorias do povo judeu em sua oposição a Jesus (5,20: 1238;
Variante: ele estava no meio do mar. O lago tem I2km de lar­ 23.2-7). assim como os escribas e os chefes do povo ou sumos
gura. sacerdotes (16.21; 21.15). A maioria dos escribas pertencia ao
7., Lit. Na quarta vigília da noite, ou seja. em seu ultimo partido dos fariseus, sobretudo após a queda do Templo, por
quarto. volta do tempo da redação final de Mt. Mt nem sempre é polê­
a. Pedro. Três episódios concernentes a Pedro são próprios de mico com relação aos escribas (8.19; 13.52; 23.2.34).
Mt:este.Mt i 6.13-20 (ligado à confissão de Cesaréia). Mt 17.24- h. A tradição dos antigos. Conjunto dos comentários da lei.
27 (o episódio da didracma). Sua atenção volta-se doravante, transmitidos oralmente nas escolas rabínicas e quc sc fixariam
não para as multidões, mas para os discípulos (cf. Mt 14.14 nos tratados da Mishná. depois no Talmud: chamada tradição
nota) e. dos discípulos, para Pedro, protótipo do discípulo em dos homens cm Mc 7.8 ou vossa tradição em Mc 7.9; Mt 153.6.
sua duvida e sua fé. Josefo a denominava “tradição dos pais**.
b. Outra leitura: vendo o vento violento. i. O uso da ablução das mãos. antes e depois das refeições, de
c. Nem Mc. ncm Jo referem esta aclamação de cunho litúr- origem provavelmente cultuai na antiga religião israelita (Ex
gico (como o grito de Pedro cm 1430). E preciso, pois. in­ 30.18-21; Dt 21,6). inicialmente reservado aos oficiantes do
dubitavelmente. relacioná-la com o episódio de Pedro salvo Tempio. foi estendido ao povo fiel pela piedade farisaica. mais
do mar: Jesus é Filho dc Deus. enquanto arranca do abismo ou menos na época de Jesus. Os membros da comunidade dc
(cf. Sl 18,17; 32,6; 144.7: ls 43.2) aqueles que estão no bar­ Qumran praticavam-no sob a forma de abluçôes corporais em
co: este. no sentir dc Mt. provavelmente representa a Igreja tanques cujos vestígios foram descobertos. Por dirigir-se a um
(ct. Mt 8.23-27). meio ao qual eram estranhos tais costumes. Mc 7J-4 julgou
d. Poderia também traduzir-se rumo a Genesaré. — Esta lo­ necessário explicá-los a seus ouvintes.
çoar pai ou mãe seja punido de morte1. buraco!” l5Pedro interveio e lhe disse:
5Vós, porém, dizeis: “ Todo aquele que “ Explica-nos esta palavra enigmática1"'. 13.36:
Mc 4.10:
disser a seu pai ou à sua mãe: 'O auxilio '‘ Jesus disse: “ Também vós ainda estais Lc X.9
que devias receber dc mim é oferenda11’ , sem entendimento? ,7Não sabeis que tudo
‘ este não precisará honrar seu pai1. E o que penetra na boca vai para o ventre,
anulastes a palavra de Deus em nome depois é evacuado para a fossa? '"Mas o
da vossa tradição. 7Hipócritasm! Bem pro­ que sai da boca provém do coração, e é 12.34

fetizou Isaías a vosso respeito, quando isto que toma o homem impuro. lvDe fato,
disse: é do coração que provêm más intenções, ICor 5.
10.11:
is 29. i 3gr. * Este povo me honra com os láhios, homicídio, adultérios, devassidão, roubos, 6.9-10:
mas o seu coração está longe de mim. falsos testemunhos, injurias’ . 2eA í está o E f 5.3-5:
Cl 3.5.X:
9 É em vão que me prestam culto, que toma o homem impuro; mas comer ITm I.
pois as doutrinas que ensinam sem ter lavado as mãos não toma o ho­ 9.10:
2Tm 3.2-4:
não passam de preceitos de homens". mem impuro” . Ap 2 1.X:
22.15

O puro c o impuro (Mc 7,14-23). I0A A fc da Canancia (Mc 7,24-30). ^Par­


seguir, chamando a multidão, ele lhes tindo dali, Jesus retirou-se para a região
disse: "Ouvi e compreendei"! "N ão é o de Tiro c Sídon'. 22E eis que uma cana-
que entra na boca que toma o homem néia“ veio de lá e se pôs a gritar: "Tem 9.27;

12.34 impuro”; mas o que sai da boca, eis o quepiedade de mim. Senhor, filho dc Da­
20.30-31:
Mc 10.
torna o homem impuro” . l2Então, os dis­ vid! A minha filha é cruelmente ator­ 4 7.4*
Lc 1SJK -39
cípulos aproximaram-se e lhe disseram: mentada por um demônio". “ Jesus, po­
“ Sabes que ao ouvirem esta palavra, os rém, não lhe respondeu palavra algu­
fariseus ficaram escandalizados'1?” Ele ma. Seus discípulos, aproximando-se, fi­
Jo 15.2 respondeu: lv Toda planta que meu Pai zeram-lhe este pedido: “ Despede-a',
não plantou’ será arrancada. l4Dcixai-os: porque ela nos persegue com seus gri­
23.i 6.24: são cegos que guiam cegos. Ora, se um tos” . MJesus respondeu: "Fui enviado ape­
RmVh» ce8 ° gu'a outro cego, ambos cairão num nas às ovelhas perdidas da casa de Is-

j . Citações de Ex 20.12; Dt 5.16 e Ex 21,17 (cf. Lv 20.9). esses vicios prejudicam o próximo). Dc sorle que a pureza pes­
k. Oferenda. Trata-se aqui do direito de qorban, palavra que soal se manifesta nas relações com os outros,
significa oferta à divindade (Ez 20,28). outrossim tesouro do p. Escandalizados: cf. 5.29 nota.
Templo (Mt 27.6); com esta fórmula jurídico-religiosa, consa- q. O tema de Deus que planta, desenvolvido no AT mediante
gravam-se a Deus bens que deviam ter servido para o sustento as imagens da vinha (ls 5.1-7; Ez 19,10-14; Os 10.1) c da planta­
dos pais idosos ou desprovidos de recursos. Esta pratica era ção de Deus para a sua glória (ls 60.20-22; 61.1-3), tinha im­
objeto de violentas críticas no judaísmo desde antes de Cristo, portância relevante em Qumran: Quando estas coisas acontece­
tão vivo era o sentimento de solidariedade familiar. rem em Israel, o conselho da comunidude será fortalecido na ver­
I. Alguns mss. acrescentam ou sua mãe. dade. em sua qualidade de plantação eterna {Regra de Qumran).
m. A respeito dos hipócritas, cf. 6 2 nota. r. Lit. parábola. Cf. Mc 7.17 nota.
n. O verbo compreender desempenha, em Mt. uma função s. Tais “catálogos de vícios’* e de “virtudes** eram muito di­
importante. Diante dc Jesus, dos mistérios do Reino, das ques­ fundidos no ensinamento filosófico popular da época. da mes­
tões concretas que, como aqui. se propõem, trata-se. antes de ma forma como no judaísmo; eles sào numerosos no NT (p. ex..
mais nada. de escutar e compreender (13.13.14.51; 16.12). Esta Rm 1.29-30. Gl 5.19-23; IPd 4 3 ). Repare-se aqui que todos
compreensão abrange uma atenção ao ensinamento de Jesus e o esses desregramentos não são depravações pessoais, encaradas
engajamento numa obediência nova. como aqui a respeito da em seus efeitos individuais, mas ofensas feitas a outros.
pureza. t. Tanto aqui como em 1121. a expressão Tiro e Sídon tem
o. Lit. m acula. A instrução sobre as abluçôes (vv. t-9) tambem um valor teológico: designa as nações pagãs que. em
aprofunda-se na questão mais geral do puro e impuro. Este tema. certas condições que o texto especifica, vão partilhar do minis­
que tinha um papel decapitai importância no judaísmo palestino tério de Jesus.
do tempo de Jcsus (cf. Lv 11-16). só aparece aqui e em Mc u. Cananéia. Os fenícios denominavam a si mesmos de
7.14-23. Os vv. 12-14. peculiares a Mt. provavelmente nào per­ cananeus; o nome Canaã designa, no decorrer da história, diver­
tenciam de inicio a este relato; faz-lhes eco Lc 6 3 9 . Às prescri­ sas regiões maldelimitadas: a Terra Prometida ocupada pelos
ções judaicas destinadas a preservar o homem de manchas oriun­ amigos israelitas; as tribos autóctones, em Israel; a Fenícia no
das do exterior. Jesus opõe um conceito novo; o mal está no tempo de Jcsus. O nosso texto pressupõe ser esta mulher uma
homem e o que o macula é o que ele diz (v. 18: palavras ofen­ pagã, o que não exclui que tenha ouvido falar de Jesus,
sivas ou mentirosas!), ou faz contra o próximo (v. 19: todos v. Pode-se traduzir também: Atende-a.
rael"". “ Mas a mulher veio prostrar-se jejum: poderiam desfalecer pelo cami- mc 6.37:
diante dele: “ Senhor, disse ela, vem em nho'” . 53Os discípulos lhe dizem: “ Onde Jo 6,5
meu socorro!" “ Ele respondeu: “ Não fica encontraremos, num deserto, pão sufi­
bem tirar o pão dos filhos para atirá-lo ciente para saciar tamanha multidão?”
aos cachorrinhos” . ” " É verdade'. Senhor! ^Jesus lhe disse: “ Quantos pães tendes?" . . .jo: 141719
u 16.21disse ela; mas os cachorrinhos comem as — “ Sete, dissseram,e alguns peixinhos” ,
migalhas que caem da mesa dos seus •''Ele mandou a multidão acomodar-se no Jo 6.9-u
donos” . “ Então Jesus lhe respondeu: chão, •'‘ tomou os sete pães e os peixes e,
*.io “ Mulher, grande e' a tua fe'! Suceda-te depois de ter dado graças, partiu-os e os
k.i?: conforme queres!” E sua filha ficou cura- dava aos discípulos, e os discípulos, às
S-29
da desde aquela hora. multidões. WE todos comeram e ficaram
saciados; recolheu-se o que sobrava dos
Curas junto ao lago ( M c 7 J I ) . "D ali, pedaços: sete* cestos cheios. '"Ora, os que
Jesus sc dirigiu às cercanias do mar da tinham comido eram quatro mil homens, 14.21:
5.1 Galiléia. Subiu à montanha, e ali se as­
sem contar as mulheres e crianças. MDe- Mc 644
sentou. -'•Veio a ele gente em grande pois de despedir as multidões, Jesus en­
multidão, trazendo consigo coxos, cegos, trou no barco e foi para o território de
aleijados, mudos e ainda muitos outros. Magadan6.
Depuseram-nos a seus pés, e ele os cu­
rou. 3,Por isso as multidões maravilha- 1 /? Os sinais dos tempos (M c 8 ,1 1 -
Mc 737 vam-sc à vista dos mudos que falavam, 13; M t 1 2 ,3 8 -3 9 ; Lc 1 1 ,1 6 -2 9 ;
dos aleijados que tornavam a ficar sãos, 1 2 , 5 4 - 5 6 ) . 'Os fariseus e saduceus adi­
dos coxos que caminhavam direito, e dos antaram-se e. para o pôr à prova, pedi- iw
cegos que recobravam a vistay. E rende­ ram que lhes mostrasse um sinal vindo .* 123
ram glória ao Deus de Israel. do céuc. 2Jesus respondeu-lhes: “ Ao cair
da tarde, vós dizeis: ‘ Vai haver bom tem­
Jesus alimenta quatro mil homens ( M c po, pois o céu está vermelho, afogueado’ ;
8 , 1 - 1 0 ; c f . M t 1 4 , 1 3 - 2 1 p a r . ) . J2Jesus cha­ Je de manhã: ‘ Hoje, mau tempo, pois o
mou seus discípulos e lhes disse: “Tenho céu está vermelho c sombriod’ . De sorte
93 64
tk- j compaixão desta multidão, pois já faz três que sabeis interpretar o aspecto do céu,
14.15: dias que permanecem comigo, e não têm mas os sinais dos tempos', não sois ca­
o quc comer. Não quero despedi-los cm pazes! ''Geração má e adúltera que recla- l2-3*
Lc 11. »
w. Com esla resposta. Jesus foz eco à instrução dada em 10.6. Alguns estudiosos opinam ter esta narrativa sua origem num
Ou então. Jesus quer pôr ã prova a fé da mulher, resistindo de meio helenístico.
início, pedagogicamente. ao seu pedido: ou então considera-se a. Sete. Numero provavelmente destinado a frisar simbolica­
efetivamente enviado com prioridade a Israel, sendo que. neste mente a perfeição do milagre e . conforme alguns, a evocar a
caso. o despacho final do pedido da pagã anuncia, em circuns­ instituição eclesiástica dos Sete, futuros encarregados de servir
tância excepcional, o acesso dos pagãos à salvação, depois de às mesas (At 6.2-6). Cf. Mc 8.8 nota.
sua morte e ressurreição. Numerosos textos de Mt confirmam b. M agadan. Localidade desconhecida, como também
esta üliima interpretação (p. ex, 8.5-13; 21,33-44; 28.16-20). Dalmanuta (Mc 8,10). Variante: Mágdala.
A expressão ovelha perdida da casa de Israel pode designar c. I)o céu. Estas ultimas palavras nào designam um sinal quc
Israel em conjunto (cf. 103-6) ou os pecadores em Israel (cf. Jesus pudesse mostrar no céu. mas um sinal quc viesse do céu.
18.12-14). vale dizer, concedido por Deus para acreditar Jesus perante o
x. Outra tradução possível: Por favor (cf. Fl 4 3 ; Fm 20). seu povo (cf. Mc 8.11). Jesus realizou muitos sinais, não porém
Neste caso. a mulher não reconheceria explicitamente a priori­ aqueles que os judeus, versados em tais assuntos, podiam espe­
dade de Israel no acesso à salvação, mas voltaria ã carga: com rar e aceitar (cf. p. ex. Mt 11,5). — Pôr à prova: pode scr
isto. o sentido desta narrativa ficaria profundamente modificado. traduzido também: armar uma cilada.
y.Cf.M t 11,4-5. d. Manuscritos importantes omitem a segunda parte do v. 2 c
z. Este segundo relato da multiplicação dos pães apresenta o v. 3.
algumas variantes relativamente ao primeiro. Insiste mais na e. Sinais dos tempos. Expressão que designa os sinais carac­
compaixão de Jesus e na fome da multidão. Jesus tem a inicia­ terísticos dos dias da vinda do Messias. Neste contexto, pode
tiva do gesto e ordena quc se instalem; o estilo é menos influen­ referir-se quer aos milagres ou sinais realizados por Jesus (p. ex.
ciado peta instituição da Eucaristia (dupla menção aos peixes), as curas e a multiplicação dos pães. cf. 113-5), quer ao próprio
embora sc leia o verbo eukhuristein em 1536 (cf. ICor 11.24). Jesus como sinal por excelência.
ma um sinai! Em matcria de sinal, não dissera que se acautelassem do fermento
lhe será dado nenhum, senão o sinal dc dos pães, mas do ensinamento dos fari­
Jonas1" . Ele os deixou lá e partiu. seus e dos saduceus.

O ferm ento dos fariseus ( M c 8 ,1 4 -2 1 ; Pedro reconhece cm Jesus o Filho de


Lc 5Ao passarem para a outra
1 2 ,1 -6 ). Deus ( M c 8 , 2 7 - 3 0 ; L l 9 , 1 8 - 2 1 ) . 'Tendo
margem, os discípulos se esqueceram dc chegado à região de Cesaréia dc Filipe11,
levar pães. ‘ Jesus lhes disse: “ Cuidado! Jesus interrogava seus discípulos: ‘ No
Acautelai-vos do fermento* dos fariseus dizer dos homens, quem é o Filho do
e dos saduceus!” Ü les faziam entre si Homem1?” l4Eles disseram: “ Para uns, Mc 6 . 14 - 15 -.
esta reflexão: “ É porque não trouxemos João, o Batista: para outros. Elias; para u 9,7'tl
pães” . "Mas Jesus o percebeu e lhes dis­ outros ainda, Jeremias ou algum dos
se: “ Homens dc pouca fé, por que esta profetasJ” . l5Ele lhes disse: “ E vós, quem
reflexão pelo fato de não terdes pães? dizeis que eu sou?' "Tomando a pala­
''Ainda não comprecndeis? Não vos lem- vra, Simão Pedro respondeu: “ Tu és o
14.13-21: brais dos cinco pães para os cinco mil e Cristo, o Filho do Deus vivok“ . "Reto­
u 9n-?7- quantos cestos levastes de volta? l0Nem mando a palavra, Jesus então lhe decla­
dos sete pães para os quatro mil c quan-
Jo 6 . 1- 13 rou: “ Feliz és tu, Simão, filho de Jonas,
I5.32-3K;tos cestos levastes de volta? "Com o não pois não foram a came e o sangue que te
Mt l,J'* percebeis que eu não vos falava dc pães, revelaram isto, mas o meu Pai que está
quando vos dizia: Acautelai-vos do fer­ nos céus1. ,flE eu, eu te digo: Tu és Pcdrom,
mento dos fariseus e dos saduceus!?” e sobre esta pedra edificarei a minha
l2Então eles compreenderam que ele não Igreja", e a Potência da morte" não terá Ef 2.20

f. A respeito desta expressão, cf. 12.40 nota. m. Pedro: tradução grega do nome aramaico Kefâ (rocha). Tal
g. Só Mt apresenta o fermento como ensinamento dos fariseus nome grego não era usado como nome próprio dc pessoa na so­
e d o s :saduceus (v. 12; cf. Ix 12.1: a hipocrisia, a falsidade; Mc ciedade da época. O NT usa também a simples transcrição grega
8.15: o fermento de Herodes). A interpretação dc ferm ento como da palavra aramaica (Cefas: Jo 1.42; ICor 1.12; Gl 1.18 etc.).
ensinamento era conhecida pelo judaísmo em sentido bom e n. Igreja. Muito provavelmente, o termo ekklésia traduz o
mau (cf. também ICor 5.6-8). Destarte o fermento dos fariseus termo qahal (ou ainda sôd e ledá. com os quais a congregação
e dos saduceus provavelmente não designa suas pessoas, mas dc Qumran se designa a si mesma como comunidade escatológioi
suas funções dc mestres e mentores do povo (cf. v. I). dos eleitos de Deus). Aqui. o termo designa a nova comunidade
h. Cesaréia de Filipe. Cidade construída junto às nascentes do que Jesus vai fundar e cujo alicerce será Pedro. A declaração de
Jordão, em 2 ou 3 a.C.. por Herodes Filipe, cm honra de Augusto. Jesus corresponde à função eminente que. segundo o NT. Pedro
Atualmente Banias. desempenhou nos primeiros dias da Igreja (4.18: 17.1: Ai 1.13.15;
I. Filho do Hotnem. Acerca deste título de Jesus. cf. Mt 8 2 0 nota. 3.1: 103: Jo 6.67-69; 21.15-23; GI 2.7). A tradição católica aduz
j . Só Mt nomeia Jeremias, cuja volta como precursor do este texto para fundamentar a doutrina segundo a qual os suces­
Messias o judaísmo contemporâneo não aguardava. Jcsus é tido sores dc Pedro herdam o seu primado. A tradição ortodoxa opina
na conta de profeta, como menciona a tradição sinótica (Ml que. em suas dioceses, todos os bispos que confessam a verda­
21.11. nola); Mc 6.15; Ix 7.1639). deira fé integram-se na sucessão de Pedro e na dos demais após­
k. Ml é o ünico que põe nos kíbios de Pedro esta expressão, tolos. Embora reconheçam a posição c a função privilegiada de
cujas raízes derivam do AT e que adquiriu na fé cristã a pleni­ Pedro nas origens da Igreja, os exegetas protestantes estimam
tude do seu sentido. No AT. a expressão Filho de Deus aplica- que Jesus só lem em vista. aqui. a pessoa de Pedro.
-se aos anjos, ao povo eleito, aos israelitas fiéis, ao Messias Jcsus promete a Pedro o poder de ligar e desligar: isio signi­
(2Sm 7.14; Sl 2,7; 89.27). Bla designa uma relação particular fica, no judaísmo, proibir ou permitir c. definitivamente, excluir
com Deus fundada cm sua eleição e na missão que confia a seus da comunidade religiosa ou nela reintroduzir. A imagem das
filhos. O cristianismo primitivo, desenvolvendo essas idéias de chaves do Reino alude a uma autoridade que o judaísmo funda­
eleição e missão, frisou, desde suas primeiras confissões dc fé, va na interpretação da lei. aqui na confissão de Jesus como filho
o caráter ünico e decisivo da pessoa dc Jesus: clc é aquele que de Deus. Esta autoridade é prometida a Pedro c. mais adiante, ao
mantém com Deus uma relação filial inigualável, c a quem foi conjunto dos discípulos (18.18): ela é dada aos discípulos reu­
confiada uma missão ímpar na obra da salvação dos homens nidos (Jo 20.23). Manifesta-se particularmente no perdão dos
(1.21; 2.15; 3,17: 4 3 : 11.25-27; 26.63). pecados e dá acesso ao Reino de Deus. Este. por conseguinte,
I. A expressão “a carne e o sangue*' designa o homem todo. está vinculado, dc cena forma, a uma Igreja cujos traços ainda
considerado em sua fraqueza natural (Sr 14.18; ICor 1530; Gl nào estão definidos, mas que. com o poder das chaves, aqui já
1.16). Pedro foi agraciado com uma revelação divina (mesmo se nos depara nâo desprovida de certa estrutura.
termo cm 11.25-27: Gl 1.f6). Mas esta revelação, embora apro­ o. Lit. as portas do Hades. O Hades. em hebr. Sheol. designa
vada por Jesus, tem um sentido cuja profundidade Pedro mostra­ a morada dos mortos (cf. Nm 1633). As portas simbolizam o
ria. mais tarde. não ler apreendido (16.22-23). seu poder (cf. Jó 38.17; Sb 16.13). O Hades não conseguirá reter
9
força contra cia. l Dar-te-ei as chaves do Condições para seguir a Jesus ( M c
Reino dos céus: tudo o que ligares na 24
8 .3 4 - 9 .1 ; L c 9 ,2 3 -2 7 ) . Entâo, Jesus
terra sera' ligado nos ce'us, e tudo o que disse a seus discípulos: “ Se alguém quer io. «: 3
desligares na terra sera' desligado nos vir em meu seguimento, renuncie a si ^ l4-27
céus” . “ Então ele ordenou severamente mesmo, tome a sua cruz e siga-mev.25Pois
99 aos discípulos que não dissessem a nin- quem quiser salvar sua vida*,perdê-la-á;
gue'm que ele era o Cristo. mas quem perder a sua vida por minha
causa, salvá-la-á. 26Que proveito terá o
Jesus anuncia a paixão e ressurreição homem em ganhar o mundo inteiro, se o
( M c 8 . 3 1 - 3 3 ; L c 9 . 2 2 ) . 2IA partir da­ paga com a própria vida? Ou então, que 4.s-»
quela horap, Jesus Cristo começou a *1 dará o homem, que tenha o valor de sua
mostrar a seus discípulos que devia vida? 27Pois o Filho do Homem virá com
partir para Jerusalém, sofrer muito por seus anjos na glória do seu Pai; e então, 25.31
parte dos anciãos, dos sumos sacerdo­ retribuirá a cada um segundo a sua Dn 12.2-3:
tes e dos cscribas, scr morto e, no ter­ conduta1 . “ Em verdade, eu vos declaro: ISm26'23
ceiro dia, ressuscitar1. “ Pedro, tomando- dentre os que estão aqui, alguns não
o à parte, pôs-se a censurá-lo, dizendo: morrerão’’ antes de ver o Filho do Ho- 10.23
"Deus te livre disso. Senhor! Não, isto mem vir como reiz” . 20.21
não te sucederá!” 23Ele porém, voltan­
do-se. disse a Pedro: “ Afasta-te! Para 1 Jesus transfigurado ( M c 9 . 2 - 9 ;
r j
4 ,io trás de mim. Satanás5! Tu és para mim *- * L c 9 . 2 8 - 3 6 ) . ‘Seis dias depois*. Je­

ocasião de queda1, pois teus intentos não sus toma consigo Pedro. Tiago e João,
são os de Deus, mas os dos homens"” . seu irmão, e os conduz à parte sobre
uma alta montanha6. 2Ele foi transfigura- 2Pd i.iô-ih
na morte os membros da comunidade messiânica congregada bíblico emprega muitas vezes a palavra alma (hebr. nefesh; gr.
por Jesus. psykbé) cm lugar dos pronomes pessoais eu. tu, ele; poderia,
p. A fórmula A partir d e .... alhures só encontrada em 4.17. portanto, traduzir-se aqui: quem quer salvar-se. O pronome pes­
quer realçar quc Jesus começa solenemente a revelar o mistério soal figura em 16,24 na expressão "renuncie a si mesmo".
do lilho do Homem padecente e glorioso: três anúncios da Paixão x. Mt cila o Sl 62.13 (cf. Rm 2,6; 2Tm 4,14) para exprimir a
e da Ressurreição (16,2!; 17,22-23; 20,17-19) cscandcin a subi­ idéia de retribuição pessoal. Profundamente arraigada no AT (Pr
da de Jesus a Jerusalém (16.21-20.34). 24.12; Sr 1IJ26; 16.12-14: Ez 18; Dn 12,2-3). esta idéia recebe
q. Nos evangelhos, u designação Jesus Cristo só se encontra em Mt duas características novas: Jesus, o Filho do Homem
em Mt t .1.18 e Jo 173. (2531-46), é quem julgara' cada um no ultimo dia; por outro
r. Ksle anuncio da Paixão, do qual se conservou em Mc um lado. Mt insiste constantemente na importância das boas obras,
texto mais antigo, é modificado por Mt de acordo com a termi­ cumpridas unicamente em consideração dAquele que to mtri-
nologia do seu tempo: Jesus ressuscitara', nào depois de três dias buiní (6,4.6.18: cf. 5.16).
(fórmula típica de Mc. cf. Mc 8.31 e nota), mas no terceiro dia y. L.it. nào teriio provado a morre.
(cf. ICor 15,4; Mt também adota a fórmula dc Mc. em 27,63). z . Lit. vir com seu Reino. Esta palavra de Cristo implica evi­
No pensamento do evangelista, os unüncios feitos por Jesus de dentemente que certos contemporâneos dc Jesus não morrerão
sua paixão e ressurreição devem sublinhar o desígnio dc Deus e antes da manifestação gloriosa do Filho do Homem. Como todos
a obediência de Cristo nestes acontecimentos: não se trata. pois. os profetas. Jesus anuncia o quc deve acontecer paru sua gera­
de uma fatalidade, nem de um episódio acidental. Só Mt repete ção. É difícil determinar a época desta manifestação. Uns pen­
que os discípulos são os ouvintes de Jesus e indica Jerusalém saram na ruína de Jerusalém, outros nas aparições do ressusci­
como lugar publico de seus sofrimentos. tado, outros ainda na Transfiguração.
s. Lit. R c tinnc. puni trás de m im (cf. 4.10 nota). Jesus rechaça a. A Transfiguração ilumina a subida do Filho do Homem a
a sugestão dc Pedro; por outro lado. ele ordena ao apóstolo quc Jerusalém (cf. 16.21 nota), onde é situada peta tradição pré-
o siga. •sinótica. Aos discípulos, que não podem compreender o cami­
t. l.it. tu es para mim um escândalo (cf. 5.29 nota), nho que seu mestre quer seguir (16,22), Deus faz vislumbrar a
u. Homens. Esta oposição entre os intentos (lit. pensamentos) glória misteriosa do seu Filho e exige deles que escutem seu
de Deus e os intentos dos homens tem suas raízes no AT e no ensinamento (cf. 17.5 nota). Mateus mantém firmemente o es­
judaísmo do tempo de Jesus. quema primitivo dc uma revelação de apocalipse (cf. Dn 10.1-
v. Quanto ao termo seguir, cf. 4.20 nota. Jesus aqui impugna 2), da qual 2Pd 1.17-18 parece apresentar uma iradição particu­
um conceito superficial deste seguimento; ele consiste em nada lar. Acerca dos seis dias. cf. Mc 9.2 nota.
menos que em renunciar a si mesmo e tomar a própria cruz b. Não na montanha em geral (Mt 14.23), mas sobre uma idta
(sobre esla expressão, cf. Mc 8 3 4 nota), montanha, como para a Tentação (4.8) e para a missão final na
v*. Lit. su:i alma (cf. 10,28 nota). Imitando o hebraico, o grego Galiléia (28,16). Omitindo a localização desta montanha, Mt
doc diante deles: seu rosto resplandeceu fizeram com ele tudo o que quiseram. O
como o sol, suas vestes tomaram-se bran­ Filho do Homem tambe'm vai sofrer da
cas como a luz. 3E eis que lhes aparece­ parte dclesk. '-'Então os discípulos com­
ram Moises e Elias que conversavam com preenderam que Jesus lhes falava de João. u- i.i?
ele11. '‘Pedro, intervindo, disse a Jesus: o Batista.
“ Senhor, é bom estarmos aqui'; sc que­
res, levantarei aqui três tendas', uma para Cura dc um lunático (M c 9 ,1 4 -2 9 ; L c

ti. uma para Moise's, uma para Elias” . l4Quando eles chegaram perto
9 ,3 7 -4 3 ).
5Ainda falava, quando uma nuvem lumi­ da multidão, um homem aproximou-se
nosa os encobriu*. E eis que. da nuvem. dele e lhe disse, caindo dc joelhos: '^ ‘Se­
i2.m: uma voz dizia: “ Este e' o meu Filho hérn­ nhor, tem piedade dc meu filho: ele c
ia 3j 2: amado, aquele que me aprouve escolher. lunático e sofre muito; cai muitas vezes
2w i.i7 Ouvi-oh!” ‘ Ao ouvirem isto, os discípu­ no fogo ou na água1. “ Embora eu o tenha
los caíram de rosto em terra, tomados trazido aos teus discípulos, eles não o
por grande temor. 7Jesus aproximou-se, puderam curar". 'Tom ando a palavra,
tocou neles e disse: “ Levantai-vos! Não Jesus disse: “ Geração incrédula e trans- di 32.5.20
tenhais medo!" "Erguendo os olhos, nada viada, ate' quando estarei convosco"? Ate
mais viram senão Jesus, só. *Quando quando terei de vos suportar? Trazei-mo
desciam do monte, Jesus lhes deu a se­ aqui” . ‘"Jesus ameaçou o demônio, que
guinte ordem: "N ã o digais nada a saiu do menino, e este ficou curado des­
ningue'm‘ a respeito desta visão, ate que de aquela hora. 1‘'Então os discípulos, ^ 'j* 9'22'
o Filho do Homem tenha ressuscitado aproximando-se de Jesus, disseram-lhe >0 « 2.53
dentre os mortos". cm particular: “ E nós, por que não con­
seguimos expulsá-lo?” “ Ele lhes disse:
Sobre IClias( M c 9 , 1 1 - 1 3 ) . I0E os discí­ “ Por causa da pobreza da vossa fe'. Pois.
pulos o interrogaram: “ Por que dizem os em verdade, cu vos digo, se um dia ti-
cscribas que Elias deve vir primeiro*?" verdes fé do tamanho de um grão dc
"E le respondeu: "Decerto, Elias vem e mostarda, direis a esta montanha: ‘Passa
restabelecerá tudo; l2mas cu vos digo, daqui para acolá’ e ela passará. Nada vos ICor 13 2
n.i4 Elias já veio e, em vez de reconhecê-lo. será impossível".21 Ademais, esta espe'cie

quer provavelmente significar que a revelação derradeira terá I. A recomendação dc guardar segrcdo sobre o que foi reve­
lugar, não sobre a montanha sagrada de Sião (Si 2.6). mas sobre lado pelo Céu é um tema clássico da literatura apocalíptica (cf.
a montanha escatológica pura onde afluirão as nações (ls 2.2-3; Dn 12.4-9). reprisado pelos sinóticos. sobretudo por Mc. na pers­
cf. 11.9: Dn 9.16). pectivado “segredo messiânico** (Mt 8.4; 930: 12.16; 16.20; cf.
c. Lil. metamorfoseado. mudado (cf. Mc 9.2 nota). notas sobre Mc 1.34 Isegredo imposto aos demônios|; l .44; 830).
d. Moisés e K/ias. de preferência a representarem um. a Lei e j. Uma tradição fundada em Ml 3 2 3 . via em Elias um precur­
0 outro, os Profetas. aparecem aqui como precursores ou como sor do Messias. Ele devia preparar o povo para o encontro com
testemunhas da Aliança. Elias devia ser o precursor do Messias o Messias, reunindo-o na unidade e na fidelidade. Os vv. 12 e
(Ml 3.23: cf. Sr 48.10) e. um pouco mais abaixo, é identificado 13 apresentam Elias como ja vindo, mas rejeitado por seu povo.
com João Batista (17.12), morto por ordem de Herodes (143- Um mesmo destino une Jesus ao seu precursor; os escribas de­
1 2). Ao mesmo tempo que Elias (cf. Mc 9.4 nota), aparece Moises viam tê-lo sabido: por isso não têm desculpa.
(cf. Ap 113-6). cuja assunção o judaísmo admite, tanto quanto k. Sobre os anúncios da Paixão, cf. 16.21 nota. O anuncio em
a de Elias (2Rs 2.1 1) e de Henoc (Gn 5.24). apreço nâo menciona a ressuneição (cf. v. 9).
e. Cf. Lc 9 3 3 nota. I. Ao quc parece, um epiléptico. Por muito tempo, quase até
f. Possível alusão k festa das Tendas (Ex 28.16 nola; Lv 23.28- a época moderna, acredilou-se. tambem no Ocidente, que os
34; Dt 16.13). ataques de epilepsia estavam ligados às fases da lua. Mc e Lc
g. Da mesma forma como sobre o Sinai (Ex 19.16; 24.15-16). atribuem, logo de inicio, a doença a um espírito, cuja presença
como sobre a Tenda do encontro (Ex 4034.35) e sobre o Tem­ só seria reconhecida, em Mt. depois de sua expulsão por Jesus.
plo (IRs 8.10-12). a nuvem é sinal de teofania (cf. 2Mc 2.7-8). m. Esta apóstrofe dificilmente pode visar ao pai. que veio ter
h. Escutai-o. No batismo (Mt 3.17). a voz do céu designara com Jesus. Para além da multidão e dos discfpulos. que não são
Jesus como o Filho (cf. Sl 2.7). o Servo (ls 42,1); na Transfigura­ interlocutores de Jesus, ela parece dirigir-se a qualquer descren­
ção. ela o designa antes como o Profeta que todo o povo deve es­ te (cf. 11.16; 1239-45).
cutar (cf. At 3.22 citando Dl 18.15). La. ela se dirigia a Jesus; aqui. n. O crente pode. como o próprio Deus ( Is 40.4). deslocar uma
ela se dirige aos discípulos e. através destes, às “multidões". montanha (mais exatamente: esta montanha). Mt faz. evidente-
de dem ônios não pode sa ir a não se r pela m a-o e en treg a-o a eles por m im e por
oração e o je ju m ”” . ti” .

Jcsus anuncia dc novo a paixão c res­ 1 q O m aior no Reino (Mc 9,33-37;


surreição (Mc 9,30-32; Lc 9,43-45). Lc 9,46-48). ‘N aquele m om ento, o s
“ E les estavam reu n id o s na G a liléia, e discípulos aproxim aram -se de Je su s e lhe
16.21 Jesus lhes disse: “ O F ilh o do H om em disseram : "Q uem é o m aior no R eino dos lc
vai ser en treg u e à s m ãos dos hom ens; céus?” 2C ham ando um a c ria n ça , postou- i9.u:
Meles o m atarão e , no terceiro d ia, ele -a no m eio deles 3c disse: “ E m verdade. ^ “'j1,5'
ressuscitara'". E eles ficaram p rofunda­ cu vos digo: se não m u d ard es e não vos
m ente entristecidos. tornardes co m o a s c ria n ça s11, não entra-
reis no R eino dos céus. 4A quele pois, que
Jesus e Pedro pagam o im posto. 24T en- se fizer peq u en o com o esta c ria n ça , eis o 20.26-27:
do eles chegado a C afarn au m , os co le­ m aio r n o R eino dos céu s. 5Q uem acolhe ^ 2220 **
tores da d id rac m a p aproxim aram -se de cm m eu nom e um a c ria n ça ’ ,c o m o e sta. 10.40-.
Ex 30.13: Pedro e lhe d isseram : “ O vosso m es­ acolhe a m im m esm o". J*
38.26
tre não paga a didracm a?” “ “ S im ", d is­
se e le. Q u a n d o P e d ro cheg o u à c asa. Jcsus põe os discípulos dc sobreaviso
Je su s, antecip an d o -se, disse-lhe: “Q ual é (Mc 9,42-48; Lc 17,1-2). ‘" M a s todo
o teu p areccr, Sim ão? O s reis da terra, aquele que causa a queda* de um s<5 d e s­
de q uem receb em as taxas ou im pos­ ses p equenos que crêe m em m im , é pre­
to s? D os seus filhos*1ou d o s estran h o s?" ferível para ele que lhe p e n d u rem ao
“ E co m o ele respondesse: "D o s e stra­ pescoço um a grande mó* e o precipitem
nhos", Jcsus disse-lhe: “ P or con seg u in ­ n o a b is m o d o m a r. 7D e s g r a ç a d o d o
te , os filh o s e stã o ise n to s'. 2,C o n tu d o . m u n d o ' q u e causa tantas quedas"! D e ce r­
para não c au sar a q u e d a' d esta gente, to, é necessa'rio q ue haja e scân d alo s, m as
vai ao m ar, lança o anzol, o prim eiro ai d o hom em por q uem a co n tec e a q u e ­
peixe q u e su rg ir, p e g a-o e ab re-lh e a da! "Sc a tua m ão ou o teu pé te levam 5.29-30
boca: nela encontraras um esta^er1. To- à q u e d a, corta-os e lança-os longe d e ti;

mente, do seu reluto uma exortação à fé: insere aqui esta palavra não deveriam pagar o imposto.
dc Jesus, da quai Lc 17.6. em outro contexto, traz uma ligeira va­ s.Lit. u fim de não os escandalizar (cf. 5.29 nota).
riante: por outro lado. Mt 2121 (cf. Mc 11.22-23) repete a mes­ I. Estáter. Um estáter valia quatro dracmas, ou seja. o imposto
ma tentença. sem mencionar, porém, o grão de mostarda, para para duas pessoas.
concentrar a atenção na obrigação de nâo hesitar quando se ora. u. Uma criança (paidíon: mesma palavra em 2.8-11; 11.16;
o. Alguns estudiosos dão este versículo como interpolado. nào 19.13-14). nâo uma criança pequenina (exceto talvez em 19.13-
por ser mal-abonado. mas por provir de uma harmonização tar­ 14); em 11,25 e 21.16. encontra*se outra palavra (nêpios). que
dia com Mc 9.29. Nào convencidos, outros críticos o conser­ pode ser tniduzida por />equenino. Aqui. trata-se de um menino,
vam; conforme estes, é o versículo 20b que. no decurso da tra­ já que é capaz de responder ao chamamento de Jesus. Ele não
dição pré-sinotica. foi inserido na trama de um texto aparentado ú apresentado como um modelo de inocência, pureza ou perfei­
com o de Mc. A respeito do jejum. cf. 6.16 nota. ção moral; ao contrário dos discípulos, ele não tem pretensão,
p. Didracma. Imposto do Templo de duas dracmas ou meio mas encontra-se numa situação de dependência,
siclo: era exigido para o culto do Templo uma vez por ano de v. Lit. uma só criança.
todos os israelitas do sexo masculino, mesmo daqueles que w. Há aqui uma inversão no pensamento: depois de terem sido
moravam fora da Palestina. Pagava-se em moeda judaica: isto exortados a fazerem -se pequenos como as crianças, os discípu­
explica a presença de cambistas instalados no átrio do Templo los são agora convidados a acolher as crianças,
(2.1?: Jo 2.15). x. Lil. que escandaliza (cf. 5,29 nota).
q. Esses filhas dos reis da terra tanto podem ser sua família y. Cf. Mc 9.42 nota.
como a totalidade do seu povo. Na qualidade de membro do z. Como cm 4.8; 5.14; 26.13. a palavra mundo designa aqui o
povo de Israel ou. conforme uma interpretação que melhor cor­ conjunto da humanidade, não a natureza cósmica, nem a huma­
responde ao contexto, na qualidade de filho de Deus. Jesus é nidade enquanto se opõe à revelação de Deus. como em Jo.
senhor do Templo e poderia não pagar imposto. Pagá-lo-ia. Sobre esta humanidade, reina Satanás (4.1-11); por isso e/a e
contudo, c Pedro com ele. pela razão indicada no v. 27. desgraçada e nela os pequenos encontram ocasião de queda:
r. Os filhos, isto e\ Jesus e seus discípulos, por direito, estão pelo menos. que isto não suceda mais à comunidade de Jesus,
isentos e. segundo o principio enunciado no inicio do versículo. a. Lil. por causa dos escândalos (cf. 5.29 nota).
mais vale para ti entrar na vida1’ maneta -Ihe tuas admoestações a sós. Sc ele te
ou coxo do que scr lançado com ambas ouvir, terás ganho o teu irmão". l6Se não
as mãos ou ambos os pés no fogo eter­ te ouvir, toma contigo mais uma ou duas
no! 9E sc o teu olho te leva à queda, pessoas para que io d a q u e s tã o s e ja r e - di I9.i5;
arranca-o e lança-o para longe dc ti; mais s o lv id a s o b a p a la v r a d e d u a s o u trê s tes-
vale para ti entrar caolho na vida do quc 17Se ele recusar ouvi-las, dize- iTm s.io
te m u n h a s .
ser lançado com ambos os olhos na geena -o à Igreja, e se ele recusar ouvir a pró­
do fogo! pria Igreja1, seja para ti com o o pagão e
o coletor de impostos1. "E m verdade eu
A o v e lh a d e s g a r r a d a ( L c 1 5 , 1 - 7 ) . vo-lo declaro: tudo o quc ligardes na terra
l0“Guardai-vos de desprezar algum des­ será ligado no céu. e tudo o que dcsli-
ses pequeninos, pois cu vos digo, nos gardes na terra será desligado no céuk.
At t2,i5; céus os seus anjos se mantêm sem cessar
n t- i . i 4 na p re s c n ç a j 0 m eu p ai q UC c s t;í nos R ezar ju n to s. ,9“Eu vos declaro ainda:
céus'. [Ild] 12Que vos parece? Sc um ho­ se dois dentre vós, na terra, sc puserem 7.7; 21.22:
mem possui cem ovelhas e sucede que de acordo para pedir seja o quc for, isto
uma delas sc desgarre, não deixará ele as lhes será concedido por meu Pai que está .j?-* p
outras noventa c nove na montanha para nos céus. 20Pois onde dois ou três estive- ij<> 3.22.
ir â procura da que se desgarrou? 13E sc rem reunidos cm meu nome, eu estarei S-U IS
consegue reencontrá-la, na verdade, eu no meio deles1.” 28-2U;
Jo 1*1.23
vos digo, ele sunte mais alegria por esta
do que pelas noventa e nove que não se O p e rd ã o e n tre irm ão s ( L c 1 7 ,4 ). 2lEn-
desgarraram1'. IJAssim vosso Pai que está tüo Pedro aproximou-se e lhe disse: "S e­
nos céus não quer que nenhum desses nhor, quando o meu irmão com eter uma
pequeninos sc perca'. falta a ineu respeito, quantas vezes lhe
hei de perdoar? Até sete vezes?” “ Jesus
C o rreção fra te rn a . ls“Sc acontecer que lhe disse: “Eu não te digo ate sete vezes,
U 17.3 . _ „ . .
teu irmao peque*, vai ter com ele e taze- mas até setenta vezes sctc vezes"1’'.

b. Nào entrar na vida no sentido dc nascer, mas participar da estes vv. parecem destinar-se a moderar o zelo de cristàos quc
salvação, da vida cicrna; esta palavra tem o mesmo sentido em exigem a exclusão imediata dos pecadores. Jesus, aqui, preconi­
7.14; 19.16.29; 25.46. za reiteradas tentativas de correção fraterna, antes que se alerte
c. Lit. vêem sem cessar a face do meu Pai. que está nos céus. a comunidade cm seu conjunto. O acréscimo contra ti. feito por
Aqui. os anjos são postos a serviço dos pequenos; esta idéia nào numerosos manuscritos, interpreta a passagem num sentido in­
se depara no judaísmo contemporâneo a Jesus. Os pequenos são dividualista, provavelmente sem razão (cf. Lv 19.17; Dt 19,15).
dignos das maiores considerações, já que os anjos que velam sobre h. Ganhar (o mesmo verbo: 1626; 25,16 sobretudo, no mes­
eles são os mais elevados na hierarquia celeste: é-lhes permitido mo sentido quc aqui: ICor 9.19-22), não ganhar para a fé. nem
estar na presença dc Deus. coisa quc aos demais não é permitida. conservar a título dc amigo pessoal: mas conservar como mem­
d. Este versículo {n Pots o Filho do Homem veio salvar o que bro da comunidade quc ele estava a ponto de abandonar, ou da
estava perdido) falta cm numerosos mss. Cf. Lc 19,10. qual ia scr excluído.
e. Km Lc 15.4-6. essa ovelha está perdida; cm Mt. ela se i. O poder das chaves, concedido anteriormente a Pedro (16,19).
desgarrou (vv. 12. 13. 14). Lc pensa nos homens perdidos, quc é confiado aqui aos ouvintes desta parábola, quer seja ela cons­
Jesus vem procurar e salvar, enquanto Mt parece ver nesses tituída pela assembléia, quer pelo colégio apostólico.
pequenos (v. 10) os membros da comunidade que correm o risco j. Isto é: nâo te ocupes mais com eles; já não és mais responsá­
dc sc perderem por causa do desprezo (v. 10) ou do excesso dc vel por ele, ou quiçá: só Jesus conseguirá alguma coisa neste caso.
severidade (v. 21) dc quc poderiam ser vítimas. Tanto em Mt k. Céu (cf. 16,1 nota; 16.19).
como no judaísmo contemporâneo, este perigo de extravio ca* I. Esta palavra de Jesus nào respalda as pequenas comunida­
rnctcriza os tempos messiânicos; trata-se de um extravio mais des separadas. Dc fato. o contexto m<5stra que esses dois ou três
doutrinai do que moral (Mc 24.4.11.24; 2Tm 3.13: Uo 1.8: 2.26; acham-se reunidos dentro da Igreja (v. 17), assembléia única.
3.7; Ap 12,9; 19.20). Essas afirmações de Jesus têm provavelmente a finalidade, não
f. Lil. Nào é a vontade perante vosso Pai que está nos céus de prometer a sua presença a qualquer oração feita em seu nome
quc um só desses pequenos se perca. (o que era evidente de per si), mas de estimular todas as tenta­
g. Outra tradução possível, sustentada por alguns mss.: se tivas de eorreçào c reconciliação entre irmãos no seio da Igreja,
acontecer que teu irmão peque contra ti (cf. Lc 173). Os vv. 15 garantindo-lhes a sua presença.
a 17 tem um paralelo parcial na Re^ra de Qumran: mas, ao m. Outra leitura: setenta e sete vezes sete vezes. Dc qualquer
passo que aquela regra se disiinguc por seu rigor implacável. forma a expressão significa indefinidamente.
O d ev ed o r im placável. “ “Sucede com 1 q C o n tra o rep ú d io (Mc 10,1-12; Lc
o Reino dos céus o mesmo que com um 16,18). ‘Ora. quando Jesus terminou 7.2x-. n.i;
rei que quis ajustar contas com seus essas instruções, partiu da Galiléia e veio l5,53; 26-1
servos". wDc início, trouxeram -lhe um para o território da Judéia alem do Jordão',
que devia de?, mil talentos". “ C om o não b ra n d e s multidões o seguiram, e Ia' ele
tivesse com que pagar, o senhor deu as curou. -'Alguns fariseus achegaram-se a i6.i
ordem para que o vendessem, bem como ele e lhe disseram, a fim de prová-lo: “Será
sua m ulher, seus filhos e tudo o que permitido repudiar sua mulher por qual­
possuía, em pagamento da dívida. “ Ati- quer motivo*?"4Ele respondeu: “Não les­
rando-se-lhe então aos pés, o servo, pros­ tes que o Criador, no princípio, os fez
trado, lhe dizia: ‘Tem paciência com igo, homem e mulher 5e que disse: Eis por que Ef 5.3i
e tudo te pagarei’. "T om ado de com pai­ o homem deixará seu pai e sua mãe e se
xão, o senhor deste servo deixou-o partir ligará à mulher, e os dois se tornarão
Lc 7.42 e lhe perdoou a dívida. “ Ao sair, este uma só carné'! ‘Assim, eles não são mais ic» 6.16
servo encontrou um dos seus com panhei­ dois. mas uma só came. Não separe, pois,
ros, que lhe devia cem moedas de pratap; o homem o que Deus uniu!” ’Eles lhe d i­
ele o agarrou pela garganta, apertando-a zem: “Por que então Moisés prescreveu di 24.i:
Ml 5,31
a ponto de estrangulá-lo, dizendo: ‘Paga que se desse um certificado de repúdio,
o quando
que deves'. “ Então o com panheiro ati- se repudiai"?” "Ele lhes disse: “Foi
rou-se-lhc aos pés e suplicava-lhe: ‘Tem por causa da dureza do vosso coração que
paciência com igo, e te pagarei". •'"Mas o Moisés vos permitiu repudiar vossas mu­
outro não só recusou, com o m andou lheres: mas no começo não era assim. ‘'Eu
trancafiá-lo na cadeia, até que pagasse o vo-lo digo: Se alguém repudia sua mulher 5.32:
ICor 7.10.11
que devia.3lVendo o que acontecera, os — exceto em caso de união ilegal* — e se
seus companheiros ficaram profundamen­ casa com outra, é adúltero".
te contristados e foram inform ar o se­
nhor de tudo o que sucedera. “ Então, C asam en to c celibato. l9Os discípulos
mandando-o vir, o senhor lhe disse: ‘Ser­ lhe disseram: “Se é tal a condição do
vo mau. perdoei toda a tua dívida*1, por­ homem em relação à mulher, não con- icor7.
que mo tinhas suplicado. MNão devias, vém casar-se ” . "E le lhes respondeu: ' ’2‘7'9
também tu, compadecer-te do teu com ­ "N em todos compreendem esta lingua­
panheiro, como cu mesmo me com pade­ gem , mas só aqueles a quem é concedi- ic« 7.17

cera de ti?’ ME, cheio de cólera, seu se- do. l2Com efeito, há eunucos que nasce­
125.26; nhor o entregou aos verdugos, ate que ram assim do seio materno; há eunucos
u 12.5B-59 p3gasse tucj0 Q q Ue devia. 55Assim vos que foram feitos pelos homens; c há os
tratara' meu Pai celeste, se cada um de que se tom aram eunucos por causa do
6.15; vós não perdoar a seu irmão do fundo do Reino dos céus. Com preenda quem pu­
Mo 11.25 : ,
Et 4.32: coração, der com preender"!"
a 3.13
n. S e n o s. Nas narrativas bíblicas, esta palavra nem sempre o anúncio da Paixão. Jcsus e seus discípulos deitam a Galiléia
designa escravos, mas. muitas vezes, personagens importantes para “passar" à Judéia. isto é. a Jerusalém. Neste intuito, não
(ISm 8.14; 2Rs 5.6; Mt 13.27; 25.14-30). passam pela Samaria. mas peta região transjordaniana da Judeia,
o, Esta soma inimaginável <ccrca de sessenta milhões de fran* para tomar a atravessar o Jordão em Jericd, e subir a Jerusalém
cos-ouro ou 20 toneladas de ouro!) deve fazer pensar que este s. A pergunta do escriba é insidiosa (provar significa, aqui;
servo se encontra numa situação sem saída; sua salvação, só armar uma cilada). Esta questão, que propunha o problema da
dependera* da compaixão (v. 27) do seu senhor. Tai é a situação aplicação da lei enunciada cm Dt 24.1. era, nas escoias rabmicas.
do homem diante dc Deus. Cf. v. 33. objeto de distinções sutis,
p. Cerca dc cem francos-ouro (= 3 2 5 g dc ouro), soma insig­ t. Citação de Gn 1.27; 5 2: 2.24.
nificante. comparada com a precedente (cf. v. 24 nola); a des­ u. Lit. e Je repudiar.
proporção das duas dividas é fortemente sublinhada. v. A respeito da restrição mateana. cf. 5 3 2 nota.
q. Este elemento da parábola recorda os termos da quinta w. À doutrina sobre o casamento restaurado em sua dignidade
petição do Rai-nosso. inicial (a vontade do Criador). Jesus acrescenta uma palavra
r. Indicação geograficamente imprecisa. De conformidade com misteriosa, que eie declara ate incompreensí vel sem um dom &
Jesus e as crianças (Mc 10,13-/6; Lc ouvir tais palavras, o jovem retirou-se,
IS,15-17). l3Então, algumas pessoas lhe triste, pois tinha muitos bens. si .n 62
trouxeram crianças, para que lhes impu­ “ E Jesus disse a seus discípulos: “ Em
sesse as mãos, pronunciando uma ora­ verdade, eu vos digo: um ricod dificil­
ção. Mas os discípulos as escorraçavam. mente entrará no Reino dos céus. MEu
wJesus disse: “ Deixai as crianças’ , não vo-lo repito, é mais fácil um camelo
as impeçais de virem a mim, pois o Reino passar pelo buraco de uma agulha' do
dos céus é para aqueles que são como que um rico entrar no Reino de Deus".
elas". ISE , depois de lhes ter imposto as “ Ante tais palavras os discípulos fica­
mãos, partiu dali. ram muito impressionados e diziam:
“ Quem poderá então ser salvo?” “ Fi­
O jovem rico (Mc 10,17-31: Lc IH.IH- xando neles o olhar. Jesus lhes disse:
30; 13,30). I6E eis que um homem apro- “ Aos homens é impossível, mas a Deus
I9.29-. ximou-se de Jesus e lhe disse: “ Mestre, tudo é possível1" .
u M1,25 que devo fazer de bom para ter a vida ^Tomando então a palavra, Pedro dis­
eterna’? " l7Jesus lhe disse: “ Por que me se-lhe: “ Pois bem! quanto a nós, deixa­
interrogas acerca do bom '? Único é mos tudo e te seguimos. Qual será a nossa
aquele que é bom. Se queres entrar na recompensa?" “ Jesus lhes disse: “ Em
Lv 18.5: vida eterna, guarda os mandamentos” . verdade, eu vos digo: por ocasião da
u l0-2K '"“ Quais?” , disse ele. Jesus respondeu: renovação dc todas as coisas*, quando o Dn 7,
Rm 13.9 “Não cometerâs homicídio. Não come- Filho do Homem tomar assento no seu 91(114
terás adultério. Não rouharás. Não le- trono dc glória, vós que me seguistes,
vantarás falso testemunluf. '*Honra teu também vós vos assentareis cm doze tro- . : 2021
5.43: 22.39: pai e tua mãe. Enfim: Amarús teu próxi- nos para julgar as doze tribos de Israelh.
^n,10,'27, m ( > como a ti mesmo''". “ O jovem lhe ” E todo aquele que houver deixado ca­
disse: “Tudo isso. eu o observei. Que me sas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou
falta ainda?” 2lJesus lhe disse: “ Se que- campos por causa do meu Nome, rece­
Mc 14.5: res scr perfeito', vai, vende o que pos- berá muito mais e. em herança, a vida .& 191
suis. da'-o aos pobres, e terás um tesouro eterna. “ Muitos primeiros serão últimos; u' 10 25
nos céus. Depois, vem c segue-mc!" “ Ao c muitos líltimos. primeiros1.
6.20

Deus (1 1.15; 13.9); ela revela uma situação nova suscitada pela das riquezas para quem quer entrar na vida; 2) não faz do
vinda do Reino dos céus. Não se trata de uma crítica ao casa­ despojamento uma regra para todos os que o seguirem, ao con­
mento. mas de uma exceção cscatológica nào obrigatória: ccrtas trário dos essênios que o impunham a seus noviços, para grande
pessoas ficam de tal modo empolgadas pelo Reino dos céus que proveito da comunidade; 3) Jesus amou e chamou homens ricos,
nào se casam. que ocupavam um posto social elevado, sem exigir que abando­
x. A respeito das crianças. cf. 183 nota. nassem tal posição.
y. A respeito desta expressão, cf. 18,8 nota. Toda esta passa­ e. Provável alusão ao minúsculo buraco de uma agulha dc
gem acha-se inserida entre duas menções da vida eterna (vv. 16 costura, e não a uma porta baixa em muralha de cidade. Trata-
e 29): é o processo literário de inclusão, bem ao gosto de Mt. se de uma hipérbole de cunho bem oriental, que deve ser inter­
z. Qualquer judeu fiel devia saber que nào existe nenhum bem pretada no seu contexto (cf. nota precedente e Mt 5.3 nota).
(lit. nada dc bom ) por si mesmo: so Deus decide acerca do Bem f. Cf. Gn 18.14; Jr 32.17; Zc 8,6 gr; Jó 42,2.
que ele revela aos homens por sua lei. Mas talvez o interlocutor g. Em lodo o NT. esta palavra só aparece aqui e em Tt 3,5.
de Jesus esteja à cata de doutrinas mais elevadas, como se via Originária da apocalíptica judaica. ela designa a regeneração (de
tão freqüentemente. preferência à renovação) da humanidade e do universo ao fnn da
a. Cf. Ex 20.12-16; Dt 5.16-20. economia atual. Esta alteração total começará com um julgamento
b. Cf. Lv 19.18. Esta ultima citação é própria de Ml nesta (cf. 2531-46) que estabelecerá uma nova escala de valores.
narrativa. h. Jesus parece prometer aos Doze a participação no julga­
c. Perfeito. Termo próprio da narração de Ml (cf. 5.48). Al­ mento escatológico (cf. ICor 6 2 : Ap 20,4): Lucas traz uma
guns estudiosos interpretam este passo como referindo-se a uma interpretação diferente (Lc 2 2 3 0 nota).
perfeição reservada a colaboradores próximos de Jesus: a maio­ i. A mesma palavra encontra-se em 20.16 e em Lc 1330. Ao
ria o entende como perfeição de qualquer homem que. seguindo contrário dos essênios. que prometiam a glória aos seus sequa-
Jesus, cumpre plenamente (5.17) a lei. zes e destinavam todos os demais homens à perdição. Jesus não
d . Rico. A respeiio das riquezas, mesmo legAimas, os evange­ classifica seus contemporâneos cm duas categorias; sua adver­
lhos ensinam: I) Jesus preveniu os homens sobre o obstáculo tência e sua promessa concernem a todos.
n r \ Os operários da undécima hora. base de uma moeda de prata? l4Toma o
i“ 0 Reino dos ccus, com efeito, é quc é teu e vai embora. Eu quero dar a
comparável a um senhor de casa que saiu este último tanto quanto a ti. l5Não me é
2 1 .2 x3 3 dc manhã muito cedo, a fim de contratar lícito fazer o que quero do que é meu?
Tb 5.15 operários para sua vinha. Combinou com Ou então o teu olho é mau porque eu
os operários o salário de uma moeda de sou bom*? ,6Assim os últimos serão pri- mcjoji:
Lc 13.30
prata por dia e enviou-os à sua vinha. meiros, e os primeiros serão últimos*.”
3Tendo saído pela terceira hora, viu ou­
tros postados na praça, sem trabalho, 4e Pela terceira vez, Jesus anuncia sua
lhes disse: ‘Ide, vós tambe'm, à minha paixão e ressurreição ( M c I 0 J 2 - 3 4 ; L c
vinha, e eu vos darei o que for justo’. 5Eles 1 8 J I - 3 4 ) . l7Quando estava para subir a

foram. Tendo saído de novo pela sexta Jerusalém. Jesus tomou os Doze à parte
hora, depois pela nona, fez a mesma coi­ e lhes disse no caminho; “ "E is que subi­
sa. 6Pela undécima hora, saiu de novo, mos a Jerusalém, e o Filho do Homem
encontrou outros que ali estavam e lhes será entregue aos sumos sacerdotes e aos
disse: ‘Por que ficastes aí o dia inteiro escribas; eles o condenarão à morte ,9e o u- 9.22
sem trabalho?’ 7‘É porque, disseram eles, entregarão aos pagãos para que o escar­
ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: neçam. o flagelem, o crucifiquem; e, no u 24.7.46:
‘Ide também vós para a minha vinha’. terceiro dia, ele ressuscitará1". ICor 15-4
8Tcndo chegado a tarde, o dono da vinha
disse ao seu administrador: ‘Chama os Ambição e serviço ( M c 1 0 , 3 5 - 4 5 ; L c
Lv 19.13: operários, e entrega a cada um deles o “ Então a mãe” dos filhos de
2 2 2 5 -2 7 ).
»24.15 seu sa|ár;0> começando pelos últimos para Zebedeu aproximou-se dele, com seus fi­
acabar pelos primeiros’. 5Vieram os da lhos, e prostrou-se para fazer um pedido.
undécima hora e receberam uma moeda 2lEle lhe disse: "Que queres?" “ Ordena,
de prata. l0Vindo por sua vez os primei­ disse ela, que no teu Reino estes meus
ros, pensaram que iam receber mais; mas dois filhos se assentem um à tua direita u 22.30
receberam, também eles, uma moeda de e o outro à tua esquerda".” “ Jesus res­
prata cada um. " A o reccbê-la, murmura­ pondeu: “ Não sabeis o que pedis. Podeis
vam contra o senhor de casa: IJ‘ Estes que beber a taça0 que eu vou beber?” Eles Jo ik.ii
, chegaram por último, diziam, só traba- lhe dizem: “ Podemos” . 2}Elc lhes disse:
I lharam uma hora, e tu os tratas como a “ Minha taça, bebê-la-eis; quanto a assen-
j nós, que suportamos o peso do dia e do tar-vos à minha direita e à minha esquer­
j calor intenso’. l3Mas ele replicou a um da, não cabe a mim concedê-lo*1; isto será
deles: ‘ Meu amigo, não estou te preju­ dado àqueles para quem foi preparado
dicando. Não fizeste contrato comigo à por meu Pai” . 24Os dez, tendo ouvido.

j. Aqui terminava provavelmente a parábola original que. tal­ 1. Comparada com os dois primeiros anúncios da paixão e da
vez. se endereçasse aos fariseus, como as de Lc 15. Jesus quer ressurreição (16,21-23; 17.22-23), esta predição fornece porme­
mostrar-lhes que a bondade de Deus ultrapassa os critérios hu­ nores muito mais preciosos: papel dos pagàos. escárnios.
manos na retribuição concebida como um salário devido, sem flagelação. crucifixào.
contudo descambar na arbitrariedade, que nâo leva em conta a m. No relato paralelo, Mc 1035, não é a màe dos fílhos de
justiça; ele convida a nâo se mostrar invejoso perante a libera­ Zebedeu, mas eles mesmos que se apresentam, sozinhos, a Je­
lidade do amor de Deus. sus. No v. 22. as palavras: não sabeis... convêm melhora situa­
k.' Provavelmente acrescentada à paraboia original (v. 15), esta ção descrita por Mc. Hií quem opine quc foi Mc que omitiu a
senfença. que é encontrada alhures e em outro contexto (1930). menção à mãe dos filhos de Zebedeu para simplificar a narrativa
sublinha um traço episódico sobre a ordem da distribuição dos e dar maior realce à resposta de Jesus.
salários (20.8) e corresponde a uma nova situação, a da igreja de n. Esses dois lugares nào são unicamente postos de honra:
Ml. Os pagãos, chamados posteriormente, chegaram antes dos significam uma associação intima à autoridade daquele quc rei­
judeus, chamados em primeiro lugar. Alguns manuscritos acres­ na (cf. I9J28 nota).
centam; Pois u multidão, decerto, é chamada, mas poucos sào o. Beber a taça. Alusão à paixão e crucifixào de Jesus (cf. Mt
eleitos. Esta afirmação, tomada de 22.14. parece supor que os 2639; Mc 1038 nota).
primeiros chamados (os judeus) recusaram a moeda de prata c p. Com efeito, Tiago morTeu mánir por volta de 44 em Jeru­
que só os operários da undécima hora a aceitaram. salém (At 12,2). Quanto a Joào. a tradição que. fundando-se
indignaram-se contra os dois irmãos. nf Entrada messiânica em Jcrusa-
“ Mas Jesus os chamou e lhes disse: lém ( M c 1 1 , 1 - 1 1 ; L c 1 9 , 2 8 - 4 0 ; J o
"Como sabeis, os chefes das nações as 1 2 , 1 2 - 1 6 ) . 'Ao se aproximarem de Jeru­

mantêm sob seu poder, e os grandes, sob salém e chegarem perto de Betfage'v. no
seu domínioq. “ Não deve ser' assim en­ monte das Oliveiras, Jesus enviou dois
tre vós. Pelo contrario, se algue'm quer discípulos", 2dizendo-lhes: "Ide à aldeia
2 3 .li: ser grande entre vós, seja vosso servo. que esta' à vossa frente; cncontrarcis logo
27(2 se a'Suem tlucr ser 0 primeiro entrc uma jumenta amarrada e com ela um
vós. seja vosso escravo. “ Assim c que o jumentinho; desamarrai-os e trazei-os a
Filho do Homem veio, não para ser ser- mim. -’E se algue'm vos disser qualquer
h 2.7 vido, mas para servir e dar sua vida em coisa, rcspondcrcis: "O Senhor* precisa
iTm 2.6 resgate pela multidão*". dela’, e ele os deixara' partir sem demo-
ra,”.4lsto aconteceu para que se cumpris­
Os dois ccgos de Jcricó ( M c 1 0 , 4 6 - 5 2 ; se o que falou o profeta: ' D i z e i à f i l h a d e
” Conio saíssem de Jericó.
L c 1 8 ,3 5 -4 3 ) . S iã o ; E is q u e te u r e i v e m a ti, h u m ild e e

uma grande multidão o seguia. WE eis m o n ta d o n u m a ju m e n ta e n u m ju m e n ti­

9 .27 que dois cegos, sentados à beira do ca­ n h o , filh o de um ‘Os


a n im a l d e ca rga*.

minho. ao saberem que era Jesus quem discípulos foram e, fazendo como Jesus
passava, puseram-se a gritar: “Senhor, lhes prescrevera, 7trouxeram a jumenta e
15.22 Filho de David1, tem compaixão de nós!" o jumentinho; depois dispuseram sobre
31A multidão os repreendia para que se eles suas vestes, e Jesus sentou-se em
calassem. Mas eles gritavam com mais cima*. "O povo. em multidão11, estendeu
força ainda: “Senhor, Filho de David, tem as vestes sobre o caminho; alguns corta­
compaixão dc nós!” ,2Jesus deteve-se, vam ramos das árvores e com eles junca-
chamou-os e lhes disse: “Quc quereis que vam o caminho. ''As multidões que cami­
eu faça por vós?” 3,EIes lhe dizem: “Se­ nhavam à sua frente e as que o seguiam
nhor, que os nossos olhos sc abram”!" gritavam: “ H o x a r u f ao filho de David! 21.15
9.29.30 -^Tomado dc compaixão, Jesus lhes to­ B e n d ito s e ja , e m n o m e d o S e n h o r , a q u e le 23.39-.
cou os olhos. Imediatamente recupera­ no mais alto dos ce'us!" u l3-15
q u e v e n fl! H o s a n a

ram a vista. E eles o seguiram. '“Quando Jesus entrou em Jerusale'm, toda

neste texto. fez dele um mártir, é incontestavelmente posterior. y . Ao contrário de Mc. é o proprietário quem consentirá no
Jesus com discrição, entende permanecer a serviço de seu Pai e pedido de Jesus.
dos homens (cf. igualmente 2 436). z. Citação dc Zc 9.9. com a introdução modificada (talvez
q. Poder-se-ia tambem traduzir: abusam do seu poder sobre segundo ls 62,11) e ligeiras variantes (sobre uma jumenta e
elas; contudo o objetivo desta declaração de Jesus nào é criticar sobre um jumentinho. o filho de um animal de carga, em vez de
o poder político como tai. mas mostrar aos discípulos que este sobre um animal de carga e um fillm tc [aindaj novo). É a en­
não poderia servir de modelo para eles. trada do Rei messiânico cm sua Cidade, fazendo a primeira parada
r. O verbo grego, no futuro, tem aqui valor de um imperativo, sobre o monte das Oliveiras (cf. Zc 14,4): ele a efetua montado,
s. Accrca desta expressão, cf. Ml 26.28 nota c Mc 10.45 nota. não nos corcéis dos ricos e poderosos, mas na cavalgadura dos
Alguns mss. acrescentam um texto semelhante a Lc 14.8-10. patriarcas dc Israel (cf. Gn 49.11: Jz 5.10).
(. A respeito do título dc Jesus. cf. 9.27 nota. a. Preocupado em ver a profecia realizada. Mt não se preocu­
u. O sentido literal da cura física não exclui, aqui. o sentido pa com a inverossimilhança. Outros estudiosos interpretam: Je­
simbólico do acesso à luz da salvação, conforme Mt WJS, quc sus sentou-se sobre as vestes.
cita Is 61.1-3. Este sentido simbólico é manifesto na narrativa b. Lit. a maior parte da multidão.
joanina da cura do cego de nascimento (Jo 9). c. Hosana. Transcrição de uma forma tardia de hoshiarnú (dá
v. Lil. em Betfagé. aldeia situada no flanco oriental do monte a salvação; cf. Sl 118.25, versículo precedente Bendito seja...).
das Oliveiras (cf. Mc ll.l; Lc 19.29); atualmente Kefr-et-Tur. Es­ Inicialmente, grito de apelo (2Sm 14.4: hoshiá dirigido ao rei),
ta menção antecipa a designação da aldeia dc quc se trata em 212 . lançado cm particular no sétimo dia da festa das Tendas, agitan­
w. A fórmula dc cumprimento dus Escrituras (21,4-5) indica do-se ramos (mas também em outras ocasiões, cf. 2Mc 10.6-7).
a intenção de Mt: a entrada triunfal de Jesus cm Jerusalém rea­ este termo tornou-se. talvez já no judaísmo, em todo o caso no
liza a profecia de Zc 9.9. Preparação (21,1-3). entrada (6-9). cristianismo primitivo, uma aclamação cujo destinatário se indi­
efeito produzido (10-11). ca eventualmente (em grego) por um complemento no dativo.
x. Em Mt. é a ünica vez quc Jesus sc designa a si mesmo d. Citação (como em 2 339) dos versículos 25a e 26 do Sl 118,
como Senhor. não raras vezes evocado a propósito da paixão (c da exaltação)
a cidade ficou alvoroçada1': “ Quem é?” , A figueira estéril ( M c 1 1 , 1 2 - 1 4 . 2 0 - 2 5 ) .
diziam; "e as multidões respondiam: "É '*Ao voltar à cidade de manhã cedo, sen­
o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia0’. tiu fome. ” Vendo uma figueira junto do u 13.6
caminho, aproximou-se dela. mas não
Os vendedores expulsos do Templo (M c encontrou nada a não scr folhas. Ele lhe
1 1 ,1 5 -1 9 : L c ,2A
1 9 ,4 5 -4 8 : J o 2 ,1 3 -1 6 ) . disse: "Nunca mais produzirás fruto!" No
seguir, Jesus entrou no Templo e expul­ mesmo instante, a figueira secou1. “ Ven­
sou todos os que vendiam e compravam do isto. os discípulos foram tomados de
no Templo; derrubou as mesas dos cam­ estupefação e disseram: “ Como é que,
bistas e os assentos dos vendedores de no mesmo instante, a figueira secou?"
pombas8. I3E lhes disse: “ Está escrito: 2lJesus lhes respondeu: “ Em verdade, cu
M in h a casa se rá ch a m a d a casa d e o ra ­ vos digo, se um dia tiverdes a fé e não u 17,6:
ção; vós, porem, fazeis dela uma c a v e r n a duvidardes, não somente fareis o que eu 1Cllr 13,2
d c b a n d i d o s 1' ! ” 14Aproximaram-se dele fiz com a figueira, mas até, sc disserdes
cegos e coxos no Templo1, e ele os curou. a esta montanha: ‘ Sai daí c atira-te ao
l5Vendo as coisas prodigiosas que ele mar’ , isto acontecerá"'.“ Tudo o que pe-
acabara de fazer e aquelas crianças que dirdes com fé na oração, recebê-lo-eis". 7.7-1 1;
18.19.
2i,9 gritavam no Templo: “ Hosana ao filho de Jo 14.13.14
David!” . os sumos sacerdotes e os escri­ Os judeus questionam a autoridade de
bas ficaram indignados “ e lhe disseram: Jesus ( M c 1 1 , 2 7 - 3 3 ; L c 2 0 , 1 - 8 ) . g u a n ­
“ Ouves o que eles dizem?” Mas Jesus lhes do ele entrou no Templo, os sumos sa­
disse: “ Sim; nunca lestes este texto: D a cerdotes e os anciãos do povo aproxima­
boca d o s p e q u e n in a s e d a s c r ia n ç a s d e ram-se dele, enquanto ensinava, e lhe
” 17Em
p e i t o p r e p a r a s t e u m l o u v o r p a r a t? ? disseram: “ Em virtude dc que autoridade
seguida, ele os deixou lá e saiu da cidade fazes isso"? E quem te deu tal autorida­
para ir a Betânia. onde passou a noitek. de?" 24Jesus lhes respondeu: “ Também

dc Cristo (cf. Mt 21.42. citando os vv. 22-23). Como João Batis­ i. Os enfermos curados por Jesus, os cegos e os mv<w (cf.
ta já pressentira (Mt 3,11: 11.2-6), Jesus é Aquele-que-vem inau­ 11.4), encabeçam a lista dos enfermos excluídos do sacerdócio
gurar a era messiânica (Hab 2 3 grego; cf. Hb 10.37; Ml 3.1: o levítico (Lv 21.18). bem como a dos excluídos do Templo se­
Scahor vem ao seu santuário, cf. o episódio seguinte). gundo 2Sm 5.8.
e. Lit .fo i sacudida (verbo usado para os terremotos: Mt 27.51; j. Citação do Sl 8 3 . Este salmo constava do rol das "Escritu­
28.4; cf. 8.24; Ap 6,13). Quando Jesus entra em Jerusalém como ras messiânicas” da Igreja primitiva (especialmente o v. 5; cf.
Rei messiânico, a cidade fica abalada, como o fora ao anúncio do Hb 2,6-8; ICor 15.27; Ef 1,22; Fl 3,21; IPd 3,22). Destarte, a
seu nascimento (23): a vida de Jesus é um acontecimento público. citação poderia remeter ao conjunto do Sl e designar Jesus como
f. Somente Mt refere o que as multidões dizem dc Jcsus (cf. o Filho do homem (e não mais como o filh o do Homem. ou seja.
9 3 3 e 1233). Jesus é reconhecido como um profeta (cf. Mt o homem do salmo) coroado de glória e de honra.
16,14; Mc 6.15; Lc 7.16.39; 24.19). sem que se objete a isto a k. Betânia: aldeia situada no flanco oriental do monte das
sua origem da Galiléia. como em Jo 7,52 (cf. Mt 13.57). A Oliveiras, perto da estrada de Jerusalém a Jericó (Ml 26.6; Lc
comunidade primitiva veria nele o profeta (At 3.22-23; citando 10.38; 24-50; Jo 1 l.l). Atualmente El-Cazariie. Por ocasião das
Dt IX.15; cf. Mt 17.5 par.; Jo \ 2 \ : 6.14; 7.40). grandes festas judaicas, os peregrinos costumavam passar a noite
g. O gesto de Jcsus pode ser entendido, ou como um ato dc fora dos muros de Jerusalem.
autoridade que abolia os sacrifícios do Templo, ou como um I. Jcsus condena a figueira por não encontrar nela os frutos
gesto simbólico de purificação do Templo, purificação esperada que dela exige. Contudo, o sentido desta narrativa permanece
pelos judeus desde a profanação por Anlíoco Epifanes (167 a.C.) obscuro. As folhas brilhantes da figueira talvez sejam símbolo
e Pompeu (63 a.C.). ou ainda como um protesto contra o abuso dos vistosos edifícios do Templo, condenados por sua esterilida­
do tráfico dos cambistas e dos comerciantes. Os cambistas ofe­ de religiosa.
reciam aos judeus vindos do estrangeiro oportunidade dc trocar m. Essas palavras também figuram cm 17.20 (cf. nota), onde
seu dinheiro, quer para comprar as oferendas (p. ex. uma pom­ estão melhor contextuadas.
ba). quer para pagar a didracma ou imposto do Templo. Cambis­ n. Os vv. 23-27 levantam dc novo, dc forma polêmica, a questão
tas e vendedores deviam permanecer nos pórticos do átrio dos decisiva da autoridade de Jesus (cf. 7.29; 8.10; 9.6; 28.18). Aqui.
pagãos. ela c apresentada em termos tipicamente bíblicos e judaicos; nâo
h. Jesus restitui o Templo à sua verdadeira função: casa de sc trata de uma autoridade individual considerada em si mesma,
oração (ls 56,7), e não covil de bandidos (Jr 7.11: invectiva dc como a de uma personalidade excepcional, mas da sua fonte:
Jeremias contra o Templo, que cie ameaça de destruição, como quem te deu esta autoridade? Será Deus. Satanás, os homens ou
outrora Shilô). tu mesmo?
eu vos farei uma pergunta, uma só; se sequer vos arrependestes para finalmen­
mc responderdes. tambem eu vos direi te crer nele.
em virtude de que autoridade faço isso.
Jo 1.6.33 25De onde vinha o batismo de João? Do Os arrendatários homicidas ( Mc 12,1-
ce'u° ou dos homens?” Eles ponderavam 12: Lc 20,9 -1 9 ). -'-'"Escutai outra
consigo mesmos: “ Se dissermos ‘ Do para'bolar. Havia um proprietário que
ce'u\ ele vai nos dizer: 'Então, por que plantou uma vinha, cercou-a com uma
21.32: não acreditaste nele?' “ E se dissermos: sebe, cavou nela um lagar e construiu
u 7.3<> *Dos homens’ , devemos recear a multi- uma torre'; depois, arrendou-a a vi­
i4.5-.2 i.46 dão, pois todos consideram João como nhateiros e partiu em viagem. -^Ao apro-
profeta” . 27Então responderam a Jesus: ximar-se o tempo da colheita, ele enviou
“ Não sabemos” . Do mesmo modo disse- seus servos aos vinhateiros para receber
-Ihes ele: “ Tampouco eu vos digo em os frutos que lhe cabiam1. J5Mas os
virtude de que autoridade faço isso". vinhateiros agarraram estes servos; a um 22.6
moeram de pancadas; a outro, mataram;
Os dois filhos. “ “ Que vos parece? Um a outro, apedrejaram0. MEle enviou ainda
Lc i5 .ii homem tinha dois filhos. Aproximando- outros servos, mais numerosos que os
se do primeiro, disse-lhe: ‘ Meu filho, vai primeiros; eles os trataram da mesma
20.1.4 hoje trabalhar na vinha’ . ” Este lhe res- forma. 37Finalmente, enviou-lhes o seu
pondeup: ‘ Não quero’ ; pouco depois, ten­ filho, dizendo: ‘ Eles respeitarão o meu
do-se arrependido'1, ele foi. -'"Aproximan- filho’ . -wMas os vinhateiros, vendo o fi­
do-se do segundo, disse-lhe a mesma lho, disseram entre si: ‘Eis o herdeiro.
coisa. Este lhe respondeu: ‘Ja’ vou, se­ Vinde! Matemo-lo c apoderemo-nos da
nhor’; mas não foi. 3,Qual dos dois fez a herança’ . ■’9Agarraram-no. lançaram-no
vontade do pai?" — "O primeiro", res­ fora da vinha e o mataram'. *Pois bem!
ponderam eles. Jesus lhes disse: “ Em quando vier o dono da vinha, que fará
verdade, eu vos declaro, os coletores de com esses vinhateiros?" 4lEtes lhe res­
impostos e as prostitutas vos precedem ponderam: “ Fará perecer miseravelmen­
no Reino de Deus. ,2Com efeito, João te esses miseráveis, e cederá a vinha em
21,25: veio a vós no caminho da justiça, e vós arrendamento a outros vinhateiros", que
U 7.30
não crestes nele; os coletores dc impos­ lhe entregarão os frutos no tempo devi­
Ix 3.12:
7.29 tos c as prostitutas, pelo contrário, acre­ do"".42Jesus lhes disse: “ Nunca lestes nas
ditaram. E vós, mesmo vendo isto, nem Escrituras:

o. Céu. Isto é. dc Deus (cf. v. 23 nota). t. Ml frisa, como é de seu feitio, a necessidade de dar os frutos
p. Alguns mss. invertem a ordem das respostas nos vv. 29 e da vinha, e não parte deles somente (Mc 12.2; Lc 20.10). segun­
30. do sua perspectiva habitual (cf. Mt 7.16*20; 1233 com 1x 6.43*
q . Mesma palavra em 21.32 e 27,3. 44); com isto se demonstra a fidelidade à Aliança (cf. 21.41-43;
r. Eis uma possível reconstrução da história desta parabola. Sl 1.1.3).
Na boca de Jesus, a história visava à sorte da vinha (21.41; cf. u. Cf. Mt 2337.
Mc 12,9); a tradição pré-sinótica concentrou a atenção na sorte v. A ordem dos acontecimentos segundo Mt e Lc (lançar fora
do Filho, acrescentando a citação do Sl 118 e das alusões - matar) não deve ser o resultado dc uma correção do texto dc
escriturísticas (21,42.44); finalmente. Mt deixou claro que o Mc (que traz a ordem: matar - lançar fora): para que dois auto­
advento do novo povo (21.43) esta ligado ao destino dAquele res. comumente considerados independentes um do outro, che­
que fala e deve ser condenado à morte, mas ressuscitara'. Portan­ gassem a um resultado idêntico, teria sido preciso que se apoi­
to. quem não quiser ser esmagado pela pedra angular deve de- assem numa representação comum, fato que as referências por
ciarar-se a favor dele. A parabola. depois de uma introdução vezes alegadas (Jo 19.17: Hb 13.12) nào respaldam. Esta ordem
(21 >33). está estruturada em duas partes: o senhor da vinha, frus­ corresponde aos ritos que regulamentavam as execuções dos con­
trado quanto ao produto da mesma, apesar das reiteradas dele­ denados à morte, notadamente as dos blasfemadores (Lv 24.
gações dc seus servos e do envio derradeiro do seu filho (2134- 14-16; cf. At 7.58). Outra interpretação: ver Mc 12.8 nota.
39). vai confiá-la a outros vinhateiros que a farão produzir frutos w . Já que a vinha não designa o povo histórico de Israel, mas
(21.40-44). o Reino de Deus. os vinhateiros. com toda a verossimilhança,
s. A citação de Is 5.2, inspirada no texto grego, desvia a aten­ não sào os chefes, mas o conjunto de Israel. Os outros serão
ção para o amor do proprietano por sua vinha; é possível que. especificados em 21,43.
tal como esUí. ela nào pertença à parabola original (cf. Lc 20.9). x. Lil. a seu tempo.
ai 4.M; A pedra que os construtores rejeituram mais cevados já foram degolados, tudo
ip<i 2.7 ^ (^UÍ, se t()rnou pe(jra angular; está pronto, vinde às núpcias’. 5Mas eles,
isto é obra do Senhor, sem fazer caso, foram-se um para seu
coisa admirável para nossos olhos*? campo, outro para seu negócio; ‘os ou­
■“ Por isso eu vos digo: o Reino de Deus tros, agarrando os servos, maltrataram- 2 i„v>
vos será tirado, e será dado a um povo -nos e os mataram. 70 rei enfureceu-se;
quc produzirá frutos'. "Aquele que cair enviou suas tropas, fez perecer os assas­
Dn 2.34. sobre esta pedra ficará quebrado, e sobre sinos e incendiou-lhes a cidadcr. “Então,
35.44.45 qUem e]a cajr> 0 esmagara*." 45Ao ouvi­ ele disse a seus servos: ‘O banquete está
rem esta parábola, os sumos sacerdotes e preparado, mas os convidados não eram
os fariseus compreenderam que Jesus dignos dele. 9lde, pois, às saídas dos
falava deles. ‘ ‘Procuravam prendê-lo, mas caminhos* e convocai para o banquete
14.5:21.26 tiveram medo das multidões, pois elas o todos aqueles que encontrardes’. l0Estes
16.14 :21.11: . , , .
lc 7 ,i6: con sid eravam com o profeta. servos partiram pelos caminhos e reuni­
24.19; ram todos os que encontraram, maus e
y.n O festim nupcial (Lc 14,15-24). 'E bonsh. E a sala do banquete ficou cheia
Jesus tornou a falar-lhes em de convivas. "Tendo entrado para obser­
parábolas11: J"Sucede com o Reino dos var os convivas, o rei avistou ali um
ce'us o mesmo quc com um reic que deu homem que não trajava a veste nupcial1.
um banquete para as núpciasd do seu fi­ ,2‘Meu amigo, disse-lhe, como entraste
lho. 'Ele mandou seus servos chamarem aqui sem a veste nupcial?’ Ele ficou
os convidados' às nüpcias. Mas eles não calado. IJEntão o rei disse aos servido­
quiseram vir. 4Ele mandou ainda outros res: 'Lançai-o, de pe's e mãos atados, nas *,i2 : 25.30
servos com o encargo de dizer aos con­ trevas, fora: lá haverá choro e ranger dc u- i.uk
vidados: ‘Eis que eu preparei o meu dentes1.’ l4Pois a multidão e' chamada, mas
banquete, os meus touros e meus ani­ poucos são os eleitosk.”
y. Esla citação literal do Sl 118.22-23, segundo o texto grego, esperar a convocação, isto c\ o sinal que lhes anunciasse que as
orienta a paraboia original num sentido cristológico. O leitor festas estavam para começar.
cristio ja nào se vê simplesmente diante do anuncio da mone de f. Provável alusão à destruição de Jerusalém pelos romanos
Jesus mais do que para o destino do Reino, o seu interesse se cm 70: a narrativa paralela de Lc 14.21 a ignora; pode-se pensar,
volta para a obra admirável dc Deus. que ressuscitou seu Filho. ou que os vv. 6 e 7 de Ml foram acrescentados à parábola depois
z. Versículo peculiar a Mt e sem duvida pre'-mateano (Reino da destruição de Jerusalém, ou que toda a parábola tomou forma
de Deus, frutos a serem produzidos). Povo nâo designa as na­ depois de 70.
ções pagãs (ethnos, no singular, raro: cf. 24.7: perspectiva pró­ g. É provável não se tratar de encruzilhadas no interior da
pria dc Mt. segundo a qual a Igreja é quc toma o lugar de Israel): cidade ou das aldeias, mas de pontos dc junção, no exterior da
provavelmente, ele não é identificado com a nação santa (IPd cidade, das diversas estradas ou veredas oriundas do campo: em
2.9) (pois neste caso. usa-se laós)\ é a geração nova (cf. Jr 7.28- Nm 34,4-6. a palavra tem o sentido de limite exterior de um
29) dos crentes. território. Este pormenor do texto insiste na universalidade do
a. Embora ausente de certas versões e manuscritos importan­ ultimo convite às bodas.
tes. este versículo, atestado por todos os demais manuscritos, é h. Estas palavras aludem, quer ao fato de bons e maus se
muito provavelmente autêntico. acharem misturados no Reino, antes do juízo final (cf. 13.37-
b. A parábola a seguir sd tem paralelo em Lc (14.16-24): aliás, 43). quer. mais provavelmente, à graça de Deus, que convida à
os dois textos sâo lão diferentes que há quem duvide tenham alegria do Reino todos os homens, e muito especialmente os
eles origem no mesmo relato. Contudo, apesar das diferenças, pecadores (cf. 9.9-13).
trata-se de fato. em Mt e Lc, da mesma parábola, com a mesma L A respeito dos vv. 11-14. cf. 22,1 nota. Seria esta veste
pont» polêmica. A conexão dos vv. 11-13. próprios de Mt. com nupcial o símbolo da fé. da alegria da salvação ou da justiça,
o que precede é difícil. Quanto ao v. 14. serve melhor de con­ isto é, das boas obras cuja importância Mt sublinha continua­
clusão aos vv. I a 10, do que aos vv. 11-13. mente (5,16-20; 7.21-22)? O contexto recomenda esla ultima
c. Lit. um homem rei. O AT e o judaísmo tinham o hábito de interpretação. O convite de Deus é gratuito, mas é também exi­
falar de Deus como dc um rei. gente.
d. Lit. bodas, no plural, porque as festividades estendiam-se J. Cf. 8,12 nota.
por vários dias. Como utntas vezes na Bíblia. as bodas são aqui k. Antes que uma alusão aos judeus, convidados primeiro à
o símbolo da ategre e definitiva comunhão de Deus com o seu salvação, mas agora excluídos por recusarem Cristo, este v.
povo (cf. Mt 25.1-12). Nesta parábola, o acento não é posto no enigmático talvez seja uma advertência, de acordo com os vv.
fithn. mas na recusa do convite pelos primeiros convidados. 11-13. visando aos que abusam do convite gratuito de Deus e
e. Eles tinham sido convidados com antecedência e deviam são finalmente rejeitados, postos fora do Reino.
O tributo a Ccsar (Mc 12,13-17; Lc 20- a viúva para dar uma descendência an Gn 3x.x
20-26). l!Então os fariseus saíram e fize­ irmãtfl.a Ora, havia entre nós sete irmãos.
ram um plano, a fim dc apanhá-lo numa O primeiro, que era casado, morreu; c
cilada, fazendo-o falar. l6Enviam-lhc seus como não tivesse descendência, deixou a
discípulos, com os hcrodianos',para lhe mulher para seu irmão: “ igualmente o
dizer: “ Mestre, sabemos que és sincero e segundo, o terceiro e assim ate' o sétimo.
ensinas os caminhos"1 dc Deus com toda 27Finalmente, depois de todos eles, mor­
a verdade, sem deixar-te influenciar por reu a mulher. “ Pois bem! Na ressurrei­
quem quer que seja, pois não fazes acep­ ção, de qual dos sete será mulher, já que
ção de pessoas. l7Dize-nos, pois, qual é todos a tiveram?" wJesus lhes respondeu:
o teu parecer: É permitido pagar o tributo" “ Estais no erro. porque não conheceis
a César, sim ou não?” '"Mas Jesus, per- nem as Escrituras nem o poder de Deus'.
cebendo-lhe a malícia, disse: "Hipócri­ “ De fato, na ressurreição, as pessoas não
tas! Por que mc armais uma cilada? casam nem são dadas cm casamento', são
'"Mostrai-me a moeda que serve para como anjos1 no céu. 3‘E quanto à ressur­
pagar o tributo"” . Eles lhe apresentaram reição dos mortos, não lestes a palavra
a moeda de prata. 2"Ele lhes disse: “ De que Deus vos disse: i2Eu sou o Deus de
quem são esta efígie e esta inscrição?” Ahraão, o Deus de Isaac e o Deus de
Rm i3.7 2lEles responderam: “ De Ce'sar” . Então Jacó"? Ele não é o Deus dos mortos, mas
ele lhes disse: "Dai. pois, a Ce'sar o que dos vivos'” . wAo ouvirem isto. as multi­
e' de Ce'sar, e a Deus, o que é de Deus". dões ficavam impressionadas com o seu 7.2«: . : 1354
22A essas palavras, eles ficaram estupe­ ensinamento. Mt ,UK
fatos e, deixando-o, se retiraram.
O maior mandamento (Mc 12,28-34; Lc
Na ressurreição dos mortos (M c 12.18- 10,25-28).14Ao saberem que ele fechara a
27; Lc 20,27-28). “ Naquele dia. aproxi­ boca dos saduceus, os fariseus rcuniram-
maram-se dele alguns saduceus. Os sa- -sc. “ E um deles, um legista, perguntou-
ai 23.8 duceus dizem que não há ressurreiçãop. -Ihe para o pôr à prova” : ■'‘ “ Mestre, qual é
Eles lhe propuseram a seguinte questão: o grande mandamento da Lei?” -"Jesus de-
“ "Mestre. Moise's disse: Se alguém mor­ clarou-lhe: "Amarás o Senhor teu Deus D16.5
rer sem ter fillios, seu irmão desposará de todo o teu coração, com toda a tua (,s 22-5)

I. Cf. Mc 3.6 nota. Partidários da família reinante dc Herodes. costume, igualmente praticado pelos hiiitas e assírios, diminuíra
os herodianos eram favoráveis aos romanos e. por conseguinte, a partir de quando as filhas passaram a poder herdar (Nm 36).
adversários dos zelotes. Os fariseus, por seu lado. consideravam r. Cf. Mc 12.24 nota.
a presença romana como um castigo de Deus e insistiam na s. Lit. não se casam (diz-se do homem) nem são dadas em
piedade pessoal (cf. Salmos de Salonulo). casamento (diz-se da mulher). Cf. 24,38.
m. Os caminhos traçados por Deus. ou talvez os caminhos que t. A expressão ser a m o anjos não tende de forma alguma a
levam a Deus. depreciar o casamento (cf. 193-9). mas significa, neste passo,
n. Além dos impostos indiretos (pedágios, alfândegas, taxas não ter outra preocupação, a não ser servir e louvar a Deus (cf.
inumeráveis), as províncias pagavam ao Império romano o tri­ Mt 18.10).
buto. que era o mesmo para todos os judeus; sò as crianças e os u. Ex 3.6.15.16.
anciãos eMavam isentos; ele era considerado como sinal infamante v. Ao contrário dos saduceus que ironizam o problema da sobre­
da sujeição do povo a Roma; os zelotes proibiam que seus par» vivência dos mortos. Deus interessa-se pelos vivos; é o que mostra
tidários o pagassem, a citação dc Ex 3j6; Deus revelou-se a Moisés como o Deus dos
o. Lit. a moeda do tributo. primeiros pais. o Deus vivo que conduz a historia dos vivos.
p. Os saduceus atinham-se à lei escrita, principalmente ao w. Mesmo verbo que “armar cilada” cm 22.18. Em M t.os vv.
Peniateuco. onde julgavam não encontrar a afirmação da ressur­ 35-40 fazem parte dc um grupo de narrativas de conflitos entre
reição. A formulação deste v. dá a entender que Jesus, como o Jesus e seus adversários. Em Mc e Lc. o caráter polêmico é
redator dc Mt. tinha mais afinidade com o ambiente farisaico. menos acentuado (cf. Lc 10.25 nota). A originalidade deste su­
q. A prática do levirado (do latim levir= cunhado), fundamenta­ mário evangélico da lei não está nas idéias de amor a Deus e ao
da no Dt 25*5-10 (mas proibida por Lv 18.16 e 20,21). segundo próximo conhecidas no AT (Lv 19.18; Dt 6.5). mas no fato de
a qual um cunhado desposa a viuva do próprio irmão, caso este Jesus assimilar um ao outro, dando-lhes igual importância c.
não deixe filhos, linha a finalidade de perpetuar o nome da fa­ sobretudo, na simplificação e concentração de toda a lei nestes
mília e garantir um herdeiro para o defunto. A importância deste dois mandamentos.
alma e com todo o teu pensamento'. •'"Eis vos disserem, mas não vos reguleis por Ml 2.7.X

o grande, o primeiro mandamento. -wUm seus atos, pois eles dizem e não fazem.
L» ly.is segundo é igualmente importante5: Ama- ■‘Amarram pesados fardos1 e impõem-nos
rá'v0 teu Prt>x'mo como o tim esnu/.40Des- aos ombros dos homens, ao passo quc
Rnt13.9; ses dois mandamentos dependem toda a eles mesmos se negam a movê-los com
^Fg5;14;
2,n)
Lei e os Profetas". o dedo. 5Fazem todas as suas orações para
7.12; se fazer notar pelos homens. Alargam as 6.1.5
Rm i3.io q c Penhor de David (Mc 12,35- suas filactérias^e alongam suas franjas*. Nm 15 3 * 0 9

37; Lc 20,41-44). 4lEstando os fariseus ‘ Gostam de ocupar os lugares de honra Lc 14,7

reunidos, Jesus lhes fez a seguinte nos jantares e os primeiros assentos das
pergunta*: ""Q u e lhes parece a respeito sinagogas, 7de scr saudados nas praças
do Messias? Dc quem é ele filho?" Eles públicas e de se fazer chamar dc ‘ mes­
Jo7,42 lhe responderam: ” De David” . 43Jesus tre’ pelos homens. "Quanto a vós, não
2Sm 23.2 lhes disse: “ Como é então que David, vos façais chamar de ‘ mestre’ : porque
inspirado pelo Espírito, o chama Senhor, tendes um só Mestre e sois todos irmãos1.
quando diz: ’ A ningue'm na terra chameis de vosso
ai 234.35: 44O Senhor disse a meu Senhor: ‘ Pai’ : porque sd tendes um, o Pai celes­
IC°Mb5n 3 Senta-te à minha direita te. '“Tampouco vos façais chamar de
até que eu tenha posto os teus inimigos ‘ doutores’ : porque sd tendes um Doutor,
debaixo de teus pésb? o Cristo. "O maior dentre vós será vosso 20.26.27;
Mc 9 3 5 :
45Se, pois. David o chama de Senhor, servo: l2todo aquele que se exalta será 10.43.44:
como pode ser ele seu filho?” humilhado, e todo aquele que se humi­ Lc 9,4X:
22,26
■“ Ningue^ foi capaz de lhe responder lha será exaltado. I3Ai de vósj,escribas e
Jó 22.29:
uma palavra. E , desde aquele dia, nin- fariseus hipócritas, vós que trancais a Pr 29.23;
Ez 2 1 3 1 :
gue'm mais ousou interroga'-loc. entrada do Reino para os homens! Vós
Lc 14 ,11:
mesmos, dc fato. nele não entrais, c não 18.14
n q Invcctivas contra os fariseus (Mc deixais entrar os que o desejariam! [I4k]
* * * 12,38-40; Lc 20,45-47; 11,39-52). lsAi de vós. escribas e fariseus hipócri­
'Então Jesus dirigiu-se às multidões c a tas. vós que percorreis mares e continen­
seus discípulosd: 2“ Os escribas e os fari­ tes para granjear um só prosélito'. e,
seus estão sentados na ca'tedra de Moi- quando o conquistais, o tornais duas
se's'; 3fazei, pois. e observai tudo o que vezes mais digno da geena"1 do que vós!

x. A respeito dcsla ultima palavra, cf. Lc 10.27 nota. f. Fardos: expressão judaica para designar o conjunto das pres­
y. Lit. semelhante. A simiiitude diz respeilo nâo à identidade, crições legais, cujos guardas eram os escribas (cf. 1130).
mas à igual natureza e importância dos dois mandamentos, que g. FUactérias: pequenos estojos que continham uma reprodu­
não são intermuuíveis. como se amar o próximo eqüivalesse a ção de texios essenciais da lei (Ex 13,1-10; 13,i 1-16; Dt 6.4-9:
amar a Deus e vice-versa (cf. todavia 25.40 nota). 11,13-21); os judeus os atavam ao braço esquerdo ou sobre a
z. As palavras como a ti mesmo significam: é preciso amar o testa.
próximo totalmente, de urdo o coração. Disso nào se deve en­ h. Franjas: cf. 9.20 nota. Todos os judeus as usavam, mas os
tender uma recomendação a amar primeiro a si mesmo, para fariseus lhes exageravam o tamanho, por ostentação.
depois ou igualmente amar o próximo. i. Esses versículos não proíbem aos discípulos exercerem um
a. Acerca do conjunto dos vv. 41 a 46. cf. Mc 1235 nota. ministério de mestre ou catequista. e sim usurparem uma auto­
b. Isto é: à tua mercê (cf. Sl 110,1). ridade que só pertence a Cristo e a Deus.
c. Este v. serve de conclusão às três controvérsias que prece­ j. Ai de vós! Esta fórmula nâo exprime tanlo uma maldição,
dem (cf. Mc 1234 e Lc 20,40). quanto uma dor profunda, ou uma indignação que chega às raias
d. No cap. 23. o evangelista reuniu palavras dc Jesus dteis à da ameaça profética (cf. 11.21; 18.7; 24.19; 26,24).
polêmica de sua Igreja contra a sinagoga do seu tempo, que era k. Certos mss. introduzem aqui um versículo cujo conteúdo
de obediência farisaica. É possível distinguir: um retrato dos lembra Mc 12.40 e Lc 20.47. mas que nào se adapta bem neste
escribas e dos fariseus (1-12). lamentações a respeilo deles (13- contexto: Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, vós que
31). duas invcctivas (32-33) e um anuncio terrível do julgamen­ devorais os !>ens das viúvas e fazeis ostentação de longas pre­
to a que serão sujeitos os interlocutores de Jesus (34-36). ces: por causa disso sofrereis a mais rigorosa condenação.
e. A cátedra de Moisés: a autoridade oficial. Jesus reconhece I. O prosélito cra um pagão convertido à fé judaica; aqui. à fé
a autoridade dos escribas que. geralmente, pertenciam ao partido judaica de estrita observância farisaica.
dos fariseus. m. Lit. dele fazeis um filho da geena.
2 3 24 - l<A' v®s- 8u'as cegos, vós que dizeis": de toda a espécie. 280 mesmo se dá con­
Rm2 .19 ‘Se alguém jura pelo santua'rio, isso não vosco: por fora ofereceis aos homens a
tem valor; mas se alguém jura pelo ouro aparência de justos, enquanto por dentro u- ió. is
do santuário, fica obrigado'. l7Insensatos estais repletos de hipocrisia e iniqüida­
e cegos! Que é mais importante, o ouro de. MAi dc vós, escribas e fariseus hipó­
ou o santuário que tornou sagrado esse critas. que edificais os sepulcros dos pro­
ouro? l8Dizeis ainda: ‘Se alguém jura fetas e decorais os tümulos dos justos'we
pelo altar, isso não tem valor, mas se dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo
alguém jura pela oferenda depositada dos nossos pais, não teríamos sido seus
sobre ele, fica obrigado’. l9Cegos! Qi ; é cúmplices em derramar o sangue dos
Ex 29.37 que tem mais importância, a oferenda ou profetas. 3lAssim dais testemunho contra
o altar que toma sagrada esta oferenda? vós mesmos: sois filhos daqueles que At 7.52
“ Assim, quem jura pelo altar jura por assassinaram os profetas! 32Pois bem!
ele e por tudo o que está sobre ele; 2lquem Acabai de encher a medida dos vossos
ir s s.i3: jura pelo santuário jura por ele e por pais“! 35Serpentes. crias de víboras, como 3 .7 ; 12 .34 -.

Aquele que o habita; “ quem jura pelo poderíeis escapar do castigo da geena? u 3-7
m i 5.34: céu jura pelo trono de Deus e por Aque- MPor isso, eis que eu vos envio profetas, At 7,52:
Al 74'J le que nele está sentado. 23Ai de vós, sábios e escribas’'. A uns matareis e cru- ITs 2,15
escribas e fariseus hipócritas, que pagais cificareis, a outros flagelareis nas vossas
Lv 27.30 o dizimo da hortelã, do funcho e do sinagogas e perseguireis de cidade em 10.23
cominho0, enquanto descuidais o que há cidade, 35para que recaia sobre vós todo
Mq s.* de mais grave na Lei: a justiça, a mise­ o sangue dos justos derramado sobre a
ricórdia e a fidelidade1’; é isto que era terra, desde o sangue de Abel, o justo, Gn 4.*;
preciso fazer, sem omitir aquilo. 24Guias até o sangue de Zacarias, filho de Bara- Hb 114
2 j'[£ cegos, que filtrais o mosquito e engolis o quiasw, que vós assassinastes entre o san­
Rm2,i9 camelo! 23Ai de vós, escribas e fariseus tuário e o altar. “ Em verdade, eu vos
Mc 7.4 hipócritas, porque purificais o exterior da digo. tudo isto recairá sobre esta geração*.
taça e do prato, quando o interior está
repleto dos produtos^ da rapina e da in- Lamentação sobre Jerusalém (L c 13,
jo 9.4<> temperança. 26Fariseu cego! purifica pri­ 3 4 -3 5 ). 37“Jerusalém. Jerusalém, tu que
meiro o interior da taça', para que tam­ matas os profetas e apedrejas os que te ai h *.
bém o exterior se torne puro. 27Ai de vós, são enviados, quantas vezes, eu quis reu- ITs 215
escribas e fariseus hipócritas, que sois nir os teus filhos como uma galinha re­
ai 2 3 .3 semelhantes a sepulcros caiados*: por fora úne seus pintinhos sob as asas, e vós não
têm bela aparência, mas por dentro estão quisestes! “ Pois bem! Vossa c a s a s e r á ir* 9 .7 .x:
cheios de ossadas de mortos e impurezas d e i x a d a d e s e r t a 1. ^Pois eu vo-lo digo, l4-4n
n. Os vv. 16 a 22 não criticam o principio de fazer votos, mas expiatórios cm memdria dos antepassados notáveis perseguidos
a casuística farisaica que torna hipócriiu a sua pratica, ao mesmo pelo povo.
tempo que orienta a piedade para prescrições secundárias, pos­ u. Expressão irônica, que provavelmente visa à morte de Jesus,
tergando os mandamentos principais da lei. Tal é o sentido do v. Ao evocar essas três categorias dc chefes espirituais judeus
v. 23. (cf. Jr 18.18). Jcsus alude a seus próprios enviados.
o. Os fariseus tinham estendido a pratica tradicional do dizimo w . Esses dois homicídios são o primeiro e o ultimo mencio­
(cf. Dt 14.22) aos produtos mais insignificantes da terra. nados pela Bfolia hebraica, provavelmente usada por Jesus. Na
p. Lit. u fé, no sentido dc fidelidade às prescrições fundamen­ realidade, Zacarias era filho de loiadá (2Cr 24,20-22). Foi assas­
tais da lei (cf. Jr 5,1; Rm 3,3; Gl 5,22). sinado no santuário, estando ainda fora da área de proteção do
q. repleto dos produtos traduz a preposição ck (provenientes altar,
de). x. Cf. 1023 nota.
r. Certos manuscritos acrescentam: ç do prato. y. Esta exclamação parece implicar diversas vindas dc Jcsus a
s. Os túmulos palestinos eram pintados de branco para evitar Jerusalém durante o seu ministério, como afirma o quarto evan­
que fossem tocados de noite e. por isso, as pessoas ficassem gelho.
obrigadas a ritos de purificação, z. Alguns manuscritos omitem a palavra desenn (cf. Jr 12.7>
t. Parece que os judeus construíam espécies de monumentos O sentido é o mesmo (Jr 22.5).
doravante não me vereis mais, ate' que Ficai atentos! Não vos alarmeis: e'preci­
Mc n.io; digais: Bendito seja em nome do Senhor so que isto aconteça', mas ainda não é o
^ 19,38 aquele que vem"“. fim. 7Pois, levantar-se-ão nação contra
nação e reino contra reino; haverá em
q j Anúncio da destruição do Tem- diversos lugares fomes e terremotos11. *E
^ pio ( M c 1 3 , 1 - 4 ; L c 2 1 5 - 7 ) . ‘Jesus tudo isso sera' o começo das dores do
saíra do Templo e estava indo embora. partoh.9Então, entregar-vos-ão à aflição1, 10 . 17.23
Seus discípulos adiantaram-se, a fim de matar-vos-ão, sereis odiados por todos ]° ^
chamar-lhe a atenção para as construções os pagãos por causa do meu nome; loe Jo is.ih
do Templob.íTomando a palavra, ele lhes então muitos sucumbirão1; entregar-se-ão
disse: “ Estais vendo tudo isso, não é? uns aos outros, odiar-sc-ão entre si. "Su r­
u 19.44 Em verdade cu vos declaro, aqui não girá uma multidão de falsos profetas11 e
ficará pedra sobre pedra: tudo será des­ induzirão em erro muitos homens. IJDe-
truído” . 3Estando ele assentado, no mon­ vido à crescente iniqüidade, o amor es­
te das Oliveiras, os discípulos adianta­ friará na maioria; '-'mas quem perseverar
ram-se para ele, à parte, e lhe disseram: até o fim, este será salvo. IJEsta Boa Nova 10,22
“ Dize-nos quando isto acontecerá e qual do Reino será proclamada no mundo 2*.i9
13.39.40.49 será o sinal da tua vindac e do fim do inteiro1; todos os pagãos terão nisto um
28'20 mundod!” testemunho. E então virá o fim". .* 101
O começo das dores (Mc 13,5-13; Lc A grande tribulação (Mc 13,14-23; Lc
21,8-19). ■‘Jesus respondeu-lhes: “ Tomai 21,20-24). l!“ Quando, pois, virdes insta­
cuidado para que ningue'm vos induza em lado no lugar santo o Abominável De- iMc 1.54;
erro'.5Pois muitos virão assumindo o meu vastador", de quem falou o profeta Daniel 6,7
jo 5.43 nome; eles dirão: ‘O Messias sou eu’ , e — que o leitor compreenda0! — ."'então,
induzirão em erro muita gente. ‘ Ouvireis aqueles que estiverem na Jude'iap fujam
falar de guerras c rumores de guerras. para as montanhas; ,7quem estiver no

a. Aclamação messiânica (irada do Sl 118,26 (cf. Mt 21.9 i. Essas aflições ou tribulações. características dos últimos
nota). Alusão, quer à paixão de Jesus e ao fim do seu ministério tempos, designam aqui perseguições (cf. Mt 13.21). antes que
publico, quer à sua morte e ao seu regresso glorioso. sofrimentos pessoais em prol do Evangelho (2Cor 1,4; 2,4; 6.4)
b. O novo Templo de Jerusalém, que seria inaugurado em 60. ou acontecimentos políticos ou cósmicos (Ap 7.14).
estava então em vias de acabamento (cf. Jo 2.20). j. Lit. serão escandalizados (cf. 5,29 nota),
c. Lit. da tua palavra. Esta palavra designa a vinda do Filho k. Mt compraz-se cm frisar a atividade dos falsos profetas
do Homem no fim deste mundo; o mesmo termo encontra-se em que. desde o fim do séc. I. perturbava profundamente a Igreja
Mt 24.273739: ICor 15,23: ITs 2,19 etc. (Mt 7.15; 24,24; cf. Uo 4.1).
d. A questão dos sinais do fim deste mundo era clássica no I, Lit. em toda a terra habitada (cf. Rm 10,18). A pregação do
judafsmo do tempo de Jesus. Três temas estão intimamente as­ Evangelho às nações pagãs é apresentada aqui como razão de
sociados neste capítulo: a destruição de Jerusalém, o fim deste ser e cumprimento da história.
mundo e a vinda gloriosa do Pilho do Homem. Jesus previne m. Isto é. o fim da economia aiual e a instauração definitiva do
contra a preocupação dos sinais precursores e inculca a vigilân­ reino de Deus. Mesma palavra com mesmo sentido: 10.22; 24,6.13.
cia na espera do Filho do Homem que vem (2430). n. iÀ\. abominução da desolação. Em Dn 9,27; 1131; 12,11,
e. Este verbo, que também se pode traduzir por seduzir ou in­ esta expressão alude à profanação do Templo de Jerusalém por
duzir em erro, pertence à terminologia apocalíptica judaica. Faz Antíoco Epífanes em 167 a.C. No tempo da Igreja, designa quer
aluslo a seduções (messiânicas: Mt 24,5.11.24, diabólicas ou o diabo. que o Anticristo. quer as traições e apostasias que ca-
políticas: Ap 2,20; 12.9; 13.14 e doutrinais: Uo 1.8; 2,26; 3,7). racterizarâo os líltimos dias.
f. Cf. Dn 2.28. Esta necessidade (e'preciso...) não depende de o. Ao sublinhar a importância das palavras que precedem, este
nenhuma fatalidade, nem de empreendimentos humanos, mas do inciso mostra que o intento desta passagem não é tanto descre­
desígnio de Deus. ver acontecimentos compreensíveis a todos, mas informar os
g. Temas apocalípticos tradicionais (cf. 2Cr 15.6; Is 19.2-6.17). crentes sobre um porvir quc só a fé pode esperar.
h. Ao adotar a imagem das dores do parto do AT (Is 13,8; Os p. Possível alusão, não a judeus contemporâneos da tomada de
13.13 etc.). Jesus ressalta o caráter inelutável do que deve acon­ Jerusalém em 70, nem a judeus moradores da Judéia por ocasião
tecer. Suas palavras podem ser compreendidas mais precisamen­ da vinda do Filho do Homem, mas a discípulos dc Jesus, isto é.
te, quer referindo-se ao inicio das dores, que ainda não sào o fim cristãos no momento do juízo final. O termo Judéia assumiria
<é o sentido aqui. provavelmente), quer ao começo do fim. então então um significado simbólico: ncm sequer a terra da promessa
apresentado como iminente. (a igreja?) podera escapar ao julgamento.
u 17.31 terraço do teto não desça para levar o desses dias, o sol escurecerá, a lua não E í 32.7;
Jl 2.10:
que tem cm casa; '"quem estiver no cam­ mais brilhará, as estrelas cairão do céu 3.4: 4.15:
po não volte atras, a fim de pegar seu e as potências celestes serão abaladas". Ap 6.12
Ag 2.6.21:
manto. l9Ai das que estiverem gnívidas e •'“Então aparecerá no céu o sinal do Filho Ap 6.13
das que amamentarem naqueles dias! do Homem*; então, todas as tribos da Zc 12.10.14:
Ap 1.7
2"Orai para que não tenhais de fugir no terra baterão no peito: e elas verão o
inverno, nem num dia de sacado". 2,De Filho do Homem vir sobre as nuvens do
ji 2.2: fato. haverá então uma grande aflição, céu na plenitude do poder e da glória5. 16.27
Ap 7,IJ tal como não houve desde o começo do JIE ele enviará seus anjos com a gran­ 13.41
ls 27.13:
mundo até agora' e nunca mais haverá. de trombeta, e, dos quatro ventos, de ICor 15.52:
“ E se esses dias não fossem abreviados, uma extremidade dos céus à outra, ITn 4.16
ninguém'teria a vida salva; mas por cau­ eles reunirão seus eleitos'. “ Compreen­
sa dos eleitos, esses dias serão abrevia­ dei esta comparação tomada da figuei­
dos1. r’Então, se alguém vos disser: ‘ O ra: mal os seus ramos ficam tenros e
24.5.11: Messias está aqui!’ ou então "Ele está suas folhas começam a brotar, reco-
Uo 2.ix a | j , . n 3 o {jc js cr<fditc>. MDe fato, levan- nheceis que o verão está próximo. ^ A s­
tar-se-ão falsos messias" e falsos profe­ sim também vós, quando virdes tudo isto,
Dt 13.2-4: tas e produzirão sinais formidáveis e sabei que o Filho do Homem*está próxi­
2Ts 2.9.10: prodígios, a ponto de induzir em erro, se mo, às vossas portasb. uEm verdade, eu
Ap 13.13.14
fosse possível, até os eleitos. “ Eis que vos digo: esta geração não passará sem 16.2X
vos preveni! que tudo isto aconteça*. ,sO céu e a terra 5.IK:
Lc 16.17
passarão, mas as minhas palavras não
A vinda do Filho do Homem (Mc 13, passarão.
“ "S e pois
2 4 -3 1 ; L c 1 7 ,2 3 - 2 4 : 2 1 ,2 5 - 3 1 ) .
vos disserem: ‘ Ei-lo no deserto’ , não Ninguém conhccc o dia: vigiai! (Mc
vades para lá. ‘ Ei-lo cm lugares reti­ 13,3235; Lc 17,26-27.34-35; 12,39-40).
rados!-, nâo deis crédito. 27De fato, as- 3‘ "M as este dia e esta hora. ninguém os Al 1.7:
lTs 5.1.2
24.37.39: sim como o relâmpago parte do oriente conhece, nem os anjos do céu, nem o
219
ICor 15.23:
iTn . :
.... , .J .
c brilha ate o ocidente, assim sucedera
..
Filho, ninguém senão o Pai, e só eled.
3J,; j-jji na vinda do Filho do Homem. “ Onde -17Tai como foram os dias de Noe', assim
22
Ts ,i.x: quer que esteja o cadáver, ali se reunirão será a vinda do Filho do Homem; “ pois Gn 6.9.12
24.27.39;
2pa*3A i 2: os abutres*. ” Logo depois da tribulação assim como, naqueles dias antes do dilií- ICor 15.23:
Uo 2.2X
q. Esta menção ao sábado. própria dc Mt. inclina a situar esta expressões fazem pane de coleções tradicionais de textos que
instrução num ambiente judeu-cristâo. serviam para fa/er pressentir o caráter cósmico c decisivo da
r. Cf. Dn 12,1. derradeira intervenção de Deus na história.
s. Lit. nenhuma carne será salva. x. Este sina! e' provavelmente o próprio Filho do Homem.
t. Tema apocalíptico judeu (Livro J e Henoc): a tribulação y . A expressão provém de Dn 7.13-14 e é repelida cm Mt 26.
final será abreviada. quer pani que os eleitos possam scr atin­ 64. É desta maneira que o AT apresenta muitas vezes as vindas
gidos pela missão (cf. v. 14). quer para que eles escapem à de Deus ou teofanias (Kx 19.16; 34,5: Ez 1.4; 10,3-4 etc.).
destruição total: outra interpretação mais plausfvel: po r causa z. De acordo com uma engenhosa combinação de textos do
dos eleitos, a humanidade inteira será poupada. Esses eleitos sào AT (Dl 30.4; Zc 2.10(6); cf. Ne 1.9; Ez 37.9), aliás já presente
os cristãos espalhados no mundo inteiro (Mc 13.27). nào só os em Mc 13.27. a reunido dos eleitos far-se-á sobre a terra inteira;
judeus convertidos ao cristianismo. esta nota univcrsalista. lilo do feitio dc Mt. diverge do
u. De fato. parece que. naqueles lempos conturbados, não particularismo em voga dentro de certas correntes do judatsmo
faltaram falsos cristos ou falsos messias (cf. Al 536; Teudas; no nos lempos de Jesus. p. ex. entre os essênios.
fim da segunda guerra judaica, em 135. Bar Kokbá foi declarado a. Lit. ele. isto é. o Filho do Homem ou o sinal do Filho do
messias pelo chefe da sinagoga. Rabi Aqibá). Homem (cf. v. 30 nota) ou enião o estabelecimento definitivo do
v. Sobre este provérbio, cf. I x 1737 nota. Os vv. 27 e 28 Reino de Deus.
exprimem a mesma ide'ia: quando o Filho do Homem vier na b. Isto é. às portas da cidade, como um rei que entra em sua
realidade, esta vinda não deixará düvida alguma; não há. portan­ cidade para nela estabelecer a sua autoridade legrtima. por certo
to, por que inquietar-se. tentando prever o momento e as condi­ tempo menosprezada.
ções desta vinda! c. A respeito deste v. cf. Mc 1330 nota.
w. Cf. Is 13.10 e 34.4. Os poderes dos céus designam os d . Acerca destas ultimas palavras, cf. Mc 1332 nota. Ml vai
astros e as forças celestes. No judaísmo do tempo de Jesus, essas mais longe do que Mc. acrescentando a palavra só.
IT s2.IS3.l3: vio, comia-se e bebia-se. casava-se e n r A s dez virgens. '"Então o Reino
4.15; 5.23:
2TV 2.I.K : dava-se em casamento, até o dia em que dos céus será semelhante a dez vir­
Tg 5,7-K; Noe entrou na arca, J,e de nada se sus­ gens que tomaram suas lâmpadas e saí- u 1235.36
2PU 3.4.12;
IJo 2.2X peitava até que veio o dilúvio que os ram ao encontro do esposo1. HTinco delas
Gn 6.13-7.24; levou a todos, tal será a vinda do Filho eram insensatas e cinco, prudentes. 3Ao
2Pd 3.6
do Homem. '"'Então, dois homens esta­ tomarem suas lâmpadas, as insensatas
rão no campo: um será tomado, o outro não tinham levado azeite; 4quanto às
será deixado; '"duas mulheres a moer na prudentes, elas tinham levado, junto com
mó: uma será tomada, a outra será dei­ as lâmpadas, azeite em frascos. 5Como
xada. 4JVigiai, pois, porque não sabeis o tardasse o esposo, todas elas sentiram
dia em que vosso Senhoi* virá. " V ó s bem sono e adormeceram. “No meio da noite,
sabeis: sc o dono da casa soubesse em ressoou um grito: ‘ Eis o esposo! Sa í ao
ITv 5.2; que momento da noite ia chegar o la­ seu encontro’ . 7Então. todas essas moças
2Pd 3.10:
drão. vigiaria e não deixaria arrombar a despertaram e aparelharam suas lâmpa­
Ap 3.3;
16.15 parede de sua casa'. " E is por que. tam- das. “A s insensatas disseram às pruden­
be'm vós. estai preparados, pois numa tes: ‘ Dai-nos do vosso azeite, porque nos­
hora que não pensais é que vem o Filho sas lâmpadas se apagam’ . ’ A s prudentes
do Homem. responderam: ‘ De modo algum! Não ha­
veria bastante para nós e para vós! Ide
O servo fiel ( L c 1 2 , 4 2 - 4 6 ) . 45“ Qual é, antes à casa dos fornecedores e comprai-
pois, o servo fiel e prudente que o se­ o para vós’ . '“Enquanto elas iam comprá-
nhor constitui sobre a criadagem dc sua -lo, o esposo chegou; as que estavam en­
casa para lhes dar o alimento no tempo traram com ele na sala do festim nupcial. Ap i9.7.v
oportuno? “ Feliz deste servo, que o seu c a porta foi fechada. "Finalmente che­
senhor, ao chegar, encontrar ocupado em gam por sua vez as outras virgens, e
tal serviço. 47Em verdade, eu vos digo: dizem: 'Senhor,senhor,abre-nos!’ i:Mas u - . 1325.27
2S.2i.23 ele o constituirá sobre todos os seus bens. ele respondeu: “ Em verdade, eu vos de­
■“ Mas o servo mau, se ele disser em seu claro: não vos conheço*". '-'Vigiai, pois, mc 13.35:
coração: 'O meu senhor tarda’ . 4*e se porque não sabeis nem o dia nem a horak. u' l2-40
puser a espancar os companheiros de ser­
viço, a comer e beber com os ébrios, “ o Os talentos ( L c 1 9 , 1 2 - 2 7 ) . l4“ De fato,
senhor deste servo chegará num dia em sucede como com um homem que, ao
quc ele não espera c numa hora que ele partir em viagem, chamou os seus ser­
desconhece. s'expulsá-lo-á*e o fará par- vos e lhes confiou seus bens1. 15A um
134250
, * * tilhar da sorte dos hipócritash: lá haverá entregou cinco talentos” , a outro, dois, a
22.13:24.51: choro e ranger de dentes. outro, um só, a cada um dc acordo com
25.30.
U I3.2S

«. Ao iransformar o senhor da casa (Mc 1335) em vosso j. Mesma conclusão em 7,23 e em Lc 13.25-27.
Senhor. Mt alegoriza a paraboia original (cf. também Mt 25,13 k. Se a palavra de ordem de vigilância significa nâo dormir,
nota). esta palavra pode ler sido acrescentada à pantbola original: de
f. Cf. Mt 6.19 nota. fato. todas as virgens adormeceram (25,5). Mas a recomendação
g. Lit. e o fwrlirá ao meio: possível alusão a um suplício do pode significar sd estar prefxirado (cf. 24.42.44).
AT (Dn 13.55.59; etc.), mais provavelmente porem, termo téc­ I. Ao descrever o procedimento dos bons e dos maus servos,
nico. atestado nos escritos de Qumran. para designar a excomu­ esta pantbola tem conexão com a do servo fiel (24.45-51); toda­
nhão ou sujeição à quarentena. via. a fidelidade exigida nào consiste simplesmente cm estar
h. Cf. 6 2 nota. pronto ou em ter um procedimento correto por ocasião de um
I. Como a precedente, esta paraboia centralizasse na demo­ atraso — que aqui já nào é mencionado —, mas em fazer fni-
ra do Senhor (24.48; 25.5); mas em vez dc fixar a atenção na tificar os talentos confiados, na medida do seu valor. Destarte,
má-conduta dos servos, focaliza a obrigação de estar prepa­ esta paníbola relaciona-se mais estreitamente com o ensinamen­
rado (24,44; 25.10). quando ressoar o grito que anuncia a to quc segue (2531-46). Ix 19.12*27 refere a pantbola das minas,
chegada do esposo. As virgens, ou sâo prudentes ou insensa­ cuja fonte poderia ser um texto aparentado com o presente.
tas. como aqueles que constroem sobre a rocha ou sobre a m. O talento valia cerca dc seis mil francos-ouro (= ca. de 2kg
areia (7.24-27). de ouro). *|Trata-se da moeda, não do peso chamado talento.|
suas capacidades; depois, partiu. Sem seu talento e dai-o àquele que tem os dez
demora, “ aquele que recebera os cinco talentos. "Pois a todo o homem que tem
talentos foi fazê-los render e ganhou sera' dado, e estara' na superabundância0;
outros cinco. l7Da mesma sorte, o dos mas àquele que não tem, mesmo o que
dois talentos ganhou mais dois. '"Mas tem lhe será tirado. ■'“Quanto a este servo
aquele que só recebeu um, foi cavar um imprestável, lançai-o nas trevas exterio­
buraco na terra e escondeu nele o di­ res: lá haverá choro e ranger dc dentesp.
nheiro do seu senhor. ^Muito tempo
inj3 depois, chegou o senhor daqueles servos O Juízo. 3l“ Quando o Filho do Homem
e ajustou contas com eles. “ Aquele que vier cm sua glória acompanhado de to­
recebera os cinco talentos adiantou-se e dos os anjos, então ele se assentará em Dt 33.2gr.
apresentou mais cinco, dizendo: ‘ Senhor, seu trono de glória11. “ Diante dele serão
confiaste-me cinco talentos; eis mais cin­ reunidas todas as nações, e ele separará zc i4.s:
co talentos que eu ganhei'. 2lSeu senhor os homens uns dos outros, como o pas-
25,23: lhe disse: 'Está bem, servo bom e fiel, tor separa as ovelhas dos cabritos'.''Ele u - 12.32
u ,6' 10 foste fiel em pouca coisa, constituir-te-ei colocará as ovelhas à sua direita e os
24.47 sobre muito: vem alegrar-te com teu cabritos à sua esquerda. •''Então o rei dirá
senhor"’ . “ O dos dois talentos adiantou- aos que estiverem à sua direita: ‘ Vinde,
-se por sua vez e disse: ‘ Senhor, confias­ benditos do meu Pai. recebei em herança
te-me dois talentos; eis mais dois talen­ o Reino que foi preparado para vós des- Lc 2 2 3 0
tos que eu ganhei’ . ^'Seu senhor lhe dis­ de a fundação do mundo. “ Porque eu
se: 'Esta' bem. servo bom e fiel. foste fiel tive fome e me destes de comcr; tive sede u sx.7
em pouca coisa, constituir-te-ei sobre e me destes dc beber; eu era estrangeiro
muito; vem alegrar-te com teu senhor'. e me acolhestes; “ estava nu, e me vestis-
!JAdiantando-se. por sua vez, aquele que tes; doente, e mc visitastes; na prisão, e
recebera um só talento, disse: ‘ Senhor, viestes a mim'’ .-” Então os justos lhe
eu sabia que es homem rigoroso: colhes responderão: ‘Senhor, quando e' que nos
jo 4,37 onde não semeaste. ajuntas o que não sucedeu ver-te com fome e alimentar-te,
espalhaste; “ amedrontado, fui esconder com sede e dar-te dc beber? -“ Quando
o teu talento na terra: ei-lo, aqui tens o nos sucedeu ver-te estrangeiro e acolher-
que e' teu’ . “ Mas seu senhor lhe respon­ -te, nu e vestir-te? ,vQuando é que nos
deu: ‘Servo mau e preguiçoso! Sabias que sucedeu ver-te doente ou na prisão e ir­
eu colho onde não semeei e ajunto onde mos a ti?’ “ E o rei lhes responderá: ‘Em
tão espalhei. "Por isso devias ter confi­ verdade eu vos declaro, todas as vezes
ado o meu dinheiro aos banqueiros: à que o fizestes a um destes mais peque- 1917
Pr . -.
minha volta, eu teria recuperado com nos, que são meus irmãos, foi a mim que Mc 9,4I:
juros o que é meu. “Tirai-lhe, pois, o o fizestes1’ .‘"Então ele dirá aos que esti-

n. Lit. entra na alegria Jo teu senhor. Note-se o paradoxo que sào seus irmãos. Outros vêem. nos "mais pequenos", discípulos
qualifica de f>ouca coisa a soma enorme que foi confiada. oprimidos de Jesus, que teriam sido socorridos por pagãos,
o. Pani justificar a decisão do v. 28, Jesus, valendo-se de um pro­ r. Tal é o semido da palavra grega (cf. Ex 12.5; Lv 1.10; Lc 15.29).
vérbio (cf. Ml 13,12; Mc 4,25; Lc 8.1 S), mostra, simultaneamen­ s. Os atos louvados por Jesus correspondem às obras de pie­
te. o rigor do julgamento e a inesgotável prodigalidade de Deus. dade preconizadas pelo judaísmo e pelo NT: alimentar os esfo­
p. Cf. 8.12 nola. meados (10.42; Lc 3.11; 14.12-14; At 6.1-3; Rm 12.20; ICor
q. Este texto não é uma parabola. mas uma descrição profética 11-33); exercer a hospitalidade (10.40-42; Rm 12,13; Cl 4,10;
do juízo final. O Filho do Homem chega na sua glória IPd 4,9; Hb 13,2; cf. Mt 10.14; Lc 9.53-54); vestir as pessoas
(16.27; 19.28). como um rei. para julgar todos os povos e sancio­ necessitadas (Lc 3 .1 1; At 936.39; Tg 2.15-16); visitar os doen­
nar seu procedimento, conforme as obras dc misericórdia que tes (Lc 10,33-35; Tg 5.14). Divergindo do judaísmo. Jesus nào
livcrem praticado para com as pessoas necessitadas. Então, ele fala da educação dos órfãos, nem do sepultamenio dos mortos
lhes revela que seus gestos tinham um sentido profundo ignora­ (cf. 26.10 nola s). mas menciona em acréscimo a vísila aos
do por eíe. Coroando os ensinamentos dos caps. 24-25. Jesus prisioneiros (cf. 2Tm 1.16-18; Hb 13,3).
estende a todos os homens o que antes sò dissera dos discípulos t. Veja-se em 10.42 um ensinamenlo análogo, que só visa aos
<10.40; 18 JS): ele se identifica com todos os necessitados, que discípulos, aos pequenos (cf. aqui. referindo-se a todos os ho-
vcrcm à sua esquerda: 'Retirai-vos para os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
7.23 longe de mim. malditos, para o fogo ctcr-reuniram-se no pala'cio do Sumo Sacer­
mc 9.4*: no que foi preparado para o diabo e para dote, que se chamava Caifás'. JEles con­
7: seus anjos. '“ Pois eu tive fome e não mc cordaram em prender Jesus, por um ar- si 3i.u
Ap 20.10 1
destes de comer; tive sede e não me des­ dil, e matá-lo. 5Contudo, diziam: “ Não
tes de beber; <3eu era estrangeiro e não durante a festa", para evitar tumultos no
me acolhestes; estava nu e não me ves- meio do povo” .
tistes; doente e na prisão, e não mc visi-
tastes’ . "Então eles tambc'm responde­ A unção em Betânia ( M c 1 4 , 3 - 9 ; J o
rão: ‘ Senhor, quando e' que nos sucedeu 1 2 , 1 - 8 ) . ‘ Jesus se encontrava em Betânia,
vcr-te com fome ou com sede, estrangei­ em casa de Simão. o leproso\ 7Uma lc 736-3K
ro ou nu, doente ou na prisão sem ir dar- mulher aproximou-se dele, com um fras­
te assistência?’ 45Entâo ele lhes respon­ co de alabastro que continha um perfu­
dera': 'Em verdade eu vos declaro, cada me de alto preço: ela o derramou sobre
vez que não o fizestes a um destes mais a cabeça de Jesus enquanto estava à
pequenos, a mim tambe'm não o fizes- mesa'. *Ao verem aquilo, os discípulos
Dn 12 .2 : tes’ . “ E irão estes para o castigo eterno, se indignaram: “ A troco de quc, diziam,
Jo 5.29 m a s QS j ustos jrã0 para a vida eterna.’’ este desperdício? vPodcria ter sido ven­
dido bem caro, e o montante ser dado
n n C onspiração contra Je su s ( M c aos pobres” . ‘“Percebendo isto, Jesus lhes
^ 14,1-2: U- 22,1-2; J o 11,47-4953). disse: “ Por que molestar esta mulher? E
'Ora“,quando Jesus terminou todas essas uma boa obradque ela acaba dc praticar
instruções'',disse a seus discípulos: "Vós para comigo. "D e fato, os pobres sem- d> u.n
Ex 12 1- 2 7 sabeis que, daqui a dois dias, sera' a pre os tendes'convosco; a mim, porcm,
2<>’2 7 2 6 P a s c o a " : J ° F'lho do Homem vai ser não me tendes sempre'. IJAo derramar
Mc i5*i5: entregue1 para ser crucificado". 3Então> este perfume sobre o meu corpo, ela o
U 24.7.20:
Jo 19.16___________________________________________________
mens. o superlativo os "mais pequenos"). A expressão na qua­ do Sinédrio. de 18 a 36 d.C. Mt associa, da mesma forma, os
lidade de discípulo (10.42) é substituída aqui por que sâo meus anciãos do povo aos sumos sacerdotes, isto é. a certos membros
irmãos. nâo para restringir unicamente aos discípulos a qualida­ do Sinédrio que exercem as funções mais elevadas na casta
de de irmâo (nâo repetida em 25.45). mas para anunciar a rela­ sacerdotal (At 4,6). Note-se que os fariseus nào aparecem no
ção que une Jesus a qualquer homem necessitado. Finalmente, o decurso da narrativa da Paixão.
demonstrativo estes, expletivo em 25,40. tem um valor real em a. Ou durante o temffo da festa, ou no meio da multidão em
10.42. onde ele remete aos versículo* precedentes, festa. Como a detenção se realizou na época da festa, pode-se
u. Lil. e sucedeu, quando... (cf. 7,28: l l . l : 13.53; 19.1). preferir o segundo sentido.
v. Lit. estas jHjlavras (plural de logos). agrupadas pelo evan­ b. Assim como Mc. Mt situa dentro do relato da Paixão a cena
gelista com uma finalidade pnítica (cf. Mt 7.28 nota). que. conforme Jo 12.1-8. se verificou seis dias antes da Páscoa.
w. Jesus já nào se retrai diante da ameaça (cf. 12.15: 14,13). Graças a esta inserção, Mt não só descreve a conspiração (cf.
mas enfrenta o seu destino, que prediz em estilo direto e ao qual 26,16; Lc 22,1-6), mas apresenta Jesus dominando a situação e
dá um sentido, associando-o à festa pascal (cf. Mc 14.1 nota). seguro do futuro do F.vangelho (26.12-13). Acerca de Simão. cf.
x. O verbo agora está no presente, e já nào no futuro, como Mc 143 nota.
nos primeiros anúncios da PaixSo (17.22; 20.18): a Paixão co­ c. Lit. reclinado à mesa (cf. Mc 143 nota). A narrativa de Ml
meça com esta palavra de Jesus. Poderia traduzir-se: Sabei q u e ... é mais simples quc a de Mc. Ele não menciona o nome do
e assim marcar o vinculo entre a Páscoa e a crucifixào. O verbo perfume nem a fratura do frasco.
entregar, comumenie empregado com sentido pejorativo (4.12, d. O sepultamento consta do rol das obras de misericórdia
5.25; 10.17.19). está no passivo para falar da paixão de Jesus recomendadas pelo judaísmo tardio (cf. Tf) 1.17.19: At 936).
(17.22: 20.18): esta formulação arcaica sugere ser Deus quem Conforme os rabinos, estas obras exigem, ao contrário da esmo­
entrega aos homens o seu Filho (Rm 4.25; ICor 1123); mais la, um empenho pessoal e concernem não só aos pobres e aos
adiante, acentuar-se-á que Jesus se entrega a si mesmo para nos vivos, mas também aos ricos e aos mortos (cf. Mt 2535-44 e
salvar (Gl 2.20. Ef 52). nota; Mc 15.42-47; Al 8,2).
y. Transição sem valor cronológico, mas de alcance teológico e. Os verbos gregos estão no presente, com um cunho de
(cf. Sl 31,14). O conselho dos judeus corresponde provavelmente inacabado, que sugere a perpetuidade.
ao que Jo 11.47-53 situa mais de uma semana antes da Páscoa. f. Jesus lembra a clássica doutrina judaica, que antepunha as
z.Com o Jo 11.49. 18.14. Mt põe em relevo o papel desempe­ boas obras à esmola: no caso presente, trata-se de uma unção
nhado por Caifás. genro de Anás (Lc 3 2 \ Jo 18,13). Sumo Sa­ que. mais tarde, nâo poderá ser efetuada. Aqui e h nào enuncia
cerdote, isto é. chefe supremo do sacerdócio judeu e presidente nenhum principio sobre a situação dos pobres em relação a ele.
fez para o meu sepultamento. l3Em ver­ Anúncio da traição0 f Mc 14,17-21; Lc
dade, eu vos digo: onde quer que venha 22,14; Jo 13,21-30). “ Depois do anoite­
a ser proclamado o Evangelho*, no mun­ cer, ele estava à mesa com os Doze. ^En­
do inteiro11, referir-se-a' tambc'm, em sua quanto comiam, disse: “ Em verdade, cu
memória, o que ela fez". vos digo, um de vós me vai entregar".
“ Profundamente contristados. cada um
Traição de Ju d as (Mc 14,10-11: Lc deles pôs-se a dizer-lhe: “ Seria eu. Se­
22,3-6). l4Então um dos Doze, que se nhor?" uEm resposta, ele disse: “ O que
chamava Judas Iscariotes1. foi ter com os pôs comigo a mão no pratop, este e' que
jo 11.5 7 sumos sacerdotes l5e lhes disse: "Quanto me vai entregar. 240 Filho do Homem
me quereis dar? c cu vo-lo entregarei!” parte, conforme está escrito a seu respei- si 22.
Eles lhe fixaram trinta moedas de prata1. to; mas ai do homenVpor quem o Filho
'‘ Desde aquele momento, ele procurava do Homem c entregue! Melhor fora para
uma ocasião oportuna para entregá-lok. este homem não ter nascido!” “ Judas,
que o entregava, tomou a palavra e dis­
Preparativos para a ceia pascal (Mc se: “ Seria eu, rabir?" Ele lhe responde:
14,12-16: Lc 22,7-13). l7No primeiro dia “ Tu o disseste!"
Ex 12 . 14-20 dos Pães sem fermento1, os discípulos
vieram dizer a Jcsus: ‘Onde queres que A última ceia. Instituição da Eucaris­
preparemos para ti a refeição da tia (Mc 14,22-25; Lc 22,15-20: ICor
Páscoa"1?" IKEle disse: "Ide à cidade, em 11,23-26). “ Durante a refeição*. Jesus m.i*
casa de fulano e dizei-lhe: ‘O Mestre diz: tomou o pão e. depois de ter pronuncia- |I ^ 4|. „ 6.
O meu tempo está próximo"; é em tua do a bênção, ele o partiu; depois, dando- u 9.16
casa que cu celebro a Páscoa com os -o aos discípulos, disse: "Tomai, comei,
meus discípulos” ’ . l9Os discípulos fize­ isto e' o meu corpo'". 27A seguir, tomou
ram como Jcsus lhes prescrevera e pre­ uma taça e. depois de ter dado graças, icor 10 .16
pararam a Páscoa. deu-a a eles, dizendo: “ Bebei dela todos.

g. Evangelho. Cf. Mc 1.1 nola. n. Fórmula teológica a evocar o desígnio de Deus. que se
h. Cf. Ml 24.14 nota. realiza em tempos determinados (cf. 8.29); 6 o tempo da morte
i. Iscariotes (cf. Mt 10.4 nota). e glorificação de Jesus. que Jo exprime com o vocábulo hora (Jo
j. Lit. eles lhe pesaram. As moedas de prata nâo significam 7,30; 13.1). Diversamente de Mc. nào interessam a Mt os por­
trinta denários (o denário era o salário cotidiano; cf. 20.2). mas menores (escolha de mensageiros especiais, estado do cenácuio.
cerca de cento e vinte francos-ouro (= 40g de ouro). Segundo Ex descrição do proprietário). Nada o desvia da perspectiva cristo-
213 2 . e.mu quantia era fixada pcia lei como preço de um escra­ lógicu (cf. 26,2).
vo. O Bom Pastor é entregue por uma paga irrisória (Zc 11.12). o. A narrativa progride em três etapas. Jesus anuncia a traição
k. Entregar (cf. Mt 26.2 nota). (21-22); o circulo sc estreita (23-24); Judas se revela (25). Com
I. Fermento (cf. Mc 14.12 nola). O primeiro dos sete dias em que isto. Aquele que sabe para onde vai designa o traidor.
se comiam os âzimos. ou seja. conforme os sinóticos. 15 de nisan. p. O q u e... no prato: isto é , um homem que. aparentemente,
m. Páscoa: este termo designa simultaneamente: I) no contexto vive da comunhão simbolizada pelo prato repartido, mas está
histórico do relato, a festa judaica da Páscoa; 2) a Páscoa cristã resolvido a trair (quanto ao referido costume e ao Sl 41.10. não
vivida pelo leitor cristão; e 3) através desta, a Páscoa unica. que citado por Mt. cf. Mc 14.20 nota).
Jesus celebra. Os estudiosos levam em conta diversas possibilida­ q. Lit. este homem. Em português, este acentuaria excessiva­
des: 1) Jesus teria celebrado a refeição de acordo com o rito pas­ mente a designação; o acento está antes na oposição entre ho­
cal judaico, e é o que parecem demonstrar os sinóticos; mas os mem e Filho do Homem. Jesus constata a situação infeliz de
dados de Jo o contradizem, pois. segundo eles, as judeus celebra­ Judas (cf. 23.13 nota); ele nem o maldiz, nem o condena.
ram a refeição pascal à tarde de sexta-feira (Jo 18.28; 19,14.31. r. Tratamento que Mt só usa na boca dos adversários de Jesus
42). 2) Jesus teria celebrado a Páscoa conforme um calendário (23,7; 23,8; 26,49). O v. inteiro € próprio de Mt.
nào-oficial. e sua morte teria então coincidido com a imolução dos s . Ao inserir no relato da Paixào uma tradição de forma e
cordeiros no Templo (Jo 1936). 3) Pela dificuldade de antecipar origem litúrgicas, Mt entende mostrar como Jesus compreendeu
o rito judaico. Jcsus teria instituído a Eucaristia durante uma sua morte. Em virtude de sua forma litürgica. este relato convida
refeição de despedida: se cumpriu o rito judaico, não foi por um a reiterar o gesto dc Jesus na Ceia. Assim é atualizada a morte
rito distinto, mas pelo ato de sua morte sacrifical. Neste caso. é de Jesus na cruz e antecipado o banquete escatológico.
preciso supor que os evangelistas projetaram a sua fé pascal t. Corpo. Em virtude das palavras tomai, comei, este vocábulo
sobre a festa da Páscoa judaica. Em qualquer hipótese, a ultima nâo pode ser reduzido a uma simples comparação (assim como
refeição de Jesus efetuou-se no ambiente da Páscoa judaica. o pão e partido, assim tambem o será o meu corpo). Por outra
& 24.s: 28pois isto é o meu sangue, o sangue da propriedade chamada Getscmani e diz aos Jo i s . i

i !• Aliança, derramado em prol da multidão,


ze l discípulos: “ Ficai aqui enquanto eu vou
Hb 9.20
para o perdão dos pecados". ” Eu vos ali rezar*” . ^Levando consigo Pedro e os n.t:
digo: doravante não beberei deste fruto dois filhos de Zebedeu, ele começou a 14,33"
da videira ate' o diav em que o beber, dc sentir tristeza c angustia. “ Disse-lhes ^ ' 5I:
novo. convosco no Reino do meu Pai*". então: “ Minha alma está triste a ponto jo 12.27

de morrer11. Permanecei aqui e vigiai co­


Anúncio da negação de Pedro (M c migo” . ^ indo um pouco mais longe e
1 4 .2 6 -3 1 ; L c 2 2 .3 3 -3 4 .3 9 ; J o 1 3 ,3 7 -3 8 ). caindo de rosto em terrac, ele orava, di- H|>5-7-K
^Depois dc terem cantado os salmos1, zendo: “ Meu Pai, se é possível, esta taça
saíram para ir ao monte das Oliveiras. passe longe de mim! Todavia, não como
3lEntão Jesus lhes disse: “ Esta noite cu quero, mas como tu queres!” ““Ele vem
mesmo, todos vós caireis por causa de para junto dos discípulos e os encontra a
zc 13.7 mimy. De fato, está escrito: E u f e r i r e i o dormir; diz a Pedro: “ Então, não tivestes
* Jo 62
? .' > P a s to r ’ e as o v e lh a s do reb a n h o serã o força para vigiar nem uma hora comigo!
nMas, depois de ressuscitado,
d isp e r s a s . 41Vigiai e orai, a fim de não cairdes em 6.13;
eu vos precederei na Galile'iar '. ^Toman­ poder da tentação. O espírito está cheio u 11,4
do a palavra, Pedro lhe disse: “ Se todos dc ardor, mas a came e' fraca11” .42De novo.
caírem por causa de ti, eu jamais cairei” . pela segunda vez, ele se afastou e orou
MJesus lhe disse: "Em verdade, eu te digo: dizendo: "Meu Pai, se esta taça não pode
26.W-75: nesta mesma noite, antes que o galo can- passar sem que eu a beba, faça-se a tua
6.10
u 22^ 62- ,e- ter-me-ás negado três vezes'. 35Pedro vontade'!” 43A seguir veio de novo e os
jn IW5-27 disse-lhe: “ Mesmo que seja preciso que encontrou a dormir, pois tinham os olhos
eu morra contigo, não, eu não te nega­
j o .i i . i 6 entorpecidos. “ Ele os deixou, afastou-se
rei". E todos os discípulos disseram o de novo, e orou pela terceira vez, repe- 2 0 » 12.x
mesmo. tindo as mesmas palavras. 45Entâo ele se
dirige aos discípulos e lhes diz: “ Conti­
No Getsêmani ( M c 1 4 . 3 2 - 4 2 ; L c 2 2 . 4 0 - nuai a dormir e descansai'! Eis que se
4 6 ) . “ Então Jesus chega com eles a uma aproxima a hora em que 0
Filho do Jo 12.2.V
13.1: 17.1
pane. o verbo é (sem correspondente habitual no jargão semítico y. Lit. vós sereis escandalizados por minha causa. A morte de
subjacente) não basta para estabelecer a identidade do pão com Jesus, cujo triunfo os discípulos aguardavam (16,22; 20.21). é a
o eofpo. Para definir a natureza desta identidade, 6 preciso rela­ pedra de tropeço contra a qual todos esbarram (cf. 5.29 nota).
cionar as palavras atinentes ao pào e ao vinho com Aquele que Jcsus cita Zc 13.7.
as pronunciou e com a refeição em que elas desdobram o seu z . Inserindo o anúncio daquilo que proclamará o anjo no dia
sentido; é preciso, outrossim, notar a atmosfera pascal desta da Páscoa (28.7) a tradição sindtica compensa o efeito produzi­
refeição (cf. o sangue da aliança) e seu alcance sacrifical (san­ do pelo anuncio sinistro da defecção dos discfpuios.
gue oferecido em prol dn multidão). a. Ao contrário de Mc. que ilumina sua narrativa mencionan­
u. Ao derramar seu sangue na cruz, Jesus dá o remate à Alian­ do a hora do Messias (Mc 14.35) e faz ressaltar a oposição entre
ça que outrora havia sido selada no Sinai com o sangue das Jesus e os discípulos (Mc 14.40). Mt atem-se sobretudo ao as­
vítimas (Ex 24,4-8); implicitamente, proclama também o cum­ pecto cristológico da cena: obediência perfeita do Messias (Ml
primento da nova Aliança predita pelos profetas (Jr 3131-34) e 26,42) e. secundariamente, modelo da prece na tentação (cf. Lc
apregoa o valor universal do seu sacrifício pela multidüo. isto e. 22,40.46; 2 2 3 9 nota). Se a oração c mencionada três vezes, é
de acordo com o sentido semúico da expressão, pela totalidade para assinalar-lhe a intensidade (cf. Lc 22.44).
dos homens (cf. Is 53.12). Acrescentando, à tradição sinótica, b. Perante os discfpuios que foram testemunhas da sua Trans­
paru-o perdão dos pecados. Mt explicita o sentido que ele atri­ figuração (17.1-9), Jesus entra num estado de tristeza que eqüivale
bui à morte dc Jcsus. à morte (cf. I Rs 19.4) e que é o do Justo sofredor (cf. Sl 3 1.23;
v. O ultimo Dia. 613; 1163). A palavra de Jesus evoca Sl 42,6 c Jn 4.9 gr.
w. No apêndice constituído pelo v. 29 e que Lc insere antes c. Nào aniquilado no chão (Mc 14.35). nem ajoelhado (Lc
da tradição cultuai (Lc 22,15-18). encontramos um fragmento dc 22,41). mas numa atitude de adoração (cf. Gn 173).
origem provavelmente não-cultual (cf. Mc 14*25; Lc 22,24-38; d. Cf. Mc 1438 nota. A respeito da tentação, cf. Mt 6,13 nota
Jo 1334-36). que proporciona a perspectiva escatologica da e. Cf. 6.10 nota.
última refeição de Jesus e exprime a firme esperança dc partici­ f. Não fazendo vigília, nem orando, os discípulos mostraram
par na refeição do céu (cf. Mt 8,11). que não estavam preparados para enfrentar a hora da tentação
x. Os salmos Halel (Sl 113-118). cuja recitação concluía a que se aproxima; o sono ao qual de agon< em diante podem
refeição pascal abandonar-se significa que abriram mão d - luta
Homem será entregue às mãos dos peca- não me prendestes. “ Mas tudo isto suce­
u *44: dores. '“ Levantai-vos! Vamos! Eis, che- deu para que se cumpram os escritos dos
jo i43i £ou aclucle fl116 me entrega". profetas". Então os discípulos todos o zc 13.7;
abandonaram e fugiram.
° Jo 16.32
Prisão de Jesus ( M c 1 4 ,4 3 -5 2 ; L c 2 2 ,4 7 -

53; Jo 1 8 ,2 -1 1 ) . ^Ainda falava quando Ante o Sincdrio (M c 1 4 ,5 3 -6 5 ; L c 2 2 ,5 4 -


chegou Judas, um dos Doze, com um 5 5 .6 3 - 7 1 ; J o 1 8 ,1 2 - 1 8 ) . 5,Os que haviam
grande bando armado dc espadas e bor­ prendido Jesus o levaram à casa de
dões, vindo da parte dos sumos sacerdo­ Caifás. o Sumo Sacerdote.onde estavam
tes e dos anciãos do povo. “ Aquele que reunidos os escribas e os anciãosk.
o entregava dera-lhes um sinal: “ A quem “ Quanto a Pedro, ele o seguiu de longe
eu der um beijo8, dissera, é ele, prendei- até o palácio do Sumo Sacerdote; ali
-o!” 49Logo adiantou-se até Jesus e dis­ entrou e sentou-se com os servos, para
se: “ Salve, rabi!” E deu-lhe um beijo. ver o quc ia acontecer. 5,Ora. os sumos
“ Jesus lhe disse: "Meu amigo, faze a tua sacerdotes e todo o Sine'drio procuravam
o b ra T Avançando, lançaram as mãos so­ um falso testemunho contra Jesus para
bre Jesus e o prenderam. 5IE eis que um fazê-lo condenar à morte1; “ não o encon­
dos que estavam com Jesus, levando a traram, embora muitas testemunhas fal­
mão à espada, desembainhou-a, feriu o sas se houvessem apresentado. Afinal,
jo iiuí servo do sumo sacerdote e lhe decepou a apresentaram-se duas que “ declararam:
orelha. “ Então Jesus lhe disse: “ Em- “ Este homem disse: 'Posso destruir o 27.40
Gn 9 .6; bainha a tua espada, pois todos os que Santuário de Deus e reconstruí-lo em três
Ap 13.10 tomam a eSpa(ja morrerão pela espada. diasm” \ “ O Sumo Sacerdote levantou-se
53Pensas que eu não posso recorrer a meu e lhe disse: “ Nada tens a responder? De
Pai. quc logo poria à minha disposição que é que esta gente testemunha contra
mais dc doze legiões dc anjos1? !4Como ti?" wMas Jesus guardava silêncio". O 27.12.14
se cumpririam então as Escrituras, se­ Sumo Sacerdote lhe disse: “ Eu te conju-
gundo as quais é preciso que assim acon­ ro pelo Deus vivo que nos digas se tu és
teça?” 55Naquela hora, Jesus disse às mul­ o Messias, o Filho de Deus” . “ Jesus lhe 16.16.17
tidões: "Com o contra um bandido*, par- responde: "Tu o dizes. Entretanto, eu vos
tistes com espadas e bordões, para apo­ digo. doravante vereis o F i l h o d o H o ­
derar-vos dc mim! Todos os dias eu es- m em s e n ta d o à d ir e ita d o T o d o - p o d e r o ­

2 37
U * - tava 00 Templo, sentado a ensinar, e vós s o e v i n d o s o h r e a s n u v e n s d o c é u ° " .u En- 24.30
Jo 18.20
g. Neste passo, nào se truta de um sinal dc afeto, mas de uma inicio um fa lso testemunho: segundo Mt (cf. Mc 14.55). instau-
saudação dirigida ao rabino a quem sc testemunha respeito. ra-se uma paródia de processo (cf. 26.66 nota).
h. Lil. Companheiro, isto peio qual estás aqui. Expressão m . No NT. Jesus jamais atribui a si o papel de destruidor do
eifptica e estereotipada que deve ser precedida, quer peio impe- Templo (Ml 24.2-3; Jo 2,19; At 6.14). Mt nao acentua a oposi­
rutivo Faze... (Jesus corta logo as saudações, mostra que sabe ção enire o templo de pedra e o templo nfto feito por m ios de
tudo e domina a situação), quer por um verbo que exprima a homem (Mc), nem a profecia concernente à ressurreição de Je­
aceitação do desígnio de Deus: Que se cumpra... sus. mas a dignidade única de Jesus, que ousa declarar-se Se­
L Baseando-se numa expressão que consta da literatura rabinica. nhor (eu posso) do Templo de Deus.
Jesus exprime a um tempo a plena autoridade que recebeu do n. Como o Servo de Deus que não abriu a boca (Is 53.7: At
seu Pai e sua submissão à vontade divina. 8 32).
j. Provavelmente, um chefe de bando revolucionário, como o. Lit. à direita do Poder. A pergunta decisiva, formulada pelo
Barrabás (Jo 18.40); dai o aspecto paradoxal da situação; Jesus Sumo Sacerdote exatamente nos termos da confissão dc Pedro
vai ser tratado como um zeiote e. como tal. crucificado (2737) (16,16). Jesus responde, nào como em Mc 14,62 por um simples
entre dois bandidos (2738.44). “sim", mas de forma indireta. Ele recusa deixar-se envolver numa
k. Provavelmente. Mt funde num sd evento o comparecimento situação ambígua a respeito de sua messianidade c fornece o
matinal diante do Sinédrio (unico segundo I x 22.66) e o inter­ sentido verdadeiro da sua resposta, anunciando a vinda do Filho
rogatório noturno em casa de Anás. o antigo Sumo Sacerdote do Homem, personagem ccleste (Dn 7.13). e o privilégio do
Jo 18.12-27). Filho de David que deve sentar-se íl direita de Deus (Sl 110,1:
I. O Sinédrio. já reunido em casa de Caifás. procura logo de Mt 22.44).
2Sm"i34í£ tão 0 Sumo Sacerdote rasgou as vestes e n r i Jesus na presença de Pilatos (Mc
ekí 9j; disse: "E le blasfemoup. Que necessidade * * 15,1-2; Lc 22,66; 23,1; Jo 18,28).
16 2^ temos de testemunhas? Eis que ouvistes 'Chegada a manhã, todos os sumos sa­
jr36,24: agora a blasfêmia. “ Qual é o vosso pa- cerdotes e os anciãos do povo delibera­
Al 14 ,14 - c r
2416
°
Lv . : recer?" Eles responderam: "Ele merece ram contra Jesus para fazê-lo condenar à i2,i4:
Jo 19.7 a morteq” . <7Então eles lhe cuspiram no morte*. 2A seguir, eles o amarraram". Mc 36
i - 50-6 .
rosto e lhe deram pancadas; outros o levaram-no c o entregaram ao governa­
esbofetearam. “ Disseram eles: “ Banca o dor Pilatos.
profeta para nós. Messias: quem foi que
te bateuT' Morte de Judas. -'Então Judas, que o
entregara, vendo que Jesus fora conde- 261415
Negação dc Pedro (Mc 14,66-72; Lc nado, foi assaltado de remorsos e devol­
22,56-62; Jo 18,17.25-27). "O ra, Pedro veu as trinta moedas de prata aos sumos
estava sentado fora, no pa'tio\ Uma cria­ sacerdotes e aos anciãos, ‘ dizendo: “ Pe­
da aproximou-se dele, dizendo: “ Tu tam- quei entregando um sangue inocente” .
be'm estavas com Jesus, o galileu!" 70Mas Mas eles disseram: “ Que nos importa? 27.24
ele negou, diante de todos, dizendo: “ Eu Tu que te avenhas!" 5Então ele se reti­
não sei o quc queres dizer” . 7lQuando rou, atirando o dinheiro em direção do
ele estava saindo em direção do pórtico, santuário, e foi enforcar-se'. *Os sumos
outra o avistou c disse aos que lá esta­ sacerdotes tomaram o dinheiro e disse­
vam: “ Este aí estava com Jesus, o nazo­ ram: “ Não é permitido deitá-lo no
reu1" . 72Novamente ele negou com jura­ tesouro1', pois é preço do sangue” . 7Após
mento: “ Eu não conheço este homem!” terem deliberado, eles compraram com
7,Pouco depois, os que ali estavam apro­ aquela quantia o campo do oleiro para
ximaram-se e disseram a Pedro: “ Sem sepultura dos estrangeiros. "Eis por que
dúvida alguma, tu tambe'm és um deles! até agora este campo e chamado: "Cam ­
Aliás, o teu sotaque te denuncia"". ^En­ po do sangue” . 9Então cumpriu-se o que
tão ele se pôs a jurar com imprecações: fora dito pelo profeta Jeremias: E eles
"Eu não conheço este homem!" E logo o tomaram as trinta moedas de prata: é o
galo cantou. 7SE Pedro lembrou-se da preço daquele que fo i avaliado, daquele
26.34: palavra que Jesus dissera: “ Antes que o que os filhos de Israel avaliaram. ,aE eles
u- 2234: cante- tu mc leras negado três ve- as deram pelo campo do oleiro, assim
Jo i.ús: zes” . Ele saiu e chorou amargamente. como o Senhor mo tinha ordenado *.

p. Embora Jesus não tenha pronunciado explicitamente o nome v. De conformidade com a política geral de Roma. os gover­
de Deus (mas o Poder), sua resposta é julgada blasfema, pois ele nadores deixavam ao Sinédrio (cf. 5.22 nota) uma grande liber­
reivindicou a dignidade dc uma condição divina. dade de açâo; ele dirigia a vida religiosa e política dos judeus,
q. O comparecimento diante do Sinédrio. ignorado por Jo. dentro dos limites impostos pelo ocupante. Gozaria ele. no tem­
provavelmente nâo tem caráter jurídico. Ao contrário de Mc po de Jesus, do poder de pronunciar e executar a pena capitai?
14.64. Mt nâo reproduz uma verdadeira sentença dc condena­ Os historiadores ainda não conseguiram chegar a um acordo a
ção. sentença esta que Ix ignora. Assumindo o aspecto de um este respeito. Com notáveis nuanças. as narrativas evangélicas
simulacro de processo, o comparecimento exprime a verdade parecem indicar que o possuía, mas que a autorização do gover­
profunda da rejeição de Jesus por seus contemporâneos, devido nador era necessária para a execução da pena.
à sua pretensão de ser o Cristo. Filho de Deus. w . Expressão idêntica em Jo 18.12. Em Jo. Jesus é amarrado
r . Conforme Lc e Jo. quem ultraja a Jesus sâo os criados. Mt desde sua captura; segundo os sinóticos. sd depois do julgamento.
torna a cena mais odiosa, atríbuindo-a aos sinedritas constitui* x. Este relato da morte de Judas não concorda exatamente com
dos em corpo. A narração inspira-se cm Is 50.5-7. o de At 1.18-19. As tentativas feitas para harmonizar ambos os
s. Emoldurando o comparecimento de Jesus diante do Sinédrio. textos continuam frágeis,
a narrativa da negação de Pedro (2638.69-75) convida o leitor y . Cf. Mc 7.11 nota.
a situar-se a si mesmo diante do Senhor; perante Jesus que dá z. Citação livre dc Zc 11,12-13 combinado com elementos de
testemunho. Pedro renega a sua fé. Jr 18.2-3; 19.1-2; 32,6-15. Graças a essas duas denominações
I. Nazoreu: cf. 2.23 nota. campo do oleiro e campo do sangue, provavelmente conhecidas
u. O dialeto galileu podia distinguir-se do judeu por certos no ambiente cm que o evangelista vivia, ele descobre anúncios
pormenores característicos de gramática e pronúncia. proféticos nesses vários textos do AT.
Jesus diante de Pilatos (M c 1 5 2 -1 5 ; L c perguntou: “ Qual dos dois quereis que
2 3 2 - 5 .1 3 - 2 5 ; J o "Jesus
1 8 2 8 - 1 9 .1 6 ) . vos solte?” Eles responderam: “ Barra- At 3.14
compareceu perante o governador. O go­ ba's” . “ Pilatos perguntou-lhes : “ Que fa­
vernador o interrogou: “ És tu o rei dos rei então de Jcsus a quem chamam Mes­
2,2; judeus*?” Jesus declarou: “ Tu o dizesb"; sias?" Todos responderam: “ Seja crucifi­
27,29.37;
Mc 15.9. 12às acusações que os sumos sacerdotes cado1’!” “ Ele retrucou: “ Que mal fez ele?" At 3.13:
12.18.26: 13.28
Lc 2337.38;
e os anciãos aduziam contra ele, porém, Mas eles gritavam cada vez mais forte:
Jo 18.39: ele nada respondeu'. l3Então Pilatos lhe "Seja crucificado!" 24Vendo que aquilo
19,3.19.21
disse: “ Não ouves todos esses testemu­ de nada adiantava, mas que a situação ia
Is 53,7; nhos contra ti?” l4Ele não lhe respondeu dando em revolta, Pilatos tomou a'gua e
Mt 26.63;
27,14; em ponto algum, dc sorte que o governa­ lavou as mãos na presença da multidão,
Lc 23.9: dor estava muito surpreendido. 15Em cada dizendo: “ Eu sou inocente deste sangue'. Dn 13.46gr.;
Jo 19,9 At 18.6:
festa, costumava o governador soltar para Toda a responsabilidade é vossa!” “ Todo 20,26
a multidão um prisioneiro, aquele que o povo respondeu: “ Caia o seu sangue 27.4
ela quisessed. l6Havia um prisioneiro fa­ Ez 3 33:
sobre nós c sobre nossos filhos'!"“ Então At 5.28
moso, que se chamava Jesus Barraba'sc. ele lhes soltou Barraba's. Quanto a Jesus,
l7Pilatos perguntou, pois, à multidão reu­ depois de o ter mandado flagelar11, entre­
nida: “ Quem quereis que eu vos solte, gou-o para ser crucificado.
Jesus BarrabaVou Jesus a quem chamam
Messias?” “ Pois ele sabia que o tinham O rei dos judeus escarnecido ( M c
entregue por inveja. 19Enquanto ele esta­ 1 5 . 1 6 - 2 0 ; L c 2 3 . 1 1 ; J o 1 9 2 - 3 ) . 27Então
va assentado sobre o estrado, sua esposa os soldados do governador, levando Je ­
mandou dizer-lhe: "Não te envolvas na sus para o pretório1, reuniram em tomo
questão deste justo8! Pois hoje estive dele toda a coortem. “ Eles o despiram e
muito aflita cm sonho por causa dele". lhe puseram uma capa escarlate°. wCom
“ Os sumos sacerdotes e os anciãos inci­ espinhos, trançaram uma coroa que lhe
taram as multidões para que pedissem puseram sobre a cabeça, bem como um
Barrabas e fizessem perecer Jcsus. ^Re­ caniço na mão direita; ajoelhando-se
tomando a palavra, o governador lhes diante dele, caçoavam0 dele, dizendo:

a. Esta pergunta de Pilatos a Jesus sò se compreende à luz dc i. Para gente versada nas Escrituras, o gesto e as palavras dc
Lc 23.1-2, que mostra a multidão a denunciar Jcsus como pre­ Pilatos (cf. Dt 21.6*8; Sl 26,6; 73.13) deviam assumir um signi­
tendente à realeza. ficado preciso: Pilalos entende fazer recair sobre os judeus toda
b. Estas palavras, comuns a Ml. Mc e Lc. podem ser com­ a responsabilidade do que vai suceder.
preendidas cm sentido positivo: tu o dizes. e tens razão. A ex­ j. Esta exclamação dos judeus também tem raízes no AT (2Sm
pectativa messiânica dos judeus ligava-se à expectativa de um 1.13-16; 3.29; Jr 51,35; cf. também Lc 23.28). Para alem de uma
rei justo e libertador: Vê. Senhor, e suscita-lhes o seu Rei, filho tomada de posição política, os judeus estão encurralados numa
de David (Salmos de Salomão. 173). alternativa religiosa: é-lhes forçoso, ou reconhecer em Jesus o
c. Lit. Enquanto os sumos sacerdotes e os anciãos o acusa­ Messias prometido, ou pedir a sua morte como blasfcmudor.
vam, ele nào respondeu nada. Sobre o silêncio, cf. 26,63 nota. Qualquer anti-semitismo baseado neste versículo sd pode ser
d. O costume de soltar um prisioneiro na festa da Páscoa nào uma aberração.
deixa de scr verossímil, mas parece não ser atestado em nenhum k. Flagelar. O chicote romano em munido de fragmentos de
outro lugar. osso ou de chumbo; costumava-se flagelar antes da crucifixão
e. Numerosos mss. omitem a palavra Jesus diante de Barrabiís. para enfraquecer o supliciado e abreviar-lhe os padecimentos.
Tal tradição textual parece provir, na tinha de Orígencs. dc uma Este suplício era de origem romana, mas parece que os judeus
preocupação de recusar a Barrab«£s o nome de Jcsus. aliás fre­ o adotaram na época de Jesus (cf. 10.17 e 2334. onde o termo
qüente naquele tempo. grego não é o mesmo: cf. At 5.40; 22.19).
f. Cf. 27,16 nota. I. Pretório: Cf. Mc 15,16 nota.
g. Nào convem considerar a mulher de Pilatos como uma cristã m. Coorte: Cf. Mc 15.16 nota.
avunt Ia Jleme. Afligida por um sonho que a deixa perplexa, ela nào n. Lit. uma clâmide escarlate. Trata-se da capa do soldado
considera Jesus como um justo no sentido judeu típico de Mt romano; historicamente, istoé mais verossímil do que Mc 15.17:
(/Te/à vontade de Deus: cf. 1.19; 5.45; 9,13). mas no sentido gre­ a pürpura parece ser um tecido precioso demais para ser usado
go de homem de bem. simultaneamente interessante e inquietador. em tal lugar e para tul fim.
h. O suplício da cruz, cuja origem é provavelmente oriental, o. Cf. 27 3 1 . O tema da derrisão aparece amiúde no AT: o
desconhecido da lei judaica, era praticado ordinariamente pelos justo e o pobre são objeto das zombarías ou das burlas dos
romanos homens (Sl 22,8; 44.14; 52.8)
lx Salve, rei dos judeus! “ Cuspiram nele m esm o! E le é o R e i de Israel, p o is desça
159
27' MJ7: -I
Mc . . e, tomando o camço, batiam-lhe na ca- agora d a cru z, e acreditarem os nele!°Pôs
2 26 .
i .ix. : heça 3lDepois de terem zombado dele. em Deus a sua confiança; que Deus o
jo 18.39: tiraram-lhe
Lc 2W7.3K: .. K „ ..
a capa e tomaram a pôr-lhe livre agora, se o ama, po is ele d isse: ‘ Eu Jo s.ix:
19.3 i9.2i suas vestes. A seguir, eles o levaram para sou o F ilh o d e D e u s*!” "A te ' o s bandidos l0J6: 19,7
k 50.6 .
o crucificar. c ru c ific a d o s co m e le o in ju riav am da
m esm a form a.
Jesus é crucificado (Mc 15,21-32; Lc
23,26-43; Jo 19,16-24). 32A o sa íre m , Morte de Jesus (Mc 15,33-39; Lc 23,44-
encontraram um hom em de C iren ep, ch a­ 4H; Jo 19,28-30). 45A partir do m eio -d ia,
m ado S im ã o ; e le s o requisitaram para trevas cobriram toda a terra até às três
lev ar a cru z d e Je s u s . "T e n d o chegad o horas*. “ Por volta das três h o ras. Je su s
ao lu gar ch am ad o G ó lg o ta , isto é , lu gar "Eli, Eli, lemá
exclam o u com v o z forte:
do C rân io ''.^deram-lhe de beber vin ho sabactáni", isto e'. “ M eu D e u s , m eu
m isturado co m f e f . E le , tendo-o p ro va­ D eu s, por que m e ab an d o n a ste*...?” ‘" A l ­
d o , não q u is beb er. -“ D ep ois de o terem guns dos que ali estavam diziam , ao o uvi-
c ru c ific ad o , repartiram suas vestes lan­ -lo : “ E i-lo que ch am a E l ia s * !" “ L o g o um
çando a sorte'.3*E e le s ficaram a li, sen ­ d e le s co rre a to m ar um a e sp o n ja que
tados, a gu ard á-lo . ■” A c im a da sua c ab e­ em bebeu em vinagre b; e , fixan d o -a na
ç a , tinham posto o título de sua con den a­ extrem id ade de um c a n iç o , ofereceu-lhe
ç ã o . assim red igid a: “ E ste é Je s u s , o rei de beber. 4,O s outros d isseram : “ E sp e ra !
27,29 dos ju d e u s '". “ C o m e le ,s ã o c ru cificad o s V e ja m o s se E lia s v irá sa lv á -lo ” . “ M as
i* 53,i 2 d o is b an d id o s", um à direita, o outro à Je s u s , gritando n ovam en te com v o z fo r­
esqu erda. •''O s transeuntes o insultavam te, rendeu o e sp írito '. 5IE e is que o ve'u
Lm 2.15 meneurulo a cabeça' mc dizendo: “ Tu que do San tu ário rasgou -se em du as partes e* 26.31-35
Mt I4.5X-. destróis o San tu ário e o reconstróis cm d e alto a b aixo d; a terra trem eu , o s roche­
jo 2. 19.20 , rgs d ia s, salv a -te a ti m esm o, se e's o do s se fen deram ; 52o s tüm ulos abriram -
4.3.6: Filh o de D e u s, e d esce da c ru z "!” 4llgu al- se , o s corpo s de m uitos santos já fa le c i­
26 .63 : . ..
u. 4 , 9 mente, com os escribas e os anciaos, d o s ressu scitaram : 5,saindo dos tü m u los.
caçoavam os sumos sacerdotes: 4J“ Ele d ep o is da sua ressu rreiçã o , e le s entraram
„ 4.5: Ap 11.2:
salvou a outros c não pode salvar a si na C id ad c Santa e apareceram a um gran- 212.,<*
22.19

p. Cirene. Colônia grega, na cosia do norte da África; nume­ y. Lit. a partir da hora sexta... até a hora nona. Essas trevas
rosos judeus ali se tinham estabelecido (cf. At 2.10; 11.20). (cf. Ex 10.22; Am 8.9-10) figuram provavelmente o juízo de
q. Alusão provável, não ao crânio dc Adão (cf. Orígenes). Deus. que desde a cruz se estende por sobre toda a terra, o
nem aos crânios dos supliciados. mas à forma do rochedo, que mundo inteiro. Outra tradução possível: sobre todo o país.
recordava a de um crânio. z . Cf. Sl 22.2. Grito dc angustia, não porém de dcNespero. ja'
r . Quando um homem deve ser executado, permite-se-lhe to­ que cie sc dirige a Deus citando as Escrituras. Ha quem atenue
mar um grâo de incenso dentro de uma taça de vinho, para que o realismo desta expressão, observando que este mesmo Sl 22
perca a consciência... As senhoras distintas de Jerusalém en- termina com uma prece confiante.
carregavam-se dessa tarefa (Tratado judaico setbre o Sinédrio, a . A respeito da espera de Elias na apocalíptica judaica, cf.17.10
43a). Mt menciona o fe l. quc toma a bebida intragável (cf. Si nota.
69.22). b. Vinagre. Bebida forte usada pelos soldados romanos. A
s. Alguns mss. acrescentam: a fim de que se cumprisse a alusão ao Sl 69.22 presta a este gesto uma característica desu­
palavra do profeta: eles rejxirtiram entre si minhas vestes e mana quc provavelmente não tinha (cf. Jo 19.28-30).
lançaram sorte sobre a minha túnica (Sl 22.19). Este acréscimo, c . Nâo o Espírito Santo, nem o espírito divino quc os gregos
sem duvida, foi tomado de Jo 19.24. dizem residir no homem e opòcm ao corpo material, mas o
t. A inscrição com o título ou razão da condenação fazia parte espírito àa vida no sentido do AT (Gn 35.18; Sr 382 3 : Sb 16.14).
dos suplícios oficiais. Seu texto. sem duvida irônico, fora prova­ d. Trata-se ou do véu que separava o átrio do prdprio Tem­
velmente imposto por Pilatos (cf. Jo 19.19-22. que explana o plo (dc sorte que a morte de Jesus viria permitir o acesso dos
episódio). pagãos à presença de Deus), ou do véu que separava o Santo
u. Bandidos. Acerca desta palavra, cf. 26.55 nota. dos Santos (neste caso. a mone de Jesus significava o fim do
v. Cf. Sl 2 2 » e 10925. sacerdócio da antiga aliança; neste sentido: Hb 6.19; 10.20).
vr. Lit. " o constróis...” (cf. 26,61 nota) O contexto não impõe a escolha entre uma ou outra dessas
x. Cf. Sl 22.9; Sb 2.13.18-20. interpretações.
de numero de pessoas'. !4À vista do ter­ todos juntos ter com Pilatos11.‘•'“ Senhor,
remoto e do que acontecia, o centurião e disseram-lhe, nós nos lembramos de que
os que com ele guardavam Jesus foram aquele impostor* disse, enquanto vivia:
tomados de grande medo e disseram: ‘Depois de três dias, eu ressuscitarei*’. 12.40-, 16.21:
“Verdadeiramente, este era o Filho de MPor isso, da' ordem de que o sepulcro m /íoÍ"*
Deus”. seja vigiado com segurança até o tercei- v i: 10.34:
ro dia; não suceda que seus discípulos ’*j 2 247
Sepultam ento dc Jesus (Mc 15,40-47; venham furtá-lo e digam ao povo: ‘Ele
Lc 23,49-56; Jo 19,2538-42). 55Estavam ressuscitou dos mortos’. Esta última
Lc k.2.3 ali algumas mulheres que olhavam, a impostura seria pior do que a primeira”. 12.45:
distância; elas tinham seguido Jesus des­ “ Pilatos declarou-lhes: "Tendes uma lí
x r u Z .iM
de os dias da Galile'ia, servindo-o. “ En­ guarda. Ide! Vigiai o sepulcro com segu­
tre elas achavam-se Maria de Ma'gdala. rança como entendeis". “ Então, eles fo­
20,20
Maria, mãe de Tiago e Jose, e a mãe dos ram pôr 0sepulcro em segurança, selan­
filhos de Zebedeu. 57Ao cair da tarde, do a pedra e destacando uma guarda.
chegou um homem rico de Arimatéia,
chamado Jose, que tambe'm se tornara 0 0 Jesus não está mais no sepulcro
discípulo de Jesus'. “ Este homem foi ter (Mc 16,1-8; Lc 24,1-11; Jo 20,1.11-
d i 2 i.22.23 com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 18). 'Após o sa"bado. no iníciok do pri­
Então Pilatos ordenou que lho entregas­ meiro dia da semana, Maria de Magdala 27.56.6i:
sem. 59Tomando o corpo. Jose' o envol­ e a outra Maria1foram ver o sepulcro"1. «u 7Í'
veu num lençol limpo“ c o depositou num 2E eis que se produziu um grande terre- J° 1925
Mc 6,29: túmulo totalmente novo. que mandara moto": o Anjo do Senhor”desceu do ce'u, 27.51
Al 13,29 cavar para si no rochedo; a seguir, rolou veio rolar a pedra, e sentou-se em cima. 27.6O:
2X.2: Uma grande pedra na entrada do túmulo •'Seu aspecto era o do relâmpago e sua Mc 15,46
Ml e retirou-se. “ Entretanto, Maria de Mág- vestimenta branca como a neve. 4Com o 17.2:
Mc 15.40-47: dala e a outra Maria estavam ali senta- medo que tiveram dele. os guardas fica-
u. 24_i'o; das cm frente do sepulcro. ram estarrecidos e como mortosp.sMas o At 1.10
Jo 19.25 anjo tomou a palavra e disse às mulhe­
A guarda do sepulcro. “ No dia seguin­ res: “Não temais, vós. Eu sei que procu­
te. ou seja. no dia depois da Preparação*, rais Jesus, o crucificado. ‘Ele não esta'
foram os sumos sacerdotes e os fariseus aqui, pois ressuscitou, como havia dito1*;
e. As descrições dos vv. 51 a 53 incluíam-se nas profecias pertina. que indica o início de um novo dia (cf. Lc 23.54). É o
tradicionais que anunciavam o dia do juízo final (Am 8.3; Is cair da noite.
26.19; Ez 37.12; Dn 12.2). I. Provavelmente mãe de Tiago e de José (27.56).
f. Pode-se traduzir também: que. também ele. se tornara m. As santas mulheres não vem para ungir o cadáver (Mc
discípulo de Jesus ou: que se fizera instruir no ensinamento de 16.1). mas para ver (visitar) o sepulcro. A narrativa pôde ser
Jesus (o mesmo verbo em Mt 1332 e 28.19). Pode-se interpretar influenciada pelo costume judaico de peregrinar aos tümulos dos
quer. de preferência, que este homem fosse originário de santos; esta hipótese seria confirmada pelo interesse manifesta­
Arimatéia. cidade de Juda a nordeste dc Lida (Lod). quer que do mais adiante à determinação do local do sepulcro (28.6; aqui...
estivesse chegando desta cidade e fosse entrar em Jerusalém, no vinde ver).
momento em que viu o Crucificado. n. Elemento tradicional das teofanias (cf. Ex 19.18; Sl 114.7;
g. Preparação. Esta palavra se aplicava a sexta-feira, dia em Hb 12.26).
que os judeus preparavam a celebração do shablxit. o. Nào se trata aqui de um anjo encarregado de interpretar um
h. Os vv. 62-66. peculiares a Mt. são o eco de uma polêmica acontecimento maravilhoso (cf. 28.5). mas do Anjo do Senhor
entre judeus e cristãos. Não se trata de provar a ressurreição de (cf. Gn 22.11-15; Ex 3J2-6) que age (28,2) e fala com a mesma
Jesus, mas dc responder à objeção judaica que afirmava ter sido autoridade do Senhor (28.5.7; cf. 1.20 nota).
roubado o corpo de Jesus. p. Diversamente dos escritos apócrifos e da iconografia popu­
i. Lit. sedutor: aquele que induz as multidões em erro. lar. Mt não descreve Jesus no ato de ressuscitar; em estilo apo­
j . Alusão aos andncios da Paixão e da Ressurreição que os calíptico. mostra os efeitos da ação de Deus.
evangelistas relatam: eles parecem scr conhecidos no ambiente q. O anuncio de Jesus não insiste primeiro no encontro na
judaico no momento da redação de Mt. Galiléia (Mc 16.7). mas na própria Ressurreição. Com isto so­
k. Lit. no momento em que começava a luzir o primeiro dia. bressai mais vivamente a pregação típica da Igreja nascente (cru-
Ksta expressão alude provavelmente à aparição da estrela ves­ cificado... ressuscitado: cf. Al 2.23*24.36; 4.10...).
16,21; 17,23; vinde ver o lu gar onde ja z ia . 7D ep o is, ch egar aos o u v id o s do go vern ad o r, nós é
■20.19,
Mc 8,31, ide dep ressa dizer a seus discíp u lo s: ‘ E le qu e o a p lac arem o s, e ag irem o s de tal
9J1Í 10,34:
U 9.22; ressu scitou dos m ortos’ , e e is que v o s m odo que não sejais m olestados” . ,5E le s
18.33; 24.7 precede na G alile'ia; lá e' que o vereis. tom aram o dinheiro e agiram con fo rm e
i 2632;
Mc 14,28 E is que eu v o -lo d isse” . "D eixan d o às as instruções que lhes haviam dado. E sta
2110.17; pressas o sepu lcro , com m edo e grande história p ro p ago u -se entre o s ju d eu s até
Jo 21,1-23
a le g ria , ela s correram a le v a r a notícia a o d ia de h o je1'.
seus d iscíp u lo sr. ’ E e is que Je su s v eio ao
seu encontro e lhes disse: “ E u v o s saú- O R e s s u s c it a d o e n v ia se u s d is c íp u lo s
d o” . E la s se ap roxim aram dele e ab raça­ em m is s ã o . “ Q uan to ao s o n ze d is c í­
ram -lhe o s pés, prostem an do-se diante p u lo s , e le s fo ram para a G a l il é ia , a 2632;
28.7.10
dele*. ‘ “Então Je su s lhes disse: “ N ão te­ um a m ontanha à qual Je s u s lhes o rd e­
m ais. Ide an un ciar a m eus irm ãos que n ara ir " . 17Q u an d o o a v is ta ra m , p ro s-
26,32 e le s d evem ir à G a lilé ia : lá é que e les m e te m a ra m -se , m as algu n s tiv era m d ú v i­
28,7.16
verã o 1’ . “ Estando ela s a cam inho, eis que das*. l8Je s u s ap ro xim o u -se d e le s e lhes
Mt 14,28;
Jo 21,1-23 algun s hom ens d a gu arda foram à cid ad e d irig iu e stas p a lav ra s: “ T o d a a au to ri­ 11.27.
Jo 3.35;
inform ar o s sum os sacerdotes de tudo o dade m e foi dada no céu e sob re a terra5,.
133; 17.2.
que acon tecera. 12E ste s, d ep o is de se te­ l9Id e, p o is; de todas as n a çõ es fa z e i d is ­ Ef 1.20-22
Al 1,8
rem reunido co m o s an ciãos e terem d e ­ c íp u lo s 1 , batizan d o -as em nom e do P ai
liberado co m e le s“ , deram aos soldados e do F ilh o e do E sp írito San to *, “ e n s i­
um a vultosa som a de dinheiro, 13com esta n an d o-as a gu ard ar tudo o qu e v o s or- Jo 14.23

instrução: “ D ire is o seguinte: ‘ S e u s d is ­ d en ei. Q uanto a m im , e is qu e eu estou Ag 1,13;


Jo 17,24
27.64 cíp u lo s vieram durante a noite e o furta­ c o n v o s c o tod os o s d ia s , até a c o n su m a­ 1339.49;
ram enquanto d o rm íam o s’ . UE se o fato ç ã o d o s tempos*1” . 243

r . Diversamente do relato dc M c 16,8. y . Aquele que. no monte da Tentação, não quis receber do
s. C o m esie gesto, as mulheres nâo querem verificar se Jesus demônio o dom ínio sobre os reinos do mundo (4 ,9 -1 0) proclama
tem um corpo, e sim manifestar sua esperança (cf. 2 R s 4,2 7) e que o recebeu de Deus (cf. D n 7,14: ao Filho do Homem foram
sua veneração (M t 12,2.8.11; 8,2; 1 4 3 3 ; 15,25; 28.17). dados império, honra e reino, e todos os povos, nações e lín­
t, No Evangelho, a menção de meus irmãos, acrescentada à guas, o adoraram)', e mais: trata-se aqui do ceu e da terra,
mensagem do anjo (28,7), só se encontra aqui e em Jo 20,17. segundo a convicção da Igreja prim itiva (A t 13,33; R m 1,4; F l
exatamente por ocasião da aparição a M aria de M ágdala. à qual 2 ,5-11; IT m 3.16).
corresponde a presente narrativa, z . Ou ainda: De todas as nações, ide fazer discípulos (cf. 2,8;
u. Fórm ula estereotipada de S. Mateus: 12,14; 22.15; 27,1.7. 9,13; 10,6; 11,4; 27,66; 28,7). Estas nações designam aqui, não
v. Este relato apologético tenta contradizer a lenda que certos só os pagãos, mas também os judeus (cf. 24.9.14; 25,32). Diver­
judeus faziam circular no tempo de Mt (cf. Mt 27,62-66). Além gindo do seu modo de proceder durante a vida terrena (10,5-6.
disso, demonstra quc, de fato, o cadáver não foi roubado, embo­ 23; 15.24), Jesus agora cumpre a profecia (Is 42,6; 45,18*20;
ra fosse possível a hipótese do rapto. 49.6).
w . Sobre um a m ontanha da G a lilé ia . im p o ssív el de ser a. Em nome de sign ifica que se estabelece uma relação pessoa)
identificada, mas que Mt talvez associe à da Tentação (4,8) ou (cf. IC o r 1,13; 10,2) do balizado com o P ai, o F ilh o e o E sp úito
à da Transfiguração (17,1). Santo: designação “trinitária” já conhecida na Igreja prim itiva
x. A menção à dtevida causa estranheza: ela segue-se à da ( IC o r 1 2 3 -5 ; 2 C o r 13,13). Provavelmente, a fórm ula deriva da
adoração, sem ser equilibrada pela do reconhecimento do Se­ prática da Igreja (cf. Didaque).
nhor. como sucede no esquema clássico das narrativas de apa­ b. C o m essas palavras, o Ressuscitado reassume e cumpre a
rições ( L c 24.11.37-44; Jo 20.25-27; M c 16.11.13-14). Por isso. figura e a promessa da presença divina do A T (E x 3,12; Jr 1,8;
certos estudiosos vêem nisto um pormenor acrescido a uma tra­ Is 41.10: 43,5: Mt 1.23). E le dá a certeza, não só dos dons
dição quc apresentava o encontro do Senhor viv o com seus d is­ particulares ( L c 24,48: Jo 20.22), ou mesmo de» uma presença
cípulos sob a forma dc uma “epifania” , aparentada com o anún­ duradoura (M t 18,20). mas de uma assistência eficaz todos os
cio escatológico de D n 7.14. Outra tradução possível: eles, que dias. mesmo na perseguição. C om isso, esta presença assim ila-
tinham duvidado (nâo de Jesus, mas da palavra das mulheres). -se à do Paráclito de S. João (Jo 14,16; 16,7-11, cf. U o 2,1).
EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
INTRODUÇÃO

Ordem e temas principais. O segundo evange­ inaugura a pregação do Evangelho na Galiléia


lho apresenta-se soh a forma de uma seqüência (1,14-15). Daí por diante, começa um verdadeiro
de narrativas geralmente breves e sem conexões dranut, o da manifestação de Cristo, Filho de Deus,
muito precisas. Seu quadro mais característico é em duas fases distintas.
constituído por indicações geográficas. A ativida­ 1. O poder do ensinamento e dos atos de Jesus
de de Jesus decorre na Galiléia (1,14) e arredo­ contra as forças do mal é reconhecido por um
res desta região, estendendo-se até as terras pa­ vasto público (1,21-45: 3,7-10...). Mas o ser Je­
gãs (7,2431; 8,27). A seguir, passando pela Peréia sus Filho de Deus é um fa to que deve manter-se
e Jericó (cap. 10), Jesus sobe a Jerusalém (11,1). secreto (1,25; 3,12). A oposição dos observantes
Este quadro não revela a disposição interna do da lei mosaica, orgulhosos e impertinentes, mani­
livro, dominada antes pelo desenvolvimento de festa-se (2-3,6) e chega a ponto de apresentar
alguns temas fundamentais. Jesus como instrumento do príncipe dos demônios
(3,22-30). Entretanto, os discípulos distinguem-se
A. O Evangelho. Logo às primeiras palavras, o nitidamente da multidão (4,1033-34). E, entre eles,
livro declara o interesse atribuído ao “Evangelho a pergunta dos primeiros que aparecem: “Que é
de Jesus Cristo, Filho de Deus " (1,1), denomina­ isto?” (1,27), reveza-se com esta outra: “Quem é
do também, pouco adiante, “Evangelho de Deus" este?" (4,41). As respostas divergem (6,14-16;
(1,14), ou “Evangelho" sem mais (1,15). Paru 8,27-28). E, não obstante a sua profunda incom­
Marcos, bem como para Paulo, esta palavra de­ preensão da missão de Jesus (652; 8,14-21), os
signa a Boa Nova, destinada a todos os homens e discípulos chegam a reconhecer, pela boca de
cuja aceitação define a fé cristã: por meio de Jesus, Pedro, que ele é o Cristo (8,29). Mas recebem
Deus realizou suas promessas em favor deles (cf. ordem de se calar (830).
1,1, nota). Por isso, o Evangelho deve ser procla­ 2. A partir de então, começa um ensinamento
mado a todas as nações (13.10; 14,9). Este em­ novo: o Filho do homem deve passar pelo sofri­
preendimento define a atualidade à qual Marcos mento, a morte e a ressurreição. Este ensinamen­
não receia adaptar certas palavras de Jesus: de­ to, repetido três vezes (8,31-33; 9,30-32; 1032-
saparecido este, renunciar a si mesmo e tudo aban­ 34), conduz o leitor ao confronto de Jesus com
donar por ele é fazê-lo em prol do Evangelho seus adversários em Jerusalém (caps. 11-13). Aí,
(8 3 5 nota; 10,29). Porque a ação de Deus que se o drama culmina: o segredo de Jesus é desvenda­
manifestou pela vida, morte e ressurreição de do no decurso da Paixão (caps. 14 e 15). Sua
Jesus, prolonga-se neste mundo por meio da pa­ declaração perante o Sinédrio, que o condena à
lavra confiada aos discípulos. Mais do que uma morte (14,61-62), e a palavra do centurião na hora
mensagem provinda de Deus e referente a Jesus de sua morte (15,39) coadunam-se com as revela­
Cristo, o Evangelho é esta ação divina em meio ções de Deus por ocasião do batismo e da Trans­
aos homens. Eis o presente, a partir do qual figuração (1,11; 9,7) e justificam o título do livro:
Marcos se volta para o passado, a fim de falar do Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (1,1 notas).
seu "começo" (1,1) e para caraterizar, a esta luz, Entrementes, as indiscrições malévolas dos demô­
a existência cristã. nios (1,24.34; 3,11) e a fé messiânica dos discípu­
los (8,29) foram reduzidas ao silêncio: de fato, o
B. Jesus Cristo, Filho de Deus. As promessas sentido das mesmas não se poderia manifestar
divinas começaram a cumprir-se com a pregação antes da paixão e morte de Jesus.
de João Batista, que abriu o caminho para Jesus O relato da paixão constitui o ápice do livro.
de Nazaré (1,2-8). Este, designado por Deus como Ele é preparado não só pelos conflitos em Jerusa­
seu Filho e vitorioso sobre Satanás no deserto. lém, pelo tríplice anúncio que segue a profissão
de f é de Pedro, e por uma observação já feita em contrapõe aos adversários de Jesus, bem como à
3,6; ele responde à pergunta feita desde o primei­ sua parentela carnal (3,20-35), e os distingue da
ro ato público de Jesus, segundo Marcos (1,27), multidão como beneficiários de um ensinamento
e permite compreender a insistência do livro so­ particular (4,10-25.33-34) e testemunhas privile­
bre o que se denominou segredo messiânico (cf. giadas de milagres maravilhosos (4,35-5,43). A
1,34 nota ; 1,44 notas; 8,30 nota). Esta insistência
ruptura com Nazaré prepara a terceira seção (6,7-
corresponde, sem dúvida, ao fato de Jesus não ter 8,30), na qual os Doze, enviados em missão, apa­
sido reconhecido, ao tempo de sua vida terrena, recem na qualidade de “apóstolos" (6,30), encar­
como o fo i depois da Páscoa. Mas, já que o se­ regados de alimentar a multidão (6,34-44; 8,6).
gredo incide exatamente nos títulos sob os quais Entretanto, os discípulos recebem revelações que
se exprime a fé cristã (1,1; 3,11; 8,29), Marcos os desconcertam (6,45-52; 7,17-23). Sua incom­
parece querer indicar que eles eram prematuros, preensão, já manifestada por ocasião das parábolas
e permaneceram equívocos para os judeus e para (4,13), agrava-se ainda mais (652; 8,14-21). A cura
os pagãos, enquanto sua verdade não fosse reco­ de um cego no final desta seção (8,22-26) tem para
nhecida na humilhação do Crucificado. eles valor exemplar (cf. 8,22 nota).
2. Depois da confissão messiânica de Pedro,
C. Jesus c seus discípulos. No “com eço" do cada um dos três anúncios da Paixão e da Res­
Evangelho de Marcos. Jesus não aparece só, mas surreição esbarra na incompreensão dos discípu­
acompanhado dos discípulos que deveriam dar los e provoca declarações de rude franqueza acer­
prosseguimento à obra começada. Desde o início ca da condição pessoal (8,34-38) e comunitária
da atividade na Galiléia, Marcos narra, sem a (9,33-50; 10,35-45) dos que devem seguir Jesus,
menor preocupação de verossimilhança cronoló­ tomando a sua cruz.. Caso suceda entrarem em
gica e psicológica, o chamamento de quatro pes­ cena a multidão ou pessoas outras que os discípu­
cadores para seguirem a Jesus (1,16-29). A se­ los, é a estes últimos que Jesus se dirige princi­
guir, o Mestre anda sempre acompanhado pelos palmente ou explica em particular suas exigên­
discípulos, exceto quando os manda pregar (6, cias (9,28-29; 10,10-16; 10,23-31). Continuamen­
7-30). Só no momento da Paixão, depois da fuga te se passa do Mestre ao discípulo e. em relação
deles, é que fica só. Mas o livro não termina sem a ambos, do rebaixamento voluntário à glória pro­
ter anunciado por duas vezes o seu reagrupamen- metida. Neste caso, porém, enquanto Jesus quer
to na Galiléia em volta do Cristo ressuscitado associá-los ao seu destino, eles permanecem ob­
(14,28; 16,7). A posição que lhes é assinalada no tusos. Esta seção conclui-se novamente com a cura
decurso da narrativa permite aliás distinguir vá­ de um cego, que se põe a seguir Jesus (10.46-52).
rias seções. As duas seções seguintes (caps. 11-13 e 14-16)
I . Na primeira fase da manifestação de Jesus, mostram Jesus com as multidões, com seus adver­
três cenas ilustram uma associação cada vez mais sários, com seus juizes. Os colóquios com os dis­
íntima entre ele e seus discípulos: o chamamen­ cípulos são freqüentes e importantes. Jesus os
to dos quatro em vista da pescaria de homens inicia no poder da fé e da oração (11,20-25),
(1,16-20), a escolha dos Doze para viverem com previne-os do comportamento a adotar em vista
ele e em vista da missão (3,13-19), finalmente da chegada do Filho do homem (13,1-37), os ins­
a própria missão (6,7-13). Essas três narrativas trui sobre o sentido da sua morte na expectativa
vêm acompanhadas de visões de conjunto sobre a do Reino de Deus (14,22-25), previne-os da de­
sua atividade ou as reações que ele provocava fecção deles (14,26-31), previne-os contra a ten­
(1,14-15; 3,7-12; 6,14-16), como se o narrador tação (14,37-40). Mas a fuga deles no Getsemüni
sentisse a necessidade de se dar conta da situa­ e as negações de Pedro atestam o seu fracasso no
ção, antes de prosseguir. seguimento de Jesus. Entretanto, nem tudo está
Na primeira seção (1,16-3,6), os discípulos se acabado: depois da Ressurreição, Jesus os prece­
mantêm inativos junto a Jesus; mas este se mostra derá na Galiléia (14,28; 16,7).
solidário com eles, em face das críticas desperta­ A insistência na lentidão dos apóstolos em crer,
das por sua atitude referente às observâncias ju ­ sua contínua falta de compreensão, sua deficiên­
daicas (2,13-28). A segunda seção (3,7-6,6) os cia no momento em que se cumpre na verdade a
revelação do Cristo, Filho de Deus, responde cer­ (5J2; 11,11), de afeição (10,21), de gravidade
tamente a um plano premeditado. A função de contristada ou serena (10,23.27). Perante esse ho­
continuadores do Evangelho que lhes é atribuída mem todas as atitudes são possíveis, da estupefa­
impede que pensemos numa polêmica dirigida ção ao maravilhamento, da desconfiança à deci­
diretamente contra os primeiros discípulos de são de matar e, para os discípulos, da adesão
Jesus. Como a f é em Jesus só se desenvolveu irrefletida à incompreensão e ao abandono.
depois da Páscoa, a sua vida terrestre podia pa­
recer a Marcos um tempo de manifestação real, Origem do livro. Por volta do ano 150, Pápias,
mas contida pela necessidade do segredo e limi­ bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segun­
tada pela incompreensão dos discípulos. Esta, pa­ do evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro
radoxalmente, valoriza o m istério de Jesus, em Roma. O livro teria sido composto em Roma,
indecifrável fora da f é pascal. depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionita
Ela assume, outrossim, o sentido de protótipo de século II, Irineu) ou ainda durante sua vida
para a f é dos cristãos, sempre sujeita, como a (segundo Clemente de Alexandria). Quanto a
deles, a ficar em descompasso com relação à re­ Marcos, fo i identificado com João Marcos, origi­
velação divina. A cruz sempre há de ser um es­ nário de Jerusalém (At 12,12), companheiro de
cândalo. Para ser proclamado e acolhido em sua Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl
verdade, o Evangelho não só exige fidelidade aos 4,10) e, a seguir, de Pedro em “Babilônia" (isto
termos da confissão da fé, mas sobretudo a auten­ é, provavelmente, em Ronui), segundo IPd 5,13.
ticidade de uma vida em seguimento de Jesus. A Admite-se comumente a origem romana do li­
compreensão do seu mistério é inseparável de uma vro, depois da perseguição de Nero em 64. Disto
lenta e difícil iniciação à condição de discípulo. podem servir de indício certas palavras latinas
grecizadas, várias construções de frases tipica­
O modo dc escrever de Marcos. Aprouve a al­ mente latinas. Quando menos, o cuidado de expli­
guns louvar em Marcos sua arte de narrador. Se car os costumes judaicos (7,3-4; 14,12; 15,42) de
o seu vocabulário é pobre (exceto quando fala de traduzir as palavras aramaicas, de frisar o alcan­
coisas concretas e das reações provocadas por ce do Evangelho para os pagãos (7,27; 10,12;
Jesus), as suas frases malconcatenadas, seus ver­ 11,17; 13,10) supõem que o livro se destina a
bos conjugados sem preocupação com a concor­ não-judeus, fora da Palestina. Quanto à insistên­
dância de tempo, suas próprias deficiências con­ cia na necessidade de seguir Jesus carregando a
tribuem para dar vida a uma narrativa muito própria cruz, poderia ser de particular atualidade
próxima do estilo oral. Contudo, por sob o por­ numa comunidade abalada pela perseguição de
menor “colhido ao vivo", vislumbra-se muitas ve­ Nero. Por outro lado, visto ser a ruína do Templo
zes a trama de um esquematismo que trai elemen­ anunciada em Marcos sem nenhuma alusão clara
tos já tradicionais ou modelados para o uso das ao modo como se efetuaram esses acontecimentos
comunidades. Quando o narrador fa z reviver a em 70 (ao contrário de Mt 22,7 e Lc 21,20), nada
cena, não apresenta o relato singelo de uma tes­ impede que se date a composição do segundo
temunha ocular. Aliás, a ausência de qualquer evangelho entre 65 e 70.
seqüência cronológica, por elementar que seja, a A relação do livro com o ensinamento de Pedro
indiferença pela psicologia dos personagens, a é mais difícil de determinar. A expressão de
imagem estereotipada da multidão impedem que Pápias, “ interprete de P e d ro ", não é clara. Contu­
se leia este evangelho como uma simples vida de do, mais do que os pormenores descritivos e a
Jesus. Mas, sem visos de literatura. Marcos prima feição de testemunho ocular, o lugar nele ocupa­
por sugerir o retrato vivo de um homem que, com do por Pedro testemunha em favor de uma tradi­
suas reações imprevisíveis, sua compaixão ou ção petrina. Dentre o grupo dos Doze, só se des­
rudeza, com a surpresa que causa e com a deter­ tacam Tiago e João, como fiadores, ao que pare­
minação de sua palavra, contradiz as imagens pré- ce, do testemunho de Pedro. Este nem por isso é
-fabricadas. Toda a alma se lhe traduz num olhar, lisonjeado. Mas, se nem sempre desempenha um
que pode vir prenhe de cólera ou pleno de bonda­ papel agradável, não há nisto sinal de oposição
de 135.34), de interrogação ou diligente atenção contra ele.
Fica, portanto, intacto o problema das fontes de séculos XIX e XX. Hoje, renuncia-se a elaborar
Marcos. Os estudiosos as imaginam diversamen­ uma biografia de Jesus baseada unicamente nas
te, conforme a comparação com Mateus e Lucas seqüências de Marcos. Todavia, a sua rudeza, a
os leve a ressaltar a importância de Marcos na ausência de afetação, a abundância de semitismos,
origem destes ou a supor a existência, anterior a o caráter elementar da reflexão teológica revelam
Marcos, de uma síntese de tradições referentes a um estágio antigo dos materiais utilizados. Os per­
Jesus. Seja qual fo r a hipótese, a composição do sonagens e os lugares nomeados provêm de tradi­
Evangelho de Marcos leva a pensar em uma eta­ ções arcaicas. Os ensinamentos de Jesus, a insis­
pa anterior da tradição, na qual os gestos e pa­ tência na proximidade do Reino de Deus, as pa­
lavras de Jesus eram transmitidos independente­ rábolas, as controvérsias, os exorcismos só en­
mente de qualquer visão de conjunto da sua vida contram sua posição histórica de origem na vida
ou pregação. A narrativa da Paixão deve ter-se de Jesus na Palestina. As recordações não pro­
apresentado na origem sob a form a de uma se­ vêm diretamente de uma memória individual.
qüência com vários episódios. Conjuntos elemen­ Formuladas primeiro em vista das necessidades
tares, como “o dia de Cafarnaum" (1,21-38) ou da pregação, da catequese, da polêmica ou da
as controvérsias de 2-3,6 puderam constituir-se liturgia das Igrejas, elas têm suas raízes no teste­
bastante cedo e já existir nas fontes de Marcos. munho dos primeiros discípulos.
Outra questão que não recebeu resposta: como O mérito de Marcos consiste em tê-las fixado no
terminava o livro? Geralmente se admite que a momento em que a vida das Igrejas disseminadas
conclusão atual (16,9-20) fo i acrescentada para fora da Palestina e a reflexão teológica atiçada
corrigir o final abrupto do livro no v. 8 (cf. 16,9 pelo choque com as culturas estrangeiras esta­
nota). Mas nunca saberemos se a conclusão ori­ vam sujeitas a perder o contato com as origens do
ginal do livro fo i perdida ou se Marcos julgou Evangelho. Ele conseguiu manter viva, inapagável,
que a referência à tradição das aparições na Ga­ a visão de uma existência movimentada, difícil de
liléia no w. 7 bastava para encerrar sua narrativa. compreender. Afinal, quem é este homem? A tal
pergunta, Marcos traz a r e s is ta dos primeiros
Importância do livro. Marcos é para nós o pri­ crentes, que foram as testemunhas primeiras. Mas,
meiro exemplo conhecido do gênero literário cha­ /Kira quem se contentasse com repetir esta res­
mado evangelho. No uso da Igreja, fo i muitas vezes posta, ele reaviva a questão e lembra que a fé se
preterido em favor das sínteses posteriores e mais comprova pelo engajamento incondicional no se­
amplas de Mateus e Lucas. Ele tornou a ser va­ guimento de Jesus, sempre em ação, pelo Evange­
lorizado pelos estudos literários e históricos dos lho, no meio dos homens.
EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
1 João, o Batizador (Mt 3,1-6.11-12; sertor, proclamando* um batismo de con- a i 13.24:
Lc 3,1-6.15-18). 'Inicio do Evan­ versão para 0perdão dos pecados11.'Toda 19-4
gelho' de Jesus Cristob. Filho de Deusc. a região da Judeia e todos os habitantes
2Assim como está escrito no livro do de Jerusale'm acorriam a ele; faziam-se
profeta Isaías: batizar por ele no Jordão1, confessando
Eis que eu envio o meu mensageiro os seus pecados1.‘João vestia-se de pêlo
diante de ti. de camelo, com um cinto de couro à volta
para preparar o teu caminho1*. dos rinsk; alimentava-se de gafanhotos e
3 Uma voz clama no deserto: mel silvestre. 7Ele proclamava: “Depois
jo 1.23 Preparai o caminho do Senhor, de mim vem o que é mais forte do que
endireitai as suas veredas', eu, c cu nâo sou digno de. inclinando-
4"João, o Batizador. apresentou-se no de- -me. desatar-lhe a correia das sandálias1, a i 13,25
a. Palavra grega que sign ifica boa nova. Evangelho não desig­ povo: por sua pregação é que se cumprem as profecias (v . 3:
na. no N T . um livro e sim . a Boa Nova da salvação por Jesus uma voz...).
Cristo (R m 1.1 nota) pregada pelos apóstolos. É o Evangelho de h. Batismo: esta palavra, empregada no N o vo Testamento para
Deus (1.14; Rm l . l ) . que está na origem da salvação e da sua designar o batismo de João e o batismo cristão, equipara-se às
proclamação. É lambem o Evangelho de Jesus Cristo ( l . l ; Rm que designam os banhos ou abluçôes praticados no judaísm o
15.19): ele o pregou (1.14) ames dc sc tomar o seu objeto, de­ para a purificação das impurezas rituais (Jt 12.7; Sr 34,25: Mc
pois da Ressurreição. O Evangelho deve ser proclamado em to­ 7.4; H b 6.2; 9.10). Desde o fim do século I d .C ., há referências
das as nações (13.10; 14,9: cf. 16.15). E le requer a mesma ab­ a um rito de imersão para a integração dos prosélitos no judaís­
negação solicitada por Jesus (8,35; 10.29). D e fato. a ação dc mo. E . à época de João. vários movimentos religiosos caracie-
Deus. manifestada na vida e obra de Jesus, manifesta-se ainda na rizavam -se por esta prática. É o caso da comunidade de Qumran.
Palavra, cujos arautos são os discípulos (cf. 4,14 nota), com na qual banhos cotidianos, reservados aos membros professos,
quem age o Senhor ressuscitado (cf. 16,20). M c propõe-se a exprim iam o seu ideal de pureza, sem substituir a necessária
escrever o começo do Evangelho na história, desde a pregação conversão interior, e na expectativa de uma futura purificação
de João Batista (1 .2 -8 ). em quem já se manifesta a obra d c Deus radicai (Regra 2 ,2 5-3 ,1 2 ). O batismo de João distingue-se desta
( 11.29-33) a cum prir suas promessas ( 1*2*3), e cu ja mensagem, prática: é oferecido a todos, conferido por João c recebido uma
segundo M c. concentra-se em Jesus (1.7-8). C f. At 1,22; 1037. só vez. com o preparação derradeira para o julgam ento, para o
b . Cristo, isto é , o Messias, lit. consagrado por uma unção. batismo do fim dos tempos (cf. 1.8 nota). A condição essencial
designação judaica do salvador esperado. M c compreende esse para o mesmo exprim e-se na conversão (cf. Mt 3.2 nota) e seu
título no sentido novo que lhe confere sua aplicação a Jcsus objetivo é a remissão dos pecados, esperada desde aquele mo­
(9.41; 1235-37). Em M c, só um homem reconhece Jesus como mento, ou. mais provavelmente, com o um dom do Reino dc
M esjias: Pedro; mas é logo intimado ao silêncio (8.29-30). E Deus anunciado (cf. as promessas de purificação de Israel: ls
Jesus só aprova esse título durante o seu processo (14,61-62). 1.16; 4.4; E z 36.25).
c. Filho de Deus. Este título não é referido por todas as tes­ 1. L il. no rio Jordão.
temunhas do texto. Em todo caso. ele exprim e o pensamento de j. O verbo indica que os pecados se confessavam com pala­
Mc. Revelado por Deus ( l . l I; 9.7). divulgado pelos demônios vras c não só com o gesto praticado. N o judaísm o daquele tem­
(3 .1 1; 5.7). deve ser mantido em segredo. Mas Jesus nào o re- po. a confissão dos pecados era praticada em certas circunstân­
jeita-durante o seu processo (14.61-62), e um homem, um pagão, cias (por exem plo, quando das liturgias de expiaçâo, cf. L v 5.5-
o proclama após a sua morte (1 5 3 9 ). 6; 26.40; 2 C r 6 3 7 : Ne 1,6; D n 9.20. ou de renovação da A lian­
d . M escla de uma citação de E x 23.20 gr. com M l 3.1. O ç a .c f. E sd 10.1; N c 9,2; Jubileus \ 22: Regra de Qumran. 1.21-
caminho do Senhor Deus. segundo Malaquias. torna-se aqui o 2,1; Escrito de Damasco 20,28-30). E la exprim e a volta para
do Messias; João, mensageiro de Deus. tem o encargo dc prepa­ D eus. em vista de conseguir o seu perdão (cf. S l 32.5; Pr 28,13:
rá-lo. L c 18.13-14; T g 4.10: U o 1,9). M enciona-se cm A t 19.18. ao
c. Is 4 0 3 . aplicado aqui à vinda do M essias. que parece, com relação ao batismo cristão (cf. 20).
f. Outra leitura: J íh I o apareceu batizando no deserto e procla­ k . A lgum as testemunhas do texto lêem somente: Vestido de
mando... L it. João, aquele que batiza, com o em 6.14.24: João. pélo de camelo, ou com uma pele de camelo. A leitura aqui
o Batista em 6.25; 8,28. com o sempre em Mt e L c . No deserto: traduzida, de acordo com a maioria das testemunhas, poderia ter
cf. Mt 3,1 nota; L c 3 3 nota. sido influenciada pelo texto de Mt 3.4. para acentuar o paralelo
g. C f . Mt 3.1 nota; L c 3 3 nota. Este verbo, freqüentemente entre João e E lia s (2 R s 1.8).
empregado para o anúncio publico do Evangelho ( U 4 ; 13.10; I. Conform e M c. toda a pregação dc Joào se refere àquele que
14.9; 16.15; cf. G l 2.2; Cl 1,23; I T s 2,9), condiz com a publi­ vem depois dele. ou em seu seguimento (lit. atras dele). A e x­
cação dos atos que D eus realiza por Jesus (1.45; 5,20; 7 3 6 ). É pressão. que denota a dignidade, com o num cortejo (cf. 1.1720;
adequado para designar a pregação pública de Jesus (1 3 8 .3 9 ) e 8 3 3 .3 4 ). ressalta o contraste entre João e Jesus: aquele qoe vem
a de seus enviados (3.14; 6,12). Aqui e no v. 7 , ele sugere que depois é na realidade o mais forte. A força, atributo do Messias
Joào está encarregado de uma missào divina em prol de todo o (cf. Is 11,2; 49.25; 53,12: Sl de Salomão 17,24), manifestar-se-
"Eu vos batizei com a'gua, ele porém vos Jesus proclama o Evangelho na Ga­
batizará com Espirito Santo"1". liléia (Mt 4,12-17; Lc 4,14-15). “De­
pois que João fora entregue. Jesus veio J03.24
Batismo de Jesus (Mt 3,13-17; Lc 3,21-22). para a Galiléia*. Ele proclamava o Evan­
9Ora. naqueles dias, Jesus veio de Nazaré gelho de Deus" e dizia: l5“Cumpriu-se
11a Galiléia e fez-se batizar por João no o tempo*, e o Reinado de Deus aproxi- gi 4.4-.

Jordão". l0No momento em que ele subia mou-se’: convertei-vos e crcde no Evan- El 110
da água, viu os céus rasgarem-se" e o Espí­ gelho'".
rito como uma pomba descer sobre elep.
"E dos céus veio uma voz: "Tu és o meu Fi­ Chamamento dc quatro pescadores (Mt
lho bem-amado, aprouve-me escolher-teq". 4,18-22; Lc 5,1-3.10-11). “ Passando ao
longo do mar da Galiléia,* viu Simão e Jo 1 .40;
68
Jesus tentado no deserto (Mt 4,1-11; André, irmão de Simão, lançando a rede '
Lc 4,1-13). l2Imediatamenter o Espirito ao mar: eram pescadores. l7Jesus lhes
impeliu Jesus para o deserto. 15Durante disse: “Vinde em meu seguimentoh, e
quarenta dias*, no deserto, cie foi tentado farei de vós pescadores de homens”'.
"b 4j 5 P°r Satanás1. Vivia com as feras, e os '"Eles, deixando logo as redes, seguiram-
anjos o serviam0. no'1. l9Indo um pouco adiante, viu Tiago, J-17:
_
____________________ ____________________________ Lc 9.54

- á na lula de Jesus contra Satanás (3,27 nota). E aquele que vem ilustrar, por antecipação, a harmonia do mundo no reinado do
na frente nào passa, na realidade, de uni criado; calçar ou desatar M essias (Is 11.6-9). O serviço dos anjos é o sinal da assistência
as sandálias dc alguém cra uma tarefa própria do escravo (cf. Jo divina. E le é prometido, junto com o dom ínio sobre o mundo
13,4-17). anim al, a quem se fia em Deus (S l 91,11-13. citado em Mt 3.6).
m . Esta palavra evidencia a distância entre a atividade de Joào. Destarte. Jesus aparece com o vencedor da prova.
caracterizada pelo batismo de água. e a do M essias, definida v . Bem em evidên cia na narrativa da atividade de Jesus
como um batismo no Espírito Santo. M c nào menciona o fogo na G a lilé ia. M c anota o tema fundamentai dc sua pregação: vv.
(cf. Mt 3,11 nota). De preferencia a Pentecostes (A t 1 3 ) ou o 14-15. — Entregue: cf. M t 4.12 nota.
balism o cristào (A t 11.16: 19.1*6). o que parece ser designado w . O Evangelho de Deus (R m 1.1: 15.16; 2Co r 11.7): a Boa
aqui com o purificação e santificação escatológica peio Espírito N ova não só vem de Deus, mas é força de Deus para a salvação
Santo é a obra global da salvação inaugurada por Jesus (a seita (R m 1.16) e proclama a açào dc Deus cm Jesus C risto . Procla­
de Qumran esperava-a para o fim dos tempos. Regra 3.6-8). mar o Evangelho de Deus constitui a tarefa dos apóstolos (cf.
n. A entrada cm cena de Jesus o faz aparecer como sendo IT s 2.2. 8-9). Aplicando-o a Jesus. M c acentua a continuidade
aquele que Joào anunciava. O interesse volta-se menos para o da missão d c Jesus e da igreja.
seu batismo quc para a revelação celeste que se lhe seguiu (vv. x. Chegou o tempo fixitdo por Deus para o cumprimento dc
10-11). M c não fala de testemunha algum a, exceto Jesus: a sua suas promessas (cf. 13.20: Dn 7.22; 12.4-9).
narrativa é entregue aos leitores qual uma chave para compreen­ y . Ou: tornou-se proximo (mesmo verbo em 14.42). C f. Mt
der a seqüência do livro. 3,2 nota.
o. Os crus se rasgam como um tecido (cf. 1538). sinal dc que z . O s termos que resumem a pregação de Jesus sugerem que
Deus intervém para realizar suas promessas (ls 63.19), aqui pelo cia tem o seu prolongamento na pregação cristã. Esta afirm a que
envio do Espírito Santo (cf. Testamento de Levi 18.6 e de Juda'242). os tempos se cumpriram (G l 4.4; E f 1,10). faz apelo à conversão
p . C f . Mt 3.16 nota. A o descer sobre Jesus, o Espírito o de­ e ao acolhim ento do Evangelho pela fé (cf. I T s 1.5-6.9; 2.13; C i
signa com o sendo o salvador prometido (cf. Is 112: 42.1; 6 3 .1 1). 1 3 -6 ). M as a Boa N ova da aproxim ação do Reino dc Deus lor-
q . L it . em ti tu pus o meu beneplácito. Nào se trata de um na-se, depois da Páscoa, a da salvação oferecida em Jesus Cristo.
arbitrário divin o, mas de uma ação de Deus. de conseqüência a . M c vc também, nas origens do Evangelho, o chamamen­
duradoura, a favor de Jesus, que ele reconhece, desde sua entra* to dc quatro discípulos que farão parte do colégio dos Doze
da em cena. no in ício de sua atividade, com o seu Filh o (cf. S l (3.13-19) e quc, enviados por Jesus (6 .7 -1 3), serão seus apdsto-
2.7). seu bem-amado (cf. 12.6. que talvez recorde G n 22.2.12.16). los (6 3 0 ). M c situa. pois. aqui. sem preocupação alguma de
objeto de sua predileção (cf. Is 42.1). C f. Mt 3.17 nota. preparação psicológica, essas duas breves narrativas (em 2.14
r . Prim eira açào de Jesus sob o im pulso do Espírito: ser im ­ é oferecida uma terceira). Vazadas no mesmo molde (cf. IR s
pelido ao deserto para enfrentar o poder de Satanás. 19,19-20). elas destacam a iniciativa de Jesus no chamamento c
s. A provu-tentaçâo e', cm M c. um combate travado durante a obediência dos homens na resposta.
toda a estada no deserto, ao passo que. em Mt e L c . sobrevem b. L it. Apos mim. (cf. v. 7 nota).
ao término desta estada. C f. Mt 4 2 nota. c . N o A T ( E z 12.13; Hab 1.15.17; cf. J r 16,16). a imagem da
t. Quanto à origem desta palavra, cf. Jó 1.6. Satands ou o rede de pesca ou de caça evoca antes o castigo. Aqui aplica-se
diabo sào. no evangelho, os nomes mais com uns do inim igo à futura missão dos Doze: pregando o Evangelho, eles congre­
oposto a Deus e ao estabelecimento do seu Reino. É também garão homens em vista do julgam ento e da entrada no Reino de
chamado Beelzebul (3 ,2 2 ) ou Belial (2 C o r 6 ,I5 ) . Deus; cf. M l 13,47-50.
u. Os animais selvagens são m encionados, quer para ressaltar d . C f . Mt 4,20 nota. Seguir Jesus é tornar-se discípulo. O
a desolação do deserto (ls 34.11-15). quer. de preferência, para abandono da profissão para viver com o mestre exprim e a novi-
filho de Zebedeu', e João, seu irmão, que se logo por toda a parte, em toda a re­
estavam no seu barco, consertando as gião da Galiléia.
redes. “ Logo os chamou. E, deixando no
barco seu pai Zebedeu com os emprega­ Cura da sogra dc Simão (Mt 8,14-15;
dos, partiram em seu seguimento. Lc 4,38-39). wLogo ao sair da sinagoga,
eles foramm. com Tiago e João, à casa de
Jesus manifesta a sua autoridade na Simão e André. •,0Ora, a sogra de Simão
sinagoga de Cafarnaum (Lc 4,31-37). estava de cama, com febre; c logo fala­
mi 4.13; JIEles entraram em Cafamaum. E logo ram dela a Jesus: 5lEIe aproximou-se e a
to 2.12- no dia de sábador, tendo entrado na sina­ fez levantar, tomando-lhe a mão: a febre s.4 ip:
goga, Jesus ensinava. 22Eles ficavam a deixou e ela pôs-se a servi-los. 9,27
3 . 1-2; impressionados com o seu ensinamento;
u 13,10 pois ensinava como quem tem autorida- Curas depois do sábado (Mt 4,24; 8,
M' jo**46 de e n®° 001110 os escribas8. “ Naquela 16-17; Lc 4,40-41). 52Ao anoitecer, após
ocasião, estava na sinagoga deles um ho- o pôr-do-so!”, começaram a trazer-lhe to­
5.2 mem possuído por um demônio impuro1 1; os doentes c os endemoninhados°.MA
dos
ele exclamou: 2*‘Que ha' entre nós e ti1, cidade inteira estava aglomerada à porta. 3,n: 6.55
Jesus de Nazaré? Vieste para nos per­ ^Ele curou muitos doentes, que sofriam
der. Eu sei quem e's: o Santo de Deusj". de males de toda espécie, e expulsou
Lc 4.41; “ Jesus o repreendeu: “Cala-tek e sai des- muitos demônios; e não deixava os demô­
5.14. k.56 {e hofHgn,” 2*0 espírito impuro sacu­ nios falarem, porque o conheciamp.
diu-o violentamente e saiu dele, soltando
um grande grito. 27Todos ficaram tão Jcsus deixa Cafarnaum (Mt 4,23; Lc
espantados1 que se perguntavam uns 4,42-44). “ De madrugada, no escuro da
aos outros: “Que é isto? Eis um ensina­ noite, Jesus levantou-se e saiu, retirando-
mento novo, cheio de autoridade! Ele -se para um lugar deserto; ali, ele orava. 6.46
manda ate' nos espíritos impuros e eles •'‘Simão saiu à busca dele, bem como seus
Mi 4.24 lhe obedecem!” “ E sua fama espalhou- companheiros. -” E o acharam e lhe disse-

dade de vida com Jesus, de sorte que a experiência dos Doze j. S ó Deus é santo, e sua santidade com unica-se ao que lhe
serve de protótipo para os crentes, por sua vez chamados a entrar pertence ou lhe é consagrado: Jesus é o Santo de Deus por
na sua escola. excelência, por ser o C risto (consagrado, c f. v. I nota) e o Filho
e. L it. Tiago, o de Zebedeu. filho deste conforme 1 035. de Deus (vv. l . l I). Nào parece que esse título tenha sido apli­
f. Nesta cena. vv. 21-28, M c associa o ensinamento de Jesus cado pelos judeus ao M essias. C f. Jo 6.69; At 3,14; 4 ,2 7 3 0 .
(w .: 21 *22) e sua vitória sobre o espírito do mal (v v . 23-26) k . C f . v. 34 nota.
com o uma só e idêntica manifestação da autoridade provinda de I. N ova expressão (cf. v. 22 nota), desta vez peculiar a M c.
Deus (v. 27). da estupefação ou mesmo do temor provocado pelas manifesta­
g . M c raramente designa o conteúdo do ensinamento de Jesus, ções de poder ou pelas palavras de Jesus (1 0 2 4 3 2 : cf. também
mas o fato de ele ensinar é apontado com freqüência, com o 9,15).
também a forte impressão produzida nos seus auditórios (6.2; m . Em outros mss. se lê: Saindo... eie foi.
10.26; 11,18: depois de um m ilagre 7 3 7 ). A autoridade que n. O surgimento da* primeiras estrelas assinala o fim do sábado,
manifesta lhe vem de Deus (1.27; 2.10; 11,28-33; cf. 13,34). o. C f . Mt 8.16 nota. M c associa, repetidas vezes, doença e
A q u i. Jesus é apresentado em contraposição aos escribas, intér­ influência dum mau espírito, doentes e endemoninhados ( 13 4 ;
pretes o ficia is da lei e especialistas nas Escritu ras, que se 3 .1 0 -1 1; 6.13; cf. também L c 6,18; A t 5.16: 8.7). N o N T . o s de­
entricheiravam por tras da autoridade dos textos da tradição. mônios são sempre mencionados sob o aspecto de sua influência
h. Expressão freqüente para designar um demônio; o espírito neste mundo: a obra de Jesus consiste em acabar com ela.
é impuro, porque sua influência se opõe à santidade de Deus e p . Em outros mss. se lê: Eles conheciam que ele era o Cristo
do seu povo. A qu i. ele reage vivamente à santidade de Jesus (v. (cf. L c 4 ,4 1). A q u i. M c explica por que Jcsus impõe silêncio aos
24). Quanto à relação entre doença e influência demoníaca, cf. demônios: ao passo que sua grandeza escapa aos homens (1.27:
v. 32 nota. 4.41; 6.14-16; 8,27-28), os dem ônios sabem quem ele é (1.24;
i. Expressão bíblica (J z 11.12; 2 Sm 16.10; 1 9 03 ; IR s 17.18; 3 ,1 1; 5,7), segredo que Jesus nâo quer ver divulgado ( 12 5 : 3,12).
Jo 2.4) para repelir uma intervenção tida por inoportuna ou embora ele exprim a a verdade revelada pela voz divina, em 1,11
manifestar a recusa de quaisquer relações com alguém . O demô­ e 9.7, e confessada pela fé cristã (Jesus M essias. Filho de Deus.
nio. que é tido com o falando pela boca do doente e em nome dc Santo de Deus). O confronto entre Jesus e o demônio é publico
seu> congêneres, compreende que seu poder sobre o homem está e dá provas dc um poder extraordinário, mas é cedo demais para
chegando ao fim (cf. L c 10.18; A p 20.10). revelar o seu sentido. C f . 1,44 notas.
ram: “Toda a gente te procura". *E ele rém , depois de retirar-se, ele sc pôs a
lhes disse: “Vamos para outra parte, às p ro cla m a r bem a lto e a d iv u lg a r a
aldeias da vizinhança, para que lá tam- notícia*, tanto que Jesus não podia mais
be'm eu proclame o Evangelho1*: pois para entrar abertam ente numa cidadc. mas fi­
isso é que eu sa rV ^ E ele percorreu toda cava fora em lugares desertos. E dc toda
6.6: a Galiléia; pregava' cm suas sinagogas e a parte acorriam a ele.
Ml y-35 expulsava os demônios.
q P e rd ã o e c u ra de um p a ralític o cm
P urificação d e u m leproso (M t ti.l-4; C a fa rn a u m (M t 9,1-H; Lc 5,17-26).
Lc 5,12-16). *U m leproso1 aproxima-se ‘Alguns dias depois, Jesus tornou a en­
dele; suplica-lhe e cai de joelhos, dizen­ trar em C afarnaum ', e soubc-sc que ele
do-lhe: “Se queres, podes purificar-me” . estava em casa*. 2E tanta gente se aglo­
mi 9,36 4lMovido dc com paixão11, Jesus estendeu merou ali. que não havia mais lugar, ncm
« Í Z E a mão e tocou nele. Ele lhe disse: "Eu sequer diante da porta. E ele lhes anun­
u- 7.13: quero, sê purificado” . 42No mesmo ins- ciava a Palavra1*. HThegam alguns trazen-
10.33. is.20 tantc> a )Cpra 0 deixou e e ie fiCOu puri­ do-lhe um paralítico carregado por qua­
ficado. 4,lrritando-se contra ele, Jesus tro homens. 4E, com o não o pudessem
logo o despediu. " E le lhe disse: "Cuida levar até ele por causa da multidão, des­
de não falar nada a ninguém’, mas vai cobriram o telhado em cim a do lugar on­
mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua de ele estava e, abrindo um buraco, fize­
purificação o que Moises prescreveu": ram descer a maca na qual estava deita­
nisto eles terão um testemunho*” . ^Po- do o paralítico'. 5Vendo-lhes a féd,Jesus
q . L it. eu proclame. Este verbo basta por si só para designar respeitada, co m o tampouco em 7 3 6 -3 7 , com o se a irradiação do
em M c a pregação da Boa Nova (1 3 9 ; 3.14). assim com o em poder do Pilho dc Deus não pudesse ser contida.
1.14; 13.10; 14.9. w . C f . L v 14.2-32. O leproso curado só podia rcingressar na
r . Saí: de Carfanaum. C f. L c 4.43. comunidade religiosa se a cura fosse homologada pelo sacerdote
s. L il. proclamaxv. V er 1,4 nota; 13 8 nota. cm função no Tem plo.
I. O dia de Cafarnaum (v v . 21*34) agrupa algum as ações x. Em outros passos, essa fórmula designa um testemunho dc
características, segundo M c. das primeiras manifestações dc Jesus. valor ju ríd ico prestado contra (6 .1 1) ou perante alguém (13,9).
D a expansão de suas atividades a toda a G a lilé ia (v v . 35*39). M c E m 13,9. o testemunho parece ser de aprovação ou acusação,
só fornece aqui um exem plo típico: um ato de purificação com* conform e o modo dc scr acolhido. A qu i deve suceder o mesmo:
para'vel às vitórias contra os espíritos impuros (cf. v. 23 nota). o atestado regular da cura reveste a força dc um testemunho
D c fato. a lepra era consider.ida com o uma im pureza, quc e x ­ deste jaez. A dificuldade cm conciliar esta idéia com a ordem de
cluía o doente da sociedade religiosa, cf. Mt 8.2 nota. silêncio do v. 44 sign ifica a tensão, não raro. expressa por M c
u. Conform e outros mss.: irritado . Esta variante nào pode ser entre o s aspectos publico e secreto da pessoa c da atividade dc
uma correção da leitura: movido de compaixão, ao passo quc o Jesus: ele recusa revelar-se com o M essias, porém manifesta, nos
inverso pode ser levado cm conta. C a so , com o pensam numero­ seus ditos e feitos, sua autoridade e o poder de Deus.
sos estudiosos, deva-se ler irritado, a ira dc Jesus poderia expli­ y . L it . a palavra. Este termo tem o sentido técnico dc a Pa~
car-se ou porque, ao aproximar-se dele. o leproso infringe a lei lavra de Deus em 22: 4.14*20.33; associado aqui ao verbo pro­
( L v 13.45-46; mas Jesus também vai in fringi-la tocando o doen­ clamar quc se d iz do Evangelho (cf. 1.4 nota), ele pode sugerir
te). ou. de preferência, porque o leproso contraria a vontade que que o leproso curado prefigura os pregadores do Evangelho. C f.
Jesus tem de pregar evitando aglomerações (v v . 35*39.45) c nào 5,19-20; 7 3 6 nota.
ser manifestado como M essias c Filh o dc Deus (v. 34.43.44 z . Com eça aqui uma série de discussões dc Jesus com seus
nota). Impuro e fonte de im pureza, o leproso cra tido como adversários, que M c situa cm Cafarnaum : 2 .1 -3 ,6 . O interesse
objeto de um castigo divin o e pro scríio da sociedade. Jesus.com conccntra-se nas palavras de Jesus, que se exprim e com clareza
seu gesto, não reconhece isto. mas envia mesmo assim o doente acerca de sua missão (2.10.17.19.28; 3.4).
curado ao sacerdote, para ser reintegrado na comunidade religio­ a. Sem duvida, deve-se tratar da casa de Simão ( l .29) onde
sa (v . 44 nota). Jesus eslava, de certa maneira, em casa (é o sentido da expres­
A cura da lepra de era considerada com o um ato comparável são em IC o r 113 4 ; 1 4 3 5 ). Em 7.17; 9.28 e talvez 3.20. o sen­
à ressurreição dos mortos e atribuída só a Deus. C o m o sinal da tido difere (numa casa).
aproxim ação do Reino dc Deus. ela é comparável à ressurreição b. Anunciar a palavra é expressão consagrada para a pregação
dos mortos e é incluída entre os benefícios dos tempos do Messias cristã (A t 4.29.31; 8.25 etc.). a respeito da qual M c frisa, ainda
(M t 10.8; 11.5 par.). Por este m otivo, justifica-se . na perspectiva aqui. ser cia o prosseguimento da de Jesus.
dc M c. a ordem do silêncio (v. 44). c . Deve-se im aginar uma casa palestina de um só pavimento,
v . M ais um exem plo das im posições dc silêncio, particular­ cujo teto em form a de terraço é feito de taipa. — Maca: lit.
mente freqüentes em M c (cf. 1 3 4 nota): a respeito dos milagres, catre. c f. L c 5.18 nota.
cf. também 5.43; 7 3 6 ; 8.26. Aqui no v. 4 5. lai im posição não é d . A qu i a f é exprim e-se pela iniciativa tomada para com Jesus
disse ao paralítico: “ Meu filho, os teus sentado na colctoria de impostos1. Disse-
pecad o s e stã o p e rd o a d o s” . ‘ A lguns lhe: "Seguc-m e". Ele se levantou e o
escribas' estavam ali sentados e refletiam scguiuk. l5Ei-lo à mesa em casa dele1, e
em seus corações: 7"Por que fala assim muitos coletores de impostos"1 e pecado­
este homem? Ele blasfema. Quem pode res tinham tomado lugar com Jesus e seus
si 10?.3: perdoar os pecados a nâo ser Deus sóf?" discípulos, pois eram numerosos e se­
l5|jo 19 *-*esus- percebendo logo em seu espírito guiam -no. '‘E alguns escribas fariseus",
mi 12.25: que raciocinavam assim com eles mes- vendo que ele comia com os pecadores0
to 2,25 mos. lhes disse: “Por que fazeis tais ra­ e os coletores dc im postos, diziam aos
ciocínios cm vossos corações? ’Que é seus discípulos: “Que é isto? Ele come
mais fácil? D izer ao paralítico: ‘Teus com os coletores de impostos e pecado- mi 1 1 .9-.
pecados estão perdoados' ou dizer: ‘Le- res?” l7Jesus. que os ouvira, disse-lhes: U7J4
vanta-te, tom a a tua maca e anda’? laPois “ N ão são os que têm saúde que precisam
bem. para que saibais que o Filho do de me'dico, mas os doentes: cu não vimp
H om em ' tem autoridade para perdoar os cham ar os justos, mas os pecadores” .
pecados na terra — diz ao paralítico:
S o b re o je ju m . O velho e o novo ( Mt
11‘Eu te digo: levanta-te. toma a tua maca
e vai para casa’” . lzO homem se levan­9,14-17; Lc 5,33-39). '"Os discípulos de
tou. tomou logo a maca e saiu diante deJoão"1 e os fariseus estavam jejuando.
todos, dc modo que todos se extasiavam Eles vêm dizer a Jesus: “Por que jejuam
e davam glória a D eus. dizendo: “ Nunca
os discípulos dc João c os discípulos
Mi 9.33 vimos coisa sem elhante!” dos fariseus, mas os teus discípulos não
jejuam ?” l9Jcsus lhes disse: "Podem os
V ocação dc Levi c aco lh id a dos p eca­ convidados às núpcias' jejuar enquanto
d o res (M t 9,9-13; Lc 5,27-32). ,}Jesus está com cies o esposo"? Enquanto o
saiu dc novoh para a beira-mar. Toda a esposo estiver com eles, não podem je ­
3.7-x: multidão vinha a ele. e ele os ensinava. juar. “ Mas dias virão em que o esposo
1 22-62 UA ° passar, viu Levi. filho de Alfeu1, lhes será tirado; então jejuarão, naquele

pelo doente e os que o carregavam . Nas narrativas dc m ilagres, Por abusarem facilmente do próprio cargo para enriquecer ilic i­
sucede ou que Jesus solicite a fé antes de intervir (5 3 6 ; 9.23 tamente (cf. L c 3.12-13: 19.8). eles eram assemelhados aos pe­
nota), ou que. após o fato. ele impute a cura à fé do doente cadores que nâo observavam a lei (cf. Mt 11.19 par.: 18.17:
(5 3 4 : 10.52). A respeito da fé. cf. 4,40 nota: 11,23 nota. 2 13 1: L c 7.29: 18 .9 -14) e nâo deviam ser freqüentados. O com ­
e. O s escribas (cf. 1.22 nota) sào nomeados com grande fre- portamento dc Jesus devia esclarecer as comunidades cristãs dos
qücocia por M c. o mais das vezes com o adversários dc Jesus: cf. in ício s, que reuniam à mesma mesa. nâo sem tensões, os cris­
contudo 1 2 34 nota. tãos vindos do judaísm o e do paganism o (cf. G l 2.12*15).
f. C f . L c 5.21 nota. n . L it. os escribas dos fariseus. Outra leitura: pois havia muita
g . C f . Mt 8.20 nota. gente e mesmo escribas fariseus o seguiam. Estes, vendo que eie
h . C f . 1.16. com ia... A maioria dos escribas pertencia à confraria dos fa ri­
L O chamamento de l* vi. narrado em moldes iguais aos dos seus. que se aplicavam a conhecer bem a lei e a tradição para
quatro primeiros discípulos (cf. 1.16 nota), introduz uma segun­ promover a sua estrita aplicação (com isto. eles sc sefXiravam
da controvérsia: esta versa sobre a atitude de Jesus com relação dos não-observantes. tidos com o impuros: talvez seja esta a
aos pecadores. origem do seu nome),
j . A li se recolhiam as taxas sobre as mercadorias que entra­ o . C f. Mt 9 .1 1 nota.
vam na cidade ou dela saíam. Cafarnaum achava-se na fronteira p. Fórm ula característica das palavras de Jesus acerca da missão
do território de Herodes Antipas com o de Fiiip e (tctraca de recebida de Deus. cf. 10.45: 11.9: usada tb. para Elias: 9.11-13.
TraConítide). Sistem aticam ente organizado pelos rom anos, o q . C f. Mt 9.14 nota. Esta discussão sobre o jejum obedece ao
recolhimento de taxas e impostos era franqueado a pessoas par­ m esmo esquema da precedente: a respeito de um fato. faz-se
ticulares. que recorriam à ajuda de coletores subalternos. Certas uma pergunta (v . 18) que provoca a resposta decisiva de Jesus
cidades ou reis dependentes de Rom a podiam cobrar em provei­ (v v . 19-20). O s vv. 21-22 acrescentam à resposta palavras que
to próprio direitos de passagem: devia ser o caso de Herodes am pliam o ensinamento.
Antipas. C f. L c 3.12 nota. r . L il. os filhos da sala nupcial, expressão scm ítica que designa
k . C f. 1.18 nota. os amigos que o noivo convida para o casamento. O amigo do es-
I. Trata-se provavelmente de L e v i. que oferece uma festa em I>osí> (Jo 3.29: c f. 2 C o r 11.2) era a pessoa de confiança que dava
casa, conforme o entendeu L c 5.29. assistência ao noivo e providenciava tudo no decorrer das bodas,
m . Quanto à tradução freqüente publicanos, cf. Ix: 3.12 nota. s. C f. Mt 9.15 nota.
d ia '.2lNinguém costura um rem endo de sábado foi feito para o homem e não o e* 20.K-10:
pano cru“ numa roupa velha; senão o homem para o sábado1, “ de sorte que o 015,l2' u
pedaço acrescentado, que é novo, repuxa F ilh o d o H om em é se n h o r a té do
a roupa, quc é velha, e o rasgão aum en­ sábado*".
ta. ^Ningucm põe vinho novo em odres
velhos; senão, o vinho fará estourar os o C u ra num d ia dc sáb ad o (M t 12,
odres, e perde-se tanto o vinho com o os 9-14; Lc 6,6-11). ‘Ele entrou de novo
odres; pelo contrário, para vinho novo, numa sinagogab; havia ali um homem que
odres novos’'". tinha a mão paralisada1. 2Eles observavam
Jesus para ver se o curavad no dia de sá­
As espigas a rra n c a d a s e a o b serv ân cia bado, com o intento de acusá-lo. 3Jesus Jo *.6
do sáb ad o (M t 12.1-8; Lc 6,1-5). “ Num disse ao homem que tinha a mão paralisa­
dia de sábado*. Jesus passava através de da: “ Levanta-te! Vem para o meio’. 4E a
um campo de trigo e os seus discípulos, eles disse: "Quc é permitido no dia dc u - 14.3;
enquanto caminhavam, puseram-se a ar- sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Sal- j0 5-,°
Dt 23J 6 rancar espigas. 24O s fariseus lhe diziam: var uma vida ou matá-lac?" Mas eles fica­
“Olha o quc eles fazem no dia de sába­ vam calados. 5Passando sobre eles um
do! Isto não é perm itido’". “ E ele lhes olhar dc cóleraf, entristecido pelo endu- * . 52 -. n .i 7 :

disse: “E ntão nunca lestes o que fez recimcnto de seus corações, disse ao ho- R^f^6'14,
David quando ele e seus companheiros mem: "Estende a mão". Ele a estendeu, e 11 .25;
se acharam em necessidade e ele sentiu a mão ficou em perfeitas condições. ‘De- Jfb4j k*’
fome, “ com o, no tempo do sumo sacer­ pois de saírem, os fariseus deliberaram
dote Abiatar5, entrou na casa de Deus, com os herodianos* contra Jesus, acerca
comeu os pães dc proposição, que a nin­ dos meios de fazê-lo perecer11.
guém é permitido com er, senão aos sa­
cerdotes, c deu-os também aos que esta­ Je su s e a m u ltid ão (M t 4,25; 12,15-16;
vam com ele?" J7E ele lhes dizia: “O Lc 6,17-19). 7Jesus retirou-se com seus

t. C f. M l 9.15 notas, a resposta de Jesus ao debate.


u . L il. não pisoudo. que encolhe ainda, c . L it. ressequida.
v . É mister escolher entrv o velho (na certa os velhos usos do d . Segundo os rabinos, só se podia dar a liv io a um doente
judaísm o, cf. 7 3 -4 .1 5 ) e o novo. o Evangelho. durante o sábado se ele estivesse em perigo de m one. O caso do
w . Sempre o mesmo modelo de narrativa (v. IS nota), desti­ paralítico constituía-se. por isso. em maneira de testar a atitude
nado a valorizar a resposta dc Jesus (v v . 25-26). am pliada pela de Jesus a esse respeito.
afirm ação acrescentada no v v . 27-28. e. Jesus contrapõe a ação que vai fazer (praticar o bem. curar
x. C f. Mt 12.2 nota. um vida dim inuída) à de seus adversários que o espiam com ma­
y . E m IS m 21.2-7, o sacerdote é A him élek. pai de Abiatar levolência (praticar o m al. matar. cf. v. 6). Outra interpretação:
(Ebiatar). M c nomeia este ultimo por ser m ais fam oso como admitia-se que a lei do sábado cessava estando uma vida amea­
sumo sacerdote no reinado de D avid . a não ser que obedeça a çada; aqui. não é o caso: mas Jesus estende o principio a qual­
outra tradição que considerava Abiatar pai de A him élek (2Sm quer cura e a qualquer boa açâo feita no dia de sábado. pois nâo
8.17 hebr.). curar eqüivaleria a matar: nào fazer o bem eqüivaleria a fazer o
z. Esta idéia não é inaudita no judafsmo da época: a obrigação mal. E m ambos os casos, a aiitude de Jesus com respeito ao sába-
do sambado cessa quando sua obediência acarreta grave dano para do tende a pôr o sábado a serviço do bem e da vida; cf. Jo 5.17-18.
a pessoa: cf. IM c 2 3 9 -4 1 ; e a seguinte afirm ação de um rabino, f. M c anota com freqüência este olhar de Jesus à sua volta
a respeilo de E x 31.14: “O sábado foi entregue a vds. nào vds 3 3 4 ; 5 3 2 ; 10.23; 11.11; cf. L c 6.10.
ao sábado*1 (M ek. 1<W). C f. (ambém M c 3.4; Mt 12.t I : L c 1 4 3 . g . O s herodianos eram am igos ou partidários de Herodes
a. Para M c. o Filho do homem (cf. M l 8.20 nota) é evidente­ Antipas. tetrarca da G a lilé ia e da Peréia (de 4 a.C . até 39 d .C .).
mente Jesus, que afirm a aqui sua autoridade mesmo sobre a Sem o beneplácito deste, nào se podia empreender uma ação
instituição divina do sábado. Esta palavra tem um alcance igual contra Jesus. Foi eie quem mandou prender João Batista (6.17)
ao do v. 10. E la nào tira simplesmente conseqüência do v. 27. e. conform e L c 1 3 3 1 . era ho siil a Jesus (cf. M c 8,15). O s
mas de-preende da atitude de Jesus nos vv. 23*27 o principio herodianos tomarão a encontrar-se com os fariseus em 12.13.
que a inspira. h. Outra tradução: a fim de fazê-lo perecer. Sem duvida, trata-
b . De novo refere-se a 1.21. Esta narrativa não obedece ao -se dc um conciliábulo. cu jo s membros tramam enirc si. e não
modelo habitual das narrações de milagres: o interesse, aqui. dc uma assembléia o ficial. Este v. 6 . que conclui 2 .1 -3 .6 . pre­
não se volta para a cura. a não ser enquanto esta fornece matéria nuncia a Paixão e acentua a gravidade do conflito e o alcance
para uma controvérsia a respeito do sábado (v v . 2 -4) e constitui das afirm ações de Jesus.
discípulos para beira-mar1. Uma grande lipe, B artolom eu, M ateus, T om é, T ia­
multidão vinda da Galilcia o seguiu. E go, filhou de Alfeu, Tadeu e Sim ão, o
da Judéia, 8de Jerusalém , da Idum éia. da zelotev, l,e Judas Iscariot” , o mesmo que
Transjordânia, da região de Tiro e Sídon1, o entregou.
1.33; 6,55 uma grande multidão veio a ele, ao ter a
notícia de tudo o que fazia. ’Ele disse Jesus e Beelzebul (Mt 12,24-32; Lc
4jp ; aos discípulos que mantivessem um bar- 11,15-23; 12,10). “ Jesus vem para ca­
u SJ co à disposição, para que a multidão não sa*, e a multidão novam ente se aglo­
o esmagasse. 10Pois ele tinha curado a m era. a tal ponto que eles nem sequer
tantos, que todos os que sofriam de algu­ podiam tom ar a refeição. 21A esta notí­
ma enfermidade lançavam-se sobre ele cia, as pessoas de sua parentela vieram
5j8 para tocá-lo. “ Os espíritos impuros, quan­
para detê-lo, pois diziam: “Ele perdeu o j.» 10.20
do o avistavam , lançavam-se-lhe aos pés juízo” .
e gritavam: “Tu és o Filho de Deusk” . I2E 22E os escribas que tinham descido de
ele lhes ordenava muito severamente que Jerusalém diziam: "Ele tem Beelzebul''
nâo o dessem a conhecer1. cm si” e: “É pelo chefe dos demônios
que ele expulsa os dem ônios” . “ Ele os
Instituição dos doze (Mt 10,1-4; Lc 6, cham ou e lhes d izia em p a rá b o las':
12-16). l3Ele sobe à montanha"1e chama" “ C om o é que Satanás pode ex p u lsar
aqueles que ele queria. Eles foram até Satanás? 24Se um reino está dividido
ele, l4quc constituiu doze” para estarem contra si mesmo, este reino não sc pode
com elep e para os enviar a pregar, l5com manter. “ Se uma família* está dividida
autoridade para expulsar os demônios. I6E contra si mesma, esta família não poderá
mi 16, 16, 18; constituiu os Dozcq: Pedro — este é o subsistir. “ E se Satanás se levantou con­
*’ 1,42 sobrenome que deu a Sim ão' — , ‘T i a ­ tra si mesmo e está dividido, não pode
go, filho de Zebedeu’, e João. irmão de subsistir; acabou consigo. 27Mas ninguém
Tiago — e deu-lhes o apelido de Boa- pode entrar na casa do homem forteb e
nerges, filhos do trovão1 — , “ André, Fi­ saquear seus bens, sem ter primeiro amar-

i. A o fornecer aqui uma visão global do m inistério dc Jcsus c u. Ou: o irmão. L it . Tiago, o de Alfeu: cf. 1,19 nota; 2,14.
da atração que ele exercia .sobre as multidões. M c proporciona v. L it . o cananeu. de uma palavra aramaica que sign ifica zelo­
um Contraste com a hostilidade de que Jesus é objeto (2 ,1 -3 ,6 ; so e designa os zelotes (cf. L c 6,15 nota e Mt 10,4 nota), mem­
3.20*35), sugere o ajuntamento de todo Israel (v v . 7 -8 ) em volta bros dc um partido político-rciigioso que pretendia reconquistar,
do Pilho de Deus (v. 11) e prepara a instituição dos Doze (vv. mesmo pela violência, a independência da naçâo judaica.
13-20). w. C f. Mt 10.4 nota. E m Jo 6,71; 1 3 2 6 . é o sobrenome do pai
j . A multidão provém nào somente da G alilé ia. mas de todas de Judas.
as regiões habitadas pelos judeus. Com parar com I.S: a João, x. C f. 2,1 nota. M c intercala uma discussão com os escribas
vinha-se unicamente dc toda a Judéia e dc Jerusalém, vindos de Jerusalém , vv. 22-3 0 , numa cena em que Jesus se
k . C f. 1.1 nota: 124.34; 5.7. defronta com sua fam ília, vv. 20-21 e 31-35 (m esm o procedi­
I. L it. que nâo o (=Jesu s) tornassem público. C f. 1,34 nota. mento em 5 2 1 -4 3 ; 6,7-33; 11.11-21; 14,1*11). Em ambos os
m . E m M c. Jesus encontra-se com a multidão e a ensina à casos, ele é objeto dc acusações m alévolas e parece rejeitado
beira-mar (2.13: 3,7-8: 4,1-2: 5,21). ao passo que. para rezar tanto pelos seus com o pelas autoridades religiosas de Jerusalém.
(6,46) ou para atos de importância referentes aos discípulos (3.13: y . U m dos nomes do príncipe dos demônios (cf. 1.13 nota: Mt
9 2 ) , ele sobe à montanha. 12.24 nota).
n. A iniciativa dc Jcsus é acentuada, bem como a disponibi­ z . É a primeira vez que M c emprega esta palavra: para ele as
lidade dos discípulos, tal como em 1.16-20. parábolas encobrem um m istério escondido aos de fora, o m is­
o. Texto de outros mss.: doze que chamou apóstolos. Este tério do Reino dc Deus (4 ,1 1 nota; 7,17 nota). O s ditos de Jesus
nome lhes é dado por sua qualidade de enviados dc Jcsus. em aqui referidos são parábolas, não só por causa de sua feição
6 3 0 (cf. Mt 102 nota: L c 6.13 nota). imaginosa, mas por manifestarem a quem é capaz dc comprcendc-
p. M c é o único que ressalta este aspecto da vida dos discípu­ -los que o Reino dc Deus já está em ação. apressando o fim do
los; cf. 5.18. reino dc Satanás.
q. Estas palavras sâo omitidas por numerosos mss. a. L it . uma casa, podendo esta palavra designar tanto uma
r . L it. e ele deu a Simão o nome de Pedro. A lgu n s mss. têm. fam ília, com o um clã ou um ed ifício (cf. 2Sm 7,5-16).
antes desta frase: primeiro Simâo (cf. L c 6,14 nota), b. C f. Is 4 9 24*25; 53.12. Jcsus aqui é designado como o mais
s. C f. 1,19 nota. forte, que desmantela o reino de Satanás, o homem forte (cf. 1,7
t. C f. L c 9.54. nota).
rado o homem forte; então saqueara' a junta-se perto dele. tão numerosa quc ele
sua casa. “ Em verdade cu vos digo que sobe para se sentar num barco, no mar. 3.7-9-.
tudo sera' perdoado aos filhos dos ho­ Toda a multidão estava em terra, voltada u ' 5,l‘3
mens, os pecados e as blasfêm ias', por para o mar. 2E ele lhes ensinava muitas
mais que as tenham proferido. “'Mas se coisas em parábolas11. No seu ensinamen- mi 13.34-.
uo 5.16 alguém blasfema contra o Espirito Santod, to ele lhes dizia: ^ ‘Ouvi! Eis que o se- Mc M
fica para sempre sem perdão; é réu de meador saiu para semear. 4O ra, enquanto
pccado para sem pre". “ Isso porque eles sem eava, parte caiu à beira do caminho;
diziam: “Ele tem um espírito impuro". vieram os pássaros c comeram tudo. ^ a r ­
te caiu tam bém num lugar pedregoso,
A v e rd a d e ira p a re n tc la d e Jesu s (M t onde não havia muita terra; logo germ i­
12,46-50; Lc 8,19-21). -''Chegam sua mãe nou porque não havia terra profunda;
e seus irm ãos'. Estando do lado de fora. ‘quando o sol se levantou, foi queimada
eles o mandaram chamar. ,2A multidão e, por lhe faltarem raízes, secou. 7Parte
estava sentada em tom o dele. Dizem-lhe: também caiu entre os espinhos; os espi­
“Eis que tua mãe e teus irmãosf estão lá nhos cresceram e a sufocaram, e ela não
fora: eles te procuram". -’-'Ele lhes res­ deu fruto. "Outros grãos1caíram em terra
ponde: "Q uem são minha mãe e meus boa e, crescendo e desenvolvendo-se,
irmãos?” ^ E . percorrendo com o olhar produziram fruto1, e renderam trinta por
os que estavam sentados cm círculo à um , sessenta por um. cem por umk” . ’E
sua volta, disse: “Eis minha mãe e meus Jesus dizia: “Q uem tem ouvidos para
irmãos. i5Todo aquele que faz a vontade ouvir ouça'!"
dc D eus. esse é meu irmão, minha irmã,
minha mãe". O p o rq u ê d a s p a rá b o la s (M t 13,10-15;
Lc 8,9-10). "'Quando estavam num lugar
a P a rá b o la do sem ead o r (M t 13,1-9; isolado™, os que o rodeavam com os Do­
Lc 8,4-8). 'N ovam ente. Jesus põe-se ze" começaram a interrogá-lo acerca das
-u .
a ensinar à beira do m ar* Uma multidão parábolas. 'n E
c i
ele iu
lhes a - •
dizia": ..a -
A vos e- Ml 1-U 6 *’:
u -*.9

c . E m sentido estrito. blasfemar é proferir palavras ofensivas te quando cai em terra boa. Esta fecundidadc é posta em desta­
contra Deus. contra seu Nom e, diretamente (E x 22.27; L v 24. que pela ordem crescente dos números.
11 -16) ou contra seu poder ou privilégios (cf. M c 2,7 par.; 14.64 I. C f. Dt 2 9 3 ; S l 115,6. Este chamado à atenção, necessário
par.; Jo 10.33-36). A blasfêmia pode ofender uma pessoa revestida para perceber o alcancc de um ensinamento figurado (4.23; 7,16;
dc uma missão divina (A l 6.11). uma instituição sagrada (ls Mt 11,15; 13,9.43; L c 8.8; 1435; cf. A p 2.7.11.17.29 etc.). re­
35,12; IM c 7.38). O s evangelhos podem, portanto, falar de blas­ força o convite do v. 3 (escutai): a pantbola deve levar os ou­
fêmia a propósito de injurias contra Jesus, enviado por Deus, vintes a refletir e. naquele momento, está a realizar-se neles.
investido do seu poder (M c 15.29 par.; L c 22.64-65; 2 3 3 9 ). m . A brusca inversão de cena com relação aos vv. 1-2. cujos
d . Segundo o contexto imediato, este pccado consiste cm negar* elementos, entretanto, sâo supostos no v. 36. ressalta a importân­
-sc a reconhecer o poder que atua por meio dc Jesus, atribuindo cia do aparte que principia aqui c sc estende, com toda a verossi­
a Satanás as obras quc cie realiza pelo Espírito Santo. T a l recusa m ilhança. até o v. 25. Baseando-se nas palavras de Jesus. M c
à conversão contraria o perdão. C f. Mt 12.32 nota. exprime aqui o seu modo d c entender o porquê das parábolas, ten­
e . C f. Mt 12.46 nota. M c conclui aqui a narrativa começada no do em conta o m alogro da pregação a Israel e a experiência das
v. 21 (cf. v. 20 nota). Igreja* prim itivas, às quais as parábolas deviam ser explicadas.
f. A lgu n s mss. trazem; teus irmãos e irmãs. n . Os que o rodeavam (cf. 3 3 4 ) nào são unicamente os Doze
g . C f. 3,13 nota. (cf. 7,17; 9.28; 10.10; 1 3 3 ); eles prefiguram a comunidade dos
h . Esta série de parábolas (v v . 1-34). postas com o exem plo cristãos, em oposição à multidão ou aos de fora. v. 11 nota.
característico do ensinamento de Jesus, ilustra, segundo M c. a o. Esta palavra de Jesus. vv. 11-12. excede os limites do caso da
diferença entre um ensinamento destinado à multidão e uma parábola do semeador que vai ser explicada nos vv. 13-20. Segun­
explicação reservada aos discípulos (v v . 1 0 -2 5 3 3 -3 4 ). Nas pa­ do M c. ela visa ao conjunto do ensinamento em parábolas. Este
rábolas, M c frisa o aspecto enigm ático (v. 9); o seu segredo não envolve um segredo ou mistério que só pode ser revelado por Deus:
é revelado a todos os ouvintes (v. ) I nota). o segredo do seu plano c da chegada definitiva do seu Rein(adk>
i. Este plural mostra que o interesse se volta para a fecundi- (cf. Dn 2.18-19.22.27-30; W íh í* 4 6 3 ; 49.2; 61,13; Rejfru de Qumnin
dade de cada grão. 4,18-19; 9.18; 113-6; Hinos 2.13; 4J27-28; Rm 16.25-27; E f 1.9
j . Outra forma: e eles davam fruto que crescia e se desenvolvia. 3.9; 6.19; C l 1.26-27; 2 2 : 4 3 ). Este mistério do Rciniad)o de Deu\
k . C f. Mt 13.8 nota. A parábola, portanto, opõe às causas de até agora escondido a todos, fornece a chave dos atos e palavras
fracassos vindas de fora a extraordinária fecundi&tdc da semen­ de Jesus, que o manifesta àqueles que o rodeiam (cf. 3 nota»
dado o mistério do Reinado de Deus. mas causa da Palavra, eles caem . ‘Má outros
para os de forap. tudo se tom a enigma"1, são os que receberam a sem ente ‘entre
12para que, por mais que olhem, não os espinhos’: são os que ouviram a Pala­
vejam vra, lslmas os cuidados do m undo, a se­
e por muito que ouçam, nâo compreendam, dução das riquezas e as dem ais con- mi 13.22 ;
a fim de que não se convertam e cupiscências introm etem -se e sufocam a
não sejam perdoados' " ■ Palavra, que fica sem fruto. “ E ha' aque­
l3E ele lhes disse: “N ão compreendeis les que receberam a semente ‘em terra
esta parábola'? Então com o compreen- boa’: estes ouvem a Palavra, acolhem-na
dereis todas as parábolas?” e produzem fruto, ‘trinta por um , sessen­
ta por um , cem por u m ’.”
E xplicação d a p ará b o la do sem ead o r
(M t 13,18-23; Lc 8,11-15). ,4" 0 ‘sem ea­ A lâ m p a d a c a m edida (M t 5,15; 10,26;
dor' sem eia a Palavra1. lsTais são os que Lc 8,16-18; U .33; 6,38). 2,Ele lhes dizia“:
estão ‘à beira do cam inho' onde a pala­ “Sera' que a lâmpada vcmv para scr posta
vra é semeada: quando eles ouviram, logo debaixo do alqueire ou debaixo da cama?
i.u vem Satana's e retira a Palavra que neles Não será para ser posta sobre a lum iná­
foi semeada. “ E tais são os que reccbem ria? “ Pois nada há de secreto que não
a semente ‘em lugar pedregoso’: ao ou­ deva ser posto a descoberto, e nada de u - 12.2
virem a Palavra, logo a acolhem com escondido que não deva vir à plena luz".
alegria; l7mas não têm raízes em si mes­ “ Se alguém tem ouvidos para o u v ir, mi t i.is:
m os, são homens dc mom ento; e mal ouça!” MEle lhes dizia: “ Prestai atenção Mc 4,9
chega a tribulação ou a perseguição por ao que ouvis". A medida de que vos ser- Mt 7.2;
Lc 638

p. Esta expressão, conhecida no judaísm o (Sr: prólogo, 5) e te. Jcsus pôde compreender o seu fracasso. M c aplica esta refle­
na Igreja prim itiva ( I C o r 5.12-13; C l 4.5; lT s 4 ,1 2). sugere a xão ao caso das p a r a -la s , cuja compreensão talvez se tenha tor­
existência de uma comunidade à qual algum as pessoas permane­ nado d ifíc il na tradição; elas devem ser interpretadas em função
cem estranhas: segundo M c. a experiência da Igreja prolonga a do mistério do Reino de Deus. que elas supõem e que. mediante a
de Jesus (cf. v. 10 nota), e os cristãos se beneficiam de uma obra de Jesus, foi revelado aos discípulos e. depois, à comunidade.
revelação na qual não têm pane os não-crentes. s . Prim eira aparição do tema, tantas vezes repisado por M c. da
q . L it. tudo ocorre em parábolas (construção semelhante, cm inintcligència dos discípulos (6*52; 7,18; 8 ,1 7 -1 8 .2 1 3 3 ; 9 .1 0 3 2 ;
grego, em 5.25; L c 4 3 2 ; 2 C o r 13,5; lT s 2.7). A antítese com o 1038; cf. 8 3 2 nota).
dom do mistério convida a compreender aqui parábolas no sen­ t. A explicação da parabola do semeador (v v . 14-20) traz o
tido de enigmas (é o caso de E z 21.5 gr.; Sr 3 9 2 -3 ; a literatura cunho de sua utilização na igreja prim itiva (sentido técnico de a
apocalíptica oculta os mistérios celestes em parábolas que e x i­ Palavra, equivalente a Evangelho; alusão às perseguições, exor­
gem uma explicação, c f. Henoc 68.1; 4Esdras 4 3 ) . M c esclare­ tação contra as preocupações mundanas). O interesse, que, na
ce com esta palavra o m alogro da pregação de Jesus e. depois, parábola. incidia na fecundidade da semente. na explicação se
da Igreja no espírito de muitos homens. Frisa, outrossim . o fato transfere para as disposições dos ouvintes. A parabola é tratada
de que as parábolas dc Jesus, sob seu aspecto dc ensinamento com o uma alegoria, cujos pormenores têm um sentido velado
estruturado em imagens, acessível à maioria (v . 33). supunham, que a explicação desvenda.
para serem compreendidas, que se discernisse a intervenção entre u . A s palavras que seguem continuam a ser dirigid as, confor­
os homens, cm Jesus, do poder do próprio D eus com vistas ao me M c. aos discípulos (“ele lhes d izia " , v v . 2 12 4 ) e a esclarecer
estabelecimento do seu Reino. Este segredo da sua obra perma­ o recurso de Jesus às parábolas. A s im agens da lâmpada e da
neceu inacessível para muitos. medida nào têm o caráter das parábolas citadas no vv. 3-9.26-29
r . ls 6.9-10. citado aqui conforme o texto aram aico (Targum ). e 30*32. D epois dos vv. 11-12. a imagem da lâmpada repisa no
anunciava o malogro do profeta, cuja pregação devia agravar o caráter escondido do que se revela no ensinamento de Jesus e.
pecado do povo empedernido. Este texto voltou a ser usado na um dia. deve ser publicado. A imagem da medida sublinha a
Igreja prim itiva por ocasião do fracasso da missão cristã entre o importância das disposições dos ouvintes.
povo judeu, cu jo endurecimento revelava-se, desta sorte, anun­ v. Este emprego inusitado do verbo vir para a lâmpada pode
ciado pelos profetas e compreendido nos desígnios de Deus (Jo evocar a vinda de C risto (1,7; 2,17; 10.45).
1239-41; At 2 8 2 6 -2 8 ). A qu i, a citação é introduzida por um para w . D eve. pois. o m istério escondido nas parábolas ser mani­
que. o qual exprim e, nâo uma vontade qualquer de Jesus dc es­ festado. embora seja de in icio revelado somente aos discípulos.
conder sua mensagem e impedir que os de fora se convertam, Esta palavra, em tal contexto, sugere que. segundo M c. o segre­
mas a conformidade do seu malogro com a Escritura e o misterio­ do m essiânico deva ser desvendado.
so plano de Deus. A razão ultima deste plano não é fornecida (cf. x . Para M c, o que ex ig e a atenção e as boas disposições dos
Rm 11.7-16.29-32), c a idéia do desígnio de Deus não pretende ouvintes sào o objeto mesmo do ensinamento de Jesus e o segre­
atenuarem nada a responsabilidade do homem (v . 24). Desta sor­ do que este contém (cf. L c 8,18).
vis c a que servirá de medida para vós, estas, ele lhes anunciava a Palavra, à
e ser-vos-á dado ainda mais. “ Pois àque- medida que eram capazes de com preen­
Mi 13 .12 le que tem , será dado; e àquele que não dê-la. MNão lhes falava a não ser em
tem , mesmo o que tem lhe será tirado” . parábolas, mas. cm particular, explicava
tudo a seus discípulos1.
A sem ente q u e g erm in a p o r si só. “ Ele
dizia*: “Sucede com o Reino de Deus o A te m p e s ta d e a c a lm a d a (M t 8 ,1 8 .
mesmo que com um homem que lança a 23-27; Lc 8,22-25). *5Ao entardecer'’ da­
semente à terra: 27qucr ele durm a, quer quele dia, Jesus lhes disse: “ Passem os à
Tg 5.7 esteja levantado, de noite e de dia, a outra margem” . “ Deixando a multidão,
semente germina e cresce, sem que ele eles levaram Jesus no barco em que se
saiba como. “ A terra produz por si mes­ achava'; havia outros barcos' com ele.
ma primeiro a erva, depois a espiga, por 37Sobreveio um grande vendavalB. As
Fim, a espiga cheia de trigo. ” E apenas o ondas investiam contra o barco, a tal pon­
trigo am adurece, logo se lhe mete a to que o barco já se enchia de água. “E
foice”, pois é a e'poca da ceifa” . ele, na popa, dorm ia sobre a almofada*.
Eles o despertam e lhe dizem: “ Mestre,
O g rão de m o sta rd a (M t 13,31-32; Lc não te importa que pereçam os?" "'Des­
13,18-19). MEle dizia: “Com que vamos pertado, ele ameaçou o vento e disse ao
comparar o Reino dc D eus, ou com que mar: “Silêncio! Cala-tc1!" O vento ces­
parábola vamos representá-lo? 3IÉ como sou, e houve grande bonança. '"'Jesus lhes
mi i 7. 2o um grão de mostarda*: quando e' sem ea­ disse: “ Por que estais tão amedrontados?
do na terra, e' a m enor de todas as se­ Ainda não tendes fé1?" 4lEles foram to­
m entes do m undo; 32m as d ep o is de mados de grande tem or, e diziam uns aos
semeada, cresce c tom a-se a maior de outros: “Q uem e este, para que ate' o
todas as hortaliças, e dá grandes ramos, vento e o m ar lhe obedeçam*?"
de tal forma que. à sua som bra, os pás­
saros do ce'u podem fazer seus ninhosb” . _ C u ra dc um possesso na D ecápole
** (M t 8,28-34; Lc 8,26-39). 'Eles che­
A lição d as p ará b o la s (M t 13,34-35). garam ao outro lado do m ar, na região
"P o r meio de numerosas parábolas como dos gerasenos'.2Ao descer do barco, veio

y . A s duas parábolas a seguir recorrem ã mesma imagem da 4 e 5 mostram com o Jcsus toma co nsigo (3.14) os seus discíp u­
semente que a primeira (vv. 3 -9) e. com o ela. aplicam -se. segun­ los para ensiná-los em particular e lhes desvendar seu poder,
do M c. ao mistério do Reino de Deus escondido e revelado s<$ fora da presença da multidão.
aos discípulos durante o ministério de Jesus. A semente que e. C f . 4.1. L it. eles o levam, assim como estava, no barco.
cresce por si mesma, parabola peculiar de M c. ilustra a força f. Outra tradução: e havia outros barcos com este (barco).
secreta deste mistério até o estabelecimento definitivo do Reino g . O lago de Tiberíades é agitado por tempestades e pés-de-
d c Deus representado pela ceifa. Note-se que. na parabola. o -vento súbitos, quando nele se embatem os ventos provenientes
semeador também é o ceifador. do Mediterrâneo e os que sopram do deserto sírio.
z . Imagem do ju ízo : cf. Jl 4.13; A p 14.15. h. O assento da popa, ordinariamente reservado ao timoneiro,
a . O contraste entre a pequenez da semente. quando escondida era guarnecido de uma almofada. A palavra grega sugere que
na terra, e a amplitude da planta, ao final do crescim ento, sugere Jesus a pusera sob a cabeça.
a força irresistível do Reino de Deus. cu jo poder age secreta­ i. A agitação do mar parece sugerir uma investida satânica,
mente por intermédio das ações e do ensinamento de Jesus. que Jesus reduz à impotência por sua palavra; em 1 2 5 . ele
b. C f. E z 1 7 23 ; 31.6; Dn 4,9.18: o Reino de Deus há de ameaça e impõe silêncio a um espirito mau.
estender-se a todas as nações. j . C onform e outros mss.: Como (é que) vós não tendes fé ? Em
c . A o passo que o v. 33 supõe que as parábolas se destinavam M c trata-se da fé em Jesus e no poder divin o que age por seu
a instruir a multidão (cf. v. 2). percebe-se no v. 34 a reflexão de intermédio.
M c a respeito das parábolas (cf. vv. 10-12). A adesão a Jcsus k . C f . 1 2 7 : os espíritos impuros obedecem-lhe. D om inar o
permite avantajar-se ao que é acessível à multidão. mar enfurecido, protótipo das forças de oposição a D eus. é ca­
d . A aproxim ação, num mesmo d ia, das parábolas (vv. 1-34) racterístico do poder divin o (cf. S l 89.10; 9 3 3 -4 ; 1072 3 -3 2).
e dos quatro m ilagres que vêm a seguir (4 3 5 -5 .4 3 ) ressalta que I. Conform e outros mss.: gadarenos (por assim ilação a Mt
a força do Reino de Deus se manifesta tanto no ensinamento 8.28): gergesênios (segundo uma conjetura de Orfgenes). Gerasa
com o nos atos dc Jesus (cf. 1 2 7 ). Por outro lado. os caprtulos está muito distante do lago para ser identificada com a cidade do
logo a seu encontro, saindo dos tumuIos"1, mar. 14Os guardas fugiram e relataram o
um homem possuído por um espírito im­ fato na cidadc e nos sítios. E o povo veio
puro. -’Ele morava nos túmulos e ningue'm ver o que acontecera. l5Eles vêm para
podia prendê-lo. nem sequer com uma perto de Jesus e vêem o possesso senta­
corrente. 4Pois fora muitas vezes preso do, vestido e são do juízo, o mesmo que
com peias c correntes, mas rompera as tivera o demônio Legião". Ficaram to­
correntes e arrebentara as peias; ninguém mados de tem or. “ Os que tinham visto
tinha força para subjuga'-lo. sNoite e dia, lhes contaram o quc acontecera com o
ele andava incessantemente pelos tum u­ possesso e a respeito dos porcos. I7E eles
Ios e montanhas, soltando gritos e dila­ puseram-se a suplicar a Jesus que se reti­
cerando-se com pedras. ‘Ao ver Jesus ao rasse do território deles. '“Q uando ele
longe, ele correu e prostrou-se diante subia ao barco, o que tinha sido possesso
dele. 7Com voz forte, ele clama: “Q ue suplicava-lhe, pedindo-lhe para ficar com
tens a ver com igo". Jesu s, F ilho do ele*. 19Jesus não consentiu, mas disse-lhe:
Altíssimo0? Conjuro-te por D eus, não me “Vai para casa. para junto dos teus, e mi 9.6;
atormentes” . “Pois Jesus lhe dizia: “ Sai refere-lhes tudo o quc o Senhor fez por
deste homem, espírito impuro!” ‘'Ele o ti em sua misericórdia*". ^ O homem se n.39
interrogava: *Qual é o teu nome?” Ele foi e pôs-se a proclamar*, na Deca'polc-\
lhe respondeu: “ Meu nome é Legiãop, tudo o quc Jesus fizera por ele. E todos
pois somos numerosos” . leE ele lhe su­ se admiravam.
plicava com insistência que não o expul­
sasse da regiâoq. "O ra, havia ali, a pastar C u ra d e u m a m u lh er. R e ssu rreição da
pela m ontanha, um a grande vara de filha d e J a ir o (Mt 9,18-26; Lc 8,40-56).
porcos'. l2Os espíritos impuros" suplica­ J,Tcndo Jesus voltado novamente de bar­
ram a Jesus, dizendo: “ Manda-nos para co à outra margem, uma grande multi­
os porcos, a fim de que entremos neles”. dão reuniu-se junto dele. Ele estava à
IJEle permitiu. E os espíritos impuros beira-m ar. “ Chega um dos chefes da
saíram, entraram nos porcos, c a vara sinagoga' chamado Jairo; ao ver Jesus,
precipitou-se do alto da escarpa, no mar1; ele se prostra a seus pe's “ e suplica-lhe
eram cerca de dois mil e se afogavam no com insistência, dizendo: “ A minha fi-

v. 14. Pode ser quc, para M c. a região dos gerasenos designe r . A presença dos porcos, anim ais impuros para os judeus,
toda a região a oriente do lago. Esta narrativa quer mostrar que ilustra aqui a impureza de uma terra pagã.
a autoridade de Jesus sobre os demônios se exerce também em s . Este sujeito do verbo falta no texto e é transportado do v.
território pagão (v . 2 nota: v. 11 nota; v. 20 nota). 13 para cá.
m . C avados no rochedo ou aproveitando grutas naturais, esses t. E sse afogamento exprime o fim do poder demoníaco sobre
tümulos podiam oferecer um abrigo. Eles figuram aqui como o a região e sua libertação da impureza.
lugar da impureza (cf. ls 65.4). u. L it . o Legião. Poder-se-ia traduzir ele que tinha Legião, do
n. C f. 1.24 nota. ponto dc vista das pessoas que viam o possesso e ainda ignora­
o . C f . 1.24 nota; 13 4 nota; 3,11. A prostração do endemoni- vam que fora libertado,
nhado já exprim ia o domínio irresistível do Pilho de Deus. A qui. v. O fato dc estar com Jesus caracteriza os Doze em 3.14.
Jesus não impõe silêncio ao dem ônio, mas não há outro publico w . L it . e ele usou de misericórdia com igo. A ausência da
exceto os Doze. im po sição de silê n cio , aqui e nos v v . 7 -8 . só na aparência
p . Segundo os exorcistas da época, o conhecimento do nome co n tra d iz o segredo m essiânico. A q u i Jesu s retira-se da re­
dc um demônio conferia poder sobre ele. Jesus força o inim igo g iã o . e a ordem de falar co nce rn e, não à sua pessoa, m as à
a dizer seu nome. Legião quer sugerir que um regimento inteiro obra de D eus.
de demônios ali se acha instalado (um a legião romana constava x. Em M c. habitualmente, este verbo designa a pregação do
de seis mil homens). A pluralidade dos demônios indica a gra­ Evangelho (cf. 13 8 nota). M c vê aqui um prelúdio à evangeli-
vidade da possessão (cf. Mt 12.45 par.; L c 8.2 nota; 8,27). A qu i. zação dos pagãos.
a m sraliva ultrapassa o caso do doente e tenta ilustrar a vitória y . Grupo dc cidades situadas a leste do Jordão, que, desde
de Jesus sobre o reino de Satanás (cf. 3,23-27). Pompeu, gozavam de certa autonomia política. N a maioria, eram
q . Este pormenor revela a origem popular da narração: acre­ habitadas por pagãos.
ditava-se que um demônio expulso devia procurar outro refúgio z . O titulo de chefe de sinagoga designava o responsável pelo
(cf. Mt 12.43 par.). Note-se na frase a alternância de singular e culto numa sinagoga, mas aplicava-se também aos membros
plural para designar Legião. eminentes da comunidade.
Mt 9 ,ik : lh in h a está prestes a morrer; vem impor- tre'?" -“ Mas, sem levar em conta estas
ai <m2n' a s n l®o s Para ci u c sei a s a ' va e v iv a " . palavras', Jcsus disse ao chefe da sinago­
2k.s
“ Jesus se foi com ele; uma numerosa ga: “ Não tenhas medo; som ente fé". 37E
multidão o seguia e o esmagava. “ Uma ele nâo permitiu que ninguém o acompa­
mulher" que sofria de hemorragias ha­ nhasse. a nâo ser Pedro, Tiago e Joâo.
via doze anos 26— ela sofrerá muito por irmão de Tiago*.^Eles chegam à casa do
causa de numerosos médicos e gastara tu­ chefe da sinagoga, Jesus vê agitação,
do o que possuía sem melhora alguma; gente que chora e solta grandes gritos.
pelo contrário, seu estado piorara — , 3VEle entra e lhes diz: “Por que esta agi­
27esta mulher, pois. soubera o que se di­ tação c este pranto? A criança nâo está
zia de Jesus. Ela aproximou-se por de­ morta, ela dorme1'". *E zombavam dele.
trás dele na multidão e tocou-lhe a veste. Mas ele põe toda aquela gente para fora
“ Ela dizia consigo mesma; “Se eu con­ e toma consigo o pai e a mãe da criança
seguir tocar ao menos suas vestes, serei e os que o acompanhavam. Entra onde
salvab” . 29Logo cstanco u -se-lhe a he­ se encontrava a criança. 4ltoma a mão da
morragia'' e ela percebeu em seu corpo criança e lhe diz: “ Talitá', quml”, que sig­
que estava curada do seu mal. MIImedia- nifica: “ M enina, eu te digo, acordaJ!"
u 6.9 tamente Jesus percebeu que uma força ■
“ Logo a pequena levantou-se e pôs-se
saíra dele. Voltou-se para a multidão e a cam inhar — pois tinha doze anos. À
dizia; “Quem foi que tocou minhas ves­ vista disso, todos ficaram sumamente es­
tes?” -'‘Seus discípulos lhe diziam: “Tu tupefatos. WE Jesus lhes fez vivas reco­
vês a multidão que te comprime e per­ mendações para que ninguém o soubes­
guntas: 'Q uem me tocou’?" 32Mas ele se1, e mandou que dessem dc comer à
olhava em derredor para ver quem fizera menina.
aquilo. '-'Então a mulher, sabendo o que
lhe sucedera, veio lançar-se temerosa e a U E m N azarc (M t 13,54-58; Lc 4,16.
tremer a seus pés e lhe disse toda a ver­ ® 22.24). 'Jesus partiu dali. Ele vem
dade. ■ 14Ele, porém , lhe disse: “ Minha para sua pátria, e seus discípulos o se­
filha*1, a tua fé te salvou; vai em paz c guem 1. 2No dia de sábado, pôs-se a ensi­
fica curada do teu mal” . ,5Ele ainda fala­ nar na sinagoga. Numerosos ouvintes"1
va quando chegam da casa do chefe da impressionados diziam: “Donde lhe vem io 7.15
sinagoga pessoas dizendo: "A tua filha isto? E que sabedoria é esta que lhe foi
morreu: por que ainda incomodar o M es­ dada, a ponto de se realizarem até mila-
a . A respeiio da inserção dc um relato dentro do outro. cf. 3.20 ainda a importância da revelação que se vai seguir nesta ma­
nota. Nessas duas narrativas de m ilagres. M c insiste nu fé (vv. nifestação antecipada do poder d c Jcsus sobre a morte.
3 4-36) e na salvação (vv. 23.28) obtida por um contato físico h . Na linguagem bíblica, a morte é muitas vezes designada pela
com Jesus (v v . 23.27-30.41). Por outro lado. os dois milagres imagem do sono (M t 27.52; IC o r 1130; 15,6; lT s 4.13-15).
são secretos, o primeiro pela própria natureza das coisas, o se­ i. Esta fórmula em aramaico pode indicar que o relato proveio
gundo por vontade de Jesus. dc um ambiente onde sc falava esta língua. Sua conservação
b . Esta reflexão im plica a idéia dc uma energia que atua por numa narrativa destinada a leitores gregos chama a atenção para
contato (cf. 3.10; 6.56; L c 6.19; A l 5,15; 19.11-12). A continua­ o caráter decisivo, eficaz, da palavra de Jesus (cf. 7 3 4 ).
ção da narrativa insistira no valor do loque da mulher anônima, j . Outra tradução: levanta-te. Este verbo corresponde a ela
muito diferente do contato da multidão que comprime Jesus (vv. dorme (v. 39). O aramaico qum sign ifica de pe? O s termos gre­
30*32): é um contato inspirado pela fe* (v. 34); esta discerne em gos usados para exprim ir a ressurreição dos mortos evocam
Jesus o poder divino de salvar. C f . Mt 9 2 1 nota. imagens de despertar e surgimento (egeirein: acordar ou fazer
c. L il. a fonte do seu sangue secou. levantar-se; anisttfnai: pâr de pe).
d . C f. Mt 9.22 nota. k. O segredo, bastante d ifíc il de se guardar em tais circunstân­
c. Pensava-se que o poder de Jesus se deteria ante as fronteiras cias (cf. v. 38). acentua que esia narrativa só poderia ser verda­
da morte (cf. Jo 112 1 .3 2). D a í vem o apelo à fe' (v. 36; cf. Jo deiramente compreendida depois da Ressurreição de Jesus.
! 1 2 6 ). M c acentua esia reflexão, a fim de sugerir que o poder I. Esta narrativa, na qual Jesus esbarra com a incredulidade da
de Jesus e' uma força de ressunreição (cf. v. 41 nola). sua patriazinha. parece estar em continuação com o assunto de
f. Outra tradução: surpreendendo essas palavras. 3 2 0 -3 5 , passando por sobre os capítulos 4 e 5, nos quais ele
g . A continuação vai transcorrer no segredo (v v . 40-43). A manifestou aos discípulos algo do seu mistério escondido
qualidade das três testemunhas ( 9 2 : 1 433: cf. 1 3 3 ) ressalta m . Conform e outros mss.: os numerosos ouvintes.
gres por suas mãos"?-’ Não c cie o car­ gar. "S e numa localidade não vos aco­
pinteiro. o filho dc M aria0 c irmãop dc lherem e não vos escutarem , saindo dali.
Tiago, de Joset. dc Judas c de Sim ão? E sacudi o pó dos vossos pés*: com isso
suas irmãs'1 não estão aqui entre nós?" E eles terão um testem unho’". l2Eles parti­
era para eles uma ocasião de qucdar. 4Je- ram e proclamaram que era preciso con­
u 4.24: sus lhes dizia: "U m profeta só é despre- verter-se1. ‘-^Expulsavam muitos dem ô- mi 3.2
to 4'44 zado em sua pátria, entre os seus paren­ nios, faziam unções com óleo" em mui­
tes c cm sua casa'". 5E não podia fazer tos doentes e os curavam .
ali nenhum milagre1; contudo, curou al­
guns doentes, impondo-lhes as mãos. *E H erodes c Je su s (M t 14,1-2; Lc 9,7-9).
admirava-sc, porque eles não tinham fe'. I40 rei Herodesb ouviu falar de Jesus, pois
o seu nome tom ara-se fam oso'. Uns d i­
M issão dos doze (M t 9,35; 10,15-14; ziam: “João, o Batizador, ressuscitou dos
Lc 9,1-6). Ele percorria as aldeias dos mortos: eis por que o poder dc fazer mi­
arredores, ensin ando. T ile cham a os lagres atua ncled". '-'Outros diziam: “É
Doze". E começou a enviá-los dois a dois, Elias'". Outros diziam: “É um profeta
dando-lhes autoridade sobre os espíritos semelhante a um dos nossos profetas1".
impuros. "Deu-lhes instruções dc nada '‘Ao ouvir essas afirm ações, Herodes
levar para o cam inho, exceto um bastão'; dizia: “Esse João que mandei decapitar,
nem pão. nem alforje, nem dinheiro no é ele que ressuscitou” .
cinto, ’mas. com o calçado, sandálias, “e
não vistais duas túnicas” . IBE lhes dizia: M o rte dc Jo ã o B atista (M t 14,3-12; Lc
“ Se em algum lugar en trard es numa 3,19-20). l7Dc fato, Herodes m andara
casa", permanecei ali até sairdes do lu- prender João* e o acorrentara na prisão

n . Conform e outros ms?».: e os tão grandes milagres quc se L c 9 3 ; 10.4. A s palavras dc Jesus foram adaptadas às novas
realizam por suas mãos. condições dos m issionários fora da Palestina, onde o bastão e as
o. Numerosos mss. lêem. com o M l 13.55. o filho do carpin­ sandálias podem ser necessários sem infringir a pobreza.
teiro e dc Maria. Carpinteiro: a palavra grega tanto pode sig n i­ w .T ra ia -sc da hospitalidade oferecida ao missionário (cf. 7 2 4 ).
ficar um operário que trabalha com madeira com o com pedra ou x . C f . Mt 10.14 nota.
meial; é possível pensar num construtor de casas. A ausência da y . C f . 1.44 nota.
mençào ao pai é estranha, cm sc tratando d c uma fórm ula judai­ z . Trata-se da conversão exigid a pela vinda do Reino de Deus.
ca: mas aqui. bem com o em 3 3 1 -4 5 ; 10.29-30. M c pôde excluí- conform e 1.15.
-la ao pensar quc o pai dc Jesus é Deus (8.38; 13.32; 14.36). a. A q u i. a unção com óleo nào é prescrita com o remédio
Deu* é tambem o pai dos discípulos ( 1 1.25; d a í talvez a ausên­ medicinal (cf. Lx: 1 0 34 ), mas como um gesto pleno de poder
cia da mençào ao pai em 10,29*30). m ilagroso, da mesma forma como impor as màos ou tocar al­
p . C f. Mt 12.46 nota. guém com elas.
q . Única mençào às irm ãs de Jesus, exceto em 3 3 2 . conforme b. C f . L c 3,1 nota. O tílulo oficial de Herodes Antipas. quc
alguns mss. M c chama rei. cra o de tetrarca.
r . L it. eles estavam escandalizados jx>r ele (ou a respeito c . Quanto à inserção de narrativas referentes a Herodes (vv.
dele). Porque imaginam conhecê-lo e continuam privados d c fé 14-29) na da m issão dos D oze. cf. 3 2 0 nota. A enumeração das
(v . 6). Jesus tornou-se uma pedra de tropeço, na qual esbarram diversas opiniões sobre Jesus. vv. 14-16. prepara 8.27-30. e quer
(cf. M l 5.29 nota; 2 6 31 nota), pôr em relevo o caráter único da pessoa e da missão de Jesus,
s. C f . M l 13,57 nota. tais com o se revelarão ao longo de 6 3 1 - 8 3 0 .
t. Esta impossibilidade prende-se à falia de fé (v . 6). Nào sc d . L it. eis por que os poderes agem nele
traia dc um vínculo psicológico, com o se a confiança do doente e. C f. 9 .1 1 nota; Mt 1 7 3 nota.
condicionasse o êxito da cura. Fora d c um contexto d c fé. um f. Julgava-se qu c. desde muito, não houvesse m ais profeta, e
milagre ficaria privado de qualquer significação c não se pode­ a autoridade dc Jesus (cf. 1.2 1-28) podia sugerir que um profeta
ria fular em milagre. A propósito da fé. no relato d c m ilagres, semelhante aos antigos, talvez o profeta do fim dos tempos (cf.
cf. 2.5 nota. O poder da fé nào se lim ita à cura dos doentes Dt 18.15.18; Jo 6,14; A t 3.22-23), aparecera ( L c 9.8 comprecn-
(11.22-24). C f. Mt 13.58 nota. deu: um dos antigos profetas tomou à vida).
u. A primeira parte de M c é marcada por narrações referentes g . Esta narração (v v . 17-29), muito mais pormenorizada do
aos D oze (cf. 1.16-20; 3.13-19). Sua missão (vv. 7 -13 ) e depois que em Mt, pode ser comparada com a dc Josefo. Conforme
seu relatório dc atividade m issionária (v . 30) vào suscitar uma este. Herodes Antipas fez dcsaparcccr Joào. preso na fortaleza
série de episódios em que M c os mostrara' fechados à revelação dc Muqueronte. por motivos políticos; e a sua derrota diante do
do segredo dc Jesus (6 3 0 -8 ,2 1 ). rei dos nabateus. cuja filha repudiara para desposar Herodíades.
v. O bordão c as sandálias (v . 9 ) estão excluídos de Mt 10.10; foi considerada castigo de Deus pela morte de Joào Batista. A
por causa de Herodíades, mulher do seu diatamente, o rei mandou um guarda com
irmão Filipeh, que ele desposara. l8Por- ordem de trazer a cabeça de Joâo. O
Lv 18 .1 6 que João dizia a Herodes: “N âo te é guarda foi decapitá-lo na prisão, “ trouxe
permitido ter a mulher do teu irmão1’'. a cabeça num prato, deu-a à m oça, e a
‘’Por isto. Herodíades o odiava e procu­ moça a deu à sua mãe. 2,Ao ter conheci­
rava m atá-lo, m as não p odia. 20pois m ento disso, os discípulos de João vie­
Herodes tem ia João, sabendo que cra ram tomar seu cadáver e o depuseram
homem justo e santo, e o protegia. Ao num túmulo.
ouvi-lo, ficava bem perplexo1; entretan­
to, ele o escutava de bom grado. 2lMas V olta dos a p ó sto lo s. Je su s a lim en ta
chegou o dia propício, quando Herodes, cinco mil hom ens no d eserto (M t 14,
por ocasião do seu aniversário, deu um 13-21; Lc 9,10-17; Jo 6,1-15). x Os após­
banquete a seus dignitários, aos seus tolos1 reuniram com Jesus1" c lhe deram
oficiais e üs grandes personalidades da conta de tudo o que tinham feito e tudo
Galiléia. UA filha desta Herodíades1*veio o que haviam ensinado". 3lElc lhes dis­
executar uma dança e agradou a Herodes se: “Vinde vós à parte num lugar deserto
c a seus convivas. O rei disse à moça: e descansai um pouco” . Porque havia
‘Pede-me o que quiscres c eu to darei’. m uita gente que vinha e voltava, e eles
UE fez-lhe este juram ento: “T udo o que nem sequer tinham tempo para comer. 3 ,20

Est 5.3-6 mc pedires cu to darei, mesmo que seja •'2Eles partiram de barco rumo a um lu­
7,2 a metade do meu reino” . “ Ela saiu e disse gar deserto, à parte. ,30 povo os viu se
à mãe: “Que é que vou pedir?” Esta res­ afastarem e m uitos os reconheceram .
pondeu: “A cabeça de João. o Batiza- Então, de todas as cidades acorreram a
dor” . 25A toda a pressa, ela tornou à pre­ pé° para aquele lugar e chegaram antes
sença do rei e lhe pediu: “Quero que mc deles. MAo desem barcar, Jesus viu gran­
dês im ediatamente, num prato, a cabeça de multidão. Ele foi tomado dc com pai­
de João, o Batista". “ O rei ficou contris- xão por eles, porque eram com o ovelhas
tado, mas por causa do seu juram ento e sem pastor*’, e pôs-se a ensinar-lhes m ui­
dos convivas, não quis recusar-lhe. 27Ime- tas coisasV 'sD cpois, como a hora avan-

narrativa de M c. sem contradizer em nada esta versão dos fatos, cura (7 3 1 -3 7 ; 8,22-26). Seja qual for a origem dessas duas
denota imprecisão nos pormenores (v. 17 nota), mas distingue* narrativas (M c ou a tradição anterior: compare-se com a seqüên­
-se pelo interesse religioso. Ú n ica narrativa de M c que nào é cia dc Jo 6: m ultiplicação dos pães. travessia e cam inhada sobre
consagrada a Jesus, ela não foge do objetivo do livro: com Joào as águas, controvérsia sobre o pão. confissào dc fe de Pedro), do
realizou-se a volta dc E lia s como precursor do M essias, e o seu ponto de vista da teologia de M c. depreender-sc-á o interesse
destino prefigura o de Jesus (cf. 9.11-13). pela revelação do segredo de Jesus a seus discípulos, o realce
h. Segundo Josefo. Herodíades cra esposa de um meio-irmão sempre mais acentuado da incompreensão destes, a atenção pres­
de Herodes Antipas. também chamado Herodes e quc vivia em tada ao relacionamento com os fariseus e pagãos.
Rom a. Filip e era outro meio-irmão dele. tetrarca da Ituréia e da n. O nexo da seção aqui iniciada (ver nota precedente) com a
Traconítide (cf. L c 3,1; Mt 14.3 nota). Este Filip e casou com aprendizagem que os apóstolos acabam de fazer da sua futura
Salom é. filha de Herodíades. Quanto a Herodíades. era neta de missão sugere que Jesus lhes vai manifestar a verdadeira natu­
Herodes M agno e sobrinha de Herodes Antipas. reza da tarefa que lhes incum be, revelando-lhe o mistério escon­
i. C f . Mt 14.4 nota. dido dc sua obra c de sua pessoa. D e fato, M c insiste na
j . Conform e outras mss.: ele fazia muitas coisas, talvez um solidaderiedade dos apóstolos com Jesus relativamente à m ulti­
semitismo no sentido dc ele o escutava cotn freqüência. Outra dão ( w . 31-33), na participação ativa deles no seu ensino (vv.
tradução menos provável: ele lhe fazia muitas perguntas. 30 e 34) e na obrigação de alimentar a multidão (v v . 35-44).
k . Conform e outros mss.: sua filha, Herodíades. o. C f . Mt 14.13 nota.
1. O s D oze sào denominados apóstolos (em M c. somente aqui p. A compaixão dc Jesus (cf. 8.2) é motivada pelo estado de
e conform e os mss. em 3.14) enquanto enviados por Jesus, ao abandono do povo: a im agem bíblica do rebanho sem pastor
qual prestam contas da própria missão (cf. 6.7-13: Mt 10.2 nota: estigmatiza a incúria dos chefes responsáveis (cf. Mt 9 3 6 nota).
L c 6.13 nota). E la sugere que Jesus procedc com o o pastor m essiânico (E z
m . Na seção 6 3 0 -8 ,2 6 . chamam a atenção as duas narrativas 34.23; 37.24) à imagem de M oisés (N m 27.15-17; S I 77,21) ou
em que Jesus alim enta a multidão (6 3 0 -4 4 ; 8,1-9). e um certo de D av id , senão de Deus mesmo, pastor de seu povo no deserto
paralelismo dos episódios que sucedem a ambas: uma travessia do (S l 78,52-53: 23.1; 74.1; 80.1: E z 34,15).
lago (6.45-56; 8 ,10). uma controvérsia com os fariseus (7.1-23; q . S ó M c dá tanto relevo ao ensinamento de Jesus, manifestação
8.11-13), uma discussão sobre o pão (7,24-30; 8,14-21), uma da sua com paixão e da sua missão de pastor (cf. Mt 14,14 nota).
çasser, seus discípulos aproximaram-se também o restante dos peixes. 440 s que
dele para dizer-lhe: “O lugar é deserto e haviam comido os pães eram cinco mil
a hora jâ avançou. “ Despede-os. para que homens1.
vão aos sítios e aldeias dos arredores
com prar para si o que com er” . 3,Mas ele Jesus caminha sobre as águas (Mt
lhes respondeu: “Dai-lhes vós mesmos 14,22-33; Jo 6,16-21). '‘•'Logo depois,
de comer*” . Eles lhe disseram: “Será pre­ Jesus obrigou seus discípulos a entrarem
ciso ir com prar pão por duzentas moedas no barco e precedê-lo na outra m argem,
de prata1c dar-lhes de com cr?” “ Ele per­ rumo a Bctsaida*, enquanto ele despedia
guntou: “Quantos pães tendes? Ide ver!” a multidão. '“ Depois de a ter mandado
Tendo verificado, responderam: “Cinco, embora, ele sc retirou para o monte, a 1,35: 3.13;
e dois peixes” . 3,E ele ordenou que aco­ fim de orarb. 47Já de noite, o barco estava 9,2
modassem todos em grupos“ sobre a rel­ no meio do mar, e ele, em terra, sozinho.
va verde1'. ‘“ Eles se estenderam em filei­ “ Vendo-os pelejar, remando — pois o
ras de cem e de cinqüenta*. 41Jesus to­ vento lhes era contrário — , por volta do
mou os cinco pães e os dois peixes, e fim da noitec, ele foi em direção deles,
erguendo os olhos para o céu, pronun­ caminhando sobre o mar*1; estava a pon­
ciou a bênção*, partiu os pães e dava-os to de ultrapassá-los".4,Vendo-o cam inhar
aos discípulos para que os oferecessem sobre o mar, eles julgaram que fosse um 1* 24.37
ao povo. Repartiu também os dois pei­ fantasma e soltaram gritos. “ Pois todos
xes entre todos. 42Todos eles comeram e o viram e ficaram apavorados. Ele, po­
ficaram saciados. " E recolheram-se os rém , logo falou com eles; disse-lhes:
pedaços, que enchiam doze cestos’', e “Tende confiança, sou cuf, não tenhais

r . Nestes vv. 35-44, m ultiplicam -se os temas com uns com 8. ção 1 2 9 -2 .1 ; Escrito de Damasco A 13.1: Guerra 4,1-5.16-17;
1-9 (cf. 8.1 nota). A presença de seis relatos semelhantes nos cf. Henoc 6 9 3 a respeito da organização angélica).
evangelhos (dois em M t, dois cm M c. um em L c . um em Jo) x . Trata-se da prece de louvor e de ação de graças que acom ­
chama a atenção para seu interesse no conceito da Igreja prim i­ panha a fração do pão na liturgia da mesa do judaísm o dc então,
tiva. Este interesse deve ter-se manifestado particularmente nas assim como na liturgia eucarística cristã, na qual este rito assu­
assembléias eucarísticas. com o sugere a comparação do v. 41 me um sentido novo. A bênção fornece ocasião de recordar os
com 1 422 (narrativa de origem lilú rg ica .c f. 8,6 nota). Por outro benefícios de Deus a seu povo. exprim indo, ao mesmo tempo, o
lado. analogias surpreendentes parecem atestar que. ao referir sentido do pão partido.
este fato. despertava-se a lembrança de um m ilagre de Eiiseu y. Trata-se de cestos de vim e rígid o, nos quais os judeus
(2 R s 4.42-44) e do alimento ministrado por Deus a seu povo no carregam suas provisões. Doze cestos: lantos quanto os após­
des<rto (E x 16; Dt 8.3-16; S l 78,24-25.29; 105,40; Sb 16.20-26; tolos (v . 30). cujo papel alivo é sublinhado no decorrer da
IC o r 1 0 3). Mostrava-se assim o cumprimento em Jesus desses narrativa. O tema das sobras exprim e a superabundãncia (2R s
textos relidos pelo judaísm o contemporâneo como anúncio das 4 .43-44). e o fato de serem recolhidas indica que. pela mediação
grandes obras dc Deus e do M essias no fina! dos tempos. Quan­ dos apóstolos, a refeição ainda está à disposição de outros con­
to à imagem do banquete m essiânico.cf. Is 25.6-8; 55.1-2; 65.13- vivas.
14; Hent)c 62.14; Mt 8 .I I ; 22.1-4. z . Este número corresponde à disposição do v. 40 c também
s. M c insiste particularmente em com o Jcsus obriga seus d is­ evoca, a seu m odo. o ajuntamento de Israel.
cípulos à ação (v v . 38.39.41) e os dispõe a colaborar na sua obra a. A lgun s mss. não particularizam na outra margem, porme­
(cf. 3.14-15: 6.7.12-13.30). nor que certos estudiosos julgam tomado de M l 14 22 . A geo­
t. L it. denários. Segundo M l 2 0 2 . um denário representa o grafia deste irecho permanece obscura e não sc pode precisar
salário de um dia de trabalho de um operário agrícola; conforme onde é que M c situa o episódio precedente (cf. 7 3 1 : 8,1 nota).
u M ishná, a ração diária dc pão para uma pessoa custa a Betsaida, cidade situada à margem esquerda do Jordão, antes
duodécima parte de um denário. que este desagíie no lago do Tiberíades.
u. Lit. mandá-los estenderem-se por mesas. b. C f. Jo 6.15.
v. Esta observação (cf. Jo 6,10) talvez não seja estranha ao c . L il. por volta da quarta vigília da noite, entre 3 e 6 horas
desejo de mosirar que Jesus procedeu com o o Pastor do S I 23. da manhã (cf. 13.35).
que conduz o seu povo a um lugar verdejanie, junto às águas d. É próprio de Deus caminhar sobre as alturas do mar (Jó
tranqüilas (v. I; cf. M c 6 3 1 ) e lhe põe uma mesa (v. 5). 9,8; cf. S! 7 7 2 0 . Sr 24.5) e dom iná-lo (S l 65.8; 77.17; 89.10;
vr. A ordenação da multidão, d ifíc il de im aginar só conforme 1 0 72 9 ). C f . 4.41 nota.
esses dados, forma a antítese do v. 34 e lembra a organização de e. Este verbo evoca a passagem da glória de Deus diante de
Israel no deserto (E x 1 8 2 1 2 5 ; N m 31,14; D t 1.15). considerada M oisés c E lia s (E x 33,19.22; 34,6 gr.; I R s 19.I I gr.). Mas cf.
como a ordem ideal do povo dc Deus ( IM c 3*55; e nos escritos L c 24.28.
de Qumran: Regrà da comunidade 2.20-21; Regra da Congrega­ f. L il . Eu sou, palavra de revelação divina (E x 3,14; Dt 3 2 3 9 ;
medo”. !lSubiu junto deles no barco e o apego à tradição dos antigos; 4ao voltar
4,39 vento cessou. Eles estavam sumamente do mercado, eles não comem sem ter feito
espantados. “ Na realidade, nada tinham abluções11; c há muitas outras praticas
compreendido a respeito dos pães11; seu tradicionais a que estão apegados: lava­
coração estava cndurecidoh. gens rituais' das taças, dos jarros e dos mi 23 .25 :
pratos'. 5Os fariseus e os cscribas pergu n- u 11-,9
C u ra s cm G e n e s a ré (Mt 14,34-36). tam . pois, a Jesus: “ Por que teus discípu­
s,Após a travessia, eles aportaram em los não procedem de acordo com a tradi­
Genesaré* e atracaram. MMal tinham de­ ção dos antigos1, mas tomam as refei­
sembarcado, os habitantes reconheceram ções com mãos impuras?" 6Ele lhes diz:
Jesus; 55percorreram toda a região e co­ “Bem profetizou Isaías a vosso respeito,
meçaram a transportar os doentes em ma­ hipócritas, pois está escrito":
cas para os lugares onde descobrissem Este povo me honra com os lábios,
que ele estava1. “ Onde quer quc ele en­ mas o seu coração esta'longe de mim;
trasse. aldeias, cidades ou sítios, traziam 7e' em vão que me prestam culto,
os doentes para as praças; suplicavam que pois as doutrinas que ensinam
os deixasse tocar apenas na franja de sua não passam de preceitos de homens.
vestck; e todos os que o tocavam fica­ “Abandonais o mandamento dc Deus e
vam curados1. vos apegais à tradição dos homens” , t l e
lhes dizia: “É bem isto, rejeitais o man­
r j D iscussão com os fariseu s a cerca damento de Deus para guardar vossa tra­
d as trad içõ es (Mt 15,1-20). 'O s fari­ dição. lnPois Moise's disse: Honra teu pai
seus e alguns escribas vindos dc Jcrusa- e tua mãe", e ainda: Aquele que amaldi­
le'm reúnem -se com Jesusm. 2Eles vêem çoar [Hii ou mãe seja punido de morte".
quc alguns dos seus discípulos tomam as “ Mas vds dizeis: ‘Se algue'm disser a seu
u i i . 3k refeições" com mãos impuras, isto e', sem pai ou à sua mãe: o auxílio que devias
as ter lavado”.'D e fato. os fariseus, bem recebcr dc mim e' qorban \ isto e', oferen­
como todos os judeus, não com em sem d a ...' I2vós permitis quc ele nada mais
ter lavado cuidadosamente11as mãos. por faça por seu pai ou sua mãe: l3assim

Is 41.4; 43,10.13), que Jesus ;iplica a si cm Jo 8.24.28.58. Sem sobre o quc é puro ou impuro (v v . 1-23) contrasta com o sucesso
chegar a ser tão explícito. M c compreende esta narrativa como de Jesus junto ã multidão (cf. o mesmo contraste cm 2.1 -3 ,6 ;
sendo a manifestação do ser secreto de Jesus, Filh o de Deus. d a í 3,20*35; 6.1-6) e intercala-se, nâo sem motivo, antes da partida
a costumeira recomendação nos relatos dc revelações sobrenatu­ de Jesus para terras pagãs. fora da G a lilé ia (v . 24). A nova
rais: nào tenhais medo. — Confiança (somente aqui em M c; cf. compreensão da vontade divina (v v . 6-13) e da pureza (vv. 14-
Jo 16.33) exprime o efeito da presença de Jesus no meio dos 23), para além das tradições judaicas, toma possível a unidade
perigos representados pelo mar. dos judeus e pagàos na Igreja.
g . D c sorte que M c assim ila as duas narrativas com o sinais n. L it. comem os ftães. Na seção 6 3 0 -8 .2 1 . os pães são men­
prenhes dc uma revelação que ainda escapa aos discípulos (8, cionados com freqüência.
17-21): em Jesus manifesta-se o poder dc Deus quc sacia o seu 0 . Não se trata de higiene, mas de uma observância ritual.
povo no deserto e domina o mar. p. Term o d ifícil de tradu/.ir. Outras traduções: ate'o cotovelo,
h. Censura endereçada aos fariseus em 3 3 (c f.4 ,1 3 nola; 8,17). com o punho.
O coração endurecido, por causa da ma disposição interior, q . N o gr., dependendo dos mss.: sem estar banhados ou sem
mantém-se fechado à compreensão dos atos e desígnios de Deus se ter aspergido.
(cf. Rm 11,25: Is 6.9-10). r . F m gr. banhos, batismos: cf. 1.4 nota.
I. Planície fértil a sudoeste de Cafarnaum . É d ifíc il coadunar s. L il. objetos de bronze.
esta indicação com a do v. 45: rumo a Betsaida. M c pode tê-las 1. Fia compreendia preceitos e praticas que especificavam a
haurido em fontes diversas. lei de Moisés.
j . Com pare-se com 13 2 -3 4 ; 3.7-12 este quadro geral das cu­ u. Is 29.13 gr.
ras operadas por Jesus e do entusiasmo da multidão. v. E x 20.12; Dt 5.16; cf. M c 10.19: E f 6.2.
k . C f. 5.28 nota. A franja da sua veste: este pormenor carac­ w. E x 21,17; cf. L v 20.9.
teriza Jesus com o fiel observanie da lei (cf. N m 1 5 38 -3 9 ; Dt x. Palavra aram aica que sig n ifica oferenda, especialm ente
2 2 , 12 ). oferenda feita a Deus (cf. Mt 15.6). Ficava dispensado da obriga­
I. C f . 5 3 4 . ção dc prestar assistência ao pai ou à mãe quem fizesse voto de
m . Esta longa discussão com os fariseus sobre as tradições e dar ao Tesouro do Tem plo os bens necessários para socorrê-los.
anulais a palavra de Deus com a tradição de Tiro1. Entrou numa casa c não queria
que vós transmitis*. E fazeis muitas coi­ que o soubessem, mas não pôde perm a­
sas deste gênero” . I4A seguir, chamando necer ignorado. 25Logo em seguida, uma
novamente a multidão, dizia-lhe: “Escu- mulher cuja filha tinha um espírito im ­
tai-mc todos c com preendei. 15Não há puro ouviu falar dele e veio atirar-se-lhe
nada exterior ao homem que penetrando aos pés. “ Esta m ulher era pagã*1, siro-fe-
nele o possa tornar impuro, mas o que nícia de nascimento. Ela pedia a Jesus
sai do homem , eis o que torna o homem que expulsasse o dem ônio da sua filha.
impuro” . l6ll7Depois que entrou cm casa, 27Jesus lhe disse : “ Deixa que os filhos se
longe da multidão, seus discípulos o in­ fartem primeiro1', pois não fica bem tirar o
terrogaram acerca desta palavra enigm á­ pão dos filhos para atirá-lo aos cachorri-
tica*. 18Ele lhes disse: “Então vós tam ­ nhos” . “ Ela respondeu: “É verdade'. Se­
bém sois sem inteligência? Não sabeis nhor, mas debaixo da mesa, os cachorri-
que nada do que penetra do exterior no nhos comcm as migalhas dos filhos” . 2,Ele
homem pode torná-lo impuro. ‘’já que lhe disse: “Por causa desta palavra, vai, o
não penetra em seu coração, mas no seu demônio saiu da tua filha” . “ Ela voltou
ventre, c depois vai para a fossa?” Com para casa e encontrou a menina estendida
isto, ele declarava que todos os alim en­ na cama: o demônio a deixara8.
tos são purosb. 2<)Ele dizia: “O que sai do
homem, isto é que tom a o homem im pu­ C u ra dc um su rd o m udo. -''Jesus saiu
ro. 2lDe fato, é do interior, é do coração do território de Tiro e voltou para Sídon1',
do homem que saem as mâs intenções, em direção do mar da G aliléia, atraves­
d e sre g ra m e n to s, fu rto s, h o m ic íd io s, sando o território da Decápole. “ T razem -
“ adultérios, cupidez, perversidades, as­ -lhe1 um surdo, que falava com dificul­
túcias, inveja, injúrias, vaidade, insensa­ dade*, e lhe suplicam que lhe imponha a 5.23
tez. uTodo este mal sai do interior e toma mão11. “Tomando-o à parte, longe da mul­
o homem impuro” . tidão. Jesus pôs os dedos nos ouvidos
dele. cuspiu e tocou-lhe a língua. MA
A fé de u m a siro-fenícia (Mt 15,21-28). seguir, erguendo o olhar para o céu, sus­
“ Saindo dali, Jesus foi para o território pirou. E disse-lh e: “ E f f a t á isto e:

y, L il. por vossa tradição que tronsmitisies: os fariseus e es­ 17,8-24) e da sua admissão à refeição do Senhor (v v . 27-28;
cribas são cios de uma tradição que receberam c por sua vez notar as menções ao pão em 6.41.52; 7,2; 8.6.14-21).
transmitem. d. L it . grega, isio é, nào-judia.
z. A lgun s mss. Iccm aqui as palavras: Se atguftn tem ouvidos e. Esta palavra é omitida em Mt e sugere que o Evangelho
para ouvir, ouça! passará dos judeus aos gregos (R m 1.16).
a. Em gr.: j>arábola. N o A T gr. este lermo. que traduz o hebr. f. É verdade: certas testemunhas não trazem essas palavras.
mashai, pode designar uma sentença lapidar e enigm ática (cf. g. L it. e o dâmonio saiu.
4.11 nola; L c 4,23). M c vê nela um sentido latente (v. 14; cf. h. Conforme outros mss.: de Tiro e Sídon e ele voltou para o
4.9), só revelado aos discípulos (cf. 4.10-12) e concernente à mar. Esta indicação geográfica nao pretende traçar um itinerário
obra para a qual Jesus <5 enviado (3.23-27; 4.11): a ab-rogação preciso, mas situar em terra pagã as duas narrações subseqüentes.
das proibições alimentares (v. 19) explica-se pela chegada do i. O s vv. 32-37 apresentam várias semelhanças com 8.22-26:
Reino dc Deus e a vitória sobre Satanás. esses dois relatos, próprios de M c e situados cada um ao termo
b. L it. purificando todos os aiimentos. provavelmente reflexão de uma série de episódios ligados a uma m ultiplicação dos pães
de M c acerca da afirmação de Jesus. A ab-rogação das proibi- (cf. 6.30 nola). parecein tomar cm M c o valor de sinais de apoio
çôds alimentares devia elim inar qualquer obstáculo à comunida­ para uma catequese inspirada em Is 35,5-6. citada aqui no v. 37.
de dc mesa entre cristãos dc origem judaica e cristãos dc origem O texto de Is (cf. Mt 11.5 par.) fala não só da cura dos surdos
pagã (cf. A l 10,1-11,18; G l 2.12). A seção dos pães refere-se à e dos mudos, ilustrada pela primeira narrativa, mas também da
admissão dos pagãos à mesa de C risto (7J27-28; 8.1 nota). dos cegos, ilustrada pela segunda. C f. 8,22 nola.
c. Esta região, que faz lim ite com a G a lilé ia uo norte, tinha j . Falar dificilmente: no A T . esta expressão só se encontra em
uma população heterogênea, onde predominava a religião pagã. Is 3 5 3 gr.
M c não fornece motivo algum para esta viagem . O incógnito k . A expressão coslum eira no N T e: im por as mãos. O singu­
exclui qualquer intenção m issionária. M as. depois de 7,1-23, M c lar a mâo só aparece aqui e em M i 9.18.
interpreta a narrativa que segue como um sinal prenunciador da 1. C f. 5.41 nota. E sia fórmula seria incluída na liturgia antiga
ev;mgelização dos pagàos (v. 26; cf. já 3,8; 5.1-20; e no A T iR s do batismo.
“ Abre-te". 5SLogo se lhe abriram os ouvi­ partiu-os e os dava a seus discípulos para
dos. a língua se lhe desatou, e ele falava que eles lhos oferecessem . E eles os ofe­
corretam ente. •'‘Jesus recom endou-lhes receram à multidão. 7Havia tambe'm al­
que não falassem disso com ningue'm: guns peixinhos. Jesus pronunciou sobre
mas, quanto mais recom endava, tanto eles a bênção e mandou oferecê-los igual­
mais eles o proclam avam ". 37Eles fica­ mente. "Comeram e ficaram saciados. E
ram muito impressionados e diziam: “Ele recolheram os pedaços quc sobravam:
fez bem todas as coisas; faz os surdos sete cestos*;9ora, eles eram cerca de qua­
ouvirem e os mudos falarem” . tro mil. Depois, Jesus os despediu; ,0e
logo entrou no barco com seus discípu­
o Je su s alim enta q u a tr o mil hom ens los e foi à região de Dalmanuta*.
® (M t 15,32-39; cf. Mc 6,30-44 par.).
‘Naqueles dias”, com o houvesse nova­ O sinal neg ad o aos fariseus (M t 12 J 8 -
mente uma grande multidão e ela não 39; 16,1-4; L c 11,16-29; 12,54-56).
tivesse o que com er, Jesus chama seus "V ieram os fariseus e puseram-se a dis­
discípulos e lhes diz°: 2“Tenho com pai­ cutir com Jesus; para o pôr à prova“.
xão desta multidão, pois ja' faz três dias pedem-lhe um sinal quc venha do ce'u\ m i i2.3k:
que permanecem com igo e não têm o l2Soltando um profundo suspiro. Jesus
que comer. JSe os despeço, mandando- diz: “ P or que esta g eração pede um icor 1 .22 :
-os para casa em jejum , vão desfalecer sinal” ? Na verdade, cu vos digo, não será ls 7'10’12
no cam inho, e ha' alguns que vieram dc dado sinal a esta geração” . '-'E deixando-
longcp". 4Seus discípulos lhe responde­ -os. entrou novamente no barco e partiu
ram: "Onde encontrar de que fartá-los para a outra margem.
com pãesq aqui num deserto?" 5Ele lhes
perguntou: "Q uantos pães tendes?" — A in co m p reen são dos discípulos (Mt
“Sete", disseram . ‘E ele mandou a mul­ 16,5-12; Lc 12,1). ,4Os discípulos tinham-
tidão acomodar-se no chão. Depois, to­ -se esquecido de levar pães* e só tinham
mou os sete pães e. após ter dado graçasr, um pão no barco. l5Jesus fazia-lhes esta

m . C f. 1.44 nota. O segredo m essiânico destina-se a scr ma­ q. L it. donde poderia alguem sacià-los de jKies?
nifestado (4.21-22). O seu caráter provisório aparece sobretudo r . Trata-se de um ato idêntico à bênção de 6 .4 1 ; mesma
com relação aos m ilagres, cuja proclam ação antecipa a do E va n ­ diferen ça de vocabu lário entre M c 14.22-24; Mt 2 4 .26-28,
gelho (mesmo verbo proclamar cm ambos os casos. cf. 1,45 narração proveniente de uma tradição ju d e u -cristã. de uma
nota); da mesma forma aqui. o coro final da m ultidão, v. 37. parte, c IC o r 11.23-25; L c 2 2 ,19 -2 0 . de tradição hclen ista, da
antecipa o reconhecim ento, na com unidade c ris là . da obra outra parte.
escatológica dc Deus por Jesus. s. Inteipretou-se o numero sete (já no v. 5). quer com o numero
n . Esta narrativa (vv. 1-10) apresenta a mesma estrutura e os perfeito, quer com o alusão ao colégio dos sete quc presidiam o
mesmos temas que 6 3 4 -4 4 (com paixão pela multidão, dialogo serviço das mesas dos helenistas conforme A t 6.1-6. ou ainda às
com os discípulos, refeição com pães e peixes no deserto, sacie- setenta nações nas quais tradicionalmente eslava divid ido o
dade. sobras, numero) com variantes de pormenores que. segun­ mundo pagão (cf. L c )0 .i).
do alguns intérpretes, seriam prova dc um acontecimento distin­ t. Localidade desconhecida, com o Magadan de Mt 15 39 .
to. mas que podem explicar-se pela vida da tradição cm com u­ u. C o m intenção m alévola. Pode-se traduzir também: para
nidades diferentes. A m bas as narrativas foram relacionadas com armar-lhe uma cilada.
a da instituição da eucaristia, a primeira em igrejas judeu-cristãs v. C f. Dt 18,20-22; Is 7.10-14. D epois dos sinais que Jesus
(cf. 6 3 5 nota), a segunda em igrejas gregas (cf. v. 6 nota). Em acaba de realizar, este pedido acusa a cegueira dos fariseus. D a í
M c, elas fazem parte de duas séries catequéticas paralelas (cf. a partida de Jesus no v. 13.
6 3 0 nota), que insistem nos sinais da missão e autoridade de w . A palavra geração aparece comumente cm expressões de
Jesus, no empedemimento dos fariseus e na incompreensão dos recusa ou condenação (M l 11.16; 1 2 39 ; 16.4; L c 1 1,29; A t 2.40;
discípulos (cf. 6 3 2 nota; 8.14 nota; 8.21 nota). Adem ais, ao FI 2.15) e alude a textos com o Dt 3 2 3 : S l 95.10. A aiitude dos
situar o segundo relato em terras pagãs (cf. 7 3 1 nota), M c su­ fariseus reproduz a da geração do deserto que punha Deus à
blinha a expansão da obra de Jesus aos pagãos. prova (v. I I ) reclamando constantemente novas demonstrações
o . Nesta narrativa. Jesus detém a iniciativa. A função dos dis­ do seu poder (c f. N m 14,11.22).
cípulos sd se manifesta nos w . 6-7 (cf. 6 3 7 nota). x . A pós os fariseus, parece que os próprios discípulos são
p . Estes termos lembram Js 9,6.9 e Is 60,4. A aproxim ação a í acometidos de cegueira (v v . 14.21). V ão receber as mesmas cen­
relatada deve ter sido percebida em comunidades onde pagãos suras (v v . 17-18) — verdade é que sob forma interrogativa —
eram aceitos à refeição do Senhor. que os de fora em 4.12.
recom endação: “Cuidado! G uardai-vos Jesus lhe pôs novamente as mãos sobre os
u 12.1 do fermento dos fariseus e do de Hero­ olhos e o homem viu claramente; estava
des’'". “ Eles começaram a discutir entre curado e via tudo distintamente. “ Jesus o
si, porque não tinham pães. l7Jesus o mandou para casa, dizendo-lhe: "Nem
percebe c lhes diz: “Por que discutis por sequer entres na aldeia” .
nâo terdes pães? Ainda não atinais e não
com preendeis'? Tendes o coração endu­ P ed ro reconhece em Je su s o M essias
recido*? IBTendes olhos: nâo vedes? Ten­ (M t 16,13-20; Lc 9,18-21). ^Jesus partiu
des ouvidos: não ouvisb? Não vos lem­ com seus discípulosr para as aldeias vizi­
brais, "quando eu parti os cinco pães para nhas de Cesaréia de Filipe*. No cam i­
os cinco mil hom ens, quantos cestos nho, ele interrogava seus discípulos:
cheios de pedaços recolhestes?” Eles lhe “Q uem sou eu, no dizer dos homens?”
dizem: “Doze” . “ “E quando parti os sete “ Eles lhe disseram: “João. o Batista; para
pães para os quatro mil homens, quantos outros, Elias; para outros ainda, um dos
cestos cheios de pedaços recolhestes?" profetas” . ” E ele lhes perguntava: "E vós,
Eles dizem: “Sete” . JIE dizia-lhes: “ Ain­ quem dizeis que eu sou?” Tom ando a
da não com preendeis'?” palavra, Pedro lhe responde: "Tu és o
Cristo11” . ^ ele lhes ordenou severamente
C u ra d e u m ceg o . ” Eles chegam a que não falassem dele a ninguém 1.
Betsaida; trazem-lhe um cegod e suplicam-
-Ihe que o toque. “ Tomando o cego pela Je s u s a n u n cia a sua P aix ão e R e ssu r­
mão. ele o conduziu para fora da aldeia. reição (M t 16,21-23; Lc 9,22). 31A se­
Jo9.6 Pôs-lhe saliva sobre os olhos, impôs-lhe guir, ele começou a ensinar-lhes1 que era
as mãos e perguntava-lhe: “ Vês alguma necessário que o Filho do Homcmk so­
coisa'?” “ Depois de abrir os olhos', ele fresse muito, que fosse rejeitado pelos
dizia: “Percebo as pessoas, vejo-as como anciãos, os sumos sacerdotes e escribas1,
árvores, mas caminham” . “ Em seguida, que fosse morto c, três dias depois, res-

y . O fermento era lido como fonte de impureza e corrupção respectivas notas), mostra quanto os discípulos, cuja fé Pedro
( IC o r 5.6-8; G l 5.9) e. para os rabinos, sim bolizava as más exprim e, avantajam-se às respostas deficientes dadas à questão
inclinações do homem. N o contexio de M c. ele parece desig­ suscitada pela atividade de Jesus; ele nào vem preparar a vinda
nar as más disposições, tanto dos fariseus (cf. 2 .1 -3 .6 ; 7.1-13; de um outro; ele é o Salvador definitivo.
8 .11-13) com o de Herodes (cf. 6.14-29). O s discípulos corriam g . C f . Mt 16,13 nota.
o risco de compartilhar essas más disposições, se sc mantives­ h. O u seja. o Messias, aquele que os profetas, inclusive João
sem rebeldes aos esforços de Jesus de lhes manifestar o sentido Batista, anunciavam e preparavam. N a época da redação de M c.
autêntico da missão à qual os queria associar. tal título exprim ia a fé da Igreja em Jesus (cf. 1.1 nota).
z . C f. 4.13; 7.18. i. Esta reação de Jesus não im plica, segundo M c. nenhuma de­
a . C f. 3.5; 6,52 nota. saprovação quanto ao titulo dc Crista, que ele vai aceitar em 14.62.
b . C f . J r 5.21; E z \2 2 . Este título fica incluído na norma do silên cio , tanto quanto o de
c . Estas palavras de Jcsus chamam a atenção para tudo o que Filh o de Deus e as demais expressões da fé da Igreja (cf. I .34 no­
se revela da sua missão e da sua pessoa no decurso desta parte la; 1.44 notas), prematuras, segundo M c. antes que a missão de Je­
do livro, na qual se multiplicaram os sinais não-compreendidos. sus se conclua pela morte e ressurreição; cf. 4.22 nota; 9.9. Para
N a hipótese de só existir um fato na origem de ambas as narra­ compreender a insistência de M c no segredo dc Je*\us. é preciso
tivas aqui recapituladas. seria mister admitir, da parte de M c. levar em conta não sd as am bigüidades dos títulos m essiânicos
certa liberdade de adaptação catequética das palavras dc Jesus, judaico s, insuficientes para definir a missão de Jesus, com o tam­
liberdade esta comparável à que supõem as diversas versões bém os progressos da fé da Igreja prim itiva e o empenho de M c
evangélicas de uma mesma declaração de Jesus. em reler a vida terrestre de Jesus â luz da revelação da Páscoa.
d . C f . 7 3 2 nota. Depois das censuras dirigidas aos discípu­ j . Doravante o ensinamento dc Jesus versa sobre o modo pelo
los (v v . 14-21), e antes da primeira profissão de fé destes (vv. qual deve cum prir sua missão (v v . 31-33; 9 3 0 -3 2 ; 10,32-34).
27-30). a cura d ifíc il e progressiva de um cego por Jesus ilustra, T a l ensinamento, reservado aos discípulos, empresta unidade a
segundo M c. o seu poder iluminador e seus esforços para abrir esta parte do livro até 10.45. E le caracteriza uma segunda fase
os olhos dos discípulos. Outra cura de cego sobrevirá ao termo da revelação de Jesus, desta feita explicita (v . 32). após a das
do seu ensinamento sobre sua missão, em 10.46-52. parábolas e milagres.
e. Outras traduções; tendo levantado os olhos ou tendo recu­ k . C f. Mt 8.20 nota.
perado a visâo. I. Trata-se dos membros do Grande Sinédrio, colégio de 71
f. Esta nartativa (v v . 27-30). preparada desde 6.14-16 (cf. as membros, que governava o povo judeu. Ele constava dos repre-
suscitasse- .,2E falava deste assunto aber­ de mim e das minhas palavras em meio
tamente. Pedro, chamando-o à parte, pôs- a esta geração adúltera c pecadora, tam­
-se a censura'-loV'-'Elc, porém, voltando- bem o Filho do Homem se envergonhará
-se e vendo seus discípulos, repreendeu dele. quando vier na glória de seu Pai,
a Pedro; disse-lhe: “Afasta-te! Para trás com os santos anjos” .
de mim. Satanás", pois teus intentos não q ‘E ele lhes dizia: “Na verdade eu vos
são os de Deus. mas dos homens". digo, dentre os quc aqui estão, alguns >3.3o
não morrerão" antes de ver o Reinado de
C om o se deve seg u ir a Je su s (Mt 16, Deus vindo com poder'"’.
24-28; Lc 9,23-27). “ A seguir ele con­
vocou a multidão’’, com seus discípulos, A T ra n sfig u ra ç ã o (M t 17,1-9; Lc 9,
e lhes disse: “Se algue'm quer virem meu 28-36; ver 2Pd 1,17-18). 2Scis dias de­
seguimento, renuncie a si mesmo, tome pois", Jesus toma consigo Pedro, Tiago
Mi io.2x: a sua cruz11e siga-me. ’5Pois quem quiser e João, e os leva sós, à parte, ao cimo de
u 1427 salvar sua vidar perdê-la-á; mas quem uma alta montanha*. Ele foi transfigu-
perder a sua vida por causa de mim e do rado> diante deles. 'E suas vestes tom a­
Evangelho" salvá-la-á. “ E que proveito ram -se resplandecentes, tão brancas que
terá o homem em ganhar o mundo intei­ nenhum lavandeiro do mundo poderia
ro, se o paga com a própria vida? 57Que alvejá-las assim . 4Aparcceu-lhes Elias,
daria o homem que tenha o valor* de sua com M oisés'; eles sc entretinham com
Lc 12.9: vida? '"Pois se alguém sc envergonhar Jesus. Jlntervindo, Pedro disse a Jesus:
2Tm 2.12_______________________________________________
sentantes da aristocracia leiga (os anciãos), das grandes fam ílias realmente a geração contemporânea de Jesus e dos seus d iscíp u ­
sacerdotais (os sumos sacerdotes), entre os quais se elegia o los. alguns dos quais veriam o estabelecimento do R eino de
Sum o Sacerdote, e dos escribas ou intérpretes da lei (na maioria D eus. sem dúvida por ocasião do advento final de C risto . De
com tendência farisaica). O Sinédrio era presidido peio Sum o conform idade com o estilo habitual da linguagem profética e
Sacerdote em exercício (C aifás). apocalíptica, a afirm ação de Jesus nâo diferencia as diversas
m . Fórm ula típica de M c (cf. 1 0 3 4 ) quc pode designar o etapas que o futuro poderá suscitar e atinge de imediato os
terceiro dia depois. C f . Mt 16.21 nota. ouvintes, a quem convida a se converter sem demora (cf. 8 3 8 ).
n . A reação dc Pedro ilustra bem a dificuldade de associar o É de se notar a fidelidade da tradição para com uma declaração
título de Cristo às perspectivas da paixão e da morte. T a lv e z isto que não parecia ter-se realizado do modo como talvez se espe­
esclareça a preterição, cm M c. desse título (além dos dc Santo rasse. D iversas tentativas de interpretação foram propostas (to­
e Filh o de Deus) alé a Paixào. mada de Jerusalém somente, aparições do Ressuscitado. Tran s­
o. Opondo-se ao padecimento de Jesus. Pedro endossa o papel figuração). sem obter o assentimento geral.
de Satanás, que tenta desviar Jesus da obediência a Deus. E le w . L it. após seis dias. N o Evangelho, esta indicação não tem
abandona a sua posição de discípulo que deve cam inhar atrás de m aior valor cronológico, mas este pormenor pode ser uma alu­
Jesus (cf. 1.17.20; 8 3 4 ). são ao transcurso da festa das Tendas, festa alegre c popular. E la
p . C ada anuncio da Paixào é seguido d c palavras de Jesus, quc com eçava seis dias depois do grande dia das Expiações e durava
dele lira as conseqüências para seus discípulos: vv. 34*38; 9 3 8 - sete dias ( L v 2 3 3 4 3 6 ). Na tradição anterior à redação evangéli­
41; 1035-45. C f . L c 9 2 3 nota. ca . poderia, pois. tratar-se ou do primeiro dia da festa, que Jesus
q . Nestes termos, a palavra de Jesus supõe que a existência do teria celebrado à parte com os seus. ou do ultimo dia. assinalado
discíp ulo autêntico seja pautada pela sua: trata-se dc segui-k) na por grandes regozijos públicos. A cerca deste episódio, cf. Mt
renúncia a si mesmo que sign ifica a aceitação da cru z, ou seja. 17.1 nota.
conform e os vv. 35-37, arriscando a própria vida pela causa dc x. C f. Mt 17,1 nota.
Jesus e do Evangelho, y . L it. metamorfoseado. Em outras passagens, o verbo designa
r . C f . Mt 1 0 28 nota. uma transformação espiritual (R m 1 2 2 ; 2 Co r 3,18). A qu i. a trans­
s. C ertos mss. só trazem: por causa do Evangelho, mas c f. 10. form ação é visíve l; Mt e L c mencionam quc ela afeta o rosto; os
29. A obra de Jesus se prolonga, conform e M c. na pregação do três sinóticos assinalam a transformação perceptível da roupa.
Evangelho (cf. 1.1 nota) e este pode levar o discípulo ao sacrifí­ C o m o nos apocalipses judaicos, vestes tão deslumbrantes sâo um
cio da própria vida. assim como a missão de Jesus o levou à cruz. dos sinais da glória celeste concedida aos eleitos, quc se tornam
t. Lit. como preço de compra, aqui para recuperar a vida perdida semelhantes aos anjos (cf. Mt 2 8 3 ; A p 3.4; 4.4). Esta cena m is­
(cf. S l 49.8-9). teriosa só adquire sentido na perspectiva da Ressurreição g lo rio ­
u . L it. não provarão a m one. sa dc C risto , da qual é evidentemente, em M c, a antecipação.
v. Com f>oder: palavras que opõem a manifestação triunfal do z . C f. Mt 1 7 3 nota. A ordem Elias-M o isés acha-se invertida
R eino à obscuridade dos seus primórdios. Este poder é dado a em Mt e L c (M oisés e Elias).
C risto no momento de sua Ressurreição (cf. Rm 1.4 nota). Esta a. C o m este título respeitoso, meu Senhor (de rab: grande),
afirm ação de Jesus foi relatada com matizes diversos (cf. Mt dirigia-se a palavra aos doutores da lei. mas também a outros
16.28 nota; L c 9.27 nota). O s termos aqui empregados designam personagens. D irig id o a Jesus ( 1 1,21; 14.44-45; cf. 10,51). este
"Rabi". é bom estarmos aquib: ergamos vos declaro, Elias veio e fizeram a ele
trcs tendas': uma para ti. uma para Moi- tudo o que queriam , conforme está escri­
se's. uma para Elias". ‘Ele não sabia o to a seu respeito1".
que dizei0, pois estavam transidos de
medo. 7Veio encobri-los uma nuvem ', e C u ra d c um ra p a z possesso (M t 17,14-
uma voz soou, vinda da nuvem: “Este é 21; Lc 9,37-43) . 14Ao chegarem perto dos
2pí i.i7 meu Filho bem-amado. Ouvi-or!" l,Logo, discípulos, viram ao redor deles uma
olhando cm derredor. não viram mais nin- grande multidão e escribas que discutiam
gue'm afora Jesus, só, com eles. ’Quando uns com os outros. I5A multidão toda,
desciam da montanha, ele lhes recomen­ mal viu Jesus, comoveu-se e acorriam
dou que não contassem a ninguém o que para saudá-lo. '‘Ele perguntou-lhes: "Que
tinham visto, ate que o Filho do Homem discutis com eles?" l7Alguc'm na multi­
ressurgisse dentre os mortos*. '"Eles cum ­ dão respondeu-lhe: "M estre, cu te trouxe
priram esta ordem, embora perguntando o meu filho: ele tem um espírito mudo"1.
uns aos outros o que ele entendia por '"O espírito apodera-se dele em qualquer
"ressurgir dentre os mortos11". lugar, atira-o no chão. c o rapaz espum a,
range os dentes e fica enrijecido. Pedi a
D iálogo a re sp e ito d c E lias (M t 17, teus discípulos que o expulsem e eles
10-13). "E eles o interrogavam: “P o rq u e não tiveram força para fazê-lon". '''To­
dizem os escribas que Elias deve vir mando a palavra, Jesus lhes disse: "G e­
prim eiro1?” l2Elc lhes disse: “ D ecerto ração incrédula, até quanto estarei junto
Elias vem primeiro e restaura tudo1, con­ de vós? Até quando terei de suportar-
tudo. como é que está escrito a respeito -vos”? Trazei-m o". “ Eles o trouxeram .
do Filho do Homem que ele deve sofrer Mal viu Jesus, o espírito pôs-se a agitar
muito c ser desprezado1*? L1Pois bem. cu o rapaz com convulsões: este, caindo no

título é reproduzido em Jo I 3 8 por Mestre (gr. üidáskatos). Qumran esperava a vinda de um Profeta e dos M essias de Aarão
Pelos fins do século I. a paluvni perdeu o valor vocutivo e pas­ e de Israel (Regra 11.11).
sou a designar os doutores da lei (donde o uso ainda aluai da j . O verbo aqui traduzido por restabelecer é o que M l 3.24 gr.
palavra rabino). escolheu para traduzir o hebraico: ele reconduzirá o coração dos
b. C f. L c 9 3 3 nota. pais para os filhos (cf. Sr 48.10). D evia . pois. o precursor traba­
c . C f. M l 17.4 nola. lhar na reconciliação gerai. Jesus nào contesta tal idéia: todavia,
d. M esma fórmula em M c 14.40. ela lhe parece incompatível com os sofrimentos do M essias que
c . C f . L c 9 3 4 nota. deve v ir depois de Elia s. A liás. E lia s ja' veio (v. 13) na pessoa
f. Esta declaração dc filiação divina lembra a que foi feita por de João Batista (M t 1 1.14: cf. ao invés Jo 1.21) c . muito ao
ocasião do batismo de Jesus. C f. Mt 17,5 nola. contrário de ler podido exercer o seu m inistério de reconcilia­
g . C f. Mt 17,9 nola. A obrigação do segredo evoca outrcis ção. cie mesmo padeceu.
recomend;tções semelhantes (M c 13 4 nota: 1.44 nota: 5 .4 3 :7 3 6 ; k . Esta frase é peculiar a M c. Em vão sc procuraria nas Escritu­
8 3 0 nota). A o determinar que 0 segredo só poderá ser levantado ras um texto referente aos sofrimentos do Filho do Homem. Po­
depois da Ressurreição. M c quer dar a entender que este episó­ deria haver aqui uma alusão aos sofrimentos do Ser\'o em Is 52.
dio só sc poderia compreender depois de revelada a glória do 14; 53.4-10. mas a í o Servo nào traz o título de Filho do Homem.
Ressuscitado. Procedendo assim , pode ser que ele faça eco às I. A qui também a referência à Escritura é própria dc M c e a
preocupações da comunidade: como é que. depois de tal m ani­ idéia de que E lia s precursor deva sofrer esta' ausente do A T e
festação. Jcsus não foi reconhecido, ainda em vida. como M es­ não é expressa claramente na literatura judaica. De preferência
sias? a uma possível alusão às provações de E lia s durante a sua vida.
h. L it. o que seja ressurgir dentre os mortos. Estas últimas o que se deve realçar é a idéia original de M c. Segundo ele.
paliivras sào uma repetição da declaração anterior: M c 9.23 (.ve* existe um paralelism o estreito entre E lia s e o Filho do Homem:
podes) traz uma construção semelhante. Conform e outros mss.: ambos devem sofrer; o destino de Joào Ralista (cf. 6,17-29)
0 que seja: quando ele ressurgiria dos mortos. O que surpreen­ prefigura assim o de C rislo . Esse tema parece-lhe tão importante
de os discípulos não é a idéia ou 0 fato da ressurreição (muitos que provoca um apelo ao testemunho das Escrituras.
judeus acreditam nela), mas 0 modo de Jesus referir-se a ela. m . Esta enfermidade ainda é mencionada no v. 25, sem que se
Anuncia-a com o próxim a, quando todos a esperavam para 0 fim possa ver a sua relação com a doença descrita nos vv. 22-26. É
dos tempos. Além do m ais. a idéia de que o Pilho do Homem bom notar que Mt (12,22) refere a cura de um homem cego e
glorioso devesse passar pela morte e a ressurreição devia ser mudo e L c (1 1 .14), a de um mudo. às quais M c nâo faz menção.
chocante. A cena pormenorizada dos vv. 21-26 é peculiar a Mc.
i. Referindo-se a M l 3.23 é que se afirm ava esta vinda de E lia s n. Ta lv e z uma alusão a M c 3.27 (o homem forte).
ante\. D iversos textos rabínicos aludem a isto. A comunidade de o . C f . Mt 17.17 nota.
chão, rolava, espum ando.21Jesus pergun­ trado em casa, Jesus lhes perguntava:
tou ao pai: “Faz quanto tempo que isto “ Sobre que d iscu tíeis no cam in h o ?”
lhe acontece?” Ele disse: “Desde a infân­ MMas eles calavam , pois no caminho ti­
cia. “ Muitas vezes o espírito o tem joga­ nham discutido para saber quem era o Lc 22.24
do no fogo ou na água para fazê-lo m aior. “ Jesus sentou-se e cham ou os
perecer41. Mas, se podes alguma coisa, vem Doze; ele lhes disse: “Se alguém quiser
em nosso socorro, compadecido de nós". ser o primeiro, seja o último de todos e
j . j •• « r , Mt 20.26
“ Jesus lhe disse: “Se podes!... Tudo e' servo de todos . E pegando uma crian­
possível para quem crcq". “ Logo o pai do ça, postou-a no meio deles e, depois de
menino exclamou: "Eu creio! Vem cm a ter abraçado, disse-lhes: -,7“Q uem aco­
u 17,5 auxílio da minha falta dc fé!” “ Jesus, lhe em meu nome uma criança1 com o
vendo a multidão agrupar-se em tumulto, esta, acolhe a mim mesmo; e quem me Mt 10 .40:
ameaçou o espírito im puro: “ E spírito acolhe, não é a mim que acolhe, mas
surdo e m udo, eu te ordeno, sai deste Aquele que me enviou”.
i .26 rapaz e não entres mais nele!” 2‘ 0 espí­
rito saiu com gritos e violentas convul­ Q uem n ão e stá c o n tra nós está conos­
sões. O rapaz ficou feito morto, tanto que co (Lc 9,49-50). “ João disse-lhe: “ M es­
todos diziam: “Ele morreu". ” Mas Jesus, tre. nós vimos alguém que expulsava os
tomando-lhe a mão, o fez levantar-se e dem ônios em teu nome e procuramos
ele sc pôs dc pé*. “ Quando Jesus voltou im pedi-lo'’, porque não nos seguia'"’.
para casa, seus discípulos perguntaram-lhe -wMas Jesus disse: “ Não o impeçais, pois
em particular: “ E nós, por que não con­ não há quem faça milagres em meu nome
seguimos expulsar este espírito?” ” Ele e , logo depois, possa falar mal de mim.
lhes disse: “Esta espécie de espírito, nada ■“ Aquele que não está contra nós é a favor mi 12.30:
o pode fazer sair, a não ser a oração*".
de nós. 4,Todo aquele quc vos der de 1x1 ll-23
beber um copo de água por pertencerdes
Segundo anúncio da Paixão e d a R es­ a Cristo"’, na verdade eu vos declaro, não
su rre iç ã o (M t 17,22-23; Lc 9,43-45). perderá a sua recom pensa” .
“ P artindo d ali, eles atrav essav am a
G aliléia. e Jesus não queria que se sou­ Je su s a le rta os seus (M t 18,6-11; Lc
besse. 3lPois ensinava seus discípulos e 17,1-2). 42“Todo aquele que provoca a
lhes dizia: "O Filho do Homem vai ser queda* dc um só desses pequenos que
entregue às mãos dos homens; cies o crêem , m elhor seria para cie que lhe
matarão e, quando tiver sido m orto, após amarrassem ao pescoço uma grande mó’
três dias, ressuscitará". i2Mas eles não e o lançassem ao mar. " S e tua mão te
compreendiam estas palavras e receavam leva à queda, corta-a; mais vale entrares
interrogá-lo. na vida m aneta', do que ires parar com
ambas as mãos na geena, no fogo que
Q uem é o m aio r? (M t 18,1-5; Lc 9,46- não se apaga. [“ *] 4SSe teu pé te leva à
48). “ Foram para Cafarnaum . Tendo en- queda, corta-o; mais vale entrares na vida

p. C f. Mt 17.15 nota. t. C f . Mt 18 J nota.


q . O poder do crente é o de Deus (cf. 5 3 6 ; 10.27; 11 2 4 nota), u . Conform e outros mss.: nós o impedimos.
uo qual ele se abre pela fé. v. Isto é: porque nào pertencia ao grupo dos discípulos, assim
r . O s dois verbos aqui traduzidos por fa zer levantar (egéirein) como 0 explicitou L c .
e pôr-se de pé (anistánai) são empregados alhures para falar da w. Mt 10,42 exprim e a mesma idéia, servindo-se de outra
Ressurreição (cf. 5.41 nota). Por meio dc traços desse tipo. M c expressão,
quer. sem duvida, estabelecer um vínculo entre os episódios dc x. L it . escandaliza. C f . Mt 5.29 nota.
sua narração e a Ressurreição, cu jo sentido é preparado desta y . L it. uma nui de burro, isto é. mó de grande porte, girada por
forma através de todo o evangelho (cf. 1 3 1; 8 3 1 ; 9.1.7.9-10; um burro, em contraposição à mó que se pode girar manualmente,
1 0 3 4 ). z . Isto é, a vida etcma.
s . Conform e outros mss.: pela oração e pelo jejum (cf. Mt a . Onde o verme não morre e o fogo nâo se apaga. O s vv. 44
17,21 nota). e 46. em relação aos quais a transmissão do texto é hesitante.
coxo do que seres lançado na geena com que ele escreveu para vós este manda­
ambos os pe's. [“ *] 47E se teu olho te mento. ‘Mas no com eço do mundo Deus
leva à queda, arranca-o; mais vale entra- os fe z homem e mulher J; 7por isso o
res no Reino de Deus caolho do que seres homem deixará seu pai e sua mãe e se
lançado com ambos os olhos na geena, ligará à sua m u lh e r* e os dois se torna­

“ onde o verme1’ não morre e o fogo não rão uma só carne1. A ssim , eles não são
se apaga. 4,Pois cada um será salgado no mais dois, mas uma só came"’. ’Não se­
fogoc. ^ o i s a boa é o sal. M as se o sal pare, pois, o homem o que Deus uniu” .
perde a força, com que lha restituireis*1? l0Estando em casa, os discípulos o inter­
Tende sal em vós mesmos e vivei em rogavam de novo sobre este assunto. "Ele
paz uns com os outros'” . lhes disse: “Se alguém repudia sua mu­
lher e se casa com outra, é adúltero com mi 5.32:
1 r t C asam ea to e divórcio (Mt 19,1-9; respeito à primeira; l2e se a mulher repu-
Lc 16.IX). 'Partindo dali, Jesus vai dia seu marido e se casa com outro, ela io-ii
para o territó rio da Jude'ia além do é adúltera".
Jordão'. As multidões novamente se reú­
nem à volta dele, e ele mais uma vez as Je su s e as c ria n ça s (Mt 19,13-15: Lc
ensinava, segundo seu costume. JAdian- 18,15-17). L,Algumas pessoas traziam-lhe
tam -se uns fariseus e, para prová-lo*, crianças" para que tocasse nelas, mas os
perguntam-lhc se é perm itido a um ho­ discípulos as escorraçavam”. ,4Ao ver isto,
m em repudiar sua m ulher. 3Ele lhes Jesus indignou-se e lhes disse: "Deixai
respondeu: “Que prescreveu M oisés?” vir a mim as crianças, não as im peçais,
4Eles disseram: “M oisés permitiu escre­ pois o Reino dc Deus é para os que são
ver um certificado de repúdio e despe­ com o elas. l5Em verdade, eu vos digo,
dir sua mulherh” . 5Jcsus lhes disse: “Foi quem não receber o Reino de Deus como
3 J : 6.52 por causa da dureza1 do vosso coração uma criançap não entrará nele". “ E ele

nâo constam das edições crfticas. A repetição dos exem plos (mào, (v v . 2.4). ao passo que Jesus lhes pergunta se ha' um mandamen­
pe'. olho) provocou provavelmente a repetição desta fórm ula que to. que os fariseus em vão sc esforçariam por descobrir na lei.
só é atestada seguramente no v. 48. E m Mt 19.7-9. pelo contrario, os fariseus falam de um manda­
b . L it. o seu verme. C itaçào bastante livre dc Is 66.24. mento de M oises. e Jesus lhes responde que aquilo não passa de
c . Traduz-se tambe'm: para o fo g o ou pelo fogo. Outros mss. uma permissão. Na sua resposta. Jesus passa da declaração que
trazem: E lodo o sacrifício será salgado com sal. permite o divórcio para a declaração que fundamenta o matri­
Esta sentença só se encontra em M c. e causa dificuldade. É mônio: a dispensa não abole a iei fundamental,
conhecido o costume de os palestinos empregarem sal em seus i. N ão a insensibilidade, mas a opacidade à vontade de Deus.
fomos como catalisador: este. ao cabo de alguns anos. perde as j . G n 1.27.
propriedades quím icas e é jogado foru: ele se tomou sem sal (v. k . D iversas testemunhas omitem e se ligará à sua mulher.
50). D a í a explicação dada por alguns para o v. 49: cada qual I. G n 2.24.
deve ser como sal para o fogo. M as os diversos textos sinóticos m . Isto é. um ser único (cf. R m 1.3 nota),
que tratam do sal mostram que este representa a renuncia, qua­ n . C f . Mt 18.3 nola.
lidade sem a qual o discípulo não é discípulo verdadeiro. A qu i. o. A lgu n s mss. pormenorizam aqueles que as traziam: seja
os w . 42-48 mostram-no claramente. Se o fogo é a imagem da como for. o sentido é o mesmo.
provação, da perseguição ou ate do fogo eterno (v . 4 8 ). o sentido p . Como utna criança pode ser aposto, quer ao sujeito (aquele
então seria: cada qual deve aceitar o sacrifício para poder pas­ que), quer ao complemento direito (o Reino de Deus). O u se
sar pela provação. deve ser como uma criança para acolher o Reino, ou é preciso
d . C f. Mt 5,13 nota. acolher o Reino como se acolhe uma criança. O v. 14 (para os
e. Este dito. bem com o o do v. 4 9. só se encontra em M c. Para que sõo como elas) mostra que M c tinha em vista o primeiro
alguns, ter sal seria viver em paz. M as então esvai-se o sím bolo sentido: é preciso scr com o uma criança. Mt 1 8 3 explicitou-o
que o sal representa. É melhor compreender: tende em vo.v mes­ claramente nesse sentido, ao passo que I x 18.7 conservou a
mos o espírito de sacrifício (diante do m undo) e permanecei em fórm ula de M c.
paz (entre vós). Note-se que a conclusão deste discurso volta à A s crianças e os que se lhes assemelham acham -se numa si­
preocupação que lhe deu motivo: a pretensão dos apóstolos de tuação de total dependência: este era. de fato. o estatuto das
ocuparem os primeiros lugares. crianças na sociedade daquela epoca. A criança não é o símbolo
f. Isto e\ a Pere'ia. da inocência, mas da obediência e disponibilidade. A o acolher a
r . C f . M c 8.11; 12.13*15. boa nova do Reino com tais disposições (v . 15). sem discussão,
h. Dt 24,1. Percebe-se que os fariseus falam de uma licença entra-se imediatamente no Reino (v . 14).
as abraçava e abençoava'1, impondo-lhes tudo para seguir-te?” 2,Jesus lhe disse:
as mãos. “Em verdade, eu vos digo, não haverá
ninguém que tenha deixado casa, irmãos,
O chamamento do rico (Mt 19,16-30; irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por
Lc 18,18-30). 17Como cie se pusesse a minha causa e por causa do Evangelho".
caminho, veio alguém correndo e lan­ -we não receba ao centuplo agora, no tem­
çou-se de joelhos diante dele; pergunta- po presente, casas, irmãos, irmãs, mães.
va-lhe: “Bom Mestre, que devo fazer para filhos e cam pos, com perseguições’, e no
ganhar em herança a vida eterna?" ‘“Je­ mundo futuro” a vida eterna. ''M uitos
sus lhe disse: "Por que me chamas bom? primeiros serão últimos c os últimos sc- Mt 20 . 16:
Ninguém é bom, senão só Deus. ” Co- rão os primeiros'1” . u 13,30
nheces os mandamentos: Não cometerás
homicídio, não cometerás adultério, não Terceiro anúncio da Paixão e da Res­
rouburás, não levantarás falso testemu­ surreição (Mt 20,17-19; Lc 18,31-34).
nho. não prejudicarás ninguém, honra teu ” Eles estavam a caminho e subiam para
pai e tua máer" . 20O homem disse-lhe: Jerusalém . Jesus cam inhava à frente
“Mestre, tudo isso eu observei desde a deles'’. Estavam assustados, c os que se­
minha juventude” . 2lJesus fitou-o e co­ guiam tinham medo. Tomando novamen­
meçou a amá-lo; ele lhe disse: “Só te te os Doze consigo, pôs-se a dizer-lhes o
falta uma coisa: vai; o quc tens, vende- que ia acontecer com elez: -,3“ Eis que
-o, dá-o aos pobres e terás um tesouro subimos a Jerusalém e o Filho do Ho­
Ml 6.20; v
Lc 12.33 no céu; depois, vem c segue-me” . “ Mas mem será entregue aos sumos sacerdotes
a estas palavras, ele ficou acabrunhado e c aos escribas; eles o condenarão à m or­
retirou-se, triste, pois tinha muitos bens. te c o entregarão aos pagãos, wc eles o
“ Olhando à volta, Jesus disse a seus dis- escarnecerão, o cobrirão de escarros, o
Mc 4.19 cípulos: “Quão difícil será para os que flagelarão, matá-lo-ão e. três dias depois,
tem riquezas entrar no Reino de Deus!” ele ressuscitará” .
“ Os discípulos estavam perplexos com
essas palavras. Mas Jesus lhes repete: O pedido de Tiago e de João (Mt 20,20-
“Meus filhos, quão difícil* é entrar no 28; c f Lc 22,25-27). -,5Tiago c João. fi­
Reino dc Deus! 2!É mais fácil um cam e­ lhos dc Zebedeu, aproximam-se de Jesus
lo passar pelo buraco dc uma agulha' do e lhe dizem: “ Mestre, desejaríamos que
quc um rico entrar no Reino de D eus” . faças por nós o que te vamos pedir” . -'‘Ele
“ Eles estavam cada vez mais im pressio­ lhes disse: “Que quereis quc cu faça por 10.51
nados: diziam uns aos outros: “Então vós?” ,,7Eles lhe disseram: "Concede-nos
quem pode scr salvo?” 27Fixando neles o quc nos assentemos 11a glória, um à tua
olhar, Jesus disse: “Para os homens, é direita c o outro à tua esquerda”” . -wJesus
impossível, mas para Deus, não, pois a lhes disse: “ Não sabeis o quc pedis.
jó 42.2; Deus tudo é possível” . “ Pedro pôs-se a Podeis beber a taçab quc vou beber, ou
dizer-lhe: “E nós. então, que deixamos ser batizados com o batism o com que 12.50

q. Só M c menciona esla benção, que nâo sc reduz a uma w. C f. \ x 18.30 nota.


palavra ou a algum gesto, mas sign ifica o dom do Reino. x. C f. Mt 1 9 3 0 nota.
r . E x 20,12-16; I)t 5.16-20. Nào prejudicarás ninguém é uni y . Este pormenor não c de natureza meramente narrativa. Para
acréscim o ao D ccálogo e omitido cm M l e L c . M c. a atitude de Jesus, cam inhando à frente, na certeza da sua
s . A lg u ss mss. trazem: difícil para os que se fiam na riqueza. m issão, contrasta com a incerteza e o receio dos discípulos dian­
I. C f . M l 19.24 nota. te daquilo quc os espera em Jerusalém (cf. Jo 11.7-16).
u. Por causa do Evangelho é menção peculiar a M c (cf. 8 3 5 z. C f. M c 8 3 1 -3 2 ; 9.31-32. A cerca da precisão desse terceiro
nota). anúncio, cf. M l 20.19 nota.
v. M ais uma especificação peculiar a M c: seguir Jesus sem­ a. C f. Mt 20.21 nota.
pre im plicará expor-se a scr perseguido como o foi o próprio b. A taça, no A T . é muitas vezes sím bolo do sofrim ento (S l
Mestre. 75.9; Is 51.17-22: J r 25.15; E z 2 3 3 1 -3 4 ). C f . M c 14.36. À
serei balizado?" ■'''Eles lhe disseram: “Po­ levantou num salto e foi ter com Jesus.
dem os". Jesus lhes disse: “ A taça que 5lDirigindo-se a ele. Jesus disse: “Que
12.2 vou beber, vós a bebercis. e com o batis­ queres que eu faça por ti?” O ccgo res-
mo com que serei batizado, sereis bati­ pondeu-lhe: “ Rabunij, que cu recupere a
zados. '“Quanto a assentar-vos à minha vista!” 52Jcsus lhe disse: "V ai, a tua fe' te
direita ou à minha esquerda, não cabe a salvou” . Logo ele recuperou a vista e foi mi 9.22:
mim concedê-lo: isto será dadoc àqueles seguindo Jesus pelo cam inho. 75^,4p'
para quem foi preparadod" . 4lOs dez, ten­ 17.19
do ouvido,com eçaram a indignar-se com 1 1 E n tra d a triu n fa l em Je ru sa lé m
Tiago e João. 42Jesus os chamou c lhes -*"1 (Mt 21,1-11; Lc I9.2H-40; Jo 12,
disse: "Com o sabeis, os que são consi­ 12-16). 'A o se aproximarem de Jerusa-
derados chefes das nações as mantêm sob le'm, perto de Betfage' c dc Betâniak, para
seu poder, c os grandes', sob seu dom í­ os lados do monte das O liveiras. Jesus zc 14.4:
nio. "‘-'Não deve ser assim entre vós. Pelo envia dois dos seus discípulos 2e lhes diz: ^
contra'rio, se algue'm q u er scr grande “ Ide à aldeia que esta' à vossa frente; logo Lc 21 37;
dentre vós. seja vosso servo, **e sc al- que nela en trard e s. e n co n tra re is um
gue'm quer ser o primeiro entre vós, seja jum entinho' amarrado, que ninguc'm ain­
o escravo de todos. "P o is o Filho do da montou. Desamarrai-o e levai-o. -'E
Homem veio. não para ser servido, mas se alguém vos disser: ‘Por que fazeis
iTm 2^ 6 Para servir e dar a vida em resgate pela isto?', respondei: ‘O Senhor” precisa dele
multidão'” . e o devolve aqui sem dem ora"'” . 4Eles
partiram e encontraram um jum entinho
C u ra do cego B artim e u (Mt 20,29-34; amarrado fora, na rua. junto a uma porta.
Lc IN.35-43). '“ Eles chegam a Jerico. Eles o desam arraram. 5A!guns dos que
Estando Jesus a sair de Jcricó com seus ali se encontravam disseram -lhes: "Que
discípulos e uma m ultidão considcra'vel, estais fazendo, por que desam arrais este
o jum entinho?” ‘Eles responderam como
cego Bartimeu, filho de Tim eu, estava
sentado à beira do cam inho, mendigan­ Jesus havia dito, e os outros os deixaram
do*. '"Ao saber que era Jesus de Nazaré"*, ir. 7Levam o jum entinho a Jesus; põem
Mi 9.27 pôs-se a gritar: "Filho de D avid1, Jcsus, suas vestes sobre ele c Jesus sentou-se
l5-22 tem compaixão de mim!" '“ Muitos o re­ em cim a. "Muita gente estendeu as ves­
preendiam para que se calasse, mas ele timentas sobre a estrada, e outros, folha­
gritava ainda mais: “Filho de David. tem gens que cortavam no campo. *Os que
compaixão de mim!" '•‘'Jesus deteve-se e caminhavam à frente e os que seguiam
disse: "C ham ai-o". Chamam o cego. di- clam avam: "Hosana"! Bendito seja em
zem-lhe: “Confiança, levanta-te. ele te nome do Senhor aquele que vem".1'"Ben­
chama” . '"Deitando fora o manto, ele se dito seja o reino que vem. o reino de

imagem da laça. M c acrescenla a do batismo. que designa os j . Títu lo respeitoso, com o Rabi (cf. 9.5 nota), denotando afei­
sofrimentos que submergem o homem entregue à provação em ção. M l e L c converteram esta expressão em Senhor.
geral e. mai.s particularmente, à morte do martírio. k . Aldeias próxim as de Jerusalem : cf. M i 21.1 nota c I x 19.29
c . C f. Mt 20.23 nola. notas.
d . Passivo que exprim e a ação divina: e preciso com preender I. A lusão ao oráculo de Z c 9.9.
preparado par Deus. com o pariiciitariza Mt 20.23. m . Ksie texto e' o ünico. tanto em M c com o em M l. em que
e. L il. seus grandes. a expressão o Senhor (com artigo) é usada para nomear Jesus.
f. Lit. jxira numerosos. f>aru muitos. A q u i. a expressão tem Fo i assim que os primeiros cristãos designaram o C risto Ressus­
um sentido amplo: Jesus morre em favor da e em lugar da (pela) citado (enquanto o A T sempre reserva esse título para Deus ou
multidão dos homens, como o Servo de Isaías peta totalidade do o M essias-R ei). Certas versões compreenderam: Seu senhor (=
povo. C L Is 53.11-12; M c 1 4 24 par. seu proprietário).
g . Conform e outros mss.: um mendigo cego. Bartimeu. n . Conform e outros mss.: e ele (= o homem que objeta) o
h. Lit. o nazareno, forma costumeira em M c. C f. L c 1 837 manda (= o enviara) cá imediatamente.
nota. o. C f. Mt 21.9 nota.
i. Títu lo popular do M essias: cf. 11,10: 12.35: Mt 9.27 nota. p . S l 1 1 825-26.
David, nosso paiq! Hosana no mais alto beram disso e procuravam com o o fa- 3.6:
dos céus!” "E ele entrou em Jerusale'm, riam perecer. Pois eles o tem iam , porque
no Templo. Depois de ter olhado tudo à a multidão era tocada por seu ensinamen­
sua voltar. como já era noite, saiu para ir to. l9Ao chegar a noite, Jesus e seus dis­
a Betânia com os Doze. cípulos saíram da cidadc*.

A figueira estéril (Mt 21,18-19). l2No A fig u eira seca. F é e o ra ç ã o (Mt 21,20-
dia seguinte, ao saírem de Betânia, ele 22). “ De m anhã, ao passar, viram a fi­
sentiu fome. l3Vendo ao longe uma fi­ gueira seca até as raízes. 2lPedro, recordan-
gueira de bastante folhagem, foi ver se do-se, lhe diz: “Rabi, olha, a figueira que
encontrava nela alguma coisa. E tendo amaldiçoaste está completam ente seca” .
se aproximado, não encontrou nada a não “ Jesus lhes respondeu: ‘Tende fé em Deus.
ser folhas, pois não era tem po de figos*. “ Em verdade, eu vos declaro, se alguém
'■•Dirigindo-se a ela, disse: “Nunca mais disser a esta montanha: ‘Sai d a íc atira-
alguém com a dc teus frutos!” E seus dis­ te ao m ar’, e se não duvidar em seu co­
cípulos escutavam. ração, mas crer que o que diz sucederá,
isto lhe será concedido*. “ Por isso* é que
O s vendedores expulsos d o T em plo (Mt vos digo: Tudo o que pedis rezando, acre­
21,10-17; Lc 19,45-48; Jo 2,13-16). ditai que o reccbestes, e vos será conce­
l5Chegam a Jerusalém. Entrando no Tem ­ dido. 2JE quando esti verdes de pé oran­
plo, Jesus pôs-se a expulsar os que ven­ do. se tendes algo contra alguém, perdoai,
diam e com pravam no Tem plo1: derru­ para que vosso Pai que está nos céus*1 Ef4.32:
bou as mesas dos cambistas e os assen­ tam bém vos perdoe vossas faltas". [“ '] Cl 3,13
tos dos vendedores de pombas, ,6c não
permitia a ninguém atravessar o Tem plo A a u to rid a d e d c Je su s posta em q u es­
carregando seja lá o que fosse". ,7E ensi­ tão (Mt 21,23-27; Lc 20,1-8). 27Eles vol­
nava e lhes dizia: “ Não está escrito: tam a Jerusalém . Enquanto Jesus ia e
Minha casa será chamada casa de ora­ vinha no Tem plo, os sumos sacerdotes,
ção para todas as nações'1? Vds, porém, os escribas e os anciãos aproximaram-se
fizestes dela uma caverna de bandidos'’ ". deled. 2*Eles lhe diziam: “Em virtude de
'"Os sumos sacerdotes1 c os escribas sou­ que autoridade fazes isso'? Ou quem te

q . E sla aclamação, que só se encontra sob esta forma em M c. alcance universal: o átrio dos pagàos (cf. v. 15 nota) é tão sanio
tem um sentido evidentemente m essiânico e real. que Mt 21.9 quanto o de Israel.
(Hosana ao filhn de David) e L c 1 9 38 (Bendito seja o rei) w . Jr 7.11: neste capítulo, o profeta proclama a inutilidade
explicitaram . para os judeus de virem adorar no Tem plo, sc o seu modo de
r . Este porm enor prepara a cena da expulsão dos vendi* vida não se conform a com a justiça e o respeito à lei.
Ihões do Te m p lo (v v . 15-19). A q u i se traia do conjun to , com x. Membros das grandes fam ílias sacerdotais, entre as quais
seus átrios, e não do e d ifício que constituía o coração do era escolhido o Sum o Sacerdote.
T e m p lo , cu jo acesso só era permitido aos sacerdotes (c f. 14.58: y . Outra tradução: Quando sobrevinha a noite, Jesus e seus
1 5 .2 9 3 8 ). discípulos saíam da cidade. Não sc trataria mais de um falo
s . Este pormenor, omitido na narração de M t. sublinha cm M c isolado, mas de um costume.
quc o fato tem valor de sinal. Entre dois episódios situados no z . C f. Mt 17.20 nota. Enquanto Mt valoriza o poder do crente
Tem p lo , a figueira pode representar o Tem plo, onde o M essias (17.20; 21.21). a fórmula dc M c evoca o de Deus em resposta
não encontra fruto algum (cf. J r 8,13; O s 9.16-17: JI 1.7; Mq à fé (cf. 9 2 3 nota).
7,1). Fo r outra parte, a eficiência da palavra de Jesus no v. 14 a . O dito referente ao poder da fé (v. 23) aplica-sc aqui ao
ilustra, segundo M c. o poder da fé c da oração (v v . 20-25). poder da oração (cf. Mt 18.19).
t. Isto é , no átrio dos pagãos (cf. Mt 21.12 nota). O gesto de b. L it. Pai que (está) nos céus (cf. Mt 6.9 nota). Insólita em
Jesus cumpre o oráculo de Z c 14.21. M c. esta fórmula confirm a sua dependência de uma coletânea dc
u . Lit. ele nâo deixava ninguém atravessar o Templo trans­ palavras de Jesus.
portando um objeto. Decerto, o átrio dos pagãos servia de atalho c . V . 26: Mas se nâo perdoardes. tampouco vosso Pai vos
entre a cidad c e o monte das O liveiras; passava-se por ele sem perdoará vossas faltas. Este v. não é atestado por todas as tes­
dar atenção à perturbação d a í resultante. temunhas (cf. Mt 6.15).
v . Is 56.7. S d M c cita as ultimas palavras deste texto: para d . C f . L c 20.1 nota.
todas as nações. Destarte, a purificação do Tem plo adquire um e. Segundo M c. poderia tratar-se da purificação do Tem plo.
deu autoridade para fazê-lo?" NJesus lhes dizendo consigo mesmo: ‘Respeitarão o
disse: “Vou lançar-vos uma só pergunta; meu filho’. 7Esses vinhateiros, porem,
respondei-me e eu vos direi cm virtude de disseram uns aos outros: ‘É o herdeiro.
que autoridade faço isso. * 0 batismo de Vinde! M atemo-lo e ficarem os com a
João provinha do ce'u ou dos homens? herança’. 8Agarraram -no. mataram-no e
Rcspondci-me!” }lEles ponderavam assim lançaram-no* fora da vinha. 9Que fará o
entre si: “Se dissermos ‘Do ce'uf’,ele dira: dono da vinha? Ele virá, fará perecer os
mi 14.5 : ‘Então, por que não acreditastes nele?’ vinhateiros e confiará a vinha a outros.
u 7-30 32Mas, vamos dizer: ‘Dos homens’? ...” l0Não lestes esta passagem da Escritura:
Eles receavam a multidão*, pois todos A pedra que os construtores rejeitaram,
consideravam João como sendo realmen­ foi ela que se tomou pedra angulaik. A i 4 .ii:
te um profeta. 33Então responderam a Je­ 11Esta é a obra do Senhor: l,M27
sus: “Não sabemos” . E Jesus lhes disse: coisa admirável para nossos olhos' !T
“Tampouco eu vos digo em virtude de que 12Eles procuravam prendê-lo. mas te­
autoridade faço isso” . miam a multidão. Tinham compreendido
que era para eles que ele dissera esta pa­
1 n Parábola dos vinhateiros homicidas rábola. E, deixando-o, foram-se embora.
(Mt 2133-46; Lc 20,9-19). ’E ele
se pôs a falar-lhes em parábolas. “Um O im posto devido a C ésar (M t 22,15-
homem plantou uma vinha, cercou-a com 22; L c 20,20-26). 13Eles enviam ” a Jcsus
uma sebe, cavou um lugar e construiu alguns fariseus e alguns herodianos” para
uma torré'; depois, arrendou-a a vinha­ pegá-lo numa armadilha, ao fazê-lo fa­
teiros e partiu em viagem. lar. 14Eles vêm dizer-lhe: “ M estre, sabe­
2“Chegado o tempo, mandou um servo mos que e's sincero e não te deixas in­
aos vinhateiros, para receber deles a sua fluenciar seja por quem for: não fazes
parte dos frutos da vinha. 3Os vinhateiros acepção de pessoas, mas ensinas os ca­
o agarraram, moeram-no de pancadas c minhos de Deus0 conforme a verdade.
o despediram de mãos vazias. 4De novo Será perm itido, sim ou não, pagar o tri­
lhes mandou mais outro servo; a este buto11a Ce'sar? Devemos nós pagar ou
tambe'm espancaram na cabeça e o insul­ não pagar?” ,5Ele porém, conhecendo sua
taram. 3Mandou ainda um outro — a este, hipocrisia, disse-lhes: “Por que me armais
mataram — , a seguir muitos outros: a um a ciladaq? ’ T razei-m e um a m oeda'
uns eles m oeram de pancadas, e aos para que eu a veja!” “ Eles trouxeram
outros mataram. 6Só lhe restava o seu uma. Jesus lhes disse: “ Esta efígie e esta
filho bem-amado1. Enviou-o por último. inscrição são de quem?” Eles responde-

pois nenhuma outra ação de Jesus parece suscitar tal pergunta. expressão hebraica, que significa: tomou-se cabeça de ângulo.
M l 2 12 3 indica que Jcsus ensinava, e L c 2 0 ,1. que anunciava a isto é. pedm angular.
Boa N ova. Segundo eles. portanto, a pergunta sobre a autoridade I. S l 118.22-23.
teria em vista a pregação de Jesus. m. O s vv. 13-34 (cf. Mt 22.15-40; L c 2 0 2 0 -4 0 ; 10,25-28)
f. Isto e', de Deus (cf. L c 11.16 nota). apresentam uma série dc controve'rsias das quais Jesus sairá ven­
g . C f . M c 12,12: 14.2; L c 20.19 nota. cedor. fazendo seus udversarios renunciarem a apanha-lo na
h. Is 5,2. onde a vinha representa Israel, acusado de nào pro­ arm adilha de suas perguntas, como d iz a conclusão: e ningue'm
duzir os frutos que Deus esperava. A q u i, a acusação é lançada mais ousava interrogá-lo (v . 34 par.). Na ultima dentre as ques­
cootra os vinhateiros que. segundo M c. designam os sum os sa- tões discutidas (sobre o M essias, filho de D avid). vê-se Jesus
ceidotes. os escribas e os anciãos (v. 12. C f . 11 2 7; 14.43.53). passar à contra-ofensiva. A o contrario de Mt e L c . M c apresenta
i. Este epíteto (cf. L c 20.13) evoca intencionalmente os termos este episódio com o uma polêmica indireta: Jesus não se dirige
com que a voz celeste apresentara Jesus nas cenas do batismo e mais a seus adversários, mas aos ouvintes,
da transfiguração (cf. Mt 3,17 par.: 17.5 par.) e acentua, de n. C f. M c 3.6 nota.
forma velada, o teor m essiânico da parabolu. o. C f. L c 2 021 nota.
j . Agunar . matar. lançar fora, em M c. sào pormenores nana- p. C f. Mt 22.17 nota.
tivos. Mt e L c invertem a ordem: lançar foru. matar. C f. Mt q. Esta nâo é a primeira tentativa dos adversaVios; cf. M c 8 .1 1:
2 1 3 9 nota. 1 0 2 par.
lc, Lit. ocorreu à cabeça do ângulo. O grego decalca uma r. Lit. um denário (cf. 6 3 7 nota).
ram: “Dc César". l7Jesus lhes disse: "Dai sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac
Rm 13.7 a Ccsar o que é de César, e a Deus o quc e o Deus de Jaca?’? 27Ele não é Deus dos
é de Deus*". E eles ficavam muito adm i­ mortos, mas dos vivos1. Andais comple­
rados a seu respeito. tamente errados".

A re s s u rre iç ã o do s m o rto s (Mt 22. O p rim eiro m an d am en to (Mt 22,34-40;


23-33: Lc 20.27-38). IKVêm alguns sadu­ Lc 10,25-28; 20,39-40). “ Um escriba
ceus ter com ele1. São gente que diz não adiantou-se. Tinha-os ouvido discutir e
haver ressurreição. Propunham-lhe esta via que Jesus respondia bem. Pcrguntou-
questão: l9"M estre, Moisés escreveu para -Ihe: "Qual é o primeiro de todos os
nós: Se um homem tem um irmão que mandam entos?" wJesus respondeu: “O
morre, deixando mulher, mas sem deixar primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso
filhos, case com a viuva e dê uma descen­ Deus e'o unico Senhor“. MAmaras o Se­
dência a seu irmão"... “ Havia sete irmãos. nhor teu Deus de todo o teu coração, com
O primeiro casou e morreu sem deixar toda a tua alma, com todo o teu pensa­
descendência. 2lO segundo desposou a mu­ mento e com toda a tua forçab. 3lEis o
lher e morreu sem deixar descendência. segundo: Amards o teu proximo como a
Assim também o terceiro, 22e os sete não ti mesnuf. Não há mandamento maior do
deixaram descendência alguma. Por ulti­ que estes". ,20 escriba lhe disse: “Muito
ma de todos, morreu tambem mulher. u Na bem. M estre, disseste a verdade: Ele e'o
ressurreição, quando eles ressuscitarem, unico e não h d outro que ele, ’3e ama'-lo m 05:
de qual deles sera' m ulher, ja' que os sete com todo o coração, com todo o enten- ,s 45,21
a tiveram por mulher?” 24Jesus lhes dis­ dimento0, com todas as forças, e amar o
se: “ Não sera' por não conhecerdes nem proximo como a si mesmo, vale mais do
as Escrituras, nem o poder de Deus*, que que todos os holocaustos e sacrifícios'". Os 6.6
estais em erro? 25De fato, quando ressus­ •MJesus, vendo que ele respondera com
citam os mortos, as pessoas não casam sabedoria, disse-lhe: “ Não estás longe do
nem são dadas em casamento", são como Reino de Deus1". E ninguém mais ousa­
os anjos nos ce'usx. “ Quanto ao fato de va interrogá-lo.
quc os mortos devem ressuscitar, não les­
tes no livro dc Moises. no episódio da O M essias e D avid (Mt 22,41-46; Lc
sarça ardente, com o Deus lhe disse: 'Eu 20,41-44). -“ Tomando a palavra, Jesus

s. O faio dc os interlocutores usarem essa moeda, sím bolo do i . C f. Mt 2 2 3 2 nota.


poder dos romanos, prova que eles aceitam submcier*se a certa a . Dt 6.4; L it. O Senhor, nosso Deus, o Senhor e um. Diversas
ordem política. Para recusar o imposto, teria sido necessário traduções foram adotadas (e' um so Senhor, e' o unico Senhor).
rejeitar iodas as forma.s dc presença romana, o que cies nào conform e a interpretação que se da ao texto hebraico do D t. A
fazem. Sobretudo, porém, eles confundem os planos. O dever tradução adotada estríba-se no v. 32.
para com Deus é de ordem diferente do dever paru com César: b. Dt 6,5.
o imposto que é devido a este não tem o carater absoluto e c . L v 19.18.
definitivo da obediência a Deus. d . Com todo o entendimento difere do v. 30 e parece co r­
t. C f. I x 2 0 2 7 nota. responder a com todo o teu pensam ento. E m Dt 6.5 gr. en­
u. Dt 25.5-10. C f . Mt 2 2 2 4 nota. contra-se ou coração ou pensam ento, conform e os m ss. C f.
v. À ohjcçào extraída de um ponto do direito m osaico, Jesus 2Rs 2325.
opõe a Escritura, que im plica a afirm ação da ressurreição (v. 26 e. C f. IS m 15.22.
nota) c o poder de Deus que a objeção ignora, enquanto supõe f. Ü nico texto do evangelho onde Jesus felicita um escriba.
uma concepção grosseira da condição dos ressuscitados, Segundo M c. este escriba é de boa fé e sua intenção nào era
w. C f. Mt 2 2 3 0 nota. malévola (ao contrário dc Mt 2 2 3 5 e L c 1025). Em M t. Jesus
x. C f . Mt 2 2 3 0 nota. nào conscguc nenhuma adesão, mas em L c é aprovado por es­
y . E x 3.6. Jesus cita uma passagem do Pentateuco, unico acei­ cribas. enquanto, segundo M c. o escriba quase faz figura de
to com o Escritura pelos saduceus. A expressão Deus de Abraão, discípulo entusiasta, aprovado pelo próprio Jesus. A ssim encer-
Deus de tsaac e Deus de Jaco evoca a eleição divina e a fide­ ra-se em M c a série das três controvérsias com uma nota posi­
lidade dc D eus a seus eleitos. A morte seria incapaz de pôr tiva, quc tanto m ais contrasta com as palavras severas que vão
termo a ela. seguir (v v . 38-40).
ensinava no Templo*. Dizia: "Como e' que todos depositaram tirando do seu su-
que os escribas podem dizer que o M es­ pe'rfluo, ao passo que ela tirou da sua
sias 11 é filho dc David? ^ próprio David mise'ria para depositar tudo o que pos­
disse, inspirado pelo Espírito Santo: suía, tudo o que tinha para viver” .
Disse o Senhor a meu Senhor:
Senta-te à minha direita, 1 q Jesus anuncia a ruína do Templo
até que eu tenha posto os teus inimigos (Mt 24,1-3; Lc 213-7). 'Jesus se
debaixo de teus pcs\ retirava do Templo, quando um de seus
370 próprio David chama-o Senhor; en­ discípulos lhe disse: “ M estre, olha que
tão de que modo é seu filho?” A multi- pedras, que con stru çõ es"!” 2Jesus lhe
u 19.4»: dão numerosa o escutava com prazer. disse: “Estás vendo essas grandes cons­
3I.W
truções? Não ficará pedra sobre pedra: Lc 19.44
Julgamento dos escribas por Jesus (Mt tudo será destruído” . E stan d o ele assen­
23.1-12; Lc 20,45-47). ^E m seu ensina­ tado, no monte das O liveiras, defronte 11.1
mento, ele dizia: “ Acautelai-vos dos es­ do Tem plo, Pedro. Tiago, João" e André,
cribas que fazem questão de deambular à p arte, perguntavam -lhe: 4“ D ize-nos
com amplas túnicas, de scr saudados nas quando é que isto acontecerá e qual será
praças públicas, 39de ocupar os primeiros o sinal de que tudo isso vai acabar0".
assentos nas sinagogas e os lugares de
honra nos jantares. ‘“Eles, que devoram O início das dores (Mt 10,17-22; 24,4-
os bens das viúvas e fingem orar lon­ 14; Lc 12.11-12; M t 21.8-19). 5Jesus
gamente', sofrerão a mais rigorosa con­ começou a dizer-lhes: "Tom ai cuidado
denação” . para que ninguém vos induza em crrop.
6Muitos virão assumindo o meu nome;
A oferta da viúva pobre (Lc 21,1-4). eles dirão: ‘Sou eu ’, e induzirão em erro
2Rs 12.9: 4|Sentado defronte do cofre das esm olas, muita gente. 7Quando ouvirdes falar em
Jesus olhava com o a multidão deposita­ guerras e rumores de guerras, não vos
va dinhcirok dentro do cofre das esm o­ alarmeis: é preciso que isto aconteça’,
las. Numerosos ricos depositavam mui­ mas ainda não será o fim. *Com efeito, is 19 ,2 ;
to. 42Veio uma viúva pobre que deposi­ levantar-se-á nação contra nação e reino 2 0 IS-6
tou duas m oedinhas, alguns centavos1. contra reino; haverá terrem otos em vá­
45Chamando seus discípulos, Jesus lhes rios lugares e haverá fome; isto será o
disse: "Em verdade, eu vos digo, esta princípio das dores de parto'. 9Ficai de
viúva pobre depositou mais do que todos sobreaviso. Entregar-vos-ão aos tribunais'
os que depositam dinheiro no cofre. "P o r­ e às sinagogas, sereis moídos de panca-

g. N esic episódio, agora, quem interroga é Jesus. Seus interlo­ k. L it. cobtv (cf. M c 6.8).
cutores não sào os mesmos nos três sinóticos. E m M t. sào fa­ I. Lit. isto que é um quudmnte. E ssas moedazinhas eram os
riseus e em L c , escribas que acabam de aprovar a resposta da­ m ínim os valores monetários (lepton) em circulação. A especifi­
da aos saduceus sobre a ressurreição. E m M c. Jcsus dirige-se a cação um quadrante destina-se aos leitores greco-romanos. A
um au-ditório indeterm inado, a num erosa m ultidão que se equivalência dada não é exata, mas exprim e bem que se trata dc
com praz cm escutá-lo (v. 37). Para M c, com efeito, o confronto muito pouca coisa,
direlo e público terminou com o recuo do.s adversários (v. 34). m. C f . M l 24,1 nota.
Estes vv. sào uma transição entre a controve'rsia e o alerta contra n. Esses discípulos são aqueles que foram chamados por pri­
os escribas. meiro (cf. 1,16*20). Segundo M c. todo este ensinamento e' m i­
O s três sinóticos upresentam Jesus a argumentar, segundo o nistrado privadamente a esses quatro discípulos privilegiados.
modo de um rabino, sobre um ponto de exegese e a mostrar-lhes o. A pergunta refere-se unicamente à data e aos sinais do fim
que a qualidade de Messias não se confunde com a filiação (cf. L c 2 1.7). sem aludir ao advento de C risto , com o 6 o caso em
davfdica. mas lhe c superior. Sabe-se que. segundo o N T , Jesus Mt 2 4 3 .
e* simultaneamente filho dc D avid c Senhor (cf. R m U ) . p. C f. Mt 24.4 nota.
h. Ou: o Cristo. q. D n 2,28.
i. S l 110.1. r. C f. Mt 24.8 nota.
j. Outro sentido possível: e. com o dissimulação, oram longa­ s. L it. aos sinédrios. conselhos formados por vinte e três pes­
mente. soas proeminentes da sinagoga. C f. Mt 10,17 nota.
das, comparecereis perante governadores por causa dos eleitos que escolheu, ele
e reis por minha causa: nisso eles terão abreviou esses diasc. 2'Então, se alguém
um testemunho1. 10E é preciso que. antes, vos disser: “Eis, o Messias está aqui! Eis,
o Evangelho seja proclamado a todas as está ali!”, não deis crédito. 22Surgirão
nações*. "Q uando vos conduzirem para falsos messiasd e falsos profetas e farão
vos entregar, não vos preocupeis, de sinais e prodígios para induzir em erro, Di 13.2 - 4;

antem ão, com o que dircis; mas o que se possível, até os eleitos. “ Vós, pois, ^
vos for dado naquela hora, dizei-o; pois estai de sobreaviso, eu vos preveni de
não sereis vós que falareis, mas o Espt- tudo.
Mq 7.6 rito Santo'. uO irmão entregará à morte
seu irmão; os filhos se levantarão contra A vinda do Filho do Homem (Mt 24,
seus pais e os farão condenar à morte, 29-31; Lc 21,25-28). 2<“Mas naqueles
jo 15.18-21: '-'Sereis odiados por todos por causa do dias, depois dessa desolação, o sol escu- Ez 32.7 -8 ;
iPd^u meu nom e- Mas aquele que perscvcrar recerá, a lua não mais brilhará, aas 3
até o fim", este será salvo. estrelas pôr-se-ão a cair do céu e as Ap 6 .12-14 :
potências no céu’ serão abaladas. “ En- *'12
A grande desolação (Mt 24,15-25; Lc tão, eles verão o Filho do Homem vir,
21,20-24; 17,23; 21 ,8 ). 1""Quando virdes rodeado de nuvens1, na plenitude do
Dn 11 ji; o Abominável Devastador instalado onde poder e da glória. 27Então ele enviará os
MfcíM- não deve* — quc o leitor compreenda»! anjos e, dos quatro ventos, da extremi­
6.7 — , então, os que estiverem na Judéia dade da terra à extremidade do céu* reu­
fujam para as montanhas*; lso que estiver nirá seus eleitos.
no terraço não desça, não entre cm casa
para levar coisa alguma; “o que estiver A lição da figueira (Mt 24,32-36; Lc
no campo não volte para trás a fim de 21,29-33). “ “Compreendei esta compa­
pegar seu manto! l7Ai das que estiverem ração tomada da figueira: mal os seus
23 29 grávidas e das que am am entarem, naque­ ramos ficam tenros e as folhas brotam,
les dias! '"Rezai para que não suceda no reconheceis que o verão está próximo.
inverno. '*De fato, esses dias serão dc tal NDa mesma forma, também vós, quando
desolação como não houve igual desde virdes isto acontecer, sabei que o Filho
o começo do mundo, que Deus criou, até do Homem está próximo'*, às vossas
agora", e como nunca mais haverá. “ E portas. “ Em verdade eu vos digo. esta
se o Senhor não tivesse abreviado esses geração não passará sem que tudo isso
dias. ninguémb teria a vida salva; mas. aconteça1.3lO céu e a terra passarão, mas mi 5 .i s ;
Lc 16.17

t. L il. Isto será um testemunho para d e s . isto é. diante deles glosa posterior, significam : Estai atentos àquilo a que me refiro,
ou contra eles. C f . M c 1,44 noia; 6.11. à profecia de Daniel, que nâo é citada explicitam ente. Fórmula
u . Esta afirm ação universalista (cf. Mt 10.18) ultrapassa a semelhante, mas com outro sentido, em Mt 24.15 ( ver nota).
distinção tradicional entrc judeus e pagãos, que o v. precedente z . C f . L c 1731 nota.
supõe. Para M c. ela profetiza e ilustra a m issão cristã das pri­ a. D n 12.1.
meiras gerações. C f. L c 21,24; R m 11.25. b. L it. nenhuma carne, hebraísmo.
v . C f. L c 12.12 nota. c . C f . Mt 24.22 nota.
w . Mt 24,14 nota. d . C f. Mt 24.24 nota.
x . Alusão im plícita a D n 9 2 7 . Para M c. a expressão habitual­ c . ls 13.10; 34,4 gr.
mente traduzida por a ahominaçâo da desolação designa certa­ f. D n 7,13 C o m este mesmo texto dc D aniel é que Jesus vai
mente uma pessoa (o particfpio instalado esta' no m asculino), responderá pergunta de seus ju ize s (M c 14,62). N o A T a nuvem
que tem assento num lugar que ela profana. Esta linguagem , manifesta a presença divin a (E x 34.5; L v 1 6 2 ; Nm 112 5 ) e o
voluntariamente sib ilin a.é típica da literatura apocalíptica c deixa Filho do homem é um personagem celeste (cf. Mt 8 2 0 nota).
a elucidação do enigma à perspicácia do leitor. Sem duvida, não g . C f. Mt 2 4 31 nota.
sc deve procurar neste versículo uma precisão excessiva, refe- h . L il. Ele está />erto (cf. Mt 2 4 3 3 nota).
rindo-o. por exem plo, à tomada de Jerusalém cm 70. O s fiéis, i. Estas palavras não se aplicam necessariamente a um aconte­
sim plesm ente, achar-se-ão numa situação tão crítica quanto a cimento histórico preciso, com o a ruína do Tem plo. Naquela épo­
que é anunciada em D n 9. ca. várias gerações judaicas viveram na expectativa do fim pró­
y . Quer sejam estas palavras um parêntesis de M c, quer uma xim o do mundo. A o falar de acordo com tal expectativa (cf. M c
i t s 5. 1-2 as minhas palavras não passarão. 32Mas em plena festa, por receio de que haja
este dia e esta hora, ninguém os conhe­ tum ulto entre o povo"".
ce, nem os anjos do céu, nem o Filho,
ninguém , senão o Pai1. A u n ção em B etân ia (M t 26,6-13; Jo
12,1-8; cf. Lc 7,36-38). 3Jesus estava em
Vigiai (M t 24,42; 25,13-15; U 12,36-3H; Betânia, em casa de Sim ão, o leproso” e,
19,12-13). 33“Ficai dc sobreaviso, vigiai, enquanto estavam à m esap, veio uma
pois não sabeis quando será o momento. mulher, com um frasco de alabastro que
•MÉ como um homem que parte em via­ continha um perfume de nardo. puro e
gem: deixou sua casa, confiou a autorida­ muito caroq. Ela quebrou o frasco e der­
de a seus servos, a cada um, sua tarefa, e ramou o perfume em sua cabeça. A l ­
deu ao porteiro ordem de vigiar. “ Vigiai, guns comentavam entre si, com indigna­
pois, porque não sabeis quando vai che­ ção: “ A troco de que desperdiçar assim
gar o senhor da casa, se à tarde ou no este perfum e? 5Este perfume poderia ter
meio da noite, ao cantar do galo ou de sido vendido por mais de trezentas moe­
manhã, •'‘para que ele não chegue de im­ das de prata' e o montante ser dado aos
proviso e vos encontre a dormir. ” 0 que pobres!” E eles se irritavam contra ela.
vos digo, digo-o a todos: Vigiaik". ‘Mas Jesus disse: “Deixai-a, por que a
molestais? Foi uma boa ob ra' que ela
- • a C o n s p ira ç ã o c o n tr a J e s u s (M t acaba de praticar para comigo. 7De fato.
26.1-5; Lc 22,1-2; Jo 11,47.4953). os pobres sempre os tendes convosco1. e Dt 15.11
'A Páscoa e a festa dos Pães sem fermen­ quando quereis, podeis fazer-lhes o bem.
to1 deviam realizar-se dois dias depois. A m im , porém , não me tendes sempre.
Os sumos sacerdotes1" e os escribas pro­ "O que podia fazer, ela o fez: perfumou
curavam com o prender Jesus por um o meu corpo antecipadam ente para o
ardil, para matá-lo. 2Pois diziam: “Não sepultam enttA^Em verdade, eu vos digo.

9.1 nola). Jesus exprim ia-se dentro das categorias de pensamen­ no interior da cidade, em fam ília ou em grupos de dez a vinte
to do universo profético e apocalíptico, para o qual não havia pessoas (E x 12,1-14). Desde o anoitecer do dia 14 (para nós. ao
distinção entre as diferentes etapas do desenvolvim ento históri­ anoitecer da véspera, já que o dia com eçava ao ca ir da tarde),
co. Tam bém aqui. a tradição conservou fielmente um dito que todo fermento devia ser excluído das casas e o uso de pão fer­
no entanto suscitava um problema. Chegou mesmo a sublinhá­ mentado era proibido durante sele dias (E x 12.15-20). C o m a
-lo por meio da declaração referida no v. 31 e pela aproxim ação celebração da antiga libertação do E gito . Israel recordava e atua­
de outra afirm ação aparentemente contraditória (v . 32). lizava os benefícios dc Deus. na esperança da salvação messiâ­
j . N os sinóticos. a forma absoluta o Filho, para designar Jesus nica. E ra a maior festa do ano. A ssim co m o Pemecostes e a festa
em relação ao Pai. só aparece aqui (par. em Mt) e em Mt I I .27 das Tendas, ela atraia numerosos peregrinos a Jerusalém,
(par. L c 10.22). Pode-se assim ilar-lhe a invocação d c Deus por m . C f . Mt 26.3 nota.
Jesus com o titulo Abbá (M c 1 4 3 6 nota) e a distinção entre os n . Conform e outros mss.: por receio de que haja, durante a
servos e o filho na parábola dos vinhateiros assassinos (M c 12. festa, agitação entre o povo.
6-7 par.). F ica d ifíc il atribuir à comunidade, que teria desejado o . C f. Mt 26.6 nota. Sitndo, o leproso: talvez alguém que fora
co rrigir a afirm ação referida no v. 30. a afirm ação dos limites do leproso c houvesse conservado o apelido após a cura.
conhecimento de Jesus acerca de um ponto de tanta importância p . L it . ele estava deitado (para as refeições solenes, os co nvi­
naquela época. Já para o judaísm o apocalfplico. só Deus fixa a vas ficavam reclinados de lado. à moda antiga).
data do fim . Tanto sobre este ponto com o sobre outros. Jesus q . Trata-se dc um óleo aromatizado. fabricado com as raizes
afirma claramente as prerrogativas de Deus (cf. M c 10.18.27.40; e folhas de uma planta da fam ília das valerianáceas. que cresce
A i 1.7). nos flancos do Him alaia.
k . Para M c. este ensinamento, que foi ministrado a alguns r . L it. denários, ou seja. o salário de 300 dias de trabalho de
discfpulos.é válido para toda a comunidade dos cristãos.especial­ um operário agrícola (cf. M c 6.37 nota).
mente no que sc refere à ordem dc permanecer em vigilân cia. s . C f . M l 26.10 nota. À esm ola. Jesus contrapõe outra obra de
I. Em bora suas origens fossem diversas, a festa da Páscoa e a m isericórdia recomendada no judaísm o, o sepuliamento dos
das Pões sem fermento (ou A zim o s) estavam ligadas entre si a mortos (cf. 16.1).
ponto de praticamente se identificarem (cf. Dt 16,1*8). D e co n ­ t. N o gr., os verbos estão no presente: embora possam ter o
formidade com o costume de Jerusale'm, os cordeiros eram sentido dc um futuro, exprimem o valor sempre aluai das pala­
imolados no Tem p lo na tarde do dia 14 do prim eiro mês (nisan. vras de Jesus (cf. v. 9 e M c 2.20).
geralmente em abril), ultimo dia antes da lua cheia seguinte ao u . Jesus relaciona o gesto da m ulher com o drama que se está
equinócio da primavera. O s cordeiros eram consum idos à noite. preparando. Decerto foi lambém este o motivo pelo qual M c
mi 24.14 onde quer que seja proclamado o Evan­ discípulos partiram e foram à cidade. E n­
gelho. no mundo inteiro’ , referir-se-a' contraram tudo como ele lhes dissera e
tambe'm, cm sua memória, o que ela fez". prepararam a Páscoa.

Traição de Judas (M t 26.14-16; Lc 22, Aniíncio da traição (M t 26,20-25; Lc


3-6). l0Judas Iscariot*. um dos Doze. foi 22.14; Jo 1321-30). ,7Depois do anoite­
ter com os sumos sacerdotes, para lhes cer, ele chcga com os Doze. l8Enquanto
entregar Jesus. "A esta notícia, eles se estavam à mesa e comiam. Jesus disse:
alegraram e prometeram dar-lhe dinhei­ "Em verdade, cu vos digo, um de vós
ro. E Judas procurava com o entregá-lo mc vai entregar, um que comc comigcf".
no momento oportuno. l9Tomados de tristeza, puseram-se a di-
zer-lhc. um depois do outro: “Seria eu?"
P reparativos da refeição pascal (M t “ Ele lhes disse: “É um dos Doze, que
26,17-19; Lc 22,7-13). l2No primeiro dia põe com igo a mão no pratod. 21Pois o
dos Pães sem fermento, em quc se imola­ Filho do Homem vai-se, conforme está
va a Páscoa1, seus discípulos lhe dizem: escrito a seu respeito', mas ai do homem
“Onde queres que vamos fazer os prepa­ por quem o Filho do Homem c entregue!
rativos para que tu comas a Páscoa*?" I3E M elhor fora para este homem não ter
ele envia dois discípulos seus e lhes diz: nascido!"
"Ide à cidade; um homem vira' ao vosso
encontro, carregando uma bilha com água*. Instituição da Eucaristia (M t 26,26-29;
Segui-o Me, no lugar onde entrar, dizei ao Lc 22,15-20; ICor 1123-26). “ Durante
proprietário: ‘O Mestre diz: Onde está a a refeição, ele tomou o pão e, depois de
minha sala*, em quc vou comer a Páscoa ter pronunciado a bênção, partiu-o, deu-
com meus discípulos?- I5E ele vos mos­ -Ihes e disse: "Tom ai, isto e' o meu cor­
trará uma peça do andar superior, vasta, po'". “ A seguir, tomou uma taça e, de­
mobiliada1’, completamente aparelhada: aí pois de ter dado graças, deu-lhes. e to­
e' quc fareis os preparativos para nós” . I60 s dos beberam dela. 24E ele lhes disse: "Isto

inseriu este episódio no inicio dos relatos da Paixão. A mulher rios liiürgicos (atestada, por exem plo, em Q um ran) poderia e x­
nào devia pensar senão em prestar homenagem a Jesus (cf. L c plicar que Jesus lenha celebrado a Páscoa em data diferente da
7,44-46). M c frisa que é pela Paixão e Ressurreição que esta dos judeus de Jerusaldm; mas é d ifíc il avaliar a difusão dos usos
unção adquiriu o seu sentido. C f . Jo 12.7. de Qumran no judaísm o e em Jerusalém. 3. A üllim a refeição de
v. C f. M c l . l nota: 8 3 5 nota; 10.29 nota. Verifica-se aqui o Jesus, na expectativa de sua morte pela qual se devia cum prir a
interesse de M c pela proclamação do Evangelho, cu jo objetivo Páscoa (Jo 1 936; IC o r 5,7). teria recebido, por conseqüência, o
é propor à fé a obra de salvação efetuada cm Jesus C risto . Por caráter de refeição pascal. Em qualquer hipdtese. foi uma refei­
referir-se à Paixão, o gesto da mulher é incluído na exposição da ção de peregrinos, celebrada no ambiente de uma festa que atua­
Boa Nova. lizava a libertação e a aliança m osaica e reanimava a esperança
w. C f. M c 3.19 nota. messiânica (cf. vv. 24-25).
x. O dia em que se imolava o cordeiro e se elim inava todo o 2 . Cabe aqui a pergunta dc se não se trata dc um sinal com ­
fermento das casas podia ser considerado com o o primeiro dia binado: habitualmente, quem ia buscar água eram as mulheres.
da festa. De acordo com este modo d c contar, atestado em outras a. Seja ;i sulu que m e pertence, seja. com m aior verossim i­
circunstâncias, a festa durava oito dias. incluindo o dia 14 de lhança. a sulu de que preciso.
nisan, dia da Preparação. V er M c 14.1 nota. b. Lit. juncudii (de tapetes).
y. O s d isap u io s dirigem -se a Jesus com o chefe da fam ília ou C. S l 41.10.
do grupo que vai celebrar a refeição pascal. O s peregrinos de­ d. Também estas palavras evocam o S l 41. C ada conviva to­
viam encontrar uma sala no interior da cidade. M c supõe, por­ mava diretamente e com a mão seu alimento no prato comum.
tanto. quc a ultima refeição de Jesus foi a refeição da Páscoa, t . Não se pode invocar nenhum texto do A T que trate, falando
embora nâo faça menção algum a às ervas amargas e ao cordeiro com propriedade, da traição do Filh o do Homem. Ta lv e z esta
que caracterizavam esta refeição. Conform e Jo , porém, naquele referência à Escritura lenha em vista, cm sentido iato. o S l 41
ano. a refeição pascal foi feita pelos judeus de Jerusalém na anteriormente citado (cf. L c 2222: segundo o que foi determi-
noite da morte de Jesus (Jo 18.28; 19.14.31-42). Podem-se levar mtdo), e aplicado por Jo 13.18 à traição dc Judas.
em conta diversas possibilidades: I. Jesus teria antecipado a f. C f. Mt 26.26 notas.
celebração do rito judaico: mas é difícil sustentá-lo. não existin­ g. Lit. Isto é o meu sangue dn aliança. A expressão sangue dn
do costume algum neste sentido. 2. A diversidade dos calendá­ idiança é a mesma de E x 24,8.
zc 9.1 1: é meu sangue, o sangue da A liança', der- cujo nome é G etsêm anip, e ele diz a seus
Ht> 9.2o r a m a ( j 0 e m p r o j multidão1*. “ Em ver­ discípulos: “Ficai aqui, enquanto eu vou
dade, eu vos digo, nunca mais bebcrei rezar” . J,Ele leva consigo Pedro, Tiago e
do fruto da videira ate' o dia1 em que o João11. E começou a experim entar pavor
beber, de novo*, no Reino de Deus” . e angústia. -MEle lhes disse: “ Minha alma >W7
está triste' a ponto de morrer. Permane­
A n ú n cio d a n e g a ç ã o d e P e d ro (M t cei aqui e vigiai” . J5E, indo um pouco mais
26,30-35; Lc 22.33-34; Jo 13,37-38). longe, caiu por terra e orou para que, se
“ Depois de terem cantado os salmosk, possível, esta hora' passasse longe dele.
saíram para ir ao monte das Oliveiras. '‘Dizia: "Ahbá', Pai. tudo te é possível,
^E Jesus lhes disse: "Todos vós ides cair1, afasta de mim essa taça"! Entretanto, não
pois esta' escrito: Eu ferirei o pastor e as o que eu quero, mas o que tu queres!" mi 6. 10:
ovelhas serão d i s p e r s a s “ Mas. depois 17Ao voltar, encontra-os dormindo; diz a
de re s su sc ita d o , p re c e d e r-v o s-e i na Pedro: "Sim ão’, esta's dorm indo? Não ti-
Galiléia”". wPedro lhe disse: “Mesmo que veste força para vigiar uma hora? wVigiai
todos caiam, eu não!" “ Jesus lhe disse: e orai, a fim de não cairdes em poder da
“Em verdade eu te digo: tu. hoje, nesta tentação". O espírito está cheio de ardor,
mesma noite, antes que o galo cante duas mas a cam e é fraca*".-wNo vãmente afas­
vezes'1, me tera's negado três vezes” . tou-se e orou repetindo as mesmas pala­
31 Mas ele tanto mais afirmava: "M esm vras.o '“ Depois, de novo, veio e os encon­
Jo n.16 se tiver dc m orrer contigo, eu não te trou a dormir, pois tinham os olhos entor­
negarei” . E todos diziam o mesmo. pecidos. E eles não sabiam o que dizer-
lhe. 4lPela terceira vez, ele vem; diz-lhes:
No G etsêm ani (M t 26,36-46; L c 22,40- “Continuai a dorm ir e descansai5'! Aca­
46). -“ Eles chegam a uma propriedade, bou-se'. Chegou a hora: eis que o Filho

h. C f. M c 10.45 nota; M l 26.28 nota. 27; 13.1: 17.1). P. a hora do cumprimento do desígnio de Deus.
i. Isto é. o último dia. t. E m aram aico. esta palavra designa o próprio pai daquele
j . A qu i. o Reino dc Deus é apresentado sob a imagem do que fala ou de quem se fala. N unca, nas preces judaicas, designa
festim messiânico (cf. !s 25.6: L c 13.28 nola). a Deus. A exem plo de Jesus, os cristãos dirigem -se a Deus da
k . Tr.ita-se dos S l 115—118 que se cantavam em açào de gra­ mesma maneira (cf. L c 11,2 nota; R m 8.15 nola; G l 4.6).
ças ao fim da refeição pascal. Esses salmos eram a segunda u . C f. M c 1 0 38 nota.
parle do Hallel. serie de salm os que principiavam com a aclam a­ v . H a uma intenção manifesta neste emprego do nome que
ção A leluia = Louvai o Senhor! Pedro usava antes de ser discípulo: não conseguir associar-se
I. L it. Todos vós sereia escandalizados: acerca dessa expres­ durante uma hora à v ig ília de C risto em agonia nâo é digno do
são. cf. Mt 5.29 nota: 2 631 nota. d iscípulo Pedro.
m . Z c 13.7. w . C f. Mt 6.13 noia: U 11.4.
n. Outra tradução: cu vos conduzirei à Galiléia. Em contraste x . A oposição espírito-carne nâo sc deve entender no sentido
com o anuncio da defecção dos discípulos, esta palavra de espe­ paulino (a saber, do homem natural oposto ao espírito de Deus.
rança permite vislum brar o reagrupamento deles. Segundo M c. c f. Rm 13 nola; 1.9 noia) ou grego (o corpo oposto ao espírito),
foi na G a lilé ia que Jesus se manifestou por primeiro (cf. M c mas no sentido em que o entendem certos textos judaico s da
1.14): a í deve ele também aparecer ressuscitado (M c 16.7; cf. cpoca: Deus colocou no homem um espírito orientado pura o
Mt 26.32; 28.7.10.16. J o 2 1 ). bem. mas o homem é, ao mesmo tempo, inteiramente carne.
o. Pode-se compreender no sentido literal antes que um galo enquanto sujeito ao poder do pecado. O homem nào esta d iv i­
tenha tempo de cantar duas vezes (isto é. muito depressa) ou dido em duas partes, uma boa. outra má: sente-se. porém, em
com o expressão proverbial que sign ifica antes da aurora, sua totalidade, solicitado por duas potências opostas.
p . Nom e que sign ifica fagar do azeite. y . A ordem de Jesus poderia sign ificar não é mais preciso
q . Tam bém aqui. esies três discípulos sào destacados como velar; provavelmente, porém, traz co nsigo um matiz de ironia.
testemunhas privilegiadas (cf. 5.37: 9.2; 13,3). M c frisa assim a Outras traduções: Agora vós dormis e descansais! ou: Estaríeis
importância que atribui a esta últim a cena em que o mestre e os vós a dormir e repousar?
seus ainda estão reunidos, mas ele vai pôr em realce a oposição z. Conform e outros mss.: o fim é iminente. A forma do verbo
entre o comportamento de Jesus e o dos discípulos. é seguramente atestada nos docum entos profanos da época
r . C f . S I 42,6. Minha alma, isto é. eu mesmo, meu ser todo (papyri) onde ela sign ifica, ao falar de uma conta: pago . em
inteiro. — A ponto de morrer, cf. Jn 4.9 gr. ordem. A lgun s traduzem: Basta! M as a expressão explica-se
s . Esta palavra nâo é uma sim ples indicação de tempo, mas melhor referindo-a à hora fixada por Deus. Jesus submete-se à
exprim e o conteúdo desta hora que se avizinha e que é a da vontade do seu Pai. que ele acata ao chegar a hora escatològica
Paixão. Mesmo sentido para a palavra taça no v. 36 (cf. Jo 12. (v v . 35.41).
do Homem é entregue às mãos dos peca­ levaram Jesus à casa do Sumo Sacerdote.
dores. 4íLevantai-vos! Vamos! Eis que Todos eles se reúnem, os sumos sacerdo­
chegou aquele que me entrega” . tes. os anciãos e os escribas'. MPedro. de
longe, o seguira até o interior do palácio
Prisão de Jesus (M t 26,47-56; Lc 22,47- do Sumo Sacerdote. E estava sentado com
53: Jo 18,2-11). '‘•'No mesmo momento, os servos e sc aquecia junto ao fo g o ^ O ra .
enquanto ainda falava. sobreve'm Judas, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
um dos Doze, com um bando armado de procuravam um testemunho contra Jesus
espadas e paus vindo da parte dos sumos para fazê-lo condenar à morte e não o
sacerdotes, dos escribas e dos anciãos*. encontravam*. “ Pois muitos apresentavam
^A quele que o entregava combinara com falsos testemunhos contra ele, mas os tes­
eles um sinal: “A quem eu der um beijo6, temunhos não concordavamh. ^A lguns le­
e' ele! Prendei-o e levai-o em segurança". vantaram-se para dar um falso testemunho1,
"L ogo que chegou, adiantou-se ate' ele e dizendo: ^ ‘Ntís o ouvimos dizer: ‘Eu
disse: "Rabi” . E deu-lhe um beijo. 46Os destruirei este santuário feito por mãos de
outros lançaram as mãos sobre ele e o homem e, cm três dias, construirei outro,
prenderam. '"Um dos que Ia' estavam pu­ que não será feito por mãos de homenV’".
xou a espada, feriu o servo do Sumo Sa­ ^M as. mesmo assim, eles não concorda­
cerdote e lhe dccepou a orelha. " T o ­ vam em seu testemunho*. “ O Sumo Sa­
mando a palavra, Jesus lhes disse: "Como cerdote. levantando-se no meio da assem­
contra um bandido', saístes com espadas bléia, interrogou Jesus: “Nada respon­
e paus para apoderar-vos dc mim! "T o- des aos testem unhos que estes aduzem
u 19.47; dos os dias. eu estava entre vós no Tcm- contra ti'?” 6lMas ele guardava silêncio;
21-37 pio, ensinando, e não me prendestes. Mas nada respondeu™. De novo o Sumo Sacer­
e' para que sc cumpram as Escrituras". “ E dote o interrogava; disse-lhe: “És tu o
Zc 13.7: todos o abandonaram c fugiram. 5lUm jo- M essias. Filho do Deus bendito"?" “ Jc­
jo 16.32 v em Q s e g u i a tendo sobre o corpo apenas sus disse: “Eu o sou°. c vereis o Filho do
um lençol. Prendem-no, !2mas ele, largan­ Homem assentado à direita do Todo-po-
do o lençol, fugiu nud. deroso e virub com as nuvens do céu*".
“ O Sum o Sacerdote rasgou as vestes'1 e
Je su s p e ra n te o S inéd rio (M t 26,57-68; disse: “Q ue necessidade tem os ainda
Lc 22.54-55.63-71; Jo 18,12-18). 5}Eles de testem unhas? “ O uvistes a blasfê-

a. A s três categorias representadas no Sinédrio (cf. 8 3 1 nota). j . Este santuário: o ed ifício reservado aos sacerdotes que
b. Era uma forma usua! de saudação entre mestre e discípulo. constituía o lugar mais sagrado do Te m p lo . A o contrário dc Mt
c . C f . Mt 26,55 nota. 26.61. M c acentua a o posição entre o templo antigo e o novo (cf.
d . So M c refere este incidente: há muito que o cunho autobio­ A t 7.48-50; 17,24).
gráfico deste pormenor sugeriu que se pode tratar do próprio k . L it. O seu testemunho nâo era igual (cf. v. 56 nota).
evangelista. Ta lv e z este personagem anônimo seja a imagem do I. Outra tradução: Nada respondes? Que testemunhos alegam
discípulo fiei que tenta seguir o Mestre. contra ti?
e. Isto é. os membros do Sinédrio (cf. vv. 43.55). m . O silencio de Jesus foi interpretado de maneiras diversas.
f. L it. à luz . isto é. ao pé das chamas da fogueira. T a lv e z haja E le evoca o do Servo em Is 50.6-8: 53.7: cf. também S l 3 9 3 .1 0 .
a{ um erro de tradução do hebraico ’wr. que tanto podia ser lido n . L it. O Filht) do Bendito. Sabe-se que os judeus não deviam
'or (lu z) ou 'ur (fogo). pronunciar o nome de Deus.
g . M c apresenta esta reunião com o uma sessão o ficial do o. Esta declaração é uma forma de revelação. Segundo M c.
Sinédrio. que esta resolvido a pôr termo ao processo com uma Jcsus reconhece que é o M essias e o F ilh o de D eus. como está
condenação ã morte. A procura dc testemunhas supõe que se anunciado desde o in icio do livro ( l . l ) . Segundo Mt 26,64 e L c
queira respeitar as regras jurídicas de um processo. 22.67. Jesus exprim e-se com uma reserva que deixa os interlo­
h . L il . nâo eram iguais, quer porque os testemunhos nâo fos­ cutores em face de sua própria pergunta.
sem iguais entre si (donde a citação, cf. D n 13.48-61). quer por p . S l i 10.1: D n 7,13. L it . à direita do Poder, atributo de Deus
nào concordarem com a realidade. que permitia designá-lo sem pronunciar-lhe o nome. Com as
i. M c insiste nessas testemunhas falsas (cf. v. 59). Um a afirm a­ nuvens: expressão conform e com o texto hebraico e com certos
ção com o a de M c 13.2 pode estar na origem desta acusação, m ss. gr. de D n: outros mss. gr. trazem sobre as nuvens (cf. Mt
ecoada na hora da crucifixão (cf. 15J29: A l 6.14. Jo 2.19.2! aplica 26.64). C f . M c 13.26 nota: IT s 4.17.
esta palavra ao corpo de C risto ressuscitado). C f. Mt 26.61 nota. q . G esto que exprim e simbolicamente a tristeza ou o horror.
j<H97 m'ar' Q uc vos Parcce?’ E todos ocondena­ 19,16). ‘Logo de manhã, os sumos sa­
is 24.16 ram como digno de morte'. “ Alguns puse- cerdotes deliberaram cm conselho" com
n 5n.6 ram-se a cuspir nele, a velar-lhe o rosto, a os anciãos, os escribas e o Sine'drio in­
dar pancadas e dizer-lhe: “Banca o profeta!" teiro. Amarraram Jesus, levaram-no e o
Os servos o acolheram com bofetadas. entregaram a Pilatos. 2Pilatos o interro­
gou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus lhe
A negação de P ed ro (M t 26,69-75; Lc responde: “Tu o dizes1". 'O s sumos sa­
22,56-62; Jo 18,17.25-27). “ E stando cerdotes aduziam contra ele muitas acusa­
Pedro em baixo, no pa'tio. chega uma das ções». JPilatos o interrogou novamente:
criadas do Sum o S acerdote. 67Vendo “Nada respondes? Vê todas as acusações
Pedro que se aquecia, ela o fita e lhe diz: que aduzem contra ti". 5Mas Jesus não
"Tu tambe'm estavas com o Nazareno, respondeu mais nada, de sorte que Pilatos u.6i:
com Jesus!" “ Mas ele negou, dizendo: estava surpreendido. 6Em cada festa, ele Al *'32
“Não sei e não compreendo o que queres lhes soltava um prisioneiro, aquele que
dizer” . E ele saiu em direção do vestí- eles solicitassem. 7Ora, aquele que cha­
bulo‘. wA criada o avistou e pôs-se a re­ mavam Barrabás estava na prisão com
petir aos que ali estavam: “Esse aí e' um os sediciosos que tinham cometido um
deles!” 70M as ele novam ente negava. homicídio durante a rebelião”. "A multi­
Pouco depois, os que ali estavam diziam dão subiu e se pôs a pedir o que ele cos­
mais uma vez a Pedro: “Certam ente, és tum ava conceder*. P ila to s respondeu-
um deles! Aliás. e's galileu"” . 7lMas ele lhes: “Q uereis que eu vos solte o rei dos
se pôs a ju rar com imprccações: “Eu não judeus?” '"Pois percebia perfeitamente
conheço o hom em de quem fa lais!” que os sumos sacerdotes o tinham entre­
7!Logo, um galo cantou pela segunda vez. gue por inveja. "O s sumos sacerdotes in­
E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus citaram a m ultidãoh para que, de prefe- a i 3.14;
lhe dissera: “Antes que o galo cante duas rê n c ia , e le lh e s so lta ss e B a rra b á s . ,3'2!i
vezes, tu mc terás negado três vezes". E l2Pilatos então, tomando a palavra, lhes
saindo precipitadamente", chorava. dizia: “ Então, que farei' com aquele quc
vós cham ais rei dos judeus?” IJEles gri­
Je su s p e ra n te P ilatos (M t 27,1-2. taram dc novo: “Crucifica-od!” ,4Pilatos
15 H -2 6 ; Lc 23,1-5.13.25; Jo 18,28- lhes dizia: “Que mal fez ele?" Eles grita-

A o fazè-lo, o Sum o Sacerdote cum pre um ato ritual prescrito M te L c que o debate versa sobre a realeza de Jesus (cf. vv. 9.12).
pela tradição. A resposta de Jesus exprime uma inegável reserva (cf. Mt 2625).
r . C f . M c 3.28 nota. Declarar-se M essias ou Filho de Deus (no Aliás, Pilatos não reage como diante dc uma declaração afirmativa.
sentido dos textos judaicos antigos) nào era uma blasfêm ia. Mas y . A imprecisão em que são deixados estes numerosos agravos
ao falar juntamente dc sentar-se d direita de Deus e dc v/> (do ( L c 2 3 3 .5 .1 4 cita alguns deles) faz sobressair a importância
céu) com as nuvens (cf. 1 3 2 6 nota). Jesus reivindica uma catego­ atribuída ao tema da realeza de Jesus.
ria divina e pode ser acusado de lesar as prerrogativas de Deus. z . A indicação fornecida supõe um fato bem notório, e mostra
s. M c pensa num ato juríd ico de condenação (M t 26.66 é que Barrabás não era um bandido de direito com um , mas o cabe­
menos explicito; L c 22.71 nào menciona o veredicto). A fórmu­ ça de um motim contra o dom inador romano. C f . Mt 27,16 nota.
la usada, diferente da de 10.33. não permite dizer se se trata de a . Variante oferecida por certos mss.: E gritando, a multidão
uma decisão de entregar Jesus a Pilatos. requerendo sua morte pós-se a pedir. — Sobre este costume, cf. Mt 27.15. nota. É a
(cf. Mt 27.1 nota). primeira vez que a multidão aparece no relato da Paixão em M c.
t. V ários mss. dizem aqui: e um gaio cantou, sem duvida por Favorável a Jesus por ocasião de suas controvérsias com as
causu dos vv. 30 e 72. a menos que essas palavras indiquem a autoridades religiosas de Jerusalém (12.12-37). aqui ela inter­
fusão de várias tradições na atuai narrativa, vém para e x ig ir de Pilatos o respeilo ao costume, sem m anifes­
u. Mt nota que Pedro é reconhecido pelo sotaque, tar hostilidade algum a contra Jesus.
v. Verbo compreendido de maneiras diversas. Outras tradu­ b. A multidão se deixa manobrar pelos sumos sacerdotes.
ções: ele começou a, ele pensou muito, ele se cobriu (a cabeça). c. Variante nos m.ss.: Que quereis que eu faça. A o referir este
desfez-se (em lágrim as). diálogo. M c frisa também a recusa de reconhecer Jesus como rei
w. C f. Mt 27.1 nota. Outra forma: prepararam um conselho. (v . 13) e os vãos esforços de Pilatos para inocentá-lo (v. 14).
Mc atribui também a iniciativa aos sumos sacerdotes durante o d . A crucifíxão, su p lício de origem persa, foi adotada pelos
processo diante de Pilatos (cf. vv. 3.11). cartagineses e tornou-se entre os romanos a pena mais cruel e
x .C f . Mt 2 7 .1 1 nota. Em toda a cena. M c acentua mais do que infamante para punir o furto, o hom icídio, a traição e a revolta
ram cada vez mais forte: “Crucifica-o!" lugar do C râniok. “ Quiseram dar-lhe vi­
l5Pilatos. querendo satisfazer a multidão, nho m isturado com mirra1, mas ele não o
soltou-lhes Barraba's e entregou Jesus, tomou. 24C rucificam -no e repartem suas
depois de o ter mandado flagelar', para vestes, lançando sobre elas a sorte™, para
scr crucificado. saber o que caberia a cada um. “ Eram
nove horas” quando eles o crucificaram .
A co ro ação de espinhos (Mt 27,27-31; “ A inscrição que trazia o título de sua
Jo 19,2-3). “ Os soldados o conduziram condenação estava assim redigida: “O rei
ao interior do palácio, isto c, do pretório. dos judeus”". ^C om ele. crucificam dois
Eles chamam toda a coorter. l7Revestcm- bandidosp. um à direita, outro à esquer-
-no de púrpura c lhe põem sobre a cabe­ da. a 9 ■MO s transeuntes o insultavam
ça um a coroa de espinhos que tinham meneando a cabeça’ e dizendo: “Olá! Tu
trançado*. '"E puseram-se a aclamá-lo: que destróis o Santuário c o reconstrtíis
“Salve, rei dos judeus!” ,,'Batiam -lhe na em três dias“, “ salva-te a ti mesmo, d es­
cabeça com um c a n iç o \ cuspiam nele c, cendo da cruz‘” .-,lIgualmente, os sum os
ajoelhando-se, prostravam-se diante dele1. sacerdotes e os escribas escarneciam uns
“ Depois dc terem zombado dele, tiraram- com os outros: “Ele salvou a outros, e
-Ihe a pürpura e tom aram a pôr-lhe suas não pode salvar a si mesmo! ,jO M es­
vestes. A seguir, fazem-no sair para o sias, o rei de Israel desça agora da cruz,
crucificar. para que vejam os c acreditem os!" T am ­
bem o injuriavam os que foram com ele
A cru cifix ão (Mt 27,33-44; Lc 2336- crucificados.
43; Jo 19,16-24). 2lPara carregar a sua
cruz. eles requisitaram um transeunte que A m o rte d e Je s u s (Mt 27,45-56; Lc
vinha do cam po. Sim ão de Cirene*. pai 23,44-49; Jo 19,28-30). "A o meio-dia.
dc Alexandre e Rufo. i2E o levaram ao houve trevas em toda a terra ate' as três
lugar cham ado G ólgota. que significa horas0.-“ E às três horasvJesus gritou com
Não podia ser aplicada aos cidadãos romanos. Na Palestina, dois que se desse aos condenados esta bebida soponTcra (cf. Mt 2 7 3 4
m il revoltosos foram crucificado s por ordem do legado romano nota).
Varo, depois da morte de Herodes Magno. N o ano 7. Judas, o m . SI 22.19. C f . Jo I9J24. Em virtude do S l 2 2. parece que sc
G alileu. passou pelo mesmo suplício por ter suscitado um mo­ da mais interesse à partilha das vestes do que à crucifixão. C o m
vimento de oposição aos romanos (cf. At 5 3 7 ). A multidão pede efeito, os despojos dos condenados cabiam de direito aos solda­
pura Jcsus o castigo reservado aos revoltosos, e para Barrabás. dos. M as. para o narrador, os acontecimentos assumem uma
o revoltado, postula a liberdade. importância m ais teológica do que narrativa.
e. Segundo o costume romano, a flagelaçâo precedia a cruci- n . L il. à terceira hora. Esta atenção dada aqui à hora. peculiar
fíxão. C f . L c 23.16-22; Jo 19.1: A t 5.40. cm M c. parece scr de natureza religiosa; M c pontua a sua nar­
f. A qu i. o pretório tem as características dc um quartel. A rativa da cru cifix ão assinalando as três horas tradicionais da
coorte era a décim a parte da legião e comportava seiscentos oração (v v . 33-34). C f . Jo 19.14.
homens. Entretanto, talvez não se deva dar à palavra o seu sen­ 0 . C f. M l 2 7 3 7 nota.
tido técnico e M c pense simplesmente em todos os soldados que p . C f . M l 26,55 nola.
estavam no pahício onde se encontrava Pilatos. q . A lgu n s mss. trazem aqui a referência: E cumpriu-se a Es­
g . A veste de purpura (simulada por algum pano vermelho), a critura que diz: e ele fo i contado entre os malfeitores, ciUtçào de
coroa, a homenagem genuflexa convêm a um rei. Nesta cena dc Is 53.12 (cf. L c 2 2 3 7 ). Este modo de citar não com bina com o
irrisào. M c ainda insiste no seu tema da realeza de Jesus. M es­ uso que M c costum a fazer dos textos do A T . É impressionante
sias crucificado. que a narrativa da Paixão não contenha, na origem , nenhuma
h. C f. M q 4,14. referência explícita à descrição do Servo de Jav é conforme Is 53.
i. C f . M l 27.29 nola. r . A expressão evoca S l 22.8. É um gesto dc desprezo (S l
j . C f . Mt 27.32 nola. O próprio condenado devia carregar o 109,25; Jó 16.4; Sr 12,18: J r 18.16). /nsultar: o grego usa um
instrumento de su p lício , ao menos o travessão da c ru z. Na certa, verbo que também sign ifica blasfemar,
o esgotamento de Jesus justificava a requisição de um transeunte s . C f . 14.58 nota.
(nada sugere que Sim ão estivesse voltando do trabalho em seus 1. € f . M l 26.61 nola.
cam pos). O empenho em precisar<thc a identidade mostra que. u . L it. À hora sexta... até a hora nona. Ta lv e z esta menção
na Igreja prim itiva, seus filhos eram conhecidos (R m 16,13 men­ das trevas em pleno m eio-dia evoque o luto do filho ünico se­
ciona Kufo . m as este nome era muito difundido). gundo A m 8,9-10: cf. íb . E x 10,22. — Toda a terra pode s ig ­
k . C f. Mt 2 7 3 3 nota. nificar todo o país.
I. Um costume jude u, que o Talm ud funda cm Pr 31.6. exigia v. Lit. à hora nona.
voz forte: “Eloi, Eloi. lamá sabactánl*?”, em casa de Pilatos para pedir o corpo de
que significa: “ Meu Deus, meu Deus, por Jesus. “ Pilatos admirou-se de que já es­
que me abandonaste?” “ Ao ouvi-lo, al­ tiv e sse m o rto . M an d o u c h a m a r o
guns dos que ali estavam diziam: “Eis centurião e perguntou-lhe se já estava
que ele chama Elias"!” “ AlgueYn correu, morto havia tem po. 45E. informado pelo
encheu uma esponja dc vinagre*, e, fi­ centurião, deu licença a José de tom ar o
xando-a na extremidade de um caniço, cadáver*. 46Depois de ter comprado um
ofereceu-lhe dc beber dizendo: “ Espe­ lençol, José desceu Jesus da cruz e o
rai, vejamos se Elias virá tirá-lo daí” . envolveu no lençol, depositou-o num
I7Mas, soltando um grande grito, Jesus tümulo que tinha cavado na rocha e ro­
expirou1. “ O ve'u do Santuário rasgou-se lou uma pedra na entrada do tüm ulo.
em duas partes de alto a baixo*. ” 0 cen­ 47Maria de Mágdala e Maria, mãe de José,
turião que estava em frente dele, vendo olhavam onde o tinham posto.
que morrera assimb, disse: “ Verdadeira­
mente, este homem era Filho de Deusc” . 1 £» As mulheres no sepulcro (M t 28.
“ Havia tambe'm mulheres que olhavam , 1-8; Lc 24,1-11; Jo 20,1). ‘Passado
u k.2-3 a distância, e entre elas Maria de Mág- o sábadoh, Maria de Mágdala, M aria, mãe
dala, Maria, mãe de Tiago, o M enor e de de Tiago, e Salom é compraram aromas
Jose'd, e Salom é, 4lque o seguiam e ser­ para ir embalsamá-lo. *E de manhã mui- jo iv ^
viam quando ele estava na G aliléia, e to cedo, no primeiro dia da semana1, elas
várias outras, que tinham subido com ele foram à sepultura, tendo despontado o
para Jerusalém. sol. }Diziam umas às outras: “Quem nos
rolará a pedra da entrada do sepulcro*?" Jo u,3*-39
O sepultam ento (Mt 2757-61; Lc 2350- 4E erguendo os olhos, viram que a pedra
56; Jo 1938-42). 42Já caíra a tarde, e estava removida; ora, ela era muito gran­
como fosse um dia dc Preparação, isto é, de11. ^Tendo entrado no sepulcro, viram
uma véspera de sábado, 43chegou um um jovem sentado à direita, vestido com
membro eminente do conselho', José de uma tünica branca, e foram tom adas de a i m o -,
Arimatéia. Também ele esperava o Rei­ tem or1. 6Mas ele lhes disse: “ Não vos ap 7-913
nado de Deus'. Teve a coragem de entrar assusteis. Procurais Jesus de N azaré, o

w . Citação cm anim aico do S l 222. chamada a de José; d a í a tradução mantida. A respeito de Tiago
x . C f . Mt 1 7 3 nota; M c 9 .1 1. nota. e José. cf. M c 6 3 .
y, C f. S l 69,22. Por irrisão. finge-se querer prolongar a vida de e. Isto é. com toda a verossimilhança, do Sinédrio. O s romanos
Jesus, para ver se Elia s vira. M as. pela sua alusão ao S l 69. a pouco se importavam com o sepultamento dos condenados. A lei
narração continua dando fé do seu interesse teológico. judaica, pelo contrário, ordenava enterrar um supliciado antes do
z. É de se notar a extrema sobriedade do evangelho perante a pôr-do-sol (D t 21,22-23). Tam bém At 13,29 atribui aos judeus o
mone de Jesus: eles o crucificaram (v . 25), Jesus gritou (v. 34). sepultamento de Jesus. A narrativa dc M c sugere que havia urgên­
ele expirou (v. 37). cia por causa do pôr-do-sol c do sábado que ia com eçar (v. 42).
a. O intento deste v. e do seguinte é dar a entender a im por­ f. M c faz de José um simpatizante (cf. L c 23,51); Mt 27,57 e
tância da morte de Jesus para a história da salvação. A cortina Jo 1 938 o apresentam com o discípulo de Jesus.
que fechava o Santo dos Santos (cf. E x 26,33) ou o Santuário do g. L it. e/e concedeu o cadaver de José.
Tem plo <cf. Ex 2 6 3 6 -3 7 ) rasga-se: é o sím bolo do livre acesso h. O u seja. depois do pôr-do-sol. A lém disso. M c sugere que
a Deus (cf. H b 6,19-20; 9 3 .6 -1 2 ) ou o presságio do fim do o sepultamento foi apressado.
Tem plo. M c presta atenção a tudo o que anuncia a participação i. Isto é. o nosso dom ingo.
dos pagãos na salvação (cf. 11.16.17 notas). j . Esta reflexão, que atesta uma preocupação aparentemente
b. Conforme outros mss.. griumdo assim. Fo i o modo de morrer secundária, visa cham ar a atenção para a surpresa que vai sobre­
de Jesus que impressionou o centurião, e sua declaração é. de vir. A s mulheres vão passar da admiração para o assombro.
certo modo, fruto desta morte. k. Este pormenor não só explica a reflexão do v. precedente,
c. Após o judaísm o, é representado aqui o mundo dos pagãos, mas salienta, para M c, o caráter surpreendente da abertura do
pelo centurião. Seja qual for o sentido, nos lábios de um pagão, sepulcro.
da denominação fíího dc Deus . M c sugere quc sc reconheça nela 1. A veste branca designa o mancebo como um personagem
o nt" dc fé dos cristãos vindos do paganismo. celeste (cf. 9 3 ); d a í o terror sagrado que ele provoca c . a seguir,
d. A lguns traduzem: Muna. a (isto é. a mulher ou a filha) dc acalma (v . 6 ). de conformidade com as narrativas bíblicas de
Tiago, o menor e mãe dc José. Mas no v. 47 , a mesma M aria é aparições.
crucificado: ele ressuscitou™, não está nestes não acreditaram . I4A seguir, ma­
aqui; vede o lugar onde o tinham posto. nifestou-se aos O nze, enquanto estavam
7M as ide dizer a seus discípulos e a à m esa, e lhes censurou a incredulidade
Pedro": ‘Ele vos precede na Galiléia; lá e a dureza de coração, porque não ti­
o vereis. como vos disse” '. "Elas saíram nham crido nos que o tinham visto res­
c fugiram para longe do túm ulo, pois suscitado. I5E lhes disse: “ Ide pelo m un­
estavam todas trêmulas e transtornadas; do inteiro, proclamai o Evangelho a to ­
e elas não disseram nada a ninguém, pois das as criaturas. l6Q uem crer e for bati­
tinham medo". zado será salvo, quem não crer será con­ Al 2.38;
16.31-33
denado. I7E eis os sinais que acom pa­
Aparições d c Jc su s ressu scitad o p. T e n ­ nharão os que houverem crido: em meu
Al 8.7;
do ressuscitado na manhã do primeiro nom e, expulsarão os dem ônios, falarão I6.1X
dia da sem ana, Jesus apareceu’ prim ei­ novas línguas, '“pegarão serpentes com At 2.4.11:
10.46: 19.6:
ro a Maria de M ágdala, da qual expul­ as mãos e, se beberem algum veneno ICor 14.2-40
Lc 10.19:
sara sete dem ônios. '“Esta foi anunciá- m ortal, isto não lhes causará mal algum; Al 28.3-6
-lo aos que tinham estado com ele e im porão as mãos a doentes c estes se­ Al 4.30:
5-16:
estavam enlutados e choravam . "M as, rão curados". "'Então, o Senhor Jesus, Tg 5.14-15
ao ouvirem dizer que ele vivia e elas o depois dc lhes ter falado, foi arrebatado
tinham visto, nâo acreditaram nela. ‘d e ­ ao céu e sentou-se à direita de Deus. 2Rs 2.11:
Al 1.9-11:
pois disto, ele se m anifestou com outras “ Q uanto a eles. saíram a pregar por toda ITm 3.16
Sl 1 10.1:
aparências a dois deles que cam inha­ a parte: o Senhor agia com eles, e con­ Mc 12.
vam rumo ao cam po. '-'E estes voltaram firm ava a Palavra por meio dos sinais 36 par.
Al X.6;
para an u n ciá-lo aos o u tro s; tam bém que a acom panhavam . 14.3;
Hb 2.4

m . L il. ele fo i ressuscitado: esle passivo exprim e uma ação do uma objeção dos discípulos e uma resposta de C risto redigida
poder divino. Com o em todas as narrativas de aparições, o que nestes termos: Estes disseram em defesa própria: “Este século
é valorizada é a mensagem provinda de Deus. A qu i. trata-se da de impiedade e incredulidade ja z sob o poder de Satanás, que
afirmação da fe' cristã expressa nos termos tradicionais da Igreja nâo deixa a verdade e o poder de Deus serem acolhidos pelos
prim itiva (cf. A l 2.23-24; 3.15; 4.10; 5.30; 10.40; 13.28-30). espíritos impuros: por esta razâo, revela agora a tua justiça
De Nazaré: lit. o twzureno: M c emprega amiude este qu alifi­ Eles diziam isso a Cristo, e Cristo lhes respondeu: "Está cum­
cativo (1 2 4 ; 10.47; 14.67); mas sob a forma de nazoreu. ele 6 prido o termo dos anos do poder de Sala nós, mas outras coisas
típico da pregação prim itiva (A t 2.22; 3.6; 4,10). A qu i. acentua terríveis se aproximam. E eu fu i entregue à morte por aqueles
a identidade do C ru cificad o e do Ressuscitado. que pecaram, a fim de que eles se converta/n à verdade e nâo
n . A aparição do Ressuscitado a Pedro ocupa um lugar de pequem mais, a fim de que sejam herdeiros da glória, da justiça,
grande destaque na tradição cristã prim itiva ( IC o r 15.5; L c 24.34). glória espiritual e incorruptível que existe no céu".
Como ele vos disser: cf. M c 14.28 nota. Redigidos com um vocabulário e num estilo muito diferentes
o. A fuga desvairada e o silêncio das mulheres explicam -se do resto do evangelho, interrompendo o fio da narração prece­
pelo terror sagrado produzido pela revelação da Ressurreição de dente (as mulheres não executam a missão que lhes foi confia­
Jesus. A constatação do tumulo vazio não é dada com o prova da da). os vv. 9-20 são uma espccie de sum ário dos relatos dc apa­
mesma, todavia manifesta a inutilidade de uma busca do C ru c i­ rições mencionadas pelos demais evangelhos, ao qual se acrescen­
ficado. agora Ressuscitado. tam alusões a fatos referidos no livro dos Atos (v v . 17-20). Este
p . A tradição manuscrita é muito incerta quanto a este final do resumo não fornece nenhum elemento novo para um melhor
evangelho (v v . 9-20). conhecimento dc C risto e de acontecimentos posteriores à R es­
— E le não é atestado por certo numero de manuscritos. A l­ surreição. A autenticidade deste fin al, embora seja ele conhecido
guns copistas chegaram a especificar que o v. 8 marcava o fim desde o século II. já c posta em dúvida por alguns Padres da
do evangelho. Igreja. C om o lhes parccc estranho que o evangelho dc M c tenha
— A par da versão extensa, m ais divulgada, cuja tradução nds parado bruscamente no v. 8. numerosos estudiosos estimam que
dam os, existe uma versão breve: Elas contaram sucintamente o fim do evangelho perdeu-se muito cedo e foi substituído por
aos companheiros de Pedro o que lhes fo ra anunciado. A se­ esse texto. N a realidade, não sabemos se o autor do livro redi­
guir, o próprio Jesus mandou que a proclamação sagrada e gira uma conclusão e se. neste caso. ele referia algum a aparição
incorruptível da salvação eterna fo sse levada por eles, do orien­ do Ressuscitado ou se lhe pareceu suficiente remeter o leitor à
te até o (x idente. tradição conhecida das aparições na Galile'ia (v . 7).
— A lg u n s m ss. fornecem juntamente a versão longa e a breve. q . L it. ele apareceu . aludindo a Jesus que desde 15.40 está
— Um ms. intercala, entre os vv. 14 e 15 da versão longa. ausente da cena.
EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
INTRODUÇÃO
O prólogo do primeiro livro dc Lucas. Dos qua­ história os tempos e lugares da história da salva­
tro evangelhos, o de Lucas é o único a se iniciar,ção.
como numerosos escritos gregos da época, com 1. A introdução (15-4,13) comporta duas se­
um prólogo. Este é dirigido a um certo Teófdo, ções bem diferentes.
que parece ser um personagem importante. O li­ As narrações da infância ( 15 -2 ,5 2 ) sâo pró­
vro dos Atos começa também com um prólogo prias a Lucas. De maneira sistemática, elas põem
que se dirige ao mesmo personagem e que remete em paralelo as vidas de João Batista e de Jesus,
ao livro anterior, em que o autor falou de “tudo enfatizando a subordinação do primeiro ao se­
o que Jesus fez e ensinou" (At 1,1-2). Desde a gundo. Elas apresentam sobretudo o mistério de
Igreja antiga, o evangelho de Lucas e os Atos têm Jesus em uma seqüência de mensagens sobrena­
sido atribuídos a um mesmo autor. A crítica mo­ turais que o proclamam concebido do Espírito,
derna confirm ou este ju ízo , fu n d a n d o -o nasanto. Filho de Deus (1,35), Salvador e Cristo
homogeneidade da linguagem e do pensamento Senhor (2,11), salvação de Deus e luz dos pagãos
dos dois livros, bem como na simetria do seu ob­ (2,3032) e, no entanto, votado à rejeição da mas­
jetivo; o evangelho sublinha a subida de Jesus sa de seu povo (2,34). No limiar do evangelho,
rumo a Jerusalém, onde se realiza o evento pas­ antes da lenta manifestação do mistério que a con­
cal; a paixão e ressurreição do Cristo; os Atos tinuação do livro vai relatar, essas revelações
relatam a pregação deste evento a partir de Jeru­ constituem um prólogo cristológico comparável
salém até as extremidades da terra (At 1,8). ao do evangelho de João (Jo 1,1-18).
No prólogo do evangelho, Lucas anuncia o as­ O prelúdio da missão (3,1-4,13) comporta, como
sumo, o método e a finalidade da sua obra. Ele em Mateus e em Marcos, a missão de João Batis­
vai apresentar “os acontecimentos" que se situam ta. o batismo de Jesus e sua vitória inicial sobre
no ponto de partida da pregação da Igreja. Infor- o tentador. Mas, neste conjunto, Lucas distingue
mou-se com cuidado da tradição das primeiras nitidamente o tempo de João, que pertence ainda
testemunhas e vai expô-la “em ordem". Assim, ao Antigo Testamento, e o de Jesus (3,20 nota);
Teófdo achará aí uma narração sólida dos fatos ele insiste na investidura messiânica que o Pai
de que lhe falaram. confere a seu Filho após o batismo (3,22 nota);
Lucas se apresenta, assim, à maneira de um his­ insere aqui a genealogia de Jesus, fazendo-a re­
toriador. Ele segue os métodos dos historiógrafos montar a Adão, para ressaltar o seu vínculo com
do seu tempo (tf. a cronologia de 3,1-2). Mas a a humanidade inteira (3,23-38); enfim, as últimas
história que ele quer apresentar é uma história palavras da narrativa da tentação anunciam já o
sagrada. O seu propósito essencial é mostrar a combate decisivo da Paixão (4,13).
significação dos acontecimentos para a fé: uma fé 2. A primeira parte da missão de Jesus (4,14-
iluminada pelo evento da Páscoa e pela vida da 9,50) é toda situada na Galiléia (cf. 23,5: At
Igreja. Este livro é um evangelho. 10,37), diversamente de Mt 15,21; 16,13 e Mc
7,24.31; 8,27. Lucas abre-a com a cena da prega­
A história da salvação na construção do Evan­ ção do Mestre na sinagoga de Nazaré (4,16-30),
gelho. O terceiro evangelho apresenta o mesmo que prefigura toda a seqüência do evangelho: o
esquema geral que os evangelhos de Mateus e de anúncio da salvação fundado na Escritura e ins­
Marcos: uma introdução, a pregação de Jesus na pirado pelo Espírito, a alusão à salvação dos
Galiléia, a sua subida a Jerusalém, o cumprimen­ pagãos, a rejeição de Jesus por seus compatriotas
to final, nesta cidade, da sua missão, pela Paixão e a tentativa assassina por eles empreendida. A
e Ressurreição. Mas a construção de Lucas é ela­ narração da missão relata, em seguida os atos
borada com esmero; ela visa fazer sobressair nessa (sobretudo milagres) e as palavras de Jesus. Ele
conduz os discípulos a um primeiro conhecimento 13,31-33 parecem ainda situados na Galiléia;
aproximativo da sua pessoa. 13,34-35 supõe que Jesus já pregou em Jerusa­
Uma primeira seção (4,31-6,11), que segue bas­ lém); não passa de um quadro literário artificial,
tante de perto a ordem de Marcos (1,16-3,6), que permite a Lucas reunir o seu material, colo­
apresenta Jesus em face da multidão, dos primei­ cando-o sob a luz da consumação pascal.
ros discípulos, dos adversários, nos milagres e Ao longo dessa parte, a palavra de Jesus preva­
nas controvérsias. lece sobre os milagres e a exortação sobre a
A segunda seção (6,12-7,52), que não existe em apresentação do mistério de Cristo (salvo, toda­
Marcos, mas para a qual Mateus oferece parale­ via, em 10,21-24; 12,49-50; 18,31-33 e 19,12-15).
los dispersos, começa com o chamamento dos Doze O M estre se dirige sem pre a Israel: o seu
e comporta, antes de tudo, o ensinamento de Je­ afrontamento com os fariseus e os doutores é
sus aos seus discípulos no discurso das Bem- severo (11,37-52); ele chama o seu povo a se
-aventuranças. converter (12,51-13,9) e arrosta a sua recusa
A terceira seção (8,1-9 JO), onde Lucas torna a (13,23-35; 14,16-24). Volta-se sobretudo para os
emparelhar com a narrativa de Mc 4,1-9,40 (mas seus discípulos, a fim de lhes definir a missão
sem apresentar paralelo com Mc 6,45-8,26), as­ (9,52-10,20), para convidá-los à oração ( / 1,1-3)
socia estreitamente os Doze à missão de Jesus. e à renúncia (12,22-345153; 14,26-33; 16,1-13;
Ela os menciona desde 8,1. O discurso em pará­ 18,28-30). Uma grande parte desses ensinamen­
bolas distingue, em seguida, entre os ouvintes de tos aos discípulos refere-se a unrn situação em
Jesus, aqueles que só merecem parábolas e aque­ que Jesus não estará mais presente no meio deles,
les aos quais “é dado conhecer os mistérios do e isso corresponde à perspectiva da viagem, orde­
Reino de Deus" (8,10). Novos milagres, reserva­ nada pelo "arrebatamento" de Jesus (951): apro­
dos aos discípulos, levam-nos a fazer a pergunta: xima-se o tempo em que os discípulos terão de
“Quem é este?" (8,25). É então que os Doze são pedir o Espírito Santo (11,13), confessar o seu
enviados a proclamar o Reino de Deus (9,1-6) e Mestre diante dos homens (12,1-12), esperar a
iwrticipam ativamente da multiplicação dos pães sua volta (12,35-40; 17,22-18,8; 19,11-27), cui­
(9,12). Enfim, Jesus pode intimá-los a se pronun­ dar dos seus irmãos nas comunidades (12,41-48).
ciarem a seu respeito, e Pedro reconhece nele “o Em 18,15, a narração de Lucas torna a encon­
Cristo de Deus" (9,20). Esta primeira expressão trar o fio da de Mateus (19,15) e da de Marcos
do mistério de Jesus ê imediatamente completa­ (10,13). Mas Lucas ajunta-lhe, no final, a narra­
da: pelo Mestre, que se define como o Messias ção da salvação de Zaqueu e sobretudo a parábo­
votado à morte (9,22), e pelo próprio Pai, que la das minas (19,1-10.11-27). Na redação de
proclama, na glória da Transfiguração, a filiação L ucas, esta pará b o la prepara o trágico
misteriosa de Jesus (9,35). afrontamento entre Jerusalém e o rei que ela vai
3. A subida a Jerusalém (9,51-19,28) é a parte recusar-se a reconhecer (tf. 19,11 nota).
mais original da construção de Lucas. Boa parte 4. A terceira parte da m issão de Jesus (19,
do seu material se encontra, aqui e ali, em Mateus: 29-2453) narra a realização da salvação em Jeru­
há algo também em Marcos, mas Lucas é o único salém e fa z da cidade a representante de Israel
a apresentá-lo na moldura de uma viagem. perante Jesus no drama da cruz. Lucas salienta
Esta é introduzida por uma frase solene, que isto fortemente na cena inicial da entrada de Je­
orienta a marcha de Jesus rumo ao acontecimen­ sus (19,29-48): o Mestre se apresenta como rei
to pascal, cujo cumprimento está próximo (951). ( vv. 35-38); chora sobre a cidade que vai recusar
O Mestre toma a estrada de Jerusalém, a cidade a sua vinda régia (vv. 41-44); manifesta a sua
santa, onde se deve realizar a salvação. Duas autoridade no Templo, do qual expulsa os nego­
outras menções à cidade por Lucas, em 13,22 e ciantes e onde ensina todos os dias (vv. 45-48).
17,11, podem delimitar três seções nesta parte: A revelação de Jesus a Jerusalém comporta as
mas este seccionamento é apenas formal, pois as mesmas três seções que há em Mateus e Marcos,
três seções não oferecem, entre si, nem continui­ mas Lucas introduz matizes que lhe são próprios.
dade geográfica, nem progressão doutrinai. A O ensinamento no Templo (20-21) se conclui com
viagem não obedece à topografia (10,13-15 e o anúncio do julgamento de Jerusalém e da vinda
do Filho do homem. Lucas dirige esses anúncios cia desse Espírito (3,22; 4,1.14.18; 10,21).
a todo o povo de Israel (cf. 2,15 nota. 20 nota). Nas narrações da infância, Simeão anuncia a
A narrativa da Paixão (22-23) segue o mesmo rejeição de Jesus por “muitos em Israel" (2,34-
esquema que os outros evangelhos; mas o relato 35). Esta rejeição se opera, pouco a pouco, no
da Ceia se prolonga com ensinamentos aos Doze decurso do evangelho, mas não é inteiramente con­
a respeito do seu papel de servos, sobre a sua sumada pela cruz (cf. 23,34), visto que, após Pen-
grandeza no Reino futuro e sobre a nova situação tecostes, os apóstolos chamarão ainda os judeus
que passarão a viver, quando o Mestre se fo r de Jerusalém à conversão e à salvação.
(22,24-38). Os sofrimentos suportados por Jesus 2. Mostrando tão claramente a distinção entre o
fazem sobressair a sua justiça e o valor exemplar tempo de Jesus e o tempo da Igreja, Lucas quer
do seu martírio. Na humilhação do Messias, afir­ pôr em plena luz as etapas da obra de Deus na
ma-se a sua Realeza já presente (cf. 22,69 nota; história. Mas tal apresentação dos acontecimen­
23,37 nota). tos nunca o fa z esquecer que a salvação é dada
As narrativas da Páscoa (24) são todas locali­ de uma vez por todas em Jesus Cristo. Desde o
zadas em Jerusalém. Elas não mencionam a anti­ começo do evangelho, ele insiste no hoje da sal­
ga tradição das aparições na Galiléia (Mt 26,32; vação (2,11; 3,22; 4,21; cf. 5,26; 19,9; 23,43).
28.7.10.16-20; Mc 14,28; 16,7; Jo 21), sem dúvi­ Pois, desde o primeiro instante de sua existência,
da para guardar melhor a simetria com o livro Jesus é o Filho de Deus (1,35), o Salvador (2,11;
dos Atos. Essas narrativas interpretam a Paixão cf. 1,69.71.77; 2,30; 3.6), o Senhor (2,11, cf. 7,13
como caminho querido por Deus, para conduzir o nota sobre a insistência de Lucas em dar este tí­
Cristo à sua glória ( v. 26), e mostram esta vonta­ tulo a Jesus ); e a sua pregação se inicia com a
de divina anunciada por Jesus (v. 7) e inscrita mensagem da salvação dirigida aos pobres e aos
nas Escrituras (vv. 25-27.44-46). Jesus, finalmen­ pequenos, que sâo os seus destinatários privile­
te, aparece aos Onze pura triunfar sobre as dúvi­ giados (4,18; cf. 7,22; 10,21).
das deles (vv. 36-43) e investi-los da missão de Ao descrever o tempo de Jesus, Lucas já pensa
testemunhas ( vv. 47-49). O livro termina com uma na Igreja. Mais freqüentemente do que Mateus e
primeira narração da Ascensão (v. 51), que ma­ Marcos, ele dá aos Doze o título de apóstolos (cf.
nifesta o Senhorio do Ressuscitado (cf. At 2,36). 6,13 nota). Pensa em suas responsabilidades nas
Assim, todo o evangelho mostra a revelação pro­ comunidades (9,12; 12,41-46; 22,14-38) e nos
gressiva do mistério do Senhor Jesus, e o gradual auxiliares da sua missão (10,1; cf. 8,2-3.39).
conhecimento desse mistério por parte daqueles Mais ainda, ele se preocupa em mostrar, no en­
que terão de pregar a mensagem do Evangelho. sinamento de Jesus, a regra de vida dos discípu­
los para "cada d ia ” (9,23; 11,3; 17,4). Insiste
O tem po dc Je su s e o tem p o d a Ig reja . I. Como sobre a conversão inicial (5,32; 13,1-5; 15,4-32,
Lucas pretende consagrar um segundo livro à e sobretudo as cenas de 7.36-50; 19,1-10; 23,
pregação dos apóstolos, ele pode patentear, mais 39-43), sobre a fé (1,20.45; 7,50; 8,12-13; 17,
nitidamente que Mateus e Marcos, as diferenças 5-6; 18,8; 2232; 24,25), que deverá se exprimir
entre o tem po de Jesus e o tem po da Igreja. pela confissão do Senhor (12,2-12; 21,12-19),
O seu evangelho mostra a ação de Jesus, consa­ sobre a oração (1 1,1-13; 18,1-8; 21,36; 22,40.46),
grada somente a Israel. Ele indica, por certo, a segundo o exemplo reiterado de Jesus (cf. 3,21
perspectiva universalista da mensagem da salva­ nota), sobre a caridade, que apresenta como o
ção, mas sempre em anúncios sobre o futuro (2,32; ensinamento essencial do discurso aos discípulos
3,6; 13,29; 14,16-24) ou em prefigurações (6,27-42; cf. 10,25-37; 17,3-4); propõe freqüente­
tipológicas (3,23-38; 4,25-27; 7,9; 8,39; 10,1; mente que esta caridade se manifeste pela esmola
17,11-19). É somente o Ressuscitado que ordena (cf. 11,41 nota), que realiza, ao mesmo tempo, o
a missão aos pagãos (24,47-48). seu ideal de renúncia ao dinheiro (cf. 5,1 J nota,
Esta missão, os portadores da mensagem a rea­ 14,33 nota). Essas exigências são rigorosas, e, no
lizarão graças ao dom do Espírito (24,49; cf. entanto, a alegria explode neste evangelho mais
12,12). Mas no evangelho, Jesus, que é concebido do que em todos os outros; perante os anúncios
do Espírito (1,35), é o único a agir com a potên­ da salvação (1,14.28.41.44; 6,23; 8,13), as suas
manifestações no advento de Jesus (1,47; 2,10), autoridades judaicas, o reconhecimento da ino­
os milagres (10,17; 13,17; 19,37), o acolhimento cência de Jesus por Pilatos, a aparição de Jesus
da mensagem (10,21) e a conversão dos pecado­ ressuscitado a seus discípulos em Jerusalém, a
res (15; 19,6), a Ressurreição (24,52); a salvação Ressurreição concebida como exaltação e fonte
de Deus é chamamento à alegria. do dom do Espírito... Essas semelhanças expli-
3. Jesus anunciava a sua vinda no fim dos tem ­ cam-se melhor por contatos no nível da tradição
pos, e Lucas mantêm essa perspectiva no término pré-evangélica do que por dependência literária.
do tempo da Igreja (12,35-48; 17,22-37; 18,8; O trabalho redacional de Lucas é considerável,
19,11-27; 215-36); mas a sua insistência na sal­ em relação a todo o material da tradição. Isto já
vação presente, no Senhorio pascal de Jesus, na se percebeu na “ordem " que Lucas lhe impôs, ao
ação do Espírito sohre a Igreja atenua nele a ten­ construir o seu livro. Pode-se ainda percebê-lo,
são orientada para a parusia iminente (cf. 17,23 comparando as suas composições com os parale­
nota). A sua esperança é toda banhada na alegria los em Mateus e Marcos: o vocabulário de Lucas
do hoje da salvação. A ruína de Jerusalém, que aparece muito mais variado, o mais rico de todos
ele anuncia repetidas vezes em seu evangelho (cf. os livros do Novo Testamento: a sua linguagem se
19,27 nota), perde em Lucas o seu caráter adapta com plasticidade aos diversos assuntos: o
escatológico; ela nada mais é do que um aconte­ seu grego é geralmente mais correto do que o de
cimento histórico, o castigo dos responsáveis pela Marcos nas narrações em que Lucas coincide com
morte de Jesus. ele, como em muitas outras passagens particular­
mente esmeradas (1,1-4; 24,13-35); no entanto,
A obra literária de Lucas. Lucas utiliza em seu ele tem muitos semitismos em vários textos que
evangelho boa quantidade de material que lhe é lhe são próprios, sobretudo nas palavras de Je­
comum com Mateus e Marcos, mas também mui­ sus; escolhe com predileção as expressões do
tos elementos que lhe são próprios (cf. Introd. aos Antigo Testamento grego, muito especialmente nas
Sinóticos). Estes elementos são muito variados. narrações da infância, que vários consideram um
São narrações como as da infância (1-2), alguns pastiche literário.
milagres (7,1-17; 13,10-17; 14,1-6; 17,12-19), O seu gosto da clareza aparece na preocupação
cenas de conversão (7,36-50; 19,1-10; 23,40-43), em situar as suas perícopes por meio de introdu­
intervenções de Herodes (13,31-33; 23,8-12; cf. ções (3,15; 4,1; 5,1.12.17.36...) ou em marcar o
8,3 nota), as aparições pascais (24,13-3536-53)..., fim das mesmas por meio de uma conclusão (3,
ensinamentos e, sobretudo, uma série de parábo­ 18.20; 5,15-16; 936.43...). Ele agrupa muitas ve­
las: o bom samaritano (10,30-37), o amigo que é zes as parábolas aos pares (13,18-21; 14,28-32;
preciso acordar (11,5-8), o rico insensato (12,16- 15,4-10); também as sentenças (4,25-27; 11,31-
21), a figueira estéril (13,6-9), o construtor, e o 32; 13,1-5; 17,26-30.34-35): mas esses grupamen­
rei que parte para a guerra (14,28-33), a moeda tos podem, em muitos casos, remontar às suas
e o filho reencontrados (15,8-10.11-32), o gerente fontes.
astuto (16,1-8), o rico e Lázaro (16,19-31), o ser­ A arte de Lucas se manifesta sobretudo na so­
vo que não fa z mais que o seu dever (17,7-10), o briedade de suas observações, que indicam com
juiz que se fa z de rogado (18,1-8), o fariseu e o uma só palavra o patético de uma situação (2,7;
coletor de impostos (18,9-14). 7,12; 8,42; 9,38...), na tensão dramática das nar­
Têm-se notado, muitas vezes, as semelhanças rações como as de Naim (7,11-17), da pecadora
entre os evangelhos de Lucas e de João. Trata-se (7,36-50), do “bom ladrão ” (23,40-43), ou do
aqui menos de textos seguidos do que de todo um encontro de Emaús (24,13-35), de parábolas como
conjunto de traços comuns (eles são apontados as do bom Samaritano (10,30-37) ou do filho re­
nas notas de Lucas): o perfil do apóstolo Judas, encontrado (15,11-32: “o filho pródigo"). A sua
de Marta e Maria, do Sumo Sacerdote Anás, a delicadeza é constante, sobretudo quando se apro­
aproximação entre a pesca milagrosa e a investi­ xima da pessoa de Jesus: ele evita as expressões
dura de Pedro, a traição de Judas atribuída a por vezes rudes de Marcos (Lc 4,1; 8,24.28.45...)
Satanás, o colóquio de Jesus com os Doze na úl­ e reserva aos discípulos uma fórmula particular
tima Ceia, a declaração messiânica de Jesus às para se dirigirem ao Mestre (cf. 5,5 nota).
A elaboração de Lucas sobre os dados da tradi­ cristãos de cultura grega. Disto se podem relevar
ção põe muitas vezes ao seu leitor o problema do vários indícios; a sua linguagem, as suas explica­
valor histórico da sua narração. A questão é com­ ções sobre a geografia da Palestina (1,26; 2,4;
plexa e só pode ser tratada completamente estu­ 4,31; 23,51; 24,13) e sobre os costumes judaicos
dando-se também o método de Lucas no livro dos (1,9; 2,23-24.41-42: 22,1.7), o pouco interesse
Atos (cf. Introd. Atos). Restringindo-se ao exame pelas discussões a respeito da lei (ele não oferece
do evangelho, pode-se constatar primeiramente nenhum equivalente aos dados de Mt 5,20-38;
que Lucas declara a sua intenção de apresentar 15,1-20; 23,15-22), a preocupação com os pagãos,
os acontecimentos com esmero, a partir de infor­ a insistência na realidade corporal do Ressuscita­
mações sólidas (1,1-4); podem-se também reco­ do (24,39-43), tão difícil de admitir para os gre­
nhecer as qualidades de um grande número dos gos (At 17,32; ICor 15).
seus dados. Mas, de uma parte, Lucas considera O próprio autor parece pertencer ao mundo
o fato de Jesus com toda a sua fé, na qual um helenístico, tanto por sua linguagem, como por
historiador vê uma interpretação pessoal, um além vários traços que acabamos de mostrar. Tem sido
da história. Por outro lado, quando apresenta as muitas vezes notada a sua falta de familiaridade
palavras e os atos de Jesus, Lucas se interessa, com a geografia da Palestina (cf. 4,29 nota), e
antes de tudo, pelo sentido; ele manifesta, por também com diversos costumes desta terra (cf.
vezes, uma indiferença profunda pela cronologia 1,59 nota; 5,J9 nota; 6,48 nota; 9,12 nota; 14,5
(4,16-30; 5,1-11; 24,5!) ou pela localização to­ nota).
pográfica (10,13-15; 13,34-35; 24,36-49); ele não Uma tradição cuja mais antiga testemunha é
teme compor livremente cenas significantes (1-2; Irineu ( Adv. Haer. 111. 1,1 e 14,1), no fim do sé­
4,16-30; 5,1-11...). A sua preocupação primordi­ culo II, o identificou com o médico Lucas, men­
al não é descrever os fatos em sua exatidão ma­ cionado por Paulo em Cl 4,14; Fm 24; 2Tm 4,11.
terial. mas proclamar a história de Jesus enquan­ Muitos encontraram a confirmação do fato de
to história da salvação. Ele se sente com a liber­ Lucas ser médico na precisão das suas descrições
dade e mesmo com o dever de decifrar os acon­ das doenças; mas esse traço não é decisivo, pois
tecimentos. E o fa z à luz da tradição da Igreja. o vocabulário que ele emprega é o de todo ho­
mem culto de seu tempo. Quanto às suas relações
Dados sobre a origem do terceiro Evangelho. com Paulo, o evangelho não oferece para as dis­
Não é possível pronunciar-se acerca da origem cernir senão alguns termos (cf. 8,12 nota; 8,15
deste evangelho sem examinar os dados do livro nota; 18,1 nota; 18,14 nota; 21,28 nota; 22,19-20
dos Atos, que lhe está estreitamente ligado. Aqui, e as notas...). Para se pronunciar a respeito deste
contudo, limitamo-nos a recolher os elementos ponto é indispensável examinar os dados do livro
fornecidos pelo primeiro livro de Lucas. dos Atos.
Para fixar a data da composição deste, os crí­
ticos fazem muitas vezes alusão à ruína de Jeru­ Atualidade de Lucas. Lucas apresenta-se como
salém (cf. 19,27 nota) e sobretudo à maneira com o intérprete do Evangelho talvez mais acessível
que esse acontecimento está desvinculado da pers­ que qualquer outro para o homem ocidental hoje.
pectiva escatológica em que o situam Mateus e Com efeito, ele lhe está mais próximo, por sua
Marcos. Parece que Lucas conheceu o cerco e a mentalidade e cultura gregas, por seu gosto pela
ruína da cidade, tais como os efetuaram as le­ clareza e sua preocupação de explicar, por sua
giões de Tito no ano 70 (cf. 19,43-44; 21,20.24). sensibilidade e arte. Sobretudo, Lucas pode aju­
O evangelho seria, portanto, posterior a essa data. dar o leitor moderno a ter acesso ao mistério de
Os críticos atuais situam muitas vezes a sua reda­ Jesus: ele mostra o Filho de Deus como Salvador
ção por volta dos anos 80 ou 90, mas vários lhe de todos os homens, particularmente atento aos
atribuem uma data mais remata. pequenos, aos pecadores e aos pagãos; como
Embora o livro seja dedicado a Teófdo, parece Mestre de vida, com todas as suas exigências, mas
dirigir-se sobretudo, além desse personagem, a também com o seu acolhimento e a sua graça.
EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
1 Dedicatória*. 'V isto que muitosb cm- pertencia à descendência de Aarão e se
preenderam com por uma narração dos chamava Elisabete". ‘Ambos eram justos
acontecimentos realizados entrc n ó s',2se- diante dc Deus e seguiam todos os man­
gundo o que nos transmitiram11 aqueles dam entos e observâncias do Senhor de
que foram desde o com eço testemunhas m aneira irrepreensível0. 7Mas eles não
oculares c se tornaram servidores da tinham filho, porque Elisabete cra estérilp
palavra', 3pareceu-m e bom , tam bém a e ambos eram dc idade avançada11. "Che­
mim. depois de me ter cuidadosamente gou para Zacarias o tem po de oficiar
informado de tudo a partir das origensr, diante de Deus no tum o da sua classe';
escrever para ti uma narração ordenada*. ’segundo o costume do sacerdócio', ele
excelentíssim o11 T cófilo, 4a fim de que foi designado por sorteio para oferecer o
possas verificar a solidez1dos ensinamen­ incenso no interior do santua'rio do Se­
tos que recebeste1. nhor*. "T oda a multidão do povo* estava
em oração do lado de fora na hora da
A núncio do n ascim en to de Jo ã o B a­ oferenda do incenso. "E ntão lhe apare­
tista*. 5Havia no tem po de Herodes. rei ceu um anjo do Senhor, dc pc, à direita'
da Judéia1. um sacerdote cham ado Z a­ do altar do incenso". l2Ao vê-lo. Zacarias
carias. da classe de Abias1"; a sua mulher ficou perturbado e o tem or sc abateu

a . L c inicia o seu livro com um prólogo à maneira dos escri­ a palavra de Deus dirigida a Zacarias. L c emprega a linguagem
tores gregos do seu tempo. M enciona os seus predecessores. da B íb lia grega, com os temas tradicionais das aparições (J z 6.
seus cuidados com a inform ação e a construção literária, e de­ 11-24). das anunciações d c nascimentos maravilhosos (G n 16; 17;
dica a sua obra a um personagem importante. Através desses 18; J z 13) c dos oráculos proféticos (M l 2.6; 3.1.23-24; Is 4 0 3 ).
modos de agir aparece o seu propósito de historiador sagrado: I. Trata-se dc Herodes Magno, m ono em 4 a.C . C f . Mt 2.1
ele quer escrever um evangelho a partir da tradição. nota. - A q u i. com o na língua dos gregos, a Judéia designa todo
b. Entre os seus predecessores. que. indubitavelmente, não são o território dos judeus no séc. I a.C . L c usa o termo neste mesmo
muito numerosos (o muitos decorre da ênfase habitual dos pró­ sentido em 4,44; 6.17; 23.5; A t 1 0 37 ; ao contrário, aplica-o.
logos). pode-se contar o evangelista M arcos. M as o exame do com o fariam os judeus, à parte sul da Palestina, em oposição à
evangelho de L c mostra quc o seu autor valeu-se também dc G a lilé ia . cm 3,1; 5.17; A t 9 3 1 .
outras fontes, das quais nâo possuímos m ais o texto (cf. Introd. m . A oitava das 24 classes sacerdotais ( I C r 24.10).
aos Evangelhos Sinóticos). n. *{ Preferimos usar a forma Elisabete. igual ao original gre­
c . O objeto da obra de L c é o conjunto dos acontecimentos da go . à forma popular Isabel, confundivel com Jczabel/lzébel de
vida e da missão dc Jesus: acontecimentos realizados por Deus, IR s 1631 etc. Elisabete corresponde ao hebr. Elisheba. mulher
como o indica discretamente o passivo do verbo; é por isso que dc Aarão.}
essa nam ição é um evangelho. o . São verdadeiros fiéis do A T . observadores exemplares da
d . To da a matéria deste livro provém da tradição. lei e das práticas cultuais.
e. Poder-se-ia traduzir, menos exatamente sem duvida: aque­ p . C o m o as mães dos filhos m ilagrosos: Isaac (G n 11 3 0 ).
les que foram desde o começo testemunhas oculares e servido- Jacó e Esaú (G n 25.21). José e Benjam in (G n 2 9 3 l).S a n s ã o (J z
res da palavra. Esta última é o evangelho pregado pelos após­ 13.2-3). Sam uel ( IS m 1 3 ). E ssa esterilidade é sempre conside­
tolos (A t 4 3 1 ; 6.2.7; 11,1). rada com o um opróbrio (G n 30.23; IS m 1.10; Is 4.1) e muitas
f. Traduz-se também: após ter seguido tudo de perto há muito vezes com o um castigo ( L v 20.20-21; 2Sm 6.23).
tempo (pensando na atividade m issionária de L c junto de Paulo); q . C om o Abraão e Sara (G n 18.11).
mas L c parece falar aqui das origens, das quais seguramente ele r . C ada ciasse prestava o seu serviço no Tem plo durante uma
nào participou. semana.
g . Ver-se-á no livro de I x que nâo se trata antes de tudo de s . O s editores do N T ligam as prim eiras palavras deste
uma ordem cronológica, mas de uma ordem literária e didática. versículo, ou ao que precede (o turno de serviço das classes), ou
h . L it. excelente. Este epftcto se dirige a um personagem mais ao que se segue (o sorteio).
ou menos oficial (A t 23,26; 2 4 3 ; 26,25). t. Esse rito sc realizava de manhã e de tarde. no momento do
f. C o m o os historiadores do seu tempo. L c pretende apresentar sacrifício. Sendo os sacerdotes muito numerosos, era para eles
fatos bem estabelecidos e interpretados. uma honra muito rara poder exercer esta função.
j . Teófdo pode ser um cristão que recebeu a catequese da Igre­ u. Nome sagrado do povo dc Deus (Jaós). particularmenie
ja. Outros vêem nele um pagào. ao qual L c apresentaria uma apolo­ freqüente em L c <1.21.68.77; 2.10.32; 3.15.18.21...).
gia da fé cristã (pode-se traduzir: das informações que recebeste). v . Esse lugar indica sem duvida a dignidade do anjo (cf. Ez.
k . A aparição d c Gabriel no quadro solene das liturgias do Tem ­ 1 0 3; S l 110.1).
plo vai anunciar o nascimento e a missão dc João. Para exprim ir w. O altar de ouro de IR s 6.20*21; 7.48.
sobre ele*. '-'Mas o anjo lhe disse: “Não anjo lhe responde: "Eu sou Gabriel"1que
ternas*. Zacarias, pois a tua oração foi permaneço diante de Deus”. Fui enviado
ouvida1. A tua mulher Elisabete dará à para te falar e te anunciar esta boa nova”.
luz um filho para ti, e tu lhe darás o “ Pois bem, vais ficar reduzido ao silên­
nome de João*. l4Terás por isso alegria e cio e não poderás mais falar até o dia em
jübilo, e muitos se alegrarão com o seu que isto se realizar, porque não creste
nascimento1’. l5Pois ele será grande pe­ em minhas palavras, que se realizarão a
rante o Senhor*; não beberá, nem vinho, seu tem pop” . 2lO povo esperava Zacarias
nem bebida fermentada1*, e será repleto e se espantava de que ele demorasse no
do Espirito Santo desde o seio de sua santuário11. 22Q uando saiu, ele não podia
mãe'. “ Ele reconduzirá muitos dos filhos falar-lhes, e eles compreenderam que ti­
de Israel ao Senhor seu Deus'; 17e ele mes­ vera uma visão no santuário; ele lhes
mo cam inhará à sua frente, sob os olhos fazia sinais e perm anecia mudo. “ Quan­
de Deus*, com o espírito e o poder de do terminou o seu tem po de serviço',ele
E lia s \ para reconduzir o coração dos voltou para casa. 24Depois disso. Elisa­
pais aos seus filhos1e conduzir os rebel­ bete, sua m ulher, ficou grávida; durante
des a pensar com o os justos, a fim dc cinco meses, permaneceu escondida' e
formaH para o Senhor um povo prepa- dizia dc si para si: “ “ Eis o que o Senhor cn 21.6

radok". '"Zacarias disse ao anjo: “Dc que fez por mim no tempo cm que lançou o
modo o saberei1? Pois eu sou velho e olhar sobre mim, para pôr fim ao que me
minha mulher e' avançada em idade” . I90 causava vergonha1 diante dos homens".

x. E ssa perturbação é muitas vezes notada no A T perante as evita toda identificação de João com E lia s; é antes Jesus que ele
aparições dos anjos (J z 6.22; 13,20.22; Tb 12.16; D n 8,17-18; compara com E lia s (4.26; 7.12.15; 9.42.51.54.57.61-62; 22.43-
10.7*8.11.16). c. do mesmo m odo. o temor, que é o pavor do 45).
homem diante do mistério cu ja transcendência ele sente; L c o i. É a missão de E lia s em M l 3.24 e Sr 48.10.
assinalara' ainda diante das revelações (2.9; 9 3 4 ) . dos m ilagres j . L it. preparar. Esta palavra, que I x repete em 1.76 e 3.4
(1.65; 5.26; 7.16; 8.25.35.37; 2 4 .5 3 7 ; A t 2.43) e das outras (com M c 1 3 ) para descrever a missão de Joâo. é tomada do
intervenções divinas (A t 5 .5 .1 1; 19.17). oráculo de Is 4 0 3 sobre a vinda do Senhor.
y . Palavra tranqiiilizadora usual nas aparições de Deus (G n k . Esse termo, diferente do que se acaba de traduzir por “ for­
15.1; 26.24; 4 6 3 ; J z 6.23) e dos anjos (G n 21.17; Tb 12.17; Dn mar” . tem o mesmo sentido que ele. Ele toma a aparecer em
10.12.19). 1 2 1 (com Mt 11,10) e M c 12 e deve provir dc uma adaptação
z . Não obstante o resto do versículo, não era um filho que do oráculo de M l 3.1 sobre a vinda do anjo do Senhor.
Zacarias pedia em sua oração (cf. a sua incredulidade nos vv. 1. Diversamente d c Abraão (cf. G n 15.8). Zacarias duvida (cf.
18.20); essa oração que o sacerdote apresentava em nome do v. 20): ele desejaria um sinal.
povo devia se referir antes à salvação messiânica. m . Gabriel é, em D n 8.16-17 e 9,21-27, o anunciador do tem­
a . Este aniíncio retoma os termos dos anúncios de nascimento po da salvação.
do A T . sobretudo os de G n 17.19 (cf. G n 16.11; J z 13 3.5; Is n . À semelhança dos m ais altos funcionários da corte persa,
7,14). O nome de Joâo sign ifica: O Senhor agracia. O menino ünicos admitidos à presença do rei. Gabriel é um dos anjos
é o primeiro sinal do advento do messias. superiores que podem penetrar junto à glória do Senhor (Tb
b. Trata-se da alegria m essiânica, notada ainda em 1,28.44.47; 12,15).
2 .10. o . O anuncio do nascimento de João é uma mensagem de
c . D o mesmo modo. E lia s se mantinha diante do Senhor como D eus sobre a salvação, uma boa nova. D ivergindo de M c. que
um servo ( I R s 17.1; 18,15). sempre emprega o substantivo Evangelho (cf. M c 1.1 nota). \ x
d . Pratica dos nazires (N m 6 3 -4 ). imposta igualmente a Sansão utiliza sempre, em seu prim eiro livro , o verbo correspondente
antes do seu nascimento (J z 13.4.7.14). E la anuncia o ascetismo (2.10; 3,18; 4.18.43).
de João Batista ( L c 7 3 3 ). p . O mutismo imposto a Zacarias é o castigo de sua incredu­
e. Várias personagens do A T são consagradas ao Senhor antes lidade, mas também o sinal que ele pedia para crer.
de seu nascimento: Sansão. Jerem ias, o Servo do Senhor (J z q . Poder-se-ia traduzir também: ficava espantado enquanto
13.5; 16.17; Jr 1,5; ls 49.1.5). Isso sign ifica que elas são predes­ ele demorava. Segundo a tradição judaica, o sumo sacerdote não
tinadas à sua missão (cf. G ! 1.15). A vinda do Espírito sobre prolongava a sua oração no santuário “ para não inquietar Israel".
João será contada cm 1.41-44. r . Lit. “quando se cumpriram os dias (de seu serviço)”, e x­
f. Joâo vai herdar a missão de conversão do seu antepassado pressão do A T que L c utiliza em 2,6.21.22 (cf. 9.51; A l 2,1;
L e v i, tal qual a descreve M l 2.6. 9,23).
g . João sera o precursor de Deus. anunciado em M l 3.1.24 (cf. s . Esta indicação quer dar a perceber que M aria só conheceria
L c 1.76 c 1 2 1 nota). a maternidade de Elisabete por revelação (v . 36).
h. Segundo Mt I I . 14 e 17.12-13, João Batista é Elias, espe­ t. Lit. para tirar o meu opróbrio. Sào as palavras de Raquel
rado no fim dos tempos (M l 3.23); M c 9.13 também o supõe. L c no nascimento de José (G n 30.23).
Anúncio do nascimento de Jesus11. “ No 3l£7.v que engravidarás e darás à luz um
sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado filh o , e lhe darás o nom e de Jesusf 32Ele
por Deus a uma cidade da Galiléia cha­ será grandere será cham ado filho do A l­
mada N azaré',1^ uma jovem ", prom eti­ tíssimo*. O Senhor Deus lhe dará o trono :sm 7.i6:
da em casam ento11a um homem chama- de D avid, seu pai; Mele reinará para sem- K 9-6
mi 1 , 1 * do Jose'. da famíliayde David; e essa jo ­ pre sobre a família de Jacób,e o seu reino i* 9.6
vem se chamava Maria. “ O anjo veio à não terá fim” . -y Maria disse ao anjo1: "Co­
presença dela e lhe disse: “Alegra-te1, ò mo se fará isso, visto que não tenho rela­
tu que tens o favor de Deus", o Senhor ções conjugais1? " 350 anjo lhe respondeu:
esta' contigob" . 29A estas palavras, ela fi­ "O Espírito Santo vira sobre tik mi 1.20
cou grandemente perturbada', e se per­ e o poder do Altíssimo
guntava o quc podia significar esta sau- te cobrirá com a sua som bra1;
i,i3 daçãod. “ O anjo lhe disse: “ Não tem as, e por isso aquele que vai nascer será
Maria, pois obtiveste graça junto a Deus. santome será chamado Filho dc DeusV^E

u . Esta narração, do mesmo gênero que a precedente, com a e. C o m o em 1.13. o anjo reproduz os oráculos de nascimento
qual eia apresenta um estrito paralelism o, situa-se na obscurida­ do A T . A q u i. o texto m ais próxim o é Is 7.14 (cf. Mt 1.23). O
de de Nazaré. A missão de Jesus é descrita primeiramente com o nome de Jesus não é explicado aqui com o cm Mt 1.21 <Deus
a do M essias tradicional, com os oráculos dc ls 7.14; 9.6 e 2Sm salva), mas Jesus sera dito Salvador em 2.11 (cf. 1.69.71.77;
7.14.16 (v v . 31-33). depois com o a do Fitho de Deus por exce­ 2 3 0 ; 3.6).
lência (v. 35; cf. Rm 1.4). A concepção virginal é o sinal desta f. À diferença de João Batista (1.15). Jesus é grande de ma­
filiação unica e misteriosa. A superioridade dc Jesus sobre João neira absoluta.
e' constantemente frisada pelo paralelo com a narração preceden­ g . E m contraste com 13 5 . o título de Filho (de D eus) é aqui
te. c . do mesmo modo. a fé refletida de M aria cm contraste com o epíteto clássico do rei filho de D avid (2Sm 7.14; S l 2,7; 89.27).
a incredulidade de Zacarias. O nome do Altíssimo, usual para D eus no helenismo e no A T
v . Nazaré, desconhecida do A T . é um lugarejo insignificante grego, só é empregado no N T por L c ( L c 1 35.76; 6 3 5 ; 8,28; At
(cf. Jo 1.46). L c a chama de cidade, como as outras aldeias de 7.48; 16.17) com M c 5.7 e H b 7.1.
Belém (2.4). Cafarnaum (4.31). Naim (7 .1 1). h . Esse m essianism o nacional s c r i ultrapassado em 2 3 2 .
h. A palavra grega parthenos pode designar qualquer moça I. C o m o Zacarias em 1.18. M aria faz uma pergunta. M as.
(cf. Mt 25,1-13) implicitamente considerada com o virgem . Que enquanto a pergunta de Za carias manifestava a sua incredulida­
Maria era virgem fica explicitado na continuação do texto (v. de (v. 20). a de M aria é acolhida pelo anjo com o inspirada por
3 4 ). tirando toda ambigüidade a respeito de seu casamento (cf. uma fé quc procura esclarecer-se (v v . 35-36; cf. v. 4 5 ). N a nar­
nota seguinte). rativa. esta pergunta serve para introduzir uma revelação mais
x . Muitas vezes se traduziu por noiva. N a realidade. M aria é completa do m istério de Jesus (v. 35).
legalmente casada com José (cf. o emprego do mesmo termo em j . L it . visto que eu nâo conheço homem. Neste contexto, co-
2 .5), mas eles não levam ainda vida cm comum (cf. 1 3 4 nota). nhecer tem o sentido bíb lico d c ter relações conjugais (G n
O costume judaico prevê, com efeito, um prazo de espera antes 4.1.17.25; 19,8; 2 4 .1 6 ...) M aria, q u e é ca sa d a com Jo s é .é a in d a
que o esposo introduza a sua esposa em casa (cf. Mt 25.1-13). virgem (v. 27). O anjo lhe anuncia que ela vai ser mãe (v. 31).
y . L it. casa. E la compreende que isso vai ocorrer imediatamente, com o em
z . Neste contexto, este imperativo nâo é a saudação banal do J z 13.5.8. E la objeta então que nào tem relações conjugais com
mundo grego. Fazendo talvez eco aos anúncios de salvação à José. e a sua pergunta introduz a revelação do anjo. Supõe-se. às
filha de Si5o ( S f 3,14; Zc 9.9) ele expressa a alegria da Boa vezes, que a pergunta d c M aria signifique: eu não quero conhe­
N ova (cf. 1.14 nota). cer homem; admile-se então nela a vontade de guardar a sua
a . L it .favorecida. Este termo se apresenta com o um nome virgindade; mas o presente do verbo indica um estado, não uma
dado a M aria. E le só se encontra na B íb lia em Sr 18.17 e em E f vontade.
1.6; o termo é aparentado com a palavra graça, quc é, no A T k . Pode-se notar o paralelism o e o contraste com 1.17 em que
grego, primeiro o favor do rei ( IS m 16.22; 2Sm 14,22; 16.4; João é investido do espirito e do poder de E lia s. C o m o no A T .
IR s 11,19; Est 2.17; 5.8; 7 3 ; 8 .5 ...). depois o amor do bem- o Espírito opera a obra criadora e vivificante de Deus (G n 12:
-amado (C t 8.10; Est 2.17; 5.8; 7 3 ; 8,5) (cf. v 3 0 ). S l 1 0 4 3 0 ) e também a investidura do M essias (ls 11.1-6).
b . Essas palavras aparecem muitas vezes nas narrações de I. Esta expressão assinala em E x 4 0 3 5 ; N m 9.18-22; 1 0 3 4 a
vocação (E x 3.12; J z 6.12; J r 1.8.19; 15.20; c f .G n 26,24; 28,15). presença eficaz de Deus junto a seu povo (cf. L c 9 3 4 ). T a l
Um certo número de testemunhas acrescenta aqui uma parte da linguagem bíblica é muito diferente da das teogonias pagas, to­
bênção do v. 42. talmente impregnada de erotismo.
c . O verbo é mais forte do que o empregado para Zacarias em m . Santo: este termo, que frisa o falo de Jesus pertencer e x­
1 .J2. pois a saudação do anjo deixa M aria entrever uma vocação clusivam ente a D eus. é uma das m ais antigas expressões da sua
singular. divindade (A t 3,14; 4,27-30; c f. L c 4 3 4 ).
d . l x não d iz que M aria foi tomada de temor, com o Zacarias n . Pode-se iraduzir também: aquele que vai nascer será cha­
em 1,12; mas ele a mostra entretida em refletir sobre a mensa­ mado santo. Filho de Deus. O título de Filfw de Deus 6 para
gem do anjo (cf. 1 3 4 e 2,19). E la procura peneirar o mistério L u ca s, com o para o A T . uma designação do M essias (cf. L c 4 3 4
dessa revelação inesperada. e 41; A t 9.20 e 22); mas I x também faz desse título a expressão
1.25
eis que Elisabete, tua parenta, está tam ­ “ porque ele pôs os olhos sobre a sua
1.38;
bém para dar à luz um filho em sua ve­ humilde serva. ISm l . l 1;
S l 31.8:
lhice e já está em seu sexto mês. ela que Sim, doravante todas as gerações me S r 11.12
era chamada estéril, -” pois nada éim possí­ proclamarão bem-aventurada, 1.45:
G n 30.13
vel a D euff". •'“Maria disse então: “Eu sou " p o rq u e o Todo-poderoso fez por mim 1.32:
D l 10.21:
a serva do Senhoi*. Aconteça-me segun­ grandes coisas: santo é o seu Nome. S l 71.19
do a tua palavra’ !” E o anjo a deixou. 59 A sua bondade se estende de geração ISm 2.2:
S l I I 1.9:
em geração sobre aqueles que o ls 57.15
S l 61.6.7:
V isita d e M a ria a E lisab ete'. wNaqueIe temem. 100,5
tem po, Maria partiu às pressas, rumo à 51 Ele interveio com toda a força do seu 103.17

região m ontanhosa', para uma cidade de braço1;


Judá. '“ Ela entrou na casa de Zacarias e dispersou os homens de pensamento S l 8 9 .1 1

saudou Elisabete. 4lO ra, quando Elisabe­ orgulhoso’’;


Sr 10.14;
te ouviu a saudação dc M aria, a criança “ precipitou os poderosos de seus tronos Jd 12.19
pulou em seu seio e Elisabete ficou reple­ e exaltou os humildes; ISm 2.8:
E z 21.31;
ta do Espírito Santo. '“ Ela deu um grande 53 os fam intos, ele os cobriu de bens S l 113.7
grito e disse: “Tu és bendita mais do que e os ricos, despediu-os de mãos vazias. ISm 2.5:
S l 107.9:
todas as mulheres; bendito é também o 54 Veio em socorro dc Israel, seu servo 34.11
ls 41.8 9
fruto do teu ventre! "C om o me é dado lem brado'de sua bondade, S l 98.3:
que venha a mim a mãe do meu Senhor1? 55 como dissera aos nossos pais 25.6

■“ Pois quando a tua saudação ressoou aos em favor de Abraão e da sua Mq 7.20:
S l 18,51
meus ouvidos, eis que a criança saltou de descendência, para sem pre."
alegria em meu seio. ‘“Bendita aquela que “ Maria permaneceu com Elisabete cer­
creu: o que lhe foi dito da parte do Se­ ca de três meses, voltando depois para a
ISm 2.1: nhor se c u m p rirá T ^ E n tã o Mariavdisse": sua casa".
S l 34.4; 6 9 ,3 1
ISm 2,1:
Minha alm a exalta o Senhor
Hab 3.18; 47 e meu espírito se encheu de júbilo por N ascim ento e circuncisão de Jo ã o Ba-
S l 9.15;
13.6; 31.8; causa de Deus, meu Salvador, tista b. 57Chegou para Elisabete o termo
35.9

por excelência da relação misteriosa que une Jesus a Deus: em w. O salm o seguinte, em forma tradicional de ação dc graças,
seu evangelho, ele nunca o põe nos lábios dos homens (como emprega, de ponta a ponta, a linguagem do A T . A lgun s pensam
fazem Mt 14.33; 16.16; 27,40.43.54: M c 1 5 3 9 ). mas somente que cie nasceu na liturgia cristã palestinense; L c lhe teria então
nos lábios do Pai (3,22; 9 3 5 ) . de um anjo (aqui), dos espíritos acrescentado o v. 48. pura colocá-lo nos lábios d c Maria (cf. vv.
diabólicos (4 3 -9 .41 ; 8.28) e de Jesus (10.22: cf. 20.13). N o tér­ 38.45). Seja com o for. cm seu lugar atual e sob a sua forma
mino da mensagem de G abriel. Filho de Deus enfatiza o lítulo atual, este hino canta a gratidão pessoal da mãe de Jesus (v v . 46-
filho do Altíssimo do v. 32 e ressalta a nova plenitude da filiação 50), depois a de lodo o povo de Deus (v v . 51*55), pelo cum pri­
divina de Jesus (cf. 22,70 nota). mento das promessas da A liança. D iversas hipóteses foram pro­
o. Lit. da parte de Deus. Rm G n 18.14, esta fmse comenta a postas quanto à distruibuição do texto em versos e estrofes.
concepção m ilagrosa de Isaac. x. Lit. Ele fe z força com seu braço (cf. S l 118.15-16). Trata­
p . Lit. Eis a ser\a (cf. Rt 3.9; IS m 25,41). Antes que de -se de uma intervenção do poder de Deus cm favor dos humildes,
humildade, trata-se aqui de fe' (v. 45) e de amor. pois ser o servo y . Lit. Os orgulhosos pelo pensamento dos seus corações.
de Deus é. na B íb lia. um tftulo de glória, z . O A T nota muitas vezes que D e u s í* lembra (G n 8.1; 9,15;
q . Lit. Que aconteça para mim segundo a tua palavra, E x 2 ,2 4 ...) para dizer que ele é fiel à sua promessa e a executa.
r. O encontro das duas mães é. na realidade, o encontro dos C f. L c 1.72.
dois filhos, a cuja missão elas servem. João Batista recebe o a. O s trés meses dc permanência de Maria sc estendem alé o
Espírito anunciado em 1.15; cie inaugura a sua m issão, estreme­ nascimento de João (cf. 13 6 ). e M aria pode ter estado presente
cendo diante do M essias secretamente presente em Maria. Sua a este acontecimento. M as L c indica aqui a sua partida para
màe Elisabete lhe serve com o que de intérprete (v . 43). Sobre o concluir a narração, da mesma maneira que contará paradoxal­
cântico de M aria. cf. v. 46 nola. mente a prisão de João antes do batismo de Jesus (3 J 0 ) : ele
s. Esse termo talvez designe um dos onze cantões da Judéia. destaca assim a distinção das cenas e separa o tempo dc João do
t. O tftulo de Senhor é um nome do M essias (cf. 2,11 nota), tempo dc Jesus (cf. 1.80. onde cie termina falando da juventude
u. Pode-se traduzir lambem: aquela que creu que haverd um de João. antes de voltar ao nascimento de Jcsus).
cumprimento daquilo que lhe fo i dito. Em contraste com Zacarias b. A narração que segue centra-se na revelação maravilhosa
(1 .20). Maria é a crente. do nome de Joâo. E le se prende, portanto, menos ao nascimento
v. Algum as testemunhas trazem: Elisabete. T a lv e z o texto ori­ do menino que à sua circuncisão. O acontecimento que se passa
ginal nâo mencionasse a mulher que pronuncia esse salmo. na alegria de uma vasta reunião tem larga publicidade.
da sua gestação e ela deu à luz um filho. “ Todos os que os souberam os guarda­
“ O s seus vizinhos e parentes souberam ram em seu coração”; eles diziam entre
que o Senhor a cumulara com a sua bon­ si: “Que vai scr este menino?" E, de fato.
dade e se alegravam com ela. a mão do Senhor estava com clcp.
5,O ra, no oitavo dia1', vieram para a cir­
cuncisão da criança e queriam pôr-lhed o Salm o profctico dc Z a c a ria s11. ^ Z ac a ­
nome do pai, Zacarias'.wEntão. a sua mãe rias. seu pai, ficou repleto do Espírito
tomou a palavra: "N ão. disse ela, ele se Santo c profetizou dizendo:
chamara' João1" . “ Eles lhe disseram: "Não “ "Bendito seja o Senhor'. Deus dc Israel*,
há ningue'm em tua parcntcla que tenha porque visitou1o seu povo e realizou a
esse nome". “ E faziam sinais* ao pai para sua libertação*.
saber como queriam que o chamassem1’. 49e nos suscitou’ uma força" dc salvação si ix.j
“ Ele pediu uma tabuazinha e escreveu na família dc David*, seu servo. si 1 .12.17
estas palavras1: "Joãoi é o seu nome"; e ™E o que ele anunciara pela boca dos
todos ficaram espantados11. MNo mesmo seus santos5, profetas de outrora':
instante, a sua boca e a sua língua sc 71 uma salvação que nos liberta dos si 106.10
desataram 1 e ele falava bendizendo a nossos inimigos
Deus. “ Então, o tem or" se apoderou de e da mão de todos os que nos odeiam .
todos os que habitavam nas redondezas; 72 Ele mostrou* a sua bondade para com m4 7.20
e na região montanhosa de toda a Judéia os nossos pais Ex 2.24:
se falava de todos esses acontecimentos0. c se lembroub da sua aliança santa. smomí :
_______________________________________ n u
c . Data legal da circuncisão, segundo G n 17.12; L v 1 2 3 <cf. E z 13 ; 3.14.22; 8 .1 ...). E la sign ifica, aqui. que João é o objeto
R 3.5). do favor divino. Segundo alguns, a última frase do v. pertence
d . No A T o nome 6 dado ao nascer (G n 4.1; 2 1 3 ; 25.25* às reflexões de pessoas que comentam o nascimento miraculoso
2 6 ...). Aqui aparece o costume do helenism o e do judaísm o do Batista.
mais rcccnte. q. Este salm o, análogo ao de Maria em i .46-55 e mais d ifícil
e. Raramente alribui-sc a unia criança o nome do seu pai. mais ainda de repartir em versos c cm esirofes, c uma ação de graças
vezes o nome do seu avô. Esse traço poderia sugerir a idade pela salvação m essiânica (v v . 68.78-79); ele pode provir da
avançada dc Zacarias. comunidade palestinense. L c o emprega em paralelism o com os
f. O s vv. 61-63 indicam que cia não soube desse nome por seu oráculos de Sim eão e de Ana soba* a missão de Jesus (2.29-
marido. O seu acordo com cie sobre esse nome aparece com o 32.34-35.38), indicando nele a missão de João (v v . 76-77).
inspirado. E um sinal. r . Esta palavra falta em algumas tcslcmunhus antigas,
g . Zacarias, portanto, ficou também surdo. s. Form ula tradicional de bênção no A T (G n 9.26; 14.20; 24.27;
h. No A T . o nome é dado à criança ora pela mãe (G n 2 9 3 2 - E x 18.10; IS m 2 5 3 2 ; IR s 1.48; 8 .1 5 ... C f. as conclusõs acres­
35; 30.6.24; 35.18; J z 13.24; IS m 1.20; 4.21: 2Sm 12.24...). ora centadas ao S l 41.14; 72.18; 8 9 3 2 ; 106.48) c no N T (2 C o r 1 3 ;
pelo pai (G n 16.15; 17.19; 35.18: E x 2 .2 2 ...). A qu i o pai con­ E f 1 3 ; IP d 1 3 ).
firma o nome enunciado pela mãe (v. 6 0 ) cm obediência ao anjo t. O A T fala muitas vezes da visita de Deus. para expressar as
do Senhor (1.13). Com pare, em relação a Jesus. 131 e 2 2 1 . intervenções de sua graça (G n 21.1; 50.24-25; E x 3.16; Jr 29,10;
I. L il. dizendo. S l 65.10; 80.15: 106.4) ou dc um castigo (E x 3 2 3 4 ; ls 10.12; E z
j . Zacarias obedece à ordem do anjo ( 1.13). e manifesta assim 23.21: 34.11-12; S l 59.6; 8 9 3 3 ). L c é o ünico evangelista a
a sua fé. empregar essa imagem (1.78: 7,16; 19.44; cf. A t 15.14).
k . O acordo inesperado entre Zacarias e Elisabete sobre o u. Term o tradicional no A T grego pant expressar a salvação
nome insólito da criança é percebido com o uma intervenção de do povo dc Deus (S l 111.9; 130.7-8; Is 63.4). L c o emprega
Deus. O espanto é a reação habitual diante dos m ilagres (8.25.56: várias vezes (2 3 8 : cf. 21.28; 24.21).
9.43; 1 l . l 4; At 3.10) e das outras manifestações divinas (24.12.41; v. E slc termo bíblico pode ter sklo interpretado com o uma
At 2.7). alusão à ressurreição de Jesus. C f . 7.14 nota.
I. Lit. a sua boca fo i aberta como também a sua língua. w. L it. um chifre de salvação. N o A T o chifre é o sím bolo da
m . C f . 1,12 nota. força (cf. IS m 2.10; S l 89.25; 132.17).
n. Lit. estas palavras. Nas línguas semfticas, o termo palavra x. Aqui aparece claramente o alcance m essiânico do salmo,
pode ser empregado para expressar um acontecimento portador de y . Este epíleto. raro entre os profetas, é reencontrado cm At
sentido (cf. 2.15.19.51; A l 5 3 2; 1037; cf. também At 10.22 nota). 3.21 e em 2Pd 3 Z
o . Na R ftlia . o coração é a sede de toda a vida intima do z. A ordem das palavras desta frase varia segundo as testemunhas.
homem: seu pensamento, sua memória, seus sentimentos, suas a . Em gr. esta frase é uma subordinada que se pode ligar, quer
decisões (cf. 2.1 9 .35 .5 1 ... c sobretudo 21.14). a ele visitou (v. 68 ), quer, dc preferência, a uma salvação (v . 71).
p. Ksta expressão de L c (cf. A l 11 2 1) sc inspira no A T . que E la exprim e tanto a finalidade da ação divin a (a fim de mostrar)
exprime assim a proteção dc Deus sobre os seus fiéis (S l 80.18; com o. mais provavelmente, o seu resultado (assim ele mostntu).
1 3 9 3 ) e a sua açào sobre os seus profetas ( I R s 18.46: 2 R s 3.15; b. C f. v. 54 nota.
00'7,7: ” do juramento que fizera a Abraão, Juventude de João Batista1. “ Quanto
22. 16:
si 105,s-io n o s so p ai: ao menino, ele crescia e o seu espírito se
Mn 7.20 c|e nos concederia, fortalecia1; e esteve nos desertosmaté o
Mti4.io: 74após ter-nos arrancado das mãos dos dia da sua manifestação a Israel.
Sl 97.10 ' . . .
nossos inimigos,
render-lhe sem temor o nosso culto o Nascimento e circuncisão de Jesus".
j»24.M «na piedade e na justiçac ‘Ora, naquele tempo, foi publicado
sob o seu olhar, ao longo dos nossos dias. um edito de Ce'sar Augusto", mandando
76E tu. menino, scras chamado profeta reccnsear o mundo inteirop. 2Essc primei­
do Altíssimo, ro recenseamento teve lugar na e'poca cm
pois caminharas à frente, sob o olhar que Quirino era governador da SíriaV'To-
do Senhor, para preparar os seus dos iam se fazer recensear, cada qual cm
caminhosd, sua própria cidader; 4José tambe'm subiu
77 para dar ao seu povo o conhecimento da cidadc de Nazaré', na Galilc'ia. à cidadc
da salv ação de David, que sc chama Bele'm\na Judeia,
por m eio do perdão dos p ecad o s'. porque era da família e da descendência
7,,E o efeito da bondade profunda do de David. 5para se fazer recensear com
nosso Deusr: Maria, sua esposa1.que eslava gnívida.
graças a ela nos visitou* o astro ‘Ora, enquanto la' estavam, chegou o U7
nasccnteh vindo do alto. dia cm quc ela devia dar à luz; 7ela deu
” Ele apareceu aos que sc acham nas à luz o seu filho primogênito".envolveu-
si im.io trevas c na sombra da morte1. o cm faixas e o deitou em uma manje­
a fim de gu ia r o s no sso s passos no doura, porque não havia lugar para eles’
is 59.k cam inho da paz1" . na sala dos hóspedes".

c. A piedade é aqui u santidade: a justiça é a rciidão. a fidelidade. seu nascimento. A o contrário de Joào. que nasce no conforto de
d . L c reproduz aqui as referências proféticas que apresentou uma casa sacerdotal, rodeado por um largo círcu lo de parentes
em 1.17. e de am igos. Jesus nasce entre as incertezas dc uma viagem , em
e. C f. o papel de João em 3 3 . um abrigo m iserável, e so tem pastores pura o acolher. Mas os
f. L il. pelas entranhas de bondade de nosso Deus. A imagem anjos proclamam o mistério do Salvador. C risto Senhor, a glória
é clássica no A T (Is 54.7; 63.7.15; Jr 31.20; Z c 1.16; S l 79.8; quc ele dá a Deus e a paz que traz aos homens.
I I 9 J 7 : 145.9). mas o A T grego nunca a aplica ;t Deus. 0 . Imperador dc 29 a.C . a 14 d .C .
g . U m numero importante de manuscritos antigos ira*: visita­ p . L it . a terra habitada. Mas A ugusto sd pode recensear o
rá. 0 sentido passado é recomendado pelo paralelism o com o v. Im pério Rom ano. Sabe-se por diversos documentos que ele
68 e pelos prelérilos passados dos vv. 68-69. mandou recensear várias províncias do império.
h. Este icrm o sign ifica, ao mesmo tempo, o despontar de um q . Publius Sulpiciu s Quirinius é conhecido na história como o
astro, e o brotar de uma planta: o A T o emprega para anunciar governador da S íria que efetuou o recenseamento da Palestina
o descendente de D avid (Jr 23.5; Z c 3.8: 6.12) e usa o verbo no ano 6 d .C .. dez anos após a morte de Herodes M agno (que
correspondente para exprim ir o despontar do astro messiânico sc deve ter seguido ao nascimento de Jesus segundo Mt 2.19; cf.
(N m 24.17; cf. M l 3,20). O salmo deve visar a estes dois sen­ I jc 1 3 ). E le estava encarregado da política romana no oriente
tidos. mas sobretudo ao segundo, muito popular então no judaís­ próxim o desde 12 a.C . Te ria ele com eçado as operações do re-
mo (cf. Mt 22). censeamcm o da Palestina antes da morte dc Herodes M agno?
i. C f. o emprego desses termo* no anúncio m essiânico de Is 9.1. Te ria L c antecipado o recenseamento ultcrior? O s dados atuais
j. Na B ftlia . a paz 6 plenitude de vida: ela é o dom m essiânico não permitem julgar.
por excelência (Is 9 3 -6 ; Mq 5.4). L c insiste neste lema: 2.14.29; r . A lg u n s documentos atestam que a administração romana
7 3 0 ; 8.48: 1 0 3 -6 ; 11.21; 1 2 31 : 1 432; 1938.42; 2 4 3 6 . usou este modo de proceder para o recenseamento do Egito.
k . Esta noticia retoma os termos das narrativas da infância de s. N o A T . a cidade de Davidé sempre Jerusalém (2 Sm 5.7.9; 6.
Isaac e de Ismael (G n 21.8.20). de Sansão (J z 1 3 3 4 -2 5 ). dc 10.12: is 22.9). A atribuição desse título a Belém, próprio de L c .
Samuel ( IS m 2 2 1 .2 6 ; 3.19). parece dever-se ã interpretação de Mq 5,1 (cf. Mt 2.6; IS m 16.1)
I. L it. e se fo rtifica w em espirito. A lg u n s compreenderam: 1. O termo grego é o mesmo que em 12 1 (cf. nota).
sob a ação do Espirito (cf. J z 1 3 35 ); mas com o esta ultima u . Este epíteto visa sem duvida preparar a aplicação a Jesus da
palavra nâo tem artigo, ela deve designar o espírito do menino, lei de E x 13,2.12.15 (cf. L c 2 2 3 ). I x pensa talvez no título
nào o espírito de Deus. cristológico de Rm 8,29; C l 1.15.18: H b 1.6; A p 1 3.
m . Este traço já prefigura a atividade ultcrior dc João (3.2.4: v . V ários manuscritos antigos não têm estas duas palavras.
7.24). A lgu n s trazem fuira ele ou para ela.
n. A cena corresponde à de 137*66 referente a João Batista. w. Esta palavra foi muitas vezes traduzida porhaspedaría. mas L c
Ela «nsiste menos na circuncisão e no nome da criança, m ais no emprega para esta um outro termo (1 0 3 4 ). O que ele emprega
“Havia na mesma região pastores",que jamos o que aconteceu', o que o Senhor
viviam nos campos e montavam guarda nos deu a conhecer”. “Eles foram para
durante a noite junto a seu rebanho. 9Um lá apressadamente e encontraram Maria,
anjo do Senhor se apresentou diante de­ José e o recém-nascido, deitado na man­
les, a glória do Senhor11os envolveu de jedoura. l7Depois dc ter visto, deram a
luz e eles ficaram tomados de grande conhecer o que lhes tinha sido dito a
i.65 temor. 10O anjo lhes disse: “Não tenhais respeito deste menino. 18E todos os que
medo, pois eis que eu venho anunciar- os ouviram ficaram espantados' com o 1.63
-vos uma boa nova, que sera' uma grande que lhes diziam os pastores. l9Quanto a
alegria para todo o povo: "Nasceu-vos Maria, ela retinha todos esses aconte­
hoje, na cidade de David, um Salvador1, cimentos*, procurando-lhes o sentido11.
que c o Cristo Senhor*; 12e eis o sinal que “ Depois, os pastores voltaram, cantando
vos é dado: achareis um recém-nascido a glória e os louvores de Deus’ por tudo
envolto cm faixas e deitado numa man­ o que tinham ouvido e visto, segundo o
jedoura". ,3De repente, apareceu uma que lhes fora anunciado. 2lOito dias mais Gn l7’l2:
. , Lv 12.3
ir s 22.19: multidão da milícia celeste que cantava tarde, quando chegou o momento da cir- 1J9
sl ,4KJ os louvores dc Deus e dizia: cuncisão do menino*, chamaram-no com i.63
14"Glória a Deus no mais alto dos céusb o nome dc Jesus, como o anjo o chamara 1.31
e sobre a terra pazc para os seus antes de sua concepçãok.
bem-amados‘1".
l5Ora. quando os anjos os deixaram, Apresentação de Jesus ao Templo.
indo para o céu, os pastores disseram Profecias de Simeão e de Ana1. “ De­
entre si: “Vamos, pois, até Belém e ve­ pois. quando veio o dia em que. segundo

aqui designa em 22.11 a sala da liltima ceia. N o presente con­ d. L it. pam os homens (objetos) da (sua) benevolência. Um
texto. trata-se ou da sala de um caravançarui (este comportava bom ntímero de mss. antigos tem: sobre a tem i. paz, para os
normalmente uma estrebaria) ou da sala-de-estar de uma habita­ homens, benevolência; mas é mais normal d iv id ir este cântico
ção (cf. Mt 2 .1 1). A tradição da gruta aparece no séc. II (Justino). em dois termos (céu e tem i), sem opor a terra aos homens. A
x. O s pastores eram. nesse tempo, m alvistos em Israel, porque fórmula os homens que são objeto da benevolência divina en­
viviam à margem da comunidade praticante. Sào gente humilde, contra-se também nos textos dc Qumran. nos quais designa os
sào pobres. privilegiados dc Deus. O sentido que pretende dar a estas
y. A glória do Senhor designa comumente na B íb lia a mani­ palavras nâo é claro; ou pensa no povo eleito com o no v. 10, ou
festação visível do mistério divino (cf. Rm 3.23 nota). L c a sua perspectiva é universalista e são todos os homens objeto da
atribui a Jesus na sua volta no fim dos tempos (9.26; 21.27), benevolência, como em 3,6.
também já na Páscoa (24.26) c até na Transfiguração (9 3 2 ). e. Lit. vejamos essa palavra que aconteceu (cf. 1,65 nota).
z. O A T grego reserva, o mais das vezes, o título de Salvador f. A lgun s traduzem: maravilhados.
a Deus (D t 32.15; IS m 10.19; S l 24.5; 27.1.9; 62.2.7; 65.6; 79.9; g. A lgun s traduzem: "estas palavras". É preferível guardar o
9 5 .1 ... C f . L c 1.47; IT m 1.1 nota); e o dá às vezes aos juizes dc paralelismo com L c 1,65 (cf. 2,51). Em G n 3 7 .1 1 e D n 7,28,
Ismel (Jz 3,9.15; 1 2 3; Ne 9,27). O s evangelistas só o düo a uma fórmula análoga indica que o depositário da revelação guarda
Jesus aqui e em Jo 4,42 (mas eles dizem que Jesus salva os esta revelação para o futuro. A qui l £ quer destacar a reflexão de
doentes: M c 3,4; 5J23.28.34; 6.56; 1032; 1531 e par.). N o resto Maria sobre os fatos, cujo sentido só será manifestado na reve­
do N T . Jesus é chamado de Salvador em At 5 3 1 ; 13.23; E f lação pascal.
5.23; Fl 3 2 0 ; 2 Tm 1.10; T t 1.4; 2.13; 3.6; 2Pd l . l . I I ; 2.20; h. L it. interpretando-os no seu coração. O verbo traduzido
3,18; U o 4.14. Este título parece ter sido usado sobretudo nas por procurar o sen (ido é termo técnico para a interpretação de
comunidades do mundo grego. oráculos, no grego helcnístico. Para coração, cf. 1.66 nota.
a. A lguns mss. antigos têm: O Senhor Cristo ou o Cristo do i. L c nota muitas vezes, após as manifestações divinas e. so­
Senhor. Esta última fórmula é usual no A T e no judaísm o e bretudo. após os m ilagres, que os assistentes dão glória a Deus
torna a encontrar-se em L c 2.26. Mas o Cristo Senhor já se acha (5.25.26: 7,16; 13.13: 17,15.18; 18.43; A t 4.21) e lhe dirigem o
no grego dc L m 4.20 e em Sl de Salomão 1 7 3 6 . e Paulo men­ seu /ouvor(18.43; 1 9 37 ; At 3.8.9).
ciona muitas vezes o Senhor Jesus Cristo e nosso Senhor Jesus j . Lit. quando foram cumpridos oito dias para o circuncidar.
Cristo. C o m este título, que lhe é próprio nos evangelhos. L c k. Lit. antes que ele seja concebido no seio.
indica que Jesus é o M essias c sugere o caráter divin o de seu I. O s oráculos de Simeão sobre Jesus correspondem ao de
senhorio régio (cf. At 2 3 6 ). Zacarias sobre o seu filho ( 1,67-79), mas eles estão engastados
b. O s anjos dão glória a Deus (S l 148,1) por ocasião da sal­ em uma narração que mostra a fidelidade dos pais de Jesus à lei.
vação que ele concede em Jcsus. Ültim o profeta do A T com Zacarias. Sim eão saüda o advento do
c. O nascimento d c Jesus é o penhor da paz m essiânica (Is 9.5- Salvador e desvenda aos seus pais alguns traços novos da sua
6; 52.7; 57,19; M q 5.4; cf. E f 2.14-17); cf. L c 7.79 nota. missão.
a lei de Moise's, deviam ser purificados", 31que preparaste em face de todos os is 52.10
eles o conduziram a Jerusalém para povos:
apresenta'-lo ao Senhor"23 — como esta' 32luz para a revelação aos pagãos11 |s A2-6-
escrito na lei do Senhor: Todo menino e glória de Israel, teu povo". is 45.25:
primogênito será consagrado ao Senhor* H0 pai e a mãe do menino estavam 4613
— ue para oferecer em sacrifício, segun­ admirados’ do quc se dizia dele. -“Simeão
do o que esta' dito na lei do Senhor, um os abençoou e disse a Maria, sua mãe':
par de rolas ou dois pombinhos*. "Ele esta' aí para a queda e o soergui-
“ Ora, havia em Jerusalém um homem mento dc muitos cm Isracl*e para ser um
chamado Simeão. Este homem era justo sinal contestado11J5— a ti mesma, uma
e piedoso; esperava a consolação de espada te transpassará a alma' —; assim
Israelqe o Espírito Santo estava sobre eler. serão reveladas as contradições dc mui­
“ Fora-lhc revelado pelo Espírito Santo tos corações*1".
que não veria a morte sem ter visto o ^Havia tambem uma profetisa, Ana,
Cristo do Senhor*. 27Ele veio então ao filha de Fanuel. da tribo de Aser. Ela cra
Templo, impelido pelo Espírito: e quan­ mujto avançada em idade: depois de ter
do os pais1do menino Jesus o conduzi- vivido sete anos com o seu marido'.-''fi­
2.22 ram para fazer o que a lei prescrevia a cara viuva e tinha atingido a idade de
seu respeito, “ ele o tomou nos braços e oitenta e quatro anos. Ela não se afasta­
bendisse a Deus nestes termos”: va do Templo', participando do culto,
29"Agora despedes o teu servo. Sobera­ noite e dia*,com jejuns e orações. -wChe-
no, cm paz, conforme tua palavra', gando no mesmo momento, ela se pôs a
is 4o.5 30Pois os meus olhos viram a tua salvação" celebrar a Deus e a falar do menino a

m . L il. quando foram cumpridos os dias da purificação deles. v. Sim eão constata que a promessa de Deus está cum prida (v.
A lguns mss. antigos têm: a purificação dele ou dela. N a reali­ 26) e acolhe a morte com alegria. *\Soberano = déspota.\
dade. u lei dc L v 12.1-8 sd concerne à mãe (d a í a segunda w . C f . L c 1.69.71.77; 3.6.
variante). x. A salvação dos pagãos é anunciada aqui pela primeira vez
n . Essa apresentação do menino no Tem plo não é requerida na obra dc Lucas. E la sd será claramente proclamada a partir da
pela lei. Relatando-a. L c quer indicar o zelo com que os pais de revelação pascal ( L c 24.47).
Jesus cumprem .1 tarefa que Deus lhes confiou. (E le não relata y . O u maravilhados. I x esta empenhado em mostrar que apòs
a apresentação de João Batista no Tem plo.) as revelações iniciais de 1.31-35 e 2.11.14 os pais de Jesus ainda
o. L it. Todo macho abrindo o seio será chamado santo para não penetraram todo o seu mistério.
o Senhor. Esta lei (E x 1 32.12.15) comporta o resgate do primo­ z . O oráculo é reservado a M aria, quer porque Jo sé terá desa­
gênito (E x 13.13; 3 4 2 0 ) quc se realizava pelo pagamento da parecido antes de sua realização, quer porque L c conhece a tra­
soma de cinco sicios durante o mês que se seguia ao nascimento dição de Jo 19 25 .
(N m 18.15-16). L c nada d iz deste resgate de Jesus, mas o seu a . C f . Is 8.14 e 28.16; L c 20.17.18.
texto conserva um eco disto no v. 39. b . Jesus é um sinal. E tc não se impõe. mas deve ser acolhido
p . É a oferenda dos pobres para a purificação da mãe (L v livremente na fé. N a realidade, uma parte importante de Israel o
12,8 ). recusará (A t 28.26-28).
q . Desde ls 40.1; 51.12; 6 1 2 . essas palavras designam a sal­ c . Aqui com o cm 1.46 e muitos outros textos, a alma represen­
vação de Israei. ta a pessoa. — Inserida com o parêntese, esta ameaça obscura,
r . Segundo a linguagem do A T (N m 11.17.25.29; 2 R s 2.15; Is cuja formulação se inspira sem duvida em E z 14.17, deve ser
11.12; 42.1; 61.1; E z 11 3 ). esta expressão sig n ifica que Sim eão compreendida segundo o seu contexto; Israel vai se d iv id ir dian­
é profeta. te dc Jesus; e M aria sera dilacerada por esse drama. Outros
s . Títu lo m essiânico tradicional no A T grego ( IS m 24.7.11; vêem aqui um anuncio da paixão (cf. Jo 1925).
26.9.11.16.23; 2Sm 1.14.16...). à diferença de Cristo Senhor d . Jesus denunciara muitas vezes a incredulidade profunda de
(cf. 2 ,1 1 nota). seus ouvintes mais devotos, os seus raciocínios (5 2 2 ; 6.8; 9.47;
t. L c . que salientou fortemente a concepção v irgin al de Jesus, 2 4 3 8 ). A sua missão terá com o resultado manifestar os segre­
não hesita em faiar dos seus pais (cf. vv. 4 1.43) e mesm o do seu dos dos corações (M c 7.6-8; L c 16.15; A t 1.24; 15.8).
Itai (vv. 33.48). O s copistas substituíram muitas vezes esses e. L it. tendo vivido com um marido sete anos a partir de sua
termos por Maria e José, para indicar que Jesus não tem senão virgindade.
um pai. que está no ceu. f. É o ideal do perfeito israelita (S l 23,6; 26.8; 27,4; 84.5.11).
u. 0 oráculo dos vv. 29-32 corresponde ao salm o dc Zacarias g . C f . A t 26.7. L c gosta de acentuar a constância no serviço
sobre João em L c 1.67-79; mas. em vez de se inspirar nos sal­ e na oração (cf. i x 18,7; A t 2 0 3 1 ) e a atribui aqui a A na.
mos. ele tira os seus termos da segunda parte do livro de Isaías. contrariamente ao costume judaico conforme o qual as mulheres
E le proclama a salvação concedida em Jesus. não deviam ser admitidas à noite no recinto do Tem plo.
todos os que esperavam a libertação11dc meio aos mestres, ouvindo-os e interro­
Jcrusa!c'm'. gando-os11. 4,Todos os que o ouviam se

wQuando cumpriram tudo o que pres­ extasiavam com a inteligência das suas
crevia a lei do Senhor, eles voltaram para respostas*1. “ Vendo-o. eles ficaram toma­
a Galiléia, para a cidade de Nazaré. dos de grande surpresa e a sua mãe lhe
disse: "Meu filho, por que agiste assim
Juventude dc Jesusj. "Quanto ao menino, conosco? Vê. o teu pai e eu, nós te procu­
ele crescia e se fortalecia, cheio de sabe­ ramos cheios de angústia". 49Ele lhes dis­
doria11. e o favor de Deus estava com ele1. se: “Por que mc procurávcis? Não sabíeis
que eu devo estar junto do meu PairT
Primeiras palavras de Jesus no tem­ '“Mas eles não compreenderam o que lhes
plo"1. 4lOs seus pais iam cada ano a Je­ dizia". 5lDepois ele desceu com eles para
rusalém para a festa da Páscoa".'“Quan­ Nazaré; era-lhes submisso: e a sua mãe
do ele fez doze anos°. tendo eles subido guardava todos esses acontecimentos em 2.19
d i 16.6 para Ia' segundo o costume da festa, 43e seu coração1.52 Jesus progredia em sabe­
quando no fim dos dias de festa eles doria e em estatura, e em graça diante dc
voltaram, o menino Jesus ficou em Jeru­ Deus e dos homcns“.
salém sem que os seus pais se aperce­
bessem. "Pensando que ele estivesse com o Vocação profética de João Batista
os companheiros dc viagem, fizeram uma (Mt 3,1-6; Mc 1,1-6). 'No décimo
jornada de caminho antes de o procurar quinto ano do governo de Tibério César',
entre parentes e conhecidos. 45Não o ten­ sendo Pôncio Pilatos governador da
do encontrado, voltaram a Jerusalém à Judéia". Herodes, tetrarca da Galiléia',
sua procura. “ Foi no fim de três dias que Filipe, seu irmão, tetrarca da região da
o encontraram no Templo, sentado em Ituréia e da Traconrtide^.e Lisânias. te-
h. L il. o resgate. Este lermo c precisamente o da lei do resgate fonne ao emprego dos termos, e convem menos à situação (a
dos primogênitos (E x 13.13-15: 34.20: Nm 18.15-16). L c nào missào de Jcsus ainda não começou).
faz aqui nenhum paralelo com o resgate de Jesus que acaba de s . O m istério da filiação de Jesus ultrapassa toda inteligência
se realizar (v . 23). mas ele pode inspirar-se numa tradição humana, mesmo a mais aberta ã palavra de Deus. A s cenas
palestinense que o fazia: pam ele. essa palavra indica a salvação precedentes salientam, no entanto, que Maria e Jose' perceberam
do povo de Deus (cf. 1.68 nota). algum a co isa deste mistério,
i. A lguns mss. am igos têm: em Jerusalem ou Je Israel. De t. C f. 1.66 nota; 2.19 nota.
qualquer maneira trata-se da salvação do povo de Deus. u. Esta conclusão repete os temas de 2.40 e parece se inspirar em
j . A breve nota do v. 40 e' estritamente paralela à dc 1.80 sobre IS m 2 2 6 (Samuel fica diante dc Deus como o faz Jesus em 2.43).
Joào Batista. E la faz sobressair melhor o mistério peculiar de v . L c dá in icio à missào de João. e ao mesmo tempo u de
Jcsus. Jesus, situando-as na história do mundo pagão c na do povo dc
k . A SabeJoria, no sentido forte que a Escritura lhe dá. c em Deus (cf. já 1.5: 2.1-2). Ele conta provavelmente o 15" ano Je
L c o bem próprio de Jesus (2.52; 1131: 21.15). Tiberio, à maneira siria .d e l" d e outubro de 27 a 30 dc setembro
1. Sobre Joâo estava a mào do Senhor (1 .66). com o sobre os de 28. Outros fazem começar esta missào em 19 de agosto de
profetas. Sobre Jesus esta' o Javor por excelência C f. 1.28 nola. 28. outros em Io de janeiro de 28. Fo i a partir deste texto, e
m . ü episódio dos vv. 41-52. sem paralelo na história dc Joào deduzindo do v. 23 que Jcsus linha entao 29 anos completos,
Batista, parece destinado a apresentar antes da pregação do pre­ que D io n ísio . o Pequeno, no século V I fixou o com eço da nossa
cursor as primeiras palavras de Jesus: logo que atinge a cons­ era cristã. Este calculo parece estar encunado de vários anos.
ciência de homem, ele sabe que e' o filh o . w. Pilatos foi governador da JuJeia (no sentido estrito, cf. 1.5
n. A lei prescreve três peregrinações por ano (E x 23.14-17; nota) do ano 26 ao ano 36; ele era mais precisamente prefeito,
34,22-23: Dt 16.16). I.c se inspira aqui. talvez, em IS m 13.7 segundo a sua inscrição, descoberta em 1961
(cf. v. 52 nota), Hertnies Antipas (cf. 9.7-9. 1331-32: 23.7-12) governou a
o . M ais ou menos a idade da maturidade religiosa no judaísmo, G a lilé ia e a Peréia do ano 4 a.C. ao ano 39 d .C E le era chamado
p . Ox mestres Ja lei ensinavam nos átrios do Tem p lo , como tetrarca (9,7: A t 13.1). para distii-gui-lo de seu p a i. o m Herodes
Jcsu s o fará mais tarde. O ensinamento deles tomava muitas M agno (1.5).
vezes a forma de dialogo, y . Filipe governou vários distritos a nordeste do lago de
q . I.it. com sua inteligência c com suas respostas. Tiberíades. de 4 a.C. a 34 d.C . L c . que nào menciona aqui os
r. A primeir.» palavra de Jesus no evangelho de L c . bem como seus dom ínios na (iaulanílide. na Batanéia e na Auranítide. parece
a última (23,46 c f. 24.49). é para mencionar o seu Pai. Tradu­ só ter querido mencionar as suas possessões pagãs; ele salienta
ziram muitas vezes essas palavras: "Que cu Jevia estar ocupado assim que o anuncio da salvação conocme tanto aos pagãos como
com os negifcios Je meu Pai": mas essa intdução é menos con- aos judeus.
irarca de Abilene‘, 2sob os sumos sacer­ digo, destas pedras aqui Deus pode sus­
dotes Ana's e Caifás*. a palavra de Deus citar filhos para Abraão. vO machado já
foi dirigida a Joãob,filho de Zacarias, no está pronto para cortar" a raiz das árvo­
deserto. 'Ele percorreu toda a região do res; toda árvore, portanto, quc não der
Jordãoc. proclam ando0 um batism o de bom fruto será cortada e lançada ao
conversão', com vistas ao perdão dos fogo".
pecados1, 4como esta' escrito no livro dos
oráculos do profeta Isaías': Os frulos da conversão. "’As multidões
Uma voz clama1'no deserto: perguntavam a Joâop: "Que devemos fa­
Preparai o caminho do Senhor, zer?" "Ele lhes respondia: “Se algue'm
endireitai suas veredas. tiver duas túnicas, reparta com aquele que e z ix .7:
5 Toda ravina será aterrada, não tem; se alguém tiver o quc comer.
toda montanha e colina serão faça o mesmo”. ,2Tambem vieram cole- Rm !2.«:
rebaixadas1; tores de impostos’ fazer-se batizar e lhe D 4-2*
as imssagens tortuosas serão retificadas,
disseram: "Mestre, que devemos nós fa­
os caminhos ásperos serão aplainados; zer?" ‘-'Ele lhes disse: "Não exijais nada
6 e todos1verão a salvação de Deus*. ale'm do quc vos foi fixado". MMilitares
lhe perguntavam: "E nós, que devemos
A m eaça de ju lg a m e n to (Mt 3,7-10). fazer?" Ele lhes disse: ‘‘Não façais vio­
’João dizia então às multidões que se lência, ncm mal a ningue'm. e contentai-
vinham fazer batizar por ele1: "Crias dc -vos com o vosso soldo".
víboras, quem vos mostrou como fugir
da cólera quc vem1”? "Produzi, pois, fru­ Anúncio daquele quc vem (Mt 3,11-12;
tos que testem unhem vossa conversão"; Mc 1,7-H). lsO povo estava na expectati­
e não comeceis a dizer a vós mesmos: va c todos se perguntavam em seu cora­
‘Tem os por pai A braão-. Pois eu vos ção a respeito de João: não seria ele o
z . Esse príncipe obscuro é. sem duvida. mencionado aqui. h. L it. voz daquele que Rritu.
porque na época de L c o seu território dependia do rei judeu. i. Para isaías. esta imagem sig n ifica, sem duvida, que Deus vai
Herodes A gripa II. e porque o seu dom ínio em pagão. rebaixar as grandezas terrestres (ls 2,2-14; S l 68.16-17). I x deve
a. L it. sob o sumo sacerdote Anás e Caifás. O sumo sacerdote dar-lhe o mesmo sentido (cf. 1 3 2 ; 14,11; 18.14).
é mencionado no fim . em antítese com o C ésar pagào. como j . L il. toda cum e. expressão hebraica para dizer toda criatura
chefe do povo de Deus. Então, sd havia um sumo sacerdote. (G n 6 ,1 2 ...).
Caifós. cm função dc 18 a 36 d .C . O seu sogro Anás (Jo 18.13). k . L c cita este versículo segundo o A T grego que ele abrevia.
antigo sumo sacerdote, exercia toDavidu considerável influência Estendendo até aqui a citação de isaías. contrariamente a Mt e
ainda, o que explica a sua mençào ao lado dc C a ifá s (cf. Jo M c, L c quer indicar que Jesus vai trazer a salvação a todos os
18,13-24: At 4,6). homens. E le tornara a este tema no fim do livro dos Atos (28,28).
b. L il. esteve sobre Joào. A vocação dc João d formulada nos I. A s ameaças dos vv. 7-9 se dirigem , em L c . a todos os
termos de Jr l.t (g r.), para salientar o seu caráter profético. ouvintes de Joào (em Mt. aos fariseus e saduceus). Todos são
c . Enquanto, segundo Mt e M c. João prega no deserto (cf. 3.1 pecadores, todos têm de se converter perante o ju ízo que vem.
nota), segundo L c . João deixa o deserto para pregar nu região do m . C f. Mt 3.7 nota.
Jordào. bastante populosa então por causa das construções de n. C f . Mt 3.8 nota. L c fala de frutos no plural, o que sugere
Herodes M agno, e de Arquelau. Para Ix .e s s a região constitui o os atos concretos que ele vai indicar nos vv. 10-14.
dom ínio próprio de João. como a G a lilé ia e a Judéia são o do­ o. L il. posto contra.
m ínio de Jesus (cf. a divisão dos mesmos territórios entre 1jó e p . O s vv. 10-14 são um seção própria a L c . Diante da ameaça
Abraão em G n 13.10-13). do ju ízo , as multidões c aqueles que são considerados pecadores
d . Este termo, que designa uma proclamação publica, à ma­ manifestam a sua conversão, perguntando: “Quefazer?" (cf. At
neira de um arauto (cf. Mt 3.1 nota), pertence à linguagem 2 3 7 ; 1 6 30 ; 22.10). Joào lhes propõe uma conduta de fraterni­
m issionária do cristianism o prim itivo ( I T s 2 ,9 ...). \ x a aplica à dade e de justiça, sem mesmo e x ig ir dos coletores de impostos
proclamação inicial dc Jesus (4 ,1 8 -19 ). à sua pregação habitual e militares que renunciem à sua profissão, quc era então malvista.
(4.44: 8.1 ).à dos apóstolos (9.2; 12.3; 24.47; At 10.42), de Paulo q. Traduz-se muitas vezes: publicunos. mas este nome designa
(A t 9,20: 19,13; 20,25; 28.31) e dos outros missionários ( I x os personagens importantes quc centralizavam a co lcia do im ­
8.39; At 8 Ji). posto. N o evangelho trata-se de seus longínquos subalternos ju ­
e. C f. M l 3,2 noia. deus. Estes eram malvistos entrc eles por causa da sua colabo­
f. C f. M c 1.4 nota. ração com o ocupante pagão e das exações de bom numero
g. Is 4 0 3 -5 . Sobre a maneira com o os sinóticos reproduzem o dentre eles. A opinião publica os classificara entre os pecadores
primeiro versículo, cf. Mt 3 3 nota. (5 3 0 ; 7 3 4 : 15.1-2: 19.7).
M essiasr? 16João respondeu a todos': “Eu Herodíades, a mulher de seu irmãoy,e de
vos batizo com água; mas vem aquele todos os crimes que com etera, “ acres­
que é mais forte do que eu ',e eu não sou centou ainda isto a todo o resto; prendeu
digno de desatar-lhe a correia das sandá­ João no cárcere1.
lias". Ele vos batizará no Espírito Santo*
c no fogo"; 17ele tem na mão a pá, a fim Batismo de Jesus (M t 3,13-17; M c I,
de jocirar a sua eira e recolher o trigo em 9-11). 2lO ra \a o ser batizado todo o povob,
seu celeiro; mas o refugo, ele o queim a­ Jesus, batizado tambem ele, rezavac; então
rá no fogo que não se extingue*”. 18As- o ceu se abriu; n o Espírito Santo desceu
sim, com muitas outras exortações ain­ sobre ele sob uma aparência corporal, co­
da, ele anunciava ao povo a boa nova. mo uma pombad,e uma voz veio do ceu:
“Tu cs o m eu Filho, cu. hoje, te gere?”.
Fim do ministério de João Batista (M t
I4 J -4 ; M c 6,17-18). 19Mas Herodes, o Genealogia de Jesus (M t 1,1-16). 23Je-
tetrarca, que ele censurava a respeito de susf,ao iniciar seu ministério, tinha cerca

r. O grego khristós. literalmente: aquele que recebeu a unção o profeta sobre quem repousa o Espírito (cf. 4.18). o Filho de
(de Deus), corresponde ao hebraico mashiah . A qu i se traduz por Deus. o M essias anunciado pelo A T .
o Messias, porque este título é pronunciado por judeus que lhe b. Pode-se compreender ou: enquanto todo o povo em batiza­
dão um sentido nacional e político (do mesmo modo em 22.67: do. ou antes: depois que todo o povo foi batizado. L c parece
23.2.35.39 e 20.41). Traduz-se a mesma palavra por Cristo nos querer salientar que o batismo de Jesus completa o de todo o
povo de Deus; ele nota também, mais nitidamente que Mt e M c.
lextos cm que aparece a sua novidade cristã (2 .1 1.26; 4 .4 1 :9 .2 0 ;
24.26.46). que esse batismo de agua nào é mais que a ocasião da revelação
O s discípulos de João continuarão por muito tempo se per­ que o segue.
guntando se o Mestre deles nào é o M essias (cf. A l I3J25; Jo c . L c mencionara muitas vezes a oração de Jesus (5.16; 6.12;
I,19-20; 3.28). 9.18.28-29; 10.21; 1 1 ,1:22 3 2 .4 0-4 6 ; 23 3 4 .4 6 ). Esta oração é o
s. Este versículo e o seguinie sâo parecidos com Mt 3.11*12 lugar do seu encontro com o Pai (10.21; 22.42; 2 3 34 .4 6 ).
e M c 1.7-8 (cf. as notas), d. C f. Mt 3,16 nota. L c esclarece quc a pomba nào passa de
t. L c voltara* ao título m essiânico do Fone ( I I 22\ cf. Is 9.5; uma aparência sob a qual o Espírito se tomou visível.
I I ,2). e. Numerosos mss. têm aqui a mesma fórmula que em Mc:
u. Gesto de escravo que um judeu de então não podia ex ig ir uprouve-me escolher-te. Mas o texto aqui traduzido é atestado
dc um servo judeu, pertencente lambém ele ao povo eleilo (cf. em antiquíssim os documentos e corresponde particularmente ao
Jo 8 3 3 ). pensamento de L c . Ele reproduz o S l 2.7 e sign ifica a entroni­
v. A q u i, como em A t 1,5 e 11.16. L c opõe o balism o de agua zaçào m essiânica de Jesus, o começo da sua missão junto ao
(ou com água), conferido por João Batista, ao batismo no Espi­ povo de Deus. O fato de esla palavra ser pronunciada pelo Pai
rito, que sera' inaugurado em Pentecostes. isio leva a pensar que, faz dela a revelação por excelência do mistério de Jesus (cf. 13 5
em Lu ca s, este em (no Espírito) não se deve traduzir por com: o nota).
Esp írilo n ã o c um instrumento, mas uma presença ativa (cf. 4.1). f. Jesus parece ler sido reconhecido com o Filho de David por
w. Sobre o sentido prim itivo do tema. cf. Mt 3 .1 1 nota. L c vê. alguns dos seus contemporâneos (M c 10.47-48; 11.10 e par.).
sem duvida, nesia palavra, um anuncio de Pentecostes: a í ele E ic é proclamado assim pela pregação apostólica ( A l 2.29-32;
relatara. com efeito, a vinda do Espírito sob forma de línguas de 13.22-23) e por uma anliquíssim a profissão de fé (R m 1 3 -4 ).
fogo ( A l 2 3 -4 ). Esta imagem deve sign ificar para ele a ação Mt 1.1-17 e a presente lista de L c exibem essa descendência da-
purifícadora do Espírito. v íd k a de Jesus, fundamentando a sua legitim idade messiânica.
x. O s profetas anunciaram muitas vezes o ju ízo de Deus sob Em bora Mt e L c relatem o nascimento virginal de Jesus, ambos
a imagem das diversas cenas da messe palesiinense (cf. 102 deixam a sua genealogia passar por José, porque o A T só esta­
nota): por exem plo o joeirar (Jr 15.7; 51.2), o fogo ateado à belece a descendência pelos homens. A s duas genealogias sào
palha (Is 5.24; 47.14; JI 2.5; Na 1,10). Falando do fogo que nào diferentes c bastanie artificiais, com o o são muitas vezes as ge­
se apaga (cf. Is 66,24; M c 9.43.48), Joào deixa aparecer o alcan­ nealogias da época. Elas se identificam nos antepassados dc
ce escatológico da sua imagem. Abraão a D avid . cm Salatiel e Zorobabel na volta do exílio, c
y. Herodíades, neta de Herodes M agno, acabava de abandonar cm José, pai de Jesus. M l conta 3 x 14 (= 42) gerações de Abraão
o seu marido, um dos numerosos Herodes, que era também seu a Jesus, passando pelos reis de Juda; Lu ca s conta M x 7 (= 77)
tio. para se ligar a Herodes Antipas. de Jesus a A dão. sem mencionar outro rei. a nào ser David.
z. Mencionando aqui o fim da missão de João. antes mesmo A o contrario de M t. que coloca a genealogia de Jesus no
do batismo de Jesus que ele vai reaüzar, L c quer indicar que a começo do seu livro . L c nào quer indicar a descendência huma­
m issão de Joào e a de Jesus representam dois períodos distintos na dc Jesus senão depois de ler relatado a sua filiação divina
da história da salvação (cf. 1.56 noia). (1 3 5 ; 3.22). E le faz questão de ligar Jesus a Adào, e não a
a. Recebendo o balism o de Joâo, Jesus entra no movimento de Abraão, para marcar sua ligação com toda a humanidade (cf. At
conversão do seu povo. Por ocasião deste fato publico, ele rece­ 17,26.31). Não menciona rei algum entre D avid e Salatiel. mas.
be uma revelação misteriosa que se situa no ponto de partida da de preferência, nomes de profetas, sem duvida por reação contra
sua pregação, com o o era para os profetas a sua vocação: ele é o m essianismo temporal (cf. 4.6).
de trinta anos*. Ele era filho, como se a Jesus vitorioso na tentação (Mt 4,1-
acred itav a\d e Jose', filho dc Heli, “ filho II; Mc 1,12-13). 'Jesus*, repleto do
de M atat, filho de Levi, filho de Melqui, Espírito Santo, voltou do Jordão e estava
filho dc Janai, no deserto, conduzido pelo Espírito11, d u ­
filho dc José, “ filho de M atatias, filho rante quarenta dias, e era tentado pelo
de Amós, filho de Naum, filho de Hesli. diabo'.
filho de N agai, “ filho de Maat, Não comeu nada durante aqueles dias
filho de Matatias, filho de Semein, fi­ e, decorrido esse tem po, sentiu fome.
lho de Josec, filho de Joda, 2Tfilho de 3O ra, o diabo lhe disse: “Se” tu és Filho
icr 3.17.19: Joanan, filho de Resa, filho de Zorobabel, de Deus, ordena a esta pedra que se trans­
Esd 3.2-, 5.2 j-j]^ s ^ a tjg ^ filho de Neri, “ filho forme em pão” . 4Jesus lhe respondeu:
de M elqui, filho de Adi, filho dc Cosâm, “Está escrito: Não so' de pão vivera o d<
filho de Elmadã. filho dc Er, homem". sO diabo o conduziu mais al­
” filho de Jesus, filho de Eliezer, filho to", mostrou-lhe num instante todos os
de Jorim , filho de M atat, filho de Levi, reinos da terra, ‘e lhe disse: “Eu te darei
“ filho dc Sim eão, filho de Judá, todo esse poder com a glória desses
filho de José, filho de Jonâm , filho de reinos, porque é a mim que ele foi entre­
E liaquim , -''filho de M eleá, filho de gue e eu o dou a quem eu quiser".7^ ,
Mena, filho de Matatá, filho de Natan, portanto, se me adoraresp, tudo isso será
icr U4- filho de David, J2filho dc Jcssé, filho teu” . "Jesus lhe respondeu: “Está escri­
2,15 de Jobed, filho de Booz, filho de Sala', to: Adorards ao Senhor, teu Deus, e a di 6.13
filho de Naasson, Mfilho de Aminadab, ele so' prestaras culto”. 90 diabo o con­
filho de Admin, filho de Arni1,filho de duziu a Jerusalém ’; postou-o sobre a
Esrom , filho de Farcs, filho dc Juda', Afi­ cum eeira' do Templo e lhe disse: “ Se és
lho de Jacó. filho de Isaac, Filho de D eus, joga-te daqui para baixo;
Gn i i,i()-26: filho de Abraão, filho dc Tare', filho de '“pois está escrito: Ele dara'a teu respei- si 9i.i 1-12
icr 1.17-27 Nacor_ «fiiho de Seruc, filho de Ragau, to ordem a seus anjos de te guardarem,
filho de Falec, filho dc Éber, "e ainda: eles te carregarão nas mãos,
filho de Salá, “ filho de Cainâm , filho para que não contundas o pe'em alguma
Gn 5 .1 -32: de Arfaxad, filho de Sem, filho de Noé. pedras”. l2Jesus lhe respondeu: “ Está es­
i a 1 . 1-4 filho de Lamcc, 37filho de Matusalá, crito: Não pords à prova o Senhor, teu Dt 6.16
filho de Enoc, filho de Jaret, filho dc D eus”.
M aleleel, filho de C ainâm , Afilho de l3Tendo então esgotado toda tentação
Enós, filho dc Set, filho de Adão. possível, o diabo afastou-se dele até o
filho de Deus. momento fixado'.

g. L c é o ünico a fornecer esta informação, aludindo talvez a argumentou com a palavra divina pronunciada no batismo (3,22)!
D avid , que começou o seu reinado com trintu anos (2 Sm 5.4). n. Trata-se talvez de elevação acim a da terra, como se depara
h. Estas palavras, cujo lugar varia em alguns mss. antigos, nas visões dos apocalipses judaicos.
querem lembrar a concepção virginal de Jesus. o. Em L c . o diabo se gaba de dispor do poder polftico sobre
i. Para os três nomes precedentes, os documenlos apresentam nu­ 0 mundo e o propõe a Jesus, para que ele seja o messias tempo­
merosas variantes (dc dois a cinco nomes, introduzindo notadamen­ ral esperado pelos seus contemporâneos; mas o poder d c Satanás
te os de Arâm e de Jorám). Seguimos o texto mais comumentc aceito. esta' ameaçado (10,18) e a sua duração é breve (22,53); e Jesus
j . Sobre esta narração, cf. Mt 4,1 nota. Mencionando Adão não espera o seu poder a não ser de seu Pai (cf. 10.22; 22.29).
imediatamente anies deste episódio. L c talvez sugira que o com- p. C f. Mt 4,9 nota.
bate dc Jcsus com o diabo seja a réplica daquele do Gênesis. q . M l apresenta esta tentação como a segunda. L c , como a
k . C om o em Mt e M c, Jesus e' conduzido pelo Espirito que terceira. Em L c as tentações terminam em Jerusalém , onde a
recebeu no batismo. L c insiste sobre a iniciativa de Jesus, que Paixão será a investida suprema do diabo (v . 13).
possui o Espirito em toda a sua plenitude para realizar a sua r . C f. Mt 4.5 nota.
missào (cf. 4.14.18) e. antes do mais. para enfrentar o diabo em s . C f . Mt 4.6 nota; 4.7 nota.
um combate iniciai decisivo. t. Outra tradição: ate'luna ocasião. L c . que vai relatar nume­
I. L c une o dado dc M c 1,13 (tentação durante 40 dias) ao que rosas vitórias de Jesus sobre os demônios, nas curas e nos exor­
aparece em Mt 4.2 (três tentações ao fim dos 40 dias). cism os (4,41; 6.18; 7,21; 8,2; 10,18; 11.14-22...), não apresenta
nu Quer dizer: Visto que tu es o Filho de Deus. O diabo nenhum novo ataque de Satanás contra Jesus antes da Paixão
Inicio d a pregação de Je su s na G aliléia 22Todos lhe prestavam testem unho'; es-
(Mt 4.12-17; Mc 1,14-15). “ Então Jesus, pantavam-sc da mensagem da graçarque
pelo poder do Espirito", voltou para a saía dc sua boca, c diziam: "N ão c esse
Galilcia e a sua fama se espalhou em o filho de José?” HEntão ele lhes disse:
toda a região. l!Ensinava nas suas sina­ “ Por certo ireis me citar este provérbio:
gogas, sendo glorificado por todos. 'M édico, cura-te a ti m esm o'. Soubemos
dc tudo o que se passou em Cafarnaum8,
F racasso d a pregação cm N a z a ré ' (Mt faze pois o mesmo aqui cm tua pátria".
13,54-58; Mc 6,1-6). “ Ele veio a Naza- 24E acrescentou: "Em verdade, eu vos
ra'“ , onde tinha sido criado. Entrou, se­ digo, nenhum profeta é bem acolhido em
gundo o seu costum e, no dia do saliado sua pátria*1.
na sinagoga*, e levantou-se para fazer a 25 É verdade o que vos digo:1
leitura. ,7Deram-lhc o livro do profeta havia muitas viúvas em Israel nos dias
Isaías e. desenrolando-o, encontrou* a de Elias.
passagem onde está escrito: quando o céu ficou fechado três anos e irs 17.1
'* "O Espírito do Senhor está sohre mim, seis mesesJ e sobreveio uma grande
porque me conferiu a unção* fome sobre a terra toda;
para anunciar a boa nova aos pobre.v*. “ no entanto, não foi a nenhuma delas
Enviou-me para proclamar aos que foi enviado Elias.
cativos a libertação mas sim. a uma viuva em Sarepta de ir* 17.»
e aos cegos, a recuperação da vista, Sídon.
is 5H.6 para despedir os oprimidos em liberdade, 27 Havia muitos leprosos em Israel no
'‘'para proclamar um ano de tempo do profeta Eliscu;
acolhimento da parte do Senhor1'." no entanto, nenhum deles foi purificado.
E n ro lo u o livro, entregou-o ao serven­ mas sim Naaman, o sírio". 2R-s.i4
te e se assentou; todos na sinagoga ti­ ^T odos na sinagoga ficaram tomados
nham os olhos fixos nele. JIEntão. ele de cólera, ouvindo essas palavras. ” Elcs
começou ac lhes dizer: “ Hoje. esta escri­ se levantaram, lançaram-no fora da cida­
tura se realizou para vds que a ouvisd” . de, e o conduziram até uma escarpa da

(2 2 3 .5 3 ). A ssim , ele realça a vilória inicial de Jesus e faz dela ciar a boa nova aos pobres, proclamar...
uma antecipação do (riunfo definitivo da Páscoa, b. L it. um ano acolhedor, do Senhor. A citação de Isaías é
u. L il. na potência do Espírito, C f. 4.1 nota e 4.18 nota. interrompida antes do final am eaçador um dia de vingança fHira
v. L c apresenta a primeira pregação de Jesus cm uma sinago­ o nosso Deus. O ano de acolhim ento designa o ano jubilar fixa­
ga. com o fará para os m issionários em A t (9.20; 13.5.14.44...). do pela lei de cinqüenta em cinqüenta anos ( L v 25.10-13).
Nesta ccna, rcunc elementos mais lardios da missào de Jcsus (os c . Ou: /wr.
vv. 22.24 encontram-se tainbém em Mt 13.55.57 e M c 6 3*4; o d . L it. aos »vtssos ouvidos. Jesus apresenta a sua vinda como
v. 23 supõe os fatos dc 4.31-41). Este episódio prefigura a recu­ o advento da era de graça anunciada pelo profeta. I x frisou
sa oposta a Jesus por uma parte de Israel e a pregação da salva­ muitas vezes o hoje da salvação (2 .1 1; 3.22: 5.26; 1332: 19,9:
ção aos pagàos (cf. A t 28.25-28. conclusão da obra de Lucas), 23.43; cf. 20.24).
w . C f. Ml 4.13 nota. c. Esta expressão indica, cm l x . disposições favoráveis dos
x. Lugar d c assembléia religiosa dos judeus, nas cidades da Pa­ ouvintes ( A l 6 3 ; 10.22; 1 6 2; 22,12).
lestina como nas colônias judaicas do mundo de então. A í sc cele­ f. L it. as /Hilavras da graça, isto c . quer a mensagem que pro­
brava o sábado pela leitura da L e i c dos Profetas, seguida de uma v e i da graça, quer a mensagem que a anuncia (cf. A l 14.3:
hom ilia. Nesta, qualquer judeu adulto podia tomar a palavra, 2 0 3 2 ; cf. 20.24).
mas as autoridades da sinagoga confiavam habitualmente esta g . U m num ero im portante de m ss. traz habitualm ente
incum bência aos que eram versados nas Escrituras (cf. A t 13.15). Cafiernaum, que pode ser a pronúncia síria desse nome.
y . Te rá sido a leitura prevista para aquele sábado ou outra com h. A pátria de Jesus é N azaré (cf. v. 23). cujo mau acolhim en­
que Jesus topou? De qualquer forma. L c parece querer indicar to faz prever a rejeição d c Jcsu s por seu povo. Sobre a sentença
que ela lhe é providencialmente oferecida: Jesus nào a escolhe, de Jesus. cf. Mt 13.57 nola.
mas a encontra. i. O s vv. 25-26 e 27. com suas repetições paralelas, co nsti­
z . O texto citado (ls 6 1 .1 ) evocava, sem duvida, a consagração tuem duas estrofes correspondentes (cf. 13.2-3.4-5).
de um profeta (cf. I R s 19,16). Jesus aqui se refere ao Espírito j. Rm lR s 18.1, a historia de Elias conta três anos de seca;
que cie acaba dc reccber no batismo c faz dele a fonte da sua aqui. esta provação dura mais seis meses, como em T g 5.17. T a l pro*
mensagem e da sua açào salvadora, longação pode scr inspirada pela duração que a tradição judaica
a. Pode-se construir tambem: a unção. Ele me enviou a anu/t - atribuía à provação escatològica. de acordo com D n 7.25: 12.7.
colina sobre a qual estava construída sua casa de Simão'1. A sogra de Simão esta­
cidadek, para daí o precipitarem abaixo. va acometida dc febre alta, e eles roga­
“ Mas Jesus, passando no meio deles, ram-lhe que fizesse algo por ela. wJesus
seguiu seu caminho1. se inclinou sobre ela, repreendeu a febrer,
e esta a deixou; c levantando-se imedia­
Jesus cm Cafarnaum . Autoridade dc tamente, ela sc pôs a servi-los. “ Ao pôr-
sua palavra (Mt 7,28-29; Mc 1,21-28). -do-sol, todos os que tinham doentes de
"E le desceu então a Cafarnaum, cidade toda espécie trouxeram-nos a Jesus; c ele.
da Galiléia. Ensinava-os no dia de sába­ impondo as mãos sobre cada um deles,
do 52c cies ficavam impressionados com os curava. 4,Demônios também saíam de
o seu ensinamento, porque sua palavra um grande numero', gritando: “ Tu és o
era cheia dc autoridade". '■'Havia na si­ Filho de Deus!” E repreendendo-os, não
nagoga um homem quc tinha um espírito lhes permitia falar1, porque conheciam
dc demônio impuro". Ele exclamou com que ele cra o Cristo".
voz forte: M” Ah! que há entre nós e ti”,
Jesus de Nazarc? Viestc para nos perder. Partida dc Cafarnaum ( M c 1 , 3 5 - 3 9 : M t
Eu sei quem és: o Santo de Dcusp". •'Me- 42Quando clareou o dia. ele saiu e
4 ,2 3 ).

sus o repreendeu: “Cala-te c sai deste ho­ foi para um lugar deserto. As multidões
mem"; e lançando o homem ao chão no o procuravam; depois, tendo-o encontra­
meio deles, o demônio saiu sem lhe fazer do, queriam retê-lo, para que não se afas­
nenhum mal. "Todos ficaram tomados dc tasse deles. 4,Mas ele lhes disse: " A s ou­
espanto, c falavam uns aos outros: "Que tras cidadcs também é preciso quc eu
vem a ser essa palavra? Ele manda com anuncic a boa nova do Reinado dc Deus',
autoridade c poder nos espíritos impuros, pois é para isso que fui enviado"". ^ E
e eles saem". ,7E a sua fama sc propagava ele pregava* nas sinagogas da Judéia-*.
por todo lugar da região.
p Pesca milagrosa. Sim ão, Tiago e
Curas (Mi 8,14-17; Mc 1,29-34). wLe- ” João seguem a Jesus' ( M t 4 , 1 8 - 2 2 ;
vantando-se da sinagoga, ele entrou na M c 1 , 1 6 - 2 0 ; J o 2 1 , 1 - 1 1 ) . 'Ora, um dia, a

k . Este dado corresponde mal à geografia de Nazartf. L c pa­ primeira vez. liga-se ao pensamento bíblico e judaico que com
rece ter forçado os seus dados para prefigurur o assassinato de ela exprim e a realeza permanente de Deus sobre o mundo (St
Jesus por Israel. 93.1-2; 9 5 3 ; 9 9 .1 -4 ...) e anuncia a manifestação triunfal no
I. Esta fórmula vaga foge de csp e cifícar se o fato é m ilagroso. tempo da salvação (ls 52.7; S l 96-10; 97.1: 9 8 ,6 ...). É esle se­
O essencial para \ x é mostrar Jesus prosseguindo o seu cam i­ gundo sentido que Jesus adota habitualmente em seu Evangelho.
nho: este só pode terminar em Jcrusulc‘m (13.33). O termo grego basileia deve ser traduzido por reino nas metá­
m . \ x mostra a autoridade da palavra de Jesus em seu ensina­ foras que descrevem a salvuçào com o um lugar cm quc se entra
mento (v . 32) c cm seus exorcism os (v. 36). (18,24-25). onde se permanece (7.28). onde se toma lugar no
n. C f. M c 1.23 nota. M arcos fala de um espírita impuro. L c . festim (13,28-29: 14.15: 22.16.30) e nas paratolas (13.18.20).
que emprega às vezes esta expressão (4 3 6 : 6.18: 8.29: 9,42: Convém a tradução reinado às passagens menos apoiadas em
11.24). a une aqui ao termo demônio, que lhe é mais fam iliar (23 imagens, e quc tratam da soberania de Deus manifestada e reco­
casõs). nhecida no tempo da salvação (aqui c 10.9.11; 11.2.20; 17.20.21;
0 . C f. M c 1.24 nota e \ x 8,28. 19.11; 2 1 3 1 ; 22.18; 23,51). Em L c . o Reinado de Deusé muitas
p. C f. M c 12 4 noia e L c 13 5 . vezes, como aqui. o objeto da pregação de Jesus (8.1: 9.11:
q . Em L c . Simâo aparece aqui pela primeira vez. E le seguirá 16.6) ou dc seus discípulos (9.2.60; ver At 1 3 nota).
Jesus a partir de 5 .1 -1 1. w. Em L c . Jesus explica a sua partida de Cafarnaum pela
r . Em L c . Jesus se dirige aqui à febre como a uma potência m issão que recebeu de Deus (cf. 4.18).
demoníaca (cf. vv. 35 e 41). x . L it. ele proclamava (cf. 3 3 nota d).
s . A o contnírio dc M c. I x classifica os possessos entre os y . Considerável número de mss. tem aqui Galiléia. quc e'
doentes (cf. v. 39: 11.14; 13.11; A t 1 0 38 ; 19.12) geograficamente exato e sc acha no paralelo dc M c 1 39. Mas
1. C f . M c 1 3 4 nota. Judéia c bem atestado e corresponde à linguagem de L c (cf. 1.5
u. M c relata a declaração dos demônios: Tu éso Filho de nota).
Deus em 3.11. L c identifica o título d c Filho de Deus com o de z . I x coloca o engajamento dos primeiros discípulos após os
Crixto (cf. At 9,20.22): ele apresenta estes d o is títulos cm m ilagres de Cafarnaum . ao contrário de Mt e de M c. Provavel­
gradação em 1 3 2 3 5 ; 22.67.70. mente. ele fez esse deslocamento (4 3 8 viria melhor após esla
v . Esta fórmula usual de Jesus, que aparece aqui em L c pela narração) para motivar mais claramente a resposta dos discípu-
multidão comprimia Jesus para ouvir a mens” . "Trazendo então os barcos para
palavra de Deus; cie estava à beira do a terra, deixando tudo“,eles o seguiram1'.
lago“ de Genesaré. 2Viu dois barcos que
sc achavam à beira do lago; os pesca­ Purificação de um leproso ( M t 8 , 1 - 4 ;
dores que haviam desembarcado lava­ M c 1 . 4 0 - 4 5 ) . IJOra. quando Jesus estava
vam as suas redes. 'Ele subiu a uma das numa dessas cidades1, um homem cober­
barcas, que pertencia a Simão, c pediu a to dc lepra1 se achava lá. Ao ver Je.sus. ele
este que deixasse a praia e se afastasse caiu de face em terra e lhe fez este pedi­
um pouco; depois ele se assentou no do: “ Senhor, se queres, podes purificar-
barco e ensinava as multidões'1. '‘ Quando me". '-'Jesus estendeu a mão. tocou nele c
acabou dc falar, disse a Simão: “ Faze-te disse: “ Eu quero, sê purificado” , e no
ao largo; lançai as vossas redes para mesmo instante a lepra o deixou. 14Então
apanhar peixe” . 5Simão respondeu: “ Mes­ Jesus lhe ordenou que não falasse disso
tre1, nós trabalhamos a noite inteira sem a ninguém: “ Vai antes mostrar-te ao sa­
nada pegar; mas, fiado ein tua palavra, cerdote c fazer a oferenda pela tua purifi­
eu vou lançar as redes” . 6Eles o fizeram cação, como o prescreveu Moisés: nis­
c capturaram uma grande quantidade de to eles terão um testemunho1” . '-'Falava-
peixes; as suas redes se rompiam. ’ Fize- se de Jesus cada vez mais',e grandes mul­
ram sinal ao seus companheiros do outro tidões se reuniam para ouvi-lo e para se
barco para que viessem ajudá-los; estes fazerem curar de suas doenças. I6E ele se
vieram c eles encheram os dois barcos, a retirava aos lugares desertos e rezava"1.
ponto de quase submergirem. "Vendo
isto. Simão Pedrod caiu aos joelhos de Cura de uni paralítico, sinal de perdão”
Jesus, dizendo: “ Senhor, afasta-te de ( M t 9 , 1 - 8 ; M c 2 , 1 - 1 2 ) . l7Ora, um dia cm
mim, pois eu sou um homem culpável'” . que ele estava ensinando, havia na assis­
*É que o pavor o havia tomado, a ele e tência fariseus e mestres da lei que vie­
a todos os que estavam com ele. perante ram dc todas as aldeias da Galiléia c da
a quantidade de peixes que pescaram; Judéia. como também de Jerusalém0; c o
10do mesmo modo, Tiago e João, filhos poder do Senhor*1atuava para fazê-lo ope­
de Zebedeu, que eram os companheiros rar curas. “ Vieram pessoas trazendo nu­
dc Simão. Jesus disse a Simão: “ Não ma padiola1' um homem que estava para­
temas, doravante serás pescador'dc ho- lisado; eles procuravam fazê-lo entrar e

los. E le é o único a ajuntar aqui a pesca m ilagrosa (Jo 21.1-14 i. L it. uma das cidades: uma daquelas dc quc se trata em 4.43.
narra uma pesca m ilagrosa após a ressurreição dc Jesus). Este j , C f. Mt 8.2 nota.
m ilagre ilustra a palavra de Jesus em Mt 4.19 e cm M c 1.17. k. Este testemunho refere-se, simultaneamente, ao poder de
a. L c . quc pcrtcncc ao mundo mediterrâneo, nunca dá a este Jesus e à sua obediência à lei. E le dirigc-sc provavelmente, não
lago o nome de mar. com o fazein M c c Mt. só ao sacerdote que deve constatar a cura ( L v 14.2-3). mas tam­
b. Encontra-se uma ccna semelhante cm Mt 122-3 e M c 4.1-2. bém às autoridades judaicas. Outros pensam que eie visa ao
c. Este termo (epistátès) só se encontra cm L c , sempre nos conjunto do povo.
lábios de discípulos (8.24.45; 9 3 3 .4 9 ), salvo em 1 7 3 . E le deve I. L il . a palavra a seu respeito se espalhava ainda mais.
indicar uma fé mais profunda na autoridade dc Jesus quc o m . Esta menção da oração de Jesus, correspondenlc à de Mc
habitual didáskalos. que tambem se traduz por mestre. 135 sem paralelo estrito cm L c , apresenta a oração como um
d. É a única vez quc L c dá a Pedro este duplo nome (cf. 6.14 hábito de Jesus (cf. L c 3,21 nota).
nota). E le sc encontra também em Mt 16.16 e habitualmente em n. Aqui com eça uma série de controvérsias que vai prosseguir
Joâo (notadamente 21,2.3.7.11). até 6.11.
e. L it. homem pecador, mas, neste contexto, este termo pode o. A assistência é muito mais numerosa do que nas narrações
scr malentendido. C f. M c 2.15 nota. a respeito deste qualifica­ paralelas dc Mt e M c. o que realça a importância da declaração
tivo. Pedro descobre no m ilagre a potência divina de Jesus ( Se­ dc Jesus.
nhor} e confessa scr indigno de ficar com ele. p. A qu i. o Senhor designa D eus. O poder (potência) é muitas
f. C f . M c 1.17 nota. vezes mencionado por L c para apresentar os m ilagres do A ltís­
g. L c é o único a indicar, tanto aqui como nas narrativas dc sim o (1,35), dc Jesus (4 3 6 : 6,19; 8,46; A t 10,38). dos apóstolos
vocação, quc os discípulos devem deixar tudo para seguir Jesus (9.1; A l 3,12; 4,7.33). de Sim ão. o mago (A t 8.10).
(5,28; 18.22; cf. 1 2 3 3 ; 1433). q. L it . um leito. L c . que emprega aqui a mesma palavra quc
h. C f. Mt 4,20 nota. M t. utilizará nos vv. 19 c 24 um dim inutivo para sig n ificar, quc
colocá-lo diante dele; ” e como, por postos*, chamado Levi5, sentado à mesa
causa da multidão, não viam por onde da coletoria. Ele lhe disse: “ Segue-me” .
fazê-lo entrar, subiram ao telhado e, atra­ “ Deixando tudo, ele se levantou e se pôs
vés das telhasr, fizeram-no descer com a segui-lo'.
a sua padiola no meio da assistência, ” Levi fez para Jesus um grande festim
diante de Jesus. “ Vendo-lhes a fe', ele cm sua casa*;c lá estava toda uma mul­
disse*; “ Teus pecados te são perdoados” . tidão de coletores de impostos e de ou­
21Os escribas e os fariseus se puseram a tras pessoas6 à mesa com eles. '®Os fa­
raciocinar; “ Que homem é esse que fala riseus e os escribas' murmuravam, di­
blasfêmias? Quem pode perdoar os pe­ zendo aos discípulos de Jesus: “ Por que
cados senão Deus somente1?” “ Mas comeis e bebeis com os coletores de
Jesus, percebendo-lhes os raciocínios, impostos e os pccadoresd?" -'‘Jesus, to­
lhes disse: “ Por que raciocinais* em mando a palavra, lhes disse: “ Nâo são os
vossos corações? “ Que e' mais fácil? sãos que precisam de me'dico, mas os
Dizer: ‘Teus pecados te são perdoa­ doentes'. ,2Eu vim chamar não os justos,
dos’ ou dizer: ‘ Levanta-te e anda’ ? “ Pois mas os pecadores, para que eles se
bem, para que saibais que o Filho do convertam'” .
Homem” tem sobre a terra autoridade
para perdoar os pecados — ele disse ao Questão sobre o jejum ( M t 9 , 1 4 - 1 5 ; M c
paralítico: Eu te digo, levanta-te, apa­ 2 , 1 8 - 2 0 ) . wEles lhe disseram*: “ Os discí­

nha a tua padiola e vai para casa” . “ No pulos de Joãohjejuam com freqüência e
mesmo instante, este se levantou diante fazem orações, e, do mesmo modo, os
deles, pegou o que lhe servia de cama dos fariseus, ao passo que os teus co­
e partiu para casa, glorificando a Deus". mem e bebem” . MJesus lhes disse: “ Aca­
“ O êxtase se apoderou de todos e eles so podeis fazer jejuar os convidados às
glorificavam a Deus; cheios dc temor, nüpcias1. enquanto o esposo está com
diziam: “ Hoje vimos coisas extraor­ eles? “ Mas dias virão em que o esposo
dinárias". lhes será tirado, então eles jejuarão, na­
queles diasJ” .
Vocação dc Levi e chamado aos peca­
dores ( M t 9 , 9 - 1 3 ; M c 2 , 1 3 - 1 7 ) . 27Depois O velho e o novo ( M t 9 , 1 6 - 1 7 ; M c 2 ,
disso, ele saiu e viu um coletor de im- 2 1 - 2 2 ) . “ Ele lhes disse ainda uma pará-

se truta de uma padiola im provisada. C om o Mt. ele evita aqui o a . Mt 9.10 e talvez M c 2.15 poderiam se referir à casa de
entre (maca) d c M c. que é cm grego um termo vulgar. Jesus. M as em L c Jesus nunca tem casa (cf. 9.58).
r . L c pensa aqui numa casa greco-romana com o seu teto de b. E m contraste com Mt e M c. L c evita cham a-los pecadores,
telhas. com o o farão os fariseus no v. 30.
s. Quase não se consegue traduzir a interpelação “Homem" c . N a realidade, os escribas são em sua maioria fariseus.
que Jesus aqui dirige ao doente e que se toma a encontrar em d . C f. M t 9 .1 1 nota. Em L c , a censura se dirige aos discípulos
12,14; 22,58.60. N os paralelos de Mt 9.2 e M c 2.5. Jesus diz: (ao contrário de Mt e M c), sem düvida por respeito para com o
Meu filho (lit. menino). L c reserva esta ultim a denominação ao Mestre (cf. 6,2).
dialogo fam iliar (2.48: 1531; 16.25); em outros casos, ele em ­ e . N o s pecadores, Jesus vê doentes que e* necessário curar. Ele
prega: Meu amigo (11.5: 14.10). Ele enfatiza, portanto, na pre­ se compara ao médico (cf. 4.23).
sente passagem, uma distância enire Jesus e o paralítico. f. L it. à conversão. L c acrescenta estas palavras para e x p lici­
t. A idéia dos escribas é exata. M as eles deveriam examinar tar um tema que lhe é caro. E le insistirá no apelo de Jesus à
se a pretensão de Jesus é fundada ou nào. conversão (13,1*5; 15; 1 6 3 0 ; 24.47) e no sucesso deste apelo
u . Pode-se traduzir também: Que raciocínio fazeis..? (7 3 6 -5 0 ; 19.1-10; 23.40-43). Este apelo se dirige a todos: nào
v. C f . Mt 8 2 0 nota. há verdadeiros justos (cf. a paradoxo de 15,7).
w. C f . 2.20 nota. g. Em L c . os interlocutores de Jesus são ainda os fariseus,
x. C f . 3.12 nota. como na cena precedente. Isso torna bastante estranho o fato de
y . Este personagem s<5 aparece, no N T . nesta cena de M c e de que eles mencionem os discípulos dos fariseus.
L c . Mt 9.9 menciona em seu lugar Mateus (cf. Mt 9.9 nota). h . C f . 11,1. L c falará m ais tarde dos discípulos de Jodo, o
t. A o contrário de Mt e de M c. que dizem ele o seguiu, L c Batista (cf. 7.18-19).
frisa que L e v i se toma discípulo a título permanente, e que ele L C f. M c 2.19 nota.
deixou tudo (cf. 5 .1 1 nota). j . C f . Mt 9.15 notas.
bolak: "Ninguém rasga um pedaço dc uma C u ra de um homem de mão parali­
roupa nova para pôr um remendo numa sada, no dia de sábado ( M t 1 2 , 9 - 1 4 ;
roupa velha; senão, ter-se-á rasgado o M c 3 , 1 - 6 ) . ‘ Num outro dia dc sábado,
novo. e o remendo tirado do novo não se ele entrou na sinagoga e ensinou; ha­
ajustara' ao velho1. -"Ninguém põe vinho via ali um homem, cuja mão direita es­
novo em odres velhos; senão, o vinho tava paralisada'. 7Os cscribas e os fari­
novo fara' estourar os odres. c o vinho se seus observavam Jesus para ver se ele
derramara' c os odres ficarão perdidos. faria uma cura" no dia de sábado, a fim
•'"Pelo contrario, c' preciso pôr o vinho de achar motivo de acusá-lo. “Mas cie
novo em odres novos. WE ninguém"1 que conhecia seus raciocínios*; disse ao ho­
bebe vinho velho deseja" vinho novo, pois mem da mão paralisada: “ Levanta-tc e
diz: ‘O velho é melhor'1'" . fica de pé aí no meio". O homem se
levantou e se pôs de pc. "Jesus disse a
r * As espigas colhidas no dia do sába- eles: "Eu vos pergunto se é permitido no
° do ( M t 1 2 , 1 - 8 ; M c 2 2 3 - 2 8 ) . ‘Ora, num dia dc sábado fazer o bem ou fazer o
segundo siíbado do primeiro mcsp.enquan- mal, salvar uma vida ou perdê-la>". ‘"Pas­
to ele atravessava um campo de trigo, os sando o olhar sobre eles todos, disse ao
seus discípulos arrancavam espigas, as homem: "Estende a mão". Ele o fez. e a
debulhavam com as mãos e as comiam. sua mão ficou cm perfeitas condições'.
JAlguns fariseus disseram: “ Porque fazeis "E les se encheram de furor c falavam
o quc não é permitido no dia de sábado’*?' entrc si sobre o que poderiam fazer con­
•'Jesus lhes respondeu: “ Nem sequer tra Jesus*.
lestesr o quc David fez quando teve fome.
ele e seus companheiros? 4Como entrou Kscolha dos doze apóstolos ( M t 5 , 1 ;
na casa de Deus. tomou os pães de propo­ 1 0 , 1 - 4 ; M c 3 , 1 3 - 1 9 ) . l2Naqueles dias.
sição. deles comeu e deu a comer aos seus Jesus foi à montanha para orar e passou
companheiros: aqueles pães quc a nin­ a noite orando a Deush; '-'depois, quando
guém c permitido comcr, senão aos sacer­ amanheceu, chamou os seus discípulos c
dotes e somente a cle s'T SE' lhes dizia: "O escolheu doze deles, aos quais deu o
Filho do Homem é senhor do sábado"". nome de apóstolos': MSimão. ao qual deu

k . Por esla introdução. L c separa da cena precedente os irôs balhar no dia do sábado, ele lhe disse: 6 homem, se sabes o que
exemplos seguintes. Esles impõem uma escolha entre o velho fazes, és bem-aventurado; mas se nâo o sabes, és maldito e
(sem dúvidas as rotinas do judaísm o) e o novo (o Evangelho). transgressor da lei”.
i. I jc força a imagem dc Mt e M c. fazendo tirar duma roupa u . C f. M c 2,28 nola.
nova o remendo para a roupa velha. v. L il. seca.
m . Este versículo, próprio de Ixr. falta cm vários mss.. mas é w . O s casuístas fariseus consideram a cura. mesmo m ilagrosa,
bem atestado, com o um ato m edicinal e. portanto, um trabalho proibido no dia
n. Várias testemunhas acrescentam: imediatamente. de sábado (cf. 13.14 e 14.1-2).
o. L it. bom . mas é uma comparação, com o bem compreende­ x. L c já notou a perspicácia de Jesus em 5.22. com Mt e M c.
ram numerosos mss. A língua de Jesus não possui comparativo. E le é o unico a notá-la aqui com o em 9.47 (cf. i 1.17 e 20.23).
p. L il. um sábado segundo primeiro. A m bos esses ad jetivos se y. C f. M c 3.4 nota.
;icham em numerosos mss. Eles correspondem a uina fórmula z . L il. foi restaurada.
judaica conhecida. Nessa data. próxim a da messe. era proibido a . Enquanto Mt e M c relatam aqui os propósitos hom icidas
com er o grão da nova messe ( L v 23,14). Esse dado. que corres­ dos fariseus (e dos herodianos) conira Jesus, L c nào especifica
ponde aos costumes do judaísm o c que esta' bem situado aqui. é as intenções dele. Ta lv e z porque julgue esta ameaça prematura,
seguramente antigo e provavelmente original no texto. Outra mas também porque nunca envolve os fariseus na morte de Je­
versão: um sálxido. sus: ele atribui a responsabilidade desta aos sumos sacerdotes.
q . C om o cm 5.30, e' aos discípulos que L c faz dirigir-se a b . Sobre a oração de Jesus cm L c , cf. 3.21 nota. A q u i. esta
censura dos fariseus, c esta lem um sentido original em L c . se oração mostra a importância da escolha dos Doze.
se admitir a variante do v. I. E ainda Jesus quem responde, c . L c ressalta que os Doze são escolhidos (cf. At 1.2.24) entre
r . C f. iS m 21-2-7. os discípulos e que eles recebem o nome de a/xistolos (cf. Mt
s . C f . a lei dc L v 24,5-9. 10,2 nota). Este título designa aqueles que Jesus envia para levar
t. Um ms. antigo transfere este v. para depois do v. 10 e insere a sua mensagem de salvação. \ x o em prega seis vezes em seu
aqui um pequeiK) episódio: "No mesmo dia. vendo alguém tra­ evangelho (aqui; 9.10: 11.49; 17.5; 22,14; 14,10); M l e Jo: I
o nome de Pedrod. André, seu irmão. atormentados por espíritos impuros eram
Tiago, João, Filipe, Bartolomeu. lsMa- curados; !*e toda a multidão procurava
tcus. Tome'. Tiago, filho'de Alfeu. Si- tocar nele, porque uma força saía delekc
mão, chamado Zeloter. l6Judas, filho* os curava a todos.
dc Tiago\ e Judas Iscariot1. que se tor­
nou traidor. Pregação à multidão. Os fcli/.cs c os
infelizes1 ( M t 5 . 1 - 1 2 ) . “ Então, levantan­
Jesus c a multidão ( M t 4 , 2 4 - 2 5 : M c 3 , 7 - do os olhos sobre os seus discípulos.
I I ) . l7Descendo com eles, ele sc deteve Jesus disse:
num lugar plano com uma grande multi­ ■■Felizes1". vós. os pobres", o Reino de
dão dc discípulos e uma grande massa Deus é vosso.
de povo dc toda a Judeia1, de Jerusalem 21 Felizes, vós que agora tendes fome:
e do litoral de Tiro e de Sídon; '"eles sereis saciados”.
tinham vindo para ouvi-lo e se fazerem Felizes, vós que agora choraisp:
curar de suas doenças; os que estavam haveis de rir.

vez; M c: 2 vezes. A o conirário de Paulo, ele reserva este noine aç3o de graças por uma alegria presente (S l 32.1-2; 33.12: 84.5.
para os D oze (salvo A l 14.4.14). 6 .1 3 ...). ou então, nas exortações dos sábios, a promessa dc uma
d. Para o pensamento bíblico, aquele que dá um nome novo a recompensa (Pr 3.13; 8 3 2 .3 4 ; Sr 14.1-2.20; 25.8-9; Sl l.l; 2.12;
um homem assume o poder sobre ele (2 R s 2 3 3 4 ; 24.17). como 3 4 .9 ...). Lia s visam sempre a uma alegria concebida por Deus.
faz o pai ao nascer o seu filho; este nome define lambem para O s evangelhos trazem várias bem-aventuranças dc Jesus. A lg u ­
ele um destino novo pela eficácia do mesmo, sobretudo quando mas são felicitações por um dom já concedido (M l 13.16; 16.17).
é o próprio Deus quem impõe o nome novo (G n 17*5.15; 32.29). as mais numerosas são promessas aos que acolhem a sua men­
A atribuição a Simdo do nome de Pedro é relatada pelos evan­ sagem (M t 11.6; L c 11J28; 1 2 3 7 3 8 .4 3 ; 14.14; Jo 13.17; 20.29).
gelhos em momentos diferentes: Mt I6 .1 8 a s itu a bastante tarde. O discurso presente começa por bem-aventurança. tanto em
em resposta à confissão m essiânica; Jo 1.42 a situa no primeiro L c como em Mt. mas l x só traz quatro, cu jo equivalente se acha
encontro do discípulo com o Mestre; M c 3.16 e L c a vinculam nas nove de Mt 5.1-12. A s de L c parecem visar a situações
à cico lh a dos Doze; ambos sublinham esse dado mencionando presentes concretas, as de M t. atitudes que constituem a justiça.
ate';então Simdo ( L c 4 3 8 ; 5.1-10, salvo 5.8). e, em seguida. Nào tí im possível que Mt tenha acentuado nelas a função de
Pedro ( I x 2 231 c 2 4 3 4 . usando o nome Sim ão. devem provir exortação e L c . o caráter sociai. de conformidade com o seu
de fontes particulares). interesse pelos pobres (cf. nota seguinte).
e. Ou: irmão. E m L c . as bem-aventuranças sào seguidas por quatro antíteses
f. L x traduz o termo aramaico de Mt 10.4 e M c 3.18 <cf. Mt que proclama sistematicamente a infelicidade dos felizes deste
10.4nota). mundo. Mt não as traz. c muitos pensam que l x as redigiu, ele
g . Ou: irmdo. próprio, para reforçar a liçào das bem-aventuranças. Essa hipó­
h. Este apóstolo corresponde a Lebeu em Mt e a Tadeu em tese não é indubitável. pois já se encontram no A T pares de
M a Kle é mencionado ainda em A t 1.13 e em Jo 14.22 (cf. Mt bem-aventuranças e ameaças (Tb 13,14; P r 2 8 .l4 ; E cl 10.16-17;
103 nota). Km grego, seu nome e' idêntico ao de Judas: é para ls 3 ,1 0-1 1; Jr 1 7 3-8 ); e a dureza dessas ameaças não correspon­
distingui-lo deste que se precisa: filho de Tiago. de à mansidão de Lucas.
i. C f. Mt 10.4 nota. A idéia geral das bem-aventuranças de L c é a de prometer a
j . Aqui o termo designa toda a Palestina (cf. 1.5 nota). salvação aos que sào agora pobres e aflitos. O Reino de Deus
k . C f. 5.17 nota e 8.46 nota. aparece a í com o inversão das situações presentes (cf. I x 1.
I. O conjunto de ensinamentos dos vv. 20-49 corresponde ao 51-53; 16.19-26).
Sermão da montanha de M l 5 -7 . onde se encontra a maioria dos n. C om o indicam as bem-aventuranças seguintes e as ameaças
elementos de L c . M as. em I x . ele aparece mais tarde na missào que lhes são opostas. trata-sc primeiramente aqui dos que são
de Jesus (os seus atos precedem as suas palavras: I x 24.19; A l pobres dc bens deste mundo (enquanto cm Mt se tr.ita dos que
1.1; 10.39) e é muito mais curto. L c deve ter descartado da sua têm coraçdo de pobre). Jesus manifestou muitas vezes a sua pre­
fonte os elementos propriamente judaicos que não concernem dileção por eles (M c 10^2!; 12.43 e par.) e L c lhes consagra um
aos seus leitores, tais como os que se acham em Mt 5.17-38; 6.1- interesse especial (14.13-21; 16.19-26: 19.8). Quando Jesus d iri­
6.16-18. E le apresenta esses versículos como um discurso que se ge a sua mensagem primeiramente aos pobres (4.18: 7.22). visa
dirige primeiramente aos discípulos, para definir a conduta do tambem aos pequenos (10.21 ) c aos humildes (1 4 .1 1; 18.14). no
discípulo perfeito. A í podem-se distinguir, após as bem-aventu­ meio dos quais ele mesmo nasceu. Esta preferência concedida
ranças e as ameaças (vv. 20-26). exortações ao amor aos inim i­ aos pobres e aos pequenos é a marca da liberalidade soberana de
gos (v v . 27-35). à generosidade para com o próxim o (vv. 36-42). Deus: ela é convite a tudo esperar da sua graça: ela convida tam-
ao realism o eficaz do verdadeiro discípulo (vv. 43-49): á graça bcin. e l x é sensível a isso. ã com paixão para com os infelizes.
da salvação que as bem-aventuranças lhe anunciam, o fiel segui­ o. Esta promessa tem uma ressonância escatologica. Já no A T
dor de Jesus deve responder com um amor generoso e concreto. anunciava o suciumenio dos famintos (ls 49.10; Jr 31,12.25; E z
m . A s bem-aventuranças sào fórmulas clássicas da tradição 34.29; 36,29) e a isto acrescentava, às vezes, como aqui. o anun­
bíblica e judaica, quer para exprim ir o anúncio profético de uma cio da alegria subseqüente aos choros (ls 25.6-9).
alegria futura (ls 30.18; 32.20: D n 12.12...). quer para exprim ir a p. O s choros e o riso. fórmulas mais concretas e provavelmen-
“ Felizes sois vós quando os homens toma o teu bem não o reclames.31E as­
vos odeiam, quando vos rejeitam, sim como quereis que os homens façam
e quando insultam e proscrevem a vós, fazei do mesmo modo a eles".
vosso nome como infame'1 por 32‘Se amais os que vos amam, que gra­
causa do Filho do Homem. tidão mereceis*? Pois os pecadores tam­
23 Alegrai-vos nesse dia e saltai de bém amam os que os amam. ME se fazeis
alegria, pois grande é a vossa o bem’ aos que vo-lo fazem, que grati­
recompensa no céu; com efeito, é dão mereceis? Os próprios pecadores
da mesma maneira que os seus fazem o mesmo. ME se emprestais àque­
pais tratavam os profctasr. les dos quais esperais quc vos restituam,
24 Mas infelizes’ , vós, os ricos: já tendes que gratidão mereceis? Até os pecadores
a vossa consolação. emprestam aos pecadores para quc lhes
i«65.13-14 “ Infelizes, vós que estais saciados restituam o equivalente. '-'Mas amai os
agora: tereis fome. vossos inimigos, fazei o bem c emprestai
Infelizes, vós que rides agora: estareis sem nada esperar em compensação*. En­
no luto e chorareis. tão a vossa recompensa será grande, e
“ Infelizes sois vós quando todos1 os ho­ vós sereis filhos do Altíssimo, pois ele é Sr 4.10-11
mens falam bem de vós: com efeito, bom para os ingratos e para os maus.
e da mesma maneira que seus pais
tratavam os falsos profetas. A generosidade para com 0 próximo
( M t 5 ,4 8 ; 7 .1 -1 2 ; 1 5 ,1 4 ; 1 0 ,2 4 - 2 5 ; 7 ,3 -
O am or aos inimigos ( M l 5 , 3 9 - 4 7 ) . 5 ).“ “ Sede generosos como vosso Pai é
27“ Mas eu vos digo, a vós que me ouvis": generoso*. ,7Não vos arvoreis cm juízesb, Rm u.io
Rm 12. Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos c não sereis julgados; não condeneis, e
1421 que vos odeiam, “ bendizei os que vos não sereis condenados; absolvei, e sereis
maldizem, orai pelos que vos caluniam, absolvidos, -,8dai c ser-vos-á dado. É uma
lc.» 6.7 quem te bate numa face. apresen­ boa medida, socada, sacudida, transbor- Mt 4.24
ta ainda a outra. A quem te toma o man­ dante, quc derramarão' nas dobras da vos­
to, não recuses também a tua túnica’ . MDá sa vested, pois' a medida de que vos ser­
a quem quer quc te peça, e a quem te vis servirá também de medida para vós.”

te mais primitivas que as de Mt 3.4, caracterizam os infelizes c o resumo da revelação do A T . L c deixa de lado essa fórmula:
os felizes de.ste mundo. To d o o resto do evangelho mostra quc para ele. a L e i c os Profetas são essencialmente profecias acerca
não basta ser factualmente infeliz ou fe liz para obter a felicidade dc Jesus (24,27.44).
ou a infelicidade, mas que importa compreender c acolher sua x. A idéia juríd ica de recompensa (M t 5.46). é substituída por
situação à lu z da salvação. L c pela de gratidão (lit. graça), com o cm 17,9. Esta palavra
q. Esta expressão scm ítica, que não sc encontra em Mt 5 .1 1. evoca para ele o favor dc Deus (cf. 1.30; 2.40.52). E m lugar dos
deve ter significado primitivamente: quc eles vos difamem. coletores de impostos e dos pagàos de Mt 5,46-47, ele vai men­
r. A partir da perseguição de Antíoco IV . em 167 a.C . ( 2Mc cionar os pecadores.
6-7), o judaísm o insistiu muitas vezes nas perseguições sofridas y, Este termo geral e moral substitui em L c u saudação orien­
pelos profetas e nos seus mártires. Jesus, do mesmo modo. men­ tal de Mt 5,47.
ciona muitas vezes o martírio dos profetas ( I x 11.47-51: 1333-34). z . Pode-se traduzir tambem: sem desesperar de nada. Alguns
s . A s quatro declarações seguintes, estritamente paralelas às mss. antigos trazem: sem desesperar ninguém, ou de ninguém.
bem-aventuranças. querem fazer sobressair as promessas, mas a. Ou: misericordioso(s). Enquanto Mt 5,48 d iz perfeito . se­
também as exigências. E las não são m aldição (Ai dc vós!), nem gundo o vocabulário legalista judaico , L c dcfm c Deus como
condenações irrevogáveis, mas queixum es ( infelizes sois vós!) e misericordioso. É uma expressão tradicional do A T (E x 34,6; Dt
ameaças: apelos vigorosos à conversão (cf. 10,13; 11.42-52; 17,1; 4.31; S l 7 8 3 8 ; 8 6 .1 5 ...) c poderia ser a expressão original de
21.23; 22.22). Jesus. E la exprime bem a idéia de toda a seção (v v . 36-42).
t. Esta palavra faita em vários mss. e também no paralelo do b. C f. Mt 7.1 nota. Nestas frases, os verbos na voz passiva
v. 22. exprimem o julgamento de Deus.
u. D epois de ter considerado os abastados deste mundo. Jesus c. Nas línguas scm íticas. o plural impessoal pode indicar a
volta aos seus ouvintes. ação de Deus (cf. 12,20; 16,9).
v. L c propõe uma ordem mais lógica do que Mt 5.40, que d. Pura recolher grão. o oriental arregaça a frente de sua ves­
pensa, aliás, em um processo, e não. com o L c .c n t uma agressão. timenta (cf. R i 3.15).
\v, Mt 7.12 diz quc nisto consiste a L e i c os Profetas, isto é. e. Esta palavra falta em vários mss.
,9EIe lhes disse tambe'm uma parábola: põe cm pratica* eu vou mostrar-vos a
"Porventura um cego pode guiar um quem é comparável. 4*Ele e' comparável
cego? Acaso não cairão ambos em um a um homem que constrói uma casa:
Jo 13.16-, buracor? * '0 discípulo não esta' acima do cavou, aprofundou e lançou os alicerces
l5‘2ft seu mestre, mas todo discípulo bem-for- sobre a rocha. Sobrevindo uma cheia, a
mado será como o seu mestre. torrente se lançou contra essa casa, mas
4l“ Por que olhares o cisco que está no não a pôde abalar, porque estava bem
olho do teu irmão, se a trave que está no edi ficada1.
teu olho, não a reparas? 42Como podes 49“ Mas aquele que ouve e não põe em
dizer ao teu irmão: ‘ Irmão, espera que prática e' comparável a um homem que
eu vou tirar o cisco que esta' no teu olho’ , construiu uma casa no chão raso, sem
tu que não enxergas a trave que está no alicerces: a torrente se lançou contra ela
teu? Homem dc juízo pervertido*, tira e imediatamente ela desmoronou, e a des­
primeiro a trave do teu olho! e então truição dessa casa foi total.”
enxergarás direito para tirar o cisco que
está no olho do teu irmão. rm C u ra do escravo dc um centurião
* ( M t 8 , 5 - 1 3 ; J o 4 , 4 6 - 5 4 ) . 'Tendo Jc ­

O verdadeiro discípulo ( M t 1 2 3 3 - 3 7 : sus completado todo o seu discurso pe­


7 , 1 6 - 2 1 ) . 43“ Não há boa árvore que pro­ rante o povo1.entrou em Cafamaum. 2Um
duza um fruto doente e nem árvore doen­ centurião1 tinha um escravo doente, à
te que produza um bom fruto. "Cada beira da morte1, e ele o apreciava muito.
árvore, com efeito, se reconhece pelo •'Tendo ouvido falar dc Jesus, enviou-
fruto que lhe e' próprio: dc um espinhei- -Ihe algumas personalidades gradas™ den­
ro não se colhem figos, nem de cardos tre os judeus para rogar-lhe viesse salvar
se colhe uva. 4fO homem bom, do bom o seu escravo. 4Vindo ter com Jesus, estes
tesouro do seu coração, tira o bem: c o suplicavam-lhe com insistência e diziam:
mau, do seu mau tesouro, tira o mal; pois “ Ele merece que tu lhe concedas isso,
o que sua boca fala e' o que transborda ! pois ama a nossa nação e foi ele que
do coração1’. nos edificou a sinagoga”". ‘ Jesus cami­
■“ ‘‘E por que mc chamais ‘ Senhor. Se­ nhava com eles e já não estava muito
nhor' e não fazeis o que eu digo? longe da casa, quando o centurião en­
viou amigos para lhe dizer: "Senhor, não
‘" “ Todo homem que vem a
( M t 7 ,2 4 -2 7 ). te dês a esse trabalho, pois cu não sou
mim, que ouve as minhas palavras c as digno dc que entres sob o meu teto. 7E

f. Ml 15.14 aplica esta imagem aos fariseus que transviam o te para lançar os alicerces, onde os rios sào permanentes e sò
seu povo. l x a dirige aos discípulos e convida especialmente os ameaçam as casas por suas cheias. Jesus (e M t) pensa num rio
responsáveis por eles à lucidez. temporário que se lança sobre a casa num dia de tempestade.
g . Lit. hipócrita (cf. M i 6.2 nota: 23.28; M c 12.15). Esta pa­ j. L il. Quando eie cotnplcttm iodas as suas jwiavras aos ou­
lavra. que sò reaparece em L c em 12.56 c 13,15. tem no uso vidos do povo. O discurso se dirigia inicialmente aos discípulos
bíblico um sentido mais amplo do que em nosso vocabulaVio (cf. 6 2 0 nota). A narração dc cura que segue visa menos ao m i­
corrente. Conquanto indique, às vezes, a dissim ulação voluntária lagre (v. 10) do que à fe' que o obtém. C om o M t. L c vé neste epi­
(Mt 22.18). ela marca às vezes o desacordo entre a conduta sódio o prelúdio da entrada dos pagãos na igreja; mas ele é o
exterior e o pensamento profundo (M t 15.7; 23.25.27) ou. como unico a insistir sobre as boas relações do pagão com os judeus
aqui. ti falsidade, consciente ou nào; muitas vezes, sign ifica o (v v . 3 -5) e sobre a sua humildade (vv. 6-7); ele sabe com o e' d i­
ímpio» o perverso. fícil para um judeu aceitar o convite dc um p a g à o (A l 10.28; 11.3).
h. Este último versículo aplica à palavra do homem a parábola k . O ficia l do exército romano que comanda uma centena de
precedente da árvore e do seu fruto, com o Mt 12,34. enquanto homens. E le é pagão (cf. v. 9).
Mt 7.16.20 utiliza a mesma imagem para dizer que a pessoa é I. V isto ser pagão o seu senhor, traduz-se aqui por escravo a
julgada por seus atos. o que corresponde melhor ao contexto. palavra traduzida alhures por ser\’o. A o contrário dc Mt. mas
(M as Mt 7.15-23 restringe esta lição ao discernimento dos falsos com o em Jo 4.49. o doente está cm perigo de morte,
profetas.) m . L it. anciãos.
i. L c adapta ao mundo grego o quadro palestinense dc Mt n . L c apresenta este pagão com o animado de sentimentos fa­
7.24*25. E le visa a uma terra onde é preciso cavar profundamen­ voráveis ao judaísm o, tal com o o centurião C ornélio em A t 102.
por isso tambem quc cu não me julguei vam pararam; e ele disse: “ Jovem, eu te
autorizado a ir ter contigo; mas dize uma ordeno, desperta'". l5Então o morto sc
palavra e seja"o meu servo curado. "Pois assentou e pôs-se a falar. E Jesus o entre­
até eu. que sou um subalterno, tenho sol­ gou à sua mãe". “ Todos ficaram tomados
dados às minhas ordens, c digo a um: dc temor, e eles glorificaram a Deus*,di­
'V a i' e ele vai, e a outro digo: 'V e m ' c zendo: “ 'Um grande profeta* sc ergueu no
ele vem. c ao meu escravo: ‘ Faze isto’ c meio de nós e Deus visitou'o seu povo".
cie o faz". '‘Ouvindo essas palavras, Je­ I7E essa opinião sobre Jesus se espalhou
sus encheu-se dc admiração por ele; em toda a Judeia e em toda a região*.
voltou-se para a multidão quc o seguia e
disse: “ Eu vos digo, mesmo cm Israel João Batista interroga-se sobre Jesus
não encontrei tamanha fép” . " E ao che­ ( M t / / , 2 - 6 ) . '"Os discípulos dc João re­
garem dc volta, os enviados encontraram lataram todos esses fatos ao seu mes­
o escravo’ em boa saude. tre; e ele, dirigindo-se a dois dc seus
discípulos. l9mandou-os ao Senhor11 para
Ressurreição de um jovem em Nain. lhe perguntar: “ Es tu ‘ Aquele que vem1'
"Ora. Jesus foi em seguida a uma cidadc ou devemos esperar outrod?” 2nAo chega­
chamada Nainr. Os seus discípulos iam rem junto de Jesus, esses homens lhe
com ele. como tambem uma grande mul­ disseram: “ Joâo, o Batista, enviou-nos a
tidão. l2Quando chcgou perto da porta da ti para perguntar: ‘ Es tu aquele que vem.
i r s 17.10 cidadc. estavam levando um morto para ou devemos esperar outro?"' 2lNaqucle
enterrar, um filho unico*. cuja mãe era viú­ momento. Jesus curou muitas pessoas de
va, e uma multidão considerável da cida­ doenças, de enfermidades e de espíritos
dc a acompanhava. l3Ao vê-la. o Senhor1 malignos e restituiu a vista a muitos ce­
foi tomado de compaixão por ela e lhe gos*. “ Depois, respondeu aos enviados:
disse: “ Não chores mais” . l4Ele se admi­ “ Ide relatar a João o que tendes visto e
rou e tocou na padiolau; os quc a carrega- ouvido: o s c e g o s r e c u p e r a m a v i s t a , o s

o . Numerosos mss. ira/em aqui será curado, sob a influência e tambem as ressurreições operadas por Jesus (7 2 2 ; 8.54) e a Res­
de M l 8.8. surreição do Mestre (9 2 2 ; 2 4 ,6 3 4 ). Este termo e' muitas vezes
p . A fé do centurião consiste em aceitar sem reserva a auto­ empregado na mensagem pascal antiga (A t 3.15; 4.10; 5 3 0 ; 10.40;
ridade de Jesus (cf. Mt 8.10 nota). A fórmula dc I x c menos 1 3 37 ; IT s 1.10; IC o r 15.4.12-15...). em paralelo com o outro
dura para Israel do quc a dc Mt. verbo significando levantar, quc se encontra em I x 8 3 5 (cf. v.
q . A esta palavra, numerosas testemunhas acrescentam ou 54); 1833; 24.7(cf. v. 6).46 e no livro dos Atos (cf. At 10.40),
substituem o doente. w . L c evoca aqui o milagre d c Elias (1 R s 1723). como em 9.42.
r . Decerto L c introduz aqui esta narração que lhe e' própria x. C f. 2,20 nota.
para preparar a palavra de Jesus em 7.22 (cujo paralelo em Mt y . O s unicos profetas aos quais o A T atribui ressurreições são
11.5 é preparado por 9.23*26). C o m o acontece freqüentemente E lia s ( I R s 17.17-24) e Fliseu <2Rs 4.18-37 c 1320-21).
em L c . a narração aplica a Jesus alguns traços da história de z . C f. 1.68 nota.
E lia s ( I R s 17,10.12.17-24). a . Na língua de l x . a Judéia designa muitas vezes toda a terra
s . Só I x noiarsf ainda um traço análogo em 8.42 c 9,38. É . sem dos judeus e compreende a Galile'ia. à qual pertence Nain (cf. 13
duvida, uma evocação do m ilagre dc E lia s ( I R s 17.12). nota); a região pode designar as regiões pagãs que a rodeiam.
t. I x da' a Jesus este título perto de vinte vezes nas seções b. M ss. bastante numerosos têm aqui Jesus. Mas a expressão
narrativas de seu relato, sem falar dos vocativos Senhor, cujo o Senhor é bem atestada, e é característica dc L c (cf. o v. 13
sentido é mais fraco. Dessa maneira, ele assinala a realeza m is­ nota).
teriosa dc Jesus. Mt c M c só chamam a Jesus dc o Senhor (M l c . Esta fórmula 6 nos evangelhos uma designação do M essias
2 1 3 : M c 11.13) uma vez cada um. (M c 1.7 e par.; 11.9 e par.; M l 23.39 e L c 13 3 5 ; Jo 6.14; I I 2 7 ;
u. Conform e o uso palestino, o corpo é colocado diretamente cf. S l 1 1 82 6 ).
sobre uma padiola: mas L c . com o em 5.19 im agina as coisas no d . Joâo, preso por Herodes (3 2 0 ). dá-se conta de que Jesus é
contexto greco-romano. diferente do M essias ju iz e purificador de Israel que tanto ele
v . Este verbo, cujo sentido prim itivo é fa zer levantar, levan­ com o seus contemporâneos esperavam (3.16-17). A sua mensa­
tar-se (cf. I x 1.69; 3<8; 5.23.24; 6.8; A t 9,8: 1 0 2 6 ) e despertar gem a Jesus parece menos uma pergunta do que um convite a
(cf. A t 12,7). foi empregado para designar a ressurreição dos passar à ação.
mortos desde as origens desta crença (cf. um dos textos gregos e. Este versículo, ausente de M l ( 113 ) . que já contou m ilagres
de D n 12.2). L c o emprega, como os outros autores do N T , para desse gênero, é introduzido por L c para fundar a afirm ação do
designar a ressurreição geral no ultimo dia (20.37 e talvez 11.31). versículo seguinte (cf. 7 .1 1 notai.
c o x o s a n d a m d ir e ito , os leprosos são pu­ ouvi-lo, e mesmo os coletores de impos- Mt 21.32
rificados e o s s u r d o s o u v e m ', o s m o r t o s tos, reconheceram a justiça dc Deus0,
r e s s u s c ita m , a b o a n o v á * é a n u n c ia d a a o s fazendo-se batizar com o batismo de
ue feliz de quem não cair por
p o b res. João.
causa de mim*1." '“Mas os fariseus e os legistasp rejeita­
ram o desígnio que Deus tinha a seu
Julgam ento de Jcsu s sobre Jo ã o , o respeito1*, não se fazendo batizar por ele.
Batista ( M t 1 1 , 7 - 1 1 ) . “ Quando os en­ 3I‘‘A quem, pois, compararei os homens
viados dc João partiram, Jesus pôs-se a desta geração? A quem são comparáveis?
falar dele às multidões: "Que fostes ver •’2São comparáveis a crianças sentadas na
no deserto? Um caniço agitado pelo praça e que se interpelam umas às ou­
vento1? “ Então que fostes ver? Um ho­ tras, dizendo:
mem vestido de trajes elegantes1? Mas os ‘Tocamos flauta para vós, e não
que vestem trajes suntuosos e vivem no dançastes.
luxo acham-se nos palácios dos reis. “ En­ Entoamos'um canto fúnebre, e não
tão, que fostes ver? Um profeta? Sim, eu chorastes'.
vo-lo digo. mais que um profeta*. J7Dele •^‘De fato, João. o Batista, veio: ele
é que está escrito1: E i s q u e e n v i o o m e u não come pão, não bebe vinho, e dizeis:
m e n s a g e ir o d ia n te d e ti; e le p r e p a r a r á o 'Ele perdeu o juízo'-.-^Vcio o Filho do
t e u c a m i n h o d i a n t e d e t i . “ Digo-vos. Homem, come, bebe. e dizeis: ‘ Eis um
entre o.s que nasceram de mulher ne­ comilão e um beberrão1,amigo dos cole­
nhum1" e' maior do que João; c todavia, o tores de impostose dos pecadores'. ,5Mas
menor no Reino de Deus e' maior do que a Sabedoria" foi reconhecida justa” por
ele"". todos os seus filhos".”

O acolhimento feito a João Batista e a Jcsus c a pccadora*. MUm fariseu con­


Jcsus ( M l 1 1 , 1 6 - 1 9 ) . 29Todo o povo, ao vidou-o a comer com cley; ele entrou na

f. Jesus iiprcscnta os seus m ilagres c a sua pregação nos ter­ q . M uitos traduzem: rejeitaram por sua parte o desígnio de
mos com que ls 26.19; 29.18: 35.5-6 e 61,1 anunciava a era da Deus (sobre o desígnio de Deus. cf. A l 2.23 nota). Segundo Mt
salvação. São esses os sinais da sua missào dc Salvador. 3.7, muitos fariseus tinham vindo ao batismo de João.
g . L c 4.18 ja' mostrou na pregação aos pobres o essencial da r . Varias testemunhas acrescentam fiara wí.v (cf. a frase pre­
missão de Jesus, que cumpre o oráculo de Is 61.1. cedente).
h. Jcsus sabe que é d ifíc il para os seus contemporâneos, e mes­ s . L it. ele tem um demônio. C o m o em Jo 7.20 e 10,20. a
mo para João. nrconhecé-k) como Messias. A presente bem-aven- expressão é figurativa c nào visa à fMissessào propriamente dita.
turan^a é um convite à fe'. a partir dos sinais que ctc oferece. I. Esta calunia repleta de <kJio mostra pelo menos que. aos
i. h por sua exigência inflexível de justiça que Joào está na olhos dos seus contemporâneos. Jesus não aparece com o um
cadeia (3.19-20); ele nào e' um junt o que sc dobra ao vento. asceta, ao contrario de Joào (cf. o contraste entre 1 £ 0 e 2,40).
j . Joào é um asceta (1.15.80: 7 3 3 ) . nào um cortesão, u . L c notou várias vezes os vínculos de Jesus com a Sabedoria
k . C ertos meios do judaísm o da epoca esperam o profeta pre­ de Deus. cuja mensagem ele traz (2.40-52: 1 1 31 : 21,15). A qui.
cursor do D ia do Senhor (Jo 1.21; 6,14; 7,40). com o em 11.49. Jcsus se refere à Sabedoria como ao próprio
I. Km M l 3.1 Deus anuncia o mensageiro que preparara o c a ­ Deus em seu desígnio, seguindo uma fórmula judaica.
minho diante dele (o texto é próxim o de E x 23.20). A qu i. Jesus v . LU. foi justificada. C f . v. 29 nola.
cita este texto para anunciar o seu próprio precursor (cf. 1.17). vi . M l 11.19 d iz suas obras. Ta lv e z haja a í duas tradiçòcs
m . Numerosos mss. acrescentam aqui a palavra profeta, que diferentes do mesmo o riginal sem ítico. Para L c . ha' filhos da
não se encontra no paralelo de Mt 11.11. Sabedoria: os que acolhem Jesus pela f<í c respondem assim ao
n. C f. Mt 11.11 nota. Em I x esta antítese adquire toda a sua desígnio de Deus (cf. v. 30). E le s sào verdadeiramente os filhos
força pela distinção entre o tempo de Joào e o tempo de Jcsus de Deus (cf. Jo 1.12).
(cf. 3.20 nota; 16.16 nota). x. Esta unção de Jesus se a.sscmelha à de Betânia. que os
o. L il. justificaram o Deus. E les reconheceram e cumpriram a outros evangelhos ligam à Paixão (M l 26.6-13; M c 1 4 3 -9 ; Jo
vontade de Deus. Para L c . todo o povo acolheu a missào de 12.1-8). E la tem um sentido totalmente diverso: 6 uma cena de
Joào. mesmo os pecadores (3,10-14.21). Esta visào c mais oti­ conversão e dc perdão, provavelmente posta neste lugar por causa
mista que a de 7.31-35 de 7 3 4 . I x apresenta aqui o seu tema favorito: a misericórdia de
p. L c emprega m uiias vezes este termo (10*25; 11.45-46.52; Jcsus para com os pecadores (15; 19.1 -10; 23,40-43).
14.3). que se encontra uma vez em Mt 2 2 3 5 . E le designa na y . L c é o ünico evangelista que mostra os fariseus tão favo­
realidade os escribas; sào os doutos (11.45-52). ráveis a Jesus, que chegam a convidá-lo à sua mesa (1 1 3 7 :
casa do fariseu e se recostou à mesa'. masteh a'gua sobre os pe's, mas ela ba­
•"Chegou uma mulher da cidade, que era nhou os meus pe's com as suas Mgrimas
pecadora*; ela soube que ele eslava à e os enxugou com os seus cabelos. 45Tu
mesa em casa do fariseu. Trazendo um não mc beijaste, mas ela. desde que
Mi 26.7; frasco de alabastro cheio dc perfumcbWc entrou1, não cessa de me cobrir os pe's
vindo por detras. em la'grimas, aos pés com beijos. 4*Tu não derramaste óleo per­
dc Jesus‘ .ela se pôs a banhar os seus pés fumado sobre a minha cabeça, mas ela
de lagrimas; enxugava-os com os seus derramou perfume sobre os meus pesJ.
cabelos, cobria-os de beijos e derramava 47Se cu te declaro que os seus pecados
perfume sobre elesd. tão numerosos foram perdoados, e' por­
-wVcndo isso. o fariseu quc o convidara que ela mostrou muito amor1 . Mas aque­
disse consigo mesmo: "S c este homem le a quem se perdoa pouco, testemunha
fosse um profeta', saberia quem c esta pouco amor". 4*Ele disse à mulher: “ Os
mulher que o toc<», e o quc ela e': uma teus pecados foram perdoados".
pecadora'” . “ Jesus tomou a palavra e lhe 4,Os convivas se puseram a dizer con­
disse: “ Simão, tenho algo a dizer-te” . sigo mesmos: “ Quem é este homem quc
“ Fala mestre” , disse ele. 4l‘‘Um credor chega a perdoar os pecados?" 5"Jcsus 5.2 1
tinha dois devedores; um lhe devia qui­ disse à mulher: " A tua fe' te salvou. Vai mk
nhentas moedas de prata8, o outro, cin­ em paz1” .
qüenta. 43Como não tivessem com que
pagar, ele perdoou a dívida de ambos. q Os que acompanhavam Jesus em
Qual dos dois o amara" mais?” 4JSimão sua pregação. 'Ora, a seguir, Jesus
respondeu: “ Penso que aquele a quem caminhava através dc cidades e aldeias;
ele perdoou a maior dívida". Jesus lhe ele proclamava e anunciava a boa nova
disse: "Julgastc bem". do Reinado de Deus. Os Doze estavam
" E voltando-se para a mulher, ele dis­ com elem, 2e também mulheres" que ti­
se a Simão: "Esta's vendo esta mulher? nham sido curadas dc espíritos maus e
Eu entrei em tua casa: tu não me derra- dc doenças. Maria, dita dc Ma'gdala“, da mc ió.v

14.1) c a preveni-lo da ameaça de Herodes (13.31). N csle ponto, i. A maior parte dos mss. lê: desde que eu entrei. Seguim os
ele está som dúvida mais próxim o da realidade histórica do que aqui algum as testemunhas antigas, cujo texto é mais coerente
M c e sobretudo Mt. para quem o fariseu se tornou sistematica­ com a narração.
mente o adversário de Jesus, em decorrência das polêmicas da j. A lgun s mss. antigos omitem: sobre os meus pés. o que
Igreja nascente. Este ju ízo m ais matizado de i x pode ser devido permite traduzir: ela ai derramou perfume. Neste caso trata-se
à influência de Paulo, que sempre se ufanou de ter sido fariseu de uma unção sobre a cabeça, com o em Jo 112 .
(F l 3.5: cf. A t 23.6; 26.5). k. Trad uziu -sc muitas vezes: os seus ffecados... foram perdoa-
z. Se recostou: sobre o leito onde se estende o convidado nas dtts porque ela muito amou. Mas esta interpretação parece e x­
refeições solenes (cf. 1 137: 1 2 37 ; 1 3 29 ; 14.7-10; 17.7; 20.46; clu íd a. tanto pelo fim do versículo. con»o pela parábola que
22.14; 2 4 3 0 ). precede (vv. 41-43). O amor é conseqüência e sinal do perdão
a. Pode-se entrar livremente nunca casa onde sc dá um festim. (cf. 19.8-9).
b . O clim a do Oriente explica o uso abundante que a í sc faz 1. Vindo a Jesus, a mulher mostrou publicamente a sua fe'. que
dos perfumes. a aparta do pecado. Lon ge de comprometer Jesus, ela já vem
c . Jesus está estendido sobre um leito diante da mesa (v. 36) purificada. Obtém a paz. que é. na B íb lia , plenitude de vida.
e a mulher permanece fora do círculo dos convivas. salvação, mais do que tranqüilidade psicológica: cf. 1.79 nota.
d . O fato insólito aqui é a condição da mulher, mais ainda do m . Jesus cumpre a sua missão em companhia de um grupo de
quc os sinais dc sua afeição. discípulos, como farão mais tarde os m issionários da igreja (A t
e. A lgun s mss. trazem: o profeta (cf. 7 2 6 nota). 8.14; 11.26; 13.2-3...). M as os D oze só receberão a responsabi­
f. Para o fariseu, esta mulher e legalmente impura, e um ver­ lidade da missão a partir de 9.1-2.
dadeiro profeta deveria afastá-la. n. A presença dessas mulheres em volta de Jesus, confirm ada
g . l.ii. quinhentos denários. O denário era então o salário de por Mt 2 7 3 5 e M c 15.41. c um fato excepcional no mundo
um dia de trabalho de um operário agrícola (cf. Mt 2 0 2 ). palestinense (cf. Jo 4 2 7 ).
h. L it. deste (cf. v. 45). É um costume da hospitalidade orien­ o. V am os encontrá-la ao pe' da cruz (Mt 2 7 3 6 e par.), no
tal (G n 18.4; 1 9 ,2...). L c há de insistir iambe'm na hospitalidade sepultamento de Jesus (Mt 27,61 e par.) e no tümulo aberto ( L c
oferecida a Jesus por Marta e M aria (1 0 3 8 -4 2 ) e por Zaqueu 24.10 e par.), onde ela será a primeira a ver o Ressuscitado,
(19.1-10). segundo Jo 20.11-18.
qual haviam saído sete demôniosp,JJoana, outros, é em parábolas, para que o lh e m
mulher de Cusa. intcndente^de Herodes, sem ver e ouçam sem c o m p r e e n d e r '.

Susana e muitas outras, que osr ajuda­


vam com os seus bens. Explicação da parábola da semente ( M t
13,18-23; M c 4,13-20). " “ E eis o que
Parábola da semente ( M t 1 3 , 1 - 9 ; M c significa a paníbolab: a semente e' a pala­
4Foi quando uma grande multi­
4 ,1 -9 ) . vra de Deus.l2Os que estão à beira do
dão se reuniu e veio a ele de todas as caminho são os que ouvem, depois vem
cidades, que ele disse'.em parábola1: 5“ 0 o diabo e retira a palavra do coração
semeador saiu para semear a sua semen­ deles, a fim de que não cheguem à féc e
te. Enquanto semeava, parte caiu à beira não sejam salvos. uOs que estão sobre a
do caminho, foi calcada aos pes, c os pedra são os que acolhem a palavra com
pa'ssaros do ce'u comeram tudo. ‘ Outra alegria, quando a ouvem; mas eles não
parte caiu sobre a pedra“; brotou, mas têm raízes: por um momento crêem, mas
secou por falta de umidade. 7Outra parte no momento da tentaçãod. desistem.
caiu no meio dos espinhos; crescendo uAquilo que caiu entre os espinhos são
junto, os espinhos a sufocaram. "Outra os que ouvem e, por causa das preocupa­
parte ainda caiu na boa terra; brotou e ções. das riquezas e dos prazeres da vida,
produziu fruto ao cêntuplo'” . Dizendo são asfixiados' durante o caminho e não
Di w.? isso, Jesus exclamou: “ Quem tiver ouvi­ chegam ã maturidade. ,5Aquilo que esta'
dos para ouvir ouça’'! " na boa terra são os que ouvem a palavra
num coração leal e bomr, a retêm e pro­
Por que esta parábola'? ( M t 1 3 , 1 0 - 1 3 ; duzem fruto à força de perseverança*.
M c 4 , 1 0 - 1 2 ) . ''Os seus discípulos lhe per­
guntaram o que significava esta paraTx>la. A luz para todos. Conclusão do dis­
l0Ele disse: “ A vós e dado5 conhecer os curso ( M c 4,21-25). “ “ NingueVn acende
mistérios do Reino de Deus'; mas para os uma lâmpadah para cobri-la com um vaso iU3:
Mt 5.15

p. A idéia de que vários demônios podem possuir a mesma w. C f. M c 4.9 nota.


pessoa se encontra tambem em 8,27.30 e 11,26. Isso deve ser x . C om o M c (cf. M c 4 .1 1 nola). L c apresenta, nos vv. 9-10.
uma representação judaica para sign ificar o poder da influência o sentido do uso das palavras; mas ele é menos duro do que M c
d c Satanás sobre o possesso (sobretudo com o numero sete. que para com israel (cf. v. 4 nota; v. 10 nota).
sign ifica a plenitude). Para M aria dc M ágdala. L c não esclarece y . C f . M l 13.11 nota.
se se trata de doença ou de possessão, nem se ela é a pecadora z . C f . Mt 13,11 nola.
de 7,36-50 como às vezes se pensou. a . L c nâo prossegue com o M c a dura citação de Is 6.10. mas
q . O cargo exato deste funcionário e a sua importância são ele o fará explicita e completamente em A l 28.26-27. quando a
maldefinidos. com o tambem a função dc Manaém junto a Herodes recusa da grande maioria de Israel estiver consumada.
em A t 13.1. V ário s têm visto uma relação entre a menção de L c b. Lit. A parábola é esta. Jesus responde agora à pergunta que
a esses personagens do séquito de Herodes e os dados que sd ele os discípulos lhe faziam no v. 9 (cf. M c 4,14 nota).
reporta sobre o tetrarca e sua fam ília ( L c 3.1; 13.31; 19,12*14; c . L c é o ünico a precisar que a palavra deve ser acolhida na
23.7-15; A l 4,27; 12). fé (cf. v. 13). E le acrescenla aqui. como Paulo, que esta fé dá
r . Em outros mss.: que o ajudavam. acesso à salvação.
s . E m paralelo a Mt 13.1-52 e M c 4 ,1 -3 4 . L c tem um d is ­ d . Mt e M c falam de tribulação escatologica (cf. Mt 24,21.29;
curso em parábolas (c f. M c 4.2 nota). M as o seu é m uito M c 13.19.24) e de perseguição. L c pensa na vida cristã de iodos
m .iis curto. T a lv e z tenha posto à pane as duas parábolas que os dias ( c f 9,23).
relata em 13.18-21. Parece sobretudo ter qu erid o centrar este e. Pode-se traduzir também: e que vão sob o peso das preo­
discarso em d o is tem as com plem entares: o m istério de Jesus cupações. .. da vida; eles são asfixiados e não chegam...
reservado aos d iscíp u lo s durante a m issào dc Jesu s (8 .1 0 ), e f. e
L it. belo bom. Em grego, estes dois adjetivos associados
depois proclam ado publicam enie na pregação pascal <8.16- designam o homem de status.
17). g . Este termo designa a resistência aos perigos que ameaçam
t. Sobre esta paníbolu. cf. Mt 1 3 3 nota. a palavra. E le é próprio de L c . aqui em 21,19. É um termo
u. Nos paralelos de Mt e de M c trata-se dos lugares pedrego­ fam iliar a Paulo: I T s 1 3 ; 2 C o r 1.6; 6.4; 12.12; Rm 2.7: 5 3 .4 ;
sos onde há muita terra, o que dá um quadro mais verossím il e 8,25; 15,4-5; C l l . l I.
bem palestinense. h. C o m o o sugere o v. 17, L c opõe a obscuridade atual de
v. L c sò guarda da parábola de Mt e de M c o rendimento Jesus è irradiação futura da pregação apostólica (cf. M c 4.21
máximo. nota); assim ele completa a afirm ação do v. 10.
ou para pô-la debaixo dc uma cama; an­ çouso vento e as vagas; eles sc apazigua­
tes. põe-na sobre uma luminaVia para quc ram c fez-se a bonança. “ Depois ele lhes
os quc entram vejam a luz. l7Pois n3o ha' disse: “ Onde esta' a vossa fe'1?” Tomados
122
. : nada secreto que um dia não apareça, nada de temor, eles se maravilharam" e diziam
mi io .26 (KU|t0 qUC n§0 (jeva ser conhecido c vir à entrc si: “ Quem e' este, que manda ate' nos
plena luz. '"Prestai, pois, atenção à ventos e nas ondas', e eles lhe obedcccmT' 17.6
maneira'como ouvis. Pois àquele que tem
sera' dado; e àquele que não tem, mesmo Cu ra dc um possesso cm região pagã
o que ele acredita* ter ser-lhe-a' tiradok." “ Eles aporta­
( M t 8 ,2 8 -3 4 : M c 5 ,1 -2 0 ).

ram na região dos gcrgesênios",quc fica


A verdadeira fam ília de Je su s1 ( M t defronte da Galilcia. 27Quando ele descia
1 2 , 4 6 - 5 0 ; M c 3 , 3 1 - 3 5 ) . I9A sua mãe c os à terra, veio ao seu encontro um homem
seus irmãos"1 chegaram perto dele. mas da cidade* que tinha demônios*. Desde
não podiam abordá-lo por causa da mul­ muito tempo, cie não vestia roupa e não
tidão. “ Anunciaram-lhe: “ A tua mãe e morava numa casa, mas nos tumulos'.
teus irmãos estão la' fora; eles querem te “ Ao ver Jesus, ele se lançou a seus pc's
ver"". 2lEle lhes respondeu: “ A minha gritando e disse com voz forte: “ Quc tens
mãe c os meus irmãos são os que ouvem a ver comigo*. Jesus, Filho do Deus A l­
a palavra dc Deus e a põem em pratica0". tíssimo? Eu te rogo1*, não me atormen­
tes” . 2,Jesus ordenava, de fato, ao espíri­
Jesus apazígua uma tempestade ( M t to impuro que saísse daquele homem.
8 . 1 8 2 3 - 2 7 ; M c 4 , 3 5 - 4 1 ) . JJOra, um dia Pois, muitas vezes, o demônio se tinha
ele subiu ao barco com os seus discípu­ apoderado dele; amarravam-no, para o
los; e lhes disse: “ Passemos para a outra guardar, com correntes e pcias, mas ele
margem do lagop" . e eles se fizeram ao arrebentava os seus grilhões e era impe­
largo. ^Enquanto navegavam, Jesus ador­ lido pelo demônio para os lugares
meceu. Um vendaval^se abateu sobre o desertos*. wJesus o interrogou: “ Qual e' o
lago: o barco fazia agua e eles sc acha­ teu nomcd?” — “ Legião” , respondeu ele,
vam cm perigo. í4Aproximaram-se e o pois numerosos demônios haviam entra­
despertaram, dizendo: “ Mestre, mestre', do nele. J,E eles lhe suplicavam quc não
estamos perecendo!” Ele acordou, amea- lhes ordenasse ir para o abismo'.

í. Diversamente dc M c 4,24. L.c faz a sentença referir-se à u. i x nota o temor dos discípulos, com o M c 4.41, e o pasmo
atitude daquele quc escuto. Km L c . esta é a conclusão do discur­ deles, com o Mt 8 2 7 . Hle salienta essas reações no fim dc várias
so cm purJbolus. narrações de m ilagres (cf. 1,12 nota e 63 nota).
j . Acrescentando esta palavra, L c reduz o paradoxo da senten­ v. L it. a áf>uu.
ça. Ele nào o fara no texto paralelo 19.26 (cf. M c 4.25; Mt w . A q u i.e no v. 37. mss. bastante numerosos trazem gadaretios
13.12; 25.29). ou gerasenos. quc parecem respectivamente as leituras originais
k . C f. Mt 13.12 nota. de Mt e de M c. De qualquer forma, trata-se da região pagã
I. Mt e M c colocam este episódio antes do discurso em pará­ situada à margem oriental do lago.
bolas. \ x o desloca para fazer dele a aplicação do seu discurso, x. C f . os vv. 34 c 39. Nesta região, não pode passar de um
m . C f . M i 12.46 nota. sim ples povoado.
n. Diversamente de M c 3.21. L c nào d iz quc os fam iliares dc y . C f. 8.2 nota.
Jesus vêm com a intenção de se apoderar dele. z . C f. M c 5,2 nota.
o. C f. Mt 12.50 nota. L c particulariza, na linha do discurso a . C f . 4 3 4 e M c 1 2 4 nota.
precedente, que c preciso escutar a palavra com fé para a pôr b . Em L c . os demônios suplicam a Jesus, enquanto em M c 5.7
cm prática (cf. v. 15). Ele voltará a este ponto a respeito da mãe eles procuram afastá-lo pelo poder do nome de Deus.
de Jesus (c f. 1128 nota). c . O deserto é. no A l* com o entrc os povos sem íticos. a habi­
p . Jesus quer partir para uma região pagã que fica do outro tação dos seres demoníacos ( L v 16.10; ls 1321; 34,12.14; Tb
lado do lago (sobre este (ermo, cf. 5.1 nota), 8,3; Br 4 3 5 ). O evangelho utiliza por vezes essa representação
q . C f . M c 4.37 nota. (cf. L c 4.1; 1 1 24 ).
r . C f. 5.5 nota. d . C f. M c 5.9 nota.
s . C f . M i 8 2 6 nota. e . Em \x . os demônios têm medo de serem mandados de volta
t. A censura de Jesus aos discípulos é menos dura do que em para o mundo infernal, enquanto em M c eles temem ser expul­
M c 4.40: eles lém a fe'. mas não sabem pô-la em prática. sos da região. C f . A p 9.1 nota; 20.1.3.
'2Ora, havia ali uma vara considerável esperá-lo. 4IE eis que chegou um homem
de porcosr pastando na montanha. Os chamado Jairo; ele era chefe da sinagoga*.
demônios suplicaram a Jesus que lhes Caindo aos pe's de Jesus, suplicava-lhe
permitisse entrar naqueles porcos. Ele que viesse à sua casa 42porque ele tinha
lhes permitiu. 3(Os demônios saíram do uma filha unica11, de cerca dc doze anos.
homem, entraram nos porcos e a vara se que estava morrendo. Enquanto Jesus ia,
precipitou, do alto da escarpa, no lago c as pessoas quase o sufocavam.
aí se afogou. ■*-'Havia ali1 uma mulher que sofria de
•“ À vista do que acontecera, os guardas hemorragias fazia doze anos; ela perdera
fugiram c relataram o fato na cidade e tudo o que possuía com médicos" e ne­
nas aldeias. i f O povo veio ver o que nhum a pudera curar. "Aproximou-se por
acontecera. Eles chegaram perto de Je­ detrás", tocou na franja0 de sua veste e, Nm u.
sus c acharam, sentado a seus pcss, o no mesmo instante, a sua hemorragia íí'? 1;,
Dt 2.12
homem do qual haviam saído os demô­ cessou. ‘“ Jesus perguntou: “ Quem foi que
nios: ele estava vestido e em pleno juízo, me tocou?" Como todos se escusassem,
e eles ficaram tomados de temor. '‘ Os Pedrop disse: “ Mestre, é o povo que te
que tinham visto lhes relataram como aperta e te comprime". '“ Mas Jcsus dis­
aquele que era demoníaco fora salvoh. se: "Algue'm tocou cm mim; eu senti uma
57Então toda a população da região dos força sair de mim’1" . 17Vendo que não
gergesênios pediu a Jesus que se afastas­ passou despercebida, a mulher veio, tre­
se deles, pois estavam tomados de gran­ mendo, lançar-se aos seus pés; ela con­
de medo; c ele subiu ao barco e voltou. tou diante de todo o povo por que moti­
“ O homem do qual os demônios tinham vo havia tocado nele, e como tinha sido
saído pedia-lhe para ficar com ele. Mas curada no mesmo instante. “ Então ele
Jcsus o despediu, dizendo: •'*‘ Volta para lhe disse: "Minha filha, a tua fe te sal­
a tua casa c conta tudo o que Deus fez vou. Vai em paz'".
por ti". E o homem se foi, proclamando "E le ainda falava quando chegou al­
por toda a cidade1 tudo o que Jesus fizera guém da casa do chefe da sinagoga e
por ele. disse: “ A tua filha morreu. Não incomo­
des mais o mestre". “ Mas Jesus, que
C ura dc uma mulher e ressurreição ouvira, disse a Jairo: “ Não tenhas medo;
da filha de Ja iro ( M l 9 , 1 8 - 2 6 : M c 5 . crê' somente e ela será salva” . slAo che­
2 1 - 4 3 ) . “ Ao voltar, Jesus foi acolhido gar à casa, Jesus não deixou entrar con­
pela multidão, pois eles estavam todos a sigo senão Pedro, João e Tiago1 com o

f. C f. M c 5.11 nota. rar-se com a multidão, e. cm particular, aproxim ar-se do profeta.


g . É em L c a atitude do discípulo. C f . 10.39 e A i 2 2 3 . D a í a sua atitude discreta,
h. Pode-se traduzir: Aqueles que tinham visto como o que era o . C f . M l 9.20 nota.
demoníaco tinha sido salvo lhes relataram. — L c introduz no p. L c é o ünico a m encionar Pedro. Numerosos mss. antigos
fim o termo salvar, que designa tanto a cura (6.9; 8,48.50; 17.19; acrescentam: e os seus companheiros.
18.42; 2 3 35 .3 7 .3 9 ) como a regeneração espiritual (7.50; 8.12; q . I x ja assinalou esta açào do poder dc Deus em Jesus (5.17;
19.10); aqui ele parece unir os dois sentidos. 6.19). Ele o apresenta aqui com o uma energia que pode agir
i. L c menciona a cidade (cf. vv. 27.34) e nào a Decapole. independentemente da vontade de Jesus. mas da qual este tem
como M c 5.20. Nos dois casos, trata-se de um anuncio da sal- consciência,
vaçãò aos pagãos, mas ele é m ais discreto em I x . Para este. a r . C f . Mt 9,22 nola e L c 7.50 nota.
pregação aos pagãos sd com eça na Páscoa. s . E m L c . o tempo do verbo indica que Jesus pede um ato de
j . C f. M c 5 2 2 nota. fé ; em M c 5 3 6 . Jairo é convidado a continuar a crer.
k . C f. 7.12 nota. t. Estes três discípulos serào testemunhas da transfiguração
I. Estas duas palavras são acrescentadas por necessidade da (9 .2 8 ). Mt 2 6.37 e M c 1 4 3 3 o s m encionarão junto de Jesus
tradução. Sobre a atitude da m ulher, cf. M c 5.28 nota. no G etsô m ani. D estarte, estão particularm ente associados
m . A lguns bons mss. antigos omitem: ela tinha gasto todos os à ação e ao m istério do M estre. Contrariam ente a M arcos.
seus bens com os médicos. L u ca s m enciona Jo ão antes de T ia g o , com o em 9.28 c At
n. Por causa de sua doença, a mulher é legalmente impura, e 1.13; isso corresponde ao iu gar de destaque que eie dá a Joào
sua impureza é contagiosa ( L v 15.18-27). É-lhe proibido mistu­ nos Atos.
pai e a mãe da criança. ” Todos chora­ que João ressurgira dos mortos, "outros,
vam c se lamentavam por causa dela. que Elias aparccerad,outros, quc um pro­
Jesus disse: “ Não choreis; ela não esta' feta de outrora ressuscitara. ^Herodes
morta, ela dorme“’\ 5,E eles zombavam disse: “ João. cu mesmo o fiz decapitar.
dc Jesus, porque sabiam que cia estava Mas quem e' este, de quem ouço dizer
morta. MMas ele, tomando-a pela mão, tais coisas?" E procurava vê-lo*.
chamou-a: “ Menina, acorda"*’ .ssO seu es­
pírito voltou" e ela se levantou no mes­ Jesus sacia uma multidão ( M t 1 4 , 1 3 -
mo instante. E ele ordenou que lhe des­ 2 1 ; M c 6 , 3 0 - 4 4 ) . "*Ao voltaremf,os após­

sem de comer. “ Os seus pais ficaram es­ tolos contaram a Jesus tudo o que ha­
tupefatos; e ele lhes ordenou que não dis­ viam feito. Ele os levou c sc retirou para
sessem a ningue'm o que havia acontecido*. um lugar afastado, para os lados de uma
cidadc chamada Betsaida*. " A o saberem
q Missão dos Doze ( M t 1 0 , 1 - 9 . 1 1 - 1 4 ; disso, as multidões o seguiam. Jesus os
'Tendo reunido os Doze,
M c 6 ,6 -1 3 ) . acolheu; falava-lhes do Reinado de Deus
ele lhes deu poder e autoridade sobre e curava aqueles que precisavam dc cura1’ .
todos os demônios e lhes concedeu curar l2Mas o dia começou a declinar. Os
as doenças5. 2Enviou-osz a proclamar o Doze se aproximaram e lhe disseram:
Reinado de Deus e fazer curas, 3e lhes "Despede a multidão; que eles vão se
disse: “ Não leveis nada para a viagem, alojar* nas aldeias e povoados dos arre­
nem bastão, nem alforje, nem pão, nem dores e aí achem o que comer, pois es­
dinheiro; não tenhais duas túnicas cada tamos aqui num lugar deserto". IJMas ele
um. ‘ Em qualquer casa onde entrardes, lhes disse: “ Dai-lhes de comer vós mes­
permanecei ali. Daí é que partireis de mos". Então eles disseram: “ Nós não
novo. 5Se não vos acolherem, deixando temos mais que cinco pães e dois pei­
essa cidade, sacudi a poeira de vossos xes... a menos que vamos nós mesmos
pe's": será um testemunho contra eles” . comprar comida para todo esse povo” .
6Eles partiram e foram dc cidade em ci­ '■“Havia, com efeito, cerca de cinco mil
dade, anunciando a boa nova e fazendo homens.
curas por toda parte. Ele disse aos seus discípulos: “ Fazei
que se instalem por gruposJ de cinqüen-
Herodes intrigado pela fama de Jesus tak". ,5Eles assim fizeram e instalaram a
(M t 1 4 , 1 - 2 ; M c 6 , 1 4 - 1 6 ) . 7Hcrodcs, o todos. l6Jcsus tomou os cinco pães c os
tetrarca1’, soube dc tudo o que se passava dois peixes c, erguendo os olhos para o
c estava perplexo' porque alguns diziam cc'u, ele os abençoou, partiu-os1 e dava- Mt 26.26

u. A menina está realmente morta (v. 53). mas para Jesus a e. L c prepara aqui 23.8.
morte não é definitiva; Deus pode despertar os mortos, reduzin­ f. C f . M c 6 3 5 nota.
do assim a morte a um sim ples sono (Jo 11,11; cf. A t 7.60; g. L c situa o episódio perto desta cidadc. enquanto em M c
13.36; lT s 4.13-15; IC o r 15.18-20); aqui Jesus talvez procure 6.45 os discípulos sc dirigem a ela após a m ultiplicação dos
também reduzir o aspecto espetacular do acontecimento. pães.
v. C f . 7.14 nota. — O termo menina aqui é o mesmo que h. Jesus ensina, como em M c 6 3 4 ; ele cura. como cm Mt
criança no v. 51. 14.14 e 1530.
w . C f. o milagre dc Elia s em lR s 17,21-22. í. Essa preocupação de alojar a multidão não é indicada nem
x . C f . M c 5,43 nota. L c modificou a construção do final dc M c em Mt ncm em M c; cia não corresponde aos costumes palestt-
para obter uma conclusão m ais solene, nenses e deve ter sido introduzida aqui por l^c. que reage com o
y. C f. Mt 10.1 nota. grego.
z . C f. 6.13 nota e Mt 10.5 nota. j . L it. Fazei-os estenderem-se por ieitos (= canteiros). C f. 7 3 6
a . C f . Mt 10.14 n o ia .c a realização dessa ordem em A t 13.51. nota.
b. C f. L c 3.1 nota. k . C f. M c 6.40 nota.
c . Fim Mt 14,2 e M c 6,16. Herodes crê que Joào Batista, res­ I. A maneira dos judeus. Jesus inicia a refeição com uma
suscitou em Jesus. Para L c . este monarca helenista deve scr bênção. O s seus gestos são relatados nos mesmos termos que na
demasiado cetico para admitir tal possibilidade. refeição eucarística; toDavida, L c fala aqui de abençoar os pães
d . C om o o anunciava M l 3.23 (cf. Mt 17.10; M c 9,11). e cm 22.19 dc dar graças.
-os aos discípulos para os oferecerem à Como seguir Jesus* (Mt 16,24-28; Mc
si 78,29 multidão. ,7Eles comeram c ficaram to­ 8 ,34 -9 ,1). ^Depois, ele disse a todos’*:
dos saciados; e foram recolhidos os pe­ “ Se alguém quiser vir em meu seguimen­
daços que lhes sobraram: doze cestos'". to, renuncie a si mesmo e tome sua cruz* u.27
cada diay,e siga-me. 24Pois quem quiser
Pedro reconhece Jesus como o Mes­ salvar sua vida1 perdê-la-á: mas quem 1733:
sias. Jesus declara que deve morrer" perde sua vida por causa de mim, salvá- io 12,25
( M l 1 6 , 1 3 - 2 1 ; M c 8 , 2 7 - 3 1 ) . '“Ora, como la-á. 25E que proveito tem o homem em
estivesse em oração”, num lugar afasta- ganhar o mundo inteiro, se ele se perde
dop,os discípulos estavam com ele, e ele ou arruina a si mesmo"? “ Pois se alguém
os interrogou: “ Quem sou eu no dizer se envergonhar de mim e das minhas pa- '2.9
das multidões?” ^Eles responderam11: lavras, o Filho do Homem se envergo­
w -i “ João, o Batista; para outros, Elias; para nhará dele quando vier em sua glóriabe
outros, tu és um profeta de outrora que na do Pai e dos santos anjos. ^Verdadei­
ressuscitou” . ramente eu vos digo, entre os que estão
“ Ele lhes disse: “ E vós, quem dizeis aqui, alguns não morrerão'antes de ver o
que eu sou?” Pedro, tomando a palavra, Reinado de Deus0” .
respondeu: “ O Cristo de Deusr” JIE ele,
com severidade, lhes ordenou que não o A glória do Filho de Deus*(Mt 17 ,1-8 ;
dissessem a ninguém, “ explicando’ que Mc 9,2-8). “ Ora, cerca de oito dias de­
o Filho do Homem devia sofrer muito, pois dessas palavras, Jesus tomou consi­
ser rejeitado por parte dos anciãos, dos go Pedro, Joâo e Tiago e subiu à monta- s ji
sumos sacerdotes e dos escribas', ser nhafpara rezar*. ” Enquanto rezava, o as­
morto e, no terceiro dia, ressuscitar"” . pecto do seu rosto mudouha sua roupa se

m . C f. Mt 14,20 nola. car aos discípulos a lição da morte do seu Mestre (cf. Jo 12.
n. Sozinho com seus discípulos, Jcsus os intima a se pronun- 25-26).
ciarem sobre a sua missào. Pedro, em nome de todos, o reconhe­ w. Por esta introdução. L c dá a sentir que essas palavras não
ce como o M essias. Imediatamente. Jesus afasta o equívoco tem­ visam somente aos D oze, mas a todos os discípulos de Jesus (cf.
poral por meio do anúncio de sua morte próxim a. Em L c . como M c 8.34).
cm Jo 6.67-71, este episódio decisivo se segue à m ultiplicação x. C f. M c 8 3 4 nota.
dos pâes. M l 14.22-16.12 e M c 6 .4 5 -8 ,2 6 inserem entre os dois y. Estas duas palavras que L c introduz aqui (cf. 11.3) frisam
acontecimentos uma viagem bastante longa em território pagão, que se trata dc uma lei permanente da vida do cristão.
o. C f. 3,21 nota. z . C f. 12,19 nota.
p . Segundo Mt 16.13 e M c 8,27. a cena se passa na região dc a. A expressão se arruina corresponde à que i traduzida em
Cesaréia de Filip e; Jo 6,59 a situa em Cafam aum . L c se limita Mt 16,26 e M c 8 3 4 por: cie o paga (com sua vida). Este termo
a notar o isolamento de Jcsus com os seus discípulos. deve ter parecido muito fraco a L c . que acrescenta se ele se
q . Poder-se-ia também traduzir: uns responderam: "Joâo, o perde.
Batista", outros "FAias”, outros: "dizem que tu c s .." b . E m Mt 16.27 c M c 8 3 8 , só se trata da gló ria do Pai. L c
r . L c repetirá este título em 23,35. E le já mosirou Jesus pro­ acrescenta-lhe a glória pessoal do Filh o que Jcsus vai manifestar
clamado C risto pelos anjos (1 «32-33; 2,11). por Sim eão (2.26.30), em sua Transfiguração ( 9 3 2 ), com o prenúncio da sua glória
pelos demônios (4.41); mas Pedro é o primeiro dos discípulos a pascal (24,26).
dar este título a Jesus (sobre a tradução o Cristo, cf. 3.15 nota). c. L it. nâo saborearão a morte (expressão judaica).
s. L it. dizendo. L c liga estreitamente o silêncio que Jesus impõe d . Para L c , ver o Reino de Deus é. sem dúvida, reconhecer o
aos seus discípulos sobre a sua dignidade messiânica ao anúncio senhorio pascal dc Jcsus ressuscitado (22,69; A t 2 3 6 ), cujo
de sua morte próxima. S ó quando Jcsus tiver ressuscitado, os anúncio a transfiguração vai constituir. C f. M c 9.1 nota.
Doze proclamarão publicamente a Jesus como M essias (A t 2.36). e. C f. Mt 17,1 nota. L c vai insistir sobre a conversa dc Jesus
t. Estas três categorias dc personagens sào as três ordens que com dois profetas que o prefiguraram no A T : eles falam do
constituem o Sinédrio. acontecimento pascal a realizar-se em Jerusalém . Esse aconteci­
u. C f. Mt 16.21 nota. L c não relata a intervenção dc Pedro mento é anunciado aqui pela glória de Jesus, que L c é o único
para afastar Jesus da morte (M t 16.22-23 e M c 8.32-33), mas ele a m encionar, no v. 32 (cf. 24,26).
insistirá em 9.45 e 18,34 sobre o fato de que os discípulos não f. C f. Mt 17,1 nota.
compreenderam esse anúncio. g . C f. 3,21 nota.
v. Essas diversas palavras de Jesus, que encontramos em ou­ h. L c evita a palavra grega “ metamorfose” (Mt 17,2; M c 9,2)
tros lugares nos evangelhos (Mt 10,38-39.33; L c 14.27; 17,33; que tem para os seus leitores uma ressonância pagã; ele vai falar
12.9), foram reunidas aqui por uma tradição já antiga, para apli­ antes da glória de Jesus (v . 32).
tomou dc uma brancura fulgurante. WE eis multidão um homem exclamou: “ Mes­
quc dois homens conversavam com ele; tre, eu te rogo, põe teus olhos sobre o
eram Moise's e Elias1; -'‘aparecendo na meu filho, pois ele é o meu filho único".
glória1, falavam da partida* de Jesus que •wAcontece que um espírito se apodera
ia se realizar em Jerusale'm. “ Pedro c os dele; dc repente ele grita', ele o faz ter
seus companheiros estavam acabrunhados convulsões e espumar, e só o abandona
de sono; mas, acordando1, viram a glória muito dificilmente, deixando-o todo al-
de Jesus e os dois homens que com ele quebrado. 40Pedi aos teus discípulos que
estavam. -'■'Ora, como estes se apartassem o expulsassem, mas eles não puderam".
dc Jesus1",Pedro lhe disse: “ Mestre, e' bom 4lTomando a palavra, Jesus disse: "G e ­
que estejamos aqui";ergamos três tendas": ração incrédula e transviada, ate' quando Dt 32.5
uma para ti, uma para Moisc's, outra para estarei cu junto dc vós" c terei de vos
Elias". Ele não sabia o que dizia. suportar? Traze aqui o teu filho". 42Ape-
“ Enquanto ele assim falava, sobreveio nas a criança sc aproximou, o demônio a
uma nuvem que os rccobriap. O temor sc lançou por terra e a agitou cm convul­
apossou deles no momento em que pe­ sões. Mas Jesus ameaçou o espirito im­
netravam nela. ,5E uma voz fez-se ou- puro, curou a criança e a entregou a seu
3.22 vir proveniente da nuvem; ela dizia: “ Estepai*. 4-’E todos estavam impressionados
e' o meu Filho, aquele quc cu escolhiq. com a grandeza dc Deus5'.
ouvi-or!" ^N o momento em que a voz
d i i x .i 5 ressoou. Jesus ficou só. Os discípulos Segundo anúncio da Paixão ( M t 1 7 , 2 2 -
guardaram silêncio e, naquele tempo\ 2 3 ; M c 9 J 0 - 3 2 ) . Como todos sc admiras­
não contaram a ninguém nada do quc sem de tudo o quc ele fazia. Jesus disse
haviam visto1. aos seus discípulos: " “ Escutai bem o que
cu vou dizer-vos': o Filho do Homem vai
C u ra dc um menino possesso ( M t ser entregue às mãos dos homens-"."M a s
1 7 , 1 4 - 1 8 ; M c 9 , 1 4 - 2 7 ) . 37Ora. no dia eles não compreendiam esta palavra; ela ix .34
seguinte, quando eles desciam da monta­ lhes permanecia velada, para quc não com­
nha, uma grande multidão veio ao en­ preendessem o seu sentidob; e eles tinham
contro de Jesus. WE cis quc do meio da medo dc interroga'-lo a este respeito.

i. C f. Mt 17.3 nota. q . L c 2 3 3 5 dará ainda a Jesus este (ítulo. que deve provir de
j . Moisés e FJius possuem a glória porque foram associados à Is 49.7 e se encontra nos escritos apocalíticos do judaísm o,
obra de Deus (E x 34,29-35; 2 C o r 3 .7 -1 1) e voltaram para junto r . C f . Mt 17.5 nota.
dele de modo misterioso (D t 34.5-6. 2 R s 2.11-12). A glória sera s . Segundo o seu habito. L c distingue claramente o tempo da
concedida a todos os que forem admitidos no mundo futuro ( I T s missão terrestre de Jesus e o tempo posterior à Páscoa, no qual
2.12; 2 Ts 2.14; IC o r 2.7; 15.43; 2 C o r 3.18; 4.17; F l 3.21: Rm os apóstolos proclamarão o seu mistério.
5.2.8.18.21; C l i .27. 3.4). Jesus a possui aqui antes da sua res­ t. L c não reluta a conversa dos discípulos com Jesus sobre a
surreição (v . 32: cf. 2.9 nota). identificação de João Batista com E lia s (Mt 17.9-13; M c 9.9-13).
k . Lit. êxodo. Jesus deve realizar o novo êxodo, por sua morte, Para L c . E lia s é antes a prefiguração de Jesus (cf. 1.17 nota;,
ressurreição e ascensão, que permitirão aos seus aceder a Deus u . C f . 7.12 nota.
com ele. Este mistério vai se realizar em Jerusale'm. centro da v . V ários mss. omitem a menção ao gritar, sem dúvida porque
história da salvação. atribuído ao espírito,
I. Pode-se traduzir também; permanecendo acordados. w . C f . Mt 17.17 nota.
m . L c distingue mais claramente que Mt e M c a aparição de M oi­ x. C f. 7.15 nota.
sés e de Elias e a palavra de Deus. O s profetas atestaram que Jesus y. L c conclui à maneira dus narrações dc m ilagres (cf. 1.63
cumpre as promessas do A T . Deus declara que Jesus é seu Filho. nota^.
n . A fórmula é equiVoca: será quc i para Pedro, em sua alegria z . L il. Ponde estas jyuluvrus em vossas ouvidos, p o is... (cf. I x
presente, ou para os personagens misteriosos aos quais ele quer 1.44; 4.21; A t I I .22). V ários compreendem: Guardai bem o que
prestar serviço? D c qualquer forma. Pedro compreende mal a eu vos disse, pois...
situação e sonha com prolongá-la. a . Contrariamente a Mt c M c. L c não relata aqui o anuncio da
o. C f. M l 17.4 nota. Ressurreição de Jesus. B sem duvida para sign ificar que a in­
p. C o m o cm I x 1.35. esta palavra indica uma vinda dc Deus compreensão dos discíp ulos (v. 45 )e' relativa à Paixão de Cristo.
à maneira das suas manifestações ao povo do Êxod o (E x 4 0 3 5 ; b . Pode-se traduzir tambe'm: de sorte que eles nâo podiam
Nm 9.18.22: 10.34). perceber o sentido dela.
Quem é o maior? ( M t 1 8 , 1 - 5 ; M c 9 , 3 3 - aldeia de samaritanos para preparar a sua
“ Surgiu entre cies uma discussão':
3 7 ). vinda".5'Mas não o acolheram, porque ele
qual deles seria o maior? 47Jesus, saben­ viajava” para Jerusale'm. MVendo isso, os
do da pergunta que eles se faziam1*, to­ discípulos Tiago e João disseram: "Senhor,
mou uma criança, postou-a junto de si, queres que digamos que o fogo caia do
■“ c lhes disse: "Quem acolhe em meu ce'u c os consuma"?" “ Mas Jesus, voltan-
nome esta criança'acolhe a mim mesmo; do-se. os repreendeup. “ E eles viajaram
e quem mc acolhe acolhe Aquele que para outra aldeia.
me enviou; pois aquele que e' o menor
entre vós, este e' que c' o maior". Tudo deixar para seguir Jcsus*1 ( M t 8 ,
1 9 - 2 2 ) . 57Enquanto estavam andando, al­
Quem não é contra vós é por vós ( M c guém disse a Jesus no caminho: “ Eu te
9 , 3 8 - 4 1 ) . 4'Tomando a palavra. João lhe seguirei para onde quer que vás” . “ Jcsus
disse: "Mestre, nós vimos alguc'm que lhe disse: “ As raposas têm tocas c os pás­
expulsava os demônios em teu nomef c saros do céu, ninhos; o Filho do Homem,
procuramos impedi-lo*, porque ele não te porém, não tem onde recostar a cabeça1"’.
segue conosco". “ Mas Jesus disse: "Não CTA um outro, ele disse: “ Segue-me'". Es­
o impeçais. pois aquele que não está con­ te respondeu: "Pcrmite-ine ir primeiro enter­
tra vós e' a favor de vósh” . rar o meu pai". “ Mas Jesus lhe disse: "Dei­
xa os mortos enterrarem os seus mortos1,
A partida de Jesus para Jerusalem . mas tu, vai anunciar o Reinado dc Deus".
Mau acolhimento na Sam aria1. slOra, ‘ 'Um outro ainda lhe disse": “ Eu vou te
como chegasse o tempo em que ele ia ser seguir. Senhor, mas primeiro permite-me
22
R< .i arrebatado do mundo*, Jcsus tomou reso­ despedir-me dos da minha casa". “ Jesus
lutamente11 a estrada de Jerusale'm. 5íEIe lhe disse: “ Quem quer que ponha a mão
enviou mensageiros adiante de si1. Estes, no arado e olhe para trás nâo é feito para
pondo-se a caminho, entraram em uma o Reino de Deus”".

c . Pode-sc traduzir lambem: umu questão veio-lhes ao espíri­ ções com os samaritanos. a quem odiavam por causa de suas
to: o v. 47 indica que se traiu de um questionamento interior. origens bastardas e divergências religiosas (Sr 50.25-26; Jo 4.9).
d . Lit. a pergunta do coração deles (cf. 6.8 nota). Jesus rompe com essas qucrclas (cf. 10 33 -3 7 ; 17.16-19). L c
e. C f. Mt 183 nota. deve ver nisto um prelúdio à missào de Filip e em Sam aria (A t
f. L c relutará em A l 16.18 e 19.13 como Pauio expulsou os 8.5-25; cf. Jo 4.4-42).
demônios peto nome de Jesus. n . Lit. sua fa c e estavv indo (o mesmo estilo solene),
g . Numerosos mss. trazem: nós o ími>edhnos disso. o. É o castigo que E lia s infligira a seus adversarios (2 R s 1.10-
h. Este julgamento otimista (cf. M c 9.40) contrasta com o que 12) conto acrescentam aqui numerosos mss.
a polêmica impora a Jesus em i 1.23 (cf. Mt 1 2 30 ). p . M ss. baUante numerosos acrescentam; e ete lhes disse: Vós
i. L c abre aqui a longa seção da subida d c Jesus a Jerusalém não sabeis de que espirito sois. fpois) o Filho do homem não
(9.51-19.28). N isio . ele sc aparta do plano de M l e dc M c. que veio paru perder as vidas (dos homens), mas jxtra satvá-tas (cf.
só retomara em 18.15 (M l 19.13; M c 10.13). Nesta seção ele L c 19.10).
apresenta numerosos elementos que lhe são próprios, muitos que q . O s dois prim eiros destes diálogos sc encontram tambem cm
são com uns com Mt. e alguns que se encontram em M c. FLsla Mt; o terceiro é próprio de L c . Este da* aos três um sentido
parte é dominada pela perspectiva da Páscoa a realizar-se em particular, colocando-os na perspectiva da partida de Jesus, exa­
Jcrusalc'm e pela preocupação de Jesus em preparar os seus d is­ tamente antes do envio em missão dos setenta e d o is discípulos.
cípulos para a missão dele após a sua partida. r . Diversamente de Mt e M c. Ijc nunca mostra Jesus em uma
j . L il. Como se cumprissem os dias do seu arrebatumento. casa que seja própria dele ou do seu grupo (cf. 5.29 nola).
lista ultima palavra pode visar, ao mesmo tempo, à morte e à s . Em Mt 8 .21-22. e o discípulo quem se apresenta. Em L c . é
ascensão de Jesus (cf. 9 3 1 nota sobre o seu êxodo). Jesus quem toma a in iciativa de o chamar, como em M c 1.17;
k . Lit. Ele endureceu <i sua fa ce para tomar... (cf. Is 50.7). A ele o envia para anunciar o reino de Deus.
formulação solene deste versículo ressalta a importância da partida t. C f . Mt 8.22 nota.
dc Jesus para a cidade onde vai se consum ar o misteYio pascal. u. Estes dois versículos sào próprios dc I x . E les evocam o
I. L il. diante da sua face. Esta expressão que evoca a alusão chamamento dc E lis c u . por E lia s ( I R s 19.19-21): mas Jesus é
a Isaías do v. precedente, vai ser retomada ainda no v. 53 c cm mais exigente que E lia s , que deixava o seu discípulo despedir-
10.1. E sla linguagem bíblica realça a significação sagrada-sedados seus.
viagem de Jesus. v. Para entrar nele (d a í a tradução Reino), a menos que se trate
m . L it. para preparar para ete. O s judeus evitavam as rela­ de anunciar o Reinado de Deus como no v. 60 (cf. 4.43 nota).
1 fv Missão dos setenta c dois discí- rem. 9Curai os doentes que aí se acharem
pulos ( M t 9 , 3 7 - 3 8 ; 1 0 , 7 - 1 6 ; M c e dizei-lhes: ‘Chegou ate' vós o Reinado
6 , 8 - 1 1 : L c: 9 , 3 - 5 ) . 'Depois disso, o Se­ de Deus8’ . l0Mas em qualquer cidadc onde
nhor designou setenla e dois" outros dis­ entrardes e não vos acolherem, saí para as
cípulos e os enviou, dois a dois, adiante praças e dizei: " ‘ Ate' a poeira de vossa
de si*,a toda cidadc e localidade para on­ cidade que se colou aos nossos pe's, nós a
de ele próprio devia i r \ 2Ele lhes disse: sacudimos para vo-la restituir11. No entan­
jo 4.38 " A messe é abundante, mas os operários, to, sabei: o Reinado de Deus chegou’ .
pouco numerosos. Pedi, pois, ao senhor
da messe que mande operários para a sua l2‘‘Eu vos digo1: naquele
( M t 1 1 ,2 4 .2 1 - 2 3 ) .

messe”.-'Ide! Eis quc eu vos envio como dia, Sodoma será tratada com menos ri­
22.35 cordeiros para o meio de lobos. 4Não gor do que essa cidade. l3Ai de ti. Cora-
leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, zin! Ai de ti, BetsaidaJ! pois, se os mila­
e não saudeis ningue'm pelo caminho*. gres que se realizaram no meio de vós sc
5"Em qualquer casabonde entrardes, di­ tivessem realizado em Tiro e em Sídon,
zei primeiramente: 'Paz‘ a esta casa’ . 6E há muito que elas se teriam convertido,
se aí se achar um homem de paz*1, a vossa vestidas de saco e sentadas na cinzak.
paz irá repousar sobre ele; senão, ela uSim, no juízo. Tiro e Sídon serão trata­
retornará a vós. 7Permanecei nessa, casa das com menos rigor do que vós. I5E tu.
comendo e bebendo o que vos derem, Cafarnaum. s e r d s t u e l e v a d a a t e ' o c e u ? Jo 4.3x
pois o trabalhador merece o seu salário'. T u d e s c e r d s a te 'a m o r a d a d o s m o r to s " .

Não vos mudeis de casa em casar. '‘ "Quem vos ouve a mim ouve. e quem
“"Em qualquer cidade onde entrardes e vos rejeita a mim rejeita; mas quem me
icor io,27 vos acolherem, comei o quc vos oferece- rejeita rejeita aquele que me enviou'".

w. M ss. bastante numerosos trazem setenta (com o também no 25 .6 ...) que é um voto de prosperidade.de saüde e de felicidade,
v. l7 ).T a n lo uma leitura com o a outra visam sem duvida indicar uma bênção. A q u i. trata-se da /w’ m essiânica quc o evangelho
o numero d;is nações pagàs. tal como o judaísm o o encontra em traz (cf. 1.79 nota); ela é eficaz para quem a recebe (d aí o v. 6).
G n 10. segundo o texto hebraico (7 0 ) ou o texto grego (72). \x d . L it. um filho de paz (sem itism o). isto é. um homem que
sabe que a missão aos pagàos s<5 começara após a Páscoa e acolhe a paz de Deus e quc pertence ao seu domínio.
Pentecostes (24.47; At 1.8). mas ele quer apresentar aqui uma e. Paulo citará esta regra com o uma lei da missão, renuncian­
prefiguração sim bólica, do. porém, no que lhe concerne, a se beneficiar dela ( I C o r 9,14-
x. Lit. perante a sua fu ce (cf. 9.52 nota), 18; 2 C o r 11.7-11; IT s m 5.18). C f. Mt 10.10 nota.
y . L c é o unico que relata esta missão, mus ele pode ter obtido f. Jesus quer, sem duvida, que os seus missionários não se
esla informação de uma boa tradição. A s palavras de Jesus quc preocupem com achar uma hospedagem mais confortável e que
ele aqui relata, mais desenvolvidas que as da inissào aos Doze sc consagrem inteiramente à própria missão.
em L c 9.2-5, encontram-se também, cm sua m aioria, em Mt. no g . Lit. aproximou-se ate’vos. É a primeira vez em L c que se
discurso aos D oze (9 3 7 -3 8 ; 10.7-16.40) e nos oráculos contra as trata da aproximação do Reino de Deus (cf. M l 3,2 nota).
cidades do lago (1 1 .21-24). A intenção dc L c ao relatar essa h. C f . 9,5.
missão parece dupla: quer mostrar que a m issão não é reservada i. Nesie contexto de L c . os vv. 12-15 são um lamento profé­
aos Doze e também que a missão na Palestina prefigura a missão tico dc Jesus sobre toda cidade que não acolher a mensagem dos
aos pagàos (cf. acim a, nota »»•). Essas duas perspectivas são seus enviados. O primeiro versículo é empregado no mesmo
evidentemente sugeridas a I x por sua experiência ulterior da senlido em Mt 10.15. Na realidade, o oráculo prim itivo de Jesus
missão evangélica. parece mais bem conservado em Mt 11.21-24. cuja construção
z . O s profetas do A T descreveram muitas vezes o julgamen­ é mais conform e às leis do paralelism o; este oráculo visava às
to de Deus sob a imagem da messe (JI 4.13). da debulha (Is cidades da margem norte do lago da G alilé ia e as censurava por
41.15: Jr 51.33) e do joeiramento (A m 9.9; Is 3 3 .1 1; 41,16; Jr recusarem os sinais de Jesus.
13.24; 51.2); para eles. era a obra por excelência de Deus. João j. Nào se trata aqui de uma m aldição, mas de uma lamentação
Batista fez dela a tarefa do Mais Korte (3.16-17). Aqui Jesus e de um ultimo apelo (cf. 6,24 nota). Sobre Corazin e Betsaida.
associa os seus discípulos pela oração e pela pregação a esta cf. M l 11,21, nota.
obra escatológica. que é agora atual na sua missão (cf. Mt 9 3 7 k . C f . Mt 11,21 nota. Jesus reconhece que os seus m ilagres
nota). nào puderam obter a conversão das cidades (cf. 1631).
a. A s saudações orientais sào intermináveis. O ra. a mensagem I. E sla sentença conclui o discurso (cf. Mt 10,40), ressaltando
é urgente (cf. 2 R s 4,29). a grandeza da tarefa dos m issionários, participantes da missão
b . Diversamente de Mt 10.11-14. L c distingue a conduta dos de Jesus. E le se encontra também sob várias formas nos evange­
m issionários em uma casa (vv. 5-7) e em uma cidade (v v . 8-11). lhos: positiva cm Mt 10.40; 18.5 e par.; Jo 13.20; negativa aqui
c . L c . e não M t. reproduz aqui a saudação usua! do A T (IS m e em Jo 5.23 (por causa do contexto polêm ico).
l7Os setenta e dois discípulos voltaram ser o Pai, nem quem é o Pai a não ser o
cheios de alegria, dizendo: “ Senhor, ate' Filho e aquele a quem ao Filho aprouver
os demônios nos são submissos em teu revela'-lo'".
nome1"!” '"Jesus lhes disse: "Eu via Sata-
na's cair do ce'u como o relâmpago”. l9Eis (Mt 13,16-17). “ Depois ele se voltou para
que eu vos dei o poder dc calcur aos pés os discípulos e lhes disse em particular:
serpentes e escorpiões, e toda a potência “ Felizes os olhos que vêem o que vós
do inim igo", e nada poderá vos vedes’ ! MPois eu vos digo. muitos profe­
prejudicar1’.“ No entanto, não vos alegreis tas e muitos reis1 quiseram ver o que
porque os espíritos1' vos são submissos, vedes e não viram, ouvir o que ouvis e
mas alegrai-vos porque os vossos nomes nâo ouviram".
estão inscritos nos céus'” .
O am or, caminho da vida eterna* (Mt
A revelação aos pequeninos: o Pai c o 22,34-40; Mc 12,28-31). “ E eis que um
FilhoVA/r 11,25-27). 2lNessa hora. Jesus legista6 se levantou e lhe disse, para pô-
exultou sob a ação do1 Espírito Santo e -lo à prova:c “ Mestre, que devo fazer para
disse: “ Eu te louvo. Pai, Senhor do céu receber em herança a vida ctcrnad?" “ Je­
e da terra, por teres ocultado isto aos sa'- sus lhe disse: “ Que esta' escrito na Lei?
bios e aos inteligentes e por tê-lo revela­ Como o lêse'.r27Ele lhe respondeu: “Ama-
do aos pequeninos”. Sim. Pai. foi assim ras o Senhor, teu Deus, de todo o teu
que tu dispuseste em tua benevolência'. coração, com toda a tua alma, com toda
22"Tudo me foi entregue por meu Pai, e a tua força e com todo o teu pensamento',
ninguém conhece quem é o Filho a não e o teu proximo como a ti mesnit?".aJe-

m . C f. 9.49 nota. centro da mensagem evangélica, que é a revelação do Pai no F i­


n. É pouco provável que Jcsus fale nqui de uma visão que lho (a fórmula própria de I x “conhecer quem «■" indica o objeto de
(cria lido. pois ele nunca relata tais experiências. É antes uma conhecimento à maneira grega; a fórmula de Mt é mais semítica).
expressão figurada (com o 10,15) do sucesso dos discípulos con- y . A bem-avenlurança paralela de Mt 13.16 dirige-se unica­
ini Satanás pelos exorcism os deles: o reinado de Deus esta a í mente aos discípulos, testemunhas da revelação dc Jesus. L c a
(cf. 11.20). estende a todos os crentes. Bsui felicitação conclui os vv. 21-24.
o. Satanás (cf. Mt 1339), frisando a graça concedida aos fiéis, beneficiários do cum pri­
p . Podcr-se-ia traduzir também: ele não poderá prejudicar - mento das promessas do A T .
-vos em nada. z . Mt 13.17 fala de justos.
q . A lgu n s bons mss. lèem demônios, com o no v. 17; mas os a. Enquanto Mt e I x relatam este episódio nos últimos dias de
esptíitos devem ser mencionados aqui em antítese com o v. 21. Jesus em Jerusalém . L c o insere aqui no começo da viagem dc
r . O s livros do ceu, onde estão inscritos os nomes dos eleitos, Jesus, encabeçando os ensinamentos dados aos discípulos. Ele
são uma imagem clássica dos apocalipses (D n 12.1: A p 3,5; completa a lição acrescentando-lhe a parábola do bom Samaritano;
13.8; 17.8; 20.12.15; 21.27). esta mostra com o o discípulo deve scr o próxim o de todos.
s . Agrupando os vv. 21-22 e 23-24. L c apresenta aqui a pala­ b . C f . 7 3 0 nota.
vra mais e xplícita d c Jesus sobre as suas relações com o Pai; ele c . E m M c 1 2 34 . Jcsus reconhece que o escriba não está longe
faz sobressair a graça m agnífica que é concedida aos beneficiá­ do Reino de Deus. Em Mt 2 2 3 5 . o legista arma uma cilada a
rios dessa revelação. Jesus. Em L c , o escriba "testa" Jcsus: no entanto. Jesus encontra
t. L it. pttr ou em (esta última preposição está presente em nele um interlocutor bem-disposto (v v . 2 7 -2 8 3 7 ).
alguns mss.). L c . que insistiu na ação do Espírito em Jesus ( 13 5 ; d. E m Mt 2 2 3 6 e M c 12.28. a pergunta refere-se. à maneira
4.1.14.18). assinala aqui a sua intervenção na alegria de Jcsus e judaica, ao maior ou ao primeiro mandamento. L c prefere uma
em sua oração ao Pai. formulação mais significativa para os seus leitores (cf. 18.18).
u . C f . M i 11.25 nota. e. Em I x . Jcsus responde por uma pergunta (cf. 2 0 3 ). Assim ,
v. Neste contexto, em L c . Jesus reconhece no acolhimento da ele obriga o seu interlocutor a tomar por si mesmo uma posição.
mcn$agem. levada pelos setenta e dois. a obra da graça soberana f. C itação de Dt 6.5. O quarto lermo da enumeração, ausente
do Píii. C o m o nas bem-aventuranças. ele proclam a a particular do texto hebraico do Dt. acha-se em um dos seus manuscritos
benevolência dc Deus para com os pequenos, de preferência aos gregos. O A T grego o utiliza comumente para traduzir coração.
grandes deste mundo. L x deve entendê-lo, segundo a língua do seu tempo, no sentido
w. A lgu n s mss. transferem para cá a introdução do v. 23: de pensamento, reflexão.
Depois ele se voltou para os discípulos e lhes disse. Esse reto­ g .C ita çã o de L v 19.18. Aqui é o legista quem acha a resposta,
que é secundário, mas ele ressalta a transição da oração de Jesus enquanto em Mt 2 2 3 7 e M c 12.29 e' Jesus quem a dá. Na rea­
(v . 21) para seu oráculo de revelação (v. 22). lidade. os rabinos da época poderiam ter citado ambos os textos,
x. N o fim da missão dos discípulos, este oráculo indica o um depois do outro; mas é duvidoso que eles atribuíssem a
sus lhe disse: “ Respondeste bem. Faze mais, sou eu que te pagarei na minha
isto e tcrás a vida". volta'. “ Qual dos três, a teu ver, mos­
trou-se próximo do homem que caíra nas
Quem c o meu próximo? Parábola do mãos dos bandidos?" ,70
legista respon­
bom samaritano. wMas ele. querendo deu: “ Foi aquele que deu prova de bon­
mostrar a sua justiça11, disse a Jesus: "E dade para com elep". Jesus lhe disse: “ Vai
quem c' o meu próximo1?" •'"Jesus conti­ e tu tambc'm faze o mesmo11".
nuou*: “ Um homem descia de Jerusale'm
a Jerico1 , caiu nas mãos de bandidos que, Na casa de Marta e M aria'. •'"Estando
tendo-o despojado e coberto de panca­ eles a caminho. Jesus entrou em uma al­
das. foram-se embora e o abandonaram deia. e uma mulher chamada Marta o rece­
quase morto. -"Aconteceu quc um sacer­ beu em sua casa. wTinha ela uma irmã cha­
dote dcscia por esse caminho; ele viu o mada Maria, que, tendo-se assentado aos
homem e passou a boa distância1. MDo pes do Senhor\ escutava a sua palavra.
mesmo modo um levita chegou a esse ■“ Marta se afobava num serviço complica­
lugar; viu o homem e passou a boa dis­ do. Ela se aproximou e disse: “ Senhor, não
tância. ■'■'Mas um samaritano1" que estava te importa que a minha irmã me tenha
dc viagem chegou perto do homem": ele deixado so/.inha a fazer todo o serviço?
o viu e tomou-sc de compaixão. MApro- Dizc-lhc, pois, que me ajude". '"O Senhor
ximou-se. atou-lhe as feridas, derraman­ lhe respondeu: “ Marta, Marta, tu te inquie­
do nelas azeite e vinho", montou-o sobre tas e te agitas por muitas coisas. <2Uma só
a sua própria montaria, conduziu-o a uma e' necessária1. Foi Maria quem escolheu a 12.31
hospedaria e cuidou dele. MNo dia se­ melhor" parte: ela não lhe sera' tirada".
guinte, tirando duas moedas dc prata,
deu-as ao hospedeiro e lhe disse: ‘Toma H Knsinamentos sobre a oração'. A
conta dele, e se gastares alguma coisa a oração dos discípulos I M t 6 , 9 - 1 3 ) .
mesma importância ao segundo e ao prim eiro. l,c quer mostrar ges. Ninguém mais deve perguntar com o o legista: Quem é o
aqui com o a mensagem dc Jesus estava preparada pelo A T . meu p r ó x i m o mas: Como serei cu o próximo de todo homem?
h. Querendo justificar a sua pergunta, visto quc foi ele quem res­ O velho particularismo de Israel, bem com o o judaísm o dos
ponde. ou antes, querendo mostrar a seriedade da sua indagação. doutores estilhaçam -se diante do evangelho.
i. Para um judeu daquele tempo, a questão quase não sc põe: q . O verbo fa zer duas vezes empregado neste versículo (= deu
o próximo é todo membro do seu povo. excluindo os estrangei­ provas... faze). e usado também na questão inicial (v. 25) e na
ros (R x 20.16-17; 21.14.18.35: L v 19.11.13.15-18...). Parece primeira resposta de Jesus (v . 28). indica o realismo quc sc
quc foi L c quem formulou essa pergunta para apresentar a am­ impõe à caridade dos discípulos.
pliação. por Jesus, da noção tradicional. r . O episódio todo é centrado na palavra que o conclui. A s
j. Jesus responde com uma parábola, com o cm 7.40-43: 14.16- duas irmàs sào provavelmente as mesmas que em Jo 11.1-40 e
24: 1 53-32. Hsta não é uma com paração, mas um exem plo quc 12,1-3. pois elas são descritas com os mesmos traços: Marta
apresenta uma atitude a imitar ou a evitar (cf. 12.16-21: 14.28- empenhada no serviço (Jo 11.20: 12.2). Maria prostrada aos pés
32; 16.1-8; 18.9-14); ela vai conduzir o legista a ultrapassar a de Jesus ( 1 1 3 2 ; 1 2 3).
sua estreita perspectiva (vv. 36-37). s . C f. 8 3 5 nota.
k . A estrada, de aproximadamente vinte e cinco quilômetros, I. L it. E necessária urrui só coisa. V ários mss. suprimem esta
atravessa o deserto de Judá. nessa época. infestado de bandidos. frase; outros a substituem: pouca coisa é necessária (para a
I. É inutil conjeturar sobre os seus m otivos: com o o ievita que refeição: isso parece uma interpretação ascética); vários unem as
o segue, ele não passa de um contraste destimido a valorizar o duas fórmulas: pouca coisa ê necessária, mesmo uma só (o que
samaritano. é aparentemente um meio-termo). A maioria lê o texto aqui
m . Segundo um uso corrente nas parábolas, aqui aparecem proposto. Este tem a vantagem dc dar ao episódio a sua conclu­
irês personagens (cf. sobretudo cm L c 14.18-20; 19.16-24; 20.10- são mais profunda: a palavra de Jesus passa adiante de toda
12). Sobre os samaritanos. cf. 9.52 nota. preocupação temporal (cf. 1231 e. na obra dc L c . o texto com ­
n. O homem é um judeu, com o se pode concluir do contexto parável de A t 6.2). A exegese ulterior descobriu muitas vezes
e do lugar. aqui a proclam ação da superioridade da contemplação sobre a
o. A m edicina desse tempo utilizava o azeite para acalm ar a ação; na realidade, não se trata aqui de contemplar, mas de es­
dor (ls 1.6) c o vinho para desinfetar as feridas. cutar a palavra que chama para a fé e para o engajamento.
p. L it. que fa z a fxmdade com ele (expressão do A T grego; cf. u . C f . 5 3 9 nota.
1.72). O legista mesmo da' a resposta que Jesus lhe sugere com v . À maneira de Mt 6.5-15. L c reüne nos vv. 1-13 vários
sua parábola: o próxim o é todo homem quc se aproxim a dos ensinamentos dc Jesus a seus discípulos sobre a oraçào: o mo­
outros com am or. mesmo quando eles são estrangeiros ou here- delo da oraçào deles, uma parábola quc os convida à perseveran-
'Um dia. ele estava num lugar cm ora­ lhe oferecer', 7e se o outro, de dentro da
ção". Quando terminou, um dos discípu­ casa, lhe responder: ‘ Não me aborreças!
los lhe disse: "Senhor, cnsina-nos a re­ Agora a porta está fechada; meus filhos
zar, como João o ensinou a seus discí­ e cu estamos deitados; eu não posso le-
pulos*’". 2Ele lhes disse: "Quando rezar- vantar-me para te dar pão', “ Jeu vos
des. dizei': digo: mesmo que ele não se levante para
Pai'! lho dar por ser seu amigo, pois bem.
Da' a conhecer a todos quem tu és*! porque o outro não tem vergonha, ele
Fazc vir o teu Rcinadoh! se levantará para lhe dar tudo o que lhe
3 Da'-nos o pão que nos é neccssa'rio é preciso*.
para cada diac.
4 Perdoa-nosd os nossos pecados', pois Todo aquele que pede rccebe ( M l 7 ,
nós mesmos perdoamos a todos os 7 - 1 1 ) . '•"Pois bem, eu vos digo1: Pedi. e
que cometeram faltas contra nósf. ser-vos-á dadom; procurai, e encontrareis;
E não nos introduzas na tcntação“". batei, e abrir-se-vos-á. '0De lato. todo o
que pede recebe, quem procura encon­
Parábo la do am igo que acab a ce- tra, e a quem bate se abrirá. "Que pai
dcndoh. 5Jesus lhes disse ainda: “ Se um entre vós. se o seu filho lhe pedir" um
de vós tiver um amigo' e for procurá-lo peixe, lhe dará uma serpente em lugar de
no meio da noite para lhe dizer: ‘ Meu um peixe? l2Ou ainda se ele pede um
amigo, empresta-me três pães, ‘ porque ovo, dar-lhe-á um escorpião”? '''Se vós,
um de meus amigos chegou de viagem pois, que sois mausp.sabeis dar boas coi­
em minha casa e cu não tenho nada para sas aos vossos filhos, quanto mais o Pai

ça na suplica. uma exortação a sc dirigirem ao Fui com toda A parábola propriamente dita. nos vv. 5 -8. apresenta vários tra­
confiança. ços com uns com a de 18.2-5. à qual L c dá um sentido análogo
w. C f. 3.21 nota. (v . I). f- provável que na origem essas duas parábolas formas­
x. Ix: faz alusão a esta oraçào em 5.33 (cf. nota). sem um par. com o 5.36-38; 13.18-21; 14.28-32; 15.4-10; cf.
y . Sobre esta oração, cf. Mt 6.9 nota. A fórmula de L c . mais 13.1-5.
breve que a de M t. apresenta, com esta. varias diferenças (cf. i. L il. Qual dentre m v terá um amigo . . . O s inícios interrogativos
notas seguintes). são freqüentes nas parábolas de I x (14.28.31; 15.4.8; 17.7; cf.
z . A invocação inicial é aqui m ais sim ples que em Mt. Ela I l . l I; 12.25*26; 1 4 3). Este métodocorresponde àp edagogiade
torna a encontrar-se encabeçando as orações de Jcsus em L c Jesus (cf, 10.26 nota).
22.42; 23.34.46 (cf. 10.21). j . A lgum as lestemunhas introduzem no começo: e este . se
a . Sobre este pedido, cf. Mt 6 .9 nota. perseverar batendo.
b . Sobre este pedklo. cf. Mt 6.10 nota. Em L c . alguns mss. k . O am igo não cede por am izade, mas para ler paz, com o o
antigos lêem: Fuze vir sobre nós o teu Reinado; alguns outros, ju iz sem justiça de 18.4-5. A m bos fazem sobressair a fortiori a
mais recentes, têm no lugar deste pedido ou do primeiro: Faze atitude dc Deus. que concede porque é justo e Pai.
vir o teu Espirito Santo sohrc nós, e que ete nos purifique. Esta I. Esta fórmula de I x (cf. 16.9) serve-lhe para acrescentar aqui
fórraula poderia ter sido introduzida a /wsteriori no texto de L c as palavras seguintes com as quais ele faz a aplicação da pará­
sob a influência dc uma liturgia do batismo. bola.
c . Sobre este pedido, cf. Mt 6 .1 1 nota. Diversamente dc Mt. m . L it . ser-vos-á dado. Na linguagem de Jcsus esta forma
que pede o pào hoje, L c o pede paru cada dia . porque ele encara passiva é um modo discreto de indicar a ação de Deus sem
a vida crista em toda a sua duração com o cm 9.23 (cf. nota). mencioná-lo; ela é empregada do mesmo modo no terceiro ver­
E ssa perspectiva é mais grega do que palestinense (cf. Mt 6.34). bo da frase.
d . Sobre este pedido, cf. Mt 6.12 nota. n . Um grande numero de testemunhas introduz aqui. sem
e . Por pecado L c traduz a imagem da divida, que se encontra duvida seguindo Mt 7,9: pào. será que ele lhe apresentará uma
no paralelo de Mt. mas ele conserva essa imagem no segundo pedra, ou...
membro do pedido. Fará o mesmo em 13.2.4. o. A antítese entre o ovo e o escorpião é própria dc L c e
f. L il . a todo homem que nos deve. Enquanto M l situa esse substitui, cm I x . a de Mt 7 .9 entre o pão e a pedra. É possível
perdão fraterno no instante que precede a oração. I x o estende que o texto de L c sc inspire na menção das serpentes e escor­
a toda a duração da vida cristã (cf. no v. precedente a nota). piões em 10.19. Isto dá à sua antítese uma força maior do que
g. Sobre este pedido, cf. M l 6.13 nota. I x não traz o segundo em Mt.
membro do pedido dc M l. mus também ele atribui a tentação a p . Este adjetivo é exigid o literariameme pela oposição entre as
Satanás (4.2.13; 8.12-13; cf. 2 2 3 1 ). coisas boas que os pais da terra dão e a bondade do Pai do céu.
h. O contexto desta parábola e a aplicação que 1.x lhe acres­ Não é primordialmente um julgam ento moral sobre a corrupção
centa nos vv. 9-13 indicam que se truta de um convite à oração. do homem.
do céu1* dará o Espírito' Santo aos quc segurança. “ Mas sobrevindo um mais
lho pedem*.” fortebque triunfe sobre ele, toma-lhe todo is 49.24-25
o armamento no qual ele punha a sua
Jesus, agente de Beelzebul? ( M t 9 , 3 2 - confiança e distribui os seus despojos.
uEle expul­
3 4 ; 1 2 ,2 2 -3 0 ; M c 3 ,2 2 -2 7 ) . “ Quem não está comigo está contra mimc » 53.12 1
sava um demônio mudo1.Ora, depois que e quem não ajunta comigo dispersa.
o demônio saiu, o mudo sc pôs a falar c
as multidões ficaram admiradas. ,5Mas R iscos dc r c c a íd a d ( M t 1 2 , 4 3 - 4 5 ) .
alguns dentre eles disseram: “ É por Beel- 24“ Quando o espírito impuro saiu de um
zebul“, o chcfc dos demônios, que ele homem', ele percorre as regiões áridas'
expulsa os demônios". '‘ Outros, para o em busca de descanso; como não o en­
pôr à prova, reclamavam dele um sinal contra, ele diz a si mesmo: ‘ Vou voltar
m c'km clue v ' e s s e do ce'uv. l7Mas ele, conhecen­ para a minha morada, de onde s a f . 25Ao
do as suas reflexões, lhes disse: "Todo chegar, ele a encontra varrida e arruma­
reino dividido contra si mesmo prccipi- da. “ Então, vai tomar mais sete espíritos*
ta-se para a ruína e suas casas desmoro­ piores do que ele, lá entram e se insta­
nam uma sobre a outra". '"Se Satanás lam; e o último estado desse homem se
tambe'm está dividido contra si mesmo, toma pior do que o primeiro.”
como subsistirá o seu reino?... visto que
dizeis que é por Beelzebul que eu expul­ A verdadeira felicidade. 2,Ora. enquan­
so os demônios. ” E se e' por Beelzebul to ele falava isso. uma mulher elevou a
que eu expulso os demônios, os vossos voz do meio da multidão e lhe disse:
discípulos* por quem os expulsam''? Eles “ Bem-aventurada aquela que te trouxe no
mesmos, pois. serão os vossos juizes. seio e te amamentouh!” BMas Jesus dis­
“ Mas, se é pelo dedo de Deus'que eu se: "Bem-aventurados antes os que ou­
expulso os demônios, então o Reinado vem a palavra de Deus e a observam1!"
de Deus já vos alcançou*.21Quando o ho­
mem forte, com suas armas, guarda o O sinal do Filho do Homem ( M t 1 2 , 3 8 -
seu palácio, o quc lhes pertence está em NComo as multidões se amontoas-
4 2 ).

L il. O Pai. o do ceu. A lgum as boas testemunhas lêem: O a . C f. Mt 12.28 nota.


Pai dara' do ceu. b. L c é o unico a mencionar aqui um mais forte, nome quc
r. M l 7.11 fala das coisas boas; L c introduz o Espirito Santo, João Batista deu ao M essias em 3.16.
que é para ele o dom por excelência, tantas vezes concedido na c . Esta sentença, que se torna a encontrar em Mt 1 2 3 0 é mais
história relatada em seu segundo livro (Atos), severa que a de 9.50. paralela a M c 9.40. Essa dureza correspon­
s. Pode-se traduzir também: aos que lhe rogam. de ao contexto polêmico em que a situam M l e L c .
t. A doença é atribuída aqui por L c ao próprio demônio, como d . C f. Mt 1 2 30 nota.
cm 13.11.16 (cf. 4 3 9 nota) e não ao possesso. como em Mt e. Sob as representações demoníacas que ele toma do judaís­
12.22 (e 9 3 2 ). mo de seu tempo, Jesus descreve a triste sorte de quem recai em
u. C f. Mt 12.24 nota. poder do Satanás, depois dc ter sido libertado dele. E le está por
v . O ceu é para os judeus daquele tempo uma das maneiras de demais persuadido da sua vitória sobre o Mau para ver nisto
designar Deus sem pronunciar o seu nome inefável (D n 4.23; algo fatal (cf. 10.18; 11.20); mas adverte os convertidos do perigo
/M c 3 .1 8 ...). Reencontra-se este uso em 15.7.18.2 t; 20.4. Km que os ameaça. Mt 12,43-45 aplica estes vv. a esta geração m á
L c este versículo prepara 11,29-36 (cf. v. 29 nota). (cf. Mt 12.45 nota).
vt. L c pensa em ed ifício s quc caem em ruínas. O paralelo de f. C f. 8.29 nota.
Mt 12.25 pode entender casa no sentido de fam ília. g . C f. 8.2 nota.
x. L il. vossos filhos. E m Mt. trata-se dos discípulos dos fariseus; h. Lit. Feliz o ventre que te trouxe e os seios que sugaste. É
em L c . dos judeus cm geral. uma expressão tipicamente judaica (cf. 10,23 e Mt 13.16 ou L c
y . C f . Mt 12.27 noia. L c menciona exorcistas judeus em Éfeso, 23.29).
em A t 19.13. i. Este dito. próprio de L c . retoma o de 8.21. Em contraste
z . Esta expressão, própria de L c.d e v e alu d ira E x 8.15. onde os com a maternidade carnal da sua màe. Jesus proclama a grande­
m ilagres de M oisés, inicialmente questionados, sào finalmente za da fé. Ele visa a todos os crentes, que opõe aos seus adver­
reconhecidos pelos m ágicos de Faraó como obra do dedo de Deus. sários dos vv. 14-23. L c não vê aqui uma crítica a M aria, pois
Jesus é o novo M oisés que expulsa os demônios por seu próprio esta. ele a apresentou como a crente (1,45). que meditava cm
;'oder. (E m Mt 12.28. ele os expulsa pelo Espirito de Deus.) seu coração o que acontecia com Jesus (2,19).
sem, ele se pôs a dizer': “ Esta geração e' minaria, para que os que entram vejam a
uma geração ma'; ela pede um sinal! Em claridade'.”
ipr 1.22mate'ria de sinal não lhe sera' dado outrok
a não ser o sinal de Jonas. vlPois assim M" A lâmpada do teu cor­
(M t 6 ,2 2 -2 3 ).
como Jonas se tomou um sinal para os po e' o olho1. Quando o teu olho é sa­
habitantes de Nínive, do mesmo modo dio0, o teu corpo inteiro tambe'm está na
tambe'm o Filho do Homem será um si­ luz; mas se o teu olho está doente, tam-
nal para esta geração1. ,lPor ocasião do be'm o teu corpo está nas t r e v a s .'E x a ­
irs io.i-io Juízo” , a rainha do Sul se erguerá com mina. pois, se a luz que está em ti não é
os homens desta geração, e os condena­ trevas". “ Se, pois, o teu corpo está todo
rá. pois ela veio da extremidade da terra inteiro na luz, sem nenhuma parte de
para ouvir a sabedoria de Salomão; pois trevas, ele estará na luz todo inteiro, como
bem, aqui está mais do que Salomão"! quando a lâmpada te ilumina com seu
-,2Por ocasião do Juízo, os homens de brilho’ .”
Nínive se erguerão com esta geração e a
condenarão, pois eles se converteram à Investida contra os fariseus e os Iegis-
jn 3 . 1-10 pregação" de Jonas; pois bem, aqui está tas' ( M t 2 3 , 4 . 6 - 7 . 1 3 . 2 5 - 2 7 . 2 9 - 3 1 3 4 - 3 6 ) .
mais do que Jonasp! 37Estando ele a falar, um fariseu o convi­
dou para almoçar em sua casa'. Ele en­
A luz da fé ( M t 5 , 1 5 ; M c 4 , 2 1 ; L c 8 . 1 6 ) . trou e se pôs à mesa. •vlO fariseu estra­
•,,” Ningue'm acende uma lâmpada'1 para nhou, vendo que ele não fizera primeiro
pô-la num esconderijo', mas sobre a lu- uma ablução antes do almoço*.

j . O s ouvintes de Jesus lhe pediram um sinal m aravilhoso (v. p. Ja' João Batista era mais que um profeta, pelo seu papel
16). por conceberem os sinais à semelhança dos prodígios do escatológico (7.26-27); Jesus, m ais ainda.
Êxodo e dos prodígios de E lia s. Jesus se recusa a fazer tais q. Neste contexto em que L c acaba de apresentar Jesus como
maravilhas: ele é o sinal por excelência em sua pessoa (v . 30) e sinal, os vv. 33-36 convidam a ver claro para discernir este
em sua pregação (v . 32). A o s seus contemporâneos que sc recu­ sinal, isto é. a crer.
sam a acolhê-lo. eie opòe os pagàos dc outrora que aceitaram a r . Numerosos mss. acrescentam: ou sob o alqueire, sem dü vi­
palavra de Salom ão e de Jonas. da segundo Mt 5,15 ou M c 4.21. Em L c . este versículo é uma
k . É paradoxal dizer que esta geração nâo (era senão um sinal duplicata de 8.16; serve de introdução ao v. seguinte, ao qual se
(ou mesmo nenhum, com o M c 8.12), após os m ilagres que o liga pela palavra lâmpada.
práprio Jesus apresenta com o sinais (7.22; 11.20). Mas todos s. M ss. antigos têm: a luz.
ele* não passam de um só sinal, constituído pela pessoa mesma t. O olho é comparado, no homem, a uma lâmpada, porque
de Jesus e sua ação. permite ver. M as ele pode ser lúcido ou opaco,
I. O v. 32 vai explicar que Jonas foi um sinal para os habitan­ u . C f. Mt 6.22 nota.
tes J e Nínive. por sua pregação, isto é. por seu anuncio do Juízo v . O s vv. 35-36. ou 35. ou 36 faltam em vários mss. antigos,
e por seu apelo à conversão (Jn 3.2-5). É da mesma maneira que vv. Aqui aparece a lição decorrente da imagem. É preciso que
deve ser concebida a função de sinal quanto uo Filho do Ho­ o olho não seja trevas, a fim de ser capaz de ver. Após os vv.
mem. T a l e'. sem düvida. o sentido primitivo dessas palavras. 29-32. L c deve pensar nas trevas da incredulidade que impedi­
Mas quando L c escreve, após a Ressurreição, é nesta que ele ram esta geração de reconhecer em Jesus a salvação.
deve perceber o sinal de Jesus por excelência (cf. o futuro: ele x. Lit. se pois o teu corpo todo inteiro e' luminoso, sem ter
serv um sinal). Mt 12.40 avançou ainda mais. explicando que jxirte tenebrosa, ele sera'luminoso todo inteiro, como quando a
jonas foi sinal pelos três dias passados dentro do monstro ma­ lâmpada ilumina com o seu brilho. A dificuldade deste texto é
rinho. prefigurando os três dias passados pelo Filh o do Homem que ele é uma tautologia. Pode-se fugir a isso admitindo um
“ no seio” da tenra. jo go de palavras de origem scm ítica sobre dois sentidos da pala­
m . Em M t. este v. vem após o seguinte. É . sem düvida, o seu vra luminoso: se o teu corpo é todo inteiro aberto (ou pertencen­
lugur prim itivo, visto que eie da com o exemplo a rainha de te) à Ittz. ele será todo inteiro banhado de luz. com o quando...
Shebá. enquanto os outros vv. apresentam o sinal de Jonas. I x y . A maioria dos elementos do requisitório seguinte se encon­
provavelmente inverteu os dois últimos versículos da perícope tra em Mt 23. que o dirige contra os escribas e fariseus. L c
paru terminá-la com a conversão após a pregação. distingue a investida contra os fariseus (v v . 39-44). e em segui­
n. Este rei é na B íb iia o sdbio por excelência ( iR s 3; 5.9-14). da contras os legislas (vv. 46-52).
Mas Jesus é mais sábio do que ele: L c notou especialmente es­ z . C f. 7,36 nota.
ta sabedoria de Jesus (2.40.52; 21.15). e ele evoca a sagração a. Essas abluções são um rito ao qual os mestres judaicos da
de Salom ão na entrada messiânica de Jesus em Jerusalém (19. época atribuíam grande importância (M c 7.3-4). Jesus as rejeita
35-38). (M t 15.20). e os seus discípulos não as praticam (Mt 15.2: Mc
o. C f. 3,3 nota e aqui v. 30 nota. 7.2-5).
wO Senhor lhes disse: “ Agora, vós <5 vós que edificais os túmulos dos profetas1,
fariseus, e' o exterior da taça e do prato quando são os vossos pais que os mata­
que purificais, mas o vosso interior está ram. '“ Assim vós testemunhais quc es­
cheio de rapacidade e de maldade1’. " I n ­ tais dc acordo com os atos dos vossos
sensatos! Porventura Aquele que fez o pais, visto quc cies mataram os profetas
exterior não fez tambem o interior*? 4,Dai e vós edificais os túmulos™. " É por isso
antes em esmolad o que está dentro', e quc a própria Sabedoria de Deus" disse:
então tudo será puro para vós. eu lhes enviarei profetas e apóstolos"; eles
“ "Mas ai de vós. fariseus, que pagais o os matarão e perseguirãop.5#a fim de quc
2
ix.i dizimo da hortelã, da arrudafe de tudo o seja pedida conta a esta geração do
quc cresce na horta, e deixais de lado a sangueqde todos os profetas que foi der­
justiça e o amor*de Deus. E isto que era ramado desde a criação do mundo.-'‘des­
preciso fazer, sem omitir aquiloh.'°A i de de o sangue dc Abel até o sangue de
vós, fariseus, quc gostais do primeiro Zacarias que pereceu entre o altar e o
20.46 assento nas sinagogas c das saudações santuário'. Sim, eu vos digo, pedir-se-á
nas praças publicas. 44Ai de vós quc sois conta disto a esta geração*. 52Ai de vós.
como esses túmulos disfarçados e sobre legistas, que tomastes* a chave do conhe­
os quais sc anda sem o saber*". cimento”: vós mesmos não entrastes, e
■“ Então, um dos legistas1 disse a Jesus: os que queriam entrar, vós os impedistes".
“ Mestre, falando assim, c a nós tambc'm 5JQuando ele saiu dc lá, os escribas' e
que insultas". “ Ele respondeu: “ Vós tam- os fariseus começaram a encamiçar-se e
be'm, legistas. ai dc vós quc sobrccarrc- a lhe arrancar respostas sobre uma mul­
gais os homens com fardos esmagado­ tidão de assuntos, ^armando-lhe ciladas
res, c vós mesmos não tocais nesses far­ para se apoderarem dc uma dc suas de­
dos com um só de vossos dcdosk. 47Ai de clarações.

b. Pura I x . Jesus opõe a religião exterior e form ulisla dos m . O s dirigentes do judaísm o do tempo dc Jesus mostram-se.
fariseus à religião interior do coração, que é para ele a exigência com o os seus pais. incapazes dc reconhecer os profetas (c f. 7 3 0 ;
de Deus (16.15; cf. Mt 15,1-20: M c 7.1-23); sobre o coração. cf. 1 3 33 ; 20.1-8).
L c 6.45; 10.27; 1234; 2 1 3 4 ; 24,25. n. Em Mt 2 3 3 4 . é o próprio Jesus quem anuncia o envio dos
c . Este v., próprio de L c . explica por que Deus nào pode se profetas. Em L c . é a Sabedoria de Deus. isto é. o próprio Deus.
satisfazer com a religião exterior e seu legalismo. e esta form ulação judaica poderia ser prim itiva (cf. 7 3 5 nota).
d . Tem a panicularmente caro a Ix .q u e é o unico a apresentá- T a lv e z seja uma citação do livro judaico dos Jubileus. 1.12.
-!o. aqui como em 1 233; 16.9; 19.8; At 9 3 6 ; 10.2.431; 11.29; o. Mt 23 3 4 fala de sábios e de escribas. L c . de a/xístolos; ele
24.17 (e, em paralelo com Mt e M c, em 6 3 0 ; 18.22; 21.1-4). É , pensa evidentemente nos mensageiros do evangelho, que men­
pois. provável que a transformação cm relação ao v. paralelo de ciona muitas vezes (cf. 6.13 nota),
Mt 2 3 2 6 seja obra de L c. p . C f . 6.23 nota.
e. A lgun s mss. antigos traduzem: o que teiules. q . L it. que seja reclamado (por D eus) o sangue. I x é o único
f. Planta hcrbáccu selvagem. Para aplicar a lei de Dt 14.22-23, autor do N T que reproduz esta expressão do A T grego (G n 9 3 ;
os rabinos submetiam ao dfrimo todas as plantas cultivadas, mas dis­ 42.22; 2Sm 4 .1 1; S l 9.13; E z 33.6.8). a qual form ula o ju lg a ­
cutiam essa obrigação quanto às plantas selvagens. Vários dispen­ mento do hom icídio.
savam de pagar o dizim o da arruda, que L c é o unico a mencionar. r . L it. a casa (de Deus). O s assassínios de Abel e de Zacarias
g. Mt 23.23 fala de m isericórdia. L c . de amor . são o primeiro e o üllim o relatados na Bíblia hebraica (G n 4.8-
h. E sla última frase falta em várias testemunhas antigas, sem 10; 2 C r 24,20-22). E les representam a totalidade dos crim es da
duvida chocadas com o fato d c ela conceder certo valor ãs praticas história sagrada, sem que sejam tomados em conta os mártires
legais. m ais recentes, com o os da época dos M acabeus, relatados no A T
i. Mt 23.27 opunha a beleza exterior dos túmulos à impureza grego. É uma perspectiva palesiinense.
do seu interior. I x insiste no fato de que essa impureza perma­ s . Segundo a idéia bíblica da solidariedade hereditária, esta
nece desconhecida dos homens, e visa assim à dissim ulação dos geração deve arcar com o castigo de iodas as faltas anteriores
fariseus; mas Deus conhece o coração deles (16.15). com as quais reveia cum plicidade (v v . 48-49).
j . C f . 7 3 0 nota. Aqui o legista se solidariza com os fariseus, em­ t. A lgum as testemunhas antigas lêem: escondido.
bora se distinga deles. Jesus frisa essa diferença atacando os le­ u. M t 23.13 censura os escribas e fariseus por terem fechado
gislas com o ideólogos e dirigentes religiosos do judaísm o. à chave o Reino, diante dos homens que querem ter acesso a ele.
k . C f. Mt 23.4 nota. L c censura os legistas de terem monoptdizado a chave do conhe­
I. O s estudos arqueológicos recentes confirm aram a atualidade cimento: este ultimo é para L c o cam inho dc acesso ao Reino.
desta censura; é a partir da época de Herodes M agno que foram v. V ários mss. mencionam os legistas com os escribas ou em
edificados na Palestina os monumentais túmulos dos profetas . lugar deles.
-a n Confessar abertamente o Filho do do que todos os pardais. "Eu vos digo:
homem (Mt 10,26-33.19-20). 'Nis­ todo aquele que se declarar por mimd
so. como a multidão estava reunida aos diante dos homens, o Filho do Homem
milhares, a ponto de se comprimirem, ele tambe'm ha' de se declarar por ele diante
começou dizendo aos seus discípulos": dos anjos de Deus'. ’ Mas aquele que me 9.26
“ Antes de tudo",guardai-vos do fermen- tiver renegado diante dos homens sera'
k.i7 to dos fariseus, a falsidade*. 2Nada ha' de renegado diante dos anjos de Deus. I(IE
oculto que não seja revelado, nada de todo aquele que disser uma palavra con­
secreto que não seja conhecido. 'Porque tra o Filho do Homem, isto lhe será per­
tudo o que dissestes na escuridão sera' doado; mas quem tiver blasfemado con­
ouvido em plena luz'; e tudo o que dis­ tra o Espírito Santo, isso não lhe será
sestes ao ouvido, no recôndito, sera' pro­ perdoado'. "Quando vos conduzirem pe­
clamado sobre os tetos*. 4Eu vos digo a rante as sinagogas, os chefes e as auto­
vós, meus amigos: não temais aqueles ridades*. não vos preocupeis com saber 2 1.14
que matam o corpo e. depois disso, não comoh vos defender e o que dizer. ,2Pois
podem fazer mais nada. sEu vou mos­ o Espírito Santo vos ensinará na hora
trar-vos a quem deveis temer: temei aque­ mesma o que e preciso dizer1."
le que, depois de fazer morrer, tem o
poder de lançar na geenab. Sim, eu vos Os bens deste mundo1. IJDo meio da
digo. a este e' que deveis temer. ‘ Não se multidão, algue'm disse a Jesus: "Mestre,
vendem acaso cinco pardais por dois dize a meu irmão que reparta comigo a
tostões'? No entanto, nenhum deles c nossa herança11". l4Jesus lhe disse1: “ Quem
esquecido diante de Deus. 7Muito mais, me estabeleceu para ser vosso juiz ou
ism 14.45 ate' os vossos cabelos estão todos conta­ para fazer as vossas partilhas” ? " I5E lhes
dos. Não tenhais medo, vós vaieis mais disse: “ Cuidado! Guardai-vos de toda

w. L c apresenta aqui vários ensinamentos de Jesus que se mula. A qui o Filho do Homem nào aparece com o ju iz . mas co­
encontram dispersos em Mt. To do s eles visam a definir o teste­ mo testemunha em favor dos seus. à diferença de Mt 2 5 3 1 -4 6 .
munho que os discípulos devem prestar ao seu Mestre. f. C f. Mt 1 2 32 nota. D istinguindo os ultrajes perdoáveis con­
x. Pode-se ler também: ele começou dizendo primeiro aos tra o Filho do Homem e imperdoáveis contra o Espírito Santo.
seus discípulos: "Guardai-vos..." M as L c com eça, várias vezes, L c deve opor o tempo da missão terrestre de Jesus (m esm o a sua
frases por: Primeiramente (9.61: 1 0 3 ; 17.25). morte é perdoável: 2 3 3 4 ; A t 3.17; 13.27) ao tempo da missào
y . L it . a hipocrisia (cf. 6.42 nota # ). C om o esta sentença visa em que os apóstolos inspirados pelo Espírito oferecem a Israel
aos fariseus, vários a ligam à seção precedente. M as o começo a ultima possibilidade de conversão (A t 2 3 8 ; 3,19; 13.46; 18,6;
do versículo introduziu uma nova cena. e a passagem seguinte 28.25-28). Mt 1 2 32 e M c 3.22-29 relatam esta palavra em outro
convida a interpretar essa diretiva com o um primeiro apelo a contexto que lhe dá um sentido diferente.
falar francamente, sem levar em conta a opinião dos homens. g . L c deve visar aqui aos magistrados pagãos.
Sobre o fermento dos fariseus, cf. Mt 16.6 nota. h. Numerosos mss. acrescentam: ou em que. com o em Mt
z . Mt 10.27 opõe a palavra de Jcsus. hoje cm segredo, à pre­ 10.19.
gação publica dc seus discípulos, que terá lugar mais tarde. L c I. Pura Mt 10,20 e M c 13,11, é o próprio Espírito que falará
só fala dos discípulos; ele opòe a palavra deles, sem repercussão pela boca dos discípulos. L c atribui um papel mais ativo às
no passado, à sua proclamação publica no futuro; assim , ele testemunhas de Jesus, dizendo que o Espírito os ensinará (cf.
anuncia a passagem da sua atuação reservada antes de Pentecos- R m 8.15 a par da fórmula judaica clássica de G l 4.6). E le apre­
tes. à sua pregação ulterior. senta essa promessa sob uma forma diferente em 21.15 e mostra
a . L u g a r usual, no Oriente, para as conversas e a divulgação a sua realização em A t 4,8; 5 3 2 ; 7.55.
das noticias. j. O s vv. 13-34 reünem diversos ensinamentos de Jesus sobre
b. S ò Deus lem esse poder. L c insiste: é a ele que se deve a atitude a tomar em face dos bens deste mundo: advertência
temer . I x sublinhou muitas vezes este ponto (1.50; 18,2.4; 23.40; geral a respeito de um pedido particular (v v . 13-15), parábola do
At 1 0 2 .2 2 3 5 ). rico insensato (v v . 16-21), conselho aos discípulos contra a preo­
c . L it. dois asses. Mt 10.29 d iz dois pardais por um asse: L c cupação com a alimentação e o vestuário (v v . 2 2-32), exortação
reduz ainda mais o valor, forçando a imagem com o em 5 3 6 e à esm ola (v v . 33-34).
11. 12. k . Pedia-se facilmente aos rabinos arbitragens desse tipo.
d . Ou: me confessará (c f. Mt 1 0 3 2 nola). I. L il. Homem, quem me estabeleceu... (cf. 5.20 nota).
e. Trata-se do ju ízo final exercido por Deus em presença de m . A qu i. pede-se a Jesus que assuma uma tarefa temporal. Je­
seus anjos (9 2 6 ). Deus só é designado implicitamente, segundo o sus se recusa a fazê-lo; ele se distingue assim de Moisés, que, pelo
uso palestinense (cf. 15,10). enquanto M l 1 032 explicitou a fór­ contrário, ar\'orava-se em chefe e juiz (E x 2.14: cf. A t 7,27-35).
ganância: não é pelo fato de um homem os corvos: eles não semeiam ncm colhem,
scr rico que ele tem a vida garantida pelos não têm adega nem celeiro; e Deus os
seus bens".’’ alimenta. Quanto mais vaieis vós do que
os pássaros! -5E quem dentre vós pode, à
Parábola do rico insensato". I6E ele lhes força de preocupar-sc, prolongar, por
disse uma parábola: “ Havia um homem pouco quc seja, a sua existência"? “ Se,
rico, cuja terra produzira muito. I7E ele portanto, não tendes poder para tão pou­
se perguntava1*: ‘Que vou eu fazer? pois co, por que vos prcocupardcs quanto a
não tenho onde ajuntar a minha colhei­ todo o resto"? ^ “ Observai os lírios: eles
ta’ . '*Depois opinou: ‘ Eis o que farei: não fiam ncm tcccmy;ora, eu vos digo: o
vou demolir os meus celeiros, construi­ próprio Salomão, em toda a sua glória,
rei outros maiores c aí amontoarei todo jamais se vestiu como um deles. 2*Se
o meu trigo c meus bens’ . ” E direi a Deus veste assim, no meio dos campos,
mim mesmo: ‘ Eis que possuis^quantida- a erva quc hoje está lá e amanhã será
Kd 6.2 de de bens em reserva para longos anos; lançada ao fogo”, quanto mais o fará por
descansa, come, bebe e te banqueteia’ . vós, homens de pouca fé! 2,Quanto a vós,
“ Mas Deus lhe disse: ‘ Insensato, esta não procureis o que comer nem o quc
noite mesmo a tua vida ser-te-á recla­ beber e não vos atormenteis. •wTudo isso,
mada'c o que tu preparaste, quem é que os pagãos deste mundo o procuram sem
o terá?’ 21 !Eis o que acontccc a quem descanso; vós porém, o vosso Pai sabe
reúne um tesouro para si mesmo, em vez que precisais disso. -"Procurai antes o seu
de sc enriquecer junto a' Deus“” . Reino, e isso vos será dado por acrésci­
mo. -,2Não temas, pequeno rebanho*, pois
Viver da graça de Deus (Mt 6.25-33). foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Dn 7.18
“ Jesus disse a seus discípulos: “ Eis por Reinob.
que eu vos digo: não vos prcocupcis” por
vossa vida. quanto ao que comereis, ncm O tesouro inalterável (Mt 6,19-21).
por vosso corpo, quanto ao que vestireis. •'•'“ Vendei o que possuis e dai-o de esmo­
^Pois a vida c mais do quc o alimento c la0. Fazei para vós bolsas imperecíveis,
o corpo, mais do quc a roupa. 2JObservai um tesouro inalterável nos céus; lá nem

11 . L it. que sua vida procede de seus bens. E sla afirmação w. L it. ajuntar um côvado a sua existência. Esta última pala­
gera] conclui 0 episódio, explicando por que Jesus sc recusa a vra sign ifica ao mesmo tempo a estatura (com o cm 2J52 e 1 9 3 )
ocupar-se de questões de dinheiro: esle não é a fonte da vida. c a idade: mas o primeiro sentido fica excluído, pois aumentar
o. Este exemplo (cf. 10.30 nota) faz com quc ao fim sobres­ própria estatura um côvado (cerca de 5<)cm) nâo e tão pouco
saia (v . 21) qual é a verdadeira riqueza. É o mesmo convite a (v . 26).
ajuntar para si um tesouro no ceu que se acha em 1 2 33 : 18.22: x. Este v. é próprio de L c e incute a mesma indiferença para
cf. 16.9. coin as preocupações do mundo que 16.10 e 19.17.
p. Nas parábolas de I.c, os personagens exprimem muitas vezes y . A grande maioria das testemunhas textuais lc: Observai os
o seu pensamento por um monólogo (15.17-19; 163; 18,4; 20.13); lírios como eles crescem: eles não se afligem nem fiam . M as
este modo de proceder se encontra também em Mt 2 1.38 e 24.48 esta leitura deve depender de Mt 6.28. e a dc vários mss. antigos
( L c 12.45). parece preferível,
q . L it . Eu direi à minha alma: Alma. tu ten s.. . A palavra aima. z . L it. forno.
sign ifica aqui. como muitas vezes no A T . o ser vivo lodo inteiro, a. E sla imagem pastoril é clássica no A T para representar o
a pessoa. D c v c -s e então tra d u zi-la por vid a (6 .9 ; 9 .2 4 ; povo dc Deus (G n 48,15; O s 4,16: 13.4-6: M q 2.12-13: 4,6-7;
12.20.22.23: 14.26; 1 733; 21,19). ou. com o aqui. por um pro­ 7.14; S f 3.19; Jr 31.10; 50.19: sobretudo E z 34: Is 4 0 .1 1; 49,9-
nome pessoal. 10 Ps 23.1 nota; 95,7). Jesus a aplicou a Israel (M l 9,36; M c
r . L it . eles te reclamam. Esse plural impessoal designa Deus 6 .34). aos judeus pecadores (M t IÜ.6; 15.24; L c 15,4-6; 19.10).
(cf. 6.38. nota): o Senhor clam a o rico deste mundo pela morte, ou, como aqui. ao grupo dos discípulos (M l 2 6 3 1 ; M c 14.27; cf.
s. Este v. falta em alguns mss. antigos, Jo 10.1-16.27; 21.15-17: At 20,28-29; IPd 5.2-3).
t. Traduz-se também; visando a Deus ou ao olhar de Deus. b. Esla conclusão é própria de L c . Pode-se perguntar se o dom
M as deve-se tratar aqui do tesouro no ceu (cf. v. 16 nota). do Reino já está presente, ou se cie é prometido com certeza.
ii. A lgum as testemunhas acrescentam; Dizendo isso. ele excla­ c. L c encabeça, com esta exortação, um conselho que sc toma a
mava: quem tiver ouvidos para ouvir, ouça (cf. 8,8; 1 4 35 ). encontrar cm termos um pouco diferentes cm Mt 6,19-21 (cf. v.
v, C f . M l 6.25 nota. 16 nota). Quanto :i sua insistência sobre a esmola, cf. 11.41 nota.
ladrão se aproxima, nem traça destrói. do em tal serviço! “ Verdadeiramente, eu
MPois onde estiver o vosso tesouro, ali vos digo, ele o estabelecerá sobre todos
tambe'm estará o vosso coração. os seus bens. 45Mas se este servo disser
em seu coração1: ‘O meu senhor tarda a
Parábolas sobre a vigilância* ( M t 2 4 , vir’ , e se puser a espancar os moços e
■“ "Permanecei em traje de traba­
4 3 -5 1 ). moças de serviço, a comer, a beber e a se
lho e guardai as vossas lâmpadas acesas*. embriagar, “ o senhor deste servo chega­
“ E sede como quem espera o seu senhor rá, num dia em que ele não espera e numa
voltar das nüpciasr.a fim de lhe abrir logo hora que ele desconhece: expulsá-lo-á1 e
que ele chegar e bater. J7Fclizes daqueles o fará compartilhar da sorte dos inficis1.
servos que o seu senhor ao chegar en­ ^"Ora. tal servo que, conhecendo a von­
contrar vigilantes. Em verdade, eu vos tade dc seu senhor, não preparou nada,
digo, ele vestirá trajes dc trabalho, fá- nem agiu segundo essa vontade, recebe­
-los-á tomar lugar à mesa e passará para rá muitos golpes de açoite; '“ aquele que
os servir. WE se for na segunda vigília
jo i 3 . i - i 7 não a conhecia e fez algo que merecia
que ele chegar, ou na terceira, e der com açoites receberá poucos golpes. A quem
esse acolhimento, felizes serão eles! muito foi dado, dele se exigirá muito;
3*'V ó s o sabeis: se o dono da casa co­ daquele a quem se confiou muito, exi-
nhecesse a hora em que o ladrão viria, gir-se-á mais".
.2
its s não deixaria arrombar a parede de sua
casa*. “ Vós tambe'm, estai preparados, Por que Jesus veio". 4,“ É um fogo que
pois numa hora que não pensais é que eu vim trazer à terra, e como quisera que
Mc 13.35 vem o Filho do Homem.” já estivesse aceso”! S0É um batismop que . ic kuk
■"Pedro disse então: “ Senhor, e para nós eu tenho de receber, e quanto me pcsaq
que dizeis esta parábola ou para todo ate' que seja consumado.
mundo11?” J20 Senhor lhe disse: "Qual é.
então o intendente1 fiel, prudente, que o ( M t 1 0 , 3 4 - 3 6 ) . s ,“ Porventura pensais que
senhor estabelecerá sobre os de sua casa é a paz que eu vim estabelecer sobre a
para distribuir no tempo devido as ra­ terra? Não, eu vo-lo digo, mas antes a
ções de trigo? ■‘-'Feliz deste servo, que o divisão'. 52Pois doravante, se houver cin­
seu senhor, ao chegar, encontrar ocupa­ co pessoas numa casa. elas serão dividi-

d. Nos vv. 35-48. \ x reiine uma série de parábolas que exortam pria missão e prepara assim a seção seguinte ( 12.54-M3.9) sobre
os discípulos à vigilân cia, na expectativa da voila do Senhor. a urgência de se decidir por ele.
e. L il. Que os vossos rins estejam cingidos e vossas lâmpadas o . Poder-se-ia traduzir: que desejo eu se ele já está aceso?
acesas. C om o no v. 37 e cm 17.8 é preciso arregaçar a aba da M as. ao lado do v. 50. trala-se. sem dú vida .de um acontecimen­
vestimenta no cinto para estar pronto para o trabalho. É também to futuro. O fogo de que se fala aqui deve ser para Jesus aquele
o modo de trajar do viajante, que os judeus adotam para celebrar que acompanha o jufzo dc Deus nas cenas escatológicás (ls 66.15-
a Páscoa (E x 12.11). na qual esperam a vinda do M essias. 16: E z 38.22; 39.6; M l 3.19; Jt 16.17). Ix: pensa provavelmente
f. Este traço parece querer indicar somente uma hora tardia e no batismo do Espirito e no fogo inaugurado em Penfecostes (cf.
indeterminada, sem relação com o sim bolism o das nüpcias. 3.16 nota: A t 2.3.19).
g . Lit. furar a sua casa. A s paredes finas das casas da Pales­ p. Em M c 1 0 3 8 . o batismo é poslo em paralelo c á n a taça da
tina são fáceis de serem furadas pelo ladrão (Jo 24.16). dor para evocar o martírio. A q u i. o batismo está #m paralelo
h. Esta questão, própria dc L c . marca uma transição entre a com o fogo. num contexto que trata do ju lga m e n to M associa­
exortação a todos os discípulos (v v . 35*40) c a que visa aos que ção dc água e fogo como instrumentos dc julgam ento é reencon­
sâo responsáveis por seus irmãos com o intendentes (v v . 42-48). trada em 17,26-29 (cf. 2Pd 2.5-6; 3,6-7). Em contrapartida do
i.E ste termo é próprio de L c entre os evangelistas (cf. 1 6 ,13.8) julgamento que atingira' os homens. Jesus evoca a^ui o ju lga ­
e designa um personagem importante (cf. IC o r 4.1-2). mento que atingira' a sua pessoa.
j . C f . 12.17 nota. q. Tem -se traduzido muitas vezes: qual é a rninhà angústia?
k. Lit. ele o partirá ao meio. mas cf. Mt 24,51 nota. M as aqui o paralelo do v. 49 sugere em Jesus, dc preferência à
i. Lit. os incrédulos. M l diz: os hifxicritas. angustia, a pressa de chegar ao termo da sua missào de Salvador.
m . O s vv. 47-48. próprios de L c . e sobretudo o v. 48/>. subli­ r . Mt 1 0 3 4 d iz mais concretamente: o gládio. termo que deve
nham a responsabilidade dos chefes de igrejas e concluem os vv. ser prim itivo. L c assinalou muitas vezes que a paz 6 o dom
41-4K. m essiânico por excelência (cf. 1.79 nota). Aqui a negação para­
n. L c retine aqui várias afirm ações de Jesus sobre a sua pró­ doxal de Jesus proclam a que esta paz nâo é a paz carnal e fácil
das: três contra duas e duas contra trcs. que relataram o caso dos galileus. cujo
5,Dividir-se-ão pai contra filho e filho sangue Pilatos misturara ao dos seus
contra pai, mãe contra lilha e filha con­ sacrifícios*. 2Ele lhes respondeu: “ Pensais
tra mãe. sogra contra nora c nora contra que, por terem sofrido tal sorte, esses
sogra'". galileus eram mais pecadores do que
qualquer outro galileu? ‘'Não. eu vo-lo
A decisão a tomar. Discernir os sinais digo, mas se não vos converterdes,
do tempo' (Mt 16,2-3). HElc disse ainda perecereis todos do mesmo modo.
às multidões: "Quando vedes uma nu­ 4" E aquelas dezoito pessoas sobre as
vem se erguer no poente, dizeis imedia­ quais caiu a torre dc Siloe' e as matou,
tamente: ‘ Vem chuva’ ,e é o q u e aconte­ pensais que eram mais culpadas'do que
ce. 55E quando vedes soprar o vento sul, qualquer outro habitante de Jcrusale'm?
dizeis: ‘ Vai fazer um calor insuportável', sNão, eu vo-lo digo. mas se vós não vos
c isso acontece. mO espíritos pervertidos", converterdes, perecereis todos da mesma
sabeis reconhecer o aspecto da terra e do maneira.”
ce'u. e o tempo presente, como não sa­
beis reconhecê-lo’ 7 Parábola da figueira estéril". ‘ E ele disse
esta para"bola: “ Um homem tinha uma
Arrumai os vossos negócios antes do figueira plantada cm sua vinha. Foi la'
julgamento (Mt 5.2 5-2 6 ). 5,“ Por quc procurar fruto e não encontrou. 7Então
tambem não julgais por vós mesmos o disse ao vinhateiro: ‘Ja' são três anos que
que e' justo? “ Assim".quando fores com eu venho procurar fruto nessa figueira e
0 teu adversa'rio perante o magistrado, não encontro. Corta-a. Por que ficaria aí
procura entrar em acordo com ele em a esgotar a terra?’ "Mas o outro lhe res­
caminho, para que ele não te arraste ponde: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano
perante o juiz. o juiz não te entregue ao para quc eu passe a enxada ao seu redor
executor, e o executor não te jogue na e aplique estrume. “Talvez ela dê fruto
prisão. 5*Eu te digo: de la' não sairás no futuro\ Senão1, tu a cortara's’".
enquanto não tiveres pago ate' o líltimo
centavo." Cura dc uma mulher enferma, no dia dc
sábado1'. l0Jesus estava a ensinar numa
1o A urgência da conversão'. 'Nesse sinagoga, num dia de sa'bado. "Havia lá
momento, aproximaram-se pessoas uma mulher possessa de um espírito quc

com «i qual sonhavam os falsos profetas (Jr 6.14; S . I I : E z x. Duas declarações paralelas de Jesus tiram a lição de dois
13.10.16». acontecimentos trágicos recentes. Segundo o conceito corrente
s . Esta divisão das fam ílias é. na tradição profética, uma ca­ da contribuição temporal, os seus ouvimes vêem neles castigos
racterística da tribulação do fim dos tempos (M q 7.6; A g 2,22; divinos infligidos a pecadores; e o fato dc que eles próprios
M l 3.24). Jesus voltara a isto em 21.16 c par. foram poupados os tranqüiliza quanto à própria justiça. Jesus
t. D e 12.54 u 13.9. L c apresenta uma série de ensinamentos rejeita esta visão sim plista (cf. Jo 9.2-3); ele mostra nessas des­
sobre a urgência da conversão: um apelo a discernir os sinais graças uma advertência dirigida a iodos; todos sào pecadores,
presentes (vv. 54*56). uma parábola sobre a necessidade de pôr todos têm de sc converter.
em ordem a própria alma antes do julgamento (vv. 57-59) um y . A história relata várias intervenções sangrentas de Pilatos
comentário sobre os fatos de atualidade que convidam a se con­ em Jerusalém.
verter (13.1-5). uma parábola sobre o ultimo prazo concedido z . L il. devedores (cf. Mt 6.12 nota e Ix: 11.4 nota).
para dar frutos (13,6-9). a . bsta paráboJa volta às ameaças clássicas contra a árvore
u . L it. Hipócritas (cf. 6,42 nota). improdutiva (3.8-9; cf. 6 ,43-44). mas ajunta-lhes o anuncio de
v. Esse tempit. que é o dc Jesus, é fácil de ser reconhecido, um ultimo prazo. Neste contexto, o apelo à conversão é claro e
pois os seus sinais sâo claros (7,22: 11.20). O ponto dc vista urgente.
aqui é diferente do de I I .29. b . Em vez de no futuro, alguns traduzem: no próximo ano
w. F.m M t. esta parábola serve para expor o dever da caridade (subentendendo ano. mencionado no v. precedente).
fraterna. Aqui ela insiste sobre a urgência de se reconciliar antes c . Numerosos mss. trazem: fruto. Senão, no futuro...
do julgamento. Este matiz escatológico aproxima-se m ais. sem d . Esta controvérsia sobre as curas que Jesus opera no dia de
duvida, da intenção prim itiva da parábola. sábado pertence ao mesmo gênero litenirio que 6 .6 -1 1 e 14.1-6.
a tornava enferma' fazia já dezoito anos; mostarda que um homem toma e planta
ela estava toda curvada e não podia en- em seu jardim. Ele cresce e se toma uma
direitar-sc completamente'. l2Vendo-a, árvore0, e os pássaros do ce'u fazem os
Jesus lhe dirigiu a palavra c disse: "M u­ ninhos em seus ramosp". “ Ele disse ain­
lher, eis que estás liberta da tua enfer­ da: " A que compararei o Reino de Deus?
midade” . “ Impôs-lhe as mãos: imediata­ 2lElc e comparável ao fermento que uma
mente ela ficou ereta* e se pôs a dar gló­ mulher toma e mistura em três medidas
ria a Deush. de farinha, dc tal modo que a massa toda
I40 chefe da sinagoga, indignado por fica fermentada’ ".
Jesus ter feito uma cura no dia de sábado',
tomou a palavra e disse à multidão: “ Há Será que Israel entrará no reino?. “ Ele
seis dias para trabalhar. É pois nesses passava por cidades e aldeias, ensinando
dias que deveis vir para vos fazer curar, e viajando rumo a Jerusalc'mr.
e não no dia dc sábado” . lsO Senhor lhe
respondeu: “ O espíritos pervertidos1,aca­ (M t 7 , 1 3 - 1 4 ) . a Algue'm lhe disse: "S e ­
so no dia de sábado cada um dc vós não nhor. será que só pouca gente será sal­
desata da manjedoura o seu boi, ou o seu va?" Ele lhes disse então: “ “ Esforçai-vos
burro, para levá-lo a beber1? “ E esta mu- por entrar pela porta estreita*, pois mui­
iw lher, filha de Abraão, que Satanás tinha tos, cu vo-lo digo, procurarão entrar e
ligado já faz dezoito anos, não é no dia não conseguirão'.
de sábado1 que era preciso desatá-la des­
se liame?” I7A essas palavras, todos os ( M t 2 5 , 1 0 - 1 2 ) . “ “ Depois que o dono da

seus adversários ficaram cobertos de casa se tiver levantado e tiver fechado a


vergonha, e toda a multidão se alegrava porta; quando, ficando fora, começardes
de todas as maravilhas que ele fazia. a bater na porta dizendo: ‘ Senhor, abre-
-nos', e ele vos responder: ‘ Vós, eu nâo
1’ arábola do grão de mostarda e do sei dc onde sois’ ,
fermento1" ( M t 1 3 , 3 1 - 3 3 ; M c 4 , 3 0 - 3 2 ) .
'"Ele disse então: “ A que é comparável o “ “ então vos poreis a dizer:
( M t 7 ,2 2 -2 3 ).
Reino de Deus"? A que o hei dc compa­ ‘ Nós comemos e bebemos contigo, nas
rar? l9Ele e' comparável a um grão de nossas praças ensinaste*'.^ ele vos dirá*:

e. Lit. possessa Je um espírito de enfermidade. Esta doença é fazem Mt 1 3 3 2 e M c 4 3 0 -3 1 .


atribuída a uma ação satânica (cf. v. 16 e 11.14 nota). p. E sla im agem , que D n 4.9.18 (e E z 17.23 c 31.6) aplicam ao
f. Pode-se traduzir: ela nào podia absolutamente se endireitar. poder dos grandes reis. pode representar para L c a expansão do
g . L il. fo i endireitada. Evangelho entre os povos do mundo.
h. C f. 2.20 nota. q . Sobre esta parábola. m ais ou menos idêntica em M t. c f. Mt
i. C f. 6.7 nota. 1 3 33 nota.
j. Lit. hipócritas (cf. 6.42 nota). V ários mss. trazem o singu­ r . Esta nova menção à subida de Jesus rumo a Jerusalém (v.
lar. mais fácil neste contexto. 22) parece m arcar o com eço de uma nova seção da viagem
k . Jesus faz apelo à pratica usual dos aldeões e ao bom-senso (1 3 .2 2 -1 7 ,1 0 ). O s vv. 22*30 agrupam diversas declarações de
deles, para tirar d a í um argumento a fortiori. Jcsus sobre a entrada no Reino (Mt as apresenta sob formas e
I. C f. M c 3.4 nola. Para Jesus, o sábado, dia do Senhor, é por em contextos diferentes).
excelência o dia da salvação. i x os dirige contra aqueles dentre os judeus que não tiverem
m . Este par de parJbolas (cf. 11-5 nola). que Mt apresenta acreditado em Jesus.
an tcslco m o tambem M c. que so traz a prim eira), co nclui em L c s . Jesus não quer fornecer aqui. sobre os resultados do Juízo ,
a primeira seção da subida de Jesus para Jerusalém , orientando mais esclarecim entos do que ele da alhures sobre a sua data
o pensamento para o Reino de Deus. L c quer exprim ir a expan­ (12.40.46: A t 1,6*7). E le sò quer convidar os seus ouvintes a
são incoercível do Reino e o seu poder transformador, como ele fa zer esforço para aceder ao Reino (cf. 16.16).
consUtia na experiência da missão. I. Vários ligam a esta frase a primeira pane do v. seguinte,
n. Estas duas paníbolas são as unicas que L c relaciona expli­ separando-os por uma sim ples vírgula.
citamente com o Reino de Deus. u. O s que falam aqui são judeus, testemunhas da missão de
o. Mss. bastante numerosos precisam: uma grande árvore. Jesus (no texto paralelo. Mt 7.22-23. trata-se dc profetas e de
Mas este adjetivo convém mal à mustarda, que é um arbusto, e taumaturgos cristãos),
L c não insiste no contraste entre eia e a sua semente. com o o v . Numerosos m ss. têm: ele dirá: eu vo-lo digo... Quem fala
si 6.9 ‘ Eu não sei* dc onde sois. Afastai-vos de sível que um profeta pereça fora de
mim. vós todos quc fazeis o mal*’ . Jerusalém'.

“ “ Haverá choros e ranger


(M t 8 J 2 .I I ) . Lam en tação sobre Je ru sa lé m (M t n.4i-44
de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e M“ Jerusalém, Jerusalém, tu
2 3 .3 7 -3 9 ) .

Jacó, bem como todos os profetas, no que matas os profetas c apedrejas os que
Reino de Deus, c vós, lançados fora'. te sâo enviados, quantas vezes eu quis
“ Então, virá gente do oriente e do oci­ reunir os teus filhos como uma galinha
dente. do norte e do sul', para tomar lu­ reúne os seus pintinhos sob as asas. e
gar no festim, no Reino de Deus. vós não quisestesh.3íPois bem. vossa casa
será deixada deserta1. E cu vos digo. não
M“ E assim,
( M t 1 9 .3 0 ; 2 0 ,1 6 ; M c 1 0 .3 1 ) . mc vereis mais até que chegue o tempo
há últimos que serão primeiros e há pri­ cm que disserdesJ: ' B e i u l i t o s e j a . e m n o m e
meiros que serão últimos”” . d o S e n h o r , a q u e l e q u e v e m k! ’ "

Jesus enfrenta a morte11. JINesse ins­ 1 aCura de um hidrópico num sá-


tante, alguns fariseus*' se aproximaram bado1. 'Ora. Jesus entrara na casa
e lhe disseram: “ Vai-te embora, parte dc um dos chefes dos fariseus num dia
daqui, pois Herodes quer fazer-te mor­ de sábado para aí tomar uma refeição1";
rer” . 32Ele lhes disse: “ Ide dizer a essa eles o observavam. 2e justamente um
raposad: Eis quc cu expulso demônios e hidrópico se achava diante dele. -'Jesus
realizo curas hoje e amanhã, c no tercei­ tomou a palavra e disse aos legistas" c
ro diacchcgo ao termor. ,3Mas é necessá­ aos fariseus: “ É permitido ou não curar Mt , ; 1212
rio quc cu prossiga o meu caminho hoje, um doente no dia de sábado”?” 4Mas eles Mc 3,4
amanhã e no dia seguinte, pois não é pos­ ficaram cm silêncio. Então Jesus, toman-

aqui é o ju iz do último dia. enquanto cm M l 7.23 é Jesus quem ser entendida no sentido temporal (a minha missão está ter-
fala na primeira pessoa. minada) ou indicar o resultado obtido (eu atingi a minha nte-
w. Numerosos mss. lém: Vós. eu não sei.... como no v. 25. ta). Com o em 22,53, com o também em Jo 7.30 e 8 2 0 . os in i­
x. O ju iz não reconhece como seus aqueles dentre os judeus m igos dc Jesus nâo podem atingi-lo antes quc a sua hora lenha
que praticam o mal: para pertencer ao povo de Deus. nào basta chegado.
pertencer à raça de Abraão (cf. 3.8; Jo 8.33-41). mas é preciso g. Jesus anuncia a sua morte em Jerusalém c a compara à dos
acolher Jesus, scr conhecido do ju iz (v v . 25-27). profetas massacrados por Israel (cf. 6.23 nota).
y . Jesus apresenta aqui o Reino, à maneira judaica, como o h. Essas palavras, que Mt situa durante a pregação de Jesus
festim messiânico (Is 25,6: I x 14,15.16-24; 22,16.18.30) em que cm Jerusalém , supõem que Jesus já exerceu o seu m inistério na
os eleitos estão reunidos ao redor dos patriarcas e dos profetas cidade antes da “Semana Santa". O fato é muito verossím il (cf.
(cf. 16,22). O s que nâo tiverem respondido ao chamado dc Jesus Jo ); ele faz sobressair o caráter artificial do plano dos sinóticos.
serão excluídos do festim messiânico. M as enquanto Mt dirige c notadamente da com posição da viagem a Jerusalém no terceiro
esta anieaça ao conjunto dos judeus (cf. M l 8.12 nota). L c só evangelho (cf. Introdução).
visa aos ouvintes incrédulos de Jesus. í. C f. J r 12,7. Deus vai abandonar o seu Tem plo, e portanto
z. Trata-se dos pagàos que serão admitidos no Reino (cf. Is entregá-lo à ruína (cf. 2 1.6). para fazer ca ir o castigo sobre o seu
2.2-5; 25.6-8; 60; 66.18-21). povo. É a ameaça clássica nos profetas (M q 3.12; Jr 7.1-15; 26;
a. C f . Mt 19.30 nota. Esta sentença é mais matizada do que em E z 8 -1 1 ).
Mt 19.30 e M c 1031 (muitos) e sobretudo do que em Mt 20.16. j . Vários mss. têm. com o Mt 23.39. até que digais...
b. L c acaba de considerar a incredulidade dc Israel do tempo k . Anunciando que os seus ouvintes saudarão Jesus com a
de Jesus (v v . 23-30). É nesta perspectiva que ele registra aqui aclamação messiânica do S l 118.26 (cf. L c 19.38), L c parece
duas declarações dc Jesus accrca da sua própria mone; os vv. admitir a conversão de Israel no fim dos tempos (cf. 21.24 e R m
31-33. quc lhe são próprios, e os vv. 34 e 35. que Mt situa mais 11.25-27).
tarde. 1. L c apresenta vários elementos no quadro dc uma refeição
c. Eles sào aparentemente favoráveis a Jesus (cf. 7 3 6 nota). (14.1-24). To do s eles sc dirigem a fariseus, quc L c considera
To davia, certos comentadores vêem ein sua atitude um ato de como os representantes autênticos do pensamento de Israel. O
hostilidade. primeiro episódio é uma cura no dia de sábado, análoga à dc
d . Herodes nào é perigoso para Jesus; ele nào é um leão (im a­ 6.6-11 c 13.10-17.
gem usual dos rabinos para designar um personagem perigoso). m . C f. 7,36 nota.
e. Isto é. em breve (expressão usual cm aramaico). n. C f . 7,30 nota.
f. L it. eu estou no fim . A expressão é equivoca: ela pode o. C f. 6,7 nota e 13.16 nota.
do o doente, curou-o e despediu-o. d e ­ almoço ou um jantar, não convides teus
pois ele lhes disse: “ Qual dentre vós, se amigos, nem teus irmãos, nem teus pa­
seu filhop ou seu boi cair num poço, não rentes, nem vizinhos ricos, senão eles
o retirara' daí imediatamente em pleno tambem te convidarão em troca e isso te
dia de sábado*1?” ‘ E eles a isso nada pu­ será retribuído. ,3Ao contrário, quando
deram objetar. deres um festim, convida pobres, aleija­
dos, coxos e cegos”, ue serás feliz por­
Escolher o último lugar. 7Jesus disse que eles não têm com que retribuir": com
aos convidados uma parábola', porque efeito, isso te será retribuído na ressur­
notava que eles escolhiam os primeiros reição dos justos"” .
lugares*. Disse-lhes: "“ Quando fores con­
vidado a uma festa de casamento, não Parábola dos convidados substituídos
vás te colocar no primeiro lugar, para pelos pobres* (Aí/ 2 2 , 1 - 1 0 ) . l5Ouvindo
que não ocorra que tenham convidado essas palavras, um dos convivas disse a
Pr 25 .6-7 algue'm mais importante do que tu, 9e Jesus: “ Feliz de quem participar da
aquele que vos convidou a ti e a ele venha refeição' no Reino de Deus*!" “ Ele lhe
te dizer: ‘Cede-lhe o lugar'; então irias disse: “ Um homem ia dar um grande
todo envergonhado tomar o último lu­ jantar e convidou muita gente. l7Na hora
gar. '“Ao contrário, quando fores convi­ do jantar, mandou seu servo dizer aos
dado. vai te colocar no último lugar, a convidados: ‘ Vinde, já1*está pronto'’ .
fim dc que à sua chegada aquele que te '"“ Então eles se puseram a desculpar-
convidou te diga: 'Meu amigo, vem mais -se todos do mesmo modod.O primeiro
para cima’ . Então será para ti uma honra lhe disse: 'Acabo de comprar um campo
perante todos os que estiverem à mesa e e preciso que eu vá vê-lo; rogo-te quei­
contigo. "Pois todo homem que se eleva ras desculpar-me’ . l!,Outro disse: ‘ Acabo
m<23.12 será rebaixado, mas quem se rebaixa será de comprar cinco juntas de bois c estou
elevado'". partindo para experimentá-las; eu te rogo,
queiras dcsculpar-mc’ . “ Um outro disse:
Convidar os pobres. l2Elc disse tambem ‘ Acabo de me casar e por isso não posso
ao que o convidara": “ Quando deres um ir*’ . 21A o voltar, o servo relatou essas

p . M ss. bastante numerosos substituem ou ajuntain: asno, w . Jesus form ula uma promessa paru os que são desprendidos
provavelmente sob o influxo de 13,15. (cf. 6,32-34).
q . Sem duvida. L x apresenta aqui a mesma palavra de Jesus x. Apoiando-se neste texto e cm 20,35. vários pensaram que
que Mt 12,11 (ver a nota). M as eie se revela menos fam iliariza­ L c não admitia ressurreição para os pecadores (este conceito se
do com os costumes da Palestina; faia dc um poço. com o nos encontra em certos meios do judaísm o de então). M as L c anun­
países que conhece, e não de um buraco: sobretudo, menciona cia em A l 24,15 uma ressurreição dos justos e dos pecadores. A s
um filho ou um boi que caíram nele. o que constitui casos ab­ suas expressões aqui e em 20.35 explicam -se pelo fato de que s<5
solutamente diferentes na casuística judaica. O argumento nâo os justos chegarão â verdadeira vida.
funciona tão bem quanto em Mt. y . A par.íbola seguinte é encontrada também em M t. após a
r . Aqui esta palavra tem o seu sentido bíblico de sentença de chegada de Jesus a Jerusalem e sob uma forma bastante diferen­
sabedoria, com o em M c 7,17. À primeira vista, Jesus dá nos vv. te. L c faz dela o anúncio do chamamento do povo novo. forma­
8 -10 uma lição de habilidade social comparável a Pr 25,6-7. do de pobres, tanto judeus com o pagãos.
M as o seu conselho termina no v. 11 com uma liçâo de hum il­ z . L it. quem comer o pào.
dade que se opõe às preocupações hierárquicas do mundo judai­ a. Esta bem-aventurança. com o a do A p 19,9. exprim e a es­
co (cf. Qumran). perança de participar do festim messiânico (sobre este.cf. 13,28
s. L il. eleitos (cf. 7.36 nota z). É o que Jesus censurará aos nota).
escribas em 20.46. b . Num erosos mss. trazem: tudo está pronto (cf. Mt 22.4).
t. Esta sentença, que se inspira em E z 2 1.31, condena a orgulho­ c . Conform e o uso oriental, os convidadas foram avisados de
sa segurança dos fariseus (cf. 16,15): ela será repetida em 18.14. longa data; no ultimo momento, o anfitrião manda um servo
u. O contexto da refeição evoca o convite. Jesus tira d a í um procurá-los (cf. Est 5.8 e 6.14) e acom panhá-los.
apeio à generosidade para com os pobres e ao desprendimento. d . O s convidados são numerosos (v. 16). m as a parábola so
v. O conselho de Jesus vai de encontro a todos os usos habi­ apresenta três. segundo a norma usual (cf. 1 0 33 nota): o ultimo
t u a i. Todos os infelizes enumerados aqui sào tipos dc pobres nem sequer se escusa.
(cf. 6.20 nota). e . I x talvez faça alusão a esse pormenor em 14,26.
respostas ao seu senhor. Então, tomado se tem com que ir até o fim? "D e outro
de cólera, o dono da casa disse ao seu modo, se ele lança os alicerces sem poder
servo: ‘ Vai depressa peias praças e mas terminar, todos os que o virem zombarão
da cidade, e traze para cá os pobres, os dele wc dirão: ‘ E is um homem que
aleijados, os cegos e os coxos'’ . 22Depois começou a construir e não pôde terminar!’
o servo veio dizer: ‘ Senhor, foi feito o 3l“ Ou qual o rei, quando parte em guer­
que ordenaste, e ainda há lugar’ . 230 ra contra outro rei. que não começa por
senhor disse então ao servo: ‘ Vai pelas se assentar para considerar se e capaz,
estradas e jardins*, e forçahas pessoas a com dez mil homens, de enfrentar aque­
entrarem, a fim de que a minha casa fi­ le que marcha contra ele com vinte mil?
que cheia. 24Pois. eu vos digo, nenhum 52Scnão, enquanto o outro ainda está lon­
daqueles quc tinham sido convidados ge, ele manda uma delegação e pede para
provará do meu jantar1’". fazer a paz.
33"D o mesmo modo, qualquer um de
Renunciar a tudo para seguir Jesus. vós que não renuncia a tudo o quc lhe
“ Grandes multidõesJ caminhavam com pertence não pode ser meu discípulo".
Jesus; ele sc voltou c lhes disse: “ "Se
ix.29 alguém vier a mim sem me preferir* ao Não perder o sabor (Mt 5 ,1 3 ; Mc 9.50).
seu pai, à sua mãe, à sua mulher1, aos •M“ Sim, o sal°é uma coisa boa. Mas se o
seus filhos, aos seus irmãos, às suas ir­ próprio sal perder o sabor com que se há
mãs c ate' à própria vida, não pode ser de salgar? “ Não presta nem para a terra,
meu discípulo. 27Aquele que nâo carrega ncm para o esterco: jogam-no forap.
« 3 ; a sua cruz e não vem em meu seguimen- Quem tiver ouvidos para ouvir ouça11.”
Mt i».28 tQ n jj0 s e r m e ( J c iis c ,'p u l o

“ "Com efeito"1, quem entre vós, quando -> p Jesus e os pecadoresr. 'Os coleto-
quer construir uma torre, não começa por res de impostos e os pecadores* sc
sc assentar para calcular a despesa e avaliar aproximavam todos'dele para o ouvir. ^

f. A lisui desses infelizes é a mesma que cm 14.13. E les sào tante. sem dúvida o engajar-se no seguimento de Jesus. Ligan do
recolhidos na cidade, e L c deve ver neles os pobres d c Israel (cf. a isso. com o conclusão, o v. 33 , L c faz um apelo à renuncia.
6,20 nota). n. Este v.. que retoma a conclusão dos vv. 26 e 27. da uma
g . L il. cercados. Diversamente de Mt 22. 9 -10. L c apresenta aplicação nova às duas pantbolas prcccdcnies. Fa z delas um apelo
uma segunda série de suplentes dos convidados faltosos e os faz a renunciar a todos os bens próprios. É o ensinamento predileto
trazer dc fora da cidadc: cie deve pensar nos pagàos. de L c (12,13-34; 16.1-13; 18.24-30: c f. 5.11 nota).
h. Nào se traiu de violência, mas de convite premente (cf. 0 . C f . Mt 5.13 nota c M c 9,49 nola.
24,29; A t 16,15). Interpretações tardias quiseram legitim ar com p. O sentido que L c atribui à imagem do sal não é claro. Seja
esle texto conversões pela força, Estas nào acham justificação com o for. ele faz dela uma advertência aos discípulos: que nào
neste pormenor parabólico, e menos ainda no espírito do evan­ se tomem insípidos, que permaneçam tléis a si mesmos e em
gelho. primeiro lugar à mensagem do Evangelho.
I. C f 13.28-29. q . Retomando aqui a advertência de 8.8. L c sublinha a im por­
j . Esta seção se dirige às multidões, isto 6. a todos os discíp u­ tância do chamado de Jesus.
los. presente e futuros, de Jesus. Reüne diversos ensinamentos r . Este capítulo co nsilui um a sólida unidade literária por sua
de Jesus sobre a condição dos discípulos centrando-os no tema introdução e por suas três parabolas sobre a alegria de achar o
da renuncia (vv. 25-26 e 33). que estava perdido (c f. as conclusões dos vv. 6.9.24.32). A pro­
k . L it. sem odiar. C om o na língua do A T , que nào possui gressão é clara: uma ovelha sobre cem . uma moeda sobre dez.
com parativo, este verbo sig n ifica aqui am ar menos (cf. G n um filho sobre dois. Em face dos justos que se indignam com o
2 9 3 1 .3 3 ; Dt 21.15-16; Is 60.15; M l 1 3 ; e L c 16,13); é assim acolhimento feito aos pecadores por Jesus, este exprime a ale­
que o compreendeu Mt 1 0 37 . L c 18.20 lembrara, por outro gria quc Deus sente ao reencontrar os seus filhos perdidos, c
lado, o mandamento do D ccalogo sobre os deveres para com os convida os fariseus a participarem desta alegria (especialmente
pais (E x 20.12; Dt 5,16). na ccna final dos vv. 25-32). A s duas primeiras parabolas. rigo ­
I. Diversam ente de M l 1 0 3 7 . L c menciona aqui o amor da rosamente paralelas (cf. 113 nota), sugerem a procura do peca­
esposa que também deve ceder a prioridade ao amor do C risto dor pelo Pai: a terceira apresenta o acolhim ento feito pelo pai ao
(cf. v. 20; 18.29). pecador que volta a ele.
m . O par de pantbolas dos vv. 28-30 e 31-32 (cf. 11 3 nota) s . C om o em 5 3 0 e 7 3 4 , os coletores de impostos sào m encio­
é próprio de L c . E las parecem ler sido. na origem , um exem plo nados com os pecadores públicos condenados pelos fariseus.
da necessidade de refletir antes de um empreendimento impor­ 1. Este adjetivo é omitido em algum as testemunhas antigas.
os fariseus e os escribas murmuravam; -vos comigo, pois reencontrei a moeda
eles diziam: "Este homem da' boa acolhi­ que tinha perdido!’ ’"É assim, eu vos
da aos pecadores e come com eles0!” digo, que há alegria entre os anjos de
Deus11 por um só pecador que se con­
Parábola da ovelha reencontrada' ( M t verta” .
IH , 1 2 - 1 4 ) . 3Então. ele lhes disse esta
parâbola: '‘ “ Quem dentre vós, se tiver cem Parábola do Pilho reencontrado1. "Ele
ei 34.16 ovelhas e perder uma, não deixa as ou­ disse ainda: “ Um homem tinha dois fi­
tras noventa e nove no deserto" para ir à lhos. ijO mais moço disse ao seu pai:
procura da que se perdeu, até encontrá- ‘ Pai. da'-mc a parte de bens que me
-la? 5E quando a reencontrou, ele a aco­ cabed’ . E o pai fez para eles a partilha
moda cheio de alegria sobre os ombros, dos seus bens. '-'Poucos dias depois, o
6e, dc volta à casa, reüne seus amigos e filho mais moço, tendo juntado o dinhei­
vizinhos e lhes diz: ‘ Alegrai-vos comigo’ , ro. partiu para uma região longínqua e aí
pois cu reencontrei a minha ovelha que dissipou os seus haveres numa vida
estava perdida!’ 7Eu vos digo. é assim desregrada'. 14E quando acabou de gastar
que haverá alegria no céuy por um só tudo, uma grande fome sobreveio naque­
pecador que se converta, mais do que la região, e ele começou a passar neces­
por noventa e nove justos que nâo preci­ sidades. l!Foi pôr-se a serviço de um dos
sam dc conversão*. cidadãos desse país, que o enviou para
os seus campos a guardar porcos'. “ Ele
Parábola da moeda reencontrada. *“ Ou bem que gostaria de encher o ventre*com
ainda, qual a mulher que, tendo dez moe­ as bolotashque os porcos comiam, mas
das de prata* e vindo a perder uma. não ninguém lhas dava. ,7Então. caindo cm
acende uma lâmpada, varre a casa e pro­ si, disse a si mesmo1: ‘Quantos operários
cura com cuidado até encontra'-la? *E de meu pai têm pão de sobra, enquanto
quando a encontrou, ela reüne as suas eu, aqui, morro de fome1! '"Vou ter com
amigas e vizinhas e lhes diz: ‘ Alegrai- o meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra

u . C f. 5.29-30. c . Esta parábola famosa é própria dc L c (ela só apresenta uma


v . A imagem do pastor e do seu rebanho é um tema clássico longínqua analogia com a de Mt 21.28*32). E la comporta duas
do A T pani expressar as relações de Deus com o seu povo (cf. partes, fortemente ligadas entre si pelo mesmo personagem cen­
1 2 32 nola): a do reencontro da ovelha perdida é uma figura tral, o pai. e por sua atitude generosa, e mesmo também pelo
tradicional da salvação (M q 4.6-7; Jr 23,1-4; E z 34,11-16). Esta convite final (v v . 24.32) a participar de sua alegria (é o que leva
panfcola (em seu paralelo em M t. mas enquanto este a aplica à a evitar o título usual da parábola: “o filho pródigo**). A segunda
responsabilidade dos chefes da Igreja em relação aos pequenos parte, que termina a narração respondendo ao problema iniciai
das suas comunidades. I x mostra Deus procurando o pecador; ele do capítulo (v v . I -2 ). manifesta a liçào essencial da parábola; ela
está, sem dúvida, mais próxim o do sentido prim itivo da parábola. convida os fariseus a entrarem na alegria de Deus. a terem o
w . A pastagem usual dos rebanhos na Paleslina; ela corres­ coração tão aberto quando o de D eus no acolhimento dos peca­
ponde às montanhas de M l 18,12. dores que voltam a ele.
x . Este convite a participar da sua alegria, que se encontra nos d . Este pedido não é inaudito (cf. Sr 33,20*24), mas a sua
vv. 9 .2 3 -2 4 3 2 é para L c um traço capital. L ie prepara a resposta legitim idade é discutida pelos historiadores. O jovem reconhece­
final de Jesus às murmurações dos fariseus (v v . 7.10; cf. v. 32). rá mais adianlc que pecou contra o seu pai (v v . 18 e 21). mas
y . Para Deus (cf. 11.16 nola). a natureza da sua falta não é precisada.
z . S c L c pensa em verdadeiros justos, esta afirm ação e' um e. O termo dc L c é pouco preciso. Traduzem -no às vezes por
paradoxo que sublinha a alegria dc D eus ante a conversão do devassidão, sob a influência do v. 30; mas será que. neste v.. o
pecador, a atenção que ele consagra à mesma. O contexto que filho mais velho não exagera?
L c atribui a esta parábola e as suas criticas contra a justiça dos f. Para um judeu, cra o cúm ulo da degradação, pois o porco
fariseus (5 3 2 ; 16,15: 18.9; cf. 20.20) sugerem que ele pensa é um anim al impuro (D t 14.8).
aqui antes em falsos justos, que deveriam reconhecer a necessi­ g . Testemunhas bastante numerosas lêem: saciar-se. sem du­
dade dc se converter (cf. 5 3 2 nota). vida para atenuar a expressão.
a . L it. dracmas. E sia moeda grega eqüivale ao denário romano h . I.it. alfarrobas, frutos de uma árvore mediterrânea, utiliza­
(cf. 7,41 nota). Para a dona de casa que só tem dez. a perda é da para alimentação do gado.
significativa. t . C f . 12.17 nota.
b. L il. diante dos anjos de Deus. Trata-se da alegria de Deus j , Jesus não idealiza os sentimentos do infeliz. O foco da
(cf. 12.8 nota); ele a compartilha com os seus anjos. parábola não é a conversão do filho, mas o amor do pai.
o ceu1 e conlra ti. '’ Já não mereço ser desobedecido às tuas ordens'; e, a mim,
chamado teu filho. Trata-me como a um nunca deste um cabrito sequer para fes­
dos teus diaristas’ . “ E foi ter com seu tejar com meus amigos. “ Mas quando
pai. Ainda estava longe, quando o pai o chegou esse teu filho*, que devorou teus
avistou e foi tomado de compaixão: cor­ bens com prostitutas, mataste o bezerro
reu, se lhe lançou ao pescoço1 e o cobriu gordo para ele!’ -'‘Então o pai lhe disse:
dc beijos. 2'0 filho lhe disse: ‘ Pai, pe­ ‘ Meu filho, tu esta's sempre comigo1 e
quei contra o céu e contra ti. Ja' não tudo o quc c meu e' teu. ,2Mas“ era pre­
mereço ser chamado teu filho1" . . . ’ “ Mas ciso festejar c alegrar-se porque este teu
o pai disse aos seus servos: ‘ Depressa, irmão' tinha morrido, e esta' vivo; estava
trazei a mais bela" roupa e vesti-o; ponde- perdido, e foi reencontrado"’ .-’
-Ihe um anel no dedo e sandálias nos
pe's”. 2vTrazei o bezerro cevado, matai-o. 1 n A parábola do gerente astuto'.
comamos c festejemos, 2Jpois este meu ‘Depois Jesus disse a seus discípu­
filho estava morto e voltou à vida, esta­ los: “ Um homem rico tinha um gerente’
va perdido c foi rccncontradop\ que foi acusado perante ele de dilapidar
“ E eles se puseram a festejar. 250 filho os seus bens. 2Ele o mandou chamar e
mais velhor*1 estava nos campos. Quan­ lhe disse: ‘Que ouço dizer de ti? Presta
do, ao voltar, se aproximou da casa. ouviu contas da tua gestão, pois doravante já
músicas c danças. “ Chamando um dos não podera's gerir meus negócios’ . -'O
servos, perguntou-lhe o que era aquilo. gerente disse então consigo mesmo': ‘Que
27Este lhe disse: ‘E teu irmão que che­ vou eu fazer, visto que o meu senhor me
gou, e teu pai matou o bezerro gordo por retira a gerência? Trabalhar na enxada?
tê-lo visto voltar bem dc saúde’ . “ Então Eu não tenho força. Mendigar? Tenho
ele se encheu de cólera e não quis entrar. vergonha. JSei o que vou fazer para que,
O pai saiu para pedir-lhe que entrasse; uma vez afastado da gerência, haja pes­
Mmas ele replicou ao seu pai: ‘.Ja' faz tan­ soas quc me acolham em suas casas*.
tos anos quc cu te sirvo sem ter jamais 5Então, fez vir, um por um. os devedores

k. Deus. C f. 11.16 nota. w . Esta conclusão da segunda cena. preparada pelos vv. 6-9 e
I. Esta pressa é paru um orientai uma atitude inusitada. Com o 24. 6 a resposta d c Jesus às murmurações dos fariseus. Quando
todo o v. e sua continuação, ela exprim e o amor do pai. O s eles virem os pecadores acercarem-se de Jesus, participem da
beijos deste são sinais de perdão (2 Sm 1433). alegria de Deus que reencontra os seus filhos.
m . Várias testemunhas ajuntam aqui: trata-me como a um dos x . Esta parábola traz muitas vezes dificuldades, porque parece
teus diaristus. como no v. 19. M as o texlo breve, melhor ates­ propor o exem plo de um espertalhão. M as Jesus não hesita, em
tado. faz ressaltar a pressa do pai e o fato de que a sua acolhida outras parábolas, em comparar o julgamento de Deus com o de
impede o filho de chegar ao fim de sua humilhação, um ju iz sem justiça (18.1*8). tampouco em convidar os seus
n . Lit. a primeira. discípulos a serem hábeis como as serpentes (Mt 10,16); é claro
0. O anel é o sinal da autoridade (G n 41.42; Est 3.10: 8,2); as que ele nâo exorta os seus à injustiça ou à malvadez. Na pará­
sandálias fazem parte do traje do homem livre, por oposição ao bola em foco. ele toma a precaução de qualificar o gerente como
traje do escravo. desonesto (v . 8). Se este serve de exem plo (cf. 1 0 3 0 nota) não
p. Esta retomada dos temas dos vv. 6 e 9 marca o fim da o é senão por sua habilidade.
primeira cena da parábola. N o estado atual do texto, a parábola é seguida de uma série de
q. A atitude deste personagem, cujo diálogo com o pai cons­ sentenças sobre o uso do dinheiro (v v . 9-13). Hesita-se. às vezes,
titui a segunda cena da parábola, corresponde exatamente à dos cm fixar o ponto onde termina a parábola e começam os comen­
fariseus no v. 2. tários. Parece, no entanto, que. no texto de L c . podc-sc situar
r . Esta afirmação deve ser exata. E la corresponde à segurança este ponto entre os vv. 8 e 9; é no v. 9. com efeito, que Jesus
que os fariseus tèm de cum prir todas as exigências da lei (cf. toma a palavra e se dá a transição da questão da habilidade para
18.9). a do dinheiro. A ssim , o v. 8 conclui a parábola, convidando os
s . E le se recusa a reconhecê-lo com o seu irmão, c vai falar discípulos a serem tão hábeis no serviço do Reino quanto os
dele com desprezo (cf. 18.9.11). espertalhões deste mundo cm seus negócios escusos.
1. É a alegria essencial, e o convite a ultrapassar o juridicism o y . O mesmo termo grego é traduzido alhures, por intendente;
para se abrir ao amor. cf. 12,42 nota.
u . V ários m ss. ajuntam: devias festejar e te... z . C f. 12.17 nota.
v . O pai retifica a qualificação cheia de desprezo do v. 30: o a. Lit. a fim de que. quando eu fo r destituído da gerência, eles
filho que acaba de voltar é sempre o irmão do m ais velho. me acolham em suas casas.
do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quan­ tambe'm numa grande; e aquele que e'
to deves ao meu senhor?’ ‘ Este respon­ desonestop em coisas pequeninas c' deso­
deu: ‘Cem jarrasbde azeite’ . O gerente nesto tambe'm numa grande. "S e . pois,
lhe disse: ‘ Eis aqui o teu recibo, assenta- não fostes dignos de confiança quanto
te e escreve cinqüenta’ . 7Disse em segui­ ao Dinheiro enganador, quem vos con­
da a outro: ‘ E tu, quanto deves? Este res­ fiara' o bem verdadeiro? I2E se nâo fostes
pondeu: ‘Cem sacos'de trigo'. O gerente dignos dc confiança quanto ao que vos é
ihe disse: ‘Eis aqui o teu recibo, escreve alheio, quem vos dara' o que pertence a
oitenta’ . *E o patrãod elogiou o gerente vós"?
desonesto', porque havia agido com ha­
bilidade'. Com efeito, os que pertencem l3"Nenhum servo pode servir
( M t 6 ,2 4 ).
a este mundo* são mais habilidosos para a dois senhores: ou odiará um e amará o
com os seus semelhanteshdo que os que outro, ou se apegará a um e desprezará o
pertencem à luz1. outro. Não podeis servir' a Deus e ao Di­
nheiro."
O dinheiro enganador c o bem verdadei­
ro1. ,"Pois bem. eu vos digo: fazei-vos A lei e o Reino. I40 s fariseus', que gos­
amigos do Dinheirok enganador para que, tavam do dinheiro1.escutavam tudo“ isso,
uma vez desaparecido1este. esses amigos e zombavam de Jesus. l5Jesus lhes disse:
vos acolham"1 nas moradas eternas”. “ Vós mostrais a vossa justiça aos olhos
'““ Aquele que é digno de confiança" em dos homens’ , mas Deus conhece os vos­
coisas pequeninas e' digno de confiança sos corações": o que para* os homens e'

b. L il. bat. O s valores atualmente propostos para o bat vào de m . Vos acolham. O sujeito esses amigos não está expresso no
21 u 45 litros. texto: é explicitação nossa; mas pode-se também entender este
c . L it. kor. O kor vale dez bates, isto é . entre 210 e 450 litros. plural como um termo impessoal que designa D eus. evitando
d . Pura L c . trata-se do patrão do gerente, visto que Jcsus vai to­ m encioná-lo (cf. 6.38 nota).
mar a palavra no v. 9. Mas o elogio que ele faz daquele que o rouba n . L it. as tendas eternas. Esta expressão não é encontrada para
é surpreendente peto desprendimento. É provável que. na parábola indicar o lugar da salvação, nem no A T . nem na literatura judai­
primitiva, o patrão fosse Jesus, que tirava a lição da narrativa. ca, nem no N T . E la deve inspirar-se no repertório de im agens da
e« L it. do gerente da injustiça. O complemento indica a quali­ festa das Tendas (ou Tabem áculos). que se considerava, então,
dade do gerente, sua pertença â injustiça. Esta ultima palavra, no uma prefiguração da era da salvação (Z c 14.16-21). To do o v.
contexto, deve ser traduzida por desonestidade, porque os vv. 9 está construído segundo o modelo do v. 4. E le é um convite
10-12 vão opô-la ao que é digno de confiança e verdadeiro. a acumular tesouros no céu (cf. 12.16 nota) por meio da esmola
f. Na língua do A T . este termo é muito empregado para e x­ (tema caro a L c , cf. 11.41 nota),
pressar qualquer habilidade, honesta ou desonesta (cf. G n 3.1). o. Ou: fiel.
g . L it. Os filhos deste mundo: o grupo daqueles que sò conhe­ p . Ou: injusto. C f . v. 8 nota.
cem o mundo presente e só agem para eie. q . Vários mss. antigos têm: o que é nosso. Trata-se do bem do
h . Lit. em stuts gerações. Este hebraísmo que tambem se en­ Reino (e provavelmente, na variante, do bem da Igreja). N o s vv.
contra nos textos de Qumran sign ifica: na categoria deles. 10-12. o dinheiro é. portanto, o teste da fidelidade dos discípulos.
i. L it. os filhos da luz. O grupo daqueles que recebem a luz de r . A q u i. servir tem o seu sentido cultuai, corrente na Bíblia.
Deus. Em Qumran. são os membros da comunidade, opostos aos Em face de Deus. o D inheiro é um falso deus. Segundo este v..
filhos das trevas, que sào os seus adversários. o dinheiro é. portanto, um perigo muito mais grave do que nos
j . A s sentenças dos vv. 9 -13 sào elementos soltos, reunidos vv. precedentes: pode-se fazer dele um fdolo.
com a finalidade de interpretar a parábola precedente como uma s . A s sentenças diversas dos vv. 14*18 têm um objetivo co ­
lição sobre os diversos aspectos do dinheiro. Elas estão ligadas mum: procuram definir a posição de Jesus em face do judaísm o
entre si por uma série de jo go s de palavras se m íticas referentes e da lei: preparam também a conclusão da parábola seguinte (v.
ao Dinheiro (Mamon: vv. 9.11.13) e ao que é digno de confian­ 31). O s fariseus aparecem aqui com o representantes do pensa­
ça ( w . 10.11.12) e verdadeiro (v. I I ) , todos termos que se mento judaico.
exprimem a partir da mesma raiz hebraica 'aman. Esses vv. t. Jesus d irigirá uma censura semelhante aos escribas em 20.47.
cstào igualmente unidos pela antítese entre o embuste e a fíde- Seria injusto aplicá-la a todos os fariseus (cf. 7 3 6 nota). O s vv.
lidadc-verdade (v v . 10-12). N o com eço desta seção. Jesus reto­ 14-15 parecem scr uma transição entre os vv. 9-13. sobre o
ma a palavra para comentar a parábola. dinheiro, c as sentenças que se lhe seguem,
k . Lit. o Mamon (com o nos vv. 11 e 13). Este termo pode ter u. Esta palavra falta em várias testemunhas,
provindo primitivamente da idéia de um depósito confiado: ele v. C f. 18.9 e o legista de 1 0 2 9 , com o também 20.20 nota.
designa aqui o D inheiro, personificado como uma potência que w. Tem a bíblico ( IS m 16,7; Pr 24.12) empregado por L c em
escraviza o mundo. A t 1.24; 15.8.
1. A lguns ms.s. trazem: uma vez que tiverdes desaparecido. x. Ou: entre.
i 4.il: ik.14 superior e' uma abominação aos olhos de Abraão*; o rico morreu também e foi
Deus'. enterrado. u Na morada dos mortosk,em
meio às torturas, ergueu os olhos e viu
“ " A Lei e os Profetas vão
( M t 1 1 ,1 3 .1 2 ) . dc longe Abraão com Lázaro a seu lado.
até João'; desde então a boa nova do Rei­ 24Ele exclamou: ‘ Abraão, meu pai. tem
nado de Deus c' anunciada e todo homem compaixão de mim e manda quc Lázaro
emprega a sua força para nele entrar*. venha molhar a ponta do dedo na água
para me refrescar a língua, pois eu sofro
I7“ É mais fácil passarem o ceu
( M t 5 .1 8 ). um suplício nestas chamas’ . 25Abraão lhe
e a terra do que cair da Lei uma só disse; ‘ Meu filho, lembra-te de que rece-
vírgulah. beste tua felicidade durante a vida, como
Lázaro, a infelicidade; e agora, ele en­
1 9 , 9 : M c 1 0 , 1 1 - 1 2 ) . "“ Todo
( M t 5 .3 2 : contra aqui a consolação1, e tu, o sofri­
homem quc repudia a sua mulher e se mento"1. “ Além disso, entre vós e nós foi
casa com outra é adúltero; e aquele que estabelecido um grande abismo, para que
se casa com uma mulher repudiada por os que quisessem passar daqui para vós
seu marido é adúltero'. não o possam c quc também de lá não se
atravesse até nós"’ .
Parábola do rico e dc Lázaro1*. '''"Ha­ 27‘‘0 rico disse: ‘Eu te rogo. então, pai,
via um homem rico' que se vestia de que envies Lázaro à casa dc meu pai,
púrpura e linho finore que fazia diaria­ “ pois eu tenho cinco irmãos. Que ele os
mente brilhantes festins. “ Um pobre advirta para que não venham, também
chamado Lázaro" jazia coberto dc úlce­ eles, para este lugar de tortura’ . “ Abraão
ras no pórtico dc sua casa. 3,Elc bem lhe disse: ‘ Eles têm Moisés e os profe­
quisera saciar-se doh quc caía da mesa tas, que os ouçam’ . “ ‘O outro replicou:
do rico; mas eram antes os cães que vi­ ‘ Não. meu pai Abraão, mas sc alguém
nham lamber suas úlceras'. dentre os mortos for a eles. converter-se-
22" 0 pobre morreu e foi levado pelos -ão\ 51 Abraão lhe disse: ‘ Se eles não es­
anjos para um lugar dc honra junto dc cutam Moisés ncm os profetas, mesmo

y . Expressão e pensamento bíblicos (cf. Pr 163). C om o a narrativa vai focalizar a sua ressurreição (vv. 27-31).
z . Para I x . diversamente dc Mt 11.12. Joâo Batista pertence vários acharam aqui uma relação com o episódio de Jo I I ; mas
;tinda ao A T (cf. 3.20 nota c>. É um tempo que sc acabou. o lá za ro de João nào é pobre.
a. Pode-se traduzir tambeYn: nele entra ü viva força. A inter­ h . Bom numero de mss. antigos ajunta: pedaços (cf. Mt 15.27).
pretação deste texto é discutível (c f. Mt 11.12 nota). Aqui a i. O s cães são considerados na Bíblia como animais repugnan­
tendência edificante de L c c o seu texto de 13.24 sugerem um tes c maus (S l 22.17-21; Pr 26.11 e Mt 7.6).
convite ao esforço espiritual. j . L it. no seio. isto é. em lugar de honra no festim presidido
b. L il. um so’traço (de letra). Esta sentença, complementar da por Abraão (a respeito deste festim, cf. 13.28 nota). A expressão
precedente, afirm a a perenidade da Lei. L c deve entendê-la cm se encontra tambem cm Jo 13.23. a respeito da Ceia .
seu valor profe'tico (cf. 24.27.44). A ssim ele prepara a conclusão k . Esta morada c concebida segundo as representações de cer­
da parábola seguinte (v. 31). tos meios judaicos: os mortos já estão classificados antes do
c. Essa interdição do repudio tradicional 6 uma das rupturas Ju ízo (cf. v. 28) cm diversas categorias que antecipam a bem-
mais claras dc Jesus com a lei de M oises (cf. Mt 5 3 1 nota). aventurança e o castigo eternos (cf. 23,43 nota). I x é o unico
d . A paraboia tem duas partes, com o a de 15.11-32. O s vv. 19- evangelista que apresenta assim a situação dos indivíduos no
25 inspiram-se em um tema conhecido no Egito antigo e no ju ­ al<?m. Utilizando essas imagens do seu tempo, ele não intenta
daísm o e ilustram a mudança de situação provocada pela passa­ informar os seus leitores sobre o outro mundo: o seu unico
gem deste mundo para o mundo futuro; é o que proclamam as objetivo e‘ indicar-lhcs o cam inho da salvação.
hem-aventuranças dc 6.20.24. O s vv. 27-31. que constituem o I. Vários mss. têm: ele, ete e'consolado.
ensinamento principal, mostram nas Escrituras o sinal que conduz m . Abraão enuncia o princípio da inversão das situações além
de modo convincente ã conversão. A lição da paraboia é clara: da morte. Este tema clássico , que sc encontra tambem em outros
é urgente converter-se. c para isso é preciso ouvir Moises e os quadros cscatológicos. nào constitui todo o pensamento de Je­
profetas. sus. A paraboia vai terminar incutindo a necessidade da conver­
c . A lg u n s mss. antigos lhe dão um nome: Neués. são e da fe para escapar à condenação.
f. L il. de hisso (linho finíssim o). n. Esta imagem não se encontra nos quadros bíblicos e judai­
g. ft o unico caso em que um personagem dc parábola recebe co s do alem. E la indica que na morte a sorte dos homens sc fixa
um nome. Este. que sign ifica Deus ajuda, calha bem ao pobre. de modo irreversível.
que alguém ressuscite dos mortos, não beber; e depois comerás e beberás por tua
ficarão convencidos”’". vez? 'Terá ele gratidão para com este scr- 6.32-34
vo porque fez o que lhe fora ordenado1?
1_ Advertência aos discípulosp ( M t 10Do mesmo modo. vós tambe'm. quando
1 8 , 7 . 6 : M c 9 , 4 2 ) . 'Jesus disse aos fizerdes tudo o que vos foi ordenado, di­
seus discípulos: “ É inevitável que haja 1 zei: ‘ Somos uns servos quaisquer*. Não
causas de queda'. Mas ai daquele por fizemos mais do que devíamos fazer’ .”
meio dc quem acontece a queda. 2É
melhor para ele que lhe amarrem ao C u ra de dez leprosos. "O ra, como Jc ­
pescoço uma mó de moinho e o atirem sus caminhasse para Jcrusale'm. passou
ao mar e que ele não faça cair um só atravc's da Samaria e da Gal ileia1*. l2Ao
destes pequenos. -’ Ficai de sobreaviso. entrar numa aldeia, dez leprosos vieram
ao seu encontro. Eles pararam a distância'
( M t 1 8 , 1 5 . 2 1 - 2 2 ) . “ Seu teu irmão viera te IJe elevaram a voz para lhe dizer: “ Jcsus.
ofendei*, repreende-o; e se ele se arrepen­ mestre11, em piedade de nós” . uVendo-
der, perdoa-o. 4E se ele te ofender sete -os, Jcsus lhes disse: “ Ide mostrar-vos
vezes por dia‘e sete vezes voltar a ti, dizen­ aos sacerdotes*” . Ora, enquanto iam, fo­
do: ’Eu me arrependo’ , tu o perdoarás". ram purificados. ,sUm dentre eles, vendo
que estava curado, voltou dando glória a
(M t 1 7 , 2 0 ) . 5Os apóstolos” disseram ao Deus em altas vozesr. “ Lançou-se de ros­
Senhor: "Aumenta em nós a fé*". ‘ O to em terra aos pe's de Jesus, rendendo-
Senhor disse: "S e tivc'sscis fe' do tama­ -Ihe graças; ora. era um samaritano. l En- 7
nho de um grão de mostarda", diríeis a tão Jesus disse: “ Acaso os dez não fo­
este sicômoro*: ‘ Arranca-te dai e planta- ram todos purificados? E os outros nove.
-te no mar’ , e ele vos obedeceria. onde estão? '"Não se achou ningue'm
entre eles para voltar e dar glória a Deus;
O servo que não fez senão o seu dever. a não ser este estrangeiro!" I9E ele lhe dis­
7“ Quem dentre vós. se tiver um servo que se: “ Levanta-te, vai. A tua fé te salvou", mk
lavra a terra ou guarda os animais, lhe
dira' à sua volta dos campos: ‘ Vai depres­ A vinda do Reino dc Deus. “ Os fari­
sa pôr-te à mesa?’ “Acaso não lhe dira' seus lhe perguntaram: “ Então, quando
antes: ‘ Prepara-me o jantar, põe-te em tra­ vem o Reinado de Deus11? ''E le lhes res­
jes de mc servir’ , enquanto eu comcr e pondeu: “ O Reinado de Deus não vem

o . Este v. constitui o ápice da parábola. O sinal m ais decisivo contraste seria menor com o grão de mostarda.
pard atrair paru a fc nâo é o m ilagre, mesmo o mais sensacional, y . LU . Depois de cingir-te. serve-me. C f . 1 2 35 nota.
mas a Escritura (cf. 24.27.44), isto é. a coerência da mensagem z . Grande numero de m ss. acrescenta: penso que nâo.
revelada. Jesus falou alhures da ineficácia dos m ilagres para as a . L il. bons jnira rntda (cf. M l 25 3 0 ). O coniexlo. no qual o
cidades da G aliléia (cf. 10,13 nota), da superioridade dos sinais servo e. apesar dc tudo. d lil. mostra que esta expressão é força­
espirituais sobre os sinais corporais (Jo 14,11; 20,29). da; mas ela se aplica perfeitamente aos discípulos; ninguém é
p . L c reüne aqui vários ensinamentos de Jesus sobre a vida na indispensável para o serviço do Senhor.
comunidade: as ocasiões de queda, o perdão fraterno, a fe*. b. Esperar-se-ia a Galiléia de preferência à Samaria. Ú ainda
q . Mt d iz. com a dureza sem ílica: É necessário. L c é mais menos indicado traduzir: entre a Samaria e a Galiléia. pois
sutil. essas duas regiões sào lim ítrofes. A mençào da estrada rumo a
r . C f . Mt 5.29 nota. Jerusalém abre uma nova seção de viagem (1 7 .1 1 -1 9 .2 8 ) como
s. L it. pecar contra ti. Testemunhas muito numerosas omitem em 9 3 1 e 1322.
contra ti. mas essas palavras parecem exigid as pelo fim do c . Eles observam a lei dc L v 13.46.
versículo e pelo paralelo do v. 4. d . É o ünico caso em que este termo (epistátis). freqüente em
t. Podcr-sc-ia traduzir lambam: no mesmo dia. L c . não é pronunciado por um discípulo (cf. 5 3 nota).
u. C f . 6.13 nota. e. C f . 5.14 ( L v 14.2-3).
v. Pode-se traduzir também: Concede-nos a fé. f. C f. 2.30 nota.
w , a menor de todas as sementes (M t 1 3 32 ; M c 4 3 0 . g . A data da vinda do Reino de Deus é a grande questão para
x . É habitualmente o sentido do lermo no A T grego: no grego o judaísm o de então (cf. D n 9.2). O s rabinos c os apocalipses
prol ano daquele tempo poder-se-ia traduzir amoreira, mas o procuram sinais que permitam fixá-la.
como um fato observávelh.J,Não se dira': vendiam, plantavam, construíam; wmas
‘ Ei-lo aqui- ou ‘Ei-lo ali’ . Com efeito, o no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus
Reinado de Deus está entre vós1". fezpcair uma chuva de fogo e de enxofre
e os fez perecer a todos.“ Acontecerá do
O Dia do Filho do HomemJ. “ Então mesmo modo no Dia em quc o Filho do
disse aos discípulos: “ Dias virão em que Homem se revelar.
desejareis nem que fosse um só dos diask 3lNaquele Dia, quem estiver no terraço Mt 24.17-lK:
do Filho do Homem, e não o vereis” . e tiver os seus objetos de uso dentro de Mc 13,15.16

casa não desça para pegá-los; do mesmo


( M t 2 4 , 2 6 - 2 7 ) . “ “ Dir-vos-ão: ‘ Ei-lo ali, modo, quem estiver no campo não volte
ei-lo aqui1’ . Não partais nem vos preci­ para trásq. 32Lcmbrai-vos da mulher de Gn 19.17
piteis". MDe fato. como o relâmpago ao Lot. •'■'“ Quem procurar conservar' a sua Gn 19.26
faiscar brilha de um lado ao outro do vida perdê-la-á e quem a perder há de sal- 9.24;
Ml 10.39:
horizonte”,assim será o Filho do Homem vaguardá-la*.MEu vos digo, naquela noite, Jo 12.25
por ocasião do seu Dia. “ Mas antes é dois homens estarão sobre o mesmo leito:
9.22 preciso que ele sofra muito e seja rejei­ um será tomado1,e o outro, deixado. -^Duas Mt 24.41
tado por esta geração. mulheres estarão juntas, a moer: uma será
tomada e a outra será deixada. 1341
( M t 2 4 J 7 - 3 9 ) . “ "Como aconteceu nos dias },Tomando a palavra, os discípulos lhe
de Noe', assim acontecerá nos dias do Filho perguntaram: “ Onde, Senhor’'?” Ele lhes
do Homem: ^comiam, bebiam, casavam- disse: “ Onde estiver o corpo, ali se reu­
Gn 7.7 -se ou eram dados cm casamento", até o nirão os abutres"’’.
dia em que Noe' entrou na arca, então veio
o dilúvio e os fez perecer a todos. I q Parábola do juiz quc sc faz de ro-
“ "Ou também como ocorreu nos dias gado*. 'Jesus lhes disse uma pará­
de Lot: comiam, bebiam, compravam. bola sobre a necessidade que tinham, dc

h . L il. com observação. Paru Jesus, os sinais da vinda do R ei­ o . L it. Eles desposuvum, elas eram desjxtsadas (cf. 2 0 3 4 ).
no dc Deus nâo dependem da observação sensível, mas da fe'. Bas­ p . L it . ele fe z . N o texto dc G n 19.24. aqui citado, trata-se de
ta que o acolham a ele para encontrar este reino (cf. 1234-56). Deus. Segundo o costume palestinense. Jesus não o menciona,
i. Traduz-se às vezes: em vás, mas esta tradução tem o incon­ tanto m ais por scr o texto conhecido.
veniente dc fazer do Reino de Deus uma realidade íntima. Puni q . Estas advertências ressaltam o caráter temível e inelutável
Jesus, este Reino, que concerne a todo o povo dc Deus. esta desse D ia (cf. J r 4.6; 6.1; 48.6: 49.8.30; 51.6).
presente de fato em sua ação de salvação (cf. 11,20). E le está ao r . V ário s mss. têm: sulw r, como em L c 9 .24 e par. I x empre­
vosso alcance. ga aqui um termo do A T grego que sign ifica obter ou deixar a
j . Depois de ter expressado a presença do Reino na missão de vida salva (Js 6.17; S l 79.11; E z 13.18-19).
Jesus (v . 21). L c apresenta o aspecto complementar deste Reino: s . N o A T gnego. este termo tem o mesmo sentido que o da
a sua realização final im previsível, no advento do Filh o do nota precedente (E x 1.17.18.22; J z 8.19; IS m 27.9.11; I R s 2 0 3 1 ;
Homem por ocasião do seu D ia. Um grande numero dc elemen­ 2 Rs 7.4; cf. A t 7.19). N o grego profano, ele sign ifica cm primei­
tos desse quadro encontra-se também no discurso escatoldgico ro lugar gerar para a vida. L c . escolhendo este termo raro no
de Mt 24 (v v . 2 6-2737-39.17-18.41.28). Parece que L c guardou N T . pode ter pensado na vida nova adquirida por quem sacrifica
melhor no conjunto a forma da fonte comum a ambos, salvo, a própria vida terrestre.
talvez, para os vv. 25 (= L c 9.22). 3 1-32 (m ais bem colocado em t. N o Reino (cf. I T s 4 . l 7 ) ou. ao contrário, para ser eliminado
Mt 24) e 33 (= L c 9.24). (cf. Mt 13.41-43). D á no mesmo!
k . Muitas vezes se tem entendido com isso os dias do passado u . V ário s mss. acrescentam: dois homens estarão nos campos:
nos quais Jesus vivia entrc os seus. M as o sentido geral do um será tomado e o outro, deixado. Esta frase, que constitui o
discurso e o seu v. 26 convidam antes a ver aqui o tempo do v. 36 da numeração corrente, deve provir dc Mt 24.40.
advento final do Filho do Homem. v. A questão do lugar corresponde à questão da data no v. 20.
I. O s m ss. invertem muitas vezes estes termos e apresentam w . i4.v aves de rapina aparecem muitas vezes nas representa­
diversas adições. ções de julgam ento do A T (ls 18.6; 34.15-16; Jr 7 3 3 ; 12.9;
m . V ários m ss. omitem uma ou outra das duas proposições. 1 5 3; E z 39.17). No contexto presente, esta imagem sign ifica
C o m o em 19.11 e 21.8-9. L c põe de sobreaviso contra a crença que ninguém escapará ao Julgamento (cf. Mt 24.28 nota).
em um advento iminente do Fim . x . O s vv. 2-5 constituem a parábola, que primitivamente tal­
n . L it. do sob o céu uo sob o céu. Trata-se dos pontos em que. vez formasse um par com a de 11 3 -8 (c f. 11 5 nota). L c a
segundo a crença da época, a cdpula do céu repousa sobre a introduz com o v. I e ajunta-lhe com o aplicação os vv. 6-7.
tem i. e portanto, do horizonte. como também o v. 8.
rezar constantemente e não desanimar1'. outro era coletor de impostos. "O fariseu,
2Ele lhes disse: “ Havia numa cidade um de pe', rezava assim consigo mesmo: ‘O
juiz que não tinha nem temor a Deus, Deus, graças te dou por nâo ser como os
nem respeito pelos homens. 3E havia outros homens, que são ladrões malfei­
nesta cidade uma viúva que vinha dizer- tores, adúlteros, ou ainda como esse
lhe: ‘ Faze-me justiça contra o meu ad­ coletor de impostos. l2Eu jejuo duas ve­
versário’ . 4Ele recusou durante muito zes por semana, pago o dizimo de tudo
tempo. Depois disse a si mesmo': ‘ Mes­ o que adquiro*’ . 1^ coletor de impostos,
mo que eu não tema a Deus, nem respei­ mantendo-se a distância, nem mesmo
te os homens. 5vou fazer justiça a essa queria levantar os olhos para o ce'u. mas
viuva porque ela me aborrece, a fim de batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem
que não fique a me atormentar inter- compaixão do pecador que eu souk!’ uEu
minavelmente*” ’ . vos digo: este desceu para casa justifi­
‘ O Senhor11 acrescentou: “ Escutai bem cado1, mas o outro nãom.pois todo o ho­
o que diz este juiz sem justiça. 7E Deusc mem que se eleva será rebaixado, mas i4.u
não faria justiça aos seus eleitos que cla­ quem se rebaixa será elevado"’’ .
mam a ele dia e noite? E ele os faz
Sr 35.19 esperar0! *Eu vo-lo digo: ele lhes fará jus­ O exemplo das crianças ( M t 1 9 , 1 3 - 1 5 ;
tiça bem depressa'. Mas o Filho do Ho­ M c 1 0 , 1 3 - 1 6 ) . l5Havia pessoas que traziam
mem. quando vier, será que achará fe' a Jcsus ate' as crianças de colo. para que
sobre a terrar?’’ ele as tocasse". Vendo isso. os discípulos
as repreendiam. l6Mas Jesus chamou para
Parábola do fariseu e do coletor de junto de si as criancinhas, dizendo: “ Dei­
impostos*. ''Ele disse ainda a seguinte xai vir a mim as crianças; não as impe-
parábola a alguns* que estavam conven­ çais. pois o Reino de Deus pertence aos
cidos de serem justos e desprezavam que são como elas. l7Em verdade, eu vos
todos os outros1: ,#“ Dois homens subiram digo, quem não acolhe o Reino de Deus
ao Templo para rezar; um era fariseu e o como uma criança nele não entrará11’’.

y . L c formula aqui o sentido que da à parábola. com expres­ parábola precedente, apresenta a apostasia que se deve produzir
sões características de Paulo: rezar sempre (2 T s 1.11; F l 1.4; no fim dos lempos. tema clássico da apocalíptica (cf. 2Ts 2 3 ;
Rri> 1.10; C l; 1 3 ; Fm 4 ). não desanimar (2 T s 3,13: 2 C o r 4,1.16; Mt 24.10-12).
G l 6.9; E f 3,13). Após o discurso prcccdenie. e com a aplicação g . Sobre o gênero desta parábola, cf. 1 0 30 notas.
dos vv. 6 -8. ele centra esta oração no advento escatológico dc h. T r.d u z -s c às vezes: visando a alguns.
Jesás (cf. 21,36). L L c indica a intenção que atribui à parabola que se segue.
z . C f. 12,17 nota. Nela. vê uma crítica aos que estào seguros da própria justiça (cf.
a. Outros traduzem: a fim de que ela não venha, por fim , me 5 3 2 ; 15.7). que a querem exibir (cf. 16.15; 10,29). Considera-
buier no rosto. M as esta tradução não c de todo conveniente ao -a um apelo à humildade (v . 14).
texto e à situação da viuva. De todo modo. o ju iz sc decide por j . O fariseu cumpre dc fato as práticas piedosas da sua seita
um motivo puramente egoísta, mas a insistência da viuva obtém (cf. 5 3 3 ; 11.42) e nisto encontra a certeza da sua justiça; mas
justiça, ele não espera nada dc Deus.
b. Trata-se de Jesus (cf. 7.13 nota) que introduz a aplicação da k . Também o coletor de impostos d iz a verdade: ele é peca­
parábola. dor. mas esta confissão sincera o abre para Deus c à sua graça.
c . Jesus não hesita em comparar Jesus com um ju iz sem ju s­ I. A justiça, que o fariseu pretendia adquirir por suas obras, é
tiça (cf. 16.1 nota). É um raciocínio a fortiori. um dom que sd Deus pode conceder (cf. F l 3.9).
d . Proposição obscura. Vários traduzem: enquanto ele os faz m . L it. diversamente do outro.
esperar ou mesmo se ele os fa z esperar ou enqiuwto exerce n. Esta sentença, que se acha tambem em 14,11. é. sem dü vi­
paciência para com eles. D c qualquer form a. lrata*se do escân­ da. aposta aqui por I x para mostrar nesta parábola um apelo à
dalo clássico da inação aparente de Deus (S l 44.23; Z c 1.12). humildade.
que a demora da Parusia renova entre os cristãos (2Pd 3.9; Ap o . Aqui a narrativa de I x torna a encontrar o fio da de Mt e
6.9-11). M c. que deixou em 9 3 0 .
e. Jesus anuncia aqui um julgamento a curto prazo, como fez p . C f . M c 10.15 nota. O Reino é graça. E preciso acolhe •
em outros casos (M c 9,1: 1 3 30 e as notas). L c deve pensar, •lo com a sim plicidade e a gratidão m aravilhada da criança.
como cm 17,22-37. cm um julgam ento inesperado em um futuro Esta atitude, da qual Jcs u s fa z a condição indispensável da
indeterminado. salva ção , é a dele m esm o, em seu encontro com o Pai (10,21;
f. Esta sentença, que na origem devia ser independente da M c 14,36).
Renunciar às riquezas para entrar no de. eu vos digo. ningue'm terá deixado
Reino ( M t 1 9 , 1 6 - 3 0 : M c 1 0 , 1 7 - 3 1 ) . '“Um casa, mulher", irmãos, pais ou filhos, por
notável1* interrogou Jesus: “ Bom mestre, causa do Reino de Deus, '"sem quc rece­
quc devo fazer para ganhar em herança ba muito maisx no tempo atual c. no
a vida eterna1"?" '''Jesus lhe disse: “ Por mundo futuro’ , a vida eterna'".
que mc chamas de bom? Ningue'm e' bom
senão só Deus. C onheces os mandamen­ Último anúncio da Paixão { M t 2 0 ,
tos: n ã o c o m e t e r a s a d u l t é r i o , n ã o c o m e ­ 1 7 - 1 9 ; M c 1 0 , 3 2 - 3 4 ) . ' ‘Tomando consi­
te r a s h o m ic íd io , n ã o ro u b a rd s, n ã o le - go os Doze, Jesus lhes disse": "Eis que
v a n ta r d s f a l s o te s te m u n h o , h o n r a te u p a i subimos a Jerusale'm e vai se cumprir
e t u a m ã e ' ' " . 1' Ele
respondeu: "Tudo isto. tudo o quc os profetas escreveram a res­
cu o tenho observado desde a minha peito do Filho do Homemb.32Pois ele será
juventude". “ Tendo-o ouvido. Jesus lhe entregue aos pagãos, submetido ao es­
disse: "Uma coisa ainda te resta fazer: tu­ cárnio, aos ultrajes, aos escarros: Mc de­
do1 o que tens. vende-o, distribui aos po­ pois dc o terem flagelado, eles o matarão'
bres e terás um tesouro nos ceus; depois e, no terceiro dia, ele ressuscitará". wMas
vem e segue-me". ^Ao ouvir isto. o homem eles não compreenderam nada. Esta pa­
ficou muito triste, pois cra muito rico. lavra lhes permanecia velada c eles não
24Vendo-o. Jesus disse: “ Quão difícil e' sabiam o que Jesus queria dizer0.
para os que têm riquezas chcgar ao Rei­
no de Deus! “ Sim, e' mais fácil um ca­ Cura de um cego cm Jerico'' ( M t 2 0 ,
melo passar pelo buraco de uma agulha 2 9 - 3 4 ; M c 1 0 , 4 6 - 5 2 ) . ,sOra, quando ele
do que um rico entrar no Reino de se aproximava dc Jericó. um cego estava
Dcus“". :6Os ouvintes disseram: “ Então sentado à beira do caminho, pedindo
quem pode ser salvo?" 27E ele respon- esmolas. '‘Tendo ouvido passar a multi­
i.37 deu: “ O que é impossível aos homens e' dão, perguntou o que era. -"Anunciaram-
possível a Deus” . -Ihe: “ É Jesus, o Nazoreu' quc está pas­
“ Pedro disse: “ Quanto a nós, deixando sando” . -wEle exclamou: "Jesus, filho de
os nossos próprios bens', nós te segui­ DavidB. tem compaixão dc mim!" '9Os
mos". wEle lhes respondeu: “ Em verda- que iam na frente o repreendiam para
q . L it. um chefe. M l 19.20 o apresenta como um jovem : mas z . A promessa de Jesus responde finalmente à pergunta do
esta qualificação quc parece provir dc um retoque da tradição, notável (v. 18).
lem poucas probabilidades de ser primitiva. a. Este anuncio da Paixão é o terceiro em Ml c M c. L c . que
r . Km L c.e s ta pergunta já foi feita por um legista, cm 10.25. relata com o eles os anúncios dc 9.22 e 44. introduziu trôs outros
A resposta de Jesus ultrapassa o caso do homem de posição para em 12.50; 13.32-33; 17,25. Isso manifesta a importância por ele
tratar da riqueza (vv. 18-27): a seguir; da renuncia dos discípulos atribuída a esse mistério da Paixão.
(v v . 28-30). Com o final reaparece o tema inicinl da vida eterna. b. Poder-se-ia traduzir menos provavelmente: cumprir-se para
s . Citaçào do Decálogo (E x 20.12-16: Dt 5.16-20). o Fitha do homem tudo o que os profetas escreveram; L c é o
t. C f . 5 .1 1 nota. unico quc faz intervir neste ultimo anuncio da Paixão a.\ predi-
u . Esta afirmação violenta não e' apenas um paradoxo: tanto ções dos profetas (cf. 24,25-27.45-46: At 3.18; 13,27-29...).
para o rico. como par.» o pobre, sd existe salvação pela graça dc c . Nào se sabe se o sujeito é definido (os ftagãos) ou impessoal.
Deus (v . 27): mas esta salvação é mais d ifícil para o rico. d . L c aqui é o unico a notar a incompreensão da Paixão pelos
v. L c . quc costuma enfatizar que os discípulos deixaram tudo Doze. como já fizera em 9.45 ao desenvolver M c 9.32. Alguns
(cf. 5 .1 1 nota), nào o menciona aqui. ao contrário de Mt e de vêem nisso uma alusão ao episddio de M c 1 0 35 -4 5 , quc ele não
M c. Nesta passagem, que descreve a condição dos discípulos, relata.
ele parece evocar At 4.32. em que os membros da comunidade e. Em Mt 20.29 c M c 10.46. este milagre efetua-se quando
de Jerusale'm renunciam a ter bens proprios. Jesus sai de Jerico\ em L c quando ele a í entra. E provável que
w. L c é o unico dos evangelistas a mencionar aqui a renuncia L c tenha antecipado este episódio para colocar em seguida a
à esposa (cf. 14,26 nota e Mt 19.10-12; IC o r 7.25-28). conversão de Zaqueu e a parábola do príncipe que vai receber a
x. L it. quantidades de vezes nuiis. Vários mss. antigos têm investidura.
sete vezes mais (cf. Sr 35.10). leitura original diferente da de Mt f. O Nazoreu. fórma sem ítica bastante rara nos sindticos fora
(m uito m ais) e da de M c (cem vezes mais). Mt 2.23 e 26.71. mas empregada oito vezes por L c nos Atos (ver
v. A oposição entre este mundo e o mundo futuro é urna ideia At 2.22 nota).
corrente na apocalíptica judaica da epoca (cf. M l 1 2 3 2 ). L c g . C f . 3,23 nota c M l 9.27 nota. Esta aclam ação messiânica
apresenta este tema sob diversas formas (16.8; 20,34-35). prepara a cena de 19.27*40.
que se calasse; mas ele gritava ainda ceu depressa e o acolheu todo alegre.
mais; "Filho dc David, tem compaixão 7Vendo isso, todos murmuravam; diziam:
de mim!" '"'Jesus se deteve e ordenou que “ E na casa de um pecador que ele foi se
lho trouxessem; quando ele se aproxi­ hospedai*” ."Mas Zaqueu. adiantando-se.
mou, Jesus o interrogou: 4l“ Que queres disse ao Senhor: “ Pois bem. Senhor, cu
que eu faça por ti?" Ele respondeu: “ Se­ reparto aos pobres a metade dos meus
nhor, que eu recupere a vista!” "Jesus bens e, se prejudiquei alguém, restituo-
7.50: lhe disse: “ Recupera a vista! A tua fé te -Ihe o quádruplo1". T.ntão Jesus disse a
k.4*. 17.1» s a | v o u j ” mesmo instante, ele recu­ seu respeito"1: "Hoje11 veio a salvação a
perou a vista e foi seguindo Jesus, dando esta casa”, pois também ele é filho de
glória a Deus. Todo o povo. vendo isto. Abraãop. ‘"Com efeito, o Filho do Ho­
ergueu a Deus o seu louvor11. mem veio procurar e salvar o que estava
perdido*1".
1q Zaqucu. A salvação de um rico1.
'Tendo entrado cm Jerico, Jesus Parábola do príncipe que vai receber
atravessava a cidade. 2Apareceu um ho­ a investidura: as moedas dc pratar(Mf
mem chamado Zaqueu, chefe dos cole­ 2 5 , 1 4 - 3 0 ) . "Com o os presentes ouvissem
tores de impostos, muito rico. 'Ele pro­ essas palavras, Jesus acrescentou uma pa­
curava ver quem era Jesus, e não conse­ rabola. porque estava perto de Jerusalém
guia por causa da multidão, pois era dc e eles pensavam que o Reinado de Deus
pequena estatura. 4Ele correu para a frente se manifestaria imediatamente*. l2Ele dis­
e subiu num sicômoro1 a fim dc ver Jc ­ se: "Um homem de alta estirpe viajou
sus. que ia passar por ali. sQuando Jesus para uma região longínqua, a fim dc se
chegou a esse lugar, levantando os olhos, fazer investir como rei'e voltarem segui­
disse-lhe: “ Zaqueu. desce depressa: hoje da". '-‘Ele chamou dez* dos seus servos,
preciso ficar na tua casa". ‘ Zaqueu des- distribuiu entre eles dez moedas" de gran-
h. L c conclui a narração com um final costumeiro dc m ikigrc q. Conclusão que sublinha o papel de Jesus nesta conversão,
(c f. 2.20 nota) que prepara 19.37. r . Esta parábola corresponde à dos talentos cm Mt e deve
i. Esta narração própria dc l jc ilustra o tema da conversão, que provir da mesma fonte. Mas L c a modificou profundamente:
lhe c particularmente caro (cf. 5 3 2 nota). Neste fina! de subida primeiro, colocando-a logo antes da entrada régia de Jesus em
a Jerusalém. a conversão do coletor de impostos manifesta em J c ­ Jerusalém; cm seguida, misturando-lhe vários traços régios to­
sus aquele que veio procurar e salvar o que estava perdido (v. 10). mados da história dc Arquelau (ver as notas dos vv. 12.14.27);
j . Esta arvore pode scr muito grande, mas os seus primeiros finalmente, tratando-a de um modo fortemente alegórico. Neste
ramos são pouco elevados. lugar e sob esta form a, a parabola anuncia o Ju ízo régio que
k . Segundo as idéias dos judeus, a convivência com pecadores Jesus exercera por ocasião de sua volta, no advento definitivo do
acarreta a impureza (5 3 0 : 7 3 4 ; 15.2). Reino de Deus.
I. Zaqueu anuncia a decisão que toma agora: vai d iv id ir os s. C om o os judeus do seu tempo, os discípulos esperam o R ei­
seus hens com os ftobres. por liberalidade: aos que ele tenha no de Deus dentro de curto prazo (cf. At l .6 e M c 10.37). A pa­
eventualmente lesado, vai restituir o quádruplo, o que ultrapassa rabola dc Jcsus é apresentada por L c como um alerta contra essa
as exigências da lei judaica (E x 2 2 3 .6 : L v 5.21*24; Nm 5.6-7; im paciência: ela mostra que os discípulos têm de exercer uma
cf. todavia E x 2 1 3 7 ; 2Sm 12.6: Pr 6 3 l ) e corresponde u pena longa atividade antes da volta do seu Senhor (cf. 17.23 nota).
do direito romano para o roubo manifesto. Ha nisso uma gene­ t. L il. receber a realeza. A qu i. com o no v. 15. o contexto
rosidade excepcional. impõe interpretar com o realeza o termo traduzido por Reino (=
m . A lguns traduzem Jesus lhe disse. M as as palavras que sc reinado) no v. I I .
seguem dirigem -se aos assistentes. A construção é a mesma que u. N o império romano, toda investidura dc um rei vassalo deve
em 12.41; 20.19. ser ratificada por Rom a. O v. 14 mostrara que esse traço se ins­
n. Ja se notou em 4.21 (nota) a insistência de L c sobre o hoje pira na história de Arquelau que. por ocasião da morte do seu pai
da salvação. Herodes M agno cm 4 a.C .. foi solicitar em Rom a a confirmação
o; A generosidade de Zaqueu manifesta que ele recebeu o do testamento paterno. E ssa nanação esta particularmente bem
perdão e a salvação. Pode-se comparar-lhe o amor da pccadora situada em Jerico, onde Arquelau edificara um palácio magnífico.
em 7.47. v. L c indica que há dez servos; Mt não d iz o numero deles.
p. Não se trata primordialmente da sua filiação carnal (cf. 3,8 Mas ambos stí indicarão três prestando contas, segundo a norma
e 13.27 nota), mas da sua pertença ao povo eleito. Não obstante usual das para*bolas (cf. 1 0 3 3 . nota).
a sua profissão, que faz com que seja considenido com o um w. D ez moedas. L it. mina. A mina é um peso scmíticode 1/60
pecador (v. 7; cf. 5 3 0 ; 7 3 4 ; 15,1). Zaqueu e. por sua generosi­ de talento, isto é. cerca de duas libras. Nas contas monetárias ela
dade. um digno filho do pai dos crentes. eqüivale a cem dracmas ou denários (cf. 7.41 nota: 15.8 nota).
de valor e lhes disse: ‘ Negociai ate' a “ Então, por que não depositaste o meu
minha volta’ . “ Mas os seus concidadãos dinheiro no banco? Ao voltar, eu o teria
o odiavam e mandaram atras dele uma recuperado com juros’ . “ Depois, disse
delegação para dizer: ‘ Nós não quere­ aos que estavam ali: ‘Tirai-lhe a sua
mos que ele reine sobre nós1’ . l5Ora. moeda e dai-a ao que tem dez. “ Eles lhe
quando voltou, investido como rei, ele disseram: ‘ Senhor, ele já tem dez moe­
mandou chamar à sua presença aqueles das*!’ ‘Eu vos digo: a todo homem
servos a quem distribuíra o dinheiro, para que tem será dado; mas, ao que não tem,
saber que negócios cada um tinha feito.-’ mesmo o que tem lhe será tomadod.
I60 primeiro se apresentou e disse: 27Quanto aos meus inimigos, esses que
‘ Senhor*, a tua moeda rendeu dez moe­ não queriam que eu reinasse sobre eles,
das’ . l7Elc lhe disse: ‘ Muito bem, servo trazei-os aqui c degolai-os em minha
bom! Já que foste fiel num negócio presença'"’ . “ Terminando essas palavras,
pequenino*, recebe autoridade sobre dez Je su s seguiu adiante para subir a
cidades. "*0 segundo veio e disse: ‘ A tua Jerusalém1.
moeda, senhor, produziu cinco moedas'.
'•E le disse do mesmo modo a este: A entrada do rei Messias em Jeru sa­
‘Quanto a ti, toma a direção dc cinco lém» ( M t 2 1 , 1 - 1 1 ; 1 5 - 1 7 ; M c 1 1 , 1 - 1 0 ;
cidades". “ Um outro veio e disse: ‘ Se­ J o 1 2 , 1 2 - 1 6 ) . ” Ora, quando ele se apro­
nhor. eis aqui a tua moeda, que eu tinha ximou de Bctfagé1’ e de Betânia1. pelos
posto à parte, num pano. 2lEu tinha medo lados do monte chamado das Oliveiras,
de ti, porque és um homem severo: to­ enviou dois dos discípulos, “ dizendo-
mas o que não depositaste e ceifas onde -Ihes: “ Ide à aldeia que fica em frente;
não semcastcb' . “ Elc lhe disse: ‘É segun- ao entrardes lá. encontrarcis um jumen-
jó 15.6 do as tuas próprias palavras, servo mau, tinho amarrado, no qual ainda ninguém
que eu te vou julgar. Tu sabias que eu montou. Desamarrai-o e trazei-o. -ME se
sou um homem severo, que tomo o que alguém vos perguntar: ‘ Por que o desa-
não depositei e ceifo onde não semeei. marrais?’ , respondercis: ‘ Porque o Sc-

O deposito confiado pelo pretendente régio aos seus servos é, d . Esta sentença deve ter existido independentemente da pará­
portanto, bem menor do que em Mt (onde o senhor lhe entrega bola. pois ela não corresponde exatamente à situação e é encontra­
cin co , dois e um talentos); sem duvida. L c quer sublinhar que a da também cm 8,18 (embora um pouco modificada) e em seus pa­
tarefa dos servos é desproporcional à sua recompensa: é um ralelos (M t 13,12; M c 4,25). E la expressa o caráter provisório de
negócio mínimo (v. 17; cf. 16.10). Em L c cada servo recebe a todo bem temporal: é preciso valorizá-lo, sob pena de perdê-lo.
mesma soma a fazer valer c se distingue por um rendimento e. C onclu são cruel (com o a de 14,24), que pode aludir a uma
diferente, o que sublinha a eficiência dc cada um: cm Mt. os vingança de Arquelau contra os adversários da sua investidura.
depósitos são diferentes, mus os rendimentos idênticos a eles Na parábola de L c . ela indica o rigor do julgam ento pronunciado
para os dois primeiros servos. contra o Israel infiel e deve visar .'.obretudo à ruína de Jerusalém
x . É o que sucedeu em 4 d .C .. quando Arquelau foi seguido que vai ocupar tanto lugar no resto do evangelho (19.43-44:
até Rom a por uma delegação de cinqUenta judeus, iam pedir a 21,20-24; 23.28-31).
abolição da realeza. L c evoca essas lembranças pura descrever a f. Sem düvida, L c utiliza aqui M c 1 0 3 2 , para descrever a
rejeição da realeza de Jesus pelo Israel o ficial. últim a etapa da subida de Jesus a Jerusalém . E le mostra o mestre
y. Aqui se inicia a cena da prestação de contas, mais ou menos tão decidido quanto na partida (9 .5 1).
semelhante em Mt e em L c . que pensam ambos no ju ízo final; g . N o s quatro evan gelho s, esta narração mostra com o Jesus
mas L c . por seu contexto, mostra que pensa igualmente na rea­ qu is cu m p rir concretam ente o o ráculo de Z c 9 .9 -1 0 . o ünico
leza de Jcsus e no drama de Israel. an üncio m essiân ico cm que o M essias é hum ilde. Na narra­
z . Títu lo régio que convém ao pretendente enfim investido, e ção com um uos quatro. L c introduz vário s traços que su b li­
m elhor ainda a Jesus em sua glória escatologica. N o texto para­ nham a realeza de Je su s, notadamente algum as alusões à
lelo de M t. onde nâo se trata de um rei. a mesma palavra indica sagração de Salom ão em IR s 1 3 3 -4 0 . E m L c . é o in íc io da
meramente o proprietário. ültim a parte do evangelho que vai se desenrolar inteiramente
a . C f. v. 13 nota. A recompensa é régia (cf. 2 Co r 4.17). em Jerusalém .
b. É a opinião dc um servo preguiçoso e de má vontade. Mas h . C f . Mt 21,1 nota. Povoado próxim o a Jerusalém , no monte
o re i vai torná-la com o norma do seu julgam ento: ele é exigente. das O liveiras, ünico mencionado no paralelo de Mt 21.1.
c . Este v. falta em muitos mss. antigos, sem düvida porque i. Povoado situado na encosta oriental do monte das O liveiras,
não se acha em M t. M as ele é bem atestado cm L c . que faz mais longe de Jerusalém que o precedente. E la é mencionada em
ressaltar o caráter paradoxal do julgamento régio. Mc ll . i.
nhorJ precisa dele” '. ,2Os enviados parti­ Jesus chora sobre Jerusalém . '"Quan- 13.34-35
ram e encontraram as coisas como Jesus do ele se aproximou da cidade e a avis­
dissera. •'■'Quando eles desamarravam o ju- tou. chorou sobre ela. 42Ele dizia”: “ Se1
mentinho, os seus donosk lhes disseram: tu tambe'm“ tivesses sabido, neste dia,
“ Por que desamarrais esse jumentinho?" como achar a paz!... Mas infelizmente
•'■‘Eles responderam: “ Porque o Senhor isto ficou oculto aos teus olhos! "S im ,
precisa dele". ''Trouxeram então o animal dias virão para ti cm quc teus inimigos
a Jesus; depois, jogando sobre o jumento estabelecerão contra ti obras de assé­
as próprias roupas, fizeram Jesus montar1; dio’ : eles te cercarão e te apertarão de
“ e à medida que ele avançava, estendiam todos os lados” ; "eles te esmagarão a ti
as suas roupas sobre a estrada. "Ele ja' se e aos teus filhos no meio dc ti: e não si 137.9
aproximava da descida"1 do monte das deixarão em ti pedra sobre pedra, porque
Oliveiras quando todos os discípulos, em não reconheceste o tempo cm que foste
multidão, cheios de alegria, puseram-se a visitada*” .
louvar a Deus com voz forte por todos os
milagres que tinham visto". Eles diziam: Jesus entra no Templo e aí exerce a
•w “ B e n d i t o s e j a a q u e l e q u e v e m , o rei, sua autoridade ( M t 2 1 , 1 2 - 1 3 : M c 1 1 , 1 5 -
em n o m e d o S enhor*! 1 9 ; J o 2 , 1 3 - 1 6 ) . "Depois Jesus entrou
Paz no cc'u c glória no mais alto dos no Templo* e se pôs a expulsar os que
ce'usp!” vendiam'. “ Ele lhes dizia: "Esta' escrito:
wAlguns fariseus, do meio da multidão, A m i n h a c a s a s e r á u m a c a s a d e o r a ç ã o *,
disseram a Jesus: “ Mestre, repreende os mas vós fizestes dela u m a c a v e r n a d e
teus discípulos1'!" 4#Elc respondeu: “ Eu h a n d i d o s b " , i7 E \ e ficava cada diaca ensi­
vos digo: se eles se calarem, as pedras nar no Templo. Os sumos sacerdotes e
gritarão'". os escribas procuravam fazê-lo perecer.

j . C f . 7.13 nota. É u Unica passagem em quc Mt e M c itplicam s . Jesus se lamenta sobre a cidade que vai rejeitá-lo. L c coloca
esse titulo a Jesus. aqui 0 primeiro dos seus três anúncios da ruína da cidade (19,43-
k . A mesma palavra grega foi aplicada a Jesus no v. 31, onde 44: 21,20-24; 23.28-31). L c vê neste acontecimento um ju lga ­
o contexto impunha a tradução Senhor; aqui está no plural e mento histórico prefígurando o julgam ento escatológico.
designa os proprietários do jumentinho. t. Numerosos mss. acrescentam: ao menos.
I. A redação de L c faz alusão à sagração de Salom ão (1 R s 1.33). u, C o m o os discíp ulos que acharam a paz em Jesus (vv.
m . Esta palavra parece evocar ainda a sagração de Salom ão 37-38).
( I R s 1.38): do mesmo modo: mais adiante, a alegria e as acla­ v. L it. paliçada. Trata-se das obras de assédio para investir
mações dos discípulos ( I R s 1.40). contra a cidade.
n. A o contrário de Mt e dc M c, L c motiva o entusiasmo dos dis- w . L c descreve o cerco dc Jerusalém pelos romanos em 70 (cf.
cíp u k * pelos milagres de que foram testemunhas (cf. 2.20 nota). 21.20-24).
o. C om o Mt e M c. L c cita aqui o S l 118,26 (cf. 1 3 35 nota), x. A visita de Deus à cidade (cf. 1,68 nota) realiza-se aqui pela
mas evita a palavra scm ítica Hosana e acrescenta para Jesus o vinda régia de Jesus. É agora que Jerusalém deveria acolhê-lo.
título de rei . com o Jo 12.13. y . Em L c com o em Mt. este episódio se passa no próprio dia
p. Esta aclamação corresponde em L c ao Hosanü no mais alto da entrada de Jesus em Jerusalém (em M c no dia seguinte).
dos véus dc Mt e dc M c. E la evoca o cântico dos anjos no A ssim , ele termina a sua entrada solene e manifesta o sentido da
nascimento de Jesus em 2,14: mas agora sào os discípulos que sua realeza: cia esta* toda a serviço do seu Pai. para lhe assegurar
celebram a paz que lhes vem de Deus e por essa paz dão glória um culto digno dele.
ao Senhor. Essa paz (cf. 1.79 nota) deve ser acolhida na fe': z , C f. Mt 21.12 nota. L c se detém menos quc Mt e M c nos
Jerusalém vai recusá-la (v . 42). detalhes do acontecimento (para atenuar a violência de Jesus?).
q . Q uer se trate de um protesto (com o o dos sumos sacerdotes a. Is 56.7. Para Jesus, com o para Isaías. esla é a função do
e dos escribas.em Mt 21.15-16). quer de um convite à prudência Tem plo.
(como o dos fariseus, em L c 1 3 3 1 ), essa intervenção mostra a b . J r 7.11, C om o os contemporâneos de Jerem ias, os de Jesus
incredulidade dos fariseus. É a ultim a vez quc estes aparecem pervertem a destinação do Tem plo. Este lhes foi dado como
no evangelho de L c , que evita manifestamente im plicá-los na lugar da intercessão e do perdão ( I R s 8 3 0 -4 0 ); eles fizeram do
condenação de Jesus (cf. 20.20 nota). Tem p lo um refúgio contra a cólera de D eus. uma garantia que
r . Frase obscura, talvez inspirada cm H ab 2 .1 1. Deve s ig n ifi­ lhes assegura a impunidade.
car que nada poderia impedir Jerusalém de aclam ar Jesus. Ta m ­ c . A q u i. com o em 20.1 e 2 1 3 7 -3 8 . \ x parece considerar um
bém pode-se ver a í um anuncio da ruína da cidade (cf. v. 44). ensinamento de Jesus em Jerusalém , cu ja duração ultrapassa os
no caso de ela não querer reconhecer o seu rei. três dias de M c 11.12.20 e os dois dc M i 21.18.
e também os chefes do povod; 4*mas não pôs a dizer ao povo esta parábola1: “ Um
achavam nada que pudessem fazer, pois homem p l a n t o u u m a v i n h a ™ , arrendou-a
todo o povo, suspenso dos seus la'biosc,o a vinhateiros e partiu para uma longa
escutava. viagem. ‘“Chegado o tempo, ele enviou
um servo aos vinhateiros para que eles
n n Pergunta dc m em bros do S i- lhe dessem a sua parte do fruto da vi­
nedrio sobre a autoridade dc J e ­ nha; mas os vinhateiros o despediram
sus' ( M t 2 1 , 2 3 - 2 7 ; M c 1 1 , 2 7 - 3 3 ) . 'Ora. moído de pauladas e dc mãos vazias.
num daqueles dias*.enquanto Jcsus ensi­ "E le insistiu, enviando outro servo: tam­
nava ao povo no Templo e anunciava a bém a este moeram de pauladas, insul-
Boa Nova, vieram os sumos sacerdotes e taram-no e o despediram de mãos va­
os escribas com os anciãos. 2Eles lhe dis­ zias. ,2Ele insistiu, enviando um ter­
seram: “ Dize-nos em virtude de que au­ ceiro"; também a esse. eles feriram e ex­
toridade fazes issoh,ou quem é aquele pulsaram. ijO dono da vinha pensou
que te deu esta autoridade.” 3Ele lhes res­ então: ‘ Que fazer”? Eu vou enviar o meu
pondeu: “Tambem eu vou fazer-vos uma filho bcm-amadop. A este, eles respeita­
pergunta. Dizei-me: 40 batismo de João rão’ . l4Mas, ao verem o filho, os vinha­
vinha do céu1 ou dos homens?" 5Eles re­ teiros refletiram entre si: ‘ E o herdeiro.
fletiram entre si: “ Se dissermos: ‘Do céu’ , Matemo-lo para que a herança fique para
ele dirá: ‘ Por que não acrcditastes nele?' nós!’ I5E , lançando-o fora da vinha, nt> 13 . 12 - 1 1
‘ E se dissermos: ‘ Dos homens’ , todo o mataram-no1*. Que lhes fará, então, o
povo nos apedrejara", pois está convicto dono da vinha? '‘ Ele virá, e fará pere­
de que João era um profeta1'’ .7Então eles cer a esses vinhateiros e confiará a vi­
responderam que não sabiam de onde nha a outros".
vinha". *E Jesus lhes disse: “ Eu tampou­ A essas palavras, eles disseram: "Não,
co vos digo em virtude dc que autorida­ jam aisT' ,7Mas Jesus, fitando-lhes o ros­
de faço isso". to. disse-lhes: “ Que significa então este
texto da Escritura:
Parábola dos vinhateiros homicidas A p e d r a q u e o s c o n s tr u to r e s r e je ita r a m ,
( M t 2 1 , 3 3 - 4 6 : M c 1 2 , 1 - 1 2 ) . »E ele se f o i e la q u e s e to r n o u a p e d r a a n g u la r* ?

d. Diversamente de M c. L c menciona expressamente os chc- ficam com medo de sublevar a cólera popular, negando a origem
fes da aristocracia leiga. membros do Sine'drio, entre os respon­ divina do batismo do precursor; eles sentirão um temor seme­
sáveis pela morte de Jcsus (cf. 23.13 3 5 : 24.20). lhante a respeito de Jesus (20,19: 22.2).
e. Lit. todo o povo estava suspenso a ele. a ouvi-lo. L c insiste k. Cabia a eles. no entanto, pronunciar-se sobre este ponto.
sobre as boas disposições do povo (laós: o povo santo) para com I. Sobre esta paníbola. cf. Mt 2 1 3 3 nota.
Jcsu s. em contraste com os propósitos assassinos dos seus che­ m . L c nâo prolonga a citação de ls 5.2. com o o fazem Mt c
fes (cf. 20.19: 2 1 3 8 ; 2 3 ,2 7 3 5 ). M c; mas a referência a Israel ja é clara para os leitores da Bfolia.
f. Um a delegação. com posta das três ordens do Sin é d rio . n . L c é o ünico a ater-se aqui ao esquema clássico dos três
interroga sobre a autoridade que ele acaba de assum ir, apre­ personagens (cf. 1 0 33 nota),
sentando-se com o M essias c expulsand o os negociantes do o. C f. 12.7 nota.
TempSo. A ntes de responder a esses in quisidores. Jesu s lhes p. C f. M c 12.6 nota.
pede que se pronunciem prim eiram ente sobre a m issão de q . L m M c 12.8. o filho é morto e depois, jogado fora: aqui.
João. N ào é uma recusa a responder, nem uma escapatória, com o em Mt 2 i 3 9 . ele é jogado fora e depois, morto. C f . Mt
mas um prelim inar necessário: para que o Sin éd rio possa 2 1 3 9 nota.
reconhecer a autoridade de Jesu s seria necessário que esti­ r . Em L c — o ünico a relatar este protesto os sinedritas
vesse disposto a aco lh er a m issSo de um profeta, e sobretudo compreenderam que Jesus ameaçava a autoridade deles sobre o
a do seu precursor. Este ponto e' particularm ente importante povo dc Deus (cf. v. 19 paralelo a M l e M c).
para L c . que ligou a m issão d c Jo ào à de Jesus ( I x 1*2; A t s . V ários traduzem u pedra de cumeeira. Este v. do S l 118.22.
1.22; 1 0 3 7 ; 13.24-25; 19.4). inspirado por sua vez em Is 28,16. parece ter sido compreendido
g . A lgum as testemunhas antigas lêem: um dia. pelos judeus daquele tempo com o uma promessa de edificação
h . C f . Mt 21.23 nota. da comunidade messiânica. O cristianism o prim itivo o aplicou
i. Trata-se dc Deus. C f. 11.16 nota. muito cedo à Ressurreição de Jesus, fundador do novo povo de
j . O povo reconheceu a missão de Joào. opondo-se assim aos Deus (A t 4 .1 1; IP d 2.4.7). D a í ter sido esse texto acrescentado
fariseus e aos legislas ( L c o notou em 7.29-30). O s sinedritas à parábola precedente já em época muito antiga.
"Todo homem que cair sobre essa pe­ te o povo em suas palavras e, admirados
dra ficará quebrado; e sobre quem ela com a sua resposta, ficaram calados.
cair, o esmagará1” .
I90 s escribas e os sumos sacerdotes Pergunta dos saduceus sobre a ressur­
procuraram prendê-lo na mesma hora, reição ( M t 2 2 , 2 3 - 3 3 ; M c 1 2 , 1 8 - 2 7 ) . ^En­
mas tiveram medo do povo". Eles tinham tão se aproximaram alguns saduceus'. Os
compreendido que era para eles que Je­ saduceus nâo admitem que haja ressur­
sus dissera essa parábola. reição. Eles fizeram a Jesus esta pergun­
ta: “ “ Mestre, Moisés escreveu para nós:
Cilada contra Jesus a respeito do im­ Se um hom em tiv e r u m irm ã o casado,
posto devido a César ( M t 2 2 , 1 5 - 2 2 ; M c q u e v e n h a a m o r r e r se m filh o s , c a se c o m
1 2 , 1 3 - 1 7 ) . “ Ficando à espreita’ , eles en­ a v iu v a e dê um a d e s c e n d ê n c ia a o seu
viaram a Jesus delatores que se faziam MOra, havia sete irmãos. O pri­
i r m ã o A.
de justos” ; eles queriam pegá-lo em algu­ meiro casou-se e morreu sem filho. 30O
ma palavra comprometedora* para o en­ segundo e -''depois o terceiro casaram
tregar à autoridade e ao poder do com a mulher, e assim todos os sete: eles
governador*.21Eles lhe fizeram esta per­ morreram sem deixar filhos. ^Finalmen­
gunta: “ Mestre, nós sabemos que tu falas te, a mulher morreu também. “ Pois bem,
e ensinas de maneira correta, que és esta mulher na ressurreição, de qual de­
imparcial1 e ensinas os caminhos" de Deus les será' mulher, já que os sete a tiveram
segundo a verdade. “ É-nos permitido, sim por mulher?”
ou não, pagar o impostoba César?” uPe- MJesus disse: “ Os que pertencem a este
netrando-lhes a astúcia. Jesus lhes disse: mundor casam-se ou são dados em casa­
“ “ Mostrai-me uma moeda de prata. De mento*. *M as os que foram julgados dig­
quem traz ela a efígie e a inscrição?” Eles nos de ter parte no mundo futuro e na res­
responderam: “ De César". “ Ele lhes dis- surreição dos mortoshnão casam nem são
Rm 13,7 se: “ Pois bem, dai a César o que é de dados em casamento. que eles não
César, e a Deus, o que é de Deus” . “ E podem mais morrer, pois são iguais aos
eles não puderam comprometê-lo peran- anjos': são filhos de Deus, visto serem

t. B sic v ., talvez próprio a L c (cf. Mt 21.44 nota), não é uma a. L it. o caminho (hebraísmo; cf. S l 25,4.9; 27,11; 5 1 ,1 5 ...).
citação direta da Escritura, mas inspira-se em !s 8 ,1 4 -IS (a pedra Sobre o emprego desse termo na prim itiva Igreja, cf. A t 9,2 nota.
dc ttopeço) e em D n 2,44 (a pedra messiânica que esmaga os b . Mt 22,17 e M c 12,14 empregam um decalque grego da
impérios da teiTa). A pôs o versículo precedente, entende procla­ palavra latina census; L c prefere o termo propriamente grego,
mar (com o Is 8.14 a par de Is 28,16) que a obra de Deus é com o Paulo em Rm 13,7.
perdição para o incrédulo, como é salvação para o crentc. L c já c . O s saduceus. pertencendo às classes superiores do sacerdó­
apresentou essa idéia em 2 3 4 . F.Ia se encontra novamente com cio . não admitiam a crença na ressurreição, surgida dois séculos
a mesma imagem em Rm 9 3 3 e IP d 2,5*8. antes, com D n ( 12,2-3). Jesus a admite, com o os fariseus (cf. A t
u. O s três sinóticos relatam aqui com o as autoridades judaicas, 23.8). Para atacar esta crença, os saduceus opõem a Jcsus um
decididas a lançar Jesus à perdição, têm medo de sua populari­ exem plo acadêm ico, que procura ridicuralizá-la. E m sua respos­
dade junto ao povo. L c insiste nessa popularidade (cf. 19.48 ta. Jesus não pode apoiar-se em D aniel, destitufdo de autoridade
nota) e no medo das autoridades (22,2; A t 5,26). para os seus adversários. E le se funda na I^ei (o Pentateuco),
v . V árias testemunhas antigas lêem: tendo-se afastado. palavra de Deus incontestnda: se Deus se fez am igo dos patriar­
w . Em Mt 22,16 e M c 12.13 são fariseus e herodianos. L c não cas. é para sempre. E . por uma sim ples alusão, ele rejeita o
indica a pertença dos confabuladores; o que ele d iz do esforço conceito por demais material que certos fariseus formavam da
para parecerem justos corresponde ao que d iz dos fariseus cm ressurreição: os ressuscitados serão comparáveis aos anjos.
16,15 c 18.9. mas viu-se (cf. 19,39 nota) que ele não quer im ­ d . Dt 2 5 3 -6 , citado muito livremente (cf. Mt 22,24 nola).
plicar os fariseus na condenação de Jcsus. e. L it. torna-se.
x . Podcr-se-ia traduzir, menos exatamente: apanhar alguma f. L it. os filhos deste mundo (semitismo).
palavra dele (o mesmo no v. 26). r . L it. desposam e são desposados (o mesmo no v. seg.; cf. L c
y . Sobre este episódio, cf. M c 12.13 nota. 1 7 .2 7). A lgun s m.ss. antigos ajuntam ou substituem sao gerados
z. L it. não levas ent conta o personagem (cf. A t 1 0 34 ). Esta e geram.
expressão é várias vezes empregada no A T grego ( L v 19.15; S l h . C f . 14.14 nota. L c sublinha que é uma graça ser admitido
82,2, S r 35.13; 42,1; M l 2,9). Paulo a retomou em G l 2.6 (cf. no mundo futuro (cf. 2 1 3 6 ).
Rm 2.11; C l 3.25: E f 6,9; T g 2.1). i. C f. Mt 2 2 3 0 nota.
filh o s da ressurreição1. 3^ que o s m ortos res. 47E le s , qu c devoram o s bens das v iu ­
d evam ressuscitar, o próprio M oise's o in­ v as e fingem orar longam en te1, sofrerão
dicou no relato da sarça ardente, quando a m ais rigo rosa con den ação ” .
e le cham a o Sen hor de o D eus de A braão,

D e u s d e Isa a c e D e u s d e J a tr t. *D cus n - t A oferta da viúva pobre (M c 12,


não e' D eu s dos m ortos, m as dos v iv o s 1, ■"■*• 4 1 -4 4 ). 'L evan ta n d o o s o lh o s, J e ­
pois são todos v iv o s para e le " ” . ^ A lg u n s sus viu aq ueles que d ep o sitavam suas
c sc rib a s, tom ando a p alav ra , d isseram : o fertas no co fre das esm o las. E ra gente
“ M estre, falaste bem “" . '“ P o is e le s não rica. 2V iu tambe'm que um a v iu v a m uito
m ais o u savam interroga'-lo sobre nada” . pobre ali dep ositava du as m oedin has, Je
ele d isse: “ Verdadeiram ente, eu vos d ig o .
O M essias, filho e Senhor dc David (M t esta v iu v a pobre depositou m ais do que
2 2 ,4 1 -4 5 ; M c 1 2 ,3 5 -3 7 ). 4lE le lhes disse todos o s outros. 4P o is todos eles tiraram
então1’ “ C o m o se pode dizer qu e o M es­ do seu su p e'rflu o p a ra d e p o sita r nas
sias e' filh o de D av id , 42visto que o pró­ ofertas” , m as ela tirou de sua m iséria, para
prio D avid d iz no liv ro dos S a lm o s: O d ep o sitar tudo o que tinha para v iv e r ".
S e n h o r d is s e a o m e u S e n h o r : S e n ta - te à

m i n h a d i r e i t a . 43a t é q u e e u te n h a p o s to Anúncio da ruína do Tem plo’ (M t 24,

o s te u s in im ig o s c o m o e s c a b e lo s o b te u s 1 -2 ; M c 1 3 ,1 -2 ). sC o m o alguns falassem
pés*? “ A ssim D a v id o cham a Sen h o r. do T e m p lo , da sua ornam entação d c b e­
Então com o pode ser ele o seu filh o ? ” las p ed ra s" c dos e x -v o to s * ,Je s u s disse:
* " 0 0 qu e c o n tem p lais, d ias v irão em quc
Precauções contra os escrib a s (M c não restara' pedra sobre pedra: tudo será
1 2 ,3 7 -4 0 ). 4SE le d is s e a o s d is c íp u lo s destruído*” .
diante de todo o p o vo que o escu tava:
■“ "G u a rd a i-v o s ' dos c sc rib a s. que fazem Sinais próxim os e longínquos do Juízo
questão dc deam b u lar com am p las tdni- ( M t 2 4 ,3 -8 ; M c 1 3 ,3 -8 ). 7E le s lhe per­
11.43: c a s, gostam das sau dações nas praças pú- gu ntaram ': "M e s tre , quando é que a c o n ­
mi 23.6-7 b lic as. dos prim eiros assentos nas sin a­ tecerá isso c qual será o sinal dc que isso
g o g a s, dos lugares d e honra" nos jan ta- vai se realizar*?” KE lc disse: “ C u id ad o

j . Este semitismo sign ifica: ctcs são os herdeiros do mundo dos tempos e a sua volta em glória, no estilo dos apocalipses da
novo e da sua vida. sua época. Em Mt e M c. este discurso é reservado aos discíp u­
k . E x 3.6. los. no monte das O liveiras: cm L c ele se dirige ao povo. no
I. C f . Mt 22,32 nota. Tem plo. L c distingue claramente os anúncios do fim dos tempos
m . Podc-se traduzir também: todos têm par ele a vida. (v v . 1 0 -11.25*27) c o dos acontecimentos quc o precederão (per­
n. A qu i. esta felicitação é própria dc L c . O s escribas, que. na seguição dos discípulos nos vv. 12-19; ruína de Jerusalém nos
maior parte, são fariseus, aplaudem a refutação dos seus adversá­ vv. 20-24); ele conclui com exortações à esperança e à vigilân ­
rios saduceus. Em M c 12.32. um cscriba dirige a Jesus uma feli­ cia (v v . 28-36).
citação semelhante por sua definição do primeiro mandamento. w . O Templo, cuja construção tinha sido empreendida por
0 . Esta conclusão calha m al. depois do v. 39. a não ser quc Herodes M agno, por volta de 19 a.C . (cf. Jo 2.20). era totalmen­
seja atribuída aos saduceus. O seu equivalente em Mt 22.46 e te novo no tempo de Jesus.
M c 1 2 34 é mais bcm-colocado com o conclusão das controvér­ x . Essas oferendas dos fiéis (cf. 2Mc 2.13) podem ser elemen­
sias precedentes. tos da construção ou da decoração do edifício.
p. C f. M c 1 2 35 nota. y . V ários profetas anunciaram outrora a ruína do primeiro
q . A q u i. L c segue exatamente o texto grego do S l 110.1 (cf. Tem plo (M q 3.12; Jr 7.1-15; 26.1-19; E z 8 - 1 1) para sign ificar
At 2 3 4 ; H b 1.13). ao contrario de M l 22.44 e M c 1 2 36 . que o Senhor ab-rogava a aliança, que o seu povo rompera antes
r . Trata-se menos dc desconfiar deles do que de evitar de se dele: essas ameaças tinham então provocado um escândalo (Jr
lhes assemelhar. 26). Jesus anuncia a ruína do Templo porque Israel rejeitou,
s . L it. leitos (cf. 7 3 6 nota). nele. o enviado de Deus; ele provoca um escândalo semelhante
1. Poder-se-ia traduzir uimbém: como pretexto (c f. M c 12.40 (cf. Mt 26.61; 27.40 e par.; A t 6.14).
nota). z . L c não d iz qu c a pergunta é feita pelos d iscípulos (com o Mt
u . Num erosos mss. acrescentam: de Deus (isto é. oferecidos a e M c). O discurso se dirige, portanto, à multidão do Tem plo;
Deus). destarte. ele é o ultimo discurso publico de Jesus, a sua despe­
v . O anuncio por Jesus da nifna do Tem plo (v . 6 ) é a ocasião dida de Jerusalém , cu ja ruína ele anuncia,
do seu ultim o discurso, no qual profetiza as tribulações do fim a . E m L c . a pergunta se refere à data e ao sinal da ruína do
para não serd es induzidos em errob, pois contra v ó s poderá contrariar nem contra­
m uitos virão tom ando o meu n o m e'; eles dizer. “ S ereis entregues até po r vo sso s
dirão: ‘ So u e u ' e ‘ C h eg o u o momento"1’ ; pais e m ães, por v o sso s irm ão s, v o sso s 12 .5 1 -53 :
não o s sig a is. 9Q uando o u v ird es fa lar de parentes e vo sso s am ig o s, e e le s farão Mq 7,6
gu erras e de in su rre içõ es', não vos assus- condenar à morte vários dentre v ó sp. l7Se-
Dn 2 . teis. pri-
P o is é p r e c is o q u e is s o a c o n te ç a reis o d iad o s por todos por c a u sa do meu jo is.ik:
28.29-45 . - , . c. „
m eiram ente. m as nao sera lo g o o fim . nom e; l8m as ncm um só c a b e lo d a vossa
‘“En tão ele lhes d isser: " E rg u e r-se -ã o cab eça se perderá. I9É pela v o ssa perse­
n a ç ã o c o n t r a n a ç ã o e r e i n o c o n t r a r e in o * . verança que gan h areis a vida"1.
is 24.19-20; "H a v e r á grandes te rrem o to s e , em diver-
zc i4 4-95 505 ' uS arcs- pestes e fo m es, fatos terrifi- O ju lg a m e n t o d e J e r u s a lé m (M t 24,
jr 14.12: cantes vindos do céu e grandes sinaish. 1 5 -2 1 ; M c 1 3 ,1 4 -1 9 ). “ “ Q uan do vird es
15.2: IK.21:
Hz 5.12: Jeru salém cercad a p elos e x é rc ito sr, sabei
6.H-I2 O tem p o p r é v io : p e r s e g u iç ã o e teste­ então que chegou a hora da sua d e v a s­
m unho (M t 1 0 ,1 7 -2 2 ; M c 1 3 .9 -1 3 ). tação*. 2,En tão o s que estiverem na Ju d éia
l2“ M as antes d e tudo isso 1, porão as m ãos fu jam para as m ontanhas1; o s q u e e s tiv e ­
em v ó s e v o s p ersegu irão ; en tregar-vos- rem dentro da cid ad e não saiam d ela; o s
-ão às sin ago gasj , lan çar-vo s-ão na pri­ que estiverem nos c am p o s, não entrem
são ; arrastar-vos-ão perante o s reis e os na cid ad e! 22P o is serão d ias de vin gan ça Dt 32.43
govern antes1* por cau sa do m eu nom e. I3E nos q u ais se d eve cum prir tudo o que
isso vos dará uma o casião de testemunho1. está escrito ". “ A i das que estiverem grá­
l4Ponde bem em v o ssa m ente”1 que não vid as e das que am am entarem naqueles
tendes dc preparar a v o ssa d efesa. l5P o is d ia s, p o is haverá grande m iséria no país
eu m esm o vos darei um a lin gu agem " e e có lera contra esse p o vo . “ E le s c airão
um a sab edoria0 quc nenhum do s que são devo rado s* pela esp ad a; s e rã o le v a d o s

Tem plo, c do mesmo modo em M c. E m M t. ela se refere à data A t 1,8.22; 2.32; 3,15; 4,33; 5 3 2 ; 1 0 39 : 1 3 3 1 ). de Estêvão (A t
da ruína do Tem p lo , ao mesmo (empo que ao sinal do advento 22,20). e Paulo (A t 22,15 e 26,16; cf. 18.5; 20.21; 22.18; 23,11;
de Jesus e do fim do mundo. A resposta de Jesus, em L c . como 26,22; 28.23). E le consiste cm proclam ar a ressurreição de Jesus
aliás em Mt e M c. vai focalizar, dc fato, os sinais do fim e do e o seu senhorio. A palavra grega traduzida por testemunho toma
advento do F ilh o do Homem. Mas L c distingue claramente disso nas gerações seguintes o sentido dc martírio.
a ruína de Jerusalém , da qual ja' falou em 19.27.44. m . L it. em vossos corações (cf. 1.66).
b . C f. Mt 24,4 nota. n. L il . uma boca.
c . Trata-se dos falsos messias que se atribuirão a função c a 0 . A q u i. é a assistência do próprio Jesus que é prometida às
autoridade d c Jesus. suas testemunhas (cf. Jo 14.18-21). M as. no paralelo de L c 12.11-
d ( Para L c . são mestres falazes quc anunciam a im inência do 12. com o em Mt 10.19-20 e M c 13.11-12. é a intervenção do
fim (cf. 17.23; 19.11). Esp írito quc lhes é prometida (cf. Jo 15.26-27; 16,8*11).
e. L c dirá no fim do v. que esses acontecimentos não pertencem p . Diversamente de Mt 10,21 e de M c 13,12, L c precisa que
ao fim dos tempos, mas à história. E le pode pensar nas perturba­ nem todos serão mortos (cf. 11,49). E le quer, sem duvida, suge­
ções militares e políticas que sucederam à morte de Nero em 68. rir que a perseguição não tem o poder de fazer calar a voz das
f. Esta nova introdução, junto com o v. 12. marca claramente testemunhas de Jesus.
a distinção, em L c . entre os sinais do fim (v v . 10-11.25-27) e a q . Poder-se-ia traduzir, com vários mss.; Ganhai a vida pela
história anterior (v v . 12-19.20-24). \*ossa perseverança. Sobre esta. cf. 8,15 nota.
g . Tem a apocalíptico (cf. Is 19.2; 2 C r 15.6). r . Nas passagens paralelas de Mt e de M c. relata-se a grande
h. O s mss. ligam as palavras vindo do céu seja aos grandes tribulação escatológica no estilo dos apocalipses; L c anuncia
sinais (sob a influência de M c 8 ,1 1), seja aos fatos terrificantes. aqui a ruína de Jerusalém; ele vê nesta um anuncio do ju ízo
Esta ultima construção parece preferível. L c voltara a esses s i­ final (cf. 19.42 nota).
nais do fim dos tempos nos vv. 25-26. s . L c conserva esta palavra do oráculo de Dn 9.27 utilizado
i. Jesus avisa os discípulos de que a fase final que lhes inte­ aqui por Mt 24.15 e M c 13.14; mas ele o aplica ao acontecimen­
ressa (v. 7 ) é precedida por um período histórico de testemunho to histórico da niín a de Jerusalém.
no meio das perseguições. C om o o C risto tem de sofrer para 1. Sobre o convite para fugir, nos oráculos que anunciam o
entrar cm sua glória (24,26). também os discíp ulos devem atra­ Julgamento, cf. 1731 nota. M as aqui se trata de um julgamento
vessar gloriosamente essa prova. histórico.
j . C f . Mt 10,17 nota. u. L c pensa nas ameaças dos profetas contra a Jerusalém infiel
k . L c pode pensar na cena que ele conta em A t 25.13-26.32. (Jr; E z).
I. Pode-se traduzir também; isso terminará para vós nt) teste - v . L it. pela boca de. Expressão bíblica (cf. G n 34.26; Js 8,24;
munho. Este ultimo é para L c a função essencial dos Doze (24.48; 19,47; J z 1.8; Sr 28.18; H b 1 1 3 4 ).
cativo s para todas as n a çõ es", e Jeru sa- aco n teça'. 550 céu e a terra passarão , m as
zc 12.3 lém sera' c alcad a aos pés p elos pagãos as m inhas p alavras não passarãor.
até que se cum pra o tem po dos pagãos*.
Exortação à vigilância. ^ " F ic a i d e so ­
A vinda do Filho do Homem (M t 2 4 , b reaviso para que o s v o sso s corações nâo
2 9 -3 1 ; M c 1 3 ,2 4 -2 7 ) . “ "H a v e rá sinais* fiqu em pesados pela em b riagu ez, pelas Rm 13.13
N ij.io: no so l. na lua e nas estrelas, c sobre a o rg ias e p elas preocu pações da v id a. e
^ j 4^4 terra as n açõ es estarão na an gustia, ater- qu e esse dia não c aia sobre v ó s de m odo its s j
si 65,x-9 rorizadas pelo b ram ido do m ar e pela sua im previsto* ,5com o um a arm adiIhah;p o is 24 . 17 -ix

agitação , “ enquanto o s hom ens d esm aia­ e le se ab aterá so b re to d os o s qu e sc


rão de p a vo r co m m edo das d esgraças acham sobre a face da terra inteira. •'‘ M as
Ag 2 .& que sob revirão ao m undo; p o is as p o tê n - v ig ia i c rezai em todo m om ento1 para
sri6,ik c i a s d o s c é u s serão ab alad as1 . J7E n tão , serd es ju lg a d o s d ign os1 de escap ar a to­
Dn 7.13-u eles verão o F i l i u t d o H o m e m v i r r o d e ­ dos esses acontecim entos futuros c de vos
ado de um a nuvem na plenitude do po­ m an terd es de p é d ian te do F ilh o do
der e da glória*. H om em 11.”

A aproxim ação do Reino de Deus (M t Os últimos dias dc Jcsus no Templo.


2 4 ,3 2 -3 5 ; M c 1 3 ,2 8 -3 1 ). “ "Q u an d o e s­ 3,Je su s passava o dia no T em p lo a ensinar* mi 2 1 .1 7
ses acontecim entos com eçarem a produ­ e saia para passar a noite no monte dito
zir-se, ergu ei-vo s e levantai a cabeça, pois d as O liveiras. * E todo o po vo vinha a ele
a v o ssa lib crtação hestá p ró x im a ." ” E ele desde a aurora, no T em p lo , para ouvi-lo.
fez uma com paração: “ V ed e a figu eira c
todas as á rv o re s'; •'"apenas deitam reben­ t y n A conjuração contra Jcsus (M t
tos. sab eis por v ó s m esm o s, ao v ê-las. * * 2 6 ,1 -5 .1 4 -1 6 ; M c 1 4 ,1 -2 .1 0 -1 1 ).
que o verão j á está pró xim o . JID o m es­ 'A p r o x im a v a -s e a festa d o s P ães sem
mo modo vós tam bém , quando virdes isso ferm ento” , que cham am de P á sc o a . 2O s
acon tecer, sabei que o R ein ado d e D eu sd sum os sacerdotes" e o s e scrib a s procura­
está p róxim o. ,JE m verd ad e, cu v o s d ig o , vam a m aneira de o fa z e r d esap arecer,
esta geração não passará sem que tudo p o is tem iam o povo” . 3E Sa tan ásp entrou

w . Neste v. e no seguinte, traduzim os a mesma palavra grega e. C f . M c 1 3 3 0 nota.


por nações ou por pagãos, conform e ela indique simplesmente f. L c não tem aqui paralelo para a afirm ação d c M l 2 4 3 6 e M c
os povos do mundo, ou os oponha ao povo de Deus (cf. Rm 15.9 1 3 3 2 sobre o dia e a hora ignorados pelo Filho. Possivelmente
nota). a tenha transposto para A t 1.7. onde não entra em consideração
x. L it. os tempos das nações. Esse lempo parece ser o da ignorância da parte do Ressuscitado.
evangelizaçâo dos pagãos (cf. L c 24.47); no fim desse tempo, g . A qu i não se traia de sinais, ao contrário dos vv. 11 e 25.
israel poderia voltar ao C risto , a quem rejeitou. É a esperança de Pode-se comparar a I T s 5 3 .
Paulo em Rm ! 12 5 -2 7 e L c parece compartilharia cm 1 335 (cf. h . Numerosas testemunhas textuais ligam estas palavras à fra­
a nota). Outros interpretam como o tempo da dominação dos pa­ se seguinte: pois ele se abaterá como uma armadilha...
gãos sobre Jerusalem , com termo fixado por Deus (cf. A p 11 2 ). i. C f . advertência análoga em um contexto escatológico sem e­
y . C f. vv. 10-11 e suas notas. Mt e M c distinguem menos lhante em 18.1 nota.
claramente este penodo final da tribulação que a precede. j . Testemunhas importantes Iccm a fim de ter a força; mas
z . C f. Mt 24,29 nota. esta palavra conesponde menos ao uso de L c (2 0 3 5 ; A t 5.41).
a . A o contrário de Mt 24.31 e M c 13.27. L c nâo relata aqui k . Trata-se de resistir à provação tem vei do seu julgamento.
a reunião dos eleitos, embora o faça cm 13,28-29; 14.15-24; I. L c parece supor que a estada dc Jcsu s em Jerusalém foi mais
22.30. To do o seu interesse se concentra nu vinda triunfal do longa que na narrativa de Mt e de M c (cf. 19.47 nota),
C risto . m . C f. M c 14.1 nota.
b. Libertação. O termo grego aqui é usado é característico de n. Membros das fam ílias da aristocracia sacerdotal (A t 4.6) ou
Paulo ( IC o r 1 30; Rm 3.24; 8.23; C l 1.14...). N o s evangelhos talvez titulares de altos cargos sacerdotais.
ela só aparece aqui; L c emprega termos análogos cm 1.68; 2 3 8 ; o . A s autoridades judaicas querem suprimir Jesus (termo de
24.21. C f . Rm 3.24 nola. L c 23 3 2 ; 19 vezes nos A to s), mas elas temem o povo (cf. 20,19
c . L c am plia o exemplo de Jesus, para o uso dos não-palesti- nota), que L c já mostrou favorável a Jesus (cf. 19.48 nota).
nenses, que nâo conhecem a figueira. p. Satanás se afastou de Jcsu s após a tentação inicial (4.13).
d . L c aplica ao Reino de Deus o que Mt 2 4 3 3 e M c 13.29 Ele aparece de novo agora para a investida suprema, com o cm
dizem do acontecimento escatológico. Jo 13.2.27 (cf. L c 22.53).
em Judas chamado Iscariotes^que era do tudo como ele lhes dissera, e prepararam
número dos Doze, 4c ele foi falar com os a Páscoa.
sumos sacerdotes e os chefes dos guardas'
sobre a maneira de lho entregar”. 5Eles se A nova Páscoa' ( M t 2 6 ,2 6 -2 9 ; M c 14,
alegraram e concordaram em dar-lhe di­ UE quando che­
2 2 -2 5 ; I C o r I I ,2 3 -2 6 ).
nheiro. ‘ Ele aceitou e se pôs a procurar gou a hora, ele se pôs à mesay.e os após­
uma ocasião oportuna para o entregar, tolos com ele. ,SE ele disse: “ Eu desejei
longe da multidão. tanto comer esta Páscoa convosco antes
de padecer"! l6Pois eu vos digo. nunca
Jesus manda preparar a Páscoa ( M t mais* a comerei ate' que ela se tenha
2 6 , 1 7 - 1 9 ; M c 1 4 , 1 2 - 1 6 ) . 7Veio o dia dos realizadob no Reino'de Deus” . l7Ele re­
Pães sem fermento, no qual era preciso cebeu então uma taçad e, depois de ter
imolar a Pa'scoa. “Jesus enviou Pedro e dado graças, disse: “ Tomai-o e reparti-o
João1, dizendo: “ Ide preparar-nos a Pás­ entre vós. '“Pois eu vos digo: Doravante
coa para quc nós a comamos’ ". ''Eles eu não beberei mais do fruto da vinha
lhe perguntaram: "Onde queres quc a pre­ ate que venha o Reinado'dc Deus1" .
paremos?” ,0Ele lhes respondeu: “ Ao ” A seguir, ele tomou o pão e. depois de
entrardes na cidade, eis que virá ao vos­ ter dado graças, partiu-o e lhes deu, di­
so encontro um homem trazendo uma zendo: “ Isto é o meu corpo" dado por vósh.
bilha com água*. Segui-o ate' a casa em Fazei isto em memória dc mim," . 20E para
que ele entrar, " e dircis ao proprietário a taça ele fez o mesmo após a refeição
dessa casa: ‘O Mestre manda dizer-te: dizendo: “ Esta taça e' a nova Aliança1 em
Onde fica a sala em que vou comer a meu sangue derramado por vós".
Páscoa com os meus discípulos?" 1JE este
homem vos mostrará a sala superior, Anúncio da traição ( M t 2 6 , 2 0 - 2 5 ; M c
vasta c mobiliada"; aí e' que fareis os pre­ 1 4 , 1 7 - 2 1 ) . JI“ Mas eis que a mão daquele
parativos". ‘-'Eles partiram, encontraram que me entrega está a servir-se comigo

q . C f . M l 10.4 noui. c . O Reino í a expressão clássica do judaísm o e dos evange-


r . Esses o ficiais, que L c c o unico a mencionar (no plural aqui thos para descrever a salvação com o um lugar de felicidade e de
e em 22.52; no singular em At 4.1; 5.24.26). sào os responsáveis paz na presença de Deus.
pela policia do Templo. São provavelmente levitas. d . Apresenta-se a taça a Jesus porque ele é o presidente da
s . C f . Mt 26.2 nota. refeição pascal. L c é o unico a m encionar este primeiro cálice,
t. l^c é o unico a m encionar os dois discípulos (cf. 8.51 noui). visto que Mt e M c nào descrevem a refeição pascal.
u . Em L c é Jesus quem toma a iniciativa de mandar preparar e. A palavra grega é a m esm a que para o Reino de D eus no
a Páscoa, com o os seus adversários tomaram a iniciativa da v. 16. M as aqui nào m ais se trata dc um lugar; trata-se do
conjuração contra eie. senhorio d iv in o que deve se m anifestar cm plenitude no fim
v. C f . M c 14.13 nota. dos tem pos.
w . L it .juncoda (de tapetes). f. Mt e M c relatam esta palavra de esperança após a apresen­
x. L c apresenta vários elementos que lhe são próprios; o de­ tação dd laça eucarística (M t 26.29: M c 14.25; cf. IC o r 11.26).
sejo de Jesus (v . 15). a evocação da Páscoa antiga que vai-se g . Vários mss. antigos omitem u continuação deste v. com o
cum prir no Reino (v v . 16-18). A sua fórmula eucarística apro­ também o v. 20. M as o texto completo permanece bem atestado.
xima-se da de Paulo ( IC o r 1123*25). A om issào deve ter sido provocada pelo desejo de nào apresen­
y. Lit. ele se estendeu (cf. 7.36 nota), tar uma segunda laça após a do v. 17.
z . Jesus nunca emprega esle termo senào para designar a sua h. A qu i. com o no v. 20 e em Paulo ( IC o r 11.24). a palavra de
própria paixão. É possível quc seja uma referência às profecias Jesus se dirige diretamente aos assistentes (enquanto em Mt 26 2 8
de Is 53.4.8*12. Em certos caso s, a palavra tem o sentido geral e M c 1 4 2 4 o sangue de Jesus é derramado em prol da multi­
de sofrimentos (M t 16.21 e par.; Mt 17.12 e M c 9.12; L c 17.25). dão). E ssa form ulação poderia ser uma precisão litürgica visan­
Mas nos escritos de L c . ele tem também o sentido preciso de mor­ do aos fiéis que participam da Eucaristia.
te ( l x 24.26.46; A l 1 3 ; 3.18; 1 7 3 ); deve ser o sentido aqui. Este f. Esta fórmula, quc também se encontra em Paulo ( IC o r 112 4 -
segundo sentido é constante em H b (cf. 2 .18) e em I Pd (cf. 2 2 1). 25). está ausente de Mt e de M c. E la define a refeição eucarís­
a . Estas duas palavras faltam em vários mss. de valor. tica com o o memorial do sacrifício de Jesus, ao modo da refei­
b . A refeição ritual da Púscoü. memorial da libertação de Is­ ção pascal de Israel (E x 12.14; 13,9; Dt 1 6 3).
rael na saída do E gito (E x 12). é apresentada aqui com o a prefi- j . Somente L c c Paulo ( I C o r 1 1 2 5 ) têm aqui o adjetivo de Jr
guração profética (o tipo) da refeição m essiânica do povo de 3131*34. O sacrifício de Jesus (o seu sangue: E x 24.8; cf. Mt
Deus na salvação definitiva. (Sobre essa refeição, cf. 1 328 nota.) 2 6 2 8 ; M c 1 4 2 4 ) inaugura este tempo de salvação.
nesta mesa1 . “ Pois o Filho do Homem comereis e bebereis à minha mesa em
parte segundo o que foi determinado1. meu reino*, e vos assentareis sobre tro­
Mas ai do homem por quem ele e' entre­ nos para julgar as doze tribos de Israel1."
gue!” 2JE eles se puseram a perguntar
uns aos outros qual dentre cies faria isso. Advertência a Pedro. -''O Senhor disse0:
"Simão. Simão', Satana's vos reclamou
A advertência e promessa aos I)ozcm para vos sacudir no crivo como se faz
( M t 1 8 ,1 : 2 0 .2 5 - 2 8 ; M c 9 ,3 4 ; 1 0 ,4 2 -4 5 ) . com o trigo".,: Mas eu orei por ti, a fim
24Eles chegaram a discutir sobre quem de que a tua fe' não desapareça'. E tu.
dentre eles lhes parecia o maior. “ Ele quando tiveres voltado*,confirma os teus
lhes disse: “ Os reis das nações agem com irmãos” .
elas como senhores, e os que dominam
sobre elas fazem-se chamar de benfei­ ( M t 2 6 , 3 3 - 3 4 ; M c 1 4 - 2 9 - 3 0 ) . -''Pedro lhe
tores". “ Quanto à vós, nada disso. Mas o disse: "Senhor, contigo, eu estou pronto a
maior dentre vós tome o lugar do mais ir até mesmo para a prisão, ate' mesmo pa­
moço''.e o que comanda, o lugar de quem ra a morte". -'Mesus disse: “ Eu te digo, Pe­
serve. 2,Qual e\ com efeito, o maior, dro, o galo não cantara' hoje sem que te­
aquele que esta' à mesa ou aquele que nhas negado três vezes que me conheces” .
1237. : serve? Não é acaso o que esta' à mesa?
Jo 1 3.4-5 Ora. quanto a mim. estou no meio de Iminência da provação. 3SE ele lhes
vós no lugar daquele que serve. disse: "Quando cu vos enviei sem bolsa. io .4 : 9.4
nem alforje, nem sanda'lias, algo vos fal­
( M t 1 9 , 2 8 ) . “ "V ó s sois os que perseve- tou?" Eles responderam: “ Não. nada".
raram comigo nas minhas provaçõesp. WE MEle lhes disse: "Agora', porem, quem
eu disponhoMpara vós do Reino como o tiver uma bolsa tome-a; da mesma ma­
meu Pai dispôs dele para mimr: -wassim neira quem tiver um alforje; e aquele que mi 10.34

k . L c insere o anuncio da traição após o dom do pão e do t. Segundo o v. precedente. L c entende estas palavras como
vinho, ao contrario de Mt e M c: ele quer. sem dúvida, reunir uma promessa dc associação dos Doze à realeza de Jesus sobre
todas as palavras de Jesus após o seu ato essencial: assim , ele 0 povo de Deus (na linguagem bftlica julgar significa, às vezes
sign ifica que Judas parlicipou com os D oze da refeição da Nova governar; cf. J z 3,10; 12.7.8.11...). O texto paralelo Mt 19,28
Aliança. parece anunciar, de preferência, que os apóstolos participarão do
I. Por esta expressão, que lhe é própria (cf. A t 2 2 3 ; 10.42: julgamento escatológico (cf. IC o r 6.2; A p 20.4).
1 7 3 1). L c interpreta para os seus leitores pregos a idéia judaica u. Este início, que falta em alguns mss.. é, no entanto, bem
das Escrituras a cumprir. atestado. Ele é bem característico d c l . c c abre a segunda seção
m . A o contrário de M l c dc M c. mas com o Jo . L c relata após do discurso (v v . 31-34).
a C e ia uma série de palavras de Jcsus que conslituem a sua v. Em L c . este nome não foi mais dado a Pedro desde o cha­
despedida. A lgum as são próprias dc l x ; varias encontram-se mamento dos Doze. Ele indica aqui o recurso a uma fonte (cf.
também, em outros contextos, em Mt e M c. 6.14 nota).
n. Desde vários séculos antes dc Jesus, o epíteto Evergetes é w . A imagem de “passar ao crivo" sign ifica uma dura prova­
muitas vezes atribuído no mundo grego aos deuses, aos heróis e ção (com o em A m 9.9). O v. seguinte mostra que ela vai se
aos reis. exercer contra a fé dos discípulos.
o. N o mundo palestinense. o mais jovem é o ultimo da hierar­ x. Antes mesmo de anunciar a negação de Pedro (v. 34). Jesus
quia. O mesmo sc dá na Igreja prim itiva (A t 5,6; IP d 5.5 ...). d iz por que esta fraqueza nâo é irremediável.
p. E sta afirmação ambígua deve indicar aqui os ataques dos ho­ y . Essas palavras podem ser compreendidas de diversos mo­
mens ( 11.16; A t 20.19); mas ela não exclu i os de Satanás (4.13). dos: Quando tiveres voltado a Deus (d a í a tradução '‘converti­
q . Term o que sign ifica ao mesmo tempo a conclusão dc uma do’* que se encontra às vezes); quando tiveres voltado a Jerusa •
aliança (v. 3 ) ) e a formulação de um testamento (H b 2.16). tem, apos a dispersão dos discípulos; quando te tiveres reerguido;
r . Poder-se-ia traduzir também: Como o meu pai dispôs para quando tiveres reconduzido os teus irmãos: ou mesmo, supondo
mim do Reino, eu disponho para vos que vos comereis... Mas uma expressão semítica: Tu, recomeça a confinm r os teus ir­
isso ressalta menos a participação dos discípulos na realeza de mãos. Segundo L c 2 4 3 4 e Paulo ( I C o r 15.5). Pedro foi o pri­
Jesus; esta participação é um (ema tradicional (E x 19.6) que será meiro a quem apareceu Jesus ressuscitado. A fé de Pedro de­
retomado pelo N T (IP d 2.9; A p 5.10; 22.5). sempenha aqui, como em Mt 16.15-19. um papel decisivo para
s. C om o no v. 16. Jesus descreve o Reino sob a imagem do a formação da comunidade primitiva.
festim messiânico (cf. 13.255 nota). Esse reino é o seu, como em z . Um novo período com eça e este vai ser o da provação e da
1 3 3; 19.12*15; 23.42. luta, com o o indicam os conselhos seguintes.
não tiver espada venda o manto para A prisão (Mt 26,47-55: Mc 14,43-49).
comprar uma. -,7Pois eu vos declaro, é 47Ele ainda falava, quando um bando se
preciso que se cumpra em mim este tex­ aproximou. Aquele que chamavam Judas,
to da Escritura: Eles o contaram entre os um dos Doze, caminhava à sua frente; ele
criminosos'. E , de fato, o que me concer­ se acercou dc Jesus para dar-lhe um beijo".
ne vai sc cumprir1’” . w— “ Senhor, disse­ ■“ Jesus lhe disse: "Judas, é com um beijo
ram eles. cis aqui duas espadas.” Ele lhes que tu entregas o Filho do homem?”
respondeu: “ Basta'". 49Vendo o que ia acontecer, os quc cerca­
vam Jesus lhe disseram: "Senhor, deve­
A oração no monte das Oliveiras- (Mt mos ferir com a espada?" 50E um deles
26,36-41: Mc I4J2-3H). -'Ele saiu e foi, feriu o servo do Sumo Sacerdote e lhe
como de costume', para o monte das dccepou a orelha direita. slMas Jesus to­
Oliveiras, e os discípulos o seguiram. mou a palavra: “ Deixai fazer, ate' isto0",
“ Chegando a este lugar, ele lhes disse: disse ele; e tocando-lhe a orelha, o curou.
“ Rezai para não cairdes em poder dar S2Jesus disse então aos que tinham vin­
tentação*". 4IE afastou-se deles mais ou do contra ele, sumos sacerdotes, chefes
menos à distância do arremesso de uma dos guardas do templo e anciãos: "Como
pedra e, tendo-se posto de joelhos, reza­ contra um bandido’’, partistes com espa­
va, dizendo: “ “ Pai. se quiseres afastar* das e com paus! 5JQuando eu estava con­
de mim essa taça1... No entanto, não se vosco cada dia no Templo, não pusestes
faça a minha vontade, mas a tuaJ a mão sobre mim; mas agora e' a vossa
kEntão apareceu-lhe do ce'u um anjo que hora, e' o poder das trevas11” .
o fortificava1. "Tomado de angústia, ele
rezava mais instantemente, c o seu suor Jesus nas mãos dos guardas. A negação
se tomou como coa'gulos de sangue que de Fedro (Mt 26J7-5X; Mc 1433-54).
caíam por terra. 4íQuando. depois dessa ^Eles se apoderaram de Jesus, levaram-
oração, ele se levantou e veio ter com os -no c o fizeram entrar na casa do Sumo Sa­
discípulos, achou-os adormecidos dc cerdote'. Pedro seguia a distância. “ Como
tristeza1". “ Ele lhes disse: "Quê! estais eles tivessem acendido um grande fogo no
dormindo? Levantai-vos e rezai para não meio do pátio e se houvessem assentado
cairdes em poder da tentação!" juntos, Pedro se assentou no meio deles.

a. Is 53.12. L c é o unico dos evangelistas a aplicar à Paixão i. C f. M c 1 0 3 8 nota.


de Jeisus o oráculo do Servo de Deus. Ele o fará ainda em A l j . Este pedido evoca o terceiro pedido da oração dos discípu­
8 3 2 -3 3 e dará a Jesus o título de Servo cm A l 3.13.26; 4 .2 7 3 0 los em Mt 6.10: ele está ausente dc L c 1 1 2 .
(cf. At 3,13 nota e 8 3 2 nota). k . V ários mss. antigos de grande valor omitem os vv. 43-44.
b. O cumprimento desta Escritura será ao mesmo tempo a sem duvida por julgá-los incompatíveis com a divindade de Jesus.
realização dc uma profecia sobre Jesus c o fim da sua missão. I. Este traço evoca o episddio dc desânim o de Elia s, reconfor-
c . t inütil prosseguir a conversa sobre um mal-entendido: Jesus tado por um anjo (1 R s 19.4-8). Pode-se também comparar com
nào exorta a pegar cm armas! A lgu n s interpretam: duas espadas Mt 4,11 e Jo 1 229.
bastarão para fazer aparecer Jesus com o um crim inoso. m . L c procura aqui uma desculpa para os discípulos como em
d . Esta narrativa apresenta em L c vários traços característicos. 24.41. A nâo ser que esteja querendo acentuar sua participação
A o contrário de Mt e de M c. L c não relata nem a separação na tristeza do Mestre.
entre os D oze c os três íntim os, nem a tríplice oração de Jesus, n. Saudação usual de um discípulo ao seu rabino, este gesto
nem as suas ultimas palavras aos discípulos a respeito da hora exprim e ames o respeilo que o afeto.
que é chegada. Em compensação, ele introduz nos vv. 43-44 a o . L it. Deixai até isto. Jesus convida os seus discípulos a aceitar
visão do anjo e o suor de sangue: e. enquadrando a cena entre a sua prisão porque é o que fo i fixado (v . 22). com o em Mt 2 6 3 4
duas advertências contra a tentação (v v . 40 e 4 6 ). ele insiste na e Jo 18.11. A lg u n s compreendem: Cessai a resistência, como
lição que todos os fiéis devem tirar deste episddio. em Mt 26.52.
e. C f. L c 2 1 3 7 . p. C f. Mt 26,55 nota.
f. L il. entrar em. C f. M l 6.13 nota. q . O triunfo passageiro de Satanás, o poder das trevas (At
g. Este conselho antecipa o do v. 46. que tem paralelo em Mt e 26.18; C l 1.13).
Mc. Seu teor evoca o ultimo pedido da oração dos discípulos ( 11.4). r . Diversamente de Mt e M c. Jesus é guardado toda a noite no
h. Seguim os aqui o texto de numerosos mss. antigos. Vários pátio do palácio do Sum o Sacerdote. É em sua presença quc
ouiri-s têm: Se queres, afasta (cf. M c). Pedro o renega.
(Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Jo IH.17. nheceu o dia. o conselho dos anciãos do
25-27). “ Uma criada’ , vcndo-o sentado à povo, sumos sacerdotes c escribas se
luz do fogo, fitou-o e disse: "Esse tam­ reuniu e o conduziram ao Sine'drio deles',
bem estava com ele". 57Mas ele negou: ‘ 7e lhe disseram: “ Dizc-nos se és o Mes- jo 10.24

“ Mulher, eu não o conheço” . “ Pouco sias” . Ele lhes respondeu: “ Se eu vo-lo


depois, um outro disse, ao vê-lo: “ Tu disser, vós não mc crereis; “ e, se eu vos
tambe'm és um dos dele". Pedro respon­ interrogar, vós não me respondereis*.
deu: "Não1, eu não sou” . wCerca dc uma 6,Mas doravante o Filho do Homem se
hora mais tarde. um outro insistia: “ Cer­ assentará à direita do Deus"” . ™Todos
tamente, dizia ele, esse aíestava com ele; eles disseram: “ Então és o Filho de
aliás, e' galileu0” “ Pedro respondeu: “ Ó Deus'!” Ele lhes respondeu: “ Vós é que
homem, eu não sei o que queres dizer''". dizeis que cu o soud” . 7lEntão eles disse­
E imediatamente, enquanto ainda falava, ram: “ Que necessidade temos ainda dc
um galo cantou. “ O Senhor, voltando- testemunho, visto que nós mesmos o
se, pôs os olhos em Pedro’’ ; e Pedro sc ouvimos da sua boca?"
lembrou da palavra do Senhor, que lhe
dissera: "Antes que o galo cante hoje, tu q q Jcsu s perante Pilatos (Mt 27,2.11-
me teras negado três vezes” . “ Ele saiu e 14; Mc 15,1-5). 'E eles sc levanta­
chorou amargamente. ram todos juntos para o conduzir perante
Pilatos. 2Puseram-se então a acusá-lo nes­
(Mt 26,67-68; Mc 14,65). ‘ 3Os homens tes termos: “ Nós achamos este homem iR' ih .i7 - is

que vigiavam Jesus zombavam dele e ba- tumultuando a nossa nação; ele impede
tiam-no\ MEles tinham velado o seu ros­ de pagar o tributo a César0e se diz Mes­
to e lhe perguntavam: "Faz de profeta! sias, reip' . JPilatos o interrogou: “ Tu és o
quem e que te bateu?” “ E proferiam rei dos judeus?" Jcsus lhe respondeu: "Tu
contra Jesus muitos outros insultos. o dizes*".'‘Pilatos disse aos sumos sacer­
dotes e às multidões: “ Eu não acho nada
Jesus perante o Sincdrio-v (Mt 26,59. que mereça condenação neste homem11".
63-65; Mc 14,55.61-64). “ Quando ama- *Mas eles insistiam, dizendo: "Ele suble-

s . Em I x . ao contrario de M l c dc M c. a negação de Pedro é b. L it. à direita do poder de Deus. Jcsu s anuncia aqui. nos
contada antes do comparecimento dc Jcsus perante o Sinédrio. termos do S I 110.1. a inauguração imediata do seu Reinado
I. Não traduzimos a interpelação Homem (o mesmo no v. 60). m essiânico que vai ser reconhecido na Igreja (A t 2.36; cf. 19.12:
C f. 5.20 nota. 24.26). N o s textos paralelos de Mt 26.64 e M c 14.62. Jesus
u . Mt 26.73 explica essa identificação peio sotaque de Pedro, anuncia a sua volta triunfai no fim dos tempos.
v. Pedro nào pronuncia juramento como faz cm Mt e M c. L c c . O título de Filho de Deus é aqui um aprofundamento do
atenua a gravidade da sua negação. título de Crixto-M essias (v . 67). enquanto ele lhe é idêntico em
w. Este olhar dc Jcsus só é indicado por L c (cf. v. 54 nota). Mt 26,63 e M c 14.61. Essa distinção, que sc encontra também
Ele lembra a advertência c a promessa dos vv. 31-34. em L c 1 3 2 e 35 e em Jo 10.24 e 36. marca a plenitude do
x. Mt e M c relatam ultrajes semelhantes, mas no decurso do mistério dc Jcsus (cf. 1 3 5 nota).
comparecimento de Jesus perante o Sinédrio. d . Poder-sc-ia traduzir: Vttv é que o dizeis: e isto sign ificaria
y . O texto do com parecim ento d c Jesu s perante o Sin éd rio que Jesus recusava esse título (cf. 2 3 3 nota). Esse não é segu­
corresponde quanto ao essencial aos seus paralelos d c Mt e ramente o pensamento de L c aqui (cf. 1 3 5 ; 3.22).
M c (o s depoim entos das testemunhas são o m itid o s, mas su ­ e. L c já deixou prever esta acusação em 20.20-26.
gerid os no v. 7 1 ). E le difere por sua cro n o lo g ia (esta sessão f. O s ad versários de Jc s u s com preendem a sua realeza
da manhã corresponde à da noite cm M t e M c ), por sua messiânica cm um sentido político e a apresentam a Pilatos com o
apresentação do m istério d c Jesus (F ilh o de D eus entronizado um alentado contra a soberania romana (c f. A t 17.7). É sob essa
em seu R ein o na Pásco a), pela ausência de qualquer sentença acusação que Jesus será condenado (2 3 3 0 ).
do Sin éd rio . g . A resposta de Jesus se assemelha à que ele deu aos sinedritas
z . Term o que pode designar a assembléia ou o lugar da reunião (cf. 22.70 nota). M as aqui Jesus nega o ser rei dos judeus no
(A t 4.15). E m I x ha só uma sessão do Sinédrio. de manhã, ao sentido político que o governador romano dá a esse título, após
passo que cm Mt e M c ha' duas. uma de noite e uma de manhã. a acusação dos sinedritas (v . 2 nota).
a. V ários mss. antigos têm aqui: vós nâo me responde reis. h. Desde o com eço do processo. Pilatos reconhece a inocência
nem me soltareis. D e qualquer form a. L c mostra Jesus sem ilu­ de Jesus. E le o repetirá nos vv. 14 e 22 (c f. A t 3.13; 13.28 e Jo
são quanto à conclusão desse interrogatório. 1 8 38 ; 19.4.6).
va o povo ensinando por toda a Judéia. ( M t 2 7 , 1 5 - 2 6 ; M c 1 5 , 6 - 1 5 ) . 11710 '«Eles
desde a Galiléia ate' aqui". exclamaram todos juntos: “ Elimina-o e
solta-nos Barrabás” . 19Este último fora
Jesus perante Herodes. 6A essas pala­ encarcerado por uma rebelião que se pro­
vras, Pilatos perguntou se o homem era duzira na cidade c por homicídio. “ Dc
galileu ?e, ao saber que ele dependia da novo, Pilatos dirigiu-se a eles com a in­
autoridade dc Herodes. enviou-o a este tenção de soltar Jesus. JIMas eles vocife­
último, que se achava tambe'm em Jeru­ ravam: "Crucifica, crucifica-o” . nPcla ter­
salém naqueles dias1. *Ao ver Jesus, ceira vez, Pilatos lhes disse: “ Que mal
Herodes sc alegrou grandemente, pois fez este homem? Eu não achei nele nada
fazia muito tempo que desejava vê-lo. quc mereça a morte. Vou, portanto, in­
por causa do que ouvia dizer de Jesus, e fligir-lhe um castigo e soltá-lo” . “ Mas
esperava vê-lo fazer algum milagre, ^ l e eles insistiam com grandes gritos, pedin­
o interrogava com muitas palavras, mas do que fosse crucificado, e seus clamo­
Jesus nada lhe respondeu. l0Os sumos res iam crescendo. 2<Então Pilatos deci­
sacerdotes e os escribas estavam lá e o diu que o pedido deles fosse satisfeito.
acusavam com violência. "Herodes, em 25Ele soltou aquele que havia sido preso
companhia dos seus guardas, tratou-o por insurreição e homicídio, o que eles
com desprezo c zombou dele; revestiu-o pediam; quanto a Jesus, entregou-o â
com uma roupa esplêndida'e o devolveu vontade deles0.
a Pilatos. l2Nesse dia, Herodes e Pilatos
se tomaram amigos, pois antes eram ini­ A caminho do Calvário ( M t 2 7 3 2 ; M c
migos. , 1 5 2 1 ) . “ Quando o conduziam, angaria­
ram um certo Simão de Cirenepque vi­
Jesus inocente e condenado. l3Pilatos nha dos campos e o carregaram com a
então convocou os sumos sacerdotes, os cruz para quc a levasse atrás dc Jesus.
chefes e o povok l4e lhes disse: "V ó s me 27Ele era seguido por uma grande multi­
trouxestes este homem como se ele suble- dão de povo, entre outros, de mulheres
vasse o povo; ora tendo procedido diante que batiam no peito c se lamentavam por
de vós ao interrogatório, não achei nada causa deleq.2SJesus se voltou para elas c
neste homem que mereça condenação lhes disse: “ Filhas dc Jerusalém, não
entre os fatos dc que o acusais; 15Herodes choreis por mim, mas chorai por vós
tambe'm não, visto que no-lo mandou de mesmas e por vossos filhos, ^ o i s eis
volta1. Assim não há nada que mereça a que dias virão em que se dirá: ‘ Felizes
morte no que ele fez. ,6Por isso. cu vou as mulheres estéreis, quc não deram à
infligir-lhe um castigo e soltá-lom” . luz, nem amamentaram’'. “ Então come-

i. Sobre Herodes Antipas. tetrarca da G alilé ia. cf. 3.1 nota. Ele n. Antes do v. 18. várias testemunhas intercalam, com diver­
esla presente em Jerusalém por causa da peregrinação da Páscoa sas variantes: oni. ele lhes devia soltar aiguém cm cada festa.
que rcune todos os judeus. L c é o unico a relatar a sua interven­ Estas palavras, que faltam em bom número de testemunhas an­
ção na Paixão (cf. A t 4.27); ele a preparou em 9.9. tigas, constituem o v. 17 da numeração corrente. Possivelmente
j. Este motivo corresponde ao que Mt 27,31 e M c 15.20 si­ foram introduzidas aqui a partir dc Mt 27.15 ou de M c 15.6.
tuam no prctòrio. entre os soldados romanos. o. L c ressalta assim a responsabilidade das autoridades judai­
k. A lgun s mss. antigos têm; e o.s chefes do povo: esta leitura cas. maior quc a de Pilatos. quc ccde ao duplo pedido deles.
faz recair a responsabilidade da condenação de Jesus sobre as p. C f . Mt 27.32 nota. Acrescentando que Sim ão leva a cruz
autoridades judaicas (que são então as unicas a intervir, nos vv. atnis de Jesus. L c parece fazer dele o tipo do discípulo (cf. 9.23:
18.21.23); ela corresponde melhor à perspectiva de L c . para o 14.27).
qual o povo não participa desse crim e (23,27.35; 24.19-20). q. Este episódio, próprio de L c . evoca Z c 12.10*14 (cf. L c
I. Bom numero dc mss. traz: visto que eu vos enviei a ele. 23.48) e sublinha as boas disposições do povo para com Jesus
m. Aqui e no v. 22 trata-se dc uma ftagelação para salvar (cf. 23.13 nota).
Jesus C om o em Jo 19.1 esta pena não está ligada à sentença de r. L il. e as entranhas que não deram à luz e os seios que não
morte, ao contrário dc Mt 27.26 c M c 15.15 (quc empregam o amamentaram (cf. 11.27).
termo técnico flagelai).
çar-se-á a dizer às montanhas: 'Caí so- insultava: “ Não és tu o Messias? Salva-
6.43 bre nós’, e às colinas: ‘Escondei-nos*’. -te a ti mesmo e a nós também!” 40dMas
"Pois, se se trata assim a árvore verde, o outro o repreendeu, dizendo: “ Tu nem
que será da árvore seca1?” “ Levavam sequer tens o temor de Deus, tu que so­
tambc'm outros, isto é. dois malfeitores" fres a mesma pena! '"Para nós, é justo:
para os executar juntamente com ele. nós recebemos o que os nossos atos
mereceram; mas ele não fez nada de
Jesus crucificado (Mt 27,33-44: Mc mal” . 42E dizia: “ Jesus, lembra-te de
1522-32). -,3Chegando ao lugar dito “ o mim', quando vieres como reir". "Jesu s
Crânio’ " , eles aí o crucificaram como lhe respondeu: “ Em verdade eu te digo,
tambe'm os dois malfeitores, um à direita hoje, estarás comigo no paraíso*".
e outro à esquerda. •'‘Jesus dizia": “ Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que A morte de Jesus (Mt 27,45-56; Mc 15.
fazem". E . para repartir as suas vestes, 33-41). "E r a já quase meio-dia1’ e houve
eles lançaram a sorte \ ssO povo ficava trevas sobre toda a terra1 até as três horas
122
S .X; |á a olhar; os chefes', porém, escame- da tardeJ, 45tendo o sol desaparecido11.
^ ciam; diziam: “ Ele salvou a outros. Que Então o véu do santuário sc rasgou pelo
se salve a si mesmo, se c' o Messias de meio1; “ Jesus deu um grande grito; ele
Deus1, o Eleito*!" -“ Os soldados também disse: “ Pai, em tuas mãos entrego o meu
zombaram dele; aproximando-se para lhe espírito"".'E. com essas palavras, expi­
si 69.22 apresentar vinagre, eles disseram: ,7“ Se rou. 47Vendo o que tinha sucedido, o
tu és o rei dos judeus, salva-te a ti centurião glorificava a Deus, dizendo:
mesmo*1". “ Havia também uma inscrição “ Certamente este homem era justo*". “ E
acima dele': “ E o rei dos judeus". todas as pessoas que sc tinham reunido
■^Um dos malfeitores crucificados o para esse espetáculo, à vista do que tinha zc 12.10
s. Citação de O s 10.8. d . O episódio dos vv. 40-43 é próprio de L c . que se interessa
I. A árvore verde é a que dá frutos, a árvore seca é a que por cenas de conversão (7 3 6 -5 0 ; 19.1-10; A t 9,1-25; 10; 16.14-
permanece estéril c deve ser cortada e lançada ao fogo (3.9; 15.29-34).
13.6-9). Jcsus anuncia aqui o castigo de Jerusalém , com o em e. Este pedido repete uma fórmula de oração de moribundos,
19.41-44; 21.20-23. freqüente no judaísm o.
u . Q ualificando-os de malfeitores (M t e M c: bandidos), i x f. L it. em teu reino (= realeza). Vários mss. trazem: ao teu
sublinha a realização da Escritura citada por Jesus (cf. 2 2 3 7 = Reino (no sentido de: ao entrar nele). M as aqui trata-se antes da
Is 53.12). dignidade régia com a qual Jesus aparecerá revestido em sua
v. C f . Mt 2 7 3 3 nota. volta (cf. 19.12: 24.26).
w . A oração de Jesus falta cm vários mss. antigos, talvez g . O paraíso é. para certos judeus do tempo, o lugar onde os
porque vêem na ruína dc Jerusalém o sinal de que Deus não justos falecidos esperam a ressurreição (encontra-se a idéia, se
perdoou o crim e da cidade. M as este pedido de perdão exprim e nào a palavra, em L c 16.22-31).
certamente o pensamento de L c : ele o mostra imitado por Estê­ h. L it. a sexta hora.
vão ao morrer (A t 7.60) e faz valer a mesma desculpa em At L Ou: todo o país . A fórmula evoca E x 10.22 (praga das trevas
3.17 (cf. 12.10 nota). logo antes da morte dos primogênitos e da Páscoa). C f . também
x . Este motivo é relatado nos termos do S l 22.19 (com o em Mt A m 8,9-10.
e M c). Encontram -se outras referências aos S alm o s nos vv. j . L it. a hora nona.
35.36.46.49, com o também ao Êxod o (v . 4 4 ) e a Zacarias (v. k . Numerosos mss. lêem: e o sol ficou obscurecido. que é uma
48). Essas alusões ao A T visam mostrar na Paixão de Jcsus o expressão bíblica (ls 13.10; E c l 12.2; cf. Mt 24.29; M c 13.24).
cumprimento das Escrituras (cf. L c 24.25-27.44-46). Quanto ao verbo desaparecer, ele poderia, no sentido técnico,
y . À ironia incrédula dos chefes, L c opõe o silêncio respeitoso indicar um eclipse; mas este fenômeno não pode acontecer em
do povo. tempo de lua cheia, que coincide com a Páscoa.
z . C f . 9.20. A lgum as testemunhas lêem: o Messias, o Filho de I. C f . M c 1 5 3 8 nota.
Deus (cf. Mt 27.40.43). m . Jesus reza com o texto do S l 31.6. E le introduz este
a . Este título, ao qual faz alusão a palavra do Pai em 9 3 5 . versículo, com o todas as suas orações, por uma invocação ao
evoca is 49,7 onde ele designa o Servo escolhido por Deus para Pai (10.21; 22,42; 2 3 3 4 ). É a este que se refere a sua Ultima
a sua obra de salvação e desprezado pelos homens. É também palavra, bem com o a primeira (cf. 2.49 nota).
um dos nomes do M essias nas parábolas dc Henoc. n . Proclam ando que Jesus é justo, o centurião confessa que ele
b. L c rcune nos w . 3738.42 traços que marcam a realeza de Jesus. é inocente (com o Pilatos em 23.4.14.22). L c evita assim o sen­
c . Num erosas testemunhas acrescentam: em letras gregas, tido equívoco que poderia tomar nos lábios de um pagão o termo
latinas e hebraicas (cf. Jo 19.20). Filho de Deus que Mt e M c aqui relatam.
acontecido, voltavam batendo no peito. ram o corpo do Senhor Jesus'. ‘‘Ora, en­
"Todos os seus familiares se mantinham quanto elas estavam perplexas com isso",
sijx .12 a distância, como tambe'm as mulheres eis que dois homens’ se lhes apresentaram
que o seguiam desde a Galiléia e que com roupas resplandecentes, domadas de
olhavam. medo. elas baixaram o rosto para o chão,
quando eles lhes disseram: “ Por que pro­
A sepultura de Jesus (M t 2 7 5 7 -6 1 ; M c curais o vivente" entre os mortos? ‘ Ele não
^ n t ã o chegou um homem
1 5 ,4 2 -4 7 ). esta' aqui, mas ressuscitou*. Lembrai-vos
chamado José, membro do conselho, ho­ como ele vos falou quando ainda estava
mem bom e justo; 5lele não concordara, na Galiléia’ ; 7ele dizia: 'É preciso que o
nem com o projeto deles, nem com os Filho do Homem seja entregue nas mãos 9,22
seus atos. Origina'rio de Arimatéia, cida­ dos homens pecadores, seja crucificado e,
de judaica, ele esperava o Reinado de no terceiro dia, ressuscitado"'. "Então elas
Deus. S2Este homem foi ter com Pilatos se lembraram das suas palavras; ''volta­
e pediu o corpo de Jesus. J,Ele o desceu ram do túmulo e relataram tudo isso aos
da cruz0, o envolveu cm um lençol e o Onze e a todos os outros. l0Eram Maria de
depositou em um tümulo talhado no ro­ Mágdala, Joana e Maria' de Tiago; as
chedo, onde ninguém ainda tinha sido outras companheiras delas o diziam tam­
posto. MEra dia de Preparaçãop,e o sába- bem aos apóstolos. "A o s olhos destes,
h.2-3 do se aproximava’ . “ As mulheres que o essas palavras pareceram um delírio e eles
tinham acompanhado desde a Galiléia não acreditavam nessas mulheres. ^ “Pe­
seguiram José; elas olharam o túmulo e dro. no entanto, partiu, e correu ao túmulo;
como o seu corpo fora posto. “ Depois, inclinando-se. não viu senão faixas e foi-
voltaram e prepararam aromas e perfumes. se embora para casa, muito surpreso com
o que havia acontecido.
A mensagem recebida no túmulo ( M t
Durante o sa"bado, ob­
2 8 ,1 - 9 ; M c 1 6 ,1 -8 ) . A aparição aos discípulos de Emaús.
servaram o repouso segundo o preceito, !,E eis que, nesse mesmo diab,dois den­
f* A 'mas no primeiro dia da semanar,dc tre eles se dirigiam para uma aldeia cha- mc I 6 . 12 -.1.1
manhã muito cedo, elas vieram ao mada Emaús', a duas horas de viagemd
túmulo, trazendo os perfumes quc tinham de Jerusalém. ,4Eles falavam entre si de
preparado'. !Elas acharam a pedra rolada todos esses acontecimentos. l5Ora. en­
dc diante do tümulo. -'Entrando, não acha- quanto falavam e discutiam um com o
o. L it. Tendo-o descido, ele... x. A lguns mss. antigos omitem esla frase.
p. D o sábado. isto é. uma sexta-feira (cf. M c 15.42). y . Em L c . não se trata de ir à G aliléia, como em Mt c M c. Para
q. Lit. o sábado começava a brilhar. Esta expressão pode ele. todo o mistério pascal cum prc-se em Jerusalém , de onde os
aludir à aparição da estrela vespertina que marca o com eço do apóstolos partirão para levar o Evangelho (cf. \ jc 9.51; 24,49; A l
sábado. ou às lâmpadas que se acendem para a celebração desia 1 .8 ).
solenidade. z . A lguns mss. especificam màe ou filha, para fugir à ambi­
r. Entre os cristàos. esse dia se tomará o dom ingo, güidade do texto.
s. C f. 23.56. Em L c com o em M c. as mulheres vêm completar a. Etfe v. falta em vários mss. antigos. E le apresenta vários
o sepultnmento de Jesus com unções. traços comuns com Jo 2 0 3.5.1 0 .
t. Empregando a fórmula o Senhor Jesus, ünica em seu evan­ b . Esta narração, própria de L c . relata, sem duvida a partir de
gelho, mas freqüente nos Atos ( 1,21; 8.16: I I , 20; 15.11...). L c uma tradição antiga, a aparição de Jesus a dois discípulos des­
assinala a condição nova dc Jesus ressuscitado. conhecidos; aliás, L c a í mostra com o Jesus leva esses discípu­
u. L c é o unico a mencionar primeiro que as mulheres nao los. que perderam a fé nele em conseqüência do escândalo da
acham o corpo de Jesus e com isto ficam desnorteadas (cf. Jo cruz (v v . 18.21), a recobrá-la pela compreensão das Escrituras
20,2). Em Mt e M c. o fato inicial é a mensagem angélica. (cf. w . 25-27.32).
v. A s mulheres reconhecerão neles anjos (v. 23). Nas passa­ c . Localização discutida. Pensou-se especialmente em Amwás,
gens paralelas. M l 28.2.5 menciona um anjo do Senhor, M c a uns trinta quilômetros a oeste de Jerusalém.
16,5. um jovem de roupa branca, Jo 20.12. dois anjos vestidos d . L it . a sessenta estádios. É a leitura m ais comumcnte
de branco. atestada (ela corresponde a uma dú zia de quilôm etros): algu­
w. Jesus é agora o vivente. e este titulo evoca o de Deus no A T mas testemunhas lêem cento e sessenta, o que co nviria para
(Js 3.10: J z 8.19; IS m 14.39...). A m w ás.
outro, o próprio Jesus os alcançou c ca­ tudo o que os profetas declararam! “ Não
minhava com eles; l4mas os seus olhos era preciso que o Cristo sofresse isso para
estavam impedidos de o reconhecer'. entrar na sua glória1? " ” E começando por
l7Ele lhes disse: “ Quais são essas pala­ Moise's e todos os profetas1, ele lhes ex­
vras que estais trocando ao caminhar?” plicou em todas as Escrituras o que lhe
Então eles pararam, com ar sombrior. concernia.
“ Um deles, chamado Cle'ofas. lhe res­ “ Eles se aproximaram da aldeia para
pondeu: “ Tu e's decerto o ünico homem onde se dirigiam, e ele fingiu que ia pros­
de passagem* por Jerusalc'm que não te­ seguir. 2,Os dois insistiram com ele™,di­
nha sabido o que se passou nestes dias!" zendo: "Fica conosco, pois a tarde está
"Que foi?", disse ele. Ele lhes res­ caindo e o dia já começa a declinar". E
ponderam: “ O que concerne a Jesus de ele entrou para ficar com eles. “ Ora.
Nazaré*',que foi um profeta1 poderoso em quando sc pôs à mesa com eles, tomou o
atos e palavras diante de Deus e diante pão. pronunciou a bênção, partiu-o e lhes
de todo o povo: “ como os nossos sumos deu". -'‘Então os seus olhos se abriram c
sacerdotes c os nossos chefes o entrega­ eles o reconheceram, depois ele se lhes
ram para ser condenado à morte e o cru­ tornou invisível. ,2E disseram-se um ao
cificaram; 2lquanto a nós, nós esperáva- outro: “ Não ardia em nós o nosso cora­
mos que ele seria o que devia libertar ção quando ele nos falava no caminho e
Israel. Mas, com tudo isso*,ja' é o tercei­ nos explicava as Escrituras?”
ro dia que esses fatos sc deram. “ Entre­ •u No mesmo instante, eles partiram e
tanto, algumas mulheres, que são dos voltaram para Jerusale'm; encontraram os
nossos, nos assustaram: tendo ido de Onze e seus companheiros. Mque lhes
madrugada ao tumulo y e não tendo en­ disseram: “ É verdade! O Senhor ressus­
contrado o seu corpo, elas vieram dizer citou e apareceu a Simão"".
que tinham tido mesmo a visão dc anjos '5E eles contaram o que se passara no
que declararam estar ele vivo. J4Alguns caminho e como eles o haviam reconhe­
dc nossos companheiros foram ao túmu­ cido na fração do pãop.
lo e o que acharam era conforme o que
as mulheres haviam dito; quanto a ele, A aparição aos Onze. '‘ Enquanto assim
porém, não o viram” . falavam, Jcsus se fez presente no meio
"E le então lhes disse: "Espíritos sem deles'1, e lhes disse: “ A paz esteja con­
inteligência, corações tardos para crer vosco'” . 3,Espantados e cheios de medo.

e. Eles só serão cupuzcs dc o reconhecer ( v . 3 1). quando Jesus n. É pouco provável que Jesus tenha repetido então a última
os li ver introduzido pelas Escrituras (v v . 25-27) no mistério daC eia . M as L c emprega aqui um vocabulário eucarístico (cf. 22.19
sua morte e da sua ressurreição. e 9.16) para dar a sentir aos seus leitores que a fração do pão
f. Em lugar desta ultima frase, bom numero de mss. traz: e por (A t 2.41.46; 2 0.7.11) os faz encontrar o Ressuscitado, com o foi
que tendes o aspecto sombrio? o caso para os discípulos de Emáus.
g. O s viajantes tomam o estrangeiro por um peregrino da o. Este acontecimento é mencionado na lista antiga de IC o r
Páscoa. 15 3 . Ele foi anunciado em 2231*32. onde se encontra nova­
h. Numerosas testemunhas lêem o Nazoreu (cf. 1 837 nota). mente o mesmo nome arcaico de Sim ão (cf. 6.14 nota),
i. Eles ainda consideram Jesus com o um profeta. p. Pode-se compreender por ocasião da fração, ou graças </elu.
j . A esperança dos discípulos foi frustrada por causa da co n­ q . Esta última seção do evangelho mostra com o Jesus introduz
denação de Jesus pelas autoridades de Israel e da crucifixão. Ela os O nze na plenitude da mensagem da Páscoa. L c a constrói
o foi também pelo fato de que. três dias após a cruz. Deus com m uila ordem: nos vv. 36-43 Jcsus triunfa sobre a increduli­
continua não intervindo em favor dos profetas. dade dos O nze. fornecendo-lhes os sinais da realidade da sua res­
k . C f. 9.22: 17.25. surreição (cf. At 13 ): nos vv. 4 4-49. ele lhes dá o entendimento
I. Moises, isto é. a Le i. constitui com os Profetas o essencial das Escrituras (cf. vv. 25-27) e lhes define a tarefa de testemu­
das Escrituras (16,16.29-31; 24.44; A t 24.14; 28.23); as Escritu­ nhas da Ressurreição; nos vv. 50-53. L c conclui o seu livro com
ras que se lêem no culto da Sinagoga (A t 13.15). a manifestação do senhorio de Jcsus reconhecido pelos seus.
m . In sistê n cia bem conform e aos usos da hospitalidade r . Palavras muito amplamente atestadas, faltando, porém, em
palestinense (cf. 14,23); ela induziu vários comentadore?* a pen­ algum as testemunhas textuais de valor. Numerosos estudiosos
sar que os viajantes haviam chegado em casa. pensam que elas são tomadas de Jo 20.19.
eles pensaram estar vendo um espírito. 45Então ele lhes abriu as Escrituras, we
•'*E ele lhes disse: “ Que vem a ser essa lhes disse1’: “ É como foi escrito: o Cristo
perturbação, e por que se elevam essas sofrerá e ressuscitará dos mortos no ter­
objeções cm vossos corações? wOlhai as ceiro dia, 47e em seu nome se pregará a
minhas mãos e os meus pés*: Sou cu conversão e o perdão" dos pecados a to- jn 20,23
mesmo. Tocai-me, olhai; um espírito não das as nações, a começar por Jerusalém. ^ |2®-19
tem carne nem ossos como vós vedes “ E vós sois as testemunhas disso. 4,Da
que eu tenho” . 40’A essas palavras, mos­ minha parte, eu vou enviar-vos o que meu
trou-lhes as mãos e os pés. 4lComo, sob Pai prometeu”. Quanto a vós, permanecei J» 20.22
o efeito da alegria” , eles permaneceram na cidade1’ até que sejais revestidos, do
ainda incrédulos e como ficaram surpre­ alto, de podei*".
sos, ele lhes disse: “ Tendes aqui algo dc “ Depois ele os conduziu até perto de
comer?” 42Eles lhe ofereceram um peda­ Betâniad e, erguendo as mãos, os aben­
ço dc peixe grelhado'; 4Jele o tomou e çoou. 5lOra, enquanto os abençoava, Je­
comeu à vista deles*. sus se apartou deles, sendo arrebatado At 1 .9 -11
■“ Depois, disse-lhes: “ Eis as palavras ao céu‘ . 52Quanto a eles, após se terem
que eu vos dirigi quando ainda estava prostrado diante delef voltaram para Je­
convosco: é preciso que se cumpra tudo rusalém, cheios de alegria, 5,e estavam
o quc foi escrito sobre mim na Lei de sem cessar no Templo, bendizendo a
Moisés, nos Profetas e nos Salmos"". Deus*.

s. Trata-se das chagas da crucifixâo (cf. Io 20.20). z . A lg u n s m ss. an tigos lécm : com vistas ao perdão (c f.
t.lPara este v.. que corresponde a Jo 20,20, podemos fazer as 3 .3 ).
mesmas observações que para o v. 36 nota. a. É o anúncio de Pentecostes (cf. A t 1.8; 2.33).
u. L c encontra uma desculpa para a incredulidade dos Onze b. Jerusalém tem sido cm L c o ponto de partida da mensagem
(cf. 22,45). da salvação ( 1.5-25), a meta da missão dc Jesus (9 3 1 ). E la será
v. Um bom número dc mss. relativamente recentes acrescen­ o centro de irradiação da missão apostólica (A t 1.8).
tam: e um favo de mel. É uma glosa inspirada sem dúvida por c. Sobre o vínculo entre o Espírito e o poder, cf. 1 3 5 e 4,14.
alguns ritos batismais. d. O s vv. 50-53 são a conclusão do evangelho: o Ressuscitado
w. A qu i. como cm A t 10.41, o Ressuscitado com c. L c quer abençoa os seus (cf. A t 3.26), estes o adoram com o o seu Senhor
mostrar assim a realidade corporal da Ressurreição, d ifíc il de ser e bendizem a Deus. N o v. 53, o evangelho termina no Tem plo,
compreendida por seus leitores gregos (cf. A t 17.32; IC o r 15,12). onde havia começado (1,8).
x. Esta denominação da Escritura é original pelo destaque dado e. Esta menção a Ascensão falta em alguns mss. antigos, sem
aos Salmos (cf. 24,27 nota). A tradição evangélica utilizou lar* dúvida por causa da dificuldade quc há para co nciliar esse dado
gamente os Salm os como anúncios da Paixão (cf. 23,34 nota) e. em A t 13-11 (onde L c situa este acontecimento quarenta dias
nos A tos. I x citará constantemente os Salm os como profecias mais tarde). L c quer exprim ir aqui que a exaltação de Jesus é
do mistério do C risto . inseparável da sua Rcs>urreiçâo. A narração dos A tas faz de
y. O s vv. 46-48 apresentam todos os temas da pregação apos­ Ascensão a conclusão das aparições pascais e o ponto dc partida
tólica tal qual aparece no livro dos Atos: o emprego das E sc ri­ da missão apostólica.
turas (A t 2 2 3 -3 2 ; 4,10-11; 1 3.28-2933-37; 2 6 2 2 -2 3 ), a prega­ f. Este gesto de homenagem régia e religiosa falta em algumas
ção da conversão c do perdão (2.38; 3.19; 5 3 1 : 10.43; 13 38 -3 9 ; testemunhas importantes.
26,18), o papel de testemunhas conferido aos D oze (1,8; 2 3 2 ; g. Um bom número de mss. sublinha o caráter litúrgico do
3.15; 5 3 2 ; 10.41; 1 3 31 ). texto, acrescentando Amém.
EVANGELHO SEGUNDO JOÃO
INTRODUÇÃO
Um evangelho. Fiel a uma grande tradição das as leis muito flexíveis da tradição oral e da com­
origens, o quarto evangelho relata o que aconte­ posição hebraica, que nem sempre se conformam
ceu desde os dias de João Batista até o dia em às regras da nossa lógica.
que o Senhor Jesus passou para a glória do Pai Para os que aceitam a seqüência do texto tal
(At 1,21-22). A obra se apresenta como um teste­ como ele se apresenta, as soluções são numero­
munho, e é certo que João1quis compor um ver­ sas. Todos, ou quase todos, reconhecem que o
dadeiro evangelho. Após o solene prólogo teoló­ evangelho se divide em duas partes, precedidas
gico (I./-/H ), ele se aplica, numa primeira parte, por um prólogo. Alem disso, é fácil distinguir um
a narrar diversos acontecimentos e ensinamentos certo número de seções, em função das indica­
ligados a estes ( 1,19-12,50); a segunda parte re­ ções geográficas ou cronológicas e do recurso a
fere longamente os acontecimentos da Paixão e certos esquemas literários (narrativa-discurso).
as manifestações do Cristo ressuscitado (13,1- Mas como se articulam essas seções umas com as
21,25). Como afirma explicitamente em uma bre­ outras? Certos autores optam por um plano lógi­
ve conclusão (20.30-31), João escolheu certos co e frisam as etapas do desenvolvimento metódi­
sinais, dos quais ele traz à luz o significado e o co de grandes noções teológicas (luz, vida, gló­
alcance, a fim de levar os cristãos a quem se dirige ria). Outros acreditam discernir as etapas de um
a melhor aprofundarem a sua fé em Jesus Mes­ afrontamento progressivo de Cristo com o “mun­
sias e Filho de Deus. Para consegui-lo, ele é le­ d o ” e lêem o Evangelho de João como um drama
vado a tomar posição contra diversos desvios ou um processo que termina no grande julgamen­
doutrinais que ameaçavam o cristianismo do seu to que se opera no decurso dos acontecimentos da
tempo. Páscoa. Dois planos temáticos foram propostos:
os seus partidários renunciam aos rigores de uma
A estrutura do evangelho. Não é fácil esmiuçar síntese racional e encaram um tipo de composi­
o plano adotado pelo autor. Por certo, os episó­ ção que lembra as variações de um tema musical.
dios são, na muioria, nitidamente circunscritos, Enfatizou-se o emprego de certos procedimentos
mas não se percebem claramente os critérios em literários semíticos, como, por exemplo, a inclu­
função dos quais estes episódios foram organiza­ são. Muitos estudiosos sublinharam a importân­
dos. A questão é mais delicada ainda porque a cia da mística dos números. Eles julgaram perce­
hipótese do deslocamento de certas seções, por ber planos fundados sobre os números três e sete.
ocasião da edição, permanece aberta. É-se tenta­ Enfim, pretendeu-se reconhecer um desenrolar dos
do, por exemplo, a inserir o cap. 5 entre 7,15 e fatos correspondentes ao enredo do Êxodo e al­
7,16; a disposição geográfica dos elementos seria guns sugeriram a hipótese de uma transposição
assim unificada, e uma longa atividade em Jeru­ das leituras litúrgicas da antiga sinagoga.
salém daria seguimento a uma estada na Galiléia Tudo isso é sugestivo e, por vezes, muito sutil,
(4,43-54 e 6,1-7,13). Estendendo ainda mais a mas é raro que uma teoria de conjunto seja ple­
hipótese, alguns estudiosos acreditaram poder de­ namente satisfatória: não é certo que João tenha
tectar numerosos deslocamentos de textos e pro­ obedecido sempre às mesmas regras de composi­
puseram reconstituições ousadas de algum plano ção, nem mesmo que tenha concluído definitiva­
que possivelmente tenha existido. mente a composição da sua obra. Pelo que nos
E preciso reconhecer, no entanto, que essas teo­ concerne, contentamo-nos em ver no quarto evan­
rias não têm nenhum ponto de apoio na transmis­ gelho uma sucessão de episódios compostos sem
são do texto: além disso, elas não levam em conta rigor, mas, no entanto, organizados em função de

1. Designam os assim o conjunto do livro e uquelc que o redigiu.


certa evolução do afrontamento de Jesus com o to, a transfiguração, a narração da instituição da
"mundo” de uma parte, e, da outra, do custoso Eucaristia, a agonia no Getsemâni, numerosas nar­
progresso dos crentes no conhecimento, primeiro rações de milagres e muitos ensinamentos (desde
na Galiléia, depois sobretudo em Jerusalém. o sermão da montanha e a maioria das parábolas
até o discurso escatológico)2. Igualmente a lin­
Relações com os evangelhos sinóticos. Se João é guagem é muito diferente: “Reino de Deus" só
fiel à concepção de conjunto de um evangelho, ele aparece em uma passagem (3,3-5); João prefere
se distingue dos evangelhos sinóticos sob muitos falar de vida e de vida eterna. Ele gosta dos te­
pontos de vista. O leitor fica logo impressionado mas: mundo, luz-trevas, verdade-mentira, glória
pelas diferenças de ordem geográfica e cronoló­ de Deus-glória que vem dos homens.
gica: enquanto os sinóticos evocavam uma longa Se faltam no quarto evangelho elementos da
estada na Galiléia, seguida de uma caminhada tradição sinótica, encontram-se, em compensação,
mais ou menos prolongada rumo à Judéia, con­ dados novos: o sinal de Canú (2,1-11), a conver­
cluída por uma breve presença em Jerusalém, sa com Nicodemos (3,1-11), o diálogo com a
João, ao contrário, narra freqüentes deslocamen­ Samaritana (4,5-42). a ressurreição de Lázaro e
tos de uma região à outra e encara uma presença suas conseqüências (11,1-57), o lava-pés (13,1-
de longa duração na Judéia, e sobretudo em Je­ 19) e diversas indicações na narrativa da Paixão
rusalém <1,19-51:2 .I3 -3 J 6 ; 5,1-47; 7,14-20,31). e da Ressurreição. Devemos notar ainda a exten­
Ele menciona várias celebrações pascais (2,13; são dos discursos e dos colóquios que esclarecem
5,1; 6,4: 11.55) e sugere assim um ministério de os acontecimentos narrados; assim as derradei­
mais de dois anos. ras palestras após a última ceia (13,31-17,26)
Av diferenças manifestam-se igualmente no pla­ preparam o tempo da Igreja.
no do estilo e dos processos de composição: en­ Até que ponto terá João conhecido os evangelhos
quanto os sinóticos oferecem, o mais das vezes, sinóticos? Vários comentadores pensaram que ele
seções breves, coletâneas de sentenças ou de nar­ os ignorava; ele só teria conhecido tradições que
rações de milagres, contendo breves declarações, concerniam ao Senhor, às quais os sinóticos, por
João propõe uma seleção limitada de aconteci­ sua vez, se teriam referido. Existem, no entanto,
mentos ou sinais que são, em sua maioria, longa­ alguns contatos literários tão evidentes que é pre­
mente elucidados em colóquios ou discursos. Desta ciso considerar como altamente provável o conhe­
sorte, ele atinge em certos momentos grande in­ cimento de Mc e sobretudo de Lc; a evidência ê
tensidade dramática. menor em se tratando de Mt\ Em todo caso, pode-
João se singulariza outrossim pela escolha e s e afirmar que João supõe, em seus destinatários,
originalidade do material empregado. Ele evoca, o conhecimento dus grandes tradições sinóticas.
sem dúvida, muitos acontecimentos mencionados João se aplicu a reelaborar essas tradições,
pelas tradições sinóticos: a atividade do Batista, fazendo-o com muito mais segurunça e liberdade
o batismo de Jesus no Jordão e a vocação dos do que os seus antecessores. Para ele, u fidelida­
primeiros discípulos (1,19-51); o episódio dos de consiste em captar e exprimir em profundidade
vendedores expulsos do Templo (2,13-21); a cura o alcance dos acontecimentos da salvação que se
do filho de um oficial régio (4,43-54); a cura de opera em Jesus: uma fidelidade, por assim dizer,
um paralítico (5,1-15) e de um cego (9,1-41); a criadoru.
multiplicação dos pães à beira do lago e o cami­
nhar sobre as águas (6,1-21), controvérsias em Os problemas dc composição. Será que essa
Jerusalém (7-8 e 10); a unção de Betânia e o independência em relação às tradições sinóticas
desenrolar dos acontecimentos da Páscoa (12- resulta da utilização de outras fo n tes? Será que
21). Mas outros elementos da tradição sinótica apresenta uma real unidade literária, ou deixa
parecem ausentes, tais como a tentação no deser­ transparecer o recurso a dtKumentos diversos?

2 . Não c d ifíc il encontrar a transposição destes elementos no conjunto do evangelho: a tentação vem do mundo, a transfiguração
acontece em todos os momentos e singularmente na Ressurreição: para a agonia, c f. 12.27; para a Eucaristia, cf. 6.51.
3 . Jo 5.8 e M c 2 .1 1: Jo 6.7 e M c 6.37; Jo 12.3 e M c 14,3; Jo 1 2 3 -4 e L c 7 3 6 -4 4 ; Jo 13.2.27 e L c 2 2 3 ; Jo 1 3 3 8 e l x 2 2 3 4 ;
Jo 15.20 e Mt 10,24-25; Jo 18.10 e L c 2 2 3 0 : Jo 18.11 e Mt 26.52; Jo 20.23 e Mt 18.18.
E, antes do mais, qual fo i a língua da primeira mento helenística. O interesse marcante por tudo
redação? Os freqüentes aramaísmos levaram não o que concerne ao conhecimento e à verdade, o
poucos pesquisadores a sustentar a hipótese de um uso do título Logos. em particular o emprego da
original aramaico que teria sido traduzido para o alegoria, orientavam as pesquisas neste sentido.
grego; outros supõem que o autor grego valeu-se Pensava-se mais especialmente em Fílon de Ale­
de certos trechos redigidos em aramaico. Exames xandria que, no começo do século /, tentara uma
mais minuciosos levaram, ao que parece, a aban­ vasta obra de helenização da herança religiosa
donar essas hipóteses. O evangelho, do ponto de do judaísmo: o lugar de destaque que ocupa nesta
vista literário, tem uma feitura única; ele fo i redi­
obra a noção — bastante confusa — de Logos
gido diretamente no grego pobre, mas correto — contribuía /xiru corroborar o fato da influência
intensamente evocador, no entanto —, que o carac­ helenística. É verossím il que o pensam ento
teriza. Contém notadamente vocábulos e jogos de ftloniano se haja espalhado por diversos meios
palavras que não têm equivalente em aramaico e judaicos fora da Palestina — a Diáspora —, sus­
possui um estilo e traços literários que permitem citando um estilo de pesquisas e de vida. João
concluir pela unidade de composição. Muitas coi­ certamente conheceu um ou outro desses círculos.
sas se explicam, sem dúvida, pela origem semítica Mas a visão de conjunto é nitidamente diferente:
deste autor que escreve em grego, ou pela influên­ em João não se trata de uma ascensão do conhe­
cia que teria exercido sobre ele a versão grega do cimento, partindo das ciências e das reflexões f i ­
A T (Septuaginta). É provável que tenha lançado losóficas em direção à contemplação do Ser; o
mão de fontes particulares, notadamente, de uma essencial, para ele, é o conhecimento na fé do
coletânea de narrativas de milagres, a qual, aliás, Filho encarnado. Mesmo quando se utilizam os
tratou com a mesma liberdade com que tratou o mesmos vocábulos, as significações variam: as­
material dos sinóticos. Convém lembrar que o au­ sim, o Logos joanino não aparece como uma cria­
tor depende sobretudo do meio cristão e recorre tura intermediária entre Deus e o universo, mas
ocasionalmente a fórmulas litúrgicas ou fragmen­ como o Filho preexistente, perfeitamente associa­
tos de homílias: assim, a camada mais arcaica do do à ação do Pai.
prólogo parece ser formada de um hino que lembra No começo deste século, o conhecimento das fo r­
os hinos das epístolas do cativeiro de Paulo, ou das mas populares e bastante sincretistas da vida filo­
pastorais; e o discurso sobre o pão da vida é cons­ sófica e religiosa do século I permitiu que outras
truído segundo as regras da homília rabínica. semelhanças na expressão fossem percebidas. Al­
guns concluíram que o quarto evangelho não pas­
O ambiente cultural. Todo pensamento exprime- sava de uma vasta adaptação do cristianismo, ex­
s e por meio de uma linguagem e relaciona-se purgado de suas concepções apocalípticas e judai­
com um ambiente cultural; emprega vocábulos e cas e transformado numa mística individualista.
categorias que refletem as preocupações e con­ b) Influências judaicas. Mas as raízes veterotes-
cepções deste. Se o pensamento é origiiuil, opera tamentárias e judaicas do quarto evangelho não
novas conexões e diz coisas novas por meio de tardariam a ser postas em evidência. Notou s e -
material tomado de empréstimo. A Bíblia não foge Ihe no estilo a presença de numerosas expressões
a essas regras: importa, portanto, procurar as raí­ semíticas, o que deu origem à hipótese de um ori­
zes da linguagem joanina nas diferentes culturas ginal aramaico. Sublinhou-se, por outro lado, a
que coexistiam nas regiões orientais do Império importância das reminiscências do AT. Se João
romano, onde o evangelho fo i composto. cita raramente o A T de maneira explícita e tem
A diversidade dos pontos de contato coligidos suas preocupações voltadas a separar nitidamen­
pelos estudiosos é muito grande. Reconheceram te a antiga economia da nova, ele não deixa de
primeiro a influência do helenismo, depois subli­ usar numerosas fórmulas do AT e, em particular,
nharam cada vez mais as relações com o A T e temas da literatura sapiencial: a água, o alimento
diversos meios judaicos, detectaram mesmo cer­ celeste e o maná, o pastor, a vinha, o Templo. Tudo
tos vínculos com as correntes gnósticas. se passa conui se João tivesse um conhecimento
a) O helenismo. É certo que João, mais do que dos temas e de suas diversas variações, mas qui­
os sinóticos, apresenta afinidades com o pensa­ sesse empregá-los de modo pessoal e original.
Reconheceram-se, por outro lado, numerosos I, escritos tanto num contexto helenístico, mais ou
pontos de contato entre o judaísmo contemporâneo menos marcado por influências orientais, como
e o evangelista (tipos de raciocínio, processos de no contexto cristão. Pode-se pensar que certas
composição e elementos de vocabulário em uso nos tradições gnósticus remontem a épocas um pouco
meios rabínicos). Houve mesmo quem chegasse a anteriores, não se podendo, por conseguinte, ex­
detectar alusões ou influências concretas da litur­ cluir uma interferência no quarto evangelho.
gia judaica. O certo é que João conhece perfeita­ A questão é tanto mais delicada, porquanto as
mente os usos e costumes do judaísmo palestinense fontes são pouco numerosus e reiutivamente tur-
do século I. Mus ele tumbém sube dus profimdus dius. Se nos recusarmos a dar largas à imaginação
diferençus que sepuram este último do cristianis­ e levar em conta, baseados em escritos muito tar­
mo. A ruptura está consumada (cf. 9,22; 12,42), e dios, um vasto sistema gnóstico que envolveu a
João, muito afustudo do legalismo e do ritualismo maior parte dos meios religiosos do século I, é pre­
judaicos, põe em evidência a novidade e transcen­ ciso restringir-nos aos tratudos característicos do
dência do mundo da Encarnação. Corpus hermeticum. Dois deles (I e XIII) propõem
Os documentos de Qumran, descobertos fa z al­ um sistema Ixistante puro: um divino Anthrõpos,
guns decênios, permitiram conhecer um outro meio ou Homem primordial, decaiu e se atolou na maté­
judaico que. da mesma sorte, apresentava afinida­ ria: descrevem-se depois as condições e etapas de
des com o quarto evangelho. De uma parte e de seu retorno para os céus através de esferas malé­
outra, notou-se um dualismo muito acentuado nos ficas controladas pelos planetas. Deus uparece como
domínios religioso e moral, tais como o exprimem Ser misterioso, fonte de Luz e de Vida, e a verda­
as oposições luz-trevas e verdade-mentiru. De am- deira vida consiste pura os homens em alcançá-lo
bos os lados, os udeptos consideram que a sua co­ num conhecimento imediato e beatificante.
munidade inaugura os últimos tempos e se empe­ É difícil estabelecer dependências literárias en­
nham em decifrar o sentido oculto das indicações tre João e esses tratudos (e, no cuso de dependên­
do AT. Cá e lá, atribui-se grunde importância a um cia, qual seria a fonte*?), mas devemos reconhe­
Mestre de Doutrina e se sublinha o papel do Espí­ cer preocupuções e certus formulações comuns.
rito de verdade ou do Paráclito. Formado num meio complexo, em que se encon-
Mus, uo lado desses traços comuns, há, entre as travum e se enfrentuvum muitas tendências, João
duas comunidades, numerosas diferenças: o cli­ pode ter sido estimulado e impelido a pôr mais
ma é outro. João acha-se tão distante da menta- em evidência a relação entre o conhecimento e a
lidude apocapUtica de certos textos de Qumrun vida divinu com a qual os homens podem ser gru-
quanto do legalismo exucerbudo que neles se ob­ tificudos; mus ele reagiu de modo original, pois a
serva. O papel de Jesus difere muito do papel do sua fé na criução de todas as coisas por Deus
Mestre de Justiça ou dos dois Messias da seita. excluía o pessimismo metafísico, e o fato da En­
Por certo, podem-se apontur correspondêncius de carnação do Filho eterno dava à carne e à con­
fórmulus e preocupuções, mus u tendência de con­ dição humana um sentido muito diferente das
junto é radiculmente diferente. especulações gnósticas.
c) O gnosticismo. Finalmente, há dois séculos d) Originalidade de João. Tantos cotejos minu­
que se procura situar o evangelho com relação às ciosos e delicados não permitiram designar, por­
correntes gnósticos. Sube-se que u gnose se apre­ tanto, uma corrente de pensamento cujas opções
sentava geralmente como um ensinamento esoté­ fundamentais João teria adotado. Ele parece ter
rico. que conduzia os seus iniciados, upós certas vivido na confluência das grandes tendências filo ­
purificações, a se abrirem à salvação pelo conhe­ sófico-religiosas do seu tempo, sem dúvida em umu
cimento das grandes verdades religiosas ou pelo das metrópoles onde coexistiam o pensamento gre­
êxtase. Essas doutrinas inspiravam uma verdadei- go e o misticismo oriental e onde o próprio ju ­
ru aversão às realidades materiais ou carnais, daísmo se alteruvu e se ubriu às influências exter­
identificadas com o Mal. Nós conhecemos as ten­ nas. Mas nem por isso se deve minimizar a pro­
dências gnósticas por textos posteriores ao século funda originalidade do seu pensamento. Este <le-

4 . Um a influência de Joâo sobre certas passagens do tratado X I I I é muito verossím il.


riva sobretudo da vida e das palavras das comu­ que ele o fe z com fidelidade. Sobre vários pontos,
nidades cristãs às quais ele pertence. Ele se refe­ ele fornece mesmo elementos originais, cuja histo­
re antes de tudo aos acontecimentos primordiais ricidade pode ser levada em consideração; os da­
e vale-se das numerosas buscas da expressão das dos geográficos e cronológicos, bem como as indi­
primeiras elaborações teológicas cristãs: podemos cações relativas às instituições judaicas e romanas,
encontrar vários pontos de contato com Paulo, tudo demonstra um conhecimento das condições de
em particular com as Epístolas do Cativeiro e os vida da Palestina no começo do século 1, condições
documentos que a tradição relaciona com Éfeso. que deviam desaparecer após a guerra de 66-72 e
João conhece também vários textos litúrgicos. das quais João estava, aliás, mui distanciado. Ele
Entretanto, esse enraizamento no meio cristão teve, portanto, o cuidado de se ater às condições
da época não impediu o evangelista de fazer uma reais da história de Jesus; nós não estamos em
obra profundamente original, longamente amadu­ presença de um conto teológico. O evangelho fala
recida. soberanamente livre com relação às di­ de alguém que viveu, morreu e ressuscitou, e isso
versas correntes que ele encontrou e avaliou. Tudo tudo em um tempo bem determinado (tf. 2,20) e
é refundido, assimilado, em função de uma visão cuja tradição João conhece. O autor se considera,
complexa e, todavia, simples, da realidade e do aliás, ou ao menos era considerado como uma tes­
papel de Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (20J0). temunha (19 J 5 ; 21,24), o que implica a atestação
de fatos ou de verdades de que se possui um conhe­
O quarto evangelho e a h is t ó r ia . A questão da cimento pessoal e a propósito dos quais se toma
historicidade do quarto evangelho fo i aventada a partido. Se é verdade que a mensagem comporta
partir do começo do século XIX. Impressionados essencialmente o fato de que “o Verbo se fe z carne
pelas numerosas particularidades que, segundo já e habitou entre nós", de tal sorte que “nós vimos
vimos, distinguem a obra de João dos sinóticos, a sua glória", compreende-se a importância ímpar
numerosos comentadores se perguntaram se o seu da realidade histórica dos fatos relatados. João
caráter teológico não correspondia a outras preocu­ elucida a significação do que aconteceu a Jesus
pações, alheias à história. Será que o emprego do Cristo e é por isso que o seu livro se apresenta
simbolismo não visa orientar o leitor para um além primeiramente como a relação de uma série de
dos fatos concretos, dos atos e das palavras tais sinais escolhidos entre muitos outros (20,30-31;
como são percebidos à primeira vista? É assim que 21,25). Fazendo isso, aliás, o evangelista se inscre­
nuiitos críticos resolveram a questão, recusando reco­ ve na grande tradição bíblica que se aplica a des­
nhecer o valor documentário do quarto evangelho; crever, etapa por etapa, a relação de Deus com o
eles apenas viam no quarto evangelho uma medita­ seu povo como a narração dos atos de Deus em
ção, ou mesmo, um “teorema teológico” (A. Loisy). meio à história dos homens. Israel sempre admitiu
Mas o exame mais minucioso dos processos de a prioridade do acontecimento sobre o "logos”1.
composição e das intenções dos sinóticos, a reno­ “O pensamento hebraico é um pensamento que se
vação das reflexões sobre o método histórico e exprime em termos de tradições históricas, ele se
um estudo mais sereno dos dados joaninos condu­ move principalmente na combinação prática da
zem os leitores de hoje a abandonar a alternativa interpretação teológica do que fo i transmitido, de
antiga. A solução é mais complexa. tal sorte que a conexão histórica tem sempre a
Convém primeiramente observar que João relata prioridade sobre a reflexão teológica” (von Rad).
muitos fatos que os sinóticos também referem: a Pois não hasta que o evangelista relate futos
atividade de João Batista e o batismo no Jordão, a brutos, é preciso que ele ponha em destaque o seu
purificação do Templo e vários milagres, em par­ significado (cf. 9,1-41) e perceba o seu alcance e
ticular, a multiplicação dos pães (1,19-51; 2,13- profundidade, a fim de que os discípulos possam
21: 6,1-21); há também o conjunto de narrativas progredir no conhecimento e se abrir à vida eter­
da Paixão e da Ressurreição (12-21). Uma compa­ na. Os sinais são relatados "para que creiais que
ra d o dessas passagens permite concluir que João Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
pretende relatar fatos conhecidos da Tradição e crendo, tenhais a vida em seu nome" (20J l ) . João

5. N o judaísm o pós-biblico. de fato. a história pode ser considerada com o o desenrolar de um plano enunciado por uma Palavra.
tem plena consciência de que essa compreensão testemunho ocular, exarado de uma assentada logo
progressiva só pôde ser obtida em função do depois dos acontecimentos. Tudo sugere, ao con­
mistério pascal. Era necessária a passagem do trário, uma longa maturação.
Cristo, pela cruz, para a glória plena, a fim deDeve-se chamar a atenção para o fa to de que a
que se desvendasse o sentido profundo da vida de
obra parece inacabada: certas suturas são canhes-
Jesus e da menor de suas ações. A par dela, fazia-
tras, certos trechos parecem desprovidos de liga­
se necessário o dom do Espírito de verdade, queção com o contexto (3,13-21.31-36; 1,15). Tudo
é fruto da Páscoa <7,39: 16,7; 20,22): o Espírito
leva a imaginar que o autor jamais teve a sensa­
conduz, os crentes ao conhecimento da verdade ção de ter chegado ao término. Poder-se-ia expli­
total, isto é, à compreensão de tudo o que cons­
car assim a relativa desordem das perícopes. É
titui a realidade e a ação de Jesus, o Filho encar­
provável que o evangelho, tal como o possuímos,
nado de Deus (16,5-15). Esta é a reminiscênciatenha sido publicado por discípulos do autor, que
joanina: a recuperação compreensiva da histórialhe acrescentaram o capítulo 21 e, sem dúvida,
de Jesus (2,21-22; 12,16; 14,26; 15,26-27). algumas anotações (assim 4,2 e talvez 4,1; 4,44;
Essa compreensão, em conformidade com uma 7,39b; 11,2: 19,35). Quanto à narrativa da mu­
grande tradição cristã, é obtida através do rela­
lher adúltera (7,53-8,11), todos reconhecem que
cionamento entre os acontecimentos vividos porse trata de um trecho de origem desconhecida,
Jesus e os acontecimentos e palavras proféticas
inserido posteriormente (mas que pertence, no
do AT, que adquirem assim o seu verdadeiro sen­
entanto, à Escritura canônica).
tido (2,17; 537-47; 7,17; 12,1637-41; 19,24.28. Quanto ao autor e à data de composição do quar­
36-37). João compreendeu, mais do que nenhum to evangelho, não se encontra, na própria obra,
outro, a imensa novidade das realidades que senenhuma indicação precisa. Talvez isso seja deli­
manifestam em Jesus, e as exprime em função deberado. A atenção não se deve deter na testemu­
esquemas tipicamente cristãos. nha, mas reportar-se à pessoa daquele que é anun­
Estamos, portanto, em presença de uma atitude
ciado e contemplado (3,29; 1,8; 4,41). Contudo, a
resolutamente histórica, mas que difere muito das
adição de 21,24 nâo hesita em identificar o autor
atitudes ou exigências dos historiadores positivis­
com “o discípulo que Jesus amava”, aquele que
tas, preocupados em relatar exatamente os fatos e
aparece muitas vezes no decurso dos acontecimen­
não em evidenciar o seu significado, situando-os
tos da Páscoa (13,23: 19,26; 20,2). Trata-se, sem
no conjunto da economia da salvação. Autores dúvida, desse “outro discípulo” que vários textos
modernos falariam de história “querigmática” ou
mencionam sem lhe dar um nome (135-39:18,15).
de “história qualitativa”. Os antigos já falavam de
A ixirtir do século II, as tradições eclesiásticas o
“evangelho espiritual" (Clemente de Alexandria).
chamam de Joâo e começam a identificá-lo com
Esta compreensão em profundidade do Cristo e da
um dos filhos de Zebedeu, um dos Doze. Um frag­
sua ação opera-se quase sempre com a ajuda de mento de uma obra de Pápias, bispo de Hierápolis
uma simbolização da sua história. O olhar do dis­
da Frigia, datado de cerca de 140, dá lugar a uma
cípulo descobre gradualmente que o sentido doshesitação: “Eu não hesitarei em fazer figurar entre
fatos ou das palavras tem diversos níveis e queas interpretações as coisas que, algum dia, eu apren­
estes o remetem sempre para além de si mesmos.di muito bem dos antigos, e conservei muito bem na
Daí a importância da noção de “sinal", com um memória, tendo-me certificado da sua verdade...
pendor para a evocação dos sentidos múltiplos de
mesmo que chegasse alguém que tivesse seguido os
um fato ou de uma palavra (3,14-15; 8,28: 1232),
antigos, eu me informava dos ditos dos antigos: o
e finalmente certa ironia fina perante as palavras
que tinham dito André, ou Pedro, ou Filipe, ou
dos adversários, suscetíveis de significar o con­
Tomé, ou Tiago, ou João, ou Mateus, ou qualquer
trário do que eles queriam dizer (7,52; 9,24-27;
outro dos discípulos do Senhor ou o que dizem
11.49; 12,19; 16,30: 19,18-22). Só a experiência
Aristião e João, o Antigo, discípulos do Senhor"
do Espírito permite perceber o alcance do texto.
(Eusébio, Hist. Eccl., III, 393-4). Ele distinguia,
portanto, um João apóstolo, um dos Doze e um
O autor. Todas essas observações levam a con­ outro João, o Antigo, discípulo do Senhor; mas não
cluir que o Evangelho dc João não é um simples se trata de escritos, já que Pápias se interessa so­
bretudo “pela palavra viva e durável". No fim do as diversas correntes de pensamento do mundo ju ­
século //, Irineu é explícito: “Em seguida, João, o daico e do Oriente helenizado se defrontavam: al­
discípulo do Senhor, o mesmo que repousou sobre guns lembram João, o Antigo, de que falava Pápias.
o seu peito, publicou também um evangelho, du­ Outros acreditam poder acrescentar que o autor
rante a sua estada em Éfeso" (káw. Haer. III, 1,1). estava ligado a uma tradição que se prendia ao
Para Irineu, que se diz discípulo de Policarpo, “que apóstolo João: assim se explicaria o lugar proemi­
falava de suas relações com João e os outros dis­ nente atribuído ao “discípulo que Jesus amava"
cípulos do Senhor...” (Eusébio, Hist. eccl. V, 20,6- que parece ter sido identificado com João, filho de
8), trata-se do filho de Zebedeu, um dos Doze. Nessa Zebedeu; curiosamente, este é o único dos princi­
época, não obstante certas hesitações, há uma ten­ pais apóstolos cujo nome jamais é mencionado.
dência muito forte de atribuir a um dos Doze os
escritos considerados canônicos. No que concerne A teologia. Não se trata aqui de fornecer uma
ao quarto evangelho, constatamos um acordo qua­ visão sintética do pensamento teológico de João.
se unânime. Todos os autores (cânon de Muratori, Fiel à grande tradição bíblica, este não pretende
Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano) fa ­ apresentar um sistema, mas uma elucidação dos
lam do papel de João, um dos Doze, como de um acontecimentos da salvação. Ele não cogita em
fato certo: somente um reduzido círculo romano, estabelecer um princípio fundamental em função
agrupado em volta do sacerdote Caius, exprime do qual os outros dados poderiam organizar-se.
hesitações, sem para isso recorrer à tradição. A Toda a atenção se concentra em Cristo: sob a
opinião tradicional fo i posta em dúvida, no princí­ condição de o conhecerem e entrarem em comu­
pio do século XIX, pela crítica que apontou as di­ nhão com ele, os crentes terão acesso à vida eter­
ferenças com relação aos sinóticos e a importância na, descobrindo o Pai. Nós nos limitaremos a
da elaboração teológica. Recusando ao autor a indicar aqui algumas orientações.
qualidade de testemunha ocular, quase sempre ne­ O esquema preexistênciu-encurnução não é por
gavam também à sua obra qualquer valor históri­ certo próprio do quarto evangelho; ele se encon­
co: queriam ver nele o teólogo que compusera, em tra em outros lugares, notadamente no hino de Fl
meados do século II, uma espécie de síntese das 2,6-11 e em Cl 1.15, em geral, porém, opondo a
correntes petrinas e paulinas. Inicialmente surgiu Paixão à Ressurreição. João tem uma visão mais
viva reação nos meios eclesiásticos pois se associa­ ampla e, tudo bem pensado, mais tradicional: ele
va estreitamente a questão da origem joanina à da considera o conjunto da vida de Jesus (sinais e
autoridade do testemunho. Não estavam longe de palavras) e dá uma grande importância ao seu
fazer da atribuição do texto ao apóstolo João em desenrolar no tempo (o tema da "hora"). É atra­
pessoa uma questão atinente à fé. Hoje aprende­ vés dos acontecimentos da vida de Jesus, que
mos a distinguir melhor as questões, e os progres­ culminam com a Páscoa, que se opera a manifes­
sos da reflexão sobre a história e seus métodos tação de Deus no meio do mundo (a “glória"):
permitiram furtar-nos aos antigos dilemas. mas esta revelação não se torna por isso um dado
É de se notar, logo de início, que a publicação de do mundo: ela põe o mundo em questão. Os que
um fragmento do quarto evangelho (18,3133.37- crerem nascerão para uma vida nova; mas o
38), descoberto no Egito e que os melhores conhe­ mundo, enquanto tal, recusará o que não se lhe
cedores datam dos anos de 110-130, impôs aos comensurar, e o evangelho evoca o conflito cujo
estudiosos o retorno a um dado tradicional: a pu­ desfecho será a Paixão e a Ressurreição de Jesus.
blicação do evangelho pelo fim do século I. A loca­ O mundo será julg<uio e condenado na “hora"
lização numa igreja da Ásia helenística (Éfeso) per­ em que pensava triunfar sobre aquele que menos­
manece também muito verossímil. Não é possível prezara radicalmente.
excluir absolutamente a hipótese de uma redação João não descreve a preexistência do Cristo e
pelo apóstolo João em pessoa, mas a maioria dos não relata, por exemplo, um diálogo celeste em
estudiosos não retêm a validez desta eventualidade. que o Filho teria recebido a sua missão; estamos
Alguns se recusam a dar nome ao autor, que des­ longe do mito. E na existência de Jesus que o Pai
crevem como sendo um cristão que escreve em grego se manifesta para os que progridem no conheci­
pelo fim do século I, em uma igreja da Asia onde mento, pela fé e pelo dom do Espírito.
EVANGELHO SEGUNDO JOÃO
1 IVólogo'. 'No inicio11cra o Verbo*'. * Ele não era a luz. mas devia dar
1 e o Verbo eslava voltado para Dcusd, testemunho da luz.
e o Verbo era Deus. ’ O Verbo era a verdadeira luz que, vin­
2Ele estava, no inicio, voltado para do ao mundo, ilumina todo homemk. Uo 2.x
Deus'. 10Ele estava no mundo1e, por ele, o 14.17: 17.25
Sh 9.1;
Pr IU2: •'Tudo foi feito por meio deler; mundo foi feito,
ICor K.6; e sem ele nada se fez do quc foi feito. e o mundo não o conhcceum.
O 1.16-17;
llb 1.2-3: 4Nele estava a vida. 11Ele veio para o quc cra seu. c os
Ap 3.14
3.11; 5.26; e a vida era a luz dos homens". seus não o acolheram".
K.I2
3.19; Uo 2.K;
se a luz brilha nas trevas, 12Mas aos quc o receberam.
ITs 5.4 e as trevas não a compreenderam11. aos que crêcm em seu nome”, ele deu o Gl 3.26:
Ml 3.1;
Mc 1.1;
6Houve* um homem enviado por Deus: poder dc sc tornarem filhos de Deusp.
IJo 5.1?

U I.13.17. seu nome era João. 15Esses não nasceram11do sangue, nem 3.5-6:
Tg 1.18:
76; 3.2 7Ele veio como testemunha, para dar de um querer de carne, nem de um !Jo 5.IK
testemunho da luz. a fim dc que todos querer de homem, mas de Deus.
cressem por ele^ 14E o Verbo se fez carner Rm 13 :
Gl 4.4:
M 2.7;
ITm 3.16:
a . O prologo parece ter sido composto em dois tempos, um 23; Sb 13.1-9). Pode-se também entender que a luz Hb 2.14:
hino uo Cri.sto celebrado com o Verbo divino — hino lembrando escapa às suas tentativas dc conquista-la e julgá- IJo 4.2:
-la. como sugeriu uma tradição grega desde O rí­ Ap 21.3:
as feições da liturgia crisià de Éfeso (cf. C l 1.15: IT m 3.16; H b
Ex 25.X;
1.3-4) — teria sido am plificado pelo evangelista para indicar genes (cf. 7 3 4 ; 8 2 1 . 1 2 3 5 ). Outra tradução: apre­ Dt 4.7:
alguns lemas essenciais da sua obra. enderam. h 60.1-2:
b. Esta expressão, quc repete as primeiras palavras do G êne­ i. L it. Veio a ser {egéneto. cf. v. 3 nota), Ez 37.27
sis. visa nào ao começo do tempo do mundo, mas ao começo j . Trata-se de Joâo Batista (M c 1,4 par.), considerado com o
absoluto. O Verbo existe dc modo supereminente e eterno: isto um profeta, cu jo ensino conserva atualmente iodo o seu valor dc
é assinalado também pelo emprego do imperfeito do verbo ser. testemunho (1.15; 1.19-35; 3 2 3 -3 6 ; 5 3 3 ; 10.41). — Acentua-se
c . O C risio c chamado de o Loxos\ esse termo poderia ser aqui o contraste entre João e o revelador por excelência. Jesus.
traduzido por Palavra. ma.s parece quc é preciso reconhecer aqui k . O Verbo é a luz no sentido mais forte. To do homem, seja
a influência da maneira personalizantc de exprim ir-se usada na qual for a sua imagem ou a sua condição, pode e deve receber dele
literatura sapiencial (P r 8.23-36; Sb 7 2 2 -8 .1 ; Sr 24.1-22) e no as diretivas que o orientarão para a plcnificação de sua vida. O
judaísm o helenístico: enquanto Filho eterno, o C risto é a expres­ texto atual acrescenta que esta luz se encontra donivanie no
são perfeita do Pai (cf. C l 1.15: imagem do Deus invisível: R Cristo , aquele que vem ao mundo (cf. 6.14). Outra tradução pos­
2.6: dc condição divina: H b I 3 : resplendor da glória do Pai). sível, mas pouco provável: todo homem que venha ao mundo.
Pela encarnação, ele se tornara a manifestação suprema de Deus 1 .0 mundo, que para os gregos sign ificava o universo, designa
no seio da humanidade (cf. iJ o 1,2). em Jo geralmente a humanidade, encantda ora com o objeto dc
d . Habitualmente traduz-se junto de Deus. A preposição grega amor de Deus (3 .1 6 ). ora como organizando-se na rejeição de
indica uma orientação rumo a alguém. Distinto do Pai. que éch a- Deus c da revelação (cf. 1231 nota: IJ o 2.16).
mttdo de Deus. o Verbo esta tambem em perfeita comunhão com m . O A T ja' conhecia o falo da rejeição da “sabedoria divina*'
ele. como o evangelista ha de empenhar-se em demonstr.tr (5.17-30). {Br 3.10-14.23.31: Pr 1.2: 4.1; 9.10: 3 0 3 ; Sr 6 2 7 ; 1 828; cf.//e-
e. O A T ja' atribuía a criação do mundo ã palavra de Deus (S l noc 42); aqui. porém, trata-se da rejeição do Verbo encarnado.
33.6.9; 147.15-18; ls 40.26; 4 8 3 ; Sb 9.1.9; cf. G n 1 3 ) ou à n. Provavelmente Israel representando historicamente a huma­
sabedoria divina (P r 8.27-30; Sb 7.12; 8.4: 9,9). To da a ativida­ nidade que é. toda inteira, o bem do Criador.
de criadora é obra do Pai c do Filho (cf. IC o r 8.6). o. A fé no nome do Filho consiste em reconhecer e invocar
f. O termo egéneto, “ foi feito, fez-se", como em G n 1 3 . e x ­ com confiança o poder da pessoa do Filho . O nome manifesta a
prime m uilo bem a criação de todas as coisas a nihiio (cf. 17.24); pessoa (cf. 2 2 3 ; 3.18: I Jo 3 2 3 : 5,13); a fé é adesão ao C risto
a própria matéria sendo criada. nào haverá nenhum vestígio de que é reconhecido com o F ilh o de Deus e como revelador.
dualism o m etafísico e todo gnoslicism o fica excluído. p. Tornar-se filho de Deus (3 3 -7 : 11.52: 1Jo 3.1-2.10; 5 2 .4 .18 )
g . O Verbo é a fonte de tudo o quc pode induzir os homens im plica uma capjicidade quc vem de Deus.
a viver plenamente a sua existência, a vida física e u vida que q . Certas versões latinas e siríacas e algumas citações putrísticas
se plcnifica no encontro com Deus. Simultaneamente, ele é a luz Icem o verbo no singular; tratar-se-ia então, quer do nascimento
que indica aos homens o verdadeiro cam inho quc c preciso se­ eterno do Verbo, quer da concepção virginal. O conjunto dos
guir (8.12). manuscritos gregos sustenta nitidamente o plural.
h . Compreenderam', c f. 1.10-13; E f 3.18; Fl 3.12-13; At 1034: r . O Verbo começou a existir na condição humana: este acon­
4.13. O s homens nào compreenderam a primeira munifestação tecimento constitui o momento decisivo da história da salvação,
do Verbo, a qual se operou na criação (cf. IC o r 12 1 : Rm 1.19- os cristãos dão testemunho disto. A palavra carne designa em Jo
e habitou5 entre nós' guntaram: “Quem és tu? És Elias?” Ele
e nós vimos a sua glória"; respondeu: “Eu não sou Elias”. — “És mJ- 9.i3:
glória essa que. Filho ünico cheio de tu o Profeta?" Ele respondeu: “Nãoc". mijzw*
graça e de verdade', ele tem da “ Disseram-lhe então: “Quem és tu?... ^ I4:
parte do Pai. para que levemos uma reposta aos que At 3.22:
15João da' testemunho dele e proclama: nos enviaram! Que dizes de ti mesmo?" ^
1.27.30: "Eis aquele do qual eu disse: depois de "Ele afirmou: “Eu sou a voz daquele que mi 3.3p
Mt 3.11: mim vem um homem que me prece­
Mc 1.7
clama no deserto: 'Aplanai o caminho
deu. porque antes de mim ele era''”. do Senhor’, como disse o profeta lsaiasr”.
3,34; 14De sua plenitude'.com efeito, todos nós “ Ora, os que tinham sido enviados eram 9.16
Cl 2.9 10
recebemos, e graça sobre graça». fariseus*. “ Eles continuaram a interrogá-
E i 31.18:
34.6; 17Se a lei foi dada por Moise's, a graça e -lo, dizendo: “Se tu não és o Cristo, nem Mt 16.14:
21.25:
Rm 6.14: a verdade vieram por Jesus Cristo. Elias, nem o Profeta, por que batizas?" Mc 11.30:
10.4: Jo 7.19
5.37: 6.46: '* Ninguém jamais viu a Deus1; Deus Fi­ “ João lhes respondeu: “Quanto a mim, U 20.4
14.9:
ITm 1.17: lho unico", que está no seio do Pai, eu batizo na água. No meio de vós está j^7.j6||
6.16:
Mo 4.12:
no-lo reveloub. aquele que vós não conheceis; i7ele vem u0 5.6:
Mt 11.27: depois de mim e eu nem sou digno de
U 10.22
O testemunho dc João (Mt 3,1-12; Mc desatar a correia da sua sandália”. “ Isso At 13.25
Ml 3 .1-6: 1,2-8: Lc 3,15-17). ”E eis o testemunho se passava em Betânia, além do JordãoV 10.40:
Mc 1.2-6: Mt 3.6.13
Lc 3.3-6. de João, quando, de Jerusale'm. os judeus' onde João batizava.
15-16: lhe enviaram sacerdotes e levitasd para o 1.36; 1936:
Jo 5.33 Gn 2 2 .13:
interrogarem: “Quem e's tu?" “ Ele fez O Cordeiro de Deus. MNo dia seguinte, ls 53.4-7:
3.28; uma declaração sem restrição; declarou: vendo Jesus vir ,
a ele, disse: "Eis o cor- Jr 11.19:
Ai « 3 2 :
At 13.25
“Eu não sou o Cristo” . JIE eles lhe per­ deiro de Deus1que tiraJo pecado do mun- ic o r 5.7:
IPd J.1X-19:
----------------------------------------------------------------------------------- 2.24:
& totalidade do homem afetada pela fraqueza que vai dar nu a . C f. 13*23. Certos mss. lêem: a Deus Filho úni­ Ap 5,6.9.12
morte. O texto supõe talvez uma reação contra as doutrinas co, outros: o Filho único. Ml K.17:
IJo 3.5:
docetas que reduziam a Encarnação a uma aparência ( I J o 4.2). b. O Filho unico que participa, sem lim ite, da vida Jo 4.42
s. Lit. ele estabeleceu a sua tetkla: alusão provável ao Tem plo ( I . do Pai. podia, só ele. conduzir os homens ao conhe­
51; 2.20; 4.23-24; E x 25J8; Nm 3 5 3 4 ). lugar da Prcsençadivina e cimento e à vida. Jesus será. por tudo o que é. pelo que faz e
da manifestação da Glória (E x 4034-35: IR s 8.10-13; Is 6.1-4). pelo que d iz . o revelador e a expressão de Deus.
I. Trata-se dos homens em geral ( 1.5.9-13) e mais precisamente c . E m Jo . o termo os judeus designa por vezes, sem outra
dos discípulos ou dos cristãos que fazem a experiência descrita. especificação, os membros do povo de Israel (3.25; 4.9.22 etc.):
u . No A T a palavra glória designa aquilo que manifesta Deus mas na maioria dos casos ele os considera com o representantes
aos homens: trata-se ora de uma espécie dc resplendor luminoso, do mundo engajado em um processo de incompreensão e. final­
que emana do que é santo, ora de acontecimentos através dos mente. de hostilidade para com o enviado de Deus: neste senti­
quais o poder de Deus se manifesta. Jo descreverá as diversas do. ele caracteriza particularmente as autoridades constituídas
atividades dc Jesus que manifestavam a sua glória (2 .1 1 ). c (2,18; 5 ,1 0 -1 8 .7 ,1.1 3 ; 9.22 etc.).
particularmente o acontecimento pascal (1 3 J l ; 17,2-5; 12*23.28). d . Vai-se logo ao testemunho essencial; esse testemunho é
como também a unidade dos discípulos (17.22-23). dado perante os representantes das autoridades supremas e situa
v. O título de Filh o ünico sublinha o caráter absolutamente o papel e a pessoa de Jesus com relação a Joào Batista.
singular da filiação do C risto . Essa assegura ao F ilh o a partici­ e. Segundo M l 3 2 3 ; Sr 48.10-11 e outros, o profeta Elias
pação sem reserva na graça e na verdade; esta ultima expressão devia voltar para uma ultima exortação penitencial, às vésperas
vem dc E x 34.6. caracterizando a bondade de D eus. que concede do ju ízo final (cf. Mt 11.14; 17.10). A espera de um profeta dos
os seus dons com uma indefectível generosidade. últimos tempos estava difundida em diversos meios c talvez se
w. O testemunho do Batista conserva um valor permanente: apoiasse em D l 18.15 (cf. 6,14; A t 3.22).
ele sublinha que Jesus, que historicamente veio após ele. o supera f. C f. Is 4 0 3 .
radicalmente por sua origem e missão divinas. g . Outra tradução possível: A delegação incluía fariseus.
x . O conhecimento do Verbo encarnado conduz a comunidade h. Não se trata da aldeia dc Lázaro, próxim a de Jerusalém
dos que abraçaram a fé a participar sempre mais da plenitude (11.1.18). mas de um povoado situado à margem esquerda do
dos bens espirituais que está nele. e nele só. Jordão, cu ja localização é incerta.
y. A expressão não evoca a sucessão de um favor a outro (A T , L O texto evoca a morte expiatória de Jesus, amalgamando duas
depois N T ; C risto , depois Espírito), mas a capacidade constan­ imagens tradicionais; por um lado. a do Servo sofredor (Is 5 2.13-
temente ampliada de acolher o dom de Deus. 53,12) que assume os pecados da multidão e que, inocente, se ofe­
z. O homem é radicalmente incapaz de chegar por si mesmo rece com o cordeiro; por outro a do cordeiro pascal, símbolo da
ao conhecimento direto de Deus (Dt 4,12; S ) 97.2). Ele só pode redenção de Israel (E x 12,1-28); cf. 19.14.36; IC o r 5.7; A p 5,6.12.
aspirar a isso (14.8). j . O verbo grego significa lewniar e. a partir dai', carregar, tomar
do‘ . “Dele é que eu disse: ‘Após mim próprio irmão Simão, antes de qualquer
1.15: 8.58 vem um homem que me precedeu, por­ outro, e lhe disse: “Nós achamos o Mes­
que antes de mim ele e r^ V E u mesmo sias!" — o que significa o Cristo". 42Ele
1.26 não o conhecia, mas foi em vista da sua o conduziu a Jesus. Fixando nele o olhar,
manifestação a Israel que cu vim batizar Jcsus disse: “Tu és Simão, filho de João; 21.15-17;
Mi 10.2:
na água”. ,2E João deu o seu testemunho, serás chamado Cefas” — que quer dizer 16.16-18:
Is I I .2: dizendo: “Eu vi o Espírito, como uma Pedrop. Mc 3.16:
61.1: Lc 6 .14
Ml 3.16: pomba, descer do ce'u e permanecer sobre "No dia seguinte, Jesus resolveu ir para
Mc 1.10: ele".MEu não o conhecia, mas aquele que a Galiléia. Ele encontra Filipe e lhe diz:
Lc 3.22
me mandou batizar na a'gua foi quem me “Segue-me". '“Ora, Filipe era de Betsai- IRs 19.19;
Ml 9.9
disse: ‘Aquele sobre o qual vires o Espi­ daq,a cidade de André e dc Pedro. 45Ele 12.21
rito descer e permanecer sobre ele, é ele vai ter com Natanaelr e lhe diz: “Aquele Dl 18.18:
Is 7.14;
que batiza no Espirito Santo’. ME eu vi e de quem está escrito na lei de Moisés e 9.6: 53.2:
Ml 3.17: atesto que ele e' o Filho de Deus"." nos profetas, nós o encontramos: é Jc­ Jr 23.5:
Lc 23.35: Ez 34.23:
Is 42.1
sus, o filho de José de Nazaré”. “ "De Jo 5.39:
Al 26.22
Os p r im e i r o s d i s c í p u lo s . 35No dia se­ Nazaré, lhe disse Natanael, será que pode 7.41.52
guinte. João se achava de novo no mes­ sair alguma coisa boa?" Filipe lhe disse:
mo lugar com dois dos seus discípulos. “Vem e vê'".47Jesus olhou para Natanael
•“ Fixando o olhar em Jesus que cami­ que vinha a ele e disse a seu respeito:
nhava, ele disse: “Eis o cordeiro de “Eis um verdadeiro israelita no qual não Sl 32.2;
73.1:
Deus”. ,7Os dois discípulos escutaram há fingimento”. ^ ‘De onde me conhe­ Cn 25.27:
esta palavra e seguiram Jesus. -“ Então ces?", disse-lhe Natanael; e Jesus lhe 32.29:
Sf 3.13
m i 9 .2 2 p Jesus sc voltou c vendo que eles se ti­ respondeu: “Antes mesmo que Filipe te
nham posto a segui-lo, disse-lhes: “Que chamasse, quando estavas sob a figueira1,
procurais?" Eles responderam: “Rabi — eu te vi”. "Natanael respondeu: "Rabi,
6.69: 11.27:
que significa Mestre —. onde moras?" tu és o Filho dc Deus, tu és o rei de 2Sm 7,14;

wElc lhes disse: “Vinde e vereis”. Eles Israel”. “Jesus lhe respondeu: “Porque Sl 2.7:
Ml 14,33:
foram, pois, viram onde morava e per­ te disse que te vira sob a figueira, tu crês. 16.16:
Mc 1.11;
maneceram junto dele naquele dia. Era Verás coisas muito maiores”. SIE ele 3.11:
mais ou menos a décima hora. acrescentou: “Em verdade, em verdade, Lc 3.22: 4.41;
Al 13.33:
Ml 4.18-20: ■
“ André, irmão dc Simão Pedro, era um eu vos digo, vereis o céu aberto e os Sf 3.15:
Mc 1.16-18; Ml 27.42:
Lc 5.1-11
desses dois, que tinham escutado João e anjos de Deus subindo e descendo sobre Mc 15.32
seguido Jesus. 4lEle foi ter com o seu o Filho do Homem"”. Gn 28,10-17:
Al 7.56;
Jo 12.28

sobre si. ou lr\xir, tirar, fazur ilesujxirecer. É neste ultimo sentido


q. Betsaida Júlias ficava ao norte do lago dc Tiberíades (cf.
M c 8.22-26: Mt 11.21).
que Jo o emprega habitualmente (cf. 2.16; 5.8-12; 10,18; U o 3.5).
k . Esta formula no singular visa ao conjunto dos pecados do r . Certas tradições o identificam com o apóstolo Bartolomeu.
mundo em toda a sua extensão c com todas as suas im plicações. mas suo infundadas (cf. 21.2).
I . C f . 1.15.27. s. Natanael . que se aplicava, ao que parece, ao estudo das
m . C f. Mt 3.16 nota. Peculiar de Jo é o permanecer. Escrituras, demonstra um certo ceticism o a respeito das indica­
n . Um mss. gr. e algum as versões lêem: o eleito ou o filho ções fornecidas. O conhecimento de Jesus e da sua missão nas­
eleito. cera do encontro com ele e da escuta da sua palavra.
o. Jo. sem düvida. dirigia-se a leitores de língua grega. À s t. A lu sã o prova'vel à vid a co nsagrada ao estudo das E s c r i­
vezes, contudo, usa termos hebraicos ou aram aicos (cf. 19.17: turas: a expressão é bem co nh ecida na literatura rab ín ica, na
20.16). traduzindo-os (cf. 138.41.42). Provavelmente quer su­ qual a figu eira é com parada à arvore da ciê n cia do bem c do
blinhar. destarte, que a Palavra dc Deus sc encarnou ( 1.14) num m al.
determinado momento da história, na Palestina, na realidade dos u. Com o nos sinóticos. o C risto dc João traz o título de Filho
homens. Cristo traduz Messias. i.é.. o que recebeu a unção; na do Homem. M as a visào escatologica evocada por D n 7,9-15 e
tradição judaica (cf. 4.25). este título designava o novo D avid prometida por Jesus no decurso do processo diante do Sinédrio
esperado para o fim dos tempos. (M c 14.62; Mt 26.64) é inaugurada desde agora. Em função da
p . Jesus conhece misteriosamente todos os que dele sc apro­ presença de Jesus na lerra. os céus estão abertos (ls 63,19; M c
ximam (1.48; 2.24-25: 4,16-19). E le anuncia o nome novo que 1.10; L c 2.9*13) e a com unicação com Deus. que o sonho de
sera' imposto a Simão: este nome de Pedro (em aram.: Cefas) Jacó anunciava (G n 28.17). torna-se realidade permanente para
indica uma nova vocação (cf. para Abraão. G n 17.5). os que abraçam a fé.
n O primeiro sinal. 'Ora. no terceiro sua glória, e seus discípulos creram nele.
446. 2| 2 dia'.houve nüpcias em Caná da Gali­ l2Depois disso, ele desceu a Cafamaum mi 4.13
léia. e a mãe de Jesus estava lá. 2Jesus com sua mãe, seus irmãos*e seus discí­
tambe'm foi convidado às núpcias, como pulos; mas só ficaram lá poucos dias.
tambe'm os seus discípulos. 3Como fal­
tasse vinho, a mãe de Jesus lhe disse: A purificação do Templo (Mt 21,12-17;
“Eles não têm vinho". 4Mas Jesus lhe res- Mc 11,15-17; Lc 19,45-46). IJA Páscoa
19.26:7.30: pondeu: “Que queres de mim, mulher"? dos judeus estava próxima, e Jesus subiu 2.23; 6.4;
11.55; 12.1;
Mc U 4: A minha hora ainda não chegou*". 5Sua a Jerusalém. l4No Templo, encontrou os Mt 2 1.12ss.:
mãe disse aos que serviam: “Fazei tudo vendedores de bois, de ovelhas e de Mc II. 15.17;
On 41.55 Lc 19.45-46
o que ele vos disser”. ‘Havia Ia' seis ta- pombas, como também os cambistas que
mc 7.3-4: lhas de pedra destinadas às purificações ali se haviam instalado11. l5Então. tendo
io3'25 dos judeus; elas continham cada uma feito um chicote com cordas, expulsou-
duas ou três medidas’.7Jesus disse a eles: os a todos do Templo, c as ovelhas e os
“Enchei de a'gua essas talhas”; e eles en- bois; espalhou o dinheiro dos cambistas,
cheram-nas até a borda. "Jesus lhes dis­ derrubou suas mesas; “e disse aos ven­ Zc 14,21:
se: “Agora tirai um pouco e levai ao mor­ dedores dc pombas: "Tirai tudo isso da­
domo” . Eles a levaram 9e ele provou a qui e não façais da casa de meu Pai uma
a'gua convertida em vinho — ele não sa­ casa de negócios”. l7Os seus discípulos
bia de onde aquilo vinha, ao contrario dos lembraram-se do que está escrito: "O ze­
que serviam e que tiraram a a'gua —; por lo da tua casa me devorará?". ‘"Mas os
isso ele sc dirigiu ao recém-casado loe judeus, tomando a palavra, disseram-lhe:
lhe disse: "Todo mundo oferece primei­ "Quc sinal nos mostras, para agir dessa 3.2: 4.4X;
630:20.29:
ro o bom vinho e, quando os convivas já maneirad?"1''Jesus lhes respondeu: “Des­ Mt 16.1
estão alegres, faz servir o menos bom. truí este templo, e em três dias cu o reer­ Ml 26.61:
27.40:
Mas tu guardaste o bom vinho até ago- guerei'". “ Então os judeus lhe disseram: Mc I4.5K:
4.54:12.37: ra!” "Tal foi, em Caná da Galiléia, o iní- “Foram necessários quarenta c seis anosr 15.29:
is k.‘2j': cio dos sinais'de Jesus. Ele manifestou a para construir este templo e tu o reergue- Al 6.14
Jo 1.14.50: __________________________________________________
11 40* 12 41
v. O terceiro dia: três dias após a promessa feita a inauguração dos tempos messiânicos (M t 12.38; 16.1-4: M c 8 .1 I-
Natanael e sete dias após a cena de Betânia (o testemunho de 12; L c I I .16.29); por contraste, designavam os milagres com pa­
Joâo: 1.28): o evangelho inicia-se portanto, bem com o o Gêne­ lavras com o dvnúmeis (atos de poder). Jo . retomando uma con­
sis. com uma semana: esta. ao se'timo dia. vai desembocar na cepção do A T (ls 6 6.19). considera os milagres com o gestos sim­
primeira manifestação da gloria de Jesus (2 ,1 1). bólicos quc devem indicar que em Jesus se realiza o acontecimen­
w. L it. Que há \xira ti e para mim? Em certos contextos isso to escatológico; convidam a todos a perceber a filiação divina de
pode significar: Por que te intrometes? A ssim M c l 2 4 . A e x­ Jesus. A transformação da água cm vinho acontecida em Caná
pressão era corrente tanto nos meios judaicos com o na língua sim boliza provavelmente a passagem da A ntiga à Nova Aliança.
grega. E la indica certa diferença de planos entre os interlocuto­ a. C f . Mt 12.46 nota.
res. Efetivamente, a ação de Jesus vai situar-se num nível quc b. Trata-se dos animais destinados aos sacrifícios e das moe­
ultrapassa m uitíssimo o nível que M aria devia normalmente ter das autorizadas para as ofertas, tudo isso sinais de uma econo­
em vista. O uso da palavra mulher não im plica nenhum matiz mia doravante ultrapassada.
pejorativo (19.26). ele se conform a sobretudo aos costumes c . O s discípulos esclarecem a significação ao evocar o S l 69.10
helênicos (ver tambem 4.21; 8,10; 20.13.15). (gr.); a Igreja primitiva percebeu o caráter messiânico desse gesto
x. A palavra hora designa geralmente o momento da manifes­ e vê aqui um anuncio da Paixão (com o sugerem claramente o
tação da glória divina de Jesus; trata-se o mais das vezes da hora verbo posto no futuro e o contexto geral do evangelho).
da cruz. enquanto marca a passagem para a glória (12.23.27; d . A o s olhos dos judeus, a autoridade que Jesus se arroga nos
13,1; 17.1; 7 ,3 0 ; 8,20). Pode tratar-se também do momento fi­ assuntos do Tem pio devia ser provada através de um ato prodi­
xado pelo Pai para a manifesUtção antecipada da glória através gioso (cf. M c 8 ,I I ; Mt 1238: 16.1; L c 1 1.16.29-30; IC o r 122).
dos sinais. Jesus se distancia, portanto, da sua mãe (cf. L c 2,49) e. Jesus anuncia um sinal que se situa num plano totalmente
e da a entender que o milagre que vai manifestar a sua glória diferente do dos seus interlocutores. A fórmula dos sinóticos
(2 .1 1) sc realiza cm função da vontade dc seu Pai. Outra tradu­ (M c 14.58; 1529; Mt 26,61; 27.40) c remanejada em função do
ção gramaticalmente possível: Acaso a minha hora não chegou? sim bolism o indicado mais adiante: são os judeus que abatem o
y. Cerca de 4 0 litros por medida; trata-se, pois. de uma quan­ Te m plo, e Jesus tem a capacidade de o reerguer num curto es­
tidade considerável. paço de tempo.
z . O s evangelhos sinóticos tinham reservado o uso da palavra f. A reforma d o Tem plo por Herodes começara em 20-19 a.C.
sinal (sêméion) aos grandes pródigos que deviam caracterizar a (F lá v io Josefo. Ant. X V . 380); o evangelista situa a atividade de
trcs dias?” 21Mas ele falava do templo do dc novom.ninguc'm pode ver o Reino dc Ml IK-5:
_ „ , ,, .. „ U 17.21:
icor 6.19 seu corpo*. 22Por isso. depois que Jesus foi Deus" . Nicodemos lhe disse: “Como um ipj u.v.
ressuscitado dentre os mortos, os seus homem poderia nascer, sendo velho? Po- IJ° ■
S |;
, ■ , , Tg I.I7-IK
12 . 16: discípulos lembraram-se de que ele falara deria ele entrar uma segunda vez no seio
14.26.5.39 a s s j ITli e creram na Escritura, bem como dc sua mãe e nascer?" 5Jcsus lhe respon­
na palavra que ele havia ditoh. deu: “ Em verdade, em verdade eu te digo:
ninguém . a não ser que nasça da áeua” e i-j 36.25-27:
. u , D ■ , Mi I9.2X:
A fc não basta. ^'Enquanto Jesus per­ do Espirito, pode entrar no Reino de Rm 6.4 :
manecia em Jerusalc'm. durante a Festa Deus. ‘0 que nasceu da carne é carnc. e ^
da Pa'scoa, muitos creram cm seu nome o que nasceu do Espírito é cspíritop. 7Nâo u:
ip j
4 .4 5 :7 .3 1 :....................................... , .
H.47 -4K a v is,a dos sin ais que ele operava*. " J e - te adm ires por eu ter dito: ‘Necessa'rio ™ ul
6.15 sus não sc fiav a nelcsJ . porque o s conhe- vos é nascer do alto’. "O vento sopra onde
I.42.47: cia a todos*, “ e não tinha a menor ncces- quer, e tu ouves a sua voz. mas nâo sa- icor is.
16-10 sidade de que lhe dessem testem unho a bes nem de onde vem, nem para onde 4450
respeito do homem, pois ele sabia o que vai11. Assim acontccc com todo aquele que
ha' no homem. nasceu do Espírito". ^Nicodemos lhe dis- Jo 14.17
se: "C om o é que isso pode acontecer?"
q A conversa com Nicodemos. 'Ora. '“Jesus lhe respondeu: “Tu c's mestre em
havia, entre os fariseus, um homem Israel e não tens o conhecimento dessas
7.48.50-52: chamado Nicodemos. um dos nota'veis coisasr? "E m verdade, em verdade eu te «-3ft
,. - «r , J . , Rm 2.2IV2I
judeus1. 2Ele veio. de noite, ter com Jesus digo: nos falamos do que sabem os, nos w , 5. 19:
e lhe disse: "Rabi, sabemos que tu e's um testem unhamos o que vimos e. no entan-
mi 22 . 16: mestre que vem da parte dc D eus, pois to. vós não recebeis o nosso testemunho. 12.49 ;

m io íh n' nSucm pode operar os sinais que tu ,2Se vós não credes quando cu vos falo ic» 2.14
fazes, se Deus não estiver com ele” . 'Je­ das coisas da terra, como creríeis se eu 6 .60 -62 :
sus lhe respondeu: “Em verdade, em vos falasse das coisas do ce'u'? '-'E. no p, m u.
D i 3<I.I2:
verdade eu te digo: a menos que nasça entanto, ninguém subiu ao céu senão 19:
Ef 4.9

Jesus em 27*28: nessa ci:il;i a construção nâo estava terminada, chama de viJa e de vida eterna. O tema do segundo nascimento
mas o essencial estava construído. aparece igualmente em T t 3-5; IP d 1.23: IJ o 2.29; 3.9; 4,7: 5.1.
g . A humanidade de Jcsus e' o lugar da presença e da m anifes­ o. A menção à água. aludindo ao batismo, talvez evoque a
tação de Deus no meio dos homens: Jcsus é. portanto, o verda­ entrada de novos fiéis na comunidade dos discípulos.
deiro Templo e, doravante, o cu llo estará ligado a ele (1.14: p . A carne ( sar.x) representa aqui a natureza humana com as
1.51; 4.20-24). suas possibilidades e os seus lim ites, c mais amplamente a ex is­
h. É em função da Ressurreição de Jesus e do dom do Espírito tência terrestre, sem nenhum mati/ pejorativo (cf. 1.14): o espi -
que os discípulos compreendem plenamente os acontecimentos rito (pneumo) designa a potência divina que condiciona a ex is­
e as palavras da vida terrestre de Jesus (12.16: 14.26: 15.26). tência cristã e as possibilidades que ela im plica.
i. C om o os evangelhos sinóticos. Jo traz sumários mencionan­ q . O s antigos muitas vezes compararam o caráter misterioso
do sinais que ele nào descreve (cf. 12.37: 2 0 3 0 ). M as à diferen­ do vento e o da ação divina (E c l 11-5: Pr 30.4: Sr 16.21); a
ça de Mt. M c e L c . que — exceto a Paixão — situam a atividade comparação era tanto mais fácil porquanto a mesma palavra
de Jesus essencialmente na G a lilé ia. Jo localiza sua obra princi­ pneitmu designava tanto o vento como o espírito.
palmente em Jerusalém. r . O homem entregue a si mesmo nào chega ao conhecimento
j . Ocorre aqui o verbo crer. mas com regência diferente da das coisas do Espirito: a própria ciência de Israel não o consegue
que se registra no v. 23. donde a tradução por fiar-se em. plenamente. A palavra de Jesus, que é o único a ter a experiên­
k . C f . 1.42 nota. Há várias maneiras de compreender este v.: I) cia imediata das realidades divinas (6.63; 1.18). é necessária, e
Jesus nào se fia na fe' dessa gente, porque o entusiasmo diante de esta palavra deve ser acolhida na fé.
um milagreiro ainda nào é u fe' na PaJavra encarnada: 2) não se fia s . Será que se trata de um plural m ajestálico. ou icmos aqui o
neles porque sabe que a fé é uma caminhada e nào um ponto final. eco da linguagem com a qual os discíp ulos atestavam a im por­
I. Membro do Sinédrio. ele tomará discretamente a defesa de tância de sua experiência? Pode ser lida também com o a co n fis­
Jesus (7.48-52: 12.42): participará do seu sepultamento (19.34). são. o testemunho dos discípulos, que assumem por sua conta e
m . A palavra grega ánõthen pode sign ificar Jo começo, Je fazem o uvir por sua vez a proclam ação de Jesus <cf. 4.22).
novo ou J o alto; no diálogo de N icodem os. Jo faz um jo go de t. Este v. é passível de diversas interpretações: I ) há graus na
palavras com estes dois últimos sentidos. revelação: até agora Jesus falou de coisas •‘terrenas ', as que se
n . A noção judaica do Reino Je Deus . tão freqüente nos evan­ dão aqui embaixo (o nascimento das pessoas à vida segundo o E s ­
gelhos sinóticos. im plica cm Jo um modo de existência radical­ pírito). mas Nicodem os precisa ainda abrir-se ao m istério da fi­
mente novo. que só se pode receber do alto. de Deus. É o que Jo liação divina de Jesus (3.13) e da sua exaliaçào na cruz (3.14-15):
aq uele que desceu do ce'u, o F ilh o do Salim. onde as águas são abundantesd.O
H om em 0. ME assim com o M o isés levan- povo vinha e se fazia batizar. “ João. com
Nm 21 .K-9-. tou a serpente' no deserto , é preciso quc efeito, ainda não tinha sido lançado à Mt 14.3:
o F ilh o do H om em seja levan tad o", l5a prisão. “ O ra, aconteceu que uma discus- u ' 3,20
12.32.34: fim d e que todo aq uele qu e crê tenha são a respeito da purificação opôs um
" ,-32 nele a vid a eterna. “ D eu s, com efeito. judeu' a alguns discípulos de João. “ Eles lc 7 ,m:
On 22 . 16 : am ou tanto o mundo que deu o seu Fi- vieram ter com João' e lhe disseram : j0 1219
Ih o .o seu ú nico, para que todo hom em “Rabi, aquele que estava contigo além
Mi 21,37; que nele crê não pereça, m as tenha a vida do Jordão, aquele sobre quem deste tes­
ijo 4.9-K) eterna ” p 0 js D eus en viou o seu Filh o tem unho, eis que se põe tam bém a bati­
5.22 S 30 mun(^° n^ ° Para j u lga r ° m undo, mas zar e todos vão ter com ele” . 27João lhes
h. 15-16: para que o m undo seja sa lv o por ele. deu esta resposta: “Um homem não pode 19.11;
2Coí75r5|9 l8Q ucm cr® ne*e não é ju lg a d o ; quem não atribuir-se nada além do que lhe é dado Hb 5 .4:
3.3«: 5,24: crê ja' esta' ju lgad o *, porque não creu no do céu. “ Vós mesmos sois testemunhas Tg 1.17
nom e’ do F ilh o único de D eu s. '9E o ju l- de quc eu disse: Eu não sou o Cristo; i.is- 27 :
U .9 II: gam ento é este: a luz veio ao m undo, e sou aquele que foi enviado diante dele.
«.12:12.4* o s hom ens preferiram a escu rid ão à luz, 29Aquele que tem a esposa é o esposo*; mc u
porque as suas obras eram m ás'. “ C o m quanto ao amigo do esposo11, mantém-se mi 9.i5:
Er 5.13-. e fe ito , todo aq uele que fa z o m al o deia a ao pé dele, e o escuta1,e a voz do esposo Mc 2J9
jó 24.13-17 |uz com r e c e j0 (jc q UC a s suas 0 b ras
o enche de alegria. Tal é a minha ale­
sejam d e sm a sc a ra d a s* .21 A q u ele que age gria, ela é perfeita. " É preciso que ele
77) 4.6 gr.-, segundo a verdade*1 vem à luz para que cresça e eu diminua. 2Sm 3-‘
mi j u ' i6 suas ° ^ ras s e jam m an ifestad as, j á que
tinham sido realizad as em D e u s'” . Aquele que vem do alto. ^ “Aquele que 8 .23:
vem do alto está acima de tudo. Aquele IJ° 45
João e Jesus. “ D ep ois d isso , Je su s foi que é da terra é terrestre e fala de modo
com o s seus discípulos à região da Jud éia; terrestre*. Aquele que vem do céuk t e s t e ­
3 .2t: 4.1-2 ali, e le fic a v a com eles e batizava. “ Jo ã o , munha do que viu e do que ouviu, e nin- 3.11
mi 3.6 por seu lado, batizava em E n o n . perto dc guém recebe o seu testemunho. "A quele
2) as coisas da lerra designam o testemunho de Jesus encarnado crer na revelação dada em Jesus e a pôr cm prática esta fé.
ou dos discípulos, ao passo que as coisas do ceu apontam o c . To do aquele que faz o bem já está numa certa comunhão
testemunho de Jesus elevado na glória e do Espírito Santo (3,13). com D eus e tende para o pleno encontro que se opera em seu
u. M uitos mss. não-alexandrinos. versões e Santos Padres Filh o (17.6-9).
acrescentam: que está no ceu. d . Jo utiliza aqui uma informação desconhecida dos sinóticos:
v. Alusão à serpente de bronze, erguida por M oisés no deser­ a localização deste local permanece incerta.
to; os doentes qu c olhavam para ela com fé ficavam curados: cf. e. V ário s mss. lêem: judeus.
Nm 21.4-9: Sb 16.6-10. f. Jo aiude com freqüência a João Batista (cf. 1,6-9.15.19-
w. Jesus sera' levantado na cruz. que se tomara o lugar e o 34,35; 5 3 5 ; 10.41). Faz dele a testemunha da filiação divina de
sinal da sua exaltação na glória: cf. 8.28-30; 12.32-34; 18.32. Jo Jesus. T a is textos, sem duvida, ecoam a controvérsia com os
parece comprazer-se no emprego de expressões quc podem ser discípulos de João. que neste viam o M essias (cf. A t 19.1-7). Jo
entendidas em vários sentidos. é discretamente polêmico: não João. mas Jesus é o Enviado dc
x. J á está julgado: para o judaísm o e numerosos textos neo- Deus; Joâo é apenas a testemunha.
testamentários. o ju ízo final deve v ir no fim da história. Para Jo. g. No A T Israel é às vezes considerado como a esposa do
ao contrário, o julgamento se dá quando o homem se encontra Senhor (O s 2.21; E z 16,8; Is 62.4-5). N o N T , a Igreja é a esposa
na presença de Jesus (e especialmente, de sua cruz: 16.11) e do C risto (2 C o r 1 1.2; E f 5,25-31. A p 21,2; 22.17). João reco­
todavia recusa a revelação (cf. 3,19-21). nhece que Jesus é o chefe do povo dos últimos tempos.
y . C f . 1.12 nota. h. A tradição judaica confiava um certo papel organizador aos
i . Um a divisão se opera entre os homens (cf. 9 3 9 -4 1 : 1237- amigos do esfwso por ocasião das nüpcias.
50) em função do acolhimento ou da rejeição. i. João se mantém na atitude do servo; escutar im plica atenção
a . A revelação desmascara quem faz o mal. T a l “expor à luz” e obediência.
constitui por si mesmo a condenação daquele que recusa Deus. j . Esta passagem completa o desenvolvimento de 3.1-21. para além
b. L it .faz a verdade, fraseologia tipicamente judaica assumida do testemunho do Batista. A terra representa a esfera do criado com
por Jo. Para os judeus, tal verdade manifesta-se na L e i (cf. 7.17). as suas capacidades e os seus limites; contrapõe-sc ao ceu. isto é, a
Para Jo .fazer a verdade sign ifica cumprir a vontade de Deus. tal Deus. de cuja condição o seu enviado. Jesus, participa plenamente.
como foi possível percebê-la (cf. 18 3 7 ). o que dispõe alguém a k . Vários mss. acrescentam: que está acima de tudo.
7,2X; que recebe o seu testemunho ratifica1que mim. uma mulher sam aritana?" Os ju ­
lio 5.10 2, , ,
D eus c v erídico. C om e feito , aquele deus, com efeito, não querem ter nada
i-i.32: q u e D eus enviou*" d iz as p alav ras de cm comum com os sam aritanos1. "'Jesus
i(,27 : D eus, que o E spírito lhe da' sem medida". lhe respondeu: "Se conhcccsses o dom 4.26:
Pa ' ama 0 Filho e entregou tudo em dc Deus, e quem é aquele que te diz: 7-J7-^ -
5.20; io.Í7; sua m ãoVv'A quele que crê no Filho tem a "Da'-me de beber’, tu c que lhe pedirias 6.56:
15.9 . . . .
j.iô-in: V|ua eterna; aquele que se recusa a crer no e ele te daria a'gua viva"” . “ A mulher &
IJ.vii53 7 - n“° vera” a v'^a - maí> a cólera de disse: "Senhor', tu não tens sequer um
Rm 2.8; Deus permanece sobre elep". balde, e o poço é profundo; de onde ti­
El 2.3
ras. então, essa a'gua viva? l2Serias maior
do que o nosso pai Jacó. que nos deu o 6.31-32:
4 A
'Quando Jesus soube que os fariseus poço do qual ele mesmo bebeu, como
tinham ouvido dizer que ele fazia mais também seus filhos e os seus animais?" 41-42
3,22: mi 3.6 discípulos e batizava mais gente do que ,JJesus lhe respondeu: “Todo aquele que
João 2— na verdade. Jcsus mesmo não bebe desta a'gua ainda tera' sede; IJmas Jr 2.13
icor i.i7 batizava, mas os seus discípulos — , -'ele aquele que beber da a'gua que eu lhe darei ^
deixou a Judeia e foi para a Galiléia. '‘Ora, nunca mais tera' sede; pelo contrário, a 1^ 44.3:’
u y.52-55: era preciso que atravessasse a Samaria*1. água que eu lhe darei sc tom ará nele uma 4VI0: 1
17-11 5Foi assim que ele chegou a uma cidade fonte que jorrará para a vida eterna”” .
Gn 33.19: j a Samaria chamada Sicar, não longe da I5A mulher lhe disse: "Senhor, dá-me essa 6.34
js 24.32 ,crra por Jacó a seu filho José, ftla água, para que cu não tenha mais sede e
4.12 mesmo onde se acha a fonte dc Jacór. não precise mais vir aqui tirar água". “Je­
Mc 4.38 Cansado da viagem. Jesus estava assim sus lhe disse: “ Vai. chama o teu marido
sentado junto à fonte. Era mais ou me­ e volta aqui". I7A mulher lhe respondeu:
nos a sexta hora'. 7Chega uma mulher "Eu não tenho marido". '"Jesus lhe dis­
da Samaria para tirar água; Jesus lhe se: “Tu dizes bem: ‘Não tenho m arido';
19.28 disse: "Da'-me de beber". "Os seus discí- tiveste cinco', e o que tens agora nâo é
4 3 i- 6 5 - Pul°s - com efeito, tinham ido à cidade teu marido. Nisso disseste a verdade".
Mc 6J7 para comprar o que comer. vMas esta mu- "•"Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que mi i6 .u :
10*2907 ; lher. esta sam aritana. lhe disse: “Como? tu és um profeta'. ’“Os nossos pais ado- ^ 1 *40-
Tu. um judeu, tu me pedes dc beber a raram so b re esta m o n ta n h a ', e vós 9.17
III. 10.44
I. L il. confirma com um sinete. oposição implacável entre os dois grupos. Um judeu religioso
m . C om o em todo o quarto evangelho, o Enviado por excelên­ devia evitar todo contato com os impuros e a fortiori abster-se
cia é Jesus, o Filho ünico; Jo usa com frequência este termo para de pedir-lhes alimento (cf. Sr 5 0 2 5 -2 6 ; l.c 9_S2: 1033; Mt 10.5).
designar Jesus (cf. 5.19-30; 9.7). u. A oposição entre as águas estagnadas (ou m onas) e as
n. Poder-se-ia tambe'm compreender que o enviado da' o E sp í­ águas correntes (ou vivas) era clássica (Jr 2.13). C o m o no diá­
rito em abundância aos que abr.içam a fe'. logo com Nicodem os. Jesus dá-se a conhecer, de modo parado­
0 . Outra tradução possível; ele pôs tudo em sua mão. xal. mediante uma seqüência de mal-entendidos que ele parece
p. A fe'. que c' adesão confiante à pessou do Pilho, é a unica provocar no seu interlocutor.
condição para receber a vida eterna; ao contrario, a recusa a crer v. Este termo parece ser. aqui. mera forma de tratamento (cf.
deixa o homem sem proteção em face da cólera dc Deus; nisto 4.11.19.49; 20.15).
consiste seu julgamento. w . Nessa região próxim a do deserto, a água é o sím bolo dc
q . Jesus podia voltar à G alilé ia sem passar pela Sam aria (su­ todos os valores de vida (Is 1 2 3; Jr 2.13; 17.13). em particular
bindo o vale do Jordão). Mas Jo faz questão de situar aqui um da sabedoria ( Br 3.12; Sr 15,3; 2 4 3 0 -3 1 ). da lei ou do Espírito
episódio importante da vida de Jesus, seja porque sua com uni­ (ls 4 4 3 . J l 3.1). Jo pensa aqui no dom do Espírito que dá a vida
dade tinha contatos estreitos com o ambiente samaritano. seja. eterna (cf. 7 3 8 -3 9 ).
m ais provavelm ente, porque o encontro com a sam aritana x. A lgu n s querem ver uma alusão aos cin co deuses dos
prefigura a missão da Igreja junto aos não-judeus (cf. 4.27-38; samaritanos. dc que fala 2 R s 17.29-41.
12.20-24). y . Constatando que Jesus conhece os segredos da sua vida. a
r . Trata-se dc uma fonte que jorra no fundo de um poço pro­ mulher o saüda como um homem de Deus e o convida a escla­
fundo. recer a questão decisiva do verdadeiro cuito (cf. 1.42 nola).
s. Isto e' meio-dia. a hora da luz plena. z . O saniuário do monte Gurizim. que dom inava a antiga
1. O cism a samaritano. nascido de uma reação contra o Sique'm. tinha sido destruído por João H ircano. em 129 a .C . Era
rigorism o da reforma judaica do p ó s-Exíiio . tinha resultado numa o lugar de cuito da religião samaritana.
Dt 11.29: afirmais que c em Jerusale'm que sc en­ a vontade daquele que me enviou e reali­
,12.5-14
Js 8.33: contra o lugar onde se deve adorar." ^Je ­ zar a sua obra. }5Vós mesmos não dizeis:
Sl 122.1-5 Ml 9.37-38;
sus lhe disse: "A credita-m e. ó mulher, ‘Daqui a quatro meses, vira' a messe’? Ora, U 10.2:
vem a hora em que nem sobre esta mon­ eu vos digo: levantai os olhos e olhai; ja' Al 8.25:
Ap 14.15
Al 6.14 tanha, nem em Jerusale'm adorareis o Pai. os campos estão brancos para a messe'! Sl 126.5-6:
2Rs 17, 22Vos adorais o que não conheceis; nós •"‘Já o ceifeiro recebe o seu sala'rio e ajun- Is 9,2
27-33:
Is 2.3:
adoramos o que conhecem os, pois a sal­ ta fruto para a vida eterna, de tal modo
Km 9.3-4; vação vem dos judeus. “ Mas vem a hora, que aquele que semeia e aquele que co­
11,18
e e' agora, na qual os verdadeiros adora­ lhe se alegram juntos. ,7Pois nisto é ver­
2.21: 5.25: dores adorarão o Pai em e sp írito e dadeiro o provc'rbio: ‘Um e' o que se­
Ef 2.18:
Uo 5.6
verdade*: tais são. com efeito, os adora­ meia, outro, o que colhe. wEu vos enviei Mq 6,15:
ICor 3.6
d o res qu e o Pai p ro c u ra . 24D eu s é para colher o que não vos custou nenhum
2Cf»3.l7: espíritob,e por isso os que o adoram de­ trabalho; outros trabalharam e vós cn- Al 8.14-17
Rm 12.1:
Fl J J vem adorar em espírito c verdade". MA trastes no que lhes custou tanto trabalho1".
Dl 18. mulher lhe disse: “Eu sei que um Messias wMuitos samaritanos daquela cidadc ti­
18.22;
Jo 1.41: deve vir — aquele que chamam Cristo. nham acreditado nele por causa da pala­
14.26 Quando ele vier, anunciar-nos-á todas as vra da mulher que afirmava: “ Ele mc dis­
9.37: coisas". “ Jesus lhe disse: “Sou eu, eu que se tudo o que eu fiz". “ Assim, quando
Mc 14.61-62
estou falando a ti'". n Nisso, os discípulos chegaram junto dele, os sam aritanos lhe Lc 9.52:
Ml 8.34:
chegaram. Eles ficaram estupefatos ao pediram que ficasse entre eles. E ele fi­ Al 10.48:
verem Jesus falar com uma mulher; mas cou Ia' dois dias. 4lBcm mais numerosos 18.20
ningue'm lhe disse: "Q ue procuras?” ou ainda foram os quc creram por causa da
“Por que lhe falasd?" “ A mulher, então, própria palavra de Jesus: 42e eles diziam Al 8.8
largando o cântaro foi à cidade e disse à mulher: "N ão é somente por causa dos
ao povo: ” " Vinde ver um homem que teus dizeres que nós cremos; nós mes­
7.26: me disse tudo o quc eu fiz. Não seria ele mos o ouvimos*e sabemos que ele e' ver­ 3.17;
Ml 12.23 Uo 4.14
o Cristo?" •'"Eles saíram da cidadc e fo­ dadeiramente o Salvador do mundoh".
ram ter com ele. -“ Enquanto isso, os dis­
cípulos insistiam com ele: “ R abi.com c!” O segundo sinal de C a n á ( M t 8 ,5 - 1 3 ;
32Mas ele lhes disse: "Eu tenho para co­ '“ Dois dias mais tarde, Jesus
L c 7 ,1 -1 0 ) .
mer um alimento que vós não conheceis". deixou aquela região c foi para a Galiléia.
■'•'Nisso os discípulos disseram entre si: "D e fato, Jesus mesmo tinha afirmado
“Algue'm lhe teria dado dc comer?” MJe- que um profeta não e' honrado em sua Ml 13,57:
1.1: 5.30; Mc 6,4;
6,38-40:
sus lhes disse: “O meu alimento c fazer própria patria*. 4SEntretanto. quando ele U 4.24
17.4; 19.30
a . O dom do Espírito permite conhecer e adorar a Deus como tempo quc ainda antecede a ceifa; mas a ceifa escatológica co­
Pai: tal é o culto em verdade quc vai caracterizar os tempos meçou e ela deve abranger todas as regiões do mundo (4.42). Os
cscttoló gicos que começam: a partir deste momento, qualquer samaritanos que se aproximam constituem as suas primícias (cf.
outro culto, notadamente aquele celebrado no Tem plo de Jeru­ M l 9 3 7 -3 8 ; L c 10.2).
salém. acha-se ultrapassado e fora de uso (cf. A t 7,47-48). f. O s discípulos serão os ceifeiros dos ültimos tempos: eles
b . Não se trata tanto de sublinhar o caníter imateriai de Deus. recolhem o que custou trabalhos e sofrimentos ao quc semeia:
quanto dc afirmar que ele é a fonte dos dons espirituais quc alusão aos antigos profetas e sobretudo a Jesus.
transcendem toda maneira de ser das coisas criadas. g . O testemunho da muihcr. com o mais tarde o dos apóstolos,
c. Para além da declaração m essiânica, a resposta poderia ter só conduz à fé porque é ocasião dc encontro com a palavra e a
um tk a n c e teológico mais vasto: Jesus aplica a si a fórmula da pessoa dc Jesus mesmo.
revelação de Deus a Moisés: Eu sou (E x 3.14-15. O s 1.9: cf. h . O título de salvador era por vezes atribuído ao Senhor no
6,20; 8.24.28,58; 13.19). A T (ls 19.20: 43.3). mas por vezes também ao imperador no
d . Nào se trata somente dos usos que se opunham à conversa mundo helenístico. O s escritores do N T o aplicam geralmente a
de um homem com uma mulher desconhecida: os discípulos se Jesus (M t 1.21; L c 1,47; 2.11: A t 5.31: 13.23: F l 3.20): Jo é o
espantam sobretudo com o fato de Jesus ter transmitido a Pala­ unico a empregar a fórmula Sutvador do mundo ( l Jo 4,14). quc
vra a uma mulher que. além de mulher, era também samarítana; sublinha a universalidade da salvação: inserida no término desta
eles nào compreenderam quc Jesus procura o que o Pai procura narração, ela destaca o seu alcance sim bólico.
(cf. 4.23). i. Passagem obscura: pode-se ver nela uma alusão ao acolhimen­
e. Olhando para os cam pos, pode-se avaliar com certeza o to cético de Nazaré (cf. M c 6.1-6; Mt 13.54-58: L c 4.16-30):
chegou à G aliléia. os galileus lhe fize­ uma festa judaica0. Jesus subiu a Jerusa­
ram boa acolhida: tambe'm eles tinham lém. KJra, existe em Jerusalém , perto da
ido a Jerusale'm para a festa, c tinham po­ porta das Ovelhas, uma piscina que sc 9.7:
Nc 3.1.32
dido ver tudo o que Jesus fizera1. chama em hebraico Betzata'p. Ela tem
2.1-11: "Jesus volta, pois, a Caná da Galiléia cinco pórticos, 'debaixo dos quais jazia
Mt X.5-13;
U 7.1-10
onde mudara a a'gua cm vinho. Havia Ia' uma multidão dc doentes, cegos, coxos,
um oficial régio, cujo filho estava doen­ paralíticos [...4]‘l. 5Havia la' um homem
te em Cafarnaumk. 47Tendo ouvido dizer enfermor fazia já trinta e oito anos. ‘Je­ Lc 8.29
que Jesus chegava à Galiléia, vindo da sus o viu deitado e, sendo informado de
Judéia, veio ter com ele c rogava-lhe que quc ele estava nesse estado já desde muito
descesse1para curar o seu filho quc esta­ tem po, disse-lhe: “Queres ficar curado?”
va morrendo. "Jesus lhe disse: “Se não 70 enfermo lhe respondeu: “Senhor*, cu
Ml 12.3K; virdes sinais e prodígios nunca crercis1” !" não tenho ninguém para mergulhar-me
16,1-4:
Mc 8.11.12: 4,0 oficial lhe disse: “Senhor, desce, an­ na piscina no m om ento cm que a água
U- 11.29-32:
Sl, X.X; tes que meu filho morra!" ^Jesus lhe começa a se agitar; e. no tempo quc levo
ICor 1.22 disse: "V ai, teu filho vive". Aquele ho­ para chegar lá. o u tro desce antes de
Mt «.10-13:
Mc 7.29: mem acreditou na palavra que Jesus lhe mim” . "Jesus lhe disse: “ Levanta-te, toma Mt 9,6:
IRs 17.23 Mc 2.11:
dissera e sc pôs a caminho. 5lEnquanto a tua maca e anda". 9E imediatamente o Lc 5.24
descia, os seus servos vieram-lhe ao en­ homem ficou curado; tomou a maca e
contro c disseram: "O teu filho vive!" andava.
52Ele lhes perguntou em que hora tinha Ora, aquele dia era um dia de sábado. 9.14:
Lc 13.14
melhorado, c lhe responderam: “Foi on­ l0Por isso os judeus disseram ao que
tem. na sétima hora. que a febre o dei­ acabava de ser curado: “É sábado, não te Jr 17.21-27:
Ex 20.X;
xou” . “ O pai constatou que nessa mes­ é permitido carregar a tua maca1” . "M as Mt I2.I-B
ma hora Jesus lhe dissera: "O teu filho ele replicou: “ Aquele que me restituiu a
vive” . Desde este momento crcu. tanto saúde me disse: ‘Toma a tua maca e an­
Al 11.14: ele como todos os da sua casa".54Tal foi d a ’.” l2Eles o interrogaram: "Quem é esse
16.14-15.31
o segundo sinal que Jesus realizou ao homem quc te disse: ‘Toma a tua maca
2.11 voltar da Judéia para a Galiléia. e anda” -? ‘‘Mas aquele que fora curado
não sabia quem era, pois Jesus se afasta­ Mt X.IX;
13.36:
_ C u ra d c uni paralítico em Je ru sa - ra da multidão quc se achava nesse lu­ Mc 4.36:
** lém. 'D epois disso c por ocasião de gar. l4Mais tarde. Jesus tomou a encontrá- 7.17:
Jo 6.2-3.15

mas Jo não relata esse falo. Seria entâo preciso considerar que Certos mss. falam da fe sta . isto é. da Páscoa. A s transições entrc
Jo encara Jerusalém como a verdadeira pátria de Jesus? S c o 4.54 et 5.1 e entrc 5,47 e 6.1 são abruptas; vários exegetas su­
oficiai é pagão, ele poderia sim bolizar o acesso dos gentios dos gerem que o cap. 5 originalmente estivesse entrc os caps. 6 e 7
estrangeiros, ou seja. dos não-judeus à vida. em contraste com ou entre 7.14 c 7,15 (sendo, neste caso. 7,15-24 uma conclusão
a falta de fé dos galileus (cf. 1.19 nota; 4.1*3). adequada de 5.19-47); a festa de 5,1 seria então a Páscoa men­
j . L il. visto tudo o que ele fizera em Jerusalém durante a festa, cionada cm 6,4.
pois eles tambem tinham ido ü festa. p. H ctzatd ou Bezíita, nome de um bairro dc Jerusalém , situa­
k . Tr.ita*se de uma personagem relacionada à pessoa do rei do a nordeste do Templo; escavações recentes descobriram ruí­
Herodes Antipas. Na Iradição aqui relatada, vários traços lem ­ nas da piscina, não. porém , dos cinco pórticos. Houve nesse
bram o episódio do centurião (M t 8.5-13; L c 7.1*10). lugar um santuário consagrado a Serápis. deus curandeiro.
I. A cidadc situa-se à beira do lago. que esta encaixado numa q. O fim do v. 3 {que esperavam a agitação da água) e o v.
profunda depressão; é preciso, portanto, descer um largo trecho 4 (pois cm dados momentos o anjo do Senhor descia à piscina:
p a rj chegar lá. a água se agitava e o primeiro que la' entrava, depois que a
m . C f . 2.24 nota. A fé quc se lim ita a postular m ilagres é água borbulhava. ficava curado, fosse qual fosse a sua doença)
insuficiente; somente a fé sem reticências em Jesus e em sua faltam em um numero importante de mss.. inclusive nos mais
palavra conduz à vida. Note-se em toda a narração a ligação antigos. É uma anotação que prepara a narração quc vem depois.
entre a fé e a vida, com o tambem a antítese morte-vida: Jesus, r . A narração lembra cm vários pormenores o relato da cura
fonte dc água viva (4.4-26). faz passar da morte para a vida os do paralítico de M c 2.1-12 par.
que nele crêem (cf. 5.19-30). s. C f . 4.11 nota.
n. Lit. a sua casa. t. Entre as prescrições relativas ao repouso do sábado, a M ishná
o. Trata-se de uma festa importante, mas d ifíc il de determinar. especifica que é proibido transportar fardos (Shabbat 1 2 ).
-lo no T em plo e lhe disse: “E stás bem de que o enviou. ME m verdade, em verda­
mi 9.2; saúde: não peques m ais, para ev itar que de, eu vos d ig o , aquele que ouve a m i­ 3.11.15-16:
8.51: 10.27:
Al 3,8 te aconteça coisa ainda pior"!" I50 ho- nha palavra e crê nA quele que m e e n ­ 12.44;
9,i i m em foi c o n tar aos ju d e u s que Je su s éviou tem a vida etern a; ele não vem a 18.37:
IJo 3.14
que o curara. “ A partir dc e n tã o , o s ju - ju íz o , m as passou d a m orte para a vida*.
Mt 12.14 deus puseram -sc a hostilizar Jc su s, que “ E m verdade, em verdade, eu vos digo,
fizera aquilo num d ia de sábado. l7M as vem a hora — e é agora — em que os
5.28:
Jesus lhes respondeu: “O m eu Pai ate' m ortosb o uvirão a voz d o F ilho de D eus 11.25-26.43:
Mc 5.41:
a g o ra e stá tra b a lh a n d o , e eu tam bc'm e o s q u e a tiverem ouv id o v iverão. “ P or­ Lc 7.14:
estou trabalhando’". ‘"Desde esse m om en­ que assim co m o o Pai possui a vida em 8.54
1.4: 3J5:
to, o s ju d eu s procuravam ainda m ais dar- si m esm o, assim tam be'm deu ao Filho 6.53.57
7.1.19.25: -ihe a m orte, pois ele nâo som ente vio­ possuir a vida em si m esm o; ” ele lhe
10.33; 11.53:
lava o sábado, m as ainda cham ava a D eus deu o p o d e r de e x e rc e r o ju lg a m e n to Dn 7.10-14
Mt I O :
26.4; de seu próprio Pai, fazendo-sc igual a porque e' o Filho d o H om cm c. a N ão vos
Mc 14.1
D eus". adm ireis m ais com tudo isso! V em a hora
em que todos os que ja z e m nos túm ulos 11.43-44:
Lc 14.14:
O p o d e r d o F ilh o . ‘Mesus retom ou a ouvirão a sua voz, Me os que tiverem feito Ap 20.13;
ITs 4.16
palavra e lhes disse: “ Em verdade, em o bem . deles sairão para a ressurreição Dn 12.2:
5.30: 8.28 verdade, eu vos dig o , o Filho não pode que conduz à vida; o s que tiverem prati­ Ml 16.27:
25.46:
fazer nada por si m esm o, m as som ente o cado o m al, para a ressu rreição q u e c o n ­ Al 24.15
que vê o Pai fazer; pois o que o Pai faz, du z ao ju lg a m en to 11. “ Eu não posso fazer 4.34: 5.19;
6.38:
o Filho o faz ig u alm en te'. “ E que o Pai nada por m im m esm o: cu ju lg o segundo Lc 22.42
3.35: 10.17; am a o Filho e lhe m ostra tudo o que faz; o q u e o uço, e o m eu ju lg a m en to é ju sto ,
14.12: 15.9:
17,23-24 ele lhe m ostrará obras m aiores a in d a, de porque eu não procuro a m inha vontad»
Dl 7,10-13: m odo que ficareis adm irados’ . JIC om efei­ m as a vontade daquele q u e m c enviou.
32.39:
ISm 2.6; to, assim com o o Pai reergue o s m ortos
2R\ 5.7;
Rm 4.17: e os faz viver, o F ilh o tam bem faz viver O s te s te m u n h o s. 5l"S e eu d esse testem u- 8.13-14
Ef 2.5; quem ele quer*. “ O Pai não ju lg a nin- nho de m im m esm o, o m eu testem unho
lo 11.25
3.17: 5.27: guém , ele confiou todo ju lg am en to ao não seria aceitável; Mé um o u tro que dá 1.15.34:
9.39; 12.47: 3.26; 5.36:
Al 10.42: F ilho, u a fim d e que todos honrem o F i­ testem unho de m im , c cu sei q u e o te s­ 8.18: 10,25:
17.31 lho com o honram o Pai. A quele que não tem unho que presta de m im é conform e 15.26:
Fl 2.10-11: IJo 5.6-9
Lc 10.16: honra o F ilho tam be'm não honra o Pai à v erdade'. MV ós e n v iastes um a delega-
IJo 2.23
u. O texto não afirma uma ligação entre o pecado e a doença z . A tradição judaica afirm ava que D eus vivo tem o poder de
(cf. 9.3: 11.4). mus sugere que a ação dc Jesus não sc lim ila à dar a vida; as palavras quem ele quer sublinham a gratuidade da
cura física. O miraculado deve doravante viver em função do eleição.
dom que recebeu. a. Aqueles que têm fé no Pai, que os interpela por Jesus,
v. O s rabinos palestinenses distinguiam a atividade criadora participam da vida divina, e o julgam ento escatológico não lhes
de Deus. que terminou no sétimo dia (G n 2.2). da atividade concerne mais (cf. 3.18).
ininterrupta do soberano Ju iz. que conduz o mundo dos homens b. Em todo este trecho, com o cm 11J25-26. Jo jo g a sim bolica­
rumo à sua plenificação. Jcsus situa a sua açào no nível c com o mente com o termo “ morte**. O s “ mortos** designam também —
que no seio da ação constante do Pai. c sobretudo — os que vivem separados de Deus. mortos com o
w . A afirmação de Jesus im plica o fato da sua condição divina sào diante da PaJavra que os poderia fazer reviver (cf. 112 6 nota).
e. por conseguinte, também o da sua filiação divina no sentido c . O Filho do Homem das profecias escatológicas da apocalíp­
próprio da palavra; ela vai suscitar a controvérsia e os desenvol­ tica judaica exerce as funções de ju iz supremo (cf. D n 7.13;
vimentos dos vv. 19-30. M as vislum bra-se também a perspecti­ Henoc 4927: c f 1.51).
va da morte de Jesus. d . Trata-se nos vv. 28-29 da ressurreição no ultimo dia (cf.
x. 0 filho não age cm momento algum de modo independente Dn 12,1-3); embora situe desde o presente o essencial da ressur­
(8.28; 7.16-18; 12.49; 14.10; 7.28; 8.42; 5 3 0 ). com o tampouco reição. que é a participação na vida. na comunhão do Deus vivo.
o Pai reserva para si determinadas ações: o agir de um está Jo mantém a perspectiva de uma ressurreição plenamente reali­
comprometido totalmente com o agir do outro. A atividade de zada no último dia.
Jesus é. portanto, a manifestação perfeita da atividade do Pai. e. Segundo as normas ju ríd icas com uns, os interlocutores têm
y. A s obras do ministério terrestre de Jesus serão sobrepujadas o direito de ex ig ir testemunhos que venham confirm ar as afir­
por aquelas que estão ligadas à sua elevação e glorificação: o mações inauditas dc Jesus. M as no caso. só um testemunho de
ju lg a m e n to e o d o m d a v id a e te rn a (cf.5 .2 i-3 0 : 14.12-14; 1520). Deus poderia finalmente ratificá-las (8.13-14).
1.19-27; ç ã o a Jo ã o e cie deu teste m u n h o da P ai, e vós vos recusais a m e receber. Se
Ml 11.7-11
verdade'. MQ uanto a m im . não e' quc eu outro viesse em seu próprio nom e, a este Mi 24.5.24
tenha de receb er o testem unho de um vós rcceberíeisn! 4JC om o poderieis crer,
IJo 5.9 hom em , m as falo assim , a fim dc que vós quc vos g lorificais uns aos outros e 12.43;
Rm 2.29:
I.X; sejais salvos. " J o ã o foi a lâm pada quc se não procurais a glória quc vem de D eus ICor 4.5
Sl 132.16-17
acende e brilha*; c vós quisestes alegrar- som cnte"?45N ão penseis que seja eu quem
-vos por um m om ento à sua luzh. MO ra. vos acusará perante o Pai: o vosso acu ­ Dl 31,26-27

eu possuo um testem unho que é m aior sad o r será M oise's, no qual pondes as
U o 5.9: do quc o de João: são as o b ras que o v o ssa s e s p e ra n ç a s 1*. “ C o m e f e ito , se
Mi 9.6:
Jo 2.11: 3.2: m eu Pai m e deu para fazer, cu as faço e crcsseis cm M oisés, creríeis em m im , pois Dt 1H.I5:
9.16.33: Mt 8,10:
são elas que prestam testem unho a m eu é a m eu respeito que ele escreveu. 47Se U 24.27:
IO.25.3S
respeito dc que o Pai me enviou. 370 Pai, não acreditais no que ele escreveu, com o Ai 3.22:
7.37
quc me e n v io u , deu ele próprio testem u ­ crereis no que eu d igo?” U 16,27-31
6,44-45: nho a m eu re s p e ito . M as vós nunca
K.IK:
escutastes a sua voz, nem vistes o q u e o J e s u s a lim e n ta u m a g ra n d e m u lti­
Ml 3,17:
Dl 4.12 m anifestava1, -“ e a sua palavra não per­ 6 d ã o (Mt 14,13-21; A1c 6,30-44; Lc
Mt 14.13-21:
6.29: K.37:
m anece cm vós, pois não credes naquele 9,10-17). ‘D epois d isso, Jesus passou para 15.32-39;
Mc 6*32-44:
Uo 2.14 que ele en v io u 1. -wV ós perserutais as E s­ a outra m argem d o m ar da G alitéia, tam - H.I-10;
Lc 24.27.44: crituras porque pensais a dquirir por elas be'm cham ado m ar d e Tiberíades*1. 2Um a Lc 9.10-17:
2Rs 4.42-44
Ai 13,27:
a vida ete rn a k, e sâo exatam ente elas que grande m ultidão o seguia, porque tinham Ml 4.25:
IPd 1.10-11:
K.l: 12.15:
Ap 19.10 dão testem unho a m eu respeito1; “ m as vós visto os sinais que ele operava nos e n ­ 19,2: 20.29:
não quereis vir a m im para terdes a vida ferm os. -'Por isso, Jesus subiu à m onta­ Mc 5.24;
Lc 9 ,1 1
12.43: eterna. 4IA glória que vem dos hom ens, nha e a í se assentou com os seus dis­ Mt 5.1:
ITs 2.6 24.3:
cu não tenho de recebc-la. 42Alia's, cu vos c ípulos. 4E ra pouco antes da Pa'scoa, que Mc 3.13:
conheço, vós não tendes em vós o am or e' a festa dos ju d e u sr. 5O ra, tendo levan­ Lc 22.39
U o 2.15:
Lc 22.1:
3.17 de D eusm. " E u vim em nom e do meu tad o os o lh o s, Je su s viu um a gran d e Jo 2.13:
11.55

f. O testemunho do Batista só pode ter um valor relativo aos tambem sâo desprovidos de um verxJadeiro amor para com ele
olhos de Jesus. Mesmo assim , Jesus o evoca, porque os judeus (cf. 14.21.23). Jesus conhece os corações <2.25: 3.19-21). Outra
o haviam acolhido (1.19-34; 3.22-30} até certo ponto. C f. 3,26 tradução possível: mas eu reconheci que vos nao tendes o amor
nota. de Deus em vos.
g . A fórmula lembra Sr 4 S . I . n. O s que falam cm seu proprío nome pertencem a este mundo
h. O testemunho de Joào não foi recebido como convinha, ja' e falam a sua linguagem (7.6.17-18); o mundo ama aquilo que
que ele devia normalmente conduzir a Je.sus; na realid;ide os se conforma com ele. onde percebe o reflexo de si mesmo (15,19).
ouvintes ativeram-se à emoção de um momento. Trata-se, sem dúvida, dos falsos profetas (10.8), mas não é
i. O s sinais e as ações de Jesus são conjuntamente açâo do Pai: im possível que Jo tenha pensado em Satanás (cf. 8.41-44). É
por conseguinte os que recusam as declarações e as aspirações mais provável, porém, que esteja expressando uma regra geral.
m essiânicas de Jesus manifestam ruptura com Deus. Pois nin­ o. A raiz profunda da incredulidade esta' situada na procura da
guém que nâo venha de Deus pode fazer os sinais realizados por glória pessoal e na aceitação do mundo onde ela se conquista e
Jesus (3.2; 9.16.31). O s judeus deveriam reconhecer a filiação se reparte. A fé. pelo contrario, supõe que a pessoa se ordene
divina de Jesus (cf. 5.19-20; 10.25-38; 14.10-12; 15.24) sem reservas para Deus c dele só espere a glória, com o Jesus
j . A s manifestações divinas anteriores (com o a teofania do mesmo o fez (7,18; 8,50-54; I2 Z 3 .2 8 .4 3 ; 13.31-32; 17.1: IC o r
Sinai: 37b; E x I9 .l6 s .) e a permanência da palavra dc Deus 1.29.31; 3 2 1 : 4.7).
(38a; E x 19.5) nâo foram recebidas como convinha; prova disso p. Moises era considerado mediador e protetor dos israelitas
é o fato de os judeus nào reconhecerem em Jesus a açâo de diante dc Deus. Jesus o apresenta com o acusador deles, porque
Deus. não compreenderam o verdadeiro sentido da lei. que era de orien­
k . A.\ Escrituras sào a fonte da verdadeira vida (cf. Dt 4.1; tar para a revelação suprema em Jesus (1.17: 6.32; 7.22-23;
8.1.3; 30.15-20; S l 119); o lema é freqüente nos meios r.ibínicos. 9.28-29).
onde havia um constante empenho em explorar as Escrituras. q . A m ultiplicação dos pães e dos peixes ocupa um lugar
I. Lid as ã lu/ da encarnação e da exaltação de Jesus, as E sc ri­ central com o nos sinóticos (M c 6.35-44; 8.1-9; Mt 14.13-21;
turas relatam os acontecimentos e as palavras por meio dos quais 1 532-38; L c 9.10-17; ver também 2Rs 4,42-44); ela marca o
D eus preparava o advento do seu Pilho que tra/. a plenitude da ápice e o termo da atividade de Jesus na G a lilé ia. o momento da
vida (cf. 1.45; 2 22; 4.20*24; 5.47; 12.41; 19.28) Jesus não c ri­ opção decisiva entre a fé e a recusa.
tica os judeus por escrutar as Escrituras, mas por nâo reconhecer r . A maneira sistemática de Jo situar os gestos significativos
que elas testemunham a seu favor. dc Jesus quando das festas judaicas (Páscoa: 2.13.23; 6.4; I I .55;
m . A ssim como eles nâo têm em si a palavra de Deus. assim 12.1; 13,1: 18.28.39; Tendas: 17.2; Dedicação: 10.22) deve cer-
m ultidão que acorria a ele. E le disse a ram num b a rc o e se d irig ira m a C a-
Filipe: “O nde com prarem os pães para que farnaum . na outra m argem . Já havia e s­
tenham o que c o m er?” ‘F alando assim , c urecido, e Jesus ainda não se ju n tara a
ele o punha à prova, pois bem sabia o eles. '"Um forte vento soprava, e o m ar
que ia fazer1'. 7Filipe lhe respondeu: “ D u ­ estava encapelado. ^ E les tinham rem ado ^ ^ 20:
zentos d c n ário s d e pão1 não bastariam cerca de vinte e cin co estádios*, quando is43.ió
para que cada um recebesse um pedaci­ viram Jesus, andando sobre o m ar e se
nho". "Um dos seus discípulos. A ndré, ap ro x im an d o d o barco. E n tão ficaram
I.40-. irm ão de S im ão P edro, lhe disse: 'K‘H á a í tom ados de m edo. “ m as Jesus lhes dis- Mt u.27
M< i« 2- um raPaz 9 ue P ° ssu >cinco pães de ceva- se: “ Sou cuy, não tenhais m edo!" J'E ies
m>; 1 . 16 : da e dois peixinhos; m as que e' isso para quiseram rccolhc-lo ao barco, m as im e­
2119-13 ta n ,a 8 c n tc -r ” "'Jesus disse: “F a z ei-o s d iatam ente o barco aportou no lugar para
sentar". H avia m uita relva naquele lu­ o nde iam 1.
g ar. A sse n ta ra m -se , p o rtan to ; e e ram
cerca de c in c o m il. "E n tã o Jesus tom ou J e s u s , o p ã o d a v id a . “ N o ou tro dia, a
os pães. deu graças e os distribuiu aos m ultidão que ficara na outra m argem se
convivas. F e z o m esm o com os peixes; apercebeu de q u e havia lá um só barco e
d e u -lh e s q u a n to d e se ja v am . l2Q u a n d o que Jesus não tinha acom panhado os seus
ficaram saciad o s. Jesus disse aos seus d iscípulos no barco deles; estes tinham
d isc íp u lo s: “ R eco lh ei o s p ed aço s que p a rtid o so z in h o s. 2,Em c o m p e n sa ç ã o ,
sobraram , de m odo que nada se perca“". o utros barcos tinham c hegado, vindos de
'•'Eles os recolheram e encheram doze T ib eríad es, perto d o lugar onde eles ti­
cestos com os pedaços dos cinco pães de nham com ido o pão depois dc o S en h o r 6.i i
cevada que sobraram aos que tinham c o ­ te r dado graças*. ME quando a m ultidão
m ido. UA vista d o sinal que ele acabava verificou que nem Je su s nem os seus
de o perar, esse s hom ens disseram : "E ste d isc íp u lo s se a ch a v am lá . e n tro u nas
1 .2 I-. e' verdadeiram ente o Profeta, aquele que em barcações e seguiu para C afarnaum , à
mi 3.H; j g y g vir a o m u n d o ’” . lsM as Jesus, saben- procura dc Jesus. 25E quando eles o en- Mc U7
Dl 18.15-18;
a i 3 ,22 : do que viriam arrebata'-lo para fazê-lo rei, c ontraram do outro lado do m ar, d isse ­
18 J6-um r c t' rou_se d e n o v o , s o z in h o , p a ra a ram -lhe: "R a b i, q uando e' que chegaste
vic ú s m ontanha". a qui?" “ Jesus lhes respondeu: "E m ver­
d ad e. cm verdade, eu vos d ig o , não c'
J c s u s a n d a s o b r e o m a r (Mt 14,22-27; porque vistes sinais que m c procurais,
Mc 6,45-52) . 1,1A o anoitecer, os seus d is­ m as porque com estes pães à sacied ad eh.
cípulos d esceram ate' o m ar. l7E les su b i­ ” E necessário q u e vos em p en h eis, não 6 . 11-12

uim cnic scr compreendida no quadro da polêmica entre Igreja e nacional de Israel. É por isso que eles se propõem proclam á-lo
Sinagoga. A verdadeira Páscoa é a elevação do Filh o , cordeiro rei. M as Jesus só poderá ser proclamado rei na cruz (cf. 19,19).
dc Deus. as festas judaicas sào os momentos em que mais vio ­ w. Jesus, que por ocasião dc seu processo romano falará de
lentamente se manifesta a incredulidade (cf. 1.19 nota). um “ reino que não é deste mundo" (18,36). recusa-se a assumir
s. Ü C risto joanino sabe iodas as coisas (2.25; 4.44, 13.11). a realeza como a multidão a encarava. Já surge a ruptura com os
mas u questào visa pôr à prova a maneira de pensar do discípulo: conceitos populares da escatologia e do messianismo terrestre.
a resposta que será dada contribui para sublinhar a amplidào do x. Isto é. cerca de 5km : eles estão, portanto, a bem dizer, no
milagre. meio do lago.
t. A soma é considerável, visto que um denário era o salário y. C o m o em M c 6 3 0 . Jcsus se dá a conhecer; a utilização do
de uma jornada dc trabalho (M t 20.2). titulo divino do Êxodo: Eu sou põe em evidência o caráter d i­
u. Jo confirm a a sim bologia eucarislica da narração. Para ele. vino de Jesus (cf. 4.26: 8.24 nota; 8.28.58: 13,19; 18-5.6.8).
a multiplicação dos pães é sobretudo uma ação sim bólica intro­ z . T a lv e z se trate de um segundo m ilagre (cf. S l 107,23-32).
duzindo o discurso dos vv. 26*5$: Jesus é o verdadeiro pão a . A s ultimas palavras sào omitidas em vários mss.; elas acen­
descido do céu. que sacia os que acreditam nele (6.33). tuam a perspectiva eucarística. que canicteriza toda a seção.
v. O sinal realizado por Jesus provoca um mal-entendido a b. Eles reconheceram o poder de Jesus como fato. mas não pe­
resperto de sua pessoa e missão. Reconhece-se nele o profeta netraram a sua verdadeira significação; as vantagens imediatas que
dos últimos tempos, o m essias político que Deus devia enviar ao podem esperar dele despertaram o seu inten?sse. A fé nasce, ao con­
mundo para pôr-se à frente de um movimento de libertação trário. do reconhecimento das obras de Jesus como sinais (2 .1 1).
!s5.u: nara o b ter esse alim ento perecível, m as vem a m im não terá fom e; aquele que
Ml x.20: K '
16.12: o alim ento que perm anece para a vida crê em m im jam a is tera' sede. “ M as cu
Jo 4.14: ete rn a c, o qual o Filho d o H om em vos vo-lo disse: vós vistes c no e n tan to não 6,26.29.40.
M 0-5H 64: 15.24:
d a ra, pois foi a ele quc o P ai, q u e c D eus acreditais1*. ,7T odos os que o Pai m c da' 20.29:
m esm o, m arcou com o seu selod". “ E n ­ virão a m im , e aquele que vem a m im , Ml 13.13
17.2.6-K:
tã o e les lhe disseram : “Q u e d ev em o s eu não o rejeitarei1. -“ Pois eu desci do Ml II.2K:
Al 16.14
fazer para trabalhar nas obras dc D e u s'? '' céu para fazer, não a m inha vontade, m as 4.34: 5.30:
wJesus lhes respondeu: “ A obra de D eus a vontade dA quele que m e enviou"1.•''O ra. Ml 26.39:
Mi' 14.36:
Jo 3.23 c quc creiais naquele que E le enviou'". a vontade dA quele que m e en v io u é que U- 22.42:
Ml 16.1-4: “ E les lhe replicaram : “ M as tu m esm o, Hb 10.9
eu não perca nenhum dos que ele me 3.35:
Ml x .ll:
Lc 11.29-32
que sinal realizas para q u e nós vejam os deu", m as que eu os ressuscite no últim o I0.2K-29:
17.12: 18,9
Jo 2.11.IX c possam os crer em ti'? Q ual é a tua obra? dia”. “ D e fato esta é a vontade de m eu 6,44.54:
3lN o deserto, os nossos pais com eram o Pai: que todo aquele que vê o Filho e 11.24: 5.24

Sl 7K.24: mana', com o esta' escrito: Ele lhes deu a nele crê tenha a vida eterna; e eu o res­
105.40:
Ex 16.
comer um pão que vem do ceu' ' 32Mas suscitarei no ultim o dia".
4.13-15: Jesus lhes disse: "E m verdade, em ver­ 4IA partir dc então, os ju d eu s c o m eça­
Nm 11.7-9:
d ad e, eu vos digo, M oisés não vos deu o ram a m urm urar a seu respeito1* porque
Nc 9.15
pão do céu , m as é o m eu Pai quc vos da' e le dissera: "E u sou o pão quc dcsce do 6.33.35.
51.5K
6.4i-5i o verdadeiro pão do céu1. MP ois o pão de cc'u". 4ÍE acrescentavam : “ N ão é ele por­
D eus é aquele q u e dcsce d o céu e da' a ventura Je su s, o filho de José? A caso não Ml 13.55:
Mi- 6.3:
vida ao m undo” . conhecem os o seu pai c a sua m ãe? C om o Lc 4.22
•''Eles lhe disseram então: "S en h o r, da'- pode declarar agora: ‘Eu desci do c é u '11"?
4.15:
Mi 6.11: -nos sem pre este pão!" ,5Jcsus lhes d is­ " J e s u s retom ou a palavra e lhes disse:
U 11.3
Pr 9.1-6: se: "E u sou o pão da vida*; aquele que "C essai de m urm urar entrc vós! ^ N in -
Sr 24.19-22:
Is 55.1-3:
Jo 6, c. A turba não deveria ter-se contentado pertencem
com co- a uma economia ultrapassada, atestando embora a
4X.5I.SK mer pão e entusiasmar-se por aquele quc o m ultipli­ chegada da salvação em Jesus. Para os primeiros cristãos, o A T
cou: deveria ter descoberto o que esse gesto sim bo­ é encarado antes de tudo como uma profecia da encarnação do
lizava: Jesus c aquele que alimenta e que faz viver. Para Jo , a Filho de Deus.
vida eterna é antes de tudo a existência reconciliada com Deus; j . Eu sou o f>ão da vida. Jo emprega freqüentemente seme­
neste sentido, vida e fe são uma coisa sò. lhantes expressões em quc Jesus se apresenta com o quem reali­
d. O Filho do Homem vem do céu c os sinais que ele realiza za. em si mesm o, a perfeição do dom quc ele tr;iz aos homens
sào atos mediante os quais (X*us garante a autenticidade da sua que crêem (c f.8 .1 2 ; 10.7.9; 11.25; 14.6; 15.1). Jesus é o pão da
missão (3 3 3 ). como também a possibilidade de os homens ob­ vida (cf. 6.51). porque crer nele é participar da verdadeira vida.
terem por ele a vida eterna. Certos comentadores vêem na fór­ k . C f. 6 3 0 nota. Jesus da' testemunho de que quem nele crê
mula marcar cotn o seu selo uma alusão ao batismo de Jesus: pode captar o alcance verdadeiro daquilo que todos puderam
apoiam-se. com efeito, sobre a utilização da mesma palavra na ver: a fé aguça a penetração da visão (cf. 9.41).
teologia batismal (cf. E f 1.13; 4 3 0 ; A p 7 3 -4 ). I. O s que vão a Jesus sâo na realidade dados peto Pai ao Filho,
e. O s interlocutores estão preocupados com fazer as obras de e é por isso que o Filho os acolhe e os guarda (17.6-15). Jo
Deus. ao passo quc Jesus lhes pede essencialmente que creiam acentua mais uma vez a gratuidade e a soberania da graça de
e recebam o que lhes é oferecido. Isto é indicado pela forte Deus (cf. 6.28 nota; 6.29 nota).
oposição entre os verbos trulxtlhar c crer. n i. C f. Jo 4 3 4 ; 5,19-30. Falando do envio do Filho pelo Pai
f. A dnica maneira de trabalhar fiara Deus é cooperar com (cf. 3 3 4 nota) ou do amor do Pai ao Filho . Jo nada faz senão rea­
sua obra crendo naquele que ele enviou. firmar a unidade de Jesus e dc Deus e a filiação divina dc Jesus,
g . Ver de verdade, para Jo . é descobrir a realidade completa n . Mesma idéia em Jo 1028-29; 17.12; 18.9; cf. Mt 18.14.
daquele que reali/.a os sinais: a fe é que abre a visão. O espetá­ o. Mesmo insistindo sobre a participação atual nos bens celes­
culo dos maiores prodígios não abre os olhos e a pergunta que tes. Jo mantém firmemente a perspectiva escatólogica e, concrc-
se fa2 a Jesus procede sempre do mesmo mal-entendido: espera- tamente. a expectativa da ressurreição final (cf. 5 .2 8 -2 9 .1 4 3.1 9 ).
se dele que legitim e suas pretensões m essiânicas realizando p. C om o na narração de E x 16.2-8. a multidão manifesta a sua
m ilagres que sobrepujem os que conheceu o antigo Israel, mas falta de fé por murmúrios e discussões.
ao mesmo tempo permanece-se cego diante dos sinais. q . Fie s não podem associar a condição humana de Jesus à
h. O dom coiidiano do maná. no deserto, era considerado por origem divina que ele afirma: so a fé. que é um dom dc Deus
vários doutores com o o maior prodígio do tempo do Êxodo (b'x (7.17). o permite. Nâo há nenhuma indicação concernente à
16.15: Nm 11.7: 21,5: Dt 8 3 : Sh 16.20); Jo cita S l 78.24 ou Ne concepção virgin al, mas se. como é provável. Jo conhece essa
9.15. tradição atestada por Mt e L c (e combatida por alguns judeu-
i. Em Jesus cum prem -sc as promessas do A T . Neste sentido. •cristãos), pode haver aqui uma ponta de ironia que se poderia
M oisés (1 .17: 5.45-46: 7.19.24). Jacd (4 ,4 -1 5). Abraão (8 3 1 -5 9 ) comparar com a dc 7.41.
guém pode vir a m im se o Pai que m e que come* a m inha carne e bebe o meu
6.39*40.54; enviou não o atrair1; e eu o ressuscitarei sangue tem vida eterna, e eu o ressusci­ 6.39.40.44;
11.24; 11.24
Ml 16.17 no últim o dia. 43N os profetas esta' e sc ri­ tarei no últim o d iab. 55Pois a m inha cam e
Is 54.13: to: Todos serão instruídos por Deus*. e' v erdadeira c o m id a e o m eu san g u e
Jr 3 1*33-34:
T o d o o que ouviu aquilo que vem d o Pai verdadeira bebida0. 56A quele que co m e a
ITs 4,9:
Uo 4.12 e recebe o seu ensinam ento vem a m im . m inha cam e e bebe o m eu sangue per­ 15.4-5:
5.26:
Ex 33.20: que ningue'm viu o P a i, a não ser m anece em m im e eu nele. ^ E co m o o IJo 3.24
Jo 1.18; aquele que vem d e D eus. E ste sim , viu o P ai, que e' vivo. me enviou e eu vivo
7.29
P a i'.47E m verdade, em verdade, eu vos pelo Pai. assim aquele que com er de m im
3 .I5 -I6 J 6 d igo. aquele que crê“ tem a vida eterna*. viverá por m im d. 3*Este é o pão que d e s­
6J5J8. “ Eu sou o pão da vida. <9O s vossos pais, ceu do ce'u: ele e' bem diferente daquele
51.58
6JI.4X
no deserto, com eram o mana' e m orreram . que os vossos pais com eram ; com e feito ,
“ O pão que desce do céu é de tal sorte eles m orreram , m as aquele que c o m er
que aquele que dele com er não m orrerá. deste pão viverá para a eternidade". ” T ais
Ml 26.26: 5l“Eu sou o pão vivo que desce d o céu. foram os ensin am entos de Je su s, na si­
Mc 14.22:
Lc 22.19:
Q uem com er deste pão viverá para a eter­ nagoga, em C afam aum .
Hb 10.5.10 nidade. Ewo pão que eu darei e' a m inha
carne1', dada para que o m undo tenha a A decisão d a fé. “ D epois d e o terem
vida1'". “ O uvindo isso. os ju d e u s se pu­ ouvido, m uitos dos seus discíp u lo s c o ­
seram a discu tir violentam ente entre si: m eçaram a dizer: “E ssa palavra é dura!
"C o m o e' que este hom em pode dar-nos Q uem pode escutá-lo?" 61M as. sabendo
a sua cam e a com er?” 53Je su s lhes disse em si m esm o que seus d iscípulos m u r­
então: “ Em verdade, em v erdade, eu vos m uravam a esse respeito, Jesus lhes d is­
4.14: digo. se não com erdes a c am e d o Filho se: “E ntão, isto é para vós um a cau sa de
: 5,26;
Ml 26.26
do H om em 1 e não beberdes o seu sa n ­ escândalo? “ E se vfsseis o F ilho d o h o ­ 3.13; 12.32:
Al 1.9-11
gue. não tereis a vida em vós. 54A quele m em subir para onde estava a n te s ...'?

r. A s discussões são estéreis: é a açào do Pai que orienta os a. L it. mastigar, roer. Jo emprega um vocabulário particular­
seus para aquete no qual se oferece a plenitude da revelação mente realista para caracterizar a participação na Eucaristia.
(3.21). C f. 6 3 7 nota. Segundo o costume judeu, os alimentos da refeição pascal de­
s. Paráfrase dc Is 54,13 (cf. Jr 3 1 3 3 -3 4 ; IT s 4.9). viam ser cuidadosamente mastigados.
t. C f. 1.18. Jo afasta uma possível falsa interpretação da cila- b. O Filho do Homem vem do céu e volta a subir para o céu.
ção: t em função dc Jesus, conhecedor unico do Pai de um modo e os que aderem a ele pela fé e a participação no sacramen­
imediato e pleno, que se realiza a promessa, to participarão dessa vida celeste que está nele. A Eucaristia é
u. Vários mss. importantes Icem: aquele que crê em mim. o fermento da ressurreição para os que crêem (cf. 6 39.40.44;
v. C f. 5.25 nota e I I .26 nota. 5,21-29).
w. A ultima seção do discurso (5 lc -5 8 ou talvez 4 8 -5 8 ) é c . Por ocasião da refeição da C e ia . o pão e O vinho, corpo e
consagrada explicitamente ao sacramento da Eucaristia. Embora sangue do C risto , realizam de maneira iminente a finalidade do
geralmente se concorde em reconhecer a feição joanina do tre­ alimento e da bebida, que é de assegurar a vida.
cho, nâo se pode exclu ir que esles vv. sejam um acréscim o d. V iv e r é entrar em comunhão com o F ilh o e, por conseguin­
ulterior à redação do cap. ou que. ao contrário. Jo tenha retoma­ te. com o Pai; esse intercâmbio feito de conhecimento e amor
do aqui uma tradição mais antiga. mütuos é garantido de maneira estável e definitiva. A refeição
x. A palavra cume designa tudo o que constitui a realidade do eucarística é. no tempo presente, o momento privilegiado e a
homem, com suas possibilidades c suas fraquezas (cf. 1.14; 3.6; realização primeira dessa comunhão.
8.15; U o 4,2). Ta lv e z Jo tenha conservado uma tradição litúrgi- e. A frase fica inacabada. A o mesmo tempo que constitui o
ca independente que traduzia literalmente a palavra aramaica escândalo supremo, a cruz aparece aos olhos da fé como o re­
bisní, que Jesus deve ter empregado na C eia . Jo insiste sobre o torno do Filh o à glória que era sua desde antes da criação
valor salvífico da encarnação. (17.5.24). A ssim , as palavras pronunciadas anteriormente assu­
y. Jo conserva a seu modo a fórmula tradicional que exprime mirão finalmente todo o seu sentido à luz da glorificação de
a dimensão redentora da morte de Jesus. H á uma ligação entre Jesus e do dom do Espfrito que dela decorre (7 3 9 ). Através da
o fato de Jesus ser a fonte da vida eterna e o fato da sua morte, obscuridade da situação presente e da c n iz de Jesus (cf. 13.7).
e é por isso que se trata do pão que ele dará (cf. 10.11.15; 11.50- é preciso discernir sua glória e reconhecer a verdade e a força
52; 15.13; 17,19; 18.14; IJ o 3.16). dc suas palavras e de seus gestos. Se os vv. 51-58 fazem purte
z. Torna-se a encontrar aqui a maioria dos temas expostos nas integrante do discurso (cf. 6 3 1 nota), compreende-se que é pre­
seções precedentes e. retrospectivamente, é o conjunto dos de­ ciso ter descoberto a glória de Jesus para reconhecer a força de
senvolvimentos anteriores que toma uma coloração eucarística. vida da Eucaristia.
1.33: 3.11; “ É o E sp írito que vivifica, a carne para irm ãos1lhe disseram : “ M uda-te daqui e
2Cor 3.6;
15.45; nada serv e. A s palavras que eu vos disse vai para a Ju d é ia, a fim de que tam bem
Gl 6.S; são espírito e vidar. wM as ha' entre vós os teu s d iscípulos possam ver as obras
IPd 3.IH
alguns que não crêe m ” . D e fato, Je su s que fazes. 4N inguém age às escondidas
1.48; 13.11 sabia desde o princípio quais eram os quando q uer m anifestar o seu poder. V is­
que não acreditavam e quem o ia e n tre ­ to que realizas tais o b ras, m anifesta-te
gar". “ E le acrescentou: “ É por isso que ao m undo"!” 5N a realid ad e, os seus pró­
eu vos disse: ‘Ningue'm pode vir a m im prios irm ãos não acreditavam nele. ‘E n ­
6.37.44 sc não lhe for conced id o pelo P a i’” . tão Je su s lhes disse: “O m eu tem po a in ­ 2.4; 7.30:
8.20
“ A partir d esse m om ento, m uitos dos da não chegou; m as o vosso tem po é sem ­
U 9,62 seus discíp u lo s se retiraram e deixaram pre favorável". 70 m undo não pode vos
d e andar com e le. 47E ntão Jesus disse aos od iar, e nquanto a m im ele m c odeia, por­ 15.18;
3.19-21
Lc 22,28; Doze: “ E vós, não quereis p artir?” “ M as que cu dou testem unho dc que suas obras
2Tm 1.15
Sim ão P edro lhe respondeu: "S en h o r, a são más". "Subi vós, para esta festa. Q uan­
Ml 16.16; quem iríam os? T u tens palavras de vida to a m im , não su b ire i, pois o m eu tem po
Al 5.20:
Dt 8.3 eterna. “ Q uanto a nós, c rem o s e c o n h e ­ ainda não se c o m p le to u ” . 9D epois de ter
1036; 17.19; cem os que tu és o S anto de D eus11” . 70Je- falado assim , e le ficou na G aliléia. '“M as
Mc 1.24;
Lc 434; sus lhes respondeu: “ N ão fui eu quem q u ando o s seu s irm ãos partiram para a
At 3,14; vos e sco lh i, vós, o s D oze? E , no en tan to , festa, ele tam bém se pôs a cam inho, sem
Uo 4.16
13.18; um d e vós é um d ia b o 1!” 7lD esig n av a deixar-se ver e qu ase que secretam entep.
U 6.13
12,4; assim a Ju d a s, filho de S im ão, o Isca-
13.2.27; riotes, pois e ra e le, um dos D o ze, quem E n sin a m e n to s d u r a n te a festa d a s T e n ­
Ml 26.14
o ia entregar. d a s . " N o d ecu rso d a festa, os ju d eu s o
p r o c u ra v a m e d iz ia m : “ O n d e e s t á n.5*
r j A fa lta d c fé d o s irm ã o s d c J c s u s . e le ? ” i:N a m ultidão discutia-se m uito a
‘D epois d isso . Jesus continuou a per­ seu respeito; uns dizem : “ É um hom em
correr a G aliléia; pois ele preferia não
5.18; d e b e m "; ou tro s: “ P elo c o n trá rio , ele
7.19.25;
percorrer a Ju d é ia, onde os ju d e u s pro-
837.40;
seduz a m ultidão” . '-'T odavia, ninguém mi 27.63
Mc 93o curavam m atá-lo1. 2E ntretanto, estava pró- ousava falar ab ertam en te d ele, por m edo 9.22; 19.38;
20.19
^ xima a festa judaica das Tendas*. 'O s seus dos ju d e u s’ .
Zc 1 4 . 1 6 - 1 9 ______________________________________
f. Opondo a carne ao espírito, Jo não distingue duas partes do k . A festa das Tendas se celebrava em setembro, na época das
ser humano, mas duas maneiras de viver. A carne é o homem vindim as (cf. L v . 2 3 3 3 -4 4 ; Dt 16.13-16; E x 23,16); ela durava
entregue a si mesmo e aos lim ites de suas possibilidades: por si oito dias (N m 29,12-39; 2Mc 10.6). Evocava-se com ela a açào
mesmo é incapaz de perceber o sentido profundo das palavras e salvífica de Deus. no decurso do Ê xod o, ao mesmo tempo que
dos sinais de Jesus, ou de crer (cf. 6 3 7 nota). O espírito é a se davam graças pelas colheitas do ano. A festa tinha também
força de vida que ilum ina o homem, abre seus olhos e lhe per­ uma dimensão profética e anunciava as bênçãos da época mes­
mite disccm ir a Palavra que se pronuncia em Jesus. siânica (Z c 14,16-19).
g . C f. 1.42 nota. A fe' que não resiste ao escândalo provocado I . C f . Mt 12,46 nota.
pelas afirmações de Jesus é vã. — Sabia... quem o ia entregar: m . Segundo a mentalidade do mundo, uma demonstração de
J o anuncia aqui a traição de Judas (13.11.18.21-30). E m Jo . poder extraordinário deveria impor incontestavelmente o prestí­
Jesus mesmo preside à sua paixão. conhece sua hora (1 1 .4; 13.1: gio do enviado m essiânico (cf. 2,18; 4.48; 6 3 0 : Mt 12 38 -4 0 ).
18.4) e adianta-se a ela (cf. 2.4 nota; 12.27 nota). n . A s diferentes fases da ação de Jesus são fixadas pelo Pai
h . A fé verdadeira é. por contraste, a adesão sem reserva àque­ que o enviou, e notadamente o momento favorável para a ação
le cujas palavras prometem e com unicam a vida etema: ele decisiva que Jesus cham a dc a sua hora (2.4; 5.25.28: 7 3 0 ;
é efetivamente o enviado que Deus consagrou (cf. 1 0 3 6 ; 17. 8.20; 12.23.27; 13.1; 17.1; M c 1 4 3 5 -4 1 ). O s que são deste
17-19). Esta cena lem bra a confissão dc C esaréia (M t 16. mundo, pelo contrário, dispõem do tempo com o querem.
16-23; M c 8.27-33; sobretudo L c 9.18*22). *[O s verbos estão no o. A atividade de Jcsu s atiça o ó dio do murido ( 15.18-25), por­
perfeitol que ela desvenda a verdadeira m alícia de suas ações (3.20-21).
i. A escolha dos D oze por Jesus (15.16) não lhes suprime a p . C f . 2.4 nola. Jesus obedece à vontade de seu Pai e não às
liberdade e nâo impede a possibilidade, para um deles, de o trair. solicitações am bíguas dos homens.
A quele que traiu se tornou na realidade um instrumento de Sa­ q . C f . 9.22; 12,42; 16.2. A fé tera de superar doravante o
u n a s (13.2.27; cf. 8.44). medo das sanções das autoridades judaicas. Jo alude sem duvida
j . C f . 5,18; 7.19.20.25; 8 3 7 .4 0 ; I I .53: a ameaça d c morte está às medidas tomadas pela Sin agoga, depois de 70 d .C .. contra os
presente em toda esta longa seção situada cm Jerusalém. seguidores do Evangelho (ver 9.22 nola e 11.47 nola).
l4Q uando a festa ja' estava pela m etade, “ A lguns de Jerusalém diziam : “ N ão é
Jesus subiu ao T em p lo e sc pôs a en si­ a este que eles queriam m atar? “ Ei-lo 5.18:7.19:
8,37.40
nar. I!0 s ju d eu s estavam surpresos com que fala abertam ente e ninguém lhe diz
Ml 7.2X: isso e diziam : “C om o ele é tão letrad o ', nada! T eriam reconhecido as nossas auto­
13.54-57:
U 2.47: sc não estudou?” “ Je su s lhes respondeu: ridades' que e le é verdadeiram ente o C ris­
Al 4.13 "O m eu ensinam ento não vem de m im . to? 27E ntretanto, este nós sabem os donde 9.29
12.49; 14.10
mas dA quele que me e n v io u \ l7Se algue'm é, ao passo quc quando vier o C risto, nin­
quiser fazer a vontade de D eu s, ele sabe­ guém , sabera' de onde ele c''” . “ E ntão Je­
rá se e ste ensinam ento vem d e D eus ou sus, que ensinava no T em plo, proclam ou:
se eu falo por m im m esm o1. ‘"Q uem fala “ Vós decerto m e conheceis! V ós sabeis 8.19; 19.9;
8.26
8.50: por si m esm o procura a própria glória; dc onde sou! E . no entanto, eu não vim
5.41-44
só quem procura a glória d aq u ele que o por m im mesmo*: A quele que m e enviou
enviou e' verídico, e nele não ha' im pos­ é verídico, a quem vós não conheceis11.
1.17: tura". l9N âo foi Moise's quem vos deu a wMas eu o conheço, porque venho d e junto 8.55: 6.46
Al 7.53:
Rm 2.17-23
L ei? O ra, nenhum dc vós age segundo dele e foi ele quem m e enviou". •'“Eles
a L ei: por que procurais m ata r-m e '?" “ A procuraram então prendê-lo, m as ninguém 2,4: 7.6.44:
U 4.29-30
m ultidão lhe respondeu: “T u estás pos- conseguiu pôr-lhe as m ãos, porque a sua
8.48.52: sesso dc um dem ônio! Q u e m procura hora ainda não chegara. 3,Da m ultidão,
10.20:
Mi 12.24-27
m atar-te?” 2lJesus retom ou a palavra e m u ita g e n te a creditou n e le , e diziam : 2.11.23:
8.30: 10,42:
5.1-9.16 lhes disse: “ Eu só fiz um a o b ra " ,e estais “Q uando o C risto vier. sera' que vai ope­ 11.45:
to d o s e sp a n ta d o s. 22M o isés vos deu a rar m ais sinais do que este operou?" 12.11.42
Cn 17.10-13: c irc u n c isã o — e m b o ra ela venha dos “ O que na m ultidão se c o ch ich av a a Ml 11.2:
Lv 12.3: 12.23
patriarcas* e não de M oisés — e vós a seu respeito chegou aos o u v id o s dos fa­
Al 7.8;
Rm 4.11 praticais no dia dc sa"bado. “ S e, pois, um riseus: os sum os sacerdotes e os fariseus
Ml 12 hom em pode receber a c ircu n cisão num enviaram en tão guardas para o prender1.
1-5.11-12:
Lc 13.15-16:
dia d e sa c ad o , sem q u e a lei de M oisés ■“ Jesus disse: "E u estou ainda convosco 1.11: 13.33:
16.5
14.5: seja violada, por que irritar-vos contra por um pouco de tem pod e p arto para
Jo 5.8-9
m im , por eu ter curado co m pletam ente A quele que me e n v io u '. MV ós procura-
um hom em num dia de sa'bado? ^C essai reis c não m e e ncontrarcis, pois o n d e cu 8.21:
Dl 4.29:
N 11.3: de ju lg a r segundo a aparência, aprendei estou, vós não podeis vir'” . -'-'O s ju d eu s
Pr 1.28
• Zc 7.9: a ju lg a r segundo o q u e é ju sto !” en tão puseram -se a d izer entre si: “ Para
Jo 8.15

r . Lit. ele conhece as letras : de inicio, a expressão designava z . Percebe-se aqui o eco de polêm icas quc se devem ter esten­
o estudo elementar (ier e escrever) e. pouco a pouco, englobou dido entre judeus e cristàos durante o séc. I; note-se também o
o conjunto da formação escolar. Por outra parte, com o em Israel emprego de certa ironia joanina: o C risto é, ao mesmo tempo,
essa se baseava inteiramente no conhecimento da lei e das tra­ homem — sua origem é conhecida de todos (cf. 6,42) — e Filho
dições. a expressão evoca finalmente a form ação tradicional dos de Deus — sua origem celeste escapa ao saber humano.
doutores c dos cscribas. a. L it. E vos m e conheceis e sabeis de onde sou; e nâo vim de
s . Jesus nâo depende, nem de uma tradição escolar, nem de mim mesma.
um procedimento de autoridade: o seu ensino provém do seu b. A incapacidade deles de reconhecer-lhe a qualidade de
conhecimento imediato e perfeito do Pai (cf. 3.11-13.31-36: 5. enviado é o sinal de que eles efetivamente desconhecem a Deus.
19-23; 12,49-50). c. Somente o sumo sacerdote dispunha dc uma guarda; as
t. S ó os que aceitam fazer a vontade de Deus estâo preparados autoridades oficiais metem-se, portanto, num encadeamento de
para receber a revelação e reconhecer a origem divina da pessoa fatos que conduzira' à condenação à morte de Jesus; a atitude re­
de Jesus, lativamente favorável da multidão a respeito dele parece ter apres­
u. Lit. injustiça. sado a decisão das autoridades (cf. 11,45-46. 11,57; 12.18-19).
v. A determinação de rejeitar Jesus, fazendo-o morrer, a ele. d . Em Jo nâo se encontra o anúncio dos sofrimentos da Paixão
o enviado do Pai. é o sinal da infidelidade radical deles a esta com o nos sinóticos (cf. M c 8 3 1 -3 3 par.; 9 3 0 -3 2 par.; 1032-34
lei dc que eles se gloriam (cf. 5.47; 7.49.51; 8 3 7 -4 1 ). par.). Jesus anuncia sua partida, sua volta ao Pai (7 3 3 ; 8,21;
w. Alusão prova'vel à cura do paralíiico de 5,1-15. 1 3 33 ) e sua elevação (3.14; 8.28; 1232).
x. Lit. dos pais. C f. G n 17.10; Rm 4 ,1 1. e. C f. 8.14.21-22; 1 3 3 .3 3 3 6 ; 14.4-5.28. 16,5.10; 17.11.13.
y . A tradição manuscrita é duvidosa: alguns mss. falam dos f. Esta declaração, propositadamente am bígua, dara ensejo o
sumos sacerdotes, outros, dos anciãos: dois mss. omitem expri­ uma interpretação que pretende ser sarcástica e que nem por isso
mir o sujeito. deixa de ser profética.
onde estará querendo ir, de sorte que não a cidadezinha de onde
v ir á d e B e lé m , Mi 2.5-6:
9.27:
possamos mais encontrá-lo? Será que vai David era originário"?” ‘•'Deste modo, a Rm 1.3
juntar-se aos que estão dispersos entre multidão se dividiu a seu respeito”. 44Al­ 3.11: 9.16:
10.19
os gregos*? Será que vai ensinar aos guns dentre eles quiseram prendê-lo, mas
gregosh? '‘Que significaria esta palavra ningue'm pôs a mão nele. 7.30
que ele disse: ‘Vós mc procurareis. mas "O s guardas voltaram, pois, a ter com
não encontrareis’. e ‘Onde cu estou, vós os sumos sacerdotes e os fariseus, que lhes
não podeis vir-?" disseram: “Por que não o trouxestes?" ‘“ Os
guardas responderam: "Jam ais homem Ml 1334-56
Lv 23.36; O último dia da festa. 37No ultimo dia algum falou como este homem". '"Os fa­
Jo 19.31-34:
Ap 21.6; da festa, que e tambem o mais solene1, riseus lhes disseram: ‘T eríeis, então, sido
22.17: Jcsus, dc pc. pôs-se a proclamar em alta iludidos tambe'm vós? “ Entre os chefes
Is 12.3;
43.20: 44.3: voz: “Se algue'm tem sede. venha a mim ou os fariseus, haverá um só que tenha 12.42:
55.1: 58.11: Ml 21.32:
Ez 47.1-12: e beba •'"aquele que crê em mim*. Como crido nele? 4,Apenas há essa massa que ICor 1.26
Jl 3.1: 4.18; disse a Escritura: ‘Do seu seio jorrarão não conhece a lei. essa gente malditap!"
Zc 13.1:
Pr 18.4 rios de água vivak” \ *'Elc designava as­ 5eM as um d en tre os fariseu s, aquele
133: 16.7: sim o Espírito que deviam receber os que Nicodemos que outrora estivera com Je­ 3.1-2: 19.39
20.22:
Ai 2.4 creriam nele: com efeito, ainda nâo ha­ sus. disse: 51"A caso a nossa lei condena­ Dl 1.16:
17.4
via Espirito, porque Jesus ainda não fora ria um homem sem o ter ouvido e sem
glorificado1. saber o que ele faz?” “ Eles replicaram:
"D entre as pessoas da multidão que "Serias tambe'm tu da Galiléia? Procura, e 1.46: 539.
7.41
tinham ouvido as suas palavras, alguns verás que da Galiléia não surge profeta’".
Dt 18.15-18: diziam: “Verdadeiramente este é o Pro-
Jo 6.14:
Al 3.22:
fetal”!" 4lO utras diziam: “Ele e' o Cristo". A m ulher ad ú ltera. s,Eles se retiraram u- 2137-3»
7.37 Mas outras diziam: “Poderia o Cristo vir cada um para a sua casa.
4.29: 7.26:
da Galile'ia? '“ Não diz a Escritura que 'c Jesus foi para o monte das Oli-
Al 9.22
ele será d a e s tirp e d e D a v i d e que ele
8 veirasr. 2Ao clarear o dia, ele voltou Mt 20.55

r . O u a Dióspora dos gregos. da glorificação de Jcsus é o de sua morte e ressurreição (7 3 8 :


h. A palavra gregos designa ou os judeus helenizados que 12.16.23; 13 31 -3 2 ; 1 7 3 ). que Jo designa várias vc/xs global­
vivem entre os gentios (inclusive os prosélitos: cf. 12.3): At mente com os termos elevar, elevação (ver 8,28 nota). A cada
1 1.20; 6.1; 9.29). ou os próprios gentios (os pagàos). Este ulti­ instante a glória do Pai se manifesta no Filho e a do F ilh o , no
mo sentido é mais provável. A m issão aos gentios caracteriza­ Pai (1 1 3 4 ; 1 223.28; 1 3 31 -3 2 ; 14.13; 17.1).
ra o período que com eça com a partida dc Jesus (cf. 4 3 5 -3 8 : m . C f . 1.21: 6.14-15.
12.20-24). n. C f . 2Sm 7,12-17; S l 89.4-5: J r 2 3 3 ; quanto a Belém . Mq
I. Trata-se do sétimo ou talvez do oitavo dia da oitava, o dia 5.1. Tu do parece suceder como se o nascimento em Belém fosse
de sukká. Am bos se caracterizavam por ritos de libações. o que ignorado pelos adversários. Será que é preciso ver nisso uma
explicaria decerto o sim bolism o da água. ironia joanina? Observem os também que Jo mesmo nunca fala
j . Outra leitura possível; Se alguém tem sede, venha a mim e do nascimento de Jesus em Belém.
heixt. Daquele que crê em mim, como diz a Escritura, jorrarão o. A revelação que sc opera em Jesus provoca a divisão entre
rios de água viva. Nós seguimos a pontuação aceita pela tradi­ os homens, conforme creiam ou não (cf. 9.16; 10.19: 9.41: 1.9-
ção mais antiga, que corresponde mais ao estilo e ao contexto 13: 3.19-21).
joaninos: Jesus é a fonte de água viva para os que têm sede e p. Entre o povo sim ples, depreciativamente chamado pelos
crêem. Boa pane da tradição ocidental inseriu um ponto no fim mestres o povo da terra . que forma a multidão, é que sc acham
do v. 37 e aplica assim a palavra da Escritura aos que crêem e os que crêem , ao passo que sc ;*centua a incredulidade das elites
se tomam eles mesmos fonte de vida (cf. 4.14). dirigentes. Sobre o desprezo para com o povo humilde ignorante
k . A o que tudo indica, não se trata de uma cituçào explicita, (cf. Jr 5.1-4). são numerosos os textos rabínicos.
mas de uma espécie de com pilação de diversos textos que co n­ q . To d a esta seção supõe o desprezo das autoridades de Jeru ­
sideravam os dons celestes com o uma água viva (cf. 4.10-15 salém para com a G a lilé ia e os galileus. Chegam a negar-lhes
nota): poder-se-ia pensar mais particularmente em Z c 14.8. que qualquer função na história de Israel (cf. 1.46). Não se deve
a liturgia da festa empregava. esquecer que os cristãos foram muitas vezes cognom inados de
I. C f . 1.14 nota. Em Jo a glória de Jesus é o que o faz aparecer galileus por seus adversários judeus. O s zelotes. por sua parte,
com o F ilh o ünico ( l . l 4 ). o enviado do Pai. E le a recebe não dos foram às vezes designados do mesmo modo.
homens (5.41). mas do Pai (1.14; 8 3 4 ) . desde antes da criação r . A seção 7 3 3 -8 .1 1 falta nos mss. mais antigos e em nume­
do mundo (17.5). E la já se manifesta no decurso do m inistério rosas versões: outros a colocam , seja após os vv. 36 ou 4 4 . seja
terrestre de Jesus (1.14; 2.11: 11.4). O momento por excelência no fim do evangelho: outros ainda a introduzem após L c 2 1 3 8
ao tem plo e, como todo o povo vinha a seguim ento não andara' nas trevas; ele tera'
ele. assentou-se e se pôs a ensinar. JOs a luz que con du z à v id a "” . ‘-'Os fariseus
escribas e os fariseus trouxeram então lhe disseram então: "T u dás testem unho s.íi
u- ?,37 .5o: uma mulher que fora surpreendida em de ti m esm o ! O teu testem unho não e'
Nm 5.12-31 adultério e postaram-na no meio do gru­ v alid o *!" l4Je su s lhes respondeu: “ É ver­
po.'‘"M estre, disseram -lhe eles, esta mu­ dade qu e eu dou testem unho d e m im 3 .1 1 : 13 .3 :
lher foi surpreendida em flagrante delito m esm o, e no entanto o meu testem unho !j'?*
lO.Zft
Lv2oi 0‘ dc adulte'rio. !Na Lei. Moisc's nos pres- é válid o , porque sei de onde venho e para
Dt 22.22-24 creveu" apedrejar tais mulheres. E tu. que onde vou : ao passo que v ó s não sabeis
mi 22.15 dizes a este respeito?" ‘Eles falavam nem d e onde venho ncm para onde vou’ .
assim com a intenção de arm ar-lhe uma ,5V ó s ju lg a is de m odo puram ente hu- ism i6.7:
cilada, para ter de que acusá-lo. Mas Je­ mano*. Eu não ju lg o ningue'm; “ e se mc ^ ^ 24:
sus, inclinando-se, pôs-se a escrever com aco n tecer ju lg a r , o meu ju lg a m e n to e' 5 .30.37 ;
o dedo traços no c h ã o '.7Como eles con­ con fo rm e à verdade” , porque eu não es- K-29: ,0J0
tinuassem a lhe fazer perguntas, Jesus tou sozinho: há tambe'm A q u ele que mc
ergueu-se e lhes disse: “Aquele dentre en viou1*. l7A liá s, em vossa própria L ei está
d i 17,7: vós que nunca pecou atire-lhe a primeira escrito*' que o testemunho de d o is hom ens d i 17 ,6;
Ml 7'''5 pedra0” . "E, inclinando-se, pôs-se nova­ é válid o . '"E u dou testem unho de mim I915'
Nm 35.30
mente a escrever traços no chão. ''Depois m esm o e o Pai quc me en vio u tam bem 5.32J7;
de terem ouvido essas palavras, eles sc dá testem unho de mim'1” . lvE le s lhe dis- lj0 5,9
mi 22.22 retiraram um após outro, a com eçar pe­ seram então: “ O teu P a i, onde está e le ? ”
los mais velhos, e Jesus ficou sozinho. Je su s respondeu: “ V ó s não m e con he­
Como a mulher continuasse ali, no meio ceis e nâo con heceis a meu P a i; se mc
do circulo. '“Jesus reergueu-se e lhe dis­ tiv ésseis con hecido teríeis tambc'm co- l2-45: l4-7
se: “ Mulher, onde estão elesv? Ninguc'm nh ecido meu P a i". MJe s u s pronunciou
te condenou?” "E la respondeu: “ Nin- e s s a s p a la v ra s no lu g a r c h a m a d o do
Ex 34.6: guém. Senhor". E Jesus lhe disse: "Eu T e s o u ro ', quando en sin ava no T em p lo .
Si mb. tambc'm não te condeno: vai. c doravan- Ningue'm pôs a m ão n ele, porque a sua 7 .30 :
X, 13-14;
lo 5.14 te n ão p e q u e s m a is " . hora ainda não tinha c h egad o . Mt l2 ‘"

Jesu s c a luz do m u n d o . 12 Novamente A partida de Jesus c o julgam ento. 2lJe - 7.33-36:


1.4,9: 9.5: Jesus lhes dirigiu a palavra: “Eu sou a sus lhes d isse ainda: “ Eu parto; vós me a " 24 j&
is *uz ^ mundo. Aquele que vem em meu pro cu rarcis, c contudo m orrereis cm vos- ^
60.1 J ; -----------------------------------------------------------------------------------
Mi 5.M: O n Padres gregos parecem ignorá-la; o próprio texto vida verdadeira junto do Pai (1.4-5.9; 3,19-21; 9 3 ; 11.9-10:
Uo 2X11 apresenta numerosas variantes e nâo possui as ca­ 1 235-36.46: 13.6: U o 1 3 -7 ; 2.8-10).
racterísticas do estiio joanino. E por isso se pode x. Lit. verdadeiro .
pensar que, primitivamente, esta pencope nào pertencia ao evan­ y. A regra comum (5 3 1 ) nâo se aplica a Jesus; somente ele é
gelho de Joâo. Trata-se de uma tr;tdiçào independente, inserida capaz de exprim ir quem ele é. porque vem do Pai e retoma ao
depois: o seu caráter canônico não é contestável, Pai; os outros homens são incapazes de chcgar. unicamente por
s. C f. L v 20.10: Dt 22,22-24. seus rneios humanos, a este conhecimento.
t. O termo empregado sugere que Jesus fazia troços sucessi­ z . L it. segundo a carne, isto é. segundo os critérios humanos
vos, com o para uma enumeração (dos pecados de cada um?): cf. e. por conseguinte, também segundo a aparência (cf. 7,14; IC o r
Jó 13.26. Traduz*sc geralmente escrevia, o que é m ais obscuro. U 6 ; 2.8-16).
Este v. poderia evocar Jr 17,13 na sua literalidade: os que se a. Lit. meu julgamento e' verdadeiro.
afastam de mim sâo inscritos na terra. b. C f . 5,22-30; 9 3 9 ; 12.47; 3.16-21.
u. Quer Jesus evite a cilada, lembrando as exigências legais c . C f. Dt 17,6; 19.15: Nm 3 5 3 0 .
(Dt 17.5-7; E x 23,6*7). quer mais simplesmente queira lembrar d . O principio estabelecido pela lei é finalmente observado,
aos acusadores a sua própria condição de pecadores (Mt 7,1-2). mas de um modo que os ouvintes não estão preparados para
v. Isto é, os escribas e os fariseus que o acusavam, compreender.
w. Além dos primeiros discípulos, o apelo para seguir Jesus e. O ed ifício onde se conservava o tesouro do Tem plo nào cra
(1.37.38.41.43; 10.4.27; 12,26; 1 3 36 -3 7 : 21,19.22) se dirige aos acessível ao pu blico , mas o nome ap licava-se à esplanada
fiéis que virão de toda parte; na pessoa de Jesus, quc pela cruz circunjacente; a nào ser que se trate do lugar do pátio das mu­
entrou na glória do P ai, eles devem reconhecer a luz , isto é, o lheres onde se achavam as caixas de esmolas, destinadas às
unico quc manifesta e torna praticável o cam inho que conduz à oferendas (cf. M c 12.41-43: L c 21,1-4).
so pecado. Para onde eu vou. vos não conhecereis que ‘Eu S o u ' e que eu não
podeis ir1” . “ O s ju d eu s disseram então faço nada por m im m esm o: eu digo o
uns aos outros: “T eria ele a intenção de que o Pai m e ensinou1. ^A q u ele que mc
sc matar*? E le acaba, com efeito, d c d i­ enviou está com igo"; ele não me deixou k.ió: 10.30;
zer: ‘Para onde eu vou. vós não podeis sozinho, porque eu sem pre faço o que 16,32
ir’ “ Jesus lhes respondeu: “ V ós sois lhe a g rad a ” . wA o falar a ssim , m uitos 2.23:
i.io: 3 .3 i: daqui de baixo; eu, porém , sou d o alto; creram nele". ^ j . 10'42'
l7-14 vós sois d este m undo, eu, porém , não 12.11.42
sou deste mundo*1. 24É por isso que cu A verdadeira posteridade dc Abraão.
vos disse que m orrereis em vossos pcca- }lJesus disse pois aos ju d eu s que haviam
i.i: 13.19: dos. Se. com e feito , não crerdes que Eu a c re d ita d o nele: “ Se p c rm a n e c e is na
is 43 .li
S o u 1, m o rre re is em v o sso s p e c a d o s ” . m in h a p a la v ra ”, so is v e rd a d e ira m e n te ).ii:
r,Elcs disseram então: "A final, quem és m eus discípulos, ,2conhecereis a vcrdadep ^ ' j V
tu?" Jesus lhes respondeu: “ O que cu não e a verdade fara' d c vós hom ens livresq". 2Jo 2
cesso de vos d ize r desde o com eço1. “ N o ,3E les lhe replicaram : "N ós som os d e s­
que vos c o n ce rn e, eu tenho m uito que cendência de A braão e nunca ninguém mi 3.9:
7.2H: d izer e ju lg ar; m as A quele que m c en- nos reduziu à servidão'; com o podes tu Nc 936
12.48-so v jo u e- v e r , y j c o e 0 q U e cu ouvi ju n to pretender que nós venham os a nos tornar
dele é o que declaro ao m undok". n E les hom ens livres?" •'Mesus lhes respondeu:
não com preenderam que lhes falava do “ E m verdade, em verdade, eu vos digo,
Pai. “ Jesus lhes disse então: "Q uando aquele que com ete o pecado é escravo Rm 6.17-19:
3.14-. 5.19: tjv erd cs e le v a d o o F ilh o do H o m e m , do pecado. 5sO e scrav o não perm anece
12.31-32:
Ml H.20

f. Somerue o acolhimento verdadeiro de Jesus pela fé poderia k . C f. 7.17; 12.49; 14.10.


arrancá-los do pecado e da morte, conseqüência deste (sobre o I. Elevado sobre a cru z. Jcsus sera também elevado na glória
termo “ morte**, ver 5.25 nota). O descaso deles ou a sua incom ­ (3.14-15; 1 2 3 2 3 4 ). e a sua condição divina aparecerá a todos,
preensão atuais estão a selar-lhes a própria perdição: u salvação ao mesmo tempo que a verdade das suas palavras (ver 7 3 9
consistiria cm acreditar em Jcsus e passar com ele para junto do nota).
Pai (cf. 7 3 3 ; 9 .4 t; 1232). m . Jesus aplica a si mesmo a fórmula do A T concernente à
g . O s judeus pensam que Jcsu s quer se suicidar, um dos pe­ presença c ao apoio que Deus assegura àqueles a quem confia
cados mais graves para o judaísm o. C o m o outras vezes em Jo . uma missão (E x 3.12; Js 1 3 ; IS m 10,7; Jr 1.8; A m 5.14). mas
a expressão é ambígua (cf. ja' 7 3 5 ): o leitor percebe o sentido essa fórmula toma a partir daqui um sentido eminente (cf. 1632);
profético destas palavras que anunciam, sem que o saibam os correlativamente. Jcsus está todo inteiro a serviço do Pai (4 3 4 ;
que as pronunciam, que Jesus vai de fato dar a sua vida (10.1- 5.30; 6 3 8 ).
18). De modo irônico. Jo faz dos judeus, com o mais tarde de n . C f. 2.23; 4 3 9 -4 1 ; 7 3 1 ; 10.42; 12.11.42.
C a ifá s (11.51: 18.14) e Pi latos (19,22). profetas de Jesus. o. Isto é. aderir firmemente àquele em quem se exprim e a
h. Sobre a oposição dos dois planos de existência, cf. 3 3 1 . palavra de Deus. que é a verdade (cf. 8 3 7 ; 5 3 8 ; 6.56; 15.7;
i. A libertação do pecado e da morte depende exclusivamente 2Jo 9).
do reconhecimento, na fé. de Jcsus. que aqui define a si mesmo p . Para Jo . a verdade é a realidade de Deus à medida que ele
graças a uma fórmula enigm ática: Eu sou. T a lv e z Jesus queira é a plenitude da vida verdadeira e pode associar a ela os homens
evocar as fórmulas precedentes nas quais descreveu a sua fun­ que ele criou. Esta verdade sc manifesta e se com unica em Je­
ção de salvador dos homens (pão. lu z). M as é mais provável que sus. Segue-se d a í que a fé nele também é conhecimento e aco­
esta fórmula evoque uma expressão bem-conhecida da Bfolia lhimento da verdade (1.14.17; 14.6.17; 15.26; 16.7.13; 17.17-
grega (ls 43.10; 41.4; 46.4; 48.12; Dt 3 2 3 9 ); cm Is 43.10 a 19; 1837-38; U o 1.6.8; 2Jo I).
fórmula significa Eu sou {para sempre) o mesmo. Ta lv e z haja q . Nào se trata da liberdade política nem da autonomia inte­
uma alusão â grande revelação do Sinai: Eu sou quem serei (E x rior à qual pode chegar o sábio refletindo sobre o seu ser-ho-
3.14-16); neste caso a fórmula exprim iria o scr divino de Jesus, mem. A liberdade em relação à mentira (8.44) e à morte (8 .2 4 .5 1)
que se situa no piano do Pai e que. por isso mesmo, é absolu­ também é capacidade de viver em plenitude (10.10) na com u­
tamente fiel e seguro. nhão do Filho e do Pai (1 7 3 ). Esta liberdade escatologica é um
j . O texto suscitou muitas traduções: Em suma, de que w s dom vinculado à verdade que sc recebe em Jesus.
estou falando?; E preciso somente que eu vos fale?; Primeiro o r . O s judeus compreenderam bem que se tratava da liberdade
que eu vos digo; Absolutamente o que eu vos disse; Desde o vivida em uma relação com Deus (politicamente eles foram
começo o que eu m t digo. A nossa tradução sublinha os aspec­ muitas vezes escravizados): mas esta liberdade é um dom de
tos de duração c de permanência que o presente do verbo dizer D eus c ela deve scr vivida na fé; o mero fato dc pertencer à des­
sugere. Jesus apresenta com constância o mesmo ensinamento cendência de Abraão já não autoriza que se prevaleçam por causa
concernente à sua identidade e à sua missão, mas os ouvintes, dela. pois os que crêem em Jesus é que constituem a verdadeira
em geral, manifestam que não foram capazcs de o entender. posteridade de Abraào (cf. Mt 3.9; Rm 4; G l 4.21-31).
G r 21.10. sem pre na c asa; o filh o , p o ré m , nela porque é m entiroso e pai da mentira*.
Ex 21.2;
Dl 15.12; perm anece para sem pre. ^ S e , portanto, é 45Q uanto a m im , é porque digo a verda­ Gl 4.16
Jr 2.14-15: o Filho q u e vos liberta, sereis realm ente de que não m e acreditais. 4AQ uem de vós
Cl 4.30
Rm 6.IK.22: hom ens livres*. i7Eu sei que sois a d e s­ me convencerá d e p eca d o '? Se eu digo a 2Cor 5.21;
2Cof 3.17; IPd 2.24;
c endência dc A braão'; m as porque a m i­ v e rd a d e , p o r q u e não m e a c re d ita is ? Uo 3.5
7.23
nha palavra não penetra cm vós, procu­ 47A que!e que é de D eus escuta as pala­ 10.26;
18,37;
5.IKJX; rais me fazer m orrer, ^ u d igo o quc vi vras de D eus; e e' porque nao sois de
7.19.25; Uo 4.6;
Ml 21.33*46
ju n to do m eu P ai, ao passo q ue vós fazeis D eus quc vós não m e escutais” . 5,19
3.11: 6.45 o que o uvistes ju n to d o vosso pai!" 4ííO s ju d eu s lhe responderam : "N ão te­
Gn 15.6; 39E le s r e p lic a r a m : “ O n o s s o p a i é m os nós razão ao d ize r que tu cs um
17.2;
Mi 3.9; A braão” . Je su s lhes disse: “ Se sois fi­ sam aritano*e um possessob? " 49Jesus lhes 4.9; 7,20:
Lc 9,52
Jo X.33 lhos de A braão, fazei, e n tão , as obras de replicou: "N âo , eu não sou um possesso;
A braão. ^ O ra agora vós procurais m a­ m as honro o m eu P ai. ao passo que vós
tar-m e, a m im que vos disse a verdade me desonrais! '^A liás, eu não preciso pro­
que ouvi ju n to de D eus; isso A braão não cu rar a m inha própria glória; há A!gue'm 5.41; 7.1K;
IPd 2.23
fczu. 41M as vós fazeis as obras d o vosso que providencia acerca d isso c que ju l­
4.2 2:
Df 32.6: pai". E les lhe responderam : “ N ós não ga. 5IE m verdade, em verdade, eu vos 3.11; 5.24;
Is 63.16: 11.25;
nascem os da prostituiçãov! T em os um só d ig o , se alguém guarda a m inha palavra, 14.23:
64,8:
Ml 2.10 pai. D eu s!" 42Jesus lhes disse: "S e D eus ja m a is verá a m o rte '". 52E ntão os judeus U 2,26;
Hb 11.5
Uo 5.1: fosse o vosso p a i, vós m e terícis am ado, lhe disseram : "A g o ra sabem os que tu és
Jo 13,3: 7.20; 10.20
16.28; pois é de D eus que eu sa í e que eu ve­ um possesso! A braão m orreu, e os profe­
17.x nho; eu não vim por m im m esm o, foi tas tam bém , e tu vens dizer: ‘Se alguém Mc 9.1:
At 2.29
E le q u e m m e e n v io u . 43P o r q u e não g u ard ar a m inha palavra, jam a is fará a
Mt 26.73: c om preendeis a m inha linguagem ? Por­ ex periência da m orted\ 53Serás tu m aior
Rm K.7
que não sois capazes de escu tar a m inha d o que nosso pai A braão, q ue m orreu? E 4.12;
Mt 12.41
p a la v ra* .‘“ O vosso pai e' o d iabo, c vós o s profetas tam b é m m orreram ! Q uem
Gn 3.4: estais d eterm inados a realizar os desejos pretendes ser, en tã o ?" 54Jesus lhes res­
Si> 2.24:
Rm 5.12:
do vosso pai. D esde o principio, ele se pondeu: “ Se eu m e glorificasse a mim
IJo 3.X-15: em penhou em fazer m orrer o h om em '; m esm o, a m inha gló ria não significaria
IPd 5.8
ele não se m anteve na verdade porque nada. E o m eu Pai quem m e glorifica, 13.32; 17.5
nele não ex iste verdade. Q uando profere ele d o qual afirm ais q u e é o vosso D eus.
a m e n tira ,e le tira do seu próprio cabedal. 55V ós não o co n h ecestes, ao passo quc

s . A liberdade é um aspecto da condição filiai que é oposta à mo: embora considerando-se fiéis a Deus apesar e contra tudo,
servidão. O pecado, que é desconhecimento e separação de Deus. separaram-sc dele. de modo que. agora. Satanás se tornou o
determina um esutdo dc escravidão ou dc alienação. Somente o verdadeiro pai deles (ver tambem 19.15).
Filho , em função da sua comunhão com o Pai. acha-se dc modo w . A incapacidade em que eles estão de reconhecer a verdade
definitivo e seguro na casa (sobre a oposição servo-filho cf. G n das palavras de Jesus manifesta que não pertencem ao mundo de
21,10: Jr 2.14-3.22; G I 4,1-9; 5.1) e ele vem para que os que Deus (cf. 1837).
abraçam a fe' participem de sua condição. x. A oposição a D eus exprim e-se na vontade dc destm ir a vida
t. A descendência de Abrudo nào é somente uma realidade concedida ao homem (cf. G n 3. interpretado por Sb 1,13*16;
biológica ou social: ela exige tambem uma conformidade com a 2.24; Rm 5,12; IJ o 3.8-15). A intenção de matar Jesus decorre
atitude vivida pelo patriarca; essa conformidade deve-se traduzir deste desejo de destruir a vida.
na prática e se exprim e agora pelo reconhecimento do enviado y . L it. e o seu pai. A lgu n s traduzem e pai do mentiroso. O
de Deus (cf. Rm 4 .I.M -2 5 : 9.7; G I 3.6-16). A o contrario, as diabo se define pela rcjeiçào da verdade; ele é incapaz de aderir
tentativas para assassinar Jesus sâo o sinal incontestável de que a ela. e a mentira é o sinal da sua açâo (A p 12.9).
os seus autores nâo sâo filhos dc Abniâo. a não ser de modo 2. 0 pecado aqui é erro e mentira, por ser a recusa da verd
puramente carnal. (15.24) e de Deus.
u. Abrado é o protótipo daquele que crê na palavra de Deus: cf. a . C f . 4.9 nota. O samarírano é. aos olhos dos judeus, o pro­
G n 15.6; 44,20-21; Rm 4 3 .1 8 .2 0 ; H b 11.8-19; T g 2.21-24. tótipo do homem que sc separou do povo eleito e esta' sujeito às
v. Reivindicando a origem divina do seu povo. os judeus influências perversas.
chamam a Deus de pai e negam terem nascido dc um ato de b. A acusação de possessão demoníaca é clássica: cf. Mf 1224-
prostituição: costumava-se designar com o termo prostituição o 37; 9 3 4 ; 11.18-19; L c 11.15-26; cf. também 7,20; 10.20.
culto dos ídolos, a infidelidade do povo a Deus (O s 1—3; Jr 3.1- c . C f . 8 .2 4 3 1 ; 11,25-26.
4; Is 57.7-13; E z 1 6 33 ); no caso , sua religião é idolátrica mes­ d . L it. saboreará (cf. H b 2.9).
7 .28 -29-. eu 0 c onheço. Sc eu dissesse que não o lavar-tc na piscina de Siloe"’ — o que
Ml 11.27: \ ^
u io j 2 c o n h eço , seria, co m o vos, um m entiroso; significa Enviado". O cego foi. lavou-se u U4
m as cu o conheço e guardo a sua pala­ c , ao voltar, enxergava.
vra. “ A braão, vosso pai, exultou na es- “As pessoas da vizinhança e os q u e a i 3.10
cn 17.17: perança de ver o m eu D ia'; ele o contem - antes costum avam vc-lo — pois era um
Ml 13,17 plou e ficou cheio de a lc g ria ^ .^ A o que m endigo — diziam : “N ão é aquele que
os ju d eu s lhe disseram : "N em sequer tens ficava sentado pedindo esm olas?" 9U ns
cinqüenta anos e viste A braão?” “ Jesus diziam : “ É ele m esm o!” O utros diziam :
lhes respondeu: “ Em verdade, em verda- “ N ão! D eve se r alguem parecido com
i.i: «.24: de, cu vos dig o , antes que A braão fosse, ele ” . M as o cego afirm ava: “ Sou eu m es­
J 3^ * Eu Sou*". 5VE ntão eles colheram pedras m o". '“E n tã o , eles lhe disseram : “ N este
io.ji.j9: para atira-las contra ele, m as Jesus se lhes c a so , c o m o é q u e se abriram o s teus
Lc 4 29-30 subtraiu e saiu do T em plo. o lh o s? " " E le respondeu: “O hom em a
quem ch am am Jesus fez lam a, esfregou-
q A c u r a d e u m ccgo. 'A o p assar, Je- -a nos m eus olhos e me disse: ‘Vai a Si-
ai 3,2:14.8 sus viu um hom em ccgo de n ascen­ loe' e lava-tc’. E ntão cu fui, lavei-m e e re­
ça. 2Os seus d iscípulos lhe fizeram a per- cuperei a vista” . l2E les lhe disseram : “ O n­
Ex 20.5 : gunta seguinte: "R a b i, quem pecou para de esta' ele?” E le respondeu: “ N ão sei” .
Ez 18.20: q Ue c | e n a s c e s s c ccgo. ele ou seus paish?” l3L cvaram aos fariseus o hom em que
U l3'J 4 UJesus respondeu: . ,1N,1em ele
. nem1 seus tinha sido ceg o . l4O ra, foi num sacad o
5 ' u 'ifi fv' as e Para tjue as obras d e D eus se que Jc su s fizera lam a e lhe abrira o s
Pa ' s ' ■ mm2 io:
1 1 .9 -io: m a n ife ste m n e le 1. 4E n q u a n to é d ia , é olhos". l!O s fariseu s, por sua vez, per- u 13 . 10 :
12.35-36: m isterJ trabalharm os nas obras d A quele g u n tara m -lh e c o m o tin h a reco b rad o a l4,1‘2
4.34
que me enviou: aproxim a-se a noite na vista. E le lhes respondeu: “ Ele m e a p li­
qual ninguém pode trabalhai*; senquanto cou lam a nos o lh o s, eu me lavei e agora
eu estiv er no m undo, cu sou a luz do vejo” . '‘E ntre os fariseu s, uns diziam :
1.4: H.12:
12.46: m undo'". “E sse indivíduo não observa o saT>ado, U 4 : 3 .2 :
i< 49.6 ‘T en d o assim falado, Jesus cuspiu no portanto n ã o é d e D eusp". M as outros
mc 823 chão. fez lam a com a saliva e aplicou-a diziam : “C om o é que um hom em peca- 10.19
nos olhos d o cegom, 7e lhe disse: “ Vai d o r teria o poder dc operar tais sinais?"

e. O A T falava do dia do Senhor, o dia do ju ízo , e da instau­ nascença mencionado no N T ) pode ser considerado o protótipo
ração do Reino messiânico (A m 5,18; ls 13.6; E z 30,3; J l U 5 dos que chegam â fé.
etc.); a fórmula sc aplica ã vinda de Jesus (cf. L c 17.24; IC o r j . Este piural bem-atestado parece indicar que a comunidade
1.8; 5.5; 2 Co r 1.14). cristã considerava a própria açào como sendo o prolongamento
f. Pode tratar-se da visão profética que. até certo ponto, na da de Cristo: cf. 14.10-11.
esperança, percebe ja . em certa m edida, o advento do C risto (cf. k . A duração da vida e da atividade dc um homem é muitas
12.41 a respeito de Isaías que viu a sua gloria)', mus é possível vezes comparada à dc uma jornada de trabalho. D o mesmo modo.
compreender que Abraào veja atualmente a vinda de Jesus que a atividade dc Jesus, que é também a lu z do mundo, pode ser
realiza a sua esperança (cf. L c 16.27). comparada a uma jornada (11.10).
g . Confere 8,28; 13,19; 1.1-3; afirm ação cxpIJcita da pree­ I. A atividade salvífica do Pai sc manifesta em Jesus para o
xistência do Filho eterno com relação a este homem que foi bem de todos os homens; ele é a unica possibilidade de salvação
Abraão. (8.12; 1235).
h. Segundo uma concepção muito difundida no mundo antigo, m . Na antiguidade, considerava-se que a saliva possuía virtu­
havia um vínculo estreito entre o [>?cado e as enfermidades des curativas: Jesus recorre a um gesto fam iliar e lhe da' uma
.sicus (E x 9,1-12; S l 38.2-6; E z 18.20). N o caso dos enfermos de eficacia nova (cf. M c 7,33; 8,23).
nascença, certos rabinos atribuíam a falta aos pais. outros à pró­ n .A piscina de Siloe'tsla\n siluada na cidade (2 R s 20,20; Is
pria criança, no decurso da gestação. 8.6; Ne 3.15); Jo . que atribui grande importância ao tema da
í. Jcsus afasta as teorias correntes sem preocupar-se com pro­ missão, sugere uma etim ologia: do mesmo modo como a água
por uma nova. E ie constata o fato da enfermidade e age tendo da piscina do enviado restitui a vista, assim também o Enviado
cm vista assegurar a esse homem a sua plena integridade física; m essiânico traz a luz da revelação. Ta lv e z se deva ver aqui uma
assim fazendo realiza um sinal que manifestara aos homens sua alusão à liturgia batismal.
origem divin a e os convidara a receber a luz verdadeira. A pas­ o. Era proibido fazer qualquer tratamento no dia de sal>ado. a
sagem da cegueira à visão sim boliza a da incredulidade e da não ser nos casos de perigos graves'(cf. 5.9).
morte à fé e à vida. Neste sentido, o cego (o ünico cego de p. C f. Dt 13.1-6.
E havia div isão entrc cies. l7E ntão eles não escutastes! Por que quereis ouvi-lo
se dirigiram dc novo ao cego: “E tu. que m ais um a vez? D esejais acaso tornar-vos
dizes daquele que te abriu os o lh o s? ” E le seus discípulos tam be'm '?” “ O s fariseus
4,i>): 7.4(1: respondeu: “ É um profeta'1". lsM as en- se puseram en tão a injuria-lo e diziam :
Mt 21.46
q uanto nao convocaram os seus pais, os "T u é que e's seu discípulo! Q uanto a
ju d e u s se recusaram a c rc r que ele tinha nós, som os discíp u lo s de Moise's. MN ós 7.27 -2H:
sido cego e recobrado a vista. '*E per­ sabem os que D eus falou a M oise's, ao IU4
guntaram aos pais: “E ste hom em é de passo que e ste, não sabem os de onde e'“!"
fato o vosso filho que p retendeis ter nas­ « O hom em lhes respondeu: “ A í esta', de
cido ceg o ? E ntão co m o e' que agora ele fato, o que é e spantoso, que não saibais
vê?” 2,lO s pais lhes responderam : “ Nós de onde ele é , ele que me restituiu a vista!
tem os ccrtcza de que este e' de fato o ■
’ 'S abem os que D eus não atende os peca- si 34 .15 :
nosso filho e que ele nasceu cego. 2lCom o d o re s';m a s se um hom em e' cheio dc pie- f6-.1*,
r ls 1,15:
e' que agora ele vê. nós o ignoram os! dade e faz a sua vontade, D eus o atende". Pr 15.29
Q uem lhe abriu os olhos? N ós o ignora­ MN unca se ouviu d izer que alguc'm tenha
m os. Interrogai-o, ele ja' tem idade su ­ aberto os o lh o s a um cego de nascença*.
ficiente. e le m esm o que se exp liq u e a 3,Se este hom em não fosse de D eu s, nada 3.2
seu re sp e ito !" 22 O s seus pais falaram poderia faz.er>” . u E les replicaram : "T u cs si 51.5-7:
assim porque tinham m edo dos ju d eu s. todo pecado desde o nascim ento, e vens ,o9,2
Estes já haviam decidido ex clu ir da sina- nos dar lições?", e o expulsaram .
7.13; 12.42: goga todos aqueles que confessassem que “ Jesus soube que eles o haviam ex p u l­
I9..W; 20.19 j esus e- 0 C risto '. 2,E is por q u e os pais sado. Veio então encontrar-se com ele e mi «.20
disseram : “E le ja' tem idade suficiente, lhe disse: “C rê s no Filho do H o m em '?"
interrogai-o". ■*E ele respondeu: “Q uem c e le , S enhor,
2iOs fariseus cham aram um a segunda para que cu creia nele?” " J e s u s lhe dis­
vez o hom em que tinha sido cego e lhe se: “Pois e n tã o , tu ja' o viste: e' aquele 4.26
Js 7.19: disseram : “ Da' glória a D eus'! N ós sabe- que te fala". “ O hom em disse: “ C reio , mi «.10
A|in i3 m os que este hom em é um pecador". S enhor", e se prostrou diante d ele. J9E
“ R espondeu-lhes ele: “ Eu não sei sc é Jesus disse então: “Eu vim a este m undo 3 . 17;
pecador: só sei um a coisa: eu era cego e para um ju lg a m en to , a fim de que aque- Ü iim ’101
agora vejo” . “ E les lhe disseram : “ Q ue te les que não viam vejam , e aqueles quc JJ-**
fez ele? C o m o te abriu o s olhos?” 27E le viam se tornem cegos"” ." O s fariseus que mi is.m:
23.I6.23’
respondeu: “Eu ja' vo-lo c o n te i, m as vós estavam com ele ouviram essas palavras 23-l6-2,'26:
Lc 6.39

q . C f. 4,19: é a primeira etapa da interpretação do sinal; Jesus h . Jo associa a característica grega da piedade com o ideal
é reconhecido como um homem de Deus. dotado de um poder b ftlico que insistia mais na obediência a Deus.
que ultrapassa as possibilidades humanas ( L c 24,19). C f . tam­ x. Em Th 7,7; 11,7-13; 14,1. não se tratava de um cego de
bém 5 3 7 nota. nascença, com o lambem não nos relatos dos evangelhos sinóti­
r . Na época de Jesus, o judaísm o usava medidas de segrega­ co s (M c 8.22-26; Mt 20.29-34; M c 10.46-52; L c 1835-43). A
ção dc certos delinqüentes; foi sd pelo fim do séc. I que apare­ passagem da cegueira à visão sim boliza a da incredulidade à fé.
ceu uma verdadeira excomunhão dos cristãos; é provável que Jo das trevas ã luz. O sinal realizado por Jesus é, assim , um ato que
tenha projetado para o passado uma medida recente (cf. 12,42; ilustra o conjunto de seu ministério (cf. 6 3 6 nota).
16.2). da qual certamente já foram vítimas alguns cristãos. y . Nova etapa do itinerário da fé: o ex -ccgo. que já reconheceu
s. Convite habitual para dizer a verdade sob o olhar de Deus. Jesus como profeta (9.17), declara que até então ninguém em
sem sc preocupar com eventuais inconvenientes pessoais. Israel foi tão homem dc Deus quanto Jesus; os títulos antigos já
t. C f. 1.19 nota: com humor e ironia, a figura do cego permite ficam ultmpassados.
ao evangelista aludir ao quc então opunha judeus e cristãos. z . C om o etapa final, o m iraculado rematou o seu testemunho
u. Ver 6,42; 7,27.42.52. A importância adquirida pela lei. no e sofreu a perseguição, prefigurando a situação vivida pela Igre­
judafsmo. promovera uma altíssim a estima pelo legislador Moi' ja joanina (cf. I5 ,l- I 6 . 4 a ) . Jesus vem-lhe ao encontro e sc lhe
.«?£. O s fariseus tendiam a considera-lo com o o mestre de dou­ revela como sendo o Filho do Homem, isto é. aquele que vem
trina por excelência. A medida que Jesus aparece com o portador do céu para reunir os homens e elevá-los ã participação da vida
da revelação total e definitiva, ele devia ser posto em contraste de Deus (1.51: 3.14-15; 6.62-63).
com M oisés (cf. 6 3 2 nota). a. A missão de Jesus provoca neste mundo uma verdadeira
v. C f. 5 3 7 nota. É uma verdade comum (Is 1.15; S l 66.18; inversão das situações; é o quc exprimem duas afirmações situa­
109.7; Pr 15,29; Jd 27.9; 35.13; Jo 16.23-27; U o 2,21-22). das em níveis diferentes: os cegos que prestam sua fé a Jesus são
e lhe disseram : "P o r acaso seriam os ce ­ “Em verdade, em verdade, eu vos digo,
gos tam bém nós?” 41Jesus lhes resp o n ­ eu sou a porta das ovelhas. “T o d o s os s n i8 20
deu: “ Se fósseis cegos, não terieis peca- quc vieram antes de m im são ladrões e Jr 23 . 1-2 ;
336:12.48: do. M as ag o ra d ize is ‘nós v e m o s’: o assaltantes*, m as as ovelhas não os escu- Ez 34,2 3
ft 2 6 \ 2 vosso pecado perm aneceb” . taram . 9Eu sou a porta*1: se algue'm entra
p o r m im será sa lv o 1, sa irá e vo!taráJ e 3 , 17-.

< / v A p a rá b o la d o p a s to r . '"E m ver- achará com que se alim entar11. l0O ladrão *3,91'*
d a d e , em v e rd a d e , eu vos d ig o , só aparece para roubar, m atar e levar à Nm 27.17
Mq 2 .12 aquele que não entra pela porta no redil perdição: eu vim para que os hom ens
das o v e lh a s', m as nele penetra por outra tenham a vida e a tenham em abundância1.
parte, e' ladrão e assaltanted. 2A quele, po­ " “ Eu sou o bom pastor"1: o bom pastor b 40 . 11 :
rém . que entra pela porta é o pastor das se d e sp o ja d a p ró p ria v id a p o r su a s
ovelhas. 3A quele que guarda a porta lhe ovelhas". 120 m ercenário, que não é ver- Sr 18.13;
si 95,7: abre, e as o velhas escutam a sua voz; as dadeiram ente pastor e a quem as ovelhas
[s43.i 0 velhas que lhe pertencem , ele as c h a ­ não p e rte n ce m , ao ver ch eg ar o lo b o . 1J0 3 .1 6
m a, cada um a por seu nom ec,e as leva abandona as ovelhas e foge: e o lobo se ^ ^
para fora. '•Quando ele as fez sair todas, apodera d elas e as dispersa. 15É que ele ira 5 ,2-3
cam in h a à frente delas e elas o seguem , é m ercenário e pouco lhe im portam as
10.27 porque co nhecem a sua voz. 5E las nunca ovelhas. l4Eu sou o bom pastor, eu co- 10,27 ;

seguirão um estranho; não só, m as fugi­ nheço as m inhas ovelhas, e as m inhas | ^ . 8,2"3'
rão dele, porque não conhecem a voz dos ovelhas m e conhecem , l!com o o m eu Pai Ç14-9;
2Tin 2,19
estranhos.” ‘Jesus lhes disse essa pará- m e co n h ece e eu conheço o m eu Pai”; e m u i,
16,25 bolaf. m as eles não com preenderam o a l­ eu m e despojo da vida pelas ovelhas. “ Eu } ^ j J;
cance do que ele dizia. 7Jesus prosseguiu: tenho outras o velhas que não são deste 1,0 3' 16

curados e chegam ao conhecimento da revelação; ao invés, os h. O tema da porta quc dá acesso às realidades celestes cra
que se ufanam de serem esclarecidos (cf. 9.16.22.24,29.34) não freqüente na tradição judaica (G n 28,17; S I 78,23; Henoc 72,75)
se acham cm condições de ver (14.9) aquele que traz a lu z da e nos evangelhos sinóticos (M t 7,13*14; L c 13,23; Mt 25,10; L c
salvação (9.5; 8,12); eles se encerram para sempre nas trevas e 11,52); em Jo , o próprio Jesus é. por sua encarnação, o lugar da
na perdição (cf. 3,17-21; M c 4.11-12). Quanto ao conceito joanino descoberta e do acolhimento dos dons divinos. E is o sentido da
do julgamento, ver 3,2) nota. segunda parábola (vv. 7-10).
b. S c eles fossem cegos à maneira daquele que foi curado, nâo I. O C risto salva da morte (cf. 11.26 nota) e de tudo o que
teriam pccado; mas os que se upóiam com presunção no quc já tende a destruir o homem (3.17).
possuem não prestarão sua fé a Jesus, o único a poder arrancá­ j . S alv o , o discípulo encontra a liberdade c a segurança (cf.
mos do pecado (cf. 3 3 6 ). 8 3 2 .3 6 ).
c. Durante a noite, as ovelhas eram habitualmente recolhidas k . Outra tradução possível: pastagem.
dentro de um cercado resguardado por uma mureta e postas sob 1. Enquanto os falsos salvadores procuram essencialmente d is­
a proteção de um guarda. persar e destruir, Jesus tem a missão de cum ular de bens os seus
d . A primeira parábola (10,1 -5) opõe o pastor, que entra normal­ discípulos, fazendo-os participar da vida do Pai.
mente. porque recebeu missão para isso. aos que procedem irregu­ m . A imagem do pastor quc conduz e protege o rebanho fora
larmente e querem dominar em proveito próprio, os mestres fa­ aplicada, no A T , ora a Deus (S l 23,1; Is 40,11; Jr 3 1.9), ora ao
riseus, que estão sendo focalizados desde 9.13; esta parábola in­ rei messiânico (S l 78,70-72; E z 37,24), ora aos responsáveis por
troduz 10,11-18: “ Eu sou o bom pastor". A segunda parábola (10. Israel (Jr 2,8; 10,21; 23,1-8; E z 34). E la é utilizada muitas vezes
7-10) ilustra a afirmação de Jesus: “E u sou a porta” ; cf. 10,9 nota. nos evangelhos sinóticos (M c 6,34; 14,27; Mt 9 3 6 ; 18,12-13;
e. Dentro de Israel há, portanto, duas categorias de homens: os 2 5 3 2 ; 2 6 3 1 ; L c 1 5 3 -7 ). Jesus realiza perfeitamente a função
que pertencem de fato ao pastor e respondem ao seu chamamen­ pastoral à medida quc o Filho do Hom em participa da condição
to e somente a etc. e os que não respondem porque nunca lhe dos homens para conduzir à vida eterna.
pertenceram. C f. 1.47 ou 20,16. n . L it. dispor de sua alma para\ a expressão deve ser com pa­
f. Palavra misteriosa ou sím bolo obscuro, a parábola é , aos rada com a fórmula dar a sua alma de M c 10,45, que parece
olhos de Jo . o modo de revelação adequado à missão temporal derivar de Is 53,12. A o passo que o mercenário sacrifica as
dc Jesus; só poderá ser entendida dc verdade na fé. à plena ovelhas ao seu interesse, Jesus vai entregar a sua vida até a m or­
claridade da revelação final, quando da elevação de Jesus e do te para que os seus discípulos vivam (cf. 6 3 1 ; 10,15; 11,50-52.
dom do Espírito. 18,14).
g . Nâo sc trata dos profetas do A T . mas dos homens que. tanto o. Na tradição bíblica, o conhecimento entre pessoas im plica
no mundo judeu com o no mundo pagão, pretendiam por seus o amor; o conhecimento que liga Jesus aos seus encontra a sua
próprios meios levar aos homens o conhecimento das coisas fonte e a sua plenitude no amor quc liga o Filh o ao Pai. A morte
divinas e a salvação. na cruz é a expressão suprema desse amor (13,1; 15,13).
redil, c tam bém a estas é preciso que eu -lo disse e vós não credes. As obras que
5.25: conduza; e las o u v irão a m inha voz, e eu faço em nom e d e m eu Pai d ã o teste ­
11.52:
IK.37:
havera' um só rebanho e um só pastor1’. m unho d c m im , “ m as vós não m e credes Pr 28.5:
I70 Pai m e am a. porque eu m e despojo ICor 2.14:
b. 56.K: porque não sois das m inhas ovelhas*.” As
IPd 2.25: Jo 6.64: 8.45:
Ei 34.23:
da vida, para a re to m a r em se g u id a ’ . m inhas o velhas escutam a m inha voz e 10.3-4.14
8.47: 10.3
37.24 ‘"N inguém me tira a v ida, m as por m im eu as co n h eç o , c elas m c seguem . “ E eu 3.16; 6.39:
Fl 2.8*9 m esm o eu dela m c d e sp o jo '; eu tenho o lhes dou a vida eterna; e las nunca p e re ­ 17.2.12:
18.9:
po d er de me d e sp o jar da vida e tenho c erã o e ninguém poderâ a rran cá-las da Rm 8.33-39:
o poder de a retom ar: este é o m anda­ m inha m ão*. ” 0 m eu P ai, q u e m as deu, IPd 1.5
8.29: 14,31: m ento que eu recebi d o m eu Pai” . e m aio r do que tu d o , e ninguém tem o
15,10
l9E ssas palavras provocaram de novo a p o d e r de arran car algum a co isa d a m ão 3.35; 17.24:
Is 43.13
3.11: 7.43: divisão entre o s ju d eu s. 20M uitos deles do P a i, . MEu e o Pai som os um 1” . l.l:
9,16
diziam : "E le é possesso, fala disparates, 3lO s ju d e u s apanharam de novo pedras 17.11.21
7.20; 8.48:
Mc 3,21-22: por q ue o escutais?” 2lM as outros diziam : para o apedrejar. J2M as Jesus prosseguiu: 8.59
Vil 11.18;
Lc 7.33; “ E stas não são palavras dc um possesso; “E u vos fiz ver tantas o b ras belas que
At 26.24 teria um dem ônio poder de a brir os olhos vinham do Pai. P or qual d e ssa s obras
3.2: 9.30-33
a um c c g o T/ ’ q u e reis ap edrejar-m e?" 330 s ju d e u s lhe Lv 24.16:
Ml 26.25:
responderam : “ N ão é por um a bela obra Mc 14.64:
D e c la ra ç ã o so le n e e a c u s a ç ã o d e b la s ­ qu e qu erem o s te apedrejar, m as por um a U 22.70-71;
Jo 5.18
fê m ia . “ C elebrava-se e n tã o , em Jerusa- b lasfêm ia, porque tu. sendo h o m em , te
im c 4.36 lém , a festa da D edicação'. E ra inverno. fa ze s D e u s '" . MJ c su s lh es re sp o n d e u :
u N o T em p lo . Je su s ia e v inha so b o “ N ão esta' e scrito na vossa L ei“: Eu dis­ Sl 82.6:
Rm 3.19:
a i 3.ii: pórtico de Salom ão1. 24O s ju d eu s form a- se: vós sois deuses*?x A contece, pois, que ICor 8.5
ram um círculo ao red o r de Jesus e lhe a L ei c h am a de deuses aqueles a quem a
u- 22.67 disseram : “ A té quando nos m anterás em palavra d e D eus foi dirigida. O ra , nin­ Ml 5.1K;
Lc 16.17
suspense? Se és o C risto, dize-nos aberta- g uém pode ab o lir a E scritura. “ A o que o 5.17-20;
5.36: 10.38 m en te "!"^ Jesu s lhes respondeu: “ Eu vo- Pai consagrou e enviou a o m undoc vós Jr 1.5

p . A lusão à missão universal (cf. 4 3 5 -3 8 ). que é obra do v . Jesus exprim iu-se claramente, mas a incompreensão do
C risto tanto quanto a sua açào na Palestina (cf. 17,20): os que. verdadeiro cara'ter da sua missão provém da falta de fe e, mais
peio mundo inteiro, já são, misteriosamente, seus ( 11.52) reco­ profundamente, do fato dc nào pertencer ao rebanho que o Pai
nhecerão a sua voz na palavra dos enviados. A unidade dos lhe preparava (cf. 6.60-64; 8.24-59).
homens, judeus e gregos. será realizada por Jesus e em Jesus (cf. w . Nenhuma força terrestre tem a capacidade de suplantar o
G l 3.28; C l 3,11). poder do pastor m essiânico, e. em conseqüência, os que nele
q . Para Jesus, a sua Ressurreição está estreitamente ligada à crêem sentem uma perfeita segurança.
doação da sua vida na cruz. x . C f . Is 43,13. Segundo outros mss.: meu Pai, o que ete me
r . A narração joanina da Paixão sublinhará particularmente deu é maior do que tudo.
esta soberana liberdade de Jesus. y . Jesus pode proporcionar uma proteção absoluta aos seus.
s. Por volta do fim dc dezembro, comemorava-se a restaura­ porque participa sem limite do poder do Pai (cf. 5,17-19). Por sua
ção e a nova dedicação do Tem p lo , que se seguiram à vitória de imprecisão, que não é fortuita, esla afirm ação sugere uma unidade
Judas Macabeu sobre Antíoco IV (cf. /M c 4 3 6 -5 9 ; 2Mc 1.9.18; ainda mais profunda (cf. 17,11.22); os ouvintes o compreenderam.
10.1*8). E ssa festa, chamada hunukká, calcava-se na festa das z . Atendo-se às prescrições legais, só havia blasfêmia no
Tendas e dava uma importância muito grande às iluminações. momento em que se pronunciava o Nome divin o (Sinédrio 75).
Sobre as festas judaicas em Jo , cf. 6.4 nota. M as a condição divin a que Jesus reivindica im plicitamente, e
t. O s cristãos de Jerusalém a í se reuniram muitas vezes (cf. At que é proclamada posteriormente, explica a form ulação desta
3.11; 5.12). grave acusação (cf. M c 14.61-63 par.).
u . M ais claramente do que nunca (cf. 2,18: 5.16; 8.25), as a . O termo designa o conjunto das Escrituras (cf. 7,49; 1234;
autoridades judaicas exigem de Jesus uma definição clara e 15.25). Quanto à ponta polêmica da palavra vossa. cf. 1.19 nota
publica do caráter m essiânico de sua m issão. Observe-se mais e 6 3 2 nota.
uma vez a ironia joanina: o que pedem é o que Jesus não parou b. S l 82.6: a exegese judaica aplicava esta palavra não somen­
de repetir desde o inicio de seu ministério! Nos evangelhos si­ te aos ju ize s, mas ao conjunto dos israelitas. É a fortiori normal
nóticos acha-se um pedido semelhante no decurso do processo aplicar a fórmula ao enviado por excelência; não há, portanto,
perante o Sinédrio (cf. Mt 26.63; M c 14,61 e sobretudo L c 22.67). motivo para falar em blasfêmia.
Jo parece situar o processo no decurso de toda a vida de Jesus; c . O enviado de Deus foi posto à parte e participa, de modo
desde agora já ressoa a acusação de blasfêm ia e manifesta-se a privilegiado, da santidade de D eus (cf. Jr 15: Sr 49.7: Jo 6.69;
vontade dc fazer Jesus morrer. 17.17-19).
dizcis: 'T u b lasfe m a s’, porque afirm ei servirá para a glória de D eus: e' por ela
que sou o Filho de D eusd. J1Se cu não quc o Filho dc D eus deve ser glorifica-
faço as obras do m eu P ai. continuai a d o k" . 5O ra . Jesus am ava M arta e sua irm ã Dl 3X3:
Mc 10.21;
não crer cm m im . '“M as se cu as faço. c L ázaro. ‘N o entanto, m esm o sabendo
2Jo 1-2
2. 11: m uito em bora não acrediteis em m im . que L ázaro estava d oente, perm aneceu
14.10-11: crede nas obras. E assim co n h ecercis. c ainda dois d ias no lugar onde se e n co n ­
17.21
conhecereis cada vez m elhor, quc o Pai trava. 7Só d e p o is disse aos discípulos:
está em m im com o cu estou no P a i'” . "V o ltem o s para a Judéia". "O s seus d is­

wE n tão . eles p rocuravam m ais um a vez cíp u lo s lhe disseram : "R a b i, há pouco os
7..W. prendê-lo. m as ele escapou de suas m ãos. ju d e u s procuravam te apedrejar1; e q u e ­ «.59: 10.31:
«.20.59 U 2 2 .2 »
I.2K;
■"'Jesus voltou para além d o Jordão, no res v o lta r para lá?” ’Je su s re sp o n d eu :
Ml 19.1; lugar onde João com eçara a batizar, c a í “ N ão tem o dia doze horas” ? Sc alguém 9.4: x.12:
Mc 10.1 1235;
perm aneceu. 4lM u ito s vinham a ele e anda dc d ia , não tropeça, porque vê a luz Ml 6.22-23
diziam : "João por certo não operou ne­ deste m undo"; lom as se alguém anda dc
nhum sin al, m as tudo o que ele disse n o ite , tro p e ç a , po rq u e a luz não e stá 12-35:
lio 2.11
deste hom em era verdade'". 42E num ero­ nele1’” .
sos foram os que nele crcram . "D ep o is de ter pronunciado estas pala­
vras. Je su s acrescentou: "O nosso am igo
J e s u s faz re v iv e r u m m o rto . 'U m L ázaro ad o rm eceu 11, m as eu vou d esp er­ Mt 9.24:
11 hom em estava doente: era Lázaro8 tá-lo ". ,2O s discípulos lhe d isseram e n ­ 27.52:
Mc 5.39:
u I0.3K-J9 tlc Betânia1’. a aldeia dc M aria e dc sua tão: "S e n h o r, se ele adorm eceu, se rá sal­ U «.52:
121. -k irmã. Marta1.*Traia-sedaquela m esm a M a­ vo". '-'Na realid ad e, Jesus quisera falar Al 7.6(1:
ICor 11.30
ria que ungira o S enhor com um óleo per­ da m orte d e L ázaro, ao passo que eles
fumado e lhe enxugara os pes com os cabe­ im aginavam que falava do adorm ecim en-
los1. Q uem eslava doente era o seu irm ão. to d o sono. ,JJe su s disse-lhes en tão ab er­
Lázaro. ’As irmãs m andaram d izer a Jesus: tam ente: "L ázaro m orreu. I5e cu cstou
11.36 “ Senhor, aquele que tu am as está doente” . contente, por vossa causa, d e nâo ter e s­ 2.11

'‘D esde quc o soube, Jesus disse: “ Esta tado lá, a fim dc quc vós creiais. M as
2.ii; 9.33: doença não term inará com a m orte, ela vam os a e le !" '‘E ntão T o m é. aquele quc 14.5.31;
10.33-34 20.24-29
d. Jesus assume francamente o lílu lo de Filho de Deus. Dora­ M ais profundamente ainda, essa doença constitui o ponto de
vante esse táulo adquire um alcance novo à luz da qualidade de partida da série de acontecimentos quc conduzirá ã morte de
sua ação c das fórmulas que exprim em a sua união com o Pai Jesus ( 1 1,45-54), quer dizer, à sua glorificação na cruz e pela
(1 0 3 0 .3 8 ), cruz. A todos os que crêem será oferecida, deste modo, a pos­
c. C f. 14.10-11; 17.21; U o 3,24; 4.15. sibilidade de participar da sua ressurreição, já que pela cruz sc
f. C f . 3.26 nota. Jesus se retira para a Peréia (cf. 1.28). A s realizara’ finalmente a manifestação da glória escatológica (cf.
vésperas da fase decisiva da missão de Jesus. Jo quer recordar 12.16.23.28: 1331-32; 17.1-5).
o testemunho dt) Batista (cf. 1.19-35; 3.22-30; 5.33-36). I. C f . 1 0 31 : 5.18; 7.1.19-20.25; 8 3 7 .4 0 . A deliberação que
g . fiste nome. abreviação de Eteazar (D eu s ajudou) parece ter Jesus toma im plica um perigo dc morte, que ele arrosta muito
sido bastante difundido no séc. I; encontram o-lo na parábola dc conscientemente e com plena liberdade (10.18).
\ x 16,19-31. na qual se trata dc um pobre que é recompensado m . A jornada de trabalho, que se estende do despontar ao pôr-
após a morte. -do-sol, compreende doze horas: Jesus deve prosseguir a reali­
h. Nào se trata do povoado da Peréia mencionado em 1.28. mas zação da sua missão até o termo fixado pelo Pai. até a hora da
de uma aldeia situada a leste do Monte das O liveiras, próxima noite ou das trevas (7 ,8 3 3 ; 1 3 3 0 ; 17.1; L c 22.53).
a Jerusalém (M t 21.17; 26,6; M c 11.1.11-12: l x 19.29; 24,50). n. Jesus traz para os homens a lu z quc lhes deve permitir
i. A s duas irmãs sào mencionadas por L c 10 38 -4 2 ; a tradição andar com segurança (8.12; 9 3 ; 12.46). O verdadeiro perigo nâo
à qual Jo se filia considerava M aria com o sendo a mulher quc é os que os discípulos consideram ; é o de não perceber a luz que
ungiu Jesus com perfume. brilha agora, ou de impedir Jesus de cum prir sua obra até o fim .
j . O episódio da unção de Betânia que Joâo, seguindo a tra­ o. Ha complementaridade entre a lu z exterior que Jesus traz e
dição. relatara no começo da narração da semana da Paixão a luz interior (cf. Mt 6.23: L c I I 3 5 ); a revelação só é percebida
(1 2 .1 -8) era bcm -conhecido por seus destinatários (M t 26.6-13; pelos filhos da luz (cf. 3.19-21).
M c 1 4 3 -9 ; I * 7 3 6 -5 0 ). p. Tanto no grego com o no hebraico adormecer é um eufe­
k . Por causa de sua gravidade e por ensejar a Jesus a realiza­ m ism o para morrer. A o falar em sono, quando Lázaro na reali­
ção do seu sinal m ais expressivo, esta doença lhe dará a opor- dade está morto. Jo acentua um mal-entendido; ele sugere ao
lunidtde de manifestar a glória de Deus. que é também a sua: a mesmo tempo que Jesus traz uma nova compreensão da morte
ressurreição de Lázaro revela a filiação divina de Jesus (cf. 2 .1 1). (cf. 11.26 nota: Mt 9.24; M c 5 3 9 ; L c 8.52).
se cham a D ídim o4. disse aos outros dis- c o m M a ria c m c a s a e p ro c u ra v a m
mc 10.32: cípulos: “ V am os. tam be'm nós, e m orra- consolá-la. V iram -na levantar-se subita­
Rm 6S m os com c ie '" . m ente para sair, e a seguiram ; im agina­
l7A o chegar, Jesus encontrou L ázaro no vam que ela fosse ao tú m u lo para a í se
túm ulo; ele estava lá fazia já quatro dias. lam entar. “ Q uando M aria chegou ao lu­
Mt 2i.i7 "*Como B etânia dista de Jerusale'm cerca g a r onde Jesus se a ch av a, logo que o 11.2 1
de q uinze estád io s', l9m uitos iudeus ti- a v isto u , caiu a seus pe's e lhe disse":
11.45: 12. . . . . . . . . . .
•mi. 17-19 nham vindo a casa de M arta e M aria para “ S enhor, se tivesses e stad o aqui. o meu
c o n so lá -la s pela p e rd a d e seu irm ão, irm ão não teria m o rrid o ". wA o vê-los
u - 1 0 )9-40 “ Q uando M arta soube que Jesus chega­ lam entar-se, ela e os ju d e u s que a a co m ­
va, foi ao seu en co n tro , enquanto M aria panhavam . ele teve um frêm ito interior’ 12.27; D.2I:
Ml 9.30:
11,)2 c ontinuou sentada em casa. 2,M arta dis­ e se perturbou. u Ele disse: "O n d e o de- Mt 3.5;
se a Jesus: “ S enhor, se tivesses estado pusestes?" E les responderam : "S enhor, 9.19:
12.27: 13.21
a q u i. o m eu irm ão não teria m orrido. vem ver” . ME ntão Jcsus chorou; Me os Lc 19.41
“ M as m esm o agora, eu sei que tudo o ju d eu s diziam : “ V ede co m o ele o am a­ 11.3
que pedires a D eus. D eus te dará” . “ Jc­ va!” 37M as alguns dentre eles disseram :
sus lhe disse: "O teu irm ão ressuscitará". “ E ste, que abriu os olhos ao c eg o . não
Dn 12.2: 24“ Eu sei. respondeu e la, que ele ressus- podia im p ed ir que L áz aro m o rresse? ”
J° ó")9 40- c ‘ta ra - Po r o casião da ressu rre iç ã o no “ E ntão, Jesus estrem eceu d c novo inte­
a i 24.15 ultim o d ia’." “ Jesus lhe disse: “ Eu sou a riorm ente e foi ao sepulcro; era um a gruta Ml 27.60:
Mc 15.46:
R essurreição e a V ida: aquele que crê cuja entrada fora coberta p o r um a pedra'.
U 23.53;
5.24:8.51 em m im . m esm o q u e m orra. vivcráu; 26e wJesus disse então: “ R etirai esta pedra". 24.2:
Jo 20.1
todo aquele que vive c crê em m im não M arta, a irm ã d o defunto, lhe disse: “ Se­
m o rrerá jam ais*. C rê s n isto ? " 27“ S im , nhor. ele j á deve estar c h eiran d o m a l...
6 , i 4 : 10.24-, S enhor, respondeu e la . eu creio que tu e's Pois faz q uatro d ia s ..." “ M as Je su s lhe
Ml 1616 o C risto , o Filho de D eus, A quele que respondeu: “Eu nâo te disse q u e , se cre- 1.14: 2.11:
4.23-26
vem ao m undo"." “ D ito isso, ela partiu res, verás a glória de D eus?" 41T iraram ,
para ch am ar sua irm ã. M aria, e lhe disse p o is, a p ed ra. E ntão Jc su s erg u eu os
baixinho: " O M estre está a í e te cham a” . olhos* e disse: “ Pai. eu te dou graças por 17.1:
Mi 14.19:
11.20 WA essa s p alav ras, M aria sc levantou m e teres atendido. <2Por certo , eu bem
IRs IK.36-37
im ediatam ente c foi te r com ele. -“ Jesus sabia que tu mc atendes se m p re 1’, m as
com efeito ainda não tinha entrado na falei por causa desta m ultidão que me 6.29: 12.30;
I7.K.2I:
aldeia; ele ainda se achava no lugar onde cerca, a fim de que eles creiam que tu Uo 5.14
M arta o encontrara. MO s ju d eu s estavam mc en v iaste". " T e n d o assim falado, gri-

q . Isto 6, o gémeo\ esse discípulo simplesmente mencionado Jesus. Marta reconhece que Jesus é a fonte de toda ressurreição.
nas listas dos D oze (M t 1 0 3; M c 3.18; L c 6.15; At 1.13) desem­ Aquele que vem ao mundo: cf. 6,14; 1.9; Mt 1 1 3; L c 7.19).
penha um papel importante em Jo (14.5; 20.24-29; 21.2). x . M aria acolhe Jesus com as mesmas palavras que Marta.
r . Jo nào quer tanto anunciar o destino futuro dos discípulos M as o fato de Maria prostar-se indica uma outra qualidade de
quanto realçar o mal-entendido de To m é, incapaz de ver que a acolhimento.
ressurreição de Lazaro sera a ocasião da glorificação de Jesus, y . L il. em espirito: a expressão evoca uma profunda cólera
s. Pouco menos de 3km. diante dessas lamentações que sào. na realidade, expressão da
t. A esperança da ressurreição escatologica se desenvolvera impotência c da falta de esperança diante da morte; cf. 1138.
nos meios influenciados pelo farisaísmo (D n 12.1-3; 2Mc 722- z . O tumulo era provavelmente uma pequena caverna no flanco
24; 12.44). de uma parede rochosa; uma pedra fechava a entrada (cf. 20.1).
u. Jesus recebe do Pai o poder de fazer os que crccm nele a. O s judeus se voltavam de preferência para o Tem plo de Je­
terem acesso à vida plena e. portanto, tambem à ressurreição rusalém; o fato de erguer os olhos para o ceu sera' bastante típi­
eseatoiògica (5,26-29; 6 3 9-4 0 .4 4 .54 ). co na tradição litürgica cristã (17.1; M c 6.41; L c 18,13; At 7 3 5 ).
v. No v. 25. o verbo morrer sign ificava o falecimento, o fim b . Sendo constante a comunhão do Pai com o Filho, Jesus é,
da existência terrena do homem: aqui, alude à vida fora da fé, a todo momento, ouvido e atendido pelo Pai: nele se realiza o
sem coniaio com Deus. a morte verdadeira: cf. 5,25 nota. Aos que 6 anunciado aos seus com o uma possibilidade escatologica
olhos de Jo , a ressurreição de Lázaro evidencia que é bem Jesus (cf. 1 43; 15.7.16; 16.23-24: U o 3,21-22; 5.14-15). B t a prece
que nos faz passar da morte à vida. mostra que a ressurreição de La'zaro permite entrever a relação
w. Confessando a qualidade m essiânica e a filiação divina de filiai de Jesus paru com Deus.
5 .27-29 tou com voz forte: “ L ázaro, vem para d isp erso s1. s,Foi nesse d ia , pois. q u e eles
fora!” " E aquele que tinha estado m orto resolveram fazê-lo perecer. MP or seu la­ 5. IR;
7.1.25;
sa iu . com o s pe's e as m ãos atadas com d o . Jesus se ab stev e, d e ora em dian te, K.37-40:
19.40: as faixas e o rosto env o lto num p ano. Je- d e ir e vir abertam ente en tre os judeus: Ml 12.14:
14.5
2I)'6'7 sus lhes disse: “ D esatai-o e d eix ai-o ir!" ele se retirou para a região próxim a do 2.12: 3J2:
deserto, para um a cidade cham ada Efraim 1. 7.1
(Mt 26,1-5; Mc 14,1-2; Lc 22,1-2). " M u i­ onde perm aneceu com seus discípulos.
to s dos ju d eu s que tinham vindo à casa
2,23: 7.31: de M aria c haviam visto o que Jesus fi­ (Mt 26,6-13; Mc
A u n ç ã o d e B e tâ n ia
«.30: 10,42:
12.11.42;
zera creram nele. “ M as outros foram ter 14,3-9; cf. Lc 7,36-38). ssE ntretanto, a
Lc 16.31 com os fariseus e lhes c ontaram o que Páscoa dos ju d e u sk estava próxim a. Na
Jesus fize ra'. 41O s sum os sacerd o tes e os véspera desta P áscoa, m uita gente subiu, 2.12-13:
Ml 26.3-5: fariseus reuniram en tão um c o n sclh o d e d e fo ra, para Jcrusale'm , a fim d e se 6.4:
Nm 9.6-13:
27,18
disseram : "Q ue farem os? E ste hom em purificar*.“ E les p rocuravam Jesus e , no 2Cr6.7:
15.24: opera m uitos sin ais. 4*Se o d eix arm o s T em p lo , onde e le s e stav a m , d iziam en tre ^ ' ,24' 26
Al 4.16
co n tin u ar a ssim , todos crerão n ele. os si: "Q ue vos parece? E le nunca virá à
At 6.13-14 rom anos intervirão c d estruirão tan to o festa!” 57O s sum os sacerdotes e os fari­
nosso L ugar S a n to 'c o m o a nossa nação” . seus haviam dado ordens: quem q u e r que
IX. 13: " U m dentre e le s, C a ifá s, que era sum o soubesse onde ele estava devia d enunciá-
Mt 26.3:
Lc 3.2 sacerdote naquele anof. d isse: “ V ós não -lo para que se apoderassem dele.
com prccndeis nada, Mc nem m esm o re- 1 n 'S eis dias antes da P áscoa. Jesus
fietis ser do vosso interesse que um só chegou a B etân ia, onde se achava 11.1.43-44;
2Cor 5.14 Ml 26.6-13;
hom em m orra pelo p o v o ' e q u e não pe- L áz aro , q u e ele ressu scitara d en tre os Mc 14,3-9
reça a nação inteira” . !1N ão foi p o r si m ortos1". JA li, o fereceram um ja n ta r em
m esm o que ele pronunciou essa s pala­ su a h onra; M arta se rv ia , e L ázaro se 11.2;
Lc 10.40
Ex 2X.30: vras, m as. co m o era sum o sacerdote na­ a ch a v a en tre o s co n v iv as. 5M aria tom ou
Nm 27.21: q u e le a n o . fez esta p ro fe c ia 1’, q u e era en tão um a libra" d e um perfum e dc nar- u 7J7-3X
Gn 50.20
4.42: preciso que Jc su s m orresse pela n ação, d o puro° de gran d e valor; ela ungiu os
Uo 2.2 52e não som ente por e la, m as para reunir pés de Je su s, e n x ugou-os com seus ca-
Is 49.5
na unidade o s filhos d c D eus que estão b elo s1’, e a casa ficou ch eia d o perfu-

c . O s sinais provocam reações diversas, fé ou oposição brutal reunir em um sd povo todos os que. pelo mundo inteiro, se
(cf. 7.43; 9.16; 10.19). O ultim o sinal vai provocar, em Jerusa­ acham sob a ação do Pai.
lém. a decisão de levar Jesus à morte. i. C a ifá s queria evitar perturbações aos judeus. Sem o saber,
d . Poder-se-ia também traduzir sinédrio. Seria anacrônica a proclam a a significação que a morte de Jesus assum irá para os
reunião dos sumos sacerdotes e de um grupo de fariseus? Trata* que crêem. Sobre a morte pela unidade, cf. 10.16; 17.19-23;
•se de uma reunião o ficial, sim ou nào? Observemos que os 19.20; 21.11.
fariseus assumiram a liderança do judaísm o depois da destruição j . Freqüentemente identificada com a aldeia de Et-Tayyebeh.
do Tem plo de Jerusalém cm 70 d .C . C f . 9 2 2 nota. c . 20km a nordeste de Jerusalém , nos confins do deserto.
e. L it. o Lugar, isto designa, quer o conjunto dc Jerusalém , k . C f. 2.13; 6,4; Jo aparece opor a festa judaica, que pertence
quer mais particularmente o Tem plo ( 2Mc 3.12.18.30; A t 6,13- a uma ordem desde então ultrapassada, à verdadeira e unica
14; 7.7). Páscoa do C risto (13.1).
f. Caifás exerceu a magistratura suprema de 18 a 36 ( L c 3,2; I. A participação na festa supunha um estado de pureza ritual
A l 4.6; cf. Fláv io Josefo. Antiguidades 1 8 35 ); o seu papel é que se conseguia graças a diversas práticas (E x 19,10*15; Nm
sublinhado por Mt 26-3.57 e Jo 18,13-14.24.28. Insistindo sobre 9,9-14; 2 C r 30,1-3.17-20; A t 21.24-26; 24.18; Jo 18.28).
o fato dc que ele era sumo sacerdote naquele ano , Jo talvez m . C f . Mt 26,13; M c 1 4 3 -9 ; L c 7 3 6 -4 0 .
tenha querido sugerir a importância sem igual do ano em que se n . A libra romana pesava 327,45 gramas,
operou a salvação. o. M c 143 e Jo em pregam o termo pistihís , que nâo é ates­
g . C a ifá s transporta o debate para o piano político; sejam quais tado alhures e cu jo sentido exato permanece muito controverti­
forem os m otivos religiosos, o fato é que Jesus provoca pertur­ do; o termo parece derivar do mesmo radical que a palavra fé.
bações; convém , pois. elim iná-lo para assegurar a tranqüilidade o que perm itiria traduzir por autêntico. Mas talvez se trate do
da ordem publica. nome da planta da qual é extraído o perfume.
h . N a mente dos discípulos, as palavras dc C a ifá s tomam um p . Derramando o perfume nos pés dc preferência à cabeça
sentido totalmente diverso à lu z dos acontecimentos que hão de (M t-M c) e enxugando-o com os cabelos, M aria exprim e de modo
seguir: por sua morte. Jesus vai garantir a salvação de Israel e radicai a sua humildade e o seu amor.
6.7i meq. “E ntão Judas Iscariotes',um dos seus contro. C lam avam : “Hosana! Bendito sc- siiih.25-26;
. _ , , Ml 27.42;
d iscípulos, aquele m esm o que o ia en tre­ ja, em nome do Senhor, aquele que vcrrí“, mc 15,32 ;
g ar, disse: 5,1Por que não se vendeu esse o rei de Israel*” . “ A chando um ju m e n ti- 10 l>49:
, . IMc 13.51;
perfum e por trezentos dena'rioss, para dá- nho. Jesus o m ontou, com o esta escrito: Ap7.9
víc !(u!: 'I ° s aos pobres?” 6E le falou a ssim , não 15Mio temas, filha dc Sião: eis o teu rei
u 18.22 porque se preocupasse com os pobres, que vem. montado num jumentinho. l6Na-
io,i3 ; m as porque era ladrão e , en carreg ad o da quele m om ento, os seus d iscípulos não
u 83 b ° 'sa - roubava o que nela se guardava. c o m p re en d e ram o que a c o n te c ia , m as
7Jesus disse então: “ D eixa-a! E la obser- quando Jesus foi glorificado”,eles se lem - 2.22: 14.26 ;
19.40 va esse uso em vista d e m eu sepultam en- braram* dc quc isso tinha sido e scrito a
to'. *Pobres, vós os tendes sem pre c o n ­ seu respeito e que fora isso m esm o que
Dt 15.11
vosco; m as a m im não m c tendes para se fizera para com eleb. l7E n tre tan to , a
sem pre"” . E n tre ta n to , um a g ra n d e m ul­ m ultidão dos que estavam com ele quan- 11.43-45
11,43-45
tidão dc ju d eu s tivera c o n h ecim en to de d o cham ara La'zaro para fora do tú m u lo
que Je su s estava a li. e vieram não só por e o ressuscitara dos m ortos prestava-lhe
causa do próprio Jesus, m as tam be'm para testem unho. l8De fato. era m esm o por ter
ver La'zaro, q u e Jesus ressuscitara dentre sabido que Jesus operara este sinal que
os m ortos. 10E ntão. os sum os sacerdotes ela ia ao seu encontro. ‘*Os fariseus d is­
decidiram m atar tam bém La'zaro, "v isto seram então uns aos outros: “ B em estais
que era por causa dele que um grande vendo que não conseguireis nada: eis que 3 . 26 :
II.47-4X;
núm ero de ju d eu s os deixavam e acredi- todo m undo se põe a segui-loc!"
Al 5.2K
7-3l; tavam em Jesus.
II. 19.45
A glória e a cruz. “ H avia alguns gregos 7„«;
A c h eg a d a triunfal em Je ru sa lém (Mt que tinham subido para adorar11, p or oca-
21.1-11; Mc I / . / - / I; Lc 1928-40). l2No sião da festa. JIE les se dirigiram a F ilip e. 24.11
dia seg u in te, a grande m u ltid ão vinda quc era dc B etsaida da G a lilé ia ', e lhe 1.44
para a festa soube quc Jesus estava c h e­ fizeram este pedido: “ S e n h o r, d e se ja - 7 .34;
g ando a Jerusalém ; l3eles tom aram ra ­ ríam os ver Jesus” . “ Filipe foi dizê-lo a j j 8i9'3:
m os dc palm eiras* e saíram ao seu e n ­ A ndré c, jun to s, disseram -no a Jesus. a Je-

q. O perfume derramado havia sido comparado, na literatura particular, o relato da Paixão (1.49: 6.15: 1 8 3 3 3 7 .3 9 ; 193-12.
judaica, à irradiação de uma vida reta. Ta lv e z se possa comparar 14.15.19.21).
com a afirmação de Mt 26.13 e M c 14.9. segundo a qua! o gesto y. L il. potro de jumenta. Com o as outras testemunhas da tra­
de Maria seria conhecido onde quer que o Evangelho fosse pre­ dição evangélica, Jo esclarece o episódio com a ajuda do oráculo
gado. messiânico de Z c 9,9. quc ele sim plifica.
r. C f. 6.71; Jo concentra a utençào em Judas, ao passo que M c z. Jesus é glorificado pela c ruz e pela ascensão (cf. 7 3 9 . 17.1).
falava de alguns e M t. dos discípulos. a. Com o os outros evangelistas (M c 14.72; Mt 26.75; L c 22.60;
s. Um denário era provavelmente o salário d c um dia de tra­ 24.6.8). Jo considera que muitas palavras ou atos de Jesus foram
balho. C f . 6.7 nota; M c 14.5. incompreendidos ou muito malcompreendidos no decurso dc sua
t. Outra tradução possível: Deixe-a conservar este perfume vida terrestre. A cruz e a elevação do Senhor permitem reconhe­
pura... O sentido exato do texto é obscuro. A o ver de alguns. Jo. cer esses fatos e penetrar-lhes a verdadeira sign ificação , alcan­
que não disse ter sido o frasco quebrado, pensaria numa reserva çando uma nova compreensão das profecias das Escrituras. Essa
desse perfume em vista do sepultamento. Para outros, tratar-se- rem iniscència joanina opera-se sob a moção do Espírito (2,22;
•ia de guardar a lembrança desta ação quc se apresentará como 14.26; 1526; 16.12-15).
uma antccipaçào dos ritos do sepultamento. Mt c M c sublinham b. Traui-se. quer dos discípulos que haviam preparado por
a importância da presença de Jesus e a urgência d c reconhccê- uma parte o acontecimento (cf. Mt 11.1 -7 ). quer. mais provavel­
*lo na fé (cf. 12.1 nota), mente. da multidão que rendia homenagem a Jesus.
u. C f . Mt 26.11. M c 14.7. c. Ironia joanina: os próprios fariseus constatam o caráter
v. té o estilo das entradas triunfais de soberanos (cf. IM c 13 ,5 1; universal da ação de Jesus (cf. 1 2 32 : M c 1 3 7).
2M c 10.7: A p 7.9). d. Embora não dc raça judaica, esses homens de cultura grega
w. C f. S l 118.25-26. Hosana: ver Mt 21,9 nota. Este texto era eram simpatizantes, se não prosélitos. que participavam da pe­
usado pelos sacerdotes para abençoar os chefes de cortejo quc regrinação pascal (A t 10,2.2235; 13.16.26). O desejo deles de
subiam ao Tem plo. A fórmula é repetida e aplicada a Jesus que adorar o verdadeiro Deus (cf. 4,21-23) os conduz a procurar o
é, por excelência, aquele que vem (6.14: 112 1 ; l .9). encarrega­ encontro com (m ais exatamente, a visão de) Jesus.
do da missão e investido do poder dc Dcús. e. C f. 1,44 e 6.8. Filip e e André sào os dois unicos discípulos
x. O lema do rei m essiânico pervade todo o evangelho: em que têm um nome grego. Ver 4,27-38 et 4.42 nota.
sus lhes respondeu nos seguintes term os: m undop, agora o príncipe d este m undo 3.19: 9.39:
14,30: 16.11:
"É ch eg ad a a hora cm que o Filho do será lançado foraq.32Q uanto a m im , q uan­ Lc 10.18:
7.39: 13.
hom em deve ser g lorificador. 14Em ver­ do eu for elevado da terrar,atrairei a m im Ap 12.9:
31-32: 17.1:
20.1-6
Mi 8.20
d a d e, em verdade, eu vos digo, se o grão todos os homens*” . 33— P or estas pala­ 3.14; 8.28
de trigo que cai cm terTa não m orre, ele vras ele indicava dc que m orte morreria*.
U 53,10-12: 18.32; 21.19
Mt 16.21 fica só; se, a o con trário , ele m orrer, pro­ — 34A m ultidão lhe respondeu: “ Foi-nos
Rm 14.9; duzira' fruto em abundância*. “ Q uem am a ensinado pela L ei“ quc o C risto deve per­ Sl 89.4.36:
ICor 15.36 110.4;
Mi 10.39: a sua vida perde-a; e quem deixa de se m anecer para se m p re'. C om o podes d i­ Is 9.7;
16.25:
apcgarh a ela n este m undo g u ard á-la-á zer que é necessário que o Filho do H o­ Dn 7.14:
Mc 8.35;
U 9.24: Jo 1034;
para a vida e tern a1. “ Se alguém quiser m em seja e levado? Q uem e' esse Filho Rm 3.19:
17.33
m e servir, siga-m e; e lá onde cu estiv e r, d o H om em ?” 35Jesus lhes respondeu: “ A Mt 8,20
7.34: 14.3: lá tambe'm e stará o que m c serve1. S e al­ luz ainda está entre vós por pouco tem ­ 7.33: 8.12:
17.24: 9.4; 12.46;
Mt 16,24 guém me serv ir, o Pai o honrará. po*. Cam inhai enquanto tendes a luz, para
11.10;
11.33: 16.21: ^ A gora a m inha alm a está p erturba­ que as trevas não se apoderem de vós: IJo 2.11
ix .i i: Si 6 3 :
42.5.11: da. Q ue d irei? P ai, salva-m c d esta hora? pois quem cam inha nas trevas não sabe Is 50.10:
Mi 26,38: Jr 13.16;
M as e' precisam ente para esta hora que para onde vai. •'‘E nquanto tendes a luz, Ef 5.8
Mc 14.34:
Lc 22.40-46: eu vim k. “ P ai. glo rifica o teu n o m e 1.” cred e na lu z, para vos to m ard es filhos da
Hb 5.7-8
173:
E ntão um a voz veio do cc'u: “ Eu o glo- luz*” . D epois de lhes ter falado assim ,
Mt 3.17: rifiquei e o glorificarei a in d a "” . WA m u l­ Je su s se retirou e sc escondeu deles.
173:
Mc 1.11: tidão. que se achava lá e o u v ira, dizia
9.7:
U 3.22:935
que era o trovão; outros diziam que um E p ílo g o . A s c o n d iç õ es d a fc v e rd a d e i­
Ai 23.9: anjo lhe falara. ^ J c s u s prosseguiu: “ N ão r a . 37E m bora tivesse o perado diante de-
U 22.43
é para m im q u e esta voz resso o u , m as les tantos sinais, e les não acreditavam eh 29 . 1 -3 :
11.42
para v ó s".31A gora é o julgamento® deste nele, •'"dc sorte que se cum priu a palavra Ml 11,20

f. É o momento decisivo em que Jesu.s entra na gló ria, à qual homens, mediante a morte e a Ressurreição do seu Filho.
ele associara os seus discípulos (17,1-5.22.24; 1.14.16). glória m . A pós a manifestação da glória pelos sinais e atividade
fixada pelo Pai e situada no termo da carreira terrestre de Jesus terrestre dc Jesus (2 ,1 1; 5 3 6 ; 1 038; 11,4.40). vira a plena ma­
(2.4; 7j6.8.30; 8.20; 11.9; 13.1: 17,1); é também e antes de tudo nifestação. através da morte e da Ressurreição (1 3 3 1 -3 2 ; 17.1;
a hora do serviço, até a morte da cruz (já M c 1 4 3 5 3 7 .4 1 ). 14.10) e do dom do Espírito.
g . Fam iliar ã pregação evangélica (M c 4 3 -9 .2 6 3 1 ; Mt 13.29- n . A intervenção d ivina, cujo alcance a multidão não percebeu
30 ). a imagem da semente que morre para suscitar uma ampla de imediato, devia, entretanto, ievá-la normalmente a discernir o
messe fora aplicada à doutrina da ressurreição pelos doutores sentido dos acontecimentos de salvação. Nào é Jesus quem pre­
judeus e por Paulo ( IC o r 1 5 3 5 -4 4 ). A Paixão, tal com o Jesus cisa de explicações: eie está unido ao Pai.
vai vivê-la, resultará na fecundidadc da Ressurreição, que deve o. N o sentido de condenação (cf. 3,19; 3 3 1 nota; 5.29).
reunir judeus e gregos na mesma comunidade messiânica. p . Nas tradições apocalípticas, este mundo é contraposto ao
h. L il. quem odeia; segundo o uso semrtico. o verbo aqui mundo futuro, no qual Deus reinará. A expressão designa tam­
empregado, quando vem oposto a amar, sign ifica o m ais das bém o mundo atual com o lugar onde se manifesta a dom inação
vezes amar menos. não considerar com o valor supremo, o que das potências hostis à soberania d ivina, potências personalizadas
im plica uma ruptura (G n 2 9 3 1 -3 3 ; D t 21.15; M l 6,24; L c 16,13; em Jo sob nomes diversos: diabo (6.70; 8,44; 1 3 3 ). Satanás
14.26; ver L c 1 4 3 6 nota). (13.27), Princípe deste mundo (1 4 3 0 ; 16,11).
i. C f . M c 8 3 5 ; Mt 16.25, L c 9,24: o discípulo deve unificar q . Segundo alguns mss..Jogado abaixo. Jesus não veio. decer­
e orientar a sua vida segundo a vida nova que o Mestre lhe to, para julgar. mas para salvar (3.17-21; 12.47); entretanto, a
revela e dá. sua vitória pela cruz acarretará necessariamente a denota de
j . A ligação entre servir e seguir a Jesus é um dado fundamen­ Satanás e a sua elim inação deste mundo.
tal da tradição evangélica (cf. M c 8 3 4 . Mt 1 0 38 ; L c 14,27). O r . A etevaçõo sobre a cruz deve ser percebida pelos fié is como
serviço a Jcsus im plica que o discípulo participará, a seu modo. elevação na glória junto do Pai. C om o acontece outras vezes, Jo
da sua morte e da sua Ressurreição (cf. M c 1035-45). jo g a aqui com expressões de duplo sentido,
k . Jo observa aqui a perturbação que Jesus experimenta diante s. C f. 6,44. onde é o Pai quem atrai para o Filho.
de sua morte iminente (cf. 113 3 -3 8 ; 13.21). E m compensação, t . C f . 18 32 .
não narra a agonia de Getsêm ani (M c 14 32 -4 2 ; Mt 2 6 3 6 -4 6 ; L c u . Isto é. o conjunto das Escrituras e das tradições,
2 2 3 9 -4 6 ). aludindo contudo a ela (1 8 .1 1). Jo tende sobretudo a v. Podem-se citar Is 9.66; S l 110,4; D n 7.14. mas traia-sc dc
acentuar a perfeita obediência de Jesus. que. glorificando o Pai. uma concepção popular judaica que não considerava a necessi­
entra na Paixão com soberana liberdade (cf. 10.18 nota). dade da humilhação na cruz.
I. O nome exprim e e manifesta a pessoa. A o pedir que o nome w . C f . 8.12; 9.4-5; 1.9; 7 3 3 ; 1 333.
do Pai seja glorificado. Jesus pede que Deus seja manifestado x. Este título designa os homens que entraram, pela fé. no
como Pai (3.16; 17.12.26). coroando a sua obra de amor com os dom ínio da luz e vivem de acordo com ela ( E f 5,8; I T s 5.5).
Rm 10.16; que o profeta Isaías dissera: S e n lio r q u e m a luz. vim ao m undo, a fim de que todo 3-l9; H-l2;
,,b 4 2 a c r e d ito u n o q u e eles o u v ir a m d e n o s ? E aquele que cre em m im nao perm aneça
a q u e m f o i r e v e la d o o b r a ç o d o S e n h o r'1? nas trevas. 47Se algue'm ou v ir as m inhas
wO mesmo Isaías indicou a razão pela palavras e não as guardar, nâo sou eu 3 '[J;I7:
s.44 qual eles não podiam crer: ME l e llie s quem o julga: pois eu não vim ju lg a r o ú - k .2 I:

c e g o u o s o lh o s e e n d u re c e u o c o r a ç ã o m undo, m as sa lv ar o m undor. “ "‘Q uem ^ (-2* 2J


Mc x.ih p a r a q u e n ã o v e ja m c o m seus o lh o s , o m e rejeita e não recebe as m inhas pala- «3 7 .47;
seu c o r a ç ã o n ã o c o m p re e n d a , eles n ã o vras tem o seu juiz: a palavra que eu u' 20-16'-
. „ . 1 .-2 Dl 31,26-29
se c o n v e r t a m , e eu o s te r ia c u r a d o ‘ ! disse o ju lg a ra no u ltim o dia*. T iu nao
4llsso, Isaías o disse, porque viu a sua falei por m im m esm o, m as o Pai que m e
glória e falou a respeito dele*. 42No en­ enviou prescrcve-m e o que tenho a d ize r 7 . 1 7; u.io:
tanto, entre os próprios dirigentes muitos c a declarar. ME eu sei que o seu m anda- 01
tinham começado a crer nele; mas por m ento é vida eterna: o que cu d ig o , digo- 3 .1 1 .3 4 ;

223 ; causa dos fariseus não ousavam decla- -o com o o Pai m e disse. 6'4a l7-J;
ip j 4.1 1
7 .31 .4S; rar. se em seu favor, temendo serem ex-
8 30: 9,22'
10.42: n. 45; cluídos da sinagoga6; 4,é quc eles prefe- 1 q A ú l t i m a r e f e iç ã o e o la v a - p é s h
1211 riam a glória que vem dos hom ens à 'A n tes da festa da P a'scoa',sabendo i.4x; 2 .4;
glória que vem de Deusc. Jesus que a sua hora tinha chegado1, a
5.24; 13.20; "E ntretanto. Jesus proclamara1*: "Quem hora dc passar deste m undo para o Paik, m i 2 6 .1 7 .4 5 ;
mi io.4o c r g e m m j m i n g0 e- e m m jm q UC mas Mc 14 41'
e le, que am ara o s seus quc estavam no Gl 22^. '
14.7-9 nAquele que me enviou, 4Se aquele que m undo, am ou-os até o extrem o 1 . 2D uran- iJo 3.16
me vê, vê Aquele que me enviou'. “ Eu, te um a refeição, quando o diab o ja' incu- *3.27

y . Posla no inicio do oráculo sobre o Servo sofredor (Is 53.1). relato do lava-pés (13.1-30); em seguida, um extenso colóquio
essa pergunta sublinha o caráter inaudito da palavra e da ação de do Mestre com os seus (1 3 3 1 -1 7 .2 6 ). Esta seção justapõe ele­
Deus. quc Isaías vai anunciar; Jo toma esse uso da apologética mentos diversos: é claro que 14,27-31 constituía primitivamente
cristã (cf. Rm 10.16). o fim de um discurso de despedida, depois do qual se passava
z . D c modo pessoal, e aproximando-se do texto hebraico. Jo para o encontro com os homens encarregados de proceder à
repete um dito dc Isaías (6.9-10) muitas vezes empregado pelas prisão ( 18 .1 -1 1). Jo introduziu os caps. 15-17 para desenvolver o
primeiras teologias cristas (M c 4,11-12; Mt 13.15 e par.; L c primeiro discurso dc despedida (1 3 3 1 -1 4 3 1 ). Nos caps. 13-17.
8.10; At 28.26-27). A cegueira quc impede de abrir-se à açâo de Jesus se dirige aos discípulos e. através deles, aos fiéis de todos
Deus fora denunciada pelo oráculo do profeta, c os cristãos ba­ os tempos. Trata da existência deles no tempo que com eça com
searam neste a interpretação da recusa em crer de Israel, da qual sua elevação na glória. Jo abordará até nos pormenores certas
eles eram testemunhas (cf. 9 3 9 -4 1 : 3.19-21; 1.9-11). preocupações essenciais de seus destinatários: não é. pois. estra­
a . A o verd e Jo . a glória divina que se manifesta a Isaías já era nho descobrir nestes caps. certo número de anacronismos: Jo d cixa
a que resplandece doravante em Jesus (cf. 8.56; IC o r 10.4). Jesus falar do ponto de vista dc um fiel de depois da Ressur­
b. A fé só tem validade quando se engaja sem reticências até reição confrontado com os problemas da Igreja no fim do séc. I.
a coafissão publica quc cria o risco de provocar a exclusão da i. Para as festas judaicas em Jo . ver 6.4 nota. Esta refeição é
comunidade de Israel (cf. 9.22: 16,1-4). geralmente considerada com o o equivalente joanino da última
c . C f . 5.44. refeição relatada nos sinóticos. N o entanto, nào se trata aqui
d . Essa pequena com pilação de sentenças particularmente explicitamente de uma refeição pascal, nem da instituição da
características de Jesus parece constituir o epílogo da primeira Ceia . Nós ignoramos o m otivo pelo qual Jo não narra esta refei­
parte do evangelho. ção. E le parece ter preferido deliberadamente narrar a este res­
e. Jesus nada é por si mesmo ou isoladamente; tal é a sua peito o vasto discurso do capítulo 6.
relação com o Pai que aquele quc nele crê presta, ao mesmo j . Jesus está plenamente consciente da chegada da sua hora (2.4;
tempo, a sua fé ao Pai; ou ainda (o que dá no mesmo) aquele que 7,6; 12.23.27) e do alcance dos acontecimentos que começam;
o vê, vê nele o Pai (cf. 1 038; 13.20; 14,7-11; 5.19-30; 1,18). ele vai assum i-los com soberana liberdade (10.18: 18.4; 19.28).
f. A palavra exige uma atenção e uma obediência sustentadas k . O termo hebraico que deu origem a Puxam sign ifica uma
com constância (cf. Mt 7.24-27; L c 6,47-49). A missão de Jesus passagem (E x 12.12-13). Jo parece sugerir que os acontecimen­
é exclusivamente consagrada à salvação (3,17: 8.15), mas aque­ tos quc. através da morte, conduzirão Jesus da condição presente
le quc a rejeita condena-se à perdição: efetivamente, não existe à participação na glória do Pai (17.5) constituem para ele (e para
outro caminho de acesso a Deus (5.22.27: 8.16.26). os seus) a verdadeira Páscoa, que assim se oporia à P<iscoa dos
g . Jo transfere para a palavra de Jesus o que o judaísm o dizia judeus (2.13; 6.4: 11J>5).
da lei. que. no julgamento, se torna a norma da condenação (cf. I. Doravante. Jo passa a sublinhar que é o am*)r que da todo
Mc 8 3 8 ). sentido à obra de Jesus e particularmente à sua Paixão (1 3 3 4 ;
h. O vasto conjunto literário constituído pelos caps. 13-17 15.9; 17,23; IJ o 3 .1 6 ; cf. G l 2.20: 2 C o r 5 ,l4 ; Rm 5,8; 8 3 5 ; E f
reúne elementos muito diversos: antes de tudo. a narração da 3.19; 5.1-2). O s acontecimentos da Páscoa constituem o último
última ceia que Jesus compartilhou com os seus discípulos e o ato e a expressão suprema desse amor que salva.
Mi 26.20: tira no coração de Judas Iscariotcs, filho 12T e n d o a c a b a d o d e lh e s la v a r os
Mc 14,17-18;
La; 22,3.14 de S im ão, o pensam ento de o entregar1", pés, Jcsus tom ou o seu m anto, pôs-se
1,1: 3.35;
16.28; •'sabendo que o Pai lhe entregou todas as de novo à m esa e lhes disse: “ C om -
Ml 11.27; co isas entre as m ãos", que ele saiu de preendeis o que vos fiz? l3V ós m e c h a ­
Lc 10.22 Ml 21.3;
Lc 12.37; Deus“e voltava para D c u s'\4Jcsus sc levan­ m ais dc 'M e s tre c S e n h o r’ , e d iz e is 23.8.10
17.7-10 ta da m esa, depõe o seu m anto e tom a um bem , pois eu o sou. l4Se pois e u , o Se- u- 22 ,27 .
12.3; pano com o qual se cinge. -'Depois, der­ n h o r e M estre, vos lavei o s p é s, vós I p j55j 10'
Lc 7.44
ram a água em um a bacia e com eça a la­ d e v eis, tam bém vós, lavar-vos os pés IJ0 3 .I 6
var os pés dos discípulos11e a enxugá-los uns aos outros; ,5pois é um exem p lo que 1 3,34; 15 . 12 :
Lc 22.24-30;
com o pano com que sc havia cingido. eu vos dei: o que eu fiz por vós, fazei-o R 2.5-8;
‘Ele chega assim a Sim ão P edro, que vós tam bém ". l6Em verdade, em v erd a­ Kf 5.2;
Cl 3.13;
lhe diz: "T u , S enhor, lavar-m e os pésr?” de, eu vos digo. um servo não é m aior IP.I 2.21;
13.12. ’Jesus lhe responde: “ O que eu faço, tu do que o seu senhor, nem um m ensa- m"ío624 ;
14.26
não és capaz dc saber agora, m ais tarde, geiro m aior d o que aquele que o envia".
porém , com preenderás". *Pedro lhe d is­ l7S abcndo isso. sereis felizes, se ao m e­
se: “ L avar os pes a m im ? Jam ais!" Jcsus nos o puserdes em prática*. ‘"Eu não falo
lhe respondeu: “ Se eu não te lavar, não p a ra v ó s to d o s ; eu c o n h e ç o o s q u e
2Sm 20.1 gr poderás ter parte com igo5” . 'S im ã o Pe­ e sc o lh i'. M as assim d e v e cum prir-se a Sl 41.10;
dro lhe disse: “ E ntão, S enhor, não so­ E scritura: Aquele que comia o pão comi­ Jo 6.70:
2Ts 2.13;
m ente os pés, m as tam bém as m ãos e a go ergueu o calcanhar contra mim". l9Eu Ef 1.4

cabeça!” ‘“Jcsus lhe disse: “ A quele que vo-lo digo agora, antes que o fato a co n ­
tom ou banho não tem nenhum a necessi­ teç a, a fim de que q u an d o aco n tec e r, 14.29; 16.4;
Mt 24.25
15,3 dade de ser la v a d o ',p o is está inteiram en­ creiais que Eu S ou1'. 2“Em verdade, em
te p uro".Q uanto a vós, estais p uros, m as verdade, eu vos d ig o , receber aquele que
1.48; não todos'1” . “ E le sabia, com efeito, quem eu e n v iar é receber a m im m esm o, e re ­
6.6470-71
ia entregá-lo; e é por isso que disse: “ Vós c e b e r -m e é re c e b e r A q u e le q u e m e JJ‘ 1°$'
não estais todos puros” . e n v io u '” . u *■**'
10.16;
Gl 4.14
m . Jo faz ver. por detrás dos bastidores da história, a presença v. A purificação trazida por Jesus não tem nada de automático
ativa do poder diabólico (cf. 6.71; 8,44; 1231: 13.27: 16.11; L c e Judas pôde ser lavado sem scr realmente purificado (cf. IC o r
22.3). 11.26).
n . C f. 3 3 5 : 5,19-20.36; 6 3 7 .3 9 ; 17.11: Mt 11,27: L c 10,22. w . O lava-pés exprim e simbolicamente o essencial da vida e
o. C f. 8,42: 16,27-28; 17,8. da Paixão de Jesus, o amor que assume o serviço mais humilde
p. C f. 7 3 3 -3 4 ; 16.28; 3.13-15; 6.62. para salvar as homens. Esse modo dc vida fundamenta para os
q. O fato dc lavar os pés de alguém era considerado uma ação discípulos a capacidade e o dever de imitar o Senhor (cf. 1 334;
humilhante, que não se podia im por nem mesmo a um escravo 15.12).
judeu; mas ela podia sc tornar expressão da piedade mais em i­ x. C f. Mt 10.24; L c 6.40; 22.24-30: a condição do discípulo ou
nente com relação a um pai ou a um senhor. O gesto de Jesus do enviado deve necessariamente parecer-se com a dc Jcsus e
podia comparar-se às ações sim bólicas dos profetas. Ilustra o conduzi-los ao dom da própria vida a serviço de seus irmãos.
amor de Jesus e anuncia a sua morte (cf. v. 7). y. C f. Mt 7,21.24-27. Rm 2.13; T g 1,22.25. Jo une estreita­
r . Pedro, que julga segundo as normas humanas (7,24: 8.15), mente o conhecer c o fazer (cf. 3 2 1 ; 7.17).
recusa-se a aceitar um gesto do rebaixamento que vai dc encon­ z . Isto é, aqueles que eu efetivamente escolhi (e Judas não
tro a sua afeição e à imagem que ele concebe do M essias (cf. Mt estaria incluído). O u então: cu conheço os corações daqueles
16.22). que escolhi c sei o que se prepara (interpretação m ais provável:
s. É sob a condição dc aceitar desde já o gesto dc humildade cf. 6.70).
dc Jcsus. que sc põe u seu serviço (assim com o dará sua vida por a. Jo cita a seu modo S l 41.10: aquele que come o meu pão,
ele), que Pedro poderá compreender e compartilhar a vida nova. isto é, aquele que cu acolhi e que vive graças a mim (cf. M c
t. Outra leitura: ninguém ivm necessidade de lavar senão os 14,18). F.rgucr o calcanhar contra alguém sign ifica tomar uma
pés\ embora menos bem-atestada, a leitura curta parece corres­ atitude hostil e procurar destruir.
ponder m elhor à estrutura do pensamento e aos modos dc pro­ b. S c a traição de um discípulo ú desconcertante, o fato dc
ceder joaninos. A gora Pedro corre o risco dc reduzir a açào de Jesus a ter anunciado deve reconfortar os outros discípulos. poi>
Jcsus às suas dimensões materiais: o gesto de Jesus não tem manifesta o conhecimento que Jcsu s tem de todas as coisas e a
primordialmente uma finalidade de purificação, o importante é conformidade da sua vida com o desígnio dc D eus, enunciado
receber na (6 o que se exprim e através deste gesto. Ta lv e z haja nas Escrituras. (Quanto h expressão Eu sou, c f. 8 2 4 .2 8 .5 8 .)
aqui uma alusão ao batismo, c. C f. Mt 10,40; M c 9.37: L c 10.16. A missão dos discípulo*
u. Em grego, o mesmo termo sign ifica limpo e puro. participa estreitamente da de Jesus (17.17: 2 0 2 1 ).
(Mt 26,20-25; Mc sera isso. MC o m o Judas tom ava conta da
A tr a iç ã o d e J u d a s 12.6

14,17-21; Lc 22,21-23). 2lT en d o assim bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe dis­
falado, Je su s ficou perturbado interior­ sera para c o m p ra r o necessário para a
m ente'’ e declarou de m odo solene: “ Em festa, ou para d a r algum a coisa aos po­
Mi 26. verdade, em verdade, eu vos d ig o , um bres. “ Q uanto a Ju d as, tendo tom ado o
2U?: dentre vós vai m e en treg ar” . 2JO s discí- b ocado, saiu im ediatam ente: era n oiteh. ".12 :
Mc 14. e u- 22.53
ik-21 : pulos olhavam uns para os ou tro s, per-
u 22,21-23 guntando-sc d e quem ele falava. a Um O d iálo g o s u p re m o . -"Apenas Judas saiu,
19.26; dos discípulos, aquele que Je su s am a v a', Jesus disse: “ A gora, o Filho do H om em 12.23:
im o ac ^ava_se a o lac*° dcler. 2JS im ão Pedro é glo rificad o . e D eus foi glorificado por ^ |' IR'^0
lhe fez sinal: “Pergunta de quem ele fala” ; ele1; ,2D eus o glorificará cm si m esm o*,c i.u; 7.39
“ o discípulo então se inclinou sobre o é em breve quc ele o glo rificaráV ^M eu s
peito de Jesus e lhe disse: "S en h o r, quem filhinhos. eu só estou convosco por p o u ­
21.20 é? ” “ Je su s respondeu: "E aquele a quem co tem po1. V ós mc procurarcis, e co m o 7 ,33 -34 ;
eu der o bocado que vou um edecer no eu disse aos judeus: ‘Para onde eu v ou, K'w
m olho*". D ito isso. Jesus tom ou o b oca­ vós não podeis vir"1’,agora tambe'm a vós
do u m edecido no m olho e o deu a Judas
Iscariotes, filho de Sim ão; 27e logo d e ­
°^Íg°-
^ “ Um m andam ento novo eu vos d o u n: u icuó-27:
pois d e partilhado o b ocado, nesse mo- am ai-vos uns aos outros. C om o eu vos 7^ . Hh
13.2; m ento. Satanás entrou em Judas. Jesus am ei", vós tam b é m a m ai-v o s uns a o s w i. 23 ;
.. 4.10.19;
u 223 lhe disse então: “O quc tens a fazer, faze- o utrosp. “ N isto todos reconhecerão que 5. 1.3 ;
o d e p re ssa ” . “ N enhum d o s q u c lá sc sois m eus discíp u lo s’ : no am o r que ti- ^ f ^ i -
achavam com preendeu por que ele d is­ verdes uns para com os o utros". 01 6.2
1 Al 4.32;
Uo 3.14
d . C f. I I J 3 : 12.27. ao mesmo tempo, revela e g lo rifica o Pai.
c . Este discípulo, cujo nome nunca se diz. parece objeto de um j . A lgun s mss. acrescentam no com eço do versículo: Se Deus
amor de predileção: destarte, ele penetra mais profundamente fo i glorificado por ele. Deus...
nas intenções dc Jesus. Este discípulo anônimo aparece repetidas k . O agora cscatológico (v . 31) aparece, portanto, como uma
vezes em episódios-chave do evangelho (19.26-27; 20,2-10: tal­ permuta: Jesus glo rificou o Pai por sua perfeita obediência no
vez 18.15-16; e cf. 21.7.20). A tradição pensou, geralmente, tra­ serviço humilde até a mone: o Pai responde associando-o a si
tar-se do apóstolo João mencionado nos sinóticos (cf. M c 1.19.29: m esmo, isto é. fazendo-o participar da sua glória eterna. pela
3.17; 5 3 7 : 9 2 3 8 ; 1035.41: 133: I4 3 3 e p a r .; At 1,13:3.13.4.11: exaltação (cf. 17,1-5.22.24; 1223.28; 14.13; 15.8).
4.13.19. 8.14: G l 2.9). Sua figura continua enigm ática: modelo L Lit. por pouco. C f . 7 3 3 nota; 8.21.
do crente (ele é o unico discípulo ao lado da cruz na mone de Je- m . A glorificação de Jesus culm ina na sua partida, isto é. a sua
susH muitas vezes apresentado em relação ou em competição com morte (sua elevação). Ver 8.28 nota. Eüssa partida, quc foi anuncia­
Pedro (cf. 20.2-10). não sc sabe se e' uma figura sim bólica criada da aos judeus (7 3 4 ; 8.21), o separará tambem, ao menos tempora­
pelo evangelista ou sc. atrave's dele. Jo leva ao palco uma per­ riamente.dos discípulos; é mister perceber a importância e o valor
sonalidade que desempenhou na história um papel importante. desta ausência (14.1.28; 16.16.19-22: 20,16-18). M as é precisa­
f. L il. eslava deitado no seio de Jesus: segundo a moda greco- mente por sua partida e sua volta para junto do Pai que o Filho
•romana. os convivas se estendem sobre divãs e se apoiam sobre estará verdadeiramente presente junto aos discípulos (14.1-29).
o braço esquerdo: o discípulo situado à direita de Jesus esta. n. O mundo pagão, bem como o mundo israelita ( L v 19,18).
portanto, bem perto do seu peito quando se inclina para Jesus. linha preconizado por diversos motivos a amizade e o serviço
A expressão traduzia também a sim plicidade e a franqueza das mutuo. O mandamento de Jesus é novo. primeiro porque ele
relações de amizade (cf. 1,18). im põe a e x ig ê n c ia e sse n cia l para entrar na co m u nidad e
g . C f . 10.18 nota e 12.27 nota. M ais uma vez. por esta obser­ escatológica; ele é novo também à medida que exige uma hum il­
vação. Jo destaca quc a iniciativa da Paixão está nas mãos de dade e uma disposição para o serviço que levam a tomar o
Jesus. — O bocado: trata-se de um pedaço de alimento e não há ultimo lugar c a morrer pelos outros. T a l amor será doravante o
evidência de que seja pão. Entretanto, alguns pensam que se sinal da presença do Senhor no mundo (cf. 17.21-23).
trataria da Eucaristia (no Oriente a palavra bocado, psõmión. o. A maneira dc viver dc Jesus não oferece somente uma
acabou designando o pão consagrado). norma e um estilo, ela fundamenta tambem a possibilidade de
h. Esta notação cronológica tem sobretudo um alcance sim bó­ viver plenamente o am or fraterno e a edificação mutua. Contra­
lico; é a hora do poder das trevas ( L c 22,53; Jo 1 235; 3.2: 9.4; riamente aos sinóticos, Jo não fala do amor ao próxim o, mas do
11,10: 19.39). amor mutuo dos discípulos.
i. C f . 1.14 nota e 1 1,4 nota. Nas Escrituras, a glória e' a ma­ p. O amor atinge o seu pleno desabrochamcnto em uma com u­
nifestação dc Deus. Dando sua vida, Jesus cumpre até o fim a nidade onde há intercâmbio, dom e acolhimento.
obra quc o Pai lhe dá a realizar, numa obediência perfeita, que q . O amor fraterno vivido é o sinal por excelência da presença
atesta sua unidade com o Pai c manifesta sua divindade, e que. do amor de Deus na vida dos homens (cf. 1721-23; 15,1-17).
(Mt 26,31-35; Mc 14 ,27 -31: Lc 22, que ia preparar-vos o lugar o n d e fica-
31-34). -“ Sim ão Pedro lhe disse: “ Senhor, reis"? 3Q uando tiv er ido prep ara-lo para 7.34; 12.26:
17.24;
7.35-36: aonde vais1"?” Jesus lhe respondeu: "P ara vós, voltarei c vos tom arei c o m ig o , de Hb 6.19-20;
21.18-19: o n d e eu v ou. tu não podes seguir-m e tal sorte que lá onde eu e stiv e r tam bc'm Fl 1.23;
U 22.31-34 ITs 4.17
a g o ra, m as seg u ir-m e -ás m ais tard e k". vós estejaisx. 4Q u an to ao lugar para onde
Ml 26, },"S en h o r. responde-lhe P edro, por que vou. vós sabeis o cam in h o ” . ^Torne lhe 11.16:
33-35: 20.24-29
Mc 14. não posso seguir-te im ediatam ente? Eu disse: “ S en h o r, nós nem sabem os para
29-31: me despojarei da vida por ti!" ■'"Jesus res­ onde vais, co m o poderíam os sab er o c a ­
U- 22.31-34
pondeu: "D esp o jar-te d a vida por m im ? m inho?” ‘Jesus lhe disse: “ Eu sou o cam i­
18.27 E m verdade, em verdade, cu te digo. tu nho-*, a verdade e a vida'. N ingue'm vai
m e terás renegado três vezes antes que ao Pai a não ser por m im . 7Se m e conhe- Mb 10.20:
Ml 11,27
um galo com ece a cantar". c êsseis. conhecerieis tam bém m eu Pai. «.19: 12.45:
D esde agora o co n h eceis e o vistes’” ."Fi­ 2Cor 4.4

-« a J e s u s c a m in h o p a r a o P a i. '"N ão lipe lhe disse: “ S enhor, m ostra-nos o Pai Ex 33.18


14.27: se perturbe o vosso coração'; vós e isto nos b asta1’” . 9Jesus lhe disse: “ Eu
10.28-30;
16.33: credes em D e u s.c re d e tambe'm em m im u. estou co n v o sco h á tanto tem po, e e n tre ­
2Cr 20.
2N a casa do m eu Pai’ , ha' m uitas m ora­ tanto, F ilipe, não m e reconheceste? A que­ UM; 12.45:
17.20 gr.:
Cl 1.15:
Eu 14.31: das. S enão, ter-vos-ia eu porventura dito le que m e viu, viu o Pai. Por q u e dizes:
Hb 13:
Mc 11.22
Sr 4.14
K.35

r . Pedro se engana em relação às palavras dc Jcsus no mesmo 1 6 27 ; 2 5 3 1 ; I T s 4.16-17; IC o r 1 1 26 ; 1 6 22 : A p 22,17.20;


sentido que os judeus cm 7 3 5 e 8 2 2 (cf. 8 2 2 nota): nâo enten­ IJ o 2 2 8 ), mas no tempo da Igreja (14,18.23.28: 1 526; 16.7.
de que a partida de Jesus é sua volta para o Pai. Parece não ter 13.16-23). A desconcertante alternância dc verbos presentes e
ouvido o preceito que definia a atividade dos discípulos depois futuros vem do que Jesus fala de um futuro que é já o presente
da partida de Jesus e repisa a afirm ação de 1 333 (cf. Mt 2633* de Jo e seus destinatários (o que acontecerá, depois de sua morte,
35: M c 1429-31; U 2 2 3 3 -3 4 ). na comunidade dos fiéis). C f . 13.1 nota.
s. Porque Jesus gloriflcado o ha' de buscar (14.1-4). Pedro, y . A imagem do caminho longo e d ifíc il que Israel deve per­
na fé. poderá viver cm comunhão com Jesus. É possível que correr. atendendo ao apelo do seu Deus c apoiando-se nele pela
Jo aluda. aqui. à morte de Pedro (21.18-20). M as mais tarde fé. a fim d c chegar à Terra prometida, pertencia à sim bologia do
remete a 14.2-3: a volta dc Jesus ao meio dos seus mediante o Êxodo (D l 1.30-33: 2.1-2; 8.2-10; S l 77.20: 136). A seguir, a
Espírito. imagem foi aplicada à fé que revela as orientações que o Senhor
t. A partida de Jesus e a perspectiva de ficarem entregues a si propõe ao seu povo. visando às recompensas eternas (D t 32.4;
m esmos em meio a um mundo hostil fazem nascer no espírito S l 25.10; 128.1; 147.19-20; B r 3.13-14.37; 4.1). N o N T a ima­
dos discípulos uma profunda angustia, que comporta o risco de gem persiste, mas se transforma. Jcsus inaugura uma nova ma­
os submergir (1 4 2 7 ; 16.6.20). Jesus em pcnha-sc cm reconfortá- neira de andar segundo Deus e ao encontro de Deus (M c 8 3 4 ;
-los mostrando-lhes que a sua partida determinara uma com u­ Mt 16,24; L c 9.23; H b 10.20), de tal sorte que o cristianism o
nhão mais íntima com ele e com o Pai. enquanto o Espirito nascente foi chamado o caminho (A t 9 2 : 1 8 25 : 2 4 2 2 ). M as a
assegurara a proteção deles. expressão toma em João uma significação m ais profunda: Jesus
u . Outras traduções possíveis: Crede em Deus. e crede tam­ não é somente o cam inho na medida em que. por seu ensina­
bém em mim: e: vós credes em Deus e credes também em mim. mento. ele conduz à vida: ele é o cam inho que conduz ao Pai na
A fé. que é confiança fundada no Deus que se revela garantindo medida cm que ele prtíprio é a verdade e a vida (cf. 10,9).
ajuda, deve necessariamente sobrepujar a angustia. Doravante, z . Jesus é a verdade porque é. enquanto Filh o encarnado, a
ela será também, e antes dc tudo. fé em Jesus, o Filho encarnado expressão perfeita do Pai para os homens; ele lhes manifesta o
no qual se opera a revelação suprema (cf. 5 3 8 ; 8,46-47). Pai (17.8.14: 1.18) tanto por sua atividade co m o por sua palavra.
v . Sendo a casa o lugar onde se reside de modo estável, a É assim que ele introduz os que abraçam a fé na comunhão
expressão fora aplicada ao Tem plo, que era o lugar da presença do Pai. na qual consiste a plenitude da vida verdadeira (1 7 3 ;
dc Deus no meio do seu povo (E x 33,7: 4 0 3 4 -3 8 : Nm 12.7; I.4; 3.16: 6.40. 47.63; 1 1 25 ). Para Jo , esta volta de Jesus para
2Sm 7.13-14: S l 69.10 citado em Jo 2.17); a seguir, a imagem associar os seus à sua condição gloriosa não sc situa apenas no
foi empregada para designar a transcendência da existência d i­ fim dos tempos.
vina: dir-se-á simbolicamente que a casa de Deus está estabele­ a . A lgun s mss. trazem: Se me conheceis, conheceis também o
cida nos céus. meu pai. N o Jesus terrestre, que se dá a conhecer plenamente no
w . Outra leitura possível: Senõo. vo-lo teria dito? Vou prepa­ evento pascal, é que Deus se revela totalmente.
rar o lugar onde estareis: ou ainda: Senão, vo-lo teria dito. b. Sobre a visão e a fé. cf. 9 3 nota e 2 0 2 9 . Filip e (1.44; 6 3 ;
Vou... Por sua passagem para a gloria. Jesus vai garantir a todos 1 2 2 2 ) exprim e assim a aspiração mais profunda do ser humano,
os ftéis a possibilidade de se estabelecerem para sempre na que sò Jesus é capaz de satisfazer ( l . l 8; 6.46 etc.). M as Filip e
comunhão do Pai. na vida nova (cf. 3 3 nota; 1,14.51: 4 2 1 -2 3 ; ainda não o entendeu. C om o Pedro (1 3 3 6 -3 8 ) e To m é (1 4 3 ; cf.
8 3 5 ). O texto nâo estabelece diferença entre as moradias. I I .16 nota), ainda não reconheceu Jesus de verdade e. dum modo
x. Para Jo . esse retorno de Jesus, que vai associar os seus à sua diferente do dos outros, igualmente se engana a respeito de sua
condição gloriosa, nào se situa apenas no fim dos tempos (cf. Mt pessoa.
‘M ostra-nos o Pai1’? l0N ão crês quc eu P ai. c ele vos dara' um outro Paráclito*, 14.26:
15.26; 16.7
I0.3K; estou no Pai e o Pai esta' em m im ? A s que perm anecera' co n v o sco para sem pre1.
12.49;
14.20;
palavras que eu vos d ig o . eu não as d igo ,7É cie o E spírito da verdade, aquele quc
17.21 por m im m esm od. P elo con trario , e' o Pai o m undo é incapaz dc acolher, porque 1.10: 15.26:
16.13:
que p erm anecendo em m im realiza as não o vc e não o co n h ecek. Q uanto a vós, 2Jo 1-2:
10.37-38 suas próprias o b ra s'. n C red e-m e, eu e s­ vós o conheceis, pois ele perm anece ju n ­ Mi 10.20:
Rm 8.26
tou no Pai e o Pai esta' em m im ; e se nâo to de vós e está em vós1. ‘"N ão vos d e i­
14.3.28
credes na m inha palavra, crede, con tu d o , xarei ó rfão s, eu virei a vós. ' ’A inda um
7.33-34.36:
por causa destas o b ra s, l2E m verdade, em pouco e o m undo não m c verá m ais; vós, K.2I: 16.16
6.57
verdade, eu vos d ig o , aquele que c re r em po rem , m c vereis vivo. e tam bém vós
7.33; 13.1: m im fara' tambe'm as o b ras que eu faço; vivereis™. “ N aquele dia", conhecereis que
14.2K:
Mi x.io:
ele fara' até obras m aiores, porque eu vou cu estou no m eu Pai c que vós estais cm 10.30.38:
17.11.21-23
2 1 .2 1 : para o Pair. lvTudo o que pedirdes em m im e eu em vós”. JIQ uem se apega aos
U 17.6
m eu nom e*,eu o farei, dc tal form a quc m eus m andam entos e os o b se rv a 1*, este
13.31 -32:
o Pai seja glorificado no Filho*1. l4Se me m e am a: o ra, aquele que m e am a será 16.27:
15.16:
17.26;
16.23: 17.1: pedirdes algum a coisa em m eu nom e, cu am ado por m eu P ai, e e u , por m inha vez, Sr 4.14
Ml 7.7-11;
Al 3.16 o farei. o am arei e m e m anifestarei a e le ". “ Ju ­ Al 10.40-41
d as, não o lscariotes", lhe disse: “ S enhor,
Dl 6.4-9: A p ro m essa d o K sp írito . l5“Sc mc am ais, co m o é possível que tenhas de tc m ani­
7.11: ll.l:
» 6 .I 8 : aplicar-vos-eis a o b se rv ar os m eus m an ­ festar a nós e não ao m u n d o r?" " J e s u s
Jo 15.10;
Uo 5.3: dam entos; “ q u an to a m im . eu rogarei ao lhe respondeu: "S e alguém m e am a. ob-
2Jo 6
c . To da a vida dc Jesus, a sua palavra c a sua ação sào o lugar acim a assinalados podem estar m ais ou menos presentes e ser
da manifestação perfeita do Pai. porque Jesus esta unido a ele por acentuados segundo os casos.
uma comunhão indizível (5.17-30: 1 0 30 ). Por outro lado. nâo se j. O dom do Espírito é concedido sem lim itação de tempo e
d iz aqui que Deus é doravante substituído pelo homem Jesus. assegura para sempre a comunhão com C risto , que o dispensa
d . C f . 7.17-18; 8.26; 12,49-50. (cf. Mt 28.20).
e.Trata-se do conjunto da obra da salvação, cuja manifestação k . O Espírito dispensado por aquele que é a verdade ajuda os
mais sensível sào os .sinais (5.18; 8.28.42). discípulos a progredir no conhecimento (16.13) e a lhe prestar
f. Não se trata de prodígios assom brosos, mas do testemunho
testemunho (15,27; cf. U o 4.6: 5.6). O Espírito da verdade é
que os discípulos, animados pelo Espírito dispensado pelo C r is ­ oposto ao espírito do erro ( U o 4 5 ) e à mentira (8.44) que do­
to. darão ao mundo, para que ele creia (17.21-23). A grande obra mina o mundo,
à qual a missão de Jesus é destinada é a criação de uma com u­ t. Certos mss. lêem será.
nidade fiel — a Igreja — presente no mundo e dando testemu­ m . Enquanto o mundo, entregue somente aos seus meios de
nho dele. — Porque eu vou fiara o Pai: a atividade dos d iscí­ conhecimento, sera incapaz de perceber Jesus para além de sua
pulos é considerada com o a obra do Senhor, que se desdobra morte (7 3 4 ; 8.21). os discípulos experimentarão a presença do
através deles (17.17-18). C risto ressuscitado (lit .porque eu vivo) e compartilharão a sua vi­
g . O nome designa aqui a pessoa do C risto em sua condição da nova: do mesmo modo aqueles que crercm com base no teste­
gloriosa e conola o poder espiritual que deve transformar a vida munho deles. Esse conhecimento e essa participação na vida do
dos homens. O s discípulos realizarão as grandes obras anunciadas Ressuscitado ja' constituem para Jo a vida eterna. Pode-se também
na medida em que. alicerçados nele. lhe pedirem que as realize traduzir: ...Vós me vereis: porque eu vivo, vós vivereis também.
(cf. 15.16; 16,23-24.26, em que se trata de orar ao Pai. invocando n . Fórm ula corrente no A T para designar o advento da época
o nome de Jesus; IJ o 5.14. pedir segundo a sua vontade). escatológica (Is 2.17; 4.1-2; J r 4.9; Z c 2,15). O s ullim os tempos
h. A ação do C risto em resposta ã oração manifesta a glória com eçam para a Ressurreição de Jesus, da qual participam os
(ou o poder espiritual) quc o Pai deu ao Filh o e. portanto, ao fiéis. O essencial é concedido desde agora, mas a perspectiva de
mesmo tempo, a glória do Pai (17.1-5; 1,14.16). uma complementaçào permanece aberta.
i. Tom ado do vocabulário ju ríd ico , o termo Paráclito designa o. Somente as relações que unem os discípulos a Jesus perm i­
aquele quc é posto ao lado de um acusado para o ajudar e o tem descobrir a realidade da relação que une Jesus ao Pai.
defender: o sentido prim itivo é, portanto, advogado, au xiliar, p . C o m o duplo sentido de conhecer e praticar com constân­
defensor. A pari ir d a í com eça a repontar. quer o sentido de cia . Pode-se comparar com os pares escutar/guardar (12,47) e
consolador, quer o de intercessor. A expressão, que. no N T , só escutar/crer (5.24). Essa obediência é a expressão do am or e da
aparece na obra de João. designa, ora o Espírito (14.16.26; 15.26; fé; ela permite conhecer coitcreuim cntc o amor do Pai através da
16.7). ora o C risto ( I Jo 2,1). A lgu n s exegetas acreditaram poder manifestação do Cristo. Outra tradução: guarda.
comparar a expressão com o uso ncotestamentário do verbo q . C f . L c 6.16 nota; A t 1.13; lalvez o Tadeu de Mt 1 0 3; M c
parakaléõ ( A l 2.40; IC o r 1 4 3 ). que exorta o cristão a resistir 3.18.
em meio às dificuldades. E m Jo predomina um sentido bastante r . O discípulo de antes da Páscoa ainda não compreende que
jurídico: o Espírito ajuda os discípulos no vasto processo que o possa haver um outro modo de existência, implicando outro modo
mundo intenta contra eles (16.4-15); mas os diversos matizes de conhecimento.
Ap 3.20: serv ará a m inha p alav ra, e m eu Pai o falarei m uito c o nvosco, po is aproxim a-
Pr 8.17:
2Cor 6,16; am ará; nós virem os a ele e estab e le c ere ­ -se o príncipe deste mundo*. P or certo,
Ef 3.17 6.38*; I0,|8:
m os a nossa morada*. “ A quele que não ele nada pode contra m im '; 3lm as ele vem 12.31: 13.2;
m c am a não observa as m inhas palavras; a fim de que o m undo saiba q u e am o o 16.11
7.16: 14.10 o ra , esta palavra que estais ouv in d o não meu Pai e ajo conform e o Pai m e prescre­ 12.49; 15.10
Mt 26.46:
e' m inha, m as d o Pai que m c e nviou. 25Eu veu*. L evantai-vos, p artam os daqui1’! Mc 14.42
vos disse estas coisas en q u an to p erm a­
14.16: necia convosco; “ o P aráclito, o E spírito J e s u s , a v e r d a d e ir a v in h a . ‘“Eu
15.26:
16.13-15
Santo que o Pai enviara' em m eu nome*, 15 sou a verdadcirac videira*1,e m eu Pai Jr 2.21;
Sl 80,9*20:
vos ensinara' to d as as co isas e vos fará e' o vinhateiro*. ^ o d o sa rm en to q u e , em Sr 24.17:
4Mc 1.29
recordar tudo o q u e eu vos disse". 27Eu m im r, não produz fruto, cie o arranca*, e 9.22:
vos deixo a paz, eu vos dou a m inha todo sarm ento q u e pro d u z fruto, ele o Mt 3.10:
14.1-3:
16.33: 15,13
2Ts 3.16; paz*. N ão vo-la dou co m o o m undo a dá. poda, o purifica a fim d e que produza
Rm 5.1: Q ue o vosso c oração c esse d c se p ertu r­ m ais. JV ós já estais p urificados pela pa­ 13.10;
Hf 2,14-18: At 15.9
Fl 4.7 bar e de tem er. “ O uvistes que eu vos lavra que cu vos disscb. ^P erm anecei em
14.3: disse: ‘Eu vou, e venho a vós". Se me m im c o m o eu perm an eço em vós! D o 6.56-57:
16.6-17; Rm II.
13.1: 20.17
am asseis, vós vos a leg raríeis por eu ir m esm o m odo que o sarm en to não pode 17-18:
para o Pai, pois o Pai é m aior do que produzir fruto por si m esm o, se não per­ 2Cor 3.5;
Fl 2.13
13.19: 16.4 e u " .wEu vos falei desd e agora, antes que m anecer na videira, assim tam be'm vós,
aconteça, a fim de q u e . q u ando aco n te­ se não p erm anecerdes cm m im ‘. 5Eu sou
c e r, vós creiais*. -“ D o rav an te, eu já não a vinha, vós sois os sarm entos: aquele 1.3; 15.16:
ICor 12.12.27

s . Respondendo indiretamente à pergunta. Jesus afirm a que c . A imagem da vinha/videira fora aplicada muitas vezes ao
ele c o seu Pai fixarão sua morada nos que exprim irão efetiva­ povo de Israel. para indicar o amor e a eleição de que ele é
mente seu amor. obedeccndo-lhes à palavra: assim se realizará objeto: plantado e protegido por Deus. ele deveria ter produzido
a aspiração dos fiéis do A T (cf. I R s 8.27; E z 37.26-27; Z c 2.14). frutos de justiça e santidade. N a medida em que nào correspon­
t. O envio do Espírito pelo Pai responde ao pedido de (ou por) de à expectativa divin a, essa vinha é ameaçada de destruição por
Jesus (14,13-14; 15.16; 16.23-26) e se liga estreitamente à sua ocasião do julgam ento escatológico (Is 5.1-7; Jr 2 2 1 ; E z 15.1-
missão. Paru Jo , o Espírito é enviado, ora pelo Pai (14.16-26). 8; 19,10-14: M c 12,1-9; Mt 2 1 3 3 -4 1 ; L c 20,9-16; M l 20.1-16;
ora diretamente por Jcsus mesmo (15.26). 2 1 2 8 -3 2 ; L c 13.6-9). E m Jo a imagem evolui: a verdadeira vinha
u. O s discípulos que haviam compartilhado a vida terrestre de (que se opõe ao antigo Israel?) é Jesus: os díscipulos que se
Jesus (15.27; A l 1 2 1 ) guardam a lembrança do que ele fez e ligam vitalmente a Jesus, pela fé. devem produzir frutos.
disse: o Espírito do C risto ressuscitado os induzirá a penetrar a d . O termo úm pelos sign ifica tanto a videira com o a vinha.
significação profunda dos seus atos (2 2 2 ; 12.16). É levando c . C f . IC o r 3,6-9.
assim à compreensão progressiva da realidade dc Jesus e do f. Em m im pode compreender-se de duas maneiras; quer: todo
sentido das coisas em sua relação com ele. que o Espírito ensina sarm ento em m im q u e n d o p ro d u z... * quer: to d o sarm ento que
todas as coisas (cf. 15.26; 16.13-15). ndo p roduz fr u to em m im .. . O s frutos sim bolizam a vida vivida
v. Sobre o sentido bfolico do termo traduzido por paz, ver L c (cf. 1421 nota) e o testemunho dada por esta (sobre o teor
1.79 nota e R m 5.1 nota. Em Jo. a pa z é sempre ligada à pessoa m issionário dos frutos, cf. 4 3 0 -3 8 e 12 2 4 ).
de C risto e à sua presença (1 4 2 7 ; 1 6 33 : 2 0 .1 9 2 1 2 6 ). g . C om o o sarmento participa da vida da cepa à qual está
w. Esta frase nào pode ser isotada do contexto imediato e do ligado, aquele que abraça a fé. por sua adesão a C risto , participa
conjunto do pensamento joanino: nâo se trata das relações que da vida autêntica, a de Deus: esta participação lhe impõe que
unem o Pai ao Filho em uma perfeita correspondência (5.19-30: viva e aja segundo a novidade revelada por Jesus.
10 3 0 ) . mas do estado de humilhação do Filh o ao qual vai res­ h. Trad uzim os o mesmo verbo gr. no v. 2 por p o d a r, purificar
ponder a glorificação pelo Pai, glo rificação esta que c fonte de e no v. 3 por p urifica r. A purificação se opera essencialmente
bens espirituais para os discípulos (cf. 16,7). pela fé na palavra ou no ensinamento dc Jesus expondo o d esíg­
x. A comparação entre as palavras de Jesus e os acontecim en­ nio de salvação de Deus (13,10).
tos conduzirá os discípulos a progredir no conhecimento e na fé i. A plicado ao homem. f>ermanecer sign ifica ater-se. firme e
(2 2 1 -2 2 ; 13.19; 16.4). ativamente, ao que foi proposto no passado, apreendê-lo no
y . C f . 12.31; 6.70.71; 8,41; 1 3 27 . presente e encarar o futuro em função disso. E neste senlido
x. O mundo e aquele que o governa nào têm nenhum direito so­ que o crente permanece na palavra (8 3 1 ). no amor (15,9-10), na
bre Jesus, porque ele é sem pecado (8.46; 17,4). A Paixão é. por- lu z (U o 2.10). em Deus < l i o 4.13-16). Aplicado a Deus ou a
lanlo, fruto da pura liberdade de Jesus, que exprime assim , por sua Jesu s , p erm a n ecer exprim e a estabilidade dos dons da salvação
perfeita obediência, o seu amor puni com o Pai (4 3 4 : 5 3 0 ; 6 3 8). concedidos aos que crêem ( U o 2 2 7 ; 3.9.15: 4.12-15). Pela fi­
a. C f. 1331 nota. delidade, o homem de fé vincula, sem intenção de voltar atrás,
b . Encerrando o prim eiro diálogo de Jesus com os seus. este a própria vida a C risto , no qual os dons de Deus são concedi­
v. devia introduzir o relato da Paixão (caps. 18-19). C f. 13.1 dos para sempre; esta fidelidade im plica também uma cam inha­
nota c M c 14.42. da de fé.
que pcrm anccc cm m im e no qual eu am ai-vos uns aos outros com o cu vos 13-14:
, . Uo 3.11.23:
perm aneço, esse produzirá fruto em abun­ am eiq. ‘ N inguém tem m aior am or do quc ?).. 5 :
d â n cia, pois, separados dc m im , nada aquele que se despoja da vida por aque- Rl" 5-6 ®
R» 15.1-8 podeis fazeH .‘Sc alguém não perm anece les a quem a m a '. 14V ós sereis m eus a m i­ U 12.4
Mt 3.10:
7.19;
em m im . é jo g ad o fora, com o o sarm ento, gos se fizerdes o que eu vos m ando. l5Já
13.42 e seca; depois são ajuntados. jo g ad o s ao não vos ch am o servos*, porque o servo
fogo, e queim am k. 7Se perm anecerdcs em perm anece na ignorância do que faz o
m im c as m inhas palavras perm anece­ seu senhor; c ham o-vos am igos, porque
14.13: 16l23; rem cm vós, pedireis o que quiserdes, e tudo o que ouvi ju n to de m eu Pai vo-lo
Me 11,24;
U» 5.14 vos será concedido1.* 0 que glorifica meu fiz con h ecer1. “ N ão fostes vós que m e
Ml 5.16; Pai é que produzais fruto cm abundância esco lh estes. m as eu que vos escolhi" e 6.70; 13.18:
Rm 15.14: 15,5:
FI 1.11 e vos torneis m eus discípulos™. ’“ A ssim d e sig n e i'p a ra irdes produzir frutos e para 14.13*14;
10.14-15: com o o Pai m e am ou, tam bém eu vos que o vosso fruto p erm an eça” , dc m odo ^ . 23^
13,1: 17.23
am ei": perm anecei no m eu am o r. l0Se que tudo o que pedirdes ao Pai cm m eu u«> i.io;
6,38. 8.29: observardes os m eus m andam entos, per- nom e, ele vo-lo conccderá*. ” 0 que eu Rm 6-20'23
14.15,
Uo 2.5; 5.3
m anecercis no m eu am or, com o, o b se r­ vos o rd e n o é que vos am e is uns aos n.34;
Uo 3.23
vando os m andam entos do m eu P ai, cu outros.
perm aneço no seu amor".
“ “ Eu vos disse isso para quc a m inha O ó dio d o m u n d o . 18“Se o m u n d o vos ^ ' la22:
í 4,v ;
16,21; alegria esteja em vós c a vossa alegria o deia, sabei que ele me odiou prim eiro*. Mc 13 . 13 ;
17,13; seja perfeita1’. l2Eis o m eu m andam ento: !VSc fôsseis do m undo, o m undo am aria j0 17 ,ú-
jIJo 1.4
___________ Uo 3 !13
j . Sem negar a realidade e o valor próprio dos empreendimen­ para com os que ele constituiu seus am igos (13,1.34). Nisto ja z
to* humanos. é preciso reconhecer quc cies acabam desembo­ o aJicerce e a norma do amor fraterno.
cando no vazio, se aqueles que os realizam não se firmam 11a s. O servo é considerado como o executor de ordens cuja
comunhão de C risto , o único que pode conferir à vida deles um significação e alcance cie não pode perceber. O amigo, ao con­
valor dc eternidade (cf. 1 3 ). C f. 6.63 nota. trário, obedece com conhecimento de causa; Jesus trata os seus
k . Com o o ramo infccundo é cortado e destruído, assim o discípulos como am igos, visto que lhes revelou integralmente as
discípulo infiel será. de fato. elim inado da comunidade de Cristo intenções do Pai. isto é, finalmente o amor infinito do Pai. Se-
e perderá toda participação na realidade escatológica. gue-se daí que a obediência deles, que é obra do amor, é tam­
1. Em virtude de sua adesão constante a Jesus c dc sua obe­ bém obra da liberdade (cf. 8.31-36. com a oposição scrvo-filhos
diência, aquele que crê não sente nenhum temor em face do c a ligação libcrdadc-conhccim cnto da verdade).
futuro, pois sabe quc a sua oração, formulada cm função da sua t. Em bora a revelação de Jesus seja integral, ela só será com­
compreensão das intenções divinas, será certamente ouvida c preendida progressivamente em virtude do dom do Espírito
favbrecida. C f. 14.13 nota. (cf. 16.13).
m. A glória do Pai quc sc manifesta em Jesus é manifestada u. Embora toda amizade suponha uma livre escolha mútua. Jo
tarríbém por aqueles quc produzem os frutos da caridade, em sublinha o fato da prioridade absoluta da escolha operada por
virtude de sua fidelidade a ele. Jesus. Ele retoma assim um tema importante do A T (Dt 7,6*8;
n. O amor obediente dc Jesus a seu Pai, ao qual cotTesponde Am 3,2; 7.15; !s 41.8; 43,20. 44,2; 45.4; 65,9.15.22). que os
o amor do Pai que o glo rifica. constitui o fundamento e 0 mo­ evangelhos sinóticos conhecem bem (M c 3.13; L c 6,13). Em Jo.
delo eminente da existência cristã, quc. por isso, sc exprime pela a escolha de Jesus é expressão da escolha do Pai (6.44; 17,2). A
caridade. eleição eterna é expressa na vocação à qual se responde pela fé.
o. O amor quc responde ao de Cristo se exprim e concrctamen- v. O verbo grego thhenai. como a fórmula hebraica correspon­
te por uma fecundidade resultante da observância das seus pre­ dente. exprime o fato dc estabelecer alguém em um cargo, as-
ceitos (14.15.21) ou do preceito da caridade fraterna (15.12; scgurando-lhe. ao mesmo tempo, os meios de o exercer eficaz­
13.34; lio 2.3-8; 3.22-23). mente (cf. At !3,47; 20.28; IC o r 12,28; 2Tm 1.11). O grupo dos
p. Sinal de uma vida que dcsabrocha. a alegria cra conside­ discípulos está, portanto, por um dom do Senhor, investido do
rada no A T como a característica do tempo da salvação e da paz encargo da missão (cf. 15,2 nota).
escntológica (Is 9.2; 35.10; 55.12; 65.18; S f 3.14; S l 126.3-5) c w. A missão visa fazer os homens participarem da vida eterna
o i«ma reaparece nos evangelhos (Mt 25,21.23; L c 1.14; 2.10); oferecida em Jesus (cf. 4,36).
cm Jo a alegria do Cristo ressuscitado é compartilhada, desde x. A oração confiante, que faz apelo à ajuda de Jesus, é um
logo. pelos discípulos, quc vivem da vida nova; esta alegria deve aspecto essencial da amizade e da missão. A eficácia apostólica
possuir o homem todo e atingir assim uma cspccie dc plenitude depende radicalmente da oração (cf. 14.13; 16.24-26).
(cf. 17,13; U o 1.4; 2Jo 12). E la pode coexistir atualmente com y . Por estarem vitalmente unidos a Jesus, os discípulos com ­
o sofrimento (16,20-24; 1428). partilharão dolorosamente da perseguição quc o ódio do mundo
q. C f. 13.34. suscita contra ele: o antagonismo entre o inundo e Deus consti­
r. Se a morte dc Jesus na cruz foi a expressão suprema do seu tui um aspecto essencial da história da salvação; ninguém esca­
amor para com o Pai (14.30), cia é tambem o cumc do seu amor pa disso (cf. 5.43 nota; 7.7).
o q u e lhe p ertence'; m as vós não sois do v erdade, que procede do Pai1,e le próprio
17.14-16: m undo: fui eu que vos separei do m un­ d a rá testem unho de m im '; 27e. por vossa
Uo 4.5
d o . e eis por que o m undo vos odeia". vez, vós dareis testem unho, porque es- Lc i. 2:
13.16; “ L em brai-vos da palavra que eu vos dis­ tais com igo desde o com eçok. A u . 8 .21 -22 ,
Ml 1(1.24:
se: ‘O servo não e' m aior do que o seu ' “Eu vos disse tudo isso para que u o 4.14
Lc 6.40
se n h o r'; se eles m e perseguiram , perse- 16 não su c u m b ais à p ro v a çã o 1. 2Ex-
guir-vos-ão tam be'm b; se eles observaram clu ir-v o s-ão das sinagogas1". M ais ainda,
a m inha palavra1, o bservarão tambe'm a virá a hora em que aquele que vos fizer a i 26 .9-11
vossa. 2lT udo isso, e les vo-lo farão por m orrer ju lg a rá estar oferecendo um sa ­
X.I8-I9: causa do m eu nom e, porque não conhe­ crifício a D eu s’ . JE les agirão assim por 8.19: 15.21:
16.3; Mt 5.11:
Ml 5.11: cem aquele que m e en v io u d. 22Se eu não não terem conhecido nem ao Pai nem a 24.9:
At 5.40-41 m im . 4M as cu vos disse isso, a fim de
8.21-24;
tivesse vindo, se não lhes tivesse dirig i­ Al 8,1
13.19; 14.29:
9.41: 16.9 d o a palavra, eles não teriam nenhum q u e , q u a n d o ch eg a r a hora deles", vos
16.25: 17.12:
pecado; m as agora o pecado d eles não lem breis de que eu vo-lo havia ditop. Mc 13.23
5,23; 10,30: tem defesa. “ Q uem m e odeia odeia tam ­
Lc 10.16;
bem a m eu P ai'. uSe eu não tivesse feito A o b r a d o E s p írito . “Eu não vo-lo disse
IJO 2.23
6.36: 9,41: no m eio d e le s 'e s ta s obras que nenhum d e sd e o in icio , pois e stav a c o n v o sco . 13.36; 14.5
14.11:
outro fez, eles não teriam nenhum peca­ 5M as a g o ra, vou para A quele que me
Ml 10.25:
12.24-28 do; m as agora que eles as viram , conti­ e n v io u , e nenhum d e vós m e faz a per­
nuam a nos odiar tanto a m im com o a gunta: ‘Para onde vais?’ ‘M as porque vos
m eu Pai; “ para que assim se realize a d isse isso . a a fliç ã o invadiu o vo sso 16.22 :
Sl 35.19: palavra que esta' escrita na Lei deles*: c o ra ç ã o ^ E n tre ta n to , cu vos disse a ver- Ml 17-23
69.4;
Rm 3.19 Eles me odiaram sem razãob. dade; e' de vosso interesse que eu parta';
14.26: 26“ Q uando vier o P aráclito que eu vos com e feito , se eu não partir, o Paráclito 14.i 6 .26 :
Ml 10.19-20:
enviarei dc ju n to do P ai, o E spirito da não virá a vós; se, pelo c o n trá rio , eu 1526
Al 5.12

1 . C f. 7.7. k . O testemunho dos enviados é o apanágio de homens que


a. C f . 17,14. compartilham a vida de Jesus desde o começo do seu ministério
b. C f. 13,16; Mt 10.24-25. O fato da perseguição torna-se o (c f . At 12 1 ); mas é. também, o atributo do Espirito da verdade.
sinal da sua verdadeira pertença a Cristo , cujo destino eles com ­ o qual lhes garante a inteligência profunda do C risto c assim
partilham: longe de os desencorajar, deve fortalecê-los (cf. IT s confere à pregação desses homens a sua verdadeira força e a sua
1.6; IP d 4.12-19). verdade (A t 5 3 2 ).
c . Outra tradução possível: se eles vigiaram a minha palavra, I. L it . não sejais escandalizados (c f. M c 6 3 ; 9 .4 2 ). O ter­
vigiarão lumbchi a vossa. mo skandahm designava uma cilad a e, m ais amplam ente, tudo
d . Pela .sua fidelidade a Jesus, que os escolheu, e pelo exercício o que faz ca ir. Na linguagem b íb lica , ele designa o que põe
da sua m issão, os discípulos falam e agem referindo-se ao nome a fé à prova. A s d ificuld ades que o ódio do mundo suscitara'
dc Jesus; é. portanto, a ele que se procura atingir, perseguindo- contra Jesus e os seus são de natureza a pdr duramente à
-os (cf. M c 13.13; Mt 1022; U 21.17; A t 5,41; A p 2 3 .1 3 ; 3.8). prova a fé dos discíp u lo s. A palavra de Jesus exprim e de
e. O pecado por excelência consiste em rejeitar Deus que se antemão a verdadeira sig n ifica çã o do escândalo no desígnio
manifesta em Jesus (por suas palavras e por suas obras) (cf. de D eus e deve perm itir, portanto, que a provação seja vito­
8.21-24.34. 9.41; 16,9; Mt 12.31-32; M c 3 2 8 -2 9 ; L c 12.10). riosam ente superada (c f. 6 ,61).
Porque a palavra dc Jcsu s, de que a vida dos discípulos da tes­ m . C f. 9.22: 12.42.
temunho. revela o homem e o mundo como são na realidade n . Um a tradição, que parece de origem zelote, d iz explicita­
diante de Deus (cf. 3 2 1 nota; 16.5*11). a incredulidade reagira mente: “ Aquele que derrama o sangue de um ím pio é semelhan­
c sc exprim irá no ódio. te a quem oferece um sacriTicio” (Numeri rabha , 21.4); assim
f. Outra tradução possível: entre eles. C f . 14.10-12. também, as perseguições assumirão, muitas vezes, um aspecto
g . O termo, em sentido am plo, designa o conjunto das E sc ri­ religioso.
turas (cf. 1 0 3 4 ; 8.17). o. Jo alude a fatos bem conhecidos pelos leitores, ja' que v i­
h. O texto citado se lê em dois lugares: S l 35.19: 69,5: Jesus vem na perseguição (cf. 9,22; 12.42).
aplica a si mesmo a lamentação dos pobres que sofrem e sâo p . C f . 2 2 2 nota e 14.29 nota.
perseguidos pelos poderosos c pelos maus (o S l 69 tinha rece­ q . A perspectiva da partida de Jesus provoca nos discípulos
bido cm certos meios uma interpretação messiânica). uma tristeza (cf. 1 6 20 -2 2 ) que afoga qualquer outro pensamen­
i. Procedendo do Pai, o Espirito é enviado pelo C risto glori- to. Eles a superarão quando forem capazes dc levantar seriamen­
ficado. ao qual ele esta intimamente ligado (cf. 16.5-15; 14.15- te a questão do sentido e da significação dessa partida.
17.25-26: U o 3 2 4 ; 4.13; T t 3,6). C f . 14.26 nota. r . É bom que Jesus va': só sua partida — sua elevação na cru/
j . O Espírito da' testemunho dc C risto aos discípulos e. por — lhe permitira' acompanhar seus discípulos pelo Espírito e dar-
eles. ao mundo (16,5-15). -lhes a vida (cf. 1 4 2 nota).
partir, eu vo-lo enviarei. “E e le. com sua l7A lguns discíp u lo s seus d isseram então
vinda, confundirá o m undo a respeito do entre si: “ Q ue quis ele nos dizer: ‘A inda
a i 24,25 pccado. da ju stiç a c do ju lg a m en to '; ’a um p o u c o ' c não m e tereis m ais diante
5.38-, 6.36; respeito do pecado, porque eles não crc- dos olhos, e ainda m ais um p ouco e m e
7.5.64;
em cm m ini1; loa respeito da ju stiç a , por­ v e reis’; ou ainda: ‘Eu vou para o P a i’?”
M l -24;
110.26; que eu vou para o Pai c não m e vereis '"D iziam pois: “ Q uc significa esse ‘um
12.37;
m ais"; “ a respeito do ju lg a m en to , porque p o u c o ’?, N ão c o m preendem os o que ele
15,22
o príncipe deste m undo foi ju lg a d o ' . l2Eu quer d izer!” 1''Sabendo que eles d eseja­
13.1.33; ainda tenho m uitas coisas a vos dizer, vam interrogá-lo, Jesus lhes disse: “V ós 1.48; 9,2;
14,12.28; U 9,45
16,28.20.17; m as, atualm ente, não sois capazes dc as procurais entrc vós o sentido da m inha
Rm 4.25 su p o rta r"; ,}q u a n d o v ie r o E sp írito da palavra: ‘A inda um pouco e não m c tereis
12.31 14.30
ICor 3.1 verdade, ele vos co n d u zirá à verdade* m ais diante dos olhos, c ain d a m ais um
14.17.26; pienay, pois ele não fala por si m esm o, pouco c me vereis’. MEm verd ad e, em
15.26;
IJo 2.27 m as dirá o que o u v ir e vos com unicará verdade, eu vos digo, vós gem crcis e vos Mc ió.iO;
tudo o que está por vir1. ,4E lc m e glorifi- lam cntareis e nquanto o m undo se alegra-
ls 5113 (ir cará, pois receberá do que é m eu e vo-lo rá; sereis contristados, m as a vossa tris­
com unicará*. l5T u d o o que o m eu Pai teza se con v erterá em alegriad. 2lQ u an d o ■* 13.8.
21.3;
i7.io possui m e pertence; c por isso que eu a m u lh e r dá à lu z, ela sente triste z a, 26.17-18;
disse que ele vos com u n icará o que rece­ porque a sua hora c hegou; m as quando Mi) 4.9;
ITs 5,3;
be de m im . cia deu à luz a criança, não sc lem bra Rm 8.22
m ais da sua aflição, m as e n ch e-se toda
D a a fliç ã o à a le g ria . “ “A inda um pou- de alegria por ter nascido um hom em para
7j3; 14.19 co c não m e tereis m ais diante dos olhos, o m u n d o '. “ A ssim tam b ém vós e stais
1 e ainda m ais um pouco c m c vereisb.” agora na tristeza; m as eu vos verei de

s. A condenação c a execução ignom iniosa de Jesus deviam do. Com o o C risto se refere sem cessar ao Pai que o enviou
aparecer aos homens como prova da sua impostura e do seu (7.17-18, 12,49; 14.10: 5.19-20; 8 .28), assim o Espírito remete
pecado, e pôr ao mesmo tempo cm evidência a legitim idade do ao Filho . Não haverá nova revelação independente da que é
proceder do mundo. M as a intervenção do Espírito (quc deter­ dada cm Jesus Cristo.
m ina notadamente o testemunho dos discípulos: 15.26) vai in­ z. Trata-se de dizer com o as tempos cscatológicos se realiza­
verter completamente a situação: manifestando que. para alem rão cm função do quc se realiza em Jesus.
da morte. Jesus foi glorificado por Deus. ele demonstrará a ju s­ a. E le glo rifica a C n sto na medida em quc conduz progressi­
tiça da sua causa, a legitim idade do seu proceder c atestará, vamente os discípulos ao conhecimento da realidade que nele se
assim , de modo irrecusável, o pccado do mundo c a condenação manifesta e. ao mesmo tempo, completa a sua obra. que era
daquele quc o governava. glo rificar ou manifestar o Pai. É assim quc sc manifesta a uni­
t. O pecado do mundo consiste, antes dc tudo. na recusa de dade inqucbrantável da Revelação.
prestar fé em Jesus, na rccusa da lu z (cf. 3.19-21.36; 8,21-24: h. Jo usa dois verbos e dois tempos diferentes, para salientar
9.41; 12.46: 15.21-25). a distinção entre a maneira dc ver Jesus durante o período que
u. A passagem, pela cruz. para junto do Pai (13.1; 14,2*3; se encerra (cf. 14.19) e a que será concedida aos discípulos a
20,17). quc explica o fim do ver de quc os discípulos sc tinham partir da glorificação. A nova cpoca se caracterizará por um
beneficiado até então (14,19; 16.16.17.19:7,34; 1 3 3 3 ). constitui modo mais penetrante de conhecimento do F ilh o encarnado e
a prova irrefragável da inocência e do legítim o direito dc Jesus glorioso. C f. 2J22 nota.
(cf. 8.46) e, portanto também da verdade do seu ensinamento. c. Um pouco: cf. 7 3 3 ; 8.21 e 1 3 3 3 ; por esta expressão. Jesus
v. A vitória de Jesus im plica necessariamente a derrota e a anunciava o fim iminente dc sua obra terrestre e sua volta ao
condenação sem apelo daquele que regia o mundo (cf. 12.31 -32; Pai. Sobre a incompreensão dos discíp ulos, cf. 13.36 nota.
1430; 1633; U o 2.13). d. O desaparecimento de Jesus vai provocar nos discípulos
w. Em bora Jesus lhes tenha revelado tudo (15.15). o Espírito uma grande aflição, enquanto os homens quc se haviam co liga­
os aoompanhará nos tempos futuros e os conduzirá em todas as do contra ele experimentarão a alegria do triunfo. À luz da res­
dificuldades por vir. à lu z da palavra dc Jesus. O emprego do surreição, os discípulos haverüo. porém, de perceber quc o apa­
verbo sufwrtar (ou carregar), empregado o mais das vezes no rente fracasso de Jesus, sua morte, c precisamente sua g lo rifica­
contexto da Paixão (19.17; L c 11.46: 14.27; G l 6,2.5). sugere ção, sua vitória e o julgamento dos que o haviam condcnado.
que se trata, primeiramente, para eles. d c entrar na compreensão Com efeito, é desses próprios acontecimentos que nascerá a si­
c na participação da morte c da glorificação dc Jesus, em virtude tuação nova dc Jesus e dos seus. quc serão. daí. cumulados de
do dom do Espírito (cf. 13.7.33). alegria.
x. No A T a expressão era aplicada à lei: cf, Ps 25.5. e. A s vivas dores do parto (Is 21 3 -4 : Jr 30.6; O s 13.13; Mq
y. O dom do Espírito levará os discípulos à plena compreen­ 4.9) conduzem à alegria do nascimento de um homem novo: a
são da verdade, que sc manifesta integralmente no Filh o encarna­ imagem tinha sido aplicada no A T aos acontecimentos doioro-
ls 66.14: novo. o vosso coração então sc alegrara' disseram : “E is que agora falas abertam en­
Jo 14.19:
15.11: 20.211: e essa alegria ningue'm vos arrebatara'1. te, abandonando toda linguagem enigma'-
Al 2.46: “ A ssim , naquele dia*, não me interroga- tica; “ agora nós sabem os que tu sabes
2Cor 4.17
14.13-14.20: rcis m ais sobre nadah.E m verdade, em todas as coisas e não tens necessidade L4X:

15.16c 2.24-25;
verdade, eu vos dig o , sc pedirdes a lg u ­ algum a dc que alguc'm te interrogue". É 16.19
Uo 5.14-15
ma coisa a m eu Pai em m eu nom e, ele por isso m esm o que crem os que saíste
vo-la dara'1. 24Ate' agora nada pedistes em de D eus” . -'"Jesus lhes respondeu: “Credes
m eu nome*: pedi e recebereis. de sorte agora? ,2E is que vem a hora, e ela já
15.11: que a vossa alegria sera' perfeita’-11. c h eg o u , em que sereis dispersados, cada
Uo 1.4
qual para o seu lado, e mc d eixarcis sozi­ *,29;
Zc 13,7:
A v itó ria s o b re o m u n d o . “ “Eu vos d is­ nho"; m as eu não estou só . o Pai esta' c o ­
Mt 26.31:
16.4: se tudo isso d c m odo enigm a'tico. m as m igo1’. -'-'Eu vos disse isso para que em Mc 14.27:
Ml 13, Lc 22.31-32
vem a hora em que ja' não vos falarei m im tenhais a paz1*. N este m undo expe-
34-35:
Mc 4.33-34 dessa m aneira, m as vos anunciarei ab er­ rim entareis a a fliçã o ', m as tende c onfian­ 12.31: U.30:
IJo 5.4;
tam ente o que concerne ao Pai1. “ N esse ç a, eu venci o m undo'!" 2Tm J.I2
16.23
dia, pedireis em m eu nom e c, no e n ta n ­ Rm K.37

to, não vos digo que pedirei ao Pai por A o ra ç ã o d c J e s u s . 'D epois dc ter
14.21.23: vós. í7pois o próprio Pai vos am a. por­ 17 assim falado, Jesus ergueu os olhos
3,2: 8.42: 11.41:
13.3: que vós me am astes e crestes que eu sai' para o céu1 e disse: "P ai, e' chegada a
2.4; 12.23;
21.15-17 dc D eus1". MEu s a í d o Pai e vim ao m un­ hora, glorifica o teu F ilho, a fim dc que 13.1.31-32:
l.l: 13.3 Ml 26.45;
do: ao passo que agora deixo o m undo c o teu Filho te g lorifiqucu 2e , segundo o Mc 14.41
vou para o Pai." wO s seus discípulos lhe po d er que tu lhe deste sobre toda carnc. 3.35;
Mt 2S.1X

sos que devem preludiar os lempos messiânicos (ls 26.16-20: n . Em função do acontecimento pascal, os que linham com e­
66.7-14: M c 13.8; IT s 5.3: Rm 8.22: Ap 122). Jo aplica a imagem çado a crer (6.69) acedem ao plano de uma compreensão profun­
aos acontecimentos da paixão e da glorificação de Jesus, en­ da de Jesus: eles descobrem que Jesus possui um conhecimento
quanto vividos pelos discípulos. perfeito dos acontecimentos e dos corações e que. sem esperar
f. O conhecimento do C risto ressuscitado, que sera concedido por suas perguntas, ele lhes fornece as declarações que respon­
aos discípulos, traz consigo uma alegria (2 0 2 0 : 17,13: Uo 1.4:2Jo dem à expectativa deles. Essa descoberta vai conduzi-los a uma
12: Mt 28.8-9: L c 24,41). tanto mais pura quanto o caráter definiti­ adesão mais explícita e mais intensa. Jo usa dc ceda ironia em
vo da vitória afasta deta para sempa* toda verdadeira ameaça (1633). relação aos discípulos: esta categórica profissão de fé precede dc
g . O dia que inaugura os lem pos escato lò gico s (c f. M c pouco sua deserção.
13.I I . 17.19.24.32; 1425: A t 2.17: 2Tm 1,12.18 etc.). o. A fé atual dos d iscípulos é ainda insuficiente, eles ainda não
h. A interrogação é o sinal de uma falta dc compreensão. são capa/.cs de resistir plenamente à prova da Paixão: as potên­
Outra tradução possível: nao tereis mais o que me pedir. cias do mal vão dispersá-los (cf. Z c 13.7: M c 1427; Mt 26,31.
i. C f. 14.13-14; 15.16: 1624.26. Vários mss. e versões lêem: Jo 10.12) e cada qual ira' para o seu lado (é Jesus quem realiza
ele vo-lo dara ' em meu nome. a reunião deles c a sua unidade).
j . Até este dia. os discípulos nâo oraram em seu nome porque p. C f . 8.16.29; 1030. Jo talvez tenha querido prevenir uma
é em virtude da sua passagem para a glória que Jesus assume compreensão equívoca de M c 1 534. Mesmo no momento mais
plenamente o seu poder de mediação (14.13). som brio da Paixão, a presença do Pai não falha.
k . C f. 15,11 nota. Pode-se comparar com Mt 7 .7 -8 .11; 18.19; (|. C f. 14.27.
U 11.9-13. r. O termo designa, ora as grandes provações que precedem o
I. O s evangelhos sinóticos tinham sublinhado a importância do acontecimento do triunfo m essiânico (M c 13.19.24; R m 2.9).
ensinamento cm parábolas que. proposto pubticamente a todos, ora as perseguições dc que a comunidade cristã é objeto (M c
reclamava explicações ulteriores e uma compreensão progressi­ 4,17: A t 11.19: I T s 1.6: 3 3 .7 ; 2 T s 1.4-5: 2 C o r 1.8; 2.4; 4.17;
va. reservadas aos discípulos (cf. M c 4.11-12.33.34; Mt 13,11- 6.4; 7.4; 8 2 .1 3 etc.). Jo combina os dois aspectos c vc nas
13.34-35: L c 8.10: Jo 10.6). Mas aqui. é o conjunto do ensina­ perseguições que atingem os fiéis (cf. 15,18-16,4) e na Paixão
mento dc Jesus no decurso do seu m inistério na Palestina que é de Jesus a provação escatologica que antecipa e realiza a vitória
considerado como parcialmente inacessível. alé o momento cm e, portanto, dá a alegria.
que a lu z pascal e o dom do Espírito permitirem penetní-io s . C f . U o 2.13-14; 4.4; 5.4-5; A p 2.7.11.17.26; 3 J .1 2 .2 I; 5.5;
verdadeiramente (2,19.22: 12.14.16: 13.4-7). Note-se que este 6.2: Jo 12.31; 1430-31.
ensinamento parece concentrar-se na pessoa do Pai. t. Este gesto, que se encontra em muitas liturgias, exprim e que
m . A mediação do C risto ultrapassa, de muito, a de um sim ­ todo o scr se concentra na tendência que o impele para Aquele
ples intermediário. K la se realiza na medida em que os discípu­ que está nos céus (M c 6.41: L c 18.13; cf. 11.41 nota).
los são. pela fé plenamente desenvolvida e pelo amor. tão estrei­ u . A esperança judaica estava voltada para a hora da interven­
tamente unidos a ele que participam diretamente da sua com u­ ção definitiva de Deus, no fim dos tempos (D n 8.17-19: 113 5 .
nhão com o Pai (cf. 3.35: 5 2 0 ). nesta perspectiva que aparece 40.45: Mt 24.36.44.50). fixada pelo Pai. esta hora paira constan­
a eficácia da oração em nome de Jesus (cf. 14.13-14). temente sobre o horizonte da atividade de Jesus (2.4; 5 2 5 : 7.6.30;
cic dê a vida eterna a todos os que lhe tudo o que é teu e' m eu, e assim é que eu
Sb 15.3;
Jr 24.7: d e ste '. 3O ra, a vida ete m a é que eles te fui glorificado neles0. "D o rav a n te , eu não 13.1-3:
31.31-34: conheçam a ti, o único verdadeiro D eus, 16.2»
estou m ais no m undo, e eles perm ane­
Ez 36.25-28:
Jo‘14.7-9; e àquele quc env iaste. Jesus Cristo".■'Eu cem no m undo, e nquanto cu vou para ti.
Uo 5.2
13.31-32: te glorifiquei sobre a terra, co nclui'a obra Pai santod, g uarda-os em teu nom e. que
14.13: 4.34: que m e deste para fazer*. 5E agora. Pai, tu m e d e ste ', para que e les sejam um 10,30: 17.21;
19.30 OI 3.28
glorifica-m e ju n to de ti, com a glória que co m o nos som os um 1. l2Q uando eu e sta ­
l.l-?; 8.58: eu tinha ju n to de ti antes que o m undo va com eles, eu os guardava em teu nom e 6,39: 10.28;
17.24: 13.18.19:
existisse’ . quc tu m e deste: eu os protegi“e nenhum
n 2.6-11: 18.9:
Hb 5,5 ‘"E u m anifestei o teu n o m e'a o s hom ens deles se pcrdeuh,a não ser o filho d a per­ Sl 41.9:
17.26: 109,4-8;
q ue. do m undo, me deste. E les eram teus, dição1, de sorte que se cum priu a Escri-
Ej. 3.13: At 1.16
Hb 2.12 a m im os deste, e eles observaram a tua turaJ. ‘-'Agora vou para ju n to d e ti e d e i­
palavra*. 7Agora eles sabem que tudo o xo estas coisas d itas, no m undo, para que
que m e deste vem d e ti, “que as palavras e les tenham em si a plenitude d a m inha 15.11:
que eu lhes dei são as palavras que tu alegriak. l4Eu lhes dei a tua palavra, e o lio 1.4

me deste. E les as receberam , co nhece­ m undo os odiou, porque eles não são do 8.23:
ram verdadeiram ente que eu s a í de ti e 15.18-19
3.2.11: m undo1, com o eu não sou do m undo. ,5Eu
I6.2X.30
crcram que me enviaste. 'TEu rogo por não te peço que os tires d o m undo, m as
e le s; não rogo pelo m u n d o 11, m as por Ml 6.13:
que o s guardes do M aligno1". l6E les não U- 22.32:
aqueles que tu m e deste: eles são teus, sã o d o m u n d o , co m o eu n ã o sou do 2Ts 3.3;
16.15: Uo 5.18
U 15.31: loe tudo o que e' m eu e' teu, bem com o m undo. l7C onsagra-os pela verdade”: a 8.23
2Ts 1.10 IPü 1.22
8.20: I I.9 ).q u ca re co n h e ce ca ccita d clib o ra d a m e n tc (l2 2 3 .2 7 ). d . A santidade do Pai funda a santidade de Jesus e dos discí­
E la é o momento da glorificação do Filho do Homem (cf. 19.28; pulos. de quc sc tratara nos vv. 17.19 (cf. L v 11.44; 19,2; IP d
25,31; M c 8,38; 13.26; Rm 8.18). Mas a glorificação se opera 1.16); essa invocação foi utilizada muito ccdo na liturgia cristã
através da obediência perfeita, por am or. no âmago da humilha* {Didaque. 10,2).
ç â o d a cruz; é assim que C risto glo rifica o Pai. e. A colhendo aquele quc manifesta o nome do Pai, os próprios
v . A glorificação de Jesus im plica o poder de associar à sua discípulos entraram em tal comunhão com ele. que nenhum
nova condição todos os homens. A vida eterna não pode ser acomeiimento das forças deste mundo poderia.doravante, separa­
adquirida pelos esforços humanos: só pode ser recebida como dos dele.
dom gratuito dc Deus (3.35; 5.19-30; 1 3 3; 6,42-44). f. A unidade no amor mútuo é a conseqüência da comunhão
w. A vida eterna se realiza no conhecimento imediato (quc que une o Pai com o Filho (vv. 21-23).
im plica o amor mutuo) do Pai. o qual só pode ser obtido pelo g . Para além da proteção assegurada aos discípulos por oca­
conhecimento de Cristo , no qual se opera a manifestação supre­ sião da Paixão (cf. 18.8-9). este dito visa salvaguarda-los nas
ma do Deus unico (4.14.36; 6 2 7 : 12.25; U o 3.1-2; 5.13.20). provações escatológicas que ameaçam encerrar os pecadores num
x ; C f . 4 3 4 ; 5 3 0 ; 6 3 8 ; 8 2 9 ; 9.4; 1037-38; 13,1; 1930. estado oposto ao da vida verdadeira.
y . S eja a glória quc o Filho possuía em sua existência primor­ h . Jo usa um vocabulario tradicional (3.16; 6 3 9 ; 10.28; 12,25;
dial junto do Pai (cf. 1.1). seja a gloria que o Pai lhe predestinava M i 7,13; At 8 2 0 ; Rm 9.22; F l 3.19), que ele não explica.
desde o começo. Manifestada durante toda a vida terrestre (2,11: i. Isto é, aquele cu jo comportamento todo tende, de fato. para
11.4). ela deve brilhar com esplendor a partir da Ressurreição- a perdição; a expressão que designa Judas possui teor apocalíp­
cxattaçào (cf. 3.14) e assim constituir o Filho como aquele quc. tico (cf. 6.70: 2 T s 2.3: IJo 2,18.22; 4 3 ).
por excelência, manifesta o nome do Pai. j . C f . 13,18. citando S l 41,10.
z . A missão de Jesus consiste, não em transmitir um vocábulo k . A profunda alegria quc nasce da escuta da palavra dc Jesus
novo. mas em dar a perceber a realidade do Pai através do que ele ( 3 2 9 ) não é ameaçada por sua passagem para junto do Pai. pois
diz. do que ele faz. do que ele é ( c f . 12.28: 1038: 14.7-11. 1.18). o Evangelho garante sua presença permanente na comunidade
a. O homem não pode. somente por suas próprias aptidões, dos fiéis, que o Espirito sustenta e ilumina.
conhecer a manifestação que se opera em Jesus; é preciso que I. Reagindo contra a espera passiva de uma Parusia iminente,
ele já se ache sob a influência dominante do Pai (cf. 6 3 7 3 9 .4 4 : esta afirmação sublinha que a tarefa da comunidade dos discípu­
10.29; 17,2.9.12.24) essa situação supõe o serviço sem desvio di» los é ser. no meio dos hom ens, a m anifestação do mundo
verdade (3,21; 18.37; 7.17; 1,47). escatalógico. Essa tarefa supõe, necessariamente, o afrontamenio
h. O termo mundo designa aqui o conjunto dos homens que. com o poder do mal e do ódio. que somente será vencido com
fechados em sua presunção, rejeitam a Deus; a oração de Jesus a ajuda do Pai (15,19-16,4).
só pode concernir aos quc foram tomados do mundo para cons­ m . C f. 16,11, o pnhvipe deste mundo: Jo personaliza a potên­
tituir a comunidade dos discípulos (cf. 1.10 nota: 15,19). cia do mal que ameaça os homens (cf. 1 2 31 : 1430; 16,11: Mt
c. N a medida em que os bens espirituais trazidos por Jesus 6.13; 13.19.38; 2 Ts 3 3 : E f 6,16: IJo 2,13-14: 3,12; 5.18-19).
manifestam a realidade da sua comunhão com o Pai; a gloria n . Consagrar ou santificar um ser é sepaní-lo do domínio
verdadeira e' a manifestação não do poder, mas da comunidade profano para introduzi-lo integralmente e para sempre na esfera
de amor do Pai com o Filho da qual os discípulos participam. de Deus: a santificação é obra do Pai santo ( J 7 . l l ) .
20.21 tua palavra c verdade0. '"A ssim com o tu justo-’, enquanto o m undo não te conhe­
me en viaste ao m undo, eu os en v io ao ceu, cu te conheci, e estes reconheceram
m undo11. ,9E . por e le s, eu mc con sag ro a que tu m e enviaste. “ Eu lhes dei a conhe­
10,18: 4.23: m j f p mesmo^.a fim dc que tambeVn eles cer o teu nom e c darei a conhecer ainda 17.6:
Ex 3.13:
Hb 2 .i i sejam c onsagrados pela v erdade'. m ais, a fim de que o am or com que am as­ Rm 8,39
17.9: “‘"Eu não rogo som ente por eles. rogo te esteja neles, e eu neles".
Rm°oÍ7 tam bém por aqueles q u e , graças à sua
palavra, crcem em m im ‘: 2,quc todos se­ t Q A p ris ã o d e J e s u s (Mt 26,47-56;
io .Io»- Íam um ’ com o Iu- Pai, esta's em m im e cu Mc 14,43-50; Lc 22,47-53). ‘T en- Ml 26 ,
a i 4.32; em ti; que tambe'm eles estejam cm nós. a do assim falad o , Jesus fo i, com os seus
Gl 3,2B fim de que o m u n d o creia que tu m e d isc íp u lo s, para o o u tro lado da torrente 26 -32 :
enviaste1. “ Q uanto a m im . dei-lhes a gló- do C e d ro n '; havia lá um jardim , onde u 22-,9:
.. - . . ■ 2Sm 15.23
17.5: i.i4 ria que tu m e deste, para que sejam um entrou com seus discípulos*. ■ ‘O ra . Judas,
15.9: com o nós som os um “, 23eu neles com o tu que o en tre g ara , c onhecia o lugar, pois
1<=oi *2 '20 em m ' m - para que eles cheguem à unida- Je su s m uitas ve/.es se reunira ali com o s u 2 1 .37 :
ei 1.4-5 de perfeita e , assim , o m undo possa co­ seus d iscíp u lo s. •'Ele se pôs à frente da
nhecer que tu m e enviaste e os am aste m ilíc ia b e d o s g u a rd a s fo r n e c id o s p e lo s mi 26,47-56:
com o tu me am aste. y Pai. quero que, la' sum os sacerd o tes e os fariseu s, e dirigiu-
Io»; !í s on(^e eu est' ver- os ciue 016 deste estejam -se ao jard im com to ch a s, lâm padas e u- 22 .47-53
G n 45. 1 3 tambe'm com igo*, e que contem plem a arm as. ‘S abendo Jesus tudo o que lhe ia
glória que me d e ste".p o is me am aste des­ a c o n te c e r1, a d ia n to u -s e e lh e s d isse : J,4^ 12'27'
de antes da fundação d o mundo*. MPai “ Q uem procurais?” 5E les lhes responde-

o. O instrumento da santificação dos discípulos é a verdade de O s fiéis que a percebem são eles mesmos associados a ela e sc
D eus que se manifesta no Verbo encarnado, ao quai eles aderem tornam, por sua vez. manifestação da glória de C risto ; isto se
pela fé. opera concretamente pela unidade que realizam , amando-se uns
p. A consagração-santificação toma os discípulos capazes da aos outros.
m issão (cf. 1 036; Jr 1.5; Sr 45.4). porque ela põe à parte, no v . O discíp ulo compartilha a condição do Senhor, a sua obe­
seio do mundo, sem os isolar, os que são enviados para levar a diência na hum ilhação ( 1 3 3 3 3 6 ) e a sua exaltação na glória
palavra ao mundo (é o Espírito Santo que os tomara* capazes do (12.26: 1 4 3).
testemunho: cf. 15.26-27: 20.21-22). w . A contem plação da glória do C risto (cf. 2 C o r 3 .1 8 -4 .6 ) é
q . À medida que a consagração a Deus compromete a totali­ tambem conhecimento (na participação) do amor que une o Pai
dade do s c r c do agir do homem, ela engloba a oblação da morte. e o Filho: a í se encontram o fundamento e o termo de qualquer
Este aspecto propriamente sacrifical é acentuado aqui pela pro­ existência humana,
ximidade da cruz e pela fórmula para eles. C o m essu palavra. x. C f. 1.1-5; 17.5.
Jesus exprime a sua vontade de oferecer livremente a vida (10.18: y . A plicado a Deus. o termo justo exprim e a retidão e a inte­
15.13) para a consagr.tção dos seus discíp ulos (cf. 6.51; IC o r gridade do seu julgamento (S l 119.137; Dt 32.4); ele pode lam ­
1124: 1 53; M c 1 4 24 ; L c 22.20; H b 2.9; 5.1; 9.7; 10.12). H o b e i sublinhara sua fidelidade e m isericórdia (S l 7 .1 8 :9 3 ; 96.13:
que explica que Jo 17 tenha sido freqUentcmente chamado “a 11 6 3 ; 129.4; 145.17). É provavelmente este aspecto que se
oração sacerdotal". encontra aqui (cf. Rm 3 2 6 ; A p 1 6 3).
r . A santificação dos discípulos funda-se. afinal, no sacrifício z . O vale cavado pela torrente do Cedron separa Jerusalém do
da cru z c no dom do Espírito por C risto glorioso; alguns comen­ monte das O liveiras (2Sm 1 5 23 ; Mt 2 6 3 0 ; M c 1 426; L c 2 2 3 9 ).
tadores enfatizam, na santificação, a purificação do pecado ( 15 3 ). a . Mt 2 6 .3 6 e M c 14.32 falam de um ja rd im cham ado
enquanto outros insistem antes no dom espiritual que habilita os Getsêmani. Jo não relata a oração que Jesus a í fez (entretanto,
discípulos ao exercício de sua m issão (v v . 17-20). cf. 1 2 27 ; 18.11).
s. Jesus engloba na mesma oração os que associa à sua missão b. O termo speira designava habitualmente a coorte romana
e os que. em virtude da pregação deles, vão constituir, no tempo (m il homens) e chegou-se a pensar que Jo aludia à participação
e no espaço, a comunidade dos crentes, a Igreja (cf. 4 3 5 -4 2 ; das tropas romanas na prisão de Jcsus: mas a expressão desig­
10.16: 11.52; 1220.32; 17.2). Este ponto dc vista e\ im plicita­ nava também as tropas judaicas (Jt 14.11; 2Mc 8.23; 1 2 20 -2 2 )
mente. o do Evangelho. c diversos indícios levam a co n clu ir que a iniciativa cabe aqui
t. Aderindo a Jesus, os crentes participam na comunhão de a certas autoridades judaicas. D e toda maneira. Jo aponta ironi­
amor que une o Pai c o m o Filho (5.19-20; 10.1530; IJ o 13 ): eles camente para a força empenhada em prender Jesus, que na rea­
estão por conseguinte unidos entre si. dc modo a se tornarem para lidade se entrega a si mesmo: e ao mesmo tempo prepara a
o mundo o sinal por excelência, tanto da intervenção escatologica fulgurante m anifestação do poder divin o de Jesus, no v. 6.
de Deus. com o da autenticidade da missão de Jesus. c . Lon ge dc ficar surpreso. Jcsu s tem plena consciência da
u . A glória que o C risto obtém do Pai para alem da crtiz (vv. im inência e do alcance dos acontecimentos da Paixão (cf. 13.1.3;
1-5) é a manifestação aos homenr- da sua comunhão com o Pai. 12.20-28; 10.17-18).
ram : “ Je s u s , o N azoreu ” . E le lhes disse: m esm o C a ifá s fo ra o que sugerira a o s 1 1 .49-51

“ Sou eud” . O ra, entre e le s estav a Ju d a s , ju d eu s ser con ven ien te qu e um só ho­
que o en tregava. ‘ A p en as Je su s lhes d is ­ m em m orresse pelo povo*.
se: ‘ Sou e u ', e le s tiveram um ím peto de
recuo e c aíram . 7D e n o vo Je su s lhes per­ (Mt 26,69-70; Mc 14,66-68; l x 22,55-57).
guntou: “ Q uem p ro cu rais?" E le s resp on­ ,5S im ão Ped ro e um outro discíp u lo 11 ti­ Mt 26.5K:
Mc 14.54;
deram : “ Je s u s , o N a z o re u ". "Je su s lhes nham segu id o Je s u s . C o m o este d iscíp u ­
Lc 22.54-55
7.46: *.24 respondeu: “ Ja' v o s d isse , sou eu . S e pois lo era co n h ecid o d o S u m o S a cerd o te,
é a mim que pro cu rais, d eixai ir a e stes” . entrou com Je s u s no pala'cio do Su m o
9A ssim . d e v ia realizar-se a palavra que S acerd o te. “ Ped ro fic a ra do lado de fo ra,
6.39: 17.12 Je s u s d isse ra : “ E u não perdi nenhum ju n to à porta; o d iscíp u lo que era co n h e­
daqueles qu e tu m e d este'” . l0En tão S i- c id o do S u m o Sacerd o te sa iu , falou com
U 22.36.3K mão P ed ro, que trazia uma esp ad a, de- a porteira e fe z Pedro entrar. ” A jo v e m
sem bainhou-a e feriu o servo do sum o criad a que gu ard ava a porta lhe disse:
sacerdote, c u ja orelha direita ele cortou; “ N ão e's tu tambe'm um do s d iscíp u lo s IX,25
o nome deste se rv o era M a lc o '. " M a s deste h o m em ?” Pedro respondeu: “ N ão .
Ml 20.22: Je su s d isse a Pedro: “ T orn a a pôr tua eu não so u 1” . l8O s serv o s e o s gu ardas
Mc 10.38;
espada na bainha! A taça que m eu Pai tinham acen d id o um b ra se iro , porque
14.36:
Lc 22.42: me deu*, eu não a b eb eria?” I2A m ilícia fazia frio . e e le s se aq u eciam ; Pedro e s ­
Jo 12.27
com o seu com and o e o s gu ardas fo rn e­ tava co m e les e se aq uecia tambe'm.
Ml 26.
57-75: c id o s p elos ju d eu s prenderam , p o is. J e ­
Mc 14. sus e o am arraram . (Mt 26,59-66; Mc 1435-64; Lc 22,66-71).
53-72:
U- 22.54-72 I90 Su m o S acerd o te pôs-se a interrogar
No palácio do Sumo Sacerdote Anás Je su s sobre o s seus d iscíp u lo s e sob re o
(Mt 2637-58; Mc 1433-54; Lc 22,54). seu ensinam ento"1: “ Je su s lhe respondeu: 7 .26 :
Is 45.19:
15E lc s o con du ziram prim eiro à c a sa de “ Eu fa le i abertam en te ao m u n d o ", eu 4K.I6;
IX.24 Ana'sb. E ste era so g ro de C aifa's, qu e era sem pre ensinei nas sin ag o g as e no T em - Ml 4-23:
Lc 3.2
o Su m o S a ce rd o te naquele an o1; l4esse pio , onde todos o s ju d eu s sc reún em , e u- 22 .5 3 ;
Al 26.26
d . L il. Eu sou. Sobre a densidade de sentido da expressão, cf. o ministério dc Jesus e a decisão ja' está tomada (18.14 lembra
8.24. Respondendo assim . Jesus se revela; a sua aproxim ação se 11.49-53.57; 12.10).
tom* temível para os que encarnam o poder diabólico. O mesmo i. Pertencendo a uma fam ília de saduceus. Anás exercera a
sucedia no caso da montanha santa em que Deus se revelava a função de sumo sacerdote durante os anos 6-15; deposto pelas
Israel (E x 19.22) ou no caso da arca em que ele residia (2Sm autoridades romanas, ele continuara a exercer uma influência
6 .7). Tanto num caso com o no outro, a santidade exclu i o pro­ importante nos acontecimentos, c a maior parte dos sumos sa­
fano. a impureza. É tambem por isso que os discípulos sd entram cerdotes que o sucederam pertencia à sua fam ília. Jo apresenta
na intimidade de Jesus porque são santificadas pela verdade Caifás com o seu genro, o que é verossím il.
(17.17). j . C f . 11.49-51
e. C f . 17.12; 6 3 9 ; 10.28; 16.32. k. Nào é muito fácil identificar esse discípulo que goza dc li­
f. C f. M c 1 4 36 ; L c 22.42; com o Mt 2 6 3 9 . Jo acentua que berdade de entrada no palácio de Anás. A lguns reconhecem nele
Jesus repreendeu Pedro por seu gesto de violência. o companheiro habitual de Pedro, o discípulo que Jesus amava.
g . Nas refeições judaicas, o pai enchia a taça de cada um dos I. A tripla negação de Pedro (v v . 17 e 26-27). predita em
convivas; d a í a vocação que cada um recebe de Deus ser represen­ 1 3 36 -3 8 . parece corresponder ao triplo Eu sou dc Jesus (v v . 5.
tada por uma taça (S l 11.6: 16.5). A taça de amargura é muitas 7 e 8). C f . também o triplo testemunho de João Batista (não sou.
vezes evocada no A T para caracterizar as m ais acerbas prova- 1.20-21) e a tripla declaração de Pedro em 21.15-17.
ç ô e s íls 51.17.22; Jr 24.15.17.28; 49.12; L m 4.21; E z 2 3 3 1 -3 2 ). m . Enquanto os sinóticos. na convocação de Jesus diante do
A expressão e' empregada por Jesus para designar a Paixão (M t Sinédrio. concentram a atenção no caráter m essiânico da ativida­
20.22-23; M c 1 0 38 -3 9 ); ela evoca talvez a oração do Get.sémani de de Jesus e na blasfêm ia (cf. Mt 26.57-66; M c 14.53-64; L c 22,
(Mt 2 6 3 9 ; M c 1436; L c 22.42). que Jo não reproduz, querendo 66*71). Jo mostra Jesus diante de A nás e sugere um interroga­
acentuar a soberana determinação de Jesus (12.27 nota). tório que versava sobre os ensinamentos de Jesus e sobre o fato
h . C o m o Mt e M c. Jo distingue duas fases do processo judai­ de que ele reunia discíp ulos (cf. M c 14.48*49 par.). A acusação
co. Sem mencionar explicitam ente o Sinédrio. ele insinua uma de btasíemia foi pronunciada durante a vida ptíblica (10.22-42).
primeira reunião presidida por Anás (18,13-23) e se lim ita a n . Feiio em püblico a todos os homens, indistintamente, o
evocar um conselho presidido por C aifás (18.24.28). A lia s não ensinamento de Jesus não comporta doutrinas esotéricas (7.26).
se trata mais que de interrogatórios bastante rápidos. A o s olhos embora só o dom do F-spíriio permita penetrá-lo verdadeiramen­
de Joào, o verdadeiro processo já teve lugar no decorrer de todo te (cf. 1 6 25 ).
n ada d isse cm seg red o . 2lPor q u e m e entraram na residência, para não se conta­
interrogas? O que cu d isse , pergunta-o m inarem e po d erem c o m er a P ásco a’ . 11.55:
Mt 26.17
aos q u e m e escutaram : eles bem sabem ^Pilatos" veio, pois, para fora ter com eles
o que eu disse"” . “ A e ssas palavras, um e disse: “ Q ue acu sação apresentais c o n ­
dos g uardas que se achava ali esbofeteou tra este ho m em ?" •1®Eles responderam :
At 23.2: Jesusp, dizendo: É assim que respondes “ Se este indivíduo não tivesse praticado
Mt 5.39
ao Sum o S acerd o te?” “ Je su s lhe resp o n ­ o m al, porventura o entregaríam os a ti?”
deu: “Sc eu falei m al, m ostra em quê; se -"Então P ilatos lhes disse: “T o m a i-o e 19.6:
At 18,15
falei b em , por que me b ates11?” 24L ogo ju lgai-o segundo a vossa lei” . O s judeus
depois, Ana's enviou Jcsus am arrado a lhe disseram : “ N ão nos e' perm itido con­
18.13: C aifás, o Sum o Sacerdote. d en ar ningue'm à morte*!” ,JAssim devia
Lc 3.2
cum prir-se a palavra pela qual Jesus tinha 3.14: 8.28:
12.33:
(Mt 26,71-75; Mc 14,69-72; Lc 22JX-62). significado de que m orte devia morrer». Mt 20.19:
E n tr e ta n to , Sim ão Pedro estava lá, aque­ “ P ilatos volto u , p o is, para d entro da 26.2

18.18 cendo-se ao fogo'. D isseram -lhe: “ N ão és. residência. C ham ou Jcsus e disse-lhe: "T u
porventura, tambc'm tu, um d os seus discí­ e's o rei dos judeus*?” ^ J e s u s lhe respon­ 19.14-15.
19-22
pulos?" Pedro negou, dizendo: “ N ão, eu deu: “ D izes isso por ti m esm o ou foram
Mi 26.51: não sou!" “ Um dos servos d o Sum o Sacer­ o utros q u e to disseram de mim*?” “ Pila­
Mc 14,47:
Lc 22,49-50:
dote, parente daquele cuja orelha Pedro tos lhe respondeu: “ Sou acaso ju d eu ? A
Jo 18.10 cortara, disse-lhe: “ A caso eu não te vi no tua própria n ação , os sum os sacerdotes 1.11
jardim com ele?” 27De novo Pedro negou- te en tregaram a m im ! Q ue fizeste?" “ Jc ­
Ml 26,34: -o e, no m esm o m om ento, um galo cantou'. sus respondeu: “ A m inha realeza não e' 3.3.5:
Mc 14.30: 6.15:
d este m undo. Se a m inha realeza fosse 12.32:
Lc 22.34:
Jo 13.38 J e s u s d ia n te d c P ila to s1 (Mt 27,1-2.11- d este m undo, os m eus guardas teriam 18.10-11:
U 17,20:
14; Mc 15,1-5; Lc 23,1-5). “ Entretanto, com batido para que cu nâo fosse en tre ­ 19.12
tinham levado Jcsus da casa de C aifás à gue aos ju d eu s* . M as a m inha realeza,
residência d o governador". Era o despon­ a g o ra, não e d a q u i” . "P ila to s então lhe
tar do dia. O s que o tinham trazido não disse: “ E ntão tu e's rei?" Jesus lhe res-

0 . Propondo o recurso aos ouvintes. Jcsus solicita um processo x. Várias indicações levam a pensar que na época de Jesus as
verdadeiro (cf. 7.51-52). E le destaca sobretudo que a decisão já autoridades judaicas linham conservado o direito de aplicar a
está tomada e que estão se limitando a uma paródia. Jo talvez pena capital (o apedrejamento) em certos casos (8.1 >11?); mas a
pretenda apontar aos leitores as suas responsabilidades nesse crucificação era reservada aos magistrados romanos, com o suge­
"processo de Jesus", que dura através de toda a história. re 18 32 .
p. C f. Mt 26.67: M c 14.65. y. C f 12 32 -3 3 ; 3.14 nota: 8.28. Repelidas vezes, no relato da
q . C f. 8.46: o recurso à violência não tem nada a ver com o Paixão, Jo destaca a conform idade do destino de Jesus com as
conhecimento da verdade, Escrituras; a L e i. de que os judeus sc valem para rejeitar Jesus,
r . C f. Mt 26.71-75; M c 14,69-72: L c 22.58-62. dá testemunho em seu favor.
s. C f. 13.36-38. z . Rei. Este título não foi usado até aqui pelo próprio Jesus,
1. Jo dá muito mais importância à audiência perante Pilatos mas foi aplicado a ele em 6.15 e 1.49. Em conform idade com as
que os sinóticos (1 8 2 8 -1 9 .1 6 ). Pilatos vai e vem (sai: 18.29.38: informações dos sinóticos (M c 15.2; Mt 27.11; L c 2 3 3 ) . esse
entra: 18.33; 19.9) entre a turba cada vez muis agitada e Jesus, título parece resum ir a acusação proferida pelas autoridades ju ­
que tudo domina com sua calm a soberana. C o m efeito, é Jcsus daicas (1 8 3 0 .3 5 ). Pilalos deve. normalmente, interpretá-lo no
que vai conduzir o processo lodo. por suas palavras e por seus sentido político: Jesus provocaria agitação e reuniria partidários,
silêncios. Jo destaca que ele. o acusado, é quem ju lga os que visando destituir os dirigentes judeus que apóiam os romanos.
parecem ser seus acusadores; cf. 19.13 nota. Paradoxalmente, para Jo . é na Paixão (a volta para junto do Pai)
u . O pretório era a residência o ficial do procurador romano; e na cru z que se confirm a a realeza dc Jesus, o que lhe tira toda
sua localização permanece controvertida. Uns o situam no palácio ambigüidade (cf. 6.15 nota; 1 8 3 3 .3 6 3 7 .3 9 ; 193.12.15.19).
de Herodes: outros, na fortaleza Antônia. vizinha do Tem plo. a . Concordando em agir sem outnis informações, a nâo ser as
v . O s lugares dc habitação dos pagãos eram considerados fornecidas pelas autoridades judaicas. Pilatos sc colocou numa
im puros (A t 1 i 3 ; Mt 8.8): desejando evitar ioda impureza legal, situação falsa, da qual ele nào conseguirá sair.
sobretudo no momento de celebrar a Páscoa, os judeus se abs- b. A realeza que Jesus reivindica indiretamente distinguc-se
têm de entrar. Ironia joanina. profundamente daquela cu jas finalidades e meios são da alçada
v,. Pfincio Pilalos foi procurador da Judeia de 26 a 36; os deste mundo; a realeza de Jesus não tem nenhuma necessidade
historiadores do séc. I o descrevem com o um alio funcionário, de força e dos processos habituais da ação política; ele recebe sua
m al-intencionado para com o povo judeu (cf. também L c 13.1). realeza dc Deus. Poder-se-ia traduzir também Reino ou Reinado.
pondeu: “É s tu q u e d izes que cu sou rei. 5Je su s veio en tão para fora: trazia a c o ­
3,32-33: Eu nasci e vim ao m undo para d a r teste- roa de e spinhos e o m anto d e púrpura.
ijo 3 J 9 -' m unho da verd ad e'. T o d o aquele que é P ilatos lhes disse: “E is o h om em l’!” t M as 1.29.36
'I™ 6; '3 da verdade escuta a m inha voz11” .•“ Pilatos
At 24,25:
lo g o que o s su m o s sa c e rd o te s e seus
26.28 lhe disse: “ Q ue é a verdade*?” g u ard as o v iram , p u se ram -se a gritar:
“C rucifica-o! C ru c ifica -o !” P ilatos lhes
(Mt 27,15-31; Mc 15,6-20; Lc 23,13-25) disse: “T om ai-o vós m esm os c crucificai- 1831;
T en d o d ito isto. ele foi te r com os ju d eu s ICor 1.23
-o, pois q u an to a m im , não acho m otivo
fora, e lhes disse: “ Q uanto a m im , eu d e acu sação contra e le ".
não acho nenhum m otivo d c acusação 7O s ju d e u s lhe replicaram : ‘N ós tem os
c ontra e le. wM as co m o é co stu m e entre um a le i, e se g u n d o e sta lei e le deve Lv 24.16;
Ío 5,18;
vós que vos solte alguém por o casião da m orrer porque se fez F ilh o d e D eus1” . 10.23.35-36;
P áscoa, qu ereis q u e eu vos solte o rei "Q uando P ilato s ouv iu e ssa s p a la v ras, 1831
dos ju d e u s? ” " E n tã o eles se puseram a ficou ainda m ais assustado1. ’E ntrou dc
a i 3,i4 gritar: “ N ão e ste, m as B arrab ás!” . O ra, novo na residência e disse a Jesus: “ D e
esse B arrabás era um bandido'. o n d e tu e'sk?” M as Je su s n ã o lhe deu Ml 26.
62-63:
1 n 'E n tã o P ilatos levou Jesus eresposta
m an- algum a1. '“P ilatos lhe disse e n ­ 27,12.14;
mi 20,19 dou açoitá-lo. *Os soldados, que ha- tão: “ É c o m ig o que te recu sas a falar? Mc 14.61:
Lc 23.9
ic « i,23: viam trançado um a c oroa d e espinhos, N ão sabes que eu ten h o o p o d e r de te
u ' 25,11 puseram -na sobre a sua cabeça e lança­ so ltar c o m o tenho p o d e r de te c ru cifi­
ram sobre ele um m anto d e púrpura. ,E les c ar? ” " M a s Je su s lhe respondeu: “ N ão 3.27; 10.18:
Rm 13.1:
sc aproxim avam dele e diziam : "S alv e, ó terias po d er algum sobre m im se não te ITm 6.13
rei dos judeus*!” ,e se puseram a dar-lhe houvesse sido dado do alto"1; e . por isso
i»*5oji pancadas. 4P ilatos, saindo dc novo, disse m esm o, q uem me entregou a ti tem um
aos judeus: “ V ede. eu vo-lo trarei para pecado m a io r" " .12D esde esse m om ento
fora: deveis sab er q u e eu não acho ne- P ilatos procurava so ltá-lo , m as o s ju d e u s IH37:
Lc 23.2;
18.38: nhum m otivo d e acusação contra ele” . se p useram a gritar e diziam : “ Se o sol- Ai 17.7
U 23.4

c . O pensamento bíblico percebera os vínculos entrc realeza e m em lamentável e rid ícu lo de via bastar para demonstrar a
sabedoria (cf. 2Sm 14.17-20). A realeza escatológica que Jesus inanidade de suas eventuais pretensões à realeza. M as Jo consi­
inaugura no mundo, nessa hora. nâo recorrera* à violência; se­ dera. sem duvida, os acontecimentos sob um prism a diferente, e
gundo a vontade do Pai que lhe confiou a sua missão, ela se sugere que sc veja em Jesus o homem verdadeiro que. exata­
realizará pela aceitação da verdade de D eus, que se manifesta mente do seio dessa humilhação, inaugura o reino messiânico.
nele, o Verbo encarnado (cf. 14,6; 3 .1 1 3 2 ; 8,13-14.46). Sobre i. A acusação se desvia para o plano religioso e recai agora
verdade, cf. 14.6 nota. sobre o essencial, a afirm ação da condição de Filho de Deus (cf.
d . O s homens que aderem ao enviado dc Deus ja se acham 5.18-20; 1 0 3 3 ). considerada com o uma blasfêm ia que. segundo
submissos à sua influência, porque eles agem segundo a verdade a lei. requer a pena de morte ( L v 24.16).
(cf. 3,21: 6.42; 17,2.6: 1.47). j . A s ultimas palavras de Jesus (1 8 3 7 ) acentuam em Pilatos o
e. Essa pergunta, que nào exige resposta, sugere, ao mesmo sentimento de se achar diante dc uma ordem de coisas supra-
tempo, o ceticism o pessoal do funcionário romano e a incapa­ -humana e. por conseguinte, ameaçadora e perigosa.
cidade do poder político de se co lo car no ponto de vista dc k . Isto é: Qual é a tua verdadeira origem? A origem faz
Jesus, no ponto de vista da verdade. — Em 19.4.6 Pilatos rea­ conhecer a verdadeira natureza (2.9; 4.11; 7.27-28; 8,14; 9.
firm ara a inocência de Jesus, nos mesmos termos de 1 8 3 8 c e de 29-30).
L c 23,4.14.22. I. O silêncio de Jesus se explica: as condições da verdadeira
f. C f . Mt 27,15-26; M c 15.6-15; L c 23,17-24. Jo se lim ita a fe' e do verdadeiro conhecimento não existem no caso (cf. Mt
relatar muito brevemente o episódio, acentuando que preferiram 27,14; M c 15,4; L c 23,9); nenhuma fórm ula as pode suprir. V er
um bandido a Jesus, que queriam fazer passar por sedicioso: o 18*28 nota.
mundo reconhece os seus. É preciso acrescentar que a palavra m . Ignorando o que está no alto , Pilatos se ilude também
escolhida lêstès (bandido) foi muitas vezes aplicada aos zelotes sobre o alcance de um poder que ele crê absoluto: na realidade,
que recorriam à ação política e religiosa violenta (cf. 10,8). Em este poder lhe é concedido em função de uma vontade superior
10.1.8 traduzimos por assaltante, por causa do contexto. (cf. 10,17-18); não se deve procurar aqui uma teoria sobre a
g. C f. Mt 27,27-31; M c 15.16-20. V eja também 1 8 33 noia. origem dos poderes.
h . Em M l e M c. a flagelação e os ultrajes seguiam a conde­ n . Judas e. sem düvida, os dirigentes judeus tinham mais
nação. Em L c 23.16-22. Pilatos, antes da condenação, propõe possibilidades de reconhecer a realidade de Jesus (6.64.71; 12,4;
corrigir Jesus. — Tem -se a impressão dc que Pilatos esperou 13,2.21; 1 8 30 .3 5 ). Sobre o pecado com o desconhecimento, cf.
fazer disso um meio de desviar a atenção: o espetáculo do ho­ 8.21-24; 9.41; 15.22-24; 16,8-9; 3 3 6 .
tares, não e starás agindo com o am igo de letreiro que m andou afix a r sobre a cruz:
Cc'sar“! P ois to d o aquele que se faz rei ele trazia esta inscrição: “Jesus, o N azo-
d e clara-se c o n tra C ésar” . rcu^.rei dos ju d e u s” . “ M uitos ju d eu s pu­
l3M al ouviu essas palavras, P ilatos fez deram ler este letreiro, porque o lugar
con d u zir Je su s para fora c o instalou em onde Jesus tinha sido crucificado ficava Hb 13.12-13
um a trib u n ap, no lugar cham ado L itós- p róxim o da c id a d e, c o texto estava e s­
trotos — em hebraico G ábata11. l4E ra o dia crito em h ebraico, latim e grego. 2lO s
da preparação d a P áscoa, por volta da sum os sacerd o tes dos ju d e u s disseram a
sexta h o ra'. P ilatos disse aos judeus: “ E is Pilatos: "N ão escrev as ‘rei dos judeus",
18.33-37 o vosso re i!” lsM as eles se puseram a m as sim ‘este in divíduo pretendeu ser o
gritar: “ À m orte! À m orte! C ru cifica-o !” rei dos ju d e u s’ . “ P ilatos respondeu: “O
Pilatos replicou: “ D evo cu cru cificar o que escrevi, escrevi-o*".
vosso rei?"; o s sum os sacerdotes resp o n ­ “ T endo o s soldados acabado de crucifi­
deram : “ N ós não tem os outro rei, senão car Jesus, eles tom aram as suas vestes e
César*". “ Foi en tão que P ilatos lhes e n ­ delas fizeram quatro partes, um a para cada
tregou Je su s para scr crucificado. u irf. R estava a túnica; ela era sem costu­
ra, tecida dc um a só peça de alto a baixo'.
A c ru c ifix ã o e a m o rte d c J e s u s (Mt í4O s soldados disseram entre si: "N ão a
27,32-44; Mc 15,21-32; Lc 23,26-43). rasguem os, antes sorteem o-la, para ver si 22.19
E les se a p o d e ra ra m , e n tã o , d e Je su s. com quem ficará” . É assim que foi cum pri­
Gn 22.6 17C arregando ele m esm o a sua cruz1, Je ­ da a E scritura: Eles dividiram entre si as
sus saiu e foi para o lugar dito d o C râ ­ minhas vestes e sortearam a minha túniccf.
nio, que em hebraico se cham a G ó lg o ta“. E is, pois, o que os soldados fizeram .
'“Foi lá q u e e les o crucificaram ju n ta ­ “ Perto da c ru z dc Jc su s perm aneciam mi 27.55-56;
Mc IS 40-41*
is 53 .12 m ente com d o is o u tro s, um d c cada lado dc pé a sua m ãe, a irm ã da sua m ãe, u- 23 .W
e Jesus no m eio’. "'Pilatos redigira um M aria dc C lo p as, e M aria de Ma'gdaiab. ^ . I3'23:
2 1 x 20

o. É possível que os adversários lembrem o lílu lo o ficial de até o fim . Jesus assum e plenamente c sozinho sua Paixão e
amigo do imperador, que P ilalos. fam iliar dc Sejano. provavel­ morte. Será que se deve ver aqui uma reação contra uma inter­
mente recebera. Reconduzindo o debate para o plano político, os pretação docctista que pretendia ler Sim ão d c Cirene sido cruci-
judeus questionam a situação de Pilatos e o obrigam a optar. A ficado em lugar dc Jesus?
partir daí. embora a inocência de Jesus tenha sido muitas vezes u. É uma pequena elevação de terreno situada a pouca distân­
reconhecida < 1 839; 19.4.6). a causa está perdida. c ia dos muros da cidadc (M l 2 7 3 3 ; M c 15.20; H b 13,12-13). O
p . Outra tradução possível: assentou-se no tribunal (mas os nome de Gólgota (crânio) lhe foi dado porque essa elevação
interlocutores estào fora do palácio e. além disso, por fim . nào rochosa tinha a forma de um crânio. A tradução latina acha-se
houve sentença). É possível que o evangelista explore o duplo na origem da palavra calvário.
sentido da expressão. A os olhos do mundo, quem ju lga é Pilatos; v. M c 15.27; M l 27,38; L c 2 3 3 3 precisam que sc tratava de
mas a fé capta um sentido mais profundo: sem o saber. Pilatos bandidos: para Jo são simplesmente homens m iseráveis, cuja
entroniza Jesus, que é o ju iz dc verdade: o mundo é confundido sorte Jesus compartilha. No meio é o lugar do rei (cf. 1 833
( 16 .8 -11) e agora é o julgam ento do mundo (1 2 3 1 ). C f . I I 3 2 nota).
nota; 1 9 3 nota; 19.22 nota. w . Jo introduz o adjetivo nazoreu na formulação do letreiro
q . Lit. o pavimento de pedra ; pode-se tratar de lajes ou de (M t 2 7 3 7 ; M c 15.26; l x 2 3 3 8 ). Sobre esta denominação, ver
mosaicos; a palavra aramaica seguinte sugere um lugar elevado. Mt 2,23 nola.
r . A decisão é tomada durante a Preparação da Páscoa, ao x. Um a inscrição indicava o motivo da condenação. C o m sua
meio-dia: ao que parece, é a partir desse momento que se im o­ insistência, Jo ressalta o caráter sim bólico da inscrição: é pela
lavam os cordeiros do Tem plo para a refeição pascal: essa co­ cm z que Jesus se toma rei m essiânico, e este acontecimento
incidência tem para Jo um valor sim bólico (cf. 1 9 36 ; 1.29). deve ser anunciado cm todas as línguas do mundo (cf. 113 0 -5 2 ;
s . A rejeição de Jcsus está a par com o reconhecimento do 1232; 10.14*16). Novamente Pilalos é profeta incônscio.
poder supremo e exclu sivo do imperador romano: neste momen­ y . Em conform idade com a lei romana,
to de cisivo, as autoridades judaicas cessam oficialmente de re­ z . Jo distingue as roupas exteriores e a tünica interior, que é
conhecer a soberania absoluta de Deus sobre Israel (J z 8J23: uma só peça e que seria ridículo rasgar. A lgun s comentadores
IS m 8.7). quiseram ver a í uma alusão à tünica do sumo sacerdote, por ter
t. Segundo a legislação corrente, o condenado devia carregar, Jesus assum ido desde então o sacerdócio novo: essa interpreta­
ele próprio. o instrumento do suplício; Jo deixa de iado a infor­ ção é pouco verossím il. A respeito da Escritura, cf. 1 8 3 2 nota.
mação dos sinóticos relativa à intervenção forçada, num certo Nestas poucas cenas. Jo indica sua interpretação da crucificação ,
momento, de Sim ão d c C irene (M t 2 7 3 2 ; M c 15.21: I x 23.26): a . S l 22.19.
“ V endo assim a sua m ãec.e perto dela o q u e os c o rp o s não fica ssem na cru z d u ­
discípulo q u e ele am av a. Je su s disse à ra n te o sá b a d o — e sse sáb a d o era um
sua m ãe: “ M ulher, eis a í o teu filho**” . d ia p a rticu la rm e n te so le n e 1 — , pediram
27A seguir, disse ao discípulo: “ E is a tua a P ilato s q u e lhes m an d a sse q u e b ra r as
m ãe". E desd e aquela hora o discípulo a p e rn a s" e o s retirasse. 32O s soldados vie­
16.32: recebeu em sua casa*. ram , p o rtan to , e q u e b rara m as pernas
Al 21.6
d o p rim e iro e a se g u ir d o seg u n d o dos
(Mt 27,45-56; Mc 15,33-41; Lc 23,44-49). q u e fo ram c ru cific a d o s com e le. ^'C he­
im : 5» d e p o i s disso, sabendo que a partir de g a n d o a Je su s , v e rifica ra m que j á e s ta ­
então tudo estava consum ado', para que a va m o rto ; e não lhe q u e b rara m as per­
Escritura se cum prisse até o fim*, Jesus nas. ^ M a s um d o s so ld a d o s fe riu -lh e
disse: “ T enho sedeh"; "'havia Ia' um cânta­ o lad o c o m a lança, e im e d iatam e n te 7.37-39:
ro cheio de vinagre; fixaram um a esponja saiu san g u e e água". J!0 q u e viu deu lj0 5'5'x
e m bebida nesse vinagre na ponta de um teste m u n h o , e o seu teste m u n h o é con- 21.24
ram o de hissopo1 e aproxim aram -na da form e à v erd ad e0; e , ale'm d isso , aq u ele
sua boca. “ L ogo que tom ou o vinagre, sabe q u e e le d iz a v e rd ad e 11, a fim de
jó 19.26-27gr.: Je su s disse: "T u d o esta' consum ado"; e, q u e vós tam b em c reiais. J<C o m e feito ,
Lc 12.50; . , .
2Tm 4.7: inclinando a cabeçaJ.entregou o e sp irito '. tu d o isso aco n teceu para q u e se c u m ­
Ap 15.1:
Jo 4.34 p risse a E scritu ra: Nenhum de seus os­
19.14: O s a n g u e e a á g u a . 31E n tre tan to , com o sos será quebrado11; ” e h á tam be'm um a
01 Jc m 3 era ° d 'a P re p a ra ç ão , o s ju d e u s , para o u tra p a ssa g em d a E sc ritu ra q u e diz:

b . O s sinóticos tinhum notado a presença de mulheres no m . Para acelerar a m one.


C a lv á rio , a certa distância da cruz; entre elas. Maria de Mâgdala n. O episódio dos vv. 31-33 culm ina no testemunho escri-
(M t 27,55-56; M c 15,40; L c 23,49). J o é o unico evangelista que lurístico alegado no v. 36 (ver 1 8 3 2 nota), e os vv. 34-35 pare­
as menciona perto da cruz: ele cita três ou quatro, conform e o cem interrom per o conjunto. A d e m ais, diversas indicações
modo de contar com o uma ou duas pessoas a irmâ da mãe de vocabulares levam certos exegetas a pensar que os vv. 34*35
Jesus e Maria, mulher de Clopas. foram introduzidos tardiamente no evangelho. Saiu sangue e
c . L it. a m ãe . A partir do v. 2 6 , Jo nâo fala mais das mulheres, água: o fenômeno pode explicar-se naturalmente; imediatamen­
mas tão somente de M aria e do discípulo amado. C f . 13,23 nota. te após a morte, o sangue ainda pode correr e a água seria con­
d . C f . 2,4. seqüência d c um derrame de pleura. Segundo uma tradição
c . Lit.: no que era seu. Jesus confia sua mãe à proteção do rabínica. o corpo do homem é composto de água e de sangue; a
discípulo amado. Diversas interpretações foram propostas: 1. efusão desses dois elementos demonstraria a realidade da morte.
Jesus institui Maria mâe dos fieis; as tradições ortodoxa e cató­ Jo considera o fato com o um sinal do dom do Espírito: cf. água/
lica falam da maternidade espiritual de M aria para com os fiéis E sp írito 4.14; 7 3 8 -3 9 ; 3,5; sangue/vida eterna 6 ,51-55. No
representados aqui pelo discíp ulo bem-amado. 2. Se. como al­ mesmo sentido, ver também 1Jo 5.6-8. V ários comentadores vão
guns pensam, o discípulo é um pagão convertido. Jesus recon­ mais longe e percebem um sim bolism o sacramental: água/batis­
c ilia os judeu-cristâos com os pagão-cristãos. 3. A fé verdadeira, mo e sangue/Eucaristia; outros vêem aqui o nascimento da Igre­
que é vivida debaixo da cru z, inaugura novas relações. ja , nova E va , do lado aberto do novo Adão.
f. Isto é, a obra que o Pai lhe dera a missão de cum prir (4 3 4 : o. A testemunha é ao mesmo tempo aquele que tem um conhe­
6.38; 17,4; 13.1) e. portanto, também a Escritura, na qual ela cimento direto do acontecimento dc que fala e aquele que põe
havia sido anunciada. em relevo a sign ificação profunda do acontecimento (cf. 1.7;
g . L it. para que a Escritura fosse levado a termo. 3,11; 1526-27): trata-se. ao que parece, do discípulo dileto (1 9 2 6 -
h. C f . S l 6 9 2 2 ; 22.16. 27 ), cujo testemunho funda a tradição joanéia (2 1 2 4 ).
i. E ssa planta de folhas peludas era empregada para as asper- p . E m conformidade com o costume judaico (5 3 1 ; 8,13). Jo
sões rituais ( L v 14.4; S l 51,9). Identificam -na com a manjerona. considera a intervenção de uma segunda testemunha, que reco­
que nâo cresce muito mais de um metro. O seu emprego nas nhece e confirm a a absoluta veracidade da primeira. Trata-se.
presentes circunstâncias não deixa de causar estranheza. Sem sem dúvida, do C risto glorioso (m uitas vezes designado, em Jo ,
diívida, é preciso ver aqui um sim bolism o litürgico-pascal (E x pelo pronome enfático ekeinos: 3 2 8 .3 0 ; 7,11; 9 2 8 ; IJo 2,6;
12.22). Um a correção do texto permitiria ler dardo. Quanto ao 3 3 .5 .7 .1 6 ; 4,17). A ssim com o Jesus dispõe do testemunho que
vinagre, ver Mt 27,48 nota e M c 1 5 3 6 nota. o Pai lhe dá. assim também o discípulo que testemunha sabe
j . A forma ativa do verbo sugere o pleno dom ínio que. até o que é aprovado e confirm ado pelo C risto que o envia (cf. 5.
fim , caracteriza Jesus no cumprimento da sua m issão (cf. 10,18). 31-32; 8,13-14). A lgu n s comentadores veriam aqui antes um
k . Em bora situe o dom do Espírito à Igreja durante a apari­ testemunho do Pai; outros ainda pensam numa glosa do editor,
ção pascal (20.22). Jo talvez tenha querido sugerir que é por que reconhece a veracidade do testemunho que relata.
sua morte que Jesus pode transmitir o Espírito ao mundo (7 3 9 ; q . Esta citação parece com binar o texto do S l 3 421 (o justo
16.5-7). sofredor é protegido na provação) e o de E x 12,46 e Nm 9.12 (o
I. Em aplicação de Dt 2 1 2 2 -2 3 . cordeiro pascal): cf. 1 2 9 .
files olharão para aquele que tras- ju n to s, m as o outro discípulo correu m ais u 24.24-,
passaram.' depressa do que Pedro e chegou prim ei- ^ ,iu i
ro ao túm ulo. 5E le se inclina e vê as
O scpultam ento (Mt 27,57-61; Mc faixas* deitadas ali. T o d av ia, não entrou.
mi 27.57-61: 15,42-47; Lc 23.50-56). “ D epois desses ‘C hega tambe'm S im ão Pedro que o se­
Lc 23 50 -55 - ac0ntecim ent0S' Jose de A rim atéia, que guia: ele entra no túm u lo e observa as
7.i3: era discípulo dc Jc su s. m as às cscondi- faixas ali deitadas 7e o pano que cobrira n .4 4 :
9 .22 : 2o.i9 pQ,- meci0 d o s ju d eu s, pediu a Pilatos a cabeça; este não fora p o sto com as l9‘l"
autorização para retirar o corpo de Jesus. faixas, m as estava enro lad o à parte, em
Pilatos perm itiu, e Jose veio tirar o cor- o u tro lugar. *Só en tão o ou tro discípulo,
3.1-2: 7,50; po. wVeio tam be'm N icodem os, aquele aquele que tinha cheg ad o prim eiro, e n ­
que outrora tinha ido te r com Jesus d u ­ trou. por sua vez, no túm ulo; ele viu e
rante a n o itc \ E le trazia um a m istura de c r e u ^ C o m efeito, e les ainda não tinham
si 45.9: m irra e aloe's, cerca d e cem libras1. 40Eles com preendido a E scritura1 segundo a qual si 16.9-.
Ml2'" to m a ram , p o is. o c o rp o de Je su s e o Jesus devia ressurgir dentre os m ortos",
11.44 envolveram em faixas, com a ro m a s, se ­ ‘“D epois d isso o s d isc íp u lo s v oltaram a i 2 .27.31
ICor 15.4:
gundo a m aneira de sep u ltar dos ju d eu s. para casa. j0 5 ,9
4lNo lugar onde Jesus fora crucificado,
havia um ja rd im , e n este ja rd im , um Maria de Mágdala vê o Senhor (Mc
tiím ulo novo, onde ninguc'm ainda havia 16.9-11). " M a ria ficara fora, perto do
sido posto. J2P o r causa da Preparação dos túm ulo, e chorava. C horando, ela se in­
ju d eu s c por e star próxim o esse túm ulo, clinou para o túm ulo l2e viu dois anjos Hb i.u
foi Ia' que eles d epositaram Jesus. vestidos de branco, sentados no m esm o
lugar onde o corpo dc Jesus fora deposi­
n n Os discípulos no túmulo (Mt 28,1- tado. um à cabeceira e ou tro aos pe'sb.
10; Mc 16,1-8; Lc 24,1-12). ‘No pri- '-'"M ulher", disseram -lhe. "p o r que cho­
20. 1 ». m eiro dia da sem an a, ao alv o recer, en- ras?" Ela lhes respondeu: "T iraram o meu 20.2
mi 2 h n í c)uant0 ainda estava m eio escu ro , M aria Senhor e cu não sei onde o puseram ” .
Mc i6.i de Ma'gdala“ vai ao túm ulo e vê que a l4E nquanto falava, ela se voltou e viu
u 24 . 1-12 p e j f ; , f o r a retirada do tum ulo. JE la corre,
Jesus que estava ali, m as nâo sabia que 21 .*
13,23: vai ter com Sim ão P edro c o outro dis- era ele. lsJesus lhe disse: “ M ulher, por ! i 24i,6:
^ 1 2Cor 5,16
I9 26- CIPU*°- aquele que Jesus am ava’ , eq ulhes
e choras? Q uem procuras? M as ela,
21.7.20 diz: "T iraram o S en h o r do túm ulo, e não pensando que sc tratava d o jard in eiro ,
sabem os” onde o puseram ". -'Então P e ­ disse-lhe: “ Senhor, se foste tu que o ti­
dro saiu. co m o tam be'm o outro d isc íp u ­ raste, dize-m e onde o puseste. e cu o
lo. e foram ao tum ulo. 4A m bos corriam levarei” . 'M csus lhe disse: “ M ariâm ” . Ela

r . C f. Z c 12,10: é num servo pobre e traspassado que se iden­ sentes ao lümulo (cf. 20.13). Maria exprime assim a sua e x p li­
tifica aquele que funda os tempos messiânicos (cf. 3.14-15: 8.28; cação do lümulo vazio, explicação esta que deve ler tido certo
1 2 32 ): esta visão sera a bem-aventurança dos cremes e o ju lga ­ sucesso nos meios palestinenses.
mento dos peciidores (cf. A p 1.7). x. A palavra grega olhimia designa seja faixas, seja uma peça de
s. C f. 3,1: 7,50. linho bastante preciosa que podia ser utilizada para sepultar os mortos.
t. A mirra é uma gom a-resina aromática empregada para y . A o contrário de M aria, o discípulo vê. no tumulo vazio e
embalsamar os mortos (cf. Mt 2.11): o a b e i serve de perfume nos panos dobrados com cuidado, o sinal que conduz a reconhe­
(P r 7.17; S l 45.9); vem libras é 32.7kg. cer, na fé, a Ressurreição de Jesus.
u. C f. 19.25; os sinóticos falam da ida de várias mulheres, z . O recurso às Escrituras permitirá situar e interpreiar o acon­
entre as quais Maria de Mdgdata (originária de um povoado que tecimento da Ressurreição de Jesus (cf. IC o r 15,4; At 2,24-31:
fica ã beira do lago de Tiberíades) sempre e cilada pelo nome 13.32-37; L c 24.27.44-46).
(M i 28,1; M c 16,1.9; I x 24.10); ela esta' presente no C alvário a. Lit. .ve* erguer, aquele que ja zia no sono da morte se reergue
(M l 27,56.61; M c 15.40.47); l jc a identifica talvez com a peca- (o vivo fica de pé).
dora da unção em casa de Sim ào ( L c 8.2). b. O s dois anjos estào sentados nas extremidades da banqueta
v. C f. 13.23 nota. onde o corpo havia sido depositado; Jo conserva um elemento
» . Esse plural talvez seja um vestígio dc um estado mais da tradição sinòtica. mas sem deter-se nele (cf. Mt 28.2.5; L c
antigo da tradição, que tinha conhecimento várias mulheres pre­ 24,23; M c 16,5 falava de um jovem ).
se volto u ' e lhe disse em hebraico: “ Ra- 7.39:
E spírito S anto. 23A q u e m perd o ard es os Ai 1.8:
Mc 10.51 buni” , o que significa m estre. l7Jesus lhe pecados, ser-lh es-ão p erdoados. A quem Gn 2.7;
Eí 37,9;
disse: “ N ão m e retenhasd! Pois eu ainda o s re tiv erd e s, se r-lh e s-ã o re tid o s1". » 15.11:
não subi para o m eu Pai. M as tu, vai ter ICor 15.45
Mt 16.19:
Sl 22.23: com os m eus irm ãos e dize-lhes que eu O te s te m u n h o d o s d isc íp u lo s e a fé. 18.18
Ml 12,49:
28.10:
subo para o m eu P ai, que e' vosso Pai, “ T odavia, T o m e, um dos D oze, aquele a 11.16: 14,5:
21.2
Rm 8 .2% para o m eu D eus, q u e é o vosso D e u s'” . quem cham am D ídim on,.n ã o estava e n ­
Hb í.i i-i2 i^Maria de M ágdala veio, pois, anunciar tre eles q uando Je su s veio. 2S0 s outros
aos discípulos: "E u vi o S enhor, e eis o discípulos lhe disseram : “N ós vim os o I9.34s;
20.20:
que ele m e d isse". Senhor!" M as ele lhes respondeu: “ Se eu ICor 9.1;
não vir em suas m ãos a m arca dos c ra ­ IJo l.l
(Mt
O s d i s c íp u l o s v ê e m o S e n h o r vos. se eu não en fiar o m eu dedo no lugar
28,16-20; Mc 16,14-18; Lc 24,36-49). dos cravos e não e nfiar a m inha m ão no
14.27: l9Na tard e d e sse m esm o d ia , que cra o seu lado, não acreditarei!” “ O ra, oito dias
16.16: 20.1:
Mc |6 prim eiro da se m an a f, e stan d o as portas m ais tarde, os discípulos estavam de novo
14-18: d a casa e m q u e se ach av am os discí- reunidos na casa, e Tome' estava com eles.
u 24.36-49 pU|0S tra n c a d a s p o r m edo d o s ju d e u s , Jesus veio, com todas as portas trancadas, 14.27: 20,19
J e s u s v e io ', p ô s -s e no m eio d e le s e pôs-se no m eio deles e lhes disse: “ A
15.11: lh es d isse : “ A p az e ste ja c o n v o sc o ” . paz esteja convosco"". :7E m seguida, d is­
16.22 se a Tome': ‘‘A proxim a o teu dedo aqui e
“ E n q u an to fa la v a , e le lhes m ostrou as
19.34: m ãos e o l a d o \ V endo o S e n h o r, os dis- olha as m inhas m ãos; aproxim a a tua mão 19.34:
20,20.25;
um V ó c íp u lo s fic a ra m to m a d o s d e in te n sa e m ete-a no m eu lado, deixa d e ser in- Mc 16.14;
alegria1. 2lE n tã o Jesus lhes disse de novo: crcd u lo e to rna-te um hom em de fe'” . U- 24.25
"A paz e ste ja co n v o sc o . C om o o Pai “ Tome' lhe respondeu: “ M eu S en h o r e
17,18: m e e n v io u , a ssim tam be'm eu vos cn- m eu D eus0!” “ Jesus lhe disse: “ Porque
MI28.19-. vjoJ” a s s im fa la d o , s o p ro u me viste, creste; bem -aventurados os que
Mc 16.15: r
u 24.47-4X so b re eles* e lh es d isse : “ R e ce b ei o não viram e c ontudo c reram p” . 4.48;
IPd 1.8

c* C f . 10.5: é porque Jesus a chama pelo nome que M aria o k . *|Lit. insuflou.\ O verbo grego evoca a primeira criação do
reconhece. *|Mariâm é a forma aramaica.| homem (G n 2.7) e sugere que se traia de uma nova criação, de
d* Outra tradução possível: Nâo m e toques, que e menos pro­ uma verdadeira ressurreição (E z 37.9; Rm 4.17). O Espírito sera'
vável; de qualquer forma. Jesus pretende sign ificar a M aria que o poder de salvação que os discípulos manifestarão doravante
a mudança que se opera nele. em função da sua passagem para em comunhão com Jesus (cf. 15.26-27; 17.17-19).
junto do Pai. vai acarretar um novo tipo de relações (cf. 16.5- I. Jo retoma por sua conta uma fórm ula tradicional (c f. Mt
7.2Q-23; 1428; 1927). 16,19; 18,18), que é m ister com preender o m ais p o ssível no
e. Até aqui Jesus falara de Deus dizendo o meu Pai. Embora quadro de sua própria teologia: os d iscíp u lo s perdoarão e
mantendo uma distinção, ele fala pela primeira vez da paternida­ reterão os pecados na m edida cm que proclam arem a m issão
de de Deus com relação aos discípulos, a quem chama tambem de Jesus no m undo. A tradição cató lica c a ortodoxa pensam
dc seus irnulos (Mt 28.10). A s fórmulas evocam discretamente a que o poder de perdoar os pecados é co nfiado aos membros
nova Aliança da qual os discípulos participam em virtude de seus do co lé g io ap ostólico , ao quai foi co nfiado também, em co ­
vínculos com Jesus, que entrou na glória do Pai (1,12; l Jo 3,1.2). munhão com Jesu s, o en cargo pastoral (2 1 .1 5 -1 7 ). Para a
f. O C risto é percebido com o presente no meio dos discípulos tradição protestante, este poder e este encargo são entregues
reunidos na tarde do prim eiro dia da semana (talvez seja preciso a todos os d iscíp u lo s, isto é. aos fié is de todos os tempos (cf.
ver aqui urnu alusão às reuniões cristãs do dom ingo). 17.20 nota), e não a Pedro em particular (M t 16.19) ou a
g . Sobre o medo dos judeus, cf. 1,19; 9 2 2 ; 12.42; 1 62. O algum a uordo’* sacerdotal ( L c 24.48); escutando o testemu­
C risto ressuscitado vem e permanece no meio dos seus. que não nho dos fié is , os hom ens acreditarão (seus pecados lhes serão
cessará dc acompanhar e de conduzir (cf. 143.18-19; 16,16). perdoados) ou se escand alizarão (ju lgar-se -ã o a si m esm os,
h. I x 24,39 tem um objetivo mais apologético; aqui trata-se seus pecados lhes serão relido s),
de sublinhar a continuidade entre o Jesus que sofreu e o Jesus m . C f . 11.16; 14,5; 21.2-
que esta para sempre com eles (cf. H b 2.18). O Senhor glorioso n. C f. 1 427 nota; 20.19.
da igreja não é outro que Jesus crucificado. o. Esta ultima confissão de fé do evangelho associa os títulos
i. A fonte da alegria é o encontro com C risto ressuscitado (cf. de Senhor e Deus (cf. 1.1.18; c f. Rm 9.5); talvez tenhamos aqui
15.11; 16,20-24; 17.13; Mt 28.8. L c 24.41.52). o eco de uma aclamação litúrgica.
j. A missão dos discípulos decorre da elevação do Filho: cf. p. A fé. doravante, funda-se nào na visão, mas no testemunho
14.12-14. E la sc enraíza no conjunto da missão d c Jesus (1 7 .1 7 - daqueles que viram; é por essa fé que os cristãos entram em
19). Jo acentua o caráter universal (cf. 4.35-38; 12,19-20). comunhão profunda com o C risto ressuscitado (1 7 2 0 ).
A meta do evangelista. -“ Jesus op ero u 1* roujba, pois estava nu, e se lançou ao m ar’ .
2 ,ii; 12 .3 7 .
ante os olhos de seus discípulos m uitos "O s outros d iscíp u lo s voltaram com o
2125 sinais que não estão consignados neste b arco , puxando a rede cheia de peixes:
liv ro . 3'E s te s foram e sc rito s para que na re a lid a d e , ele s n ã o e stav a m m u ito
3.15; c reiaisr que Jesus e' o C risto , o F ilho de lo n g e d a p ra ia , a c e rc a d e d u z e n to s
1aiV i í D eus, e para que. c rendo, tenhais vida covados".
em seu nom e1. 9Q uando saltaram em terra, viram bra- mi « ,ii;
sas ace sa s, com peixe e pão em cim a. u 24 4143
Apêndice. A aparição à beira do ‘"Jesus lhes disse: "V am o s, trazei esses
21 lago. 'D e p o is disso1, Jesus se m ani- peixes que acabais de pegar” . “ S im ão
M t 26 .32 . festou de novo aos discípulos à b eira do Pedro subiu de novo ao barco e puxou
28 7 '
L c s i i i m ar de T iberíades. Eis com o as coisas para a terra a rede que estava cheia com
14 3 20 24 - sucec*eram “: 2S im ão P edro, T o m é a quem cento e cinqüenta e três grandes p e ix e s, lc 5 .6 ;
m i 4,21 cham am D ídim o, N atanael de C an á da e . em b o ra eles fossem tan to s, a rede não 2Cr 2-16
G a lilé ia , os filhos de Z eb ed eu e do is se rom peu1. 12Jesus lhes disse: “ V inde c o ­
outros discípulos se achavam ju n to s. 3Si- m er". N enhum dos discípulos ousava per-
m ão Pedro lhes disse: “ Eu vou pescar” . guntar-lhe: “Q uem és tu?” ; eles bem sa­
^ w E les lhe disseram : “ N ós vam os c ontigo” . biam que era o Senhor. ‘-'Então Jesus vem ,
Saíram e subiram ao barco, m as naquela tom a o pão e lhes dá; ele fez o m esm o 6 ,1 1 ;
noite não p egaram nada. JQ u an d o ja' era com o peixe* . 14E sta foi a terceira vez que
m anhã, Je su s e stav a de pe' na p ra ia , m as Jesus se m anifestou aos seus discípulos M c6 ,4 i; g,6;
20,14-, os d isc íp u lo s não sabiam que e ra ele. d esde que ressurgira dentre os m ortos. 2 0 19 ^
u 24.16 5£|e i^g disse; "M o ç o s, não ten d e s um
L c 24.41 pouco d e p e ix e ? ” — “ N ã o ” , re sp o n d e ­ O múnus pastoral de Pedro. l5D epois
ram -lhe eles. ‘E le lhes disse: “ L ançai a da refeição, Jesus disse a S im ão Pedro1: 1 .42 ;

u 5 ,4-7 rede d o lado d ireito do barco e ach areis” . “ S im ão , filho de João, tu me am as m ais ^ .'7 42.43
E les lan çaram a rede, e houve tanto p ei­ d o q u e e ste s ? " E le re sp o n d eu : “ S im , 24 .34 ;
xe que não podiam m ais recolhê-la. 70 S enhor, tu sabes que eu te quero bem*” , ICor 15,5
discípulo que Jesus am ava disse en tão a e Je su s lhe disse então: “ A pascenta os At 20 .28 .
13,23 ; 19.2 6 ; Pedro: “É o Senhor!” A penas ouviu que m eu s c o rd e iro s1*” . “ U m a se g u n d a v e z 1PJ 52
20,2; 21-20; „ , n
20 .8. era o S enhor, S im ão Pedro vestiu um a Je su s lhe disse: "S im ão , filho de João, tu
Ml 14.29

q . Esta clatísula constituiu, sem diívida. o epílogo do evange­ discípulos, agindo fiados na palavra do C risto ressuscitado, põem
lho e Jo nela indica qual foi o seu objetivo. mãos à obra e, contra toda expectativa, congregam os homens de
r . Trata-se sobretudo do progresso na fé dos que já pertencem toda parte na unidade de uma só e dnica comunidade (ao con­
à comunidade dos crentes: mas não se exclu i uma intenção trário dc L c , Jo acentua que não havia ruptura, schisma, da rede).
missionária. Quanto ao niímero IS 3 , o seu significado sim bólico permanece
s. A fé sc refere essencialmente a Jcsu s. e reconhecido em sua obscuro. Conform e S. Jcrônim o, os naturalistas am igos distin-
condição de Filho dc D eus e em sua missão de M essias; c!c dá guiam 153 espécies de peixes: assim , a rede dos apóstolos de­
aos que crdem verdadeiramente a vida eterna em comunhão com verá congregar todas as fam ílias humanas na mesma igreja (cf.
ele {cf. 1,12-16; 3,16 etc.). Mt 13,47-50).
i. Situado após o epílogo de 2 0 3 0 -3 1 , este líltim o capítulo y . Ta lv e z haja uma alusão à refeição eucarística (cf. 6,1-13):
representa o apêndice. A questão da sua origem permancce cm os discípulos são convidados e participam do alimento que o
discussão: ao lado de traços literários tipicamente joaninos, há Senhor ressuscitado lhes oferece.
formulas e conceitos bastante peculiares. Poder-se-ia pensar num z. É preciso, sem dúvida, ver nessa repetição das mesmas
complemento redigido por discípulos do evangelista, talvez os expressões um lembrete das declarações impetuosas de Pedro
mesmos autores dos dois ültimos versículos que, sem contesta­ (1 3 3 7 ; Mt 2 6 3 0 -3 5 ; M c 14,26-31: L c 2 2 3 l- 3 4 ) e da sua tríplice
ção, constituem uma adição. negação (1 3 3 8 ; 18,17.25-27).
ti. Pode-se comparar com a narração da pesca m ilagrosa de L c a. Pedro confessa o seu amor sem pretender avantajar-se a
5,1-11. no com eço do ministério galileu. quem quer que seja e. para isso. apela ao conhecimento dos
v. C o m o em 20.2-10. o discípulo que Jesus amava (que é tam­ corações que C risto possui.
bém u figura do discípulo verdadeiro) é o primeiro a reconhecer b. Jesus é. ao mesmo tempo, o enviado do Pai e o ünico pastor
o Senhor: ele alerta Pedro, que imediatamente se precipita, (cf. 10,14-16; L c 1 2 3 2 nota). C o m base no amor confessado e
w . Um pouco menos de 100 metros, vivido por Pedro, ele lhe confia a tarefa pastoral para com o seu
x. É possível que Jo visasse a um sim bolism o da igreja: os rebanho (cf. 10,1-16). A ssim com o a missão apostólica só toma
me amas?” Ele respondeu: “Sim, Senhor, do, Pedro viu atrás de si o discípulo que
tu sabes que eu te te quero bem”. Jesus Jesus amava, aquele que, no decorrer da 13,23:
D.37-38 disse: “Sê o pastor de minhas ovelhas'”. refeição, se inclinara sobre o seu peito e
18.1Í25-27 17Uma terceira vez, ele disse: “Simão,
Lc 2Í.31-32
dissera: “Senhor, quem e' que vai te en­
2Ím 5,2 filho de João, tu me queres bem?” Pedro tregar?” 2IQuando o avistou, Pedro disse
si #.7i-72 ficou triste porque Jesus lhe dissera uma a Jesus: “E a ele, Senhor, que lhe acon­
terceira vez: “Me queres bem?”, e res­ tecerá?” 22Jesus respondeu: “Se eu quero 14,3;
pondeu: “Senhor, tu que conheces todas que ele fique até que eu venha', que te Ml 16,28
as coisas, bem sabes que eu te quero importa? Quanto a ti, segue-me1". 23É
bem”. E Jesus lhe disse: “Apascenta as devido a esta palavra que se tem repeti­
minhas ovelhas. I8Em verdade, em verda- do entre os irmãos que esse discípulo não
ai 2i.ii.i4; de, eu te digo, quando eras jovem, amar- morreria. Na realidade, Jesus não lhe
M*2639- ravas 0 teu c'nt0e Para orK*e quer»as; dissera que não morreria, mas sim: “Se
2 Pd 1,14 quando ficares velho, estenderás as mãos eu quero que ele fique até que eu venha,
e um outro atará o teu cinto e te condu­ que te importa*?”
zirá para onde não quiseres”. ,9Jesus fa- 24É este discípulo que testemunha essas 15.27:
12.33; lou assim para indicar com que morte coisas e as escreveu, e nós sabemos que jjj**
13,36 739 Pedro devia glorificar a Deusd; e, tendo o seu testemunho é conforme à verdade\
assim falado, acrescentou: “Segue-me”. “ Jesus fez ainda muitas outras coisas: 20,30
se as escrevessem uma a uma, o mundo
O discípulo bem-amado e o testemu­ inteiro não poderia, penso eu, conter os
nho que permanece. “ Tendo-se volta­ livros que se escreveriam1.

sentido ligando-se à missão do Filh o encarnado (17,17; 20,21). e. Isto é, até a Panisia; cf. a fórm ula que encerrava a cclebra-
assim também a função pastoral se liga à dele (M t 10,6; At ção eu carística ( IC o r 1 1 ,2 6 )e que encerra também o Apocalipse
20,28-29; IP d 5,1-4); um amor sem reservas para com C risto (A p 22,7.12.17.20).
revela-se aqui como condição de tal tarefa, c será a alma da f. A frase permanece enigm ática e dc compreensão d ificii:
mesma. A tradição católica elaborou pouco a pouco, notadamen- pode-se compreender que Pedro deve dedicar-se à sua missão
te a partir deste texto, a doutrina da função do colégio apostólico sem se preocupar com o que não foi explicado; pode-se também
e do papa que o preside (cf. Mt 16,17-19; L c 22,31-32). pensar que o discípulo dileto, que penetrou melhor que ninguém
c . A s variações do vocabulário não têm muita importância. o mistério do Senhor, continuará presente na Igreja pelo teste-
Provêm de rebuscamento estilístico. munho que está fixado neste livro.
d. O autor deste cap. escreve muito tempo depois da morle de g. Vários mss. não tem: que te importa.
Pedro. Sabe que a vida de Pedro terminará com um suplício que h. A comunidade que recolheu o escrito reconhece nele o
Jesus aqui anuncia. Para este autor, mesmo que Jo não tenha testemunho permanente e sempre atual do discípulo amado.
querido dizer isso, Jo 1 3 3 6 alude sem dúvida à morte de Pedro: i. Este v. é omitido por vários mss. O documento escrito nâc
assim poderá glo rificar Deus. — Estender as mãos (v . 18b), pode relatar e elucidar tudo o que foi a atividade de Jesus. Nós
alusão possível à cruz. somos remetidos a C risto em pessoa.
ATOS DOS APOSTOLOS
INTRODUÇÃO
Como o terceiro evangelho, ox Atos dos Após­ da as mencionam de bom grado, em particular no
tolos são obra de Lucas, companheiro de Paulo, cap. 15.
que contou neste livro acontecimentos que conhe­
cia bem; esta obra "apostólica” faz parte das Es­ Os Atos do ponto dc vista literário. A unidade
crituras e é, a esse título, norma de verdade e de indiscutível da língua e do pensamento dos Atos
fé: tal era, por volta de 200, a convicção de toda não impede que comportem duas partes de apa­
a Igreja. Muito cedo, aliás — ao mais tardar no rência bastante diferente. A primeira ( 1- 1 2 ou 15)
século IV —, os Atos já eram lidos na liturgia se apresenta como um conjunto cujos elementos
eucarística durante o tempo pascal. Eles ilumina­ são antes justapostos que reunidos. As indicações
ram assim a fé da Igreja dos primeiros séculos, cronológicas são raras. A língua é de tendência
animaram e guiaram a vida dos cristãos, do ba­ semitizante e mais de um aspecto do pensamento
tismo ao martírio, do qual “Estêvão, um dos Sete", parece arcaico. Ao contrário, a segunda parte (13
fora o primeiro a dar o exemplo. A imagem da ou 16-28) dá a impressão de uma trama conti­
primitiva comunidade cristã inspirou o mona- nua, de um conjunto mais bem organizado. Os
quismo nascente e, posteriormente, quase não dados cronológicos se tornam bastante numero­
houve movimento reformador ou missionário em sos. A língua é mais puramente grega. Por quatro
que não se encontrasse, de mistura com os apelos vezes a narração cessa curiosamente de ser escri­
do Evangelho e de Paulo, a saudade da "vida ta na terceira pessoa para passar à primeira pes­
apostólica", tal como é evocada nos Atos. Desde soa do plural: “nós..." (16,10 nota).
o século XVIII, algumas das certezas que funda­ As unidades literárias de certa extensão que se
vam essa “leitura " multissecular foram postas em podem distinguir no livro são praticamente todas
dúvida por uma crítica cujos excessos nâo supri­ ou relatos de missão (2,1-41; 8,4-40; 9 ,32-11,18 ;
mem os méritos: ela só poderá ser benéfica para 13,1-21,26) ou narrações de processos (4,1-31;
a compreensão dos Atos, contanto que seja bas­ 5.17-42; 6,8-8,!; 12,1-7; 21,27-26,32), o último
tante rigorosa, para não transformar em dogmas dos quais se prolonga com um longo relato de
as suas sucessivas hipóteses, e bastante clarivi- viagem (26,28). As unidades literárias menores
dente, para reconhecer os próprios limites. que a análise discerne nesses conjuntos, geral­
mente complexos, pertencem a dois gêneros prin­
O texto dos Atos. Para ler uma obra antiga, é cipais: narrativas e discursos.
preciso determinar o seu texto e, no caso dos Atos. As narrativas, com ou sem diálogos (10,25-33;
essa determinação é um problema bastante com­ 21,37-39; 23,1-5; 25,8-12; etc.), são de grande
plexo. A maioria das testemunhas desse texto variedade (1,6 -11; 2 ,1-13 : 3,1-10 ; 4,1-22: 5,1-
apresenta duas formas principais: o texto chama­ 1 1 .17-42; 8,5-25; etc.). Nelas, o maravilhoso ocu­
do "sírio" ou “antioqueno”, e o texto chamado pa um lugar considerável. Também de ordem
"egípcio" ou "alexandrino". Mas pode-se reuni- narrativa são os “sumários", ou descrições ge­
-los sob o nome de “texto corrente", tal a seme­ rais, que a primeira parte do livro consagra à
lhança que transparece entre um e outro, quando Igreja de Jerusalém (2,42 nota); podem-se equi­
comparados a uma terceira forma de texto, cha­ parar a eles as breves afirmações de ordem geral
mada "ocidental” . Em geral essas variantes “oci­ que se disseminam a seguir no conjunto do livro
dentais" não parecem reproduzir o texto primiti­ (6,7; 9 J I etc., 16 3 ; 19,10.20; etc.). A variedade
vo dos Atos. Mas a sua antiguidade e a sua difu­ dos discursos é tão grande quanto a das narrati­
são, tanto no Oriente como no Ocidente, são no­ vas. A maior parte deles são pronunciados por
táveis, bem como o seu interesse histórico ou dou­ cristãos: discursos missionários de diversos tipos
trina!. Por isso, as notas à tradução aqui ofereci­ (2,14 nota; 10,36, nota: 14,15 nota); discursos de
defesa perante os tribunais judaicos ou romanos mitem avaliar, por comparação, a exatidão deste
(4,8-12; 5,29-32; 7,2 nota; 22,1 nota); discursos quadro e de certos detalhes. Os resultados do exa­
dirigidos a outros cristãos (1,16-22; 1 1,4-17; 15,7 me são mais freqüentemente favoráveis que desfa­
nota; 15 ,13 nota; 20,18 nota). A esses discursos voráveis à veracidade dos Atos. permitindo assim
cristãos, podem-se acrescentar orações (4,24 nota) estabelecer os elementos de uma cronologia assaz
e uma carta (15,23-29). Por outro lado, alguns consistente, tanto para as origens cristãs, quanto
breves discursos (5,35-39; 19,25-27.35-40; 24,2- para a vida e as cartas de Paulo. Esta situação
8; 25,14-21), bem como uma carta (23,25 nota) convida o historiador a fiar-se a priori nos nume­
são atribuídos a judeus ou a pagãos. rosos dados do livro que, na falta de meios de
O autor dos Atos certamente recorreu a fontes: verificação exterior, só podem ser rastreados pela
os indícios nesse sentido são numerosos. Seriam crítica interna.
essas fontes escritas ou orais? Talvez de ambos os A crítica interna pode registrar, aqui ou ali, nas
tipos. Em todo caso, elas deviam oferecer uma narrativas, discordâncias ou tensões que parecem
consistência e uma autoridade bastante grandes, corresponder, quer a incertezas ou lacunas nas
visto serem estas, muito provavelmente, as que informações do autor, quer a intenções que o le­
explicam a diversidade das duas partes do livro, a varam a modificar ou interpretar os dados que as
despeito de um trabalho redacional cuja importân­ fontes lhe forneciam. A verossimilhança das nar­
cia é atestada pela unidade literária do conjunto. rativas constitui outro critério, mas este é de uti­
Infelizmente, é muito difícil isolar e delimitar es­ lização delicada, pois as considerações a que
sas fontes com segurança, mesmo no caso do “iti­ recorre não são todas de ordem histórica. O caso
nerário” ou “diáriode viagem", cuja existência é mais difícil é aqui o do maravilhoso, e, em parti­
postulada para passagens em “nós", sem que cular, dos relatos de milagre. É por certo possível
possamos, todavia, traçar-lhe os limites exatos. e, ocasionalmente, provável que o autor, ou já as
Em compensação, vê-se melhor onde situar, na suasfontes, tenham acentuado esse aspecto de cer­
vida da Igreja primitiva, a origem dessas fontes. tas narrações. Mas a crítica não deve esquecer
Cada igreja devia conservar lembranças da sua que os milagres no cristianismo primitivo desem­
fundação e da sua história (cf. lTs 1,6: 2 ,1; ICor penharam um papel incontestável (Rm I5,l8s.;
2,1-5; 3J)-6; etc.) e conhecer certos episódios da 2Cor 12 ,12 ; Hb 2,4; cf. Mc I6,l7s.). Nesses ca­
vida do seu fundador (ITs 2,2; 3,1-2; 2Cor 1 1,22- sos, sem falar do da conversão de Paulo, os Atos
12,10; Gl 1,15-3,14 etc.; Hb 13,7). Edificantes, nada mais fazem do que dar uma fisionomia a
admiráveis ou pitorescas, essas informações po­ realidades atestadas por outra via.
diam passar de uma igreja à outra (lTs 1,8; 2,14; A historicidade dos discursos dos Atos suscita
ICor 16 ,1; 2Cor 8,5; Gl 1,13-23; cf. At 14,27; problemas ainda mais complexos que a das par­
15,3-4). E centros importantes, como Jerusalém tes narrativas. Sabe-se, com efeito, que os histo­
ou Antioquia (1 1,19 nota) eram certamente favo­ riadores antigos consideravam normal compor
recidos neste particular e deviam conservar, por mais ou menos livremente os discursos que pu­
escrito ou oralmente, numerosas informações desse nham na boca de seus personagens. A brevidade
gênero. da maioria dos discursos dos Atos impede de ver
É preciso, enfim, acrescentar que, se o autor do neles estenografias ou lembranças conservadas in
“diário de viagem" e o dos Atos são o mesmo, extenso. Certas inverossimilhanças (15,15 nota;
este personagem, companheiro de Paulo, dispu­ etc.), ou certas semelhanças de língua ou de pen­
nha também de lembranças pessoais. samento entre discursos e narrativas indicam uma
intervenção mais ou menos acentuada do autor
O s A to s c a h is tó ria . Sejam quais forem as suas na composição dos discursos. Mas essas observa­
fontes, é possível e necessário examinar o valor ções não autorizam a lhes denegar todo valor do­
histórico dos Atos e, primeiramente, o do quadro cumentário. Há boas razões para pensar, por
em que se situam narrações e discursos. Os dados exemplo, que a estrutura geral e certos elementos
da história geral e da arqueologia, por uma par­ dos discursos missiona'rios ou do dê Paulo aos
te, e os que nos fornece o resto do NT, em parti­ anciãos de Éfeso (20,18-38) são reflexos fiéis de
cular a correspondência de Paulo, por outra, per­ diversos tipos de pregação cristã. Quanto aos
outros discursos, eles são geralmente verossímeis, O tempo da realização (3,18 nota) começa quun-
mas a apreciação exata cio seu valor histórico do Deus "suscita” Jesus (3,22.26; 13,23), ratifi­
depende em grande parte do crédito que se con­ cando sua vida, pregação e milagres (1,22; 2,22;
ceda às informações do autor e em particular ao 10,36-38). Sem que os judeus o saibam (3,13 nota),
seu “diário de viagem a Puixão e a morte de Jesus continuam a realizar
Resta salientar um último aspecto dos A tos como o desígnio de Deus. Quando, por fim. Deus res­
documento histórico: seus silêncios. O livro não suscita Jesus, o faz "Senhor e Cristo" (2,36 nota)
diz nada. por exemplo, da fundação de numerosas e lhe dá o Espírito prometido (2.33), é, em certo
Igrejas que menciona (28,13 nota) e não diz uma sentido, “a promessa feita cios puis" plenamente
palavra sequer sobre as dissensões de Puulo com cumprida (I3,22s.). Mas sendo essa promessa
a Igreja de Corinto (19,1 notu). Estes silêncios, e destinada a Israel e a todos os homens (2,39 nota)
muitos outros, sejam quais forem os seus motivos, “até as extremidades da terra" (1,8 nota), sua
indicam que os Atos não são nem uma história realização abre um espaço e um tempo em que a
geral do cristianismo primitivo, nem mesmo uma história da salvação prossegue. O presente pren­
biografia completa de Paulo. de a atenção dos A tos (cf. Lc 4,21 nota) a ponto
de esfumar um pouco a visão do futuro (cf.
A teo lo g ia d o s A to s. Considerar os A tos tão-so­ 1,7.Ws.), que, não obstante, continua sendo o seu
mente como documento histórico seria tomar um horizonte último: o D ia em que Deus acabará de
caminho errado, pois é à luz da fé que eles inter­ realizar o seu desígnio, enviando o Cristo, “juiz
pretam a história que contam. Antes de tudo os dos vivos e dos mortos" (10,42 notu; c f. 3 2 0 ) .
discursos “lêem", à sua maneira, a história pas-
suda que evocam ocasionalmente, ou mesmo este O h o je d c D e u s. Para os A tos. o que desde a
ou aquele episódio atual (2,16-21.33; 4,10-12; Ressurreição se vê e se ouve (2,33) continua, por­
11 ,l7s. etc.). Mas tal interpretação de fé se afir- tanto, a cumprir as profecias (2,16-21; I3,40s.;
mu também nas partes narrativas, nas quais Deus 15,15-18; 28,25-27). Deus fica sendo sempre o ator
intervém como um dos atores da narração; ele principal; e, tornado invisível, Jesus não deixa de
age por seu anjo (23,8 nota), por seu Espírito ( / ,8 ser, com ele, o centro dos acontecimentos: a sua
nota); pelos missionários cristãos (15,4-12: 19 ,11 missão continua (3,26), ele derrama o Espírito (2 J3 )
etc.); o crescimento das Igrejas é sua obra (2,47; que anima a vidu da Igreja (1,8 notu) e “anuncia",
1 1 ,2123) etc. De modo mais explícito que os evan­ em pessoa, através de Paulo, “a luz uo povo e às
gelhos, os A tos mostram a integração da perspec­ nações" (26,23). Convém sublinhar que tal visão
tiva histórica numa perspectiva de fé; o autor é do “presente" da história da salvação não foi in­
por certo um historiador, mas um historiador que ventada pelo autor dos A tos. visto que já apurece
tem fé, como o foram os antigos historiadores de em Puulo. A própriu importância que este atribui
Israel. Para “alcançá-lo" é preciso considerar sua à Cruz e à Ressurreição de Jesus, no qual “as
fé e o conteúdo desta, ou seja, em outros termos, promessas de Deus têm o seu sim" (2Cor 1,20), o
sua teologia. Essa teologia está presente em Uxla leva a pensar e agir na perspectiva de um "hoje"
parte no livro, mas o essencial dela é fornecido (cf. 2Cor 6,2), no qual as Escrituras continuam se
nos discursos e particularmente nos discursos mis­ realizando, por exemplo, na salvação pela fé (Gl
sionários. 3,6-9; Rm 1 ,17; 4; etc.). Para Paulo, como para
os A tos. a pregação missionária é a própria pa­
A h is tó ria d a s a lv a ç ã o . A pregação cristã é a lavra de Deus que age e se difunde (ITs 2,13 s.;
proclamação de uma história da salvação, cujo 2Ts 3,1; Cl 1,5-6), autenticada por sinais (Rm
ator principal é Deus, o Deus que criou o univer­ 15,19; 2Cor 12,12). A sua conversão faz. parte do
so (17,24 etc.) e escolheu Israel (3,25; 13 ,17 etc.). desígnio de Deus (Gl l.lls .; I5ss. etc.). A vida
Focalizado na história do mundo, o AT faz parte das Igrejas se lhe apresenta como continuação do
do Evangelho como uma primeira etapa (13,17- tempo de Jesus (ITs 2,l4s.; cf. Hb 2,3-4). O autor
22: 7,2-50), tempo das prefiguruções (7,25 notu dos A tos não é portanto o primeiro a ter percebi­
etc.) e sobretudo da Promessa e das profecias que do a importância do presente no plano de Deus,
já anunciavam o plano de Deus (2,23 nota). mas deu a este "hoje" um realce considerável no
dia em que decidiu escrever os A tos como conti­ tes a se converter (3,19 nota), a sair de sua igno­
nuação do seu evangelho (l.l). rância (3,17 nota), em uma palavra, a crer, reco­
nhecendo que Jesus é Senhor e Cristo (2,36 nota).
A palavra de Deus c o seu “espaço” : () plano A fé, que, para os Atos. é evidentemente um ato
dos Atos. Este “hoje " é em primeiro lugar, para livre do homem, nem por isso deixa de ser tam­
os A to s. o tempo da Palavra de Deus, da Boa bém um dom de Deus (5,31: 11,18 ; 15,9; 16,14
Nova, do testemunho que proclama Jesus ressus­ etc.), o único que "abre a porta da fé " (14,27) e
citado Senhor e Cristo. Se ax primeiras testemu­ salva pelo Senhor Jesus (4,12 nota: 15 ,11). Ao
nhas desta fé são, a título único, os doze Ap<>sto- duplo dom divino do perdão dos pecados (3,26
los (1,2 nota; 22 nota), Estêvão, Filipe, Barnabé nota; 5,31; 10,43 etc.) e da /xirticipação no Espí­
e outros ainda, com Paulo na primeira fila (13,31 rito difundido por Jesus (2 J8 : 10,45; 1 1,17) cor­
nota), participaram desse anúncio da Palavra que responde misteriosamente, da parte da Igreja, um
se faz ouvir até o fim do livro (28,30s.). duplo rito: para o perdão dos pecados, um batis­
Os /4tos estão visivelmente atentos ao espaço mo de água “em nome de Jesus Cristo” (2,38
simultaneamente geográfico e humano em que se nota; cf. I J nota; 19,5 nota): para o dom do
difunde essa Palavra. Em L u cas, a manifestação Espírito, uma imposição das mãos (6,6 nota: mas
de Jesus, começada em Nazaré, terminava em Je ­ cf. 10,44 nota). Com isso os novos adeptos da fé
rusalém. Nos A tos. o Evangelho /wrte de Jerusa­ ficam “batizados no Espírito Santo" (IJ); 1 1,16)
lém (2-5), para atingir a Samaria e a Judéia (8,1 e participam das Promessas.
nota): depois, atinge a Fenicia, Chipre e a Síria
( 1 1 ,19-22), de onde parte para a Asia Menor e a As Igrejas, a Igreja, o povo dc Deus. É assim
Grécia (13-18), antes de chegar a Roma (28,30 que os convertidos ficam agregados a grupos que
nota). Assim, o percurso da Palavra “até as ex­ os Atos não tardam a chamar de Igrejas (5,11
tremidades da terra", querido pelo Ressuscitado nota: 7,38 nota; 1 1,26 nota). A sua multiplicida­
(1,8) e prefigurado no dia de Pentecostes (2,10 de. muito visível no livro, não as impede de ter
nota), entra na sua etapa decisiva. Se o Evange­ consciência de caminharem num mesmo “Cami­
lho é assim anunciado por toda parte, é por ser nho de Deus" (9,2 nota), cujos membros, onde
destinado a “todos os homens" (17,31): primeiro quer que estejam, se designam pelos mesmos no­
a Israel (2,39 nota; 3,25-26), depois às nações mes e, um dia, serão chamados cristãos (11,26
pagãs. Determinada por Deus (2,39: 15,7-11.14) nota; 26,28). Não é portanto de espantar que a
e por Jesus (22,21 nota), esta passagem do Evan­ palavra Igreja tenha vindo a designar o conjunto
gelho e da salvação aos pagãos (13,46 nota) é o das igrejas, “a Igreja de Deus que ele adquiriu
tema principal do livro. A conversão de Cornélio para si com o seu próprio sangue” (20,28 nota;
(10 ,1 nota), a evangelização dos gregos de cf. 9,1 nota). Em todo caso, é claro que, para o
Antioquia (1 1 ,19 nota), a missão de Barnabé e de autor, o conjunto dos crentes constitui o único
Paulo (13,1 nota) são as primeiras etapas dessa povo de Deus. no qual a fé congrega circuncisos
abertura que, posta em questão em Antioquia e e incircuncisos (15,14 nota; cf. 18,10), ao passo
em Jerusalém, é finalmente confirmada (15,1 nota). que os judeus que "não escutam" Jesus são ex­
Com isso, Paulo pode empreender a grande mis­ cluídos (3,23 nota; cf. 13,46 nota).
são (15,36 nota) que lhe permitirá, graças ao seu Propriedade de Deus, este Povo e essas Igrejas
cativeiro (21,33-28,14), levar o Evangelho, se­ estão singularmente próximos dele e do Senhor
gundo a vocação que lhe é peculiar, até Roma, Jesus. Tocar nos cristãos é ferir Jesus em pessoa
capital do mundo pagão (28,31 nota). Nâo obs­ ( 9 4 nota); entrar em uma das comunidades é ajun-
tante as incertezas de detalhes, as grandes linhas tar-se ao Senhor (cf. 2,47 e 5,14; 11,24), cujo
do plano dos A tos aparecem claramente nessas Espírito anima e conduz toda a vida das Igrejas
etapas simultaneamente geográficas e humanas (1.8 nota; 5,3-4.9; 9,31; 15,28; 20,28 etc.).
que marcam a difusão da Palavra de Deus.
A vida das Igrejas. Ao mesmo tempo que permi­
C onversão, fé, batismo e dom do Espírito. A tem perceber o que era e o que pretendia ser a
pregação cristã chama finalmente os seus ouvin­ vida das primeiras Igrejas, os “sumários" dos Atos
revelam perfeitamente o que o autor considerava cupados com a preservação do essencial, que
o ideal para o qual todas as comunidades cristãs instituem os Sete (6,1 nota). Ao invés, é o próprio
deviam tender. Jesus quem confia a Paulo uma missão que, em­
O primeiro sumário considera antes de tudo a bora não esteja no mesmo plano da dos Apóstolos
assiduidade ao “ensinamento dos apóstolos" (13,31 nota), não deixa de ser de importância
(2,42) — ao qual sucederá o ensinamento de ou­ capital (22,21 nota) e fará dele umfundador e um
tros dirigentes de Igrejas (14,22; 20,7.18-35). Tal dirigente de Igrejas. Em outro plano, totalmente
ensinamento prolongava, para o uso dos conver­ diferente, situam-se o s profetas: eles jamais apa­
tidos, a mensagem em que acreditaram. Nele, a recem como “instituídos ” por homens, mas são
"moral" tinha provavelmente um papel prepon­ inpirados pelo Espírito e desempenham um papel
derante, insistindo sem dúvida no amor fraterno importante na vida das Igrejas ( 1 1,27 nota). Quan­
(cf. 20,35). Em todo caso. a "comunhãofraterna" do os A tos falam de ancião s nas Igrejas paulinas,
é o aspecto da vida cristã que vem imediatamente trata-se de personagens “instituídos" por Paulo
depois do ensinamento. Ela consiste fundamental­ (14,23 nota) para assumir durante sua ausência a
mente em “ter um só coração e uma só alma ” responsabilidade dessas Igrejas (20,18 nota. 28
(4,32; 2,44 nota) — o episódio central do livro nota); na falta de outras informações, é permitido
diz em última análise como foi salva esta comu­ supor uma origem e um papel análogos para os
nhão das Igrejas em que conviviam circuncisos e anciãos de Jerusalém (11,30 nota) em torno de
incircuncisos (15,1-35). Essa comunhão espiritual Tiago (21,18; tf. 12,17: 15,13).
expande-se, aliás, na partilha de todos os hens Sem que o autor do livro insista sobre esse pon­
(2,44 nota) ou, ao menos, numa repartição entre to, a Igreja e as Igrejas que ele apresenta pos­
os irmãos (9,36 nota; I0,4H nota; 20,34; 21,24) suem, pois, ao menos uma certa estrutura. Mas o
ou entre as Igrejas ( 1 1,29 nota). papel dos simples “irmãos" nâo fica, com isso,
Os dois últimos elementos constitutivos da vida reduzido a nada. Quer sejam profetas, quer não,
das Igrejas que os A tos põem em destaque são: eles aparecem mais de uma vez associados a de­
“a fração do pão e as orações” (2,42). A fração cisões importantes ( I,l5 s .; 6,3: 13 .1-3: 14,23
do pão designa certamente a eucaristia (2,42 nota; nota), e é uma decisão do Espírito, “de acordo
13 2 nota; 20,7 notas). Quanto às orações, elas com toda a Igreja ", que põe termo à assembléia
não eram somente um componente da refeição de Jerusalém (15,22.23 nota. 28); para o autor,
eucarística, do batismo (cf. 22,16) e da imposição tal bem poderia ser, na linha da "comunhão", o
das mãos (8,15.17), isto é, da liturgia, mas acom­ governo ideal da Igreja.
panhavam toda a vida cotidiana das Igrejas e dos
cristãos (1 ,14; 4,24 nota; 9,40; 10,9; 12,5-12 etc.). A L ei d e M o isé s e a fé e m J e s u s . Um último
ponto da teologia dos A tos deve ser tratado à
O s d o z e a p ó sto lo s , o s S e te , P a u lo , os p r o f e ta s , parte, em razão de sua importância: como é que
os a n c iã o s . No interior das Igrejas destacam-se o autor vê a passagem do judaísmo para o cris­
grupos de fiéis que têm à sua conta funções par­ tianismo, da salvação pela lei (15,1.5) à salvação
ticulares. Este é, em primeiro lugar, o caso dos pela fé e pela graça (15,9.11)?
doze apóstolos (1,2 nota) em torno de Pedro (1,13; Paulo, diante do governador Félix, afirma, não
2.14; 5,3.29; 9,32 etc.; 15,7) os quais, em Jerusa­ sem paradoxo, que seguindo “o Caminho", ou
lém e fora de Jerusalém, ocupam um lugar único seja, sendo cristão, ele permanece integralmente
em seu gênero. A função deles, aliás, ultrapassa fiel à f é e à esperança de Israel (26,22 nota). Os
(4.33-37; 5,12.18-40; 9,27 etc.) sua missão fun­ judeus que se tornavam cristãos nâo abandona­
damental de testemunhas (1,8 nota) e de ser\’os vam, por isso, as práticas do judaísmo (2,46 nota),
da Palavra (6,2). Sem dúvida, sua presença em a lei e a circuncisão ( 15 3 : 2l,20s.). Pedro não
Jerusalém atesta que, ao menos no início, esta era uma exceção (10,9.14). Estêvão talvez fosse
primeira comunidade desempenhou, em larga es­ menos hostil à Lei do que diziam os seus adver­
cala, um papel de centro e reguladora (8,14; 9,32; sários (6,13 nota). E o próprio Paulo pretende ser
11,12 7 -30 ; 15,236 nota). São os apóstolos, so­ (21,24; 25,8) e se mostra fiel observante da Lei
brecarregados por suas responsabilidades e preo­ (16,3 nota: 21,26; 22,17). A Igreja judaica, ao
mesmo tempo que era a Igreja, estava ainda pro­ sensíveis à fidelidade judaica dos cristãos circun­
fundamente imersa no judaísmo. Não criticando cisos, ou ao tema do cumprimento das Escrituras.
essa situação em si mesma, os A tos parecem in­ Mas os A tos não podem ter sido destinados a um
dicar que a julgam normal. publico preponderantemente judeu: o autor insis­
Mas esse Israel, agora beneficiário das promes­ te demais sobre a rejeição do Evangelho por Israel
sas em Jesus “Senhor e Cristo'’, deve abrir-se às como tambem sobre as responsabilidades dos ju­
nações, segundo modalidades concretas que nem deus na morte de Jesus (2.23: 3.13-15: 13,27-29) e
Jesus nem Deus revelaram aos crentes judeus. Por as dificuldades encontradas pela missão cristã. A
isso, o proprio Deus intervem para a conversão hipõtese de um publico pagão se apresenta me­
dos primeiros incircuncisos, Cornelio e os seus. lhor d primeira vista. É aos pagãos que a salva­
em Cesareia (10,1 nota). Ele faz Pedro compreen­ ção e finalmente proposta (28,28). Paulo, o prin­
der que o trato com esses homens, purificados cipal missionário cristão, e'cidadão romano de
pela fe', e a amiensalidude com eles não poderiam nascença (16.37 nota); a sua inocência e'sempre
ser uma fonte de “impureza" para umjudeu (10,28 reconhecida pelos tribunais romanos (18,15 nota),
nota. 35 nota). A Igreja judeu-cristãde Jerusalem e com razão, pois "o Caminho" que ele prega
admite e sauda este acontecimento (11,18 ); al­ nâo e'nem um movimento político sedicioso (17.7
guns de seus membros, todavia, o interpretam nota), nem uma religião nova ilegal (18.13 nota).
como uma exceção; com efeito, um dia quererão Se e'inverossímil que os A tos sejam um discurso
impor aos gregos convertidos de Antioquia (II ,20- destinado a defender Paulo perante o tribuna! do
21) a circuncisão e a Lei como necessárias à sal­ imperador, e'perfeitamente pensãvel que o autor
vação (15,1.5); era sem duvida um meio radical os tenha escrito julgando que poderiam cair com
de resolver os problemas criados pela coexistên­ proveito sob os olhos de leitores ainda pagãos.
cia e a comensalidade de judeus e não-judeus nas Mas, afinal, o proprio conteúdo do livro, a fe'
Igrejas. Para o autor dos A tos. a solução desses que nele se exprime com clareza e continuidade,
problemas foi indicada de uma vez por todas em os problemas que nele são tratados, tudo indica
Cesareia e o livro descreve, com visível satisfa­ que o autor escreve sobretudo para um publico
ção. a vitoria deste ponto de vista em Jerusalem cristão. Teria sido então sua intenção primeira
(15,4-29). Essa vitoria, e'verdade, foi obtida me­ defender as posições missionãrias de Paulo con­
diante um acordo (15.19 nota. 20 nota) — que tra os judeu-cristãos? Neste caso, ele teria sem
salva alias a "comunhão" da Igreja —. mas o duvida insistido menos na fidelidade judaica da
essencial permanece: com ou sem circuncisão, e' primeira geração cristã, que so" podia fornecer
peta fe'e pela graça do Senhor Jesus que os cris­ argumentos a tais adversarios. Na realidade, as
tãos são salvos (15.9.11). suas preocupações fundamentais parecem essen­
Que motivo podia ter então um judeu-cristão de cialmente positivas: ele escreve os A tos antes de
permanecer fiel à circuncisão e à Lei? O autor mais nada, bem como o seu evangelho, para a
não diz nada a este respeito. Talvez nem se tenha instrução e a edificação dos cristãos. É com essa
jeito esta pergunta. Em todo caso, ela não devia Jinalidade que ele narra a difusão da Palavra ate'
lhe parecer de nuiior importância: ele pensa visi­ o dia em que ela ressoa "com segurança e sem
velmente que, devido à repulsa ao Evangelho pela entrave" na própria Roma. Insistindo no papel da
maioria dos judeus (13,46 nota), e' aos pagãos fe', ele se opõe a eventuais tendências judaizantes;
sobretudo, se não unicamente (28,30 nota), que a respeitando a fidelidade judaica dos cristãos cir­
salvação e'doravante proposta (28.28 nota). cuncisos, ele desarma sem duvida possíveis criti­
cas da parte de seus irmãos incircuncisos. Ele e'
P a r a q u e m e p o r q u e os A to s? O problema dofundamentalmente o homem da unidade e da co­
publico visado pelo autor e das intenções que o munhão, que chama a Igreja a viver, sob a direção
conduziram a escrever e'de uma importância par­ do Espirito Santo, como a Igreja de Jerusalem,
ticular para a compreensão histórica e doutrinai que tinha um so' coração e uma so'alma.
de sua obra.
O autor provavelmente não excluiu os judeus do O a u to r e a d a ta d o s A tos. É possível, como
circulo dos seus leitores: alguns deles podiam ser demonstra a presente introdução, falar longamente
dos Atos sem identificar o autor ou a data. Mas, processo em Roma, processo cuja fase /nilestinense
do mesmo modo que o problema do público e das ele havia contado longamente, é que ele o igno­
intenções do autor, também estas questões clássi­ rou, tendo escrito o seu livro “dois anos" (28,30)
cas não deixam de se apresentar a quem quer após a chegada de Paulo a Roma. isto é, por volta
apreciar e compreender o livro. de 62-63, antes do fim do processo. Mas o evan­
O autor dos Atos é o mesmo que o do terceiro gelho de Lucas, e ainda mais o de Marcos, que
evangelho. A tradição esteve persuadida disso lhe é anterior, deveriam então ser situados em
durante séculos. Essa identidade de autor é, por datas muito antigas, que o conjunto da crítica
outro lado, postulada pela comparação dos pró­ moderna pensa não poder admitir. Aliás, não se
logos dos dois livros: ambos são dedicados a percebe bem por que o autor não teria esperado
Teófilo {Lc I J ; At 1,1) e o prólogo dos Atos faz o fim do processo (28,30 nota) para escrever, ou
alusão ao evangelho (At 1,1 nota). O estudo da ao menos, completar o seu livro: seus leitores não
língua e do pensamento das duas obras, enfim, teriam ficado surpresos nem com uma condena­
favorece nitidamente a identidade de autor. Mas ção (cf. 20,22-24: 2 1,11-14 ), nem com uma absol­
quem é ele? A presença das passagens em “nós" vição (26,32; tf. Fm 22). Na realidade, desde a
sugere que ele tenha pertencido à equipe de Pau­ chegada de Paulo a Roma, a atenção se desvia do
lo. A discrição dessa sugestão, o lugar atribuído processo para voltar ao tema principal da obra:
pelo livro à missão de Paulo, concordâncias im­ o anúncio do Evangelho em Roma, "nas extremi­
portantes com o pensamento paulino convidam dades da terra" (28,30 nota) por aquele que ha­
também a procurar o autor por esse lado, e via recebido a missão de dar testemunho em Roma
“Lucas, o caro médico" (Cl 4,14: Fm 24), é então como em Jerusalém (23,11). Esta interpretação
mais ou menos o único candidato provável. Mas do fim dos Atos já nâo permite fixar uma data
outros dados devem ser tomados em considera­ precisa para a sua redação. Como a crítica atual
ção. A concordância do pensamento dos Atos com situa geralmente o terceiro evangelho após o ano
o pensamento de Paulo em suas cartas permane­ 70, ela tende a indicar para os Atos uma data ao
ce ao menos problemática em certos pontos, mes­ redor de 80, com uma aproximação de uns dez
mo importantes, como por exemplo a noção de anos.
apostolado (13,31 nota) ou o papel da Lei. Do
mesmo modo, certas afirmações ou certos silên­ Atualidade do livro dos Atos. O livro dos Atos
cios dos Atos parecem verdadeiramente estranhos: é, em certo sentido, o mais atual dos livros do
como, por exemplo, um companheiro de Paulo, Novo Testamento, visto que o tempo e o espaço da
que, aliás, se interessa tão visivelmente pelo pro­ Palavra que ele expôs permanecem abertos pe­
blema da conversão dos pagãos, teria deixado de rante todos os cristãos e assim ficarão até a vinda
falar da crise gálata? Esses problemas são reais. do Senhor Jesus ( 1 , 1 1). Se “os irmãos" de hoje
Mas será que isso obriga a concluir que o tercei­ souberem ler este livro, juntos e /uicientemente,
ro evangelho e os Atos não podem ter por autor eles aprenderão nele, ou reaprenderão, que sem­
um companheiro de Paulo e que a candidatura de pre devem ser, juntos, as testemunhas do Ressus­
Lucas está, portanto, radicalmente excluída? Tal citado “até as extremidades da terra", em Igrejas
conclusão seria, no mínimo, discutível. cuja diversidade não impeça que constituam um
Quanto à data do livro, um ponto é claro: se­ só Povo de Deus. E o Espírito Santo, que o Se­
gundo o seu prólogo (1,1), o livro foi escrito de­ nhor Jesus comunica hoje como ontem, lhes ins­
pois do evangelho de Lucas. Durante muito tempo pirará talvez essas "decisões unânimes” (15,25)
a indicação de uma data precisa pareceu simples: que lhes permitam seguir juntos "o Caminho do
se o autor não diz nada sobre o resultado do Senhor".
ATOS DOS APÓSTOLOS
Lc i.i -| Prólogo. 'Eu consagrei meu primei­“Senhor, sera' que e' agora o tempo em
que vais restabelecer o Reino’ para Is- 3.21
ro livro*, ó Teófilo, a tudo o que Je-
u 24.19 sus fez e ensinou, desde o comcçob5ate' rael?” 7Ele lhes disse: "Não vos compe­
te conhecer os tempos e os momen­
o dia em que. após ter dado, no Espirito
tos* que o Pai fixou por sua própria
1.25.26: Santo, as suas instruções aos apóstolos'
autoridade; “mas recebereis uma força,
u- 24.4K-49 que escolherad, foi arrebatado'. TE a eles
a força do Espírito Santo que vira' so­
U 2 4 5 r clue -*csus se apresentara vivo após a sua
2Rs 2.9-1 igr. Paixão; tiveram mais de uma prova dis-
bre vósk; e sereis então minhas tes­
10 40-41
temunhas1cm Jerusalc'm. em toda a Ju- i* 43.10
13.31 to, enquanto, durante quarenta diasf, ele
de'ia e Samaria, ate' as extremidades da
lhes aparecera e mantivera conversação
com eles sobre o Reinado de Deus8, terra””.
u 24.42-43 ‘Durante uma refeição com eles, Jcsus 9A essas palavras, à vista deles, ele se
lhes recomendou que não deixassem Je-elevou, e uma nuvem" veio subtraí-lo a u 24.50-51
rusalém, mas esperassem aí a promessasuas vistas. l0Como eles ainda fitassem o
Lc 24.49 do Pai, “aquela, disse, que ouvistes dece'u. para onde Jesus partia, eis que dois
minha boca: 5João batizava com a'gua,homens de vestes brancas apareceram u - 24.4-6
u. ' m a s vós, é no Espírito Santohque sereisjunto deles "e lhes disseram: “Homens
batizados daqui a poucos dias”. da Galiléia, por que ficais aí a olhar para
o ce'u? Este Jesus, que vos foi arrebatado
A ascensão. "Os apóstolos estavam para o céu, ha' de vir0do mesmo modo .1 .21 :
Lc 22.69
reunidos e lhe fizeram esta pergunta: como o vistes partir".

a. Trata-se do evangelho de Lucas: os A lo s sc apresentam am plia simultaneamente o tempo e o espaço do testemunho


como a segunda parte dc uma obra unica. cu ja primeira parte é apostólico; estão nela condensados o plano e o sentido do livro
constituída por esle evangelho. C f . Introd. dos Atos.
b. Isto é. desde o começo do m inistério de Jesus, e m ais pre­ j . Isto é. as etapas e o conteúdo do desígnio dc Deus: eles
cisamente desde o seu batismo (cf. 1 0 37 ; L c 3,23). serão revelados por Deus e pelo Esp írito Santo (v. 8 nota) à
c . Em L c . os apóstolos são identificados com os Doze ( L c 6,13 medida que se forem realizando “os atos dos apóstolos** (cf.
nota) como em At 6.2.6. Esse modo de ver. próprio de Lucas, 3.20-21; 7,17; 17.26.30).
nâo é. sem düvida. o mais antigo (cf. 14.4 nota e M i 10.2 nota). k. Nos A tos. o Espírito Santo é o verdadeiro iniciador da
d. Outras traduções possíveis: que e/e tinha escolhido pelo missão apostólica, com o o era da m issão mesma de Jesus ( L c
Espírito Santo ou então: e/e foi arrebatado pelo Espirito Santo. 4.1 nota). O seu caráter de poder (força) manifesta-se em com ­
e. A ascensão dc Jesus será designada pelo mesmo termo nos portamentos humanos por vezes insólitos: o falar cm línguas
vv. 11 e 22. (2.4). assimilado ao dom de profecia (2,17; 11,28; 20,23; 21,4.11).
f. L c parecia concentrar em um só dia a Ascensão e a Ressur­ M as esse poder nào intervém de maneira anárquica: comunicado
reição de Jcsus ( L c 2 431 nota), que sào aqui separadas por a Jesus e derramado por ele (2 3 3 ), o Espírito Santo é recebido
quarenta dias: esses quarenta dias podem ser compreendidos em relação com o batismo cm nome dc Jesus ( 1 3 nota); ele é
como uma duração-tipo de iniciação ao ensinamento do Ressus­ dado principalmente visando à pregação e ao testemunho ( 4 .8 3 1;
citado ou com o o tempo-limite para lançar distintamente as bases 5 3 2 ; 6.10); intervém diretamente na missão entre os pagãos,
da autoridade das primeiríssim as testemunhas. C f . 9.1 nota. agindo sobre o comportamento dos apóstolos (8,15.17; 13,2.4;
g. É o tema da pregação dc Jesus em Lu ca s ( L c 4.43 nota) e 15,28). de Filip e ( 8 3 - 4 0 ) , de Pedro (10,19.44-47; 11.12.15;
da pregação apostólica em A l (8,12; 14,22; 19,8: 2 0 .2 5:2 8 .2 3 3 1). 15,8). de Paulo (16.6-7; 19,1-7.21: 20,22-23; 21.11).
h. C f. M l 3 .1 1 nota. O batismo no Espírito Santo, elemento I. O testemunho prestado a C risto é antes de tudo testemunho
essencial do cumprimento das profecias (1,8; 2 3 3 ) . enuncia-se da sua Ressurreição (1.22 nota). Nos A tos. as testemunhas sào
nos Atos em termos dc dom. vinda, recepção do Espírito. Quan­ ames de ludo os D oze ( 1 .22 nota; 10,41 nota), mas outros tam­
to ao batismo com agua. ele designa doravante o batismo em bém são igualmente chamados testemunhas, em sentidos um
nome de Jesus (2 3 8 : 8.16; 1 9 3). A invocação do Nome e o dom pouco diferentes (1 3 3 1 nota; 22,20 nota).
do Espírito Santo que segue o batismo (2 3 8 ; 8.15.17; 9,17; 19.6). m. De Jerusalém e dos judeus ao mundo inteiro e aos pagãos,
ou excepcionalmente o precede (10.44-48). caracterizam o batis­ tal deve ser o “espaço” do testemunho apostólico c tal é o plano
mo cristão, distinguindo-o do batismo de João (cf. 193 nota). dos Atos (cf. Introd ).
i. Pergunta na qual sc exprime a esperança judaica, voltada n. N o A T , a nuvem é um elemento das manifestações de Deus
pani uma realização iminente, concentrada em Israel, expressa (p. ex.. E x 13,21-22) e do Filh o do Homem em D n 7,13 (cf. L c
em termos de restauração nacional (M l 3.23; S r 36,1-17; M c 9 3 4 nota e 21,27; M c 14.62).
9.12), cf. L c 19.11 nota e 21,8. A resposta de Jesus (vv. 7 e 8) o. Jesus, que doravante estará ausente, não cessará no entanto
O g ru p o dos apóstolos. l2Deixando en­ Fique deserta a sua residência
tão a colina chamada "m onte das Olivei­ e ninguém a habite;
ras” , eles voltaram para Jcrusale'm. à dis­ e ainda:
tância de um caminho de sábadop. '-'Quan­ um outro tome o seu cargo'.
do voltaram, subiram à sala superior, onde 2,Há homens que nos acompanharam
se reuniram . Estavam la': Pedro, João, durante todo o tem po que o Senhor Je­
Mc 3, 16- 19; Tiago e André; Filipe e Tome'; Bartolomcu sus cam inhou à nossa frente*, “ a com e­
mi iu.2-4 e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o çar pelo batism o de João ate' o dia em u 16 ,5
zelote; e Judas, filho de Tiago. “ Todos, que ele nos foi arrebatado: é preciso pois
unânimes, eram assíduos à oração, com que um dentre eles se torne conosco tes­
u k.i9 algumas mulheres, entre as quais Maria, a temunha de sua ressurreição'” .
mãe de Jesus, c com os irmãos de Jesusq. “ A presentaram d o is, Jose' cham ado
Barsabás, que tinha o apelido de Justo, e
A inclusão de M atias e n tre os onze Matias. ^ n t ã o , fizeram esta oração: “Tu,
apóstolos. '-'Naqueles dias, Pedro se le­ Senhor, que conheces os corações de is.k;
vantou no meio dos irmãos' — estava lá todos, indica, dentre os dois, aquele que u ' 16,15
reunido um grupo de cerca de cento e escolheste, “ para que tom e, no serviço
vinte pessoas — e declarou: “ “Irmãos, do apostolado, o lugar que Judas aban- *j4,17
era preciso que se cumprisse o que o donou. a fim de ir para o lugar que lhe
Espírito Santo anunciara na Escritura, cabe"". “ Fez-se o sorteio e a sorte caiu
pela boca de David. a respeito de Judas, sobre M atias, que foi desde então incluí­
u 22.47 que se tornou o guia dos que prenderam do entre os onze apóstolos.
Jesus. ITElc era do nosso número, e tinha
recebido a sua parte do nosso serviço. '* o A v in d a do K spírito S an to . 'Quan-
Mi 27.3-10 “Esse homem , com o salário da iniqüida­ do chegou o dia de Pentecostcs\ eles
d e, com prou um terren o . C ain d o de se achavam reunidos todos juntos. 2De
bruços, abriu-se pelo meio, e todas as repente, veio do ce'u um ruído como de
suas entranhas se derramaram . ■'Todos violento vendaval que encheu toda a casa Jo 3.8
os habitantes de Jerusale'm souberam onde eles estavam’;-'então lhes apareceu
disso: por isso, esse terreno foi cham a­ algo como línguas de fogo*, que se rcpar- Dt 4.12
do. na língua deles, Hace'ldama. isto e'. tiam, e pousou uma sobre cada um deles. Nm 11.25
Mi 27.x terra de sangue. “ Com efeito, está escri­ ■Todos ficaram repletos do Espírito San­
to no livro dos Salmos: to, e se puseram a falar outras línguas*.

òe estar presente à vida da Igreja (cf. Introd.): sua vinda será. w. A expressão visa à sorte merecida pelo crime dc Judas (cf.
portanto, menos uma “volta*’ do que a manifestação finai dessa Lc 16.28).
presença permanente. x. Lit. o dia da Qüinquagésima: essa festa, celebrada cinqüen­
p. Isto é. a distância que era permitido percorrer num dia de ta dias após a Pascoa. comemorava a aliança do Sinai entre Deus
sa"bado (pouco menos de um quilômetro). e Israel; ela reunia em Jerusalém multidões de judeus vindos de
q. Sobre a existência de um grupo dos irmãos do Senhor, cf. numerosos países. Este será o palco do dom inicial do Espirito
ICor 9,5: Mc 6 3 ; Mt 12.46. por Jesus (233): esse dom vai se manifestar por uma especie de
r. Este termo é um dos que designam comumente os cristãos, explosão da linguagem. Em Lc. a pregação dc Jesus começava
particularmente em Jerusalém (p. ex. 11.1; 12.17; 14,2; 21,17: em Nazaró (Lc 4.16*30): aqui a pregação apostólica (2,1-41)
cf. 11.26 nota). parte de Jerusalém (cf. 1.8).
s. Os vv. 18 e 19 constituem um parêntese no fio do discurso y. Sem duvida, a mesma que cm 1.13-14. lugar de reunião e
de Pedro; cf. Mt 273-10. onde são os sumos sacerdotes que de oração do grupo apostólico.
compram o terreno. z. Após o sopro violento, as línguas de fo g o evocam uma
I. Sl 69,26 e 109.8. mesma fonte de poder que comunica o dom de falar em línguas
u. Lit. entrou e saiu à nossa frente (cf. Nm 27,17: At 9.28). novas e de proferir uma linguagem nova.
v. Ter estado com Jesus durante a sua vida e após a sua morte a. O fenômeno que se produz evoca seguramente a “glossola-
(1.1-3; cf. 10,41) é portanto condição necessária para ser inte­ lia” ou “falar em línguas**: os apóstolos se exprimem um pouco
grado ao grupo dos doze apóstolos e participar de sua missão à maneira dos antigos profetas (cf. Nm II.25*29; ISm 10.5-6;
primordial (1.8). querida por Deus (10.41), que é a de scr teste­ IRs 22.10) e. em todo caso. como os cristãos empolgados pelo
munhas: 232: 3.15: 4.20.33: 8,25; 1039-42; 1331 nota. Espírito nos primeiros tempos da Igreja (cf. 10.46: 19.6: ICor
conforme o Espírito lhes concedia expri­ minhas palavras. l5Não, essa gente não
mirem-se. bebeu, como estais pensando, pois são
5O ra, em Jerusalém , residiam judeus apenas nove horas da manhã*; l4mas cum-
piedosos, vindos de todas as nações que pre-se aqui o que foi dito pelo profeta
existem sob o ceV . ‘Ao rumor que se Joel11:
propagava, a multidão sc reuniu e ficou 17 Acontecerá nos últimos dias, diz Deus
toda confusa, pois cada um os ouvia fa­ que eu derramarei o meu Espírito
lar em sua própria língua. 7Perplcxos c sobre toda carne,
maravilhados, eles diziam: "Todos esses vossos filhos e vossas filhas serão
que falam não são galileus? "Como é que profetas,
cada um dc nós os ouve em sua língua vossos jovens terão visões,
materna? 'P artos. medos e elam itas, ha­ vossos anciãos terão sonhos;
bitantes da Mesopotâmia, da Jude'ia e da '* sim, sobre os meus servos e sobre as
C apadócia, do Ponto e da Á sia, ,eda minhas servas
Frigia e da Panfília, do Egito e da Libia naqueles dias eu derramarei o meu
C irenaica, os dc Roma aqui residentes', Espirito
"todos, tanto judeus com o prose'litosd. e eles serão profetas. Nm 1 1.29

cretenses e a'rabes. nós os ouvim os anun- n Eu farei prodígios lá em cima no céu


io.46 ciar em nossas línguas as maravilhas de e sinais aqui embaixo na terra,
Deus!” l2Eles estavam todos atônitos, e, sangue, fogo e uma coluna de fumaça.
em sua perplexidade, diziam uns aos 20O sol se converterá em trevas e a
outros: “Que quer dizer isto?” l3O utros, lua em sangue
porém, desandavam a rir dizendo: “ Eles antes que venha o dia do Senhor, Am 5.1K-20

ir o r 14.2? estão cheios de vinho doce!” grande e glorioso dia,


21 e todo aquele que invocar o nome do 4 .12:
Rm 10 .13
D iscurso de 1’ed ro . 14Então ergueu-se a Senhor será salvo. ICor 1.2
voz de Pedro, que estava la' com os Onze; “ “ Israelitas, escutai estas palavras: Je­
ele se exprimiu nestes term os': sus. o Nazoreu1. homem que Deus tinha
“Homens da Jude'iaf, e vós todos que acreditado junto de vós, operando por ele
residis cm Jerusale'm, compreendei bem milagres, prodígios e sinaisJ no meio de
o que está acontecendo, e dai ouvidos às vós, com o sabeis. “ esse homem, segun-

12-14). eles falam em um estado de exaltação característico I0J6-43) e na dc Paulo cm Antioquia da Pisídia (13.17-41): cm
(2.13). Mas falar outras línguas é fazer-se entender na língua primeiro lugar. a cnicifixão de Jesus (223) c sua ressurreição
dos outros povos e tal é. para o autor, o aspecto mais importante por Deus (2.24); eventualmente a evocação do seu ministeno
do acontecimento. O dom do Espírito restabelece aqui a unidade terrestre (2.22) ou de sua vinda final. Os acontecimentos assim
dc linguagem que se tinha desfeito na tome de Babel (Gn 11.1- proclamados são apresentados como a continuação da antiga
9) e prefigura assim a dimensão universal da missão dos após­ Aliança (cf. 13.16-25) e o cumprimento das profecias (2.16.24-
tolos (cf. 1.8). 25.31; cf. 3.18 nota) que se realizam em Jesus, entronizado como
b. Ou: havia judeus provenientes de todas as nações... que a Senhor e Cristo (2 3 6 nota). Essa apresentação de conjunto do
sua piedade tinha fixado em Jerusalém. Em todo caso. nâo se plano dc Deus (2.23 nota) termina por um apelo a conversão e
deve tratar unicamente da multidão heterogênea dos peregrinos à fé (2,18; cf. 3.19 nota). Sobre a pregação apostólica dirigida
dc Pentecostes. mas tambem dc judeus vindos dc todos os pon­ aos pagãos, ver 14.15 nota; 17.22 nota.
tos do mundo para. permanentemente, habitar Jerusalém. f. O termo que se traduz habitualmente por judeus recupera
c. Essas (doze?) nações, enumeradas mais ou menos do orien­ aqui o seu sentido original: judeenses.
te para o ocidente, com a Judeia no centro, simbolizam sem g. Lit. a terceira hora do dia.
duvida a totalidade do mundo habitado. h. A citação que segue (JI 3.1-5) e' feita segundo o AT grego:
d. Aqui e em 6.5, este termo designa homens que, sem ser ela comporia certas adiçAes ao hebraico que poderiam provir dc
judeus de nascença, tinham-se agregado ao povo eleito, não uma fonte dos Atos. Acerca da adição "e eles serão profetas"
somente observando a lei. mas aceitando a circuncisão. Num (v. 18). cf. 1127 nota.
sentido mais amplo: 13.43 nota. i. Este epíteto. cuja origem e significação permanecem obscu­
e. O discurso de Pedro segue o esquema da pregação apostó­ ras (Mt 2.23 nota), e' frequentemente aplicado a Jesus nos Atos
lica. quando se dirige aos judeus. Ele comporta a proclamação (222: 3.6; 4.10: 6.14: 22.8; 24,5: 26.9; Lc 1837 nota); cf. At
de certo numero de acontecimentos que também se encontram 24.5 nota.
em outras intervenções de Pedro (3.13-26; 4.10-12; 5.30-32; j . Rsta fórmula solene, provavelmente inspirada pelo AT (Ex
do o plano bem-determinado da presci- com juramento fazer assentar-se no seu
ência de Deusk, vós o entregastes e su- trono alguém de sua descendência, saí­
prim istes, fazendo-o c ru c ific a r pelas do dos seus Wn.v".3lEle previu pois a res­
mãos dos ímpios1; 2Jmas Deus o ressusci- surreição do C risto, e e' a respeito dele
si ik.4.6 gr. tou, livrando-o das dores da morte, por­ que diz: ele não fo i abandonado à man­
que não era possível que a morte o reti­ são dos mortos e a sua cam e não expe­
vesse em seu poder. “ D avid, com efeito, rimentou a decomposição. -’2Este Jesus.
disse dele": Deus o ressuscitou, dissop nós todos so­
Eu via constantemente o Senhor mos testem unhas. “ Exaltado assim pela
diante de mim, destra’ de D eus, ele recebeu do Pai o
pois ele está à minha direita, para que Espírito Santo prometido e o derram ou, 1.4
eu não vacile. como estais vendo e ouvindo. uDavid,
26 Por isso o meu coração jubilou e a que por certo não subiu ao ce'u, disse, no
minha língua cantou de alegria. entantor:
Não só, mas a minha carne repousará O Senhor disse ao meu Senhor: u- 20.43
na esperança, senta-te à minha direita
27 pois tu não abandonarás a minha vida 55 até que eu tenha feito dos teus
na morada dos mortos adversários
13,34-37 e não deixarás o teu santo1' um escabelo sob os teus pés.
experimentar a decomposição. “ ‘‘Que toda a casa de Israel saiba com mi 10.6:
“ Tu me mostraste os caminhos da vida, certeza: a esse Jesus que vós crucificastes. 15,24
e me encherás de alegria com tua Deus o fez Senhor e Cristo*” .
presença.
” “ Irmãos, é perm itido dizer-vos com As primeiras conversões. 37Com o co- si ii w . ió

toda clareza: o patriarca David morreu, ração abalado ao ouvirem essas palavras,
foi sepultado, e o seu túmulo ainda hoje eles perguntaram a Pedro e aos outros
se encontra entre nós. MMas era profeta, apóstolos: “Que e' que nós devem os fa­
e sabia que Deus lhe havia afiançado zer. irm ãos?" “ Pedro lhes respondeu:

7 3; Dl 434; 6.22; etc. — cf. At 2.19; 7 3 6 ), deve designar p. O pronome disso pode referir-se tanto ao próprio Jcsus
essescialmente as curas operadas por Jesus (cf. 1038). Fórmu­ (1,8) como à sua Ressurreição (532).
las analogas. reduzidas a dois termos, designam os milagres pelos q. E nào à direita. Aqui é o sentido instrumental do Sl 118.16
quais Deus respalda com sua autoridade a pregação apostólica; e não o sentido espacial do Sl 110.1. Do mesmo modo em 531.
2.43; 430; 5.12; 6.8; 143; 15.12; cf. 3.2 nota. A expressão sugere ao mesmo tempo a Ressurreição e a As­
k. Para os Atos. a história da salvação se desenvolve segundo censão.
um plano. um desígnio que a vontade de Deus (21.14; 22.14) r. Sl 110.1.
estabeleceu e que a sua mau (4 2 8 3 0 ; 1121; 13.11) realiza. s. Ressuscitando e exaltando Jesus, o Senhor Deus o entronizou
Começada no AT (cf. 1336). onde a presciência dc Deus anun­ como sendo o Senhor u sua destra do Sl 110 (citado nos vv. 34s.).
cia a sua continuação pela boca dos profetas (3.18 nota), a rea­ como o Cristo de que falavam o Sl 16 (citado nos vv. 25-28) e
lização deste plano entrou em sua fase decisiva com a vinda de o Sl 132 (citado no v. 30). Proclamando essa realização do plano
Jesus (cf. 4.28.30). segundo tempos e momentos fixados por de Deus. a pregação apostólica (cf. 2.14 nota) atinge o seu ponto
Deus (1.7). Nem as oposiçôes (5 3 8 s.) nem as incompreensòes culminante. Jesus é o Cristo, isto e\ o Rei-Messias anunciado
(3.17 nota) humanas podem entravar essa realização que é ine­ pela Escritura, como os missionários o anunciam e o provam aos
vitável (3.21 nota). Proclamar este plano de Deus é a primeira judeus (5.42; 9,22: 173; 183.28). O título de Senhor comporta
obrigação do missionário cristão (20.27). cuja pregação recorda igualmente este significado messiânico — o meu Senhor do Sl
o essencial deste plano (2.14 nota). 110,1 é o Rei-Messias —. mas o ultrapassa. Ao longo das suas
I. Lit. dos .sem-lei, isto é, dos pagàos. n arTaçòes. os Atos chamam Deus dc o Senhor, na linha do AT
m. A citação do Sl 16.8-11 é feita segundo o gr. que traduz grego que traduzia assim Javé, o nome próprio dc Deus; mas.
por deamtposiçúo (vv. 27.31) uma palavra hebraica cujo sentido como Lucas (7,13 nola). eles dão tambem este nome a Jesus, e
mais corrente é fosso: assim, o texto anuncia mais precisamente é muitas vezes difícil saber com certeza quem é que esta' sendo
a Ressurreição. designado por o Senhor: tal ambigüidade nos orienta para o mis­
n .O hebr. traz: o teu fiel. aquele que se consagrou (cf. 1335). tério dc Jesus em sua relação a Deus (cf. 5.4Í nota). A pregação
em lugar de o teu santo (cf. 3.14 nota). apostólica ensina, em lodo caso. o Senhor Jesus Cristo (2831).
o. Lit. fruto dos teus rins (Sl 132,11; 2Sm 7.12-13). Cf. Sl para que todos possam crer nele ( 1 1.17). no Jesus Senhor (20.21;
89.4-5. cf. Rm 10.9; ICor 123; Fi 2.11). Cf. 9.20 nola (Filho de Deus).
“Convertei-vos: receba cada um dc vós tudo partilhavam. 4SVcndiam as suas pro­
5.3 i: o batism o no nome de Jesus Cristo 1 para priedades e os seus bens para repartir o
24^7 0 perdão dos pecados, e recebercis o dom dinheiro apurado entre todos, segundo as
do Espírito Santo“. ^P ois é a vós’ que e' necessidades de cada um. “ De comum
destinada a promessa, e aos vossos fi­ acordo, iam diariam ente ao Tem plo' com
lhos, bem com o a todos os que estão assiduidade: partiam o pão em casa, to ­
is 57.19 longe", quantos o Senhor nosso Deus mando o alim ento com alegria e sim pli­
ji 3.5 cham ar” . 4flCom muitas outras palavras cidade de coração. 47Louvavam a Deus e
Pedro testem unhava; e encorajava-os di- eram favoravelmente aceitos por todo o 4.2 1 : n .i» ;
Mt 17 .17 : zendo: “Salvai-vos desta geração trans- povod. E o Senhor ajuntava cada dia à l3,4,<: 21'2n
viada". 4,Os que acolheram sua palavra com unidade os que encontravam a sal- icor i.ik:
g i i,4 receberam o batism o e houve cerca de vação. 2Cor 2IS
três mil pessoas'que nesse dia se junta­
ram a eles. q A c u ra d c u m en ferm o n o T em p lo '
'Pedro c Joãor subiam ao Tem plo para
A p rim e ira com unidade*. 42Eles eram a oração das três horas da tarde * .1 hCar- 10.3.9.30:
assíduos ao ensinam ento dos apóstolos e regavam 1 para la' um homem que era alei- d U ^ í
2 .4 6 :20.7-n à comunhão fraterna, à fração do pão e jado desde o nascimento 1 — todos os dias l4-*: 10 9-'
u 24.35 oraç 5 cs» <.<o tem or sc apoderava de instalavam-no à porta do Tem plo cha­
todo mundo: muitos prodígios e sinais se mada “Bela Portak” para pedir esm ola aos
realizavam pelos apóstolos. "T o d o s os que entravam no Templo. JQuando ele
que abraçaram a fe'“ estavam unidosb e viu Pedro e Jo ão , que iam entrar no

t. O batismo é dado no nome de Jesus Cristo (lit.: cm direção. b. Os Atos se comprazem em sublinhar, até idealiza-las (cf.
na intenção do nome) ou recebido invocando o nome do Senhor 4 3 2 nota; 6,1 nota), a união (cf. 2,1), a unanimidade (2,46; 4,24;
Jesus: 8,16; 10.48; 19.5; 22.16. Esta fórmula indica que a pes­ 5,12; 15,25), a comunhão fraterna (2,42), a comunhão dc bens
soa batizada é posta em relação estreita com o Nome, isio e', com (cf. 4 3 2 nota; 9 3 6 nota) que caracterizam a primeira comuni­
a pessoa mesma de Jesus ressuscitado (cf. 3.16 nota), dade. Esta se toma então um exemplo para todos os fiéis e todas
u. Cf. 1.15 nota. as Igrejas (11.29 nota), cuja unidade é uma das idéias-mestras
v. Este vós inclui tambe'm os ouvintes que Pedro considera do livro (cf. Introd.).
como mais especialmente responsáveis pela morte de Jesus (v. 23). c. Os fiéis freqüentam o Templo para participar da oração e
w. A expressão, tirada de Is 57.19. visa aos pagàos (cf. 22.21). ouvir o ensinamento dos apóstolos (cf. 3.1; 5.12.20-21.42).
Judeus primeiramente, pagãos em seguida, é o esquema da mis­ d. Outra tradução possível: a graça lhes abriu o acesso junto
são apostólica (cf. 3.26 nota). do povo (cf. 4 3 3 nota).
x. Os incrementos da Igreja são registrados de bom grado e. Aqui começa um bloco literário constituído por uma narra­
pelos Atos: v. 47; 4.4; 5.14; 6.1-7; 931; 11.21-24; 16.5. tiva dc milagre (3.1-10). um discurso missionário que põe em
y. Os vv. 42-47 formam o primeiro dos três sumários relativos realce o alcance desse milagre (3.11-26). cujas conseqüências
à vida da comunidade dc Jcrusalc'm (cf. 4 3 2 nota: 5.12 nota). Es­ são uma prisão e um processo (4.1-23), uma oração da comuni­
ses sumários apresentam elementos comuns c afinidades estrutu­ dade (4.24-30). que resulta numa efusão do Espirito e na reto­
rais que convidam a considera-los juntos. Cada um deles enfati­ mada da pregação (431).
za um tema em relução com o contexto (aqui. a unidade e a irradia­ f. Os dois primeiros dos Doze em 1.13 (cf. Lc 831 nota): um
ção da comunidade) e insere um breve lembrete dos outros temas: “par’* (4.7.13.19) no qual Joâo tem um papel mudo (3,4.12; 4.7-
a atividade milagrosa dos apóstolos (v. 43) anuncia aqui o tema 8.13.19).
de 5.12-15; a partilha dos bens (vv. 44-45). o tema dc 432-35. g. Lit. da nona hora.
z . O ensinamento dos apóstolos e a comunhão fraterna (cf. v. h. A narrativa de milagre que segue (3.1-11) é a primeira dos
44 nota) são os dois primeiros componentes da vida da comuni­ Atos: realizado por Pedro, ele apresenta um certo numero dc
dade. e. ao que parece, do culto que a reune. Esse culto compor­ analogias com um milagre de Paulo (14.8-10; cf. 5,15 nota.
ta, entre outras coisas, a fração do jyão. isto e'. a Eucaristia (20.7) 13,6-12; I6,16s.. 20.7-12). Outros sinais e prodígios acompa­
e orações — de preferência a orações judaicas das quais os fieis nharão a pregação apostólica (2.22 nota e 8,6-8.13; 9.1 ls.). Deu.s
ainda participavam (v. 46 nota), aqui deve truiur-.se de orações acredita assim os missionários e a sua pregação (430; 14.3.27;
propriamente cristãs (cf. 4,24 nota). cf. 2Cor 12,12; Hb 2.4) como acreditara Jesus (2.22 nota); ver
a. *|Lit. os tendo crido. o que pode ser traduzido crentes ou 3.10 nota e 4,21 nota.
fiéis (raiz pist-).| Nova maneira de designar os cristãos (cf. 1) 2 6 i. Ou talvez: tinham carregado.
nota): por um particfpio do verbo crer (432; 18.27; 19,18:21,20). j. Lit. desde o seio de sua mãe.
Certamente antigo (cf. ITs 1,7; 2.10 etc.), este uso manifesta a k. Provavelmente a porta dita “coríntia’* que dava acesso ao
importância, atestada aliás em cada pagina dos Atos. que os átrio das mulheres; aqui. Templo designaria, portanto, o recinto
cristãos atributam à sua fé em Jesus. sagrado do Templo, acessível apenas aos judeus.
Templo, solicitou-lhes uma esm ola. 4Pe- acontecendo? ou por que nos fitar, como
dro então — e João tambem — o fixou, se fosse por nosso poder ou por nossa i4,i5: i<u6
14.9 e lhe disse: “Olha para nós!" *0 homem piedade pessoais que tivéssem os feito
os observava, pois esperava obter deles andar este homem?
alguma coisa. 6Pedro lhe disse: "Ouro ou 13“0 Deus de Abraão, de Isaac e de e* 3.6.15:
prata eu não tenho; mas o que tenho, isso Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou*1 K 52-13
4.iot 9.34: te dou: em nome de Jcsus C risto 1, o o seu S ervo'Jesus que vós entregastes e 2.23: i3.2x:
■ . A rv i . Lc 22.6:
l6 lli’ ' 2^22 Nazoreu, anda!” Ti pegando-o pela mão rejeitastes na presença de Pilatos, que 24.20:
u.m direita, ele o fez levantar-se. No mesmo estava decidido a soltá-lo. MVós rejeitas- J^-“ jj,23:
instante, os pe's e os tornozelos do homem tes o Santo e Justo5,e reclamastes para Lc 2 3 .13 »

se lhe firmaram; “num pulo ele se pôs de vós o agraciam cnto de um assassino! Lc 23.20-25

14.10 pe', e andava; entrou com eles no Templo, ,5Mas o Príncipe da vida1que vós havíeis
2,47 andando, pulando, e louvando a Deus"1. matado, Deus o ressuscitou dos mortos 2,24; 3 .26:

*Todoo povo o viu andar e louvara Deus. — disso nós somos testem unhas. l6Gra- j,s.22: 2.32;
l0As pessoas o reconheciam: era aquele ças à fe' no nome de Jesus*, este Nomey 5j 2:,.l(U9:
mesmo que ficava a m endigar na Bela acaba de fortalecer este homem para o ic o r 15 .15

Porta do Tem plo. E as pessoas ficaram qual estais olhando, e que vós conheceis; 3.7

u- 2.7: cheias de pasmo, e desnorteadas” pelo que e a fé que vem de Jesus* restituiu a esse 3 .10
4.36:5.9 ihe havia acontecido. homem toda a saüde, na presença de vós
Lc 5.6
todos.
Discurso de Pedro. "O homem não lar­ l7“Pois bem! Irmãos, eu sei que foi por
gava mais Pedro e João; todo o povo ignorância' que agistes, assim com o os 1 3 .2 7 :17.30:

acorreu para eles, estupefato0, no assim vossos chefes. I8Deus. porém , anunciara ^ 3|"'4j
5.12-, chamado “pórtico de Salomão”p. 13Ao ver dc antemão pela boca de todos os profe- 13.27-29-.

Jo l0’23 isso. Pedro se dirigiu ao povo: "Israeli­ tas que o seu Messias sofreria1' e foi o ^ 4'257j
tas, por que vos espantais do que esta' que ele cumpriu1. l9C onvertei-vos, por- 3.26; 2.38:
5 .3 1: 10.43:
_________________________________________________________I3.3K: 26.1»
1.0 poder de Jesus é posto em ação por este apelo a seu nome u. Trata-se da fé em Jesus (ver notas), que tomou possível o
(cf. 16.18) que é um lema importante de 3.1-431 (ver 3.16 nota), milagre: a fé do aleijado, talvez implícita em sua expectativa
m. Ver 4.21 nota; 3.10 nota. (3.5); e a fé necessaria a Pedro para realizar esse primeiro mi­
n. Como os milagres de Jesus (Lc 5.26; 7.16 etc.). os dos lagre (Lc 17.6; cf. ICor 12.9; 13,2).
ap&tolos confundem e deixam perplexos os que os testemu­ v. O Nom e eqüivale aqui (cf. 3,6 nota; 4,7) à própria pessoa
nham. Somente a fé decifra o verdadeiro alcance desses mila­ de Jesus Ressuscitado, verdadeiro autor desse milagre (4.10; cf.
gres (2. lls.41; 9.35.42; 13.12; I9.l7s.) e pode assim dar glória 4 3 0 ). Mais profundamente ainda, é este N om e que traz aos
a Deus reconhecido como o seu autor (421 nota). Sem a fé. os homens a salvação <4.12 nota) da qual os milagres sào apenas a
milagres permanecem uma pergunta sem resposta (2.13; 8,13; imagem. É por esse Nom e que os apóstolos sofrem (5.41; cf.
14.11.18; 28.6). 21.13); é nele que são balizados os crentes (2 3 8 nota), é esse
o. Texto “ocidental": Como Pedro e João saíssem, ele saiu com Nom e que eles invocam (9,14.21; 22,16; cf. 2.21); cf. 5,41 nota.
eles sem os deixar; eles puniram estupefatos... A cena que se­ Toda esta teologia subjacente do N o m eé característica dos Atos
gue situa-se. portanto, fora do Templo no sentido restrito (32 no NT e deve ser arcaica (cf. Fl 2,9s.).
nota). w. Lit. a f é gmças a ele (melhor do que nele) — a ele talvez
p. Esse pórtico limitava, provavelmente, a leste, o atrio dos se refira ao Nome; é mais provável, porém, que se refira a Jesus:
pagàos. a própria fé que curou o homem (cf. Ix 8.48 etc.) viria, então,
q. Glorifícando Jesus pela Ressurreição. Deus cumpre as pro­ de Jesus.
messas que fizera aos pais (cf. 3.18 nota; 3.25 nota). x. Essa ignorância é o desconhecimento do desígnio de Deus
r. Talvez litürgico. este título apresenta provavelmente Jesus anunciado pelos profetas (3,18; cf. 2Cor 3,14-16). Ser conside­
como o Servo de Javé de Is 52.13-53.12 (cf. 8 3 2 nota; Lc 22,37 rada como uma desculpa (cf. Lc 2334 nota) nào a impede de
nouj). Ele é próprio dos Atos (3.26; 4.27.30) e deve ser arcaico ser, em si. uma falta que afasta os judeus de Deus (cf. 13.27
(ct. 3.14 nota; 3.15 noia). nota) assim como um outro tipo de ignorância afasta dc Deus os
s. Dois títulos cristológicos arcaicos (cf. 2.27: 7,52; 13.35; pagãos (cf. 1730 nota). Uns e outros nâo podem livrar-se dela
22.14; cf. 3,13 nola; 3,15 nola; ís 53,11) que estão aqui em forte a nào scr pela conversão e pelo perdão (3.19 nota),
oposição a assassino. y. Cf. 4.26 nota.
t. Título cristológico que só tem similar no NT em 531 e Hb z. Esta afirmação explicita um aspecto fundamental da fé e da
2.10. 12,2; ele parece arcaico (cf. 3.13 nota; 3.14 nota). A ex­ mensagem apostólicas (cf. 2.14 nota): a realização por Deus das
pressão significa sem duvida que Jesus é o primeiro beneficiário suas profecias e das suas promessas no AT (cf. ICor 153*4).
da Vida e. em certo sentido, o seu fundador (cf. 26.23 nota). inaugurada pela vinda de Jesus (3,26; 13.23). sua Paixão (1.16;
tanto, e voltai a Deus”, a fim de que os Pedro c João diante do Sinédrio.
vossos pecados sejam apagados: “ assim 'Pedro e João falavam ainda ao povo 5 .24- 26:
2 Pd 3.12 virão os tempos de rcfrige'riot’ concedi­ quando os sacerdotes, o comandante do U16.20 :
22 .4.5
2.22 dos pelo Senhor, quando ele enviar o Templo e os saduceus os abordaram. 2Es-
Cristo que vos é destinado, Jesus, 2lquc tavam exasperados por vê-los instruir o 5 . 17: 23.6 -K:
o ce'u deve' acolher até os tempos do povo e anunciar, no caso dc Jesus, a res­ Lc 20.27-39
Ml 17. 11: restabelecimento de tudod aquilo de que surreição dos mortos'. -'Eles os m anda­ 26 .23:
I 9 .2X ICor 15.
Deus falou pela boca dos seus santos ram prender e pôr na prisão ate' o dia 20 - 23 :
U 1.70
profetas de outrora. 2:Moise's primeiro seguinte, pois a tarde ja' caíra. 4Entre os O I.IK:
disse': O Senhor Deus suscitará para vós. ouvintes da Palavra, muitos haviam abra­ Ap 1.5
dentre os vossos irmãos, um profeta como çado a fe'; o numero deles sc elevava a
Lc y .35 eu; vós o escuta reis em tudo o que ele cerca dc cinco mil pessoas"1.
vos disser. ~'E toda pessoa que não es­ 5Foi portanto no dia seguinte que se 4,26
cutar esse profeta será eliminada do seu reuniram os chefes, os anciãos e os es- (SI 2,2 r .
5.21 :
po\'(!.UE todos os profetas, desde Samuel cribas que se achavam em Jerusale'm. Lc 22.66
13.20 ; e seus sucessores, por sua vez, falaram ‘E stavam Ia' o sum o sacerdote Ana's, Lc 3 .2 ;
llb 11.32 Jo IX.
para anunciar os dias que estamos viven­ Caifa's. João, Alexandre, c todos os mem­ IJ. 24 .2 X
7.K; do. “ Vós sois filhos dos profetas e da bros das famílias de sum os sacerdotes.
Rm 9 .4 -5 : 7Mandaram trazer Pedro e João à sua
Aliança que Deus concluiu com os vos­
nr 2.12
sos pais“, quando disse a Abrão: Em tua presença e procederam ao interrogató­
3 .20 : 7 .35 :
descendência, todas as famílias da terra rio: "A que poder ou a que nome" rccor- 3 . 12: Lc 20.2
10. 36: serão abençoadas*. *É para vós que Deus restes para fazer isso?” "Repleto de Es­ 9 . 17: 13.9 :
Lc 4 . 1»: U- 12,11-12:
l> 61.1 primeiro1 suscitou1, depois enviou o seu pírito S anto. Pedro lhes disse então: 21.15
IPd 3 .9 :
Rm 15.29
Servo, para vos abençoar, desviando cada *"Chefes do povo e anciãos, por termos
E2 3 . IX; um de vós das suas más açõesk.’' feito um benefício a um enfermo, somos
IH.27 -30 ;
33 . 12-19

4.25*28: 13.27-29) e sua Ressurreição <232-34; 3.13 nota: 13. aqui como o profeta semelhante a Moisés (cf. 7.25 nota; 37; Jo
32-37). esta realização prossegue com o perdão dos pecados 1.21; 6.14; 7.40).
(10,43). o dom do Espírito (2.16-21.33). o desenrolar da prega­ f. Em outras palavras, somente os judeus que acolheram ou
ção apostólica (13.40s. 46s.; 28.25-28) c a constituição da Igreja acolherem Jesus continuarão a fazer parte do povo de Deus (cf.
(15.14-19), à espera de se completar com a vinda gloriosa do 15.14 nout).
Cristo (3.20-21). g. Esta menção à aliança com os pais esclarece a alusão ao
a. Lil. voltai. Esse apelo à conversão para o perdão dos peca­ Deus dos pais em 3,13. A expressão filhos da Aliança é atestada
dos é a conclusão habitual dos discursos missionários (2.38: em Qumran.
3.26: 10.43: 1338: 1730). A conversão é uma transformação h. O texto citado (Gn 22.18; cf. 123) diz “todas as nações da
interior que faz o homem passar da ignorância (3.17 nota) à fe*. terra**: a perspectiva é universalisla (cf. Gl 3.8-29). A substitui­
aproximando-o de Deus (26.18-20): para os judeus esta aproxi­ ção dc nações por fam ílias indica que aqui esta promessa é
mação é antes um retorno (935): e para os pagãos, uma vinda aplicada primeiramente, se não unicamente, a Israel (cf. 3,26
para Deus (14.15: 15.19). nota): é a ele que é destinada a bònção (3.26); cf. 531 nota.
b. Ou: do repouso, da trégua. A vinda de Jesus transformará i. Ou: É [>ara vós primeiramente que Deus...; neste caso o
a existência humana. texto afirmaria a prioridade dc Israel na história da salvação (cf.
c. Lil. é precisa que o céu o acolha... Nos Atos. encontra-se 2 3 9 nota; 13.46 nota).
muitas vezes, como aqui. essa notação de uma espécie dc neces­ j. Esse termo remete a suscitará da citação feita cm 3.22; mas
sidade (cf. Lc 2.49: 4.43: 9.22 etc.): tal acontecimento deve o verbo significa também ressuscitar; seria preciso poder tradu­
acontecer, é necessário que tal homem faça tal coisa. Aqui ou zir: Deus primeiramente suscitou e ressuscitou...
ali. esta necessidade decorro dc um ensinamento dc Jesus (2035; k. A conversão (cf. 3.19) seria assim um dom de Deus (cf. 531;
cf. 14.22). mais geralmente. porém. ela se liga diretamente ao 1036: 11.18 etc.) e do seu Servo. Mas poderia traduzir-se também:
plano de Deus (cf. 2.23 nota) anunciado pela Escritura (1 ,16.20: ... para abençoar cada um de vós. se se desviar das suas más ações.
173), revelado atualmente a certos homens (9.6.16; 19.21; 23.11; I. Os saduceus. não crendo na ressurreição geral (cf. 23.6 nota),
27.24), ou conhecido pela fe' e na fe' (5.29; 4.12; 1630). não podiam admitir a ressurreição particular e privilegiada dc
d. Sem que se possa excluir a idéia de uma restauração cós­ Jesus (26.23 nota).
mica (cf. 2Pd 3.13: Ap 21.1-5). as perspectivas se limitam antes, m. Este v. é uma espécie de parêntese; pode-se também com­
aqui como em 3.25. a Israel. Tudo deve designar a realeza da- preender que o número de membros da comunidade passou para
vfdica (cf. 1.6; Lc 1.69) e o povo disperso, cujo restabelecimen­ cerca de cinco mil pessoas (cf. 2,41 nota).
to os profetas anunciaram (cf. Mt 17.11). n. O nome de Jesus situar-se-á no centro do debate (ver 3.16
e. Citação compósita (Dt I8.l5.l8s.; Lv 2329). Jesus aparece nota).
intim ados hoje a dizer por que m eio este diante de quem qu er que s e ja ." ‘"Então
hom em se acha curado". l6S a b e i, portan­ m andaram cham a'-los d e n o v o , e proibi­
to, vós todos e todo o p o vo de Israel: e' ram -nos form alm ente de pronunciar ou
2.22 pelo nom e dc Je su s C risto , o N azoreu. en sinar o nom e de Jesu s*. '•M a s Pedro e 5.2*
2 .2 3 -24 : c ru c ific a d o po r v ó s . re ssu sc ita d o do s Jo ã o lhes replicaram : “ O qu e e' m ais ju s ­
M 5 w m ortos P ° r D eu s! É g raç as a e le p que to aos o lh o s d e D eu s: escu tar-vo s a v ó s? 5-w
i3.2H-.io este hom em se acha a í, diante de v ó s, ou escu tar a D eu s? A v ó s , cabe ju lg a r!
3.16 curad o! " E le c a ped ra que v ó s, os cons-“ Q uanto a nós. é certo que não podem os u 7 .22 :

Rm yV?- tratores, tínheis rejeitado e que se tor- c a la r o que vim o s e o u v im o s* ". 2lC o m 10-24
11111; nou a pedra angular*. l2N âo ha' nenhum a ren o vad as am eaças, não achan do com o
m
mi 2i.427i sa ilv aç -ao . a nao
- I r
ser n e le'; pois nao ha sob •- castiga'-los.
u - u
eles o s soltaram , por cau sa
o ce'u nenhum outro nom e o ferecid o aos do po vo: p o is todo m undo rendia gló ria u 19.4X
h o m en s, qu e s e ja n ecessa'rio à n o ssa a D eus* pelo que tinha acon tecid o . 2J0
sa lv a ç ã o '” .''V e n d o a c o n vic ção 1 de P e­ hom em que fora b en eficiad o co m esta
dro e de Jo ã o c ap ercebend o-se dc que cura m ilagro sa tinha, co m e fe ito , m ais
u - 10 .2 1 : se tratava de hom ens sem instrução, ho- de quarenta anos.
icor 14.23: mens do p o vo . e stav am surpresos. R e c o ­
n h ecen do qu e eram c o m p an h eiro s de A comunidade em oração. “ D ep o is dc
Jc s u s. l4o lh avam para o hom em que e s ­ so lto s. Pedro e Jo ã o fo ram ter com os
tava perto d e le s, cu rad o, e não achavam seus com pan heiros e lhes contaram tudo
u 21.15 o que replicar. o que o s sum os sacerd otes e o s an ciãos
l!D eram portanto ordem dc fazê-lo s sair lhes h aviam dito. ME le s o s escu taram ;
Jo ii.47s do Sine'drio, e delib eraram . '‘ "Q u e v a ­ d ep o is to d os, unân im es, d irigiram -se a
m os fa ze r co m e ssa g e n te ? ", d iziam eles. D eu s nestes tcrm osy: “ Sen h o r, é s tu que 14. 15:
“ Dc fato . e le s são realm ente autores de criaste o céu, a terra, o m ar e tudo o que n
í?-?4; ,
Sl 140.6:
um m ilagre evid ente: a c o isa c' m an ifesta eles contêm, “ tu que puseste pelo E spí- Nc 9.6:
a toda a popu lação de Jcru sale'm . e nós rito Santo essas palavras na boca de nosso Ap l4'7
não p o d e m o s n e g á -lo . l7E n tre ta n to . é pai D a v id , teu serv o ”:
preciso lim itar suas con seq ü ên cias entre P o r que esses estrondos das nações
o povo: vam os portanto am eaça'-los. para e esses vãos em preendim entos dos
que não m en cionem m ais e s se nom e" povos?

o. Isto é. curado, mus esta cura é a imagem, se nào o sinal, da v. De preferência a: de ensinar em nome dc Jesus.
salvação (4.12 nola); cf. 14.9; 3.16 nola; Lc 8 3 6 nola. w. Os apóstolos viram e ouviram Jesus antes ( 12 2 nota: 1039)
p. Graças ao Nome ou graças a Jesus, o que é a mesma coisa e depois (1 3 : 10.41 s.) da sua morte; e eles creram. O que não
(3,16 nota), podem calar, enquanto testemunhas (1,22 nota), é. no meio e
q. Sl 118.22: ver Lc 20.17 nola. acima de tudo. a fé que eles têm cm Jesus ressuscitado e salva­
r. Frase ausenie cm algumas testemunhas. dor (4.10-12).
.1 . Lit. em (ou /x>r meio de) quem é preciso que sejamos sal- x. Como Lucas (2.20 nota), os Atos falam de bom grado em
wij. So Jesus é Salvador (531: 13.23). A salvação anunciada louvar, gloriftear etc.. a Deus. Ao louvor da primeira comuni­
(2.21; 13.47) e preílgurada no AT (cf. 7.25) será a questão cen­ dade (2.47) sc ajunta em breve o do enfermo curado (33-9),
tral da crise narrada cm At 15 (15.1.11); ela era proclamada pela depois o de Comclio (10.46) e de outros pagàos (13.48: cf.
pregação apostólica (11.14; 13.26). que lhe abria o caminho 19.17). A primeira comunidade glorifica a Deus por essas con­
(16.17: cf. 9,2 nota) para iodos os homens (13,47). mediante a versões (11,18; 21.20). porque ela reconhece nelas a sua inter­
fé (I630s.): cf. 15.1 nola e 15.7 nota. venção; o louvor pleno supõe. com efeito, a fé (cf. 13.48) que
t. Este substantivo (como também o verbo que o origina) de­ discerne a ação de Deus na trama da história (em contraposição:
signa u prmeza. ao mesmo tempo interior e visível, que carac­ 12.23).
teriza de um extremo (2.29) ao outro (2831) dos Atos. a prega­ y . Os Atos só apresentam poucos exemplos de orações
ção apostólica, mesmo nas situações difíceis. Fundada em Deus. cristãs: duas se dirigem a Deus ( 1.24s.; 4,24-30). e dois bre­
no Nome. no Senhor, cuja presença é manifestada pelos sinais e ves apelos são dirigidos ao Senhor Jesus (7,59s.). As duas
prodígios que acompanham a pregação (4.29s.3l; 9.27s.; 143). orações a Deus tem a mesma estrutura fundamental: interpe­
essa firmeza aparece como um aspecto da fé. lam a Deus numa fórmula mais ou menos desenvolvida ( 1.24a;
u. Dc preferência a: para que eles nào falem nuiis neste nome. 4.24-28). depois exprimem o objeto do pedido que lhe diri­
O que vai ser proibido aos apóstolos é falar do Nome. isto é. de gem (1 ,24b-25; 4.28-30).
Je>us e de Jesus ressuscitado (cf. 3.16. nota). z. Sl 2.1-2 (cf. Sl 2.7 cm 1333 e Lc 3J22).
26 Os reis da terra se aliaram u m a gran d e g ra ç a o p e r a v a em tod os
e os chefes se reuniram e lc s ^ N in g u é m , entrc e le s , era in d igen ­
para agirem como um só contra o te: com e feito , o s que p ossu íam terrenos
Senhor e contra o seu Ungido'. ou c asas os v en d iam , traziam o preçoh
” S im , eles se reuniram verd adeiram en­ dos bens que haviam ced id o 35e o dep o ­
te 23.12 te nesta cid adc. H erodes e Pôn cio Pilatos, sitavam aos pés do s ap ósto lo s. C ad a um 2 .4 5

u 18.32; com as nações e os povos de Israel1’ . recebia um a parte, segu ndo suas n e ces­
23.13.23 clmtru Jesu s, teu santo servid o r, que tu sid ades.
tinhas ungido. “ A s s im , realizaram todos •'‘ A ssim Jo s é , cogn om in ad o p elos ap ó s­
2.23; 3.18. , , .
13.27 .29 . o s d esígn io s que tua m ao e tua vontade tolos B arn ab é' — o que s ig n ific a hom em
U ! a haviam determ inado. 2,E ago ra. Sen hor, da c o n so la ção — , possu ía um terreno.
u- 7.30 sê atento às suas am e aça s, e con ced e aos Era levita oriundo de C h ip re. J7E le v e n ­
teus servo s que anunciem a tua P alavra deu o seu terreno, trouxe a im portância1
com inteira segu ran ça '. “ Esten d e, po is, a e a depositou aos pés dos apóstolos.
m ão para que se produzam cu ras, sinais ., ‘U m hom em cham ad o A n an ias ven-
c pro dígiosd pelo nom e de Je s u s , teu san ­ ” deu um a propried ade, de acordo com
to se rv o ” . -MN o fim da sua o ra ção , o lo ­ S a fira , sua m ulher: 2d ep o is. em co n iv ê n ­
cal em que estavam reunidos foi abala- c ia com e la , reteve1 um a parte do preço,
2 . 1 -4 ;
do ; todos ficaram repletos do E spírito trouxe o resto e o depositou aos pés dos
10.44 46 5 ant0\ c p ro clam av am com firm eza a ap ósto lo s. J M as Pedro disse: “ A n an ias,
palavra de D eus. por que Satan ás encheu o teu co ração ? Lc 2 2 3
M en tiste ao E sp írito San to 1 c retiveste
A p a rtilh a d o s h e n s, B a rn a b é , A nanias um a parte do p reço do terreno. 4N ão
e S a fira '.32A m ultidão daqueles que ti- podias gu ard á-lo , sem o ven d er, o u , se 0

2 .4 2 nham abraçado a fé tinha um só c o ra­ v e n d e sse s, d isp o r do preço a teu bel-


ção e uma só alm a e ninguém con si- -p razer"'? C o m o é que esse projeto pôde
u 18 .2 8 d e ra v a c o m o p ro p rie d a d e su a alg u m nascer cm teu c o ra ç ã o ? N ão foi aos ho­
bem seu; pelo con trário, punham tudo mens que m entiste, foi a D eus” . sA o o uvir
2 .4 4 cm com um . “ U m grande poder a ssin a­ e ssa s p a lav ra s. A n an ias tom bou e e x p i­
lava o testem unho prestado pelos após- rou. U m grande tem or se apoderou de 2 .4 3 ; 5,11

2.36 tolos ã ressu rreição do Sen h o r Je su s , c todos o s que fic ava m sabendo d isso . 6Os

a. Ou: contra o seu Cristo, mas a reiteração de ungido no v. Deus que opera os sinais e prodígios (cf. 3,2 nota); do mesmo
27 convida a (raduzir aqui o grego khristós (= ungido) em vez modo a grande graça provavelmente nào é graça humana (= a
de o transladar cm Cristo. No salmo sc tratava da unção dos reis simpatia do povo, cf. 2.47?; 5,13). mas a graça de Deus que
de Israel, que aparece agoru como uma prefiguruçào da unção dc apóia a pregação apostólica (4,30; 6.8; 11.23; 14.26; 15,40).
Jesus (cf. 10.38). h. Ou talvez: recebiam o preço (cf. 4_37 nota).
b. Herodes. Pilotos e os chefes dc Israel (cf. 4,5) parecem i. Primeira menção a uma figura notável da primeira comuni­
identificados com os reis e os chefes do Sl 2 2 (4.26). As nações dade (l 1.22). Qualificado, mais adiante, de apóstolo (14,4 nota),
c os povos do salmo visavam unicamente às nações pagãs, que Barnabé soube descobrir e apoiar Paulo (9.27; 11,25; 13-14),
sào sem dúvida visadas aqui unicamente por as nações. cujas idéias missionárias ele compartilhava (15,2.12: cf. ICor
c. Cf. 4,13 nota. 9.6). embora não compartilhasse da opinião a respeito dc Mar­
d. Como Deus já fizera para Jesus (2.22 nota; cf. 3,2 nota). cos (1535-39).
e. Esta efusão do Espírito evoca Pentecostes (2.1-4): o Espí­ j. Ou talvez: recebeu a importância desta venda (cf. 4 3 4 nota).
rito está sempre presente na Igi*cja (cf. 10.46 nota). k. O mesmo verbo assinala a culpa de Acà (Js 7,1). Nos dois
f. O segundo sumário dos Atos (4.32*35, cf. 2.42 nota) intro­ episódios, os temas do extermínio dos culpados c da intimidação
duz uma breve notícia sobre Barnabc (4,36-37) e o episódio de do grupo estão ligados de maneira análoga.
Ananias e Safira (5.1-11). O lema central deste pequeno conjun­ I. A expressão mentir ao Espírito Santo não tem paralelos
to literário (4.32-5,11) é a comunhão dc bens (cf. Lc 12,33; exatos (cf. v. 4 nota). Mas em Qumran. a mentira a respeito dos
18,22; Jo 12.6). Voluntária (5.4). e nào imposta, como cm bens (cf. 4 3 2 nota) é a primeira falta comunitária sancionada
Qumran. esta entrega dos bens para uso da comunidade nâo era. pela Regra.
portanto, tão generalizada quanto o diz o sumário (4.32.34). m. Pór os bens cm comum era. portanto, um gesto livre (cf.
g. Estranho ao tema central do sumário (4,32 nota), este v. 4 3 2 nota). A culpa dos esposos é uma mentira, tanto mais grave
poderia ser um acréscimo rcdacional (cf. 2.42 nota). O grande porquanto afeta um domínk) no qual o Espírito intervém (cf. v.
poder não é provavelmente o dos apóstolos (cf. 3,12), mas o de 3 nota; v. 9 nota: Lc 12.10 nota).
jovens vieram então sepultar o corpo, e tidão acorria tam bém das localidades
o levaram para enterrar. vizinhas de Jerusalém , trazendo doentes
7Passaram cerca de três horas; sua mu­ e pessoas ato rm en tad as por esp írito s lc 6 . iv

lher entrou, sem saber o que acontecera. impuros, e todos eram curados.
"Pedro a interpelou: ‘'D izc-m e, o terreno,
foi mesmo por este preço que o vendes- P risão e lib ertação dos apóstolos. l7Nes-
tcs?" Ela disse: “Sim , foi mesmo por este se ínterim, o Sum o Sacerdote e todo o
preço!" ''Então Pedro prosseguiu: “Como seu grupo — tratava-se do partido dos
pudestes pôr-vos dc acordo para provo- saduceus* — ficaram tom ados de furor;
15 .10 car o E spírito do Senhor"? Escuta, os '"mandaram prender os apóstolos e os
passos dos que acabam de enterrar o teu lançaram publicamente na cadeia". l9Mas,
marido estão à porta; eles vão te levar, a durante a noite, o anjo do Senhor' abriu
ti tambe'm". '“Imediatamente ela tombou as portas da prisão, fê-los sair, e lhes
aos pés de Pedro, e expirou. Ao entra­ disse: ^ ‘Idc, ficai no T em p lo , e lá,
rem , os jovens a encontraram morta, e a anunciai ao povo todas essas palavras dc
levaram para a enterrar ju n to de seu vida"!" 2lEles o escutaram , e, desde o 3.i5: n.m:
marido. "U m grande tem or se apoderou despontar do dia, foram ao Tem plo e ali ,3-4*-4*
então de toda a Igreja” e dc todos os que ensinavam . 4J
souberam do acontecido. O Sumo Sacerdote chegou; ele e seus
assessores convocaram o Sinédrio, as­
M ilagres dos apóstolosp. l2M uitos sinais sembléia plenária' dos israelitas, e man­
e prodígios se realizavam entre o povo daram procurar os apóstolos na prisão.
pela m ão dos apóstolos. T o d o s p er­ “ Mas os guardas, chegando lá, não os
maneciam11. unânim es, sob o pórtico de acharam no cárcere. Voltando relataram
jo m.2J Salom ão, ^m as ningue'm mais ousava o seguinte: “ “ Nós encontramos a prisão
juntar-se a eles; o povo no entanto os cuidadosamente fechada, e as sentinelas
elogiava, ,4e multidões cada vez mais diante das portas; mas quando abrimos
numerosas de homens e mulheres ade­ nâo acham os ninguém d en tro ” . 24Ao
riam ao Senhor, pela fér. l5Chegavam a anúncio desta nova, o com andante do
expor os doentes nas ruas, acomodando- Tem plo e os sum os sacerdotes ficaram
-os em cam as ou em padiolas, a fim de perplexos a respeito dos apóstolos, per­
que à passagem dc Pedro, ao menos sua guntando-se o que teria acontecido. “ Mas
som bra caísse em algum deles*. I4A m ul­ alguém veio lhes anunciar: “Eis que os

n. Ainda aqui. o Espírito Jo Senhor 6 personificado (cf. w . 3 q. Os fiéis e não mais unicamente os apóstolos,
e 32). Provocado pela mentira, ele reage com o rigor e a rapidez r. Melhor do que; se ajuntavam (à comunidade) crendo no
dc um poder eminentemente presente e ativo na vida da comu­ Senhor (cf. 11.24). Juntando-se à comunidade, é ao Senhor que
nidade. se ajuntam: o que sugere uma espécie de identificação entre o
o« Aparição do termo Igreja, que designara' doravante a reu­ Senhor e os seus (cf. 9 5 nota),
nião dos crentes num determinado lugar, ou o grupo que eles s. Cf. Paulo em 19.11-12.
consMucm em uma localidade, ou mesmo um conjunto de co­ t. Os saduceus, mais que os fariseus, formavam um verdadei­
munidades (931 nota; 11.26 nota; 20,28 nota). No mundo gre­ ro partido, muito influente e particularmente hostil aos discípu­
go. ekklésia designava a assembléia deliberativa dos cidadãos; los dc Jesus (cf. 4 2 nota).
no vocabulário bíblico, a assemble'ia do povo de Israel, particu­ u. Ou: na cadeia pública, o que indicaria um modo dc deten­
larmente no deserto (cf. 7 3 8 nota). É notável que o autor m5 ção mais severo do que em 4 3 .
empregue o termo Igreja depois dc ter caracterizado o agrupa­ v. Melhor de que; um anjo do Senhor. A expressão designa,
mento dos primeiros discípulos de Jerusalém como uma comu­ no AT. o enviado de Deus. a personificação de sua intervenção
nhão. nascida do testemunho apostólico, voltada para a fé no particular em favor do seu povo (ver 23.8 nola).
Ressuscitado, e animada pelo Espirito Santo. w. Lit. todas as palavras desta vida. Forma gramatical análo­
p. Terceiro sumário (cf. 2,42 nola); o seu tema dominante é a ga encontra-se em 13.26. resumindo o objetivo essencial visado
atividade milagrosa dos apóstolos. Esse tema (cf. 2.43; 4 3 3 ) pela pregação apostólica.
corresponde à oração de 4 3 0 . Os vv. 12b e 14 lembram o tema x. O uso deste termo {gerousia: assembléia de anciãos, sena­
do primeiro sumário e rompem o encadeamento lógico entre 12a do). ünico no NT. mas freqüente no grego, visa certamente a
e 15-16. fazer leitores não-judeus compreenderem o que era o Sinédrio.
hom ens que tín h eis lan çado na prisão c a so d esses hom ens. '4H;Í algu m tem po
estão no T em p lo e instruem o p o v o !" surgiu T e u d a s'; e le pretendia ser alg u ém , x.9
“ E n tã o o c o m an d an te partiu co m o s e tinha reunido cerca de qu atrocentos
guardas para trazer os apóstolos, sem vio ­ hom ens; e le . foi m orto, todos o s que o
lên cia to d avia, pois tem iam ser ap edreja­ tinham seguido debandaram e não sobrou
d o s pelo povo’ . nada. ,7D ep ois. surgiu Ju d a s , o G a lile u r,
2,T ro u xeram -n o s, p o is, apresentaram - na épo ca do recenseam ento; e le subleva-
-nos ao Sine'drio, e o S u m o Sacerd o te os ra gen te para seg u i-lo ; tam bem ele pere­
4,ix interrogou: “ “ N ó s v o s tínham os fo rm al­ c e u , e todos o s que o haviam segu id o se
mente proibido, d isse -lh es, de ensinar e s ­ dispersaram . •'“Então eu v o s d igo: não vos
se nom e, e eis que en chestes Jeru salém ocu peis m ais com esses hom ens, e d eixai-
com vossa doutrina; q u ereis fazer recair -o s ir em bora! P o is, se é d o s hom ens que
2 .M so b re nós o sa n g u e d e s s e h o m e m '? ” vem o propósito ou o em preendim ento
4.i9 NM as Pedro e os apóstolos responderam *: d e le s, desaparecera' por si m esm o; **se é u- 20.4

“ E preciso o b ed ecer antes a D eus do que d e D eu s, não podereis fa zê-lo s desap are­
aos hom ens. “ O D eu s do s n o sso s pais c e r. N ã o v o s arrisq u eis a v e r-v o s em
IO..W: ressuscitou Je s u s , que v ó s m atastes sus- contenda com D eu s!” m c 719
c n is- Pcnc*cndo-o no m adeiro. 3lFo i a ele que A ced e n d o ao seu parecer. 4ücham aram
De 21.23 D eus exaltou por sua destra com o Prín- dc n o vo o s ap ósto lo s, m andaram açoita'-
2.33: 3.19; ç j- g c S a lva d o r, para co n ferir a Israel a -los co m varas e , dep ois de intima'-los a
10.36: II.ix r *
con versão e o perdão do s pecados . N ó s não m ais pronunciarem o nom e de Je su s
som os testem unhas d esses acontecim en- soltaram -nos. 4lO s ap óstolos deixaram o
i5.2x tos, nós e o E sp irito San to que D eu s con­ S in é d rio . feliz es por terem sid o achados
cedeu aos que lhe obedecem *” . d ig n o s d e so fre r u ltrajes pelo N om e*. 21.13:

■'•'Exasperados por e ssa s p a lav ra s, eles 42C ad a d ia, no T em p lo com o nas c a sa s. y ^ 74' l3:
projetavam m atá-los. MM as um hom em nâo c e ssa v a m de en sinar e anunciar a
se levantou no S in éd rio ; era um fariseu boa n o va de Je s u s M essiash.
cham ado G a m a lic ld, doutor d a L ei esti­
m ado por todo o p o v o . E le ordenou que n A in s titu iç ã o d o s S e t e 1. 'N aq u eles
fizessem sair, por um instante, o s acu sa­ ® d ia s. o num ero de d iscíp u lo s1 aum en­
do s, ,5dcpo is d eclarou : "Is ra e lita s , tomai ta v a . c o s helenistas se puseram a recla- 9 .29 : 11.20

muito cuidado com o qu e ides fazer no m ar contra os hcbrcusk. porque as suas

y. Melhor do que: não os apedreje: não é possível tratar-se de de que traia Lc 2 2 nota. Essa insurreição deu inicio ao movimento
um apedrejamento formal. zelote (que não acabou logo. como Gamaiiel parece dizer).
z. Isto é: tomar-nos responsáveis pela sua morte (cf. Ml 27.25; g. Isto é. por Jesus glorificado. O Nome era um upeiativo que
At 18.6 nota). os judeus reservavam a Deus; designar assim Jesus era uma
a. Os vv. 29-32 são um breve resumo da pregação apostólica, maneira dc dizer que ele era o Senhor (cf. 2 3 6 nota: 3.16 nota).
voltada para a proclamação essencial (cf. 2.14 nota). h. Ou: de anunciar esta boa nova: que Jesus era o Messias.
b. Ainda aqui a missão de Jesus Salvador pareceria limitar-se i. A instituição dos Sete (6,1-7). a história de Estêvão e a
a Israel (cf. 3 2 5 nota; 2.39 nota). perseguição que se !he seguiu (6.8-S.4) constituem um ponto de
c. Trata-se da obediência à vontade de Deus (2.23 nota) que transição no plano do livro: partindo de Jerusalém, o Evangelho
é constituída pela própria fé (cf. 2 3 8 ). acabará sendo anunciado aos pagãos (cf. 6.1 nota).
d. O que nós sabemos de Gumuliei, mestre de Saulo de Tarso j. Discípulos: um dos nomes pelos quais os cristãos se desig­
(2 2 3 ). corresponde bem à intervenção que vai seguir: era um nam entre si (cf. 11.26 nota) e que aparece aqui pela primeira
fariseu de tendência liberal na interpretação da Lei. vez; o seu uso se estenderá para além do seu quadro original
e. Segundo o historiador judeu. Josefo. Teudas se dizia profeta palestinensc (cf. 9.1.26; 16.1; 18.23).
e prometia aos seus partidários fazê-los passar o Jordão a pé k. Essa distinção entre hebreus e helenistas parece ser o refle­
enxuto, como Josué, o libertador da Terra prometida. Os Alos xo. no interior da comunidade, de uma situação característica do
situam a breve atividade de Teudas antes do recenseamento (v. judaísmo em Jerusalém (cf. 9 2 9 nota). Sendo os Atos o único
37). num passado ja antigo (Lc 2 2 nota), enquanto Josefo a documento que fala desses dois grupos, é difícil saber exatamen­
situa, sem duvida por engano, em 44-46. te o que os disiinguia. O lugar do nascimento — na Palestina
f. Atestada igualmente por Josefo. a insurreição chefiada por para os hebreus. fora da Palestina para os helenistas — devia ser
Judas, o Galileu. foi provocada diretamente pelo rccenseamcnto um critério determinante, sem ser indispensa'vel: Paulo, nascido
v iú v a s eram e sq u ecid as no s e rv iç o coti­ prodígios e sin ais no táveis entre o p o v o . 5.12
4.35
diano1. *Os D o zemcon vo caram então a as- ’ M a s , nesse ínterim , gente da sin ago ga
sem ble'ia plena'ria” dos d iscíp u lo s e d isse ­ dita do s L ib e rto s1, com gente de C ire n e ,
Ex I*. 17-23 ram : “ N ão conve'm que nós descu id em o s dc A le x a n d ria , da C ilíc ia e d a A s ia , c o ­
a P a lav ra d c D eu s por cau sa do serv iço m eçaram a d is c u tir c o m E s tê v ã o ,0e ,
d as m esas". 3Procu rai an tes, entre v ó s, com o eram in cap azes de se o p o r à sa- u 21.15
10.22; 16.2: irm ãos, sete hom ens de boa repu tação, bedoria e ao E sp írito qu e d istin gu iam
22.12
U 2.40
repletos do E sp írito c dc sab ed o ria , e nós suas p a lav ra s, "su b o rn ara m hom ens para
o s en carregarem o s desta fu n ção . Q u a n ­ d izer: “ N ó s o o u v im o s pronunciar p a la ­
to a nós. continuarem os a assegurar a o ra­ vras b lasfem ató rias contra M o isé s e c o n ­
2.42: 20.24: ção e o serviço da P a lav ra ". 5Esta propo­ tra D eu s” . “ A m otin aram o p o v o , o s an ­
2 1.19
sição foi aceita por toda a assem b lcia: c iã o s e o s e sc rib a s, ap o d eraram -se de
escolheram E stev ão , hom em cheio d e fé e E stê v ã o inopinadam ente e o conduziram
do Espírito Santo, Filip e, Prócoro, Nicanor. a o S in é d rio . °L a ', ap resen taram fa ls a s
2.11 T im on . Pa'rm en as,e N icolau p.prosélito de testem unhas11 qu e d iziam : “ E ste hom em
Antioquia; ‘ apresentaram -nos aos apósto­ não c e ss a d e p ro fe rir p a la v ra s h o stis
Nm 27,1 «-20 los, oraram e lhes im puseram as m ãos11. contra o L u g a r santo e contra a L e i '; l4de
7A palavra dc D eu s c re sc ia , e o núm ero fato . nós o o u vim o s d izer qu e e sse Je s u s ,
2.41 dos d iscíp u lo s aum entava c o n sid erav el­ o N azo reu , destruiria este L u g a r e m uda- 2.22
mente em Je ru salé m ; um a m ultidão de ria as norm as que M o isés nos transm i­
sa ce rd o te s'o b e d e c ia à fé. tiu ". ,5T o d o s o s que estavam assentados
no Sin éd rio tinham o s o lh o s fitos n e le. e
A tiv id a d e s c p r is ã o d e K s tc v ã o . "E stê ­ viram o seu rosto com o o rosto de um
vão*, c h eio de g raça e de poder, op erava an jo” .

em Tarso, formado em Jerusalém, pode dizer-se hebreu (2Cor deles. Mas isso não é indiscutível: se os Sete tinham sobretudo
11.22; Fl 3 3 ). Um segundo critério era certamente a língua ma­ uma função de arbitragem, eles deviam contar, em seu grupo,
terna ou ao menos usual — aramaico ou grego —. juntamente helenistas e hebreus. podendo estes últimos ocasionalmente ter
com a Bíblia — hebraica ou grega — que se lia correntemente. nomes ou apelidos gregos.
Enfim e sobretudo, os helenistas deviam ser em genil muito q. Ou: que oraram e lhes impuseram. . . O gesto da imposição
mais abertos do que os hebreus em sua maneira de compreender das mãos intervém muitas vezes nos Atos: aqui para a entrada
e viver o judaísmo ou. eventualmente, a sua fe* cristã (cf. nota em utn serviço comunitário; alhures para o dom do Espírito que
seguinte; 6.8 nota). segue o batismo (8.17; cf. 19.6; cf. 9.17). para uma cura (9,12.17:
I. Esse conflito vai ser resolvido pela instituição de uma 28.8) ou para um envio em missão (13.3).
diaconia. de um serviço das mesas (v. 2 nota) — onde o autor r. Havia milhares deles em Jerusalém,
talvez veja a origem dos diácoiu>s (Fl 1,1) — que sc distingue s. Primeiro nomeado dos Sete (v. 5). Estêvão é aqui objeto de
do serviço apostólico da oraçào e da Palavra (v. 4). Na realida­ uma noticia, cuja extensão (6 .8 -8 2 ) e conteúdo (v. 13 nota)
de. esse conflito banal correspondia provavelmente a tensòes manifestam a importância que o autor dos Atos lhe atribui. A
internas da comunidade, bastante graves para serem percebidas sua atitude para com o Templo e a Lei (v. 13 nota) e a sua
do exterior; ao que parece, sào os cristãos helenisuis que. iui interpretação da história de Israel 0 2 nota) mostram que ele era
linha de Estêvão (6.8 nota), vão scr doravante o principal objeto muito provavelmente de origem helenística.
da hostilidade das autoridades judaicas dc Jerusalém (8.1 nota). t. Isto é. dos judeus libertos da escravidão, que fora o estado
Sào eles também, muito provavelmente, que. na linha de Filipe deles ou dos seus antepassados — judeus, por exemplo, que
(8.5 nota) — um dos Sete (v. 5) que. como Estêvão, passa do haviam sido levados como escravos por Pompeu em 63 a.C.
serviço das mesas para o serviço da Palavra —, vão levar o Este grupo, como provavelmente cada um dos seguintes, tinha
Evangelho para fora de Jerusalém e da Palestina, até os pagãos uma sinagoga particular em Jerusalém.
(11.19 nota; 11.20 nota). u. O episódio das falsas testemunhas (v. II) com as suas
m. Cf. 1.2 nota. acusações exageradas (cf. v. 13 nota) lembra o episódio análogo
n. té a Igreja enquanto assembléia dclibcrante (cf. v. 5; do processo de Jesus (Mt 26.61; Mc 14.58: cf. Jo 2.19). omitido
15.12.30). aliás em Lc. O resultado do processo de Estêvão reproduzirá
o. Esse serviço das mesas. exercido particularmente — supòe- igualmente a do processo de Jesus (7,56 nota; 7.59 nota).
■se — por ocasião das refeições com Eucaristia (2.42 nota), e v. Decerto Estêvão não era favorável ao Templo (7.48 nota);
que talvez comportasse a gestão dos bens postos em comum, mas ele qualificara a Lei de palavras de vida (7 3 8 nota), pro­
levava os apóstolos a sacrificarem um pouco a sua missão pri­ vavelmente sem a interpretar com o mesmo rigor que os seus
mordial: anunciar a Palavra. adversários. Paulo será objeto de acusações análogas (21,28).
p. Esses sete nomes são gregos; portanto é provável que os w. A narração propriamente dita do processo, suspensa com esta
Sete sejam todos helenistas. responsáveis e defensores do grupo notação, recomeçará cm 7.55. depois do discurso de Estêvão.
O discurso de Estevão. 'O Sumo Sa­
rj t o d o o E g i t o e e m C a n a ã : a angústia era

cerdote lhe perguntou: " É isso mes­ grande e os nossos pais não mais conse­
mo?” 2Estêvão respondeu'1: “ Irmãos c guiam se abastecer. l2Tendo sabido que
3.13: si 29.3
pais, escutai. O Deus da glória apareceu havia víveres no Egito. Jacó enviou para Gn 42.1-2
a nosso pai Abraão, quando ele estava lá os nossos pais uma primeira vez; ,Jna
na Mesopotâmia, antes de habitar em segunda, Jose' se fez reconhecer por seus Gn 45.3-4

Gn ii. Harran''. 3E d i s s e - l h e : D e i x a a t u a t e r r a irmãos, e a sua origem foi revelada ao Gn 45.16


31 12.1
- e a tu a f a m ília e v a i p a r a a te r r a q u e e u Faraó. l4Jose' mandou então buscar Jacó, Gn 45,
t e m o s t r a r . 4Abraão deixou então a terra seu pai, e todos os seus parentes, ao todo
g" 125 d °s caldcus para habitar em Harran. Dc setenta c cinco pessoas. ,5Jacó desceu
Ia", após a morte de seu pai. Deus o fez portanto para o Egito, e aí morreu, como Gn 46.5-6:
passar para esta terra que vós habitais tambe'm os nossos pais. “ Transportaram- 4'UJ
agora. 5Elc não lhe deu nenhuma pro- -nos para Siquc'm, e os depuseram no
di l í priedade nesta terra, nem sequer onde pôr sepulcro que Abraão havia comprado, a
o pé, mas prometeu dar-lhe a posse dela, preço de dinheiro, dos filhos de Emor,
a ele c à sua descendência depois dele, pai de Sique'm*.
Gn 12.7: embora Abraão não tivesse filho. ‘ E Deus l7“ Como se aproximasse o tempo em
'is']5» *a'ou assim: A s u a d e s c e n d ê n c i a h a b i t a ­ que devia realizar-se a promessa solene
r a ' e m t e r r a e s tr a n g e ir a , lu io d e r e d u z i- que Deus fizera a Abraão, o povo cres­
la á e s c r a v id ã o e a m a ltr a ta r ã o d u r a n te ceu e se multiplicou no Egito, ‘"ate o
q u a t r o c e n t o s a n o s . 1M a s a n a ç ã o d a q u a l advento dc um outro rei do Egito, que e * i .7 -k

e l e s f o r e m e s c r a v o s , e u a j u l g a r e i , diz não conhecera Jose'. l'*Perfidamentc, esse


Deus, e d e p o i s d i s s o e l e s s a i r ã o e m e p r e s - rei perseguiu a nossa etnia; sua malevo- ^ ,
6.13:2i.2h t a r ã o c u l t o n e s t e l u g a r 1.*Ele lhe deu a lência para com os pais chegou a ponto 10-11.2 2

Gn 17.10-14 aliança da circuncisão; e foi assim que. de mandá-los enjeitar seus recém-nasci-
tendo gerado Isaac. Abraão o circuncidou dos, para os impedir de viver. “ Foi nes- Ex 2.2.
Gn 2 i.4 no oitavo dia. Isaac fez o mesmo com se tempo que nasceu Moisés. Ele era belo ,lb 11-23
Jacó, e Jacó. com os doze patriarcas. aos olhos de Deus. Foi criado durante
Gn 3 7 .ii.2 8 'Com inveja de Jose', os patriarcas o três meses na casa dc seu pai 2lc, ao ser
venderam, a fim de que fosse levado para enjeitado, a filha de Faraó o recolheu e e i 2.3 -10
Gn 39. o Egito. Mas Deus estava com ele; "'li- o criou como seu próprio filho. “ Moisés
2.3.21.23 vr0U_0 ,je todas as suas angústias e c o n ­ foi iniciado em toda a sabedoria dos
c e d e u - l h e g r a ç a e sabedoria p e r a n t e egípcios\ e era poderoso em palavras c
si ift5.2i F a r a o , o r e i d o E g ito , q u e o c o n s titu iu em açõesc.
Gn 41.37-39 g o v e r n a d o r s o b r e o E g ito e s o b r e to d a a 2,“ Quando ele completou quarenta
Gn 41.54: su a c a sa . " O r a , s o b r e v e io u m a fo m e e m anosd, sobreveio-lhe a idéia de ir ter com
42.5
x . O discurso de Estêvão é o longo dos Atos; isso m ostra caso nào se trate aqui do lugar m isterioso de 7.49 (cf. 7.48 nota).
a su a im portância. Ele se apresenta com o um a retrospectiva da a . Var,: em Siquein. Este v. confunde a caverna dc M ac pela
história de Israel que, indo de A braão (vv. 1-8) a Salom ão e ao com prada por A braão (Gn 23.2*20) com o cam po com prado por
T em plo (vv. 46-49). deufm -se m uito particularm ente em M oisés Jacó em Siquém (G n 33.18-19). com o tam bém o sepultanicnto
(vv. 17-43). visivelmente apresentado com o figura prenunciadora de Jacó cm M acpeiu (Gn 50.7-13) com o d e Jo sé em Siquém (Js
dc Jesus (v. 25 nota). M as esta retrospectiva nào se contenta, 2 4 3 2 ). Esta confusão reflete um a tradição oral que poderia ser
co m o alhures a pregação apostólica (13.17-22; cf. 2.14 nota), sam arítana.
em lem brar os benefícios dc D eus. L ogo ela se transform a em b . T rata-se. provavelm ente, ainda aqui. de um a tradição ju d a i­
rcquisitòrio contra um Israel que sem pre resistiu ao Espirito Santo ca (cf. 2Tm 3.8): M oisés teria sido iniciado na legendária sab e­
( v . 5 1 ; c f . v v . 2 7 .3 5 .3 9 .4 2 .5 2 ) c c o n t r a um T e m p lo doria do Egito (cf. Is 19.11) que, para os contem porâneos de
supcrvalorizado (7.48 nota). Estêvão, com portava antes dc tudo a m agia e as ciência ocultas
y . Segundo G n 11 3 1. a aparição se situa em H arran. Estêvão (cf. ja Ex 7,11.12.22 etc.).
segue aq u i. com o num certo num ero de outros pontos da conti­ c . Esta afirm ação é análoga à do s discípulos d e Em aüs c o n c er­
nuação do d iscu rso, um a tradição cxtrubiblica testem unhada por nente a Jesus (Lc 24.19): sera' que M oisés com eça a ser ap resen ­
Fílon e Josefo. tado com o figura d o S alvador? (C f. v. 25 nota).
z. G n 15.13-14 e Ex 3.12; m as em vez de esta montanha. d . C f. v. 30. A tradição ju d aica dividia a vida de M oisés em
E stê \â o diz este lunar, isto é Jerusalém e o Tem plo (cf. 6.13.14), períodos de quarenta anos (cf. Ex 7.7; Dt 34,7).
seus irmãos, os israelitas. “ Vendo um do anjo que lhe aparecera na sarça. “ Foi
deles ser maltratado, tomou sua defesa e, ele que os fez sair do Egito, operando
para vingar o irmão maltratado, matou o prodígios e sinais1 na terra do Egito, no ex 7.3:
egípcio. “ Pensava dar a entender a seus mar Vermelho e no deserto, durante qua- n
'4'2I,:, „
Nm 14.33:
irmãos que. por sua mão. Deus lhes tra­ renta anos. ,7Foi ele, Moisés, que disse a i 2.22
zia a salvação'; mas eles não o compre­ aos israelitas: D e u s v o s s u s c i t a r á , d e n t r e
enderam. “ No dia seguinte ele foi vistor o s v o s so s ir m ã o s , u m p r o fe ta c o m o e u m.
Ex 2.13 . . . u • . .
intervir numa briga para tentar reconci­ JKEIe que, por ocasião da assembléia" no
liar os adversa'rios: ‘ Amigos, disse-lhes deserto, se mantinha entre os nossos pais
733;
ele, vós sois irmãos, por que vos maltra- e o anjo que lhe falava sobre o monte c i 3 .19-.
tais?" nMas aquele que maltratava o com­ Sinai0; foi ele que recebeu palavras de Hb 2,2
panheiro repeliu*Moise's, dizendo: ' Q u e m vidap para no-las dar. MMas os nossos ^ |IÍJ'7I,‘6:
i* 2.14 t e c o n s titu iu c h e fe e ju iz sobre n ós? pais não quiseram obedecer-lhe; eles o Rm .S: 10
u 1214 “ Q u e r e s m e m a ta r c o m o m a ta s te o n te m repeliram, e voltaram em pensamento
o e g í p c i o ? ’ 29A essas palavras, Moisés para o Egito. '"Com efeito, disseram a
Ex 2.15 fugiu e se refugiou no estrangeiro, na Aarão: ‘ F a z e - n o s d e u s e s q u e c a m i n h e m
terra de Madiã. onde teve dois filhos. à n o s s a fr e n te : p o is e s s e M o is é s , q u e n o s
Ex 3 . 1-2 ■'°“ Ao cabo de quarenta anos, u m a n j o f e z s a ir d a te r r a d o E g ito , n ã o s a b e m o s
lh e a p a r e c e u n o d e s e r to d o m o n te S in a i, o q u e f o i f e i t o d e l e ' * ’ . '"Moldaram um
MMoi-
n a c h a m a d e u m a s a r ç a a r d e n te . bezerro naqueles dias, ofereceram um ^ 32,4 6
Ex 3.4 sés, admirado com esta visão, quis apro­ sacrifício a esse ídolo e festejaram ale­
ximar-se para olhar; a voz do Senhor se gremente a obra de suas mãos. 42Então
fez ouvir: n ' E u s o u o D e u s d o s t e u s p a i s , Deus os entregou, por sua vez, ao culto
o D e u s d e A b r a ã o , d e Is a a c e d e J a c ( P '. do exército do ce'ur. como esta' escrito no
Muito trêmulo, Moisés não ousava mais livro dos profetas:
olhar. -,5Então o Senhor lhe disse: ' T i r a A c a s o m e o fe r e c e s te s v ítim a s e
a s s a n d á lia s d o s te u s p é s , p o is o lu g a r s a c r ifíc io s
o n d e e s t á s é u m a t e r r a s a n t a 1. M S i m , e u d u r a n te q u a r e n ta a n o s n o d e s e r to , c a s a
v i a m is é r ia d o m e u p o v o n o E g ito e o u v i d e Isr a e l?
E
o s e u g e m id o ; e u d e s c i p a r a lib e r tá -lo . ** V ó s t r a n s p o r t a s t e s a t e n d a d e M o l o c
agora, vai, eu quero enviar-te ao Egito1’ . e o a s tr o d o v o s s o d e u s R a ifa n ,
-,5"Esse Moisés, que haviam rejeitado e s s a s im a g e n s q u e v ó s fiz e s te s para
Ex 2.14 com estas palavras: Q u e m t e e s t a b e l e c e u as adorar.
c h e f e e j u i z ? , foi a ele que Deus enviou P o r iss o e u v o s d e p o r t a r e i 1x i r a
como chefe e libertador*, por intermédio a lé m de Babilônia*.

e . A cim a. Jesus fora apresentado com o o profeta sem elhante n . A lusão à convocação d o povo no d eserto em Ex 19.7-15
a M oises [3 .2 2 nota: c f. 7.3 7 ). Moisés apa re ce aqui com o (cf. Dt 9.10: 10.4). S en í q u e essa assembléia ou igreja prefigura
prefiguração de Jesus (cf. ja' no v. 22 nota): ele traz a salvação aqui a Igreja de Jerusalém ? (C f. 5 .1 1 nota.)
(v. 25). é ch efe, ju iz (cf. 10.42 nota) e libertador (vv. 27.35), o. Esse papel d c interm ediário ev o ca o d e Jesus (cf. v. 25
opera sinais e prodígios (v. 3 6 ). esta' situado entre D eus e os nota).
hom ens (v. 38) e sobretudo encontra a oposição de Israel (cf. v. p . I.it. palavras vivas. Essa fórm ula lem bra a q ue designa a
2 noía: v. 27 nota). pregação apostólica em 5.20. O seu em p reg o para falar d a lei
f. Lit. ele apareceu. D iscreta alusão às aparições do Ressus­ (cf. Lc 10.26-28) sublinha que as falsas testem unhas exagera­
citado? (Cf. v. 25 nota.) v am a o m e n o s a h o s tilid a d e d e E stê v ã o a re s p e ito d ela
g . Esse lem a voltará nos vv. 35 e 39: M oisés foi rejeitado (6.11.13.14).
com o Jesus (3.13.14); cf. v. 25 nota. q . Ex 32.1.23.
h . Ex 3.6. r . S ão os astros, ao cu lto dos q uais ainda alude a citação
i. Ex 3,5. seguinte.
j . Ex 3 3 .1 0 . s . Am 5.25-27, segundo 0 A T gr. Esta citação , um pouco
k .O u : redentor, com o Jesus (cf. Lc 1.68; 2.38): cf. v. 25 nota. m odificada por E stêvão, estigm atiza a idolatria persistente em
I. C om o Jesus (cf. 2.22 nota): cf. v. 25 nota. Israel e prepara a co n tinuação d o d iscu rso , voltada para 0 Lugar
m . Dt 18.15. C f. At 3.22 nota: 7.25 nota. santo (vv. 44-50).
■“ “ O s no sso s pais no deserto tinham a A p e d r e ja m c n t o d e E s t ê v ã o . S4E s s a s
nx 27.2i tenda do testem unho: aq uele que fa lav a p alavras o s exasp eraram , e eles rangiam
a M oise's prescrevera que ele a fizesse o s dentes contra E stê v ã o . 55M as este, re­
Ex 25.9.4(1: segundo o m odelo qu e vira. 450 s nossos pleto do E sp írito San to , fix a v a o s o lh o s
Mb K.J p ais. tendo-a receb id o , introduziram -na, no céu: viu a g ló ria de D eu s, e Je s u s , de
Js 2.V>. sob a d ireção de Josue'. na terra c o n q u is­ pé, à destra de D eu s. “ “ E is , d isse e le,
24. IS
tada às nações q u e D eu s exp u lso u dc que eu con tem plo o s céu s aberto s, e o
Js 3.14 -17 diante d eles; e la a í ficou até o s dias dc F ilh o do Homem-’ , d e p e . à d estra de
D avid . “ E ste encontrou g raça diante dc D e u s ". " E l e s so ltaram en tão gran d es
D eus e pediu o fa v o r d e disp o r d e uma g rito s, tapando o s o u v id o s. D ep o is, to­
2Sm 7,12-16 ; residência para o D eu s de Ja c ó 1. 47M as do s ju n to s, atirarain -sc contra e le . ?*ar-
Sl 132.1-5
IRs 6 .1.14 :
foi S a lo m ã o qu em lhe con struiu uma rastaram -no para fo ra d a cid a d e , e sc 14.19:
U- 4.29:
S. 19-20 c asa . * E no en tan to o A ltíss im o não puseram a ap ed rejá-lo. A s testem unhas
Mb 13 .12
17.24: 19.26: habita m an sões construídas pela m ão dos tinham deposto as v estes aos pés d e um Dt 17.7
Mc I4.5K:
Uh 9 .11.2 4
hom ens0. C o m o d iz o profeta; jo v e m c h a m a d o S a u l o '. s ,E n q u an to o
4VO céu é o meu trono ap e d re ja v a m , E s tê v ã o pronunciou esta
e a terra um escabeto sob meus pés. in vocação : "S e n h o r J c s u s , recebe o meu Lc 23.46:
Sl 31.6
Que casa me edificareis, diz o Senhor, e s p írito '!” “ D ep o is, dobrou o s jo e lh o s e
e qual será o lugar do meu repouso'/ soltou um grande grito: “ Sen hor, não lhes
50 Não foi, acaso, a minha mão que criou lev es em conta este p e c a d o !" E a essas
todas essas coisas'? p a lav ra s, m orreu1’ .
Ex 32.9:
33.3.5 ! l” H om ens d e dura c e rv iz , incircun ci­ q ‘O ra, S a u lo era um d o s que aprova-
Lv 26.41: sos dc co ração e dc o u v id o s, vós sem ­ vam este h o m icíd io .
Jr 9.26: 6.10
pre resistis ao E sp írito S a n to ", nisso vós
sois bem sem elh antes ao s vo sso s pais! A p r im e ir a p e r s e g u iç ã o d c u m a I g r e ­
2Cr 36.16: !J Q ual d o s p ro fe ta s v o s s o s p a is não j a . N aq u ele d ia ', rom peu contra a Igreja
Ml 23.34-35:
ITs 2.15 -16 p e rse g u ira m ? E le s c h e g a ra m a m atar de Jeru salém vio len ta persegu içãod. T o ­
o s que an u n ciav am , de an tem ão, a vinda d o s , c o m e x c e ç ã o d o s a p ó s to lo s ', se 11 .19

do Ju sto *.e sse m esm o que ago ra traístes dispersaram nas regiõ es d a Ju d éia e da
e assassin aste s! HV tís tín heis recebido a S a m aria . 2H om ens pied o so s sepultaram Gn 50 .10
Gl 3.19 lei p r o m u lg a d a p o r a n jo s e n ã o a E stê v ã o e fizeram por ele solene funeral. 22.4:
Mb 2.2 2 6 .10 -11:
o b se rv astes". •'Quanto a S a u lo . d e v a sta v a a Igreja; pe- ICor 15.9:
15 .10
Gl 1.13.2 3:
Fl 3.6

t. Outra variante antiga: pura a casa de Jacó. c. Os vv. lb-4 constituem uma transição para uma etapa capi­
u. \Ã\. feitas à nulo. Estêvão emprega aqui uma argumentação tai dos Atos (8.5-11,26): abandonando Jerusalém (cf. 1,8). o
que Paulo, na linha dos pregadores judeus, opora aos templos Evangelho vai passar de um lugar fxtra outro (8.4) e atingir
pagàos (17.24 nota) e aos ídolos (17.29 nota). Vê-se que a sua particularmente os samaritanos. com Filipe (8.5-40), depois os
atitude para com o Templo é, ao menos. muito reservada (cf. 7.7 pagãos em Cesareia. com Pedro (9 3 2 * 1 1.18). e cm Antioquia.
nola). com os helenistas (cf. 6.1 nota), enquanto o futuro apóstolo dos
v. ís 66.1-2. pagàos se converte e começa a pregar (9.1-30). A perseguição
w. Que falava por Moisés e os profetas (v. 52) e ainda fala favorece involutariamente essa "explosão** missionária (8.1 b.4)
pelos preg«>dores do Evangelho (cf. v. 55). que o autor parece ligar estreitamente ao martírio de Estêvão
x. Cf. 3,14 nota. (8,2). Saulo. o perseguidor, põe-se a caminho, sem o saber, para
y. Única menção deste titulo fora dos evangelhos, e dito por a sua conversão (8 3 ).
outro que Jesus: é manifestamente uma alusão a uma palavra de d. Pela primeira vez a palavra Igreja é seguida aqui dc uma
Jesus por ocasião do seu processo (Lc 22.69: cf. At 6.13 nota). determinação geognífica; pressente-se que outras igrejas locais
z. Os Atos recordarão esU» presença de Saulo à morte de Es­ vão ser fundadas (cf. 11.22; 13.1).
têvão (22.20: 26.10). sugerindo assim que este acontecimento e. Até aqui só tinham sido perseguidos Pedro c Joào (4,1-22;
deve ter marcado profundamente Paulo. 5.17-42). depois Estêvão. Agora, pela primeira vez. a persegui­
a. Aqui e no v. 60. as palavras de Estêvão, dirigidas a Jesus, ção atinge a Igreja, ou antes, parte da Igreja — muito provavel­
lembram duas palavras de Jesus na cruz que são próprias de mente os helenistas (6.1 nota). Os apóstolos designa aqui. sem
Lucas (\ jc 23.46.34). O primeiro martírio é apresentado como duvida, os apóstolos c os fiéis hebreus que. até nova ordem,
uma imitação da morte de Jesus (cf. 6.13 nota). ficam ao abrigo da perseguição por sua relativa fidelidade ao
b. Lit. ele adormeceu. judaísmo local.
nctrava nas casas e arrancava de lá ho­ Pedro e João. l5Ao chegarem , eles ora­
mens e mulheres e os lançava na prisão. ram pelos sam aritanos, a fim de que re­
‘Aqueles, no entanto, que haviam sido cebessem o Espírito Santo. l6Com efeito,
dispersos iam de um lugar para outro, o Espírito ainda não caíra sobre nenhum km* n.is
anunciando a boa nova da Palavra. deles; só tinham recebido o batismo no
nome do Senhor Jesus. 17Pedro c João se
A palavra dc I)cus cm Samaria. 5Foi puseram então a lhes impor as mãos‘e os
assim que Filipe', tendo descido a uma sam aritanos recebiam o Espírito Santo.
cidade da Samaria*. ali proclam ava o '"Mas Simão, quando viu que o Espíri­
C risto \ ‘As m ultidões, unânim es, ade­ to Santo era dado pela im posição das
riam às palavras dc Filipe, pois ouviam mãos dos apóstolos, ofereceu-lhcs dinhei­
falar dos milagres que fazia, e os viam. ro. l,-'Concedei-m e, disse, a mim tam­
7De fato. muitos espíritos impuros safam, bém, este poder, a fim dc que aqueles a
soltando grandes gritos, daqueles que quem eu im puser as m ãos recebam o
estavam possessos, e muitos paralíticos Espírito Santo” . “ Mas Pedro lhe repli­
e aleijados foram curados. “Houve uma cou: "Pereça o teu dinheiro, e tu com
grande alegria1nessa cidade. ele, por teres acreditado que podias com ­
’O ra. ja' vivia na cidade um homem prar com dinheiro o dom gratuito de
chamado Simão, que praticava a magia c Deus™. 21Não ha' para ti nem parte nem 26.ih:
mantinha maravilhada a população de herança no que se passa aqui, pois o teu
Samaria. Ele pretendia ser algue'm dc coração não é reto diante de Deus. “ Ar- si 78.37
5.36 im portância, l(Jc todos aderiam a ele, do rcpcnde-tc, portanto, da tua m aldade, e
menor ao maior. “Este homem , diziam, roga ao Senhor: o pensam ento que te
é o Poder de Deus que chamam o Gran- acudiu ao coração talvez te seja perdoa­
dei.” "Aderiam assim a ele porque os man­ do. "E u vejo que, de fato, esta's na amar­
tinha desde muito fascinados com seus gura do fel e nos vínculos da iniqüida- Dt 29.ik
sortilégios. l2Mas quando acreditaram em de” . 24E Simão, respondeu: “ Rogai vós
Filipe, que lhes anunciava a boa nova do mesmos ao Senhor em meu favor, para
Reinado de Deus e do nome de Jesus que não mc aconteça nada do que dis-
C risto \e le s recebiam o batismo, homens sestes".
e mulheres. '-'O próprio Simão. por sua “ Pedro e João. depois de terem dado
vez. sc tornou crente, recebeu o batismo testem unho c anunciado a palavra do
e não largava mais Filipe. Pois ao pre­ Senhor, voltaram para Jerusalém ; eles
senciar os grandes sinais e milagres que anunciavam a Boa Nova a numerosas al­
sc realizavam , ficara maravilhado. deias samaritanas.
l4Quando souberam que a Samaria aco-
i i.ii i7.i i Ihera a palavra de D eus, os apóstolos que Filipe e o cunuco etíopc. “ O anjo do
estavam cm Jerusalém enviaram para Ia' Senhor" dirigiu-se a Filipe: “ Dirige-te

f. Filipe, um dos Sete e portanto provavelmente um helenista nota. Trata-se da alegria dos tempos messiânicos, da alegria da
(6.5 nota), vai evangelizar (8.5.12.35.40) a Samaria (8.5-25) para salvação na fé.
a qual j;í se dirigia a atenção de Lc (9.52 nota), depois, apds o j. Simão era considerado uma emanação direta, e a mais ele­
batismo do eunuco etiope (8.25-39). outras cidades até Cesaréia vada. do poder mesmo de Deus.
(8.40). onde Paulo o encontraria um dia. revestido do bem-me- k. Cf. 3.16 noia.
reedo titulo de evangelista. (21.8). I. Cf. 6.6 nota: assim o Espirito Santo dado a Igreja de Jeru­
g. Sicar. por exemplo (Jo 4.5). ou alguma outra cidade. Al­ salém é comunicado aos samaritanos balizados, enquanto a mis­
guns mss. lêem: a cidade de Samaria: tratar-se-ia então dc são dc Filipe recebe de Pedro e João. enviados dos apóstolos (v.
Sc baste, a nova Samaria. conslnifdu por Herodes Magno. 14). o seu caráter plenamente apostólico.
h. Isto é. o Messias (2 3 6 nota), que os samaritanos também m. Na Idade Média, a palavra “simonia" designaria e conde­
esperavam (Jo 4.25). naria a compra das coisas santas a preço de dinheiro.
i. Como em Lc (1.14 nota), a alegria é freqüentemente mencio­ n. Cf. 23.8 nota. O anjo do Senhor sc toma o próprio Espírito
nada nos Atos: 5.41: 839: 11.23: 13.48.52: 15.3.31; cf. 20.7 nos vv. 29 e 39 (cf. 10.1 nota).
para o Sul“ à estrada que vai de Jerusa­ partindo deste texto",anunciou-lhe a boa L c 24.27

lém a Gaza; ela está deserta". 2,E Filipe nova de Jesus. “ Prosseguindo o cam i­
partiu imediatamente. Ora, um eunuco nho, chegaram a uma nascente d'água, e
etíope, alto funcionário de C andacep. o eunuco disse: “Eis aqui água. Que ini- io.47;
rainha da Etiópia, e administrador geral pede que eu receba o batismo?” *37*’ 5,Dcu 11,17
do seu tesouro, que fora a Jerusalém em ordem de parar o carro; ambos desceram
peregrinação11, “ voltava para casa; sen­ à água", Filipe e o eunuco, e Filipe o
tado em seu carro, lia o profeta Isaías. batizou. "Q u a n d o saíram da água, o
2,0 Espírito disse a Filipe: “Adianta-te e Espírito do Senhor arrebatou Filipe, o íRs 18.12

alcança aquele carro". '“Filipe correu eunuco não o viu mais, mas prosseguiu
para lá, ouviu o eunuco ler' o profeta o seu caminho com alegria1. “ Quanto a
Isaías e lhe disse: “Será que com preen­ Filipe, encontrou-se em A zo to .e de lá, ism 5 . 1-7
des verdadeiramente o que estás lendo?” anunciava a Boa Nova em todas as cida­
31“E como poderia cu compreender, res­ d es p or o n d e p assav a até c h e g a r a
pondeu ele, se não tenho guia?” E con­ C esareia’.
vidou Filipe a subir e sentar-se junto dele.
320 que ele estava lendo era esta passa­ q A vocação de S aulo'. ‘Saulo, que res-
gem da Escritura: p irava contínuas am eaças e m o r­
Como uma ovelha que se conduz ao ticínios contra os discípulos" do S e­
matadouro, nhor, foi 2pedir ao Sumo Sacerdote car- im< 15.

como um cordeiro mudo perante tas para as sinagogas de Damasco. Se lí^ 4:2g2,
aquele que o tosquia, encontrasse lá adeptos do C am inho11,
assim ele não ahre a boca, homens ou mulheres, ele os traria presos 8.3

33Na sua humilhação foi-lhe negada a Jerusalém.


justiça. 'Seguindo o seu cam inho, ele se apro­
A sua geração, quem a relatará? ximava dc Damasco, quando, dc repen­
Pois a sua vida é eliminada da terra'. te, uma luz vinda do céu o envolveu com 22 .6 .

■^Dirigindo-se a Filipe, o eunuco lhe o seu brilho. 4Caindo por terra, ouviu uma 9 I;
disse: “Por favor, de quem fala o profeta voz que lhe dizia: “Saul, Saulc, por que g i 1.1215

assim? Dc si mesmo ou de algum ou­ me persegues?” 5“Quem és tu, Senhor?”


tro?” '-'Filipe então tomou a palavra' c. perguntou ele. “Eu sou11 Jesus, é a mim

o. Lit. Ljevanta-ie e vai: scmiiismo que aparecerá novamcnlc caráter extraordinário desse desaparecimento.
cm 9.1 1. — Para o Sul. ou: por volta do meio-dia. Cf. 22.6. y. Onde Pedro viria (10.24-28) e onde Paulo se hospedaria em
p. Esse (ermo não é um nome próprio, mas um titulo que casa de Filipe (21.8).
designuva a rainha da Etiópia, como Faraó, o rei do Egito, 1.. Aqui começa o primeiro dos três relatos (9,1-19) que con­
q. Lit. para adorar (a Deus), tam a conversão de Saulo-Paulo; os dois outros (22.4-21; 26.
r. Em voz alta. como era costume entre os antigos, 9-18) acham-se em discursos de Paulo. A tríplice repetição des­
s. Js 53.7-8 (segundo o grego). Única citação nos Atos (mas se relato com diferenças notáveis e. para Lucas, um modo de
cf. 3.13 nota) do oráculo de Is 52,13-53.12 referente ao Servo sublinhar a importância dc um acontecimento (cf. 10.1 nota)
sofredor, que parece ter desempenhado um pape! importante na que. por sc situar fora dos quarenta dias ( I 3 nota), não deixa de
compreensão e na pregação primitivos da Paixão (ver: Lc 2237 ser uma intervenção capital dc Jesus ressuscitado: ele confia a
nota; Mt 8.17 nota; Rm 10.16 e 15.21; IPd 224.25). Paulo a missão dc levar o seu nome perante os pagãos (v. 15).
t. Lit. Abriu a boca. Esta expressão bíblica (cf. Dn 10,16: Jó a. Cf. 6.1 nota.
3.1 etc.) sublinha a importância do que vai ser dito (cf. 1034). b. Normalmente, o Caminho deveria significar a maneira dc
u. Cf. 3.18 nola. viver e agir. a conduta por excelência (cf. ls 30,21; Pr 15.10).
v. O v. 37 é atestado sobretudo por testemunhas “ocidentais" Mas ei esse sentido abstrato, os Atos. e só eles. acrescentam um
(desde o séc. 11); Sc crês de todo o teu coração, é Ifcito. O sentido novo: o termo é um dos (cf. 11.26 nota) que designam
eunuco respondeu: Eu creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. os cristãos (19.9.23; 22.4; 24,14.22). porque eles seguem o ca­
Esta variante é sem dúvida fruto da influência de antigas fórmu­ minho do Senhor, de Deus (18.25.26; cf. Mt 22,16; Sl 27,11
las batismais. Cf. 9.20 nota. etc.), o caminho da salvação (16.17; cf. Mt 2132).
w. Trata-se do batismo por imersão (cf. Mc 1.9-10); a ima­ c. O gr. transcreve aqui (e no v. 17), o mais exatamente pos­
gem do sepultamento cm Rm 6,43 supòc o mesmo rito. sível. a pronúncia semítica do nome de Paulo.
x. A alegria de uma fé (8.8 nota) que permanece u{>ó& o de­ d. Eu sou é aqui. como em outras passagens (Lc 21.8; 22.70;
saparecimento de Filipe c talvez mesmo seja confirmada pelo 24,39: Jo 6.20.35 etc.). uma fórmula de revelação.
u - 10.16 que persegues1'. ‘Mas levanta-te, entra na mesmo lhe mostrarei quanto precisará l5-26'
r M • 21.13.5,41
cidade e ser-te-á dito o que deves fazer” . sofrer por meu Nome . 11Ananias partiu,
’0 s seus companheiros de viagem tinham entrou na casa, im pôs-lhe as mãos'" e
parado, mudos de espanto: eles ouviam disse: “Saul, meu irmão, é o Senhor que
a voz. mas não viam ninguém'. ‘Saulo se me envia — este Jesus, que te apareceu 13.31
levantou do chão. mas embora tivesse os no caminho que seguias — a fim de que
olhos abertos, não enxergava mais nada‘, recuperes a vista e fiques repleto de Es­
e foi conduzindo-o pela mão que os seus pírito Santo” . "Im ediatam ente, uma cs- v> 11.12-15
companheiros o fizeram entrar cm Da­ pécie de m em branas lhe caíram dos
m asco, ’onde perm aneceu privado da olhos”, ele recuperou a vista, e recebeu
vista durante três dias, sem com er, nem então o batism o ” e, depois de alimentar-
beber. se, recuperou as forças.
'“H avia, em D am asco, um discípulo
chamado Ananiash; o Senhor o chamou Pregação de Saulo em Damasco. Ele
cm uma visão: “Ananias!” “ Eis-me aqui, passou alguns dias com os discípulos de
Senhor” , respondeu ele. "O Senhor acres­ Damasco. 20e não tardou em proclamar
centou: “Vai à rua chamada 'ru a D irei­ nas sinagogas que Jesus c o Filho dc
ta ’ e. na casa de Judas, perguntarás D cus°.2lTodos os que 0 ouviam ficavam
por alguém chamado Saulo de Tarso; ele estupefatos e diziam: “Não é ele que, em
está lá rezando. I2e acaba de ver4 um Jerusalém, perseguia os que invocam este gi 1.13.23
homem cham ado Ananias entrar e lhe nome? E não viera expressamente para 9.u; 22.16
impor as mãos para restituir-lhe a vista” . os levar presos aos sumos sacerdotes?”
l3Ananias respondeu: “Senhor, eu ouvi “ Mas Saulo m anifestava-se cada vez
muita gente falar deste homem , e contar mais claramente, e confundia os judeus
todo o mal que ele fez aos teus santosJ que habitavam Damasco, provando que 18.28
em Jerusalém. I4E, aqui, ele dispõe de Jesus era de fato o Messias.
plenos poderes recebidos dos sumos sa­ u Um tem po bastante longo decorre-
cerdotes para aprisionar todos os que rap quando esses judeus se coligaram 20,3 .19,
Rm io.i2; invocam o teu nome1". lsMas o Senhor para fazê-lo perecer. 2JSauto então teve 23,30
iGir u if^ disse: “V ai, pois este homem é um conhecimento de sua trama. Eles chega­
instrumento por mim escolhido para dar vam a guardar as portas da cidade, dia e
Jr i.io testem unho do meu N om e1 perante as noite, para poder matá-lo. “ M as, uma
nações pagãs, os reis e os israelitas. “ Eu noite, os seusq discípulos tom aram -no e

e. Na pessoa de seus discípulas quem é perseguido é o Senhor k. Outra maneira (cf. 11.26 nota) dc chamar os cristãos (cf.
(cf. 5.14 nota), 9.21; 22,16), e que sem dúvida vem dc JI 3,5.
f. Só Paulo viu 0 Senhor (cf. v. 27); os seus companheiros 1. Lit. levar meu nome, menos no sentido de uma transmissão
estão à margem do acontecimento (cf. 22.9). e dc um anúncio do que no dc um testemunho e de uma confis­
g. Paulo ficou cego por causa do brilho da aparição (cf. 22.11). são cm situação de acusado e perseguido (cf. Lc 21 .12-19). como
h. Ananias era judeu (22.12) como os outros discípulos de sublinha o v. seguinte. O perseguidor vai se tomar perseguido.
Damasco (9.19) — sc não fosse assim, o autor, especialmente m. O gesto da imposição das mãos parece estar aqui em re­
atento à conversão dos pagãos, o teria indicado. Nós ignoramos lação com a cura e. ao mesmo tempo, com o dom do Espírito
tudo sobre a fundação da Igreja de Damasco. Santo (cf. 6,6 nota).
i. Var.: ver em visâo. o que sublinha o paralelismo das duas n. É preciso sem dúvida compreender: E fo i como se membra­
visões c assim a intervenção dc Deus que toma em pessoa a nas lhe caíssem logo dos olhos.
iniciàtiva da missão aos pagãos (cf. 10.19-20). o. Exceto na var. 8 3 7 . este título dc Jesus só aparece nos Atos
j. Outro nome dos cristãos (cf. 11.26 nota), raro nos Atos (9. aqui e. se quisermos, em 1333; em ambos os casos, ele é atri­
32.41; 26.10.18), mais freqüente cm Paulo (Rm 1.7; ICor 1,2; 6, buído a Paulo — que o emprega muitas vezes cm sua correspon­
1.2; 1434 etc.); cf. os santificados (2032 nota). No judaísmo, dência (ITs 1,10; Gl 1,16; 2.20 etc.). Aqui o seu emprego em
este termo geralmente designava os membros da comunidade mes­ paralelo com o Messias (v. 22) acentua a sua significação mes­
siânica futura (Dn 7.18. nota), mas o grupo de Qumran assumira siânica; cf. Lc 1.32 nota: 135 nota.
esse lítulo por antecipação. Os cristãos, por sua vez. tinham cons­ p. Será que o autor sabe da viagem de Paulo à Arábia (GI
ciência dc já serem a comunidade messiânica que se constituía ao 1.17)?
redor dc Jesus Messias, o Santo por excelência (3,14 nota). q. Alguns mss. omitem este possessivo surpreendente; cf. 14 20
o desceram ao longo da muralha dentro ma tu mesmo a tua cam a!" E ele se le­
dc um cesto. vantou im cdiatam ente.,sVendo isto,toda
a população de Lida e da planície de
S au lo em Je ru salém . “ Chegado a Jeru­ Saron se voltou para o Senhor.
salém , Saulo procurava agregar-se aos
discípulos; mas todos tinham medo dele, A re s s u rre iç ã o d e T a b ita cm Jo p e .
não conseguindo acreditar que fosse ver­ ■
“ Havia em Jope uma mulher que era
dadeiram ente discípulo. ^ B arn ab é' to­ discípula; chamava-se Tabita, o que se
mou-o então consigo, introduziu-o junto traduz G azela'. Era rica cm boas obras e
aos apóstolos", e lhes contou com o, no em esmolas"1. -,7O ra. naqueles dias ela
cam inho, ele vira o S enhor, que lhe caiu doente e morreu. Depois de a terem
falara1, c com o, cm Damasco, ele se ti­ vestido, velavam -na no quarto de ci­
nha expressado com firmeza* em nome ma. “ C om o Lida ficava perto de Jope',
de Jesus. a A partir de então, Saulo ia e o s d is c íp u lo s foram in fo rm a d o s de
Rm 15.19 vinha com eles, em Jerusalém , exprimin- que Pedro estava Ia' e enviaram-lhe dois
do-sc com firmeza em nome do Senhor. h o m en s e n c arreg ad o s d este convite:
” Ele conversava com os helenistas’' e “ Vem ter conosco sem demora” . '‘'Pe­
discutia com eles; eles porém procura­ d ro partiu im ed iatam en te com e le s.
vam mata'-lo. •'"Quando os irmãos soube­ Q uando cheg o u , fizeram -no subir ao
ram disso, levaram-no para Cesaréia e. quarto de cim a. c todas as viuvas puse­
de Ia', fizeram-no partir para Tarso". ram -se diante dele chorando e mostran-
■"A Igreja", em toda a extensão da Ju­ do-lhc as tünicas c as vestes que Dorcas
deia. da G aliléia5 e da Sam aria, vivia fazia quando estava cm companhia de­
20.32 então em paz. ela se edificava e procedia las. ‘"Pedro mandou sair todo mundo e,
l<u no temor do Senhor, crescendo', graças pondo-se de joelhos, orou; depois, vol- Lc #.51-54
2.47-. 16.5 ao apoio do Espirito Santo. tando-se para o corpo, disse: "T abita, Mc 5.41
levanta-te". Ela abriu os olhos e, vendo
A c u ra d e Kncias cm L id a. “ O ra, acon­ Pedro, ergueu-se e se assentou. '"Ele lhe
teceu que Pedro, que se deslocava con­ deu a m ão, fê-la levantar-se e, chamando
tinuamente”, foi ter também com os san­ dc volta os santos c as viúvas, apresen­
tos que habitavam Lidab.-'-’Ali ele encon­ tou-lhes Tabita viva. "T oda Jope soube
trou um homem chamado Enéias, esten­ disso, e muitos creram no Senhor. '‘■'Pe­
dido num catre havia ja' oito anos; era dro permaneceu bastante tempo em Jope.
paralítico. 14Pedro lhe disse: "E néias, na casa dc um certo Sim ão. que era 10.5
i6 -1- Jcsus Cristo te cura. Levanta-te, e arru- curtidor.
Mi- 2 .1 1

nola. O episódio da fuga para fora dc Damasco é evocado por y. Nào se sabe nada. por outras fontes, da fundação de uma
Paulo em 2Cor 1133. Igreja na Galiléia.
r. Cf. 4 3 6 nota. z. Esse crescimento tranqüilo da Igreja, apresentado num bre­
s. Os vv. 27-30 accniuam os vínculos dc Paulo com os após­ ve sumário (cf. 2.42 nota), introduz a viagem de Pedro e suas
tolos e Jerusalém. Comparar com Gl 1.18-24. conseqUências (9 3 2 nola).
I. Ou: e lhe havia falado. a. Ou talvez: em todos os lugares.
u. Cf. 4,13 nota. b. Da viagem dc Pedro, o autor só conservou dois milagres (9.
v. Helenistas judeus, cuja oposição violenta a Paulo mostra 32-42). que lembram, pelo fundo e a forma, certos milagres de
que esse ambiente não era necessariamente acessível à mensa­ Jesus (cf. 3 2 nota). Esses dois relatos de milagre introduzem (cf.
gem apostólica (cf. 6.1 nota). 9,43 e 103-6) o acontecimento capital dc Cesaréia (10.1 nola).
w. Cidade natal de Paulo na Cilícia (2 2 3 ) onde ele vai ficar c. Em grego: Dorkas. tradução do nome semítico Tabila (cf.
vários anos (cf. 11.25; GI IJ2I). 1.23; 12.12: 13.1.9).
x. A palavra Igreja — sc nào admitirmos a variante bastan­ d. As esmolas talvez anunciem as de Comelio (1 0 2 nota). Em
te bem-atestada. as Igrejas — designa aqui um conjunto de igre­ todo caso a esmola, já apreciada no judaísmo (Tb 4,7-11: cf. Mt
jas (cf. 5.1 1 nota). É o unico caso nos Atos. além de 20,28. em 6.1-4), é uma forma cristã de partilha (cf. 2.44 nola) que é
que a Igreja de Deus parece mesmo designar o conjunto das prezada por Lucas (Lc 11.41 nota).
Igrejas. e. Vinte quilômetros mais ou menos.
8.40
10 A'H avia
visão dc C ornélio em C esaréia'.
em Cesaréia* um homem
cuja casa fica a beira-m ar” . 7Mal desapa­
recera o anjo que acabava de lhe falar,
25,23.33
chamado Cornélio, centurião da coorte Cornélio chamou dois homens de sua
27.1; U 72 chamada “a ltálicah” . 2Em sua piedade e casa bem como um soldado muito pie­
10.22.35; tem or a Deus1, que toda a sua casaJ com ­ doso, a seu serviço havia muito tem po’ ,
I3.l6t26.50:
16.14
partilhava, ele cumulava de liberalidades "deu-lhes todas as informações necessá­
9.36: U 7.5 o povo judcuke invocava a Deus a toda rias e os enviou a Jope.
U 237;
hora. 3Um dia, pelas três horas da tarde1,
18 .1: Sl 34.2
ele viu distintamente, cm visão", um anjo A visão d e P e d ro em J o p e . 9No dia
3.1
18.9
de Deus" entrar em sua casa e interpelá- seguinte, enquanto, seguindo viagem ,
-lo. “Cornélio!” ■‘Cornélio fixou nele os eles se aproximavam da cidade, Pedro
olhos e. tom ado de tem or, respondeu: subira ao terraço da casa para rezar; era
"Que ha'. Senhor?” — “ As tuas orações cerca de meio-diar. 10Mas sentiu fome e 22.6
Jo 4.6-8
c as tuas liberalidades subiram com o quis comer. Estavam lhe preparando uma
Ex 17.14:
S r 35.6: mem orial0 diante de D eus. 5E agorap, refeição quando um êxtase' o surpreen­
50.16:
T h 12 ,12 -15:
manda homens a Jope para fazer vir de deu. "E le contempla o céu aberto: desce 7.56: Ez 1.1;
Ml 3.16:
K k 14.9 lá um certo Simão, cognominado Pedro. de lá um objeto indefinívcl, uma espécie Jo 1.51
U 6.14:
Mt 16.18; ‘Ele é hóspede de outro Simão, curtidor. de pano imenso, vindo pousar sobre a 11.5 : Ez I
Jo 1.42
10 .18 2 3.32

f. A mais extensa narração dos Atos (10.l - l 1.18) tem por j . Aqui. como cm 11.14; 16.15.31; 18.8 (cf. ICor I .l6).actí.v0
centro (10.44-48) e por ponto culminante (11.18) os primeiros designa a família e os servos, como também ocasionalmente
batismos de^pagàos. Esta entrada dos pagàos na Vida (11.18). pessoas com relacionamentos de profissão ou de amizade (cf.
aceita por Pedro (10.48; 11.15-17). é a seguir aprovada pela 10.7.24). Em geral, a casa inteira sc convertia e recebia o batis­
Igreja de Jerusalém (1 1.1-18). Localmente, este acontecimento mo (16.1531.34; 18.8; ICor 1.16).
não parece ter tido conseqüências, ao menos imediatas, mas ele k. Lil. ele cumulava de esmolas o povo. Essas esmolas eram
constituía um precedente capitai e rico de promessas (15.7 nota; sem duvida doações feitas à comunidade judaica de Cesaréia (cf.
15.14 nota). Ele é apresentado com insistência como devido â o cenluriâo dc Lc 7.5); são sobreiudo essas doações generosas
iniciativa do próprio Deus. cujas principais intervenções são em que atraem a atenção de Deus sobre Cornélio (10.4.3 l).c f. 9 3 6
geral contadas duas vezes e recordadas: visões de Cornélio (1 0 3 - nota.
8 = 1030-33; cf. 11.13) e de Pedro (10.9-16 = 11,5-10; cf. I. Lit. por volta da nona hora do dia.
1028). intervenções menor (1020; cf. 11.12) ou maior (10.44- m. As visões sào freqüentes nos Atos: 735-56; 9.10.12; 10,17-
46. cf. 11.15) do Espírito. Alias este desígnio de Deus só é 19; 11 3; 12.9; 16.9.10; 18.9 nota. Mas a palavra nunca é usada
desvendado progressivamente (10.5.17.2033.45; 113) aos inte­ para designar as aparições de Jesus aos Doze.
ressados. que não obstante o realizam à medida que o decifram n. O Anjo de Deus (vv. 3.7.22; 11.13) passa u ser um htm em
através de toda uma se'rie de contatos em Cesaréia (10.1-8). em no v. 30 (cf. Ix 24,4.23); ver 23,8 nota.
Jope (10.9-23). em Cesaréia ainda (1024-48) e, enfim, em Jeru­ o. Memorial: como um monumento ou uma fesia comemora­
salém (11,1-18). tiva (Js 4.7; Ex 12.14). Poder-se-ia pensar também em um sacri­
g. O primeiro episódio do conjunto (9.1-11.18) situa-se em fício (Lv 2 2 ) ou em uma oração (Th 12.12) destinados mais
Ceuréia (cf. 8.40 nota): é a visito de Cornélio (10.1-8) que sera' especialmente a atrair “a memória'' dc Deus. O sentido, em todo
repetida e lembrada (cf. nota). Note-se a alternância entre o anjo caso. é claro: as esmolas (1 0 2 nota) e a oração de Cornélio
e o Espírito (cf. 8 2 6 nota: 23.8 nota). estão presentes no pensamento de Deus (cf. 1031).
h. Provavelmente a 2“coorte itálica, cujo recrutamento ent em p. E agora marca o começo dc uma etapa decisiva que termi-
princípio feito na Italia. ttara com o batismo (cf. 10.48). O texto não diz nada do que
i. Lil. piedosos e tementes a Deus. <4 piedade (3.12; 10.7; cf. Cornélio espera — salvo certos mss. que acrescentam no fim do
1723) é uma palavra e uma noção gregas, que o cristianismo v. 6: Ele te dirá o que deves fazer (cf. 9.6). As especificações
primitivo só assimilaria tardiamente ( l e 2Tm. Tt. 2Pd). O temor virão em seguida (v. 22 nota). Tudo transcorre e se realiza atra­
de Deus é uma expressão de origem e conteúdo judaicos; ela vés dos contatos da hospitalidade (vv. 6.18.2332).
supõe a fé no Deus de Israel, implica a fidelidade a todas as q. Lit. entre os que estavam desde muito tempo a seu serviço.
exigências da Aliança relativas a Deus e a outrem e conduz à No Antigo Oriente e na Bíblia, os mensageiros vão dois a dois
sabedoria que não duvida de que. por vezes a despeito das apa­ (como testemunhas); aqui. um soldado os acompanha (cf. 10.19;
rências. o mundo tenha um sentido (Pr 1.7; Sr 1.11-20); não é 11.11).
pois de espantar que em Al 931 esse temor de Deus baste para r. Lil. na sexta hora mais ou menos. a hora da refeição (cf.
exprimir ioda a fé e a vida da Igreja. Tementes a Deus designava 22,6). Não era uma hora habituai de oração.
não-judeus que se tinham convertido ao judaísmo (13,16.26; cf. s. Êxtase é um lermo raro no NT. Indica a sensação de total
18.7: adorador de Deus), sem chegar, como os prosélitos (2 ,1 1 estranheza provocada por uma visão (18.9 nota) na quai Deus ou
nota), à circuncisão. Cornélio e os seus pertenciam a esse meio Jesus manifestam, como aqui. a sua vontade (113; 22.17; cf. Mc
(1 0 2 2 3 5 ). que forneceria mais de um convenido ao cristianis­ 16.8). O mesmo termo é também um dos que indicam o espanto
mo (13.43 nota). profundo ã vista de um milagre (3.10 nota: Lc 526; Mc 5.42).
terra por quatro pontas'; ,2e dentro dele, curais. Qual e' o motivo da vossa visita?"
Gn i.24: todos os animais quadnípcdes. os que 22E les resp o n d eram : “ É o c e n tu riâ o
Rm i.23 rastejam sobre a terra, os que voam no Comc'lio. um homem justo, que teme a u i.6:
céu“. IJUma voz se dirigiu a ele: “ Va- Deus e cuja reputação é boa entre toda a 2-25; 2-1-50
F.2 2.k mos. Pedro! Mata e com e!” IJPedro res­ população dos judeus. Um anjo santo lhe
pondeu: “Jam ais, Senhor! Nunca em revelou que devia chamar-te à sua casa
Ez 4,i4 m inha vida com i nada im undo nem para te ouvir expor os acontecim entos'".
im puro'’'. I5E de novo uma voz se dirigiu “ Então Pedro os fez entrar, e lhes ofere­
15 9- Gn 9 v a c*c ’ P ^ a scgufda vez: “Não te atrevas ceu hospedagem.
'mii5.iV: a cham ar im undo o que Deus tornou Logo no dia seguinte, partiu com eles,
R™rJ)4^ : puro"!" “ Isso repetiu-se três vezes, e o acompanhado por alguns irmãos de Jope*.
Ef 2.'i9 objeto foi im ediatam ente recolhido ao 24No outro dia, ele chegou a Cesareia.
Gn 41.32
ceu. Cornélio, por seu lado. que os esperava,
l7Pcdro tentava em vão explicar a si convocara os seus parentes e am igos
mesmo o que podia significar a visão que íntimos. “ No mom ento em que Pedro
acabava de ter. quando precisamente os chegou. Corne'lio veio ao seu encontro e Hb 7.1.10
enviados de Cornc'lio, perguntando aqui caiu-lhe aos pes para lhe prestar home- u.i.v
e acola' pela casa de Simão. apresenta- nagcmb. “ Mas Pedro lhe disse: “Levan- 9|jl
12.13 ram-se no portão de entrada. IKElcs ta-te!" e o ajudou a sc levantar. “Tam-
se M | 4; 12,22:
puseram a gritar para certificar-se de que be'm eu sou apenas um hom em .” J7E, ap
22 9
Simão cognominado Pedro era mesmo conversando com ele, Pedro entrou. De­
hóspede naquela casa. lvPcdro estava ain­ parando então com um auditório nume­
da preocupado com sua visão, mas o roso, “ declarou: “C om o bem sabeis, e'
Espírito lhe disse: “A í estão dois homens* um crim e para um judeu o fato dc ter
10.21 : que te procuram. “ Desce logo e põe-te a relações assíduas, ou mesmo algum con­
9J0-,J caminho com eles. sem nenhum escní- tato com um estrangeiro. A mim. porcm.
ii.i 2: 15.9 pulo: sou euy que os envio". 2lPedro des­ Deus acaba de fazer compreender que
ceu e foi ter com os homens: "Eis-mc não se devia declarar imundo ou impuro 10.14: n . 9 :
15.9:
aqui. disse-lhes. Eu sou aquele que pro­ nenhum hom em '. 2,Eis por que, sem rc- Gl 2.12-16

t. O texio e a interpretação deste v., a partir de desce, sào Pedro que nào deveria renovar, para com esses homens, os M es-
particularmente incertos. Pedro parece ver uma vasta tenda (o crtípulos" que manifestara perante os animais (v. 14). É uma
santuário celeste?), cujo cimo permanece no céu. enquanto a resposta às perguntas infrutuosas que Pedro sc punha acerca do
base alcança a terra em quatro pontos. Na principal variante do sentido de sua visão (vv. 17.19). Ele compreendeu esta resposta,
texto, o pano aparece antes como suspenso no ar pelos quatro visto que. embora judeu, hospedará esses incircuncisos. que não
cantos, sem que nada obrigue, aliás, a ver, nesse pano. uma deveria freqüentar (cf. v. 28 nota). A visão de Pedro concerne
toalha. Alguns traços desta visão evocam a de Ez I: o céu aber­ portanto finalmente aos homens.
to. o numero quatro (os pontos cardeais), a presença de animais z. O termo assim traduzido (cf. 1037.44; 11.14.16 etc.) signi­
(cf. nota seguinte), a voz (de Deus). fica ora acontecimento, ora ixilavra, ora ambos simultaneamen­
u. Esta enumeração, bem como a sua repetição aproximativa te. isto é . como freqüentemente nos Atos. um acontecimento —
cm 11,6. lembra as de Gn 1.21.24 (cf. 6.7; 7.14). As duas listas, uma intervenção de Deus na história — iluminado pela Palavra.
não obstante as suas lacunas, têm em vista todos os animais O v. 5 não dizia o que Cornélio devia esperar (10.24) de Pedro:
criados por Deus (cf. v. 14 nota. 15 nota). aqui o objeto da espera é enunciado misteriosamente (cf. v. 33).
v. Pedro não compreendeu o alcance da ordem que acabava dc Ele só se revelara nos vv. 37-44.
lhe ser dada pela voz (cf. nota seguinte): como bom judeu, ele a. &»ses irmãos serão, com Pedro, testemunhas do dom do
permanece fiel às prescrições dc Lv 11 que. distinguindo entre Espirito aos pagãos (10.45; 11,12).
animais puros e animais impuros, proibiam estes últimos, con­ b. Var. ocidental: Quando Pedro se aproximou de Cesaréia,
siderados como fonte de uma grave contaminação ritual. um dos servos correu na frente }><jra anunciar a sua chegada.
w. Lit. purificou. A voz do v. 13 falava portanto em nome dc Cornélio, precipitando-se \>ara fora. veio ao seu encontro...
Deus. e a sua ordem: Mata e come implicava que doravante a c. Pedro exprime aqui o sentido profundo da sua visão; os
distinção entre animais puros e impuros estava ultrapassada (cf. incircuncisos não devem mais ser considerados como impuros.
15.20 nota). O alcance derradeiro desta revelação, sugerida no v. Anulando a distinção entre animais puros e impuros. Deus anu­
20. somente se definirá nos vv. 2 8 3 4 (notas), lou ao mesmo tempo a possibilidade dc mancha contagiosa (cf.
x. Variantes: homens ou três homens (cf. v. 7). Lv II), que os pagãos contraiam consumindo animais impuros.
y. O Espirito fala certamente em nome de Deus. Ele sugere a Assim desaparecia o principal obstáculo que impedia os judeus
m.20: 11 .12 ticcncia algum a, cu vim quando me man- nação, quem quer que o tem a e pratique
daste chamar. Mas agora eu gostaria de a justiça é acolhido por ele*.36 ‘A sua 13.26:
Sl 107.20:
saber por que motivo me fizestes vir” . mensagem1,ele a enviou aos israelitas: a I47.IX
" E Cornélio respondeu: "Faz exatam en­ boa nova da paz por Jesus C risto, que e' Is 52.7;
Rm 10.15
te três dias neste mom ento, às três horas o Senhor de todos os homens1. Rm 10.12
da tarde, eu estava orando cm casa. De 37“ V ós o sa b e isk. O aco n te c im e n to 1
Lc 24.4 repente, um personagem de vestes esplên- propalou-se em toda a Judeia; cie com e­ Lc 4.14;
u- i.i 3 didas se apresentou diante de mim 3le çou pela G aliléia. após o batism o procla­ 23.5
1.22: 13.24:
me declarou: 'A tua oração foi atendida. mado por João; “ esse Jesus, oriundo de Lc 24.47
C ornélio, e a memória de tuas liberalida­ Nazaré, sabeis com o Deus lhe conferiu a
des está presente diante de Deus. ,2Por unção do Espírito Santo e do poder1"; ele 4.27
isso envia alguém a Jope para convidar passou por toda parte com o benfeitor",
Sim ão, cognominado Pedro, a vir aqui. curava todos os que o diabo mantinha Lc 2.33.3X:
Lc 7.22-23;
E le c hóspede da casa de S im ão . o escravizados, pois Deus estava com ele. Is 29.18:
curtidor, à beira-m ar'. -'-'Assim, imedia- W“ E nós somos testem unhas” de toda a 35.5
Lc 4.35-36:
f i 4,i4 tamente eu te mandei chamar e tu tiveste sua obra no território dos judeus, como 9.6: 13 .16
Jo 3.2
a gentileza de vir ter conosco. Agora em Jerusalém . Ele, que os judeusp supri­
estamos todos aqui diante de tid para es- miram suspendendo-o no m adeiro,‘“ Deus 5.30:
Gl 3.13:
jo 6.6* cutar tudo o que o Senhor te encarregou o ressuscitou ao terceiro dia" e lhe con­ Dl 21.23
de nos dizer” . cedeu m anifestar a sua presença, 4,não 1 .3.21-22
ao povo em geral, mas a testemunhas 1.22; 22.14
1.4 ;
O discu rso d e P ed ro n a casa d e C o r­ designadas de antemão por D eus',nós que Lc 24.30.42;
K.3J: IK.14 nélio. -“ Então Pedro tomou a palavra' e comem os com ele e bebem os com ele" Mc 16,14:
Dl 10.17:
Gl 2.6: disse: "N a verdade, cu me dou conta de após a sua Ressurreição dentre os mor­ Jo 2 1.12
3.15 : 4.10:
Rm 2 .11:
■E f 6.9: que Deus e' im parcial' Me de que, cm toda tos. 42Por fim, ele nos prescreveu que 13.29-30
Cl 3.25: 17.31
1P J 1.17
dc freqüentarem os pagàos (cf. v. 20 nota) c particularmente de ela o é agora a todos os homens sem exceção, visto ser Jesus o
comer com eles (113). Para Deus o que conta é só o valor moral Senhor (2 3 6 nota) de todos.
e religioso dos homens (1 0 3 5 nota). k. No texto grego, esta afirmação tem por objeto, ao mesmo
d. Variante: em fa ce de Deus, fórmula freqüente, retomada tempo, o que precede e o que segue: os ouvintes são portanto
talvez do v. 31. considerados como gente que nâo somente conhece os aconteci­
e. Lit. abriu a boca; cf. 8 3 5 nota. mentos que vâo ser evocados, mas ainda e sobretudo admitem o
f. Lit. Deus nào fa z acejtçâo de pessoas (Lc 20,21); ele nào significado desses acontecimentos, como se depreende do v. 36
leva em conta a nação u qual alguém pertença, a situação social e do conjunto do discurso. Num certo sentido, desde o começo
etc, (cf. nota seguinte). eles sào gente de fé; é a este título (cf. 11.17) que vão receber
g. Lit. ihe é agradável. Portanto nào sào a pureza ou impureza o Espírito (v. 44; cf. 11,15).
rituais que tornam o homem agraddvel a Deus como um sacri­ L Cf. v. 22 nota.
fício (Fl 4.18: IPd 2.5). mas sim o lemor de Deus (cf. v. 2 nota) m . Cf. Lc 4.18-21 (citando Is 61.1) que sugere que a descida
e a justiça (isto é, a qualidade de sua vida religiosa e moral) c, do Espírito sobre Jesus por ocasião do seu batismo (Lc 3.21-22)
mais profundamente ainda, a fe em Jesus, que purifica os cora- era uma unção; este mesmo espírito vai cair sobre os incircun-
çòes dos judeus e dos pagàos (15,9) — cf. Rm 14.18 e seu cisos que crêem e escutam a Pedro (v. 44). Cf. 1.8 nota.
contexto, onde se trata de alimentos puros e impuros. O sentido n, Lit. fazendo o bem. O título de benfeitor era facilmente
da visão esta' agora plenamente revelado. dado aos soberanos helenísticos (cf. Lc 22.25).
h. A afirmação capital dos vv. 34-35 introduz um novo exem­ o. Cf. 12 2 nota; 1,8 nota.
plo dc pregação apostólica (2,14 nota). Após uma declaração p. Eles designa provavelmente os judeus, mas sem insistência
sobre o sentido da vinda dc Jesus (v. 36). as etapas do seu (cf. 2 i3 ; 3.13-15; 1328).
ministério sào brevemente evocadas segundo o plano dos evan­ q. Essa especificação cronológica ocasionalmente mencionada
gelhos sinóticos (vv. 37-39a) até a sua consumação: a morte, na pregação apostólica (cf. ICor 15.4 no contexto indicado por
a Ressurreição e as aparições, a missão confiada aos após­ ICor 15.1), só aparece aqui nos Atos (cf. Lc 9.22: 1332; 1833;
tolos (vv. 39b-42); no fim. um apelo implícito à fé. confirma­ 24,7.46).
do pelo testemunho dos profetas (v. 43). A linguagem dos r. Assim separado do gmpo das testemunhas privilegiadas, o po­
vv. 36-39, particularmente difícil e complicada, reflete-se na vo judeu nào tem, cm certo sentido, mais que uma só prerrogativa:
tradução. ser o primeiro destinatário de uma mensagem (vv. 36.42) que nes­
I. A mensagem de salvação pela qual Deus anuncia a paz entre te momento Pedro anuncia também às nações pagãs; cf. 43 nota.
si e os homens (Is 52.7; Sl 107.20; 147.18). s. O texto ocidental continua: e que vivemos em sua intimida-
j. Se a mensagem foi dirigida primeiro a Israel (13.46 nota). de durante quarenta dias.
13.46 lecidos na Judéia tinham ouvido dizer
proclam ássem os ao povo e déssem os este
testem unho: foi a ele que D eus designou que as nações pagãs acabavam , por sua 10.45
2.36; c o m o ju iz dos vivos e dos m ortos1, *-'é vez, de re ceb er a palavra de D eus. «.i* is.7:
7.27: 17.31 (jc |c q Ue todos os profetas d ã o este tes- 2Q uando Pedro subiu de volta para Je- [^ll:
4.10 -12: tem u n h o “: o perdão dos pecados e' con- rusalém , os circuncisos tiveram discus- 2 .13
U 13 *39: cec*'do Po r seu N om e a todo aquele que sões com eleh: ,“Tu entraste, diziam eles,
15.9-M : nele d eposita a sua fe'1". na casa de incircuncisos n o tó rio s', e 0 1 2 ,1 2
Rm 10.9-13
com este com elcsd!" 4Então Pedro nar- ,0-2l<'4,<
A vinda do Espírito sobre os pagãos. rou o caso desde o princípio, e lho ex ­
■“ Pedro ainda estava expondo esses acon- pôs ponto por ponto:
n.15: 8. 16: tecim entos. quando o E spírito S anto caiu 5“Como eu me achasse na cidadc de
l9,5'6 sobre todos os que tinham escu tad o a Jope, a orar, vi em êxtase esta visão: do 10 .11
p a la v ra " .45Foi um a estupefação entre os céu descia um objeto indefinível. uma
crentes circuncisos qu e acom panharam espécie de pano imenso que. por qua­
Pedro: o dom do E spírito S anto era ago- tro pontos, vinha pousar do céu, e che­
2,17-21.33: ra derram ado até sobre as nações pagãs! gou até mim. ‘Com o olhar fixo nele. eu
RTt53 6 o u v ' arn essas p essoas falar cm o exam inava, e vi os quadrupedes da G n 7 .i4
2 .ii:
i9.6 línguas e celeb rar a grandeza de D eu s’. terra, os animais selvagens, os que raste­
Pedro retom ou en tão a palavra: J7‘‘Pode- jam , e os que voam no cé u '.7Depois, ouvi
«.36: i i.i7 ria alguém im pedir d e batizar com água* uma voz dizer-me: ‘Vamos. Pedro! Mata 10 .13
estas pessoas q u e , tanto q u an to nó s, re­ e com e!' “Então eu disse: ‘Jam ais, Se­
c eb e ram o E sp írito S a n to ?" wD eu o r­ nhor. Nunca cm minha vida, nada de
dem de os b a tiz ar' em nom e de Jesus imundo ou de impuro entrou na minha 10.14
C risto , e eles então lhe pediram que fi- boca’. ’Uma segunda vez a voz se fez
9.19: i4.2x: c asse m ais alguns dias*. ouvir do ccu: ‘O que Deus tornou puro,
16 .15: 21.4:
2K.I4
tu não o declares im undo!' '“Isso reco­
O relato de Pedro cm Jerusalem. meçou três vezes, depois tudo aquilo foi 10 .15
11 'O s apóstolos e os irm ãos estabe­ de novo içado para o céu. " E eis que no 10 .16

t. Nos Alos. o ofício dc ju iz só é atribuído diretamente (cf. y. Lit.: impedir a água para que nâo sejam ixitizados. Aqui.
7,25 nola) a Jesus aqui e em 1731 (cf. 2Tm 4.1; IPd 4,5; cf. Mt o dom do Espírito precede o batismo e não está em relação com
2531-46): paru a te judaica, ele ent uma prerrogativa divina uma imposição da.s mãos (6,6 nola): com ou sem tai gesto, este
(Rm 2,16; 3.6; IPd 1.17 etc.). Esse julgamento dos r/im e dos dom vem de Deus.
mortos se exercera certamente por ocasião da vinda final ( l.l I) z. Aqui. como em outros casos (19.5?; ICor 1.14.17). não são
de Jesus (ver por ex. os mortos e os vivos de ITs 4.13* 18); mas os próprios apóstolos que balizam (cf. 8.12.36).
nada permite excluir que. para o autor, ele seja também uma a. A comunidade de vida c. sem dúvida, de mesa, que a hos­
realidade atual, como para 2Ts 1.5; IPd 4.17; Jo etc. pitalidade implica consagra a existência da nova Igreja de
u. Única vez em que se recorre explicitamente, neste discurso, Cesaréia.
a um aspecto fundamental da pregação apostólica: o cumpri­ b. Var. ocidental: Pedro, no fim de um tempo bastante longo,
mento das profecias (3.18 nota). O autor pensa em textos profé- decidiu pôr-se a caminho i>ara Jerusalém. Ele se dirigiu aos
ticos relativos à fé e ao perdão dos pecados (como p. ex. os irmãos para os confirmar, (depois fxtrtiu) fazendo, pelas zonas
citados por Rm 1.17; 933; 10.13 etc.). rurais, freqüentes discursos e instruindo. Quando chegou entre
v. Esta afirmação completa a que encabeçava o discurso (v. 35 eles. anunciou-lhes a graça concedida por Deus. Mas os irmãos
nola) c anuncia a que concluirá (11.18) todo o “ciclo" de Cornélio. circuncisos discutiam com ele.
Em Jesus morto e ressuscitado. Senhor de todos, a salvação é c. Lit. homens que ainda têm o seu prepúcio.
doravante oferecida a todo aquele que crer. judeu ou pagão (cf. d. Os crentes circuncisos de Jerusalém ainda não parecem
11.17); somente a fé purifica verdadeiramente os corações de atribuir à incircuncisão dos pagãos convertidos a importância
todos (15,9 nota). que tomará daí para a frente (15.1 nota). As censuras que eles
w. Derramando o Espírito, quando Pedro ainda não tinha aca­ fazem a Pedro referem-se sobretudo à comensalidade com os
bado de falar — ou apenas começado (1 1.15) a fazê-lo —, Deus pagãos, fonte mais grave de impureza ritual para judeus (10.28
(e o Senhor Jesus: 2 3 3 ) continua a manifestar que guarda a nota): traiava-se, de fato. dc uma dificuldade candenie para uma
iniciativa (cf. v. I nota) nessa questão capital, em que. não obs­ comunidade cristã, cujo culto linha como centro uma Eucaristia
tante. a Palavra apostólica desempenha um papel indispensável. celebrada, ao menos habitualmente, no decurso de uma refeição
x. Esta frase lembra o relato de Pemecostes (2,4.11.17); agora, (20.7 nota).
é “o Pemecostes das nações4’ pagãs (cf. 11.15; 19,2 nota). e. Cf. 10.12 nota.
10.7.17 mesmo instante trcs hom ens se apre­ A fundação da Igreja de Antioquia".
sentaram na casa em que esta'vamosr; '^E ntretanto, aq u eles que a torm enta (1.1.4
eram enviados a mim dc C esaréia. IJ0 sobrevinda por causa de Estêvão disper­
10. IV Espírito mc disse que fosse com eles s sara foram até a Fenícia, Chipre c An­
cm nenhum escrúpulo*. Os seis irmãos tioquia, sem anunciar a Palavra a nin­
10.13.45 que e stã o aqui m e a c o m p a n h a ra m . guém, a não ser aos judeus. “ No entan­
10.20; 15,9 Entramos11 na casa do homem em ques­ to, alguns deles, originários de Chipre e 4.36: 13.4:
2 1.16
tão. ,JEle nos contou como havia visto o de Cirene, depois de chegarem a Antio­ 13 .1:
10. anjo se apresentar em sua casa e lhe di­ quia, dirigiam tam bém aos gregos" a Boa Ml 27.32:
Mc 15.21
3.22.30-33
zer: ‘Envia alguém a Jope para fazer vir Nova de Jesus Senhor. 2lO Senhor os 2.36: 7.59:
10.36
10.22 Simão, cognom inado Pedro. l4Elc expo­ assistia** de tal modo que foi grande o U 1,66:
rá' diante de ti os acontecimentos que vão número dos que se voltaram para o Se­ 2Sm 3.12
4.4: 6.7:
4.12 trazer a salvação para ti e para toda a tua nhor, abraçando a fé. “ O rum or deste 16.5
casa1’. "A penas eu tomara a palavra, o acontecim ento chegou aos ouvidos da K.I4: l l .l
10.34.44
Espírito Santo caiu sobre elesJ com o fi­ Igreja que estava em Jerusalém , e dclcga- 4.36
2.1-4 zera sobre nós no início. “ Eu me lem­ ram<l Barnabé para Antioquia. ^Q uando 8.14
U 22.61; brei então desta declaração do Senhor: ele viu lá mesmo a graça de Deus em
24.6;
Jo 14.26 ‘João, dizia ele, deu o batismo dc a'gua, ação, enchcu-se de alegria e insistia com
I A U 3.16 mas vós recebcrcis o batismo no Espírito todos para que permanecessem do fundo 13.43: 14.22
Santo’. l7Se Deus concedeu a essas pes­ do coração apegados ao Senhor. MEra,
I5/-9: 6.3:
Rm 9.24 soas o mesmo dom gracioso que a nós, com efeito, um homem reto, cheio do Lc 23.50
9.42; por termos crido no Senhor Jesus Cristok, Espírito Santo e dc fér. Uma multidão 6.5
IS.K-9 2,41.47:
5,39; 15 .10 quem era cu para im pedir a Deus de considerável aderiu assim ao Senhor. 5,14
agir1?" '"A essas palavras, os ouvintes “ Barnabé partiu então para Tarso, a fim
recobraram a calm a e deram glória a de buscar Saulo*. “ Encontrou-o lá e o 9.27-30:
2 1.14 ; Deus: “Eis que Deus concedeu também trouxe para Antioquia. Eles passaram um Cl I.1K-2.I
Rm 15.7-13
às nações pagãs a conversão que conduz ano inteiro trab alh an d o ju n to s nesta
2.3K: 3.15: à Vida1 "!” Igreja' c instruindo uma multidão consi-
5.20: 1X46:
14.27

f. Variante: otule eu estava. de Antioquia (6.5); de Chipre eram igualmente originários Bar­
g. Ou talvez: sem fa zer diferença. A expressão lembra a de nabé (4.36) e Mnason (21.16): e. de Cirene. Lücio (13.1).
10,20 t anuncia a afirmação de 15.9. p. O Senhor, que provocou diretamente a conversão de Cornélio
h. O plural sublinha que Pedro nâo estava só (cf. 10.23 nota). c dos seus. não pode senão apoiar a iniciativa dos missionários
i. A solidariedade dc Cornélio com a sua casa (10.2 nota) de Antioquia.
corresponde à dc Pedro com os irmãos de Jope (v. 12 nota): cf. q. A conversão dos pagãos atrai a atenção da Igreja de Jeru­
I6.l5.3ls.; 18.8. salém (cf. l l . l ) . que nessa ocasião manifesta mais uma vez a
J. Cl. 10.46 nota. sua preocupação por travar e manter relações com as outras
k. Cf. 10.43 nota. Igrejas. Acima, os apóstolos em pessoa garantiam tais ligações
I. l.it. impedir Deus (cf. 10.47 nota), (8.14: 932); aqui. por ra2ôcs que nào são apontadas (língua?
m. Lit. u conversão para a (ou: rumo à) Vida. Assim se con­ distância? cidade pagã?). a primeira igreja só envia um delega­
clui —j ou se inicia — a história de Cornélio (10,1 nota); para do. O próprio Pedro, no entanto, foi a Antioquia em ocasião
os judeus, como para os pagãos, a Vida e a conversão que a ela indeterminada (Gl 2.1 ls.).
conduz sào um dom de Deus — Pedro dirá mais adiante: uma r. É pois o Espírito Santo que. por intermédio de Barnabé.
graça do Senhor Jesus (15.11). apóia eficazmente a pregação do Evangelho aos pagãos.
n. Tendo o Evangelho alcançado a Samaria (8,5 notas), e. s. Que o relato deixara cm Tarso, em 9 3 0 . Segundo Gl 1.18;
graças à intervenção de Deus. os primeiros pagàos (10.1 nota), 2.1. esse “desaparecimento" de Paulo poderia ter durado cerca
o autor volta (vv. 19-30) aos dispersos de Jerusalém: alguns, por de dez anos. A diligência de Barnabé vai permitir a Paulo come­
própria iniciativa, vào anunciar Jesus Senhor aos pagàos de çar a desempenhar a sua missão de enviado aos pagãos (9.15) —
Antioquia, capital da Síria; este acontecimento decisivo traz toda com efeito, se Paulo entrementes se tivesse dirigido aos pagãos,
uma série de intercâmbios entre esta cidade e Jerusalém, c so­ os Atos o teriam indicado.
bretudo a entrada em cena de Paulo, “desaparecido" havia muilo (. É aqui que. pela primeira vez. Igreja (5.11 nota) designa
(empo (9.30). A despeito da sua ma reputação, esta grande cida­ uma comunidade exterior à Palestina e composta de circuncisos
de pagã de Antioquia seria doravante um centro missionário e incircuncisos (o termo não aparecia na história de Cornélio):
muito importante (13.1-3; 14.26-28; 15.35-36; 18.22). isso é provavelmente intencional (cf. nota seguinte). Este sen»
o. São provavelmente helenistas (6.1 notas). Um dos Sete era doravante o emprego mais freqüente do termo.
derávcl. E foi em Antioquia que pela tar alguns membros da Igreja. 2EIiminou 1.13 ;
Mc 10 35-4 0
primeira vez os discípulos foram desig­ à espada Tiago, irmão de João. 3E quan­
nados com o nome de “cristãos"". do se deu conta da satisfação dos judeus,
mandou proceder a uma nova detenção,
Um gesto d c a ju d a m ú tu a . 27Naqucles a de Pedro — era nos dias dos Pães sem Lc 22.1

dias. profetas desceram de Jerusale'm a ferm ento'. 4Depois de o mandar deter, ele
A ntioquia'.“ Um deles, cham ado Ágabo, o pôs na prisão, e o confiou à guarda de
21 . 10-14 fez então saber", iluminado pelo Espírito*, quatro pelotões de quatro soldados; ten-
que uma grande fome ia reinar no mun- cionava fazê-lo com parecer perante o
is .2 do inteiro — isto aconteceu, de fato, sob povo após a festa da Páscoa. 5Pcdro es­
Cláudio*. wO s discípulos resolveram en- tava pois na prisão, mas a oração ardente 26.7:
Lc 22.44;
g i 2 . 10: tão enviar, segundo os recursos de cada da Igreja subia sem cessar para Deus em
Tg 5 .16
Rm 15.26 um uma contribuição em ajuda aos ir- sua intenção. J l 4.9

2Cor k.4: mãos que habitavam a Judéia'. “ Foi o ‘Herodes ia fazê-lo comparecer. Nessa
Rm^iV/i* <3ue se ^eZ- ^ rem essa, d irig id a aos noite. Pedro dorm ia entre dois soldados,
anciãos*, foi confiada às mãos de Barnabé preso com duas correntes, e havia senti­ 5.IX-24:
16.25
e dc Saulo11. nelas diante da porta. 7Mas, de repente, o
anjo do Senhor1, surgiu c o local ficou
1o Execução d c T iag o , p risão c li- inundado de luz. O anjo despertou Pedro 6 .15: 9.3;
22.6: 26.13:
bertação d c P edro . ‘Naquela épo­ batendo-lhe no lado: “Levanta-te depres­ Lc 2.9
ca', o rei Herodesd empreendeu maltra­ sa!” , disse. As correntes se desprende-

u. Mais um novo (ermo para designar aqueles que o autor a. Por que não aos apóstolos? O autor não o diz. Esse grupo
chamou e ainda chumani dc: os irmãos (1.15 nota). os crentes de anciãos na Igreja de Jerusalém é mencionado aqui pela pri­
(2.44 nota), os discípulos (6.1 nota), o Caminho (9 2 nota), os meira vez; com os apóstolos e depois deies. ele desempenhará
santos (9.13 nota) etc. Cristão traduz o grego khristianós, que é um papel marcante por ocasião da Assembléia de Jerusalém
formado a partir de Khrisiõs (= Cristo). Ao passo que todas as (15,2.4.6 etc.; 16.4) c tomara a ser encontrado sozinho. ao lado
outras denominações, ou quase todas (cf. 24.5 nota), provém dos de Tiago cm 21.18. Fora de Jerusalém, grupos análogos somente
próprios interessados, é nos meios não-cristãos que parece si- são assinalados nas Igrejas dc Listra. Icônio, Antioquia da Pistdia
luar-sc a criação da palavra cristão, isto é. partidário, adepto de (14.23) c Éfeso (20.17); mas isto não quer dizer que não exis­
Cristo. O seu surgimento manifesta que a Igreja de Antioquia é tissem com certeza em outras Igrejas. O silêncio dos Atos só dá
percebida pela opinião pública não mais como seita judaica (cf. ensejo a hipóteses a respeito da origem desta instituição. Ela
24.5), mas como novo grupo religioso consciente de pertencer a corresponde muito provavelmente aos conselhos de anciãos que
Cristo (cf. 26.28: IPd 4.16). estavam à frente das comunidades judaicas; em Jerusalém, esses
v. Provavelmente por iniciativa própria. Havia, portanto, na anciãos judeus são citados após os sumos sacerdotes (4.23. cf.
Igreja de Jerusalém.profetas (cf. 15.32; 21.10). assim como pos­ v. 5.8; 23.14; 25.15). um pouco como os anciãos cristãos depois
teriormente em Antioquia (13.1). cm Éfeso (19.6) e cm Cesaréia dos apóstolos. Sobre a designação dos anciãos: 14.23 nota; so­
(2 1.9) igualmente cristàos profetizarão. Esta profecia cristã é ins­ bre a sua função: 20.18 nota.
pirada pelo Espírito Santo (v. 28; 13.1-2?; 19.6; 21.11); ela parece b. Segunda vinda de Paulo a Jerusalém (cf. 9.26-30); mas sera'
portanto ser apresentada como cumprimento da profecia cilada que ela se deve identificar com a segunda viagem a Jerusalém
em 2.18. onde o autor acrescentou ao texto de Joel: e eles serão de Gl 2,1 (cf. Gl 1,18)? Ver 1225 nota. 15.3 nola.
profetas. Como os do AT. os profetas cristàos anunciam ocasio­ c . A perseguição atinge de novo os apóstolos (cf. 8,1 nota) em
nalmente o futuro (v. 28; 21.10-14). mas em função do presente, Jerusalém (vv. I a 19): morte de Tiago, nova prisão e liberta­
ao qual infundem ãnimo e apoio (1532; cf. ICor 14.1 nota). ção milagrosa dc Pedro (cf. 4,1; 5,18-19) que. depois disso,
w. Variante ocidental: Havia uma grande alegria. Quando desaparece (12,17 nota). O perseguidor. Herodes. morre em
nós estávamos reunidos, utn desses profetas, chamado Ágabo. Cesaréia (vv. 20 a 23: cf. nota seguinte). Paulo c Barnabé vol­
falou para dar a conhecer... O nós que aparece nesta variante tam para Antioquia (vv. 24-25) de onde vão partir cm missão
deve ser comparado aos nós característicos de algumas passa­ (13,1 nota).
gens da segunda metade do livro (16.10 nota). d . Herodes Agripa I. sobrinho de Herodes Antipas (Lc 23,8-12).
;.it. cm ou pelo de Espírito (cf. v. 27 nota). tinha-se tomado rei da Judéia e da Samaria em 4 1. após diversas
y . Houve, de fato. unia fome crônica entre 46-48 em diversos intrigas em Roma. A sua política foi favorável ao judaísmo de
pontos do Império. tipo farisaico (cf. vv. 3.1 1). Sobre a sua morte: v. 22 nota.
z. Às providências que vão de Jerusalém para Antioquia (vv. e. Esses sete dias começavam com a celebração da Páscoa (cf.
22.27), responde agora esta colaboração (uma coleta, provavel­ v. 4). Pedro foi portanto preso mais ou menos na época do ano
mente). este gesto de partilha que vai dc Antioquia para Jerusa­ em que Jesus o fora (Lc 22.41).
lém. Assim sc amplia a comunhão característica da primeira f. Cf. 23.8 nota. EMe anjo intervirá de novo no v. 23 para ferir
comunidade (2,44 nota). Herodes (mesmo verbo que bater aqui no v. 7b).
ram das m ãos de P edro. "E o anjo acre s­ F icaram pasm os. l7E lc lhes fez sinal com
centou: “ Põe o teu c in to e ata as tuas a m ão q u e se c alasse m , contou com o o 13.16 : 21.40
sanda'lias!" Pedro o f e /. O anjo acrescen­ S enhor o fizera sair da prisão, e concluiu:
tou: “ V este teu m anto e seg u e-m e!” T e - “ Ide anunciar1 isso a T iago c aos irm ãos” . 15.13:
21 . 1*:
dro saiu atrás dele; não se dava conta de D epois ele se retirou e p ô s-se a cam inho
ICor 15.7
que a intervenção d o a n jo era real. m as para ou tro destin o k.
io3: i8.9 pensava e star ten d o um a visão. "T ra n s­ IHA o d e sp o n tar d o d ia , h ouve agitação
pu seram a ssim um p rim e iro p o sto dc entre o s soldados: que fim levara P edro? 5.21-23

g u a rd a, depois um seg u n d o , e chegaram l!,H erodes o m andou p ro cu rar sem c o n se ­


5.19; 16.26 à porta dc ferro que d av a para a cidade: g u ir achá-lo. P or isso, m andou proceder
ela se abriu por si m esm a diante deles*. ao interrogatório dos guardas e deu ordem
16.27: 27.42
T en d o safdo, foram ate' o fim da rua c de de levá-los1. D epois desceu da Judeia para
repente o anjo deixou P edro, " q u e , en ­ C e sa réia, onde passou algum tem p o .
tão, entrou em si: “ A gora, disse ele consi­
g o , com preendo: foi realm en te o S en h o r A m o r te d o re i H e ro d e s . “ H erodes ti­
que enviou o seu anjo e m e fez escapar nha um litígio irritante com o s habitan­
d a s m ãos d c H erodes e dc toda a expec­ tes d e T iro e Sídon. E stes concordaram
tativa d o povo dos ju d eu s". IJEle se orien­ em se a p re se n ta r d ian te d e le . C o m o
tou e dirigiu-se para a casa de M aria, apoio d e B lasto, cam areiro d o rei. a quem
m ãe d e Jo ão , cham ad o Marcos*1; estava tinham a liciado, solicitaram um a solução
lá um a assaz num erosa assem ble'ia a orar. am igável — pois o abastecim ento d o ter­
io.i7 '-'Q uando ele bateu no batente d o portão,ritório d e le s p rovinha d o territó rio do
um a jo v em criad a, cham ada R ode, veio reim. JIN o dia com binado". H erodes, re­
atender. ,4E la reconheceu a voz de P edro vestido de suas vestim entas rég ias, to ­
u-24.4i e , por isso, em sua ale g ria , não abriu o m ara lugar na tribuna e p ronunciava o
portão, m as voltou c o rren d o para a n u n ­ d isc u rso o fic ia l, “ e n q u a n to o p o v o o
c ia r q u e P e d ro e s ta v a a li, d ia n te do aclam ava0: “ É a voz de um deus e não de m .is: 2h.&
portão. ,s"E stás do id a", lhe disseram . M as um h o m em !" u M as d e re p en te, o anjo 1Mc 9,12
ela não desistia. “ E n tã o é o seu anjo1", do S e n h o r feriu H ero d es, p o r não te r 2Sm 24 . 16:

disseram eles. '‘P edro, en tretan to , c o n ti­ prestado glória a D eus e . devorado pelos wcvw
nuava a bater. A final, abriram : e ra ele. verm es, ele expirou.

g.Em 5.19. a porta ubriu-sc por intervenção do anjo; cm 16.26. I. Para os executar.
cm éonseqüência de um abalo sísmico. m. A tensão entre as cidades livres da costa c a hinterlãndia.
h. Pura indicar quem é essa M oría. o autor da o nome do filho produtora do trigo de que elas necessitam, é conhecida desde o
dela que os seus leitores podem conhecer (mesmo modo de agir AT (IRs 9 .1 1: Ez 27.17). Esse breve trecho de história política
em Mc 15.21.40). De fato. João Marcos, que aparece aqui pela e econômica é uma introdução ao reluto da morte dc Herodes.
primeira vez. foi missionário com Paulo e Barnabé (por pouco n. No dia marcado para celebrar o feliz êxito das negociações.
tempo: 12.25; 13.13). depois com Barnabé (15,37-39). Este pri­ A solenidade da cerimônia faz pensar num dia dc festa. Talvez
mo de Barnabé enconirar-se-á mais tarde ao lado de Pauto (Cl se trate da festa que. de quatro em quatro anos. celebrava o
4.10; Fm 24) e de Pedro (IPd 5.13). O estilo muito vivo dessa aniversário da fundação de Cesaréia por Herodes Magno: com
narração em que Mc aparece nos Atos lembra o tom caracterís­ efeito, o historiador judeu. Josefo. faz coincidir com essa festa
tico do evangelho que lhe é atribuído. a morte de Herodes (v. 22 nota).
i. Isto é.d e certo modo. seu duplo espiritual (cf. Mt IS. 10; Hb o. Esta aclamação é mais do que uma simples adulação em um
1.14; Th 5.4). mundo pagão que divinizava facilmente os seus soberanos; ela
j. De certa forma como as mulheres tinham anunciado o tumulo evoca a aclamação que atribuirá a Nero uma voz sagrada. Para
vazio aos Onze (Lc 24.9). o que contrabalança a evocação ini­ os Atos. ela é sem düvida uma blasfêmia.
cial da Paixão (v. 3 nota). Josefo conta assim a morte de Herodes: "Ele entrou no teatro
k. Ou: um outro destino, o que poderia, em ultima analise, ser à aurora, vestido com uma tünica toda de prata e dc admirável
uma alusão ao martírio de Pedro. Em lodo caso. Pedro não rea­ tecido... Então ele foi acometido de dores de intestino e morreu
parecera' mais nos Atos (mas cf. Gl 2.7; ICor 9 3 ; IPd) a não ser três dias depois”, isto é, três dias após a festa do aniversário de
em 15.7-11, para tirar as conseqüências definitivas do batismo Cesaréia (v. 21 nola). em abril de 44. O fundo (eoiógico da
de Cornélio. O livro, doravante orientado para o anuncio do narração dos Alos é bastante análogo ao da narração da morte dc
Evangelho aos pagãos, quase só falará dc Paulo (cf. Gl 2.9-10). Antíoco EpíTanes (2Mc 9.1-28).
24A palavra d e D eus, entretanto, crcs- nas sinagogas5 dos ju d eu s. E stava tam ­
6.7: 19.20 cia c se m ultiplicava. “ Q uanto a B arnabé bém com e les Jo ã o , que lhes servia de
c Saulo, retiraram -se depois de se terem assistente. ‘D epois d e atrav essarem toda
11.29 desincum bido do seu serviçop em favor a ilha a té P a fo s, e n c o n tra ra m lá um
d e Je ru sa lé m 11; lev av am co n sig o Jo ã o , m a'gico, pretenso profeta: era um ju d eu «.9:19,
cham ado M arcos. ch am ad o B a r-Jcsu s, 7q u c p erten cia ao ^ m ís 9
círcu lo d o procônsul S érg io P aulo, ho­
I » 0 e n v io d e B a r n a b c e d e S a u lo m em inteligente. E ste c o nvidou B am a-
ii.i 9.26 c m m issão". 'H avia em A ntioquia, bé e Saulo e m anifestou o desejo de ouvir
na Igreja local, profetas e hom ens encar- a palavra de D eus. "M as E lim as, o m ági­
4.36: regados do e n sin o ': B a rn ab é , S im e ã o , co — pois assim se trad u z o seu nome*
1 1.25-26.30 c ham ado N iger, e L ú cio de C iren e , M a- — , opunha-se a eles e procurava desviar
naém , com p an h eiro d e infância d o tc- da fé o procônsul. '‘E n tã o S au lo , ou an­
Mt 14.1
trarca H erodes, e S au lo 1. 2Um d ia em que tes P a u lo ', repleto d e E sp írito Santo, fi- 4.x
eles celebravam o culto" d o S enhor e je- xou o o lh ar nele 1#e lhe disse: “Ó tu que «.20-23
ju av a m , o E sp írito S anto disse: “ R eser- és ch eio d e astúcia e intrigas, filho do Sr 1.30-.
14.26 vai-m e B arn ab é e S a u lo , em v ista da d iab o , inim igo ju rad o da ju stiç a , não vais Jr 5,27
ob ra' para a qual eu o s d estin o ". -'Então, p arar d c falsear a retidão dos cam inhos Pr 10.9
depois de terem je ju a d o e rezado e lhes do S enhor? "D e resto eis que a m ão d o ° * 1410
terem im posto as m ãos",despediram -nos. S enhor está sobre ti: vais ficar ceg o , e
até nova o rdem nem seq u er verás o sol!"
Km C h ip r e , S c rg io P a u lo e o m á g ic o N o m esm o instante, a escuridão e as tre­
E lim a s. 4V endo-se assim enviados em vas o invadiram , e ele se pôs a g irar à
Dl 2S.29
n .20 m issão pelo E sp irito S anto, B arnabé e procura dc um guia. u V endo o que se
Saulo desceram à S elêucia, de onde na- tinha p assado, o procônsul abraçou a fé:
12.12 vegaram para C hipre. sC hegados a Sa- pois a d outrina d o S en h o r o im pressio- w* 17.19
lam ina, anunciavam a palavra de D eus nara vivam ente.

p. Trata-se evidentemente do serviço que lhes tinha sido con­ dons espirituais referentes à compreensão e ao ensinamento da
fiado pela Igreja de Antioquia (11,29 nota). Os dois elementos fé. Sobre os profetas: 112 1 nota.
da noticia relativa a esta viagem estão portanto separados por t. Enquanto Barnabé encabeça a lista. Saulo a termina: ele
12.1-23. Quereria o autor indicar com isso que Paulo e Barnabé continuara' a desempenhar um papei secundário (w . 2.7) até o v.
esperaram a partida dc Pedro e a morte de Herodes em abril dc 9 (cf. a nola).
44 para voltar para Antioquia? Ou será que sc trata dc um arti­ u. Ou a liturgia (grego leitourgia). No mundo pagão, uma
fício redacional. indicando por exemplo que a próxima partida leitourgia era uma festa cívica celebrada às expensas de um per­
de Paulo em missão supõe “o desaparecimento** dc Pedro (v. 17 sonagem rico. Os judeus tinham adotado esse termo para desig­
nota)? É difícil responder. nar o serviço dos sacerdotes no Templo (cf. 2Cr 13.10; Hb 10.11:
q. Ou: uma vez assegurado o seu serviço em Jerusalém. Gra­ Km 15.16). Trata-se aqui. sem düvida. da Eucaristia (20,7 nota).
maticalmente o texto poderia também ser traduzido assim: eles v. Esse termo, repetido em 14.26. designa a missão comum de
voltaram ti Jerusalém, uma vez terminado o seu serviço, o que Barnabé e Saulo. que terminará em 1535. Começara' então a
o contexto toma impossível (cf. 113 0 ). É provavelmente essa missão propriamente paulina.
ambigüidade do texto que explica a aparição de variantes como: w. Cf. 6.6 nota. Esse gesto marca o inicio de uma tarefa precisa,
eles tomaram a partir de Jerusalém (para Antioquia) uma vez x. O anuncio feito prioritariamente aos judeus é um método
assegurado o seu serviço. constante que Pauto continuará aplicando; cf. 13,14; 14.1; 16.13;
r. O batismo de Cornélio e a evangelização dos pagàos de 17.2.10.17; 18.4.19; 19.8; 28.17.23. O princípio que o rege é
Antioquia (11.19 nota) produzem os seus frutos: Paulo e Barnabé enunciado em 13.46. Cf. também 3.26 nota.
vào partir para a primeira grande viagem missionária em temi y. Explicação um tanto obscura. Provavelmente é preciso com­
pagã. no sul da Asia Menor (13,1-14.28). Quem os envia cm preender que Elimas (de uma raiz scmílica que significa escon­
missão é o Espírito Santo, mas por intermédio da Igreja de der) se traduz por o mágico (o homem das coisas ocultas).
Antioquia (133-4); é portanto a esta Igreja que Pauio e Barnabé z. O autor, que até agora tinha empregado o nome judaico
prestarão contas de seu trabalho (14.27-28). durante o qual o Saulo. usará doravante Paulo, nome romano (sobre os nomes
Espírito ( 13.9.52) e Deus (13.11; 143.23.27) vão agir com eles. duplos: 9 3 6 nota). Essa mudança dc nome marca a tomada de
s. Esses homens encarregados do ensino (didáskaloi) só aqui contato de Paulo com o mundo pagão oficial, bem como o
são mencionados nos Atos; mas cf. ICor 12.28; Ef 4.11; Hb momento a partir do qual ele assume de fato um papel dc pri­
5.12; Tg 3.1 (?). onde o mesmo termo é traduzido por mestre, meiro plano em sua missão com Barnabé (vv. 42.46.50; 143.19-
doutor... Esses homens deviam portanto scr caracterizados por 21); cf. v. I nota.
Em Antioquia da Pisídia, discurso de “ Depois de o ter destituído, Deus lhes
Paulo. ‘-'Paulo e seus companheiros em­ suscitou David como rei. Foi deste que iSm 16.
barcaram em Pafos e chegaram a Perge. ele prestou o seguinte testemunho: ' E u 1J' 15
15.38 na Panfília. E João separou-se deles, a a c h e i D a v i d , filho de Jessé, h o m e m s e ­
fim de voltar para Jerusalém*. l4Quanto a g u n d o o m e u c o r a ç ã o h , que cumprirá
eles, deixando Perge, prosseguiram seu todas as minhas vontades’ . 2,Foi da sua 2.30
caminho e chegaram a Antioquia da descendência que Deus, segundo a sua
Pisídia. No dia do sábado, entraram na promessa, fez sair1 Jesus, o salvador dc
sinagoga e se assentaram. l5Após a leitu­ Israel1. “ Precedendo a sua vinda, Joãok Lc i.7ó.
ra da Lei e dos Profetas, os chefes da já proclamara um batismo dc conversão Ml 3,1
sinagoga lhes mandaram dizer: “ Irmãos, para todo o povo de Israel 25c, quando
se tiverdes algumas palavras de exor­ estava terminando a sua carreira, dizia:
tação1’ a dirigir ao povo, tomai a pala­ ‘Que pensais que eu sou? Eu não o sou1!
vra!” l6Paulo então sc levantou, fez sinal Mas eis que vem depois de mim alguém
com a mão e disse': do qual eu não sou digno de desatar as U3,i5.i6;
“ Israelitas, e vós que temeis a Deusd, sandálias’ . ln 12027
escutai-me. 170 Deus do nosso povo de “ “ Irmãos, quer sejais filhos da linha­
Israel escolheu nossos pais. Ele fez cres­ gem de Abraão, quer pertençais aos que
cer o povo durante a sua estada na terra entre vós temem a Deus, é a nós que esta 10.2
iíx 6 ,i - 6 do Egito; depois, com a força do seu palavra de salvação"' foi destinada! 27A
braço, os fez sair de lá; '“durante cerca população de Jerusalém e seus chefes não
r* 16.35 de quarenta anos, no deserto o s a l i - reconheceram Jesus; e, condenando-o,
m e n t o u '; l9em seguida, depois de ter ex- cumpriram" as palavras dos profetas que 2.23: 3.18
Dt 7,i terminado sete nações na terra de Canaã, se lêem todos os sábados. a Sem ter acha­
distribuiu o território delas como heran­ do nenhum motivo para o matar, pedi- 3.13-14 :
ça; ;0tudo isso durou cerca de quatrocen­ ram a Pilatos que o fizesse perecer 2,e, u 23,422
tos e cinqüenta anosr. Depois disso, deu- como tivessem cumprido tudo o que es­
lhes juizes até o profeta Samuel. 2lEntão tava escrito a seu respeito, desceram-no a i 5.30:
eles reclamaram um rei, e Deus deu-lhes do madeiro e o depositaram num túmulo.
Saul, filho de Cis, membro da tribo de “ Mas Deus o ressuscitou dos mortos Jle
Benjamin, que reinou quarenta anos*. ele apareceu durante vários dias aos que 1.3

a» Paulo lembrar-se-á deste abandono dc João Marcos (15.38): Paulo também era oriundo da tribo de Benjamin (Rm II. I; Fl
d . J2.12 nota. 3 3 ) e tinha o nome desse primeiro rei.
b. Trata-se da "homília*’ que. na sinagoga, seguia-se ordinaria­ h. Sl 89.21 e ISm 13.14: o fim da citação provém dc outra
mente à leitura da Escritura (cf. Lc 4.16-22). Tal exortação ou parte (Is 44.287). A breve evocação da história de Israel, vv. 17-
encorajamento assinala alhures a operação do Espírito Santo 22. pára em David; a ascendência davídica dc Jesus ocupa um
(9.31) ou a da palavra apostólica ( 1 5 3 0 entre os cristãos. O lugar importante na pregação dirigida aos judeus (2.25*3234;
termo é de particular freqüência nas epístolas paulinas. cf. 7.46).
c. Aqui começa o único exemplo desenvolvido (vv. 16-41) de i. Variante: suscitou, como nos vv. 22 e 30 (cf. 3,26 nota).
um* prcgaçào dc Paulo aos judeus (cf. 2,14 nota). Em sua se­ j, Lit. Jesus como salvador ixira Israel.
gunda parte (vv. 26-39). esta pregação reproduz o esquema da k. O batismo e o testemunho de João Batista (1 3 ; 1037; 19,
pregação de Pedro, voltada para a Ressurreição de Jesus: o final, 3-5) ainda pertencem ao tempo da promessa (cf. Lc 16,16 nota).
vv. 38-39, contém um elemento de feição paulina: a justificação Depois de João, é com Jesus que começa verdadeiramente o
pela fé e não pela lei. Em sua primeira parte. vv. 17-25. o dis­ tempo da salvação (cf. v. 26).
curso de Paulo apresenta certa analogia com o discurso dc Es- I, Ou seja: eu não sou o Messias (Lc 3,15; cf. Jo 1,19-20;
têvJo (7,2 nota). 3.28).
d. Cf. I0J2 nota. m . Lit. a palavra desta salvação (cf. 5,20). Var.: è a vós em
e. Variante: ele os suportou (citação de Dt 1.31 gr.). vez de ê a nós.
f. Ou seja. mais ou menos quatrocentos anos dc estada no n. Três motivos são sublinhados nos vv. 27-29: ignorância,
Egito(Gn 15,13; Ex !2 .4 0 -4 l)e quarenta anos de caminhada no responsabilidade ativa da população de Jerusalém c dos seus
deserto (Dt 2.7). Existiam cronologias divergentes conforme as chefes, cumprimento das Escrituras. Mais nitidamente do que
tradições do judaísmo (cf. G1 3,17). em 3,17 (nota), a ignorância dos judeus é aqui apresentada como
g. Esta indicação cronológica não vem diretamente da Bíblia. um desconhecimento culposo.
•>
haviam subido com ele da G atiléia para ■"“T o m ai, portanto, cuidado para que
1.22 Jcrusalc'm ; estes são agora as suas te ste ­ não vos atinja esta palavra dos profetas1:
m unhas perante o povo"! 41 "Olhai, vós, arrogantes.
,2"N ó s tam bc'm . nós vos anun ciam o s Sede tomados de estupor e desaparecei!
esta B oa N ova: a prom essa feita aos pais. Com efeito, enquanto viveis,
wD cus a realizou plenam ente em favor eu vou realizar uma obra,
2.39 dc nós. seus filhos, quando ressuscitou obra em que não acreditaríeis
Je su s, com o está escrito no salm o se- se alguém vo-la contasse".
g u n d o p: 42A o saírem , rogaram com instância a
Tu és meu filho. P aulo c a Barnabé' que to m assem a falar
Eu, hoje, te gerei. d o m esm o assunto no sa'bado seguinte.
■''“ Q ue D eus o tenha ressuscitado dos ■'■'Quando a assem ble'ia sc d ispersou, bom
m ortos, sem re to m o possível à d e co m ­ num ero de ju d e u s e de prosélitos a d o ­
posição, é precisam ente o que ele tinha radores" acom panharam Paulo e B arna-
d eclarado11: bc' q u e . cm suas co n v ersas com e le s. os
Eu m v darei as santas, ex o rtav am a que perm anecessem fiéis à 11.23:
as verdadeiras realidades de David. graça de D eus. |540. 20.32
,5“ E e' por isso q u e ele d iz tam be'm cm
outra passagem ': Paulo c Barnabé sc voltam para os
2.31 Não deixarás o teu Santo pagãos. " Q u a n d o chegou o sábado, q u a ­
experimentar a decomposição. se toda a cidadc se reunira para e sc u ta r
•“ “ O ra D avid. d epois dc ter estado em a p a la v ra d o S e n h o r. 45À v ista d e ssa
seu tem po a serviço d o plano dc D eus. m ultidão, o s ju d e u s foram tom ados de
adorm eceu, foi ajuntado a seu s pais, c furor c o q u e c ies opunham às palavras 5 .17 : 17.5
e x p e rim e n to u a d e c o m p o siç ã o . ,7M as de P aulo eram in jú ria s'. “ P aulo e B ar- I9J7:
aquele que D eus ressuscitou não e x p eri­ nabe tiveram e n tã o a intrepidez de d e ­
m entou a d ecom posição. “ S abei, p o rtan ­ clarar: “ É a vós por prim eiro que devia
to, irm ãos, que é graças a ele que vos se r dirigida a palavra d e D eus. M as, vis­
vem o anuncio do perdão dos pecados: c to q u e a re je ita is e vós m esm o s vos
esta justificação*, que não pudestes obter ju lg a is indignos da vida ctcm a. então nós m.6:2x.2x
na lei dc Moisc's. ^ n e le e' que ela e' p len a­ nos voltam os para os pagãos". 47Pois tal
m ente co ncedida a todo hom em que crc. c' a o rdem que recebem os do Senhor*:

o. Mesmo constatando que a atividade dos Doze se limita dc s. Como muitas vezes nos Atos (238; 531: 10,43; 26,18) a
fato ao povo. isto é. a Israel, ao que parece. Paulo reconhece salvação (vv. 23.26) anunciada e trazida por Jesus é chamada,
aqui que eles são as testemunhas por excelência. Doravante, o antes de tudo. o perdão dos pecados: depois, com a impotência
autor comprazer-se-á cm notar que Paulo tambem recebeu de da lei (cf. Rm 3.21-31; etc.) e a justificação (cf. Rm 3.24 nota)
Deus e dc Jesus a missão dc testemunha (20.24; 22.15.18; 26.16) concedida a iodo homem que crê (cf. Rm 1.16; etc.). são evoca­
especialmente junto dos pagãos, e que ele cumpre esta missão dos o vocabulário c o pensamento de Paulo.
(18.5; 23.11; 26.22; 28,23); cf. 22.21 nota. Ma>. se deve. como t. Hab 13; esla nota ameaçadora ecoa no fim do livro (28.
os Doze (4.20). dizer o que viu e ouviu (22,15). ele não viu. nem 26-27 = Is 6.9-10).
ouviu as mesmas coisas que eles ( 1.22 nota); a manifestação de u. Prosélitos significa aqui (cf, 2 .1 1 nota) tementes a Deus
Jesus que caracteriza a sua conversão é posta em relação mais (10.2 nota): esla ultima denominação será doravante substi­
com outras manifestações futuras (26.16; cf. 18,9 nota) do que tuída por adorador (1330; 16.14; 17.4.17; 18,7). Esses am­
com as aparições às testemunhas dos quarenta dias (cf. 9,1 nota). bientes dc incircuncisos que participavam da fé judaica deve
Paulo vé as coisas dc modo diferente (ICor 15.8-9; cf. 9.1; Gl ter fornecido membros bastante numerosos às comunidades
1.16-17). Sobre Estêvão testemunha: 22.20 nola. paulinas.
p. Sl 2,7: esta citação (cf. Hb 13; 5 3 ) apresenta a ressurreição v. Ou: blasfêmias, se os judeus não atacavam somente a Pau­
de Jesus como a sua suprema entronização messiânica (2 3 6 lo. mas também ao Cristo que Paulo anunciava (cf. 18.6; 26.11).
nota; cf. I-c 3,22 nota; Rm 14). w. Aqui retine, de modo soiene e dramático, a decisão de abrir
q. Is 55.3: as realidades santas prometidas a David são o brecha na prioridade do povo dc Israel (cf. 2 3 9 nota: 3.25 nota;
próprio Jesus — o Santo (v. 35; 3,14 nota) — e a plena justifi­ 3,26 nota) e levar o Evangelho às nações. A mesma passagem
cação que ele confere (vv. 38-39). para os pagãos cm 18.6 (cf. 19,8-9) e 28,17.28 (mas ver 28.27
r. Sl 16.10: nos vv. seguintes, este texto é interpretado como nota).
em 2.25-31. x. Is 49,6 aplicado a Cristo cm Lc 232.
Eu te estabeleci luz das nações, favor dos judeus, outros dos apóstolos'.
para que leves a salvação sPagãos e judeus decidiram , com seus
1.8 até as extremidades da terra". chefes, recorrer à violência e apedrejar
*A essas palavras, os pagãos, cheios os apóstolos; ‘cientes da situação, estes
de alegria*, glorificavam a palavra do p ro c u ra ra m re fu g io n as c id a d e s de
Senhor, e todos os que estavam destina­ Licaônia, Listra, D erbe c regiões circun-
dos à vida eterna* abraçaram a fé. vizinhas. 7Lá também anunciaram a Boa
*A palavra do Senhor difundia-se por Nova.
toda a região. “ Mas os judeus lançaram
a agitação entre as mulheres de alta po- A c u ra de u m inválido em L istra ; d is­
17.4.12 sição que adoravam a Deus, com o tam ­cu rso d e P aulo. "Achava-se em Listra
bém entre os principais da cidade; pro­ um homem que não podia ficar de pé;
vocaram uma perseguição contra Paulo sendo invalido dc nascença, ele nunca
e Barnabé e os expulsaram dc seu terri- tinha andado. ’Um dia em que ele escu­
i8.6; 22.23 tório. 5lEstes. tendo sacudido contra eles tava Paulo falar, este fixou os olhos nele 3.4
u 9.5-, o pó dos seus pés. foram para Icônio; e , vendo que tinha fé11 para ser curado,
io.h « q Uanto aos discípulos, ficavam chcios '•disse com voz forte: “Levanta-te direi­
de alegria e do Espírito Santo*. to sobre os teus pés!". O homem deu um
salto: caminhava'!
I a Paulo e B a rn a b é cm Icônio."A'Emvista do que Paulo acabara dc fa­
Icônio sucedeu a m esm a coisa: zer, ergueram -se vozes da multidão, di­
Paulo e Barnabé foram à sinagoga dos zendo em licaônior: “O s deuses se tom a­
judeus e falaram de tal modo que judeus ram sem elhantes a homens e desceram
e gregosb abraçaram a fé em grande nü- até nós” . l2Chamavam Barnabé de “Zeus”
mero. 2Mas aqueles dentre os judeus que e Paulo de "Hermes", porque era ele quem
não se tinham deixado convencer susci­ falava*. L,0 sacerdote dc Zcus-fora-dos-
taram no espírito dos pagãos a malque­ murosh mandou trazer touros e coroas às
rença contra os irmãos. JNcm por isso portas da cidade1; de acordo com a m ulti­
Paulo e Barnabé deixaram de prolongar dão, ele queria oferecer um sacrifício. 14A
a sua permanência por ccrto tempo; a esta notícia, os apóstolos Barnabé e Pau- mi 20.05
sua firmeza se fundava no Senhor, que Io rasgaram os mantos e sc precipitaram
20J 2 dava testem unho da palavra de sua gra­ para a multidão gritando: ‘' “Gentc^ que
ça, concedendo-lhes operar com as prtí- estais fazendo? diziam. Nós tam bém so­
3.12: i9.il prias mãos sinais e prodígios. 4A popula­ mos seres humanos iguais a vós! A Boa 3. 12 : 10.26
ção da cidade ficou dividida: uns eram a Nova que vos anunciamosk é que aban-

y . Cf. 8.8 nola. e. Este relato de cura lembra por vários pormenores o de 3.
z. Esla expressão judaica corrente não implica uma predesti­ 2-9 (cf. 3.2 nota).
nação (cf. Lc 10.20) que nào deixasse lugar à liberdade humana f. Um dialeto local. Por nào compreendê-lo. os apóstolos nâo
(cf. v. 46). reagem imediatamente.
a. Isto e: de uma alegria dada pelo Espirito (cf. 1,6: Gl 5.22). g. A lenda frigia dc Filêmon e Báucis visitados por Zeus e
b. Já encontrado cm 11.20. esse termo designara daqui por Hermes podia dispor os espíritos simples a tais identificações.
diante os não-judeus (18.4; 19,10.17; 20,21). h. O templo dc Zeus cdificado diante das portas da cidade.
c. Aqui. como no v. 14, apóstolos deve ser entendido muito i. Ou: nas /tortas do templo. Os sacrifícios efetuavam-se no
provtivelmente no sentido etimológico dc enviados (cf. Jo 13.16): exterior dos templos.
Barnabé e Paulo foram enviados em missão pela igreja de j. Lit. Homens (= varões)/
Antioquia (13,1-4; cf. 2Cor 8.23). Este sentido muito amplo k. Este breve discurso (vv. 15-17) e um primeiro exemplo de
deve ser antigo; cm todo caso. ele é contrário ao uso do autor pregação dirigida nâo mais a judeus (2.14 nota), mas a gregos
que. em todas as demais punes do seu livro, reserva o titulo de que não participam da fe*judaica. Quem é anunciado por primei­
apóstolos aos Doze. os enviados por excelência ( 1.2 nota; 1.26; ro c' Deus criador e providência — aliás em termos bftlicos (ver
2J7.42; 4.33; etc.; 16.4). Ver 22.21 nota. os panilelos) — sem nenhuma alusão à história dc Israel ou às
d. A cura intervém como resposta à f<5; cf. 3.16 nota. profecias. O discurso não passa dum esboço inacabado, que o
discurso de Atenas retomará, desenvolvendo-o (17.22 nota).
3.19; doncis essas tolices, para vos voltardes lações para entrar no Reino de Deus” . ^ 7- ^
„ 'T* !-9 para o Deus vivo que criou o céu e a ter- “ Em cada Igreja eles designaram " an­
4 ,24 ; 17, 24 . r J
si 146.6 ra, o mar e tudo o que neles se encontra. ciãos, fizeram orações acompanhadas dc
Ap 14.7 i6ivjas gerações passadas ele deixou todas jejum e confiaram-nas ao Senhor, no qual
17.30: as nações seguirem os seus caminhos, tinham posto a sua fé.
Rm 3.25 >7sem deixar no entanto de lhes dar mos­ ^Atravessando então a Pisídia, foram à
tras da sua beneficência, já que vos en- Panfília. “ anunciaram a Palavra em Per-
17,26: viou do céu chuvas c estações férteis, ge, depois desceram à Atália. “ Dc lá na­
SIj'45724 cunlu'an(J° os vossos corações de alimen- vegaram para Antioquia. seu ponto de par­
si 145!i6 to e satisfação” . '"Essas palavras acalma- tida, onde tinham sido confiados à graça 15.40
sl 1611 ram a muito custo a multidão, fazendo- de Deus para a obra que acabavam dc rea- 13.2
-a desistir dc lhes oferecer um sacrifício. lizar. 27A chegada, eles reuniram a Igreja
''V ieram então de Antioquia e de Icônio c contaram tudo o que Deus realizara com
judeus que aliciaram a multidão aos seus eles, e sobretudo como tinha aberto aos
2o*i 11.25 intentos. Paulo foi apedrejado, depois o pagãos a porta da fé°. “ Passaram então
arrastaram para fora da cidade, deixan­ certo tempo com os discípulos.
do-o por morto. 20Mas quando os discí­
pulos1sc reuniram em volta dele, Paulo C onflito em A ntioquia a respeito
sc levantou e entrou de novo na cidade. 15
d a c ircu n c isã o p. 'A lguns indiví­
No dia seguinte, junto com Barnabé, duos desceram então11da Judeia' com o
partiu para Derbe. intento de doutrinar os irmãos, dizendo: 15j-24.
"Se não vos fizerdes circuncidar segun- 6.'i4^21.21:
V olta d a m issão . 2lD cpois de terem do a norma dc Moisés*, não podereis ser
anunciado a Boa Nova nesta cidade e salvos'” . 2Daí resultou um conflito, e dis-
- ™ , 15.7
nela terem feito discípulos bastante nu­ cussoes bastante graves opuseram Paulo
merosos, eles passaram de novo por Lis- e Barnabé a essa gente. Decidiu-se que 11.30
is.32; is.23 tra, Icônio c Antioquia. 11 Aí confirm a­ Paulo, Barnabé e alguns outros subissem
vam o coração dos discípulos c os exor- a Jerusalém para entrevistarem-se com gi 2.1
1 1 _23; 13.43 tavani a perseverar na fcm: “É necessário. os apóstolos e os anciãos a respeito de.s- 11,30
diziam, que passemos por muitas tribu- sa com cnda". JA Igreja dc A ntioquia

l. Var.: seus discipulos (cf. 9.25 noia). blemas e as suas relações com o relato de Gl 2 são problemáti­
m. Aqui. a fé é sinônimo dc vida cristã, cas. Deliberadamente ou nâo. o autor dos Atos pode ter reunido
n. Única informação dada pelos Atos sobre o modo dc nomea­ c apresentado aqui a seu modo acontecimentos que. na realida­
ção dos anciãos, que aparcccm aqui pela primeira vez fora dc de, teriam sido mais dispersos c mais complexos.
Jerusalém ( l ! 3 0 nota). É possível que as Igrejas tenham parti­ q. Var. ocidental: Alguns fiéis de procedência farisaica desce­
cipado da sua escolha (cf. 6.5-6; 16.2-3). mas em todo caso a ram entâo... (cf. 15.5).
decisão final pcrtcncc aos apóstolos (cf. Tt 1.5) c, dc ccrto modo, r. Como será demonstrado a seguir (15,24). trata-se dc cris­
ao Espírito Santo (20.28). Sobre o papel dos anciãos: 20,18 nota. tãos circuncisos. Será preciso identificar este episódio com o
o. Dc maneira significativa, a imagem da porta aberta, que que Paulo conta em Gl 2.11-14? É difícil: um sc situa antes dc
aparece tambem cm ICor 16.9: 2Cor 2,12; Cl 4,3. intervém importantes conversações cm Jerusalém (At 15.4-29), enquanto
exatamente no meio do iivro dos Atos. O acesso dos pagãos à o outro parccc situar-sc posteriormente (Gl 2,1-10); os proble­
fé. anunciado cm 10.45; 11.1.18. c realmente o acontecimento mas levantados são diferentes e Pedro só aparece no relato dos
fulcral no qual sc apóiam as duas partes do livro. Atos para exprimir a sua posição enunciada nos vv. 7-11.
p. O relato que aqui começa (15.1-35) manifcsta-sc dc capital s. Var. ocidental: Se nâo vos fizerdes circuncidar e não vos
importância no plano do livro: a poria da fé aberta aos pagãos conduzirdes segundo a norma de M oisés... (cf. 15.10 nota).
(14.27 nota) escapa — na verdade por pouco — ao perigo dc ser I. Para além dos problemas suscitados pela comensalidade dos
novamente fechada (15.35 nota); os cristãos conseguem perma­ cristãos circuncisos e incircuncisos (1 1 3 nota), uma questão
necer povo de Deus no qual os incircuncisos se ajuntaram, na fe fundamental põe-se agora: como ver salvo? (cf. 4.12 nota). Se
e na salvação, aos circuncisos (15.14 nota). A crise começa (15, isto é impossível sem a circuncisão — e sem a Lei (153.10
1-4) e termina em Antioquia (15.30-35). mas atinge o auge c nota) — para que serve a fé (15.9)?
chcga ao seu desfecho cm Jerusalém (15.5-29), onde sc situam u. Variante ocidental (em vez de Decidiu-se...): Paulo, com
um discurso dc Pedro (15.7-11). outro de Tiago (15,13-21) e efeito sustentava vigorosamente ser-lhes preciso permanecer
uma carta (1523-29), interligados por elementos narrativos ( 15.4- conut estavam quando ttnham abraçado a f é (cf. ICor 7.17-18);
6.12-13.22-23). A unidade literária deste conjunto levanta pro­ mas os que tinham vindo de Jerusalém intimaram-nos — a Pau-
IC°6 n Proveu a v iagem d e le s '. P assan d o pela minha boca a palavra do Evangelho e iu
2 0 * 1.16 F e n ícia e a S a m aria , e le s narravam ali a abraçaram a fé. "Deus, que conhece os
14.27: co n versão das nações p agãs e pro vo ca- corações, lhes prestou testemunho quan­
15.4.12 vam a s s j m um a g rande aleg ria em todos do lhes outorgou, como a nós, o Espirito
os irm ãos". Santo'. ’Sem fazer a menor diferençaf 10_u.44.47
4A o chegarem a Jerusale'm . foram a c o ­ entre elas e nós, foi pela fé que ele pu- u , 9 : 10.15
lhidos" pela Ig reja, pelos ap ósto lo s e an ­ rificou os seus corações*. ‘“Visto isso, por ^ 22
c iã o s. e o s puseram a par de tudo o que que tentar a Deus, impondo à nuca dos 5.9
14.27: i5.i2 D eus realizara com eles. discípulos um jugo que nem os nossos g i 2.16
pais. nem nós mesmos fomos capazes de m*i^i 29s
Solução do conflito: a Assembléia dc suportar*1? "Mais uma vez, foi pela gra­
Jerusalém. 5A lg u n s fie is o riu n d o s do ça do Senhor Jesus1, como cremos, que
n.2: farisaísm o -'in tervieram e n tã o 'p a r a sus- fomos salvos, exatamente como eles!”
012,4-5 tentar que era n ecessário circu n cid ar os lzHouve* então um silêncio em toda a 1 i.ik
15.1 pagãos e prescrever-lh es qu e o b se rv a s­ assembléia, a seguir escutaram Barnabé ci 2.1
sem a lei de M o isé s. ‘ O s ap ósto lo s c os e Paulo contar todos os sinais e prodí­
anciãos* se reuniram 11 para e xa m in ar essa gios que D eus, por intermédio deles,
questão. realizara entre os pagãos*.
7C o m o a discu ssão se tiv e sse acalora- '•'Quando terminaram, Tiago tomou a 12. 17; 21. i*
15.2 do , Pedro in terv e io 'p a ra d ecla rar11: “ V ó s palavra1: “Irmãos, escutai-me. 14Simeão
ci 2.9.ii sab e is, irm ãos, foi por um a esco lh a de acaba de nos lembrar como Deus. desde
iu -is : D eus qu e, desde os prim eiros d ias e en- o início, cuidou de tirar dentre as nações
15.14 (re V(5S> a s n a ç õ e s p a g ãs o u v ira m dc pagãs um povo para o seu nome". l5Esse

In. a Barnabé e a alguns outros — a subir a Jerusalém para ir d. Pedro vai ressaltar as implicações doutrinais permanentes
ter ann os apóstolos e os anciãos, a fim de serem julgados sobre da conversão dc Cornélio (cf. 10,1 nota; 11 .IS nota), tanto para
esta questão, a respeito dessa contenda. Exigir a circuncisão é os circuncisos como para os incircuncisos. o dom do Espirito
aqui, pura Paulo, pôr novamente em düvida uma prática missio­ (15.8). o perdão dos pecados (15.9). a salvação (15.11) são obra
nária adquirida, aprovada por Barnabé em nome de Jerusalém dc Deus pela fé e pela graça do Senhor Jesus (15.9.12). Subor­
(1 1.22-24) e ja amplamente aplicada (15-14). dinar a salvação à circuncisão seria, portanto, provocar a Deus
v. Ou: os acompanhou (no caminho: cf. 21.5). (15.10).
w. Estes irmãos aprovam portanto as posições dc Paulo e e. Var. ocidental: ele lhes deu o Espírito Santo, a eles exata­
Barnabé'. Certas concordâncias entre At 15.4-29 e Gl 2.1-10 mente como a nós (cf. v. 7 nota).
inclinam a identificar as duas estadas de Pauio cm Jerusalém f. Sem fa zer a menor diferença traduz uma fórmula mais ou
que estes textos comam. Mas cm Atos trata-se de uma terceira menos idêntica à que é traduzida em 10,20 por sem teres ne­
viagem (cf. 9.26-30; 12,25 nota), em Gaiatas, de uma segunda nhum escrúpulo (cf. 11.12).
(cf. Gl 1.18) e. por outro lado. os dois relatos apresentam diver­ g. Tal era o sentido da visão de Pedro em Cesaréia (10.35
gências importantes. Se concernem aos mesmos acontecimentos, nota; 10.43 nota).
os s<us pontos de vista diferem consideravelmente. h. Esse jugo não é somente a circuncisão, mas o conjunto da
x. Variante ocidental: eles foram acolhidos generosamente (cf. Lei (cf. 15.5; Gl 5 3 ). Pedro é portanto favorável a um status
21.17). O texto ocidental vai acentuar doravante a unanimidade quo integral (cf. 15.2 nota): os cristãos incircuncisos nào devem
da Igreja em favor da solução que será dada ao conflito de ser submetidos à Lei.
Antioquia. i. Var. ocidental: Senhor Jesus Cristo.
y. Lit. oriutuJos da (ou: pertencentes à) seita dos fariseus. j. Var. ocidental: Como os anciãos estivessem de acordo com
z. Var. ocidental: Aqueles que os haviam intimado a subir Pedro, houve...
paro se encontrar com os anciãos — fié is provenientes do k. Deus dera assim a sua caução (cf. 3.2 nota) a um trabalho
farisuísmo — intervieram então contra os a/w stolos... Cf. 15.1 missionário que nada mais pedia dos pagãos do que a fé ( 1338s.:
nota, 13.12-48; 14.1; cf.Gl 2.2).
a. A reunião parece limitada aos a/tóstolos e aos anciãos (cf. I. Tiago vai aprovar o discurso dc Pedro (15.14) e confirmá-
Gl 2.2.6). ao passo que. mais adiante, toda a comunidade está -lo com um argumento escriturístico (15,15-18). Mas as suas
presente (I5.l2.22s.): imperícia redacional? ou vestígios dc fon­ conclusões (15.19) ficaram aquém das conclusões de Pedro (15.10
tes que narravam duas reuniões diferentes? Cf. nota seguinte. nota): ele dá maior importância às exigências judaizantes (cf.
b. Var. ocidental: Os apóstolos e os anciãos se reuniram com 15.19 nota; 21.21-25; Gl 2.12).
o am junto (dos irmãos)... cf. nota anterior. m. Isto é: que lhe pertença como projíriedade. O alcance exato
c. Var. ocidental: ...interveio no Espírito (Santo). O texto desta afirmação capital (cf. Zc 2.15) é especificado pela citação
ocidental continuará a insistir sobre a participação do Espírito na de Amòs que a acompanha e da qual ela já emprega dois termos
solução final. (naçães e nome): é procuramlo o Senhor, isto é. convertendo-se.
fato concorda, alids, com as palavras dos sangue0. 2lDesde muitas gerações, com
profetas, pois esta' escrito0: efeito, Moisc's dispõe de pregadores em
16 Depois disso, eu virei reedificar°a cada cidade, visto que o icem todos os
choupana desmoronada de David. sa"bados nas sinagogas’.” is .i5 .2 7 :
2Cor 3.5
Av ruínas que dela restam, eu as
reedificarei. e eu a reerguerei. As decisões e a carta da Assembléia.
17 A partir de então o resto dos “ Dc acordo com toda a Igreja, os após- 5.n
homens procurará o Senhor, tolos c os anciãos decidiram então esco­
com todas as nações portadoras do lher, dentre os seus, delegados que en­
meu nome*. viariam a Antioquia com Paulo e Barna-
Eis o que diz o Senhor, be'. Foram Judas, chamado Barsaba's, c
ele realiza assim os seus projetos Silas, personagens de realce entre os ir­
18conhecidos desde sem pre’ . mãos". wEsta foi a carta a eles confiada1:
l9"Por conseguinte, eu sou dc parcccr' "O s apóstolos, os anciãos e os irmãos
i5.io .2 k que não se acumulem obstáculos diante saúdam ’ os irmãos de origem pagã que
j.i» dqs pagãos que se voltam para Deus. se acham em Antioquia, na Síria c na
“ Escrevam os-lhes' simplesmente que se C ilícia'. ^Soubem os que alguns dos nos­
15.29: 21.2 5 abstcnham’das impurezas da idolatria, da sos tinham ido vos perturbar c confundir is.i: <si 1.7
im oralidade, da carne asfixiada, e do os vossos espíritos com suas afirmações;

que as nações se ajuntam (15.17) a um Israel restaurado {15.16; não quereriam que os outros lhes fizessem (algumas testemu­
cf. 1.6). ele mesmo convertido e, por isso. beneficiário das Pro­ nhas omitem da imoralidade); cf. 15.29 nota. A ausência da
messas (cf. 239; Rm ll.ló s .; 15.8-12). Doravante o povo de carne asfixiada e a presença da “regra dc ouro** final (cf. Mt
Deus c constituído dc convertidos circuncisos e incircuncisos 7.12) convidam a situar as interdições num plano nào-ritual (cf.
(cf. Ef 2.14; IPd 2.10). nota), mas moral: a “imoralidade" teria então um sentido muito
n. Am 9.1 Is. segundo o gr. A argumentação atribufda a Tiago geral e o sangue designaria o homicídio.
seria impossível com o hebr. que lia avsim o fim da citação v. Tiago lembra o caráter antigo e difundido da leitura semanal,
(15.17): de tal modo que conquistarão o resto de Edom e as nas sinagogas, de Moisés, isto é. do Pentateuco. A solução que
nações. .. ele propõe não causara estranheza, portanto, aos convertidos do
o. l.it. eu retornarei e reedificarei... paganismo que. assim, são informados dos problemas levantados
p. Lit. sobre as quais o meu ntmte fo i pronunciado (como to­ pela Lei quanto às relações entre judeus e gregos: tal e' ao menos
mada dc posse). No NT essa expressão só se encontra em Tg 2.7. um dos alcances possíveis de uma argumentação obscura.
q. O fim da citação pode ser uma reminiscência de ls 45.21; w . Judas e' desconhecido de outras fontes. Silas — ou Silvano
o texto é muito incerto. Certas testemunhas do texto ocidental — tornar-sc-á colaborador dc Paulo (15,40; cf. ITs 1.1; 2Ts 1,1:
lêem p. ex.: Desde sempre a obra do Senhor lhe é conhecida. 2Cor 1,19) c .a o que parece.de Pedro (IPd 5.12). Provavelmen­
r. Tiago vai pedir aos judeus convertidos que renunciem a te participasse das visitas missionárias de Paulo (1 5 3 ls .) e fa­
exigir a circuncisão (15.19), e aos pagãos convertidos, que se lasse grego.
submetam a algumas exigências legais aceitáveis. Os primeiros x. Lit. tendo escrito pela mão deles. V;ir. ocidental: tendo
reconhecerão assim que o povo de Deus reúne circuncisos e escrito pela mão deles uma carta que continha isto. Poder-se-ia
incircuncisos. enquanto os outros facilitarão as relações huma­ também compreender que a própria redação da carta lhes foi
nas no seio desse povo (cf. 15.20 nota), confiada (cf. IPd 5.12 nota quanto a Silvano). Após o endereço
s. Ou; prescrevamos-lhes. (15.23), a carta contém uma exposição dc motivos (15,24) e as
t. Das interdições que seguem (cf. 15.29). a primeira refere-se duas decisões tomadas: o envio de delegitdos (15.25*27). as
às carnes provenientes dos sacrifícios pagàos. chamadas idolôtitos exigências impostas (I5.28s.).
(cf. ICor 8-10; Ap 2.20). A segunda, a imoralidade, concerne y . Var. levemente mais provável do que as seguintes; Os
muito provavelmente às uniões ilegítimas perante a Lei (cf. Lv apóstolos e os anciãos, irmãos, saúdam ... ou: Os ajxistolos e os
18.6-18). A terceira proíbe a carne de animais não-sangrados e anciãos saúdam (cf. 15.28 nota).
tambem a quarta, sem duvida (cf. Lv 17.10-16), a não ser que r. A origem dessas Igrejas da Síria (exceto Antioquia) e da
ela sc refira ao homicídio (Gn 9.5-6). Com o seu cunho princi­ Cilícia permanece desconhecida. Segundo os Atos. as decisões
palmente ritual, cias bem parecem ter por finalidade evitar que dc Jerusalém foram comunicadas por Paulo às Igrejas da Panfilia,
os cristàos incircuncisos sejam paru os irmàos judeus uma fonte da Pisidia e da Licaònia (16.1-4), a quem a carta aqui não é
de contaminação, em particular por ocasião das refeições co­ dirigida; talvez tambc'm às Igrejas da Síria e da Ciiícia (15.41
muns <113 nota; Gl 2.12). Essas quatro exigências se encontram nota). Entretanto, tem-se a impressão de que Paulo veio a saber
tambem aproximativamente nos “sete preceitos de Noe”* que. muito mais tarde (21,25 nota) da própria existência dessas deci­
segundo a literatura rabinica, eram impostos tanto aos pagãos sões às quais as suas carlas não fazem nenhuma alusão (cf. Gi
como aos judeus (cf. Gn 93*7). 2.1 - 10 ou ICor 8-10. onde no entanto se trata dos idolôtitos). As
u. Var. ocidental; ...d e abster-se das contaminações da idola­ origens dessa carta conservada pelos Atos talvez não sejam
tria. da imoralidade e do sangue, e não fazer a outrem o que exatamente as que o livro lhes atribui.
eles não tinham mandato para isso. 2íNós navam e anunciavam a boa nova da Pa­
resolvemos unanim emente escolher de­ lavra do Senhor*.
legados que enviássem os com os nossos
»>,24 caros Barnabé e Paulo, “ homens que Partida dc Paulo cm missão com Silas1.
2i.i3 expuseram suas vidas pelo nome de nos­ “ Após certo tem po, Paulo disse a Bar-
so Senhor Jesus Cristo*.21Nós vos envia­ nabe': "V oltem os a visitar os irmãos em
mos pois Judas e Silas para vos com uni­ cada uma das cidades onde anunciamos
car dc viva voz as mesmas diretivas. “ O a Palavra do Senhor. Nós verem os a
Espirito Santo e nós mcsmosbdecidimos quantas andam". -,7Bamabe' queria tam-
i 5 . io .i 4 não vos impor nenhuma outra obrigaçãobe'm levar com eles João, cham ado Mar- 12.12
a não ser estas exigências inevita'veisc: cos. “ Mas Paulo não era dc opinião que
15.20-, 21.25 wabstcr-vos das carnes dc sacrifícios pa­ sc retom asse com o co m p an h eiro um
gãos, do sangue, dos animais asfixiados homem que os abandonara na Panfília e.
e da imoralidadcd.S c evitardes tudo isso portanto, não participara do trabalho
com cuidado, tereis agido bemc. Adeus!" de!csk. •"'Esta discordância se agravou a
wApós as despedidas, a delegação des­ tal ponto que eles partiram cada qual para
ceu a Antioquia, onde reuniu a assem­ seu lado. Bamabe' tomou consigo Mar­
bléia para lhe com unicar a carta. -"A sua cos e embarcou para C hipre, “ enquanto
leitura foi uma alegria pelo estimulo que Paulo associava Silas a si e partia, con­
trazia*. MJudas e Silas, por seu lado, como fiado pelos irmãos à graça do Senhor*, u.26
eram profetas*, lhes proporcionaram lon-
i5.4i gamente de viva voz estim ulo c apoio; Timóteo associado a Paulo c Silas.
•'■'demoraram-se algum tem po com eles, ■"Percorrendo a Sfria e a C ilícia. Paulo 15.2?
depois os irmãos os despediram , dese­ confirmava as Igrejas"1
jando-lhes paz, para ajuntar-se aos que 1 ‘e assim chegou a Derbe e a Listra.
os haviam e n v iad o .1,4 hl -''Quanto a Pau­ Havia ali um discípulo chamado T i­
lo e Barnabé', ficaram em Antioquia. Em móteo. filho dc uma judia que abraçara a
companhia de outros muitos ainda, ensi­ fe' c dc um pai que era grego". 2Tinha

a. Var. ocidental: ..Jesus Cristo, tendo em vista ukUí e qual- propriamente paulina (cf. Gl 2.7*9). Paulo parte dc Antioquia
quer provaçuo. (15.35.40; cf. 11.19 nota), mas no fundo o seu ponto de partida
b. O Espírito Siftilo <5considerado como inspirador da dccisào situa-se cm Jerusalem (cf. Rm 15.19) onde a liberdade da pala­
tomada (cf. 13.1-4). Nós mesmos designa, quer unicamente os vra do Senhor acabava de ser salva e para onde Paulo voltara em
apóstolos e os anciãos, quer toda a assembléia, conforme a var. 21.15-26. Uma breve permanência em Antioquia. talvez prece­
escolhida cm 15.23 (nota). dida de uma passagem por Jerusalc'm (18.22 nota), permite dis­
c. A carta jidota as propostas de Tiago (15,20 nola). tinguir dois períodos nessa grande missão.
d. Var. ocidental: .. d e abster-se das carnes de sacrifícios k . Var. ocidental: o trabalho fw ra o qual eles tinham sido
ixtgâos, do sangue e da imoralidade e nâo fa zer a outrem o que enviados (cf. I ! 3-5.13).
eles nâo quereriam que se lhes fizesse (e da imoralidade est;í I. Depois de terem visitado as jovens Igrejas para confirma-
ausente em algumas testemunhas: outras mencionam os animais • las (1 5.41-16,5). Paulo e seus companheiros vão para a
asfixiados ou a cam e asfixiada); cf. 15.20 nota. Macedônia (16,6-17.15). depois para Atenas (17.16-34) e enfim
e. Ou: asssint vós ficareis à vontade. Algumas testemunhas para Corinto (18,1-17). Hste avanço importante do Evangelho
ocidentais continuam: porque sereis levados pelo Espírito Santo. rumo ao Ocidente, diretamente querido por Deus (16.6-10). vai
f. Os destinatiírios da cana sc alegram, sem düvida. mais por colocar os missionários, pela primeira vez. em contato com as
nâo serem obrigados à circuncisão do que por terem de se sub­ autoridades romanas (16.16-40; 18.12-17) e com a cultura grega
meter às observâncias pedidas. Devia ser também o ponto dc (17.16-34).
vista de Paulo (cf. Gl 2.1-10. se este texto concerne ao mesmo m. Variante ocidental: comunicando-lhes as prescrições dos
acontecimento que Al 15). anciãos, isto é, as decisões tomadas em JerusaUím (cf. 16.4).
g. Var. ocidental: cotno profetas repletos do Espirito Santo... n. Primeira menção a Timóteo, que acompanhará Paulo no
h. Var. ocidental (v. inteiro): Silas resolveu que ficaria e Judas decurso dc sua grande missão (17.14-15; 18.5; 19.22; 20.4). A
foi-se embora sozinho (cf. 15.40). sua mãe, de origem judaica, nâo o fizera circuncidar e era casada
i. A crise foi superada e a jtorta da fé permanece aberta aos com um pagão: o seu judaísmo não era de estrita observância.
pagãos (cf. 14.27 nota). A palavra do Senhor vai reencetar a sua Timóteo sc tornará o discípulo preferido do apóstolo ff l 2.19-
caminhada. 24). encarregado de missões delicadas (ITs 3.2-6; ICor 4.17;
j. Aqui começa uma nova parte dos Atos: uma grande missão 16.10-11).
6,3; 22.12; boa reputação cntrc os irmãos dc Listra de“. , Uma noite, Paulo teve uma visãoh:
2Tm 3.ii e de Icônio. 3Paulo desejava levá-lo con­ apareceu-lhe um macedônio dc pc. fa- 10. 19-. 18.9

sigo; então tomou-o c o circuncidou, por zendo este pedido: “Passa à M acedônia,
IO» 9, causa dos judeus que se achavam nessas vem socorrer-nos!” IOcApós esta visão de
20,21 paragens. Todos sabiam com efeito, que Paulo, procuram os11 logo partir para a
o seu pai era grego0. 4Nas cidades em M acedônia, pois estávamos convencidos
que passavam1’,Paulo e Silas transmitiam11 de que D eus' acabava de nos chamar para
15.23-29; as decisões que os apóstolos e os an- anunciar aí a Boa Nova.
15 2 4 72*23- L'râos de Jeru salém 'tin h am tom ado, e
2 1.I8 pediam que se conformassem a elas. 5As Em Filipos, a conversão de Lídia.
ci 2,5; Igrejas fortaleciam-se na fé5 c cresciam “ Tendo embarcado em Trõade, rumamos
IPd5<> em número de dia para dia1. direto para a Samotrácia; depois, no dia
seguinte, chegam os a Neápolis 12e de lá
Paulo chamado p ara a Macedônia. fomos para Filipos, cidade principal do
‘Paulo e Silas percorreram a Frigia e a distrito dc Maccdônia(c colônia romana*.
18.23; região gaiata", pois o Espírito Santo os Nesta cidade passam os algum tem po.
d 4.1315 impedira de anunciar a Palavra na Á sia'. l3No dia do sábado, transpusemos a por­
7Chcgados aos lim ites da Mísia*, eles ta. a fim de alcançar, ao longo dc um rio. si 137
tentaram ir para a B itín ia\m a s o Espíri- um lugar onde, pensávamos nós1’, devia
Rm 8.9. to de Jesus' não lho permitiu. *Atraves- haver um lugar dc oração1; depois dc
ipln.u saram 'então a Mísia e desceram a Trôa- assentados, falamos às mulheres que aí

o. O alcance desta observação não é evidente. Ela sugere pro- x. A Bitfniu, contígua à Mísia, dá acesso ao mar Negro.
vavelmentc que os judeus podiam sc perguntar sc o pai dc Ti­ y. Espírito dc Jesus: expressão única em Lc e At (cf. Fl l .19).
móteo tinha ou nào deixado circuncidar o seu filho, que o direito Variantes: Espírito do Senhor; Espírito. Sobre o Espírito e a
judeu considerava israelita. A dccisão dc Paulo esclarece a situa­ missão: 1.8 nota.
ção. O autor notará outros casos cm que Paulo manifesta que z. Ou: costearam...
permanecia Hei ao judaísmo (18.18 nota; 21.21 nota), como o a. Trõade: porto a noroeste da Ásia Menor; colônia romana
eram os cristàos de Jerusalém (2.42 nota; 46 nota; etc.). mas desde Augusto (cf. 16.11; 20.5.6: 2Cor 2.12).
nada diz de claro accrca dos motivos desta fidelidade (cf. ICor b. Lit. Uma visão apareceu a Paulo durante a noite (cf. 18,9
9.20). Talvez o acentue para mostrar a continuidade entre a Igreja nota).
de Jerusalém e a missào paulina. Ver Introd. c. V. 10 segundo uma var. ocidental: Ao despertar, ele nos
p. Texto ocidental: Atravessando as cidades, eles pregavam contou a sua visão e nós compreendemos que o Senhor nos
com perfeita firmeza o Senhor Jesus Cristo, transmitindo ao chamava a evangelizar o povo da Macedônia.
mesmo tempo as dectsões... d. Se a variante ocidental de 1128 (nota) não for autêntica,
q. Lit. eles lhes transmitiam (cf. 15.41 nota). Lhes designa os aqui c que aparece a primeira narrativa (16.10-17) dos Atos.
fiéis dessas cidades (cf. 15.23 nota; 21.25 nota), escrita na primeira pessoa do plural. Ocorrerão três outras: 20.5-
r. Cf. 1130 nota, 14.23 nota c 20.18 nota. 15; 21.1-18; e 27.1-28.16 (ver Introd.).
s. Cf. 14,22 nota e 10,43 nota. e. Var.: o Senhor.
t. Esle v. é um breve sumário que lembra os do começo do f. Lit. primeira cidade do distrito da Macedônia. Se o autor
livro (2.42 nota). Nos w . 1-5. o autor sugere que. aventurando* quis dizer que Filipos era sede administrativa de distrito, come­
-se por novos caminhos, os missionários permaneceriam em es­ teu um erro. pois a Macedônia compreendia quatro distritos c a
treita comunhão com a Igreja dc Jerusalém. sede administrativa daquele em que sc achava Filipos era Anfi-
u. É preciso sem dúvida compreender o itinerário de Paulo e polis. A rigor, poder-se-ia compreender também: primeira cida­
Timóteo (vv. 6-10) da seguinte maneira. Paulo desejava ir para de que se encontra entrando nesse distrito,.. O texto é, aJiás, par­
o Ocidente (nota), mas foi impedido pelo Espírito. Ele obliqua ticularmente incerto. A var. cidade do primeiro distrito da Ma­
cntào para o Norte, atravessa a Frigia, depois, para o Nordeslc. cedônia seria a mais exata historicamente, mas é mal-atestada.
a região gaiata (sobre a Galácia, cf. Introd. a GI). Querendo g. Lit. colônia. A alguns quilômetros no interior da região,
prosseguir para o Norte, em direçào à Bitínia. o apóstolo vê-se nâo longe do porto dc Neápolis. Filipos sc achava na via Egnutia
detido uma segunda vez pelo Espírito. Não lhe resta senão um que ligava Neápolis a Dirráquio (na costa adriálica). Colônia
caminho, aquele que Deus lhe indica, pela Mísia. rumo a Trõade romana havia mais de um século, ela era habitada em parte por
e à Europa. veteranos de Antônio c camponeses italianos. A sua administra­
v. A Asia: a icgião dc Éfeso e de Esmirna, de preferência à ção era tipicamente romana (cf. vv. 20-21). Orgulhosos de seu
província romana da Ásia. que englobava ainda outras regiões, direito dc cidadãos romanos, os seus habitantes tinham uma
entrc as quaLs a Mísia. mentalidade que Paulo ainda nào encontrara (cf. v. 21).
w. Ou: em fa c e da Mísia, talvez mesmo: na Mísia. A Mísia c h. Var.: segundo o uso.
a parte da Ásia Menor que margeia o mar de Mármara e a parte i. Esse lugar de oração nâo devia ser uma sinagoga, pois a
nordeste do mar Egeu. função religiosa da qual participam Paulo e seus companheiros
estavam reunidas. u Uma delas, chamada publica*perante os magistrados. “ Eles os
Lídia, era comerciante de pürpura, origi­ apresentaram aos estrategos1, dizendo:
nária da cidade de Tiatirai,que já adora­ “Esses homens lançam a perturbação em
va a Deusk. Ela era toda ouvidos; pois o nossa cidade: são judeus 2le preconizam
Senhor abrira-lhe o coração para tom á- norm as de com portam ento que não é
-la atenta às palavras de Paulo. l5Depois permitido a nós, romanos, nem admitir
io.2: ii.i4: que recebeu o batism o, ela e sua casa1. nem seguir"” . ^ a multidão se amotinou
1631 convidou-nos nesses termos: “ Visto jul- contra eles; os estrategos mandaram ar­
gardes que eu creio no Senhor, vinde hos- rancar-lhes as vestes, deram ordem de os 2Coc 1 1 .25;

u 14.23: pedar-vos na minha casa” . E ela nos açoitar com varas, 2le, depois de os ter
Í4W forçou a aceitar™. moído a pancadas, jogaram -nos na pri­
são. ordenando ao carcereiro que os vi- 12.4-5
E m F ilip o s , p risã o e lib e rta ç ã o d c giasse de perto; 24sendo tal a ordem rece­
Paulo". “ Um dia em que nós íamos ter bida, ele os jogou na cela mais retirada
ao lugar da oração", veio ao nosso en­ e lhes prendeu os pe's nos cepos’.
contro uma jovem criada que tinha um 25 "P or volta da m eia-noite. Paulo e
espírito de adivinhaçãop — os seus orá­ Silas, em oração, cantavam os louvores e í 5. 19:
culos obtinham avultados lucros para os de D eus, e os outros presos os escuta- 013-16
19.24 seus patrões. l7Eia nos perseguia, a Pau­ vam. “ De repente houve um trem or de
lo e a nós. gritando: “Estes homens são terra tão violento que abalou os alicerces 4.31
mm 2<i os servos de Deus Altíssimo; eles vosq do edifício”. Todas as portas se abriram
anunciam o cam inho'da salvação". l!llsso no mesmo instante e os grilhões dc to ­
sc repetiu durante vários dias. Im portu­ dos os prisioneiros arrebentaram '. 27Ar­
nado, Paulo acabou voltando-se e disse rancado de seu sono, o carcereiro viu as
3 .6.16 ao espírito: "Em nome de Jesus Cristo, portas da prisão abertas; pensando que
eu te ordeno: Sai dessa mulher!” E. no os prisioneiros tivessem fugido, tomou
mesmo instante, o espírito saiu. 19Os seus da espada e ia suicidar-se'. “ Mas Paulo
patrões, que viam esvair-se a esperança gritou-lhe com voz forte: “Não faças nada
dos lucros, apoderaram-se então de Pau­ de funesto contra ti; nós estam os todos
lo e Silas e os arrastaram ate' à praça aqui". ” 0 carcereiro pediu luz, precipi-

nâo parece ser de tipo sinagogal (era indispensável a presença de tral onde se acertavam os negócios, faziam-se as compras e se
ao menos dez homens). administrava a justiça. Nas grandes cidades, como Atenas, os
j. Tiatira, na Ásia Menor, era um centro dc linturaria. A pur- seus pórticos erjm um lugar de discussão e de intercâmbio in­
pura designa os lecidos ungidos de uma cor violácea. Esses telectual. Cf. 17.17.
tecidos, muito apreciados, eram exportados, I. Os duumviri iure dicundo encarregados da justiça,
k. Lil. adoradora de Deus. Cf. 13,43 nota. u. O autor, que acentua habitualmente a benevolência dos
I. Sobre o batismo de casas inteiras, cf. 10.2 nota. romanos para com os cristãos, menciona aqui excepcionalmente
m. Sobre a hospitalidade, cf. 10.2.6.48 nota. Paulo preferia uma oposição provinda dc cidadãos romanos. Mas. como ele
prover por si mesmo às suas necessidades {2034 nota); daí pro­ mostrará, as incriminações indicadas (ordem perturbada e prose­
vavelmente a insistência de Lídia. A Igreja de Filipos foi gene­ litismo) são infundadas — sc o proselitismo feria a mentalidade
rosa para com Paulo (Fl 4,15-16). romana, ainda nâo era formalmente proibido. O verdadeiro motivo
n. Apds as intervenções divinas que dirigiram Paulo rumo à da hostilidade e' a decepção dos senhores da escrava.
Macedônia (vv. 6-10). a narração insiste sobre a fundação da v. Lit. à madeira. Os cepos eram entraves fixados na parede
Igreja de Filipos (vv. 11-15), com a dupla confirmação dos que impediam a evasão dos prisioneiros.
missionários pelo poder de Cristo (vv. 16-18 e 25-34). Confron­ w. O episódio da libertação milagrosa (v. 25-34; cf. 5.19-21;
tado com o paganismo numa cidade romana (cf. v. 12 nota), o 12.7-11) parece inserido posteriormente na narração do exor­
cristianismo sai vitorioso do combate, cismo da escrava que linha o espírito de adivinhação: os vv. 35-
o. Cf. 16.13 nota. 40 retomam o fio dessa narração sem nenhuma alusão à liberta­
p. Lit. espirito píton. O Píton era a serpente guardiã do orá­ ção milagrosa,
culo de Delfos; o termo designou posteriormente qualquer espí­ x. Lil. o edifício da prisão.
rito divinatório, y. Embora os terremotos não sejam ruros nessa região, truia-
q. Var.; nos. •se evidentemente, ao ver do autor, de um milagre.
r. Cf. 9.2 nota. z. Os carcereiros da época deviam sofrer a pena daqueles que
s. Lit. a âgora que. nas cidades helenísticas. era a praça cen­ tinham deixado evadir-se (cf. 12.19 e 27.42).
tou-se para o interior e. todo trêmulo, rogando-lhes que deixassem a cidade.
lançou-se aos pes dc Paulo c dc Silas. ■
“ Depois de saírem da prisão, Paulo e
“ Depois, tendo-os feito sair. disse-lhes: Silas foram ter com Lídia, avistaram-se
2.37 “ S en h o res, que d evo fazer p ara ser com os irmãos para os encorajar, depois n.23; I3.i5;
14.22; 15,32;
salvo*?"JIEles lhe responderam: “Crê no partiram. 20.1.2
4.12 Senhor Jesusb e serás salvo, tu e a tua
HU Vê ji casac". ’JEles anunciaram então a palavra Dificuldades em Tessalônica. 'Pas-
do Senhor a ele e a iodos os que viviam
17 sando por Anfípolis e Apolônia. eles
em sua casa. •'■'Imediatamente, em plena chegaram a Tessalônica, onde os judeus it» 2.2
noite, o carcereiro os levou para lhes tinham uma sinagoga. 2Como costum a­
lavar as chagas; depois, sem mais espe­ va, Paulo foi procurá-los e, durante três 13.14
rar, recebeu o batism o, ele e todos os sábados sucessivos, dirigiu-lhes a pala­
seus. MEm seguida, fez Paulo e Silas vra; a partir das Escrituras, -'cie explica­
subirem para a casa dele, ofereceu-lhes va e dem onstrava que o M essias devia 9 .2a ik,5;
2,46; uma refeição e se alegrou com os seus sofrer, ressuscitar dos mortos e, dizia ele, Lc 24.26
,,
n.n.39 pQ,- t e r c r i(J0 e m D eus. "o Messias e este Jesus que eu vos anun­
-,5dAo am anhecer, os estrategos man­ cio1!" 4Alguns dos judeus se deixaram
daram dizer pelos litores' ao carcereiro: convencer e foram ganhos porj Paulo e 13.43;
"S olta esses hom ens!" _wO carcereiro Silas, com o bem uma multidão de gre- 2IU‘I
com unicou esta notícia a Paulo: “ Os gos adoradores de D eus. e bom número
estrategos mandam dizer que vos solte. de mulheres da alta sociedade1.
Sendo assim , saí e ide em pazf!" -,7Mas sMas os judeus, furiosos, recrutaram al- 13.45;
Paulo declarou: “ Eles nos m andaram guns maus elem entos que vagabundavam IT> 215
açoitar em público, sem condenação, a pelas ruas, am otinaram a m ultidão e
22.25: 23.27 nós que somos cidadãos romanos*,e nos semearam a desordem na cidade; dirigi-
jogaram na prisão. E agora querem nos ram-se então à casa de Jasão. à procura Rm 16.21
lançar fora clandestinam ente? Dc modo dc Paulo e de Silas, que queriam apre­
algum! Eles que venham pessoalmente sentar à assem bléia do povo1; ‘não os
nos libertar!" ■
wOs litores relataram essas achando, arrastaram Jasão e alguns ir­
declarações aos estrategos, que ficaram mãos para os apresentar aos politarcas1":
22.29 amedrontados ao saber da sua condição “Esses homens que sublevaram o mundo 16.20: 24.5
de cidadãos romanos wc vieram pedir- inteiro, gritavam eles. estão agora aqui,
lhes desculpas11; depois libertaram-nos. 7e Jasão os acolheu. Todos esses indiví-

a. Passagem da idéia de ter a vida salva à da salvação eterna gados ü prisão cotn numerosos amigos, eles lhes rogaram que
(cf. 4.9 nola). saíssem, dizendo: "Nós ignorávamos o que vos concerne, isto é,
b. Sobre a fe: 10.43 nola, c sobre a confissão de fé: 2 3 6 nola; que sois homens ju s to s D e /x tis de os terem conduzido para fora.
8 37 nola; cf. Rm 10.9. ftzeram-lhes o seguinte pedido: "Saí desta cidade, a fim de que
c. Sobre o batismo de casas inteiras, cf. 10,2 nota. os que vos acometeram com seus grilos não se reúnam de m m )''.
d . V. 35 segundo certas testemunhas ocidentais: Quando i. Provar a partir das Escrituras proféticas que Jesus é o
amanheceu, os magistrados se reuniram na praça pública, no Messias, o Cristo, é um aspecto típico da prcgitçâo aos judeus
mesmo lugar. e, cheios de temor pela lembrança do terremoto (2.14 nota. 36 nola; 3.18 nota),
que se produzira, enviaram litores para dizer: uSolta esses j. Lit. se tornaram o quinhão de.
homens que recebeste ontem ". k. O autor insiste de bom grado na conversão das mulheres cm
e. Como ein Roma, cada magistrado de Filipos tinha dois geral e. em particular, das da alta sociedade. O papel deias foi
litores à sua disposição. Esses oficiais de justiça os escoltavam importante para o sucesso, no Império, das religiões orientais e
trazendo na mão os fasces. símbolo do poder. Lucas parece bem- do judaísmo, para o qual elas propendiam mais que os homens.
•informado acerca das instituições de Filipos. Elas devem ter faciliutdo muitas vezes a missão cristã. O autor
f. Variante ocidental: e parti. pôde conhecer pessoalmente esses ambientes (13.50; 17.12; cf.
g. Paulo faz apelo ao direito romano que proibia submeter um Lc 8.1-3; 1038*42). Entre os convertidos de Tessalônica. esta­
cidadão romano à flagelação. daí o temor dos magistrados (cf. vam sem duvida Aristarco e Segundo (20.4; Cl 4.10).
22.29). Paulo lançará mão outras vezes dos seus privilégios dc L Ou. menos bem. perante a multidão.
cidadão romano (22.25.29; 23.27). m. Os magistrados dc Tessalônica se chamavam, de fato.
h. Ou: entender-se com eles. Texto ocidental do v. 39: e che­ politarcas.
25.K duos agem contra os editos do impera­ a ordem , para Silas e Tim óteo, de virem
dor; clcs pretendem que existe um outro juntar-se-lhe o mais depressa possível.
rei. Jesus"” ."Esses gritos impressionaram
a multidão e os politarcas, ”que exigiram Paulo e os filósofos dc A tenas. ‘‘Enquan­
então uma Fiança de Jas3o e dos outros, to Paulo os esperava em Atenas’ ,tinha a
antes de os soltar. alma conturbada por ver esta cidade cheia
de ídolos. l7Por isso, dirigia a palavra na
Bom aco lh im en to cm B crcia. "'Imedia- sinagoga, aos judeus e aos adoradores de
y.25:13.14: tam ente os irmãos fizeram Paulo e Silas Deus. e. cada dia na praça publica',a toda
23.23.3! par(jr< j e n o i t e , para a Beréia. Ao che­ a gente. '"Havia até filósofos epicureus e icor 1.22
garem , eles foram à sinagoga dos ju ­ estóicos* que conversavam com ele. Al­
deus. "M ais corteses que os de T essa­ g u n s d iz iam ; “Q ue q u e r d iz e r esse
lônica. estes acolheram a Palavra com tagarela1?” E outros: "Deve ser um prega­
inteira boa vontade, e cada dia ex am i­ dor dc divindades estrangeiras". — Paulo
navam as E scrituras para v er se era anunciava, com efeito, Jesus e a Ressur­
assim mesmo". ,JMuitos dentre eles abra- reição". '''Tomaram-no pois consigo para
I.14-. 17.34 çaram a fé. com o tambe'm m ulheres gre­ o conduzirem perante o Areopago*: "Po­
gas de alta posição e hom ens, em nú­ deríamos saber, diziam, qual é essa nova u.i2: 2K.22
mero aprecia'vel. doutrina que expões? “ Realmente estás
l3Mas apenas os judeus de Tessalônica sempre a nos atenazar os ouvidos com afir­
souberam que tambem cm Beréia Paulo mações estranhas, e nós queríamos saber
anunciava a palavra de Deus, sobrevie­ o que é que elas significam”. 2IÉ preciso
ram, para agitar e perturbar tam bém aí que se diga que todos os habitantes de
14.19 as multidões. l4Sem mais tardar, os ir­ Atenas e todos os estrangeiros lá residen­
mãos fizeram então partir Paulo para tes passavam a maior parte do tempo con­
chcgar ao mar. enquanto Silas e Tim óteo tando ou escutando as últimas novidades.
ficavam láp. l5Os que escoltavam Paulo “ De pé no meio" do Areópago, Paulo
foram até Atenas, depois voltaram com tom ou a palavra: “ A tenienses, eu vos

n. O cristianismo seria assim um movimento scdicioso que u. A palavra Ressurreição é lida pelo nome de uma nova
preconizava Jesus como um bastleus (= rei. imperador), rival da divindade, associada a Jesus. A ideia de uma ressurreição corpo­
autoridade imperial (cf. Lc 232 nota; Jo 19.12). Na realidade, os ral era estranha ao helenismo, que nào concebia sobrevivência a
cristàos evitavam, ao que pirece, dar a Jesus esse tftulo particular* não ser como uma imortalidade espiritual.
mente ambíguo, preferindo os de Cristo ou Senhor (cf. 2 3 6 nota). v. O Areópago é uma colina, a oeste da Acrópole. O supremo
Foi sem duvida valendo-se da significação “regia" desses dois conselho de Atenas, antes de se reunir na Agora, tinha outrora
títulos que os judeus de Tessalônica forjaram a sua acusação, realizado ali as suas sessões. Aqui. o Areópago poderia designar
o. Isto é: se Jesus em mesmo o Messias (cf. v. 3 nota), a colina, escolhida como sosssegado lugar de encontro. Mas é
p. A perseguição continuará em Tessalônica <ITs 2.14). Quanto mais provável que se trate do conselho, cujas atribuições se
a Timóteo, ele alcançou Paulo em Atenas ou mesmo o acompa- tinham então tornado sobretudo religiosas e ‘'universitárias". O
nhou. e dc lá partiu dc novo para Tessalônica (ITs 3.1-6): o autor insiste de bom grado no testemunho perante as autoridades
autor simplifica. (4,8*12; 5,27-33; etc.; cf. 9,15: Lc 21,12). Os magistrados, sem
q. Degradada politicamente, Atenas continuava sendo, como intentar processo, querem informar-se accrca dessa doutrina
centro “universitário*', o modelo da cultura helenística. Ela sera desconhecida (no v. 34. um deles se converte) e sobre suas
o palco do primeiro encontro (17.16-34) entre o Evangelho e o conseqüências.
alto pensamento pagào. w. Ou: diante do. Entre todos os grandes discursos de Paulo
r. Paulo se dirige logo de inicio tanto aos judeus como aos contidos nos Atos (13,16-41; 20.18-35; 22.1-21; 24,10-21; 26.2-
pagãos: é uma novidade e um caso unico (cf. 13.46 noia). Sobre 33), o que começa aqui e' o mais típico de sua pregação aos
a praça pública, ver 16.19 nota. pagãos (cf. 14,15 nota; ITs 1,9-10; Hb 6,1*2). Após um exórdio
s. O epicurismo e o estoicismo eram então as escolas filosó­ que termina no deus desconhecido (vv. 22-23), Paulo sugere
ficas mais difundidas. Elas diferiam profundamente, mas o cris­ (vv. 25-29) que esse deus é o Deus criador e Providência (que
tianismo. mesmo sendo favorecido por alguns dos seus aspectos, ele já tinha anunciado aos pagãos de Listra: 14.15 nota), depois,
esbarraria no que era comum a ambas: a rejeição dc um Deus ele apresenta diretamente o Evangelho (vv. 30-31) sob um ân­
pessoal absolutamente distinto do universo, um certo humanis­ gulo, a bem dizer, bastante especial (v. 31 nota). O seu discurso
mo. um racionalismo fundamental. comporta mais dc um lema corrente na pregação judaica aos
t. Lit. ü { X i n h a d o r de grãos, qualificativo de um pássaro, pre­ pagãos (vv. 24 nota. 25 nota; cf. Sb 13-14; Rm 1.19-25; Ef 4.17-
dador e tagarela sem duvida, difícil dc identificar. 19); para ajudar os seus ouvintes a saírem da ignorância (v. 30
considero, sob todos os aspectos, homens lidade. nâo está longe dc cada um de nósf.
quase religiosos demais. 2'Com efeito, “ “Pois é nele que nós temos a vida, o
quando percorro as vossas ruas. o meu movimento e o ser8, como disseram al­
olhar se dirige, muitas vezes, para os guns dc vossos poetas:
vossos m onum entos sagrados, e d es­ Pais nós somos de sua raçah.
cobri, entre outros, um altar com esta 2,"Então. visto que somos da raça de
inscrição: ‘Ao deus d esco n h ecid o '1'. Deus, não devemos pensar que a divin­
Aquilo que venerais assim, sem o co- dade1se pareça com ouro, prata, ou már- is 40 . 18- 20 ;
3.I7-. i4,i7; nhecer, é o que eu vos venho anunciar’. m ore, escultura da arte e da im agina- sh 1310
01 48 2jO Deus que criou o universo e tudo o ção do homem. ME eis que D eus. sem
42’si 146 6- ^ ue nc*c sc cncontra’ c 'c 4 ue ® 0 Senhor levar cm conta esses tempos de igno­
Nt 9.6-. do céu e da terra, não habita templos rância1, anuncia agora aos homens que
7.48-r'i9Íó construídos pela mão dos hom ens' 25c o todos, e em toda parte, têm de se conver­
i» 66.1-2 seu serviço tam pouco exige mãos h u ­ ter. -''Com efeito, ele fixou um dia em 10.42 ; si 1 .9 .
manas",como se ele carecesse de alguma que deve julgar o mundo com ju.stiçak,
is 42,5; coisa1 ’, pois ele dá a todos a vida e a res- pelo homem1que designou, conform e a
Jr 7 ,2 2 : p i r a ç ã o e [U(j 0 0 mais. garantia que deu a todos, rcssuscitando-
S b 13 .10 . t ,
' “"A partir de um so homem*',ele criou -o dc entre os mortos.”
14 .15 -17 . todos os povos para habitarem toda a ,2Às palavras “ressurreição dos mor- i & .r i.m ;
superfície da terra, ele determinou tem ­ tos"'” , uns zombavam, outros declararam: 1512
pos fixos*1,e traçou os limites do habilat “ Nós te ouvirem os sobre isso noutra
1.- 5 5 .6 :6 5 .1. dos homens: 27cra para que eles procu- ocasião” . -’3Foi assim que Paulo os dei­
r™ mí-m rassem a t)eus'; talvez o pudessem des­ xou". wA lguns, 110 entanto, tinham ade­
cobrir às apalpadelas, a ele que, na rea­ rido a ele e abraçado a fé: entre eles.

nota). Paulo sc esforça por descobrir no paganismo analogias Rm 1.19-20. mas numa perspectiva mais realista e pessimista
com a sua mensagem (v. 23 nota; etc.). (Rm 1.20 nota); cf. entretanto abaixo v. 30 nota.
x. Ou: Ao deus incognoscivel. Dedícavam-se altares aos deu­ g. Frase inspirada no poeta Epiménides (séc. VI a.C.). A tríade
ses desconhecidos para se conciliarem mais seguramente o fa­ platônica: vida, movimento, ser é paralela à do v. 25.
vor dc divindades esquecidas ou ignoradas. Aqui. porem. Paulo h. Citação dos Fenômenos de Áratos (scc. III a.C.) próximo
emprega esta fórmula no singular; talvez ela tenha existido de um pensamento do estóico Clcanto. O texto de Ái atos signifi­
sob essa forma, que ate agora ainda não é atestada nns inscri­ ca: nós firamos dele a nossa origem. O sentido dado por Paulo é.
ções antigas; talvez Paulo adapte a fórmula ao que ele intentava, portanto, "acomodatício". sem dúvida, para uma aproximação
que ora preparar os seus ouvintes à proclamação do Deus de com a idéia dc imagem de Deus dc Gn 1.26 (cf. 2Pd 1.4: IJo3,2).
Israel e de Jesus, que eles dc certo modo veneram sem ainda o í. O termo divindade (cf. v. 27 nola). com o seu alcance muito
conhecer. geral, permite passar da diversidade dos deuses pagãos à unida­
y. Var.: Aquele que venerais... é ele que eu venho... de de Deus. Os pagãos concebiam os deu.scs à imagem do ho­
z. Esse tema polêmico do AT (IRs 8.27; is 66.1-2). já empre­ mem; a partir dos seus próprios princípios, é o processo inverso
gado pelo judaísmo cm sua pregação aos pagãos, c retomado que lhes é proposto aqui.
aqui pela pregação cristã quando sc dirige aos pagãos c mesmo, j. A ignorância dos judeus era devida ao desconhecimento das
ocasionalmente, aos judeus (7,48 nota): cf. nota seguinte. Um profecias (3.17 nota; 13.27 nota). A dos pagãos (cf. v. 23) pro­
tema análogo se encontra entre os estóicos. vém do lato de que não souberam descobrir Deus através da
a. Alusão à fabricação dos ídolos, tema da pregação judaica, criação: a fórmula empregada aqui por Paulo deixa entender que
depois cristã (cf. 19.26). aos pagãos. essa ignorância dos pagãos é culpada (cf. v. 27 nota).
b. Ainda um tema do AT (Sl 51.18; Jr 7J22) que condiz, aliás, k. Nesta pregação dirigida a pagãos (cf. 14.15 nota). Paulo
com uma idéia estóica. desenvolvida na mesma época por Séneca. não fala nem da vida nem da morte de Jesus (cf. a pregação aos
c. Ou: de uni só princípio. Var.: de um só sangue. A tradição judeus: 2.14 nota; 13.16 nota). Jesus é diretamente apresentado
bíblica relativa a Adào concorda aqui com o conceito cstóico da como um homem (cf. 2.23) que será o artífice dc um juízo
unidade do gênero humano. universal (cf. 10.42 nola). A sua Ressurreição é afirmada, mas
d. Outra tradução: ele fixou aos povos tempos que lhes sâo como garantia dessa missão de juiz. confiada por Deus a Jcsus.
distribuídos; a ênfase estava então mais na história que na or­ 1. Variante: por um homem. Jesus.
dem do mundo. Mas o texto paralelo dc 14.17 faz pensar antes m. Cf. v. 18 nota.
nas estações do ano. A ordem do mundo era uma noção centra) n. Em meio a um sucesso que parccc ter sido modesto (v. 34).
do cstoicismo. Será por essa razão que Paulo passou, em Corinto. a uma pre­
c. Var.: a divindade (cf. v. 29 nota). gação menos adaptada e mais “louca”? (ICor 2.1-5: cf. 1.17-
f. O lexio sugere ao menos que os pagãos, através da criação, 18.22-25). É possível. De qualquer forma, porém, o helcnismo.
teriam podido descobrir a Deus. Uma idéia análoga sc acha em se não os gregos, resistirá muito tempo ao Evangelho.
Dionísio, o AreopagitaQ. uma mulher cha­ va junto da sinagoga. “C rispo. chefe da icor i.u
mada Dâmaris, c outros mais. sinagoga crcu no Senhor com toda a sua
casab;e muitos coríntios, escutando Pau­
A fundação d a Ig re ja d c C o rin to . lo, abraçavam a fe' e recebiam o batismo.
18 'D eixando A tenas. Paulo foi em *Uma noite, o Senhor disse a Paulo em
seguida para Corintop. 2Lá encontrou um visão': “N ão tenhas m edo, continua a h 41.10;
judeu cham ado A quila, originário do falar, não te cales. l0Com efeito, eu cstou JrICor
I.X
2.3
Ponto, que acabava de chegar da Itália contigo e ningue'm porá a mão em ti para
com sua mulher, Priscila4. Pois Cláudio te m altratar porque, nesta cidade, um 15.14;
Jo 10.16;
decretara que todos os judeus deviam sair povo numeroso me é destinadod". "P au ­ ICor 16.9
dc Romar. Paulo relacionou-se com eles lo passou a í um ano e seis meses a ensi­ 19 .10
3e, como tinha o mesmo ofício — eram nar a palavra de Deus.
fabricantes de tendas* — , instalou-se em
20.34; casa deles, e a í trabalhava1.'C a d a sába­ O c o m p a rec im e n to d e P a u lo p e ra n te
ICor 4.12:
9.6-14: do, tomava a palavra na sinagoga e pro­ G aliã o . 12Sob o proconsulado de G alião
2Cor 11 . curava convencer judeus e gregos”. 5Mas na A caia', a hostilidade dos ju d eu s se
7-12:
Gl 6.6: quando Silas e T im óteo chegaram da tornou unânim e contra Paulo, e eles o
ITs 2.9: 13.7; I9.3X
JT s 3.H M acedônia’, Paulo se consagrou inteira­ levaram ao tribunalr. l3“Este indivíduo
13 .14 : 19.X m ente à palavra, atestando perante os quer induzir o povo a um culto ilegal
9.20; 26.23: judeus que Jesus é o Messias. ‘Diante da de D eus", sustentavam eles*. l4Paulo ia
U 24.26
oposição e das injúrias deles", Paulo sa­ tom ar a palavra, quando G alião respon­
13,51:
22.23: cudiu as vestes"e lhes declarou: “Que o deu aos judeus: "Se se tratasse dc um
U 9 JS; vosso sangue caia sobre a vossa cabeça*! delito, ou dc algum crim e vergonhoso,
10. 10-11
13.46; 2K.2X Disso eu estou puro; doravante, e aos eu receberia a vossa queixa, ó judeus,
pagãos que irei'". 7A bandonando este pois seria coisa razoável; lsmas visto que
lugar, ele foi para a casa de certo Tício as vossas discussões concernem a uma 23.29;
2 5 .1X 19 ;
Justo",adorador dc D eus, cuja casa fica­ doutrina11, a nomes e à lei que vos é pró- Jo 18.31

o. Oionisio. o Areojxigita. a quem mais tarde se atribuíram, x. Gesto de ruptura: sacode-se para trás de si até o pó do lugar
falsamente, escritos célebres, é aqui um tipo dc convertido da que se deixa (cf. 13.51; 22,23).
elite (cf. 13.12; 17.4 nota). y. Isto é: sois os únicos responsáveis do que vos acontecer (cf.
p. Colônia romana fundada por Jülio César. Corinto era a 5,28 nota; 20.26).
caphal da província da Acaia. Era um importante centro comer- z. Cf. 13.46 nota.
ciai, dotado dc dois portos (um de cada lado do istmo). A popu­ a. Var.: Tito Justo. Era provavelmente um incircunciso: Paulo
lação. basicamente latina, era cosmopolita, c o culto de Afrodite rompe com a sinagoga indo morar em casa dele (cf. 10.28 nota).
lhe dava ma' reputação. O cristianismo se enraizaria, no entanto, b. Cf. 10.2 nota.
mais facilmente em Corinto. num meio popular ( ICor l .26). do c . O ministério de Paulo, que começou por uma visão (9,10.12
que em Atenas. nota: 26,19: 23,11), continua do mesmo modo (18,9: 26,16: cf.
q. Aquila e Priscila serão excelentes colaboradores de Paulo. 1331 nota) orientado por Deus (16.9-10; 2724; cf. 103 nota)
em C orintoeem Éfeso (18,18-19; ICor 16.19); depois em Roma — que age tambem cm sua vida pelo Espírito Santo (1,8 nota).
(Rm 163: cf. 2Tm 4.19). d. Lit. um povo numeroso é para mim (cf. 15.14 nota).
r. Esse decFeto. datado de 49*50, é conhecido do historiador c . Uma inscrição achada em Dclfos permite situar esse
romano Suctônio; nós ignoramos até que ponto e durante quanto pntconsulado de Galião, irmão de Sêneca. em 51-52 ou 52-53.
tempo foi observado (cf. 28.17; Rm 163). O comparecimento de Paulo situa-se decerto pelo fim dc sua
s. Trabalho feito com peles, ou. mais provavelmente, tecela­ estada de dezoito meses (vv. 11.18). Paulo deve ter permanecido
gem de lonas de pêlo de cabra, técnica da Ciiícia, pátria dc em Corinto de 50 a 52.
Paulo. Os rabinos praticavam um ofício manual. Para Paulo é f. Lil. ao estrado: a justiça administrava-se normalmente, não
um meio de nâo viver a expensas de ninguém e dc proclamar o em uma sala, mas sob um pórtico.
Evangelho gratuitamente (cf. 2 0 3 4 nota), g. A religião e. até certo ponto, a lei judaica eram reconheci­
t. Var.; eles trabalharam. das pela lei romana. Para acusar Paulo aqui (cf. 17,7 nota) do
u . Var. ocidental: Entrando cada sábado na sinagoga, ele crime capital que a introdução no império de uma religião nova
tomava a palavra, expunha o nome do Senhor Jesus e se esfor­ acarretava, os seus adversa'rios judeus tiveram de apresentar o
çava em convencer nua somente os judeus, tnas até os gregos. cristianismo como uma religião diferente do judaísmo. Nào era
v. Cf. 17,14 nota p. Foi eniào (cf. v. 12 nota) que Paulo escre­ tão malpensado (cf. 11J26 nota), mas Galião nâo vai ser da opinião
veu ITs (ITs 1.1: 3.1-6) e. pouco mais tarde. 2Ts (cf. 2Ts 1.1). deles (v. 15 nota).
vr. Ou: as suas blasfêmias (cf. 13,45 nota). h. Ou: palavras.
pria, isso c da vossa conta1! Eu não quero A poio cm Éfeso e C o rin to . “ Um judeu
ser juiz em tal m atéria". “ E os fez sair chamado Apoio’ , origina'rio dc A lexan­
do tribunal. l7TodosJ então se apodcra- dria, chegara a Éfeso. Era um homem
íc o r í .i ram de Sóstenes. chefe da sinagoga, e o sábio', versado nas Escrituras. “ Fora ins­
moíam dc pancadas diante do tribunal; truído no Caminho do Senhor* e, com o
mas Galião absolutamente não ligou para espírito cheio de fervor1, pregava e ensi- Rm 12.11
isso. nava com exatidão o que concernia a
Jesus, mas só conhecia o batismo de João. 19.3
P assag em dc P a u lo p o r A n tio q u ia . “ Ele sc pôs, portanto, a falar com toda
IBPaulo ficou ainda bastante tem po em convicção na sinagoga. M as tendo-o
Corinto. Depois deixou os irmãos e em ­ o uvido, Priscila e Á quila o tom aram
barcou para a Síria, cm companhia dc consigo e lhe expuseram mais exatamente
Priscila e Á quila. Em virtude de um ainda“ o Cam inho de Deus. 27C om o ti­
votok, mandara raspar o cabelo em Cen- vesse a intenção de ir à Acaia, os irmãos
créia1. l9Aportaram em Éfeso, onde Paulo o aprovaram e escreveram aos discípu­
sc separou dos com panheiros. Ele foi. da los que lhe dessem bom acolhim ento'. Rm 16.1:
13.14 : sua parte, à sinagoga e a í dirigiu a pala- Quando chegou, foi, pela graça de Deus",
l7 '7: T / h vra aos judeus1". “ Corno estes lhe pedis­ de grande ajuda para os fiéis, “ pois a
sem que prolongasse a sua estada, ele força dc seus argum entos prevalecia so­
recusou, 2lmas deixou-os com estas pa- bre os judeus, de publico, quando ele
Rm i.io: lavras; “Eu tornarei a vir ter convosco provava pelas Escrituras que Jesus era o 9.20: 17.3:
ik .5: 19.x
15-32 outra vez. se Deus quiser". Ele em bar­ Messias*.
cou em Éfeso. “ desem barcou cm Cesa­
réia. subiu para saudar a Igreja", e des­ 1 q A ch eg ad a dc P au lo a Kfeso. 'Foi
ceu para Antioquia, 2íonde ficou algum durante a estada dc Apoio em C o­
tempo". Depois, tornou a partir c percor­ rinto que Paulo chegou a Éfeso, passan- ik .27

reu sucessivamente a região ga'lata e a do pela região altay. A í ele encontrou


16.5-6 Frígiap.confirm ando todos os discípulos. alguns d iscíp u lo s 2e lhes perguntou;

i. Os nomes de que fala Galião sào sem düvida os títulos viagem missionana” (1823-21.14). após um ano. talvez, dc
dados a Jesus. Contrariamente aos acusadores de Paulo. Gaiifio residência em Antioquia. Ê antes o segundo período da grande
considera o cristianismo como uma questão ligada à comunida­ missão paulina (cf. nota precedente), na qual a narração vai ficar
de judaica e à sua lei: é uma variedade do judaísmo que se centrada em Éfeso (19.1 nota).
beneficia do mesmo reconhecimento legai que este ultimo e. por p. Cf. 16.6 nota.
isso. nào concerne à justiça romana (cf. 25.19). Ao longo de q. Apoio será bem-sucedido em Corinto ( i 8.27*28). onde dani
todo o seu livro ( 1635-39; 17.8-9; 1937-38; 24.20-22; 2631- ocasião a polêmicas na Igreja (ICor 1.12; 3.4-6; 16.12; cf. Tl
32). o autor compraz-se em registrar decisões ou apreciações 3.13). Foi proposto ver nele o autor da epístola aos Hebreus.
oficiais que se coadunam com esta impronüncia. Ele enfatiza r. Ou eloqüente.
assim ao mesmo tempo a inanidade das acusações feitas contra s. Variante ocidental: Ele iinha sido informado... em sua pátria,
o cristianismo ou contra Paulo, pessoalmente, e a imparcialidade isto é. em Alexandria. Segundo essa variante, a fé cristã teria
da justiça romana. atingido o Egito em época muito remota. Seja como for. o cristia­
j. Var.: todos os gregos, ou todos os judeus. No primeiro caso nismo dc Apoio é de um tipo arcaico que sc poderia qualificar
tratar-se-ia nào dc um tumulto entre judeus, mas de um ato de de “anterior a Pentecostes’*, visto que ele ignora o batismo cristão
hostilidade contra eles. (cf. 238; 19.2 nota; 18.28 nota. Sobre o Caminho: 9 2 nota).
k. Trata-se do voto chamado de nazirado. que obrigava, entre t. Outra tradução: ardendo pelo Espirito Santo. Mas a conti­
outras coisas, a manter os cabelos compridos durante um certo nuação do texto sugere ao menos que Apoio ainda nào recebera
tempo (Nm 6.9-18). Talvez haja confusão com o voto indicado o Espírito.
em 21.23-27. ou então o voto feito em Ccncreas só se cumpriu u. Antes que de retificação, trata-se de um complemento dc
em Jerusalém. instrução.
I. Porto de Corinto no mar Egeu. v. Var. ocidental: Coríntios residentes em Éfeso. que o tinliam
in. Ou: conversou com os judeus. ouvido, convidaram-no a f H i s s a r com eles pura a pátria deles;
n. A Igreja de Jerusalém de preferência à de Cesaréia. Mas com o seu consentimento, os efésios escreveram aos discípulos
Lucas esbate essa visita, pois o seu plano é fazer Paulo partir de de Corinto que o acolhessem bem.
Jerusalém, a fim de reconduzi-lo para Ia' (1 5 3 6 nota: cf. nota Yf. Lit. pela graça.
seguinte). x. Cf. 2.36 nota. Notar que Apoio só se dirige aos judeus.
o. Aqui começa a viagem tradicionalmente chamada “terceira y. Var. ocidental: Enquanto Paulo, segundo um projeto pes-
x.i7: io.44 “ R ecebestes o E spírito Santo quando toda a população da Asia*. judeus e gre­
abraçastes a fé?” — M as eles lhe res­ gos, pôde ouvir a palavra do Senhor.
ponderam: “Nós nem mesmo ouvim os
falar do Espirito Santo!”*-'Paulo pergun­ A desventura dos exorcistas judeus.
tou: “Então que batism o rcccbcstcs?" "D eus realizava pelas mãos dc Paulo
U: to.j7 Eles responderam: “O batismo dc João"” . milagres pouco comuns. I2a tal ponto que
13.24s; 4Paulo continuou: “João ministrava um recolhiam, para os aplicar sobre os doen­
Lc 3 J . I 5 -IK . , - j-
batismo de conversão e pedia ao povo tes, lenços ou panos que haviam estado
que cresse naquele que viria depois dele. em contato com sua pele. Então, essas pes­
isto é, em Jcsus” . 5Elcs o escutaram e soas ficavam curadas de suas doenças, e s.i?:
2.3X; x.i6: receberam o batism o cm nome do Se- os espíritos maus se retiravam. '-'Alguns j ^ ; 44
,0-4lt nhor Jesusb. ‘Paulo lhes impôs as mãos. exorcistas judeush itinerantes tentaram, por I6.i6-ix
«.17 e o Espírito Santo veio sobre eles: fala- sua vez, pronunciar o nome do Senhor
2.4: io.46 vam cm línguas e profetizavam'. 7Eram Jesus sobre os que tinham espíritos maus
ao todo cerca dc doze pessoas. e diziam: “Eu vos conjuro por esse Jcsus
que Paulo proclama!” ‘■'Sete filhos de um
A pregação dc Paulo em Éfeso. "Pau- Sumo Sacerdote judeu, um certo Sceva.
9'2°-- Io ia à sinagoga e. durante três meses. tentavam esta pratica1. lfO espírito mau
i4.i: 17.2: nc'a tomou a palavra com toda convic- lhes replicou: “Jesus, cu o conheço, e sei 16,17
ix.5: i9.s ção a respeito do Reinado de D eus. es- quem é Paulo. Mas vós. quem sois?" “ E.
forçando-se por convencer os seus ou­ lançando-se sobre eles, o homem que era
vintes. ''Como alguns sc endurecessem e. habitado pelo espírito mau prevaleceu
longe de se deixar convencer, difamas- sobre eles todos, com tal violência que
w sem o Caminho em plena assembléia*1 escaparam da casa seminus e cobertos
Paulo rompeu com eles e. tomando à par­ de chagas. l7Toda a população de Efeso,
te os discípulos, dirigia-lhes diariam ente judeus e gregos, esteve a par dessa aven­
a palavra na escola de T irano'. '"Esta si­ tura; o temor invadiu a todos, e celebra- 2.4J: 5.5.11
tuação durou dois anosr, de tal sorte que ram a grandeza do nome do Senhor Jesusj.

soai, queria ir a Jerusalém, o Espirito lhe disse que voltasse d. Como em Corinto (18,6-7). a hostilidade dc certos mem­
jkim a Ásia: fyassatuio pelo planalto, ele chegou a Efeso (cf. bros da comunidade judaica vai levar Paulo a romper com essa
I 9 £ l ). Vindo da Frigia (18.23). é pelo interior montanhoso que comunidade (13.46 nota), mas ele ainda tera ouvintes judeus
Paulo chega à capitai da província proconsular da Ásia. onde ja (19.10).
cslivera (18.19-21). Os Ato.s falam demoradamente da evangeli- e. Trata-se talvez de algum professor de retórica: ele alugava
zaçfto de Éfeso (19.1-39), que cru um dos maiores centros comer­ ou emprestava a sua sala a Paulo — da quinta à décima hora.
ciais c religiosos do mundo greco-romano. Mas. de uma estada especifica uma variante ocidental, isto c\ das 11 às I6h. durante
que durou mais de dois anos (19,10 nola). eles so conhecem ou re­ as horas vagas do almoço c da sesta.
latam alguns episódios bastante desarticulados entre si (ver lam­ f. Esses dois anos acrescentam-se aos três meses de 19.8. Em
bem 20.18-35). Foi em Éfeso que Paulo escreveu ICor. prova­ 20.31. Pauto dir.t que ficou três anos em Éfeso.
velmente GI e talvez Fl: essas cartas, como também 2Cor. escri­ g. Esta afirmação, embora só diga respeito à província da Asia
ta £ouco depois, na Macedônia (cf. 20,1), revelam outros aspec­ e nào da Ásia Menor, e certamente otimista. E possível entre­
tos! do apostolado efesino de Paulo (ver lambem Ef e Ap 2.1-7). tanto que a fundação das Igrejas de Colossas (Cl 1,7). de Lao-
z. Lit. ..jtuvido dizer se o Espirito Santo existe. Mas é dioíia c dc Hicnípotis (Cl 4,13.15; Ap 3.14-22) remonte a essa
inverossímil que esses discípulos, esses cremes (vv. I e 2), ig­ época.
norem a existência do Espírito. Com maior ou menor certeza, e' h. Como os havia também na Palestina (Lc 9,49; Ml 1221).
do dom do Espírito desde Pentecostes que eles nào ouviram Os processos habituais desses exorcistas talvez confinassem com
falar (cf. Jo 7,39). Sua fc nào deixa de ter certa analogia com a a magia (cf. 19.19).
de Apoio (18.25 nota). I. Não se conhece nenhum sumo sacerdote judeu com o nome
a. O lugar e a data desse batismo permanecem desconhecidos. de Sceva. Variante ocidental: entre eles os (sete) filhos de um
Tê-lo recebido não impedia esses efêsios de serem cristãos, ao sacerdote Sceva queriam agir da mesma fo ntut; eles tinham o
menos ate' certo ponto (nota precedente; cf. Jo 3.22; 4.1-2). costume de exorcizar tais homens e. aproximando-se do /v/v-
b. O batismo cristão aparece aqui como nitidamente distinto sesso. punham-se a pronunciar sobre ele o nome: "Nós te orde­
do butistno de João, mesmo independentemente da imposição namos que saias. dizJam. por Jesus, que (o apóstola) Paulo
das mãos que se lhe seguirá ( l .5 nota: 6.6 nota). anuncia".
c. Um pouco como cm Cesareia (10.46: cf. 2.4 nota e II .27 j. O que <5 aqui glorificado não é Deus (4.21 nota; cf. 19.11).
nota). mas o nome de Jesus (3.16 nota) feito Senhor (2 3 6 nota).
IHUma multidão de fiéisk vinha fazer Paulo agita uma multidão considerável,
cm voz alta a confissão de suas praticas1. persuadindo-a, com o diz, que os deuses
l9Um bom numero daqueles que se ti­ que saem das nossas m ãos não são
nham entregue à magia" amontoaram os deuses”. "N ão é somente a nossa profis­
seus livros e os queimaram publicam en­ são que corre o risco de ficar desacredi- 16.19
te. Quando sc calculou o valor deles, tada, mas é tam bém o tem plo da grande
vcrificou-sc que chegava a cinqüenta mil deusa Artemis que poderia ser m enos­
moedas de prata. “ Assim, pela força do prezado e ver-se, em breve, despojado
Senhor, a Palavra crescia e aumentava da grandeza daquela a quem adoram a
cm poder”. Ásia e o mundo inteiro''!”
“ A essas palavras, os ouvintes ficaram
O motim de Éfeso e a partida dc furiosos
Pau­ e não paravam mais dc gritar:
lo. 2lDepois desses acontecimentos, Pau­ “Grande é a Artemis de Éfeso!" 29A agi­
lo tomou a decisão, no Espírito0, de ir a tação alastrou-se por toda a cidade e
Jcrusale'm. passando pela M acedônia e a precipitaram-se em massa para o teatro,
Acaiap. Ele declarava: “Quando eu tiver apoderando-se, de passagem, dos mace­
estado Ia', ser-me-a' preciso ainda ir a dônios G aio e Aristarco". companheiros
Roma’” . “ Enviou à M acedônia Tim óteo dc viagem de Paulo. -wPaulo estava re­
icor 4.17 e Erasto. dois dos seus auxiliares, en­ solvido a ir à assembléia, mas os discí­
quanto ele mesmo prolongava um pouco pulos não lho perm itiram . JIE alguns
a sua estada na Ásia. asiarcas*. seus am igos, desaconselha-
^ 'Foi nessa época que se deram per- vam-no também de arriscar-se no teatro.
121 turbações bastante graves a respeito do -,2Evidcntcmentc cada um gritava coisa
9.2 Caminho. “ Com efeito, um ourives cha­ diferente do que o vizinho, e a confusão
mado D em étrio fabricava tem plos dc reinava na assem bléia onde a maioria
Artemis feitos de prata* e obtinha assim ignorava até quais fossem os motivos da
16.16 para os artesãos lucros muito aprecia'veis'. reunião. J,Alguns da multidão informa­
“ Ele reuniu esses artesãos, assim como ram certo A lexandre’ , que os judeus ha­
os membros das profissões sim ilares, e viam em purrado para a frente. Com a
lhes declarou: “ Vós sabeis, meus am i­ mão, Alexandre fez sinal de que queria
gos, o nosso bem -estar provém desta dar uma explicação à assembléia. u Mas
atividade. “ O ra, vós verificais vós mes­ quando souberam que ele era judeu, to- 16.20
mos. ou ouvis dizer: não som ente em dos se puseram a escandir a uma só voz.
Éfeso. mas em quase toda a Á sia, esse durante cerca de duas horas: “Grande é

k. Var. ocidental: uma multidão de crentes, isto é. de homens arqueologia confirmam em mais de um ponto as informações
que se convertiam; a sua iniciativa seria então contemporânea e dadas aqui sobre bfeso.
não posterior à sua conversão. s. Trata-se de miniaturas do santuário mais popular e mais
I. Trata-se de práticas mágicas. rendoso da cidade, o grande templo de Artemis (19.27). A deusa
m. Lit. a /utilidades, eufemismo para designar a magia. Os venerada sob esse nome nada linha em comum com a virgem
livros de magia de Éfeso eram então famosos. caçadora dos gregos; era uma deusa oriental da fecundidade.
n. Em outras palavras, a pregação do Evangelho era bem- t. Ou talvez: um trabalho muito apreciável.
-sucedida (cf. 6.7: 12.24), u. A inexistência dos deuses idolatrados era dc fato um tema
o. Ou talvez: em seu espírito (cf. 20.22). da pregação paulina aos pagãos (17.25 nota),
p. Tais eram os projetos de Paulo quando escrevia ICor (ICor v. Demétrio exagera um pouco em prol dos interesses da causa,
16.5-6: cf. 2Cor l.!5 s.), mas os Atos nada dizem aqui sobre o w. Cf. 20.4; 27.2; 17.4 nota.
motivo da viagem a Jerusalém — que era levar para lá a coicta x. A cada ano as cidades da Asia elegiam três ou quatro
das Igrejas paulinas (cf. 24.17 nota). asiarcas (chefes da Ásia) que presidiam ao culto provincial do
q. Cf. Rm I,l2s.; 15.23. Paulo parece ainda nào ter preocupa­ imperador e de Roma. Essas altas personalidades conservavam
ções quanto à sua viagem a Jerusalém (cf. At 20.22s.). o titulo quando deixavam essas funções.
r. A longa narração que começa aqui (19.23-40) é viva. pito­ y. Ou: .. puseram-se de acordo com um certo Alexandre.
resca e nào desprovida de certa ironia. Ela mostra mais uma vez Variante: imf)elirani fxira fora da multidão um certo Alexan­
(cf. 18.15 nota) que a pregação cristã nâo incorre em nenhuma dre... Não sc percebe muito bem com que finalidade este judeu
censura da parte das leis romanas (1937*39). A história e a (1934) intervém na questão.
a Artemis de Éfeso!” 3!Entretanto, o sc- se acalmou, Paulo mandou chamar os dis­
creta'rio'conseguiu acalmar a multidão: cípulos e os encorajou. A seguir despe- 16.40
“Efe'sios. disse ele, existe acaso alguém d iu-se d eles e tom ou o cam in h o da
que não saiba que a cidade de Éfeso c a Macedôniad. 2Dcpois de ter atravessado 20*2.
cidade santa* da grande Artemis e da sua essas regiões, e nelas ter encorajado dc- l2 l,: 7-5
csta'tua caída do cc'ub? '‘Visto que a res­ tidamente os irmãos, chegou à G récia, IM0
posta não padece düvida. deveis por­ 3ondc passou três m eses'. No momento 2Cor26i2 i3'
tanto voltar à calma e evitar falsas m a­ de em barcar para a Síria, com o os ju - n 1.25-26
nobras. i7Vós trouxestes para cá homens deus conspirassem contra ele. resolveu m j: 21.27:
que não cometeram nem sacrilégio nem passar de novo pela M acedônia'. 4Ele ti- j j j 2’22:
blasfêmia contra a nossa deusa. “ Se De- nha com o com panheiros8: Sópatros, fi­
me'trio e os artesãos que o seguem estão lho de Pirro. da Bcréia; Aristarco e Se­
em litígio com algue'm. existem audiên­ gundo, de Tessalônica; G aio. dc Derbe11,
cias, existem procônsules: portanto, com ­ e T im ó teo , com o tambe'm T iq u ico e
pareçam as partes perante a justiça'! -,9E T rófim o, da província da A sia1. 5Esse
se tiverdes ainda outras reclamações, a grupo, que tinha tom ado a dianteira, es­
2Cor 2.12
questão sera' resolvida pela assemblc'ia perou-nos* em Trôade. ‘Q uanto a nós,
legal. '"De fato. nds estamos correndo o partindo de Filipos depois dos dias dos
risco de sermos acusados de sedição por pães sem ferm entok, em barcam os para
causa da nossa reunião dc hoje, pois não alcança'-los, cinco dias mais tarde, em
existe nenhum m otivo que possam os Trôade. onde nos detivemos durante uma 21.4: 2x.u
apresentar para justificar esta arruaça". semana.
E, com essa declaração, ele despediu a
assemble'ia. A re ssu rre iç ã o d e K utico em T rô a d e .
7lNo primeiro dia da semana1".enquanto icor 16.2
De Éfeso a T rô a d e pela G rc c ia e esta'vamos reunidos para partir o pão”.
2 0 :a M acedônia. 'Q uando o tum ulto Paulo, que devia pôr-se a cam inho no

z. Sem scr o primeiro magistrado da cidade, o secretário ou 6,21; Cl 4.7; 2Tm 4.12; Tt 3.12. Sem düvida todos esses perso­
chanceler era um personagem importante, particularmente por nagens tinham sido delegados por suas Igrejas para levar a co­
ocasião das sessões da assembléia do povo. leta a Jerusalém (cf. 2Cor 8,16-93: cf. v. 3 nota).
a. Lit. a cidade que guarda o templo. j. Começo da segunda seção em “nós** (20.5-15): cf. 16.10
b. Rsta era a crença popular. nota.
c. Lil. que se intentem mutuamente acusações. k. Cf. 123 nota. Essa indicação da a entender que Paulo ce­
d. Este versículo dc transição pòc um pomo final na história lebrara a festa judaica da Páscoa (cf. 163 nota; ICor 5.7).
do motim, e retoma a narração das viagens de Paulo (cf. 19.21- I. A narrativa de viagem, que continuara no v. 13. é interrom­
22). A atenção do autor se volta para Jerusalem (cf. 19.1 nola). pida pelo breve episódio da ressurreição de Êutico. Paulo não
para u prisão de Paulo e a ultima viagem para Roma. Foi então reza nem apela para o nome de Jesus (cf. 16.18: 3.16 nola). mas
que Paulo escreveu 2Cor. repele alguns gestos dc Elias (cf. IRs 17.17-24; 2Rs 4.8-37).
e. O lugar dessa cidade foi. sem duvida nenhuma. Corinto. m. Isto é. o dia da Ressurreição de Jesus (Lc 24.1). que. mais
provavelmente durante o inverno de 57-58: foi aí que Paulo larde. se chamará dia do Senhor (Ap 1.10 = o domingo). Esse
escreveu a sua carta aos cristãos de Roma. Os Atos. que nào dia é marcado aqui (cf. ICor I6J2?) por uma reunião (cf. nota
falaram de atritos entre Pauio e a igreja de Corinto durante os seguinte) que. segundo o contexto, tem lugar ao entardecer e na
meses precedentes, tampouco se referem aos motivos da viagem noite do sabado (os dias. pani os judeus, começavam ao pôr-do-
de Paulo: a crise conntia e a coieta para Jerusalém (cf. 24.17 -sol da véspera).
nota), Ver as introduções a Rm e l-2Cor. n. Trata-se aqui (cf. Ix 2 4 3 0 nota) da Eucaristia, ja celebrada
f. O v. 3. segundo o texto ocidental: ...trê s meses. Como os em Jerusalém (2.42 nota; 2.46). onde. como aqui. ela se celebra­
judeus tramassem ciladas contra ele, ele quis embarcar para a va em casa (2.46). isto é. num local privado. Sem düvida. esta
Síria, mas o Espirito lhe disse que tornasse a passar... fração do põo (cf. ICor 11.23-25) era acompanhada geralmente
g. Muitos manuscritos acrescentam: até a Ásia (cf. 2Cor 8.18- de uma refeição (v. II; cf.: 2.46; 6.2 nota; 113 nota: ICor
22 ». 11.17-22). Ela comportava também orações (2.42). uma prega­
h. Var. ocidental: de Doberios, cidade da Macedônia. situada ção (vv. 9 .1 1: cf. 2,42?) e talvez intercâmbios entre cristãos (cf.
entre Filipos e Anfipolis. Se esse Gaio fosse macedônio, poder- nota seguinte). A sua atmosfera parece ter sido alegre (2.46: cf.
se-ia pensar em identificá-lo com o Gaio mencionado em 19.29. 1634?). como o conjunto da vida da Igreja (8.8 nota). Outras
L S'osífwtros: cf. Rm 16.21? Aristarco: cf. 19.29; Gaio: cf. alusões possíveis ã Eucaristia, nos Atos: 6.2 nota; 13.2 nota:
nota precedente. Trófimo: cf. 21.29 c 2Tm 4.20. Tfquico: cf. Ef 1634; 2735 nota.
dia seguinte, dirigia a palavra" aos irmãos so, para não perder tempo na Ásia”.Ele só
e prolongara a palestra ate' cerca de mcia- tinha uma urgência: estar em Jerusalém,
-noite. "Não faltavam lâmpadas na sala se possível, para o dia de Pentecostcs.
superior11onde estávamos reunidos. *Um
jovem chamado Êutico, que sc assentara Em M ileto, o a d e u s d e P aulo aos a n ­
no peitoril da janela, foi tomado por um ciãos dc Kfeso. ” De M ileto, Paulo fez
profundo sono. enquanto Paulo não ces­ convocar os anciãos da Igreja de É feso'. 11.3 0

sava de falar. Dominado pelo sono, ele ‘"Quando se lhe juntaram , ele lhes decla­
caiu do terceiro andar e, quando quise­ rou": “ Vós sabeis qual foi sempre o meu
ram levantá-lo, estava m orto. '"Paulo comportam ento para convosco desde o IH.I9: 19 .10;
ITs 1.5
desceu então, precipitou-se para ele'1c o dia da minha chegada à Ásia. 19Eu servi
Mc 5.35-43 tomou nos braços: “Não vos perturbeis! ao Senhor com toda a humildade, em
Fl 3.IK
Ele está vivor!" "D epois de subir de novo, lágrimas e no meio de provações provo­
2Cor I A
Paulo partiu o pão e comeu; depois pro­ cadas pelas conjurações dos judeus. “ Eu 11.2 4
longou a prática ate' a aurora c então não omiti nada' do que pudesse vos ser ITs 2 .10 -12
partiu. l2Q uanto ao rapaz, levaram -no útil; ao contrário, preguei e vos instruí,
vivo. e isto foi um imenso reconforto! tanto em público com o em particular. 2lO
meu testemunho chamava tanto os judeus 19 .10
3.19 : 14 .15
De T rô ad c a M ileto. '■'Tomando a dian­ com o os gregos a sc converterem a Deus 16.31
teira, nós embarcamos então cm um na­ e a crcrem em nosso Senhor Jesus5.
vio cujo destino era Assos, onde devía­ “ “Agora, prisioneiro do Espírito1,cis-
mos apanhar Paulo, que devia ir para lá -me a caminho de Jerusalém; não sei qual
por terra', conform e decidira. l4Quando há de ser lá a minha sorte, “ mas, cm
ele nos alcançou cm Assos, nós o tom a­ todo caso. o Espírito Santo mc atesta, de
mos a bordo e fomos para Mitilenc. l!Dc cidade em cidadc. que cadeias c tribula­
lá fizemo-nos à vela no dia seguinte até ções lá estão à minha espera. MAliás, eu
a altura de Quio; com mais um dia passa­ na verdade não atribuo valor algum à
mos por Samos c, vinte e quatro horas minha vida*; minha meta c' levar a bom 15.26:
Fl 1.23
mais tarde. após uma escala em Trogílio', termo a minha carreira e o serviço que o ICor 9.
chegamos a Mileto. “ Paulo estava, com Senhor Jesus mc confiou: dar testem u­ 24-27:
Fl 3.12 :
efeito, resolvido a evitar a escala cm Efc- nho do Evangelho da graça dc Deus. 2Tm 4.7
26.16-IH

o. Ou: conversava com os irmãos. Ao lado da pregação. a mo (cf. 2Tm). e dc uma exortação a responsáveis, confirmada
Eucaristia comportava, dando-se o caso. colòquios entrc os par­ em ITm. Tt e IPd 5.1-4. Após ter evocado o seu passado na
ticipantes: isso parcce suposto por At 13.1-4. sc o culto dc que Ásia (vv. 18-21). Paulo aborda o presente e o futuro (vv. 22-28);
aí se trata é dc fato a Eucaristia (13.2 nota); cf. ICor 14. depois, exorta os seus ouvintes à vigilância (vv. 29-32) e ao
p. No ultimo andar da casa (cf. 1.13; l x 22.12). amor fraterno (vv. 33-35). As menções precedentes aos anciãos
q. Ou: inclinou-se sobre ele. Neste caso. o relato evocaria ( 1130 nota; 14,23 nota) não diziam nada sobre as funções exa­
ainda mais os milagres dc Elias e Eliseu (cf. v. 7 nota). tas destes. Vê-se aqui. no momento de uma partida definitiva
r. Lit. a sua alma está nele. O que quer dizer não que ele (vv. 22-25). que Paulo os encarrega de prosseguir cm Éfeso.
ainda esteja vivo, mas que ele tenha recupcrudo a vida (cf. v. enquanto anciãos, o trabalho que ele mesmo aí realizou a serviço
9). Para o autor, trata-se realmente dc uma ressurreição, paralela do Evangelho e da Igreja (ver v. 28 notas). É provavelmente o
à que Pedro operou em favor de Tabita (9.36-43). que ele já lhes pedira por ocasião de sua partida dc Éfeso (20.1—
s. O verbo poderia especificar que cie tenha ido a pc. que aliás não assinala a instituição desses anciãos). O lugar que
t. A menção da escala em Tragllio. que não é atestada por todos o autor dá a esla exortação mostra que. a seu ver. o seu alcance
os manuscritos, tem a ncu favor uma certa verossimilhança, ultrapassa o caso particular em que a situa.
u. Cf. 16.6 nota. x. Esla expressão, difícil de traduzir, significa que Paulo não
v. Lil. De Mileto, tendo enviado (um mensageiro) a Éfeso. ele ocultou nada. não reservou nada só para si. Cf. 20.27.
convocou os anciãos da Igreja (cf. nota seguinte). y. Sobre a conversão c a fé : cf. 3.19 nota; 2.44 nota; 3.16 nota;
w. Após os discursos de Paulo a judeus (13.16-41) e a pagãos 10.43 notas.
(14.15-17; 17.22-31). o autor apresenta agora um que se dirige z. Lit. acorrentado pelo Espirito, antes que acorrentado em
a cristãos e mesmo mais precisamente a dirigentes dc Igreja (vv. espírito (cf. v. 23; 21.11 c 1.8 nota).
18-35). Traia-se. ao mesmo tempo, de um discurso de despedi­ a. Texto incerto e tradução exata difícil, mas o sentido geral
das, que lembra por mais de um pormenor os do AT e do judaís­ 6 claro.
“ "D oravante, bem sei, não voltareis a anos, eu não cessei, com lágrimas, de Mc 13 3 5
ver o meu rosto, todos vos. entre os quais admoestar a cada um de vós. ,JE agora, 2 0 * 2.4
I9.X; 2X.3I passei proclamando o Reinado6! “ Posso eu vos entrego a Deus e à sua palavra de ITs 2 .1 1
14.23: 15.40
pois atestar hoje diante dc vós: eu estou graçaJ que tem o poder de construir o
IH.6 puro do sangue de todos'. ” Na verdade edifícioke de assegurar a herança a todos E f 2.20-22:
IPd I.S
2<1.20 eu nada descuidei: ao contrário, anun­ os santificados1.
ciei-vos todo o plano de Deus. “ Cuidai •'•'“Eu não cobicei a prata, o ouro ou as Tg 5.2-3
de vós mesmos e dc todo o rebanhod de vestimentas de ninguém . ^E stas mãos
cuja guarda o Espirito Santo vos consti­ que aqui estão, vós próprios o sabeis.
tuiu responsáveis*, apascentai a Igreja de proveram às minhas necessidades e às 1K.3:
tftl 2.9: Deus' que ele adquiriu para si com o seu dc meus com panheiros". 35Eu vos m os­ ITs 2.9
Sl 74.1-2
próprio sangue*. trei sempre que e' penando assim que se
ITm 3.2: ^ “Bcm sei que, após a m inha partida*1, deve prestar ajuda aos fracos", e lembrar-
Tl 1.7;
IPU 2.12 vão se introduzir entre vós lobos ferozes1 -se destas palavras que o próprio Senhor
5.2K:
U 22.20: que não pouparão o rebanho; '“do meio Jcsus pronunciou: ‘Há mais felicidade em
E f 1.7: de vós mesmos surgirão homens de pa­ dar do que cm receber”’.”
IPd 1.2
Ml 7.15: lavras perversas, que arrastarão os discí­ •'‘Depois dessas palavras, Paulo se pôs
Jo 10.12:
2Tm 4.2-4
pulos atrás de si. •MVigiai, pois. lembran- de joelhos com todos eles, e oroup. ,7Todo
Gl 4.17: do-vos de que, noite e dia, durante três mundo então prorrompeu em soluços e
ITm 4.1-2:
lio 2.19

b. Cf. 13 nota. deste Filho. As variantes nas quais a Igreja não é a Igreja de
c. Isto é: eu fiz tudo o que podia e cada um doravante é Deus. mas do Filho (cf. nota precedente) têm sido outra maneira
responsável por sua sorte: cf. 18,6 nota. de evitar a metáfora.
d. No AT, essa metáfora do rebanho designa o povo de Deus h. Uma partida que Paulo considera como definitiva (v. 25);
e. nos evangelhos, o grupo dos discípulos (Lc 1232 nota). Aqui. esse termo é um eufemismo, característico dos discursos de
ela é aplicada, se não ã Igreja, ao menos a uma Igreja local. despedida, para designar a morte.
Talvez para acentuar que Jesus é o pastor supremo e. cm certo I.Os inimigos serão de duas espécies. Uns virão de fora. como
sentido, ünico. da Igreja (cf. IPd 2.25; 5.4; Hb 13.20). o autor lobos que se infiltram no redil (v. 29): outros, de dentro, pertur­
não da (cf. IPd 5 3 ) esse título aos anciãos (cf. Ef 4.11?). mas barão a comunidade (v. 30).
a fuação deles não deixa de ser a de um pastor (nota seguinte). j. Lil. a palavra da sua graça; cf. v. 24; 143; I-c 4.22.
e. Ou: su/tenisores. inspetores (= grego episcopos: uma pala­ k. Lit. de construir. É evidentemente a comunidade, a Igreja,
vra dc igual sentido designava cm Qumran um dos responsáveis que Deus constrói, edifica (cf. ICor 3.5-17; IPd 2.4-10).
pela comunidade). Essa metáfora define aqui a responsabilidade I. Ou. mais lit., de dar uma herança {= uma parte de herança)
coletiva dos anciãos perante a Igreja: cf. IPd 5.2 (onde o verbo entre todos os santificados. Sendo os santificados (cf. 26.18)
correspondente guardar, supervisionar também 6 aplicado aos aqueles que se tornam santos, isto é . cristãos (9,13 nota), o texto
anciãos) e IPd 2,25 (onde o substantivo é aplicado ao Cristo significaria então que é Deus quem concede aos homens a en­
pastor). Esta responsabilidade é semelhante à de um pastor para trada na Igreja: mas aqui. como em 26.18 (cf. Ef 1.18). é melhor
com o seu rebanho: ela é. portanto muito geral, mas concerne compreender que é Deus quem concede uos homens ter parte na
em particular à unidade e à salvaguarda da Igreja (v. 29 nota) c salvação (cf. Ef 1.14: 53; Cl 3.24; Hb 9.15: IPd 1.4), como
ao anuncio do evangelho (v. 18 nota). Guurdiúos talvez seja Abraão teve parte na Terra prometida (cf. At 7 3 ; Gl; 3.18: Hb
igualmente aqui. como anciãos, um título ligado a uma função 11.8). A expressão ter o seu quinhõo. a sua parte (de herança)
comunitária durável (cf. FI l.l; ITm 3.2; Tt 1.7). O termo (= entre os santos era tradicional (Sb 53: Qumran).
bispo) designará mais tarde o responsável por uma Igreja local. m. Cf. 183 nota. Paulo trabalhava com as próprias mãos para
f. Variantes: do Senhor (Jesus), de (Jesus) Cristo, do Scnfatr, do prover às suas necessidades pessoais (ITs 2.9; 2Ts 3.8; ICor
Senhor (e) de Deus; a aparição dessas variantes se explica pela 4.12; 9.13-15). embora aceitando, ocasionalmente, uma ajuda
dificuldade assinalada na nota seguinte. A expressão Igreja de externa (Fl 4,15-19; cf. 2Cor 11,9). Aqui o seu trabalho provê
Deux. unica nos Atos — onde sc encontra alhures o termo Igreja também às necessidades dos seus companheiros.
(5,11 nota; 11.26 nola) é freqüente em Paulo, no singular n. Trata-se provavelmente dos pobres, dos economicamente
(ICor 12 : 2Cor 1,1 etc.) e no plural (lTs 2,14; 2Ts 1,4; etc.).O fra co s... Mas pode-se também pensar nos fracos na fé (Rm
semido da expressão inclui certamente aqui a Igreja local de 14.1.20-21; 15.1; ICor 8.7-10; 9.22; cf. 9.6-15) que poderiam
Éfeso. mas a solenidade do contexto (cf. Ef 1.14; 5.25-27) convida ficar escandalizados com a cupidez, embora sò aparente, dos
a pensar que. para este ultimo emprego do termo Igreja nos Atos. anciãos (cf. IPd 5 3 ).
esse sentido restrito se abre para um sentido mais amplo (cf. 9. o. Os evangelhos não nos conservaram esta palavra do Senhor
31 nota): a Igreja, o povo de Deus em seu conjunto (15.14 nota). (cf. 11.16). que lembra máximas análogas atestadas então no
g. Provavelmente melhor que: pelo sangue do seu próprio mundo grego. Em Paulo, o Senhor pode significar a tradição
(subentendido: Filho), o que faz desaparecer fácil demais uma "evangélica" (cf. ICor 7.10.12.25; 11.23).
metáfora unica e ousada na qual sangue parece designar ao p. Os cristãos gostavam dc orar antes de se separarem (cf.
mesmo tempo a pessoa do seu Filho (cf. 17.26 nota?) e o sangue 213-6).
lançavam-se ao pescoço dc Paulo para o quanto passávamos lá vários dias, chegou
Rm 16.16: . . . t» • . .
icor 16.20 beijar — *a sua tristeza provinha sobre- um profeta da Judéia, chamado Agabo. 1 1.2»
tudo da frase em que dissera que eles "V indo ter conosco, ele tomou o cinto de
não veriam mais o seu rosto — depois, Paulo, amarrou os próprios pés e mãos" e
acompanharam-no ate' o navio. declarou: "Eis o que diz o Espírito Santo':
O homem a quem pertence este cinto, eis
n-a Subida dc Paulo para Jerusalém. como. em Jerusalém, os judeus o amarra- 20.23:
1 rão e entregarão às mãos dos pagãos!” I2A u IKJ2
“'Depois de nos termos apartado
deles e de term os de novo zarp ad o , essas palavras, nós e os irmãos da cidade’
rumamos direto para Cós; no dia seguin­ suplicam os a Paulo quc não subisse a
te, para Rodes; c de Ia' para Pa'tarar. Jerusalém. '-'Então ele nos respondeu: "Por
2Achando um navio de partida para a que estais a í a chorar e a me dilacerar o
Fenícia. subim os a bordo e partim os. coração? Da minha parte, estou pronto não 5 .4 1 : 20.24
JChegando à vista de C hipre, deixam os a somente a ser amarrado, mas a morrer em
ilha a bombordo, a fim de rum ar para a Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” .
H.I9: Síria, e desem barcarm os em Tiro”, pois l4Como não se deixasse convencer, nós lc 2 1 .12:
mTi j j i - era ^ quc 0 nav>° devia descarregar a não insistimos. "Seja feita a vontade do Rm 15,1
Mc 3.»: sua carga. ■‘Ficamos lá sete dias, pois tí- Senhor!", dizíamos. u 22.42
7'24'31 nhamos descoberto os discípulos; im pe­ l5Ao cabo desses poucos dias, term ina­
lidos pelo Espírito1, estes diziam a Paulo dos os nossos preparativos, subimos para Lc 9.5 i
20.22-23 que não subisse a Jerusalém. 5Não obs­ Jerusalém 1; “ alguns discípulos dc Cesa­
tante, quando terminou o tem po de nos­ réia. quc tam bém iam para lá cm nossa
sa estada, partimos dc novo e, enquanto com panhia, levaram-nos à casa de Mna-
cam inhávam os, todos nos acom panha­ son dc C hipre, um discípulo dos primei­
vam. inclusive mulheres e crianças, até ros tem pos, para nos hospedarmos.
20.30 fora da cidade. Lá. de joelhos na praia,
oram os; ‘depois, feitas as despedidas, O encontro de Paulo c Tiago em Jeru­
tomamos o navio, e eles voltaram para salém. l7Ao chegarm os a Jerusalém", foi
casa. 7Q uanto a nós. terminada a traves­ com prazer quc os irmãos nos acolhe­
sia desde T iro, chegam os a Ptolemaida ram. '"No dia seguinte, Paulo foi conos­
e, depois de termos saudado os irmãos, co à casa dc Tiago, onde todos os an­
passamos um dia com eles. ciãos tam bém se achavam. l9Depois de
"Partindo dc novo no dia seguinte, che­ os ter saudado, ele lhes contou detalha- 15 .3 -4.12
fia x.40: gamos a Cesaréia, onde fomos à casa dc dam ente tudo o que Deus realizara por
9.30: itt.22 pjijpg 0 Evangelista", um dos Sete, e nos seu serviço entre os pagãos11. “ Seus ou­
hospedamos em casa dele. 'E le tinha qua­ vintes davam glória a Deusce disseram a
tro filhas virgens que profetizavam'. ,0En- Paulo: “Podes ver. irmão, quantos milha-

q. Terceira narração em “nós** (21.1-18): ver 16,10 nota. x. Cf. 112 1 nota; 1,8 nota.
r. Variante: Pátara e Mira. y. Lil. o povo do luxar,
s. Tiro, embora houvesse decaído de sua importância, era sem­ z. A mesma expressão é usada para a subida de Jesus a Jeru­
pre um porto movimentado da Fenícia. Provavelmente fora salém (ver os paralelos).
evangelizada pelos cristãos dispersos dc Jcrusale'm (11,19-20 a. Paulo termina assim a grande obra missionária começada
nola). logo após a Assembléia de Jerusalém (1536 nota). No relato
t. Sào provavelmente profetas (cf. v. II; 11,27 nota e 13 que começa (vv. 18-25). mais de um traço evoca esta assembicia
nota). (v. 19 nota: v. 25 nota), cujas prescrições são confirmadas tanto
u. Cf. 8.5 nota. Foi sem duvida graças à sua atividade e aos para os judeus (vv. 20.24) como para os pagàos convertidos (v.
seus sucessos missionários que ele conquistou esse apelido de 25). Note-se tambem uma alusão ao episódio dc Estêvão (v. 21
Evangelista (= evangelizador. cf. I£f 4 .1 1; 2Tm 4.5). nota).
v. Sobre os profetas: ver 112 1 nota; sobre as profetisas: ICor b. A situação denota uma analogia índubitável com a de 15.12
11.5; 14.33-35; cf. ITm 2.11-12. (mas ver também 14.27; 15.3).
w. A profecia é encenada, como sucedia com os antigos pro­ c. Eles reconhecem, portanto (ao que parece, sem sc deter
fetas. muito nisso), quc Deus tomou a peito a conversão dos pagãos.
ii.2:15.1-5: res abraçaram a fé entre os judeus, e to-socorro! Eis, o homem que combate o
d 2.1: 5,i jçjj sg0 ar(jentes partidários da Lei. 2,Ora.
nosso povo, a Lei e este Lugarj,no ensi­
eles estão a par de boatos que correm anamento que difunde por toda parte c a
teu respeito: o teu ensinamento induziria
todos! Chegou ate' a trazer gregos ao
todos os judeus, que vivem entre os pa­Templo c profana assim este santo Lu­
gãos, a abandonarem Moisés; tu lhes gar!" NCom efeito, eles já tinham visto
dirias quc não mais circuncidcm os seusTrófimo dc Éfeso com ele na cidade e 20.4:
pensavam que Paulo o introduzira 110 2Tm42°
filhos e não sigam mais as normasd. 2!Que
fazer? Eles vão saber, sem duvida algu­Templo. MA cidade inteira se amotinou,
ma, que estás aqui. “ Faze, pois, o que te
e o povo chegou em massa. Apodera-
vamos dizer. Temos quatro homens quc ram-se de Paulo e o arrastaram para fora
Nm 6.i3-2o estão ligados por um voto. ^Toma-os do Templo, cujas portas foram imediata­
contigo, cumpre a purificação juntamente
mente fechadas. -''Procuravam matá-lo,
com eles, e toma à tua conta as suas des­
quando essa notícia chegou ao tribuno
pesas. Assim eles poderão mandar rasparda coorte: “Jerusalém inteira está tumul­
a cabeça'e todo o mundo compreenderá tuada!” ’2Ele reuniu imediatamente sol­
que os boatos que correm a teu respeitodados e ccnturiões e mandou arremeter
18.18: não significam nada, mas quc tu também contra a multidão: à vista do tribuno e
ic o r 9,20 te conforrnas à observância da lei. “Quanto
dos soldados, cessaram de bater cm Pau­
aos pagãos que abraçaram a fé, nós lheslo. wAproximando-se, o tribuno se apo­
15,19-20. escrevemos'as nossas decisões: abaster-sederou dele e deu ordem de atá-lo com
21i"29 da carne de sacrifícios pagãos, do sangue,
duas correntes; depois, quis saber quem
da carne asfixiada e da imoralidade*". ele era c o quc fizera. 34Mas, na multi­
“ Paulo pois, no dia seguinte, tomou con­
dão, cada qual gritava coisa diferente do
sigo esses homens e, começando a purifi­
que o vizinho e, como o tribuno não
cação ao mesmo tempo quc eles, foi ao podia tirar nada a limpo por causa da­
Templo, para indicar a datarem que, ter­
quela balbdrdia, deu ordem dc levar Pau­
minada a purificação, a oferenda seria lo para a fortaleza11. -'-‘Quando este che­
apresentada por cada um deles. gou aos degraus da escadaria, os solda­
dos tiveram de carregá-lo por causa da
A prisão de Paulo no Templo1. 27Os sete violência da multidão. -'4pois o povo em
dias estavam para terminar quando os peso o seguia gritando: “A morte!" U23.i«
judeus da Ásia, que o tinham notado no
6.12: Templo, sublcvaram toda a multidão e o Autodefesa de Paulo perante os judeus.
Ml22 7 «i aS arraram - “ Eles gritavam: “Israelitas, 3,No momento em que iam fazê-lo entrar

d. Isto é . as prescrições da l.ei (cf. 15.1.5). Era fácil, mesmo cido das outras fontes. Talvez a abundância dos sacrifícios obri­
para um judeu de boa fé. tirar essas conseqüências do ensinamento gasse a se inscrever de antemão. Os ritos dc purificação dura­
de Paulo sobre a salvação pela fe'. sem a circuncisão e sem as vam sete dias (v. 27).
obras da Lei (Rm 2.25-29; 3.21-26: 10,4; Gl 3,22). Na realidade. i. Com a cena de motim que segue (vv. 27*36). os projetos
Paulo cogitava mais de livrar da Lei os pagãos convertidos do (19.21; 20.16) e os pressentimentos (20-22.25; 21.13) de Paulo,
que dc desviar dela os judeus que tinham abraçado a fe. se ad­ bem como as profecias a seu respeito, começam a se realizar.
mitissem quc aquilo não era o essencial. Para o autor dos Atos. Até o fim do livro. Paulo vai estar preso e em processo: em
Paulo, aceitando a proposta que lhe vão fazer (vv. 23*25). decer­ Jerusalém (2 13 3 -2 3 J0). cm Cesaréia (2331-2632) e finalmente,
to nào representa de modo nenhum uma comedia (cf. 16.3 nota). após longa viagem (27.1-28.14). em Roma (28.17*30).
e. O próprio Paulo talvez tivesse de cumprir um voto (cf. j. Esta acusação (cf. v. 21 nota. 24.6) lembra a que fora levan­
IS.18 nota). Ele assumiria as despesas quc as ofertas finais tada contra Estêvão (6.11-13 nota). Os pagãos só eram admiti­
implicavam (v. 26). dos no primeiro recinto do Templo (átrio dos Gentios): adentrar
f. Variante: eles nào têm observações a te fazer: pois lhes mais era para eles um sacrilégio passível de morte, como o
escrevemos... indicavam inscrições visivelmente expostas.
g. Paulo quase parece ter conhecimento aqui da existência da k. A fortaleza Antônia. construída por Herodes. dominava o
carta dc 15.23-29 (ver 15.23 nota). ângulo noroeste do Templo. A guarnição romana, uma coorte
h. Esse costume de marcar data para uma oferta é desconhe­ auxiliar, eslava aquartelada ali.
na fo rtale za, Paulo d isse ao tribuno: " P o ­ por volta do m eio -d ia, um a grande luz
d e ria eu dizer-te um a p a la v ra ? — Tu vinda do céu m e en vo lv eu com o seu
sab es g r e g o ? respondcu-lhc e le. ^ E n tã o , brilho. 7C a í por terra e o u v i um a v o z que
5,*>-37 não e s o e g íp c io qu e, nestes últim os tem ­ mc d izia: ‘ S a u l. S a u l, por que m e perse-
p o s. sublevou e conduziu para o deserto g u e s ? ’ "E u respondi: ‘ Q uem é s tu. S e ­
qu atro m il sica'rios‘? — wE u , retrucou n h o r?’ A v o z acrescentou : ‘E u sou J e ­
9.ii: 223 P a u lo , sou ju deu de T a rso , na C ilic ia , su s, o N azo rcu , é a m im que tu p erse- 2.22 J
cid ad ão dc um a cid ad e que não d eixa de g u e s '. , O s m eus com panheiros viram bem
ser fa m o sa. R o g o -te, autoriza-m e a fa lar a lu z, m as não o u v iram a v o z qu e mc
a o p o v o ” . "C o n c e d id a a a u to riz a ç ã o , falava*. 10E u perguntei: ‘Q u e d e v o fazer.
P a u lo , de pe nos d eg rau s, fe z sinal com S e n h o r?' E o Sen h o r m e respondeu: ‘ L c -
12.17; a m ão ao p o vo . F e z-se um grande silên- van ta-te, vai a D a m a sc o , e Ia' te sera'
i3,i6: 19.33 c j0 e e |e ( jjr jg ju a p alavra em língua indicada em porm enores a tarefa qu e te
heb raica” . é d estin ad a’ . " M a s com o o fu lg o r d a­
7 J n o qu ela
‘“ Irm ãos e pais, escutai a d efesa"q ue lu z m e tinha privad o da v ista , fo i
eu tenho para v o s apresentar ago ra". con du zido pela m ão d o s m eus c o m p a­
K> silêncio fez-se m aior ainda quando ou ­ nheiros que ch egu ei a Q am asco.
viram Paulo dirigir-lhes a palavra em lín­ ■'“ H av ia Ia' um certo A n an ias‘ ;c r a um
gua hebraica: ^‘Eu sou ju d eu , nascido em hom em p ied o so , fiel à L e i, cu ja reputa- 6.3:16.2
T arso , na C ilíc ia , mas é aqui, nesta cid a­ ç ã o era boa ju n to d e todos o s ju d eu s que
d e, que fui educado0e recebi, ao s pc's de habitavam po r lá. '-'Ele veio ter co m igo e
G am alie lp, um a form ação rigorosam ente me d isse : ‘ S a u l. meu irm ão, recupera a
oi i.i4: con form e à lei de nossos p ais. Eu era v is ta !’ E , no m esm o instante, cu a recu­
R'f i I3 6 - Part' ^ r' ° ferrenho de D eu s, com o vós perei e o v i. l4E le mc d isse: ‘ O D eu s dos
i o 2*.9 todos so is no dia de hoje, 4e , perseguindo no sso s p ais te destinou a con h eceres a gi 1.15
9.1-2: este C am inho11 até a m orte, mandei acor- sua von tad e, a v eres o Ju sto e a o u v ires 3.14: 7J2
!C « * 5 .9 : rcntar e jo g a r na prisão hom ens e mulhe- a sua própria v o zu. ,5C o m efe ito , d ev es
01 ''h j6 res Su m o Sacerdote e todo o co légio ser te ste m u n h a 'c m fa v o r d ele. diante dc
k j: 9.2 dos an ciãos podem dar testemunho disso; todos o s h o m en s*, d a q u ilo que tiveres
deles, com e fe ito , é que havia recebido visto e o u v id o . l6P o r q u e. en tão , haverias
c a n a s para o s nossos irm ãos, quando fui de hesitar? V a m o s! R ec eb e o batism o e
a D am asco com a m issão de agrilhoar e a p u rific aç ão do s teus pecad os, in vo can ­
trazer para Jeru salém , para fazê-lo s punir, do o seu nom e*’ .
o s que Ia' estivessem . l7“ D e volta a Je ru sa lé m ’ , estando cu a
‘ 'E u prossegu ia assim o m eu cam inho orar um dia no T e m p lo , aconteceu-m c
e m e ap ro xim av a de D am asco quando. cair em ê x tase '"e vi o Sen ho r que me

I. Nacionalistas judeus extremistas que fomentavam a revolta q. Cf. 9.2 nota.


contra os romanos. Esse episódio do egípcio é conhecido do r. Comparar esta narrativa da conversão dc Paulo com 93*19
historiador Josefo. e 26.12-18 ícf. v. I nota).
m. Provavelmente, cm ammaico. s. Como em 9.7. mas por um procedimento inverso, sugere-se
n. Esta defesa, dirigida à multidão dos judeus (22.1*21). será que os companheiros de Saulo nâo sabem exatamente o que está
seguida de duas outras: uma destinada ao governador Félix acontecendo (cf. Jo 12.29-30).
<24.10-21). a outra ao rei Agripa (26.2-23; cf. 23.1.6). O conteú­ t. Ananias é apresentado aqui nào como um discípulo (9.10).
do e o estilo desses discursos adaptam-se aos seus ouvintes. Tal mas como um judeu exemplar: Paulo fala para judeus. Por outro
adaptação explica, ao menos em parte, as diferenças bastante lado. o leitor é tido como já estando a par dos elementos da
notáveis que apresentam, entre si e com 9.1-19, os relatos da narração de 9.10-16.
conversão de Paulo que se acham no primeiro (22.6-16) e no u. Lit. a voz (ou: itma palavra) de sua boca.
último (26.12-17) desses discursos. v. Sobre esse qualificativo: cf. 1,22 nota; 1331 nota: 22.21
o. Nascido... educado... formado: o mesmo esquema biográ­ nota.
fico que para Moisés em 7.20-22. w. Isto é. os judeus e os pagãos.
p. Os alunos sentavam-se no chão. aos pés do mestre. Sobre x. Cf. 1.5 nota: 3.16 nota: 9.14 nota.
Gamatiel: 5 3 4 nola. y. O episódio da visâo de Paulo (cf. 18.9 nota) toma aqui o
dizia: ‘Depressa, deixa Jerusalém sem se Paulo. “ O tribuno acrescentou: “Quan­
tardar, porque eles não acolherão o tes­ to a mim, tive de pagar um preço alto
tem unho que tu dara's de m im -. l9Eu para adquirir esse direito* — E eu, disse
respondi*: ‘M as, Senhor, eles bem sabem Paulo, o tenho dc nascença” . ” Por isso,
que sou eu quem ia às sinagogas para os que iam subm etê-lo, sob tortura, a
mandar pôr na prisão e açoitar com va­ interrogatório, deixaram-no imediatamen­
ras os que crêem em ti. “ E quando o te; quanto ao tribuno, ficara com medo,
sangue de Estêvão, tua testemunha*, foi ao descobrir que era um cidadão rom ano
derram ado, eu tambc'm estava lá. apro­ que mantinha acorrentado.
vava os seus assassinos c guardava as
7j«: x.i roupas deles’. JIMas ele mc disse: ‘Vai, P aulo p e ra n te o S in cd rio . MNo dia se­
jr ]„•> e' para longe, para as nações pagãs que guinte, resolvido a saber com certeza de
eu vou te enviar6.” que os judeus acusavam Paulo, o tribuno
22O s judeus, que tinham escutado Pau­ mandou tirar-lhe as correntes; depois sji: 6.12:
lo até essas palavras, puseram-sc então a ordenou uma reunião dos Sumos Sacer- Ml l0'17
dar gritos: “Livrem a terra dum indiví- dotes com todo o Sincdrio, e mandou
21.36 :25.24 duo desses! Ele não deve ficar vivo!” Paulo descer para que com parecesse pe­
“ Como vociferassem, jogassem os man­ rante eles.
tos c atirassem pó para o ai^ .^o tribuno q q 'Com os olhos fitos no Sine'drio,
deu ordem de fazer Paulo entrar na for­ Paulo declarou: “ Irmãos, é com uma
taleza e submetê-lo a interrogatório pelo consciência livre de qualquer rem orso 24.16:
chicotcd, para descobrir o motivo desses que eu procedi para com Deus ate' este 2Cw 1,12
gritos que soltavam contra ele. “ Iam dia” . JMas o Sum o Sacerdote Ananias*
estender Paulo para o chicotear'quando ordenou aos seus assessores* que lhe
16.37 ele disse ao centurião de serviço: “Ten­ batessem na boca. Paulo lhe disse então: Jo w.22-23
des o direito de aplicar o chicote a um ,“É a ti que Deus vai ferir, parede caiada1! mi 23.27
cidadão rom ano, que ncm seguer foi ju l­ Tu te sentas para me julgar segundo a
gado?" “ A essas palavras, o centurião Lei e, sem consideração à Lei, ordenas Lv 19.15
foi informar o tribuno: “Q ue ias fazer? que me batam ?” 4Os assessores o adver­
O homem é cidadão romano!" n O tribuno tiram: "Tu insultas o Sumo Sacerdote dc
veio então perguntar a Paulo: “Dize-me, D eus!” ^ ‘Eu não sabia, irmãos, respon­
c's dc fato cidadão rom ano?" “Sim ” , dis­ deu Paulo, que ele era o Sumo Sacerdo-

lugar dos acontecimentos conütdos em 9.26-30: nào é simples­ ficam provavelmente a mesma coisa que os gritos do v. 22: os
mente devido a uma trama dos judeus que Paulo deixa Jerusa­ judeus querem que eles mesmos e o chão do Templo se vejam
lém. mas por ordem expressa do Senhor (cf. v. 21 nota). logo livres de Paulo.
z. Paulo vai objetar que o seu testemunho de perseguidor d. Era um método habitual de inquérito.
convertido teria no entanto uma eficiência singular em Jeru- e. Ou: iam amarrar Paulo com tiras de couro.
saléip. f. Decerto o tribuno Cláudio Lísias o tinha adquirido recente­
a. O termo testemunha (cf. 13.31 nota), aqui (nujriyrns gr,), já mente. sob o reinado de Cláudio (41.54): era costume os novos
tem quase o sentido de mártir (cf. 7.59 nota). cidadãos tomarem o nome do imperador reinante. Paulo herdara
b. Interrompido pelos judeus, o discurso de Paulo termina talvez esse direito de um antepassado que o adquirira quando
com esta evocação da sua missão junto aos pagãos, sem mencio­ César concedera a cidadania a judeus da Cilfcia. por ocasião de
nar a sua partida para Tarso (cf. 9 3 0 ). Nos outros relatos da sua campanha contra Fárnaces.
conversão de Paulo, essa missão, em vez dc lhe ser confiada g. Ananias. filho de Nebedeu. nomeado Sumo Sacerdote em
como aqui pelo Senhor cm Jerusalém, é ou anunciada pelo Se­ 47, deposto em 59 ou talvez já em 51-52 (e. neste caso. antes do
nhora Ananias (9.15; cf. 22.15 nota), ou participada a Paulo por comparccimento de Paulo). Ele seria assassinado dentro de um
Jesus no caminho de Damasco (26.17-18). O essencial fica sen­ esgoto pelos judeus, cm 66, no começo da revolta contra Roma.
do o que Paulo afirma cm suas cartas: esta missão lhe vem em h. Ou: aos que se uchaw m perto de Pauto.
ultima instância de Deus (Gl 1.15-16; Cl 1.25 etc.). Em lodo i. O significado desta metáfora nào é claro. Sem dúvida, ela
caso. testemunha (v. 15 nota) e enviado. Paulo poderá legitima­ assimila Ananias à parede frigi), cuja pintura de bela aparência
mente dizer-se apóstolo (ICor 9.1; 15.9; Gl 1.17; 2.8). mas num nào a impedirá de desmoronar lamentavelmente (cf. Ez 13.10-
senlkk) mais amplo do que nos Atos (1.2 nota: 14.4 nota). 14). Seria este um anuncio profético do triste fim de Ananias (cf.
c. O sentido desses gestos (cf. 1331) não é claro. Eles signi­ v. 2 noia)?
te; dc fato está escrito1; Tu nâo insultará** Conjuração dos judeus contra Paulo.
o chefe do teu p ovo". l2Quando amanheceu o diar, os judeus
‘Sabendo que a assembléia era com ­ formaram uma conjuração* e se compro- 9.23.2'/.
posta em parte de saduccus e em parte meteram sob juramento1a não com cr nem 20J: 25"’
5.17.34: de fariseus1. Paulo exclamou no meio do beber antes de terem m atado P aulo.
.. ,í6,'? Sinédrio: “ Irmãos, eu sou fariseu, filho
MI 10. 16:
‘•'Mais de quarenta pessoas participavam
fi }j dc fariseus; é pela nossa esperança, a dessa conjuração. l4Elcs foram ter com
ressurreição dos mortosm.q u c estou sen­ os Sumos Sacerdotes e os anciãos"e lhes
do julgado” . 7Mal Paulo acabara de fazer disseram: “Nós nos comprometemos com
essa declaração, iniciou-se um conflito um juram ento solene' a não com cr nem
entre fariseus e saduceus.c a assembléia beber antes de term os m atado Paulo.
se dividiu. "Com efeito, os saduceus sus- l5Então, da vossa parte, com o acordo do
mi 22.23 tentam que não há ressurreição, nem anjo, Sinédrio, deveis propor ao tribuno que
nem espírito0, ao passo que os fariseus vo-lo traga, sob pretexto de exam inar o
professam a realidade dc tudo isso. ''Foi seu caso mais m inuciosamente; da nossa
um grande alvoroço! Alguns escribas do parte, já providenciam os para suprimi-lo
5.34 grupo dos fariseus intervieram , e pro­ antes que chegue". “ Mas o filho da irmã
testaram energicamente0: “Nos nào acha­ de Paulo teve notícia da cilada; foi à
mos nada a censurar neste homem! E se fortaleza, entrou e preveniu Paulo. ‘C h a ­
um espírito lhe tivesse falado? ou então mando um dos centuriões. Paulo lhe dis­
um anjop?" ‘"Como o conflito se agra­ se: "Leva este moço ao tribuno; ele tem
vasse. o tribuno, com medo de vê-los des­ algo a lhe com unicar” . ‘“O centurião to­
pedaçar Paulo, deu ordem à tropa que mou-o e o levou ao tribuno: “O prisio­
descesse e o tirasse do meio deles, re­ neiro P aulo, disse, cham ou-m e e me
conduzindo-o à fortaleza. pediu que te trouxesse este moço; ele tem
“ Na noite seguinte, o Senhor sc apre- algo a dizer-te” . ‘''O tribuno o tomou pela
ix.» sentou’ a Paulo e lhe disse: “Coragem! mão, retirou-se de parte e se informou:
Acabas dc dar testem unho da minha cau­ “Que tens a mc com unicar?" 2”“Os ju ­
sa em Jerusalém , é prcciso que também deus. respondeu o jovem , combinaram
2X.I6-3I em Roma testem unhes igualmente". pedir-te que leves Paulo amanhã perante

j. Ex 2227. po a transcendência do Deus escondido. Alhures, em At 1-12.


k. Ou: Tu nào amaldiçoarás. trata-se muitas vezes do anjo do Senhor (5,19; 8.26: 12,7*11.23)
I. Paulo vai usar dc habilidade dizendo-se fariseu (cf. 26.5: R ou de Deus (103.7.22; 11.13). Essa exprc.vsào vem do AT (Gn
3.5). É exato que. em mais dc um pomo. o cristianismo herdou 16,7: Jz 133-21 etc.). Às vezes cia parece um simples substituto
crenças farisaicas. de Deus (5.19 nota: 12.10 nota. 23): outras, parece designar um
m. Contrariamente aos fariseus, os saduceus nào admitiam ser “pessoal" tão visível quanto um homem (1 0 3 nota; 1.10:
certas crenças, como a ressurreição dos mortos ou a existência 6.15). Em um caso, o anjo do Senfu>r se toma o Espirito (8.26
dos anjos (nota seguinte), que tinham surgido assaz tardiamente nota). Após At >2. sò uma vez se alude a um anjo (27.23); as
no judaísmo e. por esse motivo, sd eram pouco ou nada atesta­ intervenções dc Deus sào antes atribuídas ao Espírito (cf. 1.8
das nos escritos do AT aceitos como canônicos por todos os nota: 18.9 nota).
judeus. Por isso. os saduceus achavam-se nu impossibilidade o. É a segunda intervenção dos fariseus (cf. 5 3 4 ) cm favor de
doutrinai de admitir a fé cm iesus. primeiro ressuscitado dentre um cristão que o autor põe cm destaque (cf. v. 14 nota: Lc 7 3 6
os mortos (4.2 nota: 26.23 nota). Ao contrario, essa fé podia nota). Havia fariseus convertidos (153).
harmonizar-se com a crença dos fariseus na ressurreição (24.15 p. Var.: ou um anjo'/ Não fuçam os guerra a Deus (cf. 539).
nota: 26.6-8: 28,20). Seria essa menção da fala de um espírito ou de um anjo uma
n. Aqui e no v. 9. espirito é um equivalente menos preciso de alusão à aparição de Jesus a Paulo?
anjo. Rejeitada pelos saduceus como uma inovação, a angelologia q. Cf. 18.9 nota.
judaica aceita pelos fariseus atingia o seu pleno desenvolvimen­ r. Var.: certos judeus.
to na literatura apocalíptica e entre os essênios. Nos Atos. a s. Ou: fizeram uma assembléia.
angelologia é sóbria, muito parecida com a dos livros mais an­ (. Lit. por anátema. isto é, votando-se à maldição divina sc o
tigos da Bíblia. No discurso dc Estêvão, e* um anjo que aparece juramento não fosse cumprido.
a Moiscs na sarça (730.35), como em Ex 3,1-2, c que lhe fala u. Notar a ausência dos escribas. fração do Sinédrio que em
no Sinai (738-53): temos aí um modo judaico de afirmar a grande pane aderia aos fariseus (cf. no v. 9 nota),
realidade dc uma intervenção divina respeitando ao mesmo tem­ v. Lit. nós nos comprometemos por anátema.
o Sinédrio sob pretexto de um inque'rito inculpação que merecesse a morte ou os 26ju 2x.is:
mais exato sobre o seu caso. 2lM as não grilhões'. “ Informado de que eles prepa- u 23-15
te deixes enganar. Vão ser mais de qua­ ravam um atentado contra este homem,
renta a lhe armar uma emboscada; eles eu o envio a ti. comunicando também
se comprometeram com juramento a não aos acusadores que o denunciem na tua
comer ncm beber antes de o terem elimi­ presença'".
nado; as suas providências ja' estão to­ 3lExecutando a ordem que tinham re­
madas. eles só esperam o teu assentimen­ cebido, os soldados levaram Paulo, e o
to". 220 tribuno despediu o jovem reco­ conduziram de noite até Antipa'trida. 3JNo
mendando-lhe: “ Não contes a ninguém dia seguinte, deixando os cavaleiros se­
que me revelaste esta maquinação". guirem com Paulo, eles voltaram para a
fortaleza*. ML o go à chegada a Cesaréia.
T ran sferên cia de Paulo p ara C esaréia. os cavaleiros entregaram a carta ao gover­
" E l e chamou então dois ccnturiões e lhes nador e também lhe apresentaram Paulo.
disse: "Ponde de prontidão, a fim de mO governador leu a carta e perguntou
partirem para Cesaréia, desde as nove dc que província Paulo era origina'rio. u 23.6
horas da noite", duzentos soldados, se­ Informado de que era da Cilícia: ,5"E u te
tenta cavaleiros e duzentos auxiliares". ouvirei, disse, quando os teus acusado­
“ Preparem-se também montarias para res também estiverem aqui” . Ele deu or­
levar Paulo* são e salvo ao governador dem de mantê-lo no pretório de Herodes1’ .
F é lix '” . “ *Ele escreveu uma carta, cujo
conteúdo era o seguinteb: “ “ Cla'udio L í- r t a O requisitório de Tértu lo 1. 'C inco
sias, a sua Excelência o governador Félix, d ias d e p o is, o sum o sacerd ote
saudações! í7O s judeus se tinham apode­ AnaniasJ desceu com anciãos e um certo
rado do homem que eu te estou envian­ Tértulo, advogado; eles apresentaram
do, e iam climina'-lo, quando intervim queixa perante o governador contra Pau- 25.2
com a tropa, a fim de o livrar deles, pois Io. JEste foi convocado, e Tértulo com e­
ik.15: acabava de saber que é cidadão romano'. çou o seu requisitório nestes termos:
25, 1X 19 2*corno eu estivesse resolvido a saber de ‘ "G raças a ti e às reformas que te empe- 24.10
que o acusavam, mandei-o comparecer nhaste em realizar cm favor deste povo,
perante o Sinédrio deles. ” Constatei que nós gozam os de uma paz com pleta1.
a acusação versava sobre discussões re­ ■'Sempre e em toda parte”1, excelente
lativas à lei delesd, mas sem nenhuma Félix, é com vivo reconhecimento que

w. Lil. desde a terceira hora da noite. h. Palácio construído por Herodes. e convertido cm residência
x. O efetivo parece numeroso, mas essa importância sublinha do procurador da Judéia.
a do prisioneiro. Auxiliares traduz um termo militar obscuro. i. O relato do comparecimento perante Félix (24.1 -23) é com­
y. Lit. animais para neles fa zer montar Paulo e o conduzir. posto com arte. Sem prolixidade, Lucas não omite nenhum ele­
z. Antônio Félix. liberto, irmão de Palas, ministro dc Nero. foi mento de uma audiência: requisitório. defesa, decisão. Mais uma
procurador da Judeia de 52 a 59 ou 60; cf. 24.24. vez (cf. 23,29). a inocência de Paulo é admitida. Sc-lo-a ainda
a. Var.: Félix. Ele temia com efeito que os judeus se apode­ por duas vezes, na seqüência do livro (cf. 25.18-19 e 2631-32);
rassem dele e o matassem; e que, depois, ele mesmo viesse a ser cf. 18.15 nota.
acusúdo de ter recebido dinheiro. j. Subentendido: em Cesaréia. Sobre Ananias; 23.2 nota.
b. O bilhete dc Listas conforma-se às fórmulas gregas oficiais k. Em conformidade com o direito antigo, é a pane adversa
dc correspondência. Ele esta redigido habilmente; a sua presen­ que pronuncia o requisitório. Após uma longa captatio benevo-
ça aqui visa frisar, mais uma vez. a imparcialidade da autoridade lentiae (vv. 2-4). Tértulo, antes de concluir (v. 8). fixa-se cm
romana (cf. 18.15 nota), a perfídia das autoridades judaicas e a duas incriminações: a) perturbação da paz publica nas comuni­
inocência de Paulo. dades judaicas (v. 5); b) violação do Templo (v. 6). Este breve
c. Lit. romano. Lfsias não insiste na sua mancada (22.25). discurso conforma-se com as regras da retórica antiga.
d. Var.: à sua lei. a Moisés e a um certo Jesus. i. Isto corresponde pouco à realidade. Félix (23.24 nota) pare­
e. Cf. 18.15. As declarações das autoridades sobre a inocência ce ter sido um magistr;*do violento e sem escrüpulos.
de Puulo continuam a ser enfatizadas (cf. 18.15 nota). m. Cenos tradutores ligam sempre e em toda parte à frase
f. Var.: diante de ti. Adeus. precedente; que te empenhaste em realizar sempre e em toda
g. A fortaleza do Templo: 2 1 3 4 nota. parte.
acolhemos esses benefícios. 4Para não te confesso: eu estou a serv iço d o D eus dos
importunar dem ais, a exposição sera' bre­ nossos pais segundo o C a m in h o que eles
ve: eu te rogo que lhe concedas a bene'- qualificam de seita“: c reio cm tudo o que
26 ,2-3 vola atenção que em ti reconhecemos". está escrito na Lei e nos Profetas*: l5te- 2K.23 :
5Nós descobrimos que este homem era n h o esta esperança cm D eus — e ele s £3m6.3'21
17,6 uma peste, que provocava motins entretam bem a com partilham — d e que have- 26.6-s:
todos os judeus do m undo, e que era rá um a re ssu rre iç ã o d o s ju s to s c d o s 2K'20
24 .i 4 : 2 ti,22 mentor da seita dos nazorcus°.‘Ele ten- injustos". “ É por isso que tam bém cu m c
6 . 13- 14: tou até profanar o Tem plo, e então nós o esforço p o r m anter sem c essar um a co n s­
1.2»; 25.8 prerKjetnos if pi frfu poderás, por ti mes­ ciên cia irrepreensível d iante d e D eus e 23. 1 :
mo, interrogando-o, ver confirmarem-se diante dos hom ens. l7D epois de m uitos 2Tm 1,3
todos os agravos que formulamos contra anos, voltei para tra z e r e sm o las ao m eu 1 1 .29-,
ele” . ''Os judeus apoiaram este requisitó- povo*,com o tam bém o fertas’ . '"Foi en tão ^ - ^ ;26
rio, declarando que era objetivo. q u e m c desco briram no T em p lo no fim
d a m inha purificação : n â o havia nem 2I-23' 26
A defesa dc P a u lo . I0A um sinal do aglom eração nem tum ulto; ” m as certo s 21.27
governador que o convidava a falar, Pau­ ju d e u s da Á s ia ... E les é que deveriam
lo replicou11: “Eu sei que faz longos anos ter-se apresentado d ian te d e ti para m c
asseguras a justiça' em nossa nação: por acu sar, se todavia tiv essem algo dc que
24.4:26,2 isso é com confiança que vou defender a cen su rar-m e. “ O u e n tã o digam o s que
minha causa. "T u podes verificá-lo; não e stão aqui que delito d esco b riram q u a n ­
20 . 16; faz mais de doze dias* que eu subi a Je- d o com pareci perante o S inédrio. 2lScria
2U3-26 pjjaigfn para adorar. I2E nem no Tem ­ acaso esta unica frase q u e eu gritei de pé
plo, nem nas sinagogas, nem na cidade, no m eio deles: ‘É pela ressurreição dos 23.6: 24.15
ninguém me descobriu ocupado em dis­ m ortos que sou su bm etido a ju íz o hoje
cutir com alguém ou cm am otinar a diante dc vós*’?"
multidão. l3Esscs homens são portanto “ Perfeitamente a par do que concernia
totalmente incapazes de provar as acusa­ ao Caminho*, Félix adiou o processo: “Eu
ções que fazem contra mim1. l‘*Eis o que julgarei a vossa causa quando o tribuno

n. Lil. te importunar, eu te rogo que nos escutas brevemente u. Sobre o termo Caminho, cf. 9.2 nota. Sobre seita, cf. 24.5
com tua indulgência. nota.
o. Nova designação dos cristãos (cf. 11.26 nota). O termo que v. Sobre o alcance dessa afirmação, ver 26.22 nota.
traduzimos por seita (cf. v. 14) é empregado no caso dos saduceus w . Cf. 23,6 nota. Duas concepções da ressurreição dos
(5,17) e dos fariseus (15.5). Aqui ele tem um sentido pejorativo.
mortos parecem ter-se desenvolvido no judaísmo: segundo
É a unica vez no NT que os cristãos são chamados nazoreus uma, a ressurreição estaria reservada aos justos (cf. Lc 14.14
como Jesus (2.22 nota). nota: 2M c 7.14); segundo a outra, todos os homens ressusci­
p. Vários manuscritos acrescentam aqui: e nós queríamos julgá- tariam antes dc serem julgados — é a concepção que aparece
-lo segundo a nossa lei. ’Intervindo, o tribuno Lísias o arrancou aqui.
das nossas múos com muito violência *t' ordenou aos seus acu­ x. Ünica alusão dos Atos (cf. 2 0 3 nota; 20,4 nota) à coleta
sadores que se apresentassem diante de ti. Neste caso o inter­ feita por Paulo em favor dos pobres de Jerusalém (cf. Gl 2,10;
rogatório proposto no v. 8 visaria ao tribuno e não a Paulo. ICor 16,1-4; 2Cor 8-9: Rm 15.25-28). Segundo o que Paulo diz
q. Como o requisitório de Tertuio (v. 2 nota), a defesa de aqui. essa coleta teria sido o objetivo principal da sua vinda a
Paulo é um bom exemplo dc retórica antiga. Após uma captatio Jerusalém. A discrição dc Lucas a esse respeito permanece
benevoleniiae muito sóbria (v. 10), Paulo refuta a primeira misteriosa, muito embora a diferença de perspectiva possa ser
incriminação (vv. 11-13); depois, tendo reconhecido que é se­ explicada pelas intenções de cada autor. Dizendo que essas es­
gundo o Caminho que permanece fiel a fé judaica (vv. 14-16; cf. molas trazidas aos judeu-cristàos eram destinadas ao seu povo.
163 nota), ele aborda a segunda incriminação: o que sucedeu no Paulo as assimila provavelmente ao imposto do Templo que os
Templo (vv. 17-19) e no Sinédrio (vv. 20-21). judeus pagavam em todo o império tal como na Palestina (cf. Mt
r. Lit. tu és o ju iz• Var. ocidental: tu és o justo juiz. 17.24).
s. É preciso sem duvida acrescentar os sete dias de 212 1 aos y. Paulo alude sem dúvida às ofertas da purificação (21,24.26).
cinco dias de 24.1. Propôs-sc entretanto uma outra maneira dc z. Conclusão h;íbil, que pode reacender a controvérsia dc 23.6-
contar, panindo de 21.7.18.27; 2230; 23,12.32. 9 e reduz todo o assunto a uma questão de doutrina propriamen­
t. Paulo se apóia num principio jurídico fundamental: o que te judaica, sem interesse para a justiça romjn;i(l8.l5 nota; 25.19)
deve ser demonstrado é a culpabilidade e nào a inocência. a. Cf. 9 2 nota.
Lísias tiver descido até aqui” . ^'Deu o r­ arm ar uma em boscada para mata'-lo no 23jo
dem ao centurião de manter Paulo na cam inho1. 4M as Festo respondeu que o
28,30-31 prisão com certa liberdade, sem impedir lugar da detenção de Paulo era Cesaréia,
nenhum dos seus de se ocuparem dele. e de qualquer form a, ele mesmo voltaria
para lá em breve. ^ ‘Aqueles dentre vós
P aulo n a p risão . “ Alguns dias depois, que são qualificados, acrescentou, ju n ­
Félix encontrava-se em com panhia dc tem -se a mim para descer a Cesarciai .e ,
Drusilab,su a mulher, que era judia. M an­ se houver algo de irregular no caso desse
dou convocar Paulo e o ouviu falar da fé homem , apresentem queixa contra ele!” 23.30
no Cristo Jesus. í5Mas com o a palestra ‘Festo nâo ficou entre eles mais de oito
sc orientasse para a justiça, o domínio ou dez diask.L ogo que desceu a Cesaréia,
dos instintos e o julgam ento futuro. Félix tomou assento no tribunal logo no dia
nu- 6.17-20 tomou-se de perturbação': “ Por enquan­ seguinte e deu ordem de trazer Paulo.
to, retira-te. Voltarei a chamar-te numa 7Quando este chegou, os judeus que ti­
17.32 próxima ocasião” . “ Ncm por isso deixa­nham descido de Jerusalém , em círculo
va de esperar que Paulo lhe desse d i­ ao redor dele, o cobriram de acusações
nheiro: por isso ele o mandava cham ar, numerosas c graves, mas eram incapazes
com bastante frcqücncia, para se encon­ de as justificar1. "Paulo mantinha a sua 2‘u '6
trar com ele. 27Ao cabo dc dois anosd defesa": “Eu não cometi delito, dizia, nem
Félix teve por sucessor Pórcio Festo' e, contra a lei dos judeus, nem contra o 6.13
123:25,9 como quisesse agradar aos judeus, dei­ Tem plo, ncm contra o imperador"” . ’De­
xou Paulo na prisãof. sejando ser agrada'vel aos judeus. Festo u.3:24.27
fez a Paulo esta proposta: "A ceitas subir
n r P aulo p e ra n te Festo: apelo ao im- a Jerusalém para que a tua questão seja
p e ra d o r. 'O ra, três dias depois da Ia' julgada em minha presença0?" l0Mas
chegada em sua província. Festo subiu Paulo replicou: “Eu estou diante do tri­
de Cesaréia a Jerusalém . 2Os sum os sa­ bunal do im perador, portanto é a í que
cerdotes e os principais judeus vieram a devo ser julgado. Q uanto aos judeus, eu
ele apresentar queixa contra Paulo*.Com não lhes fiz mal nenhum , com o tu mes­
25.15 insistência, -'pediram-lhe insidiosamente, mo esta's percebendo perfeitamente. "Se
como um favor, a transferência dc Pauloh de fato sou culpado, se com eti algum
para Jerusalém : na realidade, queriam crim e que mereça a morte, não pretendo

b. Filha mais moça do rei Agripa 1. Drusita desposara o rei de j. Ou: desçam juntos a Cesaréia..
f-meso. Por meio de intrigas escandalosas. Felix lha havia arre­ k. Esta notação e a do dia seguinte sublinham que Festo quer
batado. Esses precedentes explicam a reação perturbada dc Felix dar um;i solução rápida ao caso de Paulo.
diante dos temas do domínio dos instintos e do juízo final (v. 25) I.Como os acusadores de Jesus (Lc 23,14-15: Mc 14,55*59).
(cf. Mc 6,17-20). nt. Os três pontos desta defesa supõem que os acusadores
c. Talvez o temor do julgamento, ou simplesmente o de ver judeus reiteravam o conjunto das acusações apresentadas au?
Paulo abordar os problemas de sua vida privada (cf. nota prece­ então contra Paulo (e contra os cristãos): delitos contra a lei
dente e v. 27 nota). judaica (6,11.13 nota; 18.13 nota; 18,15 nota; 21,21.28 nota;
d. Fim do mandato dc Félix antes que duraçuo-limite de unia 23,29) reconhecida por Roma. e contra o Templo (6,13 nota;
detecção preventiva (cf. 28.30 nola). 21.28; 24.6), cuja proteção Roma garantia: atentados diretos
e. Temos poucas informações sobre Pórcio Festo, procurador contra o imperador, isto e\ contra a lei romana (16.21 nota; 17,7
da Judeia desde 59 ou 60. Filho de uma ilustre família, magis­ nota: 18,3 nota; 24.5). Ú esse conjunto de incriminações (aliás,
trado íntegro, ele permitiu que Paulo escolhesse o lugar do seu inconsistentes como sublinha o v. 7) que Paulo quer ver julgado
processo (cf, 25.9-12). pelo tribunal do imperador (v. II).
f. Var. ocidental: ... Pórcio Festo, e ele deixou Paulo detento n. O imperador era então Nero (54-68). Aqui e mais adiante
por causa de Drusila. (17.7; 25.10-12.21; 26,32; 27.24; 28.19). o imperador traduz o
g. Igual maneira de traiar a demanda que foi instaurada pelos título imperial César.
judeus perante Félix (cf. 23.30; 24,1). o. Será que Festo quer simplesmente deslocar o lugar do proces­
h. Lil. Eles pediram contra ele (Paulo) o favor de que Paulo so. ou transferir o caso de Paulo para uma instância judaica? Se­
fosse transferido. gundo o autor, é a fraqueza moral de Festo, e nào o reconhecimen­
i. O mesmo projeio que em 23.12-22. to da culpabilidade de Paulo, que obslam à libertação do apóstolo.
25.7 me livrar da mortep. Mas se as acusações ria podido supor. '*Tinham som ente com
dc que esses homens me incriminam se ele não sei que d issen ssõ es relativ as à ix . is -, 23.29

reduzem a nada. ningue'm tem o direito re lig iã o ''q u e lhes é p r ó p r ia ',e cm parti­
de me entregar ao arbítrio deles. Eu ape­ cu lar a um certo Je s u s , que m orreu , m as i7.ix; 20.10:
lo para o imperador11". IJFesto então con­ que
^
P au lo afirm a estar v iv o . “ N ã o ati- !í. 24;5,'2,3:
2Cor 13.4
sultou o seu conselho e respondeu: "Tu nando com o andam ento a d ar à instru­
apelas para o imperador: ao imperador ç ã o de tal c au sa, eu lhe propus então ir
ira's” . a Jeru salém para que a sua q u estão fo sse 25.9
ju lg a d a la\ 2lM as Paulo interpôs ap elo 25.11-12
Paulo diante de Agripa c Berenice. para reserv ar o seu c aso à ju ris d iç ã o de
'■’Alguns dias haviam decorrido quando Su a M ajestad e>.e eu ordenei po r isso que
o rei A gripar e B erenice chegaram a ele seja mantido na prisão até a sua trans­
Cesaréia c visitaram Festo*. I4E como eles ferên cia para o tribunal do im perad or".
se demorassem Ia' um certo tempo. Festo “ A g rip a d isse então a Festo: " B e m qui- u- 2 .1 .x
informou o rei da questão de Paulo: "Ha' sera , eu tam bém , o u v ir este h o m e m !"
aqui, disse ele, um homem que Félix "A m a n h ã m esm o o o u v irá s.” fo i-lh e res­
24.27 deixou na prisão. l5Por ocasião da minha pondido.
estada em Jerusalém , os sum os sacerdo­ “ N o d ia segu in te. A g rip a e B eren ice
tes e os anciãos dos judeus vieram apre- ch eg aram , p o is. com grand e p o m p a 'e u 2 1 .12 :
25.2.24 sentar uma queixa contra ele e pediram a fizeram a sua entrada na sala dc audièn- M1
Mc 13.9
sua condenação. ,6Eu lhes respondi que c ia . acom pan had os de o fic ia is superio­
não era costume dos romanos condenar res e de person alidades im portantes da
um acusado sem primeiro o ter confron­ cid ad e. A um a ordem d e F e sto , tro uxe­
tado com seus acusadores e lhe ter per­ ram P a u lo . 2ic F esto tom ou a palavra":
mitido defender-se dos seus agravos1. “ R ei A g rip a , e v ó s todos que estais c o ­
l7Eles tornaram a encontrar-se aquiue eu, n o sco , estais vendo este hom em . T o d a
sem me conceder a mínima dilação, logo a popu lação ju d a ic a 6 veio ter c o m ig o a
no dia seguinte, tomei assento no tribu­ respeito dele cm Jeru salém e até aqui, 25 . 1 .7 . 15 .17

nal, e dei ordem de trazer esse homem. gritando que não sc d ev ia deixa'-lo v iv o . 22.22
l8Depois de reunirem -se ao redor dele', “ D c m inha parte, eu não achei nada cm 23.9:26.3 1 :
os acusadores não apresentaram nenhu­ seu s atos que m ereça a m orte'; m as, vis- 2,*'IX
ma das incriminações graves que eu te­ to que ele interpôs ap elo à Su a M ajesia-

p. O argumento é clássico desde Sócrates. Paulo nào põe em u. Ou: eles vieram comigo (cf. 2 5 3 nota),
questão o valor da lei. v. Ou: Depois de chamados a comparecer.
q. Este apelo ao imperador cria numerosos problemas históri­ w. A palavra pode significar também superstição. Mas o sen­
cos e jurídicos. Em que casos era possível o apelo ao imperador? tido de religião se impõe, pois Festo fala com um judeu.
Teriam só os cidadãos romanos o direito de recorTcr a essa ins­ x. Este romano mantém-se distante perante as singularidades
tância suprema? Seria possível o apelo antes que a sentença de uma religião estrangeira,
fosse proferida? Após a apelação, prescreveria a lei ao magistra­ y. Lit. Ao julgamento do Augusto. Augusto: título imperial,
do dar-lhe seguimento? O que interessa aos Atos e' menos a z. O autor se preocupa em mostrar a audiência obtida pelo
exposição da maneira dc iratar a demanda do que a ênfase quan­ cristianismo de preferência a especificar o modo adotado para
to a pôr em destaque a inocência de Paulo e a ação dc Deus nos tratar a demanda. Como Jesus (só em \x : 23.6-12). Paulo com­
acontecimentos. parece perante um monarca judeu.
r. Marcos Jülio Agripa (lí). filho de Herodes Agripa (cf. 12.1- a. A inocência de Paulo vai ser afirmada pela terceira vcz nes­
5.19-2.1). nasceu em 27 c morreu em cerca de 100. Tendo-se te capítulo (cf. 25.1-12 e 14-21). A repetição é um processo co-
tornado rei de GSlcis. no Líbano, por volta dc 50. recebeu mais mumente usado por Lucas para sublinhar os acontecimentos im­
farde outros territórios a administrar. Berenice, irmã dc Agripa portantes (cf. vocação de Paulo, episódio de Comélio; v. 25 nota).
II c de Drusila (cf. 24.24). viúva na época, vivia na corte de seu b. Esta generalização (cf. v. 2) acentua as responsabilidades
irmão; celebre 6 o amor que Tito teve por ela. dos judeus nesse longo processo de Paulo.
s. Visita de cortesia ou gesto dc submissão? c. Terceira declaração da inocência dc Paulo na boca de um
t. Festo enuncia aqui. em termos muito precisos, um principio oficiai ou de um magistrado romano (cf. 23.29 e 25.18). Cf. a
dc eqüidade que os romanos realmente aplicavam e que o autor tríplice afirmação dc Pilatos que declara a inocência de Jesus
admira visivelmente. (cf. Ix 23,4.14.22 e Al 13.28) e v. 24 nota.
ded.decidi enviar-lho. “ Como não dispo- promessa1que Deus fez aos nossos pais
nho dc nenhum dado ccrto para escrever 7e que as nossas doze tribos, asseguran­
ao soberano' a seu respeito, m andei-o do o culto dia e noite, sem trégua, espe­
com parecer diante de vós, diante de li ram que se realize; é por causa desta
sobretudo, rei Agripa, a fim de ter con­ esperança, ó rei, que eu fui acusado pe- 24.15
dições de lhe escrever, após esta audiên­ los judeusk. "Por que se julga incrível
cia. 27Com efeito, seria absurdo, a meu entre vós que Deus ressuscite os mortos1? Rm 4 , 17;
ver, enviar um prisioneiro sem sequer es­ ^ ‘De minha parte, eu tinha na verdade Hb 11-19
pecificar as incrim inações que pesam julgado dever co m b ater por todos os
contra ele". meios o nomemde Jcsus, o Nazoreu. I0E 2.22
foi o que fiz em Jerusalém : eu pessoal­
o / » D iscurso dc Paulo p e ra n te A gri- mente encarcerei grande numero de san­
pa. ‘Agripa disse a Paulo: “Tens tos" em virtude do poder que recebera
permissão de pleitear a tua causa” . Então dos sum os sacerdotes, e dei o meu sufrá­
13.16: Paulo estendeu a mão e apresentou a sua gio quando os matavam0. "Percorrendo
2I'4H defesa': 2“De todas as acusações que os todas as sinagogas, cu multiplicava as mi­
judeus fazem pesar sobre mim, cu me nhas sevícias contra eles. para os forçar
considero tanto mais feliz, rei A gripa, de a b la sfe m a rá , no auge do meu furor, eu
ter dc me defender diante dc ti^porquan- os perseguia até nas cidades estrangeiras.
to esta's a par de todos os costumes dos I2“É assim que um dia cu ia a Damasco
judeus c dc todas as suas controvérsias. com plenos poderes e mandato especial
Rogo-te. pois, que me escutes com bene­ dos sum os sacerdotes. ,JEu estava a ca- 9.2
volência. minho, ó rei. quando, por volta do meio-
4“0 período da minha vida que, desde -dia. vi descer do céu, mais resplande­
a minha primeira juventude, passei no cente do que o sol, uma luz que mc en­
seio da minha nação, cm Jerusalém 11, to­ volveu em seu brilho, bem com o aos u- 2.9
dos os judeus o conhecem. 5Eles sabem meus com panheiros dc viagem q. NNós
de longa data, e podem testem unhar, se todos caímos por terra e eu ouvi uma
quiserem , que eu vivi segundo a tendên­ voz que me dizia cm língua hebraica':
cia mais estrita* da nossa religião, como ‘Saul. Saul. por que me persegues? É
fariseu. ‘E hoje, se sou denunciado pe- duro para ti recalcitrar contra o agui-
23 .6 -, 24.21 rante a ju s tiç a , c' pela esp eran ça na lhão1'!- ,sEu respondi: ‘Quem és tu. Sc-

d. Lit. ao Augusto. Cf. 25,21 nota. (cf. 3.25-26) se concentra, para Paulo, na ressurreição dos mor­
e. Lit. ao Senhor, título do imperador que o designava como tos (v. 8 nota) já realizada na ressurreição de Jesus (v. 23 nota;
senhor absoluto do universo, desde a época de Cláudio. Esse v. 26 nota),
título nào implica a natureza divina do soberano, todavia, atribui k. Cf. 23.6 notas.
ao monarca, à maneira oriental, a glória dc um deus. Cf. 12.22 I. Essa insistência, não tanto na ressurreição final, mas no
nota. poder vivifícador de Deus. prepara a afirmação da Ressurreição
f. O gesto é o mesmo que em 13,16; 21.40. de Jesus no v. 23.
g. Esta apologia solene (vv. 2-23) é. do ponto de vista da m. Cf. 3.16 nota.
forma, ainda mais esmerada que a precedente (24.10*21): é a n. O emprego dessa denominação (9.13 nota) tende a subli­
ultima, e Paulo se dirige a um auditório régio. O relato da sua nhar a culpabilidade de Paulo.
conversão (nos vv. 9-18) intervém aqui (cf. 9.1*18; 22.3-16) o. A aprovação dada ao assassínio de Estêvão (8,1) seria então
como elemento da sua demonstração: a fé em Jesus ressuscitado um caso entre outros.
está implicada na esperança de Israel (vv. 4*8) e a pregação dc p. A blasfêmia devia consistir em uma maldição do nome de
Paulo não tem outro conteúdo senão aquele que as Escrituras Jesus (cf. 13.45 nota: ICor 123).
anunciavam (vv. 19-23). q. Aqui a luz envolve todas as pessoas presentes e não somen­
h. Cf. 22,3: Paulo não diz nada aqui do seu nascimento em te Paulo (93: 22.6.9): talvez ela prefigure a luz do v. 23.
Tarso: ele simplifica devido às exigências de uma argumentação r. Cf. 21,40 nota. Essa especificação, própria desta narrativa
que insistiria especialmente sobre as suas atividades em Jerusa­ (cf. 9.4; 22,7). explica a transcrição Saui (9.4 nota).
lém (vv. 9.20.21.26 nota). s. Esse provérbio de origem grega, que não figura nas narra­
L Lit. o partido mais estrito. ções paralelas, evoca o boi que se defende em vão contra as
j. Toda essa esperança aberta a Israel pela promessa aos pais inciiaçòes do boiadeiro. Não é tanto uma crise interior que é
nhor?' O Senhor continuou: ‘Eu sou Jc­ Moise's predisseram o que devia aconte- 17.2-3:
sus: é a mim que tu pcrsegues! “ Mas, cer, e eu não digo nada além disso': u 24 26
põe-te cm pé"! Eis por que eu te apareci: “ Cristo sofreu, e ele, o primeiro a res­
D estinei-te para seres servo e testem u­ suscitar dentre os mortosd,deve anunciar
nha da visão em que acabas de me ver“, a luz1 ao Povo e às nações pagãs” . 13.47:
assim com o das visões nas quais eu te “ Paulo chegara a este ponto da sua u 2'9
aparecerei ainda*. l7Eu ja' tc liberto do defesa, quando Festo interveio, levantan­
9.I5-. 22 .15: povo e das nações pagãs, c a eles“ eu te do a voz: “ Esta's louco. Paulo! O teu
26-2° envj0 i*para que lhes abras os olhos, as grande saber esta' te levando à loucura!"
13.47; desvies das trevas para a luz. do impe'rio “ Mas Paulo respondeu: "Eu nâo estou
ITs ,i9 de Satana's para D eus, a fim de que rece­ louco, excelente Festo, faço ouvir a lin­
bam o perdão dos pecados e uma parte guagem da verdade e do bom senso. “ O
20.32; da herança com os santificados* pela fe' rei, a quem me dirijo com toda a certeza,
Cl 112 em mim>’. esta' decerto a par destas coisas, c cu
I9“A partir de então, rei Agripa, eu não tenho todos os motivos para pensar que
resisti a esta visão celeste. “ Muito pelo nada disso lhe escapa, pois não foi em
9,27-29-. contra'rio. aos habitantes de Dam asco um recan to esco n so que esses fatos
Rm 15 .19 prjm ejro e de Jcrusale'm, em todo o ter­ aconteceram '. 27C rcs nos p rofetas, rei
ritório da Judéia', depois às nações pa­ Agripa? Eu estou certo de que crês” .
gãs, cu anunciei que eles tinham dc se “ Agripa disse então a Paulo: “ Pouco te
converter e se voltar para Deus*, viven­ falta, pelo teu arrazoado, para fazeres dc
do de um modo que corresponda a essa mim um cristão*!" — ^ “Questão dc pou­
conversão1*. JIEis o motivo pelo qual os co, sim, respondeu Paulo, mas também
24.19 judeus mc detiveram quando eu me acha- questão dc monta, praza a Deus que não
21.30-31 va no Tem plo e tentaram dar cabo dc somente tu. mas também todos os que
mim. “ Firmado na proteção de D eus, ate' mc escutam hoje, vos tom eisb exatam en­
este dia, continuo a dar testemunho diante te o que cu so u ... sem os grilhões que 23.29

24.14 de pequenos e grandes; os profetas e carrego!”

assim descrita, mas a situação objetiva dc Pauio: opondo-se ao dc mostrar quanto a fé cristã está autenticamente incluída na fé
poder irTesistfvel que sc lhe revela, ele só faria agravar o seu de Israel (cf. v. 28. nota).
caso. d. Lit. e. primeiro da ressurreição dos mortos, ele deve... A
I. Alusão à vocação de Ezequicl (Ez 2.1.3)? As patavras de Ressurreição dc Jesus é apresentada como a primeira realização,
Jesus que seguem aqui são organizadas cm torno de duas cx- a realização antecipada (cf. 4.2 nota; 3,13 nota; ICor 15,20; Ci
pressões-chave: "os nações pagãs** lembnt a vocação de Jere­ 1.18) da esperança mais importante de Israel (v. 6 nota; v. 8
mias (Jr 1,5.7-8.10) e **/«: (das nações)*’ reporta-se à eleição do nota). Ainda aqui a fé cristã aparece como indutia na fé judaica
Servo (is 42,6*7.16). Jesus se dirige aqui a Paulo como Deus (cf. nota procedente e v. 28 nota).
enviando os seus profetas: a missão junto aos pagãos é o cum­ e. Istoé. a salvação, cujo anuncio é atribuído aqui não a Paulo
primento das profecias do AT (cf. 15,14 nota: 13,47 nota; 28.25* <13,47 nola) ou aos pregadores cristãos (4.12 nota), mas direta­
28). Sobre o momento dessa missão: 22,21 nota (cf. 22.17 nota). mente a Jesus (cf. 3,26). Último emprego nos Atos da palavra
u. Variante: A visão que acabas de ter. luz, que neles quase não aparece fora (12.7; 16.29) dos relatos
v. Cf. 13J l nota; 18,9 nota. da conversão de Paulo (vv. 13 nota, 18; 9 3 ; 13.47; 22.6.9.11).
vt. Lit. aos quais. O pronome relativo tem como antecedente f. A morte dc Jcsus e a sua ressurreição, como também o anún­
não somente os pagãos, mas também os judeus (o povo). cio da luz (v. 23). deram-se com efeito em Jerusalém (v. 4 nota),
x. Cf. 2032 nota. depois foram proclamados na Judéia c no mundo inteiro (v. 20).
y. Cf. 1338 nota; 2,44 nola. g. Ou talvez: Mais um pouco, e me persuades de que fizeste
z. Variante: território dos judeus. Essa pregação de Paulo na um cristão. Agripa compreendeu bem a argumentação de Paulo:
Judeia não concorda muito bem com Gl 1.22. Talvez o autor crer nos profetas (v. 27) já é ser cristão (v. 22 nota). Mas ele
evoque aqui o esquema missionário de 1.8 para indicar que Paulo rejeita esta conclusão. Pauio na sua replica, vai fazer jogo de
se torna o realizador em seguimento dos Doze. palavras com o "pouco** desdenhoso dc Agripa (v 28). para
a. Cf. 3,19 nota. lançar um último apelo (cf. nota seguinte).
b . Lit, fazendo obras dignas da conversão (cf. Lc 3.8). h . Portanto não se é feito cristão por um homem, mas a pes­
c. Paulo leva aqui ao limite extremo a sua fé no cumprimento soa se tom a cristã pela intervenção de Deus (cf. 11.18 nota),
das Escrituras (cf. 3,18 nola): num certo sentido, o Evangelho implicitamente, o discurso de defesa dc Pauio termina assim,
não acrescenta nada ao AT. visto que tudo o que ele proclama como uma pregação habitual, com um apelo à conversão (3,19.
(= v. 23) foi anunciado de antemão (cf. nola seguinte). Trata-se nota).
rei se levantou, bem com o o gover­ vegação foi vagarosa, c só a duras penas
nador, Berenice e os que estavam senta­ chegam os à altura de Cnido*. C om o o
dos com e le s .31Ao se retirarem, falavam vento nos fosse contrário, passamos abai­
entre si: "Este homem , diziam, não fez xo da ilha de C re ta , rum o ao cabo
nada que mereça a morte ou a prisão". Salm one'*c, depois dc o ter dobrado a
“ Agripa confiou a Festo: “Este homem custo, chegam os a um lugar cham ado
poderia ser solto, se não tivesse apelado “ B elos P o rto s", p e rto da c id a d e dc
para o im perador” . Lasaia".
9 ,Mas um certo tem po decorrera, e d aí
n r j E m b a rq u e p a ra R o m a1. 'Q uando para a frente tom ava-se perigoso nave­
o nosso* embarque para a Itália foi gar, visto que o Jejum " já tinha passado.
decidido, entregaram Paulo e mais alguns Paulo quis d ar sua opinião: '*"M eus
prisioneiros a um centurião cham ado amigos, disse-lhes ele, estim o que a na­
Jülio, da Coortc Augusta*. JNós subimos vegação vai acarretar prejuízos e perdas
então a bordo de um navio dc Adramítio1, consideráveis, não somente para a carga
de partida para as costas da Á sia, e e o navio, mas tambc'm para nossas pes- 2Coi 11,25
fizem o-nos ao m ar. E stav a c o n o sco soas” . "N ão obstante, o centurião con­
is.»: 20.4; Aristarco. macedônio de Tessalônica. 3No fiava mais no capitão e no administrador*
,m 24 dia seguinte, por ocasião dc uma escala do que nas advertências de Paulo. l2Como
cm Sídonm, Júlio, que tratava Paulo com o porto, além disso, se prestasse mal para
24.23: humanidade", permitiu-lhe que fosse ter a invem agem, a maioria foi de opinião
2K.i6i3.3o com os seus am jgOS e desfrutasse a aco­ que se prosseguisse a viagem: tentariam
lhida deles. ''De Ia’, retomando a viagem atingir Fênix, porto de Creta. aberto ao
por mar, navegam os abaixo de Chipre”, sudoeste e ao noroeste’, para a í passar o
pois os ventos nos eram contrários. 5Se- inverno.
guiu-se então a travessia do m ar que
banha a Cilfcia e a Panfília. e desem - A tem p estad e. IJUma tênue brisa do sul
barcam osp em Mira". na Lícia. ‘A li, o se levantara, e eles pensaram que o pro­
centurião achou um navio de Alexandriar jeto fosse realizável: tendo pois levanta­
a caminho da Itaf ia e nele nos fez em ­ do âncora, tentaram costear Creta de per­
barcar. ’Durante alguns dias a nossa na­ to. "M as quase imediatamente um vento

I. O recurso de Paulo ao imperador (25.11: 2 632) tem como q. Escala habitual entre o Egito e a Grecia (cf. 21.1).
conseqüência o seu envio a Roma. realização de um projeto r. A frota mcrcaiue alexandrina era importante. Ela transportava
apostólico (19.21) e dc um desígnio providencial (23.11). Os especialmente para Roma o trigo do tributo do Egito (cf. v. 38).
perigos c os reveses não faltariam no decurso dessa longa via­ s. Na extremidade sudoeste da Ásia Menor,
gem (27.1-28-16). mas para o autor. Deus guia visivelmente o t. Ao sul de Creta.
seu transcurso (vv. 9 nota. 24 nota; 2 8 3 nota). ti. Na costa sul da ilha.
j. Reaparecimento do nós (16.10 nota) que se manterá até a v. A narração da tempestade que começa aqui liga-se a um
chegada a Roma (28.16). O autor se apresenta assim como par­ gênero literário clássico (Sl 107; in I; Odisséia. Eneida); ela se
ticipante desta viagem da qual fornece um relato extremamente desenvolve segundo o esquema seguinte: uma discussão sobre a
vivo e pormenorizado. navegação (vv. 9-11); a tempestade que não deixa nenhuma
k. Talvez uma unidade mais especialmente ligada ao serviço esperança (13-20). o encorajamento de um anjo e a intervenção
do imperador. de Paulo (21-26); o naufrágio (27-44). O relato é dominado pelo
I. Cidade da costa oeslc da Ásia Menor defronte de Lesbos. Os pensamento de Deus que guia Paulo para Roma. a meta fixada
navios mercantes, além de sua carga, pegavam passageiros. ( w . 24-25).
m. Cidade da Fenícia. ainda importante. Sobre a sua evange- w. Trata-se da festa das Expiações que se celebrava cm setem­
lizaçào. cf. 11.19: os amigos de Paulo, de quem se vai tratar, sào bro. Não se navegava de setembro a fevereiro ou março. Talvez
sem duvida os cristãos da cidade. inspirado. Paulo terá razão (v. 21 nota) contra os profissionais,
n. Cf. 2731.43. O autor nota de bom grado as disposições x. O representante do armador.
favoráveis dos centuriões para com oscrislàos (10,1; 23.17; 22.25* y. Poder-se-ia compreender o inverso: fechado a sudoeste e a
26) ou para com Jesus (Ix 7.5 nota; 23,47. nota), noroeste, o que seria mais consoante com a geografia, mas for­
o. A costa norte de Chipre. O vento é do oeste, çaria o sentido. Mal protegido a oeste, este porto o é pelo menos
p. Variante: desembarcado tio fim de quinze dias. dos ventos de norte-nordeste; a sua localização é controvertida.
de furacão, chamado euraquilão', vindo ele me disse! “ Devemos11encalhar em
da ilha. desabou sobre eles; lso navio foi alguma ilha” .
arrastado, incapaz de resistir ao vento, e,
deixando-nos levar, íamos à deriva*. l6Sin- Salvos d o n a u frá g io . 2?Era a décim a
grando sob a proteção de uma pequena quarta noite que derivávamos no Adriá­
ilha chamada C auda, conseguim os, con­ tico1; por volta da meia-noite, os mari­
tudo, a duras penas, dom inar o e sc a le r.17 nheiros pressentiram a aproximação de
bDcpois de o ter içado a bordo, recorreu- terra. “ Lançando então a sonda, acha­
-se aos meios de emergência: cingir o ram vinte braças; um pouco além lança-
navio com cabosce, com receio de irmos ram-na de novo e acharam quinze. " T e ­
encalhar na Sirted, arriar a âncora flu­ merosos de serm os atirados contra esco­
tuante'; e continuam os assim à deriva. lhos, jogaram quatro âncoras na popa,
IKNo dia seguinte, com o fôssemos sem ­ suspirando ardentemente pelo raiar do
pre violentamente sacudidos pela tempes­ dia. ^ M a s, com o os m arinheiros, sob
tade. jogou-se carga ao mar l9e, no ter­ pretexto de Firmar a posição do navio
ceiro dia, com as próprias m ãos, os ma- com as âncoras da proa, tentavam fugir
jn 1.5 rinheiros abateram o aparelho do navio. do navio e desciam o escaler ao mar,
“ Desde va'rios dias nem o sol ncni as 3lPaulo disse ao centurião e aos solda­
estrelas apareciam; a tempestade, de uma dos: "Se esses homens não ficarem a
violência pouco com um , continuava pe­ bordo, vós não podereis ser salvos". -,2Os
rigosa: doravante, toda esperança dc ser­ soldados então cortaram as amarras do
mos salvos nos desamparava. escaler e o deixaram cair.
JIHavia muito tem po que não tínhamos ^E nquanto se esperava o dia, Paulo
comido nada, quando Paulo, de pe no exortou todo mundo a se alimentar, di­
meio deles, lhes disse: "E stais vendo zendo: “ É hoje o décim o quarto dia que
meus amigosr, fora melhor terdes segui­ passais na expectativa, sem com er, e ain­
do o meu conselho, não deixar Creta e da não com estes nada. -“ Por isso eu vos
fazer assim a econom ia desses prejuízos exorto a alimentar-vos: pois disso depen­
e dessas perdas. “ M as, agora, eu vos de a vossa salvação. Torno a dizer, ne­
convido a manter a coragem ; pois ne­ nhum de vós perderá um cabelo sequer mi 10.30
nhum de vós perdera' a vida: somente o de sua cabeça” . -WA estas palavras, ele
navio se perdera". “ Com efeito, esta noite tomou pão, deu graças a Deus na presen­
23.9 mesmo, um anjo do Deus a quem per­ ça de todos, partiu-o e se pôs a comer*.
tenço e a quem sirvo apresentou-se a mim *Todos então, recobrando coragem, ali­
9.15:18.9: Me me disse: 'N ão tenhas medo, Paulo: é mentaram-se por sua vez. J7Ao todo, nós
Ml l0 ll< necessário11que com pareças diante do éramos duzentas e setenta e seis pessoas a
imperador; e Deus também te concede a bordo. “ Depois de saciados, aliviou-se o
vida de todos os teus com panheiros de navio, jogando o trigo ao mar.
travessia!' “ Coragem , pois, meus am i­ wQuando clareou o dia, os marinheiros
gos! Eu me fio em Deus: sucedera como não reconheciam a terra, mas distinguiam

z. Vento do nordeste que empurrava o navio para a África. nota), a sua declaraçuo é atribuída explicitamente a uma inter­
a. Var. ocidcntai: ...à deriva ao vento e tínhamos ferrado as venção divina, o que faz deia um apelo implícito à fé cm Deus.
velas. g. Esta necessidade refere o sucesso ao plano de Deus (321
b. O bote era normalmente rebocado pelo navio. nota; 2,23 nota; cf. 27.1 nola).
c. As cintas do navio eram formadas de cabos que cercavam h. Lit. É-nos necessário (cf. nola precedente).
o navio, para evitar deslocaçào das peças do seu cavemame. i. Não o mar hoje assim denominado, mas toda a extensão
d. Golfo da Cirenaica. na costa da África. entre a Grécia e a Sicília.
e. Peça de madeira flutuante que mantinha o navio na direção j. Var. ocidental: dando-nos também. Esta variante acentua o
do vento, com a popa voltada para as ondas. simbolismo eucaristico que o autor confere indubitavelmente ao
f. Lit. Homens! Paulo interve'm com a autoridade que lhe dá que. para ele. ao que parece, nâo passa de uma refeição ordiná­
<1 realização da sua advertência "profética*'. Desta vez (cf. v. 9 ria; cf. 20.7 nota.
um a e n sead a com um a praia, e tenciona- ram este anim al dependurado na m ão dele.
vam , se possível, en calh ar ali o navio. diziam uns aos outros: “ Este hom em é cer­
■“ E ntão soltaram as âncoras, abandonan- tam ente um assassino; ele conseguiu e s­
do-as ao m ar, e ao m esm o tem po desa­ capar do m ar, m as a justiça divina’ não
m arraram o s rem o s da p o p a k; d e p o is, lhe perm ite viver” . 5Paulo, na realidade,
içando ao vento a cevadeira1, rum aram sacudiu o bicho no fogo, sem sofrer o u- io. io.
para a praia. ""Mas esbarraram num ban­ m enor m al. ‘Eles contavam vê-lo inchar, Mc 1618
co dc areia"1, e a í en calharam o navio": ou cair subitam ente m orto: m as, após um a
a proa, enterrada, ficou presa, enquanto a longa espera, constataram que nada de
popa se desconjuntava pelo em bate do anorm al lhe acontecia. M udando então de
m ar. J2O s soldados tiveram então a idéia opinião, repetiam : “ É um deus!” 12 .22 ;
12,19; 16.27 de m atar os p risioneiros, tem endo que 7H avia, nos arredores, terras1que perten- 14,11
algum escapasse a nado. ‘“ M as o centu- ciam ao prim eiro m agistrado da ilha“,ch a­
rião, decidido a salvar Paulo, im pediu-os m ado Públio. Ele nos acolheu e hospedou
de ex ecu tar o seu projeto; ordenou aos am igavelm ente durante três dias. *0 pai '6I5‘
que sabiam nadar que saltassem à água por dele estava então de cam a. tom ado de
prim eiro e alcançassem a terra. " O s o u ­ febres e disenteria. Paulo acudiu à sua c a ­
tros o fariam q u e r sobre tábuas, quer so­ beceira e , pela oração e im posição das
bre destroços d o navio". E foi assim que m ãos”, curou-o. ’D epois disso, todos os c jl,/40'
todos chegaram à terra sãos e salvos. outros h abitantes da ilha que e stav a m t* 5.14
doentes vinham ter com ele e por sua vez
2Cor H .26 q q P a u lo em M a lta . ‘Já fora de perigo. eram curados". ‘“Eles nos deram num ero- g}516’
27,26 soubem os que a ilha se cham ava sas provas de acatamento* e, quando parti­
M alta. 2O s n a tiv o sp nos’ dem o n straram m os. proveranvnos dc todo o necessário. 20.34
um a benevolência fora do com um . C om
efeito, acendendo um a grande fogueira, A v iag e m d e M a lta a R o m a . “ Foi ao
eles nos convidaram todos a aproxim ar- cabo de três m esesr quc em barcam os num
-nos, pois com eçara a chover, e fazia frio. navio que invernara na ilha; era um n a ­
’Cor u.27 -'Paulo tinha ajuntado um a braçada de le­ vio de A lexandria que tinha por insígnia
nha seca, c a jogava ao fogo, quando o os Dióseoros*. l2D escm barcam os em Si-
calor fez sair dela um a víbora que se pren­ racusa para um a escala de três dias. l3De
deu na sua m ãor. ■ ‘Q uando os nativos vi­ lá, eosteando o litoral*, fom os a R égio.

k. Lit. as freios dos lemes. Estes eram largos remos fixados da colina Bur-Marrad. não longe de uma baía que poderia ser a
por cabos. do naufrágio. Escavações recentes revelaram que essa tradição
1. Pequena vela da proa do navio, remonta ao menos até o séc. IV.
m. Lit. um lugar entre duas correntes. u. Lit. ao primeiro da ilha, título oficial exato do primeiro
n. Reminiscência da Odisséia: 9>46. magistrado de Malta na época romana.
o. Ou (pouco provável): ou sustentados por membros da v. Lit. tendo rezado e tcrulu-lhe imposto as mãos. Sobre esse
equipagem. gesto, ver 6,6 nota.
p. Lil. bárbaros. Os gregos chamavam bárbaros os que não w. Esse tipo de breve afirmação geral sc acha cm outras partes
falavam a língua deles (cf. Rm 1,14). Em Malta os nativos fa­ do livro(8,7; 19,11-12; c f.9 3 1 ; 12*24; 19,20) e lembra um pouco
lavam um dialeto púnico. os grandes sumários do começo dos Atos (2,42 nota); cf. Lc 4,40;
q. Divergindo do cap. 27, o nós sc resiringe (aqui e no v. 7) 5,15; 7.21. O autor nâo relaciona esses milagres (cf. v. 3 nota)
ao grupo dos cristãos. O autor não fala mais nada da escolta dc com unia pregação: aliás ele nâo menciona nenhuma pregação pro­
Paulo (mas cf. 28.16). priamente dita de Paulo durante a viagem dc Cesaréia a Roma. É nesta
r. Esta narrativa dc milagre (vv. 3-6; cf. Lc 10,19: Mc 16,18) última cidade que o anúncio do Evangelho recomeçará (2823-31).
e a seguinte (vv. 7-10) manifestam que Deus está sempre com x. Ou talvez: múltiplos presentes.
Paulo (cf. 27.1 nota). y. Em fevereiro ou março, muito provavelmente (cf. 27.9 nota),
s. Lit. a Justiça. Para os gregos, a Justiça era uma divindade z. O culto dos Dióseoros, Cástor c Pólux. protetores dos
à qual nào se podia escapar. Será que os habitantes dc Malta marinheiros, era muito difundido no Egito. A insígnia devia ser
partilhavam dessa crença? uma figura de proa. esculpida ou pintada.
t. A tradição situava esta propriedade no lugar chamado São a. O texto e a tradução são incertos; poder-se-ia também ler e
Paulo Milqi (o bem-vindo ou o bem-acolhido), sobre as faldas compreender: levantando a âncora ou talvez largando as amarras.
No dia seguinte o vento sul se levantara nação1. “ E sta é a razão pela qual eu pedi
c nós chegam os em dois dias a P ozzuoli1’. para vos ver e co n v ersar convosco. N a
"E n co n tra m o s irm ãos que nos convida- realidade, é por causa da esp eran ça dc
20.6; 2i.4 ram a passar um a sem ana com eles. Eis Israel que eu c arre g o e sta s c a d e ia s1” .
com o fom os para R om a'. lsD csta cidade, 2lEles lhe responderam : “ Q uanto a nós. 22.5
os irm ãosd que souberam d a nossa ch e ­ nâo recebem os nenhum a c a n a da Judeia
g a d a vieram ao n o sso e n co n tro até o a teu respeito: e nenhum irm ão, ao c h e ­
Foro de Á pio c as T rês T ab e rn as': Paulo, gar, nos com unicou qualq u er relatório ou
quando os viu, deu graças a Deus: ele qualquer boato desfavorável sobre a tua
recobrara co nfiança'. pessoa. “ M as nós pedim os para te ou v ir
expor o que tu m esm o pensas: pois. q u an ­
Paulo em R om a. ' ‘P or ocasião da nossa to à tua seitak.sab e m o s que ela encontra
chegada a R om a, Paulo o b tivera a auto- oposição por toda p arte” . "'T endo c o m ­
24,23; rização de ter um dom icílio pessoal, com b inado com ele um d ia, vieram cm m ai­
28,?0 um soldado para o guardar*. l7T rês dias o r núm ero en co n trar-se, cm seu d o m ic í­
depois, ele convidou os principais ju d eu sh lio. Em sua e x p o siçã o , Paulo dava te ste ­
para sc encontrarem lá. Q uando estive­ m unho do R einado de D e u s'e , da m anhã 20.25 .
ram reunidos, declarou-lhcs: “ Irm ãos, cu à tarde. esforçava-se por co n v en cê-lo s, 28,31
25.8 que não fiz nada contra o nosso povo falandoou de Jesus a partir da lei de M oisés 17 .2 . 1 1 :
2U3 contra as norm as recebidas dos nossos e dos profetas"'. MU ns se deixavam con- *^ 27 4 4
2 9 ,2 4 .2 3 2 7 p a j s estou prisioneiro desde que fui en- ven cer pelo que Paulo dizia, outros se
24,26; treguc em Jerusalém às m ãos dos rom a- re c u sa v a m a crcr". 25N o m o m e n to de
25.12; 26.32 n o s i » ^ Q f-|m j 0 j nc|U6rit0 feito por eles, partir", nem sem pre concordavam entre 23.7
queriam m e soltar, pois nâo havia nada si: Paulo só acrescentou um a palavra:
no m eu caso q u e m erecesse a m orte. “C om o é e x a ta a pa la v ra do E spírito
,9M as a oposição dos ju d eu s m e obrigou S anto que declaro u aos vossos pais pelo
25.i 1.21.25; a apelar para o im perador, sem que por profeta Isaías11:
26,32 isso cu tenha o intento dc acusar a m inha “ Vai ter com este povo e dize-lhe:

b. A distância dc Rcgio a Pozzuoli é dc cerca dc 35()km. O estratopedarca (o prefeito do pretório ou o chefe dos estrangei­
porto de Pozzuoli. no golfo de Nápoles, ainda não fora eclipsado ros). Alguns acrescentam que Paulo pôde morar fora do acam­
pelo de Óstia. construído por Cláudio. Ignoramos tudo da fun­ pamento. Essas informações poderiam ser exatas.
dação da comunidade de Pozzuoli. Várias comunidades apare­ h. Em Roma como alhures (13.46 nota). Paulo se dirige aos
cem assim nos Alos sem indicações sobre a sua origem: Damas­ judeus antes dc sc dirigir aos pagàos (28.28-31).
co. 9,10; Galiléia. 9 3 1 : Jope. 9,41: Cilícia. 15.23; Alexandria. Í. Uma var. ocidental acrescenta: mas somente de salvar a
18.24.25 (var.); Éfeso. 18.27: Ptolcmaida. 21,7; Roma. 28.15. minha alma (isto é. minha vida) du morte.
c. O autor antecipa o que vai dizer no v. 16; talvez queira ]. A esperança de Israel é a ressurreição dos mortos, anteci­
indicar que desde entâo a viagem está praticamente terminada. pada na Ressurreição dc Jcsus (26.6 nota),
Seguindo a via Campana, depois a via Appia, um bom andador k. Cf. 24.5 nota.
podia gastar cinco dins de Pozzuoli a Roma (200km mais ou 1. Cf. 1.3 nota.
menos). m . Cf. 17.3 nota. Resumo tipicamente lucano da mensagem
d. Havia já irmãos em Roma alguns anos mais cedo. por volta cristã.
de 50 (18.2); mas o autor nào diz nada sobre as origens dessa n. O autor nola. assim, pela última vez (cf. 14.1-2; 17.4-5.12;
Igreja da capital imperial (cf. v. 13 nota). 18.6-8) que os judeus sc dividem cm face do Evangelho (cf. v.
e. O Foro de Àpto estava a mais ou menos 65km de Roma c 29 nola) antes de sublinhar que. tomada em seu conjunto, a
as Três Tabernas a cerca de 49km. atitude do povo (v. 26) é de rejeição (v. 25 nota).
f. Esta observação parece dar a entender que Paulo nflo deixa­ o. Isto é. muiio provavelmente, os judeus (cf. nota preceden­
va de ter certa apreensão quanto aos seus primeiros contatos te): mas. a rigor, eles poderia designar os judeus e Paulo.
com a Igreja romana: cf. as precauções oratórias de Rm l.l I-15 p. O autor cita agora por inteiro (cf. Lc 8,10 nola) Is 6.9-10,
(cf. 15.20). Esse texto c exato no sentido de que ele agora sc realiza (como
g. Paulo se beneficia de um regime de favor que permitia a um Hab 1.5 em 13,41); cf. Mt 13.14-15; Mc 4.12; Jo 12.40. A re­
prisioneiro morar onde quisesse e tratar de seus afazeres sob a jeição do Evangelho por esse povo. isto é. de fato pela maioria
vigilância de um soldado. Lucas toma a introduzir discretamente dos judeus, aparece assim como um dos acontecimentos anun­
a autoridade romana e a situação dc prisioneiro que era a dc ciados pela Escritura (3,18 nota) e por isso se integra no plano
Paulo. Vários mss. assinalam a transferência de Paulo para um de Deus (2,23 nota); cf. v. 27 nota.
Por mais que ouçais, não e não se voltarem para Deus’1.
compreendereis: E eu os curareir?
por mais que olheis, não vereis. “ “Sabei, pois: é aos pagãos que foi i.vtó-, ig.6
27 Pois o coração deste povo se enviada‘esta salvação de Deus; esses sim,
endureceu, escutarão” . |2,IJ “ Paulo viveu assim dois
eles se tornaram duros de ouvido, anos inteiros, à própria custa“,e recebia 28.16.23
taparam os próprios olhos, todos os que vinham ter com elev. 31pro-
para nâo verem com seus olhos, clamando o Reinado de Deus e ensinan- U: 19.8:
não ouvirem com os seus ouvidos, do o que concerne ao Senhor Jesus Cris- 20~5; 28,23
não compreenderem com o seu coração to com inteira firmeza e sem peias". 4 .13

q. Portanto este povo, tomado cm seu conjunto, rejeita a con­ aqui. o autor se interessa menos pelo destino de Paulo do que
versão que a pregação cristã lhe pede (3.19 nota). pela pregação do Reino de Deus (cf. 13) em Roma, capital do
r. Se a citação de Is 6.9-10 tivesse sido feita segundo o hebr.. mundo pagão, por aquele mesmo cuja missão pessoal era evan-
ela teria terminado assim: E nâo ser curados (cf. Mt 13.15). gelizar este mundo (22,21 nota; cf. Rm 1.5.14*15). Assim a
Mas. como muitas vezes (cf. por exemplo 15.15 nota), o autor proclamação do Evangelho até as extremidade?» da terra, como
segue aqui a Septuaginta. que antecipou a esperança aberta a queria Jesus ressuscitado (1.8 nota. cf. Introdução), chegou a
Israel por Is 6.11-13, traduzindo: E (= mas) eu os curarei. Se o uma etapa que. sem ser derradeira (cf. Rm 15,23-24). é contudo
autor compreendia assim o texto que cita. o seu pensamento se definitiva (cf. 28.31 nota).
orientava cm sentido análogo ao de Rm 11.11-15 onde a recusa v. Certas testemunhas acrescentam: judeus e gregos. Essa
de Israel nâo e definitiva. Mas. na realidade, o que o autor retém variante, seja qual for a sua autenticidade, põe um problema
sobretudo, se não unicamente, é o sentido geral da citação (cf. real: falando de todos os que vêm ter com Paulo, será que o
nota seguinte); daí a tradução como pergunta retórica: E eu os autor pensa unicamente nos pagãos (v. 28)? Ou será que esse
curarei?. na qual a ameaça nào exclui um último chamamento todos nâo incluía também judeus que sc subtraíam ao endureci­
(c f/v . 30 nota). mento dc Israel como tal? Esta segunda hipótese concordaria
s. Esta proclamação da transição do Evangelho para os pagãos melhor com uma perspectiva essencial do livro (11,18 nota:
é a ultima do livro (13.46 nota), o que lhe dá tanto mais soleni­ 15.11.14 nota).
dade. Definitivo ou não (nota precedente), o endurecimento de Is- w. A inteira fm neza concerne à atitude de Paulo (cf. 4.13
raeí abre a salvação de Deus (cf. Is 40.5 grego) aos pagãos que. nota): sem peias talvez sejn uma última homenagem discreta â
por.sua /farte, contrariamente a esse povo. escutarão (cf. v. 27). imparcialidade c à sabedoria da justiça romana (cf. 18.15 nota).
t* Numerosos mss. inserem aqui: Enquanto ele lhes dizia isso, Mas no fini das contas esta conclusão parece sobretudo querer
os judeus jòram-se emixrra, mantendo entre si uim grande discussão. acentuar que. nâo obstante as perseguições e as dificuldades
u. Paulo ficou portanto dois anos em liberdade vigiada (v. 16 referidas ao longo de todo o livro, a palavra de Deus não está
nou). O alcance exato desta última indicação cronológica é acorrentada (2Tm 2.9). Para todos os que o quiserem (nota
problemático. Teria sido o livro redigido no fim desses dois precedente) ela soará nas extremidades da terra (v. 30 nota). Ela
anos e anies da conclusão do processo de Puulo? Teria sido tem o futuro à sua frente até o dia evocado pela variante que
Paulo solto então, pelo fato de nenhum acusador judeu se ter termina o v. e o livro em certas testemunhas ocidentais: dizendo
apresentado (cf. 242 1 nota)? Ou teria sido Paulo, nesta ocasião, que ele é o Cristo Jesus, o Filho de Deus. pelo qual o mundo
julgado e condenado? Ver a introdução. O mais claro é que. inteiro começará a ser julgado.
e p ís to la a o s ro m a n o s
in t r o d u ç ã o

De todas as cartas do apóstolo Paulo, a Epísto­ realidade, com uma dogmática da Epístola aos
la aos Romanos é inegavelmente a mais im por­ Romanos.
tante. E isso, não só por ser a mais extensa. Do D esde aquele tempo, os exegetas e teólogos p ro ­
ponto de vista doutrinai, é uma das m ais ricas — testantes não cessaram de com entar esta epístola.
a ponto ser considerada, m uitas vezes, uma carta- Mencionemos em particular o com entário de Karl
-tratado — e a mais notavelmente estruturada. Barth (1919), cuja influência fo i decisiva para o
"Esta epístola toda inteira, asseverava Calvin», é pensam ento teológico contem porâneo. A o privile­
disposta metodicam ente". H istoricamente, enfim, giarem assim este texto, os teológos protestantes
nenhuma outra exerceu igual influência; um teó­ tenderam, sem dúvida, a certo “unilateralism o";
logo protestante chegou recentemente a dizer (não o exegeta protestante F.-J. Leenliardt não hesita
sem uma ponta de exagero) que a história da em fa la r de "desequilíbrio". Os teólogos católi­
Igreja se confundia com a da interpretação desta cos, por seu turno, deram ênfase exagerada ao
epístola. Nâo há negar que este texto sem pre ocu­ ensinamento da primeira epístola aos Coríntios.
pou um lugar privilegiado na história da exegese. Por causa deste papel desem penhado pela Epís­
Foi comentado, quer de form a continuada, quer tola aos Romanos na história da Igreja dos qua­
não, por Orígenes, João Crístóstomo, Teodoreto, tro últimos séculos, é com preensível que os res­
o Am hrosiúster, Pelágio, A gostinho, Abelardo, ponsáveis pela B íblia — T radução Ecumênica
Tomás de Aquino, etc. Papel sobremaneira deci­ tenham resolvido com eçar o seu trabalho pela
sivo desempenhou entretanto a sua interpretação Epístola aos Romanos. A seu ver, uma versão desta
em dois momentos da história da Igreja: no sécu­ epístola seria um teste: com efeito, eles estavam
lo V, por ocasião da crise pelagiana e das gran­ persuadidos de que a tradução ecumênica da B í­
des controvérsias sobre a gratuidade da salva­ blia não esbarraria em obstáculos intransponí­
ção, e no século XVI, quando dos inícios da R e­ veis se a Epístola aos Romanos pudesse ser apre­
form a protestante. sentada em uma versão aceita p o r todos. E p er­
Aos olhos de numerosos historiadores, o com en­ suadidos estavam sobretudo do desafio teológico
tário à Epístola aos Romanos p o r Lutero, em 1516, que estava em jo g o neste empreendimento; segun­
fo i o verdadeiro ponto de /xirtida da Reforma. do a fe liz expressão do pastor M. Boegner, “o
Foi outrossim explicando a Epístola aos Roma­ texto das nossas divisões ” devia tornar-se o “tex­
nos, seu primeiro comentário bíblico (publicado to do nosso encontro”.
somente em 1540), que Calvino preparou a se ­
gunda edição da Instituição da religião cristã Posição d a epístola na vida d o A póstolo. Ao d i­
( 1539) e fixou as principais teses da sua doutrina. tar esta carta a Tércio (16,22) Paulo encontra-se
Os reformadores protestantes tinham esta epís­ provavelmente em Corinto, em casa de Gaio, que
tola em particular estima. “Ela é na verdade, a s­ “hospeda a mim e a toda a igreja" (16,23, cf.
segurava Lutero, o coração e a medula de todos IC or 1,14-15). Ele está prestes a partir (alguns
os livros.” Calvino pretendia igualmente que “to­ pensam até que já tivesse partido) para Jerusalém
do aquele que chega à sua verdadeira co m ­ (15,25-33), levando o produto da coleta que orga­
preensão tem como que a porta aberta para en­ nizara na Macedônia e na Acaia em proveito dos
trar no tesouro mais secreto da E scritura". Para “santos de Jerusalém que estão na p o b reza "
Melanchton — cuja obra-mestra. os Loci com- (15,25-26). Acabava de p a ssa r três m eses em
muncs rerum theologicarum, é de fa to uma expli­ Corinto (At 20,3) no fim de sua terceira viagem
cação da Epístola aos Romanos — , esta carta missionária, no decurso da qual escrevera, alguns
“fornecia o sumário da doutrina cristã ”. A dog- m eses antes, a s epístolas a o s C o rín tio s, aos
márica luterana prim itiva confunde-se pois, na Gálatas e talvez aos Filipenses. Acha-se, pois, no
fim de um dos períodos mais movimentados de na polêmica ou na apologia pessoal. Ele só apro­
sua atividade epistolar e teológica. Ele julga ter veita a ocasião que lhe é dada de enviar um bi­
cumprido a sua tarefa no Oriente (15,19-20). Do­ lhete à Igreja de Roma, a fim de expor aos roma­
ravante. propõe-se levar o Evangelho ao Ociden­ nos e, além do círculo dos romanos, a todos os
te. O seu espírito já se volta para Roma e para a crentes, os principais problemas que então lhe
Espanha 1 15,24). Contudo, está preocupada quan­ ocupam o pensamento, e tornar a expor serena­
to ao êxito da viagem a Jerusalém. Pressente as mente e de modo mais sistemático a sua mensa­
dificuldades que vai encontrar (15,30-31). Esses gem da epístola aos Gálatas.
temores são confirmados pelos Atos dos Apóstolos: De fato, a comparação entre as duas epístolas
"Agora, prisioneiro do Espírito, eis-me a caminho impõe-se. Tanto numa como na outra, encontram-
de Jerusalém: não sei qual há de ser lá a minha s e temas básicos da teologia paulina: justificação
sorte, mas em todo caso, o Espírito Santo me ates­ e salvação, lei mosaica e fé cristã, valor profético
ta, de cidade em cidade, que cadeias e tributações da figura de Abraão etc. Não menos impressionan­
estão lá à minha espera..." (At 20,22-23). te, entretanto, é o contraste entre ambas. Se a epís­
De acordo com o sistema cronológico que se tola aos Gálatas dá a impressão de ter sido escrita
adote, a Epístola aos Romanos situar-se-á em 57 sob o império da emoção, a epístola aos Romanos
ou 5H: em todo caso, no início da primavera, isto impressiona por seu tom calmo e didático, seu
é. na época do ano em que recomeçava a navega­ despojamento, sua elevação de conceitos. E a mes­
ção regular, após os meses adversos do inverno. ma mensagem, mas exposta e desenvolvida ampla
A autenticidade paulina desta carta jamais foi e serenamente, sem polêmica. Chegou-se até a
posta em dúvida. Somente os dois últimos capítu­ descrever a Epístola aos Gálatas como um rio
los levantam uma questão de crítica literária ante cascateando das montanhas onde nasce, e a Epís­
as hesitações da transmissão manuscrita a seu tola aos Romanos como o mesmo rio expandindo
respeito (cf. cap. 15, nota). majestoso suas águas na planície.
Sem dúvida, Paulo, em U nia a extensão da epís­
F in a lid ad e c ocasião. Embora sejam bastante tola, dirige-se com veemência a um interlocutor,
conhecidas as circunstâncias da redação da Epís­ emlxira nunca chegue a designá-lo de maneira mais
tola aos Romanos, permanece enigmática a natu­ precisa. Basta ler uma tradução vernácula para se
reza mesma desta carta: estamos em presença de ficar impressionado com o incessante emprego que
nm tratado sob forma epistolar ou de uma verda­ o apóstolofaz da interrogação retórica, da interjei­
deira carta, escrito circunstancial? Em outros ção. da exclamação, da frase incidente ou do pa­
termos, o apóstolo teria em vista, ao ditar essa rêntese. Em nenhuma outra de suas epístolas ele
epístola, fornecer à igreja de Roma um ensina­ recorre tanto a processos oratórios, tais como, por
mento acerca da verdade evangélica, ou seria o exemplo, as fórmulas "Que diremos, pois?",
seu intuito primordial colher algum resultado “Ignorais então?", "Ó homem, quem quer que
prático que respondesse às necessidades particu­ sejas"... Mas precisamente a abundância dessas
lares que ele sabia existirem nesta Igreja? fórmulas retóricas prova que o interlocutor de Paulo
é apenas um personagem fictício, segundo os pro­
a) Um escrito doutrinai. Até por volta do fim do cedimentos da filosofia popular da época.
século X/X, a maioria dos comentadores conside­ O caráter mais intemporul, mais doutrinai destu
rou a Epístola aos Romanos como uma carta-tra­ epístola explica por que quiseram ver aqui uma
tado: para eles, tratava-se de um escrito doutrina! espécie de "suma teológica". Contudo, ela con­
sob forma de carta aberta. O anúncio da próxima tém demasiadas lacunas para ser considerada um
vinda de Paulo a Roma nâo passaria para ele de "sumário da doutrina cristã", ou mesmo unui sín­
simples pretexto. Aliás, não conhecendo esta Igre­ tese da teologia paulina. A extraordinária dife­
ja, não tendo outrossim nenhuma ascendência rença, não só de estilo, mas mesnw de temas, entre
direta sobre ela, cioso ademais "de não edificar a E p ísto la aos R o m an o s e as epístolas aos
sobre alicerces assentados por outro" (15,20), Corintios, que entretanto datam do mesmo perío­
Paulo nem tem necessidade de tratar dos proble­ do, deve com efeito despertar a atenção. Estas
mas concretos da comunidade, nem de se meter são dominadas por dois assuntos próximos entre
si: nelas Paulo defende a sua autoridade apostó­ — no plano doutrinai — do esforço de Paulo — no
lica e combate pela unidade e edificação da Igre­ plano prático — para organizar uma coleta desti­
ja de Corinto. Na carta aos Romanos, por assim nada a prestar socorro às necessidades da comuni­
dizer, nunca se trata da Igreja, ao menos expres­ dade judeu-cristã e a ressaltar a solidariedade dos
samente, a não ser nas recomendações práticas crentes de origem pagã com os da Palestina.
dos últimos capítulos. A grande instrução corintia De resto, será verdade, como geralmente se afir­
sobre a Eucaristia (ICor 11,17-34) não tem equi­ ma, que os destinatários imediatos da epístola não
valente algum na Epístola aos Romanos. Se. nas lhe condicionaram nem o fundo, nem a form a? A
epístolas aos Coríntios, o Espírito é fonte dos ca­ Epístola aos Romanos constituiria neste caso uma
rismas comunitários e dos ministérios instituídos, exceção na obra literária de Paulo, pois todas as
em Rm 8, ele está na origem da liberdade e da suas outras cartas são escritos circunstanciais,
oração pessoais. Entretanto, as epístolas aos suscitados pelas necessidades concretas da Igreja
Coríntios não deixam de ter o seu eco na Epístola à qual se dirige. Assim sendo, não seria lógico
aos Romanos: em ambas encontra-se a imagem da perguntar se a Epístola aos Romanos não se expli­
Igreja-corpo de Cristo (ICor 12,12-27; Rm 12,4-6) ca também pela situação da Igreja de Roma nos
e o tema do Cristo-segundo Adão (ICor 15; Rm 5). anos 57-58? Muitos autores fizeram pesquisas nes­
Se não se pode considerar a Epístola aos Roma­ te sentido. Entretanto, a situação exata da Igreja
nos como síntese do pensamento teológico do após­ de Roma no momento em que Paulo lhe escreve, a
tolo, pode-se menos ainda considerá-la o equiva­ sua estrutura, as suas tendências nos são por de­
lente de uma dogmática cristã no sentido moder­ mais desconhecidas para que as explicações pro­
no da palavra; talvez seja possível caracterizá-la postas possam ser mais do que uma hipótese de
como exposição do que o próprio Paulo chama pesquisa. A própria epístola não nos dá nenhuma
duas vezes, na epístola, de “o seu evangelho" indicação explícita. Paulo só menciona como mo­
(2.16; 16,25), o que ele considera o núcleo da tivo de sua ida o desejo vivo de “fortalecer" a fé
boa nova que ele anuncia às nações. dos cristãos de Roma. Não recearia ele que os judai-
b) Um escrito circu n sta n cia l. O caráter Ztintes propagassem as próprias idéias em Roma,
intemporal e gera! da Epístola aos Romanos não como tinham feito na Galácia e em Corinto? Não
impede que elu seja “situada historicamente" e estaria querendo pôr os romanos de sobreaviso
que responda aos problemas mais graves que se contra as maquinações deles? Tudo isso não é
punham então à Igreja. Para alguns, o tema da impossível: entretanto nada na carta nos autoriza a
Igreja, a despeito da ausência deste termo, cons­ lhe atribuir este objetivo (ver contudo 16.17-26, mas
titui mesmo o horizonte para o qual convergem as o tom severo desse trecho contrasta com o tom
linhas essenciais do pensamento exposto na epís­ moiterado do resto da carta).
tola. Paulo tem consciência do perigo que amea­ De todas as hipóteses consideradas, uma entre­
ça a Igreja nesse momento da sua história: ela tanto merece nossa atenção. Desde o começo do
corre o risco de se dividir em duas comunidades, século XIX, vários comentadores se têm pergun­
uma judeu-cristã, herdeira da Sinagoga, e outra, tado se a Carta aos Romanos não teria tido essen­
a dos pagãos convertidos dos quais ele se sabe o cialmente uma finalidade conciliatória. Sabe-se,
apóstolo, separada da primeira, sem vínculo visí­ com efeito, que a colônia judaica de Roma era
vel com o passado. As crises muito recentes que muito importante, chegando até a provocar um
abalaram as Igrejas da Galácia e de Corinto só edito de expulsão do imperador Cláudio em 41,
contribuíram para convencê-lo da gravidade da talvez em conseqüência de perturbações suscita­
situação. Ao redigir a sua carta, Paulo está insegu­ das pela pregação do Evangelho de Jesus Cristo.
ro quanto ao acolhimento que terá em Jerusalém. Sabe-se igualmente que também os cristãos de
Compreende-se pois que tenha querido, em uma origem judaica foram atingidos por essa medida,
epístola destinada a um amplo círculo de leitores, em conseqüência da qual Aquila e Prisca, por
sublinhar a unidade da Revelação no Antigo Testa­ exemplo, emigraram para Corinto (At 18,2). O
mento e no Evangelho, as promessas infalíveis a edito, no entanto, fo i ab-rogado sem demora, e
Israel e seu papel na história da salvação. A Epís­ numerosos judeus voltaram para Roma. Quando
tola aos Romanos seria de certo modo o paralelo Paulo se pôs a escrever a sua carta, Aquila e
Prisca lá se achavam de novo (16,3). Pode-se tintas, uma doutrinai (1-11), a outra exortativa
perguntar se os cristãos de origem pagã não ti­ ou parenética ( 12-16), a unanimidade desapare­
nham tomado uma atitude de certo menosprezo e ce, quando se trata de lhe determinar o plano de
superioridade para com os seus irmãos de origem maneira mais precisa. Por isso, alguns exegetas
judaica, por ocasião da volta destes últimos (cf. chegaram a opinar que ela não apresentava outra
estrutura que a de um dia'logo. A Epístola aos
11,17-25: 14,3.10: 15,25-27). Não teria a Igreja de
Roma ficado, em conseqüência disso, profundamenteRomanos .foi dito, não seria mais que uma missiva
dividida, cindida em dois partidos, um formado deoriunda de um constante dialogus cum Judaeis
convertidos do paganismo, o outro de convertidos (diálogo com os judeus).
do judaísmo? Diante de tal situação. Paulo se pro­ No entanto, a maioria dos comentadores pensa
poria a fazer com que uns e outros se aceitassem que ela apresenta um plano firme e bem-pensado,
mutuamente, tomando consciência de sua unidade à condição todavia de reconhecer que ela não é
fundamental. O ponto alto da carta seria, assim, totalmente unificada, nem do ponto de vista do
Rm 15,7: “Acolhei-vos, pois, uns aos outros, comoestilo, nem do ponto de vista da seqüência das
idéias. Paulo não é um Cícero nem um Bossuet. e
o Cristo vos acolheu, para a glória de Deus". Todos
os desenvolvimentos anteriores teriam como obje­ o fluxo retórico do seu ditado não se deixa enqua­
tivo final esta conclusão prática. drar em parágrafos. Segundo esses comentado­
Diversos indícios conferem a esta hipótese certa
res, o apóstolo teria querido tratar do pecado
verossimilhança. Pôde-se assinalar que o apósto­ (1 ,18-3,20), em seguida, da justificação (3,21-
lo tem constantemente “um olho voltado paru os 4.25) e finalmente da santificação (5-H). Nesta
judeu-cristãos, o outro para os convertidos do hipótese, porém, o fim da epístola seria unia su­
paganismo" (Pfleiderer). Com efeito, a carta usa cessão de apêndices mais ou menos independen­
frequentemente termos "judeu-gregos" e seus tes da parte doutrinai.
paralelos (1,14-16; 2,9.10.25-27: 3.9-29: 4,9-12: Por isso, novos estudos propuseram outras es­
9,23: 10,12: 11,13-25: i5,H.ss.). A estranha au­ truturas, ao que parece mais próximas da inten­
sência do endereço à “Igreja de Deus", que fig u ­ção central do apóstolo, e mais conformes à ma­
ra como destinatária em todas as epístolas de neira dos profetas do Antigo Testamento, que pro­
Paulo, explica-se facilmente se o apóstolo julga cediam menos por desenvolvimento lógico do que
não estar diante de uma comunidade unida. En­ por repetições concêntricas. Eis, a título de exem­
fim, o longo desenvolvimento dos capítulos 9 -1 1 plo, o resumo de um desses planos recentemente
sobre o povo de Deus e o destino de Israel se propostos. Em quatro fases sucessivas, a epístola
legitima plenamente nesta perspectiva. Recente­ descreveria a tribulação da humanidade e a vitó­
ria do Evangelho sobre esta tribulação: /. Tribu­
mente, esta hipótese fo i reassumida e apoiada com
novos argumentos. Sendo assim, a Epístola aos lação dos pagãos e dos judeus sob a condenação
Romanos denotaria um caráter eminentemente divina (l,lfi-3,20) e justificação, pela graça de
“ecumênico" por antecipação. Por mais sedutora Jesus Cristo, de todos os que nele crêem (3,21-
4.25). 2. Tribulação da humanidade solidária com
que ela seja. esta interpretação não passa, entre­
o primeiro Adão (5,1-14) e salvação da humani­
tanto, de simples hipótese. De fato, a ausência de
qualquer alusão precisa da parte de Paulo à si­ dade pela solidariedade com Jesus Cristo (5,15-
tuação da Igreja de Roma impede sua confirma­ 6,23: em Rm 5, ambos os temas da tribulação e
ção. Mas nem por isso ele deixa de iluminar fo r­da salvação estão intimamente mesclados). 3. Tri-
bulação da humanidade escrava da lei (7,1-25) e
temente esta carta difícil e enigmática e de confe­
rir-lhe um interesse novo. libertação da humanidade pelo Espírito (8,1-39).
4. Tribulação de Israel em sua rejeição de Cristo
Plano da epístola. Nenhum outro texto de Paulo (9,1-10,21) e acesso fina! à salvação do novo
dá a impressão de ser tão fortemente estruturado Israel composto de judeus e pagãos ( 11 ,1-36). Este
e de apresentar um plano tão rigoroso quanto a plano, evidentemente hipotético, oferece uma du­
Epístola aos Romanos. Entretanto, embora todos pla vantagem: põe em evidência o fato de que as
os comentadores reconheçam nesta carta, como quatro descrições da tribulação e da salvação se
aliás na maioria das outras, duas partes bem dis­ exprimem em quatro terminologias de natureza e
origem diferentes: jurídica para a primeira, sa­ procurem o bem dos outros e busquem evitar tudo
cramental para a segunda, espiritual para a ter­ o que possa ameaçar a solidariedade entre eles e
ceira e histórica para a última. Mostra, além dis­ com todos os homens. É assim que, nos dias deste
so, como Rm 9-11 se liga organicamente à argu­ mundo, eles anunciarão e esboçarão a consuma­
mentação de 1-8. Este plano, no entanto, não ção da história (13,11-14). A quinta parte da carta,
satisfaz em dois pontos: embora mostre como Rm nesta perspectiva, articula-se organicamente com
9-11 se integra naturalmente na argumentação as quatro primeiras.
da epístola, ele não ressalta que esses capítulos
constituem, apesar de tudo, uma parte relativa­ Teologia da epístola. Como já fo i dito, embora a
mente independente do resto e formam até um con­ Epístola aos Romanos não trate de todos os temas
junto por tal modo unificado que é lícito pergun­ da teologia paulina, os que ela aborda têm uma
tar-se se não foram redigidos à /xirte e inseridos profundidade, uma clareza e uma força ímpares.
ulteriormente neste lugar da epístola. Com efeito, Em nenhuma outra parte, o apóstolo fala tão so­
eles não se apresentam como seqüência necessá­ beranamente do poder da graça, da maldição do
ria de Rm 1-8, cujo tema fundamental, enunciado pecado, da justificação pela fé, da morte e da
em 1,16-17, é a justiça nova trazida aos Iwmens vida com Cristo ressuscitado, da ação do Espíri­
por Cristo. Por outro lado, este plano não põe de to... Não há como relatar aqui deform a sintética
manifesto o papel de dobradiça exercido pelo cap. a riqueza de um pensamento cujo rigor em nada
5. Numerosos comentadores frisaram, de fato, que, se enfraquece ao matizar-se e cuja sutileza não
a partir do cap. 5, começa a aparecer um ponto lhe diminui o vigor. As notas, particularmente
de vista parcialmente novo. Aí a justificação apre­ abundantes paru esta epístola, farão com que o
senta-se como doravante pertencente ao passado, leitor se depare com todos os grandes temas do
e já realizada: os verbos que designam a justifi­ apóstolo no próprio lugar onde estes surgem no
cação estão todos no aoristo (perfeito simples): a texto: é uma espécie de léxico do vocabulário
fé, ainda mencionada em 5.2, cede lugar à espe­ paulino que se encontrará no rodapé das páginas
rança: o tema da kaukhésis (orgulho, altivez, glo­ da nossa edição, sempre relacionado com o anda­
rificação) sofre igualmente uma transformação e mento do pensamento apostólico.
toma doravante uma significação positiva, pois Digamos que fo i particularmente precioso para
este "orgulho" não exprinte mais do que apoiar- nós, católicos, ortodoxos e protestantes, descobrir
s e unicamente em Deus. Enfim, o tema funda­ passo a passo as riquezas da mensagem apostóli­
mental de 5,11-8,39 não é mais o da justificação, ca. Encontramo-nos unidos numa mesma paixão
mas o da vida: o batismo inaugura a nossa vida por compreender e numa mesma vontade de rece­
com Cristo (cap. 6): o dom e a presença dinâmica ber, paru dela viver hoje, uma das linhas mestras
e vivificante do Espírito são o sinal da nossa co­ da mensagem originária que, graças ao apóstolo,
munhão com Cristo glonficado e com a sua vida conquistou a totalidade du bacia mediterrânea.
divina do Ressuscitado (cap. 8). Escutando com gratidão a voz dos grandes intér­
A argumentação de Rm 1-8 revela, pois, um de­ pretes da epístola ao longo dos séculos e reco­
senvolvimento progressivo. Se este não se paten­ lhendo as riquezas das nossas respectivas tradi­
teia mais claramente, é porque o apóstolo, ao ditar ções, saboreamos como graça e bênção o privilé­
um texto difícil, seguiu muitas vezes várias linhas gio de poder traduzir e anotar em comum, em
de argumentos e pensamentos que se entrecruzam. profunda unidade de espírito, este texto, que, no
Seja como for, o interesse da apresentação em passado, fo i ocasião de tantas controvérsias. A
quatro grandes conjuntos consiste em mostrar equipe ecumênica responsável por esta nova ver­
como Paulo se empenha em anunciar o Evange­ são, que fo i o teste da possibilidade de levar a
lho dirigindo-se alternativamente aos cristãos de bom termo a Bíblia — Tradução Ecumênica, e
origem judaica e aos de origem fxigã, exortando- todos os que u estimularam e apoiaram em seu
-os por fim , na grande parênese conclusiva (12,1- esforço, desejam que os leitores — notadamente
16,27), a viver do amor no concreto cotidiano: os grupos ecumênicos — participem da alegria e
que, renunciando a toda pretensão, esses cristãos do proveito que ela desfrutou em seu trabalho.
EPÍSTOLA AOS ROMANOS
1 Endereço c saudação. 'Paulo, servo" ja' prometera por seus profetas nas santas
de Jesus Cristo\chamado a ser após- Escrituras", -'concerne ao seu Filho’,
tolo', posto à parte para anunciar o Evan- oriundo, segundo a carne*, da estirpe de
gelho de Dcusd.2Estc Evangelho, que ele David, '‘estabelecido, segundo o Espírito

a . Aqui esse term o, que nim bem significa escravo, provavel­ I. N um a prim eira série de textos, o vocábulo carne designa,
m ente alude aos grandes servos de Deus do A ntigo Testam ento. com o m uitas vezes no A T. a pessoa hum ana, cum ulada de bens
b . Jesus Cristo. Ha nas epístolas paulinas vaYias m aneiras de pelo seu C riador, mas sem pre caracterizada co m o um a ex istên ­
ex prim ir o nom e de Jesus Cristo: o C risto, C risto, o C risto Jcsus. cia frágil e am eaçada pela m orte. Toda carne, isto é . todo ho­
C risto Jesus, Jesus C risto. C onstatando que existem nas tradi­ m em , é com o a flor dos cam pos (ls 40,6). ao m esm o tem po
ções confessionais hábitos diversos quanto à tradução dessas coroada de grandeza e lim itada cm seus poderes e duração. É
expressões, mantivem o-nos o m ais próxim o possível do grego neste sentido que Jesus C risto “é oriundo de David segundo a
quanto ao uso d o artigo definido. carne** (R m 1 3 ), isto é. plenam ente hom em em seu destino ré­
c . Lit. apóstolo por chamado (cf. tam bém . IC or 1,1). A m es­ gio c doloroso, israelita segundo a carne entre os israelitas (Rm
m a fórm ula é aplicada aos santos, isto é . aos cristãos, em Rm 1.7 9,5). O apóstolo em prega sobretudo a expressão veterotesta-
e IC or 1.2: santos por chamado. m entária toda carne para afirm ar negativam ente que nenhuma
d . Evangelho. Esta palavra é um a transcrição de um substan­ carne, isto é. nenhum ser hum ano pode ser justificado pela prá­
tivo grego que significa "boa nova” . A raiz não é freqüente no tica das obras legais (R m 3,20: G l 2.16), a fim dc que ninguém
A T grego, e por isso e preciso esta r taiuo mais atento à sua (nenhuma carnet se vanglorie diante d e Deus ( IC or 1,29). N es­
presença em algum as das grandes profecias m essiânicas <ls 52.7: ses textos, o hom em é apresentado globalm ente co m o um ser de
61.1. citadas em Rm 10.15 e Lc 4.18-19). É certam ente a í que carne e sangue (IC o r 15,50: G l 1.16; E f 6.12), entregue às d i­
é preciso buscar a razão pela qual os autores do N T em pregam ficuldades da vida e . por isso m esm o, capaz de achar força e
o term o em um sentido preciso (e quase técnico): a Boa Nova socorro, não se fechando em si m esm o, mas som ente em seu
que Deus anuncia ao m undo, enviando-lhe Jcsus C risto, a llm dc C riador. li assim que a palavra carne, em Paulo, designa m uitas
instaurar o seu R eino (d aí os diversos qualificativos: Evangelho vezes o corjm sofredor de C risto ou do apóstolo (Cl 1,22-24:
de Deus: Rm l . l ; M c 1.14: Evangelho dc Jcsus Cristo: Rm 2C or 12.7; G l 4.13*14; Fl 1.22-24). N estes ültim os textos, o
15.19: Mc l . l : Evangelho do Reino: Mt 4 .2 3 ...). O caráter novo coiueüdo dá a entender q u e, quando a carne sofre, é o homem
do Evangelho concerne antes de tudo ã pessoa de Jcsus Cristo: que sofre em seu coração e em seu esp írito , tanto quanto em seu
as profecias d o A T j á anunciam o am or e o perdão d e Deus corpo. Enfim , esta carn e, na qual o hom em não poderia confiar,
oferecidos a todos os hom ens, m as é agora, em Jcsus C risto, que é tam bem o hom em religioso que se orgulha das suas mais altas
essas prom essas se cum prem e realizam . Por isso. o apóstolo disciplinas: ao fariseu que era. Paulo opõe os que. a seu exem ­
insistirá sobre esse ponto no v. 2: D eus o pôs à parte, a ele, plo. põem a sua confiança niío na carne, isto é . em seu bom
Paulo, para levar aos hom ens, tanto pagãos com o judeus, o Evan­ êxito religioso, mas em Jesus C risto (Fl 3 3 -7 ).
gelho que os profetas tinham anunciado. II. N um a segunda série d e textos, o ap ó sto lo , com esta pala­
e . C om o foi d ito na nota anterior, o apóstolo insiste na unida­ vra. não insiste mais apenas nos lim ites naturais, fixados pelo
de fundam ental das duas alianças. Isso m erece ser sublinhado. C riador à condição hum ana. E sta, ele a apresenta com o do m in a­
C om efeito. Paulo se dirige a um a com unidade com posta dc da e m esm o desqualificada pelo pecado e a morte. P aulo não
cristãos tanto d c origem judaica com o pagà. Ele quer que todos identifica a carne (nem o co rp o ) com o pecado: ele nunca a
saibam que são herdeiros das prom essas contidiis no AT. opõe, com o princípio m aterial, a um princípio superior que seria
f. O s vv. 3 e 4. que retom am um a fórm ula dc confissão d e fé. a alm a ou o espírito. Se a carn e, isto é. a fraqueza hum ana, é
apresentam um paralelism o estrito (cf. Lc 3,23 nota). Jesus é. inquictantc, ela o é à m edida que é escravizada ou habitada por
segundo a carne, oriundo da estirpe d e D avid: segundo o Espí­ potências destrutivas: o pecado, as próprias paixões e . definiti­
rito. ele é constituído Filho de D eus. com poder, por sua Ressur­ v am ente. a m orte. Tal e o ensinam ento de Rm 7: quando nós
reição de entre os m ortos. Segundo alguns. Paulo consideraria estávam os na carne, as paixões pecadoras se serviam de nossos
sucessivam ente as duas “ naturezas", hum ana (v. 3) e divina (v. m em bros visando à m orte (7.5); de tal sorte q u e. identificando
4) de C risto. M as parece que nestes vv. P aulo considera a pessoa o eu com essa carne escravizada, o apóstolo pode afirm ar que
de Jesus de N azaré em sua condição hum ana. A ntes da Páscoa, nenhum bem habita em mim, quero dizer, em minha carne (Rm
esta condição c m arcada pela fraqueza c hum ildade da carne (v. 7.18) e que pela carne estou sujeito à lei do pecado (R m 7.25).
3). Depois d a P áscoa, ela é m arcada pela entrada na posse da III. N um a terceira série d c textos, o apóstolo descreve a liber­
plenitude das prerrogativas divinas (com fxider). Paulo afirma tação da carne peto Espírito e . baseado nesta libertação realiza­
q u e .e in m ui condição terrestre. Jcsus era F ilho de D e u s (v .3 : seu d a. exorta o s cristãos a viverem nâo m ais segundo a carne, mas
Filho)\ ele afirm ará a sua divindade em Rm 9,5. M as. na Res­ segundo o Espírito. Este tem a d om ina Rm 8. D epois de ter afir­
surreição. cie é constituído F ilho de D eus. a título novo e m es­ m ado que D eus condenou o pecado (e não a carne) na carn e do
siânico. enquanto tem a m issão dc fazer os crentes participarem C risto crucificado (Rm 8.3). Paulo co lo ca os seus corresponden­
da filiação divina (Rm 8,29: G l 4,5-7) e de exercer a sua função tes perante um a opção decisiva: sc eles persistirem em viver
de S enhor dos vivos e do s m ortos (Rm 14.9). A perspectiva é a segundo a carne, nào poderão agradar a Deus c cam inharão para
m esm a q u e a dos discursos dos Atos (A t 2.36). a m orte; mas sc obedecerem ;to E spírito q ue habita neles, irão
g . Carne (sarx). Este term o aparece mais de vinte vezes em para a vida já m anifestada na ressurreição de Jesus (R m 8.11).
nossa epístola. N otem os aqui que o apóstolo não d escreve duas categorias dc
Santo\Filho dc Deus com poder, por sua paz da parte de Deus nosso Pai e do
Ressurreição1dc entre os mortos: Jesus Senhor Jesus Cristo.
Cristo, nosso Senhor. 5Por ele nós rece­
bemos a graça de ser apóstolo1, a fim dc Paulo e os cristãos de Roma. “Em pri­
conduzir à obediência da fé \ para a gló­ meiro lugar, dou graças ao meu Deus
ria de seu nome. todos os povos pagãos, mediante Jesus Cristo por todos vós: no
‘aos quais pertenceis tambe'm vós. que mundo inteiro se proclama que tendes
Jesus Cristo chamou1.7A todos os diletos fe'. ‘'Pois Deus mc e' disso testemunha,
dc Deus que estão em Roma, aos santos1" ele ao qual eu presto um culto" no meu
pelo chamado de Deus, a vós. graça e espirito",anunciando o Evangelho dc seu

hom ens, umu das quais seria carnal e a outra, espiritual; efe ou d o m al. sob diversas form as (R m 1 1,8; IC o r 2.12; E f 22:
coloca cad a cristão diante dessas d u as possibilidades. d a í as 2Tm 1.7), o sopro destruidor d o S enhor (2T s 2.8. citação de Is
advertências dos vv. 12-13. Entretanto, o tom de vitória que 11.4). Lim itar-nos-em os aqui a um breve esb o ço do pensam ento
pervade to d o es.se capitulo m ostra que a carne e o espírito não paulino.
são duas forças iguais que solicitariam indefinidam ente o ho­ I. Às vezes é difícil discernir se tais textos pertencem à pri­
mem cm sentidos opostos. A condenação d o pecado na carne do meira ou à segunda categoria, p o r ex em p lo , em Rm 12.11. c
C rucificado (v. 3) c a ressurreição de Jesus cm seu corpo (v. 11) m esm o, segundo certos autores, em Rm 8.4 (a obediência à carne
inauguraram a nova era da libertação definitiva. O tem po dos ou ao espírito), ou 8.5 (os que vivem segundo a carne e os que
frutos da carne cede lugar ao tem po dos frutos do Espírito (Gl vivem segundo o espírito: cf. ainda 2C or 6.6; E f 4 3 etc.). O
5.13*25); em bora o cristão viva ainda na cum e. ele não vive em baraço dos tradutores se m anifesta no uso desordenado que
mais segundo a carne, pois pertence À quele que sc entregou por fazem da m aiuscula ou d a m inuscuta na palavra espírito. Essa
ele (Gl 2.20). M esm o assim é preciso, e a advertência e' m uito dificuldade suscita um a outra, m ais profunda; qual e\ no pensa­
seria, não terminar jx la carne, depois d e ter com eçado pelo m ento de Paulo, a rehtção ex ata entre o Espírito de Deus ( » que
Espírito (G l 3.3). vem d e D eus. dado por D eus) e o esp írito d o hom em (= que
h . Lit. Espírito dc santidade. A expressão vem d o A T (cf. Is pertence a toda criatura hum ana (Rm 1.9; 8.16: IC o r 2 .1 1 :5 3 -
63.10; SI 51.13). 4; G l 6.18; Fl 4.23; ITs 5,23; Fm 25 e tc .|)? Certos autores
i. Pode-se ainda traduzir: aptis a sua ressurreição. Seja com o sublinham a correspondência profunda entre o espirito do ho­
for. o acento recai sobre as palavras com f)oder. N ào é a R essur­ mem e o Espírito de Deus que o suscita e dirige, outros põem
reição que fez dc Jesus o Filho de D eus. m as. na R essurreição. cm relevo antes o cuidado de Paulo em d istinguir esses dois
Deu* o elevou soberanam ente (Fl 2.9) e lhe deu a glória (IP d espíritos (com o em Rm 8.16. cf. nossa tradução). Seguindo o
1,21) e o poder suprem o (E f 1.20-23). A T, o apóstolo insiste m enos no parentesco essencial entre o
j. L il. graça e apostolado em vista da olx’diência da f é entre Espírito de D eus e o espírito d o hom em q ue na soberania do
todos os pagãos. N ão se deve co m p reen d er graça de um lado. prim eiro sobre o segundo. A lias, não é som ente d o espírito (Rm
apostolado d o outro; Paulo considera o seu apostolado com o um 8.16) ou do coração d o homem (R m 5.5) q ue o Espírito d e Deus
dom particular da graça de Deus. Cf. Rm 12.3; 15.15; IC or tom a posse, mas de toda a pessoa. O Espírito habita os cristãos
3.10: G l 2.8-9. (R m 8.9). e ate' o corpo deles (IC o r 6 .1 9 ). co m o faz quanto à
k . A fe'. resposta ao Evangelho (Rm 1.1 nota), com prom ete o Igreja (IC o r 3.16). F.ste verbo habitar, ao lado d e outros, de
hom em inteiro. E por isso cia 6 sem pre obediência (a obediência origem vcterotcstament;íria. descreve a presença do Espírito com o
que é a fé). C om efeito, ela im plica a submissão livre do homem real (o Espírito não fica externo ao q ue ele h abita), mas sem pre
ao Deus q u e se lhe revela com o fiel e veraz e q u e. renovando o distinta (o Espírito nunca se confunde com o que ele habita); isto
hom em , perm ite-lhe obedecer à sua vontade (cf. Rm 6.15-20). é verdadeiro tanto para o corpo hum ano co m o para o corpo que
Para o co njunto do conceito paulino de fe'. cf. Rm 10.9 nota. é a Igreja.
I. Pode-se tam bem com preender; chamados a Jesus Cristo. II. Segundo P aulo, a extensão d as ojyeraçòes d o Espírito dc
isto £ vós que. tendo recebido o chamado de Deus. pertenceis Deus (ou Espírito d o Cristo: Rm 8.9; Fl 1.19: G l 4.6 etc.) é
a Jesus Cristo. ilim itada. A o passo que. no A T e nos ev an g elh o s, o Espírito se
m . Lit. aos santos chamados ou santos por chamamento (cf. m anifesta o mais das vezes em m ilagres ou sinais extraordiná­
Rm l.l nota; Ex 19.5-6; Dn 7.18; At 9.13; IPd 1,16; 2.9-10). A rios. aqui. é a vida ordinaria da Igreja e dos crentes que ele
santidade, no A T. consiste em ser consagrado a D eus. N os au- anim a de parle a parte. Ja presente na ressurreição de Jesus (Rm
tore* d o N T . o hom em e' prim ordialm ente santo, não por causa 1.4) com o estará na ressurreição final (R m 8 .1 1). ele caracteriza
da sua perfeição m oral ou religiosa, m as em virtude de um a o regim e da nova aliança com relação à antiga (Gl 3 3 : 4.29: Ez
vocação pela qual Deus o cham a com o m em bro d o seu povo 36.27), cria a f c e lhe rc s p o n d e íIT s 1.5 :4 ,8 ; G l 3.2: IC o r 123).
consagrado e lhe confia um a m issão (cf. IC or I 2 ). M as é escu ­ suscita a oração filial (Gl 4.6: Rm 8.15*16: E f 6 .18), a vida nova
sado d iz er q u e esta vocação im plica e exige a santidade d a vida na alegria (IT s 1.6; Rm 14.17) e o am or (G l 5,16-25) em vista
(Rm 6.19.22; 2C or 1.12; 7.1 etc.). Cf. Rm 6.19 nota; 15.25 nota. da santificação (2Ts 2.13). Na Igreja, sucede o m esm o: a mani­
n . C f. Rm 15.16 nota. festação de um m esm o Espírito exprim e-se na variedade e na
o . Espírito. Paulo em prega este term o em q uatro sentidos unidade do s carism as (I C o r 12), pois ha' um só corpo e um só
principais: o espírito de Deus ou Espírito Santo (m ais de vinte Espírito (E f 4.4), c com o o s três m inistérios paulinos fundam en­
vezes em R m ). o espírito do hom em (um a quinzena de vezes no tais (apóstolos, profetas, doutores) são igualm ente dados pelo
tot;>l das epístolas paulina*. inclusive este v.). o espírito do m undo. E spírito, pode-se dizer que a estrutura d a Igreja, bem com o as
Filho: cu faço sem cessar menção a vós, A justiça dc Deus. l6Pois não me enver­
'“pedindo continuamente, nas minhas gonho do Evangelho1: ele é o poder de
orações, que eu tenha enfim, por sua Deus para a salvação de todo aquele que
vontade, a oportunidade dc ir ter con­ crê", do judeu primeiro, e depois do
vosco. "Com efeito, tenho um desejo grego'. l7De fato. e" nele que a justiça de
muito ardente de vos ver. a fim de vos Deus” se revela, pela fe' e para a fé*, se­
comunicar algum dom espiritual, para gundo o que esta' escrito: Aquele que é ci j.ii:
que por ele sejais confirmadosp, l3ou justo pela fé viverá1. Hb l0 }’
melhor, para ser eu reconfortado convos­
co e no meio de vós pela fe' que nos e O pccado dos pagãos. '"Com efeito, a
comum a vós e a mim1'. L,Não quero que cólera dc Deus'se revela*do alto do ce'u
ignoreis, irmãos, que muitas vezes pro­ contra toda impiedade e toda injustiça
jetei ir ter convosco — ate' agora tenho dos homens que mantem a verdade cati­
sido impedido —. a fim de colher algum va da injustiça: wpois o que sc pode co­
fruto entre vós, como entre os outros nhecer de Deus c' para eles manifesto11:
povos pagãos. l4Sou devedor aos gregosr Deus lho manifestou. “ Com efeito, des­
como aos ba'rbaros. às pessoas cultas* de a criação do mundo, as suas perfei-
como às ignorantes: ,5daí o meu desejo ções invisíveis', eterno poder c divinda­
de vos anunciar o Evangelho, a vós tam­ de. são visíveis em suas obras, para a
bem que estais em Roma. inteligênciad; eles são pois inescusa'veis.

suas operações, tanto as mais fortuitas, com o as mais extraordi­ h . “ Nào a ju stiça distributiva que recom pensa as obras, mas
nárias (glossolalia. profecia, dom de cu ra etc.). sào igualm ente a ju stiça salvífica de Deus q ue cum pre as prom essas por graça"
m anifestações d o Espírito. (Lyonnet).
III. O ap óstolo Paulo precisou freqüentem ente intervir para x. O utra tradução: da f é à fé . A fórm ula é o bscura. Fraseados
restabelecer a unidade espiritual (Fl 2.1-2; IC o r 3.1-4) e a o r­ análogos em 2C or 2.16; 3.18: 4.17. F o rjm propostas várias in­
dem nas Igrejas. Ele o fez. lem brando que a vida espiritual perde terpretações desta parte d a frase: d a fidelidade de Deus para a fe'
a autenticidade quando se desvincula da história de Jesus C risto. d o crente (B arth). du fé d o pregador para a fe d o ouvinte, da fé
N um a p rim eira fre n te . P aulo le m b ro u , p rin c ip alm en te aos antiga para a fé nova (T crtuliano). da fules infomtata à fides
corintios. que se o Espírito o s tinha cum ulado de seus dons. ele form ata (Sto. T om ás), isto é . d a sim ples ;idesào da inteligência
fora d ad o primeiro ao apostolado para que ele conhecesse e para a fé que desabrocha na caridade. C alvino fala d o continuo
fizesse conhecer as graças concedidas aos hom ens em Jesus Cristo progresso que se processa todos os dias em cada fiel.
(IC o r 2.10-16). o que especificava a relação entre o Espírito, a y . H ab 2.4 gr. Poder-se-ia ainda traduzir: o ju sto viverá pela
obra histórica d o C risto e o m inistério eclesiástico. N um a segun­ fé. N o entanto, o contexto convida a o ptar pela tradução esco ­
da frente, na epístola aos rom anos, o apóstolo m ostra que o lhida: o Evangelho é revelação d a ju stiça d e D eus. poder de
Espírito de liberdade, dc adoçào filial e de oração, constitui o Deus para salvar o crente. A vida d e que fala a citação não está
penhor (Rm 8.23) do m undo novo e que os cristãos, associados pois isenta de ressonâncias escatológicas. Para o conjunto do
por ele à vida d o C ris to ressuscitado (Rm 8 .1 1). podem e devem conceito paulino d a fé. cf. Rm 10.9 nota.
rom per com as servidões legais e carnais, o que especifica a z . O A T já associa a có lera à ju stiça salvífica de Deus (cf. Mq
relação entre o Espírito, a conduta aluai dos crentes e a sua 7.9; S f 3.1-10). Esses dois tem as tam bém estão ligados na pre­
glorificação derradeira. gação evangélica: em Paulo. cf. IT s 1.10.
p . O m esm o verbo reencontra-se em ITs 3.2.13; 2Ts 2.17; a . Este verbo, no presente com o no v. 17. descreve os efeitos
3.3. perm anentes d a cólera divina no seio d a hum anidade pecadora.
q . R edundância propositada. Só a revelação dc Deus em Jcsus C risto perm ite m edir todo o
r . Paulo considera aqui o conjunto da hum anidade, com posta seu alcance.
pelos povos civilizados (gregos) c os outros (lúrbaros). N o v. b . A lguns traduzem : é manifesto neles, isto é. às suas faculda­
16. ao con trário . ele se situa do ponto de vista teológico c dis­ des interiores. A continuação d o cap . nào recom enda esta inter­
tingue os judeus, povo eleito, d o resto da hum anidade (seja qual pretação.
for o seu grau de cultura), reunido sob o term o genérico de c . Lit. as suas coisas invisíveis.
gregos (cf. 1.16; 2.9-10; 3.9; 10.12...). d . Paulo afirm a que. se os p agãos conheceram a Deus (v. 21).
s . Lit. sábios (cf. 1.22: IC o r 1.19-20.25-27). de fato este conhecim ento não foi seguido da atitude que deveria
t. Evangelho (cf. Rm l.l nota). ter sido a sua conseqüência (ad o ração , ação d e g raças), d e sorte
u . De iodo aquele que crê. Essas palavras nâo são restritivas: que eles sào indesculpáveis (v. 20) e objeto da cólera d e Deus
o apóstolo pressupõe que o cham ado â fc' é universal e que. pela (v. 18). Ele pressupõe (vv. 19 e 20) q u e Deus se m anifestou aos
pregação, todo hom em pode ser levado a crer (cf. Rm 10.14-16). hom ens pelas obras d a criação. O C oncilio Vaticano I cila este
v. C f. Rm 9 - 1 1. e especialm ente II .1 1-14. C f. ainda Rm 2.9- texto para apoiar a afirm ação d c q ue D eus pode ser conhecido
10: At 13.46. pela razã o hum ana com c e rte z a , de d ire ito , sen ão d e fato
2lvisto que, conhecendo a Deus. não lhe que não deveriam fazer. ” Estão cheios
renderam nem a glória, ncm a ação de de toda sorte de injustiça, dc perversida- i3.i3:
graças que são devidas a Deus; pelo con­ de, de cupidez, de maldade, cheios de á*!m^l0’ll;
trario. eles se transviaram cm seus vãos inveja, de homicídios, de brigas, de dolo. g i 5 . 19 -2 1 :
raciocínios e o seu coração insensato se de depravação, são difamadores, •'"detra- 9 - 10 -
tornou presa das trevas': “ pretendendo- tores. inimigos de Deus, provocadores, 2Tm 3.2-4:
-se sadios, eles se tomaram estultos; “ tro­ orgulhosos, fanfarrões, astutos para o
çaram a glória do Deus incorruptível por mal, rebeldes contra os seus pais, J,scm a p 2 1 .x;
E» 32: imagens que representam o homem cor- inteligência, sem lealdade, sem coração. 2215
151 *rtn- ruP,lvel- pa'ssaros, quadrúpedes, re'pteisf. sem compaixão. ,2Embora conheçam o
si<tu?: :4Por isso Deus os entregou*, pela con- veredicto dc Deus1, que declara dignos
1422-3*1 cupiscênciados seus corações.à impure- de morte os que cometem tais ações, eles
ei 4.19 za na qual eles mesmos aviltam os pró­ não se limitam a pratica'-las. mas apro­
prios corpos. “ Eles trocaram a verdade vam ainda os que as cometem.
de Deus* pela mentira, adoraram e servi­
ram à criatura em lugar do Criador, que n O justo juízo de Deus. 'lnescusa'vcl
c' bendito eternamente. Amém. 26Por isso e's pois. tu. homem qualquer que jul­
Deus os entregou a paixões degradantes: gues; porque julgando a outrem, conde- m*7-2
as suas mulheres mudaram as relações nas-te a ti mesmo, visto que fazes o mes­
naturais por relações contra a natureza; mo, tu que julgas. 2Ora. nós sabemos que
nos homens, igualmente, abandonando as o juízo de Deus se exerce segundo a ver­
relações naturais com a mulher, inflama­ dade contra os que cometem tais ações.
ram-se de desejos uns pelos outros, co­ 5Tu. que julgas os que as cometem c ages
metendo a infâmia de homem com ho­ como eles, pensas acaso que escaparas
mem e recebendo em sua pessoa o justo ao juízo de Deus? 4Ou desprezas a rique­
sala'rio do seu desregramento. “ E como za de sua bondade, dc sua paciência e de
eles não julgaram bom guardar o conhe­ sua generosidade, sem reconhecer que » n.23:
cimento de Deus. Deus os entregou à sua essa bondade te impele à conversão1? 5Por 2pd 3,915
inteligência insensata: por isso fazem o teu endurecimento, por teu coração

(D eiizinger. 32J ed .. rm. 3004-3005). O s reform adores protestan­ cias morais seguem -se de perto. Q uando a hum anidade não adora
tes sublinham , aqui. sobretudo a universalidade d o fenôm eno mais o seu C riador, ela fica com o q ue d eslo cad a d o seu eixo.
religioso e a im possibilidade de um conhecim ento autêntico do Esse desregram ento é . segundo Paulo, a ju sta sanção da rejeição
verdadeiro D eus fora da revelação do C risto. O sentim ento re­ de Deus.
ligioso natural d o s hom ens só o s conduz à superstição ou à h . Não a verdade revelada por D eus. mas o verdadeiro Deus
cegueira espiritual (cf. C alvino. Instituição I. I, 2 e 4). em oposição aos ídolos m entirosos (cf. Jr 10.10-14; 16.19-21;
e , O conhecim ento e o sentim ento religioso não levaram os 51.15-19; ITs 1.9).
hom ens a glorificar o D eus vivo. A afirm ação é tom ada da i. Paulo pensa provavelm ente no v crcd icio d a consciência
apoiogética ju d aica contra o paganism o; Sb 13.1-9 desenvolve hum ana (cf. Rm 2,14-16). T am bém pode p en sar nas leis prom ul­
longam ente esse tem a: os pagãos, contem plando as m aravilhas gadas pela autoridade tem poral; Ela está a serviço de Deus para
do m undo, deveriam ter sido levados a reconhecer o C riador de manifestar a sua cólera para com os malfeitores (R m 13,4).
iodas elas. O ra. eles gastaram tesouros de ciência a p erscm tar a j . Conversão. A palavra greg a (metanoia), assim traduzida,
criação e os seus m istérios celestes para deificá-los. m as o Deus pode igualm ente ser expressa por arrependim ento, penitência.
c ria d o r, eles n ão o q u ise ra m c o n h e c e r. P or isso e les são O s prim eiros crisiãos em pregam , para ex p rim ir esta idéia; —
inescusáveis em sua estultície (cf. ainda IC or 1 2 1 ). N ote-se a quer (com o aqui) um a raiz de derivação puram ente grega que.
atitude radicalm ente negativa de Paulo com respeito às religiões segundo a sua etim o lo g ia, denota a m udança d e m entalidade
pagüs. O s seus erros e excessos grosseiros lhe servem para d e­ (todavia, a palavra nunca m ais tem o sentido que às vezes rece­
m onstrar q u e os pagãos são culpados perante o Deus do Evan­ bia em grego; m udança d e opinião: de conform idade com a
gelho. m entalidade sem ítica, c ia sem pre caracteriza um estím ulo que
f. R eferência ao SI 106,20 aludindo ao episódio do bezerro de interessa o hom em todo); — qu er um a raiz que co n serv a ainda
ouro. Paulo am plia a perspectiva, m encionando ainda outros a lem brança do hebraico (shuli: reviravolta, ação de m udar de
ídolos e visando, portanto, a outros povos. finalidade, d c orientação. A conversão é, portanto, a graça, con­
r . A expressão, freqüente no A T (cf. Jz 2.14; 3.28; SI 106.41 >. cedida ao hom em em Jesus C risto , de se d esv iar d o mal e de se
volta ainda nos vv. 26 e 28. R ejeitar o D eus verdadeiro e cair na voltar para D eus; no tex to em ap reço , é a bondade de Deus que
idolatria nào é um a atitude puram ente intelectual, as conseqüên­ conduz à conversão.
si i.14-I 8 : impcnitentek. acumulas contra ti um te- eles que não têm lei. l5Mostram que
^Ap íVí» souro cólera para o dia da cólera1, no a obra exigida pela lei está inscrita cm U 2
qual sc revelara' o justo juízo de Deus. seu coração: a sua consciência da' igual­
hque retribuirá a cada um segundo as suas mente testemunho disso1.assim como os
obras": 7vida eterna para aqueles que, por seus julgamentos interiores que sucessi­
sua perseverança em praticar o bem, pro- vamente os acusam e os defendem". I6É
ipj i .7 curam glória, honra e incorruptibilidade, o que aparecera' no dia em que. segundo
"mas cólera e indignação para aqueles o meu Evangelho. Deus julgara' por Je- icw 4.5
que, por rebeldia, revoltam-se contra a sus Cristo o comportamento oculto dos
verdade e se submetem à injustiça. HYi- homens*.
is k.22 bulação" e angústia para todo ser huma­
no" que comete o mal, para o judeu pri­ A desobediência de Israel. ,7Mas sc tu,
meiro e tambe'm para o grego11; loglória, que ostentas o nome dc judeu", que des­
honra e paz para todo aquele que pratica cansas na lei e pões o teu orgulho no teu |s 4x.i.4 :
i.i6: j.9 o bem, para o judeu primeiro e tambe'm Deus*, '"tu que conheces a sua vontade, Mt 3X'9:
• Jo 103-39
para o grego, "pois em Deus não ha' tu que. instruído pela lei. discernes o es­
parcialidade1'. l2Todos os que pecaram sencial. ‘"tu que estas convencido de seres Ml l5-M:
sem a lei perecerão tambc'm sem a leir; o guia dos cegos, a luz dos que estão nas Jo 9-40-41
todos os que pecaram sob o regime da trevas, “ o educador dos ignorantes, .mes- Ml 23 ;
lei serão julgados pela lei. ‘-'Não são, com tre dos simples, porque possuis na lei a humi:
efeito, os que escutam a lei que são jus­ expressão mesma do conhecimento e da Jo 3'm
tos diante dc Deus; justificados serão verdade... 2lPois bem. tu que ensinas os S| 50.
Tg 1.22-25 aqueles que a põem em pratica. ‘■ ‘Quan- outros, não te ensinas a ti mesmo! Prc- ,6_21
a i m us do pagãos, sem ter lei, fazem natural­ gas que não se roube, e roubas! "Proíbes
mente o que a lei ordena', eles próprios o adulteVio, c cometes adulte'rio! Tens
fazem as vezes de lei para si mesmos. horror aos ídolos, e pilhas os seus tem-

R. No v. precedente. a m esm a raiz grega foi traduzida por s . Lit. as coisas da lei.
conversão. P o d c r-s c -ia . p o rta n to , tra d u z ir aq u i: coração t. Ela da testem unho quer d esta obra prescrita pela lei. quer
inconvertido. dos próprios pagàos.
I. Imo é , o dia do juízo final (cf. Ez 7.19; S f 2,2-3; A p 6.17). u . T exto difícil. O utras traduções possíveis: como os julga­
m . Sl 62.13. Cf. Mt 16.27 nota. mentos interiores de censura ou de elogio que eles emitem uns
n . Tribulação. Para um a explicação d a palavra e das noçòes sobre os outros: ou ainda: e seus /wnsamentos, acusando-se ou
que a ela se prendem no A T, cf. Rm 5.3 nola. Aqui o sentido se defendendo-se cada um \x>r sua vez.
aproxim a dc preferência daquele que se encontra nos escritos do v. Lit. as coisas escondidas dos homens. Este v. se liga p ro ­
ju d aísm o contem porâneo do C risto: as calam idades reservadas vavelm ente ao v. 13. É para frisar esta ligação q ue foram
aos ím pios nos ültim os dias. ajuntadas as palavras: é o que aparecerá, que não sc acham no
o . Lit. paro toda ulma de homem. gr.
p . M esm a fórm ula em Rm 1.16 e 2.10 (cf. At 3,26: 13,46). w . Cf. G l 2.15: Fl 3.5.
q . lit. junto de Deus, não há acepção (ou consideração) de x. Lit. que te glorificas rm Deus (cf. 4.2 nola).
pessoas. Fórm ula grega de origem veterotestam entária. C f. Lv y . Lit. insensatos. Esta palavra, presente quase em cada pagina
19.15; Dt 10.17: At 1034; G l 2.6; E f 6.9: C l 3.25; T g 2.1; IPd dos livros sapienciais. caracteriza o hom em q u e rejeita a existên­
1.17. cia e sobretudo a autoridade d e Deus (Sl 14.1), e q u e. em co n ­
r . Em toda esta passagem (vv. 12-14). Paulo qu er m ostrar que. seqüência disso m esm o, d á livre cu rso às suas mas inclinações
d o ponto de vista da culpabilidade, a existência da lei m osaica (P r 10,23) e por isso não poderia agradar a D eus (Ecl 5 3 ). £ o
nào introduz um a diferença essencial entre o judeu e o pagão. pagão consciente e ufano da sua depravaçào. C om pouca d ife­
A m bos sào pecadores e objeto da cólera d e Deus. O s judeus rença. tal é o sentido d a palavra cm Lc 12.20; IC o r 15.36: o
serào ju lgados segundo a lei m osaica e condenados porque trans­ hom em que absolutam ente nào leva em conta a onipotência de
grediram esta lei (vv. 12.17-24). Q uando Paulo diz que os pa­ Deus que pode ressuscitar o que esta m orto. A qui. Paulo em p re­
gãos sào sem lei (vv. 12.14). q u er d iz er que eles nào conhecem ga o adjetivo em um sentido ligeiram ente diferente, visto q u e se
a vontade d e Deus por meio de um a lei divinam ente revelada trata d e gem e que tem necessidade de ser instruída. D aí a tradu­
com o a lei de Moisés: ele nào pensa em um a lei hum ana, civi) ção proposta. A longa frase (vv. 17-20) fica inacabada.
ou penal. M as o veredicto da consciência deles tem função de lei z. Sem duvida, trata-se d o com ércio, ou da receptaçào de ído­
e constitui um equivalente da lei de M oisés, inscrito no coração los ou de outros objetos votivos oferecidos aos tem plos pagàos
d o hom em (v. 15). Neste sentido lim itado, pode-se falar, a res­ pelos seus fiéis. Por detrás da apóstrofe d o apóstolo, pode-se
peito d esta passagem , de um a "lei natural". discernir um a alusão a Dt 7.25.
pios'! “ Orgulhas-te da lei, e desonras a as revelações' de Deus foram confiadas. 9.4-5 Dt 4.6-K:
Deus, transgredindo a lei! “ De fato, como 3E então? Se alguns foram infiéis, acaso 32.7-11;
SI 147.19-20:
Tg 2 .7 : está escrito, o nom e d e D e u s é blasfem a- a infidelidade deles tomaria nula a fide­ 103.7:
j p j 2.2 (]0 p o r vossa causa e n tre o s pagãos*. lidade de Deus? 4Claro que não! Deus Jo 4.22
9.6: 11.29:
jr 9,24-26: “ Sem duvida, a circuncisão e' útil\se pra­ deve ser reconhecido verídicor e todo SI 89JI-3K:
ICor 7,IV.
Gl 5.3-6
ticas a lei, mas se transgrides a lei, mes­ homem, mentiroso, conforme está escri­ 100.5: I 19.89-90:
mo com tua circuncisão, nâo passas de to: É p re c iso q u e se ja s reconhecido j u s ­ Os 1-3:
IJo 1.9:
um incircunciso. “ Se, pois, o incircunciso to em tu a s p a la v r a s, e que triunfes q u a n ­ Ap 19.11:
observar as prescrições da lei, acaso a d o te ju lgam *. 5Mas sc nossa injusti­ SI 116.11:
Jo 3.33
sua incircuncisão não lhe scra' contada ça põe em relevo a justiça de Deus.
1.17-18
por circuncisão? 27E o que, fisicamente que dizer? Acaso Deus não é injusto
incircunciso. cumpre a lei1’julgará a ti ferindo-nos com a sua cólera? — Falo 6.19:
que. com a letra da lei e a circuncisão, segundo a lógica humana11. — ‘Claro que Gl 3.15
transgrides a lei. “Com efeito, não c' o não! Pois como Deus julgaria o mundo1?
que se vc que faz o judeu, ncm e a marca 7Mas se, pela minha mentira, a verdade de
visível, na carne, que faz a circuncisão, Deus resplandece tanto mais para a sua
^mas e' o que fica oculto que faz o ju­ glória, por que seria eu ainda condenado
Ai 7.51: deu. c a circuncisão é a do coração, a como pecador? *E então, por que não fa­
Ef 2.11: que se refere ao Espírito e não à letrad. ríamos o mal para que daí resulte o bem,
Fl 3.2-7:
Cl 2.11 Eis. pois, quem recebe o seu louvor, não como alguns pretendem caluniosamente
7.6: dos homens, mas dc Deus. que nós digamos? — Esses sim, merecem
2Cor 3.6
a condenação1! 9E daí? Temos nós ainda, I.18-2.24;
II.32:
0 A universalidade da desobedien- os judeus, alguma superioridade11? Abso­ Gl 3.22
** cia. ‘Qual e'. então, a superioridade lutamente não1! Pois já o provamos: to­
do judeu? Qual e' a utilidade da circun­ dos, judeus c gregos, estão sob o impé­
cisão? 2Ela é grande sob todos os as­ rio do pecado. "'Como está escrito: Sr 17.20:
Uo I.K-IO
pectos! Em primeiro lugar, foi a eles que N âo há ju sto , nem m esm o um só.

a . ls 52.5. Tem a profético conhecido (cf.. p. cx .. Ez 36.20-22). oposição, na inconstância e infidelidade d o hom em . C f. SI 19.10;
b. A circuncisão, sinal da aliança entre Deus e o seu povo. era Dn 4 3 7 ; A p 3.7; 6,10.
motivo legítim o de orgulho paru o s judeus. D aí a ver nela um g . SI 51.6 gr.
penhor certo de salvação e gloriar-se desse sinal objetivo de h . Lit. secundo o homem.
pertença ao povo eleito , ha' apenas um passo. Paulo censura i. A lógica hum ana conclui que D eus não pode ferir com a sua
m uitas vezes os seus com patriotas por terem d ad o este passo, cólera um pecador, pelo fato que este. p o r seu pecado m esm o,
pondo assim a sua confiança na carne (F l 3.3*7). A qui. a argu­ contribui para fazer resplandecer a grandeza d a ju stiça divina.
m entação tom a um sentido totalm ente diverso. P aulo q u er so­ S eria então preciso d eduzir d a í que D eus jam ais poderá ser o
bretudo insistir na inconseqücncia c culpabilidade dos judeus, ju iz soberano d o m undo. C om o esta co nclusão é . segundo o
q ue. em bora circuncisos, nâo obedecem a Deus. apóstolo P aulo, inaceitável, é evidente q ue as prem issas d o ra ­
c. N ão o cristão de origem pagã. com o propõem num erosos ciocínio são tam bém eivadas de erro. O fato de q ue o pecado
com entadores, m as. segundo o contexto, o pagão que cum priu contribui para m anifestar a ju stiça de D eus não im pede que ele
naturalm ente as obras prescritas pela lei (cf. 2.14). idéia sem e­ perm aneça sujeito à có lera e ao ju íz o d e D eus.
lhante nos evangelhos (M t 12.41; I x 11 3 2). j . A lusão a ataques d e cristãos judaiznntes contra o evangelho
d . C f. Mt 6.4.6.18. D esenvolvendo o conceito d e um a circun- paulino da graça. Essas duas acusações são repetidas e discuti­
cisfco verdadeira, im plicando um a vida de fidelidade a D eus. o das cm Rm 6.1 e 6.15.
A T ja' falara d e circuncisão do coração (cf. Jr 4.4: 9.25; Dt k . Lit. Mas quê? Prevaleceremos? T rata-se evidentem ente dos
10,16; 30.6). Esta espiritualização era ensinada no seio dc vários judeus.
grupos d o ju d aísm o, principalm ente entrc os q u e viviam na I. N os p rim eiro s vv. d e Rm 3 . o ap ó sto lo se interrogou
diáspora (D n 3.38-40; Sr 35.1-10. C f. o testem unho de Frton. no sobre a superioridad e d o s ju d e u s, su p erio rid ad e real. p o is Deus
séc. i d .C . e. no séc. il. o de Justino). o s d istin g u iu em seu p la n o de salv a ção . A p ró p ria in fid elid a­
e. Lit. oráculos. Tal é . com efeito, o sentido m ais freqüente da de d o p o v o e le ito n ão fez sen ão m a n ifestar a ex c elên c ia dos
p a t i m no grego clássico. Pode-se ainda traduzir, dc conform i­ d o n s q u e ele re c e b e ra . M as. p o r essa in fid elid ad e p ecad o ra.
dade com a etim ologia, as palavras. T rata-se do que D eus disse, Israel sc en c o n tra n o m esm o nível q ue o s p ag ã o s. T odos os
tanto dos m andam entos com o das prom essas ou das profecias. hom ens e stã o sob o d o m ín io d o p ec ad o . O fato d e se p erten ­
Cf. At 7 3 8 ; Hb 5.12; IPd 4,11. c e r ou não ao p o v o e le ito n ão im p lic a, p o rta n to , ao s olhos de
f. T rata-se aqui da verdade no sentido bíblico, que faz pensar D eus. vantagem nem su p erio rid ad e. O u tra trad u ção : Não de
antes na solidez de Deus ou em sua fidelidade à aliança e . por m odo absoluto.
11 N ã o há h om em sensato, não há um que ■''Ora, nós sab em o s que tudo o que diz
p ro c u re a D eus. a lcir,e la o d iz aos que e stão sob a lei, a 2.12: 3.9:
12 E les estão todos transviados, fim de que toda boca seja fechada e o Gn6-IMJ
ju n ta m e n te pervertidos, m undo inteiro seja reconhecido c ulpado
não há um q u e fa ç a o bem , não há diante de D eus. a,E is por que n inguém 4.15:7.7;
seq u er um só m. será ju stific a d o d ia n te dEle* pelas o b ras 0 1 2 ,6
A sua g arganta é um sep u lcro aberto; da lei; com e feito , a lei d á apenas o c o ­
com sua língua sem eiam o engano; n h ecim ento d o pecado'.
há um veneno d e cobra d eb a ixo dos
seu s lábios A j u s tiç a q u e vem d a fc. 2lM as agora,
14 ci sua boca está ch eia d e m aldição e independentem ente da lei. a ju stiç a d e 1.16-17:
de azedum e0'- D eus foi m anifestada; a lei e os p rofetas l j 0 4’9' 10
Pr 6.1 x 15 os seu s p é s sã o rápidos p a ra d erra m a r lhe prestam testem unho. n É a ju stiç a de
o sangue; D eus pela fe' em Jesus C risto" para todos
a ruína e a d esgraça estão nos seus
16 os que c rêe m , pois não ha' diferença: “'to ­
cam inhos, d os p ecaram , e stão privados da glória de
u 1.79 17 e o cam inho da paz, eles não conheceu f . D e u s', 24m as são g ratuitam ente ju stifica- 5 . 1 :
1,1 Nenhum tem or d e D eus diante d o s seus d o s" por sua g raça, cm virtude da liber-
olhosM! tação* realizada em Jesus C risto. “ Foi a

m . Sl 14.1-3 gr. = SI 53.2-4 gr. s alv a ção p ara os h o m en s: e sta ju s tiç a é . p o rta n to , m en o s
n . Sl 5.10 gr.; 140.4. distributiva d o que soberana, régia e salviTica; é um a constante
0 . Sl 10.7 gr. da ação histórica de D eus e assim manifesta o que ele c; reve­
p . ls 59.7-8. lada a o hom em em Jesus C risto, ela é e com unicada pelo Evan­
q . Sl 36.2. gelho (Rm 1.17).
r . E sta palavra d esigna aqui iodo o A T. com o em IC o r il. Esta ju stiça em ação se exerce para com o hom em pecador
14.21.34. A lei revesle. p o n an io . para o apóstolo, um valor pro­ (Rm 3.23-24) votado p o r seu pecado à cólera d c D eus (R m 1.18;
fético. A dm itida a condenação dos pagàos. trata-se agora dos 2.5). Ela culm ina num veredicto de graça que só requer d o homem
judeus, podendo-se concluir que: o m undo inteiro é culpado diante um a hum ilde aceitação, a obediência d a fé (R m 13 ) . T o d a ju s ­
de Deus. tiça própria, ou autojustificaçao fica. portanto.excluída (R m 3.19-
s . Sl 143.2. 30; 4.2-10; 9.30-31: 1 0 3 -4 ; Gl 2.16; FI 3,6-9).
t. Lil. pela lei. com efeito, conhecimento do pecado <cf. Rm III. Entretanto, o ato gratuito de Deus que ju stifica o homem
7.4 nota). cria nele a vida nova: com unicando ao hom em a ju stificação
u . A lguns traduzem : pela f é de Jesus Cristo. gratuita, o C risto inaugura nele a vida d o Espírito (R m 8 2 ) . a
v. A glória, no sentido bíblico, designa a santidade e o esplen­ santificação (IC o r 13 0 ) . O justificado se pôe a serviço d a ju s­
d o r divinos enquanto m anifestados e com unicados. A sua pre­ tiça. isto é . de um a vida aprovada por D eus (R m 6.13-20). e
sença no meio d o povo no tabem :ículo do deserto (Ex 4 0 3 4 -3 5 ) produz, portanto, frutos para a glória de Deus (R m 7.4; Fl 1.1 1).
e no Tem plo ( I Rs 8.1 l ) é um dos privilégios de Israel (Rm 9.4). IV. M ais deticad a é a questão da relação entre essa ju stifica­
O pecado privara Israel d a presença desta glória (E z 10.18-19; ção gratuita e inicial e o ju ízo final. Por um lado. o apóstolo
11.22-23). Ela voltaria na época m essiânica (Ez 43.1-9) e seria insiste m uitas vezes na im portância das ob ras, a obediência à lei
um a característica da nova com unidade santa e purificada (ls de am or e o julgam en to em que cad a um sera ju lg ad o segundo
60.1): esta glória atraíra' todas as nações que se porão a cam inho as suas obras (Rm 2.5-6.12-27; 14.10-12; 2C or 5.10). Por outro
rum o a ela (ls 6 0 3 ). Paulo estende a todos os hom ens e aplica lado. nas principais evocações d este ju lgam ento, ele fundam enta
à pessoa e à obra do C risto o tem a da privaçào e do dom dessa a sua segurança, não nas ob ras, mas cm D eus. q u e ju stifica, e em
glória. Jesus é o S enhor da glória ( IC or 2.8). A glória de Deus C risto, que m orreu e intercede p o r todos (R m 8 3 0 -3 9 ; Fl 3.8-
esta sobre a face d o C risto (2C or 4.6). pois ele é a im agem de 14).
D eus (2C or 4.4). Todos os hom ens, por seu pecado, eslào priva­ x. O substantivo aqui em pregado (apotytròsis) encontra-se nove
d o s desta glória (R m 3.23). m as ela é com unicada aos crentes vezes no N T . — N o A T . o v erb o sim p les co rresp o n d en te
por Jesus C risto. D esde agora são revestidos com ela, com o que (lytrousthai) é em pregado m uito freqüentem ente para designar a
p o r antecipação, à m edida que são transform ados à im agem do libertação concedid a por Deus ao seu Povo; d o cativeiro egípcio
C risto (2C or 3.18) à espera da glorificação total d a parusia (Rm (D t 7.8; 15.15 etc.). do cativeiro d e Babilônia (ls 41.14: 43.1
8.18.21.30). etc.), c . m ais profundam ente, d o pecado (Sl 130.8). Esta IUh t -
w . Só em Rm. o verbo justificar e o substantivo justiça, ou taçõo m essiânica se realizou em Jcsus C risto (IC o r 1 3 0 ; Cl
justificação, aparecem nada m enos que q uarenta vezes: as outras 1.14). Ela é a rem issão dos pecados (Cl 1.14; E f 1.7); sua fina­
epístolas tam bém os em pregam , sobretudo G l e Fl. O apóstolo lidade é a constituição de um povo novo feito propriedade de
desenvolve este tem a em quatro orientações principais: Deus (E f 1.14. cf. Ex 19.5), ao passo q ue antes era escravo d o
1. D eus é ju s to (R m 1.17; 3 3 .21.26; 103: 2C or 5.21). o que pecado e da m orte (R m 6.6.20-21). Ela é dom g ratuito d a sobe­
significa que ele perm anece fiel a si m esm o e ao seu desígnio de rana liberdade de D eus em Jesus C risto (E f 1.7). P elo C risto
Lv 16 . 12 -16 : e ]e q Ue D e u s d e stin o u para se rv ir dc som ente o D eus dos ju d eu s? P orventura 10.12
Hb 9.1-5.15: . 1
uo 2 .2 : expiação’ por seu sangue, p o r m eio da não e' ele tam be'm o D eus dos pagãos?
4.ift f e' p a r a m o s t r a r o q UC era a ju stiç a , pelo Sim ! ele e' tam bc'm o D eus dos p ag ão s, 4.11
fato de ter deixado im punes o s pecados •“ visto ser um só o D eus que ju stific a rá
ai i7jo de ou tro ra. “ no tem po da sua paciência. os circuncisos, pela fe", e os incircuncisos.
E le m ostra, pois, a sua ju stiç a no tem po pela fe. 3,Será q u e . pela fe', e stam o s ti- w -4
p resente, a fim dc ser ju sto e de ju stifi­ rando à lei todo o valor? M uito pelo Ml ,l7’19
car aquele que vive da fe' em Je su s1. 27H á. contrário, estam os c o nfirm ando a lei!
2 .i 7 : 4 .2 -3 :
pois. m otivo de orgulhar-se? E stá excluí-
5.2-, ii. ik: J qi £ m nom c (jc q uê? D as o b ra s? De a A b r a ã o , o c r e n t c . 'Q u e d ire m o s ,
ICor 1,29-31: .
gr 2 .9 : form a algum a, m as sim . em n om e da fe". pois. d e A braão, nosso an tep assad o ? 1 » si.i-t
oi 6.13-M fa t0 _ nó s estim am os que o hom em Q u e o b tev e ele segundo a c arn e 1? 2Se Ml 3'710
é ju stific ad o pela fe'’*. independentem ente A braão foi justificado por suas o b ra s, tem
das obras da lei. NO u então D eus seria de que sc o rgulhar^ .não porcm d ian te dc

m orto c ressuscitado, o crente se beneficia desde agora dessa z . A cruz do C risto m ostra o que era no passado a ju stiça de
redenção (Rm 3.24; Cl 1.14; E f 1.7; IC or 13 0 ) . q u e . porcm . sò Deus (justiça salviTica que realiza as prom essas p o r g raça. cf.
será total e definitiva no fim dos tem pos (E f 1.14), e sc esten­ Rm 1,17 nota). Insistindo num dos tem as d o A T. Paulo afirm a
de r i ao corpo d o hom em (Km 8 2 4 ) bem com o ã criação inteira q ue. no passado. Deus continha a sua có lera p o r m isericórdia c
(Rm 8.22). A noção de resgate, de preço papo para a libertação deixava os pecados im punes (Ex 34.6-7; SI 103,8: !s 48.9: Jr
de um prisioneiro ou a redenção de um cativo, esta' etim ologi- 15.15). Esta paciência só tinha sentido cm vista d o perdão defi­
cam ente presente no pano de fundo do vocabulário paulino nitivo no C risto. A gora, esta ju stiça está plenam ente m anifestada
(lytron), e não está ausente do pensam ento do apóstolo, mas os na cruz do C risto, pela qual Deus ju stifica , na graça, o hom em
seus diversos elem entos não são explorados de m odo igual. Paulo pecador.
diz freqüentem ente que o cristão foi comprado ou resgatado a . Lit. Por que lei? A das obras? De form a alguma, mas pela
(IC o r 6 2 0 ; 7 2 3 ; G l 3.13; 4.5), mas esta expressão significa lei da fé.
antes de tudo q ue o cristão pertence a D eus e está livre da b . Em sua tradução d a Epístola aos R om anos. Lutero acres­
escravidão e d o cativeiro do pecado e da m orte. Se o preço desse centou um a palavra: "O hom em e' ju stificad o pela fe' somente
resgate é evocado (I C o r 6 2 0 : 7 2 3 ) é par»» insistir no caráter Hstc acréscim o deu en sejo , no tem po da R eform a protestante, a
oneroso desta redenção, para a qual D eus. cm seu am o r. não um a viva polêm ica. Entretanto, ele não trai o pensam ento de
hesitou em entregar o seu próprio Filho (Rm 5.8; 8 3 2 ) : e' o Paulo q u e. nesta passagem , visa retirar toda função às obras na
sangue de Jesus — isto c . a sua vida entregue por am or — que justificação d o pccador. Para Paulo, a fe' e' o cam in h o unico que
é o preço deste resgate (E f 1.7. cf. I Pd 1.19). — M as a m etáfora conduz à m isericórdia de D eus. D o ponto de vista lingüístico,
não é explorada mais a fundo; é deixado na som bra o aspecto de este acréscim o é até necessário, se se adm itir q ue Paulo pensa à
transação, com o tambe'm a pessoa à qual o preço é pago. Q uanto m aneira sem ítica. pois o aram aico om ite a palavra "som ente"
à maneira pela q ual Deus opera a nossa redenção no C risto. onde o uso ocidental a considera indispensável.
Pauio a exprim e sim ultaneam ente por meio de categorias ju ríd i­ c . A tradição m anuscrita deste v. é incerta. A lgum as testem u­
cas (Rm 8 3 : enviando o seu próprio Filho na condiçào da nossa nhas lêem: Que diremos nós. fxirtanto. de Abraão, nosso ante-
carne de pecado. Deus condenou o pecado da carne; cf. lam bem /Hissado segundo a carne? D izendo Abraão, nosso antepassado.
2Cor 5 2 1 e Gl 3,13). por meio d e um a term inologia sacrifical Paulo nào se dirige forçosam ente a judcu-cristàos: pode-sc tam ­
(3 2 5 : expiação; 8 3 : sacrifício pelo pccado). e de um vocabulá­ bém pensar, ou que ele sc solidariza com o povo ju d eu , ou que
rio de participação (6.4-10: se fom os totalmente unidos, assimi­ ele considera A braão com o o pai de todos o s crcn tcs. seja qual
lados à sua morte, nós o seremos também à sua ressurreição, v. for a sua origem , o que é a idéia essencial deste capítulo. Na
5). Não se trata dc optar por um a dessas form ulações, mas dc figura de Abraão. Paulo q u er m ostrar q u e. m uito ao contrário de
valorizá-las todas, privilegiando talvez o aspecto sacrifical: por se o p o r às escrituras d o A T. a ju stificação pela fé co n stitu i, ao
seu sacrifício, o C risto se solidariza com a hum anidade pecadora invés, o tem a fundam ental dessas Escrituras. C om isio. o após­
e sc torna chefe d a hum anidade nova que participa da sua vida. tolo estabelece a unidade teológica d as d u as alianças. A figura
oferecendo-se a D eus e colocando-se por am or a serviço dos dc A braão j á aparecia em G l 3,6-9.
hom ens (cf. E f 5.1-2; Rm 12.1). C f. as notas sobre Rm 3 2 5 : d . N ós sem pre traduzim os os term os paulinos correspondentes
6.7.10; 7,4; 8 3 .4 . pela expressão "orgulhar-se, pôr o seu orgulho" etc. (cf. Rm
y . Lit. que Deus colocou propiciatório. No A T g r., a palavra 2.17.23; 3 2 7 ; 5 2 3 . 1 1; 15.17). Este tem a volta freqüentem ente
designa o propiciatório, objeto do culto d o tem plo de Jerusalém , em Paulo. A lguns chegaram m esm o a ver nele o tem a central do
lugar d a aspersão na festa anual da expiação: no decu rso dessa seu pensam ento: “ Em sua essên cia, o pecado é essa pretensão
cerim ônia, os pecados dc Israel eram perdoados (Lv 16). Paulo (orgulho) do hom em de sc fazer valer diante d c D eus. qu er pela
vê. portanto, nesse rito, um a figura d o sacrifício d o C risto. Por justiça das obras (entre os judaizantes). q u er pela sabedoria (en­
seu sangue, isto c\ por sua oferenda sacrifical, o C risto nos tre os g reg o s)... Então o hom em se esquece de que tudo o que
com unica o perdào d e D eus por meio da fé, única que nos per­ ele é , e tudo o que ele tem . dev e-o à graça d c D eu s... C rer é
mite participar d o benefício deste perdão e desta salvação. O u­ precisam ente reconhecer isto e tudo receber d essa graça c desse
tros vêem nessa palavra um substantivo abstrato (meio de e.xpi- D eus” (R. Bultm ann). Por um lado. a ob ra d c Deus em Jesus
ação) sem referência ao propiciatório do tem plo. C risto destruiu todo o org u lh o hum ano, sobretudo sob a sua
^ c u s ' 'C o m e feito , que diz a E scritura? c rentes incircu ncisos. para que lhes fos­
g i Xb-V: A braão teve f é em D eu s e isto lhe f o i se atribuúia a ju stiç a . IJe pai dos c irc u n ­
Tg 2.20-24 ievaj (l em conta d e ju stiç a *. ''O ra. para c iso s, dos que não só pertencem a o povo
ii.6: aquele que realiza o b ra s, o salário não c dos circuncisos, m as tambe'm cam inham
W nV u considcrado co m o um a g ra ça , m as com o nas pegadas da fe' de nosso pai A braão,
g i 2.16um debito. 5A o contra'rio, para aquele que antes dc sua circuncisão™.
não realiza o b rasr, m as crê naquele que '•'Com efeito, não foi em virtude d a lei, Gn 12.2 -3 :
justifica o im pio. a sua fe' e' levada em m as em virtude da ju stiç a da fc que a
conta dc ju stiç a . ‘E assim que D avid ce ­ prom essa de receber o m undo co m o he- g i 3 . 15-10
lebra a felicidade do hom em ao qual D eus rança foi feita a A braão ou à sua d e sc e n ­
credita a ju stiç a , independentem ente das dência". l4Se os herdeiros o sã o em virtu- g i 3.ik:
obras": dc da lei. a fc não tem m ais sen tid o , c a
7 F elizes a queles c u ja s ofensas sã o p e r ­ prom essa fica anulada. lsP o is a lei pro­
doadas e o s p e ca d o s a b solvidos1'! duz a cólera; o n d e não ha' lei, tam pouco
" F eliz o hom em c u jo p e ca d o o Senhor ha' transgressão”. “ A ssim sendo, e' pela 7.7 - 13;
não leva em conta'. fé que nos tornam os h erdeiros1’.a fim dc Gl -110-19-22
‘'P orventura essa declaração de felici­ que isto seja p o r g raça e a prom essa gi 3 .22-29
dade só concerne aos circuncisos ou tam - perm aneça va'lida para toda a d escen d ên ­
be'm aos incircuncisos? Dc fato. nós d i­ cia de A braão, não som ente para os que
zem os: a f é d e A bra ã o lhe f o i creditada se escudam na lei, m as tam bc'm para os
com o ju stiç a j . l0M as em que condições o que se escudam na fe' de A braão, que e'
foi? A ntes ou depois da sua circuncisão? o pai dc todos nós. l7C om e feito , esta'
Gn 17.9-M: N ão foi dep o is, m as antcsk! "D e p o is, o escrito: E u f i z d e ti o p a i d e um grande Dt 32.39:
01J'7'9 sinal da circuncisão lhe foi dado com o n úm ero d e povos'1. Ele c' nosso pai diante ’7|'I|,]H
sinctc da ju stiça recebida pela fc1. q u a n ­ d A quele cm quem acreditou, o D eus que
do ele era incircunciso; assim ele se to r­ faz viver os m ortos c cham a à existência
nou. a o m esm o tem p o , pai de todos os o que não existe'. '"E sperando contra toda

form a religiosa (Rm 3.27; IC or 1 29.31; Gl 6,13). Por ouiro j . G n 15,6.


lado. um a nova segurança (orgulho) é conccdida ao hom em na k . Lit. Estando na circuncisão ou na incircuncisão'! Não nu
ob ra dc Jcsus C risto (Rm 5 2 : G l 6.14; etc.). bem com o nos circuncisão, mas na incircuncisão.
sofrim entos e nas alegrias d o m inistério evangélico (Fl 1.26; I. Lit. a justiça da fè (cf. Rm 4 3 nota),
2.16; 2C or 1,12: 7.4: 11.30; 12.9; IT s 2,19). Em todos esses m . O utra tradução, não-recom endada pelo contexto: fxii dos
textos, traduzidos do form as m uito diferentes em nossas versões circuncisos. isto é, nâo víJ dos que pertencem ao jx>vo dos cir­
m odernas, trata-se desta m esm a palavra grega. cuncisos. mas ainda dos que caminham nas ftegadas... Neste
e . G n 15.6. iÃl. foi-lhe imputado paru justiça. A fé é creditada ca so . os que cam inham nas pegadas são os pagãos, enquanto, na
a A braào. M as isso não significa que a fé seja considerada com o tradução adotada, sào os judeus.
o bra legal que m ereça a justiça. C om efeito, o contexto m ostra n . “ A ssim são salvaguardadas a gratuidade d o dom c a trans­
que essa term inologia de aspecto ju ríd ico e financeiro serve para cendência do doador* (Lyonnet).
ilustrar a aprovação soberana de Deus para com um crente pri­ o . N o conceito paulino da história da salvação, os papéis res­
vado de toda justiça própria (Rm 9.22-23; G l 3.6: Tg 2.23). pectivos da prom essa, da fé e da lei sào bem discrim inados; a
Segundo o s vv. 7 e 8. ressalta que. para Paulo, a hnputaçào a herança é recebida pela fé. fundada na prom essa: a lei só vem
A braào dc sua fé se faz pelo perdào de Deus. P. um perdão mais tarde (G l 3,17). A liás, esta lei sera igualm ente integrada no
eficaz que transform a quem o recebe, e inaugura nele um a vida desígnio dc salvação de D eus. porque m anifesta a transgressão
de ju stiça (cf. Rm 3.24 nota). e desm ascara o pecado, objeto da cólera divina (cf. Rm 3.20). o
f. Isso não significa que. na fé. o hom em perm aneça passivo. que sera explicado detalhadam ente cm Rm 7.8-12; a lei obriga
A fé m obiliza o hom em todo e o engaja nu atividade do am or o hom em a rcconhecer-se p ecador e . assim , anuncia a cruz de
(G l 5.6). mas ela nada tem de um a obra legal. Jesus C risto. (Sobre a cólera divina cm nossa epístola, cf. Rm
g . Evocando o caso de um culpado agraciado. “S. Paulo estabe­ 1.18; 2.5; 3.5: 4.15; 5.9: 9.22; 12.19 etc.).
lece simplesmente que sc pode ser justo sem as obras" (Lagrange). p . Lit. Por isso é pela fé ...
h . Lit. eahertos. Segundo a terminologia do AT. esta palavra sig­ q .G n 17.5. A lusão ao poder criad o r d e D eus, considerado nào
nifica que esses pecados sào nào som ente "encobertos**, de modo som ente na criação, mas tam bém na obra de salvação in augura­
que D eus. ou o hom em , não mais os vêem . mas que sào aniquila­ da em A braão e Sara (cf. vv. 18-22).
d o s, que não existem mais (cf. Sl 32,1; 8 5 3 ; Pr 10,12; Tg 5.20: IPd r . Lit. que chama as coisas que não são como se fossem .
4 ,8 ) com o o mostra aqui o paralelism o com a idéia de perdão. A crescentam os a proposição ele c nosso /*//. necessaria à co m ­
i. Sl 32.1-2. preensão do texto.
esperança, ele acreditou e assim se to r­ fe', nós estam os em paz* com D eus, por Is 53.5;
Ef 2.14-17:
nou p a i de um gra n d e núm ero d e p ovos nosso S enhor Je su s C risto; 2por ele, te ­ O 3.15
se g u n d o a p a la v ra: A ssim se rá a tua m os acesso , pela fe', a esta graça na qual Ef 2.1X; 3.12:
Jo 14.6
posteridade". ,9E le nao fraquejou na fe', estam os estabelecidos' e nos orgulhamos*
Gn 17.1. ao c o n sid erar o seu corpo — era quase na esperança6 d a glória de D eus. 3Não X.I7;
15-22: Cl 1.27:
Hb 11.11.12:
centenário - e o seio m aterno de S ara. só, m as o rg u lh am o -n o s ate' em nossas
Tt 2.13
Mc 9.23-24 am bos atingidos pela m orte1. “ D iante da tribulações*. sa b e n d o q u e a trib u la çã o
8 . IX;
Hb 6.15; prom essa d iv in a , e le não su c u m b iu à produz a p erseverança: Ja perseverança, 2Cor 4.17;
102-40: 12.9-10:
duvida, m as foi fortificado pela fé e ren­ a fidelidade provadad, a fidelidade pro­ Tg 1.2-4:
Jo «.56
Jr 32.17-24: deu glória a D eu sü. 2lplenam ente c o n v en ­ vada. a esp eran ça; 5e a esp eran ça nao IPtl 1.6-7
Gn 1X.I4; Hb 6.1X-19;
cido d e que, o que D eus prom eteu, tam - e n g an a, pois o am o r de D eusc foi d e rra ­ SI 22.5: 25.3
Lc U5-3X
be'm tem o po d er d e cum prir. “ E is por m ado cm nossos corações pelo E spírito X.9-16:
Gl 4.6:
que isto lh e fo i le v a d o em c o n ta d e S anto que nos foi dad o . 6S im . quando Tt 3.5*7:
IJo 4.13
j u s t i ç a ' . nao e' para ele só que está ainda csta'vam os sem forçaf. C risto , no 3.25: Gl 1.4:
15.4:
escrito: Isto lh e f o i levado em c o n ta , tem po determ in ad o , m orreu cm prol dos Ti 2.14;
ICur 10.6 1PÜ 3.1K
24mas para nós tam bc'm , nós cm favor de ím pios. 7D ificilm ente algue'm se disporia
quem a fe' sera' cred itad a, visto que c re ­ a m orrer por um ju sto : talvez aceitasse
X.32:
1.4: m os nA quele q u e , dentre os m ortos, res­ m orrer por um hom em de bem . KM as Gl 2.20:
IPd 1.3.21 suscitou Je su s, nosso S enhor, ^ e n treg u e nisto D eus prova o seu a m o r para co n o s­ Ef 5.2:
ITm 2.6:
por nossas faltas* e re ssu scitad o para co: C risto m orreu por nós quando ainda Tl 3.4-7;
Jo 3.16:
ICor 15.17: nossa ju stific a ç ã o '. e'ram os pecadores. *E ja' que agora esta­ 15.3:
Cl 2,1l-l?
m os ju stific ad o s p o r seu san g u e, com IJo 3.16:
4.10
K O h o m e m ju s tif ic a d o , re c o n c ilia d o m uito m aior razão serem os por ele sal­ I.IX; 2.5-X;
e salvo. 'A ssim , pois, justificados pela IT> 1.10
3.24-30: vos da cólera. ,0C om e feito , se quando
9.30:
Fl 3.9

s . G n 15.5. só se apóia na m isericórdia d e Deus e na sua fidelidade em


t. Atingidos pela morte: a idade dc A braão e Sara nâo lhes cum prir suas prom essas (cf. Rm 4 2 nota).
perm itia mais assegurar-se um a descendência. Ú nesse sentido b . Inaugurada na obra redentora de Jesus, a realização da p ro ­
que Paulo pode. a ju sto título, considerar os seus corpos com o m essa só achara' o seu pleno cum prim ento na glória, isto é . na
ja m onos. salvação final (Rm 8.11.18-25). A justificação é a antecipação
u . Estas ultim as palavras são um a "expressão bíblica (Js 7.19: desta salvação que. na sua form a escatológica. perm anece objeto
IS m 6.5 etc.) para definir a atitude do hom em que reconhece de esperança (Rm 8*24).
tudo d ev er a Deus e só nele se apoia" (Lyonncl). c . No A T. este term o desig n a sobretudo as tribulações d o povo
v. G n 15.6. e do s hom ens piedosos. A ssim , nos Salm os, ela designa as d es­
h . Is 53.6 gr.; cf. Rm 8 3 2 . ditas do ju sto (S! 3 7 3 9 ; 50.15). N o ju d aísm o , as tribulações são
x. O vínculo entre a R essurreição de Jesus e a justificação é um sinal do fim dos tem pos (a era m essiânica só se instaura
com preendido de m odos diversos. “ A justiça é com efeito um a depois de dores de parto ), a tribulação d eve ainda vir. Para os
prim eira participação da vida de C risto ressuscitado" (Lyonnet). cristãos, ela veio. a era escatológica ja está presente: no N T . e
“Com o A braão, nós som os justificados pela fé no Deus da pro­ especialm ente em Paulo, o termo desem penha um papel de monta.
m essa: para nós. a prom essa é m anifestada e resum ida na R es­ A condição dos fiéis, e sobretudo dos apóstolos, é sofrer tribu­
surreição d o C risto" (Leenhardt). tação (cf. At 11,19; 17.5-6; 2C or 1.4-5; Fl 4.14). F. m esm o um a
y . C ertos mss. lêem: estejamos cm paz. Esta leitura não se condição à qual os m issionários c o s fiéis não podem escapar (Jo
harm oniza com o contexto: Paulo q u er m enos exortar os crentes 1633: At 14.22; lT s 3 3 ) . À tribulação prende-se. no N T. um a
a procurar u paz do que fazê-los tom ar consciência de que em nota escatológica perceptível em vários texios (M t 24.9-28: Ap
Jesus C risto a paz lhes é dada agora (E f 2.14). A paz é o grande 1.9; 7.14). Paulo q u er dizer q ue o crente não pôe o seu orgulho
bem m essiânico e não um a sim ples disposição de alm a (IR s nem nas tribulações considenidas em si m esm as nem nos esfor­
5.26; Lc 1.79: E f 2.14 e as notas). ços que faria para vencê-las: ele põe toda a sua segurança na
z. Esta graça na qual estamos estabelecidos é a nova condição graça de D eus. que sc m anifesta precisam ente na fraqueza d o
do crente gratuitam ente justificado em Jesus C risto (Rm 3.24). hom em (2C or 12.9-10).
Ele é uma criação nova (2C or 5.17). — A s palavras pela fé são d . Lil. o pôr à prova, isto é . o teste dc qualificação que per­
om itidas por num erosas testem unhas. mite avaliar se um a pessoa ou um a coisa têm ou nâo certas
a . Sc o ser hum ano não pode apresentar nenhum título que lhe com petências ou qualidades (2 C o r 8J2; IPd 1.6-7).
m ereça a justificação (Um 3.27: cf. Lc 18.9-14). o crente não e . Trata-se aqui do am o r que D eus tem p o r nós e não d o am or
pode fundar o seu orgulho em suas obras: em com pensação ele que nós tem os por ele. Este v . é , d e todo o N T .o q u e afirm a com
pode (Jeposilür o seu orgulho na esperança, pois esta. com o a fé. m aior nitidez a ligação en tre o am or e o Espírito.
f. Isto é. im potentes para nos desvencilhar do pecado.
5,; cramos inimigos de Deus. fomos rccon- enirou no mundo, e pelo pecado, a morte', Çl|'Ç)--l7:
2Cor 5.18-19: .. . , e ,
kf 2.16, cinados com ele pela morte do seu Fi- e assim a morte atingiu todos os homens: sl 2.24:
ci 1.20-22 ||10i corn muito maior razão, reconcilia­ aliás todos pecaram1... ''po isk,até à lei, o 2Í-22.45.
dos. seremos salvos por sua vida*. "N ã o pecado estava no mundo e, embora o
' Gl 6.7-9.
só, mas nos orgulhamos em Deus por pecado não possa scr sujeito a sanção' Tg i . is
nosso Senhor Jcsus Cristo, por quem, quando não há lei. 14no entanto, de Adão 4.15
agora, recebemos a reconciliação. a M oisés a morte reinou, mesmo sobre
os que não tinham pecado por uma trans­
A d ã o e Je s u s C risto . l2Eis por q u c \ gressão idêntica à de Adão, figura "1da­
assim como por um só homem o pecado quele que havia de vir.

g. D esde agora justificados (v. 9). reconciliados com Deus P aulo, com o aos dos seus contem porâneos, A dão não é som ente
(vv. 10-1 D . graças ao sangue, isto é, à m orte do C risto (vv. 9- um indivíduo histórico, mas tatnbem c sobretudo o personagem
10). os crentes aguardam , cheias de esperança, a salvação esca- que inclui toda a hum anidade. É a este últim o título que Pauio
tológica. últim o fruto da Ressurreição de C risto (v. 10). Paulo vê nele um a figura do C risto.
nunca separa a morte do C risto da sua ressurreição (cf. 4.25). A — U ma corrente im portante da ex eg ese protestante contem po­
perspectiva dos vv. 9 -1 1 é a m esm a que a de Rm 5,2 e 8,11. rânea vai mais além : “ Paulo liga esta situação à falta de A dão:
h . O desenvolvim ento dos vv. 12-21 opõe um a à outra duas mas este modo de ver não deve ser tom ado, ao que p arece, num
econom ias: a do pecado c a da graça. N estes w . capitais, mas sentido por dem ais histórico. A cabam os d e lem brar que a pessoa
difíceis, o intento de Paulo não é tanto estabelecer um paralelo de A dão era objeto dc um a reflexão que lhe dava o caráter de
de estrita sem elhança entre A dào e C risto, quanto sublinhar a um s er coletivo. A s páginas do G ênesis que o apóstolo tem aqui
oposição entre um c outro, c inostrar a superioridade do segundo em m ente, acham o-las utilizadas no cap. 7 com um a liberdade c
sobre o prim eiro. Além disso, é preciso não esquecer q ue. cm atualizadas com um a pertinência que revelam que Paulo lia no
toda esta passagem , o C risto e sua obra sào o centro do pensa­ G ênesis um ensinam ento teológico geral m uito m ais d o que a
m ento de Paulo: e a partir deste centro que A dào é apresentado narração de um acontecim ento sucedido um a vez. num lugar
com o aquele por cjuem sc instaurou o reino da m orte do qual determ inado, a um personagem preciso. O modo m ítico, que ele
C risto arrancou a hum anidade. em prega aqui para falar do pecado o da m orte, corresponde à sua
i. *'0 pecado separa o hom em de D eus. Esta separação é a interpretação do G ênesis, onde ele sabia ler o enunciado de um a
morte: m orte espiritual e eterna, cujo sinal é a m orte física, cf. estrutura fundam ental da ex istência hum ana” (Lecnhardt).
Sb 2,24: Hb 6 ,1 ” (Lyonnet). Nesta passagem , o pecado e a m orte k . A com paração com eçada no v. 12 p erm anece suspensa: ela
são personificados de m odo im pressionante. será continuada nos vv. 15 e 18.
j . O fim do v. 12 apresenta dificuldades célebres de tradução — Para alguns, os vv. 13-14 explicam o fim do v. 12: a liá s
c interpretação. A expressão grega traduzida por aliás foi com ­ iodos pecaram. P aulo, situando-se no plano ju ríd ico , raciocina
preendida: I) com o um a conjunção (porque, pelo fato de que. assim : os hom ens que viveram entre A dão e M oisés n ào po­
em virtude do q ue. visto q ue, sob a condição de q ue), o que. diam . m esm o sendo pecadores, ser punidos dc m orte em virtude
gram aticalm ente, parece o sentido mais defensável, atestado por de um a lei que lhes dissesse respeito pessoalm ente, visto não
paralelos tais com o 2C or 5.4: Fl 3.12; 4.10: 2) com o um relativo haver lei. P or conseguinte, estes hom ens sofriam a m orte não
cujo antecedente seria A dào (por causa do qual, em razão do por causa dos seus pecados m as em virtude do pecado de Adão.
qual. no qual): 3) com o um relativo cujo antccendcnte seria a — Para outros, o v. 13 exprim e a objeção seguinte: com o
m orte (por causa da qual, cm vista da qual). Estas diversas tra­ podia a m orte ser a sanção do pecado, visto que não havia lei?
duções im plicam evidentem ente diferenças de interpretação, m as. No v. 14 P aulo responde: os pecados com etidos pelos hom ens
em qualquer hipótese, a interpretação perm anece delicada. que viveram entre A dão e M oisés tinham em si m esm os um
— Para os Padre.s latinos e para Lutero igualm ente, há aqui. poder dc morte: a m orte nâo é um a sanção puram ente exterior,
antes de tudo. a afirm ação de um a inclusão m isteriosa de todos ela é um a conseqüência da natureza m esm a d o pecado, cujo
os hom ens no ato m esm o do pecado de A dão (a V ulgata chega reino se instaurou pela culpa de A dão.
a traduzir: "A dão. no qual todos os hom ens pecaram ” ). N essa — Seja com o for, parece m esm o que Paulo afirm a antes de
linha de interpretação, pode-se com preender ou que A dão. pai tudo que, sc a morte reinou sobre todos os h om ens, m esm o antes
da hum anidade, transm itiu aos seus descendentes um a herança de M oisés, é porque, sabendo-o ou não. o s hom ens estavam
dc m orte, ou que todos os pecados d a hum anidade estavam de encerrados dentro d e um a econom ia de m orte (Rm 11.32: Gl
antem ão contidos na revolta dc Adão. 3.22). inaugurada cm A dão. que representa e inclui toda a hum a­
— Para alguns Padres gregos e num erosos exegetas católicos nidade pccadora. sujeita ao poder da m orte até o dia da vitória
(L agrange. Lyonnet) e protestantes (C alvino. M ichel). Paulo do Cristo.
visaria sobretudo aqui aos pecados pessoais com etidos por cada L Pode-se tam bem traduzir levado cm conta, contado como tal.
homem (cf. Rm 3,23): é através deles que o poder do pecado, tu , Lit. o tipo (cf. IC o r 10,6). J;í co m o o prim eiro d c todos os
introduzido no m undo por A dão. produziu os seus efeitos dc hom ens. A dão é um a figura de C risto, “ prim ogênito de toda a
morte. criatura” (Cl 1.15; cf. Rm 8.29); m as. sobretudo, enquanto inau­
— De qualquer form a, o texto do v.. com o o contexto do s vv. gura um a econom ia universal d o pecad o e d a m o rte. A dão
12-18. supôe um a relação de solidariedade entre a transgressão prefigura negativam ente aquele que instaura a econom ia u niver­
d e Adão e os pecados pessoais dc cada hom em . N ote-se. entre­ sal d a graça. N a realidade, aliás. Pauio é m enos sensível às
tan to , que Paulo nâo trata aqui diretam ente da natureza exala sem elhanças entre A dão e C risto do que às d iferenças que opõem
desta solidariedade. It preciso ainda observar que aos olhos de um ao outro (cf. v. 15),
lsMas não acontece com o dom da gra­ sim. pela justiça, a graça reine para a vida
ça o mesmo que com a falta; pois. se ctema por Jesus Cristo, nosso Senhor. 6.23
pela falta de um sd a multidão" sofreu a
morte, com muito maior razão a graça M orte e vida com Jesu s Cristo. 'Que
de D eus. graça concedida em um s<5 6 diremos, pois? Scra' preciso perma­
homem. Jesus Cristo", derramou-se em necermos no pecado para que a graça se 3.x
abundância sobre a multidão. “ E tam- torne abundante? 2Por certo que não!
bc'm não acontece com o dom o mesmo Visto que estamos mortos para o peca­
que com as conseqüências do pecado de do. como viver ainda no pecado? ’Ou
um só: com efeito a partir do pecado dc ignorais' que nós todos, batizados em g i 3.27
um só. o julgamento conduz à condena­ Jesus Cristo, e' na sua morte que fomos
ção. ao passo que a partir dc numerosas batizados? ‘‘Pois pelo batismo, nós fo­
faltas, o dom da graça conduz à justifi­ mos sepultados*com ele cm sua morte, a ci 2. 12:
cação. l7Pois se por um só homem, pela fim de que. assim como Cristo ressusci- 2Tra 2,11
falta de um só. reinou a morte, com muito tou dos mortos pela glória"do Pai. tam-
maior razão, pelo único Jesus Cristo. be'm nós levemos uma vida nova. 5Pois
2Tm2.12: 1
A p 2 0 .4 - 6 reinarão na vida aqueles que recebem a sev fomos totalmente unidos, assimilados f i 3 . 10-11
abundância da graça e do dom da justi­ à sua morte", sê-lo-cmos* tambe'm à sua
ça. '"Em sumap,assim como pela falta de Ressurreição. ‘ Compreendamos bem isto:
um só sucedeu para todos os homens a o nosso homem velho foi crucificado com ci j.v-io.
condenação, assim pela obra de justiça ele, para que seja destruído esse corpo
de um sd sucede para todos os homens a de pecado' e. assim, não sejamos mais 6.u
justificação que da' a vida. lvDe fato, as­ escravos do pecado. 7Pois aquele que está
sim como, pela desobediência de um só morto está libertado do pecado'.“Mas se
homem, a multidão se tomou pecadora. estamos mortos com Cristo, cremos" que
assim tambem, pela obediência de um só. tambe'm viveremos com ele. ,Com efei­
pi j x-
Hb jji a multidão se tomará justa. aiQuanto à lei. to. nós o sabemos: ressuscitado de entrc
4 -15: ela interveio para que proliferasse a falta11, os mortos. Cristo nâo morre mais; a morte a i 13.34

o m ü mas onc*e proliferou o pccado supera- não tem mais domínio sobre ele. ‘“Pois.
bundou a graça. 2,a fim de ^ ie . assim morrendo, e' para o pecadoh que ele mor­
como o pccado reinara para a morte', as­ reu uma vez por todas; vivendo, e' para ip j 3 . 1*
Hb 9.26

n . Im o é . iodos os hom ens ( c f . v . 1 8 ). lhança da sua morte. Pode-se tam bém com preender: se nós nos
o . Lil. e o dom na graça, a do único homem Jesus Cristo. tornamos um mesmo ser (com ele) {x>r uma morte semelhante a
p . D epois dos argum entos a fortiorí dos três v v . precedentes. sua.
Paulo volta à com paração com eçada no v. 12. x. N otar a diferença dos tem pos: passado, para a m orte, futuro,
q . P aulo não quer dizer que a finalidade da lei fosse o pecado para a ressurreição (cf. v. 8). Km C l 2.12, os d o is verbos estão
com o lal. Sc a lei contribuiu para m anifestar o pecado e lom á- no passado. M as cm Rm 6 .1 1. vê-se que. se a conform idade ao
-lo abundante, foi para q ue. finalm ente. a graça fosse superabun- C risto ressuscitado só será plena na pam sia. ela já é vivida agora.
dante no C risto Jesus. O pensam ento de Paulo sobre a lei será y . N ão o corpo en quanto distin to da alm a. mas o homem
desenvolvido e precisado no cap. 7. inteiro agindo em e p o r seu co rp o , lugar necessário d e sua exis­
r . Lit. na morte. tência. de sua ação. de sua presença no m undo (cf. Rm 12.1
s . Esta doutrina não é especialm ente paulina. Supõe-se q u e ela nota). As duas expressões d o versículo corpo de pecado e ho­
fosse conhecida m esm o em um a com unidade não-evangelizada mem velho são. portanto, equivalentes.
por Paulo. Para outros, tratar-se-ia de um a interrogação pura­ z. Lit. É justificado do ftecudo. V ersículo d ifícil. Ou ê justifi­
mente retórica: nesse caso. este ensinam ento seria novo. cado significa está quite: seria um axiom a ju ríd ico de alcance
t. A maioria dos com entadores discerne aqui um a alusão ao geral: pela m orte, a ação penal é extinta. O u en tão . e m elhor,
rito batism al por im ersão. atribuindo ao verbo o m esm o sentido que ele tem cm todas as
u. Isto é: pela onipotência do Pai. É tradicionalm ente pcia outras passagens em Paulo: aq u ele q u e m orreu (com C risto, v.
m anifestação do seu poder dc salvação que Deus revela a sua 8. cf. v. 5) esta libertado d o pccado que d o m inava o velho
glória, isto é. se m anifesta com o D eus (cf. Ex 15.7; Jo 11.40). hom em : ele se tom ou justo.
C f. tam bém Rm 3.23 nota. a . Hsta vida nova. in au g u rad a nesie m u n d o (vv. 4 .1 1 ) c
v. Aqui e no v. 8 . se não tem sentido condicional, mas eq ü i­ plenificada com a ressurreição dos m ortos (vv. 5 .8 ). é um a rea­
vale a visto que. lidade que só é recebida na fé.
w . Lil. Se nós nos tornamos uma mesma planta com a seme­ b . Cf. Rm 8.3. O C risto, que jam ais conheceu o pecado, tor-
Deus que ele vive. "D o mesmo modo da obediência, que conduz à justiça*?
tambe'm vós: considerai que estais* mor- 17Demos graças a Deus: vós e'reis escra­
ip j 2.24 tos para o pecado e vivos para Deus em vos do pecado, mas obedecestcs de todo
Jesus Cristo. o vosso coração11ao ensinamento comum'
Gn 4.7 l2Portanto. que o pecado não mais reined ao qual fostes confiados; “ libertados do
em vosso corpo mortal' para vos fazer pecado, vós vos tornastes escravos da g i s . i .v.

obedecer às suas concupiscências. l3Não justiça. l9Eu me sirvo de palavras total- JoK-36
ponhais mais os vossos membros a ser­ mente humanas, adaptadas à vossa fra­
viço do pecado como armas da injustiça, queza'. Do mesmo modo que pusestes
mas. como vivos egressos de entre os vossos membros com o escravos a ser­
mortos, fazendo dos vossos membros viço da impureza e da desordem, que
armas da justiça, ponde-vos a serviço de conduzem à revolta contra Deusk, pon­
g i 5 . ih Deus. “ Pois o pecado não teráf mais de-os agora com o escravos a serviço da |J-1
domínio sobre vós, visto que ja' não es­ ju s tiç a , que condu z à sa n tific a ç ã o 1.
tais sob a lei. mas sob a graça. “ Quando e'reis escravos do pecado, e'reis
livres com relação à justiça. 2lQue fru­
O serviço da justiça. I5E então? Vamos tos produzíeis então? Hoje tendes ver­
pecar porque não estamos mais sob a lei. gonha deles, pois o seu fim é a morte1” .
mas sob a graça? N ão. decerto! 14Não “ M as agora, libertados do pecado e fei­
jo x.34 sabeis que, pondo-vos a serviço de al- tos escravos de Deus, produzis os fru­
guc'm como escravos para lhe obedecer, tos que conduzem à santificação e cujo j0 l5Jt' 16
sois escravos daquele a quem obedeceis, fim é a vida eterna. 23Pois o sala’rio do 5 . 12 -2 1 :

quer do pecado, que conduz à morte, quer pecado c a morte; mas o dom gratuito

nou-sc solidário com a hum anidade pecadora (2C or 5,21). Por m ana pode exprim ir d e maneira totalm ente satisfatória — ou
sua m orte (e R essurreição) ele liberta d a dom inação do pecado antes, dos dois m otivos ao m esm o tem po.
os q u e foram unidos a ele. k. P aulo em prega a m esm a palavra (anomia) que sc traduziu
c. Preferível a considerai-vos como mortos. A tradução afasta sucessivam ente po r desordem c revolta contra Deus, par.» expri­
um a interpretação puram ente psicológica; não é o caso dc ima- m ir a progressão: a desordem iniciai conduz ã atitude final de
pinar-se m orto. mas de tom ar a serio, com o um dado objetivo, rejeição da vontade divina.
o fato de estar morto. 1. **A injustiça na qual se atola o escrav o d o pecado opõe-se
d . É um im perativo: não um a aspiração, mas um a exigência. a santificação. O povo d e Israel 6 ‘san to ' porque é o povo que
T om ai-vos (em vossa vida) o que vós doravante sois (v. II): D eus pôs à parte, o povo estabelecido pela eleição em uma
mortos para o pec;ido. vivos em Cristo. É um grande tem a paulino. relação estreita com Deus; a santidade dc Israel é. portanto, obra
C f. C l 3.3.5 (vós estais m ortos... fazei m o rre r...); Fl 3.12-15. de D eus: mas a esta eleição, israe! d eve responder pela obediên­
e. C f. v. 6 nota. Enquanto o corpo mortal não tiver revestido cia. pela prática d a justiça. A santificação será o com portam ento
a im ortalidade (cf. IC or 15.54). o cristão conserva um a tendên­ peio qual aquele que é 'sa n to ' por iniciativa de D eus. por per­
cia ao pecado (cf. G l 5.14-16); m as. pela graça de C risto, eie tencer ao seu povo. realiza a sua vocação concretam ente por sua
pode doravante triunfar dela. obediência pessoal. D o m esm o m odo. o crente é santo, por per­
f. Este futuro exprim e sim ultaneam ente u m a certeza e uma tencer ao corpo do C risto. C om o crente e balizado, ele se tom ou
exigência. propriedade exclusiva de Cristo: pertence-lhe com o um membro
g. A frase de Pauk) foi respeitada. M as é evidente que o se­ pertence a um corpo; esta condição objetiva se traduzirá por
gundo senhor não t a obediência (obedecer-se-ia à obediência), um a vida dc obediência, que realizará concretam ente o q ue é de
mas D eus. a quem se obedece. direito. O s m em bros d o corpo d o crente se tom aram membros
h. N otação im portante, que corrige o qu e ha' dc inadequado no do C risto (12,4-5; IC or 6,15; 12.12-17). O crente deve. portan­
vocabulário d o escravo aplicado u ju stiça (vv. 16.18.19) e u to. progredir na santificação para realizar a santidade que já é
Deus (vv. 22). T rata-se de um serviço livre no am or. dada em Jcsus C risto. N yn = açora frisa que a situação atual do
i. Lit. à regra do ensinamento. T rata-se da prim eira pregação crente, tal com o a ob ra d o C risto a d eterm ina, é a base da ex o r­
cristã, cujo conteúdo fundam entai perm anece idêntico, seja qual tação a progredir na santificação peta prática da justiça (cf. a
for o pregador (IC o r 15.11). Paulo reconhece assim a autentici­ fórm ula de Ap 22.11: que aquele que c santo se santifique ain­
dade d o ensino que os cristãos de R om a receberam , em bora não da )** (Leenhardt).
dele (R m 15.15: 16.17). Paulo tem a preocupação de manifestar — A crescentem os q u e, segundo o próprio contexto dc Rm 6,
o seu acordo com os outros m ensageiros d o E vangelho (Gl 2.2). esta santificação nada mais é q ue a realização concreta desta
j. Lit. Eu falo humano por causa dn fraqueza da vossa carne. vida nova dada em C risto no batism o (v. 4). C f. Rm 1.7 nota e
Pauio sc desculpa por em pregar um a linguagem inadequada (cf. 15,25 nota.
v. 17 nota), cujo caráter deficiente provem , q u er da fraqueza dos m. Pode-se tam bem traduzir: Que fruto recoihestes entào (de
ouvintes, q u er do próprio m istério que nenhum a linguagem hu­ ações) de que hoje vos envergonhais?
de Deus é a vida eterna, em Jesus C ris­ mortos, a fim de que produzamos frutos
to. nosso Senhor". para Deus. -'Com efeito, quando estáva­
mos na carne, as paixões pecaminosas, «<>-21
r j O cristão isento da lei. 'Ou então servindo-se da lei', agiam cm nossos
ignorais, irmãos — falo a pessoas membros1, a fim de que produzíssemos
competentes em materia de lei° — .que a frutos para a morte. ‘ M as agora, mortos
. . ■ r . . 2 .2*
lei só tem autoridade sobre o homem en- ao que nos mantinha cativos, fomos li- 6.12-14;
ic» 7j 9 quanto ele vive? JAssim , a mulher casa­ herados da lei, de maneira que servimos 2C°’ 3-6
da está ligada por uma lei a um homem sob o regime novo do Espírito e não mais
enquanto ele vive; mas se ele vem a sob o regime ultrapassado da letra".
morrer, ela não depende mais da lei con­
jugal. 3Portanto. sc durante a vida do seu O p a p e l d a lei. 7Que diremos, então? A -'.20

marido ela pertencer a outro, será cha­ lei seria pecado? Nüo, decerto! M as eu'
mada dc adultera; mas. se o marido vier só conhcci o pecado pela lei. A ssim , eu
a morrer, ela estará livre com relação à não teria conhecido a concupiscência se
lei. de modo que não será adultera per­ a lei não tivesse dito: N ã o co b iç a rá * '.
tencendo a outro. 4Vós igualmente1*. meus "Valendo-se da ocasião, o pecado pro- Tg 1 .1 4 - 1 5 :

ià.s-&. irmãos, fostes mortos com relação à leiq, duziu cm mim toda a sorte dc concu-
5.13-20
2Cor sYs Pe l ° corpo de Cristor. para pertcnccrdcs piscências. por interme'dio do manda­
a um outro, o Ressuscitado dentre os mento. Pois, sem lei, o pccado é coisa ic o r 1 5 .5 6

n . Os vv. 21 e 22 são estritam ente paralelos: a m orte é o r . N otar o paralelism o com o cap. 6 . onde Paulo m ostra que.
resultado final d o pecado; a vida etern a, o resultado final da m orto com o C risto, o cristão está m orto para o pecado. Aqui o
santificação. M as o v. 23 m arca a diferença: o processo que apóstolo explica q u e. m orto com o C risto, o cristão morreu para
conduz à morte decorre de um a ju sta retribuição (salário); o que a lei. Duas interpretações são possíveis: I . O cristão m orreu para
conduz à vida eterna é obra d a m isericórdia gratuita de Deus a lei pelo corpo do C risto , no sentido d c que o C risto sofreu, em
(dom gratuito). Sobre o papel das obras do hom em neste proces­ vez do fiel c cm seu nom e. o veredicto dc m orte exigido pela lei
so. as doutrinas católica e protestante perm anecem divergentes. coiura o pecador. D oravante, a lei nâo tem m ais nenhum a ex i­
o . Os rom anos eram fam osos por sua ciência jurídica. O utra gência a form ular com relação ao hom em unido ao C risto. 2. Por
tradução: Eu fa lo a homens que conhecem a lei. T ratar-se-ia sua união ao C risto m orto e ressuscitado (v. 4 ). o cristão não
então da lei de M oisés. A catequese cristã, m esm o quando se vive mais na carne (v. 5 ). mas no Espírito (v. 6 . cf. Rm 8.9). c
dirigia a cristãos de origem pagã. rcferia-se constantem ente ao a lei do Espírito que dá a vida me lilxrtou em Jesus Cristo da
AT. lei do pecado e da morte (R m 8.2); o cristão cum pre a justiça
p . Nâo se deve insistir nos detalhes da com paração; no exem ­ exigida pela lei (Rm 8.4), isto é . as exigências morais d a lei de
plo dado por Paulo, é a m one do m arido que libera a m ulher (vv. M oisés, em virtude d o d inam ism o próprio desta vida nova (cf.
2-3); na aplicação que ele faz. é a m orte do cristão com o C risto nota precedente), quando an tes, sob o império da carne (Rm
que o libera (v. 4). A com paração vale unicam ente no ponto 8.5-7). entregue à lei d o pecado q ue está em seus m em bros (Rm
seguinte: o vinculo criado pela lei é rom pido pela m orte. 7.23). ele era condenado pela lei d e D eus. que o d eclarav a pe­
q . Isto é . u lei de Moisés. M as é preciso notar que Paulo não cador c votado à m orte, sem lhe d ar a força de sair d esse estado.
se limita aos aspeclos caducos desta lei (circuncisão, regulam en­ Hle está. portanto, m orto para a lei. q ue não ex erce mais contra
tações culturais e alim entares). O unico exem plo preciso que ele ele o seu veredicto dc condenação (R m 8.1).
da é tinido d o dccálogo (v. 7) e evoca o m andam ento dado por s . Lit. as que (subentendido: ag em . são virulentas) por meio
D euj a A dão (cf. os vv. 9 -1 1 notas). Paulo considera a lei dc da lei. O s vv. 7-14 explicarão essa fórm ula.
M oisés enquanto lei m oral vinda de D eus e sc im pondo do t. Esta expressão d esig n a o hom em inteiro, en q u an to age no
exterior. O q ue ele diz sobre isso sc aplica a toda a m oral que m undo. O s membros não são depreciados. E les podem estar,
apeitus indica ao homem o cam inho a seguir, sem lhe d ar a força seja a serviço da impureza e da desordem, seja a serviço da
necessária para fazê-lo. A lém d a lei dc M oisés. Paulo distingue justiça (Rm 6,18-19).
três outras leis neste capítulo e no com eço do seguinte: a lei do u . Paulo anuncia aqui. com o costum a fazer, o tem a d o d esen ­
jfecado que está em meus membros (v, 23. cf. vv. 22 e 25). a lei volvim ento seguinte, o d o cap . 8 (cf. Rm 6 ,14 anunciando o
do Espirito que dá a vida em Jesus Cristo (Rm 8.2) e a lei que tem a d o cap. 7). Para a d istinção letra-Espírito. cf. 2C or 3. Tra-
a minha inteligência ratifica (v. 23). As duas prim eiras sào prin­ la-se da oposição entrc a lei escrita de M oisés e a lei d o Espírito
cípios dinâm icos que im pelem o hom em a agir desta ou daquela (Rm 8.2) e de nenhum m odo d a d istin ção entre a “ letra” de um a
maneira. A terceira deve ser com parada com a lei interior que os lei e o seu ‘'espírito*'.
pagãos possuem (cf. Rm 2.12 nota c 15 nota); é um a lei que v . O sentido deste eu é esclarecido pela alusão indubitável a
ilumina e condena, mas que deixa o hom em na sua m iséria. Adão e ã sua culpa, nos vv. 9 e 11-24. Trata*sc de to d o homem
Acontece o m esm o com a lei dc M oisés: ela é santa (R m 7.12). que se acha. com o A dão. às voltas com a lei. a transgressão e o
m as. considerada em si m esm a, não da' senão o conhecim ento do pccado.
pecado (Rm 3 2 0 ). Cf. Rm 2.12; 4.15 nota. w . Ex 20.17; Dt 5,21.
morta*. vO utrora. na ausência d c lei. eu quero, não o faço, m as o que odeio, faço-
vivia5. M as veio o m andam ento, o peca­ -oc. 16O ra . se faço o que não q u ero , estou
d o tom ou vida1. 10e eu m orri: o m anda- dc aco rd o com a lei e reconheço q u e ela
i.v ik.5: m ento. que deve levar à vida. com pro- c boad; ” não sou c u , pois, quem age a s­
sm m - vou"s e ’ Pllra m ' rn- fautor da m orte. "P o is sim . m as o pecado que habita em m im '.
E z 2o .ii o pecado, valendo-se d a ocasião , sedu- ‘"Pois cu sei que cm m im — quero d izer
cin 3.i 3: z ju. me *p o r m eio do m andam ento e , por cm m inha c am c — o bem não habita: Gn 6.5:
2Cor 11.3: ' , *
Hb 3.13 m eio d e le . causou-m e a m orte. ^A ssim , q u e rer o bem esta' a o meu alcance, não, B-21
pois. a lei c' santa, e o m andam ento, san- porém , pratica'-lo. "V isto que não faço o
Dt 4.h to, ju sto e bom . bem , q u e qu ero , e faço o m al, que não 01517
quero. “ O ra . sc faço o que não q u ero ,
O h o m e m so b o d o m ín io d o p e ca d o . nâo sou eu quem age. m as o pecado que
'•'Então, o que é bom se tornou causa de habita cm m im . 2lE u . que quero fazer o
m orte para m im ? N ão. decerto! M as é o b em . co n stato p ortanto esta lei1: c' o mal
pecado: servindo-se d o que é bom . ele que esta' a o m eu alcance. 22Pois eu mc
m e causou a m orte, a fim dc q u e fosse co m p razo na lei de D eu s, e nquanto h o ­
m anifestado co m o pecado e a p are ce s­ m em interior*, ^ m a s em m eus m em brosh ^ ° r j^l6‘
se cm toda a sua virulência d e pccadob. descu b ro ou tra lei que com bate contra a g i j.i 7
por m eio do m andam ento. u C ertam ente. lei que a m inha inteligência ratifica1; ela
si 51.7: sabem os que a lei c espiritual; cu. po- faz de m im o prisioneiro da lei do peca­
Jo 3,6:
Cl 5.17 rém . sou carn al, vendido co m o escravo do que esta' nos m eus m em bros. " In fe liz
ao pecado. l5E fetivam cnte. eu não com ­ que eu sou! Q uem m e livrara' d este cor-
p re en d o nada d o que faço: o q u e eu po que p ertcncc à m orteJ? b r a ç a s se-

x. “ Sem lei__ as ações d o hom em são realizadas fora de todo sentido de que o engaja em um destino que contradiz as suas
o critério que lhes daria o preço de um ato m oral e religiosam en- aspirações profundas e a vocação à qual D eus o cham a. £ esta
tc qualificado'* (Ijeenhardt). Cf. v. 9 nota. contradição que P aulo põe cm evidência, m ostrando que o h o ­
y. Paulo pensa provavelm ente no tem po que precedeu o pri­ m em deseja o bem e asp ira, m as sem sucesso, a ev itar o m al. É
m eiro pecado d o hom em . M as. de certa form a, isto vale para a aspiração que é expressa pelo verbo querer nos vv. 15.19.
qualquer hom em (cf. v. 7 nota). Paulo nào precisa a natureza 20-21: e o cu dos vv. 17 e 20 designa o ser hum ano que reco­
dessa vida anterior ao pecado. A seu ver. ela serve para m arcar nhece essa alienação sem poder escapar dela (v. 18). É neste
o contraste com a morte espiritual que se lhe segue. sentido que o hom em reconhece que a lei é boa (v. 16). Ha
z. Esta expressão, com o a do v, 8 (sem lei. o pecado é coisa coincidência entre o co n teúdo da lei e o q ue o hom em reconhece
morta), m ostra bem que a lei não cria o com portam ento pecador; ser a sua verdadeira vocação (vv. 22-23).
ela o desm ascara e o m anifesta enquanto tal. revelando a verda­ d . Lit. eu estou de acordo com a lei que ela é boa.
deira natureza das ações que o hom em realiza sob o dom ínio da e . A intenção dc P aulo, aqui com o no v. 20. não é de modo
lei de pecado que está cm seus m em bros (v. 23). nenhum a te n u a ra responsabilidade d o hom em pecador (cf. v. 15
a. É a expressão de G n 3.13. S eguindo a lei do pecado.que con­ nota).
duz à m orte, a pessoa hum ana é enganada, com o Eva o foi pela f. A palavra lei é em pregada aqui em um sentido banal e
serpente. Escolhe a m orte, quando D eus a cham a para a vida. atenuado. Eu constato portanto esta lei significa: de fato. as
I>. Lit. u fim de que ele ufxirecesse extremamente pecador. O coisas passam -se constantem ente desse m odo.
pecado é aqui personificado c caracterizado por seus efeitos sobre g . Esta expressão , que tem a sua origem na filosofia grega
o ser hum ano: esta personificação continua até o v. 20. vulgarizada, designa a parle racional d o hom em (cf. v. 23: a lei
c. Para a m aioria dos exegetas antigos e para alguns m oder­ que a minha inteligência ratifica). Esta noção não im plica a
nos. tratar-se-ia aqui e nos vv. seguintes do cristão. M as tnita- renovação d o hom em pelo Espírito. A qui, o homem interior é
-se antes do hom em pecador ainda não justificado pela fé. C er­ um aspecto d o hom em velho, d o hom em pecador.
tam ente. a situação descrita aqui tom a a encontrar-se. transpos­ h . Esta expressão designa o hom em to d o . considerado aqui
ta. na vida d o crente (G l 5.17). mas de m aneira bem diferente. com o cativo d o pecado. Neste tex to , ela tem o sentido d a palavra
Ú preciso guardar-se dc fazer do conflito descrito nos vv. 15-24. carne dos vv. 5 e 18.
um a análise psicológica ou a descrição de um a experiência pes­ i. Lit. a lei da minha inteligência. Sobre essa expressão e
soal de Paulo. Trata-se de um o lhar lançado sobre o homem sobre a expressão lei do pecado que está em meus membros, cf.
pecador, que som ente a luz da fé tom ou possível. S ó a fé revela v. 4 nola.
e m anifesta ua vida do hom em , escravo d o pecado, certos aspec­ j . Lit. do corptt desta morte: sem itism o (cf. Rm 12 .1). Poder-
tos cujo sentido eie m esm o não podia descobrir. O pensam ento -se-ia parafrasear: qu em me libertara d o m eu "eu** cativo d o
d e Paulo se traduziria com bastante exatidão em term os de “ alie­ pecado e votado à m orte, a fim de que eu possa revestir um "eu ”
nação” (n o sentido profundo desta palavra, conform e a sua novo cm Jesus C risto (R m 8.1) e transform ado pelo Espírito
etim ologia: pertencer a um outro). O pecado aliena o hom em , no (Rm 8 .5 -1 1).
• *6-23- iam dad as a D eus por Je su s C risto , nos- não se pode a g rad ar a D eus. ’O ra , q u an ­
ICor 1537 J „ , , ^
so Senhor! to a vós, nâo estais sob o dom ín io da ijo 2. 15-16
E is-m e, pois, ao m esm o tem p o sujeito carne, m as d o E spírito, visto q u e o E sp í­
ICor 3.16
pela inteligência à lei d e D eus e pela rito de D e u s“ habita em vós. Se alguém
c arn e , à lei do pecadot . não tem o E spírito de C risto , não lhe
pertence. l0Sc o C risto está em vós. o
o A ise n çã o d a lei pelo E s p írito . 'A go- vosso co rp o , sem d u v id a, está d e stin a d o
° ra, pois, não ha" m ais nenhum a c o n ­ à m orte p o r cau sa d o p e ca d o , m as o
denação para os que estão em Jesus C ris­ E s p ír ito é v o ss a v id a p o r c a u s a d a
to. ^ o i s a lei d o E spírito1, q u e da' a vida ju s tiç a '. " E se o E spírito dA q u cle q u e ic o tô .m ;
2 Cor ?.i7: em Jesus C risto 1 ", liberou-m e" da lei do ressuscitou Jesus dentre os m ortos habi- 2Cor 4 ,4
ai S pecado e da m orte. 'O que era im possí- ta em vós. A quele que ressuscitou Je su s
Hb 7.ix vel à lei, porque a carne a votava à im ­ C risto d en tre os m ortos dará tam be'm a
potência, D eus o fez": por causa do p e ­ vida aos vossos corpos m ortais, por seu
cado, e nviando o seu próprio Filho na E spírito que habita em vós.
g i 3.13: condição da nossa carne de pccadop.e le l2A ssim , pois, irm ãos, nós tem o s um a
conc*cnou ° pecado na carne'1. 4a fim de dívida, m as não para com a carne, para
4.i5 que a ju stiç a exigida pela lei' seja reali-deverm os viver dc m odo c am al". l3Pois se
Mi.M7 zacja cm n<-s q ue n;-lo a ndam os sob o viverdes de m odo cam al. morTereis; m as
d om ínio d a carne, m as do Espírito*.-'Com sc, pelo E spírito, fizerdes m orrer o vosso
g i 5, 16-23 e feito , sob o d om ínio da carn e1, tende-se com portam ento c a m a l', vivereis. u C om
para o que c carnal, m as sob o dom ínio efeito, os que são conduzidos pelo E spíri- g i 4.7:
do E spírito, tende-se para o que é espi- to de D eus, esses e' que são filhos d e Deus: 2Tm 1,7
6 .2 i ritual:‘ a carne tende para a m orte, m as o l5vós não recebestes um espírito que vos
E spírito tende para a vida c a paz. 7Pois tom e escravos-' e vos rcconduza ao m edo,
Tg 4.4 o pendor da carne e' revolta contra Deus: m as um Espírito que faz de vós filhos g i 4.6
ela não se subm ete à lei de D eus, nem adotivos e pelo qual nós clam am os: Abhá*,
sequer o pode. "Sob o d o m ín io da carne Pai. “ E sse E spírito é quem atesta ao nos-

k . Esta últim a frase ficaria mais bem -siluada depois do v. 23. t . Kit. os que silo segundo a carne... os que são segundo o
Esta conjetura. no entanto, nào sc firm a cm nenhum a testem u­ Espírito.
nha d o texto. u . O u tro s tra d u z e m ; se verdadeiram ente o Espírito de
I. Esta expressão é com o um resum o de J r 3 1.33 e Ez 36.27: D eus...
37.14. R enovado e transform ado pelo Espirito de D eus dado por v . Lit. o corpo está morto por causa do pecado, o Espírito é
Jesus, o crente pode obedecer à vontade dc D eus, que não é mais vida jx>r causa da justiça. Para o sentido d e corpo. cf. Rm 6,6
para ele um constrangim ento exterior, mus a lei interior da sua nota. A existência atual vai para a m orte p o r causa d o pecado e
vida nova. da m one que entraram no m undo (Rm 5.12). M as a existência
m . Algumas testem unhas Iccm: te libertou; outras: nos libertou. nova no E spirito vai para a vida eterna, graças ã ju stiça salvffica
n . A lguns traduzem : libertou-me em Jesus Cristo, dc D eus. que faz viver o C risto que ressuscitou d o s m o n o s c não
o. O utras traduções: a respeito do pecado, em virtude do pe­ m orre mais (Rm 6,9). O utros com preendem : naquele que está
cado (a exp iar). A lguns interpretam esta expressão com o um justificado, o corpo é “cad áv er para o pecado": o pccado nào
term o d o vocabulário sacrifical no A T grego (cf. Is 53.10). tem m ais d o que um cadáver diante d e si. d o q ual ele não pode
p . Lit. em umu carne semelhante à do i>ecudo (ou na seme­ mais servir-se (R m 6.6; 7.8). Para outros, o esp írito dc que se
lhança de uma carne de pecado). O C risto assum e plenam ente fala neste v. é o esp írito d o hom em .
o destino d a nossa condição pecadora sem ser ele m esm o, de w . O segundo m em bro da antítese está subentendido: o Espí­
m odo ulgum . pecador (2C or 5,21). rito exige de nós um a vida segundo o Espírito.
q . A qui. essa condenação realizada na carne do C risto cruci­ x. Lit. vós fazeis morrer as obras do corpo. Aqui corpo é
ficado é unica e definitiva; ela põe fim à dom inação do pecado sinônim o d e carne e d esig n a um gênero de vida centrado em si
sobre a carne d o crente, o qual sc tom ou solidário com o ato de m esm o (cf. Rm 6.6).
obediência e de am or do C risto. y . Lil. um espírito de escravidão... um espírito de adoção
r . Esta justiça 4 a conform idade com a vontade de Deus (cf. filial.
Rm 5.18). Para outros. traisnr-se-ia de um veredicto de condena­ z. Este term o ara m a ic o é a expressão da intim idade filial, cheia
ção (cf. Rm 1 3 2 ). pronunciado pela lei contra o pecador e que de fam iliaridade e ternura d e Jesus e de seu Pai (M c 14.36: cf.
o Cristo sofreu em nosso nome. M t 11.25; Lc 22.42 etc.). A nossa filiação adotiva nos faz par­
s. Lit. que nâo andamos segundo a carne, mas segundo o ticipar dela (cf. G l 4 ,6 ). Paulo talvez aluda ao com eço do Pai•
Espírito. •nosso, nu tradição de Lucas (Lc 112).
so espírito que som os filhos de Deus". " F i­ p a rto ". HE não só ela: tam bém n ó s, que
lhos. e portanto herdeiros: herdeiros de possuím os as prim ícias d o E spírito", ge- 2Cor 1.22

D eusb, co-herdeiros dc C risto, visto quec. m em os interiorm ente, esp eran d o a ado-
u 2 4 .26 : participando dos seus sofrim entos, tam- ç ão ”. a libertação para o nosso corpo.
iim -i.ij fojpn (crem os partcd na sua glória. 24Pois nós fom os sa lv o s, m as o fom os
cm c sp cran çap.O ra . ver o que sc espera
A g ló ria f u tu r a . '"Eu e stim o , com e fe i­ não e' m ais esperar: o que se vê, com o
to . que os sofrim entos do tem po presen­ ainda esperá-lo'1? “ M as esp erar o que não
te não têm proporção com a glória que vem os é aguarda'-lo com perseverança.
deve ser revelada cm n ó s'. l9Poisr a cria ­ wD o m esm o m o d o '. tam bc'm o E spírito
ção espera com im paciência a revelação1' vem cm socorro da nossa fraqueza, pois 4 .3.5
dos filhos de D eus: “ entregue a o poder nós não sabem os re za r com o conve'm ;
Ecl i.2: do nada*1— não por vontade própria, m as m as o próprio E spírito intercede por nós
Gn 5,17 pela autoridade d aq u ele1q u e lha entre- com gem idos in ex p rim ív eis', ” e A quele
2 pj 1 2 .1 .1 ; gou — . ela guarda a esp eran ça. 2,pois que perseruta o s co raçõ es sabe qual e' a
a p JIJ tambe'm ela sera' libertada da escravidão intenção d o E spírito: com e feito , é se ­
da corrupção*, para p articipar da liberda­ g u n d o D eu s, que o E sp írito intercede
de c da glória dos filhos dc D cusk. pelos santos. ;“Alia's. nós sabem os que
J2C om efeito , sab em o s1: a criação in­ tu d o 1concorre para o bem dos que am am
teira gem e a in d a a g o ra nas d o re s do a D eu s. q ue são cham ados segundo o seu

a . Preferível a: o Espirito se ajunta uo nosso espírito: tal pecado do hom em (cf. v. 20 nota). Para outros, enfim , trata-se
interpretação lem bra os dois testem unhos distintos exigidos, dc A dão ou de Satanás,
segundo Dl 19.15. citado em Jo 8.17; Ml 18.16; 2C or 13.1. M as j . Sem dúvida o m esm o sentido q u e vaidade (cf. v. 20 noia).
aqui o du p lo testem unho parece dever ser excluído. k . Lit. para a liberdade da glória dos filhos de Deus. O A T
b . No A T, a herança designa a posse da Terra prom etida (Dl já ensinava que o universo m aterial seria associado ã glória
4 2 1; trad. p o r "patrim ônio"), e não supõe evidentem ente a morte escatologica do povo de D eus (ls 55.13: 65.17). A qui esta afir­
dc ninguém . N o N T. a T erra prom etida sc tom a o conjunto dos m ação aparece com o um co rolário da glorificação do corpo do
bens divinos: o R eino (M t 2 5 3 4 ). a vida eterna (M t 19 2 9 ). O cristão (vv. 17 e 23). que tam bém é frulo da cruz e da Ressur­
Pai com unica todos os seus bens ao seu Filho ressuscitado dos reição de Jcsus (cf. C l 1.18-20).
m ortos e. p o r ele. aos crentes. I. Pela revelação (alusão, notadam ente. a C n 3,17).
c . O uiros traduzem : se verdadeiramente (cf. v. 9). m . Lssa expressão bíblica (p. ex . Jr 13.21; Is 66.6-8) designa,
d . Lit. visto que jxirticipunms dos seus sofrimentos fwra par • ao m esm o tem po, um d oloroso estado atual e a espera d c um
ticifxir também da sua glória. A preposição futra não marca a futuro estado glorioso. T oda esta passagem (vv. 19-22) afirm a
intenção que deveria dirigir o cristão (com o se lhe fosse preciso enfaticam ente que o m undo m ateriai e inanim ado será associado
procurar o sofrim ento com a finalidade de obter a glória). mas u glorificação d o corpo d o hom em i»o C risto ressuscitado. Trata-
exprim e a relação necessária entre os dois aspectos de um m is­ -se. em Paulo, de um a afirm ação da fé. que não sc deve co n fu n ­
tério ünico de m orte e ressurreição, para o cristão com o para o d ir com um a reflexão filosófica sobre o sentido e o d evir do
C risto (cf. H 3.10-11). cosm o.
e . C f. 2C or 4.17. Essa glória existe desde agora no C rislo n . A qui a idéia dc prim ícias im plica um dom parcial e an te­
ressuscitado e m esm o, de certo m odo. no cristão (2C or 3.18). cipado. penhor e garantia d o futuro toial (cf. IC o r 15.20: Rm
M as ela ainda não foi m anifestada. Paulo fala não som ente de 11.16).
m anifestação, m as dc revelação, porque o hom em não pode 0 . A adoção ja' está adquirida (v. 15). O que nós esperam os é
co n ceb er atualm ente um a idéia do esplendor dessa glória futura a plenitude dos seus efeitos: a redenção d o nosso corpo. A pa­
e porque, através d ele. essa m anifestação atingira a criação in­ lavra adoção falia em algum as testem unhas e talvez seja uma
teira (vv. seguintes). C f. Rm 3.23 nota. glosa tardia.
f. O pois explicita as dim ensões desta revelação da glória de p . C om o a adoção (cf. v. 23 nola). a nossa salvação já está
D eus. a sua am plidão cósm ica. adquirida, mas nós ainda esperam os sua plena realização.
g . T rata-se evidentem ente da revelação da glória (v. 18). q . Paulo enuncia com o vocabulário visual o que nós exprim i­
h. Lil. a criação fo i submetida à vaidade, E o estado d a cria­ ríam os dc preferência em term os de presença, dc posse,
ção após o pecado d o hom em , que dela se serve contra a vontade r . A sem elhança recai sobre os gem idos: os da criação (v. 22).
d e D eus. a serviço do seu egoísm o e da sua vontade de poderio. d o cristão (v. 23). d o Espírito (v. 26).
Para ou tro s, trata-se do caráter corruptível e efêm ero das reali­ s . T rata-se. sem dü v id a. d a atividade do Espírito d o qual se
d ades criadas. tratou no v. 15 (cf. G l 4.6; cf. tam bém IC o r 2,10-13).
i. T rata-se sem düvida de D eus (cf. G n 3.17) q ue. no interior 1. V árias testem unhas acrescentam aqui a palavra Deus, d a í a
d o seu desígnio d c salvação, sanciona o pecado do hom em , tradução: Deus fa z concorrer todas as coisas para o bem dos
v erdadeiro responsável por essa sujeição (Rm 11.32). Para o u ­ que o amam. O u ainda: Deus colabora em tudo para o bem com
tros. trata-se igualm ente de lX*us. mas independentem ente do os que o amam.
desígnio. “ A queles que ele d e antem ão espada? ■ “ C o n fo rm e e stá escrito: P o r tua
conheceu", tam bem o s predestinou a se­ c ausa so m o s lev a d o s à m o rte o dia intei- ICor 4.9:
rem conform es à im agem de seu F ilh o ’, ro, fo m o s c o n sid era d o s co m o a n im a is d e 2Cor 4,11
a fim de que este seja o prim ogênito de corte*. " M a s em tudo isso som os m ais
um a m ultidão de irm ãos; ’°os que predes­ do que vencedores, por A quele que nos
tin o u . tam bém os cham ou; os que cha­ am ou. -wS im . eu ten h o certeza: nem a
m ou. ju stifico u -o s; e os que ju stific o u , m orte nem a vida. nem os anjos nem as
tam bém os glorificou". dom in açõ es, ncm o p resente nem o futu­
ro. nem as p o tên cias, -"'nem as forças das
H in o a o a m o r d c D e u s. " D e p o is disso , a ltu ras, nem as das p rofundezasd. nem
que nos resta d izer? Se D eus é por nós, outra c riatura alg u m a, nada po d erá sepa-
5 .6 -11 quem sera' c ontra nòs*? “ E le. que nâo rar-nos d o am o r de D eu s, m an ifestad o '
,o316 poupou o seu próprio Filho5, m as o en ­ em Jesus C risto , nosso Senhor.
tregou por nós to d o s',c o m o , ju n to com o
seu F ilho, não nos daria todas as coisas? q E le iç ã o e p e c a d o d e I s r a e l. 'E m
•'•'Quem acusará o s eleitos de D eus? D eus C ristof d igo a verdade, não m into, e
is so.k justifica"! MQ uem condenará? Jesus C risto pelo E spirito Santo" a m inha consciência
m orreu, não só. m as ressuscitou, e le que d isso m e d á testem unho: 2trag o no c o ra ­
está à d ireita dc D eus e intercede por ção um a grande tristeza e um a d o r inces-
Hb 7.25 nósb! 'fQ uem nos separará do a m o r do santeh. 'S im . eu desejaria ser an átem a1. e* 32 .32 ;
C risto? A tribulação, a angustia, a perse­ ser eu m esm o separado d o C risto por iror 1622
guição, a fom e, a m iséria, o perigo, a m eus irm ãos, o s d a m inha raçaj segundo

u , Em conform idade com o sentido da palavra hebraica, trata- cia, nào em si m esm a, mas en quanto o Espírito Santo testem u­
-se d c um a eleição no am or (cf. G n 18.19). nha pessoalm ente, através d ela (cf. Rm 8.16 nota).
v. O C risto é a im agem perfeila do Pai (Cl l ,15). O Pai repro­ h . N os capítulos precedentes. Paulo m ostrou que a do u trin a da
duz a im agem d o seu F ilho cm todos aqueles que participam da justificação pela fé era conform e ao ensinam ento d o A T (cf. Rm
.sua filiação (Rm 8.16-17). Essa conform idade à im agem do Filho 1.17; 3 .2 1 :4 .1 -2 5 ). N os caps. 9 - 1 1.e le m ostra que essa doutrina
resulta dum a transform ação interior c progressiva (2C or 3.18) c é igualm ente conform e ao p lano de Deus para IsracL e isso lhe
só sera plena e total na parusia (IC o r IS.49). perm ite responder à seguinte questão dolorosa: Israel, povo-objeto
w . P au lo não p en sa ta n to em e v id e n c ia r um a su c e s s ã o d a eleição e d a prom essa, não reconheceu a realização desta
c ro n o ló g ica en tre e ta p a s , alg u m as das q u ais podem c o in cid ir; prom essa em Jesus C risto e . p o r sua infidelidade, parece excluí­
q u e r antes m a n ifestar um m o v im en to q u e tende p ara um te r­ do d a salvação; teria fracassado a palavra de D eus? N ào. respon­
m o: a g ló ria, da q u al o C ris to esta' d esd e ag o ra re v e stid o , e de Paulo (R m 9.6). a etap a atual d o plano de D eus está de
q u e nos sera co m u n icad a por e le . A certeza d este te rm o , cu jas acordo com as etapas precedentes: no interior m esm o d o povo
prim ícias nós já te m o s p elo E spírito (v. 2 3 ). e x p lic a o e m p re ­ eleito, perm anece a gratuidade da eleição. Em cad a etap a da
g o d o p assad o (ele tam bém ox glorificou). C f. 2T s 2,13*14; história de Israel, som ente um a fração da descendência carnal de
E f 1 .11-13. A braão é objeto d a eleição: Isaac e não Ismael (R m 9 .7 -9 ). Jacó
x. O vocabulário sugere o quadro dc um processo (cf. Jó I - e nào Esau (Rm 9.10-13). c atualm ente um resto (Rm 11.1-5).
2; Zc 3). com o no tem po de Elias (R m 11.2-5) e d e Isaías (R m 9 2 7 -2 9 ):
y . A expressão evoca o sacrifício dc isaac (cf. G n 22.16). o resto dos judeus q ue aderem a C risto. Q uanto aos ou tro s, eles
z. Cf. ls 53.6 gr.: e Deus o entregou por nossos pecados. continuam a desem penhar um papel no plano de D eus. A infi­
a . A lguns traduzem : Deus, aquele que justifica? delidade deles põe em ev id ên cia a liberdade d a eleição divina
b . A lguns traduzem : Jesus Cristo que morreu... que intercede que procede por livre escolha c nào depende das obras (Rm
por nós? (cf. Is 50.8-9). 9,11-12). Este era o ca so no A T (R m 9.10-17). este é o caso
c . SI 44.23. agora (R m 9.23-24). e tudo sc ordena finalm ente para a salvaçào
d . Lit. nem a altura nem a profundidade. Paulo enum era um a de uns e de outros (Rm 113 0 -3 2 ): Deus encerrou to d o s os ho­
lista dc forças (angélicas, dem oníacas, astrológicas) considera­ m ens na desobediência, para fazer m isericórdia para com todos.
das com o podendo ser hostis a o hom em . i. O anátema não é um a sim ples excom unhão eclesiástica. No
c. Lit. do amor de Deus que (está) em Jesus Cristo, nosso A T. a palavra (herem) im plica a d estruição total dos inim igos de
Senhor. D eus e dos seus bens (D l 7.26). N o N T. ela com porta a idéia dc
f. Q uerendo que ninguém possa duvidar das afirm ações capi­ m aldição: quem é ferido p o r um anátem a não som ente é ex clu í­
tais que ele vai proferir e que tom a particularm ente a peito. d o d a com unidade, mas tam bém é m aldito (A t 23.12; G i 1.8;
Paulo não se apóia som ente cm sua lealdade pessoal; ele invoca IC o r 1 2 3 : 16.22). E ssa declaração excessiva d e Paulo m ostra o
o C risto e o Espírito Santo com o duas testem unhas irrecusáveis am or que ele tem pelo povo ju d eu .
(cf. 2C or 2,17: G l 1.20). É possível que o apóstolo pense nas j . A palavra traduzida por raça significa igualm ente: família,
duas testem unhas exigidas pela lei (D t 19.15). tribo, povo. etnia. Ela nào perm ite abordar o m istério de Israel
g . Lit. no Espírito Sanio. P aulo considera aqui a sua consciên- sob o ângulo “ racial*', no sentido atual d o term o.
n?4 22M9 3 c a m e - <e*es fl06 S^ ° os israelitas1 .a quem e , portanto, não haviam co m e tid o nem o
5-6: oi 7.6: pertencem a ad oção , a g ló ria , as alian- bem nem o m al. e já — para que se per­
Os n . i , • .. « ..
a i 1 3 .1 7 : Ça s - a ' e i- ° culto, as prom essas 3e os pais1, petuasse o desígnio de D eus, desígnio
e7 2 u e ' es e n ^ m ^ 0S quais, segundo a cam e. que procede p o r livre e sc o lh a l2e não n.5-’
i.3: gi 4.4: d esc en d e o C risto , q u e esta' acim a de depende das obras, m as d A quele q ue cha- Jpj n o
u 3 .23"-34 tudo. D eus bendito eternam ente. Am ém*, ma — foi-lhe dito: O m a is velh o será
uo 5 » 6N ã ° que a palavra de D eus tenha fa- su jeito ao m ais m oç& , ,3seg u n d o o que
t i 2.13: lhado: com efeito, to d o s os que são da está escrito: E u a m ei Jacó c o d iei E sa d .
Nm ».!^ posteridade de Israel" não são Israel0 7e, l4Q ue direm o s, pois? H averia injustiça, di 32.4:
u 55.io.li: em bora sejam descendência de A braão, em D eus? N ão, decerto! l5E le d iz , com ^ is-7
Hb 4.12 J ,
2.2S-29; nem to d o s são seu s filh o s. N ão: E a efeito , a M oises: E u farei m isericórdia a M9.75
G4 .2 ?-3 í: posteridade dc Isaac q u e será cham ada q u e m q u iser fa ze r m isericórdia e terei
. í 1!,3'?; a tu:i d e sc en d c n cisf.K ) que significa: não com paixão? d c qu em q u iser ter c o m p a i­
JO n J t - 4 4
são os filhos da c am e que são filhos de xão. ,6Isso não d ep en d e, p o is, nem da
D eus; com o d e scen d ên cia, som ente os vontade nem dos esforços d o hom em *,
filhos da prom essa são levados em c o n ­ m as da m isericórdia de D eus*. 17É assim n,3i: 15 .9 :
ta. 9Pois era um a prom essa esta palavra: q u e a E scritura d iz a Faraó: E u te susci- !^f
Pela m esm a época e u voltarei, e Sara tei precisam ente para m o stra re m ti o m eu
terá um fdhcfi. ,0E não é só isso: tambe'm p o d e r e para que o m eu n o m e seja p ro ­
ha' R ebeca. É som ente de Isaac, nosso clam ado p o r toda a terra'. l8A ssim . pois,
pai, que ela concebera'; “ e , no entanto, ele faz m isericórdia a quem q u e r, e en- e» 4.2 1 :
os seus filhos ainda não tinham nascido d u rc c e a q u e m q u e r1'. 7‘3

k. Isto é . os descendentes de Jacó; sabe-se que este recebeu de r. Lit. tendo concebido de um só. Isaac nosso pai. O caso dos
Deus o nom e dc Israel (Gn 32.29). “ Deste privilégio decorrem dois gêm eos. Esaü e Jacó. evocado aq u i. m anifesta de modo
todos o s outros: a adoção filial que faz do povo eleito o filho incontestável a liberdade da escolha divina. A m bos filhos de
prim ogênito dc Deus (Ex 4.22). a glória pela qual Deus habita Isaac. poder-se-ia pensar que fossem , ao m esm o título, filhos de
no meio d o seu p o v o e se com unica a ele (ls 40.5; Sl 85.10) ...a s A braão e filhos da prom essa, no sentido dos vv. 7 e 8. No
alianças com A braão (G n 15.18), Jacó-Israel (Gn 32,29), Moisés entanto, antes m esm o d o nascim ento dos dois gêm eos. Deus
(Ex 24.7-8). D avid (2Sm 7.11-16; Sl 89.29). o culto prestado ao decide que só o s filhos de Jacó serão filhos d a prom essa, decisão
verdadeiro D eus. a lei com o expressão d a sua vontade. as prom es­ tanto m ais inesperada quanto, no caso presente, é o mais moço
sas m essiânicas, os patriarcas depositários d a revelação e, privilé­ que é preferido ao mais velho (cf. v. 12).
g io por ex celên cia, a honra de ter d ad o origem ao Cristo'* s. G n 25.23.
(Lyonnet). t. Ml 1 2 -3 . Cu amei Jacó e odiei F.saú. sem itism o por eu
I. Esta palavra não designa som ente as grandes figuras do preferi Jacó a Esau (cf. G n 2 9 ,3 1 e Lc 14.26 esclarecido p o r Mt
livro do G ênesis (A braão. Isaac. Jacó e seus filhos); ela deve ser 1 0 37). N ão se trata aqui dc um ju ízo de valor em itido sobre
entendida aqui no sentido geral de “ antepassados". Isaac. m as d o lugar e do papel da d escendência dc cada um deles
m . C ertos com entadores, interrom pendo a frase após Cristo. na história da salvação.
com preendem o fim do v. com o um a doxologia dirigida ao Pai: u . Ex 33,19. A verdadeira resposta ã objeção d o v. 14 só sera
Aquele que esta' acima de tudo é (ou seja) bendito eternamente. dada no v. 20. A qui. Paulo conienta-se em citar um novo exem ­
Amém. Em bora podendo apoiar-se cm vários paralelos (Rm 1J25; plo da soberana liberdade da ação dc D eus. N este capítulo, não
2C or 1 3 ; 1 13 1: E f 13 ) . essa interpreurção é . no caso presente, se trata prim ordialm ente d a salvação eterna dos indivíduos, mas
difícil de ju stificar gram aticalm ente: por outro lado, ela parece do seu lugar no plano de Deus para Israel c . por este povo. para
não convir ao contexto, a hum anidade.
n. Isto é . Jacó (cf. G n 32.29; Rm 9.4 nota), v. Lit. Isso não depende, portanto, nem daquele que quer, nem
o. Isto é, o verdadeiro povo da prom essa, o Israel de Deus (Gl daquele que corre.
6.16), que é o Israel segundo o Espírito, oposto ao Israel segun­ w . A qui. com o no v. 18. trata-se da eleição e nâo d a santifi­
do a carne (IC o r 10.18). cação ou d a salvação final. Paulo q u er afirm ar que os esforços
p. G n 21.12. Lit. é em Isaac que um;i descendência sení no­ hum anos são im potentes para fazer ch eg ar ã justificação. A lhu­
meada para ti. Respeitou-se a frase de P aulo, mas é evidente res. ele tam bém deixou claro que o hom em , justificado pela
q ue, nesta passagem com o em todas as outras em que ele em pre­ graça de D eus. não se poderia disp en sar da luta e d o esforço
g a a palavra descendência (sperma: p. ex.. Rm 4.13.16.18; 9.8.29; (Rm 6,13-19; 12.11; IC or 9.24-27; R 3,12-14).
11.1). o apóstolo quer significar que. entre os filhos de A braão, x. Ex 9,16. Este versículo pode ser ilustrado por Ex 7 -1 5 .
som ente são a sua descendência autêntica o s que. em seu segui­ y. Paulo não considera nem a culpabilidade pessoal do Faraó,
m ento, crendo com o ele na Palavra, tornam -se o povo da Pro­ nem a sua reprovação eterna. A firm a que a atitude d o perseguidor
m essa. os filhos de Deus (v. 8). fazia p an e de um plano superior de Deus: sem o saber, o Faraó,
q . G n 18.10.14. por sua obstinação, concorria para a realização d a Promessa.
S o b e r a n a l ib e r d a d e d e I)c u s . l9M as m ar, é o resto' q u e será salvo; a p o is o
e ntão, dirás. de que se q u eix a ele ainda*? Sen h o r c u m p rirá plen a e p ro n ta m en te a
P ois, afinal, quem resistiria à sua vonta­ sua pa la vra so b re a terra1. ” E ainda o
d e ? 20— Q uem és tu , ó h o m em , para que predissera Isaías: S e o S e n h o r dos
si, 12.12-. e n tra r em contestação com D eus? A caso exércitos n ã o nos tivesse d eixa d o um a
16 3 » 2 c^ r<’1 u ° ^ ra a o artif Ke“: P ° r que m e fi­ descen d ên cia \ nós nos teríam os tornado
zeste assim ? 2lPorventura o oleirob não é com o Sodom a. sem elhantes a G om orra'.
k 64.7: sen h o r da sua argila para fa ze r, da m es- "Q u a l a c o n clu são ? Esta: pagãos que
m a m assa - ,a ' vasilha dc uso nobre, tal não procuravam a ju stiç a " o b tiveram -na
o u tra de uso v ulgar? 22Se po is D eus. — falo da ju stiç a que vem da fc'“ — . -'‘en-
q u erendo m ostrar a sua c ó lera e d a r a quanto Israel, que procurava um a lei que Rm i<>.2-9:
c o n h e c e r o seu p o d e r, su p o rto u com pudesse alcançar-lhe a ju stiç a ”, não acer- ^ ;7|:|( 9 |4.
Rm 2.4; m uita paciência vasos d e cólera1' prontos tou com a lcip. ,2P or quê? P o rq u e esta
3-J5' 26 para a perdição. Bc isto a fim de desv en ­ ju stiç a , e les nâo a esperavam d a fe'. m as
d a r a riqueza da sua g ló ria para com pensavam o btê-la das obras*1. E sbarraram
K.29 JO: vasos de m isericórdiad que e le, de ante- na pedra de tro p eço , ''se g u n d o o que esta'
Ef ' í ít m “° - preparou para a g ló ria , 24a nós que escrito: E is q u e eu p onho em S iã o um a
pi 4.W c ham ou não som ente d entre o s ju d eu s, pedra d e tropeço, um rochedo q u e f a z k m:
m as ainda dentre os p a g ã o s '... “ É isto cair; m a s q u em c re r neler n ão se rá con- ^ d22'6^,
m esm o que ele diz com O séias: A quele fu n d id ó *. Ml 21.42
um 2.10 qu(j nã o era o m eu p o v o , eu o cham arei
M eu P ovo’ e a que não era a a m ada, a -| r i J u d e u s e p a g ã o s tê m o m e s m o Se*
cham arei A m ada; * e a í m esm o onde lhes n h o r . 'Irm ã o s, o d e se jo d o m eu
fo r a d ito: “ Vós não so is o m eu p o v o " , c oração e a m inha o ração a D eus por
eles serão cham ados filh o s d o D eus W iy j* . eles é que eles cheguem à salvação. 2Pois,
27Isaías. por sua vez, ex clam a a respeito11 eu sou teste m u n h a, eles têm z elo por
de Israel: M uito em bora o n úm ero dos D eus, m as e' um zelo que nâo e' ilum ina- a i 22 _v.
1 1.5 f ilh o s de Israel fo s s e c o m o a areia do do pelo c o nhecim ento1; -'desconhecendo JJj!"

z. Ou: que pode ele ainda censurar? e receberia os bens m essiânicos (A m 3.12; 5,15; Is 4 3 ; 6.13:
a . Is 29.16: 45.9. 10.20: Mq 4.6-7; S f 3.12-13: Jr2 3 .3 : Ag 1.12: Zc 8 .6 -1 1 ; 13.8-
b . O A T exprim e m uitas vezes, com a im agem do oleiro, o 9; cf. SI 18.28: 73.1).
dom ínio soberano de Deus sobre o hom em (G n 2,7; ls 29,16; j . ls 10.22-23.
41.25 : 45.9; 64.7; Jr 18.6; Sr 33.13; Sb 15.7). k . M ais um a vez o tem a d o resto.
c . Isto é , hom ens que, por causa de seu desconhecim ento dos I. Is 1,9.
cam inhos de D eus c de seu apego ao pccado. sào objeto da m . E com relação aos ju deus que P aulo pode d iz er, generali­
cólern dc Deus: eles cstào no ponto, m aduros paru a perdição. zando, que os pagàos nâo procuravam a ju stiça, isto é . não a
Paulo evita dizer que foram m odelados por D eus. independente­ justiça m oral, à qual certos pagãos asp iraram , m as a ju stiça no
m ente do próprio com portam ento, cm vista d a perdição. sentido religioso.
d . Isto c. hom ens que sào objeto d a m isericórdia gratuita de n . C laram ente, é d e Deus que vem a justificação , pois esta não
Deus. D iversam ente do v. precedente. Paulo afirm a aqui que pode de m odo nenhum ser fruto de um a ob ra hum ana; mas é con­
esses vasos de miseric<>rdia foram plasm ados por D eus em vista cedida por Deus e nxebida pelo homem na e pela fé (Rm 3.21-26).
da glória. o . Lit. que procurava uma lei de justiça.
e . A fra.se fica suspensa; as bruscas interrupções nào são raras p . Lit. nào alcançou a lei. Israel não chegou à m ela à qual a
em Paulo (Rm 5.12; 15.23-24; 2C or 5.6-7; E f 3,1). lei devia conduzir, de um lado por não a ter o bservado (M l 23.3;
f. O s 2.25. Neste oráculo. O séias anuncia a volta à graça de At 15.10; Rm 2.21-23) e, de o utro, por não ter com preendido a
Israel culpado. R ejeitado, tem porariam ente, p o r D eus. por causa sua finalidade.
das suas faltas, o p ovo eleito voltara a ser, no dia d a conversão q . Lil. ixrrque nào da fé , mas como das obras. A os olhos de
e do perdão, povo de D eus, o seu povo. C om tranqüila audácia. Paulo q ue. sistem atizando, em ite um ju lg am en to global sobre o
Paulo aplica esse texto aos pagãos: eles. que não eram povo de Israel infiel, antes que sobre cada um dos seus m em bros; o ju ­
Deus. tornam -se. em Jesus C risto, o seu povo. daísm o. m esm o depois de C risto, contava co m as obras para
r . O s 2.1. obter a justificação.
h . O u. em favor. r . Neste v.. o sentido d esta expressão é: aq u ele q ue se apóia.
i. Tem a capital d a pregação profética. O s profetas não cessa­ que se fundam enta nele (pela fé),
ram dc anu n ciar que só um a pequena minoria do povo de Israel, s . Is 28.16.
o resto, com preenderia o sentido das provações, convcrter-se-ia t. Lit.: mas nào segundo o conhecimento.
9 ,31 . a ju stiç a que vem de D e u s",e procuran- é a palavra da fé que nós proclam am os.
u- i&is: estab e le c er a sua própria ju stiç a , eles 9S e, com a tua boca, c onfessas que Jesus a i 2.36:
- o u . « / ICor 12.3;
18.9-u n 5 0 se subm eteram à ju stiç a de D eus. e S enhor e se, em teu c o raç ao . c rc s 'q u c Fl 2 ,,
g i 3.24: 4 p 0 j s 0 f |m ,ja jc jv(í C risto, para que seja D eus o re ssu scito u d o s m o rto s, serás
2<h'Í s 13. d;ida a ju stiç a a todo hom em que crc. salvo. 10Com efeito, crer no próprio cora­
At 13.39. - 'o próprio M oisés escreve da ju stiça ção conduz à justiça, e confessar com a
Rm que vem da lei: O hom em que a cum prir própria boca conduz à salvação. "P ois a
gi 3 .1 2 viverá p o r c la “. 6M as a ju stiç a que vem Escritura diz: Todo aquele que nele crê
da fé fala assim : N ã o digas no leu co ra ­ não será confu n d id o “. l2A ssim , não há
ção: Q uem su b irá ao céu?, o que seria diferença entre judeu e grego1': todos têm ^^
fazer C risto descer de lá; 7nem : Quem o m esm o Senhor, rico para com todos os di 3.28.
descerá ao a b ism o '? , o que seria fazer que o invocam . '-'Com efeito, todo aquele 9*
C risto subir d entre os m ortos. aQ ue diz que invocar o nom e do Senhor será salvcf. r™ i 1.33
e la, então? Ju n to de ti está a palavra, em '■•Ora, com o o invocariam sem terem
tua boca e cm teu coração*. E sta palavra crido nele? E com o creriam nele, sem o Hh u.6.
Al 8.31

u . Lit. a justiça de Deus. P aulo, para os fins da sua dem ons­ a fé (Fl 3,9) e não a q ue o hom em pretenderia encontrar nas
tração. generaliza. Bem que o judaísm o conhcccu a justiça que próprias obras (Rm 3.20-28; 9 3 2 ; G l 2.16: 3.6-9; Fl 3,9). A
vem de D eus. mas nâo viu que essa justiça se m anifestava no justiça recebida pela fé é um dom g ratuito d o qual o hom em não
C risto e nâo pela lei. sc pode orgulhar (R m 3.27; 4 .2-5; 5.17; E f 2.8-9; At 15.11). E
v. O fim da lei: o term o grego que nós traduzim os por fim não é só a justificação que é um dom de D eus; a própria fé. pela
(telos) pode exprim ir, ao m esm o tem po, a idéia dc m eta. de qual se chega à salvação em virtude da livre eleição d c D eus, é
term o e de realização. um a graça (2T s 2,13). O ato de fé por excelência, a confissão do
w. Lv. 18.5. Paulo afirm a sem pre claram ente: a lei. plenam en­ senhorio dc Jesus (R m 10,9), só são possíveis ao hom em no
te cum prida, conduz à justiça (cf. Gl 3.12). De fato. porém , Espirito Santo (IC o r 1 2 3 ).
ninguém pode cum pri-la dc maneira perfeita. Outra leitura: aquele V . N a justificação pela fé. cumpreni-.se as prom essas feitas
que jizer essas coisas viverá por elas. a A braão (Rm 4.1-25; G l 3,6-18). A verdadeira descendência
x. Dl 9.4 {Não digas em teu coração . .. é por causa da minha de A braão é o povo dos cren tes, seja qual for a sua origem ,
justiça...) e D t 30,12-13. A ssim , pois. para P aulo, a justiça que judaica ou pagã. O s pagãos são cham ados agora à salvação
vem da fé já fala. no A T. a propósito da própria lei. Ele estabe­ com o m esm o título que Israel (R m 1.16: 3.29; 9.30; 16.26;
lece assim um paralelo entre a revelação da lei c a do C risto, e G l 3,8; cf. At 15,11). C om isto, realiza-se a prom essa de Gn
faz, sem dúvida, alusão à ressurreição do S enhor, com o o co n ­ 173: Eu fiz de ti o pai de um grande número de povos (Rm
firm a o v. 9. O utros viram neste v. um a alusão à Encarnação, 4.17; GI 3,8).
y. Dt 30.14. V I. A ju stiça recebida pela fé é perdão dos pecados (Rm 6 .1 1-
z. A f é i o ato pelo qual o hom em se confia a D eus. único 14; Gl 5.24; C l 2.12-13), reconciliação com Deus (2C or 5.18-
autor da salvação em Jesus C risto. 21; E f 3.12; Cl 1.22-23), união com Jesus C risto (E f 3,17). Ela
I. A fc c resposta à Boa N ova d a salvação anunciada pelos inaugura a vida do Espírito (GI 3,2-5; 5 3 -6 ; E f 1,13-14). Paulo
pregadores (Rm 10.11-15). Estes nada m ais fazem do que trans­ une a fé ao batism o cm Gl 3,26-27 e Cl 2.12: entrando na co­
m itir um a mensagem que vem dc Deus (G l 1.11-12) e com o tal munidade pelo batism o, os crentes exprim em solenem ente a sua
deve ser recebida (lT s 2.13). A fé. com efeito, não assenta nem fé, decisão do coração e confissão ora! (R m 10.10).
na sabedoria hum ana, nem no prestígio dos apóstolos, mas no VII. V erdadeiro conhecim ento (Fl 3,8-10), a fé, no entanto,
poder dc Deus (IC o r 2,1-5; IT s 1 3 ). nào é , neste m undo, a luz perfeita (IC o r 13,12): só mais tarde
II. O objeto próprio da fe é o m istério dc C risto, que Deus ela desabrochará na visão clara (2C or 5.7). D aqui até lá, ela está
ressuscitou dos m ortos e fez S enhor e único Salvador de todos ligada à esperança (Rm 5,1-2: IC o r 13,13: Gl 5 3 ) : age por meio
os hom ens (Rm 4.24: 10,9; IC or 1 2 3 : 15.1-11; F! 2 .8 -1 1: cf. At do am or (G l 5.6). Fé. esperança e am o r são m uitas vezes m en­
2 3 2 : 1 7 3 1 . N3o há salvação fora de Jcsus C risto (Rm 3.23-26; cionados juntos (R m 5.1-5: IC o r 13,13; E f 1,15-18; 4.2-5: Cl
IC o r 1 30-31: Gl 2.16: E f 1.3-11; cf. At 4,12). C rer é responder 1.4-5: IT s 1,3: 5.8). N esta vida, a fc é vivida nas provações (Fl
ao Evangelho da salvação (R m 1.16; IC or 15,1-2; Fl 1.27; E f 1.29; E f 6,16; IT s 3,2-3; 2Ts 1,4) em meio às quais o crente
1.13). deve perm anecer firm e (IC o r 16,13; Cl 1.23; 2 3 -7 ). Ela não é
III. A desão da inteligência ao Evangelho, a fé é, ao m esm o um tesouro inerte, mas um a vida (R m 1.17). q u e. sem cessar,
tem po, subm issão do hom em a D eus na obediência (Rm 6.17: deve-se desenvolver (2 C o r 10,15: ITs 3.10; 2Ts 1 3 ).
2C or 10,4-5; 2Ts 1.8; cf. At 6,7); assim . Paulo pode falar da a . Is 28,16.
obediência da fé, isto é . dessa obediência que é a fé (Rm 13: li. Entre judeus e pagãos não h á m aior diferença na salvação
16.26). Na fé o hom em se confia a Deus por saber que ele é fiel do que na condenação (cf. Rm 3 3 2 ) .
às suas prom essas (Rm 3.3-4; IC o r 1,9; 2C or 1.18; ITs 5.24) e c. Jl 2 3 2 hebr. = 3 3 gr. (cf. Sl 8 6 3 ; At 2,21). Esta aplicação
capaz de cum pri-las (Rm 4,21). a Jesus do título de Senhor, que o A T reservava a Deus. indica
IV. É pela fc que D eus justifica o hom em (Rm 1,17; 3.21-26). que. no pensam ento dos prim eiros cristão s, a obra do C risto c
A verdadeira ju stiça é aquela que vem da f é (Rm 10.6), que é m esm o obra dc D eus. “ Essa unidade dc vocabulário m ostrava
dada pela fc (Rm 3.25), que. proveniente de D eus, apóia-sc sobre bem a continuidade da aliança*' (Leenhardt).
terem ouvidod? E com o o o u v iria m , se povo™? D e m odo nenhum ! P ois eu m es­
ningue'm o proclam a? ,SE co m o procla- m o sou isra e lita , da d e sc e n d ê n c ia d e 2 C o rii.2 i:
ma'-lo, sem ser enviado? P or isso e stá A braão, da tribo dc B cnjam in. 2D eus não R 3-5-7
escrito: C onto são belos o s p é s d a queles rejeitou o se u p o v o ”, que ele conheceu ISm 12 ,22 :
qu e a nunciam boas novas*! “ M as nem de antem ão0. O u não sabeis o que d iz a Sl 94-14
him * to^ os o bedeceram ao E vangelho. Isaías E scritura, na passagem em q u e E lias se
jo 10 .26 diz com efeito: S enlw r, quem acreditou queixa dc Israel a D eusp? -'Senhor, eles
em no ssa preg a çã o '? l7A ssim a fe' vem m ataram o s teus p ro fe ta s, dem oliram o s
da pregação, e a pregação é o an ú n cio da teus a ltares; só resto eu, e eles atentam
palavra de Cristo*. ,KEu pergunto então: contra a m inha vidit*! 4M as que lhe res­
N ão teriam eles ouvidoh? C o m o não? P or ponde D e u sr? Eu m e re se rv ei sete m il
toda a terra ressoou a sua voz, e a s suas hom ens, os q u e não dobraram o jo e lh o
palavras, a té a s extrem idades d o m undo1. d ia n te d e Báal*. 5D o m esm o m odo, no
” Eu pergunto então: será que Israel não tem po p re sen te , tam bem há um resto,
co m preendeu? Já Moise's disse: E u vos segundo a livre escolha d a g ra ç a '.‘ M as
ii.n - 1 4 tornarei cium entos d o que não é um a sc é por g ra ça , não é, pois", em virtude
nação; contra um a nação insensata exci­ das obras, do contrário a graça não é m ais
tarei o vosso despeito1. “ Isaías chega até a g ra ç a '. 7Q u e d iz e r a isso? A quilo que
d iz e r Eu f u i achado p o r a queles que não Israel procura, ele não o alcançou: m as
« o m e procuravam , e m e revelei a os que não o s e le ito s" o alcan çaram ". Q u a n to aos
m e pediam nada*'.21M as a respeito dc Is­ ou tro s, foram en d u recid o s, "segundo o
rael ele diz: O dia inteiro estendi a s m ãos que e stá escrito: D eus lhes deu um e sp í­
a um p o v o indócil e rebeldé. rito d e torpor, olhos p a ra nâo ver, o u v i­
d o s p a ra n ã o ouvir, a té este dia1. ''D avid
1 1 D eus n ã o re je ito u Isra e l. 'P ergun-
diz tam bem : Q ue a sua m esa* lh es seja
Jr ji.37 to , pois: teria D eus rejeitado o seu um a a rm adilha, um a rede, um a ca u sa d e

d . Sem 11 terem ouvido. Para P aulo, quem fala na pregação que representa o co njunto d e Israel (v. 16) e q ue é o penhor da
apostólica é o próprio Cristo, salvação final da totalidade (vv. 25-32). Este resto já existia
c . ls 52.7; esle texto é um a m ensagem de liberdade proclam a­ segundo o A T (vv. 2-4); no m om ento em q ue escrev e. Paulo é
da íiOs cativos: ele ja recebera um a interpretação m essiânica no a prova viva d a perm anência deste resto,
judaísm o e sem dúvida contribuiu para a adoção da palavra n . ISm 12.22; Sl 94.14.
Evahgelho (cf. Rm 1.1 nota) pelo N T e pelos cristãos. o . Cf. Rm 8.29 nota.
f. Is 53.1. Esta citação anuncia os vv. 19*21. p . Lit. o que a Escritura diz. em Elias, como ele trata com
g. Lit. e a pregação pela pafuvra do Cristo: quer a palavra Deus contra Israel.
proveniente d o C risto, qu er a palavra referente ao C risto. A lguns q. IRs 19.10.14.
com preendem : por ordem do Cristo (cf. v. 15 nota). Em gr. a r . Lit. que lhe responde o oráculo?
palavra traduzida por pregação significa inicialm ente o que se s . IRs 19.18.
ouve. a escuta (L utero traduz: “ A fé vem do que se ouve**). Há t. Paulo rem ete aqui à doutrina desenvolvida anteriorm ente
aqui um jo g o de palavras proposital entrc a cscuta (akoè) c a (Rm 9.6*13): nem todos o s descendentes de Israel são Israel. Em
obediência ( hypakoè ) que dela deriva (v. 16). C f. Rm 13 nota. todas as épocas d a história d a salvação. D eus esco lh e, por pura
h.N ão teriam eles ouvido: trata-se dos ouvinie.s. aqui os judeu*. g rjç a . entre o s descendentes d e Israel, os verdadeiros beneficiá­
Í. Sl 19.5: as siujs vozes: trata-se da voz dos pregadores. rios da eleição.
j . Dt 32.21. Lit. Moisés fo i o primeiro a dizer: isto é . eu cito u. Lit. nâo ê mais em razão das obras. O mais é lógico c nào
M oisés cm prim eiro lugar (a lei), depois isaías (os profetas). O s tem poral. Em época nenhum a a eleição dependeu das obras (cf.
dois textos vem sublinhar a idéia seguinte: Israel teria podido Rm 9.6-13).
com preender, mas recusou-se a fazê-loe é a conversão dos pagãos v . C ertas testem unhas acrescentam : e se ê pelas obras, não é
que torna essa infidelidade ainda mais patente. mais utna graça, do contrário, a obra nâo ê mais uma obra.
k . Is 65.1. w . Lit. a eleição. T rata-se. no contexto, dos eleito s pertencen­
I. ls. 65.2. Essas citações dc Isaías introduzem a idéia d a en ­ tes a Israel, mas a afirm ação tem um alcance mais geral.
trada dos pagàos na herança d e Israel, questão que vai ser desen­ x .C f. Rm 9 3 0 -3 3 . onde o m esm o tem a é apresentado a propó­
volvida cm Rm 1 1. A exegese judaica já havia aplicado esse sito da oposição ju deus x pagãos, enquanto aqui aplica-sc à
texto aos pagãos. oposição, em Israel. en tre o resto eleito e os dem ais israelitas.
m . A resposta a esta pergunta é constituída por to d o o capí­ y . Is 29.10 e Dt 2 9 3 citados livremente,
tulo. Ela pode ser enunciada assim: não. pois a situação atual z. Ou a mesa deles significa a riqueza deles no mau sentido
csuí na linha d o A T. A eleição tem por objeto um resto (v. 5) da palavra (no Sl 69 .2 3 . citado aqui. mesa está cm paralelo com
q ueda e um ju s to c a s tig o '! 10Q ue o s seus d os ram os foram c o rtad o s, ao passo que
o lh o s se escureçam a té perderem a vis­ tu , o liv e ira se lv a g e m , foste e n x e rta d a Ef 2 . 11 - 2 2
ta : fa z e -o s sem c essa r c u rv a r a s costash. e ntre o s ram os restan tes da oliveira para
"E u pergunto, pois: será para um a que­ teres parte com eles na riqueza da raizg,
d a definitiva1'q u e eles tropeçaram ? Não. ‘"não te faças de org u lh o so às custas dos
por certo! M as graças à sua faltad.o s pa­ ram os. Bem podes te fazer d e orgulhoso'!
gãos tiveram acesso à salvação, para exci­ N ão e's tu que su sten tas a raiz, m as e' a
tar o ciúm e dc Israel'. l2O ra. se a falta deles raiz que te sustenta. l9D irás. sem dúvida: j0 4 22
mi h.m-12 : causou a riqueza do m undo, e a degrada- c o rta ra m -se ra m o s para q u e eu fosse
2I-43 çãof deles, a riqueza dos pagãos, que não enxertad o . “ M uito bem . E les foram c o r­
fará a total participação deles na salvação"? tados p o r causa d a sua infidelidade, c tu.
'■'Digo-vos pois, a vós, pagãos*1: na m e­ é pela fe' que te manténs*. N ão te o rg u ­
dida m esm a1cm que eu sou apóstolo dos lhes1,an tes tem e. 2lP ois se D eus nâo p o u ­
pagãos, m anifesto a glória do m eu m inis- pou o s ram o s naturais", tam p o u co a ti
te'rioi, l4na esperança dc ex citar o ciúm e p o u p a rá '." C o n s id e ra , pois, a bondade e
dos que são do meu sangue* e de salvar a severidade de D eus; severidade para
icor 9 .22 alguns deles1. l5Se, com efeito, o afasta­ com aqu eles que c aíram , bondade para
m ento deles” foi a reconciliação do m un­ contigo, con tan to que perm aneças nesta
do". que não será a reintegração deles, b o n d a d e ",c a so c o n trá rio , tam be'm tu se­
senão a passagem da m orte para a vida”? rás co rtad o . “ Q uanto a eles, se não fica­
icof 7.14 “ O ra , se as p rim ícias são santas, toda a rem na infidelidade, tam bem eles serão
m assa tambe'm o c'p: e se a raiz e' santa, e n xertados; pois D eus tem o p oder dc os
os ram os o são tam be'm . l7M as se alguns reenxertar. ^ t o m e feito , se tu. cortado
abundância): o u . segundo a interpretação d o T argum . a ine.su é fonte de um tal beneficio para o m undo, o beneficio causado por
a m esa dos sacrifícios. TniUir-se-ia então d o apego à m ateriali­ sua reintegração só pode ser superior; será um a vida tal que.
dade d o culto sacrifical. com relação a ela. o estado anterior parecerá um a m orte. Ez 37
a . Lit. unia retribuição (.subentendido, d a infidelidade deles). exprim e um a idéia análoga a propósito da restauração m essiânica
Não se deve atribuir um sentido estrito a todos os term os da de Israel. N um erosos com entadores discernem aqui um a alusão
citação, da q ual Paulo exirai a idéia geral de condenação. à ressurreição dos m o n o s no últim o dia.
b . Sl 69.23-24. p . Lit. se santas as primícias. a massa também. A lusão a Nm
c . Lil. será que eles tropeçaram para cair? A oposição é entre 15.19-21. A consagração dc um a parle privilegiada tom a. dc
um a queda provocada por um obstáculo, e d a qual é possível certo m odo. todo o conjunto consagrado. T rata-se aqui, nào de
r e e r g u e r - s e ( tr o p e ç a r ) , e u m a q u e d a se m e s p e ra n ç a de santidade m oral, m as do vínculo especial de pertença a Deus.
reerguim ento (para cair). criado pela consagração, isto é . na realidade da eleição c da
d . Pode-se tam bém traduzir: passo em falso, segundo o senti­ aliança. A s prim ícias. com o a raiz. designam provavelm ente o
do etim ológico d a palavra grega f)arü'ptõma. resto fiel. representado na origem pelos patriarcas c. agora, pe­
e. Lil. o ciúme deles. A té agora, este ciüm e se m anifestou por los judeus tom ados cristãos.
um a oposição ao Evangelho (cf. At 13.45; 17,5). M as Paulo q . Lil. Tu foste enxertado entre elas e te tornas te particifKinte
espera que ele venha a ter o efeito contrário. na raiz da gordura da oliveira. T exto d ifícil, talvez corrom pido.
f. A palavra grega hêttèma significa ao m esm o tem po deca­ A lgum as testem unhas om item na raiz. outros trazem : na raiz e
dência c diminuição. O ra, a decadência de Israel consiste preci­ na gordura da oliveira. Dc q ualquer m odo. não há dúvida quan­
sam ente no fato de que som ente um pequeno núm ero acreditou. to ao sentido.
g . Lit. com quanto maior razão a plenitude deles? A palavra r . O u. co m certas testem unhas: se tu te orgulhas (kaukhasai
grega plêrittna tem . ao m esm o tem po, o sentido quantitativo e em lugar de katakaukhasai). O sentido é então: se queres orgu*
qualitativo, correspondentes aos dois sentidos de hêttèma. cf. lh a r-te.é possível, m as seja no fato d e q ue és levado pela eleição
nota precedente. de Israel.
h . T rata-se dc cristãos oriundos do paganism o. s. Cf. Is 7.9: Se nâo credes, nâo resistireis.
L Paulo considera, portanto, que o seu m inistério junto aos t. P or sua própria natureza, a fé se opõe ao orgulho, a toda
pagàos esta ligado, enquanto ta l. ao m istério de Israel, presunção (cf. Rm 4.2 nota).
j. Lit. eu glorifico o meu ministério. u . O vocabulário de Paulo é po stu lad o pela pantbola. O s ra­
k . Lit. minha carne. mos naturais são os que cresceram norm alm ente, na árvore. Paulo
I. Ha' o p o sição entre o estado atuai em que som ente alguns nào quer d iz er que Israel seja. por natureza, dig n o de eleição.
aderem a C risto e o estado futuro em que esta adesão será o v . A lgum as testem unhas lêem : toma cuidado que ele não te
destino da totalidade do povo judeu (vv. 13.15). poupe a ti também.
m . E não: a rejeição deles, isso esta' em contradição com o v. I . vf. Isto é: sc perseveras nessa convicção dc q ue a bondade
n . O sentido d essa expressão é precisado cm 2C or 5,17-21. gratuita de D eus é a única fonte d e salvação, e se repeles toda
o . Lit. a vida a partir da morte. Se a exclusão de Israel foi presunção orgulhosa.
da oliveira selvagem à qual pertencias ric ó rd ia foi e x e rc id a p a ra c o n v o sc o ;
por natureza, fo ste. co n trariam ente à tua •'‘sem elhantem ente, e les tam be'm d eso b e ­
natureza, cn xertado na oliveira frutífera, d eceram agora, cm conseq ü ên cia da m i­
quanto m ais e stes serão cnxcrtados em sericórdia exercida para c o n v o sc o .a fim
sua própria o liveira, à qual pertencem por de que tam bc'm eles agorad sejam objeto
natureza'1! da m isericó rd ia'. ,2Pois D eus incluiu a
todos os hom ens na d esobediência para g i 3.22
A sa lv a ç ã o d e I s r a e l. 25P ois eu não que- c o n ced er a todos m isericórdia.
12 .16 ro, irm ãos, que ignoreis este m iste'rio. a MÓ profundeza da riqueza, da sabedo- si 139 .
fim de que não vos tom eis por sa'biosJ: o ria e da ciência dc D eus! Q u ão insondá- 5171,1
endurecim ento de um a parte de Israel vai veis são os seus ju lg a m en to s c im pene- si> 17.1
durar ate' que haja e ntrado a totalidade' traveis os seus cam inhos! MQ uem , com
dos pagãos. “ E assim todo o Israel sera' efeito, co n h eceu o p e n sa m e n to d o Se- iC or 2 .ii:
salvo*.com o esta' escrito: D e Sião virá o nho r? Ou quem f o i o seu co n selh eiro '? j '^
libertador, ele a fa sta rá d e J a có a s im ­ ssO u, ainda, quem lhe d eu p rim e iro , para
piedades. 21É eis q u a l será a m inha a lian­ d e v e r se r p a g o em troca*? '‘Pois tudo e' ic<* k.6:
ça com eles, q u ando eu elim in a r os seus d e le , e por e le . c para e le. A ele a glória Vio'7
p eca d o sh. “ C om relação a o E vangelho, eternam ente! A m ém .
eles são inim igos, e e' em vosso favor:
Di « 7 m as do ponto de vista da eleição, eles 1 q O c u lto e s p iritu a l: a v id a n o v a .
são am ados, e é por causa dos paisc. NPois ‘Eu vos ex o rto p o i s \ irm ãos, cm
Nra 23.iv os d ons e o ch am am en to d e D eus são nom e da m isericórdia de D eus, a vos ofe-
irrevoga'vcis. •'"Outrora. com efeito, vós rccerdes vós m esm o s'cm sacrifício vivo, 6 . 1 1 . 13 . 19 :

desobedecestes a D eus c agora, em con­ santo e agrada"vcl a D eus: este sera' o


seqüência da deso b ed iên cia deles, m ise- vosso culto espiritual1. 2N ão vos confor-

x. C onform e ou nào aos usos d a arboriculturu. esta par.íbola nào por causa dos m éritos dos p ais. mas por cau sa d as prom es­
deve ser interpretada cm funçào da finalidade visada por Paulo: sas feitas aos pais (cf. v. 29 c Dt 4.37; 9.5).
desârr.tigar ioda a presunção e todo o desprezo para com os d . C ertas testem unhas não trazem o ultim o agora ou têm em
filhos d e Israel nos cristãos de origem pagã. O v. 24 deve ser seu lugar: mais tarde.
com preendido à luz da doutrina constantem ente afirm ada por e . A construção difícil desta frase reflete a com plexidade da
Paulo: tanto para o judeu com o para o pagão, a eleição em Jesus relação de causalidade, tal co m o Paulo a estabelece entre a his­
C risto é um dom . tória de uns e a dos outros.
y . G lorificando-vos às custas de Israel (cf. v. 20). f. Is 40.13.
z . Lit. a plenitude. É difícil precisar o sentido desta expressão. g . Jó 4 1 3 .
Segundo num erosos com entadores. P aulo anunciaria um a época h. Aqui com eça a p an e ex o n a tiv a da epístola (cf. introd.:
cm q ue todas os povos da tem i seriam cristãos. Mns 2T s 2.3-4 P la n o ...). A m isericórdia de D eus. da qual se tratou no com eço
nào favorece essa interpretação: alias, a com paração com Rm d a epístola e especialm ente nos cap s. 9 - 1 1 (cf. Rm 1 1 3 2 ). pro­
15,19 convida a tom ar a idéia de plenitude em Paulo num sen­ voca em resposta um a atitude de oferta de si que se deve mani­
tid o antes qualitativo e a ver nela a plena realização do desígnio festar na vida das com unidades cristas (cf. Rm 6.19).
de D eus. C f. Rm 11.12; l.c 21.24. L Lit. oferecei os vossos cor/>os. N ào o corpo enquanto distin­
a . Todo Israel opõe-sc ao resto do v. 5 e a uma jxirte de Israel to d a alm a. mas o hom em inteiro agindo em e por seu corpo,
do v. 25: não se trata dos judeus tom ados individualm ente, mas sede necessária da sua existên cia e d a sua ação. da sua relação
de Israel em seu conjunto. Ha* um vínculo, nào cronologico. mas com D eus. com os hom ens, com o m undo. É p o r nosso corpo
de causalidade, entre a entrada do s pagàos e a conversão de que nós som os m em bros d o C risto (IC o r 6.15). O corjto épara
Israel (cf. v. 31). analogo ao que existe entre a infidelidade dc o Senhor e o Senhor i para o corpo ( IC o r 6.13). Eis p o rq u e nós
Israel e a conversão dos pagãos (v. 11). O utros com preendem devem os oferecer, com o C risto , o nosso corpo em sacrifício.
todo Israel com o designado o conjunto d o s crentes de origem Vosso corpo é um templo do Espirito Santo... vós nâo vos
judaica e pagã. pertenceis mo is ... Gloríficai. portanto, a Deus em vosso corpo
b . Is 59.20-21; cf. Is 27,9 lit. quando eu tiver eliminado os (IC o r 6.19-20).
seus pecados. — Eis é exclam ativo: tal sení o esplendor da j . Pode-se ainda traduzir. segundo a etim ologia, culto lógico,
minha aliança. Pauio utiliza esses textos em virtude de uma razoáwl. isto é . conform e à natureza dc Deus e d o homem.
com preensão mais profunda do s oráculos profe'ticos, que som en­ T odavia, é preciso lem brar-se d e que o adjetivo é freqüentem en­
te d revelação d o m istério (v. 25) tom ou possível. te em pregado em contextos an alo g o s. por autores judeus ou
c. Em favor de e por causa de traduzem a m esm a preposição gregos, para m arcar bem a d iferen ça entre o culto fonrtal e exte­
grega (dia). M as o paralelism o literário da frase nào deve fazer rior e o culto verdadeiro q ue en g aja o hom em inteiro. Este é o
esquecer u diferença dos pontos de vista. Por causa dos pais . culto que os profetas pediam a Israel (O s 6.6). C f. ainda IPd 22.
m cis ao m undo presente11, m as sede trans- m isericórdia, com alegria. ‘'Seja o am or
n ,i4 .i« 6 .2 7 : form ados pela renovação d a vossa inte- sincero. Fugi d o mal com horror, aderi ao Am 5.15
Ef 4.23: ligência. para d iscern irdes qual e' a von­ bem . '"Que o am or fratem o vos una com
IPd 1.14
2Cor 3.18: tade dc D eus: o que c bom , o que lhe e' m útua afeição; rivalizai na m útua estim a. Fl 2 J
5.i?: agradável, o que c perfeito. "C o m um zelo sem indolência, com um
H 110 lc j
Em nom e da graça que m c rfoi• dada.
1 4
espírito fervoroso, servi ao Senhor*. ,2Scdc
digo a cada um dentre vós: não tenhais alegres na esperança, pacientes na aflição, Al 1.14:
a 4.2
ICor 4.6: pretensões ale'm do que c razoável, sede perseverantes na oração. '-'Sede solidários
2Cor 10.13:
bastante razoáveis para não serdes pre­ com os santos1necessitados, exercei a hos­ IPd 4.9
Fl 2.3
tensiosos1. cada um segundo a m edida de pitalidade com diligência. ,4A bençoai os Ml 5.3X-4X
fe' com que D eus o aquin h o o u 1". *Com que vos perseguem : abençoai e não am al- ICor 12.26:
Sr 734
efeito, assim com o nós tem os vários m em ­ diçoeis. l5A lcgrai-vos com os que estão
bros em um só corpo e esses m em bros na a le g ria , chorai com os que choram .
não têm todos a m esm a função, 5assim , “ T en d e m uita concórdia entrc vós; não
ir o r io.i7: sendo m uitos, nós som os um só corpo em ten h ais pretensões a g randezas, m as d e i­
E4 4 2 5 - C risto , sendo to d o s m em bros uns dos xai-vos atrair pelo que é hum ilde. N ão l< 5.21:
5.30 outros".cada um no que lhe cabc. “T em os vox tom eis p o r s á b i o s l7N ão retribuais a ITs 5.15:
IPd 3,9
dons que diferem segundo a graça que nos ninguém o mal pelo mal; to m a i a p e ito
foi concedida. E o dom d e profecia? Seja fa z e r o bem diante d e todos o s h o m e n s'.
exercido dc acordo com a fé”. 7Algucm '"Se for possível, no que depender dc vós,
tem o dom do serviçop? Q u c sirva. O utro, vivei em paz com todos os hom ens. '''N ão Ml 5.39.44:
2Cor S.2I
-o dc ensinar? Q ue ensine. "Tal outro, o vos v in g u eis, m eus diletos, m as deixai Hb 12.14
dc exortar? Q ue exorte. A quele que dá. a g ir a cólera dc D eus", pois e stá escrito:
faça-o sem segundas intenções'1; aquele que A m im p ertence a vingança, eu é que retri­ Hb 10.30:
Lv I9.1X
presider, com zelo: aquele que exerce a b u irei'. diz o Senhor. “ Mas se o teu inimi-

k . Mundo ou século presente. Lil. este éon. O s prim eiros cris­ tanto no sentido d o conjunto das doutrinas que form am a fé
tãos tormini d o judaísm o o seu conceito de duas grandes eras nu cristã, q uanto num a acepção ainda m ais geral: de acordo com a
h istoria d o m undo: o século presente, em que 0 m al reina aber­ f é = na harm onia da fé da Igreja, isto é . na com unhão dos cren ­
tam ente. e o século futuro, em que Deus m anifestara 0 seu reino. tes. N este ca so . a exortação insere-se perfeitam ente no desenvol­
M as. para P aulo, com o para a m aioria dos prim eiros autores vim ento: os cristãos form am um só co rp o , cu jo s m em bros exer­
cristãos, o m undo futuro com eçou desde a vinda do C risto. O cem funções d iversas, mas esta diversidade nunca d eve levar
m undo presente, que jaz sob o signo d o pecado, sd perm anece ningue'm a se p ô r em evidência, a se o rgulhar d o seu dom par­
com o em sursis, o seu fim está decidido, o penhor do novo ticular. T u d o sucede na com unhão d o s crentes, a hum ildade e*
m undo já está presente. Im porta, portanto, que 0 cristão não portanto de regra. 2. T rata-se da fé no sentido subjetivo. A frase
deixe que a sua regra de vida seja regulada por um a realidade estaria então m uilo próxim a do que Paulo dizia no v. 3. e de
m á. votada a pronto desaparecim ento. acordo com a f é deveria ser com preendido: na proporção da fé
I. Esta tradução, que se inspira na dc E. O sty. tenta reproduzir recebida pelo indivUluo.
o jo g o d e palavras do gr., m esm o deixando de traduzir sem pre p . A palavra traduzida p o r serxiço parece ser tom ada aqui no
as m esm as palavras gregas pelas m esm as palavras vernáculas. seu sentido técnico: é o m inistério diaconal a serviço da ajuda
M as a form ulação d e Paulo supera de m uito um sim ples trocadi­ aos infelizes.
lho. Aqui e nos vv. seguintes. Paulo com bate com energia o vicio q . O term o grego significa ausência de m istura, pureza, sim ­
que am eaçará perpetuam ente as com unidade cristãs: a pretensão, plicidade (no sentido em que se fala. nas ciências, de corpos
a am bição. Ele exorta à hum ildade, ao am or e ao serviço fraterno. puros, sim ples), daí: sem segundas intenções (cf. Mt 6.22).
m . "O u a fé é nom eada aqui em lugar dos frutos da fé. isto é. r . Aquele que preside a Igreja (cf. IT s 5,12) o u . talvez aquele
dos carism as, o u . de preferência, trata-se d a fé com o estatuto de q ue. num a com un id ad e, preside à repartição d o s dons. Talvez as
existência, o term o fé designando o faio d e estar na fé. A sabe­ duas funções fossem acum uladas.
d oria consistirá em tom ar com o norm a a diversidade das condi- s . Em lugar de .vervi ao Senhor (ky rio s). certos mss. trazem :
ções atribuídas por Deus a cada um . sem nenhum a superioridade servi o tempo (kairos). 0 q u e certos com entadores interpretam :
nem inferioridade, pois tudo é graça. M as a m edida da fé assim Prestai atenção à ocasião ojxtrtuna (cf. E f 5.16).
com preendida pode diferir em cada um . pois o seu desenvolvi­ t . Santos (cf. Rm 1,7 noia e 15,25 nota),
m ento não é o m esm o para todos” (Leenhardl). u . Pr 3,7.
n . R eparam os a mesm a im agem a serviço d o m esm o raciocí­ v. Pr 3.4 gr.
n io. cm IC o r 12. especialm ente a partir d o v. 12. w . Lit. dai lugar à cólera. T rata-se m uilo evidentem ente da
o . Lil. segundo a analogia da fé . Pode-se com preender isso de cólera de D eus. d a í a tradução,
d )is m odos: I. T rata-se da fé no sem ido objetivo. A liás, não x. Dt 32.35.
g o tiver fo m e , dá-lhe d e com er, se tiver feitor. 5P o r isso é necessa'rio subm eter-
sede, dá-lhe de beber, pois, fa ze n d o isso, -se. não so m en te por tem o r d a cólera,
a juntarás b ra sa s vivas so b re a sua c a b e ­ m as tam bc'm por m otivo de c o n sc iê n c ia ', ipu 2,19
ça*.21N ão te deixes v encer pelo m al, m as ‘E ste é tambe'm o m otivo pelo qual pagais
sê vencedor d o mal por m eio do bem . im postos: os que o s recebcm d são e n ca r­
regados por D eus dc se d edicarem a este
j g I n s tr u ç ã o s o b r e a s a u to r id a d e s . o fício. 7Dai a cada um o que lhe é d e v i­
'S e ja to d o h o m e m s u b m is s o às do: o im posto, as taxas*, o tem o r, o re s­
mi 22 . 16-2 1 : a u to rid ad e s' que exercem o poder, pois peito , a cad a um o que lhe dev eis'.
ITm-nÍi ?- não autoridade a não se r por D eus e
ipj 2.13-17: as que existem são e stab elecid as por ele. A m o r m ú tu o e v igilância c ris tã . "Não
^
J o 19.11
2A ssim , aquele que se o p õ e à autoridade tenhais nenhum a dívida para com quem Jo 13 .34 :
se revolta contra a ord em querida por quer que seja. a não ser a de vos am ardes
D eus. e os rebeldes a trairão a co n d en a­ uns aos outros*: pois aquele que am a o seu
ção sobre si m esm os. -'Com efeito, os m a­ próxim o1'cu m p riu plenam ente a le i^ C o m
g istrados não são tem ív eis quando se faz efeito, os m andam entos: N ão com eterás
o bem . m as q uando sc faz o m al. Q ueres adultério, não m atarás, não fiirta rá s, não
não te r dc tem er a auto rid ad e? F aze o cohiçarás, bem co m o todos o s outros,
bem e receberás os seus elogios. 4pois resum em -se nesta palavra: A m arás o teu mi 19 .
ela esta' a serviço d e D eus para te incitar próxim o com o a ti mesmo>. luO am or não
ao bem". M as sc fazes o m al, então tem e. faz nenhum dano ao próxim o: portanto o icor 13 .4-7
P ois não c' cm vão que ela traz a espada: am or c o pleno cum prim ento da lei.
castigando11, está a serviço dc D eus para "T a n to m ais que sabeis em que tem po
m anifestar a sua cdlcra para com o mal- estam os: eis a hora de saird es d o vosso ^
_____ ICor 7.26.29
y . Pr 25.21-22 gr. Q ual é a intenção dc Paulo ao citar aqui esse nha. portanto, na vida dos hom ens, um papel em inentem ente
texto? Pode-se hesitar entre duas explicações: ele pensa, ao que positivo. Ú por isso que os cristãos devem se subm eter a ela.
parece, em um agravam ento da punição div in a, porque a bonda­ T odavia, as afirm ações d o apóstolo não instauram um poder
de da vítim a ressalta tanto mais a m aldade do culpado, ou eniào. absoluto de direito divino: pelo con tn írio . elas subm etem a au ­
ao contrário, pensa na conversão do m au. surpreso e perturbado toridade a um critério exterior a si mesm a: o bem : este nào pode
até o torm ento (cf. as brasas vivas) pelo am or com que a sua ser arbitrariam ente definido pela autoridade; no pensam ento de
vitima o trata. Paulo, supõe-se que co n esp o n d a à vondade d e Deus.
z. A palavra grega significa o direito de fazer algum a coisa, c. E ssa subm issão nào é som ente o efeito do m edo d o castigo:
d a í u possibilidade de a fazer, o poder, a autoridade (civil e ela se funda sobretudo na ex ig ên cia da consciência cristã que.
militar); nesta acepção, a palavra designa igualm ente o s hom ens segundo os vv. precedentes, lem bra ao hom em q ue a autoridade
ou instituições que exercem esse poder e essa autoridade. Com o não existiria se Deus não a tivesse q uerido. Este apelo à cons­
sc diz: o Poder. ciência convida, no en tanto, a não en ten d er a exortação paulina
É possível, senão verossím il, que Paulo tenha participado da com o um pedido d e subm issão ceg a. O apóstolo sabe perfeita­
crença ju d aica segundo a qual um ser celeste, um anjo bom ou m ente opor-se com vigor a toda pretensão inaceilavel d o poder
m au. representa no m undo superior cada um a das autoridades rom ano (cf. IC or 1 2 3 . onde se d eve ver. sem du v id a, um a alu­
terrestres, cuja ação ele inspira (cf. Dn 10: os anjos d a Pérsia e são ao culto im perial que proclam a q ue o im perador é S enhor e
da G récia). Neste caso. com preende-se por que essa m esm a por isso exige a rejeição de qu alq u er outro senhorio).
palavra pode às vezes designar claram ente um a classe de anjos d . Lit. aqueles.
no meio de outras, sem que se possa hoje decidir qual era e x a ­ e . Im postos cobrados pelas alfân d eg as, im postos indiretos.
tam ente a especificidade dc uns e de outros. C f. C l 1.16: tronos, f. Lit. Dai a todos o que lhes é devido: a quem o imposta, o
senhorios, potências, autoridades; E f 6.12: potências, autorida­ imposto: a quem a taxa. a taxa: a quem o temor, o temor; a
d es. príncipes deste século de trevas, espíritos de m aldade que quem o respeito, o respeito.
estãos nos « íu s . C f. ainda os elementos dc G l 4 3 : C l 2.20. Nesta g . Se é possível satisfazer todos os próprios d everes (dívidas)
perspectiva, o presente texto pediria um a dupla interpretação, cívicos, resta para o cristão um d ev er mais fundam ental: am ar o
sendo as autoridades, ao m esm o tem po, as potências angélicas c seu próxim o.
seus correspondentes terrestres. h. Lit. o outro.
a. Lit. fwis ela é pura ti ministro de Deus paru o bem. i. Se som ente o amor do próximo pode ser considerado com o
b . Lit. p o is ela é m inistro dc Deus. vingadora para a cólera cum prim ento pleno de toda a lei. é q u e esta não tinha outra
contru aquele que fa z o m al. Sobre essa “ vingança" d i\ m a. cf. finalidade: este am or o a sua finalidade. C f. Gl 5.14 e a maneira
12.19. A ordem social e política tem por finalidade o bem e. com o Jesus resum e a lei <Mt 2 2 3 7 -4 0 ): o segundo mandamento
conseqüentem ente, a repressão do m al. A a u to rid ad e.q u e g aran ­ que é sem elhante ao pnm ciro.
te a ordem , é serva de D eus. para o bem publico; ela desem pe­ j . Ex 20.13-17; Dt 5.17-21; Lv 19.18.
sonok; hoje. com e feito , a salvação esta' m an ter firm e. sPara um , há d iferenças
m ais próxim a d e nós d o que no m om en­ en tre os diasr; para o u tro , todos eles se g i 4.i<>;
to cm que abraçam os a fe. I2A noite vai eqü iv alem . C ada um , em seu julg am en to 01216
jo x.1 2 : a d ian tad a, o dia e stá bem próxim o. Re- pesso al, seja anim ado d e plena convic­
Uo2,X . . .
2Cor 6.7: jeitem o s, pois, as obras das trevas c re- ç ão '. ‘A quele que leva em conta os dias
El 6- vistam os as arm as da luz. '-'Com portem o- o faz para o Senhor; a q u ele q u e com e de
11. 13-17 ;
-nos honestam ente, com o em pleno dia. tudo o faz para o S en h o r, j á que d á gra- icor 1 0 3 0 :
U9: sem com ezainas, ncm bebedeiras, sem ç as a D eus. E aquele q u e não com e dc 1Tm 4 4
u-2U4: |jc e n c iosid ad cs. nem d ev assid õ es, sem tudo, o faz para o S en h o r, e d á g raças a
brigas ncm invejas. 1JM as revesti-vos do D eus. 7C om e feito , nenhum d e nós vive
01 3. 27;
Ef « 4 S enhor Jesus C risto , c não vos abando- para si m esm o, e ninguem m orre para si
neis às p reocupações da carne para lhe m esm o. "Pois se vivem os, vivem os para o
satisfazerdes as concupiscências. S e n h o r; se m o rrem o s, m o rrem o s para ^ « 3 .2 3 :
o Senhor1: q uer vivam os q u e r m orram os. 5 . 15 :

1 a O s f o rte s e o s fr a c o s . 'A c o lh ei os ao S enhor. , Pois foi para ser 012,20


p ertencem
i c o r n . 7- 13:A aquele que é fraco na fe1, sem criti- S enhor dos m ortos e dos vivos que C risto a i 10.42 :
Rm 15,7 c a r os seus escrúpulos"1. 2A um . a fe' lhe m orreu c tom ou à vida". l0M as tu. por q ue Fl 2,11
i c o r 1 0 .2 5 perm ite c o m er dc tudo", ao passo que ju lg a s o teu irm ão? E tu. por que despre­
o utro, por fraqueza, só com c legum es. zas o teu irm ão? T odos nós, com efeito,
^A quele que com e não despreze o que c o m p arecerem o s perante o tribunal de a i i 7 .3 1 :
nâo com e. e aquele que não com e não Deus*. "P o is está escrito: C erto com o eu JcorVui46'
c i 2 .1 6 -2 1 ju lg u e aquele q u e c o m c . pois D eus o vivo", diz o Senhor, todo jo elh o se dob ra ­
acolheu". '‘Q uem e's tu para ju lg ares um rá diante de m im e toda língua dará g ló ­
Tg 4.i i servopque não te p ertence11? Q uer ele fi­ ria a D eus'. l2A ssim . cada um de nós pres­
Ml 7.1
q u e de pe' q uer venha a cair. isso diz tará contas a D eus por si m esm o. 2.5 -6 . 16:

respeito ao seu próprio patrão. E ele re­ ‘•'Cessem os, pois, dc nos ju lg a r uns aos Hh 413
sistirá. pois o S e n h o r tem o poder dc o ou tro s. Julgai antes que não se deve ser

k . V ariante: nosso. graça de D eus. e que um am or sem elhante deve inspirar o seu
I. Neste cap.. Paulo encara o caso d e certos cristãos que ainda com portam ento.
nào tiniram todas as conseqüências da sua conversão ao Evan­ p . O fo n e e o fraco são. am b o s, servos d o S enhor (vv. 7-9) a
gelho. Em bora tenham abraçado a fé. eles se julgam sem pre quem é reservado o ju lg am en to (cf. M t 7.1: IC o r 4.5; T g 4.12).
obrigados a cum prir as prescrições legais do judaísm o (cf. Cl q . Lit. o servo de um outro (este outro é D eus),
2.16-23: ITm 4 .V 5 : T t 1.15). C om o fez em IC or 8.7-13 e 10.14- r . Lit. Um julga um dia com relação a outrrt dia. Neste ca p í­
33. a respeito d as carnes sacrificadas aos ídolos. Paulo pede. dc tulo. Paulo jo g a com a palavra julgar. O ra ele a tom a. com o
um lado. que cada um aja em conform idade com as próprias aqui. no sentido dc fazer um a d iscrim inação, o ra no sentido dc
convicções pessoais (vv. 5-6) e . por outro, que fones e fracos opinar, de pensar (v. 13b), ora no sentido de em itir um ju lg a­
evitem julgarem -se m utuam ente. O am or fraterno perm ite a to­ m ento de valor (v. 10). ora finalm ente no sentido de condenar
d o s. seja qual for o seu grau de adiantam ento na fé. viver na paz(v. 3). T alvez Paulo faça alusão a praticas judaizantes.
e na unidade. s . Lit. Que cada um em (ou por) seu próprio espírito seja en­
m . A quele que tem um a fé esclarecida não deve desprezar os chido. Paulo quer dizer que cad a um aja cm perfeita conform idade
escnípulos de consciência do fraco. Podendo a palavra traduzida co m as suas convicções pessoais. A lguns com preendem : que
por escrúpulos significar igualm ente opiniões, alguns traduzem : cada um atenha-se ao que p en sa e não se ocupe d o s outros.
sem discutir as opiniões, sem querer julgar as opiniões. t . O falo de que fortes e fracos p en en cem igualm ente ao Se­
n . Lit. um crê (poder) comer de tudo. O verbo crer, com o a nhor (v. 4 ) é mais im portante q u e as opiniões éticas particulares.
palavra fé nos vv. 22 e 23. é em pregado num sentido bastante u . A im agem d o servo e d o patrão (sen h o r, cf. v. 4 ) leva Paulo
p articular. Não se trata diretam ente da fé salvífica considerada a lem brar aqui que foi em sua ressurreição dentre os m ortos que
em si m esm a (com o em 3.21-26). m as dos juízos práticos que o C risto se tom ou S enhor g lorioso diante do qual todo joelho se
essa fé im plica, no dom ínio d o com portam ento: aqueie que é deve dobrar (Fl 2 ,1 0 -1 1).
forte na fé sabe que não está ligado pelas observâncias legais, v. O ju íz o final é . d e d ireito , reserv ad o a D eus (12.19). O
aquele cu ja fé é fraca crê ainda esta r subm etido a elas. C risto ressuscitado. S enhor d o s vivos e dos m ortos, com partilha
o . S e o s fortes são tentados a desprezar os seus irm ãos menos com o Pai essa prerrogativa (A t 1 7 3 1 : Rm 2.16; 2C or 5.10; cf.
esclarecidos ou a zom bar dos seus escnípulos, os fracos, por sua M t 2 5 3 1 -4 6 ).
vez. são levados a condenar aqueles q ue. pensam eles. valem -se w . Fdrm ula de ju ram en to freqüente no AT.
d a fe para se ex im ir de toda d isciplina m oral. A am bos. Paulo x. ls 49,18; 45.23. O texto d e Is aqui citado é aplicado por
lem bra que eles tiveram acesso à justificação unicam ente pela Paulo ao C risto g lorificado cm R 2 .1 0 -1 1.
ICor K.
para um irm ão causa de queda ou de te dc D eus, a convicção que te é dada pela ^ “r710'
9-13:
Ml IS.6 escândalo’ . l4Eu o sei, disto estou conven­ fef. Feliz daquele que não se condena a si 1 1 .3 1 '
Al 10.15: cido pelo S enhor Je su s': nada em si c' m esm o exercendo o seu discernim ento.
Mi 15.11: impuro: im puro, algo o e' para quem o a M as aquele que com e quando esta' com
ICor 1(1.2?:
ITm 4.14: considera com o tal. l5 Sc, tom ando tal ali­ dúvidas c' condenado, porque o seu com ­ ICor x.7:
Tt 1.15 Tg 4.17
m ento, contristas o teu irm ão, ja' não pro­ portam ento não procede dc um a convic­
cedes conform e o am or. L ivra-te de. por ção de fe'. O ra, tudo o que não procede de
ICor *.9-13 um a questão de alim ento, lazeres perecer um a convicção de fe' e' pecado.
aquele pelo qual C risto m orreu. '‘Q ue o ‘Mas e' um dever para nós. os for-
vosso privilegio" não possa ser lançado ao tes. carregar1' a fraqueza dos fracos c
descrédito. ,7Pois o R eino dc D eus não e' não procurar o que nos agrada. *Cada um icor 10.33
ICor K.H: questão de com ida ou bebida; ele e' ju sti­ de nós procure agradar ao seu próxim o,
01 5.22: ça. paz e alegria no E spírito Santo. ‘“É visando ao bem , para edificari. ' 0 C risto,
ITs 1.6
servindo a C risto desta m aneira que se e' com efeito, não procurou o que lhe agra­
agrada'vel a D eus c estim ado dos hom ens1’. d ava, m as, com o esta' escrito, o s insultos
l9 Procurem os. pois, o que conve'm à paz e d os que te insultavam caíram sobre m im 1.
12.17-1K; à edificação*'m útua. “ Por um a questão de JO ra, tudo o que foi escrito outrora. o foi
ICorj7.l5: com ida não destruas a obra de D eusd.Tudo para a nossa instrução, a fim dc que. pela ICor 10.11
Rtn: 15.2:
ICor 14.26: é puro, na verdade, m as não conve'm co­ perseverança e consolação proporcionadas 2Tm 3.16:
Ef 4.12-16: IA/t 12.9:
m er algo q uando assim se e' causa de pelas E scrituras, tenham os a esperança. 2Ah- 15.9
TI 1.15
q u e d a '.2lO que convem e' não com er car­ 5Q ue o D eus da perseverança e da conso­
Fl 2.1:
ICof K.I3 ne. nem beber vinho, nada que possa fa­ lação* vos conceda estar dc perfeito acor­ Is 40.1
zer cair o teu irm ão. “ G uarda para ti. dian­ d o entre vós. com o quer Jesus C risto1. 6a

y . N a Bíblia, o escândalo é a pedra que faz tropeçar e muita* da epístola, da qual se am putaram o s do is últim os capítulos: mas
vezes cair no cam inho (cf. M t 5.29: 18.6: IC or 8.13: IJo 2.10). com o ela interrom pe a epístola no m eio de um desenvolvim ento
z. É possfvel que Paulo se refira aqui a um a palavra de Cristo (cm Rm 14.23). não é prim itiva, e Rm 15 certam ente faz parte
(cf. Mc 7.15-23; Lc 6.4). O utros traduzem : disto eu tenho a do corpo da epístola. P oder-sc-ia d iz er o m esm o d e Rm 16?
convecção no Senhor. Eiste v. 14 c um parêntese no raciocínio do H ouve quem estranhasse a scverid;»de d o tom dc Rm 16,17-20.
apóstolo. Logicam ente, a idéia do v. 13 continua no v. 15. contrastante com o da epístola. N otaram -se certas afinidades com
a . Lit. que o vosso bem. Fórm ula geral que designa, sem dü­ os tem as das pastorais (cf. Rm 16.1 nota): há quem se tenha
vida. **a liberdade cristà com que se autorizam os fortes, mas que perguntado com o Paulo conhecia tanta gcrite (Rm 16.1-16). numa
era interpretada tendenciosam ente”(Lyoni>el). A lguns com preen­ cidade onde nunca tinha estado. — M as as m udanças de totn são
dem : que o que está bem aos vossos olhos. D e qualquer m aneira, freqüentes cm Paulo c a passagem de Rm 16. mais sem elhante
nào se trata de um a vantagem reservada a alguns: neste sentido, às Pastorais (16.17). tem precisam ente um paralelo no corpo da
nào ha privilégios na Igreja. O utra leitura: que o nosso bem. epístola (6,17). E Paulo pode ter encontrado em outro lugar, que
b . Cm Rm 12. Paulo ja' se preocupava com o cuidado dc ver não cm Rom a. os personagens q ue saüda. e . além d isso , nào é
os cristãos viverem em bom entendim ento com todos <12.17- necessário que os conheça a todos pessoalm ente. — A hipótese
18). Essa preocupação e freqüente nas epístolas pastorais (IT m segundo a qual Rm 16 constituía prim itivam ente um bilhete
2.2: 6.1: T t 2.9-10). independente, ajunlando ulteriorm ente à epístola, levanta mais
c. A edificação de que sc trata aqui não é o sim ples fato dc dar problem as do que resolve. — Só a doxologia final (R m 16.25-
o bom exem plo aos outros. P.. no sentido paulino habitual, a 27) cria um verdadeiro problem a. O tem a e o estilo a aproxim am
construção da com unidade cristã, da igreja-C orpo de C risto (cf. mais das epístolas do C ativeiro (E f-C I). e num erosas expressões
Rm 15.2; IC or 3.9: 14.5.12.26; 2C or 13.10; Kf 2.21; 4.12.16.29). sào estranhas ao vocabulário habitual de Paulo. M as essas obje-
d . A obra de Deus é aqui. seja o irm ão que é fraco na fé, seja ções estão longe de ser decisivas.
antes a grande obra de edificação de que sc falou no v. anterior. h . Preferível a suportar. T rata-se dc ajudá-los a carregar as
e. A caridade fraterna pode pedir ao que é forte na fé que suas fraquezas (cf. Gl 6,2).
renuncie ao uso d o privilégio de que falava o v. 16. Idêntica, a i. C f. 14.19 nota.
posição dc Paulo em IC or 8.13. j . Sl 69,10. Este salm o, que d escreve os sofrim entos d o ju sto
f. Lit. a f é que tu tens. A qui. com o no v. seguinte, trata-se. a perseguido, foi aplicado ao C risto desde as origens da Igreja.
nosso ver. da convicção pratica inspirada pela fé (cf. v. 1 nota). Paulo vê nesses sofrim entos, cuja origem é o zelo pela g lória de
O v. visa a todos os cristãos, fortes e fracos: uns e outros devem Cteus (Sl 69.10a), a prova de q u e Jesus não procurou o que lhe
ter um com portam ento que corresponda ao que lhes dita a cons­ agradava.
ciência esclarecida pela fé. k. C f. Is 40.1.
g . Rm 15-16 suscita um a questão de crítica literária. Não há I. Lit. segundo Jesus Cristo. Paulo não pede a seus leitores que
dúvida quanto à sua autenticidade, m as a tradição m anuscrita a renunciem às suas divergências dc opinião, mas repete a exor­
respeito deles é insegura. Parece ter existido um a recensão curta tação d o v. 2. C f. Rm 12.7.
fim de que, com um m esm o coração e a m ente. l5E n tretan to , para reavivar as vos­
um a só vozm,d e is glória a D eus. Pai de sas lem branças, eu vos escrevia trechos
nosso S enhor Jesus Cristo. com um a c erta o u sa d ia " .e m virtude da
graça que D eus m e deu ,6de ser m inistro
O a c o lh im e n to fra te rn o . 7A colhci-vos,
de Jesus C risto ju n to aos pagãos, co n sa­
pois. uns aos outros, com o o C risto vos" g rado ao m iniste'rio d o E v angelho de
acolheu, para a glória de Dcus“.*Com efei­ D eus, a fim de que o s pagãos se tom em
to. eu o afirm op,é em nom e da fidelidade um a ofe re n d a q u e , santificada pelo E spí- h 2 .17
mi 15.24 de D eus que C risto se fez servidor dos rito S anto, seja agradável a D eus1. l7T e-
c ircuncisos. para cum prir as prom essas nho. pois, de que orgulhar-m e em Jesus
feitas aos pais; "quanto aos pagãos, eles C risto , a resp eito da obra dc D eus. '"Pois
glorificam a D eus por sua m isericórdia, não ousaria m en c io n ar nada, a não ser o
segundo o que esta' escrito: P or isso eu te que C risto fez por m eio de mim-' para
celebrarei entre as nações /Kigãs*, e c a n ­ c o n d u zir o s pagãos à o b e d iê n cia ', pela
tarei em honra d o teu nom e'. 10D iz-sc ain­ palavra e pela a çã o , ‘"pelo po d er dos si­
da: N ações, alegrai-vos com o seu povo'. nais e dos pro d íg io s, pelo p oder d o E sp í­
" E ainda: Nações, louvai todas ao Senhor, rito*. A ssim , d esd e Jerusalém 11.ex p a n d in ­
e que todos os povos o aclum em '. l2Isaías d o m inha a tiv id ad e ate' a IIfria. assegurei
diz ainda: E le aparecerá, o rebento de plenam ente o an u n cio do E vangelho dc
Jessé, aquele que se ergue“ para com an­ C risto '. “ M as eu tiv e c o m o pon to d e
d a r as nações. N ele a s nações porão a honra não a n u n ciar o E vangelho a não 2Cor 10 .
sua esperança' , liQ ue o D eus da esperan­ ser onde o nom e de C risto ainda não fora 1516
ça vos cum ule dc alegria e de paz na fe'. p ro nunciado, para nâo e d ificar sobre a li­
a fim de que transbordeis de esperança cerces assentados por outrod. 21A ssim eu
pelo poder d o Espírito Santo. m c c o n fo rm o com o que esta' escrito:
Verão a q u e le s a o s qu a is não o haviam
O m in is té rio d c P a u lo . l4Pelo que vos a n u n c ia d o , e o s q u e d ele n ã o tinham
concerne, m eus irm ãos, eu estou pessoal­ ou vid o fa la r c om preenderão c.
m ente c onvencido de que vós m esm os
e stais cheios dc boas d isp o siç õ es, c u ­ P ro je to s d c P a u lo . “ E é isso m esm o que,
m ulados de um perfeito co n h ecim en to , e repetidas vezes, im pediu-m e de ir ate' vós. 1.13
sois capazes de vos adm oestar m utua- “ M as a g o ra, c o m o eu não tenho m ais

m . Lil. com umu só boca. interlocutores o ensinam ento q u e receberam , q u er manifestar-


n . Variante bem -atestada: nos. -lhes a sua confiança.
0 . A glória de D eus é a m eta final da obra do C risto, com o da x. Lit. seja aceita. A idéia central d o v. é esta: o ministério
vida crista, pessoal e com unitária (v. 6). apostólico de Paulo tem p o r finalidade colocar os pagãos em
p . O s vv. 8 c 12 explicitam o v. 7: e' por pura m isericórdia (v. estado de o fe re n d a .d e sacrifício espiritual a D eus (cf. Rm 12.1).
9) que C risto se fez acolhedor para com os pagãos que éreis. Por isso ele aplica ao seu m inistério o vocabulário sacrifical e
vds. cristãos de R om a. Em vossas relações m utuas, im itai, por­ cultuai do A T (cf. Rm 1.9). Será q ue Paulo utiliza neste v. um
vocabulário especificam ente sacerdotal? Esta em discussão.
tanto. a atitude de C risto.
y . Lit. eu não ousaria falar do que Cristo não fe z por m im ...
q . A mesm a palavra (elfw è). traduzida aqui por nações pagas.
z. Trata-se evidentem ente d a obediência da fé (cf. 1 5 e 16.26).
é traduzida por n a ç w s nos vv. seguintes. C om efeito, esta pala­
a . Var.: Espírito de Deus ou Espirito Santo.
vra significa ao m esm o tem po p a g ã o s, por oposição aos ju d e u s
b . Jerusalém é o centro de onde irradia a pregação d o Evan­
adoradores do verdadeiro D eus. c nações, por oposição ao povo
gelho (cf. Al 1.8).
judaico.
c . Dc conform idade co m um d o s aspectos d a pregação do
r . 2Sm 22,50 c Sl 18.50. Evangelho, o seu ca rá ter de proclam ação oficial é quase ju ríd i­
s . Dt 32.43. co . Paulo considera o Evangelho com o já anunciado, d epois de
1. Sl 117.1. ele ter sido proclam ado nas principais cidades. A p artir d aí. a
u . O verbo significa tam bém ressuscitar. M esm o duplo senti­ sua m issão fica concluída (v. 23) e ele confia a seus discípulos
d o em At 3,22. citando Dt 18.15. o cuidado de prosseg u ir e am pliar a su a obra.
v. ls 11.10. d . Lit. sobre a fundação de um outro.
w . O s elogios d o v. 14 causam estranheza, apds as advertên­ e . Is 52.15 (ultim o cântico d o Servo), profecia aduzida bastan­
cias severas d e Rm 14 (vv. 4.10.13.15). Paulo, lem brando a seus te livrem ente por Paulo.
cam po dc ação nestas re g iõ e s, e , desde p irito , a c o m b a terd e s c o m ig o com as
há m uitos anos. tenho um vivo desejo dc orações que dirigis a D eus por m im m, 3la
ir te r c o n v o sc o , “ q u a n d o for à E sp a­ fim de q u e e sc ap e aos in cré d u lo s da a i 2 o j ;
n h a '... C om e feito , e sp ero ver-vos por Judeia e que a ajuda” que levo a Jerusa- 2I-I°-1117-36
iCor 16.6 ocasião de m inha passagem e receb er a le'm seja bem acolhida pelos santos. “ A s­
vossa ajuda a fim dc ir para lá*, após ter sim eu poderei chegar ate' vós na alegria,
sid o antes c onsolado, m esm o que fosse pela vontade d e D eus, e to m a r algum
apenas um pouco, por vossa presença. descanso convosco. 33Q uc o D eus da paz 2 Cor
a i i».2 i “ M as agora eu vou a Jerusalc'm a servi­ esteja com todo s vós. A m ém . 13.11:
Fl 4.9
ço d o s s a n to s \ “ pois a M acedônia e a
A caia decidiram m anifestar a sua solida­ * g S audações pessoais. ‘Eu vos reco­
riedade' para com os santos de Jerusa- m endo F ebe, nossa irm ã, diaconisa0 a i i h . i x
le'm, que estão na pobreza. 27Sim , elas o da Igreja de C encréia’’. 2A colhci-a no Se­
resolveram e lhes eram devedoras. Pois nhor de m aneira digna dos san to s11, aju-
iC or 9.ii; se os pagãos participaram * de seus bens dai-a em toda tarefa em que e la tiv e r ne­
01 6,6 espirituais, devem igualm ente prover às
cessidade de vós. Pois ela foi um a prote­
suas necessidades m ateriais. 28Q uando. tora'para m uita gente, e para m im m esm o.
pois. cu tiver term inado essa tarefa e lhes 3Saudai Prisca e A quila, m eus colabo- a i i k _ 2 . i k . 2 6 :
tiv e r e n tre g u e o fic ia lm e n te o p roduto radores em Jesus C risto: 4para m e salv ar ^ortóM»
dessa coletak,irei à E spanha passando por a vida, arriscaram a própria cabeça; eu
vós. “ E sei que, indo te r convosco, é com não sou o único a lhes ser g rato , to d as as
a plena benção de C risto q u e ch eg arei1. Igrejas do m undo pagão tam be'm o são.
“ M as cu vos ex o rto , irm ãos, por nosso 5Saudai tam bém a Igreja que sc reúne na
S enhor Jesus C risto e pelo a m o r do E s­ casa deles. Saudai o m eu caro E pcncto5,

f. A frase esta inacabada. E f 3,7: 6,21: Cl 1,7-23.25). Há quem pense q ue este term o d e­
g . Trata-se de um a ajuda, seja cm com panheiros de viagem , signa a função de diácono, exercida p o r um a m ulher, referindo-
seja em provisões, recom endações etc. se a um a possível interpretação de ITm 3,11. Eles frisam a
h. Os cristãos de Jerusalém tinham um titulo particular para sem elhança existente entre Rm 16 e o tom e a problem ática das
serem cham ados santos (IC o r 16.1: 2C or 8.4 e 9,12) enquanto Epístolas Pastorais. Isto às vezes levou a defender a hipótese
membros da Igreja-m ãe e representantes d o resto santo de Is­ segundo a qual. na origem , não teria pertencido ao corpo da
rael. Da Igreja dc Jerusalém . o título passou a todos os cristãos epístola, mas seria um acréscim o tardio. C f. entretanto a prim ei­
(Rm 1.7; 12.13). ra nota de Rm 15.
i. Lit. fazer comunhão. T raduz-se tam bém m uitas vezes em p. Cencréia. porto oriental dc C orinto (sendo Lecaion o porto
função d o contexto: fazer uma coleta. Q uanto a essa coleta, à ocidental), de onde P aulo partiu rum o a S íria, após a sua segun­
qual Paulo atribuía enorm e im portância, cf. IC o r 16.1-4; 2C or d a viagem m issionária (At 18.18).
8 -9 ; Gl 2.10. q . Santos (cf. Rm 1,7 nota e 15,25 nota),
j. l i t . comungado (cf. v. 26 nota). r. O term o designa, no sentido legal, alguém que representava
k. Lit. e tendo-lhes sektdo este fm to. A expressão evoca um os estrangeiros privados de garantias ju ríd icas. Sem düvida. tra­
procedim ento oficial que calha bem no conceito que Paulo tem tando-se de um a m ulher, este sentido fica excluído: Febe. talvez
da coleta, sinal visível da unidade das duas com unidades, a de pessoa de alta categoria social, tivera várias oportunidades de
origem ju d aica e a d c origem pagã. O utros com preendem : e lhes intervir em favor dos cristãos. C om isto. ela conquistara títulos
tiver entregue fielmente essa colheita. O selo era o penhor da in­ em inentes à gratidão deles.
tegridade de um docum ento (cf. as suspeitas que parecem ter s. Nos vv. 5-15, o apóstolo cita toda um a série de nomes de
sido levantadas contra Paulo e de que testem unha 2C or 8.19-21). cristãos, m em bros da com unidade rom ana. Infelizm ente é im­
I. O sentido é duplo: C risto abençoa a viagem , e Paulo é possível saber com precisão quem sejam eles. N o m áxim o, pode-
portador desta bênção para os rom anos. -se assinalar a extrem a diversidade dc origens e condições que
m .Ç f. 2.1 e 4.12: O apostolado é um com bate. Este texto ma­ parece deduzir-se desta lista: alguns dentre esses prim eiros cris­
nifesta bem a im portância da oração na obra d a evangelização. tãos são sem dúvida d e origem grega (A peles. Epèneto. N arciso.
n. A palavra grega (diakonia) significa tanto o socorro m ate­ Trifena e Trifosa); outros dc origem rom ana (Jülia. R ufo. que
rial com o a m issão do portador. A aceitação deste socorro pelos talvez seja — segundo Mc 15.21 — o filho de Sim ão de C irene.
fiéis dc Jerusalém era para Paulo o sinal de que os cristãos U rbano): outros, de origem ju d aica (A ndrônico. Á quila. Aris-
oriundos d o paganism o estavam definitivam ente adm itidos na tòbulo. Jünias. M aria. Prisca). U ns parecem ter sido altos perso­
com unhão da igreja pelos cristãos d a igreja-m ãe. d e Jerusalém . nagens, com o Aristóbulo. que pode ter sido da fam ília de Herodes.
o. Febe. talvez portadora d a epístola, é cham ada ministro ou O utros, ao contrário, eram . sem d ü v id a. escravos, ou libertos
servidor (no m asculino: diukonos). título que é conferido no N T (A m pliato. A síncrito. H erm as. H erodião. Ncreu. Olim pas, Pátro-
a Paulo, A poio, Tíquio ou Epafras (cf. IC or 3.5; 2C or 3,6: 6.4: bras, Pérside, Filólogo, Flegonte, Estáquis). Seja com o for. tem-
ICor 16.15 prim ícias da Á sia para o C risto'. ‘Saudai belas palavras e seus discursos bajula­
M aria, que se deu m uito trabalho por vós. d o re s, se d u z em o s c o ra ç õ e s sim p le s.
9.3; 7Saudai A ndrônico e Jú n ias, m eus paren­ l9C om e feito , a vossa ob ed iên cia é bem
2Cor H.23
tes 0 c m eus com panheiros de cativeiro. conhecida de todos. Eu m e aleg ro , pois, 1.8:
ICor 14.20:
E les são apóstolos em inentes* e perten­ a vosso respeito, m as qu ero que sejais Jr 4.22:
ceram ao C risto m esm o antes de m im . atilados para o bem e sem com prom isso Ml 10.16

*Saudai A m p lia to , q u e m e é c aro no com o m al*. “ Em breve, o D eus d a paz Fl 4,9:


Cn 3.15
Senhor. 9Saudai U rbano, nosso colabora­ esm agara' Satana's sob os vossos pés. Que
d o r em C risto , e m eu caro Eusta'quis. a g raça de no sso S e n h o r Je su s esteja
l0Saudai A peles, que provou o seu valor convosco!
em Cristo. Saudai o s da casa de Aristdbulo. 2 lT im o tco , m eu c o lab o rad o r, vos saú­ Al 16.1-3:
ICor 4.17:
"S audai H erodião. m eu parente. Saudai da, com o tam bém L úcio, Ja sã o e Sosí- Ai 13.1:
os da casa de N arciso, que estão no Se­ patro. m eus parentes. “ Eu vos saú d o , eu, 17.5: 20.4

nhor. l2Saudai T rífena e T rifosa, que se T ércio x,q u e escrevi esta carta no Senhor. Cl 4.IX;
2Ts 3.17:
afadigaram no Senhor. Saudai a m inha 25 G a io , que m e hospeda1 '.a m im e a toda Gl 6.11
cara Pe'rside. que m uito se afadigou no a Igreja, vos saúda. E rasto , o tesoureiro ICor 1,14:
Mc 15,21? Al 19.22.29.
Senhor. l3Saudai R ufo, eleito no Senhor, e d a c id a d e , vos sa ú d a , c o m o tam b é m 2Tm 4.20
a m ãe d e le , q u e e' tam b é m a m in h a. Q uarto, nosso irm ã o . 2 4 1
“ S audai A sín c rito . F le g o n te , H erm es,
Pa'trobas, H crm as e o s irm ãos que estão D oxologia. “ À quele que tem o poder dc Ef 3.20:
com eles. l5Saudai Filólogo e Júlia, Ncrcu vos co n firm ar, segundo o E vangelho que Jd 24-25:
e sua irmã. O lim pas, e todos os santos eu a nuncio, pregando Je su s C risto , se­
ICor 16,20: que estão com eles. l6S audai-vos uns aos gundo a revelação de um m istério g u a r­ ICor 2.7:
2Cor 13.12: Cl 1,26:
ITs 5.26:
outros com um ósculo santo. T odas as dado no silêncio durante tem p o s eternos, 2.2-3
IPd 5.14: Igrejas do C risto vos saúdam . Mm as agora m anifestado e levado ao c o ­ Ef 1.9:
Al 20,37: 3.5-9:
U- 7.45:
l7Eu vos ex o rto , irm ãos, a vos preca- nhecim ento d e todos os povos pagãos por Áp ,0,7
22.48 verdes contra os q u e suscitam divisões e escritos p roféticos, segundo a o rdem do 2 Cor 10 .5 -.
6.17: escândalos, afastando-se d o ensinam ento D eus etern o , para os con d u zir à obediên- 1 1 ,3 3 .36 :
Ml 7.15-20:
Tl 3.10: que reccbcstes: afastai-v o s deles. '"Pois cia da fé*, ^ a D eus. único sábio, gló ria, J^0' |j24'25:
2Jo 7-10 essa gente nâo serv e ao C risto nosso por Jesus C risto , pelos séculos dos sécu- g i i a
i 1 » - h Ef 3.21:
Fl 3.19: Senhor, m as ao próprio ventre, e, por suas los! A m em 11. f i 4 .2 0 :
Cl 2.4: 2Tm 4.18:
Tl 1.10-14 Ap 1.6: 7.12

se aqui um a im agem im pressionante da diversidade da Igreja x. C ontrariam ente ao uso. Térvio. secretário d e Paulo, saúda
reunida por um a mesm a fé na com unhão d e Jesus Cristo. esta com unidade, d a qual talvez fosse conhecido. C abe aqui
t. Epêneto devia ser um dos prim eiros convertidos da Ásia. lem brar que Paulo ditava as suas cartas, o que explica muitos
Paulo saúda nele a conversão dc toda essa província. deslizes de estilo, repetições e deselegâncias, com o tam bém as
u. A ndrônico c Jünias (ou Jünia: talvez sc trate de um casal), interrupções c bruscas m udanças de tem as no decurso de uma
judeus, sem dúvida aparentados com Paulo (com o H erodião no mesmit frase.
v. I I . Jasão e Sosípatro no v. 21). A palavra traduzida por pa­ y. A o que parece, é na casa d e G aio (m encionado tam bém em
rentes significa tam bém fam ília, tribo, povo. raça (cf. Rm 9 3 IC o r 1.14?) que se reunia a assem bléia cristã de C orinto.
nota). A qui Paulo m ostra que tem relaçòes pessoais, de fam ília, z. C ertas testem unhas lôem após o v. 23: Que a gntça de
com certos cristãos de origem judaica que viviam em Rom a ou nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vós todos! Am ém . Este v..
em Corinto. m al-atestado. não parece autentico.
v. A ndrônico e Jünia são cham ados apóstolos eminentes por­ a. C f. Rm l .5 nota.
que. cristãos da prim eira geração, participavam ativam ente no b. O lugar do s vv. 25-27 varia segundo os m anuscritos, c a
apostolado m issionário d a Igreja c tinham por isso sofrido a autenticidade d esta m ajestosa d o x ologia é contestada. O seu
prisão. V ê-se que nos prim órdios o título de apóstolo nào era conteúdo exprim e o m araviiham cnto d a Igreja perante o m istério
reservado ao s Doze. revelado, atestado pelos escritos proféticos (isto é. os testem u­
w . Lit. sábios para o bem e puros (ou nào-misturudos) pura nhos do A T e N T ) e assim difundido no m undo inteiro. T o d o o
o mal. É possível que essa fórm ula surpreendente seja um a alu­ peso dessa grande fórm ula litú rg ica esta nas palavras agora
são à palavra evangélica de Mt 10.16. O s cristãos sâo cham ados manifestado: a Igreja, olhando para o passado se alegra por v i­
a sc m ostrar atentos e constantem ente preocupados com o bem ver na época em que o nom e d e Jesus C risto revelado é doravan­
que devem dizer ou fazer. Q uanto ao m al. ao contrario sd pode­ te a chave d a história universal e d o d estino de toda pessoa
riam evit:í-lo. hum ana.
PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
INTRODUÇÃO
A comunidade de Corinto. P a u lo pa sso u pelo da sabed o ria filo só fic a d e o rigem pag ã . que se
m enos dezo ito m e se s em C orinto jx ira a í a n u n cia r in troduzia na Igreja revestida d e um verniz c ris­
o E vangelho (A t 18,1-8), d e 5 0 a 52. Segundo tão su p e rficia l ( 1,1 9 -2 ,1 0 ), e q u e p e rv e rtia as
alguns cálculos, sem pre d iscutíveis, C orinto c o n ­ c erteza s fu n d a m e n ta is d a nova f é ( IC o r 15); a tra ­
tava na épo ca m ais d e m eio m ilh ã o d e habitantes, ç ã o tam bém d o s cu lto s se c reto s e d a s correntes
dois terços d o s quais eram escravos. D estruída d e p e n sa m e n to que se d ifu n d iria m no sé c u lo / /
em 146 a.C ., reconstruída cem a n o s m ais tarde so b o n o m e genérico d e “g n o stic ism o " , c u ja s m a ­
p o r C ésar, era um a cidade nova q u e devia a sua nifesta çõ es d eso rd en a d a s a m ea ça va m reproduzir-
p ro speridade extraordinária à situ a çã o g e o g rá fi­ s e n a s assem bléias c ristã s (12,1-2 e 14,26-38). A
ca e ao s d o is p o rto s: C encréia, no m a r E geu (g o l­ p la n ta c ristã era sadia e vigorosa, m a s su a s ra í­
f o Sarônico), o outro, Lequéia, no A driático (golfo zes m ergulhavam num a terra q u e não lhe era h o ­
de C orinto). m ogênea. Situação a n o rm a l à q u a l o E sp írito a c u ­
E la p o ssuía a s características que distinguem dia distrib u in d o com a b u n d â n cia o s seus d ons e x ­
em todas a s épocas a vida dos grandes portos: c ep cio n a is (1 2 -1 4 ) e q u e P aulo, em su a s cartas,
p o pulação m uito heterogênea na q ual todas as p ro cu ra va m odificar, fo r n e c e n d o ao novo rebento
raças, todas a s religiões convivem lado a lado: o h ú m u s cristã o que lhe fa lta v a .
nu m ero sa s a tiv id a d es c o m ercia is e in dustriais: D a í p ro v é m o in te re sse d e sta c a rta . E la nos
vida fá c il d e uns e pobreza d o s outros: m ultidão m ostra, q uase com o a o vivo, o s p ro b le m a s su sci­
d e escravos na labuta. M as essa cid a d e c o sm o p o ­ tados pela inserção da f é cristã num a cultura pagã
lita era tam bém um centro in telectu a l onde todas e os m eios em pregados p o r P a u lo p a ra resolver
as correntes d e idéias estavam representadas. No esses problem a s.
século II, um retórico p o d ia fe lic ita r C orinto pelo
núm ero de su a s escolas, d o s seu s filó so fo s e dos Circunstâncias que motivaram a carta. F aça­
seus letrados, com q u e se p o d ia to p a r em cada m o s um breve apanh a d o d a seqüência d o s a c o n ­
esquina. E ra ig ualm ente um c en tro religioso onde tecim en to s q u e m edeiam en tre a p rim eira p re g a ­
os cultos d o O riente exerciam in d iscutível se d u ­ ç ã o d e P a u lo em C orinto e o envio d esta Epístola
ção. Sem pre no sécu lo II. enco n tra va m -se a li sa n ­ aos Corintios. D epois d e su a partida. P aulo m a n ­
tuário d e fsis, Serápis e C ibele, a o lado d e tem ­ teve o c o n ta to com a com u n id a d e p o r e le fu n d a ­
plo s c onsagrados a J ú p ite r e à s divindades tra d i­ d a . S a bem os p o r 5 ,9 -1 3 q u e IC o r fo r a p recedida
cionais. Q uanto a o relaxam ento d o s costum es em p o r o u tra carta (cham ada m uitas vezes d e carta
C orinto, sem d úvida não era p io r que o d e todas pré-canônica), que não n o s f o i c onservada: nela,
as g ra n d es c id ades d o m u n d o greco-rom ano. P a u lo tratava, entre outras coisas, d a s relações
P or sua com posição, a com unidade c ristã re u ­ d o s cristãos com o s “d e v a s s o s " . E sta carta, da
nida p e la p regação d e P aulo era o reflexo f ie l da q u a l certo s estudiosos a creditaram reconhecer um
cidade. H avia ricos e havia p o b re s (11,21-22), fr a g m e n to em 2C or 6 ,1 4 -7 ,1 , p ro va velm en te se ­
m a s o s p rim eiro s eram um a fr a c a m inoria (1,26): g u ia -se a um bilhete d irig id o p elo s corintios, f a ­
o conju n to era co m p o sto d e g e n te sim p le s, de zendo um a p erg unta à q ual P aulo respondera. P or
escravos (7,21), em resum o, d e g e n te desprezada outra parte, sabem os, g ra ça s a o relato dos A tos
(1,28). (1 8 ,2 4 -2 8 ), que a c o m u n id a d e d e C orinto a c o lh e ­
Esses c ristã o s fo rm a v a m um a com u n id a d e a n i­ ra um p reg a d o r cristã o d e v a lo r na p esso a de
m ada e fe r v o ro sa , m as q u e fic a v a m uito exposta A p o io , ju d e u d e A lexandria, q u e a d e rira à nova f é
aos perig o s d a corrupção d a vida am b ien te: m o ­ e em É feso fo r a definitivam ente convertido ao C ris­
ral sexual dissoluta (6,12-20), p endências, d isp u ­ to p o r A quila e P riscila, e p o r eles m unido de
tas e lutas intestinos (1,11-12; 6,1-11), sedução c a r ta s d e r e c o m e n d a ç ã o q u a n d o p a rtiu p a ra
C orinto. O s A to s especificam que A p o io era e lo ­ 1,1 nota). O utras notícias inquietantes lhe c h eg a ­
qüente, versado nas E scrituras, e que, em C orinto, vam, sem d uvida p e lo m esm o canal: o ca so d e um
f o i de gra n d e ajuda p a ra a com unidade, p a rtic u ­ incestuoso que vivia com a própria m adrasta (5,
larm ente nas controvérsias com os ju d e u s . P rova­ 1-13), os p ro cesso s q u e os cristãos instauravam
velm ente era m uito m ais b rilh a n te d o que P aulo, u ns contra os outros p e ra n te o s tribunais p a g ã o s
ao q ual censuravam a fa lta d e eloqüência (2C or (6 ,1 -1 1), casos de devassidão (6,12-20), desordens
10,10). C oncebe-se p o rta n to que se haja fo rm a d o na c elebração da E ucaristia e nas assem bleias li-
um partido, elegendo-o p o r m estre e erigindo-se turgicas ( 11,2-34), erros d outrinais concernentes d
em riva l d o gru p o dos fie is que s e diziam d isc íp u ­ ressurreição d o s m ortos (15). P or outro lado, a
los de P aulo (1,12). A poio, com certez.a, não f a ­ intervenção d e P aulo era solicitada pelos proprios
vorecera a fo rm a ç ã o d este c o nventiculo; a sua coríntios, que lhe haviam escrito a respeito de
estada em C orinto fo r a cu rta e, quando Paulo certo s p ro b lem a s. É o que se p o d e a firm a r quanto
escreveu IC or, A p o io estava em É feso ju n to dele à virgindade e ao casam ento (cf. 7,1); p o d e se r
e se recu sa va , não o b sta n te a s e x o rta ç õ es do su p o sto legitim am ente quanto á s carnes im oladas
apostolo, a voltar a C orinto, sem d u vid a p a ra não a os ídolos: p od ia -se ou não com ê-las? (cf. 8,1); ds
d a r a im pressão d e esta r ap ro va n d o a fa c ç ã o que m anifestações extraordindrius do Espírito (cf. 12,1).
se valia dele (16,12). A esse p a rtid o d e A p o io se E sses elem entos constituem as diversas questões
opunham o p a rtid o d e P aulo, o d e C efas e o p a r ­ abordadus p o r Paulo em sua carta. O apostolo quer
tido do C risto (1,12). O p rim e iro era p ro v a v el­ rem ediar o s abusos, fa z e r reinar a pa z, a harm onia
m ente c o n stitu íd o p o r c ristã o s a d m ira d o res de na com unidade, respoiuler a o s num erosos p ro b le ­
P aulo e cu jo a p eg o tom ava um a aparência de m as que a vida c ristã cotidiana p õ e a os cristãos de
c o laboração p a rti daria e sectá ria . O seg u n d o se C orinto. P ode-se d a ta r a epístola d a prim avera do
tinha fo rm a d o a pos a p a ssa g em , p o r C orinto, de ano 5 6 (cf. alusão à P ascoa em 5,7-8).
c ristãos q u e se diziam a d e p to s d o aposto lo P edro
(C efas e 'o seu nom e a ram aico, traduzido em g re ­ D ivisão e p ro c e sso d c c o m p o siç ão . A o contrario
g o p o r Petros). T alvez o p ro p rio P edro tenha ido da E pístola a o s R om anos, p o r exem plo, a delim i-
a C orinto. C om efeito, seg u n d o 9,5, ele pa rece tução d u s d iferentes subdivisões d e I C oríntios
bem c o n h ecid o d o s coríntios. Q uanto a o "partido nunca f o i objeto de d iscussão: elu e' evidente, ja '
de C risto ", a s hipo'teses m a is d ive rsa s fo r a m emi- q u e P aulo nadu m ais f a z d o q u e tra ta r su c e ssiv a ­
tidas a seu respeito: ju d a iza n te s q u e so' queriam m e n te d o s d iverso s assuntos a cim a enum erados.
reconhecer em Jesu s o M essias ju d a ic o , gnosticos Sercí que se p o d em u g ru p a r essas sub d ivisõ es em
esp iritu a lista s q u e p re te n d ia m so' d e p en d e r do seções m a is im portantes? Tem sid o m uitas vezes
E spírito de C risto e rejeitavam q u a lq u er org a n i­ p ro p o sto um p la n o bipartido: d e um lado, a s d i­
zação, q u a lq u er com unidade e clesia l etc. Talvez visões e o s escândalos (1 -6 ), d o outro, a solução
este p a rtid o ja m a is tenha existido: "eu a C risto " d a s diversa s questões suscitadas p e la vida em c o ­
(1,12) p o d e ria se r sim p lesm en te a observação de m unidade (7 -1 5 ). Na realidade, e 'd u vid o so que o
um copista, que acabou inserid a n o texto, o u a a p e lo a o s trib u n a is p a g ã o s (6 ,1 -1 1 ) seja m ais
resposta d e P a u lo à s p re te n sõ e s d o s m em bros "e sc a n d a lo so ” d o que a s d ivisõ es na celebração
desses p a rtid o s. E ssas divisões n ã o d eixavam de da E ucaristia (11,17-34) ou a atitu d e dos que e s­
ter relação com o a tra tivo q u e certa sabedoria candalizam os fr a c o s (8,7-13). É m e lh o r adm itir
esotericu filo so fico -n u stic a exercia em C orinto, o que P aulo tratou dos diferen tes assu n to s a b o rd a ­
q u e exp lica que P aulo, em sua carta, una o s dois d o s nesta epístola na ordem em q u e eles lhe o c o r­
tem as: a s d ivisõ e s e a fa ls a sabedoria, ú q ual ele riam à m ente. É p r e c is o outrossim m encionar as
opõe a sab ed o ria d o C risto, a sab ed o ria da C ruz p e sq u isa s e hipóteses segundo a s quais esta e p ís­
(1 ,1 0 -3 ,4 ). tola so' adquiriu a fo r m u a tu a l p o r ocasião da
Esta situação a larm ante d a c om unidade devia reunião das cartas de P aulo num " c o rp u s", com
ter chegado ao con h ecim en to d e P aulo p o r o c a ­ vistas à sua d ifusão e leitura p o r outras c o m u n i­
siã o de sua estuda em É feso no d ecu rso d a tercei­ d a d e s q u e nâo a s d o s d e stin a tu rio s o rig in a is.
ra viagem (A t 19), p rim eira m en te p o r m eio de Q uase todos o s c om entários m odernos tentaram
A poio, em seguida p elo s fa m ilia re s de C lo e '( tf. d efin ir “fo n te s " , ou seja fra g m e n to s d e cartas so-
d efinir “fo n te s " , ou seja fr a g m e n to s d e ca rta s na conclusão, P aulo p o d e desen vo lver n o v a m en ­
sobre um ou outro assu n to , que teriam sid o c o m ­ te, d e fo r m a m a is profu n d a , o tem a d a su p e rio ri­
pila d a s p o r “e d ito re s" sob a fo r m a d a s nossas d a d e d o a m o r q u e n â o p a ssará, a o p a sso q u e tudo
epístolas I a e 2“ a o s C orintios. N este caso, torna- o m ais d esa p a recerá (A ': vv. 8-13).
s e im possível a trib u ir ao p ró p rio P a u lo um “p la ­ M ais d ifíc il é d isc ern ir a estrutura da p rim eira
n o " qualquer da epístola. seçâ o (1 ,1 0 -4 ,2 1 : o s p a rtid o s na com u n id a d e d e
C onvém notar q u e certas p a rtes agru p a m a s ­ C orinto), p o is é m ais com plexa. L ogo d e início,
suntos análogos, p o rém d iferentes e d e im p o rtâ n ­ po d e -se a d m itir u m a d ivisã o b ipartida entre 1 ,1 0 -
cia desigual. A ssim , trê s q uartos da seçã o so b re o 3,23, que se nos dep a ra co m o um a e xp o siç ã o te o ­
m odo de trajar nas assem bléias religiosas são c o n ­ lógica e ca tequética bem estruturada, e o c a p . 4,
sa grados a o problem a d a s “m anifestações d o E s­ que m a is p a re c e o lh a r sobre a realidade con creta
p írito " (1 2 -1 4 ) e é a respeito dele, a fim d e m o s­ da vida a p ostólica e d o s re lacionam entos d e P a u ­
trar a superioridade do a m o r sobre todos o s d o n s lo com os corintios, na o ca siã o em que ele lhes
de D eus, q u e P aulo faz. o seu elogio no fa m o so escreve.
liino de IC o r 13. N o p rim eiro quarto d esta seção, A p a rte p rin c ip a l (1 ,1 0 -3 ,2 3 ) tem em m ira r e ­
a m aneira d e a p resen ta r-se das m ulheres e a c e ­ solver o pro b lem a das divisões na com u n id a d e.
lebração da refeição d o S enhor são tratadas m uito E la fic a delim ita d a p e lo pro ced im en to d a in clu ­
m ais brevem ente. N ã o há porta n to ensejo d e p r o ­ são (reiteração do m esm o vocabulário ou d e f ó r ­
cu ra r nesse texto um a idéia d e c o njunto p re sid in ­ m u la s idênticas ou antitéticas, no início e no fim
d o a o agrupam ento das seções ou m esm o à d isp o ­ dum conjunto): “E u sou d e P a u lo ... d e A p o io ...
sição da m atéria n o interior d e um a seção. d e C e fa s .. . " ( 1 ,1 1) e “Tudo é. vosso. P aulo, A poio,
A m aneira d e P aulo desen vo lver o seu p e n sa ­ C e fa s ... m as vós so is d e C risto e C risto é d e D eu s"
m ento no interior d e um a ssunto é p o r vezes d e s ­ (3,21-23). E sta a n títese entre o início e o f im d o
concertante p ara um a m entalidade ocidental. Tem- c o njunto sig n ifica que o raciocínio d e P aulo visa
s e notado nele, m uitas vezes, a existência d e um fa z e r os C orintios passarem d e um a situação de
esquem a circu la r d o tip o A B A ' . A ssim , em IC o r divisão para outra, d e unidade. D e fa to , Paulo
7, Paulo apresen ta p rim e iro a sua doutrina sobre investe su cessiva m en te contra duas causas d o e s ­
o casam ento e o celib a to (A : 7.1-16). D epois, ele pírito d e d ivisã o em C orinto (cf. 1,17): a in co m ­
explica o p rin cíp io fu n d a m e n ta l: cada q ual fiq u e p reen sã o d o que seja o E vangelho d e D eu s (A:
no estado em que o encontra o c h am ado d o S e ­ 1,1 2 -3 ,4 ) e a incom preensão d o objetivo colim ado
n hor (B: 7,17-24). F inalm ente, à luz d este p rin c í­ p o r se u s preg a d o res (B : 3 ,5-27). Na ju n tu r a d e s ­
pio, ele p recisa e a p rofunda o seu ensinam ento sa s d u a s exposições, volta o problem a p ro p o sto
( A 7,25-40). E squem a aná lo g o encontra-se nos incialm ente, co m no va s inclusões: “Q uando um
d esenvolvim entos con sa g ra d o s à s c a rn es im o la ­ d e cla ra : ‘E u so u d e P a u lo ’, o o u tro : ‘E u, d e
d a s aos ídolos (8 ,1 -1 1 ,1 ) e a o s fe n ô m e n o s e sp iri­ A p o io ’, não estais procedendo de fo rm a m eram ente
tuais (1 2 -1 4 ), sendo o p rin cíp io diretor, B , re s­ hum ana? " (fim d e A ). “P ois, quem é A poio? Q uem
pectiva m en te o p rim a d o da caridade e d o se rv iço é P a u lo ? " (in ício d e B ).
ao E vangelho (8,7-13; 10,24) e o h ino ao am or. A — O E vangelho, q u e não é expressão d a s a ­
O esquem a A B A ’ encontra-se ig ualm ente em bedoria hum ana, f a z co n h ec er a suprem a S a b e­
outras seções: assim , n o trecho referente ü re fe i­ doria d e D eus: a ) sab ed o ria h um ana e loucura da
ç ã o d o Senhor (11,17-34), o pará g ra fo que le m ­ m ensagem c ristã (1,18-25): b) ilustração com a
bra a instituição da E u caristia ( 1 1 ,23-26) expõe a fu n d a ç ã o da Ig re ja d e C o rin to (1 ,2 6 -3 1 ); b ')
realidade fu n d a m e n ta l (B ), à luz da q ual a s d e ­ ilustração p e lo m o d o d e P aulo a n u n c ia r o E va n ­
sordens expostas n o início (A : 11,17-22) p o d em g elh o (2,1-5); a ') o E vangelho, S a b e d tm a d e D eus
ser coiutenadas e corrigidas ( A ’: I I ,28-34). O hino (2 ,6 -3 ,4 ).
ao a m o r ( IC o r 13) estrutura-se so b re o m esm o B — O s p re g a d o re s d o E vangelho n ã o intentam
m odelo. A pós um desen vo lvim en to a cerca da su ­ a g ru p a r p a rtid á rio s a seu redor: a ) seu trabalho
perioridade d o a m or, sem o qual o s m ais n otáveis com um na construção no cam po d e D e u s (3,5-
carism as são inúteis (A : vv. 1-3), vem um a d e sc ri­ 9a); b) seu trabalho com um n a construção d e um a
ção das obras p ro ced en tes d o a m o r (B : vv. 4-7); Igreja que tam bém é T em plo d e D e u s (3 ,9 b -17).
U m a conclusão (3,18-23) resum e o c o n ju n to d o fic a hum ana, e constata as riva lid a d es d e esco la s
arrazoado e su a s conseqüências práticas. que d a í resultam e arruinam o seu con ceito d e
Igreja-congregação. A sua p re o c u p a çã o em o p o r
P rin c ip a is p r o b le m a s tr a ta d o s . A.y q u e stõ es p a r ­ a sabedoria h um ana à “lo u c u ra " d a p reg a çã o
ticulares tratadas p o r P aulo nesta e pístola d e r i­ ( 1,17-25) só p a re c erá excessiva a qu em esquece o
vam de um pro b lem a fund a m en ta l q u e afetou to ­ que está em jo g o no debate: P a u lo a ssim age, d iz
d a s as épocas da história d a Igreja, em /w rticu la r ele, “a fim d e q u e a vossa f é n ã o e steja fundada
a su a a tividade m issionária, e que. hoje. a a feta na sabed o ria d o s hom ens, m a s n o p o d e r d e D e u s"
m ais d o que nunca: o da "distância c u ltu ra l", do (2,5). M as há a o m esm o tem po a p re o c u p a çã o de
enraizam ento d a m ensagem c ristã em um a c u ltu ­ não d e se stim u la r a a utêntica p ro c u ra d e sa b ed o ­
ra diferente d aquela em q u e esta m en sa g em vive­ ria que se m a n ifesta em C orinto. E p o r isso ele
ra anteriorm ente (aculturação). A qui, trata-se da apresen ta a o s seu s leitores a verdadeira sa b e d o ­
passa gem d a cultura d o m undo ju d eu -p a lestin en se ria. que n ã o é fru to d e um a p e sq u isa filo s ó fi­
para a do m undo helenístico, a n im ada e estru tu ­ ca hum ana, m a s a n tes dom d e D eu s no E spírito
rada p o r dinam ism os m u ito diferen tes e q u e c o r ­ (2,6-16).
rem o risco, não so m en te d e a lte ra r a m ensagem , A s qu estõ es rela tiva s à ética se x u a l são ig u a l­
po ré m , m ais p ro fu n d a m e n te, d e a ssim ilá -la no m ente su scita d a s p e lo enco n tro d a nova f é com
s e n tid o d a a s s im ila ç ã o b io ló g ic a : a c u ltu r a a cultura a m b ien te caracterizada ou p o r um d e ­
helenística, fu n d a m e n ta lm e n te p a g ã , só reteria da m asiado laxism o n esse terreno (5,1 -1 3 : 6, 12-19;
m ensagem evangélica o que e stivesse em h a rm o ­ cf. 6 ,1 4 nota), ou p o r um d esp rezo d o corpo, c o r­
nia com ela e rejeitaria o resto. E sse fe n ô m e n o rente em certas tendências filo só fic a s d a época
ocorreu m uita s vezes, p a rticu la rm en te nas n u m e­ (cf. 7,1 nota), e q u e fa z ia da a b ste n çã o do m a tri­
rosas correntes gnósticas cristãs d o sécu lo II e, m ônio um ideal a bsoluto. A p re o c u p a çã o d e P a u ­
atra vés d o s tem pos, em p a íses eva n g eliza d o s à s lo é m o stra r o c a m in h o certo, em f a c e desses
p ressa s, onde o resultado f o i a so b revivên cia d o exageros op o sto s: condenação sem a p e lo d e to ­
paganism o anterior, superficialm ente a taviado com das a s fo r m a s d e desordens sexu a is, legitim idade
elem entos tom ados da f é cristã. D ia n te d este p r o ­ e valor d o casam ento, elogio da virgindade (cap.
blem a, a a titu d e d e P auto é ao m esm o tem po f i r ­ 7). O p rin c íp io q u e fu n d a m e n ta e sse s d is c e r ­
m e e fle x ív e l: ele insiste vigorosam ente no a sp e c ­ n im entos é o q u e está enunciado em 6,12 e re p e ­
to d e ruptura, co ndenando desa p ied a d a m en te os tido em 10,23: “Tudo é perm itido, m a s nem tudo
com portam entos e d outrinas inconciliáveis com a é c o n v e n ie n te " . O cristão está libertado d e lodos­
m ensagem q u e a n u n c ia . M as q u a n d o ta l in co m ­ os constra n g im en to s exteriores, m esm o n o d o m í­
patibilidade não existe,-m o stra -se receptivo. nio m oral, m a s essa liberdade d e v e se r a p ro v e ita ­
P assem os rapidam ente em revista, nessa p e r s ­ da p a ra p ro c u ru r em todas a s circunstâncias o
pectiva, os prin cip a is p roblem as tra ta d o s na e p ís­ que m elh o r convém à vida nova anim ada p e lo
tola. E spírito.
N o que concerne u questão d a s d ivisõ e s na c o ­ É esse m esm o p rin cíp io (cf. 10,23) que ilum ina
m unidade, da verdadeira e fa ls a sabedoria, era o pro b lem a seguinte, o d a s c a rn es im oladas aos
m ais ou m enos inevitável que, vivendo n o m undo ídolos (8 -1 0 ). Tam bém a q u i estam os d ia n te de
religioso h elenístico, os cristãos fo s s e m tentados um ca so em q u e a f é c ristã d e v e to m a r p a rtid o
a conceber a sua f é p e lo m odelo d o s num erosos p ró ou co n tra u m a specto d a cultu ra p a g ã a m ­
grêm ios d e in icia çã o que a gru/xivam os d isc íp u ­ biente. Tam bém a q u i o s p rin cíp io s d e solução são
lo s de um m estre fa m o so . D a í o entu sia sm o p o r o s m esm o s: tudo o que se o p õ e à f é deve se r pros-
preg a d o res co m o A p o io , que d e via te r o b rilh o e crito: é o caso da particip a çã o n a s refeições re ­
a eloqüência d e sse s m estres p a g ã o s: d a í tam bém ligiosas p a g ã s (cf. 10,14-22). E m c om pensação,
a s divisões, cada um querendo c o lo c a r-se so b o com er na p ró p ria casa, ou em ca sa d e outrem ,
ixitro cín io d e um chefe d e escola. A rea çã o de carnes q u e p ro vêm d o s sacrifícios p a g ã o s é coisa
P a u lo ê viva. E le se opõe e n ergicam ente a esse totalm ente indiferente d o p o n to d e vista cristã o
esta d o d e coisas, po is p erceb e n ele o p e rig o d e (8,7-8). M as há outra c onsideração q u e se im põe
um a redução da f é cristã a um a sa b ed o ria filo s ó ­ ao discípulo d o C risto: o a m o r fr a te r n o lhe p r o í­
be se r ca u sa de esc â n d a lo p a ra o s fr a c o s (tt, h o m e m em su a u n id a d e, e la q u a se n ã o tin h a
9-13). enraizam ento p o ssív e l num a cultura influenciada
A s desordens nas assem bléias religiosas ( 1 1-14) p o r filo so fia s dua lista s. P aulo teria pod id o c a p i­
constituem um novo caso d e contam inação da vida tu la r p e ra n te o s “elem entos d e f é d isp o n ív e is” de
cristã p elas práticas oriundas da m entalidade reli­ seus leitores, co m o haviam fe ito , em c ircunstân­
giosa d o paganism o. Q uer se trate d o s abusos na cias aná lo g a s, o a u to r d o livro da Sabedoria e
celebração d a E ucaristia, onde a am biéncia su s­ F ílon d e A lexandria: e les tinham insistido a m e­
peita das refeições sagradas do p aganism o parece nos p o ssív e l so b re esse ponto, d ific ilm e n te a ceitá­
j á se ter infiltrado (em briaguez: 11,21), quer se vel, acentu a n d o sobretudo a vida im o rta l das a l­
trate da atm osfera das reuniões litúrgicas, onde se m as. P aulo, p e lo contrário, afirm a resolutam ente
encontram igualm ente elem entos d a exaltação um o p o n to contestado d a ressurreição d o s m ortos.
tanto delirante d e certas reuniões religiosas que os E le nâo p ro c u ra p ro v a r filo s o fic a m e n te a sua
cristãos sem dúvida freqüentavam antes d a conver­ possib ilid a d e, m a s m ostra que "se o s m o rto s não
são, a m eta d e Paulo é sem pre a m esm a: m anter o re s s u s c ita m , ta m b é m C risto n ã o r e s s u s c ito u ”
caráter próprio do culto cristão que não se deve (1 5 ,1 3 .1 6 ) e q u e , p o r c o n s e g u in te , a f é d o s
conform ar com o s costum es religiosos circundantes, corin tio s é vã (15,14).
m as refletir o m istério celebrado: a unidade da c o ­ P o r este últim o p o n to referente a um problem a
m unidade no Cristo. D a í os critérios fu n d a m e n ­ que se p õ e hoje em term os sem elhantes, vê-se que
tais: a utilidade com um ( 12,12-30), a edificação da a Prim eira Epístola aos C orintios talvez seja a m ais
com unidade (14,1-19) e. acim a d e tudo, o am or a tu a l de to d a s as cartas d e P aulo. Sem dúvida, as
(13,1-13). soluções pro p o sta s sã o m arcadas à s vezes p o r um
E nfim , IC o r 15 nos apresenta d e m a n eira ainda c ondicionam ento cultural d iferen te do n osso (cf.
m ais cla ra o choque da m ensa gem c ristã com a 1 1,2-16); m a s a situ a çã o com que P aulo se d e ­
m entalidade am biente: a o p a sso q u e a re ssu rre i­ fr o n ta tem p a ra lelo s com a nossa, e o s p rincípios
ção dos m ortos se harm onizava co m o ju d a ísm o que n orteiam a s su a s resp o sta s se m p re nos p o ­
(ao m enos o fa risa ic o ), h abituado a c o n ceb er o dem esclarecer.
PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
1 C risto: guardai a co n có rd ia 1 c não haja
S a u d a ç ã o e a ç ã o d e g ra ç a s. 'Paulo, Rm 12. 16:
cham ado a scr apóstolo* de C risto Je­ d ivisões entre vós;’ sede bem unidos num !5.J: , , , ,
2Cor 13.11:
sus pela vontade dc D eus, e Sóstenes. o ir- m esm o esp írito e num m esm o pensam en- fi 2 .2 ; 42

m ãob. 2à Igreja de D eus1' que esta' em Co- to. "C o m efeito , m eus irm ãos, fam ilia­
ic o r 6 .1 1 rinto. aos que foram santificados no C ris­ res d e Cloe"* m e inform aram q u e h;í d is­
to Jesus, cham ados a ser santos com to ­ córdias entre vós. l2Eu m c exp lico ; cada
dos os que invocam em todo lugar o nome um de vós fala assim : “ Eu sou de Paulo". 2Cor |0-7
de nosso S e n h o r Jc su s C risto11. S enhor — E u, d c A poio. — E u. d c C efas. —
deles e nosso': -’a vós graça c paz da parte E u , d e C risto "”. l5A caso o C risto esta'
de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. dividido? P orventura P aulo foi c ru cifi­
4Dou graças a D eusr sem c essar a vos­ cado por vós? Foi acaso em nom e dc
so respeito, pela graça dc D eus que vos P aulo que fostes batizados? l4G raças a
foi dada 110 C risto Jesus. 'P o rq u e nele D eu s, não batizei nenhum dc vós, com
fostes cum ulados de todas as riquezas, e x ceção de C rispo e d e G aio"; l5assim
todas as da palavra e todas as do conhe­ ninguem pode d ize r q u e fostes batizados
cim ento. 6E que o testem unho prestado em m eu nom e. l6A h, sim ! Eu batizei a in ­
dc C risto sc c o n firm ou em vós“, 7de tal da a fam ília dc E stc'fanasq. Q uanto ao
m odo que não vos falta nenhum dom da resto , não batizei nenhum outro, que eu
n 3.20 g raça1*, a vós q u e esperais a revelação1dc saiba. ,7Pois C risto não m c enviou para
nosso S en h o r Jc su s C risto. *É ele tam - batizar, m as para a n u n ciar o E vangelho,
ipü 1.7.13 be'm que vos confirm ara' ate' o fim . para e sem recorrer à sabedoria d o d isc u rso ',
que sejais irrepreensíveis no D ia de nos- para não reduzir a nada a cruz de C risto'.
io.ií: so S en h o r Jesus C risto1. ''Fiel e' o Deus
2<-nr í.i»*: q ue vos cham ou à com unhão com seu S a b e d o ria e lo u c u ra . "‘C om efeito, a lin­
IT n 5,24: 1
rrsJ.v. tilh o Jesus C risto , nosso S e n h o r. guagem da cruz é loucura1 para os que se 2tt>r 2 . 15 :
I l b 10.23 perdem , m as para os que estão sendo sal- 4'3
Rm s .17
D ivisões n a Ig r e ja . "'M as eu vos exorto, vos, para nós, cia é poder de Deus. ‘'P o is Rm 1 .1 6
irm ãos, em nom e dc nosso S enhor Jesus esta' escrito: E u destruirei a sabedoria dos n 1* 1112

a . C f. Rm I , noia. com o C risto, par.i participarem da sua filiação divina e d a sua


b . Talvez aquele dc quem se trata em At 18.17. vida.
c . Ou a assembléia de Deus. Esta expressão inspira-se no AT: I. Lit. dizei todos a mesma coisa.
a assembléia do Senhor (D t 23,2*9) que era a reunião do povo m . Segundo um a hipótese atraen te, tratava-se de um a com cr-
convocado por Deus. Aqui ela d esigna a Igreja local na qual sc cianle. cujo pessoal em preendia freqüentes viagens cnire C orinto
efetua concretam ente esta reunião, sendo fortem ente afirm ada e o lugar onde estava Paulo,
tam bem a ligação com a Igreja universal. n . Q uanto à significação d essa expressão, cf. 3.23 nola.
d . A expressão vem de Jl 3.5: todo aquele que invocar o nome o. Q uanto a Apnfa e Cefas (isto é. Pedro), cf. Introd.: C ircuns­
do Senhor será salvo. O N T cita esse texto transferindo para tâncias. N ão obstante inúm eras hipóteses, nada dc certo pode scr
Jesus o que o A T d i/ de Deus (A t 2.21; Rm 10.13 etc.). afirm ado sobre um “partido d e Cristo** em C orinto. Talvez seja.
e . Deles e nosso pode tam bém s cr interpretado com o aposto a simplesmente, não a indicação dc um quarto partido, mas a resposta
uhI o lu ^a r. de Paulo aos partidários dele. de Apoio ou de Cefas.
f. O utra leitura: meu Deus . p . C f. At 18.8 (Crispo) e cm Rm 16.23 (Caio).
g . Lit. à medida que o testemunho do Cristo fo i confirmado q . C f. 16.15.17. Esta frase m ostra que Paulo está ditando,
em itf.v. Pode-se tam bém com preender: entre vós. Seria então corrigindo-sc eventualm ente com o aq u i, e que ele não revisou
um a alusão aos milagres que acom panharam a pregação de Paulo. esta prim eira versão (cf. 16.21).
h. Lit. nenhum carisma. r . Lit. da palavra. Sabedoria tem aqui o sentido de habilidade.
i. T rata-se da m anifestação gloriosa d o fim dos tem pos. T rata-se da arte oratória tão apreciada entre o s gregos e q u e
j . O utro nom e para designar a m esm a realidade denom inada obedecia a regras precisas.
de revelação no v. 7 (cf. 3.13 e 5.5). A expressão vem do AT: s . A idéia deste v. será desenvolvida cm 2.1-5. 2.5 explicara
o Dia do Senhor (cf. A m 5.18). por que a sabedoria do discurso reduziria a nada a cruz do C risto.
k . A fidelidade de D eus ã sua prom essa, tem a dom inante do t . Loucura, aqui. c cm toda esta passagem , é sinônim o dc
A T. realiza-se no apelo aos hom ens para estarem cm com unhão inépcia, de tolice.
sábios e aniq u ila rei a inteligência d o s é fraco no m undo. D eus o escolheu para
inteligentes". 2"Onde e stá o sábio? O nde c o n fu n d ir o que é forte; “ aquilo que no
e s tá o d o u to r d a le i? O n d e e s tá o m undo é vild e d e sp rez a d o , a q u ilo que
raciocinador deste século? A caso D eus não não é , D eus o escolheu para red u zir a
tornou louca a sa b e d o ria ’ d o m undo? nada o que é , Na fim de que nenhum a
: 'C om efeito, pois o m undo, por m eio da c r ia tu r a ' p o ssa o r g u lh a r-s e d ia n te de
sabedoria, não conheceu a D eus na sabe­ D eu s. p o r E le q u e vós e x is tis' no
doria de D eus", é pela loucura da prega­ C risto Je su s, que se tornou para nós sa ­
ção que aprouve a D eus salvar os que bedoria que vem dc D eus", ju stiç a , san- Rm io,4-,
Mt 1 2.38: crêem . “ O s ju d eu s pedem sinais e os gre- tific a ç ã o e lib e rtaç ão 11-''a fim d e q u e , CI2J
)o 2 6|x- 8os Procuram a sabedoria'; “ nós, porém , co m o d iz a E scritura, a q u e le q u e se or- 2 Cor io.i7:
4.4x; 6.3o pregam os um M essias cru cificad o ', escân­ gulh a o rg u lh e-se no Senhori . Gl 614
dalo para os ju d eu s, loucura para os pa­
gãos. Mm as para os que são cham ados, n S a b e d o ria c lo u c u ra n a p re g a ç ã o d c
tanto judeus com o gregos, ele é o C risto, P a u lo em C o rin to . 'E u m esm o, quan­
poder dc Deus e sabedoria de D eus'. ^P ois do fui ter convosco, irm ãos, não foi com
o que é loucura dc D eus é m ais sábio do o prestígio da palavra ou da sabedoria* que
que os hom ens e o que é fraqueza dc Deus vim a nunciar-vos o m istério k d e D eus.
c' m ais forte do que os homens*. 2Pois resolvi nada saber entre vós a não
ser Jesus C risto e Jesus C risto crucifica­
S a b e d o ria e lo u c u r a n a fu n d a ç ã o d a do. 'P o r isso estive diante d e vós fraco,
Ig re ja . “ C o n sid erai, irm ãos, quem sois, receoso e todo trêm ulo; 4a m inha palavra
vós que rccebestcs o c h am ad o de D cush: e a m inha pregação nada tinham dos dis­
não há entre vós nem m uitos sííbios aos cursos persuasivos da sabedoria1.m as eram n \ i.s
olhos dos h o m en s', nem m uitos podero­ um a d e m o stra çã o feita pelo p o d e r do
sos. nem m uita gente de fam ília distinta. Espírito™. 5a fim dc que a vossa fé não sc
27M as o que c' loucura no m undo. D eus o fundasse na sabedoria dos hom ens, mas
escolheu para c o n fu n d ir os sábios; o que no poder de Deus".

u . Is 29.14: já por ocasião da invasão assíria. D eus anuncia c . Lil. segundo a carne (v er Rm 1.3 nota g, prim eira pan e).
que nào são os cálculos dc um a sabedoria puram ente hum ana d . Lil. sem nascimento, p o r oposição às jyessoas de fam ília
que salvarão Israel. É o m esm o tem a. distinta, d o v. 26.
v. Fim ioda esta passagem , a sabedoria, atividade da razão e . Lit. nenhuma carne (ver R m 13 noia g. prim eira p arte).
h um ana, não é criticada com o tal. visto ser a obm de Deus. M as f. Este verbo deve ser tom ado no sentido rigoroso: D eus vos
o updslolo a denuncia pelo fato de ela se pretender suficiente, escolheu, a vos que não existis ao s olhos d o m undo (vv. 26-29).
norm a ünica e ultim a. a fim dc que existais cm Jesus C risto. Portanto, orgulhai-vos.
w . A sabedoria de Deus m anifestada na criação. C f. Km 1.19- não do que sois po r vds m esm os ao s olhos dos hom ens, m as d o
20, q ue é m uito sem elhante ao nosso texto. O utros com preen­ que sois em Jesus C risto aos o lh o s de Deus (vv. 29.31).
dem : por uma disposição da sabedoria de Deus. ou no tempo da g . A sabedoria presunçosa da inteligência hum ana, com pre­
sabedoria de Deus. tensões a ser regra ab so lu ta, opõe-se a sabedoria em ação no
x. De am bos os lados, a exigência é. no fim das contas, u d esígnio dc D eus; encarnada em Jesu s, ela se to m a m anifesta na
m esm a: procuram -se seguranças hum anas, o m ilagre fiador da eleição do s cristãos d e C orinto.
veracidade da m ensagem ou um a doutrina satisfatória para a h . C f. Rm 3.24 nota.
inteligência; pretensões condenáveis aos olhos dc Paulo, não em i. Jr 9.22-23 citado livrem ente. * |C f. tam bém v. 4 .|
si m esm as (paradoxalm ente, elas serão satisfeitas pela cruz do j . Paulo opõe o prestígio d e um a palavra e dc um a sabedoria
C risto , v. 24). mas à m edida que são exigências prelim inares, hum anas à palavra e à sabedoria q u e vêm d e Deus (vv. 4.7). C f.
condições postas à aceitação da fé. 1 3 0 nota.
y. Um cristo, que. para os que abraçaram a fé. é o Cristo (v. 24). k . O utra leitura: o testemunho.
z. A prim eira vista, a pregação da cruz é o contrário da expecta­ I. T exto gram aticalm ente difícil, d a í as hesitações d a tradição
tiva hum ana: ocasião de queda em vez de sinal do poder de D eus. textual. M as o sentido não padece duvida.
loucura em vez d e sabedoria. M as um a vez vencida esta obscuri­ m . Nesta m anifestação d o Espírito, é preciso ver sem duvida
dade e dada a adesão no abandono d a fé. a cruz aparece com o rea­ não m ilagres (A t 18 não o s m enciona), m as antes a atividade d o
lização suprem a dessa expectativa: sabedoria e poder superiores. Espírito em Paulo e en tre os co n v ertidos d e Corinto (cf. 14.25;
a. Esta regra d a ação divina (vv. 18*25) vai ser aplicada à ITs 1.5).
eleição dos coríntios (vv. 26-30) e à pregação de Paulo (2.1-5). n . Paulo rejeita os discursos de um a sabedoria hum ana, que
I>. Lit. olhai o vosso chamado, irmãos. seriam persuasivos por si m esm os (v. 4 ) e fariam d a fe um a
A sabedoria dc Deus. ‘No entanto, é o que vem d o E spírito de D eus. Para ele,
realm ente um a sabedoria qu e nós en si­ é um a loucura, ele não o pode co n h ecer,
nam os ao s cristão s adultos0, sabedoria pois isto se ju lg a e sp iritu alm en te. I50
que não c deste m undo nem dos prínci- hom em esp iritu al, pelo contrario, ju lg a
15.24.25: pes deste m undo1’ , votados à d estru ição . dc tudo c ele m esm o não é ju lg a d o por
612 7N ós en sin am o s a sab ed o ria de D e u s, nin g u ém '. “ P ois quem conheceu o p e n ­
Rm 16.25: m isteriosa, escondida1*, e que D eu s, an- sam ento d o S en h o r para o instruir' ? O ra,
® tcs dos séculos, destinara de antem ão para nós tem os o pen sam en to de C risto.
a 1.26-27 a nossa glória. "N enhum dos príncipes
deste m undo a conheceu, pois. se a ti­ o O p a p e l d o s p r e g a d o re s d o e v an g e -
vessem c onhecido, não teriam cru cific a ­ lh o . 'Q uanto a m im , irm ãos, não pude
do o S en h o r da g lória. *Mas. co m o esta" falar-vos com o a hom ens espirituais, m as
escrito, c' o q u e o olho não viu, o ouvido som ente co m o a h om ens carnais*, com o
não o u v iu , nem su b iu a o c o ra ç ã o d o a criancinhas em C risto. 2E leite o que
. . . . - .. .... - Hb 5.12-14:
hom em : tudo o que D eus p rep a ro u para vos dei a b e b er, nao alim ento solido: nao |PJ 2 2
os que o a m a m T. ‘“C om e feito , foi a nós o teríeis suportado-'. M as não o suporta-
que D eus o revelou pelo E spírito. Pois o rícis nem seq u er h o je, 'p o is ainda sois
E spírito tudo sonda, até as profundezas c arn a is. Ja' q u e ha' en tre vós c iú m e e
de D e u s \ "Q u em dentre os hom ens c o ­ c ontendas, não é que sois carnais e vos
nhece o que ha' no hom em , senão o e sp í­ c o m p o r t a i s d c m a n e ira m e r a m e n te
rito d o hom em que esta' nele? Igualm en­ hum ana'? 4Q u an d o um declara: “ Eu sou
te, o que lia' cm D eu s. ninguém o c o n h e ­ de P a u lo ", o outro: “ E u. de A poio" não
ce. a não ser o E spírito dc D eus. ^ Q u a n ­ e sta is a g in d o d e m an e ira m e ra m e n te
to a nós. não recebem os o espírito do humana*?
m undo, m as o E spírito que vem d c D eus, sPois quem é A poio? Q uem c Paulo?
a fim dc conhecerm os os dons da graça S e rv o s p elo s q u a is fostes c o n d u z id o s
dc D eus. I3E não falam os d eles na lin­ à fé; cada um d eles agiu conform e os
guagem que é ensinada pela sabedoria d ons que o S e n h o r lhe concedeu. '‘Q u a n ­
h u m an a, m as na que é e n sin ad a pelo to a m im , eu p lantei. A poio regou, m as ir u o
E spírito, exp rim in d o o que é espiritual q uem fazia c re sc e r era D eu s. 7A ssim
cm term o s esp iritu ais1. 140 hom em en tre ­ quem planta não c nada, quem rega não
gue unicam ente à sua natureza" não aceita é nada: só D eus conta, ele que faz cres-

adesão dc ordem puram ente hum ana (v. 5). A sua pregação é com unicada por aquele q ue recebeu este Espírito (vv. 12-13) e
realm ente um a dem onstração (v. 4 ). m as. um a dem onstração do som ente a hom ens q ue tam bém receberam este Espírito, que
poder d o Espirito, vindo de D eus. c que por isso pede um a lhes perm ite com preen d er esta sabedoria; sem o q u e ela é lou­
adesão dc outra ordem : da ordem do Espirito. cura para eles (vv. 14-16).
o . Lit. que nós falamos entre os perfeitos. O s perfeitos nâo sào 1. O utras traduções deste texto difícil: Nós explicamos aos
um grupo aristocrático de iniciados, mas os que atingiram a espirituais verdades espirituais o u : Adaptando as coisas espiri­
plena m aturidade de sua vida cristà. E les sc opõem às crianci­ tuais aos espirituais.
nhas em Cristo d e 3.1 (cf. tam bém 14.20). u . Lit. o homem psíquico, por oposição ao hom em espiritual,
p . Trata-sc sem duvida ao m esm o tem po das potências sobrena­ isto é . anim ado pelo Espírito de Deus.
turais más e dos que sào seus instrum entos: as autoridades pro­ v. Isto é . por ninguém q ue nào seja espiritual. Paulo portanto
fanas trancadas em sua oposição ao C risto e ao Evangelho (v. 8). não deve ser ju lg ad o pelos corintios carnais (3.1). M as em IC or
q . Lit. em mistério, escondida. N ão se trata de um a sabedoria 14. Paulo m ostrará q u e h a regras para o s cristãos inspirados pelo
m isterios;i no sentido dc sabedoria enigm ática, mas de um a sa­ E spírito (cf. tam bém 12.10; !T s 5.19-22).
bedoria q u e se exprim e no m istério, no sentido paulino do ter­ w . Is 40.13.
m o. isto é. o segredo d o desígnio de salvação realizado em Jesus x. Sobre o sentido d e carnal, cf. Rm 13 nota. A qui, ao que
C risto (cf. Rm 16.25-27). parccc, carnal é sinônim o de hfHnem deixado somente à sua
r . C om binação de dois textos. Is 6 4 3 e Jr 3.16. segundo um natureza (lit. psíquico) d e 2.14. cf.. com efeito, 3.3: nào é que
processo atestado no ju d aísm o contem porâneo por com pilações sois carnais e vos comportais de maneira meramente humana?
de citações (Testimonia). y . Lit. vós disso nâo éreis capazes.
s . A idéia geral d os vv. 10-16 é a seguinte: esta sabedoria tem 2 . Lit. segundo o homem.
sua fonte no E spirito d c IX*us (vv. 10-11). Ela só pode ser a . Lil. não sois hwnens?
cer. “Q uem planta e quem rega são um a “ A caso não sabeis que sois o tem plo Ex is.17;
só coisab, e cada um receberá o salário dc D eus e que o E spírito de D eus habita
de a co rd o com seu p ró p rio trab a lh o . cm vósh? l7Sc alguém destruir1 o tem plo i t s 4,8
’Pois nós trabalham os ju n to s na obra dc dc D eus, D eus o destruirá. Pois o tem plo
D eus1' e vós sois o cam po de D eus, a de D eus e santo* e esse tem plo sois vósk.
Rm 12.3 construção dc D eus. ‘“Segundo a graça l8Q u e n in g u ém se iluda: se a lg u é m
que D eus me deu, com o bom arquiteto dentre vós sc ju lg a sábio à m aneira deste uo-2S : 2.6.
lancei o .fu n d a m en to , um outro constrói m undo, to rn e-se louco para se r sábio; 'u o
em cim a. M as tom e cada um cuidado ” pois a sabedoria deste m undo é loucura
com a sua m aneira de construir. " Q u a n ­ diante dc D eus. C om efeito está escrito:
to ao fundam ento, ninguém pode lançar E le apanha os sábios em sua p rópria
outro que não seja o já posto: Jesus C ris­ astúcia'. Mc ainda: O S en h o r co nhece os
to. 12Q u c r sc c onstrua sobre este funda­ p en sa m e n to s dos sá b io s. E le sa b e que
m ento com ou ro . prata, pedras preciosas, sã o vãos" '.21A ssim , ninguém funde o seu
m adeira, ferro, palhad, l3a o bra dc cada orgulho em hom ens, pois tudo é vosso:
um será posta em evidência. O dia do “ Paulo, A p o io ,o u C efas, o m undo, a vida
ju íz o 1 torná-la-á conhecida, pois ele se ou a m orte, o presente ou o fu tu ro , tudo
m anifesta pelo fogof, e o fogo c o m p ro ­ c vosso. wm as vós sois de C risto , c C ris­
vará o q u e vale a o b ra de c a d a um . to, de D eus'1.
l4A qucle cuja construção su b sistir rece­
berá um salário. l5A quele cuja o b ra for a R elaçõ es d e P a u lo com os c o rín tio s.
consum ida, dele será privado*; ele m es­ 'C on sid erem -n o s portanto co m o ser­
m o será salvo, m as com o quem o é atra ­ vos d o C risto e adm inistradores dos m is- u ' l2-42;
vés do fogo. térios dc D eus°.2O ra. o que afinal se pede n i.7 ;
______________________________________________ Ef 3,2
b . Encontra-se aqui o principio d a reflexão sobre a divindade canteiro de obras sem pre em atividade, o dc T em p lo insiste no
e unidade das funções eclesiais, que será continuada no cap. 12. caráter concluído e definitivo d a com unidade em que D eus ha­
c. De preferência a nós somos colaboradores dc Deus. A bita. não mais sob a form a d um a nuvem de glória que sim boliza
natureza da participação de Deus e do homeni nesta obra co­ a sua presença, m as por seu próprio Espírito. A ssim se cum prem
mum-<í precisada sem equívoco nos vv. 6-7 (cf. ITs 3,2; M c as prom essas de nova A liança (cf. E z 36,27).
16.20: 3Jo 8). Paulo reproduz a dupla m etáfora do A T da plan­ i. A pós aqueles que co n su o em com bons m ateriais que duram
tação c da construção. Em Jerem ias, particularm ente, a m issão (v. 14) c aqueles que constroem com m ateriais que nào resistirão
do profeta exprim e-se m ediante dois pares em oposição: arran- à prova do fogo (v. 15). eis aqueles q u e, em vez dc construir,
car-píantar/dem olir-construir. P aulo, no que lhe concerne, rejeita destroem . Esses são sacrílegos, e serão punidas com o tais. Cf.
qualquer m issão dc destruição ou ruína (cf. 2C or 10.8 e 13.10). form as literárias idênticas em M c 8.38 par.
M as, assim com o em Jr a obra dc plantação e edificação era j . A palavra im plica tam bém um a idéia de consagração. T udo
sim ultaneam ente de D eus e do profeta (cf. Jr 1.10 nota), a fun­ o que fere a com unidade fere tam bém a Deus e é portanto um
dação do novo povo dc Deus é obra do próprio Deus e dos sacrilégio que m erece a morte,
apóstolos cham ados a nele participar. k . Lit. e vás sois tais. O utros com preendem : e vós sois santos.
d . Trata-se de m ateriais cuja resistência ao fogo vai decres- 1, J ó 5,13 citado livrem ente,
cendo. É em função dessa idéia que Paulo esolhe esses exem ­ m . Sl 9 4 .1 1 grego.
plos. ;quer esses m ateriais sejam aptos paru a construção, quer n . Os vv. 21-23 devem ser com preendidos em função de 1,12,
não. N ão cabe perguntar o que. nesses m ateriais, representa a cujos term os eles repetem : Cada um de vós fa la assim: "Eu sou
obra de A poio, em quem Paulo sem pre confia (16.12). dc Paulo, eu de Apoio, eu de Cefas " . — N âo. responde o após­
e. Lit. o dia (cf. 1.8 nota). tolo, é o contrário; vós não pertenceis a esses hom ens, eles é que
f. É o clássico sím bolo profético do fogo que perm ite elim inar sâo vossos servidores. E les, com o todo o resto da criação, estão
;tv escórias c que afina e purifica os m ateriais preciosos (Is 1.25: a vosso serviço para que vós m esm os estejais a serviço do Cristo
Jr 6.29-30; Ml 3,2-3). e. pelo C risto, a xbrviço dc Deus.
g. L it. sofrerá sua perda. A o p o siçã o " g a n h a r um sa lá ­ o. T ítulos contrastantes: os apóstolos, servos de Cristo (única
rio/sofrer um a p erda" corresponde habitualm ente à oposição vez em que Paulo usa o term o grego hypèréiai. que designa, nos
"ser salvo/perder-se'* (M c 8 3 6 par.). A qui. porém , não 6 o caso, Evangelhos, servos de ínfim a categoria) são . n o en tan to , os
pois o julgam ento não incide nas pessoas, mas em sua obra. É intendentes (ou gerentes) dos mistérios de Deus. Isso porque, no
por iíso que Paulo explicita que o obreiro será salvo, em bora m undo helenístico, sucedia confiarem -se a servos de origem
apertado, com o quem escapa de um incêndio atravessando as hum ilde responsabilidades d e m onta. Os mistérios de Deus de­
chamas. vem ser equiparados às profundezas de Deus (2,10) e aos dons
h . Paulo prolonga a im agem da Igreja com o construção m e­ da graça (2.12) revelados a Paulo para que os d e a conhecer. O
diante a do Templo de Deus. Se o term o “construção" evoca um term o ocorre com freqüência nos textos de Q um ran.
dc ad m in istrad o re s é que sc m ostrem sábios cm C risto; nós som os fracos, vós
fieis. 'Q u a n to a m im , m uito pouco m e sois fortes; vós sois objeto de c o n sid era ­
im porta ser ju lg a d o por vós ou por um ç ão . nós som os d esp reza d o s11. “ A in d a 2 Cor 4.8-12;
tribunal1’ hum ano. Eu tam pouco m e ju l­ agora, tem os fom e, tem os sede, estam os *|4",l“; 7
go a m im m esm o. 4A m inha consciência, nus. m altratados, e rran tes, l:e fatigam o-
por certo, de nada m e acusa, m as não c -nos trabalhando com nossas m ãos. In-
isso que me ju stific a; quem m e ju lg a e o sultam -nos, nós abençoam os; perseguem -
Mt 7,1 Senhor. 5P or conseguinte, não ju lg u eis -nos, nós suportam os: ‘-'caluniam -nos, nós
antes do tem po, antes que venha o Se­ consolam os. N ós som os ate agora, por
nhor. É ele que ilu m in ará o que está assim dÍ 7.er, o lixo d o m undo, os detritos'
e scondido nas trevas e porá dc m anifesto do universo.
Rm 2.16 29 os desígnios dos corações. E ntão cada
qual receberá de D eus o louvor que lhe P re o c u p a ç ã o p a te r n a l d e P a u lo . l4N ão
c devido. vos escrevo isto para vos e n vergonhar,
‘É por v ossa c a u sa , irm ã o s, que cu m as para vos a d v e rtir, c o m o a filh o s 2c«r 6.13;
apresentei isso sob outra form a11, a p li­ queridos. ,5C om efeito, m esm o que ti- IT> 2,7
cando-o a A poio e a m im m esm o, a fim vésseis dez m il pedagogos" em C risto,
de que, a nosso ex em p lo , aprendais ar não tendes m uitos pais. Fui eu que, pelo it* 2 . 11:
não vos inchar dc o rgulho, tom ando o E vangelho*, vos gerei em Jesus C risto . 11,110
partido de um contra o outro. 1C om e fei­ “ E xorto-vos, pois: sede m eus imitadores-'.
to quem tc d istingue? Q ue tens que não 17É por isso m esm o q u e vos enviei T i­
hajas receb id o ? E se o receb este, por m ó te o , m eu filh o q u e rid o e fie l no 2Tm 1.2
que gabar-te com o se não o tivesses re- S enhor'; ele vos lem brará m eus p rin cí­
Ap 3,17 cebido? "Já estais saciados! Já sois ri­ pios de vida cm C risto , tais com o eu os
cos! Sem n ó s, sois reis'! Ah! o x alá o ensino por toda parte, em todas as Igre­
fósseis, para que nós tam bém pudésse­ jas. lsO ra, im aginando que eu não v olta­
m os reinar convosco! ’Pois cu penso que ria a e star c o nvosco, alguns sc incharam
D eus nos exibiu a nó s, ap ó sto lo s, em de orgulho. '"M as cu irei breve ter c o n ­
Rm 8.36; últim o lugar, com o condenados à m orte: v o sc o . sc o S e n h o r q u ise r, c tom arei
'iCmA i! fom os dados em e sp etácu lo 1 ao m undo, con h ecim en to , não das palavras desses
ni> 10.33 aos anjos e aos hom ens. l0N ós som os orgulhosos, m as da sua ação”. “ Pois o
loucos por causa do C risto , m as vós sois R eino dc D eus não consiste em palavras, mi 7.21

p . Lit. dia. T ratar-se-ia. sugere ironicam ente Paulo, dc um c a grandeza segundo D eus que é desprezada pelos hom ens
tribunal (dia) hum ano que se julgaria autorizado a pronunciar (Paulo).
um julgam ento que c da com petência única do Dia do Senhor, v. O s dois term os designam igualm ente os m iseráveis que
isto é, d o ju ízo fina]. eram n u trid o s à cu sta da cid ad e p ara serv irem de vítim as
q . Isso é o princípio geral: nós som os todos servos pertencen­ expiatórias nas calam idades públicas.
tes a C risto (3,21). Tudo o que tem os, nós o recebem os (4.2); a w . O escravo encarregado de vigiar a criança e de conduzi-la
ouira form a c a aplicação deste princípio ao m inistério apostó­ aos seus professores. A qui. a expressão é pejorativa (cf. Gl 3.24
lico (3*5-16). nota).
r . O texto traz: o nâo acima do que está escrito. É difícil dar x. Encontra-se aqui um matiz com plem entar que o term o ewnge-
um sentido aceitável a esse texto. U m a hipótese engenhosa, Iho tem às vezes nas epístolas paulinas: além da mensagem mes­
adotada aqui, supõe tratar-se da nota m arginal de um copista. ma de boa nova e do seu conteúdo (ver Rm 1,1 nota), evangelho
relativa a uma particularidade gráfica (o “nâo" está escrito aci • serve às vezes tam bém para designar a proclam ação desta m ensa­
ma do “a ”) c que um copista pouco inteligente transladou para gem (cf. IC or 9.12; 2Cor 8.18; Gl 2.7; E f 3,6; Fl 1 3; 2.22; 4.3.
o texto. O utros pensam num provérbio conhecido dos leitores, 15; ITs 3.2; Fm 13). no sentido da nossa palavra evangelizaçõo.
cuja aplicação à conjuntura presente, clara para Paulo e seus y . Paulo pede aos corintios que o imitem porque ele m esm o
leitores, hoje nos escapa. im ita a C risto ( 11.1}. A ssim os próprios corintios im itarão a
s. Isto é: vós pretendeis instalar-vos por vossa própria conta, C risto (cf. IT s 1.6; Fl 2.5).
sem nós. no R eino dos céus. para aí reinar. z. Sobre essa m issão, cf. At 19,21-22.
t. O term o evoca as arenas onde. diante da m ultidão, os con­ a. Lit. seu poder (o m esm o no fim d o v. 20). T rata-se das
denados eram entregues às feras. realizações neles d o poder d o Espírito <cf. 2.4; lT s 1 3 ) que
ii. Esta passagem é irônica e evoca os tem as dc IC or 1-2: as deverão m anifestar-se prim eiro por atos que testem unhem sua
«irandczas hum anas que são nada diante dc D eus (os corintios). conversão.
m as em ação . 2lQ uc prcferis? Q u e e u vá serdes um a m assa nova, visto que sois
2Cor io.2 a vós com varas ou com am or e num se m fe rm e n to * . P o is o C ris to , n o ssa
gi 6.i espirito d e doçura? páscoa, foi im olado. “C elebrem os pois a
festab. não com ferm ento velho, nem com
^ U m c a s o d e im o ra lid a d e . ‘O uve-se ferm ento d e m aldade e perversidade, m as
d ize r por toda parte que ha' entre vós com pães sem ferm ento: na pureza e na
um c a so d e d e s re g ra m c n to \ e d e um verdade.
desregram ento tal com o não se encontra *Eu vos escrevi na m inha carta1que não
nem seq u er entre os pagãos: um d c vós tivésseis relaçõ es com os devassos*. M,Eu
vive com a m ulher dc seu pai1'. 2E vós não visava d e m odo geral aos devassos Rm 1.29-31
e s ta is in c h a d o s d e o r g u lh o ! E n à o d este m undo, ou aos gananciosos e aos
to m astes, dc preferência luto, a fim de rap aces ou aos idólatras, pois neste caso
que o a u to r desta ação fosse retirado do precisaríeis sa ir d o m undo. " N ã o , eu vos
m eio de vósd? 'Q u a n to a m im , ausente escrevi que não tivésseis relações com
ci 2.5 de co rp o , m as presente em e sp írito , ja' um hom em que traz o nom e d c irm ãok se
julguei, co m o sc estivesse presente, aque­ é d e v a s s o , o u ra p a c c o u id ó la tra ou
le que com eteu tal ação: 4em n om e do calu n iad o r ou beberrão ou ladrão, e ate'
Senhor Je su s, e com o seu poder, por que não to m ásseis refeição com tal ho­
ocasião dc um a assem btéia na qual e sta ­ m em . 12A caso com pete a m im ju lg a r os
rei e sp iritu a lm en te entre vós*. 5scja tal de fora*? N ão são os de d entro que te n ­
hom em en treg u e a S atanás para a d e s­ des dc ju lg a r? l3O s dc fora. D eus os ju l- cn o :
truição d a sua carne, a fim dc que o e s­ gará. Tirai o m au d o vosso nieiom. ITs 412
pirito seja salvo no dia do Senhor*.
6N ão e' nobre o vosso m otivo de o rg u ­ s* P ro c e sso e n tr c irm ã o s. ‘Q uando ten-
lho! N ão sabeis que um pouco de fer­ des um a d esavença entrc vós, com o
m e n to fa z fe rm e n ta r to d a a m a s s a ? é que ousais subm etc-la ao ju lg am en to
7P u rifica i-v o s d o ferm en to velho para d os pagãos", e não ao dos santos? 2A caso

b . O term o grego pom eia (aqui traduzido por desregram ento) pureza e integridade (v. 8). T em -se aqui um caso n p ic o do
e' um term o geral que se aplica a todos os tipos de desordens no im penitivo paulino: tom ai-vos o q u e sois por vossa identificação
dom ínio sexual. com C risto (cf. Rm 6.11-12: C l 3.3-5).
c . Lmo é. a sua m adrasta. Tal união era reprovada tanto pela lei h . A festa d a Páscoa, q ue esta próxim a. O ritual ju d a ico desta
judaica (Lv 18.8) com o pelo direito rom ano. A lguns rabinos festa com portava a procura e a d estruição d o pão ferm entado
toleravam tais uniões entre os pagãos convertidos ao judaísm o. que houvesse ficado em casa (cf. v. 7 ). a im olação d o cordeiro
0 que poderia explicar a ausência de reação da com unidade de pascal (cf. v. 7 ). e a m anducaçào de pães sem ferm ento (v . 8).
Corinto. Seja com o for. é um exem plo m arcante do relaxam ento Estas são figuras d a realidade definitiva q u e c o C risto , verda­
das regras m orais, característico das tendências que sc m anifes­ d eiro cordeiro pascal por qu em o velho ferm ento d o pecado fica
tam em C orinto naqueles que se julgam “espirituais". definitivam ente destru íd o e q ue torna possível um a vida “p as­
d . O s coríntios deveriam ter. desde m uito tem po, excluído o ca l" de santidade e pureza sim bolizada pelo pão sem ferm ento.
culpado, considerando-o com o m orto e portanto tom ando luto ». A prim eira carta “ pre-canônica" (cf. Introd.)
com o por ocasião do falecim ento dc um irmão. j . G r.: pornoi. C f. 5.1 nota.
c . Lit. L/n nome do Senhor Jesus, vós e o meu espirito estando k . Isto é . um cristão (cf. At 1.15). Esta denom inação já existia
reunidos com o poder de nosso Senhor Jesus. A assemble'ia da no judaísm o para d esignar os m em bros do povo de D eus. A
com unidade cristã (v. 4) d convidada a ratificar o veredicto que filiação divina em C risto lhe confere um realism o e um a profun­
Paulo ja* fulm inou (v. 3). M as ela age em nom e de Jesus e com didade infinitam ente m aiores.
0 seu poder (cf. Mt 18.18). I. O s não-cristãos, denom inação proveniente, tam bem ela, d o
f. N a ide'ia de Paulo, o culpado é entregue a Satanás só indi­ judaísm o. Cf. M c 4.11 nota.
retam ente. A ex clusão da com unidade priva o excom ungado dos m . Dt 17.7.
meio* de d efesa q ue esta com unidade possui contra a ação de n . Lit. injustos . isto é . os q u e nào foram justificados pela fé
Sauínas. c portanto 0 entrega ao seu poder. M as esta pena é em Jesus C risto: cf. Rm 1-8. N esta seção (vv. 1-11). Paulo quer
“ medicinal*’, d evendo os sofrim entos consecutivos à ação de sobretudo censurar ao s coríntios o fato de eles se m ostrarem
Satanás levar o p ecador à conversão c portanto à salvação, no in-capazes de resolver p o r si m esm os, pacificam ente, os seus
dia do S enhor, isto e'. no juízo final. conflitos. O s argum entos aduzidos sò visam a essa finalidade
g . Lit. conforme sois ázimos. O fermento é tom ado aqui com o e não devem ser erigidos em princípios absolutos; Paulo reco­
sím bolo d a corrupção (cf. Mt 16.6 par.; em sentido contrario Mt nhece a validade e a origem div in a d as instituições civis (Rm
1333 par.). O pâo sem ferm ento é . ao contrario, sím bolo de 13.1-7).
n â o sa b e is que os san to s0 ju lg a rã o o nhor Jesus C risto e pelo E spírito d o n o s­
m undo? E sc e' por vós que o m undo so D eus.
o n 7.22 será ju lg a d o , serieis porventura indignos
de proferir sentenças em ju lg a m en to s dc “ T u d o m e é p e r m itid o ” . u "T u d o mc é 10 .23

m ínim a im portância? 'A caso não sabeis perm itid o "', m as nem tudo m e convém 1. 7..15

que nós julgarem os os anjosp? C om m aior “T udo me é perm itido” , m as eu não me


razão as questões desta vida! JQ uando deixarei escravizar por nada. L'O s alim en­
pois tendes processos desta espccie. c ons­ tos são para o ventre, c o ventre para os
tituis ju iz e s pessoas que a Igreja des- alim entos, e D eus destru irá estes c a q u e ­
preza'1? 5D igo-o para a vossa vergonha. le. M as o co rp o não é para a d ev assid ão ,
A ssim , não se encontra entre vós nenhum ele é para o S enhor e o S en h o r é para o
hom em bastante sá b io ' para ser cap az de c o rp o . l4O ra . D eus. que ressu scito u o is.is:
ju lg a r entre os seu s irm ãos? ''M as um Senhor, nos ressuscitara' tam bém pelo seu jcom u
irm ão esta' em processo com outro irm ão, poder". ,!N ão sabeis porventura que os
e isto perante os incréus! 7Dc q u alq u er vossos co rp o s são m em bros dc C risto ? Rm 12.5
m aneira, já é para vós um a decadência T om aria e u ' os m em bros do C risto para
terdes processos entre vós. P o r que não os transform ar cm m em bros de p ro stitu ­
Mt 5..W-42: preferis suportar um a injustiça? P or que ta? C ertam ente não! ,éA caso não sabeis
'Tpü n^ ° vos ^ c ' xar antes despojar? "M as sois
. '9 que quem se une à prostituta tom a-sc com
vós que co m eteis a injustiça e despojais ela um só corpo? Pois foi dito: A m b o s
os outros: c e les são vossos irm ãos! *En- serã o um a só carne". l7M as aquele que
15.5o tão . não sab eis que os injustos não her­ se une a o S e n h o r é c o m e le um só
darão o R eino de D eus? N ão vos enganeis e sp írito '. '“Fugi da devassidão. Q u a lq u er
a este respeito! N em o s d e v asso s, nem ou tro pecado com etido pelo hom em é
Rm i_29-.il: o s idólatras, nem os adúlteros, nem os exterior ao seu corpo. M as o devasso peca
c;i j Vy-Zi e fe m *nad o s. nem os pederastas, "'nem os c o n tra o seu p róprio c o rp o '. wO u não
lad rõ e s, nem os g a n an c io so s, nem os sabeis acaso que o vosso co rp o é tem plo
b eberrões, nem os caluniadores, nem os do E spírito S anto que esta' em vós e q u e -Vi*
rapaces herdarão o R eino de D eus. " E é vos vem dc D eus, e que vós não vos
isso que vós éreis. ao m enos a lguns. M as pertenccis? 20A lguém pagou o preço do 7 .2 ?

fostes lavados, m as fostes santificados, vosso resgate7. G lorificai portanto a D eus IPJ l ls l9
m as fostes justificad o s em nom e do S e ­ por vosso corpo.

o . O s membros d a com unid;ide. C f. Rm 1.7 nota; 15.25 nola. sexual em penha o corpo, isto é . a pessoa inteira, presente a
p . O s anjos decaídos. outrem por seu corpo (cf. Rm 12.1 nota). C o m o ta l. a pessoa
q . Essa expressão, em que P aulo se deixa arrastar por sua com partilha a situação d o C risto ressuscitado e a sua vida sexual
oratória, deve ser lida à luz de Rm 13.1-7 e em particular d o v. deve ser a que convém (v. 12) a um m em bro d o C risto.
7. que enuncia que os m agistrados devem scr honrados pelos v. O verbo grego significa tam bém arrancar, tirar. H a. por­
crislàos. Pode-se lam bem traduzir: sc thrrdes processos dessa tanto, oposição absoluta entre a união com C risto e a união
ordem, estabelecei como juizes as pessoas de que a Igreja mio sexual ilegítim a. O argum ento supòe. por oposição, que a união
fa z nenhum caso . isto e . os m enos considerados entre os cris­ conjugal dos cristãos deve engaja-los na união com C risto. Cf.
làos. Eles deveriam bastar para julgamentos dc mínima impor­ ITs 4.4 nota.
tância (v. 3). w . G n 2.24.
r . Paulo ironiza, aludindo à pretensão dos corintios à sabedo­ x. C om um a prostituta, a união e corporal: p o r isso Paulo diz
ria. "um só corpo (c o m ) ...” . Com C risto , a união é esp iritu al, e é por
s. Sem düvida. um a frase dc Paulo cujo sentido os corintios isso que diz “ um sri espirito (c o m )..." . Q uando cita o G ênesis,
adulteravam . escreve “ um a so carne*’... Estas três expressões m ostram cla ra ­
t. E sta frase resum e toda a ética paulina. À problem ática do m ente que a ênfase não esta nos determ inativos (corpo. ca m e.
perm itido e d o proibido substitui-se a de saber o que esta de espirito), m as no fato d e “ ser um com*\
acordo ou não com a vida nova d o cristão transform ado pelo y. T rata-se de um a antítese com parativa à m aneira sem ítica
Espirito. C f. Rm 7 -8 . (cf. Rm 9.13: Mt 12.31): o d evasso peca mais co n tra o seu
u . P aulo se opõe provavelm ente a corintios que não estabele­ próprio corpo do que aquele que com ete outro pecado: a im pu­
ciam nenhum a diferença de natureza entre as necessidades ali- reza está em contradição com o destino d o co rp o d o cristão,
m enlares e a vida sexual (v. 13) e replica: as prim eiras são m em bro do C risto.
ligadas ao m undo presente e desaparecerão com ele. A vida t . Lit. fostes comprados por um preço. C f. Rm 3.24 nota.
r j R e sp o sta s a p e rg u n ta s s o b re o c a ­ e u .'‘M as se eles não podem viver na c o n ­
s a m e n t o . 'V e n h a m o s a o q u e m e tinência. que se casem ; pois e' m elhor ca- iTm 5 .14
escrevestcs”. E bom para o hom em abs­ sar-se do que ficar ardendo. ‘"Aos que
ter-se da m ulher11, t o d a v i a , para evitar são casados o rdeno, não eu, m as o S e ­
todo desregram ento. tenha cada hom em a n hor1; que a m ulher não se separe do seu
sua m ulher, e cada m ulher, o seu marido*. m arido 11— se esta' separada não se case
■'Cumpra o m arido os seus deveres para d e novo ou reconcilie-se com o m arido
com sua m ulher, c faça a m ulher o m es­ — , e o m arido não repudie a sua m ulher.
m o para com seu m arido. ''N ão e' a m ulher l2A os outros dig o . sou eu que falo, e não
que dispõe d o seu corpo, m as o seu m a­ o Senhor; se um irm ão tem um a m ulher
rido. Igualm ente, não e' o m arido que d is­ não-cristã, mas que consente em viver com
põe do seu corpo, m as a sua m ulher'1.5N ão cie. não a repudie. WE se um a m ulher tem
vos recuseis um ao outro, a não ser de um m arido não-cristão. m as que consente
com um acordo e tem porariam ente, a fim em v iv er com e la . ela nâo o repudie.
dc vos co n sag rard es à oração: d ep o is, l4Pois o m arido não-cristão e' santificado*
voltai à conv iv ên cia, para que a vossa por sua m ulher c a m u lh er não-cristã e'
incapacidade de a utodom ínio não dc a santificada por seu marido*'. Se fosse de
Satanas a ocasião de vos tentar*.‘ F alan ­ outro m odo. os vossos filhos seriam im ­
do assim , eu vos faço um a c o n cessão ', puros, quando dc fato são san to s1. l5Se o
não vos dou um a ordem . 7Q uisera eu que não-cristão q uer se separar™, faça-o! N es­
todos os hom ens fossem com o eu; m as te caso o irm ão ou a irm ã não estão
cada um recebe de D eus um dom parti­ ligados"; é para viver em paz que D eus R"> i-».w
cu lar. um e ste. ou tro aquele11. vos cham ou. “ C om efeito , com o sabes,
“Eu digo p ortanto aos solteiros1’ e às m ulher, se salvarás o teu m arido? C om o
viuvas que e' bom ficarem assim , com o sabes, m arido, se salvaras a tua m ulher?

a . O s coríiuios escreveram a Paulo, solicitando sua opinião beram o carism a d o celibato. ~ Para o utros, aqui é questão
acerca de alguns pontos. Na seqüência desta c a n a , encontram -se unicam ente dc pessoas casadas às q uais Paulo desaconselha a
as respostas de Paulo u respeito do m atrim ônio c da virgindade continência.
(cap. 7) d a consum ação de carnes im oladas aos deuses do p aga­ d . O dom de si é a regra nas relações conjugais, todo uso
nism o (caps. 8 -9 ). das m anifestações espirituais (caps. 12-14) e egoísta do casam ento fica excluído. Km £ f 5.25. na m esm a li­
da coleta em favor da igreja de Jerusalém (16,1-12). nha. o que sera proposto aos esposos é o exem plo d o C risto.
b . As tendências “espiritualistas” (ou "gnosticas"). com seu e . l it a fim de que Satanás não vos tente por causa da vossa
desprezo pela dim ensão corporea d o hom em , resultaram em dois incontinência.
desvios opostos: um ascetism o que rejeitava qualquer vida s e ­ f. O que Paulo concede são esses m om entos de abstinência no
xual (cf.. séculos mais tarde. o catarism o). e uma devassidão casam ento, m as ele nào faz d isso um a obrigação. Para outros, o
desenfreada, considerada com o p r o \a de libertação. Sc alguns que ele perm ite à m aneira d e concessão é o próprio m atrim ônio.
coríntios tinham adotado o princípio do "tudo me é permitido*' g. N ote-se que Paulo nào opõe a virgindade, dom de D eus. ao
(6.12 e 10.23). outros teriam podido im aginar que é bom fmra casam ento, estado com um . T anto um com o o outro sào dons dc
o homem abster-se da mulher. l-slc princípio aparta-se conside­ IX’us (grego khárisma).
ravelm ente de G n 2.18: Não é bom que o homem esteja só. Por h . G rego â^amos. nõo-casado. Parece que Paulo inclui nessa
is s o é que Paulo o m aneja com grande prudência, exceto no caso categoria todos os que estão sem cônjuge: celibataríos. viuvos.
dos solteiros e viuvos (v. 8). esposos separados d o próprio cônjuge. C f. vv. 11.34.
Paulo nâo responde aos coríntios escrevendo um tratado sobre i. C f. M c 10.9-12 par.
o casam ento ou a virgindade. A borda os v;írios casos que ocor­ j. Não se trata de um a santidade m oral, mas de uma pertença
rem na vida concreta: pessoas casadas (vv. 2-11). inclusive com à com unid;ide cristã, com unidade dos santos. Pelo casam ento,
um cônjuge nào-cristào (vv. 12-16). virgens (vv. 25-35). noivas com efeito, marido e m ulher se tornaram um a sd carne (G n 2.24:
(conform e a interpretação aceita para os vv. 36-38). viúvas (vv. cf. IC or 6.16) e o cônjuge pagão sc beneficia d e certa maneira
39-40). O s vv. 17-24. situados no centro deste capítulo, forne­ da santidade da com unidade.
cem o princípio geral que rege as varias soluções: cada um k. Lit. pelo irmão, isto é . pelo cristão que é seu m arido.
perm aneça na condição em que se achava quando abraçou o I. C f. IC or 7.14 nota j. Os filhos, na antropologia sem ítica. sào
cristianism o. M as o plano desse texto esta longe de ser tão rigo­ considerados com o um sò .ser com os pais.
roso: o pensam ento passa continuam ente do casam ento ao ce li­ m . Se/tarar-se: mesm a palavra que no v. I I . onde Paulo ex ­
bato voluntário e vice-versa, sugerindri com isto que o valor clui explicitam ente um novo casam ento. **Sào Paulo só concede
desses dois estados nào pode ser com preendido independente­ explicitam ente e em term os claro s o direito de se .separarem"
m ente um d o outro. (Spícq).
c. T rata-se de um conselho dirigido a todos os que não rcce- n. Usados, lil. escravizados.
N ão se p ro c u re m u d a r d e c o n d iç ã o . o hom em perm an ecer assim . 27E stás li­
l7N o m ais. cada um viva segundo a con­ gado a um a m ulher? N ão procures s e p a ­
dição que o Senhor lhe atribuiu, e na qual rar-te. N ão estás ligado a um a m ulher?
se achava quando D eus o cham ou. E o N ão procures m ulher. “ T o d av ia, se te
que eu prescrevo em iodas as Igrejas. c asares, não pecas; e se um a virgem se
"U m era circunciso quando foi cham a- casa. não peca. M as as pessoas casadas
Rni 2.25-27: do? N ão dissim ule a sua circuncisão", terão pesadas provações a suportar1, c eu
ci 5.6. 6.15 O utro era incircunciso ? N ão se faça cir- vos quisera poupar.
c u n c id a r. ” A c irc u n c isã o nada é e a “ E is o que dig o , irm ãos: o tem po se
incircuncisão nada c: tudo está cm o b ­ abrev io u “. D oravante, aqueles que têm Rl" 13'11
servar os m andam entos de D eus. “ C ada m ulher sejam co m o se não a tivessem ,
um perm aneça na con d ição cm que se ■'°os que choram com o se não ch o rassem ,
achava quando foi cham ado. 2lE ras e s­ os que se alegram com o se não se a le ­
cravo q u a n d o foste ch am ad o ? N ão te g rassem , os que com pram com o sc não
preocupes com isso, pelo contrário, m es­ possuíssem , J1os que tiram proveito d e s­
m o que p udesses te libertar, procura a n ­ te m undo, co m o sc não aproveitassem u» 2.i5 i7
tes tira r p ro v e ito da tua c o n d iç ão dc re alm e n te. P o is a fig u ra d e ste m undo
FnU6 escravo1’. “ Pois o escravo que foi c h am a ­ passa*. ,2Eu quisera que fósseis isentos
do no S enhor é um liberto d o Senhor. de preocupações. A quele que não é c a ­
D o m esm o m odo aquele que foi ch am a­ sado preocupa-se com as co isas d o S e ­
d o q u ando era livre é um escravo do nhor: ele procura com o agradar ao S e ­
6-20 C risto. “ A lguém pagou o preço do vos­ nhor. -'-'Mas aquele que é casad o p re o cu ­
so resgate: não vos to m eis escravos dos pa-se com as coisas do m undo: ele p ro ­
hom ens'1. “ Irm ãos, cada um perm aneça c u ra c o m o a g ra d a r à m u lh e r, 'Je fica
7.17 diante de D eus na condição cm que se dividido". D o m esm o m odo a m ulher sem
achava q u ando foi cham ado. m arido e a jo v em solteira preocupam -se
com as coisas do S enhor, a fim de serem
O c aso d a s p e sso a s n ã o -c a s a d a s , d o s santas de co rp o e de e sp írito x. M as a
n o iv o s e d a s v iú v a s . 25A re sp eito de m ulher casada preocupa-se com as c o i­
quem é virgem r,e u não tenho o rdem do sas do m undo: ela procura com o a gradar
Senhor; é um c o nselho que d o u . de um ao m arido. 3íD igo-vos isso cm vosso pró­
hom em qu e, pela m isericórdia do Senhor, prio interesse, não para vos a rm ar um a
e dig n o de c onfiança. “ P enso que é um a c ilad a, m as para que façais o que c o n ­
v a n ta g e m , p o r c a u s a d a s a n g ú s tia s vém m elhor, c fiqueis unidos ao S enhor
presentes*.sim penso que é vantajoso para sem divisões''.

o . Praticando a operação m encionada em IM c 1.15. u . Term o técnico da navegação. Lit. o tempo cerrou as suas
p . Lit. aproveita antes. O contexto sugere a interpretação vetas. Im agem m uito expressiva. S eja qual for o tem po que resta
adotada, de p rcícréncia à que subentende: aproveita antes a ate a P arusia. de qualquer form a, o m undo futuro já está presente
ocasião para te libertnres. no C risto ressuscitado.
q . Isto é. dc seus preconceitos que vos desaconselhariam perm a­ v. N estes vv. 29-31, cujo estilo m uito oratório é m anifesto,
necer no estado cm que estáveis por ocasião de vosso cham ado. Paulo convida m enos à indiferença para com as realidades pro­
r . Dos dois sexos, com o indicam os vv. 27 c 28. A palavra fanas do que ã vigilância, para ev itar de se utolar nessas preo­
g rega parthenôs pode designar qualquer m oço ou qualquer moça cupações quando as realidades essenciais estâo alhures.
não-cusados. e por isso considerados virgens. w . O utra versão ... Ele procura agradar d sua mulher... E hrí
s . Paulo pensa decerto nas provações fam iliares im plicadas uma diferença entre a mulher casada e a virgem. A mulher não •
pela fidelidade ao C risto das quais se trata em Lc 12.51-53 par. casada preocupa-se com as coisas do Senhor.
É u/na vantagem, lit. é bom para o ser humano (ánthròpos). x. N ào se trata diretam ente de santidade m oral, mas de um a
Esse term o grego designa a espécie hum ana, c não o homem consagração dc toda a pessoa, corpo e espirito, ao serviço d o
(anèr) o u a m ulher (gynê) cm particular. Senhor.
t. Lit. Estes terào tributações na carne. O term o grego corres­ y . L it. visando ao que é conveniente e bem -ordenado, sem
pondente tem sido habitualm ente traduzido por angústia, mas tensões, ju n to ao Senhor. O c o n te x to e o s e m itis m o s u b ja ­
este sentido, aqui. nào é conveniente. Sobre n noção dc tribula- c e n te su g erem p ara conveniente o sig n ific a d o d c um c o m ­
ç.io. im portante em P aulo, cf. Rm 5 3 nota e ITs 3,3 nota. p a ra tiv o .
“ Se alguém , transbordando dc ardor, 4P ortanto, é lícito c o m er carnes sacrifi­
pensa não poder respeitar a sua noiva",e cadas aos ídolos? N ós sabem os que não
que as coisas devem seguir o seu curso, há nenhum ídolo no m undo c que não há
proceda conform e a sua idéia. Ele não o u tro d e u s fo ra o D eus ú n ic o . 5P o is,
peca: eles que se casem . 31M as aquele em bora haja pretensos deuses no céu ou
que tom ou cm seu coração um a firm e na terra — c dc fato há vários deuses c
reso lu ção , fora dc toda c o ação , e . em vários senhorcsd — . ‘para nós, só há um
plena posse de sua vontade, tom ou cm D eus, o Pai. de quem tudo p rocede, c
seu foro íntim o a decisão de respeitar a para o qual nós vam os, e um só S en h o r,
sua noiva, este fará bem . “ A ssim aquele Jesus C risto, pelo qual tudo e xiste e pelo
que desposa a sua noiva faz bem , c aquele qual nós existim o s'.
que não a desposa fará ainda m elhor. 7M as nem todos têm o con h ecim en to .
Rm 12 . 59A m ulher está ligada a seu m arido e n ­ A lguns, m arcados por sua freqüentação
q uanto ele viver. Sc o m arido m orrer ela ainda recente dos ídolosr. com em a carne
fica livre para se casar com quem quiser, dos sacrifícios com o se fosse realm ente
m as som ente com um cristão*. '“ E ntre­ oferecida aos ídolos*, e a con sciên cia d e ­
tanto, ela será m ais feliz, a m eu ver, se les, que é fraca, fica m anchada. "Não é
ficar com o está; e acredito que tam bém um a lim e n to q u e nos a p ro x im a rá d e iu> 13.9
-Cor io,7 cu tenho o E spírito de D eus. D eush: se dele não c o m erm o s, não sofre­
m os atraso; se com erm os, não p ro g red i­
o As carnes sacrificadas aos ídolos. rem os m ais'.'lM as tom ai cuidado para que
'N o tocante às carnes sacrificadas aos essa m esm a liberdade, que é vossa, não
ídolosb todos, e stá claro, possuím os o c o ­ se torne ocasião de queda para o s fracos.
nhecim ento. O c o nhecim ento incha1,m as l0Pois se te virem , a ti que tens o co nheci­
o am or cdifica. 2Se alguém im agina c o ­ m ento, assentado à m esa em um tem plo
nhecer algum a coisa, ainda não conhece dc ídolo, esse espetáculo edifican te a c a ­
com o deveria conhecer. 3M as se alguém so não im pelirá o que tem a consciência
13.1’; am a a D eus, é conh ecid o por Ele. fraca a c o m er carnes sacrificadas1? " E .
G l 4,9

z. Lil. a sua virgem. A interpretação tradicional dos vv. 36*38, eram vendidas no m ercado (10.25) ou consum idas nas depen­
nu maioria das Igrejas, vê nesses versículos o caso de consciên­ dências do tem plo (8.10). O s coríntios estnvam divididos: po­
cia dc um pai que se pergunta se vai ou não casar a filha. A diam -se com prar e com er essas carnes sem tornar-se cúm plice
tradução então é a seguinte: * S e entretanto alguém julga estar da idolatria? P aulo, a quem se tinha feito a pergunta, responde
faltando às conveniências para com sua filh a virgem, se ela com o cm Rm 14-15: o cristão é livre, mas a caridade deve
passou da idade e é do seu dever agir assim, faça o que quiser, convidá-lo a respeitar as opiniões dos escrupulosos e a não
ele nào peca: casem-se.,7Mas aquele que tomou em seu coração escandalizá-los. N ote-se que Paulo não se refere à d ecisão tom a­
uma firm e resolução, fo ra de toda coação, e que, em plena pos­ da em Jerusalém segundo Al 152 8 -2 9 .
se da sua vontade, tomou em seu fo ro (mimo a decisão de guar­ c. O conhecim ento que não está a serviço da caridade. Em si
dar a sua filha virgem, este fa rá bem. MAssim. aquele que casa m esm o ele é um dom dc Deus (12.8).
a sua filha jovem fa z bem. e aquele que nâo a casa fa z melhor d . T rata-se evidentem ente dos deuses c heróis da mitologia
ainda. M as esta tradução esbarra em graves dificuldades de ordem pagã. nos quais Paulo vê. n a realidade, dem ônios (10.20-21).
filoftógica e exegética. e os seus partidários se tom am cada vez c. Nesta frase, os verbos, ausentes no grego, tiveram d e ser
m ais raros. — A interpretação proposta não supõe de m odo ne­ acrescentados para boa com preensão d o texto. Pode-se tam bém
nhum o costum e das virgines subintroduetae atestado m ais tarde com preender assim a segunda frase: e um só Senhor, Jesus Cristo,
na Igreja: m oças, desejosas de guardar o celibato, punham a sua por quem tudo vem à existência e pelo qual nós vamos ( fw a o
virgindade sob a proteção de um hom em de confiança com o Pai). C om o cm Cl l . 15-20. o C risto é apresentado com o anterior
qual viviam num a intim idade perigosa. É m uito m ais sim ples ã criação e autor da m esm a.
pensar q u e P aulo, após ter falado dos e sp o sas, das virgens, e f, Lit. por causa do costume até agora do ídolo. O utra versão:
antes dc falar das viúvas, trate aqui daqueles que eram /joívvjx alguns com a consciência até agora do ídolo (isto é . com a
por ocasião de sua conversão: estado provisório por natureza, e convicção de participarem ainda agora da idolatria),
que parece co n trariar o princípio três vezes repetido por Paulo j». Lit. comem como carnes sacrificais.
(vv. 17.20.24): que o cristão perm aneça no estado em que o h . O utra tradução: Não é um alimento que nos fa rá compare­
chamado de Deus o encontrou. D aí a solução proposta pelo após­ cer diante de Deus (subentendido: no dia d o juízo).
tolo e que é conform e ao princípio estabelecido nos vv. 8-9. I. O utra trad.: se nâo comermos, nada nos falta: se comermos,
a. Lit. Senhor somente. nada ganharemos.
b T rata-se das sobras não-utilizadas para fins cultuuis e que j . Lit. Será que a consciência dele. do fraco, não será ediftanhi
graças ao teu c o n h ec im e n to , perece o fala? Sim , é para nós que isto foi escrito;
fraco, esse irm ão pelo qual C risto m o r­ pois aquele que lavra a terra precisa dc
reu. l2P ecando assim contra os vossos esperança; c aquele que d eb u lh a o grão
irm ãos e ferindo a consciência deles que deve ter a esperança de receber a sua por­
é fraca, é contra C risto que pecais. l3Eis ção. "S e nós sem eam os para vós os bens
por que, se um alim ento pode fazer cair espirituais, seria acaso ex cessiv o colher
o m eu irm ãok.e u renunciarei para todo vossos bens m ateriais? l2Se outros exer- pjViôV?
Rm u . 20 -21 sem pre a com er carne, de preferência a cem esse direito sobre vós. por que não
fazer cair o m eu irm ão. n ós. com m aior razão? E ntretanto, nós
não usam os desse direito. A o con trário ,
q Paulo renunciou aos seus direitos. tudo suportam os para não c ria r nenhum
'P orventura não sou livre1? N ão sou obstáculo ao E vangelho de C risto.
is.8 a p ó sto lo ? A caso não vi Je su s, no sso 13N ão sabeis que aqueles que asse g u ­
Senhor? N ão sois vós a m inha obra no ram o serviço do c u lto são alim entados di is.i-3
Senhor? 2Se para outros cu não sou após­ pelo tem plo, e os que servem ao altar
tolo, para vós. ao m enos cu o sou; pois participam do que é o ferecido sobre o
o selo'" do meu apostolado no Senhor sois altar? l4D o m esm o m odo o S en h o r o rd e ­
vós. 3A m inha defesa contra os m eus acu­ nou aos que anunciam o E vangelho que
sadores. ci-la: 4N ão teríam os nós o direi­ vivam do E vangelhor. l5M as cu não me
to de com er e beber”? 5N ão teríam os o vali dc nenhum desses direito s, e não e s ­
d ireito de trazer c o n o sc o um a m ulher crevo estas linhas para os reclamar*. A ntes
cristã” com o os outros a p óstolos, os ir­ m orrer1!... N inguém m c arrebatará este 2C . . r i u o
m ãos do S enhor, e C efas? ‘Só eu c Bar- m otivo de orgulho! “ Pois para m im anun­
nabép não teríam os o d ireito de ser dis- ciar o E vangelho não é m otivo de org u ­
2 Ts 3,9 pensados de trabalhar? 7Q uem serviu al­ lho, é um a necessidade que se me impõe:
gum a vez no ex ército à própria custa? ai de m im se não anunciar o Evangelho!
Q uem cultiva um a vinha sem com er dos r Sc o fizesse por m inha própria iniciati­
seus frutos? O u quem apascenta um reba­ va. eu teria direito a um salário; se. p o ­
nho sem se alim entar do leite deste reba­ rém , sou obrigado a isso, é um encargo” E f . u
nho? "A caso isso não passa dc um uso que m e é confiado. ‘“Q ual é então o meu
h um ano, ou a lei não diz a m esm a coisa? salário? É oferecer gratuitam entevo E v an ­
9C om efeito está escrito na lei de M oi­ gelho que anuncio, sem usar dos direitos
sés: N ão a m o rdaçarás o boi que debu- que este E vangelho m e confere.
Iha o grão*. A caso D eus se preocupa com l9Sim . livre em relação a todos, eu me
bois? ,0N ão é som ente para nós que ele fiz escravo dc todos, para ganhar o m aior

a ponto de comer carnes sacrificadas? N ote-se aqui c no v. que davam assistência aos enviados de C risto, tal com o certas
seguinte a ironia dolorosa dc Paulo diante da atitude dos que m ulheres acom panharam e ajudaram Jcsus conform e Lc 8.2-3.
pensam , por seu com portam ento, form ar (= edificar ) a consciên­ F altam uheriores porm enores sobre ns atividades apostólicas de
cia dos fracos, quando na realidade a ferem (v. 12). Cefas (isto é Pedro) e dos irmãos do Senhor.
k . A gindo contra a própria consciência, que lhe proíbe com er p . Sobro Harnabê . cf. At 4 3 6 -3 7 ; 11.25-26: 13-14: 1536-39.
carnes sacrificadas. ele peca. q . Dt 25.4.
1. Paulo quer ilustrar com seu próprio exem plo a linha de r . Cf. Lc 10,7. É um dos raros casos (com 7 ,1 0 -1 1 e 1 1*23-25)
conduta que prescreve aos fortes com relação aos fracos. Pelo cm que Paulo sc refere explicitam ente a um dito de Jesus.
Evangelho, ele renunciou aos seus direitos: Livre com relação a s . Lit. Eu não escrevo isso para que seja assim a meu rcspei -
ttuins. eu me fiz escravo d t todos (9.19), M as ele sc deixa em ­ to.
p olgar por seu assunto, e esta ilustração vira digressão (9.1-23). t. Lit. Pois seria melhor para num morrer que... A frase fica
in. O selo certifica a autenticidade de um docum ento. Do interrom pida.
m esm o m odo. a existência da com unidade dc C orinto certifica u . () term o evoca o intendente (cf. 4 .1). que era um escravo
que Paulo desem penhou bem a sua m issão dc apóstolo, c não recebia salário algum por um carg o que era forçado a
n. S ubentendido: às vossas custas. assum ir; ao contrário, quem é livre dc aceitar ou rejeitar um
o. L u. uma mulher-irmã. I: preciso subentender: c de vos pedir trabalho pode reclam ar um a retribuição.
que vos encurregueis d a m anutenção delas. A lguns pensam nas v. N ote-se o paradoxo intencional: “ N ão receber nenhum sa­
esposas dos personagens citados. Tam bém pode tratar-se dc cristãs lário. eis o meu salário” .
núm ero deles. 20Eu estive com os judeus jq Exemplo de Israel no deserto.
com o um judeu, para ganhar os judeus, ‘N ã o v o s q u e ro d e ix a r ig n o ra r. Rm U 3
com os que estão sujeitos à lei. com o se irm ãosc: os nossos pais estavam todos sob
eu o estivesse — ao passo que eu m esm o a nuvem , todos passaram através do m ar
não estou — , para ganhar os que estão 2e todos foram , em M oisés, batizados"1
sujeitos à lei; zlcom os que são sem lei na nuvem e no m ar1.•'Todos com eram do
com o se eu fosse sem lei" — quando não m esm o alim ento esp iritu al, Jc todos be-
sou sem a lei dc D eus, visto que C risto é beram da m esm a bebida espiritual': pois
a m inha lei* — , para ganhar os que são eles bebiam de um rochedo espiritual que
sem lei. “ Eu com partilhei a fraqueza dos os seguia*, c este rochedo era o C risto.
Rm i4,i. fracos para ganhar os fracos. Fiz-m e tudo 'E n tre tan to , a m aioria d eles não foi agra­
l5'' para todos, para de algum a m aneira salvar dável a D eus, visto que os seu.'; cadúve-
j >, Hh 3.17
alguns. UE tudo isso eu o faço por causa res jim ca ra m o d e s e r t o “E sses acontc- Jd 5
do Evangelho, para dele participar. cim entos se deram para nos serv ir dc
exem plo1, a fim de que não c o b icem o s o
A disciplina dos a tle ta s . !JN ão sabeis m al c o m o e le s c o b iç a ra m . 7N ã o vos
acaso que, no estádio, os corredores c o r­ to rn eis id ó la tras à m an eira de a lg u n s
rem todos, m as um só recebe o prêmio*? deles, com o e stá escrito: O p o vo se a s­
C orrei, pois. de m odo a levá-lo. '•'Todos sentou p a ra com er e beber, depois le ­
os atletas se im põem um a ascese rig o ro ­ vantaram -se p a ra se divertir1. 8N ão nos
sa; eles, por um a coroa p erecível, m as e n tre g u e m o s ta m p o u c o à d e v a s s id ã o ,
Tg 1 . 1 2 : nós, por um a coroa im perccível. “ E u, com o fizeram alguns deles: num só dia
1W 5,4 portanto, corro assim : nâo vou às cegas; pereceram vinte e três m ilk. 'T am b ém não
e o pugilism o, pratico-o assim : não dou tentem os o S enhor1,co m o fizeram alguns 4.7p
golpes no vazio. ” M as trato d uram ente” deles: serpentes os fizeram percccr"1. "‘E n­
o m eu corpo e o m antenho subm isso", a fim , não m urm ureis co m o m urm uraram
fim de que não ocorra que depois de ter alguns deles": o ex term in ad o r os fez p e ­
proclam ado a m ensagem b aos outros, eu recer. "E sses fatos lhes aconteciam para iih 3 .8 - 11
m esm o venha a se r elim inado. servir dc exem plo c foram postos por

w . T rata-se dos pagãos que nâo tem lei revelada por Deus. f. A pós as figuras do batism o, eis o maná (Ex 16.4-35) e a
x. N o sentido de 11.1 e de G l 2.20. água jorrada do rochedo (Ex 173*6; Nm 2 0 ,7 -1 1), figuras da
y. T oda esta passagem (vv. 24-27) usa um vocabulário espor­ Eucaristia. Este alim ento e esta bebida sâo cham ados espirituais
tivo. talvez sugerido pela proxim idade dos jogos ístm icos que se por serem figuras da E ucaristia, pela qual C risto faz aos hom ens
realizavam em C orínio na prim avera. Esta passagem fica estrei­ o dom do seu ser espiritual. As figuras já possuem , de certo
tam ente ligada ao problem a das carnes sacrificadas aos ídolos. m odo. A quele que anunciam : p o r isso o rochedo já era C risto.
Paulo convida os fortes a aceitar por caridade o sacrifício de Paulo convida os seus leitores h prudência e à modéstia: os
seus direitos visando à recom pensa celeste, do m esm o m odo que hebreus no deserto se beneficiaram dc m aneira figurativa dos
os corredores se privam de tudo para obter o prêm io. mesm os dons que eles: batism o e eu caristia, e nem por isso
z. Term o técnico do pugilato. Lit. eu Jiro o meu corpo abaixo deixaram de ser rejeitados (cf. 11,32 nota).
dos olhos. g. Paulo se inspira num a tradição rabínica segundo a qual o
a . Lit. eu o arrasto cativo com o o vencedor arrastava o vencido. rochedo dc Nm 20.8 seguia Israel.
I>. Lit. bancando o arauto que proclam ava o resultado dos h . Nm 14.16.
jogos. i. Esta passagem contém um a dupla interpretação tipológica
c. O desenvolvim ento dos vv. 1*13 liga-se diretam ente à pa­ do A T. O s acontecimentos figuram os aspectos d o m istério cris­
lavra que precede: eliminado. O perigo dc ser elim inado existe. tão (vv. 1-4), os comportamentos servem dc exem plos que não
Basta considerar a história de Israel. M as Paulo q uer, sobretudo, devem ser im itados e de advertência (vv. 6-11).
com a ajuda dc exem plos tirados do Ê xodo, m ostrar aos fortes j . Ex 32,6.
do cap. 8 os perigos d o orgulho e da presunção. k . A lusão a Nm 25.9. que enum era 24.000 vítim as.
d . O utra versão: se batizaram (no uso ju d aico o fiel baixava I. O utra versão: o Cristo.
por si m esm o à água). m . N m 21.5-6.
e. Moisés é figura dc C risto. A nuvem (Ex 13,21) e a travessia n . N m 17.6-15. — O e x te rm in a d o r é o an jo en c a rre g a d o
do mar V erm elho (Ex 14,22) são figuras do batism o cristão. D aí dos castigos divinos. Ele e m encionado em Ex 12.23. na morte
a cKprcssáo: ser batizado em Moisés, decalcada de: ser batizado d o s p rim o g ên ito s d o s e g íp c io s , m as n âo na n a rra ç ã o de Nm
em Cristo. 17.6-15.
escrito para instruir a nós. a quem coube ciúm e" d o S enhor? Som os nós porv en tu ­
IPd 4.7: o fim dos tem pos. ra m ais fortes d o que ele?
ijo 2 .i» |JA ssim . pois. aquele que pensa estar
Rm 1 1 .20 :de pe' tom e cuidado para não cair. ‘-'As Tudo pela glória dc Deus. 23“T u d o e'
Gl6,1 tentações a que estivestcs e x p o sto s não p e rm itid o ” *, m as nem tu d o co nve'm ; 6 .12
ultrapassaram a m edida do hom em ”. D eus “ tudo e' perm itid o ", m as nem tudo edifi- Rm u.w
2 Cor i.ix: c' fiel; ele não perm itirá que sejais tenta- ca. 24N inguém procure o próprio in teres­
'Jjvfj j! dos ale'm de vossas forças. C om a tenta- se, m as o dc outrem . “ T udo o que sc
Hb 10 .2.1 ção , ele vos dará o m eio de sa ir d ela e a vende 1 1 0 m ercado, com ei-o sem lev an ­
2 Pd 2.9 força dc suporta'-la. tar dúvidas p o r m otivo de consciência:
Mp o is a terra e tudo o que ela contém
Nenhuma comunhão com os demônios. perten cem a o Sen h o r\ 2,Se algue'm . que
Uo 5 2 i l4^ or *sso ’ m eus queridos, fugi da idola­ não abraçou a fé. vos c o n v id a, c vós
tria. l5Eu vos falo com o a pessoas sen sa­ aceitais este convite, com ei dc tudo o que
tas: julgai vós m esm os o que digo. “ A vos e' o ferecido, sem levantar dúvidas por
taça da benção que nós abençoam osp não m otivo de consciência. a M as sc alguém
e' porventura um a com unhão com o san­ vos disser: " E carn e sa c rifica d a ", não
gue de C risto? O pão que p artim os não com ais, por causa daquele que vos ad- R m 1 4 .1 4 - 1 5
c' um a com unhão com o c orpo d c C ris­ vertiu e por m otivo dc c o n sc iê n c ia ;2''falo
to? l7V isto haver um só pão. todos'* nós a q u i, não da vossa consciência, m as da
Rm 12.5: som os um só co rp o '; porque todos parti- d ele. Pois por que seria m inha liberdade R m 1 4 .3 .
4 4 2 5 -5 » c ‘Pam os desse pão único’. '"V ede os fi­ ju lg ad a por outra consciência? “ Sc cu 7' 13
lhos dc Israel1: os que com em as vítim as to m o a lim en to d a n d o g ra ça s, p o r que
Lv 7.6 sa c rific a d a s não e stã o p o rv e n tu ra em seria c en s u ra d o p o r alg o de q u e dou i T m 4 . 3 - 4
com unhão com o altar? '’Q u c q uero eu g ra ç a s'? -'‘P o rta n to , q u e r c o m a is, q u e r
dizer? Q ue a carne sacrificada aos ídolos beb ais, o que q u e r que façais, fazei tudo
ou o ídolo tenham , cm si m esm o s, al­ para a glória dc D cus. ’2N ão sejais para
gum valor*1? 2“Não! M as co m o os seus ninguém ocasião dc q u ed a, nem para os
si 106.36-37 sacrifícios são o ferecid o s' aos d em ô n io s, ju d e u s, nem para os g regos, nem para a
e não a D eus, cu não quero que entreis Igreja de D eus. '-'É assim que cu m esm o
cm c o m unhão com os d em ô n io s. 2lN ão m c esfo rço p o r ag rad ar a todos em tudo.
2 cor 6 .15 - 1 6 podeis beber, ao m esm o tem po, um a taça não procurando o m eu interesse pessoal.
do S enhor e um a taça dos dem ônios; não m as o d o m aior núm ero, a fim dc que
podeis participar, ao m esm o tem p o , na sejam salvos.
mi 1.7.12 m esa do S en h o r e na dos d em ô n io s. 22O u ‘Sede m eus im itadores", com o eu o fi 3.17:
acaso e staríam o s q u eren d o p ro v o car o
11 sou dc C risto. 2T* 3.7.9

0 . Lit. Nenhuma tentação vos surpreendeu que não fosse hu­ minha raça secundo a carne) p o r oposição ao Israel de D eus (cf.
m ana . G l 6.16 nota),
p . O pleonasm o aparente sc explica pelo fato de que a taça da u . Lit. seja aluo.
bênção era um term o técnico litdrgico tom ado d o ritual da refei­ v. Lit. Mas como eles (outra leitura: os pagãos) sacrificam...
ção pascal judaica. — Que nós abençoamos: trata-se da ação de w . N o A T . o ciúme é a cólera de Deus para com os m em bros
graças pronunciada por Jesus. cf. Mc 14.23 par. d o povo d e Deus que prestam culto aos ídolos (D t 32.16.21 etc.).
q . Lit. nós. os numerosos. x. Cf. 6.12 notas,
r . O utra tradução: Pois nós somos todos um só pão. um só y . Sl 24.1.
corpo. O argum ento desenvolvido nos vv. seguintes só tem z . A lguns supõem que o fim do v. 29 e o v. 30 são uma
valklez sc a expressão um só corptt significa “ um stí corpo com objeção feita u Paulo, e à qual ele não responde. M as e* melhor
Cristo*’ com o em 6.16 e 17. onde sc subentendem “com ela** e subentender e n ta ' as d u as frases d o v. 29 um a idéia im plícita
“com ele**. com o: "A gi assim por caridade e nào para vos subm eter ao
s . Na com unhão com o corpo de C risto, os cristãos são um no julgam ento do outro. Pois por que a m inha lib e rd a d e ...’* O utros
C risto unico. Na explicitação doutrinai do pensam ento de Paulo, com preendem que Paulo pede aos fortes que evitem ser objeto
o vinculo de causalidade entre a C eia e a unidade d a Igreja é dc julgam entos desfavoráveis (v. 29) e de censuras (v. 30) da
percebido d e m aneiras diferentes pelas diversas Igrejas. parte dos fracos.
1. Lit. Israel segundo a carne (cf. Rm 9.4: meus irmãos . os de a . C f. 4.16 nota.
O h o m e m e a m u lh e r p e r a n te para
o Sae ­m ulher, pois a cabeleira lhe foi dada
n h o r. 2Eu vos felicito por vos lem brardes à m aneira dc veu. I6E se algue'm se apraz
de m im em toda ocasião e conservardes em contestar, nós não tem os esse costu­
TT!. 2 .1 5 as trad içõ e s tais com o eu vo-las tran sm i­ m e, com o tam pouco as Igrejas de Deus.
ti. 'Q u e ro , no entanto, que saibais o se-
e í 4. U guin te: a cab eça de to d o hom em é o A re fe iç ã o d o S e n h o r. l7lsto posto, eu
ei 5 .2 3 C risto; a cabeça da m ulher é o hom em ; não tenho de que vos felicitar: as vossas
a cab eça do C risto e' D eus. 4T o d o h o ­ reuniões, m uito ao inves de vos fazer
m em que reza ou profetiza de cabeça*1 p ro g red ir, vos p re ju d ica m . '"P rim eira-
coberta desonra a sua cabeça. 5M as toda m ente, quando vos reunis cm assem ble'ia.
m ulher que reza ou profetiza de cabeça há entre vós div isõ es, d ize m -m e . e creio 11112

descoberta desonra a sua cabeça, pois e' que em parte seja verdade: l9e' m esm o
exatam en te co m o se estivesse de cabeça necessário que haja c isõ es entre vós. a
raspada. 6Se a m ulher não usa vc'u. m an­ fim de que se veja quem dentre vós re ­
de rasp ar a cabeça! M as se e' um a vergo­ siste a essa p rovaçãor. “ M as q u ando vos
nha para um a m ulher ter o cabelo c o rta ­ reunis em c o m u m , não e' a ceia do S e­
do ou rasp ad o , que use um veu! 7Q uanto nhor que tom ais. 2lPois na hora de c o ­
ao h om em , não deve pôr ve'u na cabeça: m er, cada um se apressa a to m ar a pró­
On i,27: ele c' a im agem c a glória de D eus; m as pria refeição*, dc m aneira que um tem
a m ulher e' a gloria do hom em . "Pois não fom e, enquanto o outro esta' em briagado1*.
é o hom em que foi tirado da m ulher, m as “ E ntão, não tendes casas para c o m e r e
G n 2 .2 2 - 2 4 a m ulher do hom em . VE o hom em não b eber? O u d e sp rezais a Igreja d c D eu s. c
foi c riad o para a m ulher, m as a m ulher, quereis a fro n ta r os que não tem nada?
para o h om em . '"Eis por que a m ulher Q ue vos d ize r? É preciso louvar-vos?
deve traz er sobre a cabeça um a m arca de N ão. neste ponto eu não vos louvo.
a u to rid ad e ', por causa dos anjosd. wDe fato. eis o que eu recebi do Senhor1,
" N o entanto, a m ulher e' inseparável do e o que vos tra n sm iti: o S enhor Jesus,
hom em e o hom em da m ulher, diante do na noite em q u e foi en treg u e, tom ou pão.
Senhor*. l2Pois se a m ulher foi tirada do 24c após ter d ad o g ra ça s, partiu-o e disse:
hom em , o hom em nasce da m ulher e tudo “ Isto e' o m eu co rp o , em prol de vósk,
vem de D eus. IJJulgai por vós m esm os: fazei isto em m em ória de m im "1. ^ E le
porventura é conveniente que um a m u­ fez o m esm o qu an to ao c álice, após a
lher ore a D eus sem usar ve'u? 14A própria refeição , dizendo: “E ste cálice é a nova
natureza não vos ensina porventura que e A liança no m eu sangue; fazei isto to d as e* 24 .k ;
indecoroso para o hom em usar cabelos a s vezes que dele beberdes. cm m em ória
com pridos? lsA o passo que é um a glória d e m im ” . “ P o is to d a s as v e z e s q u e 2C or 3.6

b . Em toda esta passagem (vv. 1-16). Paulo jo g a com o duplo este m otivo, substituindo Deus pelos anjos, por respeito ã trans­
sentido d a palavra grega kefaíê, cabeça e chefe. O pensam ento cendência divina. Paulo em prega sem d ú vida o m esm o processo
d e Paulo é bastante obscuro, e seus argum entos teológicos d e­ aqui.
pendem m uito dos costum es d a sua época. e . Lit. no Senhor.
c . Lil. deve ter sobre a cabeça uma autoridade. Por m uito f . Lit. a fim de que aqueles que são provados se tornem
tem po, interpretou-se e sta autoridade (exousia) com o a que um manifestos.
m arido exerce sobre a m ulher. O ra. no N T esse term o nunca g . A própria refeição é oposta à refeição do Senhor d o v. 20.
designa um poder a que se esta sujeito, mas um poder exercido h . Em vez de se reunirem todos ju ntos pondo tudo em com um ,
(nào raro. em se tratando dos discípulos, por delegação d c D eus form am -se grupos separados que sem duvida correspondem a
ou de C risto). Em bora o aspecto concreto da exortação de P auio m eios sociais diferentes; com isto a desigualdade fica acentuada,
perm aneça obscuro, deve-se sustentar que o A póstolo convida quando deveria exatam ente desaparecer.
as m ulheres de C orinto a adotarem um a atitude que m anifeste a i. Isto é. eu recebi um a tradição que rem onta ao Senhor.
dignidade das atividades por elas desem penhadas na com unida­ j . A tradição paulina relativa à ultim a ce ia de Jesus é muito
de (orar. profetizar). sem elhante à de Lc 22.14-20.
d . Em Dl 23.15. a presença de D eus no m eio do acam pam ento k . Outras versões: partido por em proi dei w h; dado por vós.
justifica um a exortação à decência. O s texios de Q um ran aduzem I. C f. Lc 22.19 nota.
co m c rd e s d este pão e b e b erd e s d este os ídolos m udos1’. -'Por isso eu vos d ecla­
cálice , anunciareis a m orte do S enhor, ro: ninguém , falando sob a inspiração do
A p r^ o Muc venha. " P o r isso. quem co ­ E spírito de D eus, pode dizer: “ M aldito
m er do pão ou beber d o cálice do S enhor seja Jesus11” e ninguém pode dizer. " J c ­
nb 6 .0 . in dignam ente torn ar-sc-á cu lp ad o para sus é S enhor” , a não ser pelo E spírito Rm 10.9:
Fl 2.11.
10,29 com o corpo e o sangue do Senhor. “ Exa- Santo. ;\t 2.36
2c » r 13.5 m ine-se cada um a si m esm o, antes dc 4Há diversidade dc dons da g ra ça r, m as Rm 12,6
com er deste pão e beber deste cálice: o E spírito é o m esm o; 'd iv ersid a d e de
2,pois quem com e e bebe sem discernir o m inistérios, m as é o m esm o S enhor; ‘d i­
corpo”' com e e bebe a própria condena­ versos m odos de ação. m as é o m esm o
ção. “ E is por que há entre vós tantos D eus que realiza tudo em to d o s .7A cada
doentes e aleijados, c vários m orreram . um é dado o dom de m anifestar o E spí­
Rm 14.22 JISe nos e xam inássem o s a nós m esm os, rito em vista do bem dc todos. “A este o
não seriam os ju lg ad o s; -12m as o S enhor E spírito dá um a m ensagem* de sabedo­
Hb 12.5-8 nos julga para nos co rrig ir, a fim de que ria, a outro, um a de c o n h ecim en to 1, c o n ­
não sejam os cond en ad o s com o m undo". form e o m esm o E spírito; 'a 1 1 1 1 1 o m esm o
J3A ssim pois, m eus irm ãos, quando vos E spírito dá a fé”, a outro o único E spírito
reunirdes para co m er, esperai uns pelos concede dons de cura; loa o u tro , o poder
outros. -“ Q uem tiver fom e com a em casa. de o perar m ilagres: a o u tro , de pro feti­
a fim de não vos reunirdes para a vossa zar: a outro, d iscernir os espíritos'; a outro
condenação. Q uanto ao resto, eu o re g u ­ ainda, o dom de falar línguas; enfim a
larei quando chegar. o utro, o dom de as interpretar. " M a s tudo
isso é o único e m esm o E spírito que o
1 n Os dons do Espírito. 'A respeito realiza, concedendo a cada um diversos Rl" u.?
das m anifestações d o E spírito”, eu dons p essoais, segundo a sua vontade.
não quero, irm ãos, que fiqueis na igno­
rância. 2Vós sabeis que, quando pagãos, Diversidade dos m embros e unidade
ércis arrastados, com o que ao acaso, para do corpo. l2C om e feito , façam os um a

tu . Paulo não especifica a que "corpo** se refere. Parece que. m o. é possível presenciar fenôm enos m uito parecidos. Por isso.
para suscitar a reflexão dos seus leitores, deixou a interpretação cum pre proceder a um discern im en to para sab er se. quando
aberta, valendo-se — talvez — de um sentido m uito lato da sobrevêm a inspiração, sua origem é o E spírito S an to , ou entâo
palavra “corpo’*: “a realidade de que se falu*\ A lguns m ss. tra­ outras forças ou poderes. Para tal discernim ento. são precisos
zem: o corpo do Senhor, que é um a opção interpretativa. critérios; o v. 3 fornece o prim eiro: a confissão da fé!
n. O s castigos d o v. 30 destinam -se a provocar a conversão. q . Lit. andtcma a Jesus. C f. 16.22 nota.
Nào teriam sido necessários se o fiel sc tivesse exam inado a si r . Lit. í)í carismas. Paulo estabelece um paralelo entre os
m esm o antes de receber a Eucaristia (v. 28). O s castigos divinos ministérios (serviços) e a s modos de agir. e atribui o conjunto
obrigam dc modo violento a este exam e salutar que evita a desta anim ação eclcsial não só ao Espírito, mas tam bém ao Senhor
condenação definitiva (v. 32>. (Jesus) c a D eus (Pai). D esde já . prenuncia o s grandes tem as da
o. IC or 12-14 são a resposta de Paulo às questões suscitadas parábola do corpo: a diversidade c a unidade (cf. a oposição
pela existência, em C orinto. dc fenôm enos espirituais {pneu* entre “diversidade d e” e “o m esm o ..."),
malikú, cf. 14.1.37). Na assem bléia cristã, c e n a s corintios e s . Lit. palavra.
coríntias eram arrebatados pela inspiração e tom avam a palavra t. A sabedoria e o conhecimento não designam um a qualidade
para louvar a Deus ou exortar os outros, quer no idiom a dos estável c perm anente, mas um dom transitório d o Espírito. A
participantes (profecia), q u er em idiom as desconhecidos ou com ­ sabedoria designa sem dúvida, com o cm 2 ,6 , o conhecim ento
postos de sílabas sem nexo inteligível (glossolalia). A ntes de aprofundado do desígnio de D eus. C difícil p recisar o conteúdo
reconhecer nesses fenôm enos um cunho positivo (cap. 14). Pau­ do conhecim ento. O em prego de preposições diferentes ( ... pelo
lo procede a um a reordenação: o que é mais útil à com unidade, Espírito...segundo... no,..) bem m ostra q u e. de todos os modos
são a s (ions-üa-xraça (ou carismas, cf. vv. 4 e 31). que sào possíveis, o Espírito Santo é o m eio graças ao qual são o u to rg a­
m uílo m ais num erosas e diversificados que as m anifestações dos os carism as aos m em bros d a com unidade. N enhum desses
espetaculares a que os corintios atribuíam tanto vaior. Enfim , carism as, entretanto, c o E spírito em pessoa. O único dom que
lodo este p ulular d e vida inspirado pelo Espírito precisa ser in­ poderá ser identificado com o Espírito é o d o A m or.
form ado pelo am or (uga/fê) que. em meio a esta diversidade, u . T rata-se da fé cm grau extraordinário. C f. 13.2: um a f é
m anterá unida a com unidade (cap. 13). capaz de transportar montanhas.
p . Frase gram aticalm ente difícil, que deu azo a num erosas v. A inda aqui é . em grau em in en te, um a aptidão que todo fiel
correções conjcturais. M as o sentido geral é claro. No paganis­ deve possuir (14.29; cf. ITs 5J2I).
Rm 1 2 .4 - 5 com paração: o co rp o é um . c no enlanto. cen tes, m ais d ecentem ente os tratam os:
tem vários m em bros; m as todos os m em ­ 24os que são decentes não precisam d e s­
bros do corpo, não obstan te o seu núm e­ sas atenções. M as D eus c om pôs o corpo
ro, form am um só corpo": o m esm o acon­ d an d o m ais honra ao que dela c' d e sp ro ­
tece com o Cristo*. L'P o is todos nós fo­ v id o ,2-^ fim dc que não haja divisão no
m os batizados em um só E spirito, para c o rp o , m as os m em bros tenham cuidado
form arm os um só corpo, ju d eu s ou gre- com um uns pelos ou tro s. “ Se um m em ­
Q ,,2>< g o s, escravos ou hom ens livres, e todos bro so fre, todos os m em bros participam
nós bebem os d e um unico Espírito*. I40 d o seu so frim en to : se um m em b ro e'
corpo de fato não se com põe de um só g lo rific a d o '. todos os m em bros partici- u 24.26
m em bro, m as dc vários*. l5Sc o pe' d is­ pam da sua alegria. 2,O ra . vós sois o
sesse: "C om o eu não sou m ão. não faço co rp o dc C risto , e sois os seus m em b ro s. 1
parte d o co rp o ", cessaria e le, por isso. de c ada um no que lhe cabcr. “ E os que Ef i.23:
p ertencer ao corpo*? “ Se o ouvido d is­ D eus dispôs11 na Igreja são, prim eiro após- 4 4'25:5-3
sesse: "C o m o eu não sou o lh o . não faço to lo s, segundo profetas*, terceiro hom ens
parte d o c o rp o ", cessaria e le, por isso de encarreg ad o s do ensino1; vem a se g u ir o
p ertencer ao corpo? l7Se o corpo inteiro dom dos m ilagres, depois o da c u ra, o da
fosse olho. onde estaria o ouvido? Se tudo assistência, o da direção, e o dom de falar
fosse ouvido, onde estaria o o lfato? '"M as em línguas. ” A caso são todos apóstolos?
D eu s d isp ô s no c o rp o c a d a um d o s T odos profetas? T odos e n sin am ? T odos
m em brosh. segundo a sua vontade. ,9Sc fazem m ilagres? '"T odos têm o dom de
o conjunto fosse um só m em bro, onde c u ra? T odos falam cm línguas? T odos
e sta ria o c o rp o ? “ P o rta n to h á vário s interpretam ? ''A m b icio n a i o s d o n s m e­
m em bros, m as um só c o rp o '. 2lO olho lhores. E alem disso, eu vou indicar-vos
não pode d ize r à m ão: “Eu não preciso um cam in h o infinitam ente superior.
dc ti" — nem a cabeça d izer aos pe's:
"E u não preciso de vós” . 22N ão só, m as 1 q O a m o r fra te rn o
ate' os m em bros do co rp o que parecem 'M e sm o que eu fale cm línguas, a
m ais fracos'1 são necessários, u e os que dos hom ens e a dos a n jo s,
consideram os m enos dignos de honra, são se m c falta o am or', sou um m etal que
os que m ais honram os. Q uanto m enos d e ­ resso a, um cím balo retum bante. si isas

w . Paulo recorre a um tem a conhecido da cultura helem stica: sem os outros, nada podem , mas pelo co ntrário obtêm a alegria
o corpo hum ano, com o im agem d o corpo social, incitando ao na própria unidade.
respeito pela diversidade de seus m em bros c ã necessaria uni­ d . Paulo, decerto, lembra aqui a ex istência dos cristãos que
dade de todos na prossecução de um objetivo com um (cf. as cham ou de “ fracos" em 8.7* I 3 e de cujas consciências ele insis­
op o siçò es “ um -to dos“ ou “ um -v ário s"). M as Paulo m odifi­ tiu em reclam ar respeito.
cou profundam ente o significado desta im agem do “corpo*’, à e . C om o s verbos “ sofrer" e °ser nlorijlcado" Paulo já ab an ­
luz dn sua experiência cristã c da pratica eucanstica do "corpo dona o terreno da narrativa parabólica. C om efeito , esses verbos
de Cíisto*'. exprim em , alhures, a m orte e ressurreição de Cristo.
x. S u b en ten d er ele (C risto) e um. e tem vários membros (com o f. A igreja é corpo de Cristo/ por ser cada cristão , antes do
“o co rpo ” no v. precedente). m ais. m em bro de C risto: a expressão ” m v sois seus membros"
y . L itcrariam cnte. e.ste v. e* um parêntese: não faz parle da deve com preender-se com o Vrí.v sois membros de Cristo'' assim
narrativa-parábola. mas ja fornece, por antecipação, um a expli­ com o “vrí.v sois o corpo de Cristo".
cação teológica baseada no batism o e na Kucaristia. O prim eiro g . O s vv. 28-30 aplicam à Igreja a prim eira p an e d a pantbola
memfcro e' paralelo a 102: “Todos foram , em M oisés, batizados do corpo, ou seja o desenvolvim ento sobre a diversidade. A ssim
nu nuvem e no m ar” . “ B eber uma bebida espiritual” f 10.4) era com o D eus dispôs os membros do corpo (v. 18). assim tam bém
um a alusão à Eucaristia. Deus dispôs homens na fareja. K estes exercem funçòcs que não
z. A prim eira parte da parábola do corpo (vv. l4-20a) desen­ poderiam , sem contra-senso. ser reduzidas a uma só (vv. 29-30).
volve o lem a da diversidade necessária. h .C f . 14.1 nota.
a . A qui. bem com o no v. seguinte, pode-se com preender tam ­ i. Trata-se dos responsáveis pela form ação doutrinai dos fiéis.
bem: ele não deixaria por issit de pertencer ao corpo. j . O hino ao am or corresponde ã segunda parte d a parábola do
b . O Deus que modelou o corpo do hom em conform e G n 2.7. corpo, a que falava da solidaricd;ide dos m em bros na unidade.
c . \ segunda parte da parábola d o corpo (vv. 20b*26) desen­ Para P aulo, é o am or-ugape q u e faculta aos membros da Igreja
volve o tem a d a solidariedade dos m em bros do corpo que. uns trabalhar ju n to s para o bem dc todos. Este hino divide-se em três
2 M esm o que tenha o dom da profecia, c o m o c r ia n ç a .
o saber de todos os m iste'rios e de todo Q uando me tornei hom em , pus cobro
o conhecim ento, ao que era próprio da criança.
m esm o que tenha a fe' m ais total, a que 12 A gora, vem os em espelho e de m odo
transporta m ontanhask. confuso11;
sc m c falta o am or, nada sou. m as e n tã o , sera' face a face.
3 M esm o que d istribua todos os m eus A gora, o m eu conhecim ento é lim itado;
bens aos fam intos1, então, conhecerei com o sou c onhecido, tu:
m esm o que en treg u e o meu co rp o às 13 A g o ra, p o rta n to , p e rm a n ec e m ' e sta s 01 4,s'9
ch am as1", três co isas,
se m e falta o am or. a fé , a e sp e ra n ç a e o a m o r. c i m -5:
lTs I V
nada lucro com isso. m a s o a m o r e o m a io r . ^
4 O a m o r tem paciência", o am o r é
serviçal. - . P ro fetiza r c falar em línguas.
não e' c iu m e n to , não se p avoneia, não 'P ro cu rai o am or; aspirai às m ani­
se incha dc orgulho, festações espirituais*, sobretudo à p ro ­
Rm i3.io 5 nada faz de inconveniente, não fecia1. 2Pois aquele que fala em línguas
procura o próprio interesse, não fala aos hom ens, m as a D eus. N in­
não se irrita, não guarda rancor", guém o com preende; m ovido pela inspi­
6 não se regozija com a injustiça, ração enuncia coisas m isteriosas11. 'M as
Rm 12.9: m as encontra a sua alegria na verdade. quem profetiza fala aos hom ens: ele edi-
2 c « i3.s 7 g |e tu{j 0 d e scu lp a11, tudo c rê , tudo fica, exorta, encoraja. ''Quem fala cm lín ­
esp era, tudo suporta. guas ed ifica a si m esm o, m as quem pro­
“ O am or nunca desaparece. fetiza ed ifica a assem bléia. 5D esejo que
As profecias? S erão abolidas. todos vós faleis em línguas, m as prefiro Nm 11.29
As línguas? A cabar-se-ão. que profetizeis. A quele que profetiza é
O co n hecim ento? Sera' abolido. superior ao que fala cm línguas, a m enos
9 Pois o nosso conhecim ento é lim itado que este d ê a interpretação para que a
e lim itada a nossa profecia. assem bléia seja edificada. ‘S uponde a g o ­
10 M as quando vier a p erfeição, o que e' ra, irm ãos, que eu va' ter convosco e vos
lim itado sera' abolido. fale em línguas: em que vos serei útil, se
11 Q uando cu era crian ça, falava com o a m inha palavra não vos traz nem reve­
criança. lação nem co nhecim ento, nem profecia
pensava co m o criança, raciocinava nem ensinam ento? 7A contece o m esm o

partes: superioridade do am or (vv. 1-3); suas obras (vv. 4*7); sua para falar do conhecim ento do real (cf. mito d a caverna de Platào).
perenidade (vv. 8-13). Em todo este capítulo, trata-se do am or r . Ao contrário das realidades que passarão (vv. 8-10). a fe', a
fraterno. O am or a Deus não é visado diretamente, mas sem pre esperança e o amor nos introdu/.em desde agora no dom ínio das
esta presente de m odo im plícito, m áxim e no v. 13. em conexão realidades que nunca passarão, que permanecem para sempre.
com a fe' e a esperança, O utros interpretam : na vida presente (agora portanto) a fé. a
k . C f. M c 11,23. esperança c o am or perm anecem as únicas realidades q u e. afi­
I. Lit. mesmo que distribua todos os meus bens em bocados. nal, m erecem ser levadas cm conta,
m . Lit. para ser queimado. Var. m uito atestada e preferida por s . Cf. 12,1 nota.
certos editores: para disso auferir orgulho. N este caso. com - t. Tanto no N ovo Testam ento com o no A ntigo, a profecia só
prcender-se-ia: Mesmo que cu me entregue a mim mesmo (com o secundariam ente consiste em predizer o futuro (A t 11.28 nota).
escravo, para d ar aos pobres o produto desta venda). se fo r para O profeta é essencialm ente um hom em ou um a mulher (cf. IC or
disso auferir orgulho e sem amor, nada ganharei com isso. 11 3 ) que fala em nom e de Deus sob a inspiração do Espirito,
n . O am or nào é definido de form a abstraia, mas m ediante que revela o m istério d o seu desígnio (13.2). sua vontade nas
um a série de verbos, isto é concretam ente. pela ação que suscita, circunstâncias presentes. Ele edifica, ex o rta, en co raja (v. 3).
o . Ou: ele ndo ftensa no mal. descobre os segredos d o s corações (v. 25).
p . Lit. ele tudo cobre. u. Lit. pelo espirito ele diz mistérios. T rata-se antes do espírito
q . A o conhecim ento de Deus indireto c confuso, pelo espelho d o hom em , sede das m anifestações incom unicáveis d o do m das
das coisas criad as, sucedera' o conhecim ento direto (face a fu ce) línguas, oposto à inteligência, única a perm itir a com unicação
c claro da vida eterna. A filosofia antiga usava m etáforas análogas com os outros. M as este espírito é anim ado pelo Espírito.
com in stru m en to s de m ú sica , c o m o a guas m ais do que todos vós, ,9m as. num a
flauta ou a citara: se não em item sons assemble'ia, prefiro dizer cinco palavras
distintos, com o reconhecer o q u e a flau ­ inteligíveis*, para instruir tam bém os o u ­
ta ou a citara estão tocando? *E se a trom ­ tros, d o que dez m il em línguas.
beta não pro d u zir um som claro , quem “ Irm ãos, q u an to ao ju íz o , não sejais
se preparará para o com bate? 90 m esm o c r ia n ç a s ; q u a n to a o m al s im , s e d e R m 16. 9 :
sc da' convosco: se a vossa língua não c rian cin h as11 m as q u a n to ao ju íz o sede ^ j ’,1*
exprim e palavras inteligíveis, co m o se a d u lto s .2‘E stá escrito na lei: Eu fa la r e i a
com preendera' o que dizeis? F alareis ao este p o vo p o r m eio d e hom ens d e outra
vento. ‘"H á não sei quantas cspe'cics dc língua e p o r m eio d e lábios estra n g e i­
palavras no m undo, e nenhum a carece ros, e m esm o assim eles n ã o m e e sc u ta ­
dc sig n ificação . " O ra . se eu ignoro o rão, d iz o S en h o r'.
valor da palavra, serei um ba'rbaro para “ P or conseguinte, as línguas são um
aquele que fala e aquele que fala serâ sinal não para os que crccm . m as para os
um bárbaro para m im v. I20 m esm o se dá incrédulos; quanto à profecia, ela é um
convosco: procurai scr inspirados, c o sinal, não para o s incrédulos, m as para
m ais possível, j á que isso vos atrai; m as os que crcem . 2,S c. por ex em p lo , a Igre­
que se ja para a edificação da assem bléia. ja e stá toda inteira reunida, c todos fa­
l3Por isso. quem fala em línguas deve lam em línguas, os sim ples ouvintes ou
orar para o b ter o dom dc interpretação. os não-crentes que entrarem não crcrão .
u Se eu oro cm línguas, cu estou inspira­ porventura, que estais loucos? 24S e. ao a i 2.1 j
do, m as a minha inteligência nada produz". c o n trá rio , todos profetizam , o nâo-crentc
l5Q ue fazer, en tão ? Eu rezarei inspira­ ou o sim ples o u v in te q u e entra se vê
do pelo E spírito, m as rezarei tam bc'm de repreendido por todos, ju lg a d o por to ­
Ef s.iy m odo inteligível*. Cantarei inspirado pelo dos; “ o segredo do seu coração fica d e s­
E spírito, m as cantarei tam bém d e m odo vendado; ele se lançará dc rosto por ter­
inteligível. ,6P ois se som ente a inspira­ ra. adorará a D eus c proclam ará q ue D eus
ção atua quando pronúncias um a bênção’ , e stá realm ente no m eio d e vósd.
com o aquele que faz parte dos sim ples
2C o r i j o ouvintes' poderá d izer "am em " à tua ação A o rd e m no c u lto e n a I g r e ja . “ Q ue
dc g raças, já que não sabe o que estás fazer e n tã o , irm ãos? Q u an d o estiverdes
d ize n d o ? l7S em d u v id a a tua a ç ã o dc reunidos, cada um dc vós pode can tar
g ra ça s e' n o tá v e l, m as o o u tro n ã o é um cântico, a d u zir um ensin am en to ou
edificado. "‘G raças a D eus eu falo em lín­ um a revelação, falar cm línguas ou in-

v. 0 bárbaro era quem nào com preendia grego, a . Lit. com minha inteligência.
w . C f. v. 2 nota. Lit. o meu espírito ora, mas a minha inteli­ b . A s criancinhas ainda nào têm nem ju íz o nem possibilidade
gência fica sem fru to . Nes.se texto, e ao contrario de Rm 8.16; d e com eter o mal. Paulo co n v id a os cristãos a im itá-las no se­
Gl 6.18 e FI 4.23. meu espírito, oposto a minha inteligência, nâo gundo ponto, nào no prim eiro , cf. M c 10.14 e par.
tem um significado m eram ente antropológico: o espírito daquele c. Is 28.11-12. A citação nào corresponde nem ao texto he­
que faia em línguas é habitado pelo Espírito. E é preciso além braico nem à tradução greg a d a S eptuaginta. O rígenes (séc. III)
disso q ue sua inteligência em preste um a form a com unicável ao pretende ter encontrado esse texto num a d as outras traduções
que o Espírito inspira ao seu espírito. Sem duvida é com esta gregas existentes na sua época.
finalidade que Paulo introduz a função de "intérprete**. d . D ifícil é.p erceb er a ligação en tre o princípio en unciado no
x. Lit. orarei com o espírito, mas orarei também com a inte­ v. 22 e sua aplicação nos vv. 23-25. Dá a im pressão d e que a
ligência; cantarei com o espírito, mas cantarei também com a aplicação contradiz o princípio. N a realidade, ao q u e parece,
inteligência, falar em línguas é um sinal para o s descrentes emf>edernidos
y. Lit. se abençfxis em espírito. (vv. 22-23) cujo em p edernim ento confirm a (v. 21: eles nâo me
z. Lit. aquele que ocupa o lugar de não-iniciado (term o do escutarão, diz o Senhor; v. 23: não crerâo, porventura, que
vocabulário filosófico-religioso d a época). T rata-se dc pessoas estais loucos?): ao passo q u e o profeta é um sinal para os que
que se limitam a escutar, que não são plenam ente m em bros da acedem à fé e passam d a situação d e descrentes (v. 24) a de
com unidade, por ainda nào terem optado definitivam ente por crentes (v. 22). proporcionando-lhes um m otivo para crer (v.
Cristo (vv. 23*24) e q ue. a fortiori. nâo estão iniciadas ao falar 24). A m esm a palavra ápistos não te m . pois, o m esm o sentido
em línguas. no v. 22 (incrédulo) e nos vv. 23-24 (ainda não crente).
terpretar: m as tudo sc faça para a cdifi- ta ou insp irad o , reconheça no q u e vos
R"ürí ' *2 ‘-■ação com um . :7Fala-sc cm línguas? Que escrevo um m andam ento do S enhor1. “ Se
d o is o façam , no m áxim o três. c um alguém não o reco n h ece, é que D eus não
depois d o outro; c haja alguém que in ­ o c o n h ec e".
terprete. “ Sc não houver intérprete, cale- •''A ssim , m eus irm ãos, aspirai ao dom
-se o irm ão na assem b léia, fale a si m es­ da profecia, e não im peçais que se fale it* 5.2o
m o e a D e u s .:''Q uanto às profecias, dois em línguas. * m a s tudo se faça c o n v e ­
ou três to m em a p alav ra e os outros niente c o rdenadam ente.
ju lg u e m '. wSe um assistente rcccber um a
revelação, aquele que fala deve calar1. A ressurreição de Cristo. ‘Eu vos
•'‘T odos vós podeis profetizar, m as cada 15 lem bro, irm ãos, o E vangelho que gi i . ii
um por sua vez, para que todo m undo vos an u n ciei, que re ce b cste s, no qual
2 Pti i.2 i seja instruído e enco rajad o . J20 profeta é estais firm es, 2e pelo qual sereis salvos
senhor do espírito profético que o anima*. sc o conscrvardcs tal qual vo-Io a n u n ­
■'•'Pois D eus não é um D eus dc d eso r­ ciei; caso contrário, teríeis crido em vão”.
dem , m as um D eus de paz. 3Eu vos transm iti, em prim eiro lugar, o
C om o é dc praxe cm todas as Igrejas que cu m esm o recebera": C risto m orreu
dos santosb, -“ as m ulheres calcm -se nas por nossos pecados1’, segundo as E scritu ­
assem bléias; elas não têm perm issão para ras. 4Foi sepultado, ressuscitou ao tercei- mi i o ji p
falar; devem perm anecer subm issas, com o ro d ia. segundo as Escrituras'*.sA pareceu u- 2 4 .3 4 .
o diz a lei1. “ Sc elas desejam instruir-se a C efas, depois
1
aos D oze. !" 2,1; 1^
Lc 24,36;
sobre algum detalhe, interroguem o m ari­ ‘A seguir, apareceu a m ais de quinhen- j.> 2 0 . 1 0 . 2 6 .
do cm casa. N ão convém que um a m ulher tos irm ãos de um a só vez; a m aioria deles J“ 21,112
fale nas asscm blciasJ . ,6A caso é dentre vós ainda viver,e alguns m orreram ’. 7A seguir
que a palavra de D eus tem o seu ponto de a p are ce u a T ia g o , d e p o is a to d o s os
partida? Sois vós porventura os únicos que apóstolos'. “Em últim o lugar, tam bem me
a receberam k?-” Se alguém se julga profe- apareceu a m im , o aborto". "Pois cu sou o a i 9.3-7

e. Lií. devem discernir, cf. 12.10 nota. afirm ações fundam entais da proclam ação ev angélica (vv. 3-4)
f. Lit. Se é revelado (algo) a outro (que está) sentado, o pri­ que desenvolve enum erando as aparições d o R essuscitado (vv.
meiro que se cale. 5-11). D elas tira as conseqüências relativas à o pinião que quer
g . Lit. os espíritos dos profetas são submissos aos profetas. É com bater (vv. 12*34). D epois, responde às o bjeções referentes
um sinal que perm ite distinguir a verdadeira profecia do delírio ao “com o” da ressurreição (v. 35-58).
pseudoprofético que suprim e o uso du razão. o. O s term os usados (receber, guardar, transm itir) pertencem
h . C f. Rm 1.7 nota; 15.25 nota; IC or 6.1. ao vocabulário técnico da tradição rabínica aplicado à palavra
i. Há quem procure esta referência à lei em G n 3.16. viva do Evangelho (v. I) o bjeto da proclam ação (v. I I ) idêntica
j . A lguns mss. trazem os vv. 33b-35 depois do v. 40. P or isso dc Paulo e dos outros apóstolos, na qual os fiéis acreditaram (vv.
alguns os consideram com o um a glosa, cuja posição pôde variar. 2.11) e pela qual scrâo salvos (v. 2). C f. 11,23.
A qui. ela interrom pe o desenvolvim ento sobre a intervenção dos p . O valor salvífico da m orte de C risto é portanto um dad o da
profetas (vv. 2 9 -3 3 a... 37-40). Dc fato. esses vv. contradizem proclam ação do Evangelho anterior a Paulo (cf. Rm 6 3 nota).
I I .5 e parecem estar fora do assunto nesses capítulos que não q . Já se notam as fórm ulas estereotipadas que constituirão o
tratam d o papel da m ulher nas assem bléias. A final. Paulo nSo núcleo das profissões de fé da Igreja prim itiva.
costum a apelar para “a Lei*’, a fim de resolver um caso dc dis­ r . Subentendido: ainda hoje. eles podem dar testemunho do que
ciplina com unitária. E ssa glosa pôde ser introduzida quando as viram. Portanto, a vossa fé na Ressurreição tem fundam ento sólido.
cartas de Paulo foram reunidas em coleção, talvez sob a influên­ s . Lit. adormeceram. M esm o eufem ism o nos vv. 18.20.51.
cia dc ITm 3.11-12. Esta expressão, usual no m undo pagão, não im plica por si esp e­
k . Lit. Será que a palavra de Deus saiu de entre vós? Ou rança algum a na ressurreição. M as o duplo sentido dc egeirein
chegou sô a vós? Neste caso. insinua Paulo, teríeis mais títulos (despertar, ressuscitar) to m a particularm ente evocador o uso do
paro im por vosso ponto de vista às outras igrejas. verbo koimâsthai (adorm ecer) donde provém koimèièrion, que
I. C f. 7.10.12. onde Paulo distingue os m andam entos do Se­ nós transform am os em cemitério. C f. IT s 4,13.
nhor d e suas próprias opiniões. A qui. Paulo tem consciência dc t. O s apóstolos figuram aqui com o um grupo mais am plo que
estar falando cm nom e do Senhor, cf. Lc 10.16. o dos D oze (v. 5). É d ifícil, talvez inútil, fazer coin cid ir estas
m . L it. Se alguém ignora, é ignorado. A lguns mss. trazem o aparições com as referidas pelos evangelhos.
im perativo: se alguém quer ignorá-lo, ignore-o. u. C om esse term o. Paulo alude ao caráter anorm al d o seu
n. Neste capítulo. Paulo quer com bater o erro dos que negam nascim ento para a fé cristã e à sua indignidade com o persegui-
a ressurreição dos m ortos (v. 12). C om este intento, ele parte das dor da Igreja (v. 9).
3-s m enor dos apóstolos, eu que não sou dig- “ M as não; C risto ressuscitou dos m or- it s 4.14
a i hj : no de ser cham ado apóstolo porque perse- tos, prim íciasb d o s que m orreram . 2lC om
8 U' a Igreja dc D eus. '"M as o que sou, efeito, visto q u e a m orte veio por um
iT m i.i3 devo-o à graça dc D eus, e a sua graça não hom em , é tam b ém por um hom em q u e Rm 5 . 12. 1H
011,15 foi vã a meu respeito. Pelo contrário, eu vem a ressu rreição dos m ortos: “ assim
2 Cw i u trabalhei m ais do que eles todos: não eu, com o todos m orrem em A dão, em C risto
m as a graça dc D eus que está com igo. todos receb erão a vida1'; u m as cada um Rm x .1 1
" E m resum o, seja eu. seja eles, eis o que em sua ordem : em prim eiro lugar, as pri-
nós proclam am os e eis o que vós crcstcs’. m ícias, C risto ; d epois, aqueles que per- it* 4.15
ten c cm a C ris to , p o r o c a s iã o d c su a a :M
A r e s s u r re iç ã o d o s m o rto s . l2Se se pro­ vindad; “ em seguida virá o fim , quando
clam a que C risto ressuscitou d o s m ortos, ele e n tre g ar a realeza a D eus P ai, depois
co m o é que alguns dentre vós dizem que de ter d estruído toda d om inação, toda au- Ef 1.21 :
não há ressurreição dos m ortos? ‘■'Se não to rid a d e. todo poder*. “ Pois é necessário h™.*'
mi 22.23p: há ressurreição dos m ortos, tambe'm Cris- que ele reine, até que tenha p o sto to d o s 19 27
. . . , . . , - r
Al|74jj to não ressuscitou*, ,4e sc C risto não res­ os seu s inim ig o s aehat.xo d o s se u s p e s .
suscitou, a nossa pregação e' vazia, c vazia “ O ultim o inim igo a ser d estruído é a Ap2o.i4:
tam bem a vossa fe'1. ‘-'Acontece m esm o m orte. :7pois ele p ô s tudo delxii.xo d o s ^ 4JS
que nós so m o s teste m u n h as falsas de seu s pés*.
D eu s, pois prestam os um testem u n h o ’ M as q u a n d o ele d isse r11: “T u d o e stá
contra D eus afirm ando que ele ressu sci­ subm etido” , é ev identem ente com e x clu ­
tou o C risto quando não o ressuscitou, se são d A qucle que tudo lhe subm eteu. 2XE
e' verdade que os m ortos não ressusci­ quando todas as coisas lhe houverem sido
tam . “ Sc o s m ortos não ressuscitam , tam ­ su b m etid as, en tão o próprio F ilho será
bém C risto não ressuscitou. I7E se C risto subm etido A quele que tudo lhe su b m e ­
não ressu scito u , a vossa fé é ilusória, teu , para que D eus seja tudo em todos, a 3 .1 1
estais ainda cm vossos p e ca d o s'. l8Por wSc não fosse assim , que intentariam*
isso m esm o os que m orreram em C risto os que se fazem b atizar cm favor dos
e stão perdidos. ‘‘'S e depositam os a nossa m ortos? S c , cm todo caso , os m ortos não
c onfiança em C risto som ente para esta ressuscitam , por que sc fazem b atizar em
vida, som os os m ais d ig n o s de pena de favor d e le s '? '" E nós m esm os, por que a
todos os hom ens". todo m om ento correm os perigo? -'‘T odos

v. A firm ação preciosa do ponto de vista ecum ênico; todas as c . Paulo reiterara e aprofundara' a doutrina d o s vv. 20*21 em
testem unhas d e C risto ressuscitado proclam am a m esm a m ensa­ Rm 5.12-21 (v er as notas referentes a essas passagens): ele
gem ; e todos os fiéis professam a m esm a fé. Por isso é im pos­ m osirarJ que a antftese Adâo-Cristo nâo se situa só no plano
sível nâo procurar esta unanim idade, quando perdida. m aterial (m orte e ressurreição corporais), mas n o plano d o ho­
w . Se a ressurreição do s m ortos é im possível, o ca so particular m em integral (m orte eterna do pecado, vida etern a na justiça).
representado pela Ressurreição d e C risto tam bém o e'. Outra Tal perspectiva já esta' presente aqui.
interpretação: a Ressurreição de C risto só tem sentido enquanto d . N ote-se que Paulo não encara aqui a ressurreição dos peca­
prim ictas da nossa. N egada esta . aquela perdeu o sentido. M as dores. afirm ada em Jo 5.29; At 24.15. cf. Dn 12,2.
esta consideração só intervém a partir do v. 20. e . Esses três term os designam todas as forças inim igas dc
x. A pregação e a fé que lhe corresponde têm por objeto D eus. angélicas e hum anas (cf. IC o r 2.6: C l 2.15).
central a ressurreição de C risto, e todos os dem ais aspectos da f. D e conform idade com o contexto (vv. 27-28). é preciso
pregação e da fe' só têm sentido em referência a ela. C aso não com preender: até q ue D eus haja posto todos o s seus inimigos
exista, tudo desm orona. sob os pés de C risto . C f. SI 1 10.1.
y . Lit. nós testemunhamos contra Deus. g. SI 8,7.
z . Pois para Paulo, o que apaga o pecado é a vida nova do h . Jesus apresentar-se-a' diante d o seu Pai p ara anunciar-lhe o
crislão no am o r. participação na vida de C risto ressuscitado (cf. cum prim ento da sua m issào. O utra trad.: quando a Escritura diz
Rm 7.4 nota). Se C risto nâo ressuscitou, o pecado perm anece, que tudo lhe fo i submetido.
com o tam bém sua conseqüência, a perdição (v. 18). I. Lit. que farão.
a . O ulra trad.: Se nesta vida nós nos limitamos u esperar em j . ignoram -se a natureza e a finalidade desta prática. Paulo nào
Cristo, somos os mais dignos de pena de todos os homens. No em ite julgam ento sobre o seu valor. ConsUita q ue ela seria ab­
fim das contas, o sentido é o mesmo. surda no caso d e os m ortos nào ressuscitarem .
b . C f. Rm 8 2 3 nota e 11.16 nota.
^ os dias eu m orro, tao c erto , irm ãos, quan- a n im a l', ressuscita-se corpo esp iritu al. Se
Rm K.J6; , , 1 .
to vos sois o m eu org u lh o em Je su s C ris­
2Cof 4 ,1 1 há um c o rp o a n im a l, há tam be'm um
to nosso S enhor. ,JD e q u e m e teria se r­ corpo espiritual. 45É assim q u e e stá e s­
vido co m b ater contra as feras em É fcsok crito: o prim eiro hom em A d ã o f o i um ser
se cu me ativesse a propósitos hum anos1? anim al dota d o d e vida', o líltim o A dão e'
Sc o s m ortos não re ssu scitam , com am os um ser espiritual que d á a vida. “ M as o
e bebam os, po is a m a n h ã m orrerem osm. que ex iste prim eiro e' o se r a n im a l, não o
-'•'Não vos enganeis a e ste respeito: as ma's ser esp iritu al; este vem d epois. 470 p ri­
co m panhias corrom pem os bons c o stu ­ m eiro hom em tirado da terra é terrestre.
mes". “ T ornai a ser razoáveis de verdade Q uanto ao segundo h om em , ele vem do
c não pequeis! P ois alguns não tcrn o ce'u. '“ Q ual foi o hom em terre stre, tais
conhecim ento de D e u s, d ig o -o para vos­ são tam be'm o s te rre stre s, e qual c' o
sa vergonha. hom em c eleste, tais serão os celcstcs.
■**E assim com o nós e x istim o s à im a­
O c o rp o d o s re s s u s c ita d o s . ,5M as, dirá gem " d o hom em terrestre, assim tam bém
algue'm , com o ressu scitam o s m ortos? ex istirem o s à im agem do hom em ceies- Gn 5.3

Com que corpo voltam e les? '‘ Insensato! te. “ E is o q u e afirm o, irm ãos: a carne e
jo 12.24 o que sem eias só c obra vida sob co n d i­ o sa n g u e ’ não podem h erdar o R eino d e ir o r 6.9.1»
ção de que m orra. D eus. nem a corrupção h erdar a incor­
,7E o que sem eias não e' a planta" que ruptibilidade.
deve nascer, m as um grão nu, de trigo 5lVou dar-vos a con h ecer um m istério".
ou de outra coisa. “ D epois, D eus lhe da' N ós não m orrerem os to d o s, m as todos
corpo com o q u er, c a cada sem ente de serem os transform ados. 52num instante,
m aneira peculiar*1. '‘'N e n h u m a carn e e' num piscar de olhos, ao som da trom beta
idêntica a outra; há diferen ça entre a dos final*. P ois a trom beta so a rá, o s m ortos
ho m en s, dos a nim ais, d o s pa'ssaros c dos ressu scitarão incorruptíveis e q uanto a
peixes. “ Há corpos1* c eleste s c corpos n ós, serem os transform ados’ .^ C o m e le i­
te r r e s tr e s , e e le s n ã o tê m o m esm o to, c necessário que este se r corruptível 2 0 » 5.4

b rilh o '; " u m c' o brilho do so l, outro o da revista a incorruptibilidade, e q u e este


lua, ou tro o das estrelas; e m esm o um a ser m ortal revista a im ortalidade. •''‘Q u a n ­
estrela difere da o u tra cm brilho. d o portanto e ste ser corruptível tiv e r re­
4JA contece o m esm o com a ressu rrei­ vestido a incorru p tib ilid ad e c este ser
ção d o s m ortos: se m ea d o c o rru p tív el, m ortal tiv e r re v estid o a im o rta lid a d e ,
re ssu s c ita -se in c o rru p tív e l; ‘‘•'sem eado en tão se realizará a palavra da E scritura:
desprezível, ressuscita-sc resplandecente "A m o r te f o i tra g a d a na v itó ria . *!Ó
n U i dc glória; sem eado na fraqueza, ressus­ m orte, o n d e está a tua v itó ria ? M orte,
cita-sc cheio de força; " s e m e a d o corpo onde está o teu aguilhão*?” skO aguilhão

fc. T rata-se d e um a m etáfora. N a qualidade de cidadão rom a­ t. G n 2.7. Lit. alnui (psvkhê) viva. Esta expressão aplica-se
no. Paulo não era passível deste suplício. tanto ao hom em com o aos anim ais (G n 1.20).
I. Lit. Se em Éfeso eu tivesse lutado contra as fe ra s . conforme u . Lit. nós trouxemos a imagem: o m esm o n a segunda parte
o homem, de que me serviria? do v.
m . ls 22.13. v . T rata-se igualm ente d o hom em reduzido às m eras possibi­
n . C itação d o poeta M enandro. lidades da natureza, fraco e m ortal,
o . Lit. o cor/x>. w . C f. IC o r 4.1 nota; Rm 11.25.
p. No co n ceito popular d a época, a germ inação nâo é um x. A trombeta é um acessório tradicional d o im aginário apo­
processo natural, mas resultado de um a ação m ilagrosa da divin­ calíptico: M t 24.31: ITs 4,16. Ela é o sím bolo d o anuncio solene
dade. C f. 2Mc 7.20-23. do desígnio divino, cf. as sete trom betas d o A pocalipse: 8 .6 -
q . O te rm o corpo tem aqui o se n tid o dc realid ad e m ate­ 11.19.
ria l. y. Paulo fala com o hom em q ue espera esta r ainda vivo no
r . Lit. Mas uni é o brilho dos celestes, outro o dos terrestres. m om ento da Parusia. M as nâo faz d esta convicção objeto d a sua
s . Lit. psíquico. T rala-se do hom em reduzido às m eras possi­ m ensagem . C f. IT s 4,15.
bilidades da sua natureza, destinado à m orte. z. ls 25.8; O s 13.14 citados com grande liberdade.
da m orte c o pccado. c o po d er d o peca­ m eio de vós. pois ele trabalha na obra do
do c' a lei". Senhor, com o eu. "P o r isso, ningue'm o
57R endatnos graças a D e u s, que nos dá despreze1. F ornecei-lhe os meios* de vol­
a vitoria por nosso S en h o r Je su s C risto. tar em paz para junto de m im . pois eu o
“ A ssim , m eus irm ãos bem -am ad o s, sede espero com os irm ãos. l2Q uanto ao nosso
° 123 firm es, inabaláveis, fazei sem cessar pro­ irm ão A poio, eu o pressionei vivam ente a
g ressos na obra do S e n h o r, sabendo que ir ter convosco juntam ente com o s irmãos;
a vossa fadiga não e' inútil no Senhor. m as ele não quer dc m odo algum ir agora;
irá quando tiver tem poh.
A c o le ta p a r a a I g r e ja d c J c r u s a -
Icm . 'P ara a coleta em favor dos Ú ltim a s re c o m e n d a ç õ e s c s a u d a ç õ e s .
santos1’, seguireis, tam bem vós. as regras '•'Vigiai, m antende-vos firm es na fe'. sede 15.58:
Gl 5.1:
que dei às Igrejas da G alácia. 2N o pri­ homens, sede fortes. I4fazei tudo com amor!
2T n 2.15:
Mt 2K.lp: m eiro dia dc cada se m an a , cada um porá l5Ainda um a recom endação, irm ãos: sa­ E f 6.10
Al 20.7
de lado em sua casa o que tiv e r co n se ­ beis que E stéfanas e a sua fam ília são as ICor 1.16
guido poupar, a fim d e que não se espere prim ícias da A caia1; eles se dedicaram ao Km 16.5
a m inha chegada para reco lh er os dons. serviço dos santos. "O bedecei portanto a
■'Quando eu estiver a í. e n v ia rei, m unidos pessoas desse quilate e a todos os que com ­
de cartas, os que houverdes escolhido partilham seus trabalhos e suas fadigas.
para levarem os vossos d ons a Jcrusa- ,7S in to -m e feliz com a p re se n ç a dc
2 cor K.20 -21 lém ; 4se co n v ier que cu m esm o vá. eles E stcfanas. dc Fortunato e d c A caico; eles
viajarão com igo. supriram a vossa ausência; '“pois tran ­
qüilizaram o m eu espírito e o vosso. S a ­
i*rojctos d e v iagem . 5Eu irei ter convos- bei pois ap reciar hom ens d e sse quilate.
ai iv.2 1 co. passando pela M acedônia; dc fato. eu '''A s Ig re ja s d a A s ia J v o s sa ú d a m .
a atravessarei, ‘e é possível que m e d ete­ A quila c Prisca vos enviam m uitas sau­ Rm 16.3
nha ou m esm o passe o inverno entre vós, dações no S enhor, com o tam be'm a Igre­ Rm 16.5
para que m e deis os m eios de prosseguir ja que sc reúne em casa d e le s. 20T odos
a m inha viagem c. 7D esta vez. não quero os irm ãos vos saúdam . S audai-vos uns
Rm 16.16:
ver-vos som ente de passagem , e espero aos outros com um ósculo santo. 2Cor 13.12:
ficar algum tem po convosco, se o Senhor ITs 5.26:
3IA saudação e' da m inha própria m ão. IPd 5.14
o perm itir. "Mas ficarei cm É feso ate' Pcn- dc m im . Paulo. 22Se alguém não am a o Gl 6.11:
Cl 4. IX:
tec o stes.'p o rq u e ali um a porta se abriu de S enhor, seja anátcm ak. "M ara n a tá '“ ! 27\ ?.I7:
par em par à minha atividade'1, e os adver­ WA graça d o S enhor Jesus esteja c o n ­ Fm l ‘>

sários são num erosos. "'Se T im óteo ch e ­ vosco.


g ar a i \ velai por que esteja sem receio no 2JEu vos am o a todos em Je su s C risto 1”.

a . Form ula m uito condensada que resum e um a doutrina que Tim óteo não fosse dotado da elo q ü ên cia e da cultura filosófica
será. desenvolvida em Rm 5 -7 e que se concluirá' com a mesm a de que os coríntios eram grandes apreciadores.
ação dc gradas que aqui (cf. Rm 7.25 e IC or 1 5 57). g. M esm a expressão que no v. 6.
b . C f. Rm l .7 noia e 15,25 nota. Trata*se dos crislãos de Jeru­ h. Afxdo. leal colaborador dc Paulo, talvez não quisesse favo­
salém que precisavam ser socorridos por esta coleta à qual Paulo recer com sua presença o partido q u e se valia dele.
atribuía grande im portância com o sinal dc com unhào entrc a Igre­ i. Cf. 1.16.
ja-mfie de Jerusalém e as Igrejas originárias do m undo pugào. j . O litoral da Ásia M enor. Éfeso (donde Paulo escreve) é
Sobre esta coleta, cf. Rm 15.25-26; 2 C o r8 - 9 : G l 2.10: At 24.17. capital desta província.
c. C f. Rm 15.24 nota. k . Este term o traduz no A T o herem, m assacre dos inimigos
d . E xpressão cara a Paulo: 2 C o r2 ,1 2 : Cl 4.3. C f. At 14.27; Ap por ordem de Deus (D t 1 2 etc.). Em sentido mais lato. uma
3.8. Significa a ação providencial de Deus que abre para o após­ realidade objeto dc herem é considerada com o im unda e abom i­
tolo inesperados cam pos de apostolado. nável (D t 7.26).
c . C f. 4.17. I. E xpressão aram aica que significa: ‘ N osso Senhor, vem?**,
f. IT m 4.12 talvez faça alusão a este texto (ninguém menos- transposta para a liturgia cucarística prim itiva (Didaquè 10.6):
l>re:e u tua idade juvenil}. Nesta ocasião, porém , fazia quinze cf. At 22.20. Pode-se ler tam bém : Maran a tá. ‘*0 Senhor vem**.
anos que Tim óteo era colaborador de Paulo. Provavelm ente. m . Lit. Meu amor com todos vós em Jesus Cristo.
SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
INTRODUÇÃO
E n tr e a s e p ís to la s p a u lin a s , a Segunda Epístola c o i s a ! ” ( 1 1 ,6 ). P e la d i v e r s id a d e d o s m e io s d e e x ­
aos Corintios ê a n te s um a obra de p o lê m ic a e p r e s s ã o u tiliz a d o s , 2Cor a v a n ta ja -s e m u ita s v e ze s
p e r s u a s ã o d o q u e u m a e x p o s iç ã o s is te m á tic a c o m o a t o d a s a s d e m a i s c a r t a s ( p o r e .x . 2 C o r 4 , 7 - 1 0 . 1 6 -
a e p ís to la a o s R o m a n o s . N e la , o a p ó s to lo P a u lo 1 7 ; 6 ,3 -1 0 ).
r e c o r r e a u m e s tilo v iv o e a p a ix o n a d o p a r a d e fe n ­
d e r o s e u a /x is to la d o c o n tr a o s s e u s a d v e r s á r io s Destinatários. O s d e s tin a tá r io s são os m esm os
e a fir m a r a s u a d e p e n d ê n c ia e x c lu s iv a d o C r is to . d a p r im e ir a e p ís to la . T u d o o q u e e n tã o f o i d ito
C o m m a e s tr ia , o a p ó s to lo m is tu r a , e m s u a s e x o r ­ s o b r e a c o m u n id a d e d e C o r in to (c f. In tr o d . I C o r ,
ta ç õ e s , d iv e r s o s s e n tim e n to s : a m o r e a d m o e s ta - § I ) p e r m a n e c e v á lid o . A o in v é s , a s c ir c u n s tâ n ­
ç ã o , c ó le r a e te r n u r a : e le q u e r m a n te r a to d o c u s to c ia s q u e m o tiv a r a m o e n v io d a p r im e ir a c a r ta (c f.
a u n id a d e d a Ig r e ja d e C o r in to e c o n tr ib u ir p a r a in tr o d . I C o r , § 2 ) e v o lu ír a m . P e la s e g u n d a e p ís ­
a s u a e d ific a ç ã o p r o fu n d a . to la , o c a r á te r e o e s ta d o d e e s p ír ito d o s d e s tin a ­
tá rio s s e acham a s s im e s p e c ific a d o s : s e r ia um a
Um texto hcm-estabelecido e muitas vezes co­ d a s s u a s c a r a c te r ís tic a s o e s p ír ito d e o p o s iç ã o a o
mentado. R e p r o d u z i d o p e l o s m a n u s c r i t o s d o s é ­ a p o s to la d o p a u lin o ? T r a ta r e m o s d is s o m a is a d ia n ­
c u lo III, em p a r tic u la r p e lo s p a p iro s C h e s te r te , n o § 4 . P a r e c e q u e o a p ó s to lo te v e v á r ia s e s ­
B e ü tty , o te x to d e s ta e p ís to la e s tá s o lid a m e n te e s ­ p é c ie s d e a d v e r s á r io s : c o m e fe ito , a s r e la ç õ e s e n tr e
ta b e le c id o . M a is c e d o a in d a , d e s d e o s é c u lo II, o a p ó s to lo P a u lo e s e u s d e s tin a tá r io s p a s s a r a m
a c h a m - s e c ita ç õ e s d e le n o s e s c r ito s d e h u íc io d e por um a c r is e p r o fu n d a . O s c iú m e s d e le s , s u a s
A n tio q u ia . A s s im , e s ta c a r ta deve te r fig u r a d o d is p u ta s e m e s m o s u a te n d ê n c ia a a b a n d o n a r a f é
d e s d e a o r ig e m no corpus d o s e s c r ito s p a td in o s . r e p o n ta m aqui ou a li. F in a lm e n te , n o que con­
João C r is ó s to m o , Tom ás de A q u in o , L e fè v r e cern e à c o le ta em fa v o r dos "s a n t o s ” , já m en­
d ’E t a p l e s , E rasm o, C a lv in o e m u ito s o u tro s a c io n a d a e m I C o r 1 6 , o s d o is b ilh e te s q u e P a u lo
c o m e n ta r a m . lh e c o n s a g r a e m 2 C o r 8 e 9 (c f. § 5 ) m o s tr a m q u e

a g e n e ro s id a d e dos c o r in tio s é m a is verb a l d o


O melhor exemplo do estilo paulino. M e lh o r q u e q u e r e a l, e q u e o s e u e s p ír ito d e o r g a n iz a ç ã o te n ­
a e x p o s iç ã o s is te m á tic a d a e p ís to la a o s R o m a n o s d e s o b r e tu d o a fa z e r c o m q u e o s o u tr o s p a r tic i­
o u a s r e s p o s ta s à s p e r g u n ta s d a p r im e ir a e p ís to la pem d a c o le ta e c u m ê n ic a c u ja in ic ia tiv a e le s to ­
a o s C o r in tio s . 2 Corintios r e v e la o e s tilo e o v ig o r m a r a m . J á n ã o fo r a d ito , m u ito a n te s d o a p ó s to lo ,
d a fo r m u la ç ã o d o a p ó s to lo . A s a n títe s e s d e p a la ­ q u e o s g r e g o s c o r ria m o r is c o d e n ã o p a s s a r d e
vras e p e n s a m e n to s se sucedem ( 1 ,5 .1 7 - 2 2 .2 4 - e s p e c ta d o r e s d e d is c u r s o s e o u v in te s d e a ç õ e s ?
2 .1 .1 6 : 3 ,3 .6 .9 .1 3 : 4 ,1 0 - 1 1 .1 8 : 5 ,1 5 .1 7 : 8 ,9 ; 9 ,5 ; P o r q u e n ã o te r ia m o s c o r in tio s h e r d a d o u m p o u ­
1 2 ,6 -1 0 ) . A lg u m a s f ó r m u l a s s e to r n a r a m j u s t a m e n ­ c o d is s o ?
te c é le b r e s : “A le tr a m a ta , m a s o e s p ír ito v iv ifi-
ca" ( 3 ,6 ) ; “N o s s o S e n h o r J e s u s C r is to , d e r ic o Os adversários do apóstolo. D ifíc il é s a b e r c o m
q u e e r a , f e z - s e p o b r e , p a r a v o s e n r iq u e c e r c o m a p r e c is ã o q u a is s ã o os a d v e rs á r io s d o a p ó s to lo .
s u a p o b r e z a ” ( 8 ,9 ) . P a r a c o m b a t e r e m e s m o c o n ­ S e r ia m e le s m em bros d a Ig r e ja e d e v e r ia m in ­
d e n a r e n e r g ic a m e n te a s fr a q u e z a s d o s c o r in tio s , c lu ir -s e e n tr e o s d e s tin a tá r io s , o u o s c o r in tio s te ­
o a p ó s to lo s a b e a s s o c ia r o hum or à v iv a c id a d e . r ia m s id o s o m e n te m a is o u m e n o s in flu e n c ia d o s
B a s ta le r 2Cor 8 e 9 p a r a d e s c o b r ir d u a s p e q u e ­ p o r e le s ? F o r m a r ia m e le s u m g r u p o h o m o g ê n e o ?
n a s o b r a s -p r im a s lite r á r ia s . O a p ó s to lo é c e n s u ­ O u c o n s titu ir ia m v á r io s g r u p o s , c u jo ú n ic o p o n to
r a d o p o r s u a f a l t a d e e lo q ü ê n c ia . V e ja c o m o e le em com um era o p o r-se a P a u lo ? S e r ia m e le s o s
sabe recuperar a v a n ta g e m : “N u lo na e lo q ü ê n ­ m e s m o s a q u e v is a m a s r e s p o s ta s q u e o a p ó s to lo
c ia , s e ja ! q u a n to a o c o n h e c im e n to , p o r é m , o u tr a d á em IC o r?
A to d a s e s s a s p e r g u n ta s , o c o n ju n to de 2C or m e n c io n a m c a r ta s p e r d id a s . E s ta r ia m e la s to ta l­

fo r n e c e a lg u m a s r e sp o s ta s : m e n te p e r d id a s o u , c o m o fiz e r a m a lg u n s, d e v e -s e

Um dos m em bros da c o m u n id a d e de C o r in to p r o c u r a r r e e n c o n tr á -la s d e s ta c a n d o tre c h o s d a s

c o m e te r a um a grave in jú r ia c o n tr a o a p ó s to lo . c a r ta s c a n ô n ic a s ?

E s ta a fr o n ta ( 2 C o r 2 ,5 ) f o i s e n tid a não só por Será que a segunda e p ís to la c o n s titu i u m a só


P a u lo , m a s a in d a p e la m a io r ia , ta lv e z m e s m o p e lo c a r ta ? N ã o s e r ia p r e c is o c o n s id e r a r 1 0 - 1 3 c o m o

c o n ju n to d a c o m u n id a d e . E s s e a to p o d e r ia te r s id o um a das c a r ta s p e r d id a s ? C om e fe ito , d a s trê s

c o m e tid o p o r u m d o s " g n ó s tic o s " d e C o r in to . P a r a s e ç õ e s ( 1 - 7 ; 8 - 9 ; 1 0 - 1 3 ), a ú ltim a p o d e r ia c o n s ­


ta l h o m e m , a s a lv a ç ã o c o n s is te s o b r e tu d o n o c o ­ titu ir u m b lo c o à p a r te . E um a a p o lo g ia q uase
n h e c im e n to e n ã o c o m p r o m e te a to ta lid a d e d a e x is ­ v io le n ta do a p o s to la d o p a u lin o . C aso se in s is ta
tê n c ia h u m a n a . S e r á e le o m e s m o q u e , e m IC o r e m d e s d o b r a r a s e g u n d a e p ís to la , e s ta ú ltim a p a r te i
5 ,1 -1 3 , é r e s p o n s á v e l p o r r e la ç õ e s s e x u a is in c e s ­ p o d e r ia v ir a s e r a c a r ta s e v e r a e s c r ita p a r a c o n - !
tu o s a s ? É p o s s ív e l. P a u lo o in c lu i c e r ta m e n te e n tr e tr is ta r o s c o r ín tio s e m e n c io n a d a e m 2 C o r 2 ,4 -9 |
os " q u e p e c a r a m a n te r io r m e n te e n ã o s e c o n v e r ­ e 7 ,8 -1 2. M a s is s o p e r m a n e c e h ip o té tic o . O ú n ic o '
te r a m d e su a im p u r e za , d e s e u d e s r e g r a m e n to e p o n to c e r to é q u e P a u lo e n v io u a o m e n o s q u a tr o 1
d e s u a d e v a s s i d ã o " ( 2 C o r 1 2 ,2 1 ). N ó s d e p a r a m o s c a r ta s à I g r e ja d e C o r in to .
n o v a m e n te a q u i a s te n d ê n c ia s g n ó s tic a s j á com ­ V a m o s c h a m á - la s : A , B , C e D . A p r im e ir a . A , |
b a tid a s e m I C o r . E s s e s g n ó s tic o s p r e g a m a s i m e s ­ e s tá p e r d id a . M e n ç ã o a e la s e e n c o n tr a e m IC o r I
m os ( 4 .5 ) e s e ju lg a m d esd e já p o s s u id o r e s da 5 ,9 . B : e s ta s e g u n d a é a n o s s a p r im e ir a e p ís to la
s a lv a ç ã o f u t u r a ( 5 ,1 0 - 1 3 ) . c a n ô n ic a . C , a te r c e ir a , ta m b é m e s tá p e r d id a , a
A le itu r a d e 2 C o r 1 0 - 1 3 p õ e d e m a n ife s to o u tr o m e n o s q u e 2 C o r 1 0 - 1 3 s e ja to ta l o u p a r c ia lm e n te
g r u p o d e a d v e r s á r io s , c a r a c te r iz a d o p o r s u a in s - e s s a c a r ta " e s c rita e n tr e lá g r im a s " . D , q u e é a
p ir u ç ã o ju d a ic a . E la não p e r m ite d e fin ir se os q u a r ta , é c o m p o s ta (d e p e n d e n d o d a o p ç ã o a d o ta ­
m em b ro s d esse g ru p o são servo s d o C r is to , ju - da em r e la ç ã o a C ) q u e r d e 2 C o r 1 -1 3 , q u er d e
d e u -c r istã o s , ou se p erm a n ecera m in te ir a m e n te 2C or 1 -9 .
ju d e u s . E m 1 1 .2 1 -2 3 , o a p ó s to l o s e c o lo c a n o m e s ­ C o m o e s ta b e le c e r a lg u m a s d a ta s ? A e p ís to la a o s
m o p la n o q u e e le s , e o s s e u s a d v e r s á r io s p a r e c e m R o m a n o s f o i r e d ig id a q u e r e m 5 7 , q u e r e m 5 8 , n o
p e r te n c e r à Ig r e ja : " H e b r e u s ... d a d e s c e n d ê n c ia c o m e ç o d a p r im a v e r a , p o r o c a s iã o d e u m a breve
d e A b r a ã o ... m in is tr o s d o C r is to " . E n tr e ta n to n ã o e s ta d a d o a p ó s to lo P a u lo e m C o r in to . O c o n ju n to

passam d e fa ls á r io s , f a ls o s a p ó s to lo s c a m u fla d o s d o s in te r c â m b io s e p is to la r e s e n tr e o a p ó s to lo e a |
d e a p ó s to lo s d o C r is to ( 1 1 ,1 3 ): m a n ife s ta m um a Ig re ja d e C o r in to d e u -s e p o r ta n to a n te s d e s s a d a ta . I
c o n fia n ç a e x c e s s iv a e m s i m e s m o s . S e r á q u e e le s T o m a n d o e m c o n ta u d u r a ç ã o d a e s ta d a n e c e s s á r ia
c o n s id e r a m in s u fic ie n te o d e c r e to e m itid o p e la a s ­ p a r a a r e d a ç ã o d a e p ís to la a o s R o m a n o s , d o la p s o
s e m b lé ia d e J e r u s a lé m (A t 15 . G l 2 ), fix a n d o p a r a de te m p o in d is p e n s á v e l p a r a que a última carta
o s p a g ã o s u m m ín im o d e o b s e rv â n c ia s? S e r á q u e c h e g a s s e a C o r in to e p r o d u z is s e o s e fe ito s d e s e ja ­
e le s q u e r e m im p o r a to ta lid a d e d a s p r á tic a s j u ­ d o s , é p r e c is o s itu a r o e n v io d e s s a c a r ta D a o m e n o s
d a ic a s a o s q u e s ã o d e o u tr a o r ig e m ? E v e ro s s í­ q u a tr o o u c in c o m e s e s a n te s , s e ja d e T r õ a d e , s e ja
m il. A p ó s tr o fe s tã o v io le n ta s não se d ir ig e m a d a M a c e d ô n ia , e n q u a n to o a p ó s to lo v ia ja v a r u m o a
e n v ia d o s d e P e d r o , q u e P a u lo s e m p r e r e s p e ito u , C o r in to , is to é , n o f im d e 5 6 (o u n o fim d e 5 7 ).
ta m p o u c o a e m is s á r io s d e T ia g o , v in d o s d e J e r u ­ P o r o u tr o la d o , le m b r e m o -n o s d e q u e o a p ó s to lo

s a lé m , m a s a n te s a ju d e u s d a te n d ê n c ia d o s z e lo te s P a u lo d e ix o u C o r in to d u r a n te o v e r ã o d e 5 2 : e le f o i
(c f. A t 2 1 .2 0 -3 6 ) q u e a d o ta r a m a fé c r is tã , o q u e /x ir a É fe s o u m a n o m a is ta rd e , e m 5 3 : a s n o tíc ia s

n ã o c o n tr a d iz a s u a p e r te n ç a a e s s e p a r tid o . P a u ­ a la r m a n te s r e la tiv a s à s itu a ç ã o e m C o r in to s ó p u - •


lo lh e s d e m o n s tr a a s u p e r io r id a d e d e fin itiv a da d e r a m te r -lh e c h e g a d o a lg u m a s s e m a n a s o u a lg u n s
n o v a a lia n ç a s o b r e a a n tig a ( 2 C o r 3 ,1 -1 8 ). m e s e s m a is ta rd e , e m 5 4 . É p o r ta n to e n tr e 5 4 . o

m a is c e d o , e fim d e 5 6 (o u 5 7 ), a o m a is ta r d a r , q u e
Circunstâncias c datas. A s c ir c u n s tâ n c ia s d a r e ­ s e s itu a o c o n ju n to d e s s e s in te r c â m b io s e p is to la r e s .
d a ç ã o e a s d a ta s p o s s ív e is d o e n v io d e 2 C o r s ó A s e q ü ê n c ia d o s a c o n te c im e n to s s e a p r e s e n ta r ia

p o d e m s e r e x p o s ta s d e p o is d e te r m o s n o ta d o q u e , d o m o d o s e g u in te : o a p ó s to lo , d u r a n te a s u a e s ­
em I C o r 5 .9 , b e m com o em 2 C o r 2 ,3 e 7 ,8 , s e ta d a e m É fe s o , é in fo r m a d o d e q u e g r a v e s d e s o r ­
d e n s o c o r r e m n a I g r e ja d e C o r in to . E s c r e v e e n tã o Estrutura. T r ê s g r a n d e s p a r te s s e d e lin e ia m n es­
a p r im e ir a c a r ta (c a r ta A ) ( p r é - c a n ô n ic a , p e r d i­ ta c a r ta .
d a , m e n c io n a d a e m I C o r 5 ,9 ) e e x ig e d o s c o r in tio s 1 . Paulo e suas relações com a comunidade de
q u e n ã o s e m is tu r e m com a q u e le s , c u ja im o r a li­ Corinto: 1 ,1 - 7 .1 6 .
d a d e é n o tó r ia . T e n d o e s ta p r im e ir a c a r ta p r tx lu - O a p ó s to lo , q u e e s te v e e m p e r ig o d e m o r te n a
z id o p o u c o e fe ito , P a u lo e n v ia , a lg u m te m p o d e ­ A s ia ( 1 ,8 ) , nâo a d io u por le v ia n d a d e , m a s por
p o is , T im ó te o ( I C o r 4 ,1 7 ), a f i m d e le m b ra r o seu d e s e jo de p o d er p erdoar ( 1 ,1 1 -2 ,1 3 ), a v ia g e m

e n s in a m e n to e a s u a d o u tr in a . p r o m e t id a . D e 2 ,1 4 a 7 ,4 , P a u l o e v o c a a g r a n d e ­
E n tã o , s ã o d ir ig id a s a o a p ó s to lo p e r g u n ta s p o r z a d o m in is té r io a p o s tó lic o : s u b lin h a a s u p e r io r i­
e s c r ito ( I C o r 7 ,1 ). E s te r e s p o n d e p o n to p o r p o n ­ dade do m in is té r io da nova a lia n ç a sobre o da
to , e n v ia n d o IC o r (c a r ta B ), p r o v a v e lm e n te no a n t i g a ( 2 , 1 4 —4 , 6 ) , d e p o i s e x p õ e a s a n g ú s t i a s e a
d eco rrer d e 55. esperança c e r ta d e s te m in is té r io ( 4 ,7 - 5 ,1 0 ) , q u e
D e p o is , T ito d e ix a E fe s o p a r a ir a C o r in to : a li, s e m a n ife s ta n o te m p o p r e s e n te c o m o u m a e m b a i­
e le q u e r p r e p a r a r a r e a liz a ç ã o d a c o le ta p r o je t a ­ x a d a p o r C r is to e u m a r e c o n c ilia ç ã o c o m o m u n ­
da em I C o r 1 6 ,1 -4 ; n u is a s itu a ç ã o q u e e le a c h a d o ( 5 ,1 1 - 2 1 ) . A s d ific u ld a d e s s ã o c o m o u m a g u i­
a o c h e g a r ê d e c e p c io n a n te : a s d u a s c a r ta s A e B , lh ã o q u e im p e le o a p ó s to lo a a b r ir o s e u c o r a ç ã o
bem com o a v is ita de T im ó te o , n ã o s u r tir a m os a o s c o r in t io s ( 6 ,1 - 7 ,4 ) . D e 7 ,4 a 7 ,1 6 , P a u l o l e m ­
re su lta d o s e s p e r a d o s . b r a c o m o T ito o a lc a n ç o u n a M a c e d ô n ia a p ó s u m
E n tã o , P a u lo r e s o lv e ir p e s s o a lm e n te a C o r in to f e l i z d e s e n la c e d a c r is e .
n o d e c u r s o d e u m a v ia g e m -r e lã m p a g o : a s e g u n d a 2. As duas instruções relativas à coleta em fa v o r
v ia g e m ( a p r im e ir a f o r a a d a f u n d a ç ã o . 2 C o r 1 2 ,1 4 d a Ig r e ja d e J e r u s a lé m (c a p s . 8 e 9 ).
e 1 3 ,1 ). A s u a d e c is ã o d e v e te r s id o to m a d a r a p i ­ 3. O s caps. 10 a 13 fo r m a m u m lo n g o tr e c h o , d e
d a m e n te , p o is , s e g u n d o 2 C o r 2 ,1 , e la n ã o c o n s ta ­ e s tilo a p a ix o n a d o , à s v e ze s c á u s tic o , m a s s e m p r e
v a d e in ic io d e s u a s in te n ç õ e s . U m c h o q u e m u ito r e p le to d e u m a e x ig ê n c ia d e verd a d e e d e fé , em
v io le n to s e p r o d u z iu e P a u lo p a r tiu d e n o v o b r u s ­ q u e P a u lo d e fe n d e a a u te n tic id a d e d o s e u m in is té r io .
c a m e n te p a r a É fe so . A o v o lta r , e le r e d ig e a te r ­ B a s ta le r 1 1 ,2 2 -3 1 e 1 2 ,1 -1 0 p a r a c o n v e n c e r - s e d o
c e ir a c a r ta ( a c a r ta C ). o u c a r ta s e v e r a , e s c r ita p o d e r d o E v a n g e lh o a tr a v é s d a v id a d o a p ó s to la .
e n tr e lá g r im a s ( m e n c io n a d a e m 2 C o r 2 ,3 -4 ) .
P a ra su p era r e s te fr a c a s s o , P a u lo en ca rreg a Apóstolo de Jcsus Cristo. O i n t e r e s s e p r o f u n d o d e
T ito , n e g o c ia d o r e s p e r to , h á b il d ip lo m a ta , d e ir 2Coríntios é o d e a s s o c i a r i n t i m a m e n t e a c o n t e c i m e n ­
r e to m a r c o n ta to c o m o s c o r in tio s . T e r ia e le s id o to s h u m a n o s à p r e s e n ç a a tiv a d o S e n h o r . N ã o h á
e n c a r r e g a d o d e le v a r c o n s ig o e s s a te r c e ir a c a r ta , d e u m ia d o u m a e x p o s iç ã o d o u tr in á r ia e . d o o u tro ,
ou o a p ó s to lo s ó a escreveu e e n v io u im e d ia ta ­ u m a m e d ita ç ã o s o b r e a v id a , m a s u m m e s m o m o v i­
m e n te a p ó s a sua p a r tid a ? N ão se s a b e . P a u lo m e n to m u ito fo r te e um só d in a m is m o p r o fu n d o
e s tá im p a c ie n te por in te ir a r - s e da a titu d e dos u n e m e s tr e ita m e n te ta n to a p e s s o a d e C r is to c o m o
c o r in tio s , d a s su a s reações após a c a r ta e do a s u a a ç ã o a tu a l à v id a p r e s e n te d o s c r is tã o s d a
r e s u lta d o d a m is s ã o d e T ito . M a s c e r ta s c ir c u n s ­ I g r e ja d e C o r in to e s o b r e tu d o à v id a d o a p ó s to lo .
tâ n c ia s o o b r ig a m a d e ix a r E fe s o : e le v a i a T r ô a d e , A a ç ã o d o E s p ír ito e a a ç ã o d o C r is to s ã o m u i­
d e p o is à M a c e d ô n ia , e é a í q u e T ito c h e g a , e n fim , ta s v e z e s a s s o c ia d a s ( 1 ,2 1 ; 3 ,1 8 ). A s v e z e s j u n ta -
p o r ta d o r d e n o tíc ia s a lv is s a r e ir a s ( 2 C o r 7 ,1 3 ). s e a e s ta s a ação de D eus, com o em 1 ,2 1 -2 2 .
P a u lo , r e c o n fo r ta d o , r e d ig e u m a p a c ífic a a p o lo ­ A s s im , C r is to , o E s p ír ito , D e u s s ã o p o s to s n u m a
g ia d o s e u a p o s to la d o à q u a l a c r e s c e n ta u m a p e lo r e la ç ã o m u ito e s tr e ita c o m o e m 3 ,3 e 1 3 ,1 3 . E s s a s
e m fa v o r d a c o le ta (c a p s . 8 e 9 , p o d e n d o o c a p . 9 fó r m u la s e s b o ç a m o q u e , n o s s é c u lo s p o s te r io r e s ,
s e r u m b ilh e te in d e p e n d e n te d o c a p . 8 ). É a n o s s a s e c h a m a r ia d e T r in d a d e , m a s e la s o f a z e m in s is ­
Segunda Epístola aos Corintios ( a c a r ta D ) . T ito tin d o s o b r e a d iv e r s id a d e e a u n id a d e d e a ç ã o d o s
p a r te n o v a m e n te p a r a C o r in to e p r e p a r a a v in d a tr ê s : C r is to , D e u s e o E s p ír ito in te r v é m na v id a
d e P a u lo , q u e n ã o ta r d a a ju n ta r - s e a e le . O a n o d o s c r e n te s e d a c o m u n id a d e p a r a c o n d u z ir a o b r a
5 6 (o u 5 7 ) e s tá p a r a fin d a r . É d u r a n te e s s a te r c e i­ d a s a lv a ç ã o à s u a r e a liz a ç ã o .
ra e s ta d a q u e P a u lo v a i r e d ig ir c o m p e r fe ita lu ­ U m f a to c h a m a a a te n ç ã o : o a p ó s to lo p õ e a ê n ­

c id e z d e e s p ír ito a e p ís to la a o s R o m a n o s . fa se no C r is to . A a b u n d â n c ia d a s n o ta ç õ e s “e m
C r is to " s u b lin h a a r e la ç ã o d e c o m u n h ã o a tu a l, e a d o liv r o e s c r ito p a r a o c o r a ç ã o . E la n ã o m a is s e

fó r m u la “c o m C r is to " a fir m a u m a c o m u n h ã o f u t u ­ lim ita a Is r a e l: d á a cesso a to d o s a q u e le s nos

ra m a is e s tr e ita após a passagem p e la m o r te e q u a is o p e r a a a ç ã o d o E s p ír ito S a n to . P a r a b e m

r e s s u r r e iç ã o . O a p ó s to lo a c h a m o d o d e e x p r im ir a m o s tr a r com o essa a lia n ç a é v e r d a d e ir a m e n te

c o n fis s ã o d e f é n o C r is to c o m u m a p le n itu d e n o tá ­ n o v a , P a u lo b o s q u e ja u m a c o m p a r a ç ã o im p r e s s io ­
v e l: “ C r is to é i m a g e m d e D e u s ” e m 4 ,4 . E m um a n a n te e n tr e a a lia n ç a c o n c lu íd a o u tro r a com

fó r m u la ú n ic a : “Im a g e m de D e u s ”, o a p ó s to lo M o is é s e a n o v a a lia n ç a . É a p r im e ir a vez q u e a

e x p r im e o c a r á te r p a r tic u la r d a p e s s o a d o C r is to . a lia n ç a d e M o is é s é c h a m a d a d e A n tig a A lia n ç a


O C r is to é h o m e m v e r d a d e ir o c o m o A d ã o , im a g e m e o s liv r o s s a g r a d o s d o ju d a ís m o s ã o d e s ig n a d o s

d e D e u s . O C r is to é a q u e le q u e r e v e la D e u s s o b r e p e la e x p r e s s ã o : o A n tigo T estam en to ( 3 ,1 4 ) . D o ­
a te r r a : e le é im agem d e D e u s , is to é , a q u e le n o r a v a n te D e u s a g e n o s c o r a ç õ e s , a e r u d o E s p ír ito
q u a l to d o h o m e m p o d e e n c o n tr a r a D e u s . c o m e ç o u . A n o v a a lia n ç a n ã o s e p o d e m a is p e tr i­
A s s im , m o r te e v id a d o C r is to s e m p r e s ã o r e la ­ fic a r em u m a le tr a ( 3 ,6 ) c o m o f o i o c a s o p a r a u
c io n a d a s c o m o s s e u s e fe ito s a tu a is s o b r e o a /x ís - a n tig a , p o is o E s p ir ito v iv ific a ( 3 ,6 ) .
to lo , s o b r e a c o m u n id a d e o u s o b r e o c r is tã o .
2C o rín tio s é p o r e x c e lê n c ia a e p ís to la d o apos- U m a só I g r e ja . P o r v o lta d o a n o 5 5 , o u s e ja . u m a

tolado. O a p ó s to lo m u r c h a n o c o r te jo tr iu n fa l d o geração após a m o r te e r e s s u r r e iç ã o de Jesu s,

C r is to e d ifu n d e p o r to d a a p a r te o p e r fu m e d o g r a n d e e r a o r is c o d e q u e c a d a c o m u n id a d e lo c u l

seu c o n h e c im e n to , um odor de v id a ( 2 ,1 4 - 1 7 ) . a c e n tu a s s e c a r a c te r ís tic a s e s p e c ífic a s e m d e tr im e n ­


A s s im e le p a r tic ip a d o d e s tin o d e C r is to , tr a z e n d o to d a com unhão e n tr e Io d a s a s Ig r e ja s . P a r a o
e m s e u c o r p o o s s o fr im e n to s d a m o r te d e J e s u s , a a p ó s to lo P a u lo , o s te m p o s m e s s iâ n ic o s j á c o m e ç a ­
fim d e q u e a v id a d e J e s u s ta m b é m s e ja n e le m a ­ r a m ( c f. ls 6 0 - 6 2 ) ; p o r is s o e le p r o p õ e u m a c o le ta
n ife s ta d a . A s u a m e n s a g e m a p o s tó lic a é u n iu c u r ­ que a lg u n s q u a lific a r a m de " e c u m ê n ic a " , v is to
t a v i v a : u c o m u n i d a d e d e C o r i n t o ; “a n o s s a c a r t a d e s tin a r -s e a v a lo r iz a r o v ín c u lo e n tr e to d a s a s
s o is v ó s " , d e c la r a P a u lo a o s c o r ín tio s ( 3 ,2 ) . P a u lo Ig r e ja s n a s c id a s d a m is s ã o e o s s a n to s d e J e r u s a ­
s o u b e e n c o n t r a r a e x p r e s s ã o e x a t a [X ira d e s c r e v e r lé m p r o v a d o s p e la f o m e . O s c o r ín tio s s e e n tu s ia s ­
a g r a n d e z a e a fr a g ilid a d e d o s e u m in is té r io : " C a r ­ m am p o r e s s a c o le ta . S ã o o s p r im e ir o s a p r o p o r
regar um te so u ro e m v a s o s d e u r g i l a " ( 4 ,7 ) ; e a u m a o r g a n iz a ç ã o q u e s e e s te n d a à s o u tr a s Ig r e ja s .
v ig o r o s a e d e lic a d a e n u m e r a ç ã o d e 6 ,4 - 1 0 s itu a a P r o p o r a g e n e ro s id a d e a o u tro s é m a is fá c il d o q u e
f o r ç a e o s lim ite s d o s e u a p o s to la d o . O s e u c a r á te r p r a ti c á - l a p e s s o a l m e n t e : o s c o r ín t io s t a r d a m ( 9 ,4 ) .
h u m a n o é s u b lin h a d o p o r to d o s o s d e ta lh e s q u e a P a r a o a p ó s to lo , o a u x ílio m ú tu o to r n a -s e s in a l d e
e p ís to la fo r n e c e s o b r e a s u a v id a p a s s a d a a s e r v iç o c o m u n h ã o p r o fu n d a : uma Igreja dc D eus. q u e e s tá
d o C r is to ( 1 1 ,2 2 - 3 1 ) e q u e n o s i n fo r m a m da im ­ em C o r in to , c o m o ta m b é m em o u tro s lu g a re s . A
p r e s s io n a n te s u c e s s ã o d e p e r ig o s , s o fr im e n to s e c o le ta deve m a n ife s ta r a c o m u n h ã o a tra v é s d u s
m is é r ia s q u e e le te v e d e s u p o r ta r p e s s o a lm e n te ! d ife r e n ç a s e s u b lin h a r a u n id a d e d o p o v o novo,
M a s c o m o u m h o m e m a q u e m o S e n h o r d iss e : "A c o n s titu íd o ta n to d e ju d e u s c o m o d e g r e g o s .
m in h a g r a ç a te b a s ta ; o m e u p o d e r s e p e r fa z n a
fr a q u e z a " ( 1 2 ,9 ) . E l e a g e c o m o e m b a ix a d o r e m A t u a lid a d e . A n o s s a é p o c a a p r e c ia in fo r m a ç õ e s
n o m e d e C r is to ( 5 ,2 0 ) . A e le f o i c o n fia d o o m in is ­ e x a ta s e d a d o s b io g r á fic o s : 2C on'ntios resp o n d e a
té r io d a r e c o n c ilia ç ã o ( 5 ,1 8 ) . V iu -s e h a b ilita d o a essa e x p e c ta tiv a e fo r n e c e a b u n d â n c ia de d e ta ­

s e r m in is tr o d e u m a n o v a a lia n ç a ( 3 ,6 ) . lh e s s o b r e a v id a do a p ó s to lo . E s ta c a r ta pode
in te r e s s a r a o p s ic ó lo g o , b e m c o m o a o p s ic a n a lis ­

O A n tig o T esta m e n to . A o a fir m a r q u e o s c o r ín tio s ta , e x e g e ta , te ó lo g o , h is to r ia d o r o u a o le ito r e m

s e to r n a r a m u m a c a r ta d o C r is to c o n fia d a a o s e u g e r a l, q u e d e s c o b r e m , a o v iv o , u m hom em , um
m in is té r io , P a u lo c o n s id e r a que a nova a lia n ç a p a s to r , u m a p ó s to lo d e fr o n ta n d o -s e c o m p r o b le ­
a n u n c ia d a p e lo p r o fe ta J e r e m ia s ( 3 1 ,3 1 - 3 3 ) f o i m a s n o v o s e d ifíc e is n o p e r ío d o d o s p r im ó r d io s
r e a liz a d a . E la n ã o é u m c o m p le m e n to o u a p e r fe i­ d a Ig r e ja . A c e r c a d e s te p o n to 2C o rín tio s p o d e fo r ­
ç o a m e n to d a a n tig a , p o is , s e o g r a v a d o r e a g r a ­ n e c e r in d ic a ç õ e s e e s b o ç o s d e s o lu ç õ e s p a r a a s
v u r a s ã o o s m e s m o s , h o u v e , n o e n ta n to , u m a p a s ­ Ig r e ja s q u e , n u m a m b ie n te m u tá v e l, p r o c u r a m f o r ­
sagem d a tá b u a d e p e d r a p a r a a tá b u a d e c a r n e . m a s n o v a s d e fid e lid a d e .
SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
1 E n d e r e ç o e s a u d a ç ã o . 'Paulo, após-
esperança a vosso respeito é firme; sabe­
Rm i.i: tolo dc Cristo Jcsus* pela vontade mos que, participando dos nossos sofri­
i&r 1,1 [)eus e 0 jrmão Timóteo6. à Igreja mentos, tambe'm participais da nossa
de Deus que está em Corinto', bem co­ consolação. "Pois não queremos, irmãos,
mo a todos os santos que se acham em deixar-vos ignorar isto; o perigo que nós
Rm i.7 toda a Acaiad. 2A vós, graça e paz da corremos na Asia1 nos abateu ao extre­
parte de Deus nosso Pai e do Senhor1 mo, além das nossas forças, a ponto de
Jcsus Cristo. desesperarmos até da vida.
vSim, nós tínhamos recebido em nós
P a r t ic ip a ç ã o nos s o frim e n to s c con so - mesmos a nossa sentença de morte. As- n 2.27
eí i.j la ç õ e s . -'Bendito seja Deus, Pai de nosso sim a nossa confiança não podia mais se
Senhor Jcsus Cristo, Pai das misericór- fundar em nós mesmos, mas em Deus.
Rm ií.5 dias e Deus de toda consolação; ‘ ele nos que ressuscita os mortos. l0Foi ele que nos Rm417
consola em todas as nossas tribulaçõesr. arrancou a tal morte*, e a ela nos arran­
para nos tornar capazes dc consolar to­ cara'; nele pusemos a nossa esperança:
dos os que estão na tribulação, pela con­ ele ainda nos arrancara' dela. "Tambem
solação que nós mesmos recebemos de vós cooperais para isso. com vossa ora­
Deus. !Com efeito, assim como os ção por nós: assim esta graça que tiver­
ci I.24-. sofrimentos* do Cristo são abundantes mos obtido por intcrcessão de um gran­
f i 1.20 p a r a n(^s a s s j m tambe'm, pelo Cristo, e' de número de pessoas, tornar-sc-a' para
abundante a nossa consolação11.‘ Estamos muitos ação dc graças1, em nosso favor.
metidos em dificuldade? É para a vossa
consolação c a vossa salvação. Somos ( ) a d ia m e n to d a v is ita d e P a u lo . l2Pois
consolados? É para a vossa consolação o nosso motivo de ufania1 é este teste- . : 217
que vos faz suportar os mesmos sofri­ munho de nossa consciência: nós nos ^ or u7:
mentos que nós suportamos. 7E nossa conduzimos no mundo, e mais particu-

a . Cristo Jesus (cf. R m 1.1 nota). P au lo , em prega ora o Cristo f. L it. os que estão em alguma tribulação. Essas tribulaçôes
JesiQ, 2 C o r 1.1.19: 4 .5 .ora Jesus Cristo, 2 C o r 1.2.3: 13,5.13: e v ã o desde as preocupações d o casam ento ( I C o r 7.28). à pobreza
m ais am iúdtí ainda o Cristo. 2 C o r 1.5.21; 2.10.12.14.15.17; ( 2 C o r 8.2) e ao perigo de morte (2 C o r 1.8). c o m suas angustias
3 3 .4 .1 4 eic.; sobretudo na expressão em Cristo. Entretanto, o (2 C o r 1,4). E la s q u a lific a m as provações d o a p óstolo ou d o fie l
em prego iso la d o dc Jesus é relativam ente raro, 4 .1 0 .1 1.14: II .4. (cf. R m 5 3 nota).
Trata-se neste c;iso de uma e xp o siçã o sobre a pregação, a vida g . P au lo insiste no intercâm bio de situação entre o C r is to e os
ou a morte de Jesus. Parece que P au lo d iz o Cristo Jesus pen­ corin tios: a qui .sofrimentos e consolações; em 2 C o r 5.21. peca­
sando em ouvinte s judeus: o M e ssia s é Jesus. Para o s o uvintes d o e ju s tiç a d e D eus: c m 2 C o r 8.9. pobreza e riqueza; em 2C o r
gregos, a fo rm ulação 6 antes Jesus Cristo, que tende a se tom ar 13.4. fraqueza e força (cf. 4.12; l U29; 12.9). O m esm o inter­
nome p ró p rio. c â m b io que se re aliza entre o C r is to e o crente se reproduz entre
b . Timóteo, o rig in á rio de L is tra ( A t 16.1). a co m pa n h a P a u ­ o a p ósto lo e os cristã o s ( I C o r I l . l ; 12.26).
lo na se g und a e te rce ira via ge n s. E le p a rtic ip a na fu n d a çã o h. O term o consolação, a p lic a d o p elo liv r o de Isaías (40.1) à
da Igreja de C o rin t o ( A t 18.5; 2 C o r 1.19). e asseg ura m ais restauração de Israel, designa no N T a ale g ria e o reconforto
e sp e cia lm e n te a lig a ç ã o d o a p ó sto lo c o m e la ( I C o r 4.17; p ro porcionados p ela B o a N o v a e p e lo E sp írito .
16.10-11). i. P ro v ín c ia rom ana, cu ja cap ital era É fe so . O perigo d esigna­
c . A rra sa d a p o r M iím io em 146 a .C .. reedifteada por J d iio d o aqui parece d istin to d o m o tim de A t 19.23*40 e da provação
C é s a r e m 4 4 a .C . c o m o no m e de C o lo n ia L a u s J u lia de I C o r 15 3 2 . T a lv e z sc possa re lacio n a r co m TI 1.12-30? A
C o rin th ie n sis. Corinto se tom ou rapidam ente um a cid ad e m uito p risão de P a u lo em Jerusalém seria provocada por jud e us da
grande, de população m uito heterogênea, e cap ita l da p ro v ín cia Á s ia ( A l 21.27; 24.19).
de A c a ia . C f . A t 18.1 nota. j . L it . a tais mortes. O p lural é um sem itism o.
d. Acaia. p ro v ín c ia rom ana correspondente à antiga G ré c ia . k . P a u lo insiste m u ito co m os co rin tio s sobre a ação de gra­
e. O term o Kvrios, Senhor, serviu p ani tra d u zir ao grego o ças: c f. 4.15: 9.11*12.
nome d iv in o da B íb lia hebraica. A sua a p licaçã o a Jesus é uma I. C f . R m 4,2 nota. e. na ep ístola, os num erosos exem plos, em
confissão da d ivind a d e d o C risto ( A t 2 3 6 : I C o r 1 2 3 ; 2 C o r 4,5: p a rticu la r nos caps. 10 e 12. da ufania que o apóstolo tem das
F l 2.11). suas Igrejas, graças ao C risto .
larmente a vosso respeito, com a simpli­ encontraram o seu SIM na pessoa dele.
cidade"^ a pureza de Deus, não com uma Por isso. é por ele que nós dizemos
sabedoria humana, mas pela graça dc A M É M Ua Deus para sua glória.21 Aque­
Deus. '-'De fato. não vos escrevemos nada le que nos consolida convosco cm Cristo
ale'm do que vós ledes e compreendeis". e nos da' a unção' c' Deus. 22ele que nos »o 2.27
Mas espero que nos haveis de compreen­ marcou com o seu sinete e depôs em
der plenamente, i4visto que em parte nos nossos corações o penhor” do Espírito.
compreendestes: nós somos o vosso 2,Quanto a mim. tomo a Deus por teste­
motivo de ufania, como vós sois o nos­ munha acerca da minha vida; foi para
so, no dia" dop Senhor Jesus. I5E com vos poupar que não voltei a Corinto.
esta certeza, eu queria primeiro ir ter 24Não senhoreamos a vossa fe', mas coo-
, . IPJ 5.2-3
convosco para obter-vos uma segunda peramos para a vossa alegria, pois. quanto
graça", '‘ depois, passar dentre vós, à à fé, estais firmes.
Macedônia. c enfim voltar da Macedônia n ‘Eu. por mim. resolvi o seguinte: não
para junto de vós, a fim dc que façais voltarei' a vós na tristeza’ . 2Se. com
todo o necessário para a minha viagem à efeito, eu vos causo tristeza, quem mc
Judéiar. l7Tomando essa resolução, teria dará alegria, senão aquele a quem eu ti­
eu dado mostra dc leviandade? Ou então ver contristado'? ’0 objetivo da minha
sera' que os meus projetos não passam de carta* era evitar que. ao chegar, eu so- u.io
projetos humanos, de maneira que haja fresse tristeza da parte daqueles que de­
cm mim, ao mesmo tempo, o Sim e o veriam mc causar alegria. Estou conven­
icor 10.13 Não’ ? '"Disso Deus me é fiador: a nossa cido, no que vos concerne'’, de que a mi­
palavra para convosco não e' Sim e Não. nha alegria tambem é a dc todos vós;
,9Pois o Filho de Deus. o Cristo Jesus 4por isso foi com a m aior d ificu ld ad e e
que temos proclamado entre vós. eu. de co ração oprim id o que vos escre v i cm
Silvano1 e Timóteo, não foi “ Sim” e m eio a m uitas lá grim as, nâo para v o s 7,k:
"N ã o " , mas sempre foi unicamente con tristar. m as para que saibais o am o r Al 20'J '
"Sim "! 2“E todas as promessas dc Deus transbordante que vos con sagro .

m . O u lra leitura: santidade, ein vez de simplicidade. •lo digo... O s s in ó tic o s fo rn e ce m m a is d c cin q ü e n ta e x e m ­
n. E m sua pregação ou em suas can as, P au lo sò tem um evan­ p lo s . o q u a rto e v a n g e lh o o re d u p lic a para re fo rç a r um a a f ir ­
gelho (2 C o r 11,4; G l 1.6-9; 2.2.5). E le responde assim à acusa­ m ação e lhe d a r um c ará te r m a is solene: Amém, amém, eu vos
çã o dc d up licid a de (2.17: 4.2). digo...(J o 1.51). M a s o m a is das v e zes . Amém serve de c o n ­
o. O Dia dn Senhor, espenido pelo A T , vo lta a ser considerado c lu s ã o para a litu r g ia , c a litu rg ia e u c a rís tic a fo rn e ce d iss o
no N T com o Dia do Cristo ou Parusia. isto é. presença e retorno um b om e x e m p lo (c f. R m 16,27; I C o r 14.16; A p 5.14 ). O
d o C risto . Será ao m esm o tem po ressurreição e julg a m e n to ( IC o r A p o c a lip s e adotará a te rm in o lo g ia de P a u lo , ch a m a n d o Jesus
1.8; 5.5). dc o Amém ( A p 3.14).
p . O utra leitura dos mss.: de nosso Senhor Jesus. v, Unção (v. 21) e sinele (v. 22) são lig a d o s a um a afirm ação
q . O utra leitura: jxiru vos causar uma dupla alegria. trinilá ria: C ris to . D eus. E sp irito . O A T já v in c u la v a a esses s ím ­
r . O projeto d c IC o r 16.5*6 fo i m o d ifica d o . P rim itivam ente: b o los a efusão d o E sp irito . A n u n cia d a p o r JI 3.1-2. e la agora
M ace d ô n ia . C o rin to . Judeia. A g o ra , aqui: C o rin to . M aced ô nia. está realizada. O s term os podem fazer alusão aos síicram entos.
C o rin to . Judeia. N a realidade. P au lo renunciara a passar p rim e i­ em pa rticula r ao batism o.
ro em C o rin to . para poupar a Igreja ( 1.23: 2.1). w . A q u i e em 5 5 . penhor (cf. E f 1.14). A lh u re s . primicias
s. L it. o sim. sim e o não. nâo. O o rig in a l dessa palavra talvez (R m 8 3 2 ). O d o m d o E sp írito é um penhor e um antegozo da
esteja cm T g 5.12 (cf. M t 5.37). O s adversários acusavam Paulo g ló ria celeste,
de m o d ific a r constantem ente os seus projetos. E ra m unicam ente x . C f. 1,16 nota.
os acontecim entos que o ob rig a vam a isso. y . E m 7.10. P au lo d istingue duas espécies de tristeza: a tris ­
t. Silvano tinha d o is nom es, um de o rige m hebraica. Silas. o teza segundo D eus e a (risleza segundo o m undo. A p rim e ira
outro de form a latina helenizada. Silvano ( A t 15.22-40; 16.19- deve p ro d u zir o arrependim ento.
29 etc.). E le p articipou da e van gelização de C o rin to (A t 18.5; z . P au lo sofreu um a grave ofensa: sem d u v id a um op osito r,
IT s l . l ; 2Ts 1.1. C f . IP d 5.12). ta lve z jud aizante. teria contestado os seus título s e d ireito s de
u . Amém té verdade, é certo) é um dos quatro term os antm aicos apóstolo. P au lo está pronto a perdoar, mas a situação deve scr
con servad os em grego nas fó rm ulas liturg icas d o N T . E le afirm a antes esclarecida.
a fid e lid a d e d o Senhor c a fé d o hom em . A o con tra rio dos ra­ a . A respeito desta c an a perdida c f. Introdução.
bino s. Jesus in ic ia v a as suas afirm ações, dizendo: Amém. cu vo- b . O utra tradução: seguro que estava a vosso respeito.
P e r d ã o d e P a u lo a o a u t o r d e g r a v e seu conhecimento. lsDe fato, nós somos
ic « 5.2 o fe n sa . sS c alg u é m ' causou tristeza, não para Deus o bom odor do Cristo, para os
foi a m im . m as até certo ponto (não e x a ­ que se salvam e para os que se perdem;
gerem o s) a todos v ó s. ‘ Para tal hom em , '‘ para uns. o d o r de m orte que con du z à u 2.34
basta a cen su ra in flig id a pela com un i­ m orte; para o s o utro s, odo r d e vid a que
dade'1; 7po r isso , m uito pelo co n trario , con duz à vid a. E quem esta' à altura de
a 3.13 perdoai-o e co n so la i-o . a fim d e qu e não tal m issão ?
soço b re em tristeza e x c e ssiv a . l?C o m e fe ito , nós não som os com o tan- 4.2: 1 i.i3:
“P o r is s o , c o n v id o -v o s a dar p ro vas de tos outros, qu e traficam com a palavra ITs 2 5
a m o r p a ra c o m e le ', vp o is e s c r e v e n ­ de D eu s; é com sin cerid ad e, é da parte ip u 4.1 i

d o -v o s , a m inha fin a lid ad e era v e rifi- de D eu s, na presença dc D eu s. em C risto


7.15: 10.6 ear se a v o ssa o b e d iê n cia era to tal. '"A que falam o s.
mi 10.40 q u e m p e r d o a r d e s. eu p e rd ô o ! S e cu
perdoei — na m edida cm qu e tiv e de q (> ministério d a nova aliança. 'V a-
fa z ê -lo — . era po r v ó s . sob o o lh a r de m os recom en dar-n os novam en te? Ou 5.U: 10.12 :
. . . . , Rm 1.17:
C risto , " a fim de que não se jam o s en ­ tem os n ecessid ad e, com o algu n s, de car- x.3:
gan ad o s po r Satana's. P o is não ign o ra­ tas de reco m en d aç ão 1 para v ó s , ou d c ^ °,r
m os as su as in ten çõesr. vossa parte? 2A nossa carta sois v ó s, carta n ?.*>:
IC or 9.2
escrita cm no sso s corações*. con hecid a c
A p re e n s ã o , d ep o is alívio d e Paulo. ^ E n ­ lida1 por todos os hom ens. -'Com toda a
tão ch egu ei a T rô ad eB para a í pregar o ev id ê n c ia , v ó s sois um a carta do C risto
E v an g e lh o do C rislo . e em bora o Sen h o r con fiad a a no sso m inistério, escrita não
me tiv e ss e aberto largam ente a porta, com tinta, m as com o E sp írito do D eus
‘•'não liv e so sse g o de espírito , porque não v iv o . não em ta'buas dc pedra™, m as cm
encontrei T ito , meu irm ão. Por isso , des- ta"buas de carn e, nos vossos corações. 'T a l Jr 31.31
E í 36.26
iTm 4 .io: pedi-m e d e les c parti para a M accd ô n iah. é a certeza que nós tem o s, g ra ç a s ao
Tt 1.4 U Q rílç a s scj am dadas a D eus q u e, por C risto , diante dc D eu s. 5N ão é por cau sa
Je su s C risto , nos conduz constantem ente dc um a cap acid ad e p esso a l, que poderia- Jo í.vs
cm seu triun fo 1 e qu e. por m eio dc nós, m os atribuir a nós m esm o s, é dc D eus
icor i .ik difu n de por toda a parte o perfum e do que vem a nossa capacidad e.

c . C f. v. 2 nota. D eve tratar-se de um a ofensa pessoal, distinta Tito, meu irmão. 7 3 : /-V fato. ao chegarmos à Macedônia nós
daquelas a que P au lo se refere em IC o r 5.1 e F l 1.15-17. não tivemos descanso... kMas Deus, que consola os humildes,
d . L il. a nutior fwrte. C o m o a rtigo, a expressão grega lom a nos consolou pela chegada de Tito...
no p lural o sentido de a comunidade (de preferência a a maio- Dessa ruptura c m 2.13. com a continuação em 7 3 . alguns
ria).C f . a expressão hebraica os numerosos na Regra de Qum ran. deduziram que 2 .1 4 -7 ,4 c o n stitu ía um a carta à parte, um a apo­
e. D iante de faltas graves, as prim e iras com unidades foram lo g ia serena d o m in isté rio do apóstolo. Pode-se tam bém não ver
levadas a tom ar m edidas d isc ip iin a rcs: assim P au lo , diante de nela m ais que um lo ng o parêntese, po uco m ais extenso d o que
um caso de incesto, chega a prescrever a ruptura co m o s p eca­ aqueles que P a u lo usa freqüentemente e m seu e stilo oral.
dores ( I C o r 5.1-13; c f. M t 18.15-17; IC o r 1 1 3 0-32 ; 3 Jo 10). O s que fazem de 2 .1 4 -7 .4 um a c a d a à parle situam o seu
M a s o am or fraterno deve tem perar as sanções. e n v io após I C o r. antes d o e n v io da "c a d a entre lá g rim a s" (2 C o r
f. Satanás q uer se d u zir os cristãos e arrasta'-los para fora dos 10-13). C f . Introdução: C irc u n stâ n c ia s...
cam inh os da verdade ( L c 2 2 3 1 ; R m 16.17-20; 2 C o r 6,14-16; i. O s vv. 14-16 inspiram -se nos ritos da c e rim ô n ia d o triunfo.
113*15). O c o d e jo era acom panhado de servos que e sp a r/ia m perfum es
g. F o i em Trôude. no decu rso da segunda viagem , que P au lo diante d o triunfa d o r. O s p risio n e iro s que precediam o d e sfile
teve a v isã o de um m acedônio que o co n v id a v a a passar puni a eram . m uitas vezes, executados em seguida. A s im agens, aqui.
E uropa ( A l 16.8-11). E le passou de no vo p o r lá p o r o ca siã o da lem bram tais costum es.
terceira viagem ( A t 20.5-12). Sabem os por 2 T m 4,13 que ele j. Cartas desse tip o estavam e m uso m esm o na Igreja. C f . A t
deixara a li o seu m anto e os seus m anuscritos na casa de C a rp o . 18.27; R m 16,1; C l 4.10; 3 Jo 9-12.
V isto que P au lo a f em barca, deve tratar-se do p o d o d c A le x a n ­ k . O utra le itura dos mss.: em vossos corações.
dria d c Trôad e e não d a cid ad e, situada no interior. Nessa v ia ­ I. Conhecida e lida. T e n d o o s d o is verbos, em grego, a mesma
gem. P au lo queria antes d c lud o ir ao encontro de T it o (2 C o r ra iz. P au lo pode fazer um jo g o de palavras e d e se nvo lve r a
7.5; c f. 7,6 nota). im agem da cada.
h. 7.5 é a seqüência ló g ica de 2.12-13; À minha chegada a m. As tábuas de pedra sào um a a lusão à outorga da le i do
írtktde... eu nào tive sossego de espírito, porque não encontrei S in a i (cf. E x 24,12; 31.18; 34.28-29).
‘ Foi ele que nos tomou capazes de ser um véu sobre o rosto para evitar que os
jr 3i.3i ministros de uma Aliança nova", não da israelitas vissem o fim de um resplendor
letra”, mas do Espírito; pois a letra mata, passageiro. ,4Mas a inteligência deles se mc 4. 12 :
mas o Espírito vivifica. 7Ora, se o minis- obscurcceu! Até o dia de hoje, quando ** 2*;2*
J 1 Rm 11.7 -K:
te'rio de morte gravado cm letras sobre a se lê o Antigo Tcstamentor, este mesmo Hb k.ij
pedra radiou com tal glória que os israe­ véu permanece. Ele não é retirado, pois
litas não podiam fixar os olhos no rosto é em Cristo que desaparece'. l5Sim. até o
de Moise'sp por causa da glória — no dia de hoje, cada vez que eles lêem Moi- ai 15.21
entanto passageira — desse rosto, "quanto sés1, há um véu sobre o coração deles".
mais glorioso ainda será o ministério do I6É somente pela conversão ao Senhor
Espírito! ’Com efeito, sc o ministério dc que o véu cai1'. l7Pois o Senhor é o Espí­
condenação foi glorioso, quanto mais ain­ rito” , e onde está o Espírito do Senhor, j0 4 .2*
da o será o ministério da justiça! l0Não, aí está a liberdade. IKE nós todos que, de x-2:1,
^ ICor 6.17
mesmo o que então foi tocado pela glória rosto descoberto, refletimos11 a glória do
já não o c', diante desta glória incompará­ Senhor, somos transfigurados nesta mes­
vel. "Pois, se o que cra passageiro foi assi­ ma imagem, com uma glória sempre
nalado pela glória, quanto mais o será o maior’ . pelo Senhor, que e' Espírito.
que permanece? l2Fortalccido por tal espe­
rança. nós estamos cheios de segurança; 1 Presença de Cristo no ministério
'•'não fa/.emos como Moisés11, que punha apostólico. ‘Por isso, visto que, por

n. Alúniça ittmi: ;io M :nlido b íb lic o d:i p .ikivra. P au lo iieres- s. O utra tradução: Não lhes é desvendado que esta aliança foi
centa o sentido ju r íd ic o do testamento c o m id o na palavra grega, abolida pelo Cristo.
referindo-se à morte d o C risto que funda a nova alia nça ( L c t. A im agem que os judeus contem porâneos d o a p óstolo c o n ­
22.20: IC o r 11,25: 2 C o r 3.14; H b 8.8; 9.15; 12.24). U m a série cebiam de M o is é s era bem diferente da só b ria apresentação do
de oposições tu/ ressaltar as diferen ças entre as duas alianças. Pentateuco. c u jo pleno v a lor Paulo conserva. P rim e iro chefe dos
A n tig a A lia n ç a N o v a A lia n ç a israelitas, ele era con sid erad o c o m o fun dad o r d a sua nação.
tábuas de pedra tábuas = corações de carne ( 3 3 ) Cessara de ser o sim ples transcritor da vontade d iv in a e sua
m inisté rio da N o v a A lia n ç a (3,6) palavra a d qu irira um v a lor p ró x im o da de Deus. P ai de todos os
a letra mata (3.6) o E sp írito v iv ific a (3.6) profetas, rei e sacerdote, o seu poder e o seu g ênio ultrapassa­
m inisteVio de morte (3.7) m in isté rio d o E s p írito (3.3.8) vam os lim ite s de Israel e a T o ra conquistara um lugar c o n sid e ­
m inistério de condenação (3.9) m inisteVio de ju stiç a (3,9) rável; respeitá-la ou v io lá -la era assegurar para s i a presença de
passageiro ( 3 .1 1) o que perm anece ( 3 .1 1) Deus ou privar-se d ela. M o isé s era. portanto, o patrono dos le­
A T lid o com um veu (3.14) ilum inação d o conhecimento (4.6) g isla d ore s. o intérprete por exce lê ncia da vontade de Deus.
g ló ria tem porária (3.7) da g ló ria de D eus (4,6) u . A im agem d o véu podia a lu d ir a d o is fatos distintos: o véu
sobre o rosto de M o isé s (3.7) sobre a face d o C r is to (4.6) que M o is é s co lo c a v a sobre o rosto (v. 13 nota) e o véu de oração
o. A tetra
e* a le i m osaica na m edida em que e xig e d o hom em adotado, na sinagoga, p elo leito r judeu do séc. I.
um a obediência que e le é incapaz de p raticar, o que o c o n d u z à v . A conversão nos abre o acesso â contem plação da g ló ria dc
m orte (R m 7.5). O ju d a ísm o contem porâneo de P au lo c o ria v a a Deus. no C ris to , e nos perm ite, pelo E s p írito , re fle ti-la liv re m e n ­
le i das suas raízes vitais. T a l u tiliza ç ã o lite ra lisla e leg alista fazia te. C f. 2 C o r 4.4-6.
da le i um a form a m ona (2 C o r 3.14). A N o v a A lia n ç a nào e' um w. O Senhor ê o Espirito: o v. tem sid o com entado de m uitas
texto que com pleta o antigo, mas a passagem d o que c e scrito m aneiras. A e xp lic a ç ã o m ais v e ro ssím il apoia-se no contexto.
para o que é v iv id o no coração. Sem o E s p írito , o texto mata. M o isé s, neste passo, é lig a d o ã letra. O Sen ho r (o C ris to ), por
mas. sem o texto, o E sp írito seria afôn ico. C f . J r 3 1 3 1 ; E z o p osição , e xp rim e o sentido esp iritu a l das E scritura s e co m ele
36.26. se id e ntifica . A liberdade que ele dá é um a libertação da letra.
p . Paulo desenvo lve diferentes traços v incula d o s à função dc C f . R m 8.2; G l 5.1.
M o isé s. E le recebe a le i (E x 34.29-35); m in isté rio d c morte x. Reflexo perm anente, em o p osiçã o ao b rilh o passageiro do
gravado letra p o r letra em uibuas de pedra (E x 32.16: 34.1-4). O rosto de M o isé s. P au lo usa aqui um a p alavra rara ã qual foram
resplendor tem porário d o rosto d c M o is é s resultava d o seu en­ atrib uído s d o is sentidos bem diferentes. U ns propõem com preen­
con tro com IX 'u s (E x 34.29-35). p riv ilé g io pessoal que P au lo d er contemplar como num espelho c se referem a IC o r 13.12.
opõe à graça u n iversal dos cristãos (2 C o r 3 .IS). O utros lêem espelhar, refletir à maneira de um espelho. O ra . o
q . N o Ê xo d o , o véu esconde aos israelitas o b rilh o d iv in o que verbo em pregado por P au lo esta' em grego na v o z m édia. E le
refulg e no rosto de M o is é s . P a u lo segue um a interpretação e xp rim e a p articip ação d o sujeito com o pessoalm ente interessa­
rub ínica que d á outra e xp lic a ç ã o d o falo: o véu d c M o is é s serve d o na ação. e transform a a receptividade passiva em receptividade
para ocu ltar ã vista o caráter efêm ero da irra d ia ção da g ló ria ativa. U m a tradução com p leta seria: nós contemplamos e refle­
d iv in a . timos. O que era im p o ssív e l no tem po de M o is é s torna-se p o s­
r . C f . v . 6 nota. É a prim eira vez que esta expressão aparece sív e l em C ris to . O que o hom em con tem p la, e le tam bém o re ­
em um texto cristão. flete.
misericórdia, somos detentores deste mi­ '"sem cessar trazemos em nosso corpo a
nistério, não perdemos coragem*. 2Nós agonia de Jesus, a fim de que a vida de
dissemos não aos procedimentos secre­ Jesus também seja manifestada em nos­
tos e vergonhosos, conduzimos-nos sem so corpo. "C om efeito, nós os vivos,
duplicidade, e não falsificamos a pala­ 0 somos sem cessar entregues à morte por
vra dc Deus, muito pelo contrário, e ma­ causa de Jesus, a fim dc que a vida de
nifestando a verdade que nós procura­ Jesus também seja manifestada em nos­
mos ganhar a confiança de todos os ho­ sa existência mortal. 12Assiin a morte age
mens na presença de Deus. Se, contudo, 3 em nós, mas a vida, em vós1'. 1}No entan­
o nosso Evangelho permanece velado, ele to, fiados nesse mesmo espírito dc fé do
é velado para os que se perdem, Jos in­ qual está escrito: E u c r i , e p o r i s s o f a l e i , si uo.io
crédulos, cuja inteligência foi cegada pelo também nós cremos, e é por isso que
2
2Ts .ii deus deste mundob. a fim dc que não per­ falamos. "Pois sabemos: aquele que res- Rms.i i
cebam a iluminação do Evangelho da gló­ suscitou o Senhor Jcsus, também nos res­
ria do Cristo, que é a imagem de Deus'. suscitará com Jesus e nos colocará con­
114 5 Não, não é a nós mesmos, mas a Jesus vosco junto dele1. 15E tudo o que nós vi­
(24 *1
Cristo Senhor que nós proclamamos. vemos é para vós, a fim dc que a graça, i.n
Quanto a nós, proclainamo-nos vossos crescendo, por uma comunidade acresci­
servos por causa de Jesus. ‘ Pois o Deus da, faça superabundar a ação de graças
3.18-. is 9.1; que disse: b r i l h e a l u z n o m e i o c i a s i r e - para a glória de Deus.
ÍÍ!1. ™ v a s foi o mesmo que
IPd 2.9 1
brilhou1' cm nossos
corações para fazer resplandecer o co­ A segurança da ressurreição diante do
nhecimento da sua glória que resplande­ temor da morte. I6É por isso que nós
ce no rosto do Cristo. 7Mas este tesouro, não perdemos a coragem: e mesmo se,
nós o carregamos em vasos de argila', em nós, o homem cxtcriorJ se encami- ci .o3
para que esse poder incomparável seja nha para a sua ruína, o homem interior
7.5
1 .8: dc Deus c não nosso. "Premidos dc todos sc renova dia a dia. l7Pois nossas tribu- Rm 8.i7;
os lados*, nós não somos esmagados; lações dc um momento são leves com
em impasses, mas conseguimos passar; relação ao peso extraordinário de gló­
4. 16 . , perscg u>dos, m as não alcan çad o s; pros- ria eterna que nos preparamk. nosso I80
ICof 15.31. trados por terra, mas não liquidados;
Fl 3.10
objetivo não é o que sc vê, mas o que não 5,7;
Cl 1.16
y. L it. de glória em glória. A g ló ria está na origem c no preender corpo de argila, alusão ao relato dc G n 2,7 citad o em
ténftino da transform ação (cf. R m 1,17; 2 C o r 2.16; 4.17). A R m 9,21-23; I C o r 15,47; lT s 4.4.
expressão de glória em glória tem sid o às vezes com preendida: g. To d a s essas im agens lem bram as diferentes peripécias dc
da g ló ria do C risto à g ló ria dos cristãos. um com bate d c gladiadores cm que o a p óstolo, sem a graça do
z, P au lo desenvolve esta certeza nos v v . 8-11. N ada pode Senhor, seria votado à morte.
im p e d ir o C risto de m anifestar a sua vida (4.16). It. C f . 1 3 nota; P au lo insiste várias vezes ju n to aos corin tios
a. Este desenvo lvim ento vai prosseguir após um a nova a fir­ nas provações d o seu m inisté rio, contrapartida da fecundidadc
m ação da sinceridade de P au lo , já sublinhada em 2,17. deste m esm o m in isté rio (6.4; 11,23-33).
b. Deus deste mundo - p rín cip e deste m undo (cf. I C o r 2,6; Jo i. O acento nào é posto, com o em 5,10, no julg am en to, mas,
1231). O dem onstrativo este q u a lific a o m undo com o atual c com o em I C o r 6,14, no triu n fo dos crentes.
presente. É o d o m ín io m arcado p eio pecado e a separação com j. Em Rm 122. Pau lo em prega a expressão homem interior, pa­
relação a D eus. opondo-se ao século futuro. Este texto c o ú n ico ra designar o ser hum ano racional e inteligente. A q u i a oposição
em que Satanás é cham ado de deus. visa ao crescim ento e spiritu al e ao d efinh ar físic o (cf. R m 8. 18-
c. A m enção à im agem de D eus no v. 4 deve ser tom ada em 19). H á um a analogia entre o homem exterior e o hom em velho
relação com a alusão ò criação no v. 6. N e la . o C ris to aparece de E f 4.22; C l 3 .9 .0 apóstolo usa ora a o posição homem interior
corno o hom em por exce lê ncia , im agem perfeita dc D eus (cf. C l - homem exterior, com o em seu corjx) - fora do seu corpo,
aqui. ora
1.15). conK) em 2 C o r 1 22. ora homem velho - homem novo. com o em E f
d . A fórm ula Jesus Cristo é Senhor é a con fissão essencial da 4,22-24 ou C l 3.9-10. Sem serem totalmente equivalentes, essas
fé (R m 10.9; I C o r 12.3; 2 C o r 1.2: F l 2 .1 1). fórm ulas visam e x p rim ir a mutação que se opera no ser com um
c. O utra tradução: faz brilhar.
— A frase nâo é um a citação cm conseqüência da ação criadora da presença d o Senhor.
textual dc G n 1,3, mas um a acom odação dc tip o rab ín ico. k . D o is term os gregos traduzem a qui o v a lo r d o term o hebrai­
L A expressão vaso de argila pode a lu d ir à frag ilid a d e pessoal co kabod. glória, que tem . ao m esm o tem po, o sentido dc peso.
de P au lo (cf. 2 C o r 12.7-10; G l 4.14). Pode-se também co m ­ dc b rilh o , dc majestade, d c presença e de poder.
sc vê; o que sc vê é provisório, mas o comparecer a descoberto diante do tribu- Rm u.io:
que não se vê c eterno'. nal de Cristor, a fim de que cada um
'Pois sabemos que, se a nossa mora- receba o prêmio do que tiver feito du- i;r6,x
J6 4.19 dam terrestre, que não passa de uma rante a sua vida corporal, seja o bem.
12
ifjs - Ienc*a- vem a destruir-se, nós temos um seja o mal*.
2pu i.i3 edifício, obra de Deus. uma morada eter­
na nos cc'us que nâo é feita por mão dc O ministério da reconciliação. "Conhe­
Rmx.23 homem. 2E gememos pelo desejo arden­ cendo pois1 o temor do Senhor, nós pro­
te de revestir, por cima da outra, a nossa curamos convencer os homens e, diante
habitação celeste, -'à condição de que de Deus. estamos totalmente a dcscobcr- i.i3: 4.2
icor 15,53: sejamos achados vestidos e não nus". to. Eu espero estar também totalmente a J.i
ITs 415 4Pois nós que estamos nesta tenda geme­ descoberto em vossas consciências. l2Nós
mos. acabrunhados: e' um fato: nós não não nos recomendamos de novo junto a
queremos nos despir", mas revestir uma vós. mas queremos fornecer-vos uma
roupa sobre a outra, a fim de que o que ocasião dc vos orgulhardes dc nós. a fim
é mortal seja tragado pela vida. 5Quem de que tenhais com que responder” àque­
nos formou para este porvir e' Deus. que les. cujos motivos dc orgulho são só
i .22nos deu o penhor do Espírito. ‘ Assim, aparentes, e não têm base interior'. '-'Se
pois, nós sempre estamos cheios de con­ estivemos fora dos sentidos", era para
fiança, apesar dc saber que. enquanto Deus; se somos sensatos, é para vós. l'lO
habitamos neste corpo, estamos fora da amor do Cristo nos constrange, ao pen- Kmj.ik
nossa morada, longe do Senhor. 7pois nós sar que um só morreu por todos, c por­
ICor 13.12: caminhamos pela fé, não pela visão1*... tanto todos morreram. I5E cie morreu por
Hti n .1 3 « s j m n ó s estamos cheios de confiança e todos, a fim de que os vivos não vivam 611
Rm . :
preferimos deixar a morada deste corpo mais para si mesmos, mas para aquele l4,7 ti
para ir morar junto do Senhor4. “Por isso que morreu c ressuscitou por eles*. '‘'Por
a nossa ambição — quer conservemos a isso, doravante, nós não conhecemos
nossa morada, quer a abandonemos — e' mais ninguém à maneira humana5. Se
dc agrada'-lo. "’Pois todos deveremos conhecemos o Cristo à maneira humana.

I. A o p osição não se faz entrc v is ív e l e in v is ív e l, mas ames. de R m 2. A obra de cada um será então avaliad a (v v . 8-9. IC o r
entre o que já se constatou e o que se espera, mas ainda nâo 3.11-15). N ã o se p a rtic u la ri/ji se este julg am en to acontecerá na
apareceu. ressurreição u n iversal (cf. 1.14 nota) ou após a morte in d iv id u a l.
m . A vida pessoal é com parada a um a habitação e a um a s . O texto opõe somente bem e mal. IC o r 3 .11-15 considera
roupa, duas coisas ind ispen sáveis à v id a cotid iana. A d ific u ld a ­ uma se'rie de graus e m atizes nesse julgam ento.
de deste texto vem da m istum das im agens: habitar num a roupa t. E m 3.1 P au lo falava de sc recom endar a si m esm o. A q u i. o
e vestir-se de uma casa. tema esboçado é repetido.
n. N o s vv. 2 e 3. o apóstolo teme sobretudo achar-se numa u . Essa d ia trib e con tra os que se querem fazer v aler torna a
situação interm ediária e m que estaria nu. isto é. sem habitação a p a re c e re m 10.12.
nem roupa, in f e r ir ia m u ito achar-se im ediatam ente na situação v . L it. aqueles cujo orgulha é de rosto e não de coração.
fin a l da ressurreição (cf. IC o r 15.44-45). Vestido 6 tom;tdo aqui vv. O v. responde a censuras vindas dos adversários. O s êxta­
no sentido absoluto, ao passo que, no A T c no N T , quase sempre ses, as visõ e s de P au lo (cf. 12.1) foram tom ados em mau senti­
é seguido de um com plem ento. P o r ana lo gia, os Padres da Igreja d o . com o s in a l de loucura. P a u lo opõe esta loucura aparente em
com preenderam esta passagem co m o revestido da justiça de Deus. suas relações co m D eus à sua sabedoria nas relações com os
o. O pensamento d o v. 4 com p le ta o d o v. 3. Para e v itar toda corín tios.
x . A estreiteza du perspectiva e as dissensões perdem o sen­
d e s c o n tin u id a d e . não é p r e c is o d e s p ir - s e . m a s r e v e s t ir
im ediatam ene a vida. S ó a esperança co n fe rid a desde agora pelo tid o diante d o e ssencial. P a u lo lenta levar os seus leitores à
E sp írito perm ite superar o m edo da nudez, da ine xistê ncia (v. 5). con sciê ncia d o m isté rio c rís to ló g ic o central que d o m in a todo o
p. C f. 4,18. O in ciso interrom pe o ra c io c ín io , seu pensamento.
q . A esperança em C r is to perm ite aceitar a m orte, e ate' m es­ segundo a carne. Esta expressão pode rcferir-se a conhe­
y . L it.
m o desejá-la. Passa-se de um a com unhão a um a presença. FI cer, com vistas humanas, de maneira humana, ou a
e s ig n ific a r
1.21-23 precisa o aprofundam ento desta relação. A m orte já é C ris to e sig n ifica r historicamente. O p rim e iro sentido: se nós
um a etapa p o sitiv a antes da ressurreição final. conhecemos com vistas hiananas a Cristo seria um a alusão à
r . O ju lg a m e n to de que se trata a qui só concerne aos cristãos. perseguição em preendida por P au lo antes da sua con ve rsã o (cf.
O caso d o s judeus c dos pagãos não é considerado, ao con trá rio IC o r 15.8-9; G l 1.13). O segundo s ig n ific a ria que e le conheceu
agora não o conhecemos mais assim. nas tribulações.
l7Por isso, se algue'm está em Cristo, e' nos constrangimentos,
ci 6.15: uma nova criatura*. O mundo antigo nas angústias,
Ap21-5 passou, eis que aí esta' uma realidade 5 nos açoites,
'lpVi* nova. "Tudo vem de Deus. que nos re- nas prisões,
Rm 5.10 conciliou consigo pelo Cristo e nos con­ nos motins,
fiou o ministe'rio da reconciliação". '''Pois nas fadigas,
2
a i. o de qualquer forma, era Deus que em nas vigílias,
Cristo reconciliava o mundo consigo, não nos jejuns,
imputando aos homens as suas faltas, e ‘ pela pureza,
pondo em nós a palavra de reconcilia­ pelo conhecimento,
ção. “ É em nome do Cristo que exerce- pela paciência,
Et-6.2o mos a função de embaixadores, e. por pela bondade, ci 5 .22 ;
nós. é o próprio Deus que. na realidade, pelo Espírito Santo, Rm 129
vos dirige um apelo. Em nome do Cris­ pelo amor sem fingimento,
to, nós vos suplicamos, deixai-vos recon­ 7 pela palavra da verdade,
ciliar com Deus. JIAquele que não co­ pelo poder dc Deus,
nhecera o pecado\ ele o identificou com pelas armas ofensivas' Rm 13 .12
Rm i.i7: o pecado, por nós. a fim de que por ele. e defensivas da justiça.
nos tornemos justiça de Deus. * na glória11 e no desprezo,
ICor 1.30: J T
ci 3.13: n 'Visto estarmos cooperando com ele, na ma' e na boa fama;
Fl J-9 nós vós exortamos a não deixar sem tidos por impostores, e no entanto
efeito a graça recebida de Deus. ‘ Pois verídicos;
ele diz: * desconhecidos, e no entanto
N o m o m e n to fa v o r á v e l, e u te a te n d o , bem-conhecidos;
e n o d ia d a s a lv a ç ã o venho em te u moribundos, c 1 1 0 entanto vivemos;
c.
so co rro castigados, sem ser executados.
Eis agora o momento inteiramente fa­ I0contristados, mas sempre alegres;
vorável . pobres, e enriquecendo a muitos; k.*

Eis agora o dia da salvação. não tendo nada, nós que no entanto n412
'Nos não queremos de modo algum possuímos tudo!
escandalizar ningue'm, para que o nosso "N ó s nos dirigimos livremente a vósh.
ministe'rio não mereça censurad.4Ao con­ Corintios, o nosso coração se abriu de
trario. nós nos recomendamos em tudo par em par. l2Em nós, não estais na es- si 119 .32 gr.
como ministros de Deus', treiteza. Em vós mesmos é que estais na
por uma grande perseverança estreiteza. l3Pagai-nos com a mesma

0 C r is lo segundo a carne, ou historicamente. N enhum a alusão esta rcco ncili;ição : Ele fez o Cristo pecado por nós.
nas ep ístolas vem co n firm a r este sem ido. T a lv e z o nós designe b. C f . R m 8 3 ; G l 3.13. O s a c rifíc io d o C ris to ultrapassa e faz
adversários, o rgulhosos dc ter con h e cid o Jesus pessoalm ente. cad u car todos os s a c rifíc io s p elo pecado, de que se trata m uitas
D e qualquer form a, é a aparição d o Ressuscitado, e nào o fato vezes no A T .
d c o ter con hecid o historicam ente, que funda o apostolado. c . C ita çã o de Is 49.8. O tempo da salvação com p reend id o
2. O utra tradução:Se alguém ent Cristo é uma nova criação, entre a morte e ressurreição do C r is to c sua volta deve p e rm itir
o antigo passou, tudo é novo. E m certos mss. tudo nào figura. a conversão dos pagãos e d o s jud eus ( L c 2 1.24; R m 11.25-32;
Então. 0 sentido é: Se alguém é ent Cristo uma nova criação, o E f 2,12-18).
(mundo) antigo passou, eis. o (mundo) novo surgiu (cf. Rm d . C f. 8 2 1 .
8.18-30). e. M a is breve, m a is poética, porém m enos precisa, esta enu­
a. O term o reconciliação p o d ia e v o ca r para os co rin tio s um a m eração dos w . 4 e 5 lem bra a d c 2 C o r 11.23-27.
lem brança h istd rica precisa. P o r ocasião da reconstrução da c i­ f. L it . as armas da direita (o fensivas, a espada) e da esquerda
dade (cf. 1.1 nota), C é sa r p roclam am um a reconciliação, aco­ (defensivas, o escudo). C f . E f 6.16-17 . in spira d o em Sh 5.17*21.
lhendo. da G ré c ia e de to do o Im pério, pessoas de passado co m ­ g. O s vv. 8-10 o p õem a aparência à realidade profunda do
prom etido, que se b e ne ficia vam de um a anistia. A q u i. a im agem m in isté rio ap ostó lico .
é aplicada ao C risto . M a s o v . 21 in d ic a quanto custou a D eus h . L it. A nossa boca se abriu para vós.
icor 4.t4 m oeda; eu v o s falo com o a m eus filh o s, Alegria dc Paulo diante do arrependi­
ab ri tambe'm v ó s to talm en te o v o s s o mento dos corintios. 2Dai-nos um lugar
c o ra ç ã o 1! em vossos corações™; nós não prejudica­
mos ninguém; não arruinamos ninguém; a i 20.33
A escolha necessária. NNão formeis pa­ não exploramos ninguém. -’ Não é para
relha díspar com os incrédulos. Pois que vos condenar que o digo, pois eu já dis­
associação pode haver entre a justiça e a se: vós estais cm nossos corações, para a
impiedade? Que união entre a luz e as morte e para a vida.
trevas? l5Quc acordo entre Cristo e Belial1? 4G rand e é a minha con fiança em v ó s.
Que relação entre o crente c o incrédulo? grande é o orgulho que cu tenho de v ó s, 2Ts 1,4
"■Que ha' de comum entre o templo de estou todo repleto dc con solação, trans­
ic o r J.I6; Deus e os ídolos? Pois nós somos o tem- bordo de alegria em todas as nossas tribu-
6-19 pio do Deus vivo, como disse Deus: lações. 5C o m efeito, ao chegarm os à M ace­
N o m e io d e le s e u h a b ita r e i e a n d a r e i; dôn ia, não tivem os descanso", m as toda 1.4; 4 .x
e u s e r e i o s e u D e u s e e le s s e r ã o o m e u sorte d e tributações. Com bates por fora,
povo. tem ores por dentro. ‘ M as D eus, que con so ­
17 S a í . p o is , d o m e io d e s s a g e n te e la os hum ildes, consolou-nos com a chega- k 49.13
a jK ir ta i-v o s , da dc T ito “ .7não só com sua chegad a, mas
d iz o S e n h o r : n ã o to q u e is e m nada pelo conforto que recebeu de vós; ele rela­
d e im p u r o . tou o vosso vivo desejo, as vossas lágrimas,
E eu v o s a c o l h e r e i 11. o vosso zelo por mim. a tal ponto que me
18 E u serei p ara vós um p a i e vós causou uma alegria ainda m ais viva.
s e r e is p a r a m im filh o s e filh a s , "Sim. se eu vos contristei com minha
diz o Senhor todo-poderoso. carta, não o lastimo... E se o lastimei —
i y 'Ja' que somos os depositários de tais aquela carta1’, constato, vos entristeceu,
2pj i.4 promessas, meus diletos, purifique- nem que fosse por um momento — .''ale-
mo-nos de toda mácula da carne e do gro-me agora, não pela vossa tristeza,
espírito1; acabemos de nos santificar no mas pelo arrependimento que ela produ­
temor de Deus. ziu. Pois a vossa tristeza1* foi segundo

I. N otou-se. faz m u ito tem po, certa ruptura no de se n v o lvim e n ­ o. Tito (cf. 2.13) desem penhou papel relevante nas relações
to entre 6.13 e 7.1. O caráter bastante inu sitado d o pensamento entre P au io e os c o rin tio s durante a estada em E fe so. D eve ter
dos vv. 6.14-17 fez pensar em um a interpolação. a menos que sid o o seu interm ediário antes da chegada d o ap óstolo a C o rin to .
seja tão-somente um dos parênteses habituais em Paulo. 7,14-15 parece in d ic a r que a sua m issão fo i bem -sucedida e
j. Belial. d o hebraico Belivítal. isto é, o “ C o is a à-toa” . o nada fa c ilito u a volta dc Paulo.
por e xce lê n cia , eufem ism o para íd o lo ou Satanás. Encontra-se O liv r o d o s A to s não m enciona este a m ig o e co lab o rad o r de
igualm enteBelial com o nome d c Satanás nos Testamentos dtts Pau lo , co n h e cid o apenas pelas ep ístolas. E le o acom panha à
Doze Patriarcas, e c o m o nome p ró p rio do e sp irito das trevas na A s se m b lé ia de Jerusalém ( G l 2.1-3); segundo 2 C o r 2.13; 8.6.
Regra de Q um ran. 16.23; 12.18. o rg a n iza a co icta cm C o rin to . Segun do as epístolas
k . O s vv. I6b-18 constituem um conjunto de citaçõ e s c o m b i­ pastorais, ele fo i de p o is a Cre ta . onde recebeu a ep ístola que tem
nadas a p artir de E z 37.27 e L v 26.12 para o v. 16; dc Is 5 2 .1 1; o seu nom e (Tt 1.4). e à D alm á cia (2 T m 4.10). P au lo deve ter
de J r 51,45. d c E z 20.34 para o v. 17; d c 2Sm 7.14; Is 43.6; Jr d isc e rn id o em T it o q ualid ades d c negociador: firm e c paciente,
31.9; O s 2.1 para o v. 18. T a lv e z existissem c o m p ila çõ e s dc capaz de encontrar as palavras e o proceder apropriados para
citações (testinumiu) que a pregação cristã u tiliza v a . fa ze r o s projetos passarem das idéias à realização; c o n c ilia d o r,
I. Carne e espirito nào designam d o is p rin c íp io s opostos, com o capaz de in te rv ire m um a situação particularm ente d elicad a, com o
tantas vezes em P au lo , mas os d o is m odos da ativida d e humana, após a ruptura entre o a p óstolo e a com un ida d e d c C o rin to: apto
a d o corpo e a do e sp írito . C f. R m 1 3 nota e R m 1.9 nota. para enfrentar debates d e licad o s com o c m Jerusalém . 2 C o r no-
m . C o n tin u açã o do de se nvolvim ento inte rro m pid o em 6 .1 3 .0 lo m ostra ao m enos três vezes em ação. u n ico com p an heiro e
sentido de dai-nos tun lugar em vossos corações é menos um a alu­ co lab o rad o r d e P au lo em C o rin to . para preparar a coleta, pam
são a 6 .1 1 d o que um com e ço de ra c io c ín io : Compreendei- re co n c ilia r após a “ c a n a entre lágrimas**, para apressar a re a li­
-me bem. zação fin a l da cole ta antes da chegada pessoal d o a p óstolo e dos
n . Este v. da' con tinuação à seqüência das idéias expressas cm delegados das Igrejas (cf. 2 C o r 7.15 nota).
2.13. E m T rô ad e . P a u lo não encontra T it o e só fic a pouco tem ­ p . A respeito da carta escrita entre lágrimas. 2.4 c f. Intro­
po. Sem tardança. parte para a M a c e d ô n ia ... A q u i e le nos des­ dução,
creve a situação q uand o chegou à M a c e d ô n ia (c f. 2.13 nota). q . C f . 2.1 nota.
Deus: assim, da nossa parte, não sofrestes a conhecer, irmãos, a graça que Deus R»> 15.26:
Sr 30,23 nenhum dano. *°Pois a tristeza segundo concedeu às Igrejas da Macedônia". 2No q^Iio-5'
Deus produz um arrependimento que meio das múltiplas tribulações que as pro­
conduz ã salvação e portanto não deixa varam, a sua superabundante alegria e
lugar ao remorso... A tristeza segundo sua pobreza extrema transbordaram em
este inundo produz a morte. "V ede antes tesouros de liberalidade. 3De acordo com
o que a tristeza segundo Deus produziu os seus meios e, disto sou testemunha,
em vós. além dos seus meios, com toda a espon­
Como não! que solicitude! taneidade, 4com viva insistência, eles
que desculpas! reclamaram dc nós a graça de participar
que indignação! deste serviço em favor dos santosv.5Além <.i
que temor! mesmo de nossas esperanças, deram-se a
que desejo! si próprios, primeiro ao Senhor, depois a
que zelo! nós, pela vontade dc Deus. ‘ Por isso in­
que punição! sistimos junto a Tito para que leve a bom
Seja como for, vós mesmos provastes termo entre vós esta obra de generosida­
que éreis inocentes nessa questão'. 12Em de como a linha começado". 7Mas, já que
suma, se vos escrevi, não foi nem por tendes de tudo em abundância, fé, cio- iCur u
causa do ofensor nem por causa do ofen­ qüência, conhecimento e toda sorte de
dido’ , mas para manifestar diante de vós, zelo c amor que recebestcs de nós, tende
na presença de Deus, o zelo que tendes também generosidade em abundância
para conosco. nesta ocasião. “Não digo isto como uma
13Eis o que nos consolou. Além desta ordem: mas, citando-vos o zelo dos ou­
^ consolação pessoal, nós nos alegramos tros, dou-vos o ensejo de provar a auten­
icor 6.18 ainda mais pela alegria de Tito, cujo ticidade da vossa caridade. ’Com efeito,
espírito recebeu de todos vós uma plena vós conheceis a generosidade* de nosso
quietação. l4Pois sc em algo me orgulhei Senhor Jesus Cristo que, por vósy, de rico
8.24 de vós diante dele, não tive de corar porque era, fez-se pobre, para vos enrique- Mt 8,20.
isso, mas como sempre vos dissemos a ecr com a sua pobreza. Fl 2,7
verdade, assim o orgulho que dc vós tínha­ l0É um parecer que dou a este respeito:
mos demonstrado diante dc Tito, ficou é o que vos convém, visto terdes sido os
justificada. l5Com isto a sua ternura para primeiros desde o ano passado, não so­
convosco só cresce, quando se lembra da mente a realizar, mas também a decidir
2.9: m.6 obediência de todos vós e com que temor o empreendimento desta obra. "Agora,
e tremor1 o acolhestes. l6Eu me alegro de portanto, acabai dc realizá-la; assim, a
ai 5.10poder contar convosco cm tudo. vossos belos projetos corresponderá tam­
bém a realização segundo os vossos
E n c o r a ja m e n t o s p a r a r e a li z a r o meios. l2Quando alguém dá com boa
8
p ro je to d e c o le ta. 'Queremos dar-vos disposição, ele é bem-recebido com o que Mc 12,44

r . T u d o term ina com uma re co n ciliaçã o . O grupo dos corín tios gaiatas, que o consideram co m o um anjo de Deus. o Cristo Jesus
parece ter recuperado as boas d isp o siçõe s para com o apóstolo. cm pessoa (G l 4,14).
C f . 7,3-4. u . A s igrejas da Macedônia sem pre deram provas de generosi­
s. C f. 22 nota; 2.5 noia. O ofendido era P au lo , mas talve z dade (2 C o r y.1-5; 11.7-9; F l 4.10-1 V). A o passo que P a u lo recu­
através da pessoa d o seu representante. sou para si toda ajuda de C o rin to . aceitou-a da M ace d ô n ia Í8,3).
t. Temor e tremor: expressão corrente, que e xp rim e a atitude v. A coleta em favor da Igreja de Jerusalém destina-se a mostrar
do hom em diante da grandeza e majestade d iv in a s ( I C o r 2.3; E f a re aliza çã o da p ro fe cia dc Is 6 0 -6 2 sobre a unidade de judeus
6,5; F l 2.12). A q u i a expressão não de ixa dc surpreender: T ito e pagãos. P au lo com prom etera-se a ajudar esta Igreja (G l 2,10).
é a co lh id o c o m o o Senhor cm pessoa por seus servos, que se w . V . che io dc hum or. T it o vai ajudar os c o rín tio s a efetuar a
sentem repletos d c um sentim ento d c cu lp a b ilid a d e e esperam o coleta, cuja idéia fora d e le s... para os outros (cf. v. 10). D a í os
seu vered icto. A sua m issão , portanto, ultrapassa, a sim ples conselhos dos vv. 7-8.
negociação: T ito é o representante d o apóstolo P au lo e, portanto, x. B e la fó rm u la c ris to ló g ic a . cuja estrutura ó igual a F l 2.6-8.
do apostolado. P au lo será a co lh id o de m odo sem elhante pelos y. O utra leitura: para nós.
tem, pouco importa o que não tem! l3Não nossos irmãos são os delegados' das Igre­
se trata de vos sujeitar à penúria aju­ jas. a glória do Cristo. “ Dai-lhes, por­
dando os outros, mas de estabelecer a tanto, perante as Igrejas, a prova do vos­
igualdade. “ Nesta ocasião, o que tendes so amor, e do orgulho que temos por vós
9.12; em demasia compensara' o que eles têm junto deles*.
Rm 15.26
de menos', para que um dia o que eles
tiverem em demasia compense o que q Intenções generosas c atrasos na
tiverdes de menos: assim havera' igual­ realização. 'A respeito11 da assistên- M .2 0
Ex 16.18 dade lscomo esta' escrito: A q u e m c o ­ cia cm favor dos santos1, c inútil que eu
lh e r a m u ito nada s o b e jo u , a quem co­ vos escreva.Conheço as vossas boas in­
lh e r a pouco “ Graças1’ se­
n a d a fa lto u * . tenções e me orgulho disso por vós junto
jam dadas a Deus que depôs' no coração aos macedônios: a Acaia, dizia-lhes eu.
de Tito o mesmo zelo por vós. l7Ele está pronta desde o ano passado, e o
aceitou o nosso convite e, ainda mais vosso ardor estimulou a maioria das Igre­
solícito, partiu espontaneamente para jas. -'Eu vos envio os irmãos, a fim dc
ir ter convosco. "“Enviamos com ele o que o orgulho que tenho de vós não seja 8-JJ
irmão, cujo louvor a respeito do Evan­ esvaziado neste ponto e a fim dc que
gelho todas as Igrejas cantam11. '^Me- estejais realmente prontos, como eu di­
Ihor ainda, ele foi designado pelas Igre­ zia. ■'Teria receio de que. sc macedônios
Al 20.4; jas para ser nosso companheiro dc via­ fossem comigo e não vos achassem pron­
ICor 16.3:
gem nesta obra dc generosidade, servi­ tos, esta bela segurança sc transformasse
Gl 2.1(1
ço que nós empreendemos para a glória em vergonha nossa, para não dizer vos­
do próprio Senhor e para a realização sa. Mulguei pois necessa'rio convidar os
das nossas boas intenções. :"Acautela- irmãos para que nos antecedam junto a
mo-nos muito para evitar toda crítica vós e preparem os vossos dons: as vos­
na gestão dessas grandes somas que es­ sas liberalidades ja' prometidas, depois de
tão ao nosso cargo. JIPreocupamo-nos recolhidas, seriam uma verdadeira libe­
com o bem, não somente aos olhos de ralidade e não avareza mesquinha.
Deus, mas tambc'm aos dos homens. ‘ Ficai sabendo:
22Com os delegados, enviamos o nosso Q uem s e m e ia c o m p a r c im ô n ia vr 11.24.25:
irmão', cujo zelo temos constatado mui­ com p a r c im ô n ia ta m b é m c o lh e r á , IJ,I?
tas vezes, em muitos casos, c que agora e quem s e m e ia la r g a m e n te ,
o demonstra ainda mais, pois confia ple­ c o lh e r á V
la r g a m e n te ta m b é m
namente em vós. “ Tito c' o meu compa­ 7Que cada um dê segundo a decisão do
nheiro c colaborador junto de vós; os seu coração, sem tristeza nem coação.

z . O regim e de com unidade dos bens. a fom e citada em A l e. Este irmão nâo é ide ntifica d o.
I i ,28 tinham em pobrecido a Igreja de Jerusalém . O s seus m em ­ f. L il. apóstolos. A q u i o term o tem o sentido d c delegados.
bros são cham ados ox pobres ( G l 2.10). palavra que e voca os N ã o são a p óstolos no sentido d o s D o z e ( A t 1.21-22). nem tes­
pobres d o A T (ebionim e anawim). tem unhas d o Ressuscitado, c o m o P a u io . mas hom ens encarrega­
a . C ita çã o de E x 16,18. que m ostra c o m o certa igualdade era dos de um a m issão p a rticu la r na igreja: le v a r a coleta a Jerusa­
observada na repartição d o mana. D e sco b rim o s a f um a in d ic a ­ lém . O ju d a ísm o tinha um a in s titu ição análoga.
ção p reciosa sobre a organização m aterial das Igrejas p aulinas e g. A q u i term ina a parte hom ogânea da ep ístola, os caps. I- S .
sua solidariedade financeira. h . O cap. 9 parece ser um b ilh e te , independente d o cap. 8.
b. O s vv. 16-24 tratam da nova m issão que T it o aceita com Parece ter sid o endereçado p o r oca siã o da coleta (cf. R m 15.25;
so licitud e. I C o r 16.1-4; G l 2.10). quer a C o rin to . após 2 C o r 8 . quer ao
c . O utra leitura: que pòe. con junto das igrejas da A c a ia (9.2). N o te-se o e stilo cáustico dos
d . P o r que este irmão, e le ito c o m o d eleg ad o das Igrejas, e vv. 1-7.
encarregado de acom panhar P au lo , perm anece a nô nim o? V á rio s í. Santos: c o m o em I C o r 16.1, o term o conserva aqui um
nom es foram propostos: Lu ca s. A ris ta rc o ... A respeito do Evan­ sentido lim ita d o , e designa os m em bros da com unidade de Jeru­
gelho ensejou essas interpretações, sem e x p lic a r o anonim ato. salém (cf. A t 9 . 13). P au lo já estendia o seu em prego ao con junto
A t 20.4 da' a lista dos com p an heiros de P au lo c m sua viagem a dos cristã o s (2 C o r 1.1; R m 16,2).
Jerusalém , p ortador d o produto da coleta. j . C ita ç ã o liv re , segundo o g r . de P r 22.8 (cf. P r 11.24).
pois ama aquele q u e d á c o m
D eus ousadia que tcnciono demonstrar com au­
k. “Deus tem o poder de vos
a le g r ia dácia contra tais indivíduos que preten- io.ii:
cumular com toda sorte de graças, para dem que a nossa conduta tem motivos ICor4-21
que, dispondo sempre e em tudo do ne­ humanosp. 'Embora sendo plenamente
cessário, tenhais ainda de sobra para toda homem, nós não combatemos de manei­
boa obra. ''Como está escrito: ra meramente humana. 4Não. as armas 6.7:
2
si i i .y e l e d i s t r i b u i u , d e u a o s p o b r e s , do nosso combate não têm origem hu- Rm l3'12
a s u a j u s t i ç a p e r m a n e c e p a r a s e m p r e '. mana, mas o seu poder vem de Deus para
n 55.10-, l0Aquele que f o r n e c e a s e m e n t e a o s e - a destruição das fortalezas*1. Nós destruí­
Os 10.12 , - r . » .
m e a d o r , e o pao para o alimento . tam­ mos os raciocínios pretensiosos, !e todo
bem vos fornecerá a semente, a multipli­ o poder altivo que se ergue contra o co- is 2.1i-m
cará. e fará crescer os frutos da vossa nhecimento de Deus. Nós cativamos todo
justiça. "Sereis enriquecidos de todos os o pensamento para o levar a obedecer ao
11 4.15
i. : modos, com toda a sorte de Iiberal idades, Cristo 6e estamos prestes a punir toda
que farão subir por nosso intcrmc'dio a desobediência, desde que a vossa obe- 2.9: 7.15
ação de graças para Deus. l2Pois o ser­ dicncia seja total. 7Fitai as coisas de
viço desta coleta não deve somente sa­ frenter. Se alguém está persuadido de
tisfazer as necessidades dos santos, mas pertencer ao Cristo, tome consciência
multiplicar com abundância as ações disso, de uma vez por todas: se ele c de
de graças para com Deus. '-'Apreciando Cristo, nós tambem"! *E embora eu me J ^ 3', l2
iii este serviço segundo o seu valor, eles glorie um pouco demais do poder que o n.ifc 12.6
glorificarão a Deus pela obediência que Senhor nos deu para a vossa edificação. B l0;
, T Jr l.lfl
professais ao Evangelho do Cristo e por e nao para a vossa ruma, não me enver­
vossa liberalidade na partilha de bens gonharei. ''Não quero dar a impressão de
com eles e com todos". ME com sua ora­ querer amedrontar-vos com minhas car­
ção por vós. eles vos manifestarão a sua tas pois suas cartas, dizem, têm peso 10.1: 11.6
ternura, por causa da graça supera- c força; mas quando presente, ele é fraco1
bundante que Deus vos concedeu. ,JGra- e sua palavra, nula. "Que este indivíduo
ças sejam dadas a Deus pelo seu dom se persuada: tais como somos em pala- 10.2: 12 .20:
inefável! vras. de longe, em nossas cartas, assim l3-J' 10
também seremos, presente, em nossos
Resposta dc Paulo às acusações atos“. l2Pois não temos a audácia de nos
10 contra o seu ministério. ‘Eu. Pau­ igualar ou comparar a certas pessoas que J.i: 5.12
lo, pessoalmente vos peço pela mansi- se recomendam a si mesmas: tomando a
Mi M.29 dão e bondade do Cristo, cu tão humilde si mesmas por padrão dc medida c com­
quando estou no meio dc vós face a face. paração, elas perdem o juízo. '•'Quanto a
mas tão ousado para convosco quando nós, não perderemos o comedimento no Rm 12.3
estou longe”. 2eu vos rogo: não tenha eu, justo orgulho que demonstraremos, mas
quando estiver presente, de usar dessa servir-nos-emos, como medida, da pró-

k. C o n tin u açã o d o m esm o texto de P r 22.8 gr. q. As fortalezas são um a im agem da presunção d o homem
I. C ita çã o liv re d o S l 112.9 gr. seguro de s i m esm o, e fechado a D eus. O tema vem d o A T (cf.
m . A lu s ã o à p ro fe cia de is 55,10. onde e* a ch u va que fornece Is 2.13-15).
estes bens. r . O utra tradução: vós olhais para as aparências.
n. C f. 8.4 nota. s. im p o ssív e l é determ inar se se trata a qui dos que se preva­
o. A q u i com eça u m d e se n vo lvim e n to que se estende ate o fim lecem '‘d o C r is t o '4 ( I C o r l .12). d o s que o teriam c o n h e cid o h is­
da ep ístola, a a p o lo g ia d o m iniste'rio de Paulo. A situação dife re toricam ente (2 C o r 5.16). ou d c cristãos com pretensões a um a
da de 2 C o r 1-8: P au lo se defende com v ig o r contra adversários. inspira ção d ireta sem passar pelo apóstolo.
C ensuram -lhe o ser hu m ild e d e perto, e ousado de longe. t. O nome g re g o — na realidade la tin o — de P au lo sig n ific a
p. LU. segundo a carne, expressão que opõe o o lh a r d o h o ­ fraco , de pouca p rcstãncia. e pode prestar-se a este jo g o de
mem pecador ao que e' regenerado p elo E s p írito d o C r is to (cf. palavras (cf. I C o r 2.1-5). O apóstolo responde à censura em
5.16 nota). M e sm a observação quanto a homem e de modo pu­ 11.6 .
ramente humano no v. 3. u . A m e a ça de sanções. C f . 2.8.
pria norma que Deus nos atribuiu, fazen- ‘ Nulo na eloqüência, seja! quanto ao
do-nos chcgar até vósv. “ Pois não ultra­ conhecimento, porém, é outra coisa. Em
passamos o nosso limite, como se não tudo e de todas as maneiras, vo-lo temos
tive'ssemos ido até vós. Realmente, fo­ mostrado. 7Acaso tera' sido uma falta re-
mos o primeiro" a chcgar até vós com o baixar-me para vos elevar, anunciando-
Evangelho do Cristo. l5Nós não temos vos gratuitamente o Evangelho de Deus? a i i «_v.

um orgulho desmedido, fundado nos tra- "Eu despojei outras lgrcjasd, aceitando
Rm i5.2n balhos alheios*, mas temos a esperança, delas do que viver para vos servir. ‘'E n 4.10-15
com os progressos da vossa fé, de cres­ quando passei necessidade durante a
cer cada vez mais em vós segundo a minha estada entre vós, não explorei nin­
nossa norma, '‘ levando o Evangelho para guém, pois os irmãos vindos da Mace- 12.13
além de vossa região, sem nos orgulhar dônia proveram às minhas necessidades;
de obras ja' prontas no terreno dos ou­ e em tudo, evitei ser-vos oneroso', c dis­
tros. " A q u e l e q u e s e o r g u l h a p o n h a o so me absterei cuidadosamente. ‘"Pela
s e u o r g u l h o n o S e n h o r '"Não é aquele verdade do Cristo em mim. eu o atesto':
que recomenda a si mesmo que é aprova­ ninguém mc fará ocultar este motivo de
do. mas aquele que o Senhor recomenda. orgulho nas regiões da Acaia. " E por
quê? Porque não vos amo? Deus o sabe!
A u t e n t ic id a d e d o n iin is tc r io d c I20 que faço. ainda o farei, a fim de to­
11 P a u lo d ia n te do s se u s a d v e r s á r io s . lher de todo pretexto os que o quisessem
'Ah! sc pudesseis suportar um pouco de ter para se vangloriarem dos mesmos
loucura de minha parte, e por que não? títulos que nós! ‘-'Esses indivíduos são
Suportai-mc! 2Eu sinto a vosso respeito falsos apóstolos, falsa'rios. disfarçados em 11.5
di 4.24: tanto zelo quanto Deus. Eu vos desposei apóstolos dc Cristo*; l4nada ha' de estra- pj1^
nt 5.25-27 C()m um CSpOSO único, para vos apresen­ nho nisso: o próprio Satana'sh se disfarça
tar ao Cristo, qual virgem pura', 'mas em anjo de luz. l5Portanto é pouca coisa
receio que — assim como a serpente para os seus servos disfarçarem-se cm 2Tm 4.14
Gn 3.4-13: seduziu Eva com sua astúcia — os vos- servidores da justiça. O seu fim sera 2PJ 2J
ITnl 2,14 sos pensamentos venham a corromper- conforme às suas obras.
-se. longe da simplicidade*devida a Cris­
to. JCom efeito, se o primeiro que apare­ S o fr im e n to s s u p o r ta d o s p elo a p ó sto lo .
c i 1.6-9 cc vos prega outro Jesus, diferente da­ “ Repito, não se pense que estou louco 12.6
quele que nós pregamos1’, ou se aderis a — ou então aceitai que eu esteja louco,
um espírito diferente daquele que rece- a fim de que tambem possa vangloriar-
bestes, ou a outro evangelho que não o -mc um pouco. I70 que vou dizer, não o
que acolhestes — vós o suportais muito digo segundo o Senhor, mas como cm
bem. 5Eu julgo, no entanto, não ser infe- plena loucura, na certeza de ter de que
i 2. i i rior cm nada a esses superapóstolos'. me vangloriar1. '"Visto que muitos se

v . C o m um m odo d c se e x p rim ir que ih c é costu m e iro, o c . Q u a is sào esses personagens? Sem d u v id a judai/.antes. fié is
a p óstolo passa da medida a nâo ultrapassar no orgulho e da à le i. que contestam a autoridade de P a u lo e assum em uma
maneira de fazer v aler a co n fia n ça em si m esm o, à medida, isto autoridade sem mandato.
é. ao te rritó rio que D eus lhe a tribuiu. O s v v . 14-16 e x p lic a m este d . C f . 8.1 nota.
pensamento que sc encontra tambem em R m 15.20. e. Segundo o seu costum e. P au lo viv e u em C o rin to do traba­
w . A questão de saber se é um p lu ra l e n fá tic o (tratar-se-ia só lho de suas mãos (A t 18 3; 2 0 3 4 nota; IC o r 4,12).
d o a p ósto lo Paulo) ou se é um p iural real. in c lu in d o o s seus c o la ­ f. Cristo em mim: expressão da exp e riê n cia interior pessoal de
boradores (p. e x ..T im ó te o .c f. 2 C o r l . i ) perm anece controversa, P au lo ( G l 2,20; F l 1,21).
x . C f. R m 15.17-21.28-29. g. O a p ósto lo censura a esses adversarios o traficarem co m a
y . J r 9.22. Igual citação em IC o r 13 1 . p alavra d e Deus; c f. 2.17; f:l 52 e a apóstrofe de Jesus aos
z . T e m a b íb lic o das núpcias esp iritu ais (cf. E f 5.27). fariseus. L c 16,15.
a . A lg u n s mss. acrescentam: e da pureza. h . C f . 2 .1 1 nota. A lu s ã o a narrações rabinicas.
b . Paulo nào pensa que possa haver dois Evangelhos (G l 1.7-9). i. L it. na realidade da minha ufania.
G,r ' 4 vang l ° r'am de suas vantagens humanas, Fadieas e sofrimento, vigílias frequen- 6-5-
, . . . . ICor 4 . 11-12
também cu me vangloriarei. "'Vós. tão tes; fome e sede; jejum, muitas vezes;
razoáveis, não tendes a menor dificulda- frio e indigência; “ sem contar todo o res­
icor i .26 de em suportar os que perdem a razão. to. a minha preocupação de cada dia. a
“ Suportais que vos escravizem, que vos solicitude por todas as Igrejas. “ Quem e' Al 20JX'21
devorem, que vos despojem, que vos tra­ fraco que cu não fique fraco? Quem cai, ICw9-22
tem com arrogância, que vos esbofe- sem que isso me queime? “ Se é preciso
teiem; 2'digo-o para a nossa vergonhaj, orgulhar-se. farei consistir o meu orgu- 12.5
como se tive'ssemos sido fracos. O que lho na minha fraqueza. "D eus, o Pai do
se ousa dizer — falo como louco — , Senhor Jcsus, que é bendito eternamen­
tambe'm eu ouso. “ Eles são hebreus? eu te. sabe que não minto. ,2Em Damasco.
tambe'm! Israel itask? eu tambc'm! Da des­ 0 etnarca do rei Arctas mandava guardar
cendência de Abraão? cu tambem! 2,Mi- a cidade11 para me prender. s,Mas fize­
i(>.7 nistros do Cristo? — vou proferir uma ram-me descer por uma janela, num ces­
loucura — muito mais eu! to, ao longo da muralha e eu escapei das
Nas fadigas — muito mais; suas mãos.
nas prisões1 — muito mais;
sob os açoites — infinitamente mais; 1o Visões c revelações, privilégios do
nos perigos de morte — muitas vezes! apóstolo Paulo. ‘É prcciso orgu-
24 Dos judeus, recebi cinco vezes os Ihar-se! De que valeria! Contudo, chega­
trinta e nove açoites™, rei às visões e revelações do Senhor'.Co­
“ três vezes fui flagelado, nheço um homem em Cristo* que, faz
uma vez, apedrejado", quatorze anos' — era no meu corpo? nâo
três vezes naufraguei", sei; era fora do meu corpo? não sei. Deus
passei um dia c uma noite sobre o o sabe — este homem foi arrebatado ao
abismo1*. terceiro ceu*.
“ Viagens a pc', muitas vezes, ’E sei que este homem — era em seu
perigos dos rios. corpo? era sem o seu corpo? não sei.
perigos dos salteadores, Deus o sabe — , 4este homem foi arreba­
ai 13.50 : perigos dos meus irmãos de raça. tado* ao paraíso e ouviu palavras inex- u 23 .43:
^ perigos dos pagãos, primíveis que não e' permitido ao homem Ap 2 J
perigos na cidade, repetir. 5Quanto a este homem eu me
perigos no deserto, orgulharei, mas quanto a mim, só porei
perigos no mar, o meu orgulho nas minhas fraquezas.
perigos dos falsos irmãos! ‘ Ah! sc cu me quisesse orgulhar, não seria

j . L it. paru vergonha. A tradução pode hesitar entre nos­ p. O abismo; o m ar. sem d u v id a após um naufn íg io . ou uma
sa e vossa vergonha, v is io que o a p ó s to lo ce n su ra a si tempestade. O utra tradução: dentro do abismo.
mesm o a p ró p ria fraqueza, ao m esm o tem po que fustiga os q . L it. cidade dos danwscenos. Este fato e' m encionado em A t
c orin tios. 9.24-25: trata-se d o rei nabaicu A rcta s I V . que reinou m ais ou
k . A po lê m ica co n d u ziu m uitas vezes P au lo a c ita r os seus m enos de 9 a .C . a 39 d .C . Isto nào con fere m uita precisão à
título* de judeu: A t 2 1 3 9 ; 2 2 3 : 23.6; 2 6 3 ; R m 11.1; G l 2.15; c ro n o lo g ia da vid a de Paulo.
F l 3.5-6. ou de rom ano: A t 1 637; 22.25-28. r . P au lo d istin g u e bem o acon tecim en to d o cam inh o de D a ­
I. N ó s nào conhecem os um encarceram ento de P au lo antes m asco. aparição d o Ressuscitado ( I C o r 9.1: 15.8). das visões e
desta data. a nào ser cm F iü p o s ( A t 16.23) e talvez em É fe so revelações que teve depois ( A l 16,9; 18,9 nota; 22.18; 23.11).
( I C o r 1532). s. O a p óstolo tem certo pudor de fa la r de si mesmo.
m . L it. quarenta menos um. A le g isla ção d c D t 2 5 3 lim itava t. Quatorze anos antes, sem d u v id a por volta de 42 ou 43.
os açoites a quarenta. Para não ultrapassar esta conta, parava-se durante a estada de P au lo na C iif c ia ou em A n tio q u ia . antes da
em 39. N ó s ignoram os as circu nstâncias desses su p lício s in f lig i­ p rim e ira viagem .
dos a Paulo. u . O num ero dos céus nas concepções ju d a ica s variou de 5 a
n . D a s e s p e c ific a ç õ e s dadas a q u i. n ó s c o n h e c e m o s um a 10; sete é o num ero m ais usual; o p araíso era situado muitas
flagelaçüo ile g a l em F ilip o s ( A t 16.22). o apedrejumento de vezes no terceiro céu.
L is lm ( A t 14,19). v. Arrebatado, expressão tra d icio n a l dos êxtases proféticos
o . Esses naufrágios nào foram relatados. desde E zeq u ie l; c f. E z 3.12.
11,16 louco, só diria a verdade; mas abstenho-14Eis que estou prestes a ir ter convos­
-mc disso, para que não tenham a meu co pela terceira vez1' e não vos explora­
respeito uma opinião superior ao que se rei: pois não procuro os vossos bens, mas
vê de mim. ou ao que me ouvem dizer*. a vós mesmos. Não compete aos filhos
7E porque essas revelações eram extraor­ fazer reservas para os pais. mas aos pais
dinárias*. para poupar-me qualquer or­ para os filhos. l5Quanto a mim, de bom
gulho, um espinho foi posto na minha grado gastarei e me desgastarei a mim Fl 217
camcy, um anjo de Satanás encarregado mesmo todo inteiro por vós. Sc vos amo
de me bater1, para poupar-me qualquer mais, serei por isso menos amado*1?
orgulho. "A respeito disso, três vezes “ Seja, eu não vos fui oneroso! Mas.
Mi 26.39-44 r0 g UCj ao $ e n h o r que o afastasse de mim. astucioso como sou. peguei-vos pela as­
'M as ele mc declarou: “ A minha graça túcia. l,Escolhei quem quiserdes dos que 12.13
4.7 te basta; o meu poder se perfaz naeu vos enviei; acaso vos explorei por
fraqueza*” . Por isso farei consistir meu algum deles? ,8Eu insisti junto a Tito e
fi 4.13 orgulho antes cm minhas fraquezas, a fim enviei com ele o irmão' [dc quem falei]r.
de que pouse sobre mim o poder do Acaso Tito vos explorou? Porventura não
Cristo. andamos no mesmo espírito? E nas mes­
10 Portanto eu me comprazo mas pegadas? ” Faz muito tempo que vós
nas fraquezas, pensais que nos justificamos diante dc
nos insultos, vós? Não, é diante de Deus, em Cristo, . ; 2173.1
nos constrangimentos, que falamos. E tudo isso. diletos, para a
nas perseguições e nas angústias por vossa edificação. “ Com efeito, receio não
Cristo! achar-vos, à minha chegada, tais como . ; 1011
Pois quando sou fraco, então é que sou quero, e que vós não mc acheis tal como 46
forte. qucrcis: que haja entre vós discórdia,
ciúme, violências, rivalidades, maledicên­
L e a ld a d e e p re o c u p a ç õ e s p a r a c o m a cias, mexericos, insolência, agitações.
I g r e ja de C o rin to . "Comportei-me como 2lRcccio que, à minha próxima passagem,
um louco! Vós mc constrangestes a isso. o meu Deus mc humilhe diante de vós e . : i3J 21
Sois vós que deveríeis ter me recomen­ eu tenha de chorar por muitos daqueles
dado. Pois em nada fui inferior a esses que pecaram anteriormente e não se con­
n.5 superapóstolosb, embora não seja nada. verteram dc sua impureza, dc seu des-
Rm 15,19. >20s sinais distintivos do apóstolo se regramento e de sua devassidão!
its 1.5 produziram entrc vós: paciência a toda
prova, sinais milagrosos, prodígios, atos ^ 0 Ú lt im a s a d v e r t ê n c ia s a n t e s d a
de poder. '-'Que tivestes vós de menos volta do apóstolo.‘É a terceira vez 12.14

que as outras Igrejas, senão que eu, por que vou ter convosco. T o d a q u e s t ã o s e r á
11.9 mim, não vos explorei? Perdoai-me essa d e c id id a s o b a p a la v r a d e d u a s o u trê s
injustiça! t e s t e m u n h a s *. *Eu já o disse e, como por

w . O utra traduç3o: o que se ouve dizer de mim. b. C f. l l i nota.


x . P o r ser inccrta a pontuação dos mss. antigos, o com eço do c. P a u lo já esteve, portanto, duas vezes c m C o rin to : a p rim eira
v. 7 pode ser transposto para o fim d o v. 6. para fun dar a Igreja (A t 18); a segunda é evocada em 13.2; o
y . D entre us num erosas hipóteses form ulad as, a dc um a doen­ projeto dc um a terceira estada é m en cion ado e n i 2 C o r l .23: 2.1;
ça crô nica é uma das m ais verossím eis; c f. G l 4.13-15. 13.1 e sem d ú v id a tam bém em I C o r 16.5.
z. Bater: o anjo de Satanás bate no apóstolo, com o os so ld a­ d . O utra tradução possível: se bem que. amando-vos mais, eu
dos baliam no rosto de C ris to . A tradução esbofetear não e x p ri­ seja por isso menos amado.
me a rudeza dos assaltos, em que os gladiadores lutavam às e. C f. 8.18 c 22.
vezes com luvas de chum bo. f. L it. o irmão. A crescentam o s as palavras entre | 1.
a. H á um jo g o de palavras, já que o m esm o term o s ig n ifica g. C ita çã o de D cu te ro nô m io 19,15. que tam bém sc encontra
fraqueza e doença. Pode-se com preender: o meu milagre se em M t 18.16 c in d ica que a Igreja adotara form as juríd ica s do
realiza na doença. judaísm o.
ocasião da minha segunda visita, repito vos fazer o bem. e que a prova pareça
io.ii: 12.21 hoje, ausente, aos que pecaram anterior­ voltar-se contra nós1. “Pois nada podemos
mente e a todos os outros: Se eu for de contra a verdade, só temos poder em fa- icor 13.6
novo, agirei sem complacência1', 3visto vor da verdade. 9Enchemo-nos de alegria
M-6 que vós qucrcis uma prova de que Cristo cada vez que somos fracos1" e vós sois
fala em mim. Eie não é fraco a vosso fortes. Eis o objetivo das nossas orações:
respeito, mas mostra o seu poder em vós1. o vosso aperfeiçoamento. I0É por isso que
Rm6.x-ii '‘Ele. sem dúvida, foi crucificado em sua vos escrevo isto. estando ainda longe, para io.ii:
fraqueza, mas esta' vivo pelo poder de não ter, uma vez presente, de cortar no l0Ji
Deus. E nós tambe'm somos fracos nele, vivo, segundo o poder que o Senhor me
mas estaremos vivos com ele pelo poder deu: para edificar.e não para destruir. "D e
de Deus para convosco. 5Fazci vós mes- resto, irmãos, vivei na alegria, trabalhai
2
icor H. K-. mos a vossa autocrítica, vede se estais para o vosso aperfeiçoamento, encorajai- f i 3 .1 : 4.4
016-4 na fe', provai a vós mesmos; ou não re- vos, tende muita concórdia", vivei em paz,
conheceis que Jesus Cristo está em vós? e o Deus de amor e de paz estará con- Ef 4.2-3:
A menos que a prova se volte contra vósJ. vosco. ,2Saudai-vos mutuamente com um
‘ Reconhccercis. espero, que nós compro­ ósculo santo1’. Todos os santos vos saü- Rm I6 . 1 &
vamos o nosso valor11. ’ Rogamos a Deus dam. L,A graça do Senhor Jesus Cristo, o | ^ 5'26620:
que não façais nenhum mal; não deseja­ amor de Deus, e a comunhão do Espírito f i 2.1
mos apresentar nossas provas, mas ver- Santo estejam com todos vósp.

h . N o ta r a d iferença de tom em relaçào ao cap. 7. P au lo fa z m u itas vezes jo g o s de palavras, v a lo riz a n d o as


i. O utra tradução: entre r m . assonfmeias e raizes. A q u i. provai, prova (v. 5). comprovar (v.
j.A provu. exame da capacidade pelo qual passavam, na G ré cia , 6). provas, prova (v. 7 ) procuram repro d uzir a sonoridade e o
os candidatos us m agistraturas antes d c um a e le içã o . Se os sentido da frase grega,
corin tios se c o rrig ire m . P au lo não tera' de ju lg a -lo s. m . C f. 10.10 nota; 12.9.
k . P au lo em prega para si m esm o o m esm o term o que no v . 5 n. L it. jtensui do mesmo modo.
para os corin tios. o. O ósculo litü rg ic o . sím b o lo da união (cf. Rm 16.16).
I. S c os corin tios se reform arem , a intervenção autoritária dc p. Esta fórm ula, a m ais claram ente trinitaria de todo o N T .
Paulo cairá em falso <cf. v. 5 nota). talvez seja d c origem litü rg ica.
EPÍSTOLA AOS GÁLATAS
INTRODUÇÃO
P ara co m p reen d er a Epístola aos Gaiatas, é ne­ e te r c e ir a v ia g e n s m is s io n á r ia s ; e s s a r e g iã o c o m ­
c e s s á r io c o n h e c e r a s itu a ç ã o h is tó r ic a d a s Ig r e ja s p r e e n d id a e n tr e a C a p a d ó c ia e o m a r N e g r o e s ­
à s q u a is P a u to e s c r e v e . A c r is e q u e o b r ig a o a p ó s ­ te n d ia -se e m v o lta d e A n c ír a (a a tu a l A n c a ra ) e
to lo a in te r v ir n ã o é u m in c id e n te d e a lc a n c e lo ­ e r a p o v o a d a p o r h a b ita n te s d e o r ig e m c é ltic a , o s

c a l; é u m a f a s e d e te r m in a n te n a e v o lu ç ã o d a I g r e ja ú n ic o s q u e m e r e c e m ser cha m a d o s “g á l a ta s " n o


n a s c e n te . E s ta f a z e n tã o u m a o p ç ã o d e c is iv a , q u e s e n tid o p r ó p r io d o te r m o .
d e v e e fe tu a r p a r a s e r f i e l à v e r d a d e d o E v a n g e lh o T al é o q u a d ro no q ual se devem in s e r ir o s fa to s
e r e n o v a r e m to d a s a s é p o c a s d a s u a h is tó r ia , e m q u e P a u lo r e lu ta o u e v o c a n a Epístola aos Gálatas.
n o m e d e s ta fid e lid a d e . f e r i a p o s s ív e l ta l in s e r ç ã o ? S e P a u lo , te s te m u n h a

D e p o is d e te r e x p o s to o q u e s a b e m o s d a s itu a ­ d e s s e s fa to s , a p r e s e n ta -o s d e m o d o d iv e r s o d o d e
ç ã o h is tó r ic a , g r a ç a s a o liv r o d o s A to s d o s A p ó s ­ L u c a s , d e v e r ía m o s n ó s p e n s a r q u e o te s te m u n h o
to lo s , e à p r ó p r ia e p ís to la , m o s tr a r e m o s c o m o o de P a u lo o u o r e la to d e L u c a s s e ja errô n eo ? É
a p ó s to lo d e fe n d e a verd a d e d o E v a n g e lh o , c o m ­ m a is c o n fo n h e à s n o r m a s d e u m a s ã c r ític a p e r -
p r o m e tid a na G a lá c ia , e in d ic a r e m o s as e ta p a s I g u n ta r s e ta is d i v e r g ê n c ia s n ã o s e p o d e m e x p lic a r
da sua e x p o s iç ã o . E n fim , m o s tr a r e m o s p o r que p e h i d i f e r e n ç a d e i n t e n ç õ e s q u e n o r t e i a m a s d ita y
e s ta c a r ta é d e u m a a tu a lid a d e p e r m a n e n te . a p r e se n ta ç õ e s d o m e sm o fa to ^ '
'P a u lo é u m a te s te m u n h a f i e l , m a s a té m -s e a r q
A s c ir c u n stâ n c ia s d a c ris c g á la ta . A tr a v é s d o s \ i t a r a p e n a s o q u e c o n c e r n e à m e ta q u e te m em
A to s dos A p ó s to lo s , to m a m o s c o n h e c im e n to do \ n i r a . L u c i s c o le to u c o m c u id a d o in fo r m a ç õ e s s e ­
p a p e I r e p r e s e n t a d o p o r P a u l o n a e x p a n s ã o d a I- c u r a s , m a s s e u o b je tiv o é m o s tr a r a a ç ã o d o E s-
g r e ja . E le é o a p ó s to lo das n a ç õ e s , e n v ia d o de p j b to n o d e s e n v o lv im e n to d a Ig r e ja , e n ã o e s c r e ­
m a n e ir a e s p e c ia l a o s pagãos (A t 9 ,1 5 ; 2 2 ,2 1 ; v e r u m a c r ô n ic a d o s p r im e ir o s te m p o s d a m e s m a :
2 6 ,1 7 ), m a s a su a m is s ã o esb a rra na o p o s iç ã o p o r is s o , p ô d e c o m p ila r d o c u m e n to s d e o r ig e m e
c o n s ta n te d e u m m e io d e o r ig e m ju d a ic a , c u ja te s e d a ta d ife r e n te s , lig a n d o - o s a o m e s m o f a to , c o m o
é r e s u m id a a s s im p o r L u c a s ; “S e n â o v o s f iz e r d e s é p r o v a v e lm e n te o c a s o d a a s s e m b lé ia d e J e r u s a ­
c ir c u n c id a r s e g u n d o o c o s tu m e de M o is é s , n ã o lé m . Is s o p e r m ite c o m p r e e n d e r q p o rquê de ser
p o d e is ser s a lv o s " (A t 1 5 ,1 ). E s s e s j u d a iz ím te s Ç s ta ,[ is s e m b lé ia a p r e s e n t a d a d e m a n e i r a s d ife r e n -
q u e r e m , p o r ta n to , im p o r a o s f ié i s d e o r ig e m p a g ã „tts em G l 2 ,1 -1 0 e e m A t 15.
o ju g o da le i m o s a ic a . S e g u n d o o s A to s , P e d ro P o d e-se n o e n ta n to la n ç a r m ã o d o s A to s p a r a
n ã o é d o p a r tid o d e le s ; ilu m in a d o p e lo E s p ír ito , (X m p le ta r o s d a d o s h is tó r ic o s d a e p ís to la e p r o c u ­
e le s a b e q u e D e u s c o n fe r e o E s p ír ito ta n to aos r a r s itu a r a c r is e g á la ta . A q u e m e s c r e v e P a u lo ?
p a g ã o s c o m o a o s ju d e u s , e m razão d a sua fé em Q ú a l a d a t a d a s u a c a r tc f? A q u e e r r o s v is a e le n a
C r is to (A t 1 0 ,1 7 ; 1 5 ,7 -1 1 ) . Q u a n to a T ia g o , e le O firta e q u a i s o s a d v e r s á r i o s q u e o s p r o p a g a m ?
a d m ite a e n tr a d a d o s p a g ã o s n a Ig r e ja : p e d e -lh e s M u ita s h ip ó te s e s tê m s id o a v e n ta d a s e m fu n ç ã o
s o m e n te q u e o b s e r v e m c e r ta s r e g r a s p r á tic a s q u e ila s a lu s õ e s d e P a u lo a u m a s itu a ç ã o b e m - c o n h e -
ju lg a in d is p e n s á v e is e q u e s e r ã o p r o m u lg a d a s p e la c ijla d o s s e u s le ito r e s , m a s b a s ta n te im p r e c is a p a r a
a s s e m b lé ia d e J e r u s a lé m ( A t 1 5 .1 9 -2 1 .2 8 ). n ó s ; a lg u m a s d e s s a s e x p lic a ç õ e s in s p ir a r a m to d a
O s A to s nos dão a c o n h e c e r ta m b é m d iv e r s a s u k i c ^ i n t ç r p r e t a ç ã o e fu h i s t ó r i a d a s o r i g e n s c r i s t ã s .
p a s s a g e n s d e P a u lo p e la G a lá c ia . P o r o c a s iã o d a In d ic a r e m o s a q u i a p e n a s as h ip ó te s e s m a is im ­
sua p r im e ir a v ia g e m m is s io n á r ia , o a p ó s to lo p o r ta n te s , c o m fu n d a m e n to n o s te x to s .
e v a n g e liz a a s r e g iõ e s s itu a d a s a o s u l d a p r o v ín c ia Q u a is s ã o o s d e s tin a tá ty o s d a e p ís to la ? N o s é ­

ro m a n a da G a lá c ia : P is íd ia , U c a ô n ia , F r ig ia c u lo X IX , te n to u -s e provar que se tr a ta v a das

( 1 3 ,1 4 - 1 4 ,2 5 ) . A s e g u ir , p a s s a d u a s v e z e s ( A t 1 6 ,6 ; ig r e ja s d a G a lá c ia do S u l. A c a r ta , n e s te c a s o ,

1 8 ,2 3 ) p e l a G a l á c ia d o N o r t e , d u r a n t e a s e g u n d a p o d e r ia te r s id o e s c r ita p o u c o d e p o is d a p r im e ir a
viagem missionária e seria a primeira epístola de varem a lei, ao mesmo tempo que impõem a cir­
Paulo, enviada de Antioquia por volta de 49. Pode- cuncisão (6,13).
s e também retardar a sua redação para depois Esta hipótese é muito atraente; entretanto ela
da viagem mencionada em At 16,6. Mas a maio­ não se impõe. Pode-se compreender a epístola sem
ria dos modernos mantêm hoje a posição unâni­ recorrer a ela. A advertência contra a Ucenciosi-
me dos antigos: Paulo escreveu aos gálatas do dade moral pode explicar-se pelo fato de as Igre­
Norte (os únicos que podem ser chamados de jas da Galácia serem compostas de pagãos con­
"gúlatas"), após a sua segunda passagem pela vertidos, cuja mentalidade e conduta não se trans­
região deles (Gl 4,13), mencionada em At 18,23. formaram de um momento para outro; eles têm,
É no fim da sua longa estada em Éfeso (provavel­ portanto, necessidade de que Paulo explicite o que
mente durante o inverno de 56-57) que ele redige é a liberdade dos filhos de Deus. Por outro lado,
esta carta, seis meses somente antes da epístola se Paulo parece situar no mesmo nível os ritos da
aos Romanos: assim encontrariam melhor expli­ lei mosaica e os do paganismo, isso não significa
c a d o as semelhanças entre as duas epístolas. necessariamente que os judaizantes hajam mistu-
Quais são os responsáveis pela crise e que erro rado ambos os ritos; o objetivo de Paulo era
ensinam? Um ponto parece claro: os perturbado- mostrar, com isso, que ambos reconduziam os
res que Paulo denuncia querem impor aos pagãos f gálatas a uma escravidão da qual o Cristo os li-
convertidos a prática da lei de Moisés (3,2-3:4,21: berrara. O apóstolo chegaria a dizer que a volta
Bi*
5,4) e em particular
___ a___
circuncisãoi(2 ,3-4; 5.,2; aos ritos pagãos seria preferível, porque os faria
6.12). Pode -se tratar dos judaizantes de que Já- j sair da Igreja, sem nela lançar a perturbação,
lam os Atos e cuja tese é resumida em 15,1. Más pervertendo o Evangelho (5,12).
d e v é r s é j p c a f n is s o ? :
A epístola, com efeito, põe seus destinatários O sentido da crisc: a escolha diante do único
de sobreaviso contra um conceito de liberdade Evangelho. Influenciados pelos adversários de
que tende pura a licenciosidade moral (5.13). Não Paulo, os gálatas não vêem que a sua fé esteja
seria essa unia indicação de que Paulo se opunha comprometida, se a circuncisão fo r condição de
a dois tipos de adversários? É a hipótese pro salvação. O apóstolo os faz tomar consciência de
posta pelos que não julgam poder identificar os que uma opção se impõe, e é importante. Não se
partidários de uma moral relaxada com os ju ­ trata de uma questão pessoal: Paulo não se quei­
daizantes que preconizam a prática da lei. Mas xa de um dano que lhe tivesse sido causado ao
nada prova que o apóstolo tivesse de combater darem preferência a outros pregadores (4,12).
em duas frentes. Trata-se da verdade do único Evangelho, da li­
Por conseguinte, propôs-se outra hipóteseÃOs berdade anunciada por este Evangelho, da cruz
judaizantes poderiam ser partidários da lei unicaW do Cristo que é a fonte desta liberdade, caracte­
mente sob seu aspecto ritual e considerar-se dis­ rística da vida nova dos filhos de Deus.
pensados das exigências morais: tratar-se-ia en­ O Evangelho é o anúncio de uma salvação gra­
tão de um sincretismo análogo ao evocado pela tuita e universal, que instaura um mundo novo.
epístola aos Colossenses (Cl 2,16-23) Com efei Os judaizantes seguem vivendo no mundo antigo
to, nus duas epístolas, trata-se de um culto que e querem a ele reconduzir os gálatas; assim, eles
escraviza seus adeptos aos elementos do mundo pervertem o Evangelho, baseando-se no Antigo
ftíl 4,3.9; Cl 2.20); ádemais. Paulo parece dizer Testamento. Paulo, ao invés, mostra que o Antigo
aos gálatas que, pregando-lhes a circuncisão, essti Testamento só alcança o seu sentido autêntico
gente os está reconduzindo a um culto que eles quando Cristo cumpre o que ele promete. A sua
praticavam antes da conversão (4 8-/0). Por ou­ argumentação, cujo desenvolvimento é por vezes
tro lado, o apóstolo insiste no fato de que a cir­ difícil de acompanhar, põe em evidência a oposi­
cuncisão obriga aqueles que se lhe submetem a ção entre o mundo antigo e o novo sob três pon­
uma fidelidade total à lei (5,3: cf. 3,10); isto, sem tos de vista.
dúvida, porque os adversários de Paulo ensina­ O primeiro ponto de vista é o da fonte da sal­
vam o contrário, e, com efeito, o apóstolo os acu­ vação. Cumpre escolher entre a carne e o Espí­
sa formalmente, em sua conclusão, de não obser- rito. No mundo antigo, o homem pretendia bas-
ta r -s e a s i m e s m o e s a lv a r - s e p o r s u a s p r ó p r ia s 1 .6 -1 0 : a s it u a ç ã o : o ú n i c o E v a n g e lh o e s tá p e r ­

o b r a s ; ta l a titu d e é o q u e P a u lo c h a m a d e "car­ v e r tid o .


n e " . E n tr a r n o m u n d o n o v o é e s p e r a r a s a lv a ç ã o b) A missão de Paulo ( 1,11-2 ,10 )
d o E s p ír ito , a c o lh ê - la c o m o g r a ç a q u e o P a i c o n ­ 1 ,1 1 -2 4 : P a u lo r e c e b e u d o C r is to r e s s u s c ita d o a

c e d e p o r C r is to . m is s ã o d e a n u n c ia r o E v a n g e lh o a o s p a g ã o s ; ê
O segu n d o p o n to de v is ta é o da h is tó r ia da lia r a is s o q u e f o i e s c o lh id o e c h a m a d o p o r g r a ç a .

s a lv a ç ã o . A e s c o lh a im p õ e -s e e n tr e a le i e a f é . A 2 .1 -1 0 : a s a lv a ç ã o é o u to r g a d a a t/x lo s g r a tu i­

le i é u m a e ta p a p r e p a r a tó r ia d a v in d a d o S a lv a ­ ta m e n te ; p o r ta n to , o s p a g ã o s n ã o tê m d e s e r s u b ­

d o r ; e la is o la o povo que a recebeu, com um a m e tid o s à c ir c u n c is ã o . T a l é a v e r d a d e d o E v a n ­


f in a lid a d e p e d a g ó g ic a , p a r a q u e e le s e ja te s te m u ­ g e lh o , q u e P e d r o e a Ig re ja d e J e ru s a lé m reco­
n h a d a s a lv a ç ã o p r o m e tid a p o r D e u s a to d o s o s nheceram p u b lic a m e n te .

c r e n te s . É a fé que dá a cesso ao m undo novo, c) O Evangelho de Paulo ( 2 ,1 1 - 2 1 )


a b r in d o o h o m e m à s a lv a ç ã o e fe tu a d a p o r J e s u s E n tr e ta n to , s o b a p r e s s ã o d o s ju d a iz a n te s — a

e g r a tu ita m e n te o fe r e c id a a to d o s o s h o m e n s . m e s m a q u e o s g á la ta s s o fr e m — , P edro não p e r­

F in a lm e n te , o te r c e ir o p o n t o d e v is ta : n o m u n d o m a n e c e u fie l à verd a d e, à opção que e la e x ig e .

a n tig o , o s h o m e n s e s ta v a m e s c r a v iz a d o s a o p e c a ­ P a u lo m a n té m e s ta v e r d a d e e d e fin e a o p ç ã o f u n ­

d o , c u ja r a iz é a c a r n e ; n o m u n d o n o v o , s ã o lib e r ­ d a m e n ta l p o r m e io d o p a r fé e lei. E s ta o p ç ã o se

ta d o s p e lo E s p ír ito que lh e s p o s s ib ilita c u m p r ir fa z p o r causa do C r is to c r u c ific a d o , q u e d e u a

a m o r o s a m e n te a v o n ta d e d o P a i. S ã o liv r e s p o r v id a por cada um de n ó s. A q u e le que e s c o lh e

s e r filh o s de D eus e v iv e r d a v id a do F ilh o de j u s t if i c a r - s e p e la s p r ó p r ia s o b r a s , c u m p r in d o a le i,

D e u s . E s ta lib e r d a d e , f r u t o d o E v a n g e lh o ú n ic o , to r n a in ú til a m o r te d o C r is to ; a q u e le q u e a c e ita

s e r iu a r r u in a d a p e lo s ju d a iz a n te s . s e r ju s tific a d o p e lo C r is to e r e n u n c ia a to d a p r e ­

te n s ã o d e s a lv a r -s e a s i m e s m o m o s tr a q u e , p a r a
Estrutura c estilo da epístola. P a u lo s a b e que e le , a m o r t e d o C r i s to é f e c u n d a : e le v iv e d a v id a
seus " filh in h o s " e s tã o em p e r ig o ( 4 ,1 9 ) . N ã o é a m o r o s a d o F ilh o d e D e u s .

s u a in te n ç ã o d e m o n s tr a r - lh e s u m a te s e . A verd a ­
d e q u e lh e s a n u n c io u e q u e , d e s d e e n tã o , ilu m in o u B. Segunda etapa: 3 ,1 - 6 ,1 8
o c a m in h o q u e p e r c o r r e r a m ( 5 ,7 ) é a v e r d a d e d e a) Introdução (3.1-5 )
u m a c o n te c im e n to ; a in te r v e n ç ã o d e D e u s e m J e s u s D ia n te d o C r is to c r u c ific a d o , d e q u e m recebe­

C r is to , p a r a lib e r ta r o s h o m e n s d o p e c a d o . É d ia n ­ r a m o d o m d o E s p ír ilo , P a u lo a p o s tr o fa o s g á la ta s :

te d e s te a c o n te c im e n to , d ia n te de Jesu s C r is to a e s c o lh a e s tú p id a q u e fiz e r a m os fa z v o lta r à

c r u c ific a d o , q u e P a u lo v a i r e c o n d u z ir o s g á la ta s . carne.
N u m a p r im e ir a e ta p a ( c a p s . I e 2 ). o a p ó s to lo b) O regime da fé e o da lei na história da sal­
lh e s le m b r a q u e J e s u s C r is to e s tá na o r ig e m de vação (3,6 -4,7)
s u a m is s ã o e n o c e n tr o d e s u a m e n s a g e m . 3 .6 -1 4 : n o d e s íg n io d e D e u s , a p r o m e s s a f e i t a a
N u m a s e g u n d a e ta p a ( c a p s . 3 - 6 ) , e le m o s tr a q u e A braão, o c r e n te , c o n c e r n e a C r is to e , a tra v é s
J e s u s C r is to , e fe tu a n d o a s a lv a ç ã o , d á à h is tó r ia d e le , a to d o s o s f i é i s sem d is tin ç ã o . A s a lv a ç ã o

o s e u s e n tid o : p o r e le e n e le , o s h o m e n s r e g e n e ­ p r o m e tid a r e a liz a -s e p e lo d o m d o E s p ír ito .

r a d o s e n c o n tr a m a s u a u n id a d e , e a c r ia ç ã o r e n o ­ 3 ,1 5 -2 9 : a le i n ã o é n a d a c o m o c o n d iç ã o d e s te

v a d a c h e g a à su a p le n itu d e . d o m : e la é im p o s ta a o s p e c a d o r e s p a r a r e v e la r -

E s s a s e ta p a s s ã o u n ific a d a s p e lo d e s e n v o lv im e n to -Ih e s a sua e s c r a v izs tç ã o ao pecado e m o s tr a r -

d o s tr ê s p a r e s q u e m o s tr a m a o s g á la ta s o s d iv e r ­ lh e s que a s a lv a ç ã o e s tá na fé em C r is to ; p o r

s o s a s p e c to s d a e s c o lh a fu n d a m e n ta l p r o p o s ta a J e s u s C r is to e n e le , s e r ã o lib e r ta d o s e r e u n id o s ,

to d o h o m e m p e lo E v a n g e lh o . p o is s e rã o filh o s d e D e u s .
4 .1 -7 : a h is tó r ia d a s a lv a ç ã o lo g r a a s u a p le n ifi-

A. 1 ,1-2 2 1
P r im e ir a e ta p a : c a ç ã o e m J e s u s C r is to , q u e f a z c o m q u e o s h o m e n s

a) Introdução (1,1-10 ) p a s s e m d a e s c r a v id ã o d o m u n d o p a r a a lib e r d a d e

1 ,1 -5 : e n d e r e ç o e m q u e s ã o a n u n c ia d o s o s d o is d o s fillw s d e D e u s , p e lo d o m d o E s p ír ito .

te m a s d a p r im e ir a e ta p a : a m is s ã o d e P a u lo (vv. c) Exortação a não voltar à escravidão (4,8-5.12)


1 -2 ): o s e u e v a n g e lh o (vv. 3 -4 ). 4 ,8 -2 0 : a n g ú s tia de P a u lo por se u s filh o s : o
E v a n g e lh o os lib e r ta r a , m as agora te n ta -s e e x a ta q u a n to v ig o r o s a , d a s in tu iç õ e s q u e o a p ó s ­

e s c r a v izá -lo s d e n o v o . to lo recebeu do E s p ír ito p a r a conhecer e anun­

4 ,2 1 -3 1 : p a r a ser liv r e é p r e c is o se r filh o de c ia r o m is té r io d o C r is to .

A b raão, não segundo a carne, m as segundo o O e s tilo e o p e n s a m e n to d e s ta e p ís to la s ã o tã o

E s p ír ito . p a u lin o s q u e s u a a u te n tic id a d e , r a r a m e n te p o s ta

5 ,1 -1 2 : q u e o s g á la ta s p e r m a n e ç a m liv r e s , m a n ­ e m d ú v id a , p a r e c e h o je in c o n te s tá v e l. T o d a a p e r ­

te n d o - s e a b e r to s a o d o m g r a tu ito q u e C r is to lh e s s o n a lid a d e d e P a u lo e s tá a í c o m s u a a fe iç ã o p e ­

c o n c e d e , a o E s p ír ito q u e lh e s o u to r g a o d o m de lo s filh o s , s u a d e d ic a ç ã o to ta l à m is s ã o , s u a e n e r ­

c r e r , a m a r e e s p e r a r . P a u lo d e fin e a s s im o que é g ia p a r a v e n c e r a s r e s is tê n c ia s o p o s ta s p e lo m u n ­

a v id a n o v a e m J e s u s C r is to . do à v e r d a d e d o E v a n g e lh o .

d) A verdadeira liberdade e' fruto do Espírito que


liberta o homem da carne (5 ,13 -6 .10 ) Atualidade permanente da epístola. A Epístola
5 ,1 3 -2 5 : a n ta g o n is m o r a d ic a l e n tr e a c a r n e e o aos Gaiatas i n t e r p e l a o s c r i s t ã o s d e t o d a s a s é p o ­
E s p ír ito . c a s : e la in te r p e la ta m b é m a Ig re ja . S e r á que o

5 ,2 6 -6 ,1 0 : o E s p ír ito lib e r ta d o j u lg a m e n to , to r ­ c r is tã o é u m v e r d a d e ir o c r e n te , u m h o m e m c u ja f é

n a n d o f ie l à le i d o C r is to . o lib e r ta d e to d o m e d o ? S e r á q u e a I g r e ja n ã o j a z

e) Conclusão (6 ,11-18 ) a in d a n a s itu a ç ã o h is tó r ic a d o s g á la ta s ? P o r c e r ­

P a u lo to r n a a s itu a r o s g á la ta s d ia n te d a cruz to , n ã o h á m a is ju d a iz a n te s , e o s c r is tã o s n ã o tê m
do Cristo. E s ta p ô s f im a o m u n d o a n tig o e m a u . m a is m e d o d e p a r tic ip a r d a v id a e d a m e s a d o s

e v o c a d o n a in tr o d u ç ã o ( 1 ,4 ): a s a lv a ç ã o e fe tu a d a pa g ã o s. M as será que as in s titu iç õ e s da ig re ja

p e lo C r is to c r u c ific a d o in a u g u r a a nova criação, n ã o e n c la u s u r a m d e m a s ia d a s v e z e s o s c r is tã o s em

a q u e la à q u a l a f é dá a c e s s o , a q u e la na qual o lim ite s d e n tr e d o s q u a is e le s p e n s a m te r a s s e g u ­

hom em é lib e r ta d o d a le i, p o r q u e v iv e s e g u n d o o ra d a a p r ó p r ia s a lv a ç ã o e s e g lo r ia m d e p r a tic a r

E s p ír ito . a le i d o C r is to , r e d u z id a a m e io d e e s ta r e m or­
dem com D eus? A Ig r e ja q u e e c lo d iu n o P e n te -

E s ta é a e s tr u tu r a d a e p ís to la . E la lia u r e a s u a c o s te s p e lo E s p ír ito n ã o p o d e p r e te n d e r a lc a n ç a r

u n id a d e d a m e ta a q u e P a u lo te n d e , d e s e n v o lv e n d o a p e r fe iç ã o g r a ç a s a o b r a s e e s tr u tu r a s h u m a n a s ,

o s te m a s c o m p le m e n ta r e s q u e a c a b a m o s d e e n u m e ­ “c a r n a i s " : d e o u t r o m o d o , e la e s c r a v i z a r i a o s h o ­

r a r : fa z e r d e s c o b r ir n a c r u z d o C r is to a in te r v e n ­ m ens, em vez d e ser ed u ca d o ra da su a fé e d a su a

ç ã o p e la q u a l D e u s d á s e n tid o à h is tó r ia e r e a liz a lib e r d a d e d e fil h o s d e D e u s .

o s e u d e s íg n io d e s a lv a ç ã o g r a tu ita e u n iv e r s a l. A Ig r e ja é , p o r ta n to , c o n v id a d a a p e r g u n ta r a s i

P ara p r o c la m a r e s te m is té r io “e s c a n d a l o s o " , m e s m a s e a s s u a s in s titu iç õ e s tê m p o r m e ta a f o r ­

P a u lo e m p r e g a fó r m u la s tã o d e n s a s e tã o o u s a ­ m a ç ã o d e u m a c o m u n id a d e c u ja u n id a d e s e e n r a íz a

d a s q u e s e p o d e r ia s e r te n ta d o a v e r n e la s e x c e s ­ n o ú n ic o E v a n g e lh o , c o m u n id a d e q u e o E s p ír ito

s o s d e lin g u a g e m , a o s q u a is te r ia s id o a r r a s ta d o a b r e p a r a to d o s e p õ e a s e r v iç o d e to d o s , c o m u ­

p e la p o lê m ic a e q u e s e ria p r e c is o e d u lc o r a r a o n id a d e de irm ã o s u n iv e r s a is . Q u e s tã o sem pre

in te r p r e tá -la s . M a s, p e lo c o n tr á r io , e s s a s f ó r m u ­ a tu a l. A p e lo a u m a r e fo r m a s e m p r e r e n o v a d a p e lo

la s d e v e m s e r c o m p r e e n d id a s c o m o e x p r e s s ã o , tã o p o d e r d o E v a n g e lh o , r e d e s c o b e r to s e m cessa r.
EPÍSTOLA AOS GALATAS
1 E ndereço. Fonte e conteúdocebestes, do seja anátema! l#Poish, estaria
Rm i.t: Evangelho de Paulo. 'Paulo, após- eu agora procurando o favor dos ho- its 2.4

Al 20.24
2
gi i.ii-i : tolo", não da parte dos homens, nem por
, _ . _
mens ou o de Deus? Acaso procuro agra­
um homem, mas por Jesus Cristo e Deus dar aos homens? Se eu ainda agradasse
Rm i.4 Pai que o ressuscitou de entre os mortos, aos homens, não seria mais servo de
2c todos o s irm ãosb que estão c o m ig o , às Cristo.
ai 16 .6 : Ig rejas da G a lá c ia : 'a v ó s g raça e paz da
icoH6.i: Parte d e D eu s. no sso P a i, e do Sen h o r A revelação do Filho dc Deus e a mis­
2T|Pd'u -*c su s C risto , 4que sc entregou por no sso s são de Paulo. "Pois eu vo-lo declaro,
2 .20: p ecad o s, a fim de nos arrancar a este irmãos: este Evangelho que eu vos anun­
1 tI* 2 .m m undo do m al', de acord o com a vonta- ciei não é de inspiração humana1; IJe aliás ITs 2.13
Uo 5,19 (]e j ç D eu s. que e' nosso Paid. 5A ele seja não e' por um homem que ele mc foi l. l:
Ml 16.17
Rm 16.27 dada a g ló ria pelos sécu lo s d o s se'culos. transmitido ou ensinado, mas por uma
Amem. revelação dc Jesus Cristo*.
'■'Pois vós ouvistes falar do meu proce­
A situação: os gálatas desviados do dimento, outrora. no judaísmo: com que
único Evangelho. ‘ Eu me admiro da ra­ arrebatamento eu persegui a Igreja de Al K„V.
22.4-5:
pidez com que vos desviais daquele que Deus e procurava destruí-la: '■'eu progre­ 26.9-11:
ICor 15.9
1.15: vos chamou pela graça do Cristo*, a fim dia no judaísmo, ultrapassando a maioria Fl 3.6:
5.x dc passar a outro evangelho'. ’ Nâo que dos da minha idade c da minha raça por Ai 22.3:
Mc 7.3:
haja outro; há apenas pessoas que lan- meu zelo transbordante pelas tradições
ai i?.24 çam a perturbação entre vós e querem dos meus pais. lfMas quando Aquele que
transtornar o Evangelho do Cristo. "Mas me pôs à parte desde o seio de minha Is 49.1:
Jr 1.5:
2Cor 11.4: sc alguém, mesmo nós ou um anjo do mãe e me chamou por sua graça houve C!l 1.6:
ICor 16.22: céu, vos anunciasse um evangelho dife­ ICor 15.10
por bem '‘ revelar em mim o seu Filho, a Al 9.3-6:
Rm 9.3
rente daquele que nós vos anunciamos, fim de que eu o anuncie entrc os pagãos, ICor 9.1:
2Cor 4.6:
seja anátema*! 9Já o dissemos, e agora imediatamente, sem recorrer a nenhum Al 22.21:
Gl 2.7
torno a dizê-lo: se algue'm vos anunciar conselho humano*. l7nem subir a Jerusa­
um evangelho diferente daquele que rc- lém para junto daqueles que eram após-

a . Paulo, dizend o -se apóstolo, quer e n fa tiza r a o rige m da sua gratuidade da sa lvaçã o não e' m ais o E va n g e lh o , c o m o d iz Paulo
missão: c o m o os D o z e . a p óstolos antes dele ( G l 1.17). fo i e n v ia ­ lo g o no v. 7.
d o sem interm ediário p e lo C r is to ressuscitado. g. Anátema. E sse term o designa 0 castigo que e x c lu ía um
b. Paulo, que acaba de re iv in d ic a r a sua autoridade d c após­ hom em do p o v o d e D eus. P au lo o e v o ca p aradoxalm ente a
tolo. põe ao m esm o tem po em relevo — e é 0 u n ic o cabeçalho pro p ó sito da vo lta às prescrições da le i jud a ica . T a l volta seria
de um a e pístola e m que o faz — a sua uniào com o s fié is que um a perversão d o E va n g e lh o pela q u a l a pessoa se e x c lu iria da
o rodeiam , na defesa d o E van gelh o. E le não propõe um a inter­ graça.
pretação d o E va n g e lh o que lhe seja própria. h . Este "pois" frisa que P a u lo não se preocupa c o m desagra­
c. L il. ao mundo presente, mau. Trata-se d o m undo antigo, dar aos homens: e le não tem m edo de lançar o anátema: se
sempre presente e sub m isso a Satanás, o M a u (cf. M t 6.13: liberta os pagãos das o bservâncias legais, nào é para agradar aos
1 338 ). mas já ve n cid o em C risto . pagãos, mas unicam ente p o r fid e lid a d e ao Evan gelh o.
d . O s v v . 3 e 4 resum em 0 E va n ge lh o em c u jo centro está i. L it. segundo o homem. O E va n g e lh o não vem d o hom em , e
C risto c ru cific a d o . E ste. p elo a contecim ento ú n ico de sua res­ é por isso que. longe de se acom od ar às in clin a çõ e s d o hom em ,
surreição. opera um a ruptura e um a passagem: arranca-nos ao dá à existê n cia hum ana um a orien tação nova.
mundo antigo e a todos o s seus elem entos ( G l 4 3 .9 -1 0 ): intro- j. A revelação direta feita a P au lo tem p o r autor Jesus C risto:
duz-nos na nova c ria ç ã o ( G l 6,15). o C ru c ific a d o m anifestou-se a ele c o m o Ressuscitado. N o v. 15.
e. Poder-se-ia tambe'm tra d u z ir daquele que vos chamou por ao e v o ca r a vo cação de Jerem ias (I JS) e a d o S e rvo de Jave em
graça, o Cristo (cf. R m 1.6). Is 49.1. e le va i lem brar que a sua vo cação era receber esta re­
f. A saudação é. nas outras ep ístolas, seguida de um a ação de velação para a nun ciá-la aos pagãos ( G l 1.15-16).
graças, que aqui é sub stituída p o r um a apóstrofe irô n ic a c vee­ k . L it . sem recorrer à carne e ao sangue. Este hebraísmo
mente. O u n ico E va n g e lh o é o an u n cio da vid a nova. dada u n i­ designa o hom em re d u zid o unicam ente ãs pró p rias forças: c f. M t
camente p elo C ris to . M ensag em que com prom eta a novid ade e 16.17: I C o r 15.50.
tolos antes de m im , parti para a A ráb ia1, ter corrid o, em v ão . 'M a s não forçaram
d ep o is voltei a D am asco . ‘*A segu ir, três nem sequer T ito ,r meu com pan heiro, um
At 9.26 anos d ep o is, subi a Jeru salém para c o ­ g reg o , à circu n cisão ; 4teria sidos por c a u ­
nhecer C e fa s 1" e fiqu ei quinze d ias com sa do s fa lso s irm ãos, intrusos que. ten- a i is.i m ;
e le , ''se m ver entretanto nenhum outro do-se insinuado, esp reitavam a nossa li-
Mt 6.3: a p ó s to lo , a não se r T ia g o , irm ão do berdade, que nos vem de Je s u s C risto , a
A ,c !'i7<Í S e n h o r". 20O qu e v o s e s c r e v o , d ig o -o fim de nos reduzir à e scra v id ã o . SA essa
diante de D e u s. não é m entira. 2,A se- gente nós não nos su b m etem o s', nem
At 9.30 gu ir, fui para as re giõ es da S íria e da m esm o num a co n cessão m om en tân ea, a
C ilíc ia . “ M as o meu rosto era descon h e­ fim de que a verdade do E v a n g e lh o fo s- 2 . 14 . 5.7

cido das Ig rejas do C risto que estão na se m antida para v ó s. ‘ M a s , no que c o n ­


Ju d e ia : u elas tinham sim plesm ente o u v i­ cerne" às person alidades — o que eles
do dizer: “ A q u ele que outrora nos perse- eram pouco mc im porta: D eu s não olha di 10 . 17 ;
ai 9.21 gu ia an un cia ago ra a fe" que então d es­ para a situ ação do s hom en s — , e sse s Rm 2,11
truía” , 2^ ela s g lo rific av am a D eu s a meu personagens" nada m ais me im puseram .
respeito. 7A o con trário, e les viram que a evan ge-
lização dos in circu n cisos m e fo ra con- 1 . 16 ;

n O a c o rd o d e J e r u s a lé m : u n id a d e da fiad a, com o a Pedro a do s circu n cisos


I g r e ja e lib e r d a d e c ris tã . ‘ D ep ois, *— pois A q u ele que atuara em Pedro para
ao cabo de quatorze an osp, subi nova- o ap o sto lad o dos c irc u n c iso s tam bém
At 15.2; mente a Je ru salc m com B arn ab é; tam- atuou em mim em fa v o r do s pagãos — ,
4.36; n.30 |c v a v a j j t0 co m ig o . 2Su bi até lá em 9e , reconhecendo a graça que mc foi dada,
con seqü ência de um a revelaçã o 1* e e x ­ T ia g o , C e fa s e Jo ã o , con sid erad o s colu- a i 12 .17
pus-lhes o E v an g e lh o que prego entre os n as. deram -nos a m ão , a m im e a B a r ­
pagão s; eu o exp u s tam bém , num a c o n ­ n a b é, em sin al dc c o m u n h ã o *, a fim
versa particular, às p essoas m ais con si- dc que fô ssem o s, nós ao s p a g ão s, e le s,
lCor 15, 11: . . • j . i
G, 4 n . derad as, por receio de estar correndo, ou ao s circun cisos*. ‘“A p en as teríam os de
Fl 2.16
I. H o uve quem sc interrogasse sobre os m o tivo s da partida 1.7: para eles, os pagãos só teriam acesso à sa lv a rã o subm eten­
para a Arábia. O relato dos A to s (9.15.19-20) sugere uma respos­ do-se à lei ju d a ica , sem o que a le i de C risto não bastava.
ta: P au lo quis com eçar a c u m p rir a sua m issão entre os pagàos. t. O sentido deste v . é claro: P au lo não q u is fazer nenhuma
m . Cefas. isto é. Pedro. concessão que com prom etesse a verdade do E va n ge lh o. A lg u n s
n. O u: nenhum oturo apóstolo, a nâo ser Tiago. Este c uma mss. e alguns Padres la tinos dão a este v. um sentido oposto,
das “ colunas" da com unidade (c f.G I 2,9; A t 12.17; 15,13:21.18). p elo fato de sup rim ire m a negação: para uma concessão mo­
Nada prova que ele tenha sid o um dos D oze: o títu lo de apóstolo mentânea, nós nos submetemos... Neste caso. o v. 4 poderia
não era reservado apenas a estes (cf. IC o r 15,7). ligar-se facilm ente ao v. 5. M a s é provavelm ente para obter essa
o. Q ue designa aqui o term o fé (grego pistis)'? N ã o
apenas um a leitura m ais fá cil que a negação terá sid o supressa por um copista.
d outrina cm que acreditar, mas um a vid a. c u jo cerne é a fé. C f. u . L it . da pane dos. A p ó s o in c iso que segue. P au lo continua
3.23 nota. a sua frase sem le va r c m conta essas prim e iras palavras.
p . Surge a pergunta de qual seja o ponto de partida desses v. Para co m as personalidades, as pessoas m ais consideradas
quatorze anos. Seria a conversão de P au lo ou a p rim eira viagem (grego: dokountes, c f. 2,6.9), isto é. os D oze c o s que exercem au­
a Jerusalém ? Parece, cm todo caso, que a viagem de que se trata toridade na Igreja. P au lo adota uma atitude que reflete a sua dupla
aqui seja a de que fala A l 15. preocupação. A preocupação co m a unidade o le v a a garantir
q . Ilu m inad o p elo E sp irito . P au lo com preendeu a necessidade para si o acordo com eles. A preocupação com a liberdade cristã
desta viagem : a sua pregação seria e stéril se e le m esm o não o faz d iz e r que não procura este acordo por m o tiv o d o aspecto
estivesse em com unhão com a Igreja dc Jerusalém . Isto não hum ano da sua autoridade ou da con sideração que os cerca,
e x c lu i que a Igreja de A n tio q u ia tenha, por seu lad o. querido w . L it . nos deram uma mão de comunhão,
esta viagem (cf. A t 15.2). x. D o is cam pos de apostolado são d e fin id o s p elo a co rd o de
r . Tito é o associado e co lab o rad o r de P au lo (cf. 2 C o r 8.23). Jerusalém . Esta d istin çã o corresponde à e le içã o de Israel, c u jo
A sua presença em Jerusalém faz d ele um a testem unha v iv a da sinal era a c ircu n c isã o (A t 7.8); a d istin çã o d evia desaparecer
d ecisão que salvaguarda a liberdade cristã: ele não será circun* em conseqüência do a nún cio d o E van gelh o; no C ris to c ru c ific a ­
cidado. do. tanto os gregos c o m o os jud eus podem tom ar-se filh o s dc
s. Teria sido. subentendido no grego, e x p lic ita o v ín c u lo deste D eus. O gesto de un ião de P au lo e das autoridades de Jerusalém
v. (aliás p riva d o de verbo) com o precedente. O sentido é então selava um acordo o riund o de um a situação p ro v isó ria , mas e x ­
que. sc tivessem c ircu n cid ad o T ito . teria s id o por causa da in­ p rim ia o p ropósito de um a comunhão m ais profunda; sin a l dessa
flu ê n cia dos adversários da liberdade enstã. m encionados em com unhão era o se rviço aos pobres (cf. IC o r 16.1).
At n.29-30 nos |c m brar dos pobres, o que eu tive tretanto que o hom em não é ju stific a- Mc 2.15
10*16.! . ,
m uito cuidado de fazer. d o p e la s o b ra s d a le i, m as s o m e n te ?.ii;
pela fe' relativa a Jesus C risto 1'; tam bém J ^ 3*20,2*
O c o n flito d c A n tio q u ia : a v e r d a d e do nós crem os em Jesus C risto , a fim de Ef2 .«:
E v a n g e lh o c a g r a ç a d a fe . "M a s q u an ­ serm os ju stific ad o s pela fé de C risto c AM5 l0 M
do C efas veio a A ntioquia’ , eu m c opus não pe la s o b ra s da lei, p o rq u e , p elas
a ele a b ertam en te, pois a ssu m ira um a obras da lei. ninguém será justificado11.
atitu d e e rra d a . 12C o m e fe ito , an te s de l7M as se , p ro c u ra n d o se r ju s tific a d o s
chegarem os em issário s d e T ia g o , ele em C ris to , tam b e m nós fo m o s ach a- icorvái:
ai io.2k: tom ava as refeições com os pagãos; mas dos pecadores**, acaso seria C risto m inis- Ml 11,19
"•3 depois da chegada deles, com eçou a sub­ tro do p ecado? P or c erto que não. ,KC om
trair-se e se m anteve afastado, por reccio efeito, se eu reconstruo o que destruí,
dos circuncisos; '*e os o u tro s ju d eu s e n ­ sou e u q u e m e c o n s titu o t r a n s g r e s ­
traram cm seu jo g o . de tal sorte que o sor. " P o is é pela lei que m orri para a lei, Rm 7 .4 -6 :
próprio Barnabé' foi arrastado pela d u p li­ a fim de v iv er para D eusc. C om C risto
cidade deles. l4M as q u ando vi q u e eles eu sou um crucificado; Mvivo, m as não 6.ú
2.5: não andavam d ireito segundo a verdade sou m a is e u , é C ris to q u e v iv e em Rms.io;
do E v an g e lh o ', disse a C efas diante de m im r. P o is a m inha vida p re sen te na
Rm 15.7-9
todos: “ Se tu, que és ju d e u , vives à m a­ carne, vivo-a pela fé no F ilho de Deus*,
neira dos pagãos e nào à ju d a ic a , com o que mc am ou e sc entregou por m im . 5 .14-is:
podes o b rig ar os pagãos a se c o m p o rta ­ 2lEu n ã o to rn o vã a g ra ç a d e D eu s;
rem co m o ju d e u s? ’* pois se é pela lei que se alcança a ju sti- gi i.*
15N ós som os ju d eu s de nascença, c não ça. foi. p ortanto para nada que C risto P42 U
pagãos, esse s pecadores*. l6S abem os en- m orreu.

y. É em Antioquia que a palavra com eça a ser anunciada aos * |Crem os: pretérito (“ tem os abraçado a fc~').|
gregcfs. e os d isc íp u lo s recebem pela p rim e ira ve z 0 nome de c . SI 143*2. L it. nenhuma carne será justificada. Sobre o tema
"cristào s“ (cf. A l 11,19-26). da justificação, c f. K m 3.24 nota.
z . Paulo ja falou da verdade do Evangelho (2.5). O que d esig ­ d . Para um ju d e u , todo fwgão é pecador, e, por isso. im puro.
na por esta expressão e para ele o fundam ento da unidade dos N ã o se pode p a rticip a r d o seu pào sem sc contam inar (cf. M c
crentes e a fonte da sua liberdade. A verdade, cuja revelação 2.16). Para o judeu que crê no C r is to e sabe que a fe' nele basta
con stitui o Evangelho, é que Jesus é o S a lv a d o r universal. N ào para ju s tific a r os pagãos, a com un hão de mesa co m os crentes
há m ais nem jud eu nem grego (3.28): nào ha m ais d o que um de origem pagã não pode ser fonte de im pureza: m uito pelo
povo.de D eus. cuja unidade é expressa pela com unidade de vida con trá rio, é o sin al de que e le procura verdadeiram ente a justiça
e de mesa. Pedro parece esquecer a revelação que recebeu a este cuja ünica fonte éo C risto. R ejeitar essa com un ida d e é renunciar
respeito em C esaréia (A t 10.28). T a lv e z queira evitar o escânda­ a crer cm C ris to , c portanto restitu ir à le i a sua força, força que
lo dofc judeu-cristàos que ainda reduzem a Igreja aos lim ite s de 0 C r is to a b o lira (G l 2.21).
Israel. M a s o escândalo da cru z nào deve ser evitad o , e é ele que e. P au lo resum e tanto o seu pensam ento que acaba tornando-
esta' em questão ( G l 5.11). -sc obscuro. E le quer d iz e r que a m orte e a ressurreição do
a. C f. 2.17 nota. C risto se realizaram nele. O ra . a morte d o C risto teve com o
b. A fé relativa a Jesus Cristo, ...a fé de Cristo. P au lo usa causa a le i em nome da q uai fo i condenado: o seu efeito foi
aqui um g e n itiv o que reaparece em 2,20; 3.22; R m 3.22.26; FI libertar os hom ens do regim e da le i e da m aldição que ela atraía
3,9. T ra d u z i-lo . com o se f;iz conuim ente. p o r fé em Jesus Cristo sobre eles; e is p o r que P au lo, p o r causa de sua união com o
exprim e um do* sentidos po ssíveis d o g e n itiv o , o sentido obje­ C ris to cru cific a d o , está m orto pela lei e m orto fm ru u lei. A
tivo: a fe'. c u jo objeto e Jesus C risto; mas. por isso m esm o, ficam finalidade dessa un ião co m o C r is to c ru cific a d o é a com unhão
e xclu íd o s o s d o is outros sentidos que o g e n itiv o pode e x p rim ir com a sua ressurreição; graças a esta com un hão. P au lo viv e para
e que não d e ixa ria m de encaixar-se no con texto, ou seja: a fe D eus c seu serviço.
cuja fonte e' Jesus C ris to (g e n itivo de o rig e m ) e a fe' c u jo sujeito f. Neste v e rsícu lo ca p ita l. P au lo , ao m esm o tem po que evoca
é JesosC r is to (g e n itiv o subjetivo). D e fa lo . e Jesus C ris to quem a sua exp e riê n cia pessoal, d efine a e xistê n cia cristã, que e' co m u ­
outorga o crer. P o r outro lado. C ris to tem um a fe absoluta em nhão com o F ilh o de D eus. Esta existê n cia não é a vid a d o eu
seu !*ui. no sentido de que se fia nele e lhe obedece filialm ente; carnal que se satisfaz co m as próprias prerrogativas (cf. F l 3.4-
por essa fe'. ele nos ju stific a , pois ela 0 fa z c u m p rir a sua m issão 11); este está m orto, e P au lo o lem brará cm con clu sã o (cf. G l
salvadora: esta afirm a çã o é paralela à de K m 5.19. onde se d iz 6.14). N o entanto, esta existência ainda <5 vid a na con d ição mortal
que nós som os ju stifica d o s pela o b ed iên cia d o C ris to . A tradu­ d o hom em pecador — v id a na carne — : m as já é vid a do C risto
ção: fé relativa a Jesus Cristo responde ao g e n itiv o grego e g lo rio so no crente. C o m efeito, a (é abre 0 hom em ao am or
de ixa m argem à escolha entre seus três sentidos, sem e x c lu ir gratuito e salvador d o F ilh o d c D eus.
nenhum deles. P o r isso. parece-nos p referível. g. L it. a fé do Filho de Deus. C f . 2.16 nota.
o A fo n te d o d o m d o E s p ír it o . 'Ó esta boa nova: Todas as na çõ es serã o Al 3.25

gálatas estú pid o s, quem v o s sed u ziu , abençoadas em //p. , A s s im , p o is, aqueles
d ep o is q u e, ao s v o sso s o lh o s, foi exp o s- qu e crêem são aben çoad os co m A b ra ã o , Rm 4.16
Hb 2.16
icor 2 .2 : to Je su s C risto cru cificad o h? 2S ó peço que o crente. l0P o is o s praticantes da lei e s ­
0 16 14 m e esclare çais sobre este ponto: sera' em tão todos sob a m ald ição , j á que está 5.3
T f 2.10:
2.16 virtude da pra'tica da lei que receb estesescrito:
o M a ld ito s e ja to d o a q u e le q u e n ã o
Al 15.10
4.6:
Esp írito 1, ou por terdes escu tado a m en­ p e r s e v e r a n o c u m p r im e n to d e tu d o o q u e
At 11.17
sagem da fe1? 5S o is a tal ponto estú pi­ e s t á e s c r i t o n o l i v r o d a l e i * . " A l i á s e'

dos? V ó s que a princípio com eçastes pelo evid en te qu e, pela lei, ningue'm é ju s tifi­ 2.16;
Rm 3.20:
E sp írito , sera' ago ra a carn e que v o s leva cad o diante de D eu s. pois quem é ju s to 1.17
f i i,6 à perfeição*? 4T e r feito tantas exp eriên ­ v iv e r á p e la f é '.
cias em vão 1! E aind a, se fo sse cm v ã o ra! l2O ra, o regim e da lei não procede da
ICor 2 . 12 ; í A q u ele que v o s con ced e o E sp írito e fév; para e la , a q u e le q u e c u m p r ir a s p r e s ­ Rm 10.5
2Cor 12.12 0 p C r a m ilagres entre v ó s, a c aso o faz cm c r iç õ e s d e s ta le i d e la s v i v e r á '. IJC risto
virtude d a pratica da lei ou porque escu- pagou para nos libertar" d a m aldição da 4.5:
Rm K.3:
tastes a m ensagem da fe ? lei, tom ando-se ele m esm o m aldição por 2Cor 5.21:
nós, pois está cscrito: M a l d i t o t o d o a q u e l e
A p ro m e s sa fe ita a A b r a ã o , o c r c n t c , e q u e é s u s p e n s o n o m a d e ir o '. MIsto para Al 5.30
a ju s t ific a ç ã o d o s p a g ã o s sem a lei. qu e a bênção de A b raão alcan ce os pa­
Rm 4.3 ‘ V isto que A b r a ã o " t e v e f é em D eus e g ã o s cm Jc s u s C risto e , assim , nós rece­
is to lh e f o i tid o em c o n ta d e ju s tiç a ", bêssem os pela fe' o E sp írito , objeto da
7com preendei pois: são o s qu e crêem que prom essa. Al 2.33:
Rm 5.5;
são filhos de A b raão . "A liá s , a E scritu ra, lií 1.13
prevendo que D eus ju stific a ria o s pagãos A d e sc e n d ê n c ia d c A b r a ã o : o C r is t o e
pela fe , anunciou de antem ão a A b raão os q u e c rê c m . l5lrm ão s. partam os dos

h . P au lo ucabu de e vocar a c ru z d o C r is to e a atitude dos que verb o grego epiteléõ com porta. Sobre o sentido de carne, c f. Rm
a tornam in ú til pretendendo ju stifica r-s e pela pratica da le i. 1 3 nota.
pretendendo e x c lu ir da salvação os que não praticam a le i. O L Essas experiências são as da ação d o E sp irito na vid a da
a p óstolo vai mostrar que tal atitude é insustentável; c ia o c do com un idad e. C f . IC o r 12,4-11.
p o nto de vista dos gálatas. que de ve ria m ter sid o esclarecid os m . D e ca ir da graça é p io r. no ju íz o de D eus. d o que nào te-
pela p rópria e xperiência (3.1-5); outro ssim . d o ponto de vista da -la recebido. Traduz-se tambem; se todavia è cm vão, fó rm ula
le i. que deveria ter feito os jud aizantes com preender que a sa l­ que e x p rim iria a m esm a co n fia n ça que 5.10.
va çã o só depende da fé no C ris to e e o ferecid a a todos os que n. Se P au lo e voca a fig ura de Abraão, é por ser ele o pai do
crêem (3,6-4.7). C o m efeito, o C ris to c ru c ific a d o , c u m p rin d o a p o vo e le ito e nele já se m anifestar o d e síg n io d c D e us. cuja
prom essa de bênção feita a A b ra ã o (3.8.14.18). une judeus e fin a lida d e i a salvação u n iversal (3.8) e cu ja re aliza çã o tem por
pagãos (3.26-29). põe fim à m a ld içã o que a le i atraia sobre os co n d iç ã o ünica a fé (3.9). C f . R m 4.
pecadores (3.10.13.22; 4.5). e dá o E sp irito que liberta o h o ­ o. G n 15,6.
m em d o ju g o d o s poderes deste m undo, fazendo-o filh o de D eus p. G n 123.
(4 3 -9 ). q . D t 27.26. C f . 5 3 .
i. Espirito. Sobre o sentido deste term o. c f. R m 1,9 nota. r . Esta citaçã o (H a b 2.4) é co m o um resum o do evan g elho de
em razüo da escuta da fé.
j . L it . Pode-se equiparar e sla e x ­ P au io (R m 1,17); a fé abre o hom em à v id a que está em C risto ;
pressão a R m 10.16, que cita ls 53.1. E la ev o ca o acontecim ento a lei o tranca no pecado e o abandona à m a ld içã o (cf. 3.10.12 e
da salvação, que é o conteúdo da m ensagem a ser c rid a . c s ig ­ a nota a 3 2 3 ).
n ific a a atitude de fé. que é o aco lh im e nto p elo hom em da sal­ s. L it. Mas a lei não provem da fé. A m utua relação destas
vação. obra de D eus p o r m e io d o C risto . N o s v v . 1-5. P au lo duas etapas da h istória da salvação será esclarecida p o r Pauto
m ostra aos gálatas que é graças a essa atitude de fé diante do nos v v . I9ss.
acontecim ento da salvação, diante do C r is to cru cific a d o exposto t. L v 18.5.
a seus o lh o s por P au lo (v. I). que eles se abriram ao d om d o u. L it. resgatou-nos. Sobre o tem a da redenção, c f. R m 3,24
E sp irito (v. 2). e que o p oder d o E sp irito con tinua a exercer-se nota.
neles (v. 5); portanto é um a loucura (v v . 1 e 3) nao com preender v . N o v. 10. P au lo lem brou a m a ld içã o d o s pecadores p ela lei
o sentido dessas experiências; o que fo i o com e ço da sua sa lv a ­ (D t 27.26). Se e v o ca a qui o p a tíb u lo onde o m ald ito é exposto
ção fic a sendo a fonte da sua p erfeição . C o m o podem e le s pre­ aos o lho s de todos (D t 21.23). é que o C ris to aceitou esta morte
tender atingir esta perfeição pelas obras? T a l alitude é a d o homem de m a ld ito p ani nos liv ra r d o pecado que a causa. E le pagou com
c a m a l (v. 3). a vid a a nossa libertação (2.20-21). Este preço não é pago a
k . L it . É agora pela carne que acabais? A tradução dada no ninguem : só m anifesta o a m o r de D eus p elo s pecadores. C f . Rm
texto v isa e x p rim ir a nuança de perfeição-acabam ento que o 5.8; E f 2.4-5.
costu m es h u m an os: um sim p les testa­ “ O ra, este m ediador não é m ediador de
m ento" hum ano, se está em regra, nin- um só. E D e u s é ú n i c o 1' . 21 A c a so a lei Rm 3 .30 :
gue'm o anula nem com pleta. “ P o is bem , iria, p o is, de encontro às p ro m essas de E f214' 15
cn 12.7; foi a A b raão que as p ro m essas foram D e u s? N ã o . decerto . S c co m efeito hou­
i3.ix 17.7 fe jtas< e à sua descendência*. N ão se d is­ vesse sido outorgad a um a lei qu e tivesse
se: “ e às descen d ên cias” , com o se se tra- o poder d e fa zer v iv e r , então é da lei que Rm k.3:
Mt i.i: tasse de m u itas, m as é d e um a só que se pro viria de fato a ju stiç a . “ M as a E sc ri- Al l3-3W*
01 3-W trata: ê à t u a d e s c e n d ê n c i a , isto é . C r is ­tura sujeitou tudo ao pecado num cati- Rm 3 .9 - 19 ;
to. l7E is portanto o meu pensam ento: um veiro com um 1’, a fim de q u e, pela fé re- ,IJJ
testam ento cm regra foi prim eiro firm a­ lativa a Je su s C risto d. a prom essa fo sse
do por D eu s. A le i, vinda quatrocentos e cum prida para o s que crêem .
Ex. 12.4» trinta anos* m ais tarde, não o ab -ro ga, o ^ A n te s da ch egad a da féc, nós e'ramos
que tornaria vã a prom essa. l8P o is se c' m antidos em c a tiv e iro , sob a lei, em v is- 4.3
3.29 pela lei qu e se obtc'm a herança, não é ta da fe' que d evia ser revelad a. 24A ssim
m ais pela prom essa. O ra, foi por m eio p o is, a lei foi o no sso v ig ila n tc r. à espera 4 .2 ;
Rm 4.14; dc um a prom essa que D eu s concedeu a do C risto , a fim d e que fô ssem o s ju stifi- Rm l0-4
116 sua graça a A b raão , ‘^ n t ã o , qual o pa­ c ad o s pela fe'. 2!M a s, ap ós a ch egad a da
pel da lei*? E la vem acrescen tar-se para fe'. não estam os m ais su jeito s a esse v i­
Rm 4.14-15: que se m anifestem as tran sg ressões, ate' gilan te. “ P o is todos v ó s s o is . p ela fé , 4.5:
5.20: 7.7 q UC venha a d escen d ên cia à qual era d es­ filh o s de D eu s, em Jc s u s C risto . ^ S im , j0 112
tinada a pro m essa; e la foi prom ulgada v ó s todos que fo stes batizados em C risto Rm 6.3-4;
ai 7.3X-5J: pelos an jos", pela m ão dc um m ediador. v o s revestistes dc Cristo*. “ N ão ha' m ais p. 424
Hb 2.2:
Gl 4.3

w . P au lo faz um tro ca d ilh o co m o d u p lo sentido d o icrm o fa la va em nom e dos anjos, e m nom e de vários. O ra. Deus é
diathikè. que sig n ific a “ aliança** ou “ testam ento", c f. H b 9.15 único ( D l 6.4). M o isé s nào era portanto o m ediador de Deus.
nota. Sem d u v id a a le i é d iv in a , no sentid o de que a autoridade dos
x . P au lo pòe em re le vo o sentid o da escolha d c A b ra ã o no anjos vem de Deus: mas e la tem efeitos que não são a expressão
d e síg nio da salvação universal: A b ra fio é e s c o lh id o para que. de d o d e síg n io d o D eus u n ic o que q u e r lib ertar e u n ir os homens;
sua raça, nasça «iqucle em quem os hom ens de toda raça serão ela escra v iza o p o vo de D eus aos elementos do mundo (4 3 ) e
um sé <3.28). Se P au lo precisa que nào h;t várias descendências, d iv id e a hum anidade em duas. o p on d o os jud eus aos pagãos. E is
talvez seja pura e x c lu ir na Igreja toda d istin çã o entre c ircu n ciso s por que P au lo lem bra a verdade fundam ental: Deus c único (com o
e pagãos (cf. 2.15: 3.9.28-29). fará também em R m 3 3 0 ); nos d o is casos, esta a firm ação des­
y . Esta c ifra é a d a B íb lia grega (E x 12.40*41) e e xp rim e a tina-se a p ro v a r que o D eus ü n ic o de todos os hom ens quer
duração da estada no E g ito c em Canaà. Segundo o texto heb rai­ sa lv á -lo s. não pela le i. que os e sc ra v iza e d iv id e , mas p o r seu
c o . esses 430 anos representam só a duração da estada no E g ito . F ilh o ün ico. Jesus, que os liberta e une m ediante a fé (3.22.26.28:
z . O regim e da lei fo i apenas um a etapa p ro v isó ria na história R m 3.29-30; E f 2.8.11-18). É por isso que. c m IT m 2.5, Jesus
da salvação: a vind a d o C r is to lhe põe fim . A le i tinha vin d o C r is t o é cham ado ü n ico m e d ia d or entre D eus c os homens.
ocrescentur-se; poderia traduzir-se loinar lugar ao lado. e x p ri­ c . A m esm a a firm a çã o se encontra tam bem em R m 11 32 .
m ind o assim um a nuança d o verb o grego que in d ic a que a lei P au lo a desenvo lve c m R m 3.9-19.
fic a à m argem d o d e síg n io de sa lvaçã o , pois o seu papel não c' d . L it. A fé de Jesus Cristo. C f . 2.16 nota.
diretam ente libertador. E la intervém por causa das transgres­ e . E m P au lo a palavra fé (grego pistis) tem vários matizes
sões; se interpretarm os esta expressão à lu z de R m 4,15; 5.20; segundo o contexto. A q u i. trata-se d o regim e da fé. que com eça
7.7-13. ela sig n ific a que a le i to m a o pecador m ais responsável com a vind a d o C ris to : neste re gim e , que põe fim ao da le i, é
c p ro vo ca as transgressões. E la d e ve ria portanto revelar ao h o ­ revelada a fé . isto é, não som ente um a d o utrin a sobre o d e síg nio
m em u sua escravid ão e suscita r nele a espera d o libertador. d c D e us. que seria plenam ente desvendado e proposto com o
a . P au lo não é o lín ic o a atestar que a le i fosse promulgada objeto de cren ça, mas um a atitude de abertura ao d om de Deus,
pelos anjos (cf. A t 7 3 8 .5 3 ; H b 22). M a s . ao passo que os ao E s p írito d o seu F ilh o : por essa atitude nós nos tornam os
judeus d ed uziam d a í a sua autoridade d iv in a . P au io ded uz que a filh o s a d otivo s d c D e us p e lo C r is to c nele (3.26; 4.6-7).
le i escra v iza o hom em a esses anjos, c u jo m ed iad or é M oisé s; f. Tra d u zim o s por vigilante o grego paidagògós; esta palavra,
por isso. o C ris to , libertando os hom ens da le i. lib ertou-os tam ­ no tem po d c P au lo , não e v oca v a um personagem que seria pe­
bém dessa dependência (cf. C l 2.15). Esta dedução, p ró p ria de d agog o. educador, m as um e scra v o que m antinha as crian ças na
Paulo, fundam enta a argum entação d o v. 20. d is c ip lin a e as c o n d u zia ao m estre-escola.
b . A s num erosas interpretações deste v. im p lica m o m ais das g . O s w . 26 e 27 d evem ser com parados co m 2.20. Este v.
vezes subentendidos d ifíc e is de ad m itir. O con texto nos parece perm ite dar o verdadeiro sentido da im agem da vestimenta, E la
pedir que se veja na p rim e ira frase deste v e rsícu lo , nào um a não sugere entre o C r is to e o b atizad o uma relação que perm a­
verdade geral: “ U m m ed iad or supõe duas partes", mas um a a fir­ neceria exterior; s ig n ific a a in flu ê n c ia d o C ris to , que é total e
m ação relativa à m ediação de M o is é s na prom ulg ação d a lei: ele transform a o batizado à sua im agem (cf. C l 3.10). O v. 28 pre-
icor 12.13: nem j u(jeu ncrn g re g o ; já não há m ais Pai1! 7Portanto, já não e's m ais e scra v o ,
Rm 10,12: . . . . . .
ci 3,11 nem escra v o nem hom em liv re , ja nao m as filh o ; e .,c o m o filh o , tambe'm és
herdeiro: isto é obra de D eu s1". Jo 15,15:
há m ais o hom em e a m ulher; pois todos
Gl 3,29;
j o i 7 .2 i v ó s so is um só em Je s u s C risto . **E se Rm 8,17
p erten ceis ao C r is to , é porqu e s o is a A n g ú s tia d e I’ a u io : o s g á la t a s a m e a ç a ­
Rm 4.16: d escend ência d e A b ra ã o ; segundo a pro ­ d o s d e v o lt a r à e s c r a v id ã o . "O utrora,
01 4.7;
m essa. v ó s so is herdeiros. quando não co n h ecícis a D eu s, estáveis
Rm K. 17
escrav iz ad o s a d eu ses q u e. por sua pró­ ICor «.4-5:
2Cr 13.9:
a I)a e s c r a v id ã o d a lei à lib e rd a d e dos pria natureza, não o são ” ; 9a g o ra . porém , Is 37.19:
filh o s d e I ) c u s .'T a l e'portanto o meu que co n h eceis a D e u s, o u , an tes, sois Jr 2.11
ICor K.3:
pen sam en to: o tem po todo em qu e o c o n h e c id o s d e le ", c o m o p o d e is aind a 12.2
herdeiro e' c rian ça, nâo d ifere em nada voltar a elem entos frac o s c pobres11, com
de um e sc ra v o , ele que e senhor d c tudo; vontade de v o s escra v iz a rd e s novam ente
2mas ele c' sujeito a tutores e curadores a e le s ? '“O b se r v a is re lig io sa m e n te os
ate' a data fixad a por seu paih. 'E nós, d ia s, o s m ese s, as e sta ç õ e s, o s an os"! Is 1.13:
Cl 2.16:
igualm ente, quando cram os crian ças su­ "F a z c is -m c tem er o ter trabalhado por Rm 14.5
Cl 2.20: je itas aos elem entos do mundo*, cram os vó s em pura perda! Fl 2.16
Gl 3.2.' c sc ra v o s. J M as ao ch eg ar a plenitude dos l2Pro ccdci com o eu , visto que m e tor­ ICor 4.16:
Mc 1.15: 9.21-22
Ef i.Ki: tcm posJ . D eus en viou o seu F ilh o , n a sci­ nei com o v ó sr, eu v o s ro g o , irm ãos. N ão
Rm 1.3: do dc m ulher e su je ito à lei, 5para pagar me c a u sa ste s nenhum d a n o '. '-'Bem o
Jo 1.14:
U 2.21 a alfo rria daqu eles qu e estão sujeitos à sa b e is. foi por o casião de um a doença
3.13.26: lei. para que nos se ja dado ser filh o s que eu v o s anunciei pela prim eira vez a ICor 2.3
Ml 3.15-17
ad otivo s 1 . ‘ F ilh o s , v ó s bem que o sois: boa n o va; IJe, por m ais qu e o meu corpo
Rm x. 15-16 D eus en viou aos no sso s co raçõ es o E s p í­ fo sse para v ó s uma p ro v a ç ã o , não m os-
rito do seu F ilh o , que clam a: A b b á — trastes ncm desd ém nem repu gnância1.

cisa que todas as diferen ças entre os hom ens ccssain de ser que e la condcnu; e la não tem m ais poder sobre aquele que o
separações; p o is o C ris to une totalm ente o s que com un gam em E s p irito fa z v iv e r da v id a d o F ilh o de D eus (5.18: R m 6,14: cf.
sua vid a (cf. C l 3 ,1 1). 3.13. nota). A im agem da adoção sub stitui a de m aioridade le­
h. P au lo evoca aqui um a regra d o d ire ito helenístico: quem gal. p o is e xp rim e m elh or a nossa nova con d ição : pa rticip a r por
determ inava a idade de m aioridade era o pai. pura graça da v id a d o F ilh o u n ic o dc D eus (cf. R m 8,15).
i. O s elementos do mundo são m en cion ados também em 4 ,9 e I. O Espirito, en v ia d o co m o fora o F ilh o , c o n firm a ao crente,
C l 2.8.20. Nesse con texto, a expressão nào parece d esignar os no m ais p ro fu nd o d o seu ser. a sua c o n d iç ã o e. portanto, a sua
elem entos m ateriais de que era c o n stitu íd o o un iverso, segundo v id a nova.
a concepção dos antigos. P a u lo e v o ca antes as potências em m . L it. fx>r meio de Deus.
ação no m undo, potências d c que o hom em era ca tiv o , antes que n . D eus não se confunde com nenhum poder, m esm o in v is í­
o C ris to o viesse libertar. O p aganism o e scra v iza va o hom em às v e l, d o m undo criad o . A revelação d c D eus liberta o homem
forças cósm icas que ele d iv in iz a v a ; o regim e da lei m osaica desses poderes, que ele sem pre é tentado a d iv in iz a r. C f . G n 1.
escravizava o israelita aos anjos (3,19) aos q uais a trad ição j u ­ 0 . N a linguagem b íb lic a , o conhecimento é uma relação c o n ­
daica atrib uía o governo d o m undo m aterial c. cm p a rticu la r, dos creta, pessoal. P a u lo quer d iz e r que a in ic ia tiv a desta relação
astros. E é por isso que o a p óstolo põe intencionalm ente no vem de Deus: o s gaiatas o con hecem porque ele os am ou (cf.
m esm o p lano o s ritos da re lig iã o pagã c o s ju d a ic o s, q ue os IC o r 8 3 ).
judaizantes tentam im po r aos gálatas con ve rtid o s de origem pagã; p. C f . 4 3 nota.
co m efeito, am bos exp rim e m um a d e pendência d o hom em com q . T ratar-se-ia sim plesm ente das festas ju d a ic a s ? O u P au lo fa z
relação a outras criaturas (a saber, o s tutores m encionados cm alusão a ritos de o rig e m sincretista re lacio na d o s com o c u lto dos
42). ao passo que quem abraçou a fé só deve depender d o seu astros? Se ria o caso, se P a u lo e stivesse às voltas com erros
C ria d o r, de quem se tornou filh o graças ao C ris to . análogos aos que com bate em C l 2.16-23 (cf. Introdução: C ir ­
j . O A T revela que D eus. ao lo n g o d a histó ria , prepara a cu nstâ ncia s...).
sa lvaçã o d o s homens. P o r m e io de Jesus e le re a liza esta salva­ r . P au lo im ita o Senhor, que p a rticip o u da con d ição d o h o ­
ção, de sorte que. quando Jesus chega, os tempos esíâo cumpri­ m em pecador para o salvar. Faz-se tudo para todos e se torna
dos (c f. M c 1.15). sem elhante àqueles a quem a n u n cia a salvação (cf. I C o r 9.
k . N o v. 4 , P au lo evoca a vind a d oFilho de D eus, nascido de 20- 22).
mulher e sujeito à lei (lit. devindo de uma mulher, devindo soh s. Se P au lo se q u e ix a, não é que ele esteja em questão, nâo é
a lei). S e e le vem v iv e r e m orrer assim na carne, é porque D eus de danos p ró p rios que e le se q ueixa.
o e n v ia para nos lib e rta r d o pecado. L ib e rta nd o -no s d o pecado, 1. Mostrado repugnância. L it . cuspido. Este é um d o s gestos
ele nos lib e rta tam bém da le i. q ue só tem poder sobre o pecador sup e rsticiosos p o r m e io d o s q uais o hom em acredita pôr-se a
Pelo con trário, v ó s me acolh estes com o to, as du as alian ças. U m a. a que vem do
1 .8 . um an jo de D e u s, com o o C risto Je su s". m onte S in a i, g e ra para a se rv id ã o : c 5.1
mi 10.40, '-'O nde está. p o is, a v o ssa aleg ria de en- H agar 2Í— pois o monte S in ai fic a na
Jc» 13.20 r c
tão? P o is eu v o s presto este testem unho: A ráb ia. E H agar5 corresp on de à Je ru s a ­
se o pu d é sseis, tcríeis arrancado o s v o s­ lém atual, visto ser ela e scrav a com seus 8.33-35
sos o lh o s para m os dar. “ E ago ra, será filh o s. “ M a s a Jeru salém do alto é liv re , Hb 12 .22 ;
5.7 ; que me tornei v o sso inim igo porque vos e ela é a n o ssa m ãe, 27p o is está escrito:
Am 5'10 d igo a verd ade? A le g r a - te ó e s té r il, tu q u e n ã o d a v a s à
'.7 ,7 A solicitu de que v o s dem onstram não lu z ;
é de bom qu ilate: e le s só v o s querem rom pe em g r ito s d e a le g r ia , ó tu q u e
d eslig ar dc mim para se tornarem eles n â o c o n h e c e s te a s d o r e s;
m esm os objeto d a vossa solicitude. '"B om p o r q u e m a is n u m e r o s o s s ã o o s filh o s
é ver-se ob jeto de solicitu de bem -inten- da abandonada
cio n ad a. o tem po todo. e não som ente d o q u e o s f il h o s d a q u e la q u e te m
quan do eu e sta v a presen te entre v ó s , esp o so *.
'V ie u s filhin hos qu e, entre d o res, nova- 2aE v ó s , irm ãos, com o Isa a c, so is filh o s Rm 9.7
iCor 4 . 15: mente dou à lu z, até que C risto s e ja for- da prom essa. 2,M as. assim com o então,
Rm 8.9-10 m a ( j 0 em v ó s Y. 20O h! eu d esejaria estar o que nascera segundo a carne p erse- Gh 2 1 .9 .
neste m om ento ju nto de vós para acertar gu ia o que nascera segu ndo o E sp írito , ITs 2,14
com o tom que c o n vém , pois não sei assim acontece ainda ag o ra. -“ P o is bem !
com o h aver-m e co n vo sco . que diz a E scritu ra? E x p u ls a a c r ia d a e

o se u filh o , p o is n ã o c o n v é m q u e o filh o 3.29


A s duas alianças: a lei uscravizadora e da c r ia d a herde com o filh o d a m ulher
4.» a graça libertadora. 21D izei-m e, v ó s que liv r e " .- '‘ A s s im , p o is, irm ã o s, nós não
q u crcis ser su b m issos à lei, não o u v is o som os filh o s de um a e s c r a v a , m as da
que diz esta le i"? “ C o m efe ito , está cs- m ulher livre.
Gu 16 . 15 ; crito que A b raão teve d o is filh o s, um da
21~ criad a, um da m ulher liv re: J-'mas o filho p Guardai a fé no único libertador.
da criad a nascera segundo a carn e, en- ‘É para serm os verdadeiram en te li­
Gh 17.16. quanto o filh o da m ulher livre o era cm v res que C risto nos libertou1’ . Perm ane- 2.4; 5 . 13 ;
Rm 9.7-9 v jrtut]e j a p ro m e ssa . 24H á n isso um a c e i, p o is, firm es c não v o s d e ix e is sujei-
icor io.6 alego ria”: e ssa s m ulheres sã o , com e fe i­ tar de novo ao ju g o da e scrav id ão . 2E u ,

salvo das conseqüências de um mau encontro; o encontro com x. Alegoria. E sta palavra in d ic a bem a intenção d o com entário
certos tipos de doentes, p o r exem plo. A doença d o apóstolo deve­ de Paulo: não è um a dem onstração ló g ic a , 6 um a parábola; ser
ria ter afastado dele os gálatas. N ão fo i. portanto, a pessoa dc filh o de A b ra ã o segundo a carne, co m o o filh o de Hagar. d eixa
Paulo que os lig o u ao Evan gelh o, mus a verdade d o E vangelho o hom em na se rvidão que caracteriza a antiga A lia n ç a : scr filh o
que os lig o u à sua pessoa. P or que esta mesma verda d c. agora, de A b ra ã o segundo o E s p írito , c o m o Isaac. liberta o homem c
os opõe a P au lo ? Por causa daqueles que pervertem o E vangelho lhe dá acesso à Jerusalém que vem d o alto. ao R e in o que é a
c querem m onopolizar o nfeto dos gálatas. C o m o P au lo dirá na herança prom etida (cf. 3.18.29; 5.21: 6.8).
conclusão (6.13). eles só procuram a própria g lória. y. A palavra Hagar acha-sc. em certos m ss.. no com eço deste
u. P au lo nào fo i somente um m ensageiro semelhante a um Pois este nome. Hagar, repre-
v. que. então, deve trudu/.ir*sc:
anjo vin d o do ceu (em grego anjo quer d iz e r m ensageiro; c f. C l
senta o monte Sinai na Arábia — e esta mulher corresponde à
1,8)^ K lc fo i aquele cm cuja fraqueza o C risto Jesus sc revelou
Jerusalém atual, já que é escrava com os seus filhos. Parece
v iv o ((cf. IC o r 2 3 -5 ; 2 C o r 4.10-12).
d if íc il seg uir a lin ha d o pensamento; p o r isso nós traduzim os
v . C f . IC o r 4.15. O s gálatas devem a P au lo o fato de viverem
o m itin d o Hagar, com parte dos mss.
da vid a do C ris to (2.20). porque ele lhes anun ciou o E va n ge lh o
z . ís 54.1.
c porque sofre para sustentar a verdade d o m esm o (cf. 2 C o r
a. G n 21.10.
4.10-12; C l 1.24-25).
w . Neste v e rsícu lo . P au lo em prega a palavra lei em d o is sen­ b. Libertar para a liberdade. Esta expressão é. sem dúvida,
tidos diferentes: no p rim e iro , ela é a le i que prescreve; no segun­ um hebraísm o destinado a dar ao verbo libertar um sentido mais
do. é a le i que revela, a E scritu ra que anuncia o d e síg nio de intenso. P au lo quer d iz e r que o C ris to nos libertou totalmente:
Deus; aos que querem escravizar-se às suas prescrições. P au lo nâo devem os nos d e ix a r d e sp oja r deste dom (cf. 4.9). mas
pet! que se subm etam à verdade que ela lhes revela. v a lo riz á -lo (cf. 5.13).
P a u lo , vo -lo digo : se v o s Fizcrdcs cir- irm ãos, sc ainda p regasse a c irc u n cisã o , a i 21.21
cun cidar. C risto não vos servira' m ais para por qu e, então, estaria sendo p erseg u i­
nadac. 3E eu atesto m ais um a v ez a todo d o ? N esse c a so , o escân d alo da cru z fi- icor 1.23
hom em que se faz circu n cid ar que ele é caria ab o lid o h. ,2M eIh or se m utilem to- f i 3.2
3.10: ob rigad o a praticar a lei integralm ente. talm cntc aq ueles que sem eiam a d eso r­
Rm 2.25;
Tg 2.10 4V ó s rom pestes co m o C risto , se fazeis dem no v o sso m eio1!
Rm 10.3 con sistir a vossa ju stiç a na lei: dccaístes
da g raça. 5Q uanto a n ó s, e pelo E sp irito, A c a r n e c o E s p ír it o . L1V ó s , irm ãos, é 5.1
Rm K.23-25: em virtude da fe', qu e esp eram o s firm e­ para a liberdade que fo stes ch am ad o s.
2Cor 1.22;
5.1-5 mente sc realize o qu e a ju stific a ç ã o nos C ontanto, que esta liberdad e não d ê ne- Rm 6.15;
faz cspcrard. ‘ P o is, para quem esta' cm nhum a oportunidade à carn e! M as pelo ll>d216
6.15; Je su s C risto , nem a c ircu n cisão , nem a am or ponde-vos a serviço uns dos outrosJ.
ICor 7.19;
ITm 1.5; incircun cisão são e fic a z e s , m as a fe' que
,4P o is toda a lei encontra o seu cum pri- mi 22.40:
Rm I3.K-I0:
Tg 2.22 age pelo am or0. m ento nesta única palavra: A m u r á s o t e u T f 2.x
7C o m 'eis bem ; q u em , barrand o-vos o p r ó x im o c o m o a ti m e s m o k .
Jo K.32: c a m in h o , im p e d e a v e r d a d e d c v o s ,5M a s se v o s m ordeis e d e v o ra is uns
Gl 2.14
conduzir1? "T al influência não vem d a ­ a o s o u t r o s , to m a i c u id a d o : v ó s v o s
1.6 qu ele que v o s ch a m a . *Um po u co de d e stru ire is m u tu am ente. ' ‘ E s c u ta i-m e :
ICor 5.6 ferm ento, e toda a m assa leved a“ ! l0Quan- andai sob o im pu lso do E sp irito e não 5.25:
Rm K.5
2Cor 7.16 to a m im , tenho co n fian ça no Sen h o r a fa ç a is m ais o qu e a carn e d e se ja . l7P o is
vosso respeito: v ó s não tom areis outra a c a rn e , em seu s d e s e jo s , o p õ e-se ao
orientação. M as aq uele que lança a per­ E s p ír it o e o E s p ír it o à c a rn e ; en tre
1.7; turbação no v o sso m eio sofrerá' a san­ e le s ha' an tago n ism o ; po r isso não Ia- Rm 7 . 14*1
ICor 3.17
ç ã o . seja ele quem for. "Q u an to a m im . z e is o qu e q u e re is1. '“ M as se s o is gu ia-

c . Pau lo tom a a pôr. concretam ente. o s gálatas diante da opção com prom ete a segurança deles no p lano humano: a e xperiência
fuikiam en tal. E le o faz numa linguagem u tilila ris la que co rre s­ já p rovou que a fe no C ris to atrai sobre o s crentes a perseguição
ponde à ótica deles. Pensam que a circu n c is ã o pode ser-lhes ütil. d o m undo (6.12). A o con trá rio, a c ircu n c isã o , ao m esm o tempo
E ntão. responde P au lo, é o C ris to que nâo vos se rvirá para nada. que subm ete o hom em à lei m osaica, põe-no cm segurança num
Perdeis totalm ente o be ne ficio da sua libertação. D oravante, o m undo que rcco nlie ce as institu ições jud aicas. Para apaziguar os
que eles deverão praticar é toda a le i (cf. 3.10): ele o lem bra no judeus que o perseguiam . P au lo d e ve ria , portanto, pregar a c ir ­
v. seguinte. c u n cisã o ao m esm o tem po que a fé no C ris to (cf. A t 21.21):
d. L it. a esperança da justiça. Nesta fó rm u la m uito densa, a alguns a liá s a firm aram que ele fa zia isso . sem d u v id a baseados
palavra es/>erança designa o objeto que se espera: o Rein o: o no argum ento da c ircu n c isã o de T im ó te o , que e le tolerou (A t
term o justiça designa o d om g ratuito que o crente recebe do 1 6 3 ). M a s co m o poderia P au io a d m itir tal m eio-term o? E le tor­
C risto : esta graça que o tom a filh o e ncam in ha-o para a herança naria vã a morte d o C ris to e fecharia o hom em à sua graça^ que
que ele espera. A graça que recebeu é o germ e da g ló ria que eie se revela no escândalo da cru z (2.21: 5,4).
aguarda. i. P au lo alude provavelm ente a um rito praticado na G a lá c ia
e. O s vv. 5 e 6 definem a existên cia cristã . O cristã o c aquele no c u lto de C ib e le . Equiparar esse rito à c ircu n c isã o é não so­
que a co lh e a açào do Espírito: entregando-se a esta ação p ela fé, mente pro cla m a r que esta não tem m ais v a lo r, mas declarar que
nela com un ga, amando; e n fim e' d o E sp írito que ele espera a os que a preconizam fariam m e lh or adotando esses ritos pagãos
ressurreição, a vid a no R e in o de Eteus. F é . am or. esperança apa­ manifestam ente degradantes; assim ao m enos não perverteriam
recem portanto com o as atitudes características d o cristão, estrutu­ o E va n g e lh o , c o m o fazem.
ra da vida nova que é a sua (cf. IT s 13: IC o r 13.13: Rm 5,1-5). j . C f . 5.1 e 5.7 nota. A liberdade verdadeira, cu ja con d ição é
f. A verdade d o E va n ge lh o não é um a c o isu a ser possuída, a libertação d a carne, isto é. dos desejos egoístas, tem por meta
mas um a vocação a seguir. Se e la liberta o hom em da carne, é a expansão d o am or n o se rviço de todos.
para p e rm itir-lh e seg uir com entusiasm o o im p u lso d o E sp írito k . C o m o Jesus (M c 1 2 3 1 ). P a u lo resum e as exigê n cia s de
d o C r is to (cf. F l 3.1 2-17). É nisto que consiste a liberdade cristã, D eus no m andam ento de L v 19.18: elas d evem ser c om p re e nd i­
cuja fin a lid a d e (5.13) e con d ição (5 2 4 ) os caps. 5 e 6 põem em das nesta ótica: todo aquele que am a o seu p ró x im o cum pre
evid ê n cia. portanto a le i (R m 13.8-10).
g. Este p ro v é rb io , que se encontra tam bém c m I C o r 5.6, é I. A e xortação de fazer o bem não basta. O hom em é incapaz,
um a advertência: um erro de. aparentemente, poucas conseqüên­ m esm o se o deseja, d c libertar a s i m esm o do seu ser carnal.
c ia s pode com p ro m eter a v id a de toda a com unidade. p ecador (R m 7.14-23). S ó a intervenção d o Espirito perm ite ao
h. Sc a cruz escandaliza os judeus ( I C o r 1.23). é que ela hom em c u m p rir a sua verdadeira vocação. Esses v v . mostram
arruina o o rg u lh o q ue punham na fid e lid a d e à sua le i. A liá s , claram ente que a carne e o E s p írito não são duas partes da pes­
c om o esperar a sa lvaçã o d c um c ru c ific a d o de quem a lei deles soa; segundo a carne e segundo o espírito designam duas o rie n ­
faz um m a ld ito (cf. 3.13)? P o r outro lad o. a pregação da cru z tações d ivergentes d a pessoa toda.
Rm 6.14: dos pelo Espírito, não estais mais sujei­ pensa ser alguém1, quando não é nada. ICor 3.18:
7,4: 8.14: 4.7
Gl 2.19 tos à leim. engana-se a si mesmo. 4Mas que cada ICor 11.28;
um examine a própria obra, a que é sua; 2Cor 13.5
Rm l.2Kss l9As obras da carne são bem conheci­
das: libertinagem, impureza, devassidão, então se nela achar motivo de ufania. será ICor 4.4-7
“ idolatria, magia, ódios, discórdia, ciü- com relação a si mesmo c não por com­
me, cólera, rivalidades, dissensões, fac­ paração com outro".5Pois é o seu próprio ICor 3,8;
Rm 14.12
ções, 2linveja, bebedeiras, orgias e ou­ fardo que cada um carregará'.‘ Quem
tras coisas semelhantes; os autores des­ recebe o ensinamento da Palavra reserve Rm 15.27:
ICor 9.11-14
ICor 6.10: sas coisas, eu vos previno, como ja' dis­ uma parte de todos os seus bens cm fa­
Ef 5.5:
se, não herdarão o Reino de Deus". vor daquele que o instrui". 7Não vos
Ap 22.15
22Mas eis o fruto do Espírito": amor. iludais: Deus não se deixa ludibriar; pois
alegria, paz. paciência, bondade, bene­ o que o homem semeia, ele o colhera'. Jó 13.9: 4.8;
Pr 22.8
volência, fe'. -'doçura, domínio dc si; "Quem semeia para a carne colherá o que
Rm 6.21-22:
ITm 1.9 contra tais coisas não ha' leip. 24Os que produz a carne: a corrupção. Quem se­ Jo 3.6: 6.27
Rm 6.7: pertencem ao Cristo crucificaram a car­ meia para o Espírito colherá o que pro­
8,13:
Gl 2.19: ne com suas paixões e desejos'1. 25Sc vi­ duz o Espírito: a vida eterna. Pratique­
a 3,5: vemos pelo Espírito, andemos tambe'm mos o bem sem fraquejar; pois no devi­
IP J2 .II
5.16: sob o impulso do Espírito. do tempo colheremos, se não afrou­
Rm 8.4 xarmos'. '"Portanto, enquanto temos tem­
Fl 2.3 A lei do Cristo. “ Não sejamos vaido­ po. trabalhemos para o bem dc todos,
sos; entre nós nada de provocações, en­ sobretudo dos que nos são próximos na
tre nós. nada dc inveja. fé.

Mi IS.15:
6 'Irmãos, se acontecer a alguém ser
surpreendido em falta, a vós. os espi­ A cruz do Cristo e a nova criação.
2Ts í. rituais', compete corrigi-lo, com espírito "V ede essas letras grossas’ : eu vos es­
1415:
Tg 5.19-20 dc mansidão; acautela-tc contigo mesmo: crevo de próprio punho! l2lndivíduos de- ICor iwi
ICof 10.12 tu tambc'm não podes ser tentado? sejosos dc se fazer notar na esfera da 3.3;
Fl 3.18-19;
Rm 15.1: 2Carrcgai os fardos uns dos outros; cum­ carne, eis o que são as pessoas que vos Cl 2.18;
Jo 13.34:
Rm 8.2
pri assim a lei do Cristo". -'Pois quem impõem a circuncisão. O seu único obje- Gl 5.11

m . S c r libertado da le i não s ig n ific a ser liv re para com eter o inspiro u a v id a d o p ró p rio C ris to . Subm eter-se a ela é deixar-se
que e la condena, mas ser libertado da carne, cujas obras são c o n fo rm ar ao C r is to por seu E sp írito : é o que P au lo fe z ( I C o r
condenáveis. C f . 5.23; 4.5 noia. 9,21) e ensinou (F l 2.5-8).
n . Note-se que esta enum eração d e desregram entos com porta t. C o m o os co rín tio s ( I C o r 4,7). os gaiatas têm necessidade de
a impureza, que perverte o am or humano; a ido­
q u a lro grupos: ser postos d c sobreaviso contra a p io r fo rm a d c orgulho: a que
latria c mania, perversões d o c u lto d iv in o ; as divisões, que re­ sc nutre d o s dons gratuitos de D eus.
velam a ausência d c amor; os excessos à m esa. que revelam uma u. C a d a cristã o pode leg itim am en te se a leg rar e orgulhar do
degradação da pessoa humana. fruto que o E sp írito o fa z p ro d u zir, concedendo-lhe assem elhar-
o . À s obras da carne. P au lo opõe o fruto d o E s p írito , que é -se ao C r is to c ru cific a d o (2,20: 6,14-15: c f. R m 5 3 -5 ): mas,
lín ico; o amor. O que ele enum era em seguida são os sin a is d o desde o m om ento em que ele se com p ara co m os outros, é sinal
rcin o d o am or — ale.qria e paz — . as m anifestações desse am or d c que retornou à in flu e n c ia da carne.
— paciência. Ixmdade. benevolência — . as con d içõe s e n fim do v . P a u lo e voca aqui o ju lg a m e n to d c D e us diante de quem
seu nascim ento e expansão — fé. mansidão, domínio de si. A f<f cada um te n í de prestar contas d a p rópria conduta (cf. v v . 7-10);
é. com efeito, a raiz d o am o r (5.6); quanto à m ansidão, é a isso não co n tra d iz c m nada o que e le acaba de afirm ar, nós
atitude d o s hu m ild es que se de ixa m c o n d u z ir po r seu P ai celeste; serem os ju lg a d o s acerca d o a m o r. que é a le i d o C r is to , e que
ela caracteriza o C ris to (M t 1 1.29). nos deve levar a ocupar-nos d o s outros.
p. C f. IT m l .9 .0 com portam ento inspirado pelo E sp irito nunca w . A m esm a regra 6 proposta c m R m 15,27 e I C o r 9 ,1 1: c ia
é condenável: fazendo eco a P au lo . A g o s tin h o declararia: “ A m a . vem d o p ró p rio Senhor ( I C o r 9,14; L c 10.7).
e faze o que quiseres**. x . E nsin an do a só apoiar-se na graça, P au lo não con v id a à
q . C o m p letand o o v. precedente, este lem bra a c o n d içã o fun­ in é rcia , mas a um a fid e lid a d e ativa: nós terem os dc responder
damental da liberdade cristã: o E sp írito a re aliza , c ru cific a n d o - p o r e la diante de D eus (cf. F l 2.12: 3.12-14).
nos com o C ris to (2.19). y . Escre v e r com letras grossas era um m e io d c sub linha r o que
r . C f . IC o r 2.14-15. se escrevia. O a p óstolo o em pregou escrevendo ele p ró p rio as
s. A lei de Cristo c a le i d o E sp irito da vid a (R m 8.2), do fó rm ula s lapidares que con clu e m a sua carta e resumem o seu
E sp írito que com u n ica a v id a d o C ris to . É um a le i interior: ela evangelho.
tiv o é não ser p ersegu id os por cau sa da que im porta não e' nem a circun cisão nem ^
cru z do C risto '; l3p o is aq ueles m esm os a incircuncisão, m as a nova criaç ão '. “ S o - m.19 .3 1 :
5.13: qu e se fazem circu n cid a r não ob servam bre o s que se conduzem segu ndo esta 2Cor5,7:
M . . , .. . Ap 2l„«i
Rm 2.2i a |e j. e |es q U e re tT 1 i entretanto, que sejais regra, paz e misericórdia, assim como si 125 ,5 ;
circun cidado s para terem , na v o ssa c ar­ sobre o Israel de Deusd. l2K-6;
, Rm 11. 1-5
ne, um título de gló ria ". l4E u , por m im , 17P o r c o n se g u in te , qu e m n gu em me
R7com nunca vou qu erer outro título de gló ria atorm ente; pois eu trago em meu corp o 2 C o r4 .io :

23.27.3i: que a cruz de no sso Sen h o r Je su s C risto ; as m arcas de Je s u s '. ‘"A g raça de nosso
22
' por ela o m undo esta' c ru c ific ad o para Sen h o r Je s u s C risto esteja com o v o sso Fm 25;
2.19 m im . com o eu para o m undo1’ . l5P o is o esp írito . irm ãosr. A m em . 2Tm 4'2J

z . C f. 5,1 I nota. cup ação d c garantir a segurança d o seu eu carna l que fo i c ru c i­


a . A q u e le s que pregam a circu n c isã o fazem -no para se g lo ria r fic a d o co m o C r is to (v. 14; c f. 2,19; 5.24). Para o apóstolo, trata­
c o m o .sucesso d o seu pro selitism o . Jesus d ir ig ira aos fariseus a -se unicam ente de receber a graça d o C ris to e assim ser introdu­
m esm a censura (M t 23.15). O s pregadores d o E va n ge lh o devem z id o na nova criaçã o , a fim de v iv e r nela para D eus em união
v ig ia r para não m crecê-la. P au io d irig e aos seus adversários um a co m o seu P ilh o ressuscitado (v. 15; c f. 2.19-21; 5.6; F l 3 3 - 1 1).
segunda censura: eles Rito se p reocupam co m serem fié is à lei. d . Q ue vem a ser o Israel de Deus? Será p re ciso id e n tificá -lo
E sta in fid e lid a d e pode p ro v ir ou de um fa risaísm o h ip ó crita , ou c o m o no vo p o vo de D e us. a Igreja, p o r o p osição ao Israel
então de um sincretism o que escolhe na le i o que m ais lhe c o n ­ segundo a carne de que fa la I C o r 10.18? C o n tra isso há duas
vém . objeções a Lvso. P o r um la d o. P a u lo justapõe aq u i. m u ito ao
b . C f . 6.15 nota. invé s d c os co n fu n d ir, o Israel de D eus c o con junto dos crentes.
c . O apóstolo, em sua introdução, proclam ara: o C ris to , por P o r outro . P au lo , que no entanto gosta das antíteses, não opõe
sua m orte, liberta o s hom ens d o m undo mau ( 1.4). Para c o n c lu ir, e xp licita m e n te , em parte alg um a, o Israel de D eus ao Israel
afirm a: o C r is to , por sua cru z. in tro d u z os hom ens em um a nova segundo a carne; tam pouco cham a a Igreja co m o nome de “ no vo
criação. O p o n d o esta ao m undo antig o . P au lo mostra um a U lti­ Israel". N ó s crem os portanto que. para e le . o Israel de D eus é o
m a ve z aos gálatas o que o separa radicalm ente dos seus adver­ con junto d o s israelitas que creram no C r is to c ru cific a d o e que.
sários. Estes são d o m undo antigo: pregando a c ircu n c is ã o , pro­ e m un ião co m o s pagãos co n v e rtid o s, form am o verdadeiro po vo
curam pôr-se ao abrigo da perseguição (v. 12; c f. 5.11) e g loriar- de D e us (cf. R m 9 -1 1 ).
-se d o sucesso da p rópria propaganda re lig io s a (v. 13); a sua e. P a u lo traz as m arcas dos so frim e nto s por ele suportados
segurança e o seu o rg u lh o são os de um m undo “ c a m a l" . fecha­ c o m o fie l e c o m o m in istro d o C ris to ; elas são os sin a is d a sua
d o c m s i m esm o e separado d o seu c ria d o r (cf. 4 3 .8 -9 ). P au io. un ião c o m o C r is to c ru c ific a d o . C f . 2 C o r 11.23-28.
p e lo c o n trá rio , aufere a sua a le g ria e segurança unicam ente da f. Esta e p ísto la é a u n ica em que a palavra irmãos term ina a
c ru z d o C r is to , p o is é eia. e só e la . que o liberta totalm ente; ela saudação fin a l. N is to há sem d u v id a uma intenção e um apelo.
lhe con ced e escapar da atração e scra viza do ra d o m undo, que Q u e a fraternidade tom e a v ic e ja r entre os gálatas em sua p le n i­
doravante está m orto para ele; e la lhe concede escapar à preo­ tude. redescobrindo a sua fonte unica: a graça d o Senhor Jesus.
EPÍSTOLA AOS EFÊSIOS
INTRODUÇÃO

Objeto c conteúdo da epístola. O t e m a c e n t r a l 2. A s e g u n d a p a r te (ca p s. 4 -6 ) p o d e in titu lu r -


d a Epístola aos Efêsios é o d e s í g n i o d e D e u s ( o -se : exortação aos batizados, e x o r ta ç ã o que de­
m i s té r i o ) , f i x a d o d e s d e U n ia a e te r n i d a d e , o c u lt o c o r r e d a c e le b r a ç ã o . O a p ó s to lo c h a m a a c o m u ­
d u r a n te o s s é c u lo s , r e a liz a d o e m J e s u s C r is to , r e ­ n id a d e a v iv e r n a u n id a d e e . p a r a q u e is s o a c o n ­
v e la d o a o a p ó s to lo , d e s e n v o lv id o n u I g r e ja . E s ta te ç a , e v o c a assaz d e tid a m e n te a e d ific a ç ã o e o
é c e le b r a d a c o m o u m a r e a lid a d e u n iv e r s a l, s im u l­ c r e s c im e n to d o corpo de C r is to , g r a ç a s a o s m i­

ta n e a m e n te te r r e s tr e e c e le s te , o u m e lh o r , c o m o a n is tr o s q u e lh e s ã o d a d o s ( 4 ,1 - 1 6 ) . A s in s tr u ç õ e s

r e a liz a ç ã o a tu a l d a o b r a d e D e u s , a d a n o v a c r ia ­ que seguem v o lta m a tr a ta r d o s te m a s tr a d ic io ­

ç ã o . A s u a e x p a n s ã o , a p a r tir d a c a b e ç a , C r is to , n a is d o c a te c is m o p r im itiv o : c o n v ite a a b a n d o n a r


a té a p le n itu d e d a s d im e n s õ e s p r e v is ta s p o r D e u s , a a n tig a m a n e ir a d e v iv e r p a r a a b r a ç a r a n o v a ,
c o n s titu i a v a s ta p e r s p e c tiv a p a r a a q u a l o a u t o r r e v e s tin d o - s e d e C r is to ( 4 ,1 7 - 3 1 ), im ita n d o a D e u s
d irig e os o lh a re s dos c r e n te s . E sse d in a m ism o ( 4 ,3 2 - 5 ,2 ) , p a s s a n d o d a s tr e v a s p a r u a l u z ( 5 ,3 -
e x p r im e -s e n a s im a g e n s e n tr e c r u z a d a s d o c r e s c i­ 2 0 ). O q u a d r o d a s n o v a s r e la ç õ e s in s ta u r a d u s e m
m e n to d o c o r p o e d a e d ific a ç ã o d a c a s a d e D e u s . C r is to ( 5 ,2 1 - 6 ,9 ) c o n té m a b e m -c o n h e c id a e x p o ­
In te g r a d o s p e lo b a tis m o n e s te c o r p o , n o q u a l e s ­ s iç ã o s o b r e a u n iã o c o n ju g a l d e C r is to c o m sua
tã o r e u n id o s Is r a e l e a s n a ç õ e s p a g ã s , o s c r is tã o s Ig r e ja ( 5 ,2 5 - 3 2 ) . V em fin a lm e n te o a p e lo a
s e to rn a m c r ia tu r a s n o v a s , p e lo lo u v o r , o c o n h e ­ e n v e r g a r a a r m a d u r a d o c r is tã o p a r a s u s te n ta r o
c im e n to e a o b e d iê n c ia . E le s jig u r a m com o nú­ c o m b a te c o n tr a a s p o tê n c ia s c e le s te s ( 6 ,1 0 - 1 7 ) .
c le o c e n tr a l d a r e u n ific a ç ã o d o u n iv e r s o . Im a g e n s e te m a s s ã o to m a d o s d o A T e à s v e ze s s e
A e p ís to la s e d iv id e e m d u a s p a r te s ig u a is e fá c e is in s p ir a m em Q um ran o u m e s m o n a filo s o fia p o ­
d e d is tin g u ir . p u la r , m u s u e p ís to la o s r e n o v a p e la ilu m in a ç ã o
I . A p r im e ir a (ca p s. 1 -3 ) evo ca a Igreja como q u e v e m d e C r is to .
plcnificação da obra dc Deus. num e s tilo c a r a c te ­ Efêsios te r m in a com um a e x o rta ç ã o à oração
r ís tic o q u e d e c o r r e a o m e s m o te m p o d a litu r g ia e ( 6 ,1 8 - 2 0 ) e b r e v e s m e n s u g e n s ( 6 ,2 1 - 2 2 ) q u e in tr o ­
d o m a g is té r io . E la p r in c ip ia c o m um a bênção no d uzam a s a u d a ç ã o f i n a l ( 6 ,2 3 - 2 4 ) .
e s tilo e s p e c ífic o d o c u lto j u d a ic o ( p a r a a lg u n s , e s ta
ix is s a g e m s e e s te n d e r ia a té o f i m d e E f 3 ) . A c e le b r a ­ Circunstâncias c características da epístola
ç ã o d a g r a ç a ilim ita d a d e D e u s ( I J - 1 4 ) c o n s titu i o a) Efc'sios f a z p a r te d a s c h a m a d a s c a r ta s d o c a ­
s e u tr e c h o m a is l)e m d e fin id o . U m a o r a ç ã o d e ilu ­ tiv e ir o . O q u a d r o h is tó r ic o é o d e C o lo s s e n s e s e
m in a ç ã o v a i d a r n a e x a lta ç ã o d e C r is to , s e n h o r d o d e F ilê m o n . P a u lo e s tá p r e s o ( E f 3 ,1 ; 4 ,1 ; 6 ,2 0 ;
u n iv e r s o e c a b e ç a d a Ig re ja ( 1,1 5 2 3 ) . E f 2 e v o c a c f. F m 9 .1 0 .1 3 .2 7 ; C l 4 J . I 0 . I 8 ). r o d e a d o d o s m e s ­
a g r a n d e v ir a v o lta o p e r a d a e m J e s u s C r is to : o q u e m o s c o m p a n h e ir o s , e n c a r r e g a T íq u ic o d e id ê n tic a
e s ta v a m o r to e s tá v iv o ( 1 - 1 0 ) , o q u e e s ta v a d iv id id o m is s ã o ( C l 4 ,7 -8 ; E f 6 ,2 1 -2 2 ) .
e a lie n a d o a c h a -s e r e c o n c ilia d o ( 1 1 -2 2 ); a s a lv a ­ b) E n tr e ta n to , essa s co m parações são de ta l
ç ã o p e la g r a ç a a tin g e a c a d a u m e , p o r c o n s e g u in ­ n a tu r e z a q u e c r ia m u m p r o b le m a . C o n s ta ta -s e , a
te , r e ú n e e m C r is to to d o s o s h o m e n s ; d o r a v a n te , p r o p ó s ito de Efe'sios, que to d o s o s porm enores
n ã o e x is te m a is b a r r e ir a e n tr e Is r a e l e a s n a ç õ e s r e la tiv o s a o s d a d o s h is tó r ic o s s ã o to m a d o s q u a s e
p a g ã s , e a r e c o n c ilia ç ã o d e le s a n u n c ia a r e c o n c i­ lite r a lm e n te de C o lo s s e n s e s ( E f 6 ,2 1 -2 2 ) . A lé m
lia ç ã o d o u n iv e r s o in te ir o . O a r tífic e d e s ta r e c o n ­ d iss o , o a p ó s to lo não c o n h e c e p e s so a lm e n te os
c ilia ç ã o é o a p ó s to lo : E f 3 re v e la a p o s iç ã o de s e u s d e s ti n a tá r i o s ( 1 ,1 5 ) ; p o r c o n s e g u i n t e , n ã o s e
P a u lo n o d e s íg n io d e D e u s (vv. 2 -1 3 ) e to d a a p r i­ p o d e tra ta r d a Ig r e ja d e É fe s o , o n d e P a u io te v e

m e ir a p a r te te r m in a c o m u m a o r a ç ã o d e a d o r a ç ã o u m a e s ta d a p r o lo n g a d a . A liá s , o s m a n u s c r ito s n o s

q u e c a n ta o a m o r i n c o m e iv iu r á v e l d e C r is to ( 3 ,1 4 - a le r ta m lo g o n o p r im e ir o v e r s íc u lo , v is to m u ito s

1 9 ) e c o n c lu i c o m u m a d o x o lo g ia ( 3 ,2 0 - 2 1 ) . d e le s o m itir e m a in d ic a ç ã o d e É fe so ( t f . E f 1 ,1
n o ta ); d e s d e a A n tig u id a d e , Iw u v e q u e m s u p u s e s ­ m u ito p r ó x im o o c u id a d o d e d ir ig ir u m a s e g u n d a

s e q u e a e p ís to la h o u v e s s e s id o d ir ig id a à Ig r e ja m e n s a g e m . Is to e x p lic a r ia o p a r e n te s c o e n tr e o s

d e L a o d ic é ia , p r ó x im a d e C o lo s s a s, q u e , s e g u n d o d o is te x to s e s u a s d iv e r g ê n c ia s , a o m e s m o te m p o

C l 4 ,1 6 , r e c e b e u u m a c a r ta d o a p ó s to lo , c a r ta e s ta q u e a lg u n s d e s v io s o b s e r v á v e is e m E fé sio s .
d a q u a l n ã o a c h a m o s v e s tíg io a lg u m , e x c e to e s te . 4. E n fim , v á r io s m o tiv o s im p o r ta n te s in c lin a m

c) O s tr a ç o s de p a r e n te s c o e n tr e Efcsios e n ã o p o u c o s e s p e c ia lis ta s a c o n s id e r a r q u e a e p ís ­

C o lo s s e n s e s c o n c e r n e m ta m b é m a o e s tilo : r e c u r ­ to la p e r te n c e a u m a é p o c a m a is ta r d ia , a d a g e ­
s o a o s d e s e n v o lv im e n to s litú r g ic o s , s in ta x e m u ita s r a ç ã o p ó s -a p o s tó lic a e q u e e la e m a n a d e u m m e io
v e z e s s o b r e c a r r e g a d a , a b u n d â n c ia d e s in ô n im o s , p r o fu n d a m e n te m a r c a d o p e lo a p ó s to lo .
e n c a d e a m e n to de c o m p le m e n to s , exp ressõ es no P o r s u a s c a r a c te r ís tic a s , e la f a z p e n s a r e m u m a
p a r tic íp io , a n a lo g ia s d e v o c a b u lá r io , in jlu ê n c ia s b ê n ç ã o -e x o r ta ç ã o p r o n u n c ia d a o r a lm e n te n o d e ­
s a p ie n c ia is . A s c a r a c te r ís tic a s d e C o lo s s e n s e s s ã o c u r s o d e u m a to d e c u lto , tr a n s fo r m a d a d e p o is e m
a q u i a c e n tu a d a s e o s s e m itis m o s , m a is num ero­ e p ís to la , d e m a n e ir a a p o d e r f ig u r a r n a c o le ç ã o

sos. d a s c a r ta s p a u lin a s . C o n s ta ta -s e , p o r o u tr o la d o ,
d) E n fim , é p r e c is o f a z e r o le v a n ta m e n to dos q u e E fé sio s v o lta a tr a t a r d o s te m a s d e s e n v o l v i ­
m a is m a r c a n te s d e s e n v o lv im e n to s p a r a le lo s : d o s a lh u r e s , m a s d e ta l m a n e ir a q u e a r e la ç ã o d e
Efcsios Colossenses Efésios com R o m a n o s , I C o r ín tio s , G á la ta s e a té
1.6-7 1 .13 -1 4 com C o lo s s e n s e s s e e x p lic a m enos por um a de­
1.13 1.5 p e n d ê n c ia d ir e ta d o q u e p o r r e m in is c ê n c ia s , e u m a
1.15 1.9 e v o c a ç ã o d o s m o tiv o s p r o v e n ie n te s d a p r e g a ç ã o
1.15 -1 6 1,3-4 a p o s tó lic a . E n q u a n to C o lo s s e n s e s , e m p a r tic u la r ,
2 .1.5 2 .13 m o s tr a -s e m a is s e m e lh a n te às o u tra s c a r ta s de
2 2 -3 3.7 P a u lo p e lo e s tilo e a a p r e s e n ta ç ã o , Efésios é m a is
3 ,1 - 1 3 1,24-29 r ic a e m te m a s tip ic a m e n te p a u lin o s ( n e m a s a lv a ­
4 .1 5 - 1 6 2.19 ç ã o p e la g r a ç a , n e m o p o vo de D eus, nem o E s­
4.22-24 3.9-10 p ír ito S a n to a p a r e c e m em C o lo s s e n s e s ). A s a fin i­
5.6 3.6 dades com Q um ran sã o m a is fr e q ü e n te s ; o ra , a
5.19-20 3 ,1 6 -1 7 in flu ê n c ia e s sê n ia te n d ia m a is a se exercer na
5 2 1-6 .9 3 .18 -4 ,1 c a te q u e s e h a b itu a l d a s e g u n d a g e r a ç ã o . N o ta -s e
6,18-20 4,2-4 e n fim a in flu ê n c ia e x e r c id a p e la lite r a tu r a
6,21 4.7 s a p iê n c ia !, j á p e r c e p tív e l e m C o lo s s e n s e s : o s te r ­
A r e la ç ã o Efésios-Colosscnses c o n s t i t u i um dos m o s d e s a b e d o r ia , m in is té r io , p le n itu d e s e m u lti­
e n ig m a s d o N T , p a r a o q u a l a in d a n ã o f o i e n c o n ­ p lic a m e ta lv e z j á e s te ja m m a r c a d o s p o r c e rta s
tr a d a s o lu ç ã o p le n a m e n te s a tis fa tó r ia . E is a s p r in ­ e la b o r a ç õ e s q u e r e s u lta r ia m na gnose.

c ip a is h ip ó te s e s q u e fo r a m p r o p o s ta s : E n fim , a fix a ç ã o de um a d a ta u lte r io r p a r a a


I .A lg u n s p o u c o s c o n s id e r a m a c a r ta a o s Efésiose p í s t o l a e x p lic a r ia a s r e la ç õ e s q u e e x is te m e n tr e
um te x to p a u lin o . q u e o a u to r d e C o lo s s e n s e s te ­ Efésios e a s e p ís to la s p a s to r a is , s e c o n s id e r a d a s
r ia e m s e g u id a r e m a n e ja d o p a r a d a r m a is p e s o à c o m o p o s te r io r e s a P a u lo , e ta m b é m c o m a tr a d i­
su a m en sa g em . ç ã o jo â n ic a : e , n e s te c a s o , u m m e s m o m e io p o d e
2 . A o p in iã o m a is c o m u m v ê n e s s a s c a r ta s d u a s s e r -lh e s a tr ib u íd o : É fe so . M as é s o b r e tu d o um

m e n s a g e n s q u e o a p ó s to lo e n v io u q u a s e a o m e s ­ e x a m e d a s u a te o lo g ia q u e p e r m ite d e fin ir o c a r á ­
m o te m p o a Ig re ja s v iz in h a s , in sp ir a n d o -s e em te r p a r tic u la r d a e p ís to la .

C o lo s s e n s e s para com por Efésios. N e s te caso,


Efésios r e p r e s e n ta o ú ltim o e s tá g io d o p e n s a m e n ­ Teologia da epístola: enraizamento paulino e
to d o a p ó s to lo . P r is io n e ir o e m R o m a , P a u lo q u e r horizonte novo. S e j a c o m o f o r , a Epístola aos
le g a r à s c o m u n id a d e s , ta lv e z s o b a f o r m a d e u m a Efésios e s t á p r o f u n d a m e n t e m a r c a d a p e l o p e n s a ­
c a r ta c ir c u la r , a s u a s u p r e m a m e d ita ç ã o s o b r e o m e n to d o a p ó s to lo P a u lo . M a s s ã o e s s e s v ín c u lo s

m is té r io d a s a lv a ç ã o e d a Ig r e ja . im p r e s s io n a n te s q u e le v a n ta m p r o b le m a s . E n u m e ­
3 . P a r a o u tr o s , a p ó s te r c o m p o s to C o lo s s e n s e s , r e m o s r a p id a m e n te :
P a u lo c o n fio u a u m s e c r e tá r io o u a u m d is c íp u lo — A g r a n d e o b r a d e D e u s r e a liz a d a e m Jesu s
C r i s t o e s t á f i x a d a n o â m a g o c ia m e n s a g e m ; o b a ­ d ife r e n ç a j a z n o p a s s a d o . P o r u m la d o , a e x p e c ­
tis m o s ig n ific a d e m o d o d e c is iv o a p a r tic ip a ç ã o ta tiv a a p o c a líp tic a d a c o n v e r s ã o f i n a l d e is r a e l e
d o s c r is tã o s n o d e s tin o d e C r is to . a a n g ú s tia do a p ó s to lo a r e s p e ito d o seu p ovo:

— O a n ú n c io e a c e le b r a ç ã o d a graça d iv in a p o r o u tro , a c e r te z a d e u m e n c o n tr o j á r e a liz a d o


d ã o a o te x to a s u a n o ta d o m in a n te , d e s d e a b ê n ­ n a Ig re ja . E m R o m a n o s , a d ia lé tic a é d e tip o j u ­

ç ã o i n ic i a l ( 1 ,3 - 1 4 ) a t é a s e x o r t a ç õ e s f i n a i s ( 2 ,1 - r íd ic o , em Efcsios. a r e c o n c ilia ç ã o te m um ca­

1 0 ; 4 .7 ). r á te r , a o m e s m o te m p o , é tic o e c ó s m ic o (c f. R m

— A r e c o n c ilia ç ã o do m undo é v in c u la d a à 9 - i I e E f 2 ,1 1 -2 1 ).
d erru b a d a da b a r r e ir a que is o la v a is r a e l das N a s e p ís to la s a n te r io r e s , a I g r e ja d e s ig n a v a e m

o u tr a s n a ç õ e s ; d o r a v a n te os pagãos sã o p le n a ­ g e r a l a s c o m u n id a d e s lo c a is ; e m Efcsios. em se­

m e n te c id a d ã o s d o R e in o d e D e u s ( 2 ,1 1 -2 2 ). g u im e n to a C o lo s s e n s e s , e la é c o n s id e r a d a c o m o

— O m in is té r io d e P a u lo c u m p r e a m is s ã o d e um a r e a lid a d e u n iv e r s a l, quase p e r s o n ific a d a ,

D e u s ( 3 .2 - 1 3 ) . c o m o o f o i a S a b e d o r ia d e D e u s . Efcsios tr a n s p õ e

— A Ig r e ja é d e fin id a ao m esm o te m p o com o p a r a o p la n o u n iv e r s a l o s d e s e n v o lv im e n to s p a r o -

s e n d o o p o v o d e D e u s e o c o r p o d e C r is to . A liá s , q u iu is e c o n c r e to s d e I C o r in tio s . D e te m p o r a l,
E fê sio s não e n tr a em nenhum a e s p e c u la ç ã o in s e r id a na h is tó r iu , a Ig re ja te n d e a aparecer
c o s m o ló g ic a ; a r e v e la ç ã o d iv in a é c o n c e d id a , n ã o com o e te r n a . E m C o lo s s e n s e s , o p le r o m a v in h a

so b fo rm a de te o r ia ou s is te m a , m u s na e p e la h a b ita r C r is to ; a g o r a , a ig re ja é o p le r o m a de
c o m u n id a d e c r is tã , e x p lic ita ç ã o d o " m is té r io " . C r is to . A s a fir m a ç õ e s sob re C r is to , cabeça do
N o e n ta n to , e s ta herança p a u lin a s o fr e um a u n iv e r s o , to r n a m -s e a fir m a ç õ e s s o b r e a Ig r e ja . O

tra n s fo r m a ç ã o p r o fu n d a que não pode s e r u tri- te m a d o c o r p o , e s tr e ita m e n te m e s c la d o c o m o da

b u id u s im p le s m e n te a o s te m a s n o v o s s u r g id o s e m c a s a d e D e u s , r e c e b e a s u a ú ltim a fo r m u la ç ã o e

C o lo s s e n s e s . O s p r o lo n g a m e n to s que e n tã o se s e e n r iq u e c e c o m o n o v o d e s e n v o lv im e n to s o b r e o
e s b o ç u v a m s ã o d o r a v a n te tã o b c m - c ic e n tu u d o s q u e m is té r io d a u n iã o d e C r is to c o m s u a Ig r e ja , m o d e lo

d e lin e ia m u m a fig u r a o r ig in a l d e c o n ju n to . d a u n iã o c o n ju g a l, e m q u e s e e x p r im e m u s o b e r a ­
T o d a a e x p e c ta tiv a d o f im n ã o s e e s v a iu : to d u - n ia d e C r is to e a r e s p o n s a b ilid a d e d a Ig re ja .
v iu , à te n s ã o p r e s e n te - fu tu r o s u c e d e o u tr a : a s a l ­ Q u e r s e tr a te d e P a u lo , n o f in d a r d a s u a c a r r e i­

v a ç ã o r e a liz a d a em C r is to e re v e la d a na Ig r e ja r a , o u d e u m d o s s e u s s e c r e tá r io s v a le n d o - s e d a s

d e v e lo g r a r a su a p le n u d im e n s ã o g r a ç u s u o c r e s ­ in str u ç õ e s d a d a s , q u e r s e tr a te de um dos seus

c im e n to d o c o r p o , q u e r e p e r c u te a té n u s e s fe r u s h e r d e ir o s , e m f a c e d a c r ític a s itu a ç ã o a tr a v e s s a ­

c e le s te s ( 1 ,2 2 ; 4 .H - I 0 ) . A s a lv a ç ã o to r n a -s e u m a d a p e lo c r is tia n is m o a p ó s a g e r a ç ã o a p o s tó lic u , a

r e a lid a d e em v ia s d e p l e n ific a ç ã o . O c r is tã o j á v e rd a d e é q u e o a u to r d e Efêsios esboçou, d e p a r

e s tá s a lv o ( E f 2 , 8 ) , o s b a tiz a d o s , “r e s s u s c ita d o s e com M a te u s , L u c a s e J o ã o , u m a d a s g r a n d e s r e s ­

e le v a d o s c o m C r is to " n a g ló r ia . p o s ta s d a d a s p e lo s c r is tã o s d e e n tã o a o p r o b le m a

D a m esm a fo r m o , o a n ú n c io da graça não se de seu p r ó p r io fu tu r o . E le q u e r le v a r o s fié is a


s itu a m a is no c o n te x to e s c a to ló g ic o do grande to m a r p le n a c o n s c iê n c ia d e q u e o m u n d o s o fr e u
p r o c e s s o e n tr e D e u s e o s e u p o v o . A s c a te g o r ia s u m a m u d a n ç a r a d ic a l a p ó s a m o r te e a e le v a ç ã o
ju r íd ic a s c e d e r a m lu g a r à " m ís tic a " ; e n c o n tr u m o - d e C r is to . A v a liu e c e le b r a o d o m d e D eus, dom
-n o s n o p o n to d e p a r tid a d a e v o lu ç ã o q u e a p r o x i­ q u e , d o r a v a n te , v ê in s e r id o n a fo r m a ç ã o d a Ig r e ­
m a r ia o c r is tia n is m o d a s r e lig iõ e s d e s a lv a ç ã o . O ja . N e s ta Ig r e ja , e le percebe o penhor de um a
m e s m o p o d e -s e d iz e r n o q u e c o n c e r n e à r e la ç ã o s itu a ç ã o ir r e v e r s ív e l.
e n tr e Israel e as nações. Em R o m a n o s , a r e u n iã o D e q u a lq u e r fo r m a , c o n v é m le r a Epístola aos
fa z - s e p e la a d iç ã o da to ta lid u d e d e Isra el e d a Efêsios m e n o s c o m o u m a c a r ta d e c ir c u n s tâ n c ia

to ta lid a d e d o s p a g ã o s q u e p e r m a n e c e m d is tin ta s ; d o q u e c o m o u m a e x p o s iç ã o lír ic a e d id á tic a d a

em Efêsios. por um a c o n ju n ç ã o na q u a l to d a a fé c r is tã .
EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
1 E n d e r e ç o c s a u d a ç ã o . 'P au lo , após-
e da graça com que nos cum ulou em u - 1 .2«
tolo de Je su s C risto pela vontade de seu B em -am ado ": V .l1
Ml 3.17:
D eu s. aos santos* e fie is em Je su s C ris- nele, por seu sangue, somos 1131420
o . - . -.
ci 1 . 1-2 to: : a vós graça e paz da parte de D eu s. libertad os, Rra 3-24-2;i
nosso P a i. c do Sen h o r Je su s C risto . n ele, n o ssas faltas são perdoad as,
segu ndo a riqueza da sua g raç a. 2.7
U m a g r a ç a se m lim ite " D e u s no-la prodigou,
■' B endito seja D eu s. Pai dc nosso abrindo-n os a toda a sabedoria e a 1.9
Sen h o r Je su s C risto b: inteligência.
0 1 5-14 E le nos abençoou com toda a bênção 9 E le nos fez con h ecer o miste'rio da Rm 16.25
espiritual sua v o n ta d e \
nos ce'usc. em C risto . o d esígn io b en evolen te que dc
Rm xjx-30 * E le nos escolheu nele antes da antem ão determ inou cm si m esm o J.n
fundação do mundo "'p a ra le v a r os tem pos à sua plenitude': mc i .u
jo 17.24: p;ira serm os santos e irrepreen síveis reun ir o u n iverso inteiro sob um só
2f j í . 2T. sob o seu o lh ar, no amor^. c h e fe . C risto 1. o 1.16-17
ci i .22 s E|e nos predestinou a ser para ele o que está nos cc'us e o que está sobre
Rm x.15-16: filh o s ad otivo s por Je s u s C risto ', a terra.
jo M 2 - assim o qu is a sua ben evolên cia " N ele tam b cin . receb em os a nossa
1 para o lou vor da sua g ló ria '. partek: o 1.12
Fl l. l l

a . L il. aos santos íjue estão (em Éfeso) t fiéis. A indic;ição em g. O sen Bein-umado: V e r os relatos d o batism o de Jesus. M t
Éfeso é om itida por vários mss.. e alguns Padres da Igreja não che­ 3.17 c a nota. C f . C l 1.13.
garam a conhecê-la. C o m o as palavras que estão acham -se ates­ h. V e r E f 3 3 nota.
tadas por iodos os mss.. levantou-se a hipótese de uma carta cirvu- i. L it. visando à economia da plenitude (plerom a) dos tem/xis.
lar em que o i»omc dos destinaiários teria sid o deixado em branco. Exp ressão que fo i com preendida de duas maneiras: I" N o sen­
b. E m um só período o s v v . 3-14 e xp rim e m um lo u v o r trans* tid o de G l 4 .4 .quando chegou a plenitude do tetn/xr. Deus en­
bordante que. sem tom ar fô le g o, ce le b ra a expansão da graça de viou o seu Filho: neste caso ela visa à encarnação o co rrida no
D e us. A passagem pertence ao gênero lite rário da bênção (cf. té rm in o d o Al*. 2“ E m um sentido p e cu lia r da ep ístola, a pleni­
2 C o r 1 3 ; IP d 1 3 ). m uito d ifu n d id o na litu rg ia ju d a ica . D e u s é tude dos temptKs designa o tem po da Igreja inaugurado na Res­
sujeito dos verbos: a sua ação fic a ritm ada pelos em Cristo surre ição . e a economia, a m aneira co m que D eus con d u z a
(nele). eb alizada por fórm ulas d o xo ló g ica s (cf. os vv. 6.12.14). h is tó ria à sua consum ação.
A bênção dc D eus d considerada sob o s seus aspectos sucessi­ j . L it. recapitulur todas as coisas em Cristo. O verbo grego
vo s. mas inseparáveis: ele içã o (4-5). libertação (redenção) (6-7). com p osto contém duas idéias que a tradução e xp licita : a de re­
re ca p itula ção (8-10). herança prom etida (11-12). d om d o E s p í­ su m ir. repetir, reunir (idéia que se encontra no term o capítulo)
rito (13-14). Esses temas pertencem ao vo ca b u lá rio da aliança e. por outro lado. a idéia de c o lo c a r so b a soberania (idéia que
no A T . E f re aliza um a fusão notável entre a perspectiva b íb lic a sc e n c o n tra nas p a la v ra s chefe c cabeça, todas da m esm a
d o p o vo de D eus e a ideia nova da Igreja corp o de C risto . e tim o lo g ia). Este v e rsícu lo desem penhou um papel considerável
c . A expressão nos céus. que e m sua form a grega é p e cu lia r na te olog ia cristã deste Irineu (tema da recapitulação).
à e p ísto la ( E f 1.20; 2.6: 3.10; 6,12). situa sucessivam ente no k . L it. nele também nós fomos designados pela sorte. (V a r.
m u ndo celeste: C ris to , a Igreja, os crentes, mas também o s es- nele também nós fomos chamados.) A lu z d o A T , essa expressão
pirítos do mal (cf. 6.12). A q u i a expressão associa estreitamente pode ser com p reend id a de d o is modos:
os e le ito s ao triunfo d o C risto , vencedor das potências celestes. 1. nele taml>ém nós recebemos a nossa parte.
d. No amor. fó rm u la c o n c lu siv a nas bênçãos judaicas. N o 2. nele tuntlxtti nós fomos escolhidos como o seu quinhão.
entanto, alguns a lig am a ele nos predestinou (v. 5). A p rim e ira tradução evoca a id é ia da terra prom etida atribuída
c. O s verbos form ados com o p re fix o pré* (de antemão, desde p o r D eus a Israel com o parte da herança d o povo ele ito (D t
sem pre) nào cessam de sub linha r a in ic ia tiv a absoluta da graça 3.18). Esta id é ia é transposta para o N T . onde a terra p rom etida
de D eus. E le iç ã o e predestinação constituem a boa nova de nossa passa a ser o céu (cf. a herança celeste). E la é fa m ilia r a P au lo
ad oção filia l: elas não atenuam, m as, p elo con trá rio, com p ro m e ­ (R m 8.17; G l 3.29; 4.7). E la sera' e x p lic ita d a no v. 14 (o adian­
tem a nossa responsabilidade (ver o fim d a benção, vv. 11-14). tamento da herançaf e no v. 18 (cf. nota).
f. L it. para o louvor da glória da sua graça. O e strib ilh o para A segunda tradução apóia-se no fa lo de que o p ró p rio Israel
o louvor da glória va i escandindo a bênção e faz da g ló ria de era con sid erad o c o m o a parte que D eus ad qu irira para si para
D e us a fin a lid a d e d c toda a sua obra. com o o seu liv re d e síg nio que se tornasse o seu bem p ró p rio , o seu quinhão (E x 34.9). C f .
é a fonte da mesm a. v. 14 nota.
de acordo com o projeto daqu ele que faça con hecer verdadeiram ente; ‘"que ele 3.9
2Cor 4.4-6
tudo conduz abra o v o sso co raç ão à sua lu zp, para que Ef 4.4:
ao sabor da sua vontade: saib ais qual a csp cran çaq qu e o seu ch a­ Cl 1.5.27

fom os predestinados m am ento v o s d á . qual a riq ueza da sua


12 a ser. para lo u vo r da sua g ló ria , g ló ria , da herança d e qu e e le v o s faz Cl 1.12:
Sh 5.5
2.12 o s que dc antemão esperaram no C risto1. participar co m o s san to s'. I9que im enso Al 2(1.32
N e le , ainda, o u vistes a palavra da poder ele exerceu em fa v o r de nós que O 2.12;
2Cor 13.4
verdade, crem os; a sua e n erg ia, a sua fo rça o n ip o ­
3.20:
Cl 1.5-6 o E v an g e lh o que v o s sa lv a . tente. “ ele as fe z operar em C risto , qu an ­ Rm K.ll:
ICor 6.14:
N e le , ainda, crestes e fo stes m arcados do o ressuscitou do s m ortos e o f e z s e n ­ Fl 3.10
4.30: com o sinete do E sp írito prom etido, o t a r - s e à s u a d i r e i t a * nos ce'us, J lbcm a c i­ Rm 1.4
2Cor 1.22 Cl 3.1
E spírito Santo, ma de toda A u toridad e. P o d er. P otência. Cl 1.15-20:
2.10.
2Cor 5.5: 14 adiantam ento da nossa heran ça1" S o b e ra n ia 1 e de q u alq u er o u tro nom e ICor
Rm K.I4-I7
ate' a libertação final cm que dela c ap az de ser nom eado, não som ente nes­ 15.24-25:
24-25 Fl 2.9:
tom arem os p o sse” , te m undo, m as ainda no m undo futuro. llh 1.3-4:
Mi 22.IK
para o lou vor da sua g ló ria. “ S im . e l e p ô s t u d o s o b o s s e u s p é s “ e o
outorgo u , no a'pice de tudo, co m o cabeça O 1.18
P r e c e d e ilu m in a ç ã o . l5E is por que eu da Igreja " q u e e' o seu co rp o , a plenitude 4.10
Cl 1.4-9: tam bem , desde que sou be da v o ssa fe' no d A q u e le q u e o p ró p rio D e u s rep leta
Fm 4.5:
Rm IJt-v Sen h o r Jc s u s e v o sso am or" para com totalm ente'.
todos o s san tos, “ não c e sso de render
g ra ç a s a v o s s o re sp e ito , q u an d o fa ço fy D a m o rte à v id a . 'E v ó s . que está- Tl 3.3-7
m enção de vós cm m inhas o raçõ es. l7Q ue v e is m ortos por cau sa dc v o ssa s fa l­ 2.5:
3 *14-19 o D eus de nosso Sen h o r Je su s C risto , o tas c d o s pecados 2em que e s tá v e is m e­ Cl 2.13
Cl 3.7
|s n 2. Pai a quem pertence a g ló ria , v o s dê um tidos o utro ra. quan do s e g u íe is o deus
6 . 12:
* 7-7: espírito dc sab ed o ria, que v o -lo revele e deste m undo” , o príncipe qu e sc interpõe
ICM 2.10: 2Cor 4.4:
Uo 5.2» Jo 12.31

I. A lg u n s pensam que os vv. I l c 12 já introduzem a id cui de cialm ente a dc Q um ran. podem e v o c a r os anjos, a com unidade
Israel e das nações que ocupara um lu g a r d c umta im portância d o céu (cf. C l 1.12 nota). Pensou-se ainda nos judeu-cristãos,
na e p ístola. O nós. associando ao a u lo r o s jud eu-cristãos. c o n ­ representando o resto santo de Israel, ao q ual o s pagão-cristâos
trastaria com o iví.v do v. 13. que d e signaria os leitores pagão- são a ssociados (cf. E f 1,12 nota e R m 15.25 nota).
•cristãos. A esperança no C ris to (o M e ssia s) se refere neste caso O term o santos se g eneraliza para d e sig na r os cristãos em E f
à espera de Israel (cf. E f 2,12). — O utros (cf. tradução) pensam e C l c suplanta o term o irmãos.
que a bênção em seu con junto concerne a todos os cristãos e que s. SI 110.1.
ela term ina, com o tantas vezes, por um a breve interpelação; d a í t. C f . C l 1.16 nota.
a aparição d o m v . Neste caso. a d istin çã o entre israel e as na­ u. S l 8.7.
ções: so intervém no cap. 2 e as palavras esperado de antemão v . L it. a plenitude
(plèrõtna) daquele que é repleto totalmente
e xp rim em então a espera da consum ação fin a l (cf. v. 10). pró­ em todas as coisas. C o m o e m E f 3 , l 9 e 4.13. a Igreja 6 chamada
pria a todos os cristãos. dc plenitude de C ris to (cf. C l 1.19 nota). E la e' repleta das riq ue­
m . A im agem d o sinete é aplicada ao E s p írito (v. 13): ela é zas da vid a d iv in a p o r C ris to , que se acha. e le m esm o, repleto
associada, com o cm 2 C o r 1.22 à d o adiantamento, das arras p or D eus. segundo a a firm ação d c C l 2,9-10. A p ro xim a m o -n o s
(2 C o r 5.5). das expressões joãnicas: o P ai esta no F ilh o ; o F ilh o , nos d is c í­
n . L it. a liltertação da aquisição. Exp ressão am bígua, que pulos; os d isc íp u lo s , no m undo (Jo 17.11.20-26; c f. Jo 1,16).
sig nifica : ou a libertação que consistiria na aquisição, isto é. a Este v e rsícu lo d if íc il é suscetível dc receber várias interpreta­
entrada na posse d a herança na hora d a libertação fin a l (cf. tra­ ções. É pre fe rív e l e vitar a tradução de plérôma por complemento
dução), ou a libertação da aquisição (que D eus fez), isto é. do (a Igreja, com p lem ento de C risto ). A le m da nossa tradução,
ad qu irido , d o p o vo que ele ad qu iriu para si (cf. E f 1,11 nota e propõe-se ainda; a plenitude daquele que repleta tudo em todos
IP d 2.9). Então, o sentido é: ate' a libertação fin a l, quando D eus (isto é. a Igreja, p lenitude de C ris to que a a nim a e con d u z à sua
tomara plena posse de nós. p lenitude, c f. 4.13). O u ainda: a plenitude daquele que repleta
o. V á ria s testemunhas o m item vosm amor. tudo em todas as coisas (isto e'. a Igreja, plenitude d c C ris to que,
p . L it. ilumine os olhos do vosso coração, expressão b íb lic a ele p ró p rio, penetra o un iverso sob todos os aspectos, c f. 4,10).
(cf. SI 13.4; 19.9). w . L it. segundo o éon deste mundo. O term o éon, que sig n ifica
q . Sobre esle sentido da palavra esperança, ver C l 1.5 nota. século, m undo, decurso das idades (cf. 1.21; 2,7; 3 .9 .1 1). parece
r. Os santos: esse term o designa o s m em bros d o p o vo de aqui p e rso nificad o , c o m o sugerem as expressões que seguem;
D eus. os batizados ( c f.l ,1). M a s a perspectiva celeste da epísto­ ele designa um a força supra-hum ana d c caráter ao mesmo tempo
la. e suas afinidades com a literatura d o ju d a ísm o tardio, espe­ e sp acial e tem poral, que crista liz a em s i todas as tendências de
entrc o céu e a terra', o espírito que age fez; nós fo m o s criad o s em Je su s C risto 2Cm 517
5.6 ag o ra entre o s reb eld es’ . . . -'E do núm e­ para as boas o b ras, que D eus preparou t i 2 .m
Rm 2; ro d estes cram o s tam bém tod os nós2, de antem ão', a fim de que nelas nos em ­
3.9.23
que nos aban donávam os outrora aos d e­ penhem os.
sejo s da nossa carn e11; fazíam o s as suas
von tad es, segu íam os os seus estím ulos T o d o s re u n id o s em C r is t o . “ L cm b rai-
e estávam o s por natureza, tanto qu an ­ -v o s portanto de que outrora, v ó s que 5.8
Rm 11.17
to o s outros, destinados à có lerah. 4M as trazícis o sinal do paganism o cm v o ssa
Cl 3.6 D eu s é rico em m isericórd ia; por cau sa carne*. vós que éreis ch am ad o s dc “ in-
IPd 1.3
Ji. 3.15-17 do gran d e am o r co m qu e nos am o u , c ircu n ciso s” por aq ueles que se preten­
2 . 1; 5qu an do e s tá v a m o s m o rto s por c a u sa dem "c irc u n c iso s” cm co n seq ü ên cia de
Cl 2.13;
Lc 15.24-32; das nossas fa ltas, deu-nos a vid a com um a o p eraç ão p r a t ic a d a na c a r n e , c 1 2 . 1 1
Rm 6.13 C risto1, — c por graça que v ó s so is sa l­ l2le m b ra i-v o s de q u e , n aq u ele tem p o ,
2.8 ;
Al 15.11 v o s11 — , ‘ com ele nos ressuscitou c nos éreis sem M e ssia sh. p rivad o s de cid ada- -».is;
Cl 3.1-4; fe z sentar nos c cu s em Je s u s C risto . nia cm Israel, estranhos às alian ças da
Ef 1.19
7A ssim , por sua bondade para con osco p ro m essa, sem esperan ça c sem D eu s 1 110 m 4.13
em Je su s C risto , ele qu is m ostrar nos mundo. '-'Mus ago ra, em Jesu s C risto, vós Al 17.22-23

sécu los futuros1' a incom parável riqueza que outrora e stáv eis l o n g e , fo stes torna­ Al 2 3 9
1.7 da sua g raça. "C om e fe ito , é pela graça do s p r ó x i m o s pelo sangu e dc Cristo*. I4É
Rm 3.24; Cl 1,20;
9.16; Gl 2,16 que v ó s sois sa lv o s por m eio d a fé; e c ie , com e fe ito , que é a nossa p a z : do 2.14
Jo 4,10. isso não depende de v ó s. é dom de D eus. que era d iv id id o 1*, fez um a unidade. E m ls 9 j
Hb 8,4
Rm 3.28; vIsto não vem das o b ra s, para que nin­ sua carne destruiu o m uro de separação:
2Tin 1.9
ICor U 9 ;
guém se orgu lh e. l0P o is foi ele quem nos o ó d io '.l5E le aboliu a lei e os seus m an- Cl 2.14
Gl 6.14

um m u nd o ho stil a D eus. N o s sistem as gnósticos, esse termo f. O u ira tradução p ossível: para as quais Deus nos preparou
desem penharia um papel fundam ental. T radu z-se m uitas vezes: dc antemão. D o m esm o m odo que a salvação, a vid a nova que
segundo o curso deste mundo. dela decorre e as obras que a exp rim e m dependem da graça
x. L il. o chefe da jwiância do ar. Para os antigos, o ar se soberana de D eus. C a b e ao cristã o d isce rn ir e re aliza r o que
estende da terra até a lua. Segundo E f, é o d o m ín io da* potências D eus preparou. O s v v . 8-10 condensam em algum as frases in ­
adversas que. segundo essa representação, se interpõem entre cis iv a s a pregação da graça d c D eus d e se n vo lvida cm G l e R m .
D eus e os homens. M a s o tema da ju s tifica ç ã o , que nessas epístolas con stituía a
y. L il. os filhos da rebelião. A frase perm anece suspensa; a base de dem onstração, não m ais entra nas perspectivas d c E f.
id é ia com eçada no v. I é continuada no v. 5. Pode-se traduzir g. L it . wí.s, os pagãos na carne.
tambem: nos rebeldes. h. E m grego: sem Cristo. T ra d u zim o s, excepcionalm ente, sem
z. Judeus e pagãos são todos subm etidos ao m esm o ju lg a m e n ­ Messias, visto que o v. evoca as prerrogativas de Israel. A pro­
to e à m esm a cólera. C f. R n i 1,18; 3,20. messa feita a A b ra ã o (G n 18.18). sobre a qual repousava a es­
a. O term o carne vo lta no v.. após vontades (lit. as von-tades perança de Israel, fo i atestada cm a lianças sucessivas.
da nossa carne). Sobre a noção d c carne, ver R m 1.3 nota. i. O s pagãos eram “ ateus" porque, não obstante todos os seus
I). Lil. filhos de cólera. H eb raísm o análogo ao do v. 2 (filh o s deuses, não con heciam o D eus v iv o c verdadeiro ( I T s 1.9). O s
da rebelião). A expressão por natureza tem sid o interpretada cristãos, por sua vez, passarão aos o lho s dos pagãos por gente
com o sig n ifica n d o por nascim ento, e nela se viu a afirm ação do “ sem deus" porque não tinham ncm tem plos nem íd o lo s.
pccado o rig in a l (cf. R m 5.12 noia). M a s aqui. par natureza se j . C o m e ç o da citação de Is 57.19. C f. v. 17.
opõe a por graça e a cólera de D e us aparece diretam ente com o das duas coisas ele fez uma só coisa.
k . L il.
conseqüência dos pecados pessoais. I. Muro de separação: lil. o tabique da cerca (= o tabique. que
C. Var.: no Cristo. é a cerca). Esta separação fo i identificada: I ) co m a le i. evocada
d. Vós estais salvos: o tem po d o verbo grego ind ica o estado no v. 15. que separava puros c im pu ro s p o r suas observâncias
presente resultante dc um a ação passada. E f encara a salvação, rituais: a im agem d o m u ro pode ter sid o sugerida pela barreira
a ressurreição dos que crêem e a sua elevação aos céus (v. 6) que interditava aos pagãos, sob pena de m orte, o acesso ao san­
com o realidades atuais. Esta idéia de um a salvação realizada já tuário de Jerusalém ; 2) com o m uro celeste que estabelecia uma
é esboçada em C l (cf. 2.12 nota) e caracteriza E f e C l com separação intransponível entre o m undo terrestre e o m undo
relação às epístolas anteriores d c P au lo nas. quais essas a firm a ­ celeste, segundo certas concepções esotéricas.
ções exprim em um vir-a-ser (cf. os futuros dc R m 6 3 - 1 1: 8.1 1.17- D c qualq uer form a, a construção deste trecho perm anece d if í­
18) c constituem uma esperança (R m 8.24). c il. A lg u n s supõem que a expressão o ódio con stitui um a inter­
e. L it. nos éons futuros. A q u i o term o éon parece guardar pretação posteriorm ente acrescentada ao texto p rim itiv o para
um sentido predom inantem ente tem poral. A lg u n s , entretanto, re- in d ic a r o sentido d c muro de separação.
con hcce nd o-ihe de novo um caráter pessoal, traduzem: entre os A paz, plenitude da salvação m essiânica (cf. ls 9.5-6; M q 5,4:
(= aos) éons futuros (cf. 2,2 nota). IR s 5.26 nota), con cretiza-se na fundação da Igreja e. recipro-
damentos com suas observâncias'“. Ele iodos juntos, integrados na construção
quis assim, a partir do judeu e do pagão", para vos tornardes morada de Deus pelo ip j 2.5
Ei 37,17 criar em si um só homem novo0, estabe­ Espírito.
2Cor 5.17
lecendo a paz, l6e reconciliá-lo com Deus,
Cl 1.20
ambos em um só corpop, por meio da q Paulo, o homem do mistério de
cruz, onde"* ele matou o ódio. ^Ele veio ** Cristo. 'É por isso que eu, Paulo, pri­
6.15: a n u n c i a r a p a z a vós q u e e s t á v e i s l o n g e , sioneiro de Jesus Cristo por vós. os 4.1 ,
Is 52,7: Cl 4.18
Zc 9.10
e u p a z a o s q u e e s ta v a m p e r to ’ . pagãos1,... 2se ao menos estais informa­
3.12: ‘*E é graças a ele que uns e outros, dos da graça que Deus me concedeu, para
Rm 5.2: num só Espírito, temos acesso ao Pai*. realizar o seu plano a vosso respeito', Cl 1.24-29
8.15:
llb 7.25: l!>A.ssim, não sois mais estrangeiros nem 3como. por revelação", tive conhecimen­
10.19 20: migrantes'; sois concidadãos dos santos”, to do misteriob, tal como o esbocei rapi­ Gl 1.12-16
IPd 3.18
3.6 sois da família de Deus. “ Fostes integra­ damente. ■'Podeis constatar, ao ler-me, a
Gl 4.26: dos na construção que tem como funda­ percepção que tenho do mistério de Cris­ 1.9-10;
Fl 3,20: Rm 9-10
llh 12.22-23 mento os apóstolos e os profetas', c o to. 5Este mistério. Deus não o deu a co­
Ac 21.14 próprio Jesus Cristo como pedra mestra". nhecer aos homens das gerações passa­
ls 28.16
2,É nele que toda a construção* se ajusta das como acaba de revelar agora pelo Cl 1.26
4.15-16: Rm 16.
P 2.19 e se eleva para formar um templo santo Espírito aos seus santos apóstolos e 25-26
ICor 3.16:
2Còr 6.16:
no Senhor. 22É nele que vós também sois. profetas': *os pagãos são admitidos à 2.13.18-19
Jo 2.21

cam ente. a p az selada no p o vo d c D eus tem um a repercussão d o c im o , chave de abóbada que garante a ordem d o conjunto;
cósm ica. este se n lido concorda m elh or co m o tema da soberania de C risto
m . L it. a lei dos mandamentos em preceitos. A le i e as suas que predom ina na epístola (1,22). C f . IP d 2.4-8.
prescrições rituais iso la vam Israel num p a rticu la rism o intransi­ x , Var.: toda a construção. N o s v v . 19-22. deparam-se em
gente. A q u i. é considerada c o m o fonte dc ó d io recíproco, grego seis nom es ou verbos com postos com base na raiz oiko
dos dois.
n. L it . (m oradia, habitação),
o. Sobre o homem novo, c f. C l 3,10 c a nota. E f id e n tifica aqui y . Frase inacabada, retomada no v. 14.
este hom em no vo com o c o rp o do C risto: nele estão reunidos, z. L it. da economia da graça de Deus que me foi dada em
sem d istin çã o , judeus e pagãos para viverem jun tos de um a só vossa intenção. Expressão sobrecarregada, que com b ina uma
vid a nova. fó rm ula m uito paulina: a graça (de Deus) que me foi dada (Rm
p. A lg u n s pensam no corp o d o C ru c ific a d o ; outros na Igreja. 12.3; 15,15: I C o r 3,10: G l 2.9) co m C l 1.25: a economia de
Essps duas interpretações nào devem ser opostas, Deus que me foi dada. Esta econ om ia d e signa a m aneira com
q. L it . nela (a cru z) ou nele (o C risto ), que D eus abre cam inh o à execução do seu p lano redentor e situa
r» ls 57.19: o texto é ap licad o ô pregação ap ostó lica que. aliás, o lugar dc P au lo neste desígnio.
é inseparável da pregação d o p ró p rio Jesus (cf. já vv. 13 e 14). a. O term o revelação tem três sentidos p rin c ip a is no N T : a) a
Esta referência e x p líc ita a Is remete d c fato ao con junto dos vind a de Jcsus na g ló ria (cf. I C o r 1.7; 2 T s l .7); b) a revelação
capjs. 56 e 57 d o profeta. Este anuncia o d ia cm que o.s filh o s do apostólica, relativa ao E va n g e lh o c à vocação daquele que é seu
estrangeiro virão juntar-se a Israel para se rvir ao Senhor no m ensageiro ( C l 1.12.16; c f. R m 16,25); c) a revelação profética.
T e m p lo , ao qual terão acesso com títu lo ig u a l ao dos judeus. relativa a este ou àquele aspecto da vontade dc D eus e da obe­
s. A re co n ciliaçã o dá aos crentes acesso ao Pai e por isso d iê n c ia cristã (ex. IC o r 14,6; G l 2.2). Trata-se aqui do segundo
m esm o os une entre si. E m R m . este acesso ao P ai é a conse­ sentido, a revelação apostólica.
q üência d e cisiv a da ju stifica ç ã o (R m 5.2). O tema reaparece em b. T e m a fundam ental de E f e C l. o mistério refere-se ao de­
Ef (cf. nota). síg n io etem o de D eus. outrora esco n d id o aos hom ens e agora
t. O term o migrantes evoca a situação reconhecida aos que. ao revelado ( E f 1,9-10; 3.3-10; C l 1.26-27; c f. já R m 16.25-26;
con trário dos estrangeiros de passagem , eram a dm itidos a resid ir I C o r 2,7-9). Essa id é ia vem m enos d o h c lc n is m o que da apoca­
na Te rra Santa, sem todavia g o za r do pleno d ire ito de cidadania, líp tic a ju d a ica (cf. D n 2.21-23.28-30.47; o liv r o dc H e n oc e os
u. O s santos (cf. 1.18 nota). textos d c Q um ran). Para a ep ístola, o m isté rio se re alizo u cm
v. L it . Vós fostes edijlcados sobre o fundamento dos apôsto- Jesus C risto e descobre todas as suas im p lica çõ e s na Igreja,
Io s í .. E f d esenvolve a im agem da com unidade com o casa dc graças ao m in isté rio do apóstolo: cham am ento d o s pagãos à
Deus e tem plo d o fim dos tem pos, tema com um em Q um ra n e salvação, re co n cilia çã o dos judeus c das nações reunidos em um
no c ristia n ism o p rim itiv o . P o r profetas, é p reciso entender os da mesm o corp o , união con ju g a l de C ris to e sua Igreja, subm issão
Igreja p rim itiv a de preferência aos d o A T . E f 4,11-12 cita-o s na d o un iverso inteiro a C ris to . O m isté rio é o objeto e sp e cífic o do
enum eração dos m inistérios im ediatam ente após os apóstolos: evangelho dc P au lo, lig a d o aqui à sua vo cação ún ica entre os
e le f p articip am com estes ú ltim o s da revelação do m isté rio de apóstolos. E f 3,1-13 volta ius idéias de E f 2.11-22. referindo-as
Deus (3 5 ): com os apóstolos ainda, eles estão na base da comuni» à pessoa dc Paulo.
dade cristã. Paulo, cm IC o r 3,10-11. reconhece esse papel dc fun­ c. Os santos apóstolos e profetas: c f. 2,20. E f interpreta neste
damento no próprio C ris to . E f sc aparenta antes com M t 16.IX. sentido p reciso o texto p aralelo C l 1,26 (cf. a nota), no qual a
w . A lg u n s pensam na pedra ang ular de base: outros, na pedra revelação era concedida a (todos) os santos.
m esm a h e ra n ç a , m em b ro s do m esm o quem toda família recebe seu nomej, no
corpo, associados à m esm a prom essa, em ccu e sobre a terra; “ que ele se digne,
Je su s C risto , por m eio do E vangelho, segundo a riqueza da sua glória, armar-
ci 1.23-25 7D isto eu fui feito m inistro pelo dom da -vos de poder, por seu Espírito, para que
graça que Deus me concedeu pondo em sc fortifique em vós o homem interior1 , ci i.ii
obra o seu poder. *Eu, que sou o últim o ^que ele faça habitar Cristo em vossos si> 1.4:
ic.n is.9-10: dos últim os de todos os santos, recebi esta corações pela fé; arraigados e fundados
g / h V ^ s SraÇ;l de anunciar aos pagãos a impene- no amor, ‘"tereis assim a força de com- ci 1.23 .
1.7 trável riqueza dc C risto11 9e de pôr à preender,
luz' com todos os santos, o que é a 2,7; sl 8')'3
ci i,26 : com o D eus realiza o m istérior m antido largura, o comprimento, a altura, a pro- Jfj3,
Rm 16’s ocuIto desde sem pre nele, o criador do fundidade1... ” c dc conhecer o amor de icor 13.
universo: ‘“assim doravante as A utorida- Cristo que sobrepuja todo o conhccimen- 01 4,9
icor 2.7-9: des e Poderes, nos céus, conhecem , gra- to, a fim de que sejais cumulados até
'si> t í as ® Igreja, a m últipla sabedoria dc Deus*, receberdes toda a plenitude de Deus™.
Rm ii.33-.% “ segundo o projeto eterno que ele exe- 2“Àquelc que pode, por seu poder que Rn, ió.
l'4' 11 cutouhcm Jesus C risto, nosso Senhor. l2Em age cm nós, fazer além, infinitamente
w Ju 24
C risto, portanto, nós tem os, pela fé nele, alem do que nós podemos pedir e conee- ci 1.29
a liberdade de nos aproxim ar1 com toda ber. 2la ele a glória na Igreja" e cm Jesus
a confiança. '-'Por isso, eu vos peço, não Cristo, por todas as gerações, nos sécu­
ci 1.24 vos deixeis abater pelas tribulações que los dos séculos. Amém.
eu sofro por vós: elas são a vossa glória.
a A os b a tiz a d o s : e d itlc a r o c o rp o d o
C o n h e c e r o a m o r d o C ris to . UÉ por isso C ris to 11a u n id a d e . lA isto portanto ci 3. 12-15:
1.17-18. que dobro os joelhos diante do Pai, l5dc vos exorto no Senhor", cu que estou pri- 1-12 I'4
Mi 11.25

d. A epístola vai falar sucessivam ente da impenetrável riqueza k . Esta expressão designa a parte racio na l d o hom em (cf. Rm
dc Cristo (3.8). dos recursos inesgotáveis da sabedoria de D eus 7 22 nota) por o p osição a o homem exterior que é o seu corpo
(3.10) c, p o r fim . das "q uatro dim e n sõe s" (3.18); esses temas pere cíve l (2 C o r 4,16). Esse tema. tom ado da filo s o fia grega
sào de origem sap iencial. O verbo "penetrar", a m enção à sabe­ popular, é d istin to da o p osição homem velho - homem novo que
Sr 1.3:
d o ria . a evocação das dim ensões acham -se reunidos cm se inscreve numa perspectiva ju d a ic a . A con tece entretanto que o
a altura do ccu, a extensão da terra, o abismo e a sabedoria, homem interior quase sc confunde co m o homem novo, com o
quem pode penetrá-los? em 2 C o r 4 .16 e. aqui. ern E f 3,16. A expressão homem interior
c. A lg u n s mss. acrescentam (para) todos. fica . todavia, m ais m arcada por sua o rige m antropológica: ela é
f. L it . qual é a economia do mistério. m uito sem elhante ao term o coração no v. 17.
g. O s poderes. responsáveis peia le i ju d a ic a c p elo mundo 1. E f em prega esta enum eração, à m aneira da literatura sapien­
re lig io s o pré-cristão (cf. C l 1.16 nota) ignoraram o d esenrolar do c ia i, para s u b lin h a r o c ará te r in a c e s s ív e l d a S a b e d o ria d c
plano d iv in o ( I C o r 2.8). A o reunir jud eus e pagãos, a igreja D eus e dos seus cam inh os, c f. Jó 113 -8 : o sabedoria... ê mais
con stitu i a m anifestação últim a do d e síg n io de D eus e. por assim elevada do que os céus..* mais projunda do que o Sheol. mais
d iz e r, a p e rsonificação da Sabedoria. O lh a n d o para ela . os pode­ extensa do que a terra e mais ampla do que o mar (cf. também
res com preendem que a hum anidade nova acede diretam ente a E f 3.8 nota). A s quatro dim ensões não são exp licita m e nte deter­
D eus c m C risto (cf. 10 c 11) e que o papel p ro v isó rio delas é m inadas; trata-se sem d úvid a do d e síg n io m iste rio so dc Deus
am b íg uo e ultrapassado. (cf. E f 3.1-13) e antes de tudo do seu am or. pensamento que
li. O u: concebeu. enquadra o v. 18.
i. L it. a liberdade e acesso. D o is term os im portantes sâo asso­ U m a exegese m u ito antiga interpreta as quatro dim ensões a
ciados. O prim eiro evoca a con d ição daquele que tudo pode dizer; partir da c ru z. sím b o lo da extensão e cum ên ica (cf. E f 2,13-17)
o acenio e posto ora sobre a franqueza, ora na coragem , ora na e c ó s m ic a (cf. C l 1,20) da obra de C risto .
liberdade, ora no caráter p ú b lic o da d eclaração ou da situação Fe/.-se a com paração com certas fó rm ulas estóicas que e v o ­
(ver E f 3.12; 6.20: C l 2,15. C f. Jo 16.25.29; A t 4.31; 2 C o r 3,12). cam a totalidade d o universo.
O segundo, u tiliza d o no vo ca b u lá rio cu ltu a i ou ré gio , im p lica a m . L it. a jim de que sejais cumulados até a total plenitude th
p o ssib ilid a de de acesso à presença dc D eus ou d o soberano (cf. Deus. A id é ia ainda é a de C l 2.9-10 (cf. E f 1,23 nota): os
2.18: R m 5.2. V e r tambem IP d 3.18: H b 4.16; 10,19). crentes p articipam na p lenitude que C ris to recebe de D e us c
j . O utra tradução possível: de quem toda paternidade recebe com unica ao seu corpo. Pode-se também compreender: cum ulados
o seu nome. Jogo de palavras entre patriá (fa m ília ) c patàr (pai). para entrar cm toda a p lenitude de Deus. V ar.: a fim de que sejo
O P a i. revelado em Jcsus C ris to , está na origem de todo o agru­ repleta toda a plenitude de Deus.
pam ento hum ano ou a ng élico . — E m 3.14 con tinua a oração n . A Igreja manifesta a g ló ria de D eus. d o m esm o m o d o que
in icia d a em 3.1 e interrom pida em 3.2. retom ando a dc 1.16-23 p e rso nificava a sua sabedoria eterna em 3,10.
e c o n c lu in d o com uma d o xo lo g ia a p rim e ira parte da epístola. o. No Senhor pode ser lig a d o a prisioneiro.
sionciro: vivei a vossa vida de acordo que subiu mais alto que todos os céus, a
com o chamamento que recebcstesp: 2em fim de repletar o universo*.1^ o s d o n s Rm 12.6-K;
ICor I2.2X
toda humildade e mansidão, com paciên­ q u e e l e d e u foram apóstolos, profetas,
Gl 6.2 cia. suportai-vos uns aos outros no amor; evangelistas, pastores c docentes. ,2a fim
R U7 3aplicai-vos a guardar a unidade do espí­ de pôr os santos cm condições de cum­ 2Tm 3.17

ICor N.6: rito pelo vínculo da paz'1. prir o ministério para edillear o corpo dc ICor 14.26:
12.4-6: IIM 2.5
''Há um só corpo e um só Espírito, do Cristo'. I3até que cheguemos todos juntos
Mt 23.K-10
mesmo modo que a vossa vocação vos à unidade na fé e no conhecimento do
2.16-IX: chamou a uma só esperança; 5um só Filho de Deus, ao estado dc adultos', à Cl I.2X
Rm 12.5;
ICor 10.17: Senhor, uma só fe'. um só batismo; ‘ um estatura de Cristo cm sua plenitude. Lc 2.52;
12.12-13 Gl 4.11»
só Deus e Pai de todos, que reina sobre MAssim. nós não seremos mais crian­
Cl 1.5
Mc 12.29: todos, age por meio de todos e permane­ ças', jogados de um sentimento a outro, 2Tm 4.3-4;
Jo 10.16: Mb 13.9
ICor 1.13 ce cm todosr. arrastados à deriva por todo vento de
Rm 16.19;
Km 11.36 7A cada um de nós, entretanto, a graça doutrina, ludibriados pelos homens c ICor 3.1-3;
Km 5.15: 14.20.
12.3-6: foi dada segundo a medida do dom de induzidos pela sua astúcia a transviar-
Hb 5.11-14
ICor 12.11 Cristo'. "Daí esta palavra; -nos no erro. l5Mas. confessando a ver­
Cl 2.15 T e n d o s u b id o à s a ltu r a s , e le c a p tu r o u dade no amor", cresceremos sob todos os
p r is io n e ir o s ; aspectos em direção àquele que é a ca­
d e u d o n s a o s h o m e n s '. beça. Cristoh. I6E e' dele que o corpo in­ 1.2 2 ;
Cl I.IS
Que quer dizer isto, senão
" £ /e s u b iu ! teiro. coordenado c bem-unido graças a
que ele tambem desceu" ate' embaixo na todas as articulações que o assistem, com
terra'? '"Aquele que desceu c' tambc'm o uma atividade distribuída segundo a

p . À d iscó rd ia (v v . 1-3) e à heresia (v v . 14-16) que ameaçam L il. Nas reiiiões inferiores da terra. É um com entário da
a Igreja, a e p ís io la opõe as fontes d a unidade: a presença ativa citaçã o d o salm o: o C ris to soberanam ente e le v ad o e o mesmo
do E sp irito , d o Sen ho r e d o P ai (vv. 4-6) e a atividade co n v e r­ que se a baixou. A descida sc refere à te m i (inferior com relação
gente do.s m in isté rio s (v v . 7-13). Esta unidade realiza-se no d i­ ao céu) antes que aos infernos (cf. R m 10.6-7). O s verbos descer
nam ism o de um crescim ento (v v . 12-13.15-16). c subir evocam o v o ca b ulá rio jo ã n ic o (Jo 3.12.13; 6.51*62) e.
q . A e xig ê n cia de co n có rd ia na com un ida d e é o re fle xo da para alg uns, o itine rá rio có s m ic o d o S a lv a d o r, d o s gnósticos.
reunificação d o un iverso ( C l 1.20) e d a incorporação dos judeus w . C r is to repleta o un iverso porque repleta a Igreja (cf. E f
e pagãos no ú n ico p o vo de Deus. 1.22-23). Isto se re aliza graças aos m in isté rio s e v o c td o s a partir
r . L it. que está acima de todos, através de todos e t/n todos. d o v. 11.
O s vv. 4-6 form am uma breve aclam ação litu rg ic a em que pre­ x . Retorno ã id é ia da abundância d o s d o ns d o C risto . O v. 7
d om ina um ritm o ternário: na o rig e m , ha v ia provavelm ente um a m en cion ou a graça con ced id a a cad a um . T o d a v ia , ao contrario
con fissão de fe' b atism al, sem d u v id a m o d ifica d a pelo autor. A de I C o r l 2 c d c R m 1 2 3 -8 . E f não ev o ca a qui a d iversidade dos
insistência no um só. uma só, nâo d e ixa dc lem brar a con fissã o d o ns c d o s carism as. A e p ísto la põe o acento na in iciativa do
de Israel. A in flu ê n c ia desta passagem no sím b o lo de N ic é ia é Sen ho r que da à Igreja os hom ens necessários ã sua edificação.
evidente. O v. 6 term ina com um a d o x o lo g ia ins p in id a nas fór­ Nesta lista dos m inistros, depara-se um a ordem que mantém a
m ulas estóicíLs. N ã o sc devem e x c lu ir desta passagem certos p rim a zia d o apostolado. dando ênfase aos m inistérios da Pala­
acentos p o lê m ico s. vra. inspirada, sem d ú v id a , p e lo co n te xto (v v . 13-15).
A esperança sig n ific a d c no vo a c o isa esperada (cf. C l 1.5 Pode-se todavia com preender de outro modo: para o aperfeiçoa-
nota; E f 1.18); a palavra fé designa a qui a co n fissã o de fé. mento dos santos, visando à obra do ministério, visando à edifi­
s. O de se nvo lvim e nto dos vv. 7-16 tem ao m esm o tem po o cação... tríp lice meta fixad a para os m inistros: os batizados são
cunho de ensinam ento, p o r sua e xp o siçã o sobre o m isté rio da então b e n e ficiá rios e não m ais agentes da obra d o m inistério.
Igreja; de exortação por suas advertências; e de litu rg ia , p o r seu y . L it. de homem consumado (perfeito). A lg u n s vêem aqui
e stilo e a m p lid ã o (um a só frase d o v . 10 ao v. 16!). uma d e signação da Igreja, mas o contraste com as crianças (v.
t. O SI 68.19 não d iz: ele fez dons aos homens, mas. ao con­ 14) e o sentido exa to de anêr (o hom em em sua maturidade
trario: tu tomaste dons dentre os homens. P au lo recorre sem v ir il) ind ica m que sc trata d o ad ulto p o r o p osiçã o à criança.
dúvida a um a interpretação ju d a ica que a p lic a v a o texto à estada z. C o m toda uma trad ição lite rária , o s escrito s p a u lin o s fazem
de M o isé s no Sin ai: “ T u subiste ao c é u ... aprendeste a T o rá e da criança o sím b o lo da im aturidade esp iritu a l e intelectual ( IC o r
a deste d c presente aos homens** (Tarxum sobre os Salmos). 3.1; 13.11; G l 4.1.3). N ó s não devem os permanecer c o m o c ria n ­
Tendo subido ao céu por ocasião da sua entron izaçà o pascal (vv. ças. Isso não co n tra d iz o ap elo d o E va n g e lh o , que nos con vid a
9-10). C r is to deu o E sp írito (Pentecostes era a festa d o d om da a m udar para nos tornar co m o crian cin h a s.
l* i) . A q u i. E f prossegue, não co m a e v o ca ção da v in d a d o E s­ a . O u: vivendo em um amor autêntico.
pirito. mas co m a enum eração dos diferentes m inistros “ dados” b . Tem -se com p reend id o tam bém em sentid o ativo: nós fare­
.t [çreja para efetuar a sua edificaçã o , mos crescer todas as coisas (o u n iv e rso ) em direção àquele que
u . Var.: descido primeiramente. ê a cabeça. Cristo.
m e d id a d c c a d a u m ', re a liz a o p ró p rio na ju stiç a e na santidade qu e vêm da u - 1.75
c re s c im e n to p a ra c o n s tru ir-s e a si m e s ­ verd ade1.
m o n o a m o r11. “ E is p o is q u e v o s liv ra ste s d a m e n tira :
cada um diga a verdade ao seu próximo*,
Outrora e agora. l7E is p o is o q u e d ig o p o is n ó s s o m o s m e m b ro s u n s d o s o u tro s . Rm 12 .5 ;
e a te s to n o S e n h o r: n ã o c o n tin u e is a vi- 26Estais encolerizados? não pequeisM; n ã o ICor 1212
Rm i.ix-32 v e r c o m o v iv e m o s p a g ã o s , c u ja in teli- se p o n h a o sol s o b r e o v o ss o r e s s e n ti­
ípd 4.3 g ê n c ia o s le v a a o n a d a '. lsO se u p e n s a ­ m e n to . 27N ã o d e is o p o r tu n id a d e a lg u m a
m e n to e' p re sa d a s tre v a s e e le s sã o e s tra - a o d ia b o 1. “ A q u e le q u e r o u b a v a p a re de
2. 12: n h o s à v id a d c D e u s , p o r c a u s a d a ig n o - r o u b a r , a n te s , e s f o r c e - s e p o r tr a b a lh a r
° 121 râ n c ia q u e n e le s c p ro d u z id a p e lo e n d u - h o n e s ta m e n te c o m s u a s m ã o s m. a fim d e a i 20.34 -3 $:
ipj i.i4 re c im e n to d o se u c o r a ç ã o . lvEm s u a in- te r o q u e p a rtilh a r c o m q u e m esta' n e c e s - ITs 4' ' 1
Mc 3J c o n s c iê n c ia , e le s se a b a n d o n a ra m à d e - s i ta d o . 2,lN e n h u m a p a la v r a p e r n ic io s a
ci 3.5 v a s sid ã o , a p o n to d c sc e n tr e g a r a u m a d e v e s a ir d o s v o s s o s la"bios. m a s . se n e - 5.4:
im p u re z a d e s e n fr e a d a r. “ Q u a n to a v ó s, c e s s á r io . a lg u m a p a la v ra b o a , c a p a z d e m h m i-
ci 2.6-7 n ão 6 a s sim q u e a p re n d e s ic s d e C ris to ”, e d ific a r e p ro p o rc io n a r u m a g ra ç a a o s q u e Tg 3 . 10-12
2's e a o m e n o s foi b e m d e le q u e o u v iste s a o u v e m . wN ã o c o n t r is te i s o E s p ir ito ^ 4£ |9
fa la r, sc e' e le q u e v o s foi e n s in a d o , d e S a n to " c o m o q u a l D e u s v o s m a rc o u
jo 14.6 c o n fo rm id a d e c o m a v e rd a d e q u e esta' em c o m o c o m um sin e te p a ra o d ia d a lib e r- 1 . 13-14
J e su s1’: “ r e n u n c ia n d o à v o ss a e x is tê n c ia ta ç ã o . ''Q u a l q u e r a m a r g u r a , ir r ita ç ã o ,
p a s sa d a , p re c is a is d e s p o ja r- v o s d o ho - c ó le r a , g r ita ria , in ju ria s , tu d o isso d e v e ci J.»
ci 3.x-io m ein v e lh o , q u e s e c o r ro m p e s o b o e f e i­ d e s a p a r e c e r d o m e io d e v ó s , b e m c o m o
to d a s c o n c u p is c ê n c ia s e n g a n o s a s: u p re- to d a e s p é c ie de m a ld a d e . 32S c d c b o n s u n s ci 3 . 12 -13
Rm 12,2 c is a is se r r e n o v a d o s p e la tr a n s fo rm a ç ã o p a ra c o m o s o u tr o s , s e d e c o m p a s s iv o s ;
Gn i.26 esp iritu a l d c v o ss a in te lig ê n c ia 24e r e v e s ­ p e rd o a i-v o s m u tu a m e n te c o m o D e u s vos°
tir o h o m e m n o v o c r ia d o s e g u n d o D eu s p e rd o o u c m C ris to .

c . L it. segundo a medida de vudu parte (cf. 4.7). O utra leitura: é m arcado pela te rm ino lo g ia batism al c o m o em C l 3 {despojar-
de cada membro (as duas palavras gregas meros, parte, e meios. s e do homem velho fxira se revestir do novo. C f. C l 3.1 nota).
m em bro, só d iferem por uma Icira). Este v. 16 repisa. sobrecar­ h . A verdade que está em Jesus é a mensagem da sua morte
regando-o. o texto de C l 2.19. e ressurreição (cf. 4.24 nota). — E is o ün ico exe m plo da expres­
d . O tema d o corpo de Cristo recebe um novo d e se n v o lvim e n ­ são ent Jesus sem outra q u a lific a ç ã o . A fó rm ula poderia v isa r a
to co m relação aos esboços de I C o r 12,12-30 e de R m 12.4-5. contraditores para os q u a is o sa lv ad o r dos hom ens nào se iden­
G ra ç a s às afirm ações referentes ao C risto-ca b e ça . ao m isté rio e tific a ria co m a pessoa de Jcsus (tendência da gnose?).
ã m issão da Igreja. E f ressalta a soberania de C ris to , a respon­ i. N a esteira da corrente sap ie ncia l e ap oca líp tica (cf. Q um ran).
sa b ilid a de d o corp o e e xp rim e , numa perspectiva u n iversal, a E f da va ria s vezes à palavra verdade um a plenitude de sentido
v id a que anim a o povo de D eus. A idéia de crescim ento, e nce­ que e voca o uso jo ân ico: trata-se da revelação, c u jo fo c o é Jesus
tada cm C l 2.19, adquire toda a sua im portância. A esperança e que suscita o p leno aco rd o d o hom em co m a ação de D eus (cf.
escato ló g ica reveste um a nova forma: a espera da vo lta de C ris to sobretudo E f 1.13; 4.15.21.24; 6.14).
é sub stituída p elo m o tiv o deste crescim ento d o corp o em direção j. Z c 8 . l6 .
à cab eça até sua plena realização. — Nota-se e nfim até que k . S l 4,5 gr.
p onto o lem a d o c o rp o e d o seu crescim ento é com b in a d o co m I. C f . 6 .1 1; a palavra diabo não aparece alhures nas epístolas
o d a casa de D eus e d c sua e d ific a ç ã o (cf. E f 2.20-22 c a nota geralm ente reconhecidas c o m o p aulinas. E la voltará seis vezes
ao v. 20). nas Pastorais ( I T m 3 .6 .7 .1 1; 2 T m 2 2 6 : 3.3; T t 2 3 ) .
e. A q u i com eça um a exortação m u ito representativa d a cate­ de fazer o bem com suas mãos. O m esm o verbo pode
m . L it.
quese m o ral da com unidade p rim itiv a . E la de riva d o A T (S l 4.5; trabalhar, origin a nd o-se d a í a tradução. A liá s ,
todavia s ig n ific a r
Z c 8.16: c f. vv. 25-26). mas sobretudo reflete temas correntes no a tradição textual é confusa: as expressões o bem e com suas
ju d a ís m o tardio, notadam ente em Q um ran. A idéia c lá ssica da (próprias) mãos trocam d e lug ar ou faltam con fo rm e os m ss. A
o posição dos d o is cam inh os, d o s d o is e sp írito s, é transposta e expressão com b in a ria as fo rm u la s d c I C o r 4,12 e G l 6.10.
v ira contraste entre a e x istê n cia antiga e a existê n cia nova (cf. n . A lu s ã o p o ssív e l a ls 63,10: Eles se revoltaram, contrista-
ainda 5,8 nota). ram o seu Espírito Santo.
f. O utra tradução: a ponto de se entregarem a toda sorte de E x iste tam bém um a representação ju d a ic a , atestada em p a rti­
impureza nu cupidez. Esses três v e rsícu lo s resum em c m grandes c u la r em Q um ran. segundo a q ual o E s p írito de D eus (ou a
lin h a s o d e se nvolvim ento d c R m 1.18-32 sobre a conduta dos sabedoria, c f. Sb 1.5) d a do ao hom em é in flu e n cia d o p e lo c o m ­
pagãos. portam ento deste, para o bem ou para o mal.
g. A lu s ã o à catequese de preparação ao batismo; o que segue o. V a r. nos.
Ml 5.48; m 'Im itai a D eu s11, v isto que so is filh o s D esperta, ó tu que d o rm es, Jn 5.25:
i a > r 11.1 Rm 13.11:
Rm 14.15. que c lc am a; 2v iv e i no am o r, com o levanta-te dentre os m ortos 2Cur 3.18;
IJo 3.16 C risto n o sq am ou e se en trego u a si e sobre ti o C risto resp lan decerá*. Hb 1032
5.25;
Gl 2.20 m esm o a D eus por nós em o b l a ç â o e l5Sed e verdadeiram en te atentos a v o s ­ Cl 4,5
llb 10.10 v í t i m a , c o m o p e r f u m e d e a g r a d á v e l so m odo dc v iv e r: não v o s m ostreis in­
Fl 4.18 o d o r 1 . 3A d ev assid ão , a im pureza, seja ela
sensatos, sed e. an tes, hom ens sensatos.
Cl 3.5 qual fo r, a cu p id ez nem sequ er se m en­ '‘ que põem a render o tem po presente*, icor 7.
26 31;
cionem entre v ó s . com o co n vem a san­ pois o s d ias são m aus. ” N ão se ja is por­
4.29; tos. 4N ada de p a lav ra s g ro sse ira s, estú pi­ tanto sem ju íz o , m as com preend ei bem
O 3.8
das ou o b scenas: é incon veniente; entre­ qual é a vontade do Sen h o r. l* N ã o vos Pr 23.31{!r.
Cl 1.3: g a i-v o s antes à ação de g raç as. 5P o is. e m b r ia g u e is com v in h o , e le con d u z à
3.15
sabei-o bem , o d e v a sso , o im puro, o g a ­ perdição , m as sede repletos do E sp írito .
Cl 3,5.
ICor 6.9-10 nancioso — esse idólatra — são e x c lu í­ ''E n to a i ju n tos salm o s, hinos e cânticos
dos da herança no R e in o de Cristo* c dc inspirados-'’; cantai c celeb rai o Sen h o r si 33 ,2-3
D eu s. ‘ N inguém v o s en gane com razões dc todo o v o sso co ração . 2üE m todo tem- ci 1.3
4.14;
Cl 2.4.8 e sp ecio sas: é tudo isso que atrai a ira dc po e a propósito dc tudo rendei g raç as a
O 3,6 D eus sobre os rebeld es1. 7N ão s e ja is, pois, D eu s P a i. em nom e dc n o sso S en h o r
2,2
2Cnr 6. seus c ú m p lice s. ‘ O utrora, éreis trevas; Je su s C risto .
14-16
Cl 1,13: ago ra, so is luz no Sen h o r. V iv e i com o
1T» 5.4-8 filh o s da luz“ . 9E o fruto da luz se cham a: A s n o v a s re la ç õ e s. 2lV ó s que tem eis a
U 16.8;
Jo 12,36 bondade, ju stiç a , verd ade, '“D iscern i o C r isto , s u b m e te i-v o s uns ao s o u tro s1; ip*i 5.5
Gl 5.22
Km 12.2 que agrada ao Senhor. " N ã o vos associeis “ m u lh eres, sede su b m issas aos v o sso s ci 3 .1819
2J<v 10-11 às obras estéreis das trevas; an tes, d e s­ m aridos, com o ao Sen hor. “ P o is o m ari­
m ascarai-as. I20 que e ssa gente fa z em do é a c ab eça da m ulher, assim com o ic»r iij
segredo cau sa vergonha até dizê-lo ; '-'mas C risto é a c ab eça da Ig reja, e le , o S a lv a - ci 1.18
jo i,5 tudo o que é desm ascarado é m an ifesta­ dor do seu corpo*. 24M a s, co m o a Igreja
do pela luz, l4pois tudo o que é m an ifes­ é su b m issa a C risto , sejam as m ulheres
tado c luz’’. É por isso que sc diz: su b m issas cm tudo aos seu s m arid o s.

p. O m o tivo da im ita çã o de Deus é exce p cion a i no N T . Nos a vida com seus raios. U n ia var.. sustentada por vários Padres,
epístolas paulinas. o apóstolo aparece com o im ita d o r de C risto , traz; levanta-te dentre os mortos, e tocarás a Cristo. O u ainda.
e por isso m esm o propõe-sc â im itação dos fié is ( I T s 1.6.7; e o Cristo te tocará. A ilu m in a çã o tem grande im po rtâ n cia na
IC o r I I J ) . term ino lo g ia b atism al (H b 6,4; IP d 2.9).
q. V a r. vós. x. L it. resgatai o tempo. A m esm a expressão em C l 4.5. mus
r. K e m in isce n cias dc E x 29,18. de SI 40,7 e de E z 20,41. aqui o alcance é m ais geral (d a í a tradução diferente). — Os dias
s. Expressão única no N T . E f reúne R e in o d o C ris to e R e in o maus têm sid o com preendidos quer pensando na época da e p ís­
de D eus, nitidam ente distinto s em IC o r 15,24-28. tola. quer com o caracterizando o tem po d a Igreja em geral. O
t. Sobre rebeldes, c f. E f 2.2 nota. tema con h e cid o na literatura sap ie ncia l ( E c l 9.10) tom a aqui
u. A passagem reúne as im agens tra d icio na is da catequese um a feição escatológica.
batism al. P rim e iro encontrou-se u da vestimenta que se tira e sc y. C f. C l 3.16 nota.
veste (4.22-25), de p ois o tema da imitação dc D eus (5,1). fin a l­ z. E f reproduz a exortação dc C l 3 sobre as relações novas (cf.
mente o contraste trevas e luz, tão cara cte rístico dos textos de 3.18 nota). E f introdu z, entretanto, um d e se n vo lvim e n to cara c­
Q um ran e d o c ristian ism o p rim itiv o (Tg 1,17-18; IP d 2.9; IJo te rístico sobre a união dc C r is to e da Igreja, que dá ao cap ítu lo
1 3-7 ). A s exortações positiva s são entrccortadas de “ listas de um a dim ensão totalm ente nova.
v íc io s ” que se prendem igualm ente ao ensin o corrente e já sc a. V á rio s com entadores propõem a seguinte pontuação; como
encontram na literatura jud aica. Cristo é a cabeça da Igreja. Ele é o Salvador do seu corpo, mas
v. O sentido destes vv. d ifíc e is parece ser o seguinte: projetar como a Igreja é sujeita a Cristo..., querendo, desta maneira,
u luz sobre o pccado sig n ifica fazê-lo aparecer pelo que d, d ig no de d istin g u ir bem a fun ção de cabeça e xe rcid a por C ris to sobre a
reprovação. Be m mais. tudo o que é assim posto às claras participa Igreja, que tam bem 6 a d o m a rid o co m relação à m ulher, da
da luz e esta lu z vai ser identificada com C risto . C f. Jo 3,20-21 função de S a lv a d o r que, por sua vez. não pode ser ap licad a ao
onde um m otivo análogo é tratado dc m odo um pouco diferente. m arid o com relação ã m ulher. M a s esta disso ciaçã o força o texto
w . C ita ç ã o de um texto descon hecid o, provavelm ente de um que. longe dc encarar a autoridade de C r is to sobre a Igreja com o
hin o cristão antigo (cf. IT m 3.16) no q ual sc percebe a inspira ­ um poder d om inador. funda<a. ao c on trá rio, no am or daquele
ção do liv r o de Isafas (Is 26.19; 51,17; 52.1; 60.1). que e o S a lv a d o r d o seu corp o e se entrega p o r aquela a quem
Clem ente de A le x a n d ria prossegue: ele. este sol da ressurrei­ ama. O s vv. 2 8 e 29 m ostram que. em bora o m arido não seja o
ção. gerrulo antes de tuicifer (= a estrela da m anhã) e que deu salvad or da m ulher (é o sentido re stritivo do mas no com e ço do
^ M arid o s, am ai as v o ssas m ulheres com o m ento acom panhado de um a prom essa:
5.2 C risto am ou a Igreja e se entregou por ■'a fim de que tenhas felicidade e longa
c la b; “ e le qu is com isto torna'-la santa, vida sobre a fe rra 1. 4V ó s, p ais, não re v o l­
Hb 10.10.14: pu rifican do-a com a a'gua que la v a , e isto teis o s vo sso s filh o s, m as cria i-o s m in is­
13.12;
Jo 17.1 SI: pela P a la v ra '; ” ele qu is apresentá-la a si trando-lhes um a edu cação e con selh o s Dt 6.7.
ICor 6.11: 20-25:
m esm o e s p lê n d id a , sem m an ch a ncm inspirados pelo Senhor'. Pr IV.IX:
7.14
2Cor 11,2 ruga, nem defeito algum ; qu is a sua Igreja 5E s c ra v o s. obedecei aos v o sso s sen h o ­ Cl 3.22-
Sl 45.14 4.1
Cl 4.7 santa e irrepreen sível. * É assim que o res deste m undo1, com tem or e trem or1,
Ef 1.4: m arido d eve am ar a sua m ulher, com o o de co ração sim p les, com o a C risto , ‘ não
Cl \22
ICor 7.4 seu próprio corp o . A q u ele que am a a sua porque vos v ig ia m , com o se procuras-
m ulher am a a si m esm o. ^ N in g u e ^ j a ­ s c is a g r a d a r a o s h o m e n s, m as c o m o
m ais odiou a sua própria carn e; ao co n ­ e scra v o s de C risto que d ilig en ciam por
\Ts 2.7 trario. nós a nutrim os e c e rc a m o s dc fa zer a vontade de D eu s. 7S e rv i dc boa
cuidado com o C risto faz para co m a sua von tad e, co m o se estivc'sseis servind o ao
Rm 12.5: Igreja; '"não som os nós m em bros do seu Sen h o r, e não a hom ens. "V ó s sab eis: o
ICor 6.15:
12.27
corpo*1? •” £ por isso que o homem deixa­ bem que cada um tiver feito , ele tornara' 2 0 * 5.10
Ml !«>.?: rá o seu pai e a sua mãe, ele se ligará à a en contra-lo ju nto do Sen h o r, seja ele
ICor 6.16
sua m ulher, e am bos serã o um a só e sc ra v o ou liv re. H v ó s. senhores, fazei o
carne1. ' 1E ste miste'rio e' grande: eu . por m esm o para com eles. D eixai de lado a
Ap 19.7
m im . declaro que ele con cern e ao C risto am eaça; v ó s sabeis que. tanto para cies
c à lgre jar. com o para v ó s, o Senhor esta' nos ce'us, e
-'-'Em todo c a so . cada u m , no que lhe não faz diferença algum a entre os homens.
toca, d eve am ar a sua m ulher co m o a si
m esm o : e a m u lh er, resp eitar* o seu O c o m b a te d a fc . "'Para term inar, arm ai-
m arido. -v o s de força no Sen h o r, da sua fo rça c ii.n
Cl 3.20-21 /> 'F ilh o s, ob edecei a v o sso s p a is. no onipotente. "R e v e s t i-v o s da arm adura dc
Mt 15.4 Senhor1', e is o que e' ju sto . 2Honra D eus para estardes em co n d içõ es de en- 6'7'
teu pai e tua mãe, é o prim eiro m anda- frentar as m anobras do diabo" , ,2PoÍS não Ml 12.2‘J
IPd 5.X-9

v. 24). o seu pupcl de chefe funda-se igualm ente no am or e no e. G n 2.24.


d om de si mesmo. f. O pensam ento ju d a ic o gostava de especular sobre o in ício
I). A relação con jug al funda-se na relação C ris to -lg re ja que. d o G ê n e sis par.i captar o seu sentido p rofundo (cf. as alusões de
po r .sua vez. é ilu m in a d a , pela relação con jug a l. Este d e se n v o l­ IC o r 1 1.2-16: 15.44-49). A q u i. a epístola parece o p or. a outras
vim en to. esboçado e m 2 C o r 1 12 , reproduz a pregação dos pro­ interpretações que recusa, a e xp lic a ç ã o de G n 2.24 em fa vor da
fetas sobre a alia nça con jug al enire D eus c Israel (cf. O s 1-3 qual ela em penha a autoridade a p ostólica. O a p óstolo, que rece­
etc.). E f 5*28-31 associa-lhe a referência à narrativa da criaçã o beu revelação d o m istério , descobre aqui um no vo aspecto do
da m ulher (G n 2 ,2 !-2 4 ). que fa z aparecer a esposa co m o a pró­ mesmo: a un ião con jug al de C ris to e da igreja. O casam ento tem
p ria carne (corpo) do m arido, reprodução d ele m esm o. O tema a vo cação de re fle tir esta união; portanto, não depende sim ples­
d o corp o de C ris to encontra aqui a sua expressão m ais perfeita. mente das exortações m orais, mas situa-se no coração do m isté­
M e lh o r ainda que a ídeia de cabeça, o tema do esposo e da rio e adquire um a sig n ifica çã o propriam ente cristã.
esposa perm ite, com e fe ito , p recisar a autoridade de C ris to fun­ g. L il. temer. repisando o tem er no v . 21.
dada no seu s a c rifíc io , a responsabilidade da Igreja, e a re cip ro ­ h. No Senhor falta em v iirio s mss. — *[Fillu>s. lit. crianças.\
ca intim id ad e de am bos, sem confusão nem separação. i. E x 20.12.
c . L it. purificando-a peto banho da á$ua numa palavra. Ez j . O Sen ho r é considerado c o m o o verdadeiro educador, in s­
16.9 ja evocava a entrada d c Israel na a lia n ça , graças à im agem trum entos d o q ual os pais são cham ados a ser (cf. P r 3.11-12
d o banho: segundo os costum es orien tais, a no iva era banhada e c ita d o textualm ente por H b 12.5-6).
adornada. A a lusão ao batism o e' evidente (Tt 3.3-7); este é k . L it. secundo a carne.
apresentado com o um ato un ico. re aliza d o na c ru z . e concernen­ I. Exp ressão b íb lic a que d e signa um a situação em que o h o ­
te ao conjunto da Igreja. — A p u rific a çã o p e la palavra aparece m em em penha a sua existên cia e na q u a l. p o r trás das c irc u n s ­
também no quarto evangelho (cf. Jo 1 53: cf. também Jo 13,6.11). tâncias. ele contende com o p ró p rio D e us ( IC o r 2,3: 2 C o r 7.15:
A q u i. a m enção da palavra fo i com p re e nd id o c o m o um a e voca­ F l 2.12).
çã o da con fissã o de fé d o batizado. m . A im agem vem d o A T que m ostra D eus arm ando-se para
d. Apósos membros do seu corpo, um a var. antiga acrescenta: com bater seus in im ig o s (cf. Is 11.4-5; 59.16-18; S b 5.17-23).
tirados da sua carne e dos seus ossos (G n 2.23). E la reforça a E sta arm adura d iv in a , cujas peças form am um todo. é a tribuída
re ferê ncia a G n 2.24 que segue. aos cristã o s p ela catequese p aulina (cf. IT s 5.8). A im agem se
c o hom em " qu e afro n tam o s” , m as as d o s o s san tos, "'tam bém por m im : que a Rm i s j o
1.21 A u torid ad es, o s P o d eres, o s D om inado- palavra seja posta em m inha boca* para u- 2i.i5:
2.2 res deste m undo d e tre v a s, o s espíritos
a n u n c ia r o u sa d a m e n te * o m isté rio do f f '2?.
Ai 2K JI:
do mal que estão nos ce'usp. IJLan çai m ão, E v an gelh o " “ do qual sou o em b aixad o r f i 1.20
portanto, da arm adura de D eu s, a fim dc acorrentado. O rai p o is. a fim dc que eu ^
que no dia mau p o ssais resistir e perm a­ encontre neste E v a n g e lh o a o u sad ia1' ne- a 4.1*
necer de p é, tendo recorrido a tudo. l4D e cessaYia para fa la r d ele co m o d ev o . n 113
p é, portanto! N os r in s , a verd a d e por
c i n t u r ã o '', com a ju s tiç a p o r c o u ra ç a ’ l5e, M e n s a g e m p e sso a l. 2lQ ucro que saib ais,
Rm io.i5 com o c alç ad o s nos p és, o a rd o r p ara tam bém v ó s , qual é a m inha situ ação , o ci 4.7 »
2.17 a n u n c ia r o E v a n g e lh o da p a t. l6T o m aiqu e fa ço ; T iq u ic o , o irm ão a quem am o,
sobretudo o escu d o da fé , ele v o s perm i­ m inistro fie l4 no Sen h o r, v o s dara' todas
tira' ap agar todos o s projéteis inflam ad os as n oticias. í2E u vo -lo en vio dc p ro p ó si­
do M align o . l7R e c e b c i en fim o c a p a c e te to para que vos diga a quantas andam os
HhVu- s a l v a i'ü<>' e 0 g lá d io do E sp irito , isto e para v o s reconfortar.
Ap i.i6 é , a P a l a v r a d e D e u s " . ‘"Q ue o Espirito MP a z para o s irm ãos, am o r e fc da par­
ci 4 .2-4 suscite a vossa o ra ção sob todas as suas te de D eus Pai c do Sen h o r Je s u s C risto .
u ik.i: fo rm as, v o sso s ped id o s, em todas as cir- J4Q ue a g raça esteja com todos o s que
ITs 517 cun stân cias; em p regai as v o ssas v ig ília s am am nosso Sen hor Je su s C risto co m um ifm i.x
em uma infatiga'vcl interccssão por to­ am or inalterável*.

encontra associada à da vestim enta em K m 13.1 2.14 .0 com bate t. Is 59.17.


dos filh o s da lu z contra os filh o s das trevas e' o assunto dc um u. O v. am algam a d iv e rsa s rem iniscên cias dos profetas <ls
dos escritos m ais con hecid os d c Q um ran. — Sobre o diabo, cf. 11.4; 49.2: O s 6.5).
Ef 427 nota. v . L it. que a palavra me seja concedida na abertura da minha
n . L it. a carne e o sangue. Esta expressão b íb lic a designa as boca. A expressão lem bra M t 5.2: abrindo a boca. Jesus ensina­
f o rç a i hum anas que são p o uca c o is a d ia n te d as p o tê n cia s va nestes termos: e la se refere a um a inspira ção direta dc Deus.
supnâerrestres. w . L it . ctnn Jrartqueza de linguagem. C f . E f 3.12 nota; 6 2 0 :
o . L it.a nós; var.: a vós. C l 2.15.
p. Nos céus: c f. E f 1 3 nota. Ú n ic a passagem d o N T que faz x . A s palavras do Evangelh/i são o m itid a s p o r vá rio s mss.
dos ceus a residência d o s e sp írito s d o m al: c f. E f 22 nota. y . C f . v. 19 nota.
q . ls 11.5. z . Sobre o papel deTiquico, c f. C l 4.7 nota e A t 20,4 nota.
r . ls 59.17: Sb 5.18. a. que amant nosso Senhor Jesus Cristo na incorrujnibi-
L it.
s . Ls 52.7; N a 2.1. Pode-se com preender seja o ze lo p ela pro­ Udade. Pode-se tam bém com p reend er que amam nosso Senhor
clam ação d o E va n ge lh o, seja o im p u lso q ue este im prim e a toda Jesus Cristo (que está) nu vida incorruptível, ou ainda, que a
a existência. graça esteja... como também a imortalidade.
e p ís t o l a a o s f il ip e n s e s

INTRODUÇÃO
Fundação da Igreja dc Filipos. H o je e m r u ín a s , m a d o s d e q u e P a u lo e s ta v a d e n o v o p r e s o e d e s ­
a c id a d e d e F ilip o s f o i p r ó s p e r a n a A n tig u id a d e . titu íd o d e r e c u r s o s , c o le ta r a m d o n s e en ca rreg a ­
S itu a d a n u m a e n c o s ta a o s o p é d a c a d e ia d e m o n ­ r a m E p a fr o d ito d e o s le v a r a P a u lo e d e p o is f ic a r
ta n h a s d o P angeu, a cerca d e d o z e q u ilô m e tr o s a s e u s e r v iç o . M a s E p a fr o d ito c a iu d o e n te e d e s e ­
d o m a r , e la d o m in a v a u m a p la n íc ie e n tã o b e m - c u l- jo u v o lta r p a r a c a s a . P a u lo o d e s p e d iu e lh e c o n ­
tiv a d a e e n r iq u e c id a p o r m in a s d e o u r o e p r a ta . fio u a e p ís to la e m q u e a g r a d e c e a o s a m ig o s , d á
Q uando F ilip e II, p a i d e A le x a n d r e , a n e x o u e s s a n o tíc ia s s u a s e c o m u n ic a o s s e u s p r o je to s , m u lti­
r e g iã o à M a c e d ô n ia , e le r e e d ific o u a c id a d e , f o r ­ p l i c a e n c o r a j a m e n t o s e r e c o m e n d a ç õ e s p a r a o lx> m
tific o u - a , d e u -lh e o s e u p r ó p r io n o m e ( a té e n tã o a n d a m e n to da c o m u n id a d e . N enhum a de suas
e la s e c h a m a r a C r e n id e s p o r c a u s a d a s s u a s p e ­ c a r ta s , c o m e x c e ç ã o d o b ilh e te a F ilê m o n , é tã o
q u e n a s f o n te s ) . N o a n o 3 1 a .C ., A u g u s to c u m u lo u fa m ilia r e c o r d ia l.
a c id a d e d e p r iv ilé g io s , a li e s ta b e le c e n d o u m a c o ­

lô n ia r o m a n a h a b ita d a p o r n u m e r o s o s v e te r a n o s . O cativeiro de Paulo. Q u a n d o e s ta c a r ta f o i e s ­

P a u lo e s te v e lá por o c a s iã o da sua segunda c r ita , P a u lo e s ta v a n a p r is ã o , in c e r to d o ju lg a ­


v ia g e m m is s io n á r ia , e m 49 ou 50, acom panhado m e n to q u e o a g u a r d a v a . P o r is s o e la é h a b itu a l­

d e S ila s , d e T im ó te o , s e m d ú v id a ta m b é m d e L u c a s , m e n te c o n ta d a e n tr e a s “e p ís to la s d o c a tiv e ir o " .

já que é n e s te lu g a r que com eça (A l 1 6 ,1 0 ) a O s A t o s d o s A p ó s to lo s , f o r a o c a ti v e ir o e m F ilip o s ,

n a r r a tiv a e s c r ita n a p r im e ir a p esso a do p lu r a l. n o s in fo r m a m s o b r e a p r is ã o em C e s u r é ia . p r o ­


F o i a li q u e e le p r e g o u p e la p r im e ir a v e z o E v a n ­ lo n g a d a a té R o m a e , c o m o a e p ís to la m e n c io n a o
g e lh o nu E u ro p a . O s ju d e u s , p o u c o n um erosos, “p r e t ó r i o ” ( 1 , 1 3 ) e a c a s a d e C é s a r ( 4 , 2 2 ) , f i c a -
n ã o tin h a m s in a g o g a e m F ilip o s e r e a liz a v a m as s e m u ito in c lin a d o a c r e r q u e e la te n h a s id o c o m ­

s u a s r e u n iõ e s n a s a íd a d a c id a d e , ju n to à s f o n te s p o s ta em Rom a ( A t 2 8 ,1 6 .3 0 - 3 1 ) . A d m itid a e s ta
o u ta lv e z d o G a n g ite s (2 k m a o e s te ) . E n tr e e le s , h ip ó te s e , s o m o s a u to r iz a d o s a a fir m a r q u e a a fe i­

P a u lo b a tiz o u a lg u m a s p e s s o a s , e n tr e a s q u a is a ção, a in d u lg ê n c ia ( 1 ,1 5 ) , o d e s a p e g o d ia n te d o

n e g o c ia n te d e p ú r p u r a L íd ia , p r o s é lita , q u e o h o s ­ p e r i g o e d a m o r t e ( 1 ,2 1 ) s e e x p li q u e m p e la id a d e
pedou em s u a c a s a . E n tr e ta n to , s u r g ir a m d ific u l­ a v a n ç a d a d o a p ó s to lo .

d a d e s . P a u lo f o i m a ltr a ta d o e en ca rcera d o , d e ­ H o je , e n tr e ta n to , a m a io r ia d o s e x e g e ta s p e n s a
p o is te v e d e s a ir d a c id a d e , lá d e ix a n d o a p e n a s q u e a c a r ta f o i e s c r ita e m É fe s o , n a m e s m a é p o c a
u m a p e q u e n a c o m u n id a d e c o m p o s ta e s s e n c ia lm e n ­ q u e a s d u a s c a r ta s a o s C o r in tio s . O liv r o d o s A to s
te d e a n tig o s p a g ã o s ( c f. A t 1 6 ,1 1 -4 0 ; I T s 2 ,2 ). s ó r e fe r e a lg u n s e p is ó d io s c a r a c te r ís tic o s d a v id a
d o s a p ó s to lo s , d e s tin a d o s a descrever o avanço
O envio da carta. P e la c o r d ia lid a d e q u e m a n ife s ­ d o E v a n g e lh o . D a e s ta d a d e m a is d e d o is a n o s e m
ta e m s u a c a r ta ( c f p o r e x e m p lo 1 ,3 -8 ; 4 ,1 ) , v e ­ E fe s o ( A t 1 9 ,8 -1 0 ) n ã o s a b e m o s q u a s e n a d a . O r a ,
m o s q u e P a u lo s e s e n tia p a r tic u la r m e n te lig a d o a segundo as c a r ta s aos C o r in tio s , não s o m e n te
e s s a I g r e ja . M a n te v e c o n s ta n te s c o n ta to s c o m e la . P a u lo e s te v e , j á a n te s d e C e s a r é ia , v á r ia s v e ze s
Foi a ú n ic a c o m u n id a d e d a q u a l a c e ito u r e p e ti­ n a p r is ã o ( 2 C o r 1 1 ,2 3 ), m a s c o r r e u g r a v e s r is c o s
d a s d o a ç õ e s ( 4 ,1 5 ; 2 C o r 1 1 ,8 -9 ) . E le tin h a p o r e m É f e s o ( I C o r 1 5 ,3 2 ; 2 C o r 1 ,8 ; c f . 2 C o r 4 ,8 - 1 0 ;
norm a a n u n c ia r o E v a n g e lh o “g r a t u i t a m e n t e ” 6 ,9 ). A e p ís to la f a la de v á r ia s id a s e v in d a s . O s
(2 C o r 1 1 ,7 ; c f. IT s 2 ,9 ; 2Ts 3 ,7 -9 ; I C o r 4 ,1 2 ; filip e n s e s e n v ia r a m E p a fr o d ito , P a u lo o f a z v o l­
9 ,1 5 ; 2 C o r 1 1 ,9 ). S e a g i u d e o u t r o m m / o c o m os ta r , T im ó te o deve s e g u i-lo e tr a r á n o tíc ia s . O
filip e n s e s , f o i sem d ú v id a p o r causa da a titu d e p r ó p r io P a u lo , s e f o r lib e r ta d o , ir á a F ilip o s . P o r
p a r tic u la r m e n te fr a te r n a d e le s . T in h a m a ju d a d o m a is q u e s e d ig a q u e a s c o m u n ic a ç õ e s e ra m f á ­

P a u lo u m a p r im e ir a vez quando da s u a p a r tid a c e is e n tr e a M a c e d ô n ia e Rom a (Via Egnatia),


d a M a c e d ô n ia p a r a a G r é c ia . M a is ta r d e , in fo r ­ id a s e v in d a s tã o fr e q ü e n te s s e e x p lic a m m e lh o r
num a d is tâ n c ia com o a de F ilip o s a É fe so . P o r P a u lo d ita r a s s u a s c a r ta s , n ã o o f a z e n d o d e u m a

o u tr o la d o , o s p r o je to s d e P a u lo r e fe r e n te s a T i­ a s s e n ta d a . O u tr o s p r o p õ e m c o r te s d ife r e n te s , e m

m ó te o co rresp o n d em aos que e le expõe em I fr a g m e n to s m e n o s e x te n s o s . N e n h u m a h ip ó te s e p a ­

C o r ín tio s : e le e n v io u T im ó te o a C o r in to p a s s a n d o re c e d e n a tu re z u a c o n v e n c e r totalmente. P o d e-se


p e la M a c e d ô n ia e a n u n c ia ig u a lm e n te a s u a p r ó ­ n o ta r q u e o te m a d a a le g r ia v o lta e m to d a a c a r ta
p r ia v in d a ( I C o r 4 ,1 7 -1 9 ; 1 6 ,5 -1 0 ) . É o que os e q u e o u tr o s in d íc io s d e u n id a d e p r o fu n d a p e r m i­
A to s c o n fir m a m . R e s o lv e s e g u ir o m esm o c a m i­ te m v e r n e s s e s q u a tr o c a p ítu lo s a lg o d ife r e n te d e
nho (A t 1 9 ,2 1 ), d e p o is r e a liz a essa v ia g e m (A t um m o s a ic o .

2 0 .1 -2 ). M a is ta r d e , c o n s id e r o u que su a ta re fa

e s ta v a c o n c lu íd a n e s s a s r e g iõ e s e n a d a m a is d e ­ A linha de pensamento. E s ta e p ís to la n ã o é u m
s e ja v a d o q u e ir a R o m a e d e p o is à E s p a n h a (R m tr a ta d o c o m u m p la n o lo g ic a m e n te a r tic u la d o , m a s
1 5 ,1 9 -2 0 .2 2 -2 8 ). n ó s p o d e m o s r e s u m ir a lin h a d o p e n s a m e n to tu l c o ­
A m e n ç ã o a o p r e tó r io n ã o p r o v a a o r ig e m ro­ m o o b a liz a m o s s u b títu lo s in s e r id o s n a tr a d u ç ã o .

m a n a d a e p ís to la : n a é p o c a d e P a u lo , e s s e te r m o E m b o ra d is ta n te . P a u to s e n te - s e p r ó x im o dos

d e s ig n a v a ta n to a r e s id ê n c ia de um g o vern a d o r s e u s a m ig o s . N o p r in c íp io , e le e n ta h u la um dos

com s e u s s e r v iç o s a d m in is tr a tiv o s , c o m o o tr ib u ­ te m a s q u e p e r m a n e c e r á p r e s e n te a o lo n g o d e to d a
n a l. a p r is ã o ; e r a o c a s o d e É fe s o . E "o s d a casa a e p ís to la , o da c o m u n h ã o fr a te r n a em C r is to ,
de C ésar" não sã o fo rç o s a m e n te p a r e n te s do fo n te d e a le g r ia . P r e s o , n ã o s a b e q u a l s e r á a s u a
im p e r a d o r : p o d e m ta m b é m s e r o s s e u s e s c r a v o s e s o r te . M a s s e ja q u a l f o r o d e s fe c h o d o s e u c a tiv e i­
lib e r to s , e e s te s e r a m n u m e r o s o s e m É fe s o . É m u ito r o , e s tá c e r to d e q u e a c a u s a d o E v a n g e lh o s a ir á
p la u sív e l q u e v á r io s d e n tr e e le s s e te n h a m con­ r e fo r ç a d a , e j á v ê s in a is d a v itó r ia d e C r is to . S e u
v e rtid o e é n a tu r a l q u e te n h a m m a n tid o r e la ç õ e s d e s e jo é r e c o m e ç a r a ta r e fa a p o s tó lic a e c o n v id a
com P a u lo . o s a m ig o s a le v a r e m p o r d iu n te v a le n te m e n te o
S e tiv é s s e m o s o u tr o s in d íc io s d e u m c a tiv e ir o d e s e u c o in lk ite . Q u e o f a ç a m co m a preo cu p a çã o de
P a u to e m E fe s o , s e r ia q u a s e e v id e n te te r s id o a m a n te r a u n id a d e n a h u m ild a d e e n o s e r v iç o . P a r u
c a r ta a o s F ilip e n s e s e s c r ita d e s ta c id a d e , a lg u m e x o r tá - lo s a is s o , o u p ó s to lo c itu u m te x to d e u m a
te m p o a n te s d a s d u a s c u r ta s aos C o r ín tio s . N o im p o r tâ n c ia to d a p a r tic u la r , o h in o a C r is to , s e r ­
e s ta d o a tu a l d a s n o s s a s in fo r m a ç õ e s , é im p o s s ív e l vo s o fr e d o r e s ta b e le c id o por D eus, Senhor do

d ir im ir a q u e s tã o . P o d e -s e la m e n tá -lo , ta n to m u is m undo ( 2 ,6 - 1 1 ) . Q ue na com unhão com C r is to


que u d a ta ç ã o d e p e n d e d a fix a ç ã o do lu g a r, a o v e n c e d o r , a c o m u n id a d e p r e s te o s e u te s te m u n h o
m e n o s d e m o d o a p r o .x im u tiv o . E s c r ita e m É fe s o , a co m fo r ç a e fid e lid a d e . D e p o is , P u u lo evoca os
c a r ta s e r ia de 56 ou 5 7 . N e s te c a s o , n ã o é um p r o je to s q u e c o n c e r n e m a T im ó te o e a E p u fr o d ito .

P u u lo e n v e lh e c id o q u e n ó s o u v im o s n e la , m a s u m N o c a p . 3 , e le p õ e b r u s c a m e n te o s s e u s le ito r e s

hom em em p le n o c o m ln ite ; e x p lic a -s e e n tã o m e ­ de s o b r e a v is o c o n tr a o s a g ita d o r e s ju d u iz a n te s .


l h o r fx > r q u e a s a f i n i d a d e s i n t e r n a s d e s t a e p í s t o l a T r u ta -s e d e c e r to d o m e s m o e r r o p o r e le c o m b a ti­
s ã o m a is e s tr e ita s c o m a s g r a n d e s e p ís to la s e m e s ­ d o n a E p ís to la a o s G á la ta s . T e r ia m o s filip e n s e s
m o com I e 2 T e s s a lo n ic e n s e s do que com as já s id o a tin g id o s p o r essa propaganda? N ão é
o u tr a s " e p ís to la s d o c a tiv e ir o ”. c e r to , v is to q u e P a u lo n u d u d iz u ta l r e s p e ito n o
c o m e ç o d u e p ís to lu . O m a is v e r o s s ím il é q u e e le
Autenticidade e integridade. A a u t e n t i c i d a d e d a q u e ir a p ô - lo s de s o b r e a v is o por te r c o n s tu ta d o
Epístola aos Filipenses n ã o é s e r i u m e n t e c o n t e s t a ­ e m o u tr a s Ig re ja s o s d a n o s c a u s a d o s p o r e s s a te n ­

d a p o r n in g u é m , a o p a s s o q u e a sua u n id a d e é d ê n c ia . T r a ta r -s e -ia d e u m r e to m o p u r o e s im p le s

p o s ta e m d ú v id a p o r a lg u n s , q u e p e n s a m v e r n e la às o b s e rv â n c ia s ju d a ic a s ? P arece que se tr a ta
o r e s u lta d o d a f u s ã o d e d o is o u m a is b ilh e te s a n te s ta m b é m d e p r o p e n s ã o u u m a v id a lib e r tin a . P a u lo

in d e p e n d e n te s , e m b o r a to d o s d ir ig id o s p o r P a u lo le m b r a o s e u e n c o n tr o c o m o R e s s u s c ita d o , q u e o

a o s filip e n s e s . U n s d is tin g u e m e m e s p e c ia l a c a r ­ le v o u a r e n u n c ia r , e le , f a r is e u ir r e p r e e n s ív e l, a
ta d e a g r a d e c im e n to ( 1 ,1 - 3 ,1 ; 4 ,1 0 -2 3 ) e a c a r ta q u a lq u e r s u p e r io r id a d e , p u r a s e d e ix a r c a tiv a r p o r
d e a d v e r tê n c ia c o n tr a o s ju d a iz a n te s ( 3 ,1 - 4 ,9 ) . N ã o C r is to e , e m s e u s e g u im e n to e s o b s u a in s p ir a ç ã o ,
há n e g a r q u e a r u p tu r a s e ja m u ito b r u s c a e n tr e d ir ig ir o rude c o m b a te da fé . A o s seu s a m ig o s
3 ,1 e 3 ,2 , m a s is s o p o d e e x p lic a r - s e p e lo f a t o d e p e d e q u e fa ç a m o m e s m o . E le s s ã o c id a d ã o s d o
m u n d o n o v o , a q u e le q u e D e u s p r e p a r a e c o n s u ­ A s s im te r m in a e s ta c a r ta , d e n tr e as e p ís to la s
m a r á n a g ló r ia . p a id in a s a q u e , c o m o b ilh e te a F ilê m o n , d e s ta c a -
D e p o is d e s s a s d e c la r a ç õ e s , P a u lo v o lta a su a s e p e lo to m e a n d a m e n to d e “c a r t a " . A s c o n fi ­

e x o r ta ç ã o à c o n c ó r d ia , à p a z , à a le g r ia . E m te r ­ d ê n c ia s e o s c o n s e lh o s r e p a s s a d o s d e a m iz a d e se
m o s d e lic a d o s , a g r a d e c e a o s a m ig o s a a ju d a , r e ­ m is tu r a m , de p o n ta a p o n ta , com a evocação
c o m e n d a n d o -lh e s q u e n ã o s e in q u ie te m c o m a s o r te dos m a is m o m e n to s o s te m a s d o p e n s a m e n to do
qu e o espera. a p ó s to lo .
EPÍSTOLA AOS FILIPENSES

Rm i.i -| Endereço. 'P au lo " e T im óteo 1’, ser- tok para com todos v ó s , visto que vos tra­
v o s de Je su s C risto , a todos o s santosc go no coração1, vós que, no meu cativeiro , ei 3 , 1-2
cm Je su s C risto que estão cm F ilip o s, bem com o na defesa e con firm ação do
com os seus epísco po s c d iá c o n o s V a vós E v an gelh o , com partilhais todos a graça
graça e paz da parte de D eus nosso Pai que me é concedida1'1. “S im , D eus m e e
c do Sen hor Je su s C risto. testemunha de que vos prezo a todos na 25'
ternura" de Jesu s C risto. VE eis a minha m 2 .3 :

irs i.2 : Ação de graças e prece. -'Dou g raç as a prece: que o vo sso am or seja rico ainda, e 01 l'9' 10
Ef i* 16 mcu ^ e u s c a ^ a v e z que e v o c o a v o ssa cada vez m ais, em clarividên cia e plena Fm 6
lem brança'1: J sem p re. cm c ad a prece por percepção lopara discernir o que m elhor
todos v ó s , é com a lcg ria f qu e rezo , 5por con vém 1’. A ssim sereis puros c irrepreen- iih s .u '
Rm is. tom ardes parte c o n o sc o no E van gelh o * síveis para o dia de C risto, "cu m u lad os j™ .3-1*
gi ii; desde o prim eiro diah ate ago ra. ‘ Esta é a do fruto de ju stiça1’ que nos vem por Jesu s jjf ^
lio i.3 minha convicção: A quele que com eçou cm C risto , para a gló ria e o louvor de D eus1*. 12 . 1V :'
Tg 3.18
j» 4.34; vós uma obra excelente' prosseguirá cm Ef I 6.12.14
R m !*"» sua con c' usSo a(é o D ia de Je su s C risto1, O cativeiro de Paulo e o progresso do
icw i,8; 7M uito ju sto é que eu esteja assim dispos- Evangelho. l2Q uero que saib a is, irm ãos:
IT* 524

a. C o m o em lT s 1.1; 2 T s 1.1. Paulo não sente necessidade de tolos (v. 5) é Iwa por ser a obra de D eus (cf. 2 C o r 8.6). D eus c
su b lin h a r o seu (ítulo dc a p óstolo, sem d úvid a porque ninguém C ris to estão atuando na vid a da Igreja e do crcntc (1,11.28;
lhe contestava a autoridade. E le se d iz sim plesm ente servo (gre­ 2.1.13; 3,10; 4.13.19), Esta ccrtcza ilu m in a toda a o ração 13-11
go: doulos. lit. escravo): esta palavra voltará c m 2.7 ap licad a a (cf. 2.13-30).
C risto . j. É o dia d o ju íz o , c o m o o D ia do Sen ho r no A T (cf. A m
b. Timóteo sempre gozou d a con fia n ça dc P au lo , a quem sem 5,18) no q ual estará plenam ente efetuada a obra de D eus (1,6)
d úvid a, ajudou na fundação da Igreja dc F ilip o s ( A t 16,1.12; c f. e de C ris to (2 3 0 ). C o m o nas prim eiras epístolas ( I T s 4,15), cie
17.14-15; 18,5). N o decurso da sua terceira viagem , ames de é esperado com ardor, c os cristãos se preparam para ele no
passar de no vo da Á s ia para a M a ce d ô n ia . P au lo e n v ia para lá crescimento do amor (1.9-10). (C f. 2,16; 3,20; 4.5.)
T im ó ic o e Erasto (A t 19,21-22: será este o envio de F l 2,19?). k . A e pístola usa dez vezes o verbo fronein e seus d erivados
M e sm o se T im óte o pouco haja co n trib u íd o para a redação da (sobre 23 casos no con junto das e p ístolas paulinas). O sentido
c a n a . ele se acha ao lado de Paulo. m ais lato é estar disposto, tender a. o que im p lic a toda sorte dc
c. C f . R m 1,7 nota. sentim entos ou atitudes e torna im p o ssív e l um a tradução u n ifo r­
d . L it . vigilantes e servos. È a p rim e ira m enção n o N T (e a me (2,2.5; 3.15.19; 4.2.10).
única nos cabeçalhos das epístolas) desses d o is título s que esta- I. N a antrop o lo gia b íb lic a , o coração c o ccntro da p erso nali­
vam em uso tanto no m undo grego c o m o no ju d a ísm o . O s que dade, a sede dos sentim entos c tendências, da vontade, das in i­
são assim designados talvez tenham re co lh id o e adm inistrado os c ia tiva s. dos pensamentos.
dons e nviados a P au lo (cf. IT m 3,1 nota). m . L it . a minha graça. A expressão sub linha c m p a rticu la r (cf.
c. A ação dc graças relativa aos b e n e fício s d o passado c aqui R m I 5 nota) a gratuidade da m issão apostó lica , mas P au lo in ­
m uito calorosa. E la sc transform a m u i naturalm ente cm oração siste aqui (cf. 1.5) na parte que nela tom am os cristãos de F ilip o s
fervorosa em prol do futuro (cf. 4,6; R m 1.9-10). (cf. 12 7-30 ).
f. A alegria é um dos temas constantem ente reiterados nesta n. L it. as entranhas de Cristo Jesus. Isto com p leta e funda­
carta, precisam ente quando P au lo se acha na p risão, am eaçado menta 1,7, no meu coração. Esses sentim entos caloro so s ultra­
dum a condenação à m o ne . assaltado pelas preocupações que passam lo d o scntim cn taiism o: o am o r de P au lo (c f. bem-anuidos
tem a respeito de todas as Igrejas. M a s a fonte da sua aleg ria está 2.12; 4,1) dcco rre d o am or m esm o de Jesus.
em C ris to (1.18.25; 2 2 .17-1 8.28-29; 3,1; 4.1.4,10). o. O discernimento da conduta a manter cm qualq uer situação
g. L it. a vossa comunhão no Evangelho. O s filip e nses tom a­ concreta depende do crescim ento de um am or ela rivid e n te (R m
ram parte na obra de D eus que é o E va n ge lh o (cf. R m 1.1 nota) 122 ).
c o n fia d o a P au lo e aos seus colaboradores (2.22; 4,3), a colhen­ p. Cumulados e xp rim e ao m esm o tem po a plenitude atual e a
d o -o c o m a fé v iv a que os a nim ava, lutando e sofrendo por realização final (cf. 2 2 ; 4,18-19). O fruto, no sin gu la r, e voca
C ris to (1.27-30). ajudando o apóstolo na in d ig ê n cia (4.16-8). um a totalidade dc preferência a um a enum eração (cf. G l 5 2 2 ; E f
M a is adiante, a palavra comunhão (cf. A t 2.42 nota: IC o r 1,9) 5,9). A justiça e. no sentido cm que os judeus o entendiam , a
designará a un ião aos sofrim entos dc C ris to (3.10) e os inter­ v id a con fo rm e à vontade de Deus: para um cristão ela resulta da
câm b io s de toda espécie entre P au lo e a Igreja dc F ilip o s (2,1; ação dc Jesus C ris to (cf. 3,6-10).
1.14). q . Esta d o x o lo g ia (que com p orta d iversas variantes textuais)
h. O m om ento em que sc tom nram cristãos. sub linha ainda a p re cm in cn cia absoluta de D e us. orige m (1.6) c
i. L it obra boa. A obra dn evan g elizaçã o con fia d a aos após­ meta dc toda obra (cf. 2 ,1 1; I C o r 1 528.5 7).
o que me aconteceu' antes contribuiu para se m p re . C risto será e x a lta d o em meu
I.25-. o progresso* do E v a n g e lh o . l3C o m efei- c o r p o , s e ja p o r m inha v id a , s e ja po r
Al K l'4 to. em todo o prctório1. e alhures por toda m inha m ortey. 2lP o is para m im v iv e r é g i 2 .20-.
a parte, c agora bem sabido qu e estou no C risto , e m orrer um gan ho. 22M as se vi- Il:
cative iro por C risto , l4e a m aioria dos v e r neste m undo' me perm ite um traba­
irm ãos, en corajada no Sen h o r pelo meu lho fecu n d o, não sei o que esco lh er. “ E s - Rm U3;
it<. 2 .2 : c ative iro , redobra de auda'cia para anun- tou preso neste d ilem a: sinto o d e se jo de 10 ,5 1 "816
* 2,UI c iar sem m edo a P a lav ra ". l5A lg u n sv, e' partir e estar com C risto ", o que e' m uito 2Tm 4.6
v erd ade, o fazem po r in veja e rivalid ad e, p re fe rív e l, 24m as perm anecer neste m un­
m as outros proclam am a C risto com boa do11 é m ais n ecessário por cau sa v o ssa.
intenção. '‘ E ste s agem por am or. E le s 2SPo r isso estou c o n ven cid o , sei que fic a ­
sabem que estou aqui em prol da d efesa rei, que perm anecerei junto de todos vósc,
do E v an gelh o . "A q u e le s , se anunciam o para o v o sso progresso e a ale g ria da 2Ts u
C risto , fazem -no por espirito de riv alid a­ v o ssa fe', “ a fim dc que c re sç a g raç as a
de. O s seus m otivos não são puros; pen­ m im , pela minha volta para ju n to dc v ó s,
sam tornar o meu c ative iro ainda m ais a g ló ria que tendes em Je su s C risto d.
penoso. '"M as que im porta? D e qu alqu er
m aneira, com segu ndas intenções ou na Constância na luta. ^ C u m p re som ente
verd ade. C risto c' anunciado. E eu mc que le v e is um a vida digna do E v an g elh o
alegro com isso; e ap esar dc tudo con ti­ d c Je s u s C r isto ', a fim d c q u e. se eu vos
nuarei a mc aleg rar. lvPois sei que isto fo r v e r. o u . ausente, o u v ir fa lar d c v ó s.
r e s u l t a r á n a m i n h a s a l v a ç ã o * g raç as à venha a saber que estais firm es em um m 3 .»:
2Ts 3.i: vossa o ração c à assistên cia d o E spirito m esm o esp írito , lutando ju n to s, co m um {4
2Rm 15 30 -*esus C risto ; “ segu ndo a minha v iv a m esm o co raç ão , segundo a fe' do E v an -
expectativa e a minha esperança, não terei g e lh o r, “ sem v o s d e ix a r intim id ar cm
2còr 3.12 de corar de vergo n h a, m as a m inha c e r­ nada pelos ad versário s, o que e' para eles
teza perm anecendo to ta l', ago ra com o sin al m an ifesto da sua ruína e da v o ssa 2i\ i„s

r . A prisão e o cative iro . traduz m uitas vezes por avidez) de ser u n id o a C ris to (com ele:
s. N o sentido p ró p rio, o term o grego designa m archa paru a !T s 4,17: 5.10; 2 T s 2.1: R m 14.8) im ediatam ente após a morte,
frente (cf. 1.25). mas nâo precisa sob que form a encara essa união. O mesmo
t. Se P au lo escreve de É fe so, trata-se d o pessoal da residência desejo se e xp rim e em 2 C o r 5.6-9. E m todas as outras passagens,
d o governador (cf. Introdução), ele fala de um a ressurreição fin a l dos m ortos ( I T s 4.13-18) após
u. C e rto s m anuscritos acrescentam de Deus ou do Senhor. um ju íz o universal: I C o r 15.12-23: R m 14.10.
v . O s vv. 15-18 form am um a espécie de parêntese. A p ro v e i­ b . C f . 1.22 nota.
tando-se d o cativ e iro de P au lo, alguns p rocuram , em volta dele. c . P a u lo . lem brado da urgência da sua m issão , descarta a sorte
solapar a autoridade d o a p óstolo e a trib u ir im po rtâ n cia a si ainda melhor que lhe v aleria um a con denação à morte (de que
m esm os. C o m o a verdade d o E va n g e lh o nào esta em jo g o (ao ainda fa lara em 2.17). E le não q ue r abandonar o s que precisam
con trá rio d o que sucedeu cm C o rin to ou na G a íá c ia ). P au lo nào de le . N a hipótese de um p rim e iro c a tiv e iro em Éfeso. a sua
d ram atiza esta questão, m as. p elo con trá rio, alegra-se, à medida exp e ctativa se realizo u ( A t 20.1-6).
que. apesar de tudo. o E va n ge lh o é proclam ado. Portanto, não se d . O m o tiv o p rofu ndo da glória d o s filip e nses é a com unhão
trata aqui dos juda i/a nte s de 3.2-3.18-19. em C r is to , que também será re aviva d a (graças a mim, lit. em
w . Jó 13.16 no gr. A citaçã o reconduz o pensam ento à s i­ mim ) p o r sua vo lta a F ilip o s . M a is adiante (2.16: c f. IT s 2.19). é
tuação d o prisio n e iro , e ta lve z evoqu e as relações tensas entre Jó a v id a da com un idad e que é a g ló ria de P au lo (cf. R m 4 2 nota).
e seus amigos. Aqui a salvaçüo pode s ig n ific a r, ao m esm o tem ­ e. L e v a i um a vid a. lit. levai uma vida de cidadãos. O cristão
po. a saída da p risão (v iv o ) e a redenção fin a l (cf. 1.28: 3.20). é cid ad ã o d o reino dos C é u s ( E f 2.19). c u jo Senhor é Jesus
x. Poder-se-ia com preender também: vendo-o e sabendo-o toda C r is t o S a lv a d o r (FI 3.20) e cu ja c o n stitu içã o é o E van gelh o. É
a geme. a graça que lhe p erm itirá, se ele a tanto se prestar, v iv e r de
y. N à o sabendo se saira v iv o ou m orto da p risão , P au lo é m aneira digna, isto é . con fo rm e a este E va n g e lh o ( I T s 2.12; 2Ts
levado a uma reflexão sobre a v id a em C ris to . E m seu pensa­ 1.11; E f 4.1: C l 1.10).
mento. v id a e morte corp o ra is estão sem pre associadas ao m is­ f. D u p la am bigüidade. Pode-se com p reend er pela f i (por m eio
tério d o C risto . O corp o sa ntifica d o d o c ristã o ( IT s 4.2-4; 5.23) d a fé) ou em prol, em defesa da fé; por outro lado. o Evangelho
pertence a C ris to ( I C o r 6.12-20): p o r isso é associado tanto aos in d ic a , seja a pregação que gera a fé. seja a mensagem aceita
sofrim entos e à m orte de C r is to c o m o à sua ressurreição, p ela fé (analogia em C l 1.23: a esperança do Evangelho), de
z . L it. na carne. sorte que a fé é um dom (1 .29). m as tam bém um p rin c ip io de
a . P au lo sente um desejo ardente (term o m uito forte que se firm e za e de luta.
salvação*: e isto vem de Deus. ™Pois ele 4Quc cada um não olhe só por si mesmo, 2.21

vos concedeu a graça, com relação a mas tambe'm pelos outrosk. 'Comportai-
Cristo, não somente de crer nele. mas vos1 entre vós assim, como se faz em Jo 13.15:
IJo 2.6
Mi 5.10-12: ainda de sofrer por ele. •'“engajados no Jesus Cristo":
iPd fó -7 mesmo combate que me vistes sustentar* 6 ele. que é de condição divina”, O 1.15:
Jo 1.1-2:
e que, como sabeis, eu ainda sustento. não considerou como presa a agarrar o 17.5:
ser igual a Deus0. Hb 1.3:
IJo 1,1-2
n C oncórdia e humildade. 'Se há. 7 Mas despojou-scp. 2Cor K.9
pois, um apelo em Cristo, um enco­ tomando a condição de servo, Ml 20.2K
rajamento no amor, uma comunhão no tornando-se semelhante aos honiensq. Rm K_3:
llb 2.17;
Lc I.7K; Espirito1, um impulso de afeto e compai­ e por seu aspecto, reconhecido como ITm 2.5
Cl 3.12 llb 2.9: 5.K
xão, *então cumulai a minha alegria vi- homenir;
4-2
Mi 26.39:
; vendo cm pleno acordo1. Tende um mes- "ele se rebaixou', Jo 4.34: 6.3K:
10
Rm 15.5:
icor i. -iú
1
mo amor. um mesmo coraçao; procurai tornando-se obediente até a morte,
Rm 5.19
Ai 2.23:
2Cor i3.il a 'nada façais por rivalidade, e morte numa cruz. ICor 1.17-íK:
2.2
i.i7 nada por vangloria, mas, com humilda- * Foi por isso que Deus o exaltou Jo 12.32:
AI 2.24.
gi 5.26 de, considerai os outros superiores a vos. soberanamente1 32-33:
Lc 24.46
i*. A firm eza inabalável d o pequeno grupo dos crem os diante imagem de D eus. isto é . o p ró p rio .ser de D eus em C ris to . A
dos seus adversários já c um sin a l d o julg am en to e da vitória tradução condição perm ite repetir a palavra no v. 7.
escato ló g ica de D eus (cf. 2Ts 1.4-10). A ;»çào de D eus ainda c o. L it. estar em igualdade com Deus. D uas exp lica çõe s se con­
sublinhada com o em i .6-11. frontam . I*ara uns. a c o n d iç ã o d iv in a é o esUido d o C ris to antes
h. P o r ocasião da .sua p rim e ira v is iia a F ilip o s . P au lo fo i per­ da sua encarnação, e esta é a p rim eira form a d o rebaixam ento de
seguido e lançado na p risão ( A l 16.19-40: IT s 2.2). D e p o is as C ris to . Neste caso. a presa (a. igualdade com D eus) deve ser co n ­
perseguições e d ific u ld a d e s nunca faltaram (cf. 2 C o r 11.24- servada e defendida, nào conquisl<KÍa. A palavra grega har/xiginós
12.10). O s filip e n ses. sofrendo tam bém p o r C ris to , estão asso­ parece entretanto sug erir antels uma presa da qual alguém quer se
cia do s ao seu com bate (1.7.27; cf. C l 1.29; 2.1: 4.12). apropriar. Neste c a so . o re lle x o d o ser de D eus (imagem dc
I. P o r com paração co m 2 C o r 13.13. pode-se enco ntrar no Deus) se m anifesta no com p ortam ento terrestre de C ris to . H ave­
com e ço deste v. uina alusão ao F ilh o , ao P ai (a quem é m uitas ria a í um a alusão a A d à o que procurou fazer-se igual a D eus (G n
vezes a tribuído o am or) e ao E sp írito . 3*5.22): C ris to e scolheu na terra a hum ildade c a obediên cia em
j . P au lo sabe por exp e riê n cia quào facilm ente n;iscem nas vez d o o rg u lho e da re vo lta . Este p aralelo antitético entre A d à o
com unidades as rixas c os c o n flito s. E le percebeu sin a is d isso e C ris to , in icia d o aq u i. será novam ente trat;<do por P au lo em
em F ilip o s (1.27; 2,14; 4.2) e por isso e x o n a os seus corresp on­ perspectivas m ais am plas (R m 5.14: I C o r 15.45-47).
dem os à unidade e à con córd ia . Este tip o de exortação. freqüente p. L it. ele se esvaziou (ekénôsen) a si mesmo (cf. I C o r 9.15;
em P au lo (cf. K m 12.16; 15.5; 2 C o r 13.11). nào co n tra d iz a 2 C o r 9 3 ) . Esta quenose ou aniq uilam ento nào im p lic a que Jesus
ale g ria confiante que reina em toda a e p ístola. A unidade só se cesse de ser igual a D e us ou de ser a im agem d c Deus: é em seu
realizara' por uma v id a de hu m ild ad e, abnegação e se rviço de rebaixam ento m esm o que e le revela o ser e o am or d c D eus. O s
que o p ró p rio C ris to deu o e xe m plo. c in c o verbos seguintes descrevem e.vse rebaixam ento. C ris to toma
k . L it. o que pertence a ele m esm o e aos outros: não somente a con d ição ( lit .fornw: v. 6 nota) de servo (ou m elhor: d c escra­
os interesses, mas os dons recebidos, os serviços prestados; poder* vo): c f. 1.1 nota. P a u lo pensa quase certamente no Se rv o do
-se-ia tra d u zir o seu bem e o bem dos outros (cf. IC o r 10,24.33; Senhor d e scrito em Is 5 2.13 -5 3.12 . A lg u n s vêem no verbo ele
13.5). se desjxtjou um a tradução d o hebr. de !s 53.12b (lit. ele esvaziou
I. L it . tende essas disposições (cf. 1.7 nota) em vós (e por a sua alma na morte), m ais literal que a da Septuaginta.
conseguinte entre vós). O dem onstrativo essas lig a o que se q . L it. tornado na semelhança (ou similitude) de homens (os
segue à exortação precedente. m anuscritos são m ais favoráveis ao plu ra l que ao singular). C ris to
que também em Cristo Jesus. Pode-se subentender seja
m . L it . se assem elhou à hum anidade inteira.
existiam, seja existem, ou com preender: as disposições que se r . L it. e, pelo asfiecto, achado conu) homem. Essa repetição, in­
têm em Jesus Cristo. A s d isp o siçõ e s de C r is to , às q u a is P a u lo se tencionalm ente realista, prepara a hum ilhação mencionada no v. 8.
refere, perm anecem presentes e eficazes. O s vv. 6 - 1 1 sâo tão s. Se a encarnação é um p rim e iro aspecto da quenose. eis o
d iferentes, p elo e stilo e con teúd o, da passagem que o s precede, segundo. C o m o o S e rv o d c is 5 3 . C r is to escolheu o rebaixam en­
que geralm ente se vê neles um h in o cristã o m uito antig o, que to p o r obediên cia à vontade de seu P ai (R m 5.19: 6,16-18): e le
P au lo talvez cite co m a lg u m retoque. T ê m sid o propostas várias leva m esm o a o b ed iê n cia até a m orrer (cf. Is 53,8.12) de mune
disp o sições estró ficas. nenhum a dus q uais se im põe. M a s é pre­ na cruz, reservada aos m a lfe ito re s (H b 12*2). É o escândalo da
c is o reter ao m enos o contraste entre os d o is m ovim entos: o c ru z. um d o s pontos fundam entais da pregação de P au lo ( I C o r
rebaixam ento vo luntá rio de C r is to (v v . 6-8) e a sua e xaltação 1.18-25; 2,1-2; G l 6.14).
p o r D e us (v v . 9-11). t. L it . superexaltado (u n ic o em prego desse term o no N T ; c f.
n . L it. achando-se em forma de Deus. A q u i e no v. 1. forma S l 96.9 grego. E m Is 52.13: exaltado). Esta exaltação se c o n fu n ­
exprime m ais d o que um a aparência: é a fig ura v isív e l m anifes­ de para P au lo co m a R e ssu rre ição ou a A scensão, ação soberana
tando o ser p ro fu n d o, ou então, por alusão a G n 1.27; 5.1. a d o P a i ( I T s 1,10; R m 1.4 nota). C f . Is 53.10-12.
e lhe conferiu o Nome" “ vós que sois portadores da palavra da
que está acima de todo nome, vida: é a minha glória para o dia de
10 a fim de que ao nome de Jesus todo Cristor. pois eu não terei corrido em vão ls 49.4:
ITs 2.1; i S
Et 1.20*23; jo e lh o s e dobre", nem sofrido em vão*. I7E mesmo que o
Hb 1.3-4 ICor 1.8
nos ce'us, na terra c debaixo da 161X3", meu sangue deva ser derramado em liba- Ex 24,6-X:
Hb 9.19;
11 e t o d a l í n g u a c o n f e s s e ' que Jesus çãohno sacrifício e no .serviço de vossa
2Tm 4.6
Rm 1.4 Cristo é o Senhor’ , fé, eu me alegro com isso e me rejubilo
Rm 11.36: para a glória de Deus Pai'. com todos vós; '"assim, também vós,
ICor 15.
24-2K
alegrai-vos e rejubilai-vos comigo.
As tarefas cristãs. l2Assim, meus bem-
-amados, vós que sempre fostes obedien­ Missões dc Timóteo e Kpafrodito. lvEs-
tes”. sede-o não somente na minha pre­ pero no Senhor Jesus enviar-vos em bre­
sença. porém muito mais agora na mi­ ve Timóteo, para que eu também seja
Iíi 19.16; nha ausência; com temor e tremor’’ ponde reconfortado pelas notícias que tiver de
ICor 2.3:
2Cor 7.15
por obra a vossa salvação, ‘-'pois e Deus vdsi.“ Nao tenho ninguém mais que com­
ITs 2.13: quem opera cm vós o querer e o fazer partilhe os meus sentimentos, que real­
Mb 13.21:
E! 2.10
segundo o seu desígnio benevolente'. mente se preocupe com o que vos con­
MAgi em tudo sem murmurações nem cerne. 2,Todos visam aos seus interesses
Nm 14.2.9 reticências'1, ,5a fim dc serdes irrepreen­ pessoais, não aos dc Jesus Cristo"; 22mas 2.4
síveis e sem comprometimento, f d h o s de ele, vós sabeis que provas deu da sua
Deus s e m m a n c h a ' no meio de uma g e ­ capacidade: qual filho junto do seu pai, ICor 4.17;
ITm I.IK
Jo S.I2: r a ç ã o t r a n s v i a d a e p e r v e r t i d a , onde apa- ele se pôs comigo a serviço do Evange­
12.35-36: receis como fontes de luz no mundo. lho. ^'Por isso é ele que eu espero en-
ITs 5.5:
Er 5.K-11

u. Conferir um nome é não somente a irib u ir um títu lo , mas age. A vontade e a atividade dos cristãos incorporam -se na obra
umu d ig nidade autêntica (cf. E f l .21: H b 1.4). A q u i P au lo pensa d c D eus (1.6; c f. IC o r 15.58). com andada por seu desígnio de
no nom e de Senhor (cf. v. I !: A t 2.21.36) que no A T grego é salvação em C ris to .
a pulavra em pregada para e x p rim ir o nom e im pro n u n ciáv e l de d . A lu s ã o p ro vável à fa lia d c fe' dos hebreus no deserto (cf.
Deus m esm o (E x 3.15 notas). A ssim o Se n h o rio de D eus se I C o r 10.10).
revela em Jesus na sua extrem a hum ilhação. e. Essas três q ualidades da v id a cristã no m undo têm uma res­
v . Is 45.23. O S e rvo 6 exaltado acim a d o un iverso inteiro sonância escato lo g ica (1 .10; 2.16; c f. IT s 3.13; 5 2 3 ) . O que se­
(3 .2 !; c f. F.f 12 0 -2 1 ; 4.10; C l 1.18-20). a fim de que o gesto de gue inspira-se em D t 32.5 gr. (cf. M l 1 2 3 9 ; A t 2.40) e salienta
adoração e de hom enagem d e vido a D eus somente (cf. R m 14.11; o contraste entre lu z e trevas (G n 1.14-16 gr.; M t 5,14).
E f 3.14) doravante se d irija lam bem a Jesus Sen ho r c m quem f. O testem unho da com unidjtde é para o a p óstolo um m otivo
D eus se revela e age <cf. E f 120-21). de g ló ria . E m 1.26 e le dissera que a sua presença faria crescer
w . T r íp lic e d iv is ã o que e voca a totalidade d o m undo criad o a g ló ria da com un idad e (cf. IT s 2.19).
(cf. A p 5 3 .1 3 ). Debaixo da terra visa aos habitantes da m orada g . O la b or a p o stó lic o é com parado ao e sfo rç o d o atleta no
dos m ortos, de p referência aos dem ônios, estádio ( G l 2 2 ; IC o r 9 2 4 -2 6 ; 2 T m 4.7; A t 20.24). P au lo c o n ­
x . Var.: e toda língua confessará. serva um a inquietação estim ulante porque sabe q ue a sua obra
y. L it. que senhor (é) Jesus Cristo. Pode-se tam bem traduzir será finalm ente subm etida ao ju íz o d c D eus. M a is adiante ele
que Jesus Cristo é Senhor ou confessa sobre Jesus Cristo que a p licará a im agem da co rrid a à vid a d o c ristã o (3.12-16).
ele é o Senhor. É a con fissã o fundam entai da fé cristã ( A l 2 3 6 ; h. O ser\'iço da fc dos filip e nses (será a própria fé dos filipenses
K m 10.9; I C o r 1 23; c f. A p 19.16). com todos o s seus e feitos, ou a v id a de P a u lo consagrada ao
z . O P a i. que e xaltou Jesus, recebe toda g ló ria quando o nome se rviço deles, ou ambas as coisas juntam ente?) é a ssim ilad o a
que lhe deu é adorado, è portanto nE le que va i acabar a g lo ri­ um sacrifício ao q u a l se acrescenta em o ferenda, segundo um
fica çã o d o F ilh o (v v . 9-1 l ) e . ao m esm o tem po, o seu a viltam e n­ rito com um tanto entre os judeus c o m o entre os gregos, a tibaçâo
to (vv. 6-8). C f. 1,11 nota. d o sangue d erram ado p e lo a p óstolo, que pensa aqui em sua
a . Trata-se da o b ed iên cia a D eus de que C r is to deu o suprem o con denação à morte (c f. 2T m 4.6). O v o ca b u lá rio cu ltu a i é
e xem plo (v. 8). A lia s , a obediên cia associa-se à fé (R m 1 3 esp iritu a lizad o : ao anunciar o E va n ge lh o. P au lo re aliza um dos
nota). A P au lo assiste o d ire ito de fo rm u la r esta e xig ê n cia por­ atos d o c u lto em esp írito , que é o d a nova A lia n ç a (cf. 3 3 :4 .1 8 ) .
que e!e m esm o v iv e na o b ed iê n cia , c u m p rin d o a sua m issão (cf. L O s vv. 19-24 exp rim e m m enos um projeto hum ano d o que
3.17; 4.9). um a esperança no Senhor, visa nd o estreitar a com unhão entre
b . P ar de term os c o n h e cid o na B íb lia c no ju d a ísm o , que P au lo e os seus am ig o s d c F ilip o s . D esta ve z. e le encara uma
e xp rim e a fruqueza experim entada diante d o D eus v iv o e santo sentença fa vorá ve l. T a lv e z se trate a qui de p ô r em execução o
que manifesta a sua e x ig ê n cia pela o b ed iê n cia de C r is to (v. 8). projeto de A t 1921*22 (cf. Introdução).
c . A lg u n s com preendem : à medida da vossa vontade. O cnca- J . N o v a nota de decepção (cf. 1.15-17 e. quanto à expressão.
deam enlo das duas frases é paradoxal: a g i. j á que é D eus quem 2.4). m esm o se iodos com p orta a lg um exagero.
viar-v o s mal tenha clareza acerca do meu q A verdadeira justiça c o arrebata-
d estin o. “ A liá s , tenho a c o n v ic çã o no mento para Cristo. ‘No mais, meus
i.2 s Sen h o r de que tambc'm eu irei logo. irmãos, alegrai-vos no Senhor1". Não me ^cot u ii
custa escrever-vos as mesmas coisas", e
-'En tretanto, ju lg u e i n ecessário en viar-
4.ix -v o s E p afro d ito k. meu irm ão, meu com - para vós é uma confirmação. 2Cuidado
4.3 panheiro dc trabalho e d e com bate, en com­ os cães"! Cuidado com os maus ope-
viad o por v ó s para se pôr a meu serviço ráriosp! Cuidado com os falsos circunci-
quando eu estava n e cessitad o , “ p o is ele sosq! 'Pois os circuncisos somos nós que
tinha um grande d e se jo de v o s rever a prestamos o nosso culto pelo Espirito de
todos c sc inquietava porque tínheis sa ­ Deusr. que fazemos consistir a nossa Rm i.9:
bido da sua do en ça. 27D e fa to , ele esteve glória cm Jesus Cristo, que não confia- l2J
do en te, na im in ê n cia d c m o rrer: m as mos cm nós mesmos'.
D eus teve co m p aixão d ele, e não som en­ 4No entanto, eu tenho motivos dc ter
te d ele, mas tambe'm de m im , para que confiança tambem em mim mesmo. Sc
eu não tiv e sse tristeza sob re tristeza. um outro crê poder confiar em si mes­
“ A p resso -m e. p o is, em vo -lo reen viar, a mo, eu o posso ainda mais. eu’, !circun-
fim de qu e, ven d o-o, vos alegreis ainda ciso no oitavo dia", da raça de Israel, da
e eu . da minha parte, fiqu e m enos triste. tribo dc Bcnjam in', hebreu, filho dc
"R e s e r v a i-lh e , portanto, no Sen h o r um hcbreus“ ; quanto à lei, fariseu';‘ quanto
acolhim ento v erd ad eiram en te a leg re c ao zelo, perseguidor da Igreja’ ; quanto à rrm i.
icor 16.16 tende estim a por hom ens com o ele. ■'"visto justiça que se encontra na lei, tornado |7
i.6 que pela obra de C risto 1 por pouco m or­ irrepreensível'.
ei i,24 ria: ele arriscou a v id a, a fim de suprir 7Ora, todas essas coisas que para mim
ao que vós m esm os não podíeis fazer para eram ganhos, eu as considerei como per­
o meu serviço . da por causa de Cristo*. "Como não. eu

k . Este colaborador dc P au lo só nos é co n h e cid o por esta r . Var.: w/.v que rendemos em espírito (ou pelo Espirito) um
e p ístola (a m enos que Epafras d c C l 1.7; 4.12; Km 23 soja uma culto a Deus (cf. 2.17).
fo rm a abreviada d o m esm o nome). E le fora encarregado de le­ s . A q u i e no v. seguinte, lit. na carne. A carne designa aqui
va r ao p risio n e iro os socorros re co lhido s (P au lo e xp rim ira sua a fraqueza hum ana feita presunção (cf. R m 1 3 nota), lig a d a às
g ratidão por isso, 4.10-20). d e p ois, caiu d o cn lc: c ie desejava o b scrvã ncia s ju d a ic a s, sobretudo à c iru n cisã o , na q ual P au lo
v o lta r para casa. E le é 0 en v ia d o (grego a/xísto/os. portanto punha o seu o rg u lho antes de con hecer C ris to (cf. G l 6.13-14;
a/MÍstoto. no sentido lato) da Igreja de F ilip o s ; na realidade, é o I C o r 1 31 ).
u n ico enviado das Igrejas (2 C o r 8 2 3 ) d o qual tenham os conser­ t. P au lo ja m a is renegou o seu passado ju d a ico , que suas p o ­
vado o nome (m as cf. A l 20,4). lêm icas o levaram m ais de um a ve z a lem brar (G l 1,13-14; R m
I. Variantes: a obra; a obra do Senhor. 1 1.1: 2 C o r 112 2 ; c f. A t 2 2 3 -5 ; 26.4-7). mas em parte algum a
m . Estas palavras parecem anunciar a saudação fin a l d a carta ele enum erou tantos título s c o m o aqui.
(cf. 4.1.4.10). mas a frase seguinte introdu z um d e se n vo lvim e n ­ u. Segundo os term os da l^ i ( L v 1 23 : G n 17.12; c f. I x 1.59;
to to do diferente no conteúdo e no tom . Q uem sabe in d íc io de 2 2 1 ).
um recom eço de ditado ou de um a fusão de textos p rim itiv a ­ v . T rib o venerada entre todas, que perm aneceu sempre fie l à
mente independentes? C f. Introdução. d ina stia de D a v id . e guardava a C id a d e santa com o T e m p lo .
n . N a realidade, o que segue nào fo i d ito nos caps. I e 2. P au lo D e la p ro ve ria Sa u l. p rim e iro rei de Israel, de c u jo nome P au lo
pode referir-se a outras curtas hoje perdidas, ou sim plesm ente a é p ortador (A t 7 3 8 ).
ensinam entos orais. w . N a sc id o em T a rso dc fa m ília palestinense. Pau lo fora educa­
o . O cão era um a nim al im pu ro , às vezes com parado ao porco d o cm Jerusalém c falava o aram aico (A t 2 1 3 9 -4 0 ; 2 2 2 -3 ; 26,4).
( M t 7.6; 2 P d 2 2 2 ). O s judeus d avam tam bém esta alcunha aos x . P au lo pertencia a esta trad ição que observava estritamente
pagãos ( M t 1526; A p 22.15). C o n tra quem P au lo d irig e a qui a a le i e à qual Jesus se tinha em várias ocasiões vivam ente oposto
in ju ria ? C o n tra judeus ou, antes, cristãos jud a iza nte s? Será que ( A l 2 2 3 : 23.6; 2 6 3 ).
e le alude a algum a devassidão? y . Este z e lo ( G l 1.13.23; I C o r 15.9; A t 8 3 ; 9.1-2.13-14) p o s­
p . O s agitadores sem m issão (cf. 2 C o r 11.13) d c preferência teriorm ente pôs-se a se rviço da Igreja (2 C o r 112 ).
àqueles que sc apegam sem razão às pró p rias obras. z . C f . G l 1.14; a lin ha d o pensam ento nos v v . seguintes é
q . L it . a incisão ou excisão, term o c o le tiv o de desprezo que anuloga a M t 5,17-38.
v isa aos que se apegam à c ircu n c isã o m aterial (cf. G i 5.12). A a. Q uand o subitam ente, no ca m in h o de Dam asco. P au lo en-
esta P a u lo op õe a verdadeira circu n cisã o , a circuncisão do co­ controu-se com Jesus C ris to ( A t 9.4-5 e par.; G l 1.15). todos os
ração (R m 2 2 9 nota; c f. D t 10.16). a de C ris to ( C l 2.11), cujos p riv ilé g io s de nascim ento e educação, todos os esforços re lig io ­
e fe ito s são o b tid o s p ela fé (v v . seguintes). sos e m orais desm oronaram . D oravante eles eram não só despre-
con sid ero que tudo é perda em com para­ m odo. D eu s tam bém v o s esclare cerá a
ção deste bem suprem o que é o con h eci­ e sse respeito. “ Entretanto, seja qual fo r
Ef 3.19; mento1* de Je su s C risto , meu Sen hor. Por o ponto a que c h eg am o s, cam inhem os
4.13;
2Pd 3.18 cau sa d e le, perdi tudo e con sid ero tudo na m esm a d ireçã o 1.
isso com o lix o , a fim dc ganhar a C risto I7lm ilai-m e todos juntos1, irm ãos, e fixai
9e ser achado nele. não já com um a ju s ­ o v o sso o lh ar naqu eles que se conduzem
Mt 5.20. tiça que se ja m inha, que venha da lei, segundo o exem p lo que tendes em nós.
Rm 3.21-22;
10,3. m as com a que vem pela fé em C risto 1', ‘*M uitosk, com efeito , eu vo -lo d izia m ui­
Cl 2.16. a ju stiça que vem de D eus e se apóia na tas vezes e agora repito-o chorando, co m ­
3.21-22.
fcd. ‘“T rata-se de c o n h ec ê-lo a e le , ao portam -se com o inim igos da cru z de C ris- g i 5 . 1 1 -,
ICor 1.
Rm 6.4-9. poder da sua ressu rreição c à com unhão to. ,vO seu fim será a perd ição ; o seu
17-18
1C«* 6.14;
com seus sofrim en to s, de tornar-se s e ­ deus e o ventre1; e sua g ló ria , eles a põem 1.28
2 0 4.11-14
Io 11.24-26; m elhante a e le em sua m o rte', " a fim de na própria ignom ínia"’ ,já que só levam a Rl" 1618
Rm 8.11-17 c h egar, se p o ssív e lr, à ressu rreição d en ­ peito as c o isas da terra. 20P o is a nossa
tre o s m ortos. 12N ão que eu já tenha a l­ pátria está nos c é u s, de onde esp eram o s, ju 3.12

cançado tudo isso ou já m c tenha to m a­ co m o S a lv a d o r, o Sen h o r Je s u s C risto 0 Mr>


f.í.2,'!!,,
\í,iL
ICor 14.20; do p e rfeito '; m as arrem eto para tentar 2lque há de tran sfigurar o no sso co rp o Rm 8.19-23
O 1.28
alcan çá-lo 11, porque eu m esm o fui alca n ­ hum ilhado, para torná-lo sem elhante ao r , » 8.29
Cl 4.9;
IJo 4.10.19;
çado por Je s u s C risto . '-'Irm ãos, eu não seu corpo glo rio so 0, com a fo rça que tam ­
ICor 8.3 ju lg o já tê-lo alcan çad o . A m inha única bém o torna c ap az de tudo subm eter ao 2.1011.

preocu pação é , esqu ecen d o o cam inho seu poder. . fc ,.r',5 .2 7 ;


percorrido e an sian do com todas as fo r­ a 'D e sorte qu e, irm ãos b em -am ad o s, hi>2,8

2.16 ças pelo que está à frente, 14arrem cter que eu tanto d esejo rever, v ó s , minha
rum o à m eta. visan d o ao prêm io ligad o alegria e m inha co ro a, fic a i firm es deste i t * 2,
19-20
ao cham ado qu e. do alto , D eu s nos d iri­ m odo 110 Sen hor, m eus b em -am ad os.
ge em Je su s C risto . lsN ó s tod os, o s “ per­
fe ito s” . com portem o-nos pois assim , e se Concórdia, alegria, paz. 2Exorto Evó-
em algum ponto v o s com portais de outro dia c exorto Síntique11 a viverem de ple- 2.2
z ív e is. mas n o civ o s, favorecendo o o rg u lh o esp iritu a l que tc m ii- atingiu a meta. as filip e nses tam pouco; ele os c o n v id a a progredir
na pela rejeição da graça de C risto . A confiança na carne não co m o ele próprio.
é somente atenuada p ela fe. deve ser elim ina d a. h. O com p lem ento deste verbo, três vezes subentendido, está
b. O term o tem um sentido b íb lic o m u ito forte: não descoberta in c lu íd o nas palavras precedentes: C ris to e a sua ressurreição.
intelectual, mas v ín c u lo vital ín tim o , que será e xp lic ita d o nos P au lo anremete para alcançar, porque responde a um chamado
vv. 10-11. (3,14) e ele m esm o foi alcançado: lem brança d o m om ento em
c. L it . a fé de Cristo. C f . G l 2.16 nota. que C ris to o subjugou no cam inh o de D am asco.
d. A recordação d o passado judeu do apóstolo enseja uma d e fi­ 1. A frase é obscura por excesso de co n cisã o . V á rio s mss. a
nição notável das duas justiças: uma que vem da le i, a outra que com pletaram de d ive rso s m odos.
é um dom de Deus pela fé cm C risto (lit. a fé dc Cristo; cf. G l 2. j . O s filip e n s es devem imitar o m o d o co m o P a u lo viv e de
20 nôta). Esta visão do tema fo i largamente explorada em R m e G l. C risto c luta por ele (cf. 4.9; e I C o r 4.16 nota; IT s 1.6 nota).
e. L it . tornados da mama forma que a sua morte (cf. 2.6 k . U m a ve z m ais. P au lo perm anece no vago: é que então era
nota). O s vv. 10-11 ap licam ao cristão o que o h in o dissera de com p reend id o p o r m eias-palavras. A sem elhança das censuras
C risto (ver 2 ,6 - 11). Conhecer Cristo, ganlutr Cristo. ser achado expressas e da inquietude sentida perm ite pensar nos mesm os
em Cristo é ser in tro du zid o nos acontecim entos d o passado, cuja adversários dos v v . 2-5.
presença perm anece ativa. A ressurreição de C ris to permanece I. Pauto visa provavelm ente às ob servâncias alím en tarcs ju d a i­
atuaí, e o cristão dela p articip a realm ente, d o m esm o m o d o que cas ( L v 11; R m 14).
participa dos seus sofrim entos e da sua morte (cf. 2 C o r 4.10) m . Sem d ú v id a , a c ircu n c isã o , v. 3. A lg u n s pensam que os vv.
pelo despojam ento (3.7-8). a luta apostó lica (1.30) e eventual­ 18-19 visam aos lib ertinos.
mente o m a rtírio (2,17). n. E m ve z d c se d e ixa r captar p e lo m undo, o c ristã o pertence
t. Esta e xclam ação não e xp rim e uma d ú v id a , visto que a es­ ao Senhor e sua pátria é o reino dc D eus (cf. 1 21 nota: 3.14).
perança é fundada no d om real d c D eus. M a s a espera parece o. L it. da mesma forma que o seu cor/w... O corp o ressusci­
tom ar a certeza m enos absoluta e in c ita r à luta. tado de Jesus C ris to no q ual resplandece a g ló n a de D eus é a
g. P a u lo está consciente de ter sid o objeto de um a graça, m is forma ã qual o nosso p ró p rio corp o será con fo rm ad o (v. 10; C l
sabe que não d e ve tir a r p re te xto d is s o para re cu sa r to d o 3.1-4; c f. I C o r 15.42-49: corpo espiritual).
esforço. Se. no v. 15. P au lo d iz nós os fterfeifos, talvez seja com p . O s nom es dessas duas cristãs levam a pensar em concórdia.
uma ponta de iro nia, já perceptível aqui (cf. IC o r 2.6). Se não " acordo ” , (eu-odia, caminho fácil; syn-hkiiè, encontro), e Pau*
no a co rd o no S e n h o r. 3E tu , C o m p a- o vosso interesse por mim" podido en­
nheiro“ autên tico , eu tc peço, acode em fim reflorescer: sim. interesse vós o
auxilio delas, pois lutaram com igo pelo tínheis, mas a ocasião vos faltava. "N ão
E van g elh o , ao m esm o tem po que C le ­ e' a necessidade que me faz falar, pois
m ente e todos o s outros m eus colabora- aprendi a bastar-me a mim mesmo' em
2.25 dores, cujos nom es figuram no livro da qualquer situação. IJSci viver na penúria, iTm 6.6:
vida'. sei viver na abundância. Aprendi5, cm Hb l3-5
■•Alegrai-vos no S en h o r o tem po todo; toda a circunstância c de todos os mo­
eu repito, alegrai-vos. !Seja a vossa bon­ dos. tanto a estar saciado como a ter
dade reconhecida por todos os homens*. fome. a viver na abundância como na
3.20-. O S e n h o r esta' p róxim o1. ‘ N ão vos in- indigência. '-"Tudo posso nAquele que 2Cor 12.
IPJ 4 7 - quieteis com nada. m as. em toda oca- me dá forças'. l4No entanto, fizestes bem ^l"|>'l,
Ap 3 . 11: sião. pela o ração e pela súplica acom pa- em tomar parte na minha tribulação.
22 20 nhadas d e ação de g raças, apresentai a l5Vós o sabeis. filipenses. nos começos
mi 6.25-.U D eus o s v o sso s ped id o s. 7E a paz de do Evangelho", quando deixei a Mace- 1-5
Jo 14.27; Deus, que ultrapassa toda a compreen- dônia, nenhuma Igreja me fez participar
a 3.15 . . .
,j, sao. guardara o s vossos coraçocs e os em uma conta de "deve" c "haver"1’, a
vossos pensam entos" em Je su s C risto. não ser somente vós. “ Vós que. já em
“Q uanto ao m ais. irm ãos, tudo o que ha' Tessalônica. mais de uma vez, me en-
Rm 12.2: de verdadeiro, tudo o q u e é nobre, ju sto , viastes o que eu precisava1'.
IT' 1 puro. digno de ser am ado, dc se r ho n ra­ l7Não c que eu esteja à procura dc pre­
do, o que se cham a v irtu d e ', o que m e­ sentes; o que procuro c o fruto que cres- Rm 15.27 :
rece elo g io , ponde-o no vosso credito. ce em vosso credito'1. '“Aliás, eu dispo- ICor 1
''O que aprendestes. rccebestcs. ouvistes nho de todo o necessário, e ate' mais do
3.17: de m im . ob serv astes cm m im . tu d o isso que isso. Tenho dc sobra, agora que re­
IT' 4J ponde-o em prática. E o D eus da paz cebi o que Epafrodito me entregou de
n \ 5.23: estará convosco. vossa parte, perfume dí' b o m o d o r , sacri- Ef 5.2
Rm 15.33 :
ficio aceito c agradável a Deus'. I9E o Gn »-2i:
16.20
Reconhecimento pelos dons recebidos. meu Deus satisfará todas as vossas ne-
l0Eu muito me alegrei no Senhor por ter cessidades, segundo a sua riqueza, magni-

io parece frisa r com um so rriso o contraste entre seus nom es e x . Entre o s e stó ico s. esse term o (autúrkhès) s ig n ific a v a a lib e r­
sua conduta. N ó s ignoram os tudo das pessoas cila d a s nos v v . 2- dade d o sabio a respeito das circu nstâncias e flutu ações da vida.
3. m esm o de Clem en te, no q ual uma tradição antiga, seguindo O a uto do m ínio d c P au lo tem uma o rige m e um a tonalidade d i­
O ríg c n e s. viu o futuro C le m e n te d c Rom a. ferentes: ele o deve unicam ente A q u e le que o torna forte (v. 13).
q . Pode ser que syzyfios (trad uzid o aqui p o r Companheiro) y . L it. eu fui iniciado. T e rm o p ró p rio dos culto s d c m istérios,
seja um nom e p ró p rio , c u jo v a lo r c tim o ló g ic o P au lo sublinha. c u jo sentido aqui é sim plesm ente: eu aprendi um a co isa que nem
r . A im agem é tra d icio n a l no A T e no ju d a ísm o (cf. A p 3,5 todos sabem.
nota). z . Sem pro n unciar-lhe o nom e. P au lo pensa e m C ris to ressus­
s. G ra ças às provas que d e la lhes dareis, c ita d o e na ação d o poder de D eus nele (cf. 3 ,1 0 2 1 ).
t. C f . M t 3 2 nota. a . Isto é. no decu rso da m issão de P au lo na M a c e d ô n ia (A t
u. A lg u n s m anuscritos trazem: os vossos corações e os vossos 1 6-21). quer em F ilip o s . quer nas cidades por onde passou em
corpos. seguida. A expressão visa ao m om ento da con ve rsã o deles (cf.
v . É o ü n ico em prego, nas ep ístolas d c P au lo , d c u m term o 1.5).
m u ito em uso entre os m oralistas gregos. A s seis q ualidades b . P au lo em prega um a expressão em uso nas transações c o ­
enum eradas denotam uma e slim a respeitosa dos valores sad ios e m e rcia is. a fim de in s is tir sobre o intercâm bio d c bens e s p ir i­
louváveis d o ideal m o rj! dos pagãos. M a s o v . 9 m ostra que tuais e m ateriais que se estabeleceu entre ele e o s cristã o s de
esses vaiores são v iv id o s , peios crentes, dentro de um a tradição F ilip o s (1,5 nota; I C o r 9 .1 1). Essas doações são as ünicas que
(2 T s 2.15; 3.6). a e xe m p lo d o p ró p rio P au lo que v iv e no C ris to e le consentiu a ceitar (cf. Introdução).
(3.17). A s s im se com p leta o desapego indicado: 3.7-8. c . D e po is da sua p artida d c T e ssa lô n ica . P au lo ainda recebera,
w . O s socorros trazid o s por E p afro d ito quando P a u lo eslava sem d ú v id a , a ajuda deles em C o rin to (2 C o r 11.8-9).
d e le s urgentemente necessitado (2 2 5 -3 0 ; 4.18). E m io d a esta d . E ssa s d o açõ e s d o s c ris tã o s revertem no seu e n r iq u e c i­
passagem , co m extrem a justeza d c tom (que se depara tam bém m ento e s p ir itu a l, p o rq u e D e u s é q u e m opera nesses in te rc â m ­
e m F m ). P au lo e xp rim e ao m esm o tem po a sua independência e b io s (4,19).
a sua g ratid ão, à lu z da sua m issão. e . P au lo reprod uz, a respeito dessas doações fraternas, a lin -
Rm 2.4; fiCamenter, em Jesus Cristo. “ A Deus santos em Jesus Cristo. Os irmãos que es- Rm 1.7
9.23; 11.33: „ . . , ,
3
Ef .k nosso Pai seja dada a gloria pelos secu- tão comigo vos saúdam. “ Todos os santos
2
i.ii: .ii; los dos séculos. Amém. vos saüdam, sobretudo os da casa de César*.
Rm 16.27;
Ef 3.21
“ Que a graça do Senhor Jesus Cristo
Saudações finais. 2lSaudai cada um dos esteja com o vosso espírito.

g u a fe m c u ltu a i d o A T . e s p iritu a liz a d a p e lo N T (c f. 2.17 - g. E ssa expressão pode fazer pensar em R om a (cf. Introdu­
18.25 JO ). ção). m as e la eng lob a todo o pessoal a se rviço d o im perador
f. L il. em glória. A lg u n s o entendem d a g ló ria celeste: outros (m ilitare s, fu n cio n á rio s, escravos e lib ertos), e eles existiam em
tiaduzem : segundo a riqueza da sua glória. q ua lq ue r cid ad e que fosse sede de um governador.
e p ís t o l a a o s c o l o s s e n s e s

INTRODUÇÃO
Conteúdo da epístola. B reve em e x te n s ã o (q u a ­ a o s c r is tã o s d e C o lo s s a s ( 1 ,2 ) . E l e nunca fo i a
tr o c a p ítu lo s ) , v a s ta e m d e s e n v o lv im e n to s te o ló g i­ e s ta l o c a lid a d e ( 1 ,4 : 2 ,1 ) s itu a d a n a F r ig ia ( Á s ia
cos, a Epístola aos Colossenses f a z p a r te tr a d ic io ­ M e n o r ), 2 0 0 k m a o r ie n te d e É fe s o . D u r a n te a lo n g a
n a lm e n te d a s e p ís to la s d ita s " d o c a tiv e ir o " . e s ta d a d o a p ó s to lo e m É fe s o (A t 1 9 ), o s e u d is c í­
C o m o d e c o s tu m e , a c a r ta c o m e ç a c o m u m a litur­ p u l o E p a fr a s , c o lo s s e n s e d e o r ig e m ( 4 ,1 2 ) , f u n d o u
gia epistolar ( 1 ,1 - 2 0 ) : s a u d a ç ã o , a ç ã o d e graças e s ta c o m u n id a d e ( 1 ,7 ) a o m e s m o te m p o q u e a d e
p e lo p r o g r e s s o d o E v a n g e lh o (3 -8 ), p r e c e p e lo s fié i s H ie r a p ó lis e L a o d ic é ia ( 4 ,1 3 ) , d u a s c id a d e s v iz i­
( 9 -1 2 ) e a s e g u ir , u m hino q u e e n a lte c e C r is to c o m o nhas s itu a d a s ig u a lm e n te no v a le do L ic o .
c a b e ç a d o u n iv e r s o e d á o to m a to d a a e p ís to la L a o d ic é ia f ig u r a e n tr e a s “s e t e i g r e j a s " d a A s i a
(1 3 -2 0 ). O s ia1. 2 1 - 2 3 in te r p e la m o s d e s tin a tá r io s e, n o m e a d a s p e lo A p o c a lip s e ( 1 ,1 1 ; 3 ,1 4 ) , e c h e g o u -
d a in te r p e la ç ã o , p a s s a -s e à e v o c a ç ã o d o ministério s e a p e n s a r n a h ip ó te s e d e te r s id o a d e s tin a tá r ia
apostólico c u ja m is s ã o é r e a liz a r o q u e o h in o c e ­ da e p ís to la d ita "aos E f é s i o s ” ( C l 4 .1 6 — c f.
le b r o u : P a u lo d e v e le v a r a p a la v r a e a s tr ib u ta ç õ e s in tr o d . a E f). S e g u n d o a E p ís to la , P a u lo , in fo r m a ­
de C r is to à su a consum ação, p a ra m a n ife s ta r a d o d a s itu a ç ã o c r ític a d e C o lo s s a s p o r E /x ifr a s ,
g ló r ia d e D e u s e n tr e a s n a ç õ e s ( 1 ,2 4 - 2 J ) . que v ie r a ju n ta r - s e a e le n a p r is ã o ( 4 ,7 ) , e n v ia
D e 2 ,6 a 3 ,4 , d e p a r a -s e a advertência q u e m o ti­ T íq u ic o , ta lv e z p o r ta d o r d a n o s s a c a r ta ( 4 ,7 - 8 ; c f.
v o u o e n v io d a c a r ta : a I g r e ja é a le r ta d a d ia n te E f 6 ,2 1 ) , e O n é s im o ( 4 .9 ) . E le s s e r ã o o s s e u s /x > r ta -
d o p e r ig o q u e a a m e a ç a p o r c a u s a d a s d o u tr in a s v o z e s n a p r o v a ç ã o q u e e s s a s Ig r e ja s a tra v e s s a m ,

e o b s e r v â n c ia s p r e c o n iz a d a s p o r d o u to r e s “h e r é ­ Ig r e ja s q u e o a p ó s to lo n ã o fu n d o u e n a s q u a is a s
tic o s " c h e g a d o s a C o lo s s a s . N o c e n tr o d e s ta p a r ­ s u a s c a d e ia s o im p e d e m d e in te r v ir d ire ta m e n te .
te p o lê m ic a , e le v a -s e um a nova c e le b r a ç ã o da 2. Um combate teológico e espiritual. P a u lo já
v itó r ia d e C r is to s o b r e o s p o d e r e s c e le s te s , v itó r ia s e d e p a r o u c o m m u ita s d ific u ld a d e s , m a s , a o c o n ­
à q u a l o s fié is são a s s o c ia d o s p o r s e u b a tis m o trá r io d o q u e s u c e d e u e m C o r in to o u n a G a lá c ia ,
( 2 ,6 - 1 5 ) e q u e fu n d a m e n ta a lib e r d a d e c r is tã c o n ­ tu d o in d ic a q u e a q u i a s q u e s tõ e s p e s s o a is ( r iv a li­
tra to d a te n ta tiv a d e e s c r a v iz a ç ã o ( 2 ,1 6 - 3 ,4 ) . dades ou c o n te s ta ç õ e s a o a p o s to la d o de P a u lo )
A exortação to m a a s e g u ir u m s e n tid o m a is g e ­ não desem penharam papel d e te r m in a n te . N ão
r a l ( 3 $ - 4 , 6 ) . E la s e a p ó ia d e n o v o n o b a tis m o : o b s ta n te n u m erosos e s tu d o s , o te o r das id é ia s
d e s p o ja d o s d o v e lh o h o m e m , o s f i é i s s e r e v e s ti­ propagadas em C o lo s s a s a in d a n ã o n o s é c la r a ­
ram d o hom em n o v o . c u ja v id a s e r e a liz a n a c o ­ m e n te c o n h e c id o . T e m o s c o m o in fo r m a ç ã o ape­
m u n id a d e c r is tã , ta n to p e lo m odo de pro ced er n a s a p r ó p r ia e p ís to la , c u ja s a fir m a ç õ e s s ã o m u i­
c o m o p e lo c u lto ( 3 ,5 - 1 7 ). ta s v e ze s a lu s iv a s ; a lé m d is s o , a lg u n s te r m o s té c ­
V êm e n tã o recom endações no to c a n te à s r e la ­ n ic o s p e r m a n e c e m p a r a n ó s o b s c u r o s : c u s ta d is ­
ç õ e s c o m o s d e m a is : s ã o o s q u a d r o s tr a d ic io n a is c e rn ir , à s v e z e s , s e d e te r m in a d a in d ic a ç ã o d e v e
que tr a ta m da v id a f a m i li a r e s o c ia l, in te g r a d a s e r a tr ib u íd a a o s n o v o s d o u to re s o u s e e x p rim e
“n o S e n h o r " e d o t a d a p o r i s s o d e u m s e n t i d o n o v o u m ju íz o d o a p ó s to lo (a s s im 2 ,1 8 .2 1 .2 3 ) . A te n ­
( 3 , 1 8 —4 , 1 ) . A e p ís to la te r m in a com um a p e lo à d ê n c ia fu n d a m e n ta l d e s te m o v im e n to c o n s is tia e m
v ig ilâ n c ia e à p r e c e ( 4 ,2 - 4 ) , u n u i in d ic a ç ã o s o b r e p r o c u r a r u m a e s p é c ie d e superação d o e v a n g e lh o
as r e la ç õ e s c o m os n ã o - c r is tã o s ( 4 ,5 - 6 ) e um a a p o s tó lic o . E s p e c u la ç õ e s s o b r e o m u n d o d o s p o ­
lo n g a lis ta de saud a çõ es e m e n s a g e n s p e s so a is d e r e s a n g é lic o s , d a s p r á tic a s a s c é tic a s , u m c e rto
( 4 ,7 - 1 7 ), q u e a c a b a m com a sa u d a ç ã o fin a l d o r e c u r s o a o b s e r v â n c ia s le g a lis ta s d e v ia m c o m p le ­
a p ó s to lo ( 4 ,1 8 ) . ta r a f é em C r is to e c o m u n ic a r a o s f ié i s u m co­

n h e c im e n t o s u p e r i o r d o s m i s té r i o s e u m a v id a r e ­
A crise de Colossas. /. Os dados da epístola. lig io s a m a is c o n fo r m e c o m s u a s a s p ir a ç õ e s . E n ­
P a u lo , p r is io n e ir o ( 4 ,3 .1 0 .1 8 ) , d ir ig e e s ta c a r ta c o n tr a m -s e a í a lg u n s tra ç o s do “e v a n g e lh o
ju d a iz a n te " q u e P a u lo j á c o m b a te r a n a G a lá c ia , m ia n o p a s s a d o a n o s s a u n iã o à m o r te d e C r is to e

m a s u m e v a n g e lh o ju d a iz a n te q u e te r ia e v o lu íd o e n o fu tu r o a n o s s a p a r tic ip a ç ã o e m sua r e ss u r r e i­

s e a p r e s e n ta r ia m a is e iv a d o d e e s o te r is m o ; n e le ção: Colossenses a fir m a q u e o b a tiz a d o m o r r e u e

d isc e r n e m -s e te n d ê n c ia s que d e s c a m b a r ia m nos já r e s s u s c ito u c o m C r is to ( c f. 2 ,1 2 n o ta ; 3 .1 ) .

s is te m a s e la b o r a d o s d a g n ose do s é c u lo II. Um — a noção de " p le r o m a " , o s te m a s d e s a b e d o ­

v o c a b u lá r io novo se d e s e n v o lv e : v e s tíg io s d e le r ia e ilu m in a ç ã o s e s u b s titu e m à s n o ç õ e s ju r íd i­


e n c o n tr a m -s e n o s e s c r ito s u lte r io r e s d o N T e f o r u c a s a s s o c ia d a s , e m P a u lo , à a ç ã o d o E s p ír ito . O

d e le . E v a n g e lh o te n d e a to rn a r -s e " m is té r io " .

T o d o s e s s e s tr a ç o s r e a /K ir e c e r ã o e m E fê s io s : a s
Características da epístola. M a r c a d a por e s te s e m e lh a n ç a s d e e s tilo e p e n s a m e n to e n tr e a s d u a s
a Epístola aos Colossenses
c o n fr o n to , m a n ife s ta e p ís to la s c o n s titu e m u m p r o b le m a e s p e c ífic o ( v e r
c e rta o r ig in a lid a d e c o m r e la ç ã o à s c a r ta s a n te ­ in tr o d u ç ã o a E fê s io s ).
r io r e s d e P a u lo :

a) O b se rv a -se um a m udança de e s tilo que se Autenticidade. O s p r in c ip a is e le m e n to s q u e e n ­

a c e n tu a r á em E fê sio s : a c ú m u lo de s in ô n im o s , tra m em c o n s id e r a ç ã o são os s e g u in te s : I " Os

e n fia d a s de c o m p le m e n to s , d e s e n v o lv im e n to s li- c r ité r io s lite r á r io s e te o ló g ic o s q u e a c a b a m o s d e


tú r g ic o s í 1 ,3 -8 .9 -2 0 ), f r a s e s à s v e z e s o b s c u r a s o u r e s u m ir . S e g u n d o a im p o r tâ n c ia q u e s e lh e s a tr i­
i n c o r r e ta s < 2 ,1 8 -1 9 .2 0 -2 3 ) , m u l t ip l ic a n d o in c is o s , b u a e à m e d id a q u e s e in s is te m a is n a s s e m e lh a n ­
o r a ç õ e s p a r tic ip ia is o u r e la tiv a s ... ças ou nas d ife r e n ç a s com r e la ç ã o às d e m a is
b ) D o p o n to d e v is ta d o vocabula'rio, c o n s t a t a - s e e p ís to la s , c o n s id e r a -s e a c a r ta com o ob ra do
ig u a lm e n te u m a e v o lu ç ã o . T e r m o s j á e m p r e g a d o s a p ó s to lo , c h e g a d o a o f im d a su a c a r re ir a : c o m o
p o r P a u lo p r o d u z e m em to r n o d e s i u m a c r is ta li­ o b ra d e u m s e c r e tá r io o u d e u m d o s s e u s d is c íp u ­

za çã o in é d ita do p e n s a m e n to : cabeça, corpo; lo s im e d ia to s ; o u e n fim c o m o o b r a m a is ta r d ia d a


a u to r id a d e s e p o d e r e s , e le m e n to s d o m u n d o ; m is ­ a s s im cham ada " e s c o la p a u lin a " . 2" O s d a d o s
té r io , e c o n o m ia , p le n itu d e ; s a b e d o r ia , r iq u e z a , q u e p e r m ite m d e fin ir a s r e la ç õ e s e n tr e Colossenses
c o n h e c im e n to e tc . ( p o d e - s e n o ta r u m a fo r te in ­ e a s o u tr a s e p ís to la s . E s te s s ã o c o m p le x o s : a c a r ­
flu ê n c ia d a lite r a tu r a s a p ie n c ia l) . O te r m o “s a n ­ ta a o s Colossenses te m tr a ç o s d e s e m e lh a n ç a c o m
to s " p r e d o m in a p a r a d e s ig n a r o s c r is tã o s . e p ís to la s d e é p o c a s b a s ta n te d ife r e n te s . U m te m a
c ) O p r ó p r io pensamento s o f r e u m a m u ta ç ã o , à s com o o dos “e le m e n to s d o m u n d o " e c e r t o s m o ­
v e z e s q u a s e im p e r c e p tív e l, m a s q u e a n u n c ia no­ dos de e x p rim ir -s e a p r o x im a m , por e x e m p lo ,
v a s p e r s p e c tiv a s . C o n v é m p ô r e m r e le v o s o b r e tu ­ Colossenses de G á la ta s (c f. G l 4 .1 - 1 1 e C l 2 ,6 -
d o a s a c e n tu a ç õ e s e m o d ific a ç õ e s s e g u in te s : 2 3 ). P or o u tro la d o , Colossenses fo rm a com
— a e x a lta ç ã o de C r is to a ssum e to d a a su a F ilê m o n e E fê sio s um g rupo c a r a c te r iz a d o por
d im e n s ã o c ó s m ic a ; e le é c e le b r a d o c o m o c a b e ç a id ê n tic a s itu a ç ã o . P a u lo , p r is io n e ir o (F m

do u n iv e r s o e d a s p o tê n c ia s , e c o m o cabeça da 9 .1 0 .1 3 .2 3 : E f 3 .1 ; 4 ,1 ; 6 ,2 0 ) , e n c a r r e g a T íq u ic o

Ig re ja ; e O n é s im o d e m is s ã o a n á lo g a (F m 1 2 ; E f 6 ,2 1 -

— o c o n c e ito d e Ig r e ja s e m o d ific a : a id é ia d e 2 2 ). C o lo s s e n s e s não d e ix a de v in c u la r -s e ta m ­

corpo que, em IC o r 12, e x p rim ia a u n id a d e n a b é m a F ilip e n s e s , o u tr a c a r ta d o c a tiv e ir o . — E sses


d iv e r s id a d e n o s e io d a c o m u n id u d e a d q u ir e , ta m ­ e le m e n to s , to d a v ia , n ã o s ã o d e c is iv o s e é p o s s ív e l

bém e la . u m a a m p litu d e u n iv e r s a l; m a is n itid a ­ a d m itir e m p r é s tim o s d e u m a e p ís to la a o u tr a . 3 “ A

m e n te d o q u e e m I C o r , a I g r e ja (c o r p o ) é d is tin ta n a tu r e z a e x a la d a c r is e d e C o lo s s a s . A in d a n e s te
d e C r is to (c a b e ç a ) ; p a r tic u la r , e n tr e ta n to , é d ifíc il fo r n e c e r u m a d a ta
— a s c a te g o r ia s e s p a c ia is ( e m c im a , e m b a ix o ) seg u ra . A im p r e c is ã o d a s a lu s õ e s à s d o u tr in a s e
p r e d o m in a m so bre as c a te g o r ia s te m p o r a is e à s p r á tic a s , a d u r a ç ã o d o s fe n ô m e n o s d e c o n tá g io
e s c a to ló g ic a s . O R e in o é s itu a d o a c im a de nó s, e n tr e a f é c r is tã e o s m o v im e n to s p r é -g n ó s tic o s
com o r e a lid a d e q u e n o s d o m in a ( 1 ,1 3 ; 3 ,1 - 4 ) e n ã o n o s p e r m ite m d ize r c o m c e r te z a o m o m e n to
n ã o à n o s s a fr e n te , c o m o r e a lid a d e v in d o u r a (c f. em q u e o c o n flito te r ia s u r g id o .
M c 1 ,1 5 ); L e v a n d o e m c o n ta o c o n ju n to d e s s e s d a d o s , tr ê s
— a te o lo g ia d o b a tis m o s o fr e p o r c o n s e q ü ê n c ia tip o s d e s o lu ç ã o fo r a m p r o p o s to s :
u m a n o tá v e l m o d ific a ç ã o . E m R m 6 , P a u lo e x p r i­ a) A o p in iã o c o r r e n te s itu a Colossenses. com
F ilê n to n , E fé s io s e F ilip e n s e s , n a ú ltim a f a s e d o ju s tiç a (G á la ta s e R o m a n o s ) , tu d o p a r a o nosso
m in is té r io de P a u lo , n o te m p o do seu p r im e ir o d e s tin o , n o s s a m o r te e n o s s a v id a (Colossenses).
c a tiv e ir o r o m a n o ( 6 1 -6 3 ) . Colossenses rep resen ­ C a u te la p a r a n ã o e n fia r d e n o v o o d e d o n a m e n o r
ta r ia o p r im e ir o e s b o ç o d a s u a s ín te s e te o ló g ic a , e n g r e n a g e m d a le i, p o is is s o s e r ia v o lta r à e s c r a ­
q u e d e s a h r o c lia r ia e m E fé s io s : o p e n s a m e n to d o v id ã o a n te r io r ( G l) ! A te n te - s e p a r a n ã o a s s o c ia r
a p ó s to lo s e e le v a m a is a lto e o lh a p a r a m a is lo n ­ ao la d o , a c im a , a b a ix o da s o b e ra n ia de C r is to ,
ge, p ara m a n ife s ta r a s ig n ific a ç ã o u n iv e r s a l d a a lg u m c u lto à s p o tê n c ia s : s e r ia v o lta r à s e r v id ã o
c r u z e d a e x a lta ç ã o d e C r is to , p a r a d e s v e n d a r a s (C !)! E le v a -s e o m e s m o c â n tic o d a lib e r d a d e c r is ­
ú ltim a s im p lic a ç õ e s d o m is té r io da s a lv a ç ã o na tã . I m p õ e - s e o m e s m o r e c u r s o a o b a tis m o c o m o
Ig r e ja . E x p lic a m -s e a s s im a s m u d a n ç a s d e e s tilo a c o n te c im e n to ir r e v e r s ív e l q u e n o s a r r a n c o u a to d a
e d e p e r s p e c tiv a d e s ta n o v a s ín te s e d o p a id in is m o . o u tr a ju s tiç a ( G l, R m ) e a to d o o u tr o p o d e r d ife ­
A h ip ó te s e de um a c o m p o s iç ã o de Colossenses r e n te s d o s d e C r is to ( C l). E s e o le ito r te m a im ­
d u r a n te o c a tiv e ir o e m C e s a r é ia ( d e 5 8 a 6 0 ) e n tr a p ressã o de p a ssa r de um a lin g u a g e m a n te s
em um quadro h is tó r ic o a n á lo g o . A c r is e da m a r c a d a p e lo te m p o e p e la e x p e c ta tiv a d a v in d a
G a lá c ia n o s m o s tr a , p o r o u tr a p a r te , q u e a e v o ­ do S enhor, p a ra um a lin g u a g e m d o m in a d a p e lo
lu ç ã o d a s id é ia s p ô d e e fe tu a r -s e b a s ta n te c e d o . e s p a ç o e p e ta e x a lta ç ã o de C r is to com o cabeça
b) E n tr e os d e fe n s o r e s da o r ig e m p a id in a da d o u n iv e r s o , é a s e r v iç o d a m e s m a p r o c la m a ç ã o :
e p ís to la , v á r io s tt s itu a m , com F ilip e n s e s e C r is to m orreu e r e s s u s c ito u de um a vez p o r to ­
F ilê m o n , n ã o n o f i m , m a s n o c e n tr o d a a tiv id a d e das; de um a v e z p o r to d a s n ó s e s ta m o s u n id o s a
m is s io n á r ia e lite r á r ia d e P a u lo , e n tr e o s e s c r ito s e le . L ig a d a à s u a v id a . a n o s s a e s tá v ito r io s a m e n ­
q u e re m o n ta m à lo n g a e s ta d a e m É fe so (d e 5 4 a te e s ta b e le c id a nos “lu g a r e s c e le s te s " , onde se
5 7 ), d u r a n te a q u a l s e p o d e s u p o r u m c a tiv e ir o d o a g ita m as p o tê n c ia s que p o d e r ia m am eaçar a
a p ó s to lo (so b re as d ific u ld a d e s de P a u lo n e s ta n o s s a lib e r ta ç ã o . Is to n ã o s ig n ific a in c ita r - n o s à
c id a d e , c f. IC o r 1 5 ,3 2 ; 2C or 1 ,8 -1 0 ). A s s im se e v a s ã o , m a s , c o m o in d ic a o f im d a e p ís to la , c o n ­
p o d e m e x p lic a r a s r e la ç õ e s p r ó x im a s e c o n s ta n te s d u z ir - n o s a u rn a e x is tê n c ia a u tê n tic a .
e n tr e o a p ó s to lo e a s Ig r e ja s d a r e g iã o , m a s n ã o A p r im e ir a v is ta , n a d a m a is e s tr a n h o p a r a n ó s
s e c o n ta c o m um e s p a ç o d e te m p o m u ito p r o lo n ­ d o q u e e s s a s a lu s õ e s a p o tê n c ia s q u e p o v o a r ia m
g a d o p a r a s itu a r a e la b o r a ç ã o d e Colossenses, e o m u n d o s u p r a te r r e s tr e , a n jo s e fo r ç a s a c o n tr o ­
is to fo r ç a a a fa s tá - la d e E fé s io s , q u e , n e s te c a s o , la r o c u r s o d o s p la n e ta s e d o s d e s tin o s . N a d a m a is
é g e r a lm e n te tid a c o m o n ã o - p a u lin a . e s tr a n h o do que as p r e s c r iç õ e s a lim e n ta r e s ou
c) Na e x tr e m id a d e o p o s ta , h á a q u e le s p a r a os p r á tic a s r itu a is à s q u a is o s c r is tã o s d e C o lo s s a s
q u a is a s itu a ç ã o d a Ig r e ja , o c o n te ú d o e a fo r m a s ã o te n ta d o s a s e a s s o c ia r . M a s, p o r p o u c o q u e o
da e p ís to la c o n v id a m a c o n s id e r a r Colossenses le ito r a te n te a e s s a s q u e s tõ e s e s e c o m p e n e tr e d a
com o um e s c r ito r e p r e s e n ta tiv o d a g e r a ç ã o p ó s - re sp o s ta a p o s tó lic a , com preende a repercussão
-a p o s tó lic a . A s preocupações e s c a to ló g ic a s se d e s ta e p ís to la e m n o s s a a tu a lid a d e . A s p o tê n c ia s
e s b a te r a m e , d ia n te d a s p r im e ir a s in v e s tid a s d a m u d a r a m d e n o m e , a s n o s s a s te n ta tiv a s p u r a c o n ­
g n o s e , a Ig r e ja f a z a p e lo à a u to r id a d e a p o s tó lic a , c ilia r - n o s c o m e la s o u p a r a lh e s e s c a p a r n ã o s ã o
le g itim a n d o o m in is té r io e a p r e g a ç ã o d e E p a fr a s m a is a s m e s m a s , e n o e n ta n to o s c o lo s s e n s e s s ã o
em n o m e d e P a u lo . A o m e s m o te m p o , a e p ís to la n o s s o s ir m ã o s . O h o m e m d o s é c u lo X X , m e s m o o
n o s r e v e la r ia a e s ta tu r a q u e e s te ú ltim o a d q u ir ir a c r is tã o , s e n te u m a d ific u ld a d e a n á lo g a d e s a b e r -
a o s o lh o s d o s c r is tã o s n o f i m d o s é c u lo I (c f. 2 P d s e r e s p o n s á v e l. S e n te - s e jo g u e te d e fo r ç a s que
3 ,1 5 -1 6 ). a r r a s ta m o p la n e ta n u m a e v o lu ç ã o ir r e v e r s ív e l. A
s a lv a ç ã o n ã o p o d e m a is c o n s is tir s o m e n te e m u m a
Alcance da epístola. S e a s o p in iõ e s a r e s p e ito d a o b e d iê n c ia p esso a l a um a le i ou a um a m oral
d a ta ou da a tr ib u iç ã o da c a r ta podem ser tã o m u ita s v e z e s r e je ita d a s , m a s n o f a t o d e e s c a p a r à s
d iv e r s a s , e la s s e c o n c ilia m p a r a r e c o n h e c e r q u e a garras d e um a a lie n a ç ã o a m e a ç a d o r a . Tam bém
Epístola aos Colossenses c o n c o rd a fu n d a m e n ta l­ p a r a n ó s p õ e - s e a q u e s tã o d e te r m in a n te d a r e la ­
m e n te c o m a m ensagem q u e P a u lo fo r m u lo u em ç ã o e n tr e C r is to e o u n iv e r s o : q u e v ín c u lo p o d e
o u tra s c ir c u n s tâ n c ia s : nós somos plenamente e x is tir e n tr e o q u e n ó s e n tr e v e m o s d o c o s m o e o

cumulados em Cristo. E le é tu d o para a nossa E v a n g e lh o p r e g a d o e a c o lh id o ?


EPÍSTOLA AOS COLOSSENSES
1 E n d ereço c sa u d a çã o . 'Paulo,Prece
após- pela Ig re ja . ’ Eis por que, da nos­
uf i.i-2; tolo de Jesu s Cristo pela vontade dc sa parle, desde o dia em que o soub e­
icor 1.1-2 q CUSi e Timóteoü, o irmão, Jaos santos de m os, não cessam o s dc rezar por vó s.
E f i.
Colossas, irmãos fiéis em Cristob; a vós Pedim os a D eus que tenhais pleno co- g 1S |6
graça c paz da parte de Deus, nosso Paic. nhecim ento da sua vontade, em toda a
sabedoria e penetração espiritual11, lopara
A ção de g raças pelo Evangelho. 3Dainos que le ve is uma vida digna do Sen hor, E f 4 .i-,
Ef Fm 45 8 raÇas<l a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus procurando a sua total ap ro vação . Por *'7121
Rm 1,8-9; Cristo, na oração que não cessamos de todo o bem que fize rd e s, produzircis
cn!i2; *^e dirigir por vós; '‘ouvimos falar de vos- fruto e progredireis no verdadeiro c o ­
2 J ; 3 J7 ; s a f g e m j c s u s Cristo e do vosso amor por nhecim ento dc D eu s; "s e r e is fo rtifi­
E f 5.4.2Ó todos os santos. 5na esperança que vos cados sob todos os aspectos pelo vigor da ei u » ;
a g U ;lr (j a n o s c é u s e; esta esperança vos foi uc ■ i i 3,16; 6.10
um u - 4 sua gló ria e assim , levad os a uma per­
anunciada pela palavra da verdade, o severan ça e a uma paciên cia a toda
El 1.13
Evangelho 6que chegou até vósr; assim prova.
i.io; como ele frutifica e cresce* no mundo
Mc 4,8 inteiro, assim também o faz entre vós C ân tico ao C risto , Sen h or do u n iv er­
desde o dia em que rccebestes e conhe- so. Com alegria1, 12dai graças ao Pai que ^ ^ j '48:
cestes em sua verdade a graça de Deus. vos tornou"' capazes de partilhar da hc- sb ss.
„ , ' , A l 2032;
7segundo o ensinamento que vos foi dado rança" dos santos na luz. ipj 1.4
4.12. por Epafrash; nosso amigo e companheiro u Elc nos arrancou ao poder das trevas ^ ^ ;|g
Fm 23 ( j e s e r v j ç 0 i q U C nos supre1 fielmente como e nos transferiu para o Reino do Filho do E f 5,8;
ministro de Cristo, “nos descreveu com seu amor”; l4nele somos libertos; nossos ny 2.9
que amor o Espírito vos anima*. pecados são perdoados. &t'r
Riu 3.24

a. Timóteo: ver A l 16.1 nota. k . C l emprega com predileção este vocabulário (2 .2 -3 ...) tan­
b. Oulra construção possível: aos irmãos em Cristo, santos e to mais porquanto a luta empenhada im plica o conhecimento. A
fiéis, que habitam Colossas. sabedoria está irreversivelmente vinculada, pela epístola, à ação
c . Numerosas testemunhas acrescentam: e do Senhor Jesus histórica de Deus em Jesus C ris io c concerne à conduta cotidia­
Cristo. na. que dela deriva.
d. A açâo de graças (lit. a eucaristia), freqüente no in ício das I. Com alegria: pode também ser ligado ao que precede,
epístolas (R m 1,8). adquire aqui uma importância particular e dá m . Var.: nos tornou. A s indicações variáveis dos mss. relati­
o (oro à carta (cf. 1.12: 2.7: 3.15-17; 4 2 ). vas aos pronomes pessoais traduzem as hesitações dos copisias;
e. Sobre a trilogia fé , amor, esperança, cf. IC o r 13,13 nota. cias nos esclarecem acerca da exortação apostólica: o autor apa­
A s três virtudes nào estão situadas aqui exatamente no mesmo rece ao mesmo tempo com o quem fala com autoridade cm nome
nível, visto que a esperança é introduzida por uma preposição. de C risto e com o quem é objeto duma graça igual à dos seus
E la assume um significado novo: designa menos o fato dc espe­ destinatários (1.7.12; 2.13; 3.4).
rar do que o próprio conteúdo da espera ( E f 1.18; H b 6.19; IP d n. N o A T designa-se assim o quinhão da terra prometida des­
1,4). C f . a expressão “ter esperanças*'. tinado a cada fam ília dc Israel, que se toma assim participante
f. Ouiros consiroem: que chegou até vós bem como no mundo da herança comum (Js 14.1-5); doravante, os pagãos são eo-
inteiro, onde produz fru to ... -herdeirosdo Reino ( E f 1.11-14; 2.11-22). Nos (extos de Qumran.
g. O Evangelho é considerado com o um poder em andamento; esta herança im plica a associação da comunidade terrestre à
o seu advento se exprime nas im agens da fecundidude e do comunidade celeste: “ A os que Deus elegeu, deu-lhes uma posse
crescimento, repetidas mais adiante (1.10) ao faíar dos próprios eterna, colocou a sua herança no quinhão dos santos, com os
colossenses. filhos dos céus. associou a sua assem bléia segundo o ideal da
h. A mensagem de Epafras (cf. Introd.) reveste-se assim de comunidade” {Regra da comunidade 11.7 e 8). Neste sentido, há
autoridade apostólica, confirm ação tanio m ais importante, pois a quem identifique aqui os santos com os anjos (cf. já Jó 5.1; Z c
epístola lula contra a difusão de novas doutrinas. 14,5). E m C l e E f. irata-se na realidade dos membros do povo
i. Lit.: que está por nós (cm nosso lugar). Outra versão: que de Deus. cm outras palavras, dos batizados.
é por vós: o sentido passa a s e r um fte l ministro do Cristo para o. A fórmula lenibra a expressão Filho bcm-anuxdo das narra­
convosco. ções do batismo de Jcsus (M t 3.17 par.) e o título de E f 1,6.
j . L it. vosso amor em Espirito. É a única menção ao Espírito Com o cm R m 1.4 ela designa aquele que a ressurreição entroniza
n a epístola. como F ilh o único.
A p 3.14
FI 2.6 l5pEle é a imagem do Deus invisível'1. E le é o com eço,
H b 1.6: Primogênito de toda criatura', o Primogênito dentre os mortos, A t 26.23:
Rm K.29 Rm K.29:
16 pois nele tudo foi criado, a fim de ocupar em tudo o primeiro lugar. IC or 15,20:
Ap U
E f 1.10 nos céus e na terra, 19 Pois aprouve a Deus SI 132.13-14:
tanto os seres visíveis como os invisíveis. fazer habitar nele toda a plenitude" Mc l . l l
C l 2.9:
Tronos' e Soberanias, ® e tudo reconciliar* por meio dele e para E f U 3 : 4,10;
Jo 1.16
E f 1.21 Autoridades e Poderes. ele,
Tudo foi criado por ele c para ele, na terra e nos céus, E f 1.10: 2.16
Jo K.5K; 17e ele existe antes de tudo1; tendo estabelecido a paz pelo sangue E f 2.14-17:
3.31 Rm 5.1
tudo nele se mantém“ , de sua cruz’ . E f 1.7: 2.13:
El' 1.22: ■* e ele é a cabeça do corpo, que é a 21 E vós que outrora éreis estrangeiros,
4.15: 5.23:
Igreja'. vós cu jas obras más m anifestavam a E l 2.12
4.IX

Os vv. 12-14 têm um paralelo notável em A l 26.18. A s duas c do mundo religioso pré-cristão, e eles eram considerados no-
passagens têm em comum: o poder d;is trevas, a transferência de tadamente com o guardas da lei mosaica (G l 3,19) e do seu re­
uin reino para outro, a herança, o perdão dos pecados. a entntda gim e ( C l 2,15 nota).
na sociedade dos .santos. t. A expressão sign ifica ao mesmo tempo anterioridade e su­
p. O s vv. 15*20 (para alguns 12-20) constituem um hino que premacia.
celebra a grande/a universal de C risto (cf. os dois pólos do u. Tem a tomíido dos estóicos. que encaravam o universo como
poema, ele, designando Jesus C risto , sem o nomear, e tudo, um conjunto divin o e coerente. Sr 43,26 c Sb 1,7 o adaptaram
designando o universo). A primeira estrofe tem com o centro a ao monotefsmo bíblico. O filh o aparece com o vínculo de todas
criarão (Ele v a imagem de Deus...), a segunda, a ressurreição as coisas (cf. H b 13 ).
(Ele é o começo...). M as elas se interpenetnim mutuamente, v . O termo Igreja parece aqui uma adjunçào explicativa, ja
com reflexos da segunda sobre a primeira. que a palavra corpo pode designar o universo e ser am bíguo. Em
A origem da passagem é discutida. A lgun s vêem nela a adap­ Km 12 e IC o r 12. o corpo designa a comunidade dos fiéis: em
tação de um hino helenístico. de inspiração estóica ou ja guosticu. C l e E f. C risto , chefe das potências e do universo, torna-se a
Outros, com mais verossimilhança, considcram -na com o uma cabeça soberana e vivificante da Igreja, que é m ais personifica­
com posição crista de inspiração sapiencial: com o a Sabedoria. da ( E f 1.22: 4.15-16; 5.23: C l 1.18; cf. IC o r 1 2 2 1 . onde a ca­
C risto é imagem de Deus (Sb 7,26). preexiste a toda criatura (Pr beça designa simplesmente um dos membros do corpo).
8.22-26). toma parte ativa na criação (P r 8.27-30) e conduz os w. L it. pleroma. Subentende-se Deus com o sujeito. Outros
homens a Deus (P r 8 3 1 -3 6 ). N o N T dois outros hinos celebram contudo consideram que o sujeito da frase é o plerom a. perso­
igualmente o papel universal de Cristo: Jo I . M 8 : H b 1.1-4 (cf. nificado. Tniduzem : pois aprouve a Unia a plenitude residir nele.
a confissão dc IC o r 8.6). Ja' presente nos prim eiros escritos de P au lo, esse termo.
C risto é exaltado com o cabeça do universo: um entrelaçado de pleroma . toma em C l e E f maior im portância, antes de desem­
alusões desenvolve esse tema. E m hebraico, começo, primicias, penhar papel considerável na gnose. N o N T . ele é geralmente
chefe, derivam da mesma raiz. a de cabeça, chave da passagem. determinado (plenitude do tempo.das nações.da (.ei.d e D eus...);
O hino enuncia todas essas afirmações a partir do aconteci­ empregado aqui de modo absoluto, ele tem um destaque insóli­
mento histórico da cruz: com o o conjunto do N T , ele une reden­ to. Com preende-se à luz de 2.9: a plenitude da divindade, isto é.
ção a criação, confissão do C risto Senhor à do C risto Salvador. tudo o que Deus quer nos com unicar de si mesmo em C risto
Este hino pôde ter feito parte de uma liturgia batismal (o para nos introduzir c nos aperfeiçoar nele: o termo estaria então
batismo desempenhará um papel preponderante mais adiante, cf. muito próxim o de pneuma (Espírito ).
cap. 2). Em seu estado atual, a passagem prepara o alerta contra A lgun s vêem no pleroma Mo universo repleto da presença de
os erros propagados em C olossas (insistência sobre o tema dos Deus**: apóiam-se no sentido passivo que esse termo tem pri­
seres celestes criados e reconciliados em C risto). mordialmente em grego (o que é cheio) e nos textos do A T que
q . Im agem de D eus, com o o homem criado por Deus (G n celebram o mundo repleto da presença e da glória de Deus (Is
l .26). mas tambem como a Sabedoria (cf. nota precedente). Platão 6 3 ; S I 24.1).
identifica esta imagem com o mundo: Fi1on.com o La g o s: Pau­ Seja qual for o alcance do termo pleroma. o v. 19 é dominado
lo. com Jesus (cf. 2 C o r 4.4). pela afirm ação de que esta plenitude reside em C risto . O S l
r. Primogênito im plica, em Israel, preeminência e consagra­ 68.17 ja afirm uva de maneira semelhante a habitação do Senho
ção (E x 13,11-16): o termo exprime também o papel privilegia­ no monte Sião: “ Aprouve a Deus habitar nele**. E a Sabedoria,
do da Sabedoria na criação (P r 8.22). que vem habitar na terra (Sr 24.7.8.10: Ba 3 3 8 ; cf. Jo 1.14) é
s. Em face das especulações dos colossenses, a epístola desen­ ao mesmo tempo considerada com o a moradia de Deus. habitada
volve a afirm ação apostólica da vitória pascal de C risto sobre as e repleta pelos dons messiânicos que ela com unica a seus d iscí­
potências invisíve is ( R 2 .1 0 -1 1; IP d 3.22; IT m 3,16: com refe­ pulos (P r 8.12-21).
rência ao S i 110.2). A s enumerações paulinas (R m 8,38; (C o r x . Subentende-se de novo Deus. sempre sujeito da reconcilia­
15,24; E f 1 2 1 ; 3.10; 6,12; C l 1.16; 2,15) têm como núcleo central ção (R m 5.10; 2 C o r 5,18.20). A reconciliação adquire aqui a sua
as Autoridades e os Poderes; a lista de E f ! .21 se distingue da maior extensão, englobando o ceu e a terra.
de C l 1,16 pela substituição das Soberanias pelas Potências y . Num erosas testemunhas acrescentam: por ele; talvez fosse
(dynámeis). Ju lg u v a -s c que esses seres celestes, potências esta a fórmula prim itiva, posteriormente explicitada em pelo
angélicas ou astrais, participavam do governo do universo físico sangue da sua cruz.
hostilidade profunda, 22eis que agora as riquezas e a glória deste mistério en- ^ _
Rm 5.10 D eus vos reconciliou graças ao corpo tre os pagãosr: C risto no meio de vós*, a R m 5 .2 !
Rm 7 4-1*3 perecivel de seu Filho*, por meio de sua esperança da glória! “ E ele que nós anun- s-ly 21
Jo i.i4 morte, para vos fazer aparecer diante dele ciam os, advertindo cada um, instruindo
i.2R: santos, irrepreensíveis, inataca'veis. “ Mas cada um em toda a sabedoria, a fim dc 3.16
Ef 2Cor5n 2 e necessa'rio que. por meio da fc, resistais. tomar cada um perfeito em Cristo. ^Estc Er 415
Et 3 . 17: sólidos e firm es, sem vos deixardes des- é o objetivo do meu labor, do combate
icor i 5^5k v jar para fora (ja esperança do E vange­ empreendido com a sua força que age
lho que ouvistes. que foi proclamado a poderosamente em mim. i=.r.V7:
Mc 16. 15; toda criatura debaixo do ce'u, e do qual o 'D e fato, quero que saibais quão rude n 4J'
iTm 3.16 CUi p a u | 0 me tornej ministro. c o combate em que me empenho por
vó s, pelos de Laod iccia e por tantos 4.13-16:
O com bate do apóstolo. 24Agora encon- outros que nunca me viram pessoal- j^ 4u l:
E f 3.I.I3-. tro a minha alegria nos sofrimentos que mente11; 2qucro que assim os seus cora­
*2^4' suporto por vós; c o que falta às tribula- ções sejam encorajados e. estreitamente
1012: ções de C risto, eu o completo em minha unidos no amor, eles tenham acesso, cm
2Tm22|o carne e n 1 fav° r do seu corpo que c' a toda a sua riqueza, à plenitude do enten- Ef 3.1K-19
Igreja"; 25dela tornei-me ministro cm vir- dimento, ao conhecimento do miste’rio dc ei 3.4
eí 3.2: tude do encargo que Deus me confiou a Deus: C risto1, 'no qual estão escondidos
Is 42.1-4; . . - ■ 1
Rm 1516-21 vosso respeito: completar o anuncio da todos os tesouros da sabedoria e da P rx .i-3 6
Mc 13.9-10: Palavra dc Deusb, 2‘ o miste'rioc mantido cicncia1. 4Digo isto para que ninguém vos 2 .»:
nm ^n escondido 110 decurso das idades 11 e que iluda com belos discursos4. 5Sem duvi- !:' 'f;
Km I6.IX
ei' 3.3-9: Deus manifestou agora aos seus santos'. da, estou ausente de corpo, mas cm espí- icor 53-4
Rm icmj2?' í7Ele quis dar-lhes a conhecer quais são rito estou convosco. feliz por ver-vos
T t 1.2-3

z. L it. ele vos reconciliou (va r. fostes reconciliados) em seu c . O mistério; cf. E f 3.3 nota.
corpo de carne, “Corpo de cume*’: esta expressão rara é atestada d . L it. desde os éons e as gerações. Para alguns, esses termos
em Qumran. Tornam os a encontra-la com uma conotação pejo­ designam seres personificados, com o na gnose. Neste caso. tra­
rativa em 2 .1 1; aqui ela designa o corpo físico de Cristo. duzir: o mistério escondido aos éons e às gerações.
a. V ersículo d ifíc il, interpretado das mais diversas maneiras. e. O s santos poderiam designar apóstolos e profetas ( E f 3.5).
Não se trata dos sofrimentos propriamente expiatórios de Jesus mas o v. 27 mostra bem que se trata dos batizados ( C l 1.2).
C risto , mas das provações ligadas ao fim dos tempos (cf. Rm 5,3 f. L it. qual é a riqueza da glória deste mistério entre os p a ­
e nota) c . por isso. à pregação do Evangelho (M c 13,5-10). À gãos. A presença de C risto entre os pagãos de C olossas atesta
medida que o apóstolo é chamado a completar a Palavra (v. 25). que o desígnio de Deus (o mistério) chegou ao seu fim : mani­
ete é destinado, como que por conseqüência, a sofrer até o fim festar a sua glória entre as nações (cf. A t 13.45 e as citações do
its tribulações de C risto (angústias, fraquezas, perseguições...). A T em R m 15.7-13).
Essas provações são de C risto , porque Jesus foi o primeiro a g . Ou: em m v.
sofrê-las pelo anúncio do Reino, e também (cf. 2 C o r 4.10-12). h . L it . que nõo viram meu rosto na carne. A epístola aos
porque C risto vive em seu apóstolo, chamado a partilhar a sorte Colossenscvs tem dc com um com R m o fato d c ser dirigida a uma
do seu Senhor. (Ligand o em minha carne a tributações de Cristo Igreja que o apóstoto não fundou e ainda nào visitou (cf. Intro­
chega-se a um sentido mais restrito: eu completo o que falta às dução).
tributações de Cristo em minha carne; claro está neste caso que i. O mistério de Deus: Cristo. Encontram-se nos manuscritos
Paulo só pensa em sua missão unica de apóstolo dos pagãos.) formas múltiplas que derivam desta: de Deus; dn Cristo de Deus,
Um a interpretação antiga (A gostinho) e sempre em voga estende isto é, Cristo; de Deus e de Cristo etc. C l 4 3 e E f 3.4 falarão
a iodos os cristãos essa vocação dc sofrer em comunhão com o do m istério de Cristo . A nossa passagem mostra que a fórmula
Senhor e em benefício da comunidade eclesial: "Jcsu s estara em ainda não está elaborada.
agonia até o fim do mundo" (Pascal). j . O v. aduz um tema sapiência! (P r 2.3-6). em que a sabedoria
b . L it. a economia de Deus que me fo i dada a vosso respeito: é comparada a um tesouro escondido e se acha associada ao
completar a palavra de Deus. Pode-se pontuar dc outro modo e conhecimento. Aqui este tema é expresso com a ajuda de Is
trad u zir o encargo que Deus m e confiou: completar a vosso 453.
respeito a Palavra de Deus. O apóstolo é chamado a cotnpleiar k. Prim eira evocação, com uma expressão mordaz, das dou­
a Palavra em duplo sentido, extensivo e intensivo. Um sentido trinas propagadas em Colossas. Aceitando-os. os fiéis seriam
m issionário: o apóstolo é mensageiro do Evangelho entre os reconduzidos à escravidão (v. 8). O apóstolo luta para mantè-
pagãos até os confins da terra (cf. Rm 15. 15-19); e um sentido -lo s na liberdade recebida em C risto e selada pelo batismo,
pastoral: levar todo homem à perfeição diante de D eus, pela que será. em tudo o que vem a seguir, o ponto de referência
exonação e o ensino (v. 28). constante.
manter o vosso posto e permanecer ina- camal1: tal é a circuncisão de Cristo. ^Se­
iPd 5.9 baláveis na vossa fé em Cristo1. pultados com ele no batismo, com ele IPd 3.21;
Rm 6.4-11
ainda ressuscitastes, visto que crestes na Cl 3.1;
Tudo plenam ente em C risto. ‘Prosse­ força de Deus que o ressuscitou dos Ef 1.19-20;
2.5-6;
gui pois o vosso caminho em Cristo, mortos11. 13E vós, que estáveis mortos por Rm K .ii;
Ef 4,20-21 j esus 0 Senhor, tal como o reccbestes1"; causa das vossas faltas e da incircuncisão FI 3.10-11
Ef 2.1-5
7pcrmanecei arraigados e fundados nele, da vossa carne. Deus vos*deu a vida com
e í 2 .20 -22 -, firmados assim na fé tal como vo-la en- ele":
w » sinararn- e transbordantes dc gratidão". ele nos perdoou todas as nossas faltas.
“Vigiai para que ninguém vos apanhe no 14anulou o protesto que os mandamentos E f 2.14-16

2Tm ^ 'aÇ° da filosofia", esse vão embuste fun- exibiam contra nós',
mi 15.6 dado na tradição dos homens, nos ele- ele o fez desaparecer
0“ (j mentos do mundop e não mais cm Cris­ c o pregou na cruz.
to. "Pois neste habita corporalmente toda 15ele despojou5- as Autoridades e os Ef 1.21:
ICor 15.24:
1 ,19 : a plenitude da divindade*1. "’c vós vos Poderes
IPd 3,22:
J l7: achais plenamente cumuladosr naquele e os expôs publicamente cm espeta'culo. Ap 12.7-K
Jo 1.14 ‘ ^
i3i 1 .2 1 -23 : que e o chefe' de toda Autoridade e de ele os levou após si no cortejo triunfal
J0V16 !o^ ° ^>cx'e r- da cru/.'.
cr 2 .1 1 : "Nele fostes circuncidados com uma '‘Portanto, ninguém vos condene por
Rm 14;
„ , 1 ' i í circuncisão na qual
Rm 2.25-29: n
a mão do homem não questões de comida ou bebida, a respeito ICor N;
i-i 3.3 intervém e que vos despojou do corpo de uma festa, de uma lua nova ou de 10.14-33
3.9: Cii 4.10

I. Com o no v. I. aqui as imagens suo tomadas da linguagem participação nossa na morte e na ressurreição de C risto . Km Rm
militar. 6. a participação na morte era formulada no passado (mortos
m . L il. como pois recebestes o Cristo, Jesus o Senhor, andai com C risto ), a participação na ressurreição reportava-se a um
nele. Receber é o termo técnico da transmissão da mensagem futuro comum com C risto (nós viverem os com ele) (cf. Rm 6.5
apostólica ( IC o r 11.23; 15.1-3). C risto não é um ser m ítico in­ nota). A qui um paralelism o mais estreito se estabelece: nós
serida nas hierarquias angélicas, mas o C ru cificad o e o R essus­ morremos e ressuscitamos com C risto . O s dois verbos estão no
citado pregado pelos apóstolos. passado: c uma antecipação que as epístolas anteriores não ti­
n . L il. de açúo de graças. Pode-se traduzir, segundo outras nham feito. O objetivo permanece igualmente concreto: afirmar
testerrtunhas. progredindo nela (u fé) ou nele (C risto ) com açõo aos cristãos sua libertação com relitção a toda potência. K f ira
de graças. ainda mais longe cf. E f 2.5-6 nota.
o. A filosofia . mencionada somente pelo N T . não designa algum v. Outra versão: nós (cf. 1.12 nota),
grande sistema de pensamento, mas uma especulação religiosa, w . O s vv. 13 c - 15 parecem reproduzir um hino que celebrava a
p. L it. os elementos do mundo cf. 2,20 c G l 4,3 nota. vitória da cruz em estilo dram ático e com um vocabulário o rigi­
q. Sobre a plenitude (plerom a) cf. 1.19 (nota) que 2.9 precisa nai que em pregava alternadamente termos ju ríd ico s e militares.
por mèio do advérbio corporalmente e do complemento da divin­ x. Outras traduções: Ele anulou, em detrimento dos manda­
dade. Corporalmente tem sido compreendido às vezes no senti­ mentos. o documento acusador, que se voltava contra nós; ou
do de realmente, por causa do v. 17. em que o corpo se opõe à então: ele anulou o documento acusador que nos era contrário
som b r t como a realidade à figura. M as Paulo visa aqui ao corpo em virtude dos mandamentos. O bilhete que traz o comprovante
de C risto , em referência à pessoa do Ressuscitado e à igreja: o da nossa dívida pode designar seja a lei m osaica, seja o registro
contento mostra com o a vida divina se concentra em C risto para em que Deus assenta as contas da humanidade (cf. SI 139.16 e
se derramar, a partir deie. sobre os balizados. Apoiando-sc no a oração judaica: “ Por tua grande m isericórdia apaga todos os
alcancc cósm ico que os termos pleroma e corpo podem ter. este documentos que nos acusam "). A imagem do comprovante da
v. recebeu também esta interpretação: em C risto se retinem a dívid a não deve ser tomada em sentido muito estrito: ela expri­
plenitude do mundo divino e a totalidade do mundo criado. me a adesão dada aos mandamentos de Deus. quer por meio da
r . Form ula um tanto polêm ica, que resume dc modo im pres­ lei m osaica, quer por meio da consciência (cf. R m 2.14-16) e
sionante a mensagem da epístola: toda a plenitude em C risto e que se volta contra os .signatários insolventes.
nele só! Tam bém foi compreendido: vós vos achais nele asso­ y . Outra interpretação: ele se despojou das Autoridades e dos
ciados à plenitude. Poderes (desfazendo-se do seu corpo de carne, cf. v. 11. sobre
s. l i t . a cabeça. C u sta adm itir com alguns que as potências o qual eles tinham influência). D e qualquer forma, a libertação
constituam um corpo do qual C risto seria a cabeça. O v. reproduz do homem com relação às exigências mortais de qualquer regi­
os temas do hino. ap licand o-o s exatamente à situação dos me de lei (v. 14) im plicou a destituição dos seres celestes que
colossenses. presidiam a antiga “economia*' (cf. G l 3.19 nota).
t. L it. do corpo de carne. Torna-se a encontrar a expreSvSào z . L it. triunfou deles por ela (a cru z, nomeada no v. 14) ou.
achada em 1,22. M as ela designa aqui o corpo enquanto escra­ conform e outros, por ele (C risto ). A im agem, empregada de
vizado à carne e feito corpo de pecado (R m 6.6. nota), modo um pouco diferente em 2 C o r 2.14, é a do triunfo romano:
u . Texto fundamental sobre o batismo, compreendido como o general vitorioso avança precedido dos inim igos dominados.
Hbnj: sábados*. l7T u d o isso não passa dc so m ­ com o uso*? T a is são de fa to o s m a n d a ­
bra do que d e v ia v ir, m as a realidade m e n to s e a s d o u tr in a s d o s h o m e n s 1''. “ P o r
provém dc C risto b. '"N ão vos d e ix e is de- m ais que tenham ap arên cia d c sab ed o ­
frau dar da vitória por gente que sc com - ria; “ relig iã o pessoal, d e v o ç ã o , a s c e s e "1,
2.23 são destituídos de qu alqu er v a lo r e só
praz cm um a “ d e v o ç ã o ", em um “ culto
ao s an jo s” ; e les m ergulham em suas vi- servem para satisfazer a carn e1. Rm
F.f 4 .1 7 -iy sõ e s, e o seu entendim ento cam al o s in­ o ‘ V isto qu e ressu scitastes com C risto ,
cha dc q u im eras'; '^eles não estão lig a ­ procurai o que está no altok. lá onde 2 . 12 :
E t 2.6
dos à cab eça d a qual o corp o todo intei­ se encontra C risto , s e n ta d o u d ir e ita d e M l 6.20-23:
ro, provido e bem -unido g raças às arti- D e u s ; 2é 110 alto que está a v o ssa m eta. f i 3 .20 - 21 :

ei 2.2i cu laçõ es e ligam entosd,tira o crescim en ­ não na terra1.'D e fa to , vós estais m ortos, JF°
to que D eus lhe da'. e v o ssa vid a está esco nd ida com C risto
cm D eu s. 4Q uando C risto , vossa v id a 1" , g i 2. 20 :

A lib e r d a d e d o s b a tiz a d o s. “ J á que e s ­ ap arecer", então v ó s tambe'm ap arecereis Fl L21


tais m ortos com C risto ', e assim , subtraí- com ele cm plena g ló ria . Rm k.19:
IT s 4.17:
2.x: dos aos elem entos do m undo, por que IPd 1.6-X:
01 4~ vos subm eterdes a norm as, com o se a I) o h o m e m v e lh o a o n o v o . 5F a z ci. po is, 1J0 3.2
vossa vida ainda depend esse do m undor: m orrer o que em v ó s pertence à terra": Rm 6 .6 - 11:

IT m 4.J: 2lnão to m es, não p ro v e s , não to q u es; d ev assid ão , im pureza, p a ixã o , mau de- {515,24
ic o r k.x " t u (J 0 isso para co isas que sc decom põem sejo e a tal cu p id ez que e' uma idola- £l,c4vjy',‘)7
5.3-5
a. Após 0 aspecto doulrinal dus novidades preconizadas pelos morie ao que. ein nós. é terrestre (3 .5): despojar-se. despir-se do
falsos doulores. cis o aspecto prático (ascético e liturgico). Notar homem velho (3.8-9; cf. E f 4.22): vestir o novo (3.10) com tudo
quanto as observãncias mcnciomtdas estão impregnadas de in­ o que o car.tcteri/a (3.12). A primeira antinomia (morte-ressur-
fluências judaicas. reiçâo) é aplicada às doutrinas e práticas propagadas em Colossas,
I». Lit. mas o corpo (éf dc Cristo! sobreposição de um duplo a segunda (dcspojainem o-revcstim cnlo). à ética cristã.
emprego da palavr.i corpo. Por um lado, por metáfora, o corpo f. L it. como viventes no mundo.
é oposto à sombra, como a realidade à figura (cf. H b 8.5; 10.1). g . A lgu n s vêem no com eço do v. 22 a continuação das m áxi­
Por outro, ele designa o corpo do C ris lo que constitui a realidade mas dos doulores de C o lo ssas e traduzem: “O uso de Unlas
escatologica por excelência em sua dupla referência ao R essus­ essas coisas conduz à perdição".
citado e à Igreja. h. L it. segundo os mandamentos e as doutrinas dos homens.
c . V ersículo quase intraduzível. e talvez alterado, no qual Pau­ Alusão a Is 29.13 (cf. Mt 15.9). A expressão refere-se ao verbo
lo investe contra as pretensões e o esoterismo das novas dou­ submeter-se a normas do v. 2 0 , do qual c separada pela enume­
trinas (cf. 2.21-23 e notas). A s principais dificuldades são as ração dos tabus no v. 21 e a reflexão do v. 22.
seguintes: i. V ersículo cuja construção e expressões técnicas causam
1. A expressão traduzida por que se compraz em (hebraísmo, dificuldades. N o caso de se entenderem estas ultim as com o
do qual o S l 147.10 oferece, por exem plo, uma expressão aná­ qualidades de que os doutores se gabam , ou com o práticas que
loga) poderia ter um valor adverbial e sign ificar arbitrariamen­ o apóstolo denuncia, os termos tomam um sentido favorável ou
te. D a í uma outra tradução: que ninguém se atreva a vos privar pejorativo: religião livremente escolhida ou culto arbitrário,
Ja vitória pretendendo ajxtiur-se numa devoção. devttção (lit. humildade) no sentido de adesão a um culto ou
2. A palavra devoção (lit. humildade) parece tomada aqui cm como empreendimento legalista, dureza (xtra com o corpo com ­
má acepção. E la diz respeito, sem dúvida, à mesma realidade preendida quer como ascese quer com o desprezo peto corjw.
que o cuito aos anjos: aos olhos do apóstolo, ligar-se a lais obser­ j . Outra tradução: destituídos de todo valor para donuir a
vãncias é submeter-se ao arbítrio dos intermediários celestes. insolência da cante.
3. A expressão eles mergulham em suas visões (visões nas k . L it. As coisas do alto, isto é, a vida nova revelada em Jesus
quais os anjos desempenhariam um papel) parece tomada da C risto , em oposição ao mundo antigo (as coisas de baixn, v. 2).
linguagem dos mistérios helenísticos c talvez faça alusão à visão Não y trata portanto de uma depreciação das “realidades terres­
concedida por ocasião da iniciação. A lgum as testemunhas intro- tres". Isto se apóia na citação de S l 110.1. especialmente fre­
duzem uma negação: eles mergulham no que não viram! qüente no N T .
d. Traduz-se também: cujo corpo todo inteiro, bem-unido I. L it. Preocupai-vos com as coisas do alto, não com as que
graças às articulações e aos ligamentos de que i abundante­ estão sobre a terra.
mente provido... Não há construção gramatical plenamente sa­ m . Outra versão: a nossa vida.
tisfatória. O tema do corpo recebe talvez um começo de desen­ n . A perspectiva celeste/terrestre nào anula a tensão passado/
volvim ento alegórico (cabeça, articulações, organism o) que c o n ­ futuro. C l mantém a espera da vinda gloriosa dc C risto .
tinua cm E f 4,15-16. o . L it. vossos membros, os que estão sobre a terra (cf. Rm
e* O desenvolvimento toma constantemente a apoiar-se no 7,5, onde os membros designam o que em nós está mais co m ­
batismo, cujas expressões características encontramos sucessi­ prometido com o pecado). Q uis-se compreender esta expressão
vamente: morte com C risto (2 2 0 ), ressuscitar com (3 ,1 ). dar a em sentido gnóstico: os cin co membros constituiriam respecti-
tria. ‘ E is o qu e p ro v o c a a c ó le ra de em v o sso s c o ra ç õ e s a paz do C risto , à
D e u sp, ’ e is q u al era a v o s s a con du ta qual fo stes to d os cham ad os em um só b í 4.4

E f 2.1-2 outrora, o que constituía a v o ssa vid a. corpo. V iv e i na gratidão*. Eí5-4


"A g o ra , p o is, v ó s tambc'm liv ra i-v o s de “ Q ue a p a lav ra de C rista" habite entre e i 4.29

E f 4.22-25: tudo isso : c ó le ra , irritação , m a lv a d e z , v ó s‘ em toda a sua riqueza: instru í-vos e


Rm 13.12:
Tg U l :
in ju rias, g ro sseria saíd a de v o s s o s lá ­ ad verti-v o s uns aos outros* com plena Rm 15. 14;
ITs 5 .1 1
IP J 2.1: b ios. 9N ão h aja m ais m entiras entre v ó s, sabedoria; cantai a D eu s, em v o sso s c o ­
Hb 12.1
E f 4.29.31:
p o is v o s dcspo jastes do hom em v elh o , raçõ es, a v o s s a gratidão 11, com salm o s, E f 5.1H-20;
IC o r 14.15
5.4 com suas práticas. I0e revestistes o ho­ hinos e cânticos inspirados pelo E sp írito'.
m em novo’ , aquele qu e, para ter acesso l7T u d o o qu e podeis dizer ou fa z e r, fa ­ Rm 14.7:
2Cor 4.16 IC o r I 0 J I
ao con hecim ento, não c essa de ser reno­ zei-o em nom e do Sen ho r Je s u s , dando
G n 1.26:
C l 1.15 v ad o à im a g e m do seu C riad o r: " a í não g ra ç a s, po r e le , a D eu s P ai.
Rm 10.12 há m a is g re g o e ju d e u , c ir c u n c is o e
in circu n ciso , bárbaro, c ita ', e s c r a v o , ho­ As novas relações. '"E sp o sa s, sed e su b ­ E f 5.22-23:
IC o r 7:
m em liv re , m as C risto: ele é tudo e está m issas a v o sso s m aridosd. co m o con vém
11.3;
cm todos*. no S en h o r. ‘''M a rid o s, am ai as v o ssa s IIVI 3.1-7:
T t 2.5
E f 4.1-3: l3V isto que so is eleito s, san tific ad o s, m ulheres e não vos irriteis contra ela s.
FI 2.1-4
am ado s por D eu s1, revesti-v o s dos sen ti­ “ F ilh o s, o b ed ecei em tudo ao s v o sso s E f 6.1-4:
IPU 5.5:
Ef 4.32: m en to s dc c o m p a ix ã o ", b e n e v o lê n c ia , p ais. e is o qu e o Sen h o r espera de v ó s. H b 12.6-11
G l 5.22
hum ildade, doçura, p a c iê n c ia '.1JSu porta i- 2,P a is. não e xa sp ereis o s v o sso s filh o s,
Mi 11.29
Ml 6.14: -v o s uns aos outros, e se algu ém tiver para que não desan im em .
IX .2 1 '5 : algum m otivo de qu eixa contra o outro, “ E s c ra v o s, o b ed ecei cm tudo aos v o s ­ E f 6.5 -9:
2t'ar 2,5-11
L v 25.43:
p erd o ai-vo s m utuam ente; assim com o o so s senhores deste m undo'. S e r v i-o s , não
E f 5.2: IC or 7.
lo 15.12: Sen ho r vos perdoou, fazei o m esm o, tam ­ porque so is v ig ia d o s, com o se procurás- 21-23:
Rm 15.7 ITm 6.1-2:
bém v ó s. UE . acim a de tudo, revesti-v o s scis agrad ar ao s hom ens, m as com a sim ­
T l 2.9-10:
Rm I3 .K -I»: d o am or: é o v ín cu lo p erfeito ". l!R ein c p licidad e de co ração dos que tem em ao Fm:
IPd 2.IH-20

vãmente o homem velho e o homem novo (cf. os cin co vícios e do a im itar o comportamento dc Deus cm Cristo.
as cinco virtudes dos vv. 5 e 12). u . L it. entranhas de misericórdia.
p . Numerosas lesiemunhus acrescentam segundo E f 5.6: sobre v . A pós a enumeração dos “ vícios". vem a das “ virtudes” se­
os q w lhe resistem, o que m odifica o sentido do que segue: eis gundo um modo de proceder que se encontra tanto no judaís­
quem outrora freqiientáveis. mo tardio com o entre os filó so fo s gregos. N ão se devem
q . A expressão homem novo (aqui c em E f 2.15; 4.24) traduz isolar essas qualidades: elas caracterizam , em bloco, o agir do
a transformação radica! da existência, significada pelo batismo. homem novo.
O A T anuncia a renovação do homem sob a influência do E s ­ w . L il. o vínculo da perfeição. Aqui o amor é com o em IC o r
pírito, que lhe da' um coração novo. capaz de conhecer a Deus 13. o dom por excelência. Tem -se compreendido, ora que ele
( E z 36.26-77: cf. S I 51.12). Por meio de uma nova criação ligava entre si todas as virtudes cristãs, enlaçando com o um
realizada em C risto , segundo Adão ( I C o r 1 5 4 5 ) e imagem de cinto a veste nova. ora que era o vínculo que unia os membros
Deus (C l 1.15). o homem é conduzido à sua humanidade ver­ do corpo (v. 15).
dadeira: ele é criado segundo Deus na justiça e na santidade x. L il . a ação de graças (cf. 13 e nota).
( E f 4.24) e se encam inha, pela obediência, rumo ao verdadeiro y . Var.: do Senhor ou de Deus.
conhecimento (C l 3.10; cf. G n 2.17). Este homem novo consti­ z . Ou: em vyJ.v.
tui a humanidade nova para além das velhas distinções dc ra­ a . A epístola torna a empregar, no plano comunitário, esses
ça. religião, cultura, classe social ( C l 3 .1 1); ele tem. portanto, termos que caracterizavam em 1.28 o m inistério do apóstolo.
um caráter ao mesmo tempo coletivo (a Igreja) e pessoal (o b. Outra tradução: sob o efeito da graça.
batizado). c . Nào se trata forçosamente dos salmos bíblicos. O s três ter­
r . Habitando o litoral norte do mar Negro, os citas eram tidos mos podem designar as im provisações suscitadas pelo Espírito
como os m ais atrasados dos homens. durante a assem bléia liturgica ( IC o r 12.7-8; 14.26). L it. cânticos
s . Outra tradução: ele é tudo em tudo. Este v. da nova form u­ espirituais.
lação a um tema de catequese batismal (cf. IC o r 12.13; G l 3.28 d . Paulo volta aqui aos preceitos m orais enunciados pela filo ­
nota). Sem por isso desaparecerem, as antigas categorias da sofia corrente; todavia, a referência constante ao Senhor modi-
humanidade perdem o seu poder determinante e exclu siv o para flea-os profundamente. Note-se. em particular, no seio da fam í­
os que se revestiram do homem novo pelo batismo. S ob este lia. a reciprocidade introduzida entre os deveres dos membros
ponto de vista. C risto já é tudo em todos, à espera de que no considerados fortes (m aridos, pais. senhores) e dos membros
Reino do Pai o próprio Deus se tome tudo em todos ( IC o r 15.28). tidos por fracos (esposas, crianças, escravos).
(. Esses qualificativos caracterizam o povo da aliança, cham a­ e . L it. segutuio a carne.
Sen h o r'. 2JS e ja qual fo r o v o sso trabalho, qu ico ", irm ão a quem am o , m inistro fie l0. Ef 6 21 ■
u A ■ e u 2 Tm 4.12
fa z c i-o de boa v o n tad e, co m o para o meu com panheiro de se rv iço no Senhor.
Sen h o r, e não para os hom en s, “ cientes *É de propósito que eu v o -lo en vio para
de que rcceb ereis do Sen hor a herança dar-vo s notícias n o ssasp e v o s confortar.
c om o recom pensa8. O “ Sen h o r” é C r is ­ ’ A co m p an h a-o O nésim o'1, irm ão fiel e Fm
to; v ó s estais a seu se rv iço h. 2,Q uem se caríssim o ; ele é v o sso con terrâneo. E les
m ostrar injusto receb erá a paga da sua v o s porão a par de tudo o que sucede
di 10.17; injustiça, e não há c xccção para ninguém . aqui.
ip u 1.17: 'Sen h o res, tratai vo sso s escravo s com 10S a ú d a -v o s A ristarco , que está na pri- Fm 24,
Rm 2.11 4
ju stiç a c e q ü id ad e , cien tes de que são c o m ig o , com o tam bém M a r c o s ', pri- Km 24:
tam bém v ó s tendes um Sen h o r no céu . m o de B arn ab é — v ó s recebestes instru- f i 1!’ .4;1, 1-
IPd 5.13
ç õ es a seu respeito: se ele fo r ter c o n vo s- a i 4.36

Preocupações missionárias e mensa- c o . d a i-lh e boa a c o lh id a . " S a ú d a - v o s


E f 6 , 18-20 gen s p e sso a is. 2Perseverai na oração; que igualm ente Je su s , a quem cham am J u s ­
R'"fi~ 4 6 - c *a vos m antenha bem alertas, em ação to'. Ú n ico s entre o s ju d eu s a trabalhar
iT s 5.17-18 de g raças. -’ A o m esm o tem po, rezai tam- com igo pelo R ein o dc D eu s. eles têm sido
M'it» 5 6 P ° r n° s: Clue D eus abra um a porta à para m im um a co n so la ção . l2Saú d a-vo s
Rm 15.30: nossa p regação 1, a fim de que eu anuncie E p a fra s, vo sso con terrâneo1; este servo i,7:
2Ts 3,1 o m istério de C risto , pelo qual estou pre­ de Je su s C risto não c e ssa de travar por Fm 23
so ; Jquc eu o publique com o cum pre que v ó s o com bate da prece", a fim dc que
fale a seu respeito1. perm aneçais firm es, p erfeitos, dando p le­
Rm 12.17: 5A tinai a m aneira certa de tratar o s não- no consentim ento a toda a vontade de
ip j 2.12 . crj stãosk; v ale i-v o s da o casião 1. ‘ S ejam as D eu s. ‘ -'Eu presto testem unho de que ele
E f 4,29 v o ssas p a lavras sem pre a fá v e is 1", tem pe- se p reo cu p a m uito po r v ó s , p elo s de 2,1

ip j 3,15 radas de s a l. com a arte de responder a L a o d icé ia c de H ie rá p o lis'. l4Sa ú d a-v o s


cada um com o con vém . L u ca s, o m édico nosso a m ig o ",e Dem as*. Fm 24
7N o que con cern e à m inha situ ação , ‘■'Saudai os irm ãos de L a o d ic é ia , com o 2Tm 410
tereis todas as notícias por m eio de T í- tam bem N in fa e a Ig reja que se reúne

f. Nos vv. seguintes, o C risto Senhor c o único verdadeiro da graça, e o sal é o da sabedoria evangélica (M t 5.13; M c 9.50;
A m o. "Senhor" tios servos (mesmo termo kyrios cm grego; tb. L c 14,34).
senhores em 4,1). I, Ou: tirai proveito do tempo que vos é concedido. A lguns
g. Paradoxo da ordem cristã: o escravo se toma herdeiro! S o ­ pensam no prazo oferecido antes da volta dc Cristo; outros, nas
bre a incompatibilidade entre a escravidão e a herança, cf. G l ocasiões dadas, na vida corrente, de anunciar o Evangelho. C f.
4.1-2. E f 5,16, onde se encontra também a mesma expressão, com um
h. Outra tradução: servi-o! sentido mais geral. D a í as nuanças da tradução,
i. L il . Que Deus nos abra a poria da Palavra. A mesma m . L it. que os vossos dizeres sejam sempre em graça.
imagem em IC o r 16,9; 2 C o r 2.12; A p 3,8. n . A respeilo de T íq u ico , cf. A t 20,4. nota. A lgun s o conside­
j . L it. como é preciso que eu fa le a seu respeito. A locução é ram com o portador da carta e talvez da epístola aos Efésios (cf.
preciso é a mesma que se encontra nos evangelhos quando se E f 6,21-22).
trata dc anúncios da paixão: ’*É preciso que o Filho do Homem o. Outra tradução: o fie l assistente (de Paulo),
sofra e morra" (cf. Mt 16,2; M c 8.31; L c 9,22; 17.25; 24.26; At p. Outra versão: [tara colher noticias vossas (mas Paulo já as
17.3). Outros compreendem: como devo falar a respeito dele, linha recebido por Epafras. cf. 1,8).
isto é. com as palavras que convêm . q. Onésimo (cf. carta a Filêm on) era portanto de Colossas,
k . L it. Conduzidos com sabedoria em relação aos de fora. A r . Marcos (cf. A t 12.12 e nota), estaria reconciliado com o
expressão os de fora designa de modo neutro os não-cristãos apóstolo (cf. A t 15,36-39). Este v. 10 especifica o parentesco
( IC o r 5,12-13; lT s 4.12; iT m 3.7; cf. M c 4 .1 1) e ,co m o o termo dele com Barnabé. A respeito dc Aristarco, cf. A t 19.29. nota.
irmãos, deriva do vocabulário do judaísm o. s. D iscípulo desconhecido.
A recomendação dos vv. 5 c 6 está. aliás, no estilo dos sábios (. Sobre Epafras, cf. Introdução.
de Israel: as palavras nào devem ser somente boas. cheias de u . C f . R m 1 5 30 c os exem plos bíblicos de Abraão (G n 18,17-
graça (P r 10.32; E c l 10.12), mas vir também na hora certa (Pr 3 2 ). dc Jacó (G n 32.29). dc M oisés (E x 32.11-14).
15,32; 25.11). No dizer dos antigos, a conversação devia unir a v. A respeilo de as relações entre essas igrejas, ver Introdução,
graça ao sal. isto é. a amabilidade ao espírito. Todas essas w . C l nos informa assim que Lucas era médico,
m áxim as dc boas maneiras encontram-se aqui transfiguradas: o x. Somente Demas é citado secamente; conforme 2 Tm 4,9. ele
oportunismo cristão (aproveitai a ocasião!) deriva da inspiração vai abandonar o apóstolo.
Fm 2; em sua casa1 . 1‘ Q uando tiverd es lido a m in istério qu e recebeste 110 S e n h o r e
Rm 16,5 . , ^ .
minha carta, em p en h ai-vo s para que a esfo rça-te po r cum pri-lo bem .
it s 5,27 leiam tam bém na Ig re ja de L ao d icéia. I8A sau d ação de meu próprio punho, ic « 16.2 1 :
Q u a n to a v ó s , le d e a q u e v ie r d e m inha, de P a u lo , é esta1’: L em b rai-v o s
L a o d icé ia '. d a s m in h a s c a d e ia s . A g r a ç a e s te ja E f 3. 1 : 4.r:
l7E n fim , dizei a A rq uipo ": Atende ao c o n vo sco ! 6: **
Fm 1,9.
10.13
Fl 1,7.13:
2Tm I A
2.19

y.N infa ou. no m asculino. Ninfas: personagem desconhecido. titui uma atestação significativa da troca de cartas entre com u­
Segundo os m anuscritos, os pronomes variam de gênero na nidades; no in ício , eles formaram coleções de epístolas.
exprçssão: na sua casa (= casa dele, dela): algum as testemunhas a. A respeito dc Arquipo, cf. Fm 2. Nâo sabemos mais nada
têm mesmo na casa deles. sobre este ministério.
z . A carta aos iaodicenses perdeu-se. a menos que a reconhe­ b. A s cartas apostólicas são geralmente escritas por um secreuf*
çam os. com alguns, na nossa epístola aos Rfésios. Este v. cons­ rio (R m 16*22; IP d 5 , !2 )e autenticadas, com o aqui. por uma con­
clusão autógrafa do autor (cf. IC o r 16.21; G l 6 .1 1 -1 8 :2 Ts 3.17).
e p ís t o l a s a o s t e s s a l o n ic e n s e s

INTRODUÇÃO
T c s s a lô n ic a c a fu n d a ç ã o d a I g r e ja . F o i n o a n o A s s im o a p ó s to lo d e ix a u m a c o m u n id a d e re cém -
5 0 , n o d e c u r s o d e s u a s e g u n d a v ia g e m , q u e P a u lo -fo r m a d a . C o m p r e e n d e - s e d a í a s u a in q u ie tu d e a
c h e g o u a T e ss a lô n ic a , c a p ita l d a p r o v ín c ia r o m a ­ r e s p e ito d e s s e s n o v o s c r is tã o s , a b a n d o n a d o s a si
n a d a M a c e d ô n ia . F o i a p r im e ir a m e tr ó p o le a b o r ­ m e s m o s d u r a n te a p e r s e g u iç ã o . E x p lic a -s e ta m ­
d a d a p o r e le n a E u r o p a . E s ta c id a d e , f u n d a d a n o b é m a v io lê n c ia d o to m q u e e le u s a p u r a f a l a r d o s
s é c u lo I V a .C ., h a v ia a d q u ir id o im p o r tâ n c ia r a p i­ ju d e u s a s e u s c o r r e s p o n d e n te s (2 ,1 5 -1 6 n o ta ).
d a m e n te . A s u a lo c a liz a ç ã o g e o g r á fic a a o fu n d o
d o g o lfo T e rm a ic o f a z i a d e lu u m p o r to se g u r o . A p r im e ir a K p is to la a o s T e s s a lo n ic e n s e s . 0 q u e
S itu a d a n a V ia E g n a tia , q u e lig a v a o m a r E g e u im p r e s s io n a lo g o o le ito r d e I T essalo n icen ses é
a o A d r iá tic o , c r u u m lu g a r d e tr â n s ito e a s a íd a u m a g r a n d e d ife r e n ç a d e to m c o m r e la ç ã o à s
n a tu r a l d e u m a p la n íc ie ric a e d c to d a a h in te r- o u tr a s e p ís to la s p a u lin a s . O a p ó s to lo n ã o e stá
lâ n d ia . P r im e ir o s o b a d o m in a ç ã o m a c e d ô n ia , p r e o c u p a d o c o m a lg u m u g r a n d e q u e s tã o d o u tr i­
d e p o is s o b a d o m in a ç ã o r o m a n a , e la d e s e m p e ­ n a i. A n te s d e tu d o , q u e r m a n ife s ta r a in te n s id a d e
n h o u u m p a p e ! p o lític o im p o r ta n te , n o ta d a m e n te d o s s e n tim e n to s q u e o lig u m a u n iu c o m u n id a d e
p o r o c a s iã o d a re v o lta d e 1 4 9 a .C ., q u e q u is s a ­ q u e u c u b a r a d e f u n d a r e d e ix a r a p o u c o a n te s .
c u d ir o j u g o ro m a n o , c a d a vez. m a is p e s a d o . P o u ­ D e p o is d e u m m o m e n to d e in q u ie tu d e . P a u lo se
c o d e p o is , u M a c e d ô n ia s e to r n o u p r o v ín c ia r o ­ m o s tr a r a e u fó r ic o c o m a s b o a s n o tíc ia s q u e , e n ­
m a n a . e T e ss a lô n ic a , q u e e r a a c id a d e m a is p o v o ­ f i m , r e c e b e u . A s u a a le g r ia p o r v e r ir r a d ia r a f é
a d a , f o i e s c o lh id a c o m o c a p ita l. E m 4 2 a .C ., e la n a s c e n te d a jo v e m ig r e ja s e e x p r im e n u m a lo n g a
o b te v e o e s ta tu to d e c id a d e liv re , e a a d m in is tr a ­ a ç ã o d e g r a ç a s ( o s vt>. 2 - 1 0 d o c a p . I s ã o u m a s ó
ç ã o im p e r ia l a í e s ta b e le c e u u m p r o c ô n s u l. A c id a ­ e lo n g a fr a s e ) . N ã o p r e c is a c o r r ig ir e rro s: s a b e
d e s e d e s e n v o lv e u , s u a s in s ta la ç õ e s p o r tu á r ia s q u e o s ir m ã o s d e T e s s a lô n ic a e s tã o n o b o m c a m i­
fo r a m a m p lia d a s . Q u a n d o P a u lo n e la p e n e tr o u , n h o , q u e r e sistir a m à p r o v a ç ã o . A ú n ic a c o is a a
j á s e to r n a r a u m a c id a d e c o m e r c ia l flo r e s c e n te , lh e s r e c o m e n d a r é q u e p e r s e v e r e m n e s s e c a m in h o
o tu le v iv ia m n u m e r o s o s e s tr a n g e ir o s e , e n tr e e le s , e f a ç a m n e le n o v o s p r o g r e s s o s . P o r c e r to P a u lo
u m a im p o r ta n te c o lô n ia ju d a ic a . e s tá im p a c ie n te p o r v o lta r a e s ta r c o m o s te s s a ­
O liv ro d o s A to s n o s in fo rm a q u e P a u lo vinJia d e lo n ic e n s e s p a r a c o m p le ta r o q u e a in d a f u l t u à su a
F ilip o s, a c o m p a n h a d o d e S ila s e T im ó te o (A t 17,1- f é ( 3 ,1 0 ), m a s e le n ã o e s tá p r e o c u p a d o : o s s e u s
10). A p e r m a n ê n c ia d e P a u lo e m T e ss a lô n ic a ta l­ c o r r e s p o n d e n te s s ã o f i é i s , s a b e m c o m o d e v e m v i­
vez n ã o te n h a sid o tã o b re v e q u a n to o f a z p e n s a r o v e r d o r a v a n te : é p r e c is o n o m á x im o r e p e tir -lh e s o
liv ro d o s A to s (trê s sá lx id o s , A t 1 7,2). C o m e fe ito , j á d ito ( 4 ,9 : 5 ,1 ) . V iv e n d o n a e s p e r a n ç a , v á ria s
e le te v e te m p o p a r a a í e x e r c e r u m o fíc io ( I T s 2,9), v e z e s p r o c la m a d a (1 ,1 0 ; 2 ,1 9 ; 4 ,1 6 ), d a v o lta d e
r e c e b e r vá ria s a ju d a s d o s filip e n s e s ( F l 4 ,1 6 ) e fa z e r C r is to g lo r io s o , a I g r e ja d e T e s s a lô n ic a é u m a
co m q u e ju d e u s , p r o s é lito s e so b r e tu d o p a g ã o s a d e ­ p r o v a d e q u e . n ã o o b s ta n te to d o s o s o b stá c u lo s , o
ris se m a o E v a n g e lh o ( t f . I T s 1,9). M a s a s u a o b ra E v a n g e lh o p r o s s e g u e a s u a o b ra .
f o i b r u ta lm e n te in te rro m p id a p e la r e a ç ã o d a c o lô ­ E s ta a le g r ia , e s ta c o n fia n ç a , e s te f e r v o r s ã o e x ­
n ia ju d a ic a , q u e o fo r ç o u a u m a im r tid a p r e c ip ita ­ p r e s s o s e m u m a lin g u a g e m s im p le s e d ir e ta , e I
d a . D e f a t o , a lg u n s ju d e u s h a v ia m p r o v tK a d o p e r ­ T essa lo n ice n se s é c o m o a m e n s a g e m a te n ta e a f e ­
tu rb a ç õ e s, a c u s a n d o o s p r e g a d o r e s d e a g ir c o n tr a tu o s a d e u m p a i a s e u s f i l h o s (c f. 2 ,1 1 -1 2 ), q u e
o s d e c r e to s im p e r ia is e a rr a sta n d o a lg u n s c r istã o s s u b e d a s d ific u ld a d e s q u e e le s p r e c is a m ve n c e r.
p e r a n te o s m a g istr a d o s (A t 1 7 $ - 9 ) . O s irm ã o s d e N a a u r o r a d a h istó ria d a Ig re ja , re v iv e -se c o m esta
T e ssa lô n ic a , d e n o ite, fiz e r a m p a r tir o s m iss io n á ­ e p ís to la o a r d o r d o s p r im e ir o s c o m b a te s e o e n tu ­
rio s p a r a a B e ré ia , o n d e o s ju d e u s d e T e ssa lô n ic a s ia s m o d a s p r im e ir a s v itó r ia s ; n e la e n c o n tra m o s
a in d a vie ra m o p o r-s e à p r e g a ç ã o d e P a u lo . a g e n e r o s id a d e q u e m a r c a o s g r a n d e s c o m e ç o s.
A d a t a . C o m e fe ito , 1 T c ssalo n ic en ses é n ã o s o ­ p o q u e s e p a r a o e n v io d a s d u a s c a r ta s é tã o c u r to ,
m e n te a p r im e ir a e p ís to la d e P a u lo em d a ta , m a s é p r e c is o s u p o r u m a b r u s c a e v o lu ç ã o d a s itu a ç ã o
ta m b é m o m a is a n tig o e s c r ito d o N T . O a p ó s to lo e m T e ss a lô n ic a , q u e n a d a , n o p r im e ir o e s c r ito ,
a e n v io u s e m d ú v id a n o in íc io d o a n o 51 (v in te d e ix a v a p r e v e r . F ic a , p o r ta n to , d ifíc il e x p lic a r q u e
a n o s a p ó s a m o r te d e J e s u s ) , p o u c o d e p o is d e o a p ó s to lo , d ir ig in d o - s e a o s m e s m o s h o m e n s n o
c h e g a r a C o r in to , o n d e T im ó te o v e io tr a z e r -lh e e s p a ç o d e a lg u m a s s e m a n a s , p a s s e d o to m a p a i ­
n o tíc ia s p r o v e n ie n te s d e T e s s a lô n ic a . S e m d ú v id a x o n a d o e v ib r a n te d e 1 T essalo n icc n ses a o to m
n e s s a d a ta a s tr a d iç õ e s e v a n g é lic a s j á h a v ia m m a is s o le n e e a o e s tilo la b o r io s o q u e im p r e s s io ­
to m a d o c o r p o , m a s o s e v a n g e lh o s , ta is c o m o o s n a m o le ito r d a s e g u n d a c a r ta .
p o s s u í m o s , a in d a n ã o h a v ia m s id o r e d ig id o s . 2 . 0 ensinam ento m in is tr a d o em 2 T e ssa lo n i-
O u tr o s te x to s d o N T n o s r e la ta m tr a d iç õ e s m a is c en ses, con cern ente a o s acontecim entos do fim
a n tig a s m a s , d o p o n to d e v is ta lite r á r io , I T essa- dos tem pos (c f. o jx ir á g r a fo se g u in te ) n ã o s e r e ­
lo n iccn scs é o p r im e ir o d o c u m e n to c r is tã o . f e r e a o q u e f o i e s c r ito e m I T s 5 ,1 6 s o b r e a v in d a
s ú b ita d o D ia d o S e n h o r . O f a t o é ta n to m a is
A s e g u n d a E p ís to la ao s T e s s a lo n ic c n s e s . A o p i­ c u r io s o p o r q u a n to I T essalo n icc n ses e n s in a q u e
n iã o c o m u m e n te a c e ita v ê e m 2 T cssalo n icen ses s e p a s s a r á s e m tr a n s iç ã o d e u m a p a z a p a r e n te à
u m a c a r ta d irig id a p e lo a p ó s to lo p o u c o d e p o is da r u ín a , a o p a s s o q u e a s e g u n d a c a r ta d e s c r e v e a
p r im e ir a . N o e n ta n to , s e a s d u a s c a r ta s tra z e m a s u c e s s ã o d a s e ta p a s d a h is tó r ia d o s h o m e n s a n te s
m e s m a a ss in a tu ra e f o r a m r e a lm e n te r e c e b id a s d a r e v e la ç ã o g lo r io s a d e C r is to . P o d e -s e r e s p o n ­
p e la Ig re ja a n tig a c o m o c a r ta s d o a p ó s to lo P a u ­ d e r a is s o q u e a a p o c a líp tic a s e m p r e m is tu r o u o s
lo , a lg u m a s q u e s tõ e s s ã o le v a n ta d a s a r e s p e ito da d o is te m a s d o c a r á te r r e p e n tin o d o a c o n te c im e n to
a u te n tic id a d e d e 2 T cssa lo n ic e n se s. Q u e u m a d e ­ e d o s s in a is a n u n c ia d o r e s , c o m o s e v ê n o s p r ó ­
z e n a d e p a la v r a s d a s e g u n d a c a r ta n ã o s e e n c o n ­ p r io s te x to s e v a n g é lic o s (c f. M c 13, p a r .) . E n tr e ­
tre m n a s o u tr a s p a r te s d a lite r a tu r a jx iu lin a n ã o ta n to , s e P a u lo d e u , o c a s io n a lm e n te , u m e n s in a ­
é u m a o b je ç ã o s é ria : I T essalo n icc n ses a s tem m e n to s o b r e o s ú ltim o s te m p o s ( I T s 4 ,1 3 - 5 J : I C o r
a in d a e m m a io r n ú m e r o ! O f a t o d e , n a s e g u n d a 1 5 ,2 0 -2 4 ), e s te n ã o p a r e c e d e ix a r n e n h u m lu g a r
c a r ta , o se n tid o a tr ib u íd o a c e r to s te r m o s n ã o s e r p a r a u m p e r ío d o d e a p o s ta s ia e p u r a a virnla d e
c o n fo r m e a o q u e s e a c h a n a s o u tr a s e p ís to la s d e u m a n tic r is to . É c la r o q u e a s e g u n d a c a r ta é e s ­
P a u lo ta m b é m n ã o é in d íc io s u fic ie n te p a r a r e c u ­ c r ita e s s e n c ia lm e n te p a r a e x p o r e s te c e n á r io a p o ­
s a r a o a p ó s to lo a p a te r n id a d e d e s s a c a r ta . M a s c a líp tic o ( 2 T s 2 ,1 - 1 2 ). S e s e tr a ta s s e d e p r e c is a r
u m a c o m p a r a ç ã o a te n ta d a s d u a s c a r ta s c o n d u z a o u r e tific a r u m e n s in a m e n to a n te r io r , p o r q u e
d u a s o b s e r v a ç õ e s m a is im p o r ta n te s : a p r e s e n tá - lo c o m o u m s im p le s le m b r e te d e u m e n ­
I . A s sem elh anças literárias e n tr e o s d o is e s c r i­ s in a m e n to q u e , e s c r ito o u o r a l, in s is tia so b r e a
to s s ã o c a r a c te r ís tic a s . E x p r e s s õ e s o u v e rsíc u lo s v in d a in o p in a d a d o D ia d o S e n h o r , " c o m o u m
in te ir o s d e 2 T e ssalo n icc n se s p a r e c e m to m a d o s la d r ã o d u r a n te a n o ite " ?
d a p r im e ir a c a r ta , e isto n o s tr ê s c a p ítu lo s d a s e ­ O p r o b le m a p e r m a n e c e d e p é , e se m d ú v id a n ã o
g u n d a c a r ta , e x c e tu a n d o , to d a v ia , a in s tr u ç ã o p a r ­ é c a p ita l, p o is a tr a d iç ã o a n tig a n e m s e q u e r o
tic u la r d e 2 T s 2,1 -12. P a ra b e m s e a p e r c e b e r d isso , a le g a . 2 T essa lo n ice n se s c o r r e s p o n d e c e r ta m e n te
p o d e m - s e d is p o r e m p a r a le lo o s te x to s se g u in te s: à s itu a ç ã o p r e c is a d a s c o m u n id a d e s c r is tã s q u e
I T s 1 ,2 -3 2 T s 1.3 f ic a r a m , a q u i o u a c o lá , in q u ie ta s p o r n ã o v e r e m
I T s 2 ,1 2 2 T s 1,5 c h e g a r o D ia d o S e n h o r tã o d e p r e s s a q u a n to s u ­
I T s 3 ,1 3 2 T s 1 ,7 p u n h a m . Q u e u m e s c r ito r c r is tã o , u m re s p o n s á v e l
I T s 3 ,1 1 -1 3 2 T s 2 ,1 6 - 1 7 p o r u m a c o m u n id a d e , c o m p e n e tr a d o d o e n s in a ­
I T s 2 ,9 2 T s 3 ,8 m e n to d e P a u lo , h a ja c r id o d e v e r , p o n d o - s e s o b o
I T s 5 ,2 3 2 T s 3 .1 6 p a tr o c ín io d o a p ó s to lo , c o r r ig ir u m a f a l s a e p e r i ­
I T s 5,2H 2Ts 3 ,IS g o s a in te r p r e ta ç ã o d a e s p e r a d a v o lta d e C r is to é
T e n ta - s e m u ita s v e z e s j u s t i f i c a r e s te p a r a le lis ­ b a s ta n te v e r o s s ím il, e e x p lic a r ia b e m a o r ig e m
m o , a fir m a n d o q u e a s d u a s c a r ta s te r ia m s id o d i ­ d a s d is p a r id a d e s d e c o e r ê n c ia q u e fo r a m n o ta ­
ta d a s n u m e s p a ç o d e te m p o b a s ta n te b r e v e , o q u e d a s . E s te m o d o d e p r o c e d e r n ã o d e c o r r e d e u m a
e x p lic a r ia e s s e e s tr e ito p a r e n te s c o . M a s s e o te m ­ m e n ta lid a d e d e fa ls á r i o , c o m o p o d e r ia f a z e r c r e r
o n o s s o c o n c e ito m o d e r n o d a lite r a tu r a : a s lite r a ­ E s ta p a la v r a , P a u lo a c h a m a ta m b é m d e “E v a n ­
turas' j u d a ic a s e c r is tã s o u tiliz a r a m f r e q ü e n te ­ g e l h o " ( d e D e u s ) (2 ,4 .9 ). E ste te r m o , c o m e fe ito ,
m e n te p a r a p r e c is a r o u a p r o fu n d a r u m e n s in a ­ d e s ig n a e x a ta m e n te a m e n s a g e m a p o stó lic a , a B o a
m e n to tr a d ic io n a l. S e ja c o m o f o r , 2 T e ssa lo n i­ N o v a q u e e le r e le m b r a r á e m b r e v e a o s c o r ín tio s
censes d e s e m p e n h o u u m p a p e l im p o r ta n te n a h is ­ ( I C o r I 5 , l s s . ) e d a q u a l l T s 2 ,9 - 1 0 ta lv e z se ja
tó ria d a Ig r e ja , p r e v e n in d o -a — n ã o o b s ta n te a u m a f o r m u la ç ã o m a is a r c a ic a . P ro c la m a n d o a re s­
o b s c u r id a d e d e s u a s a lu s õ e s a p o c a líp tic a s — c o n ­ s u r r e iç ã o d e J e s u s , o a p ó s to lo s e to r n a c o la b o r a ­
tra to d a e v a s ã o p a r a lo n g e d a s r e a lid a d e s d o d o r d e D e u s (3 ,2 ), p o is , p e lo E s p ír ito S a n to , D e u s
c o m b a te q u e o s c r is tã o s d e v e m s u s te n ta r n o m u n ­ a g e p o d e r o s a m e n te n o ín tim o d e s s a p r o c la m a ç ã o
d o e le m b r a n d o q u e a e s p e r a n ç a c r is tã é in s e p a ­ ( 1 ,5). A s s im , P a u lo e x p lic a p a r a s i u m s u c e s s o tã o
rá v e l d a v ig ilâ n c ia c o tid ia n a . s u r p r e e n d e n te q u a n to a a c o lh id a d a P a la v r a “na
a le g r ia d o E s p ír ito S a n to " (1 ,6 ), e m m e io à s p r o ­
A e x p e riê n c ia m is sio n á r ia d e P a u lo . E m I T essa- v a ç õ e s e p e r s e g u iç õ e s q u e a f é e m J e s u s a c a r r e ­
lonicenscs. s o b r e tu d o n o s trê s p r im e ir o s c a p ítu ­ ta v a ( 2 ,1 4 ). E e s ta a ç ã o n ã o s e lim ita a o n a s c i­
lo s, P a u lo s e e x p r im e n o p r e s e n te , m a s J a z e n d o m e n to d a c o m u n id a d e d o s f i é i s : n o s e io d e to d a s
c o n tin u a m e n te a lu s ã o a o p a s s a d o . A c a d a p a s s o a s lu ta s, d e to d a s a s p r o v a ç õ e s q u e n ã o fa lta m
d o se u te x to , e n c o n tr a m o s v e r b o s c o m o " le m b r a r- a o s n o v o s c r is tã o s , n ã o c e s s a d e r e tin ir o a p e lo a
s e ” o u “s a b e r " n o se n tid o d e " le m b r a r - s e d e s te u m a f é m a is a tiv a , a u m a m o r q u e d á a in d a m a is,
ou d a q u e le f a t o " ( I J . 4 . 5 : 2 .1 2 5 .9 .1 1; 3 ,3 4 .6 : 4 ,2 : a u m a e s p e r a n ç a q u e n ã o d e s fa le c e .
5 ,2 ). E q u e a s r e la ç õ e s p r e s e n te s d o a p ó s to lo co m Q u e s ig n ific a iss o , s e n ã o q u e o p o d e r d e D e u s,
o s s e u s c o r r e s p o n d e n te s s ó têm s e n tid o b a se a n d o - q u e o p e r o u a r e s s u r r e iç ã o d e J e s u s , a g e d o r a v a n ­
s e n o q u e e le s v iv e r a m j u n t o s a lg u n s m e s e s a n ­ te n a p r e g a ç ã o a p o stó lic a ? A re ss u rr e iç ã o d e J e s u s
tes: e la s s e e n r a íz a m n a e x p e r iê n c ia , c o m u m a n ã o é o s im p le s c o n te ú d o d e u ni e n u n c ia d o e n tr e ­
P a u lo e a o s irm ã o s , d o n a s c im e n to d a c o m u n id a ­ g u e à c o n v ic ç ã o o u à a r te o r a tó r ia d o m iss io n á rio
d e c r is tã p e la p r o c la m a ç ã o m is s io n á r ia d o E v a n ­ q u e o a s s u m e . O q u e é a fir m a d o n o a to d e p r o c la ­
g e lh o . G r a ç a s a e s s a s re c o r d a ç õ e s d o p a s s a d o , m a r — o p o d e r d e D e u s q u e f a z v iv e r , triu n fa n d o
n ó s p o s s u ím o s u m te s te m u n h o m u ito p r e c io so , p o is s o b r e a m o r te — m a n ife s ta -s e n e s s e m e s m o a to .
P a u lo ta lv e z n u n c a s e te n h a e n tr e g u e a c o n fid ê n ­ q u e tr a n s fo r m a id ó la tr a s em s e r v id o r e s d o D e u s
c ia s tã o p r e c is a s e tã o p e s s o a is s o b r e a p r im e ir a v iv o . M a is q u e is s o , e s s e p o d e r r e a liz a n e le s o q u e
a d e s ã o d e u m g r u p o h u m a n o à f é p a s c a l. j á r e a liz o u e m J e s u s . E a ra z ã o p e la q u a l, e m IT s ,
A o a n ú n c io d o E v a n g e lh o , o s te s s a lo n ic e n s e s P a u to d á tã o liv r e c u r s o à s u a s e g u r a n ç a , à su a
m u d a r a m d e v id a : d o r a v a n te , e s p e r a m a v in d a d e s a tis fa ç ã o , à s u a c e r te z a d e f é (c f. 3 ,7 ) . E le c h e g a
J e s u s, o F ilh o q u e D e u s re s s u s c ito u d o s m o r to s , e a t é a f a z e r d a e x i s tê n c i a d a c o m u n i d a d e d e
P a u lo p o d e r e n d e r g r a ç a s p o r su a f é , a m o r e p e r ­ T e s s a lô n ic a s u a e s p e r a n ç a , s u a a le g r ia , o o r g u ­
s e v e r a n ç a (1 ,3 ). E s ta m u d a n ç a ra d ic a l p r o c e d e lh o q u e s e r á a s u a r e c o m p e n s a e m p r e s e n ç a d o
p r im e ir a m e n te d a in ic ia tiv a m e s m a d e D e u s , d a S e n h o r J e s u s p o r o c a s iã o d a s u a v in d a (c f. 2 ,1 9 ).
m e s m a e s c o lh a a m o r o s a q u e f i z e r a d e Is r a e l o E m o u tr a s o c a s iõ e s , e le c o n fe s s a r á n ã o te r o u tro
p o v o e le ito (1 ,4 : 2 ,1 2 ) e P a u lo b e m s a b e q u e n ã o m o tiv o d e o r g u lh o : a c r u z d e n o s s o S e n h o r J e s u s
p o d e a tr ib u ir e s ta c o n v e r s ã o à s u a p a la v r a h u m a ­ C risto , o u s im p le sm e n te “J e s u s C r is to ” ( I C o r 5 ,7 ).
n a : a liá s , e le n ã o p ro c u r o u s u c e s s o p e s s o a l, n ã o O r a , I T essalon icen ses n o s m o s tr a c o m o P a u lo
q u is a g r a d a r a o s h o m e n s (2 ,3 ). N a r e a lid a d e , a id e n tific a , e m s u a e s p e r a n ç a , a c o m u n id a d e na
s u a p a la v r a e r a a P a la v r a d o p r ó p r io D e u s , e é o q u a l C r is to e s tá a g in d o c o m o p r ó p r io C r isto . E
p o d e r d e D e u s , q u e d e u à q u e le s g r e g o s a c a p a c i­ d a g ló r ia q u e e s p e r a d o R e in o f u t u r o (2 ,1 2 ), e le j á
d a d e d e “s e a fa s ta r d o s íd o lo s p a r a s e r v ir a o D e u s p o s s u i u m a a n te c ip a ç ã o : s u s c ita n d o a f é n o c o r a ­
vivo e v e r d a d e ir o " (1 ,9 ). E s s a p a la v r a n ã o ê, ç ã o d o s h o m e n s , D e u s j á g lo rific o u , d e c e r to m o d o ,
p o r ta n to , o s im p le s d is c u r s o d e u m h o m e m q u e o se u c o la b o r a d o r : “S im , s o is vó s q u e s o is a n o ssa
te ria a lg o a d iz e r s o b r e D e u s : é a P a la v r a d e g ló r ia e a n o s s a a le g r ia " (2 ,2 0 ).
D e u s , u m a in te r v e n ç ã o d e D e u s p o r s e u E s p ír ito E m s u a a tiv id a d e m is s io n á r ia , P a u lo f e z , p o r ­
S a n to , e m f a v o r d o s o u v in te s d o a p ó s to lo : e a f é ta n to , a e x p e r iê n c ia d a a tu a lid a d e d o m isté rio d a
d o s q u e c r ê e m m a n ife s ta a s u a e fic á c ia (2 ,1 3 ). m o r te e r e s s u r r e iç ã o d e C r is to : n ã o é u m a c o n te ­
c im e n to q u e p e r te n c e r ia s o m e n te a o p a s s a d o . A s P a u lo d á e s s e e n s in a m e n to fa z e n d o r e fe r ê n c ia a
c o m u n id a d e s c r is tã s e e le p r ó p r io e s tã o a r r o s ta n ­ u m a p a la v r a d o S e n h o r (c f. 4 ,1 5 n o ta ) e e m p r e ­
d o a p r o v a ç ã o q u e f o i a d e J e s u s (1 ,6 ; 2 ,1 4 ). E g a n d o a s im a g e n s tr a d ic io n a is d a a p o c a líp tic a j u ­
n e s s a h is tó r ia , e m q u e a m o r te e s tá e m a ç ã o , e le d a ic a ( v o z d o a r c a n jo e tr o m b e ta d e D e u s a n u n ­
viu j o r r a r a v id a e a g ló r ia d o R e s s u s c ita d o . c ia n d o a d e c is ã o d iv in a ) . É s ig n ific a tiv o q u e o
a p ó s to lo ju lg u e in ú til d e te r -s e e m p r e c is a r o s t e m ­
O ensinam ento cscatológico. A. Primeira carta. p o s e o s m o m e n to s , p a r a in s is tir so b r e a
S e o x trê s p r im e ir o s c a p ítu lo s d e I Tessalonicenses in s ta n ta n e id a d e d a q u e le D ia q u e v ir á c o n to u m
c o n s is te m s o b r e tu d o n u m a r e c o r d a ç ã o d o p a s s a ­ la d r ã o d u r a n te n o ite . O x h o m e n s s e ju lg a r ã o e m
d o e xe o to m d e s s e e s c r ito , c o m o v im o s , f a z d e le p a z , e é e n tã o q u e a r u ín a d e s a b a r á s o b r e e le s
u m a c a r ta à p a r te , n e la x e a c h a ta m b é m u m en- (5 ,2 -3 ). A ú n ic a p r e o c u p a ç ã o d o s c r is tã o s s e r á ,
x in a m e n to d e tip o p a r tic u la r c o n c e r n e n te à e sc a - p o r ta n to , e x ta r x e m p r e p r o n to s a a c o lh e r o se u
to lo g ia , isto é, a o s a c o n te c im e n to s d o f i m d o s S e n h o r , v ig ia r s e m tré g u a .
te m p o s . E ste e n s in a m e n to n ã o s e lim ita à in s tr u ­ B. Segunda carta. E m 2 Tessalonicenses, a p r e o ­
ç ã o p r e c is a d e 4 ,1 3 - 5 ,3 , p o is a e s p e r a n ç a d a vo lta c u p a ç ã o d o a u to r é to ta lm e n te d iv e r sa . C e r to s c r is ­
d e C r isto ê a c e r te z a q u e p o n tu a to d a a e p ís to la tã o s , p o r e s ta re m p e r s u a d id o s d a v o lta im in e n te
( c f I J O ; 2 ,1 9 : 3 ,1 3 ) e q u e fu n d a m e n ta a c o n d u ta d e C r is to p r o c e d e m c o m o s e o D ia d o S e n h o r j á
c r is tã : o c r is tã o é o h o m e m d e x ta e s p e r a . O Dia tiv e s s e c h e g a d o , v a le n d o -s e d e u m e n s in o a p o s tó ­
do Senhor a n u n c ia d o p e lo A T , is to é , o d ia em lic o m a lc o m p r e e n d id o (2 T s 2 ,1 -2 ). C e r to s m e m ­
q u e D e u s s e r e v e la r á c o m o j u i z d o s j u s to s e d o s b ro s d a c o m u n id a d e vivem n a d e s o r d e m (3 .6 ), a b o ­
ím p io s , é c o m p r e e n d id o p o r P a u lo c o m o o D ia d e lin d o p r o v a v e lm e n te o s p e r c a lç o s d a v id a c o tid ia ­
C r is to , o d ia em q u e e le virá em s u a g ló r ia d e n a e a b a n d o n a n d o o p r ó p r io tr a b a lh o (3 ,1 0 -1 2 ) .
F ilh o d e D e u s p a r a a s a lv a ç ã o d o s f i é i s e a p e r ­ A s e s p e c ific a ç õ e s d a d a s n o c a p . 2 s o b r e o s a c o n ­
d iç ã o d o s m a u s . N a q u e le d ia , é p r e c is o q u e o s te c im e n to s q u e d e v e m p r e c e d e r a v in d a d o S e n h o r
c r is tã o s se ja m e n c o n tr a d o s ir r e p r e e n s ív e is . c o r r e s p o n d e m a e s ta s itu a ç ã o . E la s v is a m p r e v e ­
A lé m d o m a is, e s te d ia é e s p e r a d o d e n tr o d e u m n ir to d a a n te c ip a ç ã o fa la c i o s a , c o m b a te r to d a
p r a z o b a s ta n te c u r to (4 ,1 5 : nós, os vivos, que ti­ u to p ia . C o m e fe ito , s e C r is to d e v e v ir c a s tig a r o s
vermos ficado ate' a vinda do Senhor); a p r im e ir a in c r é d u lo s e f a z e r o s c r e n te s p a r tic ip a r e m d a s u a
g e r a ç ã o c r is tã — e P a u lo c o m e la — a c r e d ita v a g ló ria (1 ,8 -1 0 ), e s ta v in d a s ó p o d e r e a liz a r - s e a p ó s
n u m a v o lta p r ó x im a d e s e u S e n h o r . É a p r o p ó s ito u m a s é r ie d e c a tá s tr o fe s , c o m o o s a p o c a lip s e s
d e u m a q u e s tã o p a r tic u la r q u e o a p ó s to lo d e v e ju d a ic o s s e m p r e a fir m a r a m a p r o p ó s ito d o s ú lti­
e s c la r e c e r o s e u p e n s a m e n to . Q u a l s e r á a so r te m o s te m p o s e c o m o o p r ó p r io J e s u s a n u n c io u ,
d o s c r is tã o s m o r to s a n te s d a v o lta d e C r is to ? E le s, c o n fo r m e d iz e m o s e v a n g e lh o s ( c f. M c 13 p a r .) .
q u e p e r d e r ã o a v in d a d o S e n h o r e m s u a g ló ria , P o d e -s e r e s u m ir o d e s e n r o la r d o s a c o n te c im e n to s
le v a r ã o d e x v a n ta g e m c o m r e la ç ã o a o s c r is tã o s d a s e g u in te f o r m a :
a in d a em v id a ? V ê-se q u e e s ta q u e s tã o d e v e te r 1. S a ta n á s j á e s tá e m a ç ã o n e s te m u n d o . D isto
s u r g id o b a s ta n te c e d o n a s c o m u n id a d e s c r is tã s . A s ã o s in a l a s p e r s e g u iç õ e s s o fr id a s p e lo s c r is tã o s ,
in c e r te z a q u a n to à d a ta e x a ta d a v o lta d e C r is to e a p a r tilh a d o m u n d o s e f a z p r im e ir o e n tr e fi é i s
e m p u n h a c a d a f i e ! a o r is c o d e m o r r e r a n te s d o e ím p io s . M a s e s ta im p ie d a d e irá c r e s c e n d o , m e n ­
d ia tã o e s p e r a d o . O a p ó s to lo d is s ip a o s te m o r e s tira e in ju s tiç a s e d ifu n d ir ã o . A s s e d u ç õ e s (a ilu ­
d o s s e u s c o r r e s p o n d e n te s ( 4 ,1 3 -1 8 ). A e s p e r a n ç a s ã o ) s e r ã o o p io r p e r ig o : h a v e r á o r is c o d e s e
p e r m a n e c e , p o is e s tá fu n d a d a n a r e s s u r r e iç ã o d e to m a r o f a l s o p e lo v e r d a d e ir o e o in ju s to p e lo
C r isto e n o p o d e r d e D e u s , q u e r e s s u s c ito u J e s u s ; j u s to .
u m c r is tã o n ã o é u m m o r to p a r a s e m p r e . O R es- 2 . D e p o is , v ir á o te m p o d a a p o s ta s ia , q u a n d o ,
x u s c ita d o n ã o e s q u e c e r á n e n h u m d o s s e u s , e t o ­ n o m o m e n to a p r a z a d o , s e m a n ife s ta r u m p e r s o n a ­
d o s p a r tic ip a r ã o d o g r a n d e D ia e d a g ló r ia . O s g e m c h a m a d o o Im p io , v e r d a d e ir o A n tic r is to , q u e
c r is tã o s m o r to s r e s s u s c ita r ã o p r im e ir o , q u a n d o s e r á c o m o u m a e n c a r n a ç ã o d e to d a s a s p o tê n c ia s
c h e g a r o m o m e n to , e , e m c o m p a n h ia d o s c r is tã o s d o m a l. O s m ila g r e s e p r o d íg io s q u e e le re a liz a r á
v iv o s , ir ã o a o e n c o n tr o d o S e n h o r p a r a p e r m a n e ­ a c a b a r ã o e x tr a v ia n d o o s q u e n ã o tiv e r e m a c o lh i­
c e r c o m o e le p a r a s e m p r e . d o o a m o r d a v e r d a d e ( 2 ,1 0 ). N o s e u o r g u lh o , e le
ch eg a rá a q u e re r p a s s a r p o r D eu s m esm o , e to ­ in íc io s d o s te m p o s a p o c a líp tic o s , é q u e é p r e c is o
m a r a s s e n to n o T e m p lo . o p o r - s e a u m d e s m a n te la m e n to p r e c ip ita d o d a
S e e s te ím p io a in d a n ã o ve io n o m o m e n to em o r d e m e s ta b e le c id a n a c o m u n id a d e e n a s o c ie d a ­
q u e a c a r ta é e s c r ita , é q u e alguém e algo a in d a d e ( r e c u s a a o tr a b a lh o ) . É p r e c i s o a fu s ia r -s e (3 ,6 )
o re tê m (c f. 2 ,6 - 7 n o ta ) , s e m q u e s e p o s s a s a b e r d o s q u e q u e r e m v iv e r n u a p a r ê n c ia d e u m a v itó ­
e x a ta m e n te q u e m é a s s im d e s ig n a d o . D e c e r to o s ria a in d a n ã o a lc a n ç a d a e , s e n e c e s s á r io , c o r ta r
d e s tin a tá r io s d e s ta c a r ta s ã o ju lg a d o s c a p a z e s d e to d a re la ç ã o c o m e le s ( 3 ,1 4 ). É o ú ltim o a to d o
c a p ta r a a lu s ã o . E m to d o c a s o , é c la r o q u e , p a r a d r a m a q u e tr a n s fo r m a r á a s s itu a ç õ e s , m a s a itu la
o a u to r , u m p r a z o in d e te r m in a d o — lig a d o a e s te n ã o s e c h e g o u s e q u e r a o p e n ú ltim o a to . V ê -s e q u e
m iste rio so o b s tá c u lo — a in d a s e p a r a o te m p o em 2 T s é o p r im e ir o te x to q u e c o lo c a n e s te s te r m o s o
q u e e le e s c re v e d o te m p o e m q u e o ím p io m a n ife s ­ p r o b le m a q u e o c r is tia n is m o s e r e p r o p o r á a o lo n ­
ta rá a b e r ta m e n te s e u p o d e r sa tâ n ic o . g o d a s g e r a ç õ e s , p o r to d o o te m p o q u e p e n s a r a
3. S o m e n te a p ó s a v in d a d e s te ím p io é q u e op r ó p r ia f é e e s p e r a n ç a n o q u a d r o d a r e p r e s e n ta ­
S e n h o r se re v e la r á , p o r s u a v ez, e a n iq u ila r á ta l ç ã o a p o c a líp tic a .
a d v e r sá r io . Av Epístolas aos Tessalonicenses s ã o a m b a s te s­
A q u e le s, p o r ta n to , q u e e m T e s s a lô n ic a ju lg a m te m u n h o s f u n d a m e n ta is s o b r e a Ig re ja a n tig a e
p o d e r v iv e r c o m o s e o D ia d o S e n h o r j á tiv e s s e s u a e s p e r a n ç a . A a u s ê n c ia d e lo n g o s d e s e n v o l­
c h e g a d o e s q u e c e r a m o e n s in a m e n to d o a p ó s to lo v im e n to s d o g m á tic o s n ã o f a z d e la s e s c r ito s d e m e ­
( 2 ,3 ), e s tã o n o e r r o e m s u a e u fo r ia e p o u p a m - s e n o r m o n ta , p o is , n a s u a re la tiv a s im p lic id a d e , e la s
e r ro n e a m e n te à s lu la s e p e r tu r b a ç õ e s d o s ú ltim o s m e n c io n a m tu d o o q u e c o n s titu i a f é c o m u m d o s
te m p o s . A n te s d a v itó r ia f i n a ! d e C r is to , o c o m b a ­ p r im e ir o s c r is tã o s e a e x p e r iê n c ia d o s p r im e ir o s
te a tr a v a r s e r á a in d a m a is d u ro , a v ig ilâ n c ia e o m iss io n á rio s : o a m o r d e D e u s q u e c h a m a : o s e n h o ­
d is c e r n im e n to , m a is n e c e s s á r io s d o q u e n u n c a . r io d e C r isto , c u ja v o lta s e e s p e ra a rd e n te m e n te , a
C e r ta m e n te o E v a n g e lh o c h a m o u o s c r is tã o s a a ç ã o tra n sb o rd a n te d o E sp írito na p a la v r a d o a n ú n ­
p a r tic ip a r d a g ló ria d e C r is to (2 ,1 4 ), m a s a n te s c io e na vida d a s c o m u n id a d e s , a c e r te za d a re ssu r­
d a g ló r ia h á a p e r s e g u iç ã o e o s o fr im e n to (1 ,4 -5 ) re içã o , a p e r se v e ra n ç a e m m e io à p e r se g u iç ã o , o
q u e n in g u é m p o d e a tr a v e s s a r , s e m p r o g r e d ir n o a m o r fr a te r n o q u e to rn a s o lid á r io s o s c r istã o s e as
a m or, na f é e na p erseve ra n ça . c o m u n id a d e s ... C o m o p o d e r ia o c r istã o n ã o r e to r­
A p r o x im id a d e d o f i m é p o is c la r a m e n te r e la ti- n a r c o n s ta n te m e n te a e sta fo n te ? C o m o n ã o en c o n ­
vizcula s e c o m p a r a d a c o m I Tessalonicenses. P a ra tr a r a í se m p r e u m c o n v ite a viver, n o p ró p r io te m ­
2 Tessalonicenses, j u s t a m e n te p o r v iv e r e m n o s p o , a m e s m a e s p e ra n ç a e c o m o m e s m o a rd o r ?
PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES
jEndereço e saudação. 'Paulo*. Sil- escolheu*. !Com efeito, o anúncio do
ai is..» . vano e Timóteo1’ à Igrejac dos tessa- Evangelho11que efetuamos entre vós não
l6 l: loniccnses que esta' cm Deus Pai e no ficou em discurso, mas manifestou o
Senhor Jesus Cristo. A vós, graça e pazd. poder, a ação do Espirito Santo e uma 2.1*
realização maravilhosa*. i c « 2 .<
A fé dos tessalonicenses no Evangelho. E foi assim mesmo, como bem sabeis.
2.13; 2Damos continuamente graças a Deus' que isto nos sucedcu entre vós, em vosso
n 13 4 por todos vós, quando fazemos menção favor. 6E vós nos imitastes, a nós e ao m 3.9
a vós em nossas orações; sem cessar, ScnhoH. acolhendo a Palavra* em meio a
3conservamos a lembrança de vossa fé muitas tribulações, com a alegria do u- x.13
ativa, de vosso amor sacrificado e de Espirito Santo: 7assim vos tomastes um
5.x-, vossa perseverante esperança, que nos modelo para todos os fiéis da Macedônia
icor 13 .13 vgm jg nosso Senhor Jesus Cristo, dian­ e da Acaia1. 8A partir de vós. com efeito,
te de Deus nosso Paif, 4bem sabendo, ir­ a palavra do Senhor repercutiu não só na
mãos amados dc D eus, que ele vos Macedônia e na Acaia, mas a nova de

a. A o contrário do que faz muitas vezes, Paulo nào reivindica ato mesmo da pregação do Evangelho, o poder divin o esta em
seu título de apóstolo: em Te ssalônica assim com o em Filip os. ação. E . com o no A T . e o espírito de Deus. aqui o Espírito
a sua qualidade de apóstolo não é posta cm discussão, com o será Santo, que é o instrumento privilegiado dessa ação. O cumprimen­
mais tarde em Corinto ou entrc os gaiatas. to maravilhoso é o sucesso inesperado e inexplicável da Palavra
b. Silvano e Timóteo estào junto d c Paulo, quando ele escreve de D eus em circunstâncias pouco favoráveis. C f. vv. 6s. e 2,14s.
esta can a (cf. Introd.). j. L it. como sabeis que tais como acontecemos entre vós por
c . A palavra igreja é empregada aqui no sentido de comuni­ vossa causa. 6E vós ncontecestes. imitadores nossos e do S e­
dade cristà locul (cf. IC o r 1.2 nota). n h o r o jo g o . perceptível em grego, entre o que acontece aos
d. E m certo numero de m ss., le-se no fim do v.: da parte dc apóstolos e o que acontece a seus ouvintes, não pôde ser expres­
Deus. nosso Pai. e do Senhor Jesus Cristo (cf. 2 Ts 1.2). so na tradução. O s tcssalonicenses imitaram a C risto e aos após­
e. Depois de ter saudado os destinatários das suas cartas. Paulo, tolos porque, como eles. sofreram por causa do Evangelho (cf.
exceto na epístola aos Gaiatas, tem o costume de dirig ir a Deus IC o r 4.16 nota). M ais adiante, em 2.14. Paulo dirá que imitaram
uma ação de graças. Exprim e a sua alegria e o reconhecimento as Igrejas da Judéia. a saber, que também eles sofreram a per­
pela ação de Deus no seio das comunidades cristãs, e pela ma­ seguição por causa do Evangelho. V ê-se. portanto, que. nos
neira generosa com que os cristãos rccém -con vertidos lhe têm primeiros escritos paulinos, im itar nào sign ifica “procurar repro­
correspondido. A ação de graças aqui é particularmente desen­ duzir as atitudes ou virtudes morais de alguém ” , mas se trata,
volvida. pois se estende até o fim do cap. 3. E la é. para Paulo, para o discípulo de C risto , de aceitar a condição de “servo so­
a ocasião de recordar as principais circunstâncias da evangeliza- fredor” . que foi a de Jesus: “ Se eles mc perseguiram, hão dc
çào de Tessalônica. perseguir também a vós“ (Jo 15.20; cf. Mt 10.18 e par).
f. L it. de nosso Senhor Jesus. A nosso ver. este complemento k. A palavra: esta palavra tornou-se termo técnico na literatu­
qualifica a tríade fe'. esperança, amor. Paulo usará em diversas ra cristã primitiva. É encontrado várias vezes nos evangelhos,
ocasiões esta construção no genitivo, para indicar que Cristo, em particular na explicação da parábola do semeador e nos tex­
por seu modo peculiar de viver sua relação com o Pai e os tos que a ela se referem (cf. M c 4.14.20.23 e par.). Quando nào
homens, inaugurou uma possibilidade de viver, a exemplo seu. ha' complemento, a palavm é quase sinônim o de Evangelho (cf.
dc fé. amor c esperança. C f. IC o r 13.13 nota. G l 6,6; F l 1.14; C l 4 3 ; 2 Tm 4.2; At 6,4). O termo é muitas
g. L il. vossa eleiçào. No A T . a eleição é o privilegio de Israel, vezes especificado por um complemento: palavra de Deus ou
chamado, por esta razão, de povo eleito: Deus o escolheu dentre palavra do Senhor (cf. 1.8; 2.13; 4.15; 2 T s 3.1). Estas especifi­
outros povos, nào em virtude de méritos particulares, mas por cações sublinham bem a origem divin a desta palavra dirigida
pura graça. Paulo reconhece agora às comunidades cristãs de aos homens por outros homens. Paulo trata aqui do mesmo as­
origem grega o mesmo privilégio, cu ja fonte é o amor gratuito sunto que os evangelhos sinòticos na explicação da parábola do
do Deus Salvador. C f. 2 Pd 1,10, onde a eleição é posta em semeador: a acolhida da palavra m issionária. Esta só produz
paralelo com o chamado. C f . também R m 11.5 nota. fruto entre os que a acolhem com alegria, apesar dos sofrimen­
h. L it. nosso evangelho nào foi para vós só cm palavra, mas tos e perseguições. T a l atitude de total adesão s6 é possível se
em poder, no Espírito Santo. e total plenitude. esta palavra for reconhecida com o Palavra de Deus, e não so­
i. O poder — em grego dynamis — . que se manifesta na pre­ mente como uma palavra sobre Deus, com que alguns pregado­
gação do Evangelho, nào deve ser compreendido obrigatoriamente res exprim iriam as próprias concepções religiosas (cf. 2.13).
com o se se tratasse de milagres, embora o mesmo termo, porém 1. Macedônia e Acaia eram as duas províncias da administra­
no plural — dynameis — .tenha muitas vezes o sentido de mila­ ção romana na G récia; a expressão sign ifica, pois. a Grécia
gres. C o m o em IC o r 2.1-4 e Rm 1.16. Paulo quer dizer que no inteira.
vossa fc em Deus tão bem se propagou nem entre vós, nem entre outros, ''quan­
Rm 1,8 por toda a parte, que não precisamos falar do teríamos podido nos impor41, na qua­
nelas. 9Pois cada um, ao falar a vosso lidade de apóstolos de Cristo. Pelo con­
respeito, conta a acolhida que nos fizes­ trário, estivemos no vosso meio cheios
tes, e com o vos voltastes para D eus, de teriiurar, como uma mãe acalenta ao g i 4.19
abandonando os ídolos"', para servir ao peito as crianças que alimenta. "Tínha­
ja 17.3; Deus v ivo c verdadeiro “ e para esperar mos por vós tal afeto que estávamos
A' 141S- j x
17 .22-31 dos céus o seu rFilho
,L i
a quem ele ressus- prontos a vos doar não só o Evangelho
íCor 1,7 ; c itou dos mortos. Jesu s que nos livra da de Deus, mas até a própria vida, dc tão
Tl 2,13 . „
Rm2 ,5 ; ira que esta vindo”. queridos que vos tínheis tornado ao nos­
5.9 so coração. ’Vós vos lembrais, irmãos, i t s 4.ii-.
(y A atividade missionária de Paulo. de nossas penas c fadigas: foi trabalhan- 2Ts 3 7'9
'V ós mesmos bem sabeis, irmãos, não do noite e dia, para não ser dependente
foi cm vão que nos acolhestes. 2M as, dc nenhum de vós*, que vos anunciamos
ai 16,20-24 quando acabávam os de sofrer e ser in­ o Evangelho de Deus. l0Sois testemunhas,
sultados em Filipos",com o sabeis, encon­ e Deus também o é, de que procedemos
tramos em nosso Deus a segurança ne- para convosco, os fiéis, de maneira san­
ai 17.1-5 cessária para vos pregar o seu Evange­ ta, justa, irrepreensível. “ E vós sabeis:
lho através de muitos combates. 3Pois tratando cada um de vós como um pai a iC o m .is
nossa pregação não se funda no erro, nem seus filhos1, IJnós vos exortamos, encora­
se inspira em motivos impuros, nem re­ jamos e suplicamos para que cada um
corre à astúcia. 4M as tendo-nos Deus leve" uma vida digna do Deus que vos 2Ts
iTm i.n posto à prova para nos confiar o Evan­ chama ao seu Reino e à sua glória. ifu.-s.io
gelho, pregamos de acordo com nossa
Q< i io m issão: não procuram os agradar aos Novo elogio da fé dos tessalonicenses.
Jr 11.20; homens, mas a D eus, que prova nossos IJEis por que. de nossa parte, damos gra­
2Ci»t 5,9 - „ ■
coraçoes1*. Foi assim que nunca tivemos ças a Deus sem cessar: quando recebes- Mc 4.16
palavras dc adulação, como sabeis, nun­ tes a Palavra de Deus que vos fazíamos
ca segundas intenções dc lucro — disso ouvir, a acolhestes, não como palavra hu­
Deus e testemunha — , ‘ nunca também mana, mas como é realmente, palavra ai 11.1
jo 5,4 i 44 procuramos honras junto aos homens. de Deus, a qual também está atuando em fi 2.13

n i. L it. Como. dos ídolos, vos convertesies a Deus (cf. R m 2.4 q . Poder-se-ia também traduzir: nós que feriamos podido ser
nota). O termo grego aqui empregado conserva a lembrança do de peso para vós (cf. v. 9 e IC o r 9,1-18). M as após a menção às
verbo hebraico voltar, retornar: eles se afastaram dos ídolos, honras humanas, a expressão deve ser tomada num sentido mais
voltando-se para Deus. O s vv. 9-10 são considerados como um am plo, que no entanto nào exclu i umu alusão a um ônus material.
resumo dn pregação do Evangelho aos pagãos (kèrygma). A r. Em lugar de cheios de ternura (epioi) grande número dc
pregação da mensagem os convida a sc converter ao Deus único, mss. lc criancinhas (nèpioi). Esta últim a tradução não parece
o único a quem se deve servir, a crer em Jesus, seu Filh o (cf. Rm convir neste contexto, cm que Paulo se compara a uma mãe ou
1.4 nota). que ele ressuscitou dos mortos, e a esperar a salvação a um pai. Trata-se duma ternura especial, que n ã o é aquela a que
que o Senhor trará quando da sua vinda gloriosa. todo o homem pode ser exortado. E la está reservada aos que
n. A ira é aquela que se manifestará pela condenação dos gozam dc poder e autoridade, quando nào se impõem brutalmen­
pecadores por ocasião da volta do Senhor (cf. I T s 5.9). Paulo, te a seus inferiores.
porém declara que ela vem. que está vindo (cf. IT s 2.16: Rm s. Paulo recorda várias vezes com orgulho que não quis de­
1.18 nota), pender materialmente das comunidades por ele fundadas (cf.
o. C f . A t 16.19-24. 2 T s 3.7-9: IC o r 4.12; 2 C o r 11.7-10: 12.13-18; At 20.33-35). No
p. L it . assim como fom os, examinados por Deus. para que o entanto, exatamente quando evan gelizava Te ssalô nica. tinha
Evangelho nos seja confiado, assim também nós fa la m o s... Pau­ aceito uma ajuda dos filipenses (F l 4.15-16).
lo compara aqui duas atitudes, a que ele tinha quando D eus o t. Desde o v. 7. Paulo acumula as expressões que pertencem
examinou, antes de lhe confiar o Evangelho, e a que tem agora, ao vocabulário da ternura: ternura no v. 7. afeto, queridas no v.
estando efetivamente em ação. Estas duas atitudes, d iz ele. são 8. Com pnra-se até a uma ama que acalenta crianças ao peito,
absolutamente idênticas. E le nào mudou: hoje. como no dia deste antes de mostrar em que ele agiu com o um verdadeiro pai. Esta
'exame’*, não procura agradar nos homens, mas a Deus. porque afeição culm ina na afirmação do v. 8: ele estava disposto a dar
o coração do Apóstolo está sempre a descoberto diante do Deus a vida por eles (cf. Jo 15.13).
que perseruta rins c corações. u. L it. andar.
vós, que credes. 14De fato, irmãos, imi- vezes* — , e Satanás nos impediu. l9Com
tastes'' as Igrejas dc Deus que estão na efeito, qual é a nossa esperança, nossa ii 2 .16
Judeia, cm Cristo Jesus, pois também vós alegria, o orgulho que será nossa coroa
a i 17.13 sofrestes dos vossos compatriotas o que diante de nosso Senhor Jesus, por oca­
elas sofreram da parte dos judeus; l5cles, sião de sua vinda”, senão vós? “ Sim. vós
a i 2.23-, que mataram o Senhor Jcsus c os profe- sois nossa glória e nossa alegria. F14 .1
Mc 10 .3 4 taSi também nos perseguiram, não agra­ _ 'Por isso. não podendo mais esperar,
dam a Deus e são inimigos dc todos os pensamos que o melhor seria ficar sós
homens, “ impedem-nos de pregar aos em A tenasV e vos enviar Timóteo nosso
pagãos para salvá-los, e assim enchem, o irmão, colaborador dc Deusc na prega- ICor 3.9
G n 15.16; tempo todo. a medida dos próprios ção do Evangelho de Cristo, ’a fim dc
Mt 2 3 ,3 2 p ç c a j o s » Mas no Fim a ira de Deus se vos fortalecer c encorajar na fé, para que
Rl" 118 abateu sobre elesx. ninguém seja abalado em meio às prova­
ções presentes, pois bem sabeis que a At 14.22
Paulo gostaria de voltar a Tessalônica: isso somos destinados11. ‘‘Quando estáva-
missão de Tim óteo. ‘‘'Quanto a nós, ir­ mos entre vós, vos preveníamos de que
mãos, separados dc vós por algum tem­ seria necessário sofrer provações e foi o
po, longe dos olhos, mas não do coração’ , que aconteceu, como sabeis. 5Foi por isso
redobramos os esforços para ir ver-vos, que, não podendo mais esperar, mandei
pois disto tínhamos um ardente desejo. saber notícias da vossa fé, temendo que
“Foi por isso que quisemos ir ter con­ o Tentador já vos tenha tentado e que
vosco — cu em pessoa, Paulo, várias nosso trabalho tenha sido inútil.

v. C f . 1.6 nota. Jacó fizeram padecer maus-tratos. Se Paulo utiliza esse texto,
w. Este julgamento severo cominado contra os judeus deve ser inverte-lhe o sentido.
bem compreendido. Paulo reivindica sempre com brio sua qua­ No fim : outros traduzem para sempre ou continuamente, ou
lidade de judeu c sublinha, vezes repetidas, o privilégio de Is ­ ainda em vista do fim .
rael. A ira e a glória são para o judeu primeiro, e para o grego Notar o paralelism o com 1,10; a fé cm Jesus livra da ira. mas
(cf. Rm 2,9-10). N o decorrer da sua m issão, é primeiro aos cria r obstáculo à salvação é cair sob o golpe desta ira; cf. 1.10
judeus que dirige a mensagem dc salvação. Segundo o livro dos nola.
A tos, é assim que agiu cm C hip re (A t 13.5). em Antioquia da y. L it . privados de wí,v de vista e não de coração.
P ix íd ia (A i 13.14-43),em Ic ò n io (A t 14,1),em Filip o s (A t 16.13), z. L it . e uma vez e duas vezes. A expressão poderia também
em Tessalônica (17,2). na Beréia (1 7 ,1 0 ). cm Corinto (18.4). em sign ificar por duas vezes.
É feso (19.8) e finalmente em Rom a (28,17-24). M as a cada vez a. A vinda, em grego parousia, designa a volta gloriosa de
(cf. A t 13.45-50; 14.2 19; 17.5.13: 18.12) os judeus, nào despro­ Jcsus no fim dos tempos (cf. 3,13; 5,23; 2 T s 2,1-8; IC o r 15,23
vidos de influencia nas cidades gregas, impedem sua pregação e Mt 24,3 nota).
aos pagãos e lhe criam graves dificuldades, que chegam até aos b. Sós: ou Paulo fala de si mesmo, empregando um plural lite­
maus-tratos (2 C o r 11,24). É o que explica a violência dos ter­ rário: neste caso Tim óteo c Silva n o voltariam a encontrá-lo mais
mos aqui usados por Paulo que. judeu tambem ele, sc indigna tarde cm Corinto, segundo A t 18*5. ou então o adjetivo sós. no
com a cegueira dos seus irmãos. O s judeus, que deveriam ter plural, designa Paulo e Silvano : Tim óteo e Silvano teriam alcan­
sido os arautos do Evangelho , criam -lhe obstáculos por toda a çado Paulo em Atenas, segundo as instruções dc que fala At
pane. como fizeram outrora para a mensagem dos profetas, e 17.15, e lá teria sido decidida a viagem de Tim óteo a Tessalônica.
depois para a dc Jcsu s. Entretanto, quando Paulo considera a c . Variantes: servo de Deus: nosso colaborador; servo de Deus
sorte do povo eleito, nunca invoca como causa da rejeição tem­ e nosso colaborador; servo e colaborador dc Deus. Quanto ao
porária de Israel a condenação e a morte de C risto em Jerusa­ sentido da fórm ula, cf. IC o r 3.9 nota.
lém. ou a perseguição contra os cristãos. Disto ele dá uma longa d . A apocalíptica judaica im aginava que, antes do fim do
explicação cm G l 4.21 - 3 1 e sobretudo em R m 9 - 11: é recusando mundo, as provações e adversidades deveriam abater-se sobre
a mensagem do evangelho que Israel se exclui a si mesmo, pro­ os fieis, até que o M essias viesse para reinar (cf. M c 13 e par.).
visoriamente, dc uma salvação que sempre lhe será proposta (cf. Após a morte e a ressurreição de C risto , os cristãos julgaram ter
R m 9,2 nota) e da qual Paulo afirm a que Israel se beneficiará, entrado neste período final, durante o qual esperavam a vinda de
pois os dons c a vocação de Deus são irrevogáveis (R m 11.29). seu Senhor (cf. 2,19; 2 T s 22 ).
Em iodo tempo: nesse período da história, com o durante o pe­ Provações: este termo, que também traduzimos por ajlição,
ríodo precedente. C f . a má acolhida dada ã pregação dos profetas. (2 T s 1,6) c que muitas vezes sc traduz por trtbulação. é um
x . A ira caiu sobre eles. Le-se esta frase (com o complemento termo técnico do vocabulário apocalíptico: designa o conjunto
ira de Deus. tradução que eslá tambem em vários m ss.) nos dessas adversidades e acontecimentos hostis. V iv e r nas prova­
Testamentos dos doze Patriarcas {Test. Levi 6 ,1 1). em que a ira ções é, para Paulo, a condição norma! dos cristãos antes da
ilc Deus visa a estrangeiros, os siqueniitas. aos quais os filhos de vinda de C risto (cf. At 14,22).
‘Agora. Timóteo acaba de chegar da santidade irrepreensível diante de Deus.
vossa comunidade e nos trazer a boa nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso ^ , K.
notícia da vossa fe' e do vosso amor; ele Senhor Jesus com todos os seus santos', zc u.5;
Dn 7
diz que guardais sempre boa lembrança
de nós c que desejais nos rever tanto a A vida que agrada a Deus: pureza,
quanto nós desejamos vos rever. 7Assim, amor fraterno. 'De resto, irmãos, eis
irmãos, encontramos em vós um conso- nossos pedidos c nossas exortações no Se­
2Ts 1.4 lo, graças à vossa fé. no meio de todas nhor Jesus: vós aprendestes de nós como
as nossas angustias e provações, *e agora proceder para agradar a Deus. e c' assim
revivemos, pois vos mantendes firmes no que procedeis; fazei ainda novos progressos.
Senhor. ’Quc ação de graças poderíamos 2Sabcis, dc fato, as instruções que vos
render a Deus a vosso respeito, por toda demos da parte do Senhor Jesus'. 3A
a alegria que experimentamos por causa vontade dc Deus é a vossa santificaçãoh. E f 1.4
de vós diante do nosso Deus, '"quando que vos abstenhais da imoralidade. Jque a i i5.2<n>>.
noite c dia rogamos com insistência, para cada um de vós saiba casar-se' para vi- ^ J ^ 220
que nos seja dado rever-vos e completar ver com santidade e honestidade, 5sem
o que falta à vossa fec? se deixar levar pela paixão, como fazem
2Tn 2,i5 "Queira o mesnio Deus, nosso Pai. e o s /x ig ã o s q u e n ã o c o n h e c e m a D e u s ',
nosso Senhor Jesus dirigir nosso cami­ ‘que ninguém aja em detrimento dc seu
nho para vós. l:!Que o Senhor faça cres- irmão, nem lhe cause dano nesta maté­
5.15 cer e abundar o amor que tendes uns para ria11, pois o Senhor se vin g a ' dc tudo isso,
com os outros e para com todos, à ima­ como ja' dissemos c testemunhamos. 7De
gem dc nosso amor para convosco. '•'Que fato. Deus não nos chamou para viver na
cie fortaleça assim vossos corações numa impureza, mas chamou-nos para a santi-

e« O que falta ú vossa fé : Pode-se estranhar tal afirm ação, h. Rsla palavra evoca a ação dc Deus que santifica. por ser a
depois dos elogios qiie Paulo fez à fé dos tcssalonicenses. Mas fonte de toda santidade, segundo a palavra do Senhor: sede santos
há várias maneiras de considerar a fé: nào somente com o ato porque eu sou santo (cf. L v 19.2; Mt 5.48 e Rm 6.19 nota).
fundamental e primeiro pelo qual o homem se entrega a Deus. i. L it. que cada um dc vós saitw adquirir seu próprio vaso na
unico autor da salvação cm Jesus C risto , mas também com o santificação e na honra. Rm grego skeuos sign ifica utensílio,
desenvolvimento deste ato fundamental, a saber, as conseqüên­ vaso. M as aqui este termo é empregado com o uma metáfora, na
cias que dele derivam para a vida prática, e que procedem da qual os tradutores vêem:
instrução catcquética. Paulo, que tratará dos problemas da vida — quer o corpo, como muitas vezes em grego (cf. 2Co r 4,7).
prática, já orienta os leitores para o progresso que ainda espera Neste caso, traduz-sc por possuir o próprio corpo, isto é. con­
deles (cf. Rm 10.9 nota). quistar perfeito dom ínio sobre ele;
f. O estilo deste v. é muito contrastado, porque Paulo u tiliu i. — quer a esposa, com o em I Pd 3 3 (cf. Pr 5.15) e em certos
umas após outras, expressões já consagradas com o confirmar textos rubfnicos. Este significado não passa de uma especificação
vossos corações, sem mancha diante de Deus, po r tKasiõo da da primeira im agem, vaso = corpo: com efeito, no ambiente
vinda do Senhor. sem úico. a mulher é considerada pelo homem com o sua própria
Com todos os seus santos: Paulo emprega aqui uma termino­ carne ou seu próprio corpo, conforme G n 2.23. O marido tem.
logia tradicional (cf. Dt 3 3 3 : Z c 14.5; D n 7.25-27). Quem são por assim dizer, dois corpos, o seu e o da esposa. Este sentido
essdh santos? Pode-se entender os anjos, que intervém em vários nos parece preferível, não somente por causa do verbo adquirir
episódios do A T e do N T (Jd 5.1; 15.5; S I 89.6.8; S r 42.17; Dn e da expressão adquirir uma mulher empregada por tomar espo­
4,10.14.20; 8.13; Sb 5.5; M i 2 5 3 1 ; M c 8 3 8 ; A t 10.22; A p 14,10). sa (cf. IC o r 7.2). mas ainda por causa do contexto. C o m o em
Pode-se entender também os fiéis, que Paulo cham a constante­ IC o r 7. Paulo opõe à licenciosidade sexual dos pagãos (em grego
mente dc os santos. A o que parece, nào se deve e x clu ir nenhum porneia. que traduzimos por imoralidade) não o dom ínio d c si
dos dois sentidos: a comunhão dos eleitos e dos anjos e a trans­ (possuir seu corpo), mas o matrimônio, graças ao qual o cristão
formação dos eleitos em anjos no dia do ju ízo são bem-atestadas pode manter e santificar sua dependência de Deus. N o seio de
no ambiente judaico (cf. Henoc 3 9 3 : 51.4). uma cidade pagà, a escolha de uma esposa, para um convertido
Numerosos mss. lêem Amém no fim do versículo. Este Amem a C risto , era um problema grave para o qual Paulo é obrigado a
é provavelmente devido a um uso litürgico deste texto. cham ar a atenção.
g. Para a Igreja prim itiva, o Senhor é tanto o Ressuscitado que j . C f . S I 79,6; Jr 10.25. T b 8 3 .9 vg.
vive na igreja, com o o C risto histórico durante sua vida terrena. k . Outros traduzem em negócios. Mas é pouco provável que
A s instruções que Paulo dá da parte do Senhor Jesus {\u. pelo S e­ Paulo passe aqui a uma instrução diferente, concernente à ética
nhor Jesus) podem estar fundadas sobre os exem plos e os ensina­ com ercial, quando no v. seguinte encontramos a menção à im ­
mentos que ele deixou, mas pode tratar-se também de atitudes su­ pureza.
geridas pelo seu Espirito que vive nos apóstolos e comunidades. I . C f . S I 94.1; S r 5 3 ; Dt 3 2 3 5 .
dade"1. "A ssim , pois, aquele que rejeita mãos, deixar-vos na ignorância a respei­
esses ensinamentos não e' a um homem to dos mortos'1, para que não vos entris­
u - 10.16 que rejeita, mas ao próprio Deus que vos teçais com o os outrosr que não têm espe­
Ez 37.14 dá o seu Espírito Santo". rança. “ S c , com efeito, nós cremos que
’ Sobre o am or fraterno, não tendes Jesu s morreu e ressuscitou', assim tam- mc 9.3i:
necessidade dc que se vos escreva, pois be'm‘. aqueles que morreram, D eus, por Al 2 24
j o 6.45 vós mesmos aprendestes de Deus a vos causa deste Jesu sü, com Jesus os reunira''.
amardes uns aos outros; loalia's. e' o que l5Eis o que dizem os, segundo uma pala- icor 7.10
fazeis, a respeito de todos os irmãos, na vra do Senhor": nós os vivos, que hou- i^or 15.51
Macedônia inteira; exortamo-vos. irmãos, vermos ficado* ate' a vinda do Senhor,
a que façais ainda novos progressos: não precederemos de modo nenhum os
"tom ai a peito viver uma vida tranqüila. que morreram. '‘ Porque o Senhor em
2T s 3.6-12 ocupar-vos com vossos negócios e tra­ pessoa, ao sinal dado, à voz do arcanjo e mi 24..w-.<i
balhar com vossas próprias mãos, como ao toque da trombeta dc Deus, descera' iCor 15.52:
vos ordenamos", l2para que vossa condu­ do ce'u: então os mortos em Cristo res- E* ,9‘15
ta seja decorosa aos olhos dos estranhos suscitarão primeiro; ,7em seguida nós, os 'Cor 15.23
Mc 4.ii e não tenhais precisão de ningucmp. vivos que tivermos ficado, seremos arre­
batados com eles sobre as nuvens, ao
A ressu rreição dos m ortos c a espera encontro do Senhor, nos ares\ e assim fc» i*>.i7
do Dia do Sen h o r. ‘-'Não queremos, ir­ estaremos sempre com o Senhor*. '“Por- J° 12 .2&
n \ 5.10

m . O verbo chamar é seguido por dois complementos introdu­ I. A construção da frase esta' truncada. Esperar-se-ia... da m es­
zidos por duas preposições difcrenies. C o m isso. Paulo indica: ma form a, crcmos também que Deus ressuscitará... Paulo dá
prim eiro, o estudo em que o chamamento de Deus encontra o imediatamente a resposta que os leitores esperavam: os cristãos
homem (a impureza); depois, aquilo a que o homem é chamado mortos participarão da vinda do Senhor. Supõe-se. portanto, a
(a santidade). Portanto, o chamamento de Deus é essencialm en­ ressurreição deles, que será explicitamente mencionada no v. 16.
te tnmsformante. u . A lgun s ligam por este Jesus ao que procede, no texto gre­
n. Aqui os mss. apresentam leituras diferentes: que vos deu. go. isto é. à expressão os que morreram. A fórmula aqueles que
ou que nos dá a nós. A fórmula empregada para designar o dom morreram po r Jesus é d c d ifíc il interpretação. Vê-se nela. mui­
do Espírito Santo relembra E z 36.27 e 37.14. tas vezes, o equivalente dc aqueles que morreram em Jesus, isto
o. Num ambiente pagão, o trabalho eru função dos escravos. é. na fé em Jcsu s. em união com ele. O u então, faz-se um parale­
Tem os assim uma informação sobre a origem social dos cristãos lo com o ensinamento de Pauto sobre a ressurreição: os cristãos
de Tessãlônica. Pauio leme que a espera exaltada da volta im i­ ressuscitam por Jcsu s. eles morrem também fx>r ele. Em outros
nente de C risto desvie os fiéis de suas ocupações habituais (cf. termos, u morte dos crentes é uma morte que não os separa dc
2 T s 2.2 e 3,7-10). Deus. Nós preferim os ligar por este Jesus ao verbo que segue.
p. A expressão deve ser reposta no seu contexto: Paulo não v . Lit. (os) conduzirá com ele. O verbo conduzir é um dos
quer dizer que o cristão não precise dos seus irmãos, mas que principais que. no A T . exprim em em que consistiu a ação de
não tem o direito de ficar, por culpa e preguiça própria, às custas Deus durante o Êxod o. Quando este verbo vem associado à pre­
dos outros (cf. 2,9 e 2 T s 3.6-12). posição “co m ” , toma o sentido d c coiuluzir para que estejam
q . L it. os que dormem . Igual modo de dizer no v. seguinte. juntos, congregar, reunir.
Tanto entre os judeus com o entre os gregos, o sono é uma ima­ w . Esta palavra do Senhor sem duvida d iz respeito tanto ao
gem corrente da morte: compreende-se então que o despertar enunciado do v. 16 com o ao do v. 15; ela teria tratado da relação
seja imagem da ressurreição (cf. 5.10). A questão que preocupa entre a vinda do F ilh o do Homem e a ressurreição dos m onos.
os tessalonicenses é a seguinte: os cristãos que morriam naque­ H á quem pense cm Mt 16.27; 24.30. outros, nalgum dito de
les dias. embora fazendo parte da “ultima geração", estariam Jesus que não se encontra nos evangelhos, mas que Paulo pode­
ausentes quando da vinda do Senhor? O s primeiros falecimentos ria ter conhecido por uma tradição da Igreja primitiva.
ocorridos na Igreja prim itiva devem ter pertubudo os fiéis. x . L it. nós, os vivos, os deixados. Esta última palavra talvez
r . Os outros são os de foro do v. 12. isto é, o s pagãos (cf. 5.6). evoque o “ Resto de Israel'* destinado à vida. Conform e 4Esd
Nessa época, com exceção de certos círculos de iniciados, os 13.24. “os que foram deixados serão m ais felizes do que os que
gregos não crêem mais na vida de além-ttímulo e ainda não estiverem mortos". Paulo não adere a esla opinião.
crêem na imortalidade que us religiões orientais prometem. y . Pauio depende m uito, para essa descrição, das imagens tra­
s . L it. que se levantou. O grego nào tem palavra técnica para dicionais da apocalíptica judaica. A voz. a trombeta. a descida
d izer ressuscitar. Para falar disso, o N T emprega correntemente do céu. as nuvens são expressões características desse gênero
a im agem do levantar. O ra. este uso é raro cm Paulo, que em ­ literário. São a roupagem literária de certa concepção do mundo
prega habitualmente o verbo despertar, na voz passiva, sendo e de suas relações com Deus: o seu valor deve ser apreciado
Jesus a pessoa a ser despertada e Deus. o agente. Por isso é mais no plano do sím bolo que no plano de realidades históricas
m uito provável que Paulo torne a empregar aqui uma antiga que fossem aqui o objeto de uma predição circunstancial,
fórm ula querigm ática. z . Se a fé faz o cristão viver em C risto , a ressurreição faz dele
tanto, confortai-vos uns aos outros com por m eio de no sso Sen h o r Je su s C risto,
este ensinamento. ‘“ m orto por nós a fim dc qu e, velan do ou
At i,7: K ‘Quanto aos tempos e aos momentos. dorm indof, v iv a m o s ' então unidos a ele. 4.14
Dti 2,21: O • - - • •
mi 24 36 irmãos, nao precisais que se vos es­ " P o r isso c o n fo rtai-v o s m utuam ente e
creva. 2V ós mesmos o sabeis perfeita- e d ific a i- v o s uns ao s o u tro s , c o m o já
iC™ ** mente: o D ia do Senhor* vem como um fazeis.
u 1239 . 40 : ladrão, de noiteb. 3Quando os homens dis-
m i 24.43 serem: “ Que paz, que segurança!” , é E x o r t a ç õ e s fin a is e s a u d a ç õ e s . l2Pc-
então que subitamente se precipitará so­ d im o -v o s, irm ã o s , qu e ten h ais c o n s i­
bre cies a ruína como as dores do parto d eração para com aqueles que entrc v ó s
m i 24 .8 : sobre a mulher grávida, e eles não pode- labutam , v e la m b por v ó s no S en h o r e Hb i3,i7:
)r 4.31 r ã 0 escapar. 4M as vós, irmãos, não estais v o s repreendem ; 1Jtende para com eles 1Tm5-17
jo 12.46 nas trevas, para que este dia vos surpre­ a m ais alta estim a, com am o r, por m oti- g i 6.6

enda como um ladrão, ^ o d o s , com efei- vo do seu trabalho. V iv e i em paz entre


Jo 8.12: to, sois filhos da luz, filhos do dia: nós v ó s 1.
Ef 5 8 não somos nem da noite, nem das trevas'. ,4A isso vos exo rtam o s, irm ãos: corrigi
‘ Portanto, não durmamos como os ou- aq ueles que v iv em de m aneira desorde-
iPd s.8 tros, mas sejam os vigilantes1’ e sóbrios. nadaJ . dai coragem aos que dela carecem ;
7Aqucles que dormem, e de noite que sustentai os frac o s, sede pacientes para Rm 14,1

dormem, e os que se em briagam, é de com todos. 15Atentai a que ninguém retri­


noite que se em briagam ; "mas nós que bua o mal com o m al, m as procurai sem ­
somos do dia. sejamos sóbrios, revesti- pre o bem entre v ó s e para com todos, ci 3.1213
ls 59.17. , . .
st>5.18. dos da couraça da fe e do amor, com o “ Estai sem pre aleg res, 17orai incessan - n |-4
ic J liil capacete da esperança da salvação'. tem ente, ‘"dai graças cm todas as circun s- E f5 .2 0

(T s i_3 ‘'Pois Deus não nos destinou a experi­ tâncias. pois esta é a vontade de D eu s a
mentar sua ira, mas a possuir a salvação v o sso respeito em C risto Je su s .

um ser com Cristo. Paulo emprega preposições diferentes (em e durante a noite, sím bolo do dom ínio do m al, e a da vigilância,
com) para marcar o progresso da comunhão com o Senhor, cuja embora a coerência não seja inteiramente respeitada, pois não é
vindo tanto se espera. S c a esperam, c precisamente porque a durante este “sono” que alguém se em briaga.
vida em Cristo não passa de um germe, um com eço, daquilo que e. C f. I T s 1 3 : IC o r 13,13 nota. N o texto de Is 59,17 aqui
s e r ia vida com Cristo, a vida na comunhão total com o Senhor, aduzido. Pauio substituiu a noção dc justiça pela de fé . amor e
vencedor da morte e do ma). esperança. Este tratamento do texto do A T sugere que. para
a. O Dia do Senhor: cf. IC o r 1.8 nota. Paulo, o justo, isto é o homem a quem Deus com unica a sua
I>. Jesus pronunciou uma parábola bastante semelhante (cf. Mt justiça!justificação, vive de fé . amor e esperança.
24.43: L c 12,39-40). Nestes vv. 1-5, Paulo parece ter presente f. Velando ou dormindo. Paulo volta à im agem sono-morte
no espírito palavras de Jesus que nos são relatadas nos discursos utilizada no com eço desta seção, em 4.13-17. A v ig ília é, por­
apocalípticos dos evangelhos (cf. M c 13 e par.). tanto aqui uma metáfora que designa a vida. A expressão sign i­
c . Filho d e... : esta expressão sem ílica indica que o sujeito fica: quer estejamos ainda vivos ou estejamos já mortos por
sofre a influência da realidade ou da pessoa em questão, a ela ocasião da vinda do Senhor.
pertence, com ela é profundamente solidário (cf. L c 16.8; Jo g . Vivamos. Não se trata da vida atual em união com Cristo,
12.36). Paulo aqui retoma a oposição dia-noite. luz-trevas, bem- nem de uma vida intermediária entre a morte e a ressurreição,
conhecida nos texios de Qumran. Segundo a concepção atestada mas da comunhão com o Senhor ressuscitado no dia de suu
nesses texios. herdeira de um dualismo que não se encontra tão vinda, com o cm 4,17 nota.
claramente expresso no A T , os homens são divididos em duas h. O verbo grego 6 composto de ficar de pé c dc uma prepo­
categorias, os bons e os perversos, animados por dois “espíritos*’ sição ambígua: quer diante, à frente de, quer para, em favor de:
opostos. Destarte, uns estão engajados na via do m al. que leva não é certo que seja necessário ver nisso chefes ou dirigentes.
ã ruína, outros, na via do bem. que leva à salvação. C f . Mt O s três verbos usados paro descrever estes cristãos designam
7.13-14. funções ou tarefas, e não títulos. C f . Rm 12.8: entre aquele que
d. O ensinamento de Jesus sobre os acontecimentos do fim dá e aquele que exerce a misericórdia..
sempre culm ina num apelo ít vigilân cia. E ssa atitude, oposta ao L Certos mss. lêem: ficai em paz com eles, isto é. com os
sono. é característica do cristão, que espera a volta do seu Se­ chefes da comunidade.
nhor. C f . os discursos apocalípticos: M c 13 33 -3 7 ; Mt 24,42-44; j . L it. nâo cm ordem. É d ifíc il precisar o sentido deste termo.
L c 2 1 3 6 ; cf. tambem as numerosas parábolas sobre o tema da É possível que Paulo lenha cm vista aqui aqueles que nâo tra­
espera da vinda de C risto: Mt 25; L c 12 35 -4 6 . Compreende-se balham (cf. 2 T s 3,6.7.11); ou então, indivíduos que vivem na
.|uc Paulo faça aqui uma associação entre a idéia de dormir agitação, pensando que a vinda do Senhor é iminente.
” Não extingais o Espírito, “ não des­ repreensíveis por ocasião da vinda de
prezeis as palavras dos profetas*; 2lexa- nosso Senhor Jesus Cristo, 24Aquele que
iCoi i 4.i minai tudo com discernimento: conservai vos chama e fiel: é ele ainda quem agirá, rr» 3 3
jó 1 . 1.8 o que é bom; 22apartai-vos de todo tipo “ Irmãos, orai tambem por nós. “ Saudai
de mal1. todos os irmãos com um ósculo santo. Rm 16,1
“ Que o Deus da paz em pessoa vos 27Eu vos conjuro pelo Senhor: que esta
santifique totalmente, e que vosso es­ carta seja lida a todos os irmãos".
pírito, vossa alma e vosso corpo1" sejam “ Que a graça de nosso Senhor Jesus
perfeitamente guardados para serem ir­ Cristo esteja convosco".

k . L it . não deprezeis as profecias: não sc irata das profecias enderam o prim eiro termo da enumeração, vosso espirito, como
do A T . mas das intervenções dos profetas cristãos que exorta­ equivalente de vós mesmos: então eles iraduzem: que toda a
vam as comunidades. C f . IC o r 12.10.29; 13,2; 14.3. vossa pessoa, alma e o corpo... recuperando assim o conceito
I. Nas igrejas gregas, as manifestações espirituais — profeti­ que o judaísm o e Paulo tinham da pessoa humana. Nós traduzi­
zar, falar línguas desconhecidas etc. — , tinham-se espalhado mos a frase dc modo a pôr em evidência uma sim ples enume­
com uma profusão e conseqüências que chamaram a atenção de ração dc termos que, um com o o outro, podem designar, em
Paulo (cf. IC o r 12*14). A qu i já sc encontra um esboço das re­ Paulo, o homem todo inteiro, quer se trate de pneuma. dc psykliê
gras que Paulo dará à Igreja dc Corinto. em vista de uma atitude ou de sônta. Destarte, não é necessário rccorrcr a uma explica­
verdadeiramente positiva da comunidade cristã ante as m anifes­ ção tomada dc uma antropologia grega de três elementos, que
tações do Espírito. É preciso respeitar estes dons. mas eles não aliás nunca se exprime com esses três termos.
são a totalidade do cristianism o. É preciso muito m ais praticar n . Essa instância solene poderia dar a entender que a Igreja dc
o "discernimento dos espíritos” para distinguir o bom do inútil. Tessalônica passava por uma crise de certo desacordo entre os que
m . A lgun s interpretam: que vosso ser todo inteiro, isto é, o a dirigiam e o conjunto dc seus membros (cf, vv. 12-13). O pedido
espirito, a alma e o corpo. Esta divisão da pessoa humana em solene de Paulo permitirá aos que dirigem a Igreja fazer a leitura
três elementos seria a da filosofia grega. E la não é habitual em pública da can a. apelando para a própria autoridade do Qpóstolo.
Paulo, c este v.. assim compreendido, seria um texto completa­ o. V ário s mss. lêem Amém no final da can a. novo indício dc
mente isolado no N T . Para evitar tal dificuldade, outros compre­ uma leitura ütúrgica.
SEGUNDA EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES
1 E n dereço e sau d ação . 'Paulo,n ã Sil-
o c o n h e c e m a D e u s 8 e não obedecem ir 10.25
At 15.40; vano e Tim óteo à Igreja dos tessalo- ao Evangelho dc nosso Senhor Je s u s V O Rl" 1,5
i t .'6]'!i nicenscs, que está em Deus nosso Pai e castigo deles será a ruína eterna, lo n g e
no Senhor Jesus Cristo” . 2A vós graça e d a f a c e d o S e n h o r e d o f u l g o r d a s u a
paz da parte de Deus Pai e do Senhor m a je s ta d e ', '“quando ele vier naquele dia,
Jesus Cristo. para ser glorificado na pessoa dos seus si 89.8 gr.,
santos, e admirado na de todos os que 5168,35 p
A fé em meio às perseguições: o ju lg a ­ tiverem crido1: ora, quanto a vós, crestes
m en to. 3D evem os dar continuamente no nosso testemunho. “ Eis por que ora­
graças a Deus por vossa causa, irmãos, c mos continuamente por vós, a fim de que
it s 3 .6 .12 é bem justo, pois vossa te faz grandes nosso Deus vos encontre dignos da vo­
progressos e o amor que tendes uns para cação a que vos chamou; que pelo seu
com os outros cresce em cada um de poder vos conceda realizar todo o bem
iT s 2.19-20 todos vós, 4a ponto dc serdes nosso or­ desejado e torne ativa a vossa fek. ^ A s­
gulho entrc as Igrejas de Deus, por causa sim o nome de nosso Senhor Jesus será
da vossa perseverança e da vossa fé em glorificado em vós, e vós nele, segundo is66.5.
todas as perseguições e provações que a graça dc nosso Deus e do Senhor Jesus lo X1222A
suportaisb. 5Elas são sinal do justo ju lga­ Cristo.
mento de Deus; seu escopo é tornar-vos
it s 2 , i 2 dignos do R eino de D eus, pelo qual o O que precederá a vinda do Sen hor.
i t í 2.14; sofreis'. 'A respeito da vinda dc nosso Senhor IC o r 15,23 ;
3,4 6É justo, de fato, que Deus retribua afli- Jesus Cristo e dc nossa reunião junto a ITs4 l5 n
f i i .28 ção por aflição aos vossos opressores, 7e ele, nós vos pedimos, irmãos: *não vos Ml 24-31
que a vós, oprim idos, dê o repouso, jun ­ perturbeis tão depressa, nem vos alarmeis
tamente conosco1*, por ocasião da revela­ por causa de uma revelação profética,
ção do Senhor Jesus*', que virá do céu dc uma afirm ação ou carta apresentadas 3.17
2 P J3 .7 -1 2 . . . ,
com os anjos do seu poder, n u m f o g o como se procedessem de nós1, e que vos
i i 66.15 fla m e ja n te ' , p a r a s e v in g a r d a q u e le s q u e fariam crer que o dia do Senhor chegou, ic™ 1, 18 .
I T S 5.2

a. C f. IT s 1,1 notas. Paulo, na linha do A T . muitas vezes divide a humanidade: os


b.E n co n tram -sc nesta ação de graças os grandes temas — fé, pagãos de um lado. os judeus do outro. Esta distinção não se
amor, perseverança — que já inspiravam a da primeira carta (cf. impõe de forma absoluta. Sobre obedecer ao Evangelho, cf. Rm
IT s 1.3). 1,5 nota.
c. O s sofrimentos pelo K cin o e por causa dele valemí.aosC f. que
ls 2.10.19.21 gr. O fulgor da sua majestade: lit. a glória
os suportam uma sentença favorável no dia do julgamento dc de seu poder. No D ia do Senhor. D eus manifestará este poder
Deus (cf. Mt 5,10) que. ao mesmo tempo, punirá os perseguido­ soberano que corresponde à idéia de majestade. A glória deste
res (cf. F I 1.28). O s vv. seguintes desenvolvem esta doutrina. poder nada mais é do que sua manifestação resplandecente.
d. O dia da intervenção derradeira dc Deus na história dos j . O texto se presta a duas interpretações. O u é Deus que é
homens caracteriza-se por aquilo que se pode chamar dc “ uma glorificado e admirado, em meio ã assem bléia dos santos: ou.
grande reviravolta1': aos oprimidos é concedido o repouso, e aos então, são os fieis: a glória que neles se admira recai então em
perseguidores, a aflição. Sobre este último icnno . cf. IT s 3 3 nota. Deus que deu cm favor deles tal sentença. Preferim os este se­
e. Trata-se do D ia do Senhor, que se manifestará segundo o gundo sentido, porque é mais coerente com o pensamento dos
esquema descrito em IT s 4,16: Jesus vem do céu, acompanhado vv. precedentes.
pelos anjos (cf. I T s 3,13 nota). O quadro de IT s não falava de k . L it . que ele satisfaça todo desejo de bem e a obra da fé . em
julgamento, mas somente da ressurreição. Paulo, aqui. não evo­ pttder. O termo aqui traduzido por desejo evoca uma disposição
ca a ressurreição, pois não se trata de mortos. interior dirigida para o bem. E la é muitas vezes atribuída a Deus.
f. L it. um fogo de chamas. O fogo é um traço clássico das c o termo toma então o sentido dc benevolência divina, dc von­
teofanias (cf. E x 3,2; ls 66,15: D n 7.9-11). tade de salvação. É por isso que alguns atribuem aqui este de­
g. C f . Jr 10,25. A expressão já foi utilizada em IT s 4 S . sejo ao próprio Deus e traduzem que ele realize toda a sua
h. A lguns pensam que as duas expressões, aqueles que não vontade de bem. Sobre a obra da fé , cf. iT s 1 3 .
conhecem a Deus e aqueles que não obedecem ao Evangelho , I. L it . de uma carta, como provinda de nós. Nós ligamos esta
correspondem às duas categorias de homens segundo as quais última expressão aos três termos: revelação, declaração, carta:
•'Que ninguém vos engane, de maneira esplendor de sua vinda'. 'Quanto à vinda
alguma. É preciso que primeiro venha a do ímpio, assinalada pela atividade dc Sa­
ap o stasia c se re v e le o H om em da tanás, ela se manifestará com toda sorte de
impiedade1" ,o Filho da perdição",''aquele obras portentosas, milagres, prodígios en- M t 24.24

que se ergue e se insurge contra tudo o ganosos 10e com todas as seduções da in­
que se chama deus°ou se adora, a ponto justiça para aqueles que se perdem, por não ic n r i. is
de se assentar em pessoa no templo de terem acolhido o amor à verdade que os te­
Deus1’ e proclamar-se Deus. ria salvo*. “ É por isso que Deus lhes en­
5Não vos lembrais de que eu vos falava via um poder de desnorteamento. que os
disto quando ainda estava no meio de vós? faz crer na mentira, l2a fim de serem julga­
6E agora'1, sabeis o que o retém, para que dos todos aqueles que não creram na ver-
somente seja revelado a seu tempo'. 7Pois dade, mas se comprazeram na injustiça.
o mistério da impiedade já está cm ação;
basta que seja afastado aquele que atual­ A firm eza na fé. l3Quanto a nós. deve­
mente o retém*. “Então se revelará o ím - mos dar continuamente graças a Deus por
si 33.6jir pio, a quem o Senhor Jesus' destruirá com vossa causa, irmãos amados do Senhor,
o sopro de sua boca“ e aniquilará com o pois Deus vos escolheu desde o começo*, i t * 1,4

outros os relacionam só ao termo carta c aí vêem então a pos­ consideradas como sinais do fim . A ssim pensa a maioria dos
sibilidade de uma alusão a uma cana falsa. O apóstolo provavel­ intérpretes, sobretudo os antigos.
mente deixou entrever a possibilidade da vinda próxim a do II. A pregação m issionária c o mesmo apóstolo Paulo. Esta
Senhor, tanto nas suas instruções orais com o nas suas canas (cf. interpretação dá grande atenção à palavra de Jesus, segundo a
IT s 2.19; 3.13; 4,15-17: 5,4). M ais tarde os tessalonicenses qual o fim da história não poderia ser levado cm consideração
acreditaram que já viviam este período privilegiado da história antes que o Evangelho houvesse sido proclamado a todos os
da salvação. povos pagãos (cf. M c 13,10: Mt 24,14). N o entanto. Paulo alhu­
M c 13.7 e paralelos também convidam os cristãos a nào sc res nunca se mostra consciente de desempenhar tal missão na
deixar atemorizar. Esta recomendação parece própria dos apoca­ história da salvação.
lipses. É preciso reconhecer que estamos aqui em presença de um
m . Grande número dc mss. lêem aqui o Homem do pecado. enigm a. Penetrá-lo. aliás, nào é indispensável para uma boa
n. O indivíduo em questão não é Satanás, mas o Anticristo. compreensão do pensamento escatológico neotestameniário: a
vinda do Senhor deve ser precedida da apostasia e da vinda do
0. C f. D n 11.36.
ím pio. Ora nem uma nem a outra se manifestaram. O s sinais
p. C f. E z 28,2. A apostasia, isto é, o abandono de Deus pe­
apocalípticos que precedem o fim da história ainda não são v i­
los homens, faz pane dos fenômenos escatològicos anunciados
síveis. mas é preciso continuar a viver à espera desta Parusia da
pela apocalíptica judaica. O s termos apostasia, homem da im­
qual não se conhece nem o dia nem a hora. C f . M c 13.28-37 e
piedade. fd h o da perdição, impio são usados com o artigo, como
paralelos, e lT s 5,1-11.
se se tratasse de pessoas ou realidades bem-conhecidas de seus
O mistério da impiedade. Na literatura paulina. o mistério “é
correspondentes. Notar-se-á a feição hebraica das expressões o
uma co isa, uma pessoa, uma doutrina oculta, inacessível ao
homem da impiedade por o ímpio, c o filho da perdição, por o
conhecimento humano por ser segredo do piano divino ou segre­
Perdido.
do de um ato divino na Parusia” (R ig a u x). A impiedade é mis­
q . Poder-se-ia tambem unir o advérbio agora a o que detém e
tério porque entra, de modo desconcenante para nós e d ific il­
traduzir sabeis o que o detém agora.
mente com preensível, no plano de salvação de Deus. Esta im­
r . O tema de um monstro dominado desde as origens pela
piedade — o mal sob todas as suas formas — não está com ple­
divindade encontra-se em cenas m itologias. T a l tema foi adota­
tamente desvendada, seu reino ainda não é tola). E la só será
do pela apocalíptica judaica: assim o Becm ot ou Leviatâ, venci­ manifestada no grande dia, e sua ação só será universal no
do e acorrentado desde os inícios do mundo, deve ser libenado momento da revelação do ím pio,
no fim dos tempos c aniquilado. Por ora ele estaria delido (cf. t. O termo Jesus está ausente dc numerosos mss.
A p 2 0,7-K J). u. C f. ls 11,4. A destruição pelo sopro é ainda um traço da
s. O que detém (no neutro: to katékhon) e aquele que detém apocalíptica judaica (cf. 4 Esdras 13.10).
(no masculino: ho katékhòn): o fato dc a parusia do Senhor v. L it . pela aparição de sua vinda. A expressão poderia espe­
ainda não ter acontecido é explicado aqui de uma forma para nós cifica r que se trata do primeiro instante da Parusia.
obscura, apesar das m últiplas tentativas dc interpretação, mas w. A verdade que tem o poder dc salvar é a do evangelho (cf.
pode-se pensar que os destinatários da cana pudessem perceber 2 Co r 6.7): este, com efeito, anuncia Jesus como aquele cm quem
a alu-sào. A vinda do Senhor deve ser precedida peia vinda do se deve crer e a quem se deve amar. A vida cristã é, portanto, uma
Im pio. mas algo c alguém retardam a aparição deste Anticristo. ruptura com todas as seduções do erro c da mentira, que sâo, por
Qual é este obstáculo? Tem -se alvitrado, entre outros: excelência, obra dc Satanás (cf. v. precedente e Jo 8,34-44).
1. O Im pério romano — o que detém - , e o imperador — x. desde o começo: em grego ap arkhês. Certos mss. trazem
aquele que detém — . porque eles asseguram a ordem e a p a z.e o termo aparkhè que sign ifica primícias, daí a tradução Dcits
assim impedem as sublevações c as guerras tradicionalmente vos escolheu como primícias.
para serdes salvos pelo Espírito que san- 8não pedimos a ninguém que nos desse o
tifica e pela fé na verdade. MFoi a isto pão que comemos, mas com esforço e it s 2,9:
its 2 .12 que ele vos chamou pelo nosso Evange­ fadiga trabalhamos, noite e dia, para não 411
lho, a possuir a gl<5riay de nosso Senhor ser de peso a nenhum de vós'.
Jesus Cristo. l3A ssim , pois, irmãos, ficai 9Seguramente tínhamos o direito a isso, m i io . io
inabaláveis e guardai firmemente as tra­ mas quisemos ser para vós um exemplo
io* ii .2 dições que vos ensinamos, de viva voz a imitar. l0De fato, quando estávamos
ou por carta1 . l4Que o próprio Senhor convosco, nós vos da'vamos esta ordem:
Jesus Cristo e D eus, nosso Pai, que nos se alguém não quiser trabalhar, tam­
amou e nos outorgou, por graça, uma bém deixe de comer! "O ra, ouvimos
consolação eterna c uma boa esperança, dizer que há entre vós quem leva uma
l7vos consolem e vos confirmem em tudo vida desordenada, afanando-se, sem fa­
o que fazeis e dizeis para o bem*. zer nada*. 12A estes tais, dirigimos esta
ordem e esta exortação no Senhor Jesus
q Exortação à oração e ao trabalho. Cristo: que trabalhem com tranqüilida­
a 4.3: 'D e resto, irmãos, orai por nós, a fim de c comam o pão que eles mesmos ga- Gn 3.19
Ef6’19 de que a palavra do Senhor prossiga o nharam.
s| 147.15 seu curs0i ^ 3 glorificada como já o 6 ,3Quanto a vós, irmãos, não vos canseis
entre vós, 2e nós escapemos dos homens de fazer o bem. 14Se alguém desobedece
perversos e m alvados; pois nem todos ao que dizemos nesta carta, notai-o e
iTs 5,24 têm fé. K> Senhor é fiel: ele vos confir- suspendei qualquer relação com ele, para ic« 5.9
M t 6 ,i3 mara' e vo s defendera' do M alig n o b. que se sinta envergonhado; 15não o
‘ Quanto a vós, estamos persuadidos no considereis, entretanto, como inimigo,
Senhor: o que vos prescrevem os, vós o mas corrigi-o como a um irmão. it s 4 . 15-17
Mt 18.15-18
its 4.i fazeis e continuarcis fazendo. *Que o
Senhor guie nossos corações para o amor Bênção e saudação. l6Que o Senhor da it s 5.23
de Deus e a perseverança do Cristo0. paz vos dê, ele mesmo, a paz, sempre e
6Em nome do Senhor Jesus C risto, nós de toda forma\ Que o Senhor esteja com
vos ordenam os, irm ãos, que guardeis todos vós.
distância de todo irmão que leva uma I7A saudação é de meu próprio punho, g i 6 .11
m 2.i5 vida desordenada*1 e contraria à tradição minha, de Paulo. Assim é que assino to­
que recebestes de nóse. 7V ós bem sabeis das as cartas: esta letra é minha'. ,sQue a
como é preciso imitar-nos: nós não vive­ graça dc nosso Senhor Jesus Cristo este­
mos entre vós de maneira desordenada; ja com todos vós1.

y. C f. I T s 2.12 e 2 T s 1,10 no u . A gldria pertence exclusiva­ c . A perseverança de C risto pode ser a perseverança na espera
mente ao C risto ressuscitado, mas ele cham a os fiéis a com ­ do D ia do Senhor ou a que C risto outorga, à imagem da sua. C f.
partilhá-la desde agora, participando com ele da mesma vida, IT s 1 3 .
animada pelo Espírito Santo. d. C f . IT s 5.14 nota.
z . Pode-se pensar na primeira cada canônica, mas também em e. C f. 2.15 nota. A qu i a tradição (no singular) parece ter-se
outms canas que Paulo teria tido o ensejo de fazer chegar aos tcs­ tornado sinônim o de as tradições (no plural). Trata-se do con­
salonicenses (cf. Introdução). Tam pouco se pode e xclu ir a própria junto do ensinamento de Pauio.
2Ts. A s tradições são as verdades concernentes à fe' cristã, recebi­ f. C f . IT s 2.9 nota.
das da Igreja prim itiva e depois ensinadas às várias comunidades. g. O grego avizinha duas palavras da mesma raiz: trabalhar e
a. L it . consolem vossew corações e os confirmem em toda trabalha pura todos os lados. A tradução procura conservar o
obra e pulavrn boa. jogo de palavras.
b. Pode-se traduzir do mal ou do maligno, conforme se con­ h. Vários mss. léem: em todo lugar
sidere este termo com o neutro ou com o m asculino. C f . Mt 6,13 i. Lit. é um sinal em todas as cartus: assim é que eu escrevo.
e IT s 5.22. C f. IC o r 16,21; G l 6.11; C l 4.18.
e p ís t o l a s p a s t o r a is

in t r o d u ç ã o

Nu conjunta do "corpus paulino", as duas Epís­ indisposições. Sabe-se que o apostola a admoes­
tolas a Timóteo e a Epístola a Tito formam um taria carinhosamente a respeito disso: "Cessa de
todo homogêneo, tanta no plano Uterdrio como beber so'agua. Toma um pouco de vinho por causa
na doutrinai. Alie/s, se excetuarmos o breve bilhe­ do teu estômago e de tuas repetidas fraquezas"
te a Filêmon, estas são as unicas cartas nomea­ (ITm 5,23). Para evitar complicações com os judai-
damente endereçadas a pessoas. Desde que, no Z í t n t e s , Paula o circuncidou (At 16,3). Em data por

inicio da seculo XVIII, D. N. Berdat e P. Anton as nos desconhecida, Timóteo recebeu a imposição das
chamaram de "Epístolas pastorais” , esta denomi­ mãos do colégio das anciãos (ITm 4,14; 2Tm 1,6).
nação tornou-se tradicional. De fato, ela realça A atividade apostolica do discípula foi profun­
convenientemente a natureza particular desses damente marcada pela do seu mestre. Paulo o
escritos que contêm precipuamente normas rela­ chamava com ternura de "nossa irmão, colabora­
tivas aos “pastores" das igrejas. dor de Deus na pregação do Evangelho de Cris­
ta" (ITs 3,2). Levava-o freqüentemente consigo
Destinatários nas suas andanças missiondrius (cf. At 17,14-15;
Timóteo. A respeito de Tima'tea, possuímos infor­ 18,5; 20,4; 2Car 1,19). Encontramos Timóteo ao
mações de primeira mãa, tanto por intermedia de lado de Paulo quando este escreve diversas car­
Lucas, nos Atos, como por intermédio do próprio tas: I e 2 Tessalonicenses (lTs 1,1; 2Ts 1,1), a se­
Paulo. gunda aos Corihtios (2Cor 1,1), Romanos (Rm
A primeira vez que Paulo se encontrou com 16,21), Filipenses (Fl 1,1), Colossenses (Cl 1,1),
aquele que se tornaria seu "auxiliar” par exce­ Filêmon (Fm I ). Paula confiou-lhe outrossim mis­
lência (At 19,22) fai em Listra, cidade da Licaônia, sões particulares na Macedônia (cf. At 19,22), es­
colfinia ranuina fundada por Augusto cerca de 6 pecialmente entre os tessalonicenses, sempre tão
a.C. Timóteo pertencia à media burguesia daque­ ansiosos pela parusia, para "confirma'-tos e recon-
la cidade. Seu pai era "heleno", coma diziam (At fortó-los na fe " (lTs 3,2.6). Mandou-a tambem
16, f), em contraposição aos autóctones, que fala­ aos carihtios, para lhes recordar as “regras de com­
vam a dialeto licaônico, e gozavam de medt’ocre portamento em Cristo” , tais como ele as ensinara
reputação. Opina-se tambem que fosse pagão, ja' "por toda a parte, em tadas as igrejas " (ICor 4,1 7;
que Tinwteo não foi circuncidado no oitavo dia. cf. 16,10). Esses testemunhos, que conhecemos
de conformidade com a lei judaica. Sua mãe, graças aos escritos neotestamenta'rias, permitem
Eunice, judia convertida ao cristianismo (At 16,1), supor que a colaboração missiandria entre Paulo e
e sua avo' Uíide, mulher de fe' “sem subterfugios" Timóteo foi particularmente estreita.
(2Tm 1,5), instruiram-no desde a mais tenra ida­ A amizade de Paulo por Timóteo foi indefectí­
de nas Sagradas Escrituras (2Tm 3,15). vel. Quando a carrasco estiver pastado diante da
Quando começou a trabalhar com Paula, Tinw­ porta do cárcere, cerca do fim de sua vida, ele
teo era relativamente moça'. Cerca de quinze anos manifestara'o desejo de rever uma ultima vez(2Tm
depois, o apostola ainda poderia escrever-lhe: 4,921) aquele a quem chama "meu verdadeiro
“Ninguém despreze a tua idade juvenil” (ITm filho na fe " (ITm 1,2).
4,12; cf. 5 ,1; 2Tm 2,22). Datado de aparência
antes tímida e reservada (cf. ICor 16,10; 2Tm Tito. A respeito de Tito, só temos parcas informa­
1,8), sua saude delicada o sujeitava a freqüentes ções, pois Lucas nunca o menciona no livra das

I . Esta "juventude'' deve ser interpretada dc acordo com a linguagem da época, que contrapunha facilmente jovem t ancião (IT m
5.1; T i 2,6; IP d 5,1). sem falar de idade adulta. O tempo da juventude compreendia, pois, pelo menos cm pane. o que hoje
chamamos de idade adulta.
Atos. Nasceu numa família “grega", ou seja, paga A análise dos textos não permite resolver a
(Gl 2,3), foi sem dúvida convertido pelo próprio questão com certeza num sentido ou no outro. Por
Paulo (cf. Tt 1,4), que o levou à Assembléia de isso, qualquer das duas posições que se adote,
Jerusalém (Gl 2,1-3). Não foi obrigado a sujeitar- será prudente provê-la de algum coeficiente de
s e à circuncisão (Gl 2,3), como sucedeu a Timó­ probabilidade.
teo. A sua atuação foi decisiva no caso da regu­ Eis os elementos do problema: a segunda carta
larização da questão de Corinto. Ele inverteu a a Timóteo tem toda a aparência de ter sido redi­
situação em favor de Paulo (cf. 2Cor 7,7) e lo­ gida em Roma (1,17), durante um cativeiro parti­
grou suscitar para si a estima dos coríntios. Es­ cularmente rigoroso: Paulo jaz acorrentado “como
crevendo a estes, Paulo presta, a respeito dele, um malfeitor" (2,9); este encarceramento assume
este magnífico testemunho: “Ele nos relatou o a seus olhos um caráter infamante: por duas ve­
vosso vivo desejo, as vossas lágrimas, o vosso zelo zes ele pede a Timóteo que não se envergonhe
por mim, a tal ponto que me causou uma alegria dele (1,8.12), mas imite Onesiforo que, recorda
ainda mais viva...(Ele) recebeu de todos vós uma ele, não teve pejo de suas correntes (1,16) e o
plena quietação... Com isto a sua ternura para prtKurou “com zelo" para encontrá-lo na capital
convosco só cresce, quando se lembra da obe­ romana. Aliás, o apóstolo não se ilude a respeito
diência de todos rrí.v e com que temor e tremor o do resultado de seu processo. Ele sabe que está
acolliestes" (2Cor 7,7.13.15). próximo o tempo de sua partida, que já foi ofere­
Paulo prez.ou o seu talento e sua caridade, pois cido em libação (4,6). Sente-se terrivelmente só:
confiou-lhe a tarefa de dar a última demão à Dentas o abandonou “por amor ao mundo pre­
organização das comunidades cristãs em Creta sente", Crescente partiu para a Galácia. Tito, /xira
(Tt I J ). Segundo 2Tm 4,10, é provável que ele a Dalmácia (4,10). Na primeira vez em que teve
tenha estudo com Paulo em Roma por certo tem­ de apresentar a própria defesa, escreve: “Nin­
po, à ocasião do segundo cativeiro e, a seguir, guém me assistiu, todos me abandonaram" (4,16).
partiu para a Dalmácia. Só Lucas permanece com ele (4,11). Suplica a
Timóteo que venha ter com ele o mais rápido (4,9),
Data e lugar antes do inverno (4,21).
Segun da E p ísto la a T im óteo . Começamos com a Trata-se aqui de um cativeiro de Pauto em Roma
segunda E p ísto la a T im ó te o , que parece fornecer — chamemo-lo de o primeiro cativeiro — em At
os melhores elementos de identificação. Segundo 28,30, cativeiro que se deu por volta de 61-63.
tudo indica, foi a última epístola pastoral na or­ Mas as circunstâncias desse primeiro cativeiro não
dem cronológica. Pois nela Paulo escreve: “Che­ se adaptam às de 2Tm: Paulo permanecia então
guei ao termo da minha carreira" (4,7). Ela an­ numa casa que alugara, e ptxlia receber livremente
tecederia. pois, de perto, a morte do apóstolo. os que viessem procurá-lo. Deve-se, então, ou ad­
Haveria possibilidade de inserir este dado na mitir um segundo cativeiro, durante o qual teria
trama da história,Jixando para o martírio de Paulo redigido sua carta, cativeiro ao qual os Atos não
uma data precisa? Parece difícil. Duas soluções se referem, ou então recusar os dados históricos
se oferecem: da carta e contestar sua autenticidade integral.
— A primeira admite a autenticidade das pasto­ Eis outro indício: Paulo pede que Timóteo lhe
rais e supõe, por conseguinte, um segundo encar­ traga o manto que ele deixou em Trõade, em casa
ceramento de Paulo (segundo cativeiro). Preso du­ de Carpo, assim como os livros, sobretudo os
rante a perseguição de Nero (entre 64 e junho de pergaminhos (4,13). Ora, não é possível identifi­
68), o apóstolo teria morrido mártir nesta época, car essa estada em Trõade com aquela de que nos
talvez no ano 67 (tf. o testemunho de Eusébio, H is­ fala Lucas em At 20,5. Essa estada, segundo At
tória e c lesiá stic a, II, XXV, 5). A esta data remon­ 28,30 é, com efeito, cinco anos anterior ao fim do
taria a redação da segunda epístola a Timóteo. primeiro cativeiro. Não seria fácil supor que Paulo
— A segunda solução não admite a autenticida­ tenha deixado um manto para o inverno durante
de integral das Pastorais, e situa a sua redação cinco anos em casa de seu amigo Carpo.
numa época certamente mais tardia, por volta do Uma última observação: Paulo ressalta que
fim do século I ou início do século II. deixou Trófimo doente em Mileto (4,20). Este dado
n ã o s e c o a d u n a c o m o s d e A t 2 1 ,2 9 , o n d e n ó s O u tra é a q u e s tã o d a r e la ç ã o e n tr e a te o lo g ia d a s
vem o s o m e s m o T r ó fim o , e m b o m e s ta d o d e s a ú ­ P a s to r a is e o p a u lin is m o . A o f a z e r a c o m p a r a ç ã o
d e , p e r c o r r e r J e r u s a lé m c o m P a u lo , a n te s d o p r i­ e n tr e urna e o o u tr o , d e s c o b r e m - s e a u m te m p o
m e ir o c a tiv e ir o . s e m e lh a n ç a s im p r e s s io n a n te s e s e n s ív e is d ife r e n ­
P o r to d a s e s s a s r a z õ e s , n ã o s e p o d e c o n fu n d ir a ç a s , e é a in te r p r e ta ç ã o q u e s e d e v e d a r a este
e s ta d a d e P a u lo e m R o m a , s e g u n d o 2 T m , c o m a f a t o q u e s u s c ita o p in iõ e s d ia m e tr a lm e n te o p o sta s .
o u tra d a q u a l n o s f a l a L u c a s e m A t 2 H J 0 . P o r
is s o é q u e a lg u n s d e fe n d e m a h ip ó te s e d e u m s e ­ Sem elh an ças. P ô d e -s e a fir m a r q u e " e m n e n h u m a
g u n d o c a tiv e ir o r o m a n o . p a r te d a lite ra tu r a e x tr a p a u lin a a d o u tr in a p a u lin a
m a n ife s ta - s e tã o c la r a m e n te q u a n to n a s P a s to ­
A Prim eira E p ísto la a T im óteo e a E p ísto la a T ito . r a i s ”. E é u m f a t o q u e , n a s P a sto rais, s e e n c o n tr a
E ssa s d u a s e p ís to la s u sa m o m e s m o v o c a b u lá r io b o a q u a n tid a d e d e g r a n d e s a fir m a ç õ e s p a u lin a s :
e tra ta m d o s m e s m o s a s s u n to s q u e a s e g u n d a c a r ta a m ise ric ó r d ia d iv in a m a n ife s to u -s e em J e s u s C r is­
u T im ó te o . D e v e m p o is s e r d a m e s m a é p o c a . O s to , q u e v e io p a r a s a lv a r o s p e c a d o r e s ( I T m / ,12-
d a d o s q u e p o d e r ia m c o n fe r ir m a is p r e c is ã o c r o ­ 17): o h o m e m s a lv a -s e p e la g r a ç a ( T t 3 ,7 ) e p o r
n o ló g ic a s ã o ir r e le v a n te s . P o d e -s e tã o -s o m e n te a s ­ m e io d a f é ( I T m 1,16: 2 T m 3 ,1 5 ): a ju s tific a ç ã o
s e v e r a r q u e e s sa s d u a s c a r ta s n ã o f o r a m r e d ig i­ p e la s o b r a s e s tá e x c lu íd a ( T t 3 ,5 : 2 T m 1,9): há
d a s n e m a n te s , n e m d u r a n te a te r c e ir a e x c u r s ã o u m a r e la ç ã o e s tr e ita e n tr e o b a tis m o e a s a lv a ç ã o
m is s io n á r ia , n e m d e p o is d a s e g u n d a a T im ó te o . ( T t 3 ,5 ): a s a lv a ç ã o d o s h o m e n s e fe tu a - s e d e c o n ­
C o n fo r m e I T m 1,3, P a u lo e s tá d e p a r tid a p a r a f o r m id a d e c o m o p la n o e te r n o d e D e u s (o " m is ­
a M a c e d ô n ia e d e ix a T im ó te o em É fe s o , p a r a a li té r io " a g o r a re v e la d o : I T m 3 ,1 6 ) . A tu d o isso
d ir ig ir a c o m u n id a d e . N à o é p r o v á v e l q u e e s sa d e v e m -s e a in d a a c r e s c e n ta r a s e x o r ta ç õ e s d ir ig i­
e s ta d a d e T im ó te o e m E fe s o c o in c id a c o m o p e ­ d a s a o s e s c r a v o s ( I T m 6 ,1 -2 ) e a s re fe r e n te s à
río d o d a " te r c e ir a " v ia g e m m is s io n á r ia , j á q u e , a titu d e a s e r o b s e r v a d a p a r a c o m a s a u to rid a d e s
d u r a n te e s se te m p o to d o . e le e s te v e n a c o m itiv a ( I T m 2 ,1 ; T t 3 ,1 ); o a c e n to p o s to n a u tilid a d e d o s
im e d ia ta d e P a u lo . P o r o u tr o la d o , o s e r r o s q u e s o fr im e n to s d o a p ó s to lo e m v ista d o b e m d o s f i é is
s e tin h a m in filtr a d o n a c o m u n id a d e e q u e o a p ó s ­ ( 2 T m 2 ,1 0 ) ; a r e c o r d a ç ã o d o s s e n tim e n to s d o
to lo p r e d is s e r a e m s e u d is c u r s o d e d e s p e d id a a o s a p ó s to lo ( ta is c o m o a h u m ild a d e , I T m 1 ,1 2 -1 4 ;
a n c iã o s ( A t 2 0 ,2 9 ) p e r m ite m s u p o r q u e a Ig re ja o u s e u a fe to p a r a c o m T im ó te o . I T m J ,2 .1 8 ; 5 ,2 3 :
d e É fe so j á e s tiv e s s e fu n d a d a h a v ia c e r to te m p o . 2 T m 1,2; 1,4; 4 ,9 .2 1 e tc .); a d e lic a d e z a q u e se
S o m o s p o r ta n to in d u z id o s a r e c o r r e r à m e s m a d e v e d e m o n s tr a r p a r a c o m o s q u e s e d e s e n c a m i-
a lte r n a tiv a q u e n o c a s o a n te r io r : o u r e c u s a r a n h a m (2 T m 2 ,2 5 ). A lista d e s s a s s e m e lh a n ç a s é
h isto r ic id a d e d e s s e s d a d o s , o u s u p o r q u e P a u lo , s u fic ie n te m e n te lo n g a p a r a o b r ig a r -n o s a a d m itir
a p ó s o p r im e ir o c a tiv e ir o e m R o m a , q u e te r m in o u (n o m ín im o ) q u e a s P a sto ra is fo r a m re d ig id a s num
p o r vo lta d e 6 3 . te n h a re c o m e ç a d o o s e u m in is té ­ a m b ie n te p a u lin o .
r io a p o s tó lic o e r e d ig id o a e p ís to la d e p o is d e 6 3
e a n te s d a s e g u n d a a T im ó te o . D iferen ças. T rx la v ia , a s d ife r e n ç a s e n tr e a te o lo ­
E s ta ú ltim a h ip ó te s e p o d e s e r a v e n ta d a ta m b é m g ia d a s P astorais e a g r a n d e c o r r e n te p a u lin a s ã o
q u a n to à E p ísto la a T ito . C o n fo r m e T t 1,5, P a u lo tã o r e a is q u a n to a s s e m e lh a n ç a s . S e s e e n c o n tr a m
d eix o u T ito em C reta , p a r a q u e c o n c lu ís se a o r g a n i­ n a s E p ís to la s p a sto rais a s g r a n d e s a fir m a ç õ e s
z a ç ã o d a Ig re ja q u e lá f u n d a r a . E s c r e v e - lh e d u ­ p a u lin a s r e fe r e n te s à s a lv a ç ã o , e s ta s , n ã o ra r o ,
ra n te u m a via g em ( T t 3 ,1 2 ), e p e d e - lh e q u e o ven h a vê m e x p r e s s a s a tr a v é s d e o u tr o v o c a b u lá r io . E m
e n c o n tr a r e m N ic ó p o lis , p a r a p a s s a r e m o in v e r n o v e z d e s e r c o n s id e r a d a s o b r e m o d o c o m o v ín c u lo
a li. S e n d o e x a to s e s s e s d a d o s , e s ta a tiv id a d e m is ­ q u e p r e n d e o c r e n te a C r is to , a f é é c o n c e b id a , d e
s io n á r ia d e v e s itu a r -s e n o s a n o s q u e s e s e g u ir a m p r e fe r ê n c ia , c o m o a d e s ã o e fid e lid a d e à d o u tr in a
à lib e r ta ç ã o d e P a u lo , p o r vo lta d e 6 3 -6 7 . e s ta b e le c id a ( I T m 4 ,1 ; 6 2 1 ) , à " s a n ta d o u t r i n a ”
( I T m 1 ,1 0 ; 2 T m 4 ,3 ) o u a o “ d e p ó s i to ” tr a n s m iti­
Conteúdo d o a h o m e n s c o m o T im ó te o ( I T m 6 ,2 0 ; c f. 2 T m
A s Pastorais e o p aulin ism o . E m g e r a l, a h o m o g e ­ 2 ,2 ). F e z -s e n o ta r ta m b é m a in s is tê n c ia n a p rá tic a
n e id a d e d a s E p ísto la s pastorais n ã o é d is c u tid a . d a s " b o a s o b r a s " ( I T m 2 ,1 0 ; 5 ,1 0 2 5 ; e tc .) e u m
c o n c e ito d a m o r a l q u e f o i q u a lific a d o d e “b u r ­ a p e lo à fi r m e z a d o u tr in a i, s ã o d e fin id a s d e fo r m a
g u ê s " , p o r o p o s iç ã o à s e x ig ê n c ia s m a is ra d ic a is d e m a s ia d o g e r a l p a r a p o d e r e m s e r a s s im ila d a s
d a s g r a n d e s e p ís to la s p a u lin a s ; " o lu g a r p r im o r ­ a o g n o s tic is m o c a r a c te r ís tic o d o s é c u lo II. O s
d ia l d a f é p a r e c e a g o r a te r sid o to m a d o p e la “p i e ­ f a l s o s d o u to r e s , q u e p a r e c e m a tu a r n o â m a g o
d a d e " , te r m o q u e o c o r r e a c a d a p a s s o n a s P a s to ­ m e s m o d a I g r e ja , s ã o in flu e n c ia d o s m o r m e n te
ra is , s e n d o to ta lm e n te e s tr a n h o a o v o c a b u lá r io p e la s d o u tr in a s ju d a iz a n te s : s ã o s o b r e tu d o ju d e u s
p a u l i n o ”. O a m o r te n d e a to r n a r -s e u m a v ir tu d e (T t 1 ,1 0 ), q u e s e a r v o r a m e m d o u to r e s d a le i ( I T m
e q u ip a r a d a à s o u tr a s , e m vez d e s e r a q u e c o m a n ­ 1,7), q u e su s c ita m c o n tr o v é r s ia s a r e sp e ito d a le i
d a to d a s a s d e m a is ( l T m 4 .1 2 ). A s r e fe r ê n c ia s a o ( T t 3 ,9 ) e re c o r r e m a m ito s j u d e u s (T t 1 ,1 4 ), a
E s p ír ito S a n to s ã o a c e s s ó r ia s e v e r ific a -s e q u e a le n d a s e g e n e a lo g ia s ( I T m 1,4). M a s n ã o é p o s ­
g r a ç a é c o n s id e r a d a m im a p e r s p e c tiv a a s s a z lim i­ s í v e l d e s c o b r i r ta m b é m n o s e u e n s in a m e n to o
ta d a ( T t 2 ,1 1 -1 2 ). F in a lm e n te , s u b lin h a - s e u m e n ­ g e r m e d o d u a lis m o g n ó s tic o , c o m o a in te r d iç ã o
fr a q u e c im e n to d a e x p e c ta tiv a e s c a to ló g ic a , c o m d o c a s a m e n to e c e r to s ta b u s a lim e n ta re s ( IT m 4 ,3 ),
u m a a c e n tu a ç ã o n a n e c e s s id a d e d e v iv e r p ie d o s a ­ e m b o r a e s s e s ta b u s p o s s a m te r p r o v in d o d e a m b i­
m e n te n o te m p o p r e s e n te (T t 2 ,1 1 -1 4 ). T o d o s e s ­ e n te s ju d e u s . A a fir m a ç ã o d e q u e a r e s s u r r e iç ã o
s e s tra ç o s a te s ta m te r -s e c h e g a d o a u m a é p o c a j á s e e fe tu o u (2 T m 2 ,1 8 ) ta m b é m p o d e te r u m a
m a is ta rd ia , n a q u a l n ã o s e p e n s a m a is e m a s s e n ­ o r ig e m g n ó s tic a . E s s a s h e r e s ia s a n d a v a m d e p a r
ta r o s fu n d a m e n to s d a f é , e s im e m c o n s o lid a r a c o m o r e la x a m e n to m o r a l ( t f . o s n u m e r o s o s c a tá ­
I g r e ja e o r g a n iz á -la e m f a c e d a s h e r e s ia s q u e a lo g o s d e v íc io s d a s E p ísto las pastorais. T o d a v ia , ê
am eaçam . p r e c is o n o ta r q u e ta is c a tá lo g o s e r a m m u ito c o ­
n h e c id o s n o s c ír c u lo s e s tó ic o s : p a s s a r a m p a r a a s
O rgan ização da Igreja. N u m m o m e n to em q u e a n o s s a s e p ís to la s p o r in te r m é d io d o s a m b ie n te s d a
m a io r ia d o s a p ó s to lo s j á d e s a p a r e c e u , a c e n tu a - s e d iá s p o r a r e la c io n a d o s c o m a fi lo s o fi a e stó ic a . S o b
a r e s p o n s a b ilid a d e d o s d ir ig e n te s d a s I g r e ja s , e s te a s p e c to , e s ta in flu ê n c ia e s tó ic a fa z - s e s e n tir
b is p o s e a n c iã o s (o u p r e s b íte r o s ) . S o b e s te p o n to p a r tic u la r m e n te n a s Pastorais,).
d e v is ta , a s itu a ç ã o q u e a s P astorais re fle te m é a
d o f i m d o s é c u lo I: a q u i, n ã o s e tr a ta , c o m o em O lo u vo r nas Pastorais. E n tr e ta n to , n ã o s e d á o
te m p o s v in d o u r o s, d a c o n s titu iç ã o d e u m e p isc o - j u s t o v a lo r a o a lc a n c e te o ló g ic o d a s P astorais, l i ­
p a d o m o n á r q u ic o , p o is ta n to t>s b is p o s c o m o o s m ita n d o - s e a d is c u tir s o b r e o q u e n e la s a b a r c a m
p r e s b íte r o s tê m p r a tic a m e n te a s e u c a r g o a s m e s ­ o s títu lo s d e b is p o s o u a n c iã o s , o u s o b r e a s h e r e ­
m a s fu n ç õ e s (c f. I T m 3 .1 n o ta ) . A a m b o s c a b e a s i a s q u e p r e te n d e m d e n u n c ia r . E m is te r , a lé m
r e s p o n s a b ilid a d e d e v e la r p e la f i e l tr a n s m is s ã o d is s o , s a b e r o u v ir n e la s c e r to s e c o s d o c u lto d e
d o e n s in o q u e r e c e b e r a m , u n in d o à s u a p r e g a ç ã o lo u v o r d a a n tig a Ig re ja . E s te lo u v o r e v id e n c ia -s e
o e x e m p lo d e u m a vid a s a n ta ( I T m 3 ,1 -7 ; T t I _5- m o r m e n te n o s f r a g m e n to s d e h in o s p r im itiv o s r e ­
9). D e v e m c o n fir m a r n a f é o s f i é i s , p a r a e n fr e n ta ­ p r o d u z id o s n u s Pastorais ( I T m 2 ,5 -6 e tc .). A lg u n s
re m a s in v e s tid a s d o s f a l s o s d o u to r e s . Q u a n to a o s s ã o e c o d o s h in o s g r e g o s u s a d o s n o c u lto d a s s i ­
d iá c o n o s , q u e ta m b é m d e v e m le v a r u m a vid a e x e m ­ n a g o g a s d a d iá s p o r a ( I T m 1 ,17; 6 ,1 5 -1 6 ). O u ­
p la r ( I T m 3 ,8 -1 3 ), e s tã o e n c a r r e g a d o s d e s e r v i­ tr o s , q u e e x a lta m a g r a n d e z a d e C r isto e d a s u a
ç o s m a is p a r tic u la r e s em p r o l d o s d o e n te s e d o s o b r a , tê m o r ig e m c r is tã ( I T m 3 ,1 6 ; 2 T m 2 ,1 1 -1 3 ).
p o b r e s . C h a m a b a s ta n te a te n ç ã o v e r ific a r q u e o s
m in is té r io s p r o fé tic o s o u c a r is m á tic o s s ã o d e ix a ­ A u t e n t ic id a d e . A s I g r e ja s c r i s t ã s a fir m a m a
d o s e m s e g u n d o p la n o , ta lv e z d e v id o a d e s o r d e n s c a n o n ic id a d e d a s E p ísto la s p astorais. V a le d iz e r
s e m e lh a n te s à s q u e h a v ia m s u c e d id o n a c o m u n i­ q u e a c o m u n id a d e c r is tã , g u ia d a p e lo E sp írito d e
d a d e d e C o r in to . N o s e u c o n ju n to , o s m in is té r io s J e s u s , r e c o n h e c e n e s s a s c a r ta s a P a la v ra d e D e u s .
a in d a n ã o e s tã o c la r a m e n te d e lim ita d o s ; tr a ta -s e M a s o p r o b le m a d a a u te n tic id a d e p e r m a n e c e a b e r ­
d o in íc io d e u m m o v im e n to d e o r g a n iz a ç ã o q u e , to : f o i P a u lo q u e m a s r e d ig iu ? D e f a to , c o n fo r m e
n o d e c u r s o d o s te m p o s , a tr a d iç ã o d e fin ir á . a c e n a m o s a c im a , s e s e h e s ita ta n to a c e r c a d a d a ta
d a c o m p o s iç ã o , é p o r q u e e la e s tá v in c u la d a à
A s h eresias. A v h e r e s ia s , c o n tr a q u e a s P a sto ra is q u e s tã o d a a u te n tic id a d e . M ú ltip lo s s ã o o s m o ti­
r e a g e m s e m c e s s a r , e q u e to r n a m n e c e s s á r io o vo s q u e p r o v o c a m e s ta h e s ita ç ã o .
E is , e m p r im e ir o lu g a r, o s a r g u m e n to s d e c r ític a F ic a m p o r e x p lic a r o s h apax m a is s ig n ific a tiv o s .
externa . N o se n tir d e a lg u n s, ele s p e s a m g ra n d e m e n ­ E le s p o d e m p r o v ir s im u lta n e a m e n te d o a ss u n to
te e m fa v o r d a a u te n tic id a d e . C le m e n te d e R o m a , tr a ta d o e d o e s c rito r .
P o lica rp o d e E sm irn a , In á c io d e A n tio q u ia c o n h e ­ O a s s u n to tr a ta d o é e s p e c ia l: c o m o c o n d u z ir a
c ia m e cita v a m a s Pastorais. Isto sig n ific a r ia q u e a Ig re ja , q u e é a c a s a d e D e u s . P a u lo n u n c a o c o n ­
tra d iç ã o d a s Ig re ja s d e R o m a , E sm irn a e A n tio q u ia s id e r a r a c o m ta n ta a m p lid ã o . A n o v id a d e d a s i ­
a s c o n sid e ra v a c a n ô n ic a s. O C â n o n d e M u ra to ri, tu a ç ã o a c a r r e ta a r e n o v a ç ã o d o v o c a b u lá r io . O b ­
fix a d o p o r volta d e IHfí, in se re-a s n o corpus p a id in o ; s e r v a m - s e q u e 5 0 h apax r e fe r e m - s e à s d o u tr in a s
C lem en te d e A le x a n d ria c ita -a s m a is d e q u a re n ta e r r a d a s . 2 9 à s q u a lid a d e s d o s m in is tr o s d a a s ­
vezes; Irin eu a trib u i e x p lic ita m e n te a P a u lo a s c i­ s e m b lé ia . 61 à s f u n ç õ e s e v ir tu d e s d e T im ó te o e
ta ç õ e s q u e f a z d a s Pastorais. Isto s ig n ijc u q u e , na T ito , e 9 0 à o r g a n iz a ç ã o g e r a l d a Ig re ja .
se g u n d a m e ta d e d o sé c u lo II, e s sa s c a r ta s s ã o c o ­ O a u to r m u d o u , d e s d e a ép o c a d a s g ra n d e s
n h e c id a s e re c o n h e c id a s c o m o /K iulinas e c a n ô n i­ e p ís to la s . É n o r m a l q u e u m p e n s a m e n to tã o v ig o ­
ca s, e x a ta m e n te c o m o a s d e m a is d e z e p ísto la s. ro s o q u a n to o d e P a u lo e s q u iv e -s e à e s c le r o s e e
T a lv e z h a ja u m p o u c o d e p r e c ip ita ç ã o n e s ta q u e e s ta e v o lu ç ã o im p r im a o s e u c u n h o n a d o
c o n c lu s ã o . S e ja c o m o f o r , o a r g u m e n to tir a d o d a s v o c a b u lá r io . Iss o n ã o é p e c u lia r à s P astorais, m a s
s e m e lh a n ç a s e n tr e a s P astorais e a s c a r ta s d e s e v e r ific a e m to d o o e v o lu ir d a c o n s titu iç ã o d o
h u tc io e P o lic a r p o p e r d e m u ito d e s u a a c u id a d e co rp u s p a u l in o . J á n ã o é f á c i l p r o v a r q u e I
s e s u p u s e r m o s q u e to d o s e s s e s e s c r ito s d e p e n d e m T e s s a l o n ic e n s e s e C o l o s s e n s e s p r o v e n h a m d a
d e u m a tr a d iç ã o c o m u m a n te r io r à s P astorais. m e s m a p e n a q u e I C o r in tio s .
Q u a n to a o te s te m u n h o d o C â n o n d e M u ra to ri. P o r o u tro la d o , P a u lo e n v e lh e c e u . O se u e.stilo
p o d e - s e o p o r -llie o d e M a r c iã o q u e , p e la m e ta d e to rn o u -se le n to e em/>anado. in c lin a d o a m o ra liza r:
d o s é c u lo II, n ã o a c e ita a s P astorais n o se u c â ­ c o n ta m -se n a d a m e n o s q u e 3 0 im p e r a tiv o s e m 2T m !
n o n ; v e r d a d e é q u e a c o n d e n a ç ã o d a s h e r e s ia s e P a u lo e sq u e c e u o s tu m u ltu o so s g rito s d e 2 C o r, os
o ek>gio d o A n tig o T e s ta m e n to q u e c o n s ta m n e s ­ b r a d o s d e G l. “E u m P a u lo d e c o n v e n ç ã o q u e,
sa s e p ís to la s s ó p o d ia m d e s a g r a d a r a o lie re siu rc a , n u m e s tilo p a te r n a l e f á c i l , e s c r e v e a u m T im ó te o
q u e re je ita v a em b lo c o to d o o A n tig o T e s ta m e n to . a r tific ia l'' ( L o is y ). O p r o p ó s ito d e c la r e z a e o r ­
N o p la n o d a c r ític a in te r n a , n ã o é m e n o s c o n fu ­ d e m fa v o r e c e u m a lin g u a g e m té c n ic a , in c lin a à s
sa a situ a ç ã o . V em p r im e ir o o p r o b le m a s u s c ita d o IK ila vra s r a r a s . T a l e v o lu ç ã o lin g ü ís tic a é n o rm a l
p e la h e te r o g e n e id a d e d o v o c a b u lá r io . N u m to ta l n u m e s c r ito r q u e e n v e lh e c e . E s te c r e s c im e n to d o s
d e 9 0 2 p a la v r a s u s a d a s n a s P a sto rais. 3 0 5 n ã o se hapax c o m a id a d e to p a - s e e m a u to r e s tã o d is ta n ­
e n c o n tr a m e m p a r te a lg u m a d o s o u tr o s e s c r ito s te s e n tr e s i n o te m p o q u a n to P la tã o e S h a k e s p e a re .
d e P a u lo , e 175 e m p a r te a lg u m a d o r e s to d o N T . F in a lm e n te , s u b lin h o u - s e a im p o r tâ n c ia q u e o
E m u ita c o is a . Iss o d á u m h apax (te r m o g r e g o q u e s e c r e tá r io d e v e te r a d q u ir id o n a r e d a ç ã o d e s sa s
s ig n ific a “u m a s ó v e z " ) p a r a 1 ,55 v e r s íc u lo n a s c a r ta s . E s te a r g u m e n to p a r e c e d e s in g u la r p e s o a
Pastorais, a o p a s s o q u e a p r o p o r ç ã o é d e / hapax J . J e r e m ia s . O a m o n to a m e n to d o s p r is io n e ir o s , a
p a r a 5 ,3 3 v e r síc u lo s e m I C o r e I hapax p a r a 3 ,6 6 su je ir a e a d e fic iê n c ia d e ilu m in a ç ã o d o s cu la -
v e r s íc u lo s e m 2 C o r . Q u a l a c o n c lu s ã o ? b o u ç o s , a d ific u ld a d e d e e s c r e v e r c o m a té c n ic a
N ã o s e d e v e va lo riza r d e m a is a im p o rtâ n c ia d e s ta a n tig a — q u e d e v e te r e x ig id o p a r a 2 T m v á rio s
a r itm é tic a . D e n tr e e s s e s h a p a x , a lg u n s h á q u e n ã o d ia s d e tr a b a lh o — , p e r m ite m s u p o r q u e a i n ­
têm p r e te n s ã o a n e n h u m s ig n ific a d o p a r tic u la r . f lu ê n c ia d o s e c r e tá r io te n h a s id o c o n s id e r á v e l. A
Ta! o c a s o d a s p a la v r a s p u r a m e n te o c a s io n a is , p a r d o s tr e c h o s q u e P a u lo lh e d ito u p e s s o a lm e n ­
c o m o estô m ago ( I T m 5 ,2 3 ), a v ó (2 T m 1 5 ) , perga­ te, p o r e x e m p lo 2 T m 4 , 6 - I S , p o d e s e r q u e te n h a
minho (2 T m 4 ,1 3 ), o u d e la tin is m o s c o m o levar r e d ig id o lo n g o s fr a g m e n to s e m q u e s e re fe r ia a o
uma vid a ( I T m 2 ,2 ), m alfeitor (2 T m 2 .9 ), q u e s e e n s in o d o a p ó s to lo e a s u a s c o n v e r s a s c o m ele.
e x p lic a m p e la e s ta d a e m R o m a . É p r e c is o ta m b é m F o i e le ig u a lm e n te q u e , p o r p r ó p r ia in ic ia tiv a , d e v e
m e n c io n a r o s te r m o s b íb lic o s u s a d o s p e la v e r sã o te r in te g r a d o n a s P astorais o s fr a g m e n to s d e h i­
g r e g a d o A T e q u e o c o r r ia m m u ito n a tu r a lm e n te n o s c o m o I T m 1 ,1 7 : 3 ,1 6 : 6 ,1 5 - 1 6 e 2 T m 2 ,1 1 -1 3 ,
à p e n a d a q u e le s q u e e s ta v a m fa m ilia r iz a d o s c o m c u ja o r ig e m é c u ltu a i. O s d e m a is p o n to s re la tiv o s
a tra d u ç ã o g r e g a d o A T . à q u e s tã o d a a u te n tic id a d e p o d e m s e r p a s s a d o s
e m r e v is ta m a is r a p id a m e n te . C o n to f o i v is to a c i ­ N ó s n ã o a lu d im o s à d ific u ld a d e d e h a r m o n iz a r
m a , a s d e s s e m e lh a n ç a s e n tr e o s e n s in a m e n to s d a s o q u a d r o h is tó r ic o q u e se n o s d e p a r a n a s P a sto ­
P astorais e o p a u lin is m o s ã o im p o r ta n te s . S e r ia rais c o m o s d a d o s fo r n e c id o s p o r A to s . D e f a t o , a
p o s s ív e l d e d u z ir d a í u m a r g u m e n to d e c is iv o c o n ­ h ip ó te s e d o " s e g u n d o ” c a tiv e ir o s ó é a v e n ta d a
tr a a a u te n tic id a d e ? T a ! p o s s ib ilid a d e c h e g o u a p a r u c r ia r u m q u a d r o h is tó r ic o n o q u a l s e p u d e s ­
s e r c o g ita d a . M a s p o d e - s e ta m b é m a d m itir q u e s e in te g r a r a v id a d e P a u lo d e a c o r d o c o m a s
e s te s e s c r ito s d a te m d a v e lh ic e d o a p ó s to lo , n u m a P a sto rais. Is to n ã o s ig n ific a q u e e le n ã o h a ja e x is ­
é p o c a e m q u e d e v ia e n fr e n ta r p r o b le m a s d ife r e n ­ tid o . P o is o f i m d o liv r o d o s A to s , a o n a r r a r o
te s d o s d e s u a s p r im e ir a s e p ís to la s . p r im e ir o c a tiv e ir o , n ã o c o in c id e n e c e s s a r iu m e n te
T a m b é m h o u v e q u e m p r e te n d e s s e e n c o n tr a r u m c o m o f i m d a vid a d e P a u to . A a r g u m e n ta ç ã o ,
a r g u m e n to c o n tr a a a u te n tic id a d e n a lu la q u e a s c o m o s e vê, é in a p r e e n s ív e l. E m p r in c íp io , e la
e p ís to la s tra v a m c o n tr a o “g n o s tic is m o " (h e re s ia d e v e r ia f a z e r p e n d e r a b a la n ç a e m fa v o r d o s d a ­
q u e im p lic a r ia u m a d a ta d e c o m p o s iç ã o b e m ta r ­ d o s d a s P astorais, p o is n in g u é m p o d e , s e m m o ti­
d ia ) . M a s a s h e r e s ia s a q u e a lu d e m c a r a c te riz a m - v o , s e r s u s p e ito d e in v e r d a d e .
s e p o r n u m e r o s o s tr a ç o s ju d a ic o s e n ã o a p r e s e n ­ Q u a l a c o n c lu s ã o ? T a n to a o s q u e n e g a m a a u ­
ta m d e m o d o p r e c is o a s c a r a c te r ís tic a s d o g n o s ­ te n tic id a d e d a s Pastorais c o m o a o s q u e a s u s te n ­
tic is m o d o s é c u lo 11. O s m o v im e n to s d e q u e a q u i ta m , n ã o f a lt a m m o tiv o s v á lid o s . O u tr o s e stim a m
s e tr a ta p o d e m m u ito b e m te r e x is tid o e m vid a d o q u e u m a p o s iç ã o in te rm e d iá ria , q u e a firm a s se u m a
a p ó s to lo P a u lo . in u u te n tic id a d e p a r c ia l, p o d e r ia s e r a m e lh o r s o ­
Q u a n to à o r g a n iz a ç ã o d a Ig re ja , a s P a s to r a is lu ç ã o . É p o s s ív e l s u p o r q u e u m a d m ir a d o r d e
m o s tr a m q u e a lc a n ç a r a u m a e x p a n s ã o a in d a d e s ­ P a u lo p r o c u r a s s e e s ta b e le c e r , e m v is ta d a s n e c e s ­
c o n h e c id a n o te m p o d a s o u tr a s e p ís to la s p a u lin a s . s id a d e s d a Ig re ja n o se u te m p o , o q u e c o n s id e r a ­
A lg u n s e s tim a m q u e a s d ir e tiv a s fo r n e c id a s a e s te va s e r o te s ta m e n to e s p ir itu a l d o a p ó s to lo . Q u a n -
r e s p e ito r e flita m a p r e itc u p a ç ã o q u e a flig ia P a u lo to u o s p o r m e n o r e s c o n c r e to s ( p o r e x e m p lo , o
a n te s d e m o r re r . C o n tu d o , é n e s te d o m ín io p a r ti­ m a n to e o p e r g a m in h o e s q u e c id o s e m T rõ a d e ),
c u la r q u e a a u te n tic id a d e p a r e c e m a is d ifíc il d e p r o v ir ia m d e c a r ta s a u tê n tic a s p a r c ia lm e n te e n ­
su s te n ta r . c a ix a d a s n a s Pastorais.
PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO
1 Endereço e saudação. 'P au lo ,do
após-
res, sacríleg o s c p ro fan ad o res, parrici­
tolo dc C risto Je su s , con fo rm e a o r­ das c m atricid as, h o m icid a s, '“libertinos,
dem de D e u s. n o sso S a lv a d o r* ,e de C ris- p e d e ra sta s, m e rc a d o re s d e c s c r a v o s \
ci i.27 to Je su s , n o ssa esp e ran ça. 2a T im ó teo , m entirosos, perju ros e para tudo o que se
At i6 .t; meu verd adeiro filh o na fe': g raç a, m ise- oponha à sã doutrina1. " E i s o que se ajusta
Fl 2tT m rictSrdia. paz'1 da parte de D eu s Pai e dc ao evan gelh o dc g ló ria do D eu s bem - 2 C o r4 .4

C risto Je s u s , no sso Sen hor. -aven tu rado, qu e m e foi c o n fiad o . «-U


ITs 2.4:
Tl IJ
Os falsos doutores prejudicam a cari­ Louvor à misericórdia de Cristo. ,2E s-
dade. -'Conform e te recom endei ao par- tou ch eio de gratidão para com aquele
ai 2o.i tir para a M a c e d ô n ia . p erm an ece cm que meu deu a fo rça. C risto Je su s nosso
E fe so c para prescrever a algun s que não Sen hor: foi e le que me ju lg o u dign o de
ensinem outra doutrina'1, 4e não se ape- c o n fian ça, tom ando-m e a seu se rv iç o , '-'a a i y .is :

4.7: guem a len das c gen e alo g ias sem fim '; mim que outrora era b la sfem o , persegui- 01 1 1 51 6
Tln'',14 isso fa vo re ce m ais as d iscu ssõ es do que d o r e violento*. M as foi-m c concedida m i­
o d esígn io de D e u s, que se realiza na fc. sericórdia. porque agi por ignorância, não
-‘O o b jetivo d e ssa injunção e' o am or que tendo fe'. u D c fa to , para mim supera- Rm 5.2(t

prove'm dc um co ração puro. dc um a boa bundou a g raça d e no sso Sen h o r, bem ICor 151(1
con sciên cia e dc um a fe' sin cera. ‘ Por se com o a lc c o am o r que ha' em C risto
6.2i terem apartado desta linha, algu n s se ex- Je su s .
6 .2 ti: traviaram num p alavreado o co : 7preten- l5D igna de co n fian ça e' esta palavra11 c
1 ‘ 110 dem ser dou tores da lcir, ao passo que m crccc ser plenam ente acolhida por to­
não sabem nem o que d izem , nem o que dos: C risto Je s u s v eio ao m undo para u- ií. 2:
afirm am co m tanta veem ên cia. salv ar os pecad ores, dos q u ais eu . em 19-10
e sp e c ia l, sou o prim eiro1. '‘ M a s , se mc
A verdadeira função da lei. "S ab em o s foi con ced ida m isericó rd ia, foi para que
com efeito qu e a lei e" boa‘ , na medida cm mim por prim eiro C risto Je su s de­
em que é acatad a com o lei. ''Pois c o m ­ m o n stra sse to d a a su a g e n e ro s id a d e ,
preendam os bem o seguinte: a lei não e' para que eu serv isse de exem p lo aos que
feita para o ju s to , m as para o s ind ivíd u os c re ria m n e le , em v is ta d e u m a v id a
Rm i.29 insu bm issos e reb eld es. ím pios e p ec a­ eterna.

a. Nas epístolas pastorais, o Ittulo de Salvador aplicu-se tanto m ascarar o pecado do hom em , m as enquanto meio necessário
a Deus ( IT m 1 .1 :2 3 ; 4.1; T l 13 ; 2,10; 3.4) com o a Jesus C risto de d iscip lin a para todos os que vivem na desordem (v v . 9-
(2 T m 1.10; Tt 1.4; 2.13; 3.6). Em outros passos do N ovo T e s­ 10).
tamento. é reservado a Jesus (com exceção de L c ! .47 e Jd 25); h . L it. traficantes de homens.
ver L c 2.1 nota. i. Esta expressão é p eculiar às epístolas pastorais (cf. 2 Tm 4 3 ;
b. A fórmula dc saudação com três termos: graça, misericór­ T l 1,9; 2.1). que frisam a solidariedade entre a sâ doutrina e a
dia. paz. só se encontra aqui e cm 2Tm 12: 2 Jo 3. A fórmula vida moral (cf. tambem IT m 6 3 ; 2 Tm 1,13; T t 1.13; 2.8).
costumeira nas epístolas paulinas é g raça e paz (cf. R m 1.7; j . Alusão ao fato de Paulo, antes da sua conversão, ter perse­
IC o r 1 3 ; 2 C o r 1,2 etc.). guido a Igreja (cf. A t 9.1-2; G l 1.13; F I 3.6).
c . C f . Introdução. k . Esta fórmula encontra-se cin co vezes nas Pastorais ( IT m
d . L it. nâo ensinar outra coisa. 1,15; 3.1; 4,9; 2 Tm 2.11; T t 3,8). Serve para frisar o caráter
e. Provavelmente, trata-se de especulações judaicas acerca dos solene de uma declaração.
patriarcas c heróis do A ntigo Testamento, especulações cm que I. O verdadeiro alcance desta afirm ação fica esclarecido com
se ha' de inspirar o gnosticism o. o que segue (v. 16): o apóstolo é o primeiro entre os pecadores,
f. Essa expressão confirm a a hipótese da origem judaica dos no sentido de que o seu caso ilustni de forma insigne a m iseri­
adversários apontados pelo apóstolo (cf. Introdução). córdia de que o homem é objeto da parte do Senhor. Por isso,
g . E ssa s palavras são o eco do que encontram os na epístola seria inütil perguntar se Paulo foi verdadeiramente o maior dos
aos Rom anos (c f. R m 7 .1 2 .1 4 .1 6 ). M as aqui a perspectiva é pecadores, pois a idéia de comparação com os demais homens
diferente: a lei não é m ais considerada na sua função de des* não se encaixa no texto.
17 A o rei d o s sécu lo s, um hom em : C risto Je s u s ,
ao D eus im ortal, in visível e ü nico, 6 que sc entregou mi 20.2»:
Rm 16.27 honra e g ló ria com o resgate por to d o s'. ® ^
pelos sécu lo s do s se'culos. A m e'irT. E ste é o testem unho' que fo i presta­
do nos tem pos e s ta b e le c id o s 1 7e para
Combater o bom combatc. '"E is a in s­ o qual eu m esm o fui con stitu íd o arauto au m s:

trução que eu te co n fio , T im ó teo , meu e apóstolo — fa lo a v erd ad e, não m in-


filho, consoante as profecias"ou trora pro­ to — , do u to r d as n a ç õ e s na fé e na 2Tm i.ii
feridas sobre ti, a fim dc qu e, fo rtificad o verdade.
6. 12 : por elas. com b atas o bom com bate, wcom
2Tm ^ fe' c boa co n sc iên c ia . A lg u n s a rejeita­ Homens c mulheres na assembléia
ram e sua fé nau fragou . 2"Entre e le s c o n ­ cultuai. “Q uero, p o rtan to .q u e os hom ens
tam -se H im encu e A le xan d re; eu os cn- orem em toda parte", ergu end o para o
icor 5.5 treguci a S a tan ás, para que aprendam a céu m ãos san tas, sem ira nem altercação.
não m ais b lasfem ar” . , Q uanto às m u lheres’ , tenham um traje ip j 3 .2-4
decente, adornem -se com pudor e m o­
2 A oração litiirgica. 'A n tes de tudo,
déstia: sem tranças nem jó ia s de ouro ou
pois, eu recom en do que se façam pc- pérolas ou vestidos suntuosos. I0m as. pelo
46 t*'t*os- oraS'^c s- sú p lica s, aç õ e s de graças c o n tra rio , ad o rn e m -se dc b o as o b ra s, s .10
ti 3j por todos o s hom ens1*, 2p elos reis e todos co m o c o n v é m a m u lh eres qu e fazem
os que detêm a autoridade11, a fim de que pro fissão de pied ad e".
levem os um a vid a calm a e tranqüila com "D u ran te a instrução, a mulher deve
toda a piedade e dig n id ad e. -'Eis o que e gu ardar silê n c io , co m toda su bm issão .
bom c agrada'vel aos olhos de D eus. nosso l2N ão perm ito à m ulher que en sin e, nem icor u.
2im 3.9 S alvad o r. 4qu c qu er que todos o s hom ens q u e d o m in e o h o m em . M a n te n h a -se ,
jo >02 se salvem e chegu em ao conhecim ento portanto, em silên cio . '-'Com efeito. A d ão Gn 2 . 1 K-24 :
da verdade. é que foi form ado prim eiro. D ep ois E v a . Kor " • s'9
Rm 3.29-30 5 Pois ha' um só D eus IJE A d ão não foi o sed u zid o , m as a mu- Gn 3 .6 :
Hb k,6: e tam bem um só m ediador lher q u e, se d u z id a , caiu na tran sgres- 2 C o r,,J
9.15: 12.24 em rc j-)eus c o s hom en s. são . l5T o d a v ia , e la sera' sa lv a por sua

m . Provavelmente essa doxologia tem origem liturgica (cf. testemunha fie l do Pai (A p 13 : 3.14). lX*u um testemunho d ecisi­
6.15*16 nota). Repetidas vezes, as Pastorais usam fórmulas litür- vo perante Pôncio Pilatos numa M a profissão d e fé i IT m 6.13),
gieas (cf. 2.5-6; 5.21: 6.15-16; 2 T in 1.9-10; 2.8: 4.1). — Outra interpretação compreende a palavra testemunho como
n . Alusão ao papel desempenhado pelos profetas na ordcnsição sinônim o de evangelho (conform e o vocabulário paulino) ou de
de Tim dleo (cf. 4,14: At 13.1-3). querigma: tratar-se-ia então da pregação do apóstolo.
o. O nome de tlim ineu torna a cncontrar-se em 2 Tm 2,17 c o t. Nos temptts estabelecidos ou ainda nos seus tempos, como
de Alexandre em 2Tm 4,14. A o dizer que os entregou a Satanás. cm IT m 6.15 e cm T t I .3. isto é. nos tempos fixados por Deus.
Paulo quer dizer decerto que os exclu iu da comunidade cristã no cumprimento do tempo (G l 4.4). De fato. o cumprimento do
(cf. IC o r 5.5). tempo coincide com a plenitude da revelação do amor dc Deus
p. A oração dos fieis faz-se "por todos os homens" (v. I). É (R m 5.6-8).
tão universal quanto a própria Igreja. Destarte, c ia corresponde u. Em toda fw rte (com o em IC o r 1.2; 2 C o r 2.14; I T s 1.8). ou
ao desígnio dc salvação de D eus. que concerne a "todos os seja, onde quer que o Evangelho tenha sido pregado. — A lguns
homens" (v . 4 ) e à mediação d c C risto que “se entregou com o lêem também: em todo lugar erguendo para o céu. no sentido d c
resgate por todos" (v. 6). uma prática litúrgica que o apóstolo desejaria ver uniform izada
q . Convem lembrar que. na época em que o apóstolo pedia em todas as Igrejas. Mas esta interpretação, que reduz a reco­
que se rezasse por todos os detentores da autoridade, o impera­ mendação do apóstolo ao níVel dc uma rubrica litúrgica. nào
dor de Rom a sc cham ava Nero. quadra com o universalism o dos vv. precedentes.
r . Esta fórmula parece reproduzir uma profissão de fc em uso v . L it. Igualmente as mulheres. Pelo mesmo título que os
na comunidade prim itiva. Lê-se outra profissão em IT m 3 .1 6 .0 homens, as mulheres participam no serviço divino da oração.
sacrifício de C risto em resgate por todos cvo ca a figura do servo w . A s recomendações do apóstolo são marcadas pelo contexto
de D eus (ls 53,11-12: Mt 20,28). social e religioso cm que vivia a comunidade primitiva. O essencial
s. Entregando-se em resgate por todos. Jesus deu testemunho é a profissão de piedade pela prática das boas obras. Este essen­
do desígnio de salvação universal dc Deus. A ssim , ele se revela cial permanece, embora sua expressão varie no decurso das eras.
maternidade, contanto que persevere cata de lucros inconfessa'veis. 9Guardcm
na fé, no amor e santidade, com mo­ o mistério da fé numa consciência pura. i.it»
déstia*. ,sSejam, também eles. provados primei­
ro; depois, não havendo neles nada que
o Os epíscopos. 'Digna de confiança, repreender, exercerão o ministério do
é esta palavra’: se alguém aspira ao diaconato.
episcopado', deseja uma boa tarefa. 2Por "As mulheres'1 igualmente, devem ser
isso, o episcopo deve ser irrepreensível, dignas, nâo maldizentcs. sóbrias, fiéis em t i 2.3
3.12: esposo de uma só mulher*, sdbrio, pon- tudo,
7116 dcrado, de maneiras corretas, hospitalei­ l2Scjam os diáconos esposos de uma só 3,2
ro. capaz para ensinar, Jnem dado ao mulher', governem bem seus filhos e a 3.4
vinho, nem briguento, porém manso; não própria casa. '-'Pois aqueles que exercem
seja altercador, nem cobiçoso. 4Saiba go­ bem o ministério de diácono lucram para
vernar bem a própria casa e manter os si mesmos uma posição honrosar. bem
3.12 filhos na submissão, com toda a dignida­ como grande segurança*, fundada na fé
de: !pois. alguém que não soubesse go­ que têm em Cristo Jesus.
vernar a própria casa, como cuidaria de
uma Igreja de Deus? ‘Não seja recém- O mistério da piedade. IJEscrcvo-tc isso.
-convertido. para que não suceda que, embora espere encontrar-te cm breve.
cegado pelo orgulho, caia sob a conde­ l!Contudo, caso eu demore, saberás
nação infligida contra o diabob., Ademais, assim como proceder na casa dc Deus, E f 2 . 19-22
é preciso que os dc fora lhe prestem bom que é a Igreja do Deus vivo. coluna c
Rm 12.17: testemunho, a fim de que não caia no sustentáculo da vcrdadeh.
2Cm'x.2 i 0pr<;forjo. ao mesmo tempo que nas re­ '‘ Grande c, com certeza, o mistério da
des do diabo. piedade.
Ele* foi manifestado na carne, )0 114
Os diáconos. *Os diaconos' igualmente justificado pelo Espírito1,
devem ser dignos, ter uma só palavra, contemplado pelos anjos,
nâo se entregar ao vinho nem andar à proclamado pelos pagãos.

x. Em ioda esta seção (v v . I I - 15), c preciso levar cm conta o inscrições judaicas c pagãs. no seniido dc um amor conjugal
que decorre do contexto social da época, do ensino rabínico c particularmente fervoroso.
das preocupações imediatas da epístola. Fim qualquer caso. se­ b. L il. a condenação do diabo. Trata-se. quer dc um genitivo
ria um anacronismo projetar nela os problemas atuais do m inis­ objetivo (a condenação infligida contra o dem ônio), quer de um
tério cultuai das mulheres. A o afirm ar que a mulher será salva genitivo subjetivo (o diabo se faria acusador daquele que caiu).
por sua maternidade (v. 13). Paulo opõe-se aos hereges que C o m relação ao contexto, o ponto importante u sublinhar é que
proscreviam o casamento ( IT m 4 3 ) . A o pedir que elas acolham o neòfito. por seu orgulho, faria o jo go do diabo (cf. v. 7).
o ensino cm silôncio. opõe-se aos excessos das tagarclas e in­ c . Os diáconos (“ servidores** ou 'assistentes*’) eram encarre­
discretas que falam a torto e a direito ( IT m 5.13). C om o em T l gados especialmente de acudir aos pobres e doentes. Encontra-
2 .3-5; Paulo quer barrar o cam inho aos excessos que a em anci­ -se igual justaposição dos epíscopos e diaconos em F! 1.1.
pação da mulher, inscrita na liberdade do evangelho (G l 3.28). d . A s esposas dos diaconos (convocadas p;ira ajudar seus
teria podido provocar. m aridos) ou as mulheres que respondiam pela função de diacono
y . C f . 1.15 nota. (cf. Rm 16.1 nota).
z . A in d a nâo se trata do carg o de bispo na acepção rigorosa c . C f . 3.2 nota.
do termo. O s epíscopos. ou vigilantes, exerciam funções de f. É pelo cumprimento fiel do seu serviço que o diacono
dirigentes na com unidade, sendo d ifíc il d izer em que se distin- merecerá ser honrado na Igreja (cf. M c 10,43-44 par.).
guiam exatamente dos presbíteros ou anciãos (c f. T t 1.5-7; g . Segurança diante dos homens e diante de Deus.
A i 20.17.28). h . H á quem pense que coluna e sustentáculo da verdade se
a. Conform e os comentadores, o apóstolo teria cm vista o refira a Tim óteo.
desregramento (m as não era evidente a necessidade de abster-se I. O texto que segue é um fragmento de hino cristão à glória
dele?), ou entâo interditaria novo casamento depois da viuvez, de C risto . E m grego, o pronome m asculino é bem afiançado e se
ou ainda impugnaria o fato de repudiar a própria mulher, para refere a Cristo. Contudo, alguns manuscritos trazem o neutro,
desposar outra (cf. M c 10,1-11 par.). M as pode-se lambem com ­ cu jo antecedente, então, passa a ser o mistério da piedade, sem
preender as expressões esposo de uma só mulher ou mulher de que isto mude em nada a orientação geral do lexto.
um só esposo (cf. IT m 5.9). expressões que se encontram nas j . L it . no Espírito. Alusão à ressurreição (cf. R m 1,4).
acreditado no mundo, "Digna de confiança é esta palavra1* e u5:3-l:
l(t_ , 2Tm 2 .1 1:
Mc 16.19; exaltado na glória. merece de todos plena aceitação. ,wPois, t i 3 .x
A l 1.9
se nos afadigamos e lutamos, é por ter­
, Tudo o que Deus criou é bom. 'O mos posto a nossa esperança no Deus
^ Espírito o diz expressamente: nos ül- vivo, que é Salvador de todos os homens. 2.3-4
2Tm J.i: timos tempos, alguns renegarão a fe'. mormente dos crentes. "Eis o que deves
2!Mijo VVk- aderirão a espíritos sedutores e a doutri- prescrever e ensinar.
jd ik nas inspiradas pelos demônios. :por te­
rem sido desencaminhados pela hipocri­ M odelo para os fiéis. l2Ninguém des­
sia dos mentirosos, que lêm a consciên- preze a tua jovem idade. Muito pelo con- t i 2.15
ciak marcada a ferro em brasa: -'eles proi­ trario, se para os fiéis modelo nas pala- t i 2 .7 -x
birão o casamento; proscreverão o uso vras, no comportamento, no amor, 11 a fc,
cnW: de certos alimentos1, apesar de Deus os na pureza. ‘-'Enquanto esperas a minha
ci 2.16-23 (cr crja(j0 p.lra qUC os fieis . aqueles que chegada, aplica-tc à leitura da Escritura',
Rm U.6: tem pleno conhecimento da verdade, os à exortação, ao ensino. IJNão descuides
IC30 -ji tomem com aÇ‘iw de graças. 4Pois tudo o o dom da graça' que ha' cm ti, que te foi 1.6
Cn i-i3: que Deus criou c' bom, e nada deve ser conferido por uma intervenção profética,
Rm 14.14 rcjc jta(j0 se sc toma com ação de graças. acompanhada da imposição das mãos a i 6.6:
JDe fato. a palavra de Deus e a oração” pelo colégio dos anciãos1. l5Eis o que *'17
o santilicam. deves tomar a peito. Eis cm que deves
‘Expõe tudo isso aos irmãos: assim fa­ perseverar. Destarte os teus progressos
zendo, senis um bom diacono" de Cristo serão manifestos aos olhos de todos.
Jesus, alimentado com as palavras da fé e “ Vigia sobre ti mesmo e o teu ensina­
da boa doutrina que tens seguido com mento. Põe nisto perseverança. Agindo
diligência. 7Quanto às fa"bulas ímpias, bis- assim, é que salvarás a ti mesmo e aos
1.4: 6 .20: bilhotices de m ulher velha, rejeita-as. que te escutam.
2Tm 2.16:
T l 1,14
U tilidade da piedade. Em vez disso, p» As d iversas categorias dos fiéis.
cxercita-tc na piedade”. "Com efeito, o 'Não repreendas um ancião com ris­
exercício corporal é de escassa utilidade, pidez. mas exorta-o como a um pai. Tra- Lv 19.32
6.6 ao passo que a piedade é útil para tudop. ta os jovens como a irmãos, 2as mulheres
Não possui ela a promessa da vida. tanto idosas como a mães, as moças”, como a
da vida presente como da futura? irmãs, com toda a pureza.

k . Têm a consciência marcada com ferro em brasa, tal como valente daquilo que Paulo denomina a vida em Cristo". Outros
eram marcados com um sinal infamante os crim inosos e os es­ fazem notar que a moral das Pastorais já nào tem o caráter
cravos fugitivos. dinâm ico das grandes epístolas paulinas.
I. O s tabus alimentares provinham , sem diivida. dos ambientes p. O corpus jxudino com praz-se em recorrer a comparações
judaicos. Paulo frisa reiteradamente a liberdade introduzida por esportivas (G l 2 2 ; 5,7; IC o r 9.24-27: F l 2.16; 3.12-14; 2Tm 4.7;
C risto neste dom ínio (R m 14; C l 2.20-23; T t 1 .13-15). — A H b 12,1). Paulo nào se opõe ao esporte, mas deseja notar aqui
interdição do casamento pode provir quer dc ambientes influen­ a distância que medeia entre ele e o exercício da piedade,
ciados pela gnose, quer tambem de ambientes cristãos que inter­ q . C f . 1.15 nota.
pretavam falsamente a afirm ação dc Jesus quanto à condição r. L it. à leitura. Trata-se da leitura pública da Escritura, tai
dos ressuscitados (que nem se casam , nem se dâo em casamen­ com o se praticava nas reuniões de oração na sinagoga (cf. L c
to: M c 1 2 25 ). Ora, havia hereges que pretendiam exatamente 4.16-21; A t 13.14-16). A lg u n s pensam que se alude aqui não só
ter-sc a ressurreição ja* efetuado (2 T m 2,18). à leitura de textos do A T . mas também de epístolas paulinas ou
m . Paulo alude às orações de ação de graças que enquadravam de outros escritos cristãos.
as refeições. Essas orações constavam também das palavras da s . O dom da graça, lit. o carisma. Nas Pastorais. IT m 4.14 e
Escritura (cf. S l 24.1 e IC o r 10,26). 2 Tm 1,6, o termo só é usado nesses dois textos de ordenação.
n. A palavra diácono, aqui. é usada no sentido geral de servo, t. A imposição das mãos pelo colégio dos anciãos, pode-se
o. O termo piedade é repetido quinze vezes no N ovo Testa­ compreender a imposição das mãos que introduz entre os an­
mento: uma em A l (3.12). quatro em 2Pd ( 1 3 .6 .7 ; 3,11) e dez ciãos. — Sobre a imposição das mãos e os anciãos, ver 5.17
nas Pastorais ( I T m 2.2; 3.16; 4.7.8; 6 3 .5 .6 .1 1 ; 2 Tm 3.5; T t 1.1). nota e 22 nota.
C onform e H . R o u x. Melc exprim e nas Epístolas pastorais o equi­ u. Ou: mulheres jovens.
A s viúvas. -'Honra as viuvas, as que de portanto, que as viuvas jovens tornem a
fato o s ã o \4Realmcntc, se uma viuva tem casar, tenham filhos, tomem conta de suas
filhos ou netos, a eles cabe, em primeiro casas e não dêem ao adversário* ocasião ti 1»
lugar, aprender a praticar a piedade para alguma de maledicência. l5Pois já exis­
com a própria família c retribuir o que tem algumas que se tresmalharam, se­
devem a seus pais. Eis. decerto, o que guindo a Satanás. “ Se uma crcntcb tem
agrada aos olhos dc Deus. 5No que toca viúvas na sua parentela0. dê-lhes assis­
àquela que e' viuva de fato, que ficou tência; a Igreja não deve tomá-las a seu
jr 49.ii completamente só. esta pôs a sua espe- cargo, a fim de poder dar assistência
u 2 3 7 rança cm Deus e persevera noite e dia àquelas que são realmente viúvas.
em súplicas e orações. ‘Pelo contrário,
aquela que só pensa no prazer está mor- Os anciãos. l7Os anciãos*1 que exercem
ap j.i ta. mesmo se vive. ’Eis tambc'm o que bem a presidência merecem ser dupla­
deves prescrever, a fim de que sejam mente honrados', sobretudo aqueles que
irrepreensíveis. "Se alguém não cuida dos se afadigam no ministério da palavra' c
seus. especialmente dos que vivem em no ensino. ‘“De falo, diz a Escritura:
sua casa. renegou a fé, é pior do que um N ã o a n io r d a ç a r á s o b o i q u e está
incrédulo. d e b u lh a n d o ,
'Só será inscrita no rol das viúvas" uma e ainda:
mulher que tenha pelo menos sessenta O o p e r á r io m e r e c e o s e u sa lário*.
anos de idade e só haja sido casada com '''Não aceites acusação contra um an­
um marido'. mÉ preciso que ela seja co­ cião, a não ser sob deposição de duas ou
nhecida por suas boas obras: que tenha três testemunhas1’.
educado filhos, praticado a hospitalida- :"Aquclcs que pecam, repreende-os cm
iib 13.2 de, lavado os pés aos santos’ , amparado presença de todos, para que também os g i 2.14

os atribulados, tenha-se aplicado a todas outros sintam temor. 2lConjuro-te na pre­


as boas obras. "Quanto às viúvas jovens, sença de Deus e de Cristo Jesus, bem
afasta-as. Porque, quando os seus dese­ como dos anjos eleitos1, observa essas
jos se apartam dc Cristo, elas querem normas com imparcialidade, sem agir em
casar de novo. I2incorrendo assim no nada por favoritismo.
julgamento por terem rompido seu pri­ J2Não imponhas precipitadamente as
meiro compromisso'. ‘-'Além disso, como mãosJ a ninguém, não participes nos peca­
andam desocupadas, aprendem a correr dos alheios. Tu mesmo, conserva-te puro.
dc casa em casa; não somente são deso­ ^'Ccssa de beber só água. Toma um
cupadas. mas ainda faladeiras c indiscre- pouco de vinho por causa do teu estôma­
2Tv ? .11 tas, falam a torto e a direito. IJQuero. go e de tuas repetidas fraquezas.

v. Isto é. as que se acham privadas de qualquer amparo fam i­ d . Se a função primordial do aticiâo (ou presbítero) era a
liar (cf. w . 4 -5 ) e não levam uma vida dissipada (cf. v. 6). presidência da assem bléia. v e rifica-se . de acordo com este
w . Inscrição no grupo das viúvas a quem a Igreja deve dar versículo, que também podia estar encarregado da pregação ou
assistência. Essas viuvas deviam cum prir determinados serviços do ensino.
da comunidade, e. Ou: merecem honorários dobrados (cf. v. 18).
x. C f . 3.2 nota. f. L it . na palavra.
y. D c conform idade com uma prática característica da hospi­ g . S ó a primeira citação é tirada do Antigo Testamento (Dt 25.4;
talidade no meio bíblico (c f. L c 7,44). mas tambe'm conforme o c f. IC o r 9.9). A segunda repete um dito dc Jesus ( L c 10.7; cf.
exem plo dado pelo próprio Jesus (cf. Jo 13.4-15). Mt 10.10). que talvez citasse uma locução proverbial já conhecida.
z . L it . sua primeira fé (ou fidelidade), ou seja. sua decisão de h . Dt 17.6; 19,15; cf. M l 18,16; 2 C o r 13.1.
servir a C risto na comunidade. I. A n jo s eleitos cm contraposição a anjos decaídos (cf. 2Pd
a. Quer um termo coletivo que se referiria aos inim igos do 2.4; Jd 6).
cristianism o, quer a designação do próprio Satanás. j . Conform e alguns, tratar-se-ia aqui do ato que assinala a
b. Pode designar um a fie l que lambem seja viúva. V ar. Se um volta à graça de um pecador penitente. M as. em outros lugares
crente ou uma crente: tratar-se-ia então de um lembrete do que das Pastorais, a im posição das mãos é vinculada à consagração
é pedido nos vv. 4 e S. de algue'm para um m inistério na igreja (cf. 4,14; 2Tm 1.6) e
c . L il. tem viúvas. esse é o sentido em que pode ser compreendido aqui.
“ Há homens cujos pecados são eviden­ tanto, se temos alimento e vestuário,
tes antes mesmo dc serem julgados; em contentar-nos-emos com isso. ’Quanto
outros, ao inve's. isto só acontece depoisk. aos que querem enriquecer, caem na ar­
“ As boas obras são igualmente eviden- madilha da tentação, em múltiplos dese­
Mt 5.16 tes; mesmo aquelas que o não são, não jos insensatos e perniciosos, que mergu­
podem ficar escondidas. lham os homens na ruína e na perdição.
I0A raiz de todos os males e', de fato. o
n Os escravos. 'Todos aqueles que amor ao dinheiro". Por se terem entregue
t i 2 ,9-10 estão sob o jugo da escravidão de­ a ele, alguns se transviaram longe da fé
vem considerar seus senhores como dig- e transpassaram a própria alma com
Rm 2.24 nos de todo o respeito, a fim de que não múltiplos tormentos.
sejam blasfemados o nome de Deus c a
doutrina. JAqueles que têm senhores A bela profissão dc fé. "Quanto a ti,
crentes não faltem à consideração para homem de D eus, foge dessas coisas.
com eles sob pretexto de que são irmãos. Procura a justiça, a piedade, a fé. o amor. £J.*'222’2
Pelo contrário, sirvam-nos ainda melhor, a perseverança, a mansidão. l2Combate o t i 2.2

já que são crentes c irmãos bem-amados1 bom combate da lc, conquista a vida 2Tm J'7
que se beneficiam de seus bons serviços"1. eterna à qual foste chamado, como o
reconhecestc numa bela profissão de fé
A verdadeira piedade. Eis o que deves em presença de numerosas testemunhas11.
ensinar e recomendar. 'Se algue'm ensi- '-'Ordeno-te na presença de Deus. que dá
g i i.x -y nar uma doutrina diferente, se não se a vida a todas as coisas, e na presença de a i 17.25

i.ift apegar às sãs palavras dc nosso Senhor Cristo Jesus, que deu testemunho diante
2 rm i.u jesus ç r;S|0 c y doutrina conforme com de Pôncio Pilatos numa bela profissão j0 i*-'*--’?
a piedade, Jé por estar obcecado pelo de fé11; IJguarda o mandamento, conser­
orgulho. E um ignorante, um doente à vando-te sem mancha e irrepreensível,
cata de controvérsias e contendas de até a manifestação de nosso Senhor Je­
palavras. Dai' provêm a inveja, disputas, sus Cristo. I5que fará aparecer nos tem­
blasfêmias, suspeitas malévolas, 5alterca- pos estabelecidos1,
2Tm 3,k ções sem fim entre pessoas de espirito o bem-aventurado c único Soberano.
corrompido, desprovidas da verdade, que Rei dos reis e Senhor dos senhores, Dt 10. 17:

pensam ser a piedade uma fonte dc lu­ “ o único que possui a imortalidade. snmj?
cro. ‘Sim, grande lucro é a piedade para que habita numa luz inacessível, s n w í4
fi 4 .i i-i2: quem se contenta com o que t e m \7Pois que nenhum homem viu nem pode ver. Ev )Ú(k
'lò tlt n° s nac*a trouxemos Para 0 mundo; igual- A ele, glória e poder eterno. j0 1,111
Eci 5 .M mente, dele nada podemos levar. "Por­ Amém8.

k . O reparo expresso por este v. deve relacionar-se com o n . Para quem se contenta cotn o que tem, lit. o w t autarcia.
conselho de prudência dado no v. 22: não se deve ter pressa em Desde Platão, a autarcia designa o estado ou a qualidade daquele
impor as mãos a alguém , julgando-o apenas pelas aparências. É que se basla a si mesm o, que se domina a ponto de se contentar
necessário um inquérito consciencioso para ju lga r a respeito das com o que tem.
qualidades reais do candidato a um cargo. o. Ixxruçâo proverbial em uso na literatura da época e sancio­
I. L il. ban-amuüos, quer (irm ãos) amados, quer amados (por nada aqui pela autoridade do apóstolo.
Deus). p . T a lv e z se irate da profissão que Tim óteo pronunciou por
m . Ou: que se aplicam a praticar o bem. Paulo preocupou-se ocasião do seu batismo. — De fé : palavras acrescentadas para a
muitas vezes com a sorte dos escravos ( IC o r 7,21-24: G l 3.28; boa compreensão do texto.
E f 6.5-9; C l 3,22-25; T t 2,9-10: Fm 10-17; cf. IP d 2,18-20). q . A profissão de fé de Tim óteo tem com o exemplo a que
A q u i. ele não encara a escravatura enquanto instituição social, Jesus pronunciou diante de Pôncio Pilatos (Jo 1836-37).
mas faia das obrigações dos escravos cristãos nessa instituição. r . Nos tempos estabelecidos ou então nos seus tempos (como
A libertação proporcionada por C risto nào é uma libertação "se­ em 2.6). isto é, quando Deus. senhor do tempo e da história,
gundo a carne” (H . R oux); ela deve levar o escravo a servir ju lga r bom manifestar seu F ilh o (cf. T t 1 3 : A t 1,7).
m elhor a seu senhor, de tal sorte que o nome de Jesus seja s . Esta solene doxologia provém, decerto, do repertório de
gloríficado. orações em uso nas sinagogas do mundo grego. A afirm ação da
Conselhos aos ricos. ,7Aos ricos deste mularão para si mesmos um belo e sóli­
si 62.il: mundo, ordena que não se ensoberbeçam do tesouro para o futuro, a fim de conse­
c 12.16-21 . ,
e nao ponham sua esperança numa ri­ guir a vida verdadeira.
queza aleatória, c sim no Deus que nos
dispensa todos os bens com abundância, Saudação final. ““O Timóteo, guarda o
para deles gozarmos. '"Que eles prati­ depósito", foge dos falatórios ímpios e das i.ft
quem o bem. se enriqueçam de boas objeções de uma pseudociência\2lPor tê- 711,10
obras, dêem com prodigalidade, repar- -Ia professado, alguns sc apartaram da fé. i.&
. . . , 2Tm 2.18
m i 6.20 tam com os demais'. l9Destarte. eles acu­ A graça esteja convosco!

realeza universal dc Deus (cf. Dt 10.17; S l 1 3 63 ; 2M c 13.4) munhão era uma característica da comunidade cristã primitiva
opõe-sc ao culto pagão prestado aos imperadores; a afirm ação (A l 2.42.44).
de sua transcendência e de sua inacessibilidade afronta as pre­ u . O conjunto da Boa N ova, objeto da fé. Servo da Palavra.
tensões gnòsticas de "conhecimento** divino (c f. 6 2 0 ) . Tim dteo deve guardar este depósito contra toda contaminação
t . L it . estando cm comunhão. O cristão “comunga**, isto e'. da "pseudociência".
participa nas necessidades de seu irmão (cf. R m 12.13). A co­ v . L it. gnose mentirosa. C f . Introdução.
SEGUNDA EPÍSTOLA A TIMÓTEO
-| Endereço e saudação. 'Paulo, após- mou com um chamamento' santo, não
tolo de Cristo Jcsus pela vontade de cm virtude de nossas obras, mas cm vir- Ef 2.K-9-.
Deus. segundo a promessa da vida", que tude do seu próprio desígnio c de sua Tl 3-5
iCor 4.17 esta' em Cristo Jcsus, 2a Timóteo, meu graça. Esta graça, que nos fora concedi­
filho bem-amado: graça, misericórdia, da antes dos tempos eternos em Cristo
paz da parte de Deus Pai c dc Cristo Je­ J esu s, "'agora foi m anifestada pela T t 2. i i :
sus. nosso Senhor. apariçãoh de nosso Salvador. Cristo Je- El l,'M0
sus. Foi ele quem destruiu a morte c fez
Ação dc graças. 'Sinto-me cheio de gra­ brilhar a vida e a imortalidade pelo Evan- icor is.
tidão para com Deus, a quem sirvo, se- gelho, "para o qual eu mesmo fui cons- j^'V',4
h .ví guindo meus antepassados1' com uma tituído arauto, apóstolo e doutor.1-Eis por iTm 2.7

Al2-i'to consciência pura, quando, sem cessar, que suporto esses sofrimentos1. Mas não
noite c dia, faço menção de ti nas mi­ me envergonho deles, pois sei cm quem
nhas orações. JRecordando-me dc tuas depositei a minha fé c tenho a certeza de
lágrimas1', tenho um desejo muito vivo que ele tem o poder de guardar o depó­
4.'; dc (c rever, a fim dc scr repleto dc ale­ sito que me c confiado* até aquele Diak.
gria. 5Evoco a lembrança da fc sincera '•'Toma como norma as sãs palavras que iT m 6.J

que ha' em ti. fé que antes habitou cm de mim ouviste. na fé e no amor que
a i i6 .i Lóide. tua avó, e em tua mãe, Hunice, c estão em Crislo Jesus. ‘■ ‘Conserva o bom ITm 6.2»
que. estou convencido, tambem reside em depósito pelo Espírito Santo que habita
ti. em nós.

Exortação a lutar fielmente cm prol Tcstcm unho de fiel am izade. l5Como


do Evangelho. ‘Por isso recordo-te que bem sabes, todos os da Asia me abando- 4.16
tens dc reavivar o dom de Deusd que está naram, entre outros, Fígelo c llcrmó-
em ti desde que te impus as mãosc. 7Pois genes. “Que o Senhor difunda sua mise­
Rm X.15 o que Deus nos outorgou não é um espí­ ricórdia sobre a família dc Oncsíforo'.
rito de medo. mas um espírito dc força, pois ele me rcconfortou muitas vezes e
amor c domínio dc si. "Não te envergo- não se envergonhou das minhas cadeias.
Rm 1.16 nhes. portanto, de dar testemunho dc l7Pclo contrario, desde que chegou a Ro­
nosso Senhor e não te envergonhes de ma. procurou-me com solicitude c me
mim, preso por causa delcr. Mas sofre encontrou. '"Que o Senhor lhe conceda
comigo pelo Evangelho, confiando no encontrar misericórdia junto ao Senhor"
poder de Deus, vque nos salvou e cha- naquele Dia. E todos os serviços que ele

a. Segundo a promessa da vida deve refcrir-se mais a apóstolo também porque nos arranca ao mundo e nos coloca u parte para
do que à vontade de Deus . A missão do apóstolo situa-se em o serviço deste Deus.
vista dessa promessa de vida h . A q u i. este termo refere-se à primeira vinda de C risto , sua
b . Esta afirm ação releva a continuidade que existe entre o encarnação. Em outros passos, emprega-se lambem para desig­
judaísm o e o cristianism o, continuidade fundada na fé no mes­ nar sua segunda vinda, no fim dos tempos (cf. IT m 6.14; 2Tm
mo Deus. 4.1.8; T i 2,13).
c . A s lágrimas que Tim óteo derramou na ocasião em que Paulo í. O s sofrimentos do cativeiro: c f. v. 8.
o deixou em Éfeso (cf. IT m 1 3 ). j . L it. meu depósito (cf. IT m 6,20 nota). Segundo outra inter­
d . C f . IT m 4.14 nota. pretação. pode tratar-se também do depósito confiado por Pauio
e. A lusão ao momento em que Paulo, junto com o colégio dos a C risto .
anciãos ( I T m 4.14). consagrou Tim óteo para o ministério. k . O últim o d ia. aquele do julgamento (cf. 4.8).
f. L it. seu prisioneiro. Paulo é prisioneiro (cm Rom a. confor­ I. Fígelo. Hermógenes c Onesíforo sâo-nos desconhecidos por
me 1.17, cf. Introdução) pela causa dc C risto . C f . E f 3.1; Fm outras referências. Onesiforo é novamente mencionado em 4.19.
1.9. m . A s duas menções ao Senhor neste v. tanto podem referir-
g . Este chamamento é santo porque vem do Deus santo e -se ao Pai. co m o ao Filho.
me prestou em Éfeso, tu os conheces Se com ele morrermos,
melhor do que ninguém. com ele viveremos,
12 Se com ele sofrermos', Rm 8.17

q Assume o teu quinhão de sofrimen- com ele reinaremos.


to. ‘Tu, portanto, meu filho, fortale­ Se o renegarmos, Mt 10.33:
u - 12.9
ce-te na graça que está em Cristo Jesus. também ele nos renegará.
20 13Se lhe formos infiéis,
que aprendestc de mim na presença" Rm 3,3-4
IC ur 1,9
de numerosas testemunhas, confia-o a ho­ ele permanece fiel,
mens fiéis, que, por sua vez. serão capa­ pois não pode renegar-se a si mesmo". Nm 23.19;
Ti 1.2:
zes de ensiná-lo a outros mais. 3Assume Hb 6.18
ITm 4 ,io Q ( c u q u i n h ã o d c sofrimento” como bom Dispensar com retidão a palavra da ver­
soldado de Cristo Jesus. 4Ninguem, ao dade, ,4Recorda tudo isso, atestando pe­
alistar-se no exército, envolve-se nos ne­ rante Deus que é preciso evitar as rixas de
gócios da vida civil, se quer dar satisfa- palavras: elas para nada servem, a não ser
para perder os que as escutam. l5Esforça-
iG»r 9.2S ção a quem o alistou. 5Da mesma forma
te por te aprcscntarcs a Deus como ho- Tt 2.7-8
na luta esportiva, o atleta só recebe a
mem provado, operário que não tem de
coroa se lutou conforme as regras. 6Ao
IC or 9,7.10 que envergonhar-se, que dispensa com
agricultor que labuta é que cabem as
retidão a palavra da verdade. l6Quanto aos iTm 4,7
primeiras porções dos frutos. ''Compre­
falatórios ímpios, evita-os. Pois os que a
ende o que digo. Aliás, o Senhor te fará
eles se entregam progredirão na impieda­
compreender tudo isso.
de; l7sua palavra é como gangrena que se
alastra. Entre esses estão Himeneu c
Lembra-te de Jesus ressuscitado
Filcto1. ‘"Eles se apartaram da verdade ao IT1116.21
ai 13 » * Lembra-te dc Jesus Cristo
pretenderem já ter-se efetuado a ressurrei­
Rm i.4; ressuscitado dentre os mortos,
ção0: com isto, subvertem a fe dc vários.
IC"r wi4i2|° nasc'd° da estirpe de David11,
i.3 conforme o Evangelho que eu anuncio
O fundam ento assentado por Deus.
Ef, ’e pelo qual sofro, a ponto de estar acor- '•Sem embargo, permanece o sólid o EÍ2.20
f i 1,12-14 rentado como um malfeitor. Mas a pala-
fundamento’' assentado por Deus. Serve-
Ci i,24 vra dc Deus não está acorrentada! I0E -Ihe de selo esta palavra:
por isso que tudo suporto por causa dos O S en h o r co n hece o s se u s J" l0 l4;
. . IC u r 8.3
eleitos, a fim de que também eles alcan­ e ainda:
cem a salvação que está em Cristo Jesus. A fa s te - s e d a in iq ü id a d e
'Tm J'tÍ 3^8 com a glória eterna. "Digna de confian­ to d o a q u e le q u e in v o c a o n o m e d o 26.13 gr.
ça é esta palavraq: S e n h o r ’" .

n. Ou sob testemunho, ou ainda (ct sob testemunho . É fácil com- s. Na últim a estrofe rompeu-se o paralelism o dos eslíquios. “ A
preender que o depoimento dc numerosa* testemunhas corrobore lógica se parte diante do amor do Salvador'* (J. Jerem ias) que
a mensagem dc Paulo, ou constitua, para Tim óteo, outra fonte dn fica fiel a suas promessas, para além do pecado.
mensagem evangélica. C om efeito, além do ensinamento dc Pau­ t. Himeneu já foi mencionado em IT m 1,20. Fileto. dc resto,
lo. Tim óteo recebeu o de Barnabé, o dc sua mSe c de sua avó. é desconhecido.
Paulo, por sua vez. gostava de citar, a par de seu próprio testemu­ u. Parece que Him eneu e Fileto só admitiam a ressurreição
nho, o dos demais membros da comunidade ( IC o r 153-11), espiritual realizada no batismo (R m 6 .1 -1 1: C l 2.12-13; 3.1; E f
o. O u também Sofre am úgo; cf. 1,8. 2.5), negando com isso a ressurreição dos corpos, objeto da
p. Profissão dc fe (cf. R ni 1.3-4). proveniente dos meios ju - esperança cristã (Jo 11.25), e particularmente d ifíc il dc ser con­
deu-cristãos. cebida no esquema da filosofia grega (cf. A t 1732).
q. C f. IT m 1,15 nota. O hino que segue é "um cântico dc v. O u se trata da comunidade crista de Éfeso. que defecções
louvor ao mártir” (J. Jerem ias). A comunhão com a morte dc particulares não podem abalar porque ela faz parte da Igreja
Cristo no batismo (cf. R m 6,8) traz consigo a participação à vida ( IT m 3 ,1 5 ).ou dc C risto e dos seus apóstolos, fundamento desia
do Ressuscitado. Igreja ( IC o r 3 .1 1; E f 2,20; A p 21,14).
r . L it. Se nós suportamos im plicando a idéia dc jicar firmes, w. A primeira citaç5o (Nm Í6 J>) insiste na iniciativa de Deus,
agüentar. a segunda (citação livre dc N m 16.26 e Is 26.13). na resposta do
“ Numa casa grande, não há somente aprender, sem, porém, jam ais serem ca­
i;. 29.16 vasos dc ouro c prata; também os há de pazes de lograr o conhecimento da ver- 2.25
madeira e barro. Uns são para uso nobre, dade. “Assim como Janes e Jambres* se
os outros, para uso vulgar * .21Aquele que opuseram a M oisés, assim também esta
se purifica de suas manchas será um vaso gente sc opõe à verdade; são homens de iTm 6.5
317 nobre, santificado, útil para o Senhor, espírito pervertido, de fé inconsistente11.
apto para toda obra boa. *Mas eles não irão adiante, pois sua lou­
cura se tornará manifesta a todos, como
Servo do Senhor. “ Foge às paixões da sc tomou a daqueles dois.
IT m 6 . 11; juventude, procura a justiça, a fé, o amor, l0T u, pelo contrário, seguiste-me com
a paz com os que invocam o Senhor de diligencia no ensino, na conduta, nos
coração puro. :3A s controvérsias vãs e projetos, na fe. na paciência, no amor,
ITm i.4 ; estúpidas, entretanto, evita-as. Sabes que na perseverança, "n a s perseguições, nos a i 13.50
4,7 elas provocam altcrcações.240 ra. um ser-
sofrimentos que passei em Antioquia, em 14,519
iTm 3.2-3; vo do Senhor não deve altcrcar. mas ser Icônio, em Listra. Que perseguições su­
Tl 1,7 afável para com todos, capaz de ensinar, portei! E de todas elas o Senhor me li­
suportando as con trariedades. 25Com vrou! l 2A !iás, todos os que querem viver
m ansidão é que ele deve instruir os piedosamente cni Cristo Jcsus hão de ser j.> 15.20 :
contraditores: quem sabe se Deus não perseguidos. '-'Quanto aos homens maus Al 14-~
lhes concederá converter-se, para conhc- c aos impostores, eles progredirão no mal.
iTni 2.4 cercm a verdade, “ caírem em si. livran­ enganando os outros e sendo eles m es­
do-se dos laços do demônio que os man­ mos enganados". l4T u . porém, permane­
tinha cativos e sujeitos à sua vontade? ce firme no que aprendeste e aceitaste 2.2
como certo: sabes de quem o aprendeste1'.
q
Os ím pios dos últim os tem pos. 'Fica l5Desde a tenra infância, conheces as
bem ciente do seguinte; nos últimos Sagradas Escrituras; elas têm o condão
nm 4 .i dias, sobrevirão tempos difíceis. 2Os ho- de te comunicar a sabedoria que conduz 5.39
Rm 1.29-31 mens. com efeito, serão egoístas, ávidos à salvação pela fé que há cm C risto J e ­
de lucro, fanfarrões, orgulhosos, blas- sus. "T o d a a Escritura é inspirada por 2 Pd 1.21
femadores, rebeldes para com seus pais, Dcusd e útil para ensinar, refutar, corri- Rm 15.4
ingratos, sacrílegos, 3desapicdados, im­ gir, educar na justiça, l7a fim de que o
placáveis. maldizentcs. indisciplinados, homem de Deus seja perfeito, qualifica­
cruéis, inimigos do bem. Jtraidorcs, co­ do para qualquer obra boa. 2.21
léricos. obcecados pelo orgulho, mais
amigos dos prazeres do que dc Deus; 4 . Proclama a palavra. ‘Conjuro-te 11a
Mi 7.15-21. -'guardarão as aparências da piedade, ne- presença de Deus e de Cristo Jesus,
Tl 1,16 gando-lhe contudo o poder’ . Desvia-te que virá julgar os vivos e os mortos, em ai 10.42;
tambem dessa gente! ‘ Porque são da sua virtude de sua m anifestação e do seu IIM4'5
Ti i.u laia os que se intrometem nas casas c Reino: 2proclama a Palavra, insiste a tem- ai 20.20.31
apanham em suas redes mulherzinhas car­ po e a contratempo, repreeende, ameaça,
regadas de pecados. arrastadas por toda exorta, sempre com paciência e solicitu­
sorte de apetites, 7semprc entretidas em de de ensinar. -'Pois sobrevirá um tempo

homem. Essas duas palavras autenticam como com um selo o •á. Outrn tradução possível: eles serão reprovados quanto à /c .
fundamento lançado por Deus. b. Pode-se entender eles mesmos enganados no sentido de que
x. Para uso nobre. ..ju r a uso vulgar (v. 20). um vaso nobre (v. eles iludem a si mesmos, ou no sentido dc que são enganados
2 1). lit. pura a honra, para a desonra, «m vaso para a honra. pelo demônio.
R m 9 2 1 . usa a mesma comparação, com os mesmos termos. c. Alusão a Ló id e e E unice (cf. 1 3 ). bem com o ao próprio
y . Isto é. a força de transformação que o cristão verdadeiro Paulo.
experimenta na comunhão com Cristo. d. Ou: Tikla a Escritura, inspirada /Htr Deus. é... — Trata-se tio
/. Nomes que a tradição judaica atribuía aos m ágicos egípcios A ntigo Testamento (cf. v. 15). mas, talvez, também já de certo:*
que o P m k Io menciona (cf. E x 7 .1 1 2 2 etc.). texlos que encontramos no N ovo Testamento (cf. I Tm 5.18 nota).
em que alguns não suportarão mais a sã '•'Quando vieres, traze o manto que deixei
doutrina, mas, ao sabor dc seus próprios cm Trõade, em casa de Carpo, bem como
apetites e sentindo-lhes comichar os os livros, especialmente os pergaminhos, a i 20.6

ouvidos', rodear-se-ão de uma porção de '■•Alexandre, o fundidorJ. deu provas de IT m 1.20

iTm 4 .i mestres. 4Desviarão os ouvidos da ver­ muita maldade para comigo. O Senhor
dade e se voltarão para as fábulas. 5Tu. lhe retribuirá de acordo com suas obruiy .
porem, sê sóbrio em tudo, suporta o so­ I5Tu também, acautcla-tc contra ele. pois
frimento, procede com o evangelista, se opôs violentamente às nossas palavras.
cumpre o teu ministério. '6Na primeira vez que apresentei mi­
nha defesa, ninguém me assistiu, todos
O tempo da minha partida já chegou. me abandonaram. Que disto não sejam M5
‘Quanto a mim, eis que já fui oferecido inculpados'. l7Quanto ao Senhor, ele mc M t 10,19

n 2.17 em libação e o tempo da minha partida assistiu: revestiu-me dc força, a fim de


chegour. 7Combati o bom combate, ter- que a mensagem fosse por mim procla- ci 4j
iTm i.i8 ; minei a minha carreira, guardei a fé. mada, e escutada por todos os pagãos. E Dll b l,'
6,1" "Desde já me está reservada a coroa dc eu fui libertado das fau ces do leão!
icor 9,25; justiça que o Senhor me dará cm recom- I80 Senhor mc libertará de toda obra
Tg U 2-! pensa naquele Dia. ele, o justo juiz; e perversa e salvar-mc-á para o seu Reino Rm 16.27
'Pd,5'4,; não só a mim, mas a todos os que tive- celcste. A ele, glória pelos séculos do
A p 2.10 n
iTm 6.14 rem ansiado a sua manifestação. séculos! Amém.

Últimas recom endações. '‘Empenha-te Saudações finais. I9Saúda Prisca e Aqui-


i.* por vir encontrar-me o mais depressa pos­ lam, bem como a família de Onesíforo".
sível. ‘“Porque Demas abandonou-me por “ Erastes" ficou em Corinto. Eu deixei
amor ao mundo presente. Partiu para Tes­ Trófimo1’ doente cm Milcto.
salônica: Crescente8, para a Galáciah; Ti- 2lFaze o possível para vir antes do in­
2Cfrr 8.23;
G i 2, j T i 1,4 to. para a Dalmácia. "So Lucas esta co- verno. Saúdam-tc Êubulo, Pudcnte, Lino,
C M .t 4 ; m j g 0 Toma Marcos contigo c traze-o, Cláudia11 e todos os irmãos.
F m 24
a i 12. 12.25 ; pois ele me c precioso no que toca ao “ O Senhor esteja com o teu espírito.
13.13. ministério. l2Eu enviei Tíquico' a Éfeso. Que a graça esteja com todos vósr.
15.37-39; ^
Ç l 4.10.
Fm 24
At 20.4:
E f 6.21-22;
C l 4.7-8

c. Senímdo-fhes comichar os ouvidos ou /tara fazer com que j . C f . IT m 1.20.


lhes cocem os ouvidos. k . S! 2X.4 ou 62.13. C f . Mt 16.27 nota.
f. Para sign ificar o mistério dc sua morte. Paulo recorre a duas 1. Esta página contrislada e serena, quem sabe a última que o
imagens que deviam scr-lhe fam iliares na meditação, pois já as apóstolo haja ditado, lembra o tema do justo abandonado, tema
empregara em F I. A primeira é a dc uma libação sacrifical, este que a morte de Jesus na cruz ilustrara tào cabalmente. Mas
como cm FI 2.17; assim com o se derramavam sobre os sacrifí­ assim como para Jesus, esta solidão está povoada pela presença
cios iibações de vinho, água ou azeite (E x 29.40: Nm 28.7). dc Deus.
assim tambem o seu sangue ia ser derramado em libnçào no m . Prisca c Aquilo: At 18.2.IX .26: R m 1 6 3; IC o r 16,19. —
sacrifício do seu martírio. A segunda é a da ; Hirtida, como cm Este casal arrolava-se entre os am igos mais caros de Paulo. Eles
FI 12 3 ; o termo usado emprega-se para um navio que larga as lhe tinham salvo a vida (R m 16.4) em circunstâncias por nós
amarras e se faz à vela rumo ao alto-mar. ou tambem para sol­ dcsconliecidas.
dados que dobram as tendas c levantam acampamento. n. Onesíforo: já mencionado cm 1,16.
g. Demas (cf. C l 4.14. Fm 24). Crescente n io é mencionado o. Erasics: A t 19.22; R m 1 6 2 3 .
cm nenhum outro lugar. p. Trófimo, originário dc Éfeso: A t 20.4; 21.29.
h. C om certeza, a Cália (C . Sp icq . J. Jerem ias). N o tempo dc q. Esses quatro membros da Igreja romana, entre os quais uma
Paulo e até o século II, os escritores de língua grega designavam mulher, conheceram Tim óteo por ocasião do primeiro cativeiro
a G ália com o termo Galdcia. A o talarem da G alácia propria­ em Roma.
mente dita, particularizavam: a G alácia que está na Á sia. r. C om certeza, são estas as últimas palavras de Paulo que
i. C f . T l 3.12 nota. chegaram até nós.
EPÍSTOLA A TITO
-| E n d e r e ç o e s a u d a ç ã o . 'Paulo, servo* lavra digna de fé, que se conforma com
Rm i.i: dc Deus, apóstolo de Jcsus Cristo para o ensinamento. Assim, ele sera' capaz de
R IJ levar os eleitos dc Deus à fe" e ao conhe­ exortar na sã doutrina e refutar os que a rrm 1.10
2Tm 4.3:
cimento da verdade conforme à piedade. contradizem. T i 2.1
2na esperança da vida eterna prometida.
2Tm 2 .13 antes dos tempos eternos, pelo Deus que O s fa ls o s d o u to re s. “'De fato. numero­
At 1.7 não mente *c que. nos tempos fixados1’, sos são os insubmissos, vãos palradorcs
manifestou a sua palavra numa mensa- e enganadores, mormente entre os circun-
iTm i.i gem que me foi confiada, de acordo com cisos'."É mister tapar-lhes a bocah. Eles
a ordem dc Deus, nosso Salvador, perturbam famílias inteiras, ensinando o 2Tm 3.6

2Cor 2 .!.': 4a Tito, meu verdadeiro filho na fé que que é proibido ensinar, com vistas a um IPd 5.2

c m - nos c cornunv- graça c paz da parte dc lucro indecoroso. l2L'm deles, seu pró­
2Tm 4.io Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Sal- prio profeta, disse:
IT m 1.2 v a l j w r<
"Cretenses. perpétuos mentirosos, ani­
mais ferozes, panças ociosas"1.
O rg a n iz a ç ã o d a I g r e ja d e C r e t a . 5Se l3Essc testemunho é verdadeiro. Por
eu tc deixei em Crcia, foi para que ali isso, repreende-os severamente, para que 2Tm 4.2

concluas a organização'1 c estabeleças tenham uma fé sadia. IJQue não se ape­


IT m 4.7
anciãos1' cm cada cidade, de acordo com guem às fabulas judaicas c aos preceitos
minhas instruções. dc homens que se desviam da verdade.
‘Cada um deles deve ser irrepreensível, l5Tudo é puro para os que são purosJ.
esposo de uma só mulher', ter filhos cren­ Mas, para os que estão maculados c se
tes. que não possam ser tachados de negam a crer, nada é puro; pelo contra­
desregramento ou insubmissão. 7Pois é rio, sua inteligência e sua consciência
preciso que o cpíscopo seja irrepreensível estão maculadas. '''Professam conhecera
2Tm 3.5:
na sua função de ecônomo dc Deus: nem Deus, mas negam-no com suas obras. São IJo 1.6:
arrogante, nem irascível, nem beberrão, abomináveis, rebeldes, inaptos para qual­ 2.4:

nem briguento, nem a'vido de lucros quer boa obra.


desonrosos. "Deve ser hospitaleiro, incli-
ITm 3.2-7: 1 .
2Tm 2.24-26 nado ao bem. ponderado, justo, santo, n O s id o so s. 'Quanto a ti, ensina o que
senhor de si, '‘firmemente apegado à pa­ e conforme à sã doutrina, ^ u e os 2Tm 4 .v*
T i 1.9

a. L it. escravo. de por meio do anuncio da Boa N ova, mas deixa a outros o
b. Nos letn/ws determinados ou nos seus tempos. C f . nota cm cuidado de continuar sua obra e levá-la a bom termo.
IT m 2.6. Outrora Deus falara rcitcradamentc por meio dc seus e. A respeito dos anciãos ou presbíteros e dos epíscoptts, cf.
profetas (H b 1.1). mas a sua Palavra culm ina na revelação do IT m 3,1 nota.
seu Filh o ( I C o r 2.7-9; Rm 16.25-26; C l 1 2 6 ; E f 3.5-9). E le é o f. C f . IT m 3 2 nota.
Verbo que rompe o silêncio de Deus (In ácio de A ntioquia. Aos g . Trata-sc dos judeus. A hostilidade deles co nira Paulo pro­
Magnesianos. 8.1). ele revela “o mistério envolto no silêncio vém decerto das atitudes judaizantes que professavam (cf. At
durante tempos eternos*’ (R m 1625). 15,1).
c . C ausou estranhez^a a solenidade c densidade deste endereço h. Lit. amordaçá-los.
prefaciando uma epístola de apenas três capítulos (só a epístola i. C itação do poeta cretense Epim ênides de Cnosso s (século
aos Romanos é encabeçada por um endereço dc m aior porte). V I). A afirm ação parece injuriosa e ofensiva. E la não quadra
Pode-se alvitrar que Paulo se dirija, para alem da Igreja particu­ bem com os conselhos de mansidão c moderação dados por
lar dc Creta. presidida por T ito . às outras Igrejas, que poderão Paulo cm 2 Tm 2 2 4 . Podemos explicá-la com o sendo uma rea­
valer-se desses princípios para a organização (v . 5) d c sua co ­ ção singularmente v iv a contra a perversidade dos doutores de
munidade cristã. C o m o é sabido, o apóstolo gostava de ver suas mentira que ensinam com vistas a um lucro indecoroso o que è
cartas passarem de comunidade em comunidade (cf. C l 4.16). proibido (v. I I ) .
d . L it. para que acabes de ordenar o que resta (por fazer). j . Princípio proveniente sem dúvida da palavra de Jcsu s. L c
Paulo é. antes do mais, “aquele que planta" ( I C o r 3,6; 2 Co r I I .41; Eis que tudo será puro para vós, c já empregado em Rm
10.16; R m 1 5 2 0 -2 1 ). E le assenta os fundamentos da com unida­ 14.20.
iTm 5.1-2 homens idosos" sejam sóbrios, dignos. Cristop. l4Ele se entregou a si mesmo por ®^
iTm6.M ponderados, cheios de uma fé sadia, de nós, a fim de nos resgatar de toda a ini- iTm 2.6
SI |3<)K
amor. de perseverança1. -'Igualmente as qüidade e purificar um povo que lhe |9j :
iTm3.il mulheres idosas devem comportar-se pertença, e esteja repleto de ardor pelas
como conve'm a pessoas santas: nem mal- boas obras. ri 37 ,23 :
dizentes, nem dadas a excessos dc vi­ l5Assim c' que deves falar, exortar e Émft
nho. Incitem ao b cm .4cnsinem as jovens repreender com plena autoridade. Que IPd 3'13
a amar seus maridos e filhos. 5a ser mo- ninguém te menospreze. i T m 4 .i 2

e i s.22: destas, castas, dedicadas aos afazeres do-

n 3'IK me'sticos, boas. submissas a seus mari­ o Obrigação dos lieis. 'Lembra a to-
dos, a fim de não ser blasfemadama pa­ ^ dos que devem ser submissos aos ma- Rm 13 1 .:
lavra dc Deus. gistrados. às autoridades, que devem obc-
decer, estar dispostos para toda boa obra.
Os jovens. ‘Exorta, outrossim, os jovens 2não injuriar a ninguém, evitar as rixas,
a serem ponderados 7em tudo". mostrar-se benevolentes, dar provas dc n«
2Ts 3.7-, Demonstra em lua pessoa um modelo constante mansidão para com todos os
' de b°as obras: pureza de doutrina, digni­ homens.
dade. “palavra sã e inataca'vel, a fim de ■'Porque tambem nós éramos outrora
iTm 5.14 que o advcrsaVio. por não encontrar mal insensatos, rebeldes, extraviados, subju- 1 c 0r 6 . 1 i:

ipd 2.15 algum que assaque a nosso respeito, seja gados por apetites e prazeres dc toda fit 2 S: 56
coberto de confusão. espécie, vivendo na maldade e na inveja,
rancorosos e odiando-nos uns aos outros.
eí£.5-x: Os escravos. 'Sejam os escravos submis- ■
‘Mas, ao manifestarem-se a bondade de i.3:2.11
n í f l s sos eni Ult*° a seus patrões; façam por Deus, nosso Salvador, e seu amor pelos
ser-lhes gratos, evitando contradizc-los. homens. *cle nos salvou, não por causa Ef2.x-v;
,#c não cometendo nenhum furto. Dêem de quaisquer obras que nós mesmos ti- 2Tm 19
continuas provas de perfeita fidelidade; véssemos praticado na justiça, mas em
iTm i.m assim, honrarão em tudo a doutrina de virtude da sua misericórdia, pelo banho
Deus. nosso Salvador. do novo nascimento11e da renovação que ^
o Espírito Santo produz. ‘Este Espirito, . k:
ji 2 2

Um povo que lhe pertence. "Pois tor­ ele o difundiu sobre nós com profusão Al2,4
nou-se manifesta a graça de Deus, fonte por Jesus Cristo nosso Salvador, 7a fim
de salvação para todos os homens. l2Ela de que. justificados por sua graça nos Rm 3.24

ijo 2.16 nos ensina a renunciar à impiedade c aos torna'ssemos. consoante a esperança, her- Rm 8 , 17.24

desejos mundanos, para vivermos no tem­ deiros da vida eternar.


po presente com moderação, justiça e "Digna dc confiança e' esta palavra, e ir m 1.15

piedade L,à espera da bem-aventurada eu quero que estejas plenamente atento a


"n 3 .20 ; esperança" e da manifestação da glória seu respeito, a fim de que todos os que
2Tm 4.x de nosso grande Deus c Salvador Jesus depositaram sua fé cm Deus se esforcem

k . Paulo indica as obrigações dus diversas categorias de pes­ n. Em tudo pode referir-se tanto ao fim do v. 6 . com o ao início
soas. Não se conclua d a í que haja uma moral particular para os do v. 7.
idosos, e outra, diferente, para os jovens. O Evangelho é um só. o. O termo. aqui. designa o objeto da esperança crista,
vivido por cada qua! conforme seu estado e condição. p. H a quem traduza: de nosso grande Deus e de nosso Salva­
I. A tríade fé. esperança e amor consta do vocabulário paulino dor Jesus Cristo.
( I T s 1 3 ; 5,8; IC o r 13,7.13; R m 5,1-5; C l 1.4.5). C o m o em 2 Ts M as a construção da expressão em grego, o contexto e o
1 3 -4 e IT m 6.11. a esperança, aqui. é substituída pela perseve­ em prego usual do termo manifestação nas Pastorais (cf. 2Tm
rança, que é um de seus aspectos. 1,10 nota) concorrem para apoiar aqui uma afirm ação cristalina
m . Note-se a importância atribuída à vida fam iliar e às obri­ da divindade de Cristo ,
gações cum pridas no lar. A comunidade prim itiva compraz-se q . Alusão ao batismo.
em salientar as conversões c os batismos dc uma fam ília inteira r . É possível ler. quer herdeiros consoante a esperança da
(A t 10,44; 11.14; 16.15.31; 18.8: IC o r 1,16). O lar cristão é um vida eterna . quer herdeiros, consoante a esperança, da vida
início de Igreja. eterna.
por serem exím ios nas boas obras. Eis o quico“, empenha-te por vir enconlrar-me
que e' bom c ütil para os homens. em Nicópoiis'. Pois é a í que resolvi pas­
2 Tm 2.14. vMas as vãs pesquisas, as genealogias*, sar o inverno.
1623 as disputas, as controve'rsias acerca da ‘•'Provê com diligência a viagem de
Lei, evita-as: são inúteis e vãs. l0Se al- Zenas, o perito em leis. e de Apoio", para
gue'm for herético1, afasta-o depois de que nada lhes falte. I40 s nossos também
m i ik.15-17 uma primeira e uma segunda advertên­ devem aprender a assinalar-se nas boas
cia: "sabes que tal homem é um desgar­ obras, para suprirem às necessidades
rado, pecador, que se condena a si mes­ urgentes’. Destarte, não ficarão infrutí­
mo. feros.
'•'Todos os que estão com igo te saú­
Recomendações c saudações. l2Quando dam. Saúda os que nos amam na fé.
eu te houver enviado Artemas ou Tí- A graça esteja com todos vós.

s . C f. IT m 1,4 nota. v. D iversas cidades traziam esle nome na Antigüidade. A de


I . Herético provém de um verbo grego que sig n ifica escolher. que .se trata aqui seria uma localidade do Épiro . na costa ociden­
O herético é um homem que escolhe certas verdades à custa de tal da Grécia.
outras, com isto. provocando divisões na Igreja. w . Zenas nos i desconhecido por outros trechos. Quanto a
u. Ártemas sd aqui se nomeia no N T . O nome de Ttquico. pelo A/xtlti, cf. A l 18.24; IC o r 1.12: 3 .4 -6 etc.
contrário, já mencionado em 2 Tm 4 .12. encontra-sc igualmente x. Trata-se aqui das necessidades materiais de irmãos despro­
em A l 20.4; E f 6.21; C l 4,7. vidos do necessário (cf. v. 13).
EPÍSTOLA A FILÊMON
INTRODUÇÃO
D c toclas a s c a r ta s d e P a u lo q u e c h e g a r a m a té “e s te ir m ã o f i e l e c a r í s s im o ” (4 ,9 ). P o r iss o P a u ­
n ó s, a E p ísto la a Filêm on é a m a is b r e v e . C o n tu ­ lo o c o n s e r v o u ju n to a s i . T a l s itu a ç ã o , p o r é m , a o
d o , n ã o é tini s im p le s b ilh e te , j á q u e n e la P a u lo p r o lo n g a r -s e , c o r r ia o r is c o d e s e to r n a r m e lin ­
o b se rv a to d a s a s r e fir a s d o p r o to c o lo e p is to la r d r o s a : F ilê m o n p o d ia to m a r - s e d e re s s e n tim e n to s
v ig e n te n a é p o c a . É ta m b é m a m a is p e s s o a l: m a s p e la in d is c r iç ã o d e P a u lo q u e , s e m te r r e c e b id o
d a í n ã o s e in fe r e q u e e la s e ja u m a s im p le s " c a rta c o n s e n tim e n to s e u , n e m s e q u e r tê - lo a v is a d o , to ­
p r i v a d a " . D e f a t o , P a u lo d i r i g e - s e ta m b e m à m a r a a se u s e r v iç o o e s c r a v o fu g it iv o . A d e m a is,
“Ig re ja q u e s e re ú ite cm c a s a d e F ilê m o n " (v . 2). c o n s o a n te o d ir e ito em v ig o r , P a u lo , a o c o n s e rv a r
N ã o e s ta r ia o m o tiv o p r o fu n d o d is to n o f a t o d e c o n s ig o u m fu g itiv o , to r n a v a -s e c ú m p lic e d e g r a ­
q u e " n o C o r p o d e C r is to o s a s s u n to s p e s s o a is j á ve in fr a ç ã o d o d ir e ito p r iv a d o . F in a lm e n te , o p r ó ­
n ã o s ã o m a is p r i v a d o s ”? p r io O n é s im o a r r isc a v a -s e a s e r p r o c u r a d o e p o sto
D e s d e o s te m p o s m a is r e m o to s , e s ta e p ís to la n a c a d e ia a n te s d e , à f o r ç a , o d e v o lv e r e m a seu
im p r e s s io n o u p e la d e lic a d e z a d e s e n tim e n to s q u e d o n o , q u e p o d ia in flig ir - lh e u m g r a v e c a s tig o .
P a u lo n e la e x p r im e . N u n c a o a p ó s to lo e m p e n h o u - C o m p r e e n d e - s e p o r is s o q u e P a u to te n h a r e s o lv i­
s e ta n to em n ã o f a z e r p e s a r s o b r e s e u s d is c íp u lo s d o d e v o lv e r O n é s im o a se u d o n o . E n tr e ta n to , n ã o
o j u g o d e s u a a u to r id a d e . E le p e d e , s u g e r e , n ã o s e lim ita a d e v o lv ê -lo . E n v ia s im u lta n e a m e n te a
im p õ e . C o m j u s t o títu lo p ô d e M a u r ic e C o g ite i F ilê m o n e s ta m is s iv a , n a q u a l 'im p lo r a -lh e q u e
q u a lific a r e s ta m is s iv a d e “v e r d a d e ir a o b r a -p r i- r e c e b a o s e u e s c r a v o , n ã o s ó c o m o " u m irm ã o
m a d e ta to e c o r a ç ã o " . m u ito a m a d o ” (v . 16), m a s , a in d a m a is , c o m o se
F o i s e m d ú v id a d e R o m a o u C e s a r é ia q u e P a u lo f o s s e o p r ó p r io P a u lo ( v . 17 ). N ã o lh e p e d e a
e s c re v e u e s ta c a r ta . S e ja c o m o f o r , e la é c o n te m ­ a lfo r r ia d e O n é s im o em te r m o s e x p r e s s o s , m a s
p o r â n e a d a e p ís to la a o s C o lo s s e n s e s : n a o c a s iã o n ã o d u v id a d e q u e F ilê m o n f a r á a in d a m a is d o
P a u lo e s tá p r e s o ( C l 4 ,3 .1 0 .1 8 : F m 9 .1 0 .1 3 .1 8 ) e q u e lh e é p e d id o (v . 2 1 ). C a b e a F ilê m o n c o m ­
a c h a -s e r o d e a d o d o s m e s m o s c o m p a n h e ir o s (C l p r e e n d e r o q u e c o m p o r ta a q u e le " m a i s " . E m to d a
4 ,7 -1 4 ; F m 2 3 -2 4 ). O s e u d e s tin a tá r io n ã o n o s é c a s o , P a u lo d á a e n te n d e r c o m to d a a c la r e za
c o n h e c id o p o r o u tr a s v ia s. P a r e c e te r s id o u m d e s e j á v e l q u e te m p l e n a c o n fia n ç a d e q u e,
m e m b r o im p o r ta n te d a c o m u n id a d e d e C o lo s sa s , a lfo rr ia d o o u n ã o , O n é sim o lh e s e ja d e v o lv id o p a ra
à q u a l b e n e fic ia v a c o m s e u s b e n s e in flu ê n c ia ( w . s e r v ir a o E v a n g e lh o .
5 - 7 ). E r a u m c o n v e r tid o d e P a u lo ; o a p ó s to lo re-
c o r d a -llio d is c r e ta m e n te ( v. 1 9 ); te m p o r e le g r a n ­ U tilid a d e d o u tr in a i. À v vez.es, te m c a u s a d o e s tr a ­
d e e s tim a , a p o n to d e c h a m á - lo d e “s e u c o la b o r a ­ n h e z a q u e u m a c a r ta “p r i v a d a " , tã o p o u c o d o g ­
d o r b e m - a m a d o " (v . I ) . m á tic a , te n h a s id o in s e r id a n o c â n o n d a s E s c r itu ­
r a s . M a s n ã o te r ia a I g r e ja d o s p r im ó r d io s c o n ­
C ir c u n s tâ n c ia s . A s c ir c u n s tâ n c ia s d a c a r ta p e r ­ s e r v a d o e s ta m is s iv a p o r te r p e r c e b id a n e la a lg o
m a n e c e m u m ta n to o b s c u r a s . C o n tu d o , a s v á r ia s q u e n ã o e n c o n tr a v a a lh u r e s s o b r e o p r o c e d e r
a lu s õ e s q u e P a u lo f a z p e r m ite m -n o s le v a n ta r h i­ c r is tã o e m f a c e d a e s c r a v a tu r a ? A h ip ó te s e p a r e ­
p ó te s e s b a s ta n te v e r o s s im ilh a n te s . c e , q u a n d o m e n o s , p la u s ív e l. C la r o e s tá q u e n ã o
O n é s im o , e s c r a v o d e F ilê m o n , f u g i r a d a c a s a d o s e d e v e r ia tr a n s fo r m a r a e x e g e s e d e s ta b r e v e e p ís ­
p a tr ã o , q u iç á e m c o n s e q ü ê n c ia d e a lg u m a f a l c a ­ to la n u m tr a ta d o s o b r e “a e s c r a v a tu r a n a p e r s ­
tru a (v . 1 8 ). T e n d o e n c o n tr a d o P a u lo e m c o n d i­ p e c tiv a d o E v a n g e l h o " . A o e s c r e v ê -la , P a u lo s ó
ç õ e s q u e n ã o n o s s ã o r e la ta d a s , a fe iç o o u - s e a e le tin h a e m m ir a u m c a s o c o n c r e to , p a r tic u la r , m a s
e f o i c o n v e r tid o (v. 1 0 ). P a u lo , p o r s u a v ez, a fe i- ta lv e z f o s s e e x a ta m e n te p o r tr a ta r - s e , n a q u e la
ç o o u -se a O n é s im o e o c o n s titu iu s e u c o la b o r a ­ o c a s iã o , d e u m c a s o p a r tic u la r , q u e e le s e aba-
d o r. N a c a r ta a o s C o lo s s e n s e s , d e s ig n a -o c o m o la n ç o u a n o s d iz e r , a c e r c a d o s v ín c u lo s e n tr e
p a tr ã o e e s c r a v o , a lg o m a is d o q u e e m s u a s c a r ­ d e v e p e r m a n e c e r e s c ra v o , fi c a r n a p o siç ã o q u e lh e
ta s m a is d o u tr in a is . c o u b e n a s o c ie d a d e , c o m o s e e sta p o s iç ã o lh e h o u ­
O s d iv e r s o s tr e c h o s e m q u e P a u lo a b o r d a , em v e s se sid o d e s tin a d a d o a lto , ir r e m is s iv e lm e n te .
s u a s e p ís to la s , o p r o b le m a d o re la c io n a m e n to e n ­ C o m o b e m re le v a T lieo P re iss: “D e f a to , P a u lo
tr e p a tr õ e s e e s c r a v o s c o r r e m o ris c o d e p a r e c e r n ã o ju s ta p õ e c o is a a lg u m a : p e lo c o n trá rio , a f r a ­
tím id o s ( I C o r 7 ,2 0 -2 4 ; E f 6 ,5 -9 ; C l 3 ,2 2 ^ 1 ,1 ) . N ã o te r n id a d e , a u n id a d e e m C r is to a p re e n d e m esta
h á d ú v id a d e q u e , a o o u v ir e s se s p o u c o s v e r s íc u ­ re la ç ã o s e n h o r -e s c r a v o , d e s p e d a ç a m -n a e a
lo s , o e s c r a v o d o m u n d o a n tig o e n c o n tr a v a n e le s r e c o n s titu e m n u m p l a n o to t a l m e n t e d i v e r s o ;
a a fir m a ç ã o a s s o m b r o s a d a s u a d ig n id a d e h u m a ­ O n é sim o se rá c o n s id e ra d o , n ã o s ó c o m o u m se r
n a . M a s P a u lo n ã o c o n te s ta r a d ic a lm e n te a in s ti­ ig u a l, u m o u tro m e m b r o d a Ig re ja , m a s se rá m e m ­
tu iç ã o d a e s c r a v a tu r a c o m o ta l. A d e m a is , n ã o s e b r o d a fa m ília d e F U êm on, s e r á in te g ra lm e n te ir ­
p o d e ta m p o u c o d u v i d a r d e q u e P a u lo a fi r m e m ã o . A ssim , n ã o re sta m a r g e m a lg u m a d e p a te r n a ­
o u s a d a m e n te q u e , e m C r is to , to d a s a s fr o n te ir a s lism o : h a v e rá u m a fr a te r n id a d e to ta l" . C o m o P a u ­
fi c a r a m a b o lid a s , q u e j á n ã o h á “n e m e s c r a v o lo re ssa lta , se rá ju n ta m e n te “n a q u a lid a d e d e h o ­
n e m h o m e m liv r e " ( G l 3 ,2 8 ) . C h e g a m e s m o a m e m e n a d e c r is tã o " (v . 16), q u e O n é sim o d e v e r á
e s c r e v e r a o s c r is tã o s d e R o m a , s e n h o r e s e e s c r a ­ s e r a c o lh id o fr a te r n a lm e n te p o r F U êm on.
vo s: “Q u e o a m o r f r a t e r n o vo s u n a em m ú tu a A in d a c o m T h e o P re is s, é p e r m itid o c o n c lu ir q u e
a fe iç ã o " (R m 1 2 ,1 0 ). M a s, s e g a r a n te q u e “d ia n te " s e o N o v o T e s ta m e n to n ã o é re v o lu c io n á r io n o
d e D e u s " , " n o C r is to " , n o â m a g o d o g r u p o f r a ­ s e n tid o m o d e r n o , é a in d a m e n o s c o n s e r v a d o r : d e
te r n o e , e s p e c ia lm e n te , d e n tr o d a m o ld u r a d a s f a t o , to d a a o r d e m s o c ia l é d e s a r tic u la d a e s e
a s s e m b lé ia s litú r g ic a s , to d o s o s f i é i s s ã o ig u a is e d e s fa z t o m a e s tr u tu r a d e s te m u n d o " .
irm ã o s , p a r e c e n ã o d e d u z ir d a í n e n h u m a c o n s e ­
q ü ê n c ia n o p la n o e x te r io r e ju r íd ic o , o d a vid a A u tc n tic id a d c . S ó r a r a m e n te s e p ô s em d ú v id a a
c iv il. a u te n tic id a d e d e s ta m is s iv a . D e fa to , n ã o s e p o d e
P a u lo d is tin g u e in d u b ita v e lm e n te d o is p la n o s : p e r c e b e r q u e m , a lé m d e P a u lo , p o d e r ia tê -la e s ­
“d ia n te d e D e u s " , " d ia n te d o s h o m e n s " , m a s a c r ito : d e le é a lin g u a g e m , o e s tilo , o c o r a ç ã o (P e .
E p ísto la a Filcm o n in te r d iz a in te r p r e ta ç ã o e s t r i ­ B e n o it) . C o n tu d o , a q u e le s q u e p e n s a m d e v e r c o n ­
ta m e n te d u a lis ta q u e , n â o ra r o , s e d e u a o se u p e n ­ te s ta r a a u te n tic id a d e d a E p ís to la a o s C o lo s s e n s e s
s a m e n to . D e f a t o , e m b o r a P a u lo n ã o p r e te n d a em c a e m n a o b r ig a ç ã o d e s u s p e ita r ta m b é m d a d e s ta
p a r te a lg u m a q u e é p r e c is o a b o lir d ir e ta m e n te o e p ís to la ; p o is , c o m o v im o s , h á ta l c o n e x ã o e n tr e
e s ta tu to d a e s c r a v id ã o , tã o d ifu n d id o n a é p o c a , e s s a s d u a s c a r ta s , q u e n ã o s e p o d e r ia m s u s te n ta r ,
n ã o h á c o m o im p u ta r -lh e o te r d ito q u e o e s c r a v o a se u r e s p e ilo d u a s o p in iõ e s d ife r e n te s .
EPÍSTOLA A FILÊMON
ci 4. 10; 'P a u lo , p risio n eiro de Je s u s C risto*, e o tim ento, para que tal b en eficio não tenha
Fl 1 7
' irm ão T im ó teo , a Filêm on nosso bem - v iso s de fo rçad o , m as provenha de tua
-am ado colab orad or 2e a A p ia , n o ssa ir- liv re vontade. l5T a lv e z O nésim o só te­
Rm 16.5: m g e a A rq u ip o , nosso com pan heiro dc nha sido separado d e ti por algum tem ­
Cl 4.15-17 , . .
arm as, e à Igreja que se rcune em tua p o . a fim de te ser d e v o lv id o para a eter­
casa''.3A vós graça e paz, da pane de D eus, nid ade, l6não m ais com o e sc ra v o , e sim , icor7^2;
. , ITm 6.2
nosso P a i, e do Sen h o r Je su s C risto . com o bem m ais d o que escrav o : com o
Rm i .k ■‘Dou graças a meu D eu s, fazendo contí- irm ão bem -am ad o; se ele o c a tal ponto
C l 1.3.4.9 - j .• • .s•
nua mençao dc ti em minhas oraçoes. pois para m im , quanto m ais o sera' para ti,
ouço falar do am or e da fé que tens para qu er com o hom em , qu er com o cristão 1’ .
com o Senhor Je su s e em beneficio de "P o rta n to , sc mc con sid eras teu irm ão
g i 5.6 todos os santos'. 6Q ue a tua participação na fé1, recebe-o com o a m im próprio. IKE , R,n l5'7
na fé seja eficaz: para isso. tom a con h eci­ se te causou algum prejuízo ou tem a l­
do todo o bem que podem os realizar pela gu m a d ív id a a p a g a r-te , põe tudo na
causa de C ristod. 7G randc alegria e co n so ­ minha con ta. So u eu . P a u lo , quem o ® 6- '1
lação ja' mc foram causadas: por teu am or, escre v e dc próprio punho1: sou cu que
l2-20 irm ão, reconfortaste o coração dos santos. p a g a re i... E não preciso recordar-te que
"P or isso . em bora cu tenha, cm C risto , tu tam bém tens para c o m ig o um a d ív id a,
toda a liberdade dc p rcscrcver-te a tua que é s tu mcsmoM 2"E ia , irm ão, presta-
o b rig ação . 9p rcfiro dirigir-te um pedido -m c esse ob séq u io no Sen h o r: propor­
cm virtude d o am o r. S im , eu , P a u lo , cio n a a meu coração e sse con fo rto cm
velho com o esto u , eu que agora estou C risto ! 2lS c te e sc re v o , faço -o con fiado
preso por cau sa de Jc s u s C risto , l0im plo- em tua obediência: sei que farsís ainda
ro-te cm prol do meu filh o , que gerei na m ais do que te digo .
iCor 4.15: p risão, O n ésim o. "q u e dantes te foi inu- 22A o m esm o tem po, prepara-m e uma
Cl 4 9
til e , ago ra, nos e ú til', tanto a ti com o a hosp edagem : po is, graças a v o ssa s o ra­
m im . l2E u te d e v o lv o este que é com o o ç õ e s, cu conto vos scr d e v o lv id o . “ Saú-
meu próprio co raç ão r. '-'De bom grad o o da-te E p a fra s, meu só c io dc c ative iro em ^ j ' 7,
teria con servad o co m ig o , a fim dc que Je s u s C r isto , “ com o tam bém M a rc o s , ai 12.12:
e le me sirva em teu lu gar na prisão onde A ristarco , D em as e L u c a s , m eus colabo-
C l 4.14:
estou por cau sa do E v a n g e lh o '; u entrc- radores. “ Q ue a g raça do Sen h o r Je su s 2Tm 4.10
tanto, nada qu is fazer sem o teu co n sen ­ C risto esteja co n vo sco '.

a. Paulo está preso e tem consciência de estar ruis mãos de cristãos, sinal eficaz da vida nova que decorre do Evangelho e.
Cristo (10.13.23). Seu cativeiro nào é acidental, faz parte da sua com isto. sirva para a expansão do mesmo.
missão apostólica; é uma participação nos sofrimentos de C risto c . Jogo de palavras: Onésimo sign ifica útil.
(C l 1.24) e. por conseguinte, significativa da sua vitória. f. Certos manuscritos trazem: eu to devolvo, e tu. recebe-o
b . A assembléia cristã prim itiva reunia-se em casa de um cris ­ como ao meu próprio coração.
tão de destaque. Supôe-se que Âpia seja a mulher de Filêm on. e g . L it. nos vínculos do Evangelho. C f. I noia.
Arquipo, seu filho. Este parece ter exercido algum m inistério na h. Lit. segundo a carne e segundo o Senhor. Paulo pede a F ilê ­
Igreja dc Colossas ( C l 4.17). De qualquer forma, é mister obser­ mon que considere Onésim o como um irmão, nào só na fé. mas
var aqui que. visto o papei de Filêm on. sua atitude para com o renunciando a castigá-lo, como autorizava o direito. Implicitamen­
escravo fugitivo devia ter conseqüências particularmente im por­ te. o Evangelho põe em questão o próprio estatuto da escravatura.
tantes quanto ao testemunho cristão. i. L it. Portanto, se me consideras em comunhão (contigo).
c . D igna de nota. a impressionante fórmula: “ O amor (antes j . Paulo em pessoa escreve essas breves palavras — ao passo
da fé!) e a f é que tens para com o Senhor Jesus e em beneficio que o seu costume é ditar (cf. Rm 16.22 nota) — para acentuar
de todos os santos". Paulo quer manifestamente sublinhar que a a seriedade do seu comprom isso.
atitude tomada em relação ao Senhor im plica o mesmo com por­ k . Filêm on. convertido por Paulo, já não se pertence; nada
tamento em prol dos irmãos. pode recusar ao Evangelho e ao mensageiro deste.
d . L it. Que a comunhão de tua fé seja eficaz no conhecimento I. L it . com vosso espírito. A palavra pneuma designa aqui o
de todo o bem em nós. Frase d ifíc il. Paulo almeja que a fé de homem consciente de suas responsabilidades para com Deus e
Filêm on — agindo em virtude do amor — seja. para todos os seus irmãos.
e p ís t o l a a o s h e b r e u s

in t r o d u ç ã o

A E p ísto la aos H ebreus p o d e c a u s a r p e r p le x id a ­ N a s Ig re ja s d o O r ie n te . H ebreus s e m p r e f o i


d e a o le ito r m o d e r n o . P erco rren d o -a , e x p e r im e n - a c e ita c o m o e p ís to la p a u lin a . T o d a v ia , essa tradi­
ta -sc ora u m s e n tim e n to d e a d m ira ç ã o , ora u m a çã o m u ito fir m e n ã o o b sta v a a q u e o s a n tig o s
im p r e s s ã o d c estra n h eza . c o n s ta ta s s e m as d ife r e n ç a s q u e d is tin g u e m H e­
A d m ir a ç ã o e m fa c e d a d e n s id a d e d o u trin a i e breus d a s o u tra s cartas d e P a u lo .
p r o fu n d e z a h u m a n a d e várias p a ss a g e n s . P o is o Para ju s ti fi c a r ta is p a rtic u la r id a d e s. C le m e n te
a u to r reco rre a fó rm u la s in c o m p a r á v e is para p r o ­ d e A le x a n d r ia a p re sen ta a e p ís to la c o m o s e n d o
c la m a r a tra n scen d ên cia d e C r isto e . a o m e s m o u n ia ad a p ta çã o g re g a d e u m te x to c o m p o s to p o r
te m p o , s a b e e x p r im ir c o m re a lis m o a e x tr e m a P a u lo e m h e b r a ic o (c f. E u s é b io . H istória Eclesia's-
so lid a r ie d a d e q u e u n e J e s u s a “s e u s ir m ã o s ”. O tic a. V/. 1 4 ^ ) . E le ju lg a r e c o n h e c e r e m H ebreus
p r o f u n d o c o n h e c im e n to d o A n ti g o T e s ta m e n to o e s tilo d e L u c a s . P o u c o m a is ta rd e , O r íg e n e s
re p o n ta a ca d a lin h a , e s e u a m o r à Igreja s u s te m a c e n tu a a in d a m a is c la r a m e n te a d istin ç ã o : o s
cada u m a d e su a s e x o rta ç õ e s. p e n s a m e n to s , d iz e le . q u a d ra m a o s d o a p ó sto lo ,
H á , p o rd m , n e le tra ç o s q u e p r o v o c a m u m a i m ­ m a s tu d o in d ic a q u e a c o m p o s iç ã o n ã o é d ele;
p re ss ã o d e estra n h eza : o a u to r d á m u ita m a r g e m H ebreus é obra d e u m d is c íp u lo d e P a u lo , q u e
à e v o c a ç ã o d o s rito s a n tig o s e s a c rifíc io s d c a n i­ e x p r im e fíe lm e n te . p o r é m a s e u m o d o , o e n s in a ­
m a is; d c o u tra p a rte , re v e la g r a n d e a g ilid a d e m e n ­ m e n to d o m e stre . Q u e d is c íp u lo ? O ríg e n e s c o n ­
ta l p a ra in terp reta r d e m a n eira sim b ó lic a te x to s e fe s sa n ã o sa b e r (E u s é b io , ibid ., V I, 2 5 ,1 1 -1 3 ), m a s
a c o n te c im e n to s e para su g e r ir c o rre s p o n d ê n c ia s a ig n o râ n c ia a ta l r e s p e ito n ã o a fe ta e m nada su a
e n tr c a s re a lid a d e s terrestres e o s a rq u é tip o s c e ­ a d e s ã o a e s s e te x to da E scritu ra . M e n o s p re o c u p a ­
le s te s , e n tre o s fa to s h istó r ic o s e a e te rn id a d e d i­ d o s c o m o p ro b le m a literário, o u tro s co m en ta d o res
vin a . E n tã o , m u ito s le ito re s tê m a se n sa ç ã o d c o rie n ta is a tin h a m -se à a firm a ç ã o da o rig e m p a u ­
e s ta r p e r d e n d o p é e se . para s e recuperar, te n ta m lin a , co n firm a d a p e la tradição d e su a s Igrejas.
e x a m in a r o te x to m a is d e p e r to , o c o m p le x o e s tilo N o O c id e n te , a situ a ç ã o era o u tra. C o n h e c id a
re tó ric o s ó lh e s a cresce n ta d ific u ld a d e s. d e s d e o f im d o s é c u lo I. v is to C le m e n te R o m a n o
S o b o u tr o a s p e c to , a p ró p ria o r ig e m d a o b ra r e c o r r e r m a n if e s ta m e n t e a e la na s u a c a rta à
cria q u e s tõ e s c o m p le x a s , q u e s u s c ita r a m , d e s ­ Ig reja d e C o rin to , a E p ís to la a o s H c b r c u s n ã o era
d e o s p rim e ir o s s é c u lo s , d iv e r g ê n c ia s e d u v id a s , a c e ita s e m re tic ê n c ia s. A s d ú v id a s re la tiv a s à su a
p o s te r io r m e n te re a v iv a d a s n o te m p o d a R e fo rm a : a u te n ti c i d a d e p a u lin a p r o v o c a v a m h e s ita ç õ e s
d e q u e m p r o v é m a e p í s to l a ? É líc i t o o u n ã o q u a n to a o se u va lo r e n q u a n to e s c rito in sp ira d o .
a sso ciá -la a o n o m e d o a p ó s to lo P a u lo ? P o r q u e O s e u e m p r e g o p o r d iv e r sa s se ita s c o n tr ib u iu para
m o t iv o a s s e m e lh a -s e e la tã o p o u c o às g r a n d e s in c r e m e n ta r as su sp e ita s. O c a p . 7 fo i u sa d o para
e p ís to la s p a u lin a s? A q u e m f o i d irig id a e c m q u e e s c o ra r e sp e c u la ç õ e s e x tr a v a g a n te s so b r e M e lq u i-
o c a s iã o ? S e r á q u e s e tra ta r e a lm e n te d e u m a se d e c ; o s rig o rista s e strib a ra m -s e e m H b 6 ,4 -6 e
e p ís to la ? 1 0 ,2 6 para n e g a r o p e r d ã o a o s c r istã o s q u e ti ­
M is te r s e f a z e x a m in a r e s sa s q u e s tõ e s c o m certa n h a m a p o sta ta d o d u ra n te a p e r se g u iç ã o ; o s aria­
a te n ç ã o , a n te s d e p r o c e d e r a u m rá p id o in v e n tá ­ n o s tiraram a rg u m e n to d c 3 ,2 para su s te n ta r q u e
rio d a s riq u e za s c o n tid a s n e s te e s c r ito fa sc in a n te . o V e rb o é u m a criatura. S e g u n d o u m te s te m u n h o
d e F ila stro d e B re s c ia (M ig n e . P L 12. c o l. 1 199),
O rigem con tro versa. D u r a n te o s q u a tro p r im e i­ d e tu d o iss o re su lto u q u e . n o f im d o s é c u lo I V . a
ros sé c u lo s , a situ a ç ã o d a E p ísto la aos H ebreus e p ís to la n ã o fo s s e lid a n a s Igrejas. D e su a p arte.
p a ss o u p o r m u ita s v ic is situ d e s. A e s te re sp e ito , S ã o J e r ô n im o c o n s ta ta v a q u e o s ro m a n o s n ã o
p o r é m , d e v e - s e n o ta r u m a d ife re n ç a s e n s ív e l e n ­ a trib u ía m Hebreus a S ã o P a u lo (De viris ill. 5 9 );
trc a s Ig reja s d o O rie n te e d o O c id e n te . e l e m e s m o s ó d a v a im p o r tâ n c ia se c u n d á ria à
q u e s tã o d o a u to r (E p . 12 9 ad D ard.. P L 2 2 , c o t. r id a d e d a e p ís to la te r s id o a ta c a d a . N e m p o r iss o ,
1 1 0 3 ); a tr a d iç ã o d a s Ig re ja s g re g a s , q u e d e s d e e n tr e ta n to , a c o n s id e r a o b r a d e S ã o P u u lo .
se m p r e a te s ta r a m s e r e s te e s c r ito p a r te d a s E s c r i­ P o ste r io r m e n te , a e x e g e s e p ro te s ta n te p a s s o u p o r
tu r a s in s p ir a d a s , c o n s titu ía , a se u v er, u m a g a ­ c e r ta v a r ie d a d e d e o p in iõ e s . N o s é c u lo X V II. a
ra n tiu d e c is iv a . T a l era ta m b é m a o p in iã o d e S a n to te s e d a a u te n tic id a d e p a u lin a f o i n o v a m e n te a c e i­
A g o s tin h o (D e pccc. m er. 1 ,5 0 ). A s lis ta s d o ''C â ­ ta q u a s e [>or u n a n im id a d e . A s e g u ir , p r e v a le c e u a
n o n d a s E s c r itu r a s " , e s ta b e le c id a s n o f i m d o s é ­ te s e o p o s ta .
c u lo IV , p u s e r a m c o b r o à s h e s ita ç õ e s , m e n c io ­ O m a g is té r io c a tó lic o , m a is p r e s o a o te s te m u ­
n a n d o e x p lic ita m e n te a E p ísto la aos H ebreus. M a s n h o d a tr a d iç ã o , e m p e n h o u -s e em d e fe n d e r a o r i ­
o f a t o d e e s ta r e n u m e r a d a j u n t o c o m a s c a r ta s d e g e m p a u lin a d u e p ís to la . D e v e -s e n o ta r , n o e n ta n ­
S ã o P a u lo r e s u lto u n a tu r a lm e n te n a te n d ê n c ia a to , q u e o C o n c ilio d e T r e n to r e c u s o u p ro n u n c ia r -
a fir m a r a a u te n tic id a d e p a u lin a d o e s c r ito . N a s e e x p lic ita m e n te s o b r e a q u e s tã o d a a u te n tic i­
Id a d e M é d ia , a G lo s s a O rd in aria a d o to u u m a d a d e , o q u e d e u e n s e jo a u m o u o u tr o c o m e n ta d o r
p o s iç ã o s e m e lh a n te à d e C le m e n te d e A le x a n d r ia : c a tó lic o ( p o r e x e m p lo , E s tiu s ) s u s te n ta r q u e o
H ebreus é u m a c a r ta d e P a u lo fie lm e n t e tra d u z id a a u to r é u m d is c íp u lo d e P a u lo q u e c o m p ô s u m a
p o r L u c a s d e p o is d a m o r te d o a p ó s to lo . o b r a o r ig in a l. P o r o c a s iã o d a s d is c u s s õ e s d o p r in ­
c íp io d o s é c u lo X X , a P o n tifíc ia C o m is s ã o B íb li­
N o tem p o d a K c fo r m a . A s d is c u s s õ e s r e c o m e ç a ­ c a p r o ib iu a o s c a tó lic o s n e g a r a o r ig e m p a u li-
ra m n a R e n a s c e n ç a . U m e c o d is to e n c o n tr a -s e n o s n a , e m b o r a c o n s e n tin d o s e fa la s s e d e u m a r e d a ­
c o m e n tá r io s q u e L u te r o f e z ü e p ís to la em 1517- ç ã o n ã o - p a u l i n a . O s c o m e n t a d o r e s c a tó l ic o s
1 5 IS , n o m e sm o a n o d o se u m a n ife s to de m a is r e c e n te s e n te n d e m o r ig e m p a u lin a e m s e n ti­
W itte n b e rg . E le e x p lic a o te x to c o m o s e n d o d o d o la to ; u m d o s m a is e r u d ito s e s tim a te r s id o a
A p ó s to lo e a té d e s c o b r e n e le a te s e fu n d a m e n ta l e p ís to la c o m p o s ta p o r A p o io , d e p o is d o m a r tír io
d o p a u lin is m o . " N e s ta e p ís to la , P a u lo e x a lta a d e P a u lo ( S . Spicq. A epístola aos H ebreus. t. I,
g r a ç a c o n tr a o o r g u lh o d a ju s tiç a h u m a n a s e g u n ­ p p . 2 6 0 -2 6 1 ).
d o a L e i" . M a s n e m p o r is s o d e ix a d e r e s s a lta r
q u e u m a f r a s e c o m o H b 2 3 , o n d e o a u to r s e in ­ () p r o b le m a d a a u tc n tic id a d c . N a r e a lid a d e , há
c lu i e n tr e o s q u e r e c e b e r a m o e v a n g e lh o p o r in ­ n u m e r o s o s a r g u m e n to s q u e s e o p õ e m à a u te n tic i­
te r m é d io d o s d is c íp u lo s , é u m “a r g u m e n to m u ito d a d e p a u lin a . O fe i t i o g e r a l d e H ebreus a b s o lu ta ­
v á lid o " p a r a d e m o n s tr a r q u e a e p ís to la n ã o é d e m e n te n ã o c o r r e s p o n d e a o te m p e r a m e n to d o a p ó s ­
P a u lo . D e f a t o , e s te r e c o r r e , n a e p ís to la a o s to lo P a u lo . O e s tilo é p a c ífic o d e m a is , a c o m p o ­
G á la ta s, a u m a lin g u a g e m to ta lm e n te d iv e r s a . E m s iç ã o , r e g u la r d e m a is , a p e r s o n a lid a d e d o a u to r,
1 3 ,1 9 , p e lo c o n tr á r io , L u te ro vê u m a r g u m e n to a d e m a s ia d o a p a g a d a (c f. 2 ,3 ). E p o d e m sa lie n ta r -
fa v o r d a a u te n tic id a d e p a u lin a , j á q u e e s te s e m ú ltip la s d is c r e p ü n c ia s n o v o c a b u lá r io , n o
v e r síc u lo e v o c a o c a tiv e ir o . fr a s e a d o a q u e r e c o r r e e n a p r ó p r ia m a n e ir a d e
A lg u n s a n o s d e p o is , a o a p r e s e n ta r s u a tra d u ç ã o c o n c e b e r o m is té r io d e C r isto .
d o N o v o T e s ta m e n to , L u te r o d e fin iu a p r ó p r ia E m vã o s e p r o c u r a r ia , e m H ebreus, a d e n o n i-
p o s iç ã o : a e p ís to la n ã o é d a la v r u d e P a u lo , n e m m a ç ã o “C r is to J e s u s " o u a e x p r e s s ã o “e m C r is ­
d e o u tr o a p ó s to lo q u a lq u e r . N e m p o r is s o d e ix a t o " , tã o fr e q ü e n t e s em P a u lo . A s c ita ç õ e s d o A T
d e a d m ir a r n e la a m a e s tr ia c o m q u e o a u to r d e s ­ n u n c a s ã o in tr o d u z id a s c o m o " E s c r itu r a s ” ( “es tá
c o n h e c id o f a z u so d a s E s c r itu r a s . A lg u m a s p a s s a ­ e s c r ito " , “d iz a E s c r itu r a " ), m a s s e m p r e c o m o
g e n s , p o r é m , c r ia m d ific u ld a d e s : a e p ís to la n e g a " p a la v r a s " ( “e le d i z " ) . O a u to r f a l a a m iú d e da
a p o s s ib ilid a d e d e c o n v e r s ã o p a r a a q u e le s q u e , e n tr o n iz a ç à o c e le s te d e C r is to , m a s s ó u m a vez d a
d e p o is d o b a tis m o , to r n a r a m a c a ir e m p e c a d o s u a r e s s u r r e iç ã o d e n tr e o s m o r to s (1 3 ,2 0 ) e, m e s ­
(6 ,4 -6 : 1 0 .2 6 : 1 2 ,1 7 ). E n tã o , L u te r o e m ite a o p i­ m o e n tã o , s e m u s u r u m a fó r m u l a h a b itu a l. A s u a
n iã o d e q u e H ebreus é u m a o b r a h e te r o g ê n e a . a p r e s e n ta ç ã o s a c e r d o ta l d e C r isto é ú n ic a e m to d o
C a lv in o , p o r su a vez, n ã o m a n ife s ta r e tic ê n c ia o N T . N u m a p a la v r a , e s ta m o s d ia n te d e u m a p e r ­
a lg u m a . D e c la r a q u e , in d is c u tiv e lm e n te . H ebreus s o n a lid a d e m u ito d ife r e n te d a d e P a u lo .
f a z p a r te d a s E s c r itu r a s a p o s tó lic a s e a tr ib u i a A lg u n s c h e g a r a m a té a n e g a r q u a lq u e r a fin id a ­
m a n o b r a s d e S a ta n á s o f a t o d e , o u tr o r a , a a u to ­ d e e n tr e o c o n te ú d o d a e p ís to la e o p e n s a m e n to
p a u lin o . H á n is to u m e x a g e r o m a n ife s to . D e f a t o , G ê n e r o lit e r á r io : e p ís to la ou s e r m ã o ? A té o
em d iv e r s o s p o n to s d e im p o r tâ n c ia c a p ita l, p o d e - g ê n e r o d a o b r a p r e s ta - s e à c o n te s ta ç ã o . H a b itu a l­
s e o b s e r v a r u m p a r e n te s c o m u ito c la r o e n tr e m e n te , c h a m a m - n a d e ep ísto la, m a s H ebreus n ã o
H ebrcus e a d o u tr in a d e P a u lo : I ) a P a ix ã o d e p r in c ip ia s o b a fo r m a d e e p ís to la e n ã o s e p o d e
C r isto ê a p r e s e n ta d a s o b se u a s p e c to d e o b e d iê n ­ a fir m a r q u e u m c a b e ç a lh o e p is to la r h a ja sid o
c ia v o lu n tá ria e m H b 5.H e 1 0 ,9, ta l c o m o e m FI p e r d id o o u s u p r e s so : n a re a lid a d e , a p rim e ira fr a s e
2,H e R m 5 ,1 9 ; 2 ) a in e fic iê n c ia d a L e i a n tig a e (1 ,1 -4 ) c o n s titu i u m e x c e le n te in íc io , m a s n ã o é
su a a b -r o g a ç ã o s ã o a fir m a d a s e m H b 7 ,1 1 -1 9 e in íc io d e c a r ta , e sim e x ó r d io d e s e r m ã o . A c o m ­
1 0 ,1 -1 0 c o m u m v ig o r q u e e m n a d a d e s d iz e m o s p o s iç ã o , e m se u c o n ju n to , o s te n ta o m e s m o c a r á ­
te x to s d e G l 3 ,2 1 -2 5 o u d e R m 4 ,1 5 . E m n e n h u m a te r o r a tó r io . O a u to r n u n c a d iz q u e e s c re v e , m a s
o u tra p a rte d o N T s e e n c o n tr a , a r e s p e ito d e s s e s e m p r e q u e f a l a <2,5: 5 .1 1 : 6 ,9 ; H .l; 9 ,5 ; 11 .3 2 ).
te m a p a u lin o , u m a fo r m u la ç ã o tã o e x p líc ita : 3) O c o r p o d a o b r a n ã o c o n té m n e n h u m e le m e n to
re c ip ro c a m e n te , é n a s e p ís to la s ix iu lin a s ( I C o r p r o p r ia m e n te e p is to la r . P a ra q u e o to m m u d e , é
5 ,7 ; R m 3 ,2 5 e s o b r e tu d o E f 5 ,2 ) q u e o te m a f u n ­ f o r ç o s o e s p e r a r p e l o s d e r r a d e i r o s v e r s íc u lo s :
d a m e n ta l d a e p ís to la a o s H cbrcus te m s e u s m e ­ 1 3 ,2 2 -2 5 é u m f i n a l d e c a r ta ; a l i s e d e p a r a m a l­
lh o re s p o n to s d e c o n e x ã o . U m a c o m p a r a ç ã o e n ­ g u m a s p a la v r a s d e n o tíc ia s , e n v ia d a s a p e s s o a s
tre G l 2 ,2 0 e E f 5 ,2 .2 5 m o s tr a c la r a m e n te c o m o o q u e m o r a m a lh u r e s ; a se g u ir , v ê m a s c o s tu m e ir a s
a sp e c to s a c r ific a l e sa c e r d o ta l d a r e d e n ç ã o f o i s a u d a ç õ e s e u m a e x p r e s s ã o d e v o to s . A n te s, p o ­
p o s to p ro g r e s s iv a m e n te e m e v id ê n c ia n o s m e io s ré m , d e s ta c o n c lu s ã o , c u jo to m a b s o lu ta m e n te n ã o
p a u lin o s : 4 ) p o d e - s e fin a lm e n te d e s ta c a r m a is d e c a s a c o m o d o e x ó r d io , d is tin g u e - s e u m a f r a s e
u m a a n a lo g ia e n tr e a c r is to lo g ia d e M cbreus e a s o le n e (1 3 ,2 0 -2 1 ) q u e f a z a s v e z e s d e u m a v e r d a ­
d a s e p ís to la s d o c a tiv e ir o : o F ilh o , im a g e m d e d e ir a p e r o r u ç ã o . P o r is s o , f i c a - s e in c lin a d o a
D e u s . s u a e le v a ç ã o a c im a d o s a n jo s , o N o m e q u e d ife re n ç a r, n o e s c rito q u e p o ss u ím o s, d e u m a parte,
r e c e b e n a c o n s u m a ç ã o d o se u s a c r ifíc io — o u tr a s u m s e r m ã o d e s tin a d o a s e r p r o n u n c ia d o o r a lm e n ­
ta n ta s c o n s ta ta ç õ e s s u b s ta n c ia is q u e p r o íb e m r e ­ te ( 1,1 - 1 3 ,2 1 ) e . d a o u tr a , u m b r e v e b ilh e te q u e
c u s a r v a lo r à tr a d iç ã o o r ie n ta l c o n c e r n e n te à lh e f o i a c r e s c e n ta d o (1 3 ,2 2 -2 5 ). L íc ito é p e n s a r
o rig e m “p a u lin a " d a e p ís to la . H á m o tiv o s v á lid o s q u e o s e r m ã o te n h a sid o e fe tiv a m e n te p r o n u n c ia ­
p a r a c r e r q u e H cbrcus f o i c o m p o s ta p o r u m c o m ­ d o p e r a n te a a sse m b lé ia d o s f i é is em u m a o u várias
p a n h e ir o d e P a u lo . lo c a lid a d e s . A lé m d is s o , f o i e n v ia d o p o r e s c rito a
Q u a n to a d e te r m in a r m a is p r e c is a m e n te o nome o u tr o s c r is tã o s , a q u e m , n a o p o r tu n id a d e , m a n d u -
do autor, n ã o h á m u ito c o m o p r e te n d ê -lo . D e f a ­ r a m -s e b r e v e s n o tíc ia s e s a u d a ç õ e s . N ã o é im p o s­
to, j á a a n tig a tr a d iç ã o h e s ita e n tr e v á r ia s h ip ó ­ s ív e l q u e o s e r m ã o e o b ilh e te s e ja m d e d o is a u ­
te s e s: p r o p õ e m -s e o s n o m e s d e L u c a s , o u d e C le ­ to re s d iv e r s o s . S e o e s tilo d o s e r m ã o e x c lu i u m a
m e n te d e R o m a , o u d e B u r n a b é . N e n h u m a d e s s a s a tr ib u iç ã o a o a p ó s to lo P a u lo , n ã o s e p o d e d iz e r o
a tr ib u iç õ e s e x ib e títu lo s s u fic ie n te m e n te v á lid o s. m e s m o d o b ilh e te .
P o r isso , o s m o d e r n o s p r o c u r a r a m o u tr a s . A m a is
p la u s ív e l é, s e m d ú v id a , a q u e s e d e v e a L u te r o e D e s tin a tá r io s . A o b r a n ã o c o n té m n e n h u m a in d i­
p õ e e m d e s ta q u e o n o m e d e A p o io : o r ig e m j u d a i ­ c a ç ã o e x a ta d o s s e u s d e s tin a tá r io s . O títu lo “A o s
c a , e d u c a ç ã o lie lê n ic a e m A le x a n d r ia , c o n h e c i­ H e b r e u s " n ã o f a z p a r te d o te x to ; é a n tig o , m a s,
m e n to d a s E s c r itu r a s e r e p u ta ç ã o d e e lo q ü ê n c ia c o m to d a a p r o b a b ilid a d e , f o i e s c o lh id o n a h o ra
(A t IH .24-2H ; I C o r 3 ,6 ) s ã o c a r a c te r ís tic a s q u e d e in s e r ir o e s c r ito n u m a c o le tâ n e a d e v á r ia s
c a lh a m p e r fe ita m e n te a o a u to r d e H ebreus. c u ja e p ís to la s . O se u s e n tid o n ã o é c la r o . A n tig a m e n te ,
lin g u a g e m te m m a is d e u m a a fin id a d e c o m a d e a lg u n s c o m e n ta d o r e s d e d u z ir a m d e le s e r e m o s
Fílon d e A le x a n d r ia . M a s a a u s ê n c ia d e q u a lq u e r d e s tin a tá r io s d e o r ig e m ju d a ic a , h a b ita n d o n a P a ­
te s te m u n h o a n tig o a ta l r e s p e ito e a im p o s s ib ili­ le s tin a e f a l a n d o h e b r a ic o . T a l c o n c e p ç ã o j á n ã o
d a d e d e q u a lq u e r c o m p a r a ç ã o c o m o u tr a o b r a s e a d m ite , d e v e z q u e , a g o r a , to d o s r e c o n h e c e m
q u e se ja c o m c e r te z a d e A p o io m a n tê m e s ta a t r i ­ q u e o g r e g o d a e p ís to la n a d a te m d e u m g r e g o d e
b u iç ã o n o r o l d a s h ip ó te s e s in v e r ific á v e is . Q u e i­ tra d u ç ã o .
ra m o s o u n ã o , é p r e c is o re s ig n a r -s e a ig n o r a r o A u to r e s r e c e n te s s u s te n ta r a m q u e a e p ís to la se
n o m e d o a u to r. d e s tin a v a a ju d e u s n ã o -c r is tã o s , e , m a is p re c is a ­
mente, a m em bros da seita d e Qumran: hipótese Com efeito, o autor reporta-se à liturgia do Tem ­
im provável, já que a epístola não fa z apelo à con ­ plo como a uma realidu de ainda atual ( 10 ,1- 3 ) .
versão, mas à perseveranç a e ao progresso na fé
{3 ,6 ; 5 , 1 2 : 6 ,9 -12 etc.). Aliás, se ela contém an a­ K s t r u t u r a . As lacunas da nossa inform ação con ­
logias inegáveis com os escritos descobertos p e r­ cernente às circunstâncias em que a E p ís to la ao s
to do m ar Morto em Qumran. tem-nas igualm en­ H e b re u s f o i redigida não trazem inconvenientes
te, e impressionantes, com o ju daísm o helenistu, e d e m aior monta, já que o gên ero literário desta
pensou-se vislumbrar nela. além disso, a influên­ obra é pen h or d e uma notável independência no
cia d e doutrinas gnósticas. D e tal d iversid ad e d e que diz respeito a eventos particulares. O que
com parações ressalta ter-se a epístola alim enta­ importa muito mais é d iscernir as linhas gerais
do em húmus muito rico. O am biente em que fo i da com posição.
elaborada mantinha-se sensível a m últiplas in ­ A antiga divisão em duas partes, uma doutrinai
fluên cias. E la se d irig e a com unidades cristãs que ( 1 , 1 - 1 0 , IX), e outra m oral ( 1 0 ,1 9 - 1 3 ,2 5 ) , não
não são d e fundação recente ( 5 ,1 2 ; 13 ,7 ), sem por condiz bem com a intenção d o autor, que, desde
isso remontarem aos tempos prim itivos da Igreja o início, vai alternando exposições doutrinais com
na Palestina (cf. 2,3 ). À gen erosidade dos inícios exortações (cf. 2 ,1 - 4 ; 3 .7 - 4 ,1 6 ; 5 , 1 1 - 6 , 1 2 ) , por
(6 ,10 ; 10 ,3 2-34 ) sucedera um certo cansaço ( 5 , 1 1 ; causa da sua preocuixtção de associar intimamente
10 ,2 5 ; 12 ,3 ). A perspectiva d e novas dificuldades a f é à vida cristã.
p ro vo ca v a tentações d e d esân im o ( 1 0 ,3 5 - 3 6 ; Uma divisão em três partes: I) a palavra d e
12 ,4 .7 ). A isto acrescia decerto um p erig o de D eus ( 1 , 1 - 4 , 1 3 ) : 2) o sacerdócio d e Cristo ( 4 ,14 -
desvios doutrinários, d e atitudes m ais ou menos 1 0 ,IS ); 3) a vida cristã ( 10 ,19 -fim ) po d e valer-se
judaizantes ( 1 3,9). Em todo caso, a influência d e certas constatações exatas, mas não dá conta
judeu-cristã parece m arcar profundam ente essas fielm ente d o conjunto dos dados.
comunidades. Um estudo mais acurado eviden cia uma técnica
d e com posição muito sólida, cujos processos ( "in ­
C i r c u n s t â n c i a s c d a t a . A con clusão epistolar c lu sõ es", “ encadeam entos” , construções simétri­
desta obra evoca circunstâncias concretas, porém , cas) derivam d e tradições literárias bíblicas. Pode-
de m aneira tão enigmática, que não as podem os s e verificar, destarte, entre o exórdio e a pero-
situar, nem no tempo, nem no espaço. Onde e ração, uma estrutura em cinco /Kirtes enunciadas
quando fo i libertado Timóteo? D e que coisa fo i sucessivamente pelo autor (cf. as notas em 1,4 ;
libertado? Ignoram o-lo. A m enção "d o s da Itá­ 2 ,1 7 c : 5 ,1 0 : 10 ,3 6 .3 9 ; 1 2 ,1 2 - 1 3 ) .
lia " não nos fo rn ece esclarecim ento algum , j á que I. Numa prim eira parte ( 1 , 5 - 2 , IS), o autor em-
não podem os saber onde se encontrava esta gente penha-se em definir o "N o m e" d e Cristo, ou seja,
no tempo da redação do bilhete, e o fa to d e os determina a posição d e Cristo com relação a Deus
destinatários conhecerem certos fié is origin ários ( 1,5 - 14 ) e com relação aos homens (2 ,5 -18 ). Com
da Itália evidentemente não basta [Kira lhes rev e­ este objetivo, recorre a uma com paração com a
la r a identidade. posição dos anjos. Este desenvolvim ento vai con­
D a mesma sorte, a data da com posição po d e ser clu ir com a afirm ação d o sacerdócio de Cristo
avaliada d e m aneiras muito d iversas. Tendo em (2 ,17 ).
conta certos modos d e form ulação arcaica, um II. Uma segunda /Kirte ( 3 ,1 - 5 ,1 0 ) mostra a rea ­
comentador situa a epístola muito cedo, antes das lização, em Cristo, das duas características fu n ­
grandes epístolas de Pau lo. Outros adiam sua damentais de qualquer sacerdík io : o Cristo é acre­
redação para o fim do século I e até mais tarde. ditado ju nto a D eus (3 ,1-6 ) e é solidário com os
O fa to d e Clem ente Romano fa z er uso d e H e b re u s homens ( 4 ,1 5 - 5 ,1 0 ) ; a sua posição é com parável,
p o r volta d e 95 exclui uma datação excessivam en­ ao mesmo tempo, à d e M oisés (3,2) e à de Aarão
te tardia. P o r outro lado, as afinidades da cristo- (5,4). Entre essas duas com parações, o autor in­
logia da epístola com a das epístolas do cativeiro sere uma longa exortação à fid elid a d e cristã ( 3 ,7 -
sugerem uma data próxim a ao m artírio d e Paulo. 4 ,14 ).
P ode-se cogitar nos anos que precederam a d es­ III. 4 terceira parte ( 5 .1 1 - 1 0 ,3 9 ) exprim e a dou­
truição d o Templo d e Jerusalém , sucedida em 70. trina em toda a sua plenitude, de vez que põ e em
evidência os traços específicos do sacerdócio d e afirm ações de Jesu s ( IC o r 11,2 5 ) , guiada outros-
C risto: o Cristo e'um sumo sacerdote d e tipo novo sim p o r certas circunstâncias como a data pascal
(7 ,1-2 8 ); o seu sacrifício pessoal difere profunda­ da Paixão, a reflexão cristã abriu-se a esta luz
mente dos ritos antigos e abriu o acesso ao ver­ (cf. IC o r 5 ,7 ; Rm 3 ,2 5 ; E f 5 , 2 ; IP d 1,19 ) . Com a
dadeiro santuario (8 ,1-9 ,2 8 ): obteve-nos realmente Epístola aos Hebreus, a afirm ação alcança toda a
o perdão dos pecad os ( 10 ,1- 18 ) . P o r conseguinte, nitidez que se possa d esejar. Não se po d ia chegar
este sacrifício p õ e fim ao sacerdócio antigo, à L ei a tal resultado sem uma com paração atenta com
antiga, d antiga Aliança. M ais importante que as os ritos antigos e os sacrifícios d e anim ais. Esta
outras, esta terceira parte comporta uma introdu­ evocação, ja o dissem os, corre o risco d e confun­
ção ( 5 ,11- 6 ,2 0 ) e uma conclusão (10 ,19 -3 9 ). d ir o leitor moderno. M as deve-se notar que, ao
IV. Visando atrair os cristãos ao caminho ab er­ inves d e se deter nesse estagio, o autor so 'fa la
to p elo sacrifício d e C risto, uma quarta parte d ele para levar o crente a uhrapassa'-lo.
( 1 1 , 1 - 1 2 , 1 3 ) insiste em dois aspectos fundam en­ É no Cristo glorificado, ao consum ar-se a p a i­
tais du vida espiritual: a fe', a exemplo dos ante­ xão. que ele reconhece a realização perfeita do
passados ( 1 1 ,1 - 4 0 ) , e a necessaria persistência sacerdócio: Filh o d e Deus e irmão dos homens, o
( 12 ,1-13 ) . Cristo glorioso garante aos homens o acesso ju n ­
V. Finalm ente, a ultima parte ( 12 ,14 —13 ,18 ) es­ to a D eus; p o r conseguinte, e' sumo sacerdote. O
boça um quadro da vida cristã, convidando os seu sacerdócio assume a sucessão do d e A arão
fie is a enveredar resolutamente pelo caminho reto (5,4-5), ultrapassando-o. porem : p o is conform e o
da santidade e da paz. testemunho do SI 1 1 0 , D eus queria suscitar um
sacerdote d e nova especie, "segundo a ordem de
O sacerdócio de Cristo. F a c il e' dar-se conta de M elquisedec” (7 ,1-2 8 ). A morte e glorificação de
que a contribuição doutrinai da Epístola aos Hc­ Cristo constituem um verdadeiro sacrifício : deve-
brcus consiste antes d e m ais nada na apresenta­ s e mesmo afirm ar: o unico sacrifício verdadeiro,
ção sacerdotal do m istério d e Cristo. De fato. que vem substituir todos os sacrifícios antigos.
Hebreus e ' o unico escrito do N ovo Testamento Com efeito, estes pernuineciam confinados no ní­
què atribui a Cristo os ntuios d e sacerdote e sumo vel terrestre; gestos convencionais não podiam
sacerdote. Hu nisto um fa to d e grande importân­ nem p u rificar profundamente a consciência (9.9;
cia. Com isto, fica m expressas as relações exis­ 10 ,1-4 ), nem altear o homem ate' Deus. A morte
tentes entre a fe "c ris tã e utna das prin cipais cor­ de Cristo e', pelo contrario, uma oblação pessoal
rentes da tradição bíblica, a que concerne ao culto: perfeita (9 ,14 ); ela avassala o homem em sua in­
ritos e sacrifícios, santuario do Deus d e Israel. tegridade e o submete p o r inteiro â vontade de
Ao prim eiro relance, a pessoa e a obra d e Jesu s D eus (5 ,8 ; 10 ,9 -10 ). Ao mesmo tempo, renova-o
pouco tinham a ver com este modo d e exprim ir a completamente e o introduz na intimidade de Deus.
religião. Jesu s não pertencia â classe sacerdotal P o r sua morte, Cristo se tornou sacerdote celeste
e nunca pretendera um ministério d e sacerdote. (9,24), efetuou a purificação dos pecados e fiin-
Quanto ao acontecimento do C alvário, exterior­ dou uma alian ça nova e eterna ( 9 ,15 ; 13 ,2 0 ). O
mente não teve nada d e ritual. A li, a morte de seu sangue e'p ara nós penhor d e livre acesso junto
Jesu s se nos antolha como pen a legal, ato ju rú li- a Deus (10 ,19 ) . Tudo isso e'o b ra divina, dom de
co infamante, que o segrega do po vo d e Deus, ao Deus aos homens, ja 'q u e f o i o próprio Deus quem
passo que o sacrifício e'um ato ritual glorificante, realizou em seu Filh o essa transformação radical
qu e une a Deus. do homem (2 .10 ).
Para que o cariíter sacrifical da paixão e da
ressurreição d e Cristo se revele em sua plenitude, A condição cristã. Antes d e mais nada. a condição
faz-se necessaria uma dupla su peração: d e uma cristã define-se graças a esta relação sacerdotal
parte, e'p reciso que se rompa o acanhamento dos com Deus. O que a antiga liturgia da Expiação
conceitos tradicionais, apegados ao cumprimento (Lv 16 ) m al conseguia prefigurar com tentativas
dos ritos, e, d e outra, seja percebido, para alem ineficaz.es (Hb 9,9: 10 ,1) tornou-se, no unico sa­
das aparências, o sentido profundo do fa to . Sob a crifício d e Cristo, realidade plena. "N ós temos um
inspiração d e textos proféticos (Is 5 3 ,10 ) e de suma sacerdote" (8 .1; cf. 4 ,1 4 - 1 5 ; 10 ,2 1) , um sumo
sacerdote perfeito que penetrou de uma vez p o r netração de seu espírito, bem como e sobretudo a
todas no verdadeiro santuãrio (9 ,12 ) e que, d ora­ profundeza d e sua fe'.
vante, nos representa diante d e D eus (7 ,2 5 ; 9,24). Deixando d e parte a contraposição paulina en­
E le nos abriu o cam inho; em seu seguimento, tre u f e 'e as obras, que em parte alguma aparece
somos convidados a nos aproxim ar d e Deus com em H e b re u s. o autor timbra d e preferência em
toda a confiança ( 4 ,16 ; 7 ,19 ; 10 ,2 2 ). O pecado fo i mostrar que a fe 'e 'r ic a em o bras e que tudo quan­
abolido (9 ,26; 10 ,12 ) ; o inim igo, vencido (2 ,14 ) ; a to se realizou d e valido no Antigo Testamento teve
lib erta çã o d efinitiva, con segu ida ( 2 ,1 5 ; 9 ,12 ). p o r base a fe'. Po r outro lado, ele acentua que, no
D esde agora, os cristãos participam nos bens do estado d e p ro va çã o em que nos encontramos,
mundo p o r vir (6,4-5); entram na posse do reino nossa fe 'd e v e munir-se de p e rsis tê n c ia (6 ,12 ; 10 .36;
definitivo (12 ,2 8 ). P ara eles, a nova era ja 'c o m e ­ 1 2 , 1 - 1 3 ) . S e Cristo tomou so bre si o sofrimento e
çou ( 1 , 2 ; 9,26). a morte humanos e fe z d eles o caminho d e sua
Isto não significa terem eles jã c h e g a d o à meta. glo'ria (2,9) e de nossa salvação (5,8-9), não fo i
Sua vocação celeste ( 3 ,1) ainda não se realizou para dispensar-nos de os enfrentar, mas para nos
plenam ente. Sua existência continua decorrendo d a r possibilidade d e enfrentã-los cheios de espe­
no mundo terrestre, onde eles não têm morada rança ( 12 ,2 -3 ).
perm anente, e tendem à posse da morada do fu ­ Em bora insista muito na perfeita eficãcia d e um
turo ( 13 ,14 ) . Esperam p ela segunda aparição do so' sacrifício, o d e Cristo, o autor não hesita em
seu Salvador (9,28). Percebem a proxim idade do apresentar a v id a c ris tã como uma oferenda de
D ia ( 10 ,2 5 .3 7 ) , mas ainda não fru em a plena "sa c rifíc io s " (no p lu ra l: 13 ,16 ) . E le convida os
carid ad e d e sua luz. fie is a elevarem a Deus, p o r Je su s Cristo, um
Seu relacionamento com Deus, p o r Cristo, e'rea l contínuo "sacrifício d e lo u v o r" ( 1 3 ,1 5 ) e, de ou­
e intimo, mas so'lhes e'con cedido na fé. É s o 'p e la tra parte, afirma o valor sa crifica l d e uma vida de
fe 'q u e , desde agora, entram no repouso pro picia­ serviço fratern o e caridade ( 13 ,16 ) . A exemplo do
do p o r Deus (4,3). C aso deixem que a increduli­ sacrifício de Cristo, e em união com ele, o cristão
dad e lhes penetre o coração, ei-los separados de não p õ e o culto à margem d a vida, mas une-se
Cristo (3 ,14 ) e de Deus ( 3 , 1 2 ; 10 ,38 ), destinados com D eus p o r m eio da p ró p ria existência real.
à p erd ição (10 ,39). No seu m odo de fa la r da fe', o Isto não significa de m odo algum uma imersão
autor conjuga dois pontos d e vista assaz diferentes. descom edida na cidade terrestre (cf. 1 3 ,12 - 14 ) ,
Um, mais intelectual, que precisa o conteúdo da f e ' nem a dissolução de todu com unidade cristã. Pelo
( 1 1 , 1 b j . 6 ); o outro, mais existencial, que mostra o contrario, o autor lembra a necessidade da coe­
dinamismo da fe', relacionando-a com a esperança são entre cristãos: solicitude d e uns pelos outros
( I I ,la .8 - I 0 etc.). Desta maneira, ostentam-se, lado ( 3 ,1 2 ; 4 , 1 . 1 1 ; 10 ,2 4 ; 1 2 ,1 5 ) . assiduidade às a s­
a lado, a mentalidade grega e a jiulaica. sem bléias cristãs (10 ,2 5 ), obediência aos d irigen ­
Alias, isto mesmo se p o d e observar em outras tes ( 1 3 ,1 7 ) . E , mais d e uma vez, d ã a entender
explanações. Assim, p o r exem plo, o culto antigo toda a importância que atribui à pregação ( 2 , 1 3 ;
acha-se definido sob duplo aspecto: nele o autor 4 .2 ; 5 , 1 1 ; 13 ,7 ) e à liturgia cristã (6,4: 10 ,19 -
mostra simultaneamente o reflexo da imutável 2 2 .2 9 ; 13 ,10 ) . D e fato , seria grande ilusão p r e ­
realidade celeste (8J>; 9,24) e a prefiguração d e tender chegar a Deus sem estar unido com Cristo
um acontecimento "p o r v ir " , o sacrifício de C ris­ e seus irmãos. Como se vê, H e b re u s fo rn ece uma
to, cujo alcance e'escatolo'gico (9 ,7 -12 ). Com isso, imagem da vida cristã muito nítida e notavelmen­
a tipologia da epístola adqu ire fe rtil com plexida­ te equilibrada.
de. D igno de reparo e‘ lam bem a habilidade do
autor em a lia r à preocupação constante d e atin­ D ia lc tic a d o s d o is T e s t a m e n t o s . M erece particu­
g ir os valores eternos uma vigorosa insistência la r atenção um ultimo aspecto d o ensinamento d e
na eficãcia decisiva d e um fa to historico, aconte­ H e b re u s . Talvez esta epístola mostre melhor do
cid o “ uma so' vez" (9,26.28), “ uma vez para sem ­ que qualquer outro escrito do Novo Testamento
p r e " ( 7 ,2 7 ; 9 ,12 ; 10 ,10 ). Esta associação parad o ­ como se cumpriram em Cristo as Escrituras anti­
x a l d e duas perspectivas que se poderiam ju lg a r gas, e eviden cie o conjunto de correlações que
inconciliãveis manifesta incontestavelmente a p e ­ definem esta realização cristã. Trata-se d e um
conjunto com plexo e ate'p arad oxal, p o is une a fir­ rizam o desenvolvim ento do plano d e Deus. E
mação com negação para chegar a uma supera­ dotado de um sentido agudo da continuidade d es­
ção inesperada. O exemplo mais significativo e'o te plano, que constitui a unidade de ambos os
do sacrifício d e C risto: em certo sentido, a morte Testamentos, mas nem p o r isso mostra-se menos
de Cristo na cruz é a negação mesma do culto cônscio da novidade e do carãter definitivo da
antigo; p arece não ter relação alguma com ele; revelação trazida p o r Cristo.
em muitos pontos opõe-se-lhe. E , todavia, um olhar
atento vislumbra uma profunda continuidade: tanto C o n c lu s ã o . Em bora o abalançar-se à leitura da
de uma parte como da outra, é oferecida a Deus E p ís to la a o s H e b re u s exija certo esforço, este não
uma o blação que vai ate'a efusão do sangue e tem tarda a ser amplamente recom pensado. Neste es­
em m ira conseguir o perdão dos pecados. Mas crito do N ovo Testamento percebe-se um desejo
que su perioridade no caso d e C risto! A imolação tão intenso de entrar em comunhão com Deus,
ritual dos anim ais, sucede um dom pesso al levado descobre-se uma doutrina tão profunda da m edia­
ao extrem o, numa obediência perfeita a Deus e ção d e Cristo e uma com preensão tão real das
numa solidariedade total com os homens. Destarte, dificuldades da vida cristã, que não ha'm ais como
o objetivo colim ado p elo culto antigo e' agora cansar-se d e reler suas pa'ginas substanciosas. Nos
atingido d e uma vez p o r todas e, da mesma feita , nossos tempos, sua contribuição e'sern duvida mais
todos os ritos anteriores ficam abolidos. preciosa do que nunca. D e fa to , a E p ís to la a o s
Este exem plo este/longe d e ser o unico. D e um H e b re u s dirige-se a cristãos desorientados e am ea­
extremo a outro d e sua obra, o autor confronta as çados d e desânimo. E la aponta para o verdadeiro
prom essas com suas realizações, as antigas pre- rem edio desse tipo de m al: não vagas exortações
figu ra çõ es com seu cumprimento e sem pre fa z res­ m oralizantes, mas, pelo contrario, um serio esfor­
saltar as diversas correspondências que caracte­ ço d e aprofundamento na f e ' em Cristo.
EPÍSTOLA AOS HEBREUS
1 Deus nos falou por seu Filho. 'De- O Filho de Deus, superior aos anjos.
p o is d e te r , p o r m u ita s v e z e s e d e 5D e fa to , a q u a l d o s a n jo s d is s e 1e le a lg u ­
m u ito s m o d o s , fa la d o o u tro ra aos m a vez:
Pais*, n o s p r o fe ta s 1*. D e u s , 2no p e río d o T u e's m eu filh o , 5.5:
fin al c m q u e e s ta m o s 1', fa lo u -n o s a n d s E u , h o je , te gerei™, Al 13,33
n u m F ilh o d a q u e m e s ta b e le c e u h e rd e i- E a in d a :
2.k: ro* d e tu d o , p o r q u e m o u tro s s im c rio u o s E u s e r e i p a r a e le u m p a i
M,2ÍUH m u n d o sr. e e le s e r á p a r a m im u m filh o "']
Jo i.3: -'Este Filho é o resplendor de sua gló- 6P e lo c o n tr a rio , a o in tro d u z ir o p r im o ­
C l 1.16 . ,
2Cor 4.4 n a e a e x p r e s s ã o d o se u ser*, e su s te n - g ê n ito n o m u n d o ", e le d iz: a i.ik

° u 7 : ta o u n iv e r s o p e lo p o d e r d a s u a pa- E p r o s tr e m -s e d ia n te d e le
lavra®. to d o s o s a n jo s d e Deus**. ipa 3.22
y.14.26 D e p o is d e te r c o n s u m a d o a p u rific a ç ã o 7P ara o s a n jo s , te m e s ta e x p re s s ã o :
s.i; io.i2: d o s p e c a d o s 1, se n to u -s e à d ire ita d a M a- A q u e le q u e f a z d e s e u s a n jo s
M ^ je s ta d e n a s a ltu ra s J, 4to rn a n d o -s e tã o s u ­ e s p ír ito s q
p e rio r a o s a n jo s q u e h e rd o u u m nom e* e d e se u s se rv o s u m a ch a m a d e fo g o 1.
Ef i.2i b em d if e re n te d o d e le s . "M as p ara o F ilh o , esta:

a. Os Pais: os ancestrais do povo israelita, isto e\ as gerações vamente às outras. Para definir a posição alcançada pelo Filh o
passadas (cf. 3.9: 8.9). O s cristãos, ate os de origem pagã, têm no desfecho de sua intervenção redentora, o autor o compara aos
consciência de sua vinculação com o povo dc Israel (cf. Rm anjos, a cu jo respeito, então, se opinava serem os seres mais
4.16-18; 11.17; IC o r 10,1). bem situados para salvar os homens (cf. a esperança de uma
b. Expressão inusitada. A B íb lia costuma dizer: pelos profetas. libertação que Deus realiza pelos anjos, esperança expressa em
c . Lit. no fim dos dias estes'. A expressão no fim dos dias, Qumran na Regra da Guerra. 17.6). Este final de exórdio intro­
usada na Bíblia grega para traduzir uma expressão hebraica menos duz o assunto desenvolvido de I J5 a 2.18.
precisa, designa o tempo da intervenção divina definitiva (cf. E z I. Verbo dizer, e não escrever, sem sujeito expresso: modo de
38,16: Dn 2,28 e v. 45 gr.; 10,14: M q 4.1). A o acrescentar estes. introduzir as citações que e' característico do autor e que não
o autor afirma que doravante o período fina! esta presente; C r is ­ corresponde ao que Paulo costuma usar.
to o inaugurou (cf. A i 2,17; IC o r 10.11: I Pd 1.20). m . SI 2.7. Esta ciutção e a seguinte adaptam-se à entronizaçào
d. A os profetas, amiüde designados com o "servos” (Jr 7.25; real do filho e sucessor de D avid. Entendidas em sentido mes­
25.4), sucede utn ultimo mensageiro que é Filho (cf. M c 12.2- siânico. aplicam -se aqui implicitamente à glorificação de C risto
6). A ausência do artigo definido insiste na qualidade de Filho (cf. Rm 1 3 -4 ; At 1 3 33 ).
e faz esperar especificações ulteriores (cf. H b 4.14). n . 2 Sm 7.14; I C r 17,13.
e. Neste l-ilho. a promessa feita aos Pais alcança sua realiza­ o . Versículo que se presta à discussão. Com preenderam-no: l )
ção final. Ele é o descendente privilegiado dos patriarcas (G n da encarnação; 2) da volta de C risto , traduzindo: mas quando
15,3-4; Sr 44.21: Rm 4,13) e de D avi (SI 2.8), a quem fora novamente houver i n t r o d u z i d o 3 ) da entronizaçào de C risto
prometido o reino universal (cf. D n 2.44; 7.14). na cidade celeste.quando da sua g lorificação pascal (cf. E f I 20-
f. L it. os éotis. À tradição m essiânica (cf. nota a herdeiro, v. 2 1; FI 2.9-10). Este ultimo senlido concorda melhor com o co n­
2). o autor associa aqui a trcidiçào sapiência!: com o a Sabedoria, texto e o texto: aqui, primogênito evoca a entronizaçào (cf. SI
o Filho foi associado à criação do universo (cf. Pr 8.27-31; Sb 89,28. que parafraseia 2Sm 7.14 citado aqui no v. 5). mundo, lit.
7.21; 9,9; Hb 113). mundo habitado (gr. oikouménè) é distinto dc mundo (gr. kosmos )
g . Estas expressões parecem inspirar-se na descrição da Sabe­ e designa aqui a cidade futura (cf. Is 62.4 gr.; S I 9 6 .9 -1 1 gr.); o
doria divina personificada: Sb 7.25-26. Para exprim ir a relação autor confirm a este sentido em 2.5.
do Filh o com Deus. o autor escolhe os termos mais fortes. p. Dt 32.43 gr., corroborado por um texto hebraico encontra­
h. O grego, influenciado aqui pelo hebraico, passa do concreto do em Qumran. O pronome dele aplica-se, no original, ao pró­
ao abstrato e diz: pela palavra do seu poder. O possessivo pode prio Deus. por ocasião da sua intervenção final. O autor o en­
referir-se a Deus ou ao Filho . O poder divin o e' de tal porte que tende do Filho , a quem Deus encomendou o cuidado desta in­
nenhum esforço lhe e' preciso para sustentar o mundo: basta-lhe tervenção.
uma palavra (cf. SI 33.9). q . Esta citação dos Setenta inverte a relação expressa pelo
i. A lgu n s textos trazem a mais: por si mesmo. texto hebraico que traz: aquele que fa z dos ventos seus mensa­
J . Expressão tradicional da glo rificação de Cristo; ela se ins­ geiros. Em hebraico, a mesma palavra significa espirito e vento:
pira no S I 110.1, com a conotação de um sentido celeste: nas anjos e fenômenos da natureza estào intimamente unidos entre
alturas (cf. Mt 26.64). O SI 110 sera' citado mais de uma vez (cf. si. O grego acentua a distinção. Em ambos os textos, permanece
H b 1.13 nota). a idéia da disposição a serviço de Deus.
R. O nome define a dignidade da pessoa e sua posição relati­ r . S I 104.4.
0 te u tr o n o , ó D e u s , e s tá fir m a d o p a r a o u v id a , se não q u ise rm o s ir à d e riv a .
to d o o s e m p r tf, 2P o is, se a p a lav ra anunciada por anjos*
e: O c e tr o d a re tid ã o é c e tr o d o teu entrou em v ig o r e se toda tran sgressão e
re in o '. desobediên cia receberam ju sta retribui- 10. 29;

y A m a s te a ju s t i ç a e a b o m in a s te a ç ão , 3com o esca p arem o s nós m esm o s, se 12-25


in iq ü id a d e , negligenciarm os tão grande salv ação , que
p o r is s o , ó D e u s , te u D e u s c o n fe r iu -te com eçou a ser anunciada pelo Sen h o r, e
a unção d ep o is nos foi con firm ad a por aqueles
d e u m ó le o d e a le g r ia , d e p r e fe r ê n c ia que o tinham o u v id o , 4e tambe'm foi c o n ­
a te u s c o m p a n h e iro s/'. firm ad a pelo testem unho de D eus com
111E ainda: sinais e prodígios, m ilagres de toda sorte",
F o ste tu q u e , n a s o r ig e n s . S e n h o r , e por dons do E sp írito San to d istribu ído s ic « 12.11
f u n d a s t e a te r ra , segundo sua von tad e?
io 1.3 e o s c é u s s ã o o h r a d e tu a s m ãos.
" E le s p e r e c e r ã o , tu , p o r é m , O Ir m ã o d o s h o m en s. 5P o is não foi a
p erm aneces. an jos qu e ele subm eteu o m undo futuroh
S im , to d o s h ã o d e e n v e lh e c e r q u a l u m a do qual nós fa lam o s. Isto nos foi atesta­
ve s te . do em algum lu gar nesses term os:
12 e c o m o s e f a z co m u m m a n to , o s6 O q u e é o h o m e m , p a r a te le m h r a r e s
e n r o lu r á s ', d e le s ?
1226-27 qual um a v e ste , s im , s e r ã o tr o c a d o s , O u o f i l h o d o h o m e m , p a r a n e le
13.* m a s tu . é s s e m p r e o m e s m o e te u s a n o s d e s c a n s a r e s o o lh a r?
n ã o c e s s a r ã o d e r e p e n te 7 T o r n a s te -o u m p o u c o in fe r io r a o s
'■'E a qual dos an jo s d isse algu m a vez: a n jo sx ;
S e n ta -te à m in h a d ir e ita , d e g ló r ia e h o n r a o c o r o a s te ;
d e te u s in im ig o s , vo u f a z e r te u * p u s e s te -lh e to d a s a s c o is a s d e b a ix o d o s icor 15 .27:
e s c a h e lo '1 p ésA. El 122
" N ã o são todos e les esp írito s cum pri­ A o subm eter-lhe todas as c o is a s, nada
dores de fu n çõ es e en viad o s a s e rv iç o , d eixo u que lhe po ssa fic ar in su bm isso.
s i 9i.il: em p ro veito daqu eles que d evem receber O ra, na realid ad e, ainda não vem os que
Al 1211 a sa lv a ç ã o com o herança-'? tudo lhe esteja subm etido, 9mas uma c o isa
constatam os: aq uele Je su s que se tornou
cy I m p o r tâ n c ia d e c is iv a d a s a lv a ç ã o um pouco inferior* aos anjos ach a-se, por
a n u n c ia d a . 'Seg u e -se d a í que nós de­ cau sa da m orte que padeceu, coro ad o de fi 2jt-9
vem o s le v a r m ais a serio a m ensagem g ló ria e honraf. A s s im sen d o , foi por

s. S l 45.7. Formula dc entronizaçào. A o rei dirige-se a deno­ y . O autor inspira-se na citação do v. 7. Cirande é o contraste
minação elohitn: deus. Esta, no caso de C risto . assum e uma entre o C risto entronizado e os anjos enviados a serviço. O tema
plenitude inaudita, por não sc tnitar mais dc entronização terres­ da herança reaparece aqui (cf. 1.2-4), porc'm. desta vez. tendo
tre. e sim celeste, em vista os cristãos. N o A T . trata-se de receber a terra como
t. Testemunhas dc valor trazem: seu reino, herança: o autor fa z a transposição para o plano espiritual: her­
u . S l 45.7-8. da-se a salvação.
v. A lgum as testemunhas dizem tu mudaras, em vez de enrola - z . A lusão à revelação do S in ai (cf. G l 3,19; A t 7.53).
rás, que se inspira em Is 34.4. O segundo qual uma veste não se a. C f . M c 16,17-18.20; A t 5.12; R m 15.19; 2 C o r 12.12.
lê no texto do S l 102.27b. Muitas testemunhas também o om i­ b. Lit. mundo habitado do futuro (cf. 1.6 nota).
tem nu epístola. c . O hebraico traz elohim, plural que lem muitas vezes o sen­
w. S l 102.26-28. N o salmo trata-se do proprio D eus e do fim tido de um singular: deus. A Septuaginta o compreende aqui
do mundo. Tendo C risto recebido, no fim de sua paixão, o se­ com o um plural, seres divinos, e traduz anjos.
nhorio sobre o mundo, este texto lhe 6 aplicado. d. S l 8.5-6.7b. A lgum as testemunhas citam o trecho integral­
x. S l 110.1. Lit. até que eu tenha posto os teus inimigas como mente. sem omitir o v. 7a. O salmo descreve a vocação do homem
escabelo dc teus pés. Salm o de entronizaçào real. que comporta na criação (cf. G n I ,26).
um sentido m essiânico e apresenta um rci-saccrdote. o S l 110 e. N o sentido espacial: a um nível um pouco inferior; ou tem­
fornece base escriturística para a doutrina da epístola (cf. 5.6.10; poral: durante um pouco de temfyo.
6.20: 7.11-28: 10.12-13). f. A vocação do homem realiza-se no m istério de Cristo.
2Cor 5 .U to d o s o s h o m en s q u e , p ela g ra ç a dc da m orte, isto e', o d iab o . ,5e libertar os si> 2.24-.
D eus*, provou a m orte. qu e. por medo da m orte, p assavam a vid a 1)0 J 's
' “C o n vin h a de fato àquele para quem e inteira numa situação de escravos™ . “ Pois
por quem tudo e x iste , e que queria co n ­ ele vem em au x ílio , não de an jo s, mas
du zir à gló ria um a m ultidão dc filh o s, da d escend ência de A b raão . 17Por isso I'41.k-v>
lev ar à con su m ação 11, por m eio de sofri- d ev ia assem elh ar-se em tudo a seus ir- n 2.7
u i .\-'2 m entos, o prom otor da sa lv a ç ã o deles. m ã o s , a fim de se tom ar sum o sacerdote"
"P o is o santificad or e os santificad os têm m ise ric o rd io so , ao m esm o tem p o que
todos a m esm a o rig e m 1; por isso , ele não acreditad o ju n to a D eus para ap agar" os
mi 2 k .io ; se en vergonha de cham a'-los de ir m ã o s p ecad os do p o vo p. '"P o is ja' qu e ele m es­
J° 20' 17 l:c dizer; mo passou pela p ro vação , esta' em c o n ­
A n u n c ia r e i o te u n o m e a m e u s ir m ã o s , d içõ es dc prestar so co rro ao s qu e são
n o m e io tia a s s e m b lé ia , eu te lo u v a r e iJ . p ro vad o s.
'■'E ainda:
Q u a n to a m im , f i c a r e i c h e io d e q J e s u s c o m p a r a d o a M o is é s . 'A s sim
c o n fia n ç a n e le k, p o is. irm ãos san tos q u e c o m p arti­
e ainda: lh a is um a v o c a ç ã o c e le s te , co n sid erai o
E is -m e a q u i, e u e o s f i l h o s q u e D e u s ap ósto lo e sum o sacerd otcq da nossa pro- 4.14

m e d e u '. fis sã o de fé r, Je s u s . 2E le e' a c r e d ita d o '


'■'Assim , p o is, ja' que o s f i l h o s têm em ju n to àq u ele que o co n stitu i1, tal com o i- 17.7
com um o sangue e a carn c, tambe'm ele M oise's o foi em to d a a s u a c a s a “. 'D c
participou igualm ente da m esm a co n d i­ fa to , cab e-lh e um a g ló ria su p erio r à de
ç ão , a fim de, por sua m orte, reduzir à M oise's, na m edida exata em qu e se deve
Rm *,3 im potência aq uele que detinha o poder m aio r honra ao con stru tor da c a sa do

g . Outro texto: sem Deus ou exceto Deus, que concorda mal m . C f. Rm 5.21.
com o contexto (cf. 2.10). Orígenes entende: /wra uhI o ser. exceto n . A q u i, o autor introduz seu tema principal (cf. Introdução),
Deus (cf. IC o r 15.27). Outros pensam na palavra de Jesus na o. L it. expiar, mas este verbo assumiu o sentido de “ sofrer um
cruz (Mt 27,46). castigo", mesmo contra a vontade, o que o toma menos apto
h . Levar a cumprimento traduz o verbo grego teleioun, que para traduzir o termo bíblico. Este designa no A T um rito puri­
desempenha um papel relevante na epístola. Poder-se-ia traduzir ficador com o qual aprouve a Deus prover seu povo (cf. L v 4,20:
por tornar perfeito. m:is esta tradução arrisca-se a ocultar certos 16.6; 17,11). A q u i. exprime a capacidade que o C risto glorifica-
aspectos do termo. D e fato. este contém a ide'ia de meta a alcan­ do possui dc livrar os homens de seus pecados (cf. 7.25; 9,14;
çar (gr. tetos) e. ademais, designa nos Setenta o rito de consa­ IJo 2.1-2).
gração dos sacerdotes. O autor situa-se sempre num contexto de p . Este v. introduz os desenvolvim entos subseqüentes: acredi­
relação com Deu.v Vale-se dele para exprim ir o mistério da
tado sera comentado a partir dc 3 J : sumo sacerdote misericor­
glorificação de C risto (2.10: 5.9; 7.28) e o do total cumprimento
dioso sera explicado de 5,15 a 6,10.
da vocação do homem (10.14: 11.40: 12,23). Não se trata de um
q . Representante qualificado, quer de Deus junto aos homens,
sim ples progresso na perfeição moral, embora este esteja incluí­
quer dos homens junto a Deus.
do. mas de uma transformação radical do homem, que o eleva
r . D iversas interpretaçòes são propostas acerca desta expres­
até Deus. E sla transformação, que os ritos antigos eram incapa­
são: I ) o sumo sacerdote no qual crem os: 2) o sumo sacerdote
zes dc levar a efeito (7 ,1 1.19; 9.9). é uma obra divina (2,10).
assim nomeado na fórmula dc confissão da fé. 3) o sumo sacer­
efetuada na paixão de C risto (2.10: 5.8-9). E la tem um aspecto
dote peio qual passa a nossa confissão de fé, aquele graças ao
sacerdotal (5,9 nota; 7 .1 1 nota). É com unicada por C risto aos
qual aderimos a Deus na fé. — A primeira interpretação fica
que lhe dão sua adesão (10,14; 1 2 2).
i. V ersículo interpretado de v.írios modos. A origem comum é muito imprecisa. A segunda carece de apoio: não se conhece
posta por alguns em Deus (cf. IC o r 8,6), por outros, em Adào, confissão de fé alguma que nomeie Jesus sumo sacerdote. A
em Abraão, na raça humana. O autor quer ressaltar a solidarie­ ultim a corresponde melhor à perspectiva da epístola (cf. 12.2;
dade necessária entre C risto e os homens. 13.15; IP d 1.21).
j . S l 22.23. Salm o do justo perseguido, aplicado a Jesus nas s . Outra tradução possível: fie l a; mas ela não é muito adequa­
narrativas da Paixão (cf. Mt 27,35.39.43.46). O versículo citado da ao sentido do texto empregado (N m 12.7) e ao contexto pre­
refere-se à libertação esperada e. por isso, concerne ao C risto sente. que evoca uma posição de autoridade.
ressuscitado. t. L it. o fez. Pode-se perceber aqui uma alusão à ressurreição
k . 2Sm 2 2 3 : grito de certeza triunfal do paladino de Deus: de C risto , nova criação na qual Deus fe z o homem novo (cf. E l
encontra-.se também em is 8.17. 4.24). Pode-se também compreender: aquele que o constituiu
I. ls 8,18: o paladino dc Deus não é um triunfador solitário; sumo sacerdote,
permanece unido aos que lhe foram confiados. u. C f . N m 12.7.
que à própria c a s a '. 4P o is toda casa tem nhum de v ó s tenha um co ração m au. que Jjsj 5l0'JÍ:
o seu con stru tor, e o con strutor de tudo a incred u lidad e afa ste d o D eu s v iv o d.
é D cu s” . 5O ra, M o is é s foi a c r e d ita d o e m L'm as e n co ra jai-v o s uns ao s outros, dia
to d a a s u a c a s a co m o s e r v id o r *, no in- após d ia. enquanto du rar a proclam ação
1 0 17. tento de g a ran tir o que e sta v a para ser do hoje*, a fim de qu e ningue'm dentre 3.7:
Ei 2 iy-22 ' d ito . m as C risto o é com o F ilh o , e so- vós se e n d u r e ç a , en gan ad o pelo pecad o. ^ “ 26|o 2
iw 13 bre a sua c a s a . ‘ S u a c a sa so m o s nós. se u D e fato , eis que nos tornam os com p a­
co n se rv a m o s a plena certeza c a a ltivez nheiros de C risto , contanto que nos m an- fi 3.12
da esperança*. ten ham os firm e s até o fim em n o ssa
po sição inicial, IJja' que esta' dito:
A e n tr a d a p e la fé n o re p o u so d e D eu s H o je , s e o u v ir d e s a s u a v o z , , '7 X
7Por cau sa d is so , com o diz o E sp irito n ã o e n d u r e ç a is o s v o s s o s c o r a ç õ e s
Santo: c o m o n o te m p o d a e x a s p e r a ç ã o .
H o je s e o u v ir d e s a s u a voz, '‘ Q u ais são . de fato, o s que o u v ir a m e
B n ã o e n d u r e ç a is o s v o s so s c o r a ç õ e s p ro v o c a ra m a e x a s p e r a ç ã o ? N ão são
c o m o n o te m p o d a e x a s p e r a ç ã o , todos o s que saíram do E g ito g raças a
n o d ia d a p r o v a ç ã o n o d e s e r to ’ , M oise's? I7E contra quem s e e n c o le r iz o u
* o n d e v o sso s p a is m e p u s e r a m à p r o v a , e le d u r a n te q u a r e n ta a n o s ? N ão foi con - ?.i<>
p r o c u r a n d o s o n d a r -m e , tra o s qu e tinham p ecad o, c u jo s cada've-
e vira m a s m in h a s obras* "'d u ra n te res to m b a r a m n o d e s e r to '? IKE a quem
q u a r e n ta a n o s . j u r o u q u e n ã o e n tr a r ia m n o s e u re p o u - .vii:
Por este m o tivo e u m e e n c o le r iz e i s o , senão a e sse s reb eld es? ” E nós con s- Dl 1-26
c o n tr a e s ta g e r a ç ã o tatam os que eles não puderam entrar por
e d is s e : o s s e u s c o r a ç õ e s s e m p r e s e cau sa d e sua incredulidade*.
e x tr a v ia m : a 'T e m a m o s, p o is. enquanto sub siste
e s ta g e n te n ã o e n c o n tr o u m e u s um a prom essa de entrar em seu re- Nm 14.31
c a m in h o s . pou so, não seja algum dc v ó s reconh e­
" p o i s eu j u r e i n a m in h a c ó le r à *; cid o cu lp ad o 11 dc ter fic a d o para tra"s.
V e re m o s s e e le s e n tr a m n o m e u JPorque nós recebem os a B o a N o v a tal
r e p o u s o c! com o aquela gen te1, m as a p a lav ra que
l2A e a u te la i-v o s, irm ãos, para que ne- eles tinham o u v id o não lhes foi de pro-

v , À diferença de M oisés, que na realidade não se distingue da sânimo do povo, que rccusou o dom dc Deus. C o m isso. o povo
casa de Deus. C ris lo tem a condição de construtor (cf. 2Sm incorreu na ctílera de Deus. A este contexto é que sc refere todo
7.131. 0 comenuírío a seguir.
» . O fundamento da dignidade de um construtor esta' no falo c . S I 9 5 .7 -11. A frase grega não comporta a palavra veremos.
da semelhança de sua atividade com a do C riador. Formulada E la traduz servilmente o texto hebraico, que é uma formula
em (ermos flextVeis. a argumentação sugere que C risto , constru­ elfptica de imprecaçào. A fórm ula completa seria: “Que Deus
tor da casa de Deus. encontra-se numa condição igual à de Deus me faça este m a le a in d a este o u tro ,se ...“ (cf. IS m 14.44:25,22;
(cf. 1.10). 2Sm 3 3 5 ; 2 R s 6 3 1 ).
x. O termo grego. therái>fln. tem um cunho honorffíco; só se d . C f. Nm 14.9.11; D l 1 .2 8 3 2 ; SI 106.24.
emprega aqui no N T . c. L it. por tant(f temjM quanto o hoje é chumado. A proclam a­
y. A lgum as testemunhas do texto trazem além disso, f i n n e - ção faz-se no salmo. V isa . definitivamente, ao dia da admissão
menle até o fim , fórmula de 3.14. no repouso de Deus (cf. 4,7: 10,25) dia que, para os infíeis. pelo
e. N o hebraico. 0 salmo refere-se ao episódio de Meribá e contnírio. sení de condenação (1 0 2 7 ). D a í a gravidade da exor­
Ma.«á (cf. E x 17.7). O texto grego não permite discenir clara­ tação.
mente esta alusão. f. C f. Nm 14,2932.
a . N o texto hebraico do salm o, o v. termina com obras e g. C f. Nm 1439-45 e Dt 1.41-45.
compreende-se: emhora tenham vista minhas obrus: Irata-se então h. Km grego, o termo convencido admite dois sentidos possí­
dos m ilagres da saída do Egito, os quarenta anos estando liga­ veis: ter a convicção, ou ser reconhecido cutjxido. O segundo
dos no período seguinte (cf. 3.17). A q u i. tis obras designam elas sentido e’ o que convém ao contexto.
mesmas o casligo in fligid o por Deus durante quarenta anos í. O s israelitas haviam sido convidados a entrar na Terra Pro­
(N m 14 32 -3 4 ). metida (cf. Nm 1 3 30 : 14.7-9: D t 1.21.29). A boa nova do Evan­
b. Alusão evidente a Nm 14.21-23 Um a missão de reconhe­ gelho. que convida os crentes a entrar no Reino de Deus. é
cimento enviada à Terra Prometida provocou à sua volta o de- companida aqui a este convite.
v cilo alg u m , d e vez que o s ouvintes não repousou da sua". "Apressemo-nos, pois,
Rn 10.16 se com penetraram dela pela f<?. a entrar neste repouso, a fim dc que o
JNós, que abraçamos a fe', nós entra­ mesmo exemplo dc rebeldia não arraste
mos no repouso, do qual ele disse: mais ningue'm na quedap.
3.i i Pais eu ju rei na minha cólera: ,2De fato, viva e' a palavra dc Deus.
Veremos se eles entram no meu eficaz e mais incisiva do que qualquer n.t 6.17:
repousoV espada de dois gumes11. Ela penetra ate' IK'1'
lendo, seguramente, a sua obra sido dividir a alma do espírito', as articula­
consumada desde a criação do mundo, ções das medulas. Ela joeira as inten­
Jjá que foi dito acerca do se'timo dia: E ções e os pensamentos do coração. ,}Não >' i7.io
Deus, no sétim o dia, repousou de Unia a ha' criatura que se lhe esquive à vista', a
sua ohra',sc novamente, em nosso texto: seus olh os tudo esta' desnudo, tudo
Se eles entram no meu repouso. subjugado1 por seu olhar. A ela e que Rm 14.12
‘Assim, pois, ja' que ficou determinado devemos prestar contas.
que alguns Ia' entrem, e os primeiros a
receber a Boa Nova não entraram devido Adesão a Cristo, sumo sacerdote. ''Ten­
à sua rebeldia. 7cle fixa novamente um do pois um sumo sacerdote eminente que
dia, hoje. dizendo muito mais tarde, no atravessou os cc'us. Jesus, o Filho dc
ja' citado texto dc Davi: Deus, permaneçamos firmes na confis­
3.7-x Hoje, se ouvirdes a sua voz, são da fe'u. l5De fato. nós não temos um
não endureçais os vossos coraçõesm. sumo sacerdote incapaz de compade­
"De fato, se Josue' lhes houvesse garan­ cer-se das nossas fraquezas; à nossa se­
tido o repouso, ele não falaria, depois melhança, ele foi provado em tudo, 2. 17- 1*
in.25 disso, em outro dia"., Um repouso saba'- sem todavia pecar*. '‘Aproximemo-nos
tico que fica. por conseguinte, reservado pois com toda a segurança do trono da
para o povo dc Deus. '"Porque aquele graça, a fim de obter misericórdia e al­
que entrou neste repouso tambc'm deu-se cançar graça, para ser auxiliados a seu
a repousar da própria obra, como Deus tempo.

j. C f. Nm 14.11; D l 1.32. Outro textos: /w « eles não opera­ psíquica, e o espírito, princípio da vida espiritual (cf. IT s 5*23;
ram a fusão pela fé com os ouvintes da palavra, IC o r 2.14; 15.45-46).
k . S l 9 5 .1 1; cf. Hb 3.11 e 4 5 . s. O s possessivos do v. 13 poderiam ser referidos a Deus. em
I. G n 2.2. A assoeiaçfio com G n 2.2 (gr.) enseja ao autor vez de à sua palavra. D c fato. no grego, o termo logos (palavra)
aprofundar o sentido da expressão do salmo. Esta poderia ser é m asculino, da mesma forma que Theós (D eu s), o que confere
concebida como uma felicíd:»de terrestre abençoada por Deus. O ao texto certa ambigüidade. Por isso. o fim do v. 13 poderia ser
autor a põe em relação com a prdpria vida de Deus. o que sugere lido: A ele é que nós devemos prestar contas.
uma interpretação "celeste” (cf. 3.1). t. Lit. dominado, sendo agarrado pelo fwscoço. O verbo grego
m . S l 95.7-8 (cf. H b 3,7-8.15). usa-se no caso dc um lutador reduzido à impotência por seu adver-
n. De acordo com uma opinião corrente, a entrada em Canaã saYio, ou de um animal que vai ser imolado. Ja' que o contexto e x ­
foi a entrada no descanso (cf. Js 21,44; 22,4; 23.1). O autor prime a idéia dc nudez, traduz-sc muitas vc/es posto a descolwto.
supera esta opinião, graças a um raciocínio exegélico bastante u. O autor ora d iz que C risto foi tomar assento nos céus (8.1:
sutil. O salmo, composto muito tempo depois da conquista, 9,24; cf. S l 11.4; I R s 8.30-39). ora para além dos céus (aqui e
considera implicitamente o descanso de Deus com o uma meta 7.26: cf. S l 8.2; 113.4). A s próprias variações dessas formas
que ainda nào foi alcançada. D a í a dedução do autor de que a demonstram que elas não devem ser interpretadas materialmente
entrada em Canaã nào foi a entrada no descanso de Deus, mas no sentido de uma viagem có sm ica (acim a do céu có sm ico, cf.
uma sim ples prefigurjção. 1,10-12; 12,26-27); elas pretendem antes exprim ir a glorificação
o. T id o muitas vezes na conta de uma alusão à entrada d c cada do C risto ressuscitado, a qual pertence a uma ordem espiritual
cristão no cc’u. este v. compreende-se ainda melhor como refe­ (cf. IC o r 15.44-45). Esta g lo rificação junto a Deus confere a
rente à entrada do prdprio C risto (cf. 4.14; 9,24). e ao seu pró­ C risto plena autoridade e. por isso. fornece à fé um apoio muito
prio descanso (cf. 10.11-13). firme (cf. 3.1-6).
p. A s vezes, traduz-se: a fim de que ninguém caia, dando o v. A s provações terrenas de Jesus aproximaram-no dos ho­
mesmo exemplo de indocilidade. mens c constituem o fundamento da confiança deles. Elas não o
q. O alerta contra a falta de fé termina com a referência ao afastaram de Deus. mas. pelo contrario, elevaram-no até Deus.
aspecto jud icial da palavra de Deus (cf. Jo 12.48). pois Jesus nào cedeu ao pecado (cf. 7.26; 9.14; Jo 8.46; 2 Co r
r . Outra interpretação; até o ponto de divisão du alma e do 5*21; 1Jo 3.5). Próxim o dos homens e próximo de Deus. C risto
espirito. O autor distingue a alma. princípio da vida física e glorificado c o perfeito sumo sacerdote.
m C risto, sum o saccrdotc compassi- T u é s s a c e r d o t e p a r a a e te r n id a d e à 7 . 1 -2 K
8.3 vo.'T odo sumo sacerdote*, com efei­ m a n e ir a d e M e lq u ise d e c * .7Foidele quem,
to. tomado dentre os homens, é consti­ durante sua vida terrena', ofereceu ora­
tuído em favor dos homens no que res­ ções e súplicas com grande clamor e si 22 .25 :
peita às suas relações com Deus. Sua la'grimas àquele que podia salva'-lo da
função é oferecer dons e sacrifícios pe­ morte, e foi atendido por causa de sua siésji
los pecados. 2E capaz dc ter compreensão' submissão'. "Embora sendo Filho, apren­
2 |7'.|'k d °s íiuc não sabem e se extraviamy, pois deu a obediência pelos próprios sofri- 2 . 10 .
tambe'm ele é acometido de todos os la- mentos^.V levado ate' a própria consu- ^m2'5K;|9
7.2x dos pela fraqueza -'e. por causa dela, deve m a çã o \ veio a ser, para quantos lhe
oferecer, tanto em favor de si mesmo obedecem , causa de salvação eterna,
como do povo, sacrifícios pelos pecados*. '"tendo sido proclamado por Deus sumo M: k ,j
4Ningue'm arroga a si mesmo esta honra, sacerdote à m a n e ir a d e M e lq u is e d e ti .
ela e' recebida por chamamento de Deus,
como sucedeu a Aarão”. Para um aprofundam ento da vida cris­
5Assim tambe'm Cristo não arrogou a si tã. "Sobre este assunto, temos muitas
mesmo a glória de se tornar sumo sacer­ coisas a dizer, e sua explicação se nos
dote; recebeu-a daquele que lhe disse: representa difícil1, porque vos tomastes
T u é s m e u f i l h o , e u h o je te g erei* , ‘de lentos em compreender. l2Ao cabo de
conformidade com esta outra declaração: tanto tempo, deveríeis ser mestres, mas

w. No A T . 0 síicerdócio comporta irês aspectos principais: I. A í. a Paixão é descrita com o oblação suplicante, toda compene­
O sacerdote é o homem da casa de Deus. admitido a uproximar- trada dc respeito pela vontade de Deus (cf. Getsêm ani. Mt 2 6 3 9
-se do A liíssim o (E x 28.43: 29.30; Nm 18.1-7); 2. E le consulta e paralelos). O autor afirm a ao mesmo tempo que esta oração foi
a Deu\ e trasmite suas decisões, suas leis (D t 33.8ss.: L v 10.11: atendida c que C risto precisou sofrer e obedecer. O acolhimento
M l 2.7); 3. Oferece os sacrifícios ( L v I: 4; 9 etc.). favorável consiste numa transformação que se opera mediante a
Os dois primeiros aspectos, que comportam uma participação própria morte. T a l como no hino cristológico dc H 2.6-11. a
na glória e autoridade de D eus. foram atribuídos à pessoa de obediência vai resultar numa glorificação, mas ela é expressa
Moise‘s (H b 3.1*6) e se verificam dc forma eminente no C risto aqui em termos d c sacerdócio; em vez de ser adorado e saudado
elevado ao ce'u (4.14: 8.1-2). com o título de Senhor (F I 2.11). C risto é reconhecido como
A gora, o autor atem-se ao terceiro aspecto. que ele reporta à salvador c proclamado sumo sacerdote.
figura dc Abraão. Sublinha o aspecto muito humano do sacerdó­ e. L it. nos dias de sua carne.
cio . que se relaciona com os pecados dos homens. No culto f. L it. a partir do seu temor reverenciai. H a quem compreen­
sacrifical, exprim e-se a profunda solidariedade do sumo sacer­ da: libertado de seu temor.
dote com os homens perante Deus. g . L it. ele aprendeu, pelas coisas que sofreu, a obediência. O
x. A palavra grega sign ifica ter sentimentos hem comedidos. texto grego inclui uma assonância. épathen — ênuithen.
Em outros contextos, aplica-se ao dom ínio de sentimentos como h. Outra tradução possível: tornado perfeito (cf. 2.10 nota).
a triste/a ou a ira. A q u i. o termo grego é passível de dupla interpretação. Primeiro,
y. Conform e N m 15,22-31. só podem ser perdoadas pela ofer­ exprime uma transformação profunda: pela obediência de C ris ­
ta de um sacrifício as faltas que nào foram totalmente conscien­ to. a natureza humana foi completamente refundida no cadinho
tes. A s demais acarretam normalmente a exterminação do cu lpa­ do sofrimento, de conform idade com a vontade de Deus (cf.
do. To davia, esta distinção nào se encontra cm L v 16.16.34. 10,9-10). O termo evoca, outrossim. uma consagração sacerdo­
A liás, a noçào de falta cometida por ignorância pode ser tomada tal. pois este 6 o seu sentido na Septuaginta (cf. E x 29: L v 8).
num sentido muito am plo (cf. L c 2 3 3 4 : A t 3.17). A consumação de C risto pelo sofrimento e' a condição prévia de
z . A plena participação do sumo sacerdote ao gênero humano proclam ação do seu sacerdócio.
é acentuada pela necessidade em que se acha de oferecer sacri­ i. Este final anuncia o s temas da pane central: suas três afir­
fício s em favor de si mesmo ( L v 9.7-8: 16,6-11). mações são recordadas respectivamente em 7.28; 9.28: 6.20; e
a . Um a atitude d c hu m ild e d e pendência perante D eus desenvolvidas nos caps. 8 -9 : 10; 7.
condiciona o acesso ao sacerdote. O s que pretendiam apoderur- j . A dificuldade parece ter sua origem menos na complexidade
->e do sacerdócio para elevar-se acim a dos outros homens foram do assunto abordado que na preguiça e falta de curiosidade es­
repudiados por Deus (N m 16-17). piritual dos destinatários. Com parados a crianças que só assim i­
b. S I 2.7: texto ja citado em i .5. lam leite, decepcionam eles o autor da epístola, que almejaria
c. SI 110.4. O prim eiro v. deste salmo foi aplicado à entroni* vê-los tornar-se adultos. O apóstolo Paulo em prega, a respeito
zação dc C rísto em H b I e 1.13 (cf. notas). O v. 4 atesta que o dos coríntios, uma imagem semelhante, que era de uso corrente
rei entronizado foi nomeado sacerdote por Deus. "À maneira na Antiguidade ( IC o r 2.6: 14-16: 3.1-2). O s destinatários da
de...". lit. segundo a ordem de, expressão que não se refere aqui Epístola aos Hebreus parecem pertencer de longa data ã Igreja.
a um mandamento, mas define um tipo de sacerdócio. E m vez de ser capazes dc ensinar os recém-chegados, mostram
d . O s vv. 7 a 10 contém em resumo uma cristologia completa. menos ardor que estes em progredir na vida cristã.
p recisais novam ente que vos ensinem os tornando a pôr na cru z para a sua co n ­
rudim entos in iciais das palavras de D eu s. versão o F ilh o de D eu s, exp on do-o às
C h ega stes a ponto de precisar de leite, injúrias.
não de alim ento sólid o. l5Q uem q u er que 7Q uando uma terra ab so rve os freqüen­
esteja ainda reduzido ao leite não pode tes agu aceiro s que caem sobre ela e pro­
acom panhar um racio cín io acerca do que duz uma vegetação lítil ao s que a m an­
e ju s t o \ porque e' um a crian cinha. |,4O s dam cu ltivar, ela recebe de D eus o seu
adultos, pelo con trário, tom am alim ento quinhão de bênção. * S e , porém , produzir
sólid o, ja' qu e, pela prática, têm as fa c u l­ espinhos e card o s, é ju lg ad a sem v alo r, Gn 3.17-18
dades exercitad as para d iscern ir o que e' próxim a de ser am ald içoad a, e acabará
bom do que e' m au. sendo queim ada.
gt ‘ A ssim , po is. deixem os dc lado o en- 9Q uanto a v ó s, c aríssim o s, em bora fa ­
sinam ento elem entar 1 a respeito de lem os assim , estam os persuadidos de que
C risto, para nos e le v a r a uma perfeição estais do lado bom , o d a salvação8. l0C om
de adulto, sem tornar aos dados funda- efeito . D eus não e' injusto; não pode e s­
mentais”1: arrependim ento das obras m or­ q u ecer a v o ssa atividad e e o am or que
tas e fé em D eu s. 2doutrina dos b atis­ dem onstrastes para com seu nom e, pon­
m os" e im po sição das m ãos” , ressu rrei­ do -v o s a serv iço dos santos 1 no passado 10,32-34
ção dos m ortos e ju íz o d efin itivo . 'E i s o e ainda no presente. " M a s nosso desejo
que vam os fa z e r, contanto que D eu s o e' que cada um de v ó s m ostre o m esm o
permita. ardor em lev ar a esperança ao seu pleno
10.26 ■'Impossível é , com efeito, a pessoas que desen vo lvim en to ate' o fim , l2sem esm o ­ HU3
iPd 2.3 um dia receberam a luzp, provaram o dom recer no vosso e sfo rç o , mas im itando os 5.11
ICor 11,1
ce le ste , partilharam do E sp írito S a n to , qu e, pela fé e p erseveran ça, recebem a 11.7-9
5saborearam a excelen te palavra de D eus herança das prom essas.
e o s poderes do m undo vindouro11, ^ que
não obstante, recaíram — é im p o ssív el' P ro m e s sa d c D eu s e e s p e ra n ç a . "Q u a n ­
que co n sig am o utra v ez a re n o v a çã o , do D eu s fez a sua prom essa a A b raão ,

k. Lii. um discurso de justiça. Estimam alguns que esta ex­ era nova começou (cf. 1.2; 9,11).
pressão se refere à doutrina reservada aos cristãos perfeitos, dou­ r. Esta tradução corresponde à idéia expressa em 9.25-28 e
trina que 0 autor se prepara para expor. 10.26: o sacrifício redentor nào é passível de repetição. Outra
I. Apesar da falta de aptidão de seus deslinauírios. o autor tradução possível: “... a renovação duma conversão quando, por
abaíança-se a um estudo cujo resultado devení ser torná-los própria conta, eles tornam a pôr na cruz o Filho de Deus e o ex­
adultos no plano da fe'. põem às injurias”. Uma idéia análoga é expressa em 10.29. Estas
m. Seis títulos indicam os capítulos deste catecismo funda­ passagens deram azo a controvérsias, cf. Introd.
mental. Em primeiro lugar, vem o arrependimento das obras Nesta extensa frase referente à impossibilidade dc uma segun­
mortas. Conforme 9.14, o sangue de Cristo é o que purificanf da conversão, as perspectivas podem parecer muito sombrias,
nossa consciência das obras mortas, para que possamos servir embora se mantenham imprecisas. Mas aqui não se trata nem de
ao Deus vivo. Mortas significa, portanto, "que não condizem um tratado doutrinai, nem de um juízo pronunciado contra pes­
com a verdadeira vida", obras estéreis das trevas (Ef 5 .1 1; cf, soas culpadas. É um sermão que contém vigorosas chamadas à
Rm 8,6.13; Gl 5,19). atenção. Aliás, a bênção leva vantagem sobre a maldição (6.9).
n. Doutrina dos batismifs: o plural causa espécie. Seria uma e o pregador ressalta então que nutre a respeito dc seus ouvintes
alusão aos ritos de ablução praticados pelos judeus c pagãos? uma opinião favorável e que só quer fortificá-los contra um
Tratar-se-ia do conjunto de atos que abrangiam o batismo cris­ possível esmorecimento. cujas, conseqüências poderiam ser irre­
tão? Ou então, caso seja Apoio o redator da Epístola aos He­ mediáveis.
breus. tratar-se-ia do batismo de João e do batismo cristão? Cf. s. Em 6.7-8. o autor distinguira. na sua comparação, duas
At 18.25: 19,1-5. possibilidades. Agora, ele remete à melhor. Ainda aludirá à
o. A imposição das mãos comunica o Espírito Santo (At 8.17; mesma em 6,12, ao falar de herdar as promessas.
19.6; cf. também ITm 4,14; 5.22). t. Os santos: termo comum para designar os crentes. O após­
p. Receberam a luz evoca a iluminação da fé (Ef 1,18; 3.9; tolo Paulo emprega-o dc bom grado (cf. Rm 12.13; 15.25).
5.13*14) e pode ser posto cm relação com o batismo: o dom Às vezes este termo evoca mais especialmente os membros
celeste pode evocar a participação na Ceia. da Igreja de Jerusalém e. por extensão, das Igrejas da Judeia
q. Os poderes do mundo vindouro já estão agindo na comu­ (assim 2Cor 9,12; Rm 15.26). Toma-se então um título honorí­
nidade e sua intervenção atesta que o sacrifício dc Cristo trans­ fico que lembra a posição ocupada por esta Igreja cm toda a
formou profundamente as condições da existência humana; uma Igreja.
com o não disp u se sse de ningue'm m aior do este voltava do combate contra os reis,
Rm 4.20 do que e le por quem ju ra r, ju ro u por si e o ahençooub. 2A e le , Abraão entregou
(,n 22,16 m esm o l4e disse: o dízimo de tudo. Prim eiro ele tem um
Sim, de bênçãos eu te cumularei, nom e que se traduz, “ rei de ju stiç a ” , e
imensa multiplicação te concederei:u. d e p o is, e' tambe'm rei de Salem, ou seja,
l5T en d o pois A b raão p erseverad o, viu rei da paz. 3E le , quec não tem p ai, nem
n.9.13.33 a prom essa realizar-se. “ O s hom ens ju- m ãe, nem g e n ealo g ia, nem princíp io de 7.16
39 , .
ram por quem c m aior do qu e e les e. seus d ias, nem fim de sua v id a , m as c'
para pôr lerm o a q u alqu er con testação, assem elh ado ao F ilh o de D eusd. perm a­
recorrem à garantia do ju ram en to . " N e s ­ nece sacerdote para todo o sem p re'.
te sentido, querendo D eu s m ostrar com ■•Contemplai a g ra n d e z a 'd e ste persona­
m ais evid ên cia aos herdeiros da prom es- g e m , a quem A b raão entregou com o d í­
9.15: io.36 sa o cara'ter irrev o g á vel da sua d ecisã o , zim o a m elhor porção da presa, sendo
interveio' com um ju ram en to . '"D estarte, patriarca. 5O ra, aqueles dentre o s filhos
do is atos" irrevoga'veis. nos q u ais não de L e v i que recebem o sace rd ó cio têm Nm tx.21
Nm 23.19 pode haver mentira d a parte d c D eu s. nos o rd em , em virtude da lei, dc cobrar o
com unicam um poderoso incentivo, a nós d ízim o do p o v o , isto e. do s seus irm ãos,
que tudo abandonam os para lo grar a es- co n q u a n to s e ja m d escen d en tes de
10.23 perança proposta. ” E sta é , para nós, com o A b raão 6 . ‘ E le . porcm . que não con sta das
ân co ra' da alm a , fixad a com muita fir- g e n e a lo g ia s d e le s, sujeitou A b ra ã o ao
10-20: m cza. que penetra para ale'm do ve'u’ , Mali d ízim o e abençoou o titular d a s prom es­
Lv 16.2.12 , , .
4.14.9.24 on(J c Je su s entrou co m o precursor em sas. 7O ra, o inferior e\ sem con testação
nosso lu gar, feito sacerdote para sempre a lg u m a, o qu e e abençoado pelo su p e­
à maneira de Melquisedec rior. *E aqui o s que recebem o dízim o
são hom ens qu e m orrem ; Ia', e' algue'm
Gn 14. Melquisedec. 'Este Melquisedec*, rei do qual se atesta que v iv e . “B aste dizer
17-20 7
de Salem, sacerdote do Deus altís­ q u e, na pessoa d e A b raão , o próprio L e v i
simo, saiu ao encontro de Abraão, quan­ qu e recebe o d ízim o h foi su jeitad o ao

u. Gn 22.17 gr. de Melquisedec fora do tempo. Nele, reconhece uma prefiguração


v. Lit. interpôs-se. cf. nola seguinte. de Jesus Cristo.
w. Esses dois atos são a promessa de Deus e o juramento dc d, Nos textos descobertos em Qumran. constam vários frag­
Deus. Assim. Deus passa a ser testemunha e fiador da própria mentos importantes para compreender a influência exercida en­
promessa. tão pela figura de Melquisedec.
x. Cf. 2.1. A âncora, símbolo da esperança, é uma imagem O texto midráshico descoberto na gruta XI inclui claramente
comum na literatura grega. Numerosas reproduções descobertas esle termo. Conforme certos autores, ele se referiria a Melquisedec
nas catacumbas atestam o seu emprego muito amplo como sím­ considerado como ser divino, salvador celeste, cuja figura não
bolo cristão. deixa de recordar a do arcanjo Miguel.
y. Trata-se do véu do templo, que cerra a entrada do Santo dos O historiador Josefo dá a João Hircano o título de “sacerdote
Santos (cf. 9 3 ). Aqui o autor cogita no acesso ao próprio Deus do Altíssimo”, que lembra Melquisedec (A nt. Jud. XVI, 6,2).
(cf. 9 *24 ; 10 .20 ). c. A Bíblia não estatui limite algum de tempo para o sacerdó­
z. Este v. recorda a explanação que termina em 5.10 e anuncia cio de Melquisedec. É um traço que o diferencia do sacerdócio
o que começa cm 7.1 onde Melquisedec desempenha o papel dos sumos sacerdotes judeus, que finda com a morte (Nm 20.24-
principal. 28). O mesmo traço se verifica em plenitude no sacerdócio do
a. Com o v. I, inicia-se um parágrafo que começa pela men­ Cristo ressuscitado. Esta é a razão da grande insistência do autor
ção de Melquisedec e conclui cm 7.10 com uma formulação que neste ponto: 7.8.15-17.23-25.
lhe fa2 eco. ótim o exemplo de inclusão, modo de compor assaz f. Em 7.4-10. o autor vale-.sc da percepção do dízimo de Abraão
corrente na Bíblia e especialmente freqüente em Hb. por Melquisedec para fundamentar a preeminência do seu sacer­
b. O autor refere-se à narrativa de Gn 14,17-20. Reserva para dócio sobre o de Levi. descendente de Abraão. Quando, na
o segundo parágrafo de sua exposição (7.11-28) o comentário do exposição ulterior (7.11-28), for atestada pelo SI 110.4 a seme­
SI 110,4: sacerdote à maneira de Melquisedec. lhança de Cristo com Melquisedec, o seu raciocínio culminará
O tftulo altíssimo, atribuído a Deus. aparece em Nm 24,16; Dt nesta conclusão: sendo secundo a ordem de Melquisedec, o
32.8; e com freqüência nos Salmos. sacerdócio de Cristo é superior ao dos levitas.
c. De acordo com um princípio de exegese rabimca. o autor, g. Lit. oriundos dos rins de Abraão (cf. 7,10 nora).
aqui. baseia-se nas omissões e silêncios da narrativa de Gn !4. h. A narrativa de Gn 14.20 é a primeira que menciona o dí­
para traçar um retrato que situa a figura enigmática e profética zimo em favor dos sacerdotes.
dí/.im o. "'P o is ainda ja z ia nos rins 1 do virtude da sua d efic iê n c ia e falta de prcs-
seu antep assad o, quando se deu o encon­ tim o l'1— pois a lei nada levou à p erfei­
tro com Melquisedec. ção — . e . por outra, a introdução dc uma
esperança m aior, pela qual nos ap ro xi- 6.ix
S u m o s a c e r d o t e à m a n e ir a d c M e l- m am os de D eus. T* 4S
q u isc d c c . " S e se tiv esse ch egad o a um 20E na m edid a"em que isto não se reali­
s .6 cum prim ento 1 perfeito pelo sace rd ó cio zou sem juram en to — pois se não houve
lev ítico — pois ele era a base da le g is ­ ju ram en to quanto ao sacerd ócio dos ou ­
lação dada ao po vo — . que necessidade tros. 2lquanto a este houve o juram ento
si 1 1 0 .4 havia ainda de suscitar outro sacerdote prestado por aquele que disse a seu res­
na linhagem de Melquisedec, em v ez dc O Senhor jurou e não se retratará:
peito:
designa'-lo na linhagem dc A a rã o ? l2Pois Tu és sacerdote para a eternidade0 —,
um a m u dan ça d c s a c e rd ó c io acarreta 22nesta m edida, Je s u s tornou-se garantiap 12.24:
forçosam ente a m udança da lei. L,E aque­ d c um a alian ça m elhor. “ A d em ais, os
le a quem o texto citado se refere faz outros tornaram -se sacerd otes em gran ­
parte de uma tribo da qual nenhum m em ­ de num ero, pois a m orte obstava a que
bro foi investido no serviço do altar. u De perm anecessem ; 24m as e le , ja' que per­
fato.e' notório que nosso Senhor descende m an ece para a ete rn id ad e, possui um u.*
de Juda"11, de um a tribo da qual M oisés sacerd ócio e x c lu s iv o 1*. ^ E is por que tem
não disse nada em seus textos referentes co n d içõ es d c s a lv a r defin itivam ente o s
aos sacerdotes. I5E m aior ainda se torna a q u e . por m eio d e le . se ap ro xim am dc km*
evidência se o outro sacerdote suscitado D eu s, pois esta' sem pre v iv o para inter­
se assem elha a M elq uisedec, “ e não tem c ed er' cm fa vo r d eles. 26E tal c' precisa- 4.14
acesso ao sacerdócio cm virtude dc uma mente o sum o sacerd ote que nos c o n v i­
lei dc filiação humana1, m as em virtude nha, santo, inocente, im aculado, separa­
do poder de um a vida indestrutível. l7De do dos p e c a d o re s, e le v a d o acim a dos
fato, e-lhe prestado este testemunho: ce'us. 27E le não p recisa, com o o s dem ais
si 11 o,4 j u £ v sacerdote para a eternidade su m o s s a ce rd o te s, o fe r e c e r s a c r ifíc io s
à maneira de Melquisedec". todos o s d ia s. prim eiro por seus próprios 5.3:
"T e m o s efetivam en te a í. por uma par- pecad os, d ep o is p elos do po vo. Isto. ele Lv 16615
Rm 7. 1-3 te. a ab -ro g ação do preceito anterior, em o fez de um a vez por todas, oferecen do-

i. Sede do vigor físico, os rins são considerados como conten­ n. Depois de ter insistido nas diferenças (7.11-19). agora o
do antecipadamente toda a posterioridade de um homem (cf. Gn autor ressalta a superioridade do novo sacerdócio (cf. Introdu­
35.11; 1 Rs 8.19). Ao perceber o dízimo de Abraão. Melquisedec ção). Ele apresenta dois argumentos: garantia divina mais solene
afirmava a própria superioridade sobre a posterioridade deste, (7.20-22) e promessa de eternidade (7.23-25). O primeiro argu­
embora ela ainda estives.se em germe nos .vmv rins. mento foi preparado em 6,17. o segundo em 7.8.15-17.
j . Em grego, temos aqui teleiôsis. palavra que. no Penta- o. A citação do Sl 110.4 e' mais ou menos extensa, conforme
teuco, sempre designa os ritos levíticos de consagração sa­ o ponto no qual o autor quer insistir.
cerdotal (cf. 5,9 nota). O anuncio, no Sl 110. de um sacerdó­ p. A situação pessoal de Cristo glorificado faz dele o resjum-
cio de tipo diferente, enseja ao autor contestar a exatidão do sável de uma aliança definitiva entre Deus e os homens. De fato.
apelativo: o sacerdócio levítico não merecia o nome de con­ ele e verdadeiramente homem c. por outro lado. foi estabelecido
sumação. e. por isso. precisou ser substituído por um sacer­ sumo sacerdote junto a Deus de maneira irrevogável por Deus
dócio superior, o de Cristo, ünico sumo sacerdote verdadei- em pessoa. Segue-se daí que os homens, doravante, têm nele um
ramente consumado (7.28). fiador junto de Deus.
k. Tal qual Melquisedec. Nosso Senhor não pertencia a uma q. Exclusivo. Em gr. aparábaios, adjetivo que não se encontra
família de sacerdotes. Sua pertença à tribo de Juda' 6 explicita­ alhures na Bíblia. O seu sentido etimologico e ao lado de quem
mente atestada em Mt 1.2; Lc 333; Ap 5.5. Esses textos confir­ nüo se pode caminhar. A Vulgata traduziu sempiterno.
mam a afirmação de Hb: é notório..., sem que se possa afirmar r. Aqui. já não se trata da humilde suplica de Cristo nos dias
que o autor de Hb tenha conhecido Mt. Lc ou Ap. Os numerosos de sua carne (5.7). A intercessão e' a providencia de uma pessoa
textos que nomeiam Jesus descendente de David (Km 13; Lc plenamente autorizada (cf. 3.2) que intervém junto ao poder, em
132; Mt 9.27; 2 Tm 2.8) seguem no mesmo sentido, ja que favor de pessoas pelas quais responde. Ningue'm. para interceder
David e' descendente dc Juda. junto de Deus. esta mais bem situado do que o Cristo glorifica-
I. Lit. segundo unui lei de prescrição carnal. do. pois foi entronizado para sempre à direita de Deus (cf. Rm
m. Sl 110.4. Cf. Hb 5.6; 6.20. 834; Hb 9.24; IJo 2.1).
-se a si m esm o. “ A o passo que a lei con s­ ‘ N a realidade, c um m inistério muito
titui sum os sacerdotes* hom ens sem pre su p erio r o que lhe to ca, porque é m edia­
5.2 d efic ien tes, a palavra do ju ram en to 1 que dor de um a alian ça muito m elhor, cuja
interve'm dep ois da lei constitui um F i­ c o n s t itu iç ã o se b a s e ia em m e lh o re s 7.22; 9.1S;
lho q u e. para a ete rn id ad e, c h eg o u à p ro m essa s'. I2'24
con su m ação perfeita.
Anúncio da troca dc aliança. 7D c fato.
q Nosso sumo sacerdote e o culto tcr- se esta prim eira alian ça” não fo sse digna
° restre. 'O ra — tem a capital da nossa d c reparo, não se trataria d e substitui-la
3. i : 4.i 4 e x p o sição — , é realm ente um tal sum o por um a segunda. *Com efeito, é uma ver­
sacerdote que tem os, o qual se assentou dadeira repreensão que ele lhes dirige:
à direita do trono da M ajestad e nos céu s, Eis, virão dias, diz o Senhor,
2co m o m inistro do verd adeiro santua'rio nos quais eu concluirei com a casa de
Sr 24.10 e da tenda verdadeira ergu id a pelo S e ­ Israel
nhor e não por um homem".-^Todo sum o e com a casa de Judá uma aliança
sacerdote é constituído para oferecer dons nova,
5. 1.3 e s a c rifíc io s; donde a n ecessid ad e, tam ­ 9 não como a aliança que firm ei com
bem para ele. de ter algum a coisa para seus pais
oferecer. 4S e C risto e stiv e sse ’ na terra, no dia em que os tomei pela mão,
nem sequ er seria sacerd ote, por estar esse para fazê-los sair da terra do Egito.
posto ocupado por aqueles que oferecem De vez que eles mesmos não
io.k os dons, de conform idade com a le i"; 5mas mantiveram a minha aliança,
eles prestam o seu culto a uma im agem x. eu também os desamparei, diz o Senhor.
io.i a um esb oço das realidades celestes, 10 Pois eis a aliança pela qual me aliarei
se-
«3 gundo a advertência divin a recebida por com a casa de Israel:
« . * ; i 3.io M oisés para a construção da tenda: Após esses dias, diz o Senhor, ao dar
Vê. lhe foi dito, minhas leis,
que faças tudo conforme o modelo que é na sua mente e no seu coração1' que 10.16
te fo i mostrado sobre a montanlui1. as inscreverei.

s. Para terminar uma conclusão redigida cuidadosamente (7.26- tas. servem de modelos a reproduções terrestres. Mas da' lugar
28). este versículo rcpisa a oposição entre os dois saceniócios. tambe'm a uma relação inversa, entre um primeiro esboço terres­
acentuando, porém, o caráter positivo do segundo, lembrando o tre e uma realização definitiva que lhe seria posterior (cf. 10.1).
juramento prestado, a eternidade do sacerdócio e sua plena con­ A união de ambas as perspectivas — uma mais estática, que faz
sumação (cf. 5.9). do que é divino o protótipo de todas as realidades, a outra mais
t. Lit. a palavra da prestação dn juramento. Trata-se do jura­ dinâmica, que se interessa pelas etapas sucessivas da história da
mento de Deus referido no SI 110. o qual e' posterior à lei de salvação — é um traço característico da epístola (cf. 11.1: Intro­
Moisés. O autor atenta para as fases sucessivas da revelação (cf. dução: Dialética...).
4.7: 9.8; 11.40). O desenvolvimento subseqüente há de aplicar a primeira
u. Deparamo-nos aqui novamente com os dois temas do SI relação ã noção de santuário ou Santo dos Santos: o santuá­
110. entronização real e sacerdócio (cf. Hb 13 e 5.6). O autor rio terrestre era uma cópia, forçosamente deficiente, da mo­
prepara-se para indicar por que sacrifício se realizou o sacerdó­ rada de Deus (9.24). A outra relação aplicar-se-á á noção dc
cio dc Cristo. — A tenda verdadeira ha' de ser definida cm 9 .1 1. prim eira lenda (9.2). bem como ao culto a ela vinculado (cf.
o santuário cm 9.24. 9.8-10): a primeira tenda terrestre e os ritos antigos nada
v. Lit. se ele estivesse. Nesta primeira parte do desenvolvi­ mais faziam que prefigurar a lenda mais perfeita (cf. 9 .1 1
mento, de aspecto um tanto negativo, o autor evita nomear Cris­ nota) e o sacrifício de Cristo únicos capazes de dar acesso ao
to. Nomeá-lo-á a partir de 9.11. verdadeiro santuário.
w. Cristo e sua oblação não se inseriram no sistema terreno do z. A mudança dc culto sacrifical era necessária para que o
antigo sacerdócio. O autor completará seu pensamento a este relacionamento entre os homens e Deus fosse firmado numa
respeito em 9.24. base melhor (cf. 7.12.18-19).
x. Em grego hypodeiftma. que significa mais exatamente sinal, a. Trata-se da aliança dc Deus com o povo de Israel, concluída
figura, e também exemplo. Da mesma forma em 9,23. no Sinai (cf. 8.9; Ex 24,3-8).
y. Ex 25.40. A formulação do aulor denota certa complexida­ b. Lit. sobre seus corações. A nova aliança não consiste numa
de. Por uma parte, sugere uma relação entre a terra e o céu ordem jurídica externa, mas estabelece-se no interior das almas.
segundo a qual as realidades celestes, anteriores e mais perfei­ — A frase grega modifica a disposição paralela do hebraico.
2Cor 6 . 16 ; Tornar-me-ei seu Deus, s a ce rd o te s, para c u m p rir seu s e rv iç o ,
Ap 2I" eles se tornarão meu povo. entram na prim eira tenda cm qualquer
11 Nenhum deles precisará mais ensinar tem po. 7M as na segu n d a, só entra o sum o l v i6,2.34

seu compatriota sacerd ote, uma v ez por ano c , ainda a s ­


nem seu irmão, dizendo: Conhece o sim , não o fa z sem o fe re c e r san gu e por
Senhor.' suas faltas e pelas do p o v o 1."C o m isto, o
Porque todos me conhecerão E sp irito Santo qu is dem on strar que o c a ­
desde o menor até o maior*. m inho do santua'rio ainda não esta' mani- i<uv
12 Porque eu serei indulgente com suas fe sta d o , en qu anto s u b siste a prim eira
faltas, tenda1. vHa' nisto um sím b o lo para o tem ­
e não me lembrarei mais dos seus po atual; ali se o ferecem o b la ç õ e s e sa­
pecados c rifíc io s incapazes de le v a r à p erfeição . 10.1.4-11
2Cor 3.6.U '-'Ao falar de um a alian ça nova, tornou na própria co n sc iên c ia , aq u ele que pres­
antiga a prim eira; o ra, o que fica an tigo ta o c u lto k. '“B a se a d o s em a lim e n to s, 13.9:
e en velh ece esta' prestes a d esap arecer. bebidas e abluções d iv e rs a s , não passam Lv IU
de ritos hum anos, ac eito s ate' o tem po da
q O culto an tig o . 'P o is a primeira alian- ordem certa.
** ça tinha um ritual para o culto e um
tem plo terrestre. 2D e fato, foi in stalada' O s a c r ifíc io d c C r is t o . " M a s sob reveio
um a tenda, um a prim eira tenda den om i- C risto , sum o sacerdote do s bens vindou- *.1
Ea 4<>. nada o San to , onde estavam o can d ela- ros'. Fo i atrave's de um a tenda m aior e
i 7-iy.22-24 k ro> a m esa e o s pãe s da p ro po sição. 3A m ais p erfeita, não feita por m ãos — isto
segu ir, atras do segu ndo veu . encontra­ é , não pertencendo a esta cria ç ã o 1" — , l2e
va-se uma tenda, cham ada o San to dos pelo san gu e, não de bodes c no vilh o s,
Ex 26.33 San to sr, '‘ com um inccnsório* dc ouro e a m as por seu p ró p rio sa n g u e , qu e ele
iíx 4<>.2 i arca da alian ça toda recam ada d e ouro; entrou dc um a vez para sem pre no san- 9.24.26
dentro desta, um vaso dc ouro que con- tu á rio . e o b te v e um a lib e rta ç ã o d e fi- s.* 10.14
Ex 16.34 tinha o m aná, a vara de A arão que flo - nitiva". l3P o is se o san gu e dc bodes e tou- l* 16.14-16

N» 25 rescera c as ,aT1u a s d a alian çah. 5P o r cim a ros e a cin za de n o vilh a esparzid a sobre
Ex 4<uo: da arca, os querubins d e gló ria cobriam o s seres m aculados” o s san tificam , puri-
I R s K .9
com sua som bra o propiciatório. M as não fican d o-lh es os co rp o sp, ,4quanto m ais o
Ex 25.18-22
vem ao c aso entrar aqui em porm enores. sangu e de C risto , que pelo espírito eter- iaift
‘ Estando assim disposto o con junto, o s no se ofereceu a D eus com o vítim a sem |l'719.

c. A nova aliança caracteriza-se por uma relação pessoal de j. A primeira tenda não dava acesso ao verdadeiro saniuário,
cada um com Deus (cf. Ml 23,8; ITs 4,9; lJo 2.27; 5.20). mas sd a uma segunda tenda, feita por mão de homem (cf. 9,24).
d. Jr 31,31-34. A nova aliança propicia o perdão dos pecados k. A impossibilidade de acesso ao verdadeiro saniuário provi­
(cf. 10.17-18). nha. em ultima análise, da deficiência dos sacrifícios.
e. A descrição funda-se na lei de Moise's, Ex 25-26; 36-37; 40. I. Cf. 6.5; 10,1. Testemunhas dc valor trazem um outro texto:
Ela não se interessa pelo lemplo de Salomão. IRs 6-8. dos bens já checados. Em ambos os casos, trata-se das realida­
f. O autor salienta a distinção entre a primeira e a segunda des definitivas, realidades do mundo por vir, cujo acesso, dora­
parte do lugar do culto (cf. Ex 2633). A esta distinção corres­ vante. está aberto aos crentes graças ao sacrifício de Crislo.
ponde a serguir a distinção entre tenda e saniuário. A tenda é a m. Esta tenda substitui a prim eira tenda (9,8); mediante o
via de acesso; o saniuário ou câmara sagrada é o objetivo a ser sangue de Cristo, ela e' o meio de acesso ao verdadeiro san­
alcançado (cf. 9.11-12). tuário. O autor parece ter em vista o mistério do corpo de
g. Trad. lit. Tratar-se-ia do altar dos perfumes? De acordo com Cristo glorificado, templo não fe ito por mão de homem, nova
Ex 30,6; 40 2 6 , este não se encontrava no Santo das Santos; para criação (cf. 10.20; Mc 14.58; Jo 2.19-21; 2Cor 5.17). Outra
designá-lo. a Septuaginta não emprega a palavra grega que se lê interpretação; a tenda designaria os céus que Cristo atraves­
aqui. Tratar-se-ia de uma espécie de turibulo? Cf. Ex 3036; Lv sou (cf. 4.14 nota).
16.12. O turibulo c' uma insígnia do sacerdócio (cf. Lv 10.1-3; n. A libertação definitiva, ou redenção eterna, opõe-se às li­
Nm 16; 17.9-15). bertações temporárias, sucedidas no decurso da história de Israel
h. O vaso e o maná. Ex 1632-34; o bastão de Aarão: Nm (cf. Ex 6.6-7; Jz 2.16-23).
17,16-25; as tábuas da aliança: Ex 25,16.21; 40.20; Dt 10,5; o. Cf. Nm 19.2-12.
1Rs 8,9. p. Lit. para a pureza da carne, pureza ritual exigida para
i. Era o rito anual da grande expiação: Lv 16. participar no culto antigo.
6J m ancha4, purificara' nossa con sciência das que C risto entrou, m as no ceu m esm o, a
o bras m ortas para se rv ir ao D eus v iv o . fim de co m p arecer, agora por nós, diante
da fa ce de D eu s. “ E não fo i por ofere-
A aliança selada com o sangue. l5E is cer-se a si m esm o reiteradas v ezes, com o
por que ele e' m ed iador de uma nova o sum o sacerdote que entra todos os anos 9.7
k.6-7: alian ça , de um testam ento no vo r; tendo a no santuário com san gu e estranho. “ P o is,
Ml 25'2* sua m orte intervindo para o resgate das neste c a so , e le teria precisad o sofrer re­
tran sgressões com etidas sob a prim eira petidas vezes d esd e a fu n d ação do m un­
a lia n ça , os qu e sã o ch am ad o s podem do. D e fato , foi um a só v e z , no fim dos
receber a herança eterna ja' prom etida. tem p o s, qu e e le fo i m an ifestad o para ip ü 1 ,1 9 - 2 0

gi 3.15 l6Pois onde ha' testam ento, e' preciso que ab o lir o pecado com seu próprio s a c rifí­
se v erifiqu e a m orte do testador*. l7Um c io . 27E co m o o destin o d o s hom ens e'
testam ento só se tom a va'lido em c aso de m orrer um a só v ez — ap ós o que vem o
m orte; não surte efeito enquanto o testa- ju lgam en to — , “ assim C risto foi o fere- JcTsaM?
d or está v iv o . lsPo r isso m esm o, a pri­ c id o um a só vez para tirar os pecados da i' 5 3 . 1 2 :
m eira a lian ça não fo i instau rada sem m ultidão, e ap arecerá um a segunda v ez, IPJ 2 24
efu são de sangu e. ” D ep ois que M oises sem m ais relação com o p ecad o, ao s que i t s i.io:
proclamou a todo o povo cada mandamen- 0 aguardam para a sa lv a ç ã o . R 3'20
Ex 24.3 -s to segundo a lei, tom ou o sangue dos
novilhos e dos bodes, depois água, lã es- 1 j-v O único sacrifício eficaz. 'Possu in-
lv 14,4-7: carlate e hissopo, e com eles aspergiu o do apenas o e sb o ç o dos bens futu- w
Nm 19 próprio livro e todo o po vo, “ dizendo: Isto ro s. e não a e xp ressão m esm a das reali- iu i
é o sangue da aliança que D eus ordenou d ad es, a L e i‘ , com o s sa c rifíc io s, sem pre ?.ix
fiara vcí.v1: 2,a seguir, tambem aspergiu com o s m esm o s, o ferecid o s a cada ano indefi- Lv 1 6 .3 4

sangue a tenda e todos o s utensílios do nidam ente. é defin itivam en te incapaz dc


culto, “ e é com sangue que, segundo a levar à perfeição o s que deles vêm partici­
( lei, se purifica quase tudo, e sem efu são par. 2D o contrário, não se teria acaso dei­
Nm 35.53 de sangue, não há rem issão. “ S e . pois. as xado de o fcrccc-lo s, pela sim ples razão
k.5 im agens do que está nos ce'us são puri­ de qu e, uma vez purificados os que assim
ficadas mediante esses ritos, é m ister que prestam seu culto, não teriam m ais cons­
as próprias realidades celestes 11 o sejam ciên cia de pecado algum ? 3N a realidade,
por sacrifício s bem m elhores. porem , com esses sacrifício s o s pecados lv 1 6 .2 1

são ano após ano trazidos à m em ória.


A entrada de Cristo no c é u . “ C o m efei- 4P o is é im po ssível qu e san gu e dc tou- 9 .9 .1 3 ;

K.2 to, não fo i num santuário feito por m ãos ros e bodes elim ine o s p e c a d o s".5Por isso 10111
dc hom em , sim p les có p ia do verd adeiro, C risto d iz, ao entrar no m undo:

q. O sacrifício dc Cristo nào é menos real que os sacrifícios Por isso. devia fundar-se também na realidade irrevogável da
antigos: o sangue foi derramado. Mas é incomparavelmente morte.
superior, por ser um compromisso pessoal, de uma pessoa isenta t. Ex 24.8. A primeira palavra da citação esta modificada; isto
de pecado, e que o Espírito Sunto anima. Daí provém sua eficá* cm vez dc eis; corresponde às palavras da Ceia em Mt 26,28;
cia para a purificação das consciências e puni a união dos ho­ Mc 14.24 .
mens com Deus. u. O paralelismo criado pela frase entre as imagens, designa­
r. Nossa expressão dupla é uma só no grego: de uma nova das cm 9.19-21, e as realidades celestes sugere que estas reali­
diathêkê, que. aqui, é traduzida duas vezes (aliança e testamen­ dades são a nova lenda (cf. 9.11), o novo povo (cf. 3.1). o
to). A palavra grega diathêkê (lit. disposição) tem. de fato. dois Evangelho da nova aliança e tudo o que serve para o culto cris­
valores. Na Septuaginta. serve para designar a afiança de Deus tão. Inseridas de início no mundo pecador, essas realidades pre­
com seu povo (hebr. berit), mas. na linguagem comum, tem o cisaram ser transformadas pelo sacrifício de Cristo para que sua
sentido de testamento. Ora, o autor da epístola prepara-se para vocação celeste se cumprisse.
explorar esta ambivalência. Por isso pareceu-nos necessário v. Trata-se evidentemente da lei de Moisés e. em particular,
conservar juntas as duas traduções possíveis. Cf. Gl 3,15-17. do seu modo de regulamentar a vida religiosa do povo judeu:
s. A aliança querida por Deus. que no grego tem o nome dc ritos e celebrações diversas,
(estamento, não podia ter menos firmeza do que um testamento. w. A inutilidade e ineficácia dos sacrifícios de animais já
N ão q u ise ste sacrifício e oblação, os que santificou. I5É o que tambe'm nos
m as pla sm a ste-m e um corpo'. atesta o E spírito Santo. P orque, depois
* H olocaustos e sacrifícios p e lo p e ca d o de ter dito:
não te agradaram . 16 E is a aliança pela q ual eu m e alia rei
7 E ntão eu disse: com eles depois d e sses dias.
E is-m e aqui. p o is e' d e m im O Senhor declarou:
que esta escrito no ro lo d o livro: D ando a s m inhas leis,
Eu vim, rí D eus, p a ra fa z e r a tua eu a s in screverei em se u s c o ra çõ es e
vontadey. su a s m entes,
11E le declara inicialm ente: 17 e não m e lem brarei m ais*
O s sacrifícios, oblações, holocaustos, d e seu s p eca d o s e d e su a s iniqüidades.
sacrifícios p e lo p eca d o , lsO ra , onde houve p erdão, ja' não se faz
Tu não o s q uiseste, eles não te a oblação pelo pecado11.
agradaram .
N otem os q u e aqui se trata d a s o blações A p e lo a u m a g e n e r o s a v id a c r is tã .
prescritas pela lei. '^D estarte, irm ãos, tem os total garantia de
9Isto posto, ele diz: acesso ao santua'rioc pelo sangue de Jesus. 9.12
E is que vim p a ra fa z e r a tua vontade. t e r n o s a í um cam inho novo e vivo, que
Ele suprim e o prim eiro culto para csta- ele inaugurou através do ve'u, isto e', atra- 6.19
7.18-1» belecer o segundo. ‘“N esta vontade é que ve's da sua hum anidaded. 2IE tem os um
. , Zc 6 . 11-13
2.M; 13.12: fom os santificados pela oblação d o cor- sacerdote em inente constituído sobre a 3 ,1 .2 ;

Ef 5-2 26 po de Jesus C risto, efetu ad a de um a vez casa de Deus. “ Aproxim em o-nos pois com 4|4-|S
por todas. um coração reto e na plenitude da fé, o ■«.iô
" E . ao passo que cada sacerdote se põe coração purificado d e toda falta de cons­
Ex 29.38 cada dia de pe'. a fim de c u m p rir suas ciência e o corpo lavado por uma a'gua ez 36.25:
funções e o fe re c e co m freq ü ê n c ia os pura; “ sem esm orecer, continuem os a afir- ^ J '26
m esm os sacrifícios, que são d e fin itiv a ­ m ar nossa esperança, pois é fiel aquele
m ente incapazes de elim in ar os pecados. que prom eteu. “ V elem os uns pelos o u ­
I2ele, pelo con trario , depois de ter ofe re ­ tros, para nos estim ular à caridade e às
cido pelos pecados um sacrifício ú nico, boas obras. “ N ão abandonem os as nossas
senta-se para sem pre à direita d e D e u ? . assem bléias, com o alguns acostum aram -
IJE espera q u e , no futuro, seu s inim igos -se a fazer, m as anim em o-nos, tanto m ais
sejam reduzidos a servir-lhe d e escabelo que vedes o D ia aproxim ar-se'.
para os p e s. l4Dc fato, por um a dnica “ P orque se pecarm os d eliberadam ente'
7.25 oblação levou para sem pre à perfeição depois d e ter recebido o pleno conheci- 6 ,4-k

haviam sido afirmadas pelos profetas (Is I.! 1-13: Jr 6.20: 7,22; apresenta a missa como um sacrifício: da pane católica, respon­
Os 6,6: Am 5,21-25: Mq 6,6-8). Contudo, esses textos não pre­ deu-se que a missa não é um sacrifício distinto do da cruz. mas
tendiam abolir o culto sacrifical; antes, investiam contra a falta tão-só um sacramento que toma presente este tínteo sacrifício.
dc sinceridade diante de Deus. O aulor da epístola assume uma c. Trata-se do santudrio celeste (Hb 9.24). cujo acesso até
posição mais radical; só um sacrifício verdadeiramente pessoal então impossível se compara ã ultrapassagem do véu no santuá­
é eficaz (cf. 9.14 noia). rio terrestre. Doravante, graças a Cristo, o acesso a ele está
x. Citação do Sl 40,7 gr. Ao passo que o texto hebraico fala liberado (cf. Mc 15-38; Hb 4,16: 6.19-20: 7.19).
em ouvidos, a tradução grega fala em corpo. O autor da epístola d. Lit. sua carne (cf. 9 .1 1 nota). Este é o itinerário que conduz
vê nisso uma alusão à encarnação. O v. 10. com a menção ao ã salvação (cf. Jo 14.6).
corpo de Jesus Cristo, rupisa mais uma vez o mesmo pensamen­ e. Trata-se do Dia do Senhor ( lTs 5.2). dia da grande inter­
to: os destinatários já vivem em virlude da nova ordem de coisas venção divina (cf. Is 2.12: Jl 1.15-2.11; Sf 1.14-18; Ml 3.19-21).
instaurada pela oblação de Cristo. Rm 13.12 diz de forma semelhante que o dia tornou-se proximo
y . Sl 40,7-9 gr. (cf. Ez 7.10-12; Hb 3,13 nota; 4,7). Os vv. 24-25 fornecem uma
z. Os vv. 12 e 13 falam do reinado dc Cristo, inspirando-se no indicação acerca do estado de espirito dos destinatários. Seria
Sl 110.1 (cf. 1.13; 8.1). tibieza? Seria medo da perseguição? Os vv. 32-36 sugerem um
a. Cf. Jr 31.33-34; Hb 8.10-12. período difícil, marcado por um combate pesado e doloroso.
b. Texto ulteriormente usado nas controvérsias. Da parte pro­ Tais dificuldades podem vir a ser sinais precursores do Dia.
testante. hauríram nele objeções contra a doutrina católica que f. Esta passagem levanta os mesmos problemas que 6.4-8 (cf.
m cnto d a verdade, não resta m ais nenhum espoliação dos vossos bens, sabendo que
sacrifício para o s pecados. 27m as unica­ estáveis dc posse de um a fortuna m elhor
m ente um a terrível espera d o julg am en to e d uradoura. -''Não percais a vossa se­
I» 26 .ii c o ard o r de um fogo que d eve d evorar g u ran ça, ela recebe um a gran d e recom ­
os rebeldes. “ T ransgride alguém a lei de pensa. “ D e fato. o q u e precisais é dc "
sm 1530 M oisés? Sem piedade, seg u e-se p a ra ele persistência1 para c u m p rir a vontade de
a m orte, sob depo im en to d e d u a s ou três D eus e , a ssim , c o n se g u ir a realização da 6.12-15
Lc 21.19
testem unhas*, i o d e i s im aginar que c a s­ prom essa.
2.3c 12.25
tig o ain d a m ais se v e ro não m ere ce rá 37 Pois ainda tão pouco, tão p ouco tem/M},

aquele que tiver calcado aos pés o Filho e aquele que vem estará aí, não tardará.
9.20; i3.2ft de D eus. que tiver profanado o sangue •w O m eu ju sto viverá p e la f é
irÜ^M 27 aliança em que foi santificado e tiver m as, se voltar atrás,
ultrajado o E spírito da graça? wC om efei­ m inha alm a n ã o e ncontra nele m ais
to, nós conhecem os aquele que disse: satisfação"'.
M inha é a vingança, sou eu que -wQ u an to a nós, não som os hom ens que
retribuirei! voltem atrás para a nossa perda, e sim
E ainda: hom ens d e fé para a salv ação d a s nossas ipj 1.9
O Sen h o r ju lg a r á seu povo*. alm as".
mi Ki.2 K 3lT errível coisa é c air nas m ãos do D eus
vivo. 1 -a A s re a liz a ç õ e s n a fc. ‘A fc'“ é um

,2M as re cordai-vos dos vossos prim ór- m odo de possuir desde agora o que
dios: mal havíeis recebido a luz‘e j á a tu ­ se esp e ra , um m eio de c o n h ec er realid a­
ra'veis um pesado e doloroso c o m b a te i des que não se vêem p. 2Foi e la que valeu Rm «.24-25
•'•'aqui. oferecid o s em espeta'culo sob in­ aos an cestrais11 um bom testem unho. n.w
jú ria s e perseguições; a li, feitos solidári­ •'Pela fé nós co m p re en d e m o s q u e os
os d o s que sofriam tais tratam entos. -^E, m undos foram o rg a n iz ad o s' pela palavra u : Gn 1
i3.3 de fato, participastes nos sofrim entos dos de D eus. S egue-se d a í que o m undo visí­
prisioneiros e aceitastes alegrem ente a vel não tem suas o rig en s em aparências.

6.6. nota). O ultraje feito ao Espírito da graça pode ser compa­ passagens do NT. encontram-se pontos de vista diferentes que
rado com a blasfêmia contra o Espírito, que. segundo os sinó- completam este sentido. Paulo apresenta a fé sobretudo como
ticos, nunca será perdoada (Mt 12J I e par.). relação pessoal entre os crentes e seu Senhor. Tiago afirma a
g. Nm 35,30: Dt 17.6. insuficiência de uma fé puramente conceituai na existência do
h. Duas cituçòes extraídas de Dl 3235-36 servem de esteio Deus unico e insiste na vinculaçào necessária da fé com as obrjs
paru a demonstração. (Tg 2.14.26).
i. Cf. 6,4. Os termos empregados pelo aulor são suscetíveis de várias
j. Os vv. 32 u 35 evocam uma situação difícil, delineada em interpretações. O primeiro (modo de possuir) pode significar
alguns traços: árduo combate, injúrias e perseguições, cativeiro, substância (Crisóstomo. Agostinho. Tomas de Aquino: a fé
espoliação. Ela fora a dos destinatários. Cf. uma situação análo­ confere existência cm nós aos bens espirituais esperados), ou
ga pm I Ts 2.14. entào garantia, titulo de posse (Grcgório de Nissa. Calvino. alguns
k. O tema da persistência há dc se desenvolver cm 12.1-13. modernos}; abundantemente atestado nos papiros, este segundo
I. Is 26.20 gr. sentido parece ser aqui o mais provável. Todavia muitos prefe­
m. Hab 2.3-4 gr; cf. Rm 1.17: Gl 3.11. O autor modifica a rem a ele o sentido subjetivo de firm e confiança (Erasmo, Lutero,
ordem do texto, suprimindo a possibilidade de um equívoco: na Zwínglio e numerosos modernos). Quanto ao segundo termo
versão grega da profecia se voltar atrás... vem logo depois de (meio de conhecer), também se propõe para ele um sentido sub­
ntifí tardará. jetivo: convicção intima, embora o sentido normal seja argu­
n. O tema da fé será desenvolvido cm 11.1-40. mento. prova, meio de saber. Os padres gregos insistem na evi­
o. Insistindo na fé e no testemunho, os vv. I a 3 fornecem o dência que a fé nos dá. visão do invisível (cf. 11.27).
princípio dc interpretação que será aplicado a iodos os aconte­ O autor é feliz ao pôr em relevo o caráter paradoxal da fé. que
cimentos mencionados a seguir. Da mesma maneira que o após­ possui sem apreender, que conhece sem ver. Os exemplos subse­
tolo Paulo, em Rm 8.24-25; ICor 13.12 e 2Cor 4.18. o autor qüentes mostrarão todo o poder de vida que a fé contém em si.
opõe o que é atual, realizado, ao que ainda não o é. Em I ! .7, q. Esta maneira dc passar em revista os personagens do An­
Noé passa a ser o primeiro exemplo de quem age com esta fé tigo Testamento é comum na tradição judaica (Sr 44-50: Jt 8.25-
que conhecc o que nào se vê. 27: IM c 2,51-64).
p. Definida de forma impessoal, a fé . aqui c posta em corre­ r. Esta declaração de fé pode-se comparar com 12 nota c 13
lação com a esperança: anela o porvir e o invisível. Em outras nota. O autor alude à narrativa da criação (Gn I; cf. SI 33,6.9).
Gn 4.4 ''Pela f é , A b e l' o fereceu a D eus um "P e la fé tam b ém , S ara, apesar de sua Gn 17 -1*
21 2
sacrifício m elhor que o de C aim . G raças idade avançada, foi to m a d a cap a z de ter
a e la. recebeu o testem unho dc q u e era um a posteridade’ , porque tev e por fiel o
ju sto e D eus prestou testem unho dos seus a utor da prom essa. l2Foi tam bém por isso
d ons. G raças a ela, em bora m orto, ainda q u e , de um só hom em — ja' m arcado
12.24 fala. pela m orte — . nasceu um a m ultidão com ­
Cn 5,24 5p c |a fc, H enoc foi levado, a fim de parável à d o s a stro s d o céu, in u m e rá v el Gn 15.5
e scap ar à m orte e não f o i m ais e n co n tra ­ co m o a a reia d a p ra ia d o m a r1.
do, p o rq u e D e u s o levara': dc fato. antes l3D e acordo com a fé, todos estes m o r­
de ser arrebatado, recebera o testem unho reram sem ter alcan çad o a realização das
de q u e a gradara a D eus. ‘O ra , sem a fé, p ro m essa s, m as te n d o -a s e n x e rg a d o e
é im possível ag rad ar a D eus, pois quem saudado de longe e re conhecendo-se es- Gn 23.4:
se aproxim a de D eus deve crer que ele trangeiros e viandantes na terra. l4Pois ltr 291'
existe e recom pensa os q u e o procuram ". aqueles que assim falam m ostram c la ra ­
Gn 6.U-22: 7P ela fé, N o é , d iv in a m e n te a v is a d o m ente que e stão à procura d e um a pa'-
d aq u ilo que ainda não se via, levou a tria; l5e . se tivessem tido em m ente aquela
sério o oráculo e construiu um a arca para de onde haviam saído, sobrar-lhes-ia tem ­
salvar sua fam ília. C om isso. ele c o n d e ­ po de voltar para Ia'; l6de fato, aspiravam
n ou' o m undo e sc tornou h erdeiro da a um a pa'tria m elhor, a um a patria c e le s­
Rm 3.22 ju stiça im putada de acordo com a fé. te. P or isso. D eus não se envergonha de
Gn 12.1-4 "Pela fé, A braão", respondendo ao c h a ­ ser cham ado seu D eus; dc fato, ele pre-
m am ento, o b ed eceu e partiu para um parou-lhes um a cidade.
lugar que d ev ia receb er em heran ça, e ,7Pela fé. A braão, posto à prova, ofe re ­
partiu sem sa b e r para onde ia. 9Pcla fé, ceu Isaac; oferecia o filho único, em bora Gn 22.1-4:
Gn 26.3 veio residir com o estrangeiro na terra pro­ houvesse receb id o as prom essas IKe lhe Te 121
m etida. m orando sob a tenda com Isaac houvessem dito:
Gn 23.4: e Jacó. c o -herdeiros da m esm a prom es- É p o r Isaac q u e te será garantida um a
35-12 sa. "'Pois esp erav a a cidade provida dc descendência*.
fundam entos*, c cu jo a rquiteto e co n s­ wM esm o a um m o rto , p ensava e le 11.
trutor é o próprio D eus. D eus é cap az de ressuscitar; por isso.

s. Conforme Gn 4.4-10, Abi7 foi o primeiro que morreu por nha o sentido religioso da migração do patriarca (Gn 12,1-4) e.
causa de sua fidelidade para com Deus. Esta idéia é retomada sem narrar as etapas de sua vida nômade: Siquém. Betei, Hebron.
em Mt 23,25. Embora referindo-se à narrai iva de Gn. o autor de Bersabéia. nem mesmo a estada no Egito, salienta o seu signi­
Hb modifica-lhe um tanto o teor. Em Gn 4.10, e' o sangue de ficado: embora a promessa fosse estável, precário era o seu
Abel que clama: aqui é Abel que. embora morto. faia. acampamento.
t. De acordo com Gn 5.18-24. Henoc foi levado por Deus. x. Esta cidade é a Jerusalém celeste (cf. 11.16; 12.22: Ap
Este rapto é referido também em Sr 44.16 e 49,14. c indubita­ 21.2.10-27), estabelecida por Deus mais real e solidamente do
velmente evocado no Sl 18.17; 49.16; 73.24 e Sb 4 .1 1. que qualquer construção terrestre (cf. Hb 12.27-28). A cidade dc
Por ter escapado assim à morte, Henoc foi tido como revelador David era a sua prefiguração (SI 48.9; 87.1.5; Is 28,16: 54.11).
dos segredos celestes e constitui-se em objeto de abundantes y. No texto grego, a expressão capaz de ter uma posteridade
especulações na literatura do judaísmo tardio. Em contraste, o aplicar-se-ia melhor a Abraão do que a Sara. Mas como o nome
autor de Hb guarda grande sobriedade. de Sara encontra-se em todos os manuscritos, nada autoriza a
u. Esta frase é um dos textos escriturísticos a que sc recorre substituí-lo pelo de Abraão.
mais amiüde nas discussões sobre a necessidade universal da fé O autor suprimiu o tema do riso que. cm Gn 17.17-19; 18.12-
para a salvação. Aliás é de se notar o feitio intelectual com que 15: 21,1-7. torna a aparecer por motivos diversos.
ela exprime o conteúdo da fé. Nota-se finalmente que o autor se z. O autor emprega a citação de Gn 22,17. que junta os dois
além a uma fórmula muito genérica, que nem sequer nomeia símbolos da multidão: o pó (Gn 13.16; 32.13: 41.49) e os astros
Cristo (cf. io 20,31; 1Jo 5,1.5). Cônscio das etapas da revelação (Gn 15.5: 26,4).
divina. abstOm-se dc atribuir a Henoc uma fé explicita em Jesus a. Gn 21,12.
Cristo (cf. Rm 4,17.24). b. Em Rm 4 ,1 7 .0 apóstolo Paulo recordava a fé de Abraão no
v. Gn 6 3 -1 0 3 2 : A arca que salva é também a arca que con­ Deus que fa z viver os mortos e chama à existência o que não
dena; não raro o mesmo ato tem conseqüências duplas, positivas existe. Aqui. o autor assume a mesma perspectiva e a relaciona
e negativas (cf. 2Cor 1.15-16). com a espécie dc ressurreição da qual Isaac foi objeto ao escapar
w. No momentoso ciclo de Abraão (Gn 12-25). o autor subli­ da morte.
num a espécie de prefiguração. ele recu­ G e d e ã o . B a ra c . S a n sã o , Jeftc', D av id .
perou o filho. Sam uel e dos profetas; " e s te s , graças à jz 15 .2 0
“T a m b é m pela fe'. Isaac' abençoou Jacó fé, c o n q u ista ra m re in o s, praticaram a Jz l2-7
ISm 12.11
e E saú em vista do futuro. :iPela fe', Jacó , ju s tiç a , v ira m re a liz a r-s e p ro m e s sa s,
cn 4x.i5 à b eira da m orte, abençoou cada um dos am ordaçaram a goela dos leões, “ extin- Dn 6.23
filhos de Jose' e p rostrou-se, a p o ia d o na guiram o po d er d o fogo, escaparam ao Dn 3 .23-25
e xtre m id a d e d o seu b a stã o d. 2JP ela fe', fio da e sp ad a, recuperaram o vigor após
Jose', ao aproxim ar-se o seu fim , evocou a d oença, m ostraram -se valentes na g u e r­
Gn 50.24 o ê xodo dos filhos dc Israel c deu ordens ra, repeliram o s exércitos estrangeiros;
a respeito de sua ossada. 3sm ulheres reencontraram seus m ortos, irs 1 7 .2 3 :
21 pela ressurreição.
Pela fe', Moise's, depois de n ascer, foi M as outros sofreram o 2Rs 4 36
Ex 2.2 ocu ltad o durante três m eses pelos pais, e sq u a rte ja m en to ', rejeitando a libertação 2 «< ó.ik-

pois e les tinham visto a beleza d o filho para c o n se g u ir um a ressurreição m elhor; 7-42
f.» 1 . 2 2 c não tem eram o decreto do rei. 24Pela '‘outros ainda sofreram a provação d o s J r 2 o : 37:

e« 2.1 i-is fe. M oisés, tendo crescido, renunciou a esca'rnios e d o la'tego e a das c o rren tes e 3X
ser cham ado filho da filha de Faraó. “ Pre­ da p risão; -,7foram a p ed re ja d o s, fo ram 2Cr 24-JI
feriu ser m altratado com o povo de D eus, serrados*1; m orreram assassinados à e sp a ­
a gozar, por um tem po, do pecado. “ C onsi­ da; levaram um a vida errante, vestidos i r s 193
derou a hum ilhação de C risto co m o um a dc peles d e carneiro ou velos de cabra;
riqueza m aior do que os tesouros d o E gito', foram sujeitos às privações, oprim idos,
pois tinha os olhos fixos na recom pensa. m altratados, -“ eles de quem o m undo não
& 2.15 "P ela fé, abandonou o E gito sem tem er aera digno; erravam pelos desertos c m on­
ira do rei c . com o quem vê aquele que é tan h as, pelas grutas e cavidades d a terra.
invisível, m anteve-se inabala'vcl. "T o d o s eles, em bora tenham recebido um
e» 12.12-13. “ Pela fé, celebrou a Pa'scoa e fez a as- bom testem unho graças à sua fé, não lo­
22'2?: persão do sangue, a fim de que o E xter- graram . en tretan to , a realização da pro­
m inador não locasse nos prim ogênitos de m essa. "Ja ' q u e D eus previa para nós
Israel'. ” Pela fé, eles atravessaram o m ar c o isa a in d a m elh o r, e le s não d e v ia m
V erm elho co m o terra e nxuta, ao passo ch eg ar sem nós à plena realização.
Ex 14.22.27 que os eg íp c io s que tentavam faze-lo
foram tragados. “ Pela fé, as m uralhas de 1 cy P e rsistê n c ia n a p ro v a ç ã o . 'D estar-
Js 6.21)
Je ricó ruíram . depois de se lhe ter dado te. nós tam b ém , que estam os c e r­
a volta du ran te sete dias. 3lPela fé, R aab, cados por tal nuvem de testem unhas, re ­
Js 2.1-22: . ...
6 . 17 .2 3 a prostituta, nao pereceu com o s rebeldes, jeitem o s qualq u er fardo e o pecado que
pois acolhera pacificam ente os espiões. tão bem sabe en v o lv er-n o s, e corram os
,2E que m ais acrescentar? Faltar-m e-ia com p ersistência1 o certam e que nos é
tem po para falar porm enorizadam ente dc proposto, 2de olh o s fitos naquele que é o 2 .10

c. Gn 2728-29.39-40. Mas cf. Hh 12.16-17. adoção humana c às vantagens que ela lhe acarretava. Moises
d. Aqui. o autor cita Gn 4731 de acordo com a versão grega, que preferiu a adoção divina.
é aproximativa. O sentido é claro: ao abençoar os que ficam: aque­ f. Lit. o fim de que o Destruidor dos primogênitos não os
le que vai morrer da-lhes a possibilidade de herdar as promessas. tocasse (cf. Ex 12.13.23).
e. É mister aguardar os exemplos tirados da vida de Moisés g. 2Mc 6 3 0 alude a um suplício parecido com este: amarra­
para dar com a primeira menção a Cristo. A presença de Cristo vam a vítima em cima de uma roda. rompiam-lhe os membros
acha-se subentendida em todo este capítulo, desde o sacrifício a pauladas e esquartejavam-no.
de Abel. a subida ao céu de Henoc. a salvação de Noé. o nas­ h. O AT não menciona suplício algum deste tipo. Em com­
cimento milagroso de Isaac. sua vida resgatada por uma espe'cie pensação. conforme a Ascensão de Isaías. apócrifo do AT men­
de ressurreição e a transmissão das promessas. Moisés estava cionado por Orígenes. Isaías teria sido lançado à prisão por
perfeitamente designado para ensejar uma referência explicita, Manasses, e depois serrado ao meio. A respeito das crueldades
pois era o libertador e o mediador do povo de Deus. e foi pade- de Manasse's. cf. 2Rs 21.16.
cendo os sofrimentos atinentes ao papel de pioneiro da salva­ t. A persistôncia no combate ou na provação é uma das qua­
ção, de libertador (cf. 2,10; At 7 3 5 ) que ele tomou sobre si a lidades do atleta, imagem freqüente no NT: Hb 1032; ICor 9.
humilhação de Cristo (cf. Sl 89.51; Is 53). Renunciando à sua 24-27; Fl 3.12; ITm 6.12; 2Tm 2 3 .
iniciador d a fé e a con d u z à realização, p a ru vossos p é s, fa z e i p ista s retas", a fim
J e su s, o q u al, renunciando à alegriai que de que o coxo não se m utile, m as pelo
fi 2.k; lhe era d evida, sofreu a cruz, desprezan- con trario , se cure.
Hb 13.13 (jj, a vergonha, e assentou-se à d ireita 1
d o trono de D eus. -’Sim , pensai naquele F id e lid a d e à v o c a ç ã o c ris tã . ,4Procurai
q u e sofreu da parte dos pecad o res tal a paz com to d o s, e a santificação, sem a si 34.15:
u- 2.34 oposição contra si, a fim dc não vos dei- qual ninguém vera' o S enhor. l5Velai por Rm 1 2 1 1 1
xardes desaco rço ar pelo desân im o . '‘A in­ que ninguém venha a subtrair-se à graça
da não resististes a té o sangue' no vosso de D eus; nenhum a raiz. am argap ponha-
io.32-36 com bate contra o pecado. 5E esquecestes -se a b ro tar, a cau sar perturbação e, a s­
a exortação que se vos dirige co m o a sim , a in feccio n ar a com unidade. di 29.17
filhos: “ Velai por q u e não haja libertino ou
M eu filh o , não d esp rezes a c o rreçã o m pro fan ad o r, tal co m o E saú que, por um Cn 25.33
d o Senhor, sim ples p rato, vendeu seu direito de pri-
não desanim es quando ele te m o g en itu ra. l7 P o is, c o m o bem sa b e is,
repreende. q u ando ele q u is. a seguir, herdar a bên- Gn 27.
6 P ois o Sen h o r corrige a quem am a, ç ã o , foi e x clu íd o 11, e não houve para ele -w' 4<)
castiga todo filh o a quem acolhe". ensejo algum de m udança, apesar d c suas
7É para a vossa educação que sofreis. É súplicas e la'grimas!
com o filhos que D eus vos trata. D e fato, ‘"V ós não vos ap ro x im astes' dc um a
qual é o filho cu jo pai não o co rrige? 8Sc realidade palpa'vel, fogo que se consu- e» 19.16.1»:
estais privados d a correção, de que todos m iu, esc u rid ã o , trev a s, furacão, ‘''som d e ^ ' 5 * 3
têm o seu quin h ão , então sois bastardos trom beta e ruído de voz; os que o e sc u ­
e não filhos. taram recusaram -se a co ntinuar ouv in d o
'"Tivemos com o educadores nossos pais a palavra. “ Pois não podiam suportar esta
terrenos e lucram os disso um bom pro­ injunção:
veito: com m ais razão não havem os de Q uem tocar na m ontanha — m esm o um
nos sujeitar ao pai dos espíritos e rece­ anim a l — se rá lapidado'.'
ber dele a vida? ‘"Pois eles nos c o rri­ 2IE este e sp e tá cu lo era tão horripilante,
giam por um tem p o , de acordo com suas que M oisés disse:
im pressões; q uanto a e le, é para nosso Eu estou h orrorizado' e trêm ulo.
proveito, com vistas a nos co m u n icar sua 22M as vós vos aproxim astes" da m onta­
santidade. " N o m om ento, toda correção nha de Sião e da cidade d o D eus vivo, a 13.U:
parece não ser m otivo de alegria, m as de Jerusalém c eleste, e das m iríades de an- Ap 21.2
tristeza. M as, d epois, ela produz naque­ jo s em reu n ião festiva, “ e da assem bléia
les que assim exercitou um fruto de paz d os prim o g ên ito s, cujos nom es estão ins­
c dc ju stiça. ^ E n d ire ita i, pois, a s m ãos critos nos c é u s ', e de D eu s, ju iz de to ­
desfalecidas e o s jo e lh o s vacilantes, l5e d o s, e dos esp írito s dos ju sto s que che-

j. Lit. em vez da alegria que se lhe reservava. à memória a imagem de corrida (cf. v. I) e prenunciam a ultima
k. A provação vitoriosa da Paixão conclui-se na obtenção da parte da epístola.
gloria (cf. 1.3: 8.1; 10.12). p. Tomado de Dt 29.17 gr., este dito constitui aqui uma adver­
O hino de FI 2.6 -1 1 apresenta um andamento semelhante tência que recorda 6.4-8 e 10.26-31.
a este breve e impressionante resumo da Paixão. Mas a ale­ q. Esau é o protótipo daquele que se excluiu a si mesmo (cf. 6,6).
gria que se antolhava a Cristo, aqui. não e* claramente defi­ r. Ao evocar a revelação do Sinai, o autor insiste na natureza
nida. Cabe a pergunta de se se trata da beatitude anterior à terrestre dos fenômenos referidos em Ex 19 e em seu aspecto
sua vinda à terra ou do êxito messiânico que poderia ter con­ terrificante.
seguido. s. Citação livre de Ex 19.12-13.
I. Alusão ao possível martírio? t. Dt 9.19.
m . Nos vv. 5 a 8, a correção comprova a filiação. A provação u. Na iniciação cristã, ao invés, tudo é celeste e espiritual (cf.
torna-se necessária, Ef 2.6).
n. Comparar com 5.8. Meu filh o ... é um citação de Pr 3.11-12. v. Trata-se de uma categoria de anjos? Ou antes dos próprios
o. Essas expressões, tomadas de Is 3 5 3 c de Pr 4 2 6 . trazem cristãos? Cf. Nm 3.12-13; Tg 1.18 e Lc 10.20.
garam à perfeição. u e de Jesus, media­ com o se estivésseis presos com eles; dos
dor de uma aliança nova", e do sangue que são m altratados, pois tam bém vós
7.22: 9,i5 da aspersão que fala mais forte que o de tendes um corpo. ''Seja o m atrim ônio
im Abel*. honrado por todos e o leito conjugal sem Ef 5.5:
“ Velai por não vos furtardes a escutar mancha, porque os devassos e os adulte- Jj“96'
aquele que vos fala! Pois se eles não ros serão julgados por Deus. 5Não seja o
23: escaparam ao castigo quando recusaram vosso proceder inspirado pelo am or ao ^™ 6-
kcs-29 o u v jr aquele que os advertia sobre a dinheiro; contentai-vos com o que ten­
terra', com muito mais razão tam bém nós des, pois o próprio Senhor disse:
não lhe escaparemos, se nos desviarmos N ã o , e u n ã o te d e ix a r e i, n ã o te
de quem nos fala do alto dos céus. a b a n d o n a r e i1.
“ Ele, cuja voz então abalou a terra, faz ‘De tal sorte que podemos dizer com
agora a seguinte proclamação: U m a ú lti­ toda a segurança:
m a v e z f a r e i tre m e r, não só a te r r a , mas O Senhor é meu socorro,
também o c é u ‘. 27As palavras u m a ú ltim a n a d a te m e r e i;
v e z anunciam o desaparecim ento de tudo Q u e p o d e fa z e r - m e u m h o m em '1?
q uanto participa da in stab ilid ad e do 7Lem brai-vos dos vossos dirigentes1’,
mundo criado, a fim dc que subsista o que vos anunciaram a palavra de Deus;
que é inabala'vcl. “ Ja' que nós recebemos considerai com o terminou a sua vida1 e
Sl 969*11
DnVix um reino inabala'vel‘ . guardem os bem imitai a sua fé. "Jesus Cristo1é o mesmo,
esta graça. Por ela. sirvamos a Deus num ontem e hoje; ele o sera' para a eternida- u2
modo que o agrade, com subm issão e de. “Não vos deixeis desencam inhar por
tem or. wPois o nosso Deus é um fogo toda a espécie de doutrinas estranhas.
Dl 4.24 , . °
ab rasad o r. Pois é bom que o coração seja fortaleci­
do pela graça c não por alimentos que icorxjt
-I q A v e rd ad eira co m u n id ad e. 'Per- nunca aproveitaram aos que deles fazem 7JI<; 9,0
•*■** maneça o amor fraterno'; 2não es­ uma questão dc observância*. '“Nós te­
queçais a hospitalidade"1, pois. graças a mos um altar1 do qual os que servem à
g« ix.2: ela, alguns, sem saber, acolheram anjos. tenda não têm direito de tom ar seu ali- m .j
19,2 'Lem brai-vos dos que estão na prisão'. mento. "Porque os corpos dos animais.

w, O grego dispõe de dois adjetivos para exprimir a novidade. os convidados: 14.12). passa a ser. na paníbola do juízo. um
Kainós indica de preferência um tipo novo de realidade, uma modo dc acolher o próprio Jesus (Mi 2535-43). A epístola pa­
inovação (cf. Al 17.21); néos aqui empregado, exprime a juven­ rece aludir de preferência a Cn 18-19 ou a Tb 5-7. Nào fosse
tude do ser. A aliança fundada por Cristo é ao mesmo tempo de a hospitalidade, os deslocamentos dos viajantes teriam sido es­
tipo novo (8,8-9; 9.15) e radiante dc juventude (12,24). cassamente possíveis, na Antiguidade.
x. Este texto, que se pode comparar com 10.29. sugere que o e. Acaso havia cristãos na cadeia? Esse texto poderia sugeri-lo.
sangue da nova aliança fala com maior autoridade que o de Abel f. Esse texto lembra Dt 31.6. mas. sob esta forma, não se
(cf. Gn 4.10); quem profana este sangue arca com uma respon­ encontra nem no texto hebraico nem na versão grega. Ora. Fílon
sabilidade mais grave. o cita exatamente nesses termos. Quiça existisse uma outra tra­
y. A antiga aliança fixava um estilo dc vida que nào passava dução a circular em Alexandria?
dc um esboço da conduta cristã, g. Sl 118.6.
z. Cf. Ag 2.6. h. Raro no NT.este termo dirigentes designaria mais tarde. na
a. A fim de exprimir qual a herança contida nas promessas, o Igreja grega, os dirigentes dos mosteiros (higoumenes).
autor emprega a fórmula receber o reino, tirada de Dn 7.18; E í. Lit. o termo do seu proceder. Esta expressão poderia evocar
os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão petos seu martírio (cf. Hb 1032-33).
séculos dos séculos. Cf. tambe'm Hb 1.8. onde o Filho toma j. Esta fórmula de confissão de fé situa-se muito naturalmente
posse do reino. depois do v. 7: Imitai sua fé!
b. O fogo, imagem de Deus. aparece como símbolo da santi­ k. Sabe-se que certos meios atribuíam muita importância a
dade viva e purificadora (cf. Ex 24.17; Dt 4.24). observâncias alimentares (cf. Rm 14.2-21; Cl 2.16.21; ITm 43).
c. Aqui. o amor fraterno designa o amor entre os cristãos, A este respeito, o AT inclufa prescrições minuciosas (Lv 11). O
chamados irmãos. Paulo o menciona em ITs 4.9 e em Rm 12.10 seu significado profundo era objeto de especulações.
(cf. UM 1.22; 2Pd 1,7; IJo 3.10-18). I. O altar cristão é inacessível aos ministros do culto levítico.
d. A hospitalidade, exaltada nas parábolas referidas por Lucas Haveria neste v. uma alusão à eucaristia? Ou melhor, ao sacri­
(o bom samaritano: 1934; o amigo que se deixa comover: 113; fício da cruz (13,11*12)?
cujo sangue o sumo sacerdote introduz proceder direito em todas as circunstân­
no santua'rio para a expiação do pecado, cias. l9Fazei-o, vo-lo peço com instância,
são queim ados fora do acam pamento". a fim de que eu vos seja devolvido mais Fm 22
l2Por este motivo Jesus, para santificar o brevemente'*.
povo com seu próprio sangue, sofreu do
jo iv.i7.2o lado de fora da porta. '-'Saiamos, pois, ao V oto final. “ Que o Deus da paz' que,
seu encontro fora do acam pamento, car- pelo sangue dc uma eterna aliança, fez ex 24.x:
n .26 regando a sua hum ilhação. l4Pois não subir dentre os mortos o grande pastor ^ jj*
temos aqui embaixo morada permanente, das ovelhas, 2,nosso Senhor Jesus, vos
ii. 10: mas estamos em busca da morada futura. torne aptos para tudo o que convém , a
12.22 ispor c|c _ ofereçamos sem cessar a Deus fim de fazerdes sua vontade; que ele kw .36
u m s a c rifíc io d e lo u v o r" , isto é, o f r u t o realize em nós 0 que lhe agrada, por Jesus
d o s lá b io s " que confessam o seu nome. Cristo, a quem seja dada a glória pelos Rm 16.27
fi 4,ix “ Não olvideis a beneficência e o mutuo séculos dos séculos. Amém!
auxilio comunita'rio, pois são estes sacrifí­
cios que agradam a Deus. l7Obedecei a R em essa. “ Irmãos, eu vos convido a su­
ITs 5.12 ... „ . . •
vossos dirigcntesp e sede-lhes subm issos; portar este sermão*! Aiia's, eu só vos
pois eles velam pessoalm ente por vossas envio umas poucas palavras. MFicai sa­
alm as, ja' que das m esm as hão de prestar bendo que nosso irmão Tim óteo1 foi li­
contas. A ssim , eles poderão fazê-lo com bertado. Se vier com suficiente rapidez,
alegria e não gem endo, o que não rever­ eu irei ver-vos com ele. 2JSaudai a todos
teria em vantagem para vós. ‘“O rai por os vossos dirigentes e todos os santos.
nós, pois estam os convictos dc ter um a Os da lta'lia“ vos saúdam .
consciência pura. com a determ inação de “ A graça esteja com todos vós’ ! o 4.1K:
Tl 3.15

m. Refere-se a Lv 16.27 e às explicações já fornecidas em Hb ao passo que o vingue da aliança já vem mencionado em 10.29
9.7. (cf. 1224; 13,11-12).
n. SI 50.14.23. s. Lit. a palavra (ou o discurso) de exortação (cf. At 13,15).
o. Cf. Os 143. Os vv. 22-25 apresentam um tom diferente do que precede.
p. Os vv. 17 e IS voltam a tratar do tema dc 13,7 (conduta a Parecem ter sido acrescentados quando a obra já estava concluí-
observar para com os dirigentes e convite a meditar em seus da. Constituem um biihetinho de remessa que poderia ser da
exemplos). mão de Paulo. Assim se explicaria a tradição concernente à origem
q. Este v., redigido na I4 pessoa do singuiar. combina melhor paulina da epístola (cf. introdução).
com o estilo dc 1322*25 do que com o de 13.18. Ele nào sig­ t. O NT sd menciona um Timóteo, discípulo e companheiro dc
nifica necessariamente que aquele que escreve esteja na prisão, Paulo. As imprecisões deste versículo, que não cita nome algum
mas taivez somente que esteja impedido em conseqüência de dos destinatários, poderiam resultar de um tempo de perseguição
circunstâncias especiais. (cf. 1032-34).
r. O autor conclui com uma frase de tom solene que associa u. A expressão os da Itália não tem em vista necessariamente
invocação, votos e doxologia. A fórmula que fez subir dentre as pessoas residentes na Itália, mas pode aludir a um grupo de
m onas o grande pastor dus ovelhas inspira-se em Is 63.11. A italianos estabelecidos numa dus províncias do Império.
pazaludeaH b 12,14; o que é agradável a 12.28 e 13.16; fuzerdes v. As canas de Paulo terminam regularmente desejando a graça.
s u h vontade é uma expressão bastante usual que remete a 10.9.36. Cf. Cl 4.18.
EPÍSTOLA DE TIAGO
INTRODUÇÃO
À p r im e ir a vista , a E pístola de T iago n a d a a p r e ­ c h e g a r , à s ve ze s, a s u s te n ta r q u e s e tr a ta v a d e um
s e n ta d e m iste rio so . C o m e ç a c o m u m a fó r m u la e s c r ito ju d a ic o a e x c lu ir d o c ü n o n . E m b o ra n ã o
e p is to la r c o m u m , n a q u a l o a u to r é n o m e a d o , te n h a tid o s e g u id o r e s , a d ific u ld a d e q u e te v e a
d e p o is d e s ig n a d o c o m o c r is tã o d e c e r ta im p o r tâ n ­ E pístola de T iago p a r a s e im p o r , n o d e c o r r e r d o s
c ia . O e x c e le n te g r e g o e m q u e e s tá re d ig id a , a s é c u lo s , é s ig n ific a tiv a : a o b r a s itu a - s e f o r a d a s
p r e s e n ç a , n o s c a p s . 2 e 3 , d e p e q u e n o s d e s e n v o l­ g r a n d e s c o r r e n te s d a te o lo g ia c r is tã d o s é c u lo I.
v im e n to s e s c r ito s n o e s tilo viv o d a “d ia tr ib e " , tã o T a m b é m a a tr ib u iç ã o tr a d ic io n a l d a e p ís to la a
f r e q ü e n te n a filo s o fia p o p u la r , o u s o c o n s ta n te q u e T ia g o , ir m ã o d o S e n h o r , le v a n ta u m p ro b le m a .
o a u to r p a r e c e fa z e r , n ã o d o te x to h e b r a ic o , m a s M e s m o s e re n u n c ia r m o s a id e n tific á -lo c o m T ia g o ,
d a v e r s ã o g r e g a d a S e p tu a g in ta , q u a n d o c ita o f i l h o d e A lfe u e m e m b r o d o g r u p o d o s D o z e (c f.
A n tig o T e s ta m e n to , s ã o o u tr o s ta n to s in d íc io s d e M c 3 ,1 8 e p a r .) , e s te p e r s o n a g e m tã o im p o r ta n te
u m a o r ig e m h e le n ís tic a . A v iv a p o lê m ic a d e 2 ,1 4 - d a Ig re ja d e J e r u s a lé m (c f. G ! 1 ,1 9 ; 2 ,9 .1 2 : A t
2 6 c o n tr a u m a in te r p r e ta ç ã o a b u s iv a d a d o u tr in a 12,1 7 ; 1 5 ,1 3 -2 1 :2 1 ,1 8 -2 5 ) p a r e c e te r sid o u m p u ro
p a u lin a d a sa lv a ç ã o p e la f é se m a s o b r a s p e r m ite p a le s tin e n s e , a o q u a l e r a b a s ta n te e s tr a n h a a
s itu a r , c o m c e r te z a , a c o m p o s iç ã o d a e p ís to la c u ltu r a g r e g a ( c f p a r tic u la r m e n te E u s é b io , H istó­
a lg u m te m p o a p ó s a m e ta d e d o s é c u lo I, é p o c a ria eclesiástica. II, 2 3 .4 - 1 8 ). C o m o im a g in a r te ­
d o s g r a n d e s ê x ito s m is s io n á r io s d o a p ó s to lo P a u ­ n h a e le e s c r ito u m a o b r a tã o v is iv e lm e n te g r e g a ?
lo , a o p a s s o q u e a a u s ê n c ia d e to d a a lu s ã o p o l í­ T o m a d a a o p é d a le tra , ta l a tr ib u iç ã o n ã o é p o is,
tic a e d e q u a lq u e r m e n ç ã o a o T e m p lo d e J e r u s a ­ v e r o s s ím il. N o e n ta n to , é d e m a s ia d o a n tig a e d i ­
lé m p a r e c e e x c lu ir o p e r ío d o d a r e v o lta d e 6 6 - 7 0 fu n d i d a p a r a s e r d e s c a r ta d a s e m m a is . E la o b rig a
e a d é c a d a se g u in te . E n jim , a E p ís to la d e T ia g o a d a r - s e c o n ta d e q u e n e m tu d o é to ta lm e n te g r e ­
n ã o c o n té m n e n h u m a e x p o s iç ã o d o u tr in a i c o m p a ­ g o n a E pístola d e T iago: s e u v o c a b u lá r io e su a
r á v e l à s q u e c o n s titu e m o a tr a tiv o — e ta m b é m a sin ta x e c o m p o r ta m a lg u n s s e m itis m o s q u e , se m d ú ­
d ific u ld a d e — d a s e p ís to la s d e P a u lo o u d e J o ã o . v id a , n ã o p o d e r ia m s e r a tr ib u íd o s s o m e n te à in ­
A p e n a s o fe r e c e u m e n s in a m e n to m o r a l, à s ve ze s flu ê n c ia d a v e r sã o d a S e p tu a g in ta : a ju s ta p o s iç ã o
b a n a l, e q u e . e m to d o c a s o , f a z c o n s id e r á v e is d e s e n te n ç a s b re v e s lig a d a s e n tr e s i p o r sim p le s
e m p r é s tim o s à m o r a l h e le n ís tic a d o te m p o . p a la v r a s - c o lc h e te , a q u e s e r e d u z e m , q u a n to a o
e s s e n c ia l, o s c a p s . I e 4 - 5 , é m u ito p o u c o c o n fo r ­
A lg u n s p ro b le m a s . S o b e s s a a p a r e n te lim p id e z, m e a o s c â n o n e s lite r á r io s h e le n ís tic o s ; c e r to p a ­
n o e n ta n to , d is s im u la m -s e á r d u o s p r o b le m a s . P e r ­ r e n te s c o c o m o S ir á c id a s u g e r e a e x is tê n c ia d e
c e b e u - o m u ito b e m a tr a d iç ã o p o s te r io r q u e , f r e ­ c o n ta to s c o m o s liv r o s s a p ie n c ia is ju d a ic o s ; a im ­
q ü e n te m e n te , h e s ito u e m a tr ib u ir à E pístola dc p o r tâ n c ia d a d a a o s m o ti v o s e s c a to lò g ic o s , e m
T iag o a m e s m a a u to r id a d e q u e à s d e P a u lo . E n ­ p a r tic u la r a o te m a d o j u í z o (2 .1 2 -1 3 ; 4 .1 2 ; 5,9-
q u a n to , d e s d e o s é c u lo II, a p r im e ir a e p ís to la d e 1 2 ). f a z p e n s a r n o ju d a í s m o p a le s tin e n s e e n o e n ­
P e d r o e a p r im e ir a d e J o ã o e r a m a d m itid a s p o r s in a m e n to d e J e s u s . N ã o é , p o is , im p o s s ív e l im a ­
to d o s c o m o E s c r itu r a , a E pístola de T ia g o , só g in a r q u e T ia g o , ir m ã o d o S e n h o r , te n h a d e ix a d o
m u ito a o s p o u c o s , a p a r tir d o s c o m e ç o s d o s é c u lo s u a m a r c a n a e p ís to la . A lg u n s a d m ite m q u e e le
III, to m o u lu g a r n o N o v o T e s ta m e n to . S o m e n te te n h a e n c a r r e g a d o u m s e c r e tá r io d e lín g u a g r e g a
p e lo s f i n s d o s é c u lo IV , a p ó s lo n g o s d e b a te s , a e la d e r e d ig i-la em s e u n o m e s e g u n d o s u a s in s tr u ­
f o i c o n fe r id a , n o O c id e n te , a a u to r id a d e c a n ô n ic a ç õ e s . O u tro s , c o m m a is v e r o s s im ilh a n ç a , a c r e d i­
q u e o O r ie n te j á lh e r e c o n h e c ia d e m a n e ir a q u a s e ta m q u e h a v ia u m a tr a d iç ã o d a s p a la v r a s d e T ia g o
u n â n im e . S a b e - s e q u e L u te r o v o lto u a s u s c ita r a co m /K irá vel, g u a r d a d a s a s d e v id a s p r o p o r ç õ e s , à
d is c u s s ã o e m to r n o d e s ta e p ís to la , c u ja d o u tr in a tr a d iç ã o s in ó tic a . e q u e e la f o i u tiliza d a p o r u m
lh e p a r e c ia m u ito p o u c o “a p o s tó lic a " , a p o n to d e e s c r ito r q u e , d e a c o r d o c o m o s h á b ito s lite rá r io s
d a q u e le te m p o , q u e r ia s u b m e te r o s e u e s c r ito a p a r a n ã o p a s s a r e m d e lite r a tu r a . D u a s o u trê s
u m p a tr o c ín io f a m o s o . N e s s e c a s o , d e v e r - s e - ia c a r a c te r ís tic a s d e s s a s p a s s a g e n s le v a m a p e n s a r
d a ta r a e p ís to la d o s a n o s K 0-90. q u e e s sa s v io le n ta s c r ític a s s ã o d e s tin a d a s , p e lo
O s e x e g e ta s m o d e r n o s p u s e r a m o d e d o e m o u tr o m e n o s e m p a r te , a ju d e u s n o tá v e is (2 ,6 -7 ; 5 ,6 ).
p r o b le m a d e lic a d o q u e s u r g e a r e s p e ito d a E p ís­ O a u to r d a E pístola dc T ia g o p a r e c e , p o is , tr a
tola d e T iago: e n d e r e ç a d a " à s d o z e tr ib o s d a D is ­ v a r u m c o m b a te e m d u a s f r e n te s , c o n tr a ig re ja s
p e r s ã o " , isto é , a ju d e u s , to m a n d o -s e a q u e la e x ­ m u ito s e r v ilm e n te a p e g a d a s à m e m ó r ia d e P a u lo ,
p r e s s ã o a o p é d a le tra , a e p ís to la s ó m e n c io n a o d e u m a p a r te , e , d e o u tr a , c o n tr a o s ju d e u s ric o s.
n o m e d e J e s u s C r isto d u a s v e z e s (1 ,1 e 2 ,1 ) e d e A s s im , e le e s p e r a u n ir o s o u tr o s c r is tã o s e o s
m a n e ir a tã o f u g a z q u e a lg u n s c r ític o s v ir a m n iss o ju d e u s d e c o n d iç ã o m o d e s ta q u e , a s e u s o lh o s,
a d iç õ e s p o s te r io r e s d e s tin a d a s a c r is tia n iz a r um c o n s titu e m j u n t o s " a s d o z e tr ib o s d a D is p e r s ã o " .
e s c r ito p u r a m e n te j u d e u . A fa s ta d a e s s a h ip ó te s e C o n c e b ív e l p o r v o lta d e 6 0 - 6 5 , ta l e m p r e s a situ a -
a v e n tu r o s a q u e o d e b a te p ó s - p a u lin o d e 2 ,1 4 -2 6 s e , m a is p r o v a v e lm e n te , d e p o is d e 8 0 , a n te s d a
to rn a in d e fe n s á v e l, p e r m a n e c e a v e r d a d e ir a q u e s ­ a d e s ã o d e fin itiv a d a s s in a g o g a s d a D is p e r s ã o à
tã o : a q u e m p ô d e u m a u to r c r is tã o d e s tin a r u m a c o n c e p ç ã o f a r is a ic a d o j u d a ís m o . E la in te re ss a v a
o b r a em q u e a p e s s o a d e C r is to d e s e m p e n h a p a ­ a to d a a d iá s p o r a d e lín g u a g r e g a , p o d e n d o a
p e l tã o s e c u n d á r io ? S e m d ú v id a , a c r is tã o s d e c u l­ e p ís to la , n o e n ta n to , te r s id o r e d ig id a e m u m a c i ­
tu r a g re g a q u e c o n s e r v a v a m a lg u m a r e la ç ã o c o m d a d e h e le n ó fo n a d a P a le s tin a , c o m o C e s a r é ia o u
a s sin a g o g a s à s q u a is h a v ia m o u tr o r a p e r te n c id o ; T ib e ría d e s .
m a s ta m b é m , m u i t o p r o v a v e l m e n t e , a j u d e u s U m le ito r d o s é c u lo X X , h a b itu a d o a d is tin g u ir
h elen izxid o s, ta lv e z d e te n d ê n c ia e s s ê n ia , q u e ele c la r a m e n te e n tr e ju d a í s m o e c r is tia n is m o , terá
e s p e r a v a c o n q u is ta r , a c e n tu a n d o p o n to s q u e o s c e r ta d ific u ld a d e e m c o m p r e e n d e r a m e n ta lid a d e
c r is tã o s tin h a m e m c o m u m c o m e le s : o z e lo p e la q u e p o s s ib ilito u e s s a te n ta tiv a d e a p r o x im a ç ã o .
le i m o r a l, o id e a l d e p o b r e z a , a in te n s id a d e d a C o n tu d o , n a h o r a d o d iá lo g o e c u m ê n ic o e d a l i ­
e s p e r a e s c a to ló g ic a . a f é n o D e u s ú n ic o r e v e la d o q u id a ç ã o d o c o n te n c io s o ju d e u - c r is tã o , n a é p o c a
n o A n tig o T e s ta m e n to . d a e c o n o m ia d e a b u n d â n c ia e d o s p o v o s r e d u z i­
d o s à m is é r ia , n ã o h á d ú v id a d e q u e a E pístola dc
S itu a ç ã o d a e p ís to la . M a is q u e q u a lq u e r o u tr o T iago te m u m e n s in a m e n to a d a r . É , p o is , u m a
e le m e n to , o q u e a p r o x im a v a u n s d o s o u tr o s e s se s fe l ic i d a d e q u e , d o la d o p r o te s ta n te , s e h a ja r e ­
c r is tã o s e ju d e u s e r a a é tic a q u e p r a tic a v a m . D a í n u n c ia d o a tr a tá -la d e s d e n h o s a m e n te d e " e p ís to ­
a im p o rtâ n c ia p r e d o m in a n te c o n c e d id a n a e p ís to ­ la d e p a lh a " (L u te r o ) e a c e n s u r a r -llie a s in s u fi­
la à s q u e s tõ e s m o r a is , b e m c o m o à m is tu r a ín tim a c iê n c ia s d a c r is to lo g ia e d a s o te r io lo g ia e q u e , d o
d o s m o tiv o s ju d a ic o s e g r e g o s p e la q u a l a p a r ê n e s e la d o c a tó lic o , s e h a ja c o m p r e e n d id o q u e e la p o ­
d e T ia g o s e a p a r e n ta c o m a d o ju d a ís m o h e le - d e r ia s e r u tiliz a d a p a r a f i n s b e m m a is p r o v e ito s o s
n ís tic o . M a s a é tic a e n s in a d a p e lo a u to r n ã o s e d o q u e s im p le s m e n te ju s tific a r o s a c r a m e n to d o s
r e d u z à re p e tiç ã o d e b a n a lid a d e s a c e itá v e is p o r e n fe r m o s (c f. 5 ,1 4 - 1 5 ) o u , p io r a in d a , c r ia r p o lê ­
to d o s . C o m p o r ta a s p e c to s o r ig in a is q u e p e r m ite m m ic a c o n tr a a c o n c e p ç ã o p r o te s ta n te d a sa lv a ç ã o
s itu a r m e lh o r a e p ís to la . S ã o e le s , em p r im e ir o p e la f é (c f. 2 ,1 4 -2 6 ).
lu g a r , o s tr ê s d e s e n v o lv im e n to s d e 2 ,1 - 3 ,1 3 q u e
c o n c e r n e m à m a n e ir a d e c e le b r a r o c u lto : a tr i­ D ivisões d a e p ís to la . In ú til p r o c u r a r n a e p ís to la
b u iç ã o d o s lu g a re s (2 .1 -1 3 ), o rd e m d o se r v iç o (3,1- u m p la n o p r e c is o , a lé m d o q u e é s u g e r id o p e la s
13), c o n s e q ü ê n c ia s p r á tic a s d a fr a te r n id a d e c u ltu a i m u d a n ç a s d e e s tilo c o n s ta ta d a s e m 2 ,1 e 3 ,1 3 . A
( 2 ,1 4 - 2 6 ) . E s s a s tr ê s p a s s a g e n s a s s e s ta m u m a s e ç ã o c e n tr a l, q u e s e e s te n d e e n tr e e s s e s d o is
p o lê m ic a b a s ta n te viva c o n tr a o s m a u s h á b ito s p o n to s , c o m p r e e n d e trê s d e s e n v o lv im e n to s Iw sta n te
c o n tr a íd o s , ta lv e z , e m a lg u m a s I g r e ja s p a u lin a s c o e r e n te s , u n id o s e n tr e s i p e lo o b je to c o m u m d e
q u e ta m b é m e r a m a s q u e h a v ia m r o m p id o m a is s u a s c r ític a s — o c u lto c e le b r a d o e m a lg u m a s
c o m p le ta m e n te c o m o ju d a ís m o . O u tra o r ig in a li­ Ig r e ja s d e tr a d iç ã o p a u lin a — e p e lo r e c u r s o a
d a d e d a m o r a l d e T ia g o é a e x tr e m a s e v e r id a d e p r o c e d im e n to s r e tó r ic o s f r e q ü e n te s n a " d ia tr ib e ”:
d e s e u s a ta q u e s c o n tr a o s r ic o s ( 1 ,9 -1 1 ; 2 5 - 7 ; p e r g u n ta s e a p e lo s f e i t o s a o s le ito re s , d is c u s s ã o
4 .1 3 - 1 7 ; 5 .1 -6 ), d e m a s ia d o p r e c is o s e v ig o r o s o s c o m u m in te r lo c u to r f i c tí c i o e tc . M a s o c a p . I n ã o
p a s s a d e u m lo n g o e n c a d e a m e n to d e s e n te n ç a s ritm a d o s e tc . N ã o é im p o s s ív e l, a liá s , q u e e s s a
b r e v e s s e m o r d e m a p a r e n te , e x c e to q u e . f r e q ü e n ­ d e s o r d e m r e flita o c a r á te r d a tr a d iç ã o a q u e o
te m e n te , u m a p a la v r a -c o lc h e te lig a o f i m d e u m a a u to r s e c o n fo r m a , a o m e n o s p a r a a lg u m a s p a r te s
f r a s e a o c o m e ç o d a f r a s e s e g u in te : “c o n s tâ n c ia d a e p ís to la . Q u e r s e tr a te d a s p a la v r a s d e J e s u s
n a a d v e r s id a d e " n o s vv. 3 - 4 : “ d e f e i t o ” o u “f a l t a ” — v is to s o s m u i n u m e r o s o s p a r a le lo s e x is te n te s
n o s vv. 4 - 5 , “ p r o v a ç ã o " e “te n ta d o " ( o m e s m o e n tr e o S e r m ã o d a M o n ta n h a e a E p ísto la de T iago
ra d ic a l e m g r e g o ) n o s vi\ 1 2 -1 3 ; “r e lig iã o " n o s — o u d e u m a c o m p ila ç ã o d e p a la v r a s d e T ia g o ,
v v . 2 6 - 2 7 e tc . Q u a n to à te r c e ir a p a r te d a e p ís to la , e s s a tr a d iç ã o , s e m d ú v id a , c a r e c ia d e m u ita e s ­
a p a r tir d e 3 ,1 4 , v e r ific a -s e q u e é a in d a m a is tr u tu r a lite r á r ia e o n o s s o a u to r n ã o s e n tiu n e c e s ­
d e s o r d e n a d a e m istu r a , a o a c a s o , d e s e n v o lv im e n ­ s id a d e d e lh e im p o r u m a . D e v e te r p e n s a d o q u e ,
to s r e la tiv a m e n te d e n s o s ( 4 ,1 -1 0 .1 3 - 1 7 ; 5 ,1 -6 .7 - p a r a u m e s c r ito d e s s e g ê n e r o , n o q u a l c o n ta m
I I ) e s e n te n ç a s is o la d a s . E s s a d e s o r d e m é h a b i­ s o m e n te a im p r e s s ã o d e c o n ju n to e a q u a lid a d e
tu a l n a p a r ê n e s e e n ã o im p e d e o a u to r d e m a n i­ d o s d e ta lh e s , e r a s u p é r flu o u m p la n o m a is e la b o ­
p u la r , c o m a r te c o n s u m a d a , d iv e r s o s p r o c e d im e n ­ r a d o . D e r e s to , a d e s o r d e m q u e m a n te v e n ã o d e i ­
to s e s tilístic o s: a lite ra ç ã o e rim a , m e m b r o s d e f r a s e x a d e te r f o r ç a e e n c a n to .
EPÍSTOLA DE TIAGO
1 esteja dividido11 e indeciso em todo o
E n d e r e ç o e saudação. 'Tiago, servo" 3.x.i<>
dc Deus e do Senhorb Jesus Cristo, seu proceder.
às doze tribos que vivem na dispersão*,
j o 7 .3 5 : saudação. O p o b r e c o r ic o . vQue o irm ão de co n ­
Al 15.23 dição m odesta' se ufane de sua elev a­
P e la p r o v a ç ã o , à p e r fe iç ã o . 2Mcus ir- ção ,0e o rico, de seu rebaixam ento, por­
Rm 5.3-5; m ãos, aceitai com muito boa vontade que ele passará com o a flor dos prados, si 102.5.11:

a , -<i todas as provaçõesd pelas quais passais, "P o is o sol se levantou com o siroco e
mi 5.IO-I2: -'sabendo que o teste' a que e submetida' dessccou a erva. cuja flor caiu. c cuja M tw
T u -d vossa fc produz constância. 4Que essa bela aparência desapareceu. Assim tam-
IPd 1.7 constância, porém , seja perfeitam ente bc'm. m urchará o rico em seus em pre­
Mt5.4x operosa, a fim de que sejais perfeitos* c endim entos.
íntegros, livres dc todo defeito.
P e la p r o v a ç ã o , à v id a . l2Felizm o ho­
Pr 2.3-6 A p r e c e d a fc . 5Se a algum dc vós falta mem que suporta a provação, porque. Dn 12 .12 :
mi u a sabedoria11, peça-a1ao Deus que dá a depois de testado, receberá a coroa da !'r“r 4 K
25'
todos com simplicidade* e sem censu­ vida, prom etida àqueles que O amam". Ap 2.10
rar: ela lhe será dada. ‘Peça, porém, com Rm X.2K
Mc m .24 fé_ Sem sentir a m enor d uvida, pois T e n t a ç ã o h u m a n a c d o m d c D e u s .
aquele que duvida assem elha-se ao on- uQue ninguc'm, quando for tentado,diga:
eí 4.14 deio do m ar que o vento provoca. 7Não "M inha tentação vem de D eus". Pois
pense essa pessoa que o Senhor dará o Deus não pode ser tentado a fazer o mal"
que quer que seja Ha um homem que c a ningue'm tenta. u Cada qual e' tentado Km w -n

a. Como Paulo (Rm 1.1: Kl 1.1) e outros redatores de cartas do h. Cf. 3.13.
NT (2Pd 1.1; Jd I). Tiago intitula-se servo de Jesus Cristo, sem i. Cf. 4.2-3.
acrescentar o nome de apóstolo (cf. ICor 15.7). Diferentemente j. Deus da com simplicidade, sem pôr condições (cf. Rm 12.8:
de Judas, não especifica sua identidade, sem duvida notória. 2Cor 113 : Cl 3,22). antes que com generosÍd;tde (outro sentido
b. O título de Senhor atribuído a Jesus, logo de entrada., indica possível). Esta simplicidade de Deus é a antítese do homem de
a origem cristã da carta. Todavia, em referência a Jesus, só coração düplice (cf. v. 8: Sr 20.14-15).
reaparece explicitamente em uma outra passagem (2.1: cf. 5.14- k. Cf. 4.8.
15). As outras menções a este título ( 1.7; 3.9; 4.10.15; 5.4.10.11> I. Os vv. 9-10 evocam condições sociais desiguais no seio das
referem-se a Deus Pai. comunidades cristãs (cf. 2.1*7; 5.1-6; ICor 1.26-29; 11.21-22).
c. A expressão tem, aqui. um sentido mais amplo que em 1Pd O rebaixamento do rico deve-se provavelmente ao fato dc que.
1,1: visa aos cristãos que haviam pertencido às sinagogas judai­ por sua conversão, ja não goza da mesma consideração, no seu
cas fora da Palestina c. talvez, lambem a alguns judeus dessas próprio meio. e de que. por sua entrada na comunidade, é levado
mesmas regiões. Na continuação da carta, os destinatarios sào a siKrrificar parte de seus bens. A reviravolta expressa pela an­
irmãos que sc rcünem em sinagogas (2.2) c constituem Igrejas títese elevaçúo-rehaixumento projeta-se num hori/onte esca-
(5.14). tológico: enquanto o humilde se gloria da herança que lhe é
d. Nos vv. 2 e 12, as provações designam afrontamentos ou prometida, o rico não pode mais pôr seu orgulho cm bens pre­
contestações vindas de fora. uo passo que. nos vv. 13-14, vocá­ cários (cf. 5,1*3).
bulos da mesma raiz visam à tentação provocada pela concupis- m. Essa bem-aventurança reproduz uma forma tradicional da
cència interior. A provação faz parle da pedagogia divina par.» exortação moral no AT: promete a felicidade a quem segue o
com o cristão (cf. v. 4: 221: 5.11). ao passo que Deus não tenta caminho de Deus (cf. v. 25). No NT. esta felicidade e a vida
(cf. Mt 6.13). escatologica prometida particularmente aos que suportam as
c. Lsse encadeamento apresenta, ao mesmo tempo. afinid;tdes provações (cf. 5.11: Mt 5.10-12: lx* 21.37-38; IPd 3.14; 4.14;
e diferenças com Rm 5.3-4 (cf. 2Pd 1.5-7). Tg reproduz prova­ Ap 14.13; 16.15).
velmente um lugar-comum da exortação judaica e cristã. A pro­ n. Numerosos mss. lêem: que o Senhor (ou Deus) prometeu
vação é um teste que revela a qualidade da fé: submetido à aos que o amam.
contestação, o cristão, resistindo, produz um fruto perfeito (cf. v. o. Importa compreender no seniido passivo: “Deus é inacessí­
12; 5.1 1: Lc 8.13-15). vel ao mal**, antes que no sentido ativo: "Deus é incapaz de
f. Alguns lêem: a autenticidade da vossa fé. tentar o mal" (cf. Vg.) ja' que o autor afirma imediatamente que
fi. Cf. 3,2. Deus não tenta ninguém.
TIAGO l

por sua própria concupiscênciap, que o dam ento de m aldade, acolhei com m ansi­
arrasta e seduz. l5U m a vez fecundada, a dão a palavra plantada em vós c capaz de U- H.I3;
llb 13.22
concupiscência da' à luz o pecado, e o vos salvar a vida. “ M as sede realizadores
gi 6.7-x pecado, tendo atingido a m aturidade, gera da palavra e não apenas ouvintes que se 4.11:
Mi 7.21.26:
a m orteq. “ N ão vos en g an e is, m eus ir­ iludiriam a si m esm os. i(C om efeito*, se U- 11.2#:
m ãos m uito am ados. l7T o d o dom valioso algue'm escuta a palavra e não a realiza, 12.47:
Rm 2.13:
mi 7.U c toda da'diva perfeitar desccm d o alto, assem elha-se a um a pessoa que observa tio 3.18
3.15.17: do Pai das luzes", ju n to a quem não e x is­ num espelho o rosto que tem de nascença: ICor 13.12
Jo 3.3
te nem hesitação nem som bra d evida ao ^ob serv o u -se, retirou-se e logo esqueceu
m ovim ento1. '“Por sua própria vontade, o aspecto que tin h a .25A quele, porém , que
Jo 1.13 E le nos gerou pela palavra da verdade*, se debruçou sobre um a lei perfeita, a lei
SI 110.43
a fim dc que sejam os, p o r assim d ize r, as da liberdade', e a ela se aplicou, não com o Rm H.2:
IPJ 2.16
Ap 14.4: prim icias dc suas criaturas. o u v in te distraído, m as co m o realizador
Ml 7.24-27:
ativo*, este encontrara' a felicidade naqui­ Lc 10.37
K scu ta r e re a liz a r a p a la v ra . l9Vós sois lo q u e re a liz a r. “ Sc alguc'm se ju lg a Jo 13.17
3.i*: sadios, irmãos m eus m uito amados". To- religioso6, sem refrear a língua, m as enga- 3.2.6.Ü.:
Eti 3.1: 7.» j a y j a q Ue njngue'm negligencie o ser pron- Sl 34.14:
nando-se a si m esm o', vã e' a sua religião. 39.2: 141.3:
Sr 5.13: to para escutar, lento para falar, lento para 27A religião** pura e sem m ancha diante de IPd 3.10
4» se enc°lerizar, “ pois a cólera do hom em D eus Pai, é esta: visitar os órfãos e as Ml 25.
Rm i.i7 não realiza a justiça de D e u s" .2lTambe'm, v iu v as em sua a fliç ã o , g u a rd a r-se do 35-36:
Mc 12.40
livres de toda mancha* c de todo transbor- m undo' para não se manchai*.

p. Deus nào pode tentar: sendo-lhe estranho o mal. não pode t. Os mss. constroem as ultimas palavras do v. de quatro
instigar ninguém a cometê-lo (cf. Sr 15.11-13). O homem é provo­ maneiras diferentes, nenhuma das quais satisfaz plenamente.
cado c seduzido por “dona concupiscência". Esta deve ser equipa- Talvez o texto tenha sido ligeiramente corrompido.
rada às paixões que guerreiam cm nossos membros (4,1-2). De­ u. De preferência à palavra criadora, trata-se provavelmente
sempenha o mesmo papel que as "más inclinações”, no judaísmo do ensinamento que os crentes acolhem e que os conduz à salva­
contemporâneo, ou ainda “o espírito de perversão e das trevas”, ção. Esta palavra de verdade, cuja iniciativa cabe à vontade de
nos escritos de Qumran (Regra 3.18-4.26: cf. Rm 7.7-8; IJo Deus,evoca seni duvida o Evangelho (cf. IPd 1.23-25; C! 1,5; Ef
2.16-17). Esta visão, que diferencia claramente a provação da ten­ 1.13; 2Tm 2.15), mas também uma sabedoria de vida (cf. 3,14;
tação e subtrai esta ultima à ação divina, toma certa distância em 5.19) que o autor denomina lei de liberdade (v. 25; 2.12). En­
relação ao AT (por exemplo Dt 13.4). Em ultima análise, refere* quanto a concupiscência dá à luz a morte, essa palavra faz com
se a uma história do homem pecador dividido entre potências que os cristãos existam qual primícias de uma criuçào nova.
invisíveis (Deus e o mundo. 4.4; Deus e o diabo, 4,7). v. Os mss. propõem diversas variantes, das quais a mais bem
q. Nào obstante certa semelhança com Rm 5.12; 6J23; 7,! 3, na atesUtda diz: Por conseguinte, irmãos meus muito amados, que
relação entre o pecado e a morte, o pecado nào é, aqui. um ninguém negligencie...
poder exterior ao homem, mas a própria falta (cf. 2.9; 4,17; w. A justiça de Deus não reveste aqui o significado paulino de
5,15-16.20). Chegado à maturidade, o pecado gera a morte. A revelação da salvação (cf. Rm 1.17: 3.24). mas designa o con­
mesma relação entre pecado e morte reaparece em 5.20. Nào se junto das exigências da palavra ou da sabedoria divina (cf. 3.18).
irata simplesmente da morte física, mas da morte escatológica particularmente as da lei re'gia do amor (cf. 2.8) que sào violadas
que se opõe à vida já gerada no crente pela palavra de verdade pela cólera. E concordando com essas exigências que o homem
(v. 18) e prometida por Deus aos que o amam (v. 12). se torna justo (cf. 2.21-25) e dá força a sua oraçào (cf. 5,16).
r. Estas primeiras palavras do v. formam um hexâmetro. Tal­ Essa concepção da justiça como agir a partir da fé tem seus
vez o autor cite uma expressão proverbial sobre o valor do dom. melhores paralelos em Mt (5.6.10.20; 6.33; 12.36-37).
acrescentando, porém. que o dom perfeito só pode vir de Deus. x. Esta fórmula provém da exortação feita aos bati/ados (cf.
s. Deus e' Senhor (cf. 1,1) e Pai (1.27; 3,9). o Deus unico da IPd 2.1; Rm 13.12; Ef 4.22.25; Cl 3.8; Hb 12.1).
confissão de fé judaica (2.19; cf. 4.12). É o Pai das luzes, por­ y. Alguns mss. omitem Com efeito,
que criou os astros (cf. Gn 1.14-18; mas só na versão armênia z. Cf. 2,12.
do Apocalipse de Moisés 36,38 aparece esse título a respeito dc a. Cf. 2.14.
Deus; em Qumran. na Regra 3.20. o Príncipe das lu/cs opõe-se b. Alguns mss. acrescentam aqui: entre vós.
ao Anjo das trevas). Se ele e o Pai das luzes, é tambem. ele c. Lit. seu coração.
próprio, iuz (cf. IJo 13); o autor pretende excluir de Deus e de d. Temos aqui um eco dos profetas que se recusavam a dissociar
sua obra (cf. v. 13) todo dualismo, e subtraí-lo à divisão e à o culto autêntico da justiça para com os humildes (cf. Is 1.11-
duplicidade que caracterizam o pecador (cf. 4.4). Ú aquele que 17.23; Jr 5.28; Ez 22.7; Zc 7.10). A pureza exigida pelo culto é
dá a quem lhe pede (cf. v. 5; 5.15). sempre pronto a perdoar a do amor (cf. 4.8; Mc 7.1-25).
(5.11). Mas é tambem o juiz (5.8-10; cf. 4,12) que dá o reino aos e. Cf. 4.4.
pobres submetidos às provações e pede contas aos ricos violadores f. Em lugar das palavras preservar-se... manchar, um ms.
dc sua lei. antigo lê: protegê-los do mundo.
o F a v o re c e r os r i t o s é v io la r a lei. tam diante dos tribunais? 7N ão são eles
'M e u s irm ãos, não m escleis casos dc que difam am 1o belo nom e que se invoca ipj 4. m
2.9: p arcialidade15à vossa fe' em nosso glorio- sobre vósm? "Por certo , se cu m p ris a lei
amom so Penhor Jesus C risto, t o m e feito , se regia", segundo o texto1’: Amurás a teu Lv iw.ik:
entra cm vossa assem ble'iah um hom em proxtmn como u ti mesmo, fazeis bem .
com ane'is de ouro. trajado m agnifica- vM as, se sois parciais, com eteis um pc- u 10.27
m ente; se entra tambc'm um pobre a ndra­ cad o , e a lei vos acusa co m o tran sg res- ^ J9^ 5:
jo so ; -'se vos in te ressa is p e lo hom em sores. ,0C om e feito , o b serv ar toda a lei e Mt 5.19
vestido dc trajes m agníficos e lhe di/.eis: tro p e ç a r cm um só p onto é to rn a r-se
"T u . senta-te neste lugar d c destaq u e"; c ulpado de tudo11, "p o is A quele que dis- iu 20.
se ao pobre dizeis: " T u , fica de pe'". ou sc: Não cometerús adultério disse tani- í:'"'4;,
Dt 5.1 / -! X
"S enta-te ali1, ao pe' de m eu c scab elo ". be'm: Não matarús e se. sem c o m e ter
4não fizestes d isc rim in aç ão , em vosso adulte'rio. com etes um h om icídio, contra-
íntim o? N ão vos tom astes juizes de racio­ vens à lei’ . l2Falai e agi c o m o hom ens
cínios crim inosos? -'Escutai, irm ãos m eus ch am ad o s a se r ju lg a d o s' seg u n d o a lei
m u ito a m a d o s! N ão foi D e u s q u e m de liberdade. '-'Com efeito , o ju íz o e' sem L"
1.9-. mi 5 .?: escolheu' os que são pobres aos olhos do piedade para quem não teve piedade. A Mt 5.7;
. , , , , , . . . 1X.29.34-J5:
icor m undo para torna'-los ricos na fe' e her- piedade desdenha o j u í z o '. 25 ,45-46
2K; deiros do R eino que prom eteu aos que O
A|j5j9 am am ? ‘ M as vós. privastes o pobre dc S em o b ra s , a fé é m o rta . ,4M eus irm ãos,
icor 2.» sua dignidade. N ão são os ricosk que vos dc que serve algue'm dizer que tem fe', se
IO » n .22 0 p r j m c m '> g | c s tambc'm que vos arra s­ não tem obras1? Pode a fc salvar, neste

g. A parcialidade ou acepção dc pessoas opõe-se à fé no que a cumpre, mesmo que ainda tropece (cf. 3.2). pode mofar do
Senhor Jesus Cristo, porque a única glória que conta para o juízo (cf. v. 13; 1Jo 3.14-20; Mt 6.14-15: 18.23-25).
crente e’ a do Senhor. Lm Cristo. Deus não tem nenhum favori­ o. I.it. escritura.
tismo. particularmente no exercício do juízo (cf. Rm 2.11; Ef p. Tg adu/ aqui um princípio do judaísmo (cf. Gl 3.10 que cita
6.9: Cl 3.25; IPd 1.17): o cristão não poderia agir de maneira Dt 27.26). Violar um só preceitoé transgredira vontade daquele
diferente. que é o autor de toda a lei. Contudo, no contexto, esses preceitos
h. Lit. sinagoga. são os que exprimem o amor ao próximo,
i. Variantes (em vez <le ou senta-te ali): ali. ou senta-te; ou q. Dois mss. antigos lêem: renegas/e a lei.
senta-te aqui; ali. ou senta-te aqui; ou vem. senta-te. r. Cf. 5.9.
j. A eleição divina ja' opera uma transform;>ção da pobreza s. Alguns mss. trazem: que a piedade desdenhe o juízo!
segundo o mundo em riqueza da fé. enquanto os ricos apenas t. Os vv. 14-26 desenvolvem o tema subj;tccntc a toda a epís­
acumulam um tesouro muito ameaçado (cf. l.U ; 5.1-3). Essa tola. o da fé e das obras (cf. 1.3-6.25: 3.13). O autor parece
eleição inclui a promessa de uma herança escatologica (cf. 1.12; considerar o reverso do princípio paulino da justificação só pela
Mt 25.34; ICor 6.9-10: 15.50; Gl 5.21). fé (cf. Rm 3,28: Gl 2.16). pois afirma que. sem as obras, a fé não
k. Dos ricos que têm o seu lugar nas sinagogas cristãs, Tg não poderia salvare que. sem elas.é morta (cf. vv. 17,26). Entretan­
separa os ricos em geral. Sobre essa categoria de pessoas evoca to. as obras de que fala Tg não são “as obras da lei*' denunciadas
opiniões estereotipadas. por Gl c Rm. mas os frutos que. também segundo o próprio
I. Pode-se também traduzir: blasfemam. Paulo, a fé deve produzir (cf. Rm 2.6.15-16; Gl 5.6; Ef 2.8-10;
m. Belo nome que se invoca sobre vós; Trata-se do nome do Cl 1.10: ITs I _3; 2Ts 1.11). Sein jamais identificar a fé com as
Senhor Jesus (cf. v. I), invocado sobre o crente na hora do obras. Tg insiste em uma fé que se realiza nas obras. sobretudo
batismo (cf. Al 2,38; 10.48). e que os ricos blasfemam, perse­ no amor ao próximo e na oração. Confiar-se à palavra de verda­
guindo o justo que penencc a Cristo (cf. 5.6; Mt 10.22; 24.9). de que. única, pode salvar o pecador é também submeter-se à
n . Os v v . 8-12 estabelecem equivalência entre esta lei ré/tia. vontade divina em tudo o que diz respeito à própria vida. A
a lei <cf. 4.11) e a lei de liberdade (cf. 1.25). A lei de liberdade ênfase posta num agir do crente revela um ambiente judeu-cris-
tem antecedentes no judaísmo: de seus süditos a lei fa/ia filhos tão semelhante ao de Mt (5.16.20; 7.12-27; 12,50; 18.23-35;
livres (cf. Jo 8 .3 1-35). Mas Tg visa a uma interpretação cristã da 25.31-46). Nào sc deve. porém, esquecer que é Deus quem gera
lei: por um lado. ela se aproxima da palavra de verdade (cf. pela palavra e coroa o justo: o v. 22. afirmando que us obras
1.21-24) e. por outro, sua obra é, antes de tudo. o amor ao completam a fé. não contradiz diretamente a posição dc Paulo.
próximo (cf. 1,26-27). Dentre os mandamentos, este ultimo tem Trata-se de um ponto de vista que parece bem posterior à
um lugar régio (esta interpretação parece preferível à que vê aí problematica paulina. Contra o judaísmo que tendia a diluir a fé
a lei do Reino). É a perspectiva dc Ml 19.18-19 (cf. 5,21-48). entre as obras. Paulo — às voltas com os judaizantes — reivin­
que se pode comparar com o cumprimento da lei em 01 5.14. dica o primado da fé. distinguindo-a de seus frutos ou de suas
com Rm 13.9-10 ou. ainda, com o mandamento novo de Jo obras. Tg coordena fé e obras da fé, integrando a contribuição
13.34-35. Essa lei é perfeita (cf. 1.25), porque revela plenamente da crítica de Paulo. e. provavelmente, reagindo contra uma in~
a vontade de Deus que ja era visada pela lei de Moisés: aquele terpretação extremista do ensinamento de Paulo.
caso? l5Se um irm ão ou irmã não têm com justiça1*, por ter acolhido os m ensageiros 1
que se vestir e o que com cr todos os dias. c os ter feito partir por outro cam inho?
I6c um de vós lhes disser: “ Ide em paz, “ C om efeito, assim com o o corpo, sem
ijoj.17 aquecei-vos. bom apetite!” , sem , porém , respiração, é m orto, assim tam bém a fé, 2.17.20
lhes d ar o necessário para subsistir, de que sem obras, é m orta.
adiantaria? l7D o m esm o m odo, a fe que
2.20.26 não tivesse obras estaria m orta no seuo Vós que ensinais, refreai a língua.
isolam ento". 18Mas dirá alguém*: “Tu tens ** 'M eu s irm ãos, não vos ponhais todosf u9;
fé; eu tam bem tenho obras. Prova-m e tua a ensinar*. Sabeis com q u e severidade
fé sem as obras, que eu tirarei das m inhas serem os ju lg a d o s. 2pelo m uito que to ­
obras a prova da minha fé. l9Crês que Deus dos tropeçam os. Se alguém não tro p e­
Sr 14.1
c um ? Fazes bem . O s dem ônios tambe'm ça quando fala, esse é um hom em per­
mi crêem e trem em ". “ Q ueres persuadir-te, feito11,capaz dc dom inar o seu corpo todo. 1.26
? 7 ?'u Pobre hom em , dc que a fé sem as obras é
434 3Se' m etem os um freio na boca dos cava- si 32.9
inoperante " ? 21 A braão, nosso pai", não foi los para que nos o b ed eçam , conduzim os
às obras que deveu sua justiçay, por ter tam bém todo o seu corpo. 4V ede tam ­
Gn 22.9-12 posto seu filho Isaac sobre o altar? “ Vês bém os navios: por m aiores que sejam e
que a fé cooperava com suas obras e que m ais violentos os ventos que os im pe­
as obras com pletaram a fé 23e que se rea- lem , com um m inüsculo lem e são c o n ­
Gr 15.6 lizou o texto* que diz: Abraão teve í& cm du z id o s para onde q u e r ir aquele que
Deus e isso lhe foi contado como justiça segura a barra. 5A ssim tam b é m , a língua
e ele recebeu o nom e de am igo de D eus. é um m em bro pequeno e gaba-se de gran­
24A v e rig u a is q u e o h o m em d e v e sua des efeitos. Vede com o é preciso pouco
jo x.í9: justiça1*às obras e não som ente à fé. 2iO fo g o para pôr em c h a m a s um a vasta
Rm 4.i 2 mcsrno tam bém sucedeu com a prostituta floresta! 6A língua tam bém é um fogo, Pr 16.27:
js 2.4.15: Raabc: não foi às obras que deveu sua o m undo d o malj; a língua e stá insta- & 5,13 gr
6.17

u. Podc-se também traduzir: completamente. c. Rsmbé louvada por sua fé, cm Hb 1131, mas Tg insiste na
v. Difícil é a interpretação dos vv. 18-19 c os comentadores hospitalidade que ela reserva aos israelitas (cf. I* epístola de
divergem muito sobre a articulação do pensamento. Par.i uns. Clemente aos Corihtios 12 e. talvez. Mt 2131). Não obstante
trata-se dc um porta-voz que enuncia a tese do autor. Para ou­ tenha o judaísmo considerado Raab como prosélita. a equipara­
tros — e a forma literária parcce apoiar de preferência esta opi­ ção com Abraão é algo surpreendente. Talvez ela se explique
nião’—. trata-se de um contraditor, cujo argumento se estende por uma objeção dos adversários que. baseando-se em Js 2.9-13.
ate' a interpelação do v. 20. O suposto contraditor intima o autor argüiam que Raab fora salva só pela fé.
a provar que ele. homem das obras, tambem tem. realmente, a d. Lit. foi justificada.
fe'. Ltva-o a constatar que sua boa consciência é questionada por e. Vários mss. têm: espiões.
sua prdpria f<5. já que os próprios demônios vivem, forçosamen­ f. Lii. numerosos.
te. no temor e tremor. O autor põe termo a essa tentativa, mos­ g. A assemblcia cristã inclui alguns doutores, entrc os quais se
trando que. em nenhum caso. se pode separar a fe' das obras, o alinha o autor, e é presidida por anciãos (cf. 5,14). Enquanto
que é demonstrado pela Escritura, estes ültimos evocam a época da redação das epístolas pastorais
w. Numerosos mss. lêem: morta. Um ms. à parte: vâ. e dos Atos. os doutores apareccm. pela primeira vez, nas lislas
x. to m o Paulo (Rm 4: Gl 3.6-9) e a propósito do mesmo pautinas (Rm 12.7; ICor 12.28-29; Ef 4.11). Esta advertência
problema da fé c das obras, Tg apela para Abraão, figura clás­ concernente aos doutores parece prolongar-se na severa admoes-
sica da tradição judaica. Dá-lhc os títulos tradicionais dc pai (Mt tação a respeito da língua. Em razão de sua função, eles arcam
3.9: Lc 16.24.27.30: Jo 839.53: cf. Rm 4,16-18) e de amigo de com uma responsabilidade mais grave (cf. Lc 20.47 a respeito
Deus. (2Cr 20,7; Is 41,8; 51.2 gr.: Dn 3.35 gr.). Apoia o seu dos escribas). Aqueles que ensinam devem dominar a língua.
arguitoento no sacrifício de Abraão, interprctsido como obr.i da fé h. O termo perfeito torna a aparecer diversas vezes cm Tg.
— ligando Gn 15,6aocap. 22 — .enquanto Paulo prova, a partir seja para qualificar o dom de Deus e a lei de liberdade (1.17.25).
do primeiro texio. que a fé. em Abrão. precedeu a circuncisão c seja para qualificar a obra que completa a fé (1.4: 2.22). Esse
as obras da lei (cf. Gn 17). Tg reproduz assim uma exegese tema da perfeição da conduta em resposta à perfeição do cami­
judaica (cf. Sr 44.20; iMc 2,52; Hb 11.17). para. provavelmen­ nho de Deus é tomado do judaísmo (particularmente nos escritos
te. refutar os que faziam uso abusivo da exegese paulina. de Qumran.cf. Regra 1.1-15; 8.4-10.20-23). Segundo Mt (5.48;
y. Lit. foi justificado, 19.21). deve o crente tornar-se perfeito, cumprindo a lei à qual
z. Lit. escritura. Cristo deu o acabamento adequado.
a. Freqüentemente se traduz: creu. i. Numerosos mss. lêem: Eis.
b. Lit. o homem é justificado. j. Cf. 4.4.
ladak en tre nossos m em bros e m ancha o b ed o ria não vem d o a lto , é te rre stre ,
mi i2. co rp o inteiro, abrasa o c ic lo da natureza1, a nim al, dem oníaca. l6C om e feito , a inve­
>6-37; sendo ela m esm a abrasada pela geena. ja c o e sp írito de rivalidade sã o acom pa­
15.11.18.19
7N ão ha' espe'cie, tanto dc anim ais fero­ nhados de agitação e toda so rte d e situa­ 1.8; 3.8

zes co m o de pa'ssaros. co m o dc répteis. ções deplora'veis. l7Porém . a sabedoria do


Gn y.2 c o m o dc p eixes, que a espécie hum ana alto é . antes de tudo, pura, d e p o is p ací­ 1.5.17
não ch eg u e a dom ar. "M as a língua, ne­ fica, bondosa, conciliadora, chcia de co m ­
nhum hom em consegue dom a'-la; flagelo paixão e de bons frutos, sim ples c sem
1.8: 3.16: que não pa'ram, ch eio de veneno m ortal! d isfarce. ‘"O fruto da ju stiç a c sem eado K 32.17:
SI 14(1.4; Ml 5.9:
”C om ela b endizem os” o S en h o r e Pai, na paz para aqueles que prom ovem a paz. l-'l 1 . 1 1 :
Rm 3.13
com ela tam bem m aldizem os os hom ens llb 12.11
Gn 1.26-27: que são a im agem dc D eus. "*Da m esm a a A m igo d o m u n d o , in im ig o d c D eus.
Ml 2.10
boca saem bênção e m aldição. M eus ir­ ‘D onde vêm os conflitos, donde vêm
Rm 3.14:
Ef 4.29 m ãos, não deve ser assim . " P o d e um a as rixas'1 entre vós? N ão é de vossos pra-
fonte jo rra r, pelo m esm o orifício , o doce zeres que guerreiam em vossos m em bros? Rm 7.23;
UM 2.11
e o am argo? IJM eus irm ãos, pode um a 2C obiçais e não possuis, sois assassinos e
Mt 7.16-19: figueira p roduzir olivas ou um a videira, Mt 5.21-22:
invejosos e não conseguis êxito; com ba-
12.33 IJo 3.15
figos? T am p o u co , um a” fonte salina pode teis e batalhais. N ão possuis, porque não
3.i d a r a'gua doce. IJQ u e m , entre vós, é sa'- sois pedintes. 3Pedisr e não reccbcis. por­ Mt 7.7
bio e inteligente? T ire , pois, da sua boa que vossos pedidos não visam a nada
conduta a prova de que a sabcdoriap im- m elhor do que gastar para vossos praze-
m i U.29 pregna os seus atos de doçura. res. '‘M ulheres infiéis'! A caso não sabeis
que a am izade para com o m undo c hos­ Mt 6.24:
U- 6.26:
S a b e d o ria te r r e s tr e e s a b e d o ria d o a lto . tilidade contra D eus? Pois quem q uer ser IJo 2.15
l4M as. se tendes o c o ração ch eio de in- a m ig o d o m u n d o to rn a-se in im ig o de Rm 8.7
icor 3„í : veja am arga e esp irito d e rivalidade, não D eus1. sPorvcntura pensais que seja sem
Rf 4,1’ sejais presunçosos e não p rejudiqueis a razão que a E scritura diz: D eus deseja
verdade com vossas m entiras. lsE sta sa­ ciosam ente o espírito que fez habitar" em

k. Numerosos mss. acrescentam: da mesma maneira. oportunidades ao mundo e ao diabo. é o indício da passagem a
I. Essa passagem é complexa e permanece obscura. O autor uma nova sentença provinda da tradição.
multiplica os termos para revsaltar a imensidade dos estragos r. A epístola usa dois termos para designar a intercessão: os
que a língua pode causar. Toma emprestada à tradição judaica a verbos i>edir(çf. I *5)e rezar (cf. 5.13-18). Ambos sáo usados com
imagem da geena (cf. Mc 9.47-48). A expressão ciclo da natu­ a mesma significação no NT; talvez essa variação do vocabulário
reza pertence ao mundo cultural helenístico (o judaísmo a ado­ seja indício de sentenças provenientes de tradições diferentes.
taria da filosofia cstóica vulgarizada), s. Numerosos mss. duplicam a apdstrofe: Homens e mulheres
m. Numerosos mss. lêem: sem freio. infiéis! Renunciando à expressão irmãos, o redator adota um
n. Trata-se provavelmente dos doutores que. com o mesmo tom violento, a ponto de chamar dc adúlteros, pecadores e ho­
tfrgão. bendizem a Deus e maldizem o homem feito à sua ima­ mens Ungidos (cf. vv. 8-9) os fautores de conflitos. O epíteto
gem. prejudicando assim a paz da comunid;tde. mulheres adúlteras lembra as invectivas dos profetas contra o
o. Numerosos mss. acrescentam: Do mesmo modo, no começo povo infiel à aliança (cf. Os 3.1) e as dc Jesus contm a geração
da frase. Vários dentre eles lêem, em seguida: nenhuma fonte que recusa a sua mensagem (cf. Mt. 1339; 16.4). Poderia visar
pode dar água salgada e água doce. tanto às comunidades como aos indivíduos.
p. A apdstrofe aos doutores prolonga-se com um elogio à t. Como as faltas da língua sc tornavam compreensíveis pela
sabedoria (vv. 13-17) que é a fonte dc todo ensinamento. Tg antítese entre duas sabedorias. assim as divisões da comunidade
se compraz em opor dois tipos de sabedoria: a do falso dou­ se explicam pelo antagonismo entrc a amizade para com o mundo
tor é terrestre, animai c demoníaca, ligada que é ao mundo do e o amor a Deus. Esta oposição é tradicional no judaísmo (a
pecado c à mentira contra a verdade; a do homem perfeito Regra de Qumran 3,18-4.26; 11.6-10 opõe dois espírilos, um
vem do alto como a palavra da verdade e produz frutos dc dos quais dirige os filhos da luz e o outro, os filhos das trevas)
paz (cf. Mt 5,9; Hb 12,11; IPd 3.10-11). piedade (cf. 2.13) e é repisada sob muitas formas no NT (em Paulo, a luta entre a
e mansidão (cf. 1.21; Mt 5.4; IPd 3.4.16). Este catálogo dos carne e o espírito; em João. o antagonismo das trevas e da luz).
frutos da verdadeira sabedoria evoca o estilo da exortação Ela não significa um dualismo que oporia radicalmente um mundo
moral (cf. Gl 5.22-25). mau a Deus. porém exprime uma escolha inelutável entre a
q. Conflitos e divisões nas comunidades prendem-se direta­ obediência a Deus e a escravidão sob a potência adversa. Nesta
mente aos delitos da língua e aos falsos doutores. Contudo, a perspectiva, o amor ao mundo e sinal de um coração dividido
alusão às paixões que guerTeiam nos membros (cf. 4.1). dando (cf. 1.8; 3,6).
nós"? ‘Ele. porém, faz ainda mais para se amanha* — , irem os a tal cidade, ali pas- n 27'‘-
, U I2.1K-20
mostrar favorável; eis por que a Escritura saremos um ano, negociaremos, ganha­
diz: aos orgulhosos Deus resiste, mas aos rem os d in h eiro ", l4e não sabeis nem Mc8,36
16 22.29: humildes mostra-se favonívet'. P o rta n to , mesmo o que será de vossa vida no dia
’;6
ti 0,12;
submetei-vos a Deus; mas resisti ao diabo seguinte, pois sois um vapor6 que apare- si 39.6.12 ;
iPd 5 .S-9 e ele fugira' para longe de vós; "aproximai- ce por um instante e logo desaparece! 90,5
mi 3 7 ‘vos ^ cus e e*e x aproximará dc vós. lsEm vez de dizer: "Se o Senhor permi- ai m.21
is i.i6 Limpai as mãos, pecadores, purificai os tir, viveremos e faremos isso ou aquilo” ,
corações*, homens fingidos5'! '"Reconhecei “ vós vos ufanais1 de vossas fanfarro-
vossa mise'ria, enlutai-vos, pranteai1; vos­ nadas. Toda ufania desse tipo é má.
so riso converta-se cm luto e vossa ale- 17Quem. pois, sabe fazer o bem e não o u 12.47
16 5.11; gria. em abatimento! l0Humilhai-vos diante faz incorre num pecado1.
U|Pd 5 6 ^ en*10r c c'c vos exaltará.
In felize s d c v ó s, rico s! 'Então, vós,
Q uem és tu p a r a j u lg a r o p ró x im o ? ricos*, chorai em altos brados sobre u- 6.24
lv 19.16: "irm ãos, não faleis mal* uns dos outros. as desgraças que vos esperam! 2Vossa
Quem fala mal de um irmão ou1’julga riqueza está podre, vossas roupas, roídas
seu irmão fala mal dc uma lei e julga pelos vermes, -'vosso ouro e vossa prata
uma lei'; mas, se julgas uma lei, ages estão enferrujando e sua ferrugem servi- * 29.911
i.J2 como juiz c nãodcomo cumpridor da lei. rá de testemunho contra vós. Como um is 30.27:
mi 7,i: l2No entanto, um só e' legislador e juiz': fogo, devorará vossas carnes. Bela pou- Sl 2110
Rm2.2|K aquele que pode salvar e perder. T u, pança entesourastes no fim dos tempos!
14.4 quem és para julgar o próximo'? 4Vede o salário dos operários que fize- Lv 19.13:
ram a colheita em vossos campos: retido'
A c a u te la i- v o s , h o m e n s d e n e g ó c io ! por vós, ele grita, c os clamores dos cei- mi 3,5
‘■'Então vós que dizeis: "H oje — ou feiros chegaram aos ouvidos do Senhor Gn 4.10:
h 5.7

u. Lit. Ele deseja ciosamente o espirito... Outros traduzem: O Lc 6.21.25). ao passo que a apóstrofe de 5.1 não da lugar a
esptüto que Deus fe z habitar em nos deseja ciosamente. O con­ nenhum arrependimento.
texto indica que Deus é o sujeito deste ciúme que fundamenta o a. Cf. 1.26; 3.9-10.
apelo à conversão dirigido aos infiéis (vv. 7-9). O espírito que b. Numerosos mss. trazem: e.
Deus procura zelosamente é aquele que ele insuflou no homem c. Cf. 2.10-11. Essa identificação do irmão a uma lei exprime.em
e não o Espirito Santo, como interpretam alguns mss. síntese impressionante, a posição régia do mandamento do amor.
v. Numerosos mss. têm: o espírito que fe z sua morada em nos. d. Alguns mss. lêem: e nao mais.
Difícil é identificar esta citação da "Escritura". Embora o tema e. Numerosos mss. suprimem esses dois termos.
do cidmc divino apareça muitas vezes no AT. o texto tal qual f. Numerosos mss. lêem: outrem.
nào pode ser encontrado em nenhuma parte. Seria uma citação g. Numerosos mss. têm: e. amanha.
de um apócrifo (Apocalipse de Moisés 31.42) ou uma interpre­ h. Numerosos mss. lêem: e que não sabeis o que sera'o dia
tação midrashica de Gn 6.3: Ex 2 0 3 ou de Jó 14.15? de amanhã, pois vossa vida o que sera? Sera'um vapor. O texto
w. Pr 334. parece corrompido.
x.C f. 126-27; Mt 5,8. I. Tg invectiva a gloríola dos negociantes que fazem projetos
y. O vocábulo grego significando duplicidade, seja em re­ inspirados pela corrida em busca da riqueza (cf. Am 8.5; Sr
lação a Deus. seja em relação ao homem, não aparece antes 11,10-11; 38.24-34; Ap 18.11-17). Ao lado dessas fanfarnm adas
de Tg: a partir de então, é claramente atestado na parênese (cf. IJo 2.16). Tg conhece uma justa ufania que procede da fé
cristã (por exemplo. Hermas. Pastor, Preceito 9. onde o tema (1.9-10; cf. Rm 52-3.11: ICor 131; 2Cor 10.17-18; 12.9-10).
parece ligar-se aos dois desejos). Porém, a imagem do cora­ j. Ligado, de maneira muito frouxa, ao que precede, esse
ção düplice remonta ao judaísmo (por exemplo nos escritos aforismo constitui sem dúvida, aos olhos do autor uma advertên­
de Qomran. Regra 4.13-16) e identifica-se muito bem com a cia ao grupo dos negociantes.
hipocrisia denunciada particularmente por Mt (cf. 6.2.5.16: k. Depois dc se dirigir a irmãos chamados a se converterem
15.7; 25.13-15). Trata-se da pessoa cujo coração pretenderia (1.10; 2 2 ), Tg investe, agora, contra pessoas ricas que oprimem os
estabelecer um compromisso entre o amor a Deus c a amiza­ pobres e sc enriquecem à sua custa, pois lhes retêm o salário.
de para com o mundo, flutuando na fé. na oração e na con­ Repete, assim, o grito dos profetas (cf. Is 5.8-10; Jr 5.26-30:
duta. É a antítese do homem perfeito que tenta espelhar em Am 8.4*8; 2.6-7). O tesouro dos ricos, já reduzido a nada pelos
si a simplicidade de Deus (cf. 1.5-8; 5.12). vermes e a ferrugem (cf. Mt 6.19), vai testemunhar contra eles.
z. A humilhação do pecador é. aqui. um arrependimento que no dia do juízo final.
resulta numa reviravolta, na perspectiva escatológica (cf. 1.9-10; I. Numerosos mss. lêem: roubado.
Sabaot. 5Na terra, ti vestes uma vida de cia de Jó ” e vistes o fim visado pelo
jr 12.1 ?: conforto e de luxo. fartastes-vos no dia Senhor1, porque o SenhorM é rico em m i­
. . 2.H 4; da matança"1. ‘ Condcnastes.assassinastes sericórdia e c o m p a ss iv o '.
Lc 10.19-25 1
o justo"; ele não vos resiste.
Seja sim o vosso sim . ,2Sobretudo. meus
Paciência, o Senhor está próximo. 7Pa- irmãos, não jureis", nem pelo ce'u, nem
u- 2i.i>>. cientai, irmãos”,ate' a vinda do Senhor1*! pela terra, nem dc outra maneira qual­
Ilb KU6-39 . . . • i. i
Mc- 4.26-29 v ede o agricultor: ele espera, sem impa- quer. Seja sim o vosso sim c não o vosso
cientar-se a seu respeito, o precioso fru- não, a fim de não incorrcrdes em juízo'.
Djr'5 24- t0 ,erra enquanto não colheu o pre-
ji 2.23 coce e o temporão*1. “V ós tambe'm, pa- O rai! '-'Algum dc vós esta' sofrendo? si 50.15
itn 3.13 cientai, conservai o coração firme, pois a Reze-'. Esta' alegre? Entoe cânticos'. I4A I- a i 10.25
fi 4.5 vinda do Senhor esta' próxima. ’ Irmãos, gum de vós esta' doente? Mande chamar
não lamurieis uns contra os outros, para os anciãos da Igreja e que estes orem*,
Mc 13.29: evitar serdes julgados. Vede: o juiz esta' depois de tê-lo ungido com ólcoh em
Ap 3.2o j s portas. '“Com o modelos de sofrimen­ nome do S e n h o r.15A oração da fe salva­
to c paciên cia, irm ãos, tom em os os rá o paciente: o Senhor o porá de pe' e,
profetas' que falaram em nome do Se- se tiver pecados, ser-lhes-ão perdoados0.
Dn 12.12 nhor. "V e d e : felicitamos as pessoas que "•Confessai11, pois, vossos pecados uns aos ai 12.5
jó 1.21-22 agüentam. Ouvistes a história da paciên­ outros e rezai uns pelos outros, a fim de

m. Numerosos mss. lêem: como no dia da nuitança. Essa tratar-se de um exemplo conhecido no judaísmo do que como
matança evoca o abatimento de unimais pani alimentar festins e aplicação cristã da paciência de Jd à paixão de Jesus.
é imagem da opressão e perseguição do pobre pelo rico (cf. o SI t. Esse objetivo ou “fim” visado por Deus para Jó e' uma
44,23 citado por Rm 8.36). alusão à benção final de Jó 42,10-17.
n. Este justo que não resiste ao ma! (cf. Ml 5 3 9 ) designa um u. Alguns mss. otnitem essas duas palavras,
grupo (cf. SI 37; Sb 2.12-20). de preferência a Jesus, como v. Ex 34,6; SI 103.8; 111.4.
pensam alguns comentadores. w. Essa instrução sobre os juramentos parece inspirada numa
o. Nessa ultima parte da epístola, que se projeta num horizonte tradição semelhante àde Mt 534-37 (cf. 2Cor 1.17-18). da qual
escatoldgtco. o autor dirige-se novamente aos crentes para exorta'- se encontram precedentes em algumas correntes do judaísmo (Sr
*lox sobretudo à fxwicncia (vv. 7 -1l) e à oração (vv. 13-18). 23.9-11; Eilon. Decai. 84; Escrito de Damasco 15,1-15).
dupla tradicional na parénese cristã (cf. ITs 5.1*11.17-18; Mt x. Numerosos mss. lêem: na hi/XHrisiu.
26,41). A paciência como a constância na adversidade (cf. 13- y. A oração de que se trata evoca ames uma oração pessoal e
4; Cl 1.11) e a firmeza de coração (ITs 3,13) constituem a particular, ao passo que o v. 14 menciona a oração da igreja,
atitude adequada no tempo da provação que precede a Parusia. z. Cf. Rm 15.9; ICor 14.15; Ef 5.19-20; Cl 3.16-17.
A esses temas de maior monta juniam-se outros (v. 12 e vv. 19- a. Numerosos mss. têm: que orem sobre ele. depois de lhe ter
20): esse tipo de composição, aparentemente arbitrário, é comrn- feito uma unção de óleo.
te no gênero exortativo. b. Esta unção.que precede a oração, tem suas raízes num uso.
p. Contrariamente ao uso de Paulo (cf. ICor 15.23; ITs 2.19: ao mesmo tempo, medicai (cf. Lc 1034) e religioso. Mc 6.13 a
3.13: 4.15; 5.23; 2Ts 2.1.8) e do resto do NT (Mt 24,3.27.3739; menciona a propósito das curas operadas pelos Doze. Já que e'
2Pd l .16; 3.4: l Jo 2.28). a Parusia e. aqui. antes a de Deus que feita em nome do Senhor, como o batismo, ela manifesta a fé da
a de Cristo (cf. 2Pd 3.12). pois. no contexto (vv. 9 .1 1). o Senhor Igreja no poder do Senhor ressuscitado e reveste um caráter
designa Deus. Neste particular. Tg se aproxima mais do meio ritual. A tradição católica, tal como é afirmada pelo concilio de
judaico. Este horizonte escatológico é evocado na epístola com Trento (sessão XIV). vincula a esse texto o sacramento da unção
múltiplas expressões (os uitimos dias: 5 3 : a salvação: 121; 2,14. dos enfermos. Essa identificação C contestada pela iradição da
4.12; 5,20; a coroa da vida: 1.12; o Reino: 2.5; o juízo: 2.12-13; Reforma de maneira geral.
5.12; a geena: 3.6). A epístola e escrita num momento ou num c. Os verbos salvar e /wV de pé podem designar, seja o resta­
meio onde não se põe. de maneira aguda, o problema do retar­ belecimento do doente, seja a salvação escatológica que não
damento da Parusia (como em Ml 25,5.19 ou 2Pd 3,8-9). implicaria necessariamente a cura. Todavia, algumas afinidades
q. Numerosos mss. tra/.em: enquanto não recebeu as chuvas com narrativas evangélicas de milagres (cf. Mc 534.41 “Tua fé
precoces e as tenyiorãs. Alguns outros: enquanto não colheu as te salvou... Levanta-te!; I jc 17.19 "Levanta-te... lua fe' te sal­
safras prean es e temporâs. vou**) fazem pensar de preferência no poder do Senhor de curar
r. O recurso ao exemplo dos profetas é conforme à tradição o doente e salvar o pecador. O vínculo entre doença e pecado
judaica que os linha na conta de mártires (cf. Mt 5.12; 23.29-31; está profundamente inscrito na mentalidade bíblica, o que expli­
At 7.52; Rm 11.3; ITs 2,15: Hb 1136-38). ca por que o NT liga perdão dos pecados e cura do corpo como
s. Assaz curioso é que Tg proponha Jó e não Jesus mesmo sinal da ressurreição já atuante nos gestos de Cristo.
como modelo de paciência (Hb 12.1-4). tanto mais que é a unica d. Este v. recapitula os três temas do anterior: perdão dos
menção a Jd em todo o NT. Essa referência explica-se antes por pecados, oração e cura. Segundo alguns, essa confissão dos
serdes curados. A suplica de um justo Reconduzir os extraviados. "'M eus ir­
i r s i7,i: tem muito poder. l7E lias'era um homem mãos, se algum de vós se extraviou lon­
* 4,0 semelhante a nós, re/ou fervorosamente ge da verdade' e algue'm o reconduzir, g iô .i
para não chover — e não choveu sobre “ ficai sabendo* que quem reconduzir um
Ap 11.6 a terra durante três anos e seis meses. pecador do caminho em que se extravia­
ix.42 '«Depois, rezou de novo, o ce'u mandou va lhe salvara' a vidah e fará desaparecer si si.is
chuva e a terra produziu seu fruto... uma multidão de pecados .1 si J2.i

pecados estaria ligada â unçào. Parece, antes, que a menção do f. Um mss. antigo lê: se algum de vós se desviou do caminho.
perdào dos pecados tenha provoc;ido esta exortação sobre a Outro: ..s e desviou do caminho da verdade.
confissão das faltas (cf. Dn 9.4-20; Br 1.14-2.10; Mt 3.6; At g. Numerosos mss. trazem: que ele saiba. Um ms. antigo su­
19.18; Regra de Qumran 1 23-2.1). prime as palavras: ficai sabendo que.
e. À seção sobre a oração culmina no exemplo de Elias. A h. Numerosos mss. têm: salvará unw vida. Outros: arrancará
tradição judaica conhece vu'rios exemplos de profetas interce­ uma vida à morte do pecador.
dendo pelo povo (cf. Gn 1822-23; Ex 32.11-14.30-32). Tiago i. Tiago considera a volta do irmão extraviado à verdade como
sublinha que a oração do justo que age com um tal poder con­ uma verdadeira salvação da morte (cf. Mt 18.12-13; IJo 5.15).
tinua sendo a dc um homem semelhante a seus irmãos (cf. Sb Parece que os pecados cobertos, isto é. remidos, são os do irmão
73; Àt 14.15). Elias era um personagem muito popular tanto na que se extraviava (cf. I Pd 4.8 com a mesma citação de Pr 10.12).
tradição judaica (cf. Ml 3 23; Sr 48.1-11: Mc 9.11-13) como na antes que os do irmão que o reconduz à verdade (cf. Ez 3 2 0 -2 1;
cristã primitiva (que identifica Elias que deve vir com João ITm 4.16). Empregando a expressão multidão de ftecados, tal­
Batista). A tradição judaica dos três anos e seis meses, ausente vez queira Tiago designar, ao mesmo tempo, as faltas de um e
do AT. reencontra-se em Lc 4 2 5 . de outro (cf. 2.13).
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO
INTRODUÇÃO
A primeira Epístola de Pedro não desperta muito gelho para Colossas, Cl 1,7). Na epístola, a orga­
a atenção dos teólogos, porque não contém de­ nização dos ministérios é menos elaborada do que
senvolvimentos doutrinais e também porque não nas epístolas pastorais e se amolda melhor a uma
traz ensinamento característico com relação ao época relativamente antiga da vida da Igreja pri­
conjunto do Novo Testamento. O que mais se con­ mitiva; mencionam-se apenas os anciãos (5,1-4)
servou dela é o treclto sobre o "sacerdócio ré­ e, indiretamente, os diáconos (cf. 4,11, nota). Com
gio ” e o que menciona a pregação de Cristo nos relação à condição social, os membros dessas
infernos. Quanto ao mais. é fácil demonstrar o comunidades, de modo geral, deviam ser humil­
parentesco da epístola com os sinóticos, com os des, como atesta a passagem especialmente de­
discursos dos Atos e as exortações morais de Pau­ senvolvida sobre o modo de se comportarem os
lo. Contudo, esta convergência da nossa epístola servos ou escravos (2,18-25).
com escritos de formas tão diversas não teria,
talvez, algo a nos ensinar a respeito da catequese Autor, data c lugar de composição. Tendo pre­
do período apostólico e sobre o essencial da vida sentes os dados da epístola, o autor é Pedro,
cristã? Atualmente muitos comentadores estão con­ “apóstolo de Jesus Cristo” (1,1), “ancião", “tes­
vencidos disso; eis a razão pela qual o estudo temunha dos sofrimentos de Cristo" (5,1), que es­
desta epístola vem, desde vários anos, suscitando creveu sua carta “por meio de Silvano" (5,12),
um renovado interesse entre os especialistas. tendo junto a si Marcos, seu "filho" (5,13). A
atribuição da epístola ao apóstolo Pedro é confir­
Os destinatários. A epístola contém poucas indi­ mada pela tradição: a segunda epístola de Pedro,
cações que permitam a identificação precisa dos um dos escritos mais tardios do Novo Testamento,
seus destinatários. É endereçada aos cristãos que já dá testemunho disso (2Pd 3,1); mais tarde,
se encontram em cinco províncias romanas da Asia Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria apon­
Menor, “os eleitos que vivem como estrangeiros tam o apóstolo Pedro como autor desta epístola.
na dispersão" (1,1). Originalmente, este termo A isto tudo acresce o fato que, segundo o historia­
“ dispersão” ou "diáspora" se aplicava aos ju ­ dor Eusébio, Papias atesta, nos inícios do século
deus que residiam fora da Palestina, o que permi­ II, uma relação estreita entre o apóstolo Pedro e
tiria supor, à primeira vista, que aqui se trate de Marcos, autor do segundo evangelho (cf. também
judeu-cristãos. Na realidade, esse termo é muito At 12,12).
provavelmente empregado simbolicamente para in­ Todavia, um grupo de especialistas pôs em dú­
dicar os cristãos dispersos no mundo (cf. 2,11), vida a autenticidade petrina da epístola. Eis os
de origem majoritariamente pagã. Com efeito, a principais argumentos que apresentam, com as
alusão ao seu antigo modo de vida corresponde respostas que se lhes podem dar:
melhor a ex-gentios do que a judeus (1,14.18; 4,3). a) O grego da epístola é de tal qualidade, que
Todavia, eles já estavam familiarizados com a parece difícil atribuí-la a Pedro, pescador galileu.
Sagrada Escritura, como prova o uso freqüente A afirmação de que Pedro teria escrito seu texto
de citações do Antigo Testamento na epístola. em aramaico, fazendo-o depois traduzir para o
As comunidades a que se destinava a epístola grego por alguém (Silvano, 5,12), não resolve a
tinham, na sua maior parte, sido fundadas duran­ dificuldade. Com efeito, custaria explicar, neste
te a missão paulina, ou seja, se não diretamente caso, por que as citações do AT, na epístola, são
pelo próprio Paulo, ao menos por seus colabora­ todas, sem exceção, tiradas diretamente do texto
dores que se espalharam pelas diversas provín­ grego do AT. Mas o argumento não é decisivo.
cias da Asia Menor, a partir dos principais cen­ Tem-se advertido, de um lado, que o grego era
tros (cf. o exemplo de Epafras, que levou o Evan­ comumente usado na Palestina no tempo de Je­
sus, como atestam documentos recentemente des­ (At 3,13.26; cf. 4,27.30) e na nossa epístola (2,21-
cobertos; assim sendo, Pedro podia muito bem ter 25). Convenhamos que não se deve exagerar o
conhecido esta língua. De outro lado, Pedro pôde alcance real desses cotejos, pois bem cedo circu­
contar com a colaboração de Silvano na redação laram na Igreja coleções de palavras de Jesus.
de seu texto, o que permite explicar a boa quali­ Mas bastam para provar que o argumento basea­
dade do estilo. do na "ausência de recordações diretas do Jesus
b) Tem-se alegado ainda o paralelismo impres­ terrestre" é muito discutível.
sionante entre algumas idéias da epístola e a teo­ d) A epístola aludiria às primeiras perseguições
logia paulina. Mencionemos apenas alguns exem­ oficiais generalizadas (e não apenas locais), que
plos: o uso da imagem vcterotestamentária da não se poderiam situar antes do reinado do impe­
pedra de tropeço (IPd 2,4-8 e Rm 9,32-33), a rador Domiciano (81 a 96 d.C.), portanto, muito
exortação à submissão às autoridades ( IPd 2,13- depois da morte de Pedro (4.12 e 5,9). Esta opi­
17 e Rm 13,1-7). ou ainda o emprego da fórmula nião é igualmente contestável. Antes de mais nada,
"em Cristo" (3,16; 5.10.14). Entretanto, uma é preciso observar que o estado de espírito refle­
passagem como Gl 2,11-14 não tornaria totalmente tido peta epístola é muito diferente daquele do
improvável uma influência do paulinismo sobre o Apocalipse, no qual o Estado é apresentado com
pensamento de Pedro? Para dizer a verdade, as evidência como perseguidor. Nada há parecido
semelhanças que se podem aduzir entre a epístola em 1 Pedro, que continua ensinando o respeito às
e os escritos paulinos explicam-se facilmente pela autoridades, já inculcado em Romanos (1 Pd 2,13-
existência de um fundo catequético comum na 17 e Rm 13,1-7), enfatizando particularmente seu
Igreja primitiva, fundo este utilizado tanto por papel positivo (2,14). Acrescente-se a isto o fato
Pedro como por Paulo. No que diz respeito ao de que a epístola não emprega “os termos técni­
incidente de Antioquia referido por Gl 2,11-14, a cos da ‘perseguição’. ...nem os dc processo, tri­
bem dizer, ele não atesta uma oposição teológica bunal. acusação, ...porém emprega vocábulos teo­
entre os dois apóstolos: o que Paulo censura a lógicos: a tentação-prova, os sofrimentos injusta­
Pedro é a sua atitude numa circunstância parti­ mente suportados por causa da justiça". Segura­
cular. e não sua teologia. mente se trata simplesmente "dos vexames, críti­
c) Em 1 Pedro não se revela nenhum conheci­ cas, zontbarias, procedimentos injustos, delação,
mento direto do Jesus terrestre, como tio-lo apre­ ostracismo... de que foram vítimas os cristãos
sentam os evangelhos. Seu autor só fala de modo desde o princípio por parte dos seus concidadãos
geral dos sofrimentos e da morte de Cristo, e si­ gentios ou antigos correligionários" (C. Spicq), o
lencia completamente noções centrais do ensina­ que não nos impediria, absolutamente, de fazer
mento de Jesus (por exemplo "o filho do homem ", remontar a epístola a uma época relativamente
"o reino de Deus"). Pedro, que fora discípulo tão antiga, quando ainda vivia o apóstolo Pedro.
achegado a Jesus, não se teria exprimido de outra Em suma. as objeções contra a atribuição da
maneira? Não se teria referido com mais preci­ epístola a Pedro não são decisivas. Pode-se man­
são à experiência vivida ao lado do seu mestre? ter a datação tradicional: Pedro teria confiado a
A isto se responde citando toda uma série de tex­ Silvano a redação de uma carta circular de enco­
tos da epístola, que refletem palavras pronuncia­ rajamento, pouco antes da perseguição de Nero
das por Jesus (1,8 e Jo 20,29; 2,2 e Mc 10,15 (64 d.C.). Entretanto, o estudo da situação histó­
par.; 2,12 e Mt 5.16; 2.23 e Mt 5,39; 3.9 e Lc rica e do desenvolvimento do cristianismo favore­
6.28; 3,14 e Mt 5,10; 5,3 e Jo 13,15-17; cf. 2,25 ce mais a hipótese que situa a epístola num perío­
e Mt 9,36). Além disso, muitas destas palavras do não muito distante do martírio de Pedro, cerca
vem de contextos diretamente ligados à pessoa de de 70-80. Um discípulo residente em Roma teria
Pedro (p. ex. 5,2 e Jo 21,15-17; 1,4.13 e Lc redigido esta mensagem de exortação para man­
12,3335.41). Faça-se especialmente tal compara­ ter viva a tradição do apóstolo e alentar as comu­
ção quanto ao tema do servo sofredor na epístola. nidades cristãs dispersas.
Este tema, cuja origem remonta ao livro de Isaías
(52.13-53.12), é manifesto tanto nos evangelhos Gênero literário, unidade e escopo da epístola.
(Lc 22,37 e Is 53,12), como nos discursos de Pedro A atenção de numerosos críticos tem sido desper-
taila p e la s alusões a o b atism o que apa recem , em g ressã o que p erm ita re co n stitu ir a s etapas d e u m a
particular, nos três p rim e iro s c a p ítu lo s d a ep ísto ­ cerim o n ia b a tism a l (o verbo grego. p . ex., que
la. A lém disso, alg u n s ju lg a ra m p o d e r distin g u ir a lu d e a o novo n a sc im e n to em 1,23 já é e m p re g a ­
um a m udança de a tm o sfe ra a p a rtir d e 4,12: o s d o em 1,3; cf. 1,3 nota).
sofrim entos j á não sã o c o nsiderados q ual m era P ortanto, não há c o m o p ô r em dúvida a n a tu re­
possib ilid a d e, m as, co m o realidade atu a l (4,12; za episto la r e a un id a d e d e I Pedro. A epístola
5.9; cf. 2,20; 3 ,14.17). C om fu n d a m e n to em tais está so lid a m en te enraizada em toda um a tradição
constatações, têm sid o em itidas várias hipóteses a ca te q u ética com um à Ig reja p rim itiv a . O fin a l
respeito d o g ê n ero literá rio e da u nidade da ep ís­ (5 ,1 2 ) lhe define e xa ta m e n te o escopo: exo rta r e
tola, e n ca recen d o prin cip a lm en te sua origem li- fo rta le c e r na f é c ristã o s c u jo zelo corria o risco
túrgica. U ns p en sa m q u e ela rep ro d u z um a litu r­ d e esm orecer, e cuja c oragem estava se n d o po sta
gia b a tism a l (1 ,3 - 4 ,1 1), à q u a l se teria a ju ntado à p ro v a p o r d iversa s trib u la çõ es. N este intuito, o
um escrito m ais tardio, destin a d o a con firm a r os a u to r se refere a e n sin a m e n to s q u e esses cristãos
batiza dos na f é (4 ,1 2 -5 ,1 4 ). O utros não d ã o m a io r j á tinham o uvido p o r o c a siã o d a sua conversão e
im portância à s diferen ça s n o ta d a s entre 1,3—4 ,1 1 d o seu batism o.
e 4 ,1 2 -5 ,1 1, e consideram 1,3-5,11 co m o um a
h om ília batism al, à q u a l se teria co n ferid o o c a ­ C o n te ú d o d a e p ísto la . N ã o é p o ssív e l fo rn e c e r
rá ter d e um a epístola p e lo acréscim o d e 1,1-2 e um p la n o lógico da epístola. Isto se deve à natureza
5,1 2 -1 4 . P or fim , p reten d e u -se ver em I Pedro p a rticu la r d este escrito, n o q ual a s exortações vêm
um a liturgia da sem ana pascal. consta n tem en te e n trem ea d a s d e elem en to s d o u tri­
E sta s h ip ó te se s, p o ré m , e sb a rra m em vá ria s na is d e stinados a ju stific á -la s e reforçá-las. De
o bjeções: a unidade d e vocabulário e d e estilo da m o d o geral, o im perativo — a exo rta çã o — p r e ­
e pístola torna im p ro vá vel a existência d e d u a s ced e o indicativo — a d ecla ra ç ã o doutrinaI — ,
c o m p o n en te s d e orig em diferen te. O endereça- que dá su p o rte a esta e xo rta ç ã o (ao contrário das
m ento e a conclu sã o têm ligações cla ra s com o p rin c ip a is cartas p a u lin a s, n a s qu a is um a p rim e i­
corpo d a e pístola ( “e stra n g e iro s", 1,1 e 2 ,1 1, cf. ra p a rte doutrinai, com o ind ica tivo referindo-se
1,17; a exortação, tem a da epístola, 5 ,12 e 2 ,1 1). à q u ilo que o s c ristã o s j á p o ssu em em Jesus C ris­
A lém d isso , a a çã o d e g ra ça s (1,3-9) e o "c ó d i­ to, é seguida de um a se g u n d a p a rte exortativa,
g o " d e m oral c ristã (2 ,1 3 -3 ,7 ) contribuem p ara com o im perativo co n vid a n d o -o s a viver d e m odo
refo rça r a co n vicção d e q u e I Pedro f o i deveras d ig n o d a q u ilo que re c eb e ra m ). Q uando m uito,
c o n c e b id a co m o um a e p ísto la . V erdade é que p o d e -se adm itir um a p ro g ressã o na exortação, se
h o u v e q u em e stra n h a sse a a u sê n c ia d e d a d o s se c o n sid era r q u e a a tu a lid a d e d a a m eaça se to r­
pe sso a is sobre o a u to r e o s destinatários; isto, na clara a p a rtir d e 4 ,1 2 . O co n teú d o d a epístola
po rém , p o d e ser exp lica d o p e lo fa to d e a epístola p o d e se r apresentado d a se g u in te m aneira:
p ro v ir d e quem g oza d e a uto rid a d e na Igreja, a p e ­
sa r d e não ter sid o o fu n d a d o r d a s c om unidades E ndercçam ento c saudação: 1,1-2.
à s q u a is se d irige. Q ua n to à m u dança de p e rsp e c ­ A ção de graças (à gu isa d a s b ênçãos ju d a ic a s,
tiva c o n sta ta d a a p a r tir d e 4,1 2 , c o n vé m n ã o cf. E f 1,3-14). q u e se p ro lo n g a m ediante um a
en fa tiza r dem a is su a im portância, p o is os so fri­ reflexão sobre a re v ela çã o d o pla n o da s a lv a ­
m en to s j á sã o c onsiderados co m o a tu a is em 1,6. ção: 1,3-12.
P or ou tro tudo, a g ra n d e variedade d e tentativas P rim eira e xortação, d irig id a a c ristã o s d e origem
de reconstituição d e um a liturgia ou d e um a litu r­ p a g ã , p a ra c o n vid á -lo s a ro m p er d e fin itiv a m en ­
gia b a tism a l p a rtin d o d o texto da e pístola pro va te com seu a n tig o m o d o d e viver: 1,1 3 -2 ,1 0 .
a natureza m u ito in stável d a h ipótese. A ju n tem -se - A p elo a um a vida d e santidade, p re c isa m en te
a isto do is fa to s : não se encontra nenhum a m e n ­ p o r c ausa d a esp era n ça q u e C risto nos c onquis­
ção clara à cerim ônia d o batism o na epístola (ao tou: 1 ,1 3 -2 .1 0 .
contrário d e textos c o m o R m 6,3-4; C l 2,12; Tt - A lguns conselhos sobre a vida com unitária: 1,22-
3,5), a não se r um a única vez e, ain d a assim , 2.3.
num a pa ssa g em d e valor tipológico (3,21): além - F undam ento doutrinai: se D eus escolheu os cris­
disso, não se vê no texto indício de q u a lq u er p r o ­ tãos p ara faz.er p a rte d o tem plo espiritual, cujo
fu n d a m e n to é C risto, f o i para que eles procla- fa ze m p a rte d o seu p o v o ( 1,2-3; 2,9). N ã o o b sta n ­
m assem os altos fe ito s daquele que os cham ou à te, quer levá-los a um enraizam ento m ais p ro fu n ­
luz: 2.4-10. do na obra realizada p e lo S e n h o r deles. É neste
S egunda exortação: 2 .1 1 -3 ,1 2 . sen tid o q u e lhes recorda o sa crifício d e C risto
- D eclaração g e ra l a respeito da c onduta q u e se (1.2; 1,19) e seu s so frim en to s (2,21-24), p a ra que
d e v e ter entre o s p agãos: 2,11-12. e les sigam seu exem plo (2 ,2 1 ). Insiste igualm ente
- O s d everes d o s cristãos, conform e sua situação: so b re a vitória d e C risto, vitória que se estende a
d everes com relação à s autoridades, deveres dos todas as esferas do universo (3,18-22) e para a
servos p aru com seu s patrões, d everes re c íp ro ­ q u a l a p ró p ria m orte não é o b stá c u lo (4,6; cf.
c o s dos esposos: 2 ,1 3 -3 ,7 . 3 ,1 9 ). D o ra va n te , é n e ce ssá rio q u e os crentes
- N o v o apelo ao a m o r fra te rn o : 3,8-12. perm aneçam unidos à q u ele que ê a p e d ra a n g u ­
T erceira exortação: 3 ,1 3 -4 ,1 1. lar, o fu n d a m e n to sólido d a c o m u n id a d e (2.4-8).
- A pelo à confiança d iante d a o posição d o m u n ­ A este p ro p ó sito , é p reciso ressa lta r q u e a cris-
do: 3,13-17. tologia da e pístola se assem elha m a is à a p resen ­
- F undam ento d esta confiança: a vitória total de tada no início d o s A tos, especia lm en te nos d isc u r­
C risto: 3,18-22. so s d e P edro, q u e à d e P aulo (p. ex., o tem a do
- C onseqüência prática d o exem plo d e C risto, rup­ servo so fred o r, co n fo rm e a s c ita ç õ es acim a; a
tura com o p ecado: 4,1-6. fu n ç ã o d o b a tism o, A t 2 ,3 8 -4 0 e IP d 3,21; cf.
- V igilância na vida com unitária: 4 ,7 -1 1. igualm ente A t 2,31 e I P d 3.18). N ote-se ainda
Q uarta exortação, determ inada pela im inência da q u e se e ncontram e co s d e várias confissões de f é
p erseguição: 4.12-19. ou hinos d a com u n id a d e c ristã (p . ex. 2,22-24:
E xortações particulares: 5,1-11. 3,22; 4,5).
- R ecordações dos deveres d o s chefes d a c o m u n i­
d a d e: 5,1-4. b) A esperança viva. O tem a d a esp era n ça é im ­
- H um ildade e vigilância: 5 ,5 -1 1. p o rta n te d e sd e o com eço d a e pístola ( 1 3 .1 3 .2 1 ).
C onclusão: 5,12-14. E sta esperança é fo c a liza d a d e sd e o tríplice p o n ­
to d e vista da su a origem , d o seu o b jeto e d e suas
A v id a c ris tã c o n fo rm e a p r im e ir a E p ís to la d c c onseqüências. Q uanto à origem , ela n ã o é fr u to
P e d r o . M uitas vezes ignorou-se o valor todo e s­ da im aginação o u d o s esforços d o s hom ens: é o
p e cia l da m ensagem d e 1 Pedro. O ra, este valor dom gratuito que D eus lhes co ncede p e la ressur­
a parece com toda a clareza desd e que se teve em reição d e J esu s C risto (1,3) (tenha-se bem p r e ­
conta a situação visada pela epístola. Para o autor sen te a que p o n to a ressurreição de C risto está
não se tratava m ais d e la n ça r os fu n d a m e n to s da lig a d a à re a liza ç ã o d a sa lv a ç ã o : 1,21; 3 ,21).
f é , q u e j á tinham sido ensinados a o s leito res d e s­ Q uanto a o objeto, ela está orientada p a ra o reino
tinatários do escrito (1,12). T ratava-se hem p e lo fu tu r o , para a herança im perecível q u e é g a ra n ­
c ontrário, diante das crescentes d ific u ld a d e s ex­ tida aos crentes, p u ra o m om ento em q u e a f é se
p e r im e n ta d a s p e la s c o m u n id a d e s c r is tã s , d e converterá em visão e no q u a l o p o v o d e D eus
exortá-las à perseverança, em razão m esm o da po ssu irá p len a e defin itiva m en te a salvação c o n ­
e sperança que lhes fo r a p regada. P ara tal fim , o cedida em J e su s C risto ( 1,4.7.13). Q uanto à s c o n ­
a póstolo orienta as aten çõ es d e seus leitores em seqüências p a ra a vida a tu a l d o s fié is , a e sp era n ­
d ireçã o a C risto, a fim d e que eles tom em (ou ça, longe d e se c o n fu n d ir com um a a titu d e estóica
retom em ) consciência d o p o d e r da vida nova que ou um a resignação p a ssiv a , é, d e certo m odo, o
n ele está (1,3: 2.2): adem ais, insiste so h re a n a ­ m o to r d e um com p o rta m en to novo (1,13-15). É a
tureza vitoriosa d a esperança recebida, fo n te d e esperança q u e p o ssib ilita a o s cre n te s lutar com
um a atividade p erseverante e radiosa n a vida de alegria (1,6), n ã o a d esp e ito da pro va çã o (que, à
c a d a dia. p rim eira vista, p a re c e contradizê-la), m as em m eio
à p ró p ria p ro v a ç ã o (4,12-13). A cada p a sso , ela
a) O en raizam en to na obra de C risto. O a u to r está é po sta em q u estã o p e lo m undo, m as o crente d eve
c o n ve n cid o d e que seus leitores fo r a m escolhidos estar disp o sto a d a r testem u n h o dela com certeza
p o r D e u s em Jesu s C risto e, d e ago ra em diante. tranqüila (3 ,1 5 -1 6 ).
c) O testem unho na vida de cada dia. A epístola inclusive a s m a is hum ildes. Tais diretivas n ã o p a ­
insiste na m issã o p ró p ria d o p o vo d e D eus no recem p ô r em questão o que poderia parecer con­
m undo: D eus escolheu hom ens p a ra q u e o sirvam testável nas estruturas sociais da época; aparente­
e irradiem p o r toda a terra o c o nhecim ento das m ente, nada têm d e revolucionário. M as, em d e ­
suas ohras. E is a ra zã o p o r qu e o tem a da e le i­ term inada situ a çã o , indicam a o s crentes a linha a
ção, em I P edro, cam inha d e p a r com o tem a do seguir: le v a r um a m ensagem de esperança, no
sacerdócio d o s fié is (2,5; 2,9; cf. Rm 12,1). O a m o r d o Senhor, e, g ra ça s a esta transform ação
serviço que lhes é p e d id o s e exerce a n tes d e tudo interior d a co n d içã o hum ana, p e rm itir a s n eces­
na Igreja (1,22; 2,1-5; 3,H -I2; 4,7-11; 5 ,1 -7 ). Os sárias reform as d a vida social. A crescentem os que,
anciãos assum em um a responsabilidade p a rticu ­ d e m o d o g e ra l, a epístola não dá m ostras d e h o s­
lar. com o objetivo d e m a n te r a com unidade na tilidade p a ra com o m u n d o p a g ã o . M uito pelo
vivência d o a m o r fra te r n o (5,1-4). M as h á ainda contrário, a cen tu a a responsabilidade d o p o v o de
toda um a série d e o b rig a çõ es relacionadas com D eus com relação a ele: em todas as circu n stâ n ­
o s d iverso s a sp e c to s d a vida p o lítica , so c ia l e cias, a té n a s m a is pen o sa s, os fié is devem a g ir de
fa m ilia r (2,11-3,7). A s d iretivas dad a s sob este m odo a esc la rec er os gen tio s (2 ,11-12; 3,13-17).
pon to d e vista a ssem elham -se a o s c ódigos m o ­ A os c ristã o s d e todos os tem pos, a epístola re ­
rais, encontradiços na literatura p ro fa n a d a é p o ­ corda o q u e im p lica “a esperança v iv a " , q u e é a
ca ou no ju d a ísm o . N ão obstante, recebem o rie n ­ d e le s em J e s u s C risto: a a d e sã o c o n fia n te a o
tação e conteúdo no vo s p o r su a referên cia a o Sen h o r vitorioso ju n to com um a ativid a d e c o n s­
Sen h o r (2,13) e p e la a tenção dada a cada pessoa. trutiva a seu serviço.
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO
1 E n d e re ç o e s a u d a ç ã o . 'P e d ro , a p ó s­for preciso q u e , por algum tem po,
tolo de Jesus C risto, aos eleitos11 que sejais afligidos por várias provações, 4.12.13:
Jó 16.20;
vivem com o estrangeiros na d is p e rs ã o \ 7 a fim de que o v alo r c om provado da Hb 12,11.
no P onto, G a lác ia , C a p ad ó c ia , Á sia e vossa fé — m uito m ais p reciosa do Ty 1.2
T* 1.3
B itínia, 2eleitos segundo os desígnios de que o ouro p erecível, q u e , e n tre ta n ­
Zu 13.9;
R m 8,29 D eus Pai, pela santificação do E spírito, to, é p rovado pelo fogo — o btenha Ml 33;
2T k 2,13 para obedecer a Je su s Cristo* e ter parte louvor, gló ria e honraJ por ocasião SI 66.10;
Sb 13;
na aspersão de seu sangued. da rev elação 1* de Jesus C risto , ICor 3.13
Q ue a graça e a paz vos sejam conce­ “ e le, a quem am ais sem o ter visto, em Jo 20,29;
2Cnr 5.7
didas em abundância! quem acreditais sem vê-lo ainda;
p o r isso exultai com um a alegria
A ção d e g ra ç a s p ela re v e la ç ã o d a s a l­ inefável e glo rio sa,
v a çã o em J e s u s C r is to 9 ao rcceberdes co m o preço da fé a
3 B endito seja D eusc, Pai dc nosso Se­ salvação de vossas alm as1.
nhor Jesus C risto: ,eE sta salvação foi objeto das pesqui­
na sua im ensa m isericórdia, ele nos fez sas e investigações dos profetas que va- Mt 13.17p
Jo 3.3-5: renascer1 ticinaram a respeito da g raça que vos era
IJo 3.9 para um a esperança* viva, pela destinada: " e le s indagavam a que tem po
ressurreição de Je su s C risto dentre e a que circunstâncias"1 se referiam as
os m ortos, indicações dadas pelo E spírito de C risto"
4 para um a herança11que não se pode cor­ que estava presente neles, q uando a te sta ­
rom per, nem m anchar, nem m urchar; va de an tem ão os sofrim entos re serv a ­ Is 52,13-
Mt 6,i9-20p esta h erança vos e stá re serv a d a nos dos a C risto e a glória que se lhes se g u i­ 53.12;
U 1831;
céus, ria. ,2Foi-lhes revelado que não era para 24.26.27
5 a vós que o poder de D eus guarda eles m esm os, m as para vós que eles trans­
jo i7,n pela fe m itiam esta m ensagem que agora os pre­
para a salvação1prestes a se revelar por gadores do E vangelho vos com unicaram Rm 16.25 26
ocasião d o fim. sob a ação do E spírito S anto enviado do At 1.8;
ICor 2.4;
* P o r isso, exultai dc alegria, m esm o se céu , c que os anjos desejam perserutar0.
IT.s 13

a. O tema da eleição tem um papel importante na epístola. É prometida. No NT. indica o Reino prometido aos fiéis (cf. Mt
em relação com Cristo, eleito desde toda a eternidade (1.20; 2534).
2,4). que os cristãos sào chamados a formar uma nação santa L É preciso notar que esta salvação é apresentada aqui numa
(2.9; cf. 1.15.16). perspectiva comunitária e escatológica.
h. Ou: diáspora. Aplicação aos cristãos dispersos pelo mundo j. Lit. seja reconhecida em vista do louvor... A qualidade da
de uma palavra que designava os judeus que viviam fora da fé será testada no juízo, como o ouro. acrisolado no fogo. Os
Palestina (cf. Jo 735; Tg 1.1). fieis cuja fé houver sido comprovada como autêntica participa­
c. Observe-se a estrutura trínitária do v.: a iniciativa da salva­ rão na glória divina.
ção vem do Pai: ele realiza seu plano pelo Espírito Santo, que k. Cf. 1.13; 4,13. Trata-se do retomo dc Jesus Cristo, ansio­
dirige os fiéis para Cristo. samente esperado pelos primeiros cristãos (cf. ITs 4,15-18).
d. A expressão é tomada de empréstimo à linguagem sacrifical 1. Alma: no sentido bíblico tradicional de ser vivo, de homem
da antiga aliança (Ex 243-8; cf. Hb 9,12-14; 12*24). total.
e. Uso cristão da fórmula tradicional judaica: o Deus que nós m. Os profetas estavam voltados para um futuro, cujo modo
bendizemos é o Pai dc Jesus (cf. Ef 13). concreto de realização não podiam discernir. O acontecimento
f. O termo traduzido aqui por fazer renascer e o mesino que esclarece e confirma a profecia (cf. 2Pd 1.19).
se traduz por gerar de novo. do v. 23 (cf. 2 2 ). Note-se que a n. É preciso salientar a originalidade do texto neste ponto: o
regeneração do cristão está ligada à ressurreição de Cristo, fun­ Espirito que inspirava os profetas já era o de Cristo. Há quem
damento do mundo novo. entenda a expressão Espírito de Cristo no sentido de Espírito
g. O termo nào indica primordialmente uma atitude interior, que revela Cristo.
mas a coisa esperada, como demonstra o paralelismo com a o. Enquanto para o judaísmo tardio os anjos eram mediadores
palavra herança. na revelação, aqui vê-se que é a Igreja que manifesta a obra da
h. Termo comumente empregado no AT para designar a terra salvado (cf. Ef 3.10).
U m a e s p e ra n ç a q u e ex ig e s a n tid a d e . V iv e r c o m o filh o s d e D e u s n a c a rid a d e
'•'Por isso, com o espírito alerta para os e n a s im p lic id a d e . “ V ós p u rificastes
discernim entos necessários1’, ponde toda vossas almas-' obedecendo à verdade' para
a vossa esperança na graça que vos d e ­ praticardes um am o r fraterno, sem hipo- Jo 13.34-,
ve ser co ncedida por o casião da revela­ crisia. A m ai-vos uns aos outros de cora- Rm m H
ção de Jesus C risto. l4C om o filhos o b e ­ ção puro*, com co nstância, “ vós que fos-
dientes'', não vos conform eis com os de- tes novam ente gerados por um a sem ente1’ Tg i.i*
4.3: sejos pecam inosos de ou tro ra, do tem po não c o rru p tív el, m as incorruptível, pela IJo3'9
vossa ignorância; lsa o con trário , as­ palavra dc D eus viva c perm anente. “ Pois Hb 4.12
sim com o é santo aquele que vos cha­ toda ca rn e é co m o a erva,
m ou, tambe'm vds to m a i-v o s santos em e toda a sua glória, com o a flo r d a erva:
toda a vossa c o nduta, "'porque e stá és- a erva se c a e sua f l o r cai;
crito: “ m a s a p a la vra d o Sen h o r p erm a n ece
S ede santos, p o rq u e eu sou s a n to '... e te rn a m e n te .
I7E se invocais co m o Pai* aquele que. O ra. esta palavra é o E v angelho que
sem parcialidade1,ju lg a cad a um confor- vos foi anunciadod.
jr n .n i m e suas o b ra s, p o rtai-v o s com tem o r n ‘R ejeitai, portanto, toda a m aldade e
Km 2 .6 : du ran te o tem po de vossa perm anência toda a astúcia, toda a form a de hipo- Tg 1.21
AP2 2 .i 2 na terra; "*pois sabeis que não foi por c r is ia , in v eja e m a le d ic ê n c ia . 2C o m o Mc m .isp
is J 2.3 co isas perecíveis, prata ou o u ro . q ue fos- c rian ças rece'm -nascidas. desejai o leite'
Ef 4.17 tes resgatados" da m aneira vã' de viver, puro da p ala v ra' a fim d e que por ele
herdada dos vossos antepassados, '•m as possais cresc e r para a salvação, 'sc e' que
a i 20 . 2K: pelo sangue precioso, c o m o d e um cor- j á p ro v a ste s q u e o Sen h o r é bom*.
iib 9.12 deiro sem d efeito e sem m ancha", o san­
gue de C risto , “ pred estin ad o antes da O fu n d a m e n to e a m issã o d a Ig re ja
fundação do m undox e m anifestado no 4 A p roxim ando-vos dele, pedra v iv a \
01 44 fim dos tem pos por vossa causa. 2'P o r rejeitada pelos hom ens,
m eio dele vós credes em D eus que o m as escolhida e preciosa diante de Deus.
Rm 4.24. ressuscitou dos m ortos e lhe deu a gló- 5 vós m esm os en trais com o pedras vivas
,ov ria. de tal m odo que vossa fe' e vossa na co n stru ção ' da casa habitada pelo icor3.iò:
esperança repousam em Deus. E spírito1, Ef 2 ,20-22

p. Lit. tendo cingido os rins de vosso espírito. A imagem b. A equivalência entre a palavra de Deus e uma semente
evoca os trajes prescritos para a celebração da Pascoa (Ex 12,11) recorda a parabola do semeador (Mt 13.3-9 par.).
e a disposição para o serviço (Ir 12.35) na espera da volta de c. is 40.6-8.
Cristo. d. Para se compreender a aplicação que é feita aqui da passa­
q. O tema da obediência retorna freqüentemente na epístola gem citada, é preciso levar em conta a seqüência do texto de
(12.22; cf. 2,13.18; 3.1.5; 3.5). Isaías. que concerne ao mensageiro da boa nova (Is 40.9).
r. Lv 11.44.45; 192. e. A imagem do leite é empregada em ICor 3.2 c Hb 5.12.13
s. Os vv. 15-17 evocam o infcio da oração que o Senhor en­ numa perspectiva diferente: refere-se aos rudimentos da doutri­
sinou: "Pai nosso, que estas nos ce'us...“ (Mt 6.9). na cristã. Aqui. evoca a palavra de Deus. da qual o cristão deve
t. Cf. Rm 2.11 nota. nutrir-se constantemente.
u. A propósito deste tema do resgate, cf. Rm 3.24 nota. f. Lit. lógica ou raztMJvel. O adjetivo grego é derivado da
v. Và, isto é, que afina! não conduz a nada, em contraposição palavra logos, que significa razão, palavra. O crescimento espi­
ao dom da vida eterna. ritual do cristão é assegurado pela palavra de Deus. de que se
h . Qualidades exigidas do cordeiro pascal (Ex 12.5). acaba de tratar.
x. Expressão que marca a continuidade do plano de Deus (cf. g. Sl 34.9.
Jo 1724; Ef 1.4). h. Va'rios textos do NT apresentam Cristo como pedra funda­
y . Cf. 1.9 noia. mental. Este título evoca a esperança do templo novo. bem ates­
z. Alguns mss. acrescentam: peto Espirito. A palavra verdade tada no judaísmo tardio e que se enrafaa no AT (cf. v. 6; ls
não deve ser tomada no sentido filosófico do termo, mas, segun­ 28.16). — Viva: alusão à ressurreição, àquele que da' a vida.
do um uso bem atestado no NT, no sentido de mensagem reve­ i. Outra tradução: vós sois edificados como casa. — Pedro
lada por Deus. A fe' supõe adesão da inteligência e submissão ao costuma propor primeiro uma exortação, depois justifica-la pela
plano divino (cf. Rm 1.5; 1626). Escritura (v. 6).
a. Ou. segundo outros mss.: de coração, cordialmente. j. O templo, “casa de Deus", já era habitado pela Pre?vença
para con stitu ir uma santa com unidade A c x is tc n c ia c r is t ã no m e io d o s p a ­
sace rd o tal1 , g ã o s . "C a rís s im o s ! eu v o s exo rto com o
Rm i 2,i: p a ra o fe re c e r sa c rifíc io s e s p iritu a is peregrinos e estran g eiro s1, a que v o s abs- si 39.13
nb 13.15 agrada'veis a D eus por Jesus C risto . ten h ais d a s c o n c u p is c ê n c ia s c a rn a is " , 015.17.24
6 P o is lê-se na Escritura: que gu erreiam contra a alm a. ‘ T e n d e
Eis que ponho em Sião uma pedra angular, um procedim ento exem p la r no m eio dos
escolhida e preciosa, p a gão s, para que precisam ente naquilo
e quem nela p õ e su a confiança em que v o s calu niam com o m alfeito res. 3.16
não será confundido'. sejam e sclare cid o s por v o ssas boas o b ra s mi 5.16
7 A vds que cred es, portanto, seja dada e g lo r ifiq u e m a D eu s no d ia d e sua
a honra1"; m as, para o s que não crêem , v in d a'.
a pedra que o s construtores rejeitaram
tornou-se a p ed ra angular", O d e v e r d o s c r is tã o s d ia n te d a s a u to ­
* com o tambc'm um a p edra d e tropeço, r id a d e s . ‘-'Sede su b m isso s” a qualquer
um ro ch ed o q u e f a z cair". instituição hum ana por cau sa do Sen hor:
Contra ela esb arram , porque se recu ­ qu er ao rei, porque é o soberan o, IJquer
sam a cre r na p a lav ra , e a isto é que aos go vern ad o res, delegad o s por ele para
estavam destin ados1’ . punir o s m alfeito res e lo u var as pessoas
9 V ó s, po rém , sois de b e m '. l5Porqu e a vontade de D eu s é
a raça eleita, a com u n id a d e sa c e rd o ­ q u e. praticando o bem , fa ça is c alar a ig- 3.16
tal d o rei'', a n ação sa n ta , o p o v o norância dos insensatos*. “ C om portai-vos
que D eus conquistou p a ra si, com o hom ens liv re s , sem usar da liber­
p ara que p ro c la m e is os a lto s fe ito s ’ dade com o vcu para a v o ssa m aldade,
a i 26.is-, daquele que das trevas v o s cham ou m as procedendo com o servo s de D eus1 .
ci 1.12.13 para sua m aravilh o sa luz; l7Honrai todos os hom en s, am ai v o sso s
10 v ó s que outrora não éreis seu p ovo, irm ãos, tem ei a D eus e honrai o rei*.
m as ago ra so is o p o v o d e D eus;
v ó s que n ã o ttn h eis a lcançado O d e v e r d o s s e rv o s c o m r e la ç ã o a o s
m isericórdia. se n h o re s. ‘"S e rv o s, sede su bm issos *1 co m ei 6.5:
m as ago ra a lca n ça stes m isericó rd ia '. profundo tem or aos vo sso s senhores, não

divina. Templo espiritual, a Igreja sc beneficia da ação do Espi­ Cf. Ap. 1.6; 5,10 (um reino, sacerdotes).
rito Santo que lhe garante o crescimento. s. Alusão aos nomes simbólicos dos filhos de Oséias (Os 1.6.9;
k. A palavra habitualmente traduzida por sacerdócio foi for­ 2.13.25; cf. Rm 9.25).
jada pelos tradutores gregos do AT. para exprimir a missão pro­ t. Cf. 1.1.
videncial do povo dc Israel entre as demais nações. O termo u. Cf. Rm 1,3 nota.
aqui evoca, portanto, a função de toda a Igreja e não o encargo v. Ou: de sua visita, No AT. a visita de Deus pode ter um
particular de cada cristão. sentido desfavorável (Is 103; Jr 6.15), mas tambem pode ser
I. Ou: enganado. Is 28.16. citado conforme o texto grego do sinal de sua graça (Gn 50,24-25: Sb 3.7). Aqui. como cm outros
AT. que favorece a interpretação messiânica da passagem. textos do NT. o sentido é favorável (cf. Lc 1.68; 7.16; 19.44).
m. A palavra grega traduzida por honra pertence à mesma raiz w. Esta instrução volta nas exortações subseqüentes (v. 18 e
que o adjetivo traduzido por preciosa nos vv. 4 e 6. O autor 3,1; cf. 5.5). A submissão exigida do fiei é transfigurada pelo
apiica à Igreja os títulos dados a Cristo (cf. tambem escolhido. exemplo do Cristo sofredor (2.21-24).
vv. 4 e 6 = efeito, v. 9). x. A autoridade política tem seu fundamento na vontade cria­
n. SI 118.22. Jesus ja tinha aduzido este v. para anunciar sua dora de Deus (cf. Rm 13,1-7; Tt 3.1).
morte e sua ressurreição (Mt 21.42 c par.). y. Insensato: é aquele que se recusa a reconhecer o verdadeiro
o. Is 8,14. Literalmente: pedra de escândalo. Perante Cristo Deus (cf. SI 14.1).
não se pode permanecer neutro (cf. Lc 2.34). z. Este é o verdadeiro conteúdo da liberdade cristã: a possibi­
p. Eles não são destinados por Deus à incredulidade, mas à lidade de servir a Deus (cf. Gl 5,13).
queda, caso se recusem a crer. a. Citação de Pr 24.21. com um acréscimo significativo: amai
q. Outra tradução possível: a residência real. a comunidade vossos irmãos (cf. 1.22) e uma distinção entre o temor devido a
sacerdotal, que faria eco a: casa espiritual... comunidade sacer­ Deus s ò e a honra prestada ao soberano.
dotal, do v. 5. b. Ou: escravos. Pedro não se pronuncia sobre a legitimidade
r. Citação composta formada dc Ex 19.5.6 e dc Is 43.20.21. do sistema social do seu lempo. mas traça uma linha de conduta
Pedro aplica à Igreja o que fora dito do povo da antiga aliança. concreta pura o servo cristão.
apenas aos b ons e afa'veis. m as tambe'm de ou ro , vestidos elegantes; 4m as seja ele
aos im pertinentes. l!*Pois e' um a graça su­ a disposição escondida do coração*, ador- mi 6 .4.6 . ik
portar. por respeito para com Deusc. sofri­ no incorruptível dc um esp irito afa've! e
mentos que se padecem injustam ente. “ De tran q ü ilo , que g oza de g ra n d e apreço
fato, que glória ha' em suportar m aus-tra- diante de D eus. 5Era assim que outrora
tos se com ctestes o m al? A o contrario, se se adornavam as santas m ulheres, que
depois de terdes feito o beni. sofreis com punham sua esperança em D eus. m an-
3.14.17: paciência, isso e' um a graça'1 aos olhos dc tendo-se subm issas a seu s m aridos: 6por
414 D e u s .2'O ra. e' para isto que fostes cham a­ exem p lo Sara, que o bedecia a A braão e on is.12
dos. visto que tambe'm C risto sofreu por ate' o cham ava de seu senhor, ela de quem
Jo 13.15 vós. deixando-vos um exem plo, a fim de vos tornastes filhas p ratican d o o bem ,
mi i6.24p que sigais suas pegadas: sem vos deixardes perturbar por qualquer
2Cor 5.21: 22 Ele que não com eteu pecado tem o rk.
1,0 J'5 e em cuja boca n ã o se encontrou 7V ós tam b é m . m arid o s, vivei a vida n r5.25:
f a ls id a d e ; c o m u m , lev an d o em c o n ta a natu reza cl 3,19
3.9: Mt 5.39 23 ele que, insultado, não retribuía o m ais delicada de vossas esposas; m ostrai-
insulto, -Ihes respeito, ja' que e las d evem herdar
em seu sofrim ento, não am eaçava, co n v o sco a graça da vida, para que nada
jr ii.2o mas se confiava àquele que e' justo Juiz; estorve as vossas o raçõ es1.
24 ele que. em seu próprio co rp o , c arre ­
gou nossos pecados sobre o m adeiro1. O s im p e ra tiv o s d a v id a c o m u n itá ria .
Hb 9.2k a fim dc que, m ortos para os nossos "E nfim , vivei todos nas m esm as disposi- Rm 12. 14-m
pecados, vivam os para a ju stiça“; ç õ e s , c o m p a ss iv o s , a n im a d o s p o r um
ele, cujas c h ag as vos curaram . am o r fraterno, m isericordioso, hum ilde.
25P o rq u e vós a n d á v e is d e s g a rra d o s 9N ão pagueis o m al com o m al, liem m s .is
is 53.6: com o ovelhas, m as agora vos voltastes injuria com injúria; pelo c o n tra rio , ben- 2.23
Para 0 Pastorh e guarda de vossas alm as1. dizei, porque foi para isso que fostes cha- u - 6 .2x
m ados, a fim de vos tornardes herdeiros 1.4
o O te s te m u n h o c ris tã o n a v id a c on- da bênção"1.
ni 53.6; j u g a l . 'V ó s ig u a lm e n te , m u lh eres, '“ C om e feito ,
C-n 2*5 sec^e subm issas a vossos m aridos, para a q u ele que quer a m a r a vida
que. se houver a lg u n s que sc recusem a e ver dia s fe lize s
c rer na Palavra, sejam co n q u istad o s, sem deve g u a rd a r a língua d o m al
palavras, pelo procedim ento de suas m u­ e os lábios de pala vra s enganosas,
lheres. 2ao co nsiderarem vossa conduta 11d esvia r-se d o m aI e p ra tic a r o bem ,
integra, respeitosa. 'Q u e vosso adorno p ro c u ra r a p a z, sim , p erseg u i-la .
ITm 2.9 não seja exterior: cabelos trançados, jóias 12 Porque

c. Lit. por motiva de consciência referente a Deus (cf. Rm f. O madeiro em vez de cruz, como não raro no NT. por
13,5 nota). alusão a Dt 21.22-23 (cf. Gl 3.13).
d. A palavra grega kháris (graça) adquire em IPd um sen­ g. Cf. Rm 6.2 e II nota.
tido conglobante: vontade de Deus de conceder a vida aos h. Cf. 5.4 nota; Jr 10 nota.
homens (3,7). a graça se concretiza na participação na vida I. Cf. 1.9 nota.
de Cristo sofredor e glorioso f 1.10.13). Sob este ponto de j. Lit. o ser escondido do coração.
vista. os escravos tratados injustamente por causa da sua fe\ k. Conforme a tradição judaica. a.s esposas dos patriarcas são
são mais particularmente englobados neste piano paradoxal apresentadas como modelos da vida familiar.
da graça. I. O motivo profundo do respeito do homem para com sua
e. Is 53,9. Os vv. 22-25 inspiram-se muito livremente em mulher reside no fato de que os dois receberam o mesmo cha­
Is 53.4-9.12. Talvez se encontre aqui um hino da Igreja pri­ mamento. Note-se lambem a importância da vida de oração para
mitiva. que reproduziu sob formas variadas o tema do servo a unidade do lar.
sofredor (At 8.32; Rm 4.25 etc.). Cristo mesmo se valeu desta m. Isto c', os bens incorruptíveis reservados por Deus àqueles
passagem dc Isaías para anunciar o sentido de sua morte (Mc que praticam a misericórdia a exemplo de seu Pai celeste (cf. Lc
10.45 e par.). 6 36; Mt 2534).
ox o lh o s d o Senhor repousam sobre os vos1 ap resen tar a D eus; ele, ju stific a d o E f2 .i*
ju sto s, cm sua c arn e , m as restituído à vida s e ­
e se u s ouvidos estão a ten to s à oração gundo o E spirito". ‘*Então e' q u e ' ele foi
deles; pregar* ate aos esp írito s que se e n c o n ­
m a s o rosto d o Sen h o r se volta travam na p risã o ', “ aos rebeldes dc ou-
contra o s que pra tica m o m a l“. tro ra, q u ando se prolongava a p a c iê n ­
cia de D eus nos dias em que Noe’ cons- On 6.1-7.24:
Confiança diante da perseguição. " E truía a a rca , na qual poucos, isto e', o ito 2PJ 2,5
quem vos poderá fa/.er m al, se vos m o s­ pessoas foram salvos pela água*. 2'E sta
trais diligentes em fazer o b em ? ,4A inda era a figura d o b a tism o ', que atualm ente
2 .20 : 4.14: m ais, caso tenhais d e sofrer pela ju stiç a ”, vos salva: não sc trata de p urificar as
m i J.m fe liz e s d e v (j s
m anchas d o c orpo”, m as do e n g ajam e n ­
N ão tenhais nenhum m ed o deles, nem to para com D eusb de um a boa co n sciên - Hb 10 .22

vos perturbeis; lspelo contrario, santifteai cia; cie vos salva pela ressu rreição de
em vossos corações a C risto , que é o Jesus C risto , 22que, ten d o partido para o 1.3

Senhor’’. E stai sem pre d isp o sto s a ju stifi­ c éu , esta' à direita dc D eus, e a quem si no.i:
c a r vossa esperança perante aq u eles que foram subm etidos os anjos, autoridades Al 7,56
dela vos pedem conta1*. “ M as fazei-o com e p o d e res'.
m ansidão e respeito, com um a boa co n s­
ciência. a fim dc que naquilo m esm o em a A ruptura com o pecado. ‘A ssim ,
2 .12 q u e vos c alu n iam , os q u e d e sab o n am v isto te r C risto so frid o na c arn c d,
2 .i 5 vossa boa conduta cm C risto sejam c o n ­ arm ai-v o s, tam bem vós. da m esm a con- 2.21
fundidos. l7Pois m ais vale so frer fazendo vicção: aquele que sofreu na c arn e , rom ­
2.20 o bem , se esta for a vontade de D eus. do peu com o pccado, 2a fim d e viver todo Rm 6.2.7
que fazendo o m al. o tem po que lhe fica por passar na c arn e ',
não m ais d c acordo com as con cu p iscên - 2 . 1 1 :
IJo 2.16-17
A vitória dc Jesus Cristo manifestada cias d o s h om ens, m as segundo a vontade
a todos. '"C om e feito , tam be'm C risto d e D eus. JJa' c bastante, sem d u v id a, ter
Rm 6 . 10 : sofreu' pelos pecados5, um a vez por to- feito no passado a vontade dos gentios
nt>9.26-2x j aSi c |c< 0 j ust0 pe|os inju sto s, a fim dc vivendo na d ev assid ão , nas concupiscên- }
Ti 3.3

n. SI 34.13-17. x. Duas interpretações possíveis: quer as almas dos contempo­


0. Justiça: no sentido dc vida correia, conforme os ensinamen­ râneos dc Noe que. na tradição judaica, eram tidos como os
tos de Cristo. piores dos pecadores; quer os anjos decaídos considerados como
p. Vv. I4b-5a; Is 8,12.13 aqui aplicado a Cristo, responsáveis pelo pccado dos homens (cf. os livros apócrifos de
q. Especialmente no caso em que os cristãos tenham de com­ Henoc, Jubileus etc.).
parecer diante de um tribunal (cf. Lc 12.11: 21.14). y. Ou: através Ja água.
r. Alguns mss. trazem: morreu (cf. 2.21). z. Literalmente; seu antitifut. o batismo, agora vos salva. O
s. Ha mss. que acrescentam /#>r vós ou por nós. tipo. água do dilüvio. é a imagem imperfeita da realidade (an-
1. Certos mss. trazem nós. títipo) atestada pelo NT.
u. Ou: segundo o Espírito. Alusão à intervenção do Espírito a. Alusão quer às práticas de purificação dos mistérios pagãos,
por ocasião da ressurreição de Cristo, ou alusão à divindade de quer à circuncisão judaica (cf. Cl 2,11).ou então, aos numerosos
Cristo (cf. Rm 1.4; ITm 3.16). ritos de purificação do judaísmo (cf. Nm 8 e 19).
v. Ou então (interpretação menos provável): neste Espírito. b. Pode ser engajamento, sentido atestado nos documentos
w. Pregar: verbo técnico visando à pregação cristã, muitas profanos c muito ligado com a liturgia batismal; ou então pedido
vezes em piiraielismo com evangeli:.ar (cf. 4,6). Muitos Pa­ a Deus de uma Ihhi consciência.
dres da Igreja viram aí a expressão do apeio universal à sal­ c. Possível alusão a uma confissão de f<5 (FI 2.9-11; cf. Ef
vação. Ao passo que outros textos do NT (A l 12.3: Rm 10. 1,20-21).
7; Ef 4.8-10) limitam-se a mencionar uma descida de Je­ d. Alguns manuscritos acrescentam por nós ou fx>r vós (cf.
sus à mansão dos mortos, afirmação esta consignada no Sím­ 3,18 nota).
bolo dos apóstolos, este texto é o linico que menciona uma e. Alguns autores aplicaram estas palavras a Cristo que, na &ua
intervenção de Cristo junto aos espíritos. Entretanto, alguns paixão, morreu para o pecado de uma vez por todas (Rm 6.10).
autores entendem esta pregação como uma simples procla­ Mas. pelo contexto, é melhor pensar no cristão que. na aceitação
mação de vitória contra as potências infernais (cf. 3.22: Ef corajosa do sofrimento, manifesta sua pertença a Cristo c sua
1. 2 0 . 2 1 ). ruptura com o pecado.
cias, na em briaguez, nas org ias, bebedei­ seja D eus totalm ente glorificado, Ele a icor ioji

ras c idolatrias in fam es'. 4 A p ro p ó sito quem se devem a glória e o poder pelos
disso, eles acham estranho que ja' não séculos dos séculos. A m ém !
m ais os acom panheis à m esm a d e v as­
sidão* desenfreada, e vos cobrem d e in­ F e lic id a d e p r o m e tid a a o s q u e sã o p e r ­
júrias. 5M as hão de prestar contas disso se g u id o s. l2Cari'ssim os“. não estranheis
2Tm 4.1 àquele que esta' pronto para ju lg a r os por e star na fom alhap da provação, com o
vivos e os m ortosh. ‘E sta e' de fato a ra­ se vos e stiv e sse a co n tec e n d o a lg o de
zão por que ate' aos m ortos foi anunciada a n o rm a l. u A n te s, na m ed id a em que
a boa nova1, para que, em bora ju lg a d o s p a rtilh ais *1 d o s so frim en to s dc C risto ,
segundo os hom ens na carne, vivam se ­ alegrai-vosr, a fim de que, por ocasião
gundo D eus pelo E spirito1. da revelação da sua g lória, tam bém vos ci 3.4
enchais de alegria e exultação. u Se vos
V ig ilâ n c ia n a v id a d a c o m u n id a d e . ’0 ultrajarem por causa d o nom e de C risto , si s9,si-52:
I Pd 2.20*
fim de todas as coisas esta' próxim o. Por felizes sereis vós, porque o E spírito de 3 , 4 , 7 ’
isso, dai provas de prudência e sede só ­ g ló ria', o E spírito de D eus1, repousa so­
brios, a fim dc poderdes orar. "A ntes de bre vós. l5N cnhum dentre vós tenha de
tudo, tende um constante am or uns para padecer com o hom icid a, ladrão ou m al­
com os o utrosk. porque feitor, ou por se im iscuir nos assuntos de
o am or cobre m ultidão d e pecados'. terceiros“; lém as, se sofre com o cristão ’,
''Praticai entre vós a hospitalidade"1, sem não se envergonhe disso; antes, glorifi-
m urm uração. l0 Ponde-vos. cada um c o n ­ que a D eus por ter este nom e“ . l7P ois é
Rm 12.6-#: form e o dom recebido, a serviço uns dos chegado o m om ento cm que o ju lg a m e n ­
ICor 12.4-7
outros, c o m o b ons a d m in istrad o re s da to com eça pela casa de D eus; o ra. se ele ><2 5 .29 ;
Lc 12. graça de D eus, m ultiform e cm seus e fe i­ se inicia por nós, qual será o fim daque- ^
42-4Kp
tos. "S e algue'm fala, faça-o para transm i­ les que se recusam a aceitar o E v angelho 2.8:
tir as palavras de Deus; se algue'm atende de D eus? ISE 2Ts '*
ao serviço", faça-o com a força que D eus se e a m uito custo que o ju sto s e salva,
concede, a fim de que, por Je su s C risto , que sucedera a o tínpio e ao p e ca d o rx?

f. Catálogo tradicional de vícios (cf. Rm 1.29-31) c alusão m. Alusão seja às reuniões cultuais que sc realizavam nas
rnais prccisa aos excessos de toda espécie que as grandes festas casas particulares, seja ao acolhimento dos irmãos em viagem
pagds implicavam. (cf. Hb L U ).
g. A atitude do filho pródigo caracteriza-se por uma palavra n. A palavra d-acono pertence à mesma raiz do verbo grego
da mesma raiz (cf. Lc 15.13). empregado aqui. Pensa-se que este serviço se refere mais parti­
h. Cf. At 10.42. A expressão passou para o Símbolo dos após­ cularmente ã ajuda cm favor dos necessitados (cf. Rm 12.7 nota:
tolos. At 6.2-4; ITm 3,8 nota).
i. Ou: ele (Cristo) fo i anunciado. Três interpretações possí­ o. Mesma interpelação que em 2,11, marcando o ponto de
veis; I) este v. e*a conclusão dc toda a passagem que começa em partida de um novo desenvolvimento.
3.I&; embora o pensamento seja mais geral do que em 3.19. p. Imagem que recorda a do ouro que deve ser purificado pelo
trata-se sempre do apelo à salvação dirigido àqueles que. na fogo (1.7).
perspectiva humana, estão condenados à morte definitiva; 2) o q. O verbo empregado ú muito forte: o cristão não só imita o
v. 6 está estreitamente ligado ao v. 5 e se situa em outra pers­ exemplo de Cristo (221). ele também partilha dos seus sofri­
pectiva que 3.19; sem se pronunciar sobre o como. o v. focaliza mentos.
a açto universal do próprio Cristo em favor dos que não o co­ r. Todo o trecho é como um comentário da bem-aventurança
nheceram; 3) (interpretação menos provável) Pedro quer tran­ dos perseguidos (Mt 5.11-12 e par.; cf. também At 5.41).
qüilizar os cristãos a respeito da sorte de seus irmãos mortos s. Alguns mss. acrescentam: e de poder.
antes da parusia (lT s 4.13-18). L Alusão a Is 112 . A assistência do Espírito Santo foi prome­
j. Na carne... peto Espírito: retomada da antítese de 3.18. tida às testemunhas de Cristo (Mt 10,20 par.).
k. O amor deve ser estimulado pela esperança do retomo de Cristo. u. Esta perífrase traduz um termo raro. cujo sentido não é bem
I. Pr 10.12 (cf. Tg 5.20). Muitos Padres da Igreja viram aí uma claro.
palavra do Senhor (cf. Lc 7.47). Duas possibilidades: o amor v. Termo que talvez fosse usado como apelido pelos pagãos
tudo suporta (ICor 13.7). ou. no sentido de uma promessa: Cristo (cf. At 11,26).
usara de misericórdia para com os que tiverem sido misericor­ w. Cf. Mt 1032; Ai 5.41
diosos (cf. Mt 5.7). x. Pr 1131 (texto grego)
l9P ortanto. os que sofrem conform e a exalte no m om ento determ inado11; 7con- >t>22.29
si 31.6: vontade d e D eus encom endem suas al- fiai-lhe todas as vossas p re o cu p a çõ e s, si 55.23;
u 23.46 m as ao ç r jac)or fiel. praticando o bem . pois e le tom a cu id ad o dc nós. Ml 6-25_JO
“Sede só b rio s, vigiai! V osso adversa- iTs5.6
p D everes d o s dirigentes da com uni- rio, o d iab o , co m o um leão que ruge1,
“ dade. ’A os anciãos11 que estão entre ro n d a, procurando a q uem devorar. ''Re- e i 6 . 11- 13:
vós. ex o rto , eu, que tambe'm sou ancião sisti-lh e, firm es na fé*, sabendo que os Tg 4'7
com eles e teste m u n h a' dos sofrim entos m esm os so frim en to s e stão reservados a
de C risto , eu, participante da g lória que vossos irmãos*, pelo m undo. l0O D eus
se há d e revelar: ^A pascentai o rebanho d e toda g ra ça , que vos cham ou à sua i t » 2.i2
de D eus que vos é confiado, velando por g ló ria eterna em C risto , ele vos restab e­
ele*, não por coação, m as de bom grado, lecerá depois q u e tiverdes sofrido por um
co m o D eus o quer; não por c o b iç a, m as pouco dc tem po; ele vos firm ará, vos for­
por d ed icação . 3N ão exerçais um poder talecerá e vos há de to rn ar inabaláveis1. Rm x.n-ia;
jo 13.15-17: au to ritário sobre aqueles que vos coube- " A ele o poder, pelos séculos dos sécu- 2Cot 4,17
2Cor i.24 ram p0r p a r t j |f j a t>- m as tornai-vos m ode­ los! A m ém . 411
los d o re b an h o '. 4E quando ap arecer o
pastor suprem od. recebereis a coroa im- C o n clu são /sa u d aç õ e s. l2Eu vos escrevi
i.4: perecível de glória. e s ta s p o u c a s p a la v r a s p o r m e io d e
ICor 9.25:
Tg 1.12: S ilv an o 1", a q uem considero com o um
Ap 2 .io H um ildade e firm eza na fé. 3V ós tam ­ irm ão de co n fia n ça , para vos exortar e
bem , jovens. sede subm issos aos anciãos'. vos testem u n h ar que é à verdadeira g ra ­
E todos1, no vosso trato m útuo, revesti- ça de D eus q u e vós estais vinculados".
-vos dc h um ildade, porque I3A com unidade dos eleitos0 que está em
D e u s resiste aos soberbos, B abilônia vos sauda, bem com o M arcosp,
ao passo q u e aos hum ild es da a sua m eu filho. l4S audai-vos uns aos outros
graça*. com o ósculo fraterno11.
''H um ilhai-vos, portanto, sob a podero­ P a z a to d o s vós q u e viveis cm C ris­
sa m ão de D eus, a fim dc que ele vos to!

y . Ou: presbítero. São os chefes d;i comunidade (cf. ITm 5.17 cias. Percebe-se que o apóstolo c alimentado tanto pela espiri­
nota; Tt 13*9). A exortação aos presbíteros é tanto mais insis­ tualidade dos salmos como formado pela palavra do Mestre.
tente por se ver ameaçada a comunidade. g. Pr 3 3 4 (texto grego).
z. Testemunlui tem sido entendido de duas maneiras; 1) Pedro h. A elevação dos humildes é um tema constante na Bíblia (cf.
e a testemunha da paixào c ja participa da gloria (cf. Mt 13.16; Mt 23.12; Lc 1.52; 14.11; 18.14; Tg 4.6.10).
2Pd 1.16-17). 2) Trata-se da testemunha que aceitou o sofrimen­ i. Cf. SI 22.14, o salmo por excelência da paixão (cf. 2Tm
to para anunciar Cristo. Cf. Introdução. 4.17; Tg 4.7).
a. Eco da palavra dirigida por Cristo a Pedro pessoalmente (Jo j. Ou fortes pela fé .
21,15* 17). À imagem bíblica de apascentar o rebanho acrescen- k. Lit. ú vossa fraternidade. I odos os cristãos, dispersos pelo
ta-se a função de vigilância, cf. At 20.28. mundo, formam uma só família.
b. Lit.: porções que couberam (a alguem) por sorte. Alusão à I. Fórmula de voto litürgico que recorda os temas da bênção
divisão da terra entre as diversas tribos de Israel (Js 13*22). inicial (13-5).
Aqui. o próprio povo é confiado por Deus aos cuidados dos m. Cf. Introdução.
anciãos, mas Deus continua sendo o seu Senhor. n. Este versículo define o conteúdo e o escopo dc toda a cart.i;
c.C om o Paulo (ICor 4.16; 11.1; PI 3.17; cf. Tt 2.7). encorajamento na fe' e exortação a se manterem firmes, apesar
d. O tema do Cristo pastor é freqüente nos evangelhos (Jo das provações, na certeza de que Deus realiza seu desígnio de
10;
Lc 153-7 par.; Mt 26,31 par.; cf. Mt 9 36; IPd 2,25). Mas o graça.
titulo de pastor supremo só aparece aqui em todo o NT. o. O termo traduzido por comunidade dos eleitos só se encon­
e. Sem dúvida, trata-se aqui dos membros mais idosos da tra aqui em todo o NT. Mas o tema da eleição volta à tona
comunidade em oposição aos jovens. muitas vezes na epístola (cf. 1.1 nota).
f. Pedro dá uma serie de conselhos breves, válidos para o p. Babilônia, Marcos: cf. Introdução.
conjunto da comunidade. Seria fácil multiplicar aqui as referên­ q. Alusão ao ósculo da paz litürgico (Rm 16.16; ICor 16.20).
SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO
INTRODUÇÃO
G ê n e ro lite rá rio e teo lo g ia. A p ó s a sa u d a çã o de É ta m b ém n e sta e p ísto la q u e s e e n co n tra a
pra x e (1,1-2), o a u to r recorda a índole d a voca­ p rim eira m e n çã o d e um a coletânea d e cartas d e
ção c ristã ( 1,3-11). V ivendo em co m u n h ã o com a P aulo (3, 15-16), a qual, em bora não c ontenha
natureza divina ( 1,4), o cristã o é c h am ado à sa n ­ necessariam ente todo o conjunto d o corpus pauiino
tidade, que supõe a fid e lid a d e à pa la vra a p o stó ­ é entretanto co n sid era d a co m o p a rte integrante
lica (1,12-21). D e fa to , a preg a çã o c ristã n ã o se d a s E scrituras.
apóia sohre fá b u la s fic tíc ia s (1,16), m a s so b re o F inalm ente, a e pístola fo c a liza outro p o n to d e
testem unho a p ostólico e so b re a pa la vra d o s p r o ­ interesse, trata n d o resolutam ente d o p ro b le m a da
fe ta s inspirados p e lo E sp írito S a n to (1,21). d em ora d a pa ru sia : “Q ue é fe ito d a p ro m essa de
A seguir o autor lança um violento ataque, em tom sua vin d a ? P ois d e sd e que os P ais m orreram , tudo
exaltado, contra os fa ls o s m estres, cuja pe rv ersã o continua co m o estava no início d a c ria çã o " (3,4).
doutrinai e m oral ele d en u n cia (2,1-22). O c a sti­ O a u to r d enuncia com violência esta fa lta d e f é e
go deles é inevitável, com o outrora o d os a njos c u l­ se esforça p o r d a r um a resposta: o dilú vio a c o n ­
pados e dos habitantes d e Sodom a e G om orra (2,6). tecido é um a p re fig u ra çã o d o ju íz o fin a l, que o
A pós este longo trecho, o desen vo lvim en to in i­ a u to r d escreve conso a n te a s categ o ria s d e sua
ciado no cap. I p ro sse g u e com o p roblem a criado época (3.6). O m u n d o a ntigo será destru íd o pelo
pela dem ora da p a ru sia (3,3-13); o S en h o r é p a ­ fo g o , p a ra d a r lu g a r a “novos céu s e um a nova
ciente, m as seu dia ch eg a rá (3,9). terra, nos q u a is hab ita rá a ju s tiç a " (3,13). Sobre­
A carta term ina com um ap elo à vigilância (3, tudo a noção d e tem po não existe p a ra o Senhor:
14-18). “Um só dia é c o m o m il a n o s e m il a n o s, com o um
M ais d o que com o g ên ero ep isto la r p ro p r ia ­ d ia " (3,8). A d em o ra que se lhe atrib u i provém
m ente dito, este escrito se a p a ren ta com o gên ero apenas da sua am o ro sa p a ciên cia . E le q u e r d e i­
" te sta m e n to ”, fr e q ü e n te nas tra d içõ es ju d a ic a s x a r a cada um o tem po de se converter. P o r isso,
dessa época: um d isc u rso de d espedida q u e se vivam todos d e sd e j á na sa n tid a d e. A través deste
adm ite um a pessoa im portante fa ç a antes d a m orte ensinam ento e scatológico, o a u to r recorda um a
perm ite desenvolver a lg u n s pontos d e doutrina que dim en sã o im p o rta n te da vida cristã.
convém recordar à com unidade.
Será que esta e pístola d e a sp ecto tão especial A d v e rs á rio s c d e s tin a tá rio s . O a u to r denuncia
m erece um lugar no N T ? O leito r m oderno, cioso "ím p io s" que se infiltraram na Igreja (2,1). Q uem
do “d iá lo g o ", p o d e fa z e r ta l p ergunta d ia n te da sã o eles? C onvertidos à f é cristã, eles a ren e g a ­
lista de insultos e injúrias d o cap. 2. ram e a m eaçam p o r então p e rv erte r a c o m u n id a ­
N ão obstante, a epístola fo rn e c e enfoques p re c i­ de. prom eten d o -lh e um a fa ls a liberdade (2,19). A
so s e novos sobre a interpretação e a inspiração heresia d eles é sim u lta n ea m en te teológica — e s­
das Escrituras, com o tam bém sobre a fo rm a ç ã o do tes fa ls o s d o u to re s renegam o Sen h o r que os re ­
cânon; as profecias do A T e o testem unho apostó­ m iu e d esprezam o s a n jo s (2 ,1 0 -1 1) — e m oral:
lico são postos no m esm o nível e servem d e base eles levam um a vida devassa e sã o insaciáveis no
para um a f é sólida (1,19; 3,2). Em nenhum outro p e ca d o (2,14).
lugar d o NT, a natureza inspirada das Escrituras- é P ara os iden tifica r, tem -se fa la d o d e “gnósti-
afirm ada tão explicitam ente: “N enhum a profecia c o s " ; estes, ju lg a n d o -se d otados d e um co n h ec i­
da E scritura é objeto d e interpretação pessoal: m ento su p e rio r e d e um a total liberdade, p ro fe s­
porque nunca um a profecia f o i proferida pela von­ sam o d esp rezo p e ta carne, n m s nem p o r isso
tade hum ana, m as f o i m ovidos pelo E spírito Santo deixam d e lev a r um a vida dissoluta; assim se p o ­
que alguns hom ens fa la ra m da p a rte d e D e u s" deriam exp lica r os asp ecto s m oral e teológico d e
(1 ,2 0 - 2 1 ) . seus erros e a insistência d o a u to r sobre o “c o ­
n h ecim en to " cristão, que ele opõe à fa ls a ciência reticência com relação a o s a p ó c rifo s? D ifícil é
dos hereges <1,2.3.5.8.12.16; 2,20.21: 3.17-18). resolvê-lo.
C om rela çã o a o seu d esprezo p e la s “G ló ria s” D e outra parte, 2 P edro levanta a o b jeçã o sobre
<2.10) d ifíc il é c a p ta r exatam ente a alusão: c o m e ­ a dem ora d a parusia, e n quanto em Ju d a s a q u e s ­
tem eles, a ju íz o d o autor, o p e ca d o d e n om ear os tão nem se q u e r é aventada.
a n jo s ? D e fa to , encontra-se no ju d a ísm o — e em E stes diferen tes indícios revelam um am biente
p a rticu la r entre os essên io s — a m enção a se m e ­ solidam ente enraizado nas tradições ju d a ic a s, m ais
lhante p roibição, m otivada pelo respeito a o s a n ­ tardio d o q u e o d e Judas; é tam bém m a is aberto
jo s e p e lo tem or d e reco rrer a seu n o m e p a ra fin s ao helenism o, com o indicam , além d a s om issõ es
m ágicos. O u. p e lo contrário, n egam -lhes eles toda j á a pontadas, um a linguagem elegante, que não
realidade ou toda superioridade, ultrapassando e xc lu i s e q u e r c erta p re c io sid a d e n o a b u so d e
nisto o p ensam ento de P aulo, q u e se contentava p a la vra s c om postas e rebuscadas — ch eg o u -se a
em sublinhar a inferioridade dos a n jo s com re la ­ c o n ta r 5 6 p a la vra s que são e m pregadas u n ica ­
ção a C risto ( E f 12,1: C l 2,15)? É d ifíc il p recisá- m ente nesta epístola: é a p ro p o rçã o m ais a lta d o
-lo bem , p o is, na longa série de in vectivas d o cap. N T . Seria esta epístola fr u to d e um esforço p a s to ­
2 o a u to r se vale d e expressões convencionais, ra l d e c o n c ilia ç ã o e n tr e a s te n d ê n c ia s m a is
traçando, com o f o i dito, um a esp é cie d e "retrato- p a rticu la rista s m a nifestadas na e pístola d e J u d a s,
-ro b ô " do ím pio. e outras c o rren tes m ais abertas, c o m o a s que se
O s destinatários d a carta estão fa m ilia riza d o s m anifestam nas epístolas de P aulo? P rovém ela
com a E scritura e a s tradições ap o ca líp tica s j u ­ d e um esforço d e sín tese entre tendências d iv e rsi­
daica s, à s quais o a u to r fa z n um erosas alusões fic a d a s no seio d a Igreja prim itiva?
se m n unca a s c ita r e xp licita m en te (e x c e to em P or o u tro lado, visto esta epístola te r sid o a c e i­
1,17): os a n jo s culp a d o s (2,4), o dilú vio (2,5), ta p rim eiro na Igreja d e A lexandria e contestada
S o d o m a e G o m o rra (2 ,6 -7 ), B a la ã o d e B o so r p ela da Síria, nós sugeriríam os de bom gra d o que
(2,15), tradições referentes à o rigem d o m undo ela p ro v é m d e um a m b ie n te ju d e u -c r is tã o da
p e la água e sua destruição p e lo fo g o . D iáspora helenista.
E sta e p ístola, esp e cia lm en te em 2 ,1 -3 ,3 , e a
d e Ju d a s acusam ligações evidentes e estreitas. A u to r c d a ta . O a u to r se identifica com o a p ó s­
E n c o n tra m -se n e la s c o n c e p ç õ e s m u ito p a r e c i­ tolo Sim ão P edro (1,1). Se, em 3.1, esta carta é
da s. expressas fre q ü e n te m e n te nos m esm o s ter­ a presentada com o a “s e g u n d a " , e sp o n ta n ea m en ­
m os, a liás raros em todo o N T ; as d u a s epístolas te se p e n sa q u e a prim eira seja IP ed ro . A lém d is­
p a re c em se g u ir o m e sm o f i o co n d u to r. A ssim , so, o a u to r recorda sua p resen ça na T ransfigura­
am bas p olem izam contra o s fa ls o s dou to res q u a ­ ção d o S en h o r ( 1,16); enfim , ele a nuncia sua m orte
lificados, nos dois casos, de "céticos zo m b etei­ com o pró xim a (1,14).
r o s ” (2 P d 3,3: J d 18). que proferem enorm idades E sta id entificação sem pre d iscu tid a levanta um a
<2Pd 2,18; J d 16), banqueteiam -se sem vergonha série d e dificu ld a d es. D e um lado, não se devem
(2P d 2,13; J d 12): o p e ca d o d eles é com parado u rgir d em ais a s indicações biográficas p e la s quais
a o dos anjos culp a d o s de Sodom a e G om orra e de o a u to r se identifica co m o a póstolo; isto p erten ce
B alaão. ao gên ero literário dos "T e sta m e n to s" .
A m enos que 2 Pedro e J udas se in spirem d e D e o u tro la d o , a s d ife re n ç a s e stilístic a s sã o
m o d o in dependente num texto m a is a n tig o — o num erosas entre a s d u a s ep ísto la s; 5 9 9 p alavras
que é p o u co verossím il — p a re c e in contestável d iverg en tes co ntra 100 co m u n s. A p roblem ática
que 2 Pedro d epende d e Ju d a s: em m uitas p a ssa ­ referente à escatologia não é a m esm a; esta d ife ­
gens, o texto p a re c e secundário; em geral, o a u ­ rença su p õ e que um lapso d e tem po assaz longo
to r esclarece o s p a sso s p a ra lelo s da epístola de separa a s duas epístolas.
J u d a s; su p rim e alguns elem en to s estranhos p ara O a u to r não p a re c e p a rte n c e r à prim eira g e ra ­
leito res m e n o s inform ados a resp eito d a s tra d i­ ç ã o c ristã , q u e d esp a re ce u (3 .4 ). A ep ísto la é
ç õ es a p ó crifa s: o com bate d o a rc a n jo M ig u el (J d p o ste rio r à d e Judas, datada com um ente nos ú lti­
9), a p ro stitu iç ã o dos a n jo s (J d 6), a c itação de m os d e cê n io s d o século I. E nfim e a cim a d e tudo.
H enoc (J d 14). Teria h avido em 2 Pedro algum a com o j á vim os, ela contém um a m enção explícita
do cânon das Escrituras: e xiste um a coleção dc g e liza d o A lexandria, a m b ien te e m que esta epís­
cartas d e Paulo, que, em bora incom pleta, é con­ tola fo i aceita p o r prim eiro.
tada entre as “E scrituras”, a ssim c o m o os dem ais
escritos apostólicos e proféticos. C anonicidade. Juntam ente c o m o A pocalipse, este
Por outro lado, c o m o não é p o ss ív e l recuar d e ­ fo i o livro do N T que tev e m ais dificuldades para
m ais a c om posição d e um a epístola tão farta de ser reconhecido co m o canônico. Foi através da Igre­
tradições judeu-cristãs, p o d e -se p ro p o r c o m o data ja de A lexandria que esta carta penetrou lentamen­
provável d e redação o ano 125, período q u e e x ­ te no universo das Igrejas. A u se n te do cânon de M u-
clui um a o rigem petrina direta. E ntretanto, po- ratori (pouco antes d o ano 200), ela é citada pela
der-se-ia falar d e u m “círculo p e trin o ”, n o qual, prim eira v e z p o r Orígenes (nascido e m 185/6 e fa­
para lem brar, e m continuidade aos ensinam entos lecido e m 254), que a aponta c o m o contestada.
do apóstolo, a necessidade d e m a n ter a fe', teria E usébio (falecido e m 3 40) ainda a relaciona entre
sido com posta esta carta e m form a d e testam ento o s escritos controversos. F oi so n o século V que a
espiritual? R eco rd em o s, a este respeito que, se ­ epístola fo i reconhecida pela maioria das Igrejas e
g u n d o um a tradição d c E u sé b io (H istória E cle­ n o século VI, na Síria. N o entanto, p o r volta dc 200,
siástica, II, 16,1), M arcos, q u e p o r certo tem p o fo i ela consta de um a versão egípcia do N o v o Testa­
co\aborador d e Pedro (cf. IP d 5,1 3 ), teria evan- m en to e, lá p elo s fín s d o século III, no papiro 72.
SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO
-| S a u d a ç ã o . ‘S im ã o P e d ro , s e rv o c de outrora*. 10P or isso, irm ãos, redobrai
-*■ ap óstolo de Je s u s C risto , àqueles que de esforços para c onsolidar11 vossa voca­
receb eram , pela ju stiça de nosso D eu s e ção e e le içã o ; assim fa ze n d o , não há
n 2,i3 S a lv a d o r Je su s C risto*, um a fé do m es­ perigo d e c aird es. "D e s te m odo, com
mo valo r que a nossa: 2quc a graça e a efeito , vos será g enerosam ente co n ced i­
w1 paz venham a v ó s cm abundância pelo da a entrada no R eino e terno de nosso
lpd 1,2 conhecim ento de D eus e de Je s u s , nosso S enhor e S alvador Je su s C risto.
Senhor.
F id elid ad e à palavra apostólica e p ro ­
A vocação cristã, ^ o m e feito , o poder fética. l2P o r isso ten h o a intenção de re ­
d ivin o nos con ced eu tudo o que é n eces­ c o rdar-vos sem pre estas co isas, em bora w 5
sário à vid a e à pied ad e, fazendo-nos já o sa ib ais e p e rm a n e ç a is firm es na
con hecer aq uele que nos cham ou por sua verdade presente. 13M as ju lg o ser ju sto ,
IPil 2,9 *
própria g ló ria c sua força atuante6. e nquanto estou aqui na terra*, alertar-vos
'P o r elas foram -nos concedidos o s bens por m inhas advertên cias, 14pois sei que
do m ais alto valo r que nos tinham sido e stá próxim a para m im a hora da sepa­
prometidos, para que. graças a eles. entrás- ração1, segundo m e fez saber nosso Se- 2 0 * 5 . 1 ;
seis em com unhão com a natureza d ivin a', n hor Jesus C risto; l5m as eu velarei com j0 2I-1819
tendo-vos arrancado à corrupção que a todo o cuidado para q u e , depois do meu
concupiscência alimenta no mundo. 5E por p assam ento, tenhais a possibilidade11, em
esta mesma razão, concentrando todos os qualquer ocasião, de conservar a lem bran­
gi 5.22-23 vossos e sfo rço s, uni à vossa fé a virtude, ça destes ensinam entos.
à virtude o conhecim ento. 6ao conhecimen­ ,<sDe fato, não é por term os ido atrás de
to o autodomínio, ao autodomínio a tenaci­ fábulas so fistica d as' q u e vos dem os a
dade11. à tenacidade a piedade. 7â piedade c o n h ecer a vinda poderosa d e nosso Se­
a am izade fraterna, à am izade fraterna o nhor Jesus C risto , m as sim por tê-lo vis­
am o r°.8Porque estas qualidades, se vós as to com nossos próprios olhos em todo o Mc 9 .2 -k
possuis em abundância, não vos deixam seu esp len d o r” . l7P orque ele recebeu dc
inativos nem estéreis para conhecerdcs D eus Pai honra e gló ria, q u ando a voz
nosso Senhor Je su s C risto; 9de fato. aque­ saída d o m agnífico e sp len d o r dc Deus"
le que delas carece é um ceg o que tateia'; lhe disse: “E ste é o m eu F ilho m uito
esquece que foi perdoado dc seus pecados am ado, a quem m e aprouve escolher”0.

a. Ou: de nosso Deus c do Salvador Jesus Cristo. A favor da i. Lit. enquanto estou nesta tenda. A imagem da tenda evoca
versão por nos adotada. levamos em conta o caráter mais tardio o caráter simultaneamente provisório e itinerante da existência
da carta, portanto, sua cristoiogia mais elaborada. humana (cf. 2Cor 5.1-5).
b. Estas duas palavras — glória c força atuante — designam j. Lit. o abandono da tenda. A mesma imagem do versículo
fio AT o poder pelo qual Deus se revela e se manifesta. Essas anterior; o autor evoca aqui sua morte próxima.
palavras sâo aplicadas aqui a Cristo. O termo traduzido por for- k. Provavelmente o autor alude ;i sua epístola, síntese de seu
çh atuante sem traduzido mais adiante, no v. 5. onde sc aplica ensinamento.
ao homem, por virtude. I. Lit. m itos sofisticados. A expressão não só é polêmica, mas
c. Esta fórmula, ünicu no NT. foi adotada no ofertòrio da tem toda a aparência de visar ao modo de interpretação da Es­
missa romana. critura pelos adversarios. quer estes hajam lido a Escritura como
d. Isto e. o fato de manter-se firme, principalmente nas dificul­ se sc tratasse de um texto mítico, quer. preferivelmente, tenham
dades. interpretado a Escritura à luz de mitos (provavelmente gnósticos).
e. Esses elencos dc virtudes (ou de vícios) sào freqüentes na ra. Lit. por termos sido testemunhas oculares da sua grande­
literatura cristã primitiva, assim como na literatura helenista. za. A grandeza divina é aquilo pelo qual Deus se manifesta no
f. Outra tradução possível: é um cego è força de miopia. brilho dc seu resplendor.
g. Por seu batismo. n. De Deus: palavras acrescentadas nesta tradução para tomar
h. Em muitos mss. importantes lê-se:;/ fim dc que por vossas acessível ao leitor o sentido desta expressão hebraica,
boas obras consolideis. o. Cf. Mt 17.5.
,KE esta voz nós a o u v im o s, vinda d o ce'u m ento". 5N ão poupou igualm ente o m un­
q u an d o esta'vam os com ele no m onte d o an tig o , m as, por o casião do dilüvio
santo. no qual subm ergiu o m undo dos ím pios, ip j j .20
,9A lém disso , tem os a palavra dos pro­ p reserv o u N o e, o o ita v o d o s so b re v i­
fetas que é a própria so lid ezp, na qual ventes1. o que proclam ava a ju stiç a ; ‘d e ­
fazeis bem em fixar vosso o lh ar, com o pois c ondenou ao a n iq u ilam en to as cida- Gn iv-,
num a lâm pada a b rilhar em lugar escuro, d es de S odom a e G o m o rra. re duzindo-as )d 7
ate' que clareie o d ia, e a estrela d a m a­ a cin z as, a título de e x em p lo para os ím- rrs i.s:
nhã surja cm vossos corações. pios do porvir; 7c resgatou o ju sto L ot. * '^ J °
20A ntes de tudo. ficai sabendo: nenhu- de p rim id o pela m aneira de v iv er d e s­
2 Tm ma profecia da E scritura é objeto de in- ses m alfeitores devassos; *de fato, este
iw i.ii [erpreiação pessoal*4; 2lporque nunca um a hom em ju sto , vivendo en tre e le s, os via
profecia foi proferida pela vontade hu­ e esc u ta v a; dia após d ia , seu c o raç ão
m ana. m as foi m o v id o s pelo E sp írito de ju sto sen tia-se to rtu ra d o p o r causa
Santo que h om ens' falaram da parte de das açõ es escandalosas deles. 90 S en h o r
D eus'. tem . p ortanto, o poder de liv rar d a pro- Jd6
vação os hom ens retos-* e re serv a r, para ICor 1013
o C o n tr a os fa lso s m e s tre s . ‘Tam be'm o s c a s tig a r no d ia d o j u íz o , o s h o ­
2Ts2 j- u : houve falsos profetas entre o povo; m ens injustos, "'com eçando p elo s que
N2 i-2 j' igualm ente haverá entre vós falsos dou- seguem a carne em seus apetites obsce- Jd 7-*
iTm 4.i to res, que introduzirão so rrateiram ente nos, e só têm desprezo para com a S o b e ­
d o u trin a s p e rn ic io sas', c h eg a n d o a té a rania divina. A udaciosos, arro g an tes, não
renegar o S enhor, que os resgatou, atrain­ têm m edo dc insultar as G ló rias, " e n ­
do sobre si um a p erdição q u e não poderá qu an to os anjos que lhes são superiores
tardar; 2e m uitos os seguirão em suas li- cm força e poder não o u sa m p roferir
bertinagens: por causa d eles o cam inho contra eias ju lg am en o s o fe n siv o s diante
Jd 4 da verdade" será o b jeto de blasfêm ias; do S e n h o r1. )dí)
'ls S2J Jem sua cobiça eles vos explorarão com l2M as esses hom ens, à g u isa d e ani- Jd 10
d iscursos m entirosos: para eles, j á desde m ais irracionais, d estinados p o r natureza
m uito, a sentença não se d á tre'guas e a às arm adilhas e à p o d rid ão , insultam o
sua perdição não dorm e. 4Pois D eus não que ignoram e a podrecerão co m o a p o ­
w 6 poupou os anjos c u lp a d o s, m as os p reci­ drecem os anim ais; ''re c o lh e rã o , assim ,
pitou, entregou-os aos antros tenebrosos o salário da injustiça. E les enco n tram seu
do T á rta ro ', g u a rdando-os para o ju lg a ­ prazer cm se dep rav ar cm pleno dia; são Jd 12

p. Outra tradução possível: por isso nós consideramos tanto u. Termo que designa aqui a fe' crist?» e os seus adeptos. Cf.
mais sólida a palavru dos profetas..4 neste caso o v. 19 aparece At 9.2; 19.9.23; 24.14...
como conseqüência do desenvolvimento dos vv. 16-18. A trans- v. Tártaro: um dos nomes gregos para indicar os infernos,
figur.içâo de Cristo ja' conferiu realidade à palavra dos profetas w. No judaísmo posterior, em volta de Gn 6.1-4 tinham-se
e prouH i sua solide?.. desenvolvido especulações sobre o pccado dos anjos — os fi­
q. Outra tr.idução possível: ..Jtõo provêm do próprio {tensa- lhos de Deus — e sobre seu castigo (livro de Henoc. caps. 19 c
mento do profeta. 2 1 ).
r. Alguns mss. acrescentam aqui: santos. x. Noe'. sua mulher, seus três filhos e suas três noras forma­
S. Nesta passagem e principalmente nos dois últimos versícu­ vam um total de oito pessoas (cf. I Pd 3,20). O autor realça 0
los. vê-se aparecer claramente a afirmação da natureza inspirada simbolismo da cifra oito: o oitavo dia — domingo — e' o primei­
da» Eiscrituras e a necessidade de interpreta'-las segundo a tradi- ro da nova semana. Noe', que inaugura na justiça uma nova era.
ção apostólica. é o protótipo de Cristo,
I. A palavra grega assim traduzida — háiresis — designa seja y. Lit. os homens piedosos.
um partido ou uma escola dc doutrina (cf. Al 5.17; 26,5).e. em z . A Soberania (v. 10) deve. provavelmente, ser considerada
sentido pejorativo, uma divisão (cf. Gl 5.20: ICor 11.19). uma aqui como um atributo divino (cf. Didaqué 4.1). Pode. portanto,
seita: seja uma doutrina professada por um partido e. no sentido representar quer o poder divino, quer. mais precisamente, o de
pejorativo mais tardio, uma heresia. O autor da epístola parece Cristo, renegado pelos falsos doutores (cf. 2Pd 2.1). As Glórias
visar aqui às doutrinas — de perdição — dos falsos doutores, (v. 10) sào uma categoria de seres celestes, vistos aqui como
antes que a um partido constituído. maus. A arrogância dos hereges consiste em pôr-se no lugar do
nódoas c im undícies, que se deleitam com q O Dia do Senhor pode tardar, mas
suas m entiras* q u ando se banqueteiam chegará. 'M e u s am ig o s, esta já é a
convosco. u D c olhos repletos de adulte'- segunda carta que eu vos escrevo; cm
rio são insacia'veis no pecado, aliciam as am bas estas cartas eu faço um apelo às
a lm a s titu b e a n te s , sã o c a m p e õ e s de vossas lem branças11 para estim ular em vós
cupidez, filhos da m aldição. l5 A bando- a m aneira certa de pensar: 2lem brai-vos w '7
nando o cam in h o reto, eles sc extravia- das palavras ditas de an tem ão pelos sa n ­
Nm 22.7: ram seguindo o cam in h o de B alaão dc tos profetas, e do m an d am en to 1 d o s vos­
Jd n 8 0 5 0 1 *. q u e ced eu à ten ta çã o por um sos a p óstolos, aquele d o S e n h o r e S a lv a ­
sala'rio in íq u o ', "'m as recebeu um a lição dor. -'Antes de m ais nada, ficai sabendo:
por sua transgressão: um anim al de car- nos últim os dias su rg irão c ético s zom be- w i*.
2Ts 2,3-12
Nm 22.2x g a . m u d o , fa la n d o com v o z h u m an a . teiros, levados por suas paixões pessoais
em bargou a loucura do profeta. 17E sses e 'd irão : “Q ue é feito da prom essa da
m 12 cu hom ens são c o m o fontes sem água c sua vinda? Pois. desd e q u e os Paisj m or­
nuvens arrastadas pela borrasca; são-lhes reram . tudo continua c o m o estava no iní­
destinadas as trevas m ais escuras. '"De cio da criação ” . 5P retendcndo isto, e s­
fato. apregoando e n o rm id ad es cheias de quecem 11que já há m uito tem po existiam c;n t.«»
w 16 nada. eles aliciam com seus d esejos o b s­ céus, e um a terra orig in ária da água. cu ­
cenos da carne os que m al e mal acabam ja coesão provinha da água pela Palavra
de desprender-se dos hom ens que vivem de D eus. ‘Pelas m esm as causas o m un­
no erro. ■ ''Prom etem -lhes a lib e rd ad e , do de então pereceu su b m erso pela água. Gn 7.t 1 -2 1 :
quando e le s m esm o s são e sc ra v o s da 7Q u a n to aos c éu s c terra de a g o ra, a IW , '20
jo x.34 podridão, pois e'-se e scrav o daq u ilo pelo m esm a Palavra reserv a-o s para o fogo1.
qual sc e' d o m in a d o 1*. “ C om e feito , se G uarda-os para o d ia d o ju lg a m en to c da
aqueles' que se libertaram da corrupção perdição dos ím pios. "U m a co isa, porém ,
do m undo pelo con h ecim en to do nosso m eus am igos, em todo caso não deveis
S enhor e S alvador Jesus C risto se d e i­ esquecer: para o S enhor um só dia é com o si 90.4
xam novam ente e n le a r e d o m in a r por mil anos e mil a n o s. com o um d ia. vO
mi 12.45 elas. seu estado se torna por fim pior do Senhor não tarda em cu m p rir sua pro- iiab 2.3:
que no início. 2,Pois teria sido m elhor m essa, quando alguns pretendem que ele
para eles não terem conh ecid o o cam i- está em atraso; m as ele está d em o n s­
jii 3 nho da ju stiç a d o que, tendo-o c o n h eci­ trando paciência para convosco; pois não
do, ter-se desviado do santo m andam cntor quer que alguns sc percam , m as que to ­
que lhes fora transm itido. 22A conteceu- dos cheguem à c o n v ersã o . l0O dia do
-Ihes o que d iz , com ju ste z a , o provér­ S enhor virá co m o um ladrão, dia em que its 5 .2 :
bio: “O cão voltou a o p ró p rio vômitrj*", os céus d esaparecerão com enorm e es- Ml 24-4V45
u- I2.47-4H e ainda: “ A porca, ap en as lavada, se re­ tro n d o . em que os elem en to s abrasados
volve no lam açal” . se dissolverão c a terra e suas obras se-

Senhor, que c o ünico que tem o direito de julgar os unjos de­ i. Cf. 2.21.
caídos. j. Os Pais designam, em geral, as gerações de Israel que re­
a. Alguns mss. têm: nos seus á^apes. ceberam as promessas, mas o autor pode pensar aqui na primeira
b. Alguns mss. lêem. com Nm 22.5: de Beor. geraçào cristã.
c. Tradições judaicas tardias insistiam sobre a cupidez de k. Outra tradução possível: Escapa-lhes voluntariamente que
Baiaào. que sc tomou protótipo do falso doutor venal e corruptor existiam...
(cf. Ap 2.14). I. O dilúvio pelo fogo pertence ao imaginário apocalíptico
d. Ou: daquele fw r quem se é vencido. judaico. Há aqui uma correspondência com o primeiro dilüvio,
c. Trata-se dos fieis vacilantes, do v. 18. o dilüvio de água dos tempos de Noc. Assim como o mundo
f. Sem duvida, trata-se dc um singular coletivo como em 2Pd ímpio de outrora tinha sido submerso pelas águas, o mundo
5 2 e ITm 6.14. ímpio de hoje está destinado ao julgamento pelo fogo. que ani­
g. Cf. Pr 26.11. quilará os ímpios. Como outrora. os justos escaparão do
h. Outra tradução possível: .. eu estimulo em vós por minhas cataclisma (cf. 2.5) c habitarão o mundo novo. no qual reinará
advertências. a justiça.
e p ís t o l a s d e s a o j o a o

in t r o d u ç ã o

C i r c u n s tâ n c i a s d a c o m p o s iç ã o . A s E p ísto la s que se d irig ia o evangelho d e Jo ã o : poder-se-ia


jo an in a s. a o m e n o s as d uas p rim e ira s, p ra tic a ­ p e n sa r q u e tam bém as ca rta s visam a o ensina­
m ente não contêm d etalhes sobre a s circu n stâ n ­ m ento d e C erinto. D e fa to . este p a re c e concordar
cias d e sua c om posição nem so b re a pessoa do em vários p o n to s com a d o u trin a d o s pregadores
autor. M as o exam e d o próprio texto p erm ite c o ­ den u n cia d o s p e la carta. C erinto, se m p re segundo
nhecer com su ficie n te certeza a situ a çã o em que Irineu, ensin a va que Jesus, no seu nascim ento,
se encontravam seu s d estinatários e a s razões que era a p e n a s um hom em co m o o s outros: no b atis­
levaram o a u to r a lhes escrever. m o, o C risto celeste se teria unid o a ele, m as para
D o tom p o lêm ic o d e várias p a ssa g en s pode-se sep a ra r-se n o m om ento da P aixão ( t f. talvez IJo
ded u zir q u e a s com unidades à s q u a is a s cartas 2,22; 5,6). Todavia, outros p o n to s da doutrina a tri­
sã o d irig id a s atravessavam gra ve crise. A difusão buída a C erin to não d eixaram vestígio algum nas
de do u trin a s incom patíveis com a re v ela çã o c ris­ E pístolas jo an in as. Seja q ual f o r a validade desta
tã am ea ça va c o m p ro m eter a p u reza da f é . Q uais id en tifica çã o histórica, a c o rren te visada pelas
eram os p re g a d o res d e ste ensinam ento? São c h a ­ cartas tem p ro va velm en te certo p a re n tesco com o
m ados d e anticristos ( I J o 2,18.22; 4.3: 2Jt> 7), m ovim en to ju d a iza n te p ré-gnóstico, contra o qual,
profetas d a m entira ( I J o 4,1), m en tiro so s (2,22), aliás, j á reagiam as cartas d o c a tiveiro e a s c a r­
sedutores (2Jo 7); sã o d o m undo ( I J o 4,5) e d e i­ tas p a sto ra is, e q u e d e sem bocaria m a is tarde nos
xa m -se gu ia r pelo espírito do erro (4,6). O utrora grandes siste m a s g n ó stico s d o sécu lo II.
pertenciam à com unidade (2.19: c f. 2Jo 9): agora A fin a lid a d e d o autor, p orém , n ã o é com bater
procuram e xtra via r os crentes que perm u n ecera m esses hereges; ele se dirige d ireta m en te aos c ris­
fié is (2,26: 3,7), m in istra n d o -lh es um a doutrina tãos. Q u er p ô -lo s d e so b rea viso contra a s p reten ­
que não é a de C risto (2Jo 10). sõ es d o s g nósticos, e m o stra r-lh es que são eles,
Em que consistia seu erro? Ilu d id o s p o r um a os c ren tes, que p o r sua p ró p ria f é p o ssu em verda­
m ística d e tipo gnóstico, preten d ia m con h ecer a d e ira m en te a com unhão com D eu s ( I J o 1.3). É
D eus ( I J o 2,4), v e r a D eus (3,6: 3Jo I I ) . viver em ig u a lm en te o q u e d iz a co n clu sã o d a prim eira
com unhão com ele ( I J o 2,3), esta r na luz (2,9), a carta: "E u vos escrevi tudo isso p a ra que saibais
despeito d e um a doutrina e d e um a c onduta em que ten d e s a vida eterna, vós que tendes a f é no
fla g r a n te c o n tra d iç ã o com a re v ela çã o c ristã . nom e d o F ilho d e D e u s" (5,13). P ela m esm a ra ­
Sobretudo, tinham um a p o siçã o h erética em m a ­ zão, o a u to r repete co m o um e stribilho a fórm ula:
téria d e cristologia: recusavam ver em Jesu s o "nisto reco n h ecem o s q u e ..." ( I J o 2,3.5; 3,19.24;
M essias (2,22) e o F ilho d e D eus (4,15: 2Jo 7); 4,2.6.13; cf. 3,10; 2Jo 6.7.9; 3 J o 3.12). E le quer
rejeitcivam a E ncarnação (4,2; 2Jo 7) e "dividiam " ind ica r a ssim q u a l seja o sin a l p e lo q ual se reco­
Jesus, um a vez que separavam n ele o Jesus da nhecem os verdadeiros crentes: esses critérios são
história d o F ilho de D eus, e negavam que este a fid e lid a d e à f é c ristã ensinada desd e o com eço
tivesse vindo realm ente pela água e p e lo san g u e (p. ex. IJ o 2,22-24) e a o bservância d o s m a n d a ­
( I Jo 4.3; 5,6). Seu com portam en to m o ra l não era m entos, e specialm ente o d o a m o r fra tern o tp . ex.
m enos repreensível: p o r um a tendência j á n itid a ­ 2 J - 6 .9 - I I).
m ente g n o sticiza n te, p re ten d ia m se r isen to s de
pecado ( 1.8.10) e não se p reo cu p a va m em g u a r­ A u to r. A\- três cartas sã o , q u a se certam ente, do
dar os m a ndam entos (2.4), n o m eadam ente o do m esm o autor. C rise idêntica se reflete nas duas
am or fr a te r n o (2,9). prim e ira s e m esm o, in d ireta m en te, na terceira.
Já f a z m u ito tem po que se p ro cu ra identificar Pelo p ensam ento, vocabulário e estilo, a s três car­
concretam ente esses dou to res da m entira. P elo tas assem elliam -se d e ta l m tx lo que só dificilm en ­
testem unho d e Irineu. é contra o h erege C erinto te se p o d e a tribuí-las a a u to re s d iferentes. E is
alg u m a s d essas fó rm u la s características: "M uitos T odavia, no p la n o d o vocabulário, ê com o j u ­
sedutores (ou p ro fe ta s d a m entira) espalharam -se d a ísm o palestinense, esp e cia lm en te com a c o rre n ­
p e lo m u n d o ’’ ( I J o 4,1; 2Jo 7): "a n d a r na verd a ­ te representada p e lo s e scrito s d e Q um ran, que o
d e " (2Jo 4; 3J<> 3); "a m a r na v erdade" (2Jo I: a u to r tem m ais a fin id a d e. V ocábulos ou e x p re s­
Í J o I ; cf. I Jo 3,18): o m a n d a m en to d o a m o r não sõ es com o "a n d a r na v e r d a d e ” ( I Jo 1.6), "o e s ­
é um “m andam ento n o v o " , m as um m andam ento p írito da verda de" (4.6), “a in iq ü id a d e ” (3.4),
"q u e j á tem os desd e o p r in c ip io " ( I Jo 2,7; 2Jo co m o tam bém o co n tra ste tão fo rte m e n te a c en tu a ­
5); “ter o P ai e o F ilh o ” ( 2Jo 9) ou "ter o P ai d o entre D eus e o m u n d o (4 ,4 -6 ), a luz e as trevas
ta m b é m " ( I J o 2,23). (1,6-7; 2,9-11), a verdade e a m entira (2,21.27),
A identificação d o a u to r cria um p roblem a. A o se encontram ig ualm ente na R egra d e Q um ran. O
contrário de P aulo, em p a rte a lg u m a ele indica dualism o jix in in o não é m etafísico e cósm ico, com o
seu nom e. Em 2Jo I e 3 J o I, ele se designa com o n o gnosticism o , e sim m o ra l e escatológico: p o is
“o A n c iã o ": este título não indica o ch efe hierár­ reside no co ra çã o d o h o m em , p o r certo fr a c o e
qu ico d e um a com u n id a d e, m as, segundo o c o stu ­ p eca d o r, m as c apaz d e co n ve rsã o e. portanto, de
m e d a s Igrejas d a A sia (P ápias, Irineu), alg u ém união com D eus. P ela im portância acentuada a tri­
que tivesse p ertencido a o gru p o d o s discíp u lo s do buída a o co nhecim ento, a s ca rta s situam -se na
Sen h o r ou que p e lo m en o s os tivesse conhecido. corrente d o ju d a ísm o a p o c a líp tic o e sapiencial,
E ra, pois, alguém que g o za v a d e auto rid a d e c o n ­ que se interessava p a rticu la rm en te pela revela ­
s id e r á v e l, e n q u a n to te s te m u n h a d o in íc io da ç ã o d o s m istérios. M as e ssa s fó rm u la s, vindas do
tradição apostólica. P o r o u tro lado. o a u to r a p re ­ ju d a ísm o , sã o se m p re reinterpretadas p e lo a u to r
senta a si m esm o co m o testem unha o c u la r da vida d e m o d o pessoal, em fu n ç ã o da cristologia.
d e Jesu s ( I Jo 1,1-3; 4 ,1 4 ). E sta s d ive rsa s in d ic a ­ O utra influência, e esta p rep o n d e ra n te , f o i p a r ­
çõ es explicam a o p in iã o tradicional, q u e reco n h e­ ticularm ente evidenciada p e lo s estudos recentes.
c e n este a u to r o a p ó sto lo Jo ã o . Q uanto à p rim e i­ É a da tradição c ristã p rim itiva , sobretudo a d a
ra carta, de fa to , o s testem unhos antigos são unâni­ cateq u ese batism al. J o ã o rem ete insistentem ente
m es em atrihuir-lha. N ã o aco n tece o m esm o com seu s leitores a "o q u e e les ouviram ” ( I Jo 1 ,1 3 .5 ;
as d uas cartas m enores, p re c isa m en te p o r causa 2,7.IH .24; 3 ,1 1: 4,3: 2Jo 6), m uitas vezes com um a
d o título “o A n ciã o ": nos sé c u lo s III e IV, alguns referência explicita a o "c o m eç o ", isto é, à p re g a ­
a m bientes viam n este a u to r um certo “João, o ção cristã in icial ( I J o 1,1; 2.7.13.14.24; 3 .1 1; 2Jo
P re sb íte ro " (o que, d e fa to , tra d u z o A ncião), 5 .6 ). E le espera d o s cristãos que confessem seus
distinto d o apóstolo Jo ã o . M as a a n tig a tradição p eca d o s ( I J o 1.9) e co n vid a -o s a p ro fe ssa r sua f é
d e É feso conhecia a p e n a s um J oão, o discípulo d o em Jesus, o F ilho d e D e u s vindo na carne ( I Jo
Senhor. 2 ,2 .3 ; 4 ,2 .1 5 ; 2Jo 7): e ste s sã o a in d a tem a s
ba tism a is. E ntretanto, to d o s esses tem as, ju d e u s
P a n o d e fu n d o lite r á rio e d o u tr in a i. À p rim eira ou cristãos, sã o retom ados e atualizados p elo autor
vista, a influência d o A T so b re a s cartas reduz-se para de sc rev e r a situ a çã o presente dos crentes,
a p o u c a coisa, p o is n eta s J o ã o f a z um a única n o c onflito que os o p õ e a o m undo.
a lu sã o direta a um texto da L ei (cf. IJ o 3,12).
E ntretanto, não fa lta m a s expressões bíblicas: "fiel A p r im e ir a e p ís to la . O g ên ero literário d esta
e ju s to " ( I J o 1,9), " c o n h ec er a D e u s " (2,3.4.14 epístola é difícil d e d efin ir. C om o é desprovida de
etc.), "vitim a d e e x p ia ç ã o ” (3,2; 4,10). “um p e c a ­ endereço (d estinatários) e d e conclusão, e n ã o f a z
d o que conduz à m o rte " (5 ,1 6 ) etc. M as a p re se n ­ m enção a nom e a lg u m , é d ifíc il considerá-la com o
ça d o A T na carta m a io r deve se r p ro c u ra d a s o ­ um a sim ples carta, se q u e r co m o carta dirigida a
bretudo no tem a c e n tra l q u e d e sen vo lve, o da um a com unidade lo ca l (com o é a m aioria d as c a r ­
c o m unhão com D eus e d o "c o n h e c im e n to " de tas de P aulo). E ntretanto, o a u to r cham a seu s le i­
D eus: segundo m ais de um a p a ssa g em , “c o n h e ­ tores d e “m eus filh in h o s " (cf. 2,1, nota), recorda-
c e r a D e u s" parece id en tifica r-se com o co n h eci­ lhes m u ita s vezes a f é c o m u m e o s exorta a lhe
m en to d e D eus que J erem ia s a presentava com o p e rm a n e ce r fié is : e xercia , portanto, sobre eles,
sin a l distin tivo d a nova A lia n ça (cf. a s notas so ­ um a auto rid a d e religiosa. A carta pa rece ter sid o
b re IJ o 2 J . 13.20.27; 3,9; 5 ,20.21). dirig id a a um gru p o d e Igrejas a m eaçadas p e la
m esm a heresia. T rata-se p ro va velm en te d e Ig re­ à sua fo n te últim a: o am or, considerado a té
ja s d a província da A sia , co m o refere a ntiga tra ­ ago ra so b o a sp e c to p arenético (2 ,3 -1 1 ) e
d ição. O escrito que J o ã o lhes envia é um a e sp é ­ cristológico (3,11-24), é fo ca liza d o desta vez
cie d e carta pa sto ra l destin a d a a su sten tá -la s e no seu a sp ecto p ro p ria m en te divino (cf. 4,7-
ilum iná-las 110 com bate p e la fé . 9.16): a f é , d escrita n o s dois prim eiros ciclos
A respeito d a estrutura da epístola, as o piniões com o um co m p o rta m en to eclesial, a profissão
são divididas. O pro b lem a se com plica p e lo fa to d e f é (cf. 2,22-25; 3,23; 4,2-6), é apresentada
de que nela se e ncontram pou ca s p a rtícu la s de a gora com o um a realidade teologal, a f é no
ligação. M as um fe n ô m e n o revelador p erm ite d is ­ (nom e do) F ilho d e D eus (5,5.10; cf. 5,13):
cern ir um plano: é o f a to de que o a u to r volta 1. (A renúnciu a o p e ca d o é om itida neste fin a I
várias vezes aos m esm os tem as, sem pre na m esm a da carta).
ordem . O p en sa m en to se d esen vo lve seg u in d o um 2. O a m o r vem d e D eus e se enraiza na f é (4,
m ovim ento em espiral, em torno d e um tem a c e n ­ 7-21).
tral, a nossa c o m unhão co m D eus. E ncontram o-lo 3. A f é no Filho de Deus, raiz da caridade (5,1-12).
claram ente e n unciado n o p ró lo g o ( I J ) e e xp res­ E pílogo (5.13-21)
so em term os e quivalentes n o versículo de c o n c lu ­
são (5,13). O au to r q u e r c o m u n ica r a o s cristãos A a n á lise da e pístola perm itiria, conform e c e r ­
uniu certeza: eles, o s crentes, possuem a vida e te r­ tos críticos, d isc ern ir em su a redação várias c a ­
na. M ostra-lhes, em con fro n to com os hereges, m adas literárias. A lg u n s pro cu ra m m esnto s e p a ­
em q u e condiçõ es eles ob têm esta vida, e com que ra r um texto p rim itiv o , d e proven iên cia gnostici-
critérios p o d e ser reco n h ecid a . Toda a epístola é zante ou qum ranianu, desen vo lvim en to s p arené-
um a descrição d e sses crité rio s e dessas condições ticos acrescen ta d o s p e lo autor. M as a d iversidade
da vida cristã a utêntica, num a série p rogressiva d o s estilos não é p ro v a d a p lu ra lid a d e das fo n te s.
de quadros paralelos: O c a rá ter m ais d o u trin a i d e um a ou outra p a ssa ­
gem explica-se m u ito bem pela influência da c a ­
Prólogo (1,1-4): e n u n cia d o d o tem a fu n d a m e n ta l tequese b atism al. E u p ró p ria regularidade da
I. Prim eira exposição dos crite'rios de nossa c o ­ estrutura da epístola ê um indício a fa v o r d e sua
m unhão com D eus (1 ,5 -2 ,2 8 ) unidade literária.
A c o m u n h ã o é a q u i c o n s id e r a d a c o m o U m a passagem , p orém , que outrora deu lu g a r a
pa rticipaçã o na luz de D eus. C ritérios desta um a fa m o sa c o ntrovérsia, certam ente não é a u ­
com unhão: têntica. Trata-se d e um inciso em 5,6-8, cham ado
1. A n d a r na luz, libertos d o p e ca d o ( 1,5 -2 ,2 ). "com /na jo h u n n e u m ” (os vocábulos p o sto s entre
2. O bservar o m and a m en to d o a m o r ( 2 , 3 - 1 1). p a rên teses): “Três sã o os que d ã o testem unho (no
3. A f é d o s c r e n te s , p e r a n te o in u n d o e os céu: o P ai, o Verbo e o E spírito Santo, e esses são
anticristos (2,12-28). três um : e são três o s que d ã o testem unho na
II. S egunda exposição dos crite'rios de nossa c o ­ terra): o E spirito, a ágttu e o sangue, e esses três
m unhão com D eus (2 ,2 9 -4 ,6 ) convergem num m esm o teste m u n h o ”. E ste texto,
D esta fe ita , a c o m unhão com D eus é descrita reproduzido nu V ulgata sixto-clem entina, fa lta em
em term os d e filia ç ã o . C ritério s que perm item todos os m a nuscritos g re g o s anteriores ao século
reconhecer os filh o s d e D eus: X V , nas a n tigas versões e nos m elhores m a n u scri­
1. P raticar a ju stiç a e não p e c a r (2 ,2 9 -3 ,1 0 ). tos da V ulgata. P rovavelm ente não é m ais d o que
2. P raticar a caridade, a exem plo d o F ilho d e um a glosu m a rg in a l introiluzida no texto, no d e ­
D eus (3,11-24). cu rso d e sua transm issão no O cidente.
3. O discernim ento d os espíritos, pela f é em Jesus
C risto (4,1-6). As d u a s e p ísto la s m e n o re s. /4 diferença d e IJo,
III. T erceira exposição dos crite'rios e condições estes dois p eq u en o s escritos têm todas as ca ra c­
da nossa c o m unhão com D eus (4 ,7 -5 ,1 2 ). terísticas d e verdadeiras epístolas.
O critério negativo, a renúncia a o p ecado, A seg u n d a é dirigida “à Senhora eleita e a seus
não é m ais m encionado. P ara o s d o is c rité ­ filh o s " , título d ado p e lo A ncião a uma das Ig reja s
rios positivos, o a m o r e a f é , o au to r rem onta d a Á sia que d e le dependem , aliás não-identifica-
A liança en tre D e u s e o s hom ens, anunciada p e ­ m ística, ela s nos propõem tam bém um a escatolo-
los p ro fe ta s p a ra os tem pos (Ia sa lv a çã o . E sta gia . C om efeito, não pode de ix a r d e im p re ssio ­
A lia n ça é nova. a n tes de tudo pela revelação tra ­ n a r-nos a im portância que nelas se dá à p e rsp e c ­
zid a p o r Jesu s C risto — a revelação d o a m o r d o tiva d o fim dos tem pos. É “a ú ltim a h o ra ", diz
P a i — , m a s ta m b ém p e la in te rio riza ç ã o d esta Jo ã o . N ós, cristãos, esta m o s num a situ a çã o d e
verdade sob a a çã o d o E spírito. A f é e o a m o r oposição a o m undo; m a s sa b em o s que este m u n ­
tornam -se assim a nova lei d os d iscíp u lo s d e C ris­ d o p a ssa ; eis p o r que som os convidados a f ir m a r
to. P ara fa z e r com que esta revelação pro d u za em J esu s toda a nossa esperança: q u a n d o ele
ain d a m elhor to d o s o s seu s fru to s. J o ã o a centua aparecer, en tã o o verem os tal com o é.
a necessidade d e um a tradição que s e refira sem A atu a lid a d e desta m ensagem para o nosso tem ­
cessar à s sitas origens; e tam bém in siste na im ­ p o e p ura todo s os tem pos é evidente. H oje com o
portância do d iscern im en to dos e sp írito s, d a “un- em outras épocas, a f é está em crise. Os cristãos
ç ã o " interior (khrism a) e d a experiência d e f é dos querem sa b e r onde está a verdade d a f é , p ro c u ­
crentes; são o u tro s tantos po n to s d e doutrin a que, ram critério s p ara reco n h ecer o E spírito d e D eus.
m a is tarde, se rã o repisados e am p la m en te d e se n ­ A e sses c ren tes, na p o sse do c o n h ecim en to da
volvidos na teologia, na espiritualidade e na m ís­ verdade, S. João p e d e sim plesm ente q u e p e rm a ­
tica cristãs. neçam fir m e s na doutrin a de Jesus C risto. E que
Se estas cartas co n têm um ensinam ento so h re a sejam , p o r sua vida d e am or, testem unhas d e sua
com unhão com D eus, um a m oral e um a teologia f é no F ilho d e D eus.
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO
-• IVólogo o Pai
2.13-14: 1o que era desde o princípio*. e com seu Filho Jesus C risto'.
Jo l.l
o que ouvim os. 4 E isto vos escrevem os
Jo i.i4; o que vimos com nossos olhos, p ara que nossa alegria* seja com pleta. 2J° 12
2025 o que contemplamos
e nossas m ãos tocaram 11 Andar na luz, libertos do pccado
do V erbo da v id a', * E is a m ensagem que ouvim os dele wi
jo l i * 1 — pois a vida se m anifestou. e que vos d esvendam os11:
I 1.25-26
e nos vim os D eus é luz1,
4,i4 e dam os testem unho e de trevas, nele não há vestígio algum .
2.25 e vos anunciam os a vida cternad 6 Se dissermos*: "E stam os em com unhão
que estava voltada para o Pai' com e le ” ,
e se m anifestou a nós — , a o passo que andam os nas trevas,
•’ o que vimos e ouvimos m entim os 2.4
a í 4.2<> nós vo-lo anunciamos. tambc'm a vós, e não praticam os a verdade*. jo 3.21
para que vós tambe'm cstejais em co­ 7 M as se andam os na luz Ef 5.x
munhão conosco. com o tam be'm ele está na luz,
io 17.20-21: E nossa comunhão e' comunhão com estam os em com unhão uns com outros1.
te o r i .9

a. Seja o princípio que remonta a uma época anterior à histó­ ciar. Freqüentemente empregado pelos profetas e na literatura
ria humana, como no prólogo do Evangelho (cf. Jo 1,1 nota), apocalíptica, este verbo significa ali ao mesmo tempo proclamar
designando o v. 1 neste caso a Cristo; seja o começo da prega­ e revelar (Is 40,21; 42.9), ou dar a conhecer a interpretação de
ção do Evangelho, e neste caso o v. remete os leitores à mensa­ (Dn 2.24.7; 5.12.15). Em nosso versículo, unuggellein esposa
gem ctfistã original (cf. 2,7 nota). ambas as idéias dc revelação e proclamação expressas no prólo­
b. Ut. apalparam. O autor insiste de caso pensado na plena go (vv. 2-3). Os cristãos, por certo, não precisam de que se lhes
humanidade de Jesus Cristo, implícita ou explicitamente negada revele o Evangelho; mas sempre correm o risco de esquecer suas
na lentàtiva de interpretação filosófica e gnosticizante do cristia­ exigências. Por isso o autor lhes diz. não sem audácia; esta
nismo. que punha em risco a fé dos cristãos (cf. Introdução). Ele mensagem bem conhecida, temos de vo-la revelar como um
afirma também que seu testemunho é autêntico, porquanto fun­ mistério sempre novo.
dado na visão e na audição de Jesus pelas primeiras testemu­ L A imagem da luz. pela qual Jesus se designa no quarto
nhas. Cf. 4.14. evangelho como portador da verdade (cf. Jo 8,12). aplica-se aqui
c. LU. a respeito do Verbo da Vida; a linguagem joanina deixa a Deus. fonte da revelação e por isso mesmo dc toda a santidade
às vezeii subsistir certas imprecisões. Logos traduzido por Verbo cristã. Falar de luz a propósito da divindade era um lugar-co­
designa-Jesus Cristo, como no prólogo do Evangelho. Alguns mum do pensamento religioso ambiente. Mas. enquanto o mis­
traduzem; palavra (mensagem) de vida. Neste caso. não 6 logos. ticismo pagão sonhava aproximar-se do reino da iuz pela ilumi­
mas vida que se aplica diretamente a Cristo (cf. o v. seguinte). nação interior, o êxtase ou a iniciação ritual. Jo vai deduzir do
d. A \ida eterna, isto é. a própria vida de Deus. Esta vida nos fato de Deus ser isento dc trevas a necessidade para o cristão de
f dada n* pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus (5.11; cf. 4.9). andar também ele na luz. Cf. Lv. 19.2; Sede santos porque eu,
jot intermédio da proclamação do Evangelho. Nós a recebemos o Senhor vosso Deus. sou santo.
>cla fé em seu nome (5,13; cf. 3,23; Jo 3.16). j. Cada uma dessas fórmulas introduzidas por Se dissermos...
e. Lit. que estava para o Pai. Cf. Jo 1,2. (v. 6.8.10) exprime, ao que parece, as afirmações dos adversá­
f. A linha de continuidade é sem falhas, unindo numa mesma rios visados na cana, e cuja doutrina, tingida de gnosticismo. é
omunhào de amor e de verdade, de um lado. Jesus Cristo a seu denunciada como ilusão.
•ai. e, de outro, a suas primeiras testemunhas, estas aos mem- k. No AT e no judaísmo, fazer a verdade designava o compor­
ros da Igreja, e os cristãos mutuamente entre si (v. 7). tamento moral conforme à lei. Aqui a expressão guarda este
g. Alguns mss. trazem: vossa alegria, o que coincidiria com o caráter concreto e existencial. Entretanto, Jo reinterpreta a fór­
snsamcrtto de Jo 15.11. Mas se o Evangelho gera a alegria dos mula, aplicando-a à conversão e à gênese da fé. Para ele. a
ue o acdlhem, dela são repletos primeiro, e com maior razão. verdade é a palavra de Deus (cf. vv. 8.10) proclamada por Jesus
i seus mensageiros. Cf. 2Jo 12. Cristo e que penetra o crente para transformar sua vida. No
Observe-se a atmosfera de plenitude e alegria que caracteriza evangelho (Jo 3.21). a fórmula fazer a verdade descreve a cami­
primeiros vv. da carta. O prólogo do quano evangelho via nhada rumo à fé; aqui. ela designa a conversão sempre renova­
sus Cristo entrar no mundo e nele esbarrar com uma rejeição; da. que se exprime na confissão dos pecados (cf. vv. 8-10).
ui vemo-lo recebido pelos seus. que o glorificam. I. Ter-se-ia esperado antes; em comunhão com ele. Mas para
h. Parece que seja esta (aqui e em Jo 4.25; 16.13-15) a melhor João. precisamente, nào há comunhão com Deus sem comunhão
dução do verbo anaggellein. normalmente traduzido por anun­ com nossos irmãos.
c o n o sc o teriam perm anecido. 17 Quanto a vós. a unção que dele recebestes
iror ii.i 9 M as era preciso que se m anifestasse perm anece em vós.
q u e eles todos não são nossos. e não p re c isa is d c q u e algue'm vos iibx.n
2,1 Q u a n to a vós, ensine*.
tendes um a unção" que vem d o Santo. m as co m o a sua unção vos ensina a 2.20
2 Cor i.2 i e todos vós sabcisp. respeito d e tudo1,
2 Pd i.i 2 : 21 N ão vos escrevi que não sabeis — e ela é verídica e não m ente — .
, J 1! , 5 a verdade, ja' que ela vos ensin o u ,
Jo 8,32:
2j 0 i m as que a sabeis. vós perm ancceis1* nele.
jo x.44 e que nenhum resquício d e m entira “ A gora, pois, íilhinhos, perm anecei nele.
procede d a verdade. A fim dc que, quando este se m anifestar, 3.2
“ Q uem é m entiroso, tenham os plena co n fian ça 4.17

4.3: 2Jo 7 senão o que nega e não sejam os c o b erto s de vergonha, fi 1 .20 -2 1 :
que Jesus e' o Cristo'1? longe d ele. lx 1, 27
E is o anticristo, na sua vinda.
o que nega o Pai e o Filho.
mi 10.33: T odo o que nega o Filho P r a tic a r a j u s t iç a c n ã o p c c a r
Jo 5.23: ,, .
2j 0 7 tam pouco tem o Pai; N Ja' que sab eis que ele é justo,
4.2.15 quem confessa o Filho re co n h e ce i q u e to d o o que tam bém 3-71H
2Jo 9 tem tam bém o Pai. pratica a ju stiç a nasceu dele. 4 _7 : 5 .1

24 Q uanto a vós, perm aneça em vós a m en­ o 1 V ede q u e gran d e am or nos outor-
sagem que ouvistes desde o princípio'. gou o P ai,
2.27; Se em vós perm anecer que sejam os ch am ad o s filhos dc D eus; Jo 1 ,12
Jo I5.7 K) a m c n s a g c r n qUe ouvistes desde o prin­ e nos o som os! km «.16:
cíp io . E is por que o inundo não pode conhe-
3.24 tam bc'm vós perm anecereis no Filho e cer-nos:
no Pai; ele não descobriu a D e u s'. J° i m :
25 e esta e' a prom essa que ele m esm o nos 2 C aríssim os, icil 1.2 1

fez: desde agora som os filhos de D eus.


a vida eterna. m as o que serem os ainda não se m ani­
26 E is o que fiz questão dc escrever-vos festou. 2-2K
a respeito daqueles que procuram d e ­ Sabem os q u e , quando ele ap arecer” . ^ _
sencam inhar-vos. serem os sem elhantes a ele*, ci 3.4
Jo 17.24:
________________________________________________ Ap 22.4
o. Lit. óleo de unção (gr. khrisma. cf. também 2.27). Com esta s. Aqui tambem Jo parece inspirar-se em Jr 31.34: Não terão
imagem. Jo designa a palavra de Deus (cf. v. 24 nota) recebida mais de instruir-se uns aos outros.
do Santo, isto é. dc Cristo (Jo 6.69). c que penetra no homem t. O ensinamento ministrado na Igreja (cf. v. 24 nota) não é
sob a ação do Espírito. É exatamente a tarefa atribuída ao Espi­ declarado iniitil. Jo quer dizer que. para os cristãos, a verdadeira
rito Santo nos discursos de despedida: fazer com que os crentes fonte do conhecimento 6 a mensagem ouvida desde o princípio
peneirem nas palavras de Jesus, na verdade plena (Jo 14.26: e assimilada sob a ação do Espírito,
16.13). Segundo outra interpretação, a unção designaria direta­ u. Outra tradução possível: permanecei.
mente o Espírito Sanio. v. Lit. não nos conhece, ftorque não o conheceu. O verbo
p. I. e\ conheceis a verdade (cf. v. seguinte e 2Pd l .12). Aqui. conhecer, duas vezes empregado, não está no perfeito (como em
como mais acima (cf. 2.13 nota), talvez se faça sentir a influên­ 2 .3-4.13- 14; 3.6). mas primeiro no presente, depois no aoristo
cia de Jr 31.34, sobre a universalidade do conhecimento entre os (cf. ainda 4.7-8 e a nota a 4.7; Jo 17.25). para melhor marcar o
membros do povo dc Deus. no tempo da nova Aliança: "Todos aspecto incoativo do conhecimento. O mundo, incapaz de des­
eles me conhecerão..." (mesmo verbo grego em Jo e em Jere­ cobrir. cm Deus. o Pai que em seu Filho nos reveia seu amor
mias: eidénai). Outros mss. trazem: conheceis ttuio. (4.8-9; cf. Jo 163: 17.25). tampouco pode conhecer os cristãos
q. A heresia visada nào negava, como faziam os judeus, a na sua condição de filhos de Deus.
dignidade messiânica do homem Jesus, mas queria separar o w. Outra tradução possível, embora menos provável em vista
Cristo celeste deste ser tido como humano demais que se chama­ do contexto (cf. 2.28): quando isto (nossa condição de filhos dc
va Jesus dc Nazaré. Deus) se tornar manifesto.
r. Lit. o que ouvistes desde o começo: evocação da catequese x. João distingue duas etapas na condição filial dos crentes: (
batismal (cf. 2.7.13: 3.11; 43; 2Jo 6). estágio inicial, realizado desde o começo da vida cristã (Jo 1.12
rão cham adas ao julgam ento"1. " S e , pois, nosso irm ão e am ig o , vos escreveu c o n ­
tudo isso devera' se r d isso lv id o , que ho­ so a n te a sa b e d o ria q u e lhe foi d a d a .
m ens dcvcis ser! Q ue santidade de vida! “ A liás, é outrossim o que diz em todas
Q ue respeito para com D eus! ,2V ós que as suas cartas, em q u e trata destes assun­
esperais e apressais a vinda d o d ia dc tos: nelas se encontram passagens d ifí­
D eus, dia em que os ce'us inflam ados se ceis, cujo sentido pessoas ignorantes e
d isso lv erão , e o s elem entos ab rasad o s se sem form ação d etu rp am , com o tam bem
derreterão! ,3D e acordo com sua prom es- fazem com as d em ais E scrituras0, para a
k 65.17: sa, nós esperam os novos céus e um a nova própria perdição. ,7P ois bem , m eus am i­
ApJIJ terra ", nos quais habitará a ju stiç a . g o s, eis-vos avisados: ficai alerta, não vos
d eixeis arrastar pelos ím pios que se d e s­
E x o rta ç ã o à v ig ilâ n c ia . l4P or isso, m eus garram e não d e ix e is que vos arranquem
am igos, nesta ex p ectativ a, esfo rçai-v o s da vossa segurança! '"M as, crescei na
para que ele vos encontre em p az. puros graça e no co n h ec im e n to de nosso S e­
jj 24 e irrepreensíveis. I5E con v en cei-v o s de nhor e S alvador Je su s C risto. A ele seja jd 25
*m 2.4: que a longa paciência do S enhor e' a vossa dada a glória d e sd e agora e ate' o dia da
Ap2.2i sa |v a ç ã o ! É n este se n tid o q u e P a u lo , eternidade. A m ém .

m. Literalmente: serão encontradas, quer dizer, elas se torna- o. Alusão ao conjunto dos textos bíblicos canônicos do qual as
rão manifestas, diame do julgamento de Deus. A maioria dos epístolas de Paulo parecem já fazer parte por ocasião da compo­
tradutores adota aqui outra leitura: serão consumidos, sição de 2Pd.
n. Cf. Is 65.17; 66.22.
já que o verem os, tal co m o c'! . todo o que não pratica a ju stiç a não e'
3 T odo o que nele põe esta esperança de D eu s, 2W
2.6: icor 7.i torna-se puro com o ele é puro. nem aquele que não am a o seu irm ão'.
4 T odo o que com ete o pecado
tam bc'm com ete a iniqüidade; Praticar a caridade, a exemplo do Fi­
pois o pecado e' a iniqüidade'. lho dc Deus.
5 M as sabeis que ele m anifestou-se 11 Pois tal c a m ensagem que ouvistes 2.7
Jo i.w: para tirar os pecados. desde o princípio:
ipü 2 225-24 e n c 'c n®° pecado. que nos am em os uns aos outros. -UJ;
Jo 13.34
joM6: ‘ T odo o que perm anece nele 12 Não c o m o C aim :
9r^&Í4. n3° 1*“ maisV sendo d o M aligno, m atou seu irm ão.
i7-ix T o d o aquele que peca não o vc nem o E por q u e o degolou?
conhece. Suas o b ras eram m ás,
7 F ilhinhos, ao passo que as do irm ão eram ju sta s '. Hb 11.14
que ningue'm vos desencam inhe. Não vos a dm ireis, irm ãos.
2.29: 3.K1 Q uem pratica a ju stiç a é ju sto se o mundo vos odeia. u 6.22:
com o ele e' justo, 14 Q uanto a n ó s. sabem os que passam os ,0 l5 IR I'>
jo Í34.44 * Q uem com ete o pecado e' do d iab o , da m orte para a vida, jo 5.24
pois o diabo e' pecador desd e o princí­ porque am am os nossos irm ãos.
pio. Q uem não am a perm anece na m orte.
E is por que apareceu o Filho de D eus: 15T o d o aquele que odeia seu irm ão é um mi 5.21-22
Gn 3.15: para d estru ir as obras do diab o h. assassino*.
M< i,24: ’ T o d o o que e' nascido de D eus E. co m o sabeis, nenhum assassino tem Jo x.44
Jo .12,31:
i6.li: não com ete m ais o pecado, a vida eterna
Ap 12 *1 0 .12 porque sua sem en te' perm anece nele; perm anecendo nele.
e não pode m ais pecar, “ N isto é que d o ravante c onhecem os o 4.16
porque nasceu de D eusd. am or:
‘"N isto se m anifestam os filhos dc D eus ele, [Jesus], deu a vida por nósh: e ís j
e os filhos do diabo: tambe'm nós devem os d a r a nossa vida Jo 15.13

S.S: cf. 2Cor 3.18). c sua realizaçfio csculològicu. n;i perfeita d. Estas declarações tão incisivas nào contradizem a exortação
semelhança com o Filho de Deus (cf. Cl 33-4). de 1.8-10 a reconhecer-se pecador. Ali. Jo levava em conta.com
y. Provavelmente a conjunção já que nào sc liga a seremos realismo, a experiência cotidiana. Aqui. ele descreve a condição
semelhantes a ele. mas a sabemos (cf. 3.14.20: 4.13): a certeza fundamental do cristão, tal como resulta da obra dc Deus. rea­
que já lemos de um dia ver o Filho de Deus em sua glória dá- lizada por seu Filho. No AT a força para triunfar do pecado
-nos a segurança de que seremos, então, plenamente semelhan­ vinha da lei. da palavra de Deus interiorizada no coração dos
tes a ele. Nào se (rata pois diretamente de uma visão transfor- justos (Sl 37.31; 119.11: Sr 24.22-23); e os profetas viam nesta
mante. como no helenismo. purificação do homem pela lei interior a característica essencial
z. Este vocábulo, como adikiu (cf. 1.9 nota), é tomado aqui no dos tempos messiânicos (Jr 3133-34: Ez 36.27-28). Em sua
sentido escatológico que tem o mais das vezes no judaísmo primeira carta. Jo repete e atualiza este tema escatológico e o
[Testamentos dos X ll Patriarcas, textos dc Qumran) e no NT liga à fé cm Jesus Cristo: o crente, segundo a fórmula de Agos­
(Mt 7.23; 13.41; 24.12; 2 Ts 23.7). O pecado contra o qual Jo tinho. torna-se impecável, “na medida em que permanece neie
previne aqui os crentes é o dos anticristos. a incredulidade, na (no Cristo)". Cf. 5,18 nota.
qual ja sc manifesta a iniqüidade do mundo, submetido ao im­ e. Cf. 5.1-2 e notas.
pério do diabo (3.8.10; 5.19). f. Única alusão direta feita pela carta ao AT (cf. Gn 4,1-8). O
a. Cf. v. 9 nota. autor, no começo desta seção sobre o amor. recorda a história do
b. Cf. v. 4 nota. primeiro assassínio, pant ilustrar com esse protótipo a oposição
c. Para muitos autores, a semente deve designar o Espírito entre as trevas e a luz (cf. 2.8-10 e as notas), entre o mundo mau
Santo, agente da nova criação; outros, como Agostinho e Lutero. e os crentes, entre o ódio homicida e o amor fraterno (3.13-15):
a interpretam como a palavra de Deus. exegese mais conforme o homem é arrastado pelo poder a que se entregou.
ao uso judeu e cristão desta metáfora (cf. 8.12: IPd 1.23-25). g. Cf. 2.9 nota.
Sinônimo do óleo da unção (2.20.27). a semente que permanece h. I.ii. depôs sua alma por nós (cf. Jo 10.11.15.17.18). Com
em nós designa porlanto a palavra dc Deus (2.14). o ensinamen­ esta fórmula singular. Jo quer indicar que Jesus deu sua vida
to ouvido desde o princípio (2.24). ou a verdade crista (2Jo 2). voluntariamente, com total liberdade.-Jesus: acrescentado para
princípio interior dc santificação (cf. 2.20 nota). a clareza; cf. 2.6 nola.
p or nossos irm ãos. E nisto conhecem os que ele perm an e­
17 Se alguém possui os bens deste m undo, ce em nós.
Dt 15.7 c vc seu irm ão passar necessidade graças ao E spírito" que nos outorgou. 4.13:
Rm «.9
Tg 2.15-16; e se fecha a toda com paixão,
U KU3
c o m o p e rm a n ec e ria nele o a m o r de a O discernimento dos espíritos pela
D eus? fc cm Jesus Cristo
'"F ilh in h o s, 1 C aríssim os, l)t 13.2-6;
Jr 23.21-22;
não am em o s com palavras nem com a não deis crédito a q u alq u er esp írito , 2S.S-9;
língua, m as exam inai os espíritos, Mi 7.15-20:
Jo H.42-47;
Tg 2.14-17: m as com obras e em verdade1; para ver se são de D eus; Ef 5.X-10;
Gl 5.6 Cl 2.X
,v n isto re co n h e ce rem o s q u e som os da pois m uitos profetas da m entira e sp a ­ 2Jo 7:
verdade lharam -se pelo m undo. Mf 24.4-5.24;
2Pd 2.1
1Pd 4.8: c diante d ele tranqüilizarem os* nosso 2 N isto rcco n h eceis o E spírito dc D eus:
Pr 10.12 ICor 12.3;
co ração , todo o espírito que confessa Jesus C ris­
ITm 6.
Lc IK.I3 “ porque, se nosso coração nos acusar. to vindo na carne é de Deus; 12-13.20-21:
2Tm 1.13-14
D eus é m aior que nosso coração e per­ •’ e todo o e sp írito que divide" Jesus
IRs M 9; cebe todas as c o isask. não é dc D eus;
Si 7.10;
Al 15.K 21 C aríssim o s, c' o esp írito d o anticristo , 2.IK.22-23
se nosso coração não nos acusar, do qual o u v istes d ize r que vira', Al 20,29:
2Ts 2,7
5.14: podem os d irigir-nos a D eus com c o n ­ e agora ja' esta' no m undo.
Hb 4.16
fiança; 4 V ós, filhinhos, que sois de D eus,
Jr 29,12-13: 22 e tudo o que pedirm os, obterem os dele, sois vencedores desses profetasp, 5.5
Ml 7.7-K; Ap 2.7.11.26;
Jo 15,7 porque g uardam os seus m andam entos porque o que esta' no m eio de vós 3.5.12.21:
17.14:
e fazem os o que lhe apraz1. é m aior que aquele que está no m undo. Jd 6
“ O ra , o seu m andam ento é este: 5 Q uanto a e le s, são d o m undo; Ml 12,29
Jo 15.IX-I9:
Jo 6.29: aderir com fé a seu F ilho, Jesus C risto1", p or isso falam a linguagem d o m undo 17.14
Rm 10,14
4.21; e am ar-nos uns aos outros, e o m undo os escuta.
Jo 13.34; Jo IK.37
15.12: segundo o m andam ento que nos deu. ‘ N ós, porém , som os de D eus.
ITs 4.9; 24 A quele que guarda seus m andam entos Q u e m se a b re a o c o n h e c im e n to de
IPd 1.22
2.24: perm anece cm D eus e D eus nele. D eus1* nos e sc u ta '.
Jo 14.23

i. lista fórmuta indica dois aspectos essenciais do amor: para n. Como crer no v. precedente, o vocábulo Espírito é aqui
ser autêntico, deve traduzir-se em atos concretos; mas só será mencionado pela primeira vez. Jo não faz alusão aos dons
verdadeiramente cristão, se prolongar nas vidas o amor de Deus carismáticos, nem mesmo, diretamente, pelo que parece, à expe­
manifestado em Jesus Cristo (v. 16). Tal amor é portanto a pró­ riência pessoal do Espírito em nós (cf. Rm 8.16). Ele pensa
pria expressão da fé, da verdade no homem (cf. 2Jo 1-2). Amar antes no Espírito que suscita nossa confissão dc fe e nosso amor
assim e' ser da verdade (v. 19; cf. Jo 1837). fraterno (v. 23). e nos permite reconhecer que estamos em co­
j. O verbo traduzido por tranqüilizar significa ordinariamente munhão com Deus.
convencer: o contexto parccc impor o sentido aqui adotado. o. Embora a maioria das testemunhas do texto tragam todo es­
k. Nào há razão para manter a interpretação de bom numero pírito que não confessa Jesus Cristo (vindo na carne), a leitura
de antigos, aceita por Calvino. segundo a qual este v. descreve­ adotada (todo espírito que divide Jesus) parece mais primitiva.
ria a severidade do soberano Juiz. o qual. melhor do que nós. A heresia aqui condenada consiste em dissociar o Cristo, ser
conhece nossos pecados: como poderia tal certeza tranqüilizar o celeste e glorioso, do homem Jesus, que viveu e morreu entre
nosso coração? Com Lutero e quase todos os modernos, c pre­ nós: era praticamente negar u encarnação (cf. Introdução e 2.22
ciso antes dizer que Deus é maior que nosso coração por sua nota).
misericórdia (cf. Lc 1.49-50): se praticarmos verdadeiramente a p. Alusão à vitória dos crentcs sobre os anticristos: tendo sabido
caridade. Deus. malgrado nossos pecados, saberá discerni-la em resistir às seduções mentirosas destes, eles tinham permanecido
nosso coração (Jo 21.17). Cf. IPd 4.8: O amor cohre (aos olhos firmes na verdade (cf. 2.13-14.18-21). Descrevendo esta oposi­
dc Deus) uma multidão de pecados. ção como um estado presente. Jo sublinha seu caráter escatológico
I. Cf. 5.15 c a nota. (Ap 17,14; cf. 2.7.11.26 etc.); com Cristo (Jo 16.33). os crentes
m. Lit. que acreditemos no nome de seu Fillut, Jesus Cristo. Pe­ já sào vencedores, graças à palavra de Deus que está neles (2.13-
la primeira vez na carta, o autor utiliza aqui o verbo crer, a fim de 14). graças à sua fé (5.4-5; cf. Ap 12.11.17).
preparar a seção 4.1-6. consagrada à fé c ao discernimento dos q. Aqui. como no v. seguinte, o verbo conkecer não está no
espíritos (cf. 4.1). Ainda nào se trata, propriamente falando, da fé perfeito, mas no presente (cf. v. 7 nota),
interior, como em 5.1-13. mas da adesão comunitária a um credo. r. Este v. opôe a pregação apostólica à dos profetas da mentira
jí> 8.47-, Q uem nao e de D eus nao nos escuta. IJ Quanto a n ó s, dam os testem unho, por- 1.2
10,26-27: XI. , _ ,.
2Tm 4,4 N isto reconh ecem os o E sp irito da ver- que 0 con tem plam os.
2 pü 2.18 dade e o espírito do erro. que o Pai en viou seu F ilh o com o sal- j<> 3.17;
vador do m undo. 4,42
O amor vem de Deus e se enraíza na fé 15 T o do aquele que c o n fe ssa r que Je su s é Jo 9.22.35
Rm 10.9
7 C aríssim os, o Filh o de D eu s,
3tl 1.23: am em o-nos uns aos ou tro s, D eus perm anece nele e ele em D eus. 2.23;
4.1 2Ju 9
pois o am or vem de D eus; “ Q uanto a nós. con h ecem o s, por term os 3.16;
e todo aquele que am a acreditado n e lc \ Jo 6.69
2.29; 5.1 nasceu de D eus e chega ao c o n h eci­ o am or que D eu s m an ifesta entre nós. Rm 5.S
m ento de D eus’. D eus é am or: 4.8

“ Q uem não am a não descobriu a D eus', quem perm anece 110 am or


porque D eus é am or". perm anece cm D eu s, e D eu s perm ane- 4.12
* E is c o m o se m an ifesto u o am o rcedenele.
D eus entre nós: 17 N isto é perfeito em nós o am o r,
Jo 3.16 Deus enviou seu Filho único ao m undo, que tem os plena co n fian ça para o dia 2.28
p í 1.4: para que vivêssem os por m eio dele. do ju lgam en to:
i 2.4-5:
cjl 2.13
10 N isto consiste o am or: porque, tal co m o ele c , Je s u s ,
não fom os nós que am am os a D eus assim tam bcin som os nós, neste mundo''.
4.19 m as foi ele que nos am ou ‘" N ã o há tem or 110 am or;
c nos enviou seu Filho co m o vítim a de m as o perfeito am or lança fora o tem or, 3.20;
Rm 8.15
2Cor 5.19 e x p ia ç ã o 'p o r nossos pecados. pois o tem or im plica um castig o ;
11 C aríssim os, e o que tem e não é perfeito 110 am or.
se D eus nos am ou a tal ponto, ” N ó s, porém , am am os
Ml 18.33 nós lam bem devem os am ar-nos uns aos porque ele por prim eiro nos am ou. 4.10
outros. 20 S e alguém disser: “ A m o a D eu s” ,
E» 33.20: 12 A D eus, ninguém jam a is contem plou. e odeia seu irm ão, Ml 5.23-24
Jo 1.18:
Se nos am arm os uns aos outros é um m entiroso. 2.4
ITói 6.16
3.24; D eus perm anece em nós C o m e fe ito , quem não am a seu irm ão,
Jo 14,23
e seu am o r em nós é perfeito. a quem v ê,
2,5
13 N isto reconhecem os não pode am ar a D eus. a quem não vê*.
que perm anecem os nele c ele cm nós, 21 E este é o m andam ento que dele re ce ­
ICíè 12.3 ele nos deu o seu E spírito". bem os:

(v. 5): a expressão quem se abre ao conhecimento dc Deus de­ está ligado à fe: o Espírito inspira o testemunho apostólico (v.
signa o crcntc autentico; aqueles a quem se escuta são os pre­ 14). a confissão de fé no seio da comunidade (v. 15) e o conhe­
gadores do Evangelho. cimento de fé cm todos os crentes <v. 16a). Esta ação do F.spírito
s. Aqui. como no v. 6. a tradução procura reproduzir a nuança entre os cristãos é o critério da comunhão destes com Deus (cl .
do verbo conhecer no presente emprego que sublinha o caráter vv. I5.16bc).
progressivo deste conhecimento. O crente, se verdadeiramente x. Lit. nós conhecemos c cremos (os dois verbos estão no
nasceu de Deus e pratica o amor fraterno, descobre o que Deus perfeito). Fé e conhecimento não são idênticos: a fé desabrocha
é (cf. v. 8) e faz u experiência do amor (af>apâ) dc Deus. no conhecer (cf. Jo 6.69; 831-32; 1038). Graças à sua fé, os
t. Cf. 3.1. nota. cristãos conhecem doravante (3.16) o amor de Deus que se
u. Uma das três célebres descrições joaninas do que Deus é manifestou.
ícf. ainda Deus é espírito, Jo 4.24; e Deus è luz, IJo 1,5). Dizen­ y. Pelo falo de que ama e permanece no amor (v. 16). o crente
do aqui que Deus é amor (cf. também 4.16). o autor não preten­ se assemelha a Jesus, em quem se manifestou o amor dc Deus.
de dar uma definição abstrata do ser divino, mas lembrar que Esla semelhança lhe permite enfrentar o julgamento com toda a
Deus se revelou em seu Filho como um Deus que ama (vv. 9- confiança (cf. 3.18-21).
11). Entretanto, este amor que se manifestou na história da salva­ z. Jo não se funda na experiência psicológica, aliás desmentida,
ção revela ao mesmo tempo o amor do Pai por seu Filho (Jo 335; segundo a qual seria mais fácil amar o irmão visível que o Deus
5.20; 10.17; 15,9; 17:26). Para Jo todo o amor vem de Deus (v. invisível. Eie enuncia uma verdade teológica: aos olhos dc Deus.
7) c reflete entre nós a própria vida das pessoas na Trindade, nosso amor por ele é mera ilusão se não for uma participação em
v. Cf. 2,2 nota. seu amor (cf. 4.8 nota) e não se exprimir no serviço aos homens.
w. Cf. 3.24 nota. Como sempre na carta, o dom do Espírito Cf. Mt 25.40.45.
aquele que am a a D eus. porque o E spírito é a verdadcd. Jo 14. 17:
•7 „ ■ - , 15.26:
3.23: tam bém am e seu irm ão. P ois sao tres os que dao testem unho: l(i i;
ICor 13 " o E spírito, a água e o san g u e,
_ A fc no filho de Deus, rai/. da cari- e os três convergem num único teste­
® dadc m unho':
1 T o d o aq u ele q u e crê que Je su s e' o * se aceitam os o testem unho dos hom ens,
C risto o testem unho dc D eus é m aior; j0 3.33;
2.29: 4.7 nasceu de D eus; pois o testem unho de D eus é este: 5,34
iPd 1.22-23 e todo aquele que am a a Deus. que gera. e le testem unhou em favor d e seu F ilho. Jo 5.37
tam be'm a m a a q u e le q u e de D eu s '“ Q uem crê 1 1 0 F ilho de D eus J 0 5 .2 4

nasceu”. tem em si m esm o e ste testem unho.


2 N isto reco n h ecem o s que am am os os Q uem não acredita D eus
filhos de D eu s, faz dele um m entiroso,
jo 14.15: se am am os a D eus e cum prim os os seus pois não tem fc no testem unho j0 5-37 ‘,H
15-10 m andam entos1*. que D eus deu em fav o r dc seu Filho.
•’ Pois nisto consiste o am or dc Deus: " E este é o testem unho:
em g uardar os seus m andam entos. D eus nos concedeu a vida eterna,
mi i i.29-30 e seus m andam entos não são um peso , e esta vida e stá em seu Filho. 5 .2 0 :

4 já que tudo o q u e nasceu de D12eus


Q uemé tem o Filho tem a vida;
vencedor d o m undo1. quem não tem o F ilh o dc D eus não
2.13-u: g a vitória que venceu o mundo é a tem a vida.
a p i 2 .ii! nossa fé.
17.U s Quem é vencedor do mundo. E p ílo g o
ICor 15.57: _ , . . .
Et 6.i6 senao aquele que c re que Jesus e o 13 Eu vos escrevi tudo isso
Filho de D eus? para que saibais que tendes a vida ctcm a. j0 2 0 .3 1
‘ Foi ele que veio pela a'gua e pelo sa n ­ vós que tendes a fé no nom e do Filho
gue, d c D eusr.
Jesus C risto: 14 E esta é a confiança que tem os diante
não com a água som ente, dele:
jo 19.34 m as com a a'gua e o sangue: se lhe pedirm os algum a coisa c o n fo r­
jo 15.26 e c o E spírito q uem dá testem unho. m e a sua vontade.

a. Pela fé em Jesus Cristo. Filho de Deus (v. 5). o homem se e do sangue na cruz. nos quais o autor viu sinais de realidades
torna filho de Deus (3.1; cf. Jo 1,12-13) e portanto irmào de eclcsiais (cf. v. 8).
quem quer que ame a Deus. Pois nào se pode pretender amar a Quanto ao testemunho interior do Espirito, ele consiste em
Deus. sem amar aqueles de quem eie e' Pai. manifestar ao crente o alcance salvífico. u verdade, das fatos
b. Neste v. fundamental aparece a estreita unidade entre a aqui evocados, e cm levá-lo assim a conhecer Jesus Cristo.
dimensão horizontal do amor. o amor aos irmãos, e sua dimen­ Destarte o Espirito é a verdade, pois sabemos que por ele é
são vertical, o amor a Deus. O amor aos irmàos decorre do amor tornada presente e ativa na Igreja a verdade trazida por Jesus.
a Deus. e ú mesmo a sua expressão concreta. Com efeito, o e. Lit. os três estão voltados }xtra o um. Enquanto no v. 6 se
cristão ama seus irmãos enquanto filhos de Deus (v. I). Seu referia ao passado, o autor fala aqui de um testemunho perma­
amor portanto se enraíza em sua fé. Por outro lado. o critério dc nente na vida da Igreja. Pensa-se geralmente no batismo (água)
autenticidade do amor a Deus sempre deve ser o cumprimento e na eucaristia (sangue). Este duplo testemunho vem acrescen­
da vontade dc Deus. a observância dos seus mandamentos, os tar-se ao do Espírito. Dizendo que há três testemunhas em favor
quais precisamente prescrevem ao cristão o amor fraterno (3.23). dc Jesus (seguindo o princípio jurídico do AT: Dt 19.15; cf. Nm
c. Cf. 4.4 noia. 3 5 3 0 ). João quer dizer que Deus credenciou suficientemente
d. A menção à água e ao sangue, neste v. tem sido compre­ seu Filho diante dos homens, no grande processo que o opõe ao
endida de duas maneiras: a) a água recordaria o batismo dc Jesus mundo. Estas três testemunhas dão, em ultima análise, um unico
e o sangue, sua morte na cruz; b) a água e o sangue evocariam testemunho: o de que Deus nos revela sua vida divina e no-Ia
o episódio narrado em Jo 1934. Os dados do texto convidam a comunica (v. 11).
sintetizar ambas as explicações. Contra a heresia que dissociava f. O autor, neste v. conclusivo, recapitula o tema fundamental
o Cristo glorioso, manifestado no Jordão (a água), do homem da carta: ele quis restituir aos cristãos, perturbados pelos hereges
Jesus, morto sobre a cruz (o sangue). Jo afirma a realidade do ou suscetíveis de o serem, a plena consciência das riquezas de
sacrifício de Jesus. Cristo e Filho de Deus. Mas estes aconteci­ sua fé. Deve notar-se. neste sentido, a proclamação triunfal três
mentos históricos são recordados mediante o simbolismo da água vezes repetida no epílogo: Nós saltemos (vv. 18-20).
ele nos ouve. '“ Sabem os que todo aquele que nasceu
15 E sabendo que ele nos ouve em tudo o dc D eus não peca m ais1,
que pedirm os, m as o G erado por D cusk o g uarda. Jo I7.i5:
Mi 21.22: sabem os que possuím os o que lhe ti­ e o M aligno não tem com o apanha"-lo. Jd 1
Jo 14. lí:
I5.7j 16.24: verm os pedido". '* S abem os que som os dc D eus, Jo *.47
Tp 1.5 “ Se alguém vê seu irm ão co m e ter um m as o m undo inteiro ja z cm poder do a i.u
pecado, M aligno.
15.50: um pecado que não c onduz à m orte11, “ S abem os que o Filho de D eus veio
IX,22 ore e D eus lhe dará a vida. e nos deu o en ten d im en to 1,
se, de fato, o pecad o c o m e tid o não para conhecerm os o V erdadeiro. El' 1.71)1
Cl 1.10
conduz à m orte. E nós estam os no V erdadeiro
II» 6.4 6: E xiste um pecado que conduz à m orte: cm seu Filho Je su s C risto.
1(1.26-27:
2P<1 2.20-21 não é a re sp eito d este q u e eu d ig o E le c o V erdadeiro"', é D eus e a vida Ap3.7:
Jo 2(1.211:
que ore. eterna. Rm VJ
17T oda iniqüidade1 é pecado; 21 F ilhinhos,
m as nem todo pecado conduz à m orte. guardai-vos dos ídolos". 2Pd 3-17

g. É privilegio do crente a certeza de ser ouvido e de ser k. Isto e', Jesus. Filho de Deus (cf. 3.8).
atendido cm sua oração (3.22: cf. Mt 7.7-11 par.). Esta certeza I. Entendimento designa a faculdade dc conhecer a Deus. isto
enrfcíza-se em sua própria fé e na conformidade basica do seu é. como em 23 entrar em relação pessoal e viver em comunhão
quòrer com a vontade divina. Preocupado unicamente em obede- com ele. ú o equivalente do coração novo ou coração de carne
ceriaos mandamentos de Deus. unicamente atento ao que lhe (Ez 11.19; 36*26). ou ainda, do fundo do ser (Jr 31.33). Deus
agrfcla. o crente não pode pedir mais coisa alguma que não se prometera infundir e inscrever aí a sua lei. no tempo da nova
coadune com essa vontade e nào corresponda às suas intenções. Aliança. O fato dc que agora Deus nos tenha dado este entendi­
Kml tal oração. Deus reconhece o seu Espírito (Km 8.26-27). mento significa que em Jesus Cristo este tempo chegou (cf. 2Cor
h. A fórmula remonta ao AT <Dt 22.26). Aqui. a morie desig­ 3.3: ver lambem Rm 8.1-4).
na a morte escatológica ou secunda morte. (Ap 20.6.14). Segun­ m. l-sta afirmação não parece mais aplicar-se a Deus. como na
do alguns o pecado que conduz à morte designa a apostasia. O primeira parte do v.. mas a Cristo, em quem Deus se revela. A
corttexio geral da cana leva a crer que se trata antes da heresia repetição dos vocábulos o Verdadeiro convida a tomar lambem
qud. dividindo Jesus (4,3). intercepta o acesso à comunhão com este termo como substantivo. Daí a tradução adotada.
Dess e portanto conduz à ruína espiritual definitiva. Pode-se íi. Em Ez 11.19-21: 36.25-26. como aqui. o dom do coração
cotejar este texto com Mt 1231*32 par., sobre a blasfêmia con­ novo esta estreitamente ligado à destruição dos ídolos. O novo
tra o Espírito. Israel deve ser deies purificado pelo Espírito de Deus. Nesta
Í« Cf. 1.9 nota. O autor parece visar aqui ao pecado dos an- conclusão da carta, os ídolos designam, em sentido metafórico,
licrisios. pecado este que conduz ã morte (cf. v. 16 nota). o ensinamento dos anticristos. realidade satânica da qual o homem
j. “Nào peca mais” já que. “tendo nascido de Deus. entregou- fabrica para si uma divindade de mentira à qual seu coração “se
•se totalmente a Cristo que nele habita peia filiação** (Ecumênio). prende*’ (Ez 11.21) e que corrompe sua fé. Assim, o conjunto do
Cf. 3.9 nota. epílogo retoma o lema fundamental da nova Aliança.
TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO
Do i 'O Ancião*, ao m uito am ado G a io 1’, a vE scrcvi um a palavra à Igreja"1. Mas
q u e m am o na luz d a v e rd ad e. 2C a ro D iótrcfes. que pretende m an d a re m tudo, mi 20 .27 ;
am igo1, d esejo que estejas passando bem não nos reconhece". l0Por isso. quando f p jj',.
sob todos os aspectos c que tua saúde eu for a í. denunciarei sua conduta e as icor 4 . 1x 21
seja boa; que seja com o a tua alm a, que m uitas m ás palavras que profere contra
passa bem . nós: não c ontente com isso, recusa-se
Fm 5 •vTive grande alegria, porque alguns ir­ p essoalm ente a receb er os irm ãos e im ­
m ãos que chegaram aqui'1 dão testem u­ pede que o façam aqueles que d e se ja ­
nho da verdade que transparece em lua riam recebê-los, e x pulsando-os da Igre­
vida': tu realm ente c am in h as na luz da ja . "C a ro am ig o , não pautes a tua c o n ­
2J0 4 v erdadef. 4M inha m aio r aleg ria c ficar duta pelo m al, e sim pelo b em . Q uem
sabendo que m eus filhos* cam inham na faz o bem c dc D eus, q uem faz o m al ij« 3.6:
luz da verdade. não vê a D eus. l2Q uanto a Dcm e'trio", IPd5 M
5C aro am igo, procedes conform e tua fe‘ todos dão bom testem unho d ele. A pró­
mi 10.4142 nos cuidados que dispensas aos irm ãos, pria verdade testem unha em favor dele11. i>r 22 . 1:
em bora sejam e stra n g e iro s.‘Eles presta­ E nós tam be'm lhe prestam os nosso tes- 1PJ 2,12
ram testem unho, diante da Igrejah,d a tua tem u n h o , e sab es que nosso testem unho
carid ad e1. A giras bem provendo-os do e' verdadeiro.
Rm 15.24: necessário para sua m issão de um m odo '-'Eu teria m uita coisa a te escrever, m as 210 12

71 3,13 digno de D cus.^Porque e' pelo N om ej que não quero fazê-lo com tinta e pena: l4pois
se puseram a cam inho, sem nada receber espero rever-te em breve, e conversarc- 2Jo 12

Rm 12.13: dos pagãos. "N ós, pois, devem os acudir m os pessoalm ente. ISA paz esteja contigo!
H|p j 34 9 a e s s e s h o m e n s k, p a ra n o s m o s tra r O s am igos te saúdam . Saúda tambe'm a
coopcradorcs da verdade1. cada um dos nossos am igos em particular.

a. Cf. 2Jo I noia. k. O Ancião que dirigia ou pelo menos afiançava a ação mis­
I». Nome muito difundido; nada permite identificar esta pessoa sionária dos pregadores itinerantes exorta as comunidades cris­
com um dos outros Gaio* mencionados no NT (Al 19.29: 20.4: tãs a lhes propiciar uma colaboração eficaz (cf. Introdução).
Rm 16.23: ICor 1.14). I. A verdade. que nada mais é do que a palavra de Deus (cf.
c. Aqui como nos vv. 5 e II. caro am i^o traduz a mesma 2Jo 2 nota), leva em si mesma seu prdprio poder de expansão
palavra grega para muito amado no v. I . onde se conservou a (Rm 1.16: ICor 3.6-7). Colaborando com os que pregam o
aütcrução pretendida pelo autor (oaapêini-tigapôj. Hvangelho. os cristãos cooperam de fato com a prdpria verdade,
d. F.s(a palavra falta no grego, mas há razões de sobra para eles ajudam a tornar conhecido o nome do Filho de Deus (v. 7).
supor que os testemunhos relativos a Gaio tenham sido pronun­ Cf. em Paulo o título análogo: cooperadores de Deus (ICor 3.9;
ciados diante do Ancião. cf. ITs 3.2).
e. Lit. prestam testemunho da tua verdade. No v. 6. o autor m. A Igreja local à qual pertence Gaio e onde Diõtrefes lança
dirá de modo equivalente: prestaram testemunho a tua caridade. a perturbação.
É que. para Jo. a verdade é a fonte de inspiração do amor cristão. n. Lit. nüo nos aceita. Didtrefes recusa reconhecer a autorida­
f. Cf. 2Jo 4 e a nota. de do Ancião, como explica o v. 10.
g. Cf. IJo 2.1 nota. o. Talvez um membro da Igreja local, ou mais provavelmente
h. A ígreja do lugar onde reside o Ancião. Cf. v. 3: alguns um dos pregadores da equipe missionária; pode-se tumbem su­
irmãos checados aqui. por que seja o portador da carta.
i. Cf. v. 3 nota. p. A palavra de Deus. que Demetrio ajuda a propagar (cf. v.
j. O Nome. que freqüentemente no AT designava Deus. na 12 nota), atesta, pela sua própria difusão, que ele também é um
Igreja primitiva é aplicado a Cristo (cf. At 5.41 nota). Enquanto, autêntico cooperador da verdade (cf. v. 8). De modo análogo.
para Paulo, o Nome é o de Senhor (F1 2.11). para Jo é sempre Paulo faz valer, como prova da autenticidade do seu ministério,
o de Filho (Jo 3,18; 20.31: IJo 3.23: 5.13). os frutos espirituais de sua pregação em Corimo (2Cor 3.2-31
A p esa r d e seu c a rá ter p a rticu la r, a E pístola de E scritura pelo cânon d e M uratori (pouco antes
Judas f o i reaproveitada p e la seg u n d a epístola d e d o a n o 200) e p o r T ertu lia n o (p o r volta do ano
P edro (cf. a introdução a 2P d). D evia, portanto, 200); é com entada p o r C lem ente A lexandrino (iní­
g o za r d e certa n o to rie d a d e e n ã o se p o d e ria cio s d o século III) e c ita d a p o r O rígenes (nascido
m in im iza r a fo rç a d a corrente ju d e u -c ristã que a em 185/6, fa le c id o em 254). Foi, portanto, aceita
suhtende e da q ual ela nos fo r n e c e aspectos d e s­ m uito c ed o em R om a, A lexa n d ria e C artago. Se­
conhecidos. Sua adm issão no cânon apresentou g u ndo Jerô n im o (nascido cerca d e 345 e fa le c id o
dificuldades, principalm ente n a s igrejas da Síria. p o r volta d e 420), as reticên cia s que envolvem a
N o sécu lo IV, E usébio observa q u e a lg u n s a c o n ­ epístola d eviam -se a o s em préstim os fe ito s p o r ela
testam . M as, p o r outro lado, ela é citada com o a escritos não reconhecidos p e la s Igrejas.
e p ís t o l a d e j u d a s

INTRODUÇÃO
O leitor m oderno corre o risco de jic u r d e sc o n ­ ju d eu -c ristã o s em que f o i elaborada a E pístola de
certa d o com a E pístola dc Ju d as, cu ja m e n ta lid a ­ Judas. Todavia, a veneração do a u to r p e lo s unjos
de lhe parecerá estranha: é que m uitas alusões não p re ju d ic a a su a cristologia, j á que ele c o n ­
po d em escapar-lhe. fe s s a , c o n tra o s a d v ersá rio s, " o S e n h o r Jesu s
E sta epístola previne o leitor contra fa ls o s d o u ­ C risto " (v. 4): Jesu s é a quele em quem ê n e ce s­
tores. d ifíceis de identificar. O retrato d o s a d v e r­ sá rio p ô r a p ró p ria expectativa p a ra a vida e te r­
sá rio s inclu i traços convencionais, clich ês da lite ­ na (v. 21).
ratura p olêm ica <lo ju d a ísm o c o ntem porâneo da É tam bém num a linha apocalíptica q u e se situa
era cristã: esses hom ens são glutões, devassos, a p reg a ç ã o da epístola a respeito d o ju lg a m en to
gana n cio so s, in te re sseiro s... São a cu sa d o s de in ­ d o s ím pios. O castig o virá inexoravelm ente: já
tro d u zir d ivisõ es ihi Igreja, d e in su lta r o s anjos, está p re ftg u ra d o na condenação dos an jo s c u lp a ­
d e re n e g a r o Sen h o r Jesus C risto. T ratar-se-ia de dos, n a p u n içã o d e Sodom a e G om orra, no exter­
gnósticos, d e pe sso a s com p reten sã o a se r o s d e ­ m ínio d a s gerações incrédulas no deserto. R epa­
tentores d o único verdadeiro c o nhecim ento (gno- re-se na m en ta lid a d e tipológica que su b ja z a e s­
se) que salva e em nom e d o q ual d esprezam a tes exem p lo s. O s ím pios aparecem j á castigados
carne, entregam -se a vícios contra a n atureza e p e la s g ra n d e s c o ndenações d e outrora; o autor
põ em em dúvida a E ncarnação? Isto explicaria chega até a d ize r que eles pereceram na revolta
p o r que o a u to r o s cham a, ironicam ente, d e " p sí­ d e C o ré (v. I I ) . O presente j á está a n u nciado e
q u ic o s " (v. 19): eles, que se gabam d e p o ssu ir con tid o no p a ssa d o . E sta atualização d a E sc ritu ­
um a essência superior, são na realidade m ovidos ra p ro lo n g a co ncepções ju d a ic a s: ela é m arcada
p o r seus p ró p rio s instintos e não p e lo E spírito p o r um a ép o ca : m a s é um je ito d e a firm a r que as
Santo. N ão obstante, é d ifíc il d e lim ita r a s suas m aneiras d e a g ir d e D eus p erm anecem idênticas,
doutrinas. Só tentarem os ca ra cteriza r o a m biente e que a E scritura continua com o norm a sem pre
do autor. válida p a ra o tem po p resente.
E ste am biente se m anifesta em estreita conexão O a u to r d a epístola a presenta-se co m o sendo
com os círculos que. a p a rtir d o sé c u lo II a.C ., Judas, irm ã o d e Tiago. D e fa to , o N ovo T esta­
viram a elab o ra çã o da literatura apocalíptica e m ento fa la d e Tiago e Judas, irm ãos d o Senhor,
transm itiram ob ra s com o o livro d e H enoc, a A s ­ irm ãos tam bém d e J o set (ou José) e d e Sim ão (M c
sunção d e M oisés, os Testam entos dos D oze P a­ 6,3 : M t 13,55). Tratar-se-ia p o is d e Judas, d istin ­
triarcas. O a u to r cita a té textualm ente um a p a s ­ to d e Ju d a s Tadeu, um dos D oze, c ita d o em Lc
sagem do livro de H enoc (vv. 14-15) e. utiliza tanto 6,16: A t 1,13 (cf. M c 3,18; M t 10,3). M as terá
a p rópria A ssunção de M oisés, co m o um d o c u ­ sid o m esm o ele o a u to r desta e p ísto la ? C om efe i­
m ento p a recid o (v. 9). to, alg u m a s indicações da epístola revelam -se pós-
E sse m esm o am biente dá ainda g ra n d e im p o r­ -apostólicas (n o v. 3 fa la -s e da f é transm itida aos
tância à veneração d e certas categorias angélicas sa n to s e, so b retu d o , no v. 17, d o ensinam ento dos
(v. 8); ca ra cteriza -se pelo horror à c ontam inação apóstolos, q u e parecem pertencer em bloco a o p a s­
e p e la sep a ra ç ã o d o s ím pios, quando co n sid era ­ sado); o a u to r d eve, po rta n to , basear-se em e n si­
dos in curáveis: "E xecrando-se a té a túnica c o n ­ nam entos d e Ju d a s, irm ã o d o S en h o r. N a s esferas
tam inada p e la c a rn e " de le s (v. 23). E stas c o n ce p ­ em que ele vivia, veneravam -se o s irm ãos de J e ­
ç õ e s — o p o s ta s à s c o n c e p ç õ e s p ro p r ia m e n te sus. Tiago e J u d a s, e se divu lg a va m os seus ditos.
paidinas — encontram -se na literatura qum rânico- P or o u tro lado, n ã o se p o d eria a tra sa r d em ais a
essênia, na q u a l circulavam igualm ente a s obras data d e um a e pístola q u e d eita tais raízes num
ap ocalípticas a c im a m encionadas. H á a í um e le ­ a m b ie n te ju d a ic o antigo. P ode-se p o is considerar
m ento interessante p a ra ten ta r d e fin ir o s círculos com o d ata o s a nos entre 80-90.
e p ís t o l a d e ju d a s

Saudação. 'Judas, servo de Jesus Cristo, julgam ento do grande Dia*. 7Q uanto a
Tg i.ii irmão de Tiago* aos que são chamados, Sodoma e Gomorra c às cidades circun-
que são amados por Deus Pai e guarda­ vizinhas que, de modo sem elhante, se ti­
dos para Jesus Cristo6. *Que a misericór­ nham entregue à prostituição11 e tinham
dia. a paz e o am or vos sejam dados co- corrido atrás dos seres de outra natureza1,
2W 1.2 piosamente. jazem , para servir de exem plo, sob o
castigo do fogo eterno. "Da mesma for­
O s falsos mestres já estão julgados. ma é que essas pessoas, em seu delírio,
iP d 2 .n JMeus am igos, enquanto eu alimentava conspurcam a carn e, m enosprezam a 2Pd2.i<>
um vivo desejo dc vos escrever a respei­ Soberania1, insultam as G lóriask. , No en­
to da salvação que concerne a todos nós, tanto, até o arcanjo M iguel, quando con- Dn 1n.13 .2 i:
vi-me forçado a fazê-lo, a fim de vos testava com o diabo e disputava a respei- ^J1j2 7
2Pd 2.2 i animar a lutar pela fe' que foi definitiva- to do corpo dc M oisés, não se atreveu a
GI 2.4 mente transmitida aos santos. 4É que se lançar contra ele um juízo ofensivo, mas
infiltraram entre vós indivíduos cuja con­ lhe disse: “Q ue o S e n h o r te c a stig u e !'”.
denação esta' de ha' muito lavrada anteci­ ‘“Mas esses tais insultam o que desco­
padam ente'. ím pios que disfarçam em nhecem; e o que sabem , à maneira ins- 2.12
devassidão a graça de nosso Deus e re­ tintiva e estúpida dos anim ais, serve ape­
negam nosso único Soberano*1 e Senhor nas para os perder. "A i deles, porque se­
Jesus Cristo. guiram o caminho dc Caim; por um sa­
5Embora saibais tudo definitivam ente'. lário entregaram -se aos extrav io s dc nc 13.2
2Pd i.i2 quero recordar-vos que o Senhor*, depois Balaão c morreram na revolta de C oré” . Nm 31.16
de ter salvo o seu povo da terra do Egito, l2São esses mesmos que maculam as 2pj 2.13
Nm U.35; fez perecer os que se tinham mostrado vossas refeições fraternas", ao se banque-
icor ias jncrédulos. ‘O s anjos que não tinham tearem e se empanturrarem sem pudor: Ez 34.8
mantido sua posição, mas tinham aban­ nuvens sem água levadas pelos ventos; 2pu 2.17
donado sua morada, ele os mantem eter­ árvores de fim de outono, sem frutos,
namente acorrentados nas trevas para o duas vezes mortas, desarraigadas; l3on-

a. Tiago, chamado irmào do Senhor (Gl 1.19); ver Introdução. g. Estes anjos tinham abandonado sua posição, seduzindo
b. Para Jesus Cristo. que julgara todos os homens no ultimo dia. mulheres; desta união tinham nascido gigantes que desolavam a
c. Lit.: que antcci/xidamcnte estüo inscritos desde muito tem ­ terra [Henoc, caps. 6-10: 2Pd 2.4 nota).
po fHira este julgamento. Segundo algumas crenças judaicas, as h. Mesma ligação entre o pecado dos anjos e o dc Sodoma no
ações dos homens estavam inscritas diante de Deus com antece­ Testamento de Neftali 3.4-5.
dência (cf. SI 69.29; 139.16: I/lenoc 89.62.ss.; 108.7). Freqüen­ i. Lit.: uma outra carne (cf. 2 Pd 2.10). Trata-se dos vícios
temente faz-se alusão a livros (celestes) que contêm os segredos contra a natureza, praticados pelos habitantes de Sodoma e
do futuro (cf. Dn 7.10). Nâo é certo, porem, que aqui se trate de Gomorra. Segundo Gn 19.1-25 eles quiseram abusar de anjos,
uma presciència divina concernente a indivíduos particulares. que tomaram por seres humanos.
As pessoas de que se trata mostram antes por seu comportamen­ j. Lit.: o Senhorio, provavelmente o de Cristo (cf. v. 4).
to que pertencem à categoria dos ímpios; ora, estes ímpios fo­ k.A s Glórias (cf. Ex 15.11. no texto grego) são uma categoria
ram, desde muito, condenados pelas maldições contidas nos li­ de anjos que aqui podem ser considerados favoravelmente, con­
vros santos, nos apocalipses ou em livros celestes. trariamente a 2Pd 2 .1 1.
d. Soberamt (em grego: despótès), título dado a Jesus unica­ I. Zc 3.2. Esla altercação de Miguel com o diabo era relatada
mente nesta passagem c em 2Pd 2.1. Eis a razão por que alguns nos apocalipses judaicos, talvez na Assunção de Moisés (início
exegetas interpretam aqui; o ünico Soberano (Deus) e nosso do século I d.C.).
Senhor Jesus Cristo. m. O autor, aqui, põe totalmente os ímpios de agora em pt‘
e. Alusão provável à fe' recebida no batismo (cf. v. 3 e IJo de igualdade com os dc outrora (cf. Introdução): Caim. o
2.20). fratricida. Gn 4; Balaão, Nm 22-24, falso doutor, segundo
f. O Senhor aqui indica o Pai. porem, como o mostram os mss. tradições judaicas tardias, cf. 2Pd 2.15 nota; Coré, o rebelde.
que substituem Senhor por Jesus, o ato salviTico da saída do Nm 16.
Egilo foi sem demora atribuído ao Cristo preexistente (cf. ICor n. Lit. âgapes. É no NT a primeira menção (e talvez, a unica.
10.4. nota). cf. 2Pd 2,13) dos âgapes no sentido técnico da palavra.
is 57.2» das furiosas cio m ar vom itando a espum a surgirão zom badores que serão guiados
2 pj2.i7. de sua própria ignom ínia; astros errantes por suas paixões ím pias” . ''T a is são e s­
votados para a eternidade à profundida­ tes de fato! Provocam d iv isõ es, seus pen­
de das trevas". ,4É tambe'm contra esses sam entos são terrenos1; não têm o E sp í­
que profetizou H enoc. o sétim o depois rito. “ Vós, porém , m eus am igos, edificai-
Zc u.s de A dão1’, dizendo: E is que vem o S e ­ -vos a vós m esm os sobre a base de vossa ci 2.7
nhor com seu s santos exércitos* e xe r­ sa n tíssim a fé; orai no E sp írito S anto;
cer o ju lg a m e n to universal e co nvencer 2lperm anecei no a m o r de D eus; ponde
todos os ím pios d e todas a s suas im pie­ vossa e x p e c ta tiv a na m is e ric ó rd ia dc
dades crim inosas e de todas a s palavras nosso S en h o r Je su s C risto para a vida 2 T m i . i k
insolentes q u e os peca d o res ím pios p r o ­ eterna. “ O s q ue hesitam , com padecei-vos
fe rira m contra ele'. d e le s u; 25s a lv a i-o s . a rre b a ta n d o -o s a o Tg 5 .19
“ T ais são e le s d e fato! G e n te m al- fogo; quanto aos dem ais, com padecei-vos l:
-hum orada e arrogante, que vive à m ercê deles, m as com te m o r', e xecrando-lhes
de su a s p a ix õ e s ; s u a b o c a p r o fe re até a túnica e nxovalhada pela carne*.
2 pu 2 .is en o rm id ad es' e não consideram as pes­

soas a não ser em função dc seus interes­ B ê n çã o . 2JÀ quele que é poderoso para
ses. vos preservar de toda queda e vos m an- R 1 . 1 0
ter sem m ancha d iante da sua glória na 3 '^ '

E x o rta ç ã o a o s fié is. l7Q u a n to a vós. a legria, u ao D eus ú n ico , nosso S alvador
2 Pii 3 .2 m eus am igos, lem brai-vos das palavras por Jesus C risto , nosso S enhor, glória, Rm 16 .27
que vos forain d ita s de antem ão pelos grandeza, poder e auto rid ad e, antes de
apóstolos dc nosso S enhor Jesus C risto. todos os tem p o s, agora e para sem pre.
2 pj 3 .3 '*Elcs vos diziam : “ N o fim dos tem pos A m ém .

o. Cf. Henoc IS.15; 21.3. t. Lit. são psíquicos, categoria desprezada petos gnòslicos; os
p. Henoc c tradicionalmente o sélimo patriarca na genealogia psíquicos não podem captar as coisas dc Deus (ICor 2,14; Tg
que começa cm Adão (Gn 5*3-18; iCr 1,1*3; Lc 3.37-38). A 3,15). Cf. Introdução,
explicação o sélimo depois de Adão se encontra textualmente em u. Oulra tradução: procurai convencê-los.
Herutç 60.8. v. Nos vv. 22 e 23. o texto esía muito alterado. Uma parte dos
q. Lit. miríades. mss. supõe irês categorias: os que hesitam, compadecei-vos de­
r. Citação quase textual da versão grega de Henoc 1.9, les; salvai a outros, arrebatando-os do fogo: quanto aos outros,
s . Confira Dn 113 6 , versão grega dc Teodociào. Expressão enfim, compadecei-vos. mas com temor.
semelhante em Henoc 5.4; 27.2: 1013; Assunção de Moisés w. Os ímpios contaminam tudo que lhes pertence, cf. Qumran,
7.9. Regra. col. 5.19-20.
APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
E tim ologicam ente, o vocábulo apocalipse vem com o sua c o m unicação é um p riv ilé g io . C om suas
do grego apokalyptein, que significa “tirar o véu alegorias, su a s alusões c ifradas, su a s pro cla m a ­
um apocalipse é um a “re -v e la ç ã o " . ,4 a p o c a líp ti­ ções enigm áticas, a literatura apocalíptica p re ­
ca, p ortanto, vincula-se à tradição pro fética , da tende d irigir-se a iniciados: só o s que fo r a m c h a ­
qual con stitu i um desenvolvim ento p a rticu la r. Sua m ados é que têm acesso à c o m preensão dos se ­
influência na literatura bíblica e p a ra b íb lic a m a ­ gredos d ivin o s. A ssim o a u to r su g e re a im portân­
nifesta-se especialm ente a p a rtir d o sé c u lo 11 a.C . cia d a m ensagem que com unica, a o m esm o tem po
(cf. D n 7 -1 2 ), m a s j á se encontram antecip a çõ es que a g u ça a curiosidade a p a ixo n a d a do leitor.
em E zequiel, Joel. Z acarias e Isaías 2 4 -2 7 .
3. O objeto das visões apocalípticas. E nquanto a
Características gerais do gênero literário apo­ re lig io sid a d e g re g a ten d e e sp o n ta n e a m e n te a o
calíptico conhecim ento das verdades su p erio res ou à c o n ­
1. A form a da revelação. O gênero literá rio p r o ­ tem plação d a s realidades exem plares, a revela­
fé tic o , m esm o que ocasionalm ente fa ç a referência ção bíb lica a nuncia o d e síg n io d e D eu s e a p re ­
a visões, caracteriza-se principalm ente p elo o rá c u ­ sença a tu a n te d o Sen h o r no se io da história. E ste
lo, palavra divina transm itida p e lo p ro feta , que, se a núncio é a o m esm o tem po um a eleição, um apelo
supõe, ouviu-a anteriorm ente, ou a escuta agora. a c o rresp o n d er a o a g ir divino.
N a a pocalíptica, o hom em d e D e u s é sobretudo N o p ro fetism o clássico, a p re o c u p a çã o de exo r­
um visionário: ele viu o “céu a b e rto " , ou f o i b e ­ tar é d ire ta e habitualm ente explícita. R ecordan­
neficiado com um a espécie de “a s s u n ç ã o " que o do ao p o v o sua vocação e seu destin o privileg ia ­
introduziu no m undo su p erio r e lhe d e u a o p o rtu ­ do, o s p ro fe ta s proclam am as exigências atuais
nidade d e contem plar realidades norm alm ente ina­ da a liança. A recordação d a s m ara vilh a s p a ssa ­
cessíveis. P or isso, a m ensagem é transm itida na d as ju stific a a consigna d e fid e lid a d e ; o anúncio
fo rm a de um a descrição e d e um a interpretação de novas b ên çã o s ou d e c a stig o s tem p o r fin a lid a ­
daquilo que ele viu; a im agem tem m a is im p o r­ d e su scita r um a resolução im ediata de reform a
tância que o discurso; a p a la vra só intervém no e spiritual ou m oral.
quadro d e um a encenação e n o rm alm ente para N a literatura apocalíptica, a exortação à fid e li­
ressaltar ou com p leta r seu significado. d ade ou à conversão é ig ualm ente fu n d a m e n ta l,
m as não tão im ediatam ente p erc ep tív e l. Supõe-se
2. O uso do sim bolism o. P or sua p ró p ria n a tu re­ que a s visões com unicam os seg red o s d a história:
za, as realidades celestes c o ntem pladas p e lo vi­ d esvendam o d esen ro la r in exo rá vel d a s grandes
sionário são d e ordem superior, sem equiparação fa s e s fin a is d o desígnio d e D eu s; evocam a c h e­
com o hom em . E porta n to n orm al que ela s não gada d a era nova e su a s p re p a ra ç õ es m isteriosas,
p ossam se r rep re se n ta d a s ta is q u a is sã o , nem e assim esclarecem o crente so b re o verdadeiro
definidas com precisão. Para evo c a r a esfera do d esfecho das vicissitudes p resentes. E ntretanto, s e ­
Transcendente e d o Sagrado na q u a l f o i in tro d u ­ m elhante revelação tem p o r si m esm a valor de
zido, o a u to r só p o d e p ro c e d er p o r a proxim ações: advertência: ela m antém a esp era n ça d o s p e rse ­
ele .te exprim e p o r m eio d e a n a lo g ia s singulares, guidos, reanim a a coragem d o s tíbios, solicita a
im pressionantes, p o r vezes p a ra d o xa is, d a s quais con versã o d o s extraviados.
já se encontram m uitos exem plos n a s teofanias Na p re g a ç ã o pro fética , con versã o e fid e lid a d e
bíblicas, bem com o nas representações religiosas são c o ndição p aru a m anutenção d a aliança. Na
do m undo greco -o rien ta l ou na liturgia. visão a pocalíptica, a revela çã o d o triunfo fin a l de
O sim bolism o destin a -se tam bém a rea lça r o D eus im plica a senha de persevera n ça e o convite
caráter confidencial da m ensagem e a su b lin h a r a se m a n te r alerta.
4. O tema da urgência, a antedatação e a pseu- Tal concepção é ao mesmo lein/xi pessimista e
donímia. Na linha do oráculo profético, mas por otimista: pessimista, enquanto sublinha a caduci­
outros caminhos, a mensagem apocalíptica afir­ dade do mundo presente e sua perversidade; oti­
ma sua urgência. O leitor é conduzido a pressen­ mista, enquanto afirma o triunfo final de Deus,
tir a iminência do “Dia do Senhor" e do Julga­ malgrado as vitórias aparentes do mal. E uma
mento. concepção especialmente vivaz nos períodos de
Tal iminência é sugerida por meio de proce­ crise: aliás, fo i em épocas de perseguição que se
dimentos diversos, dos quais os mais freqüentes compuseram os escritos apocalípticos.
são a antedatação e a pseudonímia das reve­
lações. Supõe-se que estas foram recebidas outro- Perspectivas particulares do Apocalipse dc João.
ra por um personagem fam oso e, desde então, Embora adotando em grande />arte os procedi­
transmitidas por uma cadeia de iniciados ou, ao mentos e as estruturas do gênero literário apoca­
contrário, miraculosamente reencontradas: assim, líptico, o Apocalipse de João não pode ser redu­
por exemplo, o Apocalipse de Baruc, o Livro dos zido simplesmente a esse gênero.
Segredos dc Henoc. a Assunção de Moise's, o Uma importante seção da obra não está real­
Quarto Livro de Esdras. Sua origem pretensamen- mente em form a apocalíptica: as curtas às sete
te antiga e prestigiosa confirma sua importância; Igrejas da Asia (Ap 2-3) ligam-se mais à prega­
ela permite assim apresentar como futuro um de­ ção profética ordinária. Como no profetismo, o
senvolvimento histórico que. de fato, já está rea­ autor se nomeia e dirige sua mensagem aos seus
lizado no momento da difusão da mensagem. contemporâneos.
Como, sob símbolos habilmente límpidos, os Mas é sobretudo por sua interpretação religiosa
acontecimentos recentes figuram entre os últi­ da história e por seus verdadeiros centros de inte­
mos sinais do acontecimento final, os leitores que resse que o Apocalipse de João se distingue da
sabem calcular as datas podem esperar assistir maioria das obras do gênero literário apocalíptico.
em breve ao triunfo dos justos e ao castigo dos
ímpios. I . A interpretação cristã da história. A visão joanina
A intenção de semelhante anúncio é evidente: a do fim dos tempos assimilou certas convicções
proximidade da era escatológica confere ao tem­ essenciais da teologia cristã primitiva. A era nova.
po presente excepcional gravidade; ela sustenta o anunciada e esperada pela apocalíptica judaica,
fervor e encoraja a engajamentos imediatos. já fo i inaugurada na Ressurreição do Cristo. Os
últimos tempos estão iniciados e os benefícios
5. Interpretação do mundo e da história. Ao passo messiânicos estão comunicados: o Espírito derra­
que a pregação profética visa ao desenrolar-se mou-se sobre toda carne (cf. At 2,16-21) e o cris­
do plano de Deus ao longo de uma duração con­ tão já está ressuscitado com o Cristo (cf. Cl 3,1).
tínua e no quadro do destino histórico do povo Mas esta vinda do Reino realizou-se no mistério:
escolhido, a literatura apocalíptica supõe uma é sempre objeto de revelação e só pode ser per­
ruptura radical entre a era presente — marcada cebida pela fé . Ela tende à plenitude da sua rea­
pelo pecado e a influência das potências malig­ lização e manifestação gloriosa.
nas — e a era futura, na qual se realizará em Segundo esta perspectiva cristã, o "Dia do Se­
plenitude o triunfo de Deus e de seus escolhidos. nhor" está desdobrado: de uma parte, designa o
A era presente, tempo de conflito e de prova, será acontecimento da Ressurreição do Cristo e da sua
substituída pela peremptória e definitiva manifes­ exaltação ao senhorio do universo; de outro lado,
tação da ordem divina. Essa realização não é ale­ ainda é esperado enquanto Parusia, manifestação
atória; ela não depende do jogo das vontades hu­ universal e fulgurante do Reino de Deus por seu
manas. Os prazos estão determinados de antemão Cristo. Momentaneamente, há coincidência entre
e são normalmente desconhecidos dos homens, o "tempo presente" e a “era nova". A Igreja está
pois só Deus é o senhor e o juiz da história. no tem/w presente, mas é da era futura: ela é uma
O cosmo inteiro é atingido pelo advento final do realidade escatológica. simultaneamente cumpri­
Reino de Deus: a visão do fim dos tempos tem as mento das profecias e primícias proféticas do fim
mesmas dimensões da criação. dos tempos.
2. O objeto das visões. Uma vez que a escatologia vestígios desde o século II, identifica o autor do
já está inaugurada, a ruptura clássica entre a era Apocalipse com o apóstolo João, ao qual atribui
presente e uma era nova não apresenta mais a também o quarto evangelho. Entretanto, a tradi­
mesma significação. Não evoca mais tanto a su­ ção primitiva não fo i unânime a este respeito, e a
cessão de duas fases, quanto a distinção entre origem apostólica do Apocalipse fo i por muito
duas ordens: a ordem histórica e a ordem tempo posta em dúvida em certas comunidades
escatológica. cristãs. Os exegetas contemporâneos estão muito
Av visões não têm mais, portanto, como único divididos. Uns afirmam que as diferenças de esti­
objetivo evocar o processo do fim dos tempos em lo, de clima e de teologia tornam difícil a atribui­
vista de preparar os homens para a chegada do ção do Apocalipse e do quarto evangelho ao
“Dia do Senhor". Elas se interessam mais pe­ mesmo autor. Outros, pelo contrário, sublinham
las realidades misteriosas já instauradas e co­ as analogias temáticas e doutrinais, bem como o
municadas. A teologia do Cristo e da Igreja supe­ pano de fundo semítico das duas obras; eles pen­
ra a descrição apocalíptica da história. A espe­ sam que o Apocalipse e o evangelho derivam do
rança cristã não se nutre apenas da perspectiva ensinamento do apóstolo João, sem dúvida por
de unia Parusia iminente, mas também da evoca- intermédio de redatores pertencentes aos meios
ção da participação atual no combate vitorioso joaninos de Éfeso.
do Cristo. O Apocalipse é dirigido às “sete Igrejas da Asia"
Em conseqüência, o tema da urgência, habitual (1,3.11; 2-3): trata-se, de fato, de sete comunida­
na literatura upocaliptica, não se insere mais no des cristãs situadas na Província da Asia, cuja
quadro de uma avaliação cronológica dos prazos metrópole era Éfeso. Por causa do número sete,
escatológicos, mas funda-se antes de tudo na con­ que evoca a plenitude, pode-se pensar que o autor
vicção de que a fase decisiva do desígnio de Deus visava não somente a algumas comunidades par­
fo i revelada e inaugurada no acontecimento pas­ ticulares, por ele especialmente conhecidas, mas
cal. Os últimos tempos estão iminentes porque, no a Unia a Igreja.
mistério, já começaram. A expectativa cristã é Quanto às circunstâncias da composição, a obra
tanto mais firme e atuante por referir-se a bens nos traz duas indicações certas, as quais porém
cujas primícias já estão, desde agora, concedi­ não permitem uma datação precisa. De um lado,
das. a Igreja já fez a experiência da perseguição e
Dando tal relevo à contemplação dos aconteci­ parece mesmo confrontada com uma oposição
mentos da salvação e ao aprofundamento da con­ oficial do império romano. De outro lado, a
dição da Igreja, o Apocalipse de João se aproxi­ Parusia esperada se fa z esperar, e o prolonga­
ma das perspectivas da pregação profética, pois mento da espera suscita, em alguns, meios-termos
esta pretendia suscitar um despertar espiritual, e tibieza, em outros, desencorajamento, hesitação
pela recordação das maravilhas da Aliança e a ou impaciência. Levando em conta esses elemen­
consideração da vocação de Israel. Aliás, esta tos, podem-se propor principalmente duas hipóte­
atenção prestada ao próprio mistério do “Reino ses: o período que se segue à perseguição de Nero
que vem", mais que à data de sua manifestação e precede a ruína de Jerusalém (65-70) ou o final
gloriosa, explica por que o Apocalipse de João do reinado de Domiciano (91-96). Em favor da
não adota os processos de pseudoním ia e primeira hipótese, apresenta-se antes de tudo a
antedatação que, na apocalíptica tradicional, des­ alusão ao templo de Jerusalém (11,1-2) e à suces­
tinavam-se principalmente a permitir que se cal­ são dos imperadores (17,10-11). A segunda hipó­
culasse a proximidade do “Dia do Senhor”. tese, porém, parece mais verossímil à maioria dos
exegetas contemporâneos; ajusta-se melhor ao tes­
Autor e circunstâncias da composição. O livro temunho de Irineu de Lião e, levando em conta a
do Apocalipse não nos oferece informações preci­ pretensão de Domiciano de promover o culto
sas sobre seu autor. Este atribui-se o nome de imperial, justifica a insistência com que o Apoca-
João e o título de profeta (1,1.4.9: 22,8-9), mas lipse evoca o antagonismo irredutível entre o rei­
em parte alguma pretende ser um dos Doze. Uma nado do Senhor Jesus e o reinado blasfematório
tradição bastante firm e, da qual encontramos de César. Alguns autores pensam que as circuns-
táncias de composição são bem mais complexas, do em conta o paralelismo de várias seções do
pois o Apocalipse não seria uma obra homogê­ Apocalipse — entre outras, dos septenários —, vê
nea, mas a harmonização desajeitada de peças na sucessão das visões apenas um artifício literá­
diversas, compostas e retocadas no decurso dos rio: através do conjunto da obra, são as mesmas
últimos decênios do século I. convicções e a mesma mensagem que se afirmam,
embora repetidas sem cessar sob imagens dife­
A estrutura do Apocalipse e sua interpretação. rentes e em vista de aplicações ou explicitações
Mesmo na hipótese de certos trechos ou conjun­ novas.
tos do Apocalipse terem conhecido inicialmente
uma existência independente, o escrito que che­ Mensagem e atualidade do Apocalipse. Como
gou até nós revela determinada estrutura, que por toda mensagem profética, o Apocalipse procla­
certo não corresponde aos nossos hábitos atuais ma-nos a atualidade do desígnio de Deus e,
de composição, mas deixa entrever um desenvol­ correlativamente, a urgência do nosso engajamen­
vimento geral bastante homogêneo e procedimen­ to. Esta prtKlamação, ele a fa z transmitindo-nos
tos assa?, constantes. a compreensão sobrenatural do tempo presente e
De saída, podem-se distinguir duas grandes se­ do cumprimento desse desígnio.
ções: a seção profética, que se apresenta sob a A obra de Deus chegou a seu termo, e agora nós
forma de "cartas às Igrejas" (I;9-3,22), e a se­ apenas esperamos a sua manifestação ( 1,7': 22,20).
ção mais estritamente apocalíptica (4.1-225). Nes­ O Cristo já triunfa e seu Reino está inaugurado.
ta última, encontra-se globalmente o esquema Jesus é o único Salvador e, desde então, por in­
habitual das evocações apocalípticas: os prelú­ vestidura divina, o único Senhor (5,5-14; 11,15-
dios do fim dos tempos (6,1-11,19). as provações 17; 12,10; 19,11-16). Estamos nos últimos tem­
imediatas e a grande confrontação (12,1-20,15), pos, e vivemos na antecipação da salvação e nos
o cumprimento e a manifestação final (21,1-225). prelúdios do julgamento. Diante desse fato, os ho­
No Apocalipse de João, esse esquema é enri­ mens já se repartem em duas categorias irrecon-
quecido e complicado pela inserção dos “sep- ciliáveis:
tenários" (sete selos, sete trombetus, sete taças) e — os que reconhecem o Cristo são associados a
das visões intermediárias, que permitem ao pro­ seu triunfo e constituem o povo de Deus, realiza­
feta multiplicar as alusões, recapitular numero­ ção de Deus, realização do povo messiânico (7,9-
sos textos do Antigo Testamento e explanar sua 17; 14,1-5; 15,2-4; 17,14; 19,1-9; 20,4-6);
meditação sobre o mistério da Igreja e do tempo — os que, não o reconhendo, permanecem em
presente. estado de oposição a Deus: são os “habitantes da
O estabelecimento de um plano preciso é por terra", os cúmplices da usurpaçâo ímpia, que
certo aleatório, mas a dificuldade principal resi­ vivem sob o domínio de Satanás e, como ele, es­
de na interpretação que se deva dar à própria tão votados à condenação (6,15-17: 9,20-21; 13,7-
sucessão das visões. Será preciso ver nelas uma H.14-17: 14,9-11; 17,8-14: 18,9-19; 19,19-22;
evocação mais ou menos simbólica do encami­ 20,7-9).
nhamento da história para a Parusia próxima? Em sua realidade profunda, a Igreja está estrei­
Ou, antes, será a sucessão um quadro fictício, no tamente associada à pessoa e à obra do Cristo:
interior do qual o autor intentaria apresentar su­ — ela é a comunidade eleita, alvo do seu amor
cessivamente não as diversas fases do processo (1.5b; 3,9; 7.3-4; 12,6; 19,7-9);
escatológico, mas os múltiplos aspectos do triun­ — ela fo i redimida por seu sangue ( 1,5b; 5,9;
fo do Cristo, da condição da Igreja e do julga­ 7,14; 14,3-4).
mento do mundo? É fundamental a escolha, pois — ela é a inauguração do seu Reino, povo real
dela depende a exegese de todo o livro. A inter­ e sacerdotal (1,6; 5,10; 7,15; 20,4-6).
pretação cronológica tem a seu favor os hábitos Dessa relação constitutiva, decorre uma comu­
da literatura apocalíptica, mas supõe, para a so­ nhão "existencial"; o destino da Igreja é visto em
lução de certas dificuldades, que se admita o des­ sua associação com o destino do Cristo:
locamento ou o caráter adventício de várias vi­ — o Cristo era profeta, “testemunha fie l" (1.5;
sões. Importante corrente exegética atual, levan­ 3,14; 19,11). A Igreja é uma comunidade santa
que exerce o testemunho: no mundo, ela está em Glória futura, no seio da prova presente, mantém
missão profética (11,3-6: 12,17: 19,10; 22,9). na Igreja uma tensão cheia de esperança: “Vem,
— o Cristo levou seu testemunho até a paixão. Senhor Jesus!" (6,10; 10,7; 11,17-18; 12,10-12;
porque encontrou a oposição de um mundo inimi­ 15,3-4; 19,7-9; 20,3-4; 22,17.20).
go de Deus (1,5; 5,6). A Igreja também cumpre Essa mensagem nos diz respeito. Ultrai>assa o
sua missão na prova; ela conhece o combate e o anúncio de uma Parusia futura, cujos prazas e
martírio (6,9; 7,14; 11,7-10; 12,2.4.11; 16,6; modalidade permanecem incertos. E também não
18,24; 20,4); se destina a manter os fiéis numa vaga nostalgia
— o Cristo é vencedor c ressuscitado (1,5.18; consoladora de suas decepções terrestres, levan­
5,5; I2J>: 17,14; 19,11-21). A igreja participa já do ao descompromisso.
desta vitória; ela não está apenas em estado de O reinado do Cristo não é um acontecimento
eleição, mas já está salva e vive das prttnícias da futuro, mas uma realidade presente. O cenário da
ressurreição (6,11; 7,16-17: 11,11-12; 12,11; Parusia gloriosa e do Julgamento final apenas
17,14; 20,4-6): projeta na luz de Deus e na simultaneidade da
— o Cristo está glorificado, estabelecido na eternidade o que se realiza hoje, no mistério e na
condição de Senhorio ( 1,5.12-16; 19,16). A Igreja duração da história. A cada momento, o homem
é desde já Reino sacerdotal; desde agora exerce exprime sua pertença e determina seu destino; a
no culto sua função celeste, e em breve será ma­ cada momento verijica-se a autenticidade de sua
nifestado o seu triunfo (7,9-12.15: 14 J ; 20,4.6). fé e se realiza seu julgamento; em torno dele e
Assim, no tempo presente, a Igreja vive os diver­ nele se exerce o antagonismo irredutível da ido­
sos aspectos do mistério do Cristo: ela segue o latria da terra e do reconhecimento do único
Cordeiro onde quer que ele vá (14,4). Esta con­ Cristo. A Palavra profética convida o crente a
formidade implica atitudes morais e espirituais: dar-se conta da seriedade eterna de cada instan­
— porque deve testemunhar num mundo que não te: ela tão tolera a distração, nem a leviandade,
reconhece a Deus, dela se exige que viva na fide­ nem os meios-termos, mas incita ao engajamento
lidade (1.3; 2,10.1326; 3.8; 14.12; 22,7.9); imediato e integral. Situando a existência presen­
— sobre esta terra, onde está em exílio, ela te da perspectiva da Parusia, o Apocalipse recor­
sofre a perseguição, mas é também preservada da que o Senhor Jesus está no termo da história,
por Deus e nutrida das primícias da Ressurrei­ como está no seu princípio; e que, para além das
ção. A atitude que corresponde a esse estado de aparências, as realidades terrestres estão em re­
prova, mas de certeza da Glória, é a perseveran­ lação com o desígnio de Deus. Ao mesmo tempo,
ça . form a particular da fidelidade, como o mar­ por suas numerosas referências ao simbolismo
tírio o é do testemunho (1,9; 2,2.3.10; 3,10-11; litúrgico, o Apocalipse convida a comunidade dos
13,10; 14,12); fiéis a viver o culto como um encontro atual com
— a Igreja está também em êxodo, em marcha o Cristo, como um apelo a se conformar à Pascoa
/Kira a revelação da Jerusalém celeste, sua verda­ do Senhor, como uma proclamação e uma expec­
deira iiátria, e se prepara para viver da plena tativa da manifestação da Jerusalém celeste, da
manifestação do seu Senhor. Esta perspectiva da qual a Igreja é a antecipação e o sinal.
APOCALIPSE
1 Introdução Destinatários
‘Revelação* de Jesus Cristo: 4 João, às sete Igrejas que estão na Ásia8:
Deus lha concedeu para mostrar a Graça e paz vos sejam dadas,
Dn 2. seus servos o que deve acontecer cm da parte dAquele que é, que era e E x 3.14:
2X.29.45: Ap l.« :
Ap 1.10:
breve1’. que vem\ 4 .* : 11.17:
4.1: 22.6.16 Ele a deu a conhecer enviando seu anjo da parte dos sete espíritos1 que estão 16.5
Is I I.2 s ;
1,9: 6 ,9: a João, seu servo, diante do seu trono, Ap 3.1:
19.10: 20.4
2 o qual atestou' como sendo Palavra e 5 e da parte de Jesus Cristo, 4 ,5 : 5.6

testemunho de Jesus Cristo a testemunha fiel', o primogênito entre SI 89.2S.3X:


Is 5.4:
tudo quanto viud. os mortos e o príncipe dos reis da terra1. a 1.1*:
22.7.1» 3 Feliz o que lê Aquele que nos ama, A p 3.14:
19.11:
e os que escutam as palavras da profe­ que nos livrou1 dos nossos pecados por
cia, seu sangue E x 19.6:
se guardarem' o que nela esta' escrito, 6e fez de nós um reino, sacerdotes para Is 61.6:
IPd 2.5.9:
pois o tempo esta' próximo'. Deus, seu Pai, Ap 5.10:
211.6: 22.5

a. Tradução exata do termo grego apokálypsis que. por trans­ C risto c os diversos aspectos da condição escatológica da Igreja.
posição. deu lugar ao vocábulo Apocalipse. Para o título, pare­ e. O vocábulo não evoca apenas a observância dc normas.
ceu preferível manter a designação Apocalipse, que é o uso tra­ Tratava-se antes de dar importância à mensagem, de se deixar
dicional. C onhecido do grego literário e freqüente no A T grego, penetrar por ela e de vivê-la.
o vocábulo apokálypsis tomou-se. na igreja prim itiva, o termo f. Tem a da urgência. C f. v. I nota.
técnico para designar a manifestação gloriosa do C risto no fim g. Essas Igrejas serão nomeadas em 1.11: são aquelas às quais
dos tempos (R m 2.5; 8.19; IC o r 1.7; 2 T s 1.7; IP d 1.7.13). se dirigem as cartas de A p 2 -3 . Trata-se de comunidades situa­
b. O que deve acontecer cm breve: a formula é bastante ca­ das na província da A sia . a qual. na época, abrangia só pequena
racterística do gênero literário apocalíptico; evoca, ao mesmo parte da Á sia Menor nas imediações de Éfeso. É preciso levar
tempo, a im inência e o caráter irrevogável do cumprimento do em conta este quadro geográfico e histórico para interpretar certas
desígnio de Deus. N o apocalipse cristão, esta fórmula não é um alusões do Apocalipse. Entretanto, dado que o numero sete sim ­
sim ples procedimento literário, destinado a suscitar um rccon- boliza a plenitude, pode-se pensar que o autor não limita seu
forto e engajamento imediatos; e)a se apoia na convicção de que ensinamento a algumas comunidades determinadas apenas quer
a fase ultima da história da salvação foi inaugurada pelo acon­ transmitir uma mensagem universal e permanente.
tecimento pascal. h. Esta designação divina, que volta muitas vezes no Apoca­
c . L it. deu testemunho. No Apocalipse, com o muitas vezes no lipse. é uma espécie de explicação do Nome divino, revelado a
Novo Testamento, o tema do testemunho (martyria) está em M oisés no S in a i, segundo E x 3.14. N o judaísm o da época
ligação estreita com o caráter profético da mensagem. Testemu­ hclenística e. entre outros motivos, por influência do A T grego,
nha é aquele que ouviu a Palavra de Deus ou que teve a visão o nome de Y H W H foi interpretado com o significando o que é.
das realidades celestes e do desígnio dc Deus. Esta experiência No Targum de Jerusalém (versão uramaica do A T ) , esta desig­
superior é. ao mesmo tempo, envio em missão: a testemunha nação é am plificada em ritmo icrnário: o que é. que era e que
deve transmitir o que viu e ouviu, não apenas para descrever, seni. O Apocalipse adota uma am plificação semelhante, mas
mas de maneira a comunicar a sua compreensão profética e a muda que sení cm que vem. sublinhando assim o lema csca-
suscitar, por conseguinte, a resposta dc fé. N o Apocalipse, como tológico da vinda.
aliás no conjunto da literatura joanina. Jesus é a testemunha por i. O Espírito em sua plenitude. Sem duvida, influência de ls
excelência, que pode revelar autenticamente e em perfeita fide­ 11.2-3.
lidade o desígnio de Deus. Beneficiária desta revelação e ilumina­ j. A testemunha fiel. cf. v. 2 nota. Km Is 55.4. a palavra tes­
da pelo Espírito, a comunidade cristã tem por sua vez a missão temunha designa o Messias; no S I 8 9 3 8 . o M essias é comparado
de testemunhar. Com o Jesus Cri.slo. a testemunha liei (cf. 13 ) , a uma testemunha fiel no ceu.
ela encontra a contradição das potências terrestres c deve supor­ k. C om o Deus (v. 4 ). Jesus C risto é aqui designado segundo
tar a perseguição. O termo grego martyria. que primeiro desig­ uma fórmula tripartida. na qual encontramos a alusão à paixão,
nava o testemunho em geral, toma assim , na linguagem cristã, à ressurreição e à exaltação no seu Senhorio. Este enunciado, cm
um matiz especial: o martírio, isto e\ o testemunho que, à seme­ parte estereotipado, revela a influência dc uma primeira fixação
lhança do de Jesus morto na cruz. pode im plicar que a testemu­ literária das convicções essenciais da fé.
nha deva confirm ar seu testemunho com o próprio sangue. I. L it. que nos soltou (lysanti). Acrecsentando apenas uma
d. No gênero literário apocalíptico, a visão é o quadro habitual letra (lousnnti). alguns mss. lêem: que nos lavou. A versão que
da com unicação da mensagem: supõe-se que o profeta entrevia adotamos é mais bem atestada pela tradição manuscrita. Parece,
antecipadamente, através do desenrolar da história, os pródromos aliás, que certos temas do Êxodo estejam subjacentes nos vv. 5b-
c a consum ação dos ültimos tempos. N o Apocalipse joanino, as 6: libertação pelo sangue e constituição dc um reino dc sacerdo­
visões têm como alvo principal a inauguração do triunfo do tes (cf. E x . 19.6. também referido em IP d 2.5.9).
a ele glória e poder pelos séculos dos falava; e, ao voltar-me, vi sete cande­
séculos. Amém, labros de ouro"
Dn 7.13: 7 Ei-Io que vem entre as nuvens" 13 e, no meio dos candelabros, um como
M i 24,30: Dn 7,13:
A p 14.14
e todo olho o verá, filho de homem".
A p 14.14
até mesmo os que o traspassaram: Ele vestia uma longa túnica,
todas as tribos da terra estarão de luto um cinto de ouro lhe cingia o peito; Dn K U

por causa dele. 14 sua cabeça e os cabelos eram brancos Dn 7.9

Sim! Amém! como lã branca, como a neve,


21.6: 22.13 * Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Se­ e seus olhos eram como uma chama dc
nhor Deus, fogo;
1.4: 4.8: Aquele que é, que era e que vem0, o isseus pés pareciam de um bronze pre­ Dn 10.6
11.17: 16.5
Todo-poderosop, cioso, purificado no crisol,
e sua voz era como a voz dos oceanos;
Visão do Filho do Homem 16em sua mão direita, segurava sete es­
9 Eu, João, vosso irmão e companheiro trelas,
na tribulação, na realeza e na perseve­ e de sua boca safa uma espada acerada,
rança em Jesusq, encontrava-me na ilha com dois gumes1'.
de Patmos por causa da Palavra de Seu rosto resplandecia, como o sol em
i.2 Deus e do testemunho de Jesus'. todo o seu esplendor.
10 Fui arrebatado pelo Espírito* no dia do 17 Ao vê-lo, caí como morto a seus pés, Dn 8.18:
10.15.19:
Senhor1, e ouvi atrás de mim uma voz mas ele pôs sua mão direita sobre mim Ez 1.28
possante, e disse:
como dc trombeta0. Não temas!
"proclamando: O que vês, escreve-o Eu sou o Primeiro e o Último1, ls 44,6;
48.12:
num livro, e envia-o às sete Igrejas: a “ o Que Vive; A p 1.8: 2.8:
Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, estive morto, eis que estou vivo pelos 22,13
Hb 7.25
a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia*. séculos dos séculos, Dn 4.31:
12Voltei-me para olhar a voz que me e tenho as chaves da morte e do Hadcs*. 6.27: 12.7

m. L it. com as nuvens. A s nuvens tradicionalmente fazem Senhor designa ao mesmo tempo a comemoração do triunfo
parte do cenário da> teofanias (cf. E x 19,16; Is 6.4; M c 9,7; At pascal e o anuncio da Parusia. que senf a sua manifestação plena
1.9). C o m o em Mt 26.64, percebe-se aqui uma influência mais e definitiva. Muito cedo. as com unidades cristãs celebraram
imediata dc Dn 7.13. cultualmente. cada dom ingo, essa comemoração c essa expecta­
n. A primeira e a última letras do alfabeto grego. A expressão tiva (cf. A t 20.7; IC o r 11,26 e 16.2).
significa; o começo e o fim (cf. A p 21.6: 22.13). u. A alusão ao soar dc trombetu aparece regularmente nas
o, C f . v. 4 nota. de scriçõ es de teofanias c nas evo caçõ es da m anifestação
p. O vocábulo grego tmduzido aqui por Todo-poderoso (fctn- escatológica (cf. Mt 24,31; IC o r 15,52; IT s 4.16).
tokrxtôr) c habitualmente utilizado no A T grego paru traduzir o v. C f . v. 4 nota.
terrao hebraico Sabaot (D eus dos exércitos . Deus das potên­ w. Referência provável ao candelabro de sete braços, que estava
cias). Tam bém é empregado no helenism o como título imperial. no santuário e ardia sem interrupção diante de Deus (cf. E x
q . Enumeração dc diversos aspectos da condição cristã vista 2 5 3 1 -4 0 ; 27.20-21). Em Z c 4 ,1-14 descreve-se uma visão onde
como escatológica. A tribulaçOo: a perseguição, participação no também aparece o candelabro de ouro, ao lado de outros sím bo­
conflito escatológico inaugurada na cruz; a reaiezn: associação los que o autor do Apocalipse vai explorar repetidas vezes (cf.
à soberania do Cristo , vencedor da morte e das Potências; a Z c 4.10 e A p 5.6; Z c 4.3.14 e A p 11,4).
perseverança: fidelidade em meio à prova e à tentação que x. Designação sim bólica que. sob a influência de D n 7.13-14.
marcam os tempos escatològicos. foi utilizada na apocalíptica judaica pós-bíblica para indicar um
r. Trata-se, sem duvida, de uma sentença d c e xílio que atingiu o ser misterioso, executor escatológico do desígnio de Deus e de­
autor em razão dc sua fe' e sua pregação. O fato de que a revela­ tentor de uma autoridade régia e ju d icial. N a descrição que se­
ção tenha sido recebida em Patmos (pequena ilha das Espòradns) gue. os diversos sím bolos, vários dos quais são também tirados
não implica que a obra tenha sido escrita aí. Alguns falam de Éfeso. da visão de D n 7.9-14. contribuem para ressaltar a transcendên­
s. L it. Estive em espírito. cia, a majestade, os atributos desse filho do homem ou filho de
t. A expressão diu do Senhor aparece muitas vezes no A T para homem no qual se deve evidentemente reconhecer Jesus Cristo,
designar uma intervenção particular de Deus na história; no ju ­ y. C f . Is 49.2; H b 4.12 e A p 19.15.
daísm o pò s-cxílico. ela vai tomando um significado sempre mais z. C f. Is 44.6 e 48.12. onde a mesma expressão é aplicada a
cscatológico. Para os cristãos, os tempos escatològicos foram Deus. Aqui ela designa o C risto, com o também em A p 2.8 e 22,13.
inaugurados com a ressurreição do C risto ; a expressão Diu do a. Nome dado pelos gregos ao reino da morte. C f. Mt 16.18 nota.
19 Escreve, pois, o que viste, o que 7e'Oe que
o tem ouvidos ouça o que o Espí­
Dn 2 .2 *. que deve acontecer depois. rito diz às Igrejas.
29.45; 20 Q u a n t 0 ao mistério das sete estrelas que Ao vencedor darei de comer da árvore Gn 2.9:
Ap 1.1: . . . . . . .
4 .i: 22 .6.16 viste e m minha mao direita e aos sete da vida, que está no paraíso de Deus'. Ap 22,2
candelabros de ouro. eis:
as sete estrelas são os anjos das sete Carta à Igreja de Esmirna
Igrejasb. e os sete candelabros são as 8 Ao anjo da Igreja que está em Esmirna.
sete Igrejas. escreve:
Assim fala o Primeiro e o Ultimo. i* 44.6;
n Carta à Igreja de Éfeso o que morreu, mas voltou à vida; Ap'ui.17 :
‘Ao anjo da Igreja que esta' em Éfeso. 9 Sei da tua tribulação e da tua pobreza 22.13
escreve: — contudo, es rico — l-ll<
1. 16.20 : Assim fala o que segura as sete estre- e das calúnias dos que se pretendem
las em sua mão direita, judeus,
1.12 que anda no meio dos sete candelabros mas não são: e' uma “ sinagoga de Sa­
de ouro: tanás1”
2 Conheço tuas obras, teu labor e tua 10 Não receies o que deverás padecer.
perseverança. Eis que o diabo vai lançar alguns den­
c sei que não podes suportar os malvados. tre vós na prisão, para vos tentar,
Puseste à prova os que se dizem após­ e tereis dez dias de provocação*. Dn 1 .12.14
tolos e não o são, Sê fiel ate' a morte, e te darei a coroa
e comprovaste que são mentirosos. da vida1 .
3 És perseverante: 110 que tem ouvidos ouça o que o Espí­
sofreste por causa do meu nome e não rito diz às Igrejas.
perdeste a coragem. O vencedor não sofrerá dano algum da
4 Mas tenho contra ti que abandonaste o segunda morte'. 20.6 .14: 21.8
teu primitivo fervor0.
5 Lembra-te, pois, de onde caíste: Carta à Igreja de Pérgamo
arrepende-te e faze as obras de outrora. 12 Ao anjo da Igreja que está cm Pc'rgamo,
Caso contrario, venho a ti escreve:
e, se não te arrependeres, tirarei o teu Assim fala o que tem a espada acerada, i.t&; 19.15
candelabro de seu lugar. com dois gumes:
6 Isto. porem, tens em teu favor: 13 Sei onde moras: e' onde está o trono dc
detestas, como eu. as obras dos ni- Satanás'.
colaítasd. Entretanto, continuas ligado ao meu

b. O s anjos das Igrejas designam seja os chefes espirituais das realiza esta expectativa para os que. nele. alcançam a vitória.
comunidades — assim um profeta (A g 1.13) ou um sacerdote f. O fundamento desla designação acusadora é a convicção,
(M I 2.7) são designados pelo titulo de anjo (isto c . enviado) de difundida no cristianism o prim itivo, de que os cristãos são os
IX*us; — seja. com mais probabilidade, uma espécie de personi­ verdadeiros judeus, o verdadeiro Israel (cf. Rm 2.28-29: G l 3.29;
ficação da realidade espiritual da comunidade. A crença cm um 6.16). Nesta perspectiva, os judeus que não aceitam o C risto e
duplicado celeste das realidades terrestres era fam iliar à menta­ favorecem a perseguição contra os cristãos parecem ter renega­
lidade do judaísm o da época. do sua vocação privilegiada: não são mais os verdadeiros filhos
Com o quer que seja. a idéia teológica que se sugere aqui é que de Abraão, mas filhos de Satanás (cf. Jo 8.44).
as Igrejas estão nas mãos do C risto , submetidas à sua jurisdição. g. Anuncio de uma perseguição próxim a, talvez bastante curta
c. Lit. teu primeiro amor. (dez dias), provavelmente inspirada pelos judeus (o diabo =
d. Ignora-se quase tudo dessa heresia, da qual se trata ainda no Satanávô o v. 9). Nesta mesma cidade de Esm irna. no século H.
v. 15. A s ünicas informações nos sào fornecidas pelo Apocalip­ desencadear-se*á uma perseguição por instigação dos judeus (cf.
se, que reprova suas tendências gnósticas e libertinas. Martírio de Policarpo).
e. A lusão a G n 2.9. Expulso do paraíso, o homem foi afastado h. O martírio c um combate e. como nos jogos de arena, o
da árvore da vida (Gn 3.22.24). No judaísmo, espera-se do Messias vencedor recebe a coroa.
que ele reintroduza os judeus no jardim do Éden. C f., p. ex.. Test. i. Trata-se da morte ultim a e definitiva, chamada segunda, sem
Levi 18.10-11: Ele (o Messias stw w sacerdote) abrinías portas duvida por contraste com a morte corporal (cf. A p 20,6.14; 2 1.8).
do panuso, e dará aos santos de conter da árvore da vida. Jesus j. Um a alusão, talvez, ao culto imperial, cujo centro de difusão
nome e não rcncgastc minha fé, aqueles cuios olhos sao como chama Dn l0-6-
j - iu
mesmo nos dias de Antipas, minha ardente e cujos pes se assemelham ao Ap U 4 ' 15
1,5; testemunha fiel, que foi morto entre bronze precioso:
3.14;
19.11
vós, onde Satanás habita. '* Conheço tuas obras, teu amor. tua fé,
14 Tenho, contudo, umas censuras a tc fazer tua dedicação e tua perseverança; e tuas
há entre vós alguns que se apegam à últimas obras ultrapassam em número
doutrina de Balaão, o qual aconselha­ as primeiras.
va Balac a armar uma cilada aos filhos 20 Mas tenho contra ti que toleras Jezabel1’,
de Israel para incitá-los a comer das essa mulher que se diz profetisa e trans-
carnes sacrificadas aos ídolos, e a pros- via meus servos, ensinando-os a se
tituir-sek. prostituir e a comer das carnes sacrifi- Nm 25.1-2;
15 Da mesma forma, tens alguns que se cadas aos ídolos. Ap 2.14
apegam à doutrina dos nicolaítas1. 21 Dei-lhe prazo para se arrepender,
16 Arrepende-te, pois! mas ela não quer arrepender-se de sua
Senão, virei a ti em breve prostituição.
e os combaterei com a espada de mi­ 22 Eis que vou lançá-la num leito de
nha boca. amarga aflição,
17 O que tem ouvidos ouça o que o Espí­ bem como a seus companheiros de
rito diz às Igrejas. adultério'1.
Ao vencedor, darei do maná escondido1"; a menos que se arrependam de suas obras.
dar-lhe-ei também uma pedra branca" “ Ferirei também dc morte seus filhos,
Is 62.2; c. gravado sobre ela. um nome novo”, e todas as Igrejas saberão que sou eu
65.15;
que ninguém conhece, a não ser aque­ quem prescruta os rins e os corações, si 7 .10
Ap 3,12;
14.1 le que o recebe. e a cada um de vós retribuirei segundo si 62.13;
suas obras. Ml 1627
Carta à Igreja dc Tiatira 24 A vós, porém, que, em Tiatira, ficais
111 Ao anjo da Igreja que está em Tiatira. sem partilhar essa doutrina c sem ter
escreve: sondado suas pretensas “ profundezas"
Assim fala o Filho de Deus. dc SatanaV, declaro-vos:

paru a província da Á sia era a cidade de Pérgamo. O s cristãos de entrada nas assembléias reais, talismã, voto dc absolvição no
foram logo intimados a escolher que Senhor confessar, o C risto tribunal? C om o quer que seja. a cor branca evoca certa partici­
ou o imperador. pação na glória. A atenção se volta especialmente para o nome
k. Juntando Nm 25.1*2 e Nm 31,16. certas tradições judaicas, sagrado inscrito nessa pedra.
às vezes aceitas no cristianism o, viram cm Balaão o instigador o. Certamente “o nome acim a de todo nome" que o Cristo
das infidelidades de Israel na terra de Moab (Jd I I : 2Pd 2,15). recebeu após sua ressurreição (cf. F1 2,9). O cristão terá parte no
C om o o A T . o Apocalipse emprega freqüentemente os vocábu­ nome do seu Senhor, isto c. é chamado a participar de sua dig­
los prostituição, prostituir-se. para designar a infidelidade do nidade e do seu destino.
homem para com Deus. preferindo-lhe os ídolos. D iz-se que este nome é novo. Este adjetivo, já valorizado pelos
I. C f. A p 2.6 nota. profetas do A T (Is 43.19; Jr 3 1 3 1 -3 2 : E z 3 6 2 6 ). qualifica muitas
na. Segundo E x 16.32-34, atestado igualmente em H b 9.4. um vezes no Apocalipse as realidades escatológicas. e. por conse­
pouco de maná do deserto depositado na “tenda do encontro", guinte. as realidades cristãs que são a sua antecipação: mundo
cor^o memorial da solicitude de Deus p;ira com seu povo. A novo, céu novo. Jerusalém nova... (cf., p. ex., A p 21.5). Encon­
seguir, esta tradição se enriqueceu, segundo 2Mc 2.4-8. por exem­ tram-se fórmulas semelhantes em outros escritos do N T : nova
plo, após a ruína dc Jerusalém . Jeremias teria feito esconder a aliança ( IC o r 1 1 25 : 2 C o r 3,6). nova criatura (G l 6,15: 2Cor
arca da aliança e o resto do maná no monte Nebo: e certos 5.17). homem novo ( E f 2.15: 4 2 4 ). mandamento novo (Jo 1334).
escritos do judaísm o pós-biblico anunciavam que se reencontra- p.Jezubet. Designação certamente sim bólica, em referência à
riarft esses objetos escondidos no “ D ia do S e n h o r **. Jczabel (l/ebel) do A T que favoreceu o culto idolátrico na Pa­
O dom do maná escondido, portanto, refere-se ao fim dos lestina (cf. IR s 1631 e 2 R s 9 2 2 ). A s desordens visadas aqui
tempos: sim boliza a comunicação definitiva dos bens messiânicos, assemelham-se aos erros censurados nos nicolaítas (cf. A p 2.6
alimento celeste que aqui contrasta com as carnes sacrificadas nota).
aos ídolos. espécie de rito blasfematório de comunhão com as q . L it. Eis que vou lançá-la num leito, e numa grande aflição
divindades pagas. Para o cristão, esta referência ao maná evoca os que cometeram adultério com ela.
espiritualmente a Eucaristia, alimento escatológico e prim ícias r. O autor condena aqui as pretensões gnósticas a um conheci­
da vida celeste (cf. Jo 6,31-58). mento religioso privilegiado, obtido ao termo de uma iniciação
n. A imagem da pedra branca é de interpretação incerta: ficha erudita.
não vos imponho outro fardo. 5 Assim, o vencedor se trajará com ves­
25 Somente o que tendes, segurai-o firme tes brancas:
ate' que eu venha. Não apagarei seu nome do livro da vida'
2‘ Ao vencedor, ao que guarda até o fim e por ele responderei* diante do meu Mt 10.32
minhas obras, dar-lhc-ci poder sobre Pai e de seus anjos.
s| 2 K as nações': 4 O que tem ouvidos ouça o que o Espí­
si 2.9 ; 27 com vara de ferro as apascentará. rito diz às Igrejas.
AP 19 .15 como se quebram os vasos de argila1,
“ como eu também recebi para isso po­ C arta à Igreja de Filadélfia
der de meu Pai, 7 Ao anjo da Igreja que está em Filadél­
e lhe darei a estrela da manhâ“. fia. escreve:
29 O que tem ouvidos ouça o que o Espi­ Assim fala o Santo, o Verdadeiro,
rito diz às Igrejas. o que tem a chave de David",
que abre. e ninguém fecha,
q C arta à Igreja de Sardcs que fecha, e ninguém pode abrir.
'A o anjo da Igreja que está em Sar- "Conheço tuas obras.
des, escreve: Eis que pus diante de ti uma porta aber­
Assim fala o que tem os sete espíritos ta, que ninguém pode fechar.
h H . 2; de Deus e as sete estrelas. Tens pouca força, e contudo guardaste
Ap l-4, j g Conheço tuas obras: tens fama de estar minha palavra e não negaste meu nome.
1 . 16 .20 : vivo, mas estás morto! 9 Eis que te entrego alguns da sinagoga
2,1 2 Sê vigilante! Consolida o resto que está de Satanás11, dos que se dizem judeus, 2.9
para morrer’ , pois não achei perfeitas mas não o são, pois mentem.
as luas obras aos olhos dc meu Deus. Eis que farei com que venham pros- fc.4s.i4:
Lembra-te. pois, do que rccebeste e trar-se a teus pés.
ou viste". e reconhecerão que eu te amei. is 43.4
Guarda-o e arrepende-te! '"Porque guardaste minha palavra com
m i 24 .42 - 43 : Sc não vigiares, virei como um ladrão, perseverança1, eu também te guardarei
Ap^éis’ sern Mue saibas a que horas virei sur­ da hora da provação,
preender-te. que virá sobre a humanidade toda,
4 Em Sardcs, contudo, tens algumas pes­ pondo à prova os habitantes da tcrrad.
soas que não mancharam suas vestes. " Venho em breve!
Elas mc acompanharão, vestidas dc Segura firme o que tens. para que nin­
branco', pois são dignas. guém te arrebate a coroa'.

s. Nações: muitas vezes, os pagãos, em contraposição ao "‘povo nar-se indigno; receber uma veste branca é ser purificado e
de Deus*’: às vezes, porém, o vocábulo é empregado sem matiz participar da vida do C risto ressuscitado. A imagem é freqüento
polêm ico para designar mais genericamente o conjunto dos po­ no Apocalipse (cf. A p 3.18; 4.4; 6 .1 1; 7.9.13-14; 22.14).
vos. Por fidelidade ao termo grego, traduziremos sempre na- y. Livro da vida. Registro celeste onde estão consignados os
çòes. mesmo quando o contexto dê a entender, como é o caso nomes dos eleitos (cf. A p 13,8; 17.8; 20,12.15; 21.27). A ima­
aqui. que se trata mais especificamente dos pagàos. gem encontra-se regularmente na Bíblia (cf.. p. ex.. E x 3 2 3 2 -
t. C f. S I 2.8-9. A ciutção deste salmo messiânico se reencontra 33; S I 69.28-29; D n 12.1; F1 4 3 ).
em A p 12,5 e 19.15. A qu i o C risto estende sua aplicação aos z . I.it. e confessarei seu nome.
cristãos: estes são associados a seu poder real (cf. A p 1.9 nota}. a. Chave de David. A expressão se liga a uma passagem de Is
u. A estrela é. às vezes, sím bolo m essiânico (cf. Nm 24.17). 22.22. onde se trata da transmissão de poderes a um ministro de
A q u i. como cm A p 22.16. a estrela tia manhã designa o Cristo. confiança. A q u i. a expressão deve ser entendida em sentido
Num a formulação nova, este texto volta a afirm ar a associação messiânico: sig n ifica que o C risto recebeu ptenos poderes e que
do cristão ao Cristo. seu julgamento é sem apelação.
v. Trata-se do pouco de vida que ainda resta à comunidade, ou b. C f. A p 2.9 nota.
então de seus poucos membros que permaneceram fiéis. c . L it. a palavra de minha perseverança.
w . Pode-se também traduzir: Recorda-te como recebeste e d. Parece que a expressão designa particularmente os homens
ouviste (a Palavra). que se instalaram na terra, em contraste com os cristãos que,
x. A imagem da veste é tradicionalmente utilizada para sig n i­ fundamentalmente, ja são cidadãos do céu (cf. F1 3 2 0 ).
ficar a realidade profunda do homem. Manchar .sua veste é tor­ e. C f . A p 2.10 nota.
12 Do vencedor, farei uma coluna no tem­ 19 Quanto a mim, repreendo e corrijo to­
plo do meu Deus, dos aqueles a quem amo. £
e dele nunca mais saira', Sê, pois fervoroso e arrepende-te!
e inscreverei nele o nome do meu Deus “ Eis que estou à porta e bato.
ez 4S.35 e o nome da cidade do meu Deus, Se alguém ouvir minha voz e abrir a
21.2 a Nova Jerusalém' que desce do céu, porta,
de junto do meu Deus, entrarei em sua casa e cearei 1 com ele, u 22.29.30-.
, Jo 14.23
1* 62.2: e meu nome novo*. e ele comigo.
65.15, 13 q qUe tem ouvidos 0Uça 0 que o Espí-
21 Ao vencedor, concederei sentar-se co- Mt 19 ,2»:
i4.i rito diz às Igrejas. migo no meu trono, como eu também ^ 22^'4<l;
alcancei a vitória e fui sentar-me com
Carta à Igreja de Laodicéia meu Pai em seu trono.
14 Ao anjo da Igreja que esta' em 22 O que tem ouvidos ouça o que o Espí­
Lao­
dicéia, escreve: rito diz às Igrejas.
si kwk: Assim fala o Am ém \ a Testemunha
ArJlJl,|5|: fiel e verdadeira, a O trono dc Deus e o culto celeste
Jo 1.3: o Princípio da criação de Deus1. 'Depois disso, eu vi:
CIh m 2 15Conheço tuas obras: não és frio nem Uma porta estava aberta no céu, e a
quente. primeira voz, que eu ouvira falar-me,
Oxalá fosses frio ou quente! qual trombeta, disse: mo
16 Mas. porque és morno, nem frio nem Sobe até aqui, e te mostrarei o que deve
quente, estou para vomitar-te da minha acontecer a seguir. Dn2.29:

boca. 2 Logo, fui arrebatado pelo Espírito. Ap ''


"P o is dizes: sou rico, enriqueci-me, dc E vi um trono erguido no céuk ^ I J6:
», - I0’l:
nada mais preciso. e, no trono. Alguém sentado. k6 l
e não sabes que tu és miserável, digno 3O que estava sentado tinha o aspecto
de lástima, pobre, cego e nu, de uma pedra de jaspe e de sardônica. ez i.26-2h
18 aconselho-te a comprar dc mim ouro Uma glória1 nimbava o trono de refle­
purificado no fogo para te enriquece- xos de esmeralda.
res, e vestes brancas para te cobrires, a * Ao redor do trono, vinte e quatro
fim de que não apareça a vergonha de tronos.
tua nudez. e sobre estes tronos sentavam-se vinte
e um colírio para ungires teus olhos e e quatro anciãos"', vestidos dc branco,
recuperares a visão. com coroas de ouro sobre a cabeça.

f. O anuncio profético dc uma restauração de Jem.salem com ­ I. Aqui o vocábulo deve ser tomado no sentido técnico de au­
portava mais do que a perspectiva de uma reconstrução material réola: é o círculo de luz que circunda os personagens ou as co i­
(cf.: Is 51.1-3; 65.18-25). N o cristianism o, o tema e' transposto: sas santas. O vocábulo grego pode também sign ificar arco-íris.
a Jerusalém terrestre nào é mais o centro da aliança: os cristãos m . O s três elementos que os caracterizam — tronos, vestes
sabem que são cidadãos dc uma cidade celeste, a nova Jerusalém brancas, coroas — correspondem aos atributos prometidos aos
(cf. A p 2 i; cf. igualmente G1 4 2 6 ). cristãos (cf. 3.21; 3.4-5; 3.11). Esta assem bléia celeste represen­
g . C f . A p 2.17 nota. ta pois. cm certo sentido, o povo de D eus participando na glória
h. Vocábulo hebraico (cuja raiz sign ifica solidez, certeza) uti­ e celebrando uma liturgia de adoração e ação de graças que se
lizado na liturgia judaica e depois na cristã, com o expressão da dirige antes dc tudo a Deus com o criador (A p 4 ). depois, ao
resposta da fé à Palavra de Deus. Em todos esses sentidos, o cordeiro com o redentor (A p 5). O nome dc anciãos que lhes é
CriMo é o Amém (cf. 2 C o r 1.19-20). dado evoca os chefes ou responsa'veis de Israel no A T . depois,
i. Identificação com a Sabedoria e a Palavra primordial de os das sinagogas e, por fim . os das comunidades cristãs.
Deus (cf. Pr 8.22: Sh 9.1-2; C l 1.15-18). Esses anciãos são vinte e quatro, o que pode fazer pensar tanto
j . Dada a insistência do Afxn ullpse em temas e imagens litur- nas vinte e quatro classes sacerdotais ( iC r 24.3-19) como nos
gicos. especialmente na» cartas às Igrejas, pareceu conveniente doze profetas que representam o profetismo do A T e continuam
traduzir cear ao invés de, mais literalmente, tomar uma refeição. nos doze apóstolos; ou ainda nas doze tribos do antigo Israel, às
k . Querendo evocar a potência criadora dc Deus. o autor se quais vêm somar-se as doze do novo povo etc. O caráter relati­
vale sobretudo da sim bólica das visões de E z I e 10. onde Deus vamente geral da descrição desses personagens faz pensar que o
esta no trono dominando o mundo criado. autor não dá muita importância a sua identificação precisa.
Ez i.i3: s q 0 tro n o s a ía m r e lâ m p a g o s , v o z e s e de receber a glória, a honra e o poder,
Ex 19.16 K 6
trovoes. pois tu criaste todas as coisas;
Sete lâmpadas de fogo ardiam diante quiseste que elas existissem , e foram
do trono: criadas'.
sâo os sete espíritos de Deus".
‘ Diante do trono, um como mar lím- O liv ro s e la d o e o C o r d e ir o
O |r
Kz i.22: pido”, sem elhante ao cristal. ’ E eu vi, na mão direita do que está
Gn 1,7 No meio do trono e cercando-o, quatro sentado no trono,
Ez i.s-21 animais cobertos de olhos pela frente e um livro escrito por dentro e por fora,
por tra's. selado com sete selos*. n 29.11

E* i .io; 7 O primeiro animal era semelhante a um 2 Vi também um anjo poderoso, que


10.14 . .
Ic í i o i proclamava com voz forte:
o segundo, a um touro novo; Quem será digno de abrir o livro, rom-
o terceiro tinha um rosto como de homem pendo-lhe os selos?
e o quarto era semelhante a uma águia J Mas ninguém, no céu, na terra, nem
em pleno vôop. sob a terra,
KOs quatro animais tinham seis asas cada tinha o poder de abrir o livro, nem mes­
is 6.2 u m ', cheias de olhos ao redor e por mo de olhar para ele.
& .a .2 d e " tro -
4 Eu chorava muito, por não se ter acha­
Eles não cessam de proclamar, dia e do ninguém digno dc abrir o livro, nem
noite: de olhar para ele.
ls 6.3 S a n to , S a n to , S a n t o ! 5 Um dos anciãos, porém, me disse:
S e n h o r, D e u s T o d o -p o d e ro s o , Não chores!
1.4 .S: A q u e le q u e e r a , q u e é e q u e v e m ! Eis, ele alcançou a vitória,
i i .i7 . 16,5 9 g c a j a v e z q u c o s a n j m a js d a v a m g|<5„
o leão da tribo de Judá, o rebento de H b ? .i4 :
ria, honra e ação de graças ao que está David1. Rm 1512
Dn 4.3i; sentado no trono, ao que vive pelos ele abrirá o livro e seus sete selos.
6,27 séculos dos se'culos. 6 Então eu vi:
"’os vinte e quatro anciãos se prostravam no meio do trono e dos quatro animais,
diante do que está sentado no trono, no meio dos anciãos,
adoravam ao que vive pelos séculos dos estava de pé um cordeiro, que parecia 10 i.w
séculos imolado“ .
e depunham suas coroas diante do tro­ Tinha sete chifres c sete olhos.
no. dizendo: que são os sete espíritos de Deus en- A p 1.4
" Tu és digno, Senhor nosso Deus, viados por toda a terra'.

n. C f. A p 1.4 nota. temente considerado um rolo) esteja escrito por dentro e por
o . L it. um mar de vidro. fora. sugere: — ou caráter plenário c definitivo do desígnio de
p . Segundo Irineu de L iã o . a tradição considerou espontanea­ D eus. que agora vai ser cum prido: ou então a leitura nova e
mente esses quatro animais com o sím bolos dos quatro evangelis­ espiritual do A T , trazida pelo C risto , cm contraste com a leitura
tas. É difícil admitir que esta tenha sido a intenção do autor do Ap. puramente material (cf. 2 C o r 3,14-16).
C o m efeito, a visão se inspira diretamente em E z t . onde os t. Títu lo s messiânicos tirados de G n 49.9 c ls 11.1.10.
quatro anim ais sobre os quais repousa o trono de D eus represen­ u . Deve-se compreender a frase com o uma apresentação sin­
tam 0 mundo criado. tética do mistério pascal: o C risto é vencedor da morte (o co r­
q . Influência da visão de ls 6 . onde se encontra igualmente (no deiro estava de pé) pelo seu sacrifício {imolado).
v. 3) o ‘'triságion**, a tríplice proclam ação da santidade, A imagem do C risto com o cordeiro é uma das mais freqüentes
r . L it. e por tua vontade elas existiam e foram criadas. no A p. E la se refere à profecia m essiânica de Is 53,7 e muito
s . A im agem , tomada de E z 2.9-10. dá lugar a diversas inter­ provavelmente também à figura do cordeiro pascal (E x 1 2 3-6 ).
pretações: — Ta lv e z se trate do livro que contém o desígnio dc v. O s chifres são um sím bolo de força (cf. p. ex.. Dt 33.17; Dn
D eus. Por isso. a forma de um testamento lacrado. O C risto seria 7,7.24).
seu ünico executor, pois é somente a ele que compete abrir os A imagem dos sete olhos vem de Z c 4.10. onde sign ifica a
selos. — Segundo outra interpretação, atestada desde o séc. III. onisciência de Deus. A assim ilação dos sete olhos aos sete es­
iraiar-sc-ia do A T . cuja revelação e realização é Cristo. píritos deve-se provavelmente à influência de Is 11 2: o M essias
Nesses dois tipos de explicação, o fato dc que o livro (eviden­ tem sete espíritos, isto é. tem a plenitude do Espírito.
7 Adiantou-se para receber o livro da mão s * A b e r t u r a d o s se is p r im e iro s selos
direita do que esta' sentado no trono. 'Então eu vi: Jr |5-2-4
* No momento em que recebeu o livro, osQuando o Cordeiro abriu o primeiro 14. 13-21
quatro animais e os vinte c quatro an­ dos sete selos, ouvi o prim eiro dos
ciãos prostraram-se diante do cordeiro. quatro anim ais exclam ar com voz de
Cada um tinha uma harpa e taças de trovão: Vem!
k.J: ouro cheias de perfume, 2 E eu vi: era um cavalo branco1.
SI I 4 U
que são as orações dos santos. Quem o montava tinha um arco.
I4..V 9 E cantavam um canto novo": Foi-lhe dada uma coroa,
fs 4 2.10 Tii e's digno de receber o livro e ele partiu como vencedor e para vencer.
e de romper-lhe os selos 3 Quando abriu o segundo selo, ouvi o
porque foste im olado, segundo animal exclamar: Vem!
14.4 e redimiste para Deus, por teu sangue, 4 Então surgiu outro cavalo, vermelho-
homens de toda tribo, língua, povo e -afogucado.
nação. Ao que o montava foi dado o poder de
10 Deles fizeste, para nosso Deus, tirar a paz da terra, para que se matas­
1 .6: 20.6 : um re in o e s a c e r d o te s , sem uns aos outros,
^I 1*l,9;6; e reinarão sobre a terra. e uma grande espada lhe foi dada.
61.6
11 Então eu vi: 5 Quando abriu 0 terceiro selo, ouvi o
E ouvi a voz dc anjos numerosos ao terceiro animal exclamar: Vem!
redor do tro n o , dos anim ais e dos E eu vi: era um cavalo preto.
anciãos. Quem o montava tinha uma balança na
Dn 7.10-, Seu número era miríades de miríades e mão.
m> 12.22 milhares de milhares. ‘ E ouvi como uma voz, no meio dos
12 Eles proclamavam, com voz forte: quatro animais, que dizia:
É digno, o C ordeiro imolado, Uma medida de trigo por um denário e e2 4.16
h 2.7-9 ( je receber poder, riqueza, sabedoria, três medidas dc cevada por um denário.
força, honra, glória e louvor. quanto ao óleo e ao vinho, não toqueis
5.3: 13 E toda criatura no ce'u, na terra, debai­ neles*.
Fl 2.10
xo da terra e no mar, 7 Quando abriu o quarto selo, ouvi o
todos os seres que a í se encontram, quarto aninal exclamar: Vem!
ouvi que proclamavam: * E eu vi: era um cavalo esverdeado.
Ao que está sentado no trono e ao Quem o montava cham a-se “a M orte” ,
Cordeiro, e o H ades' o acompanhava.
louvor, honra, glória e poder pelos Foi-lhes dado poder sobre a quarta
séculos dos séculos. parte da terra.
14 E os quatro anim ais diziam: para que matassem pela espada, pela e z 14.21
Amém! fome, pela morte c pelas feras da terra.
E os anciãos prostraram -se e ado­ 9 Quanto abriu o quinto selo, vi sob o 20.4
raram. altar as alm as dos que tinham sido
tf. C f. A p 2.17 nota. se reconhece nele o próprio C risto , ou ainda o poder da mensa­
x. A visão dos quatro cavaleiros inspira-se evidentemente em gem evangelica ou mesmo uma personificação dos julgamentos
Z c 1,8: 6.1-8. Quanto ao primeiro cavaleiro, as interpretações se divinos. Para levar em conta este caráter particular do primeiro
distribuem cm duas grandes tendências: I . Dá-se atenção sobre­ ca v a le iro , uma variante da p rim e ira interpretação propõe
tudo ao paralelismo entre os quatro cavaleiros. C om o o segundo identificá-lo com os falsos m essias anunciados pelo próprio Cristo
sim boliza as destruições da guerra, o terceiro a fome. o quarto (cf. Mt 24,4-5). — C om o quer que seja. os quatro cavaleiros
as epidemias mortais, o primeiro deveria sim boli/ar um flagelo: representam sinais do tempo escatológico (cf. Mt 24.6-7 e par.).
0 espirito de conquista (cm geral, ou com uma referência co n ­ y . L it. nõo lhes causes nenhum prejuízo. Aumento do preço
creta às invasões partas do séc. I: os guerreiros partos eram dos cereais por causa da penüria. O óleo e o vinho sâo (momenta­
arqueiros fam osos). 2. Ressaltam -se especialmente os caracteres neamente?) poupados, seja porque sim bolizam os bens escatoló-
distintivos do primeiro cavaleiro: co r branca, coroa, vitória, bem gicos, seja porque a penüria só atinge a colheita de uma estação,
como o paralelismo com o cavaleiro celeste de A p 19 .11s. Então z . C f. 1.18 nota.
imolados por causa da palavra dc Deus C aí sobre nós e escondei-nos ^ l(’*
, Ijc 23.30
e do testem unho que tinham dado*. longe da face do que esta sentado no
10Eles gritavam com voz forte: trono,
Ate' quando. Soberano santo e e longe da ira do Cordeiro!
verdadeiro. 17 Pois chegou o grande dia da sua irac, ji 2. 1 .1 1 -
3.4: Rm 2.5
d i 32.43; tardarás a fazer justiça, e quem podera' subsistir?
Zc 1.12:
Lc IH.7
vingando nosso sangue contra os
habitantes da terra? rj A Ig re ja com o Povo de Deus
11 Então lhes foi dada. a cada um. uma 1 Depois disso, vi quatro anjos em pe.
14.13 veste branca. nos quatro cantos da terra. Ez 7-2
e lhes foi dito que tivessem paciência Eles detinham os quatro ventos da terra. Zl- 6.5
ainda um pouco de tem po. para que nenhum vento soprasse sobre Jr 49'56
ate' que se completasse o número de a terra, nem sobre o mar, nem sobre
seus companheiros de serviço e de seus a'rvorc alguma.
irmãos. 2E vi outro anjo que subia do Oriente,
que iriam ser mortos como eles. trazendo o selo' do Deus vivo.
12 E eu vi: Com voz forte ele gritou aos quatro
Quando abriu o sexto selo, anjos encarregados de fazer dano à terra
sobreveio um violento terremoto, e ao mar:
h 13.10; o sol ficou preto como um pano dc 3 Não façais dano à terra, nem ao mar,
crina, nem às árvores,
e a lua toda com o sangue11. até que tenham os marcado com o selo
As estrelas do ce'u caíram sobre a terra, a fronte dos servos do nosso Deus. Ez 9 .4 .6 :

is 34.4 como frutos verdes de figueira sacudi­ 4 Ouvi, então o número dos que tinham 22 i ' 2
da pela tem pestade'. sido marcados com o selo:
is 34.4: i4 o ce'u recolheu-se com o um livro que cento e quarenta e quatro mil* marca- 14. 1.3
llb 1.12: . ,
Ap 16.20: SC e n r o la " . dos com o selo
2<>-i • e todas as montanhas e as ilhas foram de todas as tribos dos filhos de Israel;
abaladas. 5 da tribo de Judá, doze mil marcados
15 Os reis da terra, os magnatas, com o selo,
os che­
fes militares, da tribo de Ruben, doze mil.
os ricos e os poderosos, da tribo de G ad, doze mil.
todos, escravos e livres, ‘ da tribo de Aser. doze mil.
k 2,10.19 esconderam-sc nas cavernas e nos ro­ da tribo de Neftali, doze mil,
chedos das montanhas. da tribo de M anasses, doze mil,
'‘ Eles diziam às montanhas e aos ro­ 7 da tribo de Sim eão, doze mil,
chedos: da tribo de Levi, doze mil.

a. São os mártires cristãos. Estão sob o aliar, isto é. no recinto f. A cena se inspira em E z 9. Pode-se entender o selo como
sagrado, bem perto de Deus. Portanto, sua morte é igualmente um sinal de propriedade (os homens que o recebem pertencem
assim ilada a urna im olaçào. à imagem da do Cristo. a D eus), ou então com o um sinal de salvação (com o em E z 9:
!>. Estas imagens e as seguintes são tiradas das descrições um selo que distingue os que Deus protege). Estes dois aspectos
clássicas do abalo cósm ico do fim dos tempos (cf.. p. ex.. Mt não são exclusivos um do outro, com o o demonstra a utilização
24,29 e par.). (atestada desde o séc. II. mas talvez já em 2 C o r 1.22) do vocá­
c . L it. como uma figueira deixa cair seus frutos verdes, sacu­ bulo ‘‘selo" para designar o batismo.
dida por um forte vento. g . 144.000. ou seja. 12.000 de cada uma das doze tribos. O
d . A lusão aos “ volum es", livros escritos sobre liras de perga­ número total sim boliza a plenitude do povo de Deus.
minho que se enrolavam depois do uso. O céu é aqui represen­ A enumeração dos vv. 5-8 pode fazer pensar nos judeus co n­
tado com o uma tenda, estendida por cim a do mundo terTestre vertidos distintos da imensa multidão (v v . 9-10) que representa­
(cf. G n 1.7). ria os cristãos vindos do paganismo. Trata-se mais provavel­
e. A expressão dia da ira designa no A T a intervenção final mente do conjunto do povo de Deus. primeiro enumerado aqui
e justiceira de Deus (cf. S I 110,5; E z 7.1-9; S f 2.2-3); encontra- segundo o tipo oferecido por Israel no deserto, e a seguir co n­
-se também no N T (cf. Rm 2.5). siderado no seu cumprimento celeste e glorioso.
da tribo de Issacar. doze mil, te cm seu templo. 3 "-1
"da tribo dc Zabulon, doze mil, E o que esta' sentado no trono os abri- i> -njo.
da tribo de Jose', doze mil. gará sob sua tendak.
da tribo de Bcnjamin, doze mil marca­ 16 Nunca mais terão fome. Jo 1.14
dos com o selo1’. e nunca mais terão sede, sl l21-6
e não pesara' sobre eles o sol nem seu
A I g r e ja com o m u ltid ã o d o s eleitos fogo,
9 Depois disso, eu vi: 17pois o Cordeiro que está no meio do is 40.11
Gn 15.5: Era uma imensa multidão, que ningue'm trono será seu pastor 34,23
Ap 15.2-5
podia contar, e os conduzirá para as fontes das águas h 49.10
de todas as nações, tribos, povos e línguas. da vida. sl 23-2
Estavam de pc'. diante do trono e dian­ E Deus enxugará toda a lágrima dc seus n 25 .x
te do Cordeiro, olhos.
trajados com vestes brancas e com pal­
mas na mão*. A
f b e r t u r a do sétim o selo
10Em alta voz proclamavam:
8 i,Quando ele abriu o sétim o selo.
A salvação e' do nosso D eus, que fez-se no céu um silêncio de meia 11 .1b 2.20:
esta' sentado no trono,
! h 0 ra ' " Zc U 7
c do Cordeiro! 1E vi os sete anjos que estão diante de
11E todos os anjos, reunidos em volta do Deus.
trono, dos anciãos e dos quatro animais, Foram-lhes dadas sete trombetas.
prostraram-se diante do trono com a •’ Veio outro anjo e pôs-se junto do altar,
face em terra tendo nas mãos um turibulo dc ouro.
e adoraram a Deus. Foram-lhe dados muitos perfumes,
12 Eles diziam: para que os oferecesse, com as orações
A mém! L ouvor, g ló ria, sabedoria, de todos os santos1,
ação de graças, honra, poder e força sobre o altar de ouro que está diante
ao nosso Deus, pelos séculos dos do trono.
séculos. Amém! 4 E a fumaça dos perfumes, com as ora­
13 Um dos anciãos tomou então a palavra ções dos santos,
e disse-me: subiu diante dc Deus pelas mãos do
Estes, trajados com vestes brancas, anjo.
quem são? De onde vieram? 5 O anjo tomou então o turibulo.
14 Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes! encheu-o com o fogo do altar e o lan- l* 16,i2í
Ele me disse: çou sobre a terra: houve trovões, vo- Kz IIU
Eles vêm da grande tribulação*. zes, relâmpagos e um terrem oto.
22.14 Lavaram suas vestes e as alvejaram,
no sangue do Cordeiro. A s se is p r im e ir a s tro m b e ta s
,J Por isso encontram-se diante do trono ‘ Os sete anjos, que tinham as sete trom­
de Deus. rendendo-lhe culto dia e noi­ betas. prepararam-se para tocar".
h. Notar-se-á nesta lista: I . O primeiro lugar reservado a Juda. j . Trata-se da provação escatológica (cf. Dn 12.1; Mt 24,21; M c
iribo messiânica (cf. G n 49.9.10; A p 5,5). 2. A ausência de Dan, 13.19; A p 3.10). da qual as perseguições são uma manifestação.
tribo cuja infidelidade religiosa c atestada já no A T (J z 18; cia k . Durante a festa das Tendas (cf. 7.9 c a nota), o povo judeu
falta na enumeração dc I C r 4 - 7 ) . Um a tradição judaica, retoma­ morava cm tendas. Doravante os eleitos são introduzidos na
da por Irincu (autor cristão do séc. I). põe em relação Dan com própria tenda dc Deus.
Satanás ou o anticristo. M as o numero das doze tribos é salva­ I. O culto judaico ex ig ia a presença de um aliar de perfumes
guardado graças à inserção da tribo de M anassés. embora em si no Tem plo. O s ritos de oferenda com ele relacionados passaram
já incluída na descendência de Jose. logo por um processo dc cspiritualização. o incenso sim bolizan­
i. Alusão provável à liturgia da festa das Tendas, durante a do as ontções (cf. S l 141 2 ). Na liturgia celeste, um anjo oferece
qual o povo entrava em cortejo no recinto do Tem plo agitando sobre o altar, em forma de perfumes, as orações dos santos ( =
palmas e canuindo o S l 118. cujo v. 25 conte'm esta prece: Salva- dos fiéis. A p 5.8, e dos mártires. A p 6,10).
nos agora (Hosana)!, à qual lalvez corresponda A p 7.10. m . O s flagelos desencadeados pelas trombetas recordam, am-
7 O prim eiro tocou a trom beta: g ran izo e 2 Ela abriu o poço do abismo,
Ex y,23-26: fo e o , em m istura com san gu e, caíram e dali subiu fumaça como de uma gran- Gn i9.2x:
Jl 3.3 f
sob re a terra; de fornalha. F" '»■'*
a terça parte da terra ardeu, O sol se obscureccu, e tambem o ar.
um terço das a'rvorcs ardeu E desta fumaça espalharam-se gafanho- ji i - 2:
e toda a erva verde ardeu. tos sobre a terra, ^
* O segu ndo an jo tocou a trom beta: e foi-lhes dado um poder sem elhante
jr 51.25um a com o grande m ontanha abrasada ao dos escorpiões da terra.
foi lançada ao m ar. 4 Foi-lhes dito que não causassem dano
U m a terça parte do m ar transform ou- à erva da terra,
& 7.2(>-2i -se em sangu e, nem a qualquer coisa verdejante. nem
9 um terço das criaturas que v iv iam no a árvore algum a,
m ar pereceu. mas apenas aos homens que não têm o 7.3
e um terço dos n avio s foi destruído. selo de Deus em sua fronte.
1,10 terceiro an jo tocou a trom beta: 5 Foi-lhes dada a permissão, não de matá-
is 14.12 caiu do ce'u um a enorm e estrela, ar­ -los. mas dc ser seu tormento durante
dendo com o uma tocha. cinco meses.
Caiu sobre a terça parte dos rios e sobre E o torm ento que causam é como o do
as fontes das águas homem , quando ferido pelo escorpião1*.
i r 9.14 " O nom e da estrela e': A b sinto". ‘ Nesses dias. os homens procurarão a
A terça parte das a'guas se converteu morte, mas não a encontrarão: J0 3.21

em ab sin to , desejarão morrer, e a morte fugirá de­


c m uitos hom ens morreram por causa les.
d a s ág u as que se tinham to m ad o am ar­ 7 Os gafanhotos tinham o aspecto de
gas. cavalos equipados para o combate; Ji 2.4

12 O quarto anjo tocou a trom beta: nas suas cabeças havia como que co­
Ex 10.21-23 um terço do so l, um terço da lua e um roas de ouro,
terço das estrelas foram atin gid os. e suas faces eram como faces humanas.
O fu scaram -se por um terço: o dia per­ "Tinham cabelos como que de mulheres,
deu um terço de sua clarid ad e , e da e seus dentes eram como dentes de leão. ji 1.6
m esm a fo rm a, a noite. 9 Tinham couraças como que dc ferro,
13 Então eu vi: e o ruído de suas asas era como o ruí­
o uvi um a águ ia que v o av a no m eio do do de carros com muitos cavalos, ji 2.5

14.6 céu . gritando com voz forte: corrcndo para o combate.


9.12: ii.i4 A i! A i! A i do s habitantes da terra, por 10Têm caudas com o as dos escorpiões,
cau sa dos toques de trom beta do s três arm adas de ferrões;
an jos que ainda d evem tocar. nas caudas reside o seu poder dc causar
q 1 O quinto anjo tocou a trom beta: dano aos homens durante cinco meses.
is M .I2 : vi um a estrela precip itar-se sobre a "T in h a m sobre si, como rei, o anjo do
A p «.10
terra” . a b ism o , cu jo nom e em heb raico é
Foi-lhe dada a chave do poço do abismop. Abadon. e em grego Apolion'.

plificando-as. as pragas do Fgito : grunizo (v. 7). água transfor­ r. Estes gafanhotos (cf. A p 8,6 nota) não são um simples fenôme­
mada em sangue (v. 8). águas envenenadas (v . 11), trevas (v. no natural. mesmo sc muito destruidor, mas são explicitamente apre­
12). gafanhotos (9 3 ). C f . A p 16,1. nota. sentados como potências infernais. Seu chefe tem o nome hebraico
n. Planta aromática que contem uma essência am arga e tóxica, Ahaddon. que significa: f>erdiçâo, destruição. No judaísmo pós-bí­
o. Imagem freqüente nos apocalipses judaicos para evocar a blico (cf. já Jó 26.6), este título é ãs vezes sinônimo de inferno. Sheoi.
queda dos anjos (cf. exem plo l Henoc 86; cf. tambem A p 12.4). O nome grego Afxtllyõn significa destruidor. A transposição do he­
p . L u g a r onde as potências demoníacas estão temporariamente braico para o grego não e\ pois, exala (passagem de um substantivo
aprisionadas (cf. A p 11.7; 17.8; 20.1.3; L c 8.31). hebraico para um panicipio ativo grego). Mas. e?*ta aproximação tal­
q . L it. E o seu tormento é como o tormento do escorpião vez seja intencional porque se presta a um jogo de palavras; Apollyim
quando ele fere um homem. faz evidentemente pensar em Apóilôn, o grande deus grego.
12 O primeiro “ai” passou. Dois "ais" vêm assassínios, nem dos seus sortile'gios,
ainda, a seguir*. nem da sua devassidão, nem dos seus
wO sexto anjo tocou a trombeta: roubos.
Ouvi uma voz que vinha dos chifres
do altar de ouro que se encontra diante O an jo e o livrin h o . 'E eu vi outro
dc Deus. anjo poderoso que descia do ce'u.
14 Ela dizia ao sexto anjo, que estava com Ele estava revestido de uma nuvem,
a trombeta: uma glória nimbava sua fronte1,
Solta os quatro anjos que estão acorren- seu rosto era com o o sol
16.12 tados sobre o grande rio Eufrates! e seus pe's, como colunas dc fogo.
15 Foram então soltos os quatro anjos que 2 Na mão segurava um livrinho aberto11.
estavam prontos para a hora, o dia. o Pôs o pe' direito sobre o mar
mês e o ano em que deviam m atar a e o esquerdo sobre a terra,
terça parte dos homens. J c clamou com voz forte, como um leão Os 11.10;
A m 1.2: 3.K
“ E o numero das tropas da cavalaria era: quando ruge.
duas miríades de miríades. Quando clam ou, os sete trovões fize­
Ouvi bem seu número. ram repecurtir suas vozes*. Sl 29.3

17 Foi assim que me apareceram , na vi­ 4 Depois de ribombarem os sete trovões,


são, os cavalos e seus cavaleiros: como eu fosse escrever,
traziam couraças dc fogo. de jacinto c ouvi uma voz que. do ce'u. me dizia:
de enxofre. Guarda em segredo" a mensagem dos Dn 8,26;
12.4.9
As cabeças dos cavalos eram com o sete trovões e não a escrevas.
cabeças de leão, e suas bocas vomita­ 5 Nisto, o anjo que eu vira dc pe' sobre o
vam fogo, fumaça e enxofre. mar e sobre a terra,
111 Por estes três flagelos — o fogo, a levantou
fu­ a mão direita para o ce'u e D l 32.40:
Dn 12.7
maça e o enxofre que suas bocas vo­ jurou*.
mitavam — foi morta a terça parte dos * por aquele que vive pelos séculos dos
homens. séculos.
19Com efeito, o poder dos cavalos esta' em que criou o ce'u e o que nele existe, 14.7

suas bocas, bem como em suas caudas. a terra e o que nela existe,
De fato, suas caudas se parecem com o mar e o que nele existe:
serpentes. não havera' mais prazo.
elas têm cabeças com as quais podem 7 Mas nos dias cm que se ouvir o sc'timo Rm 16.25:
IC or 2.7;
fazer mal. anjo, E f 1.9;
“ Quanto ao restante dos hom ens, os que quando ele começar a tocar a trom be­ 3.3.9*
6,19;
não tinham sido mortos em virtude dos ta, então vira' a consumação do miste'- C l 1.26-27;
2.2: 4.3
flagelos. rio de D eus, conforme ele a anunciou A m 3.7;
i» i 7.k não se arrependeram das obras de suas a seus servos, os profetas. Dn 9.6.10:
Zc 1.6:
m ãos, mas continuaram a adorar os 8 E a voz que eu tinha ouvido, vinda do A p 11.18
Dn 5,4.2?: dem ônios, os ídolos de ouro ou de cc'u, falou-me de novo e disse:
13 5 V5 n PraIa- dc bronze, de pedra ou de ma­ Vai, toma o livro aberto na mão do anjo
deira. que não podem ver. nem ouvir, que esta' em pe' sobre o mar e sobre a terra.
nem andar. 9 Adiantei-me para o anjo, rogando-lhe
21 Eles não se arrependeram dos seus que me desse o livrinho.
s. São os três “ais" anunciados em 8.13. v. No A T . as mesmas imagens são varias vezes aplicadas ao
t. C f. A p 4,3 nota. próprio Deus (0 rugido do leào em A m 1.2: 3.8: o trovão, no S l
u .C o m o a do “ livro selado’* (A p 5.1-2), (ambem esta imagem 29.3-9). D e origem transcendente, a mensagem dos se-te trovões
vem da visSo de E z 2 ,8 -3 3 . D iferenças, em relação ao “ livro não pode. no momenio. ser comunicada aos homens.
selado**: este livro é pequeno (duplo dim inutivo em grego), w . L it. lacrado. Um documento lacnido não se destina a ser
portanto mais limitado; e apresentado aberto, por isso conte*m divulgado. Este tema do segredo se relaciona com Dn 12.4.
uma revelação mais próxima. x . Cena inspirada em Dn 12.7.
Ele mc disse: Tom a-o c come-o; chuva alguma regara' os dias de sua ^ 'i5l17jl:
sera' amargo para tuas entranhas, profecia.
mas na tua boca tera' a doçura do mel*. Eles têm o poder dc m udar as a'guas fa 7.n
"'T om ei o livrinho na mão do anjo c o cm sangue
comi. e dc ferir a terra com múltiplos flagelos ism 4.x
i-7. 3j Na minha boca. tinha a doçura do mel; o quanto quiserem.
depois dc o ter com ido, porém. minhas 7 Q uando, porém , com pletarem o seu
entranhas tornaram -se amargas. testem unho.
11 Disseram-me então: a besta que sobe do abism o com batera' on 7,3.29:
- . - A p 13.1:
h i.in É necessa'rio que profetizes de novo contra eles. os vencera e os matara. 17íi
sobre povos, nações, línguas e reis cm * Seus corpos ficarão na praça da grande
grande número. cidade que se chama profeticam ente'
Sodoma e Egito, Ia' onde o seu Senhor
A s d u a s te ste m u n h a s foi crucifieadod.
11 'Deram-me então um caniço, seme- * E virão povos, tribos, línguas e nações,
Ez «u: lhante a uma vara de agrimensor, para olhar os seus cada'veres durante
Í'.5Í
A p 21.1?
e disseram-me: Levanta-tc, e mede o três dias e meio,
templo de Deus, o altar c os que nele c não lhes concederão sepultura.
adoram '. 10Os habitantes da terra se rejubilarão por
2 M as deixa fora o a'trio ex terio r causa
do deles, ficarão alegres c trocarão
templo e não o meças. pois foi entre- presentes entre si. porque esses dois pro­
u 21.24 gue às nações: estas calcarão aos pe's a fetas muito os haviam atormentado.
0111 f 7; cidade santa durante quarenta e dois " C o n tu d o , depois desses três dias e
A p 11.3; meses*. meio, um sopro dc vida. vindo dc Deus, Ez 37.5.10
u.ft.u; Concederei, porém , às minhas duas penetrou-os e eles se ergueram.
testemunhas11 que profetizem, E ntão um grande tem or caiu sobre
vestidas de saco, durante mil duzentos aqueles que os estavam observando.
c sessenta dias. 12 Eles ouviram uma voz forte, vinda do
Z i 4.3.14 4 Estas são as duas oliveiras e os dois cc'u, que lhes dizia: Subi para ca'.
candelabros que estão firmes diante do E eles subiram para o ce'u, na nuvem, 2R« 2.11
Senhor da terra. aos olhos dos seus inimigos.
5 Sc algue'm pretende causar-lhes dano, Na mesma hora. deu-se um violento
2Rs 1 .10.14: sai fogo de suas bocas c devora seus terremoto: 61 Jxly2n
Jr 5,14 inimigos. a dccima parte da cidade ruiu e sete mil
Sim. se alguc'm pretende causar-lhes pessoas pereceram nessa catástrofe.
dano, c' assim que tera' de morrer. O s sobreviventes, tom ados dc pavor,
6 Eles têm o poder de fechar o cc'u, e renderam glória ao Deus do céu.

y . C f . E z 3,3. A qu i. indicação do duplo aspecto du Palavra de ração da tribulação escatológica e o tempo da Igreja sobre a terra
Deus. M as em que ela é doce. e em que amarga? Pode-se hesitar (cf. A p 1 1 3 ; 12.6.14; 13-5).
entre diversas hipóteses, p. ex.: doçura de receber a palavra, b . Diias testemunhos. A descrição deles feita nos vv. 3-4 ins-
amargura de ter de exercer o ministério profético: doçura do pira-se em Z c 4.2-14. texto que o judaísm o aplicava de boa
anúncio da salvação, dureza do anuncio do julgamento: doçura mente a grandes personagens da era messiânica. A qui. parece
do anuncio da eleição, amargura do anuncio da perseguição. ser designada a própria Igreja, recapitulando o testemunho de
z . Jerusalém é apresentada aqui cm sua am bivalência: a “cida­ E lia s e de M oisés (v . 6 ) e o do próprio C risto , m ono e ressus­
de santa", protótipo da Igreja, a qual sera' mais imediatamente citado em Jerusalém (v v . 7-12).
figurada pela parte reservada do templo: mas lambem Jerusalém c . L it. que é chamado espiritualmente Sítdoma e Egito. Várias
terrestre, que fez morrer os profetas e o próprio C risto . Esta vezes no A T , Sodoma é evocada com o protótipo dc cidade licen-
Jerusalém terrestre é a imagem do mundo que rejeita Deus. ciosa (cf. IX 2 9 0 3 ; 32.32; Is 1.9-10: Jr 23.14; E z 16.46); o Egito
a. D uração típica, tirada de Dn 7.25 e 12.7. Em D n . os três é o paradigm a das potências idólatras e hostis ao povo de Deus
anos e meio determinam a duração da perseguição organizada (cf. E x 13.14; Is 1 9 .1 -3 :5 * 11.15-16; 12.23-27; 15,14-19).
por Antíoco EpiTanes. A seguir, esses três anos e meio. os qua­ d . Por ter levado à morte os profetas e o M essias. Jerusalém
renta e dois meses ou 1.260 dias. designarão tipicamente a du­ é por sua vez citada com o centro da infidelidade.
l40 segundo “ai" passou. Eis que. cm Então houve relâm pagos, vozes, tro­ E x 9.24;
19.16:
breve, vem o terceiro “ai"*. vões. um terremoto e forte tempestade A p 4.5:
16.1H
dc granizo.
A sétim a tro m b eta
15O se'timo anjo tocou sua trombeta. ^ n A m u lh e r c o d r a g ã o
Ressoaram altas vozes, no cc'u, dizendo: ‘Um grande sinal apareceu no céu:
S I 2.2: O reino do mundo e' agora de nosso uma m ulher, vestida dc sol. a lua de­ S I 104.2:
10.16; 22,29: Ct 6.10:
Dn 2.44: Senhor e do seu C ristor; baixo dos pés. e uma coroa dc doze G n 37.9:
7 .4.2 7 :
A p 12,10:
ele reinara' pelos séculos dos se'culos. estrelas na cabeça;
19.6 “ Os vinte e quatro anciãos, que estão 2 estava grávida e gritava em trabalho Is 6 6 .7 -K:
4.4.10; Mq 4.10
7.11 sentados em seus tronos, diante de de parto, em dores para dar à luz1.
Deus, caíram com a face por terra, •’ Apareceu então outro sinal no céu:
e adoraram a D eus, dizendo: era um grande dragão, vermclho-afo- Dn 7.7

17 Graças te dam os, Senhor Deus gueado.


Todo-poderoso, Ele tinha sete cabeças e dez chifres e,
I.4 .K ; que és e que eras*, nas cabeças, sete diademas.
4.X) 16.25
porque cxerccste o teu grande poder 4 Sua cauda, varrendo a terça parte das Dn X.10

e estabeleceste o teu reinado. estrelas do céu, lançou-as sobre a terra*.


S I 2.1.5: 1,1 As nações encolerizaram-se, O dragão postou-se diante da mulher,
4 6 .7 : 99.1
mas foi tua cólera que chegou. que estava para dar à luz, a fim dc lhe
E o tempo do julgam ento dos mortos, devorar o filho, tão logo nascesse.
Am 3.7: tempo da recompensa para teus SE ela deu à luz um filho, um varão:
Dn 9,6.1 0 :
Z c 1.6: servos, os profetas, e' ele que deve apascentar todas as na­
A p 10.7 os santos c os que tem em o teu ções com vara dc ferrok.
SI 115.13 nome, pequenos e grandes, E seu filho foi arrebatado para junto
tempo da destruição para os que de Deus e do seu trono1.
destroem a terra. 4 A mulher, então, fugiu para o deserto,
IV Abriu-se então o tem plo de D eus, que onde Deus lhe preparava um lugar,
esta' no céu. para aí ser alimentada por mil duzen­
E x 25.9: e a arca da sua aliança apareceu em tos e sessenta diasm.
2M l 2.x: seu tcm p lo \ 7 Houve então um com bate no céu:
Ap 15.5

e. C f . A p 8,13. Tom ando-se em conta igualmente o que segue (cf. em parti­


f. L it. O reino do mundo tornou-se (o) de nosso Senhor e do cular o v. 17). torna-se claro que esta mulher designa Sião (cf.
seu Cristo. Is 54: 60; O s 2.21-25). isto e\ o povo de Deus que gera o Mes­
g . Segundo o juramento do anjo. em A p 10.7. o .soar da sétima sias e os fiéis. Na qualidade de mãe do M essias, designaria a
trombeta assinala o cumprimento do m istério de Deus. É prova­ mulher de A p 12 também M aria, com o pensaram numerosos
velmente por isso que Deus não é m ais designado como o que Padres e toda uma tradição Iiturgica e iconográfica? Muitos
vem (cf. A p 16J>>. exegetas contemporâneos hesitam cm propor esta identificação,
h. £ sta representação se compreende melhor ainda u luz de mesmo a tftulo secundário. O utros, porém, pensam que o autor
certos temas judaicos e rabínicos. Segundo E x 25. a arca da alian­ tenha aludido a Maria enquanto figura da Igreja.
ça teria sido construfda conforme o modelo da arca celeste; e é j . O dragão (Satanás) é dotado de atributos que manifestam
desse protótipo celeste que teríamos aqui a visão. Por outro lado. seu poder. Se for preciso interpretar com mais precisão a queda
a tradição acreditava que a a ra i da aliança havia de ser nova­ das estrelas, já evocada cm D n 8.10. pensar-se-á nas especula­
mente manifestada no fim dos tempos (cf. 2Mc 2.8). A q u i. a ções judaicas (cf. A p 9.1 nota) sobre a queda dos anjos (G n 6).
conjunção destes dois (emas sugere a revelação plena da aliança. k . A lusão ao S I 2.9. C f . A p 2,27 e 12.2 nota.
i. Esta mulher, adornada dc adereços celestes, da à luz um I. O antagonismo anunciado por G n 3.15 chega agora a seu
filho no qual é preciso reconhecer o M essias: pois no v. 5 ele momento decisivo: a ressurreição do C risto (arrebatado para
realiza a profecia messiânica do S I 2.9. junto de Deus) é o sinal da derrota de Satanás.
Por outro lado. notar-sc-a' que toda a cena se apresenta como m . C om o outrora Israel foi libertado, por seu Deus. da escra­
correspondendo diretamente a G n 3,15, onde se promete à pos­ vidão e dos ataques dos egíp icio s. c milagrosamente alimentado
teridade da mulher (o A T grego em todo caso reconhece ai' o no deserto, assim a m ulher-povo-de-Deus escapa da investida
anúncio do M essias) a obtenção da vitória sobre a serpente (S a ­ das potências do mal e vive. no deserto, amparada somente pela
tanás). O ra. no A p 12. o dragão é também chamado a antiga providência do seu Senhor (cf. ainda v. 14).
serpente, diabo e Satanás (v. 9). Desde o Êxodo, o deserto é na Bíblia o símbolo da proteção oni-
M igu el" e seu s an jos com bateram co n ­ 13 Quando o dragão se viu precipitado à
tra o dragão. terra, lançou-se em persegu ição à mu- Gn 3.15

Tambe'm o dragão com bateu, junto com lher que dera à luz o filh o varão.
seus an jo s, 14 M as foram dadas à m ulher as duas asas k 40.31

8 m as não con seguiu vencer: da grande ág u ia1,


e não se encontrou m ais lugar para eles para que voasse para o deserto, ao lugar
no ce'u. que lhe está reservado para, longe da
20.2-3 9 F o i p re c ip ita d o o gran d e d ra g ã o , a serpente, ser alim entada por um tem po,
antiga serpente0, aquele a quem cha- tem pos e a metade de um tem po1.
cn 3.1-5 mam D iab o e Satan ás, o sedutor do 15 Então a serpente vom itou com o um rio
m undo inteiro1’ . d’água atnís da m ulher, para que ela
E le foi precipitado à terra, seus anjos fo sse arrastada pela corrente.
com ele. 16 M as a terra v eio em socorro da mulher:
10Então o u v i um a forte voz no ce'u, que a terra se abriu “ c tragou o rio que o Nm 16 .
dizia: dragão vom itara. 30-34
E is o tem po da sa lv a ç ã o , 17 E n fu recid o contra a m ulher, o dragão
da fo rça e d o R ein ad o do nosso D eus foi com bater o resto da descendência
c do poder do seu C risto: d ela,
porque foi derrubado o acusador os que o b servam o s m andam entos dc
dos no sso s irm ãos’ , Deus e guardam o testemunho de Jesu s’ ,
aquele que o s acu sav a dia e noite 18 D e p o is , p o sto u -se so b re a areia do
diante do nosso D eus. m arw.
iJo 2.14 ii M as e le s o venceram pelo sangue
do C o rd eiro e pela palavra A s du as bestas
da qual deram testem unho: 13 'En tão , vi em ergir do mar uma besta Dn
mi i6.25p pois não se apegaram à própria vid a, com dez c h ifre s c sete c ab eças; Í7 3 »
chegan do a enfrentar a morte'. sobre o s chifres tinha dez diademas e so­
12 Por cau sa d isso , a leg ra i-v o s, ó ce'us bre as cabeças um nome blasfem atório1 .
k 44.23; e v ó s qu e neles habitais! 2 A besta que eu vi parecia um leopardo. Dn 7.4-6
4 ». 13 »• j .
A i de v o s , terra e m ar, suas patas eram com o as do urso.
pois o d iab o desceu para ju nto de v ó s, e a g o ela co m o a g o ela do leão.
ch eio de grande furor, E o dragão en tregou -lhe sua fo rça, seu
20.3 sabendo que lhe resta pouco tem po. trono e im enso poder.

potente de Deus (cf. por exem plo IR s 17; 19,1-8). C oniudo. sim ­ t. C f . A p 11.2 nota.
boliza uimbém às vezes a prova pela qual Deus faz passar os seus. u. U t. a terra abriu sua boca.
Quanlo aos 1.260 dias. cf. A p 11,2 nota. v . É o cumprimento da profecia de G n 3.15. A descendência
n. O nome Miguel sign ifica em hebraico: quem é como Deus? da mulher 6 antes dc tudo o M essias, o primogênito: relativa­
Daniel (10.13.21; 12.i ) e. depois dele. o judaísm o, vêem em mente a ele. os crentes sâo o resto de sua descendência. É assim
M iguel um arcanjo dc importância excepcionai. Ele intercede que Paulo chama o C risto: primogênito de uma multidão de
por Israel ou por todos os justos, e é portanto um dos adversários im iãos (R m 8.29).
por excelência de Satanás, o acusador (cf. v. 10). w. A lgun s mss. lêem: Depois cu me postei sobre u areia do
o. A serpente original traduziria provavelmente melhor o matiz mar.
do texto grego, mas esta expressão poderia ser compreendida no x. A lgun s mss. leêm: nomes blasfematórios.
sentido de um dualismo essencial, que nào é bíblico, A besta nos é apresentada em tniços que sugerem seu paren­
p. C f. A p 12.2 nota. tesco com o D ragão (Satanás) de A p 12. c que evocam também.
q. Satanás = o acusador, cf. Jó 1.9-11: 2,4-5: Z c 3.1-2. cm síntese, os quatro anim ais dc D n 7,2-8. Na visão de Daniel,
r. Ou: Eles não amaram u própria vida a ponto dc temer a as bestas sim bolizavam os impérios. A qu i. a besta representa o
morte. O testemunho dos cristãos é visto com o uma comunhão poder imperial romano, potência perseguidora que quer usurpar
no testemunho que o próprio C risto deu. sofrendo e morrendo na os títulos e poderes divinos. D a í a menção ao nome blasfemo
cruz. Estamos bem perto da identificação do testemunho com o que ela traz.
martírio. C f. A p l .2 nota. Deve-se fazer uma aproxim ação com a descrição da besta em
s. N ova alusão à saída do Egito: a imagem de fato. é tirada dc A p 173.7-12: a í se encontra uma explicação das sete cabeças e
Kx 19,4 e Dt 32.11. dos dez chifres.
3 Um a de suas cab eça s parecia ferida deentão, subindo da terra, outra besta.
11 V i,
morte*, Ela tinha dois chifres com o um cordeiro, mi 7,is
m as o ferim ento m ortal foi curado. m as fa la v a com o um d ragão r.
M aravilhada, a terra toda seguiu a besta. 12 E la exerce todo o poder da prim eira
4 E adoraram o d ra g ã o , porque havia besta sob seus au sp ícios.
dado poder à besta, E la faz com que a terra e seus habitan­
e adoraram a b esta, dizendo: tes adorem a prim eira besta, cu ja fe ri­
quem é co m parável a besta, e quem da mortal fo ra curada.
pode com b ater contra c ia ? ” E la realiza grandes p ro d íg io s, a ponto
Dn7,n.u 5 F o i-lh e dada um a bo ca para proferir de fazer d escer fo g o do céu sobre a
palavras arrogantes e b la sfêm ia s, terra, à vista de todos.
d* 7.25-, e fo i-lh e dada poder para ag ir durante 14G ra ç a s aos pro dígios que lhe foi con­
Ap 11*2 ?■ quarenta e do is m eses'. cedido realizar sob as vistas da besta“,
12,6.14 6 E la abriu sua b o ca em b la sfêm ia s co n ­ ela seduz o s habitantes d a terra.
tra D eu s. E la o s incita a ergu er um a im agem em
para b lasfem ar contra seu nom e. sua honra d a besta que traz a ferida da
morada" e o s que m oram no ce'u. espad a e voltou à vid a.
Dn 7,6-21 7 F o i-lh e con ced id o gu errear contra os 15 F o i-lh e con ced ido an im ar a im agem da
santos6 e ven cê-lo s; besta11, de tal m odo que esta até falasse
e fo i-lh e dado poder sobre toda tribo, e m an dasse m atar todos o s que não Dn 3.
5-7.15
p o vo . língua e nação. adorassem a im agem da besta.
s Adora-la-ão todos o s que habitam a terra, ,6F a z tam bém com que to d o s, pequenos
todos aq ueles c u jo nom e não está es- e grand es, ricos e p o b res, liv res e es­
ji crito. desde a fu n dação do m undoc, no c ra v o s, recebam um a m arca na m ão 14.9.11:
16.2
I7.K: liv ro da vid a do C o rd eiro im olado. direita ou na fronte.
20l2J|.n * S c algue'm tem o u v id o s, ouça: 17 E ninguém m ais podern com prar ou
u 15.2 i® o destinado ao cativeiro , vend er, se não tiv er a m arca, o nome
para o c ative iro ira'; da besta ou o num ero do seu nom e1.
o destinado a perecer pela espad
" a,
É o m om ento dc ter discem im entoJ . 17.9

pela espad a perecerád. Q uem tiv er in teligên cia , interprete o


14.12 É hora dc perseverança e fé dos santos'. núm ero da bestak.

y . L il . degolada ou imolada. Segundo a tradução adotada, que se aparenta com Jr 15.2. o


A f&colha do vocábulo e a continuação da frase manifestam a sentido da passagem é o seguinte; os cristãos vivem num tempo
intenção de estabelecer o paralelism o com o Cordeiro imolado, de perseguição inevitável, e é nesta circunstância que a perseve-
mas Ressuscitado dc A p 5.6. Tanto o falso messias com o o falso rança e a fé devem se manifestar.
profeta realizam prodígios que podem iludir (cf. Mt 24.24; 2Ts Segundo outra leitura, é a idéia do castigo dos perseguidores
2.9-10). que se acentua:
z. C f. A p M O nota. Quem arrasta ao cativeiro,
a. L it. tenda. Alusão à tenda, chamada a princípio tenda da ao cativeiro ira',
reunido ou do encontro, porque o Senhor ali recebia M oisés cm quem mata f>ela espada ,
audiência durante o kxodo (cf. E x 33,11). Depois, a tradição pela espada perecer d.
bíblica a identificou sobretudo com o santuário dos israelitas no e. L it. Aqui esld a perseverança e a fe 'd o s santos.
deserto. Com o o templo de Jerusalém , a tenda ou taberm/eufo f. Esta segunda besta, a serviço da primeira será designada
evoca a presença de Deus entre seu povo e seu propósito de como Falso Profeta (cf. A p 16,13: 1 900; 20.10). Esle Falso
aliança. *|Traduzimos por morada, por causa da associação com Profeta evoca os falsos profetas e falsos messias cuja vinda é
morar, no fim do v.| anunciada em Mt 24.11.24 com o sinal precursor da volta do
b. Trata-se dos cristãos. C f. R m 1,7 nota. verdadeiro Messias. Pode ser que o autor vise mais imediata­
c. Pode-se também entender; do cordeiro imolado desde a mente à propaganda em favor do culto imperial.
fundação do mundo. Esta leitura deveria comparar-se com iP d g . C f. Mt 2 4 0 4 ; M c 13,22; 2 T s 2,9.
1,19*20. A tradução que se manteve aqui é a mais corrente (de h . Lit. dar um espirito à imagem da besta.
resto recomendada por A p 17,8) e está na linha de Mt 25.34 e i. O s que se recusavam ao culto im perial eram. por isso mes­
E f 1,4-5. mo. m arginalizados da sociedade.
d . Texto d ifíc il, cuja transmissão textual incerta reveia as j . L it. Aqui esta a sabedoria.
hesitações dos primeiros leitores. k . L it. calcule o numero da besta. Trata-se do processo de
7 Um dos quatro animais deu aos sete "O quarto derramou sua taça sobre o
i' 51.17; anjos sete taças de ouro. repletas do sol:
AP|46 i9 furor do Deus que vive pelos sc'cuios e foi-lhe concedido abrasar os homens
dos séculos. com seu fogo.
ia «i. * E o templo se encheu de fumaça por 11E os homens foram abrasados por um
irs k w causa da glória de Deus e do seu podei', calor intenso:
is 6.4; E ningue'm podia entrar no templo, ate' eles blasfemaram contra o nome de
1:1 44 4 que se consumassem as sete pragas dos Deus. que tem poder sobre estas pragas,
sete anjos. mas não se arrependeram para lhe tri­
butar glória.
i n A s sete ta ç a s 10 O quinto derramou sua taça sobre o
'Então, ouvi uma voz forte, vinda trono da besta:
do templo, que dizia aos sete anjos: seu reino ficou mergulhado em trevas, ex 10 .2 1 ;
si 69.25; Ide, e derramai pela terra as sete taças Os homens mordiam a língua dc dor: *.21-22
Jr 1025:
S f 3.8
do furor de Deus*. " eles blasfemaram contra o Deus do ce'u
2 E o primeiro partiu e derramou sua taça por causa de suas dores e úlceras,
Ex v.in na terra. Uma úlcera maligna e pernicio­ mas não se arrependeram de suas obras.
sa feriu os homens que traziam a marca 12 O sexto derramou sua taça sobre o
da besta e adoravam a sua imagem. grande rio Eufratcs: 914
3 O segundo derramou sua taça no mar: e a sua água secou, abrindo-se o cami­
Ex 7 .I7 2I-. ele mudou-se em sangue como de um nho para os reis que vêm do Oriente.
Ap K.X
morto. Nisto, da boca do dragão, da boca da
e tudo o que. no mar. tinha sopro dc besta e da boca do falso profeta, vi sair
vida morreu. três espíritos impuros, parecidos com rãs.
4 O terceiro derramou sua taça nos rios 14 Com efeito, são espíritos de demônios.
E x 7.19-24; e nas fontes das águas: Eles realizam prodígios e se dirigem
Ap K.K.IO . r
eles transformaram-se em sangue. aos reis do mundo inteiro.
5 Ouvi então o anjo das águas, que dizia: a fim de ajuntá-los para a batalha do
i.4-x: Tu e's justo, o Oue E. o Que Era. o grande dia do Deus Todo-poderoso.
4S;" 17 Santo 15 Olha: venho como um ladrão! i t s S . 2;
porque assim exerceste a tua justiça. Feliz daquele que vigia e guarda Ap "
|7 .6 : * Já que eles derramaram o sangue suas vestes,
lx'2'1 dos santos e dos profetas, para não ter de andar nu e deixar .'.ix
e' tambem sangue que lhes deste a que vejam a sua vergonha'.
beber. 16 Eles os reuniramd no lugar que, em he­
Eles o merecem! braico, se chama Harmaguedon'.
w* 7 Ouvi tambe'm o altar, que dizia: 17 O se'timo derramou sua taça pelos ares,
Sim, Senhor Deus Todo-poderoso. e. do templo, saiu uma voz forte, vinda
si iv.io teus julgamentos são plenos de do trono.
verdade e de justiçab. Ela dizia: Está feito!

z . A fumaça — como a nuvem, o fogo ou o raio — faz pane b. Realização da expectativa expressa em A p 6.10.
do quadro tradicional das teofanias. Para evocar a glória divina c . Este v. não parece estar bem situado, porque interrompe a
presente no templo celeste, o autor inspira-se particularmente apresentação da sexta praga: os vv. 14 e 16 devem ser lidos em
em textos bíblicos referentes à m anifestação dessa glória no seqüência.
tabcrnaculo do deserto ou no templo de Jerusale'm (cf. E x 40,34- d . L it. Ele os reuniu.
.15; IR s 8 .1 0 -1 1; 2 C r 7.1-3; Is 6.4). e. E m hebraico Har Meguidiíó sig n ifica ” a m ontanha de
a. C om o em A p 8 -9 . os flagelos que vão ser descritos recor­ M eguido".
dam os do Egito: Ulcera (v . 2; cf. E x 9 .8 -11): águas transforma­ M eguido e' uma cidade na planície de Esdrelon. ao pé do
das em sangue (v v . 3-4; cf. E x 7.17-25); trevas (v. 10; cf. E x Carm elo. onde se desenrolaram sangrentas batalhas (cf. J z 4.12-
10.21-23): rãs (v v . 13-14; cf. E x 7.27-29): trovão e granizo (vv. 16; 2 R s 23.29). Em Z c 12.11. este nome sim boliza o desastre
18-21; cf. E x 9.23-26). final dos exercitos inim igos.
1.1 So b revieram então relâm p ago s, vozes abominações: as imundícies de sua
Ap o - c tro võ es, e um terrem oto tão violento prostituição.
com o ja m a is houve igual desde que o 5 Na sua fronte estava escrito um nome
Mc 13.19 hom em esta" na terra. misterioso: 2T s 2.7
1.1 A grande cidade foi d ivid id a em três Babilônia, a grande, mãe das prostitu­
partes, e as cid ad es das nações ruíram . tas e das abominações da terra.
E n tã o , D e u s le m b ro u -se da g ran d e 6E eu vi a mulher embriagada com o
B ab ilô n ia, sangue dos santos e o sangue das tes­
fc 51.17; para dar-lhe o ca'!ice onde ferve o vi- temunhas dc Jesus.
Ap 14.10: . .
15,7 nho d a sua ira. A sua vista espantei-me fortemente.
614 “ A s ilhas todas fugiram e os montes 7 O anjo, porém, me disse: Por que te
desap areceram '. espantas?
e» 9.22 21 E enorm es pedras de granizo, com o que Eu te direi o miste'rio da mulher e da
pesando um talento*, caíram sobre os besta de sete cabeças e dez chifres que
hom ens, a transporta.
e os hom ens blasfem aram contra D eus * A besta que viste era, mas não é mais. 13. 1-4
por cau sa da praga do granizo , porque Ela vai subir do abismo e encaminhar-
era um a praga sobrem odo terrível. -se para a perdiçãok.
E os habitantes da terra, cujo nome não
1 r j O ju lg a m e n to d a g ra n d e pro stitu ta esta' escrito no livro da vida desde a 20.12
’ E um do s sete anjos que tinham as fundação do mundo,
sete taças ad iantou-se e me falou nes­ se espantarão ao verem a besta,
tes term os: pois ela era, não é mais. mas retomara'.
V e m , e eu te m ostrarei o ju lgam en to ’ É o momento de ter a inteligência ilu- u.i*
da grande prostituta que reside à beira minada pela sabedoria:
Jr 5i.i3 dos o ccan o sh; as sete cabeças são as sete montanhas
2 com ela o s reis da terra se prostituíram , sobre as quais a mulher está sentada1.
i' 23.17 e o s h ab itan tes d a terra se e m b ria ­ São tambe'm sete reis.
garam c o m o v in h o da sua pro sti- '"Cinco dentre eles caíram, o sexto rei­
Jr 51,7 tuiçãO1. na, o se'timo” ainda não veio, mas quan­
•’ E le então me transportou cm espírito do vier, deve permanecer pouco tempo".
is 2 1 . 1-2 ao deserto. " A besta que era e que não e' mais é ela
E vi um a m ulher sentada numa besta mesma um oitavo rei.
l3-1 escarlate, coberta de nom es blasfem ató- Pertence ao número dos sete e se enca­
riosJ.e com sete cab eças e d ez ch ifres. minha para a perdição”.
4 A m ulher, vestid a de pdrpura e esca r­ 12Os dez chifres que viste são dez reis Dn7.24
late, resp lan decia de ouro . pedras pre­ que ainda não receberam a realeza,
cio sas e pe‘rolas. mas, por uma hora, partilharão o poder
Jr;5i.7 Se g u ra v a na m ão um a taça cheia de real com a bestap.

f. C f . S l 46.1; J r 4.24; E z 26.18 c 38.20; Na 1.5; A p 6.14. que vem (cf. A p 1,4.8; 4 A ). a besta, símbolo das potências inimigas,
g . O talento é uma medida de peso: cerca de 40kg. era e. apesar da sua existência presente, o vidente a coasídera já
h . A figura da prostituta sim boliza freqüentemente no A T um aniquilada pelo julgamento de Deus, que a reserva para a perdição.
povoou uma cidade idolatra, cf. ls 1.21; 23.16-18; Ez 16,15-63; I. C f. 17.1 nota.
O s 2; 5 3 ; Na 3.4. Trata-se provavelmente aqui da Roma impe­ m . L it. Os cinco caíram, um existe, o outro...
rial, centro do paganismo idólatra e da potência perseguidora (v. n. O autor alude provavelmente à sucessão de sete impera­
6). Assim se explica a sua descrição: estabelecida à beira das dores romanos. A identificação, porém, década um deles é proble­
águas (v. 1) e montada numa besta com sete cabeças, que. se­ mática; considerando só os principais e partindo de Augusto,
gundo o v. 9. designam sete colinas — as sete colinas de Roma. chega-se a Nero com o o quinto, e a Dom iciano como oitavo.
i. Alusão à participação dos reis e dos povos no culto imperial o . Ta lv e z se trate do imperador D om iciano. um segundo Nero
idólatra. enquanto perseguidor. Sabe-se que havia lendas, na época, anun­
j . C f. A p 13,1 nota. ciando o retorno de Nero após sua morte,
k . Enquanto Deus é apresentado como Aquele que era. que é e p. Devem -se ver nesses reis provavelmente os soberanos das
7 A leg re m o -n o s, exu ltem o s e dem os 14Os excrcitos do cc'u o seguiam em
g ló ria a e le , porque chegaram as cavalos brancos, vestidos de linho bran­
n ú p cias do C o rd eiro ’ . co e puro.
21.2.9 S u a esp o sa se preparou: 15 D c sua boca sai uma espad a a fia d a .
u 6 1 .1 » » fo i-lh e dado vestir-se dc um linho para co m ela ferir as naçõ es. J» uu*
resplandecente e puro, Ele as apascentará com uma vara de ferro,
porque o linho são as obras ju stas ele pisará o lagar onde fe rv e o vinho 2.27

d os santos. da ira dc D e u s. o T o d o -p o d ero so .


9 Um an jo me d isse 5: E sc re v e ! 1.1 So bre seu manto e sobre sua co x a traz
Mi 22.114 F e liz e s o s con vidado s ao banquete das inscrito um nom e:
nú pcias do C o rd eiro ! R ei do s reis c Sen h o r d o s sen h o res. 14.19

D e p o is, disse-m e: Estas são palavras 17 V i en tão um anjo dc pe'. no so l.


do próprio D e u s'. E le gritou com voz forte a todos os i7.i4;
'" C a íe n t ã o a seus pc's para ad ora-lo, mas p ássaros que vo avam pelo zenite: ^
e le m e disse: N ão fa ças isso! V in d e , reun i-vos para o grande ban- iT m 6 .i 5

So u um com pan heiro de se rv iço , quete de D eus.


teu e d o s teus irm ãos que guardam o 1.1 para co m er a carn e d o s reis
testem unho de Je su s . a carn e do s tribunos e a carn e dos p o ­
É a D eus que d eves adorar, pois o teste­ d ero so s,
munho de Jesu s c' o espírito da profecia". a camc dos cavalos e dos que os montam,
a carne de todos o s hom ens: liv res c
A v it ó r ia d o M e ss ia s escra v o s, pequenos e gran d es1'.
" E n tão , vi o ce'u aberto: 19E vi a b esta, o s reis da terra e seus
era um c a v a lo branco, exe'rcitos, reunidos para com bater con - 16. 14.I 6:
e aquele que o monta se cham a Fiel c tra o c a v a lc iro r e o seu exc'rcito. 17. 12-14

'•5: V erd ad eiro . 2(1 A besta foi capturad a, e com ela o fa l­


' 7.14
E le ju lg a e com bate com ju stiça". so profeta* q u e. pelos prodígios reali­
Dn 10 .6; l2 S e u s o lh o s são uma cham a ardente; zados diante d ela, tinha seduzido os que 13 . 1 J -17

AP 2 ,'ix sobre sua cab eça, num erosos diadem as. haviam recebido a m arca da besta e
2.17 e . inscrito nele. um nome que ningue'm adorado a sua im agem . D n 7 .i i

c o n h e ce , exceto e le 1 . A m b os fo ram lançados v iv o s 110 lago


13 E s tá revestid o de um manto em bebidode fo g o abrasado com enxofre*1.
em san g u ed. 21 O s restantes foram m ortos pela espada
jo i. i e seu nom e e': a P alavra de D eus. que saía da bo ca do c ava leiro .

x. N o A T . Deus é às vezes chamado de o esposo de Israel (Is c. Na descrição do cavaleiro, há várias alusões aos nomes que
54.1-8; O s 2.16-18). O cristianism o adota este sim bolism o, cm - ele traz (v v . 12.13,16).
bora modificando-o um pouco. I . C risto que é o esposo da Igre­ T a is nomes caracterizam os diversos aspectos de sua pessoa e
ja (cf. f*’f 5J23.25.32). 2. A s nüpcias. realização perfeita da alian­ dc sua açào: o nome misterioso do v. 12 qualifica sua transcen­
ça. são esperadas para o fim dos tempos (cf. Mt 22.2: 25.1* 13). dência c sua divindade: no v. 13. o titulo dc Palavra de Deus
y. Lit. e ele me disse. O v. 10 e seu paralelo (22.8) mostram evoca sua função d c ju iz escatoldgico (cf. Sb 18.15-16: Is 11.4
claramente que se trata de um anjo. e A p 19.11 nota): no v. 16. seu senhorio é claramente proclam a­
z . Pode-se tambc'm compreender: estas palavras de Deus são do.
verídicas. d . Alusào a Is 6 3.1-3 (cf. tambem A p 19.15) que as tradições
a. O ílspírito que inspirava os profetas dava antecipadamente judaicas (tar^uminí já compreendiam com o uma profecia do
testemunho de Jesus. Prestar agora esse testemunho e' proclamar, julgamento realizado pelo messias.
sob a mesma inspiração, o cumprimento da mensagem profética. c. Ksta descrição inspira-se diretamente na visào dc L z 39.
b. A descrição deste cavaleiro celc.stc inspira-se em varias 17-20.
profecias que permitem precisar sua identid«ide e melhor com - f. Lit. aquele que monta o cavalo. Idem no v. 21,
preender sua açào: t. É o M essias, filho dc D avid. segundo Is g . ( ) castigo atinge os representantes das potências do mal na
11.3-4 (cf. vv. 11.15) e o S I 2,9 (cf. v. 15). 2. É tambem a ordem inversa da sua aparição no Apocalipse (Satanás. A p 12:
Pala\ra de Deus que. na descrição da noite pascal segundo Sb besta e falso profeta. A p 13: exércitos satânicos. A p 17). A
18.14-15 (cf. v. 13). desempenha o papel do anjo exterminador punição de Satanás será descrita em A p 20.
(cf. v. 13). h . C f. A p 14.10 nota.
e todos o s p ássaros se fartaram com as E le s tom aram a v id a e reinaram com 5M
„ . _ Rm 5.17
suas carnes. C risto durante m il a n o s ".
5 O s outros m ortos não tom aram à vida
n e \ Os mil anos antes qu e se com pletassem o s m il anos.
'V i então um anjo qu e descia do ce'u. Esta e' a prim eira ressu rreição.
T in h a na m ão a c h av e do abism o 1 e ‘ F e liz e s e santos o s" que têm parte na
um a pesada corrente. prim eira ressu rreição.
12.9 2 A p o d ero u -se do d rag ã o , d a an tiga ser­ So b re e s te s , a segu nda morte* não tem
pen te, que e' o D iabo e S a tan ás, e o poder:
acorrentou por mil anosJ . e le s s e rã o sace rd o tes d e D eu s e do s.io
3 P recip itou -o no ab ism o , fechan do-o e ,
C risto
lacran d o -o com um se lo , para q u e não e rein arão com e le durante o s m il an os.
2Ts 2.9-12 sed u zisse m ais as n açõ es ate' qu e se
com pletassem o s m il anos. Vitória final c julgamento
É n e cessário , d ep o is d isto , que e le seja 7 Q uando se tiverem com pletado o s mil
so lto por um pouco de tem po*. an o s. S a tan ás será solto de sua p risã o ,
Dn 7.9. 4 V i, tambe'm, tronos. *e sairá para sed u zir as nações que e s ­
mi I9jkJ A o s que neles se sentaram foi con ced i- tão nos quatro cantos d a terra, G o g e
ic o rw do qu e exe rc essem o ju lg am en to .1 M a g o g p.
V i ainda as alm as do s qu e tinham sido E le a s reunirá para o com bate: 16.14-16:
6.9 decap itado s por cau sa do testem unho seu num ero e' com o a areia do m ar. I')-19-21
de Je s u s e da palavra d e D eu s, e os ’ E le s in vadiram toda a exten são d a ter­
13.15-17 que não tinham adorado a besta nem ra e investiram contra o acam p am en to u 21.24
sua imagem e não tinham recebido a do s santos e a cid ad e bem -am ad a’ . si 7k,6s:
marca na fronte nem sobre a mão. M as desceu um fogo do céu e o s devorou. 2^ 110 12

i. C f. A p 9.1 nota. I. L it. eles se sentaram ali e lhes fo i dado o julgamento.


j . Esta notação cronológica, que volta nos vv. 3.4.S.6 e 7. é m . Segundo o v. 5. trata-se da primeira ressurreição. Encon­
interpretada diversamente. Podem-se distinguir, dc modo geral, tram-se novamente aqui os dois tipos de interpretação evocados
dois tipos de explicação, ambos ainda hoje representados: a propósito dos m il anos (cf. A p 20,2 nota): I . Trata-se de uma
1. A interpretação chamada milenarista ou. mais exatamente, ressurreição (corporal) para o penúltimo período da história da
futurista: A p anuncia um reino tenrestre de mil anos, distinto do rei­ salvação. 2. D eve-se entender esta ressurreição num sentido
no de Deus. A s especulações desenfreadas que esta interpretação espiritual: é a vida nova que o C risto nos dá (cf. C l 2,12; 3,1).
ocasionou têm levado os exegetas a defendé-la com mais prudên­ n. L U . Feliz e santo o que...
cia: eles distinguem aqui o anuncio profético de um cumprimento o. C f . A p 2 ,1 1 nota.
na história. Deus quer que o próprio mundo, num primeiro tempo p. O A T conhece um G o g entre os descendentes de Rúben
do Fim . seja o lugar onde se manifesta a glória da revelação. ( I C r 5.4) e um M agog entre os filhos de Jafé (G n 10.2). E z 38-
2. A interpretação sim bólica ou espiritual: o período visado 39 anuncia o ataque final de G o g , rei dc M agog. contra o Israel
não deve ser aguardado para o futuro, mas trata-se da época restaurado. A s trudições judaicas reservam grande espaço a G o g
intermédia entre a vinda do C risto e o Fim . Se os verbos estão e M agog. compreendidos com o nomes dos povos que atacarão
no futuro, não se deve ver a í m ais do que um recurso tradicional Israel (ou mesmo precisamente Jerusalém ) antes, durante, ou
de expressão profética. C o m efeito, desde a manifestação de imediatamente após a era messiânica. A intervenção miraculosa
Jesus. Satanás esta amassado (cf. Mt 12,25-29). E xp lica-se. en­ dc Deus (às vezes através da pessoa do M essias) aniquilará esta
tão. a menção aos m il anos. quer com o empréstimo a uma cro ­ coalizão que sim boliza o líltim o sobressalto de hostilidade do
nologia do mundo construída sobre o esquema de uma semana mundo pagão.
cósm ica de 7.000 anos. quer. mais provavelmente, com o uma A p inspira-se. evidentemente, tanto na profecia de Ezequiel
alusão às especulações sobre a permanência do primeiro homem com o nestas tradições judaicas. Notar-se-á que toda identifica­
no paraíso: Deus disse a Adão que ele morreria no dia em que ção geográfica e histórica é deliberadamente excluída: estes povos
comeste do fruto proibido (G n 2,17), e A dão morreu com a sobem dos quatro cantos da terTa. Trata-se pois de uma imagem
idade de 9 3 0 anos (G n 3.5). O ra. segundo o S l 90. m il anos são da hostilidade do mundo ao plano de Deus: hostilidade que se
um dia para D e u s... O reino dos mil anos sign ificaria então que manifesta até o fim . cada vez m ais absoluta.
a vinda do C risto permite ao crente, desde agora, um verdadeiro q. T a lv e z o vidente descreva esta invasão escatoiógica inspi­
acesso à vida paradisíaca (cf. A p 2.7). rando-se nas invasões históricas que a Palestina e sua cidade
k , C om o quer que se interprete esta frase, é preciso relacioná- santa, Jerusalém , sofreram. M as em Ultima análise o acampa­
la com o seu paralelo (A p 12.12): a ação de Satanás é sempre mento dos Santos e a cidade bem-amada são para ele os símbo­
estritamente limitada e destinada ao fracasso final. Far-se-á igual­ los da Igreja universal espalhada através do mundo, onde ela
mente a com paração com os três anos e meio (cf. A p 11,2 nota). cam inha com o o povo de D eus no deserto (cf. Nm 2).
10E o diabo, seu sedutor, foi precipitado terra, porque o primeiro ceu e a pri­
19.20 no lago dc fogo e enxofre, junto à besta meira terra desapareceram e o mar já
c ao faiso profeta. não existe*.
E eles serão atormentados dia c noite, 2 E a cidade santa, a nova Jerusalém', is6i,io:
pelos séculos dos séculos. eu a vi descendo do céu. de junto de g*’ ! u 6 ;
11 Vi então um grande trono branco e D eU S , A p 3 .l2
, K 52,1:
aquele que nele estava sentado: p re p a ra d a c o m o u m a e sp o s a q u e se 0 , 216-
a terra e o ce'u fugiram dc sua presença enfeitou para seu esposo*. A p 19,7

e não deixaram vestígiosr. 3 E ouvi uma voz forte, vinda do trono,


12E vi os mortos, grandes e pequenos, de que di/.ia:
pe' diante do trono, e abriram-se livros”. Eis a morada1’de Deus com os homens, e z 37 . 27;
Ainda outro livro foi aberto: o livro da Ele habitará com eles. 20 2J4:
vida1, Eles serão seu povo c ele será E z 37.27:

e os mortos foram julgados segundo o D e u s q u e e s tá c o m e l e ? . Ml 1,23


m i 16.27 suas obras, dc acordo com o que esta­ 4 Ele enxugará toda lágrima de seus olhos, i' 25 .»:
va escrito nos livros. Já não haverá morte.
13O mar devolveu os seus mortos; Não haverá mais luto, nem clamor, nem A p 7.17
a morte e o Hadcs” devolveram os seus sofrimento,
mortos’, pois o mundo antigo desapareceud.
e cada um foi julgado segundo suas 5 E Aquele que está sentado no trono
obras. disse então:
2i,4; 14Então, a morte c o Hadcs foram preci- Eis que eu faço novas todas as coisas! 1,143'25;
~ . 2Cor 5.17
IC<26 54 piados no lago de fogo*. Depois disse: Escreve: estas palavras d h k . 26:
O lago de fogo, eis a segunda morte’1. são certas e verídicas. a p i9-*

15E todo aquele que não foi encontrado 6 Disse-me ainda: Está feito.
I3.K; 17.* inscrito no livro da vida foi precipita- Eu sou o Alfa c o Omega', o começor ij*;
22.13:
i4.io do no lago de fogo. e o fim.
A quem tem sede. 1» ss.i:
Is 65.17: . . . . r . . Jo 4.10-14
66 .22 : o -* Os novos ccus c a nova terra d a r e i g r a t u i t a m e n t e d a f o n te d a a g u a 7 ,37;
2 P J 3 .I3 : jU ± iV ; , A p 7.17:
‘Vi então um céu novo e uma nova da vida. 22.17
A p 20.11
r . L it. e não se encontrou um lugar para eles. desce do ceu sintetiza dois temas do A T : de um lado. a idealização
A frase pode ser entendida com o uma elim inação da primeira da lcrusale'm escatológica (cf. Is 60 e 62: 65.18-25); de outro
criação (cf. A p 21,1: 2Pd 3.7.10.12). ou simplesmente com o um lado. a existência de um protótipo celeste dos sinais da presença
pôr à parte: pois o céu e a terra foram apenas o quadro dentro de Deus entre seu povo (cf. E x 25: A p 11.19 nota). Estes dois
do quat agiram os homens, tínicos responsáveis e portanto só temas são destinados a sugerir o que Deus planeja e o que vai
eies foram atingidos pelo julgamento. realizar. — A q u i. a cidadc santa designa a Igreja, mas vista cm
s . Trata-se dos arquivos celestes nos quais são consignadas as sua realidade gloriosa e ideal, da Parusia. E la pode chamar-se
açdcs humanas (cf. D n 7.10). Jerusa!e'm enquanto lugar de reunião do povo consagrado. E la
t. C f. A p 3.5 nota. vem do ctíu. porque não se trata de uma realização humana, mas
u. C f . A p 1.18 nota. de uma comunidade fundada e animada por Deus (cf. igualm en­
v . Lit. ox m onos que nela e.\,avam... os mortos que neles te G l 4,26).
estavam. a . C f . A p 19.7 nota.
w . C f. A p 14.10 nota. b . Lit. tenda, tabernáculo. É a realização dc L v 26.11-13.
x. C f . A p 2 ,1 1 nota. C om o em A p 7.15-17. o tema da presença de Deus entre os
y . Tem a clássico da elim inação da primeira criação c dc sua homens é expresso aqui nas categorias do Êxodo. Idêntica evo­
substituição por uma criação nova. de outra ordem. Esta repre­ cação em Jo 1.14. mas aplicada à Encarnação vista com o inau­
sentação da fase ultima da obra regenerada dc Deus já aparece guração da presença escatológica.
em Is 65.17 e 66,22. Tornam os a encontrá-la várias vezes na c . Transposição exata de imanu-El ( = Deus conosco: cf. Is
literatura apocalíptica (cf. Henoc 45.4-5: 71.1; 91.16; 4Esd 7.75). 7.14). Segundo alguns mss.. poder-se-ia traduzir : E ele — Deus
bem com o no N ovo Testamento (cf.. p. ex.. Mt 19.28: M c com eles — serd o seu Deus.
1 3 .2 43 1 ; 2 C o r 5.17; C l 3.10; 2Pd 3.13). d . L it. as primeiras coisas passaram.
O mar não tem mais lugar na nova criação, uma vez que. e. C f. A p 1.8 nota.
segundo as cosm ogonias antigas, é o resíduo do caos prim itivo f. D e conform idade com A p 3.14. deveria traduzir-se o Prin­
e a morada das potências do abismo, cipio. mas sem a determinação d c 3,14. o vocábulo, aqui. seria
z . C f. A p 3.12 nota. Esta evocação da nova Jerusalém que ambíguo.
7 O vencedor receberá esta herança, 15 Aquele que me falava segurava uma
2Sm 7.14: e eu serei seu Deus e ele será meu filho. medida, uma cana de ouro, ej « j :
m 27 -28- *Q uanto aos covardes, aos infiéis, aos para medir a cidade, suas portas e suas
Hb 1 .4-5 depravados, aos assassinos, aos impu- muralhas.
2215 dicos, aos magos, aos idólatras e a to­ 14 A cidade era quadrada: seu compri­
dos os mentirosos, o seu quinhão se mento igualava sua largura. Ele a me­
i4.m 20.10 encontra no lago ardente de fogo e diu com a cana, ela contava doze mil
2.1 1 -. enxofre: e' a segunda morte. estádios1:
20.6.14
o comprimento, a largura e a altura
A nova Jerusalém eram iguais.
15.1: i7.i "E ntão um dos sete anjos, dos que ti­ 17 Mpdiu tambe'm as muralhas: elas conta­
nham as sete taças cheias das sete ul­ vam cento e quarenta e quatro côvados,
timas pragas, veio dirigir-me a palavra medida humana que o anjo utilizava1.
e me disse: 18 O material das muralhas era jaspe,
19.7; 2 i.2 Aproxim a-te, vou mostrar-te a noiva, a e a cidade era de um ouro puro pare­
esposa do Cordeiro. cido com puro cristal.
Bi 40.2 ‘“Ele arrebatou-m e em espirito a uma 19 Os fundamentos das muralhas da cida- is 54.11-12
grande e alta montanha, de estavam adornados com todo tipo
e mostrou-me a cidade santa, Jerusale'm, de pedras preciosas:
que descia do ce'u, de junto de Deus. o primeiro alicerce era de jaspe, o se­
K 60.1-2 " E la brilhava com a própria glória de gundo, de safira,
Deus*. o terceiro, de calcedônia, o quarto de
Seu esplendor era com o o de uma pe­ esmeralda,
dra preciosa, 2“ o quinto, de sardônio, o sexto, de
como pedra de jaspe cristalino. cornai ina,
12Tinha espessas e altas muralhas. o se'timo, de crisólito, o oitavo, de berilo,
Ez 4831-35 Tinha doze portas, o nono, de topázio, e o décimo, de
c, nas portas, doze anjos, e nomes ins­ crisópraso;
critos: o undécimo, de jacinto, e o duodécimo,
os nomes das doze tribos dos filhos de de ametista.
lsraelh. 21 As doze portas eram doze pérolas. Cada
13 Ao oriente, três portas; ao norte, três porta era de uma só pérola.
portas; E a praça da cidade era de ouro puro,
ao sul, três portas; e ao ocidente, três como cristal límpido.
portas. 22 Nenhum templo, porém, vi na cidade,
14 As muralhas da cidade tinham doze porque seu templo é o Senhor, o Deus Jo 2.19-21:
e i 2 .2o fundam entos, Todo-poderoso, bem como o Cordeiro11. ^2P321' '
e sobre eles os doze nomes dos doze 23 A cidade não precisa do sol nem da k 60 . 1.19
apóstolos do Cordeiro. lua para a iluminaram.

g . irradiação luminosa que revela a presença transcendente, mem, isto é, de anjo. O bservação obscura, querendo talvez sim ­
como por ocasião da consagração da Tenda e do T em p lo (cf. A p plesmente recordar que homens e anjos são igualmente “ servos
15.8 nota). de Deus" (cf. A p 10,10; 22,9). A menos que o autor tenha que­
A descrição a seguir (medidas estereotipadas, materiais pre­ rido sugerir que o número desta medida tem um sentido espiri­
ciosos etc.) quer sobretudo evocar a perfeição da nova Jerusa­ tual (cf. A p 13.18): no caso presente, a perfeição da cidade santa
lém O conjunto de im agens é o das teofanias e da visão de (cf. A p 7.4; 14.1).
Jerusalém restaurada segundo E z 4 0 -4 8 . Algum as aplicações k . N a Jerusalém celeste, não há m ais lugar reservado para a
podem ser feitas à realidade da comunidade cristã. Presença sagrada: a com unicação com o Senhor é imediata. É a
h . A Igreja e a realização do povo da aiiança (cf. também A p realização plena da “presença de Deus entre os homens" (cf. Ap
7 .4 8 ). 2 13 ). Segundo Jo 2 2 1. é corpo do C risto que é o novo Tem plo
i. L it. ele mediu a cidade com a cana sobre doze mii estádios. da era escatologica.
j. L t. medida de homem que é a do anjo. ou: medida de ho­
pois a glória dc Deus a ilumina e sua tas e verídicas; o Senhor, o Deus dos
lâmpada é o Cordeiro. espíritos dos profetas, enviou seu anjo,
ls 2.2-4: 24 As nações caminharão à sua luz, para mostrar a seus servos o que deve
25,6-8
c os reis da terra lhe trarão sua glória'. acontecer em breve.
Is 60.11 25 Suas portas nunca se fecharão durante 7 Eis que venho cm breve.
o dia, Feliz o que guarda as palavras proféti­
pois nesse lugar não haverá mais cas deste livro.
noite1” . *E u , João, ouvi e vi estas coisas.
“ Levar-lhe-ão a glória e a honra das E , depois de ter ouvido e visto, pros- A p 19.10

nações, trei-me aos pés do anjo que me mos­


Is 35.8: 27 Nela não entrara' nada impuro, trava isso, para adorá-lo.
52.1:
Zc 13.1-2
nem quem pratique a abominação e a '*Mas ele me disse: Não faças isso!
mentira, Sou um companheiro de serviço,
Dn 12.1: mas unicamente os que estão inscritos teu e dos teus irmãos, os profetas,
A p 3.5:
13.8: 17.8:
no livro da vida do Cordeiro". e dos que guardam as palavras deste
2 0 .I 2 .I J q o 'Ele mostrou-me depois um rio dc livro.
E z 47.1:
Zc 14.8;
a'gua da vida, brilhante como cristal, É a Deus que deves adorar.
Jo 7.38 que jorrava do trono dc Deus e do 10Disse-me ainda: Não mantenhas em
Cordeiro”. segredo' as palavras proféticas deste 10,4

2 No meio da praça da cidade e dos dois livro,


Ez 47.12 braços do riop, porque o tempo está próximo.
G n 2.9: há uma árvore de vida11 que frutifica “ Que o injusto continue a praticar a
A p 2.7:
22.14.19 doze vezes. injustiça c que o impuro continue na
Cada mês ela dá seu fruto, e sua folha­ impureza,
G n 3.22: gem serve para a cura das nações. mas que o justo continue a praticar a
Zc 14.11
3 Não haverá mais maldiçãor. justiça e que o santo se santifique ain­
21.22 O trono de Deus e do Cordeiro estará da mais.
na cidade 12 Eis que eu venho cm breve,
e seus servos lhe prestarão culto: e minha retribuição está comigo, Is 40.10.
Sl 28.4:
Sl 11.7: 4 verão sua face, c seu nome estará so­ para pagar a cada um segundo as suas 62.13:
17.15:
IJo 3.2
bre suas frontes. obras. M l 16.27

ls 60.19; 5 Não haverá mais noite, 13 Eu sou o Alfa e o Ômega, Is 41.4:


A p 21.23-26 44.6:
ninguém mais precisará de luz da lâm­ o Primeiro c o Último, A p 1.8.17:
pada nem da luz do sol, o começo e o fim. 2.8; 21.6

porque o Senhor Deus difundirá sobre 14 Felizes os que lavam suas vestes, 7.14

eles a sua luz, para que lhes caiba o direito à árvore


Dn 7.18.27: e reinarão pelos séculos dos séculos. de vida
A p 5.10
e possam entrar, pelas portas, na cidade.
Epílogo IJ Fora os cães e os magos, os impudicos 21.8.27;
22.19
Dn 8.26: '■Disse-me então: Estas palavras são cer- c os assassinos.
A p 19,9;
21.5

I. Tem a da grande peregrinação escatologica para Jerusalém , p. L il. No meio da praça e do rio, de unia jxirte e da outra.
transformada em sede da reunião espiritual dc todos os povos A ambigüidade da frase permite diversas interpretações desta
(cf. Is 60-3.11). descrição inspirada na im agem do Jardim do [tden: seja varias
m , C o m o o mar. também as trevas, resíduo do caos prim itivo, árvores dc vida nas margens do rio. seja uma árvore de vida no
não existirão mais na nova criação (cf. A p 21.1). meio de um rio que, segundo G n 2.10, se divide em vários
n. C f . A p 3.5 noia. braços,
o. Segundo E z 47.1*12, o rio jorrava do Tem plo; na nova q . C f . A p 2.7 nota.
Jerusalém , o Tem plo é o próprio Senhor Deus e o Cordeiro (cf. r . Pode-se também traduzir: Não haverá mais anátema.
A p 21,22). A imagem aqui empregada acentua, portanto, que a É a anulação da sentença que interditava o acesso ao Paraíso
vida vem diretamente dc Deus c do Cordeiro (c f. iguulmente Jo (cf. G n 3.22-24).
7.38). s . L it. Não seles (c f. A p 10.4 nota).
os idólatras e todo aquele que ame ou vras proféticas deste livro:
pratique a mentira! Se alguém lhes fizer qualquer acrésci­ D l 4.2

1.1.11: “ Eu, Jesus, enviei meu anjo para vos mo, Deus lhe acrescentará as pragas
22.6
testemunhar estas coisas a respeito das escritas neste livro.
Igrejas1. 19 E se alguém tirar qualquer coisa das
Sou o Rebento e a descendência de palavras deste livro profético.
David“, Deus lhe retirará a sua parte da árvore
a brilhante estrela da manhã*. da vida e da cidade santa,
17 O Espírito e a esposa dizem: Vem! que estão descritas neste livro.
E o que ouvir diga: Vem! “ O que dá testemunho destas coisas diz:
u s s .l: Que venha o que tem sede. Sim, eu venho em breve. 1.3:
Jo 7.37; 3.11:
O que quiser receba, gratuitamente, da Amém. Vem, Senhor Jesus"! 22.7.10.12
A p 2.16
água da vida. 21 A graça do Senhor Jesus esteja com IC o r 16.22

'“ Eu atesto a todo o que ouvir as pala­ todos!

t. Pode-se também traduzir: no meio das Igrejas. w .O texto grego é a transposição da formula aramakra Maraná
u . C f . A p 5.5 nota. tá (= Senhor nosso, vem!) que exprim ia a esperança escatológica
v . C f . A p 2.28 nota. e entrara no uso liturgico (cf. IC o r 16.22).
QUADRO CRONOLOGICO
À esquerda da página, encontram-se registrados os eventos externos
ao povo de Israel ou à sua pré-história.

I. ANTES DAS ORIGENS DE ISRAEL


Período pré-histórico: aparição do homem, 9
instrumentos de pedra.

400000 Paleolítico inferior: primeiros vestígios


comprovados da presença humana no
Oriente Próximo (Ubeidyeh, próximo ao
lago de Tiberíades).

9000 Surgimento de um habitat construído.

4500 Neolítico: surgimento da cerâmica.

3600 Civilização gassuliana: surgimento da


metalurgia (cobre).

Período histórico. 3500

Mesopotâmia: Sumer, posteriormente


Acad: surgimento da escrita cuneiforme.

3200 Período pré-urbano.

Egito: início do Império Antigo; fundação 3100


de Mênfis; escrita hieroglífica.

2900 Idade do Bronze Antigo (2900-2200): sur­


As grandes pirâmides (2600-2500). gimento de cidades: os cananeus

II. ERA PATRIARCAL

2200 Período intermediário Bronze Antigo -


Egito: Império Médio (c. 2100-1730); tex­
Bronze Médio (2200-1900).
tos de execração.

Mesopotâmia: 3J Dinastia de Ur (2100-


2000), seguida da chegada e instalação
dos amorreus (emoritas).
1900 Bronze Médio I (1900-1800).
Mesopotâmia: Ia Dinastia de Babilônia a
partir de 1900, da qual proveio Hamurabi Bronze Médio II (1800-1550). C. 1800,
(1792-1750); seu Código. Mito de Atra- 1800 primeira chegada de clãs patriarcais a
Hasis. Lenda de Guilgamesh. Canaã.
I khi) (8 4 1 -8 1 4 ): perde os
territórios transjordanianos A ta ijá (841-835): põe em
recuperados por Ha/.ael; risco a dinastia de David.
paga tributo a Salmanasar
JoÁs (835-796): reasccndc
III (841).
ao trono por uma conju­
Em Damasco: Ben-Hadad J oacaz (82 0 -8 0 3 ): conflito ração sacerdotal; vítima
III. com Ben-Hadad III. dc um conluio

Na Assíria: Adad-Nirari III JoÁs (8 0 3 -7 8 7 ) : em 8 0 3 , A masias ( 8 1 1 1-782): vítima


(810-783); em 803, o po­ 800 paga tributo a Adad-Nirari de um conluio
der de Damasco é reduzi­ III; vitórias sobre Ben-
do. Hadad III e sobre Amasias.

J eroboào II (78 7 -7 4 7 ): Is­ A za rias (= Ozias) (78 1-


783-745: a Assíria diminui a rael recobra poder. 740).
pressão que fazia a ociden­
750 Os profetas Amós e Oscias. 750: I otâm associado ao
te.
trono.
Z acarias (747)
*

Em Damasco: Resin. S halum (74 7 -7 4 6 ).


*
Na Assíria: M en ah êm ( 7 4 6 - 7 3 7 ) : e m
Tiglat-Pileser III 7 3 7 , paga tributo a Tiglat- Iotâm (740-735). Os profe­
(747-727): anexação de re­ Pileser III. tas Isaías e Miquéias.
giões conquistadas e des­ *
locamento dc populações A caz (735-716?): recorre a
P f.qahiá (736-732)
(Damasco 7 32 etc.); em * Tiglat-Pile'ser III contra
729, assume a realeza de Peqah c Resin; paga tri­
P eqah (735-732): faz alian­
Bahilônia com o nome dc buto a Tiglat-Pile'ser III.
ça com Resin contra Acaz;
Pul. Oráculo do Emanuel (Is
parte do reino é anexada
7).
por Tiglat-Piléser III (en
7 34-733).
*

O séias (7 3 2 -7 2 4 ): procura C . 728: Ezequias associado


Salmanasar V (726-722). fazer aliança com o Egito; ao trono.
assédio dc Samaria.

Sargon II (722-705). 722/721: tomada de Samaria


e deportação dos habitantes.
Fim do Reino do Norte.

VI. DO FIM DO REINO DO NORTE À TOMADA DE JERUSALÉM


Em 7 1 1 . Sargon toma Ashdod. JUDÁ
De 721 a 7 1 1 , Babilônia (Merodak-
E zequias (716-687): tentativas de tomar-
Baladan) busca emancipar-se da Assíria.
•se independente da Assíria: contatos
No Egito: 25J dinastia (núbia). com Babilônia (embaixada dc Merodak-
Shabaka (7I57-696). -Baladan) e com o Egito; fortificações
Tirhaqa (co-regente c. 690, rei de 685 a de Jerusalém (Inscrição do canal de
664). Siloé)', reforma religiosa.
Campanha de Senaquerib em 7 0 1; asse'dio
de Jerusalém; Ezequias paga tributo.
Senaqucrib (704-681): em 701, campa­
Atividade de Isaías (continuação).
nha contra os coligados do ocidente,
dentre os quais Ezequias. M anassés (687-642): submissão à Assíria.
O profeta Naum (c. 660?).
Asaradon (680-669): conquista do Egito
do Norte, c. 671. 650 A mon (642-640).

Assurbanipal (668-630/626): sua biblio­ (640-609): rejeição da supremacia


J o s ia s

teca em Nínive; c. 650, ele é expulso do assíria; reforma religiosa na linha do


Egito por Psamético I (26a dinastia). Deuteronômitr, queda e morte de Josias
num conflito com o faraó Nekô. Os pro­
Em Babilônia, dinastia “ neobabilônica”
fetas Saftmias (c. 630), Jeremias (início
(626-539); babilônios (Nabopolassar) e
de 626?).
medos (Ciaxares) destroem Nínive (612)
e cxtingucm o impe'rio assírio (606). (609). deposto por Nekô ao cabo
Jo a c a z
de 3 meses e volta ao trono efetuada por
seu irmão.

Nabucodonosor (604-562): em 605, sua 600 (609-598): a partir de 605, sub­


Jo a q u i m

vitória sobre os egípcios (faraó Nekô. missão à Babilônia; c. 602, revolta.


609-594) em Karkemish assegura-lhe o Os profetas Jerem ias (continuação),
controle da antiga Assíria. Habacuc.

(598-597): assédio de Jerusalém


I o ia k in
por Nabucodonosor; rendição da cida­
de; I* deportação (inclusive de Ezequiel);
exílio do rei.

filho de Josias (597-587)


S e d e c ia s .
Jeremias (continuação):
c. 593, início da atividade dc Ezequiel;
589: revolta de Sedecias contra Babilô­
nia;

588-587: asse'dio a Tiro, que dura 13 anos. 588: início do assédio a Jerusalém; prisão
de Jeremias;
julho-agosto de 587: tomada de Jerusa­
lém, captura de Sedecias; destruição do
Templo; 2* deportação; em set Vout.. as­
sassinato do governador Godolias.
582/581: 3a deportação.

5 6 1: Ioiakin recebe indulto de Evil-


Merodak.

VII. EPOCA PERSA (538-333)


Ciro, rei da Pérsia (551-529) toma Babi­ 550
lônia em 539. 538: edito de Ciro permitindo aos judeus
de Babilônia retornar a Jerusalém, guia­
Cambises (530-522). dos por Sheshbasar.
Restabelecimento do altar.
520-515: reconstrução do Templo de Je­
rusalém. Z o r o b a b e l . governador. Josué,
sumo sacerdote. Os profetas Agcu e
Zacarias.

500

derrotado pelos gregos em Maratona (490).

Xerxes I (486-464)
derrotado pelos gregos cm Salamina
(480).

Artaxerxes 1 Mão Longa (464-424).

450 458? (428? 398?): atividade de E sd r a s em


Jerusalém; leitura da Lei (Penlaleuco?)

445: I* estada de N e e m ia s em Jerusalém:


restauração das muralhas da cidade.

Xerxes II (423). 432: 2* estada de Neemias: reformas di­


versas.
Dario II (423-404).
440-400: correspondência com os judeus
Artaxerxes II Mnemon (404-359).
instalados no Alto-Egito: (papiros de
400 Elefantina).
Acabamento de livros como Malaquias,
Já. Salmos, Jonas, Crônicas-Esdras-
Neemias.
Artaxerxes III Okhos (359-338). 350

Arses (338-336).

Dario III Codoman (336-331).

Conquistas de Alexandre Magno: Ásia


Menor, Síria, Egito, Pérsia. até a índia.

VIII. ERA HELENÍSTICA (333-63)


332: a Palestina é conquis­
tada pelos exércitos de
Alexandre.

323: morte de Alexandre na Babilônia; divisão do império:

Os lagidas (ptolomeus) no Os selêucidas na Síria e em


Egito. Babilônia.

Ptolomeu I Soter (323-282). Seleuco I Nicator(3l 1-281). 320-200: a Palestina subme­


tida aos la'gidas.
Ptolomeu II Filadelfo (282- Antíoco I Soter (281-261).
246).
Antíoco 11 Theos (261-246). 250 Em Alexandria, tradução da
Bíblia para o grego (a
Ptolomeu III Evergetes Seleuco II Calínicos (246-
Septuaginta).
' (246-222). 225).
i
Ptolomeu IV Filopátor (222- Antíoco III Magno (223-
205). 187).

Ptolomeu V Epífanes (204- 200: vitória de Antíoco III 200 200-142: a Palestina subme­
180). sobre Scopas, general de tida aos selêucidas.
Ptolomeu V, em Panéion.

Ptolomeu VI Filométor Seleuco IV Filopátor (187- Princípio das dificuldades


(180-145). 175). entre os judeus e os diri­
gentes selêucidas; confli­
tos entre os sumos sacer­
dotes em Jerusale'm.

Antíoco IV Epífanes (175- 167: decreto dc proibição do


164): campanhas militares culto judaico; Antíoco IV
contra o Egito. dedica o Templo dc Jeru­
salém a Zeus Olímpico.
Princípio da revolta dos
judeus com o sacerdote
M a t a t i a s , cujo avô se
chamava Asmoneu.

166: seu filho Judas Maca-


beu o sucede (166-160).

Antíoco V Eupátor (164- 164: o Templo é reconquis­


162). tado e purificado (festa da
Dedicação).
Livro de Daniel.

Demétrio 1 Soter( 162-150). Continuação da luta contra


os selSucidas; vitória so­
bre Nicanor (festa do “ dia
de Nicanor” ).

160: morte de Judas Ma-


cabeu.

160-143: J õ n a t a n , irmão de
Judas (nomeado sumo sa­
cerdote em 152); extensão
Alexandre Balas (150-145). 150 do território dos judeus
por meio de conquistas
militares.

Ptolomeu VII Físcon (145- Demétrio II (145-138). 143-134: S i m à o , outro irmão


116). de Judas (sumo sacerdote
Antíoco VI (145-142).
e governador em 142).

Trífon (142-138). 142-63: independência dos


Antíoco VII Sidetes (138- judeus (dinastia dos as-
129). moneus).
Jo ã o H ir c a n o (134 -10 4 ).
filho dc Simão.

Decadência e anarquia no I (104-103), seu


A r is t ó b u l o

reino. filho, arroga-se o título de


rei.

100 (103-76),
A le xa n d r e J aneu
irmão de Aristóbulo.

(76-67), mulher
A lexan d r a
de Alexandre.

II e A r is t ó b u l o II,
H ir c a n o
seus filhos, disputam o
poder real e a função de
sumo sacerdote.

64: cm Antioquia. Pompeu 63: Pompeu, general roma­


rebaixa a Síria a província no. toma Jerusale'm.
romana.

IX. ERA ROMANA (a partir de 63)

50: Clima de conflito na Palestina: Hircano II é o


sumo sacerdote, mas seu ministro Antipatcr
44: assassinato de César. (idumeu) dirige o país.
40-31: Antônio no Oriente, Otaviano no Ocidente. 40: invasão parta: A n t í g o n e , filho de Aristóbulo
II, é rei e sumo sacerdote; lutas internas.
37: H e r o d e s Magno, filho dc Antipatcr, toma Je­
rusalém e reina até 4 a.C.
3 1 : Otaviano vence Antônio na batalha naval de
Actium.
29: Otaviano imperador (com o nome dc Augusto
a partir de 27) até 14 d.C.
A Síria, província imperial.
24: Herodes recebe a Traconítidc. a Batanéia e a
Auranítide, depois Pâneas.
Inverno dc 20-19: início da reconstnição do Templo.
C. 10(7): diversos indícios dc um recenseamento
no Império.
9-6: Sêncio Saturnino, legado da Síria.
c. 7-6 (?): NASCIMENTO DE JESUS.
6-4: Quintílio Varo, legado da Síria.
Em 4, entre fim dc março e início de abril: morte
de Herodes cm Jericó.
4 (fim): Augusto confirma o testamento de Herodes,
exceto o título de rei para Arquelau. Páscoa do ano 4 ( 1 1 de abril): Arquelau reprime
4 a.C.-6. d.C.: Arquelau. etnarca da Judéia e da uma sedição cm Jerusalém, indo depois a Roma
Samaria. receber a investidura de Augusto.
4. a.C.-39 d.C.: Herodes Antipas, tetrarca da Revolta de Judas Galileu (cf. At 5 3 7 ) e do fariseu
Galiléia e da Peréia. Sadoc (origem dos zelotas, cf. Mt 22,17).
4. a. C. - 34 d.C.: Filipe, tetrarca da Gaulanítide,
Batanéia, Traconítide e Auranítide, bem como do
distrito de Pânean (Ituréia).
6 d.C.: Augusto depõe Arquelau e o envia para o
exílio cm Viena (Gália).
6 a 4 1: a Judeia província procuratoriana (tendo
Cesaréia por capital).
6: segundo Josefo, Quirino, legado da Síria (?).
Entre 5 e 10: nascimento de Paulo em Tarso.
19 dc agosto de 14: morte de Augusto. T1BÉRIO
imperador: 14-37.
15-26: Valcrio Grácio, procurador.
26-36: Pôncio Pilatos, procurador.
c. 27: Herodes Antipas, casado com a filha de Aretas,
desposa Herodíades. mulher dc Herodes, seu irmão.
Outono de 27: pregação de J o ã o B a t i s t a , início de
ministério de Jesus (cf. Lc 3,2).
Páscoa de 28: Jesus em Jerusalém (Jo 2,13).
Sexta-feira, 27 de abril, ou talvez 7 de abril de 30:
ou (menos provavelmente, porque muito tarde)
sexta-feira, 3 de abril de 33 (= 14 nisan), se se
adota a cronologia joânica, cf. Jo 19, 31 ss.; ou
sexta-feira, 7 de abril de 30 (= 15 nisan), sc se
adota a cronologia dos sinòticos, cf. Mt 26,17,
nota: C r u c if ic a ç ã o d e J e s u s durante a páscoa.
Pentecostes de 30 ou dc 3 1: a comunidade primi­
tiva. At 2,42.
33-34: Filipe morre sem deixar herdeiro e Tibério
anexa a sua tetrarquia à província da Síria.
Outono dc 36: apelo de Pôncio Pilatos a Roma.
Inverno de 36-37 (?): martírio de E s t ê v ã o e dis­
persão dc uma parte da comunidade. Logo a se­
guir, conversão de PAULO.
37-41: CALIGULA, imperador. Marcelo, procurador.
37: Calígula da' a A c ír ip a I, filho de Aristóbulo, as
tetrarquias de Filipe c de Lisínias. com o título
de rei (37-44).
c. 39: Paulo foge de Damasco (2Cor 1132 ss .) e
faz uma primeira visita aos responsáveis pela
Igreja (G! I,l8ss.).
41-54: CLÁUDIO, imperador. Cláudio outorga a
Agripa I, que estava em Roma e colaborara com
sua ascensão, a Judéia e a Samaria. Seu irmão,
Herodes, torna-se rei de Cálcis (41-48) e desposa
Berenice (filha de Agripa).
TABELA DE PESOS E MEDIDAS1

M E D ID A S D E C O M P R IM E N T O P E SO

Vara 315.5cm Talento 34,272k g


Côvado 45cm Mina 5 7 lg
Palmo 22,5cm Siclo 1 1 ,4g
Palmo 7,5cm Guerá 0.6g
Dedo 1 ,8cm

M E D ID A S DE C A P A C ID A D E

Sccos Molhados

Hômer (= Kor) 450/ Kor 450/


Le'tek 2 25/ Bat 4 5/
Efá 4 5/ Hin 7,5/
Seá 15/ Log 0,6/
Ômer 4 ,5/
Qab 2,5/

1. O cálculo das medidas antigas é muito difícil. Vários sistemas foram propostos, dentre os qua
o nosso, um dentre os tantos a que se referem os tradutores.
ÍNDICE DAS PRINCIPAIS NOTAS
Eis o índice das principais noções bíblicas explanadas em nota. As mais importantes — no N T —
são assinaladas por um asterisco (*). Este índice não e' concordância bíblica, nem glossa'rio de temas
bíblicos. Pretendemos que sirva dc introdução ao estudo de algum temas, subsidiada por uma seleção
de notas que tenham versado sobre tais temas. Ele lem a vantagem de apresenta'-los em seu contexto
imediato, que ainda pode ser esclarecido pelos paralelos à margem. Sobretudo no NT, uma mesma
noção pode comportar va'rias referencias, quando seu sentido variar minimamente de um livro a outro.
Entretanto, encontrar-se-ão notas sintéticas sobre as noções mais características das epístolas de Paulo.
Remetemos às notas pela indicação da passagem bíblica à qual se referem. Se se tratar de Introdu­
ções aos livros bíblicos, a indicação sera': sobre A N JO S, Dn Introd.)J.

Aarão: Ex 4 ,16 ; 2 8 2 ; 29,7; Lv 16,32. 8 , 1 1; 9 ,15 * . - entre homens ou povos: Gn


3 1.4 4 ; ISm 11.7 ; 2Sm 3 .2 1 ; 9.3; IRs 5,26;
Abbá: Mc 14,36*; IPd 1,17 .
15 .19 ; 2Rs 16,7; 2 0 .12 ,14 ; Jr 2 ,18 ; Ez 29.16;
Abraão: Gn 12 ,1.3 ; Is 4 1,8 ; Jo 8.40; Rm 4 ,1* ; Os 4 ,1; 1 2 2 ; Am 1,9; Pr 2 .17 . Código da - :
G I3 .6 ; Hb I 1 .19; T g 2 ,2 1 * ; Gl 3.6; Hb 1 1 ,1 2 ; Ex 22,22.
T g 2 2 1 * ; descendência de: Jo 8,37; Gl 3,16 ;
Alm a: SI Introd.; Lm l.l I: Sb Introd.: 8 2 0 ; Mt
4 24*.
16.25; L c 12 .19 ; ITs 5 .2 3 * ; Hb 4 .12 .
Ação simbólica: cf. Gesto profético.
Altar: Ex 30 .1; Js 22.10 .28 ; IRs 1 3 2 ; Ez 4 1,2 2 ;
Aclamação: Lv 9.24; 23,24: Nm 10,5; 29 ,1; ISm 4 3 .1 3 ; Am 9 .1; chifres do: cf. Chifres.
4 .5; 2Rs 9 ,13 ; Zc 9,9; SI 27.6.
Am alcq: Ex 1 7 .3 .1 6 ; J z 3 ,1 3 .
Adivinhação: cf. magia.
Amém: Gn 15,6; Dt 2 7 ,15 ; Is 6 5,16 ; 2Cor 1,20*;
Adoção: Gn 4 8 .12 ; 50,23; 2Sm 7 ,14 ; Ct 4.9. Ap 3 ,14 .

Aflições: Mt 24.9.22; Lc 12 .53; Jo 16 .33*; Rm Amon: Jr 49,1.6: Am 1.13 .


5.3; 2Cor 1,4; Cl 1.24*; ITs 3.3 *; Ap 7 ,14 .
Amor: - de Deus: Is 41.8; Jr 1.8; 1 3 . 1 1; Ez 11,16 ;
Água: em geral: Gn 2.6; grandes - : Ez 26. 16.2; Os Introd.; 4 .1; II .8.9; Am 3,2: Na 1,7;
19. C f. Oceano. - nos ritos: Nm 5,19 ; ISm Sb 1 1 2 4 ; Sr 18 .13: IJo 4 .8 *. - a Deus: Dt
7.6; IRs 18,34 ; Is 12.3. - viva: Ez 4 7 ,1; 6,5; Is 4 1.8 ; Sr 2 .15 ; Tg 4.4. - a Deus e ao
SI 36,10 ; Jo 4 .14 ; 7 .38 *; 1 9 3 4 * ; At 1 ,5; 8.38; próximo: Mt 2 2 ,3 5.39 *; IJo 4 2 0 ; 5.2*. - ao
E f 5,2 6 ; IJo 5,6; Ap 2 2 ,1 . C f. Batismo; próximo: Lc 10,37; Jo 13.34 ; Rm 13.9*; ICor
Kspírito. 13 .1 ; Gl 5 2 2 ; Tg 2.8*; IPd 4 .8*; IJo 3 ,18 *.
- de Jesus: Jo 1 3 .1 * . - entre as pessoas: Dt
Alegria: Is 16,9; Ez 6 , 1 1; S f 3,14 ; Ecl 1 1,9; Lc
2 1 ,1 5 ; Os 4 .1; Ct Introd.; 2.4; 8.7; Mt 10.37
I,14 ; Jo 1 5 , 1 1*; At 8.8*: Fl 1.4; 1 Jo 1.4; Hb
de si: Jo 1 2 3 5 .
12,2. Cf. Bem-avcnturanças; felicidade.
Am orrcus: cf. Emoritas.
Aliança: de Deus com os homens, com um povo:
Gn 9 ,12 ; 15,18 ; 17,5; Ex 6,4; 19 .15; 24.4; Anátema: Rm 9 3 . Cf. Interdito.
3 2 .1 ; 34.6; Dt 4 .3 1; 2 6 .17 ; 2 7 ,1 ; 2 9 .11 ; Jz
Anciãos: At 11,3 0 * ; ITm 5 .1 7 ; Tg 3 .1; Ap 4,4.
II,10 ; ISm 11.7 : I R s 8 .2 l;2 R s 1 1 ,1 7 ; Is 24,5;
- do povo: Mt 26.3.
Ez 16,8; 17,19 ; 36.28; Am 2,9; Ml 2.4; 2Cr
6 ,1 1 . Nova Jr 3 1 , 3 1 ; Os 2.22: Mt 26.28*; Anjo: - em geral: Js 5 ,1 3 ; Dn Introd.; 4 ,14 ;
2 7 .5 1 ; Lc 22,20; Rm 1 .2; 2Cor 3.6*; Hb 7.22; 10 .5.13 ; Sb 5,5; Tb 12 ,15 ; At 2 3.8 *. - do
Senhor: Gn 16.7; 32,3; Jz 6 ,1 1 ; 2Sm 14 ,17 ; 10,23; 14 ,15 ; T g 1,12 * ; I Pd 4 .1 3 . C f. Felici­
2Rs 1 3 ; Ml 3 ,1 ; Mt 1.2 1; 28,2. - guardião: dade; Alegria.
Jó 33 ,2 3; Tb Introd.; 12 .12 ; Mt 18,10; At
Ben-Hadad: IRs 15,18 .
12 ,15 . - das Igrejas: Ap 1,20. Cf. Filhos de
Deus; Potências. Bênção-Abençoar: Gn 1,22; 2 7 ,3 3 ; Dt 28,2; Jz
17,2; Jl 2 ,14 ; A g 2,19 ; Tb 3 , 1 1; Mc 6,41*;
Ano sabático: cf. Jubileu.
10,16; ICor 10,16; E f 1,3*.
Anticristo: IJo 2 ,18 ; 4,4.
Betei: Gn 12.8; Jz 1 2 2 ; 20 ,18; 2R s 2 2 ; Am 4,5.
Apedrejamento: Nm 1 5 3 5 .
Bezerro de ouro: Ex 32 ,1.4 ; IRs 12,28; Os 1 3 2 .
Apocalipse: Is 2 4 ,1; Dn Introd.; Ap Introd.
Blasfêmia: L v 2 4 . 1 1; Jó 2,9; Mc 3 ,2 8 * .-contra
Apóstolo: Mt 1 0 2 * ; Lc 22,30; At 1 3 ,3 1 ; 14,14 ; o Espírito: Mt 12,32; Mc 3,29; Lc 12.10 ; Hb
Rm 16,7; 2Cor 8,23; Gl 1,1; E f 4 ,12 ; Cl 1,25. 10,26. - de Jesus: Mt 26.65; Mc 14,64; Jo
10,33.
Árabes: Is 13,20; Jr 9,25; 49,28; IMc 5,25.
Bode emissário: Lv 16,8.
A rca da Aliança: Ex 25,10 ; ISm 4 .3 .4 .2 1; 2Sm
6 ,2.16; Ez 4 3,7; 2Cr 6 , 1 1. Buscar o Senhor: Os 10 ,12; Am 5,4.

Arrcpcndimcnto-Arrepcnder-Lamento: Js 7,6;
Jr 3 ,1; Os 6,4; Jl Introd.; Am 5 ,1 5 ; Jn 3.8; de Cadáver: Js 10 2 6 ; 2Rs 1 1,15 ; Ez 4 3,7.
Deus: Jl 2 ,14 ; Am 7,3.
Calendário: Ex 12,2; Jó 3,4; S r 4 3,5.7. Cf. Festas.
Árvores: Gn 2,9; Jz 6 , 1 1; Ez 3 1,4 ; Os 4 ,1 3 ; Zc
Caminho: Jo 14,6; At 9 2 * ; Hb 10.20.
11,3 ; Pr 3,18 ; 11,30 .
Cânon: Introd.: Geral; Introd. Deuterocan.; Dt
Asherá: Ex 3 4 .13 . Cf. Deuses.
5,22; Ecl 1 2 .1 1 ; Ne 8 ,1; Sr Prol. 1; 39 .1.
Assembléia; Dt 5 2 2 ; Pr 5,14 . Cf. Igreja.
Caos: Gn 1 2 . C f. Dragão, Oceano.
Assíria: Is 7 2 0 ; 8.7.
Caridade: cf. Am or.
Assunção-Arrebatamento: Gn 5 2 4 ; 2Rs 2 ,18 ;
Carismas: ICor 1 2 ,1* ; ITs 5,22; ITm 4,14.
Lc 9 ,5 1; 2 4 ,51.
Carne: Jo l ,l 4 ;6 .5 l ;R m 1 ,3*. - e espírito: Mc
Astros: Gn 1,18 ; Nm 2 4 ,17 ; Dt 4 ,19 ; 13,3; 2Rs
14,38*; Jo 3,6; 6,63»; Rm 1,9*; ICor 7 ,1; Gl
17.16 ; Is 13.10 ; Sr 4 2 ,18 ; EpJr 5,9.
5 , 1 7 . - e sangue; Mt 16,17; Gl 1,16 ; E f 6,12.
Autoridades: Rm 13 .1; 1 Pd 2.14 . - segundo a: 2Cor 5,16 . corpo de - : Cl 1 2 2 .

Ázimos: cf. Festa dos pães sem fermento. Carro: Js 17 ,16 ; 2Sm 8,4; 2Rs 2 , 1 1 .1 2 ; Is 2,7;
Mq 1,13 .

Baal: Jz 2 , 1 1 ; IRs 18.27; Os Introd.; 2 ,15 .1 8 ; Carta-Testemunho: cf. Documento.


Berit: Jz 8,3. - Sefon: Ez 14,2. - Peor: Os
Casamento: Gn 2 2 4 ; Dt 2 1 ,1 3 .1 5 ; Jz 8 .3 1; 14 ,11;
9,10; Zebub: 2Rs 1 2 ; Mt 12,24.
Pr 2 ,17 ; Rt 1,8; Ct 4.9; Th 3 ,1 5 ; 7 .14 ; Mt
Babilônia: Is 13 .14 ; 2 1,5 ; Jr 50 .1. 19 ,12 *; Lc 14,26; At 1 5 2 0 ; ICor 6 ,15 ; 7 ,1 * ;
E f 5 2 5 * .3 2 ; ITm 3 2 ; 4,3; Tt 2 ,5; IPd 3,7. -
Bastão: Ex 17,5; 2Rs 4 2 9 ; Is 10.26.
“ misto” : Gn 26 .35; IRs 1 1,1; Ml 2 . 1 1; Rt 1,4;
Batismo: Mt 3,6; 28,19 ; Mc 1,4*.8; 10,38; Lc 2Cr 8 , 1 1 . - proibido: Lv 18,1; 2 1 ,7 ; Jr 3 ,1; Sb
3,16; 12,50; Jo 6,27; 19,34; At 1,5*; 2,38; 3 ,1 3 . Cf. Repúdio.
8,37; ICor 1 0 2 ; E f 5 2 6 ; Cl 2,I2 *.2 0 .
Castigo: cf. Punição.
Bclial: ISm 2 ,12 ; N a 2 ,1; Sl 18,5; 1 0 1 3 ;P r 6 ,1 2 .
Céu: Gn 1,6; Dt 10,14; IRs 10,19; 2Rs 7 2 ; Mt
Bem-aventuranças: Mt 5 ,3* ; Lc 6 2 0 * ; 7 2 3 ; 6,9. Cf. Novo.
Lm 1 2 0 ; 3 2 1 ; Mt 6 3 - - endurecido: Mc 6 3 2 ;
(IJo 5 2 0 ) .
Chifres: IRs 2 2 .1 1 ; SI 13 2 ,17 . - do altar: Ex
27 ,2 ; IRs 1.50; 2,29; Am 3 ,14 . - de Moiscs: Cordeiro; Jo 1 2 9 * ; ICor 5,8 *; Ap 5j6.
Ex 34,29.
Corpo: Mt 10 2 8 ; Rm 6,6; 1 2 ,1 * ; ICor 6 ,14 . -
Cidade Santa: cf. Jerusalém . de Cristo: ICor 12 ,12 ; E f 4 ,16 * ; Cl 1,18 .

Cidades de refúgio: cf. Refúgio. Criação-Criar: Gn 1,1; 2,4; Ex 14,16; Nm 16 30 ;


Circuncisão: Gn 17,10 ; Ex 4,26; 6 ,12 ; L v 19,23; Js 17 ,15 ; Is Introd.; Os 4 3 ; Jó 2 6 ,12 ; Pr 3,19;
8,26.30 ; Macabeus Introd.; 2Mc 7,28 ; Sb
Dt 10,16; Js 5,2; Jz 14,3; Ez 32 ,2 7 ; At 1 5 .1;
1 1,17 .2 5 ; 19,6; Br 3 ,3 2 ; Jo 1 3 ; Gl 6 ,15 ; Cl
Rm 2 ,25; Gl 5 2 . - do coração: Rm 2 2 9 .
1,15 .
Ciumento (Deus): Ex 3 4 ,14 ; Ez 5 ,1 3 ; 8 3 ; 3 5 , 1 1;
JI 2 ,18 ; Na 1 2 - Criança: Mt 1 8 3 * ; Mc 10 ,15; Lc 18 ,17 ; ICor
14,20; E f 4 ,14 * ; Hb 5 , 1 1; IJo 2 ,13 . Cf. Pe­
Código da Aliança: Ex 2 0 2 2 . queninos.
Cólera (ira) de Deus: Jr 2 3 ,19 ; Jn 3.9; Jó 14 .15 ; Cristo: Mc 1 ,1* ; 1 2 3 5 ; L c 2 , 1 1; 3 ,1 5 ; 9 ,18; Jo
Pr 2 4 ,18; Sb 18.20; 19 ,1; Sr 5,6; (JI 2 ,14 ; Am 12 ,13 ; At 17,7; Rm 1 ,1* . falso - : Mt 24,24.
7,3); Mt 3,7; Rm 1,16 ; ITs 1,10 .
Cruz: Jo 1 2 3 2 , escândalo da - : ICor 1,24; Gl
Coletores de impostos: Mt 5,46; M c 2 ,15 ; Lc 5 ,11.
3 .12 .
Culto: desvio do: Is 1 , 1 1; Jr 1 3 2 5 ; Os 5 ,1 ; 1 4 3 ;
Colheita: Mt 3 ,1 2 * ; 9 3 7 ; Mc 4 2 6 ; L c 3 ,1 7 ; Am 4,4; 5 2 3 .2 5 ; Ml 1 , 1 3 . - centralizado em
10 ,2*; Jo 4.35.38. Jerusalém: Dt 1 2 3 ; Js 2 2,10 ; Reis Introd.;
Comunhão: Jo 1 7 2 1 ; At 2,42*.44; ICor 1.9; 2Rs 18,4.22. - sinagoga): Ne 8 3 ; lC r 16 3 9 .
10 ,17 * ; 16.1 ;2 C o r 8,4; Gl 2,6.9; F1 1.5; ITm Cf. ainda: Ex 1 0 2 ; 12 .1; Sr 3 4 2 1 ; 3 5 ,1 . -
6 ,18 ; IPd 4 ,13 ; IJo 1,3*; 2 ,14 ; 2Jo 10. pagão: Dt 1 2 2 ; Ez 2 6 ,13; Sb 1 1 3 . - novo: Jo
4 ,23; Rm 12 ,1; 15,16 . Cf. Sacerdote; Sacri­
Confissão de fé: cf. Profissão de fé.
fício.
Confissão dos pecados: Mc 1 3 ; T g 5,16 .
Cum prim ento: das Escrituras: Mt 1,2 2 ; Lc
Confissões de Je re m ias: Jr Introd.; 1 1 ,1 8 ; 2 3 ,3 4 * ; 24,46; At 3 ,1 8 * .2 1 ; 2 6 2 2 ; 2 8 2 5 ; Rm
I5 .I0 ;17 ,I2 . 9 ,2 .- d a Lei: M t 5 ,l7 * ;R m 13.8. C f. Perfei­
to.
Conhecer: em geral: Gn 2,9; Pr 1 ,4; 2 2 .17 ; 3 0 3 -
- a Deus: Gn 3 3 ; 18,19; Jr 1 3 ; Am 3 2 ; Deus:
Ex 33 ,18 ; IRs 18,37; Jr 9 2 2 ; Ez 5 ,1 3 ; Os
David: ISm 16 ,13 ; 2Sm 5 3 ; 6 ,1 4 .1 7 ; 7 ,14 ; Reis
4 ,1; Jó 4 2 3 ; Pr 8,9; 2Cr 6 3 3 ; Sr 1 8 , 7 . -
Introd.; IRs 1 2 0 ; Is 1 1 2 ; Jr 2 3 3 ; Ez 34,23;
Deus e Jesus Cristo: Mt 1 3 , 1 1; Lc 1 0 2 2 ; Jo
SI Introd.; Crônicas Introd.
6 , 6 3 ; 10 ,15; Rm 1 2 0 * .2 1 ; ICor 2,10 ; 12,8;
F1 3,10 ; IJo 2 3 * ; 4.7. Decálogo: Ex 2 0 ,1; 3 4 ,14 ; Dt 5 3 ; Os 4 2 . Cf.
Lei.
Conquista: Js Introd.
Dedicação: cf. Festas.
Consagração: Ex 2 9 ,1; Nm 6,7: Jr 1 3 . C f. San ­
to. Defensor: cf. Resgate; Vingador.

Consciência: Sh 1 7 ,1 1 . Dcmôníbs; Lv 16.8; 17,7; 20,6; ISm 2 ,12 ; Is


13,2^; 3 4 ,14 ; Tb 8.3; Mc 1,32; Lc 8 2 ; ICor
Conversão: Ez 14,6; Lm Introd.; 5 2 1 ; Mt 3 2 * ;
8 3 . C f. Satan.
Lc 5 3 2 ; At 3 ,19 ; Rm 2.4; ITs 1 ,9. C f. Luto.
Descanso: cf. Repouso; Sábado.
Coração: Js 2 4 2 3 ; Os 2,16 ; 7 , 1 1 ; JI 2 ,12 ; Ag
1 3 ; SI 8 6 ,11; Jó 4 1,16 ; Pr 6 ,14 .3 2 ; 2 3 2 6 ; Descida aos infernos: IPd 3,19 .
Deserto: Ex 15,24; Nm Introd.; Jr 2 2 ,2 ; Ez 20,35;
Os 2 ,17 ; Am 5,25.
Domingo: At 20,7; Ap 1,10.
Deus: Ex 21,6 ; Dt 4 .7 .3 1.3 2 ; ISm 8,7; IRs 8,27;
Dores de parto: Mt 24,8; Jo 1 6 2 1 ; Rm 8,22.
20,33; 2Rs 1 8 3 5 ; Is Introd. - Jr 2 3 ,2 3 ; Os
2 ,2 5 ; 11,4 ; 14,9; Z c Introd.; Ecl 2 ,24 ; Sr Doutores: At 13 ,1 ; E f 4 ,1 1 ; Tg 3 ,1.
Introd.; Uno/Único: Dt 6,4; Os 13,4; rei: Js
Doutrina: Rm 6 ,17 ; ITm 1,10; 2Jo 10.
5 ,1 3 ; ISm 8,7; 10,19; 1 Rs 2 2 ,19 . - guerreiro:
Ex 1 5 3 ; Dt 20,4; ISm 25,29; Ez 1 2 ,1 3 ; Am Dragão: Gn 1,2 1; Ex 7.9; Is 2 7 ,1 ; E z 2 9 3 ; Am
2,9. 9,3; Jó 7 ,1 2 ; Ext gr. A 5.

Nom es de Deus: Senhor (Y H W H ): E x


3 ,1 4 .15 ; Os 1,9; Sr 1,1. Todo-podcroso (=
Éden: Gn 2 ,8.10 ; Ez 2 8 ,2 .13 ; 3 6 3 5 ; 4 7 ,1.
dos poderes = dos Exércitos = Sabaot): I Sm
1 3 - Outros nomes: Gn 16 ,13; 17 ,1; 3 1 , 13.42; Edom: Dt 2 ,12 ; 23.8; Is 3 4 3 ; 6 3 ,1; Am 1 ,11 ;
33,20; 49,24; Ex 34 ,14 ; ISm 15.29; Is 1.4.24; Ab 3.
49,26; Jr 49,5; Os 2 ,1; 4 ,15 ; 12 ,1; Am 6,8;
Educação: Ex 10,2; 2Rs 12 ,3 ; Pr 1,2.5.8 .23;
Ml 3 , 1 ; Sl 5 6 ,3 ; 1 3 2 ,2 ; Dn 7 .2 5 ; 2Mc
2 2 ,1 5 ; Sb 3.5.
3 ,2 4 3 1 .3 6 ; Sr 2 3 ,1 ; 4 3,2 7; 46,5; Br 4 ,10 .

Deuses: em geral: Gn 6,2; Nm 2 1,8 ; Dt 17,3; Efod: Ex 28,6; Jz 8 2 7 ; ISm 2 ,18 ; Os 3,4; Sb
18,24.
ISm 2 8 ,13 ; 2Rs 17.26; Jr 2,27; Jó 18 ,14 ; 5 *
13,2 ; 14,16 .20 . Amon: Jr 46,25. Ápis: Jr Egito: Dt 23.8 ; IRs 1 1 ,20; 14,25; Is 19 ,16 .25; Jr
4 6 ,15. Asherá: Jz 2 ,13 . Beer-Sheba: Am 8,14. 46,26; E z 2 9 3 .1 I I3; 3 0 3 .
Bel: Is 4 6 ,1. Betei: Jr 4 8 ,13 . Carmelo: IRs
18,19. Dagon: Jz 16,23. Gad: Is 6 5 , 1 1 . Hadad Elâm : Jr 4 9 3 4 .
Rimon: Zc 1 2 ,1 1 . Ishtar: Jr 44,26. Kemosh: Eleição: E x 8,18; Dt 7,6.8; 2Rs 23.2 7 ; Am 3,2;
Jz 1 1,24. Marduk: Is 4 6 ,1; Jr 50.2. Mélek: Is 9.7; Ml 1 3 ; Sr 3 3 , 1 1 ; Mt 24,22; Mc 1 ,1 1 ; Jo
57,9; S f 1,5. Meni: Is 6 5 ,1 1 . Môlck/Moloc: 15 ,16 ; Rm 1 1 3 ; ITs 1.4; T g 2 3 ; IPd 1.1;
L v 18 .2 1; 2Rs 2 3,10 . Nebô: Is 4 6 ,1. Nisrok: 5 ,13 .
2R s 1 9 3 7 : Rainha do Céu: Jr 7 ,18 . Réshef:
Jd 5,7. Rimon: 2Rs 5 ,18 . Tamuz: Is 17 ,10 ; Ez Elementos do mundo: cf. Mundo.
8 ,14 ; Ct 1,13 . Zeus: IMc 1,43. C f. Baal; Elias: Mt 1 7 3 1 0 ; Mc 9 .1 3 ; Lc 1 ,17 * ; Jo 1,2 1;
ídolos. Tg 5 ,17 .
Dia do Senhor: Jr 30,7; Ex 3 0 3 ; 3 4 ,12 ; Os 1 3 ; Em et-Emuná: palavras hebraicas traduzidas por
Jl Introd.; Am 5 .18 ; S f Introd.; Pr 1 1,4; Mt fidelidade (4 vezes em Gn), lealdade, sinceri­
7,22; 2 7 3 3 ; Jo 8 3 6 ; 14.20; ICor 1.8; F1 1.6; dade, solidez: Os 4 ,1 ; Hab Introd. C f. Amem.
Ap 6 ,17 . cf. Vinda; Domingo.
Emoritas (Amorreus): Gn 15,16 ; Jz 1,34; IRs
Diáconos: At 6 ,1 * ; IPd 4 ,1 1 . 2 1.2 6 .
Direito: IRs 3,9; Jr 5 ,1 ; Os 5 ,1; Pr 1.2. - de Endurecimento: Ex 7 3 ; Is 6,10; Pr 18,19 ; Lm
prímogenitura: Gn 2 5 ,3 1 ; Dt 2 1 ,1 7 . 3,65; Sb 19,4; Mt 13 ,13 .
Discípulos: Mt 10,42; Mc 1,16 ; 8 3 4 ; At 6.1. Entronização: IRs 1 ,9 3 9 ; 2Rs 9 ,1 3 ; 1 1 ,1 2 ; Is
C f. Seguir.
93.
Dívida: Dt 15 ,1.2 ; 2Rs 4 ,1; Am 2,8; Pr 5.9; Jt
Éon: cf. Mundo.
8,16; Mt 6 ,12 .
Epíscopo: At 20,28*; Fl 1 ,1.
Divórcio: Dt 2 4 ,1; 25.4; Jr 3 ,1 ; Mt 5 3 1 . 3 2 .
Escândalo: Mt 5,29*; Jo 1 6 ,1 .- d a cruz: Gl 5 , 1 1.
Dízimo: Gn 28.22; Dt 14,22.28; Ml 3,10 ; Tb
1,8; Mt 2 3,2 3. Escolher: Js 2 4 ,15 . C f. Eleição.
Injustiça: Nm 5.6; Am 2,6.7; 5,10 ; Mq 2,2.4; Pr social e jurídico: Am 2,6.7; 5,24; Mq 2,4; Pr
24.24. 1 1 ,1 ; 14.19.

Intcrcessão: Ex 3 2 ,1 1 ; Nm 14 ,13 ; ISm 7,8; Jr Justificação: At 15 .1; Rm 3,24 *.28 ; Tg 2 ,14 *.


15 ,1; 29,7; Ez 9,8; Am 7,2; Macaheus Introd.; Cf. Justiça.
2M c 15,14 .

Interdito: Nm 2 1.2 ; Dt 2,34; 20,4; Js 6 .17 ; Ml


Lâm pada: 2Sm 2 1 ,1 7 ; IRs 11,3 6 ; SI 13 2 ,1 7 ; Pr
324.
24,20.
Interior: cf. homem.
Lei: 2Rs 14.6; Is 2,3; 8 ,16; Ez 20,25; Ag 2 ,1 1 ;
Intervenção: Ex 3.16 ; Jr 2 3 ,12 ; Am 3.2. Pr 1,8; 19,16 ; Lm 2,9; D n 9 ,l0 ; 13,3; Ne 8,1;
2Mc 13.10 ; Sb 18,4; Sr 2 4 ,1; Mt 5 ,1 7 ; 1 1 3 0 * ;
Irmãos: Mt 15,40; 2 8,10 ; Jo 20 ,17; At 1,15 ; Gl
L c 16 ,17 ; At 1 5 ,1 ,1 3 ; Rm 2 ,12 * ; 3 .19 ; 4 ,15 ;
6 ,18 ; Hb 13 ,1. - de Jesus: Mt 12.46.
7 ,4*; 2Cor 3.6; Gl 3 ,1 9 * ; E f 2 ,15 ; lTm 1,8.
Israel: Gn 32.29 ; IRs 12 ,16 ; Am 1,1; lCr 1,54; Cf. Decálogo. - do espírito: Rm 8 2 ; IJo 5 2 0 .
2C r 11,4 ; 12,6; Mt 4 ,1» ; 1 5 2 4 ; 2 1.4 3 ; Lc - dc Cristo: Gl 6 2 . - regia: T g 2,8.
2 1,2 4 ; At 7,2; 13,46; 15 ,1 4 * ; 28.27,28; Rm
Leite e mel: Ex 3,8. Cf. L v 2 ,1 1 .
9 .2*; Gl 6 ,16 ; E f 1 .12 * ; Hb 1,1; Ap 2.9.
Lcm brar(-se): Dt 4.9; 5 ,1 5 ; Ez 6 3.7. C f. Memo­
rial; Ksquecer.
Jejum : ISm 14.24; Is 5 8 ,1; JI 1,14 ; 2 ,16 ; Zc
Lcpra-Leproso: Lv 13 ,1.4 6 ; 14 ,1.3 3 ; 2Rs 15,5.
8 ,19 ; Est. gr. 4,16.
Jó 2,7.8.
Jerusalém : Jz 1,8.21; 19,10; 2Sm 6.2; IRs 3 ,1;
I>eviatan: Is 2 7 ,1 ; SI 7 4 ,14 ; Jó 3,8.
8 ,16; 1 4 2 1 ; 2Rs 16,7; I 9 3 4 ;E z 6 . 1 1 ; 16,3.54;
3 8 ,12 ; 40,2; 4 8 3 5 ; JI 4 .17 ; Mq 3 ,12 ; 4 2 ; Th Levirado: Gn 38,8; Dt 2 5 .5 ; Jó 2 4 2 1 ; Rt 4.5.
13.10 ; 2Mc 4,9; Lc 9 ,5 1; Rm 15,19 ; Ap 3,12 ;
Levitas: L v 2 5 3 2 ; Nm 1,47; 3.6.8; Dt Introd.;
1 1 , 1; 2 1 2 -
17,9; 18,7; Ez 4 4 ,10 .15 ; ICr 1 5 ,1; 2Cr 29,35;
Jubileu: Ex 2 3 ,1 1 ; Lv 25,1.4.8.10.20 . 3 1 ,1 6 .

Judeus: Jo 1 ,1 9 ; IT s 2 ,16 . Liberdade: Ex 3 ,1 2 ; Jr 8,9; Sr Introd.; 15 ,14 ; Jo


8 ,32.33.36 *; ICor 8 .1; 2Cor 3 ,1 7 ; Gl 5 , 1 3 2 1 ;
Juizes: Dt 17,9; Jz Introd.; 2,16 ; 3,10 ; ISm 8,7;
6,14.
Is 2.4; Sr 10,1.
Libertação: Lc 2 1,2 8 ; Mc 10,45; Jo 6 ,5 1; Rm
Juízo: Ex 6,6; Ex 2 3 2 4 ; Ji 4 ,1 3 ; Am 2 ,13 ,16 ;
3,2 4 *; ITm 2,6; Hb 9 ,14 . Cf. Ju iz ; resgate;
9,9; Mq Introd.; Jó 3 6 .3 1; Ecl 3 ,1 7 ; 9,4; 11,9 ;
Salvação.
Dn 7 .10 ; Sr 3 5 ,1 5 ; M t 5 2 5 ; 16,27*; 19,28.30;
2 5 ,3 1 * ; Lc 12.8; 16.26; 1 7 3 7 * ; Jo 8 ,21; 9.39; Ligar-Desligar: Mt 16 ,18 * ; 18 .17 ; Jo 20.22. Cf.
1 2 ,3 1 ; 16,8*; At 10,42*; 2Cor 5,10 ; Gl 6,5; Ap 3.7.
2Pd 3 ,7 ; IJo 4 ,17 ; Jd 4. - dc Jerusale'm: Lc
Lín<>ua: Sr 5 ,1 3 ; Tg 3 ,1.
19,42.
Lou. ura: Jó 2,10 ; Pr 9 ,17 .
Ju ra m e n to : IR s 8 , 3 1 ; Jr 2 2 ,5 ; 3 4 .1 8 ; Ez
1 7 ,13 .1 9 ; 20,5; Am 4 2 . Louvor: Lv 7 ,12 ; Is 4 2 ,10 ; Jr 5 1 , 1 5 ; SI introd.;
Sb 18,4.
Justiça: Gn 15,6; ISm 12,7; Is Introd.; 9,6; 30,18;
Os 10.2; JI 2,23; Mq 6,5; Jó 13,10 ; 2 9 ,17 ; L u a Nova: cf. Festas.
40,8; Pr 1.3; 8 ,18 ; Dn 4,24; Tb 1 3 ; 3 2 ; Mt
L u gar alto: ISm 9 ,12 ; IRs 3 2 ; Ez I6 ,l6 ;jr
3 ,1 5 ; 5 2 0 * ; Lc 15,7; 18 ,14; Fl 1 ,1 1 ; 1 Pd 3.14.
7 31.
- dc Deus: Jo 1 7 2 5 * ; Rm 1,17 .18 ; Tg 1 2 *
IJo 1,9; 2 ,1. C f. Justificação. - no sentido Luto: Lv 10.6; Dt 14 ,1; Js 7,6; IRs 18,28; 2Rs
2 .12 ; 4 2 ; Jr 16,7; Ez 2 4 ,17 ; 26 .16 ; Jn 3,5; Ml Môlek: cf. Deuses.
3 ,14 ; Zc 1 2 ,1 1 ; 2Mc 3,19 .
Monoteísmo: Gn 2 0 ,13; IRs 8,60; 2Rs 3,27;
Luz: Gn 1 3 ; Ex 1 0 2 3 ; Is 2,5; 9 ,1; 26,19; Sl 36, 5,19 ; 19 ,15 ; Dn Introd.
10; Ml 2 0 3 3 ; Lc 16,8; Jo 8 ,12 * ; 9 3 9 * ; E f
Montanha: Ex 3 ,1; Dt 1 2 2 ; IRs 18,19; Is 14 ,13;
5,8 .14 ; ITs 5 3 * ; Hb 6,4; IJo 1 3 * .
Jr 6 ,1; Ez 4 0 2 ; Sl 29,6; 4 8 3 ; 8 9 ,13; Jó 15,7.

Morte: Gn 2 ,17 ; ls 14,18; 2 8 ,15; 38 ,18 ; Os 13,14;


Madiã: cf. Midian. Jó 1 2 1 ; Fl 5 3 ; 9 ,18; Ecl 7 2 ; Sb 1 ,1 1 ; 2 2 4 ;
4 ,17 . - Os mortos: Dt 14 ,1; ISm 1 4 3 2 ; Ez
Magia Gn 4 4 3 ; Ex 4.4; Lv 3,4; 19 .19 .27; Nm
3 2 2 7 . morada dos - : cf. Sheol; Morte = pe­
2 3 2 3 ; Jz 1 7 3 ; ISm 28,3; Is 3 ,16 ; 5,18 ; 65,4;
cado: Rm 5 ,1 2 -1 3 ; Tg 1 ,15 ; IJo 5,16 . segun­
Ez 13,18 ; 2 1 2 6 ; Os 4 ,12 ; Sl I0I.3;JÓ 3,8;
da - : Ap 2 , 1 1 . - para a lei: Rm 7 ,14 .
5 ,2 1 ; 18 ,15 ; Pr 17,8; Ct 2 3 ; 4,9; Dn 5 ,12 ; Sr
34,6. Mulher: Ez 16,14; Pr 2 ,16 ; 5 ,1 5 ; 6 2 4 ; 12,4; Sr
2 2 3 ; 2 5 2 4 . estatuto jurídico da - : Gn 1 6 2 ;
Mal: J<5 9 2 3 ; 10,13. Cf. Prova; Pecado.
Ex 2 1,8 ; Lv 1 2 3 ; 2 1 3 ; Nm 5 3 1 ; Dt 2 1 ,1 3 ;
Maldição: Ex 7 , 1 1 ; Dt 2 9 ,11 ; ISm 3 ,1 7 ; IRs 2 2 ,13 ; Jz 1 1,3 7 ; 19.25; Is 4 ,1 ; Jó 4 2 .15 ; Pr
2,9; 8 3 1 ; 18 ,17 ; Jr 2 9 2 2 ; J<5 31.40. 3 1 ,1 6 ; Sb 9,7; rei e: IRs 1,4; 2 ,17 .19 ; Ecl
2,8; 2Cr 24.3; Est 2 ,14 ; Est gr. 4 , 1 1 .
Maná: Ex 16 ,15 ; M t 6 ,ll * ; 14 2 0 ; Jo 6 3 1 ; ICor
10,4; Ap 2 ,17 * . Mundo: Mt 18,7; Jo 1,10 ; 1 2 ,3 1 * ; Rm 1 2 2 ; Gl
6 ,15 ; E f 2 ,2*; Hb 6 3 ; IJo 2 ,15 . Elementos
Mandamento: cf. Lei.
do - : Gl 4,3.
Mansão dos mortos: cf. Sheol.
Murmuração: Ex 15,24; 1 6 2 .
M ão de Deus: IRs 18.46; Is 8 , 1 1; Os 2 ,12 .

Matrimônio: cf. Casamento.


Nações: Gn 9 2 8 ; 12,1 J ; Is 18,7; 4 0 ,15; 4 5,14 ;
Medo: Jz 7 3 . 56,6; Jr 2 5 ,1 7 ; 4 6 2 6 ; Ez 3,6; 5 ,1 3 ; 30,3.24;
Melquisedec (Malki-Çédek): Gn 14 ,18 ; Hb 7 3 - 3 6 2 0 ; Am 1,3; 9,7; Mq 4 ,1 1 ; Zc 9,7; ICr
2 3 4 ; 2Cr 6,33.
Memorial: Ex 3 ,1 5 ; L v 2 2 ; Tb 12 ,12 ; Br 4 3 -
Nazirado: Gn 4 9 2 6 ; Nm 6 2 .7 .1 8 ; Jz 1 3 3 ; ISm
Messias: Ex 3 0 2 5 ; Lv 4 3 ; Dt 18 ,15 ; ISm 2,10 ; 1 ,1 1 ; Lm 4,7.
Is 4 5 .1; E z 34 ,2 3; Mq 5 2 ; Hab 3 ,1 3 ; A g
2.6.7.23; Zc 3.8; Sl Introd.; 10 5,15; Lm 4 2 0 . Necromancia: cf. Magia.
Cf. Cristo. Neomênia = Lua Nova: cf. Festas.
Midian (Madiã): Ex 2 ,15 ; 18 ,12 ; Nm 10 2 9 . Noite: Ex 12,42; Is 17 ,14 .
Milagre: Mc 2 3 ; 4 3 5 ; 6 3 ; Lc 7 2 2 ; At 3 2 * . Nome: 2Rs 1 4 2 7 ; Os 1,4; Jó 30,8. - de Deus;
C f. Sinal. Gn 3 2 3 0 ; Ex 20,7; L v 2 4 , 1 1; Nm 6 2 7 ; Dt
Mistério:Dn 2 2 8 ; Sb 6.22; E f 3 3 * . - da impie­ 1 2 3 ; 2Sm 6 2 ; IRs 9 3 ; Jr 7 ,10 ; Am 2,7; Mt
dade: 2Ts 2,7. - do Reino: Mt 1 3 ,1 1 * ; Mc 6,9. - de Cristo: Jo 14 ,13 ; At 3 ,16 * ; Fl 2,9;
4 ,1 1 . Hb 1.4; 3Jo 7. Em - da Trindade: Mt 28,19.
Mudança d e -: Gn 3 2 2 8 ; Nm 13.16 ; 2Rs 14,7;
M oab: Jz 3 ,1 2 ; J r 4 8 ,l ; Rt 1.1. 1 5 ,1 3 ; 2 3 3 4 ; Is 9 3 ; Lc 6 ,14.
Moisés: Ex 2 ,1.10 ; 32,10 ; Nm Introd.; Dt 3 2 7 ; Norte: L v 1 , 1 1 ; Is 14 ,13 ; Jr 4 .6 ; 6 ,1; Jl 2,20; Zc
18 ,15; 3 3 2 ; 3 4 ,10 .11; Mt 1 7 3 ; Lc 9 2 8 ; 2 4 2 7 ;
9 ,14 ; Sl 4 8 3 .
Jo 5.45; 9 2 9 ; At 1 5 2 1 ; 2Cor 3 ,7 .15 * ; Ap
15,3. - cátedra de: Mt 2 3 2 - - figura de Cris­ Novo: Mc 2 2 2 ; Hb 1 2 2 4 ; Ap 2 ,17 * . mundo,
to: Lc 1 1 2 0 ; At 7 2 5 * ; ICor 10 2 ; Hb 1 1 2 6 * . criação - : Gl 6 ,15. mandamento - : Jo 1 3 3 4 .
Homem Cl 3,10 . Ano cf. Festas; Alian­ Parcialidade; At 1 0 3 4 ; Rm 2 ,1 1 ; T g 2 ,1.
ça: cf. Aliança.
Parte Pessoal: Ex 19,5. Cf. Herança.
Nuvem: Ex 19.9; Na 1 3 ; Sb 10,17.
Parusia: cf. Vinda.

Páscoa: Ex 1 2 ,11.4 3 ; Dt 16,2; Js 5 .1 0 .1 1 .1 2 ; Ez


Obediência: Mt 16,10; Jo 14,21; Rm I 3 ; F 1 2 . I 2 ; 4 5 ,18 .2 1; Mc 14 .1.12 ; Jo 13 ,1; ICor 5,8.
dc Cristo: Mt 26,36; Fl 2,8; Hb 5,7.
Pastor: Is 4 0 ,1 1; Jr 23.6; Ez 34.2; Am 3 .12 ; Mc
Obras: Mt 16,27; 2 6 ,1 1; Rm 3,24*.28 ; 6,23; E f 6 ,34*; Lc 1 5 3 * ; Jo 1 0 ,1 1 ; 2 1 3 ; IPd 5,4.
2 ,10 ; Tg 2 .14 * ; 2Jo 8*. C f. Frutos; Retri­
Patrimônio: Js 17.4; Jz 1 3 . C f. Herança; Parte.
buição.
Paz: IRs 5,26; Is 2,4; Jr 14 ,13 ; Ab 7; A g 2,9; Lc
Oceano: Gn 2,6; Ez 26,19; Jó 7 ,1 2 ; 2 6 ,12 ; Dn 1,79*; 7 3 0 ; 12 .5 1; Jo 1 4 2 7 ; Rm 5 ,1; E f 2,14.
7,2. Cf. Leviatan.
Pecado: L v 4 2 ; IRs 17 ,18 ; Ez 40,2; Jr 2,35; Ez
Oferendas: Lv Introd.; Nm 18.9; JI 1,9. 7,4; 20.8; Os 4,3; Am 1 3 ; Jó 1 4 3 ; Ecl 7,29;
Óleo: Ex 27,20; 30,25; 2Rs 4.2. Lm 4,6; Sr 8 3 ; Jo 8,46; 15,2 3; 16,9; Rm
5 .1 2 * ; 7 ,1 5 * ; T g 1 ,15 * ; IJo 3,9; 5,16 . Cf.
Oração: Gn 12.8; IRs 8,44; Lm 2 .19 ; Dn 6 ,1 1 ; Iniqüidade.
SI Introd.; Mt 6,9*; Mc 1 4 3 6 ; Lc 18 ,1*; Jo
1 1,4 1; 15,7 .16 ; At 2,46; 4 .24 *; Rm 8 ,15 ; Tg Pedra: Is 28,16; Zc 3,9.
5 . 7 . 1 7 . - de Jesus: L c 3 . 2 1 ; 2 3 .3 4 ; Jo Pedro (Simão): Mt 14.28; 16 ,18 *; Lc 6.14; 8 3 1 ;
17.9.19.20*; Hb 5,7. Cf. Intercessão. 22 3 2 ; Jo 2 1 .1 5 * ; At 2 ,17 ; ICor 1.12 .
Oráculo do Senhor: Jr 5.19 . Peitoral: Ex 28 ,15.

Ordália: Ex 32,20; Nm 5,19 . Pena de morte: Nm 15.35; Dt 2 1 2 2 .

Orgulho: Gn 1 1.4; Is 2 ,12 ; Ez 28,24; Sr 5,3; Pentecostes: Ex 2 3,16 ; Lv 2 3 ,16 ; At 2 ,1. Cf.
Rm 4 ,2 *; ICor 1.30; Gl 6.4; Tg 4 ,16 ; IJo Festas.
2,16 .
Pequeninos: Mt 10,42; 1 1 2 5 ; 1 8 3 * .1 0 ; 2 5 3 1.4 0 ;
Orvalho: Is 26,19 ; Os 6.4. Lc 10 .21; ICor 14 2 0 ; E f 4 ,14 * ; Hb 5 , 1 1 . Cf.
Criança.
Ossadas; 2Rs 13 ,2 1; Am 2 ,1; Lm 1,13 .
Perdão: Ex 20,6; Lv 16,1; Jr 3 ,1. C f. Am Introd.;
Ovação: cf. Aclamação.
Mt 6 ,12 * ; Mc 1,4; Lc 2 3,34 ; Jo 20 ,23*; At
3 ,1 8 ,1 9 ; 13 ,3 8 . Rm 4 ,7 ; Hb 1 0 ,1 8 * ; Tg
5 ,1 5 .1 9 ; IJo 1,9; 2,14 .
Paciência: Na 1,3; Ecl 7,8; Sr 5.4; 3 5 .2 2 ; Tg
5.7. Perder: Mt 18 ,13 ; 24.4.

Palavra: Gn 1,3; Ex 13.9; Dt 6,8; 8.3; Is 9,7; Jr Perfeito: Mt 1 9 2 1 ; ICor 2.6; Cl 3 .14 ; H b 2 .10 *;
Introd.; 1,1; 8.9; 1 3 3 ; 42,7; Ez 2,4; Am 1,1; 5.9; Tg 3,2*.
3.8; Pr 1.23; Sb 18,5; Mt 8 .16; Mc 4 ,14 ; Jo Perfume: Gn 37 .2 5 ; Ex 30,34; 2Rs 4,2; Ct 1,2;
1 3 ; 12.48; ITs 1,6*; H b 4 ,1 2 ;T g 1.18 ; IPd 4 ,14 .
2 ,2; IJo 3,9*; Ap 10.9. Jesus Cristo Jo 1,1.
Perseguição: Mt 24,9 ; L c 6 ,2 3 ; 2 1 , 1 2 * ; Jo
Pão: Ex 16,4; Lv 26,26; IRs 1 7 ,12 ; Os 9,4; Ab 1 5 ,1 8 * 2 0 ; ITs 1.6; 2 ,16 ; IPd 4 ,13 ; Ap 7.14.
7. - sem fermento: cf. Festas.
Pérsia: Jr 4 9 ,3 4 3 9 .
Parábola: Mt 1 3 .1 3 ; Mc 4 ,12 *.
Piedade: At 1 0 2 ; ITm 4.7.
Paráclito: Jo 14 ,16 ; U o 2 ,l .
Plenitude (Pleroma): Rm 1 1,25; Gl 4,4; E f
Paraíso: Ct 4 ,13 ; Lc 24,43. Cf. Éden. 1.20 .23*; Cl 1,19 ; 2,9.
Pobre-Humilde: Lv 19,10; Dt 15,4; ls 1 4 3 0 ; S f
2,3; Pr 6 ,1 1 ; 10,4; 2 2,16 ; Sr 2 0 ,2 1; Mt 5,3.
Publicanos: cf. Coletores de impostos.
Poder: cf. Autoridades; Potências.
Punição: Ex 20,6; IRs 17 .18 ; 2Rs 17,20; 18,25;
Porção: cf. Parte Pessoal. Is 40,2; Jr 3 1,3 0 ; Ez 7,4; 30,24; Am Introd.;
3,2; Pr 2 5,22 ; Jl 7,28; Sb 19,4; Sr 22,6. Cf.
Poste sagrado: Ex 3 4 ,13 . Cf. Deuses (Ashera).
Retribuição; Vingança.
Potências invisíveis: Mt 24,29; Rm 8,39; 1 3 ,1 * ;
Puro-lmpuro: Lv Introd.*; 1 5 ,1; Nm 1 1,18 ; Ag
E f 3.10 ; Cl 1,16 *; 2 ,15 ; Ap 9 ,1 1 .
2 ,12 ; Jó 2,8; Mt 1 5 . 1 1 * ; Mc 7 ,19 ; Jo 1 1 3 5 ;
Povo: Dt Introd.; Jr 2,2; Esd Introd. 18,28; At 10,28; Rm 14,1 *.14 .

Pragas do Egito: Ex 7,8.

Preços-Tarifas: Lv 2 7 ,1. Queda: cf. Escândalo.

Presbíteros: cf. Anciãos. Querigma: Mt 3 ,1 * ; Lc 3,3; 24,46; At 2 ,14 *;


lTs 1,10 . C f. IJo 1,5.
Primícias: L v 2 ,14 ; Dt 26,5; 2Rs 4,42.
Querubim: Ex 2 5 ,18 ; IRs 6 ,2 3; Ez 28,2; Sl
Primogênitos: Ex 13 ,12 ; Nm 3 .12 . 18 ,1 1.
Príncipe: Lv 4,22; Ez 4 5.7; deste mundo: Jo
12 .3 1; ICor 2,6.
Rahab: Sl 87,4. C f. Dragão.
Prisioneiro: IRs 5.29; 2 0 3 1 4 2 ; 2Rs 6.22; 19.28;
Rapto: Ex 2 0 ,15; Jz 2 1 ,2 1 ; Am 1,6.
25,7; Jr 5 2 .1 1 ; Ez 5 .1; Am 1,6.
Rebanho: Lc 12 ,3 2 *; At 20.28*; IPd 5,2. Cf.
Proclamar: cf. Qucrigma.
Pastor.
Profeta-Profecia: Gn 20,7; Ex 3 2 , 1 1 ; Nm 1 1,25;
Redenção: cf. Resgate.
Dt 18 ,15; ISm 1 5 ,1; 2 2,5; IRs 13,24; 18,19;
19,19; 2 0 3 5 ; 2Rs 1,8; 2 ,10 ; 4,29; 5.8; 13 ,2 1; Refaim-Refaítas: Dt 3 , 1 1 .
Jr Introd.; 1,9; 6 ,17 ; 1 5 ,1 .19 ; 2 3 ,18 ; Os 6.5;
Refúgio (cidades de): Nm 3 5 .1 1 .1 2 ; Dt 19.6.9;
Am 3.7; Mq 2,6; Ne 6,7; I C r 2 5 .1 ; Sr 3 3 ,16 ;
Js 20,7.
Mt 7 ,1 5 ; 10 .41; At 11 ,2 7 * ; ICor 1 4 ,1* ; E f
2 2 0 . Jesus - : Mt 2 1 , 1 1; Mc 6 ,1 5 * ; Lc 7,26; R ei-Realeza-R einar: Gn 6 ,2; Nm 2 4 ,1 7 ; Dt
Jo 6 ,14; At 3,22. - Profetisa: 2Rs 2 2 ,14 ; Is 17 ,15 ; Jz 8,22.23; 9 ,1; Sm Introd.; ISm 8 ,11;
8.3. Falsos - : Dt 1 3 3 ; 18 .2 1; IRs 2 2 , 1 1; Jr 9,16; 10,19; 15,17; 2Sm 1,10 ; 5 3 ; 7,14; 14,17;
28,10 ; Ez 13,10 ; Mq 2 , 1 1; 3,8; Ne 6 ,14 ; Mt 2 1 ,1 7 ; Rs Introd.: IRs 1,34; 2,5; 3,5.9; 6 .13;
2 4 , 1 1; Ap 1 3 .1 1 . Cf. Gestos proféticos. 8,66; 2 1 ,1 .7 ; 2 R s8 ,3; 17,8; Is9,5; 1 1 2 ; 19 .11;
Jr 2 2 ,1 3 ; Ez 2 8,16; 3 4 2 .4 ; 4 5,7; Os 8 3 ; Sl
Profissão de fé: Dt 11,2 ; Js 2,9; Jz 6,24; 2Rs
4 5,7; Pr 8 ,15 ; 16,10; 2 5,2; 2 9 ,14 ; Lm 4,20;
19 ,15 ; Is 4 5,14 ; Os 14 3 .4 ; Jo 1,9.
Dn 2,38; 6,8; Est gr. D 13; Sb 7,7; 14,20. Cf.
Promessa: Ex 1,7; Ez 33,2 4 ; 36 ,14 . Messias. Príncipe; sacerdócio real: ISm
13,7; 2Sm 6 ,14 .17 .18 ; IRs 8,23; Dn 14,14.
Propiciatório: Ex 2 5 ,17 .
Cf. Reino.
Prosélito: Mt 2 3 ,1 5 ; At 2 , 1 1; 13,4 3.
Reinado: cf. Rei; Reino.
Prostituição: Dt 2 3 ,18 .19 ; IRs 14.24; Os 1,2;
Reino-Reinado de Deus, do Cristo: Mt 3,2*;
2,4; 4 ,14 ; Am 2,7; Mq 1,7; Jó 3 6 ,14 ; EpJr
1 3 ,1 1 ; Mc 4 3 1 ; Lc 4 ,4 3*; 1 3 2 8 ; 1 7 2 2 ; 22,69;
42.
23,2 ; Jo 3.3; 1 8 3 6 ; At 1 ,3; E f 5,5; Ap 2 0 2 -
Prova-Provar: Ex 15,24; 16 ,15 ; Jz 2,22; Rm
Reivindicar: cf. Resgate.
5,4*; 2Cor 13.5; lTs 2,4; 5 ,2 1 * ; T g 1,3*.14 .
Pôr Deus à: Ex 17,2; Sb 1,3. C f. Tentação. Repouso: Dt 12,9; Js 1,13 ; Jz 3 , 1 1 . Cf. Sábado.
2,40; 11,4 9 ; Jo 1.I * .3 .I 0 ; Rm 1.22; ICor
12 0 .30 ; 2 ,10 *; 12,8; Cl 1,9*; 2,3; T g 3 ,13 .
Resgate-Prcço-Redenção: Ex 6,6; Nm 3 5 ,1 2 ; Dt
2 5,5; Is 4 1 ,1 4 ; Jó 3.5; 19,25; 29 .17 ; Rt 2 2 ; Sacerdócio: cf. Sacerdote.
Mc 10,45; Rm 3,24. Cf.: Libertação; Vin­
Sacerdote-Sacerdócio: Ex 2 0 2 6 ; 2 8 2 .6 .15 .3 6 ;
gança.
2 9 ,1; Lv Introd.; 4 ,3; 1 6 2 ; 2 1 .1 ; Nm 16,35;
Responsabilidade: Gn 4 4,16; Ex 20,6; Lv 26,39; Dt 17,9; Js 3,3; Jz 1 7 3 . 1 0 ; ISm 2 ,18 ; 2Sm
Dt 15,4; 2 4 ,16 ; Js 22,20; Jz 20 .6.13; 21.6 ; 1,10 ; IRs 1 2 3 3 ; 2Rs 12,3.6.10 ; 17,27; 25,18 ;
IRs 2,5; Jr 3 1 3 0 ; Ez 18,4; Pr 25,2; Sr 1 5 ,1 1 . Is 6 6 ,21; Jr 2,8; Ez 4 2 ,1 3 ; Os 1 0 3 ; Zc 3,7;
Cf. Expiação; Sangue. 6 ,1 1 ; Ml 2,4; 2Cr 3 1 ,1 6 ; 2M c 4 ,10 ; Jesus
Cristo: Jo 19 ,23; Hb 5 ,1 * . Cf. Rei (sacerdó­
Ressurreição: 2R s 4 ,3 7 ; 1 3 ,2 1 ; Is 2 6 ,19 ; Jó
cio real).
14 ,12 ; 19,26; Pr 4 .2 3; Ecl 3 ,2 1; 12 ,7 ; Dn
12 ,2 .3; Macabeus Introd.; 2M c 7,9 .23; Sr Sacrifícios: classificação dos: Lv Introd. - em
4 6 ,12 ; 4 8 ,11 ; Mc 9 ,27; Lc 7 ,1 4 * ; 14 ,14 ; Jo geral: Gn 8,20; Ex 2 3 ,18 ; 2 4 ,1 1 ; Lv 3,3; 7 ,12 ;
5,29; 12,24; At 17 ,18 ; 26 ,2 3*; ICor 15 ,2 *; Fi 9 ,1; 1 7 , 1 1 ; 2 2,17 .2 4 .2 8 ; Nm 28.2; Dt 12 .15 ;
2,9; ITs 4 .14 ; 2Tm 2 ,18 ; Ap 20,4. 15.20; IRs 13.3; A g 2 ,12 ; Mt 9 ,13 ; Hb 10,4.
- impuros: proibidos, inúteis: Ex 8 2 2 ; Is 1 ,11 ;
Resto: Gn 18.23; IRs 19,18; Is 1,9; 17,6; E z 5 ,3 ; Ex 18.6; Os 9.4; 14,3; Mq 6.7; A g 2 ,14 ; Ml
9,4.8; Am 1,8; 5 ,1 5 ; Mq 5,7; A g 1,12 ; Rm 1,7; Pr 2 1 2 7 ; Sr 3 5 ,1 . - humanos: Gn 22,2;
11,16 . Ex 1 3 ,1 2 ; Jz 1 1 3 0 ; 2Rs 3,2 7 ; 16,3; 2 1,16 ;
Retribuição: Ez 1 4 ,1 4 ; 18,4; SI Introd.; Jó 2 3,10 ; Is 5 3 ,10 ; Mq 6 , 7 . - para ocasiões parti­
2 1,19 ,2 7 ; Pr 2 .2 1 ; 1 3 ,1 3 ; Ecl 7 ,15 ; 8 ,13 ; Cr culares: ISm 13,9; IRs 1,9; 1 9 , 2 1 . - de Cris­
Introd.; Jt 7,28; Sr /ntrod.; 5,4; Mt 5,46; to e do cristão: Rm 12 ,1; F1 2 ,17 ; Hb 10,4.
16,27*; 2 0 ,15; Lc 6 ,3 2 *; 13 ,1 ; Rm 6 2 3 * ; 2Jo Sadoq: 2Sm 8 ,17 .
8. Cf. Obras; Punição; Vingança.
Saduceus: Mt 2 2 ,2 3 ; Lc 2 0 2 7 * ; At 5 ,17 ; 23.6 *.
Revelação: Ex 34,6; Dt 2 9 3 ; Is 1,1; 4 5 ,14 ; Ez
3,6; 2 0 3 .4 1 ; Am 3,7; Dn 2.28; 8 2 6 ; E f 3.3 *; Sal: L v 2 ,1 3 ; Jz 9,45; 2R s 2,20; Ez 4 3 2 4 ; Mc
Ap 1,1. 9,49.

Revolução: Ecl 10,7. Salvação-Salvar: Is Introd.; 4 2,10 ; Mt 9,22; Lc


2 , 1 1*; Jo 4,42; At 4 ,12 * ; Rm 5,10 ; E f 2 3 * ;
Riqueza: 2Rs 2 0 ,14 ; Is 3 ,16 ; 5,8; Jr 5 1 , 1 3 ; Pr ITm 1 ,1; Hb 1,14 ; Tg 5 ,1 5 . C f. Libertação;
10.4; 15,6; 22.2 ; Ecl 5.9; Sr 5 ,1 ; Mt 19.23; Ju iz ; Resgate.
Tg 1.9.
Salvar: cf. Salvação.
Rito: Lv 5,7; JI 2 ,13 ; Ml 3 ,14 .
Samaría-Samaritanos: IRs 16 2 4 ; 2Rs 17 3 4 .4 1 ;
Z c 1 1 ,1 4 ; Cr Introd.; Mt 10,5*; Lc 9 3 2 ; Jo
4,4.9.
Sábado: Gn 2 2 ; Ex 2 0 .8 .11; L v 2 3 3 ; Dt 5 ,15 ;
Ez 20 ,12; Mt 2.27.28; Lc 6 3 ; Sabático (ano): Sangue: Gn 1,29; 4 ,10 ; Lv 1 ,15 ; 12.4; 1 7 .1 .1 1 ;
cf. Jubileu. Nm 3 5 3 3 ; Ez 24,7; 3 9 ,17 ; Mt 2 6 2 8 * ; 2 7 2 5 ;
Jo 19,34; At 5 2 8 ; 20,28; Rm 3 ,2 5 * ; FI 2 ,17 ;
Sabaot: cf. Deus (Nomes de).
Hb 9 ,14 ; 12,24 ; IJo 5,6*.8. C f. Expiação;
Sabedoria: Gn 39.2; 4 1,8 ; Ex 2 8 3 ; IRs 3,16 ; Responsabilidade.
5,10 ; Is 7 ,15 ; 1 9 ,1 1 ; Ab 8; Jó 28,28; 32,9;
Santifícar-Santifícação: Ex 19,10; ISm 1 6 3 ; Mt
40,19; 4 2 3 ; Pr Introd.; Pr 12 0 .2 1 .2 3 ; 3,18 .19 ;
6.9*; Jo 1 7 ,17 * .1 8 .1 9 ; Rm 6 ,19 *; ICor 7 ,14 ;
8 ,15.23.24; 9 ,1; 1 1 ,1 4 ; Ecl 1 2 ,1 1 ; Dn 1.4;
ITs 4,3. C f. Santo.
2 ,12 ; 2Mc 6,30; Sb Introd.; 6 ,16 ; 7 ,12 .2 2 .2 5 ;
10 ,1.17 ; Sr Introd.; Sr 1,4.26; 2 4 ,1.10 .30 ; Santo-Santidade: em geral: L v Introd.; Lv 19,1;
3 8 3 1 ; Br Introd.; Br 3 2 2 ; Mt 1 1 , 1 9 2 5 ; Lc Dt 7,6; 22,9; Ez 4 2 ,I3;4 4 ,I9 ; A g 2 ,12 . - de
Deus: Is 1,4; Ez 3 6 2 4 ; 39,7; Os 1 1 ,9; Sr 36,4. Lc 1 1,30*. - dos ültimos tempos: Mt 2 4 3 ;
- de Jesus: Mc 1 ,24; Lc 1 ,35. - do Espirito: Lc 1 7 2 0 . C f. Gestos proféticos; Milagres.
cf. Espírito de Deus. - dos anjos: ITs 3 ,1 3 ;
Sinédrio: Grande - : Mt 5,22; 2 7 ,1; Mc 8 3 1 * ;
E f 1,18 *. - dos cristãos: At 9 ,13 * ; 20,32; Rm
At 5 ,2 1; pequenos - : Mt 10,17.
1,7; 6 ,19 *; 15 ,2 5 ; 2Cor 9 ,1; Hb 6,10 . Cf.
Santificar. Solidariedade: cf. Responsabilidade.

Satanás: ISm 29,4; IRs 1 1 ,1 4 ; Zc 3 ,1 ; Jó 1,6; Sonho: Gn 4 1 ,1 6 ; Sr 34,6; Est gr. A I.


ICr 2 1 ,1 ; Sr 2 1 ,2 7 ; Est gr. 7,4.6; Mt 6 ,13;
Sono da morte: Mc 5,39 ; Lc 8,52; Jo 1 1 ,1 1 ;
Mc 1 ,1 3 * ; Lc 4 ,6 *.13 ; 8,2; 11.2 4 ; 2 2 ,3 ; Jo
ICor 15.6.
12 ,3 1; 13,2; 17 ,15 ; ICor 5,5; 2Cor 4,4; 12,7;
E f 4,27; 6 .1 1 8 * ; 2Ts 2,6.7; Ap 12,4; 20,3. Cf. Sopro: cf. Espírito; Vida.
Beelzebul: Mt 12,24; Belial: 2 C o r 6 ,l5 .
Sorte (tirar à): Ex 28,30; Est 3,7; Est gr. 3,7.
Seduzir: cf. Perder.

Segredo messiânico: Mt 9,30; 12 ,16 * ; 17,9; Mc


Taça: Jr 2 5 ,1 5 ; Ab 16; Hab 2,16 ; Mc 10 3 8 ; Jo
1,34 *; 4 , 1 1; 7,36; 8.30*; 9,9. 1 8 ,1 1.
Seguir: Mt 4 2 0 ; 1 6 2 4 ; Mc 1,18 ; Jo 12.26. C f.
Temor de Deus: Gn 2 0 ,1 1; Ex 3.6; Js 4 ,14 ; 2Rs
Discípulos.
17.34; Jó 28.28; Pr 1.7; 3,8; Ecl 3 ,1 4 ; Sr
Senhor: cf. Deus (Nomes de). - Jesus Cristo: Introd.; 1 , 1 1 ; 2 ,15 ; Lc 1,12 ; At 1 0 2 .
Mc 1 1 3 ; Lc 7 .1 3 ; 24,3; At 2,36*; Rm 10 ,13;
Tenda do Encontro: Ex 2 5 ,1 ; 2 7 2 1 ; 33,7 ; 4 0 3 8 .
ICor 1 2 ; 2Cor 1 2 . Cf. IRs 1,39.
Sepultura: cf. Tum ba. Tcntar-Tentação: Mt 4.3; 6 ,1 3 * ; Mc 1,13 ; Hb
Serafim: Is 6 2 - C f. Anjo. 4 ,15 ; Tg 1.14 * .

Serpente: cf. Dragão. Teofania: Ex 19 ,1; 2Rs 2 ,1; Jr 30,7; cf. Vinda;
Dia.
Servo: Is Introd.; Is 4 1 , 2 1 ; 4 2 ,1 ; 5 2 ,1 3 ; Mt
8,17.20 ; Mc 10,45; 14,61; Lc 2 2 .1 5 .3 7 * ; Jo Terafim: Jz 17 .5; 2Rs 2 3,2 4 ; Os 3,4.
1,29*; 12,38; At 8,32*; 26,16; Fl 2,7.8*; ITm Terra Santa - T e rra prometida: Gn 2 3 ,1 3 ; Dt
2,6; IPd 2 2 2 . 1,7.25; Js 1.4; 2Rs 1 7 2 3 ; Os 2 .17 .
Shalom: IRs 5 2 6 ; Jr 14 ,13 . Cf. Paz. Terra: L v 2 5 ,2 3 ; Dt 1,25; Ez 36 ,14 .
ShcoI-Hades-lnfernos: Is 38 .18 ; Jn 2,7; Sl 8 8 ,11; Testamento: Hb 9 ,15 . C f. Aliança.
Jó 18,14; Pr 1 .12 * ; Lm 3,54; Dn 12,2; Br
2 .1 7 ; Mt 1 6 ,1 8 * ; L c 16 ,2 3; 2Pd 2 .4. C f. Testemunho: cf. Documento.
Geena. Timóteo: At 16 .1.
Sião: 2Sm 5,7. C f. Jerusalém. Tiro: Is 2 3 ,1 ; Ez 26,7.
Silvano: 2Cor 1,19 . Tito: 2Cor 7,6.
Silvo: Jr 18,16; S f 2 ,15 . Torá: Is 8 ,16. C f. I^ci.
Sinagoga: Lc 4 ,16 ; Ap 2,10 . T rab alh o : Gn 3 ,1 9 ; 6 ,7 ; Pr 10.4; Sr 7 .1 5 ;
Sinai: C f. Horeb. 3 8 2 4 .2 5 ; At 18.3.

Sinal: G n 9 ,12 ;D t 1 3 3 ; 3 4 ,1 1; Js 4.6; 2Rs 19 2 9 ; Tradição: - dos antigos: Mt 15 ,1 * ; Mc 7 ,1 3 ; -


cristã: At 20 ,35; ICor 11,2 3 ; 1 5 3 * ; Fl 4,8; Cl
20,8; Is 7 . 1 1 ; 8 ,18 ; Jr 44,30; Ez 9,4; 12.6; Mt
1 2 3 8 ; Mc 8 ,1 1 ; Lc 2.34; 1 1 2 9 * ; Jo 2 , 1 1 * ; 2,6; 2Ts 2 ,1 5 * ; 2Pd 1 2 1 . C f. Rm 6 ,17.
At 2,22 *; ICor 1 2 2 . - de Jonas: Mt 12,40; Tribunal: cf. Deus (nomes de) Dt 17,5.8; Pr 18.5.
Trombeta: cf. Trom pa. Vinda do Senhor: Mt 1 0 2 3 ; 24,3; 26,64; Mc
9 ,1* ; 1 3 3 0 ; Lc 2 1 ,7 ; Jo 14,3; At 1,6*; ITs
Trom pa: Js 6.4; 2Sm 15,10 ; Is 2 7 ,1 3 ; JI 2 ,1; Am
1,10 ; 2,19 ; 4 ,17 ; 2T s 2 ,7 * ; Tg 5,7 *; IPd 2 ,12 ;
2 2 ; Z c 9,14.
Ap 2 2 2 0 . Cf. Dia.
Túmulo: IRs 13,22; Ez 6,5; 39 ,12 ; Tb 1,17 .
Vingança: Gn 4 ,10 ; Nm 3 5 ,1 2 ; ISm 2 4 .13 ; Pr
2 4,18.29 . C f. Resgate; Retribuição.
Universalismo: Ex 9,20; IRs 8 ,4 1; Is Introd.;
Vinha: Is 5 ,1; 16,9; 2 7 2 ; E z 1 5 2 ; 19 .11 ; Os
19 ,16 .25; 25,6; 4 5 ,14 ; 56 ,1; Jr 2 5 ,17 ; 49,34;
10 ,1; JI 1,7; Mt 2 1 ,4 1 ; Jo 1 5 ,1.
E z 14,14 ; Est gr. E 2 1 . C f. Nações.
Virgem: Jz 1 1 3 7 ; Is 7 ,14 ; Am 5 2 -

Vaca Vermelha: Nm 19,2. Virtude: S6 4 .1.7 ; 8.7.

Verdade: Jo 8 .3 2 *; 14,6; 18 ,37; Rm 3,4; E f Visão: Is 1,1; Ab I. C f. Revelação.


4 ,2 4 *; 2Ts 2.10 ; T g 1,18 * ; IPd 1 2 2 ; 3Jo 3.
Visita: Sb 2,20. C f. Intervenção.
Fazer a: IJo 1,6*. Espirito e IJo 5,6.
Viúva: Lv 2 1 ,7 ; Dt 10,18; IRs 17 ,12 ; Lm 1,1;
Vestes: Mt 2 2 ,1 1 ; ICor 5 3 ; Gl 3 2 7 * ; E f 5.8;
ITm 5,9.
Ap 3.4.

Vida: Gn 11,10 ; ISm 2 5 2 9 ; IRs 3 ,1 4 ; Ez 18 ,17 ;


37,5; Pr 3 2 ; 13 .14 ; Lm 1,13 ; 2Mc 7,9; Sb Y H W H : cf. Deus (Nomes de).
3 ,1 ; 4,7; Mt 18.8; Jo 1,4; 6 ,3 5 .5 1; 11.2 5 ; 14,6;
1 7 3 * ; At 3 ,15 ; Rm 8,10; 1 1 ,1 5 ; IJo 1 2 * ; Ap
2 2 , 1. Zelo de Deus: cf. Ciumento.

Vigilância: Mt 2 5 ,1 ; 26,45; Mc 1 3 3 7 ; Lc 1 2 3 5 ; Zelotas: Mt 10,4*; 1 1.12 ; 2 2 .1 7 ; 26.55; Jo 1 6 2 ;


ITs 5,6*. At 5,37 *.
8. A PALESTINA NO
TEMPO DOS MACABEUS Damasco»

Km 40 MONTE HERMON

MAR
MEDITERRÂNEO
Hasor»

Ptolemaida GALILEIA •Bascama

Lago da Caliléia Carnaim(Astarot)


MONTE CARMEIO

Citópolis
(Betsan)*

SAMARIA

• Samaria

í Jafa

Lida» Modin Efraim


Beréia •
Jâmnia • Gazara •, , ®Masfa •Jei có
* Bet-Horon
A zo tç ^ . Emaús •Jerusalém
Acaron
•Bet-Basi
Ascalon/f JUDÉIA Bet-Zacarias •
Maresa •
Betsur
•Hebron

IDUMEIA
12. ARREDORES DO
LAGO DE TIBERÍADES

1 Cafornauí
I Ain Tabgah ..
Khan Miniel»/
LAGO DE
TIBERÍADES OU
Jotapata DE GENESARÉ,
Mógdala
/ Hattin/ 3 ) 6 m
a Kurn Tiberíades
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^ N 777 m ARREDORES DE
El Kháder BELÉM JERUSALÉM
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