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Mais de uma década depois, o pregador adventista James [Tiago] White (que se
casara com Ellen Harmon) cunhou uma frase para descrever a natureza da obra de
Cristo desde outubro de 1844. No periódico Review and Herald, de 29 de janeiro de
1857, White disse que Jesus havia começado um “juízo investigativo”. E isso tem
continuado a ser uma crença fundamental entre milhões que se chamam Adventistas
do Sétimo Dia.
O texto básico citado em apoio desta doutrina é Daniel 8:14. Reza: “Ele me disse:
Até dois mil e trezentos dias; então o santuário será purificado.” (King James Version
[Versão Rei Jaime, em inglês]).
Depois de pessoas terem sido julgadas assim, os pecados daquelas que passam
nesta prova são apagados nos registros. No entanto, explicou Ellen White, os que
não passam na prova têm ‘seu nome apagado do livro da vida’. Desta forma, “o
destino de todos terá sido decidido para a vida ou para a morte”. Neste ponto, o
santuário celestial está purificado e Daniel 8:14 se cumpriu. Isto é o que os
Adventistas do Sétimo Dia ensinam. Mas a publicação deles, o periódico Adventist
Review, admite: “O termo juízo investigativo não se encontra na Bíblia.” Falta o elo
lingüístico.
O teólogo Desmond Ford diz: “Desvincular Dan. 8:14 deste clamor [“Até
quando?” em Dan. 8 versículo 13] significa estar exegeticamente em alto-mar sem
âncora.”
Por que desvinculam os Adventistas o Dan. 8 versículo 14 do contexto? Para
evitar uma conclusão embaraçosa. O contexto atribui o aviltamento do santuário,
mencionado no Dan. 8 versículo 14, às atividades do chifre pequeno. No entanto, a
doutrina do “juízo investigativo” atribui o aviltamento do santuário às atividades de
Cristo. Diz-se que ele transfere os pecados dos crentes para o santuário celestial.
Então, o que acontece quando os Adventistas aceitam tanto esta doutrina como o
contexto?
Em 1967, o Dr. Cottrell preparou sobre Daniel uma lição para a escola sabatina,
enviada às igrejas dos ASD no mundo todo. Ela ensinava que Daniel 8:14 relaciona-
se com o seu contexto e que a ‘purificação’ não se refere aos crentes. É significativo
que a lição omite qualquer menção dum “juízo investigativo”.
Até que ponto se apercebem os Adventistas de que este esteio é fraco demais
para sustentar a doutrina do “julgamento investigativo”? O Dr. Cottrell perguntou a
27 teólogos adventistas de destaque: ‘Que motivos lingüísticos ou contextuais podem
fornecer para a ligação entre Daniel, capítulo 8 e Levítico, capítulo 16?’ Qual foi a
resposta deles?
“Todos os vinte e sete afirmaram que não existia nenhum motivo lingüístico ou
contextual para aplicar Dan. 8:14 ao antitípico dia da expiação e ao juízo
investigativo.”
Perguntou-lhes: ‘Têm algum outro motivo para fazer esta ligação?’ A maioria dos
eruditos adventistas disse que não tinha outro motivo, cinco deles disseram que
fizeram esta ligação porque Ellen White a fez e dois disseram que basearam a
doutrina num “acidente feliz” na tradução.
O teólogo Ford observa: “Tais conclusões fornecidas pela nata de nossa erudição
na realidade afirmam que nosso ensino tradicional sobre Dan. 8:14 é indefensável.”
Portanto, o esteio dois também é fraco demais para apoiar a doutrina em apuros.
No entanto, não se trata duma conclusão nova. Já por muitos anos, diz o Dr.
Cottrell, “eruditos bíblicos da igreja se apercebem muito bem dos problemas
exegéticos encontrados por nossa interpretação convencional de Daniel 8:14 e de
Hebreus 9”. Há uns 80 anos, E. J. Waggoner, influente Adventista do Sétimo Dia,
escreveu: “O ensino adventista a respeito do santuário, com seu ‘Juízo Investigativo’
. . . , é virtualmente uma negação da expiação.” (Confession of Faith [Confissão de
Fé]) Há mais de 30 anos, esses problemas foram apresentados à Associação Geral,
a liderança da Igreja ASD.
Problemas e um impasse
Comentando este impasse, o Dr. Cottrell diz: “A questão de Daniel 8:14 ainda
continua, porque não estivemos até agora dispostos a encarar o fato de que existe
um problema exegético bem real. Esta questão não se resolverá enquanto
continuarmos fazendo de conta que não há problema, enquanto insistirmos em
manter nossas cabeças, individual e coletivamente, enterradas na areia de nossas
opiniões preconcebidas.” — Spectrum, um periódico publicado pela Association of
Adventist Forums.
Dr. Ford era professor de religião no Pacific Union College, patrocinado pela
Igreja, nos EUA. Em 1980, a liderança dos ASD lhe deu uma licença de seis meses
para estudar a doutrina, mas rejeitou suas conclusões. Ele as publicou no livro Daniel
8:14, the Day of Atonement, and the Investigative Judgment (Daniel 8:14, o Dia da
Expiação e o Juízo Investigativo).