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NA MOCHILA
Diários de uma carona
Histórias de quem aponta o
dedão para viajar
EMBARQUE
peru por outras rotas
Um roteiro para conhecer o Peru
fugindo do óbvio
USHUAIA
FOTOGRAFIAS de um apaixonado
por trilhas e montanhas
despachando
Viajando com quem entende
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EMBARCANDO
Peru por outras rotas
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cartão postal
desEMBARCANDO
Ushuaia
Pelas estradas dos pampas
página 28 O FIM DO MUNDO
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o
and
ch
spa
De
Você tem dicas para quem quer viajar sozinho e não sabe
por onde começar?
Compra meu livro, hahahaha. Não, sério, acho que tem
que pensar se tá a fim dessa experiência mesmo. Por-
que é libertador e tal, mas tem gente que acha chato e
tudo bem. Não gosto de existir uma obrigação de viajar
sozinha sabe? É tão ruim quanto não poder viajar sozi-
nha porque, sei lá, tem namoradxque não deixa. Viagem
também é lazer e investimento e você tem que estar fa-
zendo o que você está a fim de fazer com quem você
está a fim de estar, isso que é o mais importante. Além
do mais, tem momentos chatos mesmo, momentos em
que a gente fica saudosa e tristinha. Faz parte. Mas vale
experimentar, não?
PERU POR
OUTRAS ROTAS
Por Lívia Tokasiki
Das ruínas de Machu Picchu e da lado do Parque Nacional de Huascarán, que possui mais de
gastronomia da capital Lima muita 50 picos cobertos por neve, com destaque para o Huascarán -
gente já ouviu falar. Mas existe uma montanha mais alta do país -, com 6.768 metros. Para àqueles
cidade no oeste do Peru com diver- que curtem trilhas, escaladas e montanhismo é uma opção
sas atrações para quem quer fugir muito rica em atividades e paisagens de tirar o fôlego. E o me-
do circuito tradicional de turismo. lhor: tudo isso sendo possível sem gastar muito.
Capital do Departamento de An-
cash, Huaraz está situada na porção COMO CHEGAR
mais alta dos Andes peruanos, cer-
cada pela Cordilheira Branca e pela Há voos diários que fazem esse percurso pela companhia
Cordilheira Negra. A cidade fica ao aérea LC Peru e as passagens saem em torno de 200 dólares
ida e volta. Mas, uma opção interessante e econômica é fazer de Huascarán tem o título de Patri-
o trajeto de ônibus. A vantagem está em não precisar com- mônio da Humanidade, dado pela
prar a passagem com a mesma antecedência que a viagem UNESCO. Pela região, existem ati-
de avião. Os preços não são tão altos, variam entre 20 e 50 so- vidades para todos os gostos: pas-
les, dependendo do tipo de assento que escolher. É sugerível seios de bote, andinismo, parapen-
comprar as passagens até dois dias antes da viagem, já que, te, ciclismo de montanha, camping,
assim, haverá mais opções de horários. Uma dica boa é viajar visita a sítios arqueológicos, obser-
durante o dia - as passagens costumam ser mais baratas - e vação de aves, flora e fauna. E não é
escolher uma poltrona no andar de cima do ônibus - a vista à toa que a cidade foi considerada
vale as horas do percurso. pelo National Geografic um dos me-
O trajeto dura entre oito e nove horas. A demora não é uma lhores pontos de partida para ativi-
desvantagem quando se falando do destino dessa viagem, dades de trekking, já que há cerca
pois esse é um momento para já ir aclimatando com a altitu- de 25 circuitos de trekking, além de
de de 3.100 metros. No trajeto é preciso se atentar aos nomes 102 destinos de escalada em rocha.
das paradas. Não existe uma rodoviária em Huaraz, então O município de Huaraz foi fun-
cada companhia tem seu próprio terminal. A maioria fica na dado pelos espanhóis em 1574,
rua Cajamarca, extensão da Avenida Simón Bolívar. mas foi quase completamente
Existe, também, a opção de alugar um carro de Lima. No destruído por um terremoto em
entanto, a estrada apresenta muitas curvas e neblina. Requer 1970. Há apenas uma rua onde as
experiência. Além disso, em Huaraz o carro não é essencial. construções coloniais foram pre-
Os comércios, hostels e casas de câmbio se concentram num servadas, a Jose Ollaya. Por con-
mesmo bairro e, no que diz respeito aos passeios, as trilhas ta desse incidente, a cidade em si
precisam de um acompanhamento de um guia, por isso, as não é uma atração. Apesar disso, a
próprias empresas de turismo já disponibilizam um trans- cidade atende bem o visitante de-
porte incluso no pacote. vido a sua infraestrutura turística,
que conta com uma ampla gama
o que fazer de hotéis, hostels, restaurantes,
casas de câmbio e agências de tu-
As lagoas azul turquesa, os picos nevados e uma vila que rismo que estão concentradas na
ainda respira a cultura tradicional peruana tornam a experi- avenida principal, a Luzuriaga, e
ência de ir a Huaraz uma viagem singular. O Parque Nacional em seus arredores.
glaciar PASTORURI
Julho é o mês mais movimentado por lá, já que Devido à elevada altitude, as tempera-
é considerado o ápice do verão andino, que vai turas costumam ser amenas. Leve rou-
de Abril a Setembro. Porém, nessa época tudo é pas de frio que possam ser tiradas caso
o sol esquente muito em certas partes
mais caro, alguns valores chegam a triplicar. Por
do dia. Opte por roupas leves caso vá
esse motivo, para evitar preços abusivos, acon- fazer esportes e não se esqueça de sa-
selhamos que evite a época de chuvas, patos confortáveis e impermeáveis.
que vai de Outubro a Março.
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o
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F
lorianópolis, fim de tarde. Quando o relógio marca 17h, os carros começam a subir a rua João Pio
Duarte, no bairro Córrego Grande, em direção ao Leste da Ilha. As filas aparecem e, por vezes, os
cruzamentos ficam trancados. Em frente ao Restaurante Dona Benta é possível encontrar pessoas
que tentam quebrar a lógica do “meu carro próprio”. São os caroneiros. E numa terça-feira de outubro,
nós, Lívia e Luísa, levantamos o dedão pela primeira vez juntas para viver, em um dia, a experiência
de quem usa as caronas como meio para se locomover pela Ilha. Importante para esta história é
esclarecer que somos duas mulheres brancas, cisgêneras, de 19 anos, estudantes universitárias.
Foto: Santur
Rodrigo viveu muitas experiências
e tem muitas histórias para contar.
“Tu consegue conversar com todo
tipo de gente. Desde um comer-
ciante, que me deu um potinho de
geléia, até um cara que trabalhava
na União Européia.”
Utilizando essa técnica, o es-
tudante de Engenharia Mecânica
conseguiu melhorar seu francês e
perder a timidez. No entanto, para
ele, o mais importante foi ter de-
senvolvido o seu lado humano. Ele
diz que gostou do jeito como as pes- Se quem sai de Floripa e vai para a Europa incorpo-
soas veem e tratam os caroneiros. ra o espírito de caroneiro, aqui, estrangeiros continuam
Mesmo não parando, elas reparam praticando essa atividade para se deslocar pela Ilha. É
e conversam, ou fazem algum sinal. das curvas da rua Osni Ortiga tangendo a Lagoa da Con-
Conta que quando foi ignorado sen- ceição que conhecemos o espanhol Álvaro Martínez, um
tiu-se humilhado e levou esse ensi- galego de 24 anos que, se calado não faríamos esforço
namento para a vida, uma vez que para acreditar que é manezinho. O intercambista cursa
também passava reto quando al- Oceanografia na UFSC, é morador do centrinho da Lagoa
guém tentava vender ou pedir algo. e caroneiro em Floripa há aproximadamente 2 meses.
“Tu pode olhar pra mim e dizer que “A carona me ajudou a melhorar o português, a confiar
não confia, eu entenderia. Mas ig- em outras pessoas no Brasil, a socializar”, avalia Álvaro,
norar um outro ser humano, isso eu mas diz que nem sempre foi assim. No começo, o seu
achei o fim da picada.” escasso português misturado com a vergonha o impediu
Essa cultura voltou com Rodrigo de se aventurar na ideia. Nem por isso deixou de se ar-
quando retornou ao Brasil. Ele e um riscar. “Se você tiene medo, no puede pegar uma onda”,
amigo já viajaram até Porto Alegre, metaforiza Álvaro, num portunhol bem característico.
capital do Rio Grande do Sul, com Foi com esse pensamento em mente que o espanhol
a ajuda de uma mulher que conhe- seguiu para sua primeira experiência. Em um pedaço
ceram em um posto de gasolina de papelão, Álvaro escreveu “UFSC”, em um verso, e “La-
em Palhoça, que pertence à região goa”, no outro, acreditando que, assim, seria mais fácil
continental da Grande Florianópo- dos motoristas compreenderem seus destinos. Na época,
lis. Ficaram duas horas no mesmo não tinha noção de quais eram os principais pontos de
local até que alguém aceitasse le- carona, então pensou em ficar próximo a uma lombada,
vá-los. Na Ilha, conhecia apenas os já que sabia que os carros teriam que diminuir a veloci-
pontos entre a Lagoa e a UFSC, que dade e a chance de alguém parar seria maior. “Em pouco
para ele já estava ótimo. Junto com tempo um carro parou e eu falei para ele: UFSC! E ele me
uma amiga, reservaram um do- deixou na outra universidade, imagina?! Tive que cami-
mingo para irem à Praia Mole. Era nhar muito, muito, muito”, relembra Álvaro, achando gra-
a primeira vez que sua amiga expe- ça de uma história que um dia foi frustrante e o deixou
rimentava uma carona, e, segundo perdido às portas da Universidade do Estado de Santa
Rodrigo, ela adorou. Catarina, a UDESC.
uma carona motorista relatou ter sido assaltado por dois homens a quem
estava oferecendo carona.
Mesmo com receio depois de ouvir essa história, Cláudia
continua abrindo as portas de seu carro, principalmente para
caroneiras. Nesse ponto - do porquê é mais fácil conseguir
carona sendo mulher - ela e Kainara concordam que são elas
dia-a-dia seja forte, ela diz que, en- que inspiram mais confiança em quem está dirigindo.
quanto mulher, a insegurança exis-
te. Para isso, Kainara desenvolveu
algumas estratégias: ela não sobe fatos imprevisíveis
em carro com mais de dois homens
e não diz seu destino final, mas Perguntamos a Cláudia qual era seu destino, a e ela nos disse
pergunta o do motorista. que estava a caminho do LIC, o Lagoa Iate Club, mas que poderia
A estudante comenta que os ve- nos deixar próximo ao pé do morro da Lagoa, um ponto estraté-
ículos são um espaço privado, e gico para seguir sentido centro. Em se falando desses pontos,
quando eles são disponibilizados nosso formulário também serviu como um levantamento sobre
para caronas, se transformam em eles, entretanto, por questões de segurança para quem pega e
um ambiente compartilhado. Esta oferece carona, fizemos um pacto de não divulgá-los. De qual-
situação implica assumir alguns quer maneira, há pontos visíveis e conhecidos por quem trafega
riscos. “Como diz o Larousse, a ex- pela região, até mesmo por quem não faz parte deste universo,
periência perpassa por você acei- sendo o pé do morro e o restaurante Dona Benta dois notáveis
tar o risco. Não o risco de você se exemplos.
colocar numa questão de vulnera- Fomos até o pé do morro da Lagoa para tentar avançar rumo
bilidade física, mas o risco de você à UFSC. Um, dois, três carros passaram, todos indo em direção à
entrar num espaço desconhecido UDESC. Os três estudantes que também pediam carona ao nos-
com uma pessoa desconhecida”, so lado estavam com os ventos ao seu favor, já a caminho de
reflete Kainara. Quando pergunta- seus respectivos destinos. Só conseguimos embarcar no quarto
mos sobre o que a prática lhe acres- carro que parou. Como a sorte é para quem tem, e não para quem
centa, ela respondeu, com sorrisos quer, não foi dessa vez que conseguimos ir diretamente para a
largos, que não estaria onde está se UFSC. O Hyundai HB20 preto era dirigido pelo Eduardo Bruno.
não fosse a oportunidade de desen- Ele estava voltando da praia, ainda de pés descalços e ia até o
volver sua oralidade, tato e sensi- Colégio Autonomia, no bairro Itacorubi, buscar sua filha.
O trajeto foi curto. Mesmo assim, t A Lívia, que faz sapa- ainda assim, é uma alternativa ao
teado na Garagem da Dança, sabia que muitos estudantes transporte coletivo - este, que che-
do Autonomia dançavam lá. Ela comentou isso com Eduar- ga a levar 56 minutos para percor-
do, que nos contou que sua filha já fez sapateado na mesma rer o mesmo trajeto.
academia, e que, até hoje, ela tira os sapatos do armário para
dançar quando dá vontade. Num clima leve que o poder de Uma vida de caronas
identificação gera, descemos do carro e nos despedimos de
Eduardo. Foi num momento de correria,
Depois de esperarmos uns quinze minutos, na Avenida Vera entre as aulas do jornalismo e a
Linhares de Andrade, sob o sol forte do meio-dia, nossa tercei- dança, que Lívia não viu outra al-
ra e derradeira carona chegou. Era Vanderson. Um alagoano ternativa senão levantar sua pla-
que dirigia um Peugeot 206 prata. Em nossa curta conversa, no quinha em frente ao Dona Benta,
trajeto que terminaria no Centro de Ciências da Saúde da Uni- para tentar chegar a tempo para
versidade, descobrimos que ele faz Mestrado em Ciência da sua aula de sapateado. Quem pa-
Computação e que sente muita falta de morar perto da praia. rou para salvá-la de uma bronca
Atualmente, Vanderson mora no bairro da Trindade, mesmo foi Júlio, em seu Ford EcoSport.
bairro em que está sediado o campus principal, que se localiza Ele disse a Lívia que não é de seu
no centro da ilha, onde não há praia à vista. agrado oferecer carona para uma
Ao todo, demoramos 45 minutos e conhecemos três mo- única mulher, no entanto, viu que
toristas diferentes para ir do Porto da Lagoa até à UFSC. Ao ela estava há um tempo na angús-
passo que na tarde anterior, fizemos o caminho inverso em tia da espera e resolveu abrir uma
apenas um carro, demorando cerca de meia hora. A nossa vi- exceção. Comentou, também, que
vência nos mostrou como a prática é imprevisível, mas que, não é sempre que abre suas por-
tas para desconhecidos, depende Ele conta que não tinha muita condição financeira e
do seu humor e da disposição de nem paciência para usar o transporte coletivo de sua ci-
se conectar com uma nova pes- dade, e por essa razão começou a levantar o dedão para ir a
soa. E dessa viagem, que tinha escola. Júlio, com a companhia de seus amigos, foi crian-
tudo para não acontecer, surgiu do técnicas, como sorrir para o motorista e sempre pedir
o Júlio. licença para entrar num carro. “A gente tinha a cara de pau
Uma estratégia que Lívia usa de descobrir onde é que a pessoa morava e esperava ela
para ter uma conversa fluida em sair da garagem”, relembra, ele, da época de garoto.
suas idas e vindas é perguntar Mais tarde, apontava o dedão para viajar pelo Brasil,
sobre histórias de caronas. E foi e assim chegou a visitar a Bahia, o Rio de Janeiro, o Rio
partindo de um bate-papo des- Grande do Sul, e Santa Catarina. Júlio diz que foi assim que
pretensioso que Júlio aceitou conheceu e se encantou por Florianópolis, onde mora há
compartilhar suas várias aven- mais de 30 anos. Ele brinca que as bruxas da Ilha o fisga-
turas que já se acumulam em sua ram e por isso não conseguiu mais sair daqui.
bagagem, de uma época que era Quando jovem costumava dizer que, se tivesse um
ele quem acenava o dedão para carro, jamais diria não a um caroneiro. Hoje em dia, há
as ruas. Seus relatos vão desde algumas circunstâncias que o fazem reconsiderar esse
viajar com um astro da Jovem pensamento. Ele defende que “na carona você tem que
Guarda até deslocamentos em estar ali para isso, porque ninguém é obrigado a dar”.
transportes improváveis. Júlio se prepara para abrir as portas de seu carro, pois
O fim do
mundo
textos e fotos por Marcos felipe terra
PELAS estradas
dos pampas
texto e fotos Por MATHEUS PEREIRA
O meu mochilão até o Uruguai que as cidades são distantes e as pessoas, em sua maioria,
começou no sonho, meses antes. vão apenas até suas fazendas. Dito e feito: após quatro ho-
Aos poucos, quando vi que poderia ras aguardando num ponto de ônibus sem nenhum sucesso,
tornar ele uma realidade, comecei embarquei em mais um ônibus rumo à cidade de Mostardas,
a planejar, com um singular sorri- furioso pelo acontecido. Por lá, acampei – gratuitamente, é
so no rosto que me acompanhava claro – num camping desativado à beira da BR-101, pegando
enquanto eu imaginava como ele no sono pelas 20h30. De madrugada, caiu uma tempestade,
viria a acontecer. Parti de Crici- que inundou minha barraca. Quando eu dormi ainda esta-
úma, cidade onde moram meus va com o tempo seco e eu não coloquei a capa de chuva,
pais, na madrugada do dia 24 de isso tornou inutilizáveis todas as folhas com informações e
julho de 2015, e rumei, de ônibus, guias que imprimi. Teria que ir na raça. E fui.
até a cidade gaúcha de Osório, Tomei novo ônibus até cidade de Tavares, onde visitei o
onde a BR-101 se divide nela mes- farol Capão da Marca, à beira da Lagoa dos Patos, que es-
ma, seguindo o litoral, e a famosa tava incluído nos meus desejos de viagem. Aliás, o dia em
Freeway, que ruma a Porto Alegre. Tavares foi maravilhoso – uma legítima cidade pequena,
Eu queria conhecer o litoral gaú- onde todos sabiam que eu era de fora, por não me conhe-
cho, então escolhi seguir pela rota cerem, e me perguntavam de onde eu era mesmo sem mo-
menos inteligente - tem muito me- chila nas costas - havia deixado elas num hotel. À noite,
nos movimento. De Osório, peguei peguei um ônibus até São José do Norte e, de lá, uma balsa
novo ônibus até a cidade de Palma- até Rio Grande, onde fiquei nos próximos dias. No dia 30 de
res do Sul, que vem na sequência, julho, voltei à estrada. Fui pegar carona na região da Quin-
e comecei a pedir carona na beira ta, no sul da cidade de Rio Grande, onde um caminhoneiro
da estrada. Depois de meia hora, uruguaio, Rubén, entre seus cigarros, bolados com taba-
parou uma camionete. Quem diri- co, e a imensidão reta da BR-101, me levou até a cidade do
gia era um plantador de soja ali na Chuí, onde cheguei no entardecer. Já estava escurecendo
região que estava indo visitar sua e eu não poderia procurar por locais para acampar, então
fazenda – me deixou na posterior passei a noite no hostel mais barato. No dia seguinte, ca-
localidade de Bacopari, não sem minhei pela cidade e depois até a aduana, onde ganhei o
antes me avisar que ali seria difícil visto de turista para entrar no Uruguai e adentrei na mi-
eu conseguir alguma carona, visto nha primeira fronteira da vida.