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Make Me Remember (Faça-me Lembrar)
Make Me #7 - Beth Kery

SINOPSE

Durante os dias apaixonados, ensolarados, passados no iate de Jacob,


Harper e Jacob se apaixonam mais, assumem riscos, não só com seus
corpos, mas com seus corações. A única coisa permanente entre Jacob e
o puro êxtase, é a suspeita de que as memórias de Harper estão
retornando. Se voltarem, ela nunca poderá vê-lo da mesma forma
novamente, ou o deixará mantê-la a salvo do horror que ela enfrentou
quando era jovem...

A sensação de segurança e confiança que Harper sente com Jacob, faz


com que ela finalmente se entregue à decadência sensual, juntamente
com a verdade de que ela está perdidamente apaixonada por esse
homem moreno, desafiador. Com sua submissão aos seus sentimentos, as
memórias tristes e sonhos começam retornar em sua consciência, e ela
não é a única a ter seu passado exumado. Quando um de seus repórteres
revela uma reviravolta surpreendente sobre a história de Jacob, as suas
experiências compartilhadas se chocam de uma forma que vai mudá-la
para sempre.

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Staff
Tradução: Selene
Revisão Final: Diana
Leitura Final: Aurora/Ártemis
Formatação: Selene/Cibele
Disponibilização: Cibele
Grupo Rhealeza Traduções
09/2016

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Capítulo 1

Antes que ele pudesse cumprir sua promessa atraente de levá-la para seu
iate, para mimá-la um pouco, e fazer amor com ela pelo resto do fim de semana de
feriado, Jacob tinha planejado com antecedência cumprir outra promessa que ele
tinha feito a Harper.

Elizabeth estava aparentemente fora, ou ela ainda estava em Napa, na


missão que Jacob a tinha enviado para vigiar Regina Morrow? Harper não tinha
tempo para esclarecer a questão desconfortável, por causa de Lisa, a amigável
cozinheira de Jacob, que os cumprimentou na entrada da frente de sua mansão em
Tahoe em vez de Elizabeth.

—Dr. Amorantz está esperando por você no escritório. —Disse Lisa a Jacob
enquanto ela alcançava a mochila de Harper com um sorriso. Harper abandonou sua
bolsa em dúvida.

—O que ela está falando? Quem é Dr. Amorantz? —Harper sussurrou para
Jacob quando ele pegou sua mão e levou-a através da grande sala.

Jacob explicou em um tom abafado, que Amorantz estava lá para fazer-lhes


os exames e tirar seu sangue, tudo com o propósito de permitir que eles tivessem
relações sexuais desprotegidas.

—Isso só deve demorar alguns minutos. —Assegurou, quando entraram no


corredor atrás da escada. —Então, podemos nos trocar e ir para a água.

—Eu não posso acreditar que você planejou tudo isso. —Ela disse a ele,
atordoada. Jacob abruptamente chegou a um impasse quando ela falou.

—Eu disse que ia, não disse?

—Sim, mas... —A risada saiu de sua garganta. —Eu só quis dizer que eu não
sei quando você teve tempo. Eu estive com você toda a noite e toda a manhã.

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Ele deu de ombros, como se pensasse que sua preocupação fosse
inconsequente.

—Foi bastante fácil de arranjar. Amorantz é o meu médico particular. Ele


muitas vezes faz atendimento em casa.

Sua maneira despreocupada fez sua suspeita finalmente tomar forma.

—Jacob, você já fez isso antes? Com outras mulheres?

Sua postura relaxada desapareceu. O rosto dele ficou duro e seu olhar, de
repente, pareceu se abater dentro dela.

—Não. —Disse ele.

—É apenas... Você fez isso tudo parecer tão rotineiro.

Ele segurou os braços dela e puxou-a para mais perto.

—Não há nada de rotina sobre você. Não há nada de rotina sobre nós. Você
não entendeu isso ainda?

Sua boca se abriu em sua ferocidade.

—Sim, eu só...

—Você não pode acreditar que eu nunca fiz isso? É isso? Quão estúpido você
acha que eu sou?

—Jacob, isso não é justo. —Ela murmurou.

—Você tem uma objecção sobre nós fazermos exames médicos para nos
certificarmos de que somos saudáveis para o sexo, além do fato de que você acha
que eu faço isso como uma rotina com as mulheres?

—Não. E eu não quis dizer...

—Então você não tem motivos para preocupação. Eu nunca fiz isso antes. Eu
usei proteção sem falhas no passado. Eu só tenho essa... essa... —Seus olhos
arregalaram-se quando ele pareceu um pouco selvagem por alguns segundos.

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—Compulsão em tê-la completamente.

Ela relaxou suas sobrancelhas.

—Você não parece muito feliz com isso. —Ela disse em voz alta, um
pensamento que vinha tendo cada vez mais. Seu coração saltou quando ele se
inclinou e reivindicou sua boca em um beijo profundo, quente. Ele apertou os
braços, trazendo-a para mais perto dele.

—Eu não estou feliz com isso, às vezes, para ser honesto... Normalmente
quando não estou na sua presença. Porque quando eu estou com você, tudo o que
posso pensar é em ter você em plena aceleração, sem tabus. Nada entre nós. Nada.
—Ele rosnou ao lado de seus lábios. —Você quer fazer isso ou não, Harper?

—Sim. —Ela sussurrou irritada. —Porque, aparentemente, eu estou tão


hipnotizada quanto você.

Ele afundou a cabeça novamente, mas desta vez, ela estava pronta para ele.
O beijo foi quente e selvagem.

E por causa dessa tensa interação carregada entre eles naquele corredor, o
Dr. Amorantz foi forçado a esperar ainda mais do que ele já tinha esperado.

***

Os exames e testes de sangue não eram as coisas mais confortáveis do


mundo para Harper fazer, dado o fato de que ela nem conhecia Amorantz. Jacob
tinha escolhido bem, tanto quanto poderia de um médico particular, no entanto.
Amorantz era amigável, profissional, e parecia muito competente. O processo foi
feito de forma relativamente rápida e sem dor, de qualquer forma, deixando o foco
de Jacob e dela na promessa de passar o resto do fim de semana juntos.

Harper percebeu sua excitação crescer no final da tarde, enquanto


caminhavam juntos na doca de Jacob, com Jacob vestindo um calção de banho e

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uma camiseta, e Harper em um biquíni, chinelos e uma saída de praia. Jim tinha
acabado de deixar à frente deles um Jet Ski, com suas instruções para entregar uma
grande cesta de piquenique que Lisa tinha embalado para eles, juntamente com
alguns outros suprimentos para o iate ancorado de Jacob. Harper subiu no Jet Ski
atrás de Jacob.

—Eu nunca estive em uma dessas coisas antes. —Ela disse a ele, com a voz
cheia de emoção enquanto abraçava sua cintura e apertava forte contra as costas
dele.

—Eu ia perguntar se você queria dirigi-lo, mas parece melhor tê-la como
uma passageira. —Disse ele com o queixo por cima do ombro, com a boca inclinada
em diversão. Ela só pressionou seu sorriso contra a sua camiseta aquecida pelo sol,
muito feliz em tê-lo no assento do motorista, naquele momento também.

Quando chegaram ao seu iate, Jim estava acabando de sair em seu Jet Ski,
com sua missão completa.

—A rampa está abaixada. —Jim gritou. Os dois homens trocaram um aceno,


e Jacob circulou o Jet Ski para a parte traseira do iate. Eles se afastaram um pouco.
Olhando para trás, por cima do ombro, Harper viu a que Jim tinha se referido, uma
rampa de fibra de vidro que descia do convés inferior do iate até a água.

—Segure-se. —Jacob disse enquanto ele circulava na água, virando-os de


volta na direção do iate.

—O quê? — Harper perguntou em confusão. Seus olhos arregalaram-se


quando ele acelerou o motor do Jet Ski e, de repente, eles estavam correndo direto
para o iate. Ela apertou os braços ao redor dele, olhando com os olhos arregalados
sobre suas costas largas. Eles estavam prestes a colidir com o iate a qualquer
segundo. O que Jacob estava fazendo?

Eles atingiram a rampa e saltaram no ar, de repente, voando para frente. Seu
estômago saltou em sua garganta. Seu grito de surpresa foi cortado quando eles
desembarcaram e deslizaram até uma parada abrupta, surpreendente. Jacob tinha
desligado o motor. Ele levantou-se saindo do Jet ski em seu iate, como se saltar da

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água em um barco fosse a mais mundana das tarefas. Ele notou sua expressão
atordoada.

—Você poderia ter me avisado. —Disse a ele, meio divertida, meio sitiada
enquanto ela estava com as pernas moles e pegava sua mão.

—Foi muito mais divertido sem. — Disse ele, e mesmo que ele usasse óculos
escuros, ela sabia que por trás das lentes opacas, seus olhos estavam quentes e
brilhando com humor.

***

Havia uma encantadora brisa que vinha do outro lado da vasta extensão de
água azul brilhante, mas o sol era intenso. Harper optou pelo sofá ao ar livre no deck
superior, curtindo o sol quente, enquanto Jacob pilotava. Ela podia vê-lo pilotando o
iate de onde ela estava reclinada, com a cabeça apoiada em vários travesseiros. Ela
languidamente colocou protetor solar no corpo dela de biquíni, muito satisfeita de
ver sua manipulação hábil do ofício a uma distância.

Depois que ela terminou de aplicar a loção, ela tomou outro gole da bebida
deliciosa que Jacob tinha feito quando eles vieram a bordo. Ele disse que não sabia
se ela tinha um nome oficial, mas ele a chamou de terapia de rum. Ela começou a
sentir o que ele queria dizer, deitada ao sol, seus músculos ficando pesados e
quentes, e sua mente ficando cada vez mais em branco no que dizia respeito às
preocupações cotidianas...

E a crescente ansiedade e os pensamentos estranhos que ela teve sobre


Jacob.

Depois de um tempo, o motor foi desligado, o barco desacelerou e chegou a


parar nas águas calmas e brilhantes.

Jacob aproximou-se um momento depois, tirando sua camiseta. Ele sentou-


se confortavelmente perto de seus pés, com um braço sobre o encosto do sofá. Ele

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agarrou seu pé e apertou suavemente, massageando os músculos. Parecia divino.
Ela sorriu, absorvendo a imagem de seu torso bronzeado, musculoso e postura
casual. Jacob estava sempre magneticamente sexy, mas ela o achava mais atraente
quando ele estava assim: relaxado, mas ainda emanando o que ela só poderia
chamar de quantidade potente de magnetismo sexual, sem parecer mesmo estar
ciente de seu poder.

—É bom, não é? —Perguntou ela satisfeita.

Ela sentiu seu olhar movendo-se sobre seu corpo por trás de seus óculos de
sol. Lá estava, pensou, uma emoção passando por ela. Sua sexualidade fervenda, e
sua aura possessiva nunca iam muito longe. Tendo se acostumado com suas
checagens, ela não precisava ver os olhos para sentir o calor em seu olhar.

—Você está certa. Esse é melhor. —Disse ele, e ela sabia que ele se referia a
seu biquíni azul. Sua grande mão moveu para sua canela, seus dedos massageando
sua panturrilha. O sexo dela vibrou de prazer ao seu toque.

—Obrigada. —Ela murmurou.

—Sua pele está quente.

—O sol está quente. — Seus lábios firmes curvaram em um pequeno sorriso.


Eles olharam um para o outro enquanto ele continuava a deslizar sua mão contra
sua pele, moldando o músculo com a palma da mão. Sua mão massageando moveu
para sua coxa.

—Eu não posso expressar o quão suave você é. O quão macia. —Sua voz
profunda e suave correu sobre ela, um fator enorme em seu crescente transe
sensual. Assim como o sol quente viciante, a bebida forte, a visão de sua beleza
masculina contra o pano de fundo de um céu azul profundo, para não mencionar
sua deliciosa massagem em seus músculos. Seus longos dedos esticaram para cima
em sua coxa. Ele gentilmente passou os dedos no músculo. Ela suspirou de prazer, a
dor com a proximidade de seus dedos atingiu seu sexo.

—Está realmente quente. —Disse ele calmamente. —Você quer dar um


mergulho?

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—Ok. —Ela respondeu fracamente.

Seu braço saiu da parte de trás do sofá, e ele torceu ligeiramente em seu
assento, inclinando-se em direção a ela. No novo ângulo, ele agarrou uma boa parte
de sua coxa com a mão grande, esfregando profundamente. Ela gemeu baixinho.

—Ou você prefere gozar em primeiro lugar? —Perguntou.

Seus lábios separaram-se, e a respiração travou em seus pulmões. Ele


realmente dizia as coisas mais estranhas, às vezes.

—Harper?

—Sim. —Ela sussurrou. —Quero dizer, se você quiser.

—Por que não eu iria querer?

Ele deslizou as mãos por baixo de ambos os joelhos, e arrastou-a para si. Ela
gritou de surpresa com seu movimento repentino, rindo quando ela veio a
descansar com suas coxas deitadas em seu colo. Sem qualquer outro pensamento,
ele puxou a parte de baixo de seu biquíni várias polegadas, e abriu a mão mais
embaixo em sua barriga. Seu polegar deslizou entre seus lábios, esfregando seu
clitóris. Ela engasgou, seu riso esquecido.

—É bom? —Ele perguntou, e Harper percebeu que seus olhos fecharam


enquanto seu corpo apertava com prazer. Ela abriu as pálpebras e viu-o olhando
para baixo, para ela.

—É uma sensação fantástica. —Ela conseguiu dizer.

—Bom. Apenas relaxe e divirta-se.

—Jacob. —Ela sussurrou, o rosto apertado.

Ele tinha, de alguma forma, sentido o seu tom de humor lânguido, sensual, e
agora ele começava a trabalhar amplamente. A pressão de sua grande mão em sua
barriga era maravilhosa. Seu polegar bateu e esfregou em seu clitóris liso
infalivelmente. Ela podia sentir sua excitação nas costas de suas coxas, mas a
sensação de seu pênis inchado só foi um bônus ao doce momento, sem pressa. Com

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a mão livre, ele continuou a massagear as pernas com força preguiçosa. O sol batia
nela, e de alguma forma ela estava se derretendo e tensa ao mesmo tempo. Ela
entregou-se ao calor, fervendo sob a ponta dos dedos. E o tempo todo, ela estava
ciente de seu olhar fixo em seu rosto. Ela nunca se sentiu tão valorizada.

Tão segura.

Não demorou muito até que ela estivesse tremendo com o orgasmo.

—Isso mesmo. —Ele a acalmou mesmo quando o dedo acelerou,


trabalhando enquanto os tremores enrijeciam sua carne. —Você é tão bonita
quando goza.

Um momento com infusão de prazer depois, ele inclinou-se e beijou a pele


logo abaixo da junção de sua caixa torácica.

Ela levantou a mão e passou os dedos através de seu cabelo curto. Ele correu
os lábios ao longo de uma costela, e ela suspirou de prazer sublime. Ele levantou a
cabeça e olhou para o rosto dela, um pequeno sorriso em seus lábios.

—Pronta para nadar agora?

Ela piscou, aturdida pela sua pergunta. Ela podia sentir seu pênis embaixo de
suas coxas. O eixo inchado pulsava sutilmente contra sua pele.

—Você não quer que...

—Sim. —Ele a interrompeu, como se ele estivesse dizendo o óbvio. —Mas


isso era só para você.

Ela sentou-se parcialmente, apoiando seu corpo nos cotovelos.

—Mas...

—Eu vou ter meu momento, Harper. Não tenha qualquer dúvida sobre isso.
—Ele a cortou secamente, levantando suas pernas com um braço sob seus joelhos, e
tirando-a de seu colo. Ela surpreendeu-se com seus pés no convés, seu corpo
torcendo no sofá. Ele olhou para seu quadril nu e nádega, com seu olhar afiado.

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—Vamos. — Ele levantou-se abruptamente. —Vamos entrar na água antes
que eu mude de ideia. —Disse ele, sua boca curvando enquanto ele estendia a mão
para ela.

***

Pela primeira vez, Harper olhou por cima do corrimão e viu onde tinha
ancorado o iate. Eles estavam em uma pequena enseada rodeada por pedras de
granito e majestosos pinhos elevados. Em vez de levá-la até o segundo deck para
nadar, onde havia uma pequena piscina, ou para o convés principal, onde eles
poderiam ter acesso ao lago para nadar, Jacob a levou até uma prancha de
mergulho no nível superior.

—O que você acha? —Perguntou a ela. —Você está pronta para isso?

Ela ficou na prancha e olhou para baixo. Através da água clara, ela podia ver
todo o caminho até o fundo do lago nas pedras lisas descansando lá.

—Quão profundo é aqui? —Ela perguntou a Jacob.

—Cerca de nove metros. Se nós pularmos do outro lado, fica mais raso. E há
um banco de areia. Bom para a natação.

—Eu não faço um salto em um longo, longo tempo.

—Você prefere nadar na piscina ou pular da proa?

Ela virou-se e examinou seu rosto procurando algo. Havia algo em sua voz
naquele momento. Ou era sua imaginação? Ele ainda usava os óculos de sol, apesar
de tudo. Ela não podia discernir qualquer traço de emoção em seu rosto.

—Nós poderíamos ir juntos. —Ele sugeriu em voz baixa.

Ela piscou, o sol brilhante e sua voz profunda fazendo-a se sentir


desorientada por um momento... Dando-lhe uma profunda sensação de déjà vu.

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—Tudo bem. —Ela concordou lentamente.

Ele tirou os óculos. Um momento depois, eles estavam juntos na ponta da


prancha suspensa sobre a água, seus braços apertados em torno dela, seu coração
batendo como um louco. Ela estava um pouco ansiosa sobre o salto, mas não era
isso que estava fazendo seu coração acelerar como uma locomotiva. Ela sentia-se
tão segura, sendo envolta em seus braços e apertada contra seu corpo sólido. Foi
tão bom. Ele ainda estava ereto. Sua virilidade e força pareciam fluir dentro dela,
fortalecendo-a.

E ainda havia esse sentimento persistente sem nome, um sentimento que


levantava o cabelo em seus braços e nuca, e trazia à vida este belo homem com um
fulgor do surreal...

Quase como mágica.

—Você está pronta? —Perguntou ele, inclinando a cabeça sobre o rosto


virado para cima.

—Sim.

—Vamos para longe do barco. —Ele a lembrou.

Ela assentiu, excitação borbulhando em suas veias.

—Na contagem de três?

—OK. Um...

—Dois. —Ela contou.

O segundo parecia estender-se.

Olhe para onde está indo, não onde você esteve. A voz voou em sua
consciência. Mais uma vez, essa sensação de desorientação incrédula tomou conta
dela, quando ela olhou para o âmbar, verde e marrom pontilhando sua íris.

—Jake. —Ela murmurou aturdida no mesmo momento em que ele gritava:

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—Três!

E eles voaram pelo ar, abraçando um ao outro como se suas vidas


dependessem disso.

***

Bater na água fria refrescante com tal força pareceu afastá-la de seu
estranho sonho. Ou talvez seus pensamentos fossem tão confusos que ela de boa
vontade os reprimiu totalmente no momento.

Eles nadaram por mais de uma hora na enseada serena, espumante, falando,
brincando, e abraçados na água rasa. Foi o momento mais despreocupado e
relaxado que ela já tinha se permitido estar com ele. Ela pensou que ele parecia tão
feliz como ela, tão ansioso para esquecer o resto do mundo e afundar na calorosa
intimidade da sua união. Ele a deixou tocá-lo tanto quanto ela queria, e ela
apreciava sua rédea livre, passando as mãos por todas as costas e braços
musculosos, deslizando-as através de suas longas pernas enquanto eles estavam
entrelaçados. Ela queria tocá-lo sexualmente, também. A água fria tinha esfriado
seu sexo um pouco, mas seu pênis ainda estava longo e firme enquanto seus corpos
eram pressionados juntos. Quando ela começou a acariciar o delicioso peso de sua
excitação em sua mão, ele a deteve.

—Deixe-o esperar. —Disse ele, puxando a mão dela, e puxando a pélvis mais
contra seu pênis. Eles estavam agarrados a cerca de um metro e meio de água, os
pés de Jacob sobre o fundo arenoso, e as pernas dela ao redor de seus quadris.
Apesar do que ele tinha dito, ela sentiu seu pau inchar enquanto ele apertava seu
sexo contra ele.

—Mas você me fez sentir tão bem lá em cima. —Ela murmurou perto de
seus lábios úmidos, firmes. —Quero retribuir o favor.

Ele a beijou suavemente.

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—Não foi um favor. Eu fiz isso porque eu queria. Eu gosto de ver você gozar.
Gosto de saber que eu fiz você se sentir bem. —Disse rispidamente. Sua boca colou
na dela novamente.

—Nada que você disse é um argumento para eu não fazer você gozar aqui e
agora. Tudo o que disse é verdade para mim também. —Ela disse sem fôlego
quando suas bocas se separaram.

Suas sobrancelhas subiram em uma expressão cômica, ao mesmo tempo em


que suas mãos desceram sob a parte de baixo e atrás do seu biquíni, e seguraram
sua bunda.

—Eu não estava ciente de que estávamos discutindo. Eu estava apenas


afirmando um fato. Eu quero deixar isso crescer. —Ela suspirou baixinho com a
sensação dele apertando sua bunda lascivamente, e moendo sua buceta contra seu
pênis.

—Realmente, não parece como se você quisesse esperar. —Disse ela em


dúvida.

O sorriso dele alargou-se. Ele bateu em sua bunda com a rapidez que ele
podia, já que estavam debaixo d'água, e ela saltou.

—Você quer aprender a conduzir o Jet Ski? —Perguntou a ela, afastando-se.

E apesar do fato de que ela estava desapontada por deixar seus braços, sua
ideia pareceu interessante.

—Posso aprender a tirá-lo da água e colocá-lo no barco como você fez? —


Perguntou ela, nadando atrás dele em direção ao iate.

—Talvez na próxima lição. —Ela o ouviu dizer secamente por cima do ombro,
e ela riu. Ela lembrou-se de que ele não só era um alucinante amante e enigma sexy:
Jacob também era realmente muito divertido para se estar.

***

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Depois de terem andado de Jet Ski na luz do sol brilhante por outra hora ou
mais, e Harper tinha se tornado uma motorista competente, ela lhe disse que estava
morrendo de fome. Já havia passado da hora deles pensarem nisso, Jacob percebeu.
As bochechas, nariz e peito de Harper estavam rosados do sol, e como eles tinham
acabado de sair do Jet Ski, ele notou que suas pálpebras pareciam pesadas.

Eles tomaram uma ducha no chuveiro ao ar livre e foram para a cozinha. Lá,
eles investigaram o conteúdo da cesta de piquenique que Lisa tinha preparado para
eles. Eles escolheram o salmão recém-feito e rolo da Califórnia, juntamente com
uma salada de banana e manga. Eles comeram na proa do barco na sombra. No
momento em que Harper tinha comido sua ceia precoce, e bebido meio copo de
vinho branco, ela estava tendo dificuldade em manter as pálpebras abertas. Ele
estava feliz que ela estivesse tão relaxada. Ela parecia feliz, e isso o agradou. Ele
queria que ela se sentisse segura e despreocupada. Ele sabia que ela estava tendo
dúvidas se deveria ir mais fundo com ele.

Na verdade, ele tinha suas próprias dúvidas sobre querer exigir mais dela.
Mas desprezou vendo Harper ansiosa sobre ele... Sobre eles. E apesar de suas
preocupações, tanto por si e pelo o seu bem-estar, ele era egoísta. Ele queria que
ela avançasse.

—Vamos lá. —Disse ele, de pé ao lado da mesa e alcançando a mão dela.

—Para onde vamos? —Perguntou ela, piscando e forçando as pálpebras a


ficarem abertas.

—Vou levá-la para a cama.

—Oh. —Disse ela, de repente, parecendo mais alerta, e os lábios cheios e


rosados que tinham o torturado durante todo o dia se curvaram em um sorriso.

—Para tirar um cochilo. Você parece cansada. —Ele deu uma gargalhada
para sua carranca.

—Eu não sabia que me cansaria tanto. —Disse ela por trás dele, um
momento depois, quando ele a levou às escadas e abriu a porta para uma suíte.

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—O banheiro é por ali. — Ele apontou para uma porta.

Ele virou novamente o edredom e o lençol na cama grande, e acenou para


ela ir até ele. Ele forçou seu rosto em impassibilidade enquanto ele removia o
biquíni azul sexy e bonito que ela usava, o que combinava com ambos os olhos, e
com o lago alpino cintilante, e moldava seu corpo de uma maneira que o fez
fantasiar repetidamente durante toda a tarde, principalmente sobre dois tópicos: ou
enterrar seu rosto entre a glória de seus peitos altos, cheios ou o céu entre as coxas.

Ele empurrou seu olhar para longe de seus seios pálidos, expostos agora,
incitando-a para ir para a cama.

—Você não ficará comigo? —Ela perguntou enquanto ele puxava o lençol
sobre o corpo nu, e então o edredom. Ela definitivamente havia relaxado ao sol
hoje, e ela parecia à decadência doce e sexy contra os lençóis cinza escuro.

—Eu não estou cansado. —Disse ele, sentando na beira da cama. —Eu vou
levar o barco até a costa um pouco, e posicionar-nos para os fogos de artifício.

—Você quer dizer aqueles que você patrocina todos os anos?

—Quem te disse sobre isso? — Seu cabelo tinha em sua maioria secado
enquanto eles comiam sua refeição. Ele empurrou alguns fios de cobre para longe
de sua testa e de seu rosto.

—Jim mencionou isso na outra noite. Mas é de conhecimento comum, não


é? Que você patrocina os fogos de artifício do Dia do Trabalho para Tahoe Shores?
Espero que seja, porque foi mencionado em um artigo que fizemos para a versão de
feriado de fim de semana do Diário da República. —Acrescentou ironicamente.

—Eu acho que é de conhecimento comum, sim. O conselho da cidade não


poderia fazer um segredo disso.

—Você é mais agradável do que quer que as pessoas pensem que é.

Ele fez uma pausa em acariciá-la.

—Eu não me importo se as pessoas pensam que sou bom ou um idiota.

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—Mentiroso. Você é uma boa pessoa, e dói em você quando as pessoas
assumem outra coisa. —Ela murmurou. Uma sensação pungente de desejo passou
por ele. Sua confiança absoluta nele o lembrou da Harper mais nova. Ele queria
acreditar nela, como ele tinha quando era criança, mas sua inocência foi perdida. Ele
tinha sacrificado isso para se tornar Jacob Latimer.

Desde que ele não poderia concordar, ele só a acariciou em silêncio por um
momento. Ele gostava de ver sua reação ao seu toque. Ele sempre gostou, mesmo
quando eles eram crianças. Era uma evidência imediata de que ele significava
alguma coisa para ela. A reação dela ao momento, foi estar com as pálpebras perto
de fecharem. Apesar de seu contentamento óbvio, ele descobriu que não conseguia
parar de querer definir algo com ela ali mesmo.

—Harper, querida?

—Sim? —Perguntou ela, suas pálpebras abrindo uma fração de uma


polegada com esforço aparente. O sol tinha realmente a relaxado. Ele exigiria um
monte dela mais tarde. É por isso que ele queria ter certeza de que ela estivesse
descansada.

—Quando nós estávamos na prancha de mergulho mais cedo, antes de


saltarmos?

—Mmm-hmm...

—Você me chamou de Jake.

Suas pálpebras abriram-se completamente.

—Eu... Eu chamei?

Ele acenou com a cabeça, estudando de perto a reação dela. Ao contrário de


em outras ocasiões quando ele cautelosamente a testou, ele pensou ter visto um
flash de ansiedade em seus olhos.

—Por que você me chamou assim? —Perguntou tenso.

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—Eu não sei. —Ela sussurrou cautelosamente. —Por quê? É um grande
negócio? Jake é um apelido para Jacob...

—Ninguém me chama assim.

Ela estremeceu em sua altivez, e ele se encolheu interiormente. Ela


concordou com a cabeça.

—Ok, eu não vou mais, então.

—Não. —Ele rosnou. Reconhecendo o quão irracional ele estava sendo, ele
se inclinou e beijou a testa, tentando suavizar sua incerteza e confusão. Ele falou em
voz baixa perto da orelha, como se estivesse dando um segredo. —Você pode. Se
você quiser, eu quero dizer.

Ele levantou-se e virou-se para que ela não pudesse ver sua irritação em sua
abrupta e irracional mudança de opinião.

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Capítulo 2

Vinte anos atrás

Ela acordou com a sensação da mão de Jake em seu cabelo e o som da chuva
caindo suave. Ela abriu os olhos e viu a caverna na escuridão profunda e cinza da
madrugada. Memórias a atingiram, lembranças horríveis de gritos do leão da
montanha ecoando das paredes da caverna, de como o predador os tinha
perseguido durante a noite como um pesadelo vivo.

As doces lembranças do menino segurando-a e contendo seu medo também


lotavam seu cérebro.

—Jake?

—Eu estou bem aqui. —Disse ele, e novamente, ele acariciou o cabelo.

Seus olhos se se fecharam ao som de seu sotaque educado e gentil. Sua voz
e seu abraço converteram-se em sua rocha segura durante essa terrível noite que
parecia não ter fim. Várias vezes, ela o sentiu tremer ao ouvir os gritos do leão da
montanha retumbante tão perto deles, sentindo a fome feroz do animal, e
imaginando seus dentes afiados, brancos. Então Jake falava com ela naquele mesmo
tom seu, levando-a a dizer-lhe mais sobre O Senhor dos Anéis, ou assegurar-lhe que
não tinham muito tempo agora.

—O amanhecer estará aqui em breve. Ele vai embora então. Você pode
apostar nisso.

Ela sentou-se abruptamente, quebrando o contato com seu corpo quente.


Um choque de pânico passou por ela quando ela viu as brasas de seu fogo. Essas
chamas tinham significado segurança para ela, e vida.

O fogo tinha... E Jake.

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—Ele se foi? —Perguntou ela voltando-se para ele, com os olhos
arregalados. Ela não podia acreditar que tinha adormecido no meio de tanto terror.
Foi uma prova do quanto ela tinha confiado em Jake Tharp.

Ela acariciou o seu contorno na penumbra: o cabelo comprido loiro escuro e


ombros. Ela sabia a partir do conhecimento em primeira mão, que o cabelo era
grosso e macio, e que seus ombros, embora estreitos, eram mais fortes do que ela
poderia imaginar.

Assim como o resto do corpo era.

—Cerca de meia hora antes do amanhecer. —Disse ele. Ela observou-o


enquanto ele se levantava. Ele era leve e jovem, mas ela teve a impressão de que
ele tinha cerca de 80 anos de idade naquele momento. Não só porque ele sempre
saía como sendo mais sábio e mais paciente do que qualquer um que ela já tinha
conhecido, mas porque ele movia-se como um homem velho enquanto estava no
chão duro da caverna.

—Você me segurou durante toda a noite. —Disse ela com pesar enquanto
corria para ficar de pé. Ele não se moveu da posição, desde que eles tinham
descoberto onde o leão da montanha estava, e feito o fogo entre eles e o leão.

—Você deve estar dolorido.

—Não, só...

Ela o abraçou impulsivamente, inalando o cheiro de sabão de seu longo


cabelo incontrolável. Ele disse a ela ontem, enquanto eles tinham falado durante
todo o dia na caverna, que Emmitt a contragosto, lhe dava dinheiro para um corte
de cabelo a cada ano quando a escola começava, mas ele crescia mais rápido do que
erva daninha durante a estação chuvosa. A avó Rose costumava cortar para ele
quando ela estava melhor, mas ultimamente, ele vinha cortando ele mesmo. Ele
parecia um pouco embaraçado quando admitiu isso. Ele também disse que não era
bom nisso, por isso neste verão, ele tinha o deixado crescer selvagem.

Harper experimentou uma onda de emoção ao pensar sobre o menino que a


segurava nos braços naquele momento, sua coragem e sua bondade... E tudo o que
ele tinha dado a ela. Seus olhos queimavam. Ela não sabia como agradecer-lhe, no

22
entanto. O que ela sentia era grande demais para colocar para fora da plenitude do
peito e através de sua garganta estreita. Ela mergulhou os dedos em seu cabelo
macio, grosso.

—Eu vou cortar seu cabelo mais tarde. Você tem uma tesoura nessa
ferramenta multicoisas que você tem. —Disse ela através de uma garganta
congestionada. Seus braços estavam fechados ao redor dela. Ele havia sentido seu
estado irregular. Ela fechou os olhos ainda mais forte, uma estranha mistura de
culpa e alívio passando por ela em seus braços altruístas.

—Tudo bem, Harper. —Não era justo que um jovem garoto como ele fosse
forçado a ouvir isso enquanto crescia... Tão sábio, tão cansado, aos treze anos.

—Eu quero. —Explodiu de sua garganta. —Você nos salvou. Você cuidou de
mim durante toda a noite, e me impediu de pirar e tudo mais. Eu quero fazer algo
para você. —Porque nós dois sabemos que eu não tenho muito para lhe dar em
troca.

Ela soltou-o abruptamente, saindo do círculo de seus braços. Ela


rapidamente limpou suas bochechas úmidas e tentou um sorriso.

—Eu vou cortar seu cabelo, ok? — Ela repetiu quando se recompôs.

—Sim. OK.

Ela estava ansiosa para passar sua onda de gratidão e embaraço, e mostrar a
emoção. Jake parecia realmente desconfortável.

—Podemos fazer o salto no precipício de novo? —Perguntou a ele,


ajoelhando-se para ajudá-lo a colher um pouco de terra e cinzas no fogo. Havia luz
suficiente entrando na caverna, e agora ela podia ver o brilho de seus olhos quando
encontrou seu olhar.

—Não. Não podemos correr o risco se esse leão da montanha voltar esta
noite. Temos de ir. Além disso, está chovendo agora, e isso é bom. A chuva vai
ajudar a cobrir as nossas pegadas. Eu tenho uma lona antiga de acampamento
armazenada aqui. Vamos embrulhar o que pudermos nela, para manter nosso

23
material protegido da chuva. Vamos sair para Barterton assim que embalarmos
tudo.

***

Dias de hoje

Os olhos de Harper abriram ao som de passos. Ela virou-se nos lençóis


macios. Havia uma grande cômoda do outro lado da cama, e um longo espelho
pendurado acima dela. No reflexo, ela viu seu longo cabelo despenteado e
bochechas úmidas queimadas pelo sol. Ela limpou o rosto, espantada ao sentir as
lágrimas em seus dedos. Tudo o que ela tinha sonhado a tinha feito chorar, ela
percebeu com espanto. Mas não importa o quanto ela tentasse, ela não conseguia
trazer os detalhes de seu sonho de seu cérebro. Apenas uma sensação de doçura
pungente e tristeza permaneciam.

Ela sentiu o movimento sutil do barco. Eles estavam ancorados. Jacob tinha
movido o barco enquanto ela dormia, como tinha dito que faria? Ela não se
lembrava disso. O iate era grande o suficiente para que as ondas não o balançassem
muito, mas ainda havia um movimento de balanço sutil que ela achou calmante. Ela
podia dizer pela cor e inclinação da luz do sol que entrava pela janela, que ela tinha
dormido por mais de uma hora, e nisso, a noite havia caído. Quando ela afastou o
edredom, ela viu Jacob parado na porta aberta, as mãos apoiadas na parte superior
do batente.

—Oi. —Ela o cumprimentou, apoiando-se sobre os travesseiros, mas nunca


desviando o olhar da visão dele.

Ela nunca tinha ficado mais feliz em vê-lo. Ele tinha se trocado para um short
azul escuro, mas ele não estava usando qualquer outra coisa. Sua pele lisa tinha
ficado um tom mais escuro na luz do sol hoje. Havia uma sombra de barba no
queixo, e seu cabelo reluzente estava bagunçado pelo vento. Ela bebeu da visão
dele com avidez.

24
—Eu estava começando a pensar que você dormiria a noite toda. —Disse
ele, entrando na suíte. Suas sobrancelhas arquearam quando ele sentou-se na
beirada da cama ao lado dela. —Por que você está sorrindo assim?

—Você parecia tão relaxado ali de pé na soleira da porta. Tão bem. —Ela
respondeu. Ela estendeu a mão para tocar sua barriga dura. Seus músculos do
abdômen tenso saltaram ligeiramente ao toque dela. Ela passou o dedo no rastro
sedoso de cabelo castanho que levava até abaixo de seu umbigo, abaixo de seu
short. —Eu só estava pensando, quando eu acordei...

—O quê? —Ele perguntou quando ela parou de falar.

Ela engoliu em seco e balançou a cabeça ligeiramente. Dormir e seus sonhos,


ainda se agarravam fortemente a ela.

—Você já reparou que algumas das piores coisas, as mais assustadoras que
já aconteceu com você em sua vida, também foram as melhores?

Ele pegou o pulso de sua mão acariciando e apertou suavemente. Ela olhou
para ele.

—O que te faz dizer isso? —Perguntou.

—Eu não sei. —Ela murmurou, curvando-se ao seu lado sob o lençol, muito
consciente de seu olhar sobre ela. —Eu só acordei pensando nisso.

Ele colocou a mão em seu ombro e a rolou de costas. Seu coração saltou
quando viu sua expressão tensa. Ele inclinou-se sobre ela.

—Você realmente acredita nisso, Harper? Que as coisas boas podem ser
combinadas tão intimamente com as más?

—Sim. Eu acho que sim. —Ela sussurrou, seu coração começando a bater em
seus ouvidos em sua intensidade.

—É isso que você acha que é ficar comigo? Assustador?

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—Um pouco, sim. —Ela sussurrou, olhando em seus olhos hipnóticos. —Mas
é maravilhoso, também. Tanto que eu nunca iria querer desistir da bela parte, por
causa do medo.

—Isso é o que eu venho tentando lhe dizer sobre nós estarmos juntos.

—Eu sei. Eu sei que é. —Ela sussurrou enfaticamente, chegando até a tocar o
cabelo despenteado. Ela arrastou seus dedos por ele, amando a sensação contra sua
pele.

Ele endireitou-se e sua mão caiu longe dele.

—Eu não vou deixar você me afastar porque está com medo, Harper.

—Não. Eu não quero que você se afaste.

Seu rosto parecia dolorosamente sóbrio e bonito quando ele alcançou a


borda do lençol. Lenta e deliberadamente, ele puxou-o para abaixo de suas coxas.
Ele abriu a mão ao longo de seu quadril, e acariciou o lado de seu corpo nu, em
seguida, as costelas e barriga. Sua respiração ficou presa em seus pulmões com a
expressão em seu rosto... Como se um simples toque pudesse chamar de adoração.
Ele acariciou sua coxa e, em seguida, abriu a mão sobre seu sexo, levemente
esfregando-a. Uma excitação dolorosa a inundou. Ela sentiu isso novamente, a
sensação de ser acarinhada.

Possuída.

—Vire. —Ele falou com voz rouca. —Estique os braços acima da cabeça.

Ela fez o que ele pediu, pressionando seu rosto no travesseiro, os braços
acima de sua cabeça. Essa sensação de plenitude cada vez mais familiar tinha
inchado em seu peito. Ele tirou o cabelo solto sobre um ombro, expondo-a
completamente. Prazer defraudou dentro dela quando ele começou a acariciá-la.

Enquanto ele silenciosamente tomava posse dela.

Ele traçou as linhas de seus ombros e sua espinha. Ele tocou a parte de trás
de seus joelhos e as coxas, e segurou suas nádegas suavemente em suas palmas.

26
—Abra suas coxas. —Disse ele, e ela o fez, sentindo o ar frio fazer cócegas
em seu sexo úmido.

Ela prendeu a respiração. Quando a penetrou com o dedo, e o ar voou para


fora de seus pulmões. Ela ficou lá enquanto ele a acariciava, afogando-se em prazer
sensual e emoção selvagem. Gemidos suaves escaparam de sua garganta, enquanto
ele a levou mais e mais. Apenas quando seu corpo começou a ficar tenso, ele retirou
o dedo e usou as duas mãos para separar suas nádegas. Sua bunda travou com a
exposição inesperada. Ela esperou, seu corpo sutilmente vibrando com excitação.

Ele levemente passou a ponta do dedo sobre seu ânus. Ela gemeu baixinho.

—Eu quero você em todos os lugares, Harper. —Disse ele com a voz rouca
por trás dela. —Eu quero ter o que você permitir. Eu preciso disso. Para mim. Você
acha que isso é egoísta?

Ela não podia respirar. O momento parecia quase insuportavelmente íntimo.


Ele continuou a abrir mais suas nádegas, fazendo seu sexo inteiro, períneo e ânus
formigarem sob seu olhar. Pela primeira vez com ele, ela experimentou essa
sensação nítida, potente de excitação com a ideia de ele tomar o controle, dele
encontrar tanto prazer e liberação em seu corpo. Ela pensou em como ele sempre
dava muito em troca... em quão estranhamente segura ela se sentia com ele.

—Talvez. Mas então... eu gosto quando você é egoísta às vezes. — E seu


egoísmo não é como qualquer egoísmo que eu já conheci.

Ele resmungou baixinho, e novamente passou um dedo entre a fenda de seu


traseiro, acariciando-a suavemente. Ela ficou tensa, mas animada.

—Então eu vou amarrar seus pulsos e colocar um vibrador em você. Prepará-


la. Então eu vou usar uma barra de afastamento em você. E eu vou ter você.

Seu sexo contraiu em excitação. Ela não tinha certeza do que ele quis dizer,
exceto de que ele planejava penetrá-la no ânus. Mas seu entusiasmo foi enriquecido
com medo.

—Não vai doer?

27
Ele liberou a tensão em seu aperto, afrouxando em suas nádegas abertas,
mas ainda mantendo as mãos na bunda dela, esfregando os globos tensos.

—Você nunca fez isso antes?

—Não.

Ela nunca tinha se interessado antes. Com ele, significaria um nível mais
profundo de rendição, no entanto. De posse. Isso a animava. Ela encontrou-se
desejando isso, talvez até mesmo como Jacob, que parecia faminto para este nível
mais profundo de intimidade e entregua dela.

Seus polegares cravaram fundo nos músculos de seu traseiro.

—Vai doer por um momento, talvez, especialmente com meu pau. Vou
prepará-la, no entanto. Se houver dor, será breve.

—O que é uma barra de afastamento?

—É apenas uma barra de metal que tem cerca de um metro de largura. Ela
tem quatro restrições sobre ela. Eu vou colocar você de pé, e em seguida, anexar à
barra em seus tornozelos. Ele vai forçá-la a manter suas pernas abertas. Então você
vai se curvar, e eu vou prender seus pulsos na barra. Você não será capaz de se
mover enquanto eu levo você.

Ela olhou para ele de boca aberta por cima do ombro, chocada com a sua
considerada calma dos fatos.

—Você quer me machucar, Jacob? —Ela perguntou com voz trêmula.

—Não. Como você pode me perguntar isso? —Ele respondeu asperamente.

—Eu quero ter você. Completamente. Eu já lhe disse antes, isso é o que me
excita. Não dor.

—Você vai me manter segura?

—Sempre. —Respondeu ele, com o olhar feroz.

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—Então, sim.

Ele imediatamente a soltou e ficou ao lado da cama. Ela quase se virou para
ver o que ele estava fazendo, mas percebeu que ela podia ver seu reflexo no
espelho sobre a cômoda, enquanto ele atravessava o quarto. Ele abriu o que ela
assumiu ser uma porta de um closet e entrou. Quando ele apareceu novamente, ela
viu o que ele carregava. Suas coxas fecharam e apertaram para aliviar o pico de
excitação que passou por ela. De um lado, ele carregava uma haste longa de metal,
no outro estava um feixe de corda preta.

Sua respiração tinha ficado irregular de excitação, no momento em que ele


estava ao lado da cama novamente, bloqueando sua visão no espelho. Não que ela
precisasse do espelho para notar a pesada protuberância na frente de seu short,
quando ele inclinou-se para colocar a barra de afastamento do outro lado da mesa
de cabeceira. Em cima da mesa, ele pousou o que parecia ser um pacote de, ela se
esticou para ver, antisséptico? Ele virou-se para ela com a corda na mão.

—Você pode ficar apenas assim, mas puxe os joelhos para cima, com a
bunda no ar. —Ele falou, olhando para ela.

Harper tomou a posição, dobrando os joelhos debaixo dela, os seios


pressionados contra o colchão, os braços estendidos acima da cabeça, uma
bochecha no travesseiro... Bunda no ar.

—É isso aí. —Ele murmurou. —Pulsos juntos, palmas para dentro.

Ele colocou um joelho na borda do colchão e inclinou-se, ligando os pulsos e


antebraços com várias voltas da corda de seda preta. Seu corpo estava polegadas
longe de seu rosto enquanto ele a continha, o seu pau direto em seu campo de
visão. Ela sentiu aquele sentimento familiar, proibido, de antecipação em contrução
nela. A partir do tamanho e peso aparente de sua ereção, ela não estava sozinha em
sua excitação acentuada.

Ele levantou seu joelho do colchão e se esticou, mais uma vez, para abrir
uma gaveta na mesa de cabeceira. Ela observou enquanto ele retirava um frasco de
lubrificante e uma caixa.

29
—É novo. —Ele disse calmamente enquanto enfiava o polegar através do
plástico e abria a caixa. Ele retirou um vibrador preto. Era longo, com cerca de seis
polegadas de comprimento, e com uma base grossa. Sua forma era exatamente
como um pênis.

—Você já usou um desses? —Perguntou a ela. Algo sobre a maneira como


ele ergueu-o para sua inspeção fez suas coxas apertarem para aliviar uma pontada
de excitação.

—Não. Eu tenho um vibrador, mas... Não. Não um desse.

Ele pegou o lubrificante.

Era uma tortura erótica pura, observá-lo colocar o lubrificante brilhante no


vibrador com os dedos, enquanto seus braços estavam contidos acima de sua
cabeça.

A bunda no ar.

Por fim, ele colocou o frasco de lubrificante de lado, e veio sobre o colchão
atrás dela. Ele posicionou-se de joelhos ao lado de sua parte inferior. Seu corpo
estava no lado oposto dela e do espelho. Calor chamuscava seu rosto quando
percebeu que podia ver tudo claramente no reflexo. Ele segurou o vibrador
lubrificado na mão esquerda e olhou para ela, sua expressão sombria.

—Levante sua bunda um pouco, Harper.

Ela mordeu o lábio inferior e levantou-se em suas ancas, levantando a bunda


mais alta no ar. Ele levantou a mão direita, e ela percebeu que seus dedos ainda
estavam brilhantes do lubrificante. Sem esperar, ele enterrou os dedos na fenda de
seu traseiro, e esfregou um dedo contra o seu rabo.

Ela saltou.

—Eu sei que provavelmente parece estranho, mas tente não resistir. Vai
fazer as coisas mais difíceis para você se você fizer isso. —Ele apertou a ponta do
dedo forte contra ela. —Empurre de volta contra mim. Vai entrar mais fácil dessa
maneira.

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Ela mordeu o lábio inferior e aplicou uma pressão firme contra o seu dedo.
Ele deslizou em sua bunda. Ela gemeu.

—É isso mesmo. —Ele murmurou.

Ele começou a foder com o dedo. No início, Harper foi esmagada com uma
estranha combinação de vergonha e excitação. Ela podia vê-lo no espelho,
observando-se enquanto ele penetrava seu traseiro firmemente com o dedo
indicador, seu rosto rígido. Ela fechou os olhos. Assim que ela fez isso, no entanto,
ela desejou ver a imagem dele novamente. Mesmo assim, ela o achou atraente.
Talvez especialmente assim. Ele bombeou a mão mais rápido, um rosnado
moldando sua boca. Sua mão abriu, e gentilmente ele bateu em suas nádegas cada
vez que ele a penetrava com o dedo.

Ela gemeu. Seu olhar piscou. Por um momento elétrico, seus olhares se
encontraram no espelho. Segurando seu olhar, ele abriu a mão e apertou-a contra
suas nádegas, seu dedo mergulhando em seu interior.

—Estou feliz que você é virgem. —Disse ele calmamente. —Não só porque
será bom pra caralho estar dentro de você. Estou feliz porque eu sou o único. —Ele
apertou suas nádegas em sua mão e pressionou novamente, enfiando seu dedo
ainda mais dentro dela. Um pequeno sorriso cintilou sobre sua boca dura. —Isso me
faz egoísta?

—Não. —Ela engasgou. Um tremor sutil tinha começado em seu corpo.

—Porque eu estou feliz também.

Ele gemeu grosseiramente, pressionando mais forte com o dedo, batendo


nas nádegas com a palma da mão. Em seguida, ele retirou, e desta vez ele
pressionou dois dedos contra ela.

—Empurre de volta.

Um suspiro abandonou seus pulmões quando ele entrou nela. Ela ficou lá,
olhando ele penetrá-la lentamente. Em seguida, ele lentamente e firmemente
começou a foder com eles. Cada vez mais sua excitação superou qualquer ansiedade
ou constrangimento. Ele fez isso. Mas sua vergonha e incerteza deram uma sacudida

31
erótica surpreendentemente, potente no momento também. Assim como ter visão
completa dele enquanto ele fazia algo tão chocante e íntimo. Seu clitóris começou a
ferver com a estimulação anal... Na visão dele dominando-a. Ele mergulhou seus
dedos profundamente e fez uma careta.

—Sua bunda é quente. Você está começando a gostar, não é? —Ele


respondeu asperamente. —Harper? —Ele perguntou abruptamente, encontrando
seu olhar no espelho quando ela não respondeu.

—Sim. —Ela sussurrou.

—Olhe para você. —Disse ele, e havia uma rouquidão em seu tom de voz
enquanto ele a examinava no espelho através de um olhar focado. Ela achou que
poderia saber o que ele queria dizer. Suas bochechas e lábios estavam em chamas e
cor de rosa, e isso tinha pouco a ver com suas queimaduras solares. Ele disse algo
baixinho, e ela pensou que era um palavrão. Ele retirou os dedos de seu traseiro. Ele
transferiu o vibrador lubrificado para a mão direita, e seus olhos arregalaram-se.

—Não tenha medo. —Disse ele, obviamente, sentindo sua tensão. —Você
está pronta para isso. — Ele abriu mais uma nádega e apertou a ponta do vibrador
ao lado de sua abertura.

Ele estendeu sua grande mão esquerda na parte superior de seu traseiro,
abrangendo ambas as faces, e agarrou-a.

—Vem para trás, querida. —Disse ele. Ele empurrando com o vibrador, ao
mesmo tempo em que ele guiava seu movimento, usando a mão na bunda dela para
puxá-la contra a ponta de borracha.

—Oh. —Ela gritou bruscamente.

Ele soltou a bunda dela, mas a manteve no lugar.

—Basta dar-lhe alguns segundos. —Disse ele, e na verdade, o momento


agudo de dor quando ele a perfurou com a cabeça do vibrador, passou quase que
instantaneamente. —Melhor? —Ele perguntou, e ela balançou a cabeça sobre o
travesseiro.

32
Ela estava sendo honesta. Houve apenas a pressão e emoção na visão dele
empurrando o brinquedo sexual dentro dela. Ele olhou para cima e a pegou olhando
para ele fixamente no espelho.

—Você gosta de assistir? —Ele murmurou, sua voz um grunhido profundo,


sexy, antes que ele começasse a pulsar o vibrador dentro e fora dela, guiando o
movimento sutil com o controle sobre suas nádegas. Ela gemeu com a crescente
pressão. —Responda-me, Harper.

—Sim. —Respondeu ela com voz trêmula.

—Não há nenhuma razão para você não gostar. Você está maravilhosa. —
Disse ele, parecendo completamente focado em sua tarefa. —Você é como o céu.

Ele trabalhou o brinquedo sexual nela suavemente, mas com firmeza,


afundando-o cada vez mais longe a cada passada. Harper estava deitada, ofegante,
cada vez mais excitada e fascinada pela imagem deles no espelho. Seus mamilos
tinham ficado muito duros contra o lençol, e seus seios doíam. Ela não podia
acreditar no quanto o clitóris pulsava a partir da estimulação anal. Ela queimava
pela pressão sobre seu sexo.

Finalmente, ele mergulhou o vibrador nela até que apenas a base quadrada
permanecesse exposta. Ele deu um rosnado baixo, áspero, e sua mão apertou suas
nádegas, fazendo-a um alvo imóvel. Ele flexionou os quadris para frente, e
pressionou seu pênis inchado contra o lado de seu traseiro. No mesmo instante, ele
empurrou firmemente a base do brinquedo de sexo, mantendo-o profundamente
em sua bunda. O grito de excitação trêmula de Harper combinou com seu gemido
gutural. Ela não estava realmente consciente de ter feito isso, mas, de repente, ela
estava resistindo seus quadris um pouco, tentando aumentar a pressão.

—Fique quieta. —Jacob rosnou com o dedo afundando em suas nádegas


para controlar seus movimentos, seus bíceps protuberantes para mantê-la no lugar.

Harper acalmou-se com esforço, a boca aberta enquanto ofegava


superficialmente. Tudo queimava. Sua bunda, seus mamilos, seu sexo, as solas dos
seus pés. A sensação de sua pesada ereção pressionanda contra a lateral de seu
traseiro era tão intimidadora e ferozmente excitante.

33
Ele manteve-a no lugar pelo próximo minuto, enquanto ele a fodia
firmemente com o vibrador. Harper virou o rosto no travesseiro, suprimindo um
grito de excitação angustiada. Ele deve ter sentido que seu grito era de excitação,
não de desconforto, porque ele a fodia mais forte com o brinquedo sexual.

—Você está gostando? —Ele perguntou asperamente.

—Sim. —Ela conseguiu dizer com o rosto no travesseiro.

—Vire seu rosto de volta para o espelho. —Perguntou ele. —Observe você
mesma. Você é tão linda, Harper.

Ela virou o rosto no travesseiro, tanto porque ele ordenou quanto porque ela
queria. Ele transou com ela com o vibrador lubrificado para outro momento
insuportavelmente tenso, ainda segurando a bunda possessivamente com a mão
esquerda, e sua enorme ereção pulsando contra a sua bunda e quadril.

Ela gemeu asperamente. Seu olhar encontrou o dela no espelho. Seu rosto
estava tenso com a excitação agonizante. De repente, ele estava segurando a base
do brinquedo contra suas nádegas com o polegar, e descendo da cama para ficar de
pé. Ela choramingou.

—Fique quieta. —Ordenou tenso, um braço estendido para segurar o


brinquedo sexual dentro dela, o outro estendendo até a mesa de cabeceira. Ele
pegou o pacote de lenços que ela notou mais cedo e o frasco de lubrificante, e
voltou para a cama. Harper assistiu, ofegando incontrolavelmente, quando ele
soltou a base do pênis por tempo suficiente para rasgar o pacote de lenços.

—Jacob?

—Está tudo bem. Só um segundo.

Enquanto ele limpava rapidamente as duas mãos, o vibrador começou a


deslizar para fora de sua bunda. Ele jogou os lenços de lado e pressionou o vibrador
de volta nela, fazendo-a ofegar. Em seguida, ele alcançou entre suas pernas e
rigorosamente esfregou seu clitóris.

Ela gritou.

34
O orgasmo a atingiu. Ele continuou a estimular seu clitóris enquanto ele a
penetrava rapidamente com o vibrador.

Harper voltou a si mesma um momento depois, abrindo os olhos devagar, e


felicidade ainda ondulava através dela, ao vê-lo puxar o brinquedo sexual preto
quase completamente para fora de sua bunda, só para mergulhá-lo de volta em um
ritmo rápido, implacável. Depois de um momento, ele olhou para cima e a viu
observando-o no espelho. Um grunhido saiu de sua boca.

—Você é a coisa mais linda que eu já vi. —Disse ele, puxando o vibrador
completamente dela. Ele estendeu a mão sobre ela, agarrando seu quadril,
segurando-a com firmeza, enquanto ele roçava seu pesado pau contra ela.

—Você é. —Respondeu ela em descrença irregular, porque, nesse momento,


ela nunca tinha visto nada tão inspirador e selvagem, quanto o desejo em chamas
exposto em seu rosto enquanto ele olhava para ela.

***

Ele estava enlouquecendo, ele pensou enquanto se apressava para sair da


cama. Ele estava prestes a ser rasgado totalmente pelas garras afiadas da
necessidade não dissipada. Sua luxúria, seu desejo, era tão sincero, que ele quase se
esqueceu da barra de afastamento, com o pensamento de ficar atrás na cama, e
apenas levá-la ali mesmo insultando-o.

Ela foi incrível, apesar de tudo. Tão sensível. A ideia de tê-la completamente
à sua mercê, de possuí-la completamente, golpeou sua consciência.

Usando cada último vestígio de restrição que tinha restado, ele desatou as
mãos da corda, e pediu a ela para ficar ao lado da cama.

—Abra suas pernas e curve-se. —Ele instruiu, com uma mão na parte baixa
das costas.

35
Ele já sabia que ela era muito flexível, mas ele nunca a tinha colocado nesta
posição particular antes. Ela inclinou-se com facilidade, o cabelo comprido, cor de
cobre, deslizando sobre os ombros e pairando no ar. Ele deslizou a mão para baixo
em sua bunda, abrindo-a. Seu pênis saltou, fazendo-o estremecer. A visão de suas
costas elegantes, bunda redonda e firme, e sexo rosa brilhante, bateram em sua
consciência. Ele sentia-se como um gigante dolorido.

Severamente, ele afastou-se da visão dela, pegando a barra de afastamento.

Ele levantou a barra sobre ela em tempo recorde. Quando terminou, ela
ficou com a barra ligada a seus tornozelos, imobilizando as pernas, de modo que
suas coxas estivessem bem abertas. Havia dois imobilizadores no centro da barra,
onde ele conteve seus pulsos. Ele estava ao lado dela, acariciando seu traseiro. Ele
abriu suas nádegas com ambas às mãos, e ouviu-a choramingar. Gostando do som,
ele alcançou entre suas coxas e esfregou seu clitóris. Seu grito agudo de surpresa
seguiu um gemido.

—Deus, você está encharcada. —Ele rosnou.

Ela era tão linda. E ela era sua. A mistura estranha de ternura e aspereza fez
uma luxúria irracional percorrê-lo. Fazendo uma careta, ele segurou suas bolas e a
raiz de seu pênis, e afastou-se dela. Ele empurrou para baixo seu short largo, e
alcançou a gaveta de cabeceira para pegar um preservativo. Ele odiava essa barreira
fina, mas até que eles tivessem o ok do médico, ele sabia que não tinha escolha.

—Você está bem, Harper? —Ele perguntou enquanto ele rolava o


preservativo no pênis ereto e ficava atrás dela.

—Sim, mas eu gostaria de poder vê-lo. —Ele a ouviu dizer em voz abafada.
Ele pegou o frasco de lubrificante na cama.

—Eu sei. —Disse ele, abrindo a tampa. Ele despejou uma quantidade
generosa de lubrificante em sua mão. Ele a fechou no eixo, espalhando o líquido
sedoso. —São seus olhos, no entanto. Eles sempre me fazem perder o controle, e
isso vai ser uma experiência nova para mim.

—Mas...

36
—Eu disse que isso era para mim, Harper. —Ele a interrompeu calmamente,
segurando uma nádega. Ele pressionou a ponta do seu pênis nela. —Eu preciso ter
você assim. Completamente. A próxima vez que fizermos isso, nem mesmo um
preservativo maldito vai nos separar. Você entendeu? —Ele perguntou com tanta
paciência que conseguiu reunir.

—Sim. —Ele a ouviu dizer.

Ele alcançou sua parte da frente e deslizou a ponta do dedo entre os lábios
do seu sexo. Ela gemeu. Ficou tensa.

—Jac... Jacob. Oh Deus.

Ela começou a tremer no orgasmo.

—Deus a abençoe, menina. —Ele murmurou, tenso, incrédulo em sua


capacidade de resposta.

Ele empurrou a cabeça do seu pau em sua bunda. Ela fez um som de chiado,
mas ele esfregou seu clitóris mais forte. Ela gritou agudamente em seu orgasmo. Ele
sentiu os tremores com a ponta do seu pênis.

—Cristo, você é quente. —Ele gemeu, fazendo uma careta enquanto ele a
deixava ter seu clímax. Finalmente, ele não poderia esperar mais nessa tortura.

—Sinto muito, querida. — Ele agarrou sua bunda com as duas mãos, os
polegares curiosos abrindo as nádegas ligeiramente. Ele flexionou os quadris,
deslizando seu pau em seu calor apertado mais algumas polegadas. —Eu tenho que
fazer isso agora.

Ele viu suas costas tremerem, e ouviu seus gritos agudos. Ele afundou ainda
mais no céu dela, completamente.

Como sempre.

***

37
Harper sentiu como se tivesse sobrecarregada. Ela tinha sido intensamente
despertada por ter a barra colocada entre seus tornozelos, e depois ter seus pulsos
presos na mesma barra. Sua excitação a confundia, no entanto. Por que ela gostou
de ser dobrada e restringida de tal forma? Jacob tinha dito que era para eles, e
somente para eles, para decidirem o que queriam sexualmente e se era doente ou
vergonhoso. Mas então ele disse que realmente compreendia sua excitação: Eu
disse que isso era para mim, Harper.

Ela adorava a ideia de ser totalmente possuída por ele, mas ela gostava de
saber que esse homem poderoso, controlado, se perderia por um momento de
êxtase, encontrando prazer e liberando seu corpo. Ela queria dar isso a ele. Se ela
tivesse a chance, ela sacrificaria ainda mais de si mesma.

Ela cerrou os dentes enquanto ele firmemente começava a bater seu pênis
dentro e fora de sua bunda. Teve dor no início, quando ele apertou a cabeça
suculenta dentro dela, mas seu orgasmo a tinha distraído. Agora só havia uma
intensa pressão e um crescente sentimento de admiração. Devia haver mais nervos
na bunda dela do que ela jamais pensou antes. Ela sentiu seu pênis em seu corpo
mais intensamente do que ela já tinha sentido. Ele estava rígido e inchado, e a
tensão que vinha de ambos era intimidante e excitante.

Ele segurou sua bunda com força, e afundou nela mais profundamente.

—Oh sim. Deus, você é tão gostosa. —Ela ouviu-o dizer em seu gemido, sua
excitação acentuada. Seu controle fragmentou. E de repente, algo estalou nela, e ela
o entendeu melhor do que ela nunca tinha antes.

—Foda-me, Jacob. Por favor.

Um rugido primal sacudiu sua garganta, e então ele estava empurrando.

O que se seguiu foi um ato selvagem e comovente. Ela deu mais de si mesma
do que ela nunca tinha antes, oferecendo tudo. Porque de alguma forma, ela
entendeu o que ele quis dizer quando disse que precisava dessa maneira. Exigia. Ele

38
era como um homem faminto, que precisava se afogar na decadência, a fim de
assegurar-se de que ele poderia. Incrivelmente, ele parecia sentir sua entrega total
ao momento.

—É isso mesmo, basta levá-lo. Leve-me, Harper. —Ele murmurou antes que
ele dirigisse nela até o punho, e ela engasgou alto.

Não havia nada que pudesse fazer. Na posição em que ele a colocou, tudo o
que podia fazer era sentir. Absorvê-lo. Depois de vários momentos a esticando com
cautela, ele começou a empurrar ainda mais forte, o som de seus corpos batendo
juntos e seus grunhidos de prazer chovendo sobre ela. Seu domínio sobre a bunda
apertada contrabalançava com a força de seus golpes dentro dela. Ela confiava
plenamente que ele a manteria estável. Segura. Imaginou-o atrás dela, perdendo-se
a uma orgia de prazer. Ele estava observando-se transar com ela pelo espelho, seu
rosto rígido, com os olhos ardendo de excitação? Isso a despertou intensamente,
como fez, estranhamente, o conhecimento de que não haveria qualquer libertação
para ela naqueles tensos momentos eróticos. A barra de afastamento a proibia de
ter muita pressão sobre seu sexo, embora o atrito indireto fosse alucinante.

Depois de vários momentos tensos chacoalhando seu mundo, ela sentiu seu
pau inchar nela, e suas investidas aumentaram mais rapidamente, sua pélvis
estalando contra a sua bunda em uma batida dura. Ela rangeu os dentes. Ele não a
estava machucando, mas a experiência era intensa. Ele empurrou profundamente,
seus dedos cravando em suas nádegas. Um baixo rosnado primitivo vibrou em sua
garganta. Ela sentiu seu pau empurrar nela e mordeu o lábio.

Um rosnado saiu de sua garganta. Harper sentiu esse gemido no âmago de


seu ser. Ela nunca antes tinha experimentado o orgasmo de um amante tão
pessoalmente. Ela não estava gozando ao mesmo tempo em que ele, mas de alguma
forma... Ela estava gozando com ele.

39
Capítulo 3

Mesmo antes de sua respiração áspera ter começado a aliviar, ele retirou-se
e inclinou-se atrás dela, liberando-a da barra de afastamento.

—Devagar. —Ele instruiu enquanto a ajudava com as mãos em seus ombros.


Harper entendeu o que ele quis dizer. Ela se sentia desorientada e um pouco tonta,
não só de ter o fluxo de sangue para a cabeça por um período de tempo, mas a
partir de excitação estendida. —Fique quieta por um momento. —Ele murmurou
quando ela olhou por cima do ombro para ele, e imediatamente começou a mexer
seus braços.

Ela esperou, observando seu rosto tenso, e a rápida ascensão e queda de seu
poderoso peito.

—Tudo bem? —Ele perguntou depois de um momento de segurá-la na


posição vertical.

Ela assentiu com a cabeça.

—Então, vem aqui. — Ele inclinou-se e deu um beijo duro em sua boca,
agarrando a mão dela ao mesmo tempo.

Ele a levou para o banheiro e abriu a porta de vidro para o chuveiro. Harper
ligou a água enquanto ele se desfazia do preservativo. Em seguida, eles estavam sob
a água quente, juntos. Ele segurou-a firmemente contra ele, passando as mãos para
cima e para baixo no comprimento do seu corpo molhado. Ele não disse nada, mas a
plenitude do momento deixou uma sensação de aperto em seu peito.

—Você deu tanto de si mesma. —Disse ele, sua boca movendo-se contra sua
orelha e, em seguida, seu pescoço. —Obrigado, Harper.

—Você sempre dá muito de si para mim. —Ela respondeu através de um nó


na garganta. Ela agarrou o músculo denso de seus ombros, emoção a inundando.

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—Shhh. —Ele a acalmou suavemente, cutucando seu queixo com o nariz.
Como era que ele sempre sabia o que estava acontecendo dentro dela? Ela ergueu o
rosto, e sua boca colou na dela.

Ele a lavou depois, com as mãos em seu corpo em um culto sensual. Ele a
levou ao clímax enquanto a segurava, a boca comendo seus gritos agudos. E quando
ela recuperou-se de seu profundo beijo intoxicante, ela finalmente reconheceu que
algo tinha mudado. Nada mais seria o mesmo novamente.

Não entre ela e Jacob.

Nem em sua vida.

***

Harper disse que ela estava bem depois disso, mas havia uma qualidade
atordoada nela que o fez preocupar-se que ele tinha tomado muito dela, e a
desgastado mais uma vez. Depois que eles vestiram-se e saíram do quarto, o
crepúsculo havia caído. Ele a levou até a cozinha, onde fizeram uma bandeja com
frango frito de Lisa, salada, dois crèmes brûlées de morango pequenos, e uma
garrafa de chardonnay. Eles a levaram para o deck superior para comer. Ele detonou
a refeição, a fome acentuada pela memória de sua vida amorosa... pela luz nos
olhos de Harper. Ele nunca sentiu seu sorriso tão profundamente como ele sentiu
naquela noite, sob a luz do sol poente.

Depois que tinham comido, eles levaram seus copos de vinho para a
prancha, e olharam para frente através da água ondulante enquanto a noite descia
lentamente.

—É a barcaça com os fogos de artifício lá? —Perguntou Harper, apontando


para a praia e a forma escura na água a distância.

—É isso aí. —Ele murmurou, aninhando ao seu pescoço perfumado. Ela tinha
colocado um vestido dourado depois de terem saído do chuveiro, deixando parte de

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suas costas beijadas pelo sol e os ombros nus. Ele acariciou sua pele sedosa
enquanto eles olhavam para a água. Ele parecia incapaz de parar de tocá-la.

—Por que você começou a patrocinar os fogos de artifício? —Ela perguntou,


sua voz relaxada, madura, fazendo-o pensar que a refeição a tinha reavivado. Ele a
puxou com a mão em seus braços, e ela se enrolou contra ele, de costas para sua
frente, ambos de frente para o lago cintilante. Ele usava apenas um short. Sua pele
exposta a fazia se sentir bem.

—Eu gosto de fogos de artifício.

Ela torceu o queixo e olhou para ele, e ele sentiu sua exasperação divertida
em sua resposta enigmática. Ele sorriu.

—Eu nunca vi uma queima de fogos até que eu estivesse com quase 16 anos
de idade. Toda criança deve ter a oportunidade de ver fogos de artifício algumas
vezes por ano. Deve ser uma garantia na infância. Fogos de artifício. Sorvete. Um
churrasco. Talvez eu não possa fornecer o sorvete e o churrasco para todos, mas
posso fornecer o show.

Ela girou em seu aperto suave, e colocou a mão na parte de trás do pescoço
dele, chamando-o. Ele notou a qualidade ardente de seus olhos, e então ele
afundou em seu doce e generoso beijo.

***

Jacob estava reclinado contra algumas almofadas no sofá, e ela estava entre
suas longas pernas, a cabeça apoiada em seu colo. Ele trouxe um cobertor. Ela se
aconchegou embaixo dele, quente e acolhedor e ao lado do calor do seu corpo. Ele
tinha ligado um aparelho de som anteriormente, e os sons da música clássica
giravam em torno deles na escuridão. Ela olhou para os fogos de artifício brilhantes
no céu, mas toda a sua consciência estava presa na sensação de seus dedos
levemente roçando seu ombro nu, a sensação de seu corpo debaixo dela e as pernas

42
longas e fortes que a suportavam. Ela parou de lutar contra ele. Pela primeira vez,
ela aceitou a sensação doce e plena em seu peito.

Ela tinha se apaixonado por ele. E ali, naquele momento compartilhado tão
completo com ele sob as estrelas com fogos de artifício coloridos atingindo o céu,
ela sabia que não importava o que aconteceria, não importava o quão curto ou
longo fosse seu tempo juntos, ela faria tudo novamente. Ele era um homem que
merecia ser amado desinteressadamente. Verdadeiramente. Por todas as suas
muitas glórias. Por toda a sua tristeza.

Por todos os seus segredos.

***

Vinte anos atrás

Jake os guiou durante todo dia, só permitindo-lhes breves pausas para


comida e água. Isso não estava acontecendo como Harper estava acostumada a
fazer com seus pais, um simples passeio por trilhas pré-desbravadas. Este era um
trabalho suado e cansativo, e ainda mais desafiador pelo fato de que Jake era tão
meticuloso e cuidadoso em seus movimentos na floresta, quanto ele era implacável
em mantê-los viajando em um ritmo acelerado. Se eles quebraram um ramo
durante essa desgastante marcha de dez horas, Harper teria ficado chocada. Ele
insistiu que se movessem através do território com o máximo cuidado. Ela veio a
admirar sua agilidade na floresta, sua quase dança de evasão de árvores, e o mato
frágil sob seus pés. Ela veio a ressentir-se, também, enquanto o dia quente de verão
avançava e sua fadiga aumentava. Não apenas sua exaustão pesou sobre ela. As
primeiras horas de sua caminhada haviam sido realizadas na chuva. O molhado em
combinação com o fato de que o tênis velho de Jake era um pouco grande para ela,
tinha trazido uma bolha no calcanhar direito. A dor tornou-se insuportável.

—Jake, eu não aguento mais isso. Temos que parar. Por favor? —Ela
implorou a ele através de sua garganta ressecada. Eles haviam acabado de se

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aproximar de um riacho claro, e Jake tinha se dobrado para reabastecer sua cantina.
A frieza saindo da água e o som suave do riacho escorrendo, tinha feito muito para
sua paz e descanso.

Ele levantou-se e entregou-lhe o cantil. Ela bebeu com avidez e, em seguida,


entregou-o de volta para ele.

—Por que você está chorando? —Ele perguntou-lhe bruscamente.

—O quê? —Ela tocou seu rosto aturdido. —É esta bolha. —Admitiu ela,
levantando o pé. —Dói tanto. — Ela piscou para o som de sua maldição e olhou para
baixo, onde ele olhava. Sangue carmesim tinha vazado através do revestimento
branco do tênis agora com manchas de sujeira.

—Puta que pariu, Harper. Venha aqui.

Ela o seguiu e sentou-se onde ele falou, em uma pedra grande ao lado do
córrego. Ele tirou da mochila o equipamento de primeiros socorros que tinham
usado em seus pulsos. Ele lavou o pé na água fria. Ela rangeu os dentes ao
sentimento misto de dor e alívio.

Jake notou.

—Você deveria ter dito alguma coisa.

—Eu não queria reclamar. —Ela falou miseravelmente. —Você parecia tão
preocupado desde que saímos da caverna.

—Estamos em espaço aberto agora. Estamos vulneráveis. —Disse ele,


irritado enquanto secava a bolha com um canto de um cobertor. Ele passou alguma
pomada antibiótica e, em seguida a enfaixou. Pela centésima vez desde que ela
conheceu Jake, ela perguntou-se como uma criança tão magra poderia fazê-la se
sentir como se ela estivesse nas mãos de um adulto competente. Ele poderia fazê-la
se sentir como uma criança estúpida como alguns adultos poderiam também.

—Seus pés são importantes, Harper. Você deveria ter me dito logo quando
pensou que estava criando uma bolha.

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—Eu estava tentando não reclamar. —Ela repetiu. Lágrimas indesejadas
incharam em seus olhos, os produtos de seu medo e exaustão... E vergonha com a
irritação em seu tom. Ele estava com medo, e ver seu medo a desfez.

Ele olhou ao redor da floresta distraído, enquanto ele tirava um par extra de
meias de sua bolsa.

—Merda. Elas estão um pouco úmidas. —Disse ele, fazendo uma careta para
as meias.

—Eu não me importo.

—Eu me importo. —Ele retrucou. —Você não sabe? Temos de manter os pés
secos, dane-se.

—Bem, desculpe-me! Desculpe-me, eu não posso controlar desenvolver uma


bolha ou não. Você estava nos empurrando como se estivéssemos em algum tipo de
marcha da morte.

—A parte da marcha não é a morte. —Ele fervia. —A situação ainda é. Se


Emmitt pegar o rastro da nossa fuga, ele vai nos apanhar, e não vai ser bonito
quando ele o fizer.

Ela tremeu em sua declaração dura. Depois de alguns segundos, ele pareceu
se concentrar em seu rosto. Ele fechou suas pálpebras. Ela viu os músculos de seu
pescoço fino convulsionarem enquanto ele engolia.

—Você acha que podemos caminhar por mais meia hora ou algo assim? —
Perguntou a ela calmamente depois de um momento. —Há um lugar adiante que
oferece um pouco de abrigo. Nós podemos acampar lá à noite, e sair na primeira luz
da manhã.

—Você queria continuar até a noite cair. Não pode ser muito mais do que
quatro ou cinco horas, pode? —Perguntou ela, infeliz ao ver seus nervos
desgastados, odiando que ela fosse a pessoa atrasando-os em sua fuga para a
segurança.

Ele enfiou seu pé em uma das meias.

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—Vai dar tudo certo. Apenas me responda. Você acha que você pode fazer
isso?

—Sim. Sinto muito, Jake.

Ele parecia tão miserável quanto ela se sentia quando ele olhou para ela, o
tênis cheio de sangue em sua mão.

—Não é culpa sua. —Disse ele. —Me desculpe por... Você sabe.

—Você não tem que se desculpar. Você tem o direito de ter medo, Jake.
Somos apenas crianças. Você nem sempre tem que ser tão corajoso para mim.

Ele abaixou a cabeça. Ela sabia que, por causa desse laço invisível que
partilhavam, que ele estava envergonhado.

—Nós vamos ter medo juntos, ok? —Ela perguntou, forçando um sorriso. De
alguma forma, testemunhar o seu lampejo de medo e observar enquanto ele
cuidadosamente se recompunha, a fez querer estar lá para ele. —E nós vamos ser
corajosos juntos, também. E você está certo. Tudo vai ficar bem. —Ela se abaixou e
pegou o tênis dele, escondendo seu estremecimento quando ela o colocou
novamente.

***

Naquela noite, eles acamparam na beira de um penhasco que era


obscurecido por árvores e uma saliência rochosa. Eles colocaram os cobertores e
roupas ligeiramente úmidas para secar. Harper insistiu que ela cumprisse a sua
promessa e cortasse seu cabelo. Depois, Jake cuidadosamente reuniu os fios loiros
escuros e os enterrou debaixo de uma pedra.

—Eu fiz um bom trabalho. —Harper disse a ele mais tarde, estendendo a
mão para passar os dedos pelo cabelo grosso e macio. Ele travou um pouco em sua
carícia, então acalmou como um animal cauteloso. Seu cabelo era uma boa desculpa

46
para tocá-lo, algo que cada vez mais sentia prazer em fazer. —Eu posso ver melhor
seus olhos assim. Você é bonito.

—Pare com isso, Harper. —Ele murmurou, e ela sabia por suas bochechas
rosadas que ela o embaraçava. Ele abaixou a cabeça e afastou-se bruscamente da
mão dela.

—Você é. — Ela estudou-o com curiosidade, enquanto remexia em sua


mochila procurando alguma coisa, evitando seu olhar. —O que está errado?
Ninguém nunca disse que você é bom de olhar antes?

—Não. Eu não dou a mínima para o que as pessoas pensam de como eu


pareço. —Disse ele, franzindo a testa furiosamente. —Merda. Onde está a pomada
para sua bolha?

—Mentiroso. Você se importa. E pare de xingar. Não parece bom isso saindo
de sua boca.

—Harper... —Começou ele, com uma expressão perigosa no rosto.

Ela o cortou inclinando-se na direção dele, agarrando a mochila, e


imediatamente encontrando a pomada em um bolso lateral. Carrancudo
furiosamente, ele começou a cuidar de suas feridas.

Harper consolou-se com o fato de que, apesar de seu estado nervoso, ele
ainda parecia ter o máximo de conforto em ter uma desculpa para tocá-la assim
como ela teve.

***

Ela não precisava que Jake lhe dissesse que não seria permitida uma fogueira
naquela noite. Emmitt poderia vê-la se ele estivesse perseguindo-os, e acabaria com
sua fuga. Ela nunca tinha acampado em aberto, como fariam esta noite. A última
noite, o encontro com o leão da montanha a traumatizou. Ela nunca dormiria esta

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noite, prevendo um leão da montanha os atacando e rasgando a pele e músculo
com dentes afiados, ou Emmitt agarrando-os do reino do sono. Ela não podia decidir
qual pensamento assustador era pior, mas estava inclinada a Emmitt versus o leão
da montanha faminto.

Claro, ela não poderia expressar qualquer um destes medos em voz alta para
Jake. Ela e sua bolha estúpida eram a razão pela qual eles estavam expostos hoje à
noite, de qualquer maneira. E enquanto Emmitt Tharp poderia ter algo horrível em
mente para Harper, ele provavelmente mataria Jake... Possivelmente até mesmo na
frente dela.

Seus medos começaram a sufocá-la ao anoitecer.

Eles se envolveram em todos os cobertores e amontoados no chão duro,


apertando-se para obter o calor. Harper pensou nisso na primeira noite em que eles
dormiram juntos, e como ela tinha sido tão tímida e incerta sobre ele sugerir que
eles compartilhassem o calor do corpo. Agora ela não poderia imaginar dormir nessa
escuridão opressiva, sem Jake segurando-a com força contra ele. Ele tinha sozinho,
mantido seu terror guardado durante os últimos dias. Ele a salvou de Emmitt Tharp.
Ela estremeceu ao pensar no nome de seu perseguidor novamente em sua cabeça.
Saudade a oprimia, um anseio pela visão dos rostos de seus pais, a segurança e a
confiança que seu pai sempre incutia... O toque de sua mãe.

Ela apertou as lágrimas com as pálpebras.

—Shhh. —Jake a acalmou, com a boca perto de seu ouvido. Ela deveria ter
sabido que ela não conseguiria esconder sua tristeza dele. Seu medo. Ele apertou
seus lábios em sua têmpora. —Vai ficar tudo bem, Harper. Vou mantê-la segura.

—Eu vou mantê-lo seguro, também. —Ela insistiu. —Vou dizer aos meus pais
tudo sobre você. Eles não vão deixar Emmitt vê-lo ou machucá-lo mais. Eu sei que
eles não vão. Jake? —Ela perguntou em voz baixa quando ele não disse nada.

—Está tudo bem, Harper. Eu posso cuidar de mim mesmo.

Esse sentimento de injustiça tinha sido ampliado ainda mais. Não era certo,
que este menino inteligente, agradável, incrível, tivesse que carregar tanto peso em

48
seus ombros estreitos. Certamente seus pais veriam isso? Eles viriam a se preocupar
com ele, talvez tanto quanto Harper se preocupava.

Talvez ela pudesse convencê-los a levar Jake com eles! Sua casa da vila em
Georgetown era grande. Sua mãe quase nunca usava seu escritório. Ela preferia
escrever no átrio. Eles poderiam limpar o escritório para fazer um quarto para Jake.

A ideia queimava dentro dela, afastando o medo fervente.

Ela não diria nada para Jake ainda. Ela não queria dar esperanças a ele, ou a
ela mesma. Mas seus pais confiavam em sua opinião, muito mais do que quaisquer
outros pais que ela conhecia e que confiavam em seu filho. Por enquanto, seu plano
teria que ser seu segredo, entretanto.

Ela exalou trêmula, sua cabeça aninhada sob o queixo de Jake. Seus dedos
flexionaram em seu ombro.

—Você ouviu isso? —Ele perguntou em voz baixa.

Ela ouviu, medo brotando nela.

—O quê? —Ela chiou. —Não... Não, Emmitt?

—Não. Aquele som, ao longe. —Ele sussurrou. —Ouça.

Ela ouviu com toda sua força. Finalmente, ela ouviu: o som de algo mecânico
muito distante.

—O que é isso? —Ela perguntou a Jake sem fôlego.

—Eu acho que é um helicóptero.

Excitação a atingiu. Ela sentou-se parcialmente.

—Um helicóptero? Talvez devêssemos fazer um fogo para sinalizá-los!

—Nós não podemos. Poderia sinalizar a Emmitt também. Além disso, está
muito longe. Quilômetros provavelmente, dada à forma como o som se propaga
nestas montanhas.

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Ele a chamou com os dedos, e ela veio ao lado dele de novo, abraçando-o
perto.

—Não fique tão decepcionada. —Disse ele em voz baixa depois de um


momento. —Devemos estar em Barterton ao anoitecer de amanhã.

—Sim. —Ela sussurrou. De alguma forma, ao ouvir esse helicóptero, essa


evidência distante de outro ser humano, tinha feito ela se sentir muito solitária.

—Amanhã será outro dia longo. —Disse ele bravamente. —Eu não quero
passar outra noite em céu aberto, por isso vamos ter que dar o máximo, mesmo
com o pé dolorido. Portanto, tente dormir, ok?

—Eu posso fazer isso. Não se preocupe. Eu não nos deterei. —Ela sussurrou,
pensando sobre seu plano secreto para ter Jake vivendo com eles, dando coragem a
ela como se ela fosse o calor de um incêndio.

Milagrosamente, ela adormeceu na vastidão daquela noite terrível,


sentindo-se segura no recanto dos braços de Jake.

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Capítulo 4

Vinte anos atrás

No dia seguinte, a sua marcha através da floresta foi exaustiva. Harper tinha
se anestesiado para a dor de seu calcanhar e à sua exaustão, mas ela não conseguiu
se disfarçar do olhar perspicaz de Jake quando ele olhava por cima do ombro para
ela. Ele parou de forma abrupta e girou.

—Você está tremendo. —Disse ele, tenso, se agachando de frente a ela no


mato áspero. Eles estavam em movimento agora por seis horas, Jake movendo-se
rapidamente sobre o terreno ruim. Ele agarrou seu ombro. —Harper, por que você
está tremendo?

Desamparo quase a sufocou. Ela odiava decepcioná-lo, ser tão fraca quando
ele era tão forte.

—Meu pé. Dói demais. Sinto muito. —Disse ela miseravelmente, lágrimas
escorrendo pelo seu rosto.

Ele lançou-se para ela. Harper engasgou de surpresa com o impacto de seu
corpo batendo no seu inesperadamente. Ele a abraçou com força. Ela apertou-o de
volta com todas as forças que ela ainda tinha.

—Não se desculpe. —Ele disse enfaticamente perto de sua orelha. —Sinto


muito, por fazer você achar que deve torturar-se e manter em silêncio sobre o
assunto, só porque eu estou tão assustado.

Ele a puxou mais forte contra ele. Ela sentia-se tão pequena lá no meio das
vastas florestas e montanhas intimidantes, e naquele momento, ela sabia que Jake
se sentia pequeno, também. Por alguns segundos, Harper não podia falar, ela estava
tão oprimida pelo medo. Pela primeira vez, ela começou a se perguntar como seria
morrer.

51
Mas então ela se concentrou no menino em seus braços.

—Você não tem nada que se desculpar. —Ela se recuperou. —Jake, olhe
para mim.

Ele não olhou, mantendo o rosto enterrado em seu pescoço. Harper sabia
que ele estava em seu momento mais vulnerável. Isso quebrou seu coração, que foi
ela quem o tinha deixado desta forma.

—Jake, eu acho que você deve ir em frente para Barterton. Não, ouça. —
Disse ela quando ele sacudiu a cabeça com força contra a dela. —Temos apenas três
ou quatro horas antes de chegarmos à cidade, certo? Eu só estou te segurando. Eu
posso acampar em algum lugar, em um local escondido. Você conhece o bosque tão
bem, você vai se lembrar de onde eu estou. Você pode me deixar alguns
suprimentos. Você pode trazer a polícia de volta para mim!

Ela não podia acreditar que estava dizendo isso. A ideia de estar sozinha na
floresta negra durante a noite a aterrorizava. Mas a dor em seu calcanhar cheio de
bolhas se converteu em seu mundo inteiro. Isso e sua preocupação com Jake. Ele
tinha a chance de conseguir... Enquanto ela não tinha.

—Eu não vou deixar você, Harper.

—Mas Jake, ele quer matá-lo. — Ela disse, seu medo não declarado em voz
alta, com a voz trêmula. Ele não se moveu por um momento. Ela prendeu a
respiração. As árvores altas em torno deles sussurravam misteriosamente no vento.
Lentamente, Jake levantou a cabeça.

—Algumas pessoas disseram que o que ele quer fazer para você é pior do
que a morte. —Disse ele.

—O estupro? —Ela sussurrou, inquieta.

—Mais do que o estupro. Ele quer dar a você pessoas que lhe dariam a um
monte de homens para ser estuprada, Harper. Ele quer transformá-la em prostituta.

—Eu nunca me tornaria uma prostituta. —Disse ela, incrédula. —Eu não me
importo se eu for estuprada.

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—Eles não lhe dariam qualquer escolha. Eles a manteriam prisioneira. Eles
provavelmente viciariam você em drogas, então você teria que depender deles para
sua próxima dose. Você faria o que eles dissessem, a fim de obtê-la. —Disse ele
miseravelmente.

—Eu nunca...

—Não importa se você faria o certo ou não. Você acha que não pode ficar
viciada em drogas, quando alguém está injetando em você sem o seu
consentimento? Eles querem transformá-la em uma escrava, uma sombra de quem
você é agora, neste momento. Eu não vou deixar você aqui sozinha para Emmitt
encontra-la! —Ele sacudiu o dedo para dar ênfase.

—Bem, o que vamos fazer, então? —Ela perguntou desesperadamente


depois de um momento atordoado.

Sua garganta convulsionou quando ele engoliu. Lentamente, ele começou a


soltá-la, ainda segurando-a livremente. Ele olhou ao seu redor. Harper o sentiu
tentando se controlar, metodicamente avaliando a situação como se fosse um Jake
mais velho.

—Nós vamos montar um acampamento quando chegarmos ao topo dessa


montanha.

Ele parecia tão certo e determinado, e todo seu corpo parecia pulsar em
sincronia com a dor em seu pé. Ela não tinha nenhuma energia para discutir com
ele, mesmo quando ele colocou o braço em volta da sua cintura, ajudando-a em sua
caminhada ao topo.

***

A chuva tinha começado no momento em que chegaram ao topo. O lugar


que Jake escolheu era uma clareira de terra debaixo de uma árvore enorme. Ele
insistiu que Harper se sentasse com as costas contra o tronco e descansasse

53
enquanto ele montava um acampamento. Ele usou a lona, dois grandes ramos de
árvores, e algumas cordas para fazer uma barraca baixa que lhes daria cobertura da
chuva. Eles estavam situados a cerca de quinze pés de uma saliência.

Enquanto Jake foi verificar o ponto de vantagem e explorar a área, Harper


ternamente tentou remover o tênis de seu pé dolorido. A fricção tinha tirado o
curativo. Sangue seco e fresco tinha endurecido em torno da ferida, mas também
em sua meia e o tênis de lona. Quem diria que uma bolha poderia causar tantos
estragos? Ela tirou o tênis e meia, fazendo uma careta. Após uma onda vertiginosa
de dor passar, ela se levantou de sua posição sentada, com a intenção de revestir a
bolha, apesar de sua exaustão.

Enquanto ela estava abaixo da tenda, sentada em um cobertor e puxando os


suprimentos de primeiros socorros de um pacote, ela ouviu uma pancada soar no
chão.

—Jake? Estou aqui! —Ela chamou, virando-se de sua posição sentada. —Viu
alguma coisa?

Uma enorme sombra negra de repente bloqueou a entrada. Harper olhou


para o rosto de aparência brutal de Emmitt Tharp.

Todo o medo que ela estava segurando irrompeu nela como um vulcão. Ela
não estava ciente de gritar, mas o som estridente chegou a seus ouvidos enquanto
ela corria para a parte traseira do gabinete de lona e a entrada dos fundos. Emmitt
pegou seu tornozelo com as mãos enormes e puxou-a para si com a mesma
facilidade com que faria um coelho em pânico. Harper lutou, mas a única coisa que
ela realmente conseguiu fazer foi bater no galho de apoio, fazendo a lona cair em
cima dela.

A próxima coisa que ela sabia, era que ela estava de costas e a lona verde
escura tinha sido afastada de seu rosto. Ela olhou para Emmitt, que se elevava sobre
ela como um gigante, com o rosto quase coberto por uma grossa camada de cabelo
castanho escuro, com os olhos vidrados. Um sorriso horrível inclinava seus lábios.

—Bem, olhe o que eu encontrei. —Disse ele. —Pequena ruiva.

54
—Não, Jake! — Harper gritou, batendo e socando os braços e rosto de
Emmitt quando ele se abaixou.

Ela poderia muito bem ter sido uma mosca irritante, pelo efeito que ela tinha
sobre ele. Ele a levantou do chão de forma tão abrupta, que ela perdeu o fôlego. Ele
a puxou em torno na frente dele, com as costas contra a sua frente. Uma mão
apertou com força contra seu pescoço e mandíbula, torcendo-lhe o queixo; um
antebraço cravou dolorosamente sob sua caixa torácica. Harper tentou torcer e
escapar de seu aperto, mas ela era como um animal preso em uma armadilha de
aço. Ele empurrou mais forte em sua mandíbula. Ele olhou para ela de forma
desapaixonada.

—Parece que o meu sobrinho estúpido não danificou meus bens. — Sua voz
profunda e gutural mal penetrou no estado de pânico em que ela nadava. Mas, em
seguida, Emmitt torceu seu queixo na outra direção, e seu olhar voou através de
uma pilha de algo no chão. Ela reconheceu a camiseta verde escura de Jake, e seu
coração oscilou.

—Jake, Jake. —Ela gritou, mas sua forma permaneceu imóvel no chão. Oh
meu Deus, Emmitt o matou!

—Seu filho da...

—Cale a boca, ou eu vou cortar você.

Seus olhos arregalaram com a sensação do aço frio, afiado, pressionando


contra sua garganta.

—Você tem alguma ideia de quantos problemas você me causou, sua puta?
Meu comprador desistiu e foi para casa há dois dias. Já estive em Poplar Gorge e de
volta duas vezes agora e então pensei: Por que não tentar Barterton? Jake é
estúpido o suficiente para levá-la lá. E olhe agora. Eu estava certo. —Ele respirou,
pressionando a ponta da faca na pele de Harper. Dor a atingiu, aumentando seu
medo. Ele cortou sua garganta. Ela ia morrer...

—Deixe-a ir, Emmitt.

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Suas pálpebras fechadas se abriram. Jake estava a apenas oito ou nove pés
de distância na frente deles, o rosto branco, com as mãos agrupadas em punhos em
seus lados. Harper pensou ter visto um hematoma crescente em sua testa. Será que
ele parecia um pouco tonto, como se ele estivesse lutando para ficar de pé? Ela
sentiu Emmitt se afastar ligeiramente de surpresa para trás dela, mas depois ele
visivelmente relaxou. Sua risada a gelou.

—Você vai me bater, estúpido? Você acha que pode chutar a minha bunda,
seu pequeno pedaço de merda sem valor? Quer se mostrar para sua namoradinha
aqui? —Ele riu ainda mais, como se ele tivesse acabado de contar uma piada
hilariante.

Jake aproximou-se, o rosto como uma máscara, os olhos vidrados, seu olhar
colado ao homem que a segurava. Emmitt abruptamente parou de rir. Harper fez
um som abafado de puro terror quando ele pressionou a faca mais forte contra seu
pescoço e ela sentiu a mordida da lâmina. Jake chegou a um impasse.

—Qual o problema, Jake? Preocupado com a pequena ruiva aqui? Você não
disse a ela que você gosta de garotos?

—Cale a boca, Emmitt.

Harper piscou, choque fazendo-a sair ligeiramente de seu terror por um


momento. Jake parecia assustado, mas também frio.

E duro.

Ela percebeu outra coisa. De repente Jake estava olhando para ela, não para
Emmitt. Foi só por uma fração de segundo, mas seus olhos a seguraram no lugar.

—Eu vou cortá-la bem na sua frente se der mais um passo, então eu vou
fazê-la assistir enquanto eu arranco seu intestino e pele. Recue, seu nanico fodido.

Jake se manteve firme, apesar de tudo. A faca afiada deslocou-se para o


rosto de Harper.

—Como você gostaria da cicatriz em sua namoradinha aqui? — Emmitt


provocou. —Acha que ela ficaria bonita com ela?

56
—Deixe-a ir.

Emmitt ficou tenso, pressionando cada vez mais com a faca. Harper deixou
suas pálpebras fecharem, as lágrimas vazando por debaixo delas. Ela estava
sufocando. Ela não conseguia respirar. Tudo entrou em câmera lenta brutal.

Algo atingiu seu rosto, centenas de pequenos mísseis, e o tempo, de


repente, avançou. Ela sentiu uma sensação de ardor acentuada no canto de sua
boca, e então seus pulmões agiram, e ela estava respirando sujeira. A pressão de
Emmitt sobre ela cedeu. Ela pulou para frente, tropeçando. Alguém a pegou... Jake.
Ele a endireitou com força antes de sua posse ter ido embora. Ela percebeu que não
era a única tossindo. Emmitt também estava... Com sons roucos e de asfixia
violenta.

Ela virou-se, seu congelamento com acesso de tosse por um momento parou
na visão de Jake de pé ao lado de seu tio. Ele segurava a faca grande de Emmitt na
mão. Emmitt estava dobrado na cintura, tossindo de forma violenta e limpando os
olhos com os punhos, tentando clarear a visão da sujeira e pequenas pedras que
Jake tinha jogado em seu rosto.

Jake levantou a lâmina de prata longa e cruel. O coração de Harper parou.


Ele fez uma pausa com a faca suspensa no ar e olhou para Harper. Ela sentiu seu
terror. Sua impotência.

Então, algo surgiu em seus olhos quando ele olhou para ela.

Ele trouxe a faca para baixo, mergulhando-a nas costas de seu tio, e então
em seu lado. Emmitt grunhiu e caiu duro no chão da floresta sobre os joelhos. Ele
caiu para frente em suas mãos. Jake fez um som selvagem em sua garganta, e a faca
manchada de sangue caiu no chão da floresta.

—Pegue a mochila, Harper. —Ele disse a ela depois de alguns segundos


olhando para Emmitt, que estava engasgando e contorcendo-se de barriga para
baixo agora. A voz de Jake soou oca e engraçada para o cérebro atordoado de
Harper, mas ouvi-lo a descongelou também.

Ela correu para a lona caída, ainda tossindo a poeira e sujeira de sua
garganta. Ela jogou de lado a lona freneticamente, e agarrou as duas mochilas.

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Quando ela virou-se, ela viu Jake pegar a faca, com uma expressão desesperada de
nojo apertando seu rosto magro, enquanto olhava para Emmitt.

—Jake. —Ela respondeu asperamente.

Ele piscou e encontrou seu olhar. Alguma mensagem passou entre eles
rápido como a eletricidade. Ele balançou a cabeça e veio até ela, estendendo a mão
para uma das mochilas. Apressadamente, ele puxou a lona totalmente para longe da
área, pegando o tênis sujo de Harper e a garrafa caída de creme antisséptico e um
cobertor. Ele lançou-os em sua mochila, juntamente com faca horrível de Emmitt.

—Vamos. —Ele sussurrou tenso. Sua mão fechou-se em torno da dela, e


como sempre, Harper seguiu seu exemplo.

Ela deu uma última olhada sobre o ombro para um Emmitt ofegante e se
contorcendo, lutando para se erguer do chão. Então Jake puxou a mão dela, e eles
estavam correndo como loucos através da floresta.

58
Capítulo 5

Dias de hoje

Harper acordou com um pequeno soluço. Mais uma vez, as lágrimas


umedeciam suas bochechas. Ela lembrou-se de mais detalhes de seu sonho que ela
teve hoje mais cedo, mas ainda era nebuloso. Principalmente, era a emoção
inchando em seu peito que persistia.

Levou um momento para se orientar. Ela viu o brilho da ponte do iate


distante, e sentiu seu balanço sutil na água. O céu coberto de estrelas curvava acima
deles, com a meia-lua iluminando o ambiente de forma surpreendente. As
memórias voltaram rapidamente. Eles tinham caído no sono depois de assistirem os
fogos de artifício.

—Jacob? —Ela murmurou. Ela virou-se no sofá.

—Harper? — Ele agitou-se com seu movimento, os dedos saindo de seu


cabelo, seu joelho flexionando e esfregando contra seu ombro. Ela levantou-se
sobre ele, plantando suas mãos ao lado de sua cabeça e descansando seu corpo
debaixo de suas pernas abertas. Ele estava quente e sólido e maravilhoso. Sua mão
subiu novamente para a cabeça, mas seus olhos ainda estavam fechados. —Está
tudo bem, Harper. Tudo vai ficar bem. —Disse ele, grogue.

Uma dor passou por ela em sua resposta automática, inconsciente. Mais
uma vez, esse sentimento de saudade afiada a atingiu. Ela pensou em como Jacob
cuidava da conturbada Regina Morrow, e dava às crianças de sua cidade um
momento de diversão despreocupado com os fogos de artifício. Como ele
patrocinava o abrigo de mulheres que Harper tinha conseguido colocar Ellie, e como
ele protegia animais negligenciados ou abusados com o abrigo local. Ele fazia todas
essas coisas, e provavelmente inúmeros outros atos de bondade e generosidade que
ela não sabia.

59
E como a primeira coisa que ele fez, mesmo no meio do sono, foi garantir a
Harper que tudo ficaria bem.

Mesmo assim, pessoas como Ruth Dannen e milhares de outros, fizeram


comentários mentirosos e desagradáveis sobre seu caráter.

Um enorme e poderoso sentimento de amor e compaixão levantou-se nela.


Ela puxou seu vestido de verão até a cintura, e puxou o cobertor de cima dele,
descobrindo-o parcialmente. Ela inclinou-se e colocou pequenos beijos em sua
mandíbula, para finalmente se fixar em sua boca com um beijo febril. Levou um
momento para despertá-lo, mas ele sabia que era ela quando seus lábios firmes
começaram a mover-se debaixo dela ,e as mãos agarraram seus braços.

—Harper? —Ele murmurou contra sua boca, mesmo quando seus lábios
tocaram os seus famintos. —O que você está fazendo?

—Eu quero fazer amor com você. —Ela sussurrou, virando a cabeça para
obter um melhor ângulo na sua boca e penetrando em seus lábios com a língua. Ele
era divino. Seu beijo se tornou quente e molhado. Ele tentou desviá-la dele para o
grande sofá. Ela instintivamente entendeu que ele queria ficar por cima dela,
segurá-la, fazê-la um alvo fixo para garantir que ela recebesse cada gota de prazer
que ele pudesse dar.

—Não. —Ela sussurrou, segurando seus quadris com os joelhos e mantendo-


se no lugar. —Eu vou fazer amor com você.

—É uma coisa mútua. —Ele respondeu ironicamente, enredando os dedos


em seu cabelo longo.

—É, mas não é. Você dá e recebe. Você tira de mim, e eu ofereço de bom
grado. Mas você quase nunca me deixa apenas dar. —Ela murmurou, puxando seus
lábios avidamente. Seus quadris flexionaram ligeiramente para cima contra o seu
peso, e ela sentiu sua excitação. Alívio a invadiu. Dadas as suas preferências na
cama, ela preocupava que ele não pudesse se excitar com sua agressividade. —

Apenas relaxe, Jacob. Deixe-me fazer você se sentir bem.

—Você sempre me faz sentir bem.

60
— Eu tenho algo para dar. Deixe-me tocar você, Jacob.

Seu apelo parecia pairar em torno deles, girando no ar fresco da noite. Ele
teria sentido que isso significava que ela queria mais do que tocá-lo fisicamente? Ela
pensou que talvez ele tivesse dado o nível de tensão em seu corpo. Ele não
respondeu ou moveu-se. Lentamente, cautelosamente, ela começou a mover as
mãos, deslizando-as sobre os ombros musculosos e peito poderoso. Lágrimas
ardiam em seus olhos por algum motivo. Ela estava reagindo puramente pelo
sentimento naquele momento. Ele era tão incrível para ela. Tão milagroso.

Ela afundou a cabeça, seus lábios movendo-se freneticamente através de sua


pele.

—Harper, querida. —Disse ele, e havia uma rouquidão em seu tom enquanto
ela delicadamente lambia e chupava seu pequeno mamilo, plano, deixando-o duro.

Seus dedos cravaram em seu cabelo de forma agressiva. No momento em


que ela beijou e passou à língua ao longo do lado de suas costelas, pequenas
saliências tinham levantado ao longo de sua pele. Ela sacudiu sua língua, e ele
resmungou baixinho. Ela fechou os olhos. Foi sublime sentir seu corpo reagir tão
completamente ao seu toque, sentir seu poder se desvanecer, começando a se
esforçar para se libertar.

Um momento depois, ela ajoelhou-se sobre as coxas, e segurou a base de


seu pênis em uma das mãos, acariciando o eixo e a coroa gorda com a outra. Ela
acariciou-o por um tempo, admirando-o à luz das estrelas. Ela sacudiu a borda
grossa por baixo da cabeça com os dedos, e ele fez um som áspero. Ela olhou para
cima e viu que ele estava apoiado nos cotovelos, e estava olhando para ela através
das pálpebras um pouco fechadas. Seu rosto parecia duro e sombrio, misterioso e
belo no brilho das estrelas. Segurando seu olhar, ela desceu sobre ele e apertou os
lábios ao redor da cabeça de seu pênis.

***

61
Ele prendeu a respiração, observando-a levá-lo em sua boca. Por que seu
rosto estava úmido de lágrimas? No momento ela se sentia tão frágil por ele. Harper
mesma parecia estar em algo como um sonho, seus membros graciosos e rosto
impressionante matizado pelo luar. Ela apertou-o com força com os lábios. Ela
afundou-se nele, e ele estremeceu quando puro prazer percorreu seu corpo. Sua
boca era quente. Sensual. E ela chupava...

—Harper. —Ele sussurrou asperamente, uma das mãos cobrindo a parte de


trás de sua cabeça.

Ela levou-o profundamente, novamente, sua boca mexendo com ele. Não
apenas seu pênis. Ela alimentava algo profundo dentro dele. Sua cabeça balançou
com força por um momento. Ele estremeceu de prazer. Cristo, isso era tão bom. E
ela era tão bonita. Ele não conseguia tirar os olhos da visão de seu dar... E dar. Ele
brevemente fantasiou-se de pé e trazendo-a para a posição sentada, segurando a
cabeça enquanto ele enfiava em sua linda boca... Mas a experiência de ser o alvo de
seu desejo o encantava também. Sua necessidade paradoxal criou um atrito nele: a
necessidade de dominar, a luta com o desejo de aceitar o que ela estava lhe dando,
aceitar o amor em vez de levá-la.

Reconhecer, em vez de ignorar.

Um doce momento de agonia depois, ela levantou-se sobre ele, levantando


seu vestido até a cintura com uma das mãos. Ela começou a descer sobre seu pênis
nu. Ele fez uma pausa em seu movimento.

—Você sabe o que está fazendo? —Perguntou.

—Sim. —Ela sussurrou. —Eu quero você em mim dessa maneira. Agora. Eu
sou como você, Jacob. Eu sempre fui muito cuidadosa sobre ter certeza de que eu
estava segura. Apenas por um momento. Por favor.

—Você não tem que me pedir. —Disse ele, incrédulo.

Havia uma intensidade nela esta noite que ele não conseguia compreender.
Suas bochechas não estavam molhadas mais, mas seus olhos pareciam misteriosos e
profundos à luz do luar.

62
Ele a ajudou guiando seu quadril. Ela afundou-se sobre ele, embainhando-o
em seu corpo elegante. Ele viu o extase apertar seu rosto, e sabia que o prazer dela
combinava com o seu. Ela fez uma pausa em seu colo e arrancou o vestido por cima
de sua cabeça.

Ele segurou-a para si, o prazer exalando dele. O sentimento. Ela começou a
subir e cair sobre ele. Ela estava tão linda, nua e banhada pelo brilho das estrelas e
da lua. Necessidade rasgou em sua garganta. Desespero. Ele a puxou para ele,
cerrando os dentes com força diante da sensação de seus mamilos pressionando
contra suas costelas. Ele agarrou o cabelo em sua nuca em seu punho.

—O que é isso? —Ele sussurrou tensamente contra sua boca. —O que


aconteceu, Harper? Conte-me. Por que você estava chorando quando você me
acordou?

—Eu não sei. —Disse ela sem fôlego, e ela parecia tão desesperada quanto
se sentia. —Eu tive um sonho.

—Que sonho?

—Sobre um menino. —Explodiu de sua garganta. —Um menino que eu


conheci a muito, muito tempo atrás. Por que eu estou sonhando com ele agora? Por
que eu continuo pensando nele? —Ela murmurou, e era como se ela se perguntasse.
Seu rosto se contorceu.

Uma emoção selvagem correu através dele com a visão de sua dor. Foi como
uma faca em seu lado. Nele.

—Faça-me esquecer, Jacob. —Ela sussurrou. Ela começou a mover os


quadris, bombeando seu pênis dentro e fora de seu corpo. Ele agarrou sua cabeça
com mais força.

—Venha aqui. —Disse ele, com a boca inclinada. Ele tinha visto a sua dor, e
ele tinha tido uma participação nessa dor.

Ela sonhou com Jake. Certamente ela estava falando de Jake.

Certamente ela tinha se lembrado de mim?

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O pensamento o deixou em pânico quanto o excitou. Ele não sabia para que
lado pendia mais, apenas que ele sentia como se estivesse constantemente caindo,
em queda livre na doçura de Harper.

Ele a beijou vorazmente, usando uma das mãos para guiar seus golpes sobre
seu corpo, aumentando seu frenesi de necessidade. Em todas as direções, ele
sentia-se agredido. Enlouquecido. Porque mesmo quando ele dava a ela o que ela
precisava, ele não podia dizer para si mesmo qual desejo era mais acentuado dentro
dele: que ela se lembrasse ou que ela esquecesse, que ela o reconhecesse por quem
ele era, ou que ela permanecesse velada, segura e protegida. Será que ele queria
que ela reconhecesse o garoto vulnerável que ele tinha enterrado há muito tempo?
Ou será que ele queria continuar se afogando ainda mais na sua doçura em amá-lo
por quem ele se tornou, para sempre ignorante quem ele tinha sido...

Para sempre cega do que tinham dito um ao outro.

***

A manhã amanheceu clara e luminosa na vasta extensão azul do lago Tahoe.

Depois que eles tinham feito amor no deck superior na noite passada, Jacob
e ela tinham ido até o quarto e dormido o resto da noite nos braços um do outro.
Harper acordou antes de Jacob, estudando seu rosto em repouso por um momento
à luz do amanhecer. Seu peito ficou apertado quando ela recordou o seu emocional
carregado... Desconcertante, ao fazer amor na noite passada sob as estrelas.

Ela não tinha certeza do que tinha acontecido. Tudo parecia tão confuso: o
sonho, sua erupção incontrolável de sentimento, sua paixão, a resposta completa. O
que realmente a incomodava, era como se ela continuasse lembrando-se desse
sonho. Seu rosto estava emergindo das sombras com surpreendente clareza.

Jake.

64
Jacob tinha prometido a ela, um caso que seria sobre o esquecimento, sobre
afastá-la da dor e perda. Mas, estranhamente, ela estava lembrando mais.

É isso o que significava realmente apaixonar-se? Ela perguntou-se


entorpecida enquanto saía de seus braços um momento posterior. Será que isso
significa que você sentia tudo mais claramente, a tristeza junto com o incrível?
Talvez seja por isso. Ela tinha se considerado apaixonada várias vezes no passado,
mas esse sentimento pálido não tinha nada a ver com as emoções vibrantes e
poderosas que Jacob evocava nela.

Ela estava fazendo-lhes o café da manhã com ovos e um pedaço de pão


recentemente cozido que Lisa tinha embalado para eles na cesta, quando ele a
encontrou. Ela virou-se ao ouvir seus passos na escada, com o coração na garganta.

Ele tocou-lhe quase que imediatamente depois que ele entrou na cozinha,
tomando-a em seus braços e beijando-a profundamente. Ela estava feliz em
perceber que sua recém-descoberta proximidade e intimidade permaneciam, apesar
de suas incertezas e vaga vergonha sobre sua exibição emocional na noite passada.
Talvez ele tivesse achado sua timidez incomum, ou alguma tensão compartilhada, e
estava determinado a derretê-la. Conhecendo-o, e sua determinação obstinada de
que não teria nada os separando fisicamente, provavelmente isso aconteceria. Se
acontecesse, isso daria certo, Harper percebeu um momento mais tarde, quando ele
levantou a cabeça de seu beijo, e ela muito relutantemente deixou os seus braços
para terminar de fazer os ovos.

Por algum pacto de silêncio, nenhum dos dois falou do que tinha acontecido
na noite passada sob as estrelas. Eles passaram uma manhã agradável no deck
superior sob o sol brilhante. Ele leu alguns arquivos de sua pasta, e Harper consumiu
um livro que Cyril tinha dado a ela sobre como escrever roteiros, com os pés
descansando em seu colo.

—É bom? —Perguntou Jacob um pouco mais tarde, apontando para o livro


que ela lia, deixando de lado o seu arquivo e agarrando um de seus pés em vez
disso, massageando os músculos profundamente.

Ela suspirou de prazer e baixou o livro.

65
—É. Estou animada para começar a escrever.

—Animada é bom. Muito bom. —Ele murmurou, sua voz profunda fazendo
seus nervos acordarem. —Eu tenho alguns dos filmes de Cyril em casa. Você quer
assistir alguns, quando voltarmos?

Ela assentiu ansiosamente, aquecendo quando viu aquele pequeno sorriso


que ela amava moldar sua boca antes que ele pegasse o relatório novamente. Desta
vez, mesmo com sua atenção focada em sua leitura, ele continuou a massagem até
que ela adormeceu num sono aquecido pelo sol.

***

Eles ancoraram o iate lá pelas duas horas naquela tarde. Harper estava um
pouco triste por sair da água e de sua fuga temporária do resto do mundo. Tinha
sido o céu estar lá fora na água, apenas os dois.

Quando eles voltaram para a mansão, Elizabeth estava no topo do terraço,


pronta para recebê-los. Então... A fiel assistente de Jacob tinha voltado ao seu lado.
Harper queria perguntar a Elizabeth sobre o bem-estar de Regina Morrow, mas
reconheceu que não era da sua conta. Harper poderia dizer pelo olhar urgente, e
tenso que Elizabeth deu a Jacob antes mesmo de eles trocarem saudações, que ela
queria conversar com ele em particular.

—Por que você não sobe e toma um banho e eu vou encontrá-la lá em cima
em um minuto? — Jacob perguntou a Harper.

—Claro. —Respondeu Harper, seu sorriso assegurando a Jacob e Elizabeth


que estava tudo bem com esse plano.

Na verdade, ela se agarrou a uma pequena esperança de que Jacob diria a


Elizabeth que ela poderia falar abertamente sobre Regina na frente de Harper. Esse
não foi o caso, porém, Harper reconheceu severamente quando ela atravessou as

66
portas do terraço. Aparentemente, ainda havia segredos sobre Regina que Jacob
não estava pronto para deixar Harper saber.

Mas com toda a justiça, o que Jacob tinha dito em San Francisco em relação
à Regina era verdade. Regina, obviamente, tinha um monte de problemas de saúde
mental e emocional. Como um amigo, Jacob não podia de boa fé falar sobre seus
problemas para alguém como Harper, que era uma estranha para Regina. Mas Jacob
também tinha admitido que Regina fosse uma ex-amante, e que ele gostava dela
profundamente.

É natural que a aura ultra-secreta e carregada em torno de Regina Morrow a


incomodava um pouco.

Talvez por causa de seus pensamentos conflitantes, ela estava


excessivamente sensível sobre a leitura do humor de Jacob, quando ele se juntou a
ela em sua suíte um pouco mais tarde. Se ele pareceu um pouco preocupado no
início, sua preocupação passou rapidamente.

Sua atenção era toda para ela.

Ele mostrou-lhe pela primeira vez como uma parede com painéis de madeira
na sala de estar de seu quarto abria para um centro de entretenimento. Eles
concordaram em ficar ociosos pelo resto do dia, observando dois dos filmes de Cyril,
conversando e... Fazendo amor. Tornaram-se tão envolvidos neste último, que se
esqueceram de jantar. Quando o estômago de Harper roncou alto em um ponto,
enquanto eles estavam entrelaçados na cama, Jacob levantou-se apesar dos
protestos de Harper. Eles pediram comida tailandesa e comeram na cama, nus. Ela
pensou que foi a refeição mais deliciosa que ela já tinha comido em sua vida.

—De volta ao trabalho amanhã. —Harper murmurou depois, contra o peito


nu de Jacob.

Ela gostava de pressionar os lábios contra o cabelo encaracolado ali,


sentindo o calor de sua pele e a densidade do músculo embaixo. As luzes em sua
suíte estavam desligadas, mas o brilho das estrelas entrava através da persiana nas
janelas. Ela virou a cabeça ligeiramente, roçando sua boca contra ele e inalando seu
cheiro.

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—Parece que passou um mês desde que eu estive na sala da redação, e não
três dias.

Ele não respondeu. Ela descansou sua bochecha em seu peito, sentindo sua
preocupação.

—Você está pensando em trabalho, também? — Ela perguntou a ele depois


de uma pausa.

Sua mão segurou seu ombro.

—Não. Harper, há algo que eu não lhe disse sobre este fim de semana. Acho
que eu deveria agora.

Ela se apoiou em um cotovelo, olhando para seu rosto sombreado.

—O que está errado? Parece sério.

—Eu não diria que é sério. — Ele exalou e rolou no colchão. Ele acendeu um
abajur. —Talvez fosse mais fácil se eu apenas lhe mostrasse.

Ele levantou-se da cama. Harper observou-o andar sobre a área de estar, a


luz da lâmpada fraca iluminando sua bunda e costas musculosas. Ele retirou um
jornal de sua pasta e caminhou de volta para a cama. Harper lembrou-se dele
olhando para o que parecia ser o mesmo jornal na parte de trás da limusine na
manhã de ontem, quando tinham voltado de San Francisco. Era uma cópia do
Chronicle, um detalhe menor que ela tinha notado, tendo trabalhado para esse
jornal durante uma boa parte de sua vida profissional.

Quando ela levantou as mãos para receber o jornal, ele fez uma pausa antes
de dar a ela.

—Não fique com raiva de mim por não mostrar-lhe ontem. Foi egoísta da
minha parte, mas eu estava principalmente pensando em você. Eu não queria que
nada entrasse no caminho de você desfrutar do resto de seu feriado. Além disso,
não havia nada que pudesse ser feito sobre isso naquele momento, de qualquer
maneira. —Ele deu de ombros e deu-lhe o jornal. —Não há nada que você possa

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fazer agora, também, a não ser estar preparada para qualquer pergunta quando
você retornar à Gazetta amanhã.

Suas sobrancelhas franziram em preocupação. Ela sentou-se na cama, o


lençol dobrado em torno de seus seios. Ele sentou ao lado dela.

—Página vinte e três. —Disse ele.

Harper correu pelas páginas. Um momento depois, ela estava olhando de


boca aberta para uma foto bastante grande, de Jacob e dela deixando Geb no
sábado à noite em San Francisco. Ambos pareciam sérios. A mão de Jacob estava na
parte baixa das suas costas. A legenda dizia: Proprietário da Lattice e CEO, Jacob
Latimer, e sua acompanhante da noite, a ex- repórter do Chronicle e editora de
notícias atual da Sierra Tahoe Gazette, Harper McFadden.

—Acompanhante da noite. Charlie Nelson. —Seu lábio esticou em desgosto


amargo quando viu o nome do fotógrafo.

—Você o conhece?

Harper assentiu tristemente, lendo o resto do breve artigo, que era


principalmente sobre Jacob. Ela revirou os olhos e dobrou o jornal com
contundência aleatória antes de jogá-lo de lado, irritada.

—Eu não vi nenhum fotógrafo naquela noite. Faz sentido que fosse Charlie.
Esse porco tem prática em se esconder atrás de latas de lixo, onde ele pertence.

—Você acha que será um problema para você no trabalho? —Perguntou


Jacob.

—Isso certamente tornará mais difícil de negar que eu tenha qualquer


informação interna de você ou da Lattife para Ruth, para não mencionar Burt, um
dos meus repórteres que é bisbilhotareiro. — Ela percebeu sua expressão sombria.
—Não se preocupe. Eu vou lidar com isso. Porque eles saberem que você e eu
estamos vendo um ao outro não muda nada. Se qualquer coisa, isso deve enviar
uma mensagem mais clara que isso é... —Ela hesitou em descrever seu
relacionamento, percebendo que era um ponto de interrogação gritante. Como
exatamente descrever o envolvimento dela e de Jacob, especialmente após o seu

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intenso fim de semana, e incrível tempo juntos? —O que está acontecendo entre
nós é privado e não é assunto para o consumo público.

—Eles vão ser curiosos. Eles vão fazer um monte de perguntas. Você acha
que o seu editor-chefe vai dar-lhe um momento difícil?

—Sangar? Não. Ele é um gatinho em comparação com Ruth, ou mesmo Burt


Chavis. —Seu olhar cintilou sobre sua face. Seu coração apertou um pouco com o
quão sério ele parecia. —Você está arrependido de se envolver com uma repórter
de novo? —Ela perguntou em voz baixa. Suas sobrancelhas arquearam com a
pergunta, e ela suspirou. —Cyril disse-me que você ainda tinha dúvidas sobre me
ver porque eu era uma repórter.

—Eu estou controlando essas dúvidas muito bem. Você não diria isso? Assim
como está gerindo as suas, sobre estar comigo?

Ela deu uma gargalhada e esfregou os olhos, de repente, sentindo-se


cansada.

—Droga, Charlie Nelson. Vou ligar para ele amanhã e dar-lhe um sermão.

—Está tudo bem, Harper. —Disse ele, deitando na cama e pedindo-lhe para
reclinar com ele.

—É? —Ela perguntou, incrédula quando ele virou-se para desligar a


lâmpada.

Ela o sentiu encolher os ombros contra o queixo enquanto seus braços


cercaram-lhe num momento posterior.

—Pelo menos você não ficará na ponta dos pés em torno do tema no
trabalho mais.

Ela esfregou os lábios contra sua pele distraidamente.

—Sem mais escondidas no banheiro da redação, agora que os holofotes


foram ligados. — Ela guinchou de surpresa quando, de repente, ele foi rolando-a de
costas e descendo sobre ela.

70
—Eu não estou prometendo nada. Estar comigo é um negócio arriscado.

Ela riu e cercou seu pescoço com os braços.

—A recompensa tem ultrapassado o risco até agora.

—Eu poderia dizer o mesmo sobre você. —Respondeu ele com voz rouca,
antes dele cobrir a boca com a sua.

***

Na manhã seguinte, Harper levantou-se cedo com Jacob para correr. Para
sua grande surpresa, Elizabeth já estava na mansão, esperando por eles na parte
inferior da escada. Ela informou-lhes que queria orientar Harper às medidas de
segurança do complexo, para que Harper pudesse voltar a qualquer momento que
ela escolhesse sem dificuldades. Harper deu a Jacob um olhar surpreso, mas poderia
dizer pela sua expressão relaxada, que ele tinha sido o único a dar a direção para sua
assistente em primeiro lugar. Sabendo que ele havia expressado a Elizabeth sua
confiança nela, dando-lhe acesso total a sua casa, agradou Harper.

Depois de sua orientação, ela e Jacob correram na praia durante um nascer


do sol glorioso.

—Você quer pegar alguns dos cães para brincar? — Jacob perguntou-lhe
quando regressaram.

Harper olhou para o relógio e assentiu, gostando da ideia.

Ele acabou fazendo a brincadeira com bola com três ou quatro dos cães
adultos, no entanto, enquanto Harper ficou sentada na areia com as pernas abertas,
observando-o e brincando com Milo, o cachorro que tinha tido o pé amputado por
algum sádico sociopata.

—Ele gosta de você. —Jacob disse enquanto caminhava em direção a ela um


pouco mais tarde, e o sol dourado brilhava sobre os topos das montanhas. O calor

71
passou por ela na visão magnífica que ele fez, vestindo short de corrida, seu cabelo
loiro escuro úmido na nuca de correr e brincar, sua camiseta cinza simples
moldando seu torso musculoso de maneira perturbadora.

—Você acha? —Ela perguntou esperançosamente, acariciando as orelhas do


filhote de cachorro e coçando suas costas.

—Eu sei que sim. — Ele pegou a mão dela e puxou-a para uma posição de
pé, enquanto Milo se esfregava em seus tornozelos. —O que há para não gostar? —
Ele inclinou-se e roçou seu rosto com os lábios, como se ele não pudesse resistir em
sentir o calor que tinha subido em seu rosto em seu elogio. Em seguida, ele moveu a
boca na dela, e Harper perdeu-se no tempo por um momento.

—Eu vou me atrasar para o trabalho. —Ela murmurou contra seus lábios.

Ele agarrou a mão dela.

—Se você já está atrasada, que diferença faz for pouco ou muito? —
Perguntou.

Ele a levou para o quarto.

Ela não estava terrivelmente atrasada quando saiu pela porta. Ela estava
nervosa, feliz, e extremamente corada do sexo. As chances de ela aparecer fresca e
contida na frente de seus colegas, após a foto do Chronicle com Jacob, eram
praticamente nulas.

Ela percebeu que não poderia se importar menos.

***

Após Harper sair para o trabalho, Jacob fez uma chamada para o Dr. Larry
Fielding em Napa. O psiquiatra imediatamente começou a falar sobre a recaída
recente de Regina, e o que ele planejava fazer em relação ao seu tratamento.

72
—Ela está muito deprimida. —Disse o Dr. Fielding a Jacob. —Eu já subi sua
terapia ambulatorial para quatro vezes por semana, para que eu possa melhor
avaliar se ela é suicida.

—Ela não deveria estar no hospital? —Perguntou Jacob.

—Possivelmente, mas como você sabe, eu não posso admiti-la


involuntariamente, a menos que ela expresse ideação suicida ativa ou mostre sinais
de ser incapaz de cuidar de si mesma. Eu vou adicionar um antidepressivo para ela
para estabilizador seu humor. Essa é outra razão pela qual eu quero vê-la várias
vezes por semana, para avaliar como ela reage. Ela também vai continuar com o
grupo ambulatorial, então eles vão ser capazes de monitora-la também.

—Contanto que ela vá. —Jacob murmurou enquanto andava para trás e para
frente de sua janela do escritório.

—Você já fez tudo que pode por ela. —Dr. Fielding disse pacientemente.

—Deus sabe que é muito mais do que a maioria das pessoas faria.

Mas não é o suficiente. Isso nunca será o suficiente.

—Jacob, você não é o seu salvador. Ela tem de querer salvar a si mesma. —
Fielding disse, como se tivesse lendo a mente de Jacob, e ele provavelmente tinha.

Ele fechou os olhos e parou de andar.

—Eu sei. Eu sei disso.

—Com sua cabeça, você sabe. Eu sei que você ainda está trabalhando em
crer com seu coração.

Jacob começou a andar novamente, determinado a não ir para o caminho


familiarizado com o psiquiatra novamente. Ele tinha feito um grande progresso em
aceitar seus limites no que diz respeito a ajudar Regina. E na verdade, ele não tinha
chamado Dr. Fielding principalmente para perguntar sobre Regina. Elizabeth já tinha
o enchido com seu status ontem, quando eles voltaram para a costa. E ele ainda não

73
tinha experimentado a ligeira vontade de chamar Regina enquanto ele passava
essas horas maravilhosas com Harper no iate.

—Há outra coisa que eu quero falar com você. —Disse Dr. Fielding. Ele tinha
ficado cada vez mais preocupado com Harper, desde que ela o tinha despertado na
noite anterior no iate com lágrimas no rosto, dizendo que ela tinha sonhado com um
menino... Desde que ela tinha tido tanta urgência em que ele a fizesse esquecer-se
desse sonho. —Lembra que eu perguntei-lhe sobre uma pessoa que teve um trauma
e, em seguida, foi submetida à hipnose para o tratamento?

—Sim, eu me lembro de você me fazendo algumas perguntas. Você queria


saber se era possível que a hipnose fizesse alguém esquecer completamente o seu
trauma, se bem me lembro.

—E você disse que alguém poderia ser distanciada de um trauma, mas que
era improvável que fosse completamente apagado de sua mente? Sob que
condições uma pessoa assim, uma pessoa que tinha sido livre de qualquer
ansiedade sobre seu trauma durante anos, começa a ter pesadelos novamente...
Talvez até mesmo começar a se lembrar do trauma com mais detalhes e pensar
sobre isso mais?

—Jacob, é difícil para eu dizer sem conhecer as especificidades e o indivíduo


em questionamento...

—Eu sei disso. Mas só me dê um exemplo de por que uma pessoa que foi
curada de ansiedade e fobias pode começar a ter pesadelos sobre seu trauma
original novamente.

Dr. Fielding suspirou em sua persistência.

—Bem, pesadelos estão associados com o aumento da ansiedade, é claro.

—Isso é o que eu assumi. —Disse Jacob, franzindo a testa enquanto pensava


em Harper.

—Pode ser qualquer razão pela qual a pessoa está começando a


reexperimentar memórias e ansiedade. Talvez ele ou ela esteja passando por um

74
momento particularmente estressante, tanto psicologicamente quanto fisicamente.
Talvez um gatilho tenha entrado em sua vida que não estava lá antes.

Jacob parou de andar e olhou pela janela sem ver.

—Um gatilho?

—Sim. Algo que chama a atenção para o trauma original.

—Como uma pessoa, por exemplo? Outra pessoa envolvida no evento


original?

—Sim, possivelmente, uma pessoa.

—Mas e se essa pessoa parece completamente diferente do que aquela


associada com o trauma, e a pessoa sobre a qual estou perguntando nem sequer o
reconhece.

O psiquiatra fez um som exacerbado.

—Você está me pedindo para fazer especulações com base em informações


muito vagas.

—Por favor, Larry.

Fielding gemeu.

—OK. Então, você quer saber se um sujeito que sofreu um trauma pode
mostrar sinais de recaída quando ele entra em contato com uma pessoa que tinha
sido originalmente parte do evento traumático, mesmo que ele não reconheça essa
pessoa? Estou entendendo tudo isso direito?

—Está sim.

—Eu suponho que seja possível, teoricamente falando. Há qualidades para


uma pessoa, além de sua aparência física, que podem sinalizar a mente
inconsciente.

—Como o quê? — Jacob perguntou tenso.

75
—Muitas coisas... Qualquer coisa que promova uma sensação de
familiaridade. Um maneirismo, um tom de voz, a informação de fundo, formas de se
relacionar. Um sentimento de saber que alguém é um fenômeno muito sutil. Não é
apenas sobre a aparência física.

—Mas a pessoa a qual eu estou me referindo é completamente diferente do


que ele era.

Dr. Fielding deu risada áspera.

—Ninguém pode se tornar completamente diferente, Jacob. Sinto muito se


você acha que eu estou sendo irritantemente intelectual, mas eu baseio o trabalho
da minha vida nessa crença. Todos nós carregamos algum tipo de vestígio ou algum
tipo de cicatriz do nosso passado. Nossas histórias ecoam em nosso futuro. E se nós
aceitarmos que isso é verdade: então quem você está se referindo pode ter uma
resposta a esse traço. A questão é: até que ponto? E vai ser uma resposta positiva
ou negativa a esse eco?

76
Capítulo 6

A primeira coisa que cumprimentou Harper ao retornar ao trabalho na terça


de manhã, não foi uma Ruth Dannen curiosa ou um Burt Chavis persistente, ou um
desnorteado Sangar. Em vez disso, um enorme buquê de impressionantes
hortênsias roxas e lírios brancos estava em sua mesa. Harper largou a maleta e
correu para encontrar o cartão.

Viu? Não foi de todo ruim. Agora, nada pode me impedir


de mimar você no trabalho, também.

J.

Um movimento chamou sua atenção. Ela olhou para cima para ver Ruth
Dannen de pé em sua porta do escritório. Harper percebeu tardiamente que ela
estava sorrindo amplamente depois de ler o cartão de Jacob. Em um ataque de
rebeldia, ela recusou-se a disfarçar sua felicidade... Mesmo quando ela percebeu o
que Ruth tinha na mão: uma cópia de domingo do Chronicle.

—Bom dia, Ruth. Teve um bom feriado? —Ela perguntou, colocando o cartão
de volta no envelope e caminhando em torno de sua mesa.

—Não tão bom quanto o seu, ao que parece. —Ruth respondeu, sacudindo o
jornal contra a saia para dar ênfase. Recusando-se a morder a isca, Harper
calmamente pegou o vaso de flores e colocou-o cuidadosamente em um aparador
nas proximidades. Admiravou-o por um momento, apenas para virar e ver Burt logo
atrás de Ruth. —Mova-se, Ruth. Eu trabalho para Harper. Tenho prioridade em uma
entrevista.

—Eu sou aquela que te contou sobre Harper e Latimer. —Ruth disse
sarcasticamente, olhando para Burt. —Vá para o fim da fila, júnior.

—Pare com isso, vocês dois. —Disse Harper, voltando atrás de sua mesa.

77
—Não vai ter nenhuma entrevista. Não vai ter nada, apenas um dia como
qualquer outro.

—Um dia como qualquer outro? — Ruth perguntou, as sobrancelhas loiras


arqueando sardonicamente. Ela sacudiu o Chronicle na direção de Harper. —Você
quer dizer que você sentou em cima da maior história na cidade, sem trocadilhos, e
a manterá só para si?

—Não é nenhuma história. —Harper disse, exacerbada. —Ok, então eu


estou vendo Jacob Latimer. Isso não é uma história, a menos que você esteja na
equipe de Charlie Nelson.

—Nelson é um fotógrafo da seção de sociedade e de entretenimento do


Chronicle. Eu sou a editora da sociedade e entretenimento da Gazetta. Você está me
rebaixando? —Ruth exigiu.

—Não, eu só...

—Dá um tempo, Ruth. —Burt disse depreciativamente. Ele passou apertado


pela outra mulher e mergulhou no escritório de Harper. —Nós não estamos falando
sobre fofocas da sociedade. Estamos falando de notícias reais. —Disse ele, seus
olhos pálidos brilhando de emoção. —Eu fiz o que você disse, Harper. Eu cavei uma
história. Acho que encontrei algo que pode valer a pena perseguir. Podemos
conversar?

Sua ânsia óbvia e emoção alarmou Harper. Mas o que ela poderia dizer,
realmente? Se Burt estava trabalhando em uma história, e era interessante, era seu
trabalho ouvi-lo e guiá-lo.

—OK. Ruth, você pode nos dar um pouco de privacidade, por favor?

—Eu não vou a lugar nenhum. Eu estive procurando um furo em Latimer por
anos. Eu, pelo menos, mereço que...

—Ruth, por favor? — Harper a interrompeu. —Deixe-me fazer o meu


trabalho?

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—Você tem de fazer mais do que seu trabalho, McFadden. —Ruth grunhiu.
Ela olhou para Burt. —Se eu fosse você, e realmente tivesse uma história, eu iria à
Sangar. Pelo menos você saberia que não será falado na cama de Latimer esta noite.

—Saia, Ruth. —Harper insistiu com raiva.

—Eu quero falar com você quando você terminar. —Disse Ruth a Burt
incisivamente, antes que ela saísse com uma batida dramática da porta de Harper.

Harper mergulhou em sua cadeira com um suspiro irritado. Ela acenou com
cansaço em uma cadeira na frente de sua mesa.

—O que você tem, Burt?

Burt pareceu um pouco envergonhado uma vez que ele sentou-se.

—Você não está com raiva de mim, não é? Por atacar a história de Latimer?
Fiquei chocado quando Ruth me contou sobre a foto no Chronicle esta manhã. Seria
ruim se meu timing sobre isso fosse todo errado.

—Não se preocupe com a foto estúpida ou o seu calendário. Se você tiver


algo sólido, fale logo.

—Bem, Ruth está certa sobre uma coisa. Latimer não coloca Tahoe Shores
no mapa, apenas por viver aqui. Mas eu não sabia que você e ele estavam... —Ele
fez um gesto com a mão. Harper revirou os olhos.

—Você quer ir para Sangar com isso? —Ela perguntou.

—Não. Sangar vai me ignorar.

—Você não vai aumentar a minha confiança, se você está dizendo que
Sangar iria ignorá-lo sobre o que você tem.

—Não... Não, eu ainda quero que você ouça isso. Claro que eu quero. Você é
a minha editora, certo? —Ele inclinou-se para frente, ansioso. Ela experimentou um
sentimento misto de medo e curiosidade. Como repórter, ela reconheceu esse olhar
em seu rosto. Burt realmente pensava que ele estava com algo grande.

79
—Simplesmente, eu tive sorte. Você sabe que houve essa grande explosão
com o escândalo do abuso de informação privilegiada de Clint Jefferies, e como
Latimer fez seus primeiros milhões com isso, como a SEC investigou, mas não
encontrou nenhuma evidência forte para processar Jefferies? E como desde então,
Latimer se recusa a associar-se com Jefferies?

Ela pensou na fúria mal contida no rosto de Jacob quando ele tinha visto
Jefferies na ópera.

—Sim. —Ela disse, com crescente curiosidade, apesar de seu desconforto


com a excitação de Burt... Neste tópico em geral.

—Bem, parte do problema de investigar Latimer é que ele parece apenas ter
aparecido do nada. Os primeiros relatos dele são os de quando ele foi para a
faculdade no MIT. No momento em que ele foi para o MIT, seu nome era Jacob
Latimer. Esse é o nome que foi usado nos registros oficiais de investigação da SEC
contra Jefferies, embora o seu nome anterior estivesse listado lá, também. A lenda
local diz que Latimer era uma espécie de protegido de Jefferies, e que Jefferies o
favoreceu, o tratou como um filho mesmo. Mas os registros locais não mostram um
Jacob Latimer vivo, ou frequentando a escola primária, ou ensino médio em
qualquer lugar perto da propriedade de férias de Jefferies. Há rumores de que
Latimer foi adotado e viveu nas proximidades com Jefferies, mas os registros de
adoção estão selados. Firmemente selados, na verdade. Essa é a parede de tijolos
que a maioria dos repórteres atinge quando tenta descobrir mais sobre seu passado.

—Então, Latimer não era o nome de seus pais adotivos? — Harper


perguntou em voz baixa.

—Não. O antigo nome de Latimer está listado na investigação da SEC,


mesmo que ele tenha enterrado bem fundo os detalhes. É Sinclair. E lá tem um
Jacob Sinclair listado como tendo frequentado a escola em uma Charleston High
School. Estou assumindo que era o nome de sua família adotiva, embora como eu
disse... Os registros oficiais de adoção estão selados.

—Então Latimer mudou seu nome de Sinclair para Latimer? —Disse Harper,
confundindo-a mais ainda. Ele disse que amava seus pais adotivos, mesmo se os
seus anos avançados e problemas médicos tivessem impedido Jacob e eles de

80
ficarem tão próximos quanto eles poderiam ter. Por que ele queria mudar o seu
nome depois que eles morreram? Por que estava tão decidido a negar o seu
passado... Chegando até mesmo a criar uma nova imagem?

—Sim, o nome Sinclair não está nas últimas notícias. Um seleto grupo de
repórteres já havia mencionado isso em histórias antes, e ligado à conexão entre
Jacob Sinclair e Jacob Latimer. Não é um grande segredo, apenas uma das muitas
dificuldades e barreiras na história de Latimer, que joga um monte de repórteres
fora da marca. Quem ele era antes se ser Jacob Sinclair... É que permanece em
segredo.

—Por que importa qual era seu nome antes de ele ser adotado?

Burt deu de ombros.

—Por que ele parece interessado em não deixar as pessoas colocarem um


microscópio sobre suas origens? Talvez ele tenha algo a esconder.... Quer sobre si
mesmo ou seus pais biológicos?

—E você acha que Latimer é responsável por erguer estas barreiras, não é?

Burt deu de ombros, dando-lhe um olhar malicioso.

—Na verdade, eu suspeito que possa haver uma agência governamental, ou


de contato chave, ou duas que o estão ajudando a obscurecer a sua história, mas
sim.... Se eles estão ajudando-o naquele pequeno ato mágico, é sob pedido direto
de Latimer.

—Você está sugerindo que os funcionários do governo estão ajudando a


enterrar a história de Latimer em troca.... Do que?

Burt deu de ombros.

—O cara é um gênio da computação. Boatos dizem que ele ainda trabalha


para o Departamento de Defesa. Ele dá uma tapinha nas costas, o DOD dá na dele.

—Não existe nenhuma prova disso? —Perguntou Harper.

—Não, mas...

81
—Isso tudo é especulação. —Ela o interrompeu com desdém. —E por sua
própria conta, não tem nem mesmo notícia sobre ele ter um nome diferente ao
mesmo tempo. Então, Latimer tem uma história sombria e tem sido conhecido por,
pelo menos, dois, mas, provavelmente, três, nomes diferentes. E daí?

—Espere um segundo. —Disse Burt, erguendo a mão. —Eu percebi que


desde que a maioria dos repórteres tem atingido uma parede de tijolos, tentando
descobrir alguma coisa sobre Latimer, por que não mergulhar na próxima melhor
coisa? O período de tempo em que Jefferies supostamente orientou Latimer? Por
que não ver se eu poderia descobrir quaisquer incidentes incomuns envolvendo
Jefferies ou sua propriedade durante o tempo em que Jefferies e Latimer foram
supostamente insensíveis como ladrões?

Ela lhe deu um olhar sarcástico quando ele contraiu as sobrancelhas ao dizer
ladrões. Ela podia ser imparcial, porque era seu trabalho, mas o próprio ato de falar
pelas costas de Jacob estava a deixando um pouco enjoada, como se estivesse
fazendo o que ele tinha suspeitado ao se envolver com ela. Ainda assim... Sua
curiosidade falava mais alto.

—Vá em frente. —Disse a Burt.

—Eu tenho uma boa amiga que eu conheço desde a escola primária, que
acabou se mudando para o leste quando estávamos na faculdade. Ela se tornou um
detetive para a Delegacia de Polícia de Charleston. Então começamos a conversar na
outra noite, e eu disse a ela sobre o meu interesse em Latimer e Jefferies. Ela
concordou em fazer um pouco de investigação, apenas entre nós dois.

—E agora apenas entre nós três. —Harper acrescentou secamente. —Sua


amiga está disposta vir a público sobre o que ela descobriu?

—Claro que não. Ela provavelmente será demitida. Você sabe disso. Ela é
uma fonte interna anônima. O que há de errado com isso? A informação que ela me
deu foi sólida.

—Continue.

—Então eu pedi a Trish para procurar quaisquer relatórios de incidentes ou


detenções associadas à Jefferies e sua propriedade, no período de antes da

82
investigação de abuso de informações privilegiadas serem anunciada... Digamos
quinze, dezesseis anos atrás? Nas proximidades. Bem, como se vê, algo aconteceu
na propriedade de Jefferies no verão antes de Jacob Latimer aparecer oficialmente
para seu primeiro semestre da faculdade no MIT, pago com o dinheiro de uma
determinada venda recente das ações da Markham Farmacêutica.

—O que foi isso?

Burt abriu o caderno e começou a ler.

—Em 02 de agosto, uma chamada para o 911 foi feita por um Jacob Sinclair,
dezoito anos de idade, no que diz respeito a uma emergência envolvendo overdose
de drogas de uma mulher de vinte anos de idade, com o nome de Gina Morrow. —
Burt olhou para cima quando a mão de Harper empurrou involuntariamente sobre a
mesa, mas ela alisou o rosto em impassibilidade. Ele continuou. —A mulher teria
sido encontrada na casa do lago de verão de Clint Jefferies. Quando os paramédicos
chegaram, ela estava inconsciente e muito machucada. O relatório disse que foi de
uma queda enquanto ela estava intoxicada. Uma viatura foi enviada para a
propriedade de Jefferies, também. Jefferies foi entrevistado no relatório policial,
embora notavelmente, Jacob Sinclair não foi... Jefferies afirmou que Sinclair tinha
ido para casa, mas que Sinclair realmente não conhecia Morrow de qualquer
maneira, então a polícia não estava perdendo alguma coisa crucial. Sinclair tinha
acabado de encontrá-la inconsciente e chamado 9-1-1.

—De acordo com o relatório da polícia, houve uma grande festa na


propriedade de Jefferies naquela noite. Apesar de todas essas pessoas na casa da
Jefferies, parece que a polícia estava tendo problemas em obter alguém para dar
testemunho sobre o que tinha acontecido com Gina Morrow. Jefferies disse que
Morrow era uma amiga da família de Charlotte, e que ela tinha um histórico de
abuso de drogas. Mas outras três mulheres que foram entrevistadas, disseram que
Morrow era de Charleston.

—Ok. —Harper disse lentamente, sua mente agitada com a informação. Gina
Morrow e Regina Morrow tinha que ser a mesma pessoa. —Ele a machucou. Ele se
aproveitou dela quando qualquer um podia ver que ela estava vulnerável. — Ela se
lembrou da raiva mal reprimida na voz de Jacob quando ele disse sobre Jefferies e
Regina. Jacob descobriu que Regina Morrow estava sendo abusada de alguma forma

83
nessa festa específica, e se rebelou contra seu mentor por causa disso? —O que
tudo isso tem a ver com o escândalo do abuso de informações privilegiadas? — Ela
incitou Burt.

—Você meio que tem que ler nas entrelinhas do relatório da polícia. —Burt
disse a ela. —Eu não acho que essa foi qualquer festa de verão comum na
propriedade de Jefferies. Primeiro de tudo, o policial observou que muitos dos
hóspedes estavam intoxicados, e muitas das mulheres eram “jovens” na aparência e
“mal vestidas”. Eles colocaram no relatório que eles não conseguiram identificar
qualquer evidência concreta do uso de drogas no local.

—Mas apenas o fato de que eles mencionaram isso no relatório indica que
houve uma suspeita.

—Sim. Além disso, há as idades das três mulheres no registro que falaram
sobre esta Gina Morrow. —Ele olhou para o seu bloco de notas. —Idade: dezoito,
dezenove, vinte e um... E Morrow tinha vinte anos. —Burt deu-lhe um olhar de
cumplicidade. —Jefferies tinha quarenta e dois no momento.

—Então você acha que Jefferies estava dando uma grande festa envolvendo
drogas e prostitutas. —Disse Harper.

—Possivelmente menores de idade. Nenhuma menina trabalhadora daria


sua idade como nada além de dezoito anos ou a cima. Mas Jefferies tem uma
grande influência nessa área, de modo que o incidente foi mantido muito coberto, é
o que parece.

—Eu sinto como se estivesse faltando alguma coisa. Por que acha que isso se
relaciona com Latimer e sua compra e venda de ações da Markham?

—Porque este relatório do incidente foi apresentado menos de duas


semanas antes de Latimer comprar e, em seguida, vender ações da Markham da
mesma forma que dispararam sobre o anúncio da aprovação pela FDA para o Zefcor,
a droga para diabetes, um avanço da Markham.

Harper apenas olhou para Burt por um momento, ao ouvir seu coração bater
em seus ouvidos.

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—Quando a SEC investigou Jefferies por abuso de informação privilegiada,
eles estavam fazendo isso sob a suposição de que Jefferies tinha repassado
informações sobre a aprovação da FDA para Latimer, porque Latimer era o favorito
de Jefferies e um protegido. Não ficou claro na época do relatório da SEC de que
tinha havido um desentendimento entre Jefferies e Latimer, ou Sinclair, como
Latimer era conhecido então. Um mês depois da grande festa sexy na casa de férias
da Jefferies, Jacob tinha mudado seu nome de Sinclair para Latimer, mudou-se para
Cambridge para frequentar a MIT, e tinha milhões de dólares no banco com a venda
das ações da Markham. —Burt terminou presunçosamente.

—Então você acha as informações privilegiadas trocadas entre Jefferies e


Latimer aconteceu, mas não porque Jefferies gostava tanto de Jacob. Você acha que
Latimer subornou Jefferies para dar-lhe as informações privilegiadas, ou Latimer iria
expor informações potencialmente prejudiciais sobre algo que aconteceu naquela
festa desprezível?

—É plausível, não é? — Burt perguntou animadamente.

Harper colocou o cotovelo na mesa dela e esfregou os olhos, pensando


furiosamente.

—Ainda é muito pouco, Burt. Você não tem nada.

—Eu sei, mas há algo lá. Eu posso sentir o cheiro. Algo que faz valer a pena
continuar procurando, certo?

—Você nunca disse o que aconteceu com Gina Morrow. —Disse Harper.

—Ela saiu do hospital dois dias depois da festa.

—E o que mais? Não há nenhuma outra menção a ela que você pode
encontrar?

—Não, mas isso não significa que eu não posso tentar encontrá-la, porém. —
Burt disse.

Um sentimento de medo passou por ela.

85
—Não acredito que a sua amiga lhe deu uma cópia do relatório oficial do
incidente sobre Gina Morrow e a festa na casa de Jefferies?

Burt sorriu abertamente e puxou um pedaço de papel de seu bloco de notas.


Ele o colocou na mesa de Harper.

—Isso foi arriscado da parte de sua amiga. —Disse Harper, olhando para o
relatório enviado por fax.

—Ela é uma amiga muito boa. —Disse Burt com um sorriso.

—Não é boa o suficiente para ir a público com o seu nome, no entanto.


Arranje-me outra participante que estava no registro dizendo que Jefferies estava
dando uma festa selvagem, de preferência envolvendo prostitutas menores de
idade e drogas ilegais.

—Ninguém vai admitir estar em uma festa como essa!

—Dê-me a evidência de algum tipo de argumento e desentendimento entre


Latimer e Jefferies, que possa indicar o suborno como um motivo para as
informações privilegiadas contra o patrocínio por parte da Jefferies. E essas coisas
são blocos de construção apenas mais simples para uma história, Burt. No
momento, você não tem absolutamente nada. —Disse Harper, de pé.

—Não tem jeito! Nunca houve evidência de um desentendimento entre


Latimer e Jefferies. —Disse Burt, voando para fora de sua cadeira. —Se houvesse
evidência disso, teria saído na investigação da SEC.

—Exatamente.

—Vamos, Harper. Você tem acesso a Latimer. Você poderia simplesmente


perguntar a ele por que ele se recusa a associar-se com Jefferies.

—Eu não vou perguntar nada a ele. —Harper disparou de volta. —Esta não é
uma história interessante, Burt.

—Como você pode dizer isso quando...

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—Posso dizer isso facilmente. Porque a verdade da questão é, a menos que
tenhamos uma confissão de Clint Jefferies ou Jacob Latimer que eles estavam
envolvidos no abuso de informação privilegiada, não existe... Não há uma maldita
história. —Ela disse de forma sucinta, batendo em sua mesa. —Você acha que pode
obter uma confissão de Jefferies ou Latimer?

—Claro que não, mas é sobre esse relatório da polícia? Não significa alguma
coisa? —Ele apontou com raiva para o fax em sua mesa. Seu olhar saltou do pedaço
de papel, e depois para trás. Ela pegou o relatório.

—Charleston, West Virginia? —Ela disse, lendo parte do endereço impresso


do departamento de polícia no topo. Medo a atravessou.

—Sim. Qual é o problema? —Perguntou Burt, assustado. —Eu disse a você


sobre Charleston. Foi lá que a minha amiga terminou a escola e onde ela trabalha: a
delegacia de Charleston. Jefferies tinha uma casa de férias enorme em um lago nas
proximidades de lá. Ele vendeu desde então, mas essa é onde a parte em questão
aconteceu, e onde Jacob Sinclair trabalhava para ele. Por que você parece tão
surpresa?

Ela lutou para encontrar a compostura.

—Eu pensei que você quis dizer Charleston, Carolina do Sul, no início, isso é
tudo.

—Por que você achou isso? — Burt perguntou, intrigado.

—Charleston, Carolina do Sul, é uma cidade muito maior, não é? Eu apenas


assumi. —Harper falou, acenando com a mão, impaciente para distraí-lo. Na
verdade, ela estava certa de que Jacob tinha dito a ela que ele cresceu na Carolina
do Sul. Jacob certamente nunca tinha mencionado West Virginia. Isso teria ficado
em sua cabeça, com certeza.

—Olha, você tem um longo caminho para percorrer se você quiser uma
história credível. —Disse a Burt, limpando seus pensamentos com esforço. —Eu não
vou arriscar você implicando o jornal em uma ação judicial. —Disse ela com firmeza,
entregando a Burt de volta o relatório da polícia. Ela sabia que do lado de fora, ela

87
parecia calma. No interior, seus membros formigavam desagradavelmente, e uma
batida estranha tinha começado em seus ouvidos.

Burt pareceu um pouco grosseiro quando ele deixou seu escritório, mas pelo
menos ele foi sem mais argumento. Quando ele abriu a porta, ela notou Ruth
encostada a uma mesa na redação principal, esperando por ele. Harper tinha um
pensamento distante, desagradável de que ela atacaria Burt, em um esforço para
levá-lo a lhe dizer o que sabia sobre Jacob.

Ela fechou os olhos, tentando sair de uma vertigem súbita.

West Virginia.

Não. Não podia ser.

Mas ela estava tendo todos esses estranhos sonhos e sentimentos de perda
associados à sua infância... E agora isso?

Foi a morte de sua mãe e pai que trouxe tudo à tona, uma perda fazendo-me
lembrar de outra tão vívidamente.

Mas, por que agora, quando meus pais estavam mortos há um ano?

De acordo com este documento, Jacob passou pelo menos parte de sua
juventude em West Virginia. Ela lembrou vividamente de estar na piscina com ele
em San Francisco. Ela tinha mencionado que ele conheceu Clint Jefferies na Carolina
do Sul, e ele não tinha negado isso ou a corrigido. No entanto, ele claramente
conheceu Jefferies em West Virginia.

Cyril Atwater lhe dissera que ele tinha certeza que Carolina do Sul não tinha
sido o estado onde Jacob tinha crescido. Ele tinha insistido que Jacob tinha dito que
ele era de outro estado ao leste. Ela pensara que Cyril tinha se confundido no
momento, mas agora...

Não havia nenhuma dúvida sobre isso. Jacob vinha deliberadamente


mantendo onde ele cresceu em segredo dela - Harper.

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Continua em Make me Forever...

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