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DIREITO CIVIL IX – (05.02.

15) LA INICIAL
DIREITO CIVIL IX – (06.02.15)
DOS ALIMENTOS (1ª Parte)
* Aspectos Gerais
- Lei da Guarda Compartilhada (Lei 13.058/14): foi sancionada em 22 de dezembro de 2014,
estabelecendo como regra a “guarda compartilhada”.
1. Conceito
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las
por si. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua
subsistência.
O vocábulo “alimentos” tem, todavia, conotação muito mais ampla do que na linguagem
comum, não se limitando ao necessário para o sustento de uma pessoa. A citada expressão
tem, no campo do direito, uma acepção técnica de larga abrangência, compreendendo não só
o indispensável ao sustento, como também o necessário à manutenção da condição social e
moral do alimentando.
Os alimentos, portanto, compreendem: lazer, educação, saúde, alimentação, vestuário e,
dependendo do caso, status social (posição social).
O Estado tem interesse direto no cumprimento das normas que impõe a obrigação legal de
alimentos, pois a inobservância ao seu comando aumenta o número de pessoas carentes, que
devem, em consequência, ser por ele amparadas.
Os alimentos estão baseados na “solidariedade humana” que deve existir entre os membros da
família.
- Alimentando: quem recebe os alimentos / Alimentante: quem paga os alimentos.
2. Espécies 2.1. Natureza
Podem ser Naturais ou Civis. Os naturais, ou necessários, restringem-se ao indispensável à
satisfação das necessidades primárias da vida. Os Civis destinam-se a manter a condição social
do credor.
A expressão “alimentos” ora significa “o que é estritamente necessário à vida de uma pessoa”,
compreendendo, tão somente, a alimentação, a cura, o vestuário, habitação e lazer; ora
abrange “outras necessidades”, compreendidas as intelectuais e morais, variando conforme a
posição social da pessoa necessitada.
Os alimentos destinados às necessidades básicas denominam-se “naturais”; quando, além das
necessidades básicas, há outras verbas, denominam-se “civis”.
O Direito Brasileiro introduziu expressamente os alimentos civis e naturais no art 1.694 e 1.704
do CC.
2.2. Causa Jurídica
Quanto à causa jurídica, os alimentos dividem-se em Legais, Voluntários e Indenizatórios.
Os legais são devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do
casamento ou da união estável.
Os voluntários emanam de uma declaração de vontade.
Os indenizatórios resultam da prática de um ato lícito.
Somente os alimentos legais é que tem a natureza de direito de família; e somente por meio
deles é que é possível requerer a prisão civil na hipótese de inadimplemento. O direito de
família vai estudar apenas os alimentos legais.
2.3. Finalidade
Quanto à finalidade, classificam-se os alimentos em Definitivos, Provisórios e Provisionais.
Definitivos são os de caráter permanente, isto é, estabelecidos numa sentença.
Provisórios são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de alimentos
disciplinados pela Lei 5.478-68 (Lei de Alimentos).
Provisionais são aqueles fixados no Processo Cautelar.Os provisórios exigem prova pré-
constituída.
- Aquilo que for pedido com base na Lei de Alimentos, terá natureza “Provisória” e não
“Provisional”.
2.4. Momento
Quanto ao momento, os alimentos podem ser Pretéritos, Atuais e Futuros.
Pretéritos quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação.
Atuais, os postulados a partir do ajuizamento.
Futuros, a partir da sentença.
O direito brasileiro só admite os alimentos atuais e futuros. Os pretéritos, referentes a período
anterior à propositura da ação, não são devidos.
DIREITO CIVIL IX – (12.02.15) 3. Obrigação Alimentar e Direito a Alimentos
- Obrigação Alimentar é o dever de entregar uma prestação de natureza alimentar.
- Os Alimentos baseados na “Mútua Assistência” são aqueles prestados entre cônjuges ou
companheiros. Já aqueles prestados entre pais e filhos menores estão calcados no “Dever de
Sustento”. Por fim, os alimentos prestados entre parentes ou entre pais e filhos maiores estão
fundados no “Vínculo de Parentesco”.
4. Características da Obrigação Alimentar
4.1. Transmissibilidade (art 1.700 e 1.792 do CC): consiste na prestação dos alimentos pelos
herdeiros do alimentante, até o limite das forças da herança.
- Só pode ser invocado se o dever de prestar alimentos já foi determinado por acordo ou por
sentença judicial
- A responsabilidade do herdeiro se limita às forças da herança.
4.2. Divisibilidade
- A obrigação alimentar é também divisível, e não solidária, porque a solidariedade não se
presume; resulta da lei ou da vontade das partes (CC, art. 264). Não havendo texto legal
impondo a solidariedade, é ela divisível, isto é, conjunta. Cada devedor responde por sua
quota-parte.
4.3. Condicionabilidade
- Diz-se que a obrigação de prestar alimentos é condicional porque a sua eficácia está
subordinada a uma condição resolutiva. Somente subsiste tal encargo enquanto perduram os
pressupostos objetivos de sua existência, representados pelo binômio “necessidade x
possibilidade”, extinguindo-se no momento em que qualquer deles desaparece.
4.4. Reciprocidade (art 1.696 doCC)
- A obrigação à prestação de alimentos é recíproca no direito brasileiro, uma vez que se
estende em toda a linha reta entre ascendentes e descendentes, e na colateral entre os irmãos,
que são parentes recíprocos por sua natureza. E é razoável que assim seja. Se o pai, o avô, o
bisavô, têm o dever de sustentar aquele a quem deram vida, injusto seria que o filho, neto ou
bisneto, abastado, não fosse obrigado a alimentar o seu ascendente incapaz de manter-se.
4.5. Mutabilidade (art 1.699 do CC)
- A variabilidade da obrigação de prestar alimentos consiste na propriedade de sofrer
alterações em seus pressupostos objetivos: a necessidade do reclamante e a possibilidade da
pessoa obrigada. Sendo esses elementos variáveis em razão de diversas circunstâncias, permite
a lei que, nesse caso, proceda-se à alteração da pensão, mediante ação revisional ou de
exoneração, pois toda decisão ou convenção a respeito de alimentos traz ínsita a cláusula rebus
sic stantibus.
- Toda sentença que fixa alimentos de natureza familiar NÃO faz coisa julgada. Logo, a qualquer
momento é possível ingressar com ação para alterá-la (majorar ou diminuir).
5. Características do Direito a Alimentos
5.1. Personalíssimo: Como os alimentos se destinam à subsistência do alimentando, constituem
um direito pessoal, intransferível. A sua qualidade de direito da personalidade é reconhecida
pelo fato de se tratar de um direito inato tendente a assegurar a subsistência e integridade
física do ser humano.
5.2. Incessível: Tal característica é consequência do seu caráter personalíssimo. Sendo
inseparável da pessoa, não pode ser objeto de cessão de crédito, pois a isso se opõe a sua
natureza (art. 286).
5.3. Impenhorável: preceitua, com efeito, o art. 1.707 do Código Civil que o crédito alimentar é
“insuscetível de cessão, compensação ou penhora”. Inconcebível a penhora de um direito
destinado à mantença de uma pessoa. Logo, por sua natureza, é impenhorável.
5.4. Incompensável: O direito a alimentos não pode ser objeto de compensação, destarte
segundo dispõe o art. 1.707 do Código Civil, porque seria extinto, total ou parcialmente (CC,
arts. 368 e 373, II), com prejuízo irreparável para o alimentando, já que os alimentos
constituem o mínimo necessário à sua subsistência.
5.5. Imprescritível: O direito aos alimentos é imprescritível, ainda que não seja exercido por
longo tempo e mesmo que já existissem os pressupostos de sua reclamação. O que não
prescreve é o direito de postular em juízo o pagamento de pensões alimentícias, ainda que o
alimentando venha passando necessidade há muitos anos. No entanto, prescreve em dois anos
o direito de cobrar as pensões já fixadas em sentença ou estabelecidas em acordo e não pagas,
a partir da data em que se vencerem.
5.6. Intransacionável: sendo indisponível e personalíssimo, o direito a alimentos não pode ser
objeto de transação (CC, art. 841). Em consequência, não pode ser objeto de juízo arbitral ou
de compromisso.
5.7. Atual: É atual no sentido de exigível no presente, e não no passado (inpraeteritum non
vivitur). Alimentos são devidos ad futurum, não ad praeteritum.
5.8. Irrepetível ou Irrestituível: os alimentos, uma vez pagos, são irrestituíveis, sejam
provisórios, definitivos ou ad litem. É que a obrigação de prestá-los constitui matéria de ordem
pública, e só nos casos legais pode ser afastada, devendo subsistir até decisão final em
contrário. Mesmo que a ação venha a ser julgada improcedente, não cabe a restituição dos
alimentos provisórios ou provisionais. Quem pagou alimentos pagou uma dívida, não se
tratando de simples antecipação ou de empréstimo.
5.9. Irrenunciável: o direito a alimentos constitui uma modalidade do direito à vida. Por isso, o
Estado protege-o com normas de ordem pública, decorrendo daí a sua irrenunciabilidade, que
atinge, porém, somente o direito, não o seu exercício.
DIREITO CIVIL IX – (13.02.15) 6. Alimentos Gravídicos (Lei 11.804-08)
São os destinados a cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela
decorrentes, da concepção ao parto.
- Esses alimentos são voltados para o bebê e não para a genitora.
7. Alimentos Compensatórios
É aquela indenização pleiteada pelo cônjuge ou companheiro que não está na administração
dos bens adquiridos durante a sociedade familiar. Essa indenização poderá ser 10%, 20% ou
qualquer outra porcentagem fixada pelo Juiz sobre a lucratividade dos bens adquiridos no
período da sociedade familiar. Os alimentos compensatórios devem existir até a partilha de
bens.
- Esse tipo de alimentos não existia no direito brasileiro. É uma criação puramente doutrinária,
tendo sido efetivada por ocasião do divórcio entre Roseana e Collor.
- Alimentos compensatórios são pagos por um cônjuge ao outro, por ocasião da ruptura do
vínculo conjugal. Servem para amenizar o desequilíbrio econômico no padrão de vida de um
dos cônjuges, por ocasião do fim do casamento. Fixados em valor razoável, não reclamam
elevação (TJDFT, AI 20.080.020.195.721, 6ª T., rel. Des. Jair Soares, j. 10-6-2009).

- Esses alimentos têm natureza indenizatória, logo não estão suscetíveis à aplicação de pena de
prisão.
8. Dissolução de União Estável e Casamento
- A Mulher só tem direito a alimentos em três situações: ou está muito doente, a ponto de não
poder trabalhar; ou está muito velha, sem a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho;
ou a mesma está grávida e necessita desses alimentos de forma temporária.
9. Meios de Assegurar o Pagamento de Pensão
9.1. Ação de Alimentos (Lei 5.478-68)
- Esta ação possui rito especial.
- Só é possível ingressar com este tipo de ação, pelo rito especial, mediante a existência de
prova pré-constituída.
9.2. Ação de Execução por Quantia Certa (art 732 do CPC).
- Aqui, não está prevista a prisão civil.
9.3. Ação de Execução por Quantia Certa (art 733 do CPC + art 5º, LXXII).
- Nesta execução, há a previsão de prisão civil.
9.4. Hipoteca Judicial
- Por esta forma, o bem do devedor fica hipotecado ao credor; de modo que se o primeiro
inadimplir, o bem vai a leilão judicial.
9.5. Desconto em Folha
9.6. Ação de Investigação de Paternidade + Ação de Alimentos Provisionais
9.7. Ação Revisional de Alimentos
- Serve para majorar ou diminuir o valor dos alimentos.
- A constituição de nova família não é fundamento para o pedido de redução de pensão
alimentícia.
- A doença pode ser motivo para pleitear a majoração ou diminuição dos alimentos.
9.8. Ação de Exoneração de Alimentos
DIREITO CIVIL IX – (19.02.15) BEM DE FAMÍLIA
1. Conceito
É uma forma da afetação de bens a um destino especial que é ser a residência da família, e,
enquanto for, é impenhorável, salvo as exceções previstas em lei.
O bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde ela se
instala domicílio impenhorável.
- O “Bem de Família” é aquele no qual a família instala sua residência e, por esse motivo, é
impenhorável.
- Existem exceções à impenhorabilidade, tais como: inadimplência em contrato de
financiamento; inadimplência de imposto do próprio imóvel (IPTU); fiança em contrato de
locação (Lei de Locação).
- A impenhorabilidade está expressamente prevista no Código Civil, e também consta na
Constituição Federal por meio do “Direito à Moradia”.
- Caso o sujeito tenha mais de um imóvel, o mesmo tem o direito de escolher qual deles é o
bem de família (registro em matrícula).
- Mesmo sendo alugado, o bem de família não perde essa característica.
- O Bem de Família corresponde apenas ao “indispensável” à sobrevivência, ou seja, ao teto
para morar. Já os “componentes adicionais” (churrasqueira, quadra, piscina...) não estão
contidos nesse conceito.
UNIÃO ESTÁVEL
1. Conceito
É uma união de duas pessoas com o intuito de constituir família, independente de qualquer
formalidade.
- No casamento há, necessariamente, a manifestação de vontade e uma formalidade; enquanto
que na União Estável isso não ocorre. Necessita apenas da manifestação de vontade. 2.
Evolução Legislativa
Súmula 380 do STF (1964).
Art 226 da CF.
Lei 8.971-94.
Lei 9.278-96.
DIREITO CIVIL IX – (20.02.15) 3. União Estável e Casamento
Não é, pois, o tempo com determinação de número de anos que deverá caracterizar uma
relação como união estável, mas outros elementos expressamente mencionados: “convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Em face da equiparação da união estável ao casamento, aplicam-se os mesmos princípios e
normas atinentes a este.
- Tudo o que é possível ao casamento, também o é na união estável.
4. Pressupostos
4.1. Subjetivos
4.1.1. Convivência “More Uxorio”: é necessária uma comunhão de vidas, no sentido material e
imaterial, em situação similar a de pessoas casadas. O art 1.723 do CC não se refere
expressamente à coabitação ou vida em comum sob o mesmo teto, entretanto, tal elemento
constitui uma das mais marcantes características da união estável.
* More Uxorio: significa “viver como se casado fosse”.
4.1.2. “Affectio Maritalis” (Ânimo ou Objetivo de Constituir Família): é absolutamente
necessário que haja entre os conviventes, o firme propósito de constituir uma família, isto é,
affectio maritalis.
4.2. Objetivos
4.1.1. Diversidade de Sexos: é o requisito apontado pelo direito escrito que foi derrubado pelo
STF há anos. Atualmente, é plenamente possível constituir família (casamento ou união
estável) com pessoas do mesmo sexo.
4.1.2. Notoriedade: o art 1.723 do CC exige, para que se configure a união estável, que a
convivência, além de contínua e duradoura, seja pública. Não pode, assim, a união permanecer
em sigilo, em segredo, desconhecida no meio social. Os conviventes devem se apresentar à
coletividade como se fossem marido e mulher. Relações clandestinas, desconhecidas da
sociedade, não constituem união estável (Ex: relação entre amantes).
4.1.3. Estabilidade ou Duração Prolongada: o relacionamento deve ser duradouro, isto é,
estendendo-se no tempo. Embora a lei não estabeleça um prazo determinado de duração para
a configuração da união estável, a estabilidade é indispensável.
4.1.4. Continuidade: para que a convivência possa ser alcançada à categoria de união estável,
faz-se necessário que, além de pública e duradoura, seja também contínua, “sem
interrupções”. A solidez de um relacionamento é atestada pelo caráter contínuo (sem
interrupção) do relacionamento.
4.1.5. Inexistência de Impedimentos Matrimoniais: não podem existir impedimentos entre os
conviventes.
4.1.6. Relação Monogâmica: o vínculo entre os conviventes deve ser único. Não se admite que
pessoa casada, venha a constituir união estável.
- Em caso de concubinato, há que se dividir a concubina em duas espécies: a de boa-fé e a de
má-fé. Esta última perderá todos os direitos patrimoniais.
5. Regime de Bens
Art 1.725 do CC -> “Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”.
6. Contrato
É plenamente possível a realização de um “Contrato de Convivência”, estabelecendo os termos
da união estável.
7. Conversão
Da conversão da União Estável em Casamento (impossível).
DIREITO CIVIL IX – (26.02.15) 8. Ação
Assim como nasce informalmente da simples convivência, a união estável dispensa qualquer
formalidade para se extinguir. Quando não há entendimento para que tal extinção se faça
amigavelmente, acordando os parceiros sobre assistência alimentar, partilha dos bens e guarda
dos filhos, pode qualquer deles recorrer à via judicial, com pedido de declaração de sua
existência e subsequente dissolução, com a partilha dos bens comuns e decisão sobre outras
questões mencionadas.
- Não é obrigatório, mas é muito importante que se formalize a união estável, por meio de
contrato particular ou escritura pública.
- Na União Estável, não é necessário recorrer ao Poder Judiciário, tanto para sua constituição
como por ocasião da desconstituição; ainda que existam filhos menores.
- Se as cláusulas do contrato de dissolução de união estável trouxerem algum prejuízo ao
menor, estas serão consideradas nulas de pleno direito.
- O nome da ação é de “Reconhecimento e Dissolução de União Estável”.
- Se houver dissenso em relação a apenas um dos itens, a dissolução deverá ser operada pela
via judicial.
DIREITO CIVIL IX – (27.02.15) TUTELA
1. Conceito
Tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do menor e
administrar seus bens. Destina-se a suprir a falta do poder familiar e tem nítido caráter
assistencial. É, segundo o magistério de Álvaro Villaça Azevedo, “um instituto jurídico que se
caracteriza pela proteção dos menores, cujos pais faleceram ou que estão impedidos de
exercer o poder familiar, seja por incapacidade, seja por terem sido dele destituídos ou terem
perdido esse poder”.
Art 728.
2. Espécies
2.1. Tutela Testamentária (art 1.729 e 1.730): a tutela testamentária é regulada nos art 1.729 e
1.730 do Código Civil, que atribuem o direito de nomear tutor somente “aos pais, em
conjunto”.
2.2. Tutela Legítima (art 1.731): não havendo nomeação de tutor, por testamento ou outro
documento autêntico, “incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor”, sendo
chamada de legítima.
2.3. Tutela Dativa (art 1.732): a tutela é dativa quando não há tutor testamentário, nem a
possibilidade de nomear-se parente consanguíneo do menor, ou porque não existe nenhum,
ou porque os que existem são inidôneos, foram excluídos ou se escusaram. Nesse caso, o juiz
nomeará pessoa estranha à família, idônea e residente no domicílio do menor. A tutela dativa
tem, portanto, caráter subsidiário.
3. Recusa (art 1.736)
- Existem algumas hipóteses em que o tutor pode recusar esse encargo. Nas demais, isto não é
possível.
4. Exercício
O exercício da tutela assemelha-se ao do poder familiar, mas não se lhe equipara, pois sofre
algumas limitações, sendo constantemente fiscalizado pelo poder judiciário e ministério
público. O tutor assume o lugar dos pais, com os direitos e deveres que estes teriam no tocante
à pessoa e aos bens do tutelado, porém com várias restrições.
5. Responsabilidade
O tutor responde por todos os prejuízos causados à pessoa do menor bem como ao seu
patrimônio.
O tutor tem direito a remuneração (art 1.754 e 1.732). O Código Civil de 2002 indica
corretamente que o tutor tem o direito de perceber “remuneração proporcional à importância
dos bens administrados”. Cabe ao juiz fixar o quantum da remuneração em proporção à
importância dos bens administrados, observados os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.
6. Prestação de Contas (art 1.757)
Como toda pessoa que administra bens alheios, ao tutor compete prestar contas, ainda que
dispensado pelos pais dos tutelados. É ele obrigado a apresentar balanços anuais e a prestar
contas em juízo, sob forma contábil, de dois em dois anos, de sua administração (CC, art. 1.757,
caput e parágrafo único). Esses prazos não são estritos, devendo ser prestadas contas toda vez
que o juiz entender necessário, uma vez que a ele incumbe preservar o interesse do menor.
- Geralmente, de forma mensal, é exigido que o tutor preste contas.
7. Cessação (art 1.763)
CURATELA
1. Conceito
É o encargo deferido por lei a alguém incapaz, para reger a pessoa e administrar os bens de
quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo. É o encargo público conferido por lei a
alguém, para dirigir a pessoa e administrar os bens dos maiores que por si não possam fazê-lo.
Todas as disposições aplicáveis à tutela, também são aplicáveis à curatela.
Art 1.767 e SS do CC.
- Geralmente, os pais é quem são nomeados curadores de filho maior incapaz.
2. Curatela do Nascituro
Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. A lei não lhe
concerne personalidade, a qual só lhe será conferida se nascer com vida. Mas, como
provavelmente nascerá com vida, o ordenamento jurídico desde logo preserva seus interesses
futuros, tomando medidas para salvaguardar os direitos que, com muita probabilidade, em
breve serão seus.
DIREITO CIVIL IX – (05.03.15)
ESTATUTO DO IDOSO
- O Estatuto do Idoso tem 118 artigos e foi aprovado no governo de Lula.
- Lei 10.741-03.
- A pessoa adquire a condição de idoso a partir dos 60 anos.
- O idoso tem direito a atendimento preferencial em qualquer órgão público ou privado.
- O idoso tem direito a alimentos, os quais deverão ser pagos de forma “solidária” pelos
devedores.
- Para algumas atividades, é possível fixar limite de idade como requisito para o ingresso.
- Existe outro tipo de idoso: o de 65 anos. Este tem algumas prerrogativas adicionais.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- A regra é que o ECA aplica-se apenas para as crianças (até 12 anos) e adolescentes (entre 12 e
18 anos). Excepcionalmente, ele é aplicável para maiores, com idade entre 18 e 21 anos.
- Parturiente é aquela que está em ambiente de p
DIREITO CIVIL IX – (06.03.15) ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- O instituto da adoção é possível tanto para menores de idade, como para pessoas maiores.
Nos dois casos, deve-se aplicar o Estatuto da Criança e do Adolescente.
- A partir dos 14 anos, é possível ao adolescente trabalhar, mas o mesmo está sujeito a
determinadas regras.
- Para que o menor possa realizar uma viagem para o exterior, faz-se necessário obter
autorização de ambos os genitores (art 84 do ECA). Se a viagem for nacional, é necessária a
autorização de apenas um dos pais.
- Remissão -> Perdão.
DIREITO CIVIL IX – (12.03.15) DIREITO DAS SUCESSÕES (Considerações Iniciais)
1. Conceito
A palavra “sucessão”, em sentido amplo, significa o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar
de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens. Numa compra e venda, por
exemplo, o comprador sucede ao vendedor, adquirindo todos os direitos que a este
pertenciam.
No direito das sucessões, entretanto, o vocábulo é empregado em sentido estrito, para
designar tão somente a decorrente da morte de alguém, ou seja, a sucessão causa mortis. O
referido ramo do direito disciplina a transmissão do patrimônio, ou seja, do ativo e do passivo
do de cujus ou autor da herança a seus sucessores.
Direito das sucessões é a parte especial do direito civil que regula a destinação do patrimônio
de uma pessoa depois de sua morte.
2. Evolução Histórica
O direito sucessório remonta à mais alta antiguidade, sempre ligado à ideia de continuidade da
religião e da família. Durante séculos, a herança (positivo e negativo) era transmitida apenas
para a linha masculina. O afastamento da linha feminina se justificava, em razão de que a
mulher ao se casar era propriedade do marido.
A Constituição Federal de 1988 trouxe duas grandes novidades ao direito sucessório: a herança
é uma garantia fundamental (art 5º); todos os filhos sem distinção de sexo são iguais perante a
lei (art 226).
Por fim, o CC-02 inovou no Livro V ao dizer que o cônjuge sobrevivente também é herdeiro.
Sempre no direito sucessório, o regime de bens foi muito importante para fins de partilha de
bens em razão da morte de alguém, entretanto, em fevereiro de 2015, o STJ afirmou que o
regime de bens perde todo e qualquer valor jurídico no momento do falecimento do cônjuge
ou do companheiro.
3. Fundamento do Direito das Sucessões
Enquanto perdurar a organização do estado capitalista, a herança subsistirá, como
consequência natural e necessária.
O direito sucessório existe em razão do regime político adotado no Brasil (capitalismo).
É óbvio que há outros fundamentos em plano secundário (garantia de subsistência à família,
garantia do direito de propriedade, igualdade entre os filhos, etc); no entanto, o fundamento
central é o capitalismo.
4. Conteúdo do Direito das Sucessões
O Código Civil disciplina o direito das sucessões em quatro tipos, que tratam respectivamente,
da sucessão em geral, da sucessão legítima, da sucessão testamentária e do inventário e
partilha.
O título I abrange normas relacionadas a administração da herança, aceitação e renúncia da
herança, vocação hereditária, herança jacente, indignidade, petição de herança, etc.
O título II trata da sucessão legítima, ou seja, quais as pessoas que sucedem o autor na
herança.
O título III trata do testamento e é o mais extenso do direito sucessório. O legislador disciplina
os mínimos detalhes de um testamento.
O título IV trata do inventário e partilha, e deve ser analisado sempre em conjunto com o CPC.
DIREITO CIVIL IX – (13.03.15) DIREITO DAS SUCESSÕES
1. Abertura da SucessãoA herança é um somatório, em que se incluem os bens e as dívidas, os
créditos e os débitos, os direitos e as obrigações, as pretensões e ações de que era titular o
falecido, e as que contra ele foram propostas, desde que transmissíveis. Compreende,
portanto, o ativo e o passivo (art 1.792 e 1.997 do CC).
Não há falar em herança de pessoa viva (art 26 e SS do CC). Portanto, consistem pressupostos
da sucessão:
a) Que o de cujus tenha falecido.
b) Que lhe sobreviva herdeiro.
Se o autor da herança estiver vivo, não haverá sucessão (viventis nulla hereditatis). A morte
civil (ficta mors), admitida no direito romano, não subsiste no direito moderno. Abre-se a
sucessão somente com o óbito, real ou presumido.
Com a morte, pois, transmite-se a herança aos herdeiros, de acordo com a ordem de vocação
hereditária estabelecida no art. 1.829 do Código Civil. Na falta destes, será a herança recolhida
pelo Município, pelo Distrito Federal ou pela União, na conformidade do disposto no art. 1.844
do mesmo diploma.
2. Momento da Transmissão da Herança – a Comoriência.
A morte, a abertura da sucessão e a transmissão da herança aos herdeiros ocorre num só
momento. Os herdeiros, por essa previsão legal, tornam-se donos da herança, ainda que não
saibam que o autor da sucessão morreu, ou que a herança lhes foi transmitida.
Para que haja sucessão é necessário que o herdeiro sobreviva ao hereditando (falecido). Há
casos, no entanto, em que ambos falecem em condições que impossibilitam precisar qual deles
morreu primeiro e se ocorreu ou não a sobrevivência do herdeiro. Essas hipóteses de morte
simultânea recebem a denominação de comoriência.
Quando duas pessoas morrem em determinado acidente, somente interessa saber qual delas
morreu primeiro se uma for herdeira da outra. Do contrário, inexiste qualquer interesse
jurídico nessa pesquisa.
Não há, pois, transferência de bens e direitos entre comorientes. Por conseguinte, se em
acidente casal sem descendentes e ascendentes, sem saber qual morreu primeiro, um não
herda do outro. Assim, os colaterais da mulher ficarão com a meação dela; enquanto os
colaterais do marido ficarão com a meação dele.
Diversa seria a solução se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro. O que
viveu um pouco mais herdaria a meação do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus
colaterais (art 1.923 do CC).
- Por ocasião da sucessão, o herdeiro é “dono” da propriedade independente de qualquer
formalidade.
- No Brasil, não é possível transmitir herança a animais.
3. Princípio da Saisine
Uma vez aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros. Nisso consiste o
princípio da saisine.
Em matéria de vocação hereditária, não se legisla para alcançar o passado, mas apenas para
reger o futuro. A lei do dia da morte rege todo o direito sucessório, quer se trate de fixar a
vocação hereditária, quer de determinar a extensão da quota hereditária. Não pode a lei nova
disciplinar sucessão aberta na vigência da lei anterior.
O herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens por este
deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida.
Uma vez que a transmissão da herança se opera no momento da morte, é nessa ocasião que
devem verificar os valores do acervo hereditário, de forma a determinar o monte partível e o
valor do imposto de transmissão causa mortis. Dispõe a Súmula 112 do STF: “O imposto de
transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”.
- Acervo Hereditário = Herança.
- Imposto de Transmissão por “Causa Mortis” (Estadual).
4. Espécies de Sucessão
Por isso se diz que a sucessão, considerando-se a sua fonte, pode ser legítima ou
testamentária.
Quando se dá em virtude da lei, denomina-se sucessão legítima. Quando decorre de
manifestação de última vontade, expressa em testamento, chama-se sucessão testamentária.
Morrendo, portanto, a pessoa ab intestato, transmite-se a herança a seus herdeiros,
expressamente indicados na lei, de acordo com uma ordem preferencial, denominada ordem
da vocação hereditária. Costuma-se dizer, que a sucessão legítima representa a vontade
presumida do morto de transmitir o seu patrimônio para as pessoas indicadas na lei, pois teria
deixado testamento se outra fosse a intenção. É a que mais se utiliza no Brasil.
A sucessão dá-se por disposição de ultima vontade, quando há testamento. É a sucessão
testamentária. Havendo herdeiros necessários (ascendentes, descendentes ou cônjuge) divide-
se a herança em duas partes iguais e o testador só poderá dispor livremente da metade,
denominada porção disponível, para outorga-la ao cônjuge sobrevivente, a qualquer de seus
herdeiros ou mesmo a estranhos, pois a outra constitui a legítima, conforme art 1.846 do CC.
DIREITO CIVIL IX – (19.03.15) 5. Da Liberdade de Testar
Não havendo herdeiros necessários, plena será a liberdade de testar, podendo o testador
afastar da sucessão os herdeiros colaterais (art. 1.850 do CC).
Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança (art 1.789
do CC).
- A sucessão pode ser legítima (Ab Intestato) ou testamentária.
- Sempre que o testamento não abraçar todos os bens; dar-se-á a sucessão testamentária em
relação aos “incluídos”, e a sucessão legítima em face dos “excluídos” do documento.
- Existem duas classes de herdeiros: os necessários, que correspondem aos descendentes,
ascendentes e cônjuge; e os colaterais, englobando os irmãos e sobrinhos.
- Jamais o autor da herança poderá excluir os herdeiros necessários da sucessão, exceto em
caso de homicídio ou tentativa.
- Qualquer um pode “testar”, contudo essa liberdade é limitada.
- Os bens do de cujus devem ser divididos em duas quotas iguais: a legítima e a disponível. Na
primeira, necessariamente deve ser obedecida a ordem dos sucessores legais (Descendentes,
ascendentes e cônjuge). Já em relação à segunda, o autor da herança pode dispor da forma
que lhe aprouver.
6. Da Sucessão a Título Universal e a Título Singular
A sucessão pode ser classificada, ainda, quanto aos efeitos, à título universal e a título singular.
Dá-se a sucessão a título universal quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da
herança, fração ou porcentagem dela. Pode ocorrer tanto na sucessão legítima como na
testamentária.
Na sucessão a título singular o testador deixa ao beneficiário um bem certo e determinado,
denominado “legado”.
Legatário não é o mesmo que herdeiro. Este sucede a título universal, pois a herança é uma
universalidade; aquele, porém, sucede ao falecido a título singular, tomando seu lugar em coisa
certa e determinada.
A sucessão legítima é sempre a título universal, porque transfere aos herdeiros a totalidade ou
fração ideal do patrimônio do de cujus. A testamentária pode ser a título universal ou a título
singular.
7. Sucessão Irregular
É a disciplinada por normas peculiares e próprias, não observando a ordem da vocação
hereditária estabelecida no art 1.829 do CC para a sucessão legítima.
É um tipo de sucessão que não vamos aplicar o Código Civil, daí o nome “Sucessão Irregular”. É
o exemplo típico da Lei 9.610-98.
8. Espécies de Sucessões
Em relação aos herdeiros, estabelece o Código Civil que legítimo é o indicado pela Lei, em
ordem preferencial (art 1.829 do CC).
Testamentário é o beneficiado pelo testador com uma parte ideal da herança, sem
individualização de bens.
A pessoa contemplada em testamento com coisa certa e determinada é legatário (o bem é
chamado de legado).
Herdeiro necessário é o descendente ou ascendente ou o cônjuge.
Herdeiro universal é o herdeiro único e recebe toda a herança.
9. Lugar em que se abre a Sucessão
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DIREITO CIVIL IX – (20.03.15) DA HERANÇA E SUA ADMINISTRAÇÃO
1. A Herança
Antes da partilha, nenhum herdeiro tem a propriedade ou a posse exclusiva sobre um bem
certo e determinado do acervo hereditário (bens deixado pelo de cujus). Só a partilha
individualiza e determina objetivamente os bens que cabem a cada herdeiro. Julgada a
partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito aos bens do seu quinhão,
conforme art 2.023 do CC.
É a data da abertura da sucessão que determina o efeito translativo da herança. Deferindo-se
como “um todo unitário” a transmissão dos direitos do de cujus que se opera de plano. É nesse
momento que nasce a indivisão, no caso de pluralidade de herdeiros. E quando ocorrer a
divisão, com seu efeito declarativo “na partilha”, é a esta data que remontarão os direitos
privativos dos herdeiros sobre os bens correspondentes à suas cotas respectivas.
Repetindo: cada um dos herdeiros tem os mesmos direitos e deveres em relação ao todo, não
cabendo a nenhum deles direitos e deveres sobre um ou mais bens da herança; é esta uma
universitas iuris (Universalidade de Direito).
A indivisibilidade diz respeito ao domínio e à posse dos bens hereditários, desde a abertura da
sucessão até a atribuição dos quinhões a cada sucessor, na partilha. Antes dessa, o coerdeiro
pode alienar ou ceder apenas a sua quota ideal (art 80 do CC).
- Morte, Sucessão e Transferência ocorrem “ao mesmo tempo”.
2. Responsabilidade dos Herdeiros
Com a transmissão da herança, passam aos herdeiros, todo o patrimônio (positivo e negativo),
nos limites impostos pelo art 1.792 do CC.
No direito brasileiro o inventário é considerado um benefício para os contemplados, sendo
proibido ônus superior ao bônus.
No inventário, é feito um levantamento do patrimônio do falecido, relacionando-se os bens,
créditos e débitos que deixou. As dívidas são da herança, que responde por elas (art 1.997 do
CC). Só serão partilhados os bens ou valores que restarem depois de pagas as dívidas (fiscais e
não fiscais). Isto é, depois de descontado o que, de fato, pertence a outrem.
- O espólio é uma figura jurídica criada pelo legislador, no intuito de representar o patrimônio
deixado pelo morto, seja ele positivo ou negativo (direitos e obrigações). Logo, pode ser
considerado um representante legal desse patrimônio.
- A universalidade só se extingue com o fim da partilha, e esta só se dá quando todas as dívidas
são sanadas, sejam elas públicas ou privadas.
- O cônjuge tem preferência para ser nomeado inventariante.
- Ordem de Recebimento do Espólio: alimentos -> crédito trabalhista -> União -> Estado ->
Município -> Credor Real -> Credor Quirografário.
3. Cessão de Direitos Hereditários
É possível o herdeiro vender a sua quota ideal, entretanto, jamais individualizar um
determinado bem.
Escritura Pública (art 1.647 e 1.693 do CC).
Portanto, o coerdeiro somente pode ceder quota parte ou parcela do complexo hereditário,
mas nunca uma ou mais bens determinados. Tal regra decorre da indivisibilidade da herança.
- Ao herdeiro só é permitido vender a sua “parte ideal”, ou seja, não pode o mesmo
individualizar o bem vendido. Além disso, por ocasião da venda, deve ser dada preferência aos
demais herdeiros.
4. Abertura do Processo de Inventário
Art 1.796.
Ao despachar a petição inicial de abertura do inventário, o juiz nomeará inventariante.
O inventariante é a pessoa que tem por função administrar os bens do espólio, sendo o seu
representante legal.
5. Remoção
Art 995 do CPC.
A remoção ocorrerá por meio de processo autônomo, em apenso ao processo de inventário. A
este dá-se o nome de “incidente de remoção”.
- A maior sanção que o inventariante pode receber é a “remoção”.
- Em face do seu caráter de sanção, deve ser dado o direito ao contraditório e ampla defesa ao
removido.
6. Administração Provisória
O inventariante desempenha função de sua importância no processo de inventário. É ele
quem arrecada os bens e os administra até a entrega de cada quinhão aos herdeiros. É ele que
representa a herança até a patilha.
Entretanto, da abertura da sucessão até a nomeação do juiz, os bens do falecido serão
administrados pelo “administrador provisório”. E este é aquele que está na posse do bem,
conforme art 986 do CPC.
- Quem estiver na posse do bem terá a incumbência de proceder à sua administração
provisória.
DIREITO CIVIL IX – (26.03.15) VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
1. Legitimidade (Sucessão Legítima)
A legitimidade passiva é a regra e a ilegitimidade, a exceção. No direito sucessório vigora o
princípio de que todas as pessoas têm legitimação para suceder, exceto aquelas afastadas pela
lei, conforme art 1.798. O nascituro pode ser contemplado, tanto na sucessão legítima como na
testamentária, dependendo do seu nascimento com vida.
Como o artigo fala em “pessoas”, os animais e as coisas inanimadas não podem suceder.
- O nascimento não significa necessariamente nascer com vida. Logo, uma pessoa pode nascer
sem vida.
2. Legitimidade para Suceder por Testamento
Art 1.799 do CC.
3. Ilegítimos
Art 1.801 do CC.
O referido artigo é taxativo.
4. Simulação – Interposição de Pessoas
Se, apesar das proibições previstas, forem contempladas, de modo direto ou mediante
simulação, pessoas neles mencionadas, nulas se tornarão as disposições testamentárias.
Simulação é uma declaração falsa, visando aparentar negócio diverso do efetivamente
desejado.
DA ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA
1. Conceito
É o ato pelo qual o herdeiro anui à transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a
abertura da sucessão, confirmando-a.
Trata-se de uma confirmação, uma vez que a aquisição dos direitos sucessórios não depende
da aceitação. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo e por força de lei, ao
patrimônio do herdeiro legítimo ou testamentário.
A aceitação pode consistir em uma declaração ou em um comportamento indicativo.
- A aceitação pode ocorrer de dois modos: de forma expressa ou por meio de comportamento
que indique isso.
2. Quanto ao Agente
A aceitação (confirmação) pode ser direta ou indireta. Direta é a que provém do próprio
herdeiro. Indireta é quando alguém a faz por ele (credores, procuradores, tutores ou curadores
e os próprios sucessores).
3. Características
3.1. É um ato jurídico unilateral.
3.2. A confirmação é irretratável.
3.3. Não existe “condição” ou “aceitação parcial”.
4. Irretratável
Art 1.808 do CC.
5. Renúncia
É negócio jurídico unilateral, pelo qual o herdeiro manifesta a intensão de se demitir dessa
qualidade.
A renúncia é um ato solene, pois sua validade depende de forma prescrita em lei.
5.1. Espécies:
A renúncia pode ser de duas espécies: abdicativa e translativa.
Dá-se a primeira quando o herdeiro se manifesta sem ter praticado qualquer ato que exprima
aceitação.
O herdeiro que renuncia em favor de determinada pessoa citada nominalmente, está
praticando dupla ação: aceitando e, ao mesmo tempo, doando-a.
5.2. Restrições
5.2.1. Precisa ter capacidade plena.
5.2.2. Anuência do cônjuge, com exceção se o regime for o da separação total de bens (posição
que será alterada – STJ).
5.2.3. Que não prejudique credores.
5.3. Ineficácia
Pode ocorrer pela suspensão temporária dos seus efeitos pelo juiz, a pedido de credores.
5.4. Efeitos
Exclusão, da sucessão, do herdeiro renunciante, que será tratado como se jamais houvesse sido
chamado.
Não existe direito de representação.
Acréscimo da parte do renunciante à dos outros herdeiros da mesma classe (art 1.810 do CC).
Assim, se o de cujus tinha vários filhos e um deles é pré-morto, a sua parte passará a seus
filhos, netos do primeiro. Se não morreu, mas renunciou à herança, a sua quota passará aos
seus irmãos, em prejuízo de seus filhos, pois o renunciante e sua estirpe são considerados
como se nunca houvessem existido. Sendo o renunciante o único de sua classe, devolve-se a
herança aos da subsequente. Se o de cujus tinha apenas um filho e este, não tendo
descendentes, renunciar a herança esta é devolvida aos ascendentes do falecido.
5.5. Irretratável
Art 1.808 do CC.
DIREITO CIVIL IX – (27.03.15) DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
1. Conceito
A sucessão hereditária assenta em uma razão de ordem ética: a afeição real ou presumida do
defunto ao herdeiro ou legatário. Tal afeição deve despertar e manter neste o sentimento de
gratidão ou, pelo menos, de respeito ao morto.
A quebra dessa afetividade, mediante a prática de atos de desapreço e menosprezo para com o
autor da herança, e mesmo de atos delituosos contra a sua pessoa, torna o herdeiro ou
legatário indigno de recolher os bens hereditários.
A indignidade é uma sanção civil que acarreta a perda do direito sucessório. É a privação do
direito, aplicada por lei, a quem cometeu certos atos ofensivos ao de cujus (art 1.814 do CC).
- Quando o beneficiário recebe uma universalidade, é chamado de herdeiro. Já quando recebe
bem específico, denomina-se legatário.
2. Causas de Exclusão por Indignidade
2.1. Incurso numa das hipóteses do art 1.814;
2.2. Não tenha sido perdoado pelo de cujus;
2.3. Sentença condenatória.
- A indignidade só produz efeitos após a concessão do contraditório e da ampla defesa.
3. Sentença e Legitimidade
- Os interessados, ou seja, os eventuais “beneficiados” podem propor a aplicação da
indignidade. Ao ministério público também é dada essa prerrogativa de propor a ação.
4. Deserdação
Não se deve confundir indignidade com deserdação, embora ambas tenham a mesma
finalidade: excluir da sucessão quem praticou atos condenáveis contra o de cujus. Há mais
pontos comuns que incomuns.
Ambos têm o mesmo fundamento, qual seja, a vontade do morto, com a diferença que, para a
indignidade, o fundamento é vontade presumida, enquanto a deserdação só pode fundar-se
expressa do testador.
A indignidade decorre da lei, que prevê a pena somente nos casos do art 1.814 do CC. Na
deserdação, é o autor da herança quem pune o responsável, em testamento, nos casos
previstos do art 1.814 + 1.962 do CC.
DA HERANÇA JACENTE E DA HERANÇA VACANTE
1. Conceito
Quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não há
conhecimento da existência de algum herdeiro, diz-se que a herança é jacente (art 1.819 do
CC).
A Jacência não se confunde com a vacância. É apenas uma fase do processo que antecede a
esta. A herança jaz enquanto não se apresentam herdeiros do morto para reclamá-la. O Estado,
no intuito de impedir o perecimento da riqueza, ordena sua arrecadação, para o fim de
entregá-la aos herdeiros que aparecerem. Somente quando, após as diligências legais, não
aparecerem herdeiros, é que a herança, até agora jacente, é declarada vacante, para o fim de
incorporar-se ao patrimônio do poder público.
2. Procedimento
Código Civil.
DA PETIÇÃO DE HERANÇA
1. Introdução
O código introduziu nos art 1.824 a 1.828 a figura denominada “Petição de Herança”.
Petição de herança é a ação pela qual o herdeiro procura o reconhecimento judicial de sua
qualidade, com vistas a recuperar no todo ou em parte o patrimônio sucessório,
indevidamente em poder de outrem.
Cabe tal ação a quem se intitula “herdeiro” e reivindica esse título.
Legitimidade passiva é aquele que está com os bens.
Reconhecida a qualidade hereditária do autor da petição de herança, deflui com efeito natural
e principal a transmissão da titularidade do patrimônio deixado e seu favor. A procedência da
ação, decretada em sentença transitada em julgado, gera o reconhecimento da ineficácia da
partilha em relação ao autor da ação, dispensada a sua anulação.
- Nesse caso, o processo de inventário não é nulo.
2. Prescrição
Súmula 49 do STF: “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de
petição de herança”.
O prazo da petição de herança é de 10 anos.

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