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SUMÁRIO
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Direito Processual do Trabalho – Cláudio Dias
1. RECURSOS EM ESPÉCIE
1.1. RECURSO DE REVISTA
O prazo para sua interposição é de 08 dias, tendo a Fazenda Pública prazo em dobro.
É cabível das decisões preferidas em grau de recurso ordinário1, em dissídio individual,
pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
ATENÇÃO: Destacaram-se “recurso ordinário” e “dissídio individual”, pois não é
cabível Recurso de Revista em dissídio coletivo pelo Tribunal, mas sim Recurso Ordinário,
bem como não cabe de Recurso de Revista em processo de competência originária de Tribunal.
Nessas hipóteses tem entendido o TST se tratarem de erro grosseiro.
a) em face de decisões que derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação
diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma,
ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula
de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
b) quando as decisões anteriormente mencionadas derem ao mesmo dispositivo de lei
estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição
do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea
a.
Nesse ponto, cabe destacar que essa hipótese é muito aplicada ao Estado de São Paulo,
pois as leis do Estado de São Paulo se aplicam em território que diz respeito a dois Tribunais
Regionais do Trabalho distintos.
Por assim dizer, o Estado de São Paulo é atípico, pois há dois Tribunais Regionais do
Trabalho: o TRT da 2ª Região e o TRT da 15ª Região, o que torna muito comum a interposição
de Recurso de Revista pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo pela alínea b. Isto é,
com base na existência de decisão do Tribunal Regional do Trabalho que deu interpretação
diversa a dispositivo de lei estadual.
Feita essa ressalva, cabe ver a outra hipótese de cabimento do Recurso de Revista:
c) aquelas decisões anteriormente mencionadas serem proferidas com violação literal de
disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
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1.1.3.2. TRANSCENDÊNCIA
Outro aspecto relativo à formalidade do Recurso de Revista é com relação a possuir
transcendência. A transcendência está prevista no artigo 896-A da CLT, que dispõe que o
Tribunal Superior do Trabalho, no Recurso de Revista, examinará previamente se a causa
oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política,
social ou jurídica (art. 896-A da CLT).
Ocorre que, dada a amplitude desse dispositivo, o mesmo não era aplicado na prática.
Não se verificava na análise dos Recursos de Revista a questão da transcendência. No entanto,
a Lei 13.467/17 definiu o que se considera por transcendência:
a) econômica, o elevado valor da causa;
b) política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
c) social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente
assegurado; e
d) jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação
trabalhista.
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Também não caberá Recurso de Revista contra decisão que analisa a remessa ex officio,
caso a parte, no caso a Fazenda Pública, não tiver interposto Recurso Ordinário. Nesse sentido,
a OJ 334 da SDI-I do TST dispõe que:
REMESSA "EX OFFICIO". RECURSO DE REVISTA. INEXISTÊNCIA DE RECURSO ORDINÁRIO
VOLUNTÁRIO DE ENTE PÚBLICO. INCABÍVEL
Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de
primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação
imposta.
Então, se o ente público não interpôs Recurso Ordinário, não pode recorrer da decisão
que analisa a remessa ex officio, salvo quando a parte contrária também interpôs Recurso
Ordinário, tendo sido provido e, consequentemente, tendo sido agravada a situação imposta ao
ente público.
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equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Portanto, além das hipóteses
previstas no CPC expressamente, os Embargos de Declaração também são cabíveis quando
houver manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Combinar-se-iam os artigos 897-A da CLT com o artigo 1.022 do CPC.
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu
julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na
certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
O artigo 897-A da CLT também prevê que cabem Embargos de Declaração da sentença
ou acórdão. Em face desse dispositivo, havia quem defendesse o despacho que admite ou
inadmite o Recurso de Revista não era passível de Embargos de Declaração. Nesse sentido,
inclusive, era a OJ 377 da SDI-I do TST.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO DE REVISTA EXARADO
POR PRESIDENTE DO TRT. DESCABIMENTO. NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL.
Não cabem embargos de declaração interpostos contra decisão de admissibilidade do recurso de revista,
não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal.
Essa OJ, porém, foi cancelada, em virtude do novo CPC, o qual modificou o entendimento
da Justiça do Trabalho acerca do cabimento de recursos em face da decisão que faz o juízo de
admissibilidade do Recurso de Revista. Passou-se, então, a ser possível a interposição de
Agravo de Instrumento da admissão parcial do Recurso de Revista e, também, Embargos de
Declaração nos casos de omissão do Tribunal Regional do Trabalho, mais precisamente, da
Presidência do TRT, na análise de alguns pontos do Recurso de Revista interposto.
Então, hoje, não mais se fala no descabimento de Embargos de Declaração em face da
decisão que analisa a admissibilidade do Recurso de Revista, proferida pelo TRT. Em caso de
omissão, portanto, a decisão desafia a oposição dos Embargos de Declaração.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016.
Art. 1°
§ 1º Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de revista quanto a um ou mais temas, é
ônus da parte interpor embargos de declaração para o órgão prolator da decisão embargada supri-la
(CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de preclusão.
§ 2º Incorre em nulidade a decisão regional que se abstiver de exercer controle de admissibilidade sobre
qualquer tema objeto de recurso de revista, não obstante interpostos embargos de declaração (CF/88, art.
93, inciso IX e § 1º do art. 489 do CPC de 2015).
Também cabe Embargos de Declaração em face de decisão monocrática de relator,
conforme Súmula 421 do TST. Em caso desses Embargos de Declaração tenha feição de
Agravo, pode o relator converter os Embargos em Agravo, em razão do princípio da
fungibilidade, determinando a parte que, no prazo de 5 dias, adeque o seu recurso.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA
NO ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de
2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão
e, não, modificação do julgado.
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os
embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual,
submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do
CPC de 2015.
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Se a parte decidir por não alterar seu recurso, este, então, não será conhecido?
A parte possui a decisão de recorrer ou de deixar de recorrer. Caso a decisão seja agravada
e a parte opte por não alterar seu recurso, fica-se evidente que a parte optou por não recorrer
em face daquele agravamento da decisão. Ou seja, a parte decidiu por não recorrer apenas no
tocante àquela questão do agravamento. Isso, porém, não pode ensejar o não conhecimento de
todo recurso interposto, mas apenas irá ensejar o trânsito em julgado daquele ponto. As demais
questões suscitadas no recurso anteriormente interposto pela parte devem ser analisadas pelo
Tribunal.
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