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04/04/2017 Dr. Civilize­se!

: Classificação dos Contratos no Direito Civil

Classificação dos Contratos no Direito Civil
Introdução
É de se frisar que um mesmo fenômeno pode ser classificado de diversas formas, conforme o ângulo em que se
coloca o analista. Desse modo, os contratos classificam­se em diversas modalidades, subordinando­se a regras
próprias ou afins, conforme as categorias em que se agrupam. Dividem­se:

a)  Quanto  aos  efeitos,  em  unilaterais,  bilaterais  e  plurilaterais;  gratuitos  e  onerosos.  Os  últimos
subdividem­se  em  comutativos  e  aleatórios,  e  estes,  em  aleatórios  por  natureza  e  acidentalmente
aleatórios.

b) Quanto à formação, em paritários, de adesão e contratos­tipo.

c) Quanto ao momento de sua execução, em de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo ou
em prestações.

d) Quanto ao agente, em personalíssimos ou intuitu personae e impessoais; individuais e coletivos.

e) Quanto ao modo por que existem, em principais, acessórios ou adjetos e derivados ou subcontratos.

f) Quanto à forma, em solenes ou formais e não solenes ou de forma livre; consensuais e reais.

g) Quanto ao objeto, em preliminares ou pactum de contrahendo e definitivos.

h) Quanto à designação, em nominados e inominados, típicos e atípicos, mistos, coligados e união de
contratos.

Contratos Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais

Unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a doação
pura,  por  exemplo.  Segundo  Orlando  Gomes,  o  contrato  “é  unilateral  se,  no  momento  em  que  se
forma, origina obrigação, tão somente, para uma das partes — ex uno latere”.

Bilaterais:  são  os  contratos  que  geram  obrigações  para  ambos  os  contratantes,  como  a  compra  e
venda,  a  locação,  o  contrato  de  transporte  etc.  Essas  obrigações  são  recíprocas,  sendo  por  isso
denominados sinalagmáticos, da palavra grega sinalagma, que significa reciprocidade de prestações.
Na  compra  e  venda,  dispõe  o  art.  481  do  Código  Civil,  um  dos  contraentes  se  obriga  a  transferir  o
domínio  de  certa  coisa,  e  o  outro,  a  pagar­lhe  certo  preço  em  dinheiro.  A  obrigação  de  um  tem  por
causa  a  do  outro.  Não  é  necessário,  todavia,  que  todas  as  prestações  sejam  estabelecidas  com  esse
nexo de reciprocidade e equivalência, bastando que o sejam as obrigações principais, podendo haver
obrigações  acessórias  (devolver  as  coisas  ao  término  do  contrato)  ou  deveres  de  conduta  (dar
informações) apenas de uma das partes.

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Plurilaterais: Plurilaterais são os contratos que contêm mais de duas partes. Na compra e venda,
mesmo que haja vários vendedores e compradores, agrupam­se eles em apenas dois polos: o ativo e o
passivo.  Se  um  imóvel  é  locado  a  um  grupo  de  pessoas,  a  avença  continua  sendo  bilateral,  porque
todos  os  inquilinos  encontram­se  no  mesmo  grau.  Nos  contratos  plurilaterais  ou  plúrimos,  temos
várias partes, como ocorre no contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte. Assim também
nos  contratos  de  consórcio.  Uma  característica  dos  contratos  plurilaterais  é  a  rotatividade  de  seus
membros. A sua principal característica consiste no fato de que, mediante a sua realização, as partes
perseguem um fim comum. Desse modo, o chamado contrato plurilateral se manifesta, em realidade,
como  ato  coletivo,  o  qual  é,  efetivamente,  do  tipo  negocial,  mas  não  é  figura  contratual.  Disto  é
exemplo  eloquente  a  sociedade,  da  qual  constituem  características  a  ausência  do  elemento
“consentimento”  e  a  possibilidade  de  sua  formação  (e  de  sua  gestão)  mediante  deliberação  também
majoritária; daí a sua exclusão do rol dos contratos. 

Podem ser apontadas algumas vantagens práticas da distinção entre contratos unilaterais e bilaterais: 

a) a exceptio non adimpleti contractus e a cláusula resolutiva tácita somente se amoldam ao contrato
bilateral, que requer prestações simultâneas, não podendo um dos contratantes, antes de cumprir sua
obrigação, exigir o implemento da do outro (CC, art. 476, primeira parte); 

b)  a  teoria  dos  riscos  só  é  aplicável  ao  contrato  bilateral,  no  qual  se  deverá  apurar  qual  dos
contraentes sofrerá as consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação; 

c)  no  contrato  bilateral  pode  uma  das  partes  recusar­se  à  prestação  que  lhe  incumbe,  se,  depois  de
concluído  o  contrato,  sobrevier  ao  outro  contratante  diminuição  em  seu  patrimônio  capaz  de
comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou (CC, art. 477).

À  primeira  vista  pode  parecer  estranho  denominar­se  um  contrato  unilateral,  porque  todo  contrato  resulta  de
duas  manifestações  de  vontade.  Sob  este  aspecto,  isto  é,  o  de  sua  formação,  o  contrato  é,  realmente,  sempre
bilateral, pois se constitui mediante concurso de vontades. Entretanto, a classificação em unilateral e bilateral é
feita  não  sob  o  prisma  da  formação  dos  contratos,  mas,  sim,  sob  o  dos  efeitos  que  acarretam.  Os  que  geram
obrigações  recíprocas  são  bilaterais.  E  os  que  criam  obrigações  unicamente  para  um  dos  contraentes  são
unilaterais.
Parte  da  doutrina  vislumbra  uma  categoria  intermediária:  a  do  contrato  bilateral  imperfeito.  Assim  é
denominado  o  unilateral  que,  por  circunstância  acidental,  ocorrida  no  curso  da  execução,  gera  alguma
obrigação para o contratante que não se comprometera. Pode ocorrer com o depósito e o comodato quando, por
exemplo,  surgir  para  o  depositante  e  o  comodante,  no  decorrer  da  execução,  a  obrigação  de  indenizar  certas
despesas realizadas pelo comodatário e pelo depositário. Também é assim considerado aquele contrato que, já na
sua  celebração,  atribui  prestações  às  duas  partes,  mas  não  em  reciprocidade  (o  comodante  tem  a  obrigação  de
propiciar ao comodatário o gozo da coisa, e este, a de restituí­la, como estatuem os arts. 579 e s. do CC).
O contrato bilateral imperfeito subordina­se ao regime dos contratos unilaterais porque aquelas contraprestações
não  nascem  com  a  avença,  mas  de  fato  eventual,  posterior  à  sua  formação,  não  sendo,  assim,  consequência
necessária  de  sua  celebração.  Essa  modalidade  de  contrato,  precisamente  porque  continua  sendo  unilateral,
como fica claro na classificação de Enneccerus, está “fora do instituto da resolução, porquanto inexiste prestação
correspectiva que possa ser incumprida, pressuposto do surgimento do direito resolutivo. A eventual obrigação,
posteriormente criada, não decorre da vontade contratual, mas da incidência da lei...”

Contratos gratuitos ou benéficos e onerosos

Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, os contratos classificam­se em gratuitos e onerosos. 
Gratuitos ou benéficos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem,
como  sucede  na  doação  pura,  no  comodato,  no  reconhecimento  de  filho  etc.  Para  a  outra  há  só
obrigação, sacrifício. Nessa modalidade, outorgam­se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da
outra.
Nos contratos onerosos ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um
sacrifício. São dessa espécie quando impõem ônus e, ao mesmo tempo, acarretam vantagens a ambas as partes,
ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos. É o que se passa com a compra e venda, a locação e a empreitada, por
exemplo. Na primeira, a vantagem do comprador é representada pelo recebimento da coisa, e o sacrifício, pelo

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pagamento do preço. Para o vendedor, o benefício reside no recebimento deste, e o sacrifício, na entrega da coisa.
Ambos buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício.
A doutrina distingue os contratos gratuitos propriamente ditos dos contratos desinteressados. Aqueles acarretam
uma diminuição patrimonial a uma das partes, como sucede nas doações puras. Estes, subespécies dos primeiros,
não produzem esse efeito, malgrado beneficiem a outra parte (comodato e mútuo, p. ex.).
Em  geral,  todo  contrato  oneroso  é,  também,  bilateral.  E  todo  unilateral  é,  ao  mesmo  tempo,  gratuito.  Não,
porém,  necessariamente.  O  mútuo  feneratício  ou  oneroso  (em  que  é  convencionado  o  pagamento  de  juros)  é
contrato unilateral e oneroso. Unilateral porque de natureza real: só se aperfeiçoa com a entrega do numerário ao
mutuário,  não  bastando  o  acordo  de  vontades.  Feita  a  entrega  (quando  o  contrato  passa  a  produzir  efeitos),
nenhuma outra obrigação resta ao mutuante. Por isso se diz que gera obrigação somente para o mutuário.
Como exemplo de contrato que pode ser bilateral e gratuito menciona­se o mandato, embora se trate de bilateral
imperfeito,  visto  que,  para  o  mandante,  a  obrigação  surge,  em  geral,  a  posteriori  (a  de  pagar  as  despesas
necessárias à sua execução, p. ex.).
A  proteção  outorgada  ao  contratante  que  recebe  a  título  gratuito  é  menos  importante  que  a  conferida  a  quem
obtém  a  título  oneroso.  Assim,  por  exemplo,  os  negócios  jurídicos  benéficos  e  a  renúncia  interpretam­se
estritamente  (CC,  art.  114);  no  caso  de  fraude  contra  credores,  os  contratos  gratuitos  são  tratados  mais
rigorosamente do que os onerosos (CC, arts. 158 e 159); o doador não está sujeito à evicção (CC, art. 552), que por
disposição  expressa  da  lei  só  se  aplica  aos  contratos  onerosos  (CC,  art.  447),  nem  está  sujeito  às  ações
decorrentes  da  existência  de  vícios  redibitórios  —  a  menos  que  se  trate  de  doação  gravada  de  encargo,  pois  a
responsabilidade por esses vícios só pode decorrer de contrato comutativo que  é espécie de contrato oneroso.

Contratos Comutativos e Aleatórios

Os contratos onerosos subdividem­se em comutativos e aleatórios.
Comutativos são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios,
que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco.
Na  ideia  de  comutatividade  está  presente  a  de  equivalência  das  prestações,  pois,  em  regra,  nos  contratos
onerosos,  cada  contraente  somente  se  sujeita  a  um  sacrifício  se  receber,  em  troca,  uma  vantagem  equivalente.
Todavia, pode não haver equivalência objetiva, mas subjetiva, existente apenas no espírito dos contraentes, e não
necessariamente na realidade, visto que cada qual é juiz de suas conveniências e interesses. Assim, na compra e
venda, por exemplo, o vendedor sabe que irá receber o preço que atende aos seus interesses, e o comprador, que
lhe será transferida a propriedade do bem que desejava adquirir.
Contrato  comutativo  é,  pois,  o  oneroso  e  bilateral,  em  que  cada  contraente,  além  de  receber  do
outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência.

Contratos aleatórios por natureza
Contrato  aleatório  é  o  bilateral  e  oneroso  em  que  pelo  menos  um  dos  contraentes  não  pode
antever  a  vantagem  que  receberá,  em  troca  da  prestação  fornecida.  Caracteriza­se,  ao  contrário  do
comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. É que a
perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível.
O vocábulo aleatório é originário do latim alea, que significa sorte, risco, acaso. São exemplos dessa subespécie
os  contratos  de  jogo,  aposta  e  seguro.  Já  se  disse  que  o  contrato  de  seguro  é  comutativo  porque  o  segurado  o
celebra  para  se  acobertar  contra  qualquer  risco.  No  entanto,  para  a  seguradora  é  sempre  aleatório,  pois  o
pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual.

Contratos acidentalmente aleatórios
Além dos aleatórios por natureza,  há  contratos  tipicamente  comutativos,  como  a  compra  e  venda,  que,  em
razão de certas circunstâncias, tornam­se aleatórios. Denominam­se contratos acidentalmente aleatórios.
Os  contratos  acidentalmente  aleatórios  são  de  duas  espécies:  a)  venda  de  coisas  futuras;  e  b)  venda  de  coisas
existentes  mas  expostas  a  risco.  Nos  que  têm  por  objeto  coisas  futuras,  o  risco  pode  referir­se:  a)  à  própria
existência da coisa; e b) à sua quantidade.
Do risco respeitante à própria existência da coisa trata o art. 458 do Código Civil. Tem­se, na hipótese, a emptio
spei ou  venda  da  esperança,  isto  é,  da  probabilidade  de  as  coisas  ou  fatos  existirem.  O  art.  459  cuida  do  risco
respeitante à quantidade maior ou menor da coisa esperada (emptio reisperatae ou venda da coisa esperada). A
venda de coisas já existentes mas sujeitas a perecimento ou depreciação é disciplinada nos arts. 460 e 461.
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A distinção entre contratos comutativos e aleatórios é de indiscutível importância, visto que estão submetidos a
regimes  legais  diversos.  Assim,  por  exemplo,  o  Código  Civil,  ao  cuidar  da  evicção,  restringe­a  ao  campo  dos
contratos comutativos; os vícios redibitórios apresentam­se, exclusivamente, nos contratos comutativos (CC, art.
441);  criou­se  um  regime  especial  para  os  contratos  aleatórios,  nos  arts.  458  a  461;  a  rescisão  por  lesão  não
ocorre nos contratos aleatórios, mas apenas nos comutativos.
Com efeito, a possibilidade de oferecimento de suplemento suficiente, prevista no art. 157 do novo Código Civil,
reforça  a  ideia  defendida  pela  doutrina  de  que  a  lesão  só  ocorre  em  contratos  comutativos,  em  que  a
contraprestação é um dar e não um fazer, e não nos aleatórios, pois nestes as prestações envolvem risco e, por
sua própria natureza, não precisam ser equilibradas.

Contratos paritários e de adesão. Contrato­tipo

Contratos  paritários  são  aqueles  do  tipo  tradicional,  em  que  as  partes  discutem  livremente  as
condições,  porque  se  encontram  em  situação  de  igualdade  (par  a  par).  Nessa  modalidade  há  uma
fase de negociações preliminares, na qual as partes, encontrando­se em pé de igualdade, discutem as cláusulas e
condições do negócio.
Contratos  de  adesão  são  os  que  não  permitem  essa  liberdade,  devido  à  preponderância  da
vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato
previamente  confeccionado,  não  podendo  modificá­las:  aceita­as  ou  rejeita­as,  de  forma  pura  e  simples,  e  em
bloco,  afastada  qualquer  alternativa  de  discussão.  São  exemplos  dessa  espécie,  dentre  outros,  os  contratos  de
seguro, de consórcio, de transporte, e os celebrados com as concessionárias de serviços públicos (fornecedoras de
água, energia elétrica etc.).
A concepção do contrato de adesão opõe­se à do contrato paritário, que constitui a regra, em que a possibilidade
outorgada a cada um dos contraentes de influir na determinação do conteúdo do contrato é um sintoma e uma
consequência da paridade econômica e psíquica, traduzida em termos jurídicos.
Comumente  o  contrato  de  adesão  é  celebrado  em  relação  de  consumo,  sendo  regido,  portanto,  pelo  Código  de
Defesa  do  Consumidor  (Lei  n.  8.078/90).  Dedicou­lhe  este  diploma  um  capítulo,  conceituando­o  da  seguinte
forma,  no  art.  54:  “Contrato  de  adesão  é  aquele  cujas  cláusulas  tenham  sido  aprovadas  pela  autoridade
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor
possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”.
O § 1º permite a inserção de cláusula no formulário, sem que isso desfigure a natureza da adesão do contrato, ou
seja,  sem  que  afaste  a  posição  privilegiada  do  proponente.  O  §  3º  exige  que  os  contratos  de  adesão  sejam
redigidos em termos claros e legíveis, de modo a facilitar a sua compreensão pelo consumidor. As cláusulas que
eventualmente  limitem  o  seu  direito  deverão  ser  redigidas  com  destaque,  permitindo  sua  fácil  e  imediata
compreensão  (§  4º).  Esta  espécie  de  cláusula  limitativa  não  pode,  porém,  ser  abusiva,  sob  pena  de  incidir  na
cominação de nulidade do art. 51.
O  art.  47  do  Código  do  Consumidor  estatui  que  as  cláusulas  contratuais  serão  interpretadas  de  maneira  mais
favorável  ao  consumidor.  Já  de  há  muito  a  jurisprudência  vem  proclamando  que,  nos  contratos  de  adesão  em
geral,  na  dúvida,  a  interpretação  deve  favorecer  o  aderente,  porque  quem  estabelece  as  condições  é  o  outro
contratante, que tem a obrigação de ser claro e de evitar dúvidas.
Embora normalmente o contrato de adesão esteja ligado às relações de consumo, há negócios jurídicos que não
têm  essa  característica.  Por  essa  razão  o  novo  Código  Civil  dispôs  sobre  o  contrato  de  adesão  em  dois
dispositivos. Prescreve, com efeito, o art. 423:

“Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever­se­á adotar a
interpretação mais favorável ao aderente”.
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Por sua vez, proclama o art. 424 do mesmo diploma:

“Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente
a direito resultante da natureza do negócio”.

Em  ambos  os  dispositivos,  o  novel  diploma  procura  resguardar  a  posição  do  aderente  não  só  em  vista  de
“cláusulas ambíguas ou contraditórias”,  como  ao  proibir  “a  renúncia  antecipada”  a  direito,  levando  em  conta
especialmente o fato de o contrato de adesão ter o seu conteúdo fixado por deliberação exclusiva do ofertante.
Malgrado o contrato de adesão esteja submetido à norma geral de submissão aos princípios da probidade e da
boa­fé,  preconizados  no  art.  422  do  Código  Civil,  entendeu  o  legislador  necessário  estabelecer,  no  art.  423,  a
retrotranscrita regra de hermenêutica.
Tendo  em  vista  que  o  contrato  de  adesão  é  integralmente  elaborado  pelo  policitante,  economicamente  mais
poderoso,  e  que  o  aderente  limita­se  a  aderir  às  cláusulas  preestabelecidas,  sem  poder  discuti­las,  é  dever  do
primeiro  redigi­las  com  clareza,  precisão  e  simplicidade.  Se,  não  obstante,  inserir  cláusula  ambígua  ou
contraditória, capaz de ensejar dúvidas ao juiz, caberá a este adotar a interpretação mais favorável ao aderente,
que não pode ser prejudicado pela redação deficiente dada pelo outro contratante.
No art. 424 não cuidou o legislador de inserir regra de hermenêutica. Considerando a situação em que o aderente
geralmente se encontra, de hipossuficiência econômica em face do ofertante, estabeleceu o legislador a nulidade
das  cláusulas  que  estipulem  a  renúncia  antecipada  a  direito  resultante  da  natureza  do  negócio.  A  regra  tem
caráter proibitivo e de ordem pública. Cláusulas dessa espécie deverão ser desconsideradas pelo juiz, em face de
sua abusividade.
A doutrina refere­se ainda a uma espécie de contrato que se aproxima do contrato de adesão e que se denomina
contrato­tipo ou contrato de massa, em série ou por formulários. A afinidade com o contrato de adesão reside no
fato de ser apresentado por um dos contraentes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a
subscrevê­lo. Mas dele difere porque não lhe é essencial a desigualdade econômica dos contratantes, bem como
porque admite discussão sobre o seu conteúdo.
No  contrato­tipo  as  cláusulas  não  são  impostas  por  uma  parte  à  outra,  mas  apenas  pré­
redigidas.  Em  geral,  são  deixados  claros,  a  serem  preenchidos  pelo  concurso  de  vontades,  como  ocorre  em
certos contratos bancários, que já vêm impressos, mas com espaços em branco no tocante à taxa de juros, prazo e
condições do financiamento, a serem estabelecidos de comum acordo.
Além  disso,  os  contratos  de  adesão  são  endereçados  a  um  número  indeterminado  e  desconhecido  de  pessoas,
enquanto  os  contratos­tipo  destinam­se  a  pessoas  ou  grupos  identificáveis.  Podem  ser  acrescentadas,  às
impressas,  cláusulas  datilografadas  ou  manuscritas.  Estas  só  serão  consideradas  revogadas  por  aquelas  se
houver  incompatibilidade  ou  contradição  entre  elas,  caso  em  que  prevalecerão  as  últimas.  Não  havendo,
coexistirão.

Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo

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A  classificação  enunciada  leva  em  consideração  o  momento  em  que  os  contratos  devem  ser  cumpridos.  São
de execução instantânea ou imediata ou ainda de execução única os que se consumam num só ato, sendo
cumpridos  imediatamente  após  a  sua  celebração,  como  a  compra  e  venda  à  vista,  por  exemplo.  Cumprida
a obrigação,  exaurem­se.  A  solução  se  efetua  de  uma  só  vez  e  por  prestação  única,  tendo  por  efeito  a  extinção
cabal da obrigação.
Contratos de execução diferida ou retardada são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas
em momento futuro: a entrega, em determinada data, do objeto alienado, verbi gratia. A prestação de uma das
partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo.

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04/04/2017 Dr. Civilize­se!: Classificação dos Contratos no Direito Civil

Contratos  de  trato  sucessivo  ou  de  execução  continuada  são  os  que  se  cumprem  por  meio  de  atos
reiterados. São exemplos: compra e venda a prazo, prestação permanente de serviços, fornecimento periódico de
mercadorias, dentre outros. Caso típico é a locação, em que a prestação do aluguel não tem efeito liberatório, a
não ser do débito correspondente ao período, visto que o contrato continua até atingir o seu termo ou ocorrer uma
outra causa extintiva.
Há  interesse  prático  na  aludida  classificação,  por  diversas  razões:  a)  a  teoria  da  imprevisão,  que  permite  a
resolução do contrato por onerosidade excessiva, disciplinada nos arts. 478 a 480 do novo Código Civil, só se
aplica aos contratos de execução diferida e continuada (já dizia a cláusula rebus sic stantibus: “Contractus qui
habent  tractu  sucessivum  et  dependentiam  de  futuro  rebus  sic  stantibus  intelliguntur”);  b)  o  princípio  da
simultaneidade  das  prestações  só  se  aplica  aos  de  execução  instantânea;  por  conseguinte,  não  se  permite,  em
contrato de execução diferida ou de trato sucessivo, que o contratante, que deve satisfazer em primeiro lugar sua
prestação, defenda­se pela exceptio non adimpleti contractus, alegando que a outra parte não cumpriu a dela; c)
nos contratos de execução instantânea a nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado
anterior,  enquanto  nos  de  execução  continuada  são  respeitados  os  efeitos  produzidos  (os  aluguéis  pagos,  o
serviço  prestado  pelo  empregado,  p.  ex.),  não  sendo  possível  restituí­las  ao statu  quo  ante;  d)  a  prescrição  da
ação para exigir o cumprimento das prestações vencidas, nos contratos de trato sucessivo, começa a fluir da data
do vencimento de cada prestação.

Contratos personalíssimos e impessoais

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Contratos personalíssimos ou intuitu personae são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um
dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer­se substituir por outrem, pois essas qualidades, sejam
culturais,  profissionais,  artísticas  ou  de  outra  espécie,  tiveram  influência  decisiva  no  consentimento  do  outro
contratante. Geralmente dão origem a uma obrigação de fazer, cujo objeto é um serviço infungível, que não pode
ser executado por outra pessoa.
Nesses contratos, tem influência decisiva no consentimento de um dos contraentes a pessoa concreta do outro.
Tem o primeiro interesse em que a prestação seja cumprida pessoalmente por este, em razão de sua qualificação,
prestígio, habilidade, competência, idoneidade etc.
Contratos impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por
terceiro.  O  importante  é  que  seja  realizada,  pouco  importando  quem  a  executa,  pois  o  seu  objeto  não  requer
qualidades especiais do devedor.
As  obrigações  personalíssimas,  não  podendo  ser  executadas  por  outrem,  são  intransmissíveis  aos  sucessores.
Também  não  podem  ser  objeto  de  cessão.  Havendo  erro  essencial  sobre  a  pessoa  do  outro  contratante,  são
anuláveis.
A propósito, preleciona Maria Helena Diniz: “A distinção entre contratos intuitu personae e impessoais reveste­
se  de  grande  importância,  em  virtude  das  consequências  práticas  decorrentes  da  natureza  personalíssima  dos
negócios  pertencentes  à  primeira  categoria,  que:  a)  são  intransmissíveis,  não  podendo  ser  executados  por
outrem;  assim  sendo,  com  o  óbito  do  devedor,  extinguir­se­ão,  pois  os  sucessores  não  poderão  cumprir  a
prestação, que era personalíssima; b) não podem ser cedidos, de modo que, se substituído o devedor, ter­se­á a
celebração de novo contrato; c) são anuláveis, havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante”.

Contratos individuais e coletivos

No contrato individual, as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Na
compra e venda, por exemplo, pode uma pessoa contratar com outra ou com um grupo de pessoas.
Contrato  individual  é  o  que  se  forma  pelo  consentimento  de  pessoas,  cujas  vontades  são  individualmente
consideradas. Não é a singularidade de parte que o identifica. Pode uma pessoa contratar com várias outras ou
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04/04/2017 Dr. Civilize­se!: Classificação dos Contratos no Direito Civil

um grupo de pessoas com outro grupo, e o contrato ser individual, uma vez que, na sua constituição, a emissão de
vontade de cada uma entra na etiologia da sua celebração”.
Os contratos coletivos perfazem­se  pelo  acordo  de  vontades  entre  duas  pessoas  jurídicas  de  direito  privado,
representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas.
Segundo  Orlando  Gomes,  não  têm  eles  verdadeiramente  natureza  contratual,  visto  que  de  sua  celebração  não
nascem relações jurídicas que coloquem as partes nas posições de credor e devedor.
Constituem,  destarte,  um  acordo  normativo;  não  um  contrato.  Todavia,  a  doutrina  em  geral  tem  admitido  essa
classificação e a sua natureza contratual, assim como o fez o art. 611 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O  contrato  individual  cria  direitos  e  obrigações  para  as  pessoas  que  dele  participam;  ao  passo  que  o  contrato
coletivo, uma vez homologado regularmente, gera deliberações normativas, que poderão estender se a todas as
pessoas  pertencentes  a  uma  determinada  categoria  profissional,  independente  do  fato  de  terem  ou  não
participado  da  assembleia  que  votou  a  aprovação  de  suas  cláusulas,  ou  até  de  se  haverem,  naquele  conclave,
oposto à sua aprovação.

Contratos principais e acessórios. Contratos derivados

A  presente  classificação  toma  como  ponto  de  partida  o  fato  de  que  alguns  contratos  dependem,  lógica  e
juridicamente,  de  outro  como  premissa  indispensável.  Os  contratos  dos  quais  dependem  chamam­se
principais.  Contratos  principais  são  os  que  têm  existência  própria,  autônoma  e  não  dependem,
pois, de qualquer outro, como a compra e venda e a locação, por exemplo.
Os  contratos  que,  no  entanto,  dependem  da  existência  de  outros  são  chamados  de
acessórios. Contratos  acessórios,  assim,  são  os  que  têm  sua  existência  subordinada  à  do  contrato  principal,
como a cláusula penal, a fiança etc. Assinala Messineo que a função predominante dos contratos acessórios é
garantir  o  cumprimento  de  obrigações  contraídas  em  contrato  principal,  como  o  penhor,  a  hipoteca
convencional, a fiança e similares. Entretanto, aduz, não são apenas acessórios os contratos de garantia, mas
todos os que têm como pressuposto outro contrato.
A  distinção  entre  contratos  principais  e  acessórios  encontra  justificativa  no  princípio  geral  de  que  o  acessório
segue  o  destino  do  principal.  Em  consequência:  a)  nulo  o  contrato  principal,  nulo  será  também  o  negócio
acessório;  a  recíproca,  todavia,  não  é  verdadeira  (CC,  art.  184);  b)  a  prescrição  da  pretensão  concernente  à
obrigação principal acarretará a da relativa às acessórias, embora a recíproca também não seja verdadeira; desse
modo, a prescrição da pretensão a direitos acessórios não atinge a do direito principal.
Orlando Gomes, com apoio em Santoro Passarelli, afirma que os contratos acessórios podem ser preparatórios,
como o mandato; integrativos, como a aceitação do terceiro na estipulação em seu favor; complementares, como
a adesão a um contrato aberto.
Alguns  contratos  são  denominados  derivados  ou  subcontratos,  por  também  dependerem  ou  derivarem  de
outros. Contratos derivados são os que têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado
básico  ou  principal.  Entre  os  principais  subcontratos  destacam­se  a  sublocação,  a  subempreitada  e  a
subconcessão.
Esses contratos têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são dependentes de outro. Diferem, porém,
pela  circunstância  de  o  derivado  participar  da  própria  natureza  do  direito  versado  no  contrato­base.  Nessa
espécie de avença, um dos contratantes transfere a terceiro, sem se desvincular, a utilidade correspondente à sua
posição  contratual.  O  locatário,  por  exemplo,  transfere  a  terceiro  os  direitos  que  lhe  assistem,  mediante  a
sublocação.
O  contrato  de  locação  não  se  extingue.  E  os  direitos  do  sublocatário  terão  a  mesma  extensão  dos  direitos  do
locatário, que continua vinculado ao locador.
O subcontrato também se distingue da cessão da posição contratual, na qual o contrato básico persiste em sua
integridade,  mas  com  novo  titular,  o  cessionário.  No  contrato  derivado,  no  entanto,  surge  uma  nova  relação
contratual, sem alteração da primeira, havendo apenas um dos sujeitos que é titular de ambos os contratos.
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Segundo a lição de Messineo, o subcontrato se distingue da cessão do contrato porque dá lugar ao nascimento de
um  direito  novo,  embora  do  mesmo  conteúdo  e  de  extensão  não  maior  (nemo  plus  iuris  etc.)  que  o  contrato
básico, enquanto a cessão de contrato transfere ao cessionário o mesmo direito pertencente ao cedente.
Os contratos personalíssimos ou intuitu personae não admitem a subcontratação, pois são celebrados em razão
das qualidades pessoais do obrigado. Também não a permitem os contratos de execução instantânea, tendo em
vista que o subcontrato é um negócio de duração.

Contratos solenes e não solenes

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Encarados  segundo  a  maneira  como  se  aperfeiçoam,  distinguem­se  os  contratos  em  solenes  ou  formais,  e  não
solenes ou não formais
Solenes são  os  contratos  que  devem  obedecer  à  forma  prescrita  em  lei  para  se  aperfeiçoar.  Quando  a  forma  é
exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a
substância do ato (escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público etc.). Não
observada, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV).
Dizem­se solenes os contratos que só se aperfeiçoam quando o consentimento é expresso pela forma prescrita na
lei.  Também  denominam­se  contratos  formais.  A  solenidade  exigida  consiste  em  serem  lavrados  por  tabelião.
Têm como forma a escritura pública”.
Quando a formalidade é exigida não como condição de validade, mas apenas para facilitar a prova do negócio,
diz­se que ela é ad probationem tantum.
Contratos não solenes são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não
reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, ou seja,
por escrito particular ou verbalmente. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções. Podem
ser mencionados como exemplos, dentre inúmeros outros, os contratos de locação e os de comodato. Dispõe, com
efeito, o art. 107 do Código Civil:

“A  validade  da  declaração  de  vontade  não  dependerá  de  forma  especial,  senão  quando  a  lei
expressamente a exigir”.

Por  outro  lado,  “não  dispondo  a  lei  em  contrário,  a  escritura  pública  é  essencial  à  validade  dos  negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de
valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País” (CC, art. 108).
Têm  as  partes  permissão  para  estipular  que  determinado  contrato  só  poderá  ser  celebrado  por  instrumento
público.  Neste  caso,  este  será  da  “substância  do  ato”  (CC,  art.  109).  E  o  contrato,  que  não  seria,  em  princípio,
formal,  passa  a  sê­lo.  Todavia,  um  contrato  solene  não  terá  validade  se  não  for  celebrado  por  instrumento
público, ainda que as partes o tenham dispensado.
O  principal  efeito  prático  da  distinção  entre  contratos  solenes  e  não  solenes  reside  no  fato  de  serem  nulos  os
primeiros, se não observada a forma prescrita em lei, que é elemento essencial à sua validade, ao passo que os
segundos não.

Contratos Consensuais e Reais

Contratos  consensuais  são  aqueles  que  se  formam  unicamente  pelo  acordo  de  vontades  (solo  consensu),
independentemente  da  entrega  da  coisa  e  da  observância  de  determinada  forma.  Por  isso,  são  também
considerados contratos não solenes.
Embora  se  possa  dizer  que  todo  contrato,  na  sua  formação,  é  consensual  no  sentido  de  que  pressupõe  o
consentimento,  alguns  existem  para  cujo  aperfeiçoamento  a  lei  nada  mais  exige  que  esse  consentimento.  A
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04/04/2017 Dr. Civilize­se!: Classificação dos Contratos no Direito Civil

classificação  em  epígrafe  também  encara  os  contratos  segundo  a  maneira  como  se  aperfeiçoam.  Como
predomina,  no  direito  moderno,  o  princípio  do  consensualismo  pode­se  afirmar  que  o  contrato  consensual  é  a
regra, sendo exceções os contratos reais.
A  compra  e  venda  de  bens  móveis,  por  exemplo,  quando  pura,  pertence  à  classe  dos  contratos  consensuais,
segundo  dispõe  o  art.  482  do  Código  Civil,  pois  “considerar­se­á  obrigatória  e  perfeita,  desde  que  as  partes
acordarem no objeto e no preço”(grifei).
Contratos reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega (traditio) da coisa
que  lhe  serve  de  objeto,  como  os  de  depósito,  comodato,  o  mútuo,  por  exemplo,  e  alguns  poucos  (penhor,
anticrese,  arras).  Esses  contratos  não  se  formam  sem  a  tradição  da  coisa.  Antes  pode  existir  promessa  de
contratar, mas não existe depósito, comodato ou mútuo. A efetiva entrega do objeto não é fase executória, porém
requisito da própria constituição do ato.
Em regra, os contratos reais são unilaterais, visto que, entregue a coisa (quando o contrato torna­se perfeito e
acabado), só resta a obrigação para o depositário, o comodatário e o mutuário.
Nada impede, porém, como lembra Orlando Gomes, que a realidade se exija como requisito para a formação de
um  contrato  bilateral,  ainda  que  excepcionalmente.  O  depósito,  frisa,  no  qual  o  depositante  se  obriga  a
remunerar o depositário, “é contrato bilateral que, todavia, só se torna perfeito e acabado com a entrega da coisa”.

Contratos preliminares e definitivos

O  contrato  preliminar,  que  tem  sempre  por  objeto  a  efetivação  de  um  contrato  definitivo.  Quanto  ao  objeto
dividem­se  os  contratos,  pois,  em  preliminares  e  definitivos.  Contrato  preliminar  ou  pactum  de
contrahendo (como era denominado no direito romano) é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato
definitivo. Ostenta, portanto, um único objeto.
O contrato definitivo tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença. Cada contrato tem um
objeto peculiar. Na compra e venda, por exemplo, as prestações, que constituem o seu objeto, são a entrega da
coisa,  por  parte  do  vendedor,  e  o  pagamento  do  preço,  pelo  adquirente.  Já  o  contrato  de  locação  gera  outras
espécies de obrigações, quais sejam: a atribuída ao locador, de garantir ao locatário o uso pacífico da coisa, e a
imposta a este, de pagar um aluguel.
O  contrato  preliminar  é,  também,  denominado  pré­contrato.  Quando  tem  por  objeto  a  compra  e  venda  de  um
imóvel,  é  denominado  promessa  de  compra  e  venda,  ou  compromisso  de  compra  e  venda,  se  irretratável  e
irrevogável. Embora possa ter por objeto a celebração de qualquer espécie de contrato definitivo, é mais comum a
sua utilização como contrato preliminar de compra e venda ou promessa de compra e venda.
A  fase  das  negociações  ou  tratativas  preliminares  (fase  da  puntuação)  antecede  à  realização  do  contrato
preliminar e com este não se confunde, pois não gera direitos e obrigações.
Quando  o  contrato  preliminar  gera  obrigações  para  apenas  uma  das  partes,  constituindo  promessa  unilateral,
denomina­se opção. Na opção de venda, por exemplo, o vendedor se obriga a vender ao comprador determinado
bem,  sob  certas  condições.  Mas  este  se  reserva  a  faculdade  de  realizar  o  negócio  ou  não.  Não  assume,  pois,
nenhuma  obrigação.  Na  opção  de  compra,  quem  se  obriga  é  somente  o  comprador.  O  direito  do  ofertado,
destinatário  da  proposta,  é  potestativo,  pois  tem  o  direito  de  exigir  que  se  estipule  o  contrato  futuro,  com
preferência sobre todas as outras pessoas, ao passo que a outra parte não tem direitos, mas somente obrigações,
subordinadas à vontade da primeira.
Na sua formação, a opção é negócio jurídico bilateral. Mas, nos efeitos, é contrato unilateral. A parte que recebe a
oferta  verificará  a  conveniência  de  aceitá­la  ou  não.  A  opção  também  deve  ser  considerada  uma  espécie  de
negócio preliminar, com características próprias. O seu exercício pode culminar em outro contrato preliminar ou
em  um  contrato  definitivo,  o  que  dependerá  da  vontade  das  partes.  Equiparando­se  a  opção  à  proposta
irrevogável,  o  destinatário  da  promessa  conserva  o  poder  de  aceitá­la  por  todo  o  tempo  em  que  for  válida  de
acordo com a vontade das partes. Se para a aceitação do destinatário da promessa não se estabeleceu o termo,
este pode ser fixado pelo juiz.

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04/04/2017 Dr. Civilize­se!: Classificação dos Contratos no Direito Civil

Contratos  nominados  e  inominados,  típicos  e  atípicos,  mistos  e  coligados.  União


de contratos

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Os  contratos  nominados  são  aqueles  que  têm  designação  própria.  Abrangem  as  espécies  contratuais  que
têm nomen iuris e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da
lei. 
O Código Civil regulamenta, em vinte capítulos, vinte e três contratos nominados, a saber: compra e venda, troca,
contrato  estimatório,  doação,  locação  de  coisas,  empréstimo,  prestação  de  serviço,  empreitada,  sociedade,
depósito, mandato, comissão, agência, distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo,
aposta, fiança, transação e compromisso.
Contratos  além  daqueles  que  recebem  o  batismo  legislativo,  ou  que  não  foram  tipificados  se
consideram inominados e atípicos. Contratos inominados são, pois, os que não têm denominação
própria. A rigor, tomada ao pé da letra, a expressão contrato inominado equivaleria a contrato que não tem um
nome no ordenamento jurídico.
Contratos  típicos,  por  outro  lado,  são  os  regulados  pela  lei,  os  que  têm  o  seu  perfil  nela  traçado.  Não  é  o
mesmo que contrato nominado, embora costumam ser estudados em conjunto, porque todo contrato nominado é
típico e vice­versa.
Contratos atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e
requisitos  definidos  e  regulados  na  lei.  Para  que  sejam  válidos  basta  o  consenso,  que  as  partes  sejam  livres  e
capazes e o seu objeto lícito (não contrariem a lei e os bons costumes), possível, determinado ou determinável e
suscetível de apreciação econômica.
Preceitua, com efeito, o art. 425 do novo Código Civil:

“É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”.

Ao se referir a normas gerais, o novo diploma estabelece princípios para os contratos inominados e atípicos, pois
se  reporta,  ainda  que  indiretamente,  aos  arts.  421  e  422,  que  tratam,  respectivamente,  da  função  social  do
contrato, e da probidade e boa­fé.
O  contrato  típico  não  requer  muitas  cláusulas,  pois  passam  a  integrá­lo  todas  as  normas  regulamentadoras
estabelecidas pelo legislador. Já o contrato atípico exige uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações
de cada parte, por não terem uma disciplina legal.
O  contrato  misto  resulta  da  combinação  de  um  contrato  típico  com  cláusulas  criadas  pela  vontade  dos
contratantes.  Deixa  de  ser  um  contrato  essencialmente  típico,  mas  não  se  transforma  em  outro  totalmente
atípico. A nova combinação gera uma nova espécie contratual, não prevista ou regulada em lei. Constitui, pois,
contrato único ou unitário. Segundo Antunes Varela, o contrato misto reúne elementos de dois ou mais negócios,
total ou parcialmente regulados na lei.
O contrato pode ser, também, atípico misto. Atípico, por não se enquadrar em nenhum tipo contratual legal; e
misto,  por  reunir  em  seu  conteúdo  os  elementos  de  dois  ou  mais  tipos  contratuais  previstos  no  ordenamento
jurídico. Pode, ainda, ser atípico misto em sentido amplo, quando reúne em seu conteúdo elementos que apenas
apresentam  afinidades  com  outros  institutos  jurídicos.  Sendo  atípicos  mistos,  os  contratos  são  unitários  e
incidíveis quando seu escopo não pode ser alcançado sem essa incidibilidade. 
O  contrato  coligado  não  se  confunde  com  o  misto,  pois  constitui  uma  pluralidade,  em  que  vários  contratos
celebrados  pelas  partes  apresentam­se  interligados.  Quando  o  elo  entre  eles  consiste  somente  no  fato  de

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constarem do mesmo instrumento, não existe coligação de contratos, mas união de contratos.
Aquela passa a existir quando a reunião é feita com dependência, isto é, com um contrato relacionado ao outro,
por  se  referirem  a  um  negócio  complexo.  Apesar  disso,  conservam  a  individualidade  própria,  distinguindo­se,
nesse ponto, do misto.
Contratos coligados são, pois, os que, embora distintos, estão ligados por uma cláusula acessória, implícita ou
explícita.
Como  exemplos  de  contrato  coligado  são  também  citados  o  celebrado  pelas  distribuidoras  de  petróleo  com  os
exploradores de postos de gasolina, que engloba, em geral, várias avenças interligadas, como fornecimento de
combustíveis, arrendamento das bombas, locação de prédios, financiamento etc.; e o contrato de transporte aéreo
com concomitante seguro do passageiro.
Ocorre, por outro lado, a união de contratos quando há contratos distintos e autônomos; apenas são realizados
ao mesmo tempo ou no mesmo documento. O vínculo é meramente externo (compra da moradia e reparação de
um outro prédio).

Resumo

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Apostilas: Classificação dos Contratos no Direito Brasileiro & Classificação dos Contratos

Mapas Mentais: Classificação dos Contratos

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