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Esse movimento nasceu nas igrejas da Associação de Indiana, entre 1898 e 1899.
Instituída pelo pastor-evangelista S. S. Davis, essa doutrina logo empolgou o
presidente da Associação, R. S. Donnell, e muitos outros pastores. No fim das
contas, toda a comissão diretiva da Associação de Indiana tornou-se favorável
à "doutrina da carne santa".
Ao retornar a Battle Creek, Haskell viu-se compelido a informar não apenas seus
colegas da Conferência Geral, como também a Ellen White. Ele lhe enviou uma
carta, datada de 25 de setembro de 1900, para colocá-la ao par da situação.
Quando Ellen White recebeu a carta de Haskell, havia pouco que se instalara em
Elmshaven, na Califórnia, após retornar da Austrália. Tão grave considerou ela a
situação, que lhe respondeu imediatamente. Sua carta datada de 10 de outubro de
1900, estabelece uma firme e clara postura contra o ensino do movimento da carne
santa, que ela define como “estranha doutrina”, “teorias e métodos errôneos”, e
“uma deplorável invenção do pensamento humano, preparada pelo pai da mentira.”
Algum tempo depois, em 17 de abril de 1901, foi a vez de Ellen White condenar
publicamente o movimento da carne santa. De fato, ela não repetiu os argumentos
teológicos já apresentados por Waggoner. Seu objetivo consistia antes em expor as
falsas conclusões derivadas do conceito da carne santa de Cristo.
Eis aqui alguns excertos da mensagem que ela preparou para esse propósito, sob o
título “O Recente Movimento em Indiana”.
“Foi-me dada instrução com respeito à recente experiência dos irmãos em Indiana
e o ensino que eles apresentam nas igrejas. Por meio dessa experiência e ensino, o
inimigo tem trabalhado para desviar as almas.” E. G. White, no Boletim da
Conferência Geral, 1901, págs. 419-422. Citamo-lo de Mensagens Escolhidas, vol.
2, págs. 31 e 32.
“Que as crianças tenham em mente que o menino Jesus tomou sobre Si mesmo a
natureza humana, em semelhança de carne pecaminosa, e foi tentado por Satanás
como todas as crianças o são. Ele foi capaz de resistir às tentações de Satanás
através da dependência do divino poder de Seu Pai celestial, enquanto era sujeito à
Sua vontade e obediente a todos os Seus mandamentos.” -- Youth’s Intructor, 23
de agosto de 1894.
Ao introduzir-se o novo marco histórico de que Jesus veio com a natureza do Adão
antes da queda, começa um processo de doutrinamento dos altos escalões da
hierarquia Adventista, até chegar na membresia, nos chamados "leigos". Os
pastores, com medo de serem prejudicados na "carreira da Obra", simplesmente
venderam sua consciência e assimilaram o novo marco.
Por isso, peço a gentileza ao novo Movimento, que foi formado por Leroy E. Froom
e Roy Alan Anderson, em 1957, para chamá-lo de: "Movimento dos 33 Anos de
Carne Santa Menos Um Dia".
Alguém poderia questionar: Por que este nome? É que os adeptos deste novo
movimento. Advogam que, quando Jesus encarnou, tomou a natureza do Adão
antes da queda. Permaneceu com esta natureza durante 33 anos de sua vida.
Então, no último dia de sua vida, cumpriu II Coríntios 5:21, que diz: "Ele se fez
pecado por nós." Mas a carne que Ele tomou no último dia de sua vida, não foi a
carne caída de Adão, foi uma carne caída vicariamente pecaminosa.
Okay... Este novo movimento deve ser respeitado, por todos que também
partilham da mesma fé na Imaculada Conceição. Eles ensinam que Jesus nunca foi
tentado por dentro, somente por fora, uma vez que herdou carne santa de Maria,
também imaculada. Caso contrário, esta não poderia gerá-Lo totalmente santo.
Quem acreditar diferente, deve ser afastado do "Movimento dos 33 Anos de Carne
Santa Menos Um Dia"!
Citações de EGW
“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que Se manifestou
em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado entre os gentios,
crido no mundo, e recebido acima na glória.” (I Tim. 3:16).
Finalmente, Ellen White deixa pouca dúvida acerca de sua posição referente à
natureza pós-queda de Cristo, em sua declaração de 1874: “A grande obra da
redenção podia ser efetuada apenas pelo Redentor tomando o lugar do decaído
Adão.”
Essa comparação já havia sido feita em Review and Herald, 28 de julho de 1874.
Outra afirmação feita em 1901 tocou no mesmo ponto: “A natureza de Deus, cuja
lei havia sido transgredida, e a natureza de Adão, o transgressor, uniram-se em
Jesus, o Filho de Deus e o Filho do homem.. Ver Mensagens Escolhidas, vol. 1,
págs. 267, 268 em Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874.
Para demonstrar esse ponto, ele citava Hebreus 2:11: “Pois tanto o que santifica,
como os que são santificados, vêm todos de um só...” Com base nesse verso, Jones
concluiu que “em Sua natureza humana, Cristo proveio do homem de quem todos
nós viemos... Um homem é a fonte e cabeça de toda a natureza humana. E a
genealogia de Cristo, como um de nós, origina-se em Adão... Todos vêm de um
homem segundo a carne; são todos de um. Assim, do lado humano, a natureza de
Cristo é precisamente a nossa natureza.” Boletim da Conferência Geral, 1895, pág.
231.
“Que carne é essa, de fato?”, interrogava Jones. “Que espécie de carne somente
este mundo conhece? Tão-somente a carne que você e eu temos. O mundo não
conhece qualquer outro tipo de carne humana, e não tem sabido de outra pela qual
a necessidade da vinda de Cristo foi criada. Por esse motivo, como o mundo
conhece apenas tal espécie de carne como a que temos, como é agora, é
certamente verdade que quando ‘o Verbo Se fez carne’, foi a mesma carne que a
nossa. Isso não pode ser de outro modo.”
De acordo com essa doutrina espúria, “Maria, portanto, deve ter nascido imaculada,
perfeita, impecável, e mais elevada que o querubim e o serafim; então Cristo deve
ter nascido assim, para tomar dela Sua natureza humana em absoluta
impecabilidade. Mas isso O coloca muito mais distante de nós do que um querubim
e um serafim estão, e em natureza pecaminosa... Quero que alguém me ajude,
alguém que conheça alguma coisa sobre natureza pecaminosa, pois essa é a
natureza que eu tenho e é a tal que o Senhor assumiu. Ele Se tornou um de nós.”
Nesse argumento, Jones fazia eco das palavras de Edward Irving, que havia
declarado: ‘Que Cristo tomou nossa natureza decaída é mais evidente porque não
havia nenhuma outra em existência para tomar’ (Obras 5:15).” (Grotheer, pág. 30)
“Se o grão de trigo [Jesus], caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se
morrer, produz muito fruto [cristãos]” [João 12.24]. Se o ‘fruto’ [cada um de nós] é
composto da natureza humana pecaminosa + a natureza divina, então,
identicamente, ocorreu com o Grão original. O fruto tem as mesmas características
da semente e, portanto, Jesus "tornou-Se carne, exatamente como nós
somos". Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág 472. -- Ex-Pastor Osvair Munhoz,
afastado do Ministério Adventista por discordar da corrupção administrativa e
doutrinária. Contatos: osvairmunhoz@hotmail.com.