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Aula 02
Prof. Fernando Graeff
Aula 02
Prezado Aluno,
Declaração de Lima
Vamos começar nossa aula de hoj e falando sobre a Declaração de Lima que,
apesar de não aparecer expl icitamente no conteúdo do edital é base para
entender as normas da INTOSAI.
Uma EFS é um órgão público de Estado que, qualquer que seja a sua
denominação ou a forma em que seja constituído ou organizado, exerce, em
virtude da lei, a suprema função de auditoria pública desse Estado.
Bom ... você vai ver que tudo que iremos falar é bastante intuitivo, dado até
mesmo os princípios de auditoria que já vimos até agora. Portanto, não se
preocupe em decorar o que está na Declaração de Lima e o que iremos
descrever, pois, quando houve algo rea lmente importante, destacaremos, tudo
bem?
Note que esse princípio não é absoluto. É fato que, como qualquer instituição do
Estado, as EFS n ão são completamente independentes, pois estão
integradas dentro de sistema que constitui o Estado. Contudo, há alguns
princípios que devem ser seguidos para maxim izar essa independência :
1
Note que não estamos falando aqui sobre os funcionários das EFS (seu caso, em breve, como AUFC do TCU), mas
daqueles que representam os órgãos, como ministros do TCU e conselheiros dos TCEs e TCMs.
Você já deve saber que, em muitos países (inclusive no Brasi l), a EFS está
diretamente ligada ao Parlamento, que é o t itular do controle externo.
Por fim, resta falar das relações com as instituições auditadas (governo,
ministérios, autarquias etc.). Bom ... as EFS auditam as atividades do governo,
suas autoridades administrativas e outras institu ições subordinadas.
Contudo, isso não significa que o governo seja subordinado à EFS e vice-versa.
De tal forma que os funcionários responsáveis pelas auditorias não devem ser
influenciados pelas organizações auditadas e não devem ser dependentes
dessas organizações.
Além disso, destaca-se que, o governo não poderá absolver-se com base
em verificações de auditorias e em opiniões de especialistas da EFS (a
menos que as verificações tenham sido emit idas como julgamentos legalmente
válidos e aplicáveis no âmbito da lei). Em outras palavras, os auditados
guardam plena e exclusiva responsabil idade por suas ações e omissões.
Veja como nossa legislação abraça esse pri ncípio e possibi lita até a aplicação de
mu lta (inciso I V do art. 58) em caso de sonegação de infor mações.
Mais uma vez, observando o caso brasileiro, notamos que o TCU dispõe de uma
série de medidas e mecanismos corretivos, como:
Como fo rma de dar transparência à sociedade, a EFS deverá ter poderes para
elabora r e publica r um relat ório sobre seus achados para ser apresentado,
anualmente, ao Parlamento ou a qualquer outro órgão público responsável.
Para atingir esse objetivo, o texto traz dois tipos de auditoria: pré-auditoria
( controle prévio ou "a priori") e pós-auditoria ( controle posterior ou "a
posteriori /').
Uma pré-auditoria eficaz, real izada por uma EFS ou por outras instituições de
auditoria, é ind ispensável para garantir a gestão adequada de recursos públicos
confiados ao Estado, pois tem o poder impedir prejuízos antes de sua
ocorrência. No entanto, tem o seu lado negativo: a desvantagem de gerar um
volume excessivo de trabalho.
Você já deve ter visto na mídia, por exemplo, que o Tribunal analisa os estudos
de viabilidade econômica de concessões rodoviárias... Pois bem, isso é um
estágio dessa concessão, e todos os outros estágios ( confecção do edital,
resultados da licitação, assinatura do contrato) também são fisca lizados
concomitantemente pelo TCU.
Isso não quer dizer que a auditoria operacional é mais importante que
as outras. Os objetivos de auditoria (lega lidade, regularidade, economia,
eficiência e eficácia na gestão financeira) têm basicamente a mesma
importância, no entanto, cabe a cada EFS determinar suas prioridades, caso a
caso.
Falaremos com mais calma sobre os diversos tipos de auditoria em outra aula.
Por enquanto, vamos ficar com esses conceitos que a Declaração de Lima nos
t rouxe.
Assim como nas auditorias privadas, os traba lhos governamentais também não
podem ser exaustivos. Uma vez que uma auditoria raramente pode abranger
tudo, as EFS constatarão, via de regra, a necessidade de adotar uma
abordagem de amostragem, com amostras selecionadas com base em um
determinado modelo e suficientemente numerosas para possibilitar um
julgamento adequado da qualidade e regu laridade da gestão financeira.
(discutiremos as diversas técnicas de amostragem em outra au la)
O edital cobra expressamente as ISSAI 100, 200, 300 e 400 que são de nível 3,
na aula passada quando começamos a falar sobre a auditoria governamental,
nós nos adiantamos e já abordamos a ISSA 100 que trata dos "Princípios
Fundamentais de Auditoria do Setor Público", nas próximas aulas, conforme o
assunto tratado, fa laremos com mais detalhes das ISSAis 200, 300 e 400, hoje,
vamos dar um passo atrás e falaremos brevemente dos níveis 1 e 2, que são
mais básicos, mais especificamente veremos:
• Os Postulados Básicos;
• As Normas Gerais; e
• O Código de Ética.
Bom ... você vai perceber os mandamentos dessas normas estão de acordo com
o que já discutimos na Declaração de Lima, o que era de se esperar dado que
tratamos de princípios gerais de auditoria governamental.
Postulados Básicos
Isso é bem óbvio e nada mais é do que o princípio da lega lidade ...
Mas por favor, caro concu rsando, nem pense em decorá-los! Note que são
bastante intuitivos e estão refletidos na prática da auditoria governamental
desempenhada por órgãos como o TCU.
Enfim, note que todos esses objetivos estão ligados por um elo em
comum - a análise da regularidade. Guarde isso!
Veja que ver ificar a obrigação de prestar contas, avaliar as contas de governo e
os sistemas de controles, avaliar a probidade das decisões administrativas, tudo
isso está ligado ao exame da legalidade e da legitimidade da gestão.
Sabemos que existe um mundo a ser auditado pelas EFS, no entanto o tempo e
os recursos são escassos.
Veja, por exemplo, o TCU que tem m ilhares de entidades jurisdicionadas que
transacionam centenas de bilhões de reais anualmente. Como garantir a
legalidade, a legitimidade, a eficiência e a eficácia da gestão de tudo isso?
O TCU, como qualquer EFS, deve priorizar os seus recursos de forma a atingir o
melhor resu ltado possível, com independência e livre de interferências.
É por esse motivo que as normas da INTOSAI determinam que todo o trabalho
realizado pela EFS deve ser submetido à avaliação pública acerca de sua
correção, mediante a inspeção realizada pelo Poder Leg islativo e/ou Executivo,
e o exame comparativo com um Código de Ética nacional.
No fundo, auditoria como um todo é muito intuit iva, você não acha?
Integridade:
Segredo profissional:
Competência profissional :
Para fechar a parte teórica da nossa aula de hoje, vamos falar sobre as normas
de atributos profissionais do IIA.
Ou seja, como uma agente que auxilia a entidade na consecução dos seus
objetivos, o profissiona l de auditoria interna tem que embasar suas ativ idades
nas "leis" que a ele se aplicam, que no seu caso são os regulamentos internos
da empresa, os estatutos etc.
Independência e Objetividade:
Proficiência :
Ou seja, mais uma vez destaco que o auditor interno não é responsável por
detecta r fraudes, e por esse motivo não se espera que seja especializado nisso.
Ora, por mais que o auditor interno esteja alerta aos riscos que poderiam afetar
os objetivos, operações ou recursos do seu trabalho, os procedimentos de
Questões Comentadas
Resolução:
Gabarito: C
02. {FCC/TCM-G0/2015) Na condução de auditorias, devem ser observados
os princípios éticos estruturais do código de Ética do International Organization
of Supreme Audit Institutios INTOSAI, recomendado às Entidades
Fiscalizadoras Superiores - EFS, tais como os princípios de integr idade, da
independência, do conflito de interesse, da objetividade, da imparcia lidade, da
aparência, da neutralidade política, da confidencialidade e do profissionalismo.
O princípio ético que requer que o auditor observe a forma e a finalidade dos
padrões de auditoria e de ética, conside re os princípios de independência e
objetividade, seja absolutamente honesto na realização de seu trabalho e na
utilização dos recursos da EFS, mantenha impecáveis padrões de conduta
profissional e tome decisões de acordo com o interesse público, é o princípio:
(A) de integridade.
(B) da neutralidade política.
(C) da objetividade.
(D) da aparência .
(E) do conflito de interesse.
Resolução:
Pode ser medida em função do que é correto e justo, e exige que os auditores
ajustem-se às normas de auditoria e de ética , e aos pri ncípios
de objetividade e independência, além de manterem conduta profissional
exemplar, tomando decisões de acordo com o interesse público.
Gabarito: A (preliminar)
Resolução:
Gabarito: E
Julgue os itens a seguir, a respeito das normas da INTOSAI (Organização
Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores).
Resolução:
Gabarito: C
Resolução:
Gabarito: E
Resolução:
Resolução:
Para resolver essa questão, vamos analisar cada uma das frases.
Correto. Vimos que a Declaração de Lima traz dois tipos de auditoria: pré-
auditoria (controle prévio) e pós-auditoria (controle posterior) . Além disso,
falamos que, no Brasil, existe o controle concomitante.
Resolução:
Resolução:
Resolução:
Vimos que um dos postulados da INTOSAI é que as EFS devem aplicar seus
próprios critérios de julgamento às diversas situações que surjam no curso
da auditoria pública.
Resolução:
Aqui não há segredo, não é mesmo? É fato que as transformações pelo qual
tem passado a gestão pública requerem aumento de eficiência.
Caro aluno, aproveitamos essa oportunidade para dar uma dica: muitas vezes
os alunos procuram "ch ifre em cabeça de cavalo", tentando achar "pegadinhas"
em todas as frases ... ficam criando interpretações para frases que muitas vezes
são simples como essa. Portanto, nossa dica é simplifique! Quando uma frase
parecer estar perfeita, é por que ela está. Lembre-se que você estudou muito e
tem que ter segurança no que entender ser certo ou errado.
Resolução:
Não vamos nos deixar enganar, as bancas são pródigas em fazer jogos de
palavras com essas classificações, como se isso demonstrasse algum
conhecimento útil para o candidato!
Resolução:
Resolução:
Mais uma vez, o item está errado, pois, segundo a INTOSAI, o auditor não pode
rea lizar trabalhos para os quais não possua a competência profissional
necessária, independente de passar em concurso público ou não.
II. O auditor pode prestar serviços à empresa auditada, desde que não gere
conflitos de interesses com os trabalhos de auditoria.
(D) I, II e III.
(E) I, apenas.
Resolução:
Esse item está errado, pois as normas da INTOSAI não falam que o auditor
deva se afastar das atividades políticas em qualquer hipótese, mas apenas
quando estas afetarem a sua independência .
II. O auditor pode prestar serviços à empresa auditada, desde que não
gere conflitos de interesses com os trabalhos de auditoria.
Para fechar, nesse item não há muitEo que se discutir, não é mesmo? Está
correto afirmar que os auditores deverão proteger sua independência, evitando
qualquer possibilidade de confl ito de interesses e recebimento de qualquer
gratificação ou remuneração que deixem em dúvida sua independência.
16. {Cesgranrio/ Auditor - Funasa/2009) Segundo as normas profissionais
do auditor interno, este profissional, não obstante a sua posição funcional, deve
preservar a sua autonomia profissional. Isto equivale, na ótica da auditoria
externa, ao preceito da
(A) prudência.
(B) objetividade.
(D) independência.
Resolução:
Essa é bem fáci l mesmo, não é? O aud itor interno deve sempre preservar a
sua autonomia, ou seja, a sua independência.
Resolução:
Por mais que o auditor interno tenha autonomia profissional e funcional, esta
nunca será completa. Ora, esse profissional faz parte da estrutura hierárquica
da entidade e, por esse motivo, nunca será totalmente independente.
No entanto, lem bre-se que se deve tentar maxim izar essa independência,
deixando o auditor interno subordinado apenas ao mais alto nível da
organização.
Resolução:
Inicialmente, essa questão foi considerada certa pela banca. Posterior mente, foi
anulada sob o argumento de que "A redação do item prejudicou seu julgamento
objetivo, motivo suficiente para sua anulação".
Além disso, a atividade de auditoria interna deve ser independente, lógico que
esse grau de independência é reduzido quando comparado ao que gozam os
auditores externos, no entanto, deve-se tentar ampl iar o máximo essa
independência na estrutura organizacional da entidade.
Gabarito: anulado.
19. (Cespe/TCU - Auditoria Governamental/2011} Com relação às
características da auditoria governamental e às instituições
reguladoras de seu exercício, julgue os itens a seguir.
Resolução:
Gabarito: certo.
20. {Cesgranrio/ Auditor - Funasa/2009) - ADAPTADA - A Declaração de
Lima sobre Preceitos de Aud itoria fornece as bases filosóficas e conceituais dos
trabalhos desenvolvidos pela Organização Internacional de Entidades
Fiscal izadoras - Intosai, da qua l o TCU não faz parte como membro.
Resolução:
(A) dos deveres e das normas morais dos auditores de organizações privadas.
( B) das regras do comportamento esperado dos auditores, com relação à
organização na qual trabalha como funcionário.
(C) dos direitos e deveres e das normas de relacionamento dos auditores.
(D) das regras de conduta de como os auditores devem manter a
independência e a confidencialidade no relacionamento com clientes.
( E) dos deveres e das normas morais dos auditores pertencentes ao setor
público.
Resolução:
Gabarito: E.
22. (FCC/TCM CE Analista de Controle Externo Inspeção
Governamental/2010) O organismo internaciona l independente que tem por
objetivo fomentar o intercâmbio de ideias e experiências entre entidades
fisca lizadoras superiores denomina-se
(A) IIA.
(B) EFS.
(C) SEC.
(D) IOEP.
(E) INTOSAI.
Resolução:
Gabarito: E.
Um grande abraço,
Fernando.
(A) de integridade.
( B) da neutralidade política.
(C) da objetividade.
(D) da aparência.
(E) do conflito de interesse.
I. Quando o aud itor dedica r-se a atividades políticas deve se afastar das
atividades profissionais, ainda que tenha certeza de que o fato não afetará o
seu desempenho e a imparcia lidade de suas decisões e obrigações profissionais.
II. O auditor pode prestar serviços à empresa auditada, desde que não gere
conflitos de interesses com os trabalhos de auditoria.
(D) I, II e III.
( E) I , apenas .
(A) prudência.
( B) objetividade.
(C) qualificação.
(D) independência.
( E) hierarqu ia.
(A) dos deveres e das normas morais dos auditores de organizações privadas.
( B) das regras do comportamento esperado dos auditores, com relação à
organização na qual trabalha como funcionário.
Gabarito:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
c A E c E E c E E c
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
c c c E c D E Nula c E
21 22
E E
Bibliografia