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• O PROCESSO PENAL BRASILEIRO

O país vive um sistema que adota um direito penal de emergência, de prima


ratio, a ideia de que através do direito penal e do sistema punitivo a sociedade
conseguirá resolver todas suas mazelas. Tal sistema é adotado em nome do
eficientismo, fundamentado nos EUA e seu “law and order”, o eficientismo busca
um processo penal com penas aumentadas e mais rápido em detrimento da
defesa do réu, assim como um aumento da repressão policial.

Contrariamente ao paradigma eficientista se dá a corrente neoconstituiconalista,


que defende a observância e obediência a todos os preceitos constitucionais em
todas as áreas do direito, ou seja, a fundamental importância às garantias
fundamentais de todos os envolvidos (autor, réu, famílias, etc.) – A ideia do
garantismo, muitas vezes deturpado para um garantismo positivista por parte de
quem deseja aprovar leis com fins eficientistas.

• ANTECEDENTES

O primeiro CPP brasileiro foi o de 1832, sob a égide da constituição de 1824,


altamente influenciado pelas Ordenações Filipinas e sua rigorosidade.

O código de processo penal atual é de 1941 (Decreto Lei 3689/41),


encomendado pelo governo Getúlio Vargas, que havia acabado de dar um golpe
político e outorgado uma nova constituição. Desta forma, o CPP herda toda a
herança autoritária que possui um golpe e uma constituição outorgada e baseada
na constituição fascista italiana. Toda essa carga negativa também está presente
no decreto 3688 – Lei de Contravenções Penais. Tais leis escancaravam uma
visão que dividia a sociedade em “castas”, em que uma parcela da sociedade
era criminalizada em favorecimento à outra, de forma completamente
antigarantista.

Com o surgimento de uma nova ordem constitucional em 1988 e sua chamada


“constituição cidadã”, surge um extenso rol de garantias fundamentais
(influenciada pela Constituição Mexicana de 1917 e Alemã/Bohn de 1919) que
precisam ser observadas pelo Estado, muitas delas referentes ao DP e ao DPP
(contraditório e ampla defesa, devido processo legal, presunção de inocência,
etc.).
Tal constituição gerou um conflito, visto que uma chamada constituição cidadã
que visa a dignidade da pessoa humana recepcionou um código de processo
penal autoritário, antigarantista e de influência fascista. Desta forma,
minirreformas ocorreram de forma necessária com o objetivo de aproximar o
CPP de 1941 da constituição de 1988.

• REFORMAS:

• Reforma de 2003/ Lei 10.792/2003:

Tal lei reformulou o interrogatório judicial. O interrogatório é um meio de prova e


com tal reforma passou a ser o último ato da instrução criminal e não mais o
primeiro, visto que, por ser um meio de prova e de defesa, o interrogando assim
terá mais chances de provar sua inocência ou ao menos suscitar a dúvida na
cabeça do julgador. Compatibilização do interrogatório com o garantismo. –
Curiosidade: A lei de drogas de 2006 coloca o interrogatório como primeiro ato
da instrução penal, dificultando a ampla defesa e o contraditório.

• Reformas de 2008/ Leis 11.689, 11.690 e 11.719:

A lei 11.689 reformulou, entre outros aspectos, o processo do júri, que deixou de
ser um processo extenso, cansativo e burocrático para ser tornado mais célere
e condizente com a realidade brasileira e da CF/88 – Exemplo: O conselho de
sentença composto por 7 juízes do povo deixou de ter como critério de
finalização da quesitação a unanimidade, que acaba revelando o voto dos juízes,
contrário ao sigilo garantido pela CF, a reforma determinou que 4 votos iguais
encerram a quesitação.

Outra novidade foi a revogação do recurso de protesto por novo júri para os
casos de condenação superiores a 20 anos, que teve sua revogação
fundamentada no argumento de que não é sustentável um recurso disponível
somente para quem pode ser condenado a mais de 20 anos.

Já a lei 11.690 alterou a disciplina das provas no processo penal, agora, por
exemplo, só precisa de um perito oficial (pertencentes à polícia – Departamento
de Polícia Técnica) ou, em sua ausência, duas pessoas portadoras de diploma
de nível superior na matéria. Antes era necessário que dois peritos oficiais
validassem um laudo.
A 11.719 é a lei que alterou o procedimento comum ordinário, procedimento
padrão no direito penal brasileiro. Essa lei passou a prever audiência una –
superaudiência contínua que dura 60 dias (art.400) -. Outra alteração é a
positivação da justa causa como uma condição da ação penal (além da
legitimidade das partes e interesse de agir), agora presente no art. 395 do CPP
– Justa causa para ação penal é o binômio prova da materialidade delitiva (prova
de que o crime aconteceu) e indícios suficientes (mero juízo de probabilidade,
que o delito provavelmente aconteceu – não é juízo de mérito) de autoria ou
participação. A lei também estabeleceu a absolvição sumária, caso o juiz se
convença da atipicidade da conduta ou prova de que existiu excludente de
ilicitude, culpabilidade ou causa extintiva de punibilidade, há absolvição sumária,
presente no art. 397 do CPP. Ocorreu também a previsão da identidade física do
juiz (Art. 399, §2º) – o juiz que colheu a prova deverá julgar a causa – quem irá
proferir a sentença, via de regra, será quem conduziu a instrução criminal
(Exceção: casos de aposentadoria, substituição, remoção, etc.).

• A Reforma de 2011/ Lei 12.403:

Apelidada de nova lei das prisões e da liberdade provisória. Alterou dispositivos


para disciplinar a prisão e a liberdade provisória, tal lei reforçou a ideia de que a
prisão deve ser vista como cautela e como última opção. O antigo CPP era muito
apegado à ideia de que só se fazia justiça através da prisão. É o estabelecimento
da prisão preventiva como última ratio das medidas cautelares de natureza
pessoal, que são as que visam garantir que o processo ocorra sem interferência
do envolvido (Medida cautelar de natureza real é a que envolve coisas) – a prisão
preventiva precisa ser adequada e necessária – (Art. 282). O art. 319 passou a
prever uma série de medidas cautelares diversas da prisão, que parte da medida
menos grave para a mais grave (Exemplo de medida menos grave: Não se
ausentar da comarca). Em 2015 foi estabelecida através de resolução a
obrigatoriedade da ocorrência de uma audiência de custódio, isto é,
procedimento para que um juiz ateste a necessidade/adequação da prisão
preventiva em flagrante, devendo ocorrer em até 24 horas após esta, podendo
confirmar a prisão preventiva ou determinar medida cautelar diversa.

• Reforma de 2013/ Lei 12.850:


Nova lei de organização criminosa, oriunda do período de manifestações vividas
pelo

Brasil em 2013. A mídia logo atuou criminalizando os manifestantes e os


transformando

nos chamados black blocks. Tal lei traz medidas como:

i. Colaboração premiada;

ii. Aumento da pena do falso testemunho;

iii. Flexibilização da lei do silêncio, isto é, precarização da garantia de não

produzir provas contra si mesmo

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