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Rodrigo Bello

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Processo Penal
Rodrigo Bello
é advogado criminalista, pós-graduado lato sensu pela Universidade Gama Filho em
Direito Penal e Processual Penal, palestrante, colaborador do Instituto Millenium,
professor de Processo Penal e Leis Especiais em cursos preparatórios e pós-graduação
nos Cursos Jurídico – Paraná, Fórum – Rio de Janeiro, Lexus – Rio de Janeiro, Ênfase –
Rio de Janeiro, Cejusf – Volta Redonda/RJ, Cejus – Salvador/BA, Lumem – Recife/PE,
Supremo Concursos – Belo Horizonte/MG, Núcleo Avançado de Aperfeiçoamento
Jurídico – Ipatinga/MG e das redes Ejufe e Interasat, além do curso on-line ForumTV e
SupremoTV. Autor da obra Prática Profissional de Direito Penal (Ed. JusPodivum) e de
diversos artigos jurídicos.
Contatos
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facebook: bello rodrigo II

Apresentação
Esta apostila foi elaborada como uma ferramenta de auxílio aos candidatos de provas
objetivas onde são exigidas questões de Processo Penal. Não tem a pretensão de
substituir obras de processo penal. O intuito foi ajudar na revisão da matéria e de
alguns aspectos da lei que, às vezes, passa, desapercebidos na leitura simples e
monótona da lei. Ao final, comentários de recente concurso do Tribunal Regional
Federal da 4ªregião.

Dedicatória
Aos meus primeiros alunos do Supremo Concursos em Belo Horizonte, da turma
TJ.MG, que em minha estréia em solo mineiro, me receberam de uma forma que
jamais imaginaria. Agradeço a cada um de vocês, de coração.

Inspiração
Ada Pellegrine Grinover: “Em face do estado de inocência do acusado, a antecipação
do resultado do processo representa providência excepcional, que não pode ser
confundida com a punição, somente justificada em casos de extrema necessidade. Por
isso, antes de mais nada, a restrição antecipada do direito de liberdade do acusado
deve obedecer os requisitos necessários para a decretação de qualquer provimento
cautelar: o fumus bonis iuris, entendido como a plausibilidade do direito invocado
pelos interessados na medida cautelar; e o periculum in mora que, no caso de prisão
cautelar, se configura como periculum libertatis, ou seja, a demonstração de que a
liberdade do acusado pode pôr em risco os resultados do processo, quer com relação
ao seu desenvolvimento regular, quer quanto à concreta efetivação da sanção penal
que venha afinal a ser imposta.”

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1. Princípios Constitucionais do Processo Penal

.Princípio do Juiz Natural (art. 5º inc. LIII CF)  Garantia de um


julgamento em um foro pré-determinado, ou seja, o agente de um
determinado crime será julgado, de antemão, por um juízo previamente
competente. Impede-se, assim, criação de tribunais para julgamento de
determinado delito após seu cometimento (art. 5º inc. XXXVII).
Importante frisar que este princípio constitucional não se confunde com
uma inovação da recente reforma do CPP (leis 11.689, 11.690 e 11.719 de
2008), que trouxe para o processo penal, tardiamente, o princípio da
identidade física do juiz (art. 399 §2º CPP), que impõe ao magistrado que
conduziu a instrução a ser o que proferirá a decisão final. Evidente que este
juiz é o mais apto a proferir uma decisão penal justa, pois teve contato direto
com todos os elementos de prova.

.Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º inc.LIV CF)  São as regras


do jogo. Princípio que traduz a garantia que o acusado tem de, durante a fase
processual, serem respeitadas todas as suas garantias e ainda, que seja
respeitada toda a ordem procedimental estabelecida em lei. O acusado não
pode ser surpreendido durante o processo penal. Por mais grave que tenha
sido o crime cometido o acusado tem direito de saber qual será o momento de
apresentação de testemunhas, qual o momento onde ele poderá externar sua
versão no interrogatório e por aí em diante. A democracia impõe essa
exigência. Sabiamente alguns doutrinadores definem esse princípio como o
“processo tipificado”.

.Princípio do Contraditório (art. 5º inc. LV CF)  Ação e reação. É a


possibilidade que o acusado tem de se manifestar em relação a algo que foi
produzido no processo penal. Exemplo interessante que temos com a reforma
do CPP é a possibilidade atual de, em juízo, serem feitas perguntas
diretamente às testemunhas (art. 212 CPP).

.Princípio da Ampla Defesa (art. 5º inc. LV CF)  É a utilização pelo


acusado de todos os meios defensivos fornecidos pelo legislador. No processo
penal temos a defesa técnica que é exercida pelo patrono da causa, na figura
do advogado ou do defensor, e a autodefesa, aquela exercida pelo próprio
acusado, cujo exemplo clássico é o momento do interrogatório.
Vale lembrar que ampla defesa não se confunde com plenitude de
defesa, esta também garantida constitucionalmente, quando do julgamento
dos crimes dolosos contra a vida (art. 5º inc. XXXVIII CF). Plenitude de defesa
seria a utilização de meios jurídicos e não jurídicos. Inerente ao julgamento
popular do tribunal do júri.

.Princípio da Presunção de Inocência ou da Não Culpabilidade (art. 5º


inc. LVII CF)  Hoje o princípio mais desrespeitado em terra brasilis. Preconiza
o princípio que somente após o trânsito em julgado de uma decisão penal

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condenatória poderemos considerar o acusado culpado. O que vemos hoje em


dia é a estigma de criminoso de alta periculosidade com o simples
indiciamento. O indiciado, sujeito investigado, já carrega estigmas que a
Constituição não permite.
O ser humano julga constantemente e esse tipo de pré-julgamento não
é benéfico para a seara criminal. Na tentativa de se proteger ainda mais o
princípio constitucional da não culpabilidade foi editada recentemente a
Súmula Vinculante 11 acerca da excepcionalidade do uso das algemas,
senão vejamos:
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM
CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO
RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À
INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA,
POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS,
JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR
ESCRITO, SOB PENA DE
RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E
PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E
DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO
PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM
PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO.

Evidentemente que temos, em nosso artigo mais importante da


Constituição (art. 5º), mais princípios constitucionais que regem o moderno
Processo Penal Constitucional. Para uma boa preparação recomendamos o
destaque desses princípios para um melhor entendimento de nossa matéria.
Destarte, é de suma importância nos situarmos na sustentabilidade
constitucional de nosso Processo Penal. Preconiza a doutrina mais atual e
democrática que nosso processo penal é regido pelo Sistema Acusatório, que
seria na verdade um conjunto de princípios, regras, garantias e dogmas
constitucionais que podem ser assim resumidos:
.Processo de Partes, Acusação e Defesa bem definidos;
.Imparcialidade do Juiz;
.Publicidade;
.Contraditório;
.Presunção de Inocência;
.Princípio Acusatório, ou seja, juiz eqüidistante da persecução penal;
.Liberdade do Acusado;
.Prova produzida pelas partes;
.Oralidade.

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2. Estrutura Analítica do Crime


Para facilitar nosso entendimento processual evidente que a análise do aspecto
material se faz presente e importante. No intuito de facilitar nosso estudo acerca de
diversos temas que envolvem ambas as ciências foi elaborado o quadro analítico
abaixo, trazendo ao leitor o conceito tripartida do crime.
TÍPICO ILÍCITO CULPÁVEL Punibilidade
Tipo é o conjunto dos Ilícito é o Culpabilidade é a Depois de verificada a
elementos do fato comportamento censurabilidade, a tipicidade, a ilicitude e
punível descrito na lei humano contrário à reprovabilidade social. a culpabilidade há o
penal; é a descrição ordem jurídica que Para ser culpável crime e este, portanto,
concreta da conduta lesa ou expõe a perigo deve haver: deve ser punido.
proibida. bens jurídicos imputabilidade, que Punibilidade é a
Tipicidade é a tutelados. é a condição de possibilidade jurídica
conformidade do fato Ilicitude é a relação maturidade; de o Estado impor a
praticado pelo agente de antagonismo que potencial sanção ao autor do
com a moldura se estabelece entre a consciência da delito.
descrita na lei penal. conduta humana ilicitude, que é a Causas de Extinção
Para o fato ser típico voluntária e o possibilidade do da Punibilidade:
deve compreender: ordenamento jurídico. agente saber que a morte do agente,
Dolo ou culpa – Causas excludentes conduta é ilícita e anistia, graça, indulto,
resultado – nexo de Ilicitude: estado exigibilidade de abolitio criminis,
causal – tipicidade. de necessidade – conduta diversa. decadência,
Dolo é a consciência e legítima defesa – As excludentes de prescrição,
vontade de realização estrito cumprimento culpabilidade são: perempção, renúncia,
da conduta no tipo. do dever legal – doença mental, perdão do ofendido,
Culpa é a exercício regular do menoridade, retratação do agente,
inobservância do dever direito – embriaguez, erro de perdão judicial.
objetivo de cuidado consentimento do proibição, coação
(imprudência ofendido moral irresistível e
negligência-imperícia obediência hierárquica.
Elementares são
imprescindíveis para a Quando o agente não IMPUTABILIDADE
configuração do tipo e atua em: estado de +
as circunstâncias são necessidade, legítima POTENCIAL
dados. defesa, estrito CONSCIÊNCIA DA
cumprimento do dever ILICITUDE
CONDUTA (ação ou legal, exercício regular +
comportamento do direito e EXIGIBILIDADE DE
humano) – Finalismo: consentimento do CONDUTA DIVERSA
dirigida à consecução ofendido. =
de um fim. Se este for = FATO CULPÁVEL
lícito, gerará culpa; ao FATO ILÍCITO
revés, sendo fim OBS: 3 sentidos da
ilícito, haverá dolo. culpabilidade 
+ a) Elemento
RESULTADO integrante do
+ tipo
NEXO DE b) Como medidor
CAUSALIDADE de pena
+ c) Como
TIPICIDADE (formal impedimento
e/ou conglobante) para resp. obj.
=
FATO TÍPICO

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3. Persecução Criminal

Persecução Criminal é todo aquele caminho trilhado pelo Estado a fim de


se apurar a autoria de um crime e a materialidade do mesmo para que ao final
seja prolatada uma decisão penal justa. Dividida em 2 fases.
1ª Fase 2ª Fase
Preliminar – Investigação Processual – Ação Penal
Inquérito Policial, CPI

4. Inquérito Policial

Conceito: Conjunto de diligências presidido por autoridade policial com o


intuito de investigar para se obter informações referentes aos indícios de
autoria e materialidade do crime.
Formas de Abertura (art. 5º CPP): De ofício pelo delegado de polícia, a
requerimento do ofendido, mediante requisição do Ministério Público.
Vale observar que esta abertura de Inquérito Policial, de ofício, pelo
delegado, só acontece nos casos de ação penal pública, tema este que
veremos na seqüência. Justifica-se essa observação, pois se o crime for de
ação penal pública condicionada à representação ou crime de ação penal
privada, a autoridade policial para iniciar as investigações precisa respeitar
determinadas condições prévias, tais como a representação do ofendido ou a
anuência da vítima.
Já o requerimento do ofendido é chamado de notícia crime, que nada
mais é que um pedido de abertura de inquérito policial, que pode ou não ser
atendido pela autoridade policial. Em caso de negatória do delegado, o
ofendido pode recorrer administrativamente (art. 5º §2º CPP) ou entregar
diretamente a notícia crime ao membro do parquet.

Características:
a) Oficial (art. 4º CPP): presidência do Delegado de Polícia.
b) Escrito (art. 9º CPP)
c) Discricionário (art. 6º, 7º e 14 CPP): a autoridade policial não segue
um rito pré-ordenado durante a investigação. Não se aplica,
portanto, o princípio do devido processo legal (art. 5º LIV CF). Vale
lembrar que uma das possibilidades que o delegado tem durante as
investigações é de ordenar a identificação do indiciado pelo processo
datiloscópico, todavia devem ser respeitadas algumas formalidades,
agora numa recente lei, a 12.037/09.
d) Sigiloso (art. 20 CPP): apesar da permanência desta característica, é
inegável que hoje ela perde sua força tendo em vista a publicidade
constitucional (art. 5º LX), o Estatuto da OAB que permite acesso do
advogado a qualquer inquérito policial (art. 7º XIII_XV 8.906/94) e a
recente Súmula Vinculante 14 reproduzida a seguir:

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É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE


DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO
AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ
DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO
INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO
COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.

Voltando às características:

e) Inquisitório: Significa a não aplicabilidade de princípios


constitucionais sensíveis, tais como o da ampla defesa e do
contraditório (art. 5º inc. LV CF).

Prazo (Art. 10 CPP): 10 dias indiciado preso, 30 dias indiciado solto. Vale
lembrar que este termo “indiciado” é o mais técnico para àqueles que são
investigados preliminarmente. Já “acusado” é àquele que responde
processualmente.
Encerramento do Inquérito Policial: O delegado de polícia, ao encerrar as
investigações, não poderá arquivar o inquérito policial (art. 17 CPP). Deverá
elaborar um relatório (art. 10§1º CPP) e enviá-lo ao titular da ação penal
pública (Ministério Público) quando se tratar de crimes dessa titularidade e
para o juízo competente, nos demais casos, ou seja, nos casos de
investigações preliminares acerca de crimes de ação penal privada (art. 19
CPP).
Na grande maioria, ou seja, crimes de ação penal pública, o promotor de
justiça quando recebe o inquérito policial poderá adotar 3(três) medidas. Em
primeiro lugar sendo verificados os indícios de autoria e materialidade, ele
deverá propor a denúncia (ação penal pública) conforme art. 24 CPP. Por outro
lado, poderá ainda requisitar novas diligências se assim entender conveniente
(art. 16 CPP). Concluindo, pode ainda o órgão ministerial opinar pelo
arquivamento (art. 28 CPP).
Arquivamento significa encerramento das investigações. Essa postura
pode acontecer quando o membro do parquet entende que não tem subsídios
para a propositura da ação penal. O juiz é chamado para fiscalizar a atuação
ministerial e pode ou não homologar seu pedido. Não homologando este
pedido, o Procurador Geral de Justiça é chamado para resolver o impasse.
Pode adotar assim a postura de propositura da ação penal ou confirmar o
arquivamento, medida esta que será definitiva. Todo este procedimento poderá
ser analisado legalmente com a simples leitura do art. 28 CPP.

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5. Ação Penal

 . Pública  Incondicionada (100 CP – 24 CPP)

 Condicionada a) representação do ofendido


(100 §1º CP e 24 CPP)

b) requisição do Ministro da
Justiça (100§1º CP e 24 CPP)

 . Privada  Exclusiva (100 §2º CP e 30 CPP)

 Personalíssima (236 §único CP)

 Subsidiária da Pública (100 §3º CP e 29-46


CPP)

As ações penais são divididas em públicas (denúncia) por serem de


titularidade do órgão público, o Ministério Público. Por sua vez, as ações penais
privadas são chamadas de queixas-crime e a titularidade é do ofendido, do
particular.

Prazo:
Pública  5 dias réu preso, 15 dias réu solto (art. 46 CPP).
Privada  6 meses a contar do conhecimento da autoria (art. 38 CPP).

Princípios:
Ação Penal Pública: Oficialidade (órgão do Ministério Público que propõe
a ação – 129 I CF), Obrigatoriedade (com o conhecimento da autoria e da
materialidade - art. 24 CPP), Indivisibilidade (característica da obrigatoriedade,
o denunciante deverá propor a ação penal contra todos os eventuais autores
de um delito) e Indisponibilidade (impossibilidade de desistência da ação penal
– art. 42 CPP).
Ação Penal Privada: Oportunidade (escolha, discricionariedade na
propositura ou não da ação penal – art. 30 CPP, podendo ocorrer à renúncia –
art. 49 CPP), Disponibilidade (possibilidade de desistência da ação penal
através do perdão, art. 51 CPP, e da perempção, art. 60 CPP), Indivisibilidade
(a escolha não é contra quem, portanto escolhida a via jurisdicional, a ação
penal deve ser proposta contra todos – art. 48 CPP).

Condições da Ação Penal: Atualmente nos valemos da teoria geral do


processo, portanto, as condições da ação são legitimidade ad causam,
possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir. Entretanto, como forma de
se proteger o cidadão, é necessário o preenchimento de mais uma condição da
ação, que agora está positivada no CPP, a justa causa (art. 395 III CPP).
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Poderíamos defini-la, como o conjunto informativo mínimo que dá ensejo à


propositura da ação penal.

Requisitos da Ação Penal: (art. 41 CPP)


. exposição do fato criminoso;
. qualificação do acusado ou sinais característicos;
. tipificação da conduta criminosa;
. rol de testemunhas e;
. procuração com poderes especiais (para ações penais privadas).

Modalidades de Ação Penal Pública:

a) Incondicionada: no silêncio da lei penal que define crimes, o Ministério


Público tem o dever de propor a ação, não precisando respeitar requisito
algum.
b) Condicionada à Representação: a representação (art. 39 CPP) é uma
condição de procedibilidade. Para ajuizamento da ação penal, o MP deverá
respeitar este requisito prévio, que nada mais é que uma manifestação de
vontade. O legislador informará o operador do direito neste sentido.
Exemplificando, o crime de ameaça do art. 147 CP.
Pela possibilidade de retratação da representação, importante a leitura
do art. 25 CPP, que a permite até o momento de oferecimento da ação penal.
c) Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça: casos genéricos de
ofensa à soberania nacional (art. 145 §único CP).

Modalidades de Ação Penal Privada:

a) Propriamente Dita: O legislador deverá informar em sua


letra pura da lei que determinado crime somente se
procede mediante queixa. Vejamos os crimes contra a
honra em suas modalidades clássicas do caput dos artigos
138, 139 e 140 do CP.
b) Personalíssima: não cabe substituição processual (art. 31
CPP), podendo somente ser ajuizada pelo ofendido.
Exemplo único em nossa legislação no art. 236 §único do
CP – Induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento no momento do casamento.
c) Subsidiária da Pública: Também chamada de queixa
supletiva, queixa substitutiva ou queixa subsidiária, esta
ação se traduz em uma garantia constitucional (art. 5º LIX
CF) e ocorre quando o Ministério Público não intenta a
denúncia no prazo estabelecido pelo art. 46 CPP. Esta é a
regra disposta no art. 29 CPP.
STÃO 62

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6. Competência

Tema de extrema complexidade que pode ser, didaticamente,


simplificada com a estipulação de uma nova ordem dos incisos do art 69 do
CPP.

Ordem Artigo Competência Objetivo Característica


em razão
1º Art. 69 Conexão ou Reunião Regra Geral em
V Continência processual nome da economia
nos casos de processual e
concursos de segurança jurídica
agentes e de
crimes
2º Art. 69 Prerrogativa de Foro Constitucional,
inc. Função Privilegiado Absoluta, Especial
VII
3º Art. 69 Natureza da Justiça Constitucional,
inc. III Infração Especializada Absoluta, Geral
4º Art. 69 Local Justiça Infraconstitucional,
inc I-II Comum Relativa, Geral
5º Art. 69 Distribuição e Residuais Residuais
inc IV, Prevenção
VI

Em primeiro lugar, devemos nos preocupar com a reunião processual


nos casos de concursos de agentes e concursos de crimes. Lembrando de
ensinamentos de Direito Penal relativos à teoria do domínio final do fato e dos
concursos materiais, formais e crimes continuados. Esta primeira regra se faz
presente tendo em vista a economia processual e a segurança jurídica
principalmente em razão de ser mais seguro o surgimento de uma sentença
penal una.
Em seguida, a preocupação gira em torno da prerrogativa de função,
competência esta constitucional que pode gerar deslocamento do feito tendo
em vista o foro privilegiado. É de suma importância destacarmos que a
competência em “razão da pessoa” vislumbrada doutrinariamente é em relação
ao cargo exercido. Vale lembrar que foram declarados inconstitucionais os
parágrafos 1º e 2º do art. 84 CPP. Sobre o tema, recente lei 12.019/09.
Após a análise quanto ao agente que cometeu o delito, nossa
preocupação é voltada à natureza do crime. Teríamos competências em razão
da natureza da infração em nossa Constituição? Vejamos:
.Art. 5º inc. XXXVIII – crimes dolosos contra a vida – Tribunal do Júri;
.Art 109 CF – crimes “federais” – Justiça Federal;

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.Art 98 I CF – crimes de menor potencial ofensivo (art. 61 lei 9.099/95)


– Juizado Especial Criminal (lei 9.099/95);
.Art 118 CF – crimes eleitorais – Justiça Eleitoral;
.Art 122 CF – crimes militares – Justiça Militar;

Finalizando e otimizando nosso estudo de competência, estaríamos


agora diante do enfrentamento em relação à competência em razão do local.
Competência infraconstitucional relativa, que poderá ser alterada tendo em
vista a preponderância dos mandamentos constitucionais.
Neste instante vale a abordagem da Súmula 704 do STF:

NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ


NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO
POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO DO
PROCESSO DO CO-RÉU AO FORO POR
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE UM DOS
DENUNCIADOS.

Esta súmula aplicar-se-á quando tivermos eventual concurso de crimes


envolvendo detentores de prerrogativa de função. Com base nesta regra, o
processo do mensalão se encontra no STF, pois alguns dos acusados, por
ostentarem a condição de Deputado Federal, atraem os demais que não
possuem originariamente competência na mais alta corte do país.
UESTÃO

7. Prova

A doutrina mais moderna de processo penal conceitua prova como sendo


tudo aquilo que tem por objetivo tentar demonstrar a exatidão dos fatos sobre
o crivo do contraditório. Perfeita a definição, ocasionando assim, uma
impossibilidade de utilização desse termo durante as investigações
preliminares inquisitórias, onde não se permite reagir de algo produzido
naquele instante.
Sobre o tema, corriqueiro em exame de ordem, importante o candidato
ficar atento às inúmeras novidades surgidas desde 2003, com a lei 10.792 e
com a mais recente 11.690/08, esta fazendo parte da recente reforma
processual penal.

Princípios da Prova:
a) Princípio do Livre Convencimento ou da Persuasão Racional ou
do Livre Convencimento Motivado (art. 155 CPP c/c Exposição
de Motivos CPP VII)  Ordena uma livre e fundamentada
apreciação da prova, não podendo o magistrado entender que
uma prova seria mais importante do que outra. Impede,
portanto, o princípio autoritário da prova legal ou tarifada.

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b) Princípio do Ônus da Prova (art. 156 CPP)  A prova da


alegação incumbirá a quem a fizer. Notemos que o art. 156 2ª
parte permite que o juiz facultativamente possa perquirir
provas. Essa 2ª parte não é vista muito bem por grande parte
da doutrina que defende o princípio acusatório, onde o juiz
deve-se manter imparcial e eqüidistante da colheita de provas.

Meios de Prova:
O rol a partir do art. 158 CPP não é taxativo. Temos dois meios de prova
bastante conhecidos e quem não no CPP: a delação premiada e o retrato
falado, o desenho elaborado por profissional habilitado. Tecemos algumas
considerações acerca do tema.

Exame de Corpo de Delito (art. 158 CPP):


Corpo de Delito são os vestígios que os crimes materiais deixam. É
aquele lastro deixado que precisa ser analisado pelo perito. Atualmente exige-
se apenas 1 perito (alteração da lei 11.690/08) e na ausência deste, 2
pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior (art. 159 CPP).
O exame de corpo de delito realizado pelo perito ou por duas pessoas
diplomadas chama-se, doutrinariamente, de exame de corpo de delito direto.
Características:
Oficial  realizado pela perícia;
Imprescindível  para se provar a materialidade de um crime, exige-se
o exame. Na falta, podemos aplicar o art. 167, que traz o exame de corpo de
delito indireto.
Urgente  quanto mais rápido a realização do exame, mais fácil será a
elaboração do laudo pericial.
Irrepetível, em regra  tendo em vista a urgência, geralmente o laudo
pericial é feito durante a investigação preliminar. Assim, no momento
processual, ao exercer o contraditório, o acusado se manifesta em relação a
algo pretérito, algo que fora formado no passado e por sua natureza não
poderá ser repetido. Assim a doutrina chama esse contraditório de diferido,
postergado ou retardado.
Mais uma novidade da reforma foi a possibilidade de assistente técnico
no processo penal (art. 159§3º e 4º CPP).

Interrogatório (art. 185 CPP):


Natureza de Meio de Prova e Meio de Defesa. Momento mais importante
para o exercício da autodefesa por parte do acusado. Imprescindível a
presença do defensor (art. 185 CPP).
O interrogatório sofreu sensíveis alterações em 2003 com a lei 10.792 e
em 2009 foi criado o interrogatório por videoconferência com base na lei
11.900.
Art. 185 §2º - Interrogatório por videoconferência;
Quando caberá?

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Excepcionalmente nos seguintes casos  prevenir risco à segurança


pública, suspeita que o preso integre organização criminosa; possa fugir
durante o deslocamento; para viabilizar a participação do réu quando haja
dificuldade; impedir a influência do réu no ânimo do réu e da testemunha ou
da vítima e responder gravíssima questão de ordem pública.
Art. 186 CPP – direito ao silêncio;
Art. 185 §5º - entrevista prévia antes do interrogatório;
Art. 187 CPP – Interrogatório de Qualificação e de Mérito;
Art. 188 CPP – esclarecimentos posteriores após a realização do
interrogatório presidido pelo magistrado.
Art. 196 CPP – novo interrogatório

Do Ofendido (art. 201 CPP):


A vitimologia, incansável ciência lutadora, consegue na reforma dar um
destaque ao papel da vítima no processo penal. As principais alterações são:
 primeira pessoa a ser ouvida na audiência (art. 400 CPP);
 comunicação de todos os atos (art. 201 §2º CPP);
 atendimento multidisciplinar (art. 201 §5º CPP);
 receber em sentença criminal indenização à título de reparação de
dano moral e material (art. 63§único c/c 387 IV CPP).

Das Testemunhas (art. 202 CPP):


Principal novidade em relação a esse meio de prova, que traduz a
possibilidade do cidadão brasileiro contribuir com a justiça informando a
verdade é a possibilidade de perguntas diretas pelas partes (art. 212 CPP –
redação determinada pela lei 11.690/08).
Ainda temos a possibilidade de testemunha ser inquirida por
videoconferência (art. 217 CPP).
As proibições e impedimentos em relação às testemunhas estão
dispostos nos arts. 206 e 207.
Observando ainda que a testemunha que descumpre com um chamado
judicial comete o crime de desobediência (art. 330 CP) e se por acaso mente
em juízo comete o crime de falso testemunho (art. 342 CPP).

Confissão (art. 197 CPP) – Reconhecimento de Pessoas (art. 226 CPP) –


Acareação (art. 229 CPP) – Documentos (art. 231 CPP) e Indícios (art. 239
CPP)
São outros meios de prova sem necessidade de maiores
esclarecimentos, senão a pura leitura de seus referidos artigos.

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8. Procedimento Ordinário

O procedimento ordinário, mais genérico e abrangente, sofreu inúmeras


alterações com a recente reforma processual de 2008. A lei 11.719/08
começa inovando trazendo uma certeza legal em relação à escolha dos
procedimentos, senão vejamos com a análise do art. 394 §1º CPP.
Penas Máximas Abstratas acima de 4 anos  Procedimento Ordinário;
Penas Máximas Abstratas abaixo de 4 anos  Procedimento Sumário;
Crimes de Menor Potencial Ofensivo  Procedimento Sumaríssimo.
Assim sendo procedimento ordinário, o procedimento se inicia com:
1) propositura da ação – obrigatoriedade em cumprimento dos
requisitos do art. 41 e 44 do CPP;
2) recebimento da ação e citação do acusado – o que ocasiona o
recebimento de uma ação penal é o preenchimento das
condições da ação (art. 395 CPP). Com o recebimento, em
regra, o juiz mandará o oficial de justiça citar pessoalmente o
acusado para responder a acusação e tomar conhecimento da
amplitude da acusação. Caso o réu se oculta para não ser
citado, este será citado por hora certa (art. 362 CPP). Trata-se
de uma novidade da lei 11.719/08. Ainda permanece a citação
por edital nos casos do art. 363§1º CPP.
3) Com a citação realizada, segundo o novo artigo 363 CPP, o
processo terá completada sua formação.
4) Em 10 dias o acusado deverá apresentar a resposta do
acusado, também chamada de resposta preliminar ou defesa
prévia. Peça importantíssima, de apresentação obrigatória,
onde o acusado deverá colocar tudo quer for interessante para
sua defesa.
5) Possibilidade de Absolvição Sumária (art. 397 CPP).
Excludentes, atipicidade, dentre outras causas, geram a
absolvição sumária.
6) Marcação da Audiência de Instrução e Julgamento em 60 dias
(art. 400 CPP). Rege esta audiência o princípio da concentração
dos atos instrutórios. A intenção da reforma é condensar todos
os atos de instrução numa só audiência (ofendido +
testemunhas de acusação(8) + testemunhas de defesa(8) +
perito + acareações + reconhecimento de pessoas +
interrogatório). Destacamos a posição do interrogatório agora
no final da instrução, gerando assim uma maior possibilidade
de exercício do princípio constitucional da ampla defesa.
7) Neste momento duas possibilidades podem acontecer. 1ª: não
havendo necessidade alguma de diligência ou sendo
indeferidas, serão abertas as alegações orais por 20min
prorrogável por mais 10min, primeiro a acusação, depois a
defesa (art. 403 CPP). Entretanto, 2ª possibilidade: se o fato
for complexo, muitos acusados ou sendo caso de procederem

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com algumas diligências, o juiz encerra a audiência. Após a


realização das diligências, o magistrado abre vista à acusação
para apresentar em 5 dias Alegações Finais Escritas por
Memoriais. Após, vista a defesa para também em 5 dias
apresentar suas Alegações Finais Escritas por Memoriais (art.
403§3º CPP).
8) Sentença (art. 381 CPP): será prolatada em audiência se as
alegações finais forem orais (regra – art. 403 CPP) ou após 10
dias no caso das alegações finais escritas por memoriais (art.
404 §único CPP).

Em relação às diferenças com o procedimento sumário, poderíamos


destacar 3(três): Número de Testemunhas, que no sumário são 5(cinco – art.
532 CPP) ao invés de 8(oito) do ordinário. No procedimento ordinário deve-se
marcar a audiência em 60 dias. No sumário em 30 dias (art. 531 CPP). E no
sumário só temos possibilidade de alegações finais orais (art. 534 CPP),
enquanto que no ordinário temos a regra na oralidade e a exceção a escrita.
Segue abaixo quadro sistemático do novo procedimento ordinário para
um estudo esquematizado.

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PROCEDIMENTO ORDINÁRIO - 394§1º I CPP


Crimes cuja pena máxima for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade

Oferecimento da Ação Recebimento da Ação (art. 396 c/ 399 CPP) Resposta do Acusado
Penal – Denúncia ou Queixa  + Citação (art. 396 c/c 351 CPP)  ou
(Arts. 41-44 c/c 396 CPP) *casos de rejeição da ação (art. 395 CPP) Defesa Prévia
Citação Pessoal (art. 351CPP) 10 dias
Citação Por Hora Certa (art. 362 CPP)
Citação Por Edital (art. 363 §1º CPP) (Art. 396-A CPP)

 Absolvição Sumária  Audiência de Instrução .Ofendido (art. 201 CPP)


(art. 397 CPP) e Julgamento em 60 dias .Testemunhas de Acusação (202 CPP)
(art. 400 CPP) .Testemunhas de Defesa (202 CPP)
.Perito (art. 400§2º CPP)
.Acareação (art. 229 CPP)
.Reconhecimento de Pessoas (art. 226 CPP)
.Interrogatório (art. 185 CPP)

 Sem Diligências (art. 402 c/c 403 CPP)  Alegações Finais Orais  Sentença
em 20min +10min (art. 403 CPP)
(art. 403 c/c 381 CPP)
 Com Diligências (art. 403§3º c/ 404 CPP)  Alegações Finais Escritas  Sentença
por memorial em 5 dias 10 dias
(art. 403 §3º 404 §ú CPP) (art. 404 §ú CPP)

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9. Prisão Cautelar

Tema este que precisamos estudar com alguns princípios e garantias


constitucionais nos orientando. Disposições específicas acerca da prisão a
partir do inciso LXI do art. 5º que, por sua importância, passamos a
transcrevê-lo:
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
O motivo da transcrição do presente artigo tem o intuito de alertar
também o leitor para a importância da constitucionalização progressiva que as
reformas pontuais de processo penal vem apresentando. Esta intenção não foi
diferente na recente reforma de 2011, das medidas cautelares, da lei 12.403.
Sobre o tema, indicamos o vídeo-gratuito no Youtube que gravamos
junto com o professor Gabriel Habib sobre o tema.
Sobre a terminologia “Cautelar”, esta é utilizada porque tem o objetivo
de assegurar o bom andamento da persecução criminal. Além disso, é anterior
ao trânsito em julgado e é considerada provisória. Vejamos considerações
importantes sobre as 4 modalidades de prisões cautelares.

PRISÃO EM PRISÃO PRISÃO PRISÃO


FLAGRANTE TEMPORÁRIA PREVENTIVA DOMICILIAR
Art. 301 CPP e Lei 7960/89 Art. 311 CPP Art. 317 CPP
seguintes
Particularidades:
1) Somente Requisitos (312
Modalidades: durante IP CPP):
2) Crimes do art.
1º inc III e
301 1ª Parte: Hediondos .garantia da
Facultativo (8.072/90) ordem pública Consiste no
301 2ª Parte: 3) Prazo Certo e .garantia da recolhimento
Obrigatório ou Determinado. ordem econômica do indiciado
Compulsório Art. 2º . assegurar a ou acusado
302 I-II: Próprio, 7.960/89 – 5 aplicação da lei em sua
Perfeito ou Real dias penal residência, só
302 III – Impróprio prorrogáveis .conveniência da podendo nela
ou Imperfeito por igual instrução criminal ausentar-se
302 IV – Presumido período ou Art. com
ou Ficto 2º §4º .indícios de autoria autorização
8.072/90 – 30 .materialidade do judicial.
dias fato
prorrogáveis
por igual *2 últimos
período obrigatórios
4) Mandado de conjugados com
Prisão serve os demais
como Nota de
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Culpa
5) Independe de
Alvará de
Soltura
Situações: Legitimados: Legitimados: Hipóteses:
Preparado (S. 145 Delegado de -Maior de 80
STF) - ilegal Delegado de Polícia Polícia Anos;
Forjado - ilegal Ministério Público Ministério Público -
Esperado - legal Querelante Extremamente
Retardado - legal Juiz de Ofício, debilitado por
durante a ação motivo de
penal somente doença grave;
Assistente -
Imprescindível
aos cuidados
especiais de
menor de 6
anos de idade
ou com
deficiência;
-Gestante a
partir do
7ºmês de
gravidez ou
sendo esta de
alto risco
Art. 304 – Recibo de Requisitos (art. 1º Art. 313: I -
Entrega inc lei 7.960/89): apenas
I+III ou II+III ou para crimes
I+II+III dolosos
com pena superior
a
4 anos.
Demais casos na
lei.
Art. 306 – Momentos (art.1º Momentos (art.
Obrigações do inc I lei 7.960/89): 311 CPP):
Delegado de Polícia
após a lavratura do Somente durante o Durante o
APF – Retrato Fiel Inquérito Policial Inquérito Policial e
dos incisos Ação Penal
LXII,LXIII,LXIV do
art. 5º CF

A prisão especial do art. 295 CPP não é modalidade de prisão cautelar e


sim modalidade de encarceramento. Determinadas pessoas podem ser
encarceradas em celas especiais. Esta modalidade só se aplica às prisões
cautelares.
Por falar em cautelar, o termo também demanda alguns sinônimos
espalhados pela doutrina: processual, pré-processual e prisão provisória.
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Com a reforma processual de 2008 que, cansativamente abordamos,


foram extintas duas modalidades de prisão cautelar: a prisão em decorrência
de sentença penal condenatória e prisão em decorrência de pronúncia.
Todavia, não significa dizer que foram impedidas prisões nestes dois
momentos processuais. Atualmente as prisões podem ser decretadas de forma
preventiva (arts. 387 §único e 413 §3º CPP). E mais, nestes dois momentos,
de pronúncia e de sentença penal condenatória recorrível exige-se a renovação
da fundamentação caso o acusado esteja respondendo já o processo preso.
Constitucionalmente, lembremos: a regra é a liberdade. O Código de
Processo Penal é uma carta de proteção aos inocentes, como diria doutrina
clássica.
Inclusive, um dos objetivos da lei 12.403/11 foi realçar ainda mais um
jargão que é muito ouvido na área acadêmica:

A regra é a liberdade, a exceção é a prisão.

Tal mudança enfrenta ainda muita resistência em nossa cultura latina


autoritária, todavia a mudança de cultura precisa existir. É vital, necessária. A
importância é tamanha que o legislador em seu art. 319 nos traz novas
medidas cautelares diversas da prisão. Senão vejamos:
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, quando necessário para informar
e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares quando,
por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga nos
crimes quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de
natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização
para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de
reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou
em caso de resistência injustificada a ordem judicial.
IX- monitoração eletrônica.
§ 1º REVOGADO
§ 2º REVOGADO
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§ 3º (Revogado).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.
Com a relevância do tema da lei 12.403/11, segue o quadro
comparativo com a integralidade da lei de forma comparativa com a legislação
anterior.

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Art. Redação Antiga Nova Redação


Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
282 Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
Art. 282. À exceção do flagrante delito, a prisão não aplicadas observando-se a:
poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a
casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a
autoridade competente. prática de infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado.
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação
criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
requerimento do Ministério Público.
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da
medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a
intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e
das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o
juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu
assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
parágrafo único).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-
la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for possível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).’
283 Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
Art. 283. A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
inviolabilidade do domicílio. da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão
preventiva.
§ § 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à
infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada
pena privativa de liberdade.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

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Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
289 Art. 289. Quando o réu estiver no território nacional, Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da
em lugar estranho ao da jurisdição, será deprecada a jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo
sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor constar da precatória o inteiro teor do mandado.
do mandado. § 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer
meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem
como o valor da fiança ser arbitrada.
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções
necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida."
289-A Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do
mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho
Nacional de Justiça para essa finalidade.
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda
que fora da competência territorial do juiz que o expediu.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda
que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as
precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e
comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em
seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de
cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do
registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a
decretou.
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso
LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe
o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da
pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o
disposto no § 2º do art. 290 deste Código.
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do
mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.
298 Art. 298. Se a autoridade tiver conhecimento de que o REVOGADO
réu se acha em território estranho ao da sua jurisdição,
poderá, por via postal ou telegráfica, requisitar a sua
captura, declarando o motivo da prisão e, se afiançável a

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Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
infração, o valor da fiança.
299
Art. 299. Se a infração for inafiançável, a captura Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado
poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade,
via telefônica, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a averiguar a autenticidade desta."
autenticidade desta.
300 Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das
Art. 300. Sempre que possível, as pessoas presas que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de
provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem execução penal.
definitivamente condenadas. Parágrafo Único. O militar preso em flagrante delito, após a
lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da
instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das
autoridades competentes.
306 Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
competente e à família do preso ou a pessoa por ele serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério
indicada. (Redação dada pela Lei nº 11.449, de 2007). Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão,
prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e,
prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral
colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu para a Defensoria Pública.
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a
(Redação dada pela Lei nº 11.449, de 2007). nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante nome do condutor e os das testemunhas.
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
motivo da prisão, o nome do condutor e o das
testemunhas. (Incluído pela Lei nº 11.449, de 2007).

310 Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá


Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em fundamentadamente:
flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do I - relaxar a prisão ilegal; ou
art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes
ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
provisória, mediante termo de comparecimento a todos inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
os atos do processo, sob pena de revogação. prisão; ou
Parágrafo único. Igual procedimento será adotado III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,
a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a
a prisão preventiva (arts. 311 e 312). (Incluído pela Lei III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
nº 6.416, de 24.5.1977) 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a
todos os atos processuais, sob pena de revogação.
311 Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo
instrução criminal, caberá a prisão preventiva decretada penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do
ou do querelante, ou mediante representação da querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de policial.
3.11.1967)
312 Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
por conveniência da instrução criminal, ou para prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada
da existência do crime e indício suficiente de autoria. em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por
(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).
313 Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no máxima superior a 4 (quatro) anos;
artigo anterior, será admitida a decretação da prisão II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
preventiva nos crimes dolosos: (Redação dada pela Lei transitada em julgado,ressalvado o disposto no inciso I do caput do
nº 6.416, de 24.5.1977) art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
I - punidos com reclusão; (Redação dada pela Lei Penal;
nº 6.416, de 24.5.1977) III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
II - punidos com detenção, quando se apurar que o mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
identidade, não fornecer ou não indicar elementos para urgência;
esclarecê-la; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de IV – REVOGADO
24.5.1977) Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal. colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se
(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) outra hipótese recomendar a manutenção da medida."

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Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
IV - se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos da lei específica,
para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

314 Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o


Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
19, ns. I, II ou III do Código Penal. (Redação dada pela Penal.
Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
315 Art. 315. O despacho que decretar ou denegar a prisão Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre fundamentado. (Redação dada preventiva será sempre motivada.
pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
317 Art. 317. A apresentação espontânea do acusado à Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou
autoridade não impedirá a decretação da prisão acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com
preventiva nos casos em que a lei a autoriza. autorização judicial.
318 Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar
quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
Art. 318. Em relação àquele que se tiver apresentado III - imprescindível aos cuidados especiais de menor de 6 (seis) anos
espontaneamente à prisão, confessando crime de autoria de idade, ou com deficiência;
ignorada ou imputada a outrem, não terá efeito IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta
suspensivo a apelação interposta da sentença de alto risco.
absolutória, ainda nos casos em que este Código Ihe Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos
atribuir tal efeito. requisitos estabelecidos neste artigo.
319 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, quando necessário para
informar e justificar atividades;
Art. 319. A prisão administrativa terá cabimento: II - proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares quando,
I - contra remissos ou omissos em entrar para os por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
cofres públicos com os dinheiros a seu cargo, a fim de permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
compeli-los a que o façam; infrações;
II - contra estrangeiro desertor de navio de guerra III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando,
ou mercante, surto em porto nacional; por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
III - nos demais casos previstos em lei. dela permanecer distante;

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Dec.Lei 3689/41 (CPP) Lei 12.403/01
§ 1o A prisão administrativa será requisitada à IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
autoridade policial nos casos dos ns. I e III, pela conveniente para a investigação ou instrução;
autoridade que a tiver decretado e, no caso do no II, V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga nos
pelo cônsul do país a que pertença o navio. crimes quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho
§ 2o A prisão dos desertores não poderá durar fixos;
mais de três meses e será comunicada aos cônsules. VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de
§ 3o Os que forem presos à requisição de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua
autoridade administrativa ficarão à sua disposição. utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada a ordem judicial.
IX- monitoração eletrônica.
§ 1º REVOGADO
§ 2º REVOGADO
§ 3º (Revogado).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo
VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares.
320 Art. 320. A proibição de ausentar-se do país será comunicada pelo
Art. 320. A prisão decretada na jurisdição cível será juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território
executada pela autoridade policial a quem forem nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o
remetidos os respectivos mandados. passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
321 Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o
réu livrar-se-á solto, independentemente de fiança: Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da
I - no caso de infração, a que não for, isolada, prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória,
cumulativa ou alternativamente, cominada pena impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
privativa de liberdade; deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste
II - quando o máximo da pena privativa de Código.
liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente I- REVOGADO
cominada, não exceder a três meses. II- REVOGADO

322 Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja

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fiança nos casos de infração punida com detenção ou superior a 4 (quatro) anos.
prisão simples.(Redação dada pela Lei nº 6.416, de Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
24.5.1977) que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
323 Art. 323. Não será concedida fiança:
I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena
mínima cominada for superior a 2 (dois) anos; (Redação
dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Art. 323. Não será concedido fiança:
II - nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da I – nos crimes de racismo;
Lei das Contravenções Penais; (Redação dada pela Lei nº II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
6.416, de 24.5.1977) afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa da III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares,
liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.’(NR)
crime doloso, em sentença transitada em julgado; IV – REVOGADO
(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) V – REVOGADO
IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de
ser o réu vadio;
V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem
clamor público ou que tenham sido cometidos com
violência contra a pessoa ou grave ameaça. (Incluído
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

324 Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:


I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
fiança anteriormente concedida ou infringido, sem Art. 324. Não será, igualmente, concedido fiança:
motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança
art. 350; anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer
II - em caso de prisão por mandado do juiz do das obrigações a que se referem os art. 327 e 328 deste Código;
cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar; II – em caso de prisão civil ou militar;
III - ao que estiver no gozo de suspensão III – REVOGADO;
condicional da pena ou de livramento condicional, salvo IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da
se processado por crime culposo ou contravenção que prisão preventiva (art.312).
admita fiança;
IV - quando presentes os motivos que autorizam a
decretação da prisão preventiva (art. 312). (Incluído
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
325 Ficam revogados o § 2º e seus incisos I, II e III do
art. 325

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Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a
que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada conceder nos seguintes limites:
pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989) I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de
a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for
referência, quando se tratar de infração punida, no grau superior a 4 (dois) anos;
máximo, com pena privativa da liberdade, até 2 (dois) II – de 10 (cinco) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o
anos; (Incluída pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989) máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4
b) de 5 (cinco) a 20 (vinte) salários mínimos de (quatro) anos;
referência, quando se tratar de infração punida com § 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança
pena privativa da liberdade, no grau máximo, até 4 poderá ser:
(quatro) anos; (Incluída pela Lei nº 7.780, de I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
22.6.1989) II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
c) de 20 (vinte) a 100 (cem) salários mínimos de III - aumentada pelo juiz até 1000 (mil) vezes.
referência, quando o máximo da pena cominada for § 2º REVOGADO:
superior a 4 (quatro) anos. (Incluída pela Lei nº 7.780, I – REVOGADO;
de 22.6.1989) II – REVOGADO;
§ 1o Se assim o recomendar a situação econômica III - REVOGADO.
do réu, a fiança poderá ser: (Incluído pela Lei nº 8.035,
de 27.4.1990)
I - reduzida até o máximo de dois terços; (Incluído
pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
II - aumentada, pelo juiz, até o décuplo. (Incluído
pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
§ 2o Nos casos de prisão em flagrante pela prática
de crime contra a economia popular ou de crime de
sonegação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e
parágrafo único deste Código, devendo ser observados
os seguintes procedimentos: (Incluído pela Lei nº 8.035,
de 27.4.1990)
I - a liberdade provisória somente poderá ser
concedida mediante fiança, por decisão do juiz
competente e após a lavratura do auto de prisão em
flagrante; (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
Il - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a
conceder, nos limites de dez mil a cem mil vezes o valor
do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, da data da prática

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do crime; (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
III - se assim o recomendar a situação econômica
do réu, o limite mínimo ou máximo do valor da fiança
poderá ser reduzido em até nove décimos ou aumentado
até o décuplo. (Incluído pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)

334 Art. 334. A fiança poderá ser prestada em qualquer Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em
termo do processo, enquanto não transitar em julgado a julgado a sentença condenatória.
sentença condenatória.
335 Art. 335. Recusando ou demorando a autoridade Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão
policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante
ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48
o juiz competente, que decidirá, depois de ouvida aquela (quarenta e oito) horas.
autoridade.
336 Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao
pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança pecuniária e da multa, se o réu for condenado.
ficarão sujeitos ao pagamento das custas, da Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da
indenização do dano e da multa, se o réu for condenado. prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no Penal).
caso da prescrição depois da sentença condenatória
(Código Penal, art. 110 e seu parágrafo).
337 Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado
passar em julgado a sentença que houver absolvido o sentença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação
réu ou declarado extinta a ação penal, o valor que a penal, o valor que a constituir, atualizado,
constituir será restituído sem desconto, salvo o disposto será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do
no parágrafo do artigo anterior. art. 336 deste Código.
341 Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o réu, I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de
legalmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;
comparecer, sem provar, incontinenti, motivo justo, ou II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do
quando, na vigência da fiança, praticar outra infração processo;
penal. III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a
fiança;
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial.
V- praticar nova infração penal dolosa.
343 Art. 343. O quebramento da fiança importará a perda Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda

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de metade do seu valor e a obrigação, por parte do réu, de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de
de recolher-se à prisão, prosseguindo-se, entretanto, à outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
sua revelia, no processo e julgamento, enquanto não for preventiva.
preso.
344 Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se,
da fiança, se, condenado, o réu não se apresentar à condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento
prisão. da pena definitivamente imposta.
345 Art. 345. No caso de perda da fiança, depois de Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as
deduzidas as custas e mais encargos a que o réu estiver custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será
obrigado, o saldo será recolhido ao Tesouro Nacional. recolhido a fundo penitenciário, na forma da lei.
346 Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções
deduções previstas no artigo anterior, o saldo será, até previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido a
metade do valor da fiança, recolhido ao Tesouro Federal. fundo penitenciário, na forma da lei.
350 Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a
situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328
verificando ser impossível ao réu prestá-la, por motivo deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
de pobreza, poderá conceder-lhe a liberdade provisória, Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo,
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto
328. Se o réu infringir, sem motivo justo, qualquer no § 4º do art. 282 deste Código.
dessas obrigações ou praticar outra infração penal, será
revogado o benefício.
393 Art. 393. São efeitos da sentença condenatória REVOGADO
recorrível:
I - ser o réu preso ou conservado na prisão, assim nas
infrações inafiançáveis, como nas afiançáveis enquanto
não prestar fiança;
II - ser o nome do réu lançado no rol dos culpados.

439 Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado


constituirá serviço público relevante, estabelecerá Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço
presunção de idoneidade moral e assegurará prisão público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral
especial, em caso de crime comum, até o julgamento
definitivo
594 REVOGADO REVOGADO
595 Art. 595. Se o réu condenado fugir depois de haver REVOGADO
apelado, será declarada deserta a apelação

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Vistas as formas que o Estado tem de retirar do cidadão sua liberdade,


através das prisões cautelares, finalizando o presente capítulo, enfrentemos as
chamadas contracautelas, ou seja, formas e medidas processuais para se
readquirir o status a quo. O que o então preso pode fazer para retomar sua
liberdade. Vejamos:

Modalidade Preso Solto Contracautela


Prisão em A legalidade Alvará de
Flagrante da prisão é Soltura Liberdade
aferida 24 expedido pelo Provisória
depois pelo magistrado (art. 310 – 321
magistrado CPP)
Prisão Mandado de Independe do Liberdade com
Temporária Prisão Alvará de o esgotamento
expedido pelo Soltura do prazo. Sem
Magistrado contracautela
específica
Prisão Mandado de Alvará de Revogação da
Preventiva Prisão Soltura Prisão
expedido pelo expedido pelo Preventiva
Magistrado magistrado (art. 316 CPP)
Prisão Ilegal Relaxamento
de Prisão (art.
5º LXV CF)

Vale observar que ao tratarmos as contracautelas, o teor destas


medidas não enfrenta o mérito dos fatos. São medidas céleres que enfrentam
tão somente o título prisional. No caso do relaxamento, por exemplo, deve-se
apenas questionar a ilegalidade da prisão, tais como desrespeito ao art. 306
CPP ou até mesmo caso de flagrante forjado.
Já o famoso remédio constitucional Habeas Corpus não é considerado
uma contracautela específica. Trata-se de uma medida genérica, constitucional
que visa, como um todo, proteger a liberdade (art. 5º LXVIII CF c/c art. 647
CPP)

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10. Recursos

Sobre a teoria geral dos recursos, algumas considerações podem ser


traçadas.

Características/Princípios:
 Voluntários (art. 574 CPP);
 Taxativos;
 Tempestivos;
 Unirrecorríveis;
 Fungibilidade (art. 579 CPP);
 Vedação da Reformatio in Pejus (art. 617 CPP);
 Indisponibilidade para o Ministério Público (art. 576 CPP);
 Anteriores à Coisa Julgada
 Inconformismo;
 Reexame de determinada matéria.

Efeitos:
 Devolutivo;
 Suspensivo;
 Extensivo (art. 580 CPP);
 Regressivo (art. 589 CPP).

Pressupostos – Juízo de Admissibilidade (em regra):

Admissibilidade
Juízo que Proferiu a Decisão
Órgão a quo
Folha de Rosto
Análise dos seguintes Pressupostos:
- previsão legal
- forma prescrita
- tempestividade

Juízo de Mérito (em regra):

Mérito
Juízo da Instância Superior
Órgão Ad Quem
Folha de Razões
Análise do Mérito Recursal – Fatos – Fundamentos - Pedido

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Apresentação dos Recursos e seus objetivos:

Recurso Art. Prazo Em face de:


Recurso em Art. 581 CPP 5 dias (art. 586) Decisões
Sentido Estrito 5 dias por Interlocutórias
instrumento + 2
dias para razões
(art. 587 – 588)
Apelação Art. 593 CPP 5 dias (art. 593) Sentença Penal
Art. 82 lei 5 dias por termo
9.099/95 + 8 para razões
(art. 600)
10 dias (art. 82
9.099/95)
Embargos Art. 609 §único 10 dias (art. 609 Acórdão não
Infringentes e CPP §único) unânime
de Nulidade
Embargos de Arts. 382 - 619 2 dias (arts. 382- Sentença penal
Declaração CPP e art. 83 lei 619) ambígua,
9.099/95 5 dias (art. 83 obscura, omissa,
§1º lei 9.099/95) contraditória
Recurso Art. 105 III CF – 15 dias (art. 26 Acórdão que
Especial art. 26 lei lei 8.038/90) desrespeita lei
8.038/90 federal
Recurso Art. 102 III CF – 15 dias (art. 26 Acórdão que
Extraordinário 26 lei 8.038/90 lei 8.038/90) desrespeita a
Constituição
Carta Art. 639 CPP 48 horas Decisões que
Testemunhável denegam recurso
e/ou de não
prosseguimento
dos recursos
Agravo em Art. 197 lei 5 dias (segue o Incidentes na
Execução 7.210/84 rito procedimental Execução Penal
do Recurso em
Súmula 700 STF Sentido Estrito
art. 586 CPP)
Recurso Art. 30 lei 5 dias (art. 30 lei Decisões
Ordinário em 8.038/90 8.038/90) denegatórias de
Habeas Corpus Habeas Corpus
nos Tribunais

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Recursos em Espécie:

Nome Recurso em Sentido Estrito


Art: Art. 581 CPP
Prazo: 5 dias ou por instrumento 5+2 razões
Serve para: Impugnar as decisões interlocutórias do art. 581 CPP
Observações: Recurso cuja particularidade é a possibilidade do juízo de
retratação por parte do juízo que proferiu a decisão. Além
disso, algumas decisões do artigo 581 atualmente são
impugnadas por outro recurso, o Agravo em Execução,
que segue, na verdade o mesmo rito procedimental do
Recurso em Sentido Estrito. Isto ocorre porque nossa
legislação acerca do tema de Execução Penal é posterior
ao antigo Código datado de 1941. A LEP (lei 7.210/84) é
de 1984. Vejamos quais seriam essas decisões:
Incisos XI-XII-XVII-XIX-XX-XXI-XXII-XXIII

No mais, alertamos para uma recente novidade trazida


pela reforma do CPP, lei 11.689/08, que alterou a
sistemática recursal para as decisões de impronúncia e
absolvição sumária no Tribunal do Júri, agora atacadas
pelo recurso de apelação, conforme o art. 416 CPP:

Nome Apelação
Art: Art. 416 CPP
Art. 593 CPP
Art. 82 lei 9.099/95
Prazo: 5 dias (art. 593)

5 dias por termo + 8 para razões (art. 600)

10 dias (art. 82 9.099/95)


Serve para: Reforma de sentença penal
Observações: Recurso por excelência mais amplo e abrangente do
Processo Penal. Podendo ser apresentado em sua
totalidade na 1ª instância ou com possibilidade de razões
recursais em 2ª instância, como profetiza o já visto art.
600 do CPP.
Observemos que este recurso tem um prazo diferenciado e
mais extenso em sede de Juizado Especial Criminal. Prazo
este de 10 dias, pois acredita o legislador que como no
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procedimento sumaríssimo do juizado vigoram os


princípios da celeridade, informalidade e oralidade, o
apelante teria que ter mais tempo para elaboração do
recurso. Além disso, cuidado precisamos ter em endereçar
nossas razões recursais não ao Tribunal de 2ª instância e
sim às Turmas Recursais.
Seguindo os alertas que precisam ser feitos, outra
apelação que no momento da elaboração precisa ser feita
com um cuidado a mais são aquelas interpostas das
decisões proferidas pelo Tribunal do Júri.
Primeiro que a folha de rosto deve ser direcionada ao Juiz-
Presidente e, em segundo lugar, em relação ao pedido
que, nem sempre, será de um novo julgamento ou de
reforma. Nesse sentido, muita atenção ao inciso III do art.
593. Exemplificando, caso a apelação tenha sido
fundamentada em decisão dos jurados manifestamente
contrária à prova dos autos, a apelação deverá ter como
pedido um novo julgamento, pois com base na soberania
dos veredictos, o Tribunal de 2ª instância não poderá
reformar o teor da decisão. (art. 593 inc. III §3º CPP)

Nome Embargos de Declaração


Art: Art. 382 CPP
Art. 619 CPP
Art. 83 lei 9.099/95
Prazo: 2 dias (art. 382 e 619 CPP)
5 dias (art. 83 lei 9.099/95)
Serve para: Sanar ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão
de sentença penal ou acórdão.
Observações: Único recurso que não precisamos nos preocupar com a
elaboração de uma folha de rosto e uma folha de razões,
isto porque é recurso interposto ao mesmo julgador que
proferiu a decisão ambígua ou contraditória etc.

Nome Embargos Infringentes e de Nulidade


Art: Art. 609 Parágrafo único CPP
Prazo: 10 dias (art. 609 §único CPP)

Serve para: Demonstrar o inconformismo de acórdão não unânime


Observações: Trata-se do único recurso privativo hoje no ordenamento
jurídico brasileiro, tendo em vista a revogação do Protesto
por Novo Júri. Recurso impetrado no mesmo tribunal que
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proferiu o acórdão com o intuito de que o voto vencido,


num reexame, prevaleça sobre os demais votos. Assim,
somente pode ser interposto por decisões por maioria, que
não sejam unânimes.
Indaga-se a respeito de ser um recurso único ou dois
recursos distintos, o infringente e o de nulidade.
Majoritariamente entende-se que é um recurso único cuja
terminologia mais adequada é mesmo de Embargos
Infringentes e de Nulidade.

Nome Recurso Especial


Art: Art. 105 CF
Prazo: 15 dias (art. 26 lei 8.038/90)

Serve para: Reforma de Acórdão que contrarie tratado ou lei federal,


julgar válido ato de governo local contestado em face de
lei federal e quando der a lei federal interpretação
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Observações: O Recurso Especial é um recurso interposto no próprio
tribunal que proferiu o acórdão, com as razões
direcionadas ao Superior Tribunal de Justiça. Por ser um
recurso dirigido a Tribunal Superior, seu juízo de
admissibilidade tende a ser mais rigoroso. Neste diapasão
reside a necessidade de demonstrarmos o
prequestionamento, ou seja, a demonstração de que a
matéria já fora analisada nas instâncias inferiores, ou seja,
já tivemos uma manifestação jurisdicional a respeito da
decisão atacada.
Além disso, fiquemos atentos ao parágrafo único do art.
26 da lei 8.038/90 que afirma que o se o recurso se fundar
em dissídio entre a interpretação da lei federal adotada
pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro
Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência
mediante certidão, ou indicação do número e da página do
jornal oficial, ou do repertório autorizado de
jurisprudência, que o houver publicado. Talvez isso seja
necessário na elaboração do recurso, evidentemente se o
examinador nos fornecer elementos para tanto.

Nome Recurso Extraordinário


Art: Art. 102 CF
Prazo: 15 dias (art. 26 lei 8.038/90)
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Serve para: Reforma de Acórdão que contrariar dispositivo da


Constituição, declare a inconstitucionalidade de tratado ou
lei federal, julgue válida lei ou ato de governo local
contestado em face da Constituição e que julgue válida lei
local contestada em face de lei federal.
Observações: O Recurso Extraordinário também é um recurso interposto
no próprio tribunal que proferiu o acórdão, com as razões
direcionadas ao Supremo Tribunal Federal. Por ser um
recurso dirigido a Tribunal Superior, seu juízo de
admissibilidade tende a ser mais rigoroso, mais até que o
Recurso Especial. Além do prequestionamento, entendida
como a demonstração de que a matéria já fora analisada
nas instâncias inferiores devemos também demonstrar a
repercussão geral, por expressa necessidade vista no art.
102 §3º CF.
Além disso, fiquemos atentos ao parágrafo único do art.
26 da lei 8.038/90 que afirma que o se o recurso se fundar
em dissídio entre a interpretação da lei federal adotada
pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro
Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência
mediante certidão, ou indicação do número e da página do
jornal oficial, ou do repertório autorizado de
jurisprudência, que o houver publicado. Talvez isso seja
necessário na elaboração do recurso, evidentemente se o
examinador nos fornecer elementos para tanto.

Nome Carta Testemunhável


Art: Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à
sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.
Prazo: 48 horas
Serve para: Decisão que denegar recurso e embora admitido obste seu
seguimento
Observações: Recurso de difícil interposição, de caráter residual e
dirigido ao escrivão ou secretário do tribunal

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14- Nulidades
(Art. 564 CPP)

Nulidades Absolutas Nulidades Relativas


I - por incompetência, suspeição ou III d) desrespeito intervenção do
suborno do juiz; Ministério Público em todos os termos da
II - por ilegitimidade de parte; ação por ele intentada e nos da
III a) desrespeito a denúncia ou a queixa e intentada pela parte ofendida, quando se
a representação e, nos processos de tratar de crime de ação pública;
contravenções penais, a portaria ou o auto III e) 2ª parte – desrespeito aos prazos
de prisão em flagrante; concedidos à acusação e à defesa;
III b) desrespeito ao exame do corpo de III g) desrespeito a intimação do réu
delito nos crimes que deixam vestígios, para a sessão de julgamento, pelo
ressalvado o disposto no Art. 167; Tribunal do Júri, quando a lei não
III c) desrespeito a nomeação de defensor permitir o julgamento à revelia;
ao réu presente, que o não tiver, ou ao III h) desrespeito a intimação das
ausente, e de curador ao menor de 21 testemunhas arroladas no libelo e na
anos; contrariedade, nos termos estabelecidos
III e) 1ªparte – desrespeito a citação do pela lei;
réu para ver-se processar, o seu IV - por omissão de formalidade que
interrogatório, quando presente; constitua elemento essencial do ato.
III f) desrespeito a sentença de pronúncia,
o libelo e a entrega da respectiva cópia,
com o rol de testemunhas, nos processos
perante o Tribunal do Júri;
III i) desrespeito a presença pelo menos de
15 jurados para a constituição do júri;
III j) desrespeito ao sorteio dos jurados do
conselho de sentença em número legal e
sua incomunicabilidade;
III k) desrespeito aos quesitos e as
respectivas respostas;
III l) desrespeito a acusação e a defesa, na
sessão de julgamento;
III m) desrespeito a sentença;
III n) desrespeito ao recurso de oficio, nos
casos em que a lei o tenha estabelecido;
III o) desrespeito a intimação, nas
condições estabelecidas pela lei, para
ciência de sentenças e despachos de que
caiba recurso;
III p) desrespeito no Supremo Tribunal
Federal e nos Tribunais de Apelação, o
quorum legal para o julgamento

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Podemos conceituar ato nulo como sendo o desrespeito às exigências


formadoras do ato que, em regra, geram prejuízo. Matéria com disposição
legal a partir do art. 563 CPP.
As nulidades podem ser relativas e absolutas. O quadro anterior ajudará
ao leitor a identificar tais nulidades, entretanto essa ajuda pode vir também
com a simples leitura do art. 572 do CPP, pois uma das diferenças entre as
nulidades absolutas e relativas é que àquela é insanável, já a relativa é sanável
se não for argüida no momento da Resposta do Acusado. Outra diferença é
que a nulidade absoluta versa sobre matérias de ordem pública, já a relativa
afirma-se tratar de matéria de ordem privada, interesse particular.
Sendo relativa, sendo absoluta, ambas são regidas pelo princípio do
prejuízo com fácil percepção na leitura do art. 563 CPP.

15. Ações Autônomas de Impugnação

Temos duas ações autônomas de impugnação com disposição no Código


de Processo Penal:

Revisão Criminal (art. 621 CPP);


Habeas Corpus (art. 5º LXVIII CF c/c art. 647 CPP).

A revisão criminal tem por objetivo reconhecer eventuais erros


judiciários que podem ser analisados de forma exemplificativa no art. 621 CPP.
Trata-se de um meio de impugnação privativo da defesa e que não possui
prazo legal para sua interposição (art. 622 CPP).
Em relação a competência da revisão, chamamos atenção ao art. 624
CPP. Notemos que o artigo supra não menciona o Superior Tribunal de Justiça,
fazendo com que o operador do direito se atente ao artigo constitucional
referente ao tema (art. 105 I e CF).
Objetiva-se, assim, o reconhecimento do erro judiciário para que seja
liquidado o valor na esfera apropriada.

Em relação ao Habeas Corpus, remédio jurídico constitucional, este pode


ser impetrado por qualquer pessoa, mesmo sem capacidade postulatória e visa
proteger o bem jurídico mais importante que temos: a liberdade. O que seria
da vida sem liberdade?
Vislumbramos algumas hipóteses de Habeas Corpus:

a) HC Preventivo: na iminência da perda da liberdade. Objetiva-se a


expedição do salvo conduto. Em recente decisões, diversos tribunais
brasileiros rechaçaram a possibilidade desta medida para que o
motorista não realizasse o bafômetro. Vejamos notícia vinculada no
site JusBrasil que retrata decisão de nosso órgão maior:

“O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo


Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido de
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Habeas Corpus preventivo (HC 95287) feito por um


advogado mineiro que pretendia não ter de se
submeter à Lei Seca (Lei 11.705 /08), que
estabelece punições como suspensão do direito de
dirigir e prisão para quem for flagrado dirigindo sob
efeito de álcool. Na opinião do advogado, a lei é
inconstitucional porque fere o princípio da
presunção da inocência. Além disso, ao obrigar o
cidadão a fazer uso do bafômetro, ela também
violaria o direito constitucional que afirma que
ninguém será obrigado a produzir provas contra si
mesmo. Outra inconstitucionalidade, no entender do
advogado, se encontra no artigo 165 da citada lei,
que manda aplicar as penalidades do código ao
condutor que recusar submeter-se ao bafômetro.

O advogado pretendia conseguir um habeas


preventivo, com a expedição de ofício pelo STF
dirigido ao Comando Geral da Polícia Militar em
Minas Gerais e à Secretaria de Segurança Pública
do estado. O documento deveria determinar a
esses dois órgãos que se abstivessem de aplicar
contra ele os rigores da Lei Seca perda da carteira
e do direito de dirigir por 12 meses, se fosse pego
dirigindo com teor alcoólico no sangue em níveis
acima dos determinados na lei. E que não fosse
considerado desobediência se ele decidisse não se
submeter à lei.

Decisão

O presidente do Supremo ressaltou, em sua


decisão, que não compete ao STF julgar pedido de
habeas contra a Polícia Militar e a Secretaria de
Segurança de Minas Gerais. Ele negou seguimento
à ação no STF e determinou a remessa do pedido
para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “

b) HC Propriamente Dito: a liberdade já foi burlada. Ou através de um


título prisional ou até mesmo através de investigações e ações penais
recebidas sem o mínimo lastro probatório exigido. Objetiva-se, muitas
das vezes com base em liminar, o alvará de soltura.

c)HC de Ofício: deferido pelo magistrado, de ofício, sem provocação (art.


654 §2º CPP).

Os personagens de tão importante medida podem ser vislumbrados no


art. 654 CPP:
Impetrante – art. 654 §1º c;
Paciente – art. 654 §1º a;
Coator – art. 654 §1º c;
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16. Prazos no Processo Penal

Artigo Tema Prazo


10 CPP Prazo de Duração do Inquérito Policial – 10 dias preso / 30 dias solto
regra geral
51 Prazo de Duração do Inquérito Policial na 30 dias preso / 90 dias solto
11.343/06 lei de Tóxicos
66 Prazo de Duração do Inquérito Policial na 15 dias preso / 30 dias solto
5.010/66 Justiça Federal
38 CPP Prazo para propositura da Queixa Crime 6meses a contar da data do
conhecimento da autoria
38 CPP Prazo para a representação 6meses a contar da data do
conhecimento da autoria
38 c/c 29 Prazo para oferecimento da Ação Penal 6meses a contar da inércia do
CPP Privada Subsidiária da Pública Ministério Público
46 CPP Prazo para oferecimento da Denúncia 5dias preso / 15dias solto
46 §1º Prazo para Aditamento da Queixa 3dias
CPP
58 CPP Prazo para o Aceite do Perdão 3dias
60 I CPP Prazo para a Perempção quando o 30dias
querelante deixa de promover o
andamento do processo
60 II CPP Prazo para a Perempção quando o 60dias
querelante morrer ou se ausentar e os
substitutos não retomarem a ação
100 CPP Resposta do Não Aceite da Exceção de 3dias
Suspeição por parte do Juiz
131 CPP Levante do seqüestro caso a ação penal 60dias
não tenha sido intentada
150 §1º Duração do Exame de Insanidade Mental 45dias prorrogáveis tendo em
CPP vista necessidade
160 Prazo de Elaboração do Laudo Oficial 10dias podendo ser
§único prorrogado
CPP
159 §5ºI Resposta dos Quesitos ao Perito Oficial 10dias com antecedência
CPP
168 §2º Laudo Complementar para efeitos de 30dias após a data do crime
CPP Classificação da Lesão Corporal (art.
129CP)
185 §3º Intimação do Interrogatório por 10dias com antecedência
CPP VideoConferência
364 CPP Citação por Edital 15dias a 90dias, podendo
30dias
396 CPP Prazo para apresentação da Resposta do 10dias
Acusado
400 CPP Marcação da AIJ no Procedimento 60dias
Ordinário
531 CPP Marcação da AIJ no Procedimento 30dias
Sumário
403 CPP Alegações Finais ORAIS 20min + 10min
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404 §ú Alegações Finais por MEMORIAIS 5dias


404 §ú Proferir sentença no caso de apresentação 10dias
CPP de Alegações Finais por Memoriais
409 CPP Oitiva do MP no Júri após a Resposta do 5dias
Acusado
412 CPP Prazo do Procedimento da 1ªfase do Júri 90dias
477 CPP Sustentação Oral no Júri 1h30min para cada e 1h de
réplica e tréplica. OBS: mais
de um acusador ou defensor
dividirão o tempo. Havendo
mais de um acusado, + 1h
(art. 477 §2ºCPP)
479 CPP Leitura de Documento em Plenário. 3dias
Antecedência de
514 CPP Defesa Preliminar nos Crimes Funcionais 15dias
55 Defesa Preliminar nos Crimes da Lei de 10dias
11.343/06 Tóxico
2º Prisão Temporária 5dias + 5dias,se for Hediondo
7.960/89 (art. 2º
8.072/90)30dias+30dias
RECURSOS
586 c/c Recurso em Sentido Estrito 5dias / 2dias razões
588 CPP
593 c/c Apelação 5dias / 8 razões
600 caput
e §4º CPP
82 Apelação no JECRIM 10dias
9.099/95
609 §ú Embargos Infringentes e de Nulidade 10dias
CPP
382 c/c Embargos de Declaração 2dias
619 CPP
83 Embargos de Declaração no Jecrim 5dias
9.099/95
26 Recursos Especial e Extraordinário 15dias
8.038/90
30 Recurso Ordinário em HC 5dias
8.038/90
640 CPP Carta Testemunhável 48hs

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17. Comentário das Questões TRF 4ª Região

49- Sobre a prisão, de acordo com o Código de Processo Penal, considere:

I- A prisão especial, prevista no Código de Processo Penal ou em


outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local
distinto da prisão comum e, não havendo estabelecimento específico
para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo
estabelecimento.

II- Sendo o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro


município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no
lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade
local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,
providenciará para a remoção do preso.

III- Dentro de 48hs depois da prisão, será encaminhado ao juiz


competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as
oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

IV- A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da


representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 10(dez) dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Está correto o que consta APENAS em

(a) I, II e IV
(b) III e IV
(c) I E II
(d) I, II E III
(e) II, III e IV

COMENTÁRIOS:

Assertiva I – Tema: Prisão Especial – Correta


A prisão especial, modalidade de encarceramento é tema polêmico dentro do
Processo Penal. Posições doutrinárias no sentido de que ela feriria o princípio
constitucional da igualdade, pois num eventual concurso de pessoas, um poderá ter
direito ao encarceramento cautelar privilegiado e o outro não. Verdade é que a
próxima reforma processual penal tem a intenção de retirá-la de nosso ordenamento
jurídico. Entretanto atualmente ela tem disposição legal no art. 295 CPP e a assertiva
está de acordo com os parágrafos 1º e 2º abaixo:

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a


prisão especial, à disposição da autoridade
competente, quando sujeitos a prisão antes de
condenação definitiva:
I - os ministros de Estado;

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II - os governadores ou interventores de
Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito
Federal, seus respectivos secretários, os
prefeitos municipais, os vereadores e os chefes
de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de
11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional,
do Conselho de Economia Nacional e das
Assembléias Legislativas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de
Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258,
de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das
faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido
efetivamente a função de jurado, salvo quando
excluídos da lista por motivo de incapacidade
para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-
civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
(Redação dada pela Lei nº 5.126, de
20.9.1966)
§ 1o A prisão especial, prevista neste
Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local
distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº
10.258, de 11.7.2001)
§ 2o Não havendo estabelecimento
específico para o preso especial, este será
recolhido em cela distinta do mesmo
estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258,
de 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em
alojamento coletivo, atendidos os requisitos de
salubridade do ambiente, pela concorrência dos
fatores de aeração, insolação e
condicionamento térmico adequados à
existência humana. (Incluído pela Lei nº
10.258, de 11.7.2001)
§ 4o O preso especial não será
transportado juntamente com o preso comum.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 5o Os demais direitos e deveres do
preso especial serão os mesmos do preso

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comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de


11.7.2001)

Assertiva II – Tema: Prisão em Flagrante – Correta


Trata-se de hipótese de flagrante impróprio ou imperfeito (art. 302 III CPP). A
resposta desta indagação vem perfeitamente com a leitura do art. 290 do CPP:
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar
ao território de outro município ou comarca, o
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar
onde o alcançar, apresentando-o
imediatamente à autoridade local, que, depois
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,
providenciará para a remoção do preso.
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai
em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o
sem interrupção, embora depois o tenha
perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações
fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco
tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em
que o procure, for no seu encalço.
§ 2o Quando as autoridades locais
tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade da pessoa do executor ou da
legalidade do mandado que apresentar,
poderão pôr em custódia o réu, até que fique
esclarecida a dúvida.

Assertiva III – Tema: Prisão em Flagrante – Incorreta


O erro está no 48horas. O art. 306, alterado pela lei 11.449/07 fala em 24
horas após a lavratura do auto de prisão em flagrante (APF). A nova lei alterou as
obrigações do Delegado nessas 24horas. Senão vejamos:
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou a pessoa por ele indicada.
(Redação dada pela Lei nº 11.449, de 2007).
§ 1o Dentro em 24h (vinte e quatro
horas) depois da prisão, será encaminhado ao
juiz competente o auto de prisão em flagrante
acompanhado de todas as oitivas colhidas e,
caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei nº 11.449, de
2007).
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao
preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão, o nome do condutor e o das

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testemunhas. (Incluído pela Lei nº 11.449, de


2007).

Assertiva IV – Tema: Prisão Temporária – Incorreta


Mais uma assertiva errada tendo em vista o prazo. Prazo correto de 5(cinco)
dias e não 10(dez). Fundação Carlos Chagas, fazer o que?

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo


Juiz, em face da representação da autoridade
policial ou de requerimento do Ministério
Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias,
prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.

50- De acordo com o Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento de


razões e contra-razões de apelação é de:

(a) cinco dias


(b) dez dias
(c) oito dias
(d) quinze dias
(e) trinta dias

COMENTÁRIOS:

Questão clássica quando organizada pela Fundação Carlos Chagas. Pura letra da
lei. O examinador, nesta questão queria saber se o candidato sabia a dupla
possibilidade de interposição do recurso mais abrangente por excelência que é a
apelação. Pelo art. 593 do CPP, o prazo para apresentação do recurso com as razões é
de 5 dias. Todavia, o apelante poderá optar pela interposição da apelação
apresentando as razões em seguida, num prazo de 8 dias. Opção C. Vejamos o art.
600 do CPP:
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o
apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo
de oito dias cada um para oferecer razões,
salvo nos processos de contravenção, em que o
prazo será de três dias.
§ 1o Se houver assistente, este
arrazoará, no prazo de três dias, após o
Ministério Público.
§ 2o Se a ação penal for movida pela
parte ofendida, o Ministério Público terá vista
dos autos, no prazo do parágrafo anterior.
§ 3o Quando forem dois ou mais os
apelantes ou apelados, os prazos serão
comuns.
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou
no termo, ao interpor a apelação, que deseja
arrazoar na superior instância serão os autos
remetidos ao tribunal ad quem onde será
aberta vista às partes, observados os prazos
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legais, notificadas as partes pela publicação


oficial. (Incluído pela Lei nº 4.336, de
1º.6.1964)

51- No que se refere à ação penal, de acordo com o Código de Processo Penal,
é correto afirmar:

(a) A aceitação do perdão fora do processo não poderá ser feita por
procurador com poderes especiais.

(b) Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do


patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal
será pública.

(c) Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-


se-á perempta a ação penal quando, iniciada esta, o querelante
deixar de promover o andamento do processo durante 60 dias
seguidos.

(d) A queixa na ação penal privativa do ofendido não poderá ser aditada
pelo Ministério Público.

(e) A representação será irretratável após o encerramento do inquérito


policial.

COMENTÁRIOS:

(a) Perdão é uma das formas de desistência das ações penais privadas.
Trata-se de uma desistência processual (durante o processo),
bilateral (precisa da anuência de ambos os pólos – ativo e passivo)
e pessoal (exige-se que cada um dos acusados manifeste
particularmente e pessoalmente a aceitação).
O art. 55 do CPP permite a aceitação do perdão por procurador:

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por


procurador com poderes especiais.

(b) As ações penais pública, chamadas também de denúncia, cuja


titularidade é do Ministério Público, é ajuizada para a persecução
criminal dos crimes mais graves, mais importantes, onde se verifica
um interesse público envolvido. A sociedade espera que seu
representante, o MP, sem sofrer medos, ameaças, possa legitimar o
interesse da sociedade em ver um eventual autor de um crime
sofrendo as conseqüências penais da lei. Assim, se o crime for em
detrimento de algum ente federativo, evidente que a sociedade
esperará uma resposta legalmente e processualmente condizente.
Vejamos disposição legal que faz com que o candidato marque essa
opção:

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Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será


promovida por denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de
requisição do Ministro da Justiça, ou de
representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
§ 1o No caso de morte do ofendido
ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
(Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699,
de 27.8.1993)
§ 2o Seja qual for o crime, quando
praticado em detrimento do patrimônio ou
interesse da União, Estado e Município, a ação
penal será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699,
de 27.8.1993)

(c) Perempção é outra forma de desistência da ação penal privada, que


na verdade configura uma falta de interesse que pode ser medido
com os parâmetros estabelecidos pela lei e que traz o erro da
assertiva. Corretos seriam 30 dias e não 60 dias.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede


mediante queixa, considerar-se-á perempta a
ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante
deixar de promover o andamento do processo
durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou
sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro
do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de
comparecer, sem motivo justificado, a qualquer
ato do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa
jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

(d) O Ministério Público como fiscal da lei poderá sim aditar a ação
penal privada, a queixa-crime. Ele fiscalizará princípios que regem a
ação penal privada, tais como o da indivisibilidade. O art 29
estabelece essa possibilidade:

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes


de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar
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a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia


substitutiva, intervir em todos os termos do
processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte
principal.

(e) A representação (art. 39 CPP), condição de procedibilidade para as


ações penais públicas condicionadas à representação consiste em
simples manifestação de vontade para que o titular da ação penal
possa agir, possa ajuizar a ação penal. A lei permite a sua
retratação, todavia só que o momento colocado pelo examinador
não é o correto. Será possível a retratação até o momento do
oferecimento da ação penal. Eis ordem expressa do art. 25 CPP:

Art. 25. A representação será irretratável,


depois de oferecida a denúncia.

52- O juiz não poderá exercer função no processo em que

(a) ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro


grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que
tenha de ser julgado por qualquer das partes.

(b) for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes.

(c) ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente estiver respondendo a


processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja
controvérsia.

(d) seu parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o


terceiro grau, inclusive, for diretamente interessado no feito.

(e) tiver aconselhado qualquer das partes.

COMENTÁRIOS:

Por se tratar do mesmo tema, suspeições e impedimentos, comentaremos


conjuntamente todas as opções.
Tanto a suspeição quanto o impedimento visam resguardar, proteger a
imparcialidade do magistrado. Suspeições casos subjetivos, que dão ensejo a
discussões, análises diferenciadas. Já os impedimentos são objetivos e não ensejam
qualquer tipo de análise subjetiva. O examinador quer que o candidato marque o único
caso de impedimento.
Vejamos os artigos envolvidos para uma resposta correta. Primeiro
impedimentos, depois suspeição. Resposta no art. 252 inciso IV do CPP. As outras
opções traduzem suspeições do art. 254 CPP.

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição


no processo em que:

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I - tiver funcionado seu cônjuge ou


parente, consangüíneo ou afim, em linha reta
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como
defensor ou advogado, órgão do Ministério
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça
ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado
qualquer dessas funções ou servido como
testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra
instância, pronunciando-se, de fato ou de
direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou
parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte
ou diretamente interessado no feito.

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se


não o fizer, poderá ser recusado por qualquer
das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital
de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou
descendente, estiver respondendo a processo
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso
haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente,
consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a
processo que tenha de ser julgado por qualquer
das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das
partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou
curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou
administrador de sociedade interessada no
processo.

53- No que se refere à sentença, de acordo com o Código de Processo Penal, é


certo que:

(a) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória,
ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, mas não poderá
reconhecer agravantes que não foram alegadas.

(b) qualquer das partes poderá, no prazo de 5(cinco) dias, pedir ao juiz que
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade,
contradição ou omissão.

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(c) o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,


poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência,
tenha de aplicar pena mais grave.

(d) o querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou


na pessoa de seu advogado; mas, se nenhum deles for encontrado no lugar da
sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de 30 dias,
afixado no lugar de costume.

(e) Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 2(duas) testemunhas,
no prazo de 5 dias(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
termos do aditamento.

COMENTÁRIOS:

Questão interessante que demonstra uma das maiores características de


concursos públicos: a atualização constante do candidato. O tema é objeto de recente
reforma processual penal. A lei 11.719/08 alterou o fenômeno da emendatio libelli e da
mutatio libeli.

Opção A: Incorreta

Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz


poderá proferir sentença condenatória, ainda
que o Ministério Público tenha opinado pela
absolvição, bem como reconhecer agravantes,
embora nenhuma tenha sido alegada.
Opção B: Incorreta
O recurso de embargos de declaração tem prazo de 2 dias.

Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo


de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a
sentença, sempre que nela houver obscuridade,
ambigüidade, contradição ou omissão.

Opção C: Correta
Exemplo típico de emendatio libelli. Sem modificação dos fatos narrados na
exordial, o juiz poderá julgar da forma que sua consciência ordena.

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do


fato contida na denúncia ou queixa, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda
que, em conseqüência, tenha de aplicar pena
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719,
de 2008).
Opção D: Incorreta
10 dias e não 30 dias!

Art. 391. O querelante ou o assistente será


intimado da sentença, pessoalmente ou na
pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for
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encontrado no lugar da sede do juízo, a


intimação será feita mediante edital com o
prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.

Opção E: Incorreta
FCC! 2 testemunhas? Não! 3 testemunhas! Hipótese gerada pela mutatio libelli,
quando as circunstâncias se alteram e com base em princípios da correlação e da
ampla defesa, a lei exige o aditamento, que não passa de praticamente uma nova ação
penal.

Art. 384. § 4o Havendo aditamento, cada parte


poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no
prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na
sentença, adstrito aos termos do
aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).

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