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O Novo Testamento ensina sobre

"dois" Tipos de "vindas" de Cristo


Por César Francisco Raymundo

Quem acompanha os meus artigos, certamente deve saber que tenho defendido
que a Escritura Sagrada ensina sobre pelo menos seis tipos de “vindas” de
Cristo. Infelizmente este é um assunto de desconhecimento geral dos cristãos.

Veja a seguir um resumo dessas "vindas" de Cristo:

1. A vinda em Teofanias (Gênesis 3:8; Gênesis 17:1);

2. A Vinda de Belém, sua manifestação humana (Mateus 2:6; 1ª João 3:5-8);

3. A última vinda no Fim do Tempo (Atos 1:11; 1ª Tessalonicenses 4:13-17);

4. A vinda ao Pai - A Ascensão (Daniel 7:13);

5. Vinda através do Espírito Santo no dia de Pentecostes (João 14:16-18);

6. Vindas em julgamento contra nações, igrejas e contra Israel (Apocalipse 2:5;


Salmo 18:7-15; 104:3; Isaías 19:1; Joel 2:1, 2; Mateus 21:40-41, 43-45; Mateus
22:6-7; Mateus 23:33-39) [1]

Destes seis tipos de "vindas", gostaria de destacar duas ensinadas no Novo


Testamento, são elas: "vinda em julgamento contra Israel" e "a última vinda no
Fim do Tempo".

Por não saberem diferenciar essas duas "vindas" muitos têm feito
interpretações equivocadas. O preterismo completo se equivoca ao dizer que
toda vinda de Cristo no Novo Testamento seria Sua Segunda Vinda. Também
por não entenderem o assunto, os céticos afirmam que os apóstolos são falsos
profetas porque prometeram que Jesus voltaria no primeiro século, mas segundo
eles isto não aconteceu.

Até mesmo o autor CS Lewis, escrevendo fora das paredes das igrejas
organizadas pode ter se equivocado quando disse:

"É evidente a partir do Novo Testamento que todos esperavam a Segunda


Vinda em sua própria vida... eles tinham uma razão, o que você deve achar muito
embaraçoso. O Mestre tinha dito isso a eles”.[2]

A única forma de resolver essa confusão em torno da "vinda" do Senhor é


estabelecer que:
1º - Jesus prometeu VOLTAR ainda naquela geração para juízo contra Israel e
Jerusalém;

2º - Jesus também prometeu VOLTAR no fim de todas as eras, ou seja, no fim


da história humana.

Vamos ver agora, uma análise minuciosa dessas duas "vindas" de Cristo.

Vinda em Juízo Contra Israel

A proximidade da vinda de Cristo em juízo contra aquela geração é afirmada


repetidamente. Tiago expressou isto ao dizer que "a vinda do Senhor está
próxima", e também "eis que o juiz está às portas". (Tiago 5.8-9).

O apóstolo Paulo também afirmava a proximidade da vinda de Cristo para


aquela geração ao dizer: "Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o
que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem..." (1ª Coríntios
7.29). Para quê aconselhar aos coríntios que eram casados em sua época para
que "sejam como se o não fossem"? Que sentido havia em um coríntio ouvir isto
de Paulo se Jesus realmente não estava para voltar naquela época?

Pedro também afirmou em sua carta que: "Ora, o fim de todas as coisas está
próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações". (1ª
Pedro 4.7). Se Jesus não iria voltar naquela época, mas milhares de anos depois,
porque Pedro exorta seus contemporâneos a serem "criteriosos e sóbrios" por
causa do "fim de todas as coisas" que estava próximo?

Os cristãos hebreus estavam apostatando da fé e, por isto, o autor de Hebreus


faz várias declarações de exortação: "Porque, ainda dentro de pouco tempo,
aquele que vem virá e não tardará..." (Hebreus 10.37). Era tão certo a
proximidade do "dia" que isto é notado no fato de que os leitores hebreus podiam
ver o dia que se aproximava: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume
de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia
se aproxima". (Hebreus 10:25 - o grifo é meu). Como poderia os cristãos
hebreus verem o dia se aproximando se ele estava milhares de anos depois? É
óbvio que não se trata aqui da Segunda Vinda de Cristo! Inclusive, à apostasia
dos hebreus também havia sido profetizada como sinal da vinda de Jesus em
juízo naquela geração (Mateus 24.10).

Nas cartas de João também vemos a proximidade do fim daquela era. João
afirmou isto ao dizer: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o
anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que
conhecemos que é a última hora". (1ª João 2.18 - o grifo é meu).

O livro do Apocalipse diz repetidas vezes que "o tempo está próximo",
(Apocalipse 1.3; 22.10): "Eis que venho sem demora", (Apocalipse 2.5-16, 3.11,
22.12-20), "Eis que venho como um ladrão", (Apocalipse 3.3; 16.15), e as coisas
da profecia devem logo ser feitas, (Apocalipse 1.1; 22.6).

Em Mateus 24.29-34 Jesus ensina claramente que dentro daquela geração Ele
voltaria em juízo:

"Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará
a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão
abalados.
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra
se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e muita glória.
E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão
os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e
as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo,
às portas.
Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto
aconteça". (o grifo é meu)

Sol e lua não dando sua claridade, estrelas caindo do céu e os poderes dos
céus sendo abalados são linguagens figurativas muito conhecidas no Antigo
Testamento. Precisamos compreender a natureza figurativa dessa linguagem
apocalíptica do Antigo Testamento para podermos entender melhor a
escatologia bíblica. Se você acha que a lua e o sol sem claridade, e as estrelas
caindo são eventos literais, saiba, Jesus tirou isto de Isaías 13.10 que
diz: "Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo
ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz". Aqui trata-se
de uma profecia feita contra a cidade de Babilônia. Isto cumpriu-se antes de
Cristo, mas o Sol e a lua não escureceram literalmente. Tenho bastante material
falando sobre isto no site da Revista Cristã Última Chamada indicado no final
deste artigo.

Sobre esse assunto, Hermes C. Fernandes acertadamente escreveu:

"Se o sol realmente vai deixar de dar a sua luz algum dia, como afirmam os
literalistas, logo, teremos que admitir que Jesus algum dia vai deixar de ser o
Senhor do Universo. E sabe por quê afirmamos isso? Porque está escrito: “Ele
permanecerá enquanto durar o sol e a lua, de geração em geração (...)
Permaneça o seu nome ETERNAMENTE, que ele continue enquanto o sol durar.
Todas as nações serão abençoadas nele, e lhe chamarão bem-aventurado”
(Sl.72:5,17)".[3]

Ainda sobre a vinda de Jesus em juízo naquela geração, o próprio Jesus bateu
muito neste ponto em todo o seu ministério terreno. Ele garantiu que viria em
julgamento contra Israel antes que aquela geração que o rejeitou passasse. As
parábolas falam muito neste ponto:
“Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará
a vinha a outros lavradores que lhe remetam os frutos nos seus devidos tempos”.

“Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um
povo que lhe produza os respectivos frutos.
Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela
cair ficará reduzido a pó.
Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas,
entenderam que era a respeito deles que Jesus falava...”.
(Mateus 21:40-41, 43-45 – o grifo é
meu)

Considere também estas passagens:

“...e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.


O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e
lhes incendiou a cidade”. (Mateus 22:6-7)

Isto é exatamente o que Ele fez em 70 d.C. com a destruição de Jerusalém.


Nosso ponto nesta seção é que há um juízo que aconteceu contra Israel, que é
o que Jesus predisse.

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?


Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e
crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade
em cidade; para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a
terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de
Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente
geração.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram
enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os
seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!
Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer:
Bendito o que vem em nome do Senhor!”
(Mateus
23:33-39)

"Como Ele poderia ter dito isto mais claro? Ele estava vindo em julgamento
sobre a geração de que ele estava falando.
Em resumo, o tema do livro de Apocalipse é a vinda de Jesus Cristo em
julgamento contra Israel".[4]

Portanto, toda vez que a Escritura Sagrada diz "próximo", "às portas", "em
breve" ou mesmo "esta geração" referindo-se a "vinda" de Jesus, podemos crer
baseados no contexto que a referência é exatamente sobre aquela geração do
primeiro século que viu Jesus ser crucificado.
Muitos afirmam erroneamente que o "próximo" do ponto de vista de Deus pode
significar milhares de anos porque - segundo eles - mil anos para Deus é como
o dia que se passou. O problema é que os mesmos que afirmam isto, atualmente
dizem que a volta de Jesus está próxima porque as profecias estão se
cumprindo, e este "próximo" é dentro de nossa geração. Isto é contradição!

Na verdade, quando Deus diz que algo está "próximo" ou "às portas" é
segundo a medida de tempo humana e não a medida Divina, como querem
alguns. Deus não é leviano por ter pesos e medidas diferentes. Até mesmo um
autor cético percebeu que Deus usa medidas humanas de tempos. Veja um
comentário:

“A própria bíblia nos mostra que Deus usa a noção humana de tempo quando
faz promessas e profecias. Alguns exemplos:

“Porque eis o que falou o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Assemelha-se
a filha de Babilônia à eira do tempo do apisoamento, ainda por um pouco, e para
ela logo virá o tempo da colheita” - Jeremias 51:33

“Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: Ó povo meu, que habitas
em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o
seu bordão a maneira dos egípcios; porque daqui a bem pouco se cumprirá a
minha indignação, e a minha ira servirá para os consumir” - Isaías 10:24,25

...“Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência
em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos
anos” - Gênesis 15:13" [5]

Ao comentar essa questão de noções humanas de tempo J. Stuart Russell


escreveu:

“Certamente é desnecessário repudiar de maneira mais enérgica um método


tão antinatural de interpretar a linguagem da Escritura. É pior que algo anti-
gramatical e irracional, pois é imoral. É sugerir que Deus tem dois pesos e
medidas em Seus tratos com os homens, e que em Seu modo de calcular, há
uma ambigüidade e variedade que sempre tornará impossível dizer que tempo
ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo nos profetas indicava' [cf. 1Pe.
1:11]…

A própria Escritura, contudo, não apóia esse método de interpretação.


Fidelidade é um dos atributos mais freqüentemente atribuídos ao 'Deus que
guarda o pacto', e a fidelidade divina é o que apóstolo afirma nessa mesma
passagem…

O apóstolo não diz que quando o Senhor promete uma coisa para hoje, pode
ser que Ele não cumpra a Sua promessa por mil anos; isso seria negligência;
isso seria violação de uma promessa”.[6]
A Segunda Vinda de Cristo no Fim do Tempo

Diferente da "vinda" em juízo, os textos que falam da Segunda Vinda de Cristo


são escassos, distantes entre si, e extremamente curtos em detalhes. Com
relação a essa Vinda não encontraremos textos usando expressões tais como
"próximo", "as portas" ou "em breve". Pelo contrário, a data da Segunda Vinda
de Cristo é o maior mistério da história futura da humanidade.

Antes de entrar a fundo neste assunto é preciso estabelecer um fundamento: a


ressurreição dos mortos. Este assunto é de muita importância, e por isto,
qualquer ensinamento errado acerca da nossa ressurreição futura afetará
diretamente a Ressurreição de Jesus Cristo.

É por isto que Paulo disse que "se não há ressurreição de mortos, então, Cristo
não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos
tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus
que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os
mortos não ressuscitam.
Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos
pecados". (1ª Coríntios 15.13-17 - o grifo é meu)

Portanto, tenha cuidado com doutrinas que espiritualizam a ressurreição dos


mortos. Um exemplo disto é o do preterismo completo.[7] Tal sistema de
interpretação da escatologia diz que os corpos dos cristãos e descrentes ficarão
na sepultura para sempre porque nunca haverá uma ressurreição física, pelo
contrário, a ressurreição seria espiritual e se dá após a morte quando os mortos
recebem um novo corpo. Na verdade, isto não é ressurreição, seria a criação de
um novo corpo. Por isto tal ensinamento trata-se de uma perigosa heresia.

Por espiritualizar demais aquelas passagens que falam acerca da nossa


ressurreição, o preterismo completo as coloca como se fossem trechos difíceis
de se entender. Mas, tenha em mente, por ser um assunto que afeta a salvação
da pessoa, a ressurreição está escrita na Bíblia de maneira clara, simples,
objetiva e didática para que não haja enganos. É justamente por isto que a igreja
cristã sempre concordou entre si a respeito da ressurreição dos mortos.

A ressurreição de Cristo é o maior e mais bem documentado milagre da


história. Não é possível refutá-la e nunca ninguém conseguiu tal façanha. Esse
foi o único milagre em que Deus apostou tudo. Portanto, a garantia de que os
mortos ressucitarão no futuro está no fato de que Jesus Cristo ressuscitou.

A ressurreição dos mortos é algo que está intimamente relacionada com a


Segunda Vinda de Cristo. Se quisermos compreender quando será essa Vinda
sem termos dificuldades com a linguagem dos textos escatológicos, temos que
observar sempre a presença da ressurreição dos mortos nos mesmos.
Um exemplo claro de que a ressurreição dos mortos está associada com a
Segunda Vinda de Cristo, está em Filipenses 3.20, 21 que diz: "Mas a nossa
pátria está no céu, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus
Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser semelhante
ao corpo da sua glória, pelo seu poder eficaz de sujeitar a si todas as
coisas". (Almeida Século 21 - o grifo é meu)

Observe que no texto em questão não há uma indicação de tempo, mas


apenas um aguardo da manifestação de Jesus Cristo. Toda vez em que é
associada a ressurreição dos mortos, a Segunda Vinda é apenas indicada num
futuro indefinido.

"Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem
o encobriu dos seus olhos.
E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois
varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi
assunto ao céu virá do modo como o vistes subir". (Atos 1.9-11)

A subida de Jesus aos céus foi literal. Os discípulos o viram subir. Quando o
anjo disse que Jesus "virá do modo como o vistes subir", podemos ver um efeito
reverso, ou seja, na volta Ele desce dos céus. Se a Sua subida foi literal, sua
descida também o será!

Note que em nenhum momento é dito quando será essa volta, como também
não dá para saber se está perto ou longe, ou se aqueles discípulos que O viram
subir, O veriam descer também. Nada é dito em que possamos ter alguma noção
do quando será a Segunda vinda de Cristo.

Em Atos dos Apóstolos nos é informado que o efeito do avanço do Reino


através da pregação das Boas Novas é progressivo na história. Jesus não volta
enquanto tudo não estiver restaurado. "É necessário que o céu o receba até o
tempo da restauração de todas as coisas, sobre as quais Deus falou pela boca
dos seus santos profetas, desde o princípio". (Atos 3.21 - Almeida Século 21)

Este versículo concorda com 1ª Coríntios15.20-26 que ensina que no decorrer


da história humana Cristo vai vencendo seus inimigos progressivamente até o
último, a saber a morte.

Preste atenção no texto:

"Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos
que dormem.
Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a
ressurreição dos mortos.
Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão
vivificados em Cristo.
Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que
são de Cristo, na sua vinda.
E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver
destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos
pés.
O último inimigo a ser destruído é a morte".

A morte fisíca é destruída no dia da ressurreição dos mortos. Isto coincide com
o fim em que Cristo entrega o reino ao Deus e Pai. Antes deste dia, o mundo vai
sendo transformado pelo evangelho. Isto já vem sendo notado desde que Cristo
veio ao mundo, mas terá seu climax no final. É exatamente como diz em
Provérbios 4.18: "Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito".

O Reino de Cristo cresce quieto e discreto conquistando. Isto é frequentemente


citado na Bíblia quando o Reino é comparado a um grão de mostarda que cresce
até virar uma grande e bonita árvore ou como a pedra descrita em Daniel que
cresce até encher toda a terra.

"A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus.


Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa
daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do
cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias
até agora.
E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito,
igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a
redenção do nosso corpo".
(Romanos
8.19-23)

Aqui está mais um texto que indiretamente fala da Segunda Vinda de Cristo.
Note que a ressurreição - aqui chamada de redenção do nosso corpo - marca o
exato momento em que acontece a redenção de toda a criação que também
sofre por causa dos efeitos do pecado.

“...se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que
vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco,
quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em
chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra
os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e
da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser
admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o
nosso testemunho)”.
(2ª Tessalonicenses
1.6-10)

Ainda que não fale diretamente da ressurreição do corpo, o texto em questão


mostra claramente que na vinda de Cristo acontece a "eterna
destruição" daqueles que atribulam o povo de Deus. É fato bíblico que esse juízo
só acontece na ressurreição do juízo:
"Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham
nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do
juízo". (João 5.28, 29)

Essa ressurreição acontece quando chega o dia perfeito, o último dia da


história humana, sem data marcada, sem ser possível saber exatamente quando
acontece:

"E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os


que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.
Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia.
Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.
Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria
palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia".
(João 6.39, 40, 44, 54; 11.24;
12.48)

"Todavia, irmãos, não queremos que sejais ignorantes em relação aos que já
faleceram, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, também devemos crer
que Deus, por meio de Jesus, vai trazer juntamente com ele os que já faleceram.
Afirmamos pela palavra do Senhor que nós, os que ficarmos vivos para a vinda
do Senhor, de modo algum precederemos os que já faleceram.
Porque, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, o próprio
Senhor descerá do céu com grande brado, e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas
nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com
o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com essas palavras".
(1ª Tessalonicenses 4.13-18 - Almeida
Século 21)

Aqui está o clássico texto muito usado para defender o arrebatamento da


igreja. Observe que novamente a ressurreição está associada a Segunda Vinda
de Cristo. Longe de ser um arrebatamento secreto, temos aqui um evento
barulhento em que o Senhor desce do céu trazendo a vitória sobre a morte física.
Muitos hoje esperam pelo arrebatamento como um escapismo deste mundo,
mas longe de ser assim, o arrebatamento acontecerá porque haverá cristãos
vivos por ocasião da vinda. É por isto que Paulo disse em 1ª Coríntios 15.51,
52: "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados
seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados".
"nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor". Esta frase tem sido mal
usada para dizer que Paulo acreditava que a Segunda Vinda de Cristo
aconteceria em sua geração. Longe de dizer isto, a palavra "nós" é uma forma
de nos colocarmos entre aqueles que poderão estar vivos neste evento. É
exatamente isto que Paulo fez. Para citar um exemplo, certa vez vi um cientista
dizendo que daqui a trezentos anos nós vamos olhar para trás e achar que o
mundo atual é um tanto primitivo. Ao dizer isto, ele estava referindo-se à
humanidade, os seres humanos que estarão vivos daqui a trezentos anos. Não
que esse cientista creia que viverá tanto tempo, pelo contrário, é o uso genérico
da palavra “nós”.

Também é possível ver na frase "nós, os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor"o uso do idiomatismo hebraico que é uma forma de trazer algo do futuro
para o presente. Tanto é verdade que Paulo não tinha em mente que sua
geração veria a Segunda Vinda que ele repete duas vezes a frase "os que
estivermos vivos". Esta frase dá a impressão que é um sentido condicional, em
outras palavras, somente se estivermos vivos seremos arrebatados.

Devemos observar que em outras ocasiões o mesmo apóstolo também se


coloca entre aqueles que experimentarão a morte. Veja isto em 1ª Coríntios
15.51. No livro de Atos, o apóstolo Paulo se colocou entre aqueles que
morreriam: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo
vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou
com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós
penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho”.
(Atos 20.28-29 - o grifo é
meu)

Em 2ª Timóteo 4.6 diz que: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por
libação, e o tempo da minha partida é chegado”. Sem sombra de dúvida Paulo
cria que morreria sem ver a Segunda Vinda de Cristo.

No capítulo 5 de 1ª Tessalonicenses, Paulo fecha a questão da Segunda Vinda


dizendo que a mesma será como "um ladrão de noite" e que o mundo estará em
paz na ocasião desse evento. Isto pode ser visto no versículo 3: "Quando
andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição,
como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo
escaparão".

Este versículo me faz lembrar da promessa acerca do reinado do Messias que


diz:

"Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as


suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra".
(Isaías 2.4)

Isto acontece no Reino "milenar" do Messias que já está em andamento em


nossos dias, mas progressivamente na história alcançará o objetivo de trazer
paz na terra.
Embora tenho muito o que argumentar, o principal motivo pelo qual o
arrebatamento descrito em 1ª Tessalonicenses 4 não faz parte da geração do
primeiro século, é porque tal evento está associado a ressurreição dos mortos.
Os cemitérios continuam cheios de mortos não ressuscitados e isto é sinal de
que Jesus ainda não veio.

"E, como está ordenado aos homens morrerem uma só vez, vindo depois o
juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de
muitos, aparecerá a segunda vez, não por causa do pecado, mas para a
salvação dos que esperam por ele".
(Hebre
us 9.27, 28)

Se existem seis tipos de "vindas" de Cristo, porque Cristo virá


apenas "segunda vez"? Não poderia ser a sétima ou oitava vinda? É dito
segunda vez porque a referência é a um "tipo" de vinda, ou seja, vinda corporal.
Na primeira vez Jesus veio em carne e osso, nascido de mulher. Agora Ele virá
corporalmente com o mesmo corpo que foi ressuscitado no terceiro dia. Não virá
para ser sacrificado e morto por causa dos pecadores, mas para aqueles que já
foram salvos em vida. O texto de Hebreus citado acima também não nos informa
"quando" será essa vinda.

Conclusão

O que diferencia as duas "vindas" de Cristo analisadas aqui? A diferença está


no modo, tempo e propósito. A vinda de Cristo em juízo contra a nação de Israel
foi exclusiva para aquela geração. Cristo veio espiritualmente e não foi visto a
olho nu. Com essa vinda cumpriu-se o propósito de transferir o Reino de Deus
que estava com Israel para a igreja. O sistema de sacrifícios, bem como o
Templo, foram destruídos para dar lugar a realidade do Reino de Deus. Sobre
isto R. T. France disse acertadamente:

"A destruição do templo, e com ele, o sacerdócio e sistema de sacrifícios,


inaugurou uma nova idade onde o “sangue de Cristo” purifica
nossas “consciências das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo” (Hebreus
9:14). Portanto, a expressão “fim da idade” refere-se ao “fim da idade ‘Judaica’”,
isto é, o tempo de transferência do caráter nacional para o caráter internacional
do povo de Deus".[8]

Em relação a Segunda Vinda de Cristo no fim do tempo, a mesma cumpre o


propósito da restauração de todas as coisas para finalmente vencer o último
inimigo que é a morte física. A Segunda Vinda de Cristo acontece no final da
grande comissão em que Jesus mandou pregar as Boas Novas e discipular as
nações.

Sobre o propósito da Segunda Vinda, o bispo Hermes C. Fernandes disse algo


de grande proveito:

"Se não fosse para transformarmos a Terra, Jesus não teria dito que somos a
luz do mundo e o sal da terra. Nem leríamos em Isaías: "Os que de ti procederem
edificarão os lugares antigamente assolados, e levantarás os fundamentos de
geração em geração..." (Is.58:12a). "Reedificarão as ruínas antigas e
restaurarão os lugares há muito devastados, renovarão as cidades arruinadas,
devastadas de geração em geração" (Is.61:4). Acerca de Cristo, Deus diz
através de Isaías: "e te darei por aliança do povo, para restaurares a terra, e dar-
lhes em herança as herdades assoladas"(Is.49:8b). De fato, Ele virá em glória
não para destruir a terra, mas para coroar o processo de restauração
protagonizado pela igreja. "Convém que o céu o contenha até o tempo de
restauração de tudo"" (At.3:21).[9]

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* César Francisco Raymundo é editor da Revista Cristã Última Chamada.
Site: www.revistacrista.org
E-mail: ultimachamada@bol.com.br

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Notas:

1. Artigo: Conhece os Diversos Tipos de “vindas” de Cristo?


Autor: César Francisco Raymundo.
Site: www.revistacrista.org/Segunda Vinda e Ressurreicao_Conhece os diversos
tipos de - vindas - de Cristo.htm

2. Os Apóstolos de Jesus poderiam estar errados? Autor: não informado no site.


Blog: profetas e profecias. Acessado dia 25 de Junho de 2013.

3. Revista Cristã Última Chamada, Dezembro de 2011, pg. 15.

4. Idem nº 1.

5. Revista Cristã Última Chamada, Outubro de 2012, pg. 8.

6. Artigo: A Bíblia ensina que tudo o que há no Universo será queimado?


Publicado na Revista Cristã Ú ltima Chamada de Junho de 2012, página 8. Site:
www.revistacrista.org

7. Preterismo Completo - é a heresia que ensina que todas as profecias bíblicas,


incluindo o retorno de Cristo, a ressurreição dos mortos, arrebatamento,
julgamento e a chegada do reino de Deus, foram cumpridas em 70 DC com a
queda do Templo em Jerusalém como previsto em Lucas 21.

8. R. T. France, The Gospel According to Matthew: An Introduction and


Commentary - Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985, 337.
9. Artigo: Resposta a Uma Crítica Recebida por E-mail.
Autor:Por Hermes C. Fernandes
Site: www.hermesfernandes.com
Data: 04 de Agosto de 2012

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