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Aula 3
Interpretação Constitucional:
Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o
verdadeiro teor da norma constitucional. É um tema que sempre foi
alvo de muitas discussões e posicionamentos.
A teoria que iremos expor pode parecer um pouco complexa, mas eu
afirmo: É MUITO SI MPLES DE ENTENDER E FIXAR! Basta ler
atentamente cada um dos co nce itos que iremos expor e resolver as
dezenas de questões coment adas q ue co locaremos em seguida .
Tenho certeza que nunca mais esqu ecerão essa matéria!
Vamos lá então. Antes de qualquer coisa, temos que saber que, em
regra , é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição. Não apenas
o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a Constituição. Não se
pode falar, porém, que essa atividade é exclusiva do Judiciário, já
que existem exceções como, por exemplo, a chamada interpretação
autêntica (que veremos à frente) que é proferida pelo Poder
Legislativo, editando as chamadas "leis interpretativas" .
Para se interpreta r a Constitu ição, fazemos uso de 2 instrumentos, os
princípios de interpretação e os métodos de interpretação.
Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida.
São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente
usar os métodos. Os princípios devem ser observados em conjunto.
Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá promover a
interpretação. Os métodos também podem ser empregados
conjuntamente.
As questões de prova cobram basicamente a litera lidade dos
conceitos, que são com muita propriedade expostos pelo professor
Canotilho. Baseados neste autor, e em outras doutrinas, podemos
col igir os princípios e os métodos da forma que faremos a seguir.
1
GUERRA FILHO, Willis Santiago. O Princípio da proporcionalidade em direito
constitucional e em direito privado no Brasil. Mundo Jurídico, mai. 2003.
Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br/cgi-bin/upload/texto347.rtf>.
Acesso em: 02 Março de 2010.
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b) Não-interpretativismo:
Diferentemente dos interpretativistas, os não-interpretativistas
defendem uma maior autonomia do juiz ao se interpretar a norma,
prevendo uma possibilidade e até mesmo a necessida de de que os
juízes apliquem "valores e princípios substantivos". Assim, importa
mais os va lores, como a igua ldade, a justiça e a liberdade
demandados pela sociedade, do que a estrita vontade do legislador .
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Questões da FCC:
1. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG /2007) No
entendimento de doutrinadores, NÃO é considerado, dentre outros,
como princípio e regra interpretativa das normas constitucionais,
a) a unidade da constituição -interpretação de maneira a evitar
contradições entre as normas constitucionais.
b) o efeito integrador -primazia aos critérios favorecedores da
integração política e social.
c) a concordância prática ou a harmonização -coordenação e
combinação dos bens jurídicos em conflito.
d) a força normativa da constituição -adoção de interpretação que
garanta maior eficácia e permanência das normas constitucionais.
e) a adoção da contradição dos princípios -os preceitos exigem uma
interpretação explícita, excluindo-se a implícita.
Comentários:
Letra A - Correto. Vimos que por este princípio a constituição se
manifesta em um corpo único. Sendo um corpo único, não existe
possibilidade de contradição de normas. Assim, segundo este
princípio, a Constituição deve ser interpretada buscando a dissipação
das aparentes antinomias e contradições. Importante é dizer que
pelo princípio da unidade da Constituição, não há qualquer hierarquia
entre normas presentes no corpo da Lei Maior, já que ela se
manifesta como única.
Letra B - Correto. Segundo a doutrina, o efeito integrador pressupõe
a busca pelo sentido que fortaleça a unidade política e a integração
social do país.
Letra C - Correto. Por este princípio, mesmo que, num caso concreto,
se verifique a colisão entre princípios constitucionais, um princípio
não invalida o outro, já que podem e devem ser aplicados na medida
do possível e com diferentes graus de efetivação. Assim, interpreta-
se de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros, eles
são harmonizados.
Letra D - Correto. O princípio da força normativa da constituição foi
defendido por Konrad Hesse. Segundo este princípio, a constituição
tem a sua força impositiva e deve ser aplicada efetivamente e não ser
ignorada pelos aplicadores.
Letra E - Errado. A doutrina não faz qualquer menção a um princípio
chamada "contradição dos princípios" até por que, princípios não
podem entrar em contradição. Quando se fala de princípios, não se
fala em exclusão ou contradição, já que eles podem ser ponderados
no caso concreto e assim ser concretizados em graus diferentes. Isto
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Gabarito: Errado.
Questões do CESPE:
9. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da
razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar
atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a
medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio
alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que
se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso.
Comentários:
A distinção entre "proporcionalidade" e "razoabilidade" ainda não é
pacífica. Neste concurso, o CESPE seguiu a linha doutrinária de tratá-
los como um princípio único - "princípio da razoabilidade-
proporcionalidade".
A assertiva está correta, já que, em que pese as diferenças
doutrinárias, tais princípios tem em comum o fato de prezar pela
justiça, bom senso, repúdio aos excessos.
Gabarito: Correto.
10. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha-
se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder público no
exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de
aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais.
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Comentários:
É isso aí... dispensa maiores comentários.
Gabarito: Correto.
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Gabarito: Errado.
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Comentários:
A questão então possui dois erros: as correntes interpretativistas não
se confundem com o literalismo e o outro é pelo fato de que os
interpretativista repudiam o uso de vlores e princípios substantivos.
Gabarito: Errado.
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Questões da ESAF:
c) Da supremacia eficaz.
d) Do efeito integrador.
e) Da concordância prática ou da harmonização.
Comentários:
O tema interpretação constitucional trata basicamente de um estudo
doutrinário pautado nas lições do Prof. Canotilho. Em nenhum
momento falamos de princípio da supremacia eficaz.
Gabarito: letra C
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Questões da FGV:
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Questões da CESGRANRIO:
Questões da Consulplan:
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Questões da FJG:
48. (FJG/Estágio Forense - PM - RJ/2009) NÃO constitui
princípio próprio à interpretação constitucional o da:
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Métodos de interpretação:
a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico):
Interpreta-se a Constituição como se fosse uma lei.
b) Método tópico-problemático: parte-se do problema para a
norma, “primazia do problema sobre a norma”.
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d) Do efeito integrador.
e) Da concordância prática ou da harmonização.
33. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal -
STF está juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.
34. (ESAF/TCU/2006) Quando o intérprete, na resolução dos
problemas jurídico-constitucionais, dá primazia aos critérios que
favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
política, pode-se afirmar que, no trabalho hermenêutico, ele fez uso
do princípio da conformidade funcional.
35. (ESAF/AFTE-RN/2005) O método de interpretação
constitucional, denominado hermenêutico-concretizador, pressupõe a
pré-compreensão do conteúdo da norma a concretizar e a
compreensão do problema concreto a resolver.
36. (ESAF/AFC-CGU/2006) No método de interpretação
constitucional tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o
problema concreto a ser resolvido.
37. (ESAF/AFC-CGU/2006) O método de interpretação
hermenêutico-concretizador prescinde de uma pré-compreensão da
norma a ser interpretada.
38. (ESAF/AFC-CGU/2006) O princípio de interpretação
conforme a constituição comporta o princípio da prevalência da
constituição, o princípio da conservação de normas e o princípio da
exclusão da interpretação conforme a constituição mas contra legem.
39. (ESAF/AFRFB/2009) A técnica denominada interpretação
conforme não é utilizável quando a norma impugnada admite sentido
unívoco.
40. (ESAF/PFN/2006) A interpretação conforme a Constituição
consiste em procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior
a partir do que dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.
41. (ESAF/Advogado-IRB/2004 - Adaptada) Assinale a opção
correta.
a) O princípio da unidade da Constituição postula que, na
interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o
sentido que lhes empreste maior eficácia ou efetividade.
b) O princípio de interpretação constitucional do "efeito integrador"
estabelece uma nítida hierarquia entre as normas da parte dogmática
da Constituição e as normas da parte meramente organizatória.
c) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a colisão entre
princípios constitucionais, um princípio não invalida o outro, já que
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GABARITO:
.. ,, i E 14
Errado 27 Errado 40 Errado
p
2 c 15
Errado 28 Errado 41 c
3 B 16
Correto 29 Correto 42 Errado
4 Correto 17
Correto 30 Errado 43 Errado
,.
5 Errado 18
Errado 31 B 44 Correto
.,
- ---
Correto ~19- Errado ':I, c ~45__ D
E Correto Errado 48 B
•• A 21 Correto Errado 47 A
1D
11
Correto
Correto
Correto
D
ZI
24
Errado
Correto
--
Correto .,-- Correto
Errado
Errado
411
411
B
c
12
13
Errado
Correto
Errado
Errado
- Correto
Correto
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