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Bruno Hollanda 2009.2 RESUMO FISIOLOGIA (GUYTON)Cap.

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Formação de Urina pelos Rins – Processamento Tubular do Filtrado Glomerular

I- Reabsorção e Secreção pelos Túbulos Renais:


Após o filtrado glomerular entrar nos túbulos renais, ele flui através de porções sucessivas antes
de ser excretado como urina. Ao longo desse curso, algumas substâncias são reabsorvidas
seletivamente dos túbulos de volta para o sangue, enquanto outras são secretadas do sangue para
o lúmen tubular. Para muitas substâncias, a reabsorção tem um papel bem mais importante do que
o da secreção na determinação da taxa final de excreção urinária. No entanto, a secreção é
responsável por quantidades significativas de íons potássio, íons hidrogênio e de outras poucas
substâncias que aparecem na urina.
Os processos de filtração glomerular e reabsorção tubular são quantitativamente muito
superiores em relação à excreção urinária para muitas substâncias. Diferentemente da filtração
glomerulares, que é relativamente não seletiva, a reabsorção tubular é altamente seletiva.

1) Mecanismos de Reabsorção Tubular:


A reabsorção tubular inclui mecanismos ativos e passivos. Para que uma substância seja
reabsorvida, ela deve primeiro ser transportada (1) através das membranas epiteliais tubulares
para o líquido intersticial renal e, posteriormente, retorna ao sangue (2) através da membrana dos
capilares peritubulares. Água e solutos podem ser transportado por via transcelular, através das
próprias membranas celulares, ou por via paracelular, através de espaços juncionais entre as
células. A seguir, são transportadas do interstício renal para o sangue através das paredes dos
capilares peritubulares por ultrafiltração (bulk flow), que é mediada por forças hidrostáticas e
coloidosmóticas.
Um exemplo de transporte ativo primário é a reabsorção de sódio através da bomba de sódio-
potássio, que obtêm energia pela hidrólise do ATP. Essa reabsorção ocorre em todas as porções
do túbulo, principalmente na porção proximal.
A difusão facilitada, um exemplo de transporte passivo, é descrita também pela reabsorção de
sódio, mediada por proteínas transportadoras. Estas mesmas proteínas transportadoras são
importantes no processo de transporte ativo secundário, onde se ligam à substâncias como
glicose ou aminoácidos e utilizam a energia liberada pela difusão facilitada do sódio a favor do seu
gradiente eletroquímico, para irem contra o seu gradiente, para dentro da célula.
A água é sempre reabsorvida por um mecanismo passivo, denominado osmose, principalmente
pela devido à reabsorção de sódio, que aumenta a concentração no plasma, “puxando” a água.
Algumas substâncias são secretadas nos túbulos por transporte ativo secundário, que envolve
frequentemente o contratransporte da substância com íons sódio. Um exemplo é o
contratransporte de íons hidrogênio, que se movem através da membrana luminal, para dentro do
túbulo.
Certas porções do túbulo, especialmente o túbulo proximal, reabsorvem moléculas grandes como
proteínas por pinocitose, onde a proteína se adere à borda em escova da membrana luminal e
esta porção invagina-se para o interior da célula e seja formada uma vesícula contendo tal
proteína. Uma vez dentro da célula, a proteína é digerida e seus aminoácidos constituintes são
reabsorvidos através da membrana basolateral para dentro do líquido intersticial.. Como a
pinocitose requer energia, ela é considerada uma forma de transporte ativo.
Para a maioria das substâncias que são reabsorvidas ou secretadas ativamente, há um limite
para a taxa na qual o soluto pode ser transportado, denominado transporte máximo. Esse limite é
devido à saturação dos sistemas específicos, quando a quantidade de soluto excede a capacidade
das proteínas transportadoras e de enzimas envolvidas no processo. Um bom exemplo é o sistema
de transporte de glicose no túbulo proximal; em casos de diabetes melito, o sangue fica muito

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concentrado de glicose e esta excede o transporte máximo, não sendo completamente


reabsorvida, como em condições normais, o que causa a excreção urinária de glicose.
Substâncias que são reabsorvidas passivamente não apresentam um transporte máximo, pois
sua taxa de transporte é determinada por outros fatores, como (1) o gradiente eletroquímico, (2) a
permeabilidade da membrana e (3) o tempo que o líquido que contém a substância permanece
dentro do túbulo. O transporte deste tipo é denominado transporte gradiente-tempo, por que a
taxa de transporte depende do gradiente eletroquímico e do tempo que a substância está no
túbulo, o qual, por sua vez, depende da taxa de fluxo tubular.

II- Reabsorção e Secreção ao Longo de Diferentes Porções do Néfron:

1) Reabsorção Tubular Proximal:


O túbulo proximal possui uma capacidade muito grande de reabsorção. Isto decorre de suas
características celulares, pois estas apresentam metabolismo elevado e um grande número de
mitocôndrias. Além disso, as células possuem uma borda em escova muito extensa, aumentando a
superficie de contato e, junto a isso, um extenso labirinto de canais intercelulares e basais.
A extensa superfície de membrana da borda em escova é carregada com moléculas carreadoras
que transportam uma grande fração dos íons sódio, ligados por meio do mecanismo de co-
transporte com nutrientes como glicose e aminoácidos. O restante do sódio é transportado por
mecanismos de contratransporte, que reabsorvem sódio e secretam, ao mesmo tempo, hidrogênio.
Na primeira metade do túbulo proximal, o sódio é reabsorvido junto a glicose e aminoácidos, mas
na segunda metade, menos glicose e aminoácidos são reabsorvidos, sendo o sódio, agora,
reabsorvido, principalmente, com íons cloreto.
Obs.: O túbulo proximal também é um local importante para secreção de ácidos e bases
orgânicos, como sais biliares, oxalato, urato e catecolaminas, que são produtos finais do
metabolismo do corpo e devem ser removidas rapidamente. A filtração destas substâncias, mais a
secreção no túbulo proximal e a ausência quase total de reabsorção, contribuem para a rápida
excreção destas substâncias na urina.

2) Transporte de Soluto e Água na Alça de Henle:


A porção descendente do segmento fino da alça de Henle é altamente permeável à água e
moderadamente permeável à maioria dos solutos, incluindo uréia e sódio. Cerca de 20% da água
filtrada é reabsorvida na alça de Henle, e quase tudo isto ocorre no componente descendente fino.
O componente ascendente, tanto a porção fina quanto a espessa, é praticamente impermeável à
água, uma característica importante para a concentração da urina.
As células do segmento espesso da alça de Henle apresentam alta atividade metabólica e são
capazes de reabsorver ativamente sódio, cloreto e potássio. Quantidades consideráveis de outros
íons, como cálcio, bicarbonato e magnésio, também são reabsorvidas nessa porção. Um
componente importante desta parte é a bomba de sódio-potássio, que fornece um gradiente
favorável para a movimentação de sódio do líquido tubular para dentro da célula. Essa
movimentação é mediada por um co-transportador de 1 sódio, 2 cloreto e 1 potássio. Esta proteína
co-transportadora utiliza a energia liberada pela difusão do sódio para conduzir a reabsorção de
potássio para dentro da célula contra um gradiente de concentração. Embora este co-transportador
mova quantidades iguais de ânions e cátions para dentro da célula, há um retrovazamento de íons
potássio para o lúmen, criando uma carga positiva neste. Esta carga faz com que cátions como
magnésio e cálcio sofram difusão do lúmen tubular através do espaço paracelular para o líquido
intersticial.

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3) Túbulo Distal Inicial:


A primeira porção do túbulo distal inicial faz parte do complexo justaglomerular que fornece
controle de feedback da TFG e do fluxo sanguíneo neste mesmo néfron. A porção seguinte do
túbulo distal possui características muito parecidas com o segmento espesso da alça de Henle,
absorvendo a maioria dos íons (sódio, cloreto e potássio) e sendo praticamente impermeável à
água e uréia. Por esta razão, é chamada de segmento de diluição.

4) Túbulo Distal Final e Túbulo Coletor Cortical:


Essas duas porções possuem características similares. Anatomicamente, são compostos de dois
tipos distintos de células, as células principais e as células intercaladas.
a) Células Principais: Estas células reabsorvem sódio e secretam potássio, dependendo da
atividade da bomba de sódio-potássio. A secreção de potássio do sangue para o lúmen tubular
envolve duas etapas: (1) o potássio entra na célula por ação da bomba de sódio-potássio e, então,
(2) uma vez dentro da célula, o potássio se difunde a favor do seu gradiente de concentração para
dentro do líquido tubular.
b) Células Intercaladas: Estas células secretam avidamente hidrogênio e reabsorvem íons
bicarbonato e potássio. A secreção é mediada por um mecanismo de transporte hidrogênio-
ATPase. A ação da anidrase carbônica gera íons bicarbonato e íons hidrogênio. Este último,
através do mecanismo descrito, é secretado para dentro do lúmen tubular e, para cada íon
hidrogênio, um íon bicarbonato torna-se disponível para reabsorção através da membrana
basolateral.
Ambas as porções têm sua permeabilidade à água controlada pelo ADH (ou vasopressina). Com
níveis elevados deste hormônio, estes segmentos são permeáveis à água, mas na sua ausência,
são praticamente impermeáveis.

5) Ducto Coletor Medular:


É o local final para o processamento da urina e, portanto, tem um papel extremamente importante
na determinação da quantidade final de saída na urina de água e solutos. Possui permeabilidade
controlada pelo ADH; diferente do túbulo coletor cortical, é permeável à uréia; e é capaz de
secretar íons hidrogênio contra um gradiente de concentração, como ocorre no túbulo coletor
cortical.

III- Regulação da Reabsorção Tubular:

1) Equilíbrio Glomerulotubular:
É a habilidade intrínseca dos rins em aumentar sua taxa de reabsorção em resposta a um
aumento na carga tubular (influxo tubular aumentado). Dessa forma, a taxa de reabsorção total
aumenta à medida que a carga filtrada aumenta.
A importância desse equilíbrio é evitar a sobrecarga dos segmentos tubulares distais quando a
TFG aumenta, atuando como uma segunda linha de defesa para amortecer os efeitos de
alterações espontâneas da TFG sobre o débito urinário (a primeira linha de defesa inclui os
mecanismos auto-reguladores renais, especialmente o feedback tubuluglomerular).

2) Forças Físicas do Líquido Capilar Peritubular e Interstício Renal:


As forças hidrostáticas e coloidosmóticas controlam a taxa de reabsorção ao longo dos capilares
peritubulares, da mesma forma que estas forças físicas controlam a filtração nos capilares
glomerulares. Alterações na reabsorção capilar peritubular podem, por sua vez, influenciar as

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pressões hidrostáticas e coloidosmóticas do interstício renal e, em última análise, a reabsorção de


água e de solutos dos túbulos renais. Estas forças incluem:
▪ Pressão Hidrostática dentro dos Capilares Peritubulares (Pc): Se opõe à reabsorção;
▪ Pressão Hidrostática no Interstício Renal (Pif): Fora dos capilares, que favorecem a
reabsorção;
▪ Pressão Coloidosmótica nos Capilares Peritubulares (πc): Gerada pelas proteínas
plasmáticas, que favorece a reabsorção;
▪ Pressão Coloidosmótica no Interstício Renal (πif): Gerada pelas proteínas, que se
opõe à reabsorção.
Outro fator que contribui para a alta taxa de reabsorção de líquido nos capilares peritubulares é
um grande coeficiente de filtração (Kf), devido à grande condutividade hidráulica e à grande área
de superfície dos capilares.
Os dois determinantes da reabsorção dos capilares peritubulares que são influenciados
diretamente pelas alterações hemodinâmicas renais são as pressões hidrostáticas e
coloidosmóticas dos capilares peritubulares. A primeira é influenciada pela pressão arterial e pelas
resistências das arteríolas aferentes e eferentes. (1) Elevações na pressão arterial tendem a elevar
a pressão hidrostática dos capilares peritubulares e a diminuir a taxa de reabsorção. (2) Aumento
na resistência das arteríolas aferentes ou eferentes reduz a pressão hidrostática e tende a
aumentar a taxa de reabsorção. Embora a constrição das arteríolas eferentes aumente a pressão
hidrostática capilar glomerular, ela diminui a pressão hidrostática dos capilares peritubulares.
O segundo maior determinante da reabsorção capilar peritubular é a pressão coloidosmótica do
plasma nestes capilares; o aumento da pressão aumenta a reabsorção dos capilares peritubulares.
A pressão coloidosmótica dos capilares peritubulares é determinada pela pressão coloidosmótica
plasmática sistêmica e pela fração de filtração, que quanto maior, mais concentrado fica o plasma
que permanece nos capilares peritubulares.
Em última análise, alterações nas forças físicas dos capilares peritubulares influenciam a
reabsorção tubular por alterarem as forças físicas no interstício renal que circunda os túbulos.

3) Mecanismos de Natriurese Pressória e Diurese Pressórica:


Mesmos pequenos aumentos na pressão arterial frequentemente causam aumentos acentuados
na excreção urinária de sódio e água, fenômenos denominados natriurese pressórica e diurese
pressórica. Por causa dos mecanismos auto-reguladores dos rins, o aumento da pressão arterial
tem um pequeno efeito sobre o fluxo sanguíneo e sobre a TFG. Este pequeno aumento na TFG
contribui, em parte, para o efeito da pressão arterial aumentada sobre o débito urinário.
Um segundo efeito da pressão arterial aumentada é que ela diminui a porcentagem da carga
filtrada de sódio e água que é reabsorvida pelos túbulos. Os mecanismos responsáveis para que
isto ocorra é o discreto aumento na pressão hidrostática capilar peritubular, especialmente nos
vasa recta (ou vasos retos) da medula renal, e um aumento subsequente na pressão hidrostática
do interstício renal, que intensifica o retorno de sódio para dentro do lúmen tubular, reduzindo,
desta forma, a reabsorção líquida de sódio e água e aumentando ainda mais a taxa de débito
urinário quando a pressão arterial se eleva.
Um terceiro fator que contribui para os mecanismos de natriurese e diurese pressórica é a
formação reduzida de angiotensina II. Esta aumenta a reabsorção de sódio pelos túbulos renais e
também estimula a secreção de aldosterona, o que aumenta ainda mais a reabsorção de sódio.
Portanto, a formação diminuída de angiotensina II contribui para a reabsorção tubular de sódio
diminuída que ocorre quando a pressão arterial está aumentada.

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4) Controle Hormonal:

a) Aldosterona: Secretada pelas células da zona glomerulosa do córtex supra-renal, é um


regulador importante da reabsorção de sódio e da secreção de potássio pelos túbulos renais. Seu
local primário de atuação é nas células principais do túbulo coletor cortical. A aldosterona estimula
a bomba de sódio-potássio no lado basolateral da membrana, aumentando também a
permeabilidade ao sódio do lado luminal da membrana. A ausência de aldosterona, pelo mau
funcionamento da supra-renal, gera uma perda acentuada de sódio e um acúmulo de potássio, o
que ocorre na doença de Addison. O inverso ocorre em pacientes com tumores da supra-renal,
gerando a síndrome de Conn.
b) Angiotensina II: É o hormônio de retenção de sódio mais potente do organismo, produzida
em baixas de pressão sanguínea e/ou volume de líquido extracelular, como ocorre em hemorragias
ou perdas de sal e água. Possui diversos efeitos: (1) estimula a secreção de aldosterona; (2)
contrai as arteríolas eferentes, o que reduz a pressão hidrostática dos capilares peritubulares,
aumentando a reabsorção, e reduz o fluxo sanguíneo renal, elevando a TFG e aumentando a
pressão coloidosmótica nos capilares peritubulares, aumentando, também, a reabsorção tubular;
(3) estimula diretamente a reabsorção de sódio nos túbulos proximais, alças de Henle, túbulos
distais e túbulos coletores, estimulando a bomba de sódio-potássio na membrana basolateral e a
troca sódio-hidrogênio na membrana luminal, especialmente no túbulo proximal.
c) ADH: Aumenta a permeabilidade do túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor à água. Ele se
liga a receptores V2 específicos no final dos túbulos distais, túbulos coletores e ductos coletores,
aumentando a formação de AMP cíclico e ativando proteínas quinases. Isto estimula o movimento
de uma proteína intracelular denominada aquaporina-2 (AQP-2) para o lado luminal das
membranas, onde agrupam-se e se fundem à membrana celular por exocitose, formando canais
para a água que permitem a difusão rápida de água através das células. Quando a concentração
de ADH diminui, as moléculas de AQP-2 são movidas de volta para o citoplasma celular,
removendo, desta forma, os canais para água da membrana e reduzindo a permeabilidade à água.
d) Peptídeo Natriurético Atrial: Diminuem a reabsorção de sódio e água principalmente nos
ductos coletores. São produzidos por células específicas dos átrios cardíacos quando distendidas
em função da expansão do volume plasmático. Essa reabsorção de sódio e água aumenta a
excreção urinária, o que auxilia a retornar o volume sanguíneo ao normal.
e) Hormônio da Paratireóide (Paratormônio): É um dos hormônios de cálcio mais importantes
do organismo. Aumentam a reabsorção tubular de cálcio, especialmente nos túbulos distais e nas
alças de Henle. Além dessa ação, ele também inibe a reabsorção de fosfato pelo túbulo proximal e
estimula a reabsorção de magnésio pela alça de Henle.

5) Ativação do Sistema Nervoso Simpático:


A ativação do sistema nervoso simpático pode diminuir a excreção de sódio e água ao contrair as
arteríolas renais, reduzindo, assim, a TFG. A ativação simpática também aumenta a reabsorção de
sódio no túbulo proximal, no ramo ascendente espesso da alça de Henle e em porções mais distais
do túbulo renal. Finalmente, sua estimulação também aumenta a liberação de renina e a formação
de angiotensina II, o que se soma ao efeito global para aumentar a reabsorção tubular e diminuir a
excreção renal de sódio.

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