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Direito do Trabalho – Lucas Moreira

Aula 15 | Sucessão de Empregadores

SUMÁRIO

1.SUCESSÃO DE EMPREGADORES ......................................................................... 2


2.COMISSÃO DE POLÍTICA SALARIAL ................................................................. 4
3.ANÁLISE DE ARTIGO ELABORADO PELO EXAMINADOR .......................... 5
4.ESTABILIDADE DE EMPREGADOS PÚBLICOS ................................................ 7
5.PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO COM RELAÇÃO À DEMISSÃO DE
EMPREGADO PÚBLICO ............................................................................................. 8
6.RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO .......................................................................... 9

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1. SUCESSÃO DE EMPREGADORES
A sucessão de empregadores ocorre quando há a transferência do negócio e a
continuidade da prestação de serviços pelo trabalhador, oportunidade em que, nos termos do
art. 10 e 448 da CLT, o sucessor passa a ter responsabilidade em relação às verbas trabalhistas
devidas aos empregados, inclusive aquelas anteriores à sucessão, isto é, de quando o serviço
era prestado ao empregador sucedido.
Destaque-se que sempre se teve ideia, no direito do trabalho, de que o empregado tem
uma relação de pessoalidade, mas não importa quem é o seu empregador, o qual pode ser
alterado sem que haja impacto ao contrato de trabalho.
A reforma trabalhista, nesse sentido, acrescentou à CLT o art. 448 – A, que incorporou
entendimento jurisprudencial em relação ao tema, nos termos seguintes:
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados
trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.
Portanto, a regra é que a responsabilidade pelas verbas trabalhistas, inclusive as
anteriores à sucessão, é da empresa sucessora. Há exceção, contudo, quando restar
comprovada fraude da transferência, hipótese em que haverá responsabilidade solidária entre
a empresa sucessora e a sucedida. Por exemplo, quando a empresa “A” devia muitas verbas
trabalhistas, mas tinha muito patrimônio, e simula sucessão para empresa menor, sem nenhum
patrimônio, com sócios “laranja”, visando evitar o pagamento das verbas empregatícias, nesse
caso o sucessor e o sucedido possuem responsabilidade solidária no inadimplemento das
verbas devidas aos empregados.
Veja resumo nesse sentido:

Importante que se observe, ainda, a questão do contrato de concessão de serviço


público, específico da Administração Pública, regulamentado pela OJ – SDI1 – 225, a seguir
colacionada:

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CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA


(nova redação) - DJ 20.04.2005
Celebrado contrato de concessão de serviço público em que uma empresa (primeira concessionária)
outorga a outra (segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer
outra forma contratual, a título transitório, bens de sua propriedade:
I - em caso de rescisão do contrato de trabalho após a entrada em vigor da concessão, a segunda
concessionária, na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho,
sem prejuízo da responsabilidade subsidiária da primeira concessionária pelos débitos trabalhistas
contraídos até a concessão;
II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigência da concessão, a responsabilidade pelos
direitos dos trabalhadores será exclusivamente da antecessora.
Percebe-se no inciso I, previsão, não tratada pela reforma trabalhista, que determina a
responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas contraídos até o momento da sucessão,
momento a partir do qual não subsistirá essa responsabilidade.1
O inciso II, por seu turno, trata de hipótese em que não operou sucessão empresarial,
nem a continuidade da relação de trabalho após a transferência do negócio, razão pela qual a
responsabilidade pelas verbas é apenas da sucedida.
Importante que se observe, além disso, a responsabilidade dos sócios, expressamente
prevista no art. 10 – A da CLT, em especial aquela do sócio retirante, que sai da empresa,
com medo de haja desconsideração da personalidade jurídica, e tenha que arcar, com seus
próprios bens, com verbas trabalhistas, ou ainda, porque não tem mais participação na
empresa e quis sair do negócio. Nesse ínterim, estabeleceu-se regra de quando o patrimônio
do sócio que saiu da empresa poderá ser usado para quitar dívidas trabalhistas, no já citado
art. 10 – A, da CLT, ipsis litteris:
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade
relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de
averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vigência)
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
II - os sócios atuais; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
III - os sócios retirantes.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada
fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.(Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vigência)

Vê-se, desta feita, que a responsabilidade do sócio retirante se restringe ao período em


que figurou como sócio, em ações limitadas há dois anos, contados da averbação do
contrato que excluiu essa qualidade (de sócio). Além de que será o terceiro na linha de
sucessão, respondendo somente após a empresa devedora e os atuais sócios.

1Nota do monitor: O professor ressalta que é importante que a OJ - SDI1 – 225 seja decorada, em especial o ponto
que se refere à responsabilidade subsidiária, previsto no inciso I.

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2. COMISSÃO DE POLÍTICA SALARIAL2


A Comissão de Política Salarial é órgão vinculado ao governador do Estado que tem as
seguintes competências, nos termos do art. 2º, do Decreto n. 63.033, de 07 de dezembro
de 2017:
Artigo 2º - À Comissão de Política Salarial, sem prejuízo das atribuições e competências dos demais
órgãos e entidades, cabe:
I - fixar as diretrizes a serem observadas no âmbito da Administração Direta, das Autarquias, das
Fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e das Empresas sob controle acionário direto ou indireto
deste, em assuntos de política salarial;
II – aprovar os termos finais das negociações a serem realizadas:
a) pela Secretaria de Planejamento e Gestão, com representantes dos órgãos e das entidades aos quais
estejam vinculadas as propostas;
b) no âmbito de cada Fundação ou Empresa, após análise prévia pelo Conselho de Defesa dos Capitais
do Estado - CODEC;
III3 - autorizar a inserção, nos estatutos, regulamentos e regimentos internos das Fundações e das
Empresas, de disposições normativas que criem benefícios ou vantagens trabalhistas

Do inciso I, se observa que a Comissão fixará diretrizes de política salarial para


praticamente toda a Administração, direta e indireta, e, inclusive, empresas sob controle
acionário indireto do Estado.
O Inciso III, por sua vez, é importante já que pode ser invocado na defesa de que
determinado benefício não passou pela Comissão de Política Salarial e que, por esse motivo,
teria sido estabelecido indevidamente, o qual poderia ser retirado com base no princípio da
autotutela, sem que fosse incorporado ao contrato de trabalho.
Tal órgão possuirá a seguinte composição:

Secratário de
será o
Planejamento e
Presidente
Gestão
Secretário-
Chefe da Casa
Civil

Secretário da
COMISSÃO Fazenda
DE POLÍTICA
SALARIAL Secretário do
Governo

Secretário do
Emprego e
Relações do
Trabalho

Procuradoria
Geral do Estado

2Nota do monitor: o professor aponta o fato de que o examinador trabalha muito próximo à Comissão de Política
Salarial.
3 Nota do monitor: o professor ressalta que o examinador atua nesse inciso específico.

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Em que pese apenas aqueles supracitados componham a Comissão de Política Salarial,


os demais Secretários podem ser convidados a participar das reuniões que tratarem de matéria
de interesse do órgão ou entidade sob sua supervisão ou relacionada à área de sua
competência.
Acrescente-se que os atos da Comissão serão expedidos pelo Secretário de
Planejamento e Gestão, na qualidade de Presidente, o qual será responsável pelas diretrizes e
normas, estabelecidas por intermédio de resoluções.
Outrossim, é interessante que se ressalte a atuação da CODEC (Conselho de Defesa de
Capitais do Estado) junto à CPS, a qual atuará no âmbito das Fundações instituídas ou
mantidas pelo Estado e das Empresas sob controle acionário direto ou indireto deste, tratando
de reivindicações salariais, concessão de vantagens de qualquer natureza e outros pleitos
similares, respeitados os critérios estabelecidos pela CPS. Os termos finais dos acordos
coletivos de trabalho, assim, serão analisados pela CODEC e estarão sujeitos à aprovação da
Comissão de Política Salarial.
Portanto, as Fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e as Empresas sob seu
controle acionário, direto ou indireto, que inserirem em seus estatutos disposições normativas
envolvendo a criação de benefícios ou vantagens trabalhistas sem prévia autorização da CPS
ou que não sejam analisados pela CODEC, ficam sujeitas:
(a) à apuração de responsabilidade de seus dirigentes;
(b)à não liberação, pelas Secretarias de Planejamento e Gestão e da Fazenda, de
recursos orçamentários e financeiros que porventura sejam solicitados;
Há previsão bastante similar destinada à Administração Direta e às autarquias do Estado
de São Paulo (que também contratam pela CLT), no sentido de que, nesse caso, quem vai
fazer essa análise não é a CODEC e sim a Unidade de Recursos Humanos da Subsecretaria do
Planejamento Estratégico e Gestão Governamental, da Secretaria de Planejamento e Gestão.
Assim, em resumo, quando forem Empresas e Fundações a análise cabe a CODEC, com
base na CPS, enquanto no caso da Administração Direta e das Autarquias será a Unidade
Central de Recursos Humanos da Secretaria de Planejamento e Gestão, observando os
critérios da CPS.

3. ANÁLISE DE ARTIGO ELABORADO PELO EXAMINADOR


No artigo, o examinador tratou das situações em que podem ser contratos empregados
públicos pela Administração Direta e Indireta, trazendo as seguintes hipóteses:
(a) Contratação por tempo determinado para atender excepcional interesse
público, com base no art. 37, IX, da CF, que determina que “a lei estabelecerá os casos de
contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional
interesse público”;
(b) Contratação para preenchimento de emprego em comissão, isto é, aqueles
demissíveis ad nutum, em que a contratação pressupõe relação de confiança, e poderá ocorrer
através do regime da CLT, desde que esteja prevista essa possibilidade na legislação que
prevê o cargo. Tal hipótese é disciplinada pelo art. 37, V, da CF;
(c) Contratação de empregado público de forma permanente:

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O art. 39 da CF estabelece regime jurídico único de contratação. Ocorreu que a EC n. 19


de 1998 tinha acabado com a obrigatoriedade do regime jurídico único, por meio de
modificação do citado dispositivo. Contudo, em 2007, o STF suspendeu a redação do art. 39,
caput, da CF, dada pela EC 19/98 que eliminava tal exigência, ocasião em que,
provisoriamente, manteve a antiga redação do art. 39, caput, da Constituição, que prevê a
obrigatoriedade de regime jurídico único.
Nessa ocasião, o STF atribuiu efeito ex nunc entendendo válidos os atos praticados pela
administração com base em legislações editadas durante a vigência da redação dada pela EC
19/98. Cita-se, a título de exemplo, a Lei 9.962/2000 que autoriza a Administração Pública
Federal a contratar pelo regime da CLT.
 ATENÇÃO: Acerca da temática, a posição do Estado de São Paulo é no sentido de
que o art. 39 da CF, que prevê o regime jurídico único, está em vigor, mas não é
autoaplicável, precisa, portanto, de norma regulamentadora, a qual não existe no Estado.
Desta feita, em SP continuam sendo aplicados os dois regimes jurídicos: estatutário e
celetista, a depender da discricionariedade do Poder Executivo. Na prática ocorre que, via de
regra, a Administração Direta contrata através de regime estatutário, enquanto as autarquias,
fundações e empresas públicas vão contratar, majoritariamente, pelo regime celetista.
Portanto, enquanto não instituído regime jurídico único de servidores é possível a criação, por
lei, de empregos públicos pelo regime da CLT.
Sobre a contratação para cargo ou emprego público a CF determina, ainda, que é
necessário que ocorra por concurso público, nos termos do art. 37, II, o qual dispõe:
Art. 37.
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
É importante, aqui, que se observe que ante a necessidade de realização de concurso
público a Súmula 363 do TST determina a nulidade do contrato que não observar esse
requisito, veja-se:
Súmula nº 363 do TST
CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público,
encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da
contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do
salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
Mas, mesmo sendo nulo o contrato, deverá ser paga a prestação pactuada, com relação
ao número de horas trabalhadas, e valores referentes aos depósitos de FGTS (consequência da
vedação ao enriquecimento ilícito), entretanto, qualquer outra verba é indevida.
Em complementação ao já tratado a Súmula 430 do TST dispõe:
Súmula nº 430 do TST
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO.
NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO - Res.
177/2012,DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso
público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir
após a sua privatização.

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Portanto, com a privatização, o requisito de concurso público, teoricamente, não seria


necessário, então uma eventual nulidade nesse âmbito vai ser convalidada, esse é o
entendimento da citada súmula. Assim, quando a Administração Indireta não observou a regra
do concurso público, motivo pelo qual seria considerado nulo o contrato, com a privatização,
a pessoa jurídica de direito privado à qual foi atribuído o serviço não tem mais o direito de
anular o contrato viciado pela não observância do concurso público.
Acerca do estágio, observe-se a seguinte súmula:
366. ESTAGIÁRIO. DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE ESTÁGIO. RECONHECIMENTO DO
VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ou INDIRETA. PERÍODO
POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE (DJ 20, 21 e 23.05.2008)
Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado na vigência da Constituição Federal
de 1988, é inviável o reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Administração Pública direta
ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/1988, bem como o deferimento de indenização pecuniária,
exceto em relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST, se requeridas.
Observe-se, desse modo, que o estágio também não gera vínculo se não houver
concurso público específico para ocupar o cargo.
Porém, há controvérsia no que se refere às verbas rescisórias, já que no regime jurídico
de direito público, cujo cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração, não haveria
direito a nenhuma verba dessa natureza, mas, quando aplicada a CLT ao tema, há previsão de
que as verbas rescisórias devem ser pagas, ressalte-se que não há jurisprudência pacífica a
respeito de que como se resolveria a questão no caso concreto. No entanto, a PGE tem
posição institucional firmada pela Súmula Administrativa n. 24, de janeiro de 2015, a qual
assevera:
São indevidos o pagamento da multa rescisória sobre os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS e a concessão de aviso prévio, trabalhado ou indenizado, quando do desligamento do
diretor estatutário ou da livre dispensa de empregado em comissão pela Administração Direta e por
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Constituição da República, artigos 7º, inciso XXI e 37, inciso II
Lei Federal n.º 8.036, de 11 de maio de 1990, artigo 18, § 1º
Consolidação das Leis do Trabalho, artigos 487 a 491
Manifestações GPG-CEF n.º 19/2011, n.º 6/2013 e n.º 7/2013 da Coordenadoria de Empresas e
Fundações
Pareceres PA-3 n.º 59/2001, PA n.º 4/2012 e PA n.º 28/2014 da Procuradoria Administrativa
Homologada por Despacho do Governador do Estado de 9.1.2015 (DOE de 10.1.2015)
Esse posicionamento é importantíssimo, e poderá cair, não na primeira fase, mas na
segunda.

4. ESTABILIDADE DE EMPREGADOS PÚBLICOS


É importante observar duas situações de estabilidade diversas daquelas previstas na
CLT, as quais foram tratadas pelo examinador em seu artigo, são elas:
(a) Art. 41 da CF
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado

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em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de


serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade.
Cabe ressaltar que essa redação foi dada pela EC 19 e, antes disso, eram estáveis, não
apenas os detentores de cargo efetivo, mas também os celetistas, de modo que até a EC 19/98
quem já havia ingressado, ainda que celetista, continua sendo estável.
(b)Art. 19 dos ADCT
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma
regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se
submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou
em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado
para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos termos da lei.
Tal dispositivo, por seu turno, garante estabilidade aos empregados públicos anteriores a
CF/88 e que já tinham 5 anos de serviço.
Esses dois casos são bastante relevantes, já que existem situações em que fundações,
por exemplo, são extintas e precisa ser verificado quem possui estabilidade ou não no serviço
público, análise que se faz, geralmente, pela Coordenadoria de Empresas e Fundações, a qual
é chefiada por um dos examinadores.

5. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO COM RELAÇÃO À DEMISSÃO DE


EMPREGADO PÚBLICO
Por fim, será analisado o dever de motivação com relação às demissões de empregados
públicos, tratado pelo OJ 247 SDI-I do TST, a seguir colacionada:
247. SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA
PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007) -
DJ 13.11.2007
I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos
por concurso público, independe de ato motivado para sua validade;
II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública
em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e
custas processuais.
A citada OJ, então, prevê a desnecessidade da motivação do ato referente à despedida de
empregados de empresa pública e sociedade de economia mista, sendo o dever de motivação
restrito à Administração Direta e autárquica.
Contudo, o STF, por ocasião do julgamento do RE 589998, firmou entendimento no
sentido de que é obrigatória a motivação para dispensa unilateral de funcionário de sociedade
de economia mista ou empresa pública. O TST, por sua vez, acompanhando o STF e
contrariando a sua própria OJ, julgou determinando necessidade da motivação em qualquer
situação na Administração Direta e Indireta, para pessoas jurídicas de direito púbico ou de
direito privado, segundo se verifica no seu Informativo n. 63.

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6. RECOMENDAÇÕES DE ESTUDO
Recomenda-se o estudo da Reforma Trabalhista, especialmente, no que se refere:
(a) a negociação coletiva, em relação ao que pode ou não ser negociado (art. 611-A e art.
611 – B da CLT), além da vedação de outra atividade de negociação coletiva;
(b) a nova Lei de Terceirização, inclusive as alterações feitas pela reforma trabalhista, e
as jurisprudências do TST e do STF mais recentes acerca do tema, em especial sobre a
responsabilidade subsidiária (atualmente, entende-se que a responsabilização só pode ocorrer
quando o reclamante comprovar que não houve a fiscalização, o ônus argumentativo foi
invertido).

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